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1 Assuntos tratados 1º Horário Teoria da Constituição Conceito de constituição Classificação das constituições 2° Horário Teoria da Constituição (Continuação) Classificação das constituições (Continuação) 1º HORÁRIO TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Definição de Constituição O que é uma Constituição? Ponto de partida (pressuposto): Pressuposto histórico-universal - Independentemente do que seja Constituição, nós temos que partir da idéia de que a Constituição sempre existiu em todos os lugares do mundo e em todas as épocas. E provando que sempre existiu Constituição em todos os lugares e em todas as épocas, é que se constrói o primeiro conceito de Constituição: Quais são as matérias fundamentais, mais importantes para a formação de uma comunidade? De uma sociedade ou um Estado? *Identidade: a noção de identidade equivale à noção de pertencimento, uma noção que envolve a alteridade. Uma noção básica que nos permite afirmar que somos cidadãos de X e não de Y. Isso, hoje, envolve uma noção de nacionalidade, que é um vínculo jurídico-político. *Organização Social: dá uma idéia de especialização de modo reiterado que permite com que eu saiba quais são os códigos de poder dentro daquela sociedade, que permitirá também a reprodução social dentro de uma comunidade. Essa organização social vai se sofisticando com o decorrer do tempo. *Necessidade de alguns valores: A idéia de valores está ligada à idéia de padrão, que são naturalizados dentro de uma determinada sociedade. São formadores de uma especialização comum dentro de uma determinada identidade. Hoje alguns valores são ligados às normas jurídicas. Com a junção desses itens, podemos afirmar que sociedades, comunidades e Estado poderão ter uma determinada existência. E, se elas existem, é porque elas foram constituídas e, se elas foram constituídas, é porque elas têm uma determinada Constituição. CONSTITUIÇAO → É o modo de ser de uma comunidade, sociedade ou Estado. É como ela é, como ela existe. (Conceito Aristotélico). Esse é o conceito de CONSTITUIÇAO MATERIAL. Constituição Material = Matéria Constitucional: Matérias fundamentais que constituem Estados, comunidades e sociedades, que permitem que essas sociedades tenham um determinado modo de ser.

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Assuntos tratados

1º Horário � Teoria da Constituição � Conceito de constituição � Classificação das constituições 2° Horário � Teoria da Constituição (Continuação) � Classificação das constituições (Continuação)

1º HORÁRIO TEORIA DA CONSTITUIÇÃO Definição de Constituição O que é uma Constituição? Ponto de partida (pressuposto): Pressuposto histórico-universal - Independentemente do que seja Constituição, nós temos que partir da idéia de que a Constituição sempre existiu em todos os lugares do mundo e em todas as épocas. E provando que sempre existiu Constituição em todos os lugares e em todas as épocas, é que se constrói o primeiro conceito de Constituição: Quais são as matérias fundamentais, mais importantes para a formação de uma comunidade? De uma sociedade ou um Estado? *Identidade: a noção de identidade equivale à noção de pertencimento, uma noção que envolve a alteridade. Uma noção básica que nos permite afirmar que somos cidadãos de X e não de Y. Isso, hoje, envolve uma noção de nacionalidade, que é um vínculo jurídico-político. *Organização Social: dá uma idéia de especialização de modo reiterado que permite com que eu saiba quais são os códigos de poder dentro daquela sociedade, que permitirá também a reprodução social dentro de uma comunidade. Essa organização social vai se sofisticando com o decorrer do tempo. *Necessidade de alguns valores: A idéia de valores está ligada à idéia de padrão, que são naturalizados dentro de uma determinada sociedade. São formadores de uma especialização comum dentro de uma determinada identidade. Hoje alguns valores são ligados às normas jurídicas. Com a junção desses itens, podemos afirmar que sociedades, comunidades e Estado poderão ter uma determinada existência. E, se elas existem, é porque elas foram constituídas e, se elas foram constituídas, é porque elas têm uma determinada Constituição. CONSTITUIÇAO → É o modo de ser de uma comunidade, sociedade ou Estado. É como ela é, como ela existe. (Conceito Aristotélico). Esse é o conceito de CONSTITUIÇAO MATERIAL. Constituição Material = Matéria Constitucional: Matérias fundamentais que constituem Estados, comunidades e sociedades, que permitem que essas sociedades tenham um determinado modo de ser.

