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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO COMPONENTE CURRICULAR: TEORIA GERAL DO PROCESSO DOCENTE: LAPLACE GUEDES Caderno de Questões – Todas as questões do primeiro e segundo exercício Bibliografia: CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo .28.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012. 01) Explique a relação existente entre Direito e Sociedade. (Ada, 28ª, 25) É de vital importância que exista Sociedade para que possa se dar efetivação do Direito. É inconcebível querer estabelecer uma relação entre um único ser humano isolado numa ilha, como Robinson Crusoé, e o Direito. É necessária, minimamente a existência de, ao menos, dois seres humanos para que possa existir um ordenamento jurídico.

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CENTRO DE CIÊNCIAS JURÍDICAS

CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO

COMPONENTE CURRICULAR: TEORIA GERAL DO PROCESSO

DOCENTE: LAPLACE GUEDES

Caderno de Questões – Todas as questões do primeiro e segundo exercício

Bibliografia:

CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido

Rangel. Teoria Geral do Processo .28.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.

01) Explique a relação existente entre Direito e Sociedade. (Ada, 28ª, 25)

É de vital importância que exista Sociedade para que possa se dar efetivação do Direito. É

inconcebível querer estabelecer uma relação entre um único ser humano isolado numa ilha,

como Robinson Crusoé, e o Direito. É necessária, minimamente a existência de, ao menos,

dois seres humanos para que possa existir um ordenamento jurídico.

Sendo assim, numa rápida análise da obra de Daniel Defoe, só seria cabível utilizar o termo

Direito a parir da chegada do índio Sexta-Feira. A Sociedade necessita do Direito, e este só

terá efetividade se vinculado à existência daquela.

02) Qual a função exercida pelo Direito diante da Sociedade? (Ada, 28ª, 25)

O Direito possui uma função essencialmente ordenadora. Busca coordenar os conflitos de

interesses que se manifestam na vida social, de modo a organizar a cooperação entre as

pessoas.

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Destarte, sua tarefa é exatamente a de harmonizar as relações sociais. Busca ensejar a máxima

realização dos valores humanos com o mínimo de sacrifício e desgaste.

03) Porque o Direito é apresentado como uma das formas de controle social? (Ada, 28ª, 25)

O Direito é tido como uma das formas de controle social devido a integrar um conjunto de

instrumentos de que a sociedade dispõe para a superação de conflitos, de tensões que são

características da vida social.

04) Quais os motivos causadores de conflitos entre as pessoas? (Ada, 28ª, 26)

As divergências sociais podem se dar por dois motivos:

a. Aquele que poderia satisfazer a sua pretensão e não a satisfaz,

b. O próprio direito proíbe a satisfação voluntária da pretensão.

05) Discorra sobre a insatisfação como um fator antissocial. (Ada, 28ª, 26)

A insatisfação é considerada um fator antissocial, independentemente da existência ou não do

Direito pretendido. A indefinição de situações entre as partes é sempre um motivo de angústia

e de tensão, tanto social, como individual.

Desta maneira a pendência de situações é um fator, inegável, de sofrimento e de infelicidade,

e por isso precisa ser superado.

06) Quem pode ser responsável pela eliminação de um conflito? (Ada, 28ª, 26)

O fim das divergências pode ser fruto de obra de um, ou de ambos os sujeitos com interesses

conflitantes, assim como, também pode ser realizada por ato de um terceiro, estranho ao

conflito.

07) Explique a auto composição. (Ada, 28ª, 26)

A auto composição ocorre quando apenas um dos sujeitos ou ambas as partes, participantes da

situação conflituosa sacrificam os seus interesses. Assim é aberto mão de um interesse pessoal

em prol da solução conflituosa.

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08) Explique a auto tutela. (Ada, 28ª, 26)

A auto tutela existe quando se é imposto o sacrifício do interesse alheio, sendo por isso

também conhecida como autodefesa.

09) Explique a conciliação. (Ada, 28ª, 26)

Podem ser definidas como conciliação, as hipóteses de: mediação, processo e defesa de

terceiro. Um terceiro é o responsável pela eliminação do conflito, a conciliação pode ser

estatal ou arbitral.

10) Explique como ocorre, hodiernamente, a solução de conflitos entre duas pessoas, e se

sempre foi assim. (Ada, 28ª, 26)

Hoje, quando se verifica a existência de conflito entre duas pessoas, o Direito impõe que, se

se quiser pôr fim a essa situação, deverá ser chamado o Estado-juiz. O Estado será o

responsável em dizer qual é a vontade do ordenamento jurídico para o caso concreto.

Entretanto, nem sempre foi assim, se a sociedade contemporânea está no “estágio” em que se

encontra, foi devido a uma lenta e progressiva evolução estatal.

11. Como era o Estado nas fases primitivas da civilização dos povos? (Ada, 28ª, 29)

Nessa fase, inexistia um Estado suficientemente forte para superar os ímpetos individualistas

dos homens e impor o direito acima da vontade dos particulares; não só inexistia um órgão

estatal, como não havia sequer leis. Desse modo, cada um só conseguiria o que desejasse,

usando da sua força e na medida dela, conseguiria por si só, a sua pretensão.

12. Sobre a repressão aos atos criminosos, qual o regime adotado? Como o Estado reagiu a

respeito de tais atos? (Ada, 28ª, 29)

Tal repressão se fazia em regime de vingança privada, quando o Estado chamou a si o jus

punitionis, ele o exerceu inicialmente mediante seus próprios critérios e decisões, sem

interposição de órgãos ou pessoas imparciais independentes e desinteressadas. A esse regime,

chamou-se de autotutela. (autodefesa).

13. Quais são as características fundamentais da autotutela? (Ada, 28ª, 29)

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As características fundamentais são: ausência de juiz distinto das partes e imposição da

decisão por uma das partes à outra.

14. Além da autotutela, qual seria outra solução possível nos sistemas primitivos? (Ada, 28ª,

29)

A auto composição: uma das partes em conflito, ou ambas, abrem mão do interesse ou de

parte dele.

15. Quais as três formas da auto composição? (Ada, 28ª, 29)

A desistência, a submissão e a transação. Todas essas soluções são parciais, pois dependem da

vontade e atividade de uma ou de ambas as partes.

16. Quando os indivíduos perceberam os males do seu sistema e preferiram a solução

amigável de seus conflitos; deixaram essa responsabilidade a qual figura? (Ada, 28ª, 29)

Essa solução ficou nas mãos de árbitros, pessoas em que ambas as partes confiavam. Essa

interferência, em geral, era confiada aos sacerdotes, cuja ligação com as divindades

garantiriam soluções acertadas de acordo com a vontade dos deuses; ou aos anciãos, que

conheciam os costumes do grupo social integrado pelos interessados.

17. Em que se pautava a decisão do árbitro? (Ada, 28ª, 30)

Pautava-se pelos padrões acolhidos pela convicção coletiva, inclusive pelos costumes.

Historicamente, surge a figura do juiz antes do legislador.

18. Como o Estado absorveu o poder de ditar as soluções para os conflitos? (Ada, 28ª, 30)

À medida que o Estado foi se afirmando e conseguindo se impor aos particulares mediante a

invasão da sua esfera de liberdade, nasceu, também gradativamente, a sua tendência a

absorver o poder de ditar as soluções.

19. A respeito do direito romano arcaico, o que nos mostra a história? (Ada, 28ª, 30)

Mostra-nos que o Estado já participava, na medida da autoridade conseguida perante os

indivíduos, dessas atividades destinadas a indicar qual o preceito a preponderar no caso

concreto de um conflito de interesses.

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20. O que foi feito para facilitar a sujeição das partes às decisões de terceiro? (Ada, 28ª, 30)

A autoridade pública começou a preestabelecer, em forma abstrata, regras destinadas a servir

de critério objetivo e vinculativo para tais decisões, afastando assim os temores de

julgamentos arbitrários e subjetivos. (Surge então o legislador).

21. Partindo da premissa de que não há sociedade sem Direito, qual a função deste perante

àquela? (Ada, 28ª, 31)

O Direito tem uma função ordenadora, estabelecendo regras de convivência, visando

primeiramente prevenir os conflitos sociais e, finalmente, falhando a função preventiva da

ordem jurídica, fazer atuar as regras repressivas, objetivando restaurar a ordem jurídica,

recompondo o direito do prejudicado, responsabilizando e punindo o violador da norma e do

direito alheio violado.

22. Em que contexto histórico se deu e qual a importância do surgimento da figura do

legislador? (Ada, 28ª, 31)

A figura do legislador surge em meio a um marco histórico fundamental, no ano 450 aC, com

a criação da Lei das XII Tábuas. A figura do legislador surge para facilitar a sujeição das

partes às decisões de terceiro, na medida em que a autoridade pública começa a

preestabelecer, em forma abstrata, regras destinadas a servir de critério objetivo e vinculativo

para tais decisões, afastando assim os temores de julgamentos arbitrários e subjetivos.

23. A evolução quanto aos métodos de resolução de conflitos aconteceu de maneira linear,

límpida e nítida? (Ada, 28ª, 31)

Não. A história das instituições faz-se através de marchas e contramarchas, entrecortada

frequentemente de retrocessos e estagnações, de modo que a descrição desta evolução

constitui apenas uma análise macroscópica da tendência no sentido de chegar ao Estado todo

o poder de dirimir conflitos e pacificar pessoas.

24. Antes do Estado conquistar para si o poder de declarar qual o direito no caso concreto e

promover a sua realização prática (jurisdição), houve três fases distintas. Quais foram elas?

(Ada, 28ª, 31)

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As fases da autotutela, arbitragem facultativa e arbitragem obrigatória.

25. A fase cognitio extra ordinem completa o ciclo histórico da evolução da chamada justiça

privada para a justiça pública. Com isso, o Estado suficientemente fortalecido, impõe-se

sempre os particulares resultando no surgimento da Jurisdição. Em que consiste essa

atividade? (Ada, 28ª, 31)

É uma atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as pretensões e resolvem os

conflitos. O Estado impõe-lhes autoritativamente a sua solução para os conflitos de interesses.

Os juízes agem em substituição às partes, que não podem fazer justiça com as próprias mãos.

Sendo assim, a elas, que não podem mais agir, resta a possibilidade de fazer agir, provocando

o exercício da função jurisdicional.

26. A partir da definição do que é Jurisdição, teça uma breve consideração a respeito da

importância do surgimento dessa atividade para a história do Direito e consolidação do ideal

de Justiça. (Ada, 28ª, 32)

Sendo a Jurisdição, instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para

pacificar as pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico

pertinente a cada caso que lhes é apresentado em busca de solução, podemos constatar a

importância do surgimento dessa atividade na medida em que se afasta a ideia de que o mais

esperto, o mais ousado necessariamente será o vencedor na resolução dos conflitos, afastando

também a ideia de vingança “com as próprias mãos”, o que diverge completamente da ideia

do que é justiça, do que é justo. Sintetizando em poucas palavras, a importância do

surgimento dessa atividade para o Direito e consolidação da justiça pode ser entendida através

dessa simples expressão, “pacificação com a justiça”.

27. A capacidade que o Estado tem de decidir imperativamente e impor decisões consiste na

jurisdição, uma das expressões do seu poder, uma função dentre diversas outras funções

estatais. O que distingue a jurisdição das demais funções do Estado (ex: legislação,

administração)? (Ada, 28ª, 32)

O que distingue a jurisdição das demais funções do Estado é precisamente, em primeiro

plano, a finalidade pacificadora com que o Estado a exerce. A pacificação é o objetivo magno

da jurisdição, no entanto, são de três ordens os escopos visados pelo Estado, no exercício

dela: sociais, políticos e jurídico.

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28. Dento do contexto da atividade jurisdicional, com que finalidade o Estado instituiu o

sistema processual (direito processual)? (Ada, 28ª, 32)

É para a consecução dos objetivos da jurisdição e particularmente daquele relacionado com a

pacificação com a justiça que o Estado institui o sistema processual, ditando normas a

respeito, criando órgãos jurisdicionais, fazendo despesas com isso e exercendo através deles o

seu poder.

29. Qual a diferença entre a arbitragem facultativa e a arbitragem obrigatória? (Ada, 28ª, 32)

A arbitragem é classificada pela doutrina em duas espécies: a facultativa e a obrigatória. A

primeira é aquela escolhida livremente pelas partes; a segunda, é a imposta pelo Estado.

Enquanto que na arbitragem facultativa as partes escolhem livremente o árbitro, na obrigatória

o perito é estatal, normalmente um funcionário designado pelo Estado ou um Tribunal

especializado. Todavia, a força obrigatória decorre da vontade das partes que livremente

convencionaram submeter o conflito ao árbitro.

30. Qual o fundamento em que reside a função estatal pacificadora? (Ada, 28ª, 32)

O fundamento em que reside a função estatal pacificadora é a jurisdição, uma das expressões

do poder estatal, caracterizando-se este como a capacidade, que o Estado tem, de decidir

imperativamente e impor decisões.

31) Depois do período arcaico e do clássico, veio outro, chamado cognitio extra ordinem.

Caracterize esse período. (Ada, 28ª, 31)

O período intitulado cognitio extra ordinem teve início no séc. III d.c., completando o ciclo

histórico da evolução da chamada justiça privada para a justiça pública.

O estado, já suficientemente fortalecido impõe-se sobre os particulares e, prescindindo-se da

voluntária submissão destes, impõe-lhes autoritariamente a solução dos conflitos de interesse.

32) Quais são as inovações trazidas pelo período cognitio extra ordinem? (Ada, 28ª, 31)

Esse período trouxe como principal inovação a invasão de uma área que antes não pertencia

ao pretor: contrariando a ordem estabelecida, passou este a conhecer ele próprio do mérito do

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litígio entre os particulares, proferindo sentença inclusive, ao invés de nomear ou aceitar a

nomeação de um árbitro que o fizesse.

33) No que consiste a jurisdição? (Ada, 28ª, 31)

Por jurisdição entende-se à atividade mediante a qual os juízes estatais examinam as

pretensões e resolvem os conflitos.

É, portanto, o instrumento por meio do qual os órgãos jurisdicionais atuam para pacificar as

pessoas conflitantes, eliminando os conflitos e fazendo cumprir o preceito jurídico pertinente

a cada caso que lhes é apresentado em busca da solução.

34) Como se exerce a jurisdição? (Ada, 28ª, 31)

A jurisdição se exerce através do processo. Pela jurisdição os juízes agem em substituição às

partes, que por não poderem mais agir( fazer justiça com as próprias mãos), usam-se do

direito de fazer agir, provocando o exercício da função jurisdicional.

35) Antes de o Estado conquistar para si o poder de declarar qual o direito no caso concreto e

promover a sua realização prática, houve três fases distintas. Quais são elas? (Ada, 28ª, 31)

As três fases anteriores a jurisdição são: autotutela, arbitragem facultativa e arbitragem

obrigatória.

36) Em que fase surge o processo? (Ada, 28ª, 32)

O processo surge com a arbitragem obrigatória.

37) De que forma é representada a autotutela no plano internacional? (Ada, 28ª, 32)

No plano internacional a autotutela é representada pela agressão bélica, pelas ocupações,

invasões, intervenções, ou ainda pelos julgamentos de inimigos por tribunais de adversários.

38) O que distingue a jurisdição das demais funções do estado? (Ada, 28ª, 32)

O que distingue a jurisdição das demais funções do estado( legislação e administração), é

precisamente, em primeiro plano, a finalidade pacificadora que o estado exerce.

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39) Quais são os escopos visados pelo Estado no exercício da jurisdição? (Ada, 28ª, 32)

São de três ordens os escopos visados pelo Estado no exercício da jurisdição: sociais, políticos

e jurídicos.

40) No que consiste a pacificação? (Ada, 28ª, 32)

A pacificação é o escopo magno da jurisdição e, por consequência, de todo o sistema

processual. É um escopo social, uma vez que se relaciona com o resultado do exercício da

jurisdição perante a sociedade e sobre a vida gregária dos seus membros e felicidade pessoal

de cada um.

41. Para quais finalidades o Estado instituiu o sistema processual? (Ada, 28ª, 33)

O Estado instituiu o sistema processual para a consecução dos objetivos da jurisdição e

particularmente daquele relacionado com a pacificação com justiça ditando normas a respeito

(direito processual), criando órgãos jurisdicionais, fazendo despesas com isso e exercendo

através deles o seu poder.

42. Marque a alternativa FALSA e justifique-a: (Ada, 28ª, 33)

( ) Mesmo na ultrapassada filosofia política do Estado liberal, extremamente restritiva quanto

às funções do Estado, a jurisdição esteve sempre incluída como uma responsabilidade estatal.

( ) A pacificação é o escopo magno da jurisdição e, por consequência de todo o sistema

processual (uma vez que todo ele pode ser definido como a disciplina jurídica da jurisdição e

seu exercício).

( X ) A autotutela é definida como crime somente quando praticada pelo particular (“exercício

arbitrário das próprias razões”, art. 345 CP).

Justificativa: É crime também a autotutela praticada pelo próprio Estado (“exercício arbitrário

ou abuso de poder”, art. 350 CP).

43. Atualmente há a prevalência das ideias do Estado social em que ao Estado se reconhece a

função fundamental de promover a plena realização dos valores humanos, explique as duas

facetas desta realidade. (Ada, 28ª, 33)

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De um lado põe em destaque a função jurisdicional pacificadora com o fator de eliminação

dos conflitos que afligem as pessoas e lhe trazem angustia; de outro, para advertir os

encarregados do sistema, quanto à necessidade de fazer do processo um meio afetivo para a

realização da justiça.

44. Quais as soluções encontradas pelos procedimentalistas modernos para sanar as

dificuldades encontradas no processo civil? (Ada, 28ª, 33)

Tratam-se dos meios alternativos representados particularmente pela conciliação, pela

mediação e pelo arbitramento.

45. Liste alguns dos princípios encontrados no processo. (Ada, 28ª, 33)

O processo é necessariamente formal, porque as suas formas constituem o modo pelo qual as

partes têm a garantia de legalidade e imparcialidade no exercício da jurisdição (principio da

legalidade, devido processo legal: Const., art. 5º, inc. LIV), além disso no processo as partes

tem o direito de participar intensamente, pedindo, requerendo, respondendo, impugnando,

provando, recorrendo etc. (garantia const. do contraditório – art. 5, inc. LV).

46. Apresente os fatores que têm concorrido para estreitar o canal de acesso à justiça através

do processo. (Ada, 28ª, 34)

A duração do processo (que compromete tanto o penal como o civil ou trabalhista), o seu

custo que igualmente constitui óbice à plenitude do cumprimento da função pacificadora

através dele. O processo civil tem se mostrado um instrumento caro, seja pela necessidade de

antecipar custas ao Estado (os preparos), seja pelos honorários advocatícios, seja pelo custo às

vezes bastante elevado das perícias.

47. Elenque as características das vertentes alternativas de pacificação social. (Ada, 28ª, 34)

a)A ruptura com o formalismo processual (desformalização); b) gratuidade, e c) a

delegalização.

