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“PASSO A PASSO” “PASSO A PASSO” ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS MUNICIPAIS DOS DIREITOS DO IDOSO MUNICIPAIS DOS DIREITOS DO IDOSO Ceará, abril/2011 1

Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

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“PASSO A PASSO”“PASSO A PASSO”ORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIASORIENTAÇÕES PARA REALIZAÇÃO DAS CONFERÊNCIAS

MUNICIPAIS DOS DIREITOS DO IDOSOMUNICIPAIS DOS DIREITOS DO IDOSO

Ceará, abril/2011

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Governo Estadual

Governador Cid Gomes

Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social

Secretário Evandro de Sá Barreto Leitão

Coordenadoria das Políticas Públicas para os Idosos e as Pessoas com Deficiência

Coordenadora Isabel Cristina Pontes de Lima

Conselho Estadual dos Direitos do Idoso - CEDI/CE

Presidente Lucila Bomfim Lopes Pinto

Vice-Presidente Verônica Maciel Medeiros Brito

Secretária Executiva Maria Tereza de Araújo Serra

Comissão Organizadora da III Conferência dos Direitos do Idoso

Coordenação Geral

Lucila Bomfim Lopes Pinto (Presidente)

Verônica Maciel Medeiros Brito (Vice-Presidente)

Maria Tereza de Araújo Serra (Secretária Executiva)

Coordenação Executiva

Ana Lúcia Barbosa Gondim (CMDI Fortaleza)

Antônia Alves dos Santos (CEDI-CE)

Elísio de Araújo Loiola (FOCEPI)

Enoe Araripe Autran (CEDI-CE)

Francisco Gilberto Rodrigues da Silva (STDS)

Francisco Paulo Pimenta Silveira (STDS)

Ingrid Rochelle Rêgo Nogueira (CEDI-CE)

Isabel Cristina de Pontes Lima (Coordenadoria)

Meire Celi Freitas de Aguiar (CEDI-CE)

Neuma da Costa Goes (CEDI-CE)

Níobe Palmeira Fitipaldi (CEDI-CE)

Túlia Fernanda Meira Garcia (CEDI-CE)

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Apoio Técnico – Administrativo da Secretaria Executiva do CEDI-CE e do CEAS-CE

Andrea Leitão Mavignier

Ângela Patrícia Christian

Ariadne Aragão Quixadá felício

Carla Costa Calvet

Davidson Gualberto Sales Borges

Maria Emília Mota Aguiar

Maria Socorro Pinto Carvalho

Mirian Natália Soares Vasconcelos

Rafaelle Ribeiro da Silva

Equipe de Elaboraçâo

DO “PASSO – A- PASSO”

Maria Tereza de Araújo Serra

Lucila Bomfim Lopes Pinto

DOS TEXTOS BASE

Ana Lúcia Barbosa Gondim

Francisco Paulo Pimenta Silveira

Isabel Cristina de Pontes Lima

Lucila Bomfim Lopes Pinto

Maria Tereza de Araújo Serra

Túlia Fernanda Meira Garcia

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SUMÁRIOSUMÁRIO

APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

I. I. CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO..........................07CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO..........................07TEMA GERAL

OBJETIVOS

EIXOS TEMÁTICOS

TEXTOS BASE

II. II. ETAPAS.............. ..................................................................................................61ETAPAS.............. ..................................................................................................611ª ETAPA – PREPARAÇÃO

2ª ETAPA – MOBILIZAÇÃO

3ª ETAPA – REALIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA

4ª ETAPA – RELATÓRIO FINAL

ANEXOS.....................................................................................................................65ANEXOS.....................................................................................................................651. Portaria Conjunta. Convoca a Conferência Municipal

2. Resolução/CMDI. Constitui a Comissão Organizadora da Conferência Municipal

3. Projeto da Conferência Municipal

4. Regimento da Conferência

5. Programação da Conferência Municipal

6. Orientações dos Trabalhos em Grupo

7. Ficha de Credenciamento dos Participantes na Conferência Municipal

8. Controle de Frequência

9. Ficha de Avaliação

10. Declaração de Participação

11. Formulário do Relatório Final

12. Ficha de Inscrição na III Conferência Estadual dos Direitos do idoso

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APRESENTAÇÃOAPRESENTAÇÃO

O CEDI-CE entende que as Conferências são um momento ímpar para a consolidação e atualização

da Política Nacional do Idoso em seus diversos âmbitos, nas quais se confere os esforços

empreendidos para a conquista do envelhecimento ativo e saudável em nosso país.

Nesse sentido, lembra as contribuições das I e II Conferências dos Direitos do Idoso: a primeira

ocorrida em 2006 com o tema: “Construindo a Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa

– RENADI no âmbito do Estado” e a segunda, em 2009 com o tema “ Avaliação da Rede Nacional

de Proteção e Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa: Avanços e Desafios”.

Animados com os resultados já obtidos e com a perspectiva de avançar na garantia da longevidade

com qualidade, a III Conferência Nacional dos Direitos do Idoso, está convocada para o período de

23 a 25 de novembro em Brasília/DF, com o tema “O Compromisso de Todos por um

Envelhecimento Digno no Brasil”, onde “todos”- usuários(as), gestores de políticas públicas e

conselheiros – são chamados a assumir um compromisso efetivo em prol da conquista de um

envelhecimento digno para a população brasileira. Também já estão programadas as etapas

Estadual e Municipal:

• III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso já está convocada para 17 a 19 de agosto, em

Fortaleza-Ce; e a

• Conferências Municipais estão sendo convocadas para o período de 01 de maio a 30 de

junho.

Com o propósito de contribuir para o alcance de melhores resultados na Etapa Municipal da III

Conferência Estadual dos Direitos do Idoso, o CEDI-CE oferece aos Conselhos Municipais este

texto “Passo a Passo das Conferências Municipais dos Direitos do Idoso” construído de maneira

a atender as dificuldades mais frequentes verificadas na realização das Conferências anteriores.

O objetivo deste documento é estimular uma relativa unidade no processo de realização das

Conferências Municipais, culminando na Etapa Estadual onde delegados, convidados e

observadores estarão reunidos para definir as diretrizes e prioridades da Política Nacional do Idoso.

Contudo, vale ressaltar que não há nenhuma intenção do CEDI-CE em interferir na autonomia dos

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Conselhos Municipais na organização das respectivas Conferências, ou de desrespeitar as

diversidade locais.

O texto está organizado em três partes. Na primeira – CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS

DIREITOS DO IDOSO, se apresenta o TEMA GERAL, os OBJETIVOS e os EIXOS

TEMÁTICOS a serem considerados nas discussões. Na segunda – ETAPAS se oferece orientações

para a realização de todas elas. Finalmente, na terceira - ANEXOS, se oferece os textos base e

sugestões de modelos dos documentos a serem utilizados na sua realização e relatoria.

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I. CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSOI. CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO

TEMA GERALTEMA GERAL

“O Compromisso de Todos por um Envelhecimento Digno no âmbito do Municipal”

OBJETIVOSOBJETIVOS

GERALGERAL

Debater temas relevantes focado no envelhecimento, assim como os avanços e desafios da Política

Estadual do Idoso, na perspectiva de sua efetivação.

ESPECÍFICOSESPECÍFICOS

• Sensibilizar a sociedade para a realidade do envelhecimento da população brasileira.

• Mobilizar a população brasileira, especialmente a idosa, para a conquista dos direitos ao

envelhecimento com dignidade.

• Fortalecer o compromisso dos diversos setores da sociedade e do poder público com o

atendimento, a defesa e a garantia dos direitos da pessoa idosa,determinando prioridades

de atuação para os órgãos governamentais, nas três esferas de governo.

• Avaliar a implementação e a efetivação da Política Estadual do Idoso, nas esferas dos

governos municipais e estadual.

EIXOS TEMÁTICOSEIXOS TEMÁTICOS

EIXO I. Envelhecimento e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais

EIXO II. Pessoa Idosa: protagonista da conquista e efetivação dos seus direitos

EIXO III. Fortalecimento e integração dos Conselhos: existir, participar, estar ao alcance,

comprometer-se com a defesa dos direitos dos idosos

EIXO IV. Diretrizes Orçamentárias, Plano Integrado e Orçamento Público da União,

Estados, Distrito Federal e Municípios: conhecer para exigir, exigir para incluir, fiscalizar.

Obs.: Segundo o CNDI, os Municípios e o Estado poderão definir outros sub-eixos,

buscando a efetivação dos direitos dos brasileiros da cidade, do campo e das comunidades

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tradicionais de como envelhecer com: Justiça, Saúde, Previdência Social, Assistência

Social, Educação, Cultura, Esporte, Lazer, Habilitação, Transporte, Acessibilidade e ainda,

para implementar ações efetivas de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa e de

promoção de uma cultura de paz.

TEXTOS BASETEXTOS BASE

CONFERÊNCIA MAGNA

“O COMPROMISSO DE TODOS POR UM ENVELHECIMENTO DIGNO NO ESTADO DO“O COMPROMISSO DE TODOS POR UM ENVELHECIMENTO DIGNO NO ESTADO DO

CEARÁ”CEARÁ”

Isabel Cristina de Pontes Lima 1

RESUMO

Como garantir o envelhecimento digno em uma sociedade cujos valores simbólicos de identidade

constroem uma trama para mecanismos de defesa na busca da jovialidade e negação do

envelhecimento? Este questionamento concorre para inusitados desafios concernentes ao olhar que

Estado e Sociedade direcionam à pessoa idosa no Ceará. Defendemos o pressuposto de que é a

partir desses olhares, que se constroem e (re)constroem as tramas que permeiam as relações

intergeracionais e acabam por determinar nuances para a intervenção governamental na gestão de

políticas públicas direcionadas a esse segmento populacional. Esta discussão se delineia com o

objetivo de apresentar aspectos significativos da realidade presente no Ceará e, a partir desse

contexto, ressaltar a decisão política assumida pelo governo do Estado para o enfrentamento desta

problemática. Trata-se de um artigo de revisão, metodologicamente formulado em temáticas

interdependentes e complementares, cujos achados convergem para sugerir que apesar de todas as

restrições sociais, econômicas e culturais vigentes, promover e assegurar o envelhecimento digno é,

antes de tudo, um dever do Estado cujo cumprimento se revela possível a partir da articulação das

políticas públicas voltadas à satisfação das necessidades dessa população, pela via da garantia de

seus direitos.

Palavras-chave: Envelhecimento, Dignidade, Ceará Acessível.

1 Isabel Cristina de Pontes Lima - Assistente Social, (UECE) Mestre em Planejamento e Gestão de Politicas Públicas (UECE), Assessora Técnica do Gabinete da Primeira Dama do Estado do Ceará – Programa Ceará Acessível.

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1 O Envelhecimento Sob Múltiplos Enfoques

Uma abordagem sobre envelhecimento e tudo o mais que envolve vida, tempo e morte, inclui

necessariamente a compreensão dos valores, estigmas e sistemas sociais, políticos e econômicos

que delineiam a história de diferentes sociedades humanas fomentadas em suas representações

simbólicas e culturais.

A característica humana de ser, estar e agir no mundo adquire contornos diferenciados dependendo

das condições concretas em que a vida se insere. A maneira como as pessoas agem para adequar a

natureza aos seus interesses de sobrevivência influi de modo decisivo na construção das

representações mentais que balizam e explicam a realidade.

Na antiguidade, os seres perfeitos tornavam-se modelos ou paradigmas inteligíveis, imitados pela

arte e cultura de seu tempo, “Os gregos,valorizavam muito o jovem de corpo belo, educado pela

ginástica e pela dança para tornar-se um guerreiro” (Platão, in Chauí, 1995). Em tais circunstâncias,

as arenas de lutas onde se digladiavam os “Spartacus”, eram sólidas construções monumentais em

arquitetura delineada para o teatro competitivo, onde a força e a habilidade no manuseio das armas

era a virtude que merecia o aplauso da política. Fundava-se nas sociedades grega e romana, as

origens dos conflitos imperativos de valores que ao longo do tempo foram sendo disseminados,

concorrendo para a segregação de pessoas idosas.

Mais tarde, acreditava-se que para se chegar à velhice era necessário uma série de atributos

relacionados à sorte, à graça divina ou a outros fatores sobrenaturais. Com o passar do tempo, as

crenças forjadas em poderes místicos não se sustentaram e a ciência veio manifestar-se como a

explicação mais confiável dos fatores inexoráveis e naturais da vida, e o homem moderno passou a

contar com um universo de informações sobre os determinantes de como envelhecer melhor.

Ultrapassados os constrangimentos enfrentados pelas lutas universais com vistas à garantia dos

direitos humanos, novas formulações científicas, filosóficas, éticas e legais passaram a compor a

agenda pública em matéria de relevância.

Pautando-se no pressuposto de que “as pessoas vão se constituindo como sujeitos nas sucessivas

interações e nos diversos espaços discursivos”, Bakhting (1997) sugere que a imagem pública de

cada pessoa se constroi a partir dos “olhos dos outros”. Nessa perspectiva, há sempre o inacabado

em cada ser. A partir do “excedente de visão”, ou seja, do olhar dos outros, cada pessoa é, em si

mesma, incompleta e cada um só existe nas relações com os outros. Como as relações são infinitas,

não se tem nunca um sujeito absoluto. Cada pessoa é sempre resultado de um passado e uma

expectativa do que pode vir a ser no futuro.

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“No mundo moderno, associamos a velhice e, logo, os velhos e as velhas à ausência de

sinais positivos ou à sua perda, como a saúde, a capacidade de produzir, o vigor sexual, a

beleza e a força física e mental. E mais que isso, fazemos a ligação entre as imagens da

velhice e da morte” (Barros, 2006, p.46)

Mesmo com as recentes campanhas públicas voltadas a disseminação de uma nova imagem da

velhice, persiste o peso negativo que culturalmente foi associado a condição do envelhecimento nas

sociedades ocidentais, portanto, essa etapa da vida, assim como os demais momentos do seu curso

são leituras culturais sobre a natureza humana.

A partir da compreensão dos direitos humanos e da concepção de cidadania fundamentada no

reconhecimento das diferenças e no acesso de todos à participação política e social, o mundo

transforma suas premissas e, nessa trajetória, a segregação das pessoas idosas passa a ser negada e

coibida. Nesse novo tempo, se delineiam os caminhos para a acessibilidade de pessoas idosas em

todos os espaços por onde a vida transita. Para tanto, é urgente superar a perspectiva linear das

políticas públicas e sugerir um olhar multifocal que viabilize pensar inclusões, convivências de

ideais, e novas reflexões para que se promova, de fato, a garantia dos direitos das pessoas idosas.

Sem a compreensão dos impactos provocados pelo desenvolvimento demográfico na vida das

sociedades, todas as concepções teóricas e legais perdem significado.

A classificação de envelhecimento, particularmente adotada pela Organização Mundial da Saúde,

norteia a legislação brasileira na utilização do critério etário para definir se uma pessoa é idosa ou

não. Entretanto, ao processo de envelhecimento concorrem, além dos aspectos biológicos e

fisiológicos, outras variáveis, tais como a hereditariedade, o estado emocional e as condições

sócioeconômicas e culturais. A rigor, é a partir da conjugação dessas variáveis que o envelhecimento

transparece de modo singular, em cada indivíduo (Telles e Groisman, 2010, p.1).

Diante da realidade do envelhecimento populacional, o crescimento demográfico analisado a partir

da linha do tempo de vida assume destaque na agenda política internacional porque o aumento da

expectativa de vida, associado à tendência da queda nas taxas de fertilidade passam a produzir

aumento significativo no quantitativo de pessoas com 60 anos ou mais. No Brasil, o envelhecimento

demográfico vem se efetivando de modo acelerado:

Um indicador que mostra o processo de envelhecimento da população brasileira é o

índice de envelhecimento (divisão do numero de idosos pelo de crianças) Em 1980,

existiam cerca de 16 idosos para cada 100 criança. Em 2000, essa relação era de quase

30 idosos para cada criança (IBGE,2000). Para 2040, estima-se que a população idosa

(65 anos ou mais) alcançará um patamar de 18% superior ao de crianças (0 a 14 anos) e

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em 2050, esta relação poderá ser de 172,7 idosos para cada 100 crianças (TELLES E

GROISMAN, 2010, p.2).

Esses indicadores revelam a transformação do perfil etário da população brasileira, evidenciando

também o crescimento do número de idosos com idade superior a 80 anos. Essa realidade concorre

para aumentar a contingência de doenças, complicações e fragilidades que implicam em limitações

funcionais para essas pessoas individualmente e para o planejamento dos gastos públicos em geral.

É necessário então, adequar o orçamento, com vistas à execução de políticas públicas direcionadas

às demandas advindas desse contingente, especialmente àquelas provenientes das áreas da saúde,

previdência e assistência social. Alem desses indicadores, estudos efetivados pela Comissão

Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) em relação ao peso relativo da população

idosa em cada país da referida região identificam três situações:

Uma primeira, onde os países atingiram percentuais mais elevados, caracterizando um

processo de envelhecimento mais avançado, como: Uruguai, com 17,3%; Cuba, 15,4%;

Argentina, 13,8% e Chile, 11,5%. A segunda mostra um grupo intermediário, com

percentuais variando entre 6% e 8%, e uma terceira onde o processo de envelhecimento se

encontra bem menos acentuado, como nos casos da Nicarágua e Haiti; com percentuais de

4,8% e 5,8% respectivamente2.

A longevidade da população brasileira se insere no “ranking” do grupo intermediário, entretanto,

sua importância em termos absolutos se afirma pelo fato de representar mais de 1/3 da população

deste grupo etário na região, seguido pelo México, Argentina e Colômbia, que também assumem

relevância neste cenário. O fenômeno do envelhecimento, analisado com base nas projeções da

Organização das Nações Unidas (ONU) para 2025, coloca o Brasil na 6ª posição entre os países

com a maior população idosa do mundo.

Todos os estudos mais recentes confirmam que no Brasil, o processo de envelhecimento

populacional mostra-se acelerado e essa realidade deve ser compreendida também sob diferentes

enfoques. A distribuição da população idosa, por classe de rendimento médio domiciliar percapta,

em 2006, identifica que 12,4% viviam com rendimento de até ½ salário mínimo, o que converge

para situação de pobreza. No subgrupo de 65 anos ou mais, essa proporção cai para 10,9%, o que

sugere a eficácia das políticas públicas destinadas a esse segmento como é o caso da Política de

Assistência Social, por meio do Programa de Benefício de Prestação Continuada e da Previdência

Social, cujo peso revela-se significativo para o orçamento das famílias, especialmente nas áreas

rurais. No Nordeste, estas proporções se revelaram bem mais elevadas, 23,5% para o caso das

pessoas de 60 anos ou mais de idade e 20,8% entre os de 65 anos ou mais, o que concorre para

refletir o padrão de vida da região3.

2Brasil. IBGE, Síntese dos Indicadores Sociais uma Análise da Condição de Vida da População Brasileira, 2007

3 Ib Id., 2007.

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Tal realidade se expressa no Estado do Ceará onde a população com mais de 60 anos é de 881.000

idosos. Esse contingente tem crescido a uma taxa geométrica de 3,23% no período de 1996 a 2007.

Entre eles, 63,3% são chefes de família; 37,3% trabalham e 62,7% são inativos; 71% residem em

áreas urbanas e 29% em zona rural. Excluindo a região metropolitana, constata-se que há uma

concentração de 65% dessas pessoas residindo no interior do Estado4.

“Nas camadas pobres o idoso tanto pode ser um empecilho para a família como pode ser a

única fonte de renda (em forma de aposentadoria ou pensão). Há famílias, principalmente

nos municípios mais pobres, em que os idosos mantêm as despesas familiares e são

valorizados como um dos poucos consumidores locais com renda fixa.” (Goldman, 2006,

p.57)

Longevidade e envelhecimento são conceitos correlacionados, na medida em que comportam

aspectos relativos à qualidade da duração do tempo de vida. Evidentemente, a longevidade contribui

para o envelhecimento e este é inegavelmente influenciado pela redução da fecundidade que altera a

base da pirâmide etária.

Outro aspecto da longevidade está associado ao gênero. Essa característica foi demonstrada por

Pearl, cujos estudos sugerem que as mulheres têm uma nítida vantagem biológica sobre os homens.

Outro fator observado é que na juventude todos os indivíduos abaixo do peso médio, têm uma

mortalidade maior. Por outro lado, todo o excesso de peso significa maior mortalidade em

indivíduos acima de 40 anos de idade.5

A longevidade está também relacionada positivamente com o status social e econômico favorável e

com o trabalho intelectual (profissões, etc) em oposição ao trabalho manual, embora a questão da

influência relativa de fatores genéticos, determinando simultaneamente ocupações de baixo nível e

uma constituição medíocre, por um lado, e as desvantagens ambientais de ocupações manuais, por

outro lado, não tenham sido minuciosamente explorados.

