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POR DENTRO DO ARROZ Conheça a história e composição química do cereal que alimenta mais da metade da população mundial Academia Riograndense de Química escolhe primeiros acadêmicos Escassez e Excesso Áreas de cultivo agrícola têm fertilizantes demais - ou de menos Amor na química PESQUISA CIêNCIA EVE NTOS Jul-Ago-Set de 2009 | Ano XIII | N° 114

Informativo nº 114

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Informativo do CRQ-V

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Page 1: Informativo nº 114

Por dentro do arroz

Conheça a história e composição

química do cereal que alimenta mais

da metade da população mundial

academia riograndense de Química escolhe

primeiros acadêmicos

escassez e excessoÁreas de cultivo agrícola têm fertilizantes demais

- ou de menos

amor na química

pesquisa

ciência

eve ntos

Jul-Ago-Set de 2009 | Ano XIII | N° 114

Page 2: Informativo nº 114

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editorialíndice3

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pesquisaEscassez e Excesso

ciência Amor na Química

inovaçãoBateria de lítio-enxofre dura três vezes mais que baterias atuais

especialPor dentro do arroz

eventosAcademia Riograndense de Química tem seus primeiros acadêmicos

expedienteINFORMATIVO CRQ-V - Av. Itaqui, 45 - CEP 90460-140 - Porto Alegre/RS - Fone/fax: 51 3330.5659 - www.crqv.org.br

Presidente: Paulo Roberto Bello FallavenaVice-Presidente: Estevão SegallaSecretário: Renato EvangelistaTesoureiro: Ricardo Noll

Assessoria de Comunicação do [email protected]. Resp.: Vanessa ValiatiEdição de Arte: Letícia Lampert

Colaboração: Camila VargasEstagiário: Marcos BertoncelloTiragem: 9.000Impressão: Ideograf

números do conselhoDOCUMENTOS ABR/MAI/JUN TOTAL

ART’S emitidas 1.448 2.838Registros Definitivos 201 353Registros Provisórios 66 172Certidões 22 34Processos Analisados 771 810

crq-v

atenção

sorteio

O Sindicato dos Químicos do Rio Grande do Sul (Sinquirs) mu-dou de endereço em Porto Ale-gre. A sede agora está localizada na Avenida Protásio Alves, 584 sala 301, Bairro Petrópolis.

Mais inforMações:

E-mail: [email protected] Site: www.sinquirs.org.br Telefones: (51) 3211-3572

a ganhadora do livro “Bar-bies, Bambolês e Bolas de Bi-lhar”, de Joe Schwarcz foi a téc-nica química aline Machado.

seguroO CRQ-V, por meio de um convênio

firmado com o Instituto de Apoio aos Profissionais da Ciência (IAPC), está oferecendo modalidades de seguro (automóvel, residencial, empresarial, pessoal e etc.) aos registrados e seus familiares. Para mais informações con-tatar o corretor Marcelo Marques pe-los telefones (51) 3225 7141 ou (51) 99782910.

Na renovação anual de um terço dos conselheiros do CRQ-V, prevista por lei, foram eleitos como representantes de Escolas, os bacharéis em Química Karine Arend e Hermes Neubauer de Amorim. Para a representação de Associações e Sindicatos, os eleitos foram os químicos Renato Evangelista e Ademar de Bernal Baldi.

A eleição é feita por meio de uma assembléia de delegados eleitores indicados pelas escolas de nível superior, associações e sindicatos devidamente regis-trados no Conselho Federal de Química.

vantagens:Produto Personalizado;Cartão de desconto em mais de de 15 mil estabelecimentos;Franquias diferenciadas;Sorteio de prêmios;Canal direto entre segurador e corretor.

O Informativo do CRQ-V fala, nesta edição, da importância de um cereal que está presente na mesa da maioria dos brasileiros: o arroz. Aqui você confere um pouco da história, a composição e o recente estudo de pesqui-sadoras gaúchas que publicaram um trabalho sobre a influência das con-dições de parboilização na composição química do arroz. Também falamos sobre agrotóxicos e sobre o amor, que envolve muito mais química do que imaginamos.

Divulgamos os primeiros acadêmicos que pertencem agora à Academia Riograndense de Química, escolhidos por sua história e engajamento em projetos que, de alguma maneira, influenciaram a ciência no RS e no res-tante do país.

Continuem enviando sugestões para que o informativo continue inte-ressante. Boa leitura.

