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| 1 REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017 OAB/PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU | MAIO | 2017 | ANO I | #02 | WWW.OABFI.COM.BR que pais e esse? FOZ DO IGUAÇU Integração pelo Esporte Eurocopa reúne 135 participantes e já é um sucesso Corrida Legal Subseção lança projeto em junho Em movimento Confira as principais ações, projetos e eventos da nossa Subseção Questão de Ética “Honorários dignos: uma questão de justiça!” Questão Ordem de “Se o momento não inspira a confiança pessoal em figuras públicas, é a força das instituições e da lei que deve orientar nosso rumo”... Confira o artigo do Dr. José Augusto de Araújo Noronha, presidente da OAB/PR.

FOZ DO IGUAÇU Questão Ordem - OAB-FI · Comissão de Direito Eleitoral Presidente: Keila Rodrigues Lopes Tel: 99915 6857 ... com a Comissão dos Advogados Iniciantes, está programando

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| 1REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

OAB/PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU | MAIO | 2017 | ANO I | #02 | WWW.OABFI.COM.BR

que pais e esse?

FOZ DO IGUAÇU

Integração pelo Esporte

Eurocopa reúne 135 participantes e já é um sucesso

Corrida Legal

Subseção lança projeto em junho

Em movimento

Confira as principais ações, projetos e eventos da nossa Subseção

Questão de Ética

“Honorários dignos: uma questão de justiça!”

QuestãoOrdemde

“Se o momento não inspira a confiança pessoal em figuras públicas, é a força das instituições e da lei que deve orientar nosso rumo”... Confira o artigo do Dr. José

Augusto de Araújo Noronha, presidente da OAB/PR.

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Comissão de Direito de FamíliaPresidente: Gabriela Regina de Machado CardosoTel: 99114 6611email: [email protected]

Comissão Direito do TrabalhoPresidente: Samira ZeinedinTel: 3523 8420/ 99964 5180email: [email protected]

Comissão da Advocacia CriminalPresidente: Gustavo Ramalho de AlmeidaTel: 99915 3012email: [email protected]

Comissão Advocacia Dativa (Lei n.º 18.664/20115 )Presidente: Douglas Irlan KalichevskiTel: 3572 9574 / 99936 8109email: [email protected]

Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas Presidente: Marcia MihailescuTel: 3572 4655 email: [email protected]

Comissão de ObrasPresidente: Marcelo Rodrigues de AlmeidaTel: 3025 2002 / 99975 0046email: [email protected]

Comissão de EventosPresidente: Deynes Grasiele Bento Benitez KellerTel: 30282666 / 99911 3147email: [email protected]

DIRETORIA OAB/PRSUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇUGESTÃO 2016 / 2018

PresidenteValter Cândido Domingos

Vice-Presidente Neandro Lunardi

Secretário Geral Emerson Ricardo Galiciolli

Secretária Adjunta Isadora Minotto Gomes Schwertner

Tesoureiro Cesar Edward Abbate Sosa

Produção

EXPEDIENTE

FOZ DO IGUAÇU

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CONSELHEIROS ESTADUAISOAB/PRAbner Wandemberg RabeloGilder Cesar Longui Neres

CONSELHEIROS TITULARES OAB/FIAngélica Tatiana Tonin Ariane Dias Teixeira Leite Carlos Wisland Samways Jorge Ricardo Kuhn Jose Brito de Almeida Sobrinho Leandro de Oliveira Marcos Apolloni Neumann Plinio Ricardo Scappini Junior Yara Sueli Lang

CONSELHEIROS SUPLENTEOAB/FIEliane Davilla Savio Fernando Castro da Silva Maraninchi João Vladimir Viland Policeno Jorge Luis Nunes José Claudio Rorato Filho José Guilherme Zoboli Julmara Luiza Hubner Jusilei Soleide Matick Luis Miguel Barudi de Matos Poliana Cavaglieri Saldanha dos Anjos

DELEGADO DA CAA/PROAB/FIEduardo Costa Apolinário

COMISSÕESComissão de Fiscalização do Exercício ProfissionalPresidente: Allan Weston de Lima WanderleyTel: 3522 1011/ 99929 2030 email: [email protected]

Comissão de Prerrogativas Presidente: Andre EyngTel: 3572 2201/ 99809 4397email: [email protected]

Comissão do Direito do ConsumidorPresidente: Bruno Rodrigo LichtnowTel: 3028-3115/ 99921 8979 email: [email protected]

Comissão da Mulher AdvogadaPresidente: Thaíse Vieira Thomé WerriTel: 3028 9193/ 99912 9229 email: [email protected]

Comissão Direitos HumanosPresidente: Daniel Fernandes ApolinárioTel: 3027 4221/ 99103 4221 email: [email protected]

Comissão do Jovem Advogado IniciantePresidente: Georgia Gabriele Braz DomingosTel: 3522 1011/ 99931 8055email: [email protected]

Comissão de Direito PrevidenciárioPresidente: Everaldo LarssenTel: 3027 1851/ 999114029email: [email protected]

Comissão da Criança e AdolescentePresidente: William Raffael Pires FurlanTel: 30282666 / 99971 9081email: [email protected]

Comissão de Direito EleitoralPresidente: Keila Rodrigues LopesTel: 99915 6857email: [email protected]

Comissão de EsportesPresidente: Nereu Luiz Battisti JuniorTel: 3029 3069/ 99953 7925email: [email protected]

Rua Guaratuba, 247 – JardimCopacabana – CEP: 85856 - 520Foz do Iguaçu / [email protected]

Rua José Menezes, 40 – Jardim GuarapuavaCEP 85856-220Telefones: 45 3025 3222 / 3025 [email protected] www.oabfi.com.br

Direção ExecutivaWellington [email protected] 99960 7797

Direção ComercialLaércio de [email protected] 99929 9093

Jornalista ResponsávelCyntia BragaMTb 3176/12/08 PR

DiagramaçãoStudio E

ImpressãoGráfica Tuicial

Tiragem2.500 exemplares

Versão DigitalDistribuída a 60 mil Advogados e Advogadas inscritos na OAB/PR

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| 5REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

Senhoras Advogadas,Senhores Advogados,

Estamos preparando vários eventos aos advogados e advogadas da OAB Foz. Já em curso os nossos campeonato de futebol

suíço (masculino) e voleibol (feminino), os quais já são grande sucesso de público, com mais de cem advogados inscritos. Foram formadas seis equipes de futebol e seis de voleibol, ou seja, houve uma grande adesão por parte dos advogados a esse evento esportivo, o qual esta sendo realizado na chácara da família Zoboli, com atrativos para os filhos dos participantes, em ambiente agradável a todos. Nesse campeonato teremos as disputas em sete finais de semana, sendo finalizado com a disputa dos primeiros lugares, torneio de truco e grande festa de encerramento, na qual será oferecido aos atletas e convidados um delicioso churrasco.

