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MODELLUS: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE FÍSICA A ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA, NA PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA Luiz Gustavo Fernandes Santos Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal do Tocantins no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF), como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física. Orientadora. Prof. Dra. Shirlei Nabarrete Dezidério Araguaína TO Maio/2018

MODELLUS PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE … · ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA, NA ... RESUMO MODELLUS: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE

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MODELLUS: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE FÍSICA A

ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA, NA

PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Luiz Gustavo Fernandes Santos

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação da

Universidade Federal do Tocantins no Curso

de Mestrado Profissional de Ensino de Física

(MNPEF), como parte dos requisitos

necessários à obtenção do título de Mestre

em Ensino de Física.

Orientadora. Prof. Dra. Shirlei Nabarrete

Dezidério

Araguaína – TO

Maio/2018

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iii

RESUMO

MODELLUS: PROPOSTA METODOLÓGICA PARA O ENSINO DE FÍSICA A

ALUNOS DO 1º ANO DO ENSINO MÉDIO DE UMA ESCOLA PÚBLICA, NA

PERSPECTIVA DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Luiz Gustavo Fernandes Santos

Orientadora:

Prof. Dra. Shirlei Nabarrete Dezidério

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Universidade

Federal do Tocantins no Curso de Mestrado Profissional de Ensino de Física (MNPEF),

como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Mestre em Ensino de Física.

Este trabalho propôs a implantação do software Modellus como instrumento

metodológico de ensino de Física. A intervenção desta pesquisa se deu junto aos

estudantes da 1a série do ensino médio, sob a ótica da Aprendizagem Significativa de

David Paul Ausubel. A presente dissertação objetivou a criação de um produto

educacional em ambiente virtual para hospedar modelagens confeccionadas pelos

estudantes, sobre o tema lançamento de projéteis. Buscou-se à validação das

potencialidades do software como proposta de ensino e aprendizagem por meio de testes,

aplicados antes e depois da intervenção com o software. Foram realizadas análises

quantitativas dos dados coletados com os testes e qualitativas das modelagens criadas

pelos estudantes.

Palavras-Chave: Aprendizagem Significativa, Software Modellus, Lançamento de

Projéteis.

Araguaína – TO

Maio/2018

iv

ABSTRACT

MODELLUS: METHODOLOGICAL PROPOSAL FOR PHYSICS EDUCATION TO

STUDENTS OF THE 1ST YEAR OF AVERAGE EDUCATION OF A PUBLIC

SCHOOL, IN THE POINT OF LEARNING SIGNIFICANT

Luiz Gustavo Fernandes Santos

Advisor:

Prof. Dra. Shirlei Nabarrete Dezidério

Master's Dissertation presented to the Post-Graduation Program of the Federal University

of Tocantins in the Professional Master's Degree Course in Physics Teaching (MNPEF),

as part of the requirements necessary to obtain the Master's degree in Physics Teaching.

This study proposed the deployment of the software Modellus as methodological tool for

teaching of Physics. The intervention of this research was given to the students of the 1st

grade of Secondary School, under the perspective of meaningful Learning from David

Paul Ausubel. This dissertation aimed at the creation of an educational product in a virtual

environment to host models made by students on the theme launch projectiles. We sought

to validate the potential of software as a proposal for teaching and learning through

testing, applied before and after the intervention with the software. Quantitative analyzes

were performed on data collected with the tests and quality of models created by students.

Keywords: Significant Learning, Modellus Software, Launching of Projectiles.

Araguaína – TO

May/2018

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 – Alguns conceitos básicos da teoria de Ausubel................................................19

Figura 2 – Imagem de um projétil feita com o software Modellus sendo disparado com

uma velocidade inicial de módulo v0…............................................................................27

Figura 3 – Quando desprezamos a resistência do ar…......................................................29

Figura 4 – Lançamentos de três projéteis feitos com ângulos diferentes ..........................30

Figura 5 – Imagem de um Lançamento horizontal............................................................32

Figura 6 – Gráfico do aproveitamento das turmas no pré-teste.........................................39

Figura 7 – Gráfico demonstra o aproveitamento do pós-teste por turma...........................40

Figura 8 – Gráfico demonstra o número de alunos que participaram das modelagens por

turma................................................................................................................................41

Figura 9 – Problema do tutorial........................................................................................45

Figura 10 – Problema do tutorial......................................................................................45

Figura 11 – Problema do tutorial......................................................................................46

Figura 12 – Problema do tutorial......................................................................................46

Figura 13 – Problema do tutorial......................................................................................47

Figura 14 – Construção de modelagem do lançamento Oblíquo ......................................48

Figura 15 – Modelagem referente a um lançamento horizontal com dois objetos, avião e

partícula............................................................................................................…...........49

Figura 16 – Lançamento horizontal com um único objeto (fusca)....................................50

Figura 17 – Movimento de dois objetos: partícula descreve lançamento oblíquo e o

pássaro um movimento em queda livre ............................................................................50

Figura 18 – Modelagem computacional de três objetos, dois em movimento retilíneo e

uniforme e uma partícula lançada horizontalmente. ........................................................51

vi

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Cronograma de atividades para a pesquisa: distribuição das aulas com tempo

de duração........................................................................................................................35

Tabela 2 – Número de participantes que colaboraram com a pesquisa em diferentes

momentos.........................................................................................................................36

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 8

1 APRENDIZEGEM SIGNIFICATIVA: O USO DO SOFTWARE MODELLUS NO

ENSINO DO LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS ....................................................... 12

1.1 Aprendizagem Significativa .................................................................................... 12

1.1.1 A aprendizagem significativa no âmbito da sala de aula........................................ 15

1.1.2 Os processos e as formas de aprendizagem significativa. ...................................... 16

1.1.3 O conceito de organizadores prévios e a sua função na teoria da cognição ........... 18

1.1.4 A aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora: uma visão humanística ........... 20

1.1.5 Perspectivas da teoria da aprendizagem significativa para o ensino da Física ....... 21

1.2 O software Modellus ................................................................................................. 23

1.3 Lançamento de projéteis ......................................................................................... 25

1.3.1 Análise matemática................................................................................................. 27

2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: FORMA DE PROCEDÊNCIA .......... 34

3 ANÁLISES DOS DADOS .......................................................................................... 38

3.1 Análise do pré-teste ................................................................................................. 38

3.2 Análise do pós-teste ................................................................................................. 40

3.3 Análise qualitativa das modelagens feitas pelos alunos ....................................... 44

3.4 Benefícios observados durante a aplicação do projeto na visão do autor. ......... 52

3.5 Ações propostas ....................................................................................................... 52

CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS ................................. 54

REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 57

APÊNDICES .................................................................................................................. 60

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INTRODUÇÃO

A sociedade tem vivenciado, principalmente nas últimas décadas, uma série de

avanços tecnológicos, sobretudo no que concerne as tecnologias da informação e

comunicação, são as denominadas TIC.

As TIC figuram como sendo tecnologias que permitem a captura, interpretação,

armazenamento, processamento e transmissão de informações. Trata-se de um termo

muito abrangente, ou seja, de uma ferramenta que permite a troca e/ou o

compartilhamento de informações de forma muito rápida e precisa (ANDERSON, 2010).

E o computador, provido de softwares educativos, pode ser classificado como uma dessas

ferramentas. Diante deste cenário tecnológico contemporâneo, em âmbito nacional, os

Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN fornecem pistas sobre as tendências para o

ensino de Física.

O ensino de Física vem se desvencilhando da ênfase em memorização de fórmulas

ou repetição automática de procedimentos, em situações artificiais ou abstratas,

adquirindo consciência de que é importante fornecer significado, explicitando seu

sentido, já no momento do aprendizado da Física nas escolas de nível médio (BRASIL,

PCN, 2002). Os professores que ministram a disciplina de Física, no nível médio, de

variadas formas já tomaram consciência destes aspectos, apontados pelos PCNs devido a

necessidade de mudanças efetivas identificadas na forma de se ensinar essa disciplina.

Diante de tantas solicitações e recomendações a serem simultaneamente

contemplados, os docentes de certa forma, encontram-se desnorteados, e sem os

instrumentos essenciais para os novos desafios dos quais se impõem perante eles

(BRASIL, PCN, 2002).

Assim, este trabalho propôs a implantação do software Modellus como um

instrumento metodológico de ensino que pode promover a aprendizagem de conceitos de

Física de forma significativa.

A aprendizagem significativa é conceituada por David P. Ausubel (1918-2018)

como sendo aquela que vai além da simples memorização e está ligada à cognição do

aluno.

O uso conjunto da aula expositiva dialogada e a utilização do software Modellus,

possibilitou a criação de um produto educacional que consiste em um site nomeado de

“Física além da sala de aula”, o qual possui modelagens construídas pelos estudantes, por

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meio do software, durante o terceiro bimestre do ano letivo de 2017.

O site acima referido apresenta modelagens acerca do lançamento de projéteis em

campo gravitacional uniforme, as mesmas foram hospedadas em forma de imagens para

divulgar e permitir acesso público às atividades.

Cabe destacar que o projeto será mantido em ambiente virtual, podendo ser

acessado pelo público que desejar estudar o movimento de projéteis mesmo após o

término da pesquisa.

A escolha do conteúdo lançamento de projéteis deve-se ao fato de que os alunos

do 1º ano quando ingressam no ensino médio e entram em contato com conteúdo de

cinemática apresentam dificuldades no aprendizado do referido tema. Essas dificuldades

residem na falta de conhecimentos prévios que são essenciais para o pleno entendimento

do conteúdo e devido à formação inadequada dos professores que lecionam a disciplina

de Física. Entretanto, esta questão é evitada na maioria das escolas públicas. Estes fatores

se tornaram aspectos motivadores da pesquisa.

Cabe destaque também às condições estruturais das escolas públicas e o baixo

rendimento dos alunos, nas avaliações bimestrais. Esses fatores que foram citados são

reportados pela própria experiência docente.

De acordo com o que sinaliza Moran (2000), uma única forma de ensinar não se

justifica, pois, o tempo demandado e a aprendizagem resultante do processo podem ser

tidos como fator de desmotivação contínua para professores e estudantes. O fato das aulas

tradicionais (expositivas dialogadas) não serem tão motivadoras quanto se pretende levam

aos estudos de ferramentas complementares, essenciais na rotina escolar e que possuam

relevância cognitiva.

Esta dissertação objetivou maximizar o aprendizado acerca do lançamento de

projéteis e minimizar o tempo de exposição, ou seja, tornar a aula mais eficiente.

Para isso se usou o recurso computacional como proposta metodológica

facilitadora no ensino de conteúdos e conceitos de Física. Verificou-se alterações em

termos do processo de ensino e aprendizagem que a proposta metodológica proporciona,

sob a ótica da aprendizagem significativa de Ausubel, por meio de testes avaliativos que

foram aplicados antes e depois da confecção das modelagens com o programa por meio

de análises quantitativas dos dados com os testes e qualitativas das modelagens

confeccionadas pelos estudantes.

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Constatou-se a possibilidade das modelagens criadas por intermédio do software

serem utilizadas como material potencialmente significativo e exercer o papel de

organizadores prévios os quais são fatores importantes da teoria de Ausubel.

Dessa forma foi criado um produto educacional, em ambiente virtual com as

modelagens feitas pelos estudantes por meio do software para o posterior estudo do tema

proposto e o livre acesso deste material para professores e alunos.

Este trabalho optou pelo ensaio didático que se refere ao método de aplicar uma

intervenção e observar seus efeitos. Segundo Hulleyet al. (2015), o delineamento da

pesquisa de forma transversal, onde é observado um grupo de sujeitos, num determinado

momento do tempo, considera a importância de expor à comunidade científica como a

pesquisa foi realizada e de que forma ela pode auxiliar o estudo em questão. Esse é um

viés que considera a pesquisa como parte do processo do professor repensar sua prática

docente a fim de facilitar, incentivar e direcionar o aperfeiçoamento do processo de estudo

de seus alunos.

Neste caso, a opção do projeto se manteve restrita a uma escola pública da cidade

local, onde todos os estudantes do 1º ano do ensino médio foram convidados previamente

a participarem das aulas.

Dessa forma, a aleatoriedade sobre a escolha dos sujeitos foi substituída

intencionalmente pela aproximação dos estudantes ao método investigativo, condição

imprescindível para que a aprendizagem significativa se estabeleça. Porque, no entanto,

a intenção do aprendiz também é fator significante para o processo de ensino-

aprendizagem segundo Ausubel (2000).

Ao avaliar a eficiência do Sistema de Ensino Formal, onde é necessária a presença

de muitos indivíduos reunidos num mesmo espaço físico, com objetivos educacionais

comuns, Ausubel analisa as condições nas quais a eficácia na formação escolar pode ser

alcançada.

Para o autor da Teoria da Aprendizagem Significativa, não basta dispor da

estrutura física da escola, não é suficiente que o professor tenha autonomia didático-

conceitual sobre o tema e que, portanto, a saída é sequenciar os materiais de forma a

potencializar o conhecimento, mas complementar a tudo isso é necessária a disposição do

estudante à aprendizagem.

No primeiro capítulo são trabalhadas as bases do referencial que concedeu

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embasamento teórico para este projeto que é, principalmente, a teoria da aprendizagem

significativa de Ausubel. É apresentado ainda a descrição do software Modellus, e o

estudo acerca do lançamento de projéteis.

No segundo capítulo é apresentado o procedimento metodológico com todas as

suas formas de procedência, o que tornou possível a construção do produto educacional.

No capítulo seguinte encontra-se a análise dos dados que foram coletados dos

testes avaliativos aplicados antes da intervenção com o software e após a intervenção.

Traz-se uma discriminação das ações propostas bem como dos benefícios que foram

identificados durante a aplicação do projeto.

E no quarto capítulo apresentamos as considerações finais e as perspectivas

futuras com a implantação de recursos computacionais no ensino de Física nas escolas

públicas.

A descrição completa do produto educacional encontra-se no apêndice assim

como os testes avaliativos, o tutorial desenvolvido para auxiliar os alunos na construção

de suas modelagens, a atividade computacional elaborada para os mesmos e o plano de

aula concebido para o desenvolvimento das aulas com o software.

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1 APRENDIZEGEM SIGNIFICATIVA: O USO DO SOFTWARE MODELLUS NO

ENSINO DO LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS

Para que ocorra a aprendizagem significativa é necessária a conexão dos

conhecimentos prévios essenciais acerca do referido conteúdo com fatores relevantes pré-

existentes na estrutura cognitiva dos discentes. Essa conexão é um fator essencial da teoria

cognitivista de David P. Ausubel e cabe ao professor esta difícil tarefa.

Para facilitar e potencializar o processo do desenvolvimento da aprendizagem

significativa faz-se necessária a introdução de recursos metodológicos que possam fornecer

suporte ao corpo docente e instigar os discentes ao estudo deste tema específico da

cinemática. Assim, o software Modellus pode ser uma destas ferramentas metodológicas.

Dessa forma, este primeiro capítulo trará uma exposição dos tópicos essenciais da

teoria de Ausubel, a descrição do recurso computacional empregado e ainda uma abordagem

a respeito do tema trabalhado na sala de aula.

