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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO/CAMPUS VII CURSO DE PEDAGOGIA A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL ALAÍDE PEREIRA DOS SANTOS CREUZA ALVES DOS SANTOS JACI NASCIMENTO DA SILVA ROSE MARY REIS DE OLIVEIRA ITIÚBA 2012

Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

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Pedagogia Itiúba 2012

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Page 1: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO/CAMPUS VII

CURSO DE PEDAGOGIA

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

ALAÍDE PEREIRA DOS SANTOS CREUZA ALVES DOS SANTOS JACI NASCIMENTO DA SILVA

ROSE MARY REIS DE OLIVEIRA

ITIÚBA 2012

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ALAÍDE PEREIRA DOS SANTOS CREUZA ALVES DOS SANTOS JACI NASCIMENTO DA SILVA

ROSE MARY REIS DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia apresentada ao Colegiado de Pedagogia da Universidade do Estado da Bahia - Departamento de Educação Campus VII, como parte dos requisitos para a obtenção do título de Pedagoga.

Orientadora: Professora Ms. Maria Elizabeth Souza Gonçalves

ITIÚBA 2012

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ALAÍDE PEREIRA DOS SANTOS CREUZA ALVES DOS SANTOS JACI NASCIMENTO DA SILVA

ROSE MARY REIS DE OLIVEIRA

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Monografia submetida à aprovação da Banca Examinadora, como parte dos requisitos necessários para a obtenção do título de Pedagoga pela Universidade do Estado da Bahia, Departamento de Educação - Campus VII.

Aprovada em:_____/_____/_____

Banca Examinadora:

______________________________________________________ Professora M.Sc. Maria Elizabeth Souza Gonçalves – Orientadora

Universidade do Estado da Bahia (UNEB - Campus VII)

__________________________ __________________________ Avaliador Avaliador

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Dedicamos este trabalho aos nossos pais, bem como a todos os nossos familiares

que sempre acreditaram no nosso potencial e nos incentivaram a persistir firmes na

busca do conhecimento, sendo verdadeiros pedagogos co-participantes na

construção de nossos saberes, bem como na difusão destes em prol de uma melhor

educação.

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AGRADECIMENTOS

As palavras se tornam insuficientes para dizer o quanto somos gratas a Deus,

por ter nos concedido a oportunidade de chegarmos até aqui, por ter nos iluminado,

dando força e coragem para a realização deste trabalho, sendo presença ativa e

constante em nossas vidas.

Aos nossos pais, Francisco e Maria Amélia; José e Marina; José e Maria;

Delfino e Maria, pelo apoio, compreensão e amor que sempre encontramos em

todos os momentos da nossa vida.

Somos gratas aos nossos irmãos, Edmilson, Magna, Magnolia, Eliete, Jailson,

Arlete, Anizete, Arlene e Adriano; Reginaldo, Roseneide, Rogério, Romilda, Nobert,

Regivaldo, Pedro e Josevaldo; Josélia, José Alberto, Adilson, Janice e Agilson;

Lurdes e Normaci, por acreditarem sempre em nossos sonhos e por nos fazerem

compreender o verdadeiro valor de uma família na vida de um ser humano.

Agradecemos também aos nossos filhos, Laerte e Saulo; Vitor e Vitor Gabriel;

Thiago e Cristiane, por terem prestado relevante contribuição, apoiando

incondicionalmente a realização deste trabalho.

Agradecemos em especial à professora orientadora, Elizabeth Gonçalves,

bem como a nossa coordenadora, Normaci Reis, por terem compartilhado parte do

conhecimento que possuem em benefício da elaboração deste trabalho.

Somos gratas a todo o corpo docente do Curso de Pedagogia da Uneb –

Campus VII, em especial aos professores (as) Adson, Assivânia, Alayde, Paulo

Machado, Rita Braz, Geyza Andrade, Valmir, Gilberto Lima, dentre outros que

contribuíram significativamente para a nossa formação profissional.

Por fim, somos gratas aos nossos colegas de curso pelo companheirismo, em

especial a Elizabete, Claudinete e Isnaide pela parceria.

Obrigada!

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"Brincar com crianças não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem

escola, mais triste ainda é vê-los sentados enfileirados em salas sem ar, com

exercícios estéreis, sem valor para a formação do homem."

(Carlos Drummond de Andrade)

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RESUMO

Este trabalho foi pensado no sentido de analisar as concepções dos professores sobre a importância do lúdico no desenvolvimento integral da criança, referentes à utilização de atividades lúdicas como recursos pedagógico na educação infantil. Este estudo foi elaborado, tendo como principais teóricos, Santos (2007), Costa (2007) e Kishimoto (2007). A metodologia aqui adotada foi a pesquisa qualitativa, tendo sido utilizados como instrumentos de coleta de dados o questionário fechado, a entrevista semiestruturada, a análise documental e observação. O trabalho de campo teve como lócus a Creche Padre Eduardo Clemente, localizada no Projeto Sertanejo I, cidade de Itiúba – BA. Os sujeitos da pesquisa foram seis professores da educação infantil. Os resultados obtidos mostram que, apesar do reconhecimento da importância do lúdico, os professores ainda o usam de forma aleatória, usando-os nos momentos de recreação e de agitação, ou até mesmo para descontrair, isto é, usam a ludicidade apenas como diversão. Vale lembrar que a instituição referida não é adequada para o funcionamento de um ambiente educativo. Palavras-chave: Educação infantil. Educador. Ludicidade.

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ABSTRACT

This study was designed to examine the teachers' conceptions about the importance of play in the development of the child, concerning the use of recreational activities and educational resources in early childhood education. This study was designed, with the main theoretical, Santos (2007), Costa (2007) and Kishimoto (2007). The methodology adopted was the qualitative research were used as instruments of data collection the survey closed, semistructured interviews and documentary analysis. The field work was the locus Fr Edward Clement Nursery, located in the Project Sertanejo I Itiúba city - BA. The subjects were six teachers of early childhood education. The results show that, despite the recognition of the importance of play, the teachers still use it randomly, using them in moments of recreation and agitation, or even to relax, that is, use the playfulness just as fun. Remember that the institution that is not appropriate for the operation of an educational environment. Keywords: Child education. Educator. Playfulness.

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

GRÁFICO 01 – O que é lúdico? 26

GRÁFICO 02 – O lúdico é importante no processo de desenvolvimento

cognitivo, afetivo e motor? 27

GRÁFICO 03 – O papel do educador é buscar formas criativas para o

desenvolvimento integral da criança? 29

GRÁFICO 04 – O lúdico pode ser considerado um meio para estimular,

analisar e avaliar as aprendizagens específicas das crianças? 30

GRÁFICO 05 – Qualquer atividade com intenção de diversão pode se

considerada lúdica no ponto de vista pedagógico 32

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 12

1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL 12

1.2 O EDUCADOR 13

1.3 LUDICIDADE 16

1.4 A ARTE COMO PROVEDORA DA LUDICIDADE 18

2 METODOLOGIA 22

2.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS 22

2.2 LÓCUS DE PESQUISA 23

2.3 OS SUJEITOS 23

3 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS 25

3.1 COMPREENSÕES DOS PROFESSORES SOBRE O LÚDICO 25

3.2 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA PRÁTICA DOCENTE 27

3.3 O PAPEL DO EDUCADOR 28

3.4 A BRINCADEIRA E O JOGO NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA

CRIANÇA 30

3.5 AS CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE AS ATIVIDADES

COM INTENÇÃO DE DIVERSÃO 31

CONSIDERAÇÕES FINAIS 34

REFERÊNCIAS 36

APÊNDICE A – FICHA INDIVIDUAL DO DOCENTE

APÊNDICE B – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA

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INTRODUÇÃO

A atual concepção sobre o lúdico na educação infantil tem levado os

profissionais da educação a refletirem sobre o uso da ludicidade em sua prática

pedagógica, como forma de estimular o processo de apropriação de conhecimentos

dos educandos, tendo este trabalho como objetivo analisar as concepções dos

professores sobre a importância do lúdico no desenvolvimento integral da criança.