Seguindo essa linha esportiva traçada pela Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados, a qual busca trazer aos advogados e advogadas uma melhor qualidade de vida através da prática de atividade física, buscando estimular os advogados a praticarem um esporte, bem como estreitar os laços de convivência e amizade entre os colegas. Assim, comunicamos aos colegas que no próximo mês, estaremos lançando, aqui na nossa subseção, o projeto “CORRIDA LEGAL”. Com apoio da CAA, idealizadora do projeto, foi contratada uma professora de educação física para preparar fisicamente os advogados e advogadas que

Valter Cândido DomingosPresidente da OAB/PRSubseção de Foz do Iguaçu

aderirem ao projeto. Inicialmente, serão realizados dois treinos semanais e futuramente realizaremos uma corrida para testar a condição física dos advogados e advogadas inscritos no projeto.

A nossa Comissão de Eventos, em conjunto com a Comissão dos Advogados Iniciantes, está programando para o mês de julho a nossa Festa Julina Solidária da OAB Foz. Buscaremos, através desse evento, angariar donativos para serem doados as pessoas necessitadas de nossa cidade.

Esse evento merece destaque, pois demonstra a importância da OAB para a comunidade. Convidamos toda a comunidade jurídica do município, para que participe dessa ação solidaria, contribuindo com o desenvolvimento das atividades sociais em favor das pessoas carentes e necessitadas da nossa cidade, além, é claro, de oferecer momentos de lazer e descontração a toda família jurídica e convidados.

Em sequência de nossos eventos, no mês de agosto, precisamente no dia 19/08, haverá o nosso tradicional baile em Comemoração ao Dia do Advogado, que este ano será realizado no Espaço Marias e contamos com a presença de todos.

Aproveito para ressaltar a importância do trabalho das nossas comissões, pois nada disso seria possível sem o envolvimento de dezenas de advogados que fazem parte das comissões de trabalho da OAB Foz, fazendo com que a OAB seja cada vez mais atuante.

Seja em favor da classe, seja em favor da comunidade, a advocacia deve e precisa estar unida, acima de vaidades pessoais, da união da classe florescem os ideais que fizeram e fazem da Ordem dos Advogados do Brasil uma das instituições mais respeitadas do país.

Saudações!

PALAVRA DO PRESIDENTE

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O promotor de justiça Dr. Luiz Francisco Barleta Marchioratto é uma das pessoas mais proeminentes e midiáticas da cidade. Tem forte presença e relacionamento efetivo com a comunidade e nas redes sociais, onde interage diariamente sobre diversos temas. Recentemente, recebeu o título de cidadão

honorário de Foz do Iguaçu, onde atua desde setembro de 1998.

Nascido em Curitiba em 1961, formou-se em Direito pela Unicuritiba em 1985, onde se tornou, concomitantemente, 2º Tenente do Exército da Arma das Comunicações R-2. É especialista em Direito Público pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Foi estagiário da OAB e advogou em Curitiba nas áreas Cível, Família e Administrativo. É membro do Instituto dos Advogados do Paraná, desde 1990.

Aprovado no concurso do Ministério Público em dezembro de 1990, o Dr. Marchioratto já atuou nas Comarcas de Formosa do Oeste ( 1991 a 1995 ), de Pitanga ( 1995a 1998 )e em Foz do Iguaçu, desde setembro de 1998. Na cidade, entre 1998 a 2004, ocupou todas as promotorias especializadas, que eram de atribuição da 6ª e 8ª Promotoria de Justiça. Em seguida, atuou na 2ª Vara Criminal, na 1ª Vara Criminal e atualmente tem atribuições junto ao Juizado de Violência Doméstica, Crimes contra Criança, Adolescentes e Idosos.

O Dr. Marchioratto também é apaixonado pela docência. Há mais de 30 anos atua como professor universitário. Lecionou na Unicuritiba, Positivo, Unipar UDC e atualmente é professor, diretor acadêmico da Unifoz.

Em entrevista exclusiva à Revista Questão de Ordem, Marchioratto fala sobre sua trajetória de vida e profissional, dos desafios da carreira no Ministério Público e aborda temas atuais em evidência no país.

ARTIGO

Aonde o povo está!

ENTREVISTA

Dr. Luiz Francisco Barleta MarchioratoPromotor de justiça

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| 7REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

1. Questão de Ordem - O Sr. atuou como Advogado antes de ingressar no Ministério Público?

Marchioratto - Tive a honra de ser só-cio-estagiário do escritório de advoca-cia do atual Procurador do Estado, Dr. Joel Samways Neto entre 1984 a 1985, com carteirinha da OAB de estagiário!. Fui estagiário na Rede Ferroviária Fe-deral S.A. em 1984 e também trabalhei no escritório do saudoso advogado Sr. Roberto Machado, em 1983.  Comecei a advogar no ano de 1985 na capital, com a OAB nº 13.407, tendo exercido a advocacia na área de família, adminis-trativa e de feitos cíveis em geral, ainda, inclusive, realizando sustentação oral no Tribunal de Justiça. Sou membro do Instituto dos Advogados do Paraná - IAP, desde 1990.

2. Questão de Ordem - Para aqueles que sonham com a carreira de Promo-tor de Justiça, que definição o Sr. daria ao exercício desta função pública tão relevante, qual a grande “dica” e os principais desafios da carreira no MP?

Marchiorato – A maior “dica” é o desa-pego, ou seja, a capacidade de abandonar seus interesses em prol dos interesses da sociedade. É  necessário estar voltado para a população mais carente, devol-vendo-lhe um pouco de dignidade e cidadania, tratando com respeito e com muito carinho. O especialista do direi-to que deseja ser Promotor de Justiça, conforme diz a música de Milton Nas-cimento “tem de ir aonde o povo esta”! É claro que precisa ter vasto conheci-mento do Direito, mas se não gostar do contato com aqueles que precisam do Ministério Público, certamente bom Promotor de Justiça não será. Os maio-res desafios da carreira são as dispari-dades que encontramos na estrutura do Ministério Público, a partir das promo-torias de Comarcas iniciais até a estru-tura da Procuradoria Geral de Justiça. Na minha época o companheiro fiel do Promotor de Justiça era a máquina de datilografia, de nome “Torpedo”, uma certa quantidade de papéis impressos e

mais nada! Atendíamos o público todos os dias, e ai observávamos o tamanho do problema social, que desde a década de 90 pude me inteirar com maior profun-didade: abandono social, corrupção, saú-de precária, enfim muitos dos problemas que, ainda hoje, persistem na sociedade brasileira. 

3. Questão de Ordem - O Ministério Público do Estado do Paraná cumpre integralmente o seu papel constitucio-nal? A estrutura ofertada (número de promotores, estrutura física, material de trabalho, assessorias técnicas espe-cializadas etc.) é suficiente para fazer frente a demanda?

