40

panorama_09-10-2013_1.pdf

Embed Size (px)

Citation preview

  • CM

    Y

    CM

    MY

    CY

    CMY

    K

  • 06

    04

    08

    12

    16

    18

    22

    26

    32

    36

    38

    editorial

    Capa

    opinio

    em foco

    sade suplementar

    Anahp por dentro

    tecnologia e sade

    eventos

    bem-estar

    sustentabilidade

    perfil

    hospitais membros

    Construes sustentveis no setor sade

    Claudio Lottenberg: Governana em sade

    Paulo Barreto fala sobre as oportunidades de crescimento do setor suplementar de sade no Nordeste e os desafios de infraestrutura da regio

    Qualiss: Mais transparncia para o setor privado de sade

    Anahp tem novo Diretor Executivo

    Rastreabilidade na cadeia de suprimentos proporciona mais segurana dos processos e garantia da qualidade dos produtos

    Seminrio Anahp - Etapa Porto Alegre debate o envelhecimento populacional e os impactos na sade

    Doenas crnicas no transmissveis (DCNT) so a principal causa de morte no mundo

    Hospitais investem em construes sustentveisSolues proporcionam retorno positivo para as instituies a partir da reduo dos custos de operao

    White Martins pretende aumentar participao no mercado brasileiro

    Hospitais Anahp investem em ampliaes e certificaes de qualidade

    Publicao da Anahp - Associao Nacional de Hospitais Privados - setembro/outubro 2013

  • Conselho de Administrao

    Presidente Francisco Balestrin | H. Vita Volta Redonda - RJ

    Vice-Presidente - Antnio C. Kfouri | H. do Corao (HCor) - SP

    Fernando Torelly | H.Moinhos de Vento - RS

    Francisco Eustcio Vieira | H.Santa Joana - PE

    Henrique Neves | H.Israelita Albert Einstein - SP

    Jos Ricardo de Mello | H.Santa Rosa - MT

    Maria Norma Salvador Ligrio | H. Mater Dei - MG

    Paulo Chapchap | H. Srio-Libans - SP

    Jos Roberto Guersola | Rede DOr So Luiz Itaim - SP

    Panorama uma publicao bimestral da Anahp - Associao Nacional de Hospitais Privados.

    Jornalista ResponsvelEvelyn Tiburzio - MTB 11.385/MG

    Conselho EditorialCaroline MeneghelloCarlos FigueiredoEvelyn TiburzioLaura SchiesariMarcos Silva Olenka Lasevitch

    Direo de ArteRodolpho Dantas - Circulado Design Estratgico

    FotosShutterstock, J Mantovani

    Tiragem5.000 exemplares

    ImpressoCopolla

    Panorama Anahp

    Expediente

    Anahp - Associao Nacional de Hospitais PrivadosRua Cincinato Braga, 37 - 4 andar - So Paulo - SPwww.anahp.com.br - 11 3253.7444

    Diamond

    Gold

    Silver

  • Promover a qualidade da assistncia mdico-hospitalar no Brasil e fortalecer o relacionamento setorial, contribuindo para a reflexo sobre o papel da sade privada no pas, so os princpios que norteiam a existncia da Anahp. Em 2013, os impactos do envelhecimento populacional para o setor hospitalar foi o tema que orientou as discusses da entidade nas diversas capitais do Brasil, com o objetivo de encontrar alternativas para lidar com o nmero crescente de idosos.O ltimo seminrio, promovido em Porto Alegre (RS), reuniu cerca 200 participantes e contou com a participao de especialistas no tema, que compartilharam as suas experincias e viso de futuro para essa questo cada vez mais presente na populao brasileiro. Nesta edio do Panorama Anahp, mencionamos os principais pontos discutidos durante o evento e as alternativas propostas para a sustentabilidade do setor frente demanda do envelhecimento.A publicao traz para a discusso uma das principais preocupaes epidemiolgicas, as doenas crnicas no transmissveis (DCNT), principal causa de morte no mundo. Especialistas das instituies membros da Anahp compartilham as iniciativas adotadas pelos hospitais para preveno das DCNT, as polticas pblicas em andamento e os impactos dessa realidade para o sistema de sade e para as empresas.A sustentabilidade outra questo muito presente no mercado, especialmente no setor sade. Os hospitais tm investido cada vez mais em mtodos e rotinas para otimizar o uso dos recursos naturais, minimizando os impactos ambientais, alm de estimular o

    monitoramento e a avaliao continuada de suas atividades. Para entender melhor a busca pelo selo verde, instituies membros e empresas especializadas em arquitetura e construo falam sobre os benefcios das construes sustentveis.Para dar continuidade srie de entrevistas com os principais gestores das diferentes regies do pas, essa edio do Panorama conta com a participao do colega Paulo Barreto, Superintendente do Hospital So Lucas (SE), abordando os desafios da sade privada no Nordeste do pas.Ainda nessa edio, acompanhe uma entrevista exclusiva com Gilney Bastos, Diretor Executivo de Negcios da White Martins, falando sobre o processo de expanso da companhia no Brasil. O Panorama tambm apresenta os primeiros resultados do projeto piloto do Programa de Qualificao dos Prestadores de Servios na Sade Suplementar (QUALISS), iniciativa da Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS), que conta com a participao ativa da Anahp, entre outras entidades do setor.Gostaria de aproveitar a oportunidade para desejar boas-vindas ao novo Diretor Executivo da Associao, Carlos Figueiredo, que com a sua experincia de mercado certamente contribuir para o fortalecimento da entidade no setor.

    Desejo a todos uma excelente leitura!

    Promover a qualidade da assistncia mdico-hospitalar no Brasil e fortalecer o relacionamento setorial, contribuindo para a reflexo sobre o papel da sade privada no pas, so os princpios que norteiam a existncia da Anahp

    Caro leitor

    Francisco BalestrinPresidente do Conselho de Administraoo

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados4

  • A governana corporativa o sistema pelo qual as companhias so dirigidas e controladas, como define seus propsitos e sua estratgia e como gerencia sua gesto de riscos. Alm disso, cria uma separao entre a propriedade e a gesto, buscando equilbrio dos interesses entre acionistas, conselheiros e gestores. Se a gesto tem a ver com a operao da empresa, a governana cuida para que esta se d de forma correta.Ao longo do tempo as companhias ganharam aprimoramento progressivo na forma de execuo de seus controles. Essa mudana no modelo de gesto nasce na dcada de 30, proporcionando melhor controle financeiro, com planejamento estratgico de longo prazo, nos quais tendncias e lacunas passam a ser validadas. Na dcada de 90, insere o conceito de gesto estratgica, no qual processos e conhecimento so valorizados, chegando Governana Corporativa com a vinda de executivos contratados para a gesto e, hoje, assumindo o termo Governana Competitiva, na qual compliance e insero global se fazem presentes.

    A Governana Corporativa cria uma separao entre a propriedade e a gesto, buscando equilbrio dos interesses entre acionistas, conselheiros e gestores.Por: Claudio Luiz Lottenberg, Presidente do Hospital Israelita Albert Einstein (SP)

  • A governana separa espaos e cria limites pautados na transparncia e poderes independentes, embora sinrgicos.

    opini

    oCdigos e leis so descritos no processo evolutivo referido e passam pelo relatrio Cadbury de 1992, que descreve a importncia e a responsabilidade dos conselhos com uma viso centrada em aspectos financeiros; o Calpers, lanado em 1998 e revisto em 2011, que se prope a validar a importncia da independncia do conselho e da liderana que devem ser avaliados, assim como a integridade de relatrios financeiros e o direito dos acionistas. O fato que a governana separa espaos e cria limites pautados na transparncia e poderes independentes, embora sinrgicos, lidando com termos como gesto, propriedade, conselhos, cdigos de conduta e auditoria independente.Infelizmente vrios dos incrementos que ocorreram na evoluo da governana so fruto de falhas observadas no correr da histria

