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Rua Frei Galvão, S/Nº, Jd Pedro Ometto, Jaú/SP – CEP: 17212-650 Tel (14) 3622-8280 www.ceeteps.org.br Prof Hilton Aparecido Garcia TECNOLOGIA DE TRANSPORTES: ÊNFASE NO MODAL HIDROVIÁRIO INTERIOR JAÚ SETEMBRO/2007

Notas de Aula PESN

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Apostila hidrodinamica fatec

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  • Rua Frei Galvo, S/N, Jd Pedro Ometto, Ja/SP CEP: 17212-650 Tel (14) 3622-8280 www.ceeteps.org.br

    Prof Hilton Aparecido Garcia

    TECNOLOGIA DE TRANSPORTES: NFASE NO MODAL HIDROVIRIO INTERIOR

    JA

    SETEMBRO/2007

  • FACULDADE DE TECNOLOGIA DE JA FATEC/JAHU TECNOLOGIA DE TRANSPORTES: NFASE NO MODAL HIDROVIRIO INTERIOR NOTAS DE AULA DE PROJETO ECONMICO DE SISTEMAS DE NAVEGAO Prof Hilton

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    CV LATTES 1996 1998: Doutorado em Engenharia Naval. Escola Politcnica, EPUSP, Brasil. Ano de Obteno: 2001. Orientador: Prof Dr Clio Taniguchi Ttulo da Tese: Anlise dos procedimentos de projeto e desenvolvimento de mtodo para determinao de custos de construo e operao de embarcaes fluviais da Hidrovia Tiet-Paran. 1984 1985: Mestrado em Engenharia Naval. Escola Politcnica, EPUSP, Brasil. Ano de Obteno: 1986. Orientador: Prof Dr Miguel Angel Buelta Martinez Ttulo da Dissertao: Flambagem lateral e efeitos de imperfeies laterais de cavernas de submersveis. Bolsista da: Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo FAPESP, Brasil. 1997 1999: Licenciatura em Matemtica. Faculdade de Educao So Luis FESL, Brasil. 1979 1983: Graduao em Engenharia Naval. Escola Politcnica EPUSP, Brasil. Atuao profissional Faculdades Integradas de Ja FIJ, Brasil. 1998 Atual: Professor, Carga horria: 6 aulas/semana Professor do Curso de Administrao, lecionando a disciplina Logstica. No Curso de Sistemas de Informao leciona a disciplina Pesquisa Operacional. Professor Coordenador do Centro de Administrao (Cursos de Administrao, Cincias Contbeis, Sistemas de Informao (incio em fev/2004) e Comunicao Social (incio em fev/2006)), desde jan/2002. Faculdade de Tecnologia de Jahu FATEC JAHU, Brasil. 1994 - atual: Professor, Carga horria: 26 aulas/semana Professor no Departamento de Navegao Fluvial, Cursos de OASNF e CMSNF, lecionando disciplinas de Projeto Econmico de Sistemas de Navegao, Desenvolvimento de Projeto Econmico (Trabalho de Concluso de Curso) e Hidrodinmica. Leciona no Departamento de Informtica a disciplina Pesquisa Operacional. Participou de Projetos desenvolvidos na Fatec/Jahu: Veculo Submersvel No Tripulado - VSNT (1996/97); Projeto Phoenix: levantamento de obras e travessias e gabarito para navegao na Hidrovia Tiet-Paran, para o Departamento de Hidrovias Interiores - DHI do Ministrio do Transportes (1998/99); Navegao entre Salto e Porto Feliz no Rio Tiet, levantamento de necessidades e elaborao de mapas hidrovirios, com apoio dos Governos Municipais e Estadual (1999). Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo IPT, Brasil. Fev/1985 abr/1994: Pesquisador, Carga horria: 160 horas/ms Pesquisador na Diviso de Engenharia Naval e Ocenica, atuao na rea de Tecnologia de Construo: materiais, processos de construo de embarcaes, vistorias, fiscalizao, orientao e controle de qualidade; realizao de testes e ensaios em componentes: salvatagem, bombas, guinchos, outros; testes de avaliao de desempenho: provas de cais e mar, teste de trao esttica; normatizao: elaborao de normas para execuo de testes e ensaios diversos, em parceria com Diretoria de Portos e Costas - DPC, ABNT (CB-7); desenvolvimento de novos equipamentos (como gerente de projeto) aplicveis rea naval: economizador de combustvel, clula de carga de compresso (teste de empurra), conteiner amaznico (1 m3). Escola Politcnica, DEN/EPUSP, Brasil. 1984 - 1985: Pesquisador, Regime: Dedicao exclusiva (bolsista Fapesp). Pesquisas em estruturas de submersveis, voltadas para projeto e anlise.

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    Garcia, Hilton Aparecido Tecnologia de Transportes: nfase no Modal Hidrovirio Interior set/2007.

    85 p.

    Notas de Aula Faculdade de Tecnologia de Ja. Departamento de Navegao Fluvial.

    1.Transportes. 2. Hidrovirio Interior. Centro Estadual de Educao Tecnolgica Paula Souza CEETEPS. Faculdade de Tecnologia de Ja. Departamento de Navegao Fluvial II. t

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    SONETO VIII - O TEMPO (Disponvel em Consulta em ago/07) Deus pede estrita conta de meu tempo, foroso do tempo j dar conta; Mas, como dar sem tempo tanta conta, Eu que gastei sem conta tanto tempo? Para ter minha conta feita a tempo Dado me foi bem tempo e no foi conta. No quis sobrando tempo fazer conta, Quero hoje fazer conta e falta tempo. Oh! vs que tendes tempo sem ter conta No gasteis esse tempo em passatempo: Cuidai enquanto tempo em fazer conta. Mas, oh! se os que contam com seu tempo Fizessem desse tempo alguma conta, No choravam como eu o no ter tempo. LAURINDO RABELO (O Bocage1 do Brasil)

    1 MANUEL MARIA DE BARBOSA LHEDOIS DU BOCAGE (Setbal, 15 de Setembro de 1765 Lisboa, 21 de Dezembro de 1805), poeta portugus, o maior representante do arcadismo lusitano. Embora cone deste movimento literrio, uma figura inserida num perodo de transio do estilo clssico para o estilo romntico com forte presena na literatura portuguesa do sculo XIX. Mundialmente conhecido pelas poesias erticas e satricas. Teve infncia infeliz (perdeu sua me aos 10 anos) e vida marcada pelo estilo desordenado nos costumes, que lhe causara muitos problemas. Foi preso pela Inquisio e nesse perodo traduziu vrios poetas franceses e latinos (http://pt.wikipedia.org/wiki/Bocage, consulta em ago/07). LAURINDO JOS DA SILVA RABELO (Rio de Janeiro, 8 de julho de 1826 28 de setembro de 1864), mdico, professor e poeta romntico brasileiro, Patrono da Academia Brasileira de Letras. Apreciava a vida bomia, gozando de grande talento satrico e capacidade de improviso, fazendo repentes e composies de modinhas - o que lhe granjeou grande popularidade e a alcunha de "Poeta Lagartixa" - dada sua constituio fsica, "magro e desengonado". Teve morte prematura, de problemas cardacos, com apenas trinta e oito anos de vida. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Rabelo, consulta em ago/07).

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    PLANO DE AULA CURSO: CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM OPERAO E ADMINISTRAO DE SISTEMAS DE NAVEGAO FLUVIAL (OASNF) PERFIL PRETENDIDO DO FORMANDO: Formar o profissional capacitado a planejar, executar e fiscalizar e operar os sistemas de transporte hidrovirio, bem como sua interligao com outros meios de transporte; capacitado a dedicar-se pesquisa aplicada, vistoria, avaliao e laudo tcnico, dentro do seu campo de atuao profissional e oferecer condies de adaptao dinmica para enfrentar as mudanas tecnolgicas de sua modalidade. DISCIPLINA: Projeto Econmico de Sistemas de Navegao ANO: 2007 CARGA HORRIA: Semanal: 6 Horas Semestral: 108 Horas Semestre: 6 PROFESSOR: HILTON APARECIDO GARCIA EMENTA: Tcnicas de desenvolvimento de projeto econmico de navegao. Descrio do perfil da misso. Avaliao das restries de operao. Definio das alternativas de transporte e operao. Modelagem matemtica das condies operacionais do sistema de transporte. Escolha da melhor alternativa fsica e operacional de transporte. Anlise de sensibilidade do sistema de transporte. OBJETIVO DA DISCIPLINA: Desenvolver tcnicas para projeto e avaliao econmica de sistema de transporte. Estudar projeto fsico e econmico de um sistema de transporte, envolvendo seleo de veculos (no caso de embarcaes, seleo do tipo, dimenses principais, MCP). Fazer anlise operacional e econmica da influncia do tipo de embarcao e instalaes porturias. METODOLOGIA A SER APLICADA: Aulas tericas e exerccios de aplicaes. CRITRIOS DE AVALIAO: M = (P1 + P2)/2 M = Mdia final; P1 e P2 = Avaliaes BIBLIOGRAFIA: ADLER, Hans A. Avaliao econmica dos projetos de transportes: metodologia e exemplos. RJ: LTC, 1978. BALLOU, Ronald H. Logstica Empresarial. SP: Atlas, 1995. GARCIA, Hilton Aparecido. Anlise dos Procedimentos de Projeto e Desenvolvimento de Mtodo para Determinao de Custos de Construo e Operao de Embarcaes Fluviais da Hidrovia Tiet-Paran. Tese apresentada EPUSP/DEN para obteno do Ttulo de Doutor. So Paulo: DEN/EPUSP, 2001. NOVAES, Antonio Galvo. Economia e tecnologia do transporte martimo. RJ: Almeida Neves, 1976. NOVAES, Antonio Galvo. Logstica e Gerenciamento da Cadeia de Distribuio. SP: Campus, 2004. CONTEDO PROGRAMTICO: SEMA MATRIA