Marchioratto - Creio que o MP do Es-tado do Paraná tem cumprido seu papel Constitucional, muito embora a estru-tura física, material e pessoal não seja suficiente para atender toda a demanda da sociedade. Sua maior contribuição é o fato de existir nas Comarcas mais distantes da Capital a presença de um Promotor de Justiça, com capacidade para atender os cidadãos que batem a sua porta, clamando por Justiça, busca-do a solução de problemas individuais e coletivos, confiando no Promotor Públi-co que defenderá as demandas coletivas que interessam a toda a comunidade. 

4. Questão de Ordem - Considerando o alcance das mídias sociais na rede mundial de computadores, bem como a necessidade de informação em tempo real para atingir um maior número de cidadãos, o Sr. é favorável a transmissão “ao vivo” das sessões do Tribunal do Juri? Não é chegado o momento de democratizar a justiça ainda mais?

Marchioratto - Muito embora seja fre-quentador assíduo das mídias sociais, como no caso Facebook e Instagram, penso que é necessário que os julgamen-tos em geral não sejam utilizados de for-ma a expor, principalmente a pessoa do réu e dos jurados, no caso do Júri, bem como para não gerar uma preocupação dos operadores do direito em fazer a

sua atuação voltada exclusivamente para o auditório social, deixando de lado a seriedade e o respeito que esses julga-mentos merecem ter. Não me posicio-no contra que se leve as mídias sociais, fotografias de instantes do Tribunal do Júri, bem como de qualquer outro jul-gamento, mas discordo que haja trans-missão ao vivo direta, expondo o réu, jurados excessivamente, pondo em risco sua vida e sua integridade corporal, com ressalva dos direitos individuais, consa-grados na Constituição.

5. Questão de Ordem - Sobre a audiên-cia de custódia, estamos diante de uma medida que visa garantir a incolumida-de do acusado ou tão somente evitar o aumento da população carcerária? Os críticos afirmam tratar-se de um instrumento controverso e ineficaz que acaba por incentivar a impunidade mesmo diante de um ritmo crescente da criminalidade no país. Qual a opi-nião do Promotor de Justiça?

Marchioratto - A primeira audiência de custódia foi realizada em 2015. Atuei como Promotor de Justiça, inauguran-do essa sistemática em Foz do Iguaçu, juntamente com a Juíza de Direito, Ju-liana Arantes Zanin. O que nós obser-vamos na audiência de custódia é a falta de regulamentação legal que estabeleça um roteiro único para todo o procedi-mento, de modo que todos os juízes e promotores de justiça atuem em confor-midade a este “cardápio”, evitando o que atualmente se sucede, de que cada Juiz acaba fazendo uma prática diferenciada do outro, conforme o seu livre enten-dimento das normas existentes, o que acaba transformando esse instrumento jurídico inovador, no cumprimento de uma formalidade, que pouco contribui para evitar o aumento da população car-cerária e, em alguns casos, o efeito pode ser até ao contrário. Não creio que venha incentivar a impunidade, pelo menos em Foz do Iguaçu, onde os índices de encarceramento são bastante elevados. A única vantagem que vejo na audiência de custódia é a efetiva apresentação do preso, pouco depois de ter sido flagra-

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do, a um juiz, para se fazer o controle judicial da atividade administrativa da autoridade policial, com relação ao tratamento do preso nesse período de tempo, que vai da prisão até a audiência. Certamente, tal procedimento, criou um ânimo diferente na autoridade policial, no sentido de ser mais cautelosa na exe-cução da atividade repressiva, na ocasião da prisão em flagrante, tendo em vista que logo em seguida é submetida a fis-calização da autoridade judiciária e do Ministério Público. Na minha opinião, que externei na ocasião do discurso sau-dando a realização da primeira audiên-cia de custódia da Comarca de Foz do Iguaçu, melhor seria o legislador intro-duzir no Brasil um instituto da audiên-cia de instrução completa, para crimes que não fossem complexos na sua eluci-dação e que tivessem sido flagrados em delito, de modo que tivéssemos a figura do juiz de instrução, promotor de justi-ça de instrução e o defensor público de instrução, para a realização dessa audi-ência imediatamente após a prisão em flagrante, dando oportunidade a ampla defesa e ao contraditório. 

6. Questão de Ordem - O senhor concorda que os membros do Ministério Público têm, em sua maioria, uma filosofia punitivista, a fim de atender os anseios da sociedade?

Marchioratto - Não acredito, embora nossas tradições estejam fundadas no direito penal, na qualidade de promoto-res que atuavam exclusivamente no júri ou nos processos criminais que se per-seguissem os autores dos vários crimes existentes na legislação. Atualmente o MP procura ter uma perspectiva mais preventivista, buscando apoiar medidas de caráter social que melhoras as condi-ções sociais e econômicas de sociedades, buscando a diminuição dos índices de criminalidade da sociedade. 

7. Questão de Ordem - Qual sua opinião em relação a atuação do MPF na promoção das chamadas “dez medidas contra a corrupção”?

Marchioratto - Esta contribuição é mais uma dentre muitas que podem colaborar na mudança da legislação bra-

sileira que é de responsabilidade do po-der legislativo. Acredito que devem ser buriladas algumas dessas contribuições, no debate parlamentar, de modo a tra-zer uma lei anticorrupção que contem-ple também uma pedagogia da cultura da corrupção, ou seja, não só preveja tipos penais mais gravosos, medidas ad-ministrativas de controle dos servidores públicos, mas sobretudo que contemple alterações na lei de diretrizes e base da educação, no sentido de levar a todas as escolas públicas e privadas, os funda-mentos de uma sociedade democrática que valorize o conceito de honestidade, solidariedade social, cooperação comu-nitária (mutirão), bem como alocação de recursos para contribuir nos “gar-galos” socioeconômicos e culturais que promovem o aumento de condições que favorecem a prática da corrupção, envol-vendo o poder público, o empresariado e o assistencialismo social instituído pelo Estado. Na minha opinião, haveriam muito mais que dez medidas contra a corrupção, diríamos centenas de medi-das!

8. Questão de Ordem - Dos inúmeros casos em que o Sr. atuou, ao longo de décadas de atuação no Ministério Público, qual foi aquele que trouxe significativa mudanças na sua condição de intérprete da sociedade, na sua conduta profissional, na condição de servidor público? Por quê?

Marchioratto - Atuei em muitos casos que me deram muita satisfação pesso-al, como membro do MP, mas os mais interessantes ocorreram nas Comarcas de Formosa do Oeste e Pitanga, onde atuamos em procedimentos para con-cessão de aposentadorias rurais, bem como de benefícios previdenciários de prestação continuada, em que tivemos de nos dobrar diante das situações de extrema pobreza de cidadãos brasileiros, que graças a esses benefícios outorgados, através de procedimentos em que atu-amos, puderam resgatar sua dignidade, com o mínimo necessário para sua ma-nutenção de vida, eram anônimos que saíram da situação de extrema pobreza, para a condição de pessoas, que encon-traram a sua verdadeira cidadania, tendo condições de alimentar-se, vestir os seus filhos e construir suas casas de moradia. Bom foi encontrar esses anônimos e na rua me agradecerem simplesmente por-que eu cumpri com meu dever. Felici-dade e honra maior, não tive em minha profissão!

