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ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE FORMULAÇÕES DE
ESPESSANTE ACRÍLICO EM SISTEMAS PIGMENTADOS
DE ALTO PVC
Maria Tereza Peifer
Dissertação em Ciência e Tecnologia de Polímeros, submetida ao Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro,
como parte dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em
Ciências, em Ciência e Tecnologia de Polímeros, sob orientação do Professor Ailton
de Souza Gomes.
Rio de Janeiro
2006
Livros Grátis
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ii
Dissertação de Mestrado:
Estudo da influência de formulações de espessante acrílico em sistemas
pigmentados de alto PVC.
Autora: Maria Tereza Peifer
Orientador: Professor Ailton de Souza Gomes
Data da Defesa: 09 de fevereiro de 2006
Aprovada por:
______________________________________ Professor Ailton de Souza Gomes – Orientador UFRJ / IMA ______________________________________ Professor Luis Cláudio Mendes UFRJ/IMA ______________________________________ Léa Maria de Almeida Lopes _______________________________________ Clara Marize Firemand de Oliveira
iii
FICHA CATALOGRÁFICA
Peifer, Maria Tereza Estudo da influência de formulações com espessante acrílico em sistemas pigmentados de alto PVC. – Rio de Janeiro, 2006. xi, 1 f 136.: il. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia de Polímeros) – Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano – IMA, 2006. Orientador: Professor Ailton de Souza Gomes 1. Emulsão. 2. Acrílico. 3. Espessante. 4. Associativo -Teses. I. (Orientador) Ailton de Souza Gomes, II. Universidade Federal do Rio de Janeiro. Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa Mano. III. Título.
iv
Esta Dissertação de Mestrado foi desenvolvida nos
Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Emulsões
da Divisão TLP, da Clariant S. A., localizado em Suzano,
São Paulo, e com o apoio dos laboratórios do Instituto de
Macromoléculas Professora Eloisa Mano da Universidade
Federal do Rio Janeiro.
Orientador: Professor Ailton de Souza Gomes
v
DEDICATÓRIA
É impossível evitar sonhos; eles adquirem vida própria e muitas vezes fazem a opção de
navegar outros mares ou, permanecerem esperando o momento certo de acontecer. Mudei
a minha história e mudei a vida da minha família a partir dos meus sonhos. Então, nada
mais justo que dedicar este trabalho a eles, papai, mamãe e minhas irmãs.
Navegando outros mares encontrei pessoas que se tornaram especiais como a Regina que
representa tudo isso: amigos, compromisso, luta e conquista ...
vi
AGRADECIMENTO
Agradeço aos meus pais por não se oporem aos sonhos...
Agradeço, especialmente ao professor Ailton Gomes por ter acreditado em mim
dando-me esta nova oportunidade;
Agradeço especialmente a Léa Lopes pela grande ajuda e pela oportunidade de
recomeçar uma boa relação;
Agradeço à professora Regina M. Alcântara do Instituto de Química – USP pela
paciência demonstrada em responder as minhas dúvidas.
Agradeço aos professores do IMA em especial, à professora Maria de Fátima
Marques e ao dr. Victor Pita pela compreensão e pela oportunidade de completar
os meus créditos.
Resumo da Dissertação apresentada no Instituto de Macromoléculas Professora
Eloisa Mano da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IMA/UFRJ, como parte
dos requisitos necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (MSc)
em Ciência e Tecnologia de Polímeros.
vii
Estudo da influência de formulações de espessante acrílico associativo em
sistemas pigmentados de alto PVC
Maria Tereza Peifer
Orientador: Professor Ailton de Souza Gomes
Os parâmetros, teores de persulfato de amônio e metacrilato do cetoestearílico 20
EO (monômero associativo), e ainda, a relação acrilato de etila e ácido metacrílico e
o tipo de surfactante aniônico (tensoativo 1), lauril éter sulfato de sódio com 10-15
EO, de uma formulação básica de um espessante acrílico associativo em emulsão
aquosa foram analisados em sistemas de alto PVC (concentração volumétrica de
cargas e pigmentos), através da determinação da viscosidade Brookfield, em
condições de tempo e temperatura constantes. Os teores de iniciador, monômero
associativo e a relação monomérica foram testados em tinta arquitetônica, com a
proporção de 1,2% de espessante para 100g de tinta. Algumas formulações
referentes ao teor de macrômero foram selecionadas e testadas em um novo lote de
tinta, na qual foram usados 0,75% de espessante para 100g de tinta. A viscosidade
deste novo lote de tinta foi determinada também em cada etapa da preparação da
tinta, onde foi constatado que a viscosidade final da tinta em estudo, dependia das
interações entre espessante-veículo-umectante e espessante-cossolvente-veículo.
Os testes realizados com as misturas mãe espessadas demonstraram que o melhor
percentual de macrômero para uma nova fórmula básica está na faixa entre 2,5 –
4,0%/ (AE + MAA). Foi demonstrado através da mudança do sistema do tensoativo 1
ser possível aumentar o poder de espessamento do espessante na tinta.
viii
Abstract of Dissertation presented to Instituto de Macromoléculas Professora Eloisa
Mano of Universidade Federal do Rio de Janeiro, as partial fulfillment of the
requirement for the degree of Master in Science (MSx) in Science and Technology of
Polymers.
Study of the influence of acrylic thickeners formulations in high pigmentary
systems
Maria Tereza Peifer
Advisor: Professor Ailton de Souza Gomes
The parameters, ammonium persulfate and methacrylate of ceto-stearilic with 20 EO
(associative monomer), and yet, the relation ethyl acrylate and methacrylic acid and
anionic surfactant, lauryl ether sulfate with 10-15 EO of a basic formulation of an
associative thickener in aqueous emulsion were analyzed in high pigmented system,
through the Brookfield viscosity in time’s terms and constant temperature. The
beginner content associative monomer and monomeric relation were tested in
architectural paint, with the proportion of 1,2% of thickener for 100 g of paint. Some
referring formulations to macromonomer content were selected and tested in a new
batch of paint. The viscosity of this new batch of paint also was determined in which
were used 0,75% of thickener for 100 g of paint. The viscosity of this new batch of
paint also was determine in each paint preparation stage, where was verified that the
final viscosity of the paint in study, depended on the interactions between thickener-
vehicle-umectant and thickener-cosolvent-vehicle. The tests accomplished with the
thickened mixtures mother demonstrated how the best percentile of macromonomer
for a new basic formulation is between 2,5-4%/ ethyl acrylate more methacrylic acid
was demonstrated through surfactant system change is possible to increase
thickening power in paint.
ix
Aspectos do trabalho desta Dissertação foram apresentados nos Congressos:
ABRAFATI – 9º Congresso Internacional de Tintas e Vernizes; painel: “Sinergia dos
modificadores reológicos (hidrofobicamente modificados) em tintas arquitetônicas de
alto PVC” São Paulo, 2005;
8º Congresso Brasileiro de Polímeros – ABpol – Apresentação oral do trabalho:
“Efeitos das variáveis químicas de processo e das soluções dos polímeros
associativos em sistemas de tintas de alto PVC”; novembro, Águas de Lindóia -
2005;
x
Sumário
1 – Introdução/objetivo
2 – Revisão Bibliográfica 004
2.1 – Conceitos básicos 004
2.1.1 – Viscosidade e tipos de comportamento reológico 004
2.1.2 – Interação entre partículas 008
2.1.3 – Espessamento 010
2.2 – Espessantes 011
2.2.1 – Espessantes convencionais 012
2.2.2 – Espessantes associativos aniônicos 017
2.2.3 – Espessantes associativos não-iônicos 024
2.3 – Tintas 026
2.3.1 – Noções de formulação e fabricação 028
2.3.2 – Controle de qualidade das tintas 029
2.3.3 – Composição da tinta arquitetônica 030
2.3.4 – Reologia e viscosidade das tintas 033
2.4 – Interações em sistemas dispersos 037
2.5 – Polimerização em emulsão 043
2.5.1 – Aspecto geral 043
2.5.2 – Composição do processo em emulsão 044
2.5.3 – Tipos de processo 046
2.5.4 – Mecanismos e cinética 047
3 – Materiais e Métodos 050
3.1 – Materiais 050
3.1.1 – Reagentes e solventes 050
3.1.2 – Equipamentos 052
3.2 – Métodos 053
3.2.1 – Planejamento do trabalho 054
3.2.2 – Síntese da fórmula básica 054
3.2.3 – Avaliação do poder de espessamento em
solução do polímero obtido 057
xi
3.2.4 – Avaliação do poder de espessamento do polímero
em resina a 20% ST 057
3.2.5 – Confecção da pasta pigmentaria 058
3.2.5.1 – Preparação da tinta 061
3.2.5.2 – Preparação da pasta mãe 061
3.2.5.3 – Preparação da pasta mix 062
3.2.6 – Caracterização dos polímeros 063
3.2.7 – Caracterização das tintas e bases pigmentadas
espessadas 063
4.0 – Resultados e discussões 063
4.1 – Polímeros sintetizados 064
4.1.1 – Ensaios exploratórios 065
4.1.2 – Ensaios das modificações químicas na fórmula
básica 072
4.2 – Aplicação em tinta e pasta pigmentada 079
4.2.1 – Tinta número 1 – aplicação das formulações dos
ensaios em série 081
4.2.2 – Tinta número 2 – aplicação das formulações
selecionadas 085
4.2.3 – Comportamento da viscosidade da pasta mix 086
4.2.4 – Avaliação do espessamento da pasta mãe com
formulações selecionadas 088
4.2.4.1 – Efeito umectante 088
4.2.4.2 – Efeito resina e confirmação do efeito
umectante 090
4.2.5 – Avaliação do tensoativo 1 no espessamento 094
4.2.6 – Resultado geral 095
4.2.7 – Medidas reológicas em baixo cisalhamento 096
5.0 – Conclusão 099
6.0 – Sugestão 101
7.0 – Referências 103
xii
8.0 – Anexos 109
Anexo A – Esquema do procedimento geral da polimerização 109
Anexo B – Sumário dos parâmetros de processo da
fórmula básica 110
Anexo C – Sumário das condições químicas dos ensaios em
Série 111
Anexo D – Sumário dos resultados da caracterização das
formulações obtidas dos ensaios em série 112
Anexo E – Sumário dos ensaios feitos em relação ao tensoativo 1
dos ensaios exploratórios – número de moles 113
Anexo F – Sumário do controle de qualidade dos veículos 114
Anexo G – Purificação e caracterização dos monômeros 115
Anexo H – Espectro no infravermelho das formulações da série 3
De ensaios 119
xiii
Índice de Tabelas e Quadros
Quadro 1 – Composição típica de uma tinta arquitetônica; 28
Quadro 2 – Sumário das formulações das tintas e
bases pigmentárias; 60
Quadro 3 - Composição da completagem usada para
confecção das tintas completas; 61
Quadro 4 – Completagem da pasta mãe; 62
Quadro 5 – Completagem da pasta mix; 62
Tabela 1 – Variação do tensoativo 1 nos ensaios
exploratórios; 70
Tabela 2 – Formulações da série 1 de ensaios – relação AE: MAA; 72
Tabela 3 – Formulações da série 2 – teor de iniciador; 73
Tabela 4 – Formulações da série 3 – Variação no teor de
macrômero; 73
Tabela 5 – Variação do grau de etoxilação do tensoativo 1
da fórmula básica; 74
Tabela 6 – Controle de qualidade da tinta completa e base
pigmentária; 81
xiv
Índice de Figuras e Gráficos
Figura 01 – Tipos de fluxos independentes do tempo; 07
Figura 02 – Espessamento do éter celulose 13
Figura 3.1 – Mecanismo de ação do espessante convencional
aniônico; 1 – alcalinização; 15
Figura 3.2 – Mecanismo de ação do espessante convencional
aniônico; 2 – adsorção ; 15
Figura 04 – Estrutura do macrômero do tipo éster; 18
Figura 05 – Estrutura básica de um espessante acrílico associativo
do tipo HASE com um monômero associativo do tipo
éster acrílico; 21
Figura 06 – Estrutura das associações e interações do espessante
HASE em solução aquosa e em presença de partículas; 22
Figura 07 – Comparação entre espessantes convencional aniônico
e associativo do tipo HASE na presença de partículas; 22
Figura 08 – Mecanismo de espessamento na neutralização
de um espessante acrílico associativo 23
Figura 09 – Propriedades das tintas em função da viscosidade (P)
versus a taxa de cisalhamento (s-1); 35
Figura 10 - Conceito de esfera rígida (hard sphere) 37
Figura 11 – Montagem do sistema para polimerização; 54
Figura 12 – Sistema de confecção da tinta e pastas
Pigmentadas 57
Figura 13 – Espessamento em solução aquosa de alguns
ensaios exploratórios; 65
Figura 14 – Diagrama básico do processo de polimerização
em emulsão 66
Figura 15 – Espessamento em solução aquosa de algumas
formulações de ensaios em série e exploratórios 73
xv
Figura 16 – Espessamento em solução aquosa dos ensaios
da série 3 74
Figura 17 – Turbidez (NTU) versus pH na alcalinização
da formulação básica durante a alcalinização
em solução aquosa 75
Figura 18 – Espessamento em água das formulações
Referentes a avaliação do tensoativo em
número de moles 76
Figura 19 – Viscosidade Brookfield da tinta completa número 1
com formulações da série 1 de ensaios 80
Figura 20 – Viscosidade Brookfield da tinta completa número 1
com formulações da série 2 de ensaios 80
Figura 21 – Viscosidade Brookfield da tinta completa número 1
com as formulações da série 3 de ensaios; 81
Figura 22 – Viscosidades Brookfield da tinta completa número 2
com as formulações selecionadas da série 3 de ensaios 83
Figura 23 – Desenvolvimento das viscosidades Brookfield na pasta
mix em função da adição dos componentes da tinta
completa número 2 com a formulação básica 85
Figura 24 – Viscosidades Brookfield da pasta mãe espessadas com
Formulações selecionadas da série 3 de ensaios 86
Figura 25 – Viscosidades Stomer (KU) versus pastas mãe espessadas
e umectadas com formulações da série 3 de ensaios; 87
Figura 26 – Viscosidades Brookfield das pastas mãe espessadas com
formulações selecionadas da série 3 versus o tipo de
veículo; 88
Figura 27 – Avaliação do espessamento da resina 1 espessada com
as formulações da série 3 de ensaios; 90
Figura 28 – Comparação do desenvolvimento da viscosidade
Brookfield da resina 1 e resina 2 versus o teor de
Espessadas com formulações da série 3 de ensaios
Versus teor de macrômero no espessante; 91
xvi
Figura 29 – Viscosidades Brookfield das pastas mãe espessadas
com os formulações da série 4 de espessantes,
equivalentes a variação do grau de etoxilação do
tensoativo 1 na fórmula básica; 93
Figura 30 – Viscosidade Brookfield da tinta número 2 espessada
com as formulações finais selecionadas; 94
Figura 31 – Tensão de cisalhamento (Pa) versus
taxa de cisalhamento (s-1 ) para determinação
da tensão limite (yield stress) da pasta mãe
espessadas com formulações da série 3 de ensaios; 95
Figura 32 – Perfil de viscosidade em baixo cisalhamento
das pastas mãe espessadas com ensaios
da série 3 de ensaios; 96
1 – INTRODUÇÃO
A indústria de tintas vem se tornando cada vez mais competitiva. Os fabricantes de
tinta têm trabalhado constantemente em novas alternativas visando à redução de
custos, ao mesmo tempo em que tentam encontrar melhores opções de qualidade.
O desenvolvimento do seguimento de tintas à base de água, especialmente, as
chamadas tintas arquitetônicas, que também são conhecidas como tintas de linha
decorativa, imobiliária, de revenda para consumo doméstico, ou ainda, tintas látex
para construção civil, é um bom exemplo desta realidade.
É possível admitir que a maior revolução neste seguimento nos últimos 25 anos foi a
introdução no mercado de uma nova classe de modificadores reológicos de natureza
polimérica, os espessantes associativos e associativos hidrofobicamente
modificados em emulsão aquosa, que além do fácil manuseio e atrativos
econômicos, conferiram a este seguimento um melhor controle reológico das tintas.
Infelizmente, o uso comercial destes polímeros e a velocidade e complexidade das
suas transformações tecnológicas obscureceram o “relacionamento” estrutura versus
propriedades reológicas, mas, por outro lado, motivaram muitos estudos para um
melhor entendimento das associações/interações dos sistemas .
O espessamento em uma formulação de tinta ocorre como conseqüência das
interações dos multicomponentes do sistema, não sendo, portanto específicas. Tais
associações produzem fases distintas no sistema que são mantidas estáveis, do
ponto de vista coloidal, através de ligações hidrogênio e interações hidrofóbicas
entre os grupos funcionais da cadeia molecular do polímero associativo, as
chamadas intramoleculares, e com os demais componentes do sistema, as
chamadas intermoleculares [1].
Isto corresponde a dizer que o espessamento pode ser altamente influenciado pela
presença de alguns elementos tais como: surfactantes, que competem nos pontos
de adsorção nas superfícies das partículas impedindo ou acentuando as
associações entre os grupos hidrofóbicos dependendo do HLB (balanço lipofílico
2
hidrofílico); solventes orgânicos, que alteram a solvência entre os meios contínuo e
disperso; o látex ou veículo da tinta, que varia em relação ao tamanho e distribuição
de suas partículas e, também, em relação a hidrofobicidade das suas áreas
interfaciais, devido às suas composições e aos surfactantes e estabilizadores
usados nas suas preparações; os agentes dispersantes, que podem interagir com os
grupos hidrofóbicos dos espessantes na fase aquosa quando poliméricos ou
interferirem na qualidade e eficiência das interações dos grupos ácidos com o meio.
A presença e a escolha dos tipos e tamanhos das partículas dos pigmentos e
cargas, usualmente, não são importantes nas interações dos polímeros associativos
já que estes tendem a ser mais hidrofílicos, não apresentando fortes associações
hidrofóbicas. Diante deste universo, é possível concluir que os espessantes
associativos são altamente sensíveis às alterações do meio mais que outros
componentes.
O levantamento bibliográfico realizado demonstrou que, as maiores preocupações
práticas deste assunto estão concentradas na busca do entendimento e do controle
dos mecanismos que dirigem as diferenças de interações dos diversos componentes
do meio, de uma tinta à base água, tais como: látex (binder)-espessante;
espessante-tensoativo (umectante/dispersante); além de demonstrar que o
espessante do tipo acrílico-uretânico, denominado de híbrido, é o mais usado para
estudos desta natureza, provavelmente, por oferecerem mais opções de
modificações nas suas estruturas [2-10].
Por outro lado, verificou-se que pouca ênfase tem sido dada para a técnica de
polimerização destes polímeros e as variáveis químicas de processo que compõe
suas estruturas. Talvez este fato possa ser resultado do interesse industrial na
tecnologia dos polímeros associativos, o que pode ser verificado pelo grande
número de patentes divulgadas nos últimos 25 anos, metade das quais são muito
recentes (últimos 15 anos). É sabido, entretanto, que a natureza química dos
surfactantes primários, utilizados na polimerização dos espessantes associativos, a
concentração e a estrutura de monômero associativo, a concentração de grupos
ácidos e a temperatura de transição vítrea (Tg) do polímero, influenciam diretamente
3
as propriedades das tintas, resultando em desempenhos distintos nas interações
com o meio [11-17].
Em comparação com os espessantes convencionais, como por exemplo, éteres
celulósicos ou poliacrilatos, os espessantes associativos não aumentam somente a
viscosidade do meio. Eles modificam, sobretudo a curva de fluidez do material,
permitindo assim, características especiais de aplicação, como melhor controle da
reologia, modificações dos tipos de fluxos, nivelamento, desenvolvimento de brilho,
formação de filme, resistência ao respingo e, importantíssimo também, a
estabilidade de estocagem, além do fácil manuseio e atrativos econômicos [2-18].
O objetivo geral desta pesquisa foi verificar a influência de alguns parâmetros
químicos de uma formulação básica de um espessante acrílico associativo em
emulsão aquosa, quando aplicada em sistemas pigmentários de alto PVC
(concentração volumétrica de pigmentos e cargas), através da determinação do
poder de espessamento. Em particular, o estudo proporcionou a otimização dos
valores estabelecidos destes parâmetros na fórmula básica. Adicionalmente,
demonstrou a viabilidade de estabelecer um modelo de um sistema disperso de alto
PVC para estudos futuros de interações do meio.
Resultados práticos de aplicação de mercado utilizando tintas látex arquitetônicas
têm confirmado o conceito de que um mesmo modificador de reologia pode
combinar propriedades diferenciadas em uma única estrutura, sem a necessidade
adicional de usar cossolventes, umectantes e um segundo modificador reológico na
formulação, para obter o desejado balanço entre alto e baixo cisalhamento. O
conhecimento das características reológicas e por conseqüência, dos tipos de
interações envolvidos num determinado sistema, proporcionam a possibilidade de se
planejar uma estrutura de polímero associativo mais adequada às necessidades
práticas com menor custo e melhor qualidade [8].
O trabalho apresentado nesta Dissertação representa a primeira etapa deste
processo, pois, a partir dela outras variáveis como, a estrutura do monômero
associativo, tipo de veículo e composição da pasta pigmentaria poderão ser
4
correlacionados, possibilitando novas alternativas de estudos e de produtos de
mercado.
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Um estudo profundo a respeito de espessantes é uma tarefa difícil e complexa
devido aos vários tipos existentes, ao universo de suas aplicações e aos conceitos
teóricos e técnicos nos quais eles estão inseridos. A pesquisa bibliográfica procurou
dar ênfase à técnica de polimerização mais usada para obtenção dos polímeros
associativos; ao mecanismo de atuação destes polímeros e ao sistema disperso
escolhido para avaliação.
2.1 – CONCEITOS BÁSICOS
No estudo dos temas espessantes associativos e sistemas dispersos foi observado a
necessidade de serem abordados alguns conceitos teóricos como a viscosidade e
tipos de comportamento reológico, interação entre partículas, e o conceito de
espessamento.
2.2.1 – Viscosidade e tipos de comportamento reológico
A viscosidade de um fluido pode ser definida como sendo a propriedade que o
mesmo apresenta em oferecer uma maior ou menor resistência à deformação
quando sujeito a forças de escoamento [20-23].
Newton realizou um dos primeiros estudos de fluxo de um fluido. Ele considerou um
modelo constituído por duas lâminas paralelas, de mesma área, A, próximas uma da
outra à distância y, entre as quais existe um fluido. Ao se aplicar uma força
tangencial F sobre a lâmina superior, mantendo fixa a inferior, cada partícula do
fluido percorre uma trajetória paralela às lâminas, com velocidade constante. No
entanto, a velocidade das diversas partículas varia de v, junto à lâmina superior e é
igual a zero junto à lâmina inferior. Newton postulou que a força tangencial F é
diretamente proporcional à área A da lâmina e ao gradiente de velocidade ou taxa de
5
cisalhamento, dv/dy. A relação F/A é denominada de tensão de cisalhamento e a
relação tensão de cisalhamento por taxa de cisalhamento é denominada de
viscosidade absoluta µ. A Equação 1 define:
µ= F/A = σ/ ý (Equação 1)
onde
σ = tensão de cisalhamento (Pa); e
ý = taxa de cisalhamento (1/s)
Um fluido newtoniano caracteriza-se por possuir uma viscosidade constante, ou seja,
a viscosidade absoluta (µ) independe da variação da taxa de cisalhamento e é o
coeficiente angular da reta na Figura 1 [20-23].
Outros fluidos podem apresentar uma viscosidade dependente da taxa de
cisalhamento. Estes são denominados fluidos não-newtonianos e podem ser
classificados em: pseudoplástico com tensão de cisalhamento, plástico de Bingham
(viscoplástico), pseudoplástico e dilatante (Figura1). Todos estes tipos de
escoamento são independentes do tempo de atuação da taxa de cisalhamento. Há
casos por outro lado que o escoamento de um fluido é dependente do tempo da
aplicação da taxa de cisalhamento. Eles são classificados como tixotrópicos ou
reopéticos.
Os tixotrópicos apresentam uma diminuição da viscosidade com o tempo de atuação
da taxa de cisalhamento constante até alcançar o equilíbrio. É uma transformação
isoterma reversível. Tem-se como exemplo, as tintas, argilas e, particularmente a
bentonita.
Os fluidos reopéticos são raros e apresentam um comportamento oposto aos
tixotrópicos. Há um aumento da viscosidade com o tempo de atuação de uma taxa
de cisalhamento constante.
6
Para os fluidos não-newtonianos, a resistência oferecida ao escoamento é medida
pela viscosidade aparente (µap ), cujo o valor é o coeficiente angular da reta que
passa pela origem (Figura 1). A µap corresponde a viscosidade de um fluido
newtoniano que exibe a mesma tensão de cisalhamento para uma dada de taxa de
cisalhamento.
