23
1 INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA Introdução Para compreender com mais profundidade as Escrituras Sagradas do cristianismo, a Bíblia, é necessário que se conheça as terras bíblicas onde ocorreram todos os acontecimentos narrados e foram palco da vida dos personagens e das profecias do Antigo Testamento, dos cristãos do primeiro século e, principalmente, da vida e ensinamentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O termo Palestina, que estamos utilizando, não aparece na Bíblia, mas em fontes romanas do século II. Provavelmente, o vocábulo se originou da palavra “pelistim” (filisteus). O país é comumente designado como Canaã (Heres Kena`na). Desde a antiguidade remota, essa faixa de terra foi povoada por diversos povos e disputada pelos impérios, pois, naquela época, quem dominasse a Palestina teria terra o domínio do mundo antigo. Ao longo de toda a Bíblia, a Palestina ocupa um papel extremamente importante.O valor místico dessa terra deu origem ao fenômeno das perseguições entre judeus, muçulmanos e cristãos.A Palestina é à base do movimento sionista e razão dos conflitos do Oriente Médio até os dias de hoje. Essa terra chamada Santa, sempre foi contemplada como sinal de felicidade, de bênçãos de Deus. A posse da terra é garantia de muitas promessas, inclusive a messiânica. É necessário começar com uma visão ampla de todo o mundo bíblico, para depois sim conhecer as características físicas, humanas, econômicas, entre outras, da própria Palestina, chamada de Terra da Promessa, antiga Canaã e atual Estado de Israel. As terras bíblicas não se limitam ao relevo topográfico e aos nomes de lugares, casualmente com ecos longínquos de tempos passados. As terras correspondem também aos restos físicos, às relíquias arqueológicas da presença dos homens que nela habitaram: ruínas das cidades antigas, com suas muralhas e suas casas, túmulos e restos de utensílios domésticos. Devido ás descoberto arqueológicas, podemos obter conhecimentos incríveis das línguas originais dos antigos habitantes, sua história, costumes, cultura e cidades, algumas desaparecidas e outras, reconstruídas, umas sobre as outras. O Mundo Antigo Características regionais Egito O Egito foi uma das mais avançadas civilizações da Antiguidade. Provavelmente, seus primitivos habitantes emigraram da Ásia e se originaram dos povos semitas e camitas. Sua história remonta a 3.000 aC. O faraó era o soberano absoluto e o país, dividido em províncias, cada uma com seu governo e abastecimento local. A religião egípcia tinha as seguintes características: Deuses maiores ou universais e deuses menores ou locais. Crença no julgamento e numa longa jornada da alma. Idéia de trindade divina, representada por Orus, Rá e Osíris. Dualismo, isto é, um deus das trevas ou do mal e um deus da luz ou do bem. Os desertos e a península do Sinai forneciam metais valiosos (cobre e ouro) e as pedras para a construção das gigantescas pirâmides e dos templos do vale do Nilo: os mais importantes eram os de Mênfis e os de Tebas. O rei da 19ª dinastia, século XIII aC. Foram grandes construtores e mandaram erguer uma nova cidade real: Pi-Ramesse a Ramsés, do Êxodo. Nessa época, os hebreus foram oprimidos e serviram como mão de obra. A terra de Gósen era a região onde os descendentes de Jacó se estabeleceram, por ordem do faraó, no tempo de José. Até os dias de Ramsés II, toda aquela região era designada aos estrangeiros. Os pastores ficavam afastados dos egípcios.

INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

1

INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

Introdução

Para compreender com mais profundidade as Escrituras Sagradas do cristianismo, a Bíblia, é

necessário que se conheça as terras bíblicas onde ocorreram todos os acontecimentos narrados e foram palco

da vida dos personagens e das profecias do Antigo Testamento, dos cristãos do primeiro século e,

principalmente, da vida e ensinamentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

O termo Palestina, que estamos utilizando, não aparece na Bíblia, mas em fontes romanas do século II.

Provavelmente, o vocábulo se originou da palavra “pelistim” (filisteus). O país é comumente designado como

Canaã (Heres Kena`na). Desde a antiguidade remota, essa faixa de terra foi povoada por diversos povos e

disputada pelos impérios, pois, naquela época, quem dominasse a Palestina teria terra o domínio do mundo

antigo.

Ao longo de toda a Bíblia, a Palestina ocupa um papel extremamente importante.O valor místico dessa

terra deu origem ao fenômeno das perseguições entre judeus, muçulmanos e cristãos.A Palestina é à base do

movimento sionista e razão dos conflitos do Oriente Médio até os dias de hoje. Essa terra chamada Santa,

sempre foi contemplada como sinal de felicidade, de bênçãos de Deus. A posse da terra é garantia de muitas

promessas, inclusive a messiânica.

É necessário começar com uma visão ampla de todo o mundo bíblico, para depois sim conhecer as

características físicas, humanas, econômicas, entre outras, da própria Palestina, chamada de Terra da

Promessa, antiga Canaã e atual Estado de Israel. As terras bíblicas não se limitam ao relevo topográfico e aos

nomes de lugares, casualmente com ecos longínquos de tempos passados.

As terras correspondem também aos restos físicos, às relíquias arqueológicas da presença dos homens

que nela habitaram: ruínas das cidades antigas, com suas muralhas e suas casas, túmulos e restos de utensílios

domésticos.

Devido ás descoberto arqueológicas, podemos obter conhecimentos incríveis das línguas originais dos

antigos habitantes, sua história, costumes, cultura e cidades, algumas desaparecidas e outras, reconstruídas,

umas sobre as outras.

O Mundo Antigo

Características regionais

Egito

O Egito foi uma das mais avançadas civilizações da Antiguidade. Provavelmente, seus primitivos

habitantes emigraram da Ásia e se originaram dos povos semitas e camitas. Sua história remonta a 3.000 aC.

O faraó era o soberano absoluto e o país, dividido em províncias, cada uma com seu governo e abastecimento

local.

A religião egípcia tinha as seguintes características:

Deuses maiores ou universais e deuses menores ou locais.

Crença no julgamento e numa longa jornada da alma.

Idéia de trindade divina, representada por Orus, Rá e Osíris.

Dualismo, isto é, um deus das trevas ou do mal e um deus da luz ou do bem.

Os desertos e a península do Sinai forneciam metais valiosos (cobre e ouro) e as pedras para a construção

das gigantescas pirâmides e dos templos do vale do Nilo: os mais importantes eram os de Mênfis e os de

Tebas. O rei da 19ª dinastia, século XIII aC. Foram grandes construtores e mandaram erguer uma nova cidade

real: Pi-Ramesse – a Ramsés, do Êxodo. Nessa época, os hebreus foram oprimidos e serviram como mão de

obra.

A terra de Gósen era a região onde os descendentes de Jacó se estabeleceram, por ordem do faraó, no

tempo de José. Até os dias de Ramsés II, toda aquela região era designada aos estrangeiros. Os pastores

ficavam afastados dos egípcios.

Page 2: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

2

De todos os rios da Antiguidade, o mais importante é o Nilo, que banha o Egito, do ponto de vista

geográfico e econômico. O rio Nilo é formado por dois grandes rios: O Nilo Branco e o Nilo Azul. Foi o

celeiro do mundo antigo em virtude da fertilidade permanente de seu vale.

Finalmente, o poderoso Egito também caiu nas mãos dos persas, a partir de 525 aC. E depois, sob o

domínio de Alexandre Magno(332 – 323 aC.).

Mesopotâmia

Dois grandes rios banham a região: o Tigre e o Eufrates, permitindo a irrigação do território e a

habitação dos povos às suas margens. Sua vegetação era abundante; sua fauna, rica; seu solo, fecundo. Nas

planícies cultivavam-se trigo e cevada; nas colinas, uvas, oliveiras, abricó, cerejas e outras frutas.

De acordo com as probabilidades geográficas e com as recentes conclusões da Antropologia, o Jardim

do Éden pode ser localizado na região da Mesopotâmia, onde surgiram os primeiros seres humanos (Gn. 2:10-

15). Outros fatos ocorridos ali foram: o dilúvio, a formação da família de Noé, a Torre de Babel (Gn. 11:1-9),

as migrações para as várias regiões da terra, a chamada de Abraão, a história de Ester e o cativeiro do Reino

do

Norte e do Reino do Sul de Israel.

A região Norte, onde ficava a Assíria, era cobiçada pelas tribos selvagens do deserto e das montanhas

e sua história foi uma guerra constante com estes vizinhos. A capital da Assíria sempre foi Assur, nome de seu

deus nacional. Nínive era a segunda cidade mais importante e ficava em frente à atual cidade de Mossul.

Babilônia ficava na parte meridional do atual Iraque. A cidade da Babilônia tornou-se poderosa, pela primeira

vez, por volta de 1850 aC. E depois, sob o domínio de Nabucodonosor, que deu fama à cidade na história

antiga.

Um dos mais notáveis reis da Babilônia foi Hamurábi (1792-1750 aC.). Ele empreendeu a revisão das

leis do país e mandou gravá-los em pedra. Estamos falando do código de Hamurábi. A dinastia de Hamurábi

chegou ao fim quando um exército hitita atacou a Babilônia, em 1595 aC. Nabopolassar derrotou os Assírios

(612 aC.) e Nabucodonosor, seu filho, conquistou diversos rebeldes, inclusive Judá.

O Império Babilônico foi invadido pelos Persas que, durante sua posse, ocuparam os territórios

dominados anteriormente pelos Assírios, ou seja, toda a região hoje ocupada pelo Irã, Iraque, Síria, Israel,

Jordânia, Egito, Turquia e Grécia.

Pérsia

Os persas eram nômades indo-europeus que entraram na região do atual Irão não muito antes de 1000

aC. O neto de Ciro derrotou os medos, depois venceu a Lídia e a Babilônia e impôs seu domínio sobre grande

parte do mundo do Antigo Testamento. O filho de Ciro, Cambises, subjugou também o Egito, e Dario, seu

sucessor, submeteu partes da costa do Mar Negro. Inicialmente, os persas eram adoradores da natureza, mas

provavelmente no reinado de Dario I adotaram os ensinamentos de Zoroastro, que ensinava que existe um

deus bom – Ahura Mazda - presente no fogo purificador e na água, detentor de um poder obscuro do mal.

Revoltas e intrigas enfraqueceram a Pérsia, que acabou sendo conquistada por Alexandre Magno (331 aC.).

A Média foi conquistada pela Pérsia (549 aC.) e tornou-se província desse novo império. Os medos

contribuíram para a queda da Babilônia. A influência dos medos foi tão grande no império persa que podemos

encontrar uma expressão corrente desse tipo: os “medos e persas”. Uma tribo dos medos, os magos, tinha

posições religiosas especial, semelhantes à dos levitas em Israel (Jr. 25:25; 51:11, 28; Dn 5:28). O profeta

Daniel esteve na corte persa. A rainha Ester casou-se com um rei persa. Neemias foi copeiro de um rei persa.

O povo voltou a Israel, com permissão de um rei persa, juntamente com Esdras.

Ásia Menor

A expansão dessa região está ligada à Grécia, à Itália e à Espanha. Os gregos entraram em cena

ativamente no período interbíblico, por causa das conquistas de Alexandre Magno, Atenas e Esparta eram as

principais cidades gregas. No tempo de Alexandre, a língua grega tornou-se universal. A religião grega era

politeísta e dissociada da vida moral. Com o Império Romano, com sede em Roma (Itália), foram admitidas

todas as religiões encontradas sob seu domínio, exigindo-se apenas que se submetessem à autoridade do

imperador romano, muitas vezes considerado divino.

Page 3: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

3

A Grécia é uma região pobre e rochosa. Havia pouca terra fértil e, por isso, os gregos se tornaram

aventureiros e navegadores. Importavam alimentos e fundaram novas cidades, principalmente na Ásia Menor.