O Dr. Marchioratto falou, ainda, sobre as duras críticas do Ministro Gilmar Mendes aos membros do Ministério Público Federal e aos integrantes da Procuradoria da República do Paraná, sobre a Lava Jato e se posicionou sobre o projeto de reforma da Lei de Abuso de Autoridade, de autoria do Senador Renan Calheiros. Confira a entrevista na íntegra em nosso Portal: www.oabfi.com.br/entrevistas.

ENTREVISTA

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10 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

A essência de uma Constituição não está nos fatores reais do poder que rege uma nação,

mas sim na força normativa que lhe é intrínseca.” A frase do jurista alemão Konrad Hesse merece ser lembrada neste momento em que o Brasil está mergulhado numa espiral de acontecimentos que aprofundam sua crise moral e política – e por extensão sua crise econômica. Justamente nos momentos mais difíceis, preconiza Hesse, é que a Constituição Federal precisa ser aplicada incondicio-nalmente. Se o momento não inspira a confiança pessoal em figuras públicas, é a força das instituições e da lei que deve orientar nosso rumo. O Brasil enfrenta graves denúncias contra o presidente da República, ainda com muitos pontos de obscuridade. Se após a análise completa de todas as gravações e provas as denúncias forem confirmadas, o presidente da República -bem como todos os demais envolvidos nas ações para obstruir a Justiça- terá de deixar o cargo. Quer por renúncia, quer por afastamento decorrente de cassação ou impeachment, a situação está prevista na Constituição. Como não há vice e mais da metade do atual mandato já foi cumprido, o artigo 81 da Constituição Federal prevê eleição indireta para presidente e vice-presidente 30 dias após a vacância.“Art. 81. Vagando os cargos de Presi-dente e Vice-Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga. § 1º - Ocorrendo a vacância nos últimos dois anos do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei. § 2º - Em qualquer dos casos, os

A saída estána Constituição

José Augusto Araújo de NoronhaPresidente da OAB Paraná

ARTIGO

eleitos deverão completar o período de seus antecessores”.Nessa situação, a presidência da República fica a cargo do presidente da Câmara, posto hoje ocupado por Rodrigo Maia. A ele cabe convocar o presidente do Senado, com antecedência de 48 horas, para organizar o processo sucessório.A Constituição prevê que uma lei dite os procedimentos de uma eleição indireta. A mais recente é a Lei 4.321/64, segundo a qual senadores e deputados teriam, como eleitores, o mesmo peso na escolha. Os parlamentares teriam até 30 dias para eleger o presidente e o vice-presidente, indicados pelos partidos representados no Congresso. Os candidatos, segundo a lei, precisam vencer por maioria absoluta (metade mais um voto), em escrutínio secreto. Se isso não ocorrer no primeiro nem no segundo escrutínios, a escolha pode ser por maioria simples de votos na terceira vez. O vencedor teria um “mandato tampão” que, no caso em tela, acabaria em 1º de janeiro de 2019, com a posse do novo presidente eleito nas eleições majoritárias marcadas para outubro de 2018.Como se vê, apesar da turbulência política, os elementos estão todos dispostos para que a estabilidade institucional prevaleça em qualquer hipótese. Os diplomas legais podem não agradar a todos, mas existem e devem ser respeitados. Assim é a demo-cracia que, aqui no Brasil, foi duramente conquistada.Apesar do misto de vergonha, tristeza e desesperança que toma conta da sociedade neste momento, temos de nos manter conectados àquilo que faz de nós uma nação: nossas instituições e nossas leis. Que a Constituição seja esse chão firme de que tanto precisamos neste momento.

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NOTÍCIAS

O delegado da Caixa de Assistência dos Advogados do Paraná em Foz do Igua-çu, Eduardo Costa Apolinário, esteve presente no II Encontro de Delegados da gestão 2016-2018, promovido pela CAA-PR em Guaíra, no oeste do esta-do, nos dias 27 e 28 de abril. A diretoria

Foz do Iguaçu presente noII Encontro de Delegados da CAA-PR

Corrida Legal chega a Foz do Iguaçu em junhoNo final do mês de junho, a Caixa de Assistência dos Advogados do Paraná implanta a Corrida Legal na Subseção da OAB em Foz do Iguaçu. O projeto visa promover o incentivo à prática de caminhada e corrida de rua, com trei-nos supervisionados por profissionais de Educação Física, para melhorar a qua-lidade de vida dos advogados e de seus dependentes. A data e o local do treino inaugural ainda estão sendo definidos. Mais informações poderão ser obtidas, a partir do dia 15 de junho, no site da CAA-PR (http://www.caapr.org.br/corrida-legal.php).

e os delegados das Subseções da OAB estiveram reunidos para debater formas de melhorar e ampliar os serviços e be-nefícios concedidos aos advogados para-naenses e a seus dependentes.

“A reunião de trabalho foi excelente, discutimos os benefícios, novos convê-nios, novos projetos, bem como o resul-tado da campanha de vacinação, sempre visando à saúde e o bem-estar do advo-gado paranaense. A troca de experiên-cias entre os delegados contribuiu no

Eduardo Costa Apolinário(o primeiro advogado da segunda fileira), delegado da CAA-PR em Foz do Iguaçu, participou do encontro realizado em Guaíra

O projeto Corrida Legal, que iniciou em agosto de 2015 em Curitiba, já é desenvolvido em Guarapuava, Londri-na, Maringá, Pato Branco, Cascavel e Umuarama, totalizando cerca de 500 participantes. Além de Foz do Iguaçu, o projeto será lançado em Ponta Grossa no mês de agosto. Com subsídio da CA-A-PR e patrocínio da Unimed Paraná, os advogados participam gratuitamente, pagando somente taxa de inscrição para custo da camiseta personalizada. Já os dependentes, além da inscrição, pagam mensalidade de apenas R$ 50.

Projeto que incentiva a prática de caminhada e corrida de rua já é desenvolvido em sete cidades do Paraná.

desenvolvimento de novas estratégias, para que todos os advogados da OAB Paraná conheçam e usufruam os bene-fícios da CAA-PR”, avaliou o delegado de Foz, Eduardo Costa Apolinário.

Durante o encontro, realizado na sede da OAB Guaíra, os diretores e delega-dos discutiram a implementação dos principais projetos da CAA-PR no in-terior, como a expansão para as Subse-ções dos Escritórios Compartilhados, que oferecem apoio ao exercício profis-sional, da Corrida Legal, do Vôlei Legal Feminino e do Coral.