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seguro

HuMor

O Instituto Adolfo Lutz (IAL) disponibilizou o Livro de Métodos Físico-Químicos para Análise de Alimentos em sua primeira edi-ção eletrônica, revisada a partir da quarta edição impressa, lançada com o apoio da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2005.

De acordo com a Secretaria da Saúde de São Paulo, o livro cons-titui um importante instrumento de apoio à atividade laboratorial e à capacitação de profissionais que atuam na área. A importância foi demonstrada pela grande aceita-ção da obra, gerando uma procu-ra que rapidamente esgotou a sua primeira tiragem.

Para atender a demanda e am-pliar o acesso à publicação, o IAL decidiu disponibilizá-la gratuita-mente em seu site, de modo a for-necer subsídio para o aprimora-mento laboratorial e para as ações de vigilância sanitária.

“Este lançamento representa, ainda, uma contribuição às come-morações dos 20 anos do Sistema Único de Saúde, que conta com a participação permanente do IAL na sua construção”, disse Marta Salomão, diretora do IAL.

O livro pode ser baixado no endereço: www.ial.sp.gov.br

(Agência FAPESP)

Pesquisas mostram eficácia no uso de microalgas como fonte de biocombustível

O Instituto de Biologia da Universi-dade Federal Fluminense divulga estu-dos promissores sobre na utilização de microalgas na fabricação de biodiesel. A matéria-prima é encontrada em todo o litoral do Brasil e tem capacidade de produzir pelo menos 40 mil litros de combustível por hectare ao ano.

O desenvolvimento acelerado das microalgas é superior a qual-quer outro vegetal conhecido. Ou-tra vantagem no cultivo é que não há a necessidade de terra fértil, ape-nas de água para ela se multiplicar. Os insumos necessários são água,

BiocomBustível do marluz e nutrientes. As microalgas uti-lizam a luz do sol para converter o CO2 e água em biomassa. No pro-cesso, toda a matéria-prima é uti-lizada, não há sobras porque são organismos unicelulares e não têm caule, raízes, folhas e flores.

Inicialmente o custo da fabrica-ção é alto. Para a extração do óleo seria necessário fazer adaptações nas usinas existentes de grãos. A expectativa dos pesquisadores é positiva quanto aos investimentos das grandes empresas. As melhores perspectivas estão na área da avia-ção, onde pode ser estabelecida uma parceria para a fabricação da bioque-rosene a partir das microalgas.

análise de alimentos Uma pesquisa do Ministério da

Educação (MEC) mostra que, na Região Sul, 77% dos ex-alunos dos cursos téc-nicos estão empregados, o que com-prova a grande importância deste ní-vel para a escolha de uma profissão ou até mesmo para quem espera cursar o Ensino Superior. O percentual sulista é maior que a média nacional, que ficou em 72%. O alto índice de empregabili-dade representa o sucesso da Região neste quesito.

Para o estudo, o MEC ouviu mais de 2,5 mil ex-alunos de 130 instituições da rede federal de educação profissional, científica e tecnológica em todo país, que se formaram no período de 2003 a 2007. Metade dos entrevistados bus-cou o ensino técnico após a conclusão

o sucesso do ensino técnico na região suldo Ensino Médio; 20% fizeram o curso integrado (médio e técnico juntos); e 31% em concomitância com curso regular de Ensino Médio. A formação recebida foi bem avaliada por 67% dos entrevistados, que a consideraram boa e ótima. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais. Tendo como base esta pesquisa, o objetivo do governo agora é ampliar das atuais 215 mil va-gas para 500 mil no país. O número de escolas deverá passar de 215 para 354 no ano que vem. Em dezembro de 2008, foram criados 38 institutos fede-rais de educação, ciência e tecnologia no país. Três deles estão no Rio Grande do Sul, a partir dos Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), escolas agrotécnicas federais e escolas técni-cas vinculadas a universidades.

A técnica para produzir a pedra preciosa foi desenvolvida na Rússia, e patenteada por Rinaldo Willy e Weit Brimer, que fundaram a Algordanza, em Coire, na Suíça, em julho de 2004.Conhecido em inglês como memo-rial diamond, o diamante humano, é mais uma forma de homenagear e eternizar os mortos. No processo, as cinzas humanas são submetidas a um processo químico para separar o carbono das outras substâncias. Pos-

diamante Humanoteriormente, o carbono é purifica-do e submetido a altíssima pressão e temperatura (cerca de 1700oC), para acelerar sua transformação em diamante, etapa que a natureza leva milhões de anos para realizar. Depois de quatro a seis semanas os diamantes estão prontos para serem lapidados, de acordo com a vontade do cliente.