No quinto século antes de Cristo, a cidade mais famosa era Atenas. Os atenienses tornaram-se ricos e

poderosos, construíram muitos templos magníficos, dentre eles o Partenon, que permanece até hoje. De

Atenas saíram grandes filósofos, escritores e poetas, como: Péricles, Sócrates, Platão, Sófoles, Eurípides, entre

outros, famosos até hoje.Os gregos eram inteligentes, ativos, amantes da liberdade, das artes e da literatura. A

cada quatro anos, as cidades se encontravam em Olímpia, ao sul da Grécia, para os jogos olímpicos. A língua

grega tornou-se o idioma oficial de toda a região do Mediterrâneo. Até os judeus sofreram sua influência, de

modo que o Antigo Testamento foi traduzido para a língua grega, numa cidade chamada Alexandria, no Egito.

Esta tradução é a Septuaginta. Quando os romanos conquistaram a Grécia, apropriaram-se de sua língua e de

sua cultura.

O Novo Testamento menciona, por diversas vezes, os gregos. As cidades onde o apóstolo Paulo

desenvolveu seu trabalho possuíam características gregas, embora submetidas ao império romano. Em Atenas,

Paulo apresentou-se perante o tribunal do Areópago para expor suas idéias, enfrentando dois grupos principais

de pensadores: os estóicos e os epicureus (At.17:16-31). Paulo afirmou, aos coríntios (gregos), que os gregos

buscam a sabedoria e que o evangelho era loucura para eles (1Co. 1:22-23).

Roma, na Antiguidade remota, era uma pequena cidade da Itália central. Expandiu-se, por meio das

guerras e das alianças feitas: garantia aos aliados o direito de cidadania romana. Construíram estradas para

unificar a Itália. Os romanos eram práticos, trabalhadores e disciplinados. Uma importante cidade conquistada

fora da Itália foi Cartago, que controlava as rotas marítimas e o comércio do Mediterrâneo ocidental. Depois,

destruíram Corinto, dominando a Grécia. Tornou-se uma potência mundial e sofreu grandes mudanças:

deixaram-se influenciar pela cultura grega e a ambição começou a gerar guerras civis. Em 63 aC., Otaviano

tornou-se de fato o primeiro soberano do império romano, pois cessaram as guerras, houve a unificação do

Mediterrâneo sob um governo pacífico. Com isso, as viagens tornaram-se seguras, fosse por mar ou por terra.

Ele recebeu o título de Augusto. Morreu em 14 dC., sendo substituído por Tibério (14-37 dC.).Foi nesse

período que nasceu, cresceu e morreu Jesus.

Topografia

Crescente fértil é o nome dado ao cinturão de territórios bem irrigados, que se estende desde o Egito

(inundações do Nilo) até as terras férteis e ricas de água da Mesopotâmia, com seus dois grandes rios, o Tigre

e o Eufrates. É basicamente esta região que chamamos de terras bíblicas do Antigo Testamento. Ali,

localizam-se os principais montes, rios e desertos estudados na Geografia bíblica.

Parte dos montes fora da Palestina está na Península do Sinai. Nessa região, Moisés passou quase toda

sua peregrinação. Foi ali, inclusive, que Deus flava com Moisés e, mais tarde, com Elias ( os dois apareceram

ao lado de Jesus, no Monte da Transfiguração). No Monte Sinai, Moisés recebeu as tábuas da Lei, incluindo

os Dez Mandamentos, o cerimonial religioso, a orientação para o tabernáculo, para o sacerdócio, para a vida

comum. Ali o povo recebeu as leis civis para organizá-lo em nação. No Monte Horebe aconteceu o episódio

da sarça ardente, quando Deus revelou-se a Moisés, onde também Deus aparece a Elias e fala com ele,

revelando-lhe que muitos joelhos não haviam se dobrado a Baal.

O ponto culminante, entre o Líbano e a Síria, é o Monte Hermon, com cerca de 2.750 m de altitude. É

citado muitas vezes no Antigo Testamento (Js. 12:1; Sl. 42:7; 133:3). Durante a maior parte do ano, é coberto

pela neve e é uma das fontes principais do Rio Jordão. Em suas proximidades está a cidade de Cesaréia de

Filipe. Possivelmente, a transfiguração de Jesus tenha sido nesse monte. Entretanto, a partir do século IV, o

alto monte foi identificado com Monte Tabor, de 600 m de altitude (Mt. 17:1-8)

Principais Cidades

Antioquia da Síria

De localização fora da Palestina, é a cidade mais citada no Novo Testamento. Seu nome significa

cidade de Antíoco, denominação usada por seis soberanos da dinastia Selêucidas. Era capital da província da

Síria, renomada por sua cultura e uma das maiores cidades do mundo daquela época, logo depois de Roma e

Alexandria. Havia mais quinze cidades com esse nome. Possuía um porto marítimo e uma comunidade judaica

muito importante. Parece que os cristãos, por causa da perseguição a Estevão, em Jerusalém, refugiaram-se

em Antioquia e anunciaram o evangelho aos judeus e aos tementes a Deus. Barnabé foi enviado para lá a fim

de dinamizar ainda mais a pregação. Em Antioquia, os discípulos foram chamados pela primeira vez de

cristãos (At.11:26). Dali partiram Paulo e Barnabé e outros companheiros para levar o evangelho às regiões da

Page 4: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

4

Ásia Menor(At. 13:1). A igreja nessa cidade foi a base de apoio de Paulo em sua missão aos gentios.Nos

primeiros séculos, a cidade continuou sendo muito importante para o cristianismo.

A outra Antioquia, da Pisídia, cidade grega da Ásia Menor (atual Turquia), abrigava uma importante

colônia judaica. Paulo e Barnabé estiveram lá em sua primeira viagem missionária. Dois ou três anos mais

tarde, Paulo visitou novamente a cidade, na sua segunda viagem missionária.

Atenas

Capital da Grécia moderna tornou-se importante a partir do século VI aC. E atingiu seu apogeu no

século V aC., quando foram construídos grandiosos monumentos públicos, inclusive o Partenon. Era modelo

de democracia e centro das artes, atraindo teatrólogos, Historiadores, filósofos e cientistas de toda a Grécia.

Os filósofos eram numerosos, sendo os estóicos e epicuristas (ou epicureus) as principais escolas. Na

Acrópole, o Partenon dominava a cidade do alto de suas colunas Nos cruzamentos e nas ruas, espalhavam-se

altares a inumeráveis divindades. Atenas é mencionada pela primeira vez em Atos. Paulo, em visita à cidade,

encontrou-se com os judeus, com os tementes a Deus e, na Agora (praça pública), dirigia-se às pessoas para

lhes falar da salvação. Os filósofos o levaram ao Areópago, onde funcionava um célebre tribunal, que julgava

o valor das idéias e doutrinas, para ouvi-lo (At 17:23-28). Quatro séculos antes, Sócrates havia sido

condenado à morte por esse tribunal.

Babilônia

Provavelmente fundada em 3.000 aC., ficava às margens do Rio Eufrates, 80 Km ao sul da moderna

Bagdá. Foi um importante centro econômico, político e religioso. Em torno de 1750 aC., um dos seus

primeiros reis, Hamurabi, mandou inscrever sobre uma pedra um grande código de leis, que é interessante

comparar com as leis dadas a Moisés. Arqueólogos descobriram Ninrode, a cidade bíblica de Calné (Gn.

10:10). Em Árabe, chama-se Teel-el-Muqqyyar. É uma elevação de cerca de 40 m de altura, construída por

meio de plataformas, tendo no cume um santuário. Pode referir-se a Babel. Possuía enormes pirâmides em

cujo topo havia santuários dedicados aos deuses, um dos quais era Marduque.

Os judeus foram levados cativos para a Babilônia em 597 e 586 aC., Daniel conviveu com

Nabucodonosor e tinha razão ao ver o reino babilônico como um colosso com pés de barro. A cidade estava

protegida por muralhas duplas de três e 7 m de largura. Seus jardins suspensos foram considerados uma das

sete maravilhas do mundo antigo: seus terraços, em níveis diferentes, com palmeiras e outras árvores e

plantas, davam clima décor e viço a uma região monótona. Caiu com a invasão dos persas, em 539 aC. Foi

conquistada por Alexandre Magno, em 330 aC.

Cades Barnéia

É mencionada na campanha de Codorlaomer e seus aliados, no tempo de Abraão (Gn. 14:7; 16:14). O

povo permaneceu acampado durante muito tempo ali (Dt. 1:46). A partir deste local, houve tentativas de

penetração na terra prometida, tendo como protagonistas os famosos exploradores (Nm. 13-14; 36:33). É

mencionada como o ponto que marcou o fronteiro sul de Israel (Js. 10:41; 15:23).

Corinto

Fora construído no século VIII aC. Seus dois portos importantes: Cêncreas e Lechaion ocupavam boa

posição para o comércio. Era dominada pelo acrocorinto, rocha íngreme sobre a qual se elevava a Acrópole.

Cidade de pessoas com costumes libertinos possuía muitos escravos. No seu apogeu, o templo de Afrodite

tinha mais de mil prostitutas. As prostitutas sagradas e uma grande população flutuante contribuíram para dar-

lhe a fama de cidade imoral. No tempo de Paulo, não era mais assim, mas havia prostituição nos dois portos.

Durante sua segunda viagem missionária, Paulo passou dezoito meses ali e fundou uma igreja, à qual escreveu

pelo menos duas cartas(At. 18:1-11) e 2 Coríntios. Uma inscrição a respeito comprova que havia uma

sinagoga em Corinto. Além de Paulo, Apolo pregou nesta cidade.

Damasco

Capital da Síria estava situada junto ao Hermon, à beira do deserto da Síria. Já era famosa no tempo

de Abraão (Gn. 14:15) e muitas vezes é citada no Antigo Testamento. Davi subjugou a cidade (II Sm. 8:5-9-

8), mas, durante o reinado de Salomão, Israel perdeu a cidade ( I Rs. 11:24-25). Nesse tempo, Damasco

Page 5: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

5

tornou-se independente e consolidou-se sob uma dinastia de reis poderosos ( I Rs. 11:23; 15:18) que,

freqüentemente lutavam contra Israel e Judá para controlar as rotas do Egito e da Arábia. Depois, os assírios

transformaram Damasco numa de suas províncias. Deus mandou Elias para Damasco para ungir a Hazael, rei

da Síria; a Jeú, rei de Israel; e a Eliseu, profeta em seu lugar. Era terra natal de Naamã, que procurou Eliseu

para ser curado. Isaias predisse sua destruição (Is. 17).

Damasco foi subjugada por Babilônia, pelos persas e por Alexandre, o Grande. Havia ali uma

importante colônia judaica. Logo surgiu uma comunidade cristã importante, tanto que Saulo se dirigia para lá,

a fim de prender os cristãos e levá-los para Jerusalém (At. 9:2). Das muralhas desta cidade, Paulo fugiu dentro

de um cesto de vime.

Éfeso

Era capital da província romana da Ásia Menor. Em Éfeso encontrava-se uma das sete maravilhas do

mundo: o templo de Ártemis, quatro vezes maior que o Partenon de Atenas, A estátua dessa deusa, ainda hoje,

é famosa: uma mulher com muitos seios, trazendo consigo os seres celestes, marítimos e terrestres. As festas

em homenagem a ela, no período entre março e abril, atraiam multidões. Por conta disso, o teatro, de 24.000

lugares, ficava repleto. Os arqueólogos desenterraram extensas ruínas de Éfeso, inclusive uma rua

pavimentada, ladeada de colunas e o belo arco da entrada do templo, dedicado ao imperador Adriano.