    das grandes corporaes. A lei de Sorbone Oxley, por exemplo, foi editada nos Estados Unidos em 2002 com o objetivo de restaurar a respeitabilidade institucional no ambiente de negcios do pas naquele momento, criando verdadeiras obrigaes para gestores, auditores, investidores, conselheiros e at jornalistas. No Brasil, mais recentemente a lei anticorrupo aplica sistemticas semelhantes, impondo a necessidade de setores de compliance que, pela sua existncia, no mnimo atenuariam fragilidades posteriormente apuradas.O setor da sade tem comemorativos bastante peculiares. Tratado como direito social pela Constituio, tem pela sua natureza implicao regulatria significativa. Relaciona-se com a Agncia Nacional de Sade Suplementar e com a Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria e, portanto, independentemente de qualquer vnculo com a sua mecnica proprietria, deve nascer com conceitos de governana. O setor percebe isto e no tm sido poucas as exigncias mnimas para o funcionamento das companhias envolvidas na rea da sade.No sentido proprietrio, poderia dizer que so poucas as empresas de carter familiar com expressividade na rea da sade, sendo as mais significativas as sem fins lucrativos, as de capital aberto e aquelas que se preparam para tal. Nas instituies sem fins lucrativos, em face de sua natureza jurdica associativa, que h de se refletir em seus estatutos, vrios dos assim chamados colegiados se fazem necessrios e a questo a de impor a eles maior rigor no cumprimento de sua ordem estatutria. O fato que, nesse grupo, por causa da composio de seus associados, h certo desconhecimento das implicaes prticas e legais da organizao, cabendo s lideranas aprimorar a percepo do mundo contemporneo, conscientizando e aproximando os associados da linguagem da governana moderna. No que diz respeito s organizaes de capital aberto e em fase de estruturao para tal, certo que, em funo de um aprimoramento de gesto e de uma relao com o mercado, j vm atuando de forma mais ordenada em suas mecnicas de governana corporativa.Entretanto, entendo que h particularidades na sade. O assunto tem sido objeto de grande preocupao em todos os mbitos da sociedade. A longevidade, o pleomorfismo epidemiolgico e o incremento tecnolgico vm trazendo srias preocupaes aos diferentes pases e aos diferentes sistemas no sentido de equacionar a mecnica de custeios e sobrevivncia da sade. Na pauta deste processo entra a qualidade, a qual sem transparncia, documentao adequada e rigor processual, no h chances de ser implementada. Diria que a sade, independentemente da mecnica corporativa, exige governana na linha de sua existncia. No tem sido tarefa simples eliminar conflitos de nossa economia, mas em sade, eu diria ser absolutamente fundamental. Portanto, a sade necessita de governana no s pela garantia da gesto, mas, sobretudo, como garantia de sua sustentao.

    7Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • em fo

    co

    Em entrevista ao Panorama Anahp, Paulo Barreto, Superintendente do Hospital So Lucas (SE) fala sobre as oportunidades de crescimento do setor suplementar de sade no Nordeste e os desafios de infraestrutura da regio

    O sistema privado de sade no Brasil cresceu muito nos ltimos anos. Dados da Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) somam 49,2 milhes de beneficirios em junho de 2013, mais de 25% da populao do pas. Entre as regies que apresentam maior crescimento, o Nordeste est entre as primeiras, com 6,6 milhes de beneficirios, 13,5% do total de usurios de planos de sade no pas.Com 53 milhes de habitantes, a regio Nordeste do pas composta por nove unidades federativas: Bahia, Pernambuco, Cear, Piau, Maranho, Alagoas, Sergipe, Paraba e Rio Grande do Norte e representa uma fatia importante do sistema suplementar de sade. Entre junho de 2012 e 2013, enquanto o nmero de beneficirios cresceu 2,7% no Brasil, na regio Nordeste esse ndice foi de 5,6%. Para entender a importncia e representatividade do Nordeste para a sade suplementar, Paulo Barreto, Superintendente do Hospital So Lucas de Aracaj (SE), compartilha a sua viso de futuro e os desafios na sade para uma das regies que mais crescem economicamente no pas.O Nordeste, por estar menos maduro, oferece perspectivas de crescimento acima de outras regies, e isso bom. Por outro lado, lidamos com dficit de infraestrutura e de pessoal, especialmente mdicos. Nessa perspectiva, h espao para empreender com responsabilidade no setor suplementar, comenta Paulo.O Superintendente do Hospital So Lucas de Aracaj (SE), ainda aborda a sua trajetria profissional na sade, os investimentos da instituio em expanso para atender o crescimento da demanda por servios de sade na regio e a atuao da Anahp no sistema de sade. Acho que as diretrizes aprovadas, sobretudo de buscar mais relevncia poltica, algo que precisamos aprofundar, j que representamos organizaes que sempre demonstraram grande compromisso com as suas respectivas comunidades. Precisamos interferir na conduo do setor, que de relevncia pblica e para o qual temos excelentes credenciais, afirma.

    Acompanhe a entrevista na ntegra.

    O modelo de negcio focado no consumo est sendo posto em cheque, mas no h ainda grandes alternativas para substitu-lo.

    9Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • em foco Poderia nos descrever rapidamente a sua trajetria

    profissional na sade?Sou de uma famlia de mdicos e minha atuao como engenheiro sempre esteve relacionada ao setor de sade. Trabalhei em grandes empresas de tecnologia com foco na rea mdica e desenvolvimento de sistemas para o setor hospitalar. Desde 1997 atuo no Hospital So Lucas, de Sergipe, em princpio nas reas de Qualidade e Tecnologia da

    Informao, e h 11 anos como CEO.

    Em sua opinio, quais os principais problemas do sistema privado de sade? O senhor entende que esses problemas so sentidos pelas diferentes regies do pas da mesma maneira?A maior parte dos problemas semelhante, inclusive o mundo os sente da mesma forma. Sade no um negcio como outro qualquer. Tem muito de misso e vocao, mas precisa ser vivel e at estimulante. Hoje observamos muitos mdicos frustrados por terem se desviado das suas escolhas pessoais. Quem est nesse setor, de maneira sria, vibra quando resolve um caso complicado, cujo prognstico era restrito. Acontece que o sistema no estimula exatamente esse comportamento no longo prazo, fazendo com que muitos bons profissionais fiquem pelo caminho, reduzindo suas participaes, por se sentirem alheios a tanta burocracia e at desproporo dos incentivos frente aos esforos. Como consequncia, o setor como um todo aparenta estar dissociado das demandas da comunidade que atende.

    Qual a sua percepo sobre a sade no Nordeste? H particularidades em relao s demais regies do Brasil?O Nordeste, por estar menos maduro, oferece perspectivas de crescimento acima de outras regies, e isso bom. Por outro lado, lidamos com dficit de infraestrutura e de pessoal, especialmente mdicos. Nessa perspectiva, h espao para empreender com responsabilidade no setor suplementar.

    Qual a sua avaliao sobre o modelo de sade praticado no Brasil hoje?O perfil epidemiolgico e de consumo sofreu uma revoluo nos ltimos anos e os players ainda esto com dificuldade de alinhar interesses para atender ao cliente/paciente e sua famlia. O modelo de negcio focado no consumo est sendo posto em cheque, mas no h ainda grandes alternativas para substitu-lo. Premia-se pouco a capacidade dos bons mdicos e hospitais de solucionarem os grandes desafios de sade, tentando nivelar tudo e todos numa espiral sem fim de redues de preos e cortes. Isso tem afastado os melhores profissionais dos hospitais, portanto dos casos mais complexos.

    Em sua opinio, qual o papel do setor privado no sistema pblico de sade?O setor privado geralmente mais racional no uso dos recursos quando comparado ao setor pblico. Dessa forma, a integrao da capacidade gerencial da esfera privada com incentivos apropriados vindos do sistema pblico pode elevar a capacidade assistencial, alcanando melhor desempenho.

    Quais os principais projetos atuais e futuros para o Hospital So Lucas?Estamos investindo fortemente na assistncia segura e vivel. Nossos projetos envolvem desde a ampliao de leitos e aquisio de equipamentos a investimentos em treinamento e dilogo permanente entre as equipes tcnicas.

    A integrao da capacidade gerencial da esfera privada com incentivos apropriados vindos do sistema pblicos pode elevar a capacidade assistencial, alcanando melhor desempenho.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados10

  • em fo

    co

    O So Lucas o nico hospital de Sergipe com acreditao. Em sua opinio, as instituies de sade esto se preocupando mais com a qualidade dos servios prestados? Sim, somos os nicos acreditados h cerca de oito anos. Percebemos, no entanto, a busca de todas as instituies por qualidade e segurana, o que bom para o setor e, sobretudo, para o cliente.

    Qual a importncia desses processos de acreditao para os hospitais e para os pacientes?Quando o processo feito de forma genuna, ele se torna uma ferramenta de gesto na busca pela melhoria contnua. Proporciona um olhar mais crtico das equipes para o que ainda precisa ser aprimorado e cria a possibilidade de comparao mais isenta, j que a maioria de ns sempre acha que faz o melhor.

    Qual a sua viso em relao ao trabalho desenvolvido pela Anahp? O senhor entende que a Associao desempenha um papel importante na sade?A Anahp um belo sobrenome para um hospital. Os requisitos de entrada so exigentes e o setor respeita as opinies da Associao. Entendo que, assim como em nossas organizaes, preciso sempre avanar. Acho que as diretrizes aprovadas, sobretudo de buscar mais relevncia poltica, algo que precisamos aprofundar, j que representamos organizaes que sempre demonstraram grande compromisso com as suas respectivas comunidades. Precisamos interferir na conduo do setor, que de relevncia pblica e para o qual temos excelentes credenciais.

    Sade no um negcio como outro qualquer. Tem muito de misso e vocao, mas precisa ser vivel e at estimulante.

    Como o So Lucas tem se preparado para atender crescente demanda do setor? Quais os investimentos da instituio em expanso?Primeiramente cuidamos do fator humano. Investimos muito nas pessoas e somos considerados escola para muitos profissionais da rea. Buscamos tambm fazer com que essa capacitao se reverta em segurana para o paciente, por isso investimos sistematicamente em qualidade e somos, inclusive, acreditados pela Organizao Nacional de Acreditao (ONA III) e pela Acreditao Canadense. Como consequncia, temos sido premidos a crescer, ampliando o nmero de leitos e atendimento ambulatorial para atendermos a demanda.