    1 Apresentao, plano de aula, aproveitamento. Introduo ao transporte. 2 Previso do trfego: levantamento do tipo e quantidade de carga. 3 Caractersticas de vias e terminais, funo de mrito. Reavaliao. 4 Conceitos bsicos, juro, montante. Problemas da capitalizao. Exemplos e exerccios. 5 Problemas da amortizao. Exemplos e exerccios. 6 Custos de transporte: custos fixos e variveis. Itemizao e formulao dos custos. 7 Custo total. Frete. Exemplos de aplicao. 8 Custo total. Frete. Exerccios de aplicao. 9 AVALIAO (P1). 10 Operao e administrao: companhia de transporte. 11 Fatores operacionais. Manuseio de carga; ndice de rotatividade, unitizao de carga. 12 Projeto de embarcaes. Tipos de projetos. Escolha da embarcao. 13 Tipos de embarcaes. Estruturas tpicas; arranjos. 14 Custo de veculos rodo e ferrovirios. Custo de construo de embarcaes: 0S-5. 15 Investimentos em vias e terminais (equipamentos e armazenamento) e custos. 16/17 Critrios para avaliao de projetos de transporte. Exerccios. 18 AVALIAO (P2)

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    LISTA DE ILUSTRAES Figura 1 Relao apropriada entre carga, distncia e modal .................................................................... 18 Figura 2 Elementos da taxa de juros ......................................................................................................... 19 Figura 3 Montantes e datas ....................................................................................................................... 19 Figura 4 Fluxo de caixa sobre o Problema da Capitalizao .................................................................... 20 Figura 5 Fluxo de caixa sobre o Problema da Recuperao do Capital ................................................... 21 Figura 6 Paletes e seus diferentes formatos e materiais ........................................................................... 38 Figura 7 Detalhes de contineres para diferentes cargas .......................................................................... 40 Figura 8 Espiral de Projeto: tcnica empregada no Projeto de Embarcaes .......................................... 45 Figura 9 Estrutura tpica de embarcaes fluviais graneleiras ................................................................. 46 Figura 10 Estruturas tpicas de embarcaes mineraleiras ...................................................................... 47 Figura 11 Estrutura tpica de embarcaes fluviais petroleiras ................................................................ 48 Figura 12 Estrutura tpica de embarcaes fluviais carreteiras (roll-on roll-off) .................................. 48 Figura 13 Estruturas tpicas de embarcaes conteineiras ........................................................................ 49 Figura 14 Estruturas tpicas de navios de longo curso ............................................................................. 50 Figura 15 Desenho esquemtico de estrutura de rodovia com pavimento asfltico ................................. 54 Figura 16 Desenho esquemtico de superestrutura ferroviria ................................................................ 54 Figura 17 Caractersticas de vages ferrovirios ...................................................................................... 57 Figura 18 UHE e Eclusa Nova Avanhandava (Rio Tiet) ........................................................................ 58 Figura APB 1 Manuseio e armazenamento de produtos .......................................................................... 65

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    LISTA DE TABELAS Tabela 1 Faixas de valores tpicos para caractersticas de transporte ...................................................... 16 Tabela 2 Matriz de transporte Brasil e USA ............................................................................................ 17 Tabela 3 - Comparao entre os sistemas rodovirios e ferrovirios de diversos pases ............................ 17 Tabela 4 Valores de salrios de tripulantes de embarcaes da Hidrovia Tiet-Paran ........................... 25 Tabela 5 Tarifas e Taxas praticadas nos Portos de Paranagu (PR) e Belm (PA) ................................. 29 Tabela 6 Caractersticas principais dos comboios tpicos Tiet e Paran ................................................ 33 Tabela 7 Itens de custeio de transporte para o Comboio do Rio Tiet .................................................... 33 Tabela 8 Custos de Manuteno no Transporte Rodovirio .................................................................... 34 Tabela 9 Valores tpicos do ndice de rotatividade .................................................................................. 36 Tabela 10 Valores tpicos do ndice de rotatividade para navios anos 1960-70 ...................................... 37 Tabela 11 Caractersticas de conteinres padro ISO .............................................................................. 38 Tabela 12 Custos Diretos para construo de embarcaes conforme OS-5 ........................................... 51 Tabela 13 Despesas Diretas de Produo para construo de embarcaes (OS-5) ................................ 51 Tabela ANC 1 Itemizao dos Custeios de Armazenagem ...................................................................... 82

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    LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SMBOLOS AOP Ano Operacional. definido em funo da existncia de carga e realizao de

    manuteno e reparo do veculo. Pode-se ter vrios valores comuns: 350 dias; 270 a 315 a dias, outros

    B boca moldada da embarcao (comboio) na linha dgua CA Custo de alimentao, em US$/ano CAD Custo de Administrao, em US$/ano CB coeficiente de bloco CC Custo de Capital, em US$/ano CCL Custo com combustveis e lubrificantes, em US$/dia operacional CCP Custo de Combustvel quando o veculo est parado (portos e terminais e fundeado), em

    US$/dia CEC consumo especfico de combustvel, em g/(CV*h) CHE cadncia horria de enchimento, em tonelada/hora CHD cadncia horria de descarregamento, em tonelada/hora CMR Custo de Manuteno e Reparo, em US$/ano COC Custo de leo combustvel, em US$/dia COD consumo de leo combustvel, em litros/hora COL Custo com combustveis e lubrificantes, em US$/dia CPT Custo de Portos e Terminais, em US$/viagem redonda CS Custo de Seguro, em US$/ano CTR Custo de Tripulao, em US$/ano CTV Custo Total por viagem redonda, em US$/viagem redonda; CUV Custo de Uso da Via, em US$/viagem redonda CVP Custos que ocorrem em viagem e parado. CVP = [(CC + CS + CTR + CA + CMR +

    CAD)/AOP}, em US$/dia d distncia entre origem e destino, em km D pontal moldado DA diria alimentcia. Na navegao fluvial no Brasil, situa-se entre US$3,00 a US$4,00 Do densidade do leo combustvel. Valor tpico 850 g/litro DWTC deadweight (capacidade total) de carga, em tonelada f fator de ocupao do veculo. f varia entre 0 e 100%. Casos tpicos, acima de 75% F frete praticado, em US$/(t*km) FES fator de encargos sociais. Para a legislao atual, FES = 2,10 FRC (i, n) Fator de Recuperao de Capital. FRC (i, n) = i*(1+i)n/[(1+i)n-1] FFC (i, n) Fator de Formao de Capital. FFC (i, n) = i/[(1+i)n-1] H o calado de operao (projeto) i taxa de juro anual KAD Constante de administrao. KAD = 30%, no transporte hidrovirio fluvial KB Constante devido uso de bero de atracao. KB = R$21/hora Ke constante de material estrutural KEMP constante custo horrio de rebocador. KEMP = R$400,00/hora KHE Constante de Horas Extras KMIS Constante de miscelnea. KMIS = US$60,00/dia (para cada 1000 CV de potncia

    instalada) KMR Constante de Manuteno e Reparo KMR,A = 4,0%, para empurradores e autopropelidos KMR,C = 2,5%, para chatas

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    KOU custos devido uso de outros servios, como, despacho de Capitania dos Portos, alfndega, etc

    KP Constante Financeira de uso da via KS Constante que considera a taxa de seguro. KS = 2,0% valor tpico KTD constante de taxa de transbordo no descarregamento, em US$/tonelada KTE constante de taxa de transbordo no enchimento, em US$/tonelada L comprimento na linha dgua LU Taxa de Lucro, admitida entre 0 (zero) e 10% MFHP potncia das mquinas em funcionamento durante a viagem. O usual so os motores

    de propulso (MCP) e um motor auxiliar (MCA). MFHP = (1 ou 2)*PMCP + 1*PMCA MPHP potncia de mquinas usadas quando o veculo est parado. Via de regra, MPHP =

    PMCA n nmero de anos para recuperar o capital. normal para embarcaes de carga o uso de 20

    anos N vida til da embarcao, em anos. Para embarcaes de cargas usual 20 anos NECL quantidade de eclusas no trecho navegado NHR Nmero de horas de servio de rebocadores usados na viagem, tanto na origem como

    no destino, em horas NP quantidade de pontos tomados como referncia para cobrana pelo uso da via Nt nmero de tripulantes a bordo, determinado pela NORMAM 13 (1998) (vide Tabela 4) Outros Custo com miscelnea (filtros, aditivos, estopa, etc) PACABAMENTO preo de materiais e mo de obra do Grupo Acabamento Pao massa (peso) de material estrutural (chapas, perfis e tubos estruturais), em tonelada PC preo do leo combustvel PE potncia efetiva (ou de reboque) PEST Preo do veculo ou da estrutura, em mil US$ PMCA potncia de MCA, em CV PMCP potncia de MCP, em CV PMHP Potncia das Mquinas. PMHP = PMCP + PMCA PV Preo do veculo hidrovirio, em US$ SM salrio mdio da tripulao TCP tempo em que a embarcao fica parada e consome combustvel TDF tempo gasto para desmembramento, eclusagem e formao do comboio, quando se

    opera com quatro chatas, formao duas a duas. Varia de 3 a 5 horas por eclusa TECLS tempo de eclusagens na subida, em horas. TECLS = NECL*T1ECL TECLD tempo de eclusagens na descida, em horas. TECLD = NECL*T1ECL TESP tempo de espera nos portos e terminais, tanto na origem como no destino, em horas TFOP tempo fora de operao, devido a operao diria no ser de 24 horas/dia TN Tempo gasto em viagem, entre origem e destino, em dias TOP tempo dirio de operao da embarcao. Para cargueiros, o usual 24 h/dia TP Tempo Total parado em portos e/ou fundeado, em dias T1ECL tempo gasto em uma eclusagem, eem horas V velocidade de operao VD velocidade de descida (a favor da correnteza), em km/h. VD = V + V VR Valor residual do veculo, em US$ VS velocidade de subida (contra eventual correnteza), em km/h. VS = V - V w coeficiente de esteira. W quantidade de carga transbordada, em toneladas. W = f*DWTC V variao de velocidade devido a ao da correnteza, em km/h. Para Hidrovia Tiet-

    Paran, V = 0

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    AB Arqueao Bruta (adimensional) AL Arqueao Lquida (adimensional) ABS American Bureau of Shiping (Sociedade Classificadora) AWS American Welding Society BNDES Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social S.A. CESP Companhia Energtica de So Paulo CSN Certificado de Segurana Navegao (documento emitido pelo Ministrio da