48. Pormenorize as características acima enumeradas: (Ada, 28ª, 34)

Desformalização é uma tendência que quando se trata de dar pronta solução aos litígios,

constituindo fator de celeridade. Dada a preocupação social de levar a justiça a todos, também

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a gratuidade constitui característica marcante dessa tendência. Os meios informais gratuitos

(ou pelo menos baratos) são obviamente mais acessíveis a todos e mais céleres, cumprindo

melhor a função pacificadora. A delegalização é caraterizada por amplas margens de

liberdade nas soluções a cargo dos órgãos jurisdicionais estatais (juízos de equidade e não

juízos de direito, como no processo jurisdicional).

49. Explique o que é a garantia constitucional do contraditório. (Ada, 28ª, 34)

Este princípio encontra-se no art. 5º, inc. LV da Constituição Federal e consiste no direito das

partes de participar intensamente no processo, pedindo, requerendo, respondendo,

impugnando, provando, recorrendo etc.

50. Como é entendido o direito das partes ao diálogo com o juiz? (Ada, 28ª, 34)

É entendido como uma continuação ao principio do contraditório, pois se diz que este inclui

também o direito das partes ao diálogo com o juiz, sendo este obrigado a participar mais ou

menos intensamente do processo, decidindo sobre pedidos e requerimentos das partes,

tomando iniciativa da prova em certa medida, fundamentando suas decisões (Const., art. 93,

inc. IX).

51) Como a delegalização é caracterizada e que tipo de juízo é utilizado? (Ada, 28ª, 35)

É caracterizada pelas amplas margens de liberdade nas soluções a cargo dos órgãos

jurisdicionais estatais utilizando, pois, o juízo de equidade.

52) Quais são os representantes essenciais dos meios alternativos de pacificação social? (Ada,

28ª, 35)

Conciliação, mediação e arbitramento.

53) Como a Constituição Imperial Brasileira tratava a conciliação? (Ada, 28ª, 35)

Era exigida que fosse tentada a conciliação antes de todo processo como requisito para sua

realização e julgamento da causa.

54) Quantas tentativas de conciliação existem nas reclamações trabalhistas? Onde isto é

encontrado no ordenamento jurídico? (Ada, 28ª, 35)

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Duas tentativas. Art. 847 e art. 850 da CLT.

55) Quais atribuições o Código de Processo Civil concede ao juiz se tratando da conciliação?

(Ada, 28ª, 35)

O código atribui ao juiz o dever de "tentar a qualquer tempo conciliar as partes"(art.125, inc.

IV) e em seu procedimento ordinário incluiu-se uma audiência preliminar (ou audiência de

conciliação), na qual o juiz, tratando-se de causas versando direitos disponíveis, tentará a

solução conciliatória antes de definir os pontos controvertidos a serem provados. Tentará a

conciliação, ainda, ao início da audiência de instrução e julgamento (arts. 447-448). A

qualquer tempo poderá fazer comparecer as partes , inclusive para tentar conciliá-las (art.

342).

56) Por que a Lei dos Juizados Especiais é voltada à conciliação como meio de solução de

conflitos? (Ada, 28ª, 36)

Porque possui uma verdadeira fase conciliatória no procedimento que disciplina. Nesta, só se

passa à instrução e julgamento da causa se, após toda a tentativa, não tiver sido obtida a

conciliação dos litigantes nem a instituição do juízo arbitral.

57) Por que a conciliação vinha sendo considerada inadmissível em matéria penal antes da

constituição de 1988? (Ada, 28ª, 36)

Por causa da absoluta indisponibilidade da liberdade corporal e da regra nulla poena sine

judicio, de tradicional prevalência na ordem constitucional brasileira.

58) Quais os dois tipos de conciliação em relação ao processo? (Ada, 28ª, 36)

Endoprocessual e Extraprocessual.

59) Em que aspecto a mediação se assemelha à conciliação? (Ada, 28ª, 36)

Os interessados utilizam a intermediação de um terceiro, particular, para chegar a pacificação

de seu conflito.

60) Em que aspecto a mediação se diferencia da conciliação? (Ada, 28ª, 36)

Page 13: Exercicio Completo TGP -1

A conciliação busca, sobretudo, o acordo entre as partes , enquanto a mediação objetiva

trabalhar o conflito, surgindo o acordo como mera consequência. O resultado acaba sendo o

mesmo, tratando-se de uma diferença de método.

61. O que é arbitragem? (Ada, 28ª, 37)

É um modo de solução de conflitos, além da autotutela e da autocomposição, que exerce uma

função jurisdicional do Estado, embora seja estruturalmente diferente do Judiciário.

62. Cite os elementos essenciais da arbitragem. (Ada, 28ª, 37)

O juízo arbitral é delineado no ordenamento brasileiro dessa forma: a) convenção de

arbitragem; b) limitação aos litígios relativos a direito patrimoniais disponíveis; c) capacidade

das partes; d) desnecessidade de homologação judicial da sentença arbitral; e) sentença com

os mesmos efeitos do Judiciário; dentre outros.

63. Que tratamento o arbitramento recebe na Lei dos Juizados Especiais? (Ada, 28ª, 37)

O arbitramento recebe tratamento especial quando se fala nos Juizados Especiais. De acordo

com o art. 27 da Lei n. 9.099/1995, é recomendado ao juiz que só passe a fase de instrução e

julgamento se não for obtido êxito na conciliação.

64. Como são escolhidos os árbitros nos juizados especiais? (Ada, 28ª, 37)

Os árbitros dos juizados especiais serão escolhidos entre os juízes leigos, tudo conforme art.

24 §2º da Lei 9.099/1995: “O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos”.

65. Quais as circunstâncias que não é permitida a autotutela, a autocomposição e até mesmo o

juízo arbitral? (Ada, 28ª, 37)

A lei não permite a autotutela, a autocomposição, o juízo arbitral e nem mesmo a satisfação

voluntária nas pretensões de matéria criminal e em algumas situações regidas pelo direito

privado, como por exemplo, a anulação de casamento.

66. Quais as pretensões que obrigatoriamente devem passar pelo controle jurisdicional? (Ada,

28ª, 38)

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Todas as pretensões que se referem a direitos e interesses regidos por normas de extrema

indisponibilidade. Geralmente são as normas penais e aquelas não penais, mas indisponíveis,

como as do direito de família.

67. Como surgiu a ideia da pena e da concepção que o Estado tem o direito de punir? (Ada,

28ª, 38)

O Estado ainda embrionário não percebia que determinados atos, além do dano particular,

prejudicava também o próprio Estado. Com essa consciência adquirida, ele próprio passou a

entender tal realidade. Foi a partir daí que surgiu a ideia de infração penal e o Estado passou a

titular o direito de punir.

68. Como se chegou à proibição da aplicação da pena sem a realização de um processo? (Ada,

28ª, 38)

A absoluta proibição de qualquer pena sem prévia realização de um processo deu-se por um

processo evolutivo, assim como o reconhecimento da titularidade do poder de punir do

Estado.

69. Explique o princípio nulla poena sine judicio. (Ada, 28ª, 38)

O princípio “nulla poena sine judicio” (não há pena sem processo) é visto por dois aspectos:

a) proibição de autotutela do Estado, com base no art. 5º, LV da CF; b) proibição de

autocomposição.

70. Explane acerca do princípio “nulla poena sine judicio” no que se refere ao seu aspecto

histórico. (Ada, 28ª, 38)

O princípio “nulla poena sine judicio” é um princípio recente, historicamente falando. A

História nos mostra diversos casos onde esse princípio não fora aplicado, como por exemplo,

durante a guerra civil espanhola, com os paseos. Portanto, esse princípio passa igualmente por

uma evolução, assim como todo o ordenamento jurídico.

71) No ordenamento vigente no Brasil, a transação (concessões recíprocas) é possível em

matéria penal? (Ada, 27ª, 39)

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Sim, existe previsão Constitucional, no Art. 98, inc. I. Onde nos “juizados especiais, providos

por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a conciliação, o julgamento e a

execução de causas cíveis de menor complexidade e infrações penais de menor potencial

ofensivo, mediante os procedimentos orais e sumaríssimos, permitidos nas hipóteses previstas

em lei, a transação e o julgamento de recursos por turmas de juízes de primeiro grau.”.

72) É possível submeter-se voluntariamente à pena, antes mesmo de instaurado o processo?

(Ada, 27ª, 39)

Sim, é possível que o autor do fato se submeta a uma penalidade voluntariamente, desde que a

pena não seja privativa de liberdade.

73) De que se tratam as medidas despenalizadoras? (Ada, 27ª, 39)

São as medidas penais ou processuais alternativas que procuram evitar a pena de prisão.

74) Enumere as possibilidades de medidas despenalizadoras. (Ada, 27ª, 39)

a. Nas infrações de menor potencial ofensivo de iniciativa pública ou privada condicionada,

havendo composição civil, resulta extinta a punibilidade.

b. Não havendo composição civil ou tratando-se de ação penal pública incondicionada, a lei

prevê a aplicação imediata de pena alternativa (restrição de direitos ou multa)., mediante

transação penal.

c. As lesões corporais culposas e leves passam a requerer representação.

d. Os crimes cuja pena mínima não seja superior a um ano permitem a suspensão condicional

do processo.

75) O que se objetiva com as pretensões trazidas ao processo? (Ada, 27ª, 39)

A pretensão trazida pela parte ao processo clama por uma solução que faça justiça a ambos os

participantes do conflito e do processo.

76) O acesso a justiça se exaure apenas com a admissão ao processo? (Ada, 27ª, 39)

Page 16: Exercicio Completo TGP -1

Não, o acesso a justiça não se identifica, pois, com a mera admissão ao processo, ou de

ingresso em juízo. Para que haja o efetivo acesso a justiça é indispensável que o maior

número possível de pessoas seja admitido a demandar e a defender-se adequadamente, sendo

também condenáveis as restrições quanto a determinadas causas.

77) O que deve ser observado para preparar uma solução justa, que elimine os resíduos de

insatisfação. (Ada, 27ª, 40)

a. Oferece-se a mais ampla admissão de pessoas e causas ao processo.

b. Garante-se a todas elas a observância das regras que consubstanciam o devido processo

legal.

c. As partes podem participar intensamente da formação do convencimento do juiz que irá

julgar a causa.

d. As partes podem exigir do juiz efetividade de uma participação em diálogo.

78) Explique o “ponto sensível” da admissão do processo. (Ada, 27ª, 40)

É preciso eliminar as dificuldades econômicas que impeçam ou desanimem as pessoas de

litigar ou dificultem o oferecimento de defesa adequada.

79) Em quê a falta de recursos deve influenciar no acesso a justiça? (Ada, 27ª, 40)

A falta de recursos não deve ter nenhuma influência no acesso á justiça. Devido a isso, a

justiça não deve ser tão cara que o seu custo deixe de guardar proporção com os benefícios

pretendidos.

80) É possível litigar para a defesa de interesses supra-individuais? (Ada, 27ª, 40)

A regra pela qual cada só se pode litigar em defesa de seus próprios interesses está sendo

mitigada pela Lei nº 7.347/85, que permite ao Ministério Público e às associações pleitear

judicialmente em prol de interesses coletivos ou difusos.

Um claro exemplo é o mandado de segurança coletivo, que autoriza partidos políticos e

entidades associativas a defender direitos homogêneos de toda uma categoria.

Page 17: Exercicio Completo TGP -1

81. O que visam as regras sintetizadas no Princípio da Lealdade? (Ada, 28ª, 41)

Conter os litigantes impor à estes uma conduta que possa levar o processo à concretização de

seus objetivos.

82. O que tem levado os magistrados a interpretarem com cautela as disposições acerca do

Princípio da Lealdade? (Ada, 28ª, 41)

Para evitar sérias lesões ao Princípio do Contraditório, outro princípio essencial ao processo.

83. Em que consiste o Princípio da Economia Processual? (Ada, 28ª, 41)

Este se fundamenta na ideia de se obter o máximo resultado na atuação do processo com o

mínimo emprego possível de atividades processuais, princípio este que está claramente ligado

ao da Celeridade Processual, pois ambos visam um objetivo comum.

84. Em que se relaciona o Princípio do Aproveitamento dos Atos Processuais com o anterior?

(Ada, 28ª, 41)

Este é consequente daquele, pois visa uma economia processual através do aproveitamento de

seus atos, sendo semelhantes em sua essência com este último se expressando de forma

aplicada.

85. Quais são os exemplos da aplicação do Princípio do Aproveitamento dos Atos

Processuais? (Ada, 28ª, 41)

No processo civil são encontrados na regra de indiferença na escolha do interdito possessório

adequado (CPC, art. 920), como também nas regras processuais sobre nulidades processuais,

quando os atos tiverem alcançado sua finalidade e não prejudicarem a defesa (arts. 154, 244,

248).

86. Em que consiste o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? (Ada, 28ª, 41)

É o princípio que garante o recurso possibilitando a revisão das causas já julgadas pelo juiz de

primeiro grau, garantindo um novo julgamento, por parte dos órgãos de segundo grau.

87. Existe relação de dependência entre a jurisdição inferior e superior? Justifique. (Ada, 28ª,

42)

Page 18: Exercicio Completo TGP -1

Não. O juiz, qualquer que seja o grau de jurisdição exercido, tem independência jurídica em

relação às decisões dos tribunais de segundo grau, julgando apenas em obediência ao direito e

à sua consciência jurídica.

88. Em que se fundamenta o Princípio do Duplo Grau de Jurisdição? (Ada, 28ª, 42)

Este se fundamenta na possibilidade de a decisão de primeiro grau ser injusta, errônea ou

equivocada, se fazendo necessária a permissão de sua reforma em grau de recurso.

89. Quais são os argumentos utilizados pelas correntes doutrinárias contrárias ao Princípio do

Duplo Grau de Jurisdição? (Ada, 28ª, 42)

São três os principais argumentos: a) não só juízes de primeiro grau, mas também os da

jurisdição superior poderiam cometer erros e injustiças no julgamento, por vezes reformando

até uma sentença compatível com o direito e a justiça; b) a decisão em grau de recurso é inútil

quando confirma a sentença de primeiro grau, indo de encontro até o princípio da economia

processual; c) a decisão que reforma a sentença da jurisdição inferior é sempre nociva, pois

aponta uma divergência de interpretação que pode dar margem a dúvidas quanto à correta

aplicação do direito.

90. Qual é o principal fundamento para a manutenção do principio supracitado? (Ada, 28ª, 42)

É sua natureza política, nenhum ato estatal pode ficar imune aos necessários controles. O

Poder Judiciário, principalmente onde seus membros não são escolhidos pelo povo é o de

menor representatividade se fazendo necessário, portanto que se exerça ao menos o controle

interno sobre a legalidade e a justiça das decisões judiciárias.

91. Por que o Estado Moderno pretende ser “a providência do seu povo”? (Ada, 28ª, 43)

R: O Estado Moderno anseia ser “a providência do seu povo” pelo fato de querer assumir para

si determinadas funções essenciais relacionadas à vida e ao desenvolvimento da nação e dos

indivíduos que a compõem.

92. Por que a jurisdição sempre esteve incluída como responsabilidade estatal? (Ada, 28ª, 43)

R: A jurisdição é uma responsabilidade estatal, porque através dela o Estado elimina os

conflitos existentes na sociedade, preservando os valores humanos da personalidade, assim, a

Page 19: Exercicio Completo TGP -1

jurisdição funciona como uma atividade que contribui para o bem-estar social e, como o

Estado é o maior responsável por promover esse bem comum, a jurisdição sempre esteve sob

a responsabilidade do Estado.

93. Com qual finalidade se reconhece ao Estado a função de promover a plena realização dos

valores humanos? (Ada, 28ª, 43)

R: A finalidade do Estado ser reconhecido como responsável pela plena realização dos valores

humanos é a de pôr em destaque a função jurisdicional pacificadora como fator de eliminação

dos conflitos que assolam as relações existentes numa sociedade, bem como a de advertir os

encarregados do sistema em relação à necessidade de fazer do processo um meio eficaz para a

realização da justiça.

94. Qual é o objetivo-síntese do Estado Contemporâneo? (Ada, 28ª, 43)

R: O Estado tem como objetivo-síntese a garantia do bem comum.

95. O que o Estado deve fazer para cumprir com o seu desejo de manter uma “ordem social

que tenha como base o primado do trabalho e como objetivo o bem estar e a justiça sociais”?

(Ada, 28ª, 43)

R: Para cumprir seu anseio de manter a ordem social, o Estado precisa desenvolver a sua

variada atividade em benefício da população, intervindo, quando necessário, na ordem

econômica e social para o efetivo bem-estar social. As atividades como a realização de obras

e prestação de serviços relacionados com a ordem social e econômica, bem como as

providências de ordem jurídica (exemplo: a jurisdição) são algumas formas de tarefas que o

Estado beneficia a população.

96. Com quais atividades o Estado desempenha a sua função jurídica? (Ada, 28ª, 44)

R: O Estado desempenha a sua função jurídica por meio da legislação e da jurisdição.

97. Qual é a tarefa do Estado, quando ele desempenha a sua atividade legislativa? (Ada, 28ª,

44)

Page 20: Exercicio Completo TGP -1

R: Ao desempenhar sua atividade legislativa, o Estado estabelece normas que, conforme o

pensamento dominante, devem reger as diversas relações, evidenciando o que é lícito e o que

é ilícito.

98. Quais são as características das normas que devem reger as relações sócias? (Ada, 28ª, 44)

R: As normas que devem reger a sociedade apresentam as seguintes características: normas de

caráter genérico e abstrato, ou seja, sem destinação pessoal e a nenhuma situação concreta;

normas que servem de paradigma de conduta (desejada ou reprovada), acompanhado dos

efeitos decorridos devido a acontecimentos de fatos que se adaptem às previsões.

99. Qual é a tarefa do Estado, quando ele desempenha a sua atividade de jurisdição? (Ada,

28ª, 44)

R: Quando o Estado exerce a atividade de jurisdição, ele busca a concretização das normas

que estabeleceu, nos casos de conflito entre pessoas, declarando qual é o preceito pertinente

ao caso concreto e desenvolvendo medidas para que esse preceito seja, realmente, efetivado.

100. Qual é a principal finalidade da jurisdição? (Ada, 28ª, 44)

R: A jurisdição tem como finalidade primordial assegurar a prevalência do direito positivo do

país.

101. Para a teoria dualista do ordenamento jurídico, defendida por Chiovenda, qual a relação

existente entre o direito material e o direito processual? (Ada, 28ª, 45)

Para essa teoria, o ordenamento jurídico cinde-se nitidamente em direito material e direito

processual.

102. Sobre a teoria dualista do ordenamento jurídico, defendida por Chiovenda, qual seria o

papel do direito material e do direito processual, respectivamente? (Ada, 28ª, 45)

O direito material dita as regras abstratas e estas tornam-se concretas no exato momento em

que ocorre o fato enquadrado em suas previsões, automaticamente, sem qualquer participação

do juiz. O direito processual visa apenas à atuação, ou realização prática, da vontade do

direito.