A formação lúdica se assenta em pressupostos que valorizam a criatividade, o cultivo da sensibilidade, a busca da afetividade, a nutrição da alma, proporcionando aos futuros educadores vivências lúdicas, experiências corporais, que se utilizam da ação, do pensamento e da linguagem, tendo no jogo sua fonte dinamizadora [...] (SANTOS, 1997 apud RAU, 2007, p.30).

Nesse sentido, uma das alternativas é conciliar o prazer e o divertimento à

aprendizagem.

Como ponto de partida, faz-se necessário que o educador reflita de forma

crítica o desenvolvimento das aulas, identificando na prática do professor se há o

momento de aplicabilidade do lúdico em sua prática pedagógica.

Essa postura exige profundas mudanças nas atitudes pedagógicas, para que

venham a usá-las com desenvoltura, independentemente das condições a que cada

educador venha a utilizar em sua prática docente, tornando suas aulas atrativas e

prazerosas, preparando a criança para que ela torne-se um sujeito construtor de seu

próprio saber no meio em que vive.

Os educadores têm em mãos um instrumento de grande importância, basta

somente usar a criatividade, interligando o prazer do brincar com a necessidade de

aprender, ampliando os seus conhecimentos prévios e tornando a aprendizagem

mais dinâmica e significativa.

A escolha da temática “A Importância do Lúdico na Educação Infantil” se deu

em função da experiência de nossa prática docente, influenciando-nos o fato de que

há uma carência de capacitação dos professores na área, com o uso do lúdico nas

metodologias desenvolvidas, sendo que a ação pedagógica está sendo restrita aos

métodos tradicionais.

As disciplinas de alfabetização metodológica de jogos, brinquedos e

brincadeiras são de fundamental importância no desenvolvimento cognitivo, motor e

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afetivo dos educandos. Nesse sentido, a temática nos leva a refletir sobre a nossa

prática pedagógica, utilizando a ludicidade na educação infantil.

Essa temática tem como objetivo analisar as concepções dos professores

sobre a importância do lúdico no desenvolvimento integral da criança, onde poderão

adquirir novos métodos para serem desenvolvidos com o uso do lúdico, partindo do

princípio de que as crianças aprendem brincando, tendo, portanto, a convicção de

que essa temática poderá contribuir para uma possível reflexão sobre a ação

pedagógica.

Assim, como veremos mais adiante, o primeiro capítulo consta de uma

fundamentação teórica, na qual se encontram os referenciais sobre a educação

infantil, o educador, a ludicidade e a arte.

O segundo capítulo trata-se da metodologia utilizada para a realização deste

estudo, apontando a relevância da temática para a prática.

O terceiro capítulo diz respeito à análise e interpretação dos dados e seu

embasamento teórico, contendo o levantamento dos dados da pesquisa, a qual teve

como base o lócus e os sujeitos.

Por último chega-se a algumas considerações finais que compõem o

fechamento do estudo, com reflexões e sugestões acerca do mesmo.

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1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 EDUCAÇÃO INFANTIL

As concepções da educação infantil vêm sendo mudadas ao longo do tempo.

Séculos atrás, as crianças eram mal vistas até pelas mães, por motivos culturais e

pelo alto índice de mortalidade infantil. Talvez as mortes prematuras por falta de

cuidado com as crianças contribuíssem para o desafeto das mães. Em algumas

sociedades anteriores, as famílias pobres entregavam os seus filhos aos orfanatos.

Com a chegada dos imigrantes, foi-se ampliando o atendimento a essas

crianças, aumentando o número de creches e jardins de infância em todo o país,

com a perspectiva ao atendimento a área da saúde. É possível observar que, com o

passar do tempo, o tratamento da infância brasileira evoluiu bastante, tanto

intelectual como assistencial, tendo maior possibilidade de respeito, valorização da

criança como cidadã.

“A criança como todo ser humano, é um sujeito social e histórico e faz parte

de uma organização familiar que está inserida em uma sociedade, com uma

determinada cultura, em um determinado momento histórico.” (BRASIL, 1998, p. 21).

É extremamente importante a promoção de uma educação de qualidade para

todas as crianças, o que envolve também o ambiente construído. De acordo com a

Constituição Federal de 1988, houve um grande avanço para a garantia à educação

infantil com acesso para todas as crianças de zero a seis anos à creche e pré-

escola, havendo assim uma mudança de concepção perante a sociedade, deixando

de ser obra de caridade e transformando-se em direito da criança.

A educação infantil “[...] tem como finalidade o desenvolvimento integral da

criança até seis anos de idade em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e

social, complementando a ação da família e da comunidade.” (BRASIL, 2008, p. 28).

No Brasil, os ambientes de educação infantil apresentam grande carência na

manutenção dos cuidados básicos na alimentação, que é incompleta e até mesmo

inadequada, não contribuindo para uma boa ação educativa, não havendo espaço

adequado para o desenvolvimento integral na aprendizagem, além de não ampliar

as condições necessárias para o exercício da cidadania das crianças brasileiras. Del

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Priori (2000 apud NASCIMENTO, 2006, p. 27), afirma que “[...] a história da criança

brasileira não foi diferente da história dos adultos, tendo sido feito a sua sombra.”

Diante as definições da RCNEI:

“[...] consideram-se as especificidades afetivas e emocionais, sociais e cognitivas das crianças de zero a seis anos e a qualidade das experiências oferecidas que podem contribuir para o exercício da cidadania devem está embasadas nos seguintes princípios: o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, considerando suas diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais e religiosas; o direito de toda criança brincar, expressar, pensar, interagir além da comunicação infantil; o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, a comunicação, a interação social, ao pensamento à ética e a estética; a socialização das crianças, por meio de participação e inserção nas mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; o atendimento aos cuidados essenciais, associados à sobrevivência e ao desenvolvimento de sua entidade.” (BRASIL, 1998, p. 13).

Acima de tudo, as crianças têm direito de viver experiências prazerosas nas

instituições, de construir sua identidade pessoal e desenvolver a autonomia e ter

conhecimento de mundo.

O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei n° 8.069, de 1990), que afirma

os direitos das crianças e as protege; e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional, de 1996, que reconhece à educação infantil como primeira etapa da

educação básica, todos esses documentos são conquistas dos movimentos sociais,

movimentos de creches, movimento dos fóruns permanentes de educação infantil.

É preciso considerar a fase transitória, na busca por um desenvolvimento

integral de suas identidades, capazes de crescer como cidadãos cujos direitos são

reconhecidos.