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A Constituição Material é a mais tradicional e sempre existiu no mundo. A Constituição Material, até pouco tempo tinha apenas um sentido: Sentido SOCIOLÓGICO/ Constituição REAL: isso porque não havia uma construção jurídica por trás dela, era vislumbrada somente um aspecto sociológico, material. No século XVII temos uma ruptura, um giro no Direito Constitucional. Isso pq aqui a Constituição Material vai ganhar um diferencial, vai surgir a Constituição material (real) em sentido jurídico. Vai passar a ser algo que envolve o direito. Isso porque temos aqui, no século XVII o primeiro movimento do Constitucionalismo, chamado Constitucionalismo Inglês. Esse movimento fez com que se tornasse possível esse envolvimento do direito nas Constituições. Iniciou-se no século XIII (1215), com a Magna carta, e se encerra no século XVII (1688-89), com a Revolução Gloriosa: que permitiu a mudança do Estado da política para o Estado de Direito. Como a Idéia de Estado de Direito, temos a supremacia do Parlamento e o surgimento do Bill of Rights.

Objetivos do Constitucionalismo Inglês:

- Limitação do Poder com uma nova organização do Estado (Supremacia do Paramento).

- Consubstanciação de direitos e garantias fundamentais (Declaração dos Direitos). Os ingleses nunca se preocuparam em formalizar essa Constituição. Para eles, as práticas sempre foram mais importantes que a formalização, suas constituições sempre foram materiais. Mas no século XVIII temos mais dois movimentos constitucionalistas, que são os Movimentos Constitucionalistas Americano e o Francês. Veio, aqui, a era das Constituições formais. Americanos e Franceses acreditavam que a Constituição só seria possível através de sua formalização. A Constituição deveria ter uma forma, uma fôrma, um formato, deveria se escrita. Essa é idéia mais artificial que existe acerca da Constituição, a idéia que um papel pode interferia na constituição de um Estado. 1ª: Americana, em 1787. 2ª: Francesa, em 1791. Conceito de CANOTILHO das Constituições a partir do século XVIII, para ele, as Constituições serão entendidas como a “Ordenação sistemática e racional da comunidade política plasmada em um documento escrito, que limita o poder (político) e concebe direitos fundamentais”. Objetivos do Movimento do Constitucionalismo Americano e Francês (que guardam uma ligação com o Constitucionalismo Inglês): - Limitação do Poder com a organização do estado. - Assegurar direitos e garantias fundamentais. Teremos uma idéia de igualdade, liberdade e

propriedade. Aqui temos então a era do governo das leis e não do governo dos homens.

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Com o surgimento da Constituição Formal, a Constituição Matéria deixa de existir? Não. As matérias constitutivas de Estado e Sociedade nunca deixarão de existir. A Constituição deixa de ser o modo de ser e passa a ser um documento que vai constituir a comunidade. A Constituição material continua a existir, mas num primeiro momento, a Constituição Material é alocada dentro da Constituição Formal. Nesse documento, entrarão as matérias que os revolucionários considerassem mais importantes, são elas: a organização do Estado, através da limitação do poder do estado, e os direitos e garantias fundamentais (são matérias constitucionais por excelência). Essas seriam as únicas matérias a ser encontradas nessas primeiras constituições formais. Ex: Art. 16 da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789. Dispunha que o Estado que não tiver um documento escrito que trouxesse a separação dos poderes e direito fundamentais não teria Constituição. Rapidamente, numa perspectiva dinâmica, temos que, rapidamente, no mundo, a Constituição Formal vai inchar, aumentar de tamanho, vai sofrer incrementos. As Constituições são retratos da sociedade em determinado momento histórico. Dentro delas são colocadas matérias que o legislador originário, pelo Poder Constituinte considera relevantes. Assim, por interesses compostos, o legislador colocará, na Constituição, diversas matérias, inclusive aquelas que não tenham cunho de matéria constitucional. A maioria das Constituições do mundo não terá matérias simplesmente constitucionais. Dentro do documento Constitucional, teremos matérias Constitucionais e matéria não Constitucionais. São normas, apenas, formalmente constitucionais. Serão normas Constitucionais apenas pela perspectiva formal. Ex.: Art. 242, parágrafo 2º. Constituição Formal → Até agora foi trabalhada como sinônimo de Constituição escrita. Mas, no século XIX, a Constituição Formal ganhou algo a mais, não podendo ser entendida apenas como um documento escrito. Em 1803, temos o caso famoso de MARBURY X MADISON, na Suprema Corte norte-americana, decidida pelo juiz Marshall. Pela primeira vez, teremos um conflito entre a Constituição de 1787, e a legislação ordinária. Soluções possíveis: - Adotar o critério cronológico: lei posterior revoga lei anterior. Se for adotada essa solução, a Constituição estaria vedada ao fracasso. - Adotar o critério hierárquico: A lei superior prevalecerá sobre a lei inferior. Isso porque o Judiciário deveria ser o guardião da Constituição. Adotou também a doutrina dos controles recíprocos, freios e contrapesos. Assim, em qualquer circunstância, seja ela qual for, a Constituição sempre prevalecerá sobre as leis infraconstitucional. A Constituição não será apena escrita, será supra legal. Marshall constrói 2 teses a partir desse caso:

1. Doutrina da Supremacia da Constituição (surge pela 1ª vez). 2. Controle de Constitucionalidade.

Classificação das constituições: Quanto ao conteúdo

- Formal: é aquela dotada de supra legalidade. E, por isso, ela necessita, requer procedimentos

especiais para a sua modificação, procedimentos mais solenes, mais difíceis, que ela mesma determina. Uma LO não pode revogar a Constituição.