1.1 Aprendizagem Significativa

Antes de discorrer acerca da aprendizagem significativa propriamente dita é preciso

compreender o processo de cognição.

Todo o processo de compreensão, transformação, armazenamento, e processamento

das informações envolvidas na cognição são objeto de estudo de uma parte integrante da

psicologia cognitivista, que também é conhecida por cognitivismo (MOREIRA; MASINI,

2006). Uma das teorias que se destaca de forma geral nas pesquisas no ensino de ciências, e

de forma específica no ensino da Física é a teoria cognitivista de Ausubel. Fato este que pode

estar relacionado com a capacidade desta teoria se adaptar à realidade das escolas públicas e

da sala de aula.

A teoria significativa de Ausubel descrita na obra (The Psychology of Meaningful

Verbal Learning, 1963) em conjunto com outras obras de cunho do próprio autor inspirou

uma ampla gama de educadores com a incumbência de promover a emancipação de seus

educandos por meio do conhecimento a ser internalizados por eles de forma significativa. A

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teoria preconiza que a aquisição e a retenção de conhecimentos (particularmente formais)

resultam de um processo ativo, integrador e interativo entre o material ou os conteúdos a

serem ensinados e as ideias relevantes presentes na estrutura cognitiva do aprendiz.

(AUSUBEL, 2000). Em outras palavras a aquisição e a retenção de conhecimentos são

fatores determinantes da Aprendizagem significativa por recepção e conforme Ausubel

(2000) a aprendizagem significativa se processa por recepção e não por descoberta.

É importante salientar que o autor também defende a ideia de que a aquisição e a

retenção de conhecimentos são atividades profundas e de toda uma vida não se restringindo,

portanto, apenas ao ambiente das escolas e universidades. Mas, sim em vários aspectos da

vida cotidiana dos educandos (AUSUBEL, 2000).

A teoria de Ausubel surge em grande parte pela necessidade de resposta ao colapso

da orientação teórica Neobehaviorista e se opondo simultaneamente a aprendizagem verbal

instruída apenas por mecanismos de memorização que é conhecida por aprendizagem

mecânica. (AUSUBEL, 2000).

Para aplicação da Teoria da Aprendizagem Significativa não há necessidade de

recursos e ou materiais sofisticados para a sua aplicação direta. (MOREIRA, 1983). No

entanto, este trabalho consistiu em aferir a possibilidade desta teoria ser aplicada em conjunto

com a introdução de um recurso computacional, para efetivar a aprendizagem significativa

de forma mais enriquecedora, mas sem fugir de suas bases teóricas.

Nesta ótica Ausubel (2000) sustenta que para a aprendizagem significativa por

recepção se materialize em aquisição e retenção de conhecimentos por parte dos discentes é

necessário o advento de mecanismos de aprendizagem significativa ou materiais

potencialmente significativos. A teoria de Ausubel está centrada no educando, ou seja, na sua

bagagem de conhecimentos prévios que ele possui e adquire por meio de suas experiências

vivenciais com o mundo.

Dentre estes conhecimentos prévios que o estudante possui existem aqueles que são

informações relevantes para a ancoragem de novos conhecimentos de forma não literal e não

arbitrária. Mas, é preciso que o docente identifique estes conhecimentos e desenvolva

mecanismos de aprendizagem significativa para que conteúdo possa ser internalizado pelos

discentes de forma efetiva. O material ou o conteúdo a ser compreendido pelos alunos precisa

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ser potencialmente significativo em outras palavras é preciso que ele seja relacionável e

incorporável a estrutura cognitiva do mesmo.

Mas, como afirma Ausubel (2000) Não basta o material ser potencialmente

significativo, ele por si só, não garante a aquisição e a retenção de conhecimentos, ou seja, é

preciso que haja a intervenção dos mecanismos de aprendizagem significativa desenvolvidos

pelo professor. Mecanismos estes que irão ajudar a construir a tese de que o aluno é capaz de

compreender determinado conteúdo.

Os mecanismos de aprendizagem significativa podem se personificar em

procedimentos metodológicos de ensino, que integrem recursos didáticos que possam tornar

o conteúdo a ser internalizado em material potencialmente significativo, tal como o software

Modellus. Estabelecendo assim, a ancoragem ou ligações de ideias preexistentes na estrutura

cognitiva dos alunos construídas ao longo do tempo, e nesta concepção segundo Moreira

(1983, p. 20). “o conceito central da teoria de Ausubel é o de aprendizagem significativa, um

processo através no qual uma nova informação se relaciona de maneira não arbitrária e

substantiva (não literal) a um aspecto relevante da estrutura cognitiva do indivíduo”. Ou seja,

para que o processo de aprendizagem discorra de forma efetiva é necessário que haja

interação entre a nova informação a ser internalizada pelo discente e o conhecimento pré-

existencial que compõe a estrutura cognitiva o qual é designado de “subsunçor”.

Os conhecimentos prévios possuem papel determinante nessa teoria e se constituem

naquilo que o aluno efetivamente sabe. Na obra “Psicologia educacional” o próprio Ausubel

fornece uma ideia da importância desse fator da seguinte forma: “se eu tivesse que reduzir

toda a psicologia educacional a um único princípio, diria isso: O fator isolado mais

importante que influencia a aprendizagem é aquilo que o aprendiz já conhece. Descubra o

que ele sabe e baseie nisso os seus ensinamentos” (AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN,

1980, p. viii). Dessa forma, fica evidente que os conhecimentos prévios dos alunos devem

ser fatores relevantes para que o novo conhecimento seja internalizado por eles.

Diante disto, é imprescindível que o professor identifique estes conhecimentos

prévios, e baseie seus ensinamentos nos mesmos, como propõe Ausubel. Contudo, não se

trata de uma tarefa fácil, porque é possível perceber que o professor precisa possuir domínio

pleno de sua área de conhecimento, para que assim ele possa identificar os conhecimentos

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prévios dos alunos e eleger quais deles são fatores relevantes para a ancoragem do novo

conteúdo que ele pretende ensinar.

O professor deve ser autêntico e capaz de estabelecer conexões dos conhecimentos

prévios dos alunos com os conceitos teóricos ensinados.

1.1.1 A aprendizagem significativa no âmbito da sala de aula

A aquisição e a retenção de conhecimentos no âmbito da teoria de Ausubel é inerente

ao aluno, é para o aluno e com o aluno no momento em que a aprendizagem significativa de

fato se efetiva e a mesma ocorre no momento em que o aluno consegue ampliar e configurar

o conhecimento que ele adquire por recepção (ALMEIDA, 2016). Mas, como este

mecanismo se processa na estrutura cognitiva do educando? E como o professor no ambiente

da sala de aula pode construir o conhecimento que segundo Ausubel (2000) é significativo

por definição.

As etapas que serão descritas na concepção de Almeida (2016) ilustram os

mecanismos que podem levar a aprendizagem significativa de Ausubel por recepção. A

primeira etapa seria o ato de o professor iniciar a aula com uma questão problema, para

despertar a curiosidade, a dúvida, a motivação por parte do aluno para o novo conteúdo que

lhe foi apresentado (ALMEIDA, 2016).

A partir desse ponto o aluno pode a ser levado a partir do conhecimento que ele possui

a fazer configurações para tentar encontrar a resposta para o problema construindo assim,

uma tese partindo de seus conhecimentos prévios ou (subsunçores) que pode ser verdadeira

ou não. Posteriormente a este momento importante é chegada a hora do professor introduzir

o conteúdo, com sequência didática adequada para que o aluno a partir desse momento

construa a sua antítese partindo do material estruturante no qual foi apresentado pelo

professor chegando assim, a sua síntese final sobre o problema no qual lhe foi apresentado

(ALMEIDA, 2016).

Depois destes procedimentos que ocorrem dentro da estrutura cognitiva dos alunos é

chegado o momento em que ele deve se debruçar sobre o conteúdo (estudo individualizado)

16

estudando e refletindo sobre o mesmo para que ele possa fazer novas ampliações e

configurações partindo mais uma vez daquilo que ele já conhece efetivando assim, a

ancoragem com os conhecimentos que se encontram previamente estabelecidos em sua

estrutura cognitiva (ALMEIDA 2016).

O aluno que pode ser a criança, o adolescente ou o adulto pode chegar a construir a

partir de sua própria intelectualidade conceitos acerca de conteúdos e teorias que integram,

por exemplo, o rol de disciplinas como a Física como conhecimentos socialmente

estruturados no momento em que o próprio aluno possui a oportunidade de socializá-los em

seu ambiente escolar ou em outros espaços (ALMEIDA 2016).

No âmbito do que foi exposto o aluno agora que possui uma nova estrutura mental

organizada deve se sentir instigado a ampliar os seus conhecimentos se motivando a conhecer

e aprender cada vez mais e tomando a consciência de que o conhecimento é infinito.

1.1.2 Os processos e as formas de aprendizagem significativa.

A aprendizagem significativa é um processo ativo e em uma aula expositiva ela se

solidifica na concepção de Ausubel, Novak e Hanesian (1980) como sendo os princípios da

diferenciação progressiva e da reconciliação integradora.

A diferenciação progressiva é o processo que ocorre quando os novos conceitos ou

proposições quando internalizados de forma efetiva encontram-se relacionados com

conceitos ou proposição mais inclusivos da estrutura cognitiva (AUSUBEL; NOVAK;

HANESIAN, 1980).

Sobre este processo importante Moreira (2011, p.18) destaca que:

Ausubel propõe este princípio programático do conteúdo baseado em duas

hipóteses (1978, p. 190): 1) é menos difícil para o ser humano captar aspectos

diferenciados de um todo mais inclusivo previamente aprendido do que chegar ao

todo a partir de suas partes diferenciadas previamente aprendidas; 2) a organização

do conteúdo de um corpo de conhecimento na mente de um indivíduo é uma

estrutura hierárquica na qual as ideias mais inclusivas estão no topo da estrutura e,

progressivamente, incorporam proposições, conceitos e fatos menos inclusivos e

mais diferenciados.

17

O processo da diferenciação progressiva no âmbito do que foi exposto sugere que o

professor apresente os conteúdos de forma a incluir no início os conceitos mais gerais e

inclusivos partindo depois de forma progressiva para suas esfericidades e estabelecendo

assim uma relação hierárquica de sequência de conteúdos (AUSUBEL, 2000).

Outro processo importante para a efetivação da aprendizagem significativa por

recepção é a Reconciliação integradora que nas palavras de (Ausubel; Novak; Hanesian,

1980, p.104), [...] “é uma forma de diferenciação progressiva da estrutura cognitiva que

ocorre na aprendizagem significativa” Na aprendizagem significativa a diferenciação

progressiva e a reconciliação integradora integram a estrutura cognitiva do aprendiz

estabelecendo uma relação dinâmica em forma de ciclos atuando no ato da aprendizagem

favorecendo assim, a aprendizagem de novas ideias e a organização da estrutura cognitiva.

Estes dois processos irão resultar em três formas distintas de aprendizagem

significativa por recepção sendo a aprendizagem subordinada, subordinante e combinatória.

A aprendizagem significativa subordinada: decorre no momento em que o educando

relaciona (ou ancora) a nova informação (conteúdo) com ideias mais abrangentes e inclusivas

da sua estrutura cognitiva. Ausubel (2000). A aprendizagem subordinada possui duas formas

distintas: subsunção derivativa e subsunção correlativa. Na subsunção derivativa a nova

informação é ancorada a uma ideia pré-existente na estrutura cognitiva, não a alterando, se

firmando apenas como uma extensão ou exemplo da ideia subordinante (OLIVEIRA, 2014).

Na subsunção correlativa, a nova informação será assimilada ampliando,

configurando ou alterando a informação mais subordinante pré-existente na estrutura

cognitiva. A análise e a diferenciação de conceitos ou ideias são características essências da

aprendizagem subordinada (OLIVEIRA, 2014). A aprendizagem que tem como

características a generalização ou síntese a de ideias compostas é a aprendizagem

subordinante ou superordenada.

Na concepção de Ausubel (2000, p. 19) “ocorre quando uma nova proposição se pode

relacionar ou com ideias subordinadas específicas da estrutura cognitiva existente, ou com

um vasto conjunto de ideias antecedentes geralmente relevantes da estrutura cognitiva, que

se podem subsumir de igual modo”. Neste âmbito o novo conhecimento subordina ideias

presentes na estrutura cognitiva do discente porque o novo conceito é mais geral e inclusivo

18

do que as ideias pré-existentes na estrutura cognitiva dos alunos (OLIVEIRA, 2014).

Aprendizagem Combinatória: quando há aprendizagem de novos conceitos ou

proposições sem uma relação de subordinação ou subordinante (ou superordenada) com

ideias especificas da estrutura cognitiva do aprendiz, mas, apresentando uma relação com um

conteúdo mais amplo e relevante da estrutura cognitiva do mesmo, essa é uma propriedade

da aprendizagem combinatória na concepção de (AUSUBEL, 2000). Neste tipo de

aprendizagem as ideias novas e as pré-existentes na estrutura cognitiva do aluno não estão

relacionadas de forma hierárquica, porém, se encontram no mesmo nível não sendo, portanto,

mais especificas e nem mais inclusivas do que outras ideias previamente estabelecidas.

(POZO, 1998).

1.1.3 O conceito de organizadores prévios e a sua função na teoria da cognição

A aprendizagem significativa é decorrente dos processos denominados princípios da

diferenciação progressiva e reconciliação integradora e quando ambos os processos atuam

em ciclos na aprendizagem desencadeiam formas distintas de aprendizagem significativa

como a subordinada, superordenada ou subordinativa e combinatória. Lembrando que os seus

conhecimentos prévios ou ideias relevantes presentes em sua estrutura cognitiva são

essenciais para que o processo da aprendizagem se transcorra.

Neste contexto, o aluno não reproduz o que aprendeu usando palavras (ou símbolos)

que estão no escopo do conteúdo em uma tentativa de memorizá-las, mas sim, internaliza o

conteúdo por meio do uso de um vocabulário próprio, porém, no mesmo patamar do conteúdo

que foi exposto ao mesmo. (AUSUBEL, 2000).

Porém o que fazer quando não há conhecimentos ou ideias relevantes na estrutura

cognitiva do discente? Neste contexto Ausubel (2000) sugere a inserção dos organizadores

avançados (ou organizadores prévios) que podem exercer o papel de mediadores entre os

novos conteúdos e as ideias relevantes presentes na estrutura cognitiva do aluno. Ausubel

(2000, p. 11) os define como sendo, [...] “um mecanismo pedagógico que ajuda a

implementar estes princípios, estabelecendo uma ligação entre aquilo que o aprendiz já sabe

e aquilo que precisa de saber, caso necessite de apreender novos materiais de forma mais

19

ativa e expedita”.