Page 21: Exercicio Completo TGP -1

103. Para a teoria unitária do ordenamento jurídico, defendida por Carnelutti, qual a relação

existente entre o direito material e o direito processual? (Ada, 28ª, 45)

A cisão entre o direito material e o direito processual não seria tão nítida, e o processo

serviria, muitas vezes, para a complementação dos comandos da lei.

104. Sobre a teoria unitária do ordenamento jurídico, defendida por Carnelutti, que função

teria o processo? (Ada, 28ª, 45)

O processo teria o escopo de compor a lide, ou seja, de editar a regra que soluciona o conflito

trazido a julgamento.

105. Quando nasce a patologia do direito, o que faz com que o Estado exerça soberanamente a

jurisdição por meio do processo? (Ada, 28ª, 45)

Nasce a partir da dúvida em torno da existência ou significado do preceito concreto, ou pela

insatisfação de uma pretensão fundada neste.

106. Em que consiste o processo? (Ada, 28ª, 46)

Consiste na soma de atividades em cooperação e à soma de poderes, faculdades, deveres, ônus

e sujeições que impulsionam a atividade jurisdicional.

107. Em que consiste o direito processual? (Ada, 28ª, 46)

Consiste no complexo de normas e princípios que regem o exercício conjugado da jurisdição

pelo Estado-juiz, da ação pelo demandante e da defesa pelo demandado.

108. Em que consiste o Direito material? (Ada, 28ª, 46)

Consiste no corpo de normas que disciplinam as relações jurídicas referentes a bens e

utilidades da vida.

109. Qual seria a principal diferença entre o direito material e o direito processual? (Ada, 28ª,

46)

Page 22: Exercicio Completo TGP -1

O primeiro diz respeito ao bem da vida que é objeto do interesse primário das pessoas; o

segundo cuida das relações dos sujeitos processuais, da posição de cada um deles no processo,

da forma de se proceder aos atos deste.

110. Em que reside o objeto do direito processual? (Ada, 28ª, 46)

Reside essencialmente nos seguintes institutos básicos: jurisdição, ação, exceção e processo.

111- A função jurídica do Estado é: (Ada, 28ª, 47)

a) Realização de obras

b) Prestação de serviços relacionados com a ordem sócio - econômica

c) Providências de ordem jurídica destinadas a disciplinar a cooperação entre os indivíduos e

dirimir os conflitos entre as pessoas

d) Todas as alternativas acima

112- No desempenho de sua função jurídica o Estado regula as relações intersubjetivas

através de duas ordens de atividades distintas, mas relacionadas. Quais são essas atividades?

(Ada, 28ª, 47)

I- Legislação, que estabelece normas que devem reger as várias relações, dizendo o que é

lícito ou não.

II- Jurisdição, o Estado busca realização prática daquelas normas em caso de conflitos entre

pessoas

III- Longa manus da legislação, assegurar a prevalência do direito positivo

a) Todas alternativas estão corretas

b) Somente I está correta

c) Apenas I e II estão corretas

d) Somente III está correta

Page 23: Exercicio Completo TGP -1

113- Diz-se que as pessoas a quem se dirigem em concreto os preceitos do direito objetivo

estão interligadas por: (Ada, 28ª, 47)

a) Um nexo

b) Uma relação jurídica

c) Obrigações

d) Deveres

114- Marque a alternativa INCORRETA. Através da relação jurídica regulam-se: (Ada, 28ª,

47)

a) Apenas os conflitos de interesses entre pessoas

b) Cooperação que as pessoas devem desenvolver em benefício de determinado objetivo

comum

c) Nexo entre credor e devedor

d) Interligação entre membros de uma sociedade anônima ou os cônjuges na constância do

matrimônio

115- Quando ocorre, na experiência concreta, um fato que se enquadre na previsão de

determinada norma, reproduzindo-lhe a hipótese como a cópia reproduz o modelo, o preceito

abstrato contido nela gera um preceito concreto, o qual disciplinará então as relações entre as

pessoas envolvidas? Essa assertiva está: (Ada, 28ª, 47)

* Correta

* Errada

116- Para Chiovenda e outros, o ordenamento jurídico cinde-se nitidamente em direito

material e direito processual(teoria dualista do ordenamento). Qual das alternativas NÃO

aponta características deste: (Ada, 28ª, 48)

Page 24: Exercicio Completo TGP -1

a) O segundo(Dir. processual) dita regras abstratas e essas se tornam concretas no exato

momento em que ocorre o fato

b) O direito material dita regras abstratas e essas se tornam concretas no momento do fato,

enquadrado em suas previsões sem participação do juiz.

c) O processo visa apenas à atuação(à realização da prática) da vontade do direito

d) Nenhuma das alternativas estão corretas

117- Sobre o processo: (Ada, 28ª, 48)

a) Visa apenas à atuação da vontade do direito

b) Não contribui para a formação das normas concretas

c) O direito subjetivo e a obrigação preexistem a ele

d) Todas as alternativas acima estão corretas

118- Para Carnelutti: (Ada, 28ª, 48)

a) O direito objetivo tem condições para disciplinar sempre todos os conflitos de interesses

b) O processo, muitas vezes, não é necessário para a complementação dos comandos da lei.

c) O comando contido na lei está completo

d) O comando contido na lei é incompleto, é como se fosse um arco que a sentença

completa, transformando-o em círculo.

119- Marque V ou F para as questões abaixo: (Ada, 28ª, 48)

(F) O processo participa, apenas, da criação de direitos subjetivos

(V) O processo participa da criação de direitos subjetivos e obrigações

(V) Tais direitos subjetivos e obrigações só nascem efetivamente quando há uma sentença

Page 25: Exercicio Completo TGP -1

(V) O processo tem o escopo/finalidade de compor a lide (ou seja, editar a regra que soluciona

o conflito trazido a julgamento).

120- Na grande maioria dos casos não penais, os preceitos cumprem-se: (Ada, 28ª, 48)

a) Pela vontade forçada das pessoas às quais se dirigem

b) Com interferência dos órgãos da jurisdição

c) Pelo Estado

d) Pela vontade livre das pessoas, satisfazendo direitos, cumprindo-se obrigações,

extinguindo relações pessoais, sem necessidade de um processo.

121) A história do Direito Processual inclui três fases metodológicas fundamentais. Marque a

alternativa que apresenta corretamente a sequencia cronológica em que tais fases surgiram:

(Ada, 27ª, 49)

a) autonomista, sincretismo, instrumentalista.

b) instrumentalista, autonomista, sincretismo.

c) sincretismo, autonomista, instrumentalista.

d) autonomista, instrumentalista, sincretismo.

122) Três fases metodológicas fundamentais trilham a história do Direito Processual. Cite-as.

(Ada, 27ª, 49)

A primeira fase foi a do sincretismo, a segunda fase foi a autonomista, ou conceitual, e a

terceira é, ainda em andamento, a fase instrumentalista.

123) A doutrina aponta uma falha à segunda fase (autonomista ou conceitual) da história do

Direito Processual. Que falha seria essa? (Ada, 27ª, 49)

a) estabelecimento da autonomia da ciência processual.

b) inexistência de uma postura crítica.

Page 26: Exercicio Completo TGP -1

c) preocupação sobre a natureza jurídica da ação

d) preocupação sobre a natureza jurídica do processo.

124) Os doutrinadores detectam a inexistência de uma postura crítica na segunda fase do

Direito Processual. Aponte as razões que levaram os doutrinadores a pensar desta forma.

(Ada, 27ª, 49)

O sistema processual era estudado mediante uma visão puramente introspectiva e o processo

visto costumeiramente como mero instrumento técnico predisposto à realização da ordem

jurídica material, sem o reconhecimento de suas conotações deontológicas e sem a análise dos

seus resultados na vida das pessoas ou preocupação pela justiça que ele fosse capaz de fazer.

125) A fase instrumentalista é eminentemente conhecida como uma fase: (Ada, 27ª, 50)

a) técnica.

b) crítica.

c) adjetiva.

d) NDA.

126) Quanto à fase instrumentalista, não podemos afirmar que: (Ada, 27ª, 50)

a) desloca-se o ponto de vista e passa-se a ver o processo de um ângulo interno.

b) o sistema continua falho na sua missão de produzir justiça entre os membros da sociedade.

c) não há necessidade de levar em conta o modo como os seus resultados chegam à população

destinatária do serviço processual.

d) NDA.

127) Afirma-se que, no decorrer da terceira fase ainda em andamento, apareceram três ondas

renovatórias. Quais foram elas? (Ada, 27ª, 50)

A primeira consiste nos estudos para a melhoria da assistência judiciária aos necessitados; a

segunda voltada à tutela dos interesses supra-individuais, especialmente no tocante aos

Page 27: Exercicio Completo TGP -1

consumidores e à rigidez ambiental; e a terceira traduzida em múltiplas tentativas com vistas à

obtenção de fins diversos ligados ao modo-de-ser do processo.

128) Ainda em relação à fase instrumentalista, marque a alternativa correta: (Ada, 27ª, 50)

a) houve clima metodológico para o desenvolvimento de uma teoria geral do processo.

b) está perto de exaurir o seu potencial reformista.

c) não possibilitou a localização dos pontos sensíveis do sistema.

d) NDA.

129) Mediante a terceira fase do Direito Processual, ainda em andamento, constata-se o

progresso no plano prático, especialmente mediante a legislação brasileira sobre pequenas

causas, ação civil pública, assistência jurídica aos necessitados, etc., além dos progressos no

tocante à atuação dos juízes e tribunais. Como estes têm atuado? (Ada, 27ª, 50)

Os juízes e tribunais gradativamente mostram-se conscientizados dos valores humanos

contidos nas garantias constitucionais do contraditório e do devido processo legal além da

necessidade de tratar o processo, sempre, como autêntico meio de acesso à ordem jurídica

justa.

130) Como pode-se afirmar, a fase instrumentalista está longe de exaurir o seu potencial

reformista. Marque a alternativa cujo enunciado não retrata os objetivos propostos pela fase

supracitada: (Ada, 27ª, 50)

a) relativa superação das posturas individuais dominantes.

b) proliferação dos meios de proteção a direitos supra-individuais.

c) processo sem óbices econômicos e sociais ao pleno acesso à justiça.

d) consciência de que o processo é mero instrumento técnico a serviço da ordem

jurídica.

131) O que significa o princípio da instrumentalidade das formas? (Ada, 28ª, 51)

Page 28: Exercicio Completo TGP -1

De acordo com esse princípio as exigências formais do processo só merecem ser cumpridas à

risca, sob pena de invalidade dos atos, na medida em que isso seja indispensável para a

consecução dos objetivos desejados.

132) Assinale a alternativa que contem a primeira fase metodológica da história do direito

processual. (Ada, 28ª, 51)

a) sincretismo

b) autonomista

c) instrumentalista

d) conceitual

e) nda

133) Manifesta-se como uma projeção do aspecto negativo da instrumentalidade do processo,

e segundo ele as exigências formais do processo só merecem ser cumpridas à risca, sob pena

de invalidade dos atos, na medida em que isso seja indispensável para a consecução dos

objetivos desejados. (Ada, 28ª, 51)

O texto acima refere-se a um princípio do direito processual. Assinale a alternativa que

contém este princípio.

a) celeridade processual

b) inércia

c) instrumentalidade das formas

d) lealdade processual

e) oralidade

134) Como era entendida a ação durante o período do sincretismo? (Ada, 28ª, 51)

A ação era entendida como sendo o próprio direito subjetivo material que, uma vez lesado,

adquiria forças para obter em juízo a reparação da lesão sofrida.

Page 29: Exercicio Completo TGP -1

135) Foi Durante esse período que tiveram lugar grandes teorias processuais, especialmente

sobre a natureza jurídica da ação e do processo, as condições daquela e os pressupostos

processuais, erigindo-se definitivamente uma ciência processual. (Ada, 28ª, 51)

Esse período é o:

a) instrumentalista

b) autonomista ou conceitual

c) sincretismo

d) nda

136) Assinale a alternativa que corresponde ao período de sincretismo: (Ada, 28ª, 51)

a) esse período é marcado pelas grandes construções científicas do direito processual.

b) nessa fase não se tinha noção do direito processual como ramo autônomo do direito, e

muito menos, elementos para sua autonomia científica.

c) durante esse período tiveram lugar grandes teorias processuais.

d) durante esse período buscou-se examinar o processo a partir de seus resultados práticos.

e) nesse período o sistema processual era estudado mediante uma visão puramente

introspectiva.

137) Quais são as fases metodológicas da história do direito processual? (Ada, 28ª, 52)

As três fases metodológicas do direito processual são o período de sincretismo, a fase

autonomista ou conceitual e a instrumentalista.

138) Descreva as ondas renovatórias que tiveram lugar durante o período instrumentalista.

(Ada, 28ª, 52)

A primeira consiste nos estudos para melhoria da assistência jurídica aos necessitados, a

segunda é voltada à tutela dos interesses supraindividuais, especialmente no tocante aos

consumidores e à higiene ambiental(interesses coletivos e interesses difusos) e a terceira é

Page 30: Exercicio Completo TGP -1

traduzida em múltiplas tentativas com vistas à obtenção de fins diversos, ligados ao modo de

ser do processo.

139) Como se caracteriza o período do sincretismo? (Ada, 28ª, 52)

Nesse período não se tinha consciência da autonomia da relação jurídica processual em face

da relação jurídica de natureza substancial eventualmente ligando os sujeitos do processo,

nem se tinha noção do próprio direito processual como ramo autônomo do direito e, muito

menos, elementos para a sua autonomia científica.

140) como se caracteriza o período do instrumentalismo? (Ada, 28ª, 52)

Nessa fase procura-se deslocar o ponto de vista e passar a ver o processo a partir de um

ângulo externo, isto é, examiná-lo nos seus resultados práticos, sendo, portanto, um período

eminentemente crítico.

141. Descreva como podemos classificar o Direito Processual no campo do Direito. (Ada, 25ª,

53)

O Direito processual classifica-se como uma disciplina autônoma dentro do direito público.

142. Qual o objetivo de Direito Processual? (Ada, 25ª, 53)

Administrar a atividade jurisdicional do Estado.

143. Qual ramo do Direito é mais ligado ao Direito Processual? (Ada, 25ª, 53)

Assim como os demais ramos do direito o Direito Constitucional, as normas processuais são

intimamente ligadas ao Direito Constitucional.

144. Como o Direito Constitucional serve de base para o Direito Processual? (Ada, 25ª, 53)

Na medida em que cria o poder judiciário, bem como seus órgãos, assegura as garantias da

magistratura, cria os princípios.

145. Como o Direito Processual demonstra sua ligação com o Direito Constitucional? (Ada,

25ª, 53)

Page 31: Exercicio Completo TGP -1

Na medida em que utiliza as normas contidas na Carta Magna, para garantir os remédios

jurídicos para o bom funcionamento da atividade jurídica com o objetivo de diminuir os

conflitos interindividuais.

146. Qual a relação do Direito Processual com o Direito Administrativo. (Ada, 25ª, 54)

A relação é estabelecida porque de um lado está o Estado com seus órgãos, agências e

entidades, e do outro lado estão as normas do Direito Administrativo.

147. Qual a relação do Direito Processual com o Direito Penal? (Ada, 25ª, 54)

É uma relação instrumental, pois não podemos pensar o Direito Penal sem o Direito

Processual Penal, cabe a este segundo julgar se há crime ou não na conduta de um individuo.

148. Descreva o Direito Processual no sistema jurídico brasileiro. (Ada, 25ª, 54)

É um ramo do Direito tido como poder estatal uno, como sistema de princípios e normas para

o exercício da jurisdição.

149. Diga por que podemos dizer que o Direito Processual Civil é uno e como se liga nesse

conceito como o Direito Processual Penal. (Ada, 25ª, 54)

A própria Constituição Federal nos seus artigos 22 inc. I e 24 inc. XI descrimina a

competência legislativa da União e dos Estados (concorrente), referindo-se ao direito

processual como um todo, que abrange o direito processual civil e o direito processual penal.

150. Podemos dizer que é possível elaborar cientificamente uma teoria geral do processo,

explique por que. (Ada, 25ª, 54)

Sim, pois os principais conceitos referentes ao direito processual, como jurisdição, ação,

defesa e processo, são comuns aos ramos distintos como processual penal e processual civil,

além disso, podemos citar nas noções de coisa julgada, recurso, preclusão, competência, bem

como nos princípios do contraditório, do juiz natural, do duplo grau de jurisdição, que são

concorrentes em igual medida em ambos os campos do direito processual.

151º ) Assinale a alternativa INCORRETA: (Ada, 28ª, 53)

a) A história do direito processual inclui três fases metodológicas fundamentais.

Page 32: Exercicio Completo TGP -1

b) Bem como a terceira fase (instrumentalista) a segunda fase (conceitual) também foi

marcada pela postura crítica.

c) A segunda fase foi a autonomista, ou conceitual, marcada pelas grandes construções

científicas do direito processual.

d) A fase instrumentalista, ora em curso, é marcada pela criticidade.

e) Até meados do século passado, o processo era considerado simples meio de exercício dos

direitos, está é a primeira fase.

152º ) Nesse período não se tinha consciência da autonomia da relação jurídica processual em

face da relação jurídica de natureza substancial eventualmente ligando os sujeitos do

processo, nem se tinha noção do próprio direito processual como ramo autônomo do direito e,

muito menos, elementos para a sua autonomia científica. (Ada, 28ª, 53)

A qual fase metodológica do direito processual o texto se refere?

a) sincretismo;

b) autonomista;

c) conceitual;

d) instrumentalista;

e) nda.

153º ) Marque a alternativa que NÃO apresenta um exemplo de progresso no plano prático

alcançado a partir do potencial reformista da terceira fase metodológica fundamental do

direito processual. (Ada, 28ª, 53)

a) Ação civil pública;

b) O código de defesa do consumidor;

c) Garantias constitucionais do mandado de segurança coletivo;

d) Assistência jurídica aos necessitados;

Page 33: Exercicio Completo TGP -1

e) nda.

154º ) Assinale a alternativa verdadeira em relação as conquistas da doutrina processual

contemporânea. (Ada, 28ª, 53)

a) O reconhecimento das conotações ideológicas do processo;

b) A mudança de mentalidade em relação ao processo;

c) A efetividade do processo como meio de acesso a justiça.

d) Reformas legislativas;

e) Todas as alternativas estão corretas.

155º ) Marque V ou F: (Ada, 28ª, 53)

( V ) A terceira fase está longe de exaurir o seu potencial reformista. Durante ela já foi

possível tomar consciência do relevantíssimo papel deontológico do sistema processual e de

sua completa missão perante a sociedade e o Estado.

( V ) É indispensável a consciência de que processo não é mero instrumento técnico a serviço

da ordem jurídica, mas, acima disso, um poderoso instrumento ético destinado a servir à

sociedade e ao Estado.

( F ) A efetividade do processo como meio de acesso a justiça é algo que depende muito mais

das reformas legislativas do que da postura mental dos operadores do sistema (juízes,

advogados, promotores de justiça).