Os diretores e delegados conversaram sobre os convênios regionais e estaduais, além do desenvolvimento de aplicativo para os convênios estaduais e nacionais. Falaram sobre a farmácia e lojas virtuais, convênios médicos e formas de fortale-cer a divulgação da CAA-PR no inte-rior do estado para melhor atender os profissionais da classe em todo o Para-ná. Todos os benefícios disponibilizados pela CAA-PR podem ser conhecidos no site da entidade, no endereço www.caapr.org.br.

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| 13REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

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14 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

Alguns relatos dão conta, também, da fixação de honorários advocatícios para os profissionais que patrocinaram interesses de cidadãos necessitados, na condição de dativos, muito abaixo do mínimo estabelecido pela Tabela de Honorários da OAB, em flagrante desrespeito ao contido na parte final do parágrafo primeiro do artigo 22 da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994.

Da mesma forma, quando houver a necessidade da propositura de ação objetivando o arbitramento judicial, deverá o magistrado observar os valores mínimos estabelecidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB (Art. 22, § 2ª do Estatuto da Advocacia), fixando-os em remuneração compatível com o trabalho realizado, o valor econômico da questão, a

Questão de Ética!

DIGNIDADE E JUSTIÇA

complexidade da causa, o tempo despendido, o grau de zelo do profissional e o lugar da prestação dos serviços, sem perder de vista o caráter alimentar dos honorários profissionais e a dignidade da advocacia.

Para essas situações o Conselho Seccional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil criou, em 2013, um canal para o contato direto entre os advogados e a Co-missão de Defesa dos Honorários Advocatícios: honorá[email protected], possibilitando denúncias e, até mesmo, pedido de assistência onde, em alguns casos, a OAB/PR poderá intervir em processos judiciais que discutam a majora-ção de honorários advocatícios de sucumbência ou daqueles re-sultantes de processos de arbitra-mento de honorários.

Mas a campanha também busca conscientizar os próprios advoga-dos, que em razão da acirrada con-corrência, ante um número cada vez maior de profissionais da advo-cacia no mercado, acabam caindo na tentação de fixar honorários em valores inferiores àqueles previstos na Tabela de Honorários do Con-selho Seccional onde o serviço ti-ver sido realizado. Fixar honorários com moderação é obrigação do ad-vogado, assim como o é não aviltá--los, ou seja, rebaixá-los aquém do mínimo previsto.

Recentemente uma advogada postou, em uma rede social, crítica a um colega que teria - segundo ela - contratado o acompanhamento de um Inquérito Policial pelo valor de R$ 300,00 (trezentos reais). Se observarmos a Tabela de Honorários do Conselho

Alguns honorários são fixados em valores ínfimos, que parecem mais uma gorjeta que uma remuneração por serviços advocatícios. É contra esses ataques, que partem, infelizmente, de magistrados que não conhecem a dimensão e o papel do advogado em sustentar o direito de defesa, base de sustentação do Estado democrático de Direito, que se volta a OAB.

“Honorários dignos: uma questão de justiça!”. Com esse lema o Conselho Federal da Ordem

dos Advogados do Brasil deflagrou a “Campanha Nacional pela Dignidade dos Honorários”, uma importante cam-panha de valorização da advocacia em razão de posicionamentos equivocados

de alguns poucos magistrados que, ao arbitrarem os honorários de sucum-bência, o fazem em quantias irrisórias, aquém dos percentuais previstos em lei.Marcos da Costa, presidente do Conse-lho Seccional do Estado de São Paulo, quando do lançamento da campanha, assim se manifestou:

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| 15REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

Seccional do Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (Resolução nº 23/2015 da OAB/PR), o valor mínimo previsto para referida prestação de serviços seria de R$ 2.200,00 (dois mil e duzentos reais).

Se considerarmos que os fatos lançados na crítica noticiada estivessem relacionados a um mero exame do Inquérito Policial, com um parecer verbal, porém sem o acompanhamento do mesmo, o valor mínimo dos honorários seria de R$ 700,00 (setecentos reais). O valor informado pela advogada indignada (R$ 300,00) seria, na verdade, o mínimo para o pagamento de uma consulta, pessoalmente no escritório, por telefone ou qualquer outro meio eletrônico.

Mas aí nos deparamos com um grande desafio: de que maneira a OAB poderia atuar para tentar impedir essa realidade? Bem sabemos que os órgãos da Ordem dos Advogados do Brasil, por seus membros, não possuem poder de polícia para determinar que os profissionais inscritos apresentem cópias de seus contratos de prestação de serviços e/ou dos recibos de honorários advocatícios expedidos. Diante dessa impossibilidade, como agir?Aquele que paga os honorários - o cliente - regra geral não terá interesse em denunciar o advogado que o está atendendo por um valor inferior ao mínimo exigido; este, o advogado infrator, por certo não irá se autodenunciar. Diante desse impasse, a Ordem dos Advogados

Honorários nãosão gorjeta.

Denuncie o aviltamento

do Brasil se torna dependente do recebimento de denúncias, acompanhadas de provas, para poder adotar as providências cabíveis contra a conduta dos maus profissionais.

Se assim não nos posicionarmos, certo é que a nossa omissão, a curto prazo, se converterá em prejuízos irreversíveis ao exercício da advocacia. Resta à OAB, portanto, intensificar as campanhas de valorização, afinal honorários não podem ser tratados como gorjeta. Temos que fazer a nossa parte, denunciando o aviltamento. De nada adianta a retórica em postagens nas redes sociais, diante da prática - por alguns maus profissionais - de cobrança de

honorários irrisórios, sem a efetiva denuncia do fato à Ordem dos Advogados do Brasil. Importante destacar que não se considera fonte idônea a que consistir em denúncia anônima (Art. 55, § 2º do Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil).

Por fim, não nos esqueçamos que nossa omissão nos torna coniventes com essa lamentável realidade, a qual somente será alterada com a militância de todos os inscritos em busca de honorários dignos. Façamos a nossa parte. “Você tem que ser o espelho da mudança que está propondo. Se eu quero mudar o mundo, tenho que começar por mim” (Mahatma Gandhi).

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16 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

Novos Advogados

EM MOVIMENTO

Ao todo, 45 novos advogados estão habilitados ao exercício da profissão em Foz do Iguaçu e região. Eles

receberam as carteiras da OAB das mãos do Dr. Airton Martins Molina, vice-presidente da OAB/PR, em seção de Compromisso realizada no dia 24 de março, e do Dr. José Augusto Araújo de Noronha, presidente da OAB/PR, no dia 31 de março.

Em seu pronunciamento, o Dr. Airton Martins Molina chamou atenção para um contexto de desvalorização profissional. “Temos que valorizar nossa

profissão, a sua dignidade passa por remuneração justa, não vendam sua intelectualidade pelo mínimo. Fiquem sem a causa, mas não sem a honra de ser advogado”, destacou.