1.2 O EDUCADOR

No decorrer da história da educação e da formação dos profissionais da área,

observamos várias definições do que vem a ser a educação e as decorrentes

concepções de educador, entre essas iremos destacar duas:

A primeira é a educação bancária, onde a educação passa a ser o ato

de depositar, os alunos são os depósitos e o professor aquele que deposita.

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Segundo Freire (apud FERRARI, 2003, p. 70), “[...] o professor age como quem

deposita conhecimento no aluno apenas receptivo, dócil.”

Professor é o individuo que repassa aos alunos conhecimento específico de

uma determinada área.

A segunda, concebida como educação libertadora, é responsável pelos

processos de apropriação de conhecimentos historicamente produzidos e pela

produção de novos conhecimentos.

“[...] a pedagogia do oprimido, como pedagogia humanista e libertadora, terá dois momentos distintos. O primeiro em que os oprimidos vão desvelando o mundo da opressão e vão se comprometendo, na práxis, com a sua transformação; segundo, em que, transformada a realidade opressora, esta pedagogia deixa de ser do oprimido e passa a ser a pedagogia dos homens em processo de permanente libertação.” (FREIRE, 1987, p. 40).

O professor deve se comportar como um provocador de situações,

minimizando a potência de opressão e servindo à causa da libertação.

Nesse sentido, o educador é o que promove a educação, que procura

contribuir para a construção do caráter, para que o individuo saiba fazer suas

próprias escolhas. Além de repassar conhecimento aos alunos, se preocupa também

com a formação destes, tanto no aspecto técnico quanto moral, ou seja, informa e

forma cidadãos, evidenciando a participação do educando como sujeito da própria

educação.

Quando vivemos a autenticidade exigida pela prática de ensinar – aprender, participamos de uma experiência total diretiva, política, ideológica, gnosiológica, pedagógica, estética e ética, em que a boniteza deve achar-se de mãos dadas com a decência e a seriedade [...] (FREIRE, 1997, p.26 apud CORSINO, 2006, p. 67).

O professor deve refletir constantemente sobre o seu papel. Nesse sentido,

ele deve estar apto às mudanças, buscando novos conhecimentos, se

especializando para a melhoria de sua prática pedagógica, analisando se ensina o

que é de direito para os estudantes e se a seleção de conteúdos, capacidades e

habilidades são de fato importantes naquele momento, levando em conta a realidade

dos alunos. Ajuda-os a progredir na aprendizagem, dando cada vez mais sentido ao

contexto cultural, valorizando a auto-estima e a confiança de ser próprio.

De acordo com Santos (1997 apud RAU, 2007, p. 30), “[...] a falta de clareza

do perfil profissional se reflete nos currículos, tornando os cursos fragmentados e

distantes da prática pedagógica desenvolvida nas escolas.”

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No entanto, o educador assume um papel fundamental como mediador das

aprendizagens, devendo o mesmo assumir-se com conhecimentos e critérios,

analisando cuidadosamente os materiais que coloca a disposição das crianças.

Segundo Olusoga (2011 apud BROCK, 2011, p. 6), “[...] a teoria sociocultural

apresenta o desenvolvimento e o brincar das crianças como processos

fundamentalmente sociais, sendo essencial manter a identidade sociocultural pela

oferta de brincadeiras às crianças.”

Esses materiais, atraentes no aspecto gráfico e nos estímulos sonoros ou de

movimentos que gratificam a resposta certa, promovem uma aprendizagem passiva

e desprovida de sentido para a criança. Também sabemos que, se a forma como os

materiais estão estruturados pode determinar inicialmente o tipo de atividade em que

a criança se envolve, é, sobretudo, a forma como esses materiais são utilizados que

pode permitir ou não experiências mais ricas.

Atualmente, pesquisas apontam que há uma necessidade de se trabalhar nas

escolas conteúdos programáticos, para que os alunos possam atingir as

perspectivas esperadas, o que hoje é muito questionado.

Contudo, os professores devem estar abertos às mudanças na prática que

proporcionem o atendimento dos interesses no processo ensino-aprendizagem,

tendo em vista que a prática educativa é algo muito sério, pois os professores estão

lidando com crianças, adolescentes e até mesmo adultos, estando assim dessa

forma, participando da formação pessoal. Não se pode dizer simplesmente que está

na área de educação por não ter outras possibilidades.

Segundo Mialaret (1991, apud RAUL, 2007, p. 38), “[...] a prática na aula pode

ser esclarecida pelos princípios teóricos e melhorada pelos resultados da

investigação. A teoria pedagógica só pode erguer–se a partir de uma prática

conhecida e refletida”.

Vale lembrar que o fracasso ou o sucesso dos educandos depende da má ou

boa formação dos profissionais da educação e, é claro, não generalizando, pois não

podemos afirmar que o aluno de professor despreparado e irresponsável será um

aluno irresponsável, além de outros fatores, dos quais depende o sucesso dos

estudantes, como é o caso do apoio familiar.

Por isso, temos a convicção de que um dos saberes que consideramos uma

dádiva de Deus constitui-se no ato de educar. Assim, faz-se necessário o

reconhecimento da dignidade e da importância do papel do professor para com a

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sociedade. De acordo com Freire (2003, p. 48), “[...] reconhecer a importância de

nossa tarefa não significa pensar que ela é a mais importante entre todas. Significa

reconhecer que ela é fundamental. Algo mais: indispensável à vida social.”

Desse modo não podemos afirmar que a educação é quem transforma a

sociedade, mas sem ela a transformação social é impossível.

Nós professores, somos profissionais em vários sentidos: por ensinarmos e

nos comprometermos com nosso trabalho, com responsabilidade numa atividade

que exige um processo de ensino-aprendizagem. Essa condição também envolve

conhecimentos e procedimentos, especialmente por lidarmos com muitos jovens e

crianças e por um tempo longo.

Para desenvolver sua prática, os professores precisam também desenvolver-se como profissionais e como sujeitos críticos na realidade em que estão, isto é, precisam poder situar-se como educadores e como cidadãos, e, como tais, participantes do processo de construção da cidadania, de reconhecimento de seus direitos e deveres, de valorização profissional [...] (BRASIL, 1997a, p. 52).

Daí, a importância de considerar três processos na formação docente:

produzir a vida do professor (desenvolvimento pessoal), produzir a profissão docente

(desenvolvimento profissional) produzir a escola (desenvolvimento organizacional).

1.3 LUDICIDADE

São ações prazerosas que se manifestam por toda existência humana,

capazes de expressar idEias, desejos e sentimentos. Logo tudo que dá prazer é

lúdico.

Tendo convicção sobre o entendimento do lúdico, é de grande interesse para

os educandos e educadores na prática de ensino-aprendizagem que, a partir da

ação lúdica, a criança possa construir o conhecimento, desenvolvendo um futuro

dinâmico e ágil, adequando aos nossos educandos sem separar o lúdico da prática

educativa.

Como afirma Costa (2005 apud RAU, 2007, p. 32), “[...] a palavra lúdico vem

do latim ludus e significa brincar. Neste brincar, estão incluídos os jogos, brinquedos

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e brincadeiras e a palavra é relativa também à conduta daquele que joga, que brinca

e que se diverte.”