Os fluidos denominados plásticos de Bingham e pseudoplásticos com tensão
distinguem-se dos outros fluidos por requererem uma tensão limite de escoamento
(yield stress), para que o fluido comece a escoar (Figura 1). Nos fluidos
pseudoplásticos a viscosidade aparente diminui com o aumento da taxa de
cisalhamento. Este comportamento pode ser encontrado em sistemas coloidais onde
as partículas assimétricas, com orientação ao acaso, ficam inicialmente
emaranhadas, formando uma rede tridimensional, dificultando o escoamento. Com o
aumento da taxa de cisalhamento a rede rompe e o escoamento é facilitado,
diminuindo a viscosidade [20-23].
Nos fluidos dilatantes tem-se um aumento da viscosidade aparente com o aumento
da taxa de cisalhamento. Pode ser observado também uma tensão limite (yield
stress) no sistema, em função da instabilidade. A Figura 1 demonstra claramente os
diversos tipos de fluxo independentes do tempo.
A unidade de viscosidade mais usada é mPa.s, cuja correspondência com outras
unidades também é empregada:
1mPa.s = 1cP = 0,001kg/m.s
1Pa.s = 10 poise
1cP = 0,01 poise
onde
mPa.s = milipascal segundo
cP = centipoise e
Kg/ms = quilograma/m.s
7
Figura 1 – Tipos de fluxo independentes do tempo [23]
Modelos empíricos
Os principais modelos empíricos empregados na caracterização do escoamento de
um fluido são os de Ostwald - de Waele e Herschel-Bulkley (Equação2), baseados
na Lei das Potências [20-23].
σ = σ0 + K ýn (Equação 2)
onde:
ý = taxa de cisalhamento (1/s)
σ = tensão de cisalhamento (Pa)
σo = tensão limite de escoamento (Pa)
σ0 = 0 para fluidos newtoniano, pseudoplástico e dilatante
K = índice de consistência sendo que
K = µ para fluidos newtonianos
n = 1 para fluidos newtonianos e plástico de Binghan
n < 1 = para fluidos pseudoplásticos
n > 1 = fluido dilatante
8
Um outro modelo usado é o de Casson, representado pela Equação 3:
σ ½ = σ0 ½
+ µap ½ γ ½ (Equação 3)
Tipos de viscosímetros
Há um grande número de viscosímetros comerciais de acordo com a geometria de
medição; faixas de viscosidade e taxas de cisalhamento. Os critérios de escolha
envolvem a natureza do material; a viscosidade; a elasticidade e a dependência da
temperatura, além da precisão e exatidão requeridas. A maioria dos viscosímetros
disponíveis no mercado são incorporados a ensaios padrão de muitas indústrias,
que somente avaliam um único ponto na curva de comportamento reológico.
Segundo a geometria de medição, dois tipos de viscosímetros são considerados:
Os viscosímetros capilares são os mais antigos. A tensão de cisalhamento é
fornecida em função da pressão a que o fluido é submetido ao fluir através de um
tubo capilar. Eles são precisos para medidas de fluidos Newtonianos até valores de
20.000 mPa.s. O viscosímetro capilar mais conhecido é o de Ostwald.
Os viscosímetros rotacionais são constituidos de duas partes básicas separadas
pelo fluido que está sendo analisado. As partes podem ser cilindros concêntricos
(copo e rotor), de placas, de cone e placa ou discos. Uma das partes gira em relação
a outra e produz cisalhamento do fluido. A viscosidade é medida em função do
torque fornecido para produzir uma velocidade angular ou a velocidade angular
necessária para produzir um torque. Eles são mais versáteis. As marcas de
viscosímetros rotacionais mais conhecidas são Brookfield, Fann, Haake [20-23].
2.2.2 - Interação entre partículas
Para o entendimento da reologia de um sistema envolvendo interação de partículas
é necessário estar familiarizado com conceitos e termos usados na literatura. A
9
viscosidade do látex é freqüentemente expressa como viscosidade relativa, ηr, a
qual é obtida pela viscosidade do látex dividida pela viscosidade da fase aquosa, ηs.
A concentração de partículas é a medida da fração de volume φ, que é definida
como o volume da fase dispersada do polímero dividido pelo volume total do
sistema. Se a densidade de partículas do polímero é conhecida, a fração de volume
é facilmente calculada a partir da concentração em peso do polímero. O volume ou a
concentração de partículas é o fator mais importante no controle da viscosidade do
látex. Em baixas concentrações, as partículas de látex têm um efeito muito pequeno
na viscosidade quando comparado com polímeros em solução. Entretanto, em um
sistema disperso, quando a concentração de partículas se aproxima de um valor
médio de volume φm, há um aumento sensível na viscosidade [22].
As situações de baixas concentrações, em geral estão abaixo dos interesses
industriais. Por outro lado, é bom entender que nestas condições estamos próximos
de uma situação onde não há interação entre as partículas, pois, neste ponto, as
distâncias entre as partículas são muito grandes e o tipo de fluído é newtoniana.
Quando a concentração de partículas está acima de 0,25 da fração de volume, as
partículas começam a se aproximar uma das outras e as interações começam a
predominar. A viscosidade relativa aumenta muito rapidamente de forma que a
fração de volume se aproxima de um valor φm, onde todas as partículas estarão em
contato e incapazes de movimento. Esta é a região de interesse industrial e os
fatores tais como, o tamanho de partícula, distribuição e estabilidade, começam a
serem importantes. Supõe-se que no ponto φm, todas as partículas têm o mesmo
tamanho [22].
Obviamente, os efeitos das interações interpartículas são predominantes em
concentrações altas e, neste caso, a distância entre as partículas (h) depende do
tamanho da partícula (Equação 4):
h = [(0,74/φ)¹/³ - 1] . d (Equação 4)
onde d = diâmetro da partícula a uma fração de volume de 0,0920
10
Se a área superficial é considerada, as interações interpartículas também são
consideradas (Equação 5).
St = 6Vt/d η= 6/πd³ (Equação 5)
onde
d = diâmetro da partícula
St = área superficial
Vt = volume do polímero
η = número de partículas em um dado volume
Einstein, assim como tantos outros, foram responsáveis pelas várias derivações que
possibilitaram demonstrar conceitos a partir de modelos matemáticos das influências
dos tamanhos de partículas e as forças interpartículas, que também relacionam o
volume efetivo das partículas versus formas de superfícies das partículas.
Muitas interações no meio de uma tinta ou em sistemas dispersos, em geral, têm
sido estudadas de acordo com a literatura, e são suportados pelos conceitos de
áreas superficiais, tamanhos e conceitos de mobilidades das partículas; interações
como dos surfactantes adsorvidos aos polímeros estabilizadores com grupos ou
segmentos de polioxietileno, ou dos compostos celulósicos, ou devido a presença
de cargas na superfície determinam modificações destes parâmetros [1-17,22].
2.2.3 - Espessamento
Formulações de revestimentos de superfícies (coatings) em meio aquoso,
usualmente requerem ajuste de viscosidade ou mais precisamente, controle
reológico. A viscosidade de um látex ou outro tipo de dispersão é essencialmente
função da concentração de sólidos no volume da dispersão. Contudo, o volume
efetivo pode ser controlado de diversas formas como distribuição do tamanho de
partícula, adsorção de aditivos como surfactantes ou por adição de alguns polímeros
no meio [22].
11
A capacidade dos polímeros em influenciar a reologia de um sistema é devido ao
grande volume que uma solução de macromoléculas ocupa, comparado às
dimensões das suas unidades individuais. O volume desta solução é hidrodinâmico
e é determinado por alguns parâmetros estruturais como tamanho da cadeia,
interações com o meio, forças de repulsão e associativas, concentração,
temperatura e taxa de deformação a qual é submetida. O aumento deste volume ou
o inchamento destes polímeros é percebido pelo aumento da viscosidade do
sistema, denominado de espessamento [19,24].
Muitos látices contendo uma pequena quantidade de ácido carboxílico na sua
estrutura podem conferir estabilidade ao sistema contra a agregação. A quantidade
requerida destes produtos é muito pequena, não atingindo nem 1% da composição
dos meios. Nestes níveis, as cargas envolvidas no sistema, devido à presença dos
grupos ácidos, têm uma influência significativa nos efeitos eletroviscosos do sistema
e não contribuem muito para o aumento da viscosidade como exemplo, são citados
os dispersantes. Látices com maior teor de grupos ácidos na sua estrutura incham
no meio quando o pH é alcalino, aumentando o volume efetivo do meio e por
conseqüência a viscosidade são chamados de espessantes [25].
2.2 - ESPESSANTES
Os polímeros que possuem a característica de aumentar a viscosidade do meio
mantendo sua estabilidade são chamados de espessantes. Os espessantes podem
ser classificados como orgânicos ou inorgânicos; solúveis, insolúveis e álcali-
solúveis ou incháveis em água; derivados naturais ou completamente sintéticos;
não-iônico ou aniônico; associativo ou não associativo. No nível estrutural da sua
composição os espessantes são classificados em “convencionais” ou associativos e
a distinção estrutural é suportada pelas diferenças nas propriedades reológicas
observadas. Com relação ao processo de polimerização, a literatura classifica os
espessantes como aquosos e não-aquosos. Esta distinção tem permitido uma
variedade de técnicas diferentes na preparação destes produtos, incluindo a
polimerização em solução com solventes orgânicos, polimerização por precipitação
12
em solventes orgânicos, polimerização em suspensão e, mais comumente e a mais
vantajosa, a polimerização em emulsão [22, 24,26].
Quando os espessantes convencionais são obtidos por emulsão, os polímeros são
denominados de emulsões álcali-incháveis ou álcali-solúveis (ASE); quando os
polímeros são associativos, hidrofobicamente modificados e também polimerizados
em emulsão eles são denominados de hidrofobicamente modificados (HASE).
Devido as características relativas ao desempenho e a facilidade de manuseio e uso,
os espessantes dos tipos ASE e HASE encontram uma vasta aplicação industrial
tais como, tintas látex, coatings em geral, tintas flexográficas, produtos
agroquímicos, higiene pessoal (personal care), uso doméstico e sanitário
(detergente, desinfetantes e ceras para piso) etc. [19].
2.2.1 – ESPESSANTES CONVENCIONAIS
O grupo dos espessantes convencionais é composto pelos polímeros semi-sintéticos
como os derivados celulósicos, hidroxietil celulose (HEC), metil celulose, etil
hidroxietil celulose, carboximetil celulose (CMC); os naturais, dextrina, alginato e
caseína e os inorgânicos com a bentonita. Os espessantes sintéticos são
classificados como: não-iônicos, dos quais são exemplos as poliacrilamidas, o poli
(álcool vinílico) e os poliuretanos etoxilados, e os aniônicos do tipo álcali-solúvel os
quais, os exemplos mais comuns são os copolímeros estireno-maleico e as
emulsões acrílicas e álcali-incháveis podendo ter monômeros bifuncionais ou não na
sua estrutura [26].
Alguns espessantes merecem destaque em função do vasto uso verificado na linha
de tintas arquitetônicas e em função dos seus mecanismos de atuações:
Espessantes celulósicos
Os éteres de celulose são formados por cadeias cíclicas de unidades de β-anidro-
glicose. Cada unidade de anidro-glicose contém 3 unidades de OH reativos. Para um
dado tipo de éter celulósico, o peso molecular é o fator determinante para a
13
eficiência do grau de espessamento e da reologia obtida. Entretanto na prática, os
fabricantes de derivados celulósicos do tipo éter graduam seus produtos em função
da viscosidade das suas soluções mais do que pelos seus pesos moleculares.
Os espessantes celulósicos geram viscosidade em água, predominantemente,
através de um mecanismo hidrodinâmico o qual é, em sua maior parte, devido ao
peso molecular do polímero. Maiores pesos moleculares conferem aos éteres
celulósicos maior eficiência no espessamento. Fortes ligações hidrogênio são
formadas entre as cadeias do polímero e as moléculas de água. Em função desta
hidratação e pelos emaranhados formados pelas moléculas de celulose, a
mobilidade das moléculas de água no meio fica reduzida, conduzindo a um
espessamento na fase aquosa. Este mecanismo está demonstrado na Figura 2.
O espessamento promovido pelos espessantes celulósicos ocorre na fase aquosa a
sua eficiência é independente de outros componentes da dispersão. A reologia
desenvolvida por este tipo de espessante é caracterizada por um forte fluxo do tipo
pseudoplástico, isto é, alta viscosidade em baixo cisalhamento e baixa viscosidade
em alto cisalhamento o que pode provocar alguns defeitos de aplicação como baixo
nivelamento e problema de cobertura quando, a tinta é aplicada por rolo ou pincel
[26].
Figura 2 – Espessamento DO éter celulose (HEC) [27]
Hidratação das
moléculas da
celulose
Mecanismo de
espessamento
14
Uma outra desvantagem deste tipo de espessante é a tendência à degradação por
microorganismos. Somente este fato já é motivo suficiente para limitar o seu uso
uma vez que, um ataque desta natureza significa alterar totalmente as
características de uma tinta, como por exemplo, a queda da viscosidade, ou seja, da
consistência da tinta [26].
Poliacrilatos
O uso dos derivados do poli (ácido acrílico) na indústria de tintas é limitado. Embora
estes produtos sejam obtidos com altos teores de sólidos (pó e solução) e
apresentarem boa solubilidade, necessitam ser neutralizados antes do uso. Este fato
corresponde a mais uma etapa no processo de fabricação da tinta o que muitas
vezes é inviável. Além disso, estes produtos são extremamente higroscópicos, de
solubilidade lenta, requerendo grandes quantidades de água para hidratar.
Aniônicos – emulsões álcali-solúveis e álcali-incháveis
Espessantes álcali-incháveis e álcali-solúvel (alkali-sweallable and alkali-soluble
emulsions – ASE) são definidos como copolímeros carboxilados produzidos por
polimerização via radicais livres.
Uma grande variedade de monômeros tem sido usada em copolimerização para
preparar espessantes do tipo ASE. A única limitação em relação à composição
monomérica consiste na necessidade de que um dos monômeros tenha
funcionalidade ácida em concentração suficiente para conferir inchamento ao
polímero ou solubilidade parcial ou completa, após a neutralização com uma base
apropriada. Os ácidos e anidridos normalmente usados na síntese são os ácidos
acrílicos, metacrílico, crotônico, itacônico, maleico, fumárico etc. Monômeros
hidrofóbicos usuais são: acrilato de alquila, metacrilato de alquila, estireno, acetato
de vinila etc; entretanto, o mais usado é o acrilato de etila. Os copolímeros finais
possuem, portanto um balanço hidrofílico-hidrofóbico e são insolúveis em água em
pH ácido. O copolímero de acrilato de etila e ácido metacrílico com relação
15
aproximada entre 60:40, tem sido muito usado como modificador reológico [11-
14,18].
Mecanismo
Os polímeros álcali-solúveis ou álcali-incháveis em emulsão são obtidos em pH
ácido. Á medida que o pH vai sendo aumentado, começa a ocorrer hidratação das
moléculas do polímero; as cadeias de polímeros começam a se expandir em função
das forças de repulsão eletrostática geradas pela ionização dos grupos ácidos,
resultando na dissolução e no aumento das dimensões hidrodinâmicas da cadeia de
polímero. Observa-se, com isso, um aumento dos emaranhados, intensificando,
portanto, as forças intermoleculares do sistema, como demonstrado na Figura 3.
O aumento da viscosidade que ocorre por este processo é denominado de
espessamento hidrodinâmico. Os espessantes, neste caso, não atuam apenas na
fase aquosa da tinta, mas iniciam algumas adsorções das moléculas do polieletrólito
formado em uma ou duas partículas da dispersão. Esta adsorção interpartícula ou
ponte molecular é responsável pelo aumento da viscosidade do meio [19, 22,26].
Figura 3.1 – Mecanismo de ação do espessante convencional aniônico/1 –
alcalinização [27]
Dispersão
ácida
Solução
alcalina
16
Figura 3.2 – Mecanismo de ação de um espessante aniônico convencional/2 –
adsorção [27]
Técnicas simples, tais como condutividade e titulação potenciométricas têm sido
usadas para avaliar a distribuição dos grupos ácidos nas partículas dos
espessantes. Copolímeros de ácido acrílico ou ácido metacrílico com acrilato de etila
apresentam três pontos de equivalência; o primeiro em função das espécies
iniciadoras fortemente ácidas; o segundo em função da superfície das partículas e
grupos ácidos solúveis no meio e o terceiro, em função dos grupos carboxilas
internos (core). Com o aumento do pH, as camadas superficiais do látex começam a
dissolver e grupos internos começam a inchar próximo ao segundo ponto de
equivalência. Core deficientes de grupamentos ácidos somente incham e não se
dissolvem [19].
As alterações morfológicas em função do aumento do pH podem ser
acompanhadas por microscopia eletrônica. Trabalhos nesta linha demonstraram que
a distribuição dos grupos ácidos é extremamente afetada pelo tipo de processo
utilizado na polimerização em emulsão. Sistemas de polímeros com o mesmo teor
de grupos ácidos, produzidos por batelada, demonstram uma densidade de grupos
ácidos na superfície maior que o processo semi-batelada. O efeito é minimizado pela
possibilidade de distribuição nas partículas. Outros trabalhos nesta área demonstram
hidratação
Adsorção na superfície da partícula
17
que o ácido metacrílico tem uma tendência maior em penetrar no interior dos
emaranhados que o ácido acrílico, o que provoca um inchamento mais efetivo e
distribuído [19].
Os espessantes convencionais do tipo ASE podem conter ainda na sua estrutura um
monômero bifuncional como dialilftalato ou divinilbenzeno. A adição destes
monômeros na composição do espessante aumenta o poder de inchamento das
cadeias. Quando diluídas e alcalinizadas tem-se a formação de uma solução de
microgel, que pode formar solução transparente e verdadeira. Este tipo de
espessante é considerado mais eficiente, porém, extremamente dependente da
concentração do monômero bifuncional. Normalmente são usados menos que 1%
nas composições; quando quantidades maiores que a determinada são usadas
podem impedir o inchamento das partículas, por que elas perdem a mobilidade,
enquanto que quantidades muito pequenas causam uma solubilidade rápida e total
[19,29].
2.2.2 – ESPESSANTES ASSOCIATIVOS ANIÔNICOS
Com base em evidências presentes na literatura, uma pequena dúvida permanece
em relação à natureza associativa dos espessantes do tipo HASE. O termo
associativo é usado desde o final de 1950, quando Fordyce propôs o mecanismo de
redes, considerando um sistema acrilato de etila-metil metacrilato-ácido metacrílico
(EA-MMA-MAA) em dispersão aquosa. A associação exibida, contudo, era pequena;
em outras situações onde monômeros do tipo dodecil metacrilato, octadecil
metacrilato estavam presentes era de se esperar associações mais fortes, mas tal
efeito não foi e não é verificado. Isto ocorre talvez pelo fato de que estes
monômeros sejam muito grandes em relação ao comonômero usual, acrilato de etila,
muito pequeno. O mesmo acontece com polímeros de acrilamida, anidrido maleico e
alquilvinil éter. Sendo assim, a classificação entre convencional e associativo pode
não ser imediatamente óbvia sem uma caracterização física [19].
Os espessantes associativos são divididos em dois grupos: não-iônicos,
naturalmente derivados, como a hidroxietil celulose hidrofobicamente modificada
18
(HMHEC) e os sintéticos que podem ser: os aniônicos como as emulsões álcali-
solúveis hidrofobicamente modificadas (HASE) e os não-iônicos, dos quais os
melhores exemplos são os uretanos etoxilados hidrofobicamente modificados
(HEUR) e as poliacrilamidas hidrofobicamente modificadas (HPAM).
Os espessantes associativos em emulsão se diferem estruturalmente dos
convencionais do tipo aniônico, também em emulsão, porque possuem nas suas
composições um terceiro monômero denominado macrômero ou monômero
associativo. Os macrômeros podem ser considerados tensoativos copolimerizáveis
conforme demonstrado na Figura 4. Os macrômeros são normalmente obtidos a
partir da reação dos tensoativos não-iônico e, portanto, etoxilados com um ácido, um
anidrido, ou uma amida insaturados. O segmento etoxilado corresponde à parte
hidrofílica da estrutura. Os macrômeros possuem duas terminações, ou seja, de um
lado a parte insaturada e do outro, a parte hidrofóbica; os grupos terminais são
separados pelos segmentos etoxilados e, entre a insaturação e a etoxilação pode-se
ter grupos éster, uretano, isocianato, amida etc [26].
Figura 4 – Estrutura do macrômero do tipo éster
Schonoonbrood e seu grupo [30-31] têm discutido as vantagens de se usar produtos
do tipo tensoativos copolimerizáveis. Eles têm trabalhado com tensoativos
copolimerizáveis do tipo aniônico, no entanto, as verificações deles têm sido de
grande valia na composição das estruturas dos espessantes associativos. Eles
incluíram em suas pesquisas questões como a reatividade e estabilidade do látex
R - CH = C – CO2 - ( CH - CH2 - O )X -R
| R
R2
|
Grupo hidrofílico
Grupo polimerizável Grupo hidrofóbico
19
em relação a eletrólitos, a estocagem e a gelificação. Usando primariamente as
técnicas de titulação de duas fases e a condutividade, os pesquisadores
determinaram a conversão dos tensoativos copolimerizáveis, assim como
demonstraram e confirmaram que os metacrilatos eram muito mais reativos que os
crotonatos e acrilatos na presença de alguns monômeros, como estireno e acrilatos.
Foi demonstrado também que os tensoativos copolimerizáveis são um grande
avanço na resolução de diversos problemas de polimerização, assim como o fato de
conferirem às cadeias principais tipos diferentes de interações. Os tensoativos
copolimerizáveis de baixo peso molecular são chamados na literatura de surfmers.
Exemplos de surfmers são o aliléter sulfonato de sódio com diferentes graus de
etoxilação e os vinil sulfonatos de sódio.
Há também uma série de trabalhos que destacam especial atenção à área de
formação de películas. Normalmente, as técnicas usadas para esta avaliação são
microscopia e temperatura de formação de filme (TMFF) sendo esta última,
vastamente usada na área de tintas. Os estudos, em geral, demonstram que o
polímero composto com um macrômero ou misturado a um polímero associativo,
apresenta melhor formação de filme, além de se mostrar mais flexível. As avaliações
de filmes na indústria de tinta sempre estão associadas a testes de lavabilidade ou
scrub resistance. Normalmente o que se verifica em relação a resistência a água é
que, na presença de um macrômero a resistência a água do filme é sempre melhor
[19].
A literatura descreve uma gama enorme de estruturas possíveis de macrômeros e,
de fato, as possibilidades são muitas. Muitos trabalhos têm sido feitos avaliando a
influência do tamanho dos grupos hidrofóbicos no desenvolvimento da viscosidade e
nos efeitos sobre a taxa de cisalhamento. Os grupos mais trabalhados são: C12, C18,
C22 e suas influências são estimadas pelas diferenças no potencial químico do
polímero e os emaranhados dos grupos hidrófobos, e pelas curvas de fluxo
apresentadas pelos polímeros catiônicos finais em solução aquosa. Estes trabalhos
demonstram que o parâmetro de solubilidade varia muito pouco com o tamanho dos
grupos alquila, porém, conduz a uma alteração no volume molar de 227,1 para 399,2
cm3 /mol e a conseqüência desse fato é demonstrada pelas diferenças nas curvas de
20
fluxos destes materiais. O aumento no tamanho do grupo hidrofóbico acentua o
aumento do grau de pseudoplasticidade dos produtos HASE [11-15,18].
Em relação ao número de etoxilação envolvido na composição estrutural do
macrômero, a literatura descreve como comum uma faixa de 18 a 80 números de
etoxilação (EO). A literatura, no entanto, concentra mais atenção a esta variável nos
espessantes associativos do tipo HEUR, o que será comentado mais tarde [7, 11,
13,18].
A ramificação de um macrômero pode interferir da mesma forma que o aumento no
tamanho da cadeia de EO, pois, em ambos os casos, há uma diminuição das forças
intramoleculares também fundamentais no comportamento reológico do polímero.
Este comportamento é visualizado na prática pela tendência do sistema apresentar
floculação - separação de fase. O mesmo comportamento pode ser simulado quando
diminuímos a concentração do espessante no meio [20].
A determinação do peso molecular dos polímeros associativos hidrofobicamente
modificados é uma tarefa difícil devido ao fator de agregação que estes polímeros
apresentam quando em solução. A técnica mais utilizada para esta determinação é o
espalhamento de luz e a faixa assumida para o peso molecular tem sido entre 1 e 2
X 105 Da. O número de grupos hidrofóbicos assumidos para esta faixa de peso
molecular tem sido de 5 a 6 grupos por cadeia, como estimado a partir de reações
estequiométricas. A viscosidade intrínseca para estes polímeros tem sido feita na
condição de solução, porém, com algumas restrições em relação às interações no
meio [7,18].
Com relação ainda ao peso molecular, existem alguns trabalhos na literatura que
fazem uso de agentes de transferência na polimerização. Estes trabalhos discutem a
questão da distribuição de peso e suas relações com as propriedades reológicas
[32-33].