(Scientific American- Brasil)

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pesquisa

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As áreas utilizadas para cultivo agrícola em todo o mundo contêm fertilizantes demais – ou de menos. E os dois extremos implicam elevados custos tanto para o ambiente como para o próprio homem.

Os fertilizantes sintéticos aumen-taram enormemente a produção de alimentos, mas o custo da poluição gerada pelo uso desenfreado tem sido cada vez maior – como a criação de zonas mortas, impraticáveis para o cultivo, em áreas costeiras no Golfo do México e em outros locais. De outro lado, muitas áreas precisam de um uso mais intensivo desses reforços quími-cos, para repor os nutrientes perdidos por conta da agricultura.

A situação paradoxal é destaque em um artigo publicado na edição des-ta sexta-feira (19/6) da revista Science, escrito por um grupo internacional de pesquisadores, entre eles o professor Luiz Antonio Martinelli, do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Uni-versidade de São Paulo, um dos coorde-nadores da área de biologia da FAPESP.

escassez e excessoOs pesquisadores analisaram o culti-

vo de milho em três diferentes países e contextos: Quênia, China e Estados Uni-dos. Nas pequenas plantações no país africano, solos antes férteis estão se em-pobrecendo à medida que os cultivos removem mais nutrientes do que os adi-cionados pelos esforços de fertilização.

No país mais populoso do plane-ta, campos são fertilizados de modo mais intenso do que em qualquer ou-tro cenário, atual ou anterior, que tem levado o excesso de fertilizantes para o ambiente, degradando a qualidade da água e do ar, em grande problema ambiental.

O terceiro contexto analisado está no meio-oeste dos Estados Unidos, no qual a quantia de fertilizante emprega-da na agricultura de milho (em rodízio com a soja) era elevada, mas tem sido reduzida desde a década de 1990.

Os impactos negativos ao ambien-te da utilização desenfreada de ferti-lizantes químicos têm levado muitos especialistas a defender uma drástica

redução nesse uso, mas os autores do novo estudo apontam o problema de se adotar uma medida como essa, úni-ca, para todos os contextos agrícolas.

Enquanto algumas regiões usam fertilizantes demais, com sérios im-pactos ambientais, em outras, como na África subsaariana, onde mais de 250 milhões de pessoas estão insufi-cientemente nutridas, as quantidades adicionadas de nitrogênio, fósforo e de outros produtos são insuficientes para manter a fertilidade mínima do solo.

Na China, onde a fabricação de fertilizantes é subsidiada pelo gover-no, a produtividade média por hecta-re aumentou 98% entre 1977 e 2005. O motivo é o uso de reforços como o nitrogênio, cujo uso cresceu 271% no período. “As adições de nutrientes superou em muito as verificadas nos Estados Unidos e no oeste da Europa e grande parte da fertilização excessi-va se perde no ambiente, degradando tanto a qualidade do ar como da água”, destacam os autores.

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O artigo aponta que agricultores no norte da China usam em média 588 quilos de fertilizantes à base de nitro-gênio por hectare cultivado, resultan-do em uma liberação de 227 gramas de excesso do elemento químico no ambiente. Segundo os pesquisadores, o uso poderia ser cortado pela metade sem perda na produtividade.

No outro extremo estão os países mais pobres do mundo. No Quênia, por exemplo, os agricultores usam em média 7 quilos de fertilizantes à base de nitrogênio por hectare. Muito pou-co para repor os cerca de 52 quilos de nitrogênio por hectare que são perdi-dos anualmente pelas culturas agrícolas.

A diminuição é possível, como ve-rificada nos Estados Unidos, onde o superuso de fertilizantes era a norma entre as décadas de 1970 e 1990. No período, toneladas de nitrogênio em excesso foram parar no Golfo do Méxi-co, levadas pelo rio Mississipi, forman-do zonas mortas com quantidades ín-fimas de oxigênio.