A análise dos aspectos econômicos, biológicos, culturais, psicológicos e sociais, relativos ao

fenômeno do envelhecimento, se perde nas diferentes formulações teóricas se a condição da

qualidade de vida das pessoas passa ao acaso, sem uma formulação de políticas públicas centradas

principalmente para o contingente de idosos empobrecidos.

A condição de vida da pessoa idosa apresenta diferenças significativas a depender de sua auto-

estima, afetividade familiar, sociabilidade e conquistas legais, o que difere no sentimento individual

4 Brasil, IBGE, PNAD/2005.

5 PEARL, J. op cit TRIPICCHIO Adalberto (in) www.redepsi.com.br. capturado em 06/05/2010.

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e também no coletivo, dependendo da história de vida de cada um e da realidade histórica da

sociedade em que a pessoa idosa vive.

Novos são os desafios colocados para as políticas púbicas em geral. No caso específico da saúde

pública, o quadro sugere a necessidade de investimentos na qualidade do atendimento para as

gerações presentes em ações preventivas, estudos e pesquisas imunológicas, em paralelo ao

planejamento estratégico, com visão de longo prazo onde a qualificação de profissionais em

gerontologia/geriatria seja estimulada concomitante aos investimentos na farmacologia, fisioterapia,

dentre outros ramos do conhecimento científico.

O olhar focado no futuro não pode descuidar do presente, porque é agora que se constroem as

condições objetivas para o envelhecimento digno e isso implica soluções integradas em políticas

transversais, onde a saúde se articule à educação, à infraestrutura, ao esporte, ao trabalho, à

seguridade social, lazer, dentre outras, para que de fato, vistos como seres inteiros, a população

envelheça com dignidade.

No plano do Direito, o intuito de preservar a dignidade do envelhecimento está referendado no

Estatuto do Idoso (Lei N°10.741/03). Tal diploma assegura em seu Artigo 2° que devem ser

garantidas todas as oportunidades e facilidades de saúde física e mental, seu aperfeiçoamento moral,

intelectual espiritual e social em condições de liberdade e dignidade. Para além da garantia dos

direitos, o Estatuto do Idoso revela uma forte preocupação com a mudança dos velhos paradigmas.

A partir de sua disseminação, novos comportamentos vão sendo assimilados e a visão

preconceituosa e estigmatizante direcionada à pessoa idosa, fomentada por uma sociedade que ainda

se deixa persuadir pela fantasia da eterna juventude, vai gradativamente cedendo lugar a uma nova

compreensão sobre a evolução natural da vida e de seus determinantes.

Reescrever a história parece uma tarefa urgente e necessária. As gerações presentes devem ser

convocadas a pensar novos esquemas simbólicos do imaginário sobre as diferentes fases da vida.

Nesse caminhar, a própria existência como um todo deve ser repensada. As representações

negativas, cultivadas no passado e ainda exploradas no presente, não favorecem a conquista da

dignidade e, por isso mesmo, os aspectos culturais são emblemáticos da necessidade de uma nova

ordem social.

Diante de tamanhos desafios, ultrapassar o campo do discurso para a vida prática, impõe a

concepção de políticas públicas de caráter emancipatório, como também exige superar a distância

entre estado e sociedade. Sujeito, coletividades e suas instâncias representativas no embate

democrático precisam estar aliançadas, com poder e autonomia preservados para enunciar demandas

e balizar a disponibilidade de ofertas de serviços essenciais à garantia dos direitos da população.

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Esse entendimento deve justificar e orientar o debate contemporâneo no campo das políticas

públicas para a garantia dos direitos das pessoas idosas. Tal compreensão deve efetivar-se em

práticas cotidianas, capazes de corresponder á complexidade dos processos relacionados ao

envelhecimento, porque suas peculiaridades concorrem para exigências múltiplas de caráter

transversal. Nesse aspecto,o exercício do controle social é determinante.

Após a Constituição Federal de 1988 as práticas e mecanismos de participação e controle social, no

campo da gestão de políticas públicas de garantias de direitos das pessoas idosas, tornaram-se temas

recorrentes dos enunciados valorativos da dignidade e da igualdade e por sua via, da democracia. A

institucionalização do discurso legal, no entanto, ainda não alcançou o êxito postulado porque o

Brasil ainda não superou os extremos das desigualdades, do mesmo modo que a noção de

transversalidade e controle social ainda se mostram vagas, sustentadas em proposições gerais ou

inespecíficas, o que não garante nem autoriza a efetividade de suas práticas.

A equidade, entendida como o provimento dos serviços para o atendimento das necessidades da

pessoa idosa exige participação ampliada, o que não se dá por acaso, mas de modo qualificado para

a intervenção nas diferentes instâncias responsáveis pela formulação execução e avaliação de

políticas públicas. Nessa lógica, os Conselhos se configuram como espaços por excelência. A

universalidade dos direitos de acesso à serviços e benefícios essenciais requer a renovação

permanente de iniciativas que visem assegurá-los, tal como idealizados constitucionalmente. Do

mesmo modo que a legislação complementar de garantia dos direitos da pessoa idosa, não se efetiva

sem que os atores sociais, integrantes deste grupo etário, vocalizem suas demandas provocando

respostas positivas do estado em particular, e da sociedade em geral.

No caso específico do Estado do Ceará, o mapeamento dos Conselhos nos 184 municípios revela

lacunas que precisam ser superadas. A inexistência, o despreparo dos conselheiros, a falta de

condições objetivas para o seu funcionamento ou sua irregularidade comprometem o alcance da

justiça social e da equidade.

Quando, por outra via, se pensa nas responsabilidades governamentais com a garantia dos direitos

da pessoa idosa, um primeiro impasse se coloca para essencial superação: a dignidade da pessoa

humana não se garante pela via de ações desintegradas. É urgente superar o distanciamento entre

instâncias governamentais e promover a intersetorialidade entre políticas públicas, concebidas como

estratégia essencial para garantir a universalização dos direitos em relação objetiva com o

equacionamento do gasto público para a concretude na cobertura do atendimento às necessidades da

pessoa idosa em respeito a sua dignidade.

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A realidade contemporânea autoriza o repensar de estratégias diferenciadas com vistas ao

enfrentamento da dinâmica da realidade, tal como esta se apresenta. Assim compreendendo, essa

Conferência anuncia uma discussão inovadora, onde os conceitos de envelhecimento e de dignidade

são colocados para além dos fundamentos teóricos que norteiam a compreensão humana de seus

postulados. Convoca, portanto, a sociedade cearense como um todo a compartilhar saberes,

vivências e responsabilidades com o hoje e com o futuro

3 Dignidade da pessoa humana

Para os objetivos deste artigo, convém discutir o conceito de “dignidade da pessoa humana”, o que

implica, inicialmente, sua compreensão no percurso das noções filosóficas valorativas seguindo-se

para o campo do direito. A partir de então retoma-se a questão inicial, que abre o debate em torno

do tema desta Conferência, levando-se em conta a dignidade da pessoa idosa.

Interessa, portanto, que a conceituação de pessoa humana seja a mais abrangente possível, porque

esse conteúdo não se esfacela em pedaços balizados pela noção etária, racial ou de gênero. Essa

compreensão é assim concebida de modo intencional, para deixar bem evidente a sua contraposição

cultural e simbólica ao conceito de igualdade, contido na legislação presente.

O conceito de dignidade da pessoa humana tem sua evolução histórica assinalada em momentos

simbólicos de diferentes sociedades, a exemplo das marcas deixadas pelo Cristianismo, depois em

seus valores (re)significados pelo Iluminismo Humanista, mais tarde reformulados na obra de

Emmanuel Kant, conteúdo repensado após os horrores da Segunda Grande Guerra Mundial, para,

enfim, ser balizado pela mais recente fase, inscrita no plano do Direito Internacional.

O Cristianismo fez emergir uma concepção de ser humano totalmente estranha à compreensão

difundida na Antiguidade. A partir de então, todos os seres da espécie humana são filhos de Deus e

compartilham da mesma dignidade. Essa compreensão foi tomada como objeto de estudo de muitos

pensadores cristãos da Idade Média e hoje se evidencia na doutrina social da Igreja (Avila,1993).

Uma visão laica do mundo medieval emergiu com o Iluminismo em seus postulados humanistas,

que viam o homem como o centro e a medida de todas as coisas. A partir de então, foram definidos

os direitos individuais do homem e defendidos perante o Estado. Consagraram-se, por essa via,

importantes instrumentos balizadores do poder como as constituições, as declarações de direitos

pautadas pela igualdade e a definição da lei como expressão da vontade geral.

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Do ponto de vista filosófico, a dignidade humana concebida por Kant (1724-1804), assume

conteúdo valorativo maior em sua perspectiva de “ser o homem um fim em si mesmo, dotado de

dignidade ontológica, devendo o Estado orientar-se para atendê-lo em seus interesses individuais e

condições materiais indispensáveis ao exercício da sua liberdade”. Entretanto, por seu conteúdo

filosófico valorativo, a dignidade humana assim concebida, não foi incorporada ao ordenamento

jurídico inaugurado a partir da Revolução Francesa.

Somente depois dos horrores da Segunda Grande Guerra mundial e das repercussões derivadas dos

regimes nazistas e fascistas é que o Direito Internacional assumiu a concepção de dignidade humana

como valor e princípio fundamental. Nessa lógica, os valores de dignidade e igualdade

fundamentam o expresso no artigo 22, da Declaração Universal dos Direitos do Homem, aprovada

em 10 de dezembro de 1948 pela Assembleia Geral das Nações Unidas, nela estando consagrado

que:

Todo homem, como membro da sociedade tem direito à seguridade social e à realização,

pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e

recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais, culturais, indispensáveis à sua

dignidade e ao livre desenvolvimento de sua personalidade.

Com o fim da Guerra Fria ( no início dos anos de 1990 pelos acordos do desarmamento nuclear

consolidado pelo Pacto de Varsóvia em1991) os temas sociais assumem relevância na agenda

internacional favorecendo a concepção de que “as pessoas devem ser objeto último e o centro de

qualquer estratégia” (Rubarth, 1999, p.17). A partir de então, a dimensão humana passou a compor

diferentes estudos postulados pelos mais diversos organismos internacionais, cujo conteúdo

reivindicava a reformulação de políticas públicas tendo seus ajustes econômicos orientados, no

sentido de levarem em conta a defesa da dimensão humana em contraponto a outros interesses do

capital.

Aqui é oportuno lembrar que a dignidade tutelada tem duas vertentes fundamentais muito objetivas:

primeiro, a intolerância pública à degradação do ser humano, o que remete à esfera moral de seu

conceito, e segundo, o direito de todo ser humano a uma existência material mínima, o que

corresponde às esferas política e econômica, contidas no conceito de dignidade.

Do ponto de vista jurídico, a dignidade da pessoa humana é referendada em seu caráter de valor, de

princípio ou de direito fundamental. “O conteúdo jurídico da dignidade se relaciona aos chamados

direitos fundamentais ou humanos. Isto é, terá respeitada sua dignidade o indivíduo cujos direitos

fundamentais forem observados e realizados, ainda que a dignidade não se esgote neles”. (Barcelos,

2002, p.110).

16

Page 17: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

A doutrina jurídica brasileira consagra a dignidade da pessoa humana como ordenamento e

fundamento último dos direitos políticos econômicos e sociais. No atual contexto histórico nacional,

a dignidade da pessoa humana assume, em paralelo com a igualdade, papel central na ordem

jurídica, representando o censo valorativo internacional, cujo conteúdo é fonte de aprimoramento

contínuo, derivado das lutas sociais e conquistas legais em todo o mundo, balizando medidas de

proteção social com vistas à preservação da dignidade da pessoa humana.

Os postulados que orientam e justificam a compreensão da dignidade da pessoa humana no atual

contexto histórico brasileiro, estão referendados na perspectiva de que o “ser humano não pode ser

desinserido das condições de vida que usufrui, e, na mesma época, anseia-se pela sua constante

melhoria e, em caso de desníveis e disfunções pela sua transformação” (Miranda, 2000, p.192).

Assim considerando, a Constituição Federal de 1988, consagra, em seu artigo 1°, inciso III, como

um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, a dignidade da pessoa humana. Em outros

dispositivos complementares, compromete-se com a redução das desigualdades (artigo 3°, inciso

III) e com a repulsa à discriminação (artigo 3°, inciso IV), além de vincular o Estado brasileiro com

a busca pela justiça social e com o bem-estar social da população em geral (artigos 170 e 193). Tais

determinantes assumem forte viés promocional, direcionado essencialmente pela busca da

igualdade material, o que se delineia mais expressivamente no campo dos direitos

socioassistenciais, por meio de prestações positivas do Estado, que visam o equilíbrio das condições

socioeconômicas dos indivíduos.

“Na verdade, o princípio da dignidade da pessoa humana é o fundamento último da

igualdade, razão pela qual o Estado deve se incubir da garantir a todos os mínimos vitais.

Tal princípio impõe que se estabeleça um parâmetro irrenunciável para a sobrevivência de

uma pessoa e das possibilidades do sistema articulado pelo Estado para esse propósito”

(Melo,2007,p.113)

Nessa lógica, a satisfação das necessidades básicas em termos de igualdade assumida pelo Estado

em seus compromissos constitucionais de garantia de direitos do cidadão promove, no campo das

políticas públicas de saúde e educação, a universalidade do atendimento. No caso da assistência

social, esse direito é balizado por um recorte, vez que é conferido “a quem dela necessitar”, isso

porque, a dignidade da pessoa humana impõe ao Estado, piso mínimo de sobrevivência a ser

assegurado, na medida das necessidades das pessoas e das possibilidades do sistema articulado pelo

Estado para esse fim.

A equidade, por seu turno, é termo jurídico que sugere o princípio fundamental do Direito ao evocar

a realização da dignidade e da justiça. Um Pais desigual e excludente não promove equidade entre

seus cidadãos em geral, muito menos a dignidade da pessoa idosa em particular. Essa compreensão

17

Page 18: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

é de grande pertinência à perspectiva da transversalidade entre políticas públicas e ao exercício do

controle social.

Há que se ter presente ainda, que os preceitos legais se transformam em letras mortas quando a

sociedade permanece alienada de suas conquistas emancipatórias. Não basta que o Estado esteja

imbuído da vontade política de concretizar garantia de direitos de dignidade humana e adote

medidas concretas de proteção social para reduzir e corrigir desigualdades. Para além do

compromisso e responsabilidade do Estado, a sociedade precisa se lançar na dinâmica da vida ativa,

no exercício do controle social, pelas instâncias representativas dos interesses coletivos, a exemplo

dos Conselhos de Direitos dentre outros, e na participação direta nas arenas de lutas, onde a

democracia concorre para a afirmação da dignidade da pessoa humana, alargando assim, os espaços

para a sonhada igualdade entre os homens.

4 Ceará Acessível: em que sentido?

Pensar o envelhecimento digno, a partir da lógica estrutural e burocrática em que se delineiam as

políticas públicas no Brasil é um desafio considerável pela própria cultura gerencial de estilo,

segmentado em um racionalismo que divide responsabilidades e desconsidera que o sujeito de suas

ações se insere numa realidade complexa e é nela que sua vida requer o desencadear de acessos que

lhe permitam transitar numa dinâmica de realizações essenciais ao seu empoderamento e

representação cidadã.

A noção de envelhecimento digno, em seu conteúdo plural, convergiu para o delineamento do

Programa Ceará Acessível, cuja representação simbólica pode ser compreendida no seguinte

modelo:

Figura I

18

Page 19: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

Assim concebido e idealizado, o Programa articula políticas públicas em suas instâncias

operacionais e representativas no que concerne ao controle social, a exemplo dos conselhos estadual

e municipais de direitos da pessoa idosa dentre outras, a exemplo de fóruns, associações e

movimentos sociais.

Vale destacar que no decorrer do biênio 2009-2010, um planejamento estratégico para a gestão

dessas políticas foi efetivado, tendo por fundamento os dados da realidade local, subsidiados por

estudos e pesquisas norteadores da decisão política concretizada no Programa Ceará Acessivel, cuja

organicidade articula ações transversais em diferentes Secretarias Estaduais, cujos desempenhos

financeiros apresentam-se no quadro II que se segue:

Quadro I

RESUMO FINANCEIRO GERAL – POR PROGRAMA/ Pessoa Idosa/ 076Valor 2007

(A)

Valor 2008

(B)

Valor 2009

(C)

Valor 2010

(D)

Valor Total

(A+B+C+D)DPG 0,00 0,00 0,00 31.754,00 31.754,00

SECUL

T

0,00 0,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00

SSPDS 0,00 161.550,00 179.467,77 574.147,84 915.165,61FEAS 2.944.004,82 3.002.804,70 2.804.197,23 5.912.627,05 14.663.633,80SEDU

C

0,00 0,00 188.454,00 606.720,00 795.174,00

SECIT

ECE

0,00 0,00 0,00 43.477,56 43.477,56

SESPO

RTE

30.000,00 30.000,00 30.000,00 30.000,00 120.000,00

FUND

EJ

0,00 0,00 50.000,00 50.000,00 100.000,00

TOTAL

GERA

L

2.974.004,82 3.194.354,70 3.302.119,00 7.298.726,45 16.769.204,97

Fonte: Governo do Estado do Ceará/ SEPLAG, 2010.

A leitura dos dados contidos neste quadro revelam que a Política Estadual em Defesa dos Direitos

da Pessoa Idosa, nos últimos quatros anos, apresenta significativo crescimento. Em 2007, apenas

duas secretarias estaduais destinavam em seus orçamentos recursos específicos para a execução de

projetos e/ou benefícios nas áreas de Assistência Social e Esporte Já em 2010, observa-se uma

evolução pelo comprometimento de oito setoriais envolvidas com as ações do Programa Ceará

Acessível, destinadas à esse segmento.

19

Page 20: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

Como resultante das articulações efetivadas pelo Ceará Acessível, a participação das diversas

secretarias estaduais foi efetivando-se e hoje é mais significativa, apresentando um crescimento

financeiro ao longo dos quatro anos, conforme dados do quadro II, a seguir.

Quadro II

Evolução Qualitativa de Recursos Públicos

P145%ePessoa IdPppppppppppppppppppppposaPolíticas de Garantia dos Direitos

Ano 2007 Ano 2010 Total

2007 - 2010 2.974.004,82 R$ 16.769.204,99 R$ 67.117.601,33

Fonte: Governo do Estado do Ceará, Programa Ceará Acessível, 2010.

O Ceará Acessível, no entanto, não se limita a esse quadro de referências. Outras ações e

investimentos foram desenvolvidos paralelamente por essas secretarias estaduais e seus resultados

estão apresentados ao longo deste artigo. Sobretudo, importa destacar que se começa a desdobrar

políticas conjuntas em sinergias impulsionadoras da rota de acessibilidade que gradativamente

alargam-se para todo o Estado.

Contemporaneamente cresce a compreensão de que o desenvolvimento de uma sociedade deve ser

avaliado pela determinação de incorporar, valorizar e estimular a mais ampla participação política,

econômica, produtiva, cultural e social dos seus cidadãos e prioritariamente daqueles que

ultrapassam a fase dos 60 anos e têm perspectivas amplas de chegarem aos 90 ou 100 anos de idade.

20

Page 21: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

No Ceará, onde a população idosa vem crescendo, tal como se observa no País e em quase todo o

mundo, a preocupação com a garantia dos direitos dessa população está evidenciada ,na lógica

gerencial assumida, na articulação intersetorial e na perspectiva da transversalidade das políticas

públicas, com vistas à garantia dos direitos desses cidadãos, como se passa a destacar.

4.1 Assistência Social

Uma visão social inovadora sobre a condição de vida de pessoas idosas foi inaugurada no Brasil

pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei Orgânica da Assistência Social de 1993, pautada na

dimensão ética de incluir os segmentos vulneráveis numa visão de Proteção Social que supõe

conhecer os riscos a que estão sujeitos e as possibilidades de enfrentá-los.

A Assistência Social, efetivada como garantia de direitos de pessoas idosas no Ceará, considera três

vertentes de proteção social: os idosos e suas circunstâncias e dentre eles, seu núcleo de apoio

primeiro, isto é, sua família; a proteção social exige a capacidade de maior aproximação possível ao

cotidiano de vida das pessoas idosas, pois é nele que os riscos e vulnerabilidades se constituem; e

por último, o direito ao abrigamento para aqueles que tiveram seus laços familiares rompidos, em

situação efetiva de Proteção Social de Alta Complexidade, pelas próprias condições que

determinam irrevogavelmente tal abrigamento.

. Proteção Social Básica

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)

Terceira Idade Cidadã Financiamento de Projetos e Serviços Municipais

voltados às famílias de Pessoas Idosas, através de

concurso por Edital Público.