21
Estrutura dos polímeros HASE
A estrutura dos espessantes do tipo HASE, como demonstrado na Figura 5, é
bastante similar aos espessantes convencionais aniônicos álcali-solúveis. Os
polímeros do tipo HASE podem ser classificados como polieletrólitos
hidrofobicamente modificados. A cadeia principal do polímero possui cargas depois
de alcalinizados com uma base. Como já mencionado, a distribuição dos grupos
ácidos na superfície da fase dispersa requer um balanço entre a hidrofilicidade do
látex e da temperatura de transição vítrea (Tg) na composição final do copolímero. A
natureza da hidrofilicidade do látex pode afetar a solubilidade da dispersão quando,
por exemplo, a amônia é adicionada. Monômeros difuncionais são incluídos na
síntese para promover ligação cruzada e manter a integridade da dispersão. Em pH
baixo temos um polímero em emulsão estável e as carboxilas não-carregadas. Em
pH maior (>6), os grupos ácidos ionizam e o polímero vai se tornando solúvel. Estes
polímeros espessam em soluções por um mecanismo associativo e por expansão do
polímero em pH alto, devido ao alto peso molecular e repulsão de cargas. As
soluções espessadas são transparentes.
A difusão dos espessantes do tipo HASE em solução foi investigada via
espectrometria de ressonância magnética nuclear (MNR). O HASE considerado
tinha composição: acrilato de etila (50%), ácido metacrílico (49%) e um macrômero
associativo contendo um grupo hidrofóbico linear e um segmento etoxilado. Foi
observado que existe uma distribuição larga dos agregados e associações na
solução. Menor coeficiente de difusão foi verificado para o sistema contendo 35 EO;
também foi constatado que, se o tamanho do grupo hidrofóbico diminui, o coeficiente
de difusão aumenta. Estes resultados demonstraram o quanto complicado é o
mecanismo de associação nos espessantes do tipo HASE [34].
22
Figura 5 – Estrutura básica de um espessante acrílico associativo tipo HASE com
macrômero do tipo éster
Mecanismo de ação dos espessantes do tipo HASE
O mecanismo predominante no sistema associativo é dirigido pelas interações dos
grupos hidrofóbicos das moléculas do espessante com as partículas coloidais
hidrofóbicas (veículos ou ligantes e alguns pigmentos) como demonstrado nas
Figuras 6 e 7, porém, estas não são específicas. Os grupamentos hidrofóbicos em
água se encontram altamente organizados, onde as moléculas de água estão
orientadas, como demonstrado na Figura 8, maximizando as interações do tipo
ligação de hidrogênio de forma a mantê-los agrupados, a fim de minimizar um
possível rompimento. Além disso, uma desfavorável entropia não permite a
dissolução dos emaranhados entre as cadeias poliméricas (clusters) [22,26].
23
EA en agua EA con Polímero
“flower” micelle
latex particle
Figura 6 – Estrutura das associações e interações do espessante HASE em solução
aquosa e em presença de partículas [28]
CONVENCIONAL vs ESPESANTE ASOCIATIVO
EN PELICULA DE LATEX
Convencional Asociativo
Figura 7 – Comparação entre espessantes convencionais aniônicos e associativos
HASE na presença de partículas [28]
micela tipo flor
espessante associativo em água
espessante associativo com polímero
partícula de latex
espessante convencional versus espessante associativo em relação a superfície de um
latex
24
Figura 8 – Mecanismo de espessamento na neutralização de um espessante acrílico
associativo [27]
Embora a interação hidrófoba seja o mecanismo associativo predominante para os
espessantes em tintas, algumas evidências suportam um mecanismo adicional, de
natureza hidrofílica: interações do tipo íon-dipolo entre os grupos carboxílicos
presentes na superfície do látex e segmentos de óxido de etileno presentes na maior
parte dos espessantes [19]
2.2.3– ESPESSANTES URETÂNICOS NÃO-IÔNICOS
Os espessantes poliuretânicos podem ser sintetizados a partir de um sistema
clássico denominado de HEUR (espessante associativo uretânico hidrofobicamente
modificados) onde temos um diisocianato alifático ou aromático como diisocianato de
isoforona (IPDI), 1,6 hexametileno diisocianato, 2,4 e 2,6 tolueno diisocianato (TDI);
um poliglicol do tipo poli (etileno glicol); a literatura descreve o uso de compostos
com três ou mais grupos OH como trimetilol-propano, glicerol; e um material
difuncional hidrofílico que é linear e com funcionalidade terminal do tipo 1,2
hexanodiol, 1,10-decanodiol. Este tipo de espessante poliuretânico normalmente é
sintetizado em meio solvente orgânico como tolueno, xileno, N-metilpirrolidona,
acetato de etila ou acetato de butila; O peso molecular do poliuretano é normalmente
determinado por cromatografia de Permeação em gel (GPC) e normalmente o Mn
Formação de emaranhados tipo
micelar
Associação e adsorção por
interações hidrofóbicas
25
está na faixa de 10000 a 30000u.m.a. e é controlado pela relação de equivalentes de
OH: NCO; No final o solvente é removido e o produto pode ser diluído em água ou
em misturas de solventes mais convenientes à indústria de tintas. A literatura
descreve que estes espessantes apresentam melhor desempenho quando
comparado com os outros do tipo HASE normal (terpolímero), devido à distribuição
de peso molecular [2,13,15,16,17].
Uma outra situação consiste em se ter um pré-polímero formado com terminação
NCO sendo posteriormente estendido na água em uma segunda etapa, reagindo
quimicamente com monoálcoois ou monoaminas hidrofóbicos. Os trabalhos na linha
dos espessantes uretânicos se concentram basicamente em determinar o
comportamento de um dado produto no qual se varia, por exemplo, o número de
grupos etoxilados e a relação NCO/OH [2,35-34].
Os espessantes do tipo HEUR (espessantes uretânicos hidrofobicamente
modificados) são adsorvidos na superfície da partícula de um látex se os
grupamentos hidrofóbicos terminais forem suficientemente grandes e se a superfície
da partícula for suficientemente apolar. O tempo de vida das interações do grupo
hidrofóbico HEUR e a partícula é muito pequeno (<<1s). Novas interações são
formadas e destruídas continuamente. Desta forma, entende-se que os espessantes
HEUR se comportam de maneira similar a um tensoativo não-iônico [4-5].
Os espessantes uretânicos são normalmente viscosos, sendo este fato uma
desvantagem ou que dificulta a sua incorporação no meio aquoso. Muito tem sido
feito para reduzir esta viscosidade como, por exemplo, através da redução do peso
molecular, redução da concentração, o que também não é adequado, pois, há uma
redução dos constituintes ativos e, por conseqüência, uma redução na ação. Um dos
métodos convenientes para redução da viscosidade é o uso de solventes miscíveis
com água. Entretanto, neste caso, o problema é o efeito ambiental, pois grandes
quantidades de solventes são necessárias, além do que, a adição de solventes pode
comprometer a aplicação e a estabilidade. Outra forma de reduzir a viscosidade dos
espessantes uretânicos é pela adição de tensoativos não iônicos e, portanto,
etoxilados [13, 15,35-37].
26
Os espessantes HEUR têm no mínimo 2 grupos hidrofóbicos por molécula. Os
grupos hidrofóbicos formam “pontes associativas” que, por sua vez, possuem um
tempo de vida muito curto como foi demonstrado na figura 21. As partículas dos
látices comprimem todo o tempo os espaços e os emaranhados entre as pontes. Tal
movimento induz a um nível de viscosidade em baixo cisalhamento [4-5,35-37].
Em síntese é possível admitir, baseado no levantamento bibliográfico realizado nesta
Dissertação, que os parâmetros que controlam o mecanismo de atuação dos
espessantes, avaliados na grande maioria das vezes através de medidas reológicas
como propriedades viscoelásticas e extensional dos polímeros associativos, são
exatamente os parâmetros demonstrados em relação a estrutura e à composição
final destes polímeros, isto é: 1-) estrutura e concentração do macrômero no
polímero, incluindo tamanho, estrutura do grupo hidrofóbico, número de EO entre o
grupo hidrofóbico e a dupla ligação, a natureza da ligação entre o EO e a dupla, isto
é, se é éster, éter, amida, uretano e a estrutura da dupla (acrílica, metacrílica,
crotônica e itacônica); 2-) estrutura e concentração dos grupos ácidos, bem como
sua distribuição na superfície da partícula; 3-) solubilidade em água; 4-) Tg; 5-)
presença ou não de monômeros especiais na composição final do produto, tais
como, os monômeros que reticulam durante a polimerização, como trimetilol-
propano, triacrilato, divinil-benzeno, ftalato de dialila; 7-) estrutura e concentração
dos monômeros funcionais que intercruzam, por exemplo: hidroxietilmetacrilato; 8-)
peso molecular do polímero final [31].
2.3 – TINTAS
Os produtos fabricados pelas indústrias de recobrimento superficial são
indispensáveis para a preservação de todos os tipos de estruturas arquitetônicas
inclusive fábricas, contra o intenperismo. Além do efeito protetor, as tintas, vernizes
e lacas tornam os artigos mais atraentes, realçando os efeitos estéticos.
Tintas e vernizes são materiais de recobrimento, de composição líquida, geralmente
viscosa, constituída por uma parte sólida que são os pigmentos, resinas e aditivos e
uma parte líquida composta por solventes e/ou água. Os sistemas isentos de
27
pigmentos são denominados de vernizes e se os pigmentos são transparentes o
sistema é denominado tingidor.
Segundo o uso, as tintas podem ser brilhantes ou foscas; transparentes ou opacas.
Podem ser, ainda coloridas ou incolores bem como, apresentar resistência a
determinados tipos de agentes agressivos ou de intenperismo, tais como: água, sol,
solvente, oxidação de ar, ácidos, bases, solventes, gases etc.
Classificação
Em relação à forma de processamento e fixação, as tintas são classificadas: por
evaporação de solvente; ou por aquelas que secam por oxidação; ou por
polimerização em temperatura ambiente ou a quente. As tintas podem ser de fundo
ou de acabamento. Também podem ser classificadas pelo brilho como altamente
brilhantes; semibrilhantes; brilhantes; foscas; semifoscas. Podem ainda ser
classificadas como nobres, convencionais ou seminobres. Na realidade não existe
uma nomenclatura padronizada que seja aceita. Há uma tendência de denominação
por nomes gerais como tinta de fundo e tinta de acabamento etc.
Em relação ao veículo as tintas podem ser divididas em: não-convertíveis, que são
os veículos que formam película após o solvente ser evaporado e isso significa que
não ocorrem reações químicas no processo; convertíveis que sofrem reações
químicas após a aplicação como fenólicas e algumas alquídicas [38].
Em relação à resistência mecânica elas são divididas em nobres como as tintas
epoxis; seminobre que são as vinílicas; acrílicas vinílicas; estireno- acrílicas.
As resinas estireno-acrílicas são obtidas através da copolimerização de estireno e
acrilatos, onde o acrilato de butila é o mais usado. Caracterizam-se por conferirem à
tinta uma boa retenção de cor e de brilho, sendo resistentes a raios ultravioletas.
Essas resinas são recomendadas para acabamento e atmosfera pouco agressiva
(tintas de interiores).
28
2.3.1 - NOÇÕES DE FORMULAÇÃO E FABRICAÇÃO
Formulações consistem em se ter as proporções adequadas dos constituintes de
uma tinta de modo a se obter uma tinta com características e propriedades
desejadas. Um dos aspectos mais importante de uma formulação de tinta é a
influência que o teor de pigmento tem ou introduz às características finais do
recobrimento. Tintas com baixo teor de pigmento e elevados teores de veículo são
mais brilhantes, enquanto que aquelas altamente pigmentadas e cargueadas são
foscas. Outras características como pemeabilidade, dureza, abrasão são
profundamente afetadas pela relação entre veículo e pigmento [38-39].
Noções de fabricação
As fábricas de tintas recebem normalmente as matérias primas em condição de
efetuar as misturas. As fases de fabricação são: pesagem das matérias primas; pré-
mistura, que consiste na dispersão dos pigmentos, podendo o veículo estar presente
ou não; moagem, onde normalmente se usa moinho de areia; acabamento
(completagem) que consiste na adição de alguns aditivos com o objetivo de ajustar a
cor e a viscosidade. O Quadro 1 demonstra uma formulação típica de tinta
arquitetônica à base de água.
Quadro 1 – Composição típica de uma tinta arquitetônica Componente Quantidade Comentários
Água 26,97
Dispersante 0,25
Umectante 0,15
Antiespumante 0,25
Hexametafosfato de sódio 0,10
Nitrito de sódio 0,08
Cargas 44,00
Solventes 2,5
Moagem – normalmente feita em
1000 rpm
Espessante 1,0
Binder (Resina) 20,00
Agente Reológico
Espessante 0,80
Conservante 0,30
Água 3,70
Acabamento (Completagem)
1000 rpm
Total 100,00
29
2.3.2 - CONTROLE DE QUALIDADE
Consiste na execução de uma série de testes que, uma tinta é submetida, quer seja
em relação à condição de aplicação quer seja na forma de película seca. O controle
é feito pelo fabricante e corresponde ao enquadramento da tinta nos índices relativos
às propriedades estabelecidas para os diversos segmentos.
Característica e propriedade da tinta pronta – os mais usados
Não voláteis (sólidos/peso)
Este ensaio visa determinar a porcentagem em massa de material não-volátil da
tinta, ou seja, o que permanece após a volatilização do solvente ou água (NBR
7340);
Sólidos em volume
Visa determinar o volume de matéria não volátil, ou seja, o volume de material que
não se evapora. Tem influência na espessura por demão e no rendimento da tinta,
além de influenciar a permeabilidade da película.
Concentração de pigmentos em volume PVC
Um dos mais úteis parâmetros empregados na descrição da composição de uma
tinta é a concentração volumétrica de pigmentos (PVC) que é a fração volumétrica
(percentual) do pigmento sobre o volume total de sólidos do filme seco, descrito na
Equação 6.
PVC = Vp
____________ (Equação 6)
VP + VC
onde
Vp = volume de pigmento
Vc = volume de veículo sólido
30
O PVC confere a película seca da tinta as propriedades de lisura, brilho, rugosidade
e permeabilidade.
Massa específica
Determinada em g/cm3 e de fácil determinação. Revela de imediato se a tinta
apresenta algum problema. É determinada em picnômetro de alumínio.
Viscosidade
Cinemática, copo FORD nº4, com valores normais até 100 segundos. Acima deste
valor determina-se a consistência (ABNTMB991).
Consistência
Consiste em determinar o grau de dificuldade de uma haste para girar no interior de
um frasco de tinta. É determinada em um viscosímetro denominado Stomer. A
medida da consistência é dada em unidades de Krebs (KU). Valores normais são
considerados na faixa de 50 – 100KU.
Estabilidade/sedimentação
É determinada por estocagem ou por teste acelerado em estufa em temperaturas e
tempos especificados. Determina-se a variação de viscosidade. Os valores não
devem superar 10%. Observa-se também o grau de separação da tinta [38].
2.3.3 – COMPOSIÇÃO DA TINTA ARQUITETÔNICA
Resina
O universo do mundo dos veículos (binder) é muito grande e variado. A escolha dos
monômeros, plastificantes, condições de produção, emulsificantes ou colóides
protetores usados determinam papel importante nas propriedades finais das tintas,
tais como: viscosidade, temperatura de formação de filme, resistência à
saponificação e molhabilidade, tamanho de partícula e poder de moagem/umectação
dos pigmentos. A formação do filme de tinta está relacionado com o mecanismo de
reações químicas do sistema polimérico, embora outros componentes, como
31
solventes, pigmentos, aditivos, tenham influência no sentido de retardar, acelerar e
inibir essas reações. As mais importantes dispersões na área de tintas arquitetônicas
são as dispersões de acetato de vinila, estireno-acrílicas e acrílicas puras.
Pigmentos e cargas
Pigmentos e cargas são materiais sólidos finamente divididos, insolúveis no meio.
utilizados para conferir cor, opacidade, certas características de resistência e outros
efeitos. São divididos em pigmentos coloridos, não-coloridos e anticorrosivos. Os
pigmentos empregados industrialmente são invariavelmente fornecidos como
misturas, contendo, portanto, agregados e aglomerações. Os agregados são
partículas difíceis de separar devido à alta coesão entre elas. Os aglomerados são
grupamentos mais fracos de partículas primárias, facilmente dispersáveis nos
processos de manufatura das tintas. Outro fator importante que merece
consideração é a relação entre o tamanho médio das partículas pigmentárias, que
podem ser aproximadamente esféricas, cúbicas, nodulares, aciculares, forma de
agulhas ou bastões ou lamelares. Essa variação na forma cristalina é geralmente da
natureza química e do processo de obtenção. O índice de refração e usado e
relacionado com o poder de cobertura, propriedade da tinta de cobrir o substrato. Os
pigmentos coloridos devem possuir IR superior a 1,5. O índice de refração das
cargas varia entre 1,45 – 1,64; exemplo de pigmentos são o dióxido de titânio e o
óxido de zinco.
As cargas são usadas normalmente para aumentar o volume das tintas e podem ou
não afetar as propriedades óticas, mas afetam diretamente as propriedades
relacionadas com a resistência à água, ao brilho, à reologia, à formação de filme e
durabilidade das tintas. Exemplos de cargas são os carbonatos, silicatos, sulfatos e
óxidos. Eles podem ocorrer naturalmente ou de forma sintética. De forma natural,
eles são extraídos de depósitos naturais através de procedimentos mecânicos, tais
como, moagem e secagem. Os mais importantes são calcita, dolomita, caulim, talco,
mica etc.Os sintéticos são produzidos através de processos químicos e físicos tais
como digestão, precipitação e calcinação.
32
O principal critério de seleção das cargas está relacionado com o tamanho de
partícula, a forma da partícula, a capacidade de absorção de água, dureza, a
dispersabilidade, pureza e cor. Tanto as cargas sintéticas quanto as naturais podem
receber tratamento superficial para melhorar a suas capacidades de dispersão.
Os pigmentos chamados de extensores ou cargas seriam o talco, a barita, a mica, o
caulim, o carbonato de cálcio etc. Eles servem para incrementar a impermeabilidade
dos revestimentos, equilibrar propriedades como brilho e, incrementar as
propriedades reológicas. Os pigmentos anticorrosivos são aqueles usados em tintas
primárias ou em tinta primárias temporárias, isto é, primers, dando proteções
galvânicas ou passivadora ao substrato. Dentre os mais usados estão o zinco, o
zarcão e certos tipos de cromatos.
Solventes
Os solventes são líquidos de baixo ponto de ebulição, utilizados nas tintas e
correlatos para dissolver a resina. São classificados em: solventes ativos ou
verdadeiros, latentes e inativos. Os solventes atuam em muitas propriedades das
tintas, tais como, aplicabilidade, aderência, velocidade de reação e espalhamento da
tinta nas superfícies aplicadas. Os tipos mais comuns são a água, os
hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, as cetonas, os ésteres, os álcoois, os
éteres, os hidrocarbonetos clorados, as parafinas nitradas etc.
Aditivos
Os aditivos que são adicionados às tintas proporcionam características especiais às
mesmas ou melhorias nas suas propriedades. Numa formulação qualquer,
raramente o total de aditivos excede a 5% da composição e estes são usualmente
divididos por função, ao invés de composição química ou forma física. Quanto ao
mecanismo de atuação, os aditivos podem ser divididos em quatro grupos: aditivos
de cinética (secantes, catalisadores e antipeles); aditivos de reologia (espessantes,
nivelantes e agentes antiescorrimento e antisedimetantes); aditivos de processo:
(surfactantes ou umectantes); aditivos de preservação (biocidas e estabilizantes de
33
ultravioleta); antiespumantes, que aumentam a tensão superficial da tinta e não
permitem a formação de bolhas na fabricação e aplicação.
Dispersantes
Os dispersantes têm o papel fundamental nas fases de molhabilidade, moagem e
estabilização, relacionado ao sistema carga/pigmento-resina. Os mais comumente
usados são os polifosfatos e sais amoniacais e de sódio derivados dos poli (ácidos
acrílicos) de baixo peso molecular. Os agentes dispersantes afetam a carga
superficial dos pigmentos [38-42].
2.3.4 – REOLOGIA E VISCOSIDADE DAS TINTAS
Dentre as propriedades das tintas, merecem atenção aquelas relacionadas ao fluxo,
à deformação e ao recobrimento. A reologia de recobrimento cumpre um papel
crítico nas tintas arquitetônicas, pois delas dependem muitas das características
estéticas perceptíveis, como por exemplo, à superfície aplicada. Muitos são os
parâmetros para o estudo do desempenho de uma tinta látex em termos de
nivelamento e escorrimento que, correspondem a resposta de uma tinta quando
aplicada, ou seja, quando submetida a esforços de diferentes forças e da tensão
superficial. O estudo do desempenho de uma tinta látex em superfícies é feito a
partir de alguns parâmetros: uniformidade do recobrimento, espessura do filme
aplicado e possíveis defeitos de superfície [5, 8, 24,26].
A função primária dos espessantes, como comentado anteriormente, é controlar a
viscosidade e a reologia das tintas através de uma ampla faixa do espectro
reológico, ou seja, da taxa de cisalhamento: a consistência da tinta é medida e
ajustada na faixa de médio cisalhamento; propriedades de aplicação são avaliadas
na faixa de alto cisalhamento e a formação de filme e características de repouso em
regime de baixo cisalhamento. As viscosidades associadas com esses regimes são
denominadas como de médio cisalhamento (MSV), de alto cisalhamento (HSV) e de
baixo cisalhamento (LSV), respectivamente. A Figura 9 lista importantes
propriedades afetadas em cada regime de cisalhamento [26].
34
Viscosidade em médio cisalhamento
Na prática o ajuste da viscosidade da tinta na faixa de médio cisalhamento
(consistência da tinta) para algum nível pré-selecionado e realizado através da
adição de um espessante associativo. Se diversos espessantes estiverem sendo
avaliados, quantidades diferentes de espessantes são requeridas para obtenção de
uma mesma viscosidade. A viscosidade selecionada pode ser arbitrária, mas é
usualmente baseada em especificações pré-estabelecidas, ou de experiências
anteriores com o tipo de tinta, ou por determinação de aplicação. Para as tintas
imobiliárias, o viscosímetro Stomer é freqüentemente usado na determinação da
quantidade de espessante requerido para o alcance da viscosidade especificada. A
faixa de cisalhamento deste instrumento é de 70 s-¹ e velocidade de 200 rpm, como
foi determinado em reômetro de precisão em função do cruzamento feito nos perfis
de viscosidades e cisalhamentos de tintas, contendo diferentes espessantes os
quais foram adicionados para um valor de Stomer constante. A viscosidade nesta
faixa de cisalhamento foi de 15 P (1,5 Pas) e é igual a uma viscosidade Stomer de
95 KU (Figura 9) [43].
Viscosidade de nivelamento
Para LSV, uma técnica bastante simples de medição é a que relaciona viscosidade
Brookfield LVT a 0,3 rpm, com o nivelamento. Com este instrumento, o nivelamento
entre bom e excelente é indicado para tintas com medidas inferiores, mas próximas
de 250 P (25Pa.s), pois, muito baixos valores de viscosidade, inferiores a 100 P,
indicam escorrimento das tintas em superfícies verticais. Nivelamentos deficientes
são indicados por viscosidades na faixa de 1000 P enquanto que pouco ou nenhum,
é muito comum nos espessantes convencionais de alto peso molecular, com valores
na faixa de 2000 – 3000P (Figura 9).
Viscosidade de transferência
Para HSV, o viscosímetro ICI Cone & Plate é largamente utilizado. Este instrumento
apresenta faixa de cisalhamento fixa de 104 s-1 sendo que a viscosidade medida é
35
uma boa previsão da transferência quando da aplicação da tinta por rolo ou pincel.
HSV estão tipicamente na faixa de 0,4 – 2,5 P para as tintas imobiliárias. Se HSV for
muito alto, a tinta requererá muito esforço na aplicação, tendo baixo alastramento e
poderá escorrer. Se HSV for muito baixo, uma segunda demão pode ser necessária
para total cobertura do substrato (Figura 9).
Na literatura, a reologia do látex é encontrada mais comumente como uma função da
viscosidade não-newtoniana plotada contra a taxa de cisalhamento ou menos
comumente à tensão de cisalhamento dependendo do tipo de viscosímetro usado.
Ambos os eixos cisalhamento e viscosidade são freqüentemente trabalhados na
escala logarítmica.
Uma vez que as tintas são ajustadas em uma faixa de viscosidade Stomer
constante, a viscosidade em baixo cisalhamento (LSV) e a viscosidade em alto
cisalhamento (HSV) podem ser examinadas independentemente da utilização de
outros viscosímetros comumente encontrados na maioria dos laboratórios de tinta.