156º ) Se temos hoje uma vida societária de massas, com tendência a um direito de massa, é

preciso ter também: (Ada, 28ª, 54)

a) Um processo de massa;

b) Um processo sem óbices econômicos e sociais;

c) Um processo ágil e funcionalmente coerente;

d) As alternativas acima estão corretas e se complementam;

Page 34: Exercicio Completo TGP -1

e) Somente a alternativa A.

157º ) A respeito da primeira fase metodológica do direito processual, marque a alternativa

INCORRETA: (Ada, 28ª, 54)

a) O sistema processual era estudado mediante uma visão puramente introspectiva, no

exame de seus institutos, de suas categorias e seus conceitos fundamentais;

b) A ação era entendida com sendo o próprio direito subjetivo material;

c) Não se tinha noção do próprio direito processual como ramo autônomo do direito e, muito

menos, elementos para a sua autonomia científica.

d)Não se tinha consciência da autonomia da relação jurídica processual em face da relação

jurídica de natureza substancial eventualmente ligando os sujeitos do processo.

e) o processo era considerado simples meio de exercício dos direitos.

158º) Considere V ou F: (Ada, 28ª, 54)

( V ) A fase instrumentalista não terá desempenhado o relevante papel que se propõe para o

aprimoramento do serviço de pacificação social, enquanto não tiver cumprido razoavelmente

os propósitos expressos nas três ondas renovatórias desenvolvidas em sede doutrinária.

( V ) Foi o longo período de sincretismo, que prevaleceu das origens até quando os alemães

começaram a especular a natureza jurídica da ação no tempo moderno acerca da própria

natureza jurídica do processo.

( V ) O direito processual constitucional abriu caminho, em primeiro lugar, para alargamento

dos conceitos e estruturas e superamento do confinamento de cada um dos ramos do direito

processual.

159º ) Nessa fase procura-se deslocar o ponto de vista e passar a ver o processo a partir de um

ângulo externo, isto é, examiná-lo nos seus resultados práticos, sendo, portanto, um período

eminentemente crítico. (Ada, 28ª, 54)

A qual fase metodológica do direito processual o texto se refere?

Page 35: Exercicio Completo TGP -1

a) sincretismo;

b) autonomista;

c) conceitual;

d) instrumentalista;

e) nda.

160º ) No decorrer da fase instrumentalista, ainda em andamento, tiveram lugar algumas

ondas renovatórias, assinale a alternativa que não faz parte dessas ondas. (Ada, 28ª, 54)

a) Uma consistente nos estudos para a melhoria da assistência judiciária aos necessitados.

b) Uma visão introspectiva, no exame de seus institutos, de suas categorias e seus

conceitos fundamentais.

c) Uma voltada a tutela dos interesses supraindividuais, especialmente no tocante aos

consumidores e higidez ambiental.

d) Uma traduzida em múltiplas tentativas com vistas a obtenção de fins diversos, ligados ao

modo de ser do processo.

e) Todas as alternativas estão corretas.

161. Levando em consideração a natureza da pretensão sobre a qual incide um processo

judicial, como diferenciar a incidência de um processo penal para um processo civil? (Ada,

22ª, 55)

Processo penal é aquele que apresenta, em um dos seus polos contrastantes, uma pretensão

punitiva do Estado. Por outro lado, um processo é civil quando não é penal, além de ser

aquele por meio do qual se resolvem conflitos regulados não só pelo direito privado, como

também pelo direito constitucional, administrativo, tributário, trabalhista, etc.

162. Qual a importância dos princípios gerais do Processo para o estudo da ciência jurídica?

(Ada, 22ª, 55)

Page 36: Exercicio Completo TGP -1

Os princípios gerais do processo dão forma e caráter aos sistemas processuais, que são a

marca dos ordenamentos jurídicos de todo o mundo. Alguns desses princípios básicos são

comuns a todos os sistemas, outros são peculiares a alguns ordenamentos. Porém, todos esses

princípios servem para dotar o sistema processual de unidade, servindo-lhe de sustentáculos

legitimadores, que trazem também seríssimas conotações éticas, sociais e políticas.

163. Segundo pensamento jusfilosófico bastante adotado no Direito atual, a experiência

jurídica pode ser estudada sobre três diferentes aspectos. Quais são eles? (Ada, 22ª, 55)

A experiência jurídica pode ser estudada por três ângulos distintos: norma, valor e fato.

164. Em que consiste a epistemologia da ciência jurídica? (Ada, 22ª, 55)

Quando se estuda a ciência jurídica pelo ângulo da norma, tem-se a epistemologia, ou seja, a

ciência do direito positivo.

165. Marque a alternativa correta: (Ada, 22ª, 55)

a) A dogmática jurídica estuda o Direito como ordem normativa

b) O estudo dos valores éticos do Direito pertencem a epistemologia

c) O direito como fato social é objeto de estudo da dogmática jurídica

d) Nda.

166. Diferencie a deontologia e culturologia jurídicas. (Ada, 22ª, 56)

Os valores morais e éticos do Direito configuram-se objetos de estudo da deontologia jurídica.

Já a culturologia encarrega-se do estudo dos fatos sociais que demandam a experiência

jurídica.

167. No estudo do Direito como fato, valor e norma, em qual dessas esferas encontram-se os

princípios do direito processual? (Ada, 22ª, 56)

Não há uma definição clara de localização dos princípios entre esses diferentes aspectos do

estudo do Direito, porém, alguns dos princípios gerais do direito processual colocam-se entre

Page 37: Exercicio Completo TGP -1

a epistemologia e a deontologia, entre a norma e o seu valor ético demandado e almejado, no

limiar de ambos.

168. Quais os objetivos dos chamados “princípios informativos do processo”? (Ada, 22ª, 56)

Os princípios informativos do processo são regras, criadas pela doutrina, que aspiram uma

melhoria no aparelhamento processual, de modo a dotá-lo de maior eficiência e eficácia.

169. Quais são os quatro princípios informativos do processo? (Ada, 22ª, 56)

Segundo consenso doutrinário, temos o princípio lógico, o princípio jurídico, o princípio

político e o princípio econômico.

170. Em que consiste o princípio lógico do processo? (Ada, 22ª, 56)

Segundo o princípio lógico do processo, devem ser selecionados os meios mais eficazes e

rápidos de procurar e descobrir a verdade e de evitar o erro. Visa à economia processual e à

uma maior possibilidade de acertos nas decisões a serem tomadas.

171) Qual a relação entre o direito processual e o direito penal? (Ada, 28ª, 57)

O direito penal estabelece a tutela penal do processo.

172) Julgue a afirmativa: "Como é una a jurisdição, expressão do poder estatal igualmente

uno, uno também é o direito processual, como sistema de princípios e normas para o exercício

da jurisdição." (Ada, 28ª, 57)

- Certo.

- Errado.

173) O direito processual como um todo decorre de quê? (Ada, 28ª, 57)

Dos grandes princípios e garantias constitucionais pertinentes.

174) A que corresponde a grande bifurcação existente entre o processo civil e o penal? (Ada,

28ª, 57)

Page 38: Exercicio Completo TGP -1

Corresponde apenas a exigências pragmáticas relacionadas com o tipo de normas jurídico-

substanciais a atuar.

175) É possível uma regulamentação unitária do direito processual civil e penal? Se sim, cite

dois exemplos. (Ada, 28ª, 57)

Sim. Código Processual Sueco de 1942 e o Código do Panamá.

176) A Constituição Federal se refere ao direito processual de forma unitária ou específica?

Em quais artigos? (Ada, 28ª, 57)

Unitária. Arts. 22, inc. I e 24, inc. XI.

177) Cite alguns conceitos atinentes ao direito processual que sejam comuns aos dois ramos.

(Ada, 28ª, 57)

Jurisdição, ação, defesa e processo.

178)Cite algumas noções do direito processual comum aos dois campos. (Ada, 28ª, 57)

Coisa julgada, recurso, preclusão, competência, princípio do contraditório, do juiz natural, do

duplo grau de jurisdição.

179) A unidade funcional do processo revela-se em quê? Explique. (Ada, 28ª, 57)

Na recíproca interferência entre jurisdição civil e jurisdição penal, decorrente de um lado, da

aplicação do princípio da economia processual (repelir a duplicação de atividades para atingir

um único objetivo) - e, de outro, da ideia de que há conveniência em evitar decisões judiciais

contraditórias sobre o mesmo fato.

180) Quais as características que diferenciam o processo penal do civil? (Ada, 28ª, 58)

O processo penal é aquele que apresenta, em um dos seus polos contrastantes, uma pretensão

punitiva do Estado. Já o processo civil é o que não é penal e por meio do qual se resolvem

conflitos regulados não só pelo direito privado, como também pelo direito constitucional,

administrativo, tributário e etc.

Page 39: Exercicio Completo TGP -1

181. Através de uma operação de síntese crítica, a ciência processual moderna fixou os

preceitos fundamentais. Qual a função desses preceitos? (Ada, 28ª, 59)

Os preceitos fundamentais dão forma e caráter aos sistemas processuais. Alguns desses

princípios básicos são comuns a todos os sistemas; outros vigem somente em determinados

ordenamentos Assim, cada sistema processual se calca em alguns princípios que se estendem

a todos os ordenamentos e em outros que lhe são próprios e específicos. É do exame dos

princípios gerais que informam cada sistema que resultará qualifica-lo naquilo que tem de

particular e de comum com os demais, do presente e do passado.

182. A experiência jurídica, segundo conhecidíssimo pensamento jurisfilosófico, pode ser

estudada por três aspectos. Quais são eles? (Ada, 28ª, 59)

A experiência jurídica pode ser estuda através do fato, do valor e da norma.

183. O que é a estemologia? (Ada, 28ª, 59)

É a ciência do direito positivo, que pertence a dogmática jurídica e constrói-se sob o ângulo

da forma da experiência jurídica.

184. O que a dogmática jurídica estuda? (Ada, 28ª, 59)

A dogmática jurídica estuda o direito como ordem normativa.

185. Qual o objeto de estudo da deontologia jurídica? (Ada, 28ª, 59)

Os valores éticos do direito são o objeto da deontologia jurídica.

186. O que estuda a culturologia? (Ada, 28ª, 59)

A culturologia estuda o fato no âmbito da experiência jurídica.

187. Quais são os princípios informativos do processo? (Ada, 28ª, 60)

a)O princípio lógico, o qual consiste na seleção dos meios mais eficazes e rápidos de procurar

e descobrir a verdade e de evitar o erro.

b) O princípio jurídico, o qual garante a igualdade no processo e justiça na decisão.

Page 40: Exercicio Completo TGP -1

c) O princípio político, o qual procura estabelecer o máximo de garantia social, com o mínimo

de sacrifício individual da liberdade.

d)O princípio econômico, o qual garante o processo acessível a todos, com vista ao seu custo

e á sua duração.

188. Como a doutrina moderna classifica os princípios processuais? (Ada, 28ª, 60)

Surge na doutrina moderna (especialmente entre dos portugueses - v. Gomes Canotilho e

Jorge de Miranda) a proposta de classificar os princípios em:

a) estruturantes, assim considerados aqueles consistentes nas ideias diretivas básicas do

processo, de índole constitucional (juiz natural, imparcialidade, igualdade, contraditório,

publicidade, processo em tempo razoável etc);

b) fundamentais, que seriam aqueles mesmos princípios, quando especificados e aplicados

pelos estatutos processuais, em suas particularidades;

c) instrumentais, os que servem como garantia do atingimento dos princípios fundamentais,

como são o princípio da demanda, o do impulso oficial, o da oralidade, o da persuasão

racional do juiz etc.

189. Marque alternativa correta: (Ada, 28ª, 60)

a) Alguns princípios gerais têm aplicação diversa no campo do processo civil e do

processo penal, apresentando, às vezes, feições ambivalentes.

b) Vige no sistema processual penal a regra da disponibilidade.

c) Na maioria dos ordenamentos processuais civis impera a indisponibilidade.

190. O estudo comparado das tendências evolutivas do processo tem apontado uma orientação

comum que inspira todos os ordenamentos do mundo ocidental. Em que consiste essa

orientação? (Ada, 28ª, 60)

O estudo comparado das tendências evolutivas do processo tem mostrado uma tendência

centrípeta de unificação que parece ser o reflexo daquelas normas ideais, a imprimirem uma

Page 41: Exercicio Completo TGP -1

comum ideologia mesmo a sistemas processuais de diferente matriz. (os países do common

law e os ligados à tradição jurídica romano-germânica)

191. Explique o princípio do contraditório. (Ada, 28ª, 61)

O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa é assegurado pelo artigo 5º, inciso LV da

Constituição Federal, mas pode ser definido também pela expressão audiatur et altera pars,

que significa “ouça-se também a outra parte”. É um corolário do princípio do devido processo

legal, caracterizado pela possibilidade de resposta e a utilização de todos os meios de defesa

em Direito admitidos.

192. O que se entende por bilateralidade da ação? (Ada, 28ª, 61)

A bilateralidade da ação gera a bilateralidade do processo. Em todo processo contencioso há

pelo menos duas partes: autor e réu. O autor (demandante) instaura a relação processual,

invocando a tutela jurisdicional, mas a relação processual só se completa e põe-se em

condições de preparar o provimento judicial com o chamamento do réu em juízo.

193. Explique o princípio da imparcialidade do juiz na ação processual. (Ada, 28ª, 61)

O juiz, por força de seu dever de imparcialidade, coloca-se entre as partes, mas equidistante

delas: ouvindo uma, não pode deixar de ouvir a outra; somente assim se dará a ambas a

possibilidade de expor suas razões, de apresentar suas provas, de influir sobre o

convencimento do juiz.

194. Fale acerca da defesa técnica no processo penal. (Ada, 28ª, 61)

No processo penal, entendem-se indispensáveis quer a defesa técnica, exercida por advogado,

quer a autodefesa, com a possibilidade dada ao acusado de ser interrogado e de presenciar

todos os atos introdutórios. Mas enquanto a defesa técnica é indispensável, até mesmo pelo

acusado, a autodefesa é um direito disponível pelo réu, que pode optar pelo direito ao silêncio.

195. Conceitue o que é a citação no processo. (Ada, 28ª, 61)

É o ato pelo qual se dá ciência a alguém da instauração de um processo, chamando-o a

participar da relação processual.

Page 42: Exercicio Completo TGP -1

196. Explique o que é a intimação no processo. (Ada, 28ª, 62)

É o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos do processo, contendo também,

eventualmente, comando de fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

197. Em se tratando de direitos disponíveis, como fica o princípio do contraditório? (Ada, 28ª,

Tratando-se de direitos disponíveis (demanda entre maiores, capazes, sem relevância para a

ordem pública), não deixa de haver o pleno funcionamento do contraditório ainda que a

contrariedade não se efetive. É o caso do réu em processo civil que, citado em pessoa, fica

revel. (CPC, art. 319 ss).

198. Sendo indisponível o direito, como fica o princípio do contraditório? (Ada, 28ª, 62)

Sendo indisponível o direito, o contraditório precisa ser efetivo e equilibrado: mesmo revel o

réu em processo crime, o juiz dar-lhe-á defensor (CPC, arts. 261 e 263) e entende-se que, feita

uma defesa abaixo do padrão mínimo tolerável, o réu será dado por indefeso e o processo

anulado.

199. O que é o inquérito policial? (Ada, 28ª, 62)

É um mero procedimento administrativo que visa à colheita de provas para informações sobre

o fato infringente da norma e sua autoria. Não existe acusação nesta fase, onde se fala em

indiciado (e não acusado, ou réu), mas não se pode negar que após o indiciamento surja o

conflito de interesses, com litigantes (art. 5º,inc. LV, CF).

200. Pode haver o contraditório na fase de inquérito policial? (Ada, 28ª, 62)

Sim, pois, se houver o contraditório no inquérito policial, os seus elementos probatórios não

poderão ser aproveitados no processo, salvo quando se tratar de provas antecipadas, de

natureza cautelar (como o exame do corpo de delito), em que o contraditório é diferido. Além

disso, os direitos fundamentais do indiciado hão de ser plenamente tutelados no inquérito.

201. O que constitui o princípio constitucional do contraditório? (Ada, 22 ed., pag. 61)

Page 43: Exercicio Completo TGP -1

O princípio do contraditório deriva do princípio do devido processo legal. Diz respeito às

relações entre as partes, logo, tem-se a ideia de que a verdade só pode ser evidenciada com as

teses contrapostas das partes.

202. O que se entende por bilateralidade da ação? (Ada, 22 ed., pag. 61)

Em todo processo contencioso há pelo menos duas partes: o autor instaura a relação

processual, mas a relação processual só se completa com o chamamento do réu em juízo.

203. Qual a relação da imparcialidade do juiz com o princípio do contraditório? (Ada, 22 ed.,

pag. 61)

O juiz, por força do seu dever de imparcialidade, coloca-se entre as partes, mas equidistantes

delas: deve ouvir uma, mas sem deixar de ouvir a outra.

204. Por que é dito que as partes são “colaboradores necessários” em relação ao juiz? (Ada,

22 ed., pag. 61)

Porque somente pela soma da parcialidade das partes o juiz pode corporificar a síntese em um

processo dialético.

205. Como o princípio do contraditório está consagrado no ordenamento jurídico brasileiro?

(Ada, 22 ed., pag. 62)

O princípio do contraditório está consagrado no art. 5º, LV, da Constituição Federal.

206. O que o texto constitucional reza acerca do processo administrativo não punitivo? (Ada,

22 ed., pag. 62)

O principio do contraditório e da ampla defesa são garantidos também no processo

administrativo não punitivo, onde não há acusados, mas litigantes.

207. Como é dada ciência dos atos processuais? (Ada, 22 ed., pag. 62)

Através da citação, da intimação e da notificação.

208. O que é citação? (Ada, 22 ed., pag. 62)

Page 44: Exercicio Completo TGP -1

Citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém da instauração do processo, chamando-o a

participar da relação processual (CPC, art. 213).

209. O que é intimação? (Ada, 22 ed., pag. 62)

Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos do processo, contendo também

comando de fazer ou deixar de fazer alguma coisa (CPC, art. 234)

210. O que é notificação? (Ada, 22 ed., pag. 62)

Medida preventiva que tem por objetivo prevenir responsabilidades e eliminar a possibilidade

de alegações futuras de desconhecimento.

211) No processo penal, entende-se indispensável a defesa técnica ou a autodefesa? (Ada, 28ª,

65)

Tanto a defesa técnica, exercida pelo advogado, quer a autodefesa são indispensáveis, com a

possibilidade dada ao acusado de ser interrogado e de presenciar todos os atos instrutórios.

212) Ainda quanto ao caráter indispensável da defesa técnica e a autodefesa, diferencie-os.

(Ada, 28ª, 65)

Enquanto a defesa técnica é indispensável, até mesmo pelo acusado, a autodefesa é um direito

disponível pelo réu, que pode optar pelo direito ao silêncio. (Const., art. 5º, inc. LXIII)

213) Como a ciência dos atos processuais é dada? (Ada, 28ª, 65)

Por meio da citação, da intimação e da modificação.