    Marinha) DEN Departamento de Engenharia Naval DPC Diretoria de Portos e Costas EPUSP Escola Politcnica da Universidade de So Paulo FATECJA Faculdade de Tecnologia de Jahu GEV Grupo Especial de Vistorias (Ministrio da Marinha) GL Germanischer Lloyd IMO International Maritime Organization (Organizao Martima Internacional) IPT Instituto de Pesquisas Tecnolgicas do Estado de So Paulo ISO International Organization for Standardization (Organizao Internacional para Padronizao) MAG Metal Agent Gas MCA Motor de Combusto Auxiliar MCP Motor de Combusto Principal MIG Metal Inert Gas NKK Nippon Kaiji Kyokai OS-5 Ordem de Servio N 5 do Ministrio dos Transportes PMC Potncia Mxima Contnua PNA Principles of Naval Architecture RBNA Registro Brasileiro de Navios e Aeronaves SNAME Society of Naval Architects and Marine Engineers SNBP Servio Nacional da Bacia do Prata SOBENA Sociedade Brasileira de Engenharia Naval SUNAMAM Superintendncia Nacional da Marinha Mercante TIG Tungsten Inert Gas tpb toneladas de porte bruto (diferena entre deslocamento carregado e desloca-mento

    leve ou peso de carga + peso de tripulantes e passageiros e seus pertences + peso de leos combustvel e lubrificantes + peso de gua + peso de vveres)

    mph (milha por hora) (1 milha terrestre = 1609 metros) 1 lb = 0,4536 kgf = 4,4498 N

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    SUMRIO CAPTULO 1 CONCEITOS BSICOS EM TRANSPORTES ........................................................ 12 1.1 EXPLANAES INICIAIS ................................................................................................................. 12 1.2 ESTUDO DE VIABILIDADE TCNICO-ECONMICO-FINANCEIRO ......................................... 13 1.3 O PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA DE TRANSPORTE ........................................................... 14 1.4 OPO PELA FORMA DE TRANSPORTE ...................................................................................... 17 CAPTULO 2 NOES BSICAS DE ENGENHARIA ECONMICA ....................................... 19 2.1 CUSTO DO CAPITAL ......................................................................................................................... 19 2.2 PROBLEMA DA CAPITALIZAO ................................................................................................. 19 2.3 PROBLEMA DA RECUPERAO DE CAPITAL ............................................................................ 20 CAPTULO 3 MODELO PARA DETERMINAO DOS CUSTOS NO TRANSPORTE

    HIDROVIRIO ........................................................................................................... 22 3.1 CONCEITOS GERAIS ......................................................................................................................... 22 3.2 CUSTOS DE CONSTRUO DE EMBARCAES ....................................................................... 22 3.3 CUSTO DE CAPITAL ......................................................................................................................... 23 3.4 CUSTO DE SEGURO ......................................................................................................................... 24 3.5 CUSTO DE TRIPULAO ................................................................................................................ 24 3.6 CUSTO DE ALIMENTAO ............................................................................................................. 25 3.7 CUSTO DE MANUTENO E REPARO ......................................................................................... 25 3.8 CUSTO DE ADMINISTRAO ........................................................................................................ 26 3.9 CUSTO DE COMBUSTVEL E LUBRIFICANTES E MISCELNEA ............................................ 27 3.10 CUSTO DE USO DA VIA ................................................................................................................. 28 3.11 CUSTO DE PORTOS E TERMINAIS .............................................................................................. 28 3.12 CUSTO TOTAL E TEMPOS EM OPERAO E PARADO .......................................................... 29 3.13 FRETE ................................................................................................................................................ 32 3.14 EXEMPLO DE APLICAO ........................................................................................................... 33 3.15 MODELO PARA CLCULO DE FRETE NO TRANSPORTE RODOVIRIO ............................ 33 CAPTULO 4 OPERAO DE VECULOS ..................................................................................... 35 4.1 COMPANHIA DE TRANSPORTE ...................................................................................................... 35 4.2 NDICE DE ROTATIVIDADE ............................................................................................................ 36 4.3 UNITIZAO DE CARGAS .............................................................................................................. 37 CAPTULO 5 PROJETO DE EMBARCAES ............................................................................... 39 5.1 CONCEITUAO DE PROJETO ....................................................................................................... 39 5.2 PROJETO DO NAVIO ......................................................................................................................... 41 5.3 TIPOS DE PROJETOS DE EMBARCAES .................................................................................... 41 5.4 ESTRUTURAS TPICAS DE EMBARCAES ............................................................................... 43 CAPTULO 6 CUSTOS (DE CONSTRUO) DE EMBARCAES E VECULOS RODO E

    FERROVIRIOS ......................................................................................................... 51 6.1 CUSTOS DIRETOS .............................................................................................................................. 51 6.2 DESPESAS DIRETAS DE PRODUO ............................................................................................ 51 6.3 CUSTOS INDIRETOS .......................................................................................................................... 52 6.4 CUSTOS DE VECULOS RODO E FERROVIRIOS ....................................................................... 52 CAPTULO 7 INVESTIMENTOS EM VIAS E TERMINAIS ......................................................... 53 7.1 RODOVIAS .......................................................................................................................................... 53 7.2 FERROVIAS ......................................................................................................................................... 54 7.3 HIDROVIAS ......................................................................................................................................... 58 7.4 TERMINAIS ......................................................................................................................................... 59 CONCLUSES .......................................................................................................................................... 60 REFERNCIAS ......................................................................................................................................... 61

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    APNDICES .............................................................................................................................................. 62 APNDICE A PROJETO BSICO E A NORMAM 02 ......................................................................... 62 APNDICE B MANUSEIO, ACONDICIONAMENTO E ARMAZENAGEM DE PRODUTOS ........ 65 ANEXOS ..................................................................................................................................................... 67 ANEXO A LEI N 9611 ........................................................................................................................... 67 ANEXO B GRUPOS DE CUSTOS E DESPESAS DIRETAS DA OS-5 ............................................... 71 ANEXO C CUSTOS DE ARMAZENAGEM ......................................................................................... 78 ANEXO D FATORES DE MATEMTICA FINANCEIRA .................................................................. 84

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    CAPTULO 1 CONCEITOS BSICOS EM TRANSPORTE

    1.1 EXPLANAES INICIAIS No transporte de mercadorias e servios dentro de um pas, incluindo-se a cargas destinadas para exportao ou advindas de importao, o uso de cada modal depende basicamente de algumas caractersticas, que, em alguns casos, so combinaes de outras caractersticas mais simples, tais como: - caractersticas do transporte, como custo, tempo mdio de entrega, tempo de trnsito e

    perdas e danos; - caractersticas da carga, como a origem (extrao, agro-pecuria, indstria e suas

    modalidades, etc), densidade, relao valor-peso, risco (valor, perecibilidade, flamabilidade e outras);

    - caractersticas das rotas, como a distncia, elementos geogrficos (topografia, clima e outros).

    Assim, a combinao integrada dos modais de transporte, ou seja, a implementao e uso de um adequado sistema de transporte, contribui para grandes melhorias sociedade como um todo, melhorando o nvel de vida, conforme Ballou (1995), pois: - aumenta a competio no mercado; - garante a economia de escala na produo; - reduz preos dos bens (mercadorias e servios). Como parte integrante de Servios, o transporte apresenta caractersticas peculiares: perecibilidade, no-armazenabilidade e intangibilidade, conforme Las Casas (2004), que devem ser consideradas no seu planejamento. - perecibilidade: caso a viagem ofertada no seja usada, no mais ser possvel empreg-la

    em outro momento posterior. Ela deixa de existir (perece); - no-armazenabilidade: se relaciona intrinsicamente com a perecibilidade, no sendo

    possvel sua armazenagem, para oferta nos momentos adequados de demanda; - intangibilidade: s possvel verificar o atendimento das necessidades, expectativas,

    desejos do usurio aps o uso. Os principais elementos que compem o Sistema de Transporte, conforme Morlok (1978) e Khisty (1990) so:

    a) vias; b) veculos; c) terminais.

    Um sistema de transporte tem sua adequabilidade, operacionalidade, eficincia e eficcia estabelecidas a partir da interao entre esses elementos. Cada um deles contribui para que um modal possa se mostrar mais ou menos adequado, conforme a maior ou menor compatibilidade entre esses elementos. Evidentemente, o sistema de transporte acarreta, tambm, alguns aspectos negativos para os meio-ambientes construdo e natural, constatados atravs de: altos nveis de poluio atmosfrica com o despejo de partculas e gases; altos ndices de rudo; contaminao de mananciais por leos e outros dejetos; criao de barreiras, pela abertura de rodovias e ferrovias, dividindo cidades; altos ndices de acidentes. Esses aspectos negativos tero seus efeitos diminudos quando realisticamente considerados, buscando-se solues adequadas,

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    mesmo que adaptadas de outros locais e pases, e um eficiente gerenciamento que auxilie e fiscalize sua implementao. Alguns exemplos ilustrativos: - instalao de equipamentos anti-poluio nos veculos rodovirios e mistura de lcool na

    gasolina e leo diesel; - uso de equipamentos de tratamento de esgoto (misturador e clorificador), tanque de borra,

    separador de gua e leo em embarcaes. Saliente-se, ainda, que os problemas de transporte esto relacionados sobretudo com a dificuldade dos sistemas de atenderem s necessidades a que se propem. O crescimento econmico, refletido na elevao do nvel de atividades, responsvel pelo aumento da demanda que pode exceder a capacidade do sistema de transporte. Assim, esses problemas sempre implicam na anlise de recursos fsicos e facilidades, pessoas e atividades, cujas combinaes se alteram ao longo do tempo, exigindo buscas de alternativas de forma contnua e dinmica. 1.2 ESTUDO DE VIABILIDADE TCNICO-ECONMICO-FINANCEIRO Os problemas de transporte, segundo Ortzar e Willunsem (1994), encontram suas razes em trs pontos bsicos: a demanda, a oferta e o equilbrio entre ambas. Um projeto de transporte tem suas bases na Previso de Trfego, cujo objetivo conhecer a demanda e a oferta de meios de transporte, e participar na oferta em busca do equilbrio. Ele pode ser dividido nas seguintes etapas: a) caracterizao dos centros produtores: consiste em determinar os locais (cidades,

    microrregies) que produzem cargas, levantar os tipos e quantidades de cargas produzidas ao longo do ano, se possvel a cada ms, de forma a considerar as possveis sazonalidades e levar em considerao a possibilidade de armazenagem, que propiciar o escoamento fora da poca de produo, como pode ocorrer, por exemplo, com produtos agrcolas;

    Os principais elementos que facilitam e propiciam a manuteno de um Centro de Produo se relacionam com a Vocao Produtiva, destacando-se: condies geoclimticas (ndice de incidncia de luz solar, ndice pluviomtrico, ventos, qualidade do solo, relevo); formao tnica da populao; capacitao de pessoas; disponibilidade e facilidade de movimentao de insumos e produtos; disponibilidade energtica; outros. b) caracterizao dos centros consumidores: proceder de modo semelhante ao descrito no

    item a), relativamente aos locais que consomem cargas; Elementos fundamentais sobre Centro Consumidor: populao (quantidade e renda); formao tnica; condies geoclimticas; dentre outros. c) levantamento das vias de transporte: consiste em classificar e caracterizar (dados fsicos

    e operacionais, inclusive restries) todas as vias disponveis para atender o fluxo de carga entre os centros produtores e consumidores;

    Ressalte-se que as localidades podem se configurar simultaneamente como centro produtor e consumidor com diferentes tipos de carga. Por exemplo, uma regio agrcola produz soja, milho, arroz, etc e consome calcreo, combustveis e outros bens.