Sabe-se de outros estudos que a viscosidade Stomer não-controlada pode afetar a
eficiência do espessante, sendo essa mal interpretada. Entretanto, a formulação de
tintas para uma viscosidade Stomer constante, particularmente, com alguns
espessantes, pode ser difícil e demorada. Diversas pós-adições de espessantes
podem ser necessárias para o alcance da viscosidade desejada, e é comum ocorrer
a sobredosagem demandando o reinício do trabalho. Uma outra dificuldade neste
procedimento deve-se ao fato de que estas medições de viscosidade devem ser
feitas somente 24 horas depois de preparada a tinta para alcance do equilíbrio da
formulação. Durante este período mudanças de viscosidade podem ocorrer
mudando o valor Stomer [40-43].
Para aperfeiçoar o ajuste e a caracterização do processo, uma rotina de
normalização pode ser usada e praticada. Existem vários estudos que demonstram
esta prática conseguindo uma boa aproximação do perfil reológico viável sendo que
a mais fácil consiste em determinar a viscosidade Stomer e ICI, deixando apenas
uma viscosidade Brookfield como estimativa. Na indústria a viscosidade Brookfield
36
mais utilizada é LVT por apresentar taxa de cisalhamento similar a do viscosímetro
Stomer isto é, a viscosidade mensurada (X 15P) iguala-se àquela previamente fixada
no reômetro a 70 s-1. Assumindo-se que a taxa de cisalhamento é proporcional à
velocidade de rotação, o cisalhamento a 0,3 rpm seria de 0,3% de 70s-1, ou seja,
aproximadamente 0,2 s-1.
Figura 9 – Representação das propriedades avaliadas nas tintas
em função da viscosidade versus taxa de cisalhamento [43]
Outros tipos de modificadores reológicos também podem influir sobre a viscosidade
em altas ou baixas taxas de cisalhamento (geralmente acima de 10³ s-¹ e abaixo de
10s-¹), mas estes, contribuem pouco na consistência e são ineficientes como
espessante. Estes produtos que atuam apenas nas faixas de aplicação e repouso,
muitas vezes, apresentam uma composição monomérica muito semelhante a de um
espessante, porém com diferente área de atuação.
Na prática, o que se verifica é o uso combinado dos espessantes associativos e não-
associativos com o objetivo de minimizar as desvantagens de cada tipo, como por
exemplo: enquanto com os espessantes de celulose são obtidas tintas mais diluídas,
que resistem melhor ao aumento de uma carga de cisalhamento, aquelas com
espessantes de poliuretânicos apresentam uma viscosidade estrutural menor. Isto
Nivelamento Escorrimento escorrimento
Rolo Pincel Bombeamento spray
Baixo cisalhamento Alto cisalhamento
Taxa de cisalhamento s-1
37
significa que há uma viscosidade suficiente para resistir a uma crescente carga de
cisalhamento e assim, são obtidas melhores características de pintura quando da
aplicação do produto. Quando as forças externas são reduzidas é constatado mais
uma diferença entre os sistemas celulósicos e associativos, enquanto a viscosidade
normalmente se refaz imediatamente nos espessantes poliuretânicos do tipo
associativo, nos sistemas celulósicos, isto apenas ocorre após um certo tempo
(efeito tixotrópico) [42-44].
2.4 – INTERAÇÕES EM SISTEMAS DISPERSOS
Estudos das interações envolvendo espessantes do tipo HASE têm sido realizados a
partir de diversas situações e alguns trabalhos são feitos como soluções salinas do
espessante, onde o cloreto de sódio é o sal mais usado. A adição de sal tem a
função de remover todas as forças de repulsão entre as cargas geradas na
alcalinização do polímero, diminuindo, assim, a rigidez da cadeia, rompendo
associações e desfazendo a estrutura de rede do sistema, visualizados pela queda
de viscosidade das soluções e, portanto, do volume efetivo. Neste ponto, as
interações podem ser descritas como ocorrendo entre duas partículas e o potencial
de interação, U, é função da distância h entre as partículas, como descrito na Figura
10. Existe uma concentração crítica de sal onde as atrações de van der Waals
começam a dominar. Em altas concentrações de sal, o potencial de interação cai,
devido ao fato de que o movimento browniano das partículas é insuficiente para
escapar do efeito de floculação ou separação de fases. O mínimo de interação entre
as partículas é denominado de esfera rígida (hard sphere) e é o ponto onde as
partículas não repelem ou atraem. Estabelecida esta condição, são feitas adições de
surfactantes, resinas e cossolventes e as influências são acompanhadas por
técnicas diversas, como a determinação da turbidez, condutividade, perfil reológico,
potencial zeta, elipsometria e outras [5,45].
38
Figura 10 – Conceito de esfera rígida (hard sphere) [5]
Como mencionado anteriormente, as modificações hidrofóbicas provocam profundo
impacto no poder de espessamento e na reologia das soluções dos polímeros do
tipo HASE. A influência da estrutura hidrofóbica pode ser estimada pela diferença
de potencial químico entre grupos hidrofóbicos e emaranhados (clusters), usando a
equação de Scott-Hildebrand (Equação 7)
∆µ =2 RT – (Vs + Vp) (·s - δp)² x ª /2 (Equação 7 )
onde R é a constante universal dos gases, T é a temperatura absoluta, Vs e Vp são
os volumes molares do solvente e do grupo hidrofóbico, respectivamente, δs e δp
são parâmetros de solubilidade do solvente e grupo hidrofóbico, respectivamente e
x é a fração molar do grupamento hidrofóbico na solução.
A Equação 7 ilustra o impacto do volume molar e da solubilidade do grupo
hidrofóbico no potencial químico dos emaranhados em formação. Tanto o aumento
do volume molar como a diminuição da solubilidade do grupamento hidrofóbico na
água, promovem o aumento das associações intermoleculares [18,28].
Com relação aos estudos das interações entre os espessantes e o meio de uma
tinta, a literatura determina uma importância relativa às interações entre os
Pequena força de
repulsão
Interação tipo
esfera rígida
Interação de
atração
Concentração de
NaCl adicionado
Viscosidade em
baixo cisalhamento
(mPa.s)
39
tensoativos e espessantes associativos [2-4,6]. A sinergia das interações dos
tensoativos aniônicos e não-iônicos com os polímeros associativos é bem
demonstrado por Olesen, Basset e Wilkerson [3] e Chen e Glass [2]. Seus trabalhos
consistiram em avaliar o comportamento de uma série de espessantes uretânicos
híbridos sintetizados com diferentes macrômeros. Os macrômeros eram modificados
em relação ao tamanho do grupamento hidrofóbico e em relação ao tamanho da
cadeia etoxilada. Os espessantes obtidos das variações eram misturados à uma
resina acrílica tipicamente usada em revestimentos internos e, posteriormente, eles
avaliaram este sistema espessante/veículo com diferentes tensoativos não iônicos.
Os polímeros misturados com espessantes foram alcalinizados com adição de
hidróxido de amônio. Duas faixas de pH foram consideradas isto é pH 6,0 e pH 9,5.
As adições dos tensoativos ocorriam nestes dois pontos. Os dois trabalhos focaram
diferentes aspectos: Olesen e seu grupo demonstraram o comportamento da
viscosidade da solução do polímero associativo com o aumento da concentração de
tensoativo. Foi demonstrado que a viscosidade do meio aumenta até um dado valor
de concentração do surfactante, diminuindo posteriormente, mesmo com o aumento
da adição do tensoativo não-iônico. Este aumento da viscosidade é devido à
formação de um grupo de micelas formado pelas partes hidrofóbicas do tensoativo e
do polímero, resultando em um aumento no número e na resistência das “ligações”
em rede. A diminuição da viscosidade da solução final, entretanto, é devida à
formação de pequenas micelas em volta dos grupos hidrofóbicos, impedindo a
associação e o movimento dos grupos hidrofóbicos e micelas e, com isso, rompendo
a estrutura de rede. Eles determinaram o ponto em relação a concentração do
tensoativo que a viscosidade passava pelos pontos máximos. Para o tensoativo
solúvel em água, eles demonstraram que viscosidade assume um máximo quando a
concentração de tensoativo está num nível de 10 vezes a concentração mínima
micelar crítica (cmc).
No caso dos tensoativos dispersáveis na água, um comportamento diferente era
observado isto é, o máximo da viscosidade do sistema é conseguido numa relação
de 100 a 150 vezes a cmc para surfactantes entre 10-15 unidades de óxido de
etileno. Este fato tem sido postulado, ou seja, os tensoativos dispersáveis na água
formam microfases separadas na água, as quais, segundo os pesquisadores, podem
40
ser caracterizadas através da técnica de espalhamento de luz baseado no fato de
que estes tensoativos formam gotas na dimensão de 100 a 300nm e são
responsáveis pelo aumento da viscosidade; a contra-prova nestes casos é feita com
a adição de um co-solvente que, favorece a solubilidade dos componentes no meio.
Chen e Glass [2],entretanto, estudaram as interações entre os meios através da
definição de modelos. Em seus estudos inicialmente é dada uma visão histórica de
trabalhos realizados nesta área e, posteriormente, eles demonstraram que as
associações dos espessantes em condições competitivas, como por exemplo, na
presença de um tensoativo aniônico, poderiam ser usadas para a quantificação do
teor de espessante adsorvido no látex e projetar com isso, o papel das associações
na reologia dos sistemas em dispersão. Os autores introduziram uma variável
bastante interessante no látex-base que é a quantidade de grupos ácidos na sua
composição e, portanto, na sua superfície. Glass e Chen [2] fizeram determinações
no campo da adsorção usando técnicas simples como espectrometria de absorção
no ultravioleta (UV – região do visível), cromatografia por exclusão de tamanho
(SEC) e determinação da tensão superficial através das quais, quantificaram a
concentração de espessante na fase aquosa, considerando sempre uma fração de
volume na faixa de 1%. Interessante é observar os argumentos para as
determinações e por conseqüência, as conclusões. Partindo do ponto em que os
grupos ácidos ou oligômeros ácidos estão na superfície do látex e, quando
alcalinizados, fornecem, ao sistema uma combinação de forças estéricas e
eletrostáticas isto é, “efeito eletrostérico” e significa que em pH ácido há o que se
chama de colapso e no pH alcalino há uma expansão do meio devido as repulsões
eletrostáticas do ácido dissociado. Uma desvantagem deste procedimento foi que a
distribuição do estabilizador (grupo ácido) é algumas vezes de difícil controle devido
a alguns parâmetros como Tg, temperatura e hidroficilidade dos comonômeros.
Glass [2] demonstrou também o efeito do contra-íon NH+4 em complexar unidades de
óxido de etileno. A medida que a hidroficilidade aumentava na superfície o
surfactante encontrava resistência para chegar até a superfície do látex [2-5,46].
Muitos outros trabalhos que estudam as interações dos espessantes associativos na
presença de tensoativos têm sido realizados comparando os resultados com
41
espessantes celulósicos [42]. Monitoramentos de isotermas e medidas
eletrocinéticas foram usadas para determinação da adsorção do espessante na
superfície do látex, demonstrando também que a interação dos polímeros
associativos, principalmente os do tipo HEUR, são mais fortes na superfície do látex
que o tensoativo, contrastando com os polímeros celulósicos [3,46-48].
Reuvers [5] em 1999, preocupado com o que se chama “tempo aberto” de uma tinta
durante a aplicação isto é, o período de tempo que o pintor tem para fazer algumas
correções na superfície sem precisar dar nova “demão” e, observando as questões
das marcas, que cada passada de tinta deixava na superfície, verificou que estes
ajustes finos eram inversamente proporcionais à quantidade aplicada de tinta, ou
seja, a espessura da camada. Na seqüência, o autor avaliou a influência dos
espessantes uretânicos associativos sintetizados a partir da reação de um poli (glicol
etilênico) com um excesso de um monoisocianato de alquila. O HEUR obtido
apresentava uma composição do tipo (C-NCO-(PEO)-NCO-Cn) e foi denotada como
Cn-mK onde n representa o nº de carbonos do grupo hidrofóbico terminal e K
representa o peso molecular médio do PEO.
As determinações reológicas foram obtidas em um reômetro de cone e prato, do
tipo Bohlin com diâmetro de 4,0 a 5,5cm. Reuvers fez uso da técnica de
determinação da turbidez para elucidar opticamente a influência do espessante
adicionado e as interações com as partículas do látex (representando aqui um
sistema contendo um bom número de partículas). Ele determinou a turbidez nos
látex concentrados.
Reuvers [5] demonstrou que, se o número de unidade de oxido de etileno for
diminuindo e, portanto, o peso molecular do espessante, é possível melhorar o
tempo aberto e o nivelamento da tinta, devido a um aumento na viscosidade de rede,
isto é, aumento das interações por distância e esta redução é limitada, pois um novo
fator entra em cena que é a tendência à separação e floculação, isto é, existe um
balanço entre estabilidade do meio e o número de EO. Os trabalhos demonstraram
que a quantidade adsorvida de espessante diminuía com o aumento de unidades de
óxido de etileno na estrutura dos macrômeros até um limite na faixa de 12 EO.
42
Abaixo deste valor, 8 unidades de EO, por exemplo, começava a separação de
fases.
Por outro lado, o aumento do tempo aberto pode ser controlado com o aumento da
concentração do espessante na tinta, porém passa-se a ter problemas de
sensibilidade à água. Reuvers [5] baseou-se no conceito de “hard-sphere”, que
corresponde ao ponto em que as partículas não se atraem e nem se repelem,
determinando este ponto a partir da adição de uma solução concentrada de NaCl
(mol/lH²O). As emulsões concentradas tiveram seus pH ajustados para a faixa de 6,5
e a 9,0 e nestes pH começavam a adição do NaCl e a viscosidade de cisalhamento
era determinada. Desta forma foi demonstrada a influência dos espessantes nas
partículas dos binders. Para os binders examinados, o peso da fração de partículas
foi determinado e, por conseqüência, os seus volumes.
Cossolventes, solventes e resinas exercem uma grande influência sobre a
viscosidade das tintas e vernizes contendo espessantes associativos. Tem-se de
considerar as diferenças entre dois grupos de solventes, ou sejam, miscíveis e os
não-miscíveis com água. Aqueles que contêm solventes que não são miscíveis com
água provocam um espessamento das tintas e vernizes, pois se difundem nas
partículas de polímeros, aumentando o volume. Por outro lado, podem estar
dispersos no sistema, aumentando a quantidade de partículas, respectivamente,
aumentar a associação entre elas. Ao contrário, os solventes miscíveis reduzem a
viscosidade devido à capacidade de solubilidade na fase aquosa e as associações
dos segmentos hidrofóbicos do espessante são dificultadas [5,49-50].
Diferentes tipos de agentes alcalinizantes têm sido avaliados nas propriedades
reológicas e na formação dos filmes das tintas arquitetônicas usando espessantes
hidrofobicamente modificados e álcali incháveis em emulsão aquosa. É observado e
verificado que a sensibilidade à água do filme da tinta aplicada está diretamente
relacionada à quantidade de espessante usada, bem como, o tipo de base usada na
alcalinização e sua volatilização [51].
43
2.5 – POLIMERIZAÇÃO EM EMULSÃO
A técnica de polimerização em emulsão tem sido vastamente usada para produção
de látex sintético. A primeira produção industrial de látex é datada de 1930. Hoje,
milhões de toneladas são produzida por ano e para diversas aplicações como, tinta,
revestimento de superfície (coatings), adesivo, resina para área de não-tecido
(binder para non woven), materiais para construção, selantes, vernizes, etc além das
aplicações especiais na área biomédica e cromatográfica.
2.5.1 – ASPECTO GERAL
O maior desenvolvimento da polimerização em emulsão aconteceu durante a
segunda guerra mundial. Todos os esforços resultaram na viabilidade industrial do
processo, bem como na primeira teoria do mecanismo desta reação. Desde então,
um número enorme de artigos e patentes tem aparecido a cada ano.
A polimerização em emulsão pertence a uma classe de polimerizações
heterofásicas, que é composta de diferentes técnicas, geralmente caracterizadas por
sua natureza heterogênea. É usual definir a polimerização em emulsão como a
polimerização ou copolimerização em sistemas aquosos, de combinações de
monômeros que conduzem a polímeros ou copolímeros insolúveis em água, na
forma individual de partículas de polímeros, com um tamanho e distribuição de
tamanho menor que 10µm. As partículas de polímero ou copolímeros incham depois
da nucleação com os monômeros. Estas partículas inchadas representam o local
onde muitos monômeros são polimerizados. Em muitos casos, especialmente na
indústria de surfactantes ou emulsificantes ou tensoativos estão presentes para
estabilizar a grande área interfacial entre o polímero e a água. Os principais
componentes desta polimerização são: monômero, água, tensoativo, iniciador e
agentes de transferências.
A grande vantagem da técnica de polimerização em emulsão é a possibilidade de se
ter simultaneamente alta taxa de polimerização e altos pesos moleculares via radical
livre. Outra vantagem é a manutenção quase total das condições isotérmicas
44
durante a polimerização, devido a boa transferência de calor para a fase aquosa e a
possibilidade de se remover facilmente monômeros não-reagidos pelo sistema
arraste de vapor (steam stripping) [45-47].
2.5.2 – COMPOSIÇÃO DO PROCESSO EM EMULSÃO
Meio dispersivo – água
A água é um meio dispersivo ou fase contínua típico isto é, apresenta-se inerte na
presença de radicais livres, é ótima geradora de micelas e ótima dissipadora de calor
além de ter baixa viscosidade. Impurezas de caráter inorgânico podem afetar a
estabilidade das emulsões o que torna comum o uso da água deionizada neste
processo, assim, como o uso de nitrogênio para eliminar ou minimizar o efeito do
oxigênio dissolvido na água.
Tensoativo
Surfactante ou emulsificante ou estabilizador também referido como tensoativo ou
emulsificante tem as funções de promover a estabilidade coloidal para a nucleação
e crescimento das partículas no meio.
Os surfactantes podem ser aniônicos, não-iônicos ou catiônicos. Os surfactantes
aniônicos são os mais usados na polimerização em emulsão, podendo estar
associados aos não-iônicos ou não. Os tensoativos aniônicos são compostos que
possuisse uma parte hidrofóbica e outra hidrofílica, negativamente carregada. A
parte hidrofóbica é responsável pela adsorção do emulsificante na superfície da
partícula, enquanto a parte hidrofílica é responsável pela estabilização eletostática,
evitando a coagulação das partículas através da repulsão de cargas. Os
tensoativos não iônicos costumam ser usados para o controle da morfologia da
partícula do látex, bem como para estabilizar a emulsão contra efeitos de
cisalhamento e adição de eletrólitos. Por outro lado, os catiônicos são muito
usados em aplicações especiais na área de revestimento de superfície (coating)
45
para o segmento de papel devido a possibilidade de agregar a estes sistemas
cargas catiônicas.
Surfactantes reativos com grupos vinílicos na estrutura tem sido usados com
sucesso na polimerização em emulsão. Devido ao fato de estarem quimicamente
ligados à estrutura principal do polímero, reduzem a sensibilidade à água dos filmes
destes bem como, favorecem a estabilidade do sistema de polimerização, atuando
na diminuição de formação de resíduos.
Polímeros solúveis em água, tais como poli (álcool vinílico) e hidroxetil celulose são,
normalmente, usados como colóides protetores na polimerização em emulsão. Eles
fazem o papel de surfactante na emulsão, melhorando a estabilidade da mesma
contra eletrólitos e cisalhamento. A opção de usá-los ou não no sistema depende da
natureza dos monômeros envolvidos no sistema [52-55].
Iniciador
Os inciadores são fontes de radicais livres via dois sistemas, térmicos e redox. Os
mais comumente usados são os iniciadores inorgânicos, que são sais derivados do
ácido persulfúrico como persulfato de potássio, de sódio e de amônio. Eles
dissociam formando dois radicais do ânion sulfato, os quais podem iniciar a
polimerização tanto via sistema térmico quanto redox. A energia de ativação
envolvida no sistema térmico é alta o que significa que a temperatura de
polimerização neste sistema está na faixa de 50 – 90ºC.
Sistemas oxi-redox são tipicamente misturas de agentes oxidantes e redutores, que
em condições específicas reagem gerando radicais livres, além de possibilitarem a
polimerização em baixas temperaturas. Exemplo típico de par oxi-redox é
persfulfato-metabissulfito ou ácido ascórbico-hidroperóxido de cumeno.
Iniciadores orgânicos como azo compostos são também usados como iniciadores de
radicais livres em polimerização em emulsão. Normalmente eles permitem um
46
melhor controle da morfologia das partículas e uma melhor redução do monômero
rsidual em uma polimerização.
Monômeros
O monômero é o componente mais importante do sistema de polimerização. As
características do látices inclusive as relacionadas com o seu uso final, dependem
do monômero. Usualmente, as propriedades desejadas de um látex não podem ser
obtidas com o emprego de apenas um monômero, empregando-se dois ou mais na
produção do produto final. Neste caso, a reatividade relativa entre os comonômeros
e o grau de solubilidade destes na água passam a serem fatores importantes na
nucleação das partículas e no processo a ser utilizado na síntese.
Aditivos
São considerados aditivos no processo de polimerização em emulsão os
controladores de pH, comumente usados como co-estabilizadores de certos
monômeros ou como co-promotores de decomposição de certos inciadores; as
bases neutralizantes para ajuste final de pH, muito comum para o latex de uso em
tintas; os agentes de transferências de cadeia promotores da redução do tamanho
das cadeias; monômeros funcionais que são adicionados em pequenas quantidades
para garantir estabilidade do processo ou propriedade de aplicação, como por
exemplo, acrilamida, ácido acrilíco, n-metilol acrilamida [54].
2.5.3 – TIPOS DE PROCESSOS
Três processos são comumente usados na polimerização em emulsão, descontínuo
(batch) ou semi-contínuo (semi-batch ou alimentado) ou contínuo. No processo
descontínuo todos os componentes são adicionados no início da polimerização. A
polimerização inicia-se tão logo o iniciador seja adicionado ao sistema e um aumento
da temperatura é verificado. Neste caso, há simultâneamente a formação e o
crescimento das partículas do látex. Existem casos onde um retardador é adicionado
47
ao sistema como ortonitrotoluol controlando a reação e este procedimento é usado
como forma de garantir certos tipos de distribuição de partícula.
No processo semi-contínuo um dos reagentes é adicionado continuamente ou em
incrementos. Os monômeros podem ser adicionados na forma de mistura ou como
emulsões. O sistema de iniciador também pode ser adicionado aos poucos ou
continuamente existindo casos em que ele é adicionado todo no início. Este
processo significa que a nucleação e o crescimento das partículas são
espacialmente separados. A grande vantagem deste processo é o controle rigoroso
dos vários parâmetros da polimerização em emulsão, como a taxa de polimerização
ou reatividade, a transferência e geração de calor, o número e a distribuição de
partículas, a estabilidade coloidal, a formação de resíduo e a morfologia da partícula.
No sistema contínuo os ingredientes são adicionados, sob agitação em tanques do
tipo de reatores conectados em série, enquanto o látex final é removido na mesma
vazão [52-55].
2.5.4 – MECANISMO E CINÉTICA
O mecanismo e a cinética da polimerização em emulsão envolvem o entendimento
do processo pelo qual partículas de látex se formam e crescem. Estão inseridos
neste conceito, o número e a distribuição das partículas, o desenvolvimento e a
distribuição do peso molecular e a reatividade do sistema. O mecanismo deve
propor também explicar como os conceitos comentados anteriormente são
influenciados por parâmetros básicos, tais como, tipos e teores de monômeros,
tensoativos, iniciadores e processo.
Evolução da teoria cinética da polimerização em emulsão
Nucleação micelar
Harkins (1947) foi o primeiro a propor um mecanismo qualitativo para a
polimerização em emulsão. Sua teoria se aplica a monômeros pouco solúveis em
48
água e em casos onde a concentração de surfactante está acima da cmc. O ponto
básico da sua teoria é que a polimerização se passa nas partículas do polímero.
Esta teoria define o mecanismo de nucleação micelar pois, considera a formação de
micelas e que o radical entra na micela [53].
Smith and Ewart (1948), desenvolveram uma teoria cinética quantitativa para a
polimerização em emulsão. Eles consideraram que os radicais iniciadores são
gerados na fase aquosa e o monômero é insolúvel na fase aquosa mas é solúvel na
micela do surfactante. Eles estabeleceram equações baseadas em conceitos prévios
que relacionavam o número de radicais por partícula e o número de partículas
contendo um dado número de radicais em crescimento. Das suas suposições,
algumas relações foram propostas como a formação de partículas termina quando
todas as micelas dos surfactantes desaparecem, a velocidade de polimerização por
partícula é constante independente do tamanho da partícula ou da taxa de entrada
dos radicais. Estas relações determinaram que a taxa de polimerização por partícula
e a concentração são constantes [53].