Dessa forma, o jogo dá oportunidade à aprendizagem do sujeito e o seu

desenvolvimento com base na proposta pedagógica de que o processo de ensino

aprendizagem deixa as crianças felizes, estimulando assim os seus conhecimentos

através do ato de aprender brincando.

Santos (1997 apud RAU, 2007, p. 39), lembra que “[...] a ludicidade é uma

necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como

diversão”, sendo assim, uma tarefa difícil diante das diversas interpretações a ela

destinadas a partir de variadas fontes.

Acrescentamos que o lúdico se manifesta através do jogo, do brinquedo e da

brincadeira, termos que conceitualmente, apresentam diferenças.

O jogo é a ação que, voluntariamente, impõe regras, tempo e espaço

determinado. Sendo uma invenção do homem, um ato em que sua intencionalidade

e curiosidade resultam num processo criativo para modificar, imaginariamente, a

realidade e o presente, satisfazendo as necessidades das crianças, especialmente a

necessidade de ação.

Diante dos questionamentos, em especial jogos educativos tem apresentado

inquietações sobre a maneira de como são aplicados na sala de aula, como jogo ou

meio para alcançar o seu objetivo.

É indiscutível a implantação do jogo como recurso pedagógico, pois, se a

escola tem objetivo a atingir e o aluno busca a construção de seus conhecimentos,

logo o jogo só tem a contribuir nos resultados almejados pela escola.

O jogo é um instrumento pedagógico muito significativo. No contexto cultural e biológico, é uma atividade livre e alegre que engloba uma significação. É de grande valor social, oferecendo inúmeras possibilidades educacionais, pois favorece ao desenvolvimento corporal, estimula a vida psíquica e a inteligência, contribuindo para a adaptação ao grupo, preparando a criança para viver em sociedade, participando e questionando os pressupostos das relações sociais tais como estão postos [...] (KISHIMOTO, 1997 apud RAU, 2007 p. 36).

Brinquedos são objetos utilizados para as brincadeiras existentes no mundo

infantil e apresentam várias manifestações. Os brinquedos variam de acordo com a

idade da criança. Observando os bebês, notamos que eles brincam com o que

conseguem pegar. Como o primeiro sentido a ser desenvolvido é o tato, tudo que

pegam, levam à boca ou ao rosto como pano, os pés deles mesmo, as mãos e até

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mesmo os dedos dos adultos. As crianças de faixa etária entre dois e três anos,

além de levar objetos à boca, produzem sons e tentam encaixar partes de objetos.

Já crianças mais velhas utilizam brinquedos das diversas categorias manifestadas,

como confecção de materiais perecíveis e objetos do mundo doméstico.

O brincar é o fazer em si, um fazer que requer tempo e espaço próprio, um fazer constituído de experiências culturais, que é universal próprio da saúde, porque facilita o crescimento, conduz aos relacionamentos grupais, podendo ser uma forma de comunicação consigo mesmo (a criança) e com os outros [...] (WINNCOTT, 1975, p.63 apud MARTINS e QUEIROZ, 2009, p. 13).

Brincadeira é uma ação espontânea que a criança constrói, partindo da

fantasia para a realidade. Pipa, esconde-esconde, bolinha de gude, amarelinha,

pega-pega, cantigas de roda, polícia e ladrão, elástico, casinha, dentre outras, são

brincadeiras que estão perdendo espaço para jogos eletrônicos, o que é

preocupante para os educadores, em virtude de seu interesse em preservar as

brincadeiras, de forma que estas não percam seus valores, isso porque os jogos e

as brincadeiras se modificam de geração para geração refletindo as transformações

sociais.

Portanto, buscamos apresentar a importância do lúdico como recurso

pedagógico na educação, de modo a mostrar as aproximações entre o jogo, o

desenvolvimento e aprendizagem infantil, convidando o professor a rever e repensar

os conceitos que remetem ao lúdico, ou seja, o jogo, o brinquedo e a brincadeira.

Trata-se de conhecimento indispensável ao profissional da educação para

que construa sua prática pedagógica de maneira consciente, crítica e reflexiva,

empregando a ludicidade no processo de construção de conhecimentos, fazendo

dos jogos, grandes colaboradores na prática pedagógica do professor da educação

infantil.

1.4 A ARTE COMO PROVEDORA DA LUDICIDADE

Faz-se necessário destacar que a arte é uma das tantas formas do homem

manifestar seu mundo, suas emoções, seus medos, sua cultura e neste sentido ela

se apresenta nas mais diferentes linguagens.

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De acordo com Borba e Goulart (2006), podemos dialogar com o mundo,

através de diferentes possibilidades, graças ao homem, que criou a dança, o teatro,

a música, a literatura, as artes visuais e as artes plásticas, as quais representam

formas de expressão e são algo muito sério a se pensar e de urgência a serem

implantados na prática pedagógica, pois a arte desempenha um papel

potencialmente necessário na educação das crianças.

Poucos têm o conhecimento do que venha a ser a arte, e tão pouco como

surgiu, pois seu surgimento se deu por volta de milhões de anos, evoluindo e

ocupando um importantíssimo espaço na sociedade. Algumas representações da

arte são indispensáveis para muitas pessoas nos dias atuais como, por exemplo, a

música que é capaz de nos fazer felizes quando estamos tristes. Ela funciona como

uma distração para certos problemas, um modo de expressar o que sentimos aos

diversos grupos da sociedade.

“Assim, a arte é tão importante dentro da escola, quanto fora dela. Por ser um

conhecimento construído pelo homem através dos tempos, a arte é um patrimônio

cultural da humanidade, e todo ser humano tem direito ao acesso a esse saber.”

(MEIRELES, 2009, p.12). A arte é uma das mais ricas formas de expressão de

nossos sentimentos. A mesma auxilia, por exemplo, numa maior ou menor facilidade

da expressão escrita, uma vez que esta requer muita imaginação. Falando-se em

imaginação, fala-se também na capacidade de lidar com situações difíceis, de

improvisar e muito mais. Por isso, a arte deve ser incentivada e ter seu espaço nos

alunos que colocarão em prática sua sensibilidade artística nas aulas programadas

pelo currículo escolar.

A arte pode desempenhar um importante papel na educação. De fato, tem-se

sugerido que deveria ser um instrumento básico de educação para desenvolver e

promover o pensamento criador.

A arte pode ser trabalhada de diversas formas, como desenho livre, pintura,

dança, música, teatro, modelagem, literatura (prosa e poesia) e muito mais. Isso

deveria ter uma significância extraordinária porque está no contexto da criança e as

escolas muitas vezes não dão importância a essas expressões, principalmente nos

espaços de educação infantil. Na medida em que as crianças avançam nos anos

escolares, são diminuídas as chances de expressão, leitura, produção e diferentes

tipos de linguagens. A linguagem que é privilegiada nas escolas é aquela que tem

que cumprir com os conteúdos dos livros didáticos.

Page 21: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

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Assim, pensar em ludicidade pressupõe o diálogo permanente com o mundo

da arte e de suas variadas linguagens.

As crianças só podem reinterpretar, criar e transformar, através da arte. Com

isso, amplia o entendimento da realidade e abri caminho para sua participação no

mundo. Desse modo, devem-se dar oportunidades para que as crianças pratiquem a

leitura, a escrita e instiguem a imaginação, a fantasia, a reflexão e o senso crítico.

