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Ano I - № 4 – R$ 25 - € 12 www.revistabudo.com.br Cubatão e Santos recebem núcleo do projeto “JUDÔ EDUCANDO PARA A VIDA” Aurélio Miguel Premia MELHORES DO JUDÔ PAULISTA LINDAS FORTES E CADA VEZ MAIS COMPETITIVAS SUPER PÔSTER COM LEANDRO GUILHEIRO E DANIEL HERNANDES SCIENTIFIC HAPKIDO SYSTEM objetividade e eficiência O judô oportunizando crescimento dentro e fora dos tatamis

Revista Budo 4

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Ano I - № 4 – R$ 25 - € 12www.revistabudo.com.br

Cubatão e Santos recebem núcleo do projeto “JUDÔ EDUCANDO

PARA A VIDA”

Aurélio Miguel Premia

MELHORES DO

JUDÔ PAULISTA

LINDAS FORTESE CADA VEZ MAIS COMPETITIVAS

SUPER PÔSTER COM LEANDRO GUILHEIROE DANIEL HERNANDES

SCIENTIFIC HAPKIDO

SYSTEMobjetividade e

efi ciência

O judô oportunizando crescimento dentro

e fora dos tatamis

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EDITORIAL

EditorPaulo Roberto Pinto de [email protected]

Diretora ExecutivaDaniela [email protected]

Conselho EditorialMauzler PaulinettiLuiz Fernandes Araújo Júnior

Direção de ArteArtur Mendes de Oliveira

ColunistasAnderson Dias de LimaPaulo DuarteVera Lucia SugaiDaniel Dell´aquilaGeorgton PachecoPaulo Pinto

ColaboradoresAngélica Mayumi MurataCarlos AMC CunhaMário Manzatti

RevisãoNilton Tuna Matheus

Fotografi aMarcelo KuraPaco LozanoMarcelo LopesPaulo FischerNilton FukudaMiguel SchincariolJosmir FerreiraLuzia R. KogaFabio Menotti

Departamento ComercialDaniela Mendes de [email protected]

Impressão e AcabamentoGráfi ca Kaygangue – Palmas (PR)

é uma publicação trimestral da GLOBAL SOCCER EDITORA.Administração, publicidade e correspondência Rua Hen-rique Júlio Berger, 855 – 102Caçador (SC) - CEP 49500-000 - Fone 49 3563-7333Distribuição Dirigida – Tiragem desta edição 10.000 exemplaresOpiniões e conceitos emitidos em matérias assinadas não são de responsabilidade do editor.Direitos Reservados © 2011 - Global Soccer Editora Impressa no Brasil - Printed in [email protected] – www.revistabudo.com.br

é uma publicação trimestral

Mais uma vez estamos fazendo o balanço dos três últimos meses, e além das sensacionais entrevistas e reportagens, nesta edição registramos os principais fatos do judô nacional e mundial, no primeiro semestre de 2011.

Muita coisa positiva aconteceu e certamente esta temporada fi cará mar-cada como uma das mais positivas em nível competitivo.

Os judocas que defendem o Bra-sil estão subindo no ranking da FIJ, e aumenta a possibilidade de termos uma grande equipe em Londres. Isso evidencia o esforço dos professores, clubes e federações estaduais em fa-zer um judô cada vez mais técnico e competitivo.

Na Copa do Mundo por equipes, mesmo não estando com força má-xima, o Brasil subiu mais um degrau no pódio, e terminou na segunda co-locação geral. Fomos vice-campeões, enquanto em 2010 terminamos na ter-ceira posição, atrás de Coreia e Japão.

O segundo lugar inédito no Grand Slam realizado no Rio de Janeiro foi a maior conquista do judô verde-amarelo desta temporada e isso mostra que estamos cada vez mais presentes na elite do judô mundial.

Entretanto, o mais emblemático tem sido a presença crescente das ju-docas brasileiras nos pódios. Nossas meninas estão conquistando maior es-paço e obtendo resultados verdadeira-mente expressivos.

Das onze medalhas conquistadas no Grand Slam, seis foram do feminino. As atletas ganharam dois ouros, duas pratas e dois bronzes, ou seja, uma de prata mais que o masculino. Devemos esse segundo lugar inédito no Grand Slam do Rio de Janeiro às nossas ju-docas, que acreditaram e foram buscar este resultado surpreendente.

Na Copa do Mundo que se realizou em São Paulo, as meninas igualaram--se ao masculino com dois ouros. Com uma de prata, elas não acompanha-ram o masculino, que levou três. Já no bronze, enquanto os meninos fatura-ram três, elas conquistaram seis.

O judô feminino mostra renovação, qualidade e maturidade. Isso refl ete a seriedade do trabalho feito nos dojôs de todo o País.

Agora é manter os pés fi ncados nos tatamis, jogar e correr para o abra-ço, focando Londres sem esquecer o maior de todos os fundamentos no es-porte de alto rendimento: a base.

O Editor

Um Judô Feminino de Ouro

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Mayra Aguiar comemorando o ouro no Grand Slam/RJ 2011

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BrasilConquista segundo lugar inédito no Grand Slam

GRAND SLAMFonte: UOL Esporte

Fotos: Paco Lozano (ESP) - Daniel Zappe/FOTOCOM.NETWallace Teixeira/FOTOCOM.NET

Rio de Janeiro (RJ) - Pela pri-meira vez na história, o Brasil ter-minou em segundo em uma das quatro principais competições do judô mundial. A seleção brasileira somou onze medalhas no Grand Slam do Rio, seis delas conquista-das pelas mulheres, que pela pri-meira vez subiram no lugar mais alto do pódio, com Érika Mene-zes e Mayra Aguiar. O Brasil ficou atrás apenas do Japão, que conti-nua imbatível.

“O Japão é um país à parte na história do judô”, justifica Ney Wilson, coordenador técnico inter-nacional da CBJ. “A gente briga com quatro países: Coreia do Sul, Holanda, França e Rússia. A gente está se firmando cada vez mais na segunda posição.”

No masculino, foram dois bron-

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zes com Tiago Camilo e Hugo Pessa-nha (ambos nos 90kg), uma prata com Daniel Hernandes (acima de 100kg) e dois ouros, com Leandro Guilhei-ro (81kg) e, o mais surpreendente de todos, João Gabriel Schlittler (acima de 100kg). O judoca do Rio entrou na equipe dois dias antes da competição, no lugar do lesionado Leandro Gonçal-ves, e faturou o ouro ao derrotar Daniel Hernandes numa inédita final brasilei-ra.

No feminino, só no sábado foram três medalhas, duas de prata com Sa-rah Menezes (48kg) e Rafaela Silva (57kg). O ouro veio com Érika Miran-da (52kg), que três anos depois de ser cortada da seleção olímpica de Pequim por causa de uma lesão no joelho deu a volta por cima no Rio. Após a conquista inédita, a minastenista afirmou que sa-bia que chegaria sua vez. “Sabia que a minha hora chegaria”, desabafou. “O esporte ensina a ter paciência e hoje estou vivendo o melhor momento da minha vida”.

No domingo, o Brasil ganhou mais dois bronzes no feminino, como Maria Portela (70kg) e Rochele Nunes (acima de 78kg). Na derrota nas semifi nais, Ro-chele se lesionou ao ser derrubada pela gigante turca Gulsah Kocaturk e pode ter rompido o ligamento cruzado ante-rior do joelho direito. A atleta será sub-metida a exames nesta segunda-feira.

Na categoria até 78kg, Mayra Aguiar venceu a americana Kayla Har-rison, campeã mundial, com quem vem desenvolvendo uma dura rivalidade. Já com a medalha na mão, a judoca sogi-pana destacou que sua meta é o ouro olímpico. “Minha meta é a medalha olímpica”, comentou a judoca de Porto

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Alegre. “Esse foi o melhor resultado da minha vida, mas é só mais um tijolinho no meu verdadeiro objetivo”.

A boa fase do judô feminino é re-sultado de um trabalho que vem des-de 2005, quando o trabalho com as meninas passou a ser encarado pela CBJ como uma modalidade à parte do masculino.

“Hoje a gente tem investimentos iguais aos do masculino, aliados a uma metodologia de trabalho específica para o feminino”, comentou a técnica da seleção feminina, Rosicléia Santos. “Quando era atleta, sentia na pele a comparação com os homens, mas hoje fico feliz por termos conquistado o nos-so espaço.”

O coordenador técnico da CBJ tam-bém celebrou a boa fase das meninas, mas deixou claro que o Brasil ainda tem muito trabalho pela frente até se consolidar como uma estrela de pri-meira grandeza no judô mundial.

“Agora também é página virada”, decretou Ney Wilson. “Na semana que vem já temos a Copa do Mundo de São Paulo. Não dá para pensar em come-moração. Na segunda, todos esses atletas estão pesando às sete da ma-nhã. Já na parte da tarde estarão trei-nando. Eles treinam até quarta com os estrangeiros e quinta-feira embarcam para São Paulo”, completou.

Guilheiro mais perto de 2012

Aqui eu somei 300 pontos no ranking olímpico. Isso me dá muita tranquilidade e uma vantagem enor-me sobre os meus adversários. Posso escolher melhor as competições e me preparar com mais calma para Lon-dres. Se eu estava perto das Olimpía-das, agora estou muito mais. Mas para

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não dar uma de cavalo paraguaio pre-ciso tomar cuidado.

João Gabriel Schlitter enfrentou um velho conhecido na disputa do ouro: a final foi contra o também brasileiro Da-niel Hernandes. Eles travam uma luta dura na decisão da categoria acima de 100kg e Schlitter levou a melhor devi-do a uma punição dada a Hernandes.

Nas semifinais, Schlittler estava na frente na luta com o gigante polonês Ja-nusz Wojnarowicz, mas viu o adversário conseguir o empate e levar a decisão para o golden score. Com mais iniciati-va, Schlittler dominou o combate e teve confirmada a vitória quando o polonês desistiu por culpa de uma lesão.

Na categoria até 90kg, os dois bra-sileiros falharam na tentativa de fazer uma final verde e amarela. Na primei-ra semifinal, Pessanha perdeu para o japonês Ono, número 2 do mundo, e ficou com o bronze, desperdiçando a oportunidade de defender o ouro obti-do em 2010.

Já Tiago Camilo chegou muito per-to da vitória. Ele já havia pontuado e estava em ampla vantagem diante do cubano Asley González. No entanto, a dois segundos do final, González en-caixou sua única entrada em toda a luta e conseguiu o ippon, deixando o brasileiro inconformado com a meda-lha de bronze.

As meninas no caminho certo

Em seu blog o campeão olímpico Rogério Sampaio comentou o excelen-te desempenho das brasileiras, no Rio

de Janeiro. “O judô feminino brasileiro não é mais uma surpresa. Pelos resul-tados obtidos em competições recen-tes, podemos afirmar que temos uma geração vencedora com capacidade para ir ainda mais longe e consolidar uma tradição em pódios olímpicos como temos no masculino”.

Lembrando de Pequim, Rogério faz sua projeção para Londres. “As meni-nas estão no caminho certo. A primeira medalha em Olimpíada foi conquista-da em Pequim-2008 e nosso potencial para Londres-2012 é enorme. Justiça seja feita, os bons resultados não co-meçaram agora. Grandes nomes da geração passada, como Danielle Zan-grando e Ednanci Silva, deram início a essa trajetória brilhante das meninas”.

Rogério destacou a força e a reno-vação do judô feminino verde e ama-relo. “Foi muito gratificante assistir, ao vivo, o desempenho do nosso judô feminino. É nesta classe que vemos enorme renovação, hoje. Tenho certe-za que essa nova geração de judocas dará muita alegria a todos nós”, desta-cou o campeão olímpico.

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QUADRO DE MEDALHAS País Ouro Prata Bronze1º - Japão 8 0 22º - Brasil 4 3 43º - Rússia 1 2 24º - Romênia 1 0 15º - Itália 0 2 06º - França 0 1

Bronze

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A Federação Paulista de Judô lançou um mega projeto que irá oportunizar a ida de atletas a partir do Sub-13, ao Canadá para disputar o

Kebec Open de Judô 2011.A viagem para Montreal acontecerá entre os dias 5 e 15 de outubro, e

além da competição será oportunizado treinamento de campo com atletas de vários países.

Não perca esta oportunidade única de conhecer o Canadá e treinar judô com a Federação Paulista, através do programa Contribuição Premiada.

Organize seu grupo e participe, pois de acordo com o desempenho de seu grupo você poderá ser oportunizado com esta premiação única.

Além de levar 60 atletas ao Canadá com todas as despesas pagas, o “Con-tribuição Premiada” fará premiações incríveis. Confira!

PREMIAÇÃO

Não esqueça de providenciar seu passaporte com antecedência e boa viajem!

1º Prêmio – Um Fiat Novo Uno Vivace 1.0 Flex 2011/2012 Zero Km

2º Prêmio - Uma moto Honda Bis 125 Modelo KS 2011 Zero Km

3º Prêmio – Uma TV LCD 40 Polegadas

4º Prêmio - Notebook

5º Prêmio – Computador de Mesa

Não esqueça de providenciar seu passaporte com antecedência e boa viajem! Não esqueça de providenciar seu passaporte com antecedência e boa viajem!

*Maiores informações junto a sua Delegacia Re-gional ou através do site da FPJ

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Por André de Rossi

TatamisTatamisO Mago dos

Nascido em 4 de agosto de 1948, no Rio de Janeiro, Paulo Duarte tem uma história bastante interessante. Predestinado, veio a este mundo para ensinar a arte do judô, sob as condições mais adversas. Simples, centrado e intuitivo,

nesta entrevista o kodansha que mudou o eixo do judô paulista mostra os principais fatos de sua longa jornada nos tatamis

INTERVIEWPor Paulo Pinto

Fotos Marcelo Kura

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De que forma chegou aos tatamis?Foi aos 10 anos. Cheguei aos tatamis por acaso. Ninguém na minha família conhecia o judô. Mas, um dia, meu pai disse durante o almoço que me levaria a uma academia de judô para acompanhar o fi lho de um amigo. Quando lá cheguei, sofri um im-pacto enorme porque vi dois professores segurando as extremidades de uma faixa estendida a mais ou menos um metro do solo, enquanto alguns garotos corriam e mergulhavam de cabeça por cima da faixa. Fiquei apavorado, porque tinha certeza de que, se fosse fazer aquilo, me quebraria. Mas, o professor me explicou que não fa-ria aquilo de início. Fiquei rolando no solo durante muito tempo, até que um dia pude saltar junto com os demais companheiros.

Quem foi seu professor?Professor Júlio Adnet.

Quando percebeu que o judô faria parte de sua vida?Acho que todos nós nascemos com uma missão, e a minha foi fazer judô. Tive opor-tunidade de estudar e tenho outra forma-ção, mas o judô sempre foi minha grande paixão. Identifi quei-me desde cedo com as coisas do judô e fi z dele a minha profi ssão.

Até que idade treinou com o professor Adnet?Até completar 18 anos. Mas posso incluir aí o professor Takeshi Miúra, porque foi ele que me ensinou a técnica ashi-guruma, que se tornou o meu tokui waza. Minha carreira foi muito curta porque uma contusão (calci-fi cação óssea na tíbia da perna esquerda) me afastou dos tatamis. Durante um trei-namento sofri uma pancada na altura da tíbia que resultou em uma cirurgia feita no Hospital de Base de Brasília, em dezem-bro de 1967. Anestesiado da cintura para baixo percebi que, durante a cirurgia, faltou um instrumento para dar prosseguimento à operação. O centro cirúrgico foi aberto e al-guém foi buscar esse instrumento em outra sala. Provavelmente, esse instrumento não devia estar esterilizado ou a abertura do centro cirúrgico propiciou a entrada da bac-téria que me contaminou. A verdade é que fui vítima de uma contaminação hospitalar! Contraí uma gangrena gasosa. A velocida-de com que ela se expande no organismo é absurda! Ela começou no pé, pela manhã, e às 6 horas da tarde já havia ultrapassado o joelho. Os médicos não sabiam do que se tratava. Era um caso inédito! Felizmente, um cardiologista fez uma infi ltração em mi-nha virilha e descobriu que eu estava com gangrena gasosa. A amputação foi inevitá-

vel! Se demorasse mais um pouco, pegaria o ventre e, com certeza, eu não estaria aqui para contar essa história.

Como reagiu a esta fatalidade?Por incrível que pareça, isso não me afe-tou. Na hora chorei muito porque fui pego de surpresa. Lembro que acordei com uma enfermeira segurando minha mão e sen-ti uma sensação leve e perguntei a ela o que havia acontecido comigo. Ela começou a chorar e saiu da sala. Veio outra enfer-meira e a cena se repetiu. Aí veio o médico que me operou e disse: “Tive de amputar sua perna para salvar a sua vida”. Foi um impacto enorme, e entrei em desespero. Chorei muito, mas logo me controlei e disse ao médico: “Se foi para salvar minha vida, você fez o que tinha de fazer”. A partir daí, toquei minha vida e nunca tive maiores pro-blemas de ordem física ou psicológica.