Edital 2010/1: 47 Projetos e Selecionados

Edital 2010/2: 05 Projetos Selecionados

Beneficiados: 5.395 idosos

VALOR TOTAL: R$ 1.000.000,00

A Proteção Social Básica direcionada às Pessoas Idosas previne agravos que possam vir a provocar

o rompimento dos vínculos familiares e sociais dos usuários. Visa a garantia de direitos, o

desenvolvimento de mecanismos para a inclusão social, a aquisição de oportunidades e a

participação e o desenvolvimento da autonomia das pessoas idosas a partir de suas necessidades e

potencialidades, prevenindo situações de risco e o isolamento.

21

Page 22: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

O Estado do Ceará, em seus 184 municípios exige um planejamento de ações onde a participação de

redes socioassistenciais seja uma realidade como estratégia capaz de permitir o acesso aos idosos

residentes nos distritos mais longínquos.

A territorialização dos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) se constitui

oportunidade, por excelência, para a inclusão das pessoas idosas nos mais diferentes serviços e

benefícios socioassistenciais.

As ações de Proteção Social Básica previnem o confinamento de idosos; identificam situações de

dependência; colaboram com redes inclusivas no território; previnem o abrigamento institucional e

promovem sua inclusão social; sensibilizam grupos comunitários sobre direitos e necessidades de

inclusão das pessoas idosas, disseminando novas ideias com vistas à desconstruir mitos e

preconceitos; desenvolve estratégias para estimular e potencializar recursos das pessoas idosas e

suas famílias; estimulam a participação cidadã; contribuem para resgatar e/ou preservar a

integridade e a melhoria da qualidade de vida dos idosos viabilizando a construção de espaços

inclusivos.

Os 52 Projetos Municipais, aprovados pelo projeto Terceira Idade Cidadã, estão referendados por

ações de Proteção Social Básica e concorreram para o fortalecimento da Política de Assistência

Social no âmbito municipal. Como complementaridade são concomitantemente desenvolvidas as

seguintes ações:

Programa de Atendimento

à Pessoa IdosaResultados (2007 – 2010)

Terceira Idade Cidadã –

Ações Complementares

• IV Jornada Gerontológica - Valor: R$ 39.920,00

• Curso de Memória e Socialização - Valor: R$ 34.570,00

• Apoio ao Conselho Estadual dos Direitos dos Idosos - CEDI/CE e

Conselhos Municipais - Valor: R$ 14.346,00

• Grupos de Convivência - Valor: R$ 60.250,00

• Capacitação – Multiplicadores Sociais de Atenção à Pessoa Idosa. 3

Módulos com 120h/a. - Valor: R$ 45.000,00

• Disseminação da Política do Idoso e Monitoramento de Projetos

Municipais - Valor: R$ 105.814,00

TOTAL GERAL: R$ 300.000,00

22

Page 23: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

. Proteção Social Especial

Programa de Atendimento à Pessoa

IdosaResultados (2007 – 2010)

- Abrigo de Idosos

- Idoso Sujeito Pleno

• Abrigo para 105 Idosos (Construção, Reforma e Aquisição

de Equipamentos) - Valor: R$ 2.861.902,00

• Manutenção do Abrigo para 105 Idosos. - Valor:

1.700.000,00

Como já se fez referência, a ampliação da expectativa de vida e a redução da mortalidade

convergem para uma maior longevidade da população. Simultâneos, esses indicadores desafiam o

Sistema de Garantia de Direitos da Pessoa Idosa, impondo a necessidade de ações intersetoriais para

a efetivação desses direitos. O Estatuto do Idoso ao estabelecer garantias fundamentais a essa

população, destaca a obrigação da família, da sociedade, da comunidade e do Poder Público em

assegurar à pessoa idosa, com absoluta prioridade a efetivação do direito à vida, à saúde, à

educação, à cultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao

respeito, à não-discriminação e a convivência familiar e comunitária.

Entretanto, a violência contra a Pessoa Idosa é uma realidade multidimensional e quando se

manifesta é relatada com muito sofrimento pela ruptura das expectativas de afetividade entre

familiares. A violência intrafamiliar compreende tanto maus tratos físicos, quanto psicológicos,

além da negligência e, em sua face mais perversa, o abandono.

A ênfase da Política de Assistência Social na Proteção Especial prioriza a reestruturação dos

serviços de abrigamento aos Idosos que por uma série de fatores não contam mais com a proteção e

o cuidado de suas famílias. Os serviços de Proteção Especial têm estreita interface com o sistema de

garantias de direitos exigindo muitas vezes, uma gestão mais complexa e compartilhada com o

Poder Judiciário, Ministério Público e outros órgãos e ações do Executivo.

Um abrigo constitui-se, portanto, num serviço de Proteção Social Especial de alta complexidade.

Garante proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para idosos

sem referências familiares e/ou em situação de ameaça necessitando do afastamento de seu núcleo

familiar de violência. (violência institucional)

Para cumprir os determinantes legais destinados a Pessoas Idosas que vivenciam tais situações de

risco e vulnerabilidade, a Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) mantém o

Abrigo de Idosos, situado na Avenida Olavo Bilac, 1280 – Álvaro Weyne – Fortaleza, numa área

física de 8.539,59 m², cujas instalações passam por construção e reforma física, além de

(re)estruturação gerencial em seus aspectos técnicos para o aprimoramento da qualidade dos

23

Page 24: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

serviços disponibilizados aos seus abrigados. A obra que se processa, encontra-se em estágio

avançado com perspectiva de conclusão em maio de 2011.

4.2 Cidades

Programa de Atendimento à Pessoa

IdosaResultados (2007 – 2010)

Projeto Costa Oeste Residencial Dom Helder Câmara - Das 864 unidades construídas, 78

destinadas para pessoas idosas

Residencial Alves de Lima

Das 310 unidades construídas, 27 unidades para a pessoa idosa -

Residencial Oscar Araripe - Das 110 unidades construídas, 13

destinadas a pessoas idosas

Residencial Leonel Brizola - 68 unidades construídas, das quais, 07

destinadas a pessoas idosas.

A Secretaria das Cidades, em seu Programa Habitacional, tem reservado unidades adaptadas para

pessoas idosas, além de desenvolver trabalho social junto à população beneficiada pelos projetos

habitacionais sob sua responsabilidade. Tais iniciativas correspondem à garantia de direitos de

pessoas idosas a habitação digna, postulados pela legislação vigente.

4.3 Ciência, Tecnologia e Educação Superior

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)

Inclusão Digital da Pessoa Idosa Valor: R$ 43.477,56

No processo de modernização tecnológica, os papeis sociais tradicionais foram, aos poucos, sendo

modificados. A inclusão digital de pessoas idosas se insere na agenda do Programa Ceará Acessível

como mais uma conquista porque garante o manejo de equipamentos tecnológicos indispensáveis à

vida cotidiana com liberdade e autonomia.

O acesso à comunicação pela via da Internet é um direito contemporâneo que perpassa todas as

gerações. A vinculação de pessoas de todo o mundo em redes de relacionamentos virtuais é uma

realidade e se inscreve numa nova forma de ser, agir e estar no mundo.

24

Page 25: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

Além do utilitarismo puro e simples que a inclusão digital de pessoas idosas possa almejar, está

implícito em sua prática o acesso desses cidadãos ao conhecimento em sentido amplo pelas

possibilidades que se abrem frente ao manejo da tecnologia da informática .É com esse

entendimento que o Ceará Acessível transita pela via da Ciência e da Tecnologia, formando

coalizões cada vez mais articuladas para efetivar direitos de pessoas idosas.

4.4 Cultura

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)Memórias Centenárias do Ceará Livro em fase de editoração - Valor: R$ 50.000,00

O livro “Memórias Centenárias do Ceará”, em sua versão 2010, utiliza-se da metodologia de

entrevistas para a composição de histórias de vida e é protagonizado por quatro idosos de relevante

participação no meio cultural cearense: José Claúdio de Oliveira; Orlys Gurgel; Sinésio Cabral e

Valdemar Caracas.

José Cláudio de Oliveira, escritor, entrevistado por Nirez, aos 83 anos de idade, indagado sobre seus

planos para o futuro afirmou: “Eu estou no futuro [...] tenho um livro novo na cabeça, mas a

máquina de escrever não existe mais [...] hoje é tudo no computador, a máquina de escrever caiu

mesmo”.

Orlys Gurgel, com 82 anos, conta como enfrentou os preconceitos da sociedade cearense,

relembrando fatos de sua juventude, há mais de 60 anos. Foi a primeira mulher radialista. Em sua

entrevista revela: “Eu queria um palco, queria aparecer. Ai me identifiquei com o Rádio. Na minha

época era muito difícil, porque o tabu era esse: moça de família não trabalha em Rádio, mas eu

provei que trabalha, tive dignidade, e ainda hoje tenho.

Sinésio Cabral é a terceira personalidade em destaque. Poeta, 95 anos, entrevistado por Sânzio,

conta sua história de vida e entre suas lembranças, um versinho de sua autoria ilustra breve

passagem neste artigo:

“Não anda fora dos trilhos

nem mesmo, por tentação

quem tem mãe dos seus filhos bem dentro do coração”

25

Page 26: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

Por último, Valdemar Caracas, aos 103 anos de idade, poeta e líder dos ferroviários, em sua lucidez,

faz questão de deixar no livro o registro de sua última vontade: “[...] neste espaço de chão foi

sepultado o líder ferroviário Valdemar Cabral Caracas” e acrescenta: “[...] eu quero é ir junto com

os caboclos que me ajudaram a viver e me respeitaram”.

4.5 Educação

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)

Cursos de Alfabetização para a Pessoa Idosa

Apoio às Ações dos Docentes e Discentes

Projeto Eterno Aprendiz (Alfabetização de Idosos

com Inclusão Digital)

Encontro para Formação de Professores (PAPI)

Seminário Estadual para Troca de Experiências com

Carga Horária de 18h/dia

13.574 idosos em 151 municípios

Laboratório de Informática com 20 turmas no interior

e 10 na capital

Realizado

Realizado

Valor: R$ 616.720,00

A implementação do Programa Brasil Alfabetizado no Ceará conta com a adesão de 156

municípios, os quais firmaram convênio com o Ministério da Educação. Os demais, (38

municípios), que não aderiram ao Programa Federal tiveram Planos de Trabalho elaborados pela

Secretaria de Educação do Estado e sua execução efetivou-se mediante parceria com o Movimento

dos Trabalhadores Rurais e Sem Terra – MST, Central Única dos Trabalhadores – CUT e Ministério

da Pesca e Agricultura – MPA. Tal iniciativa resultou na alfabetização de 44.170 (Quarenta e Quatro

Mil Cento e Setenta) idosos.

A implantação do Programa de Atendimento à Pessoa Idosa – PAPI, representou significativa

conquista por oportunizar o resgate do tempo e de oportunidades de educação formal para idosos

em situação de analfabetismo.

O PAPI foi criado com o objetivo de promover a alfabetização de pessoas com idade igual ou

superior a 60 anos, com apoio de recurso digital, tendo promovido a inclusão de 450 (Quatrocentos

e Cinquenta) idosos no mundo das novas tecnologias. Para tanto, investiu na formação de

26

Page 27: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

educadores com programa pedagógico voltado para o alcance dos resultados almejados, como

também na qualificação tecnológica desses profissionais para o manejo dos computadores utilizados

como ferramentas para a alfabetização de idosos e inclusão digital.

4.6 Esporte

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)

Jogos da Felizidade

Projetos para Pessoas Idosas

Metas:

- 1.000 idosos participando de ginástica em Vilas

Olímpicas e 585 idosos inseridos nos Jogos da

Felizidade

Valor: R$ 120.000,00

R$ 100.000,00

Total Geral: R$ 220.000,00

O esporte e o lazer como impulsionadores para a atividade física lúdica colaboram para a melhoria

da qualidade de vida de pessoas idosas. Os Jogos da Felizidade movimentam de forma prática o

envelhecimento ativo em seus determinantes sociais e legais, de saúde pública. É exercício de

inclusão social e acessibilidade pela preservação da viabilidade física e emocional de pessoas

idosas.

O Projeto Felizidade nessa gestão assistiu a 1.162 (hum mil cento e sessenta e dois) idosos

participantes de atividades físicas, recreativas, socioesportivas e culturais.

Pela via da prática esportiva, o Ceará Acessível vislumbra a cultura do envelhecimento saudável,

onde os obstáculos podem ser transponíveis pela via do direito à vida saudável e ativa.

A dimensão transversal do Ceará Acessível propicia a busca pela autonomia coletiva de pessoas

idosas. Seus direitos estão formalizados. Usufruir de vida ativa é prerrogativa de cada ser humano e

nessa compreensão, a articulação entre políticas públicas precisa se mover em espiral, num convite

permanente para que pessoas idosas participem ativamente da dinâmica local de sua própria casa,

de seu bairro e de sua cidade.

27

Page 28: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

4.7 Saúde

A agenda do Governo do Estado do Ceará, voltada para a implementação de políticas públicas na

área da saúde, converge para a descentralização e universalização do atendimento conforme

dinamizado pelo Sistema Único da Saúde (SUS), cujas ações se voltam para atenção ás demandas

da população cearense em geral.

De modo específico o Programa Ceará Acessível inseriu no MAPP e em sua Matriz GPR, ações

complementares voltadas á garantia dos direitos de pessoas idosas a partir do ano de 2009, com

destaque para os projetos/atividades conforme quadro a seguir:

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2009 – 2010)

.Programa Saúde da Família-PSF

.Seminários sobre temas de interesse das pessoas

idosas ( Demência, osteoporose, maus tratos,

prevenção de quedas)

Seminário sobre envelhecimento e saúde da pessoa

idosa

. Capacitação para Cuidadores de Idosos em

domicílios e em unidades de saúde.

Incremento de 99.030 idosos cadastrados e atendidos

pelo PSF

. Seminários desenvolvidos nas Regiões do Aracati,

Brejo Santo, Camocim, Canindé, Crato, Crateús,

Fortaleza, Iço, Iguatú, Juazeiro, Maracanaú, Quixadá,

Russas, Tauá e Tianguá, com a participação de 440

profissionais para otimizar o atendimento á pessoa

idosa.

. Realizado em Fortaleza com a participação de 350

profissionais das equipes do PSF.

. 50 pessoas capacitadas.

;

Total Geral R$176.009,87

Esses indicadores, associados ao desempenho das ações globais, efetivadas no âmbito da política da

saúde no Ceará, conferem o reconhecimento do direito do cidadão e a responsabilização do estado

com a garantia de respostas às demandas da pessoa idosa. Nesse sentido, destaca-se que as ações do

SUS são monitoradas por indicadores diversos, onde os dados epidemiológicos registram conquistas

na redução do quantitativo de óbitos materno-infantil, dado que repercute nos indicadores de

longevidade no Estado

As informações do SAI/SUS, relativas ao número de consultas médicas e serviços ambulatoriais são

anualmente crescentes (2.359.497 em 2010). Do mesmo modo, os exames clínicos especializados

relacionados aos diagnósticos em laboratórios clínicos (anatomia patológica, citopatologia,

radiologia, ultrasonografia, tomografia, ressonância magnética, medicina nuclear, endoscopia,

radiologia intervencionista, dentre outras).

28

Page 29: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

4.8 Segurança Pública e Defesa Social

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)

Construção de Quadra Coberta

Projeto Saúde, Bombeiros e Sociedade

Alambrado de Proteção e Segurança para a Quadra

Coberta da Terceira Idade do Corpo de Bombeiros

Quadra coberta construída

Valor: R$ 341.017,77

300 núcleos em funcionamento em Fortaleza e RMF

e 14 municípios atendem a 60 mil idosos

Valor: R$ 521.723,02

Valor: R$ 52.424,82

O rompimento com o modelo histórico do sistema policial no Ceará vem se efetivando, em especial

com a criação do Ronda do Quarteirão e pelo trabalho do Corpo de Bombeiros, através do Projeto

Saúde, Bombeiros e Sociedade que se realiza em praças e demais espaços públicos, reunindo

pessoas idosas para a prática de exercícios físicos.

Trata-se de experiência exitosa disseminada pelos bairros de Fortaleza e cidades do interior do

Estado. Sua prática redefine e amplia o conceito de segurança pública, que converge para a

afirmativa da capacidade de policiais e bombeiros assumirem a missão de proteger a sociedade de

todas as formas de violência, garantindo-lhes acesso ao lazer e à prática de esportes, contribuindo

significativamente para a sociabilidade, autoestima e consequente melhoria da qualidade de vida de

seus participantes.

4.9 Turismo

Programa de Atendimento à Pessoa Idosa Resultados (2007 – 2010)

Clube da Melhor Idade Concessão de diárias e passagens

(Nacional e Internacional)

A qualidade de vida para pessoas idosas é uma premissa que se estende também às possibilidades de

fazer turismo. Nessa perspectiva, algumas garantias legais estão estabelecidas a exemplo do Passe

Livre, que lhes assegura gratuidade nos transportes coletivos urbanos (ônibus, metrô) a partir dos 65

anos de idade. Nos coletivos municipais, 10% dos assentos são reservados aos idosos e tais assentos

apresentam placas indicativas.

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Para viagens entre Estados (transporte interestadual) os idosos com renda inferior a 2 (dois) salários

mínimos têm direito à gratuidade na passagem, com limite de 2 (duas) vagas por veículo. Caso as

vagas tenham sido preenchidas, o idoso tem direito à redução de 50% no valor da compra da

passagem.

Coerente com a garantia de tais direitos, a Secretaria do Turismo vem desenvolvendo o Projeto

Clube da Melhor Idade, disponibilizando a concessão de passagens aéreas e diárias em hotéis para

que pessoas idosas do Clube possam participar de eventos (reuniões, Congresso Luso/Brasileiro em

Lisboa, Congresso Regional em São Luís – MA; Reunião Nacional em Brasília) oportunidade em

que divulgam os pontos turísticos e o artesanato do Estado do Ceará.

Vale ressaltar ainda, o apoio à Ouvidoria do Estado para criação e manutenção da Ouvidoria do

Idoso. E, em apoio às ações da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS),

promoveu-se o incentivo e articulações para a realização do projeto Fortalecimento Institucional em

suas etapas de capacitação de Conselheiros Municipais dos Direitos do idoso com o apoio da STDS

e do Portal Inclusivo em articulação com a Secretaria do Planejamento e Gestão e a Empresa de

Tecnologia da Informação do Estado do Ceará (ETICE), o que está consolidado num mecanismo

destinado a comunicação virtual das políticas públicas direcionadas a idosos no Ceará.

Sem o intuito de relatar atividades cotidianas efetivadas até então, deixa-se, aqui, uma breve síntese

do que foi possível empreender, até agora, no sentido da articulação de políticas públicas para a

garantia dos direitos de idosos no Ceará.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Afinal, diante do exposto, como garantir o envelhecimento digno em uma sociedade cujos valores

simbólicos de identidade constroem uma trama para mecanismos de defesa na busca da jovialidade?

Nos limites deste artigo seria precipitado apontar caminhos como verdades últimas, entretanto,

algumas pistas podem balizar o consenso em torno dos rumos que se deve perseguir para a busca de

respostas positivas às dificuldades presentes.

Como já foi identificado por Silva (2008), uma época histórica se caracteriza principalmente por um

sistema de ideias, sistema de técnicas e institucionalidade.6 Essa mudança, postulada no campo das

políticas públicas destinadas às pessoas idosas, exige o direcionamento do olhar multifocal para 6 SILVA , José de Souza. A mudança de época e o contexto global cambiante. Implicações para a mudança

institucional em organizações de desenvolvimento. (mimeo), 2008

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suas mais diferentes condições de existência digna. Tais condições mudam quando se transformam,

de forma qualitativa e simultânea, as relações institucionais em sua dinâmica de respostas às

demandas da população.

Já não se discute se o envelhecimento da população é projeção consistente. A realidade confirma

esse fato. O que está em discussão é como garantir o envelhecimento com dignidade, mas também

não se pode pensar o futuro desconsiderando o hoje.

A realidade contemporânea é excludente, injusta e perversa em condições objetivas de vida para

expressiva maioria das pessoas idosas, seja pelas limitações econômicas, sociais ou culturais que

vivenciam.

A experiência na gestão de políticas públicas, voltadas à garantia dos direitos de pessoas idosas,

autoriza a compreensão de que operadas isoladamente se mostram reducionistas e questionáveis no

alcance de seus objetivos. Do mesmo modo, é compreensível que o controle social por parte dos

Conselhos, efetivado no campo da participação ativa no planejamento, monitoramento e avaliação

dessas políticas, ainda deixa muito a desejar. Assim sendo, o envelhecimento digno das gerações

presentes está seriamente comprometido, o que não desanima vislumbrar um futuro diferente, onde

todas as barreiras atitudinais excludentes tenham sido superadas pelo esforço coletivo para a

transformação da realidade

Articular saberes, esforços e vontades parece ser um caminho possível à gradativa mudança cultural

que, hoje fomentada pela perspectiva consumista do descartável, valoriza o que é novo em

detrimento do que é velho. Nessa lógica, coisas e pessoas são colocadas sob a mesma ótica. Seres

coisificados perdem sua identidade e, quando muito, são transformados em mero elementos de

cálculos estatísticos, ao passo que suas projeções adquirem visibilidade.