No tempo de Paulo, Éfeso possuía ruas pavimentadas de mármore, banhos públicos, bibliotecas, um mercado

e o teatro. Ficou famosa também pelo surgimento de escolas do pensamento pré-socrático. Seu filósofo mais

famoso foi Heráclito, sacerdote daquele templo.

Éfeso era importante centro econômico, religioso e cultural. Muito cedo, o evangelho foi ali

anunciado por Apolo. Mais tarde, Paulo confirmou os irmãos, impondo-lhes as mãos para que recebessem o

Espírito Santo (At. 19:1-7). Priscila e Áquila completaram os ensinamentos daqueles cristãos. De Éfeso, Paulo

escreveu as duas cartas à igreja de Corinto. Quando Paulo partiu, Timóteo ficou ali para ajudar a igreja. Paulo

também escreveu uma carta aos cristãos de Éfeso. Depois da morte de Paulo, Éfeso continuou sendo uma

comunidade importante para o cristianismo ( Ap. 2:2-4).

Esmirna

Cidade portuária, atualmente é Izmir, na Turquia. Na época do Novo Testamento, era uma bela

cidade, com esplêndidos edifícios públicos, entre os quais um templo em honra de Tibério, onde se praticava o

culto ao imperador. Uma das sete cartas de apocalipse é endereçada aos cristãos dessa cidade ( Ap. 2:8-11).

Ezion-Geber

Cidade portuária no golfo de Acaba, próximo a Élate, onde os israelitas acamparam quando

peregrinavam em direção à terra prometida. No tempo da monarquia de Israel, mais tarde, Salomão favoreceu

o comércio ao construir o porto de Esyón- Guéber, onde enviava navios a Ofir ( na costa da Arábia ou na costa

africana da Somália). Era a base para sua frota mercante do Mar Vermelho. Este porto foi destruído, mas

Josafá, rei de Judá, controlou Edom e reconstruiu o porto. Por fim, a cidade caiu sob o domínio dos sírios

(Nm. 33:35-36; Dt. 2:8; I Rs. 9:26-27; II Rs. 16:6)

Filadélfia

Cidade da província romana da Ásia (moderna Alashehir, na Turquia ocidental). É uma das sete

igrejas do Apocalipse ( Ap. 3:7-13).

Laodicéia

Cidade do vale do Lico, na atual Turquia ocidental. A região produzia medicamentos. Era famosa

pelos seus oculistas e colírios. A cidade era abastecida com água de uma fonte termal situada a certa distancia.

A carta de Paulo aos colossenses era dirigida também aos cristãos de Laodicéia. Provavelmente, a comunidade

foi fundada quando Paulo se encontrava em Éfeso ( Cl. 2:1; 4:13-16; Ap. 3:14-22).

Nínive

Page 6: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

6

A data da sua construção é antiqüíssima. A Bíblia apresenta Ninrode, o caçador, como aquele que a

fundou, às margens do rio tigre, na foz do pequeno afluente hoje conhecido como Khosr. Desde

aproximadamente 2.300 aC., a cidade teve um templo dedicado à deusa Ishtar. Em 1300 aC., Salmanesar

construiu seu palácio em Nínive e mudou a capital de Assur para lá. Vários reis tiveram ali seus próprios

palácios. Senaqueribe reconstruiu e ampliou a cidade. Os relevos esculpidos nos muros do seu palácio

mostram suas vitórias, inclusive o assédio de Laquis, em Judá. Assurbanipal, seu último e maior imperador,

colecionava todos os documentos caldeus e assírios, dos quais existem, atualmente, trinta mil volumes,

guardados no Museu Britânico. Dentre eles, a Epopéia de Gilgamés (história do dilúvio) e o Enuma Elish

(epopéia da criação). Foram os medos que tomaram Nínive, em 605 aC., Jonas foi enviado por Deus a Nínive

para salvá-la. Naum profetizou contra ela. Tobias viveu ali com sua família (Gn. 10:11; II Rs. 19:36; Jn. 1:2;

Na. 1:1; Lc. 11:30)

Pérgamo

Capital administrativa da província romana da Ásia (hoje Turquia Ocidental). O primeiro templo

dedicado ao imperador Augusto foi construído ali em 29 aC. Era também centro dos cultos pagãos a Zeus,

Atena e Dionísio, havendo um centro de curas ligado ao templo de Esculápio (quarto grande culto pagão).

Uma das cartas do Apocalipse é endereçada aos cristãos daquela cidade. A frase: “ onde está o trono de

Satanás”, talvez se refira ao culto ao imperador ( Ap. 2:12-16).

Roma

Naquele tempo, Roma era o centro do mundo, cidade com mais de um milhão de habitantes, pessoas

vindas de todas as partes do império, muitas das quais moravam em prédios de vários andares superlotados.

Havia também muitos escravos. Os imperadores e os nobres viviam em grande luxo e procuravam manter a

paz, importando trigo do Egito e organizando espetáculos públicos cruentos em que homens ou animais

lutavam até a morte. A cidade atraía riquezas, mercadores, escritores e artistas de todo o império.

Governadores como Pilatos, Félix e Festo não mostravam qualquer interesse pelas questões de fé

discutidas entre os judeus e os cristãos. Mesmo assim, havia alguns romanos sinceros: Jesus elogiou a fé de

um centurião romano ( Lc. 7:1) e Pedro pregou a Cornélio, outro oficial romano que se converteu (At. 10-11).

Herodes, o Grande, filho de um idumeu, recebeu do Imperador Augusto o reinado sobre a Palestina. Com isso,

os judeus podiam viver sua religião com liberdade e exercer sua própria justiça. A situação entre Roma e

Jerusalém, até o ano 70, era relativamente boa. Os cristãos cedo chegaram à cidade e a igreja se desenvolveu

rapidamente.Áquila e Priscila foram expulsos de Roma pelo imperador Cláudio, indo a Corinto, onde se

encontraram com Paulo. O apóstolo Paulo Chegou a Roma, pela primeira vez, em 61, onde ficou dois anos

sob custódia e de onde escreveu cartas a algumas igrejas. Em 64 dC., quando Roma foi incendiada, Nero

culpou os cristãos por esse acontecimento e mandou matar a muitos. Ali, Pedro foi morto e Paulo decapitado.

Após a queda de Jerusalém, os cristãos enfrentaram novos problemas com Roma: O imperador Domiciano (

81-96), queria ser adorado como deus, coisa inaceitável para os cristãos. Então, veio a perseguição. Nesse

período, foi escrito o livro de apocalipse, para animar os cristãos perseguidos.

No decorrer da história cristã, por diversas razões, Roma tornou-se a sede do principal bispado, dentre

outras cidades importantes da Antiguidade. Permaneceu com a hegemonia da Igreja Católica Ocidental ou

Romana, estando ali o Estado do Vaticano (At. 2:10; 18:2; 19:21; 28:14-31; Rm. 1:7,15; II Tm. 1:16,17; Ap.

17:5-18)

Sardes

Cidade da província romana da Ásia ( moderna Turquia), situada na junção de duas grandes vias

comerciais. Era centro de florescente indústria de tinturaria e lanifício. Outrora Sardes fora a capital do reino

da Lídia que, em determinado período, foi governada pelo famoso Creso. As primeiras moedas de ouro e prata

foram cunhadas em Sardes. ( Ap. 3:1-6).

Sucote

Hoje, Tell Deir’ Allah. Foi citada antes do Êxodo como um dos lugares em que havia uma colônia

hebraica que trabalhava para os egípcios. Tratava-se de uma fortaleza que guardava o caminho do deserto.

Toda essa região deve ter sido a terra de Gósen, citada no livro de Gênesis como um lugar de estabelecimento

dos hebreus.

Page 7: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

7

Sucote foi a primeira cidade por onde passaram os hebreus quando saíram do Egito ( Ex. 12:37; 13:20;

Nm. 33:5-6). Existiu também uma Sucote no vale do Jordão, incorporada ao território de Gade. Jacó

permaneceu ali por algum tempo. Quando do período dos Juízes, o povo desse lugar recusou-se a fornecer

provisões a Gideão e seu exército. Por esse motivo, Gideão voltou e puniu as autoridades da cidade ( Js.

13:24-27; Gn. 33:17; Jz. 8:4-16).

Tiatira

Cidade da província romana da Ásia(moderna Akhisar, na Turquia ocidental) era centro de indústrias

de tinturaria, confecções, cerâmica e bronze. Lídia, de Tiatira, que se tornou, cristã depois de encontrar-se com

Paulo em Filipos, era comerciante de púrpura. Uma das sete cartas do Apocalipse foi dirigida aos cristãos de

Tiatira ( At. 16:14-15; Ap. 2:18-29).

Ur

Ou Orfah, também chmada Edessa, foi a terra de Abraão. O estilo de vida de Abraão parece

enquadrar-se bem na época de 2000 aC.. A cultura da cidade era bem avançada para aquele tempo. As

informações que teos sobre sua antiguidade nos levam a 7.000 aC. De lá partiram os pioneiros para povoar o

mundo, depois do episódio da torre de Babel. Os reis viviam em opulência, segundo escavações realizadas no

local, foi encontrada ali uma grande torre-templo (zigurate) para a deusa Lua, chamada Nanar ou Sin. As casas

eram bem construídas, planejadas de acordo com o clima, e dotadas de drenagem adequada. Foram

encontradas milhares de tabuinhas de argila. Esses materiais ilustram a história e a vida da cidade, descrevem

a prática do comércio com lugares distantes, questões familiares e atividades intelectuais.

Antigos Habitantes

Origem dos povos.

Depois do dilúvio, Noé profetizou acerca do destino e distribuição dos descendentes de seus três

filhos: Sem, Cão e Jafé (Gn. 9:25-27). Os jefetitas se dirigiram para o Ocidente, povoaram todas as ilhas do

Mediterrâneo, a Europa e parte da Ásia. Hoje, estão espalhados pelos quatro cantos da terra, detendo a cultura

mundial, desenvolvendo as artes, as indústrias e as ciências. Os descendentes de Cão se espalharam pela

Etiópia, Egito, imediações do Mar Cáspio.

Cuxe, filho mais velho de Cão, foi pai de Ninrode, chefe da primeira coligação de povos da

Mesopotâmia. Canaã, o filho mais novo de Cão, foi pai dos cananeus, dos fenícios e de outros pequenos povos

destruídos pelos semitas.

Hete, um dos filhos de Canaã, deu origem aos heteus, um império perdido cuja literatura decifrada

esclareceu muitos pontos obscuros da antiga civilização. Os descendentes de Sem deram origem aos assírios,

aos caldeus, aos hebreus, lídios, arameus.

Habitantes da Palestina

Amalequitas (Nm.24:20)

São citados diversas vezes no Antigo Testamento. Travaram muitas batalhas com os israelitas, sendo a

primeira na região do Sinai, durante o Êxodo (Ex. 17:8-16). Os Amalequitas foram um espinho na carne dos

israelitas e seus inimigos mortais.

Amonitas

Eram aparentados com os israelitas por meio de Ló, e não se opuseram à sua marcha rumo à Terra

Prometida. Atacaram-nos depois, no tempo dos juízes e do rei Saul.Daví tomou a capital dos amonitas, atual

Amã, assumindo o controle do país. Salomão deixou-se influenciar pela religião dos amonitas e seguiu a

Milcon, deusa do povo ( I Rs. 11:5). Após o exílio, o amonita Tobias interferiu na obra de Neemias ( Ne. 4:3)

Page 8: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

8

Cananeus

Estavam espalhados pelo território distribuído entre as tribos de Manasses, Efraim, Zebulom, Aser,

Naftalí e Dã. Nunca foram exterminados pelos israelitas (Jz. 1:30-36; 3:1-6). Muitos séculos depois da

ocupação da terra, são mencionados nas Escrituras, por ocasião do recenseamento feito por Davi (II Sm.