De que forma continuou no judô?Esse foi o grande desafi o. Não tenho co-nhecimento, até hoje, de alguém que, nas minhas condições, ensine o judô. A de-monstração das técnicas é uma exigência do ensino. Mas, eu não tinha mais como fazer isso. Era preciso quebrar esse para-digma! Acho que consegui. Tornei-me um professor, como tantos. Consegui escre-ver o meu nome na história. Meus alunos conquistaram os títulos mais importantes do planeta e todos possuem uma técnica muito refi nada. Não conheço nenhum pro-fessor de judô que não tenha uma das per-nas. Já vi judocas cegos e sem braço, mas sem perna não conheço nenhum. Isso foi o mais difícil! Tive de reinventar uma situa-ção, mas, como diz o ditado, “quando Deus fecha uma porta, abre duas”. E eu acho que para mim Ele abriu umas dez, e não tive nenhum problema com isso.

Aos 18 anos você reinventou o judô ou a vida?Acho que as duas coisas. Tive uma forma-ção religiosa (estudei em colégio de pa-dres) e quando isso aconteceu senti que, de alguma forma, estava preparado para receber o que recebi. Não me deixei aba-ter em momento algum, e procurei conti-nuar minha trajetória da forma mais digna possível. Passei a ver as coisas sob outros prismas. Embora fosse muito novo, percebi que, para continuar no judô, precisava de-senvolver uma didática que me permitisse ser sucinto e efi ciente. Acho que consegui.

Assim aconteceu sua saída da acade-mia do professor Adnet?Sim, porque a partir do que havia aconte-

cido comigo, não poderia mais ser atleta e ninguém acreditava que eu pudesse supe-rar essa barreira. Como eu já era instrutor e tinha bastante experiência, resolvi tentar a vida em Santos.

Quanto tempo demorou para se recupe-rar fi sicamente?Fiquei hospitalizado durante três meses. Quando uma amputação ocorre por infec-ção por bactéria, não pode ser suturada porque, se restar algum resíduo da bacté-ria, o mal pode voltar a proliferar. O corte, permanecendo aberto, permite que o oxi-gênio existente no ar se encarregue de eli-minar qualquer resíduo que possa existir. A cicatrização se dá lentamente. Por isso fi quei tanto tempo hospitalizado. O único problema que tive foi na saída do hospital. Naquela época, as coisas em Brasília ain-da eram muito difíceis e a perna mecânica que me deram não permitia uma boa loco-moção. Quando cheguei a São Paulo, sou-be de uma clínica ortopédica que era muito conceituada. Fiz uma nova perna e isso me permitiu uma locomoção mais fácil.

Como ocorreu sua ida para São Paulo?Soube que o Santos F. C. estava precisan-do de um professor de judô. Enviei o meu currículo e fui chamado para me apresen-tar. Quando lá cheguei e ouvi a proposta, não aceitei porque o que me ofereceram era irrisório, e eu não teria condições de me manter. Saí de lá e parei num café para tomar algo e descansar. Aí apareceu um garotinho que estava com um judogi nas costas e fi cou olhando para mim e, se aproximando, falou: “Você é o Paulo?” Sim, respondi. De onde você me conhece? Ele disse: “Olha você aqui”, e abriu a Gazeta Esportiva, na qual minha história estava sendo contada na primeira página. Convi-dou-me para ir até sua academia, e aquilo foi uma coisa fantástica. O português dono do bar, vendo a minha difi culdade de loco-moção, prontifi cou-se a me levar, e já foi fechando as portas do bar. Chegando lá o garoto entrou na frente correndo, fazendo o maior escarcéu. Os diretores vieram me receber na porta e eu fi quei sem graça. Conversando comigo, me apresentaram o professor de judô. Só que ele não era pro-fessor de judô! Nós nos conhecíamos de Brasília. Quando ele me viu fi cou roxo, mas mantive a calma e a tranquilidade. Fingi que não o conhecia. Ele era professor de educação física no Colégio La Salle (local para onde o professor Adnet havia transfe-rido a sua academia, saída do Colégio Ro-sário). Ele simplesmente chegou a Santos, colocou uma faixa preta na cintura, e foi dar

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aulas de judô. Os diretores me convidaram para um café e durante a conversa disseram que não estavam satisfeitos com o professor e que logo o demitiriam. Insistiram e pergun-taram se havia possibilidade de eu fi car. Expliquei-lhes que tudo aquilo havia sido uma tremenda coincidência, e que teria de retornar a Brasília, mas que estaria à disposição para uma negociação caso a demissão se consumasse. Depois de alguns dias recebi um telegrama pedindo a minha vinda imediata para assumir o posto. O nome do clube: Sociedade União Antioquina, onde fi quei de 1968 a 1972.

Como foi sua passagem pelo clube?Dentre os alunos, um me chamou a atenção. Um garoto magrinho, canhoto. Havia

um ditado na cidade, que muito me intrigou: “O judô não sobe a serra”. Pensei comigo: vai subir! Logicamente, nenhum santista havia ganhado o Campeonato Paulista. O magricelo foi lá e ganhou! No ano seguinte, ganhou de novo. Seu nome: Márcio Simões Loureiro, primeiro santista campeão paulista de judô. Meu trabalho começou a aparecer. Então, em 27 de fevereiro de 1972, fundei a Associação de Judô Paulo Duarte. No mês seguinte, por recomendação médica, matricularam-se os irmãos Rogério e Ricardo Sampaio. O Rogério tinha 4 anos e o Ricardo 7. A partir daí a escola se desenvolveu, e minha vida tomou outro rumo.

Você tem fi lhos?Tenho duas fi lhas e uma neta, que são as maiores riquezas que possuo na vida. Nathallie, a mais velha; Michéle a mais nova, e Maria Eduarda, a netinha que vive jogando o vovô de ippon!

Soubemos que quando fundou a academia sofreu retaliações. Isso procede?Para ser professor no Estado de São Paulo, é preciso ser possuidor do 3º dan. Eu era 2º dan, chegado de uma “federação sem muita expres-são”, segundo os dirigentes da Federação Paulista de Judô. E, portan-to, deveria ser criteriosamente avaliado para que tivessem certeza da

minha competência, embora soubessem que grandes nomes do judô nacional estavam radicados em Brasília, como os professores Michiio Ni-nomya, Lhofei Shiozawa, Takeshi Miúra e Koki Tani. A soberba com que se apresentaram logo foi deixada de lado, quando me viram dando aula.

Eles fi zeram a transmissão do que sabiam a você?Certamente. Tive a honra de segurar no judogi de todos eles. Todos colaboraram efi cazmente com o meu aprendizado. Cada um me nu-triu com o que de melhor possuía. Com o Miúra tive uma grande iden-tifi cação, pois ele era especialista naquela que seria a minha técnica preferida: o ashi-guruma. Quando chegou a Brasília, fi quei fascinado por seu judô, que era muito técnico, e o admirei muito por ser uma pessoa diferenciada. É um homem com muita sensibilidade. Pinta, cozinha e faz um judô extremamente efi ciente. É um ser humano da melhor qualidade e um amigo fantástico.

Você é brasiliense?Sou carioca, mas cheguei a Brasília no dia 21 de abril de 1960, dia de sua fundação. Meu pai foi convidado pelo presidente Juscelino para ser o primeiro chefe dos Correios na nova capital federal. Sou carioca de nas-cimento, mas candango de coração.

Voltando a 1972, como fi cou o caso da pressão?Na verdade, eles não acreditavam na minha capacidade téc-

O maior troféu que tenho na vida é que nunca perdi um

aluno para outra academia

aulas de judô. Os diretores me convidaram para um café e durante a conversa disseram que não estavam satisfeitos com o professor e que logo o demitiriam. Insistiram e pergun-taram se havia possibilidade de eu fi car. Expliquei-lhes que tudo aquilo havia sido uma tremenda coincidência, e que teria de retornar a Brasília, mas que estaria à disposição para uma negociação caso a demissão se consumasse. Depois de alguns dias recebi um telegrama pedindo a minha vinda imediata para assumir o posto. O nome do clube: Sociedade União Antioquina, onde fi quei de 1968 a 1972.

Como foi sua passagem pelo clube?Dentre os alunos, um me chamou a atenção. Um garoto magrinho, canhoto. Havia

um ditado na cidade, que muito me intrigou: “O judô não sobe a serra”. Pensei comigo: vai subir! Logicamente, nenhum santista havia ganhado o Campeonato Paulista. O magricelo foi lá e ganhou! No ano seguinte, ganhou de novo. Seu nome: Márcio Simões Loureiro, primeiro santista campeão paulista de judô. Meu trabalho começou a aparecer. Então, em 27 de fevereiro de 1972, fundei a Associação de Judô Paulo Duarte. No mês seguinte, por recomendação médica, matricularam-se os irmãos Rogério e Ricardo Sampaio. O Rogério tinha 4 anos e o Ricardo 7. A partir daí a escola se desenvolveu, e minha vida tomou outro rumo.

Você tem fi lhos?Tenho duas fi lhas e uma neta, que são as maiores riquezas que possuo na vida. Nathallie, a mais velha; Michéle a mais nova, e Maria Eduarda, a netinha que vive jogando o vovô de ippon!

Soubemos que quando fundou a academia sofreu retaliações. Isso procede?Para ser professor no Estado de São Paulo, é preciso ser possuidor do 3º dan. Eu era 2º dan, chegado de uma “federação sem muita expres-são”, segundo os dirigentes da Federação Paulista de Judô. E, portan-to, deveria ser criteriosamente avaliado para que tivessem certeza da

minha competência, embora soubessem que grandes nomes do judô nacional estavam radicados em Brasília, como os professores Michiio Ni-nomya, Lhofei Shiozawa, Takeshi Miúra e Koki Tani. A soberba com que se apresentaram logo foi deixada de lado, quando me viram dando aula.

Eles fi zeram a transmissão do que sabiam a você?Certamente. Tive a honra de segurar no judogi de todos eles. Todos colaboraram efi cazmente com o meu aprendizado. Cada um me nu-triu com o que de melhor possuía. Com o Miúra tive uma grande iden-tifi cação, pois ele era especialista naquela que seria a minha técnica preferida: o ashi-guruma. Quando chegou a Brasília, fi quei fascinado por seu judô, que era muito técnico, e o admirei muito por ser uma pessoa diferenciada. É um homem com muita sensibilidade. Pinta, cozinha e faz um judô extremamente efi ciente. É um ser humano da melhor qualidade e um amigo fantástico.

Você é brasiliense?Sou carioca, mas cheguei a Brasília no dia 21 de abril de 1960, dia de sua fundação. Meu pai foi convidado pelo presidente Juscelino para ser o primeiro chefe dos Correios na nova capital federal. Sou carioca de nas-cimento, mas candango de coração.

Voltando a 1972, como fi cou o caso da pressão?Na verdade, eles não acreditavam na minha capacidade téc-

na vida é que nunca perdi um aluno para outra academia

na vida é que nunca perdi um

aulas de judô. Os diretores me convidaram para um café e durante a conversa disseram que não estavam satisfeitos com o professor e que logo o demitiriam. Insistiram e pergun-taram se havia possibilidade de eu fi car. Expliquei-lhes que tudo aquilo havia sido uma tremenda coincidência, e que teria de retornar a Brasília, mas que estaria à disposição para uma negociação caso a demissão se consumasse. Depois de alguns dias recebi um telegrama pedindo a minha vinda imediata para assumir o posto. O nome do clube: Sociedade União Antioquina, onde fi quei de 1968 a 1972.

Como foi sua passagem pelo clube?Dentre os alunos, um me chamou a atenção. Um garoto magrinho, canhoto. Havia

um ditado na cidade, que muito me intrigou: “O judô não sobe a serra”. Pensei comigo: vai subir! Logicamente, nenhum santista havia ganhado o Campeonato Paulista. O magricelo foi lá e ganhou! No ano seguinte, ganhou de novo. Seu nome: Márcio Simões Loureiro, primeiro santista campeão paulista de judô. Meu trabalho começou a aparecer. Então, em 27 de fevereiro de 1972, fundei a Associação de Judô Paulo Duarte. No mês seguinte, por recomendação médica, matricularam-se os irmãos Rogério e Ricardo Sampaio. O Rogério tinha 4 anos e o Ricardo 7. A partir daí a escola se desenvolveu, e minha vida tomou outro rumo.

Você tem fi lhos?Tenho duas fi lhas e uma neta, que são as maiores riquezas que possuo na vida. Nathallie, a mais velha; Michéle a mais nova, e Maria Eduarda, a netinha que vive jogando o vovô de ippon!

Soubemos que quando fundou a academia sofreu retaliações. Isso procede?Para ser professor no Estado de São Paulo, é preciso ser possuidor do 3º dan. Eu era 2º dan, chegado de uma “federação sem muita expres-são”, segundo os dirigentes da Federação Paulista de Judô. E, portan-to, deveria ser criteriosamente avaliado para que tivessem certeza da

minha competência, embora soubessem que grandes nomes do judô nacional estavam radicados em Brasília, como os professores Michiio Ni-nomya, Lhofei Shiozawa, Takeshi Miúra e Koki Tani. A soberba com que se apresentaram logo foi deixada de lado, quando me viram dando aula.

Eles fi zeram a transmissão do que sabiam a você?Certamente. Tive a honra de segurar no judogi de todos eles. Todos colaboraram efi cazmente com o meu aprendizado. Cada um me nu-triu com o que de melhor possuía. Com o Miúra tive uma grande iden-tifi cação, pois ele era especialista naquela que seria a minha técnica preferida: o ashi-guruma. Quando chegou a Brasília, fi quei fascinado por seu judô, que era muito técnico, e o admirei muito por ser uma pessoa diferenciada. É um homem com muita sensibilidade. Pinta, cozinha e faz um judô extremamente efi ciente. É um ser humano da melhor qualidade e um amigo fantástico.

Você é brasiliense?Sou carioca, mas cheguei a Brasília no dia 21 de abril de 1960, dia de sua fundação. Meu pai foi convidado pelo presidente Juscelino para ser o primeiro chefe dos Correios na nova capital federal. Sou carioca de nas-cimento, mas candango de coração.

Voltando a 1972, como fi cou o caso da pressão?Na verdade, eles não acreditavam na minha capacidade téc-

na vida é que nunca perdi um aluno para outra academia

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nica. Veladamente questionavam minha capacidade pelo fato de não ter uma perna. Aí veio uma comissão até Santos, chefiada pelo presidente da FPJ, Sérgio Adib Bahi, com mais cinco ou seis pessoas. Segundo eu soube, eles vieram com a ideia de fe-char minha academia. Mas se surpreende-ram com o que viram.

O que aconteceu de fato?Eles ligaram avisando que viriam, e aí deixei meus alunos de plantão. Preparei o Ricardo Sampaio e mais um aluno para fazer kata. Aquilo era algo inédito, porque eram dois garotinhos ainda faixa verde, fa-zendo kata igual ao Uchida e ao Luiz. Era kata de gente grande! Eles chegaram nada simpáticos e disseram que em São Paulo as “coisas eram diferentes” e que eu teria de ter mais preparo para poder trabalhar aqui. Respondi que realmente estava vin-do de uma federação pequena, mas que tinha muita qualidade devido aos professo-res que lá estavam e citei como exemplo o professor Ninomya, um 7º dan que havia migrado de São Paulo para Taguatinga em 1958. Aliás, foi com ele que aprendemos kata! Citei Miúra, Shiozawa e Koki Tani. Pedi licença para dar uma aula e sugeri que escolhessem os fundamentos bási-cos das técnicas que deveria apresentar. Posteriormente, meus alunos fizeram uma apresentação de nage no kata completo. Para encurtar o assunto, quando meus faixas verdes acabaram a demonstração, eles aplaudiram de pé. Ficaram emocio-nados e disseram que nunca tinham visto duas crianças fazendo kata com tamanha perfeição. Depois disseram que eu esta-va aprovado com louvor, fomos almoçar e acabaram-se as divergências.

E porque eles vieram até Santos?Primeiro, porque meu sucesso nas com-petições incomodou e acho que queriam saber quem de fato eu era. Também pelo fato de o Márcio Simões Loureiro ter sido o primeiro santista a ser campeão paulis-ta. Outra coisa importante foi que, naque-la época, só havia judô em clubes. Todo mundo dizia que academia particular não dava certo, e fui o único que abriu uma aca-demia particular e teve sucesso. O maior troféu que tenho na vida é que sempre con-segui manter meus alunos ao meu lado. Mantive-os comigo durante toda a carreira esportiva deles. O Rogério começou co-migo aos 4 anos e foi campeão olímpico aos 24. Quando fundou a sua associação, todos os meus alunos foram treinar com ele porque eu me havia transferido para a cidade de Santa Isabel para construir um

centro de treinamento. Hoje, coordeno um projeto idealizado por ele que dá assistên-cia a 400 crianças. Quando faço palestras, digo sempre que tenho todos os defeitos do mundo, mas que sempre procuro conquis-tar as pessoas por meio de um bom rela-cionamento interpessoal. Acho que esse é o ponto alto da coisa.