Muito mais que aparato legal de garantia de direitos, fala-se aqui de mudança nos modos de ser,

pensar e agir de uma sociedade inteira, não somente de pessoas idosas. Para que esse ideal adquira

concretude toda a coletividade precisa estar consciente dos limites e possibilidades presentes.

No que diz respeito ás responsabilidades do Estado do Ceará, está em curso uma articulação

permanente entre as políticas públicas, voltadas à garantia dos direitos das pessoas idosas. Embora

recente, o Programa Ceará Acessível já extrapola seu estágio de concepção filosófica e

organizacional e, aos poucos, adquire visibilidade pela pertinência da vontade política de

transformar o quadro da realidade local.

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Page 32: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AVILA,Fernando B. Pequena Enciclopédia de doutrina social da igreja. 2° Ed., Loyola,1993. São

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Page 33: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

SILVA , José de Souza. A mudança de época e o contexto global cambiante. Implicações para a

mudança institucional em organizações de desen volvimento. (mimeo), 2008

TRUCOM, Conceição. Sem qualidade de vida a longevidade é cada vez mais frágil (in) Agência

FAPESP. www.docelimao.com.br capturado em 06/05/2010

EIXO IEIXO I

ENVELHECIMENTO E POLÍTICAS DE ESTADO: PACTUAR CAMINHOSENVELHECIMENTO E POLÍTICAS DE ESTADO: PACTUAR CAMINHOS

INTERSETORIAISINTERSETORIAIS

A proposta é pensar a pessoa idosa como cidadão de direitos que precisam ser respeitados e

conquistados pela sociedade brasileira. Para alcançá-los, será preciso construir caminhos e contar

com a participação e a responsabilidade dos diversos setores que tratam das políticas de idoso.

A Conferência funcionará como uma oportunidade para que os idosos conheçam e dialoguem com

os representantes do Governo, do Judiciário e do Legislativo para que os gestores das diferentes

políticas públicas conversem, debatam e definam com os idosos e seus representantes as mudanças

e ajustes necessários.

Há ações que dizem respeito a mais de uma política. Por exemplo, nas Políticas de Promoção dos

Direitos da Pessoa Idosa participam; Saúde e Assistência Social ; Saúde e Educação; Educação e

Assistência Social; Educação e Políticas de Trânsito; Habitação e Políticas da Cidade; Previdência

Social e Trabalho; Cultura, Lazer e Turismo; Justiça e Direitos Humanos. Da mesma forma, nas

Políticas de Proteção dos Direitos e nas Políticas de Cuidados, tendo em vista que o envelhecimento

afeta de forma diferente homens e mulheres (feminização da velhice). Portanto, será necessário

pensar ações integradas entre o poder público e a sociedade civil organizada para fortalecer as

políticas de atendimento ao idoso no Município e de promoção do envelhecimento ativo, pois isso

interessa a homens e mulheres de todas as idades, etnias, orientação sexual, com e sem deficiência,

com e sem sofrimento mental, trabalhadores e aposentados, das cidades, das zonas ribeirinhas, da

floresta e do campo e outros.

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EIXO IIEIXO II

PESSOA IDOSA: PROTAGONISTA DA CONQUISTA E EFETIVAÇÃO DOS SEUSPESSOA IDOSA: PROTAGONISTA DA CONQUISTA E EFETIVAÇÃO DOS SEUS

DIREITOSDIREITOS

Ser protagonista de uma novela, de um filme ou de um livro significa ser o personagem. Ser

protagonista de direitos basicamente significa ser o ator principal: aquele que se envolve e participa

das discussões nos seus grupos e associações, nos Conselhos e em todos os espaços, porque deseja;

influir nos processos e nas decisões do governo sobre os assuntos do seu interesse.

Muitos direitos das pessoas idosas não têm sido respeitados na sociedade brasileira. Quem pode

ajudar a mudar essa dura realidade? A maioria das pessoas ainda não envelheceu e não sabe o que

significa ser idoso no Brasil de hoje e grande parte nem quer saber. O idoso sabe. Ele precisa ser

ouvido. Porém, nossa sociedade não está mais acostumada a ouvir a pessoa mais velha e muitas

vezes, nem se interessa em ouvi-la. Às vezes, a pessoa mais velha acha que não vale mais apenas

lutar por seus direitos ou nem acredita mais que eles “ sairão do papel” . Certamente, será

necessário um longo processo de educação e sensibilização que começa nas lares, nas escolas, no

trabalho, nas agências da previdência social, nas agências bancárias, nos postos de saúde e

hospitais, nos transportes públicos e em toda a cidade, em todas os Estados do nosso país até que os

direitos da pessoa idosa sejam reconhecidos e respeitados. Porém, o primeiro passo fundamental é

que o próprio idoso conheça bem os seus direitos, sinta-se dono deles, defenda-os e se beneficie

deles. A sociedade e as políticas públicas só respeitarão esses direitos se o próprio idoso estiver

atento, organizado e em condições de manifestar sua vontade e de reagir diante das injustiças.

Neste eixo, serão debatidas estratégias para estimular a participação dos idosos, para aumentar seus

conhecimentos e de toda a sociedade acerca desses direitos e para consolidar a ideia de que o idoso

é um cidadão pleno de direitos que não pode e não deve ser excluído das discussões e nem das

responsabilidades.

TEXTO BASE

Pessoa idosa: protagonista da conquista e efetivação dos seus direitos

Por Tulia Fernanda Meira Garcia

O envelhecimento populacional, ainda que se apresente como fenômeno mundial, tem transformado

de maneira muito rápida o perfil demográfico da população brasileira colocando o Brasil em grande

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evidência nas discussões, estudos e pesquisas sobre a velhice e o envelhecer. Nas próximas décadas

vivenciaremos um crescimento significativo da população em idade adulta avançada o que leva a

velhice, o envelhecimento e a pessoa idosa a alcançarem o status de uma das principais questões a

serem enfrentadas nesse milênio.

Ainda que a maior concentração de idosos esteja presente na população dos países do Continente

Europeu, a Organização das Nações Unidas (ONU) põe em relevo que a transformação do perfil

etário é mais notável e mais rápida nos países em desenvolvimento, nos quais se prevê que a

população idosa quadruplicará nos próximos 50 anos.

A observação do cenário demográfico da América Latina (CEPAL, 2003), por exemplo, revela que a

proporção do grupo etário de 60 anos ou mais passará a responder de 8% para 15% do total

populacional. Se considerarmos que os países dessa região apresentam diferenças históricas, sociais

e econômicas em várias instâncias, podemos atentar para a importante heterogeneidade em relação

ao processo de envelhecimento de sua população e sobre a situação brasileira nesse contexto.

A transformação demográfica que em países desenvolvidos ocorreu ao longo do século XX,

apresenta peculiaridades no País por acontecer de forma acelerada, sucedendo de uma geração para

outra, menciona Garcia (2001). Sem dúvida é um triunfo demográfico! Mas será que estamos nos

preparando para essa nova realidade? Esta é a inquire que nos leva a compreender o interesse cada

vez maior de se buscar caminhos para intervenções resolutivas junto a essa população.

Atentemos para o fato de que, no Brasil, em 1950, a população idosa correspondia a 4,4% dos

brasileiros; em 1991, ela subiu para 7,4%; e, no ano de 2050, o Brasil terá 64 milhões de idosos, o

que representará 29,7% da população total, mais que o triplo do registrado em 2010, conforme

aponta o recente relatório “Envelhecendo em um Brasil mais Velho”, do Banco Mundial (2011).

Se no ano de 2008, para cada grupo de 100 crianças de 0 a 14 anos existiam 24,7 idosos de 65 anos

ou mais, em 2050, o quadro mudará, e para cada 100 crianças de 0 a 14 anos existirão 172, 7 idosos,

alerta o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística no documento Projeção da População do

Brasil por sexo e idade: 1980-2050 - Revisão 2008, que subsidia Ministérios e Secretarias Estaduais

e Municipais para a formulação, implementação e posterior avaliação de seus respectivos

programas de desenvolvimento e, em particular, das ações contidas em suas políticas sociais (IBGE,

2009).

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Os indicadores censitários, dados demográficos, números e percentis revelam que o País caminha

velozmente rumo a um perfil demográfico cada vez mais envelhecido e alçando o Brasil entre

países líderes das discussões mundiais e tomada de decisões à respeito da velhice.

Precisamos agir rápido. O País já apresenta cabelos brancos! E esse perfil etário da população

brasileira exige que a sociedade assuma o compromisso de oferecer aos idosos novas oportunidades

e variados mecanismos de garantia para o estabelecimento de um modelo de envelhecimento mais

digno.

O fato de o Brasil ter embarcado em um processo de desenvolvimento que o está levando a atingir

índices sociais e demográficos de primeiro mundo, embora com sistemas e instituições herdadas de

outro contexto, demonstra ser imperioso que ampliemos as oportunidades de protagonismo das

pessoas idosas pois o aumento na expectativa de vida e da população de gerontos, transforma a

realidade social de maneira irreversível.

O processo de envelhecimento da população demanda um olhar atento às peculiaridades desse

segmento populacional por parte do poder público, da família e da sociedade, na proposição de

diferentes estratégias, ações e serviços que atendam às necessidades de atenção, proteção e defesa

dos direitos da população idosa, como aponta Mariano (2009).

Na direção de refletir sobre a longevidade e acerca do envelhecimento populacional, a Assembléia

Mundial sobre o Envelhecimento, inquestionavelmente, se mostra como um dos mais importantes

ajuntamentos de esforço concentrado por um envelhecimento mais digno. Promovida pela ONU, em

duas edições acontecidas em Viena (1982) e em Madri (2002), com periodicidade de 20 anos, a

Assembléia Mundial do Envelhecimento agrega Estados, nações, organismos especializados,

organizações intergovernamentais e organizações conexas, sensibilizados pela questão do

envelhecimento populacional.

Os pontos suscitados, os caminhos encontrados, além dos compromissos e das recomendações,

sobre o enfrentamento da velhice, construídas por todos os que se fizeram presentes às plenárias,

registradas em um documento final, compõem um relatório de forte impacto para as tomadas de

decisões relacionadas com a longevidade.

As metas, objetivos e compromissos referendados no documento da ONU, referente à segunda

edição do evento, resultaram tanto em um plano de ação, compromisso de todos os Estados

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Page 37: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

participantes, quanto em um documento que congrega em si a mais expoente discussão sobre o

envelhecer. Por sua escrita criteriosa e profunda reflexão sobre a temática, esse documento

consolida-se como referência imprescindível para todo aquele que se aventura pela teia complexa

da análise do envelhecimento.

Outra ação mundial de forte apelo e importante impacto aconteceu alguns anos antes da reunião de

Madri, se deu em 1999 com a celebração do Ano Internacional do Idoso, cujo intento foi a

consolidação do ideal de transformação da “Sociedade para Todas as Idades”.

As referidas ações estabeleciam quatro frentes ou linhas de investida: o desenvolvimento individual

durante toda a vida; o estímulo às relações intergeracionais; a relação entre o envelhecimento da

população e o desenvolvimento; e a análise de situação das pessoas longevas. Atentem para o fato

de que elas construíram a teia de proposições e iniciativas de fortalecimento do protagonismo e

empoderamento das pessoas idosas, termos esses que serão melhor analisados no corpo deste texto.

Como resultado dessas duas grandes iniciativas de coletivizar o enfrentamento da transformação do

perfil etário e demográfico, a velhice e o envelhecimento projetaram-se mundialmente como pauta

indispensável das decisões políticas, trazendo o idoso para um lugar de destaque, merecedor de

atenção e, na qualidade de ser humano, possuidor de direitos inerentes. É bem verdade que até hoje

reverberam seus ideais em todos os espaços de discussão sobre a pessoa idosa!

Uma das estratégias mais relevantes, resultado desse processo, é o reconhecimento da importância

da participação ativa do idoso que começa, então, a deixar o papel de invisibilidade social para

visibilidade e protagonismo no processo de planejamento, elaboração, monitoramento e

acompanhamento das políticas públicas que atuam na área do envelhecimento.

No Brasil, Rozendo, Justo e Correa (2003), ao tomar o campo jurídico como objeto de análise da

participação do idoso, asseveram que o brasileiro gris assumiu personalidade própria a partir da

promulgação de diversas leis específicas que regulam direitos, políticas e serviços, dentre elas a

Política Nacional do Idoso (PNI), promulgada em 1994, e o Estatuto do idoso, em 2003. Além, é

claro, do marco jurídico do Estado democrático e participativo e dos direitos civis e políticos da

comunidade, a Constituição Federal de 1988, conhecida como ‘Constituição Cidadã’, que celebraria

os direitos universais do homem.

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Page 38: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

É de importância inconteste os chamados “canais participativos” que se consolidam na

contemporaneidade e, talvez, representem as principais garantias de participação popular e de

exercício da cidadania na esfera política do país, estabelecidas na Constituição de 1988, como

apontam Gohn (2004) e Andrade (2007), apud Mariano (2009) entre os quais citamos os fóruns de

debates e conferências, voltados para o planejamento de políticas setoriais (saúde, educação,

assistência social, meio ambiente etc.) e, principalmente, os conselhos de políticas e de garantia de

direitos (como os Conselhos de Assistência Social, Conselhos de Saúde, os Conselhos do Idoso).

As pessoas envolvidas com as questões gerontológicas esperam, ansiosamente, a consolidação de

uma nova ordem social, na qual onde o idoso assuma, de fato, locus privilegiado numa dinâmica

social que, embora imposta pela mudança no perfil demográfico, leve a velhice a ser entendida

como uma grande conquista! Sim, é assim que devemos considerá-la, pois a sociedade brasileira

está envelhecendo, e isso é um fato irreversível que vai interferir em todas as dimensões da vida

humana, por isso precisamos garantir qualidade de vida, autonomia.

Nessa direção, podemos elencar fatores de grande impacto para essa transformação como:

• desenvolvimento de pesquisas nas áreas de Gerontologia;

• leis, portarias, resoluções e matérias regulamentadas sobre direito e política;

• envolvimento de entidades como a Organização das Nações Unidas (ONU), de inúmeras

organizações governamentais e, especialmente, da sociedade civil organizada;

• exposição da longevidade nos meios de comunicação;

• protagonismo do idoso, com a ampliação da participação das pessoas idosas nas políticas

públicas;

• fortalecimento dos conselhos de políticas e de fóruns permanentes de políticas para o idoso,

espaços privilegiados de controle e participação social.

Podemos considerar os fatores citados como os contribuem, com maior ascendência, para

consolidar o novo paradigma do envelhecimento, isto é, o modelo de envelhecimento que tem como

meta a velhice ativa e participante e que demanda uma sociedade que assegure espaços de

participação social para esse grupo etário.

No Brasil contemporâneo percebemos maior investimento e envolvimento no sentido de que

condições básicas de vida do idoso sejam respeitadas. Mas lanço uma pergunta? Será que

estaríamos satisfeitos com a garantia das condições básicas de vida, ou será que almejamos mais?

Mais cidadania, mais dignidade, mais participação social... mais vida aos anos vividos!

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Page 39: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

Cada um de nós, nos espaços diversos do cotidiano, percebe que a sociedade brasileira ainda não

compreendeu que o fenômeno do envelhecimento é um grande desafio para o país e, em particular,

para a política social. Essa situação demonstra a necessidade de fomentar o debate e a reflexão

acerca das implicações deste fenômeno, dentre as principais, o protagonismo e o empoderamento7,

sendo o protagonismo um dos eixos da III Conferência Nacional de Direitos da Pessoa Idosa que

norteia, por conseguinte, as discussões nas esferas municipal, regional e estadual, de maneira que

cientes desse processo, possamos ajudar a torná-lo cada vez mais presente entre os idosos do nosso

Ceará. Por isso estamos juntos aqui, nesse diálogo franco!

Palavras comumente utilizadas, protagonista e protagonismo, do ponto de vista etimológico

derivam de protagnistés, que significa o ator principal, ou aquele que ocupa o lugar principal em

um acontecimento. A palavra é formada pela junção dos termos proto, que significa primeiro ou

principal, mais agon, que significa luta.

Se no campo da literatura e da dramaturgia elas são empregadas para se referir a personagens de

uma história, responsáveis pelo desenrolar de um enredo (Justo et al., 2010), sua utilização nas

ciências humanas, segundo Gohn (2005) se refere aos atores que configuram as ações de um

movimento social.

Em consonância com o conceito que entende o protagonismo a partir do viés relacional, na medida

em que só pode ser compreendido em relação aos diferentes sujeitos envolvidos num

acontecimento, para nós interessa o protagonista em ação, isto é, aquele capaz de transformar a

condição socioexistencial que acontece nos espaços de participação social e processos de controle

de políticas.

É como expõe Minayo (2001) sobre o protagonismo no campo das ciências sociais ao afirmar que

estes termos têm sido utilizados como variantes do termo “sujeito” para designar grupos ou

conjuntos de atores sociais que desencadeiam ações e se colocam ativamente na construção da

história.

E o que pensar sobre o protagonismo da pessoa idosa nos espaços de participação política e na

própria dinâmica da comunidade ao qual ele integra?

7 Empowering ou empoderamento surge com os movimentos de direitos civis nos Estados Unidos nos anos de 1970 e pode ser entendido como processo pelo qual as pessoas, as organizações, as comunidades tomam controle de seus próprios assuntos, de sua própria vida, tomam consciência da sua habilidade e competência para produzir, criar e gerir seus destinos.

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O entendimento de protagonismo, defendemos, deve estar vinculado à idéia de gerenciamento da

vida, ou seja, de autonomia individual no sentido de atuações próprias que propiciem a realização

de projetos. Essa também é a idéia de Mariano (2009) ao investigar de que forma a participação

ativa do idoso, que começa a deixar o papel de invisibilidade social para assumir posição de

visibilidade, protagonismo e empoderamento no processo de planejamento, elaboração,

monitoramento e acompanhamento das políticas públicas que atuam na área do envelhecimento,

impactará nos conselhos de direitos e políticas de idosos como espaços legítimos de controle e

participação social.

A própria expressão “atores sociais”, amplamente aplicada no lugar do “sujeito”, faz referência

clara ao entendimento de que a sociedade se caracteriza como um cenário de acontecimentos

parecidos com o das interpretações das artes cênicas. Por isso, o emprego do termo protagonista

dada sua vinculação à literatura e dramaturgia não ocorrem por acaso, especialmente quando ao

idoso, por muito tempo foi concedido somente o gueto social. O idoso deve sim sentir-se agente de

transformação e para tanto urge que tome assento qualificado nos conselhos, fóruns, conferências e

demais espaços de participação democrática.

Rozendo, Justo e Correa (2010) ao realizarem levantamentos sobre o assunto, realizados em

algumas das principais bases de dados do Brasil e do mundo – Portal

EIXO IIIEIXO III

FORTALECIMENTO E INTEGRAÇÃO DOS CONSELHOS: EXISTIR, PARTICIPAR,FORTALECIMENTO E INTEGRAÇÃO DOS CONSELHOS: EXISTIR, PARTICIPAR,

ESTAR AO ALCANCE, COMPROMETER-SE COM A DEFESA DOS DIREITOS DOSESTAR AO ALCANCE, COMPROMETER-SE COM A DEFESA DOS DIREITOS DOS

IDOSOS.IDOSOS.

Uma grande lacuna observada na Política Estadual do Idoso é que devemos reconhecer a falta de

articulação entre os Conselhos Municipais , Estadual e Nacional. Será necessário criar estratégias de

interlocução permanente, para a troca de experiências exitosas, para a luta por objetivos comuns.

Também será preciso:

− Aumentar o número de Conselhos Municipais, nos Municípios que ainda não possuem

Conselhos Municipais dos Direitos do Idoso.

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− fortalecer o diálogo entre os Conselhos Municipais e Estadual; Estadual e Nacional, criando

espaços para Seminários, Fóruns, Audiências Públicas, Teleconferências para estimular a

participação de mais grupos e Entidades nos Conselhos;

− fortalecer a integração entre os Conselhos dos Direitos do Idoso e os demais Conselhos.

Cabe aos Conselhos de Idosos mobilizar a sociedade para se preparar para a realidade do

envelhecimento brasileiro, dentro de trinta anos, de cada quatro pessoas uma será idosa no Brasil.

Nossa cidade, nosso Estado, nosso País está preparado para este envelhecimento?

TEXTO BASE

Fortalecimento e integração dos Conselhos: existir, participar, estar ao alcance, comprometer-

se com a defesa dos direitos dos idosos.

Ana Lucia Barbosa Gondim8

Lucila Bomfim Lopes Pinto9

Ao abordar o tema fortalecimento e a integração dos conselhos: existir, participar, estar ao alcance,

comprometer-se com a defesa dos direitos dos idosos, se faz necessário tecer alguns comentários

sobre a introdução do mecanismo da participação no seio da sociedade brasileira, o seu significado

e suas principais missões.