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- Material

2° HORÁRIO Quanto à estabilidade

- Rígida: é aquela Constituição que equivale tanto à formal quanto ao conteúdo. Requer

procedimentos especiais para a sua modificação. Só pode ser modificada por procedimentos mais solenes. Art. 60 da CF: a CR/88 é rígida.

- Flexível: é aquela que não requer procedimentos especiais para a sua modificação. Isso quer

dizer que qualquer procedimento comum é capaz de modificá-la. Ex.: qualquer LO é capaz de modificá-la. Ela não tem supralegalidade. A única forma de ocorrer isso é segundo o critério cronológico. Ex.: Constituição Inglesa. Nela temos uma relativização, um abrandamento de sua flexibilidade através de alguns atos normativos da União Européia, datados de 2000.

- Semi-rígida ou Semi-flexível: é aquela que possui uma parte flexível e outra parte rígida. Uma

parte não requer procedimentos especiais para sua modificação, e a outra só pode ser modificada por procedimentos especiais. Ex.: Constituição do Império de 1824, art. 178. (direitos individuais e direitos políticos só poderiam ser modificados por procedimentos especiais; as outras matérias seriam modificadas pelo procedimento comum).

- Fixa ou Silenciosa: Ela só pode ser modificada pelo mesmo poder que a criou (Poder

Constituinte Originário). Ex.: Constituição Espanhola de 1876. - Imutável ou Graníticas: é aquela Constituição insusceptível de modificação, que não pode ser

modificada. Atualmente essas constituições são verdadeiras relíquias históricas. *Alguns autores trabalham aqui com derivações das classificações: - Transitoriamente Flexíveis: são aquelas que, em um determinado lapso temporal podem ser

modificadas por procedimentos comuns, porém, após o mesmo, só poderão modificar por procedimentos especiais. Ex.: Constituição de Baden de 1947, que até 31/12/47 ela poderia ser modificada por procedimentos comuns, após essa data, só poderia ser modificada por procedimentos especiais

- Transitoriamente Imutáveis: em um determinado lapso temporal a Constituição não pode ser

modificada. Porém após esse lapso, ela poderá ser modificada. Ex.: Constituição Brasileira de 1824, art. 174 dizia que essa Constituição não poderia ser modificada nos 4 primeiros anos de sua vigência.

Quanto à forma

- Escrita: é aquela Constituição escrita e sistematizada em um documento único elaborado de

uma só vez, em um procedimento único, por um Poder Constituinte, Convenção ou Assembléia Constituinte. Não significa que a elaboração deve ser feita em um dia só.

- Não-escrita: é a Constituição elaborada de forma esparsa no decorrer do tempo, com

documentos esparsos, fruto de um longo processo de construção e sedimentação histórica.

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Obs.: A Constituição não escrita pode conter no seu bojo documentos escritos juntamente com os costumes. Ex.: Constituição Escrita possui em seu bojo: A Magna Carta, o Bill of Rights, etc. Quanto à origem Toda Constituição é tecnicamente promulgada, mas essa classificação trata da origem democrática ou não do documento.

- Promulgada ou Constituições Democráticas: São aquelas que são dotadas de legitimidade

popular, ou seja, o povo participa do seu processo de elaboração, ainda que por meio de seus representantes. Ex.: 1891, 1934, 1946, 1988.

- Outorgada ou Autocráticas ou Ditatoriais: São aquelas produzidas sem a participação popular.

Portanto, não são dotadas de legitimidade. Ex.: 1824, 1937, 1967-69. - Cesarista: É aquela elaborada sem a participação popular, mas que, posteriormente, a sua

produção. É submetida a referendum para que o povo diga sim ou não sobre o documento, aprovando-o ou não. Essas Constituições se aproximam das outorgadas, já que na origem do documento, não houve a participação popular. Ex.: Constituições de Napoleão e Pinochet, no Chile.

Quanto ao modo de elaboração - Dogmática: Se equivale à escrita e à forma. É aquela escrita e sistematizada em um

documento único que trás as idéias dominantes em um país em um determinado momento. - Histórica: Se equivale tanto a não-escrita quanto a forma. É aquela elaborada de forma

esparsa no decorrer do tempo. Quanto à extensão do documento

Leva em consideração o aparato constitucional do texto. - Sintéticas: são aquelas Constituições sucintas ou resumidas que trazem apenas as matérias

constitucionais em seu bojo. Trazem apenas o mínimo. Ex.: Constituição Americana de 1787, que possuía apenas 7 artigos.