O Dr. José Augusto Araújo de Noronha orientou os novos advogados a cuidarem bem do seu nome, pois reputação se constrói no dia a dia e leva-se tempo, é um seguro de responsabilidade civil profissional. “Advogado sem capacidade técnica e desonesto simplesmente não prosperará. Defenda aquilo que você acredita. Respeite o colega, conheça bem

o código de ética e disciplina da OAB, respeite os honorários profissionais”, salientou.

O Dr. Valter Cândido Domingos, presidente da OAB/PR Subseção de Foz do Iguaçu, parabenizou os novos advogados e os convocou a participar das comissões, dos cursos e eventos da OAB. “Venham nos ajudar a conduzir essa casa, ela é sua e logo vocês estarão na gestão. O início da carreira é de incertezas e dúvidas, mas estamos à disposição para apoiá-los, auxiliá-los no que for necessário”, ressaltou.

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| 17REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

Questão de Ordem

O lançamento da Revista Questão de Ordem representa um marco histórico na comunicação da OAB/PR Subseção

de Foz do Iguaçu. Criada em 30 de setembro de 1976, ao longo dos seus 40 anos de história, a Instituição vem contribuindo para ampliação e consolidação da cidadania e atuando fortemente na defesa de uma justiça mais ágil e competente, sem se descuidar da luta pelas prerrogativas dos advogados. “A Revista e o novo Portal são instrumentos fundamentais para a melhoria da comunicação entre os órgãos da OAB, seus inscritos e a sociedade, a fim de que possamos apresentar a todos os interessados tudo que acontece na nossa casa”, comemora Dr. Valter Cândido Domingos, presidente da Subseção.

Laercio de Mello, Diretor Comercial, e Wellington Correia, Diretor Executivo da Descubra Comunicação Corporativa e Eventos, empresa responsável a Questão de Ordem, apresentaram o projeto editorial, gráfico e comercial e as iniciativas para consolidação e ampliação dos trabalhos. “A Revista e o Portal apresentam identidade visual moderna e conteúdos relevantes para aqueles que atuam na área jurídica e darão visibilidade, sobretudo, as ações, projetos e programas de advogados, juízes, promotores e operadores do Direito da Subseção de Foz do Iguaçu. Nossos agradecimentos especiais às empresas patrocinadoras que acreditam na força da OAB e da sua publicação”, destaca Laercio.

Para o Dr. José Augusto de Araújo Noronha, presidente da OAB/PR, que prestigiou o evento, a Revista Questão de Ordem tem um significado muito importante para o sistema de comunicação da OAB/PR. “Vamos apoiar a publicação sempre para que se torne referência na área jurídica. Quero elogiar o projeto gráfico, percebe-se o cuidado editorial e a relevância do seu conteúdo. Faço questão de enaltecer os patrocinadores desse projeto. A Comunicação da Seccional fará a divulgação da Revista no nosso site e também a distribuirá para 60 mil advogados inscritos no Estado, para valorizar ainda mais os colaboradores e patrocinadores da Revista da Subseção de Foz do Iguaçu. Eu sei dar valor a esses que acreditam na força da OAB. E vou dizer mais, nenhuma entidade tem a força que tem a OAB, para construir ou destruir a imagem de um mal prestador de serviços, mas principalmente para construir a imagem de um bom prestador de serviços e parceiro da nossa Instituição”, enfatiza.

O evento foi prestigiado por advogados, juízes, promotores, patrocinadores e seus representantes, empresários e representantes de organizações públicas e privadas.

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18 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

A Eurocopa OAB La Petisqueira 2017 reúne 135 advogados e advogadas no V Campeonato de Futebol Suiço

(masculino) e II Campeonato de Volei de Grama (feminino). O evento, que tem o objetivo de estimular a prática de atividade física coletiva e criar abertura interativa e social entre a classe jurídica, é organizado pela Comissão de Esportes da OAB/FI, presidida pelo Dr. Nereu Batisti e conta com o patrocínio da Caixa de Assistência dos

Integração pelo esporteAdvogados do Paraná e da La Petisqueira.Os jogos, realizados aos sábados na Chácara do Zóboli, começaram no dia 29 de abril. Até a grande final, serão realizadas 40 partidas, das quais 30 na fase classificatória e 10 na fase eliminatória. As equipes campeãs receberão troféus e ainda serão premiados o artilheiro e o goleiro menos vazado, no futebol suíco, e a melhor jogadora de voleibol. O encerramento será marcado por uma grande confraternização, com um

churrasco de Costelão no Fogo de Chão e campeonato de truco. “Montamos uma estrutura voltada para a integração, com opções gastronômicas, bar, espaço para crianças brincarem e a possibilidade de fazermos mais amizades, tudo isso na companhia da família de cada um que também apoia e está sempre presente,” destaca o Dr. Gustavo Ramalho de Almeida, da Comissão de Esportes.

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| 19REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

As obras do Fórum do Tribunal Regional do Trabalho em Foz do Iguaçu devem ser iniciadas

ainda nesse semestre. Os projetos arquitetônicos básicos e complementares já foram licitados e contratados. O orçamento é de R$ 5,9 milhões. Serão 1.819 m2 de área construída, em terreno de 7.475 m2, doados pela Prefeitura Muncipal, próximo a sede da Polícia Federal.

O desembargador Arnor Lima Neto, presidente do Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) esteve em Foz do Iguaçu, nos dias 11 e 12 de maio, para reuniões institucionais para assegurar a construção da nova sede do Fórum Trabalhista. A urgência sensibilizou o prefeito Chico Brasileiro, empossado no dia 1º de maio, encerrando trâmite administrativo desdobrado desde 2011, quando o Tribunal solicitou à Prefeitura a

Obras do Fórum Trabalhista iniciam neste semestre

Vara Itinerante em Medianeira

O desembargador reuniu-se com o Dr. Valter Cândido Domingos, presidente da OAB/FI, para debater temas como

a Vara do Trabalho itinerante de Medianeira e a estruturação dos serviços nas Varas do Trabalho de Foz do Iguaçu.

concessão do alvará de construção. Após reunião com o secretário Erton René Neuhaus, da Fazenda, o documento foi emitido e a obra poderá iniciar o mais breve possível. Participaram da reunião com o prefeito, ainda, o Dr. Valter Cândido Domingos, presidente da OAB/FI, o Dr. Osli de Souza Machado, procurador-geral do Município, e Gilmar Piolla, secretário de Turismo, Indústria, Comércio e Projetos Estratégicos.

A jurisdição de Foz do Iguaçu engloba a população de municípios da região fronteiriça - Foz do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu, que somam 342.800 habitantes. Outras 114.805 pessoas são atendidas pela Vara Itinerante de

Medianeira, que abrange oito cidades (Medianeira, Diamante do Oeste, Itaipulândia, Matelândia, Missal, Ramilândia, São Miguel do Iguaçu e Serranópolis do Iguaçu).