E conforme Moreira (1983), o conceito de organizador prévio é generalizado,

depende do material de aprendizagem, da idade do aprendiz, e de sua familiaridade com o

assunto. São exemplos de organizadores prévios: textos introdutórios, trechos de filmes,

mapas conceituais e etc. Um dos recursos instrucionais desenvolvidos por Novak e seus

colaboradores durante o desenvolvimento de um projeto de ensino denominado áudio tutorial

nos anos 70 foram os chamados mapas conceituais ou mapas de conceitos, um dos grandes

contributos para o desenvolvimento da Teoria da Aprendizagem Significativa (NOVAK, et

al 2000). E para demonstrar o resumo da teoria de Ausubel e os seus principais conceitos a

figura 1 demonstra o exemplo de um mapa conceitual.

Figura 1 – Alguns conceitos básicos da teoria de Ausubel (Fonte: Moreira e Buchweitz, 1993, p.43)

De acordo com o mapa conceitual a aprendizagem significativa possui três formas de

ocorrência que são aprendizagem subordinada, combinatória e superordenada ou

subordinante e ambas para ocorrerem dependem da predisposição dos alunos e estas formas

20

de ocorrência estão ligadas aos princípios da diferenciação progressiva e reconciliação

integrativa que constituem os processos da formação do conhecimento a partir dos

subsunçores dos educandos.

A interação entre os subsunçores dos alunos e os novos conhecimentos é uma relação

que se processa de maneira hierarquizada. Na falta de subsunçores específicos para a

aprendizagem dos novos conhecimentos os organizadores prévios podem ajudar a constituir

novos subsunçores e potencializar a interação entre os conhecimentos prévios ou ideias

relevantes existentes na estrutura cognitiva dos alunos e os novos conhecimentos que serão

apresentados aos alunos. A aprendizagem significativa na teoria de Ausubel é um processo

complexo sendo este processo o núcleo central desta teoria cognitiva.

1.1.4 A aprendizagem cognitiva, afetiva e psicomotora: uma visão humanística

No escopo da teoria de Ausubel as novas informações em formas de conteúdos,

conceitos e ideias se interligam com ideias pré-existentes na estrutura cognitiva do educando

de forma, não literal e arbitrária, mas, sim substantiva através de um processo designado de

aprendizagem significativa que acaba modificando a estrutura mental, do aluno. Ou seja,

existe uma relação hierárquica entre os conhecimentos a serem internalizados e os pré-

existentes na estrutura cognitiva do aluno.

Foram descritas nos tópicos anteriores os processos que desencadeiam as formas da

aprendizagem significativa por recepção, mas, é importante ressaltar que antes de tudo o

educando precisa se manifestar em favor do processo, ou seja, é preciso que ele tenha a pré-

disposição para o aprendizado e este fator determinante, perpassa por aspectos afetivos. Tal

fato sugere que a teoria cognitiva de Ausubel que é voltada para aspectos da cognição possui

um viés em aspectos ligados a afetividade.

E, além disso, os seres humanos pensam, sentem e agem. Nessa visão o professor

Americano Joseph D. Novak, da Universidade de Cornell parte da premissa de que a

educação é um conjunto de experiências que perpassam por aspectos cognitivos, afetivos e

psicomotores (MOREIRA, 2011). Novak é coautor e colaborador da teoria da aprendizagem

21

significativa de Ausubel.

Sua contribuição para a teoria cognitivista possui aspectos humanísticos centrados no

fato de que a aprendizagem significativa é guiada pela cognição, afetividade e na ação ou no

ato de fazer, (psicomotor).

Conforme relata Moreira (2011, p. 36) “A aprendizagem significativa subjaz à

integração construtiva entre pensamento, sentimento e ação que conduz ao engrandecimento

(“empowerment”) humano”.

Em outras palavras Novak defende a ideia de que a educação é um conjunto de

experiências cognitivas, afetivas e psicomotoras que, quando guiadas pela Teoria da

Aprendizagem Significativa, conduzirão ao engrandecimento (empowerment) do educando,

preparando-o para lidar com um mundo em mudança. (NOVAK, et al 2000).

Ampliando assim a teoria de Ausubel para além de aspectos da cognição denotando

que qualquer evento educativo na concepção de Novak está acompanhado de uma

experiência afetiva. E a predisposição que o educando deve ter para a efetivação da

aprendizagem significativa na concepção de Ausubel, para Novak é intimamente relacionada

com a experiência afetiva do educando no evento educativo. (MOREIRA, 2011).

1.1.5 Perspectivas da teoria da aprendizagem significativa para o ensino da Física

E se tratando do ensino da Física, além dos conhecimentos prévios dos alunos que

devem ser considerados é preciso que o conteúdo tenha relevância para os alunos. De acordo

com Moreira (1983) para que a aprendizagem significativa transcorra se faz também

necessário que o material a ser compreendido e internalizado pelo discente deve ser

potencialmente significativo, ou seja, ser relacionável, incorporável, ter significado lógico, e

englobar subsunçores específicos à estrutura cognitiva dos discentes. Logo, surge o seguinte

questionamento, como tornar um conteúdo de Física, que parece ser desprovido de atrativos

para os alunos, em um material potencialmente significativo?

Para responder essa pergunta, este trabalho parte de duas hipóteses, a primeira é que

as modelagens feitas pelos alunos, por intermédio do software Modellus, podem tornar-se

um material potencialmente significativo tornando o conteúdo relacionável e incorporável à

22

estrutura cognitiva dos discentes. A segunda é que as modelagens construídas pelos

estudantes também podem ser tidas como organizadores prévios de alta potencialidade para

estabelecer pontes cognitivas e reativar subsunçores.

No momento em que são criadas as modelagens a Física sai do campo abstrato e torna

possível a visualização e aplicabilidade por parte dos alunos, incorporando a sua estrutura

cognitiva o conteúdo modelado.

O processo de ensino e aprendizagem envolve não só a aquisição de novos conceitos

e significados, estudados a partir de materiais ou recursos de aprendizagem, mas da

ancoragem de conhecimentos sofisticados sobre conhecimentos prévios. Portanto, é

necessário subsídio didático e estratégico na tentativa de aumentar a potencialidade dos

conteúdos da Física ensinados nas escolas públicas.

É sabido que devem ser utilizados os conhecimentos prévios dos alunos para, a partir

disso, ensinar o novo conteúdo, e quando os discentes não possuem conhecimentos prévios

relevantes para a internalização significativa de determinado tema da Física se faz necessário

a introdução dos organizadores prévios que para Moreira (1983) na falta de subsunçores para

a ancoragem das novas informações, os organizadores prévios funcionam como ponte

cognitiva facilitando a aprendizagem.

Um dos objetivos deste trabalho é fornecer subsídios didáticos para facilitar todo o

processo da aprendizagem significativa

No afã de tornar o conteúdo de Física em algo significativo para os alunos, este

trabalho levanta a seguinte questão, como a implantação de um recurso computacional pode

levar a uma aprendizagem significativa?

Para que as modelagens se tornem material potencialmente significativo e funcionem

como organizadores prévios de alta potencialidade é necessário a relação tríade entre corpo

docente, corpo técnico e corpo discente.

O corpo docente é imprescindível para efetivar o processo educacional, conhecimento

e didática. O corpo técnico é responsável pelo espaço e estrutura do Ensino Formal

(tecnologia disponível). O corpo discente por sua vez deve ter pré-disposição cognitiva e/ou

disposição para o “aprender”.

O autor da mais completa teoria cognitivista chama a atenção para o fato de que o

23

conhecimento formal é mais por recepção do que por descoberta. “Os alunos adquirem

grande parte dos seus conhecimentos primariamente por meio da aprendizagem receptiva”

(AUSUBEL; NOVAK; HANESIAN, 1980, p. ix). O autor também discorre sobre a

possibilidade de utilização de complementos pedagógicos que, ao contrário de desperdiçar

tempo precioso de ensino, atraem a atenção dos estudantes para os fenômenos estudados.

A partir da próxima seção serão trabalhados os subsídios didáticos e estratégicos

trazidos pelo software Modellus, bem como suas funcionalidades enquanto recurso

computacional capaz de promover uma aprendizagem significativa.

1.2 O software Modellus

O software Modellus encontra-se disponível de forma gratuita, na Rede Mundial de

Computadores, no endereço http://modellus.fct.unl.pt/, o fato de ser um software livre

facilitou sua aplicabilidade. É importante ressaltar que é preciso que o computador do usuário

tenha uma versão do Java para que o computador execute o programa.

Esse software foi desenvolvido por Vitor Duarte Teodoro em parceria com João Paulo

Duque Vieira e Felipe Costa Clérico da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade

de Lisboa Portugal em 1997.

Esta ferramenta tecnológica é de fácil utilização, por não exigir conhecimentos

profundos em linguagem de programação e nem mesmo computadores de última geração. É

um software que desde a sua criação passa por contínuo processo de atualização e renovação.

A versão que foi utilizada neste trabalho foi a 4.01.

Além da intervenção tecnológica, a modelagem permite a utilização de gráficos e

tabelas para demonstrar os resultados do estudo sobre movimentos, a inserção de imagens

como plano de fundo, o que inclui paisagens, personagens de desenhos animados, entre

outros, dependendo da aptidão de cada estudante.

Essa contextualização serve para adequar um contexto mais realístico ao modelo

matemático e, dessa forma, atrai, desperta ou aumenta o interesse no estudo via dinamização

dele e ainda permite o acompanhamento do comportamento do sistema por meio de vídeos

ou animações produzidas pelo programa. O software permite efetuar medidas físicas usando

24

esses mesmos vídeos, gráficos e imagens, que podem ser usados como parâmetros de

determinado modelo Físico.

Os autores Heideman, Araújo, Veit (2012, p.985) definem o Modellus como um “[...]

software gratuito multiplataforma que [...] possibilita a implementação computacional de

modelos teóricos através da resolução numérica dos mais diversos tipos de equações [...]”.

Significa que o software pode possibilitar aos discentes a análise de fenômenos da

Física por intermédio de soluções numéricas de equações, feitas de forma interna no recurso

computacional.

Portanto, é possível inferir sobre a forma de utilização do software como instrumento

que permite potencializar o processo de ensino e aprendizagem da Física para a aquisição de

um conhecimento que dure mais do que o tempo das aulas e ainda, que frutifique no despertar

do interesse dos estudantes para um tema que, normalmente, é destituído de atrativos para o

estudo.

No Brasil há estudos referentes à implantação do software Modellus no que tange à

pesquisa voltada para o ensino de Física. Por exemplo, o livro “Simulação e modelagem

computacional com o software Modellus: aplicações práticas para o ensino de física” escrito

por Marcelo Esteves de Andrade, no ano de 2016, esta obra ilustra as possibilidades da

inserção de modelagens e simulação computacional como recurso alternativo para se

desenvolver atividades de exploração, construção e investigação no ensino de Física por

intermédio do recurso computacional Modellus.

Araújo (2002) investigou o desempenho de estudantes, expostos a atividades de

modelagem computacional na aprendizagem de Física, em relação à interpretação de gráficos

em conteúdos específicos de Cinemática.

Mendes, Costa e Souza (2012) estudaram o uso de simulações computacionais,

criadas por meio do software Modellus, com atividades experimentais integradas com

conhecimentos teóricos em tópicos de Mecânica.

Santos, Alves e Moret (2006) descrevem de que forma a aprendizagem de conteúdos

de Física pode ser mediada, por animações interativas com a implementação do software

modellus. Onde se trabalhou com modelagens feitas sobre o lançamento horizontal, pêndulo

simples, e a conservação da energia no âmbito do sistema massa mola. Os vários outros

25

trabalhos que foram realizados no âmbito da pesquisa com viés no ensino da Física com o

software Modellus, vão desde artigos a dissertações de mestrado.

O software possui ampla divulgação no mundo inteiro. Na próxima seção encontra-

se a teoria sobre o conteúdo “lançamento de projéteis” que foi construída por meio de

modelagens feitas com o software em tela.

1.3 Lançamento de projéteis

O movimento de um projétil é bidimensional, ou seja, ocorre em duas dimensões do

espaço e o esboço de sua trajetória pode ser feita no plano de coordenadas xy. Onde Ox é o

eixo horizontal e Oy corresponde ao eixo vertical. É importante ressaltar que este movimento

é fruto da composição de dois movimentos independentes e simultâneos. De acordo com o

que foi exposto por Galileu Galilei e descrito segundo (Ramalho, Nicolau e Toledo 2007, p.

144). ‘‘Se um corpo apresenta um movimento composto, cada um dos movimentos

componentes se realiza como se os demais não existissem e no mesmo intervalo de tempo’’.

Logo, estes dois movimentos em seus respectivos eixos dos sistemas de coordenadas

são independentes, ou seja, eles ocorrem sem que um interfira no outro. E são simultâneos,

pois, se realizam ao mesmo tempo. Derrubando assim o pensamento Aristotélico que nas

palavras de (Helou; Gualter, e Newton, 2010), era embasado na concepção do ímpeto que

seria uma força cuja ação permanente justificaria a duração do movimento do projétil

considerado como movimento violento ou impetuoso.

Estes dois movimentos são: Um Movimento Uniforme realizado por inércia com o

módulo de sua velocidade vx = v0x constante no eixo Ox, percorrendo distâncias iguais em

correspondentes intervalos de tempo iguais. Implicando que o módulo de sua aceleração

ax=0.

E no eixo Oy sendo o movimento com aceleração constante em função da força peso

do projétil que é a força de atração gravitacional da qual o planeta Terra exerce sobre ele. O

módulo de sua correspondente velocidade no eixo Oy e vy e varia de forma decrescente

durante a ascensão do projétil até ele atingir sua altura máxima e de forma crescente durante

a descida do mesmo até ele retornar ao ponto de onde foi lançado.

26

O módulo de sua aceleração no eixo Oy é ay = -g. Onde o sinal negativo da aceleração

gravitacional se deve ao fato do eixo vertical Oy ser orientado de baixo para cima. Esta

aceleração é constante em módulo, direção e sentido de tal forma que a velocidade vertical

vy varia em quantidades iguais durante intervalos de tempos iguais caracterizando assim um

Movimento Uniformemente Variado.

É importante lembrar que a análise do movimento de um projétil é feita com a

construção de um modelo hipotético ou idealizado contendo as seguintes suposições:

Despreza-se a força de resistência do ar, a curvatura e o movimento de rotação do respectivo

planeta; supõe se que o módulo de g é constante em todos os pontos do referido planeta.

Nestas condições a trajetória descrita pelo projétil durante o seu movimento é

parabólica e tal fato deve ser demonstrado. E depende de sua velocidade inicial de

lançamento 𝑣𝑜 que forma um determinado ângulo com o sentido positivo do eixo Ox e do

valor de sua aceleração gravitacional local. O termo parábola conforme (Ramalho; Nicolau

e Toledo, 2007, p. 151) que se refere à etimologia da palavra, significa lançar ao longe e

designa uma curva geométrica bem definida matematicamente. Veja figura 2:

27

Figura 2 – Imagem de um projétil feita com o software Modellus sendo disparado com uma

velocidade inicial de modulo v0. A trajetória do projétil é parabólica.

Fonte: autor.

1.3.1 Análise matemática

A análise do movimento de um projétil consiste em tratar as coordenadas xy

separadamente. Assim, pode-se expressar todas as relações vetoriais para a aceleração,

velocidade e posição. Dessa forma obtêm-se equações separadas para o movimento uniforme

no eixo horizontal e para o movimento com aceleração constante (Movimento

Uniformemente Variado) no eixo vertical.