    O conhecimento de dados histricos das cargas desses locais so importantes para indicar tendncias futuras, que se traduzir em requerer do sistema de transporte um grau de flexibilidade para buscar o ponto de equilbrio da relao oferta-demanda.

    O levantamento das vias pode resultar, tambm, num projeto de transporte, como eletrificao de uma ferrovia, implantao de terceira faixa em locais escolhidos de uma rodovia existente, construo de uma rodovia, obras de melhorias (como por exemplo, derrocagem de um trecho) numa hidrovia e outros.

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    d) gerao de solues: buscar combinaes, em cada modal ou usando intermodalidade, que atendam demanda atualmente existente. As solues reconhecidamente ineficientes devem ser descartadas, como por exemplo o uso de caminho de pequena capacidade para transportar soja entre Rondonpolis (MT) e Araatuba (SP), quando h 10.000 toneladas de carga para ser transportada ao longo do ano;

    e) determinao de custos e tempos: calcular os custos dos tempos de viagem e das

    paradas, das tarifas, etc. A rigor, essa etapa se caracteriza pela adoo da Funo de Mrito (estabelecer um conjunto de variveis que melhor caracteriza o transporte, sendo que no transporte de carga, tempo de viagem e parado e o custo de transporte so essenciais, alm, claro, da segurana);

    Saliente-se a interdependncia entre esses elementos. No Brasil, alguns exemplos, servem para ilustrar essa interdependncia:

    i. implantao da Linha Leste-Oeste do Metr de So Paulo, que propiciou uma maior ocupao das zonas leste e oeste da capital, diminuiu tempo de viagem desses locais at o centro (regio de compra e de trabalho) e valorizou as propriedades;

    ii. construo da Rodovia dos Bandeirantes (So Paulo-Campinas), fazendo com que as cidades situadas nesse eixo tivessem um desenvolvimento desconhecido at ento com a implantao de diversas indstrias, gerao de empregos na indstria, comrcio e servios de forma geral e ocupao residencial (atraindo moradores da capital e do interior);

    iii. implantao das ferrovias Ferronorte e Norte-Sul; iv. implementao das Hidrovias Tiet-Paran e Madeira. Assim, a busca de solues para um sistema de transporte composta por mtodos interativos, como mostram, dentre outros, Furtado e Kawamoto (1997), Kawamoto (1994), Valente, Passaglia e Novaes (2003), Novaes (1976). A rigor, essa fase seria mais adequadamente nomeada por estabelecimento de funo de mrito, em que se pode estabelecer o melhor conjunto de variveis/atributos para medir, mensurar, quantificar, cada uma das hipteses propostas (na gerao de solues). Podem ser exemplos os conjuntos: 1) custo e segurana; 2) custo, tempo e segurana; 3) custo, tempo, segurana, poluio do ar; outros. f) seleo das solues: nessa etapa faz-se a opo dos veculos de cada modal que sero

    utilizados nos transportes, em cada trecho entre a origem (depsito da fbrica) at o destino (instalaes do consumidor), com base nos resultados obtidos na etapa anterior;

    g) implementao da soluo: etapa de uso dos veculos, realizando a distribuio dos

    produtos e o abastecimento da prpria organizao; h) reavaliao das solues: como a demanda pelos produtos varia ao longo de tempo,

    necessrio que se realize novas avaliaes do sistema de transporte para verificao de sua adequabilidade, de modo que seja eficiente em termos financeiros, econmicos, tcnicos, operacionais, outros.

    1.3 O PLANEJAMENTO DE UM SISTEMA DE TRANSPORTE A avaliao de um projeto de sistema de transporte envolve consideraes tecnolgicas, administrativas, financeiras e econmicas, conforme Adler (1978).

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    Os aspectos tecnolgicos englobam principalmente os processos tcnicos utilizados na elaborao do projeto, na construo e na operao, aps implantado, bem como das estimativas de custos de implantao (capital) e de operao. Dentre outros itens, podem se destacar: a) mtodos de clculo incluindo as estruturas, os custos, a resistncia ao avano e outros; b) materiais disponveis considerando o ao, alumnio, madeira, concreto, compsitos (fibras

    de vidro, carbono,...), etc; c) mquinas e equipamentos englobando os computadores e seus componentes (informatizar

    os modelos de clculo, uso de programas e aplicativos diversos, copiadores (scaner, impressoras, outros), mquinas de solda, trator de esteira, guindaste, mquinas de usinagem (manuais, automticas, com controle numrico), etc;

    d) mtodos de construo tais como a rebitagem, soldagem (eletrodo revestido, arco submerso, TIG, MIG/MAG) e outros;

    e) recursos humanos envolvendo a disponibilidade de mo de obra, sua capacitao, sua cultura (aspectos trabalhistas, religiosos, relacionamento humano, etc).

    A avaliao administrativa refere-se aos diversos aspectos de gerenciamento dos recursos materiais e humanos que surgem nas fases de elaborao do projeto, na construo e na operao do projeto de sistema de transporte. Por sua vez, o objetivo da anlise financeira consiste em verificar a viabilidade financeira, isto , satisfazer os compromissos financeiros, produzir uma remunerao compatvel do capital investido e contribuir com suas receitas, concentrando-se nas despesas (custos) e receitas da empresa responsvel pelo programa, apresentando demonstrativos de fluxo de caixa e balanos. Por ltimo, a finalidade bsica da avaliao econmica de um plano/programa medir seus custos e benefcios, do ponto de vista da empresa e/ou do estado como um todo, para determinar se os benefcios lquidos dele resultantes sero pelo menos iguais queles obtidos de outras oportunidades de investimento, incluindo-se nesse rol, a chamada alternativa nula, que significa nada fazer, ou de no ofertar o transporte em questo. Os trabalhos existentes para avaliao de projetos de sistemas de transporte, em sua maioria, apresentam recursos fundamentalmente tericos, que se mostram insuficientes para cumprir os objetivos estabelecidos pela prpria rea. As mudanas ocorridas nos ltimos anos, em termos de globalizao da economia, que tm provocado o surgimento de centros de produo e de consumo, obrigam cada vez mais movimentao de bens e servios, tornando a Logstica Empresarial um ramo essencial de domnio para sobrevivncia nessa conjuntura econmica. Desta maneira, a determinao do custo de transporte oferece empresa um elemento essencial para tomar decises sobre sua prpria estrutura produtiva, relacionadas s atividades de produo, de logstica e de marketing. Assim, a movimentao de bens deve ter sua preocupao centrada no sistema de transporte como um todo e no partir de um modal pr-estabelecido para sustentao desse fluxo, pois possvel utilizar todas as combinaes viveis entre as caractersticas dos transportes, das cargas e das rotas, com o objetivo de fazer os bens sarem do centro produtor e chegarem ao centro consumidor, de modo adequado, em termos de custo, tempo, segurana e nvel de servio/satisfao. Para tanto, necessrio conhecer as caractersticas bsicas de cada modal de transporte, conforme Morlok (1978) e Khisty (1990), sugerem:

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    a) Custo do Veculo, que pode limitar o nmero de empresas pretendentes, pois exige disponibilidade de recursos econmicos (capital) para aquisio do veculo transportador. Os recursos podem ser prprios ou advir de emprstimos e financiamentos;

    b) Capacidade de Carga, pois o porte do veculo est relacionado com a quantidade existente de carga e tambm com a receita a ser gerada;

    c) Velocidade Operacional, que determina o tempo disponvel para o transporte. Relaciona-se, tambm, com a freqncia (e/ou perodo) de atendimento;

    d) Disponibilidade, empregado para indicar o tempo que o veculo fica a disposio para realizar transporte, efetivamente. Relaciona-se com o tempo disponvel para transporte (horas/dia, como por exemplo 8h/dia, 16 h/dia, etc; dias/ms; dias/ano). Exemplo: rodovirio (8h/dia: de segunda a sexta feiras, e aos sbados vai para manuteno, totalizando 22 dias/ms e 264 dias/ano);

    e) Nmero de Tripulantes, que depende da disponibilidade, da oferta de tripulantes, legislao trabalhista e rotina operacional. Pode influenciar na determinao do porte da empresa;

    f) Consumo Especfico de Combustvel (CEC), que afeta diretamente o consumo de combustvel, um dos principais itens de custo. um dado importante para motores que operam longos perodos em rotao constante ( o caso dos veculos hidrovirios e ferrovirios);

    g) Manuteno e Reparo, leva-se em conta a disponibilidade, o tempo do veculo fora de trfego, inspees preestabelecidas (pelo fabricante, pela legislao atravs da Capitania dos Portos, Departamento de Trnsito e outros e/ou rotina operacional);

    h) Vida til, que usada para definio do tempo de recuperao de capital. Depende da rotina de manuteno e da disponibilidade;

    i) Vias, que impem restries operacionais sobre as dimenses do veculo, capacidade de carga, disponibilidade (considerando pocas do ano que, eventualmente, esteja indisponvel, por razes climticas, manuteno e outras), velocidade operacional, custos;

    j) Terminais, que determinaro os sistemas de transbordo e respectivos tempos, a disponibilidade (horrios de operao) e a intermodalidade possvel, alm de propiciar a transformao de cargas em produtos finais, com agregao de valores;

    k) Princpio porta a porta, que considera o embarque de carga no local de produo e entrega no local de consumo;

    l) Frete: representa o custo para transportar, sendo combinao das caractersticas anteriores.