Anterior ao advento da Constituição Federal de 1988, qualquer mobilização, organização e

tentativa de participação popular eram duramente reprimidas pelo sistema vigente, consideradas

fortes e perigosas ameaças a ordem pública e ao desenvolvimento do país, uma vez que

participação, até então, não significava nada além do envolvimento das comunidades na realização

das atividades de interesse do sistema vigente, já que as relações de produção, dominação e

estrutura de classes eram intocadas.

8 Assistente Social e Advogada, atual presidente da Associação Cearense Pró-Idosos- ACEPI , integrante do Fórum Cearense de Políticas para o Idoso – FOCEPI e conselheira do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa de Fortaleza – CMDPI Fortaleza

9 Terapeuta Ocupacional, Professora da UNIFOR, Presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Idoso – CEDI – CE, integrante do Fórum Cearense de Políticas para o Idoso – FOCEPI, Membro da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG-Seção-CE.

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Nas décadas de 50 e 60, a participação era entendida como uma complementação do Estado pela

sociedade, num contexto em que a sociedade legitimava a omissão do Poder Público, prestando

serviços e realizando ações que o Estado tinha a obrigação de fazer e não o fazia. No caso

específico, da assistência ao idoso, esta era assumida tradicionalmente pela iniciativa privada,

filantrópica e religiosa.

Apenas no final da década de 60 e nos meados da de 70 é que a participação popular se fortalece,

aprofundando críticas e radicalizando práticas políticas em oposição ao sistema por meio dos

movimentos sociais, que foram instrumentos fundamentais para a redemocratização da sociedade e

Estado brasileiros. Sobretudo nos anos 70 e 80 foi decisiva a atuação de diferentes grupos sociais,

não apenas se opondo frontalmente ao regime ditatorial, mas lutando pela concretização de seus

interesses e direitos.

No final da década de 70, surgem também os movimentos dos trabalhadores, predominantemente na

região do ABC paulista, emergindo daí as lideranças dos operários, sendo deflagrados nesse

contexto os fortes confrontos entre a didatura e a mobilização popular contra a mesma.

Nessa época, emergiam em todo o Brasil os conselhos comunitários, criados pelos governos, para

incorporar a sociedade civil no controle de seu destino, e os conselhos populares, criados pelos

próprios movimentos sociais, para pressionar os governos no intuito da obtenção dos direitos das

classes exploradas e oprimidas, atingindo o auge do movimento popular.

Em meados da década de 80, o movimento pelas eleições diretas para presidente, denominado

DIRETAS JÁ, mesmo tendo sido derrotado, contribuiu significativamente para a consolidação da

participação popular e, garantiu ao povo o direito de votar para presidente, sendo Tancredo Neves o

último presidente eleito indiretamente.

Com o advento da Constituição Federal- CF de 1988, iniciou-se um novo processo na vida do

cidadão brasileiro: a possibilidade da criação de instrumentos de fortalecimento da participação do

mesmo em praticamente todas as áreas anteriormente controladas pelo Estado estando os conselhos

inseridos como instrumentos fundamentais dessa participação.

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Os conselhos como espaços de participação democrática foram reincorporados ao cotidiano da

sociedade brasileira com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a qual, no parágrafo

único do art. 1º, afirma: “Todo poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes

eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. Com isso, a CF/88 introduz a democracia

participativa na vida brasileira, como uma interação entre o Poder Público e a sociedade, dando ao

cidadão o direito de intervir diretamente na vida política.

No parágrafo único do art. 194 do mesmo diploma legal, está dito ser competência do Poder

Público organizar a seguridade social, com base no caráter democrático e descentralizado da

administração, mediante gestão quadripartite10, com participação dos trabalhadores, dos

empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

A criação do sistema único de saúde- SUS também prevê que as ações e serviços públicos de

saúde estarão integrados a uma rede regionalizada e hierarquizada organizada, por meio da

participação da comunidade11.

As ações governamentais na área da assistência social passam a ser organizadas com base na

participação popular, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no

controle das ações em todos os níveis12.

A introdução da descentralização e da participação popular pela Constituição Cidadã favoreceu a

construção de um novo contexto social impondo à gestão pública a outorga à sociedade para intervir

nas políticas públicas, interagindo, dessa feita, com o Estado, na definição de prioridades,

implementação e elaboração de planos, fiscalizando e avaliando as políticas, programas e ações

públicas municipais, estaduais ou federal, descentralizando, desta feita, o poder de decisão e

destinação de recursos na prestação de serviços públicos. Desta forma, há o compartilhamento de

responsabilidades entre o Estado e a sociedade, atingindo-se maior eficácia e efetividade.

Nesse novo contexto democrático, a assistência social adquiriu status de política pública, sendo

reconhecida como direito do cidadão e dever do Estado, introduzindo, com isso, uma nova cultura

10 Integrada por quatro partes, representado por quatro segmentos.114 Art. 198 da CF. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:.. III - participação da comunidade.125 Art. 204 da CF. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:.. II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.

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no exercício da política pública de assistência, na qual os conselhos ganham expressão e a missão

para exercer o controle social.

Com isso, a década de 90 assistiu a uma verdadeira explosão de criação de Conselhos no país,

culminando com a obrigatoriedade da implementação dos Conselhos de Saúde, Conselhos Tutelares

e de Direitos da Criança e do Adolescente, Conselhos de Acompanhamento e Controle Social do

Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério

(FUNDEF), o Conselho de Assistência Social e Conselhos Escolares

No Brasil, os Conselhos seguem basicamente três linhas: Conselhos gestores de programas

governamentais; Conselhos de políticas setoriais e Conselhos temáticos13, possuindo características

diferenciadas quanto a natureza, papel, funções, atribuições, composição, estrutura e regimento e,

independentemente do foco das ações de cada um deles, todos representam reais possibilidades da

participação da sociedade no interior do próprio Estado, por meio do exercício do controle social,

missão essa que por si só justifica a sua criação e existência.

O Estatuto do Idoso- Lei 10.741 de 01 de outubro de 200314 recepcionou alguns artigos da Lei

8.842 de janeiro de 1994, a qual dispõe acerca da Política Nacional do Idoso- PNI e cria o Conselho

Nacional do idoso, e, em seu art.52, afirma a existência de fiscalização das entidades

governamentais e não governamentais de atendimento ao idoso a ser realizada pelos Conselhos do

Idoso, pelo Ministério Público, pela Vigilância Sanitária, bem como pelos demais órgãos previstos

em lei.

Já o art. 53 modifica a redação do art. 7º da PNI, e este passa a vigorar com a seguinte redação: “

Art. 7º compete aos Conselhos de que trata o art. 6º desta Lei a supervisão, o acompanhamento, a

fiscalização e avaliação da política nacional do idoso, no âmbito das respectivas instâncias político-

administrativas”.

Esses conselhos, entendidos como espaços de participação democrática, expressão de militância

ética-política, são principalmente canais permanentes de debate, comunicação e informação,

possibilitando o exercício da soberania popular no controle das ações do Estado em defesa dos

13 Os Conselhos de Idoso integram a linha de conselhos temáticos, cujo tema é o interesse e o direito do idoso.14 7Lei 10.741 de 01 de outubro de 2003 que dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências

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Page 45: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

interesses coletivos. Visam, sobretudo, subsidiar tomada de decisão política promovendo a

participação efetiva da comunidade nos assuntos de caráter público.

O controle social da gestão pública nas diversas áreas (educação, saúde, segurança, assistência

social etc.) tem perspectivas de se consolidar como espaço de co- gestão entre Estado e sociedade,

para o exercício de práticas inovadoras favoráveis a cidadania ativa.

“ O governante é um comissário do povo e a fiscalização pelo povo sobre as ações do governo é a

forma segura para evitar a usurpação e o predomínio do interesse privado sobre o interesse

público.”(ROUSSEAU, 1997)15

A 2ª Conferência Nacional de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, em seu texto base, ressalta que o

maior benefício da participação democrática é: “a possibilidade da sociedade influenciar as decisões

políticas e legislação que afetam diretamente os cidadãos”, e Sales (2005) corrobora com esse

entendimento quando afirma que “participar é ter poder de definir os fins e os meios de uma prática

social, poder que pode ser exercido diretamente ou através de mandatos, delegações ou

representações”16. É nesse contexto que o papel dos conselhos é fortalecido, sendo evidente a

importância a ser dada na formação e nos compromissos dos seus conselheiros.

Como dito anteriormente, os Conselhos são instrumentos privilegiados de controle democrático em

uma gestão descentralizada e participativa devido a: seu caráter permanente; sua composição

paritária; sua natureza deliberativa, constituindo-se em espaço efetivo para o exercício das relações

democráticas entre governo e sociedade civil, local singular para o debate de interesses em conflito,

fazendo parte de uma cadeia de mecanismos de gestão participativa devendo, para isso, articular-se

com os Fóruns, Assembléias, Comissões, Conferências, órgãos gestores, fundos especiais, entidades

privadas, Ministério Público, etc., os quais são os espaços e mecanismos legais do processo

participativo.

É importante que se fale rapidamente das características dos Conselhos para uma melhor

compreensão desse mecanismo de participação, a começar pela definição de conselho como um

órgao colegiado, sendo, pois, composto por vários agentes públicos, o que faz com que suas

decisões sejam da maioria, isto é, sejam coletivas.15 ROUSSEAU, Jean Jacques. Os Pensadores. V.I, São Paulo: Nova Cultura, 1997.16 SALES, Ivandro Costa. Os Conselhos e a Gestão Democrática: armadilhas e possibilidades. Cadernos de Educação

Popular, Rio de Janeiro, v.32,p.40-52,2005.

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É paritário, porque se refere a par, significa dizer que sua composição é feita pelo mesmo número

de representantes de órgãos governamentais(OG’s) e não governamentais (ONG’s), ou seja,

representantes da sociedade. Cada órgão possui um titular e um suplente.

É representativo, porque tem representantes de associações, grupos de idosos, pastorais,

aposentados, asilos, ou seja, é composto por entidades que, direta ou indiretamente, estão ligadas à

questão do idoso.

É deliberativo, por poder decidir e/ou definir normas e ações referentes à política de apoio à pessoa

idosa.

É fiscalizador, porque fiscaliza a execução dos programas e projetos dirigidos ao idoso.

É articulado, porque favorece o diálogo entre a prefeitura/ estado e a sociedade.

É implementador, por favorecer a comunicação transparente das informações para permitir o

controle por parte da sociedade.

A natureza dos mecanismos com os quais os conselhos deverão se articular precisa ser bem

entendida por todos, a fim de que sejam identificados e mobilizados pela sociedade.

Os Fóruns constituem-se objetos de controle social, considerando-se que são criados como

instrumento de participação democrática, diferenciam-se dos conselhos porque são instituintes, não

são criados juridicamente, ou seja, são criados livremente, por iniciativa popular e abertos à

participação, ao passo que os conselhos são instituídos, isto é, são estabelecidos por iniciativa do

poder público por meio de uma lei. Os fóruns exercem o papel de debate, controle e de

proposições

As assembléias são as reuniões ou grupo de pessoas que fazem parte de uma mesma entidade ou

órgão, detentoras ou não de mandatos, e são convocadas com o intuito de legislar ou deliberar sobre

assuntos de interesse público ou privado.

As comissões são formadas por pessoas encarregadas de funções especiais, de tratar de um

determinado assunto, de estudar e aprofundar sobre esses assuntos para depois dar a sua opinião

sobre os mesmos, por meio ou não de parecer.

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As conferências são grandes reuniões compostas por representantes do Estado e da sociedade, com

objetivos de analisar e avaliar as ações e políticas na sua área de atuação, fazendo recomendações

para as próximas gestões.

Os órgãos gestores são aqueles ligados ao governo, cuja missão é elaborar a política ou os planos

a serem executados com a participação de entidades governamentais e não governamentais,

obedecendo às recomendações das Conferências.

Os fundos especiais17 são criados para aprovar proposta e execução orçamentária de determinada

política.

As entidades privadas são aquelas criadas pela inciativa particular, não sendo órgãos do poder

público, porém criam parceria com o Estado para atendimentos à população, e, portanto, cabe aos

conselhos, o registro, a fiscalização e acompanhamento ao funcionamentos dessas entidades.

O Ministério Público é constituído pelos Promotores e Procuradores de Justiça, tornando-se o

principal órgão defensor dos direitos individuais e sociais. Grande parceiro dos conselhos no

controle democrático da política e no respeito aos direitos dos cidadãos, o Ministério Público é

conhecido popularmente como o defensor da sociedade.

Os conselhos e fóruns são espaços públicos de participação popular. Aqueles não anulam estes,

havendo, em verdade, uma articulação entre ambos. A efetividade dos conselhos e fóruns depende

da organização e pressão dos movimentos sociais de defesa dos direitos. O exercício do controle

social não depende apenas da criação de instâncias institucionais, mas da capacidade dos

movimentos, organizações, conselhos, fóruns, comissões, grupos e outras formas de articulação nas

quais a sociedade civil possa debater, encaminhar, mobilizar, pressionar e exercer a participação

numa perspectiva de construção de direitos.

A formação e o compromisso dos conselheiros e integrantes dos fóruns são de suma importância

para o fortalecimento desses espaços, considerando que são esses agentes que darão vida, força e

personalidade aos órgãos que representam, fazendo-os combativos e capazes de lutar pelos

interesses e direitos do segmento idoso, sendo, pois, necessário que as pessoas sejam afinadas e

comprometidas com o exercício da função de conselheiro.

17 LEI Nº 12.213, DE 20 DE JANEIRO DE 2010 Institui o Fundo Nacional do Idoso

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Cabe, agora, discorrer sobre as atribuições dos conselheiros e os desafios que estes podem vir a

enfrentar.

ATRIBUIÇÕES DO CONSELHEIRO:

• Participar das reuniões do Conselho e deliberar;

• relatar matérias que lhe forem atribuídas;

• fazer parte de grupos de trabalho;

• representar o Conselho; escolher, entre os conselheiros, o presidente e o vice-presidente;

estar disponível para assumir a Presidência ou a Vice-Presidência do Conselho, caso eleito;

encaminhar ao conselho demandas dos idosos;participar de atividades decididas pelo

Plenário ou pela presidência do conselho;

• colaborar no aprofundamento das discussões e auxiliar nas decisões do grupo;

• divulgar as decisões/discussões do Conselho nas entidades que representa; trazer

contribuições de suas entidades para fortalecer a conquista dos direitos do idoso; manter-se

atualizado nos assuntos de interesse do idoso, tais como estatíticas, políticas públicas,

orçamento, financiamento, demandas da sociedade; conhecer as leis que regem os benefícios

e programas de idosos; buscar o conhecimento constante da rede pública e privada que

presta serviços ao idoso; informar-se acerca dos custos dos programas e serviços, dados

referentes aos idosos que necessitam desses serviços para argumentar questões de orçamento

e financiamento;

• atualizar-se sobre a problemática do idoso, com o fim de contribuir com a construção de um

processo de envelhecimento digno.

ALGUNS DESAFIOS PARA O CONSELHEIRO:

• Conseguir se libertar de práticas autoritárias e impositivas daqueles que detém ou

representam o poder; assumir-se como sujeito político, ao invés de limitar-se a “simples

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fazer parte" de alguma situação pontual; enfrentar os entraves da máquina administrativa

burocratizada do Estado;

• trabalhar sua organização para criar canais de participação, comunicação e informação;

• dar visibilidade às demandas e necessidades do segmento que representa;

• conseguir o reconhecimento social e a legitimidade política como interlocutores para a

formulação das políticas públicas locais;

• investir em ações em que os Conselhos possam divulgar o que fazem para conquistar maior

visibilidade social e política;

• incluir no debate público novos valores coletivos, como noções de autonomia, transparência,

parceria, direitos, solidariedade, pluralidade, etc;

• encaminhar as deliberações das conferências para os órgãos que devem executá-las e

fiscalizar a sua implementação e batalhar para ter poder de gerir os recursos financeiros.

Por todo o exposto, necessário é que se tome consciência da importância da participação da

sociedade em geral na defesa dos direitos do idoso, por intermédio da fiscalização do Estado e da

ação conjunta com este, a fim de salvaguardar os objetivos primordiais previstos pela Constituição

Federal de 1988 e pelas políticas públicas voltadas aos interesses da pessoa idosa. Fundamental é

que as instituições sociais não se ausentem de suas obrigações na busca de uma vida digna às

pessoas maiores de 60 anos, pois, afinal, o Estado não é formado somente pelas esferas do poder

público, mas também pela população em geral.

REFERÊNCIAS

BRASIL Constituição da República Federativa do Brasil, atualizada em 2010, 1988;

___________. Lei Federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003 (Estatuto do Idoso);

____________Lei Nº 12.213, DE 20 DE JANEIRO DE 2010 Institui o Fundo Nacional do Idoso;

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ROUSSEAU, Jean Jacques. Os Pensadores. V.I, São Paulo: Nova Cultura, 1997.

SALES, Ivandro Costa. Os Conselhos e a Gestão Democrática: armadilhas e possibilidades.

Cadernos de Educação Popular, Rio de Janeiro, v.32,p.40-52,2005.

EIXO IV

DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS, PLANO INTEGRADO E ORÇAMENTO PÚBLICODIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS, PLANO INTEGRADO E ORÇAMENTO PÚBLICO

DA UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICIPAIS: CONHECER PARADA UNIÃO, ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E MUNICIPAIS: CONHECER PARA

EXIGIR; EXIGIR PARA INCLUIR; FISCALIZAR.EXIGIR; EXIGIR PARA INCLUIR; FISCALIZAR.

O brasileiro não costuma conhecer nem se interessar pelo funcionamento do governo e do Estado. É

como se ele só participasse a cada dois anos quando acontecem as eleições, quando participa.

Depois, as coisas se acomodam não reivindicamos nem cobramos ações daqueles que elegemos e

muitas vezes nem nos lembramos em quem votamos na última eleição. Esse distanciamento da

coisa pública nos prejudica muito.

Como não sabemos, não aproveitamos as oportunidades, perdemos os prazos para influir no

orçamento, não conhecemos nem estamos familiarizados com o funcionamento das Câmara

Municipais e da Assembléia Legislativa do Estado para solicitamos emendas e projetos que

contemplem ações do nosso interesse. Geralmente, não conhecemos os critérios para a definição do

orçamento das políticas, a forma como o dinheiro público é utilizado não faz parte das conversas de

casa nem dos grupos e associações de idosos.

No âmbito nacional, a distância aumenta mais: é difícil o acesso aos senadores e deputados federais

que elegemos para defender nossos direitos. É necessário romper com essa passividade e

estabelecer projetos, planos, parcerias e ações integradas para prestação de serviços de atendimento,

defesa e garantia dos direitos do idoso.

Portanto, neste eixo pretende-se criar um ambiente favorável ao envelhecimento digno da sociedade

brasileira para a geração atual de idosos e para as futuras gerações, por meio de mecanismos de:

− Gestão Intergovernamental que consiste na articulação das ações entre a União, o Estado e

Municípios;

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− Gestão Intragovernamental que consiste na articulação entre as instituições que compõem

cada esfera de governo para atender os direitos e necessidades fundamentais do idoso, em

suas áreas de atuação;

− Gestão partilhada que consiste na articulação entre o Conselho Nacional do Idoso com os

Conselhos Estaduais , Municipais e Entidades de Defesa de Direitos de Idosos;

− Fiscalização das ações em cada esfera de governo.

Na Etapa Nacional, será consolidado um Pacto Político que agregue a diversidade Regional das

Politicas Públicas e o compromisso de toda a sociedade e do governo, no atendimento, defesa e

garantia dos direitos do idoso.

EIXO 04 - : Diretrizes Orçamentárias, Plano Integrado e Orçamento Público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: conhecer para exigir, exigir para incluir, fiscalizar.

Francisco Paulo Pimenta Maria Tereza de Araújo Serra

No dia a dia as pessoas precisam de dinheiro para pagar suas compras. Esse dinheiro é recebido de várias formas: de salários, serviços prestados, aluguéis, juros de poupança ou aplicações financeiras, empréstimos, venda de bens. Com essas entradas de dinheiro, são realizadas as compras e os pagamentos, tais como: compras de bens, como alimentos, e de serviços, como consultas médicas e escola, e os pagamentos de impostos, luz, telefone ou mesmo um empréstimo a um amigo. Em alguns casos, as despesas são financiadas com empréstimos. Para uma compra imediata sem dispor de dinheiro, usa-se um cartão de crédito, um financiamento bancário, o limite do cheque especial ou empréstimo com amigos ou familiares. Dessa forma, faz-se um gasto com dinheiro de terceiros, para no futuro, pagar a dívida contraída.

Podemos, então, dizer que, ao receber dinheiro dessas diversas fontes e gastá-lo nesses diferentes usos, as pessoas estão executando seu orçamento individual.