Isso se aplica aos ensinamentos e ao preparo de um campeão?O trabalho tem de ser contínuo. Não pode haver quebras nesse caminho. Todo atleta necessita de anos de convivência com seu professor para absorver os principais en-sinamentos. Todos os bons atletas trazem a marca de sua escola no seu desenvolvi-mento. Quando ele se apresenta, podemos identificar, com certa facilidade, a que es-cola ele pertence. Se o professor não tiver bom relacionamento com o aluno e com sua família, certamente irá interromper este ciclo. Ele não vai chegar aonde poderia e, consequentemente, o professor também não. Para muitos, a colheita não acontece em razão da quebra desse relacionamento. Qual é a sua graduação, hoje?Sou 6º dan desde 1990, mas não me ape-go a isso. Até o 5º dan me inscrevi para lu-tar com uma perna só. Na época eu tinha só 40 anos e treinava chão direitinho! Es-perava não cair de ippon, para dar prosse-guimento no solo. Aliás, no dia em que fiz exame para 5º dan, meus alunos Rogério, Marietto, Luiz Roberto e Daud prestaram para 1º dan. Enquanto eu estava sendo examinado numa área, eles estavam sen-do examinados em outra. Foi emocionante ser aprovado juntamente com eles!

Um judoca que está no shiai consegue processar as informações do técnico?É uma tentativa! Procuramos ajudá-lo a ter uma leitura de luta para resolver a situação--problema que está sendo apresentada. Vários fatores contribuem para que isso se processe ou não. Há momentos em que é necessário, apenas, acalmá-lo. Em outros momentos podemos exigir mais atitude durante a luta. Portanto, técnicos, atenção! Cuidado para não atrapalhar!

É verdade que o Ricardo era mais técni-co que o Rogério?São dois estilos diferentes. Os dois sempre foram muito bons.

Ricardo, Rogério, Daniele e outros, ao que atribui sua capacidade de formar campeões?Na realidade isso não existe. O professor

Sadao Müllero, que é um grande amigo, certa vez me disse uma verdade: que eu tinha muita sorte porque as pérolas caíam sempre em minhas mãos. Reconheço isso! As pérolas realmente caem em minhas mãos. Mas não sei o porquê de elas caírem em minhas mãos. Esta pergunta só Deus pode responder!

Você quer dizer que não é responsável pelos resultados de todos os seus alu-nos?Tenho uma pequena parcela de responsa-bilidade nisso. E minha parcela consiste em fazer com que descobrissem e gostas-sem verdadeiramente do judô. Tenho algu-ma habilidade para ensinar, mas não muita.

Então o Rogério foi campeão olímpico por obra do acaso?Não, porque trabalhamos para alcançar esse objetivo. O Rogério tinha 14 anos quando virou para mim e disse que queria treinar para ser campeão olímpico. Res-pondi que ele teria de ter em mente que, para atingir esse objetivo, teria de ter uma vida exclusiva para o judô. Acabariam as festinhas, as viagens de férias e teria de treinar de segunda a sábado. Concluí su-gerindo que fosse para casa e pensasse direitinho. Ele era muito jovem. No dia se-guinte, reafirmou que era aquilo mesmo que queria, e respondi que íamos começar naquele mesmo dia. Levei-o de carro ao pé do morro da Nova Cintra. Ele subiu e desceu correndo até chegar do outro lado e fizemos um pacto fantástico. Não sei como conseguimos fazer aquilo, pois foi tudo na base da vontade. Nunca fui professor de educação física, não entendo nada de pre-paração física, mas mandei ele fazer aquilo que eu fazia quando me preparava. Desen-volvi uma barra no jardim da casa dele e ali ele fazia o uchi-komi e os exercícios físicos. Fazia mil uchi-komis por dia de osoto-gari, seu golpe preferido. Às vezes estava cho-vendo muito e, usando capa, fazíamos o treinamento embaixo de chuva. Quem pas-sava na rua certamente nos chamaria de doidos! Para ter uma ideia do sacrifício que fizemos, eu não fui ao batizado da minha fi-lha só porque não caiu num domingo. Aliás, nem na formatura de minha mulher eu fui. Treinávamos no Natal, finados, ano novo, Páscoa e tudo quanto era dia santo. Em oito anos, não quebramos nosso pacto um dia sequer. Quando acabou e ele ganhou a medalha de ouro olímpica, nos cumprimen-tamos e dissemos “estamos quites”. Não lhe devo nada e nem você a mim. Cumpri-mos, rigorosamente, tudo aquilo que haví-amos projetado.

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Você tem um pedacinho daquela medalha?Com certeza.

Além do sensei Adnet, quem mais lhe transmitiu conhecimento?Todo conhecimento é resultado de pesqui-sa, e quem quer aprofundar seu conheci-mento precisa ter várias fontes. Entendo que os professores com os quais me rela-cionei são aqueles que o mundo do judô pode considerar fonte fidedigna e de altís-sima qualidade. Entre estes cito o professor George Kastriget Mehdi, uma pessoa com um conhecimento espetacular e que me ensinou muita coisa. Para termos uma ideia ele, é considerado irmão de Isao Okano, o maior judoca do mundo nas décadas de 60 e 70. O carinho dele por mim é tão grande que ele me presenteou com o agasalho que Okano usou quando ganhou a Olimpíada de Tóquio. Guardo-o a sete chaves!

Você foi aluno dele?Depois que mudei para Santos, fiquei mais próximo do Rio de Janeiro. Quando tive necessidade de aprofundar meus conhe-cimentos, fui procurá-lo. Ele foi de uma importância enorme em minha carreira e participou ativamente de todo o meu pro-cesso de evolução.

Ele era bom em quê?Ele é bom em tudo! Tem muita cultura e se expressa muito bem. Possui uma didática excelente, e sabe transmitir como poucos sua técnica, que é refinadíssima. Conviveu com os melhores atletas do mundo, na época. É um grande estilista!

E além dele?Takeshi Miura, Lhofei Shiozawa, com quem tive uma honra enorme de conviver, e o mestre Michiyo Ninomya. Esses foram a minha base.

Como foi parar em Bastos?Naquela época, o Ricardo Sampaio era meu atleta mais técnico e tinha certeza de que seria campeão paulista naquele ano. Estava muito bem. Jogando todo mundo. Mas, na final, caiu diante de um judoca de Bastos. E, naquele dia, Bastos ganhou todas as ca-tegorias. Fiquei impressionado com aquela japonesada careca arrebentando no campe-onato, e perguntei quem era o professor de Bastos e subi à arquibancada para conhecer o professor Umakakeba. Apresentei-me, e o parabenizei pelos resultados e perguntei qual era o segredo? Ele respondeu que o segredo era treino. Argumentei que também treinava meus alunos e ele perguntou quantas vezes nós treinávamos por semana. Duas horas e três vezes por semana, respondi, e ele disse que treinava três horas e todos os dias. Ainda perguntou quantas flexões de braço fazía-mos, e respondi que em torno de dez ou 15. Calmamente, ele disse que faziam de 1.000 a 1.500 e, se não acreditasse, que fosse até lá para ver. Perguntei quando poderia ir e ele respondeu: “Quando você desejar”. Disse--lhe que iria na semana seguinte. Arregimen-tei 20 alunos, pegamos um trem na estação da Luz e viajamos até Iacri, uma estação per-to de Bastos. Minha mulher estava grávida, e viajamos 12 horas de trem. O professor foi receber-nos com os alunos dele. Ali mesmo, de roupa normal, os alunos dele se abaixa-ram e fizeram 300 flexões de braço só para nos receber. A academia era uma estação de trem desativada que eles transformaram em dojô. Deixamos a garotada no dojô e fo-mos para o sítio, onde fomos recebidos por sua esposa, uma senhora muito simpática. Quando fomos treinar, ele começou a dar ginástica e minha turma começou a passar mal. Expliquei-lhe que tínhamos viajado 12 horas de trem, e pedi para dispensar a ginás-tica e irmos diretamente para o treino, e ele respondeu que não havia problema e dis-

parou: “Todo mundo para o chão!”. Quando me dei conta, vi que todos os meus alunos estavam por baixo, apanhamos muito. Resu-mindo, passamos uma semana em Bastos e, quando chegamos a Santos no domingo, dis-se que na segunda não faríamos treino por-que teríamos uma reunião. Estava, durante toda a viagem, pensando em como resolver essa situação. Minha garotada desembarcou com o rosto todo arranhado. Os pais ficaram apavorados quando nos viram! Na reunião mostrei o que havia acontecido conosco, e disse que ou fazíamos a mesma coisa ou se-ríamos saco de pancada dessa turma a vida inteira. E decretei: a partir de hoje, todo mun-do de cabeça raspada (inclusive eu). Vamos começar fazer as flexões e treinar todos os dias durante três horas. Metade da academia foi embora. Quando cheguei em casa e con-tei para minha mulher o que havia feito, ela argumentou que não estávamos em Bastos e que aquilo não daria certo. Insisti que não recuaria e que conseguiríamos nos equipa-rar aos atletas de Bastos. Por muitos anos mantivemos um intercâmbio com o judô de Bastos. Todo mês de julho, íamos a Bastos. Todo mês de janeiro, eles vinham a Santos. Com o tempo, a coisa começou a reverter-se.

O treinamento com o professor Umakakeba foi importante?Foi muito importante, e ele entra no grupo de professores que participaram de minha formação e evolução técnica no judô.

Porque fez faculdade de teologia e não de educação física?O professor Jigoro kano era um filósofo, tinha princípios religiosos muito fortes e, dentro de sua doutrina, inseriu muita coi-sa teológica. Toda a sua doutrina foi em-basada em princípios teológicos. Para de-senvolver a educação física, temos várias pessoas com muito mais possibilidades do que eu. Para a teologia, não temos tantas em disponibilidade.

Tudo na vida é composto por ciclos e o judô também foi formado por gerações, mas quais foram as três principais esco-las de judô do Brasil?Penso que falar em principais é um tanto perigoso porque, na certa, cometeríamos algumas injustiças. Mas, se citarmos os professores Kihara, Ninomya e Sobey Tani como os grandes precursores do judô na-cional, prestaremos uma homenagem a esses grandes mestres, enquanto reco-nhecemos a importância de suas escolas.

E na fase mais recente?Hoje a coisa esta muito diversificada, mui-

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tas escolas surgiram, mas as dos profes-sores Shinohara, Hirakawa e Umakakeba, figuram entre as principais.

Destaque três judocas do passado.Vamos por gerações. Lá no começo, tive-mos Kawakami e Hikari Kurachi. Depois, George Mehdi, Chiaki Ishii e Lhofei Shioza-wa. Em seguida a geração dos medalhistas olímpicos mais recentes: Aurélio, Carmona e Rogério.

Qual foi o judoca mais técnico do Brasil?Lhofei Shiozawa.

Qual atleta desbravou verdadeiramente o judô no Brasil?Aurélio Miguel. Foi ele o primeiro atleta brasileiro a participar do chamado “circuito europeu’. Ele pegou o kimono e, por conta própria, participou daquelas competições e mostrou a importância do intercâmbio e da troca de informações. A partir daí é que o Brasil passou a ser convidado para partici-par. Além do atleta fantástico que foi, deve-mos a ele muito do crescimento da compe-titividade atingida pelo judô brasileiro.

Qual é a maior promessa ou o maior ju-doca da atualidade?Tenho muito cuidado em analisar essas situações, porque a minha visão crítica assim o exige. Não me deixo entusiasmar pela conquista de medalhas, embora no esporte competitivo isso deva ser levado em consideração. Gostaria que houvesse maior preocupação com a base técnica do judô brasileiro. A competitividade tem aumentado muito, em detrimento da qua-lidade técnica. Muitos atletas, com um po-tencial enorme, deixam de subir ao pódio porque ainda cometem erros gritantes nos fundamentos. Muitas promessas estão surgindo, mas fiquemos atentos para que não sejam, apenas, promessas. Levando em consideração a sua posição no ranking mundial, a regularidade nas competições e o seu desempenho físico, técnico e mental, penso ser o Leandro Guilheiro o atleta que reúne as melhores condições, hoje.

Sob esse ponto de vista, você acha que o feminino conquistou seu espaço?Observe que as meninas não se tocam muito na pegada. O objetivo delas não é segurar no kimono e, sim, evitar que a ad-versária faça a pegada. Elas não deixam pegar. Nós bloqueamos para segurar e jo-gar, enquanto elas bloqueiam por bloquear. Esta é uma característica das mulheres oci-dentais porque elas são muito guerreiras,

elas brigam. As orientais têm o estilo do judô masculino. O judô feminino brasileiro chegou ao nível internacional porque gran-de parte do mundo atua como ele. Temos a Sarah, Ketleyn, Mayra, a Erica, entre ou-tras. O grande problema da mulher ainda é a sua parte motora, porque fisicamente as mulheres nunca praticaram nada. Não por culpa delas! É que a educação física nas escolas nunca foi levada a sério. Os meni-nos têm a bola, skate, um muro para saltar e a bicicleta para correr. Já as meninas não tiveram nada disso. Elas estão saindo do apartamento diretamente para o dojô, e por isso a coordenação motora delas ainda é muito ruim. Elas se estão superando, mas ainda pagam um alto preço por isso. Sem uma boa coordenação motora não pode haver crescimento técnico. Na medida em que nossas meninas tiverem um acompa-nhamento melhor nessa área, o nosso judô feminino vai igualar-se ao masculino.

O que é necessário para ser um bom professor de judô?Em primeiro lugar, estar comprometido com a causa do judô. Estar aberto a novas informações e pesquisar muito sobre tudo que acontece no mundo do judô. Ter curso de formação em algumas áreas ajuda, em muito, o desempenho no dojô. O professor deve ser um “cuidado” para aqueles que necessitam de sua orientação ou ajuda.

Qual foi sua maior alegria no judô?O título olímpico é uma coisa indescritível. Toda vez que falo isso, o Rogério fica sem graça. Mas receber um garoto inexperiente – no qual dá banho, troca a roupa, ensina-lhe os fundamentos – e depois vê-lo tornar-se um campeão olímpico é uma coisa indescritível!

E pessoalmente, qual foi sua maior alegria?Tive muitas coisas importantes, mas em-blemático mesmo foi a conquista da faixa preta. Este é o sonho de todo atleta. De-pois veio a de kodansha, mas não teve o mesmo gosto. O nascimento de um filho é uma coisa fantástica, o casamento é outra coisa superemblemática na vida de um ho-mem. Passei em segundo lugar num concurso público aos 55 anos de idade. Ter-minei uma faculdade aos 62 anos. A nova equipe do SESI está saindo-se muito bem nas competições. Es-tou muito feliz!

Parece que o judô é como o oxigênio para você.

Como é ficar de fora vendo meninos e meninas fazendo aquilo que mais gosta de fazer na vida?A aceitação e o poder de adaptação dão a qualquer ser humano as condições neces-sárias para uma vida plena. O trabalho de-senvolvido em prol da comunidade é muito mais gratificante do que aquele que é diri-gido para si próprio. O que mais oxigena a minha vida é saber que, além de não per-mitir o meu afastamento, Deus me nutriu de tudo que necessito para bem desempenhar a minha missão.

Além da atividade como técnico e pro-fessor, está finalizando a produção de mais um livro. Qual é o tema central da obra?Estamos escrevendo uma metodologia que, na realidade, pode ser considerada um compêndio. Muitos dos nossos grandes mestres já não se encontram entre nós. Portanto, aqueles que tiveram a sorte de receber, diretamente, seus conhecimentos têm a incumbência de sistematizar esses ensinamentos para que a geração presente e as futuras possam deles se utilizar. Mui-tas variações técnicas têm surgido e vão continuar a surgir, mas todas deverão es-tar consubstanciadas no kihon. A proposta deste livro é fundamentar a execução das principais técnicas (kihon) ensinadas pelos grandes mestres para que todos tenham acesso a um judô de qualidade.

Qual é a sua expectativa sobre este livro?É que a comunidade judoísta o acolha como mais uma fonte de pesquisa.

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São Paulo (SP) - O Brasil encerrou sua participação na Copa do Mundo de São Paulo com 17 medalhas, sendo quatro de ouro, quatro de prata e nove de bronze. Com o resultado, o Brasil terminou a com-petição em primeiro lugar no quadro geral de medalhas, seguido pela Bélgica, com três ouros e um bronze, e Mongólia, com dois ouros, uma prata e um bronze.

Realizada nos dias 25 e 26 de junho, no Ginásio do Ibirapuera, a Copa do Mun-do de São Paulo faz parte do Circuito Mun-

Termina Copa do Mundo de São Paulo em Primeiro Lugar

Por Assessoria de Imprensa/CBJFotos Paco Lozano, Paulo Fischer

e Revista Budô

Brasil

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dial da Federação Internacional de Judô e conta pontos para o ranking olímpico e para os Jogos de Londres 2012. Em Co-pas do Mundo, a medalha de ouro conta 100 pontos, enquanto a prata vale 60 e o bronze, 40.

No domingo, o Brasil conquistou oito medalhas. Rafael Silva (+100 kg) fez uma final brasileira com Daniel Hernandes, aca-bou levando a melhor e vencendo o con-fronto por ippon. Hugo Pessanha (90 kg) foi superado na decisão pelo cubano Asley Montero por wazari e ficou com a prata. Os bronzes foram conquistados por Nacif Elias (81 kg), Maria Portela (70 kg), Natá-lia Bordignon (70 kg) e Maria Suellen (+78 kg). No sábado, a seleção subiu no pódio com Erika Miranda (52 kg/ouro), Rafaela Silva (57 kg/ouro), Luiz Revite (66 kg/ouro), Breno Alves (60 kg/prata), Eleudis Valentim (52 kg/prata), Leandro Cunha (66 kg/bron-ze), Taciana Lima (48 kg/bronze), Ketleyn Quadros (57 kg/bronze) e Mariana Silva (63 kg/bronze).