Desde a década de 1990, entretan-to, o uso tem sido reduzido, mas sem impactar a produtividade, devido ao uso de melhores técnicas agrícolas. Mesmo usando seis vezes menos ferti-lizantes do que os chineses, os agricul-tores no meio-oeste norte-americano conseguem produtividade semelhante.

desafio e oportunidade

O Brasil está no meio dos extremos. As áreas cultiváveis não estão sendo nutridas de modo insuficiente e o uso de fertilizantes, em geral, está longe do cenário dramático encontrado na China. Para Martinelli, que também é professor visitante da Universidade Stanford, nos Estados Unidos, o Brasil está em um momento crucial em rela-ção ao problema, e precisa saber equi-librar corretamente o desenvolvimen-to agrícola com a proteção ambiental.

Martinelli acaba de produzir um artigo junto com Solange Filoso, do Centro de Ciência Ambiental da Uni-versidade de Maryland, nos Estados Unidos, ainda não publicado, no qual descreve a transformação da agricul-tura brasileira nas últimas décadas e ressalta a importância de se preservar um de seus bens mais valiosos.

“No futuro próximo, o Brasil pode-rá se tornar um dos primeiros países a atingir um estágio satisfatório de de-senvolvimento ao mesmo tempo em que preserva a sua fenomenal biodi-versidade e seus importantes ecossis-temas”, destacam os autores no artigo enca-minhado por Martinelli à Agência FAPESP.

O artigo apresenta diversos nú-meros sobre a evolução da produção agrícola no país. Entre 1961 e 2007, a área plantada com soja cresceu qua-se 8.000% e a produtividade, mais de 20.000%. A área com milho cresceu menos, dobrando no mesmo período, mas a produtividade aumentou em cinco vezes.

Apenas nos últimos dois anos, por conta da adoção em massa de bio-combustíveis, a área plantada com cana-de-açúcar passou de 6 milhões para 9 milhões de hectares. A pecuá-ria continua com o maior uso da terra: cerca de 200 milhões de hectares.

Por outro lado, a área desflorestada na Amazônia aumentou em mais de 400% desde a década de 1970, passando dos 70 milhões de hectares em 2007.

O uso de fertilizantes aumentou grandemente desde a década de 1960: potássio (6.000%), nitrogênio (4.000%) e fósforo (2.500%). Apesar de eleva-dos, os números resultaram em uso ainda muito inferior ao verificado nos países desenvolvidos – e muito abaixo dos valores chineses.

Mas Luiz Martinelli e Solange Filoso apontam que o cenário brasileiro pode piorar rapidamente, especialmente se o país continuar no ritmo atual de des-florestamento.

“Apesar dos avanços econômicos, é fundamental que entendamos que a fronteira agrícola brasileira não pode avançar indefinitivamente. A expansão contínua colocará em risco não apenas a megabiodiversidade da flora e da fauna brasileiras como as funções vitais que os ecossistemas fornecem para sustentar os sistemas agrícolas”, apontam.

Eles destacam a urgência de que os tomadores de decisão e a sociedade compreendam os limites dos ecossis-temas e que, se isso ocorrer, há uma boa chance de o Brasil continuar a se desenvolver mantendo a sua bio-diversidade, que poderá vir a ser, no futuro, um bem ainda mais valioso do que é hoje. “Devemos agir agora, não amanhã, porque poucos países desen-volvidos tiveram oportunidade como essa”, afirmam.

Os autores apontam ainda a estrei-ta inter-relação entre os ecossistemas e os sistemas agropecuários em todo o mundo. “Podemos dizer, por exemplo, que um porco na China, alimentado com soja brasileira, depende da água da Amazônia”, apontam, lembrando que, de acordo com diferentes mode-los climáticos, se o desflorestamento na região amazônica atingir um ponto crítico, haverá uma queda significativa na produção de chuva em outras par-tes do país.

O artigo Nutrient imbalances in agri-cultural development, de Luiz A. Marti-nelli e outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.

(Agência FAPESP – www.agencia.fapesp.br)

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ciência

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Não saltam corações dos olhos quando se está apaixonado, como acontece nos desenhos animados. Porém, há algumas reações corporais que são sentidas e impossíveis de se-rem controladas. São alterações quí-micas no cérebro capazes de transfor-mar o comportamento das pessoas. Cientistas tentam decifrar o mistério que envolve o amor com teorias con-traditórias, mas há um consenso entre os estudiosos: de que a paixão é a ma-neira que seu corpo encontrou para sinalizar a outra pessoa de que ela é a escolhida. Não há regras escritas sobre o funcionamento dos amores; como eles começam ou terminam, mas o corpo através das reações químicas é o responsável pelas indicações sen-timentais.