Na linguagem do Orçamento Público, a receita pública designa ingresso de recursos no conjunto de órgãos da administração pública, incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos (erário), desdobrando-se em “correntes” e “ de capital”. Por sua vez, a despesa pública representa a aplicação desses recursos, com a finalidade de atender às necessidades da coletividade.

O Orçamento Público é, pois, o documento no qual são registradas as despesas autorizadas pelo Poder Legislativo para aquele período, a partir de estimativas das receitas a ingressar num ano. As receitas compreendem, entre outras rubricas, os impostos, as taxas e as contribuições. Elas são utilizadas para fazer frente as despesas relativas à salários de funcionários, à construção de escolas, de hospital, de estradas, etc.

O Orçamento deve ser a expressão financeira do planejamento das ações governamentais, e é por intermédio do mesmo que se alocam os recursos para executar as ações planejadas. Se, por exemplo, o governo está construindo uma estrada e, em um ano, há necessidade de um alto

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montante de recursos para essa obra, ele poderá estruturar seu orçamento prevendo um empréstimo, a ser pago no futuro.

Assim, como foi dito, o Orçamento Público contém a autorização para despesas em determinadas ações, a partir de uma estimativa de receitas. Ele é, portanto, um instrumento legal em que são previstas as receitas fixadas e as despesas de um determinado ente político (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), para um período de um ano( exercício financeiro).

O Orçamento, para ser posto em prática, necessita ser autorizado por: Poder Legislativo (Câmara Municipal), quando se trata de orçamento municipal; Assembléia Legislativa, quando se trata de orçamento estadual; Câmara dos Deputados, quando se tratar de orçamento da união. O Chefe do Poder Executivo (Prefeito, Governador e Presidente), apresenta o Projeto de Lei do Orçamento e este deve autorizar e/ou fazer emendas ou mesmo rejeitar as propostas apresentadas.

Com a autorização do orçamento, o governo pode realizar as despesas necessárias para atender às necessidades da sociedade, que podem ser gastos correntes ou de capital.

Para melhor compreensão do que sejam as despesas correntes, define-se elas como sendo despesas com a execução e a manutenção da ação governamental, como pagamento de salários, água, luz, telefone, das repartições públicas, etc. Também, os juros de financiamentos contraídos no passado. As Despesas Correntes não contribuem diretamente para aumentar a capacidade produtiva da economia.

Já por Despesas de Capital, entendemos por aquelas com a formação de um bem de capital ou com a adição de valor a um bem já existente, como por exemplo: construção de escola, estradas, pontes, compra de computadores para repartições públicas, compra de imóveis etc. São classificadas em Investimentos, Inversões Financeiras e Transferências de Capital. São, igualmente, Despesas de Capital, a amortização de financiamentos contraídos no passado.

Existem três instrumentos do Orçamento que devem ser construídos com prazos de elaboração e encaminhados ao Legislativo pelo Executivo, posteriormente devolvido pelo Legislativo ao Executivo para a sanção e publicação. Também apresentam períodos de vigência diferentes no tempo que são:

PPA - Plano Plurianual ( 04 Anos )LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias ( Anual )LOA – Lei Orçamentária Anual ( Anual)

Então vejamos, Plano Plurianual- PPA estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública; LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias foi uma inovação introduzida pela Constituição Federal de 1988 e dispõem sobre as metas e prioridades para a administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro seguinte, orientam a elaboração da LOA ( Lei Orçamentária Anual), efetuam as alterações na legislação tributária e estabelecem as formas de financiamento do orçamento; LOA – Lei Orçamentária Anual – Esta lei apresenta a estimativa da receita e a discriminação da despesa autorizada, de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo.

Vamos conhecer os prazos de cada Instrumento:

INSTRUMENTOS

PRAZO DE ENCAMINHAMENTO AO LEGISLATIVO

PRAZOS DE DEVOLUÇÃO AO EXECUTIVO PARA SANÇÃO E

PRAZOS DE VIGÊNCIA.

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PUBLICAÇÃO PPA 31 de agosto do primeiro ano

de mandato15 de dezembro do primeiro ano de mandato

quatro anos, a contar do 2.º ano de cada administração, até o 1 º ano da seguinte

LDO 15 de abril de cada ano 30 de junho de cada ano

ano seguinte ao em que é apresentado ao Legislativo

LOA 31 de agosto de cada ano 15 de dezembro de cada

ano seguinte ao em que é apresentado ao Legislativo

Isso no caso da União. No caso dos Estados e Municípios, essas datas são, comumente, fixadas nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais. Em geral, a LDO segue o prazo federal, e o PPA e a LOA são apresentadas em setembro, sempre para vigência no ano seguinte.

MARCOS LEGAIS DO PPA: - Artigo 165 da Constituição Federal de 1988.

– Artigo 203 da Constituição Estadual : Prevê a instituição do PPA do Estado, como iniciativa de Lei do Poder Executivo.

No caso do Estado do Ceará:

O PLANO PLURIANUAL será anualmente revisado e será encaminhado à Assembleia Legislativa até o dia 30 de setembro de cada ano que precede o início do exercício fiscal.

LDO – LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS

Define as metas e prioridades da administração pública estadual para cada ano. As setoriais não participam da sua elaboração (Metas e riscos fiscais)(Ex. Crescimento do PIB, aumento da receita, impacto nas bolsas de valores e na economia global) A LDO orienta na elaboração da LOA.Interface entre o Plano e o Orçamento.

Legislação básica da LDO:

– Constituição Federal, Título VI, capítulo V, seção II, artigos 165 a 169.– Lei complementar n. 101, LRF, artigos 4º, 9º e 14.

TRÂMITE LEGAL DA LDO :

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PODER EXECUTIVO ELABORA O PROJETO DE LEI(SEPLAG/SEFAZ/CGE)

PODER LEGISLATIVO (discute,altera e aprova o projeto de lei

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O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá ser encaminhado pelo Executivo à Assembleia até 02/maio do ano que precederá à vigência do orçamento anual subsequente.

A LDO, instituída pela Constituição Federal de 1988, é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em que estabelece para cada exercício :

– Prioridades e metas da administração Pública Estadual; – estrutura e organização dos orçamentos;– diretrizes para elaboração e execução dos orçamentos do estado e suas alterações;– disposições relativas à divida Pública Estadual;– disposições relativas as despesas do Estado com pessoal e encargos sociais;– as disposições sobre alterações na legislação tributária do Estado.

LOA – LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL

Orçamento Público é o processo de previsão de receitas e fixação de despesas que darão respaldo à execução das politicas públicas. É um processo contínuo, dinâmico e flexível, que traduz em termos financeiros, para determinado período ( um ano), os planos e programas de trabalho do governo. O tipo de orçamento utilizado atualmente no Brasil é o ORÇAMENTO – PROGRAMA, essa modalidade está ligada aos programas de governo, às realizações que tanto os governantes almejam. Desta maneira, o orçamento -programa é uma peça com ligação estreita ao planejamento (PPA). Ele indica as ações, programas, projetos e atividades governamentais, bem como seus montantes monetários, as fontes de recursos e metas de gestão dos mesmos.Orçamento – Programa é a única modalidade de orçamento que vincula o Planejamento (PPA) à execução ou ao orçamento (LOA), por intermédio das Diretrizes Orçamentárias (LDO).

Os principais ditames legais que regulamentam a prática orçamentária no setor público são:

1 – A Lei 4.320/64;2 – a Constituição Federal de 1988 ( artigos 165 à 169);3 - a Lei complementar 101/200( Lei de Responsabilidade Fiscal);4 – o manual Técnico de Contabilidade Aplicada ao Setor Público ( STN);5 – o Decreto Federal 93.872/86;6 – o Decreto – Lei 200/67;7 – LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social)

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EXECUTIVO : sanciona e publica a lei, podendo propor veto ao texto aprovado pelo legislativo

LEGISLATIVO : Aprova ou não os vetos propostos pelo Excutivo

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A obrigatoriedade de o setor público elaborar e gerir suas contas através de um planejamento (orçamento) público está descrita na Constituição Federal de 1988, artigo 174 : “ COMO AGENTE NORMATIVO E REGULADOR DA ATIVIDADE ECONÔMICA, O ESTADO EXERCERÁ NA FORMA DA LEI AS FUNÇÕES DE FISCALIZAÇÃO, INCENTIVO E PLANEJAMENTO, SENDO ESTE DETERMINANTE PARA O SETOR PÚBLICO E INDICATIVODO PARA O SETOR PRIVADO”

Assim, a Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa de forma a evidenciar a política econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios de unidade, universalidade e anualidade.

RECEITA PÚBLICA

É representada pelo conjunto de todos os recursos financeiros arrecadados de qualquer fonte, notadamente de tributos, para fazer face às despesas orçamentárias e as despesas adicionais do orçamento.

CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA POR CATEGORIA ECONÔMICA

Receitas Correntes Receita de Capital– Tributárias - Operação de Crédito – Contribuições - Alienação de Bens – Patrimonial - Amortização de Empréstimos – Agropecuária - Transferências de Capital– Industrial - Outras Receitas de Capital– Serviços – Transferências Correntes – Outras Receitas Correntes

DESPESAS PÚBLICAS

Constituem Despesas Públicas os gastos fixados em Lei Orçamentária ou em leis especiais e destinados à execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. Destina-se também ao cumprimento dos compromissos da dívida pública(Despesas Orçamentárias) e ainda à restituição ou pagamento de importância recebida a título de cauções, depósitos, consignações, etc (despesas extra- orçamentárias ).

CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA PÚBLICA POR CATEGORIA (Port. Interministerial n. 163/2001)

Despesas Correntes Despesas de Capital– Pessoal e Encargos - Investimentos– Juros e Encargos da Dívida - Inversões Financeiras – Outras despesas Correntes - Amortização da Dívida

CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL DA DESPESA

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Objetiva delimitar a despesa, definindo-a por sua função e subfuncão, ou seja , pelo maior nível de agregação das áreas que competem ao setor público.Essa classificação de aplicação é comum na união, estados e municípios, e permite a consolidação nacional dos gastos públicos. Ela é composta por 28 funções (Port. Interministerial n. 42/1999)

Abaixo, um exemplo de Classificação Institucional Funcional e Programática de uma unidade administrativa do Estado do Ceará.

ÓRGÃO 47000 STDS

UNIDADE ORÇAMENTÁRIA 4720002 FEAS

FUNÇÃO 08 ASSISTÊNCIA SOCIAL

SUBFUNÇÃO 241 ASSISTÊNCIA AO IDOSO

PROGRAMA 076 PROGRAMA DE ATEN. A PESSOA IDOSA

PROJETO/ATIVIDADE 20836 PROTEÇÃO SOCIAL ESPECIAL À PESSOAS IDOSAS

MACROREGIÃO 01 FORTALEZA

NATUREZA DESPESA 339030 AQUISIÇÃO DE MATERIAL DE CONSUMO

FONTE DE RECURSOS 10 FECOP

PRINCIPAIS RECEITAS PARA DESENVOLVER O ATENDIMENTO DA POLÍTICA DO IDOSO :

– Recursos do Tesouro Federal;– recursos do Tesouro Estadual;– doações

COMO MELHOR FISCALIZAMOS

– Port. Interministerial n. 163/2001Port. Interministerial n. 42/1999

Com relação ao Fundo de Assistência Social, este é instância de financiamento. Trata-se de um Fundo Especial com recursos financeiros para ações específicas (ações finalísticas). Estruturada como unidade orçamentária. Sua existência, movimentação e condições de repasse de recursos e inclusão encontram-se na Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS. Informa, ainda, que o Fundo não tem personalidade jurídica própria e nem autonomia administrativa e financeira. Deve ser gerenciado pelo Setor da Administração direta ou indireta que seja responsável pela execução da Política de Assistência Social ou seja, vinculado ao Órgão gestor da Política. Cabe aos conselhos saber se em seus estados o Fundo é unidade orçamentária; se no orçamento constam recursos das fontes previstas e se contemplam os serviços, programas, projetos e benefícios. E como desafio é necessário que seja normatizado um percentual de participação nas três esferas de governo para a implementação da Política;

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A edição da Lei Complementar N º 101, de 04 de maio de 2000, mais conhecida como Lei de Responsabilidade Fiscal, foi criada para exercer uma mínima disciplina e tornar transparente a utilização dos recursos públicos nas três esferas de governo.

Nossa Constituição inaugurou um novo tempo no cenário da participação popular. Muitos caminhos foram abertos. A sociedade está aprendendo a participar e a se interessar pelo que é coletivo, como podemos ver, por exemplo, nas inciativas de controle social.

Mas o que é o Controle Social ?

O controle social pode ser entendido como a participação do cidadão na gestão pública, na fiscalização, no monitoramento e controle das ações da administração pública. Trata-se de importante mecanismo de prevenção da corrupção e de fortalecimento da cidadania.

O controle social exercido pelos Conselhos:

Os Conselhos representam a possibilidade de participação popular nas políticas públicas e podem ser classificados conforme as funções que exercem. Assim, os conselhos podem desempenhar, conforme o caso, funções de fiscalização, de mobilização, de deliberação ou de consultoria.

A função fiscalizadora dos Conselhos pressupõe o acompanhamento e o controle dos atos praticados pelos governantes.

A função mobilizadora refere-se ao estímulo à participação popular na gestão pública e às contribuições para a formulação e disseminação de estratégias de informação para a sociedade sobre as políticas públicas.

A função deliberativa, por sua vez, refere-se à prerrogativa dos Conselhos de decidir sobre as estratégias utilizadas nas políticas públicas de sua competência, enquanto a função consultiva relaciona-se à emissão de opiniões e sugestões sobre assuntos que lhes são correlatos.

A legislação brasileira prevê a existência de inúmeros Conselhos de Políticas Públicas e de Direitos, alguns com abrangência nacional e outros cuja atuação é restrita a Estados e Municípios.

A instituição de Conselhos e o fornecimento das condições necessárias para seu funcionamento é condição obrigatória para que os Estados e Municípios possam receber dinheiro do governo federal para o desenvolvimento de uma série de ações.

No caso dos municípios, os conselhos foram criados para auxiliar as prefeituras na tarefa de utilizar bem o dinheiro público.

Agora que você já saber sobre tudo isso, vamos refletir como devemos acompanhar a execução das políticas públicas e a verificação do cumprimento da legislação no seu município: o Conselho participa da elaboração do Orçamento Municipal? Antes de ser encaminhado para a Câmara Municipal, o Conselho aprova por meio de Resolução o Orçamento da Secretaria Municipal de Assistência Social? Participa da discussão/aprovação na Câmara Municipal? Controla a execução das ações referente à política de atendimento ao idoso? Como? Acompanha a aplicação dos recursos federais para os Grupos de Convivências? Como?

Referência

– Caderno 4 – Programa Nacional de Educação Fiscal – PNEWF – 4ª ed – Brasília/DF – 2009

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Page 58: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

II. ETAPASII. ETAPAS

1ª ETAPA: PREPARAÇÃO1ª ETAPA: PREPARAÇÃO

1º. Portaria Conjunta do Prefeito Municipal e do Presidente do CMDI. Convoca a Conferência

Municipal e institui a Comissão Organizadora.(anexo I).

2º. Resolução do CMDI compõe a Comissão Organizadora da Conferência Municipal (anexo II)

3º. Principais tarefas da Comissão Organizadora:

• Elaborar o Projeto da Conferência (anexo III);

• Elaborar o Regimento da Conferência Municipal (anexo IV);

• Elaborar a Programação (anexo V);

• Elaborar Roteiro dos Trabalhos em Grupo (anexo VI);

• Programar eventos preparatórios de mobilização e divulgação da Conferência Municipal;

• Preparação e organização do material da Conferência: Convites, Fichas de

Credenciamento (anexo VII), Controle de Frequência (anexo VIII), Ficha de Avaliação

(anexo IX), Declaração de participação (anexo X), Pasta, Crachá, Caneta, Blocos para

Anotações, Textos de Apoio, Cópia das Deliberações da Conferência e 2006 e 2009, etc;

• Definir os Palestrantes e Facilitadores dos Grupos de Trabalhos;

• Consolidar o Relatório Final conforme o roteiro proposto (anexo XI).

2ª ETAPA: MOBILIZAÇÃO2ª ETAPA: MOBILIZAÇÃO

A mobilização deverá assegurar a participação social na Conferência Municipal mais, de forma

paritária dentre os delegados:

a) 40% representantes governamentais;

b) 60% sociedade civil dos segmentos: usuários/as idosos/as, entidades de atendimento à

pessoa idosa; entidades dos representantes dos trabalhadores da política de atendimento à

Pessoa Idosa desses, no mínimo 20% (cinquenta por cento), deverão ter (preferencialmente)

idade igual ou superior a 60 (sessenta anos).

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Page 59: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

c) Aproveitar os espaços existentes no Município para divulgar os Eventos preparatórios e a

Conferência Municipal;

d) Promover debates específicos envolvendo organizações locais como parceiras na realização

dos eventos e da Conferência Municipal;

e) Mobilização dos Idosos/as: Identificar as possibilidades e as formas de organização dos

idosos/as com vista a sua inserção nos espaços do Controle Social.

f) Promover debates nos espaços existentes nos Serviços, Programas e Territórios dos CRAS e

CREAS.

3ª ETAPA: REALIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA:3ª ETAPA: REALIZAÇÃO DA CONFERÊNCIA:

DOS PROCEDIMENTOS:

I – É fundamental a realização da Conferência de acordo com o horário programado, em local

adequado para os trabalhos de grupo e plenária.

II – Credenciamento – identificação e frequência dos participantes, com a entrega da pasta

contendo todo o material e escolha do grupo de trabalho, identificado no crachá a ser utilizado nas

votações, impressos em cores diferentes para distinguir as modalidades dos delegados e demais

participantes.

III – Organização da Solenidade de Abertura:

Composição – a mesa de abertura deverá ser composta pelo Presidente do CMDI, Prefeito

Municipal, Gestor da Política de Atendimento à Pessoa Idosa, um representante dos

usuários/as Idosos/as e demais autoridades definidas pelo CMDI, no caso: o Coordenador

do Fórum Municipal de Atendimento à Pessoa Idosa, um representante da Câmara

Municipal, do Governo Estadual e CEDI-CE, dentre outros.

Falas da Mesa – a ordem deve ser definida anteriormente, onde o Presidente do CMDI ,

deverá ser o último a falar por ser o anfitrião da Conferência e após seu pronunciamento

decralará a abertura deste Evento.

IV - deve constar na programação:1. Apresentação de um diagnóstico do que foi realizado a partir da Conferência anterior,

com avaliação dos encaminhamentos dados em relação as diretrizes indicadas. Esta

apresentação deve possibilitar a identificação dos Avanços e Desafios para o

fortalecimento da RENADI no Município.

2. Leitura e Aprovação do Regimento da Conferência Municipal.

3. Realização da Conferência Magna e/ou Painéis – para subsidiar o debate nos grupos de

trabalho.

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Page 60: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

4. Trabalhos de Grupos:para aprofundamento do temário da Conferência e/ou dos Eixos.

Cada grupo deverá contar com 01(um) Coordenador e 01(um) Relator.

5. Elaboração das proposições que visem implementar a Política de Atendimento à Pessoa

Idosa, para serem apresentadas e votadas na Plenária Final, tendo com referência as

apresentações e discussões dos eixos temáticos.

6. Para discussão dos 04 (quatro) eixos poderão ser utilizados os modelos de instrumentais

elaborados pelo CNDI, com o objetivo de propiciar a discussão dos 04(quatro) eixos de

modo que no final, cada grupo eleja suas prioridades dentre os diferentes eixos, fazendo

as proposições para no seu âmbito de atuação e para as outras esferas de governos. Para

ser mais efetiva, cada Conferência Municipal deve definir os principais desafios e

propostas, com base nas respostas às seguintes perguntas:

Questão Local:

Na minha cidade, como a Política Municipal precisa acontecer para que a

população possa envelhecer com dignidade?

Toda vez que o Grupo de trabalho, na discussão tenha proposto uma ação que trate

dessa pergunta, a resposta deve ser inserida no Relatório Final e encaminhada à

Relatório Final da Conferência. Após aprovação na plenária, a Comissão

Organizadora deve elaborar o Relatório Final da Conferência e encaminhar estas

deliberações de cunho local ao Prefeito da cidade para conhecimento, providências e

divulgação.

Questão Estadual:

Como o governo estadual pode participar da construção dessa política?

No Relatório da Conferência Municipal que será encaminhado para o Conselho

Estadual ,serão destacadas todas as ações que tratem de respostas a essa pergunta.

Após aprovação na plenária, A Comissão Organizadora deve elaborar o Relatório

Final de Conferência e encaminhar estas deliberações de cunho estadual e

encaminhar ao Governador do Estado para conhecimento, providências e divulgação.

Questão Nacional:

Como o governo federal pode participar da construção dessa política?

Os Municípios, Regiões e Estados podem ter propostas para o nível nacional . Todas

as propostas que responderem a uma questão nacional, caso aprovadas na respectiva

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Page 61: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

plenária final da III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso, deverão ser

encaminhadas para a 3ª Conferência Nacional dos Direitos do Idoso.