    11Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • sad

    e su

    plem

    entar

    A qualidade da assistncia prestada aos beneficirios de planos de sade um problema recorrente no setor privado e uma das principais queixas nos canais de atendimento ao pblico disponibilizados pela Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) e nos rgos de defesa do consumidor. Em 2008, para incentivar a melhoria da qualidade assistencial dos prestadores de servios que atuam no setor, foi constitudo um Grupo Tcnico de carter consultivo que contou com a participao dos principais atores do setor e teve a coordenao da Gerncia de Relaes com Prestadores de Servios da ANS. O trabalho desse grupo resultou na Resoluo Normativa n 275, publicada em novembro de 2011, que originou o Programa de Qualificao de Prestadores de Servios na Sade Suplementar (Qualiss).O Qualiss tem como principal finalidade monitorar o desempenho assistencial dos prestadores de servios de sade, assim como j acontece com as operadoras de planos de sade desde 2006. O Programa tem como premissa que a exposio pblica dos resultados assistenciais pode elevar a qualificao dos prestadores por meio da instituio de uma competio positiva no setor, explica Raquel Lisboa, Coordenadora do Qualiss.Para a definio dos critrios a serem utilizados na qualificao dos prestadores, a ANS instituiu em 2011 um comit gestor, que conta com a participao de representantes da Anahp, dos prestadores, consumidores, operadoras, instituies de ensino e pesquisa, da Anvisa e do Ministrio da Sade. O Programa utiliza indicadores de efetividade, eficincia, equidade, acesso, centralidade no paciente e segurana, tendo como base as dimenses de qualidade em sade, estabelecidas a partir da literatura especializada.O objetivo do Qualiss promover a disseminao de dados assistenciais dos prestadores de servios na sade suplementar para a sociedade, visando o aumento de sua capacidade de escolha, alm de fomentar iniciativas para a melhoria do desempenho das instituies e da qualificao da rede credenciada, explica Raquel.

    O Programa foi estruturado em dois componentes:

    Divulgao da Qualificao dos Prestadores de Servios

    A partir da Poltica de Divulgao da Qualificao dos Prestadores de Servios na Sade Suplementar, as informaes sobre acreditao de qualidade, especialidades e ttulos dos mdicos sero divulgados no manual de credenciados das operadoras de planos de sade atravs de cones com a identificao da entidade acreditadora e ttulos ao lado das instituies e do nome dos mdicos.

    Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Servios

    O Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Servios consiste em um sistema de medio que avalia a qualidade dos prestadores de servio na sade suplementar por meio de indicadores que possuem validade, comparabilidade e capacidade de classificao dos resultados.

    O Programa tem como premissa que a exposio pblica dos resultados assistenciais pode elevar a qualificao dos prestadores por meio da instituio de uma competio positiva no setor, Raquel Lisboa.

    13Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • sade suplementar

    Em janeiro de 2013 a Agncia iniciou o projeto piloto do Mdulo Indicadores Hospitalares, que conta com a participao voluntria de 66 hospitais. Observamos que o Qualiss tem gerado uma significativa mobilizao nos hospitais participantes, tanto no sentido da busca pelas informaes referentes aos indicadores e na preocupao com os resultados, como tambm, por vezes, na alterao de suas estruturas e processos de trabalho para atender aos requisitos do Programa, comenta Raquel.De acordo com Juliana Martins, Enfermeira da Qualidade da Casa de Sade So Jos (RJ), uma das instituies voluntrias no projeto piloto, o Qualiss tem sido percebido de forma positiva no hospital. A iniciativa promove uma avaliao contnua dos processos de trabalho e servios, comparando os desempenhos e identificando oportunidades de melhoria para todos, compartilha.Para Cibele Quaranta, Coordenadora da Qualidade do Hospital Nipo-Brasileiro (SP), tambm participante do projeto piloto, o benchmarking entre as instituies e o monitoramento da qualidade dos servios hospitalares de forma sistemtica sero ganhos importantes para o setor.A participao dos hospitais voluntrios no Estgio de Avaliao Controlada do Qualiss tem correspondido s expectativas do Programa, especialmente no que tange busca pela melhoria da qualidade assistencial, uma vez que os indicadores selecionados contemplam reas crticas, como o servio de pronto-atendimento, unidades de terapia intensiva, o SAME, entre outras, completa Raquel.

    Os prximos passos do projeto piloto consistem nos ajustes necessrios dos indicadores testados, na publicao de uma Instruo Normativa contendo as regras para participao no Programa e, ento, iniciar a fase de generalizao do uso dos indicadores para os prestadores interessados em participar do Programa, alm da obrigatoriedade para os hospitais de rede prpria.De acordo com Raquel, a partir de setembro as operadoras com mais de 100.000 beneficirios devem fazer a divulgao da qualificao dos prestadores de servios em seus portais na internet, seguindo a padronizao definida pela ANS. Em maro de 2014 a divulgao tambm deve ser realizada em meio impresso (guias de credenciados). Cabe esclarecer, que o Programa ainda no est completamente implementado, portanto o cone Q, referente ao Qualiss, ainda no poder ser utilizado, refora.Quando o Programa estiver totalmente implementado e amadurecido os resultados individuais por hospitais sero divulgados e disponibilizados para consulta no portal da Agncia Reguladora. A participao no Qualiss ser obrigatria apenas para os hospitais de redes prprias de operadoras. A adeso de instituies privadas independentes voluntria e no h previso para se tornar mandatria.

    Acreditao de servios de sade com identificao da entidade acreditadora

    Reconhece que o hospital respeita os padres de qualidade e desempenho adequados ao seu tipo de atendimento.

    Metodologias:

    Padro nacional de qualidade

    Instituio acreditada pela Organizao Nacional de Acreditao (ONA).

    Padro internacional de qualidade

    Instituio acreditada pelo Consrcio Brasileiro de Acreditao (CBA), por meio do manual da Joint Commission International (JCI), acreditadora norte-americana.

    Participao no Sistema de Notificao de Eventos Adversos (Notivisa) da Anvisa

    A participao no Notivisa demonstra que o hospital comunica Anvisa os casos confirmados ou suspeitos de efeitos inesperados, que podem variar de alergia a bito, por exemplo.Problemas em relao a produtos ou aparelhos utilizados em hospitais tambm so comunicados.

    Participao no Programa de Monitoramento da Qualidade dos Prestadores de Servios na Sade Suplementar (Qualiss) da ANS

    Programa da ANS que monitora, avalia e divulga o desempenho dos prestadores de servios hospitalares no setor de planos de sade.

    Padro internacional de qualidade

    Instituio acreditada pelo Instituto Qualisa de Gesto (IQG), por meio do manual da Accreditation Canada, acreditadora canadense.

    Projeto Piloto

    Prximos Passos

    Conhea os cones de identificao dos prestadores de servios hospitalares

    A iniciativa promove uma avaliao contnua dos processos de trabalho e servios, Juliana Martins.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados14

  • Anahp tem novo Diretor Executivo Com ampla experincia no mercado privado de sade, Carlos Figueiredo assumiu em setembro a Diretoria Executiva da Anahp. Durante a sua carreira, o executivo passou por instituies representativas do setor.Figueiredo administrador, ps-graduado em polticas pblicas e especialista em regulao. Possui experincia no setor de telecomunicaes, trabalhando em grandes empresas multinacionais e nacionais, como Alcatel e Embratel. Na sade atuou na agncia reguladora do setor. Alm disso coordenou projetos sobre a remunerao de hospitais e qualificao de prestadores de servios de sade.Com uma viso abrangente do mercado privado de assistncia sade, acreditamos que Figueiredo poder trazer significativa contribuio para o fortalecimento da Associao no setor e para a consolidao do trabalho desenvolvido pela entidade, especialmente no desenvolvimento de iniciativas que colaborem com a gerao de competncias, comunicao e representatividade da Anahp, comenta Francisco Balestrin, Presidente do Conselho de Administrao da Anahp.

    Figueiredo poder trazer significativa contribuio para o fortalecimento da Associao no setor e para a consolidao do trabalho desenvolvido pela entidade, comenta Francisco Balestrin.