- Analíticas ou Prolixas: enunciam princípios e regras de forma detalhista. Não apresentam

apenas matérias constitucionais. Ex.: CR/88, Constituição de Portugal de 1976, da Espanha de 1978, atual Constituição da Índia.

Quanto à ideologia - Ortodoxas: constituições que trazem em seu bojo apenas uma ideologia. Ex.: Constituições da

ex-URSS e da China. - Ecléticas ou Abertas ou Plurais: Constituições que trazem mais de uma ideologia (duas ou

mais). Ex.: CR/88. Quanto ao sistema Classificação feita levando em consideração um contexto doutrinário e jurisprudencial.

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- Principiológicas: São aquelas em que embora existam regras e princípios, há predominância

dos princípios. Assim a nossa CR/88 pode ser considerada uma Constituição Principiológica, com base no neoconstitucionalismo.

- Preceituais: São aquelas Constituições que, embora existam regras e princípios, há

predominância das regras. Ex.: Constituição do México de 1917. Quanto à unidade documental - Orgânicas ou Unitextual ou Codificada: são aquelas escritas e sistematizadas em um

documento único dotado de interconexão entre suas normas (títulos, capítulo, seções). Ex.: CR/88.

- Inorgânicas ou Pluritextual ou Não Codificada: são aquelas que não possuem uma unidade

documental. São elaboradas a partir de documentos esparsos que são reunidos, consolidados em um documento constitucional sem interconexão entre suas normas. Ex.: Atual Constituição de Israel, Constituição da França da Terceira República de 1875 (existiam 3 documentos normativos relevantes para o estado francês, esses documentos foram então reunidos, criando assim a Constituição da França de 1875).

Quanto à finalidade - Garantia ou Constituições Abstencionistas ou Constituições Negativas ou Constituições

Quadro: É uma Constituição que se volta para o passado. Ela visa garantir direitos assegurados frente a usurpações do Poder Público. São típicas do Estado Liberal, ou seja, do constitucionalismo clássico do final do século XVIII e XIX. Essas Constituições refletem a própria lógica de atuação daquele Estado. Período em que a autonomia da vontade era preponderante, de forma que as Constituições dessa época terão que refletir essa relação Estado-Sociedade. Visam restringir o poder do Estado e resguardar direitos e garantias fundamentais.

Ainda que estejamos no século XX, a CF de 88 pode ser classificada como Constituição Garantia, assim como todas as demais Constituições do mundo, afinal todas elas visam a assegurar direitos e direitos fundamentais frente às usurpações do Poder público. - Balanço: São constituições que trabalham no viés do presente, e são constituições típicas dos

Estados Socialistas. (Diferente de Estados Sociais). São Constituições de cunho Marxista. São Constituições que visam a explicitar as características presentes na sociedade sejam, por exemplo: econômicas, políticas, culturais, etc. Elas realizam um balanço das planificações ocorridas e preparam a sociedade para novas planificações. Aqui, o direito é encaixado na ótica do ser, vai explicitar o nosso presente, tornar explícito aquilo que está ocorrendo atualmente.

- Dirigentes: São típicas dos Estados Sociais do século XX. São Constituições que visam a

estabelecer uma ordem concreta de valores para o Estado e para a sociedade, predefinindo uma pauta de vida (boa) para o estado e a sociedade. Dá a idéia do dirigismo que vai gerir a sociedade. Nesse sentido, estabelecem programas e fins a serem desenvolvidos pelo Estado. Característica marcante: normas programáticas. Ex.: A CR/88 para a maior parte da doutrina é tida como uma constituição dirigente.

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Obs.: Quem o pai da idéia de Constituição dirigente na língua portuguesa? José Joaquim Gomes Canotilho. Ele escreve sua tese de doutorado chamada Constituição Dirigente e Vinculação do Legislador, na década de 70. Na 2º edição de sua obra, ele relativiza a sua própria idéia. A Constituição Dirigente não acabou, não morreu, ela apenas foi relativizada! Para ele, não temos como defender o status da Constituição Dirigente que existiu nas décadas de 60, 70 e 80 por uma série de ingerências, que envolve a economia, a política, porém ela não morreu. Portanto, a Constituição Dirigente ainda existe, porém de forma relativizada. Assim sendo, ela perdeu um pouco de seu dirigismo, mas não deixou de ser diretiva. Não tem como a Constituição estabelecer uma pauta de vida hj, mas ela continua como um referencial continua tendo força normativa, embora não tenha um programa dirigente forte como antigamente. Conclusão: ela ainda existe, mas com um dirigismo leve, fraco, um dirigismo muito mais reflexivo do que impositivo.