Com a Lei n° 9.394/96 (art. 26, § 2°), revogam-se as disposições anteriores e

a arte é considerada obrigatória na educação básica: “[...] O ensino da arte

constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação

básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos”. (BRASIL, 1996

apud SANTOS, 2006, p.24).

O ensino da arte sistematizou–se com a área do conhecimento, com conteúdos específicos constitutivos do currículo escolar. Surgiu a necessidade de capacitar professores para orientar a formação do aluno nesta nova perspectiva de ensino, colaborando na formação do cidadão, buscando a compreensão sobre a produção nacional e internacional da arte [...] (BRASIL, 1997 apud SANTOS, 2006, p. 25).

Segundo Santos (2006, p. 25), a s leis dão suporte, mas “[...] não garantem o

reconhecimento de um ensino-aprendizagem de arte, que capacite os alunos a

entendê-la, pois o papel do professor é desenvolver no aluno a linguagem da arte,

tornando-o um cidadão inserido em uma determinada cultura.”

A partir da cultura do educando e seus conhecimentos prévios é que o

professor vai desenvolver suas aulas, fazendo com que elas se tornem mais

dinâmicas, atrativas e significativas.

Através do convívio com as artes, os educandos adquirem nova visão do

mundo e das coisas: a cor, o movimento, a forma, o gesto, a palavra, a mímica, a

máscara, o riso, a dramatização, o ritmo, a harmonia, o bem-estar, o agrado, a

atração e a alegria de viver mostram aos estudantes horizontes mais amplos.

A arte deve ser vista nas escolas também como meio de proporcionar uma

relação entre os vários conteúdos específicos das matérias, fazendo com que a

aprendizagem se torne mais efetiva.

Nessa perspectiva, uma aprendizagem em arte só é significativa quando o objeto de conhecimento é a própria arte. É por meio dela que o aprendiz será provocado a saber manejar e conhecer a gramática específica de cada linguagem que adquire corporalidade por meio de diferentes matérias, recursos, procedimentos e instrumentos que lhe são peculiares, levando em consideração não só a arte presente nas instituições culturais, nas salas de

Page 22: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

21

espetáculo e de conserto, mas também a arte pública, as manifestações populares, o nosso patrimônio cultural vivo [...] (DELEUZE, 2009, p. 120).

Portanto, para se criar é preciso vivenciar experiências, trabalhando a cultura

local, fazendo com que o aluno perceba o que tem de arte em sua comunidade, e

como isso é percebido conhecendo e apropriando-se dos valores, pois “[...] ninguém

cria no vazio.” (BORBA e GOULART, 2006, p.51).

Contudo, não podemos perder de vista a evolução nesse processo que

envolve a capacidade do pensamento criador das crianças.

Page 23: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

22

2. METODOLOGIA

2.1 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS

Esse trabalho de pesquisa se afirma dentro do paradigma qualitativo, porque

diferente da quantitativa, que emprega instrumentos estatísticos, a qualitativa se

destaca pela forma de coleta e análise de dados, preocupando-se em interpretar os

aspectos mais profundos, descrevendo as atitudes do homem e o seu

comportamento complexo, detalhando as investigações, hábitos, atitudes e a forma

de ser de cada um. Mazzotti (2001, p. 163) ressalta que “[...] as pesquisas

qualitativas são caracteristicamente multimetodológicas, isto é, usam uma grande

variedade de procedimentos e instrumentos de coleta de dados.”

Foi utilizado como instrumento de coleta de dados a observação, porque ela

consiste no elemento básico da pesquisa de campo, ajudando o pesquisador na

identificação e obtenção de provas do fenômeno da pesquisa, possibilitando assim

um contato mais direto com a realidade, ou seja, a observação é o ponto de partida

da investigação, por essa razão, optou-se por esse método.

Para Lakatos e Marconi (1996), “[...] a observação desempenha papel

importante nos processos observacionais, no contexto da descoberta (...) [essa

técnica] permite a evidência de dados não constantes do roteiro de entrevistas ou

questionários.”

Foi utilizado ainda o questionário fechado, o qual nos ofereceu condições de

conhecer e explorar as experiências das pessoas entrevistadas, pois a partir deste,

foi possível obter dados informativos e concretos sobre o fenômeno pesquisado.

Segundo Parasuraman (1991 apud CHAGAS, 2000), “[...] um questionário é

tão somente um conjunto de questões, feito para gerar os dados necessários para

se atingir os objetivos do projeto.” Utilizamos ainda a entrevista semiestruturada,

pois ela garante mais informações e compreensões das perspectivas e experiências

dos participantes, pois através dela temos um contato direto com os entrevistados,

proporcionando assim uma conversa frente a frente, obtendo resultados satisfatórios

Page 24: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

23

e informações necessárias, ressaltando que o ambiente da pesquisa deve ser

reservado e acolhedor, havendo assim um entendimento em ambas as partes.

De acordo com Triviños (1987 apud CORTELAZZO E ROMANOWSKI, 2007)

“[...] na semiestruturada, o pesquisador necessita manter-se consciente e atuante,

bem como criar um clima harmônico, sem contradizer o informante, ao mesmo

tempo em que expressa a relevância das informações e das opiniões do

pesquisado.”

Portanto, todos esses processos facilitam o entendimento dos

questionamentos referentes aos procedimentos de pesquisa, possibilitando assim

uma compreensão crítica dos resultados.

2.2 LÓCUS DE PESQUISA

O campo empírico da pesquisa foi a Creche Padre Eduardo Clemente,

unidade de ensino situada no município de Itiúba – BA, com três salas, funcionando

nos turnos matutino e vespertino, com cerca de 60 crianças. A creche possui ainda

uma diretoria, uma cozinha e um banheiro.

A instituição é uma casa residencial que não sofreu alterações, onde os

cômodos que são utilizados como salas de aula são pequenos para comportar o

número de crianças ali existentes, não tendo área de lazer, apresentando ventilação

deficiente e banheiro mal localizado, estando este no mesmo espaço onde funciona

a cozinha, por isso, torna-se inadequada para o funcionamento de um espaço

educativo, havendo assim, inexistência de áreas externas ou espaços alternativos

que propiciem às crianças a possibilidade de estarem ao ar livre, em atividades de

movimentação ampla, tendo seu espaço de convivência, de brincadeira e de

exploração do ambiente enriquecido.

2.3 OS SUJEITOS

É importante destacar que a equipe de profissionais atuantes da Creche

Padre Eduardo Clemente é composta de seis professores e uma diretora, sendo que

cinco possuem formação de nível superior e duas com magistério, pois os mesmos

Page 25: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

24

têm disponibilidade no tempo integral na própria instituição na qual lecionam,

ressaltando ainda que a maioria dos profissionais se encontram com certo nível de

experiência na área de educação infantil.

Diante disso, a formação e a experiência do professor contribuem

significativamente para atender as necessidades dos alunos, buscando métodos

novos de aprendizagens para os mesmos.

Page 26: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

25

3. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

O levantamento dos dados da pesquisa de campo na Creche Padre Eduardo

Clemente, situada no município de Itiúba – BA foi realizado no período de novembro

a dezembro de 2011, onde foram coletadas as informações pertinentes a essa

pesquisa, sendo estes: o lócus e os sujeitos.