Entre 1948 e1976 (Priest, Hansen, Ulgeltad, Fitch, Tsai, Smith-Ewart) toda a teoria
quantitativa girou em torno do mecanismo de nucleação homogênea (Teoria HUFT),
que consistiu na introdução do conceito de macrorradicais em crescimento em
solução que, em certo momento se tornam insolúveis, precipitando e formando a
partícula. A iniciação, captura de radicais em crescimento pelas partículas
existentes, e a coagulação de particulas são consideradas etapas individuais. Este
mecanismo foi construído tendo como base monômeros mais solúveis em água,
como acetato de vinila e com concentração de surfactantes menores que a cmc [54].
Na década de 80 Napper, Gilbert e colaboradores [54] fizeram uma signficativa
contribuição a teoria cinética e ao mecanismo da polimerização em emulsão. Eles
estimaram as constantes das velocidades de entrada e saída de radicais na etapa
de terminação e propagação da polimerização.
Atualmente, os dois mecanismos, nucleação micelar e nucleação homogênea são
aceitos, podendo ocorrer no mesmo sistema [52].
49
Três estágios são descritos para a polimerização em batelada, que são geralmente
usados para caracterizar a polimerização em emulsão em relação à evolução do
tempo:
Estágio I
O sistema tem muitas gotas de monômero; as micelas solubilizam o monômero e
incham; radicais inciadores são gerados na fase aquosa e entram e saem da micela
podendo reagir; partículas são formadas e os emulsificantes são requeridos para
estabilizar as partículas (adsorção).
No final do estágio I as micelas desapareceram; o nº de partículas é constante.
Nesta etapa a velocidade de reação é crescente.
Estágio II
Denominado de propagação. O número de gotas de monômero é muito pequeno; o
monômero continua sendo consumido na partícula; o número de partícula é
constante e a velocidade da reação é constante.
Estágio III
O monômero é totalmente consumido, o volume da partícula diminui em função de
mais monômero ser consumido por difusão. Neste estágio, a velocidade da reação
cai [54].
Algumas observações
Uma série de estudos foram feitos para avaliar e determinar a influência do
tensoativo na nucleação ou desenvolvimento da concentração de partículas do
sistema. Al-Shahib [54] investigou a influência de um tensoativo em uma
polimerização em emulsão variando o tamanho da cadeia deste surfactante. Ele
usou a série C8 – C18 (alquil sulfato de sódio) em iguais concentrações e concluiu
que o número de micelas, inicialmente presentes na polimerização, não determina a
concentração de partículas. A área superficial das micelas governa o número de
50
partículas. Por outro lado, existe uma forte correlação entre o número de partículas,
a cmc dos surfactantes e a energia de adsorção [52-53].
A cmc de um dado surfactante e a energia de adsorção são medidas da atividade
surperficial ou poder de estabilização deste surfactante; menor cmc maior a energia
de adsorção e maior a atividade superficial; maior atividade superficial, maior poder
de estabilidade.
A população de radicais dentro da partículas é influenciada por três reações que
são: entrada, saída e terminação dos radicais na partícula. A terminação depende do
tamanho da partícula e do número de radicais em crescimento por patícula. O
diâmetro da partícula é totalmente afetado pela concentração de surfactante. Os
estabilizadores podem influenciar o número de radicais que entram e saem das
partícula, por formarem uma camada espessa hidrodinâmica ao redor da partícula
[52-53].
3.0 – MATERIAIS E MÉTODOS
A parte experimental desta Dissertação foi realizada nos laboratórios de Pesquisa &
Desenvolvimento de Emulsões da Divisão TLP da Clariant Brasil, localizados em
Suzano, interior de São Paulo.
3.1 – MATERIAIS
Estão listados abaixo os ítens utilizados no preparo, armazenamento e testes dos
ensaios. Os ítens estão dispostos em ordem alfabética.
3.1.1 – REAGENTES E SOLVENTES
• Ácido ascórbico – Teor via acidez = 99 a 100%; fornecedor: Revenda
• Ácido metacrilíco – Grau de pureza = min 99,%; inibidor – MEHQ = 180 -
300ppm; fornecedores: Basf e Degussa
51
• Acrilato de etila - grau de pureza = min 99,5%; inibidor (MEHQ – ppm) = 10 –
20 ppm; fabricante/fornecedor = Celanese;
• Água deionizada – Clariant Brazil;
• Algamatolito – densidade aparente = 0,40 – 0,85 g/mL, malha 325 mesh,
peso específico = 2,70 g/mL; fornecedor: Brazmo;
• Amoniaco solução a 25%; teor via alcalinidade = 24,5 a 26,5%; densidade:
0,91 – 0,94 g/mL; fornecedores: Variado, por exemplo, Bobinex;
• Antiespumante - Gapmaster NDW; pH (2%) = 6,0 – 8,0; fornecedor = Gap
Química;
• Carbonato de cálcio natural – granulometria 500 mesh, densidade aparente =
0,65 – 0,85 g/mL; fornecedor: Minério Ouro Branco;
• Carbonato de cálcio precipitado - malha 325; densidade = (0,25 – 0,35) g/mL
fornecedor: Minério Ouro Branco;
• Cloreto de sódio PA (padrão analitico);
• Dióxido de titânio - tipo: RKB2; fornecedor: Millenium/Tibras;
• Emulsogen LCN 287 (TENSOATIVO 2), Lauril éter 28 moles de EO;
fabricante: Clariant Alemanha;
• Éster do ácido metacrílico derivado do álcool graxo ceto-estearílico com 20EO
nome: Produto intermediário ET 1077 (nome interno); fabricante: Clariant do
Brasil; Características: teor de tolueno (%) = máx de 1%, Teor de ácido
metacrílico (%) = 10 – 12%, aspecto da solução aquosa a 50% p/p = límpida,
transparente;
• Éster do ácido crotônico derivado do terc-butil fenol etoxilado com 30 moles
de EO; nome: Mowiplus SXL 271 (nome interno); fabricante: Clariant França;
possui 20% de ácido crotônico livre;
• Fongrabac IG e Fongrabac 500 - sal derivado de isotiazolinona- Teor de CMI
(HPLC) – 1,05 – 1,16%; fornecedor: Clariant Brasil;
• Lauril éter sulfato de sódio (10–15EO); nome comercial = Abex 23 S
fabricante: Rhodia; (TENSOATIVO 1)
• Lauril éter sulfato de sódio (30EO);nome comercial = Disponil DIFS 66;
fabricante: Cognis;
• Lauril éter sulfato de sódio (50EO); nome comercial: Disponil DIFS
fabricante: Cognis;
52
• Lauril éter sulfato de sódio (2EO) - Nome comercial = Genapol LROB
fabricante = Clariant do Brasil;
• Nonil fenol etoxilado sulfato de sódio (9EO); nome comercial = Hostapal BVQ
9; fabricante = Clariant Brasil;
• Nonil fenol etoxilado sulfato de sódio (25EO); nome comercial = Hostapal
BVQ 25; fabricante = Clariant do Brasil;
• Nonil fenol etoxilado 9,5 (EO); nome comercial=Renex95; fabricante =
Oxiteno;
• Peróxido de Hidrogênio; Teor= 35–38%; acidez (mEq/l) = máx 5; fornecedor:
Peróxido do Brasil;
• Persulfato de amônio – Teor = minimo = 98,5%; oxigênio ativo = 6,9% no
mínimo; fornecedor: Degussa;
• Poli(acrilato de sódio) em solução aquosa - 45% de ativo; nome comercial:
Emucryl D; fabricante = Clariant do Brazil;
• Resina estireno-acrílica em emulsão aquosa a 50% de teor de sólidos; nome
comercial = Mowilith VP 6175; fabricante: Clariant do Brasil – Resina 1 ;
• Resina estireno-acrílica em emulsão aquosa a 50% de teor de sólidos; nome:
Mowilith VP 6130, fabricante: Clariant do Brasil – Resina 2;
• Tercbutil fenol etoxilado sulfato de sódio (7EO); nome comercial = Hostapal
BV Konz; fabricante = Clariant Alemanha;
• Texanol – densidade 20/20ºC (g/ml) = 0,9300 – 0,9600; fornecedor: Ipiranga
Química;
• Tolueno PA (padrão analítico)
3.1.2 – EQUIPAMENTOS
• balança semi-analítica SARTORIUS CP 42025 max 4200g – d= 0,01g;
• balança analítica infravermelho SARTORIOUS modelo MA 30 d= 0,0001g;
• reator de vidro cilíndrico com boca esmerilhada – capacidade de 2000 mL,
com tampa de vidro 4 bocas esmerilhada para reator de vidro de capacidade
de 2000 mL;
• banho-maria com resistência elétrica;
• controlador de temperatura;
53
• agitador mecânico IKA modelo RW 20n – mas 2000 rpm;
• cowlles modelo WEG CFW 08 com inversor frequência;
• Potenciômetro Mettler Toledo MP 220;
• Viscosímetro Brookfield RVT modelo DVII+;
• Medidor de partícula malvern mastersizer 2000 – range 20nm a 2000µm;
• Cromatógrafo de íons com detector de condutividade (HPI/ECD) dionex 600
acoplado à ChemStation;
• Espectrômetro FTIR Nicolet Impact 400 e Espectrômetro Shimadzu IR 408
dispersivo com células de NaCl, KBr, CaF2;
• Cromatógrafo gasoso Varian 3400 equipado com detector de ionização de
chama (FID), conectado à Worstation e com suporte para amostras
Headspace Agilent modelo 7694 ;
• Reômetro low shear Paar Physica modelo MCR300 SN 413794;
• Espectrômetro magnética ressonância nuclear VARIAN modelo MERCURY
300MHz;
• Turbidímetro Haach 2100 – 10000NTU;
3.2 – MÉTODOS
Foi considerado neste ítem todos os procedimentos experimentais sistemáticos que
foram necessários para o trabalho. As matérias-primas envolvidas nesta pesquisa
foram usadas sem nenhum tratamento prévio. Todas as matérias primas pertenciam
a um mesmo lote de fabricação.
Os macrômeros ET 1077 e Mowiplus SXL 271 usados nesta pesquisa são
produzidos pela Clariant S.A. para consumo próprio e os dados da síntese não foram
obtidos por serem produtos de outras divisões e outros países. A purificação e
caracterização do macrômero (monômero associativo) ocorreram independemente
dos ensaios de polimerização e estão descritos no Anexo G.
54
3.2.1– PLANEJAMENTO DO TRABALHO
Por uma questão organizacional em função do número de variáveis do trabalho,
resolveu-se dividir o trabalho em etapas para as quais, foram determinados objetivos
e procedimentos que geravam conclusões denominadas de parciais.
Etapa objetivo Procedimento
A estabelecer uma formulação 1 – establecer as especificações da
Básica; fórmula básica
2 – ensaios exploratórios
3 – estabelecer critérios de
seleção e aprovação dos
ensaios
B fazer modificações químicas 1 – estabelecer os parâmetros
na formulação básica 2 – dividir os ensaios em série
C aplicação das formulações em 1 – tinta completa número 1
sistemas pigmentados de (avaliação das influências dos
alto PVC 2 – tinta completa número 2
(otimização de parâmetro)
3 – avaliar o sistema de tensoativo
1 (série 4 dos ensaios)
3.2.2 – SÍNTESE DA FÓRMULA BÁSICA
Os polímeros foram sintetizados em um reator de vidro de 2 L de capacidade,
possuindo 4 saidas nas quais, foram adaptados termômetro, condensador de
refluxo, agitador mecânico, hélice de aço inox do tipo âncora e funis dosadores, com
55
auxílio de juntas do tipo H. A montagem foi imersa em um banho de água com
controlador de temperatura acoplado conforme demostrado na Figura 11:
Figura 11 – Montagem do sistema de polimerização
A polimerização foi conduzida em um bécher de plástico de 1L de capacidade onde
foram pesados 876 g de água deionizada e 3,12g de lauril éter sulfato de sódio
(tensoativo 1 – Abex 23 S). Com auxílio da bagueta, o tensoativo 1 foi solubilizado e
adicionado ao reator de vidro de 2 L com auxilio de um funil. Em um bécher de vidro
de 100 mL foram adicionados 4,20g de alquil éter etoxilado (tensoativo 2 –
Emulsogen LCN 287) e, 50g de água quente (80ºC) que, com auxílio de uma
bagueta, foi dissolvido e adicionado a outro bécher de plástico de capacidade de 1
L contendo 250g de água e 39,72g do tensoativo 1. À solução no bécher foram
adicionados 221,5g de ácido metacrílico e 31,64g de monômero associativo,
produto intermediário E 1077. A mistura foi submetida a agitação magnética,
enquanto 305,90g de acrilato de etila eram adicionados. A mistura final
denominada pré-emulsão, foi mantida sob agitação por uma hora, isto é, tempo
necessário para que todo o monômero associativo fosse dispersado no meio. Após
este tempo, 5% da pré-emulão foram pesados (45g aproximadamente) e separados
56
para uso na etapa seguinte. O restante da pré-emulsão foi adicionada ao funil de
adição de vidro de 1 L. Um fluxo de nitrogênio pequeno e constante foi introduzido
na pré-emulsão que estava no funil, de forma a mantê-la homogênea pois, do
contrário ela separa facilmente. Paralelamente, foi preparada 100 g de solução
aquosa de persulfato de amônio a 1,25%p/p. Cerca de 36g da solução de persulfato
foram adicionadas ao funil de adição de 100 mL e diluídas com 36g de água. A
temperatura do banho foi fixada em 88ºC e a agitação mecânica do reator foi
ajustada em 100 rpm. A temperatura interna do reator foi fixada via controlador em
82ºC. Quando a temperatura do reator atingiu 74 – 75ºC a quantidade de pré-
emulsão separada anteriormente foi adicionada ao reator e 5 minutos depois 29g
da solução de persulfato de amônio preparada foi adicionada. A temperatura do
banho foi diminuída para 85ºC. Em torno de 2 a 5 minutos após a adição do
iniciador ao reator, foi observada uma reação através de uma mudança de cor do
material e pelo aumento da temperatura interna do reator. A temperatura da reação
alcançou 78 a 82ºC. Este sistema foi mantido por 15 minutos até completa
estabilização da temperatura. Após este tempo, foram iniciadas as adições da pré-
emulsão e da solução de iniciador no funil durante 3 horas. Cerca de 15 minutos
após o término das adições foram introduzidas ao reator 18 g da solução de
persulfato de amônio diluídos em 5g de água deionizada. A temperatura interna do
reator foi elevada a 85ºC e mantida por uma hora. Após este tempo, o reator foi
refrigerado a 35ºC. Nesta nova faixa de temperatura foram adicionados na seguinte
ordem, 2,16 g de peróxido de hidrogênio a 35% diluídos em 2,5 g de água
deionizada e 1,0g de ácido ascórbico diluidos em 8,0g de água deionizada. Após
estas adições, foi possível verificar (mas não foi constante) um aumento da
temperatura interna do reator de até 5ºC. O reator foi mantido sob agitação por 1
hora. Após este tempo, o material era filtrado em malha de 80 micra. O resíduo de
filtração era determinado quando necessário. O aspecto da parede do reator e da
hélice foi considerado em relação ao teor de resíduo, isto é, quanto de material
sólido foi observado. O produto filtrado foi submetido à análise de teor de sólidos
(%ST), teor de monômero livre e tamanho de partícula via Matersize 2000. O
procedimento para a polimerização e a fórmula básica estão descritos
resumidamente nos Anexos A e B.
57
3.2.3 – AVALIAÇÃO DO PODER DE ESPESSAMENTO EM SOLUÇÃO AQUOSA
DO POLÍMERO OBTIDO
A curva de espessamento em água consiste na determinação do comportamento da
viscosidade do espessante com o aumento do pH do meio. A curva obtida é função
das concentrações dos espessantes e da base utilizada.
Em um bécher de vidro de 600 ml foram adicionados 20 g de espessante a 30% de
concentração e 480g de água deionizada. A emulsão foi homogeneizada com
auxílio de uma bagueta. O pH e a viscosidade Brookfield foram determinados. Após
estas determinações, foram adaptados ao bécher um sistema de agitação mecânica
e o potenciômetro. Inicialmente, a agitação foi ajustada em um ponto onde foi
possível visualizar a formação do vórtice do sistema. A este sistema foi adicionado a
cada 10 minutos 0,25mL de hidróxido de amônio a 25%, sendo quando a
viscosidade era determinada. Este procedimento foi repetido várias vezes até que o
pH da solução atingisse a faixa de 10 -11.
3.2.4 – AVALIAÇÃO DO PODER DE ESPESSAMENTO DO POLÍMERO
EM RESINA A 20% DE ST
Em um bécher de vidro de 600 mL foram adicionados 167 g de água deionizada, 9 g
dos ensaios de espessantes a 30% de ST e 1,0 g de hidróxido de amônio a 25%. A
mistura foi agitada até que o sistema ficasse totalmente transparente. Sob agitação,
foram adicionados à mistura 123g da resina 1 ou 2. A mistura foi agitada por 10
minutos. Após este tempo, a viscosidade Brookfield foi determinada, usando fuso 6
ou 7 a 20 rpm e à temperatura de 24ºC.
58
3.2.5 – CONFECÇÃO DA PASTA PIGMENTADA
Um recipiente semelhante a um bécher de alumínio com capacidade de 15 litros foi
adaptado ao cowlles com freqüência invertida conforme descrito na Figura 12 . A
agitação inicialmente foi fixada em 200rpm, agitação suficiente para a formação do
vórtice no material. Foi adicionado na ordem referente à coluna de itens e nas
quantidades especificadas no Quadro 2: água, nitrito de sódio, hexametafosfato de
sódio, Emucryl D e antiespumante. A mistura foi homogeneizada por 10 minutos.
Após este tempo, foi iniciada a adição do pigmento e das cargas na ordem e nas
quantidades especificadas: dióxido de titânio, carbonato de cálcio precipitado,
carbonato de cálcio natural e algamatólito. As adições foram feitas aos poucos
durante 1 hora e 30 minutos. A agitação foi aumentada sempre que necessário para
manter o vórtice no sistema. Este procedimento indicava que a mistura estava sendo
homogeneizada corretamente. Após este tempo, foram adicionados à mistura na
seguinte ordem, antiespumante, conservantes e solução de hidróxido de amônio a
25%. Feitas todas as adições, a mistura foi mantida sob agitação por 1 hora. A
agitação neste ponto foi fixada em 900rpm. Após este tempo, uma amostra da
mistura era retirada e espalhada numa placa de vidro para se verificar a aspereza
da dispersão.
Este procedimento correspondeu a adições dos ítens 1 a 12 do Quadro 2. Este
procedimento foi repetido três vezes. Cada operação da mistura foi finalizada de
forma diferente e foram denominadas pasta 1, pasta mãe e pasta mix conforme
descrito no Quadro 2; as pastas pigmentárias foram fracionadas em quantidades
diferentes, porém, proporcionais de forma a ser mantido constante a formulação da
tinta completa.
59
Figura 12 – Sistema para confecção de tinta e pastas pigmentárias
60
Quadro 2 – Sumário das formulações das tintas e bases pigmentárias
Ítem
Pasta
Componentes
1
(g)
2
(g)
3
(g)
Função
01 Água deionizada 3488,4 3488,4 3488,4 Meio
02 Hexametafosfato de
sódio
12,00
12,00
12,00
Dispersante 1
03 Nitrito de sódio 9,60 9,60 9,60 Antioxidante
04 Emucryl D
18,00
18,00
18,00
Dispersante 2
05 Gapmaster NDW 12,00 12,00 12,00 Antiespuma
06 Dióxido de Titânio RKB2 1680,00 1680,00 1680,00 Pigmento
07 Carbonato de cálcio ppt 1680,00 1680,00 1680,00 Carga1
08 Carbonato de cálcio
natural
1200,00
1200,00
1200,00
Carga 2
09 Algamatolito 720,00 720,00 720,00 Carga 3
10 Gapmaster NDW 18,00 18,00 18,00 Antespumante
11 Fongrabac IG/500 36,00 36,00 36,00 Conservante
12
Hidróxido de amônio25%
24,00
24,00
24,00
Base para
alcalinizar o
meio
13 Resina 1 2400,00 2400,00 Veículo
14 Renex 95 18,00 Umectante
15 Glicol butílico 180,00 Coalecente 1
16 Texanol 120,00 Coalecente 2
17 Espessante 144,00 90,00 90,00 Formulações
sintetizadas
18
Água deionizada para
diluir o espessante
240,00
294,00
294,00
Diluir o
espessante
Total 11616,00 11298,00 9282,00
%de espessante/100 g de tinta 1,2 0,75 0,75
Denominação
Pasta 1
Pata
mãe
Pasta
mix
61
3.2.5.1 - PREPARAÇÃO DA TINTA (COMPLETAGEM)
O lote fabricado de pasta1 correspondeu a adição dos itens 13, 14, 15 e 16, que
corresponderam à adição do veículo, do umectante e dos solventes como
demonstrados no Quadro 3. Estas adições foram feitas lentamente, na ordem e com
agitação controlada. A agitação foi alterada para 500 rpm de forma a manter um
pequeno vórtice. Concluídas as adições, o material ficou sob agitação por mais uma
hora para completa homogeneização. Após este tempo, a mistura no bécher foi
fracionada em frascos de 1 kg contendo cada um 726 g da pasta 1. Ao frasco foi
adaptado um sistema de agitação mecânica, ajustada inicialmente em 300 rpm.
Separadamente 9 g de espessante a 30% de ST foram pesados e diluidos com 15 g
de água deionizada. A adição do espessante diluído foi feita aos poucos e a agitação
foi aumentada ao longo da adição chegando a 1000 rpm. A adição total foi feita em
15 minutos. A tinta final foi agitada por mais 15 minutos. Após 1 hora do término da
preparação da tinta a viscosidade Brookfield RVT foi determinada.
Quadro 3 – Composição da completagem usada para confecção das tintas
completas
Ítem
Componentes
Quantidade (g)
Tinta 1
Quantidade (g)
Tinta 2
1- 16 Pasta 1 726,00 726,00
17 Espessante 9,00 5,63
18 Água deionizada 15,00 18,37
% Espessante/100g de tinta 1,2% 0,75%
3.2.5.2 – PREPARAÇÃO DA PASTA MÃE
A pasta mãe correspondeu inicialmente à adição dos componentes do Quadro 2 até
o ítem 13. Para adição do ítem 13 a agitação foi alterada para 500 rpm. A adição do
ítem 13 foi feita em 15 minutos. A mistura final, foi homogeneizada por 1 hora. Após
este tempo a mistura foi fracionada em frascos de plástico de 1 kg contendo 706,12
62
g da pasta e os ítens 17 e 18 e a mistura final foi denominada de pasta mãe,
Seguindo o procedimento descrito anteriormente.
Quadro 4 – Completagem da pasta mãe
Ítem Componente Quantidade (g)
1 – 13 Base pigmentária 706,12
17 Espessante 5,63
18 Água deionizada 18,37
%Espessante/100g de tinta 0,75
3.2.5.3 – PREPARAÇÃO DA PASTA MIX
A pasta mix correspondeu à adição dos componentes do Quadro 2 até o ítem 12,
conforme descrito no procedimento geral. Completadas estas adições, a mistura foi
espessada, o que correspondeu a adição dos ítens 17 e 18. A mistura obtida nesta
fase foi fracionada em frascos de 1 Kg contendo 559,25 g em cada uma. As frações
foram denominadas de Mix 000, 001, 002, 003 e 004 as quais, correspondiam a
adição de componentes conforme descrito no Quadro 5. A fração Mix 220
correspondia a tinta completa número 2.
Quadro 5 – Completagem para composição da Pata Mix
Ítem Componente Mix
000
Mix
001
Mix
002
Mix
003
Mix
004
Mix
220
(tinta completa 2)
1-12 Base 559,25 529,5 529,5 529,5 529,5 529,5
17 Espessante 5,62 5,62 5,62 5,62 5,62
18 Água 15,25 15,25 15,25 15,25 15,25
14 Umectante 1,12 1,12
15 Glicol butílico 11,25 11,25 11,25
16 Texanol 7,5 7,5 7,5
113 Resina 150,00
%Espessante/100g de tinta 0,75
63
3.2.6 – CARACTERIZAÇÃO DO ESPESSANTE
Todas as formulações obtidas nos ensaios de polimerização dos espessantes foram
caracterzados inicialmente conforme descritos nos Anexos D e E, antes de serem
aplicadas em tinta e em bases parcialmente completadas, através das análises de:
• teor de sólidos (%ST) ou concentração, determinado em balança com
infravermelho Sartorius, modelo MA 30; a balança foi programada para
105ºC; 1,0g de produto na forma de emulsão foi pesado na balança. O
material foi gotejado com auxílio de uma pipeta Pasteur até completar 1g em
um papel de filtro à base de fibra de vidro. Os teores de sólidos foram
constantes após 15 minutos.
• pH em potenciômetro Mettler Toledo MP 220, determinado em bécher de 600
mL à 24ºC;
• teor de monômero livre por cromatografia gasosa, para os quais foram
usados padrôes de acrilato de etila e ácido metacrílico.