7. Plenária Final:

• Constituída pelos delegados devidamente credenciados, com competência de discutir,

modificar, aprovar ou rejeitar as propostas consolidadas nos grupos, além das

Moções encaminhadas pelos participantes.

• Espaço para eleição dos delegados à Conferência Estadual.

8. Processo de Eleição dos delegados para a Conferência Estadual:

• Reunião dos candidatos por segmento para a escolha dos seus representantes.

• Apresentação dos candidatos.

• Eleição dos delegados e do observador, respeitando a paridade e a quantidade

estabelecida pelo CEDI-CE, com os respectivos suplentes.

• Credenciamento dos delegados e do observador titulares e suplentes com o

preenchimento da Ficha de Inscrição da Conferência Estadual dos Direitos do

Idoso(anexo).

• Assinatura da Ata de Eleição dos delegados e observador titulares e suplentes.

4ª ETAPA – RELATÓRIO FINAL

O Relatório Final da Conferência Municipal dos Direitos do Idoso será organizado a partir das

discussões e encaminhamentos da Conferência e dos resultados alcançados em cada um dos eixos.

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Page 62: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXOSANEXOS

1. Portaria Conjunta. Convoca a Conferência Municipal

2. Resolução/CMDI. Constitui a Comissão Organizadora da Conferência Municipal

3. Projeto da Conferência Municipal

4. Regimento da Conferência

5. Programação da Conferência Municipal

6. Orientações para os Trabalhos em Grupo

7. Ficha de Credenciamento

8. Controle de Frequência

9. Ficha de Avaliação

10. Declaração de Participação

11. Formulário do Relatório Final

12. Ficha de Inscrição na III Conferência estadual dos Direitos do Idoso

13. Textos Base

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ANEXO 1

(papel timbrado da prefeitura)

PORTARIA CONJUNTA N0 /2011, de (dia) de (mês) de 2011

Dispõe sobre a convocação da ___

Conferência Municipal dos Direitos do Idoso

e dá outras providências.

O PREFEITO MUNICIPAL DE9 (nome do município) no uso de suas atribuições legais,

cumprindo inciso ___ do Art.___, da Lei N0 ________, de (dia/mês/ano), em conjunto com o

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos Idoso de__________,

RESOLVEM:

Art. 1º - Convocar a ____ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO, com o fim

de avaliar a situação atual da Política Nacional do Idoso, nos âmbitos municipal, estadual e

nacional, e propor novas diretrizes para o seu aperfeiçoamento:

1º - A ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso, realizar-se -á em __________,

Ceará, no período de ___ a ____ de (mês)de 2011;

2º - A ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso terá como Tema Geral: “O

Compromisso de Todos por um Envelhecimento Digno no Brasil” no âmbito Municipal.

Art. 2º – Instituir a Comissão Organizadora, coordenada pela Presidente e Vice-Presidente e com

composição paritária dos representantes do Governo e da Sociedade Civil, a ser definida em

Resolução do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso, para a organização da ____ Conferência

Municipal dos Direitos do Idoso.

Parágrafo Único. Apoiarão a organização da Conferência, do órgão municipal ao qual o CMDI é

vinculado, Gabinete do Prefeito, Secretárias Municipais e Sociedade Civil organizada.

Art. 3º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

________________/CE, ____ de_______________ de 2011

Prefeito Municipal de

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso

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ANEXO 2

(papel timbrado do Conselho Municipal)

RESOLUÇÃO N0 /2011, de ______ de_____________ de 2011.

Compõe a Comissão Organizadora da

_____ Conferência Municipal dos

Direitos do Idoso

O Plenário do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso de (nome do município), no uso de suas

competências e nas atribuições conferidas pela Lei N0 _________, de (dia/mês/ano), em Reunião

Ordinária do dia ____ de _________ de 2011,

Considerando que o Prefeito Municipal de (nome do município) e o Conselho Municipal dos

Direitos do Idoso - CMDI, convocaram, conjuntamente, por meio da Portaria Nº , de

(dia/mês)/2011, a ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso, a realizar-se em (nome do

município), Ceará, no período de (dia/mês)/2011, tendo como Tema Geral “O Compromisso de

Todos por um Envelhecimento Digno no Brasil, conforme o art. ___ da citada Portaria.

RESOLVE:

Art. 1º - Compor a Comissão Organizadora da ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso,

com o Presidente (nome completo), Vice-Presidente (nome completo), Secretária Executiva (nome

completo), Conselheiros(as): _____________ e _______________________ do CMDI de (nome

do município)-CE.

Art. 2º - A Comissão será presidida pelo Presidente e pelo Vice- Presidente do CMDI de (nome do

município)/CE, e terá como competência:

a) Propor e encaminhar para aprovação do Colegiado: Projeto e Regimento da ___ Conferência

Municipal dos Direitos do Idoso;

b) Manter o CMDI de __________-CE informado sobre o andamento das providências

operacionais, programáticas e de sistematização da ___ Conferência Municipal dos Direitos

do Idoso;

c) Preparar e realizar Encontros Preparatórios a Conferência Municipal onde julgar necessário

e oportuno;

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Page 65: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

d) Coordenar e relatar a realização dos Encontros Preparatórios;

e) Organizar e coordenar a ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso;

f) Promover a integração com as Secretarias Municipais, que tenham interface com o evento,

para resolver eventuais pendências e tratar assuntos referentes à ___ Conferência Municipal

dos Direitos do Idoso;

g) Dar suporte técnico - operacional durante o evento;

h) Relatar a realização da ___ Conferência Municipal.

Art. 3º - Para operacionalização da _____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso, a Comissão

Organizadora contará com o apoio dos seguintes Órgãos:

I - Secretaria Executiva do CMDI;

II - Unidades da SMAS;

III - Secretarias Municipais executoras das políticas públicas para idosos;

IV – Entidades/organizações da sociede civil afestas a questão do idoso.

Art. 4º - A Comissão Organizadora poderá contar, ainda, com colaboradores eventuais para auxiliar

na operacionalização da ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso.

Parágrafo Único. Consideram-se colaboradores eventuais as instituições e organizações

governamentais ou de sociedade civil, da administração Pública ou de iniciativa privada,

prestadoras de serviços ao idoso, bem como consultores e convidados.

Art. 5º - Esta Resolução entre em vigor a partir da data de sua publicação.

_______________/ CE, de _____________ de2011.

______________________________________________________________

Presidente do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso - CMDI

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Page 66: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 3

(logomarca do CMDI)

PROJETO DA ___ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSOPROJETO DA ___ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO

DO MUNICÍPIO DO MUNICÍPIO (nome do município)(nome do município)

TEMA: “O COMPROMISSO DE TODOS POR UM ENVELHECIMENTOTEMA: “O COMPROMISSO DE TODOS POR UM ENVELHECIMENTO

DIGNO NO ÂMBITO MUNICIPAL”DIGNO NO ÂMBITO MUNICIPAL”

(nome do município)/CE, (mês) de 2011

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Page 67: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

SUMÁRIO

01 - JUSTIFICATIVA

02 - Objetivos:

2.1. Geral

2.2. Específicos

03 - METAS

04 - METODOLOGIA

05 - RECURSOS FINANCEIROS

06 - ANEXOS

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Page 68: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

1. JUSTIFICATIVA

A realização da ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso convocada de forma conjunta

pelo Conselho Municipal dos Direitos do Idoso - CMDI-CE e o Prefeito Municipal de (nome do

município), segue princípios constitucionais, assim como estabelecido na Política Nacional do

Idoso - PNI, acrescido de novas exigências legais e técnicas que hoje busca articular e integrar as

diferentes políticas que tratam do envelhecimento e dos direitos das pessoas idosas.

As Conferências são instâncias máximas de deliberação e têm a atribuição de avaliar a situação

dessa Política Pública e propor diretrizes para o seu aperfeiçoamento. Com a realização das

Conferências dos Direitos do Idoso – 2011, pretende-se que a dimensão da participação e controle

social seja tratada, examinada e refletida pelos mais diversos ângulos e atores, ao que inclui

aspectos políticos, técnicos e éticos desse processo.

CONSIDERANDO:

1. A competência do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso de convocar a realização da

___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso;

2. as Conferências como instância de deliberação e de avaliação da Política Nacional do

Idoso;

3. as Conferências como espaço de capacitação no campo da Política de Atendimento à Pessoa

Idosa;

4. a necessidade de realizar um profundo debate sobre os caminhos do controle social nessa

Política;

5. a relevância de se instaurar um debate mais qualificado por todos os atores que participam

desta construção e defender os direitos presentes no Estatuto do Idoso;

6. a importância de consolidação do Controle Social, por meio do fortalecimento das instâncias

que compõem a Rede Nacional de Proteção e Defesa da Pessoa Idosa - RENADI ;

7. a realização da ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso.

Torna-se imprescindível a realização da Conferência Municipal.

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Page 69: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

02. OBJETIVOS

Geral

Debater temas relevantes para o campo do envelhecimento, assim como os avanços e

desafios da Política Nacional do Idoso, na perspectiva de sua efetivação.

Específicos

• Sensibilizar a sociedade brasileira para o contexto de envelhecimento da população;

• mobilizar a população brasileira, especialmente a idosa, para a conquista do direito ao

envelhecimento com dignidade;

• fortalecer o compromisso dos diversos setores da sociedade e do governo com o

atendimento , a defesa e a garantia dos direitos da pessoa idosa, indicando prioridades de

atuação para os Órgãos governamentais, nas três esferas de governo;

• avaliar a implementação e a efetivação da Política Nacional do Idoso, nas esferas de

governo federal, estaduais e municipais.

• eleger os Delegados para a ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso.

03. METAS3.1 - Realizar 01 (uma) Capacitação envolvendo Conselheiros/as, Técnicos/as das Secretarias

Setoriais, Lideranças Comunitárias sendo 02 pessoas por Instituição.

3.2 – analisar e sistematizar as propostas da Conferência Municipal para subsidiar as deliberações

da III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso;

3.3 – elaborar propostas para o Município, Estado e União, produzindo um Relatório para ser

encaminhado à Comissão Organizadora da III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso até

o dia 20 de julho, sobre pena do Município não participar da etapa estadual.

3.4 - realizar a ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso, no (nome do lugar onde a

conferência vai se realizar) de (nome do município) - CE, com a participação de 120

participantes, no período de (data)/2011;

3.5 - Eleger __ Delegados Municipais para participarem da III Conferência Estadual dos Direitos do

Idoso, a ser realizada em Fortaleza nos dias 17,18 e 19 de agosto de 2011, de acordo com

parâmetros definidos pelo CEDI-CE considerando a seguinte proporção:

• 60% (sessenta por cento) de representantes da sociedade civil, dentre os quais no

mínimo 20% (vinte por cento), deverão ter idade igual ou superior a 60 (sessenta)

anos;

• 40% (quarenta por cento) de membros do poder público;

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Page 70: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

3.6 Elaborar o Relatório da ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso e remetê-lo ao

CEDI-CE no prazo determinado.

4. METODOLOGIA

4.1 - ETAPA PREPARATÓRIA:

4.1.1 - Composição das Comissões de Organização da Conferência dos Direitos do Idoso:

a) Coordenação Geral: Composta pela Presidência e Vice Presidência, Secretaria Executiva do

CMDI-CE, Secretarias Setoriais, Entidades da Rede Prestadora de Serviços de Atendimento à

Pessoa Idosa no Município, tendo como atribuições planejar, coordenar a organização e a

execução da Conferência dos Direitos do Idoso – 2011 (Elaboração e negociação do Projeto e

Regimento da Conferência - 2011)

b) Coordenação Executiva: composta por Conselheiros/as das Comissões Internas do CMDI,

Secretaria Executiva do CEDI-CE e Técnicos da Secretaria Municipal de Assistência Social

para organizar e implementar as ações planejadas para realização da Conferência:

• Grupo de Sistematização dos Subsídios Técnicos: Capacitação da Equipe Técnica,

Sistematização do Relatório da Conferência Municipal, Composição da Pasta, Ficha de

Inscrição, Frequência, Avaliação e Declaração.

• Grupo de Relatoria: Elaboração do Relatório da ___ Conferência Municipal dos Direitos do

Idoso.

• Apoio Logístico: Mobilização, Imprensa, Informática, Infraestrutura, Cerimonialista,

recepção e Credenciamento.

4.1.2 - Elegibilidade de critérios para nortear a Organização.

4.1.3 - Discussão, análise e aprovação da Versão do Projeto da ___ Conferência Municipal dos

Direitos do Idoso;

4.1.4.- Montagem da Oficina de Capacitação para os Conselheiros/Técnicos que serão

Conferencistas na Conferência Municipal, podendo ser convidado/a técnicos/as dos

Municípios vizinhos para ser Conferencista e ajudar na realização da referida Conferência;

4.1.5 - Elaboração do Projeto e do Regimento da ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso;

4.1.6 - Elaboração da Programação Básica para nortear a realização das Pré Conferências nas

localidades, Distritos e da Conferência Municipal.

4.2 - Fase de Operacionalização:

4.2.1 Realização das Oficinas de Capacitação dos Conselheiros e Técnicos que

participarão das Conferência Municipal dos Direitos do Idoso;

4.2.2 Realização da ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso;

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Page 71: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

4.2.3 Elaboração do Relatório da ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso

de________________.

5 - RECURSOS FINANCEIROS5.1 - As despesas com a Organização Geral e a Realização da ___ Conferência Municipal dos

Direitos do Idoso, serão distribuídas da seguintes forma:

a) A Secretaria Municipal de Assistência Social arcará com as despesas relativas as

Capacitações, inclusive com o pagamento de diárias/ajuda de custos aos Conselheiros/as

representantes da sociedade civil; Consultoria e na realização da ___ Conferência Municipal

dos Direitos do Idoso no que se refere: alimentação dos participantes, material de

expediente, xerox, infraestrutura para a realização do evento, material gráfico e de

divulgação;

b) As despesas com o deslocamento e hospedagens dos Delegados e Observadores Municipais

até Fortaleza para participar da III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso, serão de

responsabilidade dos Gestores Municipais;

c) As despesas referentes aos Delegados representantes da sociedade civil eleitos na ___

Conferência Municipal dos Direitos do Idoso para a III Conferência Estadual, do Município

até Fortaleza é de responsabilidade do Gestor Municipal;

d) As despesas referentes aos Delegados governamentais dos Municípios eleitos na III

Conferência Estadual dos Direitos do Idoso para a III Conferência Nacional dos Direitos do

Idoso serão de responsabilidade do Gestor Municipal;

e) As despesas com o deslocamento dos Delegados da Sociedade Civil de Fortaleza para

participar da III Conferência Nacional dos Direitos do Idoso será de responsabilidade do

Gestor Estadual.

6 - ANEXOS1. Portaria Conjunta. Convoca a Conferência Municipal

2. Resolução/CMDI. Constitui a Comissão Organizadora da Conferência Municipal

3. Projeto da Conferência Municipal

4. Regimento da Conferência

5. Programação da Conferência Municipal

6. Roteiro dos Trabalhos em Grupo

7. Ficha de Credenciamento

8. Controle de Frequência

9. Ficha de Avaliação

10. Declaração de Participação

11. Formulário do Relatório Final

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Page 72: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXOS 04

REGIMENTO DA ___ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO

CAPITULO I

DO TEMÁRIO

Art. 1° A ___ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso tem como tema “ O Compromisso de

Todos por um Envelhecimento Digno no Brasil”.

CAPÍTULO II

DOS OBJETIVOS

Art. 2º São objetivos desta Conferência:

1. Debater temas relevantes para o campo do envelhecimento, assim como os avanços e

desafios da Política Municipal do Idoso, na perspectiva de sua efetivação.

2. Sensibilizar a sociedade brasileira para o contexto de envelhecimento da população;

3. Mobilizar a população do Município, especialmente a idosa para a conquista do direito ao

envelhecimento com dignidade;

4. Fortalecer o compromisso dos diversos setores da sociedade e do governo com o

atendimento, a defesa e a garantia dos direitos da pessoa idosa, indicando prioridades de

atuação para os Órgãos governamentais, nas três esferas de governo; e

5. Avaliar a implementação e a efetivação da Política Nacional do Idoso, nas esferas de

governo federal, estadual e do Município;

6. Eleger __ delegados para a III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso.

CAPÍTULO III

DA ORGANIZAÇÃO

Art. 3º A ___Conferência Municipal dos Direitos do Idoso, convocada pelo Prefeito Municipal

de_______________ e pelo Presidente do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso será realizada

nos dias______de___________de 2011, Auditório da Secretaria Municipal de Assistência Social,

sito a Rua:_______________________________________, Nº_______,

bairro:____________________.

Art. 4º A organização e o desenvolvimento da ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso

de_______________, será realizada por uma Comissão Organizadora composta por representantes

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Page 73: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

da Secretaria Municipal de Assistência Social, representantes das Secretarias Setoriais e Conselho

Municipal dos Direitos do Idoso – CMDI.

Art. 5º A Comissão Organizadora da____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso tem as

seguintes atribuições:

a) Promover a realizada da _______ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso

de_________________, atendendo aos aspectos técnicos, políticos e administrativos;

b) Orientar o processo de organização da Conferência, com base no tema central e nos eixos

temáticos, bem como elaborar os documentos técnicos que subsidiarão os debates nos

grupos de trabalhos;

c) Aprovar critérios e modalidades de participação dos representantes do Município na

Conferência, bem como, o local de sua realização;

d) Elaborar e aprovar a Programação da Conferência Municipal e a sua divulgação;

e) Coordenar e organizar os grupos de trabalhos, definindo os Coordenadores , facilitadores e

convidados de cada grupo;]

f) Dar suporte técnico à Conferência Municipal;

g) Propor o programa de debate/avaliação de acordo com os eixos temáticos;

h) Oferecer subsídios à elaboração do Regimento Interno da Conferência Municipal;

i) Promover a divulgação da Conferência Municipal;

j) Orientar os trabalhos de secretaria da Conferência Municipal;

k) Coordenar as atividades de apoio logístico e administrativo para a realização da Conferência

Municipal;

l) Coordenar a inscrição e credenciamento dos participantes;

m) Elaborar o Relatório da _____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso para ser

encaminhado ao Conselho Estadual dos Direitos do Idoso até o dia 20 de julho de 2011.

CAPÍTULO IV

DOS PARTICIPANTES

Art. 6º – O Credenciamento dos representantes do Municípios, observadores e convidados será

feito na Secretaria Executiva do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso a partir das____ horas,

do dia______, encerrando com o término da leitura e aprovação deste Regimento.

Art. 7º – São participantes da ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso 120 Delegados/as

devidamente inscritos e credenciados assim distribuídos:

a) Conselheiros titulares e suplentes do Conselho Municipal dos Direitos do Idoso – CMDI.

b) Representantes da Sociedade Civil:

73

Page 74: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

• Idosos/as;

• representantes das Entidades de Atendimento à Pessoa Idosa;

• representantes de Entidades de Assessoramento;

• representantes de Entidade de Proteção e Defesa de Direitos.

c) Representantes do Poder Público:

• Técnicos dos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS e Centros de Referência

Especializados de Assistência Social – CREAS;

• conselhos setoriais;

• instituições de ensino que atuem com a Política do Envelhecimento.

§1º Assegurada as vagas dos Conselheiros Titulares e suplentes do CMDI e as vagas restantes

deverão ser preenchidas:

• 60% Sociedade Civil, destas:

• 20% para idoso/a;

• 20% para representantes das Entidades de Atendimento à Pessoa Idosa;

• 10% para representantes de Entidades de Assessoramento;

• 10% para representantes de Entidade de Proteção e Defesa de Direitos.

• 40% Poder Público, destas:

• 20% para os Técnicos dos Centros de Referência de Assistência Social – CRAS e

Centro de Referência Especializados de Assistência Social – CREAS; Centro de

Atenção e Prevenção a Violência contra a Pessoa Idosa – CIAPREVI; Estratégia

Saúde da Família – ESF; Núcleo de Apoio a Saúde da Família -NASF;

Promotorias do Idoso.

• 10% para conselhos setoriais;

• 10% para as instituições de ensino que atuem com a Política do Envelhecimento.

Art. 8º - Todos os delegados participantes da_____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso de

____________________________ terão direito a voz e voto, podendo manifestar-se verbalmente

ou por escrito durante o período de debates, através de comentários ou perguntas pertinentes ao

tema.

§1º – Deverão ser escolhidos suplentes dos delegados Municipais titulares eleitos, correspondendo a

50%(cinquenta por cento), do número de vagas de delegados do segmento do setor público e do

segmento da sociedade civil.

74

Page 75: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

§2º – Somente poderão se candidatar à representação de delegado estadual na III Conferência

Estadual dos Direitos do Idoso, os delegados presentes na plenária da etapa municipal, não sendo

admitido eleger pessoas ausentes.