Assim, para o eixo horizontal Ox, temos; ax = 0 e a componente da velocidade no

respectivo eixo vx = v0x. Considerando a posição inicial x0 = 0 em t = 0. Obtém-se;

x = v0xt (01)

Equação 1 – Posição em função do tempo para o eixo horizontal.

A velocidade inicial v0 que forma um ângulo 𝜃 com o sentido positivo do eixo Ox de

acordo com a Figura 2 deve ser decomposta em componentes horizontal e vertical. Assim:

v0x = v0 cosθ (02)

28

Equação 2 – Componente horizontal da velocidade inicial 𝑣0.

Para o eixo vertical Oy teremos ay = - g e fazendo y0 = 0 obtém-se:

y = v0y t – 0,5gt 2 (03)

Equação 3 – Posição em função do tempo no eixo vertical.

E a componente da velocidade inicial no respectivo eixo vertical de acordo com a

figura 2 é:

v0y = v0 sinθ (04)

Equação 4 – Componente da velocidade inicial no eixo vertical.

Depois que o projétil é lançado, sua velocidade no respectivo eixo Oy varia em

módulo de forma decrescente até atingir o ponto de altura máxima, onde vy = 0 e de acordo

com a equação:

vy = v0y – gt (05)

Equação 5 – Velocidade vertical no respectivo eixo Oy.

O módulo da velocidade escalar do projétil é tangente à trajetória no referido ponto

em cada instante e tendo o mesmo sentido do movimento do projétil do qual foi lançado. Esta

velocidade é fornecida pela soma vetorial das componentes horizontal e vertical; �⃗� = 𝑣𝑥⃗⃗⃗⃗⃗ +

𝑣𝑦⃗⃗⃗⃗⃗ onde vx = v0x sendo sempre constante e o módulo de vy é fornecida pela equação (5). O

módulo da velocidade v é fornecido pelo teorema do triângulo retângulo (teorema de

Pitágoras) conforme a equação:

|v| = √vx2 + vy

2 (06)

Equação 6 – Módulo da velocidade resultante do projétil que pode ser obtida em cada instante de tempo.

29

A partir de todas estas equações pode se extrair mais informações relevantes acerca

do movimento do projétil tal como o módulo do vetor posição 𝑟 que é à distância do ponto

onde se encontra o projétil a partir da origem. O seu módulo é dado por;

|r| = √x2 + y2 (07)

Equação 7 - Módulo do vetor posição do projétil em cada instante de tempo.

A direção e o sentido da velocidade �⃗� em termos do ângulo θ é:

tanθ = vy/vx (08)

Equação 8 - Direção e sentido da velocidade em termos do ângulo 𝜃.

A figura 3 demonstra como as componentes horizontal e vertical da velocidade inicial

v0 variam ao longo da trajetória do projétil.

Figura 3 – Quando desprezamos a resistência do ar, a trajetória do projétil é parabólica e fruto

da composição de um movimento no eixo horizontal com velocidade constante e do

movimento no eixo vertical com aceleração constante.

Fonte: Os fundamentos da Física. 10 de junho de 2013. Disponível em: <http://osfundamentosdafisica.blogspot.com.br/2013/06/cursos-do-blog-mecanica_10.html>. Acesso em 01

de março de 2017.

30

Além disso, conforme a figura 3, as letras A e H e são o alcance máximo no eixo

horizontal e a altura máxima atingida no eixo vertical, respectivamente. Assim, pode-se

demonstrar que estas variáveis são fornecidas pelas respectivas equações;

A = (v02sin2θ)/g (09)

Alcance máximo atingido pelo projétil em função do ângulo de disparo θ. Repare que

para um dado valor de v0 e g, o alcance é máximo para θ = 45º no qual sen2θ = 1.

Ainda pela equação (9) pode se demonstrar que ao se lançar dois projéteis com uma

mesma velocidade v0 em um mesmo local onde o módulo de g é constante pode-se obter

alcances iguais para ângulos diferentes, porém, apenas se estes forem complementares. Ver

figura 4.

Figura 4 – Lançamentos de três projéteis feitos com ângulos diferentes; como os ângulos

de75º e 15º são complementares os seus respectivos alcances são os mesmos

Fonte da figura: Nívio, Bernard. Ciência, Tecnologia e Educação. Vamos estudar Física. Disponível em:

<https://vamosestudarfisica.com/altura-maxima-e-alcance-maximo/>. Acesso em: 03 abr. 2018.

De acordo com a figura 4 o alcance para os ângulos de 75º e 15º é o mesmo no referido

ponto A porque ambos os ângulos são complementares.

A altura máxima H é fornecida pela equação:

31

H = 𝑣𝑜

2 (𝑠𝑖𝑛 𝜃)2

2𝑔 (10)

Altura máxima atingida pelo projétil no eixo vertical onde vy = 0, porém, vx = v0x é

constante e não nula.

Para um projétil lançado com um ângulo de θ = 45º pode-se demonstrar que a

Amáxima = 4H (11)

A equação da trajetória pode ser obtida por meio das equações (1), (2), (3) e (4)

eliminando a variável t nas equações (1) e (3) devido ao fato de os movimentos nos

respectivos eixos serem simultâneos. Logo, encontra-se a seguinte expressão:

y = tanθx gx2

2vo2 (cos θ)2 (12)

Equação 12 – Trajetória para o movimento do projétil com x0 = 0 e y0 = 0.

Pela equação (12), verifica-se que a = 𝑔

2𝑣𝑜2(𝑐𝑜𝑠 𝜃)2 e b=tanθ são termos constantes e

assim a referida equação torna-se:

y = bx – ax2 (13)

Equação 13 – Trajetória do projétil lançado com uma velocidade inicial v0 que forma um ângulo θ com o

sentido positivo do eixo ox.

Verifica-se que a equação (13) é uma função do segundo grau cujo gráfico é uma

parábola com a concavidade voltada para baixo pelo fato de a < 0 da qual possui então um

ponto de máximo que corresponde exatamente à altura máxima atingida pelo projétil,

provando assim que a trajetória do mesmo é parabólica.

Deve-se ressaltar, no entanto, que a forma da trajetória para o movimento do projétil

depende do referencial adotado. Um exemplo desse fato é que se um pacote deixar um avião

32

que segue com uma dada velocidade constante em linha reta, por exemplo, para o observador

no referencial do avião a trajetória do pacote é retilínea, mas para o observador que se

encontra no referencial do solo a forma da trajetória é um arco de parábola.

O pacote, ao deixar o avião, possui neste caso a mesma velocidade do avião, sendo a

mesma uma correspondente componente horizontal, vx = v0x, ou seja, este tipo de lançamento

recebe a denominação de lançamento horizontal. E o ângulo de lançamento é θ = 0º. No

entanto, para ângulos compreendidos entre 0º <θ <90º o lançamento é dito oblíquo.

No lançamento horizontal ocorre a composição de dois movimentos simultâneos e

independentes entre si, que são: um Movimento Uniforme no eixo horizontal segue a equação

(1). E no eixo vertical obtemos um movimento com aceleração constante do qual é o

movimento em queda livre.

y = 0,5gt2 (14)

Equação 14 – Do movimento em queda livre para o eixo vertical onde a variável y é a altura da qual o projétil

foi abandonado. Ver figura 5.

Figura 5 – Imagem de um Lançamento horizontal, a velocidade de lançamento é a mesma do

avião, e se mantém constante até o projétil (foguete) atingir o alvo, a trajetória é um arco de

parábola.

Fonte: autor.

Dessa forma, o movimento do projétil tanto o lançamento oblíquo quanto o horizontal

33

são modelos hipotéticos, ou seja, idealizados, pois são construídos com suposições das quais

foram expostas anteriormente no intróito. O movimento descrito como mais próximo da

realidade leva em consideração a força resistiva do ar, e de acordo com Sears et. al (2008,

p.80) quando esta força é incluída passa a depender então do módulo do quadrado da

velocidade e a aceleração deixa de ser constante, ocorre redução do alcance a da altura

máxima, o movimento deixa de ser parabólico e calcular a trajetória torna-se um processo de

complexidade relevante.

Porém, existe alguma aplicação real para os modelos idealizados dos quais foram

citados anteriormente? Sim, e de acordo com Nussenzveig (2002, p. 53) “um feixe de elétrons

descreve porções de trajetórias que são parabólicas no interior de um tubo de raios catódicos

com elevado vácuo”. Ou seja, existe então a composição de dois movimentos simultâneos e

independentes, um movimento retilíneo e uniforme no eixo horizontal e no eixo vertical é

um movimento com aceleração constante devido a influência de um campo elétrico.

Experimentos com tubos de raios catódicos foram realizados por J.J Thomson em 1897 no

qual o levou à descoberta do elétron, sendo este experimento considerado na literatura como

um dos mais relevantes da física de todos os tempos.

Neste capítulo 1 foi apresentado o software Modellus, teoria do lançamento de

projéteis e a teoria de Ausubel. Para demonstrar como foi proposto o ensino do conteúdo de

lançamento de projéteis, por meio da exposição verbal e em consonância com o software no

âmbito da aprendizagem significativa segue o procedimento metodológico no capitulo 2.

34

2 PROCEDIMENTO METODOLÓGICO: FORMA DE PROCEDÊNCIA

Para a construção do produto educacional e a dissertação foram realizadas um número

total de 37 aulas sendo parte delas teóricas, em sala de aula, para compor os conhecimentos

prévios necessários para o entendimento do conteúdo descrito no primeiro capítulo. E outra

parcela destas se realizaram no laboratório de informática, no contraturno para a

aprendizagem e construção de modelagens com o software.

É importante salientar que boa parte das aulas utilizadas para a construção deste

trabalho integra o programa curricular da esfera estadual e começaram no início do ano letivo

de 2017.

Os conhecimentos prévios necessários para o entendimento do conteúdo são:

Movimento uniforme, Movimento com aceleração constante que incluem funções

matemáticas do primeiro e segundo grau, decomposição e soma de vetores e elementos

básicos de trigonometria conteúdos estes que integram o 1º e 2º bimestre do ano letivo

segundo o programa curricular de Física do estado.

Após o término destas aulas e das avaliações bimestrais foram aplicados em cinco

turmas um pré-teste para a primeira coleta de dados ao término do segundo bimestre do ano

letivo. Com 4aulas de uma hora de duração cada com 10 questões objetivas envolvendo os

conteúdos Movimento uniforme e Uniformemente Variado para verificar a aquisição de

conhecimentos prévios e o desempenho dos alunos apenas com as aulas expositivas.

Totalizando assim um número total de 19 aulas.

Até neste momento as aulas foram tradicionais, ou seja, baseadas apenas na exposição

verbal de conteúdos, com o uso de quadro e pincel.

A inserção do conteúdo sobre lançamento de projéteis e a implantação do software

Modellus, e a construção das modelagens de problemas sobre o referido tema se efetuou em

10 aulas de 50 minutos cada.

Foram 4 aulas para a exposição do lançamento de projéteis que pode ser dividido em:

lançamento Oblíquo, e lançamento horizontal sendo cada um deles introduzidos em 2 aulas,

e mais 6 aulas para a construção das modelagens, feitas por intermédio do software com 6

35

problemas de Física. Um proposto no tutorial e os outros 5 problemas em uma Atividade

computacional que foi proposta para os alunos.

Nesta atividade computacional eles teriam que apresentar os problemas resolvidos no

caderno, de forma tradicional, e posteriormente realizar as modelagens dos mesmos e

comparar os resultados fornecidos pelos gráficos e tabelas do software. Os alunos foram

incumbidos de trazerem estas resoluções antes de realizarem as modelagens.

Realizou-se 4 aulas para a confecção do site que se constitui o produto educacional

com a hospedagem das modelagens dos discentes. Essas aulas foram ministradas de acordo

com o plano de aula e o tutorial desenvolvido pelo autor do projeto para ajudar a guiar os

estudantes em suas modelagens.

Assim, o tutorial e a atividade computacional, bem como o plano de aula encontram-

se disponíveis no apêndice. Após o término das aulas foi aplicado o pós-teste para a segunda

coleta de dados ao término do 3º bimestre do ano letivo que foi composto por um número de

10 questões exclusivamente sobre lançamento de projéteis. Para comparação entre os

resultados obtidos e posterior análise dos dados.

As questões que compõem tanto o pré-teste quanto o pós-teste foram retiradas de

vestibulares. A construção do produto educacional, feita por intermédio de um site, está

disponível em ambiente virtual para o livre acesso, em fisica-alem-da-sala-de-

aula.webnode.com. Os detalhes das distribuições das aulas e o tempo de duração delas,

incluindo a confecção do produto e dos testes, estão descritos conforme o cronograma

descrito a seguir na tabela 1.

Conteúdos e atividades propostas Número total

de aulas e

atividades

Tempo de duração

de aulas e atividades

(minutos)

Introdução aos conceitos de variação de espaço, tempo, trajetória,

referencial, velocidade escalar média, movimento uniforme e análise

de gráficos.

5,0 50

Introdução ao movimento com aceleração constante, movimento

vertical, movimento em queda livre e análise de gráficos.

8,0 50

Revisão de conceitos básicos de trigonometria, introdução a conceitos

de decomposição e soma de vetores.

2,0 50

Aplicação do pré-teste 4,0 60

Aula sobre lançamento de projéteis e Implantação do Modellus,

construção das modelagens sobre lançamento de projéteis.

10 50

Confecção do site 4,0 60

Aplicação do pós-teste 4,0 60

Tabela 1 – Cronograma de atividades para a pesquisa: distribuição das aulas. (Fonte: autor, 2017).

36

Para a implantação da proposta metodológica, a escola detinha uma sala com 17

computadores que foram capazes de suportar a instalação do programa. A situação ideal seria

ter o número de computadores disponível igual ao de estudantes, no entanto, isso é muito

difícil em escolas da região da pesquisa, de modo que se admitiram dois alunos por

computador.

Todos os procedimentos supracitados se realizaram no III bimestre a partir do mês de

agosto do ano letivo e a população que integrou a pesquisa foram os alunos devidamente

matriculados na instituição de ensino, do primeiro ano do ensino médio por livre

assentimento, sem recebimento de qualquer benefício financeiro e com a opção de abandonar

a pesquisa quando fosse conveniente sem qualquer prejuízo.

O número máximo de alunos que participaram da pesquisa em diferentes momentos

consta na tabela 2.

Participantes do pré-teste Participantes do pós-teste Produção das

modelagens

Turma A: 19 alunos Turma A: 29 Turma A: 18

Turma B: 25 alunos Turma B: 23 Turma B: 13

Turma C: 10 alunos Turma C: 17 Turma C: 6

Turma D: 16 alunos: Turma D: 14 Turma D: 12

Turma E: 18 alunos Turma E: 15 Turma E: 4

Total: 88 alunos Total: 98 Total: 53

Tabela 2 – Número de participantes que colaboraram com a pesquisa em diferentes momentos. (Fonte: Autor,

2017.)