    A Tabela 1 fornece alguns dados tpicos que ilustram faixas de valores praticadas internacionalmente no transporte de bens e mercadorias, para cada caracterstica bsica. Tabela 1 Faixas de valores tpicos para caractersticas dos modais de transportes Caracterstica Rodovirio Ferrovirio Hidrovirio Custo do veculo* R$97.000; Lot = 6,9t

    R$139.000; Lot = 14,5t R$205.000; Lot = 30,5 t R$334.000; Lot = 59,0 t

    1 vago (estrado) Locomotiva Diesel eltrica

    Comboio Tiet: 1 empurrador e 2 chatas; US$ 2,2 milhes

    Capacidade de carga* 6,9t a 59,0 t

    1 vago: 60 t 1 chata: 1200 t;

    Velocidade operacional 50 a 90 km/h (em mdia)

    No Brasil: 40 a 60 km/h; USA, Europa: 65 a 100 km/h

    Comboio: 13 km/h Interior: 12 a 20 km/h; Martimo: - graneleiros e petroleiros: 28,8 - conteineiros: 40 km/h

    Disponibilidade 8 a 16 h/dia; 240 a 270 dias/ano; At 24 h/dia; 270 a 330 dias/ano

    At 24 h/dia; 350 dias/ano;

    Tripulao 1 a 2 motoristas 1 a 3 conjuntos (1 maquinista + 2 ajudantes)

    Definido em funo de capaci dade, via (restries como eclu sas), potncia instalada, etc.

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    Comboio Tiet: vide Tabela 4 CEC* 150 a 200 g/ CV*h (devido a

    constantes mudanas de marchas)

    150 a 180 g/ CV*h 150 a 170 g/ CV*h (motor trabalha em regime quase estacionrio)

    Manuteno e reparo 12,3 a 25,5% do Preo do Veculo Novo Pv (tabela 6)

    5 a 7% de Pv Autopropelidos: 4% de Pv; Chatas: 2,5% de PV

    Vida til 6 a 8 anos (vide Tabela 6) 20 a 30 anos 20 anos (valor usual) Vias Facilidade de implantao;

    implantao por fases; custo estimado em US$0,5 mi/km (pista nica e 2 faixas, com recapeamento asfltico) sem considerar desapropriao

    Implantao completa; custo estimado em US$1,0 mi/km (apenas 2 trilhos) sem considerar desapropriao

    S faz sentido emprego do conceito de uso mltiplo: gerao de energia; abasteci mento; irrigao; transporte; lazer. Obras de transposio so muito caras: hidreltrica e eclusa, 5 a 8 bilhes US$

    Terminais Deve criar facilidades Princpio porta a porta atende No atende No atende Frete (US$/t*km) 0,040 a 0,065 0,025 a 0,045 0,010 a 0,025 * Fontes: sites da Ford; Mercedes Benz; Scania; VW, Volvo As Tabelas 2 e 3 abaixo mostram as matrizes de transporte usada no Brasil, USA e outros pases, no transporte de carga, internamente a cada pas, incluindo as destinadas a exportao e as advindas de importao, conforme Nazrio (2000). Tabela 2 Matriz de transporte Brasil e USA

    Modal USA Brasil Ferrovirio 36,3% 19,9% Rodovirio 22,7% 62,6% Hidrovirio 16,8% 12,8% Dutovirio 24,0% 4,4% Aerovirio 0,2% 0,3%

    Fonte: Nazrio (2000)

    Tabela 3 - Comparao entre os sistemas rodovirios e ferrovirios de diversos pases PAS rea Territorial

    (km2 ) A Rede Rodoviria (km) B

    Rede Rodoviria (km) C

    B/A C/A

    EUA 9.363.398 6.303.770 177.712 0,673 0,019 Frana 551.000 1.502.964 32.579 2,728 0,059 Japo 377.682 1.113.387 20.251 2,948 0,054 ndia 3.285.000 1.604.110 62.486 0,488 0,019 Mxico 1.969.269 213.192 26.445 0,108 0,013 Itlia 301.262 293.799 15.942 0,975 0,053 Espanha 504.750 237.904 12.601 0,471 0,025 Brasil 8.511.965 1.495.087 30.277 0,176 0,004 Argentina 2.792.000 207.630 34.059 0,074 0,012

    Fonte: Nazrio (2000)

    Considerando-se os ndices de extenso da malha/rea territorial, pode-se perceber que o Brasil apresenta-se em situao bastante inferior a diversos pases, ressaltando insuficincia de infraestrutura viria. Em relao Argentina, por exemplo, a diferena relativa da malha ferroviria chega a ser de um tero, e em relao aos Estados Unidos de pouco mais que um quinto. Esse aspecto justifica boa parte da ineficincia e alto custo do transporte no Brasil. 1.4 OPO PELA FORMA DE TRANSPORTE Para distribuio dos seus produtos e para seu abastecimento a organizao (empresa) pode optar pelo transporte prprio ou terceirizado. Em geral, as companhias investem nos

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    modais rodovirio e hidrovirio, quando optam pelo transporte prprio. Para a tomada dessa deciso, alguns parmetros devem ser considerados: - custo do transporte: s faz sentido manter uma frota de veculos se houver reduo

    significativa nesse item; - nvel de servio: trs satisfao aos clientes e aos departamentos internos da organizao; - convenincia: manter frota prpria pode dispersar a ateno da companhia, tornando-a

    ineficiente no seu ramo de atuao; - contingncias: nesse caso, a empresa pode manter um nmero reduzido de veculos para

    atendimento dessas situaes de emergncia.

    Como comentado anteriormente, a opo pela intermodalidade no transporte de cada produto (devendo ser considerado: quantidade, valor especfico, perecibilidade, distncia origem-destino, dentre outras caractersticas) trs benefcios para todos os envolvidos: produtor, consumidor, estado, meio ambiente. A Figura 1 abaixo ilustra, para os modais rodo e ferrovirio, a relao mais apropriada entre distncia, quantidade de carga e modal, conforme Nazrio (2000). Figura 1 Relao apropriada entre carga, distncia e modal Fonte: Nazrio (2000)

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    tempo

    taxa

    de

    juro

    sjuro puro

    risco

    CAPTULO 2 NOES BSICAS DE ENGENHARIA ECONMICA

    2.1 CUSTO DO CAPITAL Alguns dos principais conceitos empregados na Engenharia Econmica (Matemtica Financeira) so: Capital: qualquer produto que tenha valor econmico. Ex: terreno; prdio; mquinas; veculos; uma (logo) marca (microsoft, coca-cola, Petrobras, outras); dinheiro; outros. O capital mais comumente usado nas transaes comerciais o dinheiro (capital financeiro). Juro: remunerao paga pelo capital de terceiros. Ex: juro recebido pelo depsito em caderneta de poupana ou pago pelo uso do cheque especial; aluguis (equipamentos, imveis, etc), outros. Taxa de juros: valor combinado para a remunerao pelo uso do capital. Em geral um valor percentual por uma unidade de tempo. Ex: 1% a.m. (ao ms); 16% a.a. (ao ano), outras. A taxa de juros reflete a disponibilidade de capital (lei da oferta e procura, como qualquer outro produto) e o Figura 2 Elementos da taxa de juros risco que existe em se conceder o emprstimo e no mais reaver o capital e outros (taxas, impostos, custo de oportunidade, etc), vide Figura 2. Montantes e datas: representam as quantidades de dinheiro em diferentes instantes. Em geral, utiliza-se a forma de clculo denominada juros compostos (ao final de cada perodo os juros se juntam ao montante principal, e tambm, rendem juros), Conforme ilustra Figura 3. Figura 3 Montantes e datas Mn = Mo*(1 + i)n (1) Mn montante na data n Mo montante atual (data zero) i taxa de juros correntes n nmero de perodos 2.2 PROBLEMA DA CAPITALIZAO Problema: depositando periodicamente o valor P (em $) no mercado de capitais, que paga a taxa i% ao perodo, aps n perodos, qual o montante (valor) guardado?. Esse problema pode ser representado pelo fluxo de caixa mostrado pela Figura 4.

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    P valor depositado periodicamente (Parcela); Mn montante na data n i taxa de juros correntes n nmero de perodos Figura 4 Fluxo de caixa sobre o problema da capitalizao O valor do Mn ser determinado pela soma da contribuio de cada parcela (P), desde o perodo 1 at n. Mn1 = P*(1+i)n-1 contribuio da parcela da data 1; Mn2 = P*(1+i)n-2 contribuio da parcela da data 2; Mn3 = P*(1+i)n-3 contribuio da parcela da data 3; Mn(n-2) = P*(1+i)2 contribuio da parcela da data (n-2); Mn(n-1) = P*(1+i)1 contribuio da parcela da data (n-1); Mn(n) = P*(1+i)0 = P contribuio da parcela da data n; Mn = Mn1 + Mn2 + ... + Mn(n-2) + Mn(n-1) + Mnn que representa a soma da seqncia (Progresso Geomtrica PG): P; P*(1+i); P*(1+i)2; ...; P*(1+i)n-2; P*(1+i)n-1 (escrita do ltimo para o primeiro termo) Primeiro termo: a1 = P; Razo da PG: q = (1+i) Soma dos termos de uma PG: S = a1*[qn 1]/(q-1) Como Mn S, obtm-se: Mn = P*[(1+i)n 1)/i (2) Mn = P*FAC(i,n) (2a) FAC(i, n) = [(1+i)n 1]/i, denominado Fator de Acumulao de Capital Ou ainda: P = Mn*FFC(i,n) (2b) FFC(i, n) = i/[(1+i)n 1], denominado Fator de Formao de Capital 2.3 PROBLEMA DA RECUPERAO DE CAPITAL Problema: uma empresa adquire um bem de valor atual Mo, financiado a taxa de juros i, em n perodos. Qual valor das parcelas?. O fluxo de caixa mostrado na Figura 5 representa esse problema.