“Encerramos com chave de ouro esta turnê de competições pelo Brasil. Foram no total 26 medalhas conquistadas no Grand

Dois ícones dos tatamis se destacaram na Copa do Mundo, Sergio Pessoa como técnico da Seleção Canadense e Rogério Sampaio como comentarista da Rede Record

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Slam do Rio de Janeiro e na Copa do Mundo de São Paulo, o que mostra a capacidade do Brasil. Ficamos satisfeitos por ver, prin-cipalmente, alguns judocas que não vinham conquistado bons resultados brilharem dian-te da torcida brasileira”, disse o coordenador técnico internacional da Confederação Brasileira de Judô, Ney Wilson.

Após ficar de fora do pódio no Grand Slam do Rio de Janeiro, Rafael Silva garantiu a medalha de ouro para o Brasil no segundo dia da Copa do Mundo. Após a conquista, ressaltou o alto nível em que se encontra atualmente a categoria peso-pesado no Brasil.

“Esta disputa acirrada entre tantos atletas ajuda muito no crescimen-to da categoria. Pelo que vimos em outros pesos, quando dois ou mais atletas estão próximos no ranking mundial, o nível fica elevado e quem ganha com isto é o judô brasileiro”, afirmou Rafael Silva.

Pelo ranking da Federação Internacional de Judô, estabelecido na temporada de 2009-2010 (de maio a abril), os pontos adquiridos em com-petições naquele ano perdem 75% do valor até o fechamento da lista Olímpica em 30 de abril de 2012. Os pontos de 2010-2011 valerão 50% do total e, a partir de maio de 2011 até abril de 2012, os pontos serão 100% computados. Daí a importância do Grand Slam do Rio de Janeiro e da Copa do Mundo de São Paulo nesta conta. Valem pontos no ranking os campeonatos mun-diais, másters (Top 16), Grand Slam, Grand Prix e Copa do Mundo.

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Masculino- 60 kg

1. Ludwig Paischer - AUT

2. Breno Alves - BRA

3. Boldbaatar Gambat - MGL

3. Ilgar Mushkiyev - AZE

5. Yunlong He - CHN

5. Felipe Kitadai - BRA

7. Nabor Castillo - MEX

7. Frazer Will - CAN

- 66 kg

1. Luiz Revite - BRA

2. Dan Gheorghe Fasie - ROU

3. Leandro Cunha - BRA

3. Pawel Zagrodnik - POL

5. Miyaragchaa Sanjaasuren - MGL

5. Ricardo Valderrama - VEN

7. Charles Chibana - BRA

7. Tarian Karimov - AZE

- 73 kg

1. Nyam-Ochir Sainjargal - MGL

2. Tsagaanbaatar Hashbaatar - MGL

3. Tomasz Adamiec - POL

3. Michael Eldred, USA

5. Marcelo Contini - BRA

5. Costel Danculea - ROU

7. Bruno Mendonca - BRA

7. Peter Scharinger - AUT

- 81 kg

1. Joachim Bottieau - BEL

2. Safouane Attaf - MAR

3. Vitaliy Dudchyk - UKR

3. Nacif Elias - BRA

5. Laszlo Csoknyai - HUN

5. Elkhan Rajabli, AZE

7. Diogo Lima - POR

7. Aleksej Nefedov - SRB

- 90 kg

1. Asley Gonzalez Montero - CUB

2. Hugo Pessanha - BRA

3. Isao Cardenas - MEX

3. Valentyn Grekov - UKR

5. Rodrigo Luna - BRA

5. Parviz Sobirov - TJK

7. Lyes Bouyakoub - ALG

7. Nikola Milosevic - SRB

- 100 kg

1. Elco Van Der Geest - BEL

2. Oreydi Despaigne, CUB

3. Luciano Correa - BRA

3. Elmar Gasimov - AZE

5. Daniel Brata, ROU

5. Elkhan Mammadov - AZE

7. Adil Fikri - MAR

7. Sergio Garcia - MEX

+ 100 kg

1. Rafael Silva - BRA

2. Daniel Hernandes - BRA

3. Oscar Bryason - CUB

3. Andrey Volkov - RUS

5. Barna Bor - HUN

5. Mohammad Rodaki - IRI

7. Marius Paskevicius - LTU

7. Vladut Simionescu - ROU

Feminino- 48 kg

1. Charline Van Snick - BEL

2. Alina Alexandra Dumitru - ROU

3. Sumeyye Akkus - TUR

3. Taciana Lima - BRA

5. Ana Hormigo - POR

5. Roni Schwartz - ISR

7. Luz Alvarez - COL

7. Edna Carrillo - MEX

- 52 kg

1. Erika Miranda - BRA

2. Eleudis Valemtim - BRA

3. Soraya Haddad - ALG

3. Ilse Heylen - BEL

5. Marie Muller - LUX

5. Aynur Samat - TUR

7. Andressa Fernandes - BRA

7. Cancan He - CHN

- 57 kg

1. Rafaela Silva - BRA

2. Kifayat Gasimova - AZE

3. Andreea Chitu - ROU

3. Ketleyn Quadros - BRA

5. Fatima Zahra Ait Ali - MAR

5. Guirong Zhu - CHN

7. Belen Achurra Le Blanc - CHI

7. Melissa Rodriguez - ARG

- 63 kg

1. Munkhuzaya Tsedevsuren - MGL

2. Alice Schlesinger - ISR

3. Mariana Silva - BRA

3. Ramila Yusubova - AZE

5. Hilde Drexler - AUT

5. Yarden Gerbi - ISR

7. Katherine Campos - BRA

7. Rizlen Zouak - MAR

- 70 kg

1. Yuri Alvear - COL

2. Kelita Zupancic - CAN

3. Natalia Bordignon - BRA

3. Maria Portela - BRA

5. Nadia Merli - BRA

5. Antonia Moreira - ANG

7. Veronica Mendoza - ESA

7. Andrea Menegazzo - GUA

- 78 kg

1. Zhehui Zhang - CHN

2. Yahima Ramirez - POR

3. Amy Cotton - CAN

3. Marylise Levesque - CAN

5. Mirla Nolberto Labriel - GUA

5. Keivi Pinto - VEN

7. Audrey Nancy Koumba Adjani - GAB

7. Rosangela Moraes - BRA

+ 78 kg

1. Song Yu - CHN

2. Huanyuan Liu - CHN

3. Maria Suelen Altheman - BRA

3. Rania El Kilali - MAR

5. Jasmin Kuelbs - GER

5. Vanessa Zambotti - MEX

7. Claudirene Cezar - BRA

7. Monica Sagna - SEN

Classificação Geral

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SESI, Palmeiras, Pinheiros e São João TCFicam com mais Medalhas no Paulista Sub-17 e Sub-20

São Paulo (SP) - A Federação Paulista de Judô realizou no dia 30 de abril o Campeonato Paulista das categorias sub-17 e sub-20. A competição teve a supervisão da 1ª Delegacia da Capital, e mais uma vez o delegado regional Wilson Della Santa mostrou excelente trabalho.

Realizada no ginásio de esportes do Sport Club Corinthians Paulista, a competição teve a participação de 148 associações vindas de todo o Estado, e as 15 delegacias regionais foram re-presentadas nas duas categorias. Ao todo, 516 judocas disputa-ram medalhas, o que proporcionou lutas eletrizantes.

30 de abril o Campeonato Paulista das categorias sub-17 e sub-20. A competição teve a supervisão da 1ª Delegacia da Capital, e mais uma vez o delegado regional Wilson Della Santa mostrou excelente trabalho.

Paulista, a competição teve a participação de 148 associações vindas de todo o Estado, e as 15 delegacias regionais foram re-presentadas nas duas categorias. Ao todo, 516 judocas disputa-ram medalhas, o que proporcionou lutas eletrizantes.

Grande São Paulo Sorocaba

Campinas

São José dosCampos

Marília

Bauru

Botucatu

Ribeirão Preto

São José do Riuo Preto

Araçatuba

Presidente Prudente

Vale do Ribeirão

Sorocaba

Vale do Ribeirão

Marília

São José do Riuo Preto

Presidente Prudente

Grande São Grande São Paulo Paulo Paulo Paulo

DADOS DA COMPETIÇÃOData: 30 de abril de 2011Local: Ginásio do Sport Club Corinthians PaulistaCidade: São Paulo - SP Delegacia: 1ª Delegacia Regional - CapitalDelegado Regional: Wilson Della SantaAssociações Participantes: 148Atletas Participantes: 516Árbitros que atuaram: 38Total de áreas: 8 áreas

Delegacia da CapitalDelegado Regional Wilson Della Santa1

Por Paulo PintoFotos Marcelo Lopes/Judo ao Vivo

Campeonato Paulista

Sub-17 e Sub-20Delegacia da Capital1ª

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Francisco de Carvalho Filho e Antonio dos Santos Gomes

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No sub-17 masculino, o time do SESI–SP ficou em primeiro lugar com dois ouros, duas pratas e dois bronzes, enquanto no feminino o Palmeiras/Mogi ficou na frente com os dois ouros obtidos.

No sub-20 masculino, o Esporte Clube Pinheiros abriu enorme vanta-gem sobre as demais equipes, com quatro ouros e dois bronzes. Já no fe-minino o São João Tênis Clube ficou em primeiro, com os dois ouros con-quistados no superligeiro e no meio--médio.

A grata surpresa do certame foi o equilíbrio na distribuição de meda-lhas. Com exceção do sub-20 mascu-lino, em que o Esporte Clube Pinhei-ros abriu larga vantagem, nas demais categorias e classes a distribuição de medalhas foi bem homogênea.

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Sub-17Feminino

Super Ligeiro

1 Tawany Gianelo da Silva Seduc - Praia Grande

2 Franciele Aparecida F. Costa Tênis Clube S José Campos

3 Bruna Tomomi Chibana Sport Club Corinthians Paulista

3 Maria Eduarda Pereira Gomes Associação Desp. Centro Olímpico

Ligeiro

1 Isabela Farah Esporte Clube Pinheiros

2 Amélia Rosa Da Silva Semclatur de Lins

3 Julia M. Chibana Sport Club Corinthians Paulista

3 Bruna Caroline dos S. Gonçalves SESI - SP

Meio Leve

1 Raquel Ap. Laurindo Palmeiras/Mogi

2 Michely Y. de Amorim Abe Associação Esportiva Guarujá

3 Rafaela Ruiz N. de Morais Associação Desp. Centro Olímpico

3 Nathalia Carnio Seduc - Praia Grande

Leve

1 Rayane Ferraz de Souza Associação Desportiva Santo Andre

2 Carolina dos Santos S.Batista SESI -SP

3 Nayara Jhessyca Leandro SESI - SP

3 Anne Karoline Alves de Macedo São João Tênis Clube

Meio Médio

1 Tamires Brandão da Silveira Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba

2 Amanda Caroline Valério A.D.C Santana Pedreira

3 Gabriela Souza Bittencourt Associação de Judô Rogério Sampaio

3 Raiza Silva Ferreti Associação de Judô Oeste Paulista

Médio

1 Munique Rivas Hadzic SESI -SP

2 Paula Medrado Freitas Santos Rio Preto Automóvel Clube

3 Paola Roberta Colodiano Associação de Judô Aleixo - M. F.

3 Thainy Daiane C. Sebastião Associação Amaro De Judô

Meio Pesado

1 Aine Dalete F. Schmidt Palmeiras/Mogi

2 Alana Martins Maldonado Associação Cult. Esp. Rec. Tupã

3 Nayara Herrera Sarracine Seduc - Praia Grande

3 Yrani M. Castellano A.Pinto Colégio Dom Macário Schimitt

Pesado

1 Loraine Cristina Dias da Silva Rio Preto Automóvel Clube

2 Julia Cristina Bueno Araujo SESI - SP

3 Bruna F. Marcondes Moura São Paulo Futebol Clube

3 Kelly Karine Diniz Judô Clube Itararé

Masculino

Super Ligeiro

1 Gabriel Moreira Alves Palmeiras/Mogi

2 Eduardo Moreira Damião Associação Sekai de Judô

3 Gustavo Barroso Perota Associação Bushido Pais e Amigos

3 Andre dos Santos B. Moraes Palmeiras/Mogi

Ligeiro

1 Bruno Loverdos Clube Paineiras do Morumbi

2 Paulo Tadao Ijichi Tanaka Associação de Judô Vila Sonia

3 Lucas Siqueira C. Turt Tênis Clube S Jose Campos

3 Vitor Oliveira Torrente Palmeiras/Mogi

29

Page 30: Revista Budo 4

Meio Leve

1 Davi Kalede Carvalho L Loureiro SESI - SP

2 Hiago Del Rosso Pirolo SESI -SP

3 Michel B. Santos Adpm - Reg. S. J. C.

3 Juliano Costa Carvalho Fúlvio Myata Fitness & Sports

Leve

1 Anderson Ferreira da Silva Associação Desportiva São Caetano

2 Lucas Gongora Ribeiro Palmeiras/Mogi

3 Luis Augusto da S.Nogueira Fil Semclatur de Lins

3 Breno Alessi dos Reis Almeida Assoc. de Judô Hinode

Meio Médio

1 Jose Victor Romeu Basile Associação de Judô Rogério Sampaio

2 Gabriel Penha Queiroz Pinto Ateneu Barão De Mauá

3 Diego Moreira S. Guevara Associação Marcos Mercadante De Judô

3 Leonardo Amaral Maiek Unimes-Univ. Metrop. Santos

Médio

1 Victor Luiz da Silva Correia SESI -SP

2 Gustavo dos Santos Silva Seduc - Praia Grande

3 Iuri Priolo Rocha SESI - SP

3 Gabriel Novaes da Silva Palmeiras/Mogi

Meio Pesado

1 Mateus Calcini Liberato Sec. Mun. Esp. Ribeirão Preto

2 Thiago Henrique Silva Chiodi Semclatur De Lins

3 Pedro Henrique Nomura Silva Associação Guairense de Judô

3 Kaio Gomes Nogueira A D Ateneu Mansor

Pesado

1 Victor Luis da Silva Associação Fun. Robert Bosch Brasil

2 Hugo Moura Praxedes SESI - SP

3 Rafael Nunes Paulini SESI - SP

3 Tiago Bastos Gabriel Ateneu Barão de Mauá

Sub-20Feminino

Super Ligeiro

1 Agueda Cristina De Arruda Silva São João Tênis Clube

2 Luana Barbosa Mendes Tênis Clube S Jose Campos

3 Isabela Farah Esporte Clube Pinheiros

3 Juliane Barbosa do Carmo Associação Spessoto de Judô E

Ligeiro

1 Isamara Pereira da Silva Associação Guairense de Judô

2 Jessica Neves Miranda Osório Esporte Clube Pinheiros

3 Amanda Nathalia O. Miashita Associação Desportiva São Caetano

3 Nathalia Carnio Seduc - Praia Grande

Meio Leve

1 Thais Borges dos Santos Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba

2 Nathalia Evelyn Sibula Costa Associação Desportiva Santo Andre

3 Livia Emi Yamashita Associação de Judô Vila Sonia

3 Bruna Alves Cardoso Suzano Judô Clube

Leve

1 Flavia Rodrigues da Cruz Ateneu Barão de Mauá

2 Gilmara Cristina Prudêncio Seduc - Praia Grande

3 Ellen Cristina Rodrigues Associação Itapetininga Kodokan

3 Patrícia Tiemi Taminato Associação Desportiva São Caetano

Meio Médio

1 Beatriz Nery Soranz São João Tênis Clube

2 Tharrere Aparecida Reis Silva Judô Makoto

Ateneu Barão de Mauá

Page 31: Revista Budo 4

3 Laisa de Souza Oliveira AssociaçãoKiai Kam

3 Heloisa da Silva Machado Colégio Dom Macário Schimitt

Médio

1 Adriana Leite de Souza Associação de Judô Rogério Sampaio

2 Beatriz Santos De Oliveira Associação de Judô Rogério Sampaio

3 Tainã Carolina Nery Associação Desportiva São Caetano

3 Anne Caroline Barbosa Associação Kiai Kam

Meio Pesado

1 Talita Liborio Morais Tênis Clube São José dos Campos

2 Rubiana Lopes Cury Esporte Clube Pinheiros

3 Ana Carolina Ramos Marçal Associação de Judô Cho Do Kan Itanhaem

3 Julia Dezem Von Ah Companhia Athletica Campinas

Pesado

1 Kawanne Toledo Martins Esporte Clube Pinheiros

2 Gabriela Mattioli de Siqueira Seduc - Praia Grande

3 Juliete dos Santos da Silva Secr Mun Esp. de Caraguatatuba

3 Patricia Aparecida Dias Fundesport - Araraquara

Masculino

Super Ligeiro

1 Mike Massahiro Chibana Esporte Clube Pinheiros

2 Luiz Claudio de Lima Junior Tênis Clube S Jose Campos

3 Hernan Daniel Birbrier Associação Esportiva Piracicaba

3 Rafael Batista da Silva Ateneu Barão de Mauá

Ligeiro

1 Allan Eiji Kuwabara Esporte Clube Pinheiros

2 Vagner Felix Soares SESI -SP

3 Raphael Minoru Miaque Tênis Clube S Jose Campos

3 Danilo Borges Ferrante Rio Preto Automóvel Clube

Meio Leve

1 Renan da Silva Pereira Rio Preto Automóvel Clube

2 Ricardo Luiz Silva Santo Jr. Unimes-Univ.Metrop.Santos

3 Lucas V. B. D. V. S. Esperidião Sport Club Corinthians Paulista

3 Matheus De Andrade Associação Guairense de Judô

Leve

1 Caio Henrique Alves P. Brigida São João Tênis Clube

2 Anderon Primo de Souza SESI - SP

3 Yuri Gomes Takabatake Esporte Clube Pinheiros

3 Jose Carlos Moraes Jr Associação Desportiva São Caetano

Meio Médio

1 João Paulo De Araujo Fundesport - Araraquara

2 Ricardo Vinicius R. Maldonado Grêmio Recreativo Barueri

3 Ricardo de Abreu Serrão Esporte Clube Pinheiros

3 Murilo Trevizan Associação Esportiva Piracicaba

Médio

1 Henrique Augusto M. da Silva Esporte Clube Pinheiros

2 Caio Perondi de Melo Associação de Judô Rogério Sampaio

3 Eduardo Lopes Gonçalves Associação Desportiva São Caetano

3 Dario Augusto F de Alves Associação Desportiva São Caetano

Meio Pesado

1 Raphael Ribeiro Z. Warzee Esporte Clube Pinheiros

2 Pedro Henrique Soares Froner Fundesport - Araraquara

3 Mateus Paula e Silva Almeida Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba

3 Pedro Medeiros Delgado SESI - SP

Pesado

1 Enricke Kanematsu Martins Sec. Mun. Esp. Ribeirão Preto

2 Diego De Moraes Alonso Primeiro de Maio F. C.

3 Luis Antonio Nunes Da Silva Sec. Juv. Esp Lazer Pindamonhangaba

3 Wanderson Luis Ferreira SESI SP

Page 32: Revista Budo 4

Por Paulo Pinto

Fotos: Miguel Noronha/Randori, Paco Lozano, Studio Fotoclique, Daniel Zappe/FOTOCOM.NET, Zas Estúdio, Gustavo Sapienza, Studio Landini, Ronaldo Inácio, Francisco Andrade, Wallace Teixeira/FOTOCOM.NET, Marcelo Kura, Paulo Pinto, Everton Monteiro, Marcelo Lopes