A atração entre um ho-mem e uma mulher co-

amor na química

meça com a liberação do hormônio testosterona. Ele é responsável pela libido que envolve os casais. Quando a mulher reconhece a pessoa ideal, ela libera dois nanogramas de testos-terona por decilitro de sangue. O ho-mem consegue liberar 10 vezes mais quando sente ter encontrado a sua parceira ideal.

Aquela felicidade constante, o sorriso no rosto que parece estar con-gelado é culpa da dopamina, mesma substância que a cocaína e a heroí-na ativam no cérebro. É ela que faz a pessoa sentir uma alegria imensa, como se não coubesse no peito do apaixonado. Na hora do beijo, a im-pressão de que o mundo parou e o céu está repleto de fogos de artifício

é sinal de uma grande paixão e de que a dopamina está atuan-do no organismo. Todas essas sensações agradáveis também trazem seus efeitos colaterais como: insônia, taquicardia e falta de apetite. O organismo não suporta muito tempo

essas reações, por isso, a paixão tem prazo

de validade. Ela acaba quando completa três

anos. Os hor-mônios são

destruídos por subs-

t â n -

cias liberadas durante os orgasmos na relação sexual. Ou seja, quando o relacionamento é saudável a paixão se volatiliza por meio dos hormônios.

Para que a relação perdure, outras reações químicas devem ocorrer no corpo dos apaixonados. Segundo a psiquiatra Carmita Abdo, em entrevis-ta ao Jornal do Comércio, no homem são as substâncias chamadas de va-sopressina e citocina são responsá-veis pela estabilidade da relação. Na mulher a ocitocina é a protagonista, porque é por meio dela que se esta-belecem os laços afetivos. Como por exemplo, na hora do parto, a futura mãe libera grandes quantidades desta substância para suportar o momen-to e ter disposição para receber com amor seu filho. A ocitocina junto com a serotonina está presente também nas pessoas relaxadas, no pós-orgasmo, por exemplo. Uma das funções desta substância é bloquear os hormônios produtores do estresse.

Se o relacionamento continuar, a ocitona e a vasopressina irão auxiliar no fortalecimento do amor e bem es-tar do casal. Além disso, podem dar mais cumplicidade na relação sexual, proporcionando mais prazer a ambos, principalmente para as mulheres que tem mais dificuldade em ter orgasmos. Dados da Pesquisa Mosaico Brasil, de-senvolvida pelo Projeto de Estudos em Sexualidade do Hospital de Clínicas da Universidade de São Paulo (ProSex), apontam que 17% das gaúchas entre-vistadas não têm orgasmos, enquan-to, a média nacional é de 26%. Para a psiquiatra Carmita Abdo, pode-se dizer que as gaúchas são mais felizes do que as mulheres de outros Estados.

Mãos trêmulas, coração disparado e pensamento fixo naquela pessoa. Tudo isso é consequência

das reações químicas do amorCamila Vargas

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inovação

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Cientistas canadenses descobriram uma forma de fazer com que as bate-rias de lítio, que equipam praticamen-te todos os equipamentos eletrônicos portáteis, armazenem até três vezes mais energia do que as atualmente disponíveis no mercado.

Baterias de lítio-enxofre

A equipe da Dra. Linda Nazar foi a primeira a demonstrar o funciona-mento robusto e com alto desempe-nho de uma bateria recarregável de lítio-enxofre, uma combinação de ele-mentos teoricamente promissora mas que vinha desafiando os químicos há pelo menos 20 anos.

As baterias de lítio-enxofre têm suscitado o interesse dos químicos não apenas porque a combinação dos dois elementos alcança densidades de energia muito mais elevadas do que as densidades dos compostos químicos atuais, mas também porque o enxofre é mais barato do que os materiais hoje utilizados nas baterias de íons de lítio.

"O maior desafio foi sempre o cato-do, a parte da bateria que armazena e libera os elétrons durante os ciclos de carga e descarga," explica a Dra. Na-zar. "Para permitir uma reação eletro-química reversível de alta eficiência, o enxofre eletricamente ativo precisa manter-se no mais perfeito contato com um condutor, como o carbono."

carBono Mesoporoso

Os pesquisadores encontraram uma solução utilizando um material chamado carbono mesoporoso, que possui nanoporos com diâmetro e vo-lume muito uniformes. Eles construí-ram uma estrutura de bastões de car-

bono com 6,5 nanômetros de espessu-ra, separados por canais ocos com três a quatro nanômetros de largura. Essas minúsculas fibras de carbono mantêm os espaços ocos abertos, evitando o colapso de toda a arquitetura.