Inicialmente será traçada a análise para a concretização dessa pesquisa,

onde foi através da observação do espaço físico que foi detectado que o mesmo não

é adequado para o funcionamento de uma instituição de ensino. Através da

entrevista, obtivemos as opiniões dos professores a respeito da importância do

lúdico na educação infantil. Utilizamos também o questionário fechado para a

obtenção de informações a respeito do conhecimento que cada professor tem sobre

a importância do lúdico na educação infantil, na qual obtivemos resultados através

da linguagem oral (entrevista), questionário fechado, análise documental (plano de

aula) e observação.

A análise se deu de forma comparativa entre o questionário fechado,

entrevista semiestruturada, a observação e a análise documental. Dessa forma os

resultados obtidos refletem a análise do questionário fechado e da entrevista

semiestruturada sobre as opiniões dos professores, a respeito da importância do

lúdico na educação infantil. Embora seja uma temática bastante discutida, o lúdico

ainda é visto como jogos e brincadeiras, sendo utilizado de forma fragmentada.

3.1 COMPREENSÕES DOS PROFESSORES SOBRE O LÚDICO

Na perspectiva de refletir sobre o uso da ludicidade na prática docente dos

professores, questionamos o que vem a ser lúdico e 80% dos pesquisados

afirmaram serem todas e quaisquer ações prazerosas; apenas 20% disseram serem

jogos e brincadeiras.

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26

Gráfico 01 – O que é lúdico?

Fonte: Dados da pesquisa

Embora a maioria tenha demonstrado que ludicidade está além do manuseio

de jogos e brincadeiras, estando muito mais voltados ao prazer nas ações

desenvolvidas, alguns dos entrevistados entram em contradição como se observa

nas falas:

P1 diz: “é a maneira mais prática que já surgiu para as brincadeiras, é a maneira de

brincar com eles educando;”

P2 diz: “eu acho que é uma coisa valer, é ter objetivo cumprido;”

P3 diz: “é o que eu entendo assim por lúdico, é que são brincadeiras;”

P4 diz: “é a forma de você trabalhar que venha a interagir com eles de forma lúdica,

através de brincadeiras e recreações, adaptando com conteúdos da aula.”

Observa-se que a maioria dos professores conceituam o que é lúdico, mas

não sabem fazer o manuseio do mesmo com apropriação e desenvoltura,

enriquecendo as possibilidades de intervir no processo de ensino aprendizagem dos

educandos.

As palavras de Fernandez apontam a relação entre a aprendizagem e o brincar de maneira cativante:

Aprender é apropriar-se da linguagem, é historiar-se ao futuro, é deixar-se surpreender pelo já conhecido. Aprender, é reconhecer-se, admitir-se, crer e criar. Arriscar-se a fazer dos sonhos, textos visíveis. Só será possível que as professoras e professores possam gerar espaços de brincar-aprender para seus alunos, quando estes simultaneamente construírem para si

mesmos [...] (FERNANDEZ, 2001 apud RAU, 2007, p. 57).

20%

80%

Afirmam ser brincadeiras

Afirmam ser momentos derecreação

Afirmam ser jogos ebrincadeiras

Afirmam ser todas equaisquer ações prazerosas

Page 28: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

27

Portanto, lúdico é o termo utilizado para definir ações prazerosas que o aluno

muitas vezes traz consigo mesmo, basta que o professor faça suas intervenções,

adequando as habilidades e competências necessárias para ter uma boa

aprendizagem no decorrer das atividades.

3.2 A IMPORTÂNCIA DA LUDICIDADE NA PRÁTICA DOCENTE

Quando nos referimos à importância da brincadeira e do jogo no

desenvolvimento integral da criança, 100% dos entrevistados reconhecem que a

ludicidade é importante no processo de desenvolvimento cognitivo, afetivo e motor

da criança.

Gráfico 02 – O lúdico é importante no processo de desenvolvimento

cognitivo, afetivo e motor?

Fonte: Dados da pesquisa

Embora todos reconheçam quão grande é a importância de se trabalhar a

ludicidade em sua prática docente, no entanto dificilmente a utilizam, pois os

professores afirmam usar a ludicidade em sua prática pedagógica esporadicamente,

sendo que as vezes que usam é só para descontrair ou na hora da recreação, outros

100%

0%

Afirmam que sim

Afirmam que não

Não souberamresponder

Page 29: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

28

dizem que utilizam a ludicidade diariamente, mas no plano de aula observado não

constavam atividades lúdicas.

Portanto, é importante destacar que nas falas dos professores algumas

contradições aparecem:

P1 diz: “brincando e aprendendo, fazendo reciclagens;”

P2 diz: “realizar atividades com objetivo para uma boa aprendizagem;”

P3 diz: “sim. Para descontrair;”

P4 diz: “associando os conteúdos da aula;”

Como pode reconhecer a importância do lúdico, mas não usá-lo? Cabe fazer

uma reflexão significativa sobre essa temática, pois pode ser que a educação esteja

precisando de ação, porque o discurso, todos tem, informação também, mas para

que ela funcione, é preciso teoria + ação + reflexão + ação.

Sabemos que a educação infantil é a base de todo o processo de ensino-

aprendizagem, dessa forma, para que haja uma educação de qualidade, faz-se

necessário usar e abusar da criatividade, explorando as propostas e adequando-as

de acordo a realidade das crianças.

Friedman (1996 apud RAU, 2007, p. 81), “[...] em seus estudos, destaca a

importância do lúdico como recurso pedagógico, por meio da qual o educador pode

conhecer a realidade lúdica dos seus alunos, seus interesses e necessidades,

comportamentos, conflitos e dificuldades.”

Portanto, percebe-se que a ludicidade é um dos recursos pedagógicos mais

importantes do processo ensino-aprendizagem, pois além de diagnosticar o que os

alunos querem e o que precisam aprender, é também um recurso facilitador e

estimulador, tanto para os educandos, quanto para os educadores, desenvolvendo

assim, um trabalho de qualidade e de forma significativa.

3.3 O PAPEL DO EDUCADOR

Quando se interroga sobre o papel do professor, todos afirmam que o papel

do mesmo é buscar formas criativas e estimuladoras para desafiar as estruturas

conceituais dos educandos.

Page 30: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

29

Gráfico 03 – O papel do educador é buscar formas criativas para o

desenvolvimento integral da criança?

Fonte: Dados da pesquisa

Mas quando entrevistados, as respostas não condizem com a afirmação

acima, pois:

P1 diz que “o papel do professor é formar cidadãos, ensinar, educar, participando de

acordo com a realidade dele”;

P2 diz que “é transformar o cidadão e fazer com que ele se eduque perante a

sociedade”;

P3 diz que “é se posicionar no desenvolvimento integral da criança”;

P4 diz que “é ser um aprendiz com os alunos”.

Diante das respostas, percebe-se que os educadores limitam-se apenas com

a formação dos alunos perante a sociedade, mas essa formação vai além do

extremo, pois o educador tem como função ajudar o aluno a se reconhecer como um

ser humano, valorizar-se e respeitar a si mesmo e ao outro, saber seus direitos e

deveres para com a sociedade, pois a educação precisa ultrapassar as paredes dos

muros das escolas e também instigar o aluno a escolher o melhor caminho.