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Page 33: Revista Budo 4

Lindas, Fortes E Cada Vez Mais Competitivas

Lindas, Fortes Lindas, Fortes Lindas, E Cada Vez Mais Competitivas

No judô graças à determinação de judocas como Solange Pessoa, Soraia André, Monica Angelucci, Mirian Bezerra, Carla Lívia Duarte e Tânia Ishii, que abri-ram caminho para as novas gerações, as mulheres passaram a ter maior espaço nos tatamis a partir dos anos oitenta.

Nesta década começaram a surgir fe-ras como Carla Prado, Andrea Berti, Marli Midori, Vânia Ishii, Daniele Zangrando, Fabiane Okuda, Tânia Ferreira, Cristina Sebastian, Denise Buongermino e Ed-nanci Fernandes da Silva, entre outras.

Foi um árduo e solitário caminho até chegarmos ao que é hoje, a categoria femi-nina. Dissemos solitário, porque nunca foi feito um trabalho específi co e direcionado exclusivamente para o judô feminino.

Um exemplo disso é a seleção bra-sileira, que tem inúmeros técnicos para o masculino, enquanto que no feminino vemos apenas Rosicléia Campos que de forma solitária e absoluta se perpetua no cargo na seleção sênior. No masculino vemos no banco uma verdadeira horda de técnicos, e para não falarem que esta-mos exagerando citamos os técnicos do masculino que atuaram no Grand Slan e na Copa do Mundo 2011: Amadeu Mou-ra, Luiz Shinohara, o multifuncional Ney Wilson, Douglas Vieira, Henrique Guima-rães, Mario Sabino e Fúlvio Miyata.

Mas não é de hoje que as mulheres recebem tratamento diferenciado pela CBJ. Sempre foi assim, e nunca foi feito investimento algum na categoria. Porém mesmo com o crescimento desordenado elas se superaram e chegaram lá.

Guerreiras e determinadas

Com tudo nossas judocas estão fa-zendo valer a força, a coragem e a de-terminação que só elas possuem, colo-cando o Brasil no topo da modalidade.

Ainda hoje vemos erros de funda-mentos gritantes em nossas principais judocas, mas isso é fruto da falta de investimento na categoria. Essa lacuna deixou esta seqüela técnica, mas elas se viram e se desdobram para trazer os resultados que cada vez são mais ex-pressivos.

Se falta maior preparo técnico, sobra talento, garra e determinação. Elas estão sobrando e a edição deste ano do Grand Slan realizado no Rio de Janeiro deixou isso bem claro. Das onze medalhas con-quistadas, seis foram do feminino que somou uma de prata a mais que o mas-culino, garantindo ao Brasil a segunda colocação inédita em grand slams.

Em recente entrevista Paulo Duarte revelou algo preciso sobre o judô femini-no: elas não disputam apenas a luta, dis-putam a pegada. O experiente professor destacou ainda que elas são muito mais guerreiras, valentes e corajosas que os homens, e ele está certíssimo.

Porém existe aquele algo mais no judô feminino. Aquele fator que ultra-passa conceitos técnicos e competiti-vos, que é a beleza da mulher. E este é o ponto central dessa matéria. O judô feminino tem maior apelo e conteúdo midiático, em função da beleza e das sutilezas que vemos nas lutas entre mulheres.

Falta agora transformarmos esse algo mais em apoio, investimento técnico e patrocínio justamente para o judô femini-no brasileiro.

Não saberíamos precisar de que for-ma isso poderia ser feito, mas a ideia de um centro de treinamento para o feminino ou, ao menos, um trabalho constante vi-sando maior e melhor preparo de nossas judocas, já seria um bom começo.

A seguir mostraremos algumas feras dos tatamis e nos desculpamos pelo re-duzido número de meninas nesta maté-ria, pois existe uma infi nidade de judocas que fazem o judô brasileiro ser o que é hoje, e mereceriam estar aqui.

Discriminadas até o início dos anos setenta, elas não eram vistas com bons olhos em modalidades esportivas como futebol, judô e basquete. Porém aos poucos as mulheres souberam driblar a barreira que havia e hoje estão brilhando nas mais diversas modalidades esportivas

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Page 34: Revista Budo 4

Natália Guerra BordignonNascida em 17 de dezembro de 1990 em Porto Alegre - RSClube atual: Sociedade de GinásticaPorto Alegre - SogipaTokui Waza: Harai-goshi - Faixa Preta Ca-tegoria: - 70kg - Federação Gaúcha de Judô

Erica de Souza MirandaNascida em 04 de junho de 1987 em Brasília - DFClube atual: Minas Tênis ClubeTokui Waza: Koshi-guruma Faixa Preta Sho-danFederação Mineira de Judô

Letícia Naomi Vendrame SakiyamaNascida em 25 de agosto, em Londrina - PRClube atual: Associação Esportiva Juventus – Cascavel PRTokui Waza: Morote-seoi-nage - Graduação: Faixa MarromCategoria: Sub-17 - 57kg - Federação Paranaense de Judô

Katherine Stephanie Campos de MoraesNascida em 19 de outubro de 1988, em Recife - PEClube atual: Clube de Regatas FlamengoTokui Waza: Uchi-mataFaixa preta – 1º DanFederação de Judo do Estado do Rio de Janeiro

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Page 35: Revista Budo 4

Úrsula M. SandiNascida em 24 de abril de 1995, em Campinas - SPClube atual: Associação de Funcionários da Ro-bert Bosch do BrasilTokui Waza: Uchi-mataGraduação: Faixa Marrom Federação Paulista de Judô - 15° Delegacia

Mayra Aguiar da SilvaNascida em 3 de agosto de 1991, em Porto Alegre - RSClube atual: Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa Tokui Waza: Uchi-mataGraduação: Faixa Preta Ni-danCategoria: Meio-pesado - 78kg

Fernanda A. M. de SouzaNascida em 25 de julho de 1994, em Chapecó - SCClube atual: APAJ - Chapecó SCTokui Waza: Morote-seoi-nageGraduação: Faixa MarromFederação Catarinense de Judô

Hemily AlmeidaNascida em 15 de março de 1990, em São Francisco do Sul - SCClube atual: Clube Náutico Cruzeiro do SulTokui Waza: Uchi-mataGraduação: Faixa Roxa - 2º Kyu Federação Catarinense de Judô

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Page 36: Revista Budo 4

Amanda Cavalcanti Nascida em 28 de outubro de 1987 no Recife/PEClube atual: Associação Espor-tiva Piracicaba Tokui Waza: Ippon-seoi-nageFaixa Preta - 1º DanFederação de Judô da Paraíba

Maria Suelen AlthemanNascida em 12 de agosto de 1988, em Amparo- SPClube Atual: A. J. Rogério SampaioGolpe Preferido: Osoto-gariCategoria: + 78kg Faixa Preta 1º DanFederação Paulista de Judô

Nikelli RossiNascida em 29 de maio

de 1993, em Chapecó - SCClube atual: APAJ - Chapecó

Tokui Waza: Seoi-nageFaixa Marrom

Federação Catarinense de Judô

Amanda Cavalcanti Nascida em 28 de outubro de 1987 no Recife/PEClube atual: Associação Espor-tiva Piracicaba Tokui Waza: Ippon-seoi-nageFaixa Preta - 1º DanFederação de Judô da Paraíba

Federação Paulista de Judô

Amanda Cavalcanti Nascida em 28 de outubro de 1987 no Recife/PEClube atual: Associação Espor-tiva Piracicaba Tokui Waza: Ippon-seoi-nageFaixa Preta - 1º DanFederação de Judô da Paraíba

Nascida em 28 de outubro de

Clube atual: Associação Espor-

Tokui Waza: Ippon-seoi-nage

Nascida em 28 de outubro de

Clube atual: Associação Espor-

Tokui Waza: Ippon-seoi-nage

Bruna Luísa GonçalesNascida em 18 de abril de 1988 em Londrina - PRClube Atual: Okano Judô - Em transferência para Americana/SPTokui Waza: Harai-goshiFaixa Preta Sho-danFederação Paulista de Judô

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Page 37: Revista Budo 4

Taciana Rezende de LimaNascida em 17 de dezembro de 1983, em Olinda - PEClube atual: Sociedade de Ginástica Porto Alegre - SogipaTokui Waza: Ouchi-gariFaixa Preta Ni-danCategoria: Ligeiro – 48kgFederação Gaúcha de Judô

Nádia MerliNascida em 07 de agosto de 1992, em São José do Rio Pardo - SPClube atual: Associação Es-portiva PiracicabaTokui Waza: Uchi-mataFaixa Marrom Federação Paulista de JudôCategoria: - 70Kg

Maria PortelaNascida em 14 de janeiro de

1988, em Júlio de Castilhos – RSClube Atual: Soc.de

Ginástica Porto Alegre - Sogipa Tokui Waza: Seoi-nage

Faixa Preta 1º Dan Federação Gaúcha de Judô

Categoria: - 70Kg

Luana Munize PinheiroData e local de nascimento:18.11.1992 João PessoaClube atual: Shintai-dôGolpe Preferido: Ippon-seoi-nageFaixa Preta 1º DanFederação Paraibana de Judô

Mariana BarrosNascida em 17 de agosto de 1985 em Recife - PEClube Atual: Esporte Clube PinheirosTokui Waza: Seoi-nage - Faixa Preta 1º DanCategoria: Leve - 57kg - Federação Paulista de Judô

Page 38: Revista Budo 4

Márcia Cristina da SilvaNascida em 08 de junho de 1995 em São José do Rio Pardo - SPClube atual: Associação de Judô Ricardo Santos – Toledo/PRTukiu Waza: Eri-ippon-seoi nagueFaixa Marrom - Juvenil – 63KgFederação Paranaense de Judô

Nathália MercadanteNascida em 10 de março de 1995 em Araras – SPTokui Waza: Seoi-nageClube atual: Mercadante C. E.Faixa MarromCategoria: Ligeiro - 44kgFederação Paulista de Judô

Nathalia BrigidaNascida em 28 de fevereiro

de 1993 em Atibaia - SP Clube atual: Minas Tênis Clube

Tokui Waza: Uchi-mata Faixa Preta – Sho-dan

Federação Mineira de Judô

Federação Paulista de Judô

Nathália MercadanteNascida em 10 de março de 1995 em Araras – SPTokui Waza: Seoi-nageClube atual: Mercadante C. E.Faixa MarromCategoria: Ligeiro - 44kgFederação Paulista de Judô

Nathália MercadanteNascida em 10 de março de 1995 em Araras – SPTokui Waza: Seoi-nageClube atual: Mercadante C. E.Faixa MarromCategoria: Ligeiro - 44kgFederação Paulista de Judô

Tarreré Reis SilvaClube atual: A. J. MakotoTokui Waza: Uchi-mataFaixa MarromFederação Paulista de Judô

Géssica PutonNascida em 13 de junho de 1991em Florianópolis - SCClube Atual: PalmeirasTokui Waza: O-goshiFaixa MarromFederação Paulista de Judô

Clube atual: Associação de Judô Ricardo Santos – Toledo/PRTukiu Waza: Eri-ippon-seoi nagueFaixa Marrom - Juvenil – 63KgFederação Paranaense de Judô

Nascida em 13 de junho de 1991

Federação Paulista de Judô

Fernanda Pimentel AraújoNascida em 9 de junho de 1991 em Inhumas – GOClube atual: Judô Center Pedro’s Boston/USATokui Waza: Uchi-mataFaixa MarromCategoria: Sênior -63kgFederação Goiana de Judô

Page 39: Revista Budo 4
Page 40: Revista Budo 4

Camila Satie Zyman MinakawaNascida em 3 de julho de 1990 em São Paulo – SPClube atual: A HebraicaTokui Waza: Morote-seoi-nageFaixa Preta – Sho-danCategoria: Meio-médio – 63kgFederação Paulista de Judô

Mariana SilvaNascida em 22 de fevereiro de 1990 em Santos - SPClube Atual: A. J.Rogério SampaioTokui Waza: Osoto-gariCategoria: Meio-médio -63 kgFaixa Preta Sho-danFederação Paulista de Judô

Ketleyn Lima QuadrosNascida em 01 de outubro

de 1987, em Brasília - DFClube atual: Minas Tênis Clube

Tokui Waza: Sode-tsuri-komi-goshiFaixa Preta – Sho-dan

Categoria: - 57 kgFederação Mineira de Judô

Ketleyn Lima Quadros

Clube atual: Minas Tênis ClubeTokui Waza: Sode-tsuri-komi-goshi

Danielli Yuri BarbosaNascida em 23 de janeiro1990 em São Paulo - SPClube Atual: A. D. São CaetanoCategoria: -63 kgFaixa PretaFederação Paulista de Judô

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Page 41: Revista Budo 4
Page 42: Revista Budo 4

DOJÔS DO BRASIL

Em 1984, o professor Sumio Tsujimo-to inaugurou uma academia de natação no bairro da Lapa, em São Paulo, na qual havia outras atividades e, entre elas, o judô, com o nome de Associação Tsuji-moto de Judô. No ano seguinte, em mar-ço de 1985, fi liou-se à Federação Paulis-ta de Judô.

Nascido em 1958 em São Paulo, Su-mio Tsujimoto é formado em Educação Física e Pedagogia, e a educação sempre foi sua paixão, muito embora a competi-ção tenha tido um lugar relevante em sua vida, participando de eventos ofi ciais na categoria sênior até os 43 anos de idade.

Em meados de 1996, Sumio, junta-mente com outros professores, Vera Su-gai, Douglas Vieira, Floriano de Almeida e Marcos Dagnino, formaram um grupo

Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô

CharmosoCharmosodo Brasil

CharmosoO dojô mais

Um pedaço do Japão no Alto de Pinheiros. Provavelmente seja esta a melhor definição para a Academia Kito. Uma pedra preciosa encravada na Zona Oeste da capital paulista, que contradiz tudo que se fala e se pensa hoje sobre as escolas de judô. Um local com uma proposta zen, onde tudo

foi desenvolvido em harmonia, visando propiciar maior bem-estar aos judocas que buscam equilíbrio e autoconhecimento. Vera Sugai e Sumiu Tsujimoto reescreveram conceitos, mostram que nem tudo está perdido e que existe, sim, espaço para se recriarem escolas fundamentadas em qualidade de vida e no budô moderno.

batizado de Projeto Unijudo. Este grupo tinha como objetivo estudar uma forma de padronizar as aulas de judô, principal-mente para crianças, como a promoção de faixas, e fomentar a discussão sobre as competições infantis e o ensino de al-gumas técnicas prejudiciais ao processo de desenvolvimento, além de inserir no-ções de fi losofi a e ética do judô. Devido aos compromissos pessoais de cada um, o grupo dissolveu-se pouco tempo depois. Entretanto, o projeto continuou, contando apenas com dois integrantes, Sumio e Vera.

Sumio explica de que forma o projeto continuou. “Dando continuidade ao proje-to, iniciamos as atividades de divulgação dessas ideias e, nesse período, participa-mos a convite do professor Mateus Sugi-

zaki das atividades da Federação Paulista de Judô, tanto na parte técnica quanto nos cursos de História e Filosofi a. Em função desses cursos, sentimos a necessidade de conhecer melhor a história do judô, e daí nasceu o livro O Caminho do Guerrei-ro, de Vera Sugai. O livro nos levou tam-bém a dar uma série de palestras pelo in-terior de São Paulo e em outros estados. E tendo em vista os novos caminhos que a associação vinha tomando, achamos por bem mudar o nome da Associação Tsuji-moto para Associação Unijudo, retomando ofi cialmente o antigo projeto.”