24:7).Casaram-se com os os israelitas ( I Cr. 2:3). Um dos apóstolos era cananeu (Mt.10:4). Receberam

benefícios diretos de Jesus durante seu ministério (Mt. 15:21-28).

Os principais portos eram Tiro, Sidom, Beirute e Biblos, de onde exportavam-se madeiras de cedro,

óleo, vinho e outras mercadorias para o Egito, Creta e Grécia. A língua dos cananeus era semelhante à

hebraica e, talvez fosse a mesma.

Edomitas (Nm. 20:14-21)

Habitavam no Monte Seir (Gn. 32:3). Eram, também, parentes chegados dos israelitas, descendentes

de Esaú. Alguns eram comerciantes e outros, trabalhavam nas minas de cobre e na agricultura. Durante o

Êxodo, recusaram passagem pelo seu território (Nm. 20:18-21). No período dos juízes, chegaram a invadir o

território de Israel. Somente durante o reinado de Davi foram dominados. Mas durante o reinado de Salomão

ganharam a independência ( II Sm. 8:13-14; I Rs. 11:14-22). Salomão utilizava seu porto no Mar Vermelho,

Eziom-Geber ( Élate). No período macabeu, fizeram nova investida contra Israel, chegando a penetrar até

Betzur, território de Judá, mas foram repelidos pelos macabeus. Houve várias profecias contra eles ( Is. 63:1-

6; Ez. 25:12-14; Am. 1:11-12; Ob. 1; Ml. 1:1-5). Herodes, o Grande, que reinou quase quarenta anos sobre a

Palestina, era um mestiço de edomita e judeu, natural da Iduméia.

Fenícios

Uma das mais antigas cidades era Biblos, onde se desenvolvia grande comércio marítimo, por volta do

século XVIII aC. . Nos dias de Salomão, a Fenícia fornecia madeira de lei, ourro e artesãos habilitados para a

construção do templo e dos palácios em Jerusalém, além de marinheiros e navios para a frota real. Depois da

divisão entre os reinos do Norte e do Sul, a Fenícia manteve a supremacia dos mares por muito tempo. O rei

Acabe casou-se com a filha de um rei de Sidom e a religião fenícia entrou em Israel: adoração a deuses

estranhos, como Baal (I Rs. 16:29-34). Quando Elias teve de fugir para o estrangeiro, provavelmente dirigiu-

se a Tiro, cidade considerada o empório do mundo. Em seu mercado, uma espécie de feira internacional de

amostras, havia artigos de todas as partes do mundo (Ez.27). Jesus também visitou os lados de Tiro e sidom e

ali curou a filha da mulher siro-fenícia. Também falou do julgamento final daquelas cidades (Mt.15:21-28;

Mt.11:21-22). A antiga Fenícia corresponde ao atual Líbano.

Filisteus (Gn. 10:14)

O nome Palestina deriva-se de Filístia. No tempo dos juízes até os dias de Davi, os filisteus

representavam uma ameaça a Israel. Seu território era dividido politicamente em cinco partes, cada uma com

sua capital, sendo Asdod a capital federal da confederação. Parece que eram de linhagem semita e não grega,

pois traziam as características e crenças religiosas dos semitas. O Antigo Testamento dá nomes semíticos aos

deuses filisteus: Dagon, Baalzebub, Astarte.

Os filisteus foram os mais ferrenhos inimigos de Israel e nunca foram completamente vencidos, por

causa do enfraquecimento moral e espiritual de Israel.. Sansão foi um dos juízes que lutou contra eles. O

gigante Golias, com quem se confrontou o jovem Davi, era filisteu.

Gibeonitas

Também chamados de heveus, eram ainda conhecidos como amorreus, descendendo da mesma

linhagem Cananéia, isto é, do ramo camita. São inúmeros os acontecimentos históricos relacionados com

Gibeão e referidos na Bíblia ( Js. 21:17; 2:12; 20:1-13; I Rs. 3:1-15; Ne. 7:25)

Girgaseus (Gn. 15:19-20)

Page 9: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

9

Na Bíblia, são citados como um dos habitantes da Palestina por ocasião da conquista da terra (Gn.

10:16; Dt. 7:1). Provavelmente, ocupavam uma região à margem ocidental do Jordão, pois foi perto de Jericó

que os israelitas os encontraram pela primeira vez (Js.24:1).

Heteus ou Hititas (Ex. 3:8)

Eram habitantes da Palestina quando Abraão ali chegou(Gn. 15:20-22). Ocupavam também a Ásia

Menor, onde se encontram monumentos erguidos por eles. Possivelmente, foi entre esse povo que se verificou

o acontecimento narrado em Atos 14:11-18. Travaram algumas lutas com o Egito, com Israel e com a Assíria.

Eles também desenvolveram sua própria escrita hieroglífica. Não foram totalmente expulsos pelos israelitas,

pois encontramos referências a eles no tempo de Davi. Urias era heteu ( I Sm. 26:6; II Sm. 11:3).Salomão

casou-se com diversas princesas hititas para estender seu domínio e conservar a paz com o povo; depois do

cativeiro ainda estavam lá (Ed. 9:1). De 1500 a 700 aC., desempenharam um papel importante na história da

Ásia Menor e da Síria. O império hitita desapareceu sob os ataques dos “povos do mar” (filisteus).

Jebuseus (Gn. 10:16)

Habitavam em Jerusalém e na região montanhosa que se chama Jebus (Gn. 15:21), pois seus

colonizadores foram os filhos de Jebus. Era um povo muito forte e possuía na vizinhança de Jerusalém, uma

grande fortaleza, que só no temo de Davi foi destruída ( Jz. 1:8; 15:8; II Sm. 5:6-16). Apesar de os israelitas

terem dominado a região, os jebuseus não foram completamente dizimados. A área em que Salomão erigiu o

templo foi comprada por Davi de um jebuseu ( II Sm. 24:18-26; II Cr. 3:1).

Midianitas (Gn. 25:2)

Descendiam de Mídiã, um dos dois filhos de Abraão com Quetura. Quando Moisés fugiu para a região

de Mídia, e ali permaneceu durante quarenta anos, acredita-se que ele tenha preferido esta região em virtude

do parentesco com seu povo. Supõe-se que habitavam o dserto de Parã e a região do Sinai, pois antes de

morrer Abraão separou os filhos de Quetura e os mandou para o Oriente (Gn. 25:1-11). Dedicavam-se

especialmente ao comércio e foram esses mercadores que venderam José para o Egito (Gn. 37:25,28,36). Foi

o ultimo povo com o qual Moisés lutou antes de ser chamado por Deus (Nm. 31:1-2). No período dos juízes,

habitavam no lado oriental do rio Jordão. Chegaram a invadir a Israel e a praticar vários atos de vandalismo.

Foi por esse tempo que surgiu Gideão com seus 300 valentes e desbaratou o numeroso acampamento

midianita. Depois da estrondosa vitória de Gideão, não voltaram a invadir o território de Israel ( Is. 9:4; Sl.

83:9)

Moabitas

Ocupavam a região de Moabe, lado ocidental do Mar Morto. Eram descendentes de Ló (Gn. 19:37) e

parentes dos israelitas. Talvez, por causa deste parentesco, Moisés não quis guerrear contra leles, quando

passavam pelo deserto (Dt. 2:9). Alarmados com a aproximação dos israelitas, Balaque, rei de Moabe,

mandou chamar Balaão para maldizer os filhos de Israel (Nm. 22:2-6). Por causa disso, os israelitas ao

permitiram sua entrada na congregação, mesmo depois da décima geração (Dt. 23:3-6). Houve conflitos entre

os moabitas e os israelitas, ao longo de sua história. Os profetas os consideravam inimigos do reino de Deus e

contra eles profetizaram (Is. 15 e 16; Jr. 9:26; 25:21; Ez. 25:8-11; Am. 2:1-2; Sf. 2:8-11).

A história de Noemi e Rute, a moabita, revela a amizade que havia entre os dois povos, apesar das lutas e

desentendimentos ( Rt. 1:1-18). No tempo de Davi, pagaram-lhe tributos. Sua fé num deus que agia na história

era semelhante à fé de Israel (Nm. 21:10-15; Jz.11:17; I Sm. 14:47; II Sm. 8:2,12; II Rs. 13:20).

Perizeus ou Ferezeus (Êx. 3:8)

Habitavam nos lugares montanhosos (Js. 11:3). Suas cidades não eram muradas e sua principal

atividade era agricultura. Estavam espalhados entre os cananeus, entretanto, as regiões que ocupavam não são

bem definidas pelas informações disponíveis (Gn. 13:7; 34:30). Quando os israelitas voltaram do cativeiro,

ainda havia perizeus na terra (Ed. 9:1; Ne. 9:8).

Page 10: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

10

Relevo e Hidrografia

Região internacional por excelência, cuja extensão territorial era de cerca de 30 mil km² ( um pouco

maior que o Estado de Sergipe). O seu aspecto é mais ou menos retangular, medindo 250 km por 120 km.

Esses 30 mil km² compreendiam Terra Prometida, repartida entre as tribos, mas nunca conquistada em sua

totalidade. Ao ser dominada pelo povo de Israel, abrangia também a Jordânia, pequena parte do Líbano e da

Síria.

A geografia regional reconhece sete regiões naturais principais da Palestina:

1. Região Montanhosa Central

As capitais de Judá e Israel estavam todas localizadas nessas montanhas, pois constituíam bons pontos de

defesa. A maior parte é utilizada para pastagens de animais. A região montanhosa prolonga-se até o noroeste,

culminando com o monte Carmelo, que corta em duas a planície costeira.

2. A Planície de Yireeel ou Esdrelon

Desde a baía de Haifa, ao norte do Monte Carmelo, até o Vale do Harod, afluente do Jordão, estende-se a

planície. Hoje constitui a zona agrícola mais fértil do moderno Israel. Ali está o Rio Quison. Sísera perdeu

seus carros e foi obrigado a fugir a pé, desse local (Jz. 4:15)

3. A Galiléia

Ao norte da planície de Yisreel, volta à cadeia montanhosa interrompida e avança para o norte, elevando-se

gradativamente. São patamares, degraus de escada, onde os mais inferiores são bacias férteis.

4. A Planície Costeira ou dos Filisteus

Davi conseguiu controlar a costa por algum tempo, mas, na maioria da história de Israel, foram os filisteus

que, a partir de suas cinco cidades, fizeram pressão em direção ao planalto central. Naquela época era apenas

uma faixa de dunas de areia, misturada com bosques, lagunas e pântanos.

5. A Sefelá ou Área ao Pé dos Montes

Entre a planície costeira e o planalto central há uma zona de colinas baixas, outrora cobertas de florestas e

sicômoros. Sempre foram teatro de constantes lutas. A maioria de suas estradas era fortificada ou vigiada.

6. O Vale do Jordão

O Rio Jordão corre para o sul, atravessando o mar da Galiléia. Depois, entra num profundo vale, escavado

ainda mais pelo rio, coberto por uma vegetação densa semelhante a um jângal. Esse vale é bastante sinuoso e

escarpado, o que torna sua travessia bastante difícil, mas as pontes modernas facilitaram a travessia. O vale do

Jordão é uma depressão geológica. São duas falhas paralelas da crosta terrestre.

7. A Transjordânia

É uma região montanhosa, semelhante à ocidental, porém mais elevada. A área é rica em água e fornece

ótimas pastagens para grandes rebanhos. Houve tempo em que o rei de Moabe pagava, como tributo anual a

Israel, 100 mil cordeiros e a lã de 100 mil ovelhas (II Rs. 3:4). As montanhas sobem a 700 m ao Leste da

Galiléia para quase 2.000 m ao Leste e ao Sul do Mar Morto.