  • Ncleo de Estudos e Anlises da Anahp (NEA) comemora dois anos de atividadeCriado em 2011, o Ncleo de Estudos e Anlises da Anahp (NEA) nasceu para suprir a necessidade de avaliaes macroeconmicas, com uma viso setorial do mercado brasileiro de sade. O Sensor foi o primeiro produto desenvolvido pelo NEA e consiste na anlise dos principais indicadores do setor, abordando os desafios e oportunidades na sade. Com periodicidade trimestral, a prxima edio do Sensor est prevista para ser lanada em novembro.O Mapa de Operadoras de Planos de Sade (MOP) mais uma iniciativa do NEA e tem como principal finalidade proporcionar uma anlise anual do panorama econmico-financeiro das principais operadoras de planos de sade do pas.O Painel Sade em Nmeros outra publicao trimestral que rene de forma simples e de fcil entendimento dados de diversas fontes, como Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), Ministrio da Sade, Organizao Mundial de Sade (OMS) e Sistema Integrado de Indicadores Hospitalares Anahp (SINHA). O objetivo da Associao que o Painel seja uma fonte de consulta e referncia para hospitais membros, especialmente entre os principais gestores.Alm das publicaes, o NEA tambm desenvolve anlises de mercado e notas tcnicas referentes a temas importantes que impactam o setor sade. Os documentos elaborados so apresentados em audincias pblicas e levados para a discusso da sociedade, com o intuito de contribuir para a busca de alternativas viveis para os problemas de sade no pas, como a necessidade de investimentos e financiamento do setor, por exemplo.

    Internacionalizao da AnahpEm 2012, a internacionalizao da Anahp foi um dos marcos estratgicos definido para a atual gesto. A partir dessa necessidade identificada pelos hospitais membros, a Associao estabeleceu maior proximidade com algumas entidades internacionais do setor sade, como a Federao Internacional de Hospitais (International Hospital Federation IHF), para benchmarking dos modelos de gesto na sade e uso de tecnologias.Em 2013, durante o 38 Congresso Mundial de Hospitais, em Oslo, na Noruega, o Presidente do Conselho de Administrao da Anahp, Francisco Balestrin, foi eleito membro do Conselho de Administrao da IHF (2013-2015).Essa parceria tambm despertou o interesse de outros pases em conhecer melhor o sistema brasileiro de sade. Durante o 2 Congresso Nacional de Hospitais Privados (CONAHP), em outubro, membros da IHF participam do evento para discutir os desafios gerenciais e tecnolgicos dos sistemas de sade no mundo a partir do envelhecimento populacional.

    Anah

    p po

    r den

    tro

    Da esquerda para a direita: Francisco Balestrin - Presidente da Anahp, Kwang Tae Kim - Presidente da IHF e Jos Carlos Abraho - Presidente da CNS.

    17Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • Tecnologias que acompanham condies de sade distncia podem ajudar pacientes a alcanar uma vida mais independente e reduzir custos

    Acesse a publicaco completa no site da Anahp por meio do QR CODE acima.

  • tecn

    ologia

    e s

    ade

    Iniciativa proporciona mais segurana dos processos e garantia da qualidade dos produtos

    A rastreabilidade uma tendncia mundial na cadeia farmacutica face ao aumento na falsificao. Estima-se que 50% dos medicamentos comercializados no mundo por sites irregulares so falsificados, afirma Marcelo Libhardt.

    19Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • tecnologia e sade A rastreabilidade de medicamentos foi instituda por lei em 2009 e desde ento o tema tem sido discutido no mbito da Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa). A principal finalidade dessa iniciativa zelar pela qualidade, segurana e eficcia dos medicamentos, evitando o contrabando e a falsificao.O cdigo de barras bidimensional, tambm chamado Datamatrix, foi a tecnologia definida para garantir a rastreabilidade dos medicamentos comercializados no Brasil. Este padro, mundialmente utilizado, permite a identificao de vrias caractersticas e informaes dos produtos, por meio de uma codificao que garante a rastreabilidade do medicamento desde o incio do processo produtivo at o uso final.A rastreabilidade uma tendncia mundial na cadeia farmacutica face ao aumento na falsificao. Estima-se que 50% dos medicamentos comercializados no mundo por sites irregulares so falsificados, afirma Marcelo Libhardt, Diretor de Econmicos da Interfarma.

    Segundo Alessandra Pineda, Farmacutica Responsvel do Hospital Alemo Oswaldo Cruz (SP), a tecnologia Datamatrix a que melhor atende o segmento hospitalar, pois a impresso do cdigo de identificao pode ser aplicada em pequenas superfcies como o blister de um comprimido. Devido a sua dimenso diminuta e grande capacidade de armazenar informaes, permite a identificao individualizada de ampolas, comprimidos etc, diretamente da indstria farmacutica, possibilitando a rastreabilidade, autenticidade e minimizando erros potenciais no processo de identificao e distribuio, explica.Para Marcelo, alm da segurana do paciente, a rastreabilidade poder proporcionar ganhos substancias no eventual recall de produtos, reduo no roubo de cargas e consequente reduo nos preos dos seguros, na melhor eficincia logstica da cadeia e diminuio dos desvios nos sistemas pblico e privado.Outro ponto abordado por Alessandra diz respeito importncia da rastreabilidade para os processos de acreditao hospitalar. A rastreabilidade de medicamentos uma premissa para os processos de acreditao e certificao, comenta.

    De acordo com Marcelo o prazo para adequao da indstria farmacutica dever ser definido por Resoluo da Diretoria Colegiada da Anvisa ainda este ano. Provavelmente esse prazo se iniciar em um ou dois anos e ser concludo em at quatro anos, comenta.Em abril a Anvisa encaminhou para consulta pblica a proposta para o Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM), com prazo inicial de seis meses para adequao da indstria. Este ponto foi vastamente discutido e contestado na ltima audincia pblica e acreditamos que o prazo ser estendido conforme solicitado pelo mercado regulado, explica Patrcia Botelho Amaral, Assessora de Solues de Negcios da GS1 Brasil, entidade responsvel pela disseminao de padres globais de tecnologia de identificao para o gerenciamento da cadeia de suprimentos.A Anahp entrou em contato com a Anvisa e foi informada pela assessoria que no h deliberaes sobre o assunto, mas o tema deve entrar na pauta da diretoria nos prximos meses.

    Benefcios

    Adequao

    A rastreabilidade de medicamentos uma premissa para os processos de acreditao e certificao comenta Alessandra Pineda.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados20

  • tecn

    ologia

    e s

    ade

    Segundo Patrcia, a cadeia precisar investir em tecnologia para impresso e verificao do cdigo Datamatrix. A fabricante ou importadora sero responsveis por gerar e dispor em cada embalagem de medicamento um nmero chamado de Identificador nico de Medicamento (IUM). No final da linha de produo, cada embalagem deve receber um cdigo de barras padronizado que remeter a todos os IUMs que esto dentro daquela caixa. Para os demais elos da cadeia, ser necessrio adquirir os leitores bidimensionais para a leitura do cdigo, explica.Para Marcelo, apesar dos custos para a cadeia e principalmente para a indstria, a expectativa que os investimentos sejam revertidos em mais segurana para o consumidor, uma gesto mais eficiente da logstica e dos estoques e diminuio dos roubos de cargas. O Diretor de Econmicos da Interfarma ainda ressalta que apesar do governo ter acenado com a possibilidade de financiar a implantao da rastreabilidade de medicamentos com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), ainda no h nada concreto nesse sentido.De acordo com Alessandra, o Hospital Alemo Oswaldo Cruz

    investiu cerca de R$ 70 mil para implantao do recurso, considerando a aquisio dos leitores de cdigo de

    barras bidimensionais, impressoras, coletoras de dados e infraestrutura wireless. Com a adeso ao

    sistema de identificao, tivemos uma reduo significativa nos gastos e em apenas seis

    meses recuperamos o valor investido nos equipamentos necessrios. Quando

    consideramos o retorno em relao qualidade do processo ainda mais notrio em termos de otimizao, diminuio de retrabalho e erros potenciais, compartilha. Apesar da rastreabilidade de materiais mdicos no estar prevista para a primeira fase do projeto, algumas empresas se anteciparam e j esto utilizando a simbologia para estes produtos. A tecnologia utilizada a mesma dos medicamentos, neste sentido todos saem

    ganhando: hospital, pacientes e os prprios fornecedores, pois

    o monitoramento por meio da tecnovigilncia se torna mais eficaz,

    completa Alessandra.

    Segundo Patrcia, o sistema de rastreabilidade ainda visto pela indstria como um custo e no como investimento. Mudanas em processos e sistemas geram resistncia, mas haver uma srie de benefcios para o paciente, como segurana e garantia da autenticidade, menciona.Alessandra refora que vrias instituies hospitalares demonstram interesse na tecnologia de rastreabilidade e alguns fornecedores j utilizam a simbologia Datamatrix nas linhas de produo. Atualmente temos cinco fornecedores no mercado que adotaram a simbologia Datamatrix na menor unidade e so considerados referncia no critrio de seleo de produtos pelos hospitais que j possuem rastreabilidade, comenta.Acredito que as indstrias que estiverem mais prximas das instituies de sade sero capazes de desenvolver produtos mais alinhados a nossa realidade, portanto quanto mais a indstria farmacutica conhecer a logstica interna de seus produtos at o momento da administrao a beira leito, ser possvel desenvolver produtos e embalagens cada vez mais seguras, cujo mercado dar preferncia, explica Alessandra.Patrcia refora que apesar da definio do Datamatrix, ainda falta padronizao referente formatao do contedo a ser inserido no cdigo de barras. Regras que no seguem padres mundialmente adotados podero criar custos e complexidades desnecessrias. A adoo de padres globais garante a facilidade de implementao, ampla disponibilidade de solues e equipamentos e suporte tcnico s empresas, finaliza.