214) Defina citação. (Ada, 28ª, 65)

Nos códigos de Processo Civil e Penal, citação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém da

instauração de um processo, chamando-a a participar da relação processual.

215) Defina intimação. (Ada, 28ª, 65)

Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém dos atos do processo, contendo também,

eventualmente, comando de fazer ou deixar de fazer alguma coisa.

Page 45: Exercicio Completo TGP -1

216) Deixa de haver o pleno funcionamento do contraditório ainda que a contrariedade não se

efetive? (Ada, 28ª, 66)

Não, é o caso do réu em processo civil que, citado em pessoa, fica revel (CPC, arts, 319 ss.).

217) Sendo indisponível o direito, o contraditório precisa ser? (Ada, 28ª, 66)

Efetivo e equilibrado: mesmo revel o réu em processo-crime, o juiz dar-lhe-á defensor e

entende-se que, feita uma defesa abaixo do padrão mínimo tolerável, o réu será dado por

indefeso e o processo anulado.

218) A constituição do contraditório se dá de que maneira? (Ada, 28ª, 66)

Constitui-se por dois elementos: a) informação; b) reação (esta, meramente possibilitada nos

casos de direitos disponíveis).

219) O contraditório admite exceções? (Ada, 28ª, 66)

Não, mesmo nos casos de urgência em que o juiz, para evitar o periculum in mora, provê

inaudita altera parte, o demandado poderá desenvolver sucessivamente a atividade processual

plena e sempre antes que o provimento se torne definitivo.

220) Defina inquérito policial. (Ada, 28ª, 66)

Constitui mero procedimento administrativo que visa à colheita de provas para informações

sobre o fato infringente da norma e sua autoria.

221. Em relação aos órgãos incumbidos da persecução penal oficial, assinale a alternativa

verdadeira: (CINTRA; GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed., 2011, p. 67)

a) são dotados de poderes discricionários para apreciarem a oportunidade ou conveniência da

instauração, quer do processo penal, quer do inquérito.

b) apresenta pelo menos uma parcela de discricionariedade no fato enquadrado na tipificação

legal pelo direito objetivo.

c) são dotados de poderes discricionários em relação às infrações penais de grave potencial

ofensivo.

Page 46: Exercicio Completo TGP -1

d) não são dotados de poderes discricionários para apreciarem a oportunidade ou

conveniência da instauração, quer do processo penal, quer do inquérito

e) Nenhuma das assertivas.

222. Em diversos sistemas jurídicos o princípio da indisponibilidade prevalece no processo

penal, em que casos admitem-se uma atenuação desse princípio? (CINTRA; GRINOVER,

DINAMARCO, 27 ed., 2011, p. 67)

R: A lei tem possibilitado certa discricionariedade nos casos de infrações penais de menor

potencial ofensivo, admitindo, dessa forma, uma atenuação do princípio da indisponibilidade.

223. No que diz respeito ao pedido de arquivamento do inquérito policial por parte do

Ministério Público, é correto afirmar que: (CINTRA; GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed.,

2011, p. 67)

a) exige-se a invocação de razões, que podem ser rechaçadas pelo juiz, com subsequente

remessa dos autos ao Procurador-Geral.

b) não se exige a invocação de razões perante o juiz.

c) exige-se a invocação de razões, que não podem ser rechaçadas pelo juiz, com subsequente

remessa dos autos ao Procurador-Geral.

d) exige-se a invocação de razões, que podem ser rechaçadas pelo juiz, sem subsequente

remessa dos autos ao Procurador-Geral.

e) Nenhuma das alternativas.

224. Qual a consequência do princípio da indisponibilidade nos crimes de ação pública?

(CINTRA; GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed., 2011, p. 67)

R: A consequência do princípio da indisponibilidade nos crimes de ação pública é a de que

surge, para a autoridade policial, a obrigação de proceder às investigações preliminares e, para

o Ministério público, a obrigação de deduzir em juízo a pretensão punitiva.

Page 47: Exercicio Completo TGP -1

225. Cite algumas limitações que o princípio da indisponibilidade sofre. (CINTRA;

GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed., 2011, p. 67)

R: O princípio da indisponibilidade sofre limitações nos casos de ação penal privada; nos

crimes de ação penal pública; nos crimes cuja ação fica subordinada a requisição do Ministro

da Justiça; nas infrações penais de menor potencial ofensivo; nos crimes de média gravidade,

entre outras.

226. Escolha duas limitações elencadas na questão anterior e explique-as. (CINTRA;

GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed., 2011, p. 67-68)

R: A limitação, nos casos de ação penal privada, o princípio da indisponibilidade é limitado

devido o jus acusationis ficar confiado ao ofendido ou a quem legalmente o represente,

instaurando-se o processo somente se estes o desejarem. Outra limitação se dá nos casos de

crimes de ação penal pública em que ficam os órgãos públicos são condicionados à

manifestação da vontade da vítima ou de seu representante legal.

227. As limitações sofridas pelo princípio da indisponibilidade derrogam a regra geral de

obrigatoriedade do processo criminal? Por quê? (CINTRA; GRINOVER, DINAMARCO, 27

ed., 2011, p. 68)

R: As limitações sofridas pelo princípio da indisponibilidade não derrogam a regra geral de

obrigatoriedade do processo criminal, uma vez que as limitações são exceções legitimadas por

razões específicas.

228. Cite alguns ordenamentos processuais modernos em que há abertura para a

discricionariedade no processo penal. (CINTRA; GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed., 2011,

p. 68)

R: Podemos citar como exemplos de ordenamentos processuais em que há abertura para a

discricionariedade no processo penal os ordenamentos da Alemanha, da Itália e de Portugal,

todos com atenuação do princípio da indisponibilidade, nas hipóteses previstas em lei e com

controle jurisdicional.

229. De acordo com o princípio da indisponibilidade, assinale a alternativa correta. (CINTRA;

GRINOVER, DINAMARCO, 27 ed., 2011, p. 68)

Page 48: Exercicio Completo TGP -1

a) após instaurado o inquérito, a autoridade policial deve cessar as investigações ou pode

arquivar o inquérito

b) o Ministério Público não pode desistir da ação penal

c) após a instauração do inquérito, a obrigatoriedade é cessada na tramitação da ação penal

d) o Ministério Público pode desistir do recurso interposto

e) Nenhuma das alternativas.

230. O princípio da indisponibilidade atinge: (CINTRA; GRINOVER, DINAMARCO, 27

ed., 2011, p. 68)

a) apenas a instauração do inquérito policial

b) a ação penal e a infração de menor potencial ofensivo

c) além da instauração do inquérito policial, da ação penal e da sua tramitação, a

matéria de recursos

d) a tramitação da ação penal e a infração de médio potencial ofensivo

e) Nenhuma das assertivas.

231. Em se tratando da regra da irretratabilidade, qual a diferença que pode ocorrer entre

ações públicas e ações privadas? (Ada, 27ª, 69)

Nas ações públicas, a pretensão punitiva pertence ao Estado: nesse sentido, não cabe

desistência da denúncia por parte do Ministério Público, por exemplo. Aplica-se, assim, a

regra da irretratabilidade. No entanto, em se tratando de ações privadas, há exceções quanto a

essa regra, podendo haver renúncia, perdão e perempção.

232. Qual a relação entre indisponibilidade e a regra de oficialidade no processo penal? (Ada,

27ª, 69)

Page 49: Exercicio Completo TGP -1

Sendo eminentemente pública a função penal, a pretensão punitiva do Estado também deve

ser deduzida por agentes públicos, ou seja, os órgãos incumbidos da persecutio criminis

devem ser estatais.

233. Quando se pode aplicar a ação penal popular? (Ada, 27ª, 69)

É uma exceção que só se permite aplicar nos crimes de responsabilidade praticados pelo

Procurador-Geral da República e por Ministros do Supremo Tribunal Federal.

234. Qual a função da polícia judiciária e do órgão do Ministério Público no processo penal?

(Ada, 27ª, 69)

A primeira instaura o inquérito e o segundo promove a ação penal.

235. Caracterize autoridade e oficiosidade, desdobramentos da regra da oficialidade. (Ada,

27ª, 69)

A autoridade se justifica pelo fato de que o órgão oficial é uma autoridade pública, que tem o

poder-dever da persecução penal. A oficiosidade diz que as autoridades incumbidas da

persecutio criminis devem exercer suas funções-de-ofício, sem necessidade de provocação ou

assentimento de outrem.

236. Em que consiste o princípio dispositivo? (Ada, 27ª, 70)

Consiste na regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da iniciativa das partes quanto

às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão.

237. A partir do último quartel do século XIX, a função jurisdicional ganhou o interesse

público e privado, mesmo em ações privadas. Explique o novo papel do juiz em contrapartida

ao princípio dispositivo. (Ada, 27ª, 70)

De acordo com o princípio dispositivo, a atuação do juiz depende da iniciativa das partes

quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão. A partir do momento em

que se percebeu a finalidade sócio-política da função jurisdicional, e o caráter público do

direito processual, o Estado passou a reconhecer importância às ações privadas: assim, houve

aumento dos poderes do juiz, que pode agora atuar ex officio, contrariando, assim, uma visão

rígida acerca do princípio dispositivo.

Page 50: Exercicio Completo TGP -1

238. Quais os fatores que influem no poder de disposição das partes em relação ao

desenvolvimento do processo? (Ada, 27ª, 70)

Fatores político-filosóficos, outros técnicos e outros locais. Mas o principal é o zelo pela

imparcialidade.

239. Falar em regra da disponibilidade é o mesmo que falar em princípio dispositivo? (Ada,

27ª, 70)

Não. Princípio dispositivo refere-se à iniciativa probatória da parte; a regra da disponibilidade

trata na possibilidade de escolher exercer ou não determinado direito.

240. Qual a finalidade da função jurisdicional? (Ada, 27ª, 70)

A função jurisdicional guarda uma finalidade preponderantemente sócio-política.

241. Em que consiste o “princípio dispositivo”? (Ada, 27ª, 71)

O princípio dispositivo consiste na regra de que o juiz depende, na instrução da causa, da

iniciativa das partes quanto às provas e às alegações em que se fundamentará a decisão.

242. Quais os fatores que influenciam na regulamentação dos poderes do juiz no processo:

(Ada, 27ª, 71)

Existem os fatores político-filosóficos, outros técnicos e outros locais.

243. Qual o mais sólido fundamento do princípio dispositivo? (Ada, 27ª, 71)

A doutrina Contemporânea tem entendido que o mais sólido fundamento do princípio

dispositivo é a necessidade de salvaguardar a imparcialidade do juiz, seu mais importante

dogma.

244. Por que se diz que o princípio dispositivo é dotado de um sentido liberal? (Ada, 27ª, 71)

Porque a cada um dos sujeitos envolvidos no conflito sub judice é que deve caber o primeiro e

mais relevante juízo sobre a conveniência ou inconveniência de demonstrar a veracidade dos

fatos alegados.

Page 51: Exercicio Completo TGP -1

245. A partir do último quartel do séc. XIX, os poderes do juiz foram paulatinamente

aumentados. Em que consiste esse aumento? (Ada, 27ª, 71)

O juiz começou a passar, paulatinamente, de espectador inerte a uma posição ativa, cabendo-

lhe não só impulsionar o andamento da causa, mas também determinar provas, conhecer ex

officio de circunstâncias que até então dependiam da alegação das partes, dialogar com elas,

reprimir-lhes eventuais condutas irregulares, entre outros.

246. No que difere a verdade formal da verdade real? (Ada, 27ª, 71)

A verdade formal é aquilo que resulta ser verdadeiro em face das provas carreadas aos autos,

enquanto a verdade real, ou verdade material, é a verdade dos fatos, o que realmente

aconteceu.

247. Em que hipótese, em uma causa não penal Não há concessões à verdade formal? (Ada,

27ª, 71)

Quando a causa não penal versa sobre relações jurídicas em que o interesse público prevalece

sobre o privado, visto que a natureza pública do interesse repressivo exclui limites artificiais

que se baseiam em atos ou omissões das partes.

248. Quanto à busca pela verdade formal e a verdade real, em que se diferem os processos

penal e civil? (Ada, 27ª, 71)

No processo civil, em princípio, o juiz pode satisfazer-se com a verdade formal, enquanto no

processo penal o juiz deve atender à averiguação e ao descobrimento da verdade real como

fundamento da sentença.

249. Há situações em que o juiz penal se satisfaz com a verdade formal? (Ada, 27ª, 71)

Sim. Segundo o CPC, nos arts. 386, inc. VI, só excepcionalmente o juiz penal se satisfaz com

a verdade formal, quando não disponha de meios para assegurar a verdade real.

250. Explique a evolução do princípio dispositivo no processo penal. (Ada, 27ª, 72)

Page 52: Exercicio Completo TGP -1

No processo penal, o princípio dispositivo foi ganhando cada vez mais importância,

substituindo o sistema puramente inquisitivo pelo acusatório (no qual se faz uma nítida

separação entre acusação e jurisdição).

251. O que apresenta o princípio do impulso oficial? (Ada, 28ª, 73)

Consiste na competência que o juiz tem, a partir do momento em que a relação processual se

encontra instaurada, de promover a movimentação do procedimento de fase em fase, com o

objetivo de exaurir a função jurisdicional.

252. À que diz respeito o princípio da oralidade? (Ada, 28ª, 73)

À produção de provas e as audiências. Todas as provas devem ser produzidas em audiência

perante o juiz, se não houver disposição legal contrária.

253. O que ocorre com os atos produzidos de forma oral? (Ada, 28ª, 73)

Estes atos, mesmo que produzidos de forma oral, são posteriormente reduzidos a termo, em

registro gráfico.

254. O princípio da oralidade constitui que tipo de princípio? (Ada, 28ª, 73)

Um princípio fundamental, pois diferente do princípio informativo, que apresenta temática

substancialmente técnica, sem nenhum caráter ideológico, coordena um outro conjunto de

princípios.

255. O que transmite o princípio da persuasão racional do juiz? (Ada, 28ª, 73)

Liga-se a apreciação e avaliação que o magistrado faz das provas que se encontram nos autos,

orientando ao juiz formar sua convicção de forma espontânea.

256. Sistematicamente falando, onde se situa esse princípio? (Ada, 28ª, 74)

Entre o sistema da prova legal, onde os elementos probatórios possuem valores já

anteriormente determinados, cabendo ao juiz tão somente aplicá-los; e o julgamento

secundum conscientiam, pelo qual o juiz não esta desligado à provas e aos elementos dos

autos, contudo não sua avaliação não de vincula a critérios legais prefixados. Há que haver

motivação por parte do juiz.

Page 53: Exercicio Completo TGP -1

257. O que significa a frase em latim: quod non est in actis non est in mundo? (Ada, 28ª, 74)

O que não se acha no processo não existe.

258. Qual a origem histórica do princípio da persuasão racional do juiz? (Ada, 28ª, 74)

No século XVI, o sistema do livre convencimento do juiz, ou livre persuasão do juiz,

começou a tomar forma, principalmente com a Revolução Francesa. Através de um decreto da

assembleia constituinte de 1791, aos jurdos foi determinado que julgassem segundo a sua

consciência.

259. Por qual motivo as leis processuais asseguravam a necessidade de motivação por parte

do juiz? (Ada, 28ª, 74)

Tradicionalmente, a motivação do raciocínio do juiz na estruturação de sua sentença, garantia

às partes a possibilidade de impugnação da sentença com vistas à sua reforma.

Mais contemporaneamente é que a exigência de motivação pautou-se também na função

política, passando a considerar como destinatário da sentença a população no geral.

260. Qual requisito processual havia sido revogado e foi repristinado pela emenda nº 45, de

oito de dezembro de 2004? (Ada, 28ª, 74)

A arguição de relevância voltou ao ordenamento, agora com uma nova exigência, a

repercussão geral, para que o recurso extraordinário possa ser analisado.

261. Marque a alternativa INCORRETA: (Ada, 28ª, 75)

a) O Processo Civil, hoje, não é mais eminentemente disposto, como era outrora;

b) O Processo Penal transformando-se de inquisitivo em acusatório deixou completamente à

margem uma parcela de dispositividade das provas.

c) Impera tanto no processual penal como no campo processual civil, o princípio da livre

investigação das provas.

d) NDA

Page 54: Exercicio Completo TGP -1

262. Marque a alternativa CORRETA: (Ada, 28ª, 75)

a) O sistema da livre investigação é devido a particulares regimes políticos.

b) O Brasil já conhecia o sistema da livre investigação, desde o código estadual da Bahia,

de 1915.

c) A marcha para o denominado processo civil autoritário é consequência da colocação

sigilista.

d) NDA.

263. Marque a alternativa INCORRETA: (Ada, 28ª, 75)

a) O poder discricionário do juiz está contido no âmbito da lei.

b) O juiz age, na direção do processo, solutus partibus, mas não solutus lege.

c) O poder discricionário não se confunde com arbítrio.

d) NDA.

264. Marque a alternativa INCORRETA: (Ada, 28ª, 75)

a) No processo penal, é tão absoluto o princípio da livre investigação das provas pelo juiz, que

mais correto seria falar nas exceções ao princípio.

b) As exceções ao princípio da livre investigação das provas pelo juiz são notavelmente

escassas.

c) Há a possibilidade de mover nova ação penal contra o réu absolvido, desde que outras

provas apareçam depois.

d) NDA.

265. O Código de Processo Civil manteve a tendência publicista em relação ao princípio da

livre investigação das provas pelo juiz? Explique. (Ada, 28ª, 75)

Page 55: Exercicio Completo TGP -1

Sim. O Código de Processo Civil não só manteve a tendência publicista, que abandonara o

rigor do princípio dispositivo, permitindo ao juiz participar da colheita das provas necessárias

ao completo esclarecimento da verdade, como ainda reforçou os poderes diretivos do

magistrado.

266. Marque a alternativa CORRETA: (Ada, 28ª, 75)

a) O sistema adotado pelo Código de Processo Civil representa uma conciliação do

princípio dispositivo com o da livre investigação judicial.

b) Na justiça trabalhista, os poderes do juiz na colheita das provas são restritos.

c) O Código do Processo Civil não manteve a tendência publicista.

d) NDA.

267. Em que consiste o princípio do impulso oficial? (Ada, 28ª, 75)

É o princípio pelo qual compete ao juiz, uma vez instaurada a relação processual, mover o

procedimento de fase em fase, até exaurir a função jurisdicional.

268. O princípio da persuasão racional do juiz: (Ada, 28ª, 76)

a) Regula a apreciação e a avaliação das provas existentes nos autos.

b) Indica que o juiz deve formar livremente sua convicção.

c) Situa-se entre o sistema da prova legal e o do julgamento secundum conscientiam.

d) Todas as alternativas estão corretas.

269. Explique o que é o sistema da prova legal e em que consiste o sistema do julgamento

secundum conscientiam. (Ada, 28ª, 76)

O primeiro (prova legal) significa atribuir aos elementos probatórios valor inalterável e

prefixado, que o juiz aplica mecanicamente. O segundo coloca-se no polo oposto: o juiz pode

decidir com base na prova dos autos, mas também sem provas e até mesmo contra a prova.