Esta amostragem considera fatores como as condições físicas e materiais da escola e

a sua disponibilidade em ceder o espaço necessário para o estudo, e a disponibilidade dos

alunos em participarem do projeto. A escola foi informada da pesquisa por meio de um

documento oficial da Universidade Federal do Tocantins e autorizou, por escrito, o

desenvolvimento do trabalho, desde que os resultados sejam divulgados de forma a preservar

a identidade das pessoas envolvidas.

37

E assim foi garantida a liberdade de participação da pesquisa todos os alunos do 1º

ano do ensino médio matriculados na instituição sem prejuízo algum relacionadas às suas

atividades regulares da escola bem como a sua integridade física e psicológica, assim como

a preservação de seus dados que possam identificá-lo, garantindo, especialmente a sua

privacidade, sigilo, e confidencialidade e o seu modo de efetivação.

Portanto, a divulgação dos resultados é feita de forma generalizada para colaborar

com a compreensão de como o processo de ensino e aprendizagem pode ser melhorado pela

intervenção do software e, como novas metodologias se permitem observar pela prática

docente e pela constante atualização dos professores de Física.

No próximo capítulo está descrita a análise dos dados que foram coletados com os

testes avaliativos, assim também como a análise das modelagens feitas pelos estudantes.

38

3 ANÁLISES DOS DADOS

Em uma pesquisa de campo na área do ensino de ciências direcionada a um público

específico se faz necessário uma análise qualitativa e quantitativa dos dados para que os

mesmos sejam tratados de forma mais abrangente possível.

Nesta primeira etapa estão expostos os dados que foram coletados por intermédio do

pré-teste e pó-testes que receberam tratamento estatístico, configurando assim em uma

análise quantitativa. Segundo (Silva, 2001) considerando que tudo pode ser quantificável,

traduzindo assim em números as possíveis opiniões e informações relevantes para que

possam ser passíveis de análise e classificação.

Essa análise então evita a distorção na interpretação dos dados que foram coletados.

Tanto o pré-teste quanto o pós-teste são compostos por questões objetivas baseadas em itens

de resposta única. Os testes encontram-se no apêndice.

3.1 Análise do pré-teste

O pré-teste tem por objetivo aferir todo o processo de ensino e aprendizado dos alunos

sobre dois conteúdos básicos de cinemática que são Movimento Uniforme e Uniformemente

Variado. O pré-teste foi utilizado como objeto de avaliação dos alunos e sua nota era de 0 até

1,0. Logo, se o aluno acertou apenas uma questão, sua nota era de 0,1, duas questões, sua

nota era 0,2 e assim por diante.

Foi realizado o cálculo da média ponderada para todas as turmas correspondendo ao

número de questões acertadas dividida pelo número de alunos participantes. Para a turma A,

por exemplo, percebe-se que 19 alunos participaram do pré-teste, mas, mesmo assim, o

aproveitamento é de apenas 40%, confirmando o peso maior para a nota correspondente a

0,4, sendo de 4,0 questões, a média de acerto para esta turma.

M̅ =1 ×(0,1)+1×(0,2)+1×(0,3)+6×(0,4)+5×(0,5)+5×(0,6)

19≅ 0,4 (15)

Turma A. Cálculo da média ponderada. Aproveitamento de 40%.

39

Percebe-se ainda que a maior nota é 0,6 correspondendo a 6 questões do pré-teste

sendo efetivadas em relação as 10. Mas apenas 5 alunos dentre os 19 conseguirão atingir esta

média de questões.

Este mesmo procedimento foi adotado para as turmas, (B), (C), (D), e (E). Assim, o

desempenho das referidas turmas estão relacionadas no gráfico de barras como segue.

Figura 6 - Gráfico do aproveitamento das turmas no pré-teste. (Fonte: autor).

Assim, por este gráfico percebe-se que a turma A na qual contou com 19 participantes

apresenta o mesmo rendimento da turma E que contou com 18 participantes, adquirindo

aproveitamento de 40%. A turma B apresentou rendimento de apenas 30%. Foi relativamente

um dos desempenhos mais baixos contando com 25 participantes. A turma C que obteve

apenas 10 participantes não passou de 1%. A turma D com 16 participantes obteve

rendimento de apenas 20%.

Estes resultados demonstram que apenas o método tradicional de ensino, baseado

apenas na exposição verbal de conteúdos, não despertam o interesse e nem o pleno

aprendizado dos discentes ao longo de dois bimestres consecutivos. Estes fatores não se

justificam por estes dados quantitativos.

Durante as correções dos testes percebeu-se que mais de 90% dos alunos não

realizaram cálculos para concluir suas respostas. Apenas alguns alunos chegaram às respostas

por intermédio de seus cálculos, e mesmo, assim não foram de todas as questões.

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

0,45

Turma A turma B Turma C Turma D Turma E

40

3.2 Análise do pós-teste

Adotou-se o mesmo procedimento do pré-teste com o cálculo das respectivas médias

ponderadas de cada turma. Assim, os resultados que demonstram o aproveitamento por turma

estão no segundo gráfico de barras.

Figura 7 – Gráfico demonstra o aproveitamento do pós-teste por turma. (Fonte: autor).

A turma A obteve aproveitamento de 35%, sua média de acerto é de aproximadamente

3 questões e participaram do pós-teste 29 alunos. Em suma, foi o melhor desempenho em

ambos os testes. A turma B apresentou rendimento de 27% com 23 participantes, um número

menor do que no pré-teste. O desempenho da turma B caiu e não foi satisfatório no pós-

teste. A turma C obteve 30% de aproveitamento com 17 participantes, sendo 20% a mais em

relação ao pós-teste. Ainda assim o rendimento é relativamente baixo. A turma D atinge

34%com 14 participantes nesta etapa com 14% a mais em relação ao pré-teste. Um

aproveitamento ainda relativamente baixo. E a turma (E) apresenta rendimento de 31% com

15 participantes. Sendo 9% a menos em relação aos dados do pré-teste.

Percebe-se que assim como no pré-teste poucos alunos apresentaram os cálculos que

os levaram a concluir suas respostas, e mesmo assim alguns deles apresentaram em suas

resoluções estruturas desprovidas de sentido. Esperava-se que fosse um pouco diferente pelo

0

0,05

0,1

0,15

0,2

0,25

0,3

0,35

0,4

Turma A Turma B Turma C Turma D Turma E

41

menos em algumas questões. Mas não foi, e no geral percebe-se que algumas turmas

apresentaram uma melhora no seu rendimento, mas foi muito superficial e outras turmas

apresentaram queda, mas em comparação com o pré-teste também é superficial se levar em

conta o número de participantes desta etapa.

É necessário agora fazer o cruzamento dos dados do pós-teste com outro gráfico. O

de número de alunos que participaram efetivamente das modelagens, analisados por turma.

Ver figura 8.

Figura 8 – Gráfico demonstra o número de alunos que participaram das modelagens por turma. (Fonte: autor)

A turma A possui um número total de 32 de alunos matriculados e frequentes, porém

apenas 18 participaram das modelagens. Correspondendo a uma participação efetiva de 56%.

Portanto, pode-se inferir o seguinte fator: se esta turma dispusesse de um número maior de

participantes, e mais tempo para a execução das modelagens, e cumprimento das atividades

de maneira correta, o resultado poderia ter sido bem melhor do que os dados supracitados.

Repare que este raciocínio se aplica também à turma B, porque são 31 alunos

matriculados e frequentes, mas a participação efetiva deles é de 42% correspondendo assim

a apenas 13 alunos. A turma C, que apresentou aumento superficial em relação ao pré-teste,

possui 26 alunos matriculados e quase todos frequentes obteve rendimento no gráfico (3) de

23% representando participação efetiva de apenas 6 alunos, mostrando assim que a turma

poderia evoluir muito com uma participação efetiva maior na construção das modelagens.

0

0,1

0,2

0,3

0,4

0,5

0,6

0,7

Turma A Turma B Turma C Turma D Turma E

42

A turma D demonstra rendimento de 66%, sendo 18 alunos matriculados e frequentes

e tendo participado de forma efetiva 12 alunos, isto representa os 14% a mais de rendimento

do pós-teste em relação ao pré-teste. O que de fato esta turma precisava era de mais tempo

para construir mais modelagens, e assim seu rendimento poderia ser ainda melhor.

A turma (E) é composta por 19 alunos regularmente matriculados e frequentes, sua

participação e aproveitamento são de 21% correspondendo a um número de apenas 4 alunos,

seu rendimento decresceu em 9% mas, percebe-se que pela complexidade do conteúdo do

pós-teste e o número mínimo de participantes desta etapa tão importante do projeto contribuiu

para o decréscimo de 9% em relação aos dados do pré-teste, ou seja, se a participação dos

alunos desta turma fosse em maior número o rendimento teria sido outro. Os dados expostos

nos três gráficos fornecem uma sustentação para esta hipótese.

Mas, seriam necessárias mudanças muito significativas que são essenciais para mudar

a realidade da escola pública de hoje, e transformá-la na escola na qual queremos, e tais

mudanças perpassam pela relação tríade da qual fora citada anteriormente, e que são: Corpo

docente – imprescindível para efetivar o processo educacional – conhecimento e didática;

corpo técnico – responsável pelo espaço e estrutura do Ensino Formal (tecnologia

disponível); corpo discente – pré-disposição cognitiva e/ou disposição para o “aprender”.

Diante dos resultados obtidos surge a seguinte pergunta que remonta a primeira

hipótese.

As modelagens feitas pelos alunos por intermédio do software Modellus podem se

tornar um material potencialmente significativo? A resposta é sim. É está descrita em três

fatores: o primeiro reside na falta de comprometimento real e assiduidade por parte do corpo

discente.

Os alunos deveriam ter apresentado a atividade computacional resolvida no caderno,

ou em uma folha de papel para depois realizar as modelagens, e comparar os seus resultados

com os dados que são fornecidos pelos gráficos, e tabelas do software. Dessa forma o

software por meio das modelagens dos alunos se transforma em aliado relevante para a

aprendizagem significativa, promovendo-a de forma efetiva.

Mas, poucos alunos o fizeram, contudo, uma aluna da turma D realizou exatamente

este procedimento e das 10 questões do pós-teste ela acertou 7 sendo uma das maiores notas,

43

dentre as turmas, mesmo não tendo apresentado todos os cálculos, ela não conseguiria acertar

as questões ao acaso. Fato este que fornece sustentação para a primeira hipótese.

A falta dos cálculos nas provas dos alunos reflete uma forma cultural deles em fazer

provas ou atividades avaliativas, fato este que se reporta a própria experiência docente nas

escolas públicas. Em outras palavras, na falta de capacidade dos alunos em responder as

questões eles arriscam, ao acaso, e quando as provas não possuem alternativas eles entregam

as questões em branco.

O fato citado acima vai de encontro com o terceiro item da relação tríade que versa

sobre o corpo discente. É necessário a pré-disposição cognitiva, ou disposição para o

aprender, ou seja, não basta os alunos olharem para uma aula com o uso do computador como

sendo algo diferente e interessante é preciso, que haja interesse dos mesmos em se engajar

no processo de ensino, ou seja, é preciso a pré-disposição, compromisso, assiduidade por

parte dos discentes, sem isso não há metodologia de ensino, que possa ajudar a sanar as

dificuldades e preencher as lacunas que faltam em termos de conteúdos.

O segundo fator está relacionado à estrutura física de nossas escolas públicas que

ainda são precárias e não condizem com a realidade que vivemos.

Com este trabalho fica evidente, que para a implantação de metodologias que se

baseiam em recursos computacionais carecem de uma estrutura de melhor qualidade

providas, de salas de aula mais amplas com um computador para cada aluno, não

necessitando ser de última geração. O que encontramos na maioria das escolas públicas por

experiência docente são quase sucatas.

As duas aulas de Física por semana, ainda não são suficientes, tanto que parte deste

projeto foi desenvolvido no contraturno e por isso muito alunos não conseguiram participar

da construção das modelagens de forma assídua. Pois muitos residem em bairros distantes da

escola e dependem do transporte escolar para seus deslocamentos.

Com uma estrutura melhor e a participação de todos os alunos, os resultados poderiam

ter sido melhores. Estes fatores vão de encontro com o segundo item da relação tríade. Que

é: Corpo técnico – responsável pelo espaço e estrutura do Ensino Formal (tecnologia

disponível); neste quesito percebe-se claramente o quanto as esferas governamentais e a

sociedade como um todo tem se omitido com uma educação básica de qualidade.

44

O processo de ensino e aprendizagem nas escolas públicas tem se tornado cada vez

mais dispendioso, e este fato reside exatamente na forma de se ensinar, ou seja, o método

tradicional de ensino que sozinho já não atende e não se sustenta na realidade socioeconômica

dos dias de hoje.

Para que haja mudanças efetivas, de acordo como sinaliza os PCN (BRASIL, 2002),

no que tange aos processos de ensino e aprendizagem da Física, é preciso que haja uma

formação continuada onde professores devem entrar em contato com novos recursos

educacionais, e aprender a reaprender, e se tornar confiantes e motivados em suas áreas de

atuação. E para o ensino de Física estes fatores vão de encontro ao primeiro item da relação

tríade, Corpo docente – imprescindível para efetivar o processo educacional – conhecimento

e didática sendo este último o terceiro fator que responde à pergunta mencionada

anteriormente.

Em suma com todos estes fatores, a introdução de recursos computacionais pode se

tornar materiais potencialmente significativos sendo eles mais efetivos e eficientes desde que

as condições forem propícias ou a relação tríade seja contemplada.

3.3 Análise qualitativa das modelagens feitas pelos alunos

A análise qualitativa das modelagens feitas pelos alunos durante a introdução ao

manuseio do software leva em conta a evolução que os alunos apresentaram durante a

construção de suas modelagens, esta forma de analisar os dados na concepção de

(CHIZZOTE, 2006) afirma que a pesquisa qualitativa consiste na análise e descrição dos

fenômenos humanos considerando suas características específicas dando ênfase às pessoas e

suas interações sociais.

Portanto dentro desta visão deve-se levar em conta no início a criatividade dos alunos

na construção de seus problemas, como exemplo a inserção de imagens de fundo, que

consiste na criação de cenários utilizados por eles. O que se esperava dos docentes no

decorrer da construção de suas modelagens era o desprendimento desses fatores supracitados

de forma gradativa, e priorizar elementos da Física e da Matemática, tais como vetores,

tabelas, gráficos e o modelo matemático proposto.

45

O software Modellus possibilita estas funções para os alunos. As primeiras

modelagens são de um problema proposto no tutorial (Apêndice). Assim foram selecionadas

algumas modelagens realizadas pelos discentes referentes ao problema do tutorial. Ver

figuras abaixo.

Figura 9 – Problema do tutorial. (Fonte: autor).

Figura 10 – Problema do tutorial. (Fonte: autor).

46

Figura 11- Problema do tutorial. (Fonte: autor).

Figura 12- Problema do tutorial. (Fonte: autor).

47

Figura 13 – Problema do tutorial. (Fonte: próprio autor).