Depois de fundido, o enxofre entra nos nanoporos por força capilar, soli-dificando-se e formando nanofibras de enxofre. Como o preenchimento dos espaços entre as fibras de car-bono é virtualmente perfeito, a área de contato enxofre-carbono é muito grande, permitindo a criação de uma nova bateria com um rendimento ex-cepcional.

densidade energética

"Esse material compósito pode al-cançar até 80% da capacidade teórica do enxofre, que é três vezes a densida-de energética dos catodos metálicos de lítio, com boa estabilidade entre os ciclos," diz a Dra. Nazar.

A técnica de fabricação do compó-sito também poderá ser utilizada para

Bateria de lítio-enxofre dura três vezes mais que

baterias atuaisoutras finalidades, criando compósitos pela incorporação de outras duplas de materiais.

A Universidade de Waterloo requi-sitou a patente da nova bateria de lítio e enxofre e afirmou, em comunicado, estar avaliando propostas de empre-sas privadas para o licenciamento da tecnologia.

BiBliografia:

A highly ordered nanostructured carbon-sulphur cathode for lithium-sulphur batteries

Xiulei Ji, Kyu Tae Lee, Linda F. Nazar

Nature Materials

17 May 2009

Vol.: 8, 500-506

DOI: 10.1038/nmat2460

(Inovação Tecnológica – www.ino-vacaotecnologica.com.br)

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especial

Uma planta da família das gramí-neas que alimenta mais da metade da população mundial. Somente o trigo e o milho o ultrapassam como maior cultura cerealífera. É rico em hidratos de carbono. E basta uma panela, um pouco de óleo, água e sal, para se fazer um dos pratos mais comuns da maio-ria das nações. Este é o arroz.

Mas você sabia que existe mais de uma variedade de arroz? Segundo matéria publicada na revista Saúde é Vital da editora Abril, há cinco tipos diferentes. São eles: o negro, o par-boilizado, arbóreo, integral e polido (o mais usual). Destes, o arroz parboiliza-do é considerado, naturalmente, mais nutritivo, pois é o único que não sofre adição de compostos químicos no seu processo. Seu sabor característico e seu tom amarelado são decorrentes da mudança da estrutura do amido

e fixação dos nutrientes, o que indica que o produto tem suas propriedades nutritivas naturais preservadas.

Esta peculiaridade serve como tema para estudos e pesquisas para a sociedade. Foi o caso do trabalho ‘Influência das condições de parboili-zação na composição química do ar-roz’, organizado pelas pesquisadoras Giniani Carla Dors, Renata Heidtmann Pinto e Eliana Badiale Furlong, da Uni-versidade Federal do Rio Grande do Sul. O objetivo foi avaliar a influência de diferentes tempos de maceração e autoclavagem, durante o processo de parboilização, na composição química do arroz parboilizado. Uma amostra de arroz verde, com casca e seca, foi sub-metida ao processo de parboilização. Após a secagem, a amostra foi benefi-ciada em miniengenho, separando-se a casca juntamente com o farelo e o endosperma amiláceo. Todas as por-ções foram trituradas e peneiradas, re-colhendo-se as porções que passaram através de 0,5 mm para serem carac-terizadas quanto aos teores de umi-dade, cinzas, proteínas, fibras, amilose e fenóis totais. Os resultados mostra-ram que as condições operacionais de tempo de maceração e autoclavagem afetaram os teores de minerais, pro-teínas, fibras, amilose e fenóis entre o endosperma amiláceo e as porções externas do grão de maneira diferen-te para cada componente, sendo que o parâmetro tempo de maceração, no seu maior nível (seis horas), teve influ-ência significativa nas frações deter-minadas.

História do arroz

O sudeste da Ásia é apontado como o provável local de origem do arroz. As mais antigas referências são encontra-das na literatura chinesa, há cerca de 5.000 anos. O uso do arroz é muito an-tigo na Índia, sendo citado em todas as suas escrituras.