    Investimentos

    Desafios

    Com a adeso ao sistema de identificao, tivemos uma reduo significativa nos gastos e em apenas seis meses recuperamos o valor investido nos equipamentos necessrios, completa Alessandra Pineda.

    21Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • No dia 20 de agosto a Anahp realizou em Porto Alegre (RS) o ltimo evento da srie de Seminrios sobre Envelhecimento populacional e as repercusses na atividade hospitalar e na gesto da assistncia. A discusso promovida nas principais capitais brasileiras em 2013 teve como principal finalidade conhecer as dificuldades das diferentes regies do pas e compartilhar iniciativas para lidar com o envelhecimento populacional.A populao est envelhecendo e no estamos preparados para atender a demanda por servios de sade. A liderana do setor privado fundamental nesse processo, por isso estamos reunidos, em busca de alternativas viveis para a sade, explica Francisco Balestrin, Presidente do Conselho de Administrao da Anahp.A abertura oficial do evento tambm contou com a participao do Deputado Pedro Westphalen, Presidente da Assembleia Legislativa Gacha; Claudio Seferin, Diretor-superintendente do Hospital Me de Deus (RS) e Fernando Torelly, Superintendente do Hospital Moinhos de Vento (RS). O envelhecimento populacional um processo irreversvel e a falta de planejamento o que mais nos preocupa. Precisamos de uma gesto mais eficiente e financiamento para o setor. O Parlamento precisa estar presente para que novas polticas sejam desenvolvidas neste sentido, refora o Deputado.

    ltimo evento da srie Seminrios Anahp rene cerca de 200 participantes em Porto Alegre

  • even

    tos

    O envelhecimento populacional um processo irreversvel e a falta de planejamento o que mais nos preocupa. Precisamos de uma gesto mais eficiente e financiamento para o setor, Pedro Westphalen.

    23Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • eventos

    Para Mria Lcia Lebro, Professora Titular do Departamento de Epidemiologia da Faculdade de Sade Pblica da USP, o mundo vive uma transformao na sade e uma evoluo demogrfica. A expectativa de vida ao nascer no Brasil alcanou 73 anos em 2010, um acrscimo de mais de 11 anos em relao a 1980, segundo dados recentes do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), comenta.A professora ainda chama a ateno para a taxa de reposio em relao natalidade. Hoje a taxa de fecundidade de 1,9 filho por mulher, mas a taxa de reposio populacional de 2,1 filhos por mulher, explica.A transio epidemiolgica provocada especialmente pelo envelhecimento populacional tambm foi mencionada por Maria Lcia. Mais de 65% dos bitos em 2010 podem ser atribudos s doenas crnicas no transmissveis, afirma. A palestrante citou ainda as metas estratgicas da Organizao Mundial de Sade (OMS) para o enfrentamento das doenas crnicas no transmissveis at 2025, a mudana do ncleo familiar e a responsabilidade do Estado.

    O impacto do envelhecimento populacional para o sistema de sade nas regies metropolitanas foi tema da mesa redonda moderada por Ary Ribeiro, Superintendente de Servios Ambulatoriais do Hospital do Corao (SP). Entre os principais problemas mencionados pelos participantes do debate, podemos citar a falta de gesto e de integrao do sistema.Para Torelly, o Sistema nico de Sade (SUS) possui o modelo adequado para atender a demanda do envelhecimento populacional, mas falta gesto. A dificuldade da sade pblica no o modelo, mas a sua execuo, explica. O palestrante citou o Projeto Sistema Regional Hospital Restinga, no qual o modelo de ateno do SUS tem sido implementado e administrado pelo Hospital Moinhos de Vento.Fbio Gastal, Superintendente Mdico-assistencial do Hospital Me Deus (RS) apontou as prprias diferenas regionais como um fator importante para estruturao das polticas pblicas. No relatrio da Organizao das

    O envelhecimento populacional

    Os impactos do envelhecimento nas regies metropolitanas

    Naes Unidas (ONU), Porto Alegre consta com o melhor ndice de desenvolvimento humano (IDH) entre as cidades brasileiras com mais de 500 mil habitantes, no entanto, h regies da cidade que no proporcionam acesso adequado aos servios de sade, comenta.Segundo Paulo Roberto Soares, Diretor de Provimento Sade da Unimed Porto Alegre, a contribuio dos idosos passar de 27% do gasto assistencial total em 2010 para 42% em 2030. A internao, que j representava 53% dos gastos dos idosos em 2010, passar a representar 56% em 2030. O atendimento do idoso vive uma reestruturao do modelo, com foco na preveno, programas especficos e gerenciamento de pacientes crnicos. No adianta construir hospitais especializados, precisamos primeiro partir para uma discusso estrutural, comenta.Tatiana De Nardi, Representante da Secretria Municipal de Sade falou sobre a preocupao com as doenas crnicas no transmissveis, as iniciativas para conscientizar a populao para uma vida mais saudvel e as polticas implementadas pela Secretaria. Precisamos trabalhar com o fortalecimento da famlia e a viso social do idoso, explica.

    Da esquerda para a direita: Fbio Gastal, Tatiana De Nardi, Fernando Torelly, Roberto Soares e Ary Ribeiro.

    Hoje a taxa de fecundidade de 1,9 filho por mulher, mas a taxa de reposio populacional de 2,1 filhos por mulher, Mria Lcia Lebro.

    A dificuldade da sade pblica no o modelo, mas a sua execuo, Fernando Torelly.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados24

  • Nossos idosos so maltratados na poltica pblica e ns ainda estamos em fase de convencimento dos gestores, Marlia Berzins.

    ev

    ento

    s

    O desenvolvimento do modelo assistencial com foco no paciente e na famlia tambm foi discutido durante o Seminrio. Ivana Siqueira, Superintendente de Atendimento e Operaes do Hospital Srio-Libans (SP) e Elenara Ribas, Gerente de Pacientes Internos do Hospital Me de Deus (RS) mencionaram a importncia da equipe multidisciplinar no ciclo de atendimento do paciente. No hospital Srio-Libans (SP) foi desenvolvido um modelo de assistncia que privilegia a integrao multidisciplinar, com a descentralizao do atendimento das necessidades comuns e a centralizao e coordenao do atendimento das necessidades especializadas, alm de processos assistenciais compartilhados e nfase na comunicao. A Superintendente da instituio compartilhou ainda a experincia bem-sucedida do hospital com a insero da equipe de hospitalidade no time assistencial, proporcionando um atendimento mais ativo e personalizado para o paciente. Temos trabalhado com o desenvolvimento de protocolos focados e deciso compartilhada. O nosso grande desafio tem sido a comunicao, que um dos principais motivos de eventos adversos, explica Elenara.A capacitao dos profissionais da equipe assistencial tambm foi mencionada como fundamental pelas participantes do debate.

    A necessidade de investimentos em aes de promoo e preveno de sade foi unanime entre os participantes do Talk Show Interativo que contou com a presena de Antonio Antonietto, Gerente de Relacionamento Mdico do Hospital Srio-Libans (SP), Marilia Berzins, Diretora do Observatrio de Longevidade Humana e Envelhecimento (OLHE), Carlos Figueiredo, ento Gerente da Agncia Nacional de Sade Suplementar (ANS) e Fabio Gastal.Os hospitais foram projetados para atender pacientes com patologias agudas. Os idosos precisam de um cuidado diferenciado que no papel apenas das instituies de sade. Temos que colocar na agenda

    A importncia dos times assistenciais

    Tendncias e perspectivas

    da sade suplementar a promoo e preveno e todas as outras iniciativas que possam contribuir com a melhoria da gesto, comenta Fbio.As redes integradas foram citadas por Carlos como uma experincia positiva em outros pases. A Agncia tem incentivado as operadoras a investir em programas de preveno. Algumas iniciativas j foram implantadas, mas evoluram de forma bastante tmida. Para as operadoras tambm difcil propor solues, pois elas no tm o contato direto com o paciente, por isso a importncia da participao dos prestadores na construo dessas alternativas, argumenta.Nossos idosos so maltratados na poltica pblica e ns ainda estamos em fase de convencimento dos gestores. Ns jogamos a responsabilidade para uma famlia que no existe mais e o Estado, por sua vez, se ausenta de sua responsabilidade, finaliza Marlia.

    Da esquerda para a direita: Elenara Ribas, Ivana Siqueira e Vnia Rohsig.

    Da esquerda para a direita: Fbio Gastal, Antonio Antonietto, Marilia Berzins e Carlos Figueiredo.