Montes e Vales

Vale e Montes são a topografia característica da Palestina. Destaca-se o vale de Hinom, que faz

fronteira com Jerusalém pelo lado Sul. O rochedo da cidade está encravado entre dois vales: o Vale do Hinom

e o Vale do Cedron. Hinom deve ter sido um dos proprietários do local. Esse vale é um barranco profundo,

largo no princípio e cada vez mais estreito no fundo. Marcava a fronteira entre Judá e Benjamim. Esse vale

trazia más recordações ao povo. Alguns reis de Israel haviam colocado vários altares a deuses estranhos e

nesse vale, em épocas de decadência espiritual.

Acaz e Manasses queimaram seus próprios filhos num local chamado Tofet. Jeremias profetizou

contra esse lugar ( Jr. 7:31-33). Josias transformou o vale em ossário e lixeira. No tempo de Jesus, a função

desse vale continuava a mesma: lixeira municipal de Jerusalém, onde um fogo contínuo consumia os

Page 11: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

11

cadáveres de animais e outros detritos. Por causa dessa figura eloqüente, Jesus associou o vale ao próprio

inferno (Mt. 18:9).

A Transjordânia fica a Leste do Jordão. Entre as nascentes do Jordão e a margem Sul do lago de

Genesaré, ficam as colinas de Golán.

No grupo transjordânico, estão os montes ligados à vida de Jacó, na região de Gileade, com destaque

ao monte Gileade. Ao norte, temos o Moabe e ao sul, os montes: Pisga, Nebo, Peor e Glaad. No monte Peor,

Abrão teve a visão da terra prometida. Foi nos montes Nebo e Pisga que Moisés também contemplou a terra

prometida. A tradição localiza o monte Nebo no pico que hoje tem o nome de Rãs el-Syaguh, a noroeste de

Mádab (771 m), de onde se tem uma esplêndida visão do vale do Jordão e da Cisjordânia.

Os principais montes palestínicos são:

1. Monte Tabor

Localiza-se a sudoeste da Galiléia, logo acima das ramificações do Vale do Armagedom. Sua altura máxima é

de 588 m. Fica próximo à planície de Yisreel, do lago de Tiberíades e do grande cruzamento de Beth-Shéan.

Essa localização lhes deu importância e ficou célebre no Antigo Testamento, principalmente no tempo dos

juízes de Israel. Nos dias da juíza Débora, Baraque reuniu seus homens sobre o monte e surpreendeu os

filisteus aos gritos, deixando-os em pânico e vencendo-os. Tabor ficou na memória do povo como símbolo de

vitória, tanto que Jeremias e Oséias a ele se referem como o sinal da fidelidade de Deus. No século III da Era

Cristã, a tradição situou o acontecimento da Transfiguração de Jesus no monte Tabor, pois os evangelhos não

localizam o episódio.

2. Monte Carmelo

Localizado na Samaria e ao Sul do vale do Armagedom, é desse monte que o servo de Elias vê a nuvem de

chuva que vinha colocar fim à terrível seca que assolava a terra. Na Bíblia, o Carmelo é a imagem da beleza e

da prosperidade. Sua vegetação era abundante e suas encostas, produtivas. Ali também aconteceu o episódio

com Elias e os profetas de Baal (I Rs. 18:19-21).

3. Monte Gilboa

Localizado ao sul do Vale de Jezreel, foi palco de movimentos militares no tempo de Saul e onde ele morreu.

4. Monte Gerisim e Ebal

Localizados no centro de samaria, um em frente ao outro. São também conhecidos como monte das bem

aventuranças e monte da maldição, respectivamente.Entre ambos há uma pequena planície. No Monte

Gerisim, foi construído um templo, onde eram realizados cultos para que os samaritanos pudessem adorar,

sem precisar ir a Jerusalém.

5. Montes da Judéia

Existem muitos montes nessa região, com destaque para os aglomerados de Jerusalém, onde está o monte

Moriá, que marcou o início da cidade, com a tomada da fortaleza dos jebuseus. Abraão ia sacrificar seu filho

ali. Salomão construiu ali o templo. Sião representava a firmeza para os judeus. No Monte das Oliveiras,

muito ligado ao ministério de Jesus, estava o Jardim do Getsêmani.

6. Gólgota

Conhecido como o “Lugar da Caveira”, é apenas uma rocha a alguns metros acima do solo. Na época de

Jesus, utilizava-se a elevação para execução (crucificação) de pessoas sem cidadania romana ( os cidadãos

romanos eram decapitados). O local permitia que os numerosos viajantes contemplassem o suplício e

aprendessem a lição. A rocha em que Jesus foi sepultado ficava a 40 m dali.

Hidrografia

Os rios da Palestina estão divididos em duas bacias hidrográficas denominadas: bacia do Jordão e

bacia do Mediterrâneo.

O rio mais importante é o Jordão, do ponto de vista histórico, geográfico, político, econômico e

religioso. O Jordão está ligado à vida de grandes personagens, como Jacó, Josué, Elias, Eliseu, Naamã, Davi,

João Batista e Jesus.

Page 12: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

12

Os afluentes mais importantes do Jordão são os rios Yarmuque e Jaboque ( liga os com o vale de

Jaboque) e o Arnon ( que desemboca diretamente no Mar Morto) – na margem esquerda. Na margem direita,

está o ribeiro de Cedron ( que banha Jerusalém).

O Mediterrâneo é o grande mar que banha a Palestina, a oeste, por toda a região litorânea.

Nos tempos apostólicos, essas estradas serviram para a propagação do evangelho pelos missionários.

O Mediterrâneo também era conhecido como mar Ocidental ou mar Grande.

O Mar Morto é mais um grande lago, conhecido por nomes, como Mar de Ló, Asfaltite ( por causa da

quantidade enorme de betume petrolífero encontrado na região), Mar Salgado (por causa da grande quantidade

de sal em suas águas – 250gramas por litro) e Mar Oriental. É inóspito à vida, em virtude da alta densidade de

suas águas. O seu tamanho é de, no máximo, 85 Km de comprimento por 15 Km de largura, também no

máximo.

O Mar da Galiléia, também conhecido com Genesaré, Tiberíades ou Quinarete, é considerado um

lago. Com 21 Km de comprimento por 12 Km de largura, sua profundidade atinge mais de 40 m. Suas águas

são claras, doces e muito piscosas. O clima ameno e a fertilidade de suas margens contribuíram para o

surgimento de muitas cidades na região, algumas bem importantes, como Cafarnaum, Magdala, Genesaré,

Corazim e Betsaida. A localidade foi palco de acontecimentos importantes durante o ministério de Jesus e

vários fatos relevantes se verificaram na região, como, por exemplo, a vocação dos três apóstolos pescadores,

apaziguamento da tempestade, a multiplicação dos pães, a cura da filha de Jairo e da mulher com fluxo de

sangue, o Sermão do Monte e a pesca maravilhosa.

Clima e Vegetação

A Palestina está numa das pontas daquilo que se chama de “meia-lua fértil”, ou “crescente fértil”.

Trata-se de uma ampla zona do ocidente asiático em forma de meia-lua, cujas pontas estão voltadas para o sul.

As montanhas atraem mais chuvas do que as planícies, pois tendem a reter os ventos portadores de chuva,

impedindo-os que alcancem o interior.

Pela localização de mais ou menos 30º de latitude, o clima corresponde ao Rio Grande do Sul:

temperado brando, mas muito irregular, especialmente por causa dos seguintes fatores: topografia

extremamente acidentada e influência do mar, dos desertos, dos ventos e das chuvas.

Desertos

Os desertos do grupo palestínico eu mais nos interessam são os localizados a oeste, ou em Judá,

conhecidos como: os do Mar Morto ( Maon, Zipah, Jericó, Tápua, Giruel, Betevem e Gabaon) e, mais ao sul,

os do grupo Idumeu e o de Moabe, onde havia um povo estabelecido. Todos esses desertos estão relacionados

com o êxodo e também são do tipo Midbar.

Vegetação

A vegetação também é variável de região para região. Do interior do deserto, indo em direção à costa

e às montanhas, podem ser encontrados mato no deserto, estepes com arbustos e capim, pradarias, florestas de

transição e florestas em níveis mais altos.

Hoje em dia, a maior parte das florestas do Antigo Testamento já desapareceu, pois as regiões foram

desmatadas ao longo dos tempos. Onde cresciam árvores, agora existem campos semeados ou simplesmente

arbustos espinhentos. Somente nos últimos 50 anos começaram a reverter o processo de desflorestamento,

salvando certo número dos famosos cedros do Líbano e de algumas florestas de montanha no norte.

Fauna e Flora

Animais da Bíblia

Arganases

Animais tímidos e pequenos, do tamanho de um coelho, com graciosas orelhas e sem cauda. Vivem

em colônias em regiões rochosas ( Pv. 30:26)

Page 13: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

13

Bois e Vacas

Já muito antes da chegada de Abraão a Canaã, criavam-se rebanhos de bois e vacas para a produção

de carne, leite e couro. Os bois puxavam o arado do agricultor e sua debulhadeira, para debulhar o trigo. Esses

fortes animais eram atrelados a carroças e carretas. Os bois eram mortos para os sacrifícios do tabernáculo e

do templo. A riqueza de um homem era medida pelo numero de bois e ovelhas que possuía. Basã, a leste do

Jordão, era famosa pelos seus rebanhos ( Gn 1:24; Lv. 1:2).

Camelos

O camelo é capaz de andar vários dias sem beber água. Em viagens normais, transporta cargas de

cerca de 180 Kg, além do cavaleiro. A Bíblia o menciona na história de Abraão, Jacó e Jô. Aos israelitas era

proibido comer sua carne (Gn. 12:16; 30:43:Jô 1:3)

Cavalos

Somente os ricos possuíam cavalos. A posição geográfica do país permitiu a Salomão tornar-se

intermediário no comércio de carros importados de Egito e cavalos da Turquia. O cavalo era “arma” de guerra

e simbolizava poder(Ex. 14:23; Js. 11:4; I Rs. 4:26; Et. 6:8-11).

Cervos e Gazelas

Esses animais foram, para os escritores bíblicos, a imagem da rapidez e da delicadeza. O gamo, a

corça, a gazela e a cabra-montês, cuja cor de areia os torna difíceis de ser percebidos, constituíam importante

fonte de carne (Dt. 12:15; Ct. 2:8-9).

Jumentos e Mulas

O jumento é o herói da história de Balaão. Os jumentos perdidos levaram Saul ao encontro decisivo

com Samuel. Finalmente, Jesus montou em um jumentinho para entrar em Jerusalém (Nm. 22; I Sm. 9:10; Zc.

9:9; Mt. 21:1-11).

Leopardos

Isaías e Jeremias mencionam o leopardo, bem conhecido em Israel nos tempos bíblicos. Sua pele

amarelada com manchas pretas ajuda-o a aproximar-se da vítima sem ser visto, até mesmo em áreas abertas

(Is. 11:6; Jr. 13:23).

Leões

O leões viviam nas densas matas do vale do Jordão, constituindo um perigo para rebanhos e homens.

A força e a coragem dos leões fizeram deles um símbolo de poder, tanto que o próprio Cristo é chamado

“Leão da Tribo de Judá” (I Sm. 17:34-36; Dn. 6:16-24; Ap. 5:5).

Lobos

Predadores ferozes e perigosos, geralmente se alimentam de animais menores, mas também atacam e

matam cervos, ovelhas e até bovinos. A Bíblia chama de “lobos” os chefes cruéis e maus. Jesus descreveu

seus seguidores como “cordeiros no meio de lobos” (Is. 65:25; Mt. 7:15; Lc. 10:3; At. 20:29).