270. Marque a alternativa INCORRETA: (Ada, 28ª, 76)

Page 56: Exercicio Completo TGP -1

a) O principio secundum conscientiam é notado, embora com certa atenuação, pelos tribunais

do júri, compostos por juízes populares.

b) A partir do século XVI começou a delinear-se o sistema intermediário do livre

convencimento do juiz, ou da persuasão racional, que se consolidou sobretudo com a

revolução francesa.

c) O Brasil adota o princípio da persuasão racional: o juiz não é desvinculado da prova e dos

elementos existentes nos autos, mas a sua apreciação não depende de critérios legais

determinados a priori.

d) NDA

271) Quais os problemas que a publicidade pode causar no processo? (Ada, 28ª, 77)

Juízes, partes e até testemunhas podem ser submetidos a excessos de publicidade nos

processos, que chegam a infligir seus direitos a intimidade, podendo causar uma distorção no

próprio funcionamento da Justiça através de pressões impostas a eles.

272) No que consiste o princípio da lealdade processual? (Ada, 28ª, 77)

É o princípio que impõe deveres de moralidade e probidade a todos aqueles que participam do

processo (partes, juízes e autoridades da justiça; advogados e membros do Ministério Púbico).

273) Qual a importância do processo ser posto à disposição das partes? (Ada, 28ª, 77)

O processo é disposto às partes com o intuito de eliminar seus conflitos, para que encontrem

respostas às suas pretensões. Também propicia a pacificação geral da sociedade e uma maior

atuação do direito.

274) De acordo com o princípio da lealdade processual, quais atitudes (daqueles que

participam do processo) podem ser consideradas reprováveis? (Ada, 28ª, 77)

Por o processo ser eminentemente dialético, é reprovável que as partes se sirvam dele faltando

ao dever de verdade, agindo deslealmente e empregando artifícios fraudulentos.

275) O que o Código de Processo Civil afirma sobre esse princípio? (Ada, 28ª, 77)

Page 57: Exercicio Completo TGP -1

O Código de Processo Civil impõe deveres iguais para todos que possam fazer parte de uma

relação processual. Está previsto no seu artigo 14:

Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do

processo:

I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;

II - proceder com lealdade e boa-fé;

III - não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de

fundamento;

IV - não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa

do direito.

V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação

de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.

276) Qual o propósito das “regras” existentes através deste princípio? (Ada, 28ª, 77)

Como em uma relação processual as partes estão em conflito, em uma situação difícil de

haver concórdia, são extraídas a partir deste princípio regras que visam exatamente conter os

litigantes e a lhes impor uma conduta que possa levar o processo a consecução de seus

objetivos.

277) O que significa “ilicitude processual”? (Ada, 28ª, 78)

Consiste no desrespeito ao dever de lealdade processual (compreendendo dolo e fraude

processuais), ao qual correspondem sanções processuais.

278) Quem está sujeito a sanções, numa relação processual, por desrespeito moral? (Ada, 28ª,

78)

Segundo o Código de Processo Civil, partes e advogado, serventuários, membros do

Ministério Público e o próprio juiz estão sujeitos a sanções pela infração de preceitos éticos e

deontológicos.

Page 58: Exercicio Completo TGP -1

279) Outros códigos, além do Código de Processo Civil, se preocupam com a lealdade

processual? (Ada, 28ª, 78)

O Código Penal comina pena de detenção para a fraude em processo civil ou procedimento

administrativo, determinando a sua aplicação em dobro quando a fraude se destina a produzir

efeitos em processo penal.

280) Sempre a doutrina defendeu a lealdade processual? (Ada, 28ª, 78)

Parte da doutrina mais antiga manifesta-se de forma contrária a esse princípio, por considerá-

lo instituto inquisitivo e contrário à livre disponibilidade das partes, e até mesmo “instrumento

de tortura moral”.

281) A regra geral da publicidade dos atos processuais encontra exceção? (Ada, 28ª, 79)

Sim, nos casos que o decoro ou o interesse social aconselhem que eles não sejam divulgados.

282) Localize na legislação a exceção à pluralidade dos atos processuais. (Ada, 28ª, 79)

O art. 155, incs. I e II, do Código de Processo Civil, bem como arts. 483 e 792, § 1º, do

Código de Processo Penal.

283) Qual a finalidade da publicidade como garantia política? (Ada, 28ª, 79)

O controle da opinião pública nos serviços da justiça.

284) Tomando como base sua índole, o processo é eminentemente? (Ada, 28ª, 79)

Dialético.

285) O processo é um instrumento posto à disposição das partes para? (Ada, 28ª, 79)

Eliminação de seus conflitos e para que possam obter resposta às suas pretensões.

286) Em relação ao item anterior, há alguma outra razão para o processo estar à disposição

das partes? (Ada, 28ª, 79)

Sim, para também a pacificação geral na sociedade e para a atuação do direito.

Page 59: Exercicio Completo TGP -1

287) Qual princípio que impõe deveres de moralidade e probidade a todos aqueles que

participam do processo? (Ada, 28ª, 80)

Princípio da lealdade processual.

288) A quem o Processo Civil endereça a disciplina moralizadora contida em seus arts. 14 ss.?

(Ada, 28ª, 80)

A todos aqueles que de alguma forma participam do processo.

289) Quais os participantes mais comuns em um processo? (Ada, 28ª, 80)

O juiz, as partes principais, todos os possíveis intervenientes, seus advogados, o Ministério

Público, a Fazenda Pública e os auxiliares da Justiça em geral.

290) As regras condensadas no princípio da lealdade visam exatamente o que? (Ada, 28ª, 80)

A conter os litigantes e a lhes impor conduta que possa levar o processo à consecução de seus

objetivos.

291) No que consiste o “direito processual constitucional”? (Ada, 27ª, 85)

Consiste na condensação metodológica e sistemática dos princípios constitucionais do

processo.

292) Podemos considerar o direito processual constitucional como um ramo autônomo do

direito processual? (Ada, 27ª, 85)

Não se trata de um ramo autônomo do direito processual, mas de uma colocação cientifica, de

um ponto-de-vista metodológico e sistemático. Do qual se pode examinar o processo em suas

relações com a Constituição.

293) Quais as duas principais funções do direito processual constitucional? (Ada, 27ª, 85)

A tutela constitucional dos princípios fundamentais da organização judiciária do processo e a

jurisdição constitucional.

Page 60: Exercicio Completo TGP -1

294) Do que se trata a tutela constitucional dos princípios fundamentais da organização

judiciária? (Ada, 27ª, 85)

Corresponde às normas constitucionais sobre órgãos da jurisdição, sua competência e

garantias.

295) Do que se trata a jurisdição constitucional? (Ada, 27ª, 85)

Trata-se do controle judiciário da constitucionalidade das leis, habeas corpus, mandado de

segurança, mandado de injunção, habeas data e ação popular.

296) Como a Constituição compreende o direito processual? (Ada, 27ª, 85)

A Constituição configura o direito processual não mais como mero conjunto de regras

acessórias de aplicação do direito material, mas, cientificamente, como instrumento público

de realização da justiça.

297) A quem compete legislar sobre o direito processual? (Ada, 27ª, 86)

A Constituição atribui à União competência para legislar sobre o direito processual. Em casos

de “procedimentos em matéria processual”, essa competência cabe à União, aos Estados e ao

Distrito Federal.

298) Qual o instrumento jurídico do qual se deve utilizar-se o processualista para o completo

entendimento do fenômeno processo e de seus princípios? (Ada, 27ª, 86)

A Constituição Federal.

299) A jurisdição constitucional é matéria pertinente de quais ramos do direito?

Direito constitucional, direito processual civil e direito processual penal.

300) O que significa o “direito de ação e de defesa”? (Ada, 27ª, 86)

Corresponde ao direito de acesso à justiça.

301. O que são juizados de paz? Qual a sua função? (Ada, 28ª, 87)

Page 61: Exercicio Completo TGP -1

Os juizados de paz estão previstos no artigo 58, inciso II da Constituição federal de 88, in

verbis:

Art. 98. A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão:

II - justiça de paz, remunerada, composta de cidadãos eleitos pelo voto direto, universal e

secreto, com mandato de quatro anos e competência para, na forma da lei, celebrar

casamentos, verificar, de ofício ou em face de impugnação apresentada, o processo de

habilitação e exercer atribuições conciliatórias, sem caráter jurisdicional, além de outras

previstas na legislação.

Os juízes de paz tem função conciliatória extrajudicial, o que facilita o acesso à justiça pelos

cidadãos, pois é composta por cidadãos escolhidos por voto direto, secreto e universal.

302. De quais formas a Constituição tem facilitado o acesso à justiça? (Ada, 28ª, 87)

Para além de juizados de paz, constitucionalmente previstos como facilitadores de acesso a

justiça, tem-se também o Ministério Público e os corpos intermediários em que qualquer um

que apresente direitos difusos ou de interesse coletivo, podem entrar com ações, pois a

Constituição tem facilitado tal entrada, inclusive nas ações diretas de inconstitucionalidade

das leis e atos normativos que antes era exclusiva a um grupo e agora foi ampliada pela

Constituição que tem se mostrado cada vez mais rica em relação ao acesso a justiça por todos,

segundo o artigo 103 da Constituição de 88.

303. O que se entende por direito processual? (Ada, 28ª, 87)

É a proclamação de valores éticos, politicamente organizados, previstos e tutelados pela

doutrina constituição. O direito processual nada mais é do que uma expressão que garante a

tutela jurisdicional do estado, dotado de conteúdo próprio através de procedimentos

formalmente previstos em lei.

304. Como se chama o direito de ação reconhecido no Brasil? (Ada, 28ª, 87)

O direito de ação ficou conhecido no Brasil como: o direito de acesso à justiça para defesa de

direitos individuais violados. Este também foi previsto e ampliado pela Constituição de 1988

para suprimir a antiga referência aos direitos individuais. A nova expressão utilizada pela

Page 62: Exercicio Completo TGP -1

Constituição engloba toda a ameaça trazida por “direitos individuais” pois o interesse de

defesa deve ser de direitos difusos e coletivos.

305. O que são corpos intermediários e como eles podem facilitar o acesso à justiça? (Ada,

28ª, 87)

Os corpos intermediários são associações, entidades sindicais, partidos políticos, sindicatos,

etc... Tais corpos reúnem um grupo de pessoas que defendem algum direito ou ideologia e

tendo algum direito ferido, o grupo tem o devido acesso à justiça para que se possa solucionar

os interesses da coletividade. Para, além disso, eles tiveram o direito expandido pela

Constituição de 88, o que facilita o acesso à justiça por meio ou em conjunto com os corpos

indeterminados.

306. De que forma se efetiva a facilidade do acesso à justiça? (Ada, 28ª, 87)

A constituição dá certas garantias para tal finalidade, tendo se preocupado em oferecer

assistência àqueles que comprovarem insuficiência de recursos e além disso também oferece

defensores públicos e assistência jurídica pré-processual. Todos esses aspectos devem ser

considerados pelo Estado que deve organizar as atividades processuais. Tais aspectos só

demonstram que o acesso à justiça está cada vez mais fácil e ao alcance de todos, pois o

estado oferece as ferramentas que melhoram e facilitam o acesso.

307. Como se caracteriza a defensoria pública? (Ada, 28ª, 88)

As defensorias garantem o acesso à justiça, além de corresponder ao princípio da igualdade

em sua dimensão dinâmica. Tudo isso se faz perceber que a Constituição de 1988 é a mais

moderna tendência em diminuição da distância entre o povo e a justiça, fazendo com que

todos tenham acesso a esta, e lhes oferecendo ferramentas para isso, seja por meio da

defensoria pública, ou do Ministério Público ou dos corpos intermediários, todos tem o direito

de acesso à justiça.

308. O que se entende por garantias do devido processo legal? (Ada, 28ª, 88)

Nada mais é que um conjunto de garantias constitucionais, que por um lado assegura às partes

o exercício de suas faculdades e de seus poderes processuais, mas que por outro lado, são

Page 63: Exercicio Completo TGP -1

indispensáveis ao correto exercício da jurisdição, ou seja, deve haver uma conciliação entre o

correto exercício da jurisdição e o acesso à justiça garantido a todos igualitariamente.

309. O que seria a legitimidade do exercício da jurisdição? (Ada, 28ª, 88)

A legitimidade do exercício da jurisdição é proveniente de um fator legitimante, proveniente

das garantias do devido processo legal. Tais garantias não servem apenas aos interesses das

partes, mas também aos direitos públicos subjetivos, que garantem a salvaguarda do próprio

processo, o que legitima o exercício da jurisdição, ou seja, não se pode beneficiar unicamente

o estado ou unicamente as partes, um meio termo entre estes irá garantir a legitimação do

devido processo legal.

310. Que fórmula trazida pelo direito anglo-saxão foi expressamente abordado na

Constituição de 1988? (Ada, 28ª, 88)

Tal abordagem se refere ao artigo 5°, inciso LIV da Constituição federal de 1988, in verbis:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos

brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à

liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;

Nota-se, pois, antes de qualquer privação de liberdade ou de seus bens, todos tem o direito ao

devido processo legal.

311 - Os princípios do contraditório e da ampla defesa são garantias dos litigantes nos

processos judiciais e nos processos administrativos? (Ada, 28ª, 89)

Sim. Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são

assegurados o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes.

312 - O que se entende pelo princípio do contraditório? (Ada, 28ª, 89)

É a garantia que cada parte tem de se manifestar sobre todas as provas e alegações produzidas

pela parte contrária. É o sistema processual que admite a forma de ataque e contra-ataque e

impede a atuação de um único lado processual em uma relação.

Page 64: Exercicio Completo TGP -1

313 - Como se define o princípio da ampla defesa? (Ada, 28ª, 89)

É a garantia que a parte tem de usar todos os meios legais para tentar provar a sua inocência

ou para defender as suas alegações e o seu direito. Admite-se a possibilidade do silêncio ou

mesmo a mentira como meio de defesa numa relação processual.

314 - O princípio do contraditório e da ampla defesa é garantia apenas daquele que esteja na

condição de acusado? (Ada, 28ª, 89)

Não. O litigante em um processo judicial ou administrativo também avoca tal prerrogativa.

Qualquer meio de limitação a direito deve ser assegurada as condições necessárias a

contraposição das alegações administrativas ou judiciais. Ex: No momento em que um

servidor público efetivo é reprovado em estágio probatório mesmo não se encontrando na

condição de acusado, a ele deve ser afiançada a possibilidade de protestar os meios de

avaliação do cargo.

315 - Provas ilícitas poderão fazer parte do processo? (Ada, 28ª, 89)

As provas definidas como (ilegítimas ou ilícitas) não poderão fazer parte do processo seja

judicial ou mesmo administrativo, sendo imediatamente desentranhadas dos autos para seu

devido procedimento legal.

316 - O processo formado por provas ilegais será considerado nulo? O que se entende pelo

fenômeno da teoria da árvore envenenada? (Ada, 28ª, 89)

O processo formado por provas ilegais não necessariamente será considerado nulo, pois, os

vícios probatórios serão retirados e o procedimento avançara naturalmente, salvo quando

formado exclusivamente por provas ilegais onde deverá ser imediatamente arquivado.

Entretanto as provas obtidas por meios ilícitos contaminarão todas as demais provas delas

decorrentes. É o fenômeno denominado pelo STF como “teoria dos frutos da arvore

envenenada”.

317 - O que vem a ser o princípio do devido processo legal? E qual é a sua ocorrência no

campo material e no campo processual? (Ada, 28ª, 90)

É um principio basilar que norteia de forma sistemática as limitações do estado no campo do

direito processual e material assegurando ao individuo não só o respeito aos princípios

Page 65: Exercicio Completo TGP -1

constitucionais vigentes, mas também ao fiel cumprimento de todos os dispositivos legais

pertinentes as normas adjetivas ( processuais) e substanciais.

318 - Qual a ocorrência do princípio do devido processo legal no campo material e no campo

processual? (Ada, 28ª, 90)

No campo material, o devido processo legal emerge na anulação de um ato administrativo

pelo judiciário, pela prescrição relativa a contratos no âmbito civil, nas limitações

constitucionais ao poder de tributar, no principio da presunção de inocência, na

desapropriação para qualquer fim e em varias outras ocasiões previstas em lei. No campo

processual, a inafastabilidade da jurisdição, o principio do juiz natural, o repudio as provas

ilícitas, o contraditório e a ampla defesa são exemplos das limitações estatais a pretensão

jurisdicional ou administrativa que tem por escopo o julgamento de administrado.

319 - O que se entende pelo princípio da presunção de inocência? (Ada, 28ª, 90)

Também denominado de principio da não culpabilidade, a regra impõe ao estado o dever de

comprovar a responsabilidade criminal pelo ato cometido não havendo qualquer possibilidade

de inversão do ônus da prova como acontece por vezes nos processos cíveis. Todo aquele que

estiver sendo acusado da prática de um crime mantém todas as prerrogativas inerentes de um

cidadão comum até que sobrevenha a condenação criminal com seu trânsito em julgado,

momento em que não haverá mais possibilidade ( recursos) de reverter a situação que se

tornou definitiva.

320 - O civilmente identificado será submetido à identificação criminal? (Ada, 28ª, 90)

Não será submetido à identificação criminal, salvo nas hipóteses previstas em lei. Caso a

pessoa apresente qualquer tipo de identificação civil à autoridade competente como RG, CPF,

carteira de Trabalho ou de habilitação não poderá via de regra ser submetido à identificação

criminal, aquela obtida mediante impressões dactiloscópicas ou fotografias policiais.

321- Para efetivar garantias da ação e da defesa, a Constituição além de se preocupar com a

assistência judiciária aos que comprovarem insuficiência de recursos tomou qual medida?

(Ada, 28ª, 91)

Estendeu à assistência jurídica pré-processual.

Page 66: Exercicio Completo TGP -1

322- A organização das defensorias públicas atendendo ao imperativo da paridade de armas

entre os litigantes corresponde a qual princípio? (Ada, 28ª, 91)

Ao princípio da igualdade.

323- A nova Constituição tende à diminuição da distância entre o povo e a justiça ou procura

aumentar essa distância? (Ada, 28ª, 91)

Pode-se dizer sem exagerar que a nova Constituição representa o que de mais moderno existe

na tendência à diminuição da distância entre o povo e a justiça.

324- O que se entende pelo conjunto de garantias constitucionais que asseguram às partes o

exercício de suas faculdades e poderes processuais? (Ada, 28ª, 91)

As garantias do devido processo legal.

325- As garantias do devido processo legal são indispensáveis em que ponto? (Ada, 28ª, 91)

São indispensáveis ao correto exercício da jurisdição.

326- Em que ano, pela primeira vez na Constituição brasileira, se adota expressamente a

fórmula do direito anglo-saxão, garantindo que “ ninguém será privado da liberdade ou de

seus bens sem o devido processo legal”? (Ada, 28ª, 91)

Em 1988.