    25Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • Obesidade, hipertenso, diabetes, cncer, problemas do aparelho circulatrio e respiratrio, por acaso voc apresenta alguma dessas patologias? Denominadas doenas crnicas no transmissveis (DCNT), elas representam um grande desafio para a sade, pois so a principal causa de mortalidade no mundo, correspondendo a 63% dos bitos em 2008 segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS). No Brasil, dados de 2012 da pesquisa de Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico (Vigitel) revelam que as DCNT correspondem a 72% das causas de mortes no pas. A prevalncia dessas doenas deve-se, em grande parte, ao aumento da expectativa de vida e as mudanas de comportamento da populao, como hbitos alimentares, sedentarismo e estresse, que so caractersticas da sociedade contempornea. Algumas determinantes como, desigualdades sociais, diferenas no acesso aos bens e aos servios, baixa escolaridade, acesso informao, tambm colaboram para o aumento das DCNT, assim como os fatores de risco como tabagismo, consumo de bebida alcolica, inatividade fsica e alimentao inadequada.Com os processos de transio epidemiolgica e demogrfica, houve uma mudana importante no perfil de morbimortalidade da populao mundial, com predomnio de doenas crnicas no transmissveis (DCNT). Estima-se que nos prximos dez anos, os bitos relacionados s DCNT aumentem 17%, comenta Glucia Berreta Ruggeri, Mdica Endocrinologista do Centro de Sade Ocupacional do Hospital Israelita Albert Einstein (SP).

    Com os processos de transio epidemiolgica e demogrfica, houve uma mudana importante no perfil de morbimortalidade da populao mundial, com predomnio de doenas crnicas no-transmissveis (DCNT). Estima-se que nos prximos dez anos, os bitos relacionados s DCNT aumentem 17%, comenta Glucia Ruggeri.

    be

    m-e

    starPara a OMS, milhares de vidas

    poderiam ser salvas se os fatores de risco, como o cigarro, a bebida e o sobrepeso, fossem evitados e controlados.

    27Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • bem-estar A Pesquisa Nacional de Amostras de Domiclios (PNAD) de 2008

    demonstra que cerca de um tero dos entrevistados (quase 60 milhes de pessoas) afirma ter pelo menos uma doena crnica. Estimativas para o Brasil sugerem que a perda de produtividade no trabalho e a diminuio da renda familiar, resultantes de apenas trs DCNT (diabetes, doena do corao e acidente vascular cerebral) podem levar a uma perda na economia brasileira de US$ 4,18 bilhes entre 2006 e 2015. Segundo Glucia, no Brasil h cerca de 12 milhes de diabticos e 30 milhes de hipertensos. Reforando este cenrio, temos a obesidade, considerada atualmente uma doena crnica grave, com vrias causas e um nmero significativo de complicaes associadas s altas taxas de morbimortalidade. Pela primeira vez na histria, o nmero de pessoas com excesso de peso ultrapassou o de desnutridos. Pelo menos 2,8 milhes de adultos morrem a cada ano resultante do excesso de peso. Alm disso, 44% da carga de Diabetes, 23% da carga de Doena Isqumica do Corao e entre 7% e 41% de determinados tipos de cncer so atribudos ao sobrepeso e obesidade. Estima-se no Brasil, que 16% da populao tenha obesidade e, aproximadamente 50% estejam com excesso de peso, diz.No podemos nos esquecer do aumento na frequncia de cncer de clon, reto e prstata em homens obesos e de vescula, endomtrio e mamas nas mulheres obesas, refora Glucia.Para Lcia Milito, Gerente Mdica do Hospital So Camilo Pompia (SP), esse cenrio impacta diretamente na utilizao de servios de sade, no aumento do tempo mdio de internao, no consumo elevado de medicamentos e necessidade de equipe multidisciplinar nas instituies de sade.De acordo com Glucia, estima-se que o custo total com doenas crnicas no transmissveis nos prximos 20 anos atingir US$ 47 trilhes. Nos Estados Unidos, dados do Frum Econmico Mundial de 2013 apontam que os custos da perda de produtividade por transtornos mentais e doenas cardiovasculares giram em torno de US$ 16 trilhes e US$ 389 bilhes, respectivamente, compartilha.

    Em 2011, o Ministrio da Sade lanou o Plano de Aes Estratgicas para o Enfrentamento das Doenas Crnicas No Transmissveis no Brasil 2011-2022. O objetivo dessa iniciativa o desenvolvimento e a implementao de polticas pblicas efetivas, integradas, sustentveis e baseadas em evidncias para a preveno e o controle das DCNT e seus fatores de risco, incluindo o fortalecimento dos servios de sade.Nesta perspectiva, o Brasil tem priorizado a vigilncia das DCNT, cujo objetivo conhecer a distribuio, magnitude e tendncia das doenas crnicas e seus fatores de risco; a priorizao de aes voltadas para a alimentao saudvel, atividade fsica, preveno ao uso do tabaco e lcool, envelhecimento ativo; expanso da ateno bsica em sade com definio de protocolos e diretrizes clnicas das DCNT, ampliao da ateno farmacutica com a distribuio gratuita de medicamentos para hipertensos e diabticos, ateno s urgncias e ateno domiciliar.

    Impactos para o sistema de sade e para as empresas

    Poltica Pblica

    Pela primeira vez na histria, o nmero de pessoas com excesso de peso ultrapassou o de desnutridos. Pelo menos 2,8 milhes de adultos morrem a cada ano resultante do excesso de peso, refora Glucia Ruggeri.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados28

  • Percentual da populao com 60 anos ou mais

    Norte

    Centro-Oeste

    Nordeste

    Sudeste

    Sul

    Percentual da populao com 3 ou mais doenas crnicas

    Percentual da populao com doenas crnicas

    Doenas crnicas no transmissveis (DCNT) representam um grande desafio para a sade, pois so a principal causa de mortalidade no mundo, correspondendo a 63% dos bitos em 2008 segundo a Organizao Mundial de Sade (OMS)

    Dados Mundiais Dados Brasil

    No Brasil, dados de 2012 da pesquisa de Vigilncia de Fatores de Risco e Proteo para Doenas Crnicas por Inqurito Telefnico (Vigitel) revelam que as DCNT correspondem a 72% das causas de mortes no pas.

    bem

    -esta

    r

  • bem-estar

    Apesar dos dados alarmantes, uma grande parte das doenas crnicas no transmissveis pode ser evitada com medidas bastante simples, como alimentao saudvel, exerccio fsico, alm de evitar o estresse, o consumo de lcool e tabagismo. Para a OMS, milhares de vidas poderiam ser salvas se os fatores de risco, como o cigarro, a bebida e o sobrepeso, fossem evitados e controlados. O cigarro e o fumo passivo, por exemplo, so responsveis por 6 milhes de mortes no mundo todos os anos. De acordo com a Organizao, esse nmero deve subir para 7,5 milhes de pessoas em 2020, representando cerca de 10% de todas as mortes.No Hospital Israelita Albert Einstein foram implementadas estratgias que contemplam desde a promoo sade ao gerenciamento de doenas, tratamento e reabilitao. Programas voltados para a promoo sade, em especial no ambiente de trabalho esto se tornando cada vez mais relevantes nas organizaes. Essas iniciativas beneficiam tanto as empresas, como os colaboradores, proporcionando ambiente de trabalho seguro e saudvel, contribuindo com a imagem da organizao, diminuio da rotatividade de pessoal, reduo do absentesmo, aumento da produtividade, diminuio da sinistralidade do plano de sade, reduo do risco de multas e processos judiciais, alm da reduo do estresse para o colaborador, maior satisfao com o trabalho, percepo de melhores condies de sade, melhora da autoestima e maior adeso ao comportamento seguro, explica Glucia.No Hospital So Camilo Pompeia h uma equipe multidisciplinar responsvel pelo monitoramento de pacientes crnicos para discutir a teraputica em conjunto e propor aes de melhorias institucionais com protocolos especializados de atendimento. Hoje h programas especficos para os pacientes internados e a instituio pretende estender essas aes para os ambulatrios. Temos protocolo para diagnstico e teraputica de pacientes diabticos internados e orientao multidisciplinar com educadores em diabetes, compartilha Lcia.A percepo dos colaboradores participantes dos programas para a melhoria da qualidade de vida e sade bastante positiva nas instituies. Observamos que 100% dos participantes apresentaram melhoria na qualidade de vida e 85,2% melhoria no estado de sade. Esse tipo de iniciativa proporciona amplo impacto socioeconmico, com reduo nos custos em sade, melhoria nos parmetros clnico-metablicos, alm de ganhos no convvio social, produtividade e qualidade de vida dos colaboradores, compartilha Glucia.

    Preveno

    Os programas para a melhoria da qualidade devida proporcionam amplo impacto socioeconmico, com reduo nos custos em sade, compartilha Lcia Milito.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados30

  • www.sanofi.com.br www.sanofipasteur.com.br www.medley.com.br www.genzyme.com.br www.merial.com.br

    SANOFI,UM LDER MUNDIAL E DIVERSIFICADO EM SADE, FOCADO NAS NECESSIDADES DOS PACIENTES

    A estratgia da Sanofi est baseada em trs eixos: intensificar a inovao na pesquisa e desenvolvimento, aproveitar as oportunidades de crescimento externo e adaptar a empresa aos futuros desafios e oportunidades.