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    Mn = P*[(1+i)n 1)/i Mn = Mo*(1 + i)n P*[(1+i)n 1)/i = Mo*(1 + i)n P = Mo*[i*(1 + i)n]/[(1+i)n 1)] Mo = P*[(1+i)n 1)]/[(1+i)n*i] Figura 5 Fluxo de caixa sobre o problema da recuperao de capital P = Mo*FRC(i,n), (3a) FRC(i,n) = [i*(1 + i)n]/[(1+i)n 1)] Fator de Recuperao de Capital Mo = P*FVA(i,n), (3b) FVA(i,n) = [(1+i)n 1)]/[(1+i)n*i] Fator de Valor Atual No Anexo D encontram-se tabulados valores de FFC e FRC. Exemplos 1-) Determine o capital acumulado usando taxa de juros de 1%a.m. para as condies abaixo. a) parcelas de $350,00 ao ms, por 3 anos; b) parcelas de $500,00 ao ms por 4 anos; 2-) Determine o valor de cada prestao a ser paga em 30, 60, ..., 180 dias para um produto cujo preo a vista de $1200,00 e a taxa de juros 3%a.m. 3-) Uma loja oferece um produto com preo a vista de $1000,00 com uma entrada de $200,00 e mais 6 parcelas mensais de $210,00. No anncio veicula taxa de juros de 5%a.m. Verificar a veracidade do anncio. 4-) O Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social concede emprstimo para construo de embarcao a taxa anual de 8% a.a., com perodo de 3 anos de carncia. Tomando $1,2 milhes, determine os valores a serem pagos do 1 ao 21 ano do financiamento contrado.

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    CAPTULO 3 - MODELO PARA DETERMINAO DOS CUSTOS DE TRANSPORTES

    3.1 CONCEITOS GERAIS O principal objetivo nesse item a determinao dos custos envolvidos no transporte hidrovirio. Para tanto, necessrio efetuar a itemizao dos custos que ocorrem no transporte de cargas, utilizando-se os levantamentos efetuados em Garcia (2001). No preocupao deste trabalho classificar os custos em fixos ou variveis, mas sim estabelecer um mtodo que permita calcul-los e determinar o preo do transporte, ou seja, o frete. Isso significa o uso do conceito de tarifao pelo custo mdio. Para um melhor entendimento sobre o assunto so indicadas as referncias Garcia (2001), IPT (1989), Novaes (1976) e Valente, Passaglia e Novaes (2003) dentre outras.

    A formulao para cada um dos custos , portanto, baseada em dados histricos, coletados junto a estaleiros que constrem e fazem manuteno, e empresas de transportes hidrovirio que operam na Hidrovia Tiet-Paran. Assim, neste trabalho, proposta a seguinte diviso dos custos, que esto diretamente associados ao sistema de transporte em considerao: a) custo de capital; b) custo de seguro; c) custo de tripulao; d) custo de alimentao; e) custo de manuteno e reparo; f) custo de administrao; g) custo de combustveis e lubrificantes; h) miscelnea; i) custo de uso da via; j) custo de portos e terminais. Cada um desses itens reflete a operao do veculo e sua interao com vias e terminais. Assim, sero a seguir discutidas e apresentadas as formulaes mais adequadas para cada um dos itens de custo acima enumerados. Deve-se ressaltar, ainda, que o veculo hidrovirio, em geral, projetado para uma misso especfica, em termos de rota, capacidade de carga e velocidade de operao. Assim, no um veculo que se tenha disponvel em prateleira, como veculos dos modais rodo e ferrovirio. Portanto, a determinao ou estimativa do valor de aquisio uma informao importante, uma vez que as fontes para consulta so extremamente escassas. 3.2 CUSTOS DE CONSTRUO DE EMBARCAES De acordo com a itemizao apresentada anteriormente e a prtica consagrada em transportes, alguns itens de custo se relacionam com o preo do veculo e que so os custos de capital, seguro e manuteno e reparo. Assim, necessrio determin-lo. O objetivo deste item estabelecer mtodo que permita calcular o Preo do Veculo utilizando os dados coletados e apresentados em Garcia (2001). A construo de uma embarcao pode ser dividida em vrias fases e eventos que, sendo bem coordenados, propicia ganho em tempo e economia de recursos. Assim, planejamento, acompanhamento e fiscalizao so fundamentais para garantir a execuo da construo de acordo com o projeto e alcanar a qualidade necessria que o veculo requer.

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    A construo de uma embarcao realizada com uso intensivo da soldagem, sendo a soldagem a arco com eletrodo revestido o procedimento mais empregado. Chapas, perfis, eletrodos, oxignio e acetileno so os insumos para iniciar a construo. Na fase de determinao de custos, estimativas de quantidades e custos anteriores so fundamentais, servindo de suporte para determinao do custo de construo. Na fase de edificao, caso a embarcao requeira algum equipamento, tal como motor, bomba, guindaste, etc, este dever ser instalado, conforme sua utilizao, localizao, facilidades de instalao, dentre outros fatores. Assim, a instalao de mquinas ocorre paralelamente edificao, principalmente na praa de mquinas, sendo necessria a aquisio e construo de estruturas de suporte e fundaes, conforme o caso. Preo do Veculo Hidrovirio A referncia Garcia (2001) apresenta a seguinte formulao para Preo de Veculo Hidrovirio, notadamente para transporte fluvial: PV = 3,0*Pao + 532,0*IHP (4) onde: PV preo do veculo hidrovirio fluvial (autopropelido ou no), em US$; Pao peso de ao da estrutura, determinado pela expresso (5), em kg; Pao = Ke*(LBD) (5)

    Ke constante de material estrutural, que depende do tipo da embarcao, dada por: Ke = 0,14 a 0,16 (empurradores e autopropelidos); Ke = 0,1047 (chatas)

    L comprimento da embarcao na linha dgua, em metros; B boca moldada da embarcao, em metros; D pontal moldado da embarcao, em metros. Observao: o produto (LBD/100) conhecido como nmero cbico.

    IHP Potncia total do(s) PMCP, mais PMCA; PMCP Potncia do(s) MCP, em CV; PMCA Potncia total do(s) MCA, em CV; Obs.: na poca de levantamentos de custo tinha-se: US$ 1,00 = R$ 1,70. Caso a embarcao seja uma chata, basta tomar na expresso (4) valores nulos para IHP. 3.3 CUSTO DE CAPITAL

    Uma vez determinado o preo estimado da embarcao, possvel relacion-lo aos diferentes itens de custo que consiste no objetivo primeiro deste trabalho. Assim, o Custo de Capital representa a recuperao do capital investido para aquisio do veculo de transporte, sendo determinado, conforme IPT (1989), Novaes (1976) e Valente, Passaglia e Novaes (2003), por: CC = PV * FRC (i, n) VR * FFC (i, n) (6) onde: CC Custo de Capital, em US$/ano; PV Preo do veculo hidrovirio. Pode ser determinado pela expresso (4), em US$;

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    VR Valor residual do veculo. Normalmente tomado igual a zero, pois o desgaste da estrutura e obsolescncia de equipamentos aps vinte ou mais anos de uso muito grande;

    FRC (i, n) Fator de Recuperao de Capital. FRC (i, n) = i*(1+i)n/[(1+i)n-1] FFC (i, n) Fator de Formao de Capital. FFC (i, n) = i/[(1+i)n-1] i valor de remunerao de capital. Deve considerar valores praticados no mercado de

    capital, que na atualidade so comuns valores como 10 e 12% a.a., ou a taxa de financiamento, quando a aquisio for financiada, sendo comuns valores de 6 a 8% a.a. praticada pelo BNDES;

    n Intervalo de tempo (em anos) para recuperar o capital. normal para embarcaes de carga o uso de 20 anos. Para empurradores e autopropelidos esse valor se aproxima da vida til (N), adotada, normalmente, como 20 anos.

    3.4 CUSTO DE SEGURO Representa valores gastos com seguros da embarcao. Ressalte-se que esse seguro no considera a carga transportada, devendo ser feito a parte. Os valores praticados, desde h muito na navegao fluvial so de 1,8 a 2,5% do valor do veculo novo, na vigncia da vida til do mesmo. O valor usual praticado de 2%, referindo-se ao preo da embarcao nova. Assim: CS = KS*PV (7) onde: CS Custo de Seguro, em US$/ano; KS Constante que considera a taxa de seguro. KS = 2,0% valor tpico; PV preo do veculo hidrovirio (aquisio ou novo), em US$. 3.5 CUSTO DE TRIPULAO Considera os gastos realizados com a tripulao da embarcao, determinada pela NORMAM 13 (2007). O uso de uma tripulao maior, por exemplo, 9 (nove) tripulantes, para o comboio tpico, ao invs de 7 (sete) ou 8 (oito), implica em menor nmero de horas extras pagas e melhor qualidade de manuteno realizada a bordo. determinado por: CTR = KHE*Nt*SM*FES*12 (8) onde: CTR Custo de Tripulao, em US$/ano; KHE Constante de Horas Extras, considera gastos com horas extras realizadas pela tripulao

    durante as viagens. A considerao do tempo de operao diria (at 24 horas/dia) e a prtica do revezamento dos tripulantes em funes vitais (praa de mquinas e pilotagem), tem levado a operaes seguras e nmero de tripulante adequado, sem necessidade de horas extras. Para o comboio tpico, uma tripulao de 9 pessoas torna KHE = 1,0;

    Nt nmero de tripulantes a bordo, determinado pela NORMAM 13 (2007); SM salrio mdio da tripulao. A Tabela 4 mostra valores de salrios pagos na regio,

    pelas empresas que operam na Hidrovia Tiet-Paran, parametrizada pela funo do tripulante;

    FES fator de encargos sociais. Para a legislao atual, FES = 2,10;

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    12 fator que considera esse custo como anual (nmero de meses/ano). O salrio mdio (SM) da tripulao ser determinado pela mdia ponderada de salrio pelo nmero de tripulantes na funo. Para o caso do comboio tpico, com nove tripulantes, tem-se: SM = (1*1450 + 1*1250 + 1*950 + 1*650 + 3*630+2*630)/9 SM R$828,00 Tabela 4 Valores de salrios de tripulantes de embarcaes da Hidrovia Tiet-Paran