Educar é ajudar a pessoa a tomar consciência de si mesma, dos outros e da sociedade, oferecendo ferramentas para que o outro possa escolher, entre muitos caminhos, aquele que for compatível com seus valores, com sua visão de mundo e com as circunstâncias adversas que cada um irá encontrar [...] (Costa, 2005 apud RAU, 2007, p. 37).

Contudo, faz-se necessário que o professor tenha convicção de seu papel

para que possa relacionar-se adequadamente com seus alunos, adaptando-se com

100%

Afirmam que sim

Afirmam que não

Não souberamresponder

Page 31: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

30

as exigências das novas condições educativas de maneira facilitadora do

conhecimento do processo de ensino-aprendizagem dos educandos.

3.4 A BRINCADEIRA E O JOGO NO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DA

CRIANÇA

Ao questionar a respeito do lúdico ser um meio para estimular, analisar e

avaliar as aprendizagens específicas, competências e potencialidades das crianças

envolvidas, 100% concordaram plenamente com a afirmação.

Gráfico 04 – O lúdico pode ser considerado um meio para estimular,

analisar e avaliar as aprendizagens específicas das crianças?

Fonte: Dados da pesquisa

Ao entrevistar os professores quando se deve usar o jogo, o brinquedo e a

brincadeira, algumas respostas não condizem com as propostas de implantação do

lúdico na prática docente, pois:

P1 diz: “é importante quando se trabalha com objetivo;”

P2 diz: “quando os alunos estiverem agitados, isto é, procurando atrair os

educandos;”

100%

Afirmam que sim

Afirmam que não

Não souberamresponder

Page 32: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

31

P3 diz: “não é toda hora, nos momentos adequados, quando agente prepara e nos

intervalos;”

P4 diz: “eu acho que é em qualquer momento da aula;”

Dessa forma, podemos afirmar que os professores, dizem que fazem uma

coisa, mas na prática, fazem outra, concordando estes com as propostas e teorias,

mas não as praticam. Crianças precisam de estímulos, mas não as estimulam. Com

isso, vai-se levando a educação de faz de conta: o professor faz de conta que

ensina e os alunos fazem de conta que aprendem.

Friedman (1996 apud RAU 2007, p. 88), lembra que “[...] através do jogo, a

criança fornece informações e o jogo pode ser útil para estimular o desenvolvimento

integral da criança e trabalhar os conteúdos curriculares.”

Contudo, percebe-se que o trabalho com ludicidade na creche, está sendo de

forma fragmentada, pois os jogos, brinquedos e brincadeiras estão sendo usados

aleatoriamente, ou seja, para descontrair ou até mesmo brincar por brincar, não

focando o lúdico no processo de aprendizagem infantil e, por consequência,

gerando-se assim um desestímulo mútuo. Por isso, cabe ao professor apresentar

atividades lúdicas no processo de desenvolvimento cognitivo, afetivo, psicomotor e

social dos educandos, tornando as aulas mais prazerosas para ambas as partes.

3.5 AS CONCEPÇÕES DOS PROFESSORES SOBRE AS ATIVIDADES COM

INTENÇÃO DE DIVERSÃO

Ao serem questionados se qualquer brincadeira, jogo e brinquedo, ou

atividade com intenção de diversão podem ser consideradas pedagógicas, 80% dos

entrevistados responderam negativamente e 20% responderam positivamente.

Page 33: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

32

Gráfico 05 – Qualquer atividade com intenção de diversão pode ser

considerada lúdica no ponto de vista pedagógico?

Fonte: Dados da pesquisa

A maioria não demonstra conhecimento sobre atividades pedagógicas, uma

vez que para uma atividade lúdica ter finalidade pedagógica é preciso que tenha

planejamento e objetivos cognitivos, motor e afetivo, mas percebe-se que os

educadores necessitam de mais reflexão a respeito do lúdico como recurso

pedagógico direcionado a recreação e ao lazer, pois quando entrevistados,

obtivemos as seguintes respostas:

P1 diz que “alguns brinquedos são, outros não”;

P2 diz que “não, nem todos. Alguns são pedagógicos, outros não”;

P3 diz que “não. Alguns são, outros só para descontrair mesmo”;

P4 diz que “sim, todas”.

Vale lembrar que as crianças aprendem brincando, e o brincar é fundamental

no desenvolvimento e na aprendizagem do ser humano, além disso, é através das

brincadeiras que as mesmas criam uma concepção de mundo. Para Drummond

(2003 apud BORBA, 2006, p. 40), “[...] seria soltar-se a si mesmo.”

Nesse caso, podemos dizer que toda e qualquer atividade lúdica pode ser

considerada pedagógica. Várias vezes, o educador investe mais na área cognitiva

do desenvolvimento, não se preocupando com a área afetiva, e outras vezes faz o

inverso, trabalhando somente a afetividade, mas não fazendo nenhum planejamento

20%

80%

Afirmam que sim

Afirmam que não

Não souberamresponder

Page 34: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

33

para ajudar os educandos a progredir na aprendizagem. Sabemos que o lúdico

como recurso pedagógico é de fundamental importância para o processo de ensino-

aprendizagem.

Nessa perspectiva, para que as atividades sejam lúdicas no ponto de vista

pedagógico, é preciso que o professor em sua prática de ensino planeje

adequadamente como vai usar a ludicidade para alcançar as metas que pretendem

atingir e, além disso, elabore diferentes estratégias e oportunidades de

aprendizagem. Mas não basta somente planejar, é importante também analisar: com

que finalidade e a quem estão servindo? Isso só é possível através da observação e

de uma árdua reflexão, procurando conhecer as crianças e compreender o seu

mundo.

De acordo com os Referenciais Curriculares Nacionais para a Educação

Infantil – RCNEI (1997, apud RAU, 2007, p. 98), “[...] a brincadeira favorece a

autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente as aquisições de

forma criativa. Brincar contribui assim para a interiorização de âmbito de grupos

sociais diversos.”

Vale ressaltar que é através da brincadeira que a criança expressa seus

sentimentos diante do meio em que vive, encarando desafios, exercitando a

linguagem, ampliando o vocabulário e até mesmo aprendendo a conviver com

situações diferentes. É importante destacar que a ludicidade é uma forma dos

educandos ampliarem seus conhecimentos, principalmente quando os mesmos

vivenciam sua realidade. Mesmo porque, trabalhando o lúdico de forma criativa, o

professor possibilita que os alunos aprendam de forma prazerosa e significativa.

Enfim, faz-se necessário deixar que as crianças vivenciem sua realidade

através da ludicidade, fazendo com que o educador conheça o seu aluno e o meio

que o cerca, formando sujeitos plenos e autônomos, construtores de sua própria

história.

Page 35: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

34

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho teve como objetivo analisar as concepções dos professores

sobre a importância do lúdico no desenvolvimento integral da criança, da Creche

Padre Eduardo Clemente, no bairro Projeto Sertanejo I, da cidade de Itiúba – BA.