“Este período foi um marco, pois a academia inicial foi vendida aos sócios, visto que meu grande anseio era ter uma academia na qual os praticantes pudes-sem viver as artes marciais em sua ple-

Turma de judô adulto com o professor Sumio tendo ao fundo o quadro de Jigoro Kano com as inscrições em japonês dos princípios que norteiam o judô

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Page 43: Revista Budo 4

nitude, coisa difícil numa academia com várias modalidades de tão diversos con-ceitos. Assim nasceu a Academia Kito”, prossegue Sumio.

Além do judô, a Kito integra modalida-des como o aikidô, karatê, tai-chi-chuan e yoga. O nome Kito foi escolhido por vá-rios motivos: é o sobrenome da mãe do Sumio, é o nome de uma das escolas de jiu jitsu que Jigoro Kano frequentou, sig-nifi ca cair e levantar e, por último, é uma planta que dá fl ores violetas como cacho de uvas, conhecida aqui no Brasil como glicínia, que está plantada na porta da academia.

A academia foi idealizada por Vera e Sumio, e pensada cuidadosamente para que inspirasse uma atmosfera zen, calma

e acolhedora, em que os frequentadores pudessem viver momentos de intensa dedicação às artes que escolheram pra-ticar. A cultura oriental é plena de simbo-lismos e toda a decoração da academia segue esse padrão: quadros com temas zen pintados a nanquim (sumiê), sala de chá e também um aquário com carpas, simbolizando tenacidade e superação. O tatami foi construído de forma a eli-minar, dentro do possível, os impactos que causam o desconforto das quedas. Os banheiros seguem a linha decorativa da academia, sendo tudo pensado de modo a satisfazer uma clientela que hoje é muito mais exigente quando a questão é a qualidade do serviço oferecido. Para Vera e Sumio, é preciso levar em conta

Entrada do Dojô

A recepção

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Page 44: Revista Budo 4

todos os aspectos que envolvem esse mesmo público-alvo.

Sumio destaca que há hoje uma cri-se na educação. “Evidentemente, pen-samos muito no grande desafio de abrir uma academia neste padrão, quando as academias de pequeno porte passam por dificuldades, a ponto de fecharem as por-tas. Atualmente, as artes marciais estão sendo absorvidas pelas grandes acade-mias de fitness, tornando-se modalidades de segundo plano e relegadas a espaços inadequados, acanhados e impróprios para a sua prática. Por outro lado, acre-ditamos que existe forte demanda, por parte da população, de práticas mais for-mativas para os seus filhos, num momen-to de enorme crise na educação. Então, oferecer esse serviço com competência, seriedade e dedicação àquilo em que se acredita, e levando-se em consideração que o conteúdo do judô responde plena-mente a esses anseios, achamos que o momento seria mais do que oportuno. A associação de judô existe há quase 30 anos e a academia Kito, por volta de dez anos. Nossos alunos são, na sua maioria, moradores do bairro. No entanto, temos alunos que vêm de outras regiões, nas quais já não contam com as antigas aca-demias de artes marciais, mais especifi-camente de judô.”

Vera conta que a Kito possui alunos de longa data. “Temos alunos que come-çaram quando crianças, e hoje já estão casados e colocaram seus filhos no judô. Mas os alunos de 30 anos atrás são bem diferentes dos de hoje. O perfil do aluno atual requer uma dedicação maior, pois são menos comprometidos; os valores estão transformando-se, e já não é mais possível estabelecer uma ordem discipli-nar como antes. Contudo, conseguimos manter a qualidade do nosso ensino e treinamento, tendo como base um budô moderno, auxiliados por um quadro de professores de excelente nível.”

“Nem seria preciso dizer que o in-vestimento não foi muito baixo; por outro lado, é possível ter em conta todos es-ses cuidados e com um tanto de capricho com os detalhes e amor, fazer algo mais simples”, diz Sumio. “O essencial é dei-xar para trás o padrão caseiro das anti-gas academias, simplesmente porque a concorrência com as grandes academias é muito pesada, não admitindo mais pou-co profissionalismo.”

Sumio finaliza falando sobre o enor-me prazer em trabalhar com o judô. “Para

Uma das turmas de judô infantil com o professor Paulo

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Page 45: Revista Budo 4

nós dois, sempre foi um grande prazer trabalhar com o judô; então, tudo o que fazemos não nos parece trabalho, ainda que possamos ter passado momentos extremamente difíceis. A Kito não é so-mente uma academia de onde tiramos o nosso sustento: ela representa um lugar mais doce e mais ameno, atraindo pes-soas de todas as faixas etárias para fazer o que adoram. Nós as acolhemos com alegria e com uma única intenção de ser feliz ainda que por poucos momentos. É a Kito que, com todo esse acolhimento alegre, nos permite fazer algo dificílimo hoje: plantar uma sementinha da mudan-ça, para libertar-nos de um padrão já bem desgastado de uma vida estressante e sem prazer, nos perdendo na busca er-rante, desenfreada e desumana do ter.”

A Academia Kito fica no bairro do Alto de Pinheiros, na Rua Cerro Corá, 2.187.Funciona de segunda a sábado, das 9 às 22 horas. Fone para contato: (11) 3021-7420.

Sala onde os pais esperam as crianças e onde as reuniões e festinhas ocorrem.

Sumio Tsujimoto, Paulo Tsujimoto com Vera Sugai,professores responsáveis pela academia

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Page 46: Revista Budo 4

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Brasília (DF) – O Distrito Federal sediou o Troféu Brasil de Judô, a maior e mais importante competição individual de clubes de judô do país. A disputa ocorreu entre os dias 6 e 8 de maio, e 420 atletas vindos de 62 clubes participaram da 10ª edição do certame.

A competição reuniu a elite do judô verde-amarelo e foi realizada no ginásio do Cruzeiro. As equipes da Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa, Esporte Clube Pinheiros e Minas Tênis Clube mais uma vez se destacaram nos pódios.

No feminino, a grande vitoriosa foi a Sogipa, que, com quatro medalhas de ouro e uma de bronze, conquistou o tetracampeonato da competição. Na segunda colo-cação fi cou o Belo Dente/Minas, que também conquistou quatro medalhas de ouro, mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.

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PROJETOS INCENTIVADOS Fonte CBJ - Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô e Francisco Andrade

Troféu BrasilSogipa faturou o ouro no feminino e Pinheiros, no masculino

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mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.

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O Distrito Federal sediou o Troféu Brasil de Judô, a maior e mais importante competição individual de clubes de judô do país. A disputa ocorreu entre os dias 6 e 8 de maio, e 420 atletas vindos de 62 clubes participaram da 10ª

A competição reuniu a elite do judô verde-amarelo e foi realizada no ginásio do Cruzeiro. As equipes da Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa, Esporte Clube Pinheiros e Minas Tênis Clube mais uma vez se destacaram nos pódios.

No feminino, a grande vitoriosa foi a Sogipa, que, com quatro medalhas de ouro e uma de bronze, conquistou o tetracampeonato da competição. Na segunda colo-cação fi cou o Belo Dente/Minas, que também conquistou quatro medalhas de ouro, mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.

O Distrito Federal sediou o Troféu Brasil de Judô, a maior e mais importante competição individual de clubes de judô do país. A disputa ocorreu entre os dias 6 e 8 de maio, e 420 atletas vindos de 62 clubes participaram da 10ª

A competição reuniu a elite do judô verde-amarelo e foi realizada no ginásio do Cruzeiro. As equipes da Sociedade de Ginástica Porto Alegre - Sogipa, Esporte Clube Pinheiros e Minas Tênis Clube mais uma vez se destacaram nos pódios.

No feminino, a grande vitoriosa foi a Sogipa, que, com quatro medalhas de ouro e uma de bronze, conquistou o tetracampeonato da competição. Na segunda colo-cação fi cou o Belo Dente/Minas, que também conquistou quatro medalhas de ouro, mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.mas perdeu a liderança para os gaúchos pela diferença de um bronze.

Yuri Barbosa do São Ca-etano lutou muito e fi cou com o bronze no -63kg

Mayara Aguiar fi cou com o ouro no -78kg

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Ketleyn Quadros fi cou com o ouro no -57kg

Carlos Henrique Martins, Francisco de Carvalho, Luis Araújo e Joseph Guilherme

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No masculino, o Esporte Clube Pi-nheiros fi cou em primeiro lugar com seis medalhas de ouro, uma de prata e duas de bronze. Já os judocas minastenistas garantiram a segunda colocação com um ouro, três pratas, três bronzes e três quintos lugares.

Defi nitivamente, o mapa do judô bra-sileiro está mudando e mostra grande equilíbrio. Os mineiros avançam rumo ao topo da modalidade mostrando uma equipe forte, focada e homogênea. Os sogipanos dividem com minastenistas a liderança no feminino e mostram gran-de trabalho na base do masculino. Já o Clube Pinheiros mantém com certa tran-quilidade a hegemonia no masculino e esboça uma reação no feminino, mas o certo é esperar para ver como fi cará este quadro nos próximos anos.

Outro dado importante da décima edi-ção do Troféu Brasil foi a participação de 62 clubes e associações. Esta realidade

Adriano Santos e Marcos Seixas fi ze-ram uma fi nal duríssima no -73kg

48

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48 49

mostra que, graças ao investimento que clubes e associações fazem na modali-dade, nosso judô está crescendo.

Excelentes lutasA competição transcorreu dentro do

esperado e, fora dos tatamis, a equipe da CBJ mais uma vez fez um grande traba-lho. Nos tatamis 420 atletas realizaram bons combates e mostraram excelente performance.

Entre as lutas mais emocionantes do masculino destacamos a final do 66 kg, entre Alex Silva, do Belo Dente/Minas, e Charles Chibana, do Pinheiros. O minei-ro levou a melhor, mas ambos mostra-ram muita garra, técnica e determinação. Outra grande final foi a do 73 kg, entre Adriano Santos, do Pinheiros, e Marcos Seixas, do Minas Tênis Clube. Uma final disputadíssima e vibrante, em que os dois esbanjaram categoria. Nacif Elias e Felipe Costa também fizeram bonito na dispu-ta dos 81 kg, mas a maior surpresa foi a vitória de Eduardo Bettoni, do Pinheiros, sobre Hugo Pessanha, do Belo Dente/Mi-nas. Uma luta vibrante, em que o paulista surpreendeu e escreveu definitivamente seu nome entre os principais judocas da categoria médio, na atualidade.

No feminino destacamos a vitória da minastenista Ketleyn Quadros sobre Da-niele Luci, do Flamengo, no 57 kg. Mes-mo perdendo, a judoca carioca mostrou muita técnica e disposição. Outra final emocionante foi a dos 63 kg, na qual a paulista Mariana Barbosa, com muita de-terminação, mostrou técnica refinada e chegou a estar vencendo por wazari; mas a sogipana Dione Barbosa mostrou opor-tunismo e deu a volta por cima, vencendo por ippon com uma chave de braço.

Após dois anos longe das competi-ções por conta de uma cirurgia no joelho, Natália Bordignon (70 kg) foi fundamental para o tetracampeonato da Sogipa. Com a vitória sobre Juliana Tonasse, do Fla-mengo, a gaúcha pôde voltar a sentir uma sensação que já estava quase esquecida. “Fazia muito tempo que não subia nos tatamis e não sentia responsabilidade de vencer. Parei minha preparação para o Grand Slam do Rio de Janeiro para lutar o Troféu Brasil e fiquei satisfeita em ficar com esta pressão de ter de vencer para dar o título ao meu clube”, contou Natália.

As feras Sidnei Silva e Adriano Ricardo dos Santos 49

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50 51

Classificação por ClubesFeminino1º - SOGIPA (RS) - 4 OUROS - 1 BRONZE2º - MINAS TÊNIS CLUBE (MG) - 4 OUROS3º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) - 4 PRATAS - 5 BRONZES

Masculino1º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) 6 OUROS - 1 PRATA - 2 BRONZES2º - MINAS TÊNIS CLUBE (MG) 1 OURO - 3 PRATAS - 3 BRONZES3º - SOGIPA - 1 OURO

Clubes ParticipantesAssociação Desportiva Alfredo Contatto – SP

F. R. Bosch – SP

Associação Kodokan – GO

Associação Natal de Judô – RN

Associação Desportiva Itapema – SC

Arrais – DF

Bom Jesus Nintai – PR

Academia Brava Sport Club – GO

Budokan – RJ

A.D. Centro Olímpico – SP

Clube de Regatas Flamengo – RJ

Cagin – AM

CBJ – RJ

Clube Concórdia – SP

Corpo e Arte – DF

Espaço Marques Guines – DF

Estação Sudoeste – DF

Associação Fort Judô - AM

Grêmio Náutico União – RS

Grêmio Recreativo Barueri – SP

Associação Germano de Judô – SP

Girassol – DF

Judô Comunitário Instituto Reação – RJ

Rogério Cruz – CE

Tênis Clube São José dos Campos – SP

Santa Cruz – BA

Associação Desportiva São Bernardo – SP

Associação Desportiva São Caetano – SP

São João Tênis Clube – SP

SEJEL – Pindamonhangaba – SP

Senclatur Lins – SP

SKD – SC

Soc. de Ginástica Porto-alegrense SOGIPA – RS

Associação Suzano Judô Clube – SP

Targino – PE

Universidade Castelo Branco – RJ

Yamarashi – SP

Zamboneti - SC

Associação Grefa – PE

Guaru Educação Social e Desporto – SP

Associação Higashi – RN

Associação Hirakawa de Judô – SP

Judô Comunitário do Rio de Janeiro – RJ

Associação de Judô Nery – SP

Judô Zairo – CE

Judô Kiai – RS

Associação Kiai Kan de Judô – SP

Minas Tênis Clube – MG

Academia Miura – DF

Nagashima – RN

Nikkei Sport Center – GO

Organização Social Atitude de Inhumas – GO

Oratório Seishin – AP

PAAJ – SC

Associação Bushido Pai Amigos do Judô – SP

Peixoto – DF

Judô Clube Piauiense – PI

Esporte Clube Pinheiros – SP

Associação Esportiva Piracicaba – SP

Associação de Judô Rogério Sampaio – SP

Rio Preto Automóvel Clube – SP

Ribeirão Pires Futebol Clube – SP

Classificação por Clubes

3º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) - 4 PRATAS - 5 BRONZES

1º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) 6 OUROS - 1 PRATA - 2 BRONZES2º - MINAS TÊNIS CLUBE (MG) 1 OURO - 3 PRATAS - 3 BRONZES