    A Sanofi tem pontos fortes fundamentais em sade, com 6 plataformas de crescimento: mercados emergentes, vacinas, consumer health care, diabetes, produtos inovadores e sade animal. Com a aquisio da Genzyme, a Sanofi refora sua presena em biotecnologia e doenas raras.

    Com aproximadamente 110 mil colaboradores em 100 pases, a Sanofi e seus parceiros atuam para proteger a sade, melhorar a vida e responder s necessidades de sade dos 7 bilhes de pessoas em todo o mundo.

    P

    olk

    a D

    ot

    Ima

    ge

    s /

    Ma

    tto

    n Im

    ag

    es

    Anuncio_Instituional_21X29,7cm.pdf 1 23/04/2012 16:33:29

  • sustentabilidade

  • suste

    ntab

    ilidad

    e

    Solues proporcionam retorno positivo para as instituies a partir da reduo dos custos de operao

    As questes ambientais so uma preocupao recorrente entre as empresas e cada vez mais presentes nos diversos setores da economia. H, inclusive, certificaes que comprovam o desempenho das organizaes em relao aos aspectos ambientais. O selo verde, por exemplo, uma modalidade de certificao que atesta que a instituio atende os trs pilares que norteiam a sustentabilidade: responsabilidade social, ambiental e econmica.Cientes da importncia dessa iniciativa para o meio ambiente e perenidade dos negcios, as instituies de sade buscam implantar mtodos e rotinas para otimizar o uso dos recursos naturais, minimizar os impactos ambientais, promover ambientes saudveis, integrar projetos e obras a novas tecnologias mais eficientes, alm de estimular o monitoramento e a avaliao continuada de suas atividades em relao aos impactos ambientais e sade dos colaboradores e usurios. Segundo Jussara Benghi Ruggeri, Responsvel Tcnica pelo Projeto Arquitetnico do Hospital Marcelino Champagnat (PR), a construo civil est entre as atividades

    33Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • sustentabilidade

    humanas que mais causam impactos ambientais no mundo. Dados da Associao Nacional de Arquitetura Bioecolgica (ANAB) demonstram que cerca de 50% dos recursos extrados da natureza so destinados ao setor e, especificamente o Brasil, responsvel pelo consumo de cerca de 40% dos recursos naturais e da energia produzida, 34% da gua, 55% de madeira no certificada, alm de responder pela produo de 67% da massa total de resduos slidos urbanos. Ou seja, o maior impacto ser na preservao dos recursos naturais e na qualidade dos projetos, das construes e da vida em geral, afirma.De acordo com Alexandre Cardoso lvares, Coordenador de Sustentabilidade do Hospital Srio-Libans (SP), no mercado de capitais h diversos estudos que apontam as empresas dentro dos ndices de sustentabilidade nas bolsas de valores como as mais rentveis para os acionistas. um indcio de que o intangvel tem composto o valor econmico da empresa e a sustentabilidade a rea que cuida desses ativos, explica.

    Para Arthur Brito, Diretor Executivo da Kahn, as instituies hospitalares so as principais beneficiadas com os processos associados aos selos verdes. A iniciativa proporciona economia nos custos operacionais, pela reduo do consumo de energia, gua e demais insumos prediais; melhoria na qualidade dos projetos e da construo, a partir das exigncias de integrao de solues de arquitetura e engenharia; melhoria da qualidade do ar interno, exigida pelo selo e, mais importante, alinhamento de princpios, afinal a misso de todo hospital fazer o bem, explica.Metodologias como essa proporcionam resultados que se revertem em economia imediata para as instituies e tambm existem os valores intangveis associados s certificaes. O comprometimento com a melhoria do meio ambiente um fator positivo que tem sido muito valorizado pelos consumidores e isso se reflete diretamente na competitividade da empresa no mercado, afirma Alexandre.De acordo com Lauro Miquelin, Scio-fundador da L+M Gets, os investimentos em conceitos sustentveis pode aumentar os custos de exposio de capital entre 24 a 28% dos investimentos, mas h retorno a partir da reduo dos custos de operao. Um edifcio construdo e operado com foco no uso responsvel de recursos exige investimentos maiores, mas a reduo dos custos de operao pode representar um tempo de retorno abaixo de cinco anos nos investimentos, explica.A demanda por melhor planejamento elimina ineficincias e incompatibilidades, que resultam em economia na construo, explica Arthur. O executivo da Kahn ainda refora que a adaptao de construes mais antigas ao conceito sustentvel tambm vivel.

    O aproveitamento do acervo construdo um dos fatores mais importantes para a sustentabilidade ambiental, estamos

    muito atentos s oportunidades de adaptao de construes existentes, completa.

    De acordo com Lauro, h alguns programas de incentivo para construes sustentveis, mas ainda so incipientes. Existem poucas contribuies eficazes do poder pblico para a mudana de cultura de desperdcio, diz.

    Custo-benefcio

    Existem poucas contribuies eficazes do poder pblico para a mudana de cultura de desperdcio, Lauro Miquelin.

    Panorama Anahp Associao Nacional de Hospitais Privados34

  • suste

    ntab

    ilidad

    e

    Segundo Arthur, a certificao LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), promovida pelo Green Building Certification Institute (GBCI), a mais difundida no mundo e est em processo constante de adaptao para as condies nacionais. O Processo AQUA (Alta Qualidade Ambiental) outro modelo de certificao disponvel no Brasil, concedido pela Fundao Vanzolini.Novos sistemas de certificao, como a DGNB, desenvolvida na Alemanha e o Living Building Challenge tambm esto disponveis no mercado. Esses programas apresentam crescente credibilidade de imagem e resultados e so mais do que apenas sustentveis, comenta Arthur.

    Para Arthur, o Brasil est preparado para a tendncia do mercado de construes sustentveis. Acredito que podemos nos colocar como uma referncia internacional em construes sustentveis, especialmente na rea da sade, afirma.Nossa arquitetura, a engenharia e a administrao de empreendimentos de sade dominam todos os conhecimentos e conceitos necessrios para projetar, construir, equipar e operar ambientes de sade, respeitando os recursos do planeta, menciona Lauro.O Brasil j o quarto pas em nmero de construes sustentveis no mundo. Se mantivermos a tendncia de crescimento, em breve chegaremos terceira posio, atrs apenas dos Estados Unidos e da China, completa Arthur.

    O modelo de certificao ambiental para um hospital exige grande esforo e criatividade, tendo em vista as particularidades de uma instituio que no para nunca de funcionar e tem processos extremamente complexos na prestao de seus servios, compartilha Alexandre.Desenvolvemos dentro do possvel um projeto sustentvel voltado ao aproveitamento de gua da chuva, da ventilao natural e do uso da energia solar. Assumimos o compromisso de termos um edifcio mais eficiente na sua totalidade, obedecendo a critrios de avaliao, como a relao do edifcio com seu entorno, compartilha Jussara. De acordo com Alexandre, o investimento para tornar o hospital sustentvel alto, mas os benefcios merecem destaque, como a reduo do risco de infeco hospitalar, aumento da segurana dos profissionais e mais conforto e bem-estar aos pacientes.

    Certificaes

    Tendncias

    Experincias dos hospitais

    A demanda por melhor planejamento elimina ineficincias e incompatibilidades, que resultam em economia na construo, Arthur Brito.

    35Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • Com mais de 100 anos de atuao no Brasil, a White Martins uma das empresas lderes do mercado de gases industriais e medicinais na Amrica do Sul, presente em mais de nove pases.De acordo com Gilney Bastos, Diretor Executivo de Negcios da White Martins, desde a sua fundao a empresa sempre acreditou no potencial do mercado brasileiro e no parou de investir e crescer. O Brasil representa o maior faturamento da companhia na Amrica do Sul e uma regio estratgica para a empresa, que tem realizado significativos investimentos na construo de novas plantas de gases medicinais e industriais no pas.Bastos mencionou ainda que a White Martins pretende investir em novas solues e produtos para o prximo ano, com intuito de ampliar a participao da companhia no mercado. Nossas expectativas so bastante otimistas. O Brasil um pas propcio para o desenvolvimento de grandes empresas, comenta.

    Nossas expectativas so bastante otimistas. O Brasil um pas propcio para o desenvolvimento de grandes empresas, compartilha Gilney Bastos.

    Segundo executivo da empresa, o pas representa o maior faturamento da companhia na Amrica do Sul

  • A White Martins sempre acreditou no potencial do Brasil e manteve seu plano de investimentos durante os seus cem anos de atuao no pas, diz Gilney Bastos.

    A White Martins uma das empresas lderes do mercado de gases industriais e medicinais da Amrica do Sul. Qual a fatia de mercado da companhia no Brasil? A White Martins representa a Praxair na Amrica do Sul e a maior empresa de gases medicinais e industriais deste continente, com presena no Chile, Uruguai, Paraguai, Bolvia, Colmbia, Peru e Venezuela. No Brasil, nossa capilaridade logstica nos permite fornecer gases industriais e medicinais em todo territrio nacional.