Na Europa, o alimento começou a ser cultivado a partir do século VII, com a entrada dos árabes pela península Ibérica. Américo Vespúcio, navegador italiano, fez referências à existência do cultivo de arroz em terras brasileiras, o que foi constatado por expedições de Pedro Álvares Cabral. O Brasil é apon-tado como o primeiro país a cultivar o produto no continente americano. No século XVI, lavouras arrozeiras já ocu-pavam parte do Estado da Bahia, dan-do início a essa cultura no Brasil.

O arroz fornece a principal dieta cereal para a metade da população da terra, sendo a terceira maior pro-dução mundial, perdendo para o trigo e o milho. É amplamente cultivado da Ásia e nas Américas Central e do Sul. A prática da rizicultura no Brasil, de forma organizada e racional, ocorreu em meados do século XVIII e, daquela época até a metade do século XIX, o país foi um grande exportador deste alimento.

Os principais produtores mundiais de arroz são a China, Índia e Indonésia, de acordo com pesquisa do Índice Bra-sileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2005. Fora do continente asiático, o Brasil é o principal produtor. No país,

por dentro do arroz

Marcos Bertoncello

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exemplo da composição química do arrozCOMPOSIÇÃO E NUTRIENTES ARROZ BRANCO ARROZ

PARBOILIZADO

Proteínas (%) 6,70 7,00

Gordura (%) 0,37 0,60

Cinzas (%) 0,36 0,45

Fibra (%) 0,16 0,25

Carboidratos (%) 92,0 91,0

Cálcio (mg/100g) 10,0 14,0

Fósforo (mg/100g) 94,0 200,0

Ferro (mg/100g) 0,90 1,00

Tiamina (mg/100g) 0,15 0,40

Riboflavina (mg/100g) 0,015 0,020

Niacina (mg/100g) 1,80 4,70

Vitamina E (mg/100g) Traços 8,18Fonte: Pantera Alimentos Ltda – São Paulo

principais produtores de arroz do mundoPAÍS TONELADAS ANUAISChina 185.454.000Índia 129.000.000Indonésia 53.984.590Bangladesh 40.054.000Vietnã 36.341.400Tailândia 27.000.000Mianmar 24.500.000Filipinas 14.800.087Brasil 13.140.900Japão 10.989.000

Fonte: IBGE 2005

o Rio Grande do Sul está disparado no raking de cultivo - 46% do total -, seguido pelo Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. No Estado, o arroz irriga-do é cultivado nas seguintes regiões: Fronteira Oeste, Depressão Central, Campanha, Litoral Sul, Planície Costei-ra Externa da Lagoa dos Patos e Planície Costeira Interna da Lagoa dos Patos.

o que é parBoilização?

O processo está baseado no trata-mento hidrotérmico a que é subme-tido o arroz em casca, pela ação tão somente da água e do calor, sem qual-quer agente químico. Pode ser sinteti-zado em três etapas: encharcamento; gelatinização do amido e secagem. A palavra ‘parboilizado’ deriva da expres-são em inglês ‘parboiled’, aglutinação de ‘partial’ com ‘boiled’, dando ideia de cozimento parcial ou ‘parcialmente fervido’ que ocorre no processamento industrial. É o arroz em casca que passa por um tratamento hidrotérmico antes das etapas de descasque e polimento.

A parboilização garante um produ-to de qualidade superior, totalmente natural e muito nutritivo. Quanto ao cozimento, não é necessário fritar nem adicionar óleo devido ao processo de parboilização. O arroz parboilizado é mais rico em vitaminas e sais minerais, porque sofre um processo de pré-co-zimento, mantendo as propriedades nutritivas do arroz. É ideal para ser pre-parado junto com outros alimentos.

Page 10: Informativo nº 114

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eventos

No dia 19 de junho, durante o co-quetel em comemoração ao Dia do Químico, a Academia Riogranden-se de Química entregou o título de “Acadêmico” aos profissionais que, pela história de vida, auxiliaram a área química exercendo a profissão, ou en-quanto pessoas públicas, buscaram o auxílio por meio de projetos para o desenvolvimento do Estado.

Nelson Calafate - engenheiro quí-mico, trabalhou na elaboração da Lei 2.800 que regulamenta a profissão de Químico, é atual conselheiro do CRQ-3 (Rio de Janeiro). Pesquisador da área química e farmacêutica, foi gerente de grandes empresas na área petrolífera, petroquímica, química, embalagens industriais, gráfica e metalúrgica. Re-centemente recebeu a medalha “An-

academia riograndense de Químicatem seus primeiros acadêmicos

toine-Laurent de Lavoisier”, pela con-tribuição à química no estado do Rio de Janeiro e no Brasil.

