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Redação Jurídica
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Plano de Aula: Teoria e Prática da Redação Jurídica
TEORIA E PRÁTICA DA REDAÇÃO JURÍDICA Título
Teoria e Prática da Redação Jurídica
Número de Aulas por Semana
Número de Semana de Aula
13
Tema
Produção de Parecer completo: ementa, relatório, fundamentação, conclusão e parte autenticativa.
Objetivos
- Produzir Parecer jurídico; - Desenvolver o raciocínio jurídico-argumentativo do futuro profissional do Direito.
Estrutura do Conteúdo
1. Ementa 2. Relatório 3. Fundamentação 4. Conclusão 5. Parte autenticativa
Aplicação Prática Teórica
O parecer é um documento produzido, sob embasamento técnico ou jurídico, para que produza efeito esclarecedor e orientador. No plano jurídico, pode ser redigido em razão de três situações:
1) Parecer em procedimento processual - (...) é elaborado por determinação legal, pelos membros do Ministério Público. É o chamado parecer de ofício, prolatado nos autos pelo Procurador de Justiça que, na sua condição de fiscal da lei, tem por exercício funcional opinar na questão discutida dentro dos autos. O MP, então, emite parecer em ação civil pública, ação de alimentos, ação popular, ação de investigação de paternidade, etc.
2) Parecer em consulta - Para atender livre consulta por parte de pessoas que desejam ver algum assunto refletido exegeticamente por profissionais do direito (...).
3) Parecer em procedimento administrativo público - Para servir de orientação administrativa no serviço público e é geralmente prolatado por funcionários, cujo cargo público tenha por determinação opinar juridicamente.
Observação: em qualquer dessas três situações, um parecer precisará conter qualidade opinativa, devidamente substanciada de lógica, de fundamentação que lhe dêem credibilidade para seu convencimento.
Logo o parecer é um valioso documento que precisa ser bem produzido.
Quem produz parecer técnico no universo jurídico?
• Ministério público (Procuradores de Justiça);
• Advogados especializados (geralmente);
• Servidores públicos credenciados;
• Procuradores autárquicos e de outros órgãos.
A forma de um parecer jurídico Não existe uma forma definida por qualquer dispositivo legal para apresentação de um
parecer [...], portanto na CF, art. 129, VIII, e na Lei Orgânica Nacional do Ministério Público (Lei 8.625/93, conhecida pela sigla LONMP) há a recomendação (art. 43,III) de que é dever do Ministério Público sempre indicar os fundamentos jurídicos em seus pronunciamentos processuais. Aliás, ressalte-se, nenhum parecer pode deixar de ter fundamentos.
(Revista Redação Jurídica: a palavra do advogado. Rio de Janeiro: Edipa Ltda., nº8, 2004.)
Estrutura formal do Parecer
PARECER Pular 2 linhas
EMENTA 1 linha
2 linhas RELATÓRIO 1 linha
É O RELATÓRIO 2 linhas FUNDAMENTAÇÃO 1 linha
2 linhas CONCLUSÃO 1 linha
2 linhas PARTE AUTENTICATIVA
Data Assinatura
Nº da Carteira funcional do Especialista
QUESTÃO Fundamentar é produzir, por meio de uma ação lingüística, um sentimento de convicção. Leia atentamente o caso concreto e, a seguir, considerando todas as orientações dadas em aula, faça o que se pede.
Elabore um parecer técnico-formal em que se observem os seguintes elementos: a) ementa; b) relatório; c) fundamentação; d) conclusão e parte autenticativa.
Orientações: a fundamentação deverá ser desenvolvida em, no mínimo, vinte e cinco (25) linhas e apresentar argumentos pró-tese, de oposição à tese, por autoridade e de causa e efeito.
Ao desenvolver o seu texto, considere, além da norma culta da língua, adequação vocabular, coesão e coerência textual, os conceitos de simplicidade e de elegância, resultados de uma escrita conscientemente planejada.
Caso concreto
Alfredinho Pitanga, enfurecido com sua amásia
Natalina Maria de Jesus, que não lhe preparara o jantar,
no seu retorno do botequim, onde ingerira algumas doses
de cachaça, agrediu-a com uma faca de cozinha,
causando-lhe ferimentos profundos na região do tórax.
Socorrida imediatamente por vizinhos, Natalina Maria foi
levada a um hospital e submetida à intervenção cirúrgica.
Em razão da gravidade de seu estado de saúde, ficou
internada, vindo a falecer quarenta dias após a data do
fato.
Apanhado que foi em estado de flagrante delito,
Alfredinho permaneceu preso e o Ministério Público aditou
a denúncia para adequar o fato ao tipo definido no art.
121, § 2º, Inciso II do CP, isso porque restou evidenciado
que a morte da vítima decorreu dos ferimentos causados
por Alfredinho.
No curso da ação penal, surgiram indícios de
insanidade mental de Alfredinho, razão pela qual, o
magistrado determinou a instauração do processo
incidente. Os peritos concluíram que Alfredinho era
mentalmente são, ao tempo do crime, e que sua
incapacidade absoluta de compreender o caráter
criminoso do fato e de determinar-se de acordo com esse
entendimento era superveniente.
Se julgar pertinente, recorra as seguintes fontes:
Art. 26 do CP: É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. (Redação dada pela Lei nº 7.209 , de 11.7.1984)
Redução de pena
Parágrafo único - A pena pode ser reduzida de um a dois terços, se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.(Redação dada pela Lei nº 7.209 , de 11.7.1984)
Art. 152 do CPP: Se se verificar que a doença mental sobreveio à infração o processo continuará suspenso até que o acusado se restabeleça, observado o § 2o do art. 149.
§ 1º O juiz poderá, nesse caso, ordenar a internação do acusado em manicômio judiciário ou em outro estabelecimento adequado.
§ 2º O processo retomará o seu curso, desde que se restabeleça o acusado, ficando-lhe assegurada a
faculdade de reinquirir as testemunhas que houverem prestado depoimento sem a sua presença.