Ovelhas e Cabras

Com a pele das cabras confeccionavam os odres padrão de água. A lã preta de cabra servia para tecer

os fortes tecidos das tendas. A lã das ovelhas era tecida para túnicas e roupas quentes. Ovelhas e cabritos eram

mortos nos sacrifícios do tabernáculo e do templo. Freqüentemente, os pastores criavam rebanhos mistos de

ovelhas e cabras, protegiam-nos contra animais selvagens e os levavam a pastos verdejantes e fontes de águas

(GN. 27:9; Ex. 26:7; Lv. 1:10; I Sm. 16:11; Mt. 25:32; Jô. 10:1-12)

Page 14: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

14

Raposas e Chacais

A raposa, caçadora solitária, gosta de frutas e freqüentemente danifica as vinhas baixas. Os chacais

andam em grupos noturnos à procura de carniça e resíduos. As raposas da história de Sansão provavelmente

eram chacais (Jz. 15:4)

Ursos Pardos

Os ursos comem de tudo: frutas, raízes, ovos, colméias de abelhas e formigas. Mas quando estão

famintos podem atacar rebanhos de ovelhas. Davi quando pastor, teve de defender seu rebanho contra eles. A

Bíblia também conta como dois ursos atacaram um grupo de pessoas que zombavam do profeta Eliseu. O urso

marrom sírio ainda vive no Oriente Médio, mas não em Israel ( I Sm. 17:34-36; II Sm. 17:8; II Rs. 2:24).

Aves da Bíblia

Águias e Abutres

Isaías e os salmistas falam da força e do vigor da águia. Ela também era o emblema das legiões

romanas. Provavelmente, Mateus tinha isso em mente quando falou das águias que esperavam a queda de

Jerusalém (Is. 40:31; Sl. 103:5; Mt. 24:28)

Cegonhas

Alimentam-se principalmente de pequenos animais como serpentes, peixes, ratinhos, minhocas e

insetos (Jr. 8:7).

Codornizes

Forneceram carne aos israelitas durante o êxodo, quando da saida do Egito. Duas vezes por ano

bandos de codornizes atravessam essa região, migrando para o norte, no verão, e para o sul, no inverno.

Cansadas pela longa distância, voam baixo, podendo ser facilmente capturadas (Ex. 16:11-21; Nm. 11:31-35).

Corujas

São predadoras noturnas. Durante a caça, voam silenciosamente e se precipitam subitamente sobre

pequenos animais, que são devorados. A Bíblia descreve a coruja como o habitante de lugares desolados e um

ruínas (Lv. 11:16; Is. 34:11).

Corvos

Após o dilúvio, Noé soltou um corvo para ver se a terra já estava seca. Em época de fome, os corvos

alimentaram Elias (Gn. 8:7; I Rs. 17:4).

Grous

Grande ave cinzenta, com asa de 2,5 m de envergadura, alimenta-se principamente de semente e

folhas.

Pardais

Muitas vezes, o termo é usado para significar qualquer pássaro pequeno comestível, mas algumas

passagens referem-se especificamente ao pardal. Jesus usou o pardal para mostrar o quanto Deus ama suas

criaturas. Se o Senhor Deus cuida dos pardais mais pequenos, quanto mais cuidará das pessoas (Mt. 10:29-31;

Lc. 12:6-7).

Pavões

Page 15: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

15

Foram importados por Israel no tempo de Salomão e criados como aves ornamentais, condizentes com

o esplendor do palácio real ( I Rs. 10:22).

Perdizes

O termo inclui três espécies: a perdiz das rochas, a perdiz do deserto e a perdiz preta. Todas eram

caçadas, pois sua carne e ovos eram um prato apreciado. A perdiz das rochas esconde-se tão bem que é mais

fácil ouvi-la do que vê-la ( I Sm. 26:20; Jr. 17:11).

Pombas e Rolas

São as aves mais comuns e importantes da Bíblia. Várias espécies são nativas em Israel e outras

aparecem como migratórias no universo. Os pobres, que não podiam sacrificar ovelhas ou cabras, ofereciam

duas rolas, que podiam ser compradas nos átrios do templo. Foi uma pomba que trouxe a Noé o primeiro ramo

verde depois do dilúvio. José e Maria, que eram pobres, ofereceram duas rolas, ou dois pombinhos, no templo,

quando da apresentação de Jesus. Ao ser batizado, o Espírito Santo pousou sobre Jesus em forma de pomba.

Jesus expulsou os vendedores de pombas do templo( Gn. 8:8-12; Sl. 55:7; Mt. 3:16; 21:12; Lc. 2:24).

Plantas da Bíblia

Abeto e Pinheiro

A madeira dessas árvores sempre verdes, que cresciam nas montanhas e colinas, foi utilizada na

construção do templo, em convés de navios e na fabricação de instrumentos musicais (Ez. 27:5)

Acácia

Madeira da qual foi feita a arca da aliança para o tabernáculo. É uma das poucas árvores que crescem

no deserto do Sinai ( Ex. 25:10).

Amendoeira

Foi a primeira árvore frutífera a florescer em Israel. O seu fruto, além de alimento apreciado, fornecia

óleo. A referência mais conhecida é a da vara de amendoeira de Arão que floresceu e produziu frutos no

espaço de uma noite. Ainda há a referência à vocação de Jeremias e à visão da amendoeira ( Nm. 17:8; Jr.

1:11).

Canela

Óleo destilado da casca da árvore homônima e usado para condimentar alimentos e vinho ( Ct. 4:14;

8:2).

Cardos Espinhos e Cizânias

Cardos silvestres e espinhos são abundantes em terras áridas como Israel: mais de 120 espécies,

algumas das quais com mais de dois metros de altura. Espinhos, como os representados aqui, foram usados

para fazer a coroa de escárnio de Jesus durante seu processo. A cizânia da parábola do trigo e das ervas

daninhas é o joio que no início se assemelha exatamente ao trigo ( Gn. 3:18; Mt. 13:7; 24:30; Mc. 15:17)

Carvalho

Absalão ficou preso nos galhos de um carvalho quando fugia do Rei Davi. Isaias utilizou a figura do

carvalho para simbolizar a justiça, a santidade e a perpetuidade do povo de Deus ( II Sm. 18:9-10; I Rs. 13:14;

Is. 2:13; 6:13; 61:3).

Cedro

Page 16: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

16

Árvore bela e gigantesca do Líbano que outrora crescia em grandes florestas. No tempo de Salomão, o

rei Hirão de Tiro exportava cedros em grande quantidade. Podia ser esculpida e decorada, tendo servido para

revestir o templo e o palácio de Salomão ( I Rs. 6:10; 7:12; Ez. 27:5).

Cevada, Trigo, Painço e Espelta.

Constituíam boa parte da alimentação do Israel antigo. O trigo fornecia a farinha e o pão, sendo usado

para o pão oferecido pelos sacerdotes a Deus. A cevada, que amadurece antes do trigo e, por isso, colhida no

começo do verão, era o alimento dos camponeses mais pobres. A espelta é um tipo pobre de trigo, e o painço,

que se parece com o centeio, fornece o pior pão. Ezequiel menciona-o como alimento apropriado em tempo de

carestia (Ex. 9:31:32; Ez. 4:9).

Cominho e Aneto

As sementes do cominho eram utilizadas para temperar a carne e também como remédio para os

olhos. Os fariseus ofereciam a Deus um décimo de tudo, até dos temperos – menta, cominho, aneto – mas,

segundo Jesus, descuidavam-se do essencial: honestidade, justiça, misericórdia (Is. 28:25-27; Mt. 23:23).

Favas e Lentilhas

A fava pode ser cozida como verdura ou seca e reduzida à farinha. A lentilha cresce em pequenas

vagens chatas, semelhantes às das ervilhas, é de cor avermelhada e geralmente usada em sopas ou cozidos

(como o prato preparado por Jacó para Esaú), mas também pode ser seca e reduzida à farinha (Gn. 25:34; II

Sm. 17:28; Ez. 4:9).

Fel e Absinto

O fel é talvez o suco da papoula do ópio (Sl. 69:21; Mt.27:34). O absinto tem gosto amargo e é usado

na Bíblia como símbolo da dor e da amargura (Ap. 8:11).

Figueira e Sicômoro

O figo era um fruto importante nos tempos bíblicos. O pastor e profeta Amós, cultivava sicômoros. A

árvore na qual Zaqueu subiu para ver a Jesus era uma espécie de figueira, um sicômoro (Am. 7:14; Lc. 19:4;

Lc. 13:6-9).

Hissopo

Na cruz apresentaram a Jesus uma esponja embebida em vinagre e colocada num maço de hissopo. No

Antigo Testamento, o hissopo era usado para aspergir o sangue dos sacrifícios e na vigília da Páscoa( Ex.

12:21-22; Jô. 19:29).

Incenso

Resina que se obtém descascando o tronco da árvore homônima e perfurando-o. Exala um perfume

suave quando aquecido ou queimado. Foi um dos presentes oferecidos a Jesus pelos reis magos (Ex. 30:34-38;

Lv. 2:1, 15, 16; Mt. 2:11).

Linho

As roupas de linho são feitas de uma planta de flores azuis, que atinge cerca de 45 cm de altura. O

linho também era usado para as velas dos barcos. No Egito e em Israel, servia para envolver cadáveres e para

a confecção de roupas finas (ex. 26:1; Js. 2:6; Pv. 31:13; Ez. 27:7; Mc. 15:46; Jô. 19:40).

Lírio do Campo

Page 17: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

17

Quando Jesus falou dos lírios do campo talvez estivesse pensando nas flores em geral, e não apenas

em uma espécie em particular. Na primavera, as encostas das colinas da Galiléia cobrem-se de flores de cores

vivas e variadas: anêmonas, açafrão, papoulas, narcisos e crisântemos amarelos (Ct. 5:13; 6:2-3; Mt. 6:28).

Mamoneira

Talvez tenha sido a planta que cresceu rapidamente para abrigar Jonas, do sol causticante. Era um

arbusto que se caracterizava pelo rápido crescimento (Jn. 4:6).

Maná

O milagre de Deus foi enviar tanto maná quanto possível para alimentar uma multidão de

aproximadamente três milhões de pessoas. O maná só deixou de ser enviado depois que os israelitas

começaram a colher os frutos da terra (Ex. 16: 1-10).

Mirra

Era usada como condimento, remédio e para a obtenção do óleo santo do tabernáculo e do templo. Os

magos trouxeram-na como presente a Jesus. Quando da crucificação, fora oferecida ao Salvador, como

analgésico, misturada a uma bebida, José e Nicodemos embalsamaram o o corpo de Jesus com mirra e aloés

(Ex. 30:23-24; Mt. 2:11; Mc. 15:23; Jo. 19:39-40).

Mostarda

A planta geralmente tem 120 cm de altura, mas pode chegar até 460 cm. Jesus disse que o reino de

Deus é semelhante a um minúsculo grão de mostarda, que se desenvolve e se transforma numa árvore.

Provavelmente, referia-se à mostarda preta, cujas sementes eram cultivadas para a obtenção de óleo e como

tempero (Mt. 13:31-32).

Nardo

Desta planta, que cresce na Índia, extrai-se um ungüento de perfume suave. Era importado por Israel

em jarras de alabastro seladas para conservar o perfume. Foi este o precioso presente derramado profusamente

por Maria em Jesus (Ct. 4:14; Mc. 14:3; Jô. 12:3).

Oliveira

Uma das maiores culturas do antigo Israel. A maior parte era levada em cestos às prensas, de onde

extraía-se seu azeite. O azeite de oliveira era utilizado pela culinária, como combustível para as lamparinas e

como loção emoliente para a pelo. No antigo Israel também era utilizado para ungir reis e sacerdotes,

símbolizando a escolha e a separação para uma missão especial. Foi uma das árvores mencionadas no apólogo

de Jotão. A oliveira pode viver centenas de anos. Sua madeira pode ser esculpida e polida, servindo em obras

ornamentais como no templo de Salomão (Dt. 24:20; Jz. 9:8; I Sm. 10:1; I Rs. 17:12-16).