    Em sua opinio, o Brasil proporciona um ambiente propcio para o desenvolvimento de grandes empresas? A White Martins sempre acreditou no potencial do Brasil e manteve seu plano de investimentos durante os seus 100 anos de atuao no pas. Neste perodo, registramos um forte crescimento e acreditamos que o Brasil um pas propcio para o desenvolvimento de grandes empresas.

    Fale um pouco sobre o setor de Gases Industriais e Medicinais no pas. O setor de gases industriais considerado infraestrutura e est presente no processo produtivo de praticamente todos os segmentos da economia. Por isso, importante estarmos preparados para atender a evoluo da demanda das indstrias, pois o fornecimento de nossos produtos acaba impactando diretamente no crescimento do pas como um todo. No segmento hospitalar, o processo de medicalizao dos gases, liderado pela Anvisa, est permitindo que o fornecimento de gases no Brasil apresente o mesmo padro de qualidade e segurana de pases da Europa e Estados Unidos. A White Martins foi a primeira indstria de gases do Brasil a ter autorizao de funcionamento para produo de gases medicinais com grau farmacutico. Essa uma grande conquista.

    A empresa cresceu muito no pas nos ltimos anos? A White Martins pretende continuar investindo no Brasil? Qual o plano de expanso da empresa para 2013 / 2014? A White Martins foi fundada no Brasil em 1912 e construiu uma trajetria de crescimento no mercado brasileiro pautada na confiabilidade e na excelncia de seus servios. O Brasil representa o maior faturamento da companhia na Amrica do Sul e uma regio estratgica para a empresa, que tem realizado significativos investimentos na construo de novas plantas de gases medicinais e industriais no pas. Nossas expectativas so bastante otimistas para o Brasil. Vamos lanar novos produtos e solues para este mercado e pretendemos aumentar ainda mais nossa participao no pas.

    Perfil: Bastos iniciou a sua carreira na White Martins em 1987 como engenheiro na rea de desenvolvimento de novos negcios e, posteriormente, atuou no segmento de gases medicinais. Assumiu a liderana das operaes da companhia na Venezuela, Peru e, desde 2012 est frente da diretoria executiva de negcios da empresa, responsvel pela comercializao de gases liquefeitos para o mercado industrial e medicinal no Brasil.

    perfil

    37Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • Hospital Alemo Oswaldo Cruz (SP) Fortalecendo a tendncia de instituies de sade como centros de formao profissional, o Hospital Alemo Oswaldo Cruz (SP) inaugura sua Escola Tcnica de Educao em Sade (ETES).A ETES tem como misso promover a formao de profissionais com as competncias necessrias para o desempenho de suas atividades com excelncia. Estas competncias so entendidas como a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ao valores, atitudes, conhecimentos e habilidades requeridas pela rea da sade, afirma Jefferson Gomes Fernandes, Superintendente de Educao e Cincias.

    Hospital Nipo-Brasileiro (SP) O Hospital Nipo-Brasileiro (SP) acaba de conquistar o selo de acreditao Nvel III conferido pela Organizao Nacional de Acreditao (ONA). A acreditao contempla requisitos que abrangem desde segurana e gesto integrada at o nvel de excelncia gerencial.Nesse Nvel III conferido pela ONA, os processos esto alinhados e correlacionados s estratgias da organizao, os indicadores apresentam evoluo de desempenho com tendncia favorvel e, principalmente, existem evidncias de melhorias e inovaes decorrentes do processo de anlise crtica, assegurando o comprometimento com a excelncia.

    Hospital Aliana (BA)O Hospital Aliana (BA) passou a utilizar em agosto o sistema de compostagem, processo de transformao da matria orgnica em Hmus. Com o novo sistema, 100% dos resduos orgnicos de origem vegetal produzidos na instituio so descartados de forma sustentvel. H diminuio na quantidade de lixo enviado para os aterros sanitrios e o custo com coleta e o transporte desse processo foi reduzido metade.Segundo o paisagista do Hospital, Eduardo Jobim, alm dessa reduo, o sistema proporciona uma adubao apropriada para o meio urbano. O composto gerado rico em um mineral que aumenta a capacidade de vida do solo, porque melhora o PH, afirmou.O sistema de compostagem foi adotado pelo hospital a partir da implantao do Programa de Gesto Ambiental, que tem por objetivo implantar uma cultura de sustentabilidade em toda a empresa.

  • Hospital 9 de Julho (SP)O Centro de Rim, Diabetes e Cardiologia do Hospital 9 de Julho (SP) investiu R$ 280.000,00 na aquisio de seis mquinas de Hemodiafiltrao. Segundo pesquisas cientficas, a teraputica a mais moderna da atualidade e reduz a mortalidade ligada s sequelas do tratamento dialtico em at 46%. O risco de morte por infeces tambm reduzido em 55%.A Insuficincia Renal, quando os rins vo perdendo a funo de filtragem de impurezas do sangue, est presente em mais de 10 milhes de brasileiros, em graus variados. Quando essa funo est comprometida de forma irreversvel e grave, o paciente precisa iniciar o tratamento dialtico para se manter vivo at conseguir um novo rgo e fazer o transplante renal.

    Hospital Me de Deus (RS) O Centro de Tratamento Intensivo (CTI) do Hospital Me de Deus (RS) abriu sete novos leitos de alta complexidade para adultos. O reforo vem acompanhado de outra importante iniciativa: a criao da CTI Infantil, que estreia com cinco modernos leitos destinados a crianas com idade a partir de um ms. O investimento permitir o atendimento pleno a pacientes de todas as faixas etrias.O CTI do Me de Deus passa a contar com 39 leitos, todos destinados preferencialmente s cirurgias de grande porte e/ou a casos graves. A ampliao da estrutura foi projetada para atender as demandas que necessitam de suporte clnico de alta tecnologia e complexidade.

    Hospital Moinhos de Vento (RS)Dando continuidade ao seu projeto de expanso, o Hospital Moinhos de Vento (RS) inaugura a nova Unidade de Dilise da instituio. Destinada ao tratamento de pessoas que apresentam quadro de Insuficincia Renal Crnica- doena que atinge mais de 10 milhes de brasileiros cujos rins perderam a funo de filtragem de impurezas do sangue - a nova rea contar com quatro mquinas de hemodiafiltrao. nica no Estado, uma terapia que realiza a combinao de hemofiltrao e hemodilise, procedimento mais eficiente que resulta em uma melhor remoo de molcula mdias , responsveis por vrios sintomas da insuficincia renal crnica.

    Hospital Memorial So Jos (PE)O Hospital Memorial So Jos (PE) conquistou o certificado Diamante pelo Programa Integrado de Cirurgia Segura Target Zero, concedido pela 3M em 2013. O Programa visa segurana ao paciente no Centro de Materiais e Esterelizao (CME) e no Centro Cirrgico (CC). Estes dois setores j haviam sido certificados em 2012 em reconhecimento por suas Boas Prticas.Ns tivemos que modificar alguns protocolos para obtermos o certificado. Entre as alteraes que fizemos est o controle de rastreabilidade, que passa a fazer parte do pronturio do paciente, e os protocolos de limpeza. O reconhecimento pela certificao Target Zero um reflexo de aes realizadas em equipe e que se multiplicaram atravs de boas prticas, relata a Coordenadora dos Blocos Cirrgicos e do CME, Mnica Figueiredo. No total, 102 critrios foram avaliados e o HMSJ recebeu o selo graas ao resultado de alto nvel apresentado.

    hosp

    itais

    mem

    bros

    39Panorama AnahpAssociao Nacional de Hospitais Privados

  • CM

    Y

    CM

    MY

    CY

    CMY

    K

    Casa de Sade So JosHospital A. C. CamargoHospital Alemo Oswaldo Cruz Hospital Aliana Hospital AnchietaHospital Bandeirantes Hospital Barra DOrHospital Copa DOrHospital do Corao-HCorHospital e Maternidade BrasilHospital e Maternidade Santa JoanaHospital EsperanaHospital Israelita Albert EinsteinHospital Me de Deus Hospital Mater DeiHospital Memorial So Jos

    Hospital MeridionalHospital Moinhos de VentoHospital Monte SinaiHospital Nipo-BrasileiroHospital Nossa Senhora das GraasHospital Nove de JulhoHospital Porto DiasHospital PortugusHospital Pr-CardacoHospital Quinta DOr Hospital SamaritanoHospital Santa CatarinaHospital Santa GenovevaHospital Santa Joana Hospital Santa LuziaHospital Santa Rosa

    Hospital So Camilo PompeiaHospital So JosHospital So Lucas Hospital So Luiz JabaquaraHospital So Luiz - Unidade ItaimHospital So Lucas de AracajHospital So RafaelHospital Sade da MulherHospital Srio-LibansHospital Vera CruzHospital VITA BatelHospital VITA CuritibaHospital VITA Volta RedondaHospital viValle Real Hospital PortugusVitria Apart Hospital

    Hospital Marcelino ChampagnatHospital MetropolitanoHospital Santa Izabel

    Hospitais Membros Associados Titulares

    Hospitais Membros Afiliados

    Excelncia por princpio!