Os alunos nesta primeira etapa das modelagens que conduziu o seu aprendizado com

o manuseio do software foram orientados a criar o cenário que eles quisessem desde que

fossem fidedignos ao modelo matemático do problema, e demonstrassem os gráficos e as

tabelas para a amostragem dos resultados, e os vetores que demonstram o comportamento

das velocidades horizontal e vertical do projétil. Conforme demonstrado nas figuras (9),

(10). (11), (12), e (13).

No modelo Matemático estão inseridas as equações que resolvem o problema e

traduzem a descrição matemática do lançamento oblíquo. É exatamente neste ponto da figura

14 nas coordenadas (x) e (y) ao selecionar a variável (x) e (y) o software entende que o

movimento é bidimensional e a partícula descreve trajetória parabólica.

48

Figura 14 – Construção de modelagem do lançamento Oblíquo. (Fonte: próprio autor).

Ou seja, em (x) o software entende que o movimento é uniforme com velocidade

escalar constante, e em (y) o movimento é uniformemente variado com aceleração constante,

e quem fornece este comando para o computador ao software é o próprio aluno, este fato fora

enfatizado de forma constante durante as aulas.

Os alunos foram sempre orientados a destacar os gráficos para as posições

horizontais em (x) e verticais em (y) para que eles visualizassem os valores destas posições

em cada instante de tempo e o comportamento das respectivas funções matemáticas por meio

da reta e da parábola em função da variável independente (t). No software também é possível

plotar o gráfico de (y) em função de (x) para que os alunos possam visualizar que a forma da

trajetória do projétil é parabólica.

As tabelas que aparecem nas modelagens do software fornecem os valores da

velocidade horizontal, vertical, das posições horizontal e vertical em cada instante de tempo

de duração do movimento.

Ainda neste primeiro momento, nestas modelagens que foram selecionadas, verifica-

se nos cenários criados pelos alunos a forma de como os mesmos visualizam o mundo no

49

qual estão inseridos no âmbito de fatores que trazem afetividade para eles, e isso explica o

aparecimento de cenários ligados ao mundo dos esportes figuras (11), (10) e (12), à

astronomia com imagens do espaço sideral figura (13), cenários da natureza ligados ao reino

animal figura (9).

Estes fatores fornecem suporte para a sustentação da segunda hipótese deste trabalho

no qual preconiza que as modelagens construídas pelos estudantes por intermédio do

software também podem se tornar organizadores prévios de alta potencialidade para

estabelecer pontes cognitivas e reativar subsunçores em termos da teoria da aprendizagem

significativa de David Ausubel. Ou seja, as modelagens construídas pelos estudantes podem

estabelecer conexões da Física com aspectos do cotidiano dos alunos das quais eles possuem

afetividade e que são relevantes para o entendimento do conteúdo sobre o Lançamento de

projéteis. Seguem mais modelagens referentes à atividade computacional, realizadas pelos

alunos.

Figura 15 – Modelagem referente a um lançamento horizontal com dois objetos, avião e partícula. (Fonte:

autor).

Nas figuras (15) e (16) percebe-se junto com a modelagem de um problema que se

reporta ao lançamento horizontal imagens relacionadas a aspectos da afetividade dos alunos

50

com situações que trazem significado para eles, tal como o cenário de guerra e imagens com

elementos da natureza.

Figura 16 – Lançamento horizontal com um único objeto (fusca). (Fonte: autor).

Figura 17 – Movimento de dois objetos: partícula descreve lançamento oblíquo e o pássaro um movimento

em queda livre, o tempo de queda dos dois objetos na direção vertical é o mesmo. (Fonte: autor).

51

Figura 18 – Modelagem computacional de três objetos, dois em movimento retilíneo e uniforme e uma partícula

lançada horizontalmente. A velocidade horizontal para os três objetos é a mesma. (Figura: autor).

Nesta atividade computacional também foi concedido aos alunos a liberdade de

montarem o seu ambiente ou cenário desde que fossem fidedignos ao modelo matemático

com ênfase aos gráficos, tabelas e aos vetores. Mas, neste ponto eles até extrapolaram

inserindo dois ou mais objetos conforme demonstrado nas figuras (17) e (18) e essa

possibilidade chamou a atenção deles porque assim as modelagens de fato tornam a Física

do movimento bem mais dinâmica, do que apenas as equações expostas no quadro.

Percebeu-se que durante a construção das modelagens o deslumbramento com o

preenchimento das imagens na construção das mesmas foram deixadas em algumas vezes de

lado. Mas não de forma definitiva, começava então a partir deste momento o foco apenas na

Física, e na possibilidade da análise dos dados feita em comparação com os dados teóricos.

E neste ponto onde se percebe que esta metodologia precisa ser aplicada em um tempo

mais estendido para que assim todos os alunos aprendam a trabalhar com o software, e depois

minimizar o tempo da exposição verbal de conteúdos, e maximizar aprendizagem com o

auxílio do software.

52

3.4 Benefícios observados durante a aplicação do projeto na visão do autor.

Vários benefícios foram observados durante a aplicação do projeto tais como:

a) uso do recurso computacional como proposta metodológica facilitadora no ensino

de conteúdos e conceitos de Física e como forma de garantir o acesso às tecnologias presentes

na atualidade. Ainda que feita de forma dificultosa;

b) colaboração com a exposição verbal de conteúdos na tentativa de maximizar o

aprendizado e minimizar o tempo de exposição de um tema, dado que as aulas de Física

concentram muitos conteúdos;

c) aprendizagem no manuseio de um software para construções de modelagens e

simulações sem a necessidade do conhecimento de linguagem de programação no presente

momento;

d) observação de fenômenos físicos, utilizando-se da representação: vetorial, gráfica,

estroboscópica, de tabelas, do modelo matemático e da simulação;

e) tornar as aulas de Física mais atrativas, inovadoras, motivadoras, tanto para alunos

quanto para professores;

f) aumentar o diálogo entre aluno e professor; promovendo a autoconfiança,

socialização e autonomia dos discentes com o conteúdo de Física ensinado no Ensino Médio.

3.5 Ações propostas

Por meio deste projeto, que foi implantado no III bimestre do ano letivo de 2017, a

alunos do 1º ano do ensino médio pretende-se colocar em discussão, ao corpo docente e

diretivo da referida instituição de ensino ações complementares e futuras para o projeto

político pedagógico (PPP). Como por exemplo, a ampliação do laboratório de informática,

com a aquisição de um computador para cada aluno, com softwares instalados em cada um

deles para a efetivação do processo de ensino e aprendizagem de conteúdos de Física e

Matemática.

53

A capacitação dos professores destas referidas disciplinas feitas buscando obter

parcerias com instituições externas, e capacitadas para tal como a Universidade Federal do

Tocantins. Espera-se que determinadas ações sejam para um futuro bem próximo.

54

CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

O projeto visou observar o desenvolvimento cognitivo e estimular o

comprometimento dos estudantes do 1º ano do Ensino médio com o processo de ensino e

aprendizagem, considerando a teoria de aprendizagem de Ausubel como dependente do

preparo do professor, dentro da sala de aula e por transmissão oral de conteúdos em que o

autor promove uma profunda reflexão sobre o que é ensinar e apreender, particularmente em

contextos escolares, em que a aprendizagem verbal é dominante, mas não exclusiva,

evidentemente (Ausubel 2000).

Este projeto que zelou pela implantação do software Modellus como instrumento

metodológico de ensino e de apoio ao professor com o objetivo de alcançar a aprendizagem

significativa, apontada por Ausubel (2000), admite que o processo de ensino e aprendizagem

envolve não só a aquisição de novos conceitos e significados, estudados a partir de materiais

ou recursos de aprendizagem, mas da ancoragem de conhecimentos sofisticados sobre

conhecimentos prévios.

Portanto, é necessário subsídio didático e estratégico na tentativa de aumentar a

potencialidade dos conteúdos da Física ensinados nas escolas públicas. E retomando a

pergunta de pesquisa que norteou este trabalho.

O Software Modellus pode se tornar um potencializador de uma aprendizagem

significativa e não mecânica de conceitos relevantes da Física? A resposta é sim, e depende

dos seguintes fatores que são: o comprometimento real e assiduidade por parte do corpo

discente.

Neste aspecto, para que as modelagens construídas pelos alunos se tornem materiais

“potencialmente significativos”, e “organizadores prévios”, fatores importantes da teoria de

Ausubel, é preciso a pré-disposição dos alunos, ou seja, o querer aprender. Mesmo que o

docente tenha a percepção de uma teoria de aprendizagem, como a de Ausubel e o uso de

recursos computacionais para tentar potencializar a efetivação de tal teoria, é necessário o

pleno entendimento de que o processo de ensino e aprendizagem é uma relação de

correspondência e troca, entre professor e aluno.

55

Assim, sem a contrapartida dos alunos, não se chega de fato a resultados satisfatórios.

Outro fator importante é a: estrutura física das escolas públicas na qual deve ser adequada e

condizente com a realidade tecnológica atual.

O uso de computadores em aulas de Física é importante e sem eles o ensino formal

na maioria das vezes é dispendioso, desmotivador, tanto para professores e alunos dentro

desta ótica, as escolas necessitam de laboratórios de informática, bem equipados com

computadores para todos os alunos.

O último fator importante é o corpo docente que necessita de formação continuada

com ênfase em metodologias que empregam recursos computacionais. O docente deve ser

incentivado a buscar o uso de recursos computacionais, como o Modellus. É preciso que o

mesmo seja levado a aprender a reaprender, possibilidades novas em termos didáticos.

Se faz necessário melhorias também em seu plano de carreira, dinamizar sua jornada

de trabalho, obter tempo maior para o seu planejamento, e dentre outros fatores que possam

contribuir para o pleno exercício da docência.

Este trabalho defende a ideia da implantação de métodos computacionais nas escolas

públicas no âmbito da intervenção tecnológica e social. A escola deve observar o contexto

sócio e econômico dos discentes, buscar a adequação de seu currículo, de suas metodologias

de ensino que estejam em ressonância com a realidade em que seus alunos estão inseridos,

ampliando e oferecendo novos horizontes em suas vidas.

Os resultados obtidos no pós-teste em termos quantitativos não foram de fato

satisfatórios, deixaram muito a desejar, mas deixa indícios de que é um começo promissor,

no que concerne à introdução de softwares educativos para o ensino da disciplina de Física e

uma pista para mudanças na prática docente que não podem demorar a acontecer. Mas não

depende apenas do professor, e sim do empenho de todos, familiares, órgãos vinculados à

educação, esferas governamentais, dentre outros.

Tais mudanças são necessárias porque os dados quantitativos de baixo desempenho

do pré-teste revelam que apenas o método tradicional de ensino sozinho, inserido nas escolas

públicas como parte de todo o processo de ensino e aprendizagem já não se sustenta mais.

Mesmo que o professor tenha pleno domínio de conteúdo e seja capaz de promover

a contextualização de aspectos da vida cotidiana dos discentes com o conteúdo de Física e

56

ser capaz de instituir a interdisciplinaridade, ou seja, fazer conexões da Física com outras

áreas afins do conhecimento, ainda é muito difícil conseguir reter a atenção do aluno, e fazer

com que todos estejam engajados na aula.

Estes fatos se reportam a própria experiência docente. É preciso mudanças, na forma

ou no método de ensino, ou seja, é preciso buscar a implantação de novas metodologias que

somadas ao método tradicional de ensino possam desencadear o processo de ensino e

aprendizagem da Física de forma efetiva.

Assim, não se pode atribuir as dificuldades da vida cotidiana e os espinhos do

exercício da docência à incapacidade de modificar a prática docente. Muito pelo contrário, é

preciso então transformar os problemas, as dificuldades, e barreiras que às vezes podem

parecer intransponíveis, todos como fatores favoráveis.

57

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a Aprendizagem Significativa dos Conceitos de Física no Ensino Médio. Revista

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<http://www.ensino.eb.br/portaledu/conteudo/artigo1035.pdf> Acesso em: 01 nov. 2017.

SEARS, F. W.; ZEMANSKY, M. W.; YOUNG, H. D.; FREEDMAN, R. A.Física

Mecânica. 12. ed. São Paulo, SP: Pearson Addison -Wesley, 2008. v.1.

SILVA, E. L. da. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. Florianópolis:

Laboratório de Ensino a Distância da UFSC, 2001.

60

APÊNDICES

APÊNDICE A – ATIVIDADE COMPUTACIONAL SOBRE O CONTEÚDO

LANÇAMENTO DE PROJÉTEIS.

(01) – Um avião voa horizontalmente a 2000 m de altura com velocidade de 250 m/s no

instante em que abandona um pacote. Adote 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2⁄ e despreze a resistência do ar.

Figura 1- Lançamento horizontal (Fonte da imagem. RAMALHO JÚNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau

Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo. Os fundamentos da física: Mecânica. 9. ed. São Paulo:

Moderna, 2007. v.1).

a) O tempo de queda do pacote.

b) A distância que o pacote percorre na direção horizontal desde o lançamento até o instante

em que atinge o solo.

c) O módulo da velocidade do pacote ao atingir o solo.

(02) – Uma esfera rola com velocidade constante de 10 m/s sobre uma mesa horizontal. Ao

abandonar a mesa, ela fica sujeita exclusivamente à ação da gravidade (𝑔 = 10 𝑚 𝑠2⁄ ),

atingindo o solo num ponto situado a 5 m do pé da mesa.

Figura 2 – Lançamento horizontal. (Fonte da imagem. RAMALHO JÚNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau

Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo. Os fundamentos da física: Mecânica. 9. ed. São Paulo:

Moderna, 2007. v.1).

61

a) o tempo de queda.

b) a altura da mesa em relação ao solo.

c) o módulo da velocidade da esfera ao chegar ao solo.

(03) – Uma bola está parada sobre o gramado de um campo horizontal, na posição A. Um

jogador chuta a bola para cima, imprimindo-lhe uma velocidade = 8,0 m/s, fazendo com a

horizontal um ângulo de 60º, como mostra a figura. A bola sobe e desce, atingindo o solo

novamente, na posição B. Despreze a resistência do ar. (Considere 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2⁄ , 𝑠𝑒𝑛60° =

0,87𝑒 𝑐𝑜𝑠60° = 0,5.

Figura 3 – Lançamento oblíquo. (Fonte da imagem. RAMALHO JÚNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau

Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo. Os fundamentos da física: Mecânica. 9. ed. São Paulo:

Moderna, 2007. v.1).

a) os módulos das componentes horizontal e vertical da velocidade no instante de

lançamento.

b) o instante em que a bola atinge o ponto mais alto da trajetória.

c) a altura máxima atingida pela bola.

d) o alcance do lançamento

(04) – (Mapofei-Sp) Um canhão dispara projéteis de 20 kg com um ângulo de 30° em relação

à horizontal, com velocidade de 720 km/h. Qual o alcance do projétil? Desprezam-se as

resistências opostas pelo ar ao movimento.

Dados: 𝑠𝑒𝑛30° = 𝑐𝑜𝑠30° = 0,5; 𝑠𝑒𝑛60° =√3

2.