• tamanho de partícula em Malven Mastersizer 2000 – range 20nm a 2000µm.
Para tal análise foi usado o índice de refração padrão para resinas 100%
acrílicas igual a 1,45.
• curva de espessamento em solução aquosa a 1% de ativo conforme descrito
no item Materiais e Métodos desta dissertação.
• teor de resíduo final correspondendo a filtração do polímero sintetizado em
malha com 80 micra. A tela de filtração foi pesada antes em balança semi-
analítica Sartorius CP 42025. Após filtragem de todo o material (1900g
aproximadamente) a tela foi seca em estufa a 105ºC por 15 minutos.
Resfriada era pesada. O resíduo final foi calculado pela diferença de peso,
após resfriada. O resultado é fornecido em ppm.
64
3.2.7 – CARACTERIZAÇÃO DAS TINTAS E BASES PIGMENTADAS
ESPESSADAS
As tintas e bases pigmentadas espessadas com formulações obtidas nas sínteses
foram avaliadas através da determinação:
• do teor de sólidos conforme descrito no item caracterização do espessante.
• do peso específico ou densidade que, correspondeu a pesagem de produto
em picnômetro de alumínio de volume previamente aferido e com o produto a
24ºC. Esta análise conforme descrito no item revisão bibliográfica informa se
há algum erro básico na tinta ou base.
• a determinação da viscosidade Brookfield (RVT, f6/20 rpm, 24ºC). Todas as
tintas e bases analisadas estavam sempre no mesmo tipo de recipiente e com
a mesma quantidade.
• foram avaliadas, subjetivamente, por um período que variou de 1 a 30 dias
possível ocorrência de sinerese ou seja, separação de fases. No caso de
haver separação maior que 1% (medida em milimetros) a experiência era
eliminada.
• Foram feitas algumas determinações em baixo cisalhamento das
formulações dos ensaios da série 3 com o objetivo de verificar, fazendo
algumas correlações entre os resultados obtidos até então e os dados em
baixo cisalhamento servido de confirmação das conclusões resultantes da
metodologia usada no trabalho.
4.0 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
A apresentação dos resultados foi dividida em partes que correspondem: 1-) aos
polímeros sintetizados nos quais estão inseridos os resultados dos ensaios
exploratórios que definiram a formulação básica e as modificações químicas de
parâmetros previamente escolhidos; 2-) a aplicação das formulações obtidas em
tintas e bases pigmentadas. Optou-se por apresentar conclusões parciais ao longo
da apresentação e discussão dos resultados com o objetivo de demonstrar a linha
de raciocínio usada.
65
4.1 – POLÍMEROS SINTETIZADOS
Este ítem correspondeu aos ensaios exploratórios que definiram a especificação do
produto final e a formulação básica. Os ensaios exploratórios definiram alguns
critérios de seleção para ensaios de estudo que corresponderam às modificações
químicas da fórmula básica.
4.1.1 – ENSAIOS EXPLORATÓRIOS
Foram feitas cerca de 30 experiências consideradas exploratórias, que tiveram como
base dados de literatura e discutem a melhor relação monomérica e o caráter que a
emulsão deve ter, além de definirem definitivamente que o melhor iniciador para este
tipo de polimerização é o tipo persulfato. As experiências exploratórias consistiram
em definir [11-12]:
• tipo e percentual de tensoativo aniônico adequado para estabilizar uma
relação de acrilato de etila e ácido metacrilíco próximo a 60:40;
• o percentual e a estrutura do monômero associativo;
• a melhor distribuição no processo da quantidade de iniciador;
• definir as melhores condições de processo, isto é, temperatura, agitação e
processo de dosagem.
A apresentação dos resultados dos ensaios exploratórios foram divididos em partes
para melhor compreenssão dos dados.
Parte 1
(definições de características físico-químicas do produto ou definição das
especficações da fórmula básica)
A síntese das informações coletadas no levantamento bibliográfico realizado compôs
a seguinte especificação para os espessantes sintetizados [11-12,18,26-34]:
• teor de sólidos (ST%) = 30%;
66
• pH de 2,5 – 3,5;
• viscosidade abaixo de 100 mPa.s ( Brookfield, 1/100 rpm, 24ºC);
• desenvolver viscosidade em solução aquosa a 1% de ativo acima de 1000
mPa.s (Brookfield 4/20rpm, 24ºC), em pH alcalino;
• a solução em pH alcalino deveria ser transparente e não haver queda
acentuada de viscosidade da solução acima de pH 7.
Parte 2 – (escolha do monômero especial)
Antes da definição do macrômero ET 1077, foram feitos alguns ensaios usando na
composição monomérica um monômero associativo do tipo éster do ácido crotônico
derivado do ácool tercbutil fenol etoxilado com 30 moles de EO (Mowiplus SXL
271). Este material apresentava 20% de ácido crotônico livre no meio.
Com relação ao processo de polimerização não foi verificado nenhum problema a
não ser em relação a condição de espessamento em solução aquosa 1% de
ativo.Todos os ensaios nos quais, foram usados o crotonato apresentaram baixo
poder de espessamento (valore próximos de 1000 a 1200 mPa.s para os ensaios 53
e 54), como demonstrado na Figura 13, além de apresentar uma queda acentuada
de viscosidade em pH acima de 7,0.
O efeito na viscosidade pode ser explicado em função da solubilidade versus
intensidade das forças intra e intermoleculares; o éster do ácido crotônico apresenta,
após alcalinização, uma solubilidade maior que o éster derivado do ácido
metacrílico. Existem alguns outros fatores que podem estar contribuindo para estes
resultados, quando comparados com o éster derivado do ácido metacrílico e álcool
ceto-estearílico (70:30) etoxilado com 20 moles de EO como, o número de
etoxilação; tipo, tamanho e polaridade do grupo hidrofóbico além da reatividade da
dupla ligação do éster crotônico, proporcionando reações de transferência de cadeia.
Não foi verificado, no entanto, nenhuma diferença na distribuição de tamanho de
partícula, mesmo considerando um espassamento entre a cadeia principal do
polímero e o grupamento hidrofóbico do Mowiplus SXL 271 ser (grau de etoxilação)
ser 50% maior que o ET 1077. Para comprovar esta diferença seriam necessárias
67
outras análises a fim de verificar o quanto de éster foi incorporado na cadeia
principal do polímero. Na Figura13 estão mostrada também algumas curvas de
formulações nas quais, foi usado o macrômero ET 1077 (Formulações 46 e 47).
Ensaios Exploratórios - Curva de Espessamento em água (Conc = 1%ativos)
0100200300400500600700800900
1000110012001300140015001600170018001900200021002200230024002500260027002800
3,00 3,50 4,00 4,50 5,00 5,50 6,00 6,50 7,00 7,50 8,00 8,50 9,00 9,50 10,00 10,50 11,00
pH
Vis
cosi
dad
e B
roo
kfie
ld (
RV
T,f
4/20
rpm
,24°
C)m
Pas
Formulação 01 -Macrômero = crotonato
Formulação 08 =crotonato + divinilbenzeno
Crotonato +dialilmaleinato
Formulação 46 -macrômero = metacrilato
Formulação 30=crotonato+ novo tensoativo
Formulação 47
Formulação 53
Formulação 54
Figura 13 – Gráfico do espessamento em solução aquosa de alguns ensaios
exploratórios
As curvas de espessamento em água (Figura 13) definiram como melhor opção o
éster do ácido metacrílico derivado do ceto-estearílico etoxilado com 20 moles de
EO. Os melhores ensaios desta série foram as formulações números 46 e 47.
A fórmula básica até este momento consistia em acrilato de etila e ácido metacrílico
numa relação 58: 42 e um percentual de monômero associativo igual a 5,5%/(AE +
MAA). A única dúvida até este ponto era a distribuição do iniciador ao longo do
processo.
68
Paralelamente foi feito um experimento, formulação 1221, no qual, um segundo lote
de macrômero foi usado; este novo lote de macrômero possuía um teor de éster na
faixa de 84%, enquanto que todos os ensaios até então faziam uso de um mesmo
lote com teor de éster mais alto (88%). Foi verificado entre os dois lotes apenas uma
diferença no poder de espessamento em água.
Parte 3 – avaliação do processo
Os ensaios considerados bons apresentaram exotermia de 5 a 7ºC, tão logo foi
adicionado a carga inicial de persulfato de amônio. A temperatura interna (produto)
foi maior que a temperatura do banho e a exotermia máxima de 5ºC após adição
final de iniciador (oxi-redox). Na Figura 14 é possível verificar um gráfico do
acompanhamento do sistema de polimerização.
Figura 14 – Diagrama básico do processo de polimerização em emulsão
Diagrama básico do Processo de Polimerização Fórmula Básica e Ensaios em série
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 1 2 3 4 5 6 7 8
Tempo (hora)
Tem
per
atu
ra(°
C)
/ do
sag
ens
[%
]
TemperauraInterna (°C)Temperaturabanho (°C)Pré-emulsão
Iniciador
69
Diferentes tempos de adição do iniciador versus pré-emulsão foram avaliados. Os
ensaios em que a adição da pré-emulsão terminou antes da solução de iniciador,
sendo esta adicionada até o final, apresentou uma queda no desempenho do poder
de espessamento em água. Após 15 dias era verificada uma queda de viscosidade
em pH alcalino. Este fato não ocorreu para as formulações onde a alimentação da
solução de persulfato foi suspensa tão logo terminou a alimentação da pré-emulsão.
Entendeu-se que os polímeros formados nas duas condições eram diferentes em
relação ao peso molecular (no primeiro caso foi adicionado ao sistema uma
quantidade de iniciador menor que o estabelecido ou seja, a vazão ao longo do
tempo de adição foi menor). Entretanto, o sistema se apresentava reativo o
suficiente para suportar esta diferença de quantidade de iniciador. Considerando o
mecanismo da reação, no final se tem muito pouco monômero e, a adição a mais de
persulfato correspondia apenas adição de mais sal ao polímero. O excesso de sal
no sistema signficava quebra de interações no sistema e por conseqüência queda na
viscosidade da solução final. O efeito sobre o valor máximo da viscosidade não era
muito significativo, correspondendo a 20% em média do valor original.
O efeito foi confirmado no término das dosagens invertidas, isto é, solução de
persulfato de amônio terminando antes da pré-emulsão. Neste caso, não foi
verificada queda de viscosidade e sim uma tendência a viscosidade maior que a
original em termos absolutos.
Para diferentes teores de carga inicial, isto é, de 5 para 2,5%, não foram observadas
diferenças no desempenho relação ao poder de espessamento que foram avaliadas
aqui tanto em água, quanto em resina a 20% de teor de sólidos.
Parte 4 – sistema de tensoativo
Analisando a composição monomérica e com base na literatura sabe-se que o
sistema de tensoativo tem que ser aniônico, composto por um surfactante aniônico e
uma pequena porcentagem fixa de um surfactante não-iônico, tensoativo 2 (Eumugin
LCN 287), visando a estabilidade. Para isso a variação do sistema de tensoativo
correspondeu assim, a alteração do tensoativo 1 aniônico. Esta variação nos ensaios
70
exploratórios correspondeu à variação do grupo hidrofóbico, independente do grau
de etoxilação. Foram usados diferentes tensoativos como nonil fenol etoxilado
sulfato de sódio 9EO, tercbutilfenol etoxilado sulfato de sódio 7 EO e lauril éter
sulfato de sódio (10-15) EO, todos estão demonstrados na Tabela 1. Todos possuem
baixo grau de etoxilação. Para esta variação foi fixado um percentual de tensoativo
de 5,55%/(AE + MAA) para comparação. Todos os tensoativos foram testados no
sistema com o ET 1077 como monômero associativo. Os resultados de
espessamento em água foram semelhantes para o mesmo teor de monômero
associativo. No caso do terbutil fenol etoxilado foi constatado um ligeiro aumento no
poder de espessamento (15%). Analisando os resultados de tamanho de partícula
(Anexo D), processo e espessamento em água todos os resultados foram muito
semelhantes. O critério adotado para a escolha foi o conceito ambiental e escolheu-
se o lauril éter sulfato de sódio 10 – 15 EO por ser isento de derivados fenólicos.
Tabela 1 – Variação do tensoativo 1 nos ensaios exploratórios
Ensaio
Parte hidrofóbica
do tensoativo 1
Grau de
etoxilação
Peso
molecular
médio
(uma)
%ST
Nº de
moles
(g/mol)
1220
Lauril
10 – 15
708
60,5 – 62,5
1407
Tercbutil fenol
7
744
30%
0,0352
1409
Nonil fenol
9
714
39 – 41
0,0367
1425
Nonil fenol
25
1366
36,5
0,0191
71
Etapa 5 – agitação
Foi verificado que a agitação mais alta do que 100 rpm provoca grande formação de
grumos, demonstrando o grau de sensibilidade do sistema de polimerização
adotado.
Etapa 6 – avaliação de outros tipos de monômeros
A influência do uso de monômeros bifuncionais na composição monomérica foi
verificada, como também se efeito sobre o espessamento do produto em solução
aquosa. Esta avaliação foi feita em ensaios com o monômero associativo,
metacrilato de cetoesterílico etoxilado (ET 1077), e o crotonato de terc-butil fenol
etoxilado (Mowiplus SXL 271). Em relação às características de processo foi
verificado que no caso dos ensaios com crotonato, o processo apresentou bons
resultados porém, a queda de viscosidade da solução do espessante foi bem
acentuada. No caso do ensaio com o metacrilato cetoestearílico foi verificado que o
teor de monômero associativo e o teor de monômero bifuncional (ex. Dialilftalato) foi
fundamental pois, teores acima de 0,5%/(AE+MAA) apresentavam muitos grumos. A
curva de espessamento destes ensaios está mostrado na Figura 13.
Conclusão parcial I
Como comentado anteriormente, questões relacionadas a variáveis de processo da
polimerização deste tipo de espessante não são discutidas usualmente pela
literatura portanto, foi considerado que a fórmula básica estava definida e os dados
relativos a elas estão descritos nos Anexos A e B. A definição de uma formulação
básica depende de muita experimentação e das verificações feitas em relação a
reatividade, formação de grumos e espessamento em água. A formulação básica foi
denominada de 1220. O polímero obtido no ensaio foi caracterizado conforme
estabelecido no ítem caracterização do polímero e estão apresentados nos Anexos
C e D.
72
4.1.2 – ENSAIOS DAS MODIFICAÇÕES QUÍMICAS NA FÓRMULA BÁSICA
Os ensaios exploratórios para definição da fórmula básica de espessante, geraram
algumas conclusões importantes, que foram consideradas como critérios de seleção
para as formulações em estudo. Os produtos obtidos dos ensaios não poderiam:
• apresentar resíduo de filtração em malha de filtração de 80 micra > 100 ppm;
• apresentar exotermia maior que 5ºC após adição final oxi-redox;
• apresentar monômero livre (AE + MAA) maior que 200 ppm;
• apresentar viscosidade Brookfield (RVT, f4/20 rpm, 24ºC) menor que 1000
mPa.s em solução a 1% de ativo em pH 6,5 e 9,0;
• apresentar aspecto turvo em solução aquosa 1% de ativo (concentração de
espessante em água) em pH alcalino.
Os parâmetros escolhidos para serem avaliados foram os teores de iniciador e de
monômero associativo em relação aos monômeros acrilato de etila + ácido
metacrílico; relação entre acrilato de etila e ácido acrilíco e, a variação do grau de
etoxilação do tensoativo 1 da formulação básica. Os ensaios foram divididos em
série conforme descrito nas Tabelas 3, 4,5 e 6.
Tabela 2 – Formulações da série 1 – Relação AE: MAA
Formulação Relação AE : MAA
1220
58 : 42
1038
62: 38
1035
65 : 35
1045
55 : 45
73
Para a série 2 de ensaios foi considerado apenas o teor de persulfato de amônio –
iniciador principal do sistema.
Tabela 3 – Formulações da série 2 – teor de iniciador
Formulação
% Persulfato de Amônio /
(Acrilato de etila + ácido metacrílico)
1012 0,1200
1016 0,1600
1220 0,2000
O monômero associativo, produto intermediário ET 1077, foi variado em relação ao
somatório (AE + MAA) em peso.
Tabela 4 – Formulações da série 3 – Variação no teor de macrômero
Formulação %Monômero associativo/(AE + MAA)
1000 0
1101 1
1102 2,5
1104 4,0
1220 6,0
1108 8,0
1110 10,0
Foi verificado que à medida que o teor de macrômero aumenta a estabilidade e o
aspecto da pré-emulsão muda isto é, o aspecto torna-se mais leitoso e a separação
da pré-emulsão ocorre em um tempo maior, e não é imediato.
Para a série 4 de ensaio foram usados tensoativos de mercado. Todos os dados dos
tensoativos foram coletados de boletins técnicos de seus fabricantes. A série 4
correspondeu a variação do grau de etoxilação do tensoativo 1, onde a parte
74
hidrofóbica foi mantida constante, isto é, lauriléter sulfato de sódio. Não foi possível
fazer uma variação de etoxilação mais representativa por falta de disponibilidade do
produto no mercado. As quantidades em peso dos tensoativos em relação aos seus
teores de sólidos (%ST) foram recalculadas, baseando-se em dados descritos no
Anexo B.
Tabela 5 – Variação do grau de etoxilação do tensoativo 1 da fórmula básica
Ensaio
Número de
etoxilação
Teor de sólidos
do tensoativo
(%ST)
Peso
molecular
médio
(uma)
Número de moles
na formulação
(g/mol)
1200
0
27 -28
228
0,0915
1202
2
27 – 28
375
0,0700
1220
10 – 15
60,5 – 62,5
708
0,0370
1230
30
31 – 33
1600
0,0160
1250
50
29 – 30
2480
0,0105
Avaliação do poder de espessamento em solução aquosa a 1% de ativo
(concentração efetiva de espessante em água)
Na Figura 15, estão representadas as curvas de espessamento de algumas
formulações resultantes dos ensaios da série Modificações dos parâmetros
químicos da fórmula básica. Verificou-se, que para todas as formulações, a transição
do sistema de emulsão ocorre em pH próximo a 6,2. Até este ponto o
desenvolvimento da viscosidade foi desprezível, o pH varia muito, e a curva nesta
faixa é confiável.
75
0
1500
3000
4500
3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00pH
Vis
c.B
roo
kfie
ld (
RV
T,
f4/2
0rp
m,2
4ºC
)mP
as
Ensaio 1038Ensaio 1035Ensaio 1220Ensaio 1221Ensaio 1209
Figura 15 – Espessamento em solução de algumas formulações da série
1(1220,1035 e 1038) e algumas formulações da série ensaios exploratórios
Uma verificação importante, em relação ao espessamento em água das formulações
resultantes dos ensaios, correspondeu a relação viscosidade versus agitação. O
procedimento adotado previa a determinação da viscosidade ao longo da adição da
base em intervalos de tempo pequenos, mas constantes. Foram feitas algumas
determinações de viscosidade e pH das soluções finais após 24 horas de repouso.
Foi constatado que a viscosidade era 30% em média mais alta após 24 horas,
enquanto que a variação do pH era de 0,1 a 0,2 . É importante ressaltar que todas
as curvas apresentaram viscosidade praticamente constante em pH acima de 7,0.
O aumento do poder de espessamento é facilmente verificado nas formulações da
série teor de macrômero, como pode ser verificado na Figura 16. No espessamento
em água, o tipo de interação predominante é o intramolecular e à medida que o teor
de macrômero aumenta, verifica-se um aumento do poder de espessamento. No
espessamento em água não foi possível verificar a concentração critíca de
76
macrômero, onde a viscosidade começaria a diminuir como previsto por De Nott e
Pereira em seu trabalho [ 28 ].
Em relação ao tensoativo (formulações da série 4) o ensaio 1202 por exemplo não
foi mostrado no Gráfico 16, devido ao fato da viscosidade máxima estar acima de
25000 mPa.s, totalmente fora da escala.
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
7000
8000
9000
10000
11000
12000
3,00 4,00 5,00 6,00 7,00 8,00 9,00 10,00
pH
Vis
c.B
roo
kfie
ld (R
VT
, f4/
20rp
m,2
4ºC
)mP
as
Ensaio 1102Ensaio 1104Ensaio 1220Ensaio 1108Ensaio 1110
Figura 16 – Espessamento em solução aquosa dos ensaios da série 3
Com o objetivo de demonstrar a passagem da condição de emulsão para solução
dos polímeros sintetizados, foi feito um acompanhamento da turbidez versus pH do
sistema para a formulação básica (Figura 17). Para esta determinação, o
procedimento de alcalinização foi dividido em dez amostras nas quais foram
adicionadas pequenas quantidades de hidróxido de amônio a25% (0,25mL de cada
vez até 2,0mL). As dispersões/soluções foram homogeneizadas e mantidas em
repouso por 12 horas, quando então a turbidez e o pH foram determinados. A
tubidez foi determinada em um turbidímetro Hach 2100AN-I de 0 a 10000 NTU. Este
instrumento mede a luz espalhada em três angulos, mas no caso especifíco, o
ângulo era de 90º. A medida da turbidez foi feita em neiphelometric turbidity units
77
(NTU); a água deionizada é a referência neste aparelho e sua turbidez é igual a zero
NTU. Este procedimento confirmou a informação da literatura que diz que a
“viragem” ocorre em pH na faixa de 6,2 [55].
020406080
100120140160180200220240
3 4 5 6 7 8 9 10 11pH
Tu
rbid
ez
(NT
U)
Formulação básica(1220)
Figura 17 – Acompanhamento da turbidez na alcalinização (espessamento) em
água 1% ativo do ensaio 1220 – fórmula básica
Avaliação dos tensoativos
Não foi possível sintetizar polímeros com os tensoativos da série lauril sulfato de
sódio, lauril éter sulfato de sódio 30 EO e 50 EO, com o mesmo número de moles do
tensoativo aniônico da fórmula básica. Nos casos do lauril sulfato de sódio e lauril
éter sulfato de sódio 50EO, os ensaios coaleceram durante o processo de
polimerização. No caso do lauril éter sulfato de sódio 30EO o ensaio coaleceu no
final do processo de polimerização.
Foram feitos ensaios com valores intermediários do número de moles, porém valores
bem acima do valor de número de moles referente à quantidade em peso usada. Os
ensaios denominados 1352, 1353 e 1354 apresentaram grandes diferenças em
78
relação aos tamanhos e distribuições de partículas, como pode se verificado no
anexo E, além de tendênica a dar monômero livre e resíduo de filtração acima do
especificado. Os resultados estão demonstrados no Anexo E, mesmo assim, foram
feitas as curvas de espessamento para melhor visualização (Figura 18).
0250500750
100012501500175020002250250027503000
5,50 6,50 7,50 8,50 9,50 10,50
pH
Vis
cosi
dad
e B
roo
kfie
ld (
RV
T,
f4/2
0 rp
m, 2
4ºC
) m
Pa.
s
Formulação 1353
Formulação 1354
Formulação 1230
Figura 18 – Espessamento em água dos ensaio da série tensoativo – número de
moles
As quantidades de tensoativos não são equimolares num sistema de polimerização
em emulsão, como previsto pelo próprio mecanismo envolvido. A relação
normalmente é feita em peso. O efeito constatado estava previsto tendo como base
os conceitos de tamanho de partícula, da área superficial da partícula e da
concentração mínima crítica de cada tensoativo envolvido e, no caso especifíco do
polímero formado, a distribuição dos grupos ácidos na interface. Considerando que
o processo melhorou a partir da diminuição da massa pode-se considerar que o
maior efeito foi em relação ao número de partículas.
Para teores equimolares, seriam necessários no caso do lauril éter sulfato de sódio
30 EO, uma quantidade duas vezes maior, enquanto que com 50 EO esta
79
quantidade chegava a ser 3,5 vezes superior àquela usada na formulação básica. O
número de partículas aumenta muito para os tensoativos 30 EO e 50 EO além do
que, o caráter da emulsão modifica tendendo ao não-iônico, desestabilizando a
emulsão que contém um alto teor de ácido que tende a estar na interface com a
água.
Os ensaios considerando o teor de tensoativo em peso ocorreram como previsto,
isto é, sem problemas com exceção quando do uso do lauril sulfato de sódio.
Algumas formulações dos ensaios da série tensoativo serão comentados
posteriormente.
Conclusão parcial II dos ensaios de estudo da fórmula básica
Alguns ensaios apresentaram diferenças significativas em relação ao tamanho de
partícula, como já comentado. Os ensaios que apresentaram maiores diferenças no
poder de espessamento em água foram os da série 3. Os ensaios 1100 e 1101
foram eliminados pelo reduzido poder de espessamento em água.
4.2 - APLICAÇÃO EM TINTA E PASTA PIGMENTÁRIA
Normalmente, a viscosidade Brookfield não é adequada para avaliação de tintas por
ser um sistema rotacional estacionário, pois não mostra o comportamento da tinta.