O Judiciário Trabalhista de Foz do Iguaçu foi criado pela Lei 7.471/1986 e passou a funcionar em 6 de outubro de 1986, com a instalação da então denominada Junta de Conciliação e Julgamento (hoje Vara do Trabalho). Uma segunda unidade foi instalada em 1992. Em 2005, o Fórum ganhou a terceira vara e, em 2010, houve a descentralização da estrutura judiciária local, com a entrada em funcionamento de uma vara itinerante em Medianeira, vinculada ao Fórum iguaçuense, para atendimento de seis dos 10 municípios da jurisdição.

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20 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

O Dr. Valter Cândido Domingos, presidente da OAB/FI, prestigiou a cerimônia de inauguração de

duas salas virtuais destinadas a educação a distância de detentos, instaladas na Penitenciária Estadual (PEF) e no Centro de Reintegração Feminina (Cresf). O evento contou com a presença do ministro da Justiça, Osmar Serraglio; do secretário da Segurança Pública e Administração Penitenciária, Wagner Mesquita, e do diretor do Departamento Penitenciário do Paraná (Depen), Luiz Alberto Cartaxo Moura. A ação é resultado de uma parceria entre Governo do Paraná, Associação

EAD para detentos

dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Associação Paranaense dos Juízes Federais (Apajufe), Instituto Mundo Melhor (IMM) e Universidade Norte do Paraná (Unopar).

As salas virtuais são espaços equipados com computadores e sistema de internet para acesso à Plataforma de Ensino a Distância Mundo Melhor constituída de cursos de curta duração. Os dois espaços contam com 36 computadores, sendo 20 em uma das unidades e 16 equipamentos na outra. As aulas serão acompanhadas por professores do Centro Estadual de

Educação Básica para Jovens e Adultos (Ceebja) Helena Kolody, responsável pela oferta educacional nas unidades prisionais de Foz do Iguaçu.

Além da oferta de cursos de iniciação e qualificação profissional, serão ofertados exames online pela Secretaria de Estado da Educação. As salas também serão utilizadas por detentos que conquistam vagas no ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) ou pelo Programa Universidade Para Todos (Prouni) e precisam realizar suas atividades acadêmicas.

EM MOVIMENTO

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| 21REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

A Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas promoveu, no dia 06 de maio, na sede da OAB/FI,

o curso Comunicação não-violenta: por que praticá-la?, ministrado pelo jornalista, educador e empresário Amaury Pontieri, sócio-diretor do Colégio Bertoni, de Foz do Iguaçu. Comunicação não-violenta é um conceito desenvolvido por Marshall Rosenberg, psicólogo norte-americano, e trata-se de uma prática que nos leva a identificar a agressividade cotidiana

que cometemos e não percebemos, revelando-nos a possibilidade de adotar outras estratégias que atingem os mesmos resultados desejados, porém sem provocar tristeza, dor e insatisfação em qualquer um dos envolvidos. De acordo com Amaury, para praticar a comunicação não-violenta, “é preciso desenvolver a conscientização de que somos seres humanos com necessidades básicas que buscamos incessantemente atender, exatamente o que nossos

interlocutores também fazem. A partir daí, realizamos um pacto: deixamos clara nossa intenção de satisfazer nossas necessidades apenas se as necessidades deles também forem atendidas. Assim, em vez de brigarmos exclusivamente por nossos interesses, desconsiderando os dos outros, adotamos uma estratégia inclusiva, também chamada de ganha-ganha,” esclarece.

Campanha de vacinação contra a gripe 2017

Nos meses de abril e maio, a Caixa de Assistência dos Advogados do Paraná promoveu a campanha de

vacinação antigripal em todo o estado, sendo novamente a primeira Caixa de Assistência do sistema OAB a iniciar a vacinação em 2017, como aconteceu em 2016. Em Foz do Iguaçu, realizada nos dias 19 e 20 de abril e uma segunda

etapa em 12 de maio deste ano, a campanha imunizou 358 pessoas contra a gripe, entre advogados, dependentes e funcionários.

Os valores cobrados pelas doses foram de apenas R$ 25,00 para advogados e R$ 55,00 para dependentes estatutários, valores bem abaixo dos preços praticados

no mercado, através de subsídio da CAA-PR. A vacina aplicada tem formulação tetravalente, com novas cepas 2017 (H1n1, H3n2 e duas cepas Influenza B), aprovadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adquiridas do laboratório GSK (Glaxo Smith Kline), licenciado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Comunicação não-violenta: por que praticá-la?

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22 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

Em janeiro de 2017, Foz do Iguaçu foi a primeira subseção em que o número de advogadas

ultrapassou o número de advogados. São 723 mulheres contra 714 homens.

Segundo a OAB-PR, essa é uma tendência que já se observa em várias subseções. No quadro geral da Seccional paranaense, as advogadas representam 44% dos inscritos. A diferença é pequena: 32.661 homens e 26.436 mulheres, totalizando 59.097 profissionais ativos.

O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, observa

A Feminilização da Advocacia

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que as solenidades de compromisso coletivo já vinham demonstrando o crescente número de advogadas. “Acreditamos que a paridade entre homens e mulheres nos quadros da Seccional será atingida até o final desta gestão”, prevê.

Noronha lembra que a forte presença feminina na advocacia tem se refletido nas ações desenvolvidas pela Ordem, especialmente por meio da Comissão da Mulher Advogada (CMA) e nos espaços que ocupam na diretoria, no Conselho Seccional e nas diversas comissões de outras áreas, sempre com muita competência e determinação.

Muito orgulhosas deste lugar que ocupamos hoje em nível estadual, nós da Comissão da Mulher Advogada de Foz do Iguaçu, estamos engajadas atuando incansavelmente para desenvolver a pauta definida pelas mulheres advogadas pelo país afora por meio da Comissão Nacional da Mulher Advogada e pela Comissão Estadual da Mulher Advogada.

Ano passado realizamos inúmeras atividades com este fim. Dentre elas, podemos citar: o encontro em comemoração ao Dia da Mulher, a participação da CMA na Corrida da Mulher, a realização de uma parceria com a Unila para a realização do Curso de Extensão: Perspectiva de Gênero em Políticas Públicas, dentre outras várias articulações. Participamos, ainda, do Encontro Estadual da Comissão da Mulher Advogada no intuito de fortalecer a atuação das Comissões no interior do Estado.

Para este ano, nossa programação con-tinua intensa. Estamos trabalhando para a publicação dos artigos apre-sentados no encerramento do Curso de Extensão. Também estamos em fase de definição de parcerias para a realização de um trabalho focado no tratamento humanitário das mulheres encarceradas e abertas a novas partici-pações e novos projetos. A CMA de Foz do Iguaçu se reúne toda primei-ra quarta-feira de cada mês às 17h na sede da OAB/FI.

