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Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• O autor inicia o capitulo recusando a premissa de que o primeiro passo para o entendimento cientifico dos fenômenos religiosos é a redução de sua diversidade, assimilando-os a um número limitado de tipos gerais;• Para ele, tal fato ocasionaria uma deturpação do material, que
substituiria a descrição pelo clichê; a análise pela suposição.
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• Geertz afirma que na área de estudo da religião, o interesse dos fatos está em sua variedade, e o poder das idéias não se funda na medida em que podem dissolver essa variedade, mas na medida em que podem ordená-la.
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• O autor buscará descrever o desenvolvimento e caracterizar a natureza do que ele chama de estilos religiosos clássicos no Marrocos e na Indonésia;• Para tanto, ele fará uso, para efeito de ilustração, de duas
histórias( ou lendas) que teriam sido responsáveis pela islamização de seus países: a do príncipe javanês do século XVI, Kalidjaga, e a de um erudito berbere do século XVII, que foi transformado num importante santo marroquino, Lyusi;
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• Na primeira história, Sunan Kalidjaga, considerado responsável pela introdução do islã em Java, sem necessitar recorrer à força, converteu a população ao novo credo. Filho de um alto funcionário real de Madjapahit, ele viveu em um período ou “tempo de desordem”, quando a civilização hinduística se dissolvia e a islâmica estava em formação. Visto como símbolo, Kalidjaga é percebido como aquele que une a Java hinduísta à Java muçulmana; aquele que une duas civilizações, duas épocas históricas e duas grandes religiões: o hinduismo-budismo de Madjapahit e o islamismo de Mataram.;
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• Geertz apontará que Kalidjaga tornara-se muçulmano sem nunca ter visto o Alcorão, visto que, segundo a lenda, por ordem de um dos nove santos de Java chamado Sunan Bonang, Kalidjaga fica quase 40 anos à beira do rio esperando ser contemplado pelo conhecimento espiritual do santo.;• “Foste um bom discípulo e como resultado de tua longa meditação
agora sabes mais do que eu” teria dito Bonang à Kalidjaga, dizendo-lhe ainda que o mesmo deveria seguir e espalhar a doutrina do Islã;
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• A segunda lenda citada por Geertz é Sidi Lahsen Lyusi. Seu pai era descendente de árabes e de Idris II, descendente do profeta Maomé. Assim como Kalidjaga, Lyusi viveu em um período de reorganização da sociedade, destruída por levantes políticos e religiosos. • Nesta época, o Marrocos estava divido em pequenos estados centrados em
santos de todas as espécies, os quais foram chamados de estados marabúticos. É neste contexto que Lyusi,aos 20 anos, sai do isolamento de sua montanha natal e galga uma trajetória lendária de peregrino, passando por rebelde e chegando a santo.
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• O autor relata que em sua peregrinação, Lyusi, viu sua santidade ser colocada à prova em dois momentos: o primeiro quando ele foi discípulo do xeque sufi Ahmed bem Nasir al-Dar’i e, contrariando todas as expectativas, foi o único que se dispôs a lavar as vestes do mestre que se encontrava enfermo e beber a água suja. Deste modo, todos souberam que ele não era um homem comum e que tinha o que os marroquinos chamavam de baraka, uma espécie de poder natural que só os santos ou marabús possuíam.
• Nesta época, o Marrocos estava divido em pequenos estados centrados em santos de todas as espécies, os quais foram chamados de estados marabúticos. É neste contexto que se insere Lyusi, que aos 20 anos saiu do isolamento de sua montanha natal e galgou uma trajetória lendária de peregrino, passando por rebelde e chegando a santo.
Observando o Islã –Clifford GeertzCapítulo 2: Os estilos clássicos
• O segundo momento aconteceu quando Lyusi enfrenta com o sultão Akbar Malay Ismayl bem’Ali. Tal lenda diz que Lyusi foi expulso da cidade por repreender Ismayl pelo tratamento que dava aos trabalhadores que erguiam um muro. Se instalou nas dependências do cemitério e foi repreendido pessoalmente pelo sultão que, cego de fúria, tentou matá-lo. O sultão não conseguiu matar Lyusi devido ao poder que este tinha e teve que emitir um decreto real no qual o reconhecia como xerife;• Este título implicava também no reconhecimento da sua descendência do Profeta e
seu direito a honrarias, privilégios e respeito apropriado. Quando da sua morte, foi transformado em syydi, um homem cujo corpo desenvolveu-se um culto devocional.
Observando o Islã –Clifford GeertzImagem• Kalidjaga
Observando o Islã –Clifford GeertzImagem indonesia
Observando o Islã –Clifford GeertzImagens marrocos