Parágrafo único: Para eleição dos Delegados deve-se considerar como requisitos:

I. Atuação e experiência na área da Política de Atendimento à Pessoa Idosa;

II. prioridade ser Idoso/a;

III. compromisso na assiduidade e participação durante a realização do evento;

IV. atuar como elemento multiplicador na socialização dos resultados, após a realização da

Conferência.

Art. 09º – Os observadores e os Delegados Municipais eleitos para participar da III Conferência

Estadual dos Direitos do Idoso, representando o poder público, deverão ter suas despesas de

hospedagem e alimentação custeadas por seus Órgãos de representação.

Art. 10 - Os delegados Municipais eleitos para participar como delegados da III Conferência

Estadual, representando o setor da sociedade civil, terão suas despesas de alimentação e

hospedagem custeadas pelo Município. Durante a realização da Conferência Estadual as despesas

com alimentação serão de competência do Governo Estadual.

Art. 11 – A Comissão Organizadora será responsável pela articulação com os Órgãos públicos,

Associações de Municípios e outros parceiros pelo transporte para o deslocamento dos delegados e

observador municipais à III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso.

CAPÍTULO V

DA REALIZAÇÃO DA ______CONFERÊNCIA MUNICIPAL

Art. 12 – O tema da Conferência será abordado sob forma de Palestra e debates para motivar os

trabalhos em grupo. A palestra deverá ser de pequena duração para não comprometer o andamento

dos trabalhos e será conduzida por um facilitador com conhecimento da temática e com facilidade

de expressão. A palestra terá coordenador, preferencialmente idoso, definido pela Comissão

Organizadora.

Art. 13 – Este momento da Conferência deve reservar no máximo uma hora entre a apresentação ou

mesa de debate e a participação da platéia.

75

Page 76: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

Art. 14 – Os eixos deverão ser abordados sob forma de painel e aberto para debate com a plenária.

Art. 15 - Findo este momento, os participantes(delegados, observadores e convidados), serão então

encaminhados para os trabalhos de grupo, conforme definido no ato do credenciamento

§1º - Serão organizados 04(quatro) grupos de trabalho que deverão tratar de cada um dos eixos

temáticos, a saber:

I. Envelhecimento e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais;

II. Pessoa Idosa: protagonista da conquista e efetivação do seus direitos;

III. Fortalecimento e integração dos Conselhos: existir, participar, estar ao alcance,

comprometer-se com a defesa dos direitos do idosos;

IV. Diretrizes Orçamentárias, Planos Integrado e Orçamento Público da União, Estados, Distrito

Federal e Municípios: conhecer para exigir, exigir para incluir, fiscalizar.

§2º – Cada grupo de trabalho utilizará os instrumentais da avaliação e da deliberação de prioridades,

relativos aos seu eixo, conforme padronização enviada pela Comissão Organizadora da III

Conferência Estadual dos Direitos do Idoso.

§3º – Cada grupo de trabalho contará com dois facilitadores indicados pela Comissão Organizadora

e um Coordenador (preferencialmente idoso) e um redator. Ao final dos trabalhos, os participantes

deverão definir prioridades de acordo com os Eixos a serem trabalhados.

§4º – Os facilitadores terão como atribuições orientar as discussões e esclarecer pontos não

compreendidos pelos participantes;

§5º – O Coordenador terá como atribuição coordenar os debates assegurando o uso da palavra a

todos os que desejarem;

§6º – O Relator terá como atribuições registrar as conclusões do grupo em um instrumento próprio

fornecido pela Comissão Organizadora e que será apresentado em plenária no final dos trabalhos,

bem como entregar as conclusões finais do seu grupo à relatoria do evento.

Art. 16 – Haverá uma relatoria responsável pela sistematização do Relatório Final da ____

Conferência Municipal do Direitos do Idoso, a ser encaminhado à Comissão de Relatoria da III

Conferência Estadual dos Direitos do Idoso até o dia 20 de julho de 2011, pelos

Correios(registrado)

Art. 17 – A Comissão Organizadora se responsabilizará pela escolha dos membros que participarão

da mesa de abertura, bem como pelos que irão compor as mesas de palestras e a condução da

plenária final.

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Page 77: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

CAPÍTULO VI

DA PLENÁRIA

Art. 18 – A plenária da ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso será constituída pelos

participantes credenciados.

Art. 19 – A plenária terá a competência de discutir, aprovar ou rejeitar em parte ou na totalidade o

Regimento; as conclusões e propostas dos grupos de trabalhos; bem como realizar a eleição dos

delegados para a III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso e votar os encaminhamentos finais.

§1º – A manifestação e ou intervenção dos membros da Plenária ocorrerá mediante prévia inscrição

na mesa coordenadora.

§2º – As decisões da Plenária serão todas por maioria simples.

§3º – Cada delegado terá direito a 01(um) voto.

§4º – As votações na plenária serão com a utilização do crachá de identificação.

Art. 20 – Na apreciação das avaliações (bloco I) e prioridades (Bloco II), dos eixos dos trabalhos de

grupo, a mesa colocará em discussão e votação, sucessivamente, as conclusões e propostas

apresentadas pelos grupos de trabalho, sendo possível nesta apresentação, a solicitação de

destaques.

Art. 21 – Os destaques terão a intervenção de até quatro participantes, sendo dois para a defesa e

dois para encaminhamento em contrário.

§1º – Cada delegado terá até dois minutos para sua manifestação;

§2º – Os pontos que nenhum delegado solicitar destaque no momento da votação serão

considerados aprovados por unanimidade pela plenária final.

Art. 22 – Durante a____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso , poderão ser apresentadas

moções, que deverão conter no mínimo 10% de assinaturas dos delegados presentes, as quais

deverão ser anexadas aos trabalhos conclusivos dos grupos.

PARÁGRAFO ÚNICO: Somente farão parte do documento final, as moções aprovadas em

plenária.

CAPÍTULO VII

DA ELEIÇÃO DA DELEGAÇÃO DO MUNICÍPIO PARA A III CONFERÊNCIA

ESTADUAL DOS DIREITOS DO IDOSO

Art. 23 – A eleição da Delegação do Município a III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso

obedecerá as orientações do CEDI-CE.

77

Page 78: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

CAPÍTULO VIII

DOS RECURSOS DA ____ CONFERÊNCIA MUNICIPAL

Art. 24 – As despesas com a organização geral e a realização da _____ Conferência Municipal dos

Direitos do Idoso, correrão por conta das instituições que compõem a Comissão Organizadora

da____ Conferência Municipal por ela efetuadas.

CAPÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 25 – Serão conferidos certificados aos membros que participam da ____ Conferência

Municipal dos Direitos do Idosa de________________________

Art. 26 – A prestação de contas deverá ser feita na plenária seguinte à Conferência.

Art. 27 – Os casos omissos serão resolvidos pela Comissão Organizadora e, caso não haja

consenso, serão levados à plenária para apreciação e decisão.

(nome do município)/CE, de_____de___________________de 2011

Aprovado na Reunião Ordinária do CMDI por meio da Resolução Nº ____/2011, de____de_______de 2011

78

Page 79: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 05

PROGRAMAÇÃO DA ___ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO DE _______

Data: dia/mês/2011

Horário:

Local:

CREDENCIAMENTO

ABERTURA

CONFERÊNCIA MAGNA (30 min.)

“ O Compromisso de Todos por um Envelhecimento Digno no Município

de____________.”

Conferencista:________________________________________________

Debate

PAINÉIS:

EIXO 01 – Envelhecimento e Políticas de Estado: Pactuar Caminhos Intersetoriais (20 min.).

Painelista:

Coordenador/a da Mesa: Conselheiro/a do CMDI:_______________________________

EIXO 02 – Pessoa Idosa: Protagonista da Conquista e Efetivação dos seus Direitos (20 min.)

Painelista:

Coordenador/a da Mesa: Conselheiro/a do CMDI:______________________________

Debate

EIXO 03 – Fortalecimento e Integração dos Conselhos: Existir, Participar, Estar ao Alcance,

Comprometer-se com a Defesa dos Direitos dos Idosos (20 min.).

Painelista:

Coordenador/a da Mesa: Conselheiro/a do CMDI:______________________________

Debate

EIXO 04 – Diretrizes Orçamentária, Plano Integrado e Orçamento Público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: Conhecer para Exigir, Exigir para Incluir; Fiscalizar (20 min.).

Painelista:

Coordenador/a da Mesa: Conselheiro/a do CMDI:______________________________

Debate

79

Page 80: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ORIENTAÇÃO PARA OS TRABALHOS DE GRUPOSTRABALHOS DE GRUPOS

PLENÁRIA DE APROVAÇÃO DAS PROPOSTAS DOS GRUPOSCoordenação – CMDI: ________________________________Representante OG:________________________________________________Representante ONG:____________________________________________________

ELEIÇÃO DOS DELEGADOS PARA III CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS DIREITOS DO

IDOSO

Coordenação da Mesa:Presidente : ____________________________________________Secretária: ____________________________________________Relatora:_______________________________________________

ENCERRAMENTO

80

Page 81: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 06

ORIENTAÇÃO PARA OS TRABALHOS DE GRUPO

COMPETE:

O Facilitador - Apresentar os instrumentais, a metodologia do trabalho e Coordenar a escolha do

Coordenador e do relator do grupo.

O Coordenador – A responsabilidade de conduzir o trabalho garantindo a ampla participação e

andamento das discussões que possibilitem a construção das propostas para efetivação da Política

Municipal do Idoso.

O Relator – Registrar e apresentar na plenária as deliberações do grupo.

Com base nas apresentações e discussões realizadas neste evento desenvolva o seguinte roteiro:

1. Facilitador apresentará a metodologia e os instrumentais e em seguida coordenará a

escolha do Coordenador/a e do/a Relator/a do Grupo.

2. O trabalho de grupo será realizado em duas etapas:

a) Cada grupo de trabalho utilizará os instrumentais da avaliação e da

deliberação da prioridades, relativos ao seu eixo, conforme padronização enviada

pela Comissão da Relatória da III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso.

b) Os produtos de cada grupo serão apresentados na Plenária Final, para

deliberação.

Comissão Organizadora.

81

Page 82: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 07

(papel timbrado do CMDI)

FICHA DE CREDENCIAMENTO DOS PARTICIPANTES DA _____ CONFERÊNCIA

MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO

Nome:Idade:Tem alguma deficiência ? ( ) SIM ( ) NÃOEndereço:Município:Telefones de Contatos: ( ) Celular: ( )entidade/Instituição:E-mail:Participa como: ( ) Delegado da sociedade civil ( ) Delgado do Poder Público

( ) Convidado ( ) ObservadorGRUPO DE TRABALHO (marque com um X):

( ) EIXO I – Envelhecimento e Políticas de Estado: pactuar caminhos intersetoriais.

( ) EIXO II – Pessoa Idosa: protagonista da conquista e efetivação dos seus direitos.

( ) EIXO III- Fortalecimento e integração dos conselhos: existir, participar,estar ao

alcance,comprometer-se com a defesa dos direitos dos idosos.

( ) EIXO IV – Diretrizes orçamentárias,plano integrado e orçamento público da união, estados,

distrito federal e municípios: conhecer para exigir; exigir para incluir; fiscalizar.

___________________________/CE, ______ de_________________________de 2011

_____________________________________________________________________

participante

82

Page 83: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 08

(papel timbrado do CMDI)

CONTROLE DE FREQUÊNCIA DOS PARTICIPANTES NA ___ CONFERÊNCIA

MUNICIPAL

Nº ORD NOME DO PARTICIPANTE ENTIDADE/ORGANIZAÇÃO 1º DIA 2º DIA

83

Page 84: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 09

(papel timbrado do CMDI)

FICHA DE AVALIAÇÃO

Sua opinião é muito importante ! Por isso, solicitamos o preenchimento deste instrumento para que possamos

melhorar cada vez mais.

item/avaliação muito boa boa regular ruim não sei

acessibilidade

acesso ao local

apresentação e disponibilidade

auditório

condução da plenária

divulgação

local da exposição

local de realização

organização

qualidade das discussões nos grupos

qualidade das exposições

qualidade dos temas

receptividade e acolhida

respeito à fala das pessoas idosas

salas dos cursos/oficinas

secretaria:

tempo para as discussões

CRÍTICAS E SUGESTÕES:

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

___________________________________________________________

SUGESTÃO DE TEMA PARA A PRÓXIMA CONFERÊNCIA:

_______________________________________________________________________________________

__________________________________________________________

obrigado!Comissão Organizadora

84

Page 85: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 10

(papel timbrado do CMDI)

DECLARAÇÃO DE PARTICIPAÇÃO NA CONFERÊNCIA

DECLARO para os devidos fins que _______________________________________________ participou

como* ____________________________________________________ da ____ Conferência Municipal do

idoso, tendo como Tema central “ , nos disas _______ de ___________ de 2011.

_______, __ de ___ de 2011.

________________________________________________

Presidente do CMDI

* podendo ser: conferencista; painelista; convidado; representante (delegado ou observador) do poder

público; representante da sociedade civil (delegado ou observador); relator e/ou apoio administrativo.

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Page 86: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 11

RELATÓRIO FINAL DA ____ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO

I – DADOS DA ETAPA MUNICIPAL

1.Portaria, local e data de realização da Conferência:

Instrumento Legal de Convocação ( Portaria, Resolução, outros):

Período de realização: Local:

Município: UF:

Nº de Participantes: total: homens: Mulheres: Idosos:

Nº de Delegados: total: homens: Mulheres: Idosos:

2. Organizações que participaram da etapa Municipal (relação nominal):

Poder Público: Sociedade Civil:

3. Coordenação da ____ Conferência Municipal dos Direitos do Idoso:

a) Nome completo:

b) Organização:

c) E-mail:

d) Telefones (com DDD):

4. Responsável pelo Preenchimento deste Relatório:

a) Nome completo:

b) Organização:

c) E-mail:

d) Telefones (com DDD):

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Page 87: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

II - DESENVOLVIMENTO DA ____ CONFERÊNCIA MUNICIPAL DOS DIREITOS DO IDOSO

1. BREVE DESCRIÇÃO (Dinâmica da Conferência)

2. TEXTO BASE UTILIZADO:

Sugere-se que seja elaborado um Texto Base (orientação), para ser disponibilizado pela Conferência e

distribuído individualmente no momento do Credenciamento dos participantes, servindo como subsídio aos

Debates no ambiente de cada sala dos eixos temáticos.

Aconteceu? ( ) SIM ( ) Não

87

Page 88: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

3. RELAÇÃO DAS DIRETRIZES PRIORIZADAS:

DIRETRIZES PRIORITÁRIAS NO ÂMBITO MUNICIPAL(O Regimento Interno da ____ Conferência Municipal dos Direitos dos Idoso irá dispor sobre a escolha de Diretrizes

que serão reportadas ao Prefeito Municipal)

Eixo temático 1:

Envelhecimento e Políticas de Estado: Pactuar Caminhos Intersetoriais.1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Eixo temático 2:

Pessoa Idoso: Protagonista da Conquista e Efetivação dos seus Direitos.1

2

3

4

5

Eixo temático 3:

Fortalecimento e Integração dos Conselhos: Existir, Participar, Estar ao Alcance, Comprometer-se

com a Defesa dos Direitos dos Idosos1

2

3

4

5

Eixo Temático 4:

Diretrizes Orçamentárias, Plano Integrado e Orçamento Público da União, Estados Distrito Federal e

Municípios: Conhecer para Exigir; Exigir para Incluir, Fiscalizar.1

2

3

4

5

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PROPOSTAS DE DIRETRIZES PRIORITÁRIAS PARA O ÂMBITO ESTADUAL

(O Regimento Interno da Conferência Estadual irá dispor sobre a escolha de Diretrizes que serão levadas para III

Conferência Estadual dos Direitos do Idoso)Eixo temático 1:

Envelhecimento e Políticas de Estado: Pactuar Caminhos Intersetoriais.123456789

10Eixo temático 2:

Pessoa Idoso: Protagonista da Conquista e Efetivação dos seus Direitos.12345

Eixo temático 3:

Fortalecimento e Integração dos Conselhos: Existir, Participar, Estar ao Alcance, Comprometer-se

com a Defesa dos Direitos dos Idosos12345

Eixo Temático 4:

Diretrizes Orçamentárias, Plano Integrado e Orçamento Público da União, Estados Distrito Federal

e Municípios: Conhecer para Exigir; Exigir para Incluir, Fiscalizar12345

89

Page 90: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

PROPOSTAS DE DIRETRIZES PRIORITÁRIAS PARA O ÂMBITO NACIONAL.(O Regimento Interno da Conferência Estadual irá dispor sobre a escolha de Diretrizes que serão levadas para III

Conferência Estadual dos Direitos do Idoso)

Eixo temático 1:

Envelhecimento e Políticas de Estado: Pactuar Caminhos Intersetoriais.1

2

3

4

5

Eixo temático 2:

Pessoa Idoso: Protagonista da Conquista e Efetivação dos seus Direitos.1

2

3

Eixo temático 3:

Fortalecimento e Integração dos Conselhos: Existir, Participar, Estar ao Alcance, Comprometer-se

com a Defesa dos Direitos dos Idosos1

2

3

Eixo Temático 4:

Diretrizes Orçamentárias, Plano Integrado e Orçamento Público da União, Estados Distrito Federal e

Municípios: Conhecer para Exigir; Exigir para Incluir, Fiscalizar.1

2

3

INDICAÇÃO DE DUAS EXPERIÊNCIAS POSITIVAS NA ATENÇÃO À PESSOA IDOSA QUE

ACONTECEM NO SEU MUNICÍPIO.1

2

4. Moções

90

Page 91: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

5. Avaliação

6. Formulário dos dados dos Delegados à III Conferência Estadual dos Direitos do Idoso

I – QUADRO DE DISTRIBUIÇÃO DOS PARTICIPANTES DOS MUNICÍPIOS NA III

CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS DIREITOS DO IDOSO

Porte dos Municípiosnº de representantes TOTAL TOTAL

GERALdelegado observador delegado observador/convidado

Pequeno I – 90 Municípios 02 01 180 90 270

Pequeno II – 61

Municípios02 01 122 61 183

Médio – 25 Municípios 04 01 100 25 125

Grande – 07 Municípios 06 01 42 07 49

Metrópole – 01 Município 30 05 30 05 35

TOTAL 474 188 662

II – QUADRO DO NÚMERO DE PARTICIPANTES DA III CONFERÊNCIA ESTADUAL DOS

DIREITOS DO IDOSO

Conferência Participantes nº de deleg. nº de observ. nº de conv. Total Geral

ESTADUALDos Municípios 474 188 -- 662

Do CEDI-CE 40 -- 98 138

TOTAL 514 188 98 800

91

Page 92: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

REPRESENTANTES/DELEGADOS DA SOCIEDADE CIVIL

Delegados TITULARESNº Ord NOME IDADE CONTATO (E-mail e Telefone)

01

02

03

Delegados SUPLENTESNº Ord NOME IDADE CONTATO (E-mail e Telefone)

01

02

03

REPRESENTANTES/DELEGADOS DO PODER PÚBLICO

TITULARESNº Ord NOME IDADE CONTATO (E-mail e Telefone)

1

2

3

SUPLENTES

Nº Ord NOME IDADE CONTATO (E-mail e Telefone)

1

2

3

OBSERVADOR

TITULARNº Ord NOME IDADE CONTATO (E-mail e Telefone)

1

SUPLENTE

Nº Ord NOME IDADE CONTATO (E-mail e Telefone)

1

92

Page 93: Passo a Passo Confer en CIA Alterado2

ANEXO 12

(papel timpbrado)

FICHA DE INSCRIÇÃO DOS PARTICIPANTES PARA III CONFERÊNCIA

ESTADUAL DOS DIREITOS DO IDOSO

93

II - Dados da Organização que o Participante representa:

• Órgão/Entidade: ________________________________________________• Endereço: _______________________________________________________ nº __________• Bairro: ___________________ Cidade: ______________________ CEP: _______________• Telefone: _____________________ Fax: __________________________•• Nome do Dirigente do Órgão / Entidade:_______________________________________________________• e-mail:______________________________________________________________________

I - Dados Pessoais do(a) Participante:

• Nome Legível: _______________________________________________________________________• Endereço Residencial: _______________________________________________ Nº_______• Bairro: ________________________ Cidade: __________________ CEP: _______________• Nº do RG: ______________________________ Data de Expedição: ____________________• Nº CPF: ___________________________ Data de Nascimento: ____________________• Nº do Título: _______________________ Zona Eleitoral: _________ Seção: ____________• Telefone Residencial: _______________________ Celular: __________________________• E-mail: ___________________________________________________________________

• Data de nasc.: ___/___/_____ Estado Civil: _________________ Sexo: __________• Escolaridade: ______________________________ Formação: _______________________• Área de Atuação: ____________________________________________________________• Tempo (em meses/ anos) que atua na Área de Atendimento ao Idoso: ________________•

assinaleOG Sociedade civil

Delegado Observador Delegado Observador

_________, ___/______/____ ________________________________________ Assinatura do(a) Participante