Por outro lado, quando este tipo de viscosidade é usado o sistema escolhido é o LVT
à uma velocidade de 0,3 rpm como descrito no item revisão bibliográfica. Nesta
pesquisa porém, uma modificação foi necessária nestas condições de avaliação, em
função do fato de que, os valores de viscosidade em 0,5 rpm (velocidade mais
próxima no viscosímetro RVT) eram muito altos sendo que, em algumas situações,
estes valores chegavam a ordem de milhão. Alteração no tipo de unidade usada
para a determinação da viscosidade poderia ser feita mas, alguns valores ficariam
bastante altos. Outro fator importante na decisão de se trabalhar na velocidade de
20 rpm foi o fato de que em 100 ou 50 rpm (também utilizadas na área de tintas) era
necessário trocar o número do fuso devido os altos valores. Com a velocidade fixada
em 20 rpm foi possível fazer todas as medidas com um único fuso, tendo como
80
parâmetro a determinação do torque (valor fornecido pelo próprio aparelho). Nesta
Dissertação a tinta é apenas o sistema escolhido para avaliar o poder e/ou a
eficiência do espessamento de algumas formulações de espessantes sintetizadas e
conhecer e identificar a arquitetura do sistema em relação aos componentes
responsáveis pelas grandes mudanças das interações que convivem no sistema
para que, em estudos posteriores, as propriedades reológicas do sistema sejam
estudadas.
A viscosidade da tinta completa, isenta de espessante, foi determinada
imediatamente após ter sido feita e o valor encontrado foi de 183 mPa.s (20
rpm/24ºC). Após 2 horas, a tinta começou a se separar em duas fases. em vinte
quatro horas o sistema estava totalmente separado e a parte sólida era dura e muito
difícil de ser homogeneizada novamente.
A viscosidade Brookfield RVT das tintas confeccionadas com os ensaios
selecionados foi determinada após 1 hora do término do espessamento, e também
após 24 horas e depois de 7 dias. Para alguns ensaios a viscosidade foi
acompanhada até 30 dias com o objetivo de confirmar dados. A leitura da
viscosidade foi feita na décima rotação além do que, nas mesmas condições de
peso e tipo de recipiente.
A composição da tinta e das bases pigmentárias foi feita com as especificações e
características descritas na Tabela 6.
Condições estabelecidas
• O percentual de espessante nas tintas e bases pigmentárias foi estabelecido
previamente, independente da viscosidade final em todos os ensaios de
aplicação;
• as formulações das séries 1, 2 e 3 foram aplicados em tinta completa
número 1 com 1,2% de espessante/ 100g de tinta; esta tinta foi denominada
tinta número 1;
81
• os parâmetros que necessitassem de mais investigação, significando a
tentativa de otimização de parâmetros, seriam submetidos a novos testes
em tinta onde o percentual de espessante seria alterado para 0,75% de
espessante/100g de tinta; esta tinta foi denominada de tinta número 2;
• de cada avaliação seriam tiradas conclusões parciais que gerariam as novas
necessidades de investigação;
• avaliações paralelas poderiam ser feitas, caso necessário, para esclarecer
qualquer dúvida a respeito de algum parâmetro e/ou oferecer subsídios para
trabalhos futuros.
Tabela 6 – Controle de qualidade da tinta/base pigmentária
Controle de dados Resultados/Especificação
Densidade (g/ml) 1,435 - 1,437
Visosidade Stomer (KU) 105 – 115
%ST 55,0 – 56,5
Veículo/peso 10%
Veículo/volume 9,433
PVC 60%
CPVC* 55,43%
PVC/CPVC 1,089
* PVC crítico que corresponde ao ponto onde a tinta muda suas propriedades
A quantidade de espessante foi variada em peso e a diferença foi adicionada ao
ítem 18, água deionizada, do Quadro 2, de forma a manter as especificações da
tinta constantes.
4.2.1 – TINTA NÚMERO 1
Série 1 - Avaliação da variação da relação AE:MAA. Os resultados estão
demonstrados na Figura 19:
82
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
Vis
c.B
roo
kfi
eld
(R
VT
,f6
/20
rpm
,24
ºC)m
Pa
s
1035 1038 1045 1042Ensaios
Comportamento da Viscosidade da tinta - 1,2%Espessante/100g tinta - Parâmetro = relação AE : MAA
Imediato - 1hora/ambiente24 horas/ambiente7 dias/ambiente
Figura 19– Viscosidade da tinta completa número 1/ formulações da série 1 de
ensaios
Avaliação do teor de iniciador
Os resultados estão demonstrados na Figura 20:
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
Vis
c.B
roo
kfie
ld(R
VT
,f6/
20rp
m,2
4ºC
)mP
as
Ensaio 1012 Ensaio 1016 Ensaio 1020(1220)Ensaios
Tinta número 1 - 1,2% de espessante/100g de tintaParâmetro: Teor de iniciador/(AE + MAA)
série 2 de ensaios
Imediato - 1hora/ambiente 24 horas/ambiente 7dias/50ºC
Figura 20 – Viscosidade Brookfield da tinta completa número 1/ Formulações da
série 2 de ensaios
83
Variação do Teor de macrômero. Os resultados estão demonstrados na Figura 21
05000
100001500020000250003000035000400004500050000550006000065000
Vis
c.B
roo
kie
ld
(RV
T,f
6/2
0rp
m,2
4ºC
)mP
as
1102 1104 1220 1108 1110
Ensaios
Tinta Completa - 1,2%Espessante/100g tinta - Parâmetro = teor de macrômero no espessante
Imediato - 1hora/ambiente
24 horas - ambiente7dias - 50ºC
Figura 21 – Viscosidade Brookfield da tinta completa número 1/formulações da série
3 de ensaios
Comentários e discussão dos resultados da tinta na qual foram usados 1,2% de
espessante/100g de tinta
Iniciador
O ensaio 1012 foi apresentado para demonstrar a sensibilidade do sistema, pois,
este ensaio não teve um bom desempenho em relação ao processo. Apresentou
tendência a formação de resíduo e a monômero livre, como pode ser verificado no
Anexo D, onde estão apresentados os resultados de análises físico-químicas. Em
relação ao tamanho de partícula não houve diferença.
Os ensaios 1016 e 1020 não apresentaram diferenças em relação ao poder de
espessamento. Os valores obtidos foram muito semelhantes o que significa que o
teor de iniciador da formulação 1220, equivalente à fórmula básica foi mantido.
84
Relação AE: MAA
Os resultados obtidos com as tintas espessadas com as formulações da série de
ensaios do parâmetro relação entre acrilato de etila e ácido metacrílico mostraram a
questão discutida anteriormente sobre a necessidade de se ter um balanço
hidrofóbico-hidrofílico em relação a composição monomérica. Os espessantes com
maior teor de acrilato de etila apresentaram menores viscosidades na tinta
estudada. A diferença de viscosidade entre os ensaios 1045 e 1220 não justifica
uma mudança na composição monomérica da fórmula básica.
O espessamento em solução aquosa a 1% de ativo confirmou os resultados obtidos
na tinta. Embora todos os ensaios tenham apresentado viscosidades acima de 1000
mPa.s, os ensaios 1035 e 1038 apresentaram em solução aquosa aspectos turvos;
a turbidez foi determinada e estava na faixa de 15 NTU.
Teor de macrômero (monômero associativo)
Os ensaios 1000 e 1101 não foram considerados, por terem apresentado uma
grande separação de fases na tinta. A viscosidade da tinta é diretamente
proporcional ao teor de macrômero no espessante até o percentual de 6%/(AE +
MAA). Entre as tintas espessadas com as formulações 1108 e 1110 foi verificada
uma inversão na relação do teor de macrômero e viscosidade da tinta. Esta inversão
foi confirmada em outros testes feitos inclusive com outro lote de tinta e em outra
condição de concentração de espessante (será discutida posteriormente).
Conclusão parcial III
A fórmula de tinta usada para avaliação foi bastante sensível para perceber as
influências das modificações químicas na fórmula básica. Poderia ser considerado
que a fórmula básica estava aprovada em todos os testes aplicativos sendo
inclusive estável e reprodutiva, porém, o teor de macrômero não estava bem
definido, necessitando de mais investigação.
85
Por outro lado, a viscosidade da tinta usando a fórmula básica como espessante era
muito alta, o que poderia significar, comparando com os dados do espessamento
em água, que o teor de macrômero estava superestimado. Decidiu-se, então,
verificar se era possível usar o sistema disperso como uma base para tentar
otimizar o teor de macrômero. Decidiu-se, então, definir como um parâmetro de
aprovação uma faixa de viscosidade mais próxima da faixa estabelecida pelo
mercado para este tipo de tinta. O mercado considera para este tipo de tinta uma
faixa de viscosidade Stormer igual a 95 – 115 KU que corresponde a uma faixa de
viscosidade Brookfield RVT entre 2500 – 4500 mPa.s.
Nova investigação foi realizada e um novo plano de trabalho foi feito e apenas os
ensaios 1102, 1104 e 1220 que correspondem a 2,5%, 4% e 6% de monômero
associativo/ acrilato de etila + ácido metacrílico respectivamente, foram
considerados nesta etapa. O roteiro da avaliação está descrito a seguir.
4.2.2 – TINTA NÚMERO 2 – APLICAÇÃO DOS ENSAIOS SELECIONADOS
Os resultados da tinta completa número 2 espessadas com as formulações 1102,
1104 e 1220 estão apresentados na figura 22:
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
14000
Vis
c.B
rookf
ield
(RV
T, f
6/20
rpm
)mP
as
1102 1104 1220Ensaios de Espessantes em relação ao teor de macrômero
Tinta completa - 0,75%Espessante/100g de tinta
imediato - após 1 hora 24 horas 7 dias 30 dias
Figura 22 – Viscosidades Brookfield das tintas completas número 2 feitas com as
formulações selecionados da série 3 de ensaios
86
O ensaio 1102 demonstrou ser o mais estável em relação a um tempo de estocagem
mais longo. Os ensaios 1104 e 1220 apresentaram uma certa tendência à inversão
de viscosidade versus teor de macrômero com o tempo, onde o ensaio 1220 foi mais
estável. Nenhum ensaio apresentou sinérese dentro do tempo avaliado.
Em relação a faixa de viscosidade pré-estabelecida o melhor ensaio foi o 1102.
Diante desses resultados e considerando que seria prematuro estabelecer o novo
teor de macrômero, decidiu-se avaliar o comportamento da viscosidade desenvolvida
pela formulação básica em cada etapa da confecção da tinta onde, foram usados
0,75% de espessante/100g de tinta. Para esta série de ensaios-testes foi usado o
conceito da pasta mix. A descrição dos ensaios está apresentada no Quadro 5 e os
resultados estão descritos na Figura 23.
4.2.3 – COMPORTAMENTO DA VISCOSIDADE DA PASTA MIX
Conforme foi descrito no ítem Materiais e Métodos (item 3.0) a pasta Mix
corresponde a pasta de pigmentos espessada com a formulação básica (Ensaio
1220). No produto espessado foram adicionados componentes como umectante
(MIX 001), cossolvente (MIX 003 e MIX 004) e a resina (MX 220 = tinta número 2). O
desenvolvimento da viscosidade em cada adição foi acompanhado conforme
demonstrado na Figura 23:
87
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
55000
60000
Vis
c.B
roo
kfie
ld (
RV
T,f
6/20
rpm
, 24
ºC)m
Pas
MIX 000 MIX 001 MIX002 MIX 003 MIX004 Tintanúmero 2
Compontente da adição
Comportamento da viscosidade da mistura mix até a composição final da tinta número 2 - formulação básica (1220)
0,75%espessante/100g de tintaImediato - 1 hora24 horas 7 dias
Figura 23 – Desenvolvimento das viscosidades Brookfield na pasta mix em função
da ordem de adição dos componentes da tinta completa número 2/formulação 1220
(fórmula básica)
Analisando o gráfico da Figura 23 observam-se três pontos críticos que contribuem
nos valores de viscosidade. A otimização do teor de macrômero na formulação
básica não pode ignorar estes efeitos. Foram considerados pontos críticos, a adição
de umectante, a adição dos cossolventes e a adição da resina.
Assim, seria importante avaliar as formulações 1102, 1104 e 1220 em um sistema
onde possível eliminar, pelo menos, parte dos componentes críticos. O sistema
escolhido deveria prever, também, a possibilidade de se estudar o efeito destes
componentes posteriormente. Portanto, as formulações 1102, 1104 e 1220 em uma
base pigmentária parcialmente completada foram escolhidas. Os resultados destas
formulações na pasta mãe estão apresentados na Figura 24.
88
4.2.4 – AVALIAÇÃO DO ESPESSAMENTO DA PASTA MÃE
COM FORMULAÇÕES SELECIONADAS
Base tinta número 2 – Teor de macrômero
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
Vis
c.B
roo
kfie
ld
(RV
T,f
6/20
rpm
,24º
C)m
Pas
Ensaio 1102 Ensaio 1104 Ensaio 1220
Imediato - 1 hora
24 horas
7 dias
Figura 24 – Viscosidades Brookfield das pastas mãe espessadas com formulações
selecionados da série 3 de ensaios
Esta avaliação apresentou resultados como esperado, isto é, quanto maior teor de
macrômero maior a viscosidade desenvolvida.
4.2.4.1 - Efeito umectante
A pasta mãe foi fracionada e espessada com as formulações resultantes dos
ensaios da série 3. Após o espessamento, as pastas mães foram umectadas e, para
as misturas finais, foi determinada a viscosidade Stormer (KU). A viscosidade
89
Stormer (KU) demonstrada na Figura 25 foi determinada a 24ºC após 7 dias da
confecção da mistura.
4050
60
70
8090
100
110
120130
140
150
0 1 2 3 4 5 6 7
% Macrômero/relação (AE + MAA)
Vis
cosi
dade
Sto
mer
-Kre
bs (
KU
)
Figura 25 – Viscosidades Stomer (KU) versus pastas mãe espessadas e umectadas
com formulações selecionadas da série 3 de ensaios
Conclusão parcial IV
Os resultados da viscosidade Stomer (KU) confirmam as formulações 1102 e 1104
são as mais indicadas para obtenção da viscosidade de mercado 95 – 115 KU. O
resultado da viscosidade da formulação o 1220 foi considerado (Figura 25) para
demonstrar como fica claro que o teor de macrômero na fórmula básica está
superestimado ( a viscosidade da formulação 1220 está no limite da escala do
viscosímetro Stomer).
Considerando os poucos recursos dentro desta pesquisa para determinar o melhor
teor de monômero associativo, é importante fazer um estudo paralelo dos efeitos
dos três componentes do sistema, responsáveis pelas grandes mudanças nas
interações do meio.
90
4.2.4.2 – Efeito da resina e confirmação do efeito umectante
As especificações comparativas entre a resina 1 e a resina 2 estão descritas no
Anexo F. Aparentemente as resinas apresentavam especificações bastante
semelhantes.
A pasta mãe foi confeccionada de duas formas: num lote, foi usada a resina 1 e em
um segundo lote foi usada a resina 2. Os lotes das pastas mãe foram espessados
com as formulações 1102, 1104 e 1220. As novas misturas foram redivididas e um
percentual proporcional de umectante (Renex 95) foi adicionado em uma das frações
das novas misturas espessadas. As viscosidades Brookfield RVT foram
determinadas após 7 dias a 24ºC e a leitura das viscosidades foi feita na décima
rotação. Os resultados estão apresentados na Figura 26. Nesta figura é possível
avaliar o efeito veículo e o efeito umectante.
02000400060008000
10000120001400016000180002000022000240002600028000
Vis
c.B
roo
kfie
ld
(RV
T,2
0rp
m,2
4ºC
)mP
as
Ensaio 1102 Ensaio 1104 Ensaio 1220
Ensaios da série teor de macrômero
Avaliação do efeito "veículo" no espessamento da pasta mãe com formulações selecionadas da série 3
Master/resina 1 Master/Resina 1 - UmectadaMaster/Resina 2 Master/Resina 2 - Umectada
Figura 26 – Viscosidades Brookfield das pastas mãe espessadas com as
formulações selecionadas da série 3 de ensaios versus tipo de veículo
Constatou-se, então, que a resina 1 é muito reativa na presença de espessante
associativo. Este efeito é bem menos pronunciado na pasta mãe espessada com a
91
formulação 1102. Após a adição do umectante, as viscosidades das misturas
espessadas contendo a resina 1 diminuiu sete vezes, em média, enquanto que nas
mesmas misturas (usando as mesmas formulações de espessantes), usando a
resina 2, cai cerca de 50% no máximo.
Mesmo não conhecendo as composições das resinas 1 e 2, mas considerando os
dados obtidos da literatura, concluiu-se que os teores e tipos dos tensoativos das
duas resinas devem ser muito diferentes. Estas diferenças foram responsáveis pelos
resultados constatados em relação à viscosidade das pastas mãe confeccionadas
com elas e espessadas com as formulações selecionadas. No levantamento
bibliográfico, foi observado que o tensoativo influencia as interações do meio e, a
viscosidade de um sistema veículo-espessante aumentava com a concentração do
tensoativo até uma concentração considerada crítica. Após esta concentração
crítica, a viscosidade caía mesmo com o aumento do tensoativo. Este fato pode
esclarecer o efeito constatado entre as resinas e reforça uma possível diferença de
teor de tensoativo nas resinas independentes das viscosidades originais. As
diferenças entre as viscosidades originais das resinas com certeza estão
relacionadas ao teor de grupos ácidos na superfície das partículas e não em relação
ao teor e tipo de tensoativo. A resina 2 possui um teor de tensoativo maior que a
resina 1.
Paralelamente, foram feitas algumas avaliações das resinas 1 e 2 na presença dos
espessantes da série 3. Foram feitas duas avaliações separadamente: 1-) 0,75% de
espessante/100g de resina 1; 2-) sistema diluído a 20% de ativo, no qual, foram
usados 1% de espessante em ativo. Os resultados das duas avaliações estão
demonstrados nos gráficos das Figuras 27 e 28.
Espessamento da resina 1 - sistema concentrado, resina, na qual foram usados
0,75% de espessante/ 100g de dispersão
92
Comportamento da Viscosidade da Resina 1 com adição de espessante - adição de 0,75% espessante/resina - ensaios da série 3 - teor de
macrômero/(AE + MAA)
3000
13000
23000
33000
43000
53000
63000
73000
83000
93000
103000
0 2 4 6 8 10 12
% Macromonomero/ (AE + AMA)
Vis
c.B
roo
kfd
(R
VT
, /2
0rp
m,
24ºC
)
Figura 27 – Avaliação do espessamento da resina 1 com as formulações da série 3
de ensaios
É importante esclarecer que em função do teor %ST da resina foi impossível manter
o sistema com a mesma fração de volume da tinta e base pigmentária. A avaliação
no sistema concentrado confirma a tendência verificada na tinta completa número 1
isto é, a viscosidade no sistema contendo 8% de macrômero/ AE + MAA é maior
que o sistema contendo 10%. Por outro lado, esta avaliação demonstra o conflito
entre as formulações de espessante contendo 4 e 6% de macrômero associativo/ AE
+ MAA. A concentração de espessante no sistema resina-espessante (concentrado)
é igual ao teor de espessante usado no segundo lote de tinta e bases pigmentárias.
Espessamentos comparativos entre as resinas 1 e 2 em um sistema diluído a 20%
de ativos na dispersão na qual foram usados 0,75% de espessante/ 100g de
dispersão
93
Poder de espessamento em resina - 20% de teor de sólidos (Avaliação do efeito resina)
Espessantes usados: Formulações da série 3 de ensaios
5005500
105001550020500255003050035500405004550050500
0 2 4 6 8 10 12
Teor de Macrômero/(AE + MAA)
Vis
c.B
rokf
ield
(R
VT
,f6/
20rp
m, 2
4ºC
)
Resina 2 Resina 1
Figura 28 – Comparação do desenvolvimento da viscosidade Brookfield da resina 1
e resina 2 espessadas com formulações da série 3 de ensaios versus teor de
macrômero no espessante
A resina 1 não apresentou tendência a inversão de viscosidade nas formulações
com 8 e 10% de macrômero/ (AE + MAA) (Figura 28) entretanto, a viscosidade
praticamente dobrou. A resina 2 espessada apresentou uma tendência para manter
a viscosidade constante nas formulações com 8 e 10% de macrômero/AE + MAA.
Conclusão parcial V
A resina 1 contribui muito para o desenvolvimento da viscosidade do sistema,
embora o efeito seja minimizado pela adição do umectante.
A adição de umectante apresenta um efeito diferente se for considerado as pastas
mix e a mãe. O levantamento bibliográfico, realizado discute este efeito em relação a
solubilidade [5]. Na pasta mix o umectante forma micelas ou agregações em função
da pouca afinidade com o meio; na pasta mãe, em função da presença do veículo o
grau de solubilidade aumenta, modificando as interações do meio.
94
A inversão de viscosidade entre as formulações 1108 e 1110 verificada na tinta
número 1 foi observada no sistema espessante-veículo, independente da diferença
em termos de concentração ou fração de volume. Considerando os dados do
levantamento bibliográfico [26], a formulação 1108 pode conter o teor crítico de
monômero associativo para o desenvolvimento da estrutura de rede (estruturas
organizadas tipo micelar); outro aspecto que pode ser avaliado neste sentido está
relacionado com a adsorção, isto é, até 6% de macrômero/(AE + MAA), para o
sistema em estudo, apenas alguns pontos de adsorção são formados, não havendo
uma estrutura de rede, enquanto acima de 8%/(AE + MAA) esta estrutura pode estar
sendo formada. Em relação à inversão de viscosidade é importante ressaltar o efeito
dispersante que o macrômero pode conferir ao polímero final em função da
característica de tensoativo que ele apresenta; este efeito reforça a questão da
concentração critíca de macrômero. O sistema escolhido para estudo possui um teor
pequeno de partículas, em relação ao teor de veículo, o que pode favorecer as
possibilidades comentadas.
Comparando os efeitos nas viscosidades devido à adição dos cossolventes na
mistura mix e os resultados dos espessamentos e umectação da pasta mãe foi
possível concluir que o melhor teor de monômero associativo está entre 2 e 4%/
(AE+MAA), além do que, estas formulações se aproximam mais da viscosidade de
mercado.
4.2.5 – AVALIAÇÃO DO EFEITO TENSOATIVO 1 NO ESPESSAMENTO
As formulações da série 4 foram avaliadas em função do fato de que uma mudança
no sistema de surfactante significaria uma mudança total das características de um
produto, e o número de variáveis seria muito grande, não sendo possível fazer
correlações dos dados.
As formulações obtidas dos ensaios da série 4 foram avaliadas na pasta mãe. Os
resultados estão apresentados no gráfico da Figura 29. O maior espessamento foi
obtido com a formulação 1202 onde foi usado o lauril éter sulfato de sódio 2EO.
95
Foi verificado que as viscosidades das pastas mãe espessadas com as formulações
da série 4 passavam por um mínimo quando o grau de etoxilação do tensoativo 1
estava na faixa de 30EO, tendendo a subir na faixa de 50 EO, porém, de forma
menos acentuada.
Este resultado confirma os dados iniciais quanto à composição do sistema de
polimerização, de que o sistema de tensoativo deveria ser o mais aniônico possível.
A formulação 1202 é mais aniônica que a formulação 1220.
3000
8000
13000
18000
23000
28000
33000
38000
43000
48000
53000
58000
63000
68000
Vis
co
sid
ad
e B
roo
kfi
eld
(R
VT
,20
rpm
,24º
C)m
Pa
s
Ensaio 1202 Ensaio 1220 Ensaio 1230 Ensaio 1250
série 4 de ensaios = variação no grau de etoxilação do tensoativo 1 da formulação básica
Imediato - 24ºC
7 dias - 24ºC
Figura 29 – Viscosidades Brookfield das pastas mãe espessadas com as
formulações de espessantes da série 4 de ensaios, equivalente a variação do grau
de etoxilação do tensoativo 1 da fórmula básica
4.2.6 – RESULTADO GERAL
Um novo lote da tinta, denominada de número 2, foi fracionada e espessada com as
formulações 1202, 1104 e 1220. Os resultados encontrados estão apresentados na
96
Figura 30. O maior poder de espessamento foi obtido para a formulação 1202,
entretanto, a tinta espessada com a formulação 1220 foi a mais estável.
0
5000
10000
15000
20000
25000
Vis
c.B
roo
kfi
eld
(RV
T,f
6/2
0rp
m,2
4ºC
)m
Pas
Ensaio 1202 Ensaio 1104 Ensaio 1220
Ensaios
Comparação das Viscosidades Brookfield das tintas número 2 espessadas com formulações selecionadas das série 3 e
4 de ensaios
Imediato - 1 hora
24 horas
7 dias/ambiente
30 dias/ambiente
Figura 30 – Viscosidade Brookfield da tinta número 2 espessada com as
formulações finais selecionadas
Conclusão parcial VI
Analisando todos os dados, não é possível decidir qual é o melhor teor de
monômero associativo para a formulação básica do espessante sem uma análise
representativa, como uma medida reológica das formulações da série 3.