327- Na dúplice garantia do juiz natural, não mais restrito à proibição de bills of attaunder e

juízos ou tribunais de exceção, abrange qual dimensão? (Ada, 28ª, 92)

Abrange a dimensão do juiz competente.

328-O que é necessário para que o contraditório e a ampla defesa venham a ser assegurados

em todos os processos, inclusive administrativos? (Ada, 28ª, 92)

É necessário que nos processos hajam litigantes ou acusados.

329- A igualdade processual decorre de qual princípio?(Ada, 28ª, 92)

Do princípio da isonomia.

Page 67: Exercicio Completo TGP -1

330-Como as provas obtidas por meio ilícitos são consideradas no processo? (Ada, 28ª, 92)

São consideradas inadmissíveis e, portanto, inutilizáveis no processo.

331 – Quais os critérios que devem ser levados em conta para a determinação da duração

razoável do processo? (Ada, 28ª, 93)

Os critérios a serem observados são: a complexidade do assunto, o comportamento dos

litigantes e a atuação do órgão jurisdicional.

332 – Dentre as principais inovações trazidas pela reforma ao texto constitucional, por meio

da Emenda Constitucional n° 45, está a que acrescentou aos Direitos e Garantias

Fundamentais o direito à razoável duração do processo, modificando a literalidade do inciso

LXXLVIII, do art. 5° da Carta Magna. Tomando como base essa alteração analise seus efeitos

no que tange o andamento processual da justiça brasileira? (Ada, 28ª, 93)

A presença da garantia da razoável duração do processo como direito fundamental demonstra

a necessidade de que a prestação da tutela jurisdicional atenda à realidade sócio jurídica a que

se destina, atuando como instrumento à efetiva realização de direitos. Não basta facilitar o

ingresso à justiça a todos que acreditam ser detentores do direito material, significa, acima de

tudo, buscar pelo aprimoramento constante da ordem processual, de modo que o processo

possa de forma efetiva e tempestiva produzir soluções satisfatórias para os que dele

necessitem.

333 - Como se define as normas jurídicas materiais? (Ada, 28ª, 94)

São as normas que disciplinam imediatamente a cooperação entre pessoas e os conflitos de

interesses ocorrentes na sociedade, escolhendo qual dos interesses conflitantes, e em que

medida, deve prevalecer e qual deve ser sacrificado.

334 – As normas instrumentais apenas de forma indireta contribuem para a resolução dos:

(Ada, 28ª, 94)

a) Dilemas provenientes da cooperação entre pessoas formadoras de um determinado

regimento da sociedade.

b) Litígios decorrentes da falta de revitalização do ordenamento jurídico.

Page 68: Exercicio Completo TGP -1

c) Conflitos interindividuais , mediante a disciplina da criação e atuação das regras

jurídicas gerais ou individuais destinadas a regulá-los diretamente.

d) NDA.

335 – Como se distinguem as normas jurídicas? (Ada, 28ª, 94)

As normas jurídicas se distinguem em normas materiais e instrumentais.

336 – As normas materiais apresentam algum caráter instrumental? (Ada, 28ª, 94)

Mesmo as normas materiais apresentam nítido caráter instrumental no sentido de que

constituem instrumento para a disciplina da cooperação entre as pessoas e dos seus conflitos

de interesses, servindo, ainda de critério para a atividade do juiz in iudicando.

337 – Tanto as normas instrumentais como as substanciais servem ao supremo objetivo da

ordem jurídica o qual se fundamenta na capacidade de: (Ada, 28ª, 94)

a) Estabelecer ou restabelecer a paz entre os membros da sociedade

b) Legitimar uma determinada classe em detrimento das economicamente inferiores.

c) Realizar o controle social por meio de regras gerais punitivas.

d) NDA.

338 – O que pode acarretar para um determinado Estado o descumprimento da regra do

direito ao justo processo legal? (Ada, 28ª, 94)

O descumprimento da regra do direito ao justo processo, em prazo razoável, pode levar a

Comissão e a corte Americana dos direitos do homem a aplicar sanções pecuniárias ao estado

inadimplente.

339 – Marque a alternativa que integra o conjunto de garantias conhecidas como o devido

processo legal: (Ada, 28ª, 94)

a) A inércia processual devido a falta de estrutura dos órgãos competentes.

b) A garantia da prestação jurisdicional sem dilações indevidas.

Page 69: Exercicio Completo TGP -1

c) A criação de cláusulas que possibilitem a implantação de células comunitárias.

d) NDA.

340 - O que são normas processuais? (Ada, 28ª, 94)

São normas que regulam a imposição da regra jurídica especifica e concreta pertinente a

determinada situação litigiosa.

341. O que ocorre quando não houver obediência aos critérios das normas jurídicas

materiais e as processuais? (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada

Pellegrini; DINAMARCO 2006, p. 95)

Pelo prisma da atividade jurisdicional, que se desenvolve no processo, quando não forem

observadas as normas materiais e seu respectivo critério de julgar, ocorrerá o error in

iudicando; já as processuais (que constituem o critério de proceder), se houver a

desobediência, enseja-se a ocorrência do error in procedendo.

342. Qual o objeto das normas processuais? (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo;

GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, 2006, p. 95)

O objeto das normas processuais é a disciplina do modo processual de resolver os conflitos e

controvérsias mediante a atribuição ao juiz dos poderes necessários para resolvê-los e, às

partes, de faculdades e poderes destinados à eficiente defesa de seus direitos, além da

correlativa sujeição à autoridade exercida pelo juiz.

343. Quais as principais funções da norma processual? (CINTRA, Antonio Carlos de

Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel., 2006, p. 95)

Ela visa a disciplinar o poder jurisdicional de resolver os conflitos e controvérsias, inclusive o

condicionamento do seu exercício à provocação externa, bem como o desenvolvimento das

atividades contidas naquele poder; visa, ainda, a regular as atividades das partes litigantes,

que estão sujeitas ao poder do juiz; e, finalmente, visa a reger a imposição do comando

concreto formulado através daquelas atividades das partes e do juiz.

344. Do que tratam as normas de organização judiciária? (CINTRA, Antonio Carlos de

Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. p. 95)

Page 70: Exercicio Completo TGP -1

As normas de organização judiciária tratam primordialmente da criação e estrutura dos órgãos

judiciários e seus auxiliares.

345. Qual o objetivo das normas processuais em sentido restrito? (CINTRA, Antonio

Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria

Geral do Processo. 22. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 95)

As normas processuais em sentido restrito objetivam cuidar do processo como tal, atribuindo

poderes e deveres processuais.

Page 71: Exercicio Completo TGP -1

346. A que se referem as normas procedimentais? (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo;

GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo.

22. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 95)

Elas dizem respeito apenas ao modus procedendi, inclusive a estrutura e coordenação dos atos

processuais que compõem o processo.

347. Explique se a Constituição brasileira acata as três classes de normas processuais.

(CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido

Rangel. Teoria Geral do Processo. 22. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, pgs. 95 e

96)

Apesar de tal distinção esbarrar no conceito moderno de processo e, assim, as normas sobre

procedimento serem também processuais, a Constituição brasileira acata tal distinção,

especialmente ao dar à União competência legislativa privativa para legislar sobre direito

processual (art. 22, inc. I) e competência concorrente aos Estados para legislar sobre

“procedimentos em matéria processual” (art. 24, inc. XI).

348. Qual a natureza da norma processual? (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo;

GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo.

22. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 96)

Incidindo sobre a atividade estatal, através da qual se desenvolve a função jurisdicional, a

norma de processo integra-se no direito público. Destarte, a relação jurídica que se estabelece

no processo não é uma relação de coordenação, mas, como já vimos, de poder e sujeição,

predominando sobre os interesses divergentes dos litigantes o interesse público na resolução

(processual e, pois, pacífica) dos conflitos e controvérsias.

349. A natureza de direito público da norma processual importa em dizer que ela seja

necessariamente cogente? (CINTRA, Antonio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada

Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do Processo. 22. ed. São Paulo:

Malheiros Editores, 2006, p. 96)

Page 72: Exercicio Completo TGP -1

Não. Embora inexista processo convencional, mesmo assim, em certas situações, admite-se

que a aplicação da norma processual fique na dependência da vontade das partes – o que

acontece em vista dos interesses particulares dos litigantes, que no processo se manifestam.

350. Cite exemplos de normas processuais dispositivas. (CINTRA, Antonio Carlos de

Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria Geral do

Processo. 22. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2006, p. 96)

Como exemplo, o Código de Processo Civil acolhe a convenção das partes a respeito da

distribuição do ônus da prova, salvo quando recair sobre direito indisponível da parte ou

tornar excessivamente difícil a uma delas o exercício do direito (art. 333, par.); admite

também a eleição de foro feita pelas partes, de maneira a afastar a incidência de preceitos

legais atinentes à competência territorial (CPC, art. 111).

351. Quais são as fontes formais do direito? (Ada, 27ª, 98)

R: Quando nos referimos as fontes formais do direito, estamos dizendo a respeito dos meios

de produção ou expressão da norma jurídica.

352. (Ada, 27ª, 98) No que tange as fontes formais do direito, marque a alternativa correta:

A. ( ) As normas que dizem respeito aos meios de produção são apenas as que foram

introduzidas no Código de Processo Civil e Código de Processo Penal;

B. ( )A expressão da norma jurídica dá-se unicamente através da jurisprudência;

C. (X) As fontes formais do direito são a lei (em sentido amplo, abrangendo a Constituição),

os usos e costumes, o negócio jurídico;

D. ( )Nenhuma das alternativas.

353. A jurisprudência pode ser considerada como uma fonte de direito? (Ada, 27ª, 98)

É controvertida a inclusão da jurisprudência entre as fontes de direito: de um lado encontram-

se aqueles que, partindo da ideia de que os juízes e tribunais apenas devem julgar de acordo

com o direito já expresso por outras fontes, dele não se podem afastar; de outro lado, os que

Page 73: Exercicio Completo TGP -1

entendem que os próprios juízos e tribunais, através de suas decisões, dão expressão às

normas jurídicas até então não declaradas por qualquer outras fontes.

354. Pode-se afirmar que o direito se reduz apenas a lei? (Ada, 27ª, 98)

Não. Apesar do nosso direito adotar o princípio do primado da lei sobre as demais fontes do

direito, esse não se confunde com a lei, nem a esta se reduz o direito.

355. O que se entende por princípio do primado da lei? (Ada, 27ª, 98)

É o entendimento no sentido de que as fontes do direito somente produzem normas jurídicas

com eficácia se essas normas não violem os mandamentos expressos pelos preceitos

legislativos, ou seja, é o primado da lei sobre as demais fontes do direito.

356. É correto afirmar que o princípio do primado da lei é absoluto? (Ada, 27ª, 98)

Não. Essa regra não é absoluta, no entanto, sendo irrealista a posição que negue, de todo, a

possibilidade do efeito ab-rogatório da lei produzido por outra fonte do direito.

357. Quais são as fontes abstratas da norma processual? (Ada, 27ª, 98)

São as mesmas do direito em geral, a saber: a lei, os usos e costumes e o negócio jurídico, e,

para alguns, a jurisprudência.

Das páginas 97 e 98, 7 questões foram feitas, mas por conveniência, resolvi continuar a

contagem como se 10 questões tivessem sido feitas:

361. Defina Processo. (Ada, 28ª, 100)

Processo é a entidade complexa pela qual fazem parte o procedimento e a relação jurídica

processual.

362. Quais os tipos de norma jurídica? (Ada, 28ª, 100)

São distinguidas em materiais e instrumentais.

363. A Norma Jurídica se qualifica pelo seu objeto? Discorra sobre. (Ada, 28ª, 100)

Page 74: Exercicio Completo TGP -1

Não. A norma jurídica qualifica-se também por aquilo que ela quis implicar, sendo fonte de

sua interpretação a imaterialidade que quis ser expressa pelo legislador.

364. Quais as três classes de normas processuais? (Ada, 28ª, 100)

Normas procedimentais, normas processuais em sentido estrito e normas de organização

judiciária.

365. Descreva, segundo a doutrina de Ada Pellegrini Grinover, as características das três

classes de normas processuais. (Ada, 28ª, 100)

Normas procedimentais - dizem respeito ao procedimento judicial e como este deve ocorrer,

com seus respectivos ritos. Normas processuais em sentido restrito - cuidam do processo

como tal, atribuindo poderes e deveres processuais. Normas de organização judiciária - tratam

da criação e estruturação dos órgãos judiciários e seus auxiliares.

366. Como se dá a relação jurídica que se estabelece no processo? Ela é de coordenação ou é

baseada numa relação de poder? (Ada, 28ª, 101)

Ela é baseada numa relação de poder, onde há sujeição, predominando o interesse público

sobre a vontade dos litigantes

367. O que é ônus da prova? (Ada, 28ª, 101)

É a ferramenta de lógica usada para definir quem é a pessoa responsável por sustentar uma

proposição ou conceito.

368. Em certas ocasiões, abre-se a possibilidade de que a norma processual seja aplicada ou

não, de acordo com a vontade das partes. Explique tal afirmação. (Ada, 28ª, 101)

A natureza de direito público da norma processual não importa em dizer que ela seja

necessariamente cogente. Embora inexista processo convencional, mesmo assim em certas

situações admite-se que a aplicação da norma processual fique na dependência da vontade das

Page 75: Exercicio Completo TGP -1

partes - o que acontece em vista dos interesses particulares dos litigantes, manifestados

processualmente. A tais normas se dá o nome de normas processuais dispositivas, a exemplo

do art. 333, par. do CPC.

369. Diga o que são normas processuais dispositivas. (Ada, 28ª, 101)

São normas processuais que dão liberdade para que a vontade dos litigantes seja expressa no

desenrolar do processo.

370. Discorra acerca da adequação processual. (Ada, 28ª, 101)

Em se tratando da expressão da vontade processual das partes. O que temos que ter sempre

em mente é que a constante divulgação das informações nos obriga à análise dos índices

pretendidos. Podemos já vislumbrar o modo pelo qual a complexidade dos estudos efetuados

desafia a capacidade de equalização do processo de comunicação como um todo. Pensando

mais a longo prazo, o novo modelo estrutural aqui preconizado exige a precisão e a definição

das diretrizes de desenvolvimento para o futuro.

371 - As normas processuais brasileiras gozam de eficácia limitada no tempo e no

espaço? (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini;

DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros

Editores, 2012, p. 103).

R: Sim, pois como todas as demais normas jurídicas, as normas processuais também possuem

eficácia adstrita a um determinado território e a certo período de tempo. Para exemplificar, no

código de processo civil vemos em seu artigo 1º a limitação espacial, ao passo que no artigo

1.220 temos o início de sua eficácia temporal (limitação temporal). De igual forma, o código

de processo penal em seu artigo 1º delimita a atuação espacial, enquanto que no artigo 810

determina a validade temporal.

372 – O ordenamento processual brasileiro se aplica exclusivamente dentro de nosso

território? Existe alguma espécie de limitação temporal? (CINTRA, Antônio Carlos de

Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do

processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 103).

Page 76: Exercicio Completo TGP -1

R: As limitações temporais estão presentes nas várias leis que possuem normas processuais

como cerne maior. Dentre elas podemos citar o código de processo civil (em seu artigo 1º) e o

código de processo penal (também em seu artigo 1º). Desta forma, é possível afirmar que sim,

o ordenamento processual possui sua validade limitada exclusivamente ao território nacional.

Page 77: Exercicio Completo TGP -1

373 – Explique o principio da territorialidade, regulador da eficácia espacial das normas

processuais. (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini;

DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros

Editores, 2012, p. 103).

R: O princípio da territorialidade pode ser explicado através da aplicação de uma lei nacional,

que afasta a incidência de um texto de lei estrangeira, importando, ainda, na limitação da

eficácia e da validade das decisões judiciais proferidas, bem como das prolatadas por

autoridades estrangeiras, exigindo-se, nesse caso, a devida homologação junto STJ, desde que

sejam preenchidos certos requisitos.

374 – Qual o objeto da norma processual? (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo;

GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo.

27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 103).

R: O objeto da norma processual é a atividade jurisdicional. Desta forma, tais normas são

produzidas pelo legislador de forma a estabelecer critérios e métodos específicos para o

efetivo exercício da função jurisdicional.

375 – A aplicação do princípio da territorialidade tem origem em qual corrente

doutrinária histórica? (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini;

DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros

Editores, 2012, p. 103/104).

R: O princípio da territorialidade decorre das doutrinas estatutárias medievais, que faziam a

diferenciação entre ordinatorium litis (o direito processual, dependente apenas da lei do

estado-juiz) e decisorium litis (o direito material, dependente de lei diversa).

Page 78: Exercicio Completo TGP -1

376 – As leis processuais brasileiras se submetem ao prazo de vacatio legis previsto na

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (antiga LICC)? (CINTRA, Antônio

Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria

geral do processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 104).

R: Sim, as leis processuais brasileiras seguem a vacatio legis, e se submetem à eficácia

temporal das leis previstas na LINDB, passando a valer 45 dias após sua publicação (se não

houver disposição em contrário).

377 – Parte da doutrina afirma que o principio da territorialidade é absoluto.

Entretanto, existe a possibilidade de o estado-juiz aplicar uma norma de direito

processual (não-material) alienígena. Explique como se dá essa aplicação. (CINTRA,

Antônio Carlos de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel.

Teoria geral do processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 104).

R: A aplicação de lei estrangeira se dá de forma não material e de forma complementar. O

estado-juiz poderá considerar e referenciar o ordenamento alienígena nas suas decisões.

378 – O que se entende por direito processual intertemporal? (CINTRA, Antônio Carlos

de Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do

processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 104).

R: Direito processual intertemporal é a situação em que uma lei processual nova se aplica aos

atos processuais ainda não praticados (independentemente da fase processual em que estejam

tais atos), mas não se aplica a atos processuais já praticados, nem aos seus efeitos. Ou seja, é a

capacidade de regulação de situações judiciais no tempo (que sejam alcançadas pela nova lei

processual).

Page 79: Exercicio Completo TGP -1

379 – No ordenamento jurídico brasileiro, onde é possível encontrar a regra da

territorialidade aplicável à lei processual brasileira? (CINTRA, Antônio Carlos de

Araújo; GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do

processo. 27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 104).

R: O princípio da territorialidade pode ser encontrado expressamente tanto no artigo primeiro

do código de processo civil (CPC), quanto no artigo primeiro do código de processo penal

(CPP), conforme vemos abaixo:

CPC: “Art. 1o A jurisdição civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o

território nacional, conforme as disposições que este Código estabelece.”

CPP: “Art. 1o O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este

Código,...”

380 – A atividade jurisdicional é manifestação do poder soberano de uma nação. É

possível a sua regulamentação por lei estrangeira? (CINTRA, Antônio Carlos de Araújo;

GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. Teoria geral do processo.

27ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012, p. 104).

R: Não, a regulamentação por lei estrangeira é vetada em se tratando de matéria processual.

Mas poderá o estado-juiz se referir à lei processual alienígena, quando, por exemplo, constitui

um pressuposto para aplicação de uma lei nacional (conforme o artigo 231, §1º, do CPC).