Por Thaíse ThoméPresidente da Comissão das Mulheres Advogadas de Foz do Iguaçu-PR

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| 23REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

Alfredo Copetti NetoAdvogado OAB/RS 61200

O mundo do direito se com-plexifica a cada dia. Cada vez mais as relações jurí-

dicas estão interligadas e, cada vez mais, os efeitos do direito repercu-tem diretamente nas mais singelas decisões individuais e institucio-nais.

Assim, é necessário estarmos atentos às novas mudanças que estão ocorrendo no panorama legal atual. Nesse ambiente surge a Compliance Jurídica. Um conceito que significa “estar em conformidade às regras” e que assume relevância em situações de governança corporativa de empreendedores, na gestão pública e que visa a garantir a ética e a transparência nas relações estabelecidas entre as instituições privadas e o poder público. Uma assessoria jurídica em Com-pliance, portanto, é de fundamental importância para que se desenvol-va a cooperação e a mediação efe-tiva de conflitos e riscos, a fim de se construir um sólido programa de integridade no comportamen-to das empresas e das instituições, de modo geral. A perspectiva da Compliance é a de evitar impactos

A Compliance e o Direito

internos, que vão desde o correto atendimento à fiscalização do po-der público, multas até a respon-sabilização jurídica dos sócios; a de controlar impactos externos, em relação à perda de contratos e concessão a clientes; a de minimi-zar impactos de mercado, que vão desde a perda da confiança à des-valorização da marca, a partir de uma sólida gestão dos riscos em-presariais. Muitas vezes as instituições não imaginam que estejam operando em risco excessivo, agindo com repetidas condutas lesivas, em que o próprio corpo diretor e gerencial da empresa está demasiadamente exposto.

A compliance, portanto, mapeia desde medidas de transparência, como informações contábeis ao poder público, até a minimização e redução de conflitos no ambiente de trabalho. É necessário estar atento à Compliance, esse novo instrumento jurídico que atua preventivamente, longe das desgastantes ações judiciais, a fim de efetivamente viabilizar a integridade comportamental das instituições.

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24 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

Um dos maiores desafios do processo moderno é a celeri-dade processual, vez que a en-

trega do direito aos jurisdicionados deve ser eficaz, sob pena do processo ser inútil.

Assim, visando alternativas em busca da tão almejada celeridade, o novo Código de Processo Civil trouxe vários mecanismos, tais como a exigência do endereço eletrônico a fim de otimizar citações e intimações, a institucionalização da mediação, o estímulo a autocomposição, o incidente de resolução de demandas repetitivas e o princípio da cooperação entre os sujeitos processuais.

Dentre as inovações, buscando a celeridade, tem-se que a audiência de conciliação passou a não ser mais obrigatória, desde que as partes manifestem expressamente pelo desinteresse na realização de composição.

Destarte, deve o autor incluir em sua inicial o referido pedido, art. 319 VII e art. 334, § 4º , I. Já o réu deve o fazer até 10 dias antes da data da referida audiência, art. 334, § 5º, momento em que se inicia o prazo para apresentação da contestação, art. 335, II.

Ocorre que inúmeras vezes o réu silencia sobre o desinteresse na realização da referida audiência, entretanto, quando da sua realização, apenas profere a seguinte frase: não há proposta de acordo Excelência,

Lealdade Processual

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ou propõe um acordo ultrajante, pró-forma. Logo, é evidente que o único intento do réu é postergar o início do seu prazo para contestar o feito, ou seja, protelar, vez que o termo inicial para contagem da apresentação da contestação passa a ser a data da audiência de conciliação e não da petição informando o desinteresse na composição.

Tem-se que esta atitude caracteriza deslealdade processual, art. 77 IV, haja vista a prática de um ato inútil, devendo, portanto, ser considerado um ato atentatório à dignidade da justiça, art. 77 §2°, tanto quanto a ausência injustificada em audiência, art. 334 §8°.

Assim, uma vez recepcionado como ato atentatório à dignidade da justiça, deve ser punido com aplicação de multa de até 20% do valor da causa ou fixada em salários mínimos, no caso de valor da causa ser irrisório, consoante no art. 77 §§ 2° e 5°, vez que se assim não for corre-se o risco de vários mecanismos trazidos pelo novo CPC tornarem-se letra morta.

Neste sentido, espera-se uma posição incisiva do Poder Judiciário, sendo a única maneira de desafogar as pautas de audiência, otimizar as funções dos servidores e incutir nos advogados, mesmo que de forma compulsória, a cultura de primar pelo princípio da economicidade processual para que juntos, todos os operadores, consigam transpor a celeridade já prevista no plano formal para o plano material.

Kelyn TrentoAdvogada e professora universitária, OAB/PR 33.582, Mestre em direito

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26 | OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

CONFERÊNCIA INTERNACIONAL SOBRE

HIPNOSE FORENSE

STUDIO

O médico, psicólogo e psiquiatra paranaense, Dr. Rui Fernando Cruz Sampaio, já ajudou a polícia a elucidar mais de 800 crimes, de atropelamentos a estupros, de assaltos a homicídios. A frente do Laboratório de Hipnose Forense, do Instituto de Criminalística do Paraná, único na América Latina, Sampaio recebe ofícios de delegados, promotores e juízes para que hipnotize vítimas e testemunhas de crimes, que sofreram amnésia parcial ou total decorrente de trauma sofrido.

O “Detetive da Memória”

Programa

Promoção Apoio Informações e Inscrições:Descubra Comunicação Corporativa e [email protected] 99960 7797 / 99929 9093www.oabfi.com.br/eventos

8 de agosto - Das 19h às 21hLocal: Viale Cataratas Hotel - Foz do Iguaçu - PR

Dr. Rui Fernando Cruz Sampaio, médico psiquiatra e psiquiatra forense (CRM 14.918), psicólogo (CRP 08/2752), hipnoterapeuta, com mais de 35 anos de experiência e certificação da Foundation Milton Erickson, de Phoenix, Arizona (EUA). Fundador e chefe do Laboratório de Hipnose Forense do Instituto de Criminalística do Estado do Paraná.

Palestrante internacional em vários da América Latina e Europa. Já participou de entrevistas no Fantástico, Jornal Nacional, Programa do Jô e Domingo Espetacular, entre outros.

Casos relevantes que ganharam repercussão nacional e internacional onde a hipnose forense auxiliou a polícia na elucidação de crimes Relatos de casos envolvendo retrato falado e casos criminais ilustrados com fotos e vídeos;A importância da memória emocional na Hipnose Forense;A relação do Transtorno do Estresse Pós-Traumático e as repercussões negativas no resgate das lembranças de uma vítima ou testemunha;Ética na Hipnose Forense, entre outros temas relacionados.

Público-AlvoAdvogados, juízes, promotores, médicos, psicólogos, psiquiatras, hipnólogos, policiais, entre outras profissões, acadêmicos e interessados no tema.

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| 27REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAIO / 2017

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