Associação Bushido Pai Amigos do Judô – SP

Peixoto – DF

Judô Clube Piauiense – PI

Esporte Clube Pinheiros – SP

Associação Esportiva Piracicaba – SP

Associação de Judô Rogério Sampaio – SP

Rio Preto Automóvel Clube – SP

Ribeirão Pires Futebol Clube – SP

Classificação por Clubes

3º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) - 4 PRATAS - 5 BRONZES

1º - ESPORTE CLUBE PINHEIROS (SP) 6 OUROS - 1 PRATA - 2 BRONZES2º - MINAS TÊNIS CLUBE (MG) 1 OURO - 3 PRATAS - 3 BRONZES

Peixoto – DF

Judô Clube Piauiense – PI

Esporte Clube Pinheiros – SP

Associação Esportiva Piracicaba – SP

Associação de Judô Rogério Sampaio – SP

Rio Preto Automóvel Clube – SP

Ribeirão Pires Futebol Clube – SP

Lairton Mansor e Eduardo Leonardo

5050

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Feminino44 kg

1º. Laís Lessa - M.T.C

2º. Isabela Farah - Pinheiros

3º. Paula Nunes - Bom Jesus

48 kg

1º. Nathália Brígida - M.T.C

2º. Catierê Moya - Pinheiros

3º. Gabriella Chibana - Pinheiros

3º. Taciana Lima - Sogipa

5º. Águeda Silva - São João T.C

5º. Brenda Gonçalves - Reação

52 kg

1º. Erika Miranda - M.T.C

2º. Eleudis Valentim - Pinheiros

3º. Janiely Bila - C.R.Flamengo

3º. Maria Krauss - Paaj

5º. Ana Paula Souza - E.Sudoeste

5º. Livia Oliveira - C.R.Flamengo

57 kg

1º. Ketleyn Quadros - M.T.C

2º. Daniele Luci - C.R.Flamengo

3º. Flávia Gomes - Pinheiros

3º. Fabiana Oliveira - Pinheiros

5º. Camila Barreto Kiai

5º. Tamara Santos - S.J.Campos

63 kg

1º. Dione Barbosa - Sogipa

2º. Mariana Barros - Pinheiros

3º. Yuri Barbosa Danielli - São Caetano

3º. Bárbara Timo - U.C.Branco

5º. Karina Oliveira - U.C.Branco

5º. Amanda Costa - C.Olímpico

70 kg

1º. Natália Bordignon - Sogipa

2º. Juliana Tonasse - C.R.Flamengo

3º. Fernanda Peinado - Pinheiros

3º. Anne Carmo - Kiai Kan

5º. Thayna Seixas - Fort Judô

5º. Aline Oliveira - R.P.A.C

78 kg

1º. Mayra Aguiar - Sogipa

2º. Márcia Costa - S.J.Campos

3º. Pâmela Ventura - Kiai Kan

3º. Gislaine Araújo - Peixoto

5º. Renata Silva - R.P.A.C

5º. Rubiana Cury - Pinheiros

+78 kg

1º. Rochele Nunes - Sogipa

2º. Rafaela Nitz - C.R.Flamengo

3º. Aline Barbosa - Pinheiros

3º. Mayara Oishi - Bom Jesus

5º. Eliana Severino - Concórdia

Masculino55 kg

1º. Mike Chibana - Pinheiros

2º. Rafael Macedo - Semclatur

3º. Cayman Toniolli - Adi

3º. Sérgio Nascimento - E.M.Guines

5º. Gustavo Quadros - G.N.União

5º. Rafael Araújo - M.T.C

60 kg

1º. Breno Alves - Pinheiros

2º. Raphael Miaque - S.J.Campos

3º. Daniel Moraes - M.T.C

3º. Eric Takabatake - São Bernardo

5º. Diego Ribeiro - M.T.C

5º. Alan Silva - A.Contatto

66 kg

1º. Alex Silva - M.T.C

2º. Charles Chibana - Pinheiros

3º. Ricardo Ayres - C.R.Flamengo

3º. Paulo Santos - U.C.Branco

5º. Daniel Santos - Pinheiros

5º. Adriano Araújo - Reação

73 kg

1º. Adriano Santos - Pinheiros

2º. Marcos Seixas - M.T.C

3º. Luz Carlos - Cbj

3º. Vitor Ferraz - U.C.Branco

5º. Raphael Silva - Pinheiros

5º. Binoto Filho Rogério - Reação

81 kg

1º. Felipe Costa - Pinheiros

2º. Nacif Júnior - M.T.C

3º. Gabriel Galli - Pinheiros

3º. Mauro Moura - M.T.C

5º. Kristian Weiller - C. R. Flamengo

5º. Vicente Roberto - C.R.Flamengo

90 kg

1º. Eduardo Bettoni - Pinheiros

2º. Hugo Pessanha - M.T.C

3º. Eduardo Leonardo - R.P.A.C

3º. Vinicius Nunes - Pinheiros

5º. Vitor Braga - Miura

5º. Jiuliano Leon - C.R.Flamengo

100 kg

1º. Renan Nunes - Sogipa

2º. Matheus da Silva - Sejelp

3º. Jonas Inocêncio - Piracicaba

3º. Willian Hoffmann - A.Contatto

5º. Horácio Antunes M.T.C

5º. Takashi Júnior - O. S. Atitude

+100 kg

1º. Rafael Silva - Pinheiros

2º. Ewerton Pereira Ribeiro - G.R. Barueri

3º. Gabriel Santos - M.T.C

3º. Francinaldo Segundo - Piauiense

5º. Ruan Isquierdo - C. R.Flamengo

5º. Ricardo Marques - E. M.Guines

Classificação Geral do Troféu Brasil 2011

5º. Ana Paula Souza - E.Sudoeste 5º. Rubiana Cury - Pinheiros

+78 kg

1º. Rochele Nunes - Sogipa

2º. Rafaela Nitz - C.R.Flamengo

3º. Aline Barbosa - Pinheiros

3º. Mayara Oishi - Bom Jesus

5º. Eliana Severino - Concórdia

Masculino55 kg

1º. Mike Chibana - Pinheiros

2º. Rafael Macedo - Semclatur

3º. Cayman Toniolli - Adi

3º. Sérgio Nascimento - E.M.Guines

5º. Gustavo Quadros - G.N.União

5º. Rafael Araújo - M.T.C

60 kg

1º. Breno Alves - Pinheiros

2º. Raphael Miaque - S.J.Campos

3º. Daniel Moraes - M.T.C

3º. Eric Takabatake - São Bernardo

5º. Diego Ribeiro - M.T.C

5º. Alan Silva - A.Contatto

66 kg

1º. Alex Silva - M.T.C

2º. Charles Chibana - Pinheiros

3º. Ricardo Ayres - C.R.Flamengo

3º. Paulo Santos - U.C.Branco

5º. Daniel Santos - Pinheiros

5º. Adriano Araújo - Reação

73 kg

5º. Ana Paula Souza - E.Sudoeste

5º. Livia Oliveira - C.R.Flamengo

57 kg

1º. Ketleyn Quadros - M.T.C

2º. Daniele Luci - C.R.Flamengo

3º. Flávia Gomes - Pinheiros

3º. Fabiana Oliveira - Pinheiros

5º. Camila Barreto Kiai

5º. Tamara Santos - S.J.Campos

63 kg

1º. Dione Barbosa - Sogipa

2º. Mariana Barros - Pinheiros

Mariana Barros do Pinheiros fez a fi nal con-tra a Dione Barbosa da Sogipa no -63kg 5151

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MenteBrilhantea Serviço do Judô Gaúcho

Uma

Fomos a Santa Cruz do Sul/RS entrevistar Carlos Eurico da Luz Pereira, faixa preta 5º dan, médico pneumologista e professor universitário, que desde 2008 é presidente da Federação Gaúcha de Judô. Nascido em 29 de março de 1972, em São Gabriel/RS, Carlos Eurico mostrou extrema inteligência, competência e habilidade na gestão do antes sucateado judô gaúcho. Dotado de um poder de realização ímpar, o dirigente sulista conta como tirou o Estado de sua pior crise administrativa, para em

menos de quatro anos colocá-lo no segundo lugar no ranking das federações. Confira!

Dirigente Destaque Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô

Como começou no judô?Por recomendação médica. Eu era asmáti-co e o médico disse que precisava praticar esporte; como tinha uns primos que lutavam judô e por conta da saúde, acabei matricu-lando-me.

Você competiu?Fui finalista em campeonatos estaduais e campeão invicto do interior durante muitos anos. Cheguei a disputar algumas edições do sul-brasileiro. Aos 16 anos, quando che-guei à idade competitiva, passei no vestibular de medicina e acabei priorizando os estudos. Já veterano e dono do meu nariz é que tive a oportunidade de voltar a competir e dedicar--me mais ao esporte. Acabei participando de campeonatos másteres, nos quais fui duas vezes vice-campeão brasileiro, campeão sul--americano e pan-americano.

De que forma chegou à presidência da FGJ?Assumi a federação em janeiro de 2008, mas na verdade o movimento para chegarmos à presidência começou em 2006, quando o Au-rélio Miguel nos visitou. Ele veio por ocasião

das eleições na CBJ para conversar com os professores do Estado para apoiarmos o Chi-co. O administrador da FGJ apoiava Paulo Wanderley, mas conversando conosco o Aurélio acabou plantando a semente da mu-dança. Ele frisou que precisávamos mudar o quadro, e que deveríamos ter à frente da entidade pessoas que não vivessem do judô. Na época, havia um clima estranho, em que a maioria dos professores era influenciada pelo antigo administrador. O campeão olímpico disse a mim e a um colega médico e judoca que tínhamos que tomar o poder para morali-zar o judô no Estado, que a cada ano estava pior e desnivelado ao resto do país. Foi assim que começamos a acreditar na possibilidade de reverter o quadro, e os colegas acabaram convencendo-nos a assumir essa briga, con-tra a vontade de nossas esposas.

Seu colega continua no processo?Não, meu colega dr. Juarez de Oliveira Wein-mann saiu na metade do ano passado. Ele foi extremamente importante por ter sido um grande parceiro na época da eleição. É uma pessoa com muitos contatos, que se relacio-

na com personalidades importantes. Seu pai é um dos juristas mais conceituados do Rio Grande do Sul e nos auxiliou muito na épo-ca da eleição. Foi um batalhador e o grande mentor da reforma administrativa da FGJ. Depois que assumimos, tornou-se tesoureiro e organizou desde a secretaria até a adminis-tração. Ainda hoje seguimos a linha adminis-trativa traçada por ele.

Mas o que o motivou verdadeiramente a meter-se no processo político do judô?A motivação maior foi a solicitação dos cole-gas e do Aurélio. Eu era um dos poucos elos que restavam entre a capital e o interior. A vida toda fui atleta e, depois, delegado do interior, e acabei estabelecendo a comunicação entre os professores. Pelo fato de sempre ter tido bom relacionamento com todos eles, acharam que eu era uma força capaz de auxiliar no pro-cesso de mudança. Mas a motivação maior foi acreditar que o judô do gaúcho podia ser dife-rente e que era fundamental sabermos para onde estava indo o dinheiro que estávamos tirando das crianças e do nosso bolso para ser aplicado na FGJ.

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De que forma conseguiram tirar uma pes-soa que estava havia tantos anos no po-der?Na verdade vivíamos um momento de extre-mo descontentamento, em que até as pesso-as que apoiaram o antigo presidente estavam insatisfeitas. Como nós não vivíamos do judô, e os professores, atletas e todos que militam nos tatamis exigiam mudanças, a situação pendeu naturalmente para o nosso lado. Mas achamos que o fundamental mesmo foi a má administração, que foi deixando rastro. As brechas políticas eram muito grandes, e foi justamente a isso que nos apegamos.

Como aconteceu a eleição?A rigor, ela foi decidida um dia antes de acon-tecer, quando o antigo administrador retirou a sua candidatura por saber que ia perder a eleição. Mas juridicamente tínhamos tudo na mão. A forma mais transparente de explicar isso é que conseguimos efetivar essa con-quista com um trabalho político bem feito e uma assessoria jurídica muito boa.

Soubemos que, quando o Matias saiu, dei-xou vários processos contra ele e a FGJ. Isso procede? A FGJ possui dívidas em torno de R$ 4,5 milhões, referentes a tributos federais e es-taduais. As cifras maiores são relativas a processos de bingos, e as demais referem--se a ações trabalhistas e outras. Nestes três anos e meio conseguimos trazer todos os processos que estavam espalhados en-tre diferentes advogados para a nossa as-sessoria jurídica, e hoje todos eles estão sendo tratados da mesma forma. Estamos alinhavando alguns acordos jurídicos, nos quais todos os processos serão equaciona-dos de forma conjunta. Graças a isso a FGJ não foi dissolvida e não sofreu intervenção. Essa era uma de nossas maiores preocupa-ções. Temíamos sofrer uma intervenção do Ministério Publico, mas era um ano olímpico e tínhamos três atletas gaúchos que iam dis-putar a Olimpíada. Achamos que isso seria um golpe muito grande para o esporte do Estado. Mesmo correndo riscos pessoais, preferimos ir para a eleição, assumir a bron-ca e tentar resolver os problemas gerados pela administração anterior.

Não seria mais fácil começar uma entida-de do zero?Não, porque primamos sempre pela trans-parência. Quando se cria outra entidade, gera-se um sentimento ruim e, na verdade, uma entidade com mesmo fi m e endereço é ilegal. Preferimos brigar pela legalidade. Até porque o antigo administrador já tinha aber-to uma segunda entidade, para ter conta em banco, e ela também estava totalmente comprometida.

Tudo que o judô gaúcho conquistou nes-tes últimos anos foi sem patrocínio?Nós não temos CNPJ e nenhuma conta bancária. Não recebemos nenhum patrocí-nio ofi cial nos últimos três anos e meio. A entidade nos foi entregue sem absolutamen-te nenhum real, recebemos apenas a sede, que é do Estado e foi reformada por nós. No ano passado assumi a vice-presidência da Associação das Federações Esportivas do Estado, e hoje estamos trabalhando junto com o governo estadual na recém-criada Secretaria de Esportes, que vai construir a Sede do Esporte Gaúcho para abrigar as fe-derações. Graças a minha intervenção e do secretário, foi ampliado o número de institui-ções que serão abrigadas no local. Ao todo serão 34 entidades esportivas. Além disso, estamos trabalhando com a assessoria ju-rídica do Kalil, ex-atleta de handebol, que hoje é o secretário de Esportes e tem-se mostrado uma pessoa verdadeiramente do esporte e com enorme vontade de nos aju-dar a resolver a questão das dividas junto ao fi sco, que são justamente as maiores. Existe uma vontade política de resolver esse pro-blema, que não afeta apenas o judô gaúcho, mas também outras modalidades. Estamos trabalhando no sentido de conseguir uma anistia que alavancaria estas modalidades no Estado.

Quantas entidades estavam fi liadas quan-do assumiu?Tínhamos 29 associações fi liadas, das quais apenas 11 estavam devidamente fi liadas. As demais não possuíam documentação e com isso não tinham direito a voto. Estavam na federação, mas não deci-diam absolutamente nada. Só participavam dos even-tos. Hoje temos em torno de 60 entidades devidamente fi liadas, todas com docu-mentação em dia e direito a voto. Tínhamos mil e poucos atletas fi liados, e hoje são quase 4 mil.

Além dessa herança deixada pelo Matias, houve outras pen-dências administra-tivas?Na verdade o dano foi irreparável, porque foram anos de atraso, quando não tínhamos eventos nacionais e inter-nacionais acontecendo no Estado. Há sete ou oito anos não realizávamos cursos com técnicos de outros Estados ou países. Estávamos praticamente ilhados

no Rio Grande do Sul, e isso foi gerando enorme descontentamento e afastamento da entidade. Até hoje os professores do judô es-colar e da Liga Gaúcha não voltaram para a FGJ. Até hoje não conseguimos reaproximar ou trazer essas pessoas, que são muito im-portantes, para trabalhar ao nosso lado.

Há dez anos o judô gaúcho contava com uma única estrela, o João Derly. Hoje vo-cês são a segunda força do judô brasi-leiro. De que forma conseguiu promover essa mudança? Trabalhando em parceria com os principais clubes do Estado.

Hoje o judô faz parte da cultura esportiva do Rio Grande do Sul?Temos hoje um reconhecimento muito gran-de, em função dos resultados que obtivemos

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nos últimos anos. É como se o Rio Grande do Sul tivesse recebido uma injeção de ânimo. Parece que todos esperavam um momento para se reaproximar, apoiar, reinvestir. E nós interpretamos isso como uma forma de re-conhecimento e apoio de todas as pessoas que estavam dispostas a brigar para fazer o judô gaúcho forte de novo. Com isso tivemos a grata satisfação de ver novos clubes inves-tindo, e hoje somos praticamente mantidos por eles, que acreditaram em nossa propos-ta. Este trabalho coletivo tem repercutido em resultados, e não só para os grandes clubes da capital, mas também para os do interior. E isso tem feito com que tenhamos um número cada vez maior de atletas fazendo parte da seleção brasileira. Esse processo não acon-tece apenas no alto rendimento, mas também na base, em que estamos marcando presen-ça muito forte e com vários atletas. Acredito que o judô gaúcho está motivado e buscan-do crescer, e essa tem sido a nossa principal meta desde que assumimos.

Quais são as principais equipes do Estado?Temos uma entidade que investe pesada-mente no judô, que é a Sogipa. Fundada em 1867 e sendo o mais tradicional clube do Es-tado, a Sociedade de Ginástica Porto Alegre – Sogipa criou seu departamento de judô em 1968, e sempre fez um trabalho pioneiro em nosso esporte. Existe uma diferença muito grande entre a Sogipa e as demais associa-ções, devido à grande estrutura clubística que construiu. Temos clubes importantes também e tradicionais no esporte, como o Grêmio Náutico União, que têm excelentes equipes, e vários atletas fazendo parte das equipes de base do Brasil. Em Canoas há três entidades que figuram entre as sete melhores do Esta-do: a Kiai, uma equipe jovem que tem cresci-do muito; a CAJU e a Rio Branco. Canoas é hoje um polo do judô de nosso Estado, onde a prefeitura tem investido muito no esporte. Outro clube forte é o Recreio da Juventude de Caxias do Sul. Nossa entidade, a UNISC - Universidade de Santa Cruz, cidade onde resido, também desenvolve um bom trabalho, assim como o Avenida Tênis Clube, de Santa Maria; o Bilhar, de Passo Fundo; e a Phisio, de Bento Gonçalves. Essas equipes têm feito um trabalho exemplar.

O judô escolar é forte no Rio Grande do Sul? Temos muitos praticantes no judô escolar, mas antes estes professores e atletas esta-vam totalmente fora do sistema. Não eram filiados e realizavam seus próprios eventos de forma independente, fora do ambiente fe-derativo. Quando assumimos a FGJ criamos um departamento a cargo da diretoria de judô social, comunitário, escolar e o judô para de-ficientes, em que praticamos taxas bem mais acessíveis. Nosso objetivo é reaproximar e agregar esses professores ao grupo. Estes

atletas não participam de eventos oficiais, e mantém suas competições no judô esco-lar, que agora recebe o apoio da federação. Cedemos o material necessário e cobramos maior organização e estrutura, como a pre-sença constante de uma equipe médica. Bus-camos maior qualidade e, com esse trabalho, acabamos evitando aquilo que acontecia an-tes, quando um atleta chegava a um clube e o professor dizia que a faixa dele não valia nada. Estamos dando maior reconhecimento e apoio aos professores da rede escolar, e aos poucos eles estão aproximando-se. Este grupo está crescendo e é dessa grande mas-sa de praticantes que iremos tirar talentos. Coincidentemente, o João Derly saiu do judô escolar.