    Funo Designao (NORMAM 13) Salrio (em R$) Comandante Capito Fluvial (CFL) 1450,00 70,00 Imediato Piloto Fluvial (PFL) 1250,00 60,00 Mestre Mestre Fluvial (MFL) 1050,00 50,00 Chefe de Mquinas Condutor Maquinista Motorista Fluvial (CTF) 950,00 50,00 Cozinheiro Cozinheiro (CZA) 650,00 50,00 Marinheiro de Convs Marinheiro Fluvial de Convs (MFC) 630,00 40,00 Marinheiro de Mquinas Marinheiro Fluvial de Mquinas (MFM) 630,00 40,00 Observao: valores coletados em 8 empresas que operam as embarcaes fluviais. SR/2: S: mdia dos valores coletados; R: amplitude (diferena entre os valores mximo e mnimo); cmbio da poca: 1US$ 1,7R$. 3.6 CUSTO DE ALIMENTAO As despesas com alimentao e hospedagem da tripulao so determinadas por: CA = Nt*DA*365 (9) onde: CA Custo de alimentao, em US$/ano; Nt nmero de tripulantes; DA diria alimentcia. Na navegao fluvial dentro do Brasil, situa-se entre R$5,00 e R$6,00

    (3 a 4 US$); 365 fator que torna custo de alimentao em anual. o nmero de dias por ano. Saliente-se, ainda, que comum a adoo de uma poltica de diria alimentar com valor estabelecido pelas companhias, onde no incio de cada viagem, o comandante recebe um adiantamento equivalente ao valor estimado para alimentao durante toda a viagem. Para o comboio tpico com nove tripulantes e para uma viagem estimada em seis dias, tem-se: Adiantamento = Nt*DA*6 Adiantamento = 9*4,0*6 = US$216,00. Com essa poltica, o cardpio de bordo e local para aquisio dos mantimentos ou vveres, ficam a cargo da prpria tripulao. Com isso, evita-se o desperdcio e reclamaes de cardpio repetitivo para todas as refeies durante a viagem de ida e volta. 3.7 CUSTO DE MANUTENO E REPARO A manuteno consiste em procurar manter a frota em boas condies de uso, de forma que sua imobilizao seja mnima. Um bom programa de manuteno deve ter entre seus objetivos: - conservar os veculos em operao o maior tempo possvel, evitando retirar as peas de

    eventuais veculos parados (processo conhecido como canibalizao); - prevenir quebras e conseqentes paradas operacionais, atravs da manuteno preventiva,

    que evita desperdcios de tempo e problemas que exijam consertos de alto custo. Para

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    tanto, necessrio estabelecer rotina diria a ser cumprida pela tripulao de bordo, podendo ser citado:

    verificao peridica (vrias vezes ao dia) de temperatura de leo lubrificante; verificao peridica de presso de gua de arrefecimento; troca de leo lubrificante, conforme recomendao do fabricante do motor. Valor

    usual de 250 horas; troca de filtros (leo lubrificante, combustvel, ar de admisso), conforme

    recomendao tcnica; - estabelecer e seguir programas de qualidade que proponham rotinas e horrios de trabalho,

    freqncia de atendimento, tempo de ciclos, reduzindo atrasos, perda de mercadorias perecveis, etc.

    At a metade da dcada de 1990, a manuteno ficava a merc da vontade do armador, principalmente para embarcaes no classificadas. A partir de 1996, o Ministrio da Marinha, por diversas razes (sendo a segurana a principal) passou a estabelecer critrios de vistoria que garantissem uma manuteno mnima, vistoriando as embarcaes para emisso do Certificado de Segurana Navegao (CSN), renovado anualmente. As rotinas de inspees (itens a serem vistoriados) e a periodicidade so estabelecidas pela NORMAM 02 (2007), sendo seguidas, tambm, pelas Sociedades Classificadoras que atuam no Brasil. Essas Sociedades Classificadoras muito contriburam para estabelecimento de normas relativas aos veculos hidrovirios fluviais e de longo curso, tanto para construo como operao. Os custos anuais de manuteno e reparo, executados conforme procedimentos estabelecidos pela NORMAM 02 (2007) e Sociedades Classificadoras, so calculados por: CMR = KMR*PV (10) onde: CMR Custo de Manuteno e Reparo, em US$/ano; KMR Constante de Manuteno e Reparo. Tomada pelos valores abaixo para representar os

    custos reais contabilizados pelas empresas: KMR,A = 4,0%, para empurradores e autopropelidos; KMR,C = 2,5%, para chatas;

    PV - Preo do veculo novo, em US$ Nesses custos esto inclusos despesas com manuteno e reparo de pequena monta, realizadas ao longo do ano operacional, at as docagens longas, realizadas quinqenalmente, conforme o tipo de embarcao. 3.8 CUSTO DE ADMINISTRAO Esse custo refere-se, basicamente, s atividades realizadas em terra, consistindo em: - pessoal de escritrio: contabilidade, compras de materiais de consumo (leo combustvel;

    leo lubrificante; graxas; tintas; sobressalentes de pequena monta: lmpadas, filtros, parafusos, etc;); recursos humanos (pessoas que realizam a seleo, contratao e treinamento da tripulao e do prprio pessoal de escritrio) e instalaes;

    - vendas: pessoal destinado a angariar cargas e divulgar servios prestados pela empresa (marketing). No caso fluvial so pessoas que contatam os clientes atuais e clientes potenciais para realizarem contratos para transportes. No longo curso, so empresas espalhadas pelas localidades porturias atendidas pelo navio;

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    - tcnico: pessoal que vistoria a embarcao e controla consumo de materiais, execuo das manutenes rotineiras de bordo pela tripulao, contrata e fiscaliza trabalhos de manuteno no realizados pela tripulao, outros. Servio de manuteno e reparo, normalmente, terceirizado.

    Pode ser determinado por: CAD = KAD*(CTR + CA + CMR) (11) onde: CAD Custo de Administrao, em US$/ano KAD Constante de administrao. Tomado como 30%, representa o valor gasto pelas

    empresas com essa rea, contabilizado como 7 a 10% do faturamento anual. Notou-se uma tendncia de busca para patamares inferiores para esse custo, indicando maior eficincia operacional e administrativa da empresa transportadora;

    CTR Custo de Tripulao. Calculado pela expresso (8); CA Custo de Alimentao. Calculado pela expresso (9); CMR Custo de Manuteno e Reparo. Calculado pela expresso (10). 3.9 CUSTO DE COMBUSTVEL E LUBRIFICANTES E MISCELNEA O custo com combustvel determinado por: COL = COD*PC*TOP*1,05* FTOP (12) COD consumo de leo combustvel, para os motores em funcionamento. Determinado por: COD = (CEC*MFHP)/Do (12a) CEC consumo especfico de combustvel, em g/(CV*h). Valores situados entre 150 e 170

    para motores usuais em embarcaes. O combustvel usual o leo diesel; MFHP potncia das mquinas em funcionamento durante a viagem. O usual so os motores

    de propulso (MCP) e um motor auxiliar (MCA). Assim: MFHP = PMCP + 1*PMCA (12b) Do densidade do leo combustvel. Valor tpico 850 g/litro; PC preo do leo combustvel, em US$/litro; TOP tempo dirio de operao da embarcao. Para cargueiros, o usual 24 h/dia; FTOP Fator de tempo de operao. Leva em considerao o fato da operao no ser

    realizada durante 24 h/dia. Como o tempo de viagem determinado por 24 h/dia, deve-se fazer essa correo. FTOP = 24/TOP.

    O custo com leo lubrificante e filtro de leo do carter, para motores usuais da Hidrovia Tiet-Paran, tomando o volume de leo, troca desse leo e filtro a cada 250 horas (conforme recomendao dos fabricantes), representa 5% do gasto de combustvel no mesmo perodo de tempo. Assim, a considerao de custo com lubrificantes faz-se multiplicando a expresso (12a) por 1,05. Alm de leos, tem-se gastos com vrios outros elementos de pequeno valor, tais como: filtros (ar, combustvel, gua bruta, outros), aditivos para gua de arrefecimento, estopas, detergente para limpeza da praa de mquinas, outros. Esse custo, denominado por outros, determinado por: Outros = KMIS*PMHP/1000 (13)

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    onde: Outros Custo com miscelnea (filtros, aditivos, estopa, etc); KMIS Constante de miscelnea. KMIS = US$60,00/dia (para cada 1000 CV de potncia

    instalada); PMHP Potncia das Mquinas. PMHP = PMCP + PMCA (somatrio da potncia dos motores

    principais e auxiliares de bordo); 1000 fator que considera unidade da constante de miscelnea. Observao: como em alguns casos pode se ter um nmero de horas de operao menor que

    24 horas, no estabelecimento do custo total por viagem redonda, adiante, a expresso (12) ser explicada, atravs de exemplo de aplicao.

    3.10 CUSTO DE USO DA VIA Esse item de custo deve levar em considerao o dispndio ocorrido com o uso da via. Esse custo deve ser revertido em obras de manuteno, conservao, sinalizao, obras de melhoramento, outras obras, tais como, dragagem em pontos de acmulo de areia, derrocagens, instalao e trocas de bias de sinalizao, na via. Em alguns casos inclui at a manuteno das eclusas, como o caso da Hidrovia Tiet-Paran. A forma mais coerente deve considerar a capacidade de carga da embarcao, que funo do porte e das dimenses fsicas, dando uma forma similar a dos pedgios nas rodovias. Na Blgica a cobrana para uso da via feita em funo da distncia (quilometragem percorrida) e somente quando a embarcao est carregada. Assim, esse custo pode ser determinado por: CUV = KP*NP*DWTC (14) onde: CUV Custo de Uso da Via, em US$/viagem redonda; KP Constante Financeira de uso da via. Esse valor deve considerar os servios prestados ao

    usurio e os gastos na via, como comentado acima. Os investimentos ocorridos na Hidrovia Tiet-Paran, realizados pela CESP, no estavam disponveis at a concluso deste trabalho, no sendo possvel o estabelecimento de valores que pudessem, ao menos, servir de orientao;

    NP quantidade de pontos tomados como referncia para cobrana pelo uso da via. Pode ser tomado como o nmero de eclusas transpostas na navegao, se houver, distncia percorrida, quantidade de pontes no trecho navegado e outros. Semelhante ao nmero de pedgios rodovirios;

    DWTC deadweight (capacidade total) de carga. 3.11 CUSTO DE PORTOS E TERMINAIS Esse custo representa o retorno do capital investido nas instalaes porturias (cais, rea de acostagem, outros), equipamentos de transbordo, armazns, vias internas, instalaes para alfndega, etc. Na navegao interior, muito comum cada empresa transportadora dispor de terminal prprio, devendo incluir, no custo de transporte, esse item de forma adequada e no no custo de administrao como algumas fazem, eventualmente. A tendncia que os servios porturios sejam prestados por empresas especializadas, com mo de obra apropriada, responsabilizando-se por eventuais acidentes na movimentao de carga, conforme leis aprovadas no Congresso Nacional, e que se assemelham s prticas

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    dos portos tidos como modelos, dentre eles, Roterd (Holanda), Hamburgo (Alemanha) e Vancouver (Canad). A Tabela 5 mostra as tarifas praticadas pelos Portos de Paranagu (PR) e Belm (PA), servindo como referncia.