Paulo Vellinho - químico industrial, faz parte do Conselho de Desenvolvi-mento Econômico e Social da Presi-dência da República, e, entre outros cargos exercidos, é diretor-presidente da Paulo Vellinho Consultores Associa-dos. Vellinho direcionou suas ativida-des à administração de empresas. Foi presidente da Springer s/a, da Fede-ração das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrô-nica (ABINEE).

Jair Foscarini - engenheiro quími-co, formado pela UFRGS, iniciou a car-

reira na área química e logo migrou para a administração pública, sempre preocupado em apresentar projetos que valorizassem a àrea e o meio am-biente. Foi prefeito do município de Novo Hamburgo, deputado estadual e Secretário Estadual dos Transportes. Na Assembléia Legislativa ocupou a presidência das comissões de finanças e planejamento, da comissão de servi-ços públicos e da comissão de consti-tuição e justiça.

Flavio Lewgoy - químico industrial, participou da elaboração da lei dos agrotóxicos, tanto estadual como na-cional. Foi o responsável pelo labora-tório do Instituto de Criminalística do RS e pioneiro na introdução da quími-ca forense no Estado. É professor, pes-quisador e especialista em genética.

Paulo Fallavena, presidente do CRQ-V e Nelson Calafate Paulo Vellinho e o diretor do Sindiquim, Iberê Costa

O presidente da ABQ/RS, Ricardo Noll e Jair Foscarini Roberto Bertoncello, presidente do Sinquirs e Flávio Lewgoy

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agenda 2009agosto01

BIOGÁS•Inscrições pelo email: [email protected] Fone: (51) 3225-9461

08BIOENSAIOS•

Inscrições pelo email: [email protected] Fone: (51) 3225-9461

15FRACIONAMENTO, •EMBALAGENS, ROTULAGEM E TRANSPORTE DE PRODUTOS QUÍMICOS

Inscrições pelo email: [email protected] Fone: (51) 3225-9461

18CURSO DE PLÁSTICO •REFORÇADO COM FIBRA DE VIDRO (PRFV) – “FIBERGLASS”

(toda indústria de PRFV precisa ter profissional Químico comART junto ao CRQ-V)Inscrições pelo email: [email protected] Fone: (51) 3225-9461

seteMBro12

CURSO DE INTRODUÇÃO •AOS BIOSSENSORES

Inscrições pelo e-mail: [email protected]

O Dia do Químico no Conselho Regional de Química da 5ª Região foi marcado por palestras sobre a produ-ção mais limpa, nanotecnologia e a re-lação entre os blogs e a ciência; além da inauguração do auditório, na sede do CRQ-V.

dia do químico tem palestras e inauguração

alguMas sugestões de Blogs•http://compsci.ca/blog

•http://www.chemistry-blog.com/

•http://cienciabrasil.blogspot.com/

•http://palazzo.pro.br/wordpress/

•http://www.newscientist.com/blogs/shortsharpscience/

•http://www.raquelrecuero.com

O engenheiro químico e consultor em legislação ambiental, Eduardo Mc-Mannis Torres explicou aos estudantes e profissionais o processo que vai des-de a produção até a destinação final do resíduo na fabricação de bens e citou exemplos de produção mais lim-pa, como os carros recentes que são 100 vezes menos poluentes que os de 25 anos atrás; ou ainda, as novas ge-ladeiras que consomem 70% menos eletricidade que as de dez anos atrás e não utilizam o CFC.

A doutora em Ciências Farmacêu-ticas, Renata Raffin, explicou o fun-cionamento das nanopartículas em cosméticos, definindo como a “formu-lação cosmética que veicula ativos ou outros ingredientes nanoestruturados e que apresenta propriedades supe-riores quanto a sua performance em comparação com produtos convencio-nais”. Algumas das vantangens da utili-zação destes compostos, segundo ela, são a segurança, eficácia, estabilidade e melhores características sensoriais.

Blogs e ciência

De acordo com o Phd em Lógica e Teoria da Computação, Luís da Cunha Lamb, os blogs podem ser usados para acrescentar conteúdo às salas de aula, pois é uma mídia apropriada para a nova geração de estudantes e permi-tem postagem de soluções alternati-vas em tempo real

Luis da Cunha Lamb

Eduardo McMannis Torres

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