4.2.7 – MEDIDAS REOLÓGICAS EM BAIXO CISALHAMENTO
As pastas mãe fracionadas e espessadas com as formulações 1102, 1104, 1220 e
1108 foram submetidas à análise em baixo cisalhamento. As análises foram feitas
em um aparelho Paar Physica, modelo MCR 300 SN 413794. As medidas foram
feitas com placas paralelas (PP) d=1mm de separação. Foram usadas placas
paralelas em função do alto teor de carga da mistura mãe e da faixa de
granulometria da mistura. As amostras foram testadas após sete dias de suas
97
confecções. O aparelho usado varia a tensão até o ponto em que o material começa
a escoar. Em função do principio do aparelho, convencionou-se plotar a tensão de
cisalhamento (Pa) no eixo x e a taxa de cisalhamento (s-1 ) no eixo y. As Figuras 31 e
32 mostram os gráficos das curvas de fluxo e dos perfis de viscosidades para cada
formulação.
O aparelho usado para estas medidas calcula a tensão limite (yield stress), usando o
modelo empírico de Casson. O aparelho determinou dois valores para cada amostra.
Escolheu-se, para comentar, o ponto onde a taxa de cisalhamento era zero; as
misturas mãe espessadas com as formulações 1102 e 1104 apresentaram
resultados bem próximos na faixa de 1 Pa, enquanto, que, as misturas espessadas
com as formulações 1220 e 1108 apresentaram resultados de 2,57 Pa e 4,87 Pa
respectivamente, para o mesmo intervalo.
0,001
0,01
0,1
1
10
100
1000
10000
0,01 0,1 1 10 100 1000 10000
Log Stress Shear(Pa)
Lo
g S
he
ar
Ra
te (1
/s)
Ensaio 1108
Ensaio 1220
Ensaio 1102
Ensaio 1104
Ensaio 1101
Figura 31 – Tensão de cisalhamento (Pa) versus taxa de cisalhamento (s -1 ) para
determinação da tensão limite (yield stress) das pastas mãe espessadas com
formulações da série 3 de ensaios
98
Os resultados relativos ao perfil de viscosidade na mesma região estão
apresentados na figura 31.
0,001
0,01
0,1
1
10
100
1000
10000
0,01 0,1 1 10 100 1000 10000
Log Stress Shear (Pa)
Lo
g V
isco
sid
ade
(Pa.
s)
Ensaio 1102
Ensaio 1108
Ensaio 1220
Ensaio 1104
Ensaio 1101
Figura 32 – Perfil de viscosidade em baixo cisalhamento das pastas mãe
espessadas com as formulações da série 3 de ensaios
• As pastas mãe espessadas com as formulações dos ensaios da série 3
apresentaram um comportamento newtoniano na região de baixa tensão de
cisalhamento e um comportamento pseudoplástico na região de moderada
tensão, demonstrando o início do rompimento ou a modificação nas interações;
este comportamento é equivalente aos sistemas celulósicos;
• Foi feita uma comparação entre um perfil reológico típico e convencional para
uma tinta arquitetônica (figura 10), com as curvas obtidas das pastas mãe
espessadas com as formulações da série 3 de ensaios e verificou-se: embora, as
pastas mãe espessadas estejam isentas de umectante e cossolvente e que,
estes componentes influenciam diretamente a viscosidade final da tinta, é fácil
concluir que de fato, o percentual de macrômero ideal para compor a nova
formulação básica, está entre 2,0 e 4%/ (AE + MAA). As pastas mãe espessadas
99
com estas formulações apresentam viscosidades na faixa considerada ideal em
relação a taxa de cisalhamento suportando inclusive a adição de cossolventes e
umectantes.
• Por outro lado, as tensões limites (yield stress) desenvolvidas pelas misturas
espessadas com as formulações 1220 e 1108 são muito altas, o que corresponde
a dizer que a tinta seria muito “pesada” para deslizar sobre uma superfície além
do que, pode indicar que a qualidade do nivelamento das tintas geradas com
estas formulações não seria bom.
5.0 – CONCLUSÃO
O sistema pigmentado de alto PVC escolhido como base de teste de formulações de
espessante acrilíco associativo em emulsão demonstrou ser eficiente como:
• no parâmetro, relação de acrilato de etila e ácido metacrilíco foi constatado
que, quanto maior o teor de ácido na composição do espessante, maior é o
espessamento da tinta ou viscosidade. Suportado por outra avaliação, como
o poder de espessamento em solução aquosa, foi possível eliminar as
formulações referentes as relações 35: 65 e 38: 62 por estas terem
apresentado uma ligeira turbidez na solução aquosa alcalinizada destas
formulações . Com relação as relações 45: 55 e 42: 58, os resultados obtidos
nas tintas espessadas com estas formulações foram muito próximos uma da
outra não justificando uma alteração na relação de AE : MAA da fórmula
básica. A pesquisa bibliográfica [18, 26] demonstrou também que o
percentual ideal de ácido metacrilíco numa formulação de espessante acrilíco
associativo está próximo a quarenta porcento (40%) e que, esta quantidade
é dependente da estrutura do monômero associativo usado;
• com relação ao parâmetro tensoativo 1, série 4 de ensaios, as avaliações
dos espessamentos das misturas mãe com estas formulações demonstraram
ser possível obter espessantes com diferentes níveis de viscosidades; foram
obtidos sistemas com maior poder de espessamento ( formulação 1202) que
a mistura mãe espessada com a formulação básica;
100
• o sistema não demonstrou ser muito eficiente em relação ao parâmetro teor
de iniciador. As diferenças verificadas entre as viscosidades das tintas
espessadas com formulações desta série de ensaios não justificaram uma
mudança no teor de iniciador da fórmula básica. Foi possível fazer uma
relação entre os ensaios 1012 e 1016 entretanto, que após um tempo esta
diferença desaparecia; todos os ensaios se equilibravam. A pesquisa
bibliográfica [18] demonstrou que a adição de agente de transferência tem
um efeito maior e melhor em relação a avaliações do peso molecular do
espessante.
• O parâmetro teor de macrômero demonstrou ser o mais sensível ao sistema
usado como base de teste. Através deste parâmetro foi possível verificar e
constatar a possibilidade de se avaliar espessantes em sistemas
pigmentados isentos de umectante e cossolvente. Os testes realizados
demonstraram que as viscosidades da tinta e da mistura mãe aumentam
muito com o aumento do teor de macrômero até 6% de macrômero / AE +
MAA. Para as formulações contendo de 8 a 10 % de macrômero/(AE + MAA)
foi constatado um inversão de viscosidade versus teor de macrõmero , que
pode corresponder a concentração critíca de macrômero para a composição
de monomérica estudada.
Os parâmetros tais como teor de macrômero e sistema de tensoativo podem ser
considerados para este tipo de produto, dependentes da aplicação para a qual se
destinam. Especificamente em relação as tintas arquitetônicas, as viscosidades
obtidas com a formulação básica (formulação 1220) foram muito altas. Os testes
realizados com as formulações da série 3 ( teor de macrômero) na qual, o
tensoativo 1 foi mantido constante, demonstraram que o melhor teor de macrômero
/ (AE + MAA) está entre 2,5 a 4% e que, estes teores devem ser avaliados em uma
formulação na qual, um tensoativo mais aniônico seja usado como o lauril éter
sulfato de sódio (2EO).
101
Os espessamentos das formulações dos espessantes obtidos em solução aquosa
1% de ativo, não correspondem aos resultados verificados para as mesmas
formulações nas bases pigmentadas. Como exemplo deste fato pode-se citar a série
3 ensaios onde, a formulação 1102 poderia ter sido praticamente excluida dos
testes em tintas, devido ao seu baixo poder de espessamento em água (1200
mPa.s), quando comparado com o espessamento obtido para a fómula básica,
formulação 1220 (cerca de 4000 mPa.s) e, não teria sido possível verificar a
inversão da viscosidade versus teor de macrômero para os ensaios 1108 e 1110
como constatado por tantas vezes nos sistemas pigmentados.
6.0 - SUGESTÃO
Os resultados deste trabalho sugerem o aprofundamento nos conhecimentos de dois
sistemas trabalhados:
• tintas a base água de alto PVC
• polimerização em emulsão de espessante acrilíco associativo
que poderiam corresponder ao:
• desenvolvimento de uma metodologia reprodutiva para determinações
reológicas de tinta de alto PVC;
• desenvolvimento de uma metodologia que permita avaliar as interações do
sistema de tinta estudado. Este estudo poderia avaliar influências do tipo
dispersante, coalecente, umectante e veículo o que levaria por consequência
uma formulação de tinta mais adequada ao mercado.
• verificação da influência da estrutura do monômero associativo no
desempenho da tinta estudada. A estrutura pode ser variada em função do
grau de etoxilação e em relação ao tipo do grupamento hidrofóbico do
macrômero;
102
• verificação do teor de macrômero incorporado na estrutura do polímero;
• estudo do efeito dispersante do monômero associativo no polímero
• verificação da influência do veículo no desenvolvimento da viscosidade da
tinta em presença de espessante associativo;
• verificação dos teores de 1,0 a 4,0%/ AE + MA com um sistema de tensoativo
mais aniônico para definição de uma nova fórmula básica;
avaliação de todos os ensaios feitos em outros tipos de tinta como semi-brilho e
brilhante através de medidas reológicas;
103
7 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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[41] – DUARTE, M.Z.F.; SHIMABUKURO, A.T.; RUIZ, J.E.; DALBÃO, M.;
Agentes de coalescência para emulsões acrílicas e vinílicas para
tintas e vernizes, Tintas & Vernizes; 22, São Paulo, Novembro, 1999.
[42] – SWARAJ Paul, Surface Coatings Science and Technology; Wiley
107
Intersience Publications; 1983.
[43] – SHAY, D.G.; Modificação de reologia com espessantes do tipo HEURASE;
Tintas & Vernizes, Outubro, 1996.
[44] – SCHRICKEL, J.; Espessantes algunos aspectos; Paints & Coatings;
Inpra Latina, 2; 2005.
[45] – KACZMARKI, J.P.; TARNG, M-R.; MA, Z.; GLASS, J.E.; Surfactant
and salinity influences on associative thickener aqueous solution rheology
Colloids and Surfaces; 147, 39-53, 1999.
[46] – SCHALLER, Ch.; SCHAUER, T.; DIRNBERGER, K; EISENBACH,
C.D.; Synthesis and properties of hydrophobically water-borne polymer
for pigment stabilization; Progress in Organic Coatings, 35, 63-67; 1999.
[47] – TAN, H.; TAM, K.C.; Rheological properties of semi dilute hidrophobically
modified alkali-soluble emulsion polymers in sodium dodecyl sulfate and salt
solutions; Langmuir, 16, 5600-5606, 2000.
[48] – KARLSON, L.; JOABSSON, F.; THUVESSON, K.; Phase behavior
and rheology in water with HM-EHEC: influence of chemical structure
and the distribution of hydrophobe tails; Carbohydrate Polymers 41,
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[49] – ALAMI, E.; ALMGREN, M.; BROWN, W.; Aggregation of hydrophobically end-
capped poly (ethylene-oxide) in aqueous solutions. Fluorescence and light-
scattering studies; Macromolecules 29, 2229-2243; 1996.
[50] –EMILIE, B; SCHUSTER, U.; ECKERSLEY, S.; Interaction
between styrene/butyl acrylate latex and water associative thickener
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[51] – SHAY, G.D.; STALLING, J. L.; MANUS, P. J-M; The effects of
neutralizing bases on the water sensitivity of heurase rheology modifiers
and their performance in low VOC paints; Surface Coating Intesience;
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[52] – Preparation, Characterization and Applications In: Polymer Latexes; Edited
by Eric S. Daniels; E. David Sudol and Mohameid S.El Aasser; 1991;
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[53] – Emulsion Polymerization In: Reactions and synthesis in surfactant system;
Edited by John Texter and Marcel Denker; Surfactant Science Series, V.100;
2001.
[54] – BACKLEY, D. C.; Emulsion Polymerization Theory and Practice; Edited by
Applied Science Publishers Ltd; London; 1975.
[55] – Screening the particule size distribution (PSD) of industrial polymer
emulsion (latexes) and the use of PSD as tool in production control; Clariant
GmBH, Colloid Laboratory Dr. P.Fischer; Alemanha; 1999.
109
ANEXO A – Esquema do procedimento de polimerização geral
Composição do processo
( preparação)
Descrição da matéria prima Quantidade
(g)
Reator Água deionizada 876,00
Tensoativo 1 3,12
Pré-Emulsão – Alimentador 1 Água deionizada 250,00
Tensoativo 1 39,72
Água deionizada quente
(80ºC)
50,00
Tensoativo 2 4,20
Ácido metacrílico 221,50
Monômero associativo 31,64
Acrilato de etila 305,90
Alimentador 2 – solução de
iniciador
Solução aquosa de persulfato
de amônio 1,25%p/p
36,00
Água deionizada 36,00
carga inicial de iniciador Solução aquosa de persulfato
de amônio 1,25%p/p
30,00
solução de iniciador pós-adição Solução aquosa de persulfato
de amônio 1,25%p/p
18,00
Água deionizada 5,00
Sistema oxi-redox Água deionizada 2,50
Peróxido de hidrogênio 35% 2,16
Ácido ascórbico 1,0
Água deionizada 8,0
Total
Teor de sólidos (%) 29,5 – 30,5
110
ANEXO B – Sumário dos parâmetros de processo da fórmula básica
Descrição das variáveis
Valores em relação a
fómulação básica
Comentários
Teor (%) de tensoativo
total /somatório de
monômeros
5,55%/ AE + MAA
Teor (%) de
iniciador/somatório de
monômero
0,200%/ AE + MAA
Teor (%) de monômero
associativo / somatório de
monômero
6%/ AE + MAA
Monômeros principais =
acrilato de etila e ácido
metacrílico
Relação entre tensoativo
1 (aniônico) / tensoativo 2
(não iônico)
90: 10
Relação percentual em
relação a quantidade total
Relação entre acrilato de
etila e ácido Metacrílico
58 : 42
Somatório de acrilato de
etila e ácido metacrílico
corresponde a 100%
Teor de sólidos do
tensoativo 1 (aniônico)
61,5%
Teor de sólidos =
concentração em peso
Faixa de sólidos = 60,5 –
62,5%
Teor de sólidos do
tensoativo 2 (não-iônico)
70%
Teor de sólidos =
concentração em peso
Teor de sólidos = cerca de
70%
Distribuição do iniciador
persulfato de amônio no
processo
30% na carga inicial
50% na adição
20% pós- adição
111
ANEXO C – Sumário das condições químicas dos ensaios em série
Descrição
do ensaio
Ensaios
Tensoativo
1
Macrôm
ero/ AE
+ MAA
(%)
Iniciador/
(AE+MAA)
(%)
Relação
(AE:
MAA)
Nº de EO
tensoativo 1
PM médio
do
tensoativo 1
Número de
moles de
tensoativo
1 no
ensaio
1220 58: 42
- Variação
na relação
1232 Abex 23 S 6 0,20 62:32 (10 – 15) 708 0,037
(AE : MAA) 1235 65:35
1245 55:45
1012 0,12
- Teor de
Iniciador
1016 Abex 23 S 6 0,15 58:42 (10 – 15) 708 0,037
1220 0,20
1000 0
1101 1,0
Teor de
monômero
1102 2,5
Associativo 1104 Abex 23 S 4,0 0,20 58:42 (10 – 15) 708 0,037
1220 6,0
1108 8,0
1110 10,0
1200 Genapol
LSS
0 228
0,1150
Tipo do
tensoativo 1
1202 Genapol
LROB
2 316 0,0830
(grau de
etoxilação)
1220 Abex 23S 6,0 0,20 58:42 10 – 15 708 0,037
1230 Disponil
DIF61
30 1600 0,0164
1250 Disponil DIF
77
50 2430 0,0110
1220 Abex 23 S 10 – 15 0,0370
Tipo do
tensoativo 1
1407 Hostapal
BVK
7
696
0,0380
(parte
hidrofóbica)
1409 Hostapal
BVQ 9
6,0 0,20 58:42 9 774 0,0340
1425 Hostapal
BVQ25
25 1667 0,0160
112
ANEXO D – Sumário dos resultados dacaracterização das formulações obtidas dos
ensaios em série
Descrição do
ensaio
Ensaios
Monômero
livre
(ppm)
Tamanho de
partícula
(nm)
%ST
pH
Teor de
sulfato
via
cloreto
(ppm)
Resíduo
de
filtração
malha 80
micra (%)
AE MA
1220 Nd nd 97 29,8 2,5 Nd
Variação na 1338 57 Nd 100 30,2 2,89 590 0,002
relação 1335 32 10 101 29,8 2,65 0,0022
(AE : MAA) 1345 Nd nd 98 30,0 2,32 Nd
1012 92 45 107 29,3 3,0 600 0,0157
Teor de
iniciador
1016 57 32 100 29,5 2,75 0,0023
1220 Nd Nd 98 30,1 Nd
1000 Nd Nd 97 29,0 2,8 Nd
1101 Nd Nd 96 29,7 2,78 Nd
Teor de 1102 27 Nd 98 29,5 2,9 Nd
monômero 1104 Nd Nd 100 29,7 2,65 690 Nd
associativo 1220 Nd Nd 97 30,2 Nd
1108 Nd Nd 103 30,1 2,97 0,0012
1110 Nd Nd 103 30,9 2,98 0,0023
Tipo de 1200 >500 200 30,1 - 2,5
tensoativo 1 1202 23 50 105 29,8 2,5 0,0070
Grau de 1220 Nd Nd 97 30,2 2,8 590 Nd
etoxilação 1230 89 26 103 30,8 2,78 0,0078
1250 57 38 112 29,4 2,89 0,0032
1220 Nd nd 97 29,7 Nd
tipo tensoativo
1
1407 nd Nd
30,5
2,89
600 Nd
(parte
hidrofóbica)
1409 Nd Nd 97
30,2
2,76 600 Dn
1425 32 57 730 0,0023
113
ANEXO E – Sumário dos ensaios feitos em relação à concentração – número de
moles
Ensaio
Tensoativo
1
Nº de EO
tensoativo
1
PM médio
do
tensoativo
1
Número de
moles
tensoativo 1
%ST
Tamanho
de partícula
(nm)
pH
Monômero
livre
(ppm)
AE MA
1250
DIFF 61
50
2430
0,0110
29,4
112
2,9
Nd
nd
1352
DIFFS77
30
1600
0,0185
28.9
116
3,2
78
nd
1353
DIFFS61
50
2430
0,0185
29,3
172
2,8
110
87
1354
DIFFS61
50
2430
0,0278
28,7
164
2,7
120
50
1230
DIFF77
30
1600
0,0164
30,8
103
2,8
Nd
20
1220
Abex 23 S
10 – 15
708
0,0370
29,4
97
2,5
Nd
nd
Nd = não detectável
114
ANEXO F – Sumário do controle de qualidade dos veículos
Resina Resina 1 Resina 2
Característica
Nome comercial Mowilith VP 6175 Mowilith VP 6130
Descrição química
Copolímero estireno-
acrilíco em emulsão
aquosa
Copolímero estireno
acrilíco em emulsão
aquosa
Teor de sólidos (%)
49 – 50
49 - 50
pH 8,0 – 9,0 8,0 – 9,0
Visc.Brookfield (RVT,f5/20rpm, 25ºC)
mPa.s
3000 - 6000
5000 – 10000
Temperatura mínima de formação de filme
– TMF ºC
15 – 16
15 – 16
Tamanho de partícula (nm)
110 – 120
110 - 140
Viscosidade KU de espessamento – 20%
ST – 1% ativo de espessante (KU)
> 130
78 – 85
Viscosidade Brookfield de espessamento
– 20% ST – 1% ativo de espessante
12000 - 16000
6800 – 7500
115
ANEXO G – Purificação e caracterização do macrômero
Procedimento prático para purificação do macrômero utilizado no trabalho
O macrômero ET 1077, apresenta aspecto de pastoso de cor bege a amarronzado,
com odor característico de ácido metacrílico e tolueno. Cerca de 100g de macrômero
foram redissolvidas em 100g de toluoleno sob agitação. A solução límpida, marrom
foi colocada em um funil de separação de 500ml. Foi adicionado à solução, cerca de
100g de água deionizada. A mistura no funil de adição foi agitada vigorosamente por
cinco vezes em intervalos de 30 minutos. Após esta etapa, o material foi mantido em
descanço por 24 horas. As duas frações foram coletadas. A fração em tolueno foi
colocada em um novo funil de separação juntamente com 50 g de uma solução
aquosa de cloreto de sódio 6,5%p/p. O material no funil de adição foi agitado
vigorosamente cinco vezes em intervalos de 30 minutos. Após este período foi
mantido em descanso por 24 horas e então 50g de água deionizada foi adicionada
ao funil. A mistura foi agitada uma vez e mantido em descanço por 24 horas. Após
este tempo as frações começaram a ser separadas com muito cuidado pois, uma
camada de espuma densa é formada. A fração em tolueno foi lavada por diversas
vezes com água deionizada até que todo o sistema ficasse límpido e transparente.
Após esta etapa, a fração em tolueno foi filtrada em tela de 325 mesh e colocada
em várias placas de petri, cobertas por um papel de aluminío com pequenos furos.
As placas com o material foram mantidas por 2 dias dentro da capela na temperatura
ambiente. Após este tempo o material foi colocado em dessecador a vácuo à
temperatura ambiente (25 – 35ºC) e mantido nesta condição, até que o material
estivesse seco. O fim da operação foi verificado, pelo odor, pela consistência do
material e por determinações cromatográficas do teor de tolueno e ácido metacrílico.
Acompanhamento da purificação do macrõmero via cromatografia
A purificação do macrômero foi acompanhada via cromatografia. No quadro 7 está
demonstrado a eficiência do procedimento de purficação usado.
116
Acompanhamento da purificação do Macrômero
Etapa
Descrição da Etapa
Análise dos Teores via
Cromatografia
Tolueno
(%)
Ác. Metacrilíco
(%)
1 De produção 0,96 10,84
2 Lavagem com água nd 6,5
3
Lavagem com cloreto de sódio
nd
2,5
4 Lavagem final com água e
secagem em dessecador
nd
Nd
Caracterização do macrômero utilizado no trabalho
A identificação qualitativa da composição química do monômero associativo
purificado foi relaizada por meio das espectroscopias de ressonância magnética
nuclear de hidrogênio (RMN-1H) e no infravermelho. Os espectros estão
demonstrados nos anexos J e H estão
O espectro de RMN–1H do macrômero associativo purificado foi obtido a uma
frequência de 300 MHz usando uma solução em clorofórmio deuterado, à
temperatura de 30ºC. Nestas condições foram identificados:
Sumário da identificação no RMN-1 H
Grupos Deslocamento ξ (ppm)
CH2 = 5,6 e 6,2
CH3 - 0,9
- CH2 - 1,3
- CH2 – O - 3,6 – 3,9
Onde a estrutura do macrõmero é:
117
CH2=C(CH3)OO-(CH2CH2O)20R
R = -(CH2 )18CH3
A análise no infravermelho foi feita por comparação entre os espectro da amostra de
macrômero purificada e a amostra do alcool ceto-estearilíco 20 EO (Emulsgin K
28B) como referência (Anexo G). As análises qualitativas foram feitas para as
amostras sólidas para as quais, foram usados pastilhas de KBr grau espectroscópico
1%. Os devidos ajustes foram feitos para a melhor concentração e as pastilhas
foram prensadas. Três pontos de mudanças estruturais foram considerados: na
região de 1750-1760 cm-1 verificou-se a presença de uma banda fina de intensidade
média na amostra teste, ET 1077, típica de éster. Na região de 1200-1360 cm-1
verificou-se uma modificação no dublete um pouco mais intenso com pequeno
deslocamento que a amostra de referência. Esta modificação é típica das ligações
C-C(=O)O dos ésteres de ácidos.
ESPECTROMETRIA COMPARATIVA DO MACRÔMERO
Espectro do macrômero purificado comparativo com o produto de origem (Eumugin k28B)
Eumugin K 28BET 1077 experiência
10
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
100
%T
rans
mitt
ance
1000 1500 2000 2500 3000 3500
Wavenumbers (cm-1)
118
Espectrometria de ressonância magnética nuclear do macrômero purificado
119
ANEXO H – Cópia de absorção no infravermelho das formulações da série 3 de
ensaios
851,
94
946,
72
102
3,72
117
8,44
125
9,88
1383,
48
1449,
86
1474,
31
173
2,69
2927,
56
2983,
33
LDM 7030 - Ens. 1219LDM 7030 - Ens. 1227LDM 7030 Ens. 1249LDM 7030 - Ens. 1220
15
20
25
30
35
40
45
50
55
60
65
70
75
80
85
90
95
%T
rans
mitt
ance
1000 1500 2000 2500 3000 3500
Wavenumbers (cm-1)
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