Os resultados obtidos ressaltam a necessidade de uma reflexão sobre a

importância do lúdico como um recurso fundamental no desenvolvimento e na

aprendizagem da criança na educação infantil, tendo em vista que este é um

instrumento de grande importância para o desenvolvimento integral da criança,

possibilitando assim, uma aprendizagem mais significativa. Vale salientar que o

mesmo está sendo usado aleatoriamente, ou seja, só para descontrair, onde os

professores concordam com as propostas e teorias, mas não as praticam. Pois,

sabemos que o brincar faz parte da natureza de ser criança, já que toda criança tem

fome de brincar. Cabe aos professores aliar a brincadeira ao aprendizado, fazendo

com que as crianças aprendam de forma eficaz, obtendo assim resultados

satisfatórios para ambas as partes. Sendo assim, por que usar o lúdico só nos

momentos de recreação e descontração? Por que tamanha resistência em usar o

lúdico como um recurso facilitador? Por que não desapegar-se ao tradicionalismo,

dando a oportunidade ao novo?

Contudo faz-se necessário essas reflexões e quem sabe amanhã o lúdico

seja visto como um excelente instrumento pedagógico. Vale lembrar que o professor,

ao utilizar o lúdico como um recurso pedagógico com o objetivo, propicia aos

educandos uma aprendizagem mais significativa. Nesse sentido, o emprego da

ludicidade na prática de ensino contribui significativamente para que as crianças

aprendam mais e de maneira prazerosa, alinhando assim o prazer e o divertimento à

aprendizagem. Destacando ainda que a ludicidade possibilita no aspecto afetivo, o

desenvolvimento da atenção, do amor, da amizade, do carinho e respeito para com

o outro.

Observamos também que a instituição onde se realizou a pesquisa não

oferece estrutura que possibilite às crianças um ambiente acolhedor, que permitam

um desenvolvimento integral das mesmas, pois a área de funcionamento não é um

ambiente construído propriamente para um espaço educativo, a qual é uma casa

Page 36: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

35

residencial que não sofreu alterações, onde os cômodos que são utilizados como

salas de aula são pequenos para comportar o número de crianças ali existentes, não

tendo área de lazer, apresentando ventilação deficiente e banheiro mal localizado.

Logo é preciso que haja um espaço adequado que permita o desenvolvimento dos

educandos nas realizações e explorações de jogos e brincadeiras durante todo o

processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, cabe aos professores refletirem sobre a importância de implantar a

ludicidade na educação infantil, a qual poderá contribuir para uma aprendizagem

significativa dos educandos a partir do conhecimento e da prática lúdica, de forma

coerente com as especificidades de desenvolvimento, bem como nos aspectos

físicos, cognitivos, psicológicos, intelectual e social. Sabemos, no entanto, que as

reflexões e possibilidades aqui apresentadas não atingem todas as creches

(população amostral), mas apenas uma pequena parcela deste universo (amostra).

Ainda assim, cremos que poderá ser de fundamental importância para um processo

de ensino-aprendizagem.

Por isso faz-se necessário repensar sobre a formação dos educadores em

educação infantil, para que esses profissionais atuem com conhecimento sobre a

ludicidade na sala de aula, podendo ampliar assim sua prática docente durante todo

o processo de ensino-aprendizagem.

Page 37: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

36

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Page 38: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

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Page 39: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

APÊNDICE A – FICHA INDIVIDULAL DO DOCENTE

Universidade do Estado da Bahia UNEB Departamento de Educação Campus VII – Senhor do Bonfim

Rede UNEB / Itiúba – Bahia

Curso: Pedagogia

Acadêmica – Alaíde Pereira dos Santos, Creuza Alves dos Santos, Jaci Nascimento da Silva,

Rose Mary O. Reis

Ficha Individual do docente da Educação Infantil

Nome Completo:

Endereço:

Tel.:

Email:

Creche:

Email da Creche:

Quantidade de alunos:

Faixa etária:

Espaço físico adequado ( ) sim ( ) não

1. Perfil

01) Casada?

( ) sim ( ) não

02) Tem filhos?

( ) sim ( ) não

03) Trabalha quantas horas?

( ) 20h com Educação Infantil e 20 ensinando em outra modalidade;

( ) 40h com a Educação Infantil

( ) Só 20h com Educação Infantil

04) Nível de Formação:

( ) Ensino Médio (magistério);

( ) Ensino Médio ( outros);

( ) Pedagogia;

( ) Outras licenciaturas;

( ) Bacharelado.

05) Há quanto tempo trabalha com Educação Infantil?

( ) Primeira vez;

( ) 01 ano;

( ) 02 anos;

( ) 03 anos;

( ) Mais de quatro anos. Quantos anos?

Page 40: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

06) Mora na localidade na qual leciona?

( ) sim ( ) não

2. Compreensões sobre ludicidade

07) Lúdico pra você é:

( ) Brincadeiras;

( ) Momentos de recreação;

( ) Jogos e brincadeiras;

( ) São ações prazerosas que se manifestam por toda existência humana capazes de expressar, idéias,

desejos e sentimentos.

08) Qualquer atividade com intenção de diversão pode ser considerada lúdica no ponto de vista

pedagógico?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

09) Todo jogo brinquedo ou brincadeira é pedagógico?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

10) Você concorda que o lúdico é de fundamental importância para o ensino aprendizagem na

Educação Infantil?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

11) Você a acha que a aplicação de jogos, brincadeiras e brinquedos em diferentes situações

educacionais podem ser um meio para estimular, analisar e avaliar aprendizagens específicas,

competências e potencialidades das crianças envolvidas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

12) Toda atividade lúdica tem finalidades pedagógicas?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

13) Você concorda que o brincar revela o nível de desenvolvimento mental da criança?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

14) É correto afirmar que o lúdico é importante no processo de desenvolvimento cognitivo, afetivo e

motor?

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

3. Papel do educador

15) Você utiliza a ludicidade em sua prática pedagógica?

( ) Sim ( ) Não ( ) As vezes

16) Com que prioridade?

( ) Diariamente;

( ) Raramente;

( ) De vez em quando;

( ) Nuca.

17) Pode se afirmar que o papel do educador é buscar formas criativas e estimuladoras para desafiar as

estruturas conceituais dos educandos e provocar a instabilidade cognitiva dos mesmos.

( ) Sim ( ) Não ( ) Não sei

Page 41: Monografia Alaíde Pedagogia Itiúba 2012

APÊNDICE B – FORMULÁRIO DE ENTREVISTA

Universidade do Estado da Bahia UNEB

Departamento de Educação Campus VII – Senhor do Bonfim

Rede UNEB / Itiúba – Bahia

Curso: Pedagogia

Acadêmica – Alaíde Pereira dos Santos, Creuza Alves dos Santos, Jaci Nascimento da Silva,

Rose Mary O. Reis

Entrevista

1.0 O que é lúdico?

1.1 Toda brincadeira é pedagógica?

1.2 Qual a importância da brincadeira e do jogo no desenvolvimento integral da criança?

2.0 Como você usa a ludicidade em suas atividades docentes?

2.1 Qual o papel do educador?

2.2 Quando se deve usar o jogo, o brinquedo e brincadeira em atividades docentes?

3.0 Você tem formação específica para atuar na educação infantil?

3.1 Você participa de cursos de formação para educação infantil?

3.2 Está previsto no seu plano de aula momentos de atividades lúdicas?