Quais são os maiores ícones do judô gaúcho? Com certeza é o João Derly, nosso bicam-peão mundial. No feminino é a Mayra Aguiar, recordista de medalhas em mundial júnior. Ela é a atleta gaúcha que mais se destacou em todos os tempos. Outro grande destaque é o Alexandre Garcia, que hoje é professor no Projeto Futuro, em São Paulo.

O Kiko é um dos técnicos mais vitorio-sos do país. Isso de deve a sua gestão na FGJ?O Kiko é um exemplo de sucesso. O nome dele é Kiko Sogipa, e não Antônio Carlos Pe-reira. Ele recebeu o clube com uma base téc-nica muito grande porque o judô lá começou com um professor japonês chamado Sungi Hinata, sucedido por outro professor japonês, o Nao Husige, que atuou por muitos anos. O Kiko teve a oportunidade de ter um grande talento nas mãos, que foi o Derly, e de quebra recebeu grande apoio do clube. Fez o Derly competir muito quando jovem para depois se tornar o talento esportivo que é. Somado a tudo, ele tem enorme capacidade de se re-lacionar com as pessoas. O sucesso dele e o da Sogipa são uma coisa só, inseparáveis. O apoio que o clube dá ao esporte é surpre-endente. Lá temos um grande parceiro, Ale-xandre Algeri, o vice-presidente de esportes. Junto com o Kiko, forma uma dupla incansá-vel e imbatível, que respira judô 24 horas por dia. Tudo isso faz o Kiko ser um técnico reco-nhecido nacionalmente e a Sogipa um celei-ro de talentos. É a combinação de um obsti-nado, que é o Kiko, com um clube de muita tradição competitiva e uma herança técnica muito boa, que teve um atleta predestinado, o João Derly. Na verdade, a Sogipa teve outros atletas talentosos antes dele, mas certamen-te o João recebeu e soube aproveitar toda a herança deixada por esses atletas. Até hoje é o único brasileiro bicampeão mundial e é nosso maior orgulho. Acreditamos que nos-sa administração tenha colaborado bastante para que a Sogipa fizesse este investimento,

e obtivesse esse sucesso com seus atletas, alcançando níveis internacionais. Acho que a FGJ foi e está sendo boa parceira, assim como eles também foram nossos grandes parceiros. É claro que esses resultados não se devem apenas à FGJ, mas tivemos nossa parcela de contribuição.

A evolução do judô gaúcho se deve de al-guma forma à CBJ? Recebemos um apoio importante da CBJ ao longo dessa gestão. Ela foi parceira por ter trazido eventos importantes para nosso Esta-do, e isso foi uma marca muito importante no início de nossa administração. Realizamos três edições do Troféu Brasil, campeonatos pan-americanos e sul-americanos. Certa-mente a CBJ foi uma parceira importante neste novo momento do judô gaúcho. Vocês recebem apoio financeiro da enti-dade?Não recebemos nenhum apoio financeiro da CBJ e de nenhuma outra entidade. Nenhum órgão municipal e estadual ajudou a FGJ. Vi-vemos e pagamos nossas contas única e ex-clusivamente com o dinheiro das anuidades de clubes e atletas. Possuímos gente extre-mamente preparada para desenvolver proje-tos, e certamente o panorama seria distinto, se tivéssemos um CNPJ limpo para trabalhar. Você pretende se reeleger? É bem provável que não. Temos hoje um as-sessor na presidência, o professor Luiz Ma-duro, que deverá ser nosso candidato. Pro-vavelmente vou compor a chapa da diretoria, acompanhar e trabalhar para dar continuida-de aos nossos projetos, mas acredito na reno-vação. Esse é um dos motivos pelo qual não me candidato de novo. Este é o quarto ano de um trabalho que realmente exigiu muita dedicação e tempo. É um sofrimento psicoló-gico significativo, que demanda envolvimento pessoal enorme. Minha profissão é ser médi-co, e resido aqui no interior do Estado. Como a FGJ está em Porto Alegre, tenho de fechar meu consultório e ir para lá até três vezes por semana, ou quantas forem necessárias. O judô gaúcho estava muito mal acostumado, já que tudo tinha de ser resolvido pelo pre-sidente, e o trabalho que fazemos ao longo desse período é buscar cada vez mais que cada um tenha sua importância e seu papel em sua área específica na entidade. Tenho dois filhos pequenos, uma profissão e vida pessoal, e esse lado de minha vida foi muito sacrificado neste período. Mas, como sou um cara de palavra, eu vou até o fim. Como já doei quatro preciosos anos da minha vida à entidade, faço questão absoluta de, daqui em diante, continuar trabalhando no sentido de fazer com que a FGJ atenda exclusivamente aos interesses do judô gaúcho e dos atletas, não mais a interesses pessoais.

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O que acha dos dirigentes que se perpetu-am no poder?Assumi a FGJ com a visão de que não pode-mos nos perpetuar e que a renovação é uma coisa extremamente importante. Mas rapida-mente aprendi que quatro anos é um período muito curto para se mudar uma realidade que já há muito tempo se desenvolve de forma deturpada. É importante que as ideias se perpetuem. O difícil é encontrar pessoas que compartilhem os mesmos ideais, ideias e so-nhos. Por isso, hoje acho que apenas uma administração seja pouco tempo para fazer um trabalho que dê bons frutos. Precisare-mos ao menos de duas ou três administra-ções para realizar tudo aquilo que achamos fundamental para o judô gaúcho. Isso passa pela construção de um centro de treinamento de alto rendimento; por termos nossa entida-de legalizada juridicamente para dar novo impulso ao judô do Rio Grande, e pela forma-ção de grandes atletas, espelhado no Projeto Futuro de São Paulo.

Em sua análise, qual é o tempo ideal para um dirigente se manter no cargo?Acho que em dois mandatos ele consegue deixar a marca de seu trabalho e preparar um substituto à altura. Acho importante dizer que não é preciso mudar a linha de trabalho, pois ela pode e deve ser mantida quando o trabalho está sendo bem feito. Como vê a criação dos centros de treina-mento na Bahia e em Minas Gerais?Não sei exatamente como isso está sendo feito, mas acho que um centro de treinamen-to deve conter em sua essência o desenvolvi-mento e o crescimento regional. Não acredito num centro de excelência que não respeite as características regionais. Penso que é fundamental mantermos os atletas compe-tindo e representando clubes. Não podemos pensar em atletas representando federações ou a confederação, pois isso desestimularia clubes e entidades. Isso, aliás, seria ilógico. Penso que os centros de treinamento devam ser regionais para abraçar a região e ajudar no desenvolvimento regional. E isso passa por atletas, treinadores e clubes de menor po-derio. Percebo que o judô brasileiro é carente de centros de excelência regionais. Já há três anos estamos brigando para que o Rio Gran-de venha ser sede de um centro de excelên-cia de judô, pelos resultados obtidos e pela posição estratégica dentro do Mercosul. Isso não iria apenas nos beneficiar. Beneficiaria vários países da região. Argentina e Uruguai

poderiam ter aqui maior crescimento técnico, assim como Paraná e Santa Catarina. Todos ganham quando todos crescem.

Você acha que a criação dos centros iria esvaziar os clubes?Dificilmente esvaziaria os grandes clubes, devi-do ao investimento que é feito, mas com certe-za os clubes menores teriam enorme prejuízo.

Clubes, atletas, árbitros e técnicos deve-riam ter direito a voto na CBJ, por meio de um representante de cada segmento?Penso que, quanto mais democrático for o processo eleitoral, mais fortalecidos estare-mos. Acho que a participação de um repre-sentante de cada segmento é fundamental. Todos serão mais respeitados e terão maior comprometimento com o processo. Não po-demos fazer uma eleição sem a participação de um representante dos clubes, que são jus-tamente os que disponibilizam e sustentam nosso desenvolvimento. Abrindo o processo, estaríamos limitando vícios de um colégio que hoje é extremamente viciado e compro-metido com interesses de um determinado grupo. Isso seria benéfico para o processo democrático e para nosso desenvolvimento.

Como vê o quadro em que um colégio eleitoral composto por 27 presidentes es-taduais decide o destino de centenas de clubes e de milhares de judocas?Se pensarmos no processo eleitoral do Brasil como um todo, vamos ver que em nosso país as decisões são sempre tomadas por um pequeno grupo. Acredito que, quanto mais democrático for o processo eletivo e quanto maior for o colégio eleitoral, mais difícil será manipular resultados. No momento em que cada vez mais dirigentes fizerem parte de um novo movimento e grupo que estão surgindo, dos quais acredito fazer parte, mais demo-crático será o processo. Precisamos de diri-gentes capazes e que tenham uma vida pro-fissional independente, que não dependam da gestão esportiva. Se tivermos um grupo, mesmo que seja de 27 pessoas, que tenha o pensamento voltado para o desenvolvimento do nosso esporte, já teremos um processo democrático justo e interessante. No momen-to em que vemos as pessoas interessadas apenas em seu Estado e no seu problema pessoal, a questão democrática perde bas-tante. Nesse sentido, quanto maior for o gru-po de votantes, maiores serão as chances de a verdade prevalecer. Quando assumimos, tínhamos um grupo de 11 votantes e hoje são

mais de 60. Isso diminui qualquer risco de manipulação política. Acreditamos que o judô como um todo teve um ganho enorme com estas mudanças.

Falando nisso, você sabe do que vive Pau-lo Wanderley Teixeira?Não!

Em sua análise, está havendo uma reno-vação à altura em nossa modalidade?Acredito que hoje o judô brasileiro conquistou excelente imagem no exterior. Somos vistos como uma modalidade organizada que me-receu reconhecimento e apoio da iniciativa privada e do governo federal. Acredito que essa administração da CBJ deu um salto muito grande em termos de desenvolvimento no alto rendimento, e isso evidencia o judô brasileiro como modalidade forte técnica e politicamente, fora do Brasil. Mas acredito que ainda estejamos aquém dos resultados que poderíamos estar obtendo, em vista do investimento que é feito hoje no judô brasilei-ro. Não termos feito nenhuma final nas três últimas Olimpíadas mostra que algo não está bem. Isso é um problema sério e preocupa muito, pois nos coloca num nível técnico mui-to abaixo daquilo que propalamos. Temos de equacionar nossos erros e ver o que está acontecendo. Os investimentos no judô têm sido altíssimos nos últimos anos, porém os resultados não têm sido na mesma altura.

Você acha que perdemos o foco?Esta administração organizou e fez muito pelo judô brasileiro, mas acho que existem alguns passos nesse caminho que devem ser revis-tos para que os resultados do Brasil sejam compatíveis com o investimento que é fei-to. Estamos aquém daquilo que merecemos conquistar tecnicamente e, principalmente, politicamente. Existe alguma renovação no sênior, em que temos vários atletas com nível técnico bom em quase todos os pesos, mas não chega a ser expressiva no masculino. Já no feminino temos atletas excelentes e vemos uma renovação muito mais relevante. A razão disso é que não temos a devida massificação em nível de país. Precisamos massificar e ex-pandir o judô, para depois recolher neste gran-de grupo os talentos de cada categoria. Falta investimento especifico regionalizado, para que esses talentos tenham oportunidade real de se desenvolver como atletas. Acredito que hoje qualquer atleta surgido em São Paulo te-nha oportunidade de ter seu talento esportivo reconhecido, mas nós ainda não temos isso

“No momento em que mais dirigentes fizerem parte de um novo movimento e grupo que estão surgindo, dos quais acredito fazer parte, mais democrático será o processo.Precisamos de dirigentes capazes e que tenham uma vida profissional independente, que não

dependam da gestão esportiva”

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nos extremos do Brasil. Temos muita dificul-dade em conseguir apoio e investimento, para desenvolver e segurar nossos talentos espor-tivos no Estado. Com isso, os atletas acabam migrando para os grandes centros e deixam de refletir seu sucesso na base. Lamentavel-mente, nossos atletas de ponta ou ficam na Sogipa ou migram para São Paulo. Temos al-guns exemplos, como a Maria Portela, que re-centemente foi repatriada. É uma gaúcha que teve de buscar espaço em São Paulo. Senti-mos que faltam aqui no Sul do Brasil centros específicos para capacitar técnicos e atletas. Precisamos de investimento na base, e penso que caberia à CBJ fazer esse tipo de investi-mento, pois ela é a maior beneficiada. Acredito que este seja o quadro no resto do País. Teremos alguma novidade no pan-ameri-cano de veteranos que se realizará aqui?Na verdade sou um grande entusiasta da clas-se veteranos, não só por ser um atleta que gos-ta de competir, mas porque acredito que esta é uma forma de proporcionar aos atletas mais jovens a oportunidade de ver seus professores competindo. Acredito que, para demonstrar alguma coisa, temos de saber fazer; então, o judô veterano tem uma importância muito gran-de e é por isso que fazemos questão de incenti-var esta categoria. Nós praticamente criamos o Campeonato Sul-Americano de Veteranos que este ano será realizado em Montevidéu, e es-tamos trazendo o Campeonato Pan-Americano de Veteranos que será realizado aqui, em se-tembro. A novidade será a nossa organização e, principalmente, o reconhecimento da classe. Realizamos alguns sul-americanos, nos quais o ponto alto foi a organização e a excelente premiação. Sem contar o bem-receber carac-terístico do gaúcho. Queremos receber muito bem todos os amigos que nos vierem visitar. A novidade é que estamos trabalhando para realizar o melhor pan-americano de veteranos já realizado. Este será o primeiro evento conti-nental desta categoria sob o controle da FIJ, e queremos uma participação expressiva de atle-tas de todo o continente americano.

Não está na hora de o RS promover even-tos de maior envergadura?

Hoje nós temos vontade política e interesse não só de realizar eventos internacionais, mas também nacionais. Já promovemos vá-rios eventos neste breve período de gestão, mas este ano estamos com um número me-nor. Certamente teríamos capacidade de es-tar recebendo grandes competições. O que nos faltava era o interesse político do Estado em investir nesses grandes eventos, uma vez que a CBJ não patrocina os patrocina. Eles são realizados com apoio de diferentes ní-veis governamentais, e o Rio Grande do Sul não tinha condições para isso. Mas o quadro agora é outro, e esperamos em breve poder realizar eventos com maior frequência.

Mas a CBJ estaria disposta a disponibili-zar eventos para o Rio Grande?É imprescindível que haja vontade política de descentralização do judô no País. Apesar de hoje existir um judô de melhor qualidade nos quatro cantos do Brasil, ainda nos ressenti-mos da pouca participação, principalmente na parte técnica da CBJ. Até por sua repre-sentatividade técnica, o Rio Grande, assim como Minas Gerais, para não citar outros Es-tados, não tem participação alguma no ponto de vista técnico da CBJ. Em nossa análise, esta seria também uma forma de equilibrar forças na hora das decisões, com relação às equipes brasileiras. As seletivas no Brasil de-veriam ter um sistema mais democratizado. Aliás, essa é a maior crítica que eu e a dire-ção da FGJ fazemos à CBJ. Queremos que todos os Estados tenham mais oportunidade e espaço para participar das diferentes co-missões técnicas da CBJ. Está mais do que na hora de Minas Gerais, Rio Grande do Sul e outros Estados serem contemplados com maior participação no aspecto técnico, uma vez que produzimos resultados para o Brasil. Isso é uma reclamação e solicitação de todo o judô gaúcho.

Você vê vícios no sistema adotado pela CBJ?A gente vê que a comissão técnica é com-posta praticamente pelo eixo Rio/São Paulo. Em várias oportunidades, batemos de frente no sentido de não entender claramente quais

são os critérios seletivos e de escolha dos atletas. Por mais que os lutadores gaúchos tenham participado, por mais que os critérios sejam válidos, para nós fica a impressão de que as coisas não estão sendo feitas com a devida transparência. Acho fantástico que os ex-atletas tenham espaço, mas entendo que deve ser dado espaço a quem forma atletas. Há pessoas que, tecnicamente, têm uma vivência muito grande e poderiam estar divi-dindo espaços e influindo nas decisões. As comissões técnicas devem ser regionaliza-das, e nelas deve haver um representante de cada região: Norte, Sul, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste.

Vocês se sentem preteridos?Mesmo sem receber nenhum aporte financei-ro ou apoio, o Rio Grande do Sul conquista maior espaço a cada ano, graças ao talento dos nossos atletas e à capacidade dos nossos técnicos. Estes judocas não são formados pela FGJ ou pela CBJ, mas pelos clubes gaúchos. Tivemos 24 classificações em campeonatos in-ternacionais em 2010; 22 atletas participaram de eventos internacionais e trouxemos 27 me-dalhas, duas a mais do que tínhamos conquis-tado em 2009 e 11 a mais do que 2008. Mes-mo assim, tivemos apenas um único técnico participando de uma comissão técnica da CBJ em 2010, para o campeonato de base. Acho que, diante desses resultados, deveríamos ter mais técnicos gaúchos convocados pela CBJ. Em 2010 conquistamos 132 medalhas em ní-vel nacional, fizemos 20 campeões brasileiros, e tivemos cinco campeões no Troféu Brasil. Inegavelmente o judô gaúcho é uma potência técnica, mesmo sem as condições ideais de in-vestimento. Recebemos algum apoio da CBJ, mas, até pelos resultados obtidos, merecemos mais. Por exemplo, um centro de treinamento e material esportivo compatível com tudo que conquistamos. Pela estrutura que a entidade (CBJ) tem e pelo