381. A norma processual em vigor deverá respeitar quais princípios? (Ada, 22ª, 105)

O ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.

382. Não tendo vigência temporária até quando a lei terá vigor? (Ada, 22ª, 105)

A lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.

383. Qual a justificativa das leis processuais novas não incidirem sobre processos findos?

(Ada, 22ª, 105)

Por estarem acobertados pela proteção assegurada a coisa julgada, seja pela garantia ao ato

jurídico perfeito, seja pelo direito adquirido, reconhecido pela sentença ou resultantes dos atos

executivos.

Page 80: Exercicio Completo TGP -1

384.O processos a serem iniciados na vigência da lei nova por essa serão regulados? (Ada,

22ª, 105)

Sim, pois apenas nos processos em curso por ocasião do inicio da lei nova serão regulados.

385.Explique o sistema da unidade processual? (Ada, 22ª, 105)

Sistema segundo o qual, apesar de se desdobrar em uma série de atos diversos, o processo

apresenta tal unidade que somente poderia ser regulado por uma única lei, a nova ou a velha,

de modo que a velha teria de se impor para não ocorrer a retroação da nova, com prejuízos

dos atos praticados até sua vigência.

386. Explique o sistema das fases processuais. (Ada, 22ª, 105)

Sistema para o qual se distinguiriam fases processuais autônomas cada uma, de per si, de ser

disciplinada por uma lei diferente.

387. Explique o sistema do isolamento dos atos processuais. (Ada, 22ª, 106)

Sistema no qual a lei nova não atinge os atos processuais já praticados, nem seus efeitos, mas

se aplica aos atos processuais a praticar, sem limitações relativas às chamadas fases

processuais.

388.diante do problema de processos iniciados na vigência de novas leis , quais os sistemas

são usados para aplicar da melhor forma as leis novas ou velhas? (Ada, 22ª, 106)

O sistema da unidade processual, fases processuais e do isolamento dos atos processuais.

389. Em regra qual o prazo para a lei processual começar a vigorar? (Ada, 22ª, 106)

Quarenta e cinco dias depois da publicação.

390.Qual dos sistemas usados no problema de processos iniciados na vigência de novas leis

tem sido mais adotado pelos autores brasileiros? (Ada, 22ª, 106)

O sistema do isolamento dos atos processuais

Page 81: Exercicio Completo TGP -1

391.Qual a importância da Emenda Constitucional n. 45 de 08 de dezembro de 2004, para o

Poder Judiciário? (Ada, 28ª, 105)

A EC 45/04 representou uma Reforma no Poder Judiciário. Podemos citar dentre as

importâncias: 

• Estabelecer regras sobre a estrutura e funcionamento desse Poder;

• Dispõe sobre princípios e garantias do processo;

• Altera os recursos em especial, bem como a competência do Supremo Tribunal Federal e do

Superior Tribunal de Justiça;

• Dita as regras operacionais de direito processual, entre as quais algumas puramente técnicas,

que melhor estariam na legislação infraconstitucional porque não merecem a dignidade

constitucional.

392. O que significa dizer que os magistrados e membros do MP são dotados de

independência funcional? Há exceções a essa independência? (Ada, 28ª, 105)

Dizer que os magistrados e membros do Ministério Público são dotados de independência

funcional significa que é assegurada a plena liberdade para decidir e julgar sem qualquer

repressão, até mesmo quando decidem de forma contrária à maioria doutrinária ou

jurisprudencial. Entretanto, algumas deliberações devem ser seguidas, como as súmulas

vinculantes dos tribunais superiores e as decisões de mérito a respeito de controle de

constitucionalidade concentrado (ADC, ADIn, ADPF).

393. Qual a lei que regula a atividade da magistratura? (Ada, 28ª, 105)

A Magistratura é regida pela Lei complementar N° 35, de Março de 1979, que regula os

órgãos do poder judiciário, os Tribunais, os Magistrados, as garantias e prerrogativas do

Magistrado, a disciplina, os vencimentos, vantagens e direitos, a Justiça do Trabalho, da

Justiça dos Estados e da substituição nos Tribunais. 

394. Quais as garantias constitucionais atribuídas aos magistrados e membros do MP? Qual a

razão dessas prerrogativas? (Ada, 28ª, 105)

As garantias dos magistrados são aquelas descritas no art. 95 da Constituição: vitaliciedade,

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inamovibilidade e irredutibilidade salarial. Os membros do Ministério Público gozam das

mesmas prerrogativas, como prevê o inciso I do §5º do art. 128 da Carta Maior. Apenas saem

dos seus cargos aos 70 anos compulsoriamente ou por motivação própria; apenas trocam de

comarca quando desejarem; e quando é estabelecido um patamar salarial não há a

possibilidade de redução. Essas garantias visam à manutenção da independência funcional.

395. O Conselho Nacional de Justiça exerce a função de? (Ada, 28ª, 105)

Uma das funções do Conselho Nacional de Justiça é obrigar os tribunais de segunda instância

a funcionar corretamente e não substituí-los na apuração de irregularidades cometidas pelos

juízes que os integram. Esse é o entendimento do Presidente do Supremo Tribunal Federal e

do CNJ, ministro Cezar Peluso, trazido à tona em julgamento realizado nesta terça-feira

(19/10) no plenário do Conselho.

396. Qual o maior manancial de normas processuais? (Ada, 28ª, 105)

O código de Processo Civil (lei n. 5.869, de 11.01.73), o Código de Processo Penal (dec. Lei

n. 3.689, de 03.01.73), Consolidação das leis do Trabalho (tít. VIII, IV e X), O Código de

Processo Penal Militar (dec. - lei n. 1,002, de 21.10.69) e a Lei dos Juizados Especiais (lei n.

9.099, de 6.9.95) formam o maior manancial processual.

397. O que é uma legislação ordinária? (Ada, 28ª, 105)

A Lei quando acompanhada do adjetivo “ordinária”, significa que a lei é comum, habitual.

Distingue-se, entre outras, da “lei complementar”, que regula dispositivo da Constituição

Federal.

398. O que significa o processo de vitaliciedade da magistratura? (Ada, 28ª, 106)

O processo de vitaliciedade dos juízes está previsto no art. 95 da CF, I, que garante a

vitaliciedade depois de dois anos de exercício.

399. Como é o processo de remoção dos juízes? (Ada, 28ª, 106)

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O inciso II, do art. 95 da CF, garante a inamovibilidade, salvo por motivo de interesse

público, na forma do art. 93, VIII.

400. A atividade jurisdicional pode ser interrompida? (Ada, 28ª, 106)

 

O art. 93, VII, da CF/88, assegura que a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo

vedado férias coletivas nos juízos e Tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que

não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente.

401. Em que consiste a interpretação legal? (Ada, 22ª, 107)

A lei é interpretada para que se possa determinar o seu significado e para fixar o seu alcance.

A interpretação é o elo de ligação entre o fato concreto e a norma positiva, ao se interpretar

uma norma , esta se desvincula da sua limitação semiológica e passa a abranger inúmeros

casos que se adequam ao seu texto legal. Além disso, a interpretação aumenta o alcance da

norma, fazendo com que seja possível conciliar o direito com o maior número possível de

casos do mundo fático. É a partir da interpretação que o texto presente nos códigos passa a ser

norma.

402. O que se entende por método gramatical ou filológico? (Ada, 22ª, 107)

A filologia é a ciência que está associada principalmente ao estudo material e crítico do texto.

No que se refere ao direito, a filologia anda em conjunto com a hermenêutica, ou seja, é o

estudo e a interpretação normativa. A norma jurídica vive num plano abstrato, sobrevoando o

mundo fático e qualquer fato concreto tipicamente previsto, puxa para o mundo fático a

norma que em conjunto com os estudos de texto e de suas respectivas interpretações, alcança

os casos que a ela se adequam. A filologia e a interpretação dão vida à norma jurídica, ambas

fazem possível a adequação legal ao plano real e fático.

403. O que o fenômeno histórico-cultural tem a oferecer às normas jurídicas? (Ada, 22ª, 107)

Tal fenômeno histórico-cultural tem muito a oferecer, principalmente pelo fato de que o

direito acompanha as evoluções culturais do homem. Ao longo da história o homem vem

evoluindo e as relações sociais também vem a sofrer mudanças e o direito deve acompanhar

tais acontecimentos. Não teria sentido aplicar normas ultrapassadas e sem possibilidade de

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aplicação concreta. Para tal, existe o método histórico, que auxilia a norma jurídica em seus

estudos históricos e a partir de tais estudos em conjunto com os estudos sociais modernos,

trazem a nova perspectiva do direito para com a atualidade.

404. Identifique e aponte as principais características dos métodos de interpretação da lei.

(Ada, 22ª, 107)

O primeiro dos métodos é o método da interpretação, intimamente ligado a hermenêutica que

tem a função de trazer a lei para o mundo fático, adequando-a aos casos concretos.

O segundo é o método gramatical ou filológico, que é o estudo dos textos e a partir desses

estudos facilitar e auxiliar o papel do hermeneuta nas resoluções dos conflitos sociais.

O método lógico sistemático é aquele que diz respeito sobre a união dos dispositivos legais

como um sistema organicamente organizado em que todas as áreas do direito dependem umas

das outras e se integram entre si.

O método histórico é o que vem em auxílio da norma trazendo aspectos históricos que

facilitam a conciliação entre jurisprudência e sociedade. Por fim, o último método, o

comparativo, que seria a influência dos ordenamentos jurídicos entre si.

405. Quais aspectos os métodos lógicos sistemáticos e o método comparativo podem oferecer

para o melhoramento normativo e sua aplicação? (Ada, 22ª, 107)

O método lógico sistemático gira em torno da ideia de que o ordenamento jurídico é um

sistema orgânico e que integra todas as áreas do direito, todas dependentes entre si como uma

troca de informações, um compõe o outro integralizando o sistema jurídico.

Qualquer problema que venha a ocorrer em qualquer âmbito jurídico sempre virá uma outra

norma em seu auxílio, ou seja, o ordenamento se auto complementa, uma norma complementa

outra. Já o método comparativo é uma forma de influência entre os vários ordenamentos

jurídicos em que cada um contribui de uma forma enfrentando problemas idênticos ou

analógicos. Nota-se, pois, que ambos tem uma finalidade de integração e auxílio do sistema

sendo o método lógico sistemático uma integração dentro do próprio ordenamento e o método

comparativo é uma integração entre os vários sistemas normativos, comparados entre si e se

necessário fazendo os devidos ajustes.

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406. Como se completa a atividade de interpretação da lei? (Ada, 22ª, 107)

Primeiramente, deve-se ter o caso concreto e saber com quais normas este melhor irá se

adequar, desse modo, a figura do hermeneuta aparece para auxiliar trazendo o texto de lei do

plano abstrato para o mundo fático, transformando tal texto em norma, pois a norma só se

torna norma quando esta é interpretada e aplicada, ganhando sentido. Contudo, antes de se

chegar a sua aplicação, a interpretação é feita em combinação com os métodos de pesquisa em

conjunto com um conteúdo finalístico e valorativo do direito, ou seja, o elemento final da

interpretação é extraído de todo esse conjunto de elementos e de métodos auxiliadores que

irão fazer do texto normativo uma norma aplicável.

407. O que se entende por lacuna legal? (Ada, 22ª, 108)

Pode-se dizer que a lacuna é um problema legal, pois é uma falta normativa para aplicação. A

lacuna é a falta da norma, é o espaço vazio entre as normas. Ao interpretar as normas e tentar

aumentar o seu grau de incidência o máximo possível e mesmo assim for suficiente para

adequar ao fato concreto, estamos diante de uma lacuna normativa. Nota-se então que tal

lacuna é prejudicial ao exercício do direito e para tanto deve ser solucionado. Qualquer meio

vago entre normas jurídicas é uma lacuna e deve ser corrigida.

408. Pode-se afirmar que o direito apresenta lacunas? (Ada, 22ª, 108)

O direito em si não possui lacunas pois sempre haverá uma regra para disciplinar as possíveis

situações ou conflitos entre pessoas, ainda que tal ordenamento seja latente e inexpresso. O

que não acontece com a lei, pois o legislador jamais poderia descrever normativamente todos

os comportamentos humanos para que a lei possa servir de intermédio. Cada caso é um caso,

nenhum caso é igual, cada um tem suas especificidades. Como o legislador não pode criar

normas com todos os casos específicos existentes, sempre existirá a possibilidade de lacunas

nas normas.

409. De que forma é possível preencher as lacunas verificadas na lei? (Ada, 22ª, 108)

A lacuna verificada na lei pode ser preenchida através da integração. A norma jurídica que diz

respeito a um caso concreto e que não havia sido prevista pelo legislador, sendo uma lacuna,

pode ser solucionada através da analogia e dos princípios gerais do direito que é a chamada

integração. O juiz não pode deixar de julgar e nem de proferir uma sentença por falta de

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legislação, pois o magistrado pode se utilizar da integração, ou seja, o uso de analogias e dos

princípios gerais do direito para solucionar tal lacuna.

410. Qual a relação que pode existir entre a interpretação e a lacuna legal? (Ada, 22ª, 108)

Como já foi dito, a lacuna é o vazio normativo e a interpretação pode aumentar o grau de

incidência normativo, ou seja, a interpretação, em alguns possíveis casos pode preencher a

lacuna existente na norma.

411. Quais os elementos que buscam suprir as lacunas da lei? (Ada, 22ª, 109)

Analogia e princípios gerais do direito.

412. Em que consiste a analogia em relação a interpretação e integração no ordenamento

jurídico? (Ada, 22ª, 109)

Consiste a analogia em resolver um caso não previsto em lei, mediante a utilização da regra

jurídica relativa a hipótese semelhante.

413. Em que fundamenta-se o método analógico de integração e interpretação? (Ada, 22ª,

109)

Fundamenta-se na ideia de que, num ordenamento jurídico, a coerência leva a formulação de

regras idênticas onde se verifica a identidade da razão jurídica.

414.Em que se distingue a interpretação extensiva da analogia? (Ada, 22ª, 109)

Se distingue no sentido de que a primeira é extensiva do significado textual da norma e a

ultima é extensiva da intenção do legislador, isto é, da própria disposição.

415. Como devem ser utilizados os princípios gerais do direito? (Ada, 22ª, 109)

Na utilização dos princípios gerais do direito é de ser percorrido o caminho do crescente grau

de abstração, partindo dos princípios gerais atinentes ao ramo do direito em foco.

416. A interpretação e integração têm caráter criador no campo jurídico? Justifique sua

resposta. (Ada, 22ª, 109)

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Sim. Ambas têm caráter criador, no campo jurídico, pondo em contato direto as regras de

direito e a vida social e assim extraindo das fontes a norma com que regem os casos

submetidos a exame.

417. A interpretação e a integração da lei processual estão subordinadas as mesmas regras que

regem a interpretação e integração dos demais ramos do direito? Justifique. (Ada, 22ª, 110)

Sim. Pois as disposições contidas nos artigos 4° e 5° da lei de introdução ao Código Civil

Brasileiro fazem com que ambas as leis se subordinem as mesmas regras de interpretação e

integração.

418.Como acontece a relação entre interpretação e integração nesse processo de supressão das

lacunas do ordenamento jurídico? (Ada, 22ª, 110)

Interpretação e integração comunicam-se funcionalmente e se complementam mutuamente

para os fins de revelação do direito.

419. Onde estão presentes os princípios gerais do processo? (Ada, 22ª, 110)

Estão presentes em toda e qualquer norma processual e à luz dessa sistemática geral todas as

disposições devem ser interpretadas.

420.Quais as regras idênticas onde se verifica a identidade da razão jurídica formuladas

através da coerência? (Ada, 22ª, 110)

São ubi eadem ratio, ibi eadem júris dispositio.

421.A conquista da Independência brasileira fez com que abandonássemos a legislação

lusitana? (Ada, 22ª, 111)

Não. Deu-se a continuidade da legislação lusitana.

422.Qual o documento padrão que foi estabelecido com a Independência Nacional para que se

mantivesse a segurança jurídica? (Ada, 22ª, 111)

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A continuidade da legislação portuguesa foi determinada pelo decreto de 20 de Outubro de

1823, permanecendo em vigor tudo aquilo que não contrariasse a soberania nacional e o

regime brasileiro.

423. Quais as três grandes codificações lusitanas? (Ada, 22ª, 111)

São elas as Ordenações Filipinas, as Manuelinas e as Afonsinas

424. Como as Ordenações Filipinas disciplinaram o Processo Civil? (Ada, 22ª, 111)

No L. III, as Ordenações Filipinas disciplinaram o Processo Civil, dominado pelo princípio

dispositivo e movimentando apenas pelo impulso das partes. O procedimento dava-se de

forma escrita.

425. Como as Ordenações Filipinas disciplinavam o Direito Penal e o Processo Penal? (Ada,

22ª, 111)

No L. V das mesmas Ordenações, estavam o Código de Processo Penal e o Penal, estes

mesclando-se. Eram admitidas torturas, mutilações, açoites, dentre outros meios de

interrogatório e punição.

426. Relacione as mudanças feitas pelo Código Penal do Império com as colocações de

Beccaria em Dos Delitos e Das Penas. (Ada, 22ª, 112)

Com a Constituição de 1824, foram abolidas diversas formas de punição anteriores ao

julgamento, tais como manter alguém em custódia sem motivo ou a abolição de açoites e de

torturas. A carta de ‘24 ainda acabou por determinar a elaboração de um Código Penal, este

aprovado em 1830. Tais medidas eram todas sugeridas na famosa obra de Beccaria.

427. Quais os efeitos da aprovação do Código Penal de 1830? (Ada, 22ª, 112)

As mudanças do Código Penal de 1830 provocaram a necessidade instantânea de uma

mudança procedimental mais profunda no Direito Brasileiro. Passou-se então uma fase de

tentativa de reunião de leis esparsas objetivando-se a reunião em um Código de Processo

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Penal em 1832, o que não teve tanto sucesso. O novo código teria suas bases em legislações

estrangeiras.

428. Fale das influências estrangeiras no Código de Processo Penal de 1832. (Ada, 22ª, 112)

O Código de Processo Penal de ‘32 foi baseado nas legislações respectivas tanto da França

como do Reino Unido. Contudo, estes dois países eram contrários - os franceses possuíam um

modelo de processo inquisitivo, enquanto o inglês tinha um viés mais acusatório. Acabou que

o Brasil fez um Código mais dinâmico, pegando as boas partes de ambos.

429. O que foi a disposição provisória acerca da justiça civil? (Ada, 22ª, 112)

A Disposição Provisória acerca da justiça civil teve o papel de servir como base para o futuro

estabelecimento de um Código de Processo Civil Brasileiro. Contudo, seus 27 artigos não

foram bem implementados, levando a uma derrota dos ideais neles expressos.

430. Quais os retrocessos que se seguiram na aprovação do Código Penal? (Ada, 22ª, 112)

Em 1841 alterou-se o Código de Processo Criminal, com o objetivo de aumentar os poderes

da polícia, dada a grande quantidade de revoltas populares da época - tal Código foi

considerado demasiadamente liberal.