    Tabela 5 Tarifas e Taxas praticadas nos Portos de Paranagu (PR) e Belm (PA) Item de Cobrana Tarifa ou Taxa (Paranagu) Tarifa ou Taxa (Belm)

    1. Bero de Atracao R$0,15/(metro linear*hora) R$0,067/(metro linear*hora) 2. Transbordo de Carga 2.1. Granis Slidos 2.2. Granis Lquidos 2.3. Conteiner Cheio ISO de 20 ps ISO de 40 ps

    R$1,36/tonelada

    R$1,36/m3

    R$23,00 R$25,00

    R$1,47/tonelada (1) R$0,17/tonelada (2)

    R$29,40

    3. Outros Adentrar porto com outros fins, que no movimentao de cargas.

    R$0,30/(tpb)

    tpb toneladas de porte bruto

    R$0,25/(tpb)

    tpb toneladas de porte brutoObservaes: 1. Para carga transbordada na navegao de longo curso ou cabotagem; 2. Para carga

    transbordada na navegao interior. Alm dos itens listados acima, uma embarcao poder necessitar de rebocadores para atracao e desatracao, e outros servios, como, vistorias e despachos da Capitania dos Portos, servios aduaneiros, dentre outros. Dessa forma, a determinao desse item de custo ser feita por: CPT = KB*(W/CHE + W/CHD) + (KTE*W + KTD*W) + NHR*KEMP + KOU (15) CPT Custo de Portos e Terminais, em US$/viagem redonda KB Constante devido uso de bero de atracao. Tomando o valor da Tabela 5 (Paranagu) e

    o comprimento do Comboio tpico do Rio Tiet (137 metros), pode-se estabelecer: KB = 0,15*137 KB = R$21/hora. Deve-se considerar o valor real praticado pelos portos da rota em estudo;

    W quantidade de carga transbordada, em toneladas. W = f*DWTC; f fator de ocupao do veculo. f varia entre 0 e 100%. Casos tpicos, acima de 75%; CHE cadncia horria de enchimento, em tonelada/hora; CHD cadncia horria de descarregamento, em tonelada/hora; KTD constante de taxa de transbordo no descarregamento, em US$/tonelada; KTE constante de taxa de transbordo no enchimento, em US$/tonelada; NHR Nmero de horas de servio de rebocadores usados na viagem, tanto na origem como

    no destino, em horas; KEMP constante custo horrio de rebocador. Esse valor tabelado pela Capitania dos Portos

    como funo da trao esttica (bollard-pull). Para rebocadores pequenos, mesmo porte dos empurradores da Hidrovia Tiet-Paran, tem-se: KEMP = R$400,00/hora;

    KOU custos devido uso de outros servios, como, despacho de Capitania dos Portos, alfndega, etc. Valores sem referncia, devido a navegao ocorrer ainda somente em territrio brasileiro.

    3.12 CUSTO TOTAL E TEMPOS EM OPERAO E PARADO Neste item sero determinados os tempos gastos em viagem e parado e o custo total durante uma viagem redonda.

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    3.12.1 Determinao dos Tempos em Operao e Parado A determinao dos tempos operando (ou navegando) considera o tempo efetivamente gasto em viagem e tambm o tempo gasto em eventuais eclusagens, em que a embarcao permanece com motores ligados e desacoplados. Devido o tempo de eclusagem ser bem menor que o de viagem, considerar-se- que os motores estejam consumindo combustvel na mesma quantidade de quando esto em operao normal. Na prtica, no se encontrou indcios de que essa hiptese fosse invlida. Assim: TN = (d/VS + d/VD+ TECLS + TECLD + TDF)/24 (16) onde: TN Tempo gasto em viagem, entre origem e destino, em dias; d distncia entre origem e destino, em km; VS velocidade de subida (contra eventual correnteza), em km/h. VS = V - V; V velocidade de operao da embarcao, em km/h; V variao de velocidade devido a ao da correnteza, em km/h. Valor adotado como constante,

    tanto na subida como na descida. A rigor, esses valores no devem ser iguais, pois a forma da proa e popa da embarcao tem influncia, e normalmente so diferentes entre si. Nos lagos dos Rios Tiet, Paran, Paranaba e So Jos dos Dourados, a velocidade da correnteza pequeno e tem pouca influncia, portanto, para esse caso, V = 0;

    VD velocidade de descida (a favor da correnteza), em km/h. VD = V + V; TECLS tempo de eclusagens na subida, em horas. Determinado por: TECLS = NECL*T1ECL; NECL quantidade de eclusas no trecho navegado; T1ECL tempo gasto em uma eclusagem, em horas. O tempo mdio por eclusa pode ser

    tomado como igual a 1 hora. Para eclusas duplas (Nova Avanhandava e Trs Irmos), 2 horas;

    TECLD tempo de eclusagens na descida, em horas. TECLD = NECL*T1ECL; TDF tempo gasto para desmembramento, eclusagem e formao do comboio, quando se

    opera com quatro chatas, formao duas a duas. Como ainda no existe empurrador de apoio nas eclusas para essa finalidade, todas as operaes so realizadas com o prprio empurrador. Varia de 3 a 5 horas por eclusa;

    24 transformar a unidade de tempo de horas para dias. O tempo parado deve considerar: a) tempo de espera nos portos e terminais; b) tempo de transbordo de carga; c) tempo fora de operao, devido operao da embarcao ser realizada em tempo menor

    que 24 horas/dia. Assim, determinado por: TP = [TESP + (W/CHE + W/CHD)+ NHR + TFOP]/24 (17) onde: TP Tempo Total parado em portos e/ou fundeado, em dias; TESP tempo de espera nos portos e terminais, tanto na origem como no destino, em horas; W, CHE, CHD, NHR termos definidos na expresso (15); TFOP tempo fora de operao, quando a operao diria no realizada durante 24 horas/dia.

    H casos de 8 h/dia, de 12 h/dia, de 14 h/dia, de 16 h/dia, etc, conforme a necessidade e disposio do armador. Em horas/dia.

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    3.12.2 Determinao do Custo Total por Viagem Redonda O custo total por viagem considera todos os itens de custos que ocorrem na realizao de uma viagem redonda. Como mostrado acima, h custos que ocorrem tanto com o veculo viajando como parado. H custos que ocorrem somente quando em viagem, outros somente quando parado. Assim: - custos em viagem e parado: capital, seguro, tripulao, alimentao, manuteno e reparo,

    administrao; - custos em viagem, somente: combustvel e lubrificantes e uso da via; - custos parado e em porto, somente: portos e terminais. A rigor, quando parado e em portos e terminais, pode haver gasto com leo, devido a necessidade de energia eltrica a ser gerada pelo conjunto motor auxiliar e gerador. Assim, deve-se acrescentar essa parcela, que em alguns casos especficos poder ser considervel e pode ser determinado de forma semelhante ao custo de combustvel e lubrificante, por: CCP = [(CEC*MPHP)/Do]*PC*TCP*1,05 (18) onde: CCP Custo de Combustvel quando o veculo est parado (portos e terminais e fundeado), em

    US$/dia; CEC; Do; PC; 1,05 termos definidos na expresso (12); TCP tempo em que a embarcao fica parada e consome combustvel. Pode ser tomado como

    igual a TFOP, TP ou outro valor, conforme o caso; MPHP potncia de mquinas usadas quando o veculo est parado. Via de regra, MPHP =

    PMCA. Na expresso (18) o valor de TCP (tempo parado e com consumo de combustvel) deve considerar a realidade de cada tipo de operao. Em portos e terminais comum o uso de energia de terra para abastecer o navio, que possui uma chave reversora para essa finalidade, como se comentou anteriormente no item sobre escolha de motor. Alm disso, devem ser ainda considerados alguns aspectos para determinao do custo total por viagem redonda: a) os custos so determinados em diferentes unidades: US$/ano, US$/dia ou US$/dia

    operacional (caso do custo de combustvel e lubrificantes), US$/viagem redonda (caso dos custos de uso da via e parado);

    b) o tempo de operao pode no ocorrer em 24 horas por dia, como se comentou acima. Tendo em vista que a unidade de tempos em operao e parado dia (e de 24 horas).

    Assim, o custo total por viagem redonda pode ser determinado, por: CTV = [(CVP + COL + outros)*TN +CUV] + {(CVP + outros)*TP + CCP + CPT} (19) onde: CTV Custo Total por viagem redonda, em US$/viagem redonda; CVP = [(CC + CS + CTR + CA + CMR + CAD)/AOP}; CVP Custos que ocorrem tanto em viagem como parado, em US$/dia; CC Custo de Capital, determinado pela expresso (6); CS Custo de Seguro, determinado pela expresso (7); CTR Custo de Tripulao, determinado pela expresso (8); CA Custo de Alimentao, determinado pela expresso (9); CMR Custo de Manuteno e Reparo, determinado pela expresso (10);

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    CAD Custo de Administrao, determinado pela expresso (11); AOP Ano Operacional. definido em funo da existncia de carga e realizao de

    manuteno e reparo do veculo. Pode-se ter vrios valores comuns: - longo curso e fluvial com carga disponvel durante o ano todo: 350 dias, sendo que os

    outros 15 so acumulados ao longo de 5 anos para docagens e manuteno de grande porte;

    - fluvial com carga restrita: o caso do transporte de gros na Hidrovia Tiet-Paran. usado de 270 a 315 dias por ano (entre maro e dezembro), perodo ps safra de vero, e uso do ms de janeiro para realizao de obras de manuteno nas eclusas;

    COL Custo de Combustvel e Lubrificantes, determinado pela expresso (12); Outros Custos com Miscelnea, determinado pela expresso (13); TN Tempo em Viagem ou Navegando, determinado pela expresso (16); CUV Custo de Uso da Via, determinado pela expresso (14); CCP Custo de Combustvel quando o veculo est parado, determinado pela expresso (18); TP Tempo parado, determinado pela expresso (17); CPT Custo de Portos e Terminais, determinado pela expresso (15). - A