62

(05) – Um atirador aponta sua espingarda para um objeto parado no ar a uma altura de 525m,

como indica a figura. Despreze a resistência do ar e considere a aceleração da gravidade 𝑔 =

10 𝑚 𝑠2⁄ . Admitindo que, no momento em que a bala sai da arma com velocidade 200m/s, o

objeto inicia seu movimento de queda, determine:

a) O instante em que a bala atinge o objeto;

b) A altura, relativamente ao solo, em que a bala atinge o objeto.

(Dados: sen45° = cos45° = 0,7).

Figura 4-Um projétil disparado com um ângulo de 45° em relação a horizontal (Fonte da imagem. RAMALHO

JÚNIOR, Francisco; FERRARO, Nicolau Gilberto; SOARES, Paulo Antônio de Toledo. Os fundamentos da

física: Mecânica. 9. ed. São Paulo: Moderna, 2007. v.1).

Exemplos resolvidos. O gol que Pelé não fez.

1. Na copa de 1970, na partida entre Brasil e Tchecoslováquia, Pelé pega a bola um pouco

antes do meio de campo, vê o goleiro tcheco adiantado, e arrisca um chute que entrou para a

história do futebol brasileiro. No início do lance, a bola parte do solo com velocidade de 108

km/h (30 m/s), e três segundos depois toca novamente o solo atrás da linha de fundo, depois

de descrever uma parábola no ar e passar rente à trave, para alívio do assustado goleiro. Na

figura vemos uma simulação do chute de Pelé. Horizontal (sen30º = 0,50 e cos30º = 0,85) e

desconsiderando a resistência do ar e a rotação da bola, pode-se afirmar que a distância

horizontal entre o ponto de onde a bola partiu do solo depois do chute e o ponto onde ela

tocou o solo atrás da linha de fundo era, em metros, um valor mais próximo de:

a) 52,0.

63

b) 64,5.

c) 76,5.

d) 80,4.

e) 86,6.

Modelagem do problema:

Figura 5 – O gol que Pelé não fez. (Fonte: autor)

64

APÊNDICE B – TUTORIAL PARA O SOFTWARE MODELLUS

Nota 1. Este tutorial tem como objetivo guiar você, aluno na construção de

modelagens computacionais com o Software Modellus, para que você possa entender com

maior similaridade os fenômenos da física, enriquecendo o seu conhecimento, e facilitando

o seu aprendizado.

Nota 2. O que é o Software Modellus? Modellus é um ambiente computacional que

permite a construção e simulação de modelos de fenômenos físicos, químicos e matemáticos

utilizando equações matemáticas que representam esses fenômenos.

Nota 3. Convido você aluno(a) a fazer a modelagem do lançamento oblíquo. Vamos

juntos nessa?

Nota 4. O problema. Suponha que um canhão dispara uma bala com uma velocidade

cujo módulo é de |𝑣0⃗⃗⃗⃗⃗| = 100 𝑚 𝑠⁄ é que forma um ângulo de 30° com o eixo horizontal.

Suponha que 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2⁄ e considere 𝑠𝑒𝑛30° = 0,5 e 𝑐𝑜𝑠30° = 0,87.

Item (a) Quais são os módulos da componente horizontal e vertical da velocidade

inicial da bala?

Item (b) Qual é o tempo de subida que a bala gasta para atingir sua altura máxima?

Item (c) Qual é a altura máxima atingida?

Item (d) Qual é o alcance máximo?

Nota 5. Modelando o problema

(01) – Abra a interface do software clicando no seu ícone.

Figura 1. Interface do Modellus. (Figura fonte da pesquisa)

65

(02) – Insira o seu modelo Matemático

Figura 2. Modelo matemático referente ao lançamento Oblíquo para um ângulo de 30º

(Fonte: autor)

Obs: para o sinal da multiplicação tecle (espaço). E para escrever a fração 𝑔

2 tecle

CTRL +ALT+Q. E a variável (𝑡2) clique na função na barra de ferramentas.

(03) – Clique em animação e depois na partícula e com o cursor do mouse arraste-o para a

área livre em branco e clique duas vezes com o lado esquerdo para aparecer a partícula.

Figura 3 – Barra de ferramentas do Modellus. Fonte: autor.

66

(04) – clique em início e depois na opção ângulo e mude de radiano para grau.

Figura 4. Barra de ferramentas do Modellus com opção da medida de ângulo feita em grau ou em radiano.

(Fonte: autor).

(05) – Clique no ícone animação e preencha os campos com coordenadas correspondentes

aos eixos x e y. As escalas podem permanecer com dimensões de 1 para x e 1 para y mas

devem ser modificadas quando a velocidade e o tempo de duração do movimento forem

muito pequenos.

Figura 5. Barra de ferramentas com as coordenadas e escalas para o movimento do projétil. (Fonte: autor).

67

(06) – clique na opção variável independente e preencha o campo (Máx)para 10 segundos.

Figura 6 – Barra de ferramentas com a opção da variável independente. (Fonte: autor).

(07) – Você que já chegou até aqui não desista acredite em você e siga em frente. Clique no

ícone vetor na barra de ferramentas preencha as coordenadas (x e y) como sendo v0x e vy. E

depois clique no objeto vetor ligue a bala de canhão ou a partícula 1.

Figura 7. O vetor resultante da velocidade da partícula. Figura fonte da pesquisa. (Fonte: autor).

(08) – Clique no ícone do gráfico e preencha as opções x e y e coloque o em auto escala e

sua espessura no tamanho 3. Clique no ícone da tabela e preencha os dados conforme a figura.

68

Figura 8. Gráficos e tabelas. (Fonte: autor).

(09) – Insira uma imagem de fundo clicando em imagem e buscando a que você desejar em

seus arquivos. Você pode inserir outros objetos se quiser também.

Figura 9. Modelagem com imagem de fundo. (Fonte: autor).

Nota (06) – Avalie os dados que aparecem na tabela e confirme se os dados que a

mesma apresenta estão de acordo com seus cálculos. Parabéns por ter chegado até aqui.

69

APÊNDICE C - PRÉ-TESTE

1. (Vunesp) Ao passar pelo marco “km 200” de uma rodovia, um motorista vê um anúncio

com a inscrição: “ABASTECIMENTO E RESTAURANTE A 30 MINUTOS”.

Considerando que esse posto de serviço se encontra junto ao marco “km 245” dessa rodovia,

pode-se concluir que o anunciante prevê, para os carros que trafegam nesse trecho, uma

velocidade média, em km/h, de:

Resposta;

a) 80

b) 90

c) 100

d) 110

e) 120

2. (UFRN) A cidade de João Câmara, a 80 km de Natal, no Rio Grande do Norte (RN), tem

sido o epicentro (ponto da superfície terrestre atingido em primeiro lugar e com mais

intensidade pelas ondas sísmicas) de alguns terremotos ocorridos nesse estado. O

Departamento de Física da UFRN tem um grupo de pesquisadores que trabalham na área de

sismologia utilizando um sismógrafo instalado nas suas dependências, para detecção de

terremotos. Num terremoto, em geral, duas ondas, denominadas de primária (P) e secundária

(S), percorrem o interior da Terra com velocidades diferentes. Admita que as informações

contidas no gráfico abaixo são referentes a um dos terremotos ocorridos no RN. Considere

ainda que a origem dos eixos da figura é coincidente com a posição da cidade de João

Câmara. Dados referentes às ondas P e S, associados a um terremoto ocorrido no Rio Grande

do Norte.

70

Fonte: <https://fisica148.wordpress. com/category/testes/>.

Diante das informações contidas no gráfico, é correto afirmar que a onda mais rápida

e a diferença de tempo de chegada das ondas P e S no sismógrafo da UFRN, em Natal,

correspondem, respectivamente:

a) a onda S e 4 segundos

b) a onda P e 8 segundos

c) a onda P e 16 segundos

d) a onda S e 24 segundos

3. Um caminhoneiro parte da cidade de São Paulo com velocidade escalar constante de

módulo igual a 74km/h. No mesmo instante parte outro da cidade de Camaquã, no Rio

Grande do Sul, com velocidade escalar constante de 56km/h. A cidade em que ocorrerá o

encontro será:

a) Camboriú

b) Garopaba

c) Laguna

d) Araranguá

e) Torres

4. (ENEM 98) Em uma prova de 100 m rasos, o desempenho típico de um corredor padrão é

representado pelo gráfico a seguir:

71

Fonte: <http://umpassoparaoenem. blogspot.com.br/2013/06/enem-1998-questao-59.html.>.

Baseado no gráfico, em que intervalo de tempo a velocidade do corredor é aproximadamente

constante?

a) Entre 0 e 1 segundo.

b) Entre 1 e 5 segundos.

c) Entre 5 e 8 segundos.

d) Entre 8 e 11 segundos.

e) Entre 12 e 15 segundos.

5. (Unirio–RJ) Caçador nato, o guepardo é uma espécie de mamífero que reforça a tese de

que os animais predadores estão entre os bichos mais velozes da natureza. Afinal, a

velocidade é essencial para os que caçam outras espécies em busca de alimentação.

Fonte: <http://www.cnsg-pi.com.br/simulado/provas/ano8_15_05_10.pdf>.

O guepardo é capaz de, saindo do repouso e correndo em linha reta, chegar à

velocidade de 72 km/h em apenas 2,0 segundos, o que nos permite concluir, em tal situação,

ser o módulo de sua aceleração escalar média, em m/s2, igual a

a) 10

b) 15

c) 18

d) 36

e) 50

72

6. (Caxias do Sul-RS) – Um corpo desloca-se com aceleração constante e negativa, estando

inicialmente numa posição positiva e, instantes após, invertendo o sentido de seu movimento.

O gráfico correspondente à posição x do corpo em função do tempo t, que melhor identifica

seu movimento, é:

Fonte:<https://issuu.com/janilsoncord eiro/docs/fis21>.

7. (Vunesp) O gráfico ao lado mostra como varia a velocidade v em função do tempo t de um

corpo que se desloca sobre uma trajetória retilínea e horizontal. O espaço percorrido por este

corpo, no intervalo de tempo de 0 a 14 s, vale;

Fonte: <https://issuu.com/janilsoncor deiro/docs/fis21>.

a) 140 m.

b) 210 m.

c) 250 m.

d) 270 m

e) 420 m.

8. (Uni vale) Um ponto material percorre uma trajetória retilínea segundo a equação 𝑠 = 4 +

6𝑡 + 𝑡2 (s em metros e t em segundos). No intervalo de tempo entre os instantes t = 1s e t =

6s, a velocidade escalar média, em m/s, é:

a) 6

b) 11

c) 13

73

d) 34

e) 59

9. Na fotografia estroboscópica de um movimento retilíneo uniforme descrito por uma

partícula, foram destacadas três posições, nos respectivos instantes t1, t2 e t3. Se t1 é 8 s e t3

é 28 s, então t2 é:

Fonte: <http://isrrael.com.br/provas 2017/P2/PM2.1ano.Ti.1Bim2017_gabarito.pdf>.

a) 4 s

b) 10 s

c) 12 s

d) 20 s

e) 24 s

10. O gráfico a seguir representa a velocidade escalar de um móvel durante 15 s de

movimento. Com base no gráfico é correto afirmar que:

Fonte: <http://slideplayer.com. br/slide/1672091/>.

a) o móvel está parado entre os instantes 5,0 s e 10 s.

b) o movimento do móvel é sempre acelerado.

c) o móvel muda de sentido nos instantes 5,0 s e 10 s.

d) a velocidade escalar média do móvel foi de 15m/s.

e) o móvel percorreu 100 m nos primeiros 5,0 s.

74

APÊNDICE D – PÓS-TESTE

1. Na copa de 1970, na partida entre Brasil e Tchecoslováquia, Pelé pega a bola um pouco

antes do meio de campo, vê o goleiro tcheco adiantado, e arrisca um chute que entrou

para a história do futebol brasileiro. No início do lance, a bola parte do solo com

velocidade de 108 km/h (30 m/s), e três segundos depois toca novamente o solo atrás da

linha de fundo, depois de descrever uma parábola no ar e passar rente à trave, para alívio

do assustado goleiro. Na figura vemos uma simulação do chute de Pelé.

Fonte: <http://Ominis.if.ufrj.br/ ~Carlos/futebol/textoCatalogoExpo.pdf>. (Adaptado.)

Considerando que o vetor velocidade inicial da bola após o chute de Pelé fazia um

ângulo de 30º com a horizontal (sen30º = 0,50 e cos30º = 0,85) e desconsiderando a

resistência do ar e a rotação da bola, pode-se afirmar que a distância horizontal entre o

ponto de onde a bola partiu do solo depois do chute e o ponto onde ela tocou o solo atrás

da linha de fundo era, em metros, um valor mais próximo de:

a) 52,0.

b) 64,5.

c) 76,5.

d) 80,4.

e) 86,6.

2. Uma bola rola sobre uma mesa horizontal de 1,25 m de altura e, ao cair da mesa, atinge

o solo num ponto situado à distância de 2,5 m, medida horizontalmente a partir da beirada

da mesa.

75

Fonte:

<http://projetomedicina.com.br/site/attachments/article/268/007_fisica_lancamento_horizontal_obliquo.p

df>.

Desprezando-se o efeito do ar e adotando-se 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2⁄ , qual o módulo da

velocidade da bola no instante em que ela abandonou a mesa?

a) 5m/s

b) 10 m/s

c) 15 m/s

d) 20 m/s

3. Um corpo é lançado para cima, com velocidade inicial de 50m/s, numa direção que

forma um ângulo de 60º com a horizontal. Desprezando a resistência do ar, pode-se

afirmar que no ponto mais alto da trajetória a velocidade do corpo, em metros por

segundo, será: (Dados: sen 60º = 0,87 e cos = 0,5)

Fonte: autor

a) 5

b) 10

c) 25

d) 40

76

e) 50

4. (UFOP MG/2010) – Uma pessoa lança uma pedra do alto de um edifício com

velocidade inicial de 60 m/s e formando um ângulo de 30º com a horizontal, como

mostrado na figura abaixo. Se a altura do edifício é 80 m, qual será o alcance máximo

(xf) da pedra, isto é, em que posição horizontal ela atingirá o solo? (dados: sen 30º = 0,5,

cos 30º = 0,8 e g = 10 m/s2.

Fonte: <https://www.tutorbrasil .com.br/forum/viewtopic.php?t=45701>.

a) 153 m

b) 96 m

c) 450 m

d) 384 m

5. Do alto de uma montanha em Marte, na altura de 740 m em relação ao solo horizontal,

é atirada horizontalmente uma pequena esfera de aço com velocidade de 30 m/s. Na

superfície deste planeta a aceleração gravitacional é de g = 3,7 m/s2 𝑔 = 3,7 𝑚 𝑠2⁄ .