Palmeira ( Tamareira )

Em Israel, palmeira tornou-se símbolo nacional de vitória. Nos Salmos, o justo é comparado a uma

palmeira. O povo agitou suas folhas quando Jesus entrou triunfantemente em Jerusalém.

Papiro

Planta da família das ciperáceas, que crescia em terrenos alagadiços do Delta do Nilo ( e ainda cresce

ao norte de Israel), da qual se fazia o papel do mundo antigo. Grande parte dos originais da Bíblia foi escrita

sobre papiros. Também eram usados para fabricar embarcações e cestos (como aquele em que Moisés foi

colocado), cordas e sandálias.

Romãzeira

Page 18: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

18

A sua figura era bordada em torno da orla da veste do sumo sacerdote e esculpida nas pilastras do

templo de Salomão (Ex. 28:33; I Rs. 7:20).

Rosa

Provavelmente, refere-se ao narciso (Is. 35:1) ou à tulipa das montanhas (Ct. 2:1)

Salgueiro e Álamo

Os salgueiros são arbustos ou árvores baixas. O álamo branco cresce rapidamente e faz muita sombra.

Os salgueiros da Babilônia, ao lado dos quais os exilados faziam suas lamentações, eram provavelmente um

tipo de álamo. Jacó descascou ramos de álamo para enganar Labão (Gn. 30:27; Sl. 137:2).

Videira

Os exploradores de Moisés trouxeram enormes cachos de uva como sinal de fertilidade da terra da

promessa. O vinho novo era colocado em odres novos ou em recipientes de cerâmica, onde fermentava. A

videira era um emblema nacional de Israel, símbolo de paz e prosperidade. Jesus usou-a em cinco de suas

parábolas e descreveu-se a si mesmo como verdadeira videira, da qual dependem os ramos – seus seguidores

(Nm. 13:20-24: Mt. 9:17; 20:1-6; Jo. 15:1).

Principais Cidades

Principais Cidades da Palestina

Belém

Belém significa “Casa do Pão”. Jacó chega até esse local e alí Raquel dá a luz seu último filho,

Benjamim, e morre de parto. Uma tradição relativamente antiga situa o túmulo de Raquel em Belém e a ele se

refere Gênesis 35:19. A história de Rute, no Antigo Testamento, também se desenrolou em Belém. É a cidade

de Davi. O profeta Miquéias recordou a vocação messiânica de Belém (Mq. 5:2). Na época em que Jesus

nasceu, era uma pequena cidade da Montanha de Judá, situada a cerca de 8 Km. ao sul de Jerusalém, no

caminho de Hebrom.

Berseba

Nessa cidade, Abraão fez aliança com Abimeleque. Nesse mesmo lugar, Isaque recebeu a promessa de

Deus (Gn.26:23-24).Jacó passou por ali, a caminho do Egito (Gn. 46:1-3). Na época dos juízes, o território

ocupado tinha seus limites: de Dã a Berseba, expressão muitas vezes encontrada no Antigo Testamento para

designar a terra de Israel. Berseba conservou sua tradição de hospitalidade aos viajantes do oriente ao ocidente

e vice-versa.

Betânia

Betânia pode significar “Casa do Pobre” ou “Casa de Graça”. Existem duas cidades com o mesmo

nome. Uma Betânia, para lá do Jordão, tem localização incerta e dista de Jerusalém cerca de 30 Km. Desde

cedo, foi venerada como o local em que Jesus foi batizado e construiu-se ali uma capelinha. No Antigo

Testamento, naquele local Josué atravessou o Jordão com o povo de Israel. Foi lá também que Elias subiu ao

céu. A outra Betânia fica próxima de Jerusalém, do outro lado do Monte das Oliveiras. No tempo de Jesus,

morava ali seu amigo Lázaro e suas irmãs, Marta e Maria. Era um lugar de refúgio do Mestre ( Mt. 21:17). Foi

ali que ocorreu o milagre da ressurreição de Lázaro, onde também uma mulher ungiu Jesus com ungüento

precioso ( Mc. 14:3-9).

Betel

Page 19: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

19

Betel é uma união de beit – “ a casa” – e Elohim – Deus. Significa, portanto, “a casa de Deus”. De

Betel, Abraão peregrinou ao Neguebe e ao Egito. Voltou a Betel, de onde se separou do sobrinho Ló, que

desceu para o vale do Jordão. Ali Jacó teve a experiência com a epifânia de Deus e o chamou de Betel (Gn.

28:16-19). Quando o reino de Israel foi dividido em Norte e Sul, foram construídos dois templos: um em Dã e

outro em Betel. Em Betel, era adorado um deus em forma de touro, lembrando o episódio do bezerro de ouro

no deserto.

Cafarnaum.

Situada à margem norte-ocidental do lago de Genesaré, num terreno pouco mais árido, era uma

pequena cidade, no tempo de Jesus, dedicada à pesca e, até certo ponto, importante por estar situada numa

zona fronteiriça junto ao caminho que, a partir da tetrarquia da Galiléia, se dirigia para os territórios da

tetrarquia de Filipe. De fato, havia ali serviços de alfândega (Mt. 9:9) e uma guarnição militar (Mt. 8:5-13). Os

apóstolos Pedro e André eram dessa cidade. Ali, Jesus curou numerosos doentes (Mc. 1:21-34; 2:1-12),

inclusive a sogra de Pedro, o criado do centurião e o pralítico, no episódio em que abriram o telhado para

descê-lo até o lugar em que se encontrava Jesus. Nessa cidade, Jesus pagou o imposto (Mt. 17:24-27).

Entretanto, havia incredulidade no povo, tanto que Jesus proferiu palavras duras sobre a cidade (Mt. 11:23).

Cesaréia

Havia duas cidades com este nome: Cesaréia do Mar e Cesaréia de Filipe. Filipe mandou construir a

cidade na época do nascimento de Jesus e escolheu o lugar por sua beleza e frescor, na base da montanha de

Hermon. Em Cesaréia de Filipe aconteceu a confissão de Pedro (Mt. 16:13-20). Foi ali que a identidade de

Jesus e a natureza de sua missão foram reveladas pela primeira vez, com clareza e precisão. A Cesaréia

marítima é mais citada na Bíblia, pois era um porto da costa mediterrânea, a 50 Km. ao norte da atual Tel

Aviv, sendo construída por Herodes, o Grande. Ali, Pedro encontrou-se com Cornélio e lhe pregou as boas

novas de salvação (At. 10:1-8).

Dotã

Hoje, Tell Dotán, a 8 Km de Yenin. José passou por ali à procura dos irmãos. Dali foi levado para o

Egito pela caravana de mercadores midianitas (Gn. 37:17-28).

Emaús

Sua localização é incerta. Lucas coloca a cidade a 11 Km. de Jerusalém. Parece que era a atual

Amwas, pois dela testemunham Jerônimo e Orígenes, que viveram na Palestina. Os dois discípulos que

conversaram no caminho com Jesus já ressurreto eram de Emaús (Lc. 24:21).

Hebrom

Aparece com o nome de Quiriate-Arba no tempo dos patriarcas, que iam freqüentemente à cidade para

o comércio ou para o abastecimento. Abraão acampou-se perto desse importante lugar na Montanha de Judá,

que ainda hoje conserva esse nome e adquiriu uma gruta, a de Macpela, onde foram sepultados os seus

próprios ossos e os de Sara (Gn. 23:2-9). Ali também estava o carvalhal de Manre. Jacó residiu em Hebrom,

de onde partiu José à procura de seus irmãos. Foi em Hebrom que Jacó foi sepultado, com seus pais, mas

parece haver outra tradição a esse respeito (Gn. 50:5-14). Hebrom foi dada a Calebe, na conquista da terra

pelos israelitas. Nessa cidade, Davi é aclamado rei ( II Sm. 5:1-5).

Jericó

A cidade, situada no oásis do mesmo nome, sobre uma colina (Tell es-Sultan), não era, na época, mais

do que um pequeno povoado, facilmente conquistado. Destruída pelos israelitas, já era a terceira cidade

construída pelos hicsos, em 1600 aC. Aproximadamente em 1400 aC. os israelitas a destruíram (Js. 6:1:21).

As muralhas eram construídas de tijolos secos ao sol e formadas por duas linhas paralelas, separadas por 5 m.;

a de dentro tinha 4 m de largura e a de fora, 2,5 m; a altura era de 10 m.

Outra Jericó foi construída por volta do ano 700 aC. ( I Rs. 16:34). Perto dela, Elias foi elevado ao céu ( II Rs.

2:4-11). Ao tempo de Jesus, Jericó é várias vezes citada nos evangelhos. João, o Batista, escolheu esse local

Page 20: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

20

para realizar seus batismos de arrependimento. Bartimeu foi curado da cegueira e Zaqueu recebeu a Jesus em

sua casa (Lc. 19:1-10). Ficava a 30 Km de Jerusalém, pela via romana, e possuía certa importância,

patrimônio do soberano. O caminho entre Jericó e Jerusalém era difícil e com muitos perigos, pelo fato de se

ter de descer em seu percurso de 1000 m de altitude e atravessar o deserto.

Jerusalém

Encontra-se na montanha de Judá, a uma altitude de 760 m. Nos tempos bíblicos, estava cercada por

dois vales profundos: o do Cedron e o de Hinnom. A leste de Cedrom encontra-se o Monte das Oliveiras ( 815

m ). Antes de ser conquistada por Davi, Jerusalém era ocupada pelos jebuseus (997 aC.). Na época da volta do

exílio, a cidade teve seus muros restaurados sob a liderança de Neemias e era menor do que a do tempo dos

reis (Ne. 3:1-32). Em 63 aC., a cidade foi tomada por Pompeu, general romano. Herodes, o Grande,

transformou a cidade, sendo sua obra mais importante a reconstrução do templo, o qual ergueu uma nova

plataforma ou esplanada, sustentada por muros, como o chamado “ Muro das Lamentações”. Suas dimensões

eram maiores do que o templo anterior. Herodes também construiu a Torre Antônia, sobre uma elevação, onde

ficava a antiga fortaleza de Báris. Nos evangelhos, é mencionada ainda a piscina de Betesda (Jô. 5:2-4), junto

a igreja de Sant`Ana, a Leste da Torre Antônia, fora dos muros da cidade. É uma piscina dupla, com 5

pórticos, 4 circundando-a de cada lado e outro no centro, separando ambas as seções. Junto dela havia uma

espécie de balneário, cujos restos foram conservados. Na encosta oeste do Monte das Oliveiras, do outro lado

de Cedrom, fica o Jardim do Getsêmani.

As tropas romanas de Tito cercaram Jerusalém no ano 70, conquistaram a Torre Antônia, penetraram

no templo, destruindo-o. Dominaram a cidade alta e Jerusalém foi arrasada. Na época de Adriano (131-135), a

cidade foi totalmente transformada, recebendo o nome de Aelia Capitolina, em honra ao nome de família do

imperador.

Jope

Hoje Yaffo, um bairro ao sul de Tel Aviv. Na época de Jesus, era porto tradicional sem muita

importância. Ali morava Tabita (Dorcas), ressucitada por Pedro (At. 9:36-43), que ficou morando na cidade

por algum tempo, quando o centurião Cornélio mandou chamá-lo (At. 10:5).

Laquis

Foi uma antiga fortaleza que desafiou até os exércitos de Senaqueribe, da Assíria. Laquis era, como

Jericó, resultado de diversa edificações, umas sobre as outras. É a moderna Tel Duweir, situada a 35 Km de

Gaza, num planalto a 42 m. acima do vale. O rei de Laquis uniu-se a outros quatro reis amorreus em combate

a Josué, que os venceu.