A partir da vertical do ponto de lançamento, a esfera toca o solo numa distância de, em

metros é:

a) 100

b) 200

c) 300

d) 450

e) 600

77

6. Um super atleta de salto em distância realiza o seu salto procurando atingir o maior

alcance possível. Se ele se lança ao ar com uma velocidade cujo módulo é 10 m/s, e

fazendo um ângulo de 45º em relação à horizontal, é correto afirmar que o alcance

atingido pelo atleta no salto é de: (Considere 𝑔 = 10 𝑚 𝑠2⁄ ).

a) 2 m

b) 4 m

c) 6 m

d) 8 m

e) 10 m

7. (Uni vale) Um canhão dispara um projétil com inclinação de 45º, acima do solo plano

e horizontal. Durante o movimento do referido projétil, livre de resistência do ar, a

alternativa, contendo a afirmação verdadeira, é:

a) A aceleração muda de sentido durante a trajetória.

b) O vetor velocidade permanece constante.

c) A intensidade do vetor velocidade permanece constante, porém a direção é variável.

d) A componente horizontal da velocidade mantém-se constante.

e) A aceleração é nula no ponto mais alto da trajetória.

8. (Uff-RJ) Recentemente, o PAM (Programa Alimentar Mundial) efetuou lançamentos

aéreos de 87 t de alimentos (sem uso de pára-quedas) na localidade de Luvemba, em

Angola. Os produtos foram ensacados e amarrados sobre placas de madeira para

resistirem ao impacto da queda.

Fonte: <http://fisicaevestibular.com. br/novo/mecanica/cinematica/lancamento-horizontal/lancamento-

horizontal-exercicios-de-vestibulares-com-resolucao-comentad>.

78

A figura ilustra o instante em que um desses pacotes é abandonado do avião. Para um

observador em repouso na Terra, o diagrama que melhor representa a trajetória do pacote

depois de abandonado, é:

a) I

b) II

c) III

d) IV

e) V

9. A fonte de uma praça dispara cinco jatos d’água sequenciais, como numera a figura a

seguir:

Fonte: <http://files.fisicanojoao2

3.webnode.com/200000094c549ac6414/1%C2%BA%20ano%20EF01%20Movimento.pdf>.

Desconsiderando o efeito do ar, o jato d’água que completa o seu voo parabólico

no menor tempo é o de número:

a) 1

b) 2

c) 3

d) 4

e) 5

10. Num local onde g = 10 m/s2, um projétil é atirado com velocidade v0 = 200 m/s𝑣0 =

200 𝑚 𝑠⁄ , fazendo um ângulo de 60° com a horizontal. Desprezada a resistência do ar,

qual será a altura do projétil, em relação ao nível do disparo, quando sua velocidade fizer

um ângulo de 45° com a horizontal?

79

a) 500 m

b) 1.500 m

c) 1.000 m

d) 3.000 m

e) 750 m

80

APÊNDICE E – PLANO DE AULA

1 TEMA

Lançamento de projéteis em campo gravitacional uniforme: Lançamento oblíquo

e horizontal.

2 OBJETIVO GERAL

Entender o lançamento de projéteis no âmbito do princípio da composição dos

movimentos independentes e simultâneos de Galileu Galilei.

3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

a) Identificar as situações do cotidiano em que ocorre o movimento de projéteis e saber

distinguir entre o lançamento horizontal e oblíquo.

b) Aprender a fazer a descrição de forma matemática do lançamento horizontal e oblíquo.

c) Entender que a trajetória descrita pelo projétil em relação à terra possui forma

parabólica, fato este que deve ser enfatizado, e que esta trajetória é descrita por uma

função quadrática.

d) Introduzir o software Modellus para a modelagem computacional do lançamento

oblíquo e horizontal para que se concretize de forma efetiva o processo de ensino e

aprendizagem do referido tema.

4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O referido tema será abordado em quatro aulas e cada uma delas com 50 minutos

de duração.

Nas duas primeiras aulas:

a) Introduzir o conteúdo de movimento de projéteis, com exemplos do cotidiano para que

os discentes possam adquirir familiaridade com o conteúdo.

81

b) Abordar o lançamento oblíquo (Lo) no âmbito do princípio da composição dos

movimentos independentes e simultâneos de Galileu Galilei.

c) Reforçar as suposições de que a aceleração da gravidade é constante em todos os

pontos da terra e que a única força que atua no projétil é a força gravitacional.

d) Fazer a descrição matemática do movimento dando ênfase que o movimento é

bidimensional, ou seja, está contido no plano (xy) e enfatizar que no eixo (y) o projétil

descreve um Movimento Uniformemente Variado com aceleração constante e no eixo (x)

o movimento é uniforme com velocidade constante ocorrendo por inércia.

e) Mostrar a modelagem computacional de um problema resolvido para os alunos

enfatizando seus gráficos, tabelas e o modelo matemático que foi inserido para modelar

o problema encerrando as duas primeiras aulas. Cinco minutos desta aula no inicio deve

ser para a montagem dos recursos didáticos.

Nas outras duas aulas:

f) Abordar o lançamento horizontal no âmbito do princípio da composição dos

movimentos independentes e simultâneos de Galileu Galilei.

g) Reforçar as suposições de que a aceleração da gravidade é constante em todos os

pontos da terra e que a única força que atua no projétil é a força gravitacional.

h) Fazer a descrição matemática do movimento dando ênfase que o movimento é

bidimensional, ou seja, está contido no plano (xy) e enfatizar que no eixo (y) o projétil

descreve um Movimento Uniformemente Variado que é o Movimento Em Queda Livre

com aceleração constante e no eixo (x) o movimento é uniforme com velocidade

constante ocorrendo por inércia.

i) Mostrar a modelagem computacional de um problema resolvido para os alunos

enfatizando seus gráficos, tabelas e o modelo matemático que foi inserido para modelar

o problema. Cinco minutos desta aula no início deve ser para a montagem dos recursos

didáticos.

5 PROCEDIMENTOS AVALIATIVOS

No término das duas últimas aulas, entregar a cada um dos alunos uma atividade

avaliativa com cinco questões para serem resolvidas e modeladas com o software

82

Modellus juntamente com um tutorial para que os alunos sejam guiados a fazerem suas

próprias modelagens com software.

Para tal o professor em outra aula posterior poderá dividir a turma em grupos e

orientá-los nas resoluções das questões e nas respectivas modelagens. Obs. Esta aula

deverá ser no laboratório de informática cada computador com o software instalado.

Admitem-se dois alunos por computador se o número deles for insuficiente.

Posteriormente o professor poderá avaliar a turma com um teste avaliativo para mensurar

a intervenção com software no âmbito do processo tanto de ensino quanto de

aprendizagem.

Recursos didáticos:

a) Um notebook com o software instalado, para tal acessar o endereço

http://modellus.fct.unl.pt/. Sendo o software gratuito.

b) Um data show para a projeção das modelagens.

c) Uma sala de informática ou laboratório de informática com 20 a 30 computadores cada

um com o software instalado.

d) Para auxiliar os alunos nas resoluções das questões, apagador, quadro branco e pincel.

Após a realização de todo o procedimento foram feitas as correções dos testes que

foram aplicados. Quando os alunos realizaram suas modelagens elas ficaram

armazenadas em pastas específicas separadas por turmas em cada computador. De modo

que estas modelagens foram copiadas em outro hardware para que fosse feita a análise

das mesmas. Assim a análise quantitativa dos testes avaliativos e a análise qualitativa dos

dados estão no próximo capitulo, bem como algumas imagens que ilustram as

modelagens feitas pelos alunos das quais foram selecionadas para serem demonstradas

neste trabalho e as ações propostas para a instituição.

83

APÊNDICE F – PRODUTO EDUCACIONAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

MESTRADO NACIONAL PROFISSIONAL EM ENSINO DE

FÍSICA - MNPEF

LUIZ GUSTAVO FERNANDES DOS SANTOS

O PRODUTO EDUCACIONAL:

FÍSICA ALÉM DA SALA DE AULA

Araguaína – TO

2018

84

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO…………………………………………………………………..…...85

1 OBJETIVOS DO PROJETO FÍSICA ALÉM DA SALA DE AULA………….....86

2 DESCRIÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL COM TODA A SUA

ESTRUTURA.................................................................................................................87

2.1 Princípios norteadores do produto educacional....................................................88

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS E EXPECTATIVAS FUTURAS PARA O

PROJETO FÍSICA ALÉM DA SALA DE AULA.......................................................89

REFERÊNCIAS……………………………………………...………………..………90

85

O PRODUTO EDUCACIONAL: FÍSICA ALÉM DA SALA DE AULA

INTRODUÇÃO

O projeto Física além da sala de aula foi concebido no programa do Mestrado

Nacional Profissional em ensino de Física. Um programa de caráter profissionalizante

com o objetivo de proporcionar a recuperação, atualização e a melhora na qualidade do

ensino de Física em âmbito nacional.

Voltado para profissionais que atuam no ensino da Física o programa é uma

iniciativa da SBF Sociedade Brasileira de Física em parceria com a CAPES e de vários

polos do (MNPEF) ANDRADE (2016). O projeto Física além da sala de aula possui em

sua essência o aspecto da divulgação. E tem por objetivo divulgar os trabalhados

confeccionados pelos alunos sobre um determinado tópico da Física de Cinemática que é

o Lançamento de projéteis em campo gravitacional uniforme.

Este projeto consiste em um site cujo link para acesso é fisica-alem-da-sala-de-

aula.webnode.com. Neste ambiente virtual estão inseridas em forma de imagens as

modelagens realizadas por estudantes do 1º ano de uma escola pública da região. O

projeto: Modellus: Proposta metodológica para o ensino de Física a alunos do 1º ano do

Ensino Médio de uma escola pública, na perspectiva da aprendizagem significativa. Foi

implantado ao longo do ano letivo de 2017. E tornou possível a criação deste site com

toda sua estrutura. Na figura 1 está ilustrado o portal de entrada para a navegação na

página.

Figura 1- Página de acesso ao projeto Física além da sala de aula.

86

Fonte: autor.

A proposta desse projeto em forma de ambiente virtual é fazer com que o ensino

da Física transcenda o ambiente da sala de aula, na expectativa de fazer com que o mesmo

se torne fator relevante e o mais próximo possível da realidade tecnológica na qual os

alunos estão inseridos.

Este produto educacional foi pensado no âmbito das Tecnologias da Informação

e Comunicação (TIC) que se caracteriza por envolver todo e qualquer tipo processo em

que há armazenamento, processamento, e transmissão de informações através dos mais

variados dispositivos tecnológicos (ANDERSON, 2010). Na segunda página do site logo

abaixo do portal de entrada encontram-se algumas descrições do projeto. Ver figura 2.

Figura 2-Ilustração da página secundária do projeto Física além da sala de aula.

Fonte: Colégio Dynamis. 24 Jul. de 2016. Disponível em:

<http://www.colegiodynamis.com.br/noticias_view.php?id=231#.WsPx4PkbPIU>

Acesso em: 03 abr. 2018.

1 OBJETIVOS DO PROJETO FÍSICA ALÉM DA SALA DE AULA

Este projeto esteve incubido de estimar a relevância dos processos de ensino e

aprendizagem envolvendo tecnologias da informação e comunicação no ensino da Física.

Com a implantação do software Modellus como um instrumento metodológico de ensino

que pode promover a aprendizagem de conceitos de Física de forma significativa tentando

assim evitar a simples memorização mecânica de conceitos e conteúdo.

O projeto também possui o objetivo de divulgar os trabalhos realizados pelos

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alunos com o software Modellus sobre o tema lançamento de projéteis em ambiente

virtual. Para acesso livre tanto por parte de professores e alunos. E tentar manter o ensino

de determinados conteúdos da Física em ressonância com o que há de atual em termos de

tecnologias da informação e comunicação.

2 DESCRIÇÃO DO PRODUTO EDUCACIONAL COM TODA A SUA

ESTRUTURA.

O site hospeda em formas de imagens as modelagens construídas pelos estudantes

durante o III Bimestre do período do ano letivo de 2017 e foram concebidas no âmbito da

resolução de problemas relacionados ao Lançamento Oblíquo e Horizontal. Antes de ter

acesso as imagens que ilustram às modelagens é preciso navegar pela página como

demonstra a figura 3.

Figura 3-Demonstra a estrutura do site

Fonte: autor.

Ao deslizar o cursor do mouse no ícone (mais), aparece uma janela, e nela o

visitante encontra a as opções.

Conteúdo. Onde há uma descrição completa do tema Lançamento de projéteis em

campo gravitacional uniforme.

Plano de aula. Encontra-se a descrição completa de como as aulas expositivas

foram realizadas com a introdução do software.

Tutorial para modelagens. Ateve-se em orientar os alunos, para que os mesmos

pudessem construir suas próprias modelagens, ou seja, funcionando como uma espécie

de guia.

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Atividades de fixação e para modelagens do conteúdo. Nesta parte encontram-se

testes avaliativos sobre o Movimento Retilíneo Uniforme, Uniformemente Variado, e o

Lançamento de Projéteis, ou seja, Lançamento Oblíquo e Horizontal. E a atividade

computacional, que se baseia em questões do referido tema que foram modelados pelos

alunos.

Modelagens computacionais. Nesta parte encontra-se a página que contém

imagens das modelagens feitas pelos alunos. A figura 4 contém imagens desta página.

Figura 4 – Página de acesso às modelagens computacionais feitas com o Modellus

Fonte: próprio autor

Sobre o projeto Física além da sala de aula. Encontra-se a descrição completa do

referido projeto.

Atividade sobre o lançamento de projéteis. Esta atividade consiste em um dos

testes avaliativos feitos pelos alunos durante a aplicação do projeto. Tratando-se do pós-

teste.

Todos os arquivos encontram-se em PDF e podem ser baixados nos seus

respectivos links.

2.1 Princípios norteadores do produto educacional.

Todo o projeto foi construído sobre uma base teórica que se consiste na teoria da

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Aprendizagem significativa de David Paul Ausubel cujo ponto central é a da

aprendizagem significativa Moreira (1983).

E depois da aplicação do mesmo acredita-se que no contexto desta teoria as

modelagens dos estudantes feitas através do software podem levar qualquer conteúdo de

cinemática ou outro a se tornarem materiais potencialmente significativos de grande

relevância para o aprendizado da Física.

E as Modelagens uma vez construídas, permitem a manipulação de variáveis

diversas, e a interpretação dos resultados pode ser feita por intermédio de gráficos e

tabelas, exercendo papel importante de organizadores prévios, outro aspecto importante

da teoria de Ausubel.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS E EXPECTATIVAS FUTURAS PARA O

PROJETO FÍSICA ALÉM DA SALA DE AULA.

O produto educacional foi pensando em algo que não fosse estático e absoluto, e

sim em algo dinâmico, ou seja, que pudesse ser modificado, atualizado e estendido.

Produto este que pudesse ser expandido para abrigar outros conteúdos da Física, tais

como, as Leis de Newton, princípios da conservação, termodinâmica, Ótica, Ondas e a

teoria da relatividade restrita.

Sempre baseado em recursos computacionais tal como o software Modellus, que

foi o primeiro a ser trabalhado, mas, posteriormente pretende-se estudar a aplicação de

outros softwares com fins educativos, para a constante atualização e renovação da prática

docente.

Pretende-se então após o término do Mestrado profissional manter o site

atualizado a cada ano, com novos conteúdos e novas possibilidades de recursos

metodológicos implantados no ensino médio, e encontrar uma forma mais atrativa de

divulgar os trabalhos dos alunos sempre com o objetivo de tornar os conteúdos da Física

o mais próximo da realidade dos alunos.

90

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