Nazaré

Nos dias de Jesus, era apenas uma pequena aldeia sem importância, na baixa Galiléia. Nazaré ficava

próxima a diversas estradas comerciais importantes e, por isso, vivia em contato com o mundo da época. Não

é citada no Antigo testamento. Por isso, quando disseram a Natanael que Jesus era nazareno, ele exclamou: “

Pode vir alguma coisa boa de Nazaré?” (Jo. 1:45-46). Foi nessa cidade que Jesus se ocultou durante 30 anos

de sua vida, antes de manifestar-se ao povo. Ali Jesus consagrou-se a Deus, aprendeu a Torah e recebeu

instruções preciosa de seus pais sobre Yahweh ( Mt. 2:23; Lc. 2:39-40).

Samaria

Foi a antiga capital de Israel, reino do Norte. As obras de sua construção começaram em torno de 875

aC., pelo rei Onri, e continuaram com seu filho, Acabe (I Rs. 16:24). Ali foi construído um templo a Baal, por

Acabe, onde ocorreram também o episódio da vinha de Nabote e as vária intervenções de Elias (IRs. 18). Os

profetas Oséias e Amós vaticinaram contra o luxo e a injustiça da cidade (Os. 9:11-17; Am. 3:9).

Siquém

Page 21: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

21

Seu nome significa “ombro” e fica a 65 Km ao norte de Jerusalém. Abraão a encontrou ao percorrer

os 50 Km de Siquém a Betel (Gn. 12:6-7). Jacó comprou um campo perto de Siquém (Gn. 33:18-20). Josué

convocou todas as tribos para uma assembléia naquela localidade (Js. 24:1). No tempo dos juízes, Siquém era

um centro de culto cananeu. Abimeleque proclamou-se rei em Siquém, mas o povo logo se revoltou contra ele

(Jz. 9:1-6). Antes de ser construído o templo em Jerusalém, Siquém era o centro religioso e político para a

unidade do povo. Depois da morte de Salomão, ali aconteceu uma assembléia que dividiu o reino do Norte ( I

Rs. 12).

Tiberíades

Foi fundada no ano 18 dC., por Herodes Antipas, em honra do imperador Tibério. Seu palácio,

estádio, teatro e termas (suas águas são termais) foram construídos no estilo grego. Havia, no local em que foi

erguida, muitos túmulos antigos, por isso os judeus não apoiaram a construção da cidade. Mesmo assim,

Herodes insistiu e conseguiu povoá-la com judeus não tão radicais e com pessoas que viviam em busca de

recompensas. No ano 70, a cidade participou da revolta contra Roma, sendo poupada pelos romanos.

Aspectos Econômicos

Tabalhos e Profissões

Agricultura

As principais culturas eram cereais, videiras e oliveiras. As vinhas e os olivais cresciam ao longo das

encostas. Havia também o cultivo da cevada, que se desenvolvia mais rapidamente e podia crescer em terras

menos férteis. Plantava-se o painço e a espelta, cereais que serviam para fazer o pão, alimento básico da

população.

Trabalho Escravo

Os escravos deveriam ser libertos depois de seis anos de trabalho. Na época do Novo Testamento

havia escravos judeus e não judeus, mas não eram forçados a serviços pesados. As leis do Antigo Testamento

eram bastante liberais para a época, mas o povo nem sempre as seguia. Os operários dos grandes projetos

geralmente eram contratados por dia (como na parábola dos trabalhadores da vinha - Mt. 20:1-16).

Construção

Somente no tempo de Davi e Salomão houve um progresso nas construções de grandes obras, sob a

orientação de pedreiros e carpinteiros fenícios ( I Cr. 14:1). Os materiais disponíveis eram: barro, pedras,

pedregulhos, pedra calcária e madeira. Ferramentas utilizadas: martelos, serras, picaretas e machados. As

pedras eram desbastadas nas pedreiras e recebiam o acabamento final nos canteiros das obras. Para o templo

de Salomão, as pedras já vinham preparadas das pedreiras, de modo que não se ouviam ruídos de martelos,

cinzéis ou outros instrumentos de ferro durante a obra I Rs. 6:7).

Metalurgia.

Conforme Dt. 8:9, os únicos metais encontrados na Palestina eram o ferro e o cobre. O ouro, a prata ,

o estanho e o chumbo precisavam ser importados. Quando os hebreus saíram do Egito, os egípcios já

utilizavam o ouro há alguns séculos. Os judeus levaram consigo jóias. Para fabricar objetos, o metal era

fundido e derramado em moldes. Êxodo 32:4 descreve Arão fundindo as jóias e moldando o bezerro de

ouro.Quando os israelitas tomaram as cidades da terra de Canaã, o ouro e a prata faziam parte dos episódios

de guerra. Nos tempos de declínio religioso, fabricavam imagens de prata e de ouro, duramente criticadas

pelos profetas. A purificação do ouro e da prata é utilizada nas Escrituras como símbolo da ação purificadora

do sofrimento (Ex. 11:2; Js. 6:19: Jz. 17:1-4; I Rs. 10:1-27; II Cr.2:7; Is. 2:20; Os. 8:4; Zc. 13:9; Ml. 3:2-3; I

Pe. 1:7).

Artesanato

Page 22: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

22

Foi também na época de Davi que este setor se desenvolveu melhor. No período dos monarcas, a arte

da cerâmica tornou-se uma pequena indústria. Parece que havia uma espécie de corporação real de ceramistas

a serviço do rei (I Cr. 4:23), que fabricavam grandes jarros para guardar produtos das terras particulares dos

soberanos. Parece que, na época do Novo Testamento, grande parte da melhor cerâmica era importada.

Trabalhava-se, também, com o couro e as peles dos animais (ovelhas e cabras), confeccionando vestimentas,

cintos e calçados. Costuravam-se odres para o vinho, leite e água. Inicialmente, as tendas eram de pele, mas

depois começaram a utilizar o feltro e os tecidos de pêlo de cabra, como fazem hoje os beduínos. Com o

tempo, começaram a utilizar as peles para escrever, substituindo o papiro. Paulo, Áquila e Priscila eram

fazedores de tendas, ou seja, trabalhavam com couro (Gn. 3:21; Ex. 26:14; II Rs. 1:8; Ez. 16:10; At. 18:3).

Caça e Pesca

É provável que os reis fizessem grandes caçadas por esporte, como o faziam os soberanos da

Mesopotâmia e do Egito. Na mesa do palácio de Salomão eram servidos cervos, gazelas e aves. O país

encontra-se na rota de grandes migrações de pássaros, daí as referências aos caçadores de pássaros com suas

redes e armadilhas (Gn. 25:27; Lv. 17:13; Dt. 14:11-18; I Rs. 4:23; Sl. 124:7; Pv. 6:5; Os. 7:11-12).

Administração

Administradores, secretários e exatores sempre foram necessários nos governos dos países. Na

Mesopotâmia e no Egito, havia escolas para preparar os funcionários. Salomão dividiu o país em 12 distritos

administrativos, com funcionários responsáveis pelo recolhimento dos impostos. Outro órgão fazia o

recrutamento de trabalhadores, incluindo dois secretários e um encarregado dos registros, eram cargos

especializados no tempo dos reis (I Rs. 4:1-28). Os secretários também serviam para escrever cartas por

ditado, Jeremias tinha um, Baruque (Jr. 32:16). Nos evangelhos também aparecem os cobradores de impostos,

que trabalhavam para os romanos.

Comércio e Negócios

Importações de Israel

Estanho, chumbo, prata, cobre, madeira, linho, tecido de púrpura, artigos de luxo, pedras preciosas,

especiarias, ouro, marfim, macacos e pavões.

Exportações de Israel

Azeite e cereais, frutas, mel, nozes, resinas aromáticas, mirra, lã e vestimenta de lã, vestes tecidas.

Havia o comércio de animais para o sacrifício, fato que Jesus condenou, pois estava sendo realizado no único

lugar em que os não-judeus podiam prestar seu culto. Os rabis tinham regras estritas para o comércio e havia

inspetores para controlá-las: não podiam ser cobrados juros dos judeus; as balanças e os pesos tinham de ser

limpos; os compradores podiam reclamar; objetos essenciais, como os mantos, arados e mós de moinho, não

podiam ser tomados em caso de inadimplência ( Lv. 19:35-36; Dt. 25:13-16; Lc. 10:30-37).

Pesos e Medidas

Pesos

Objetos pequenos eram pesados em balanças de pratos. Outro tipo de peso era feito de seixos

cuidadosamente reduzidos, de modo a conformar-se a determinada carga. Às vezes, os comerciantes

utilizavam dois jogos de pesos, um para comprar e outro para vender, defraudando os clientes; mas a Lei de

Deus insistia na honestidade estrita Dt. 25:13; Pv. 20:23). Os siclos e os talentos mencionados no Antigo

Testamento eram pesos, não medidas.

Moedas

O dinheiro, como o conhecemos hoje, foi utilizado pela primeira vez no século VIII aC., na Lídia (

parte atual da Turquia). As primeiras moedas eram de eletrum ( uma liga natural de prata e ouro), e o seu peso

era garantido por um carimbo impresso nas pequenas placas. Na época do Novo Testamento, havia vários

Page 23: INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA

23

sistemas monetários. No tempo da rebelião judaica contra Roma, no ano 66 dC., os judeus cunharam as

primeiras moedas de prata.

As moedas de prata mais comuns são a tetradracma grega e o denário romano, salário de um dia para

trabalhadores normais.

Estradas

Quando os judeus conquistaram a terra já havia muitas estradas na Palestina, que se dividiam em quatro

grupos principais:

1. Grupo da Costa – Estas estradas originaram-se no Egito e se estendiam até a Fenícia, onde se

desviavam para o leste. Eram numerosas estradas principais que possuíam numerosas ramificações

para o oeste, alcançando cidades costeiras, como Jope, Haifa, Tiro, Sidon e outras. O ramo principal

era o do centro, partindo do vale de Esdraelon, em Megido, alcançando a planície de Esdraelon e a

baixa Galiléia, na altura do mar da Galiléia. Devido à sua importância internacional, essas estradas

foram chamadas de “ o caminho das nações”.

2. Grupo Central – Tinham várias ramificações, tanto para leste como para oeste. As principais delas

são: a) a que liga o litoral com Jerusalém, passando por Jope; b) a que liga Jerusalém com a

Transjordânia, passando por Jericó. O ministério de Jesus na Judéia foi desenvolvido, principalmente,

ao longo dessa segunda ramificação.

3. Grupo Transjordânico – Ficava a leste. Originando-se ao sul de Moabe e tomando a direção norte,

ia atingir Damasco. Suas duas importantes ramificações: a) A que une Jerusalém com a Transjordânia,

atingindo Damasco; b) A que ia do sul do Lago da Galiléia, atravessando o Jordão, até a baixa

Galiléia. As estradas desse grupo foram as mais usadas pelos patriarcas hebreus que estiveram na

região.

4. Grupo de Damasco – Originavam-se em Damasco e, tomando a direção da costa, iam morrer no

Mediterrâneo. Suas duas principais ramificações: a) A que tomava a direção leste e se bifurcava em

dois ramos, passando um por Dã e o outro, perto do lago Meron; b) A que se dirigia para o sul do mar

da Galiléia e se unia com o tronco principal que penetrava na Galiléia.

Distância

Braça.

No Novo Testamento, equivale a 1,85 m (At. 27:28).

Estádio

Equivale a 185 m (Lc. 24:13).

Caminhada de um Sábado.

Era de 2000 côvados/914 m.

Milha

Era igual a 1000 passos (medida romana) = 1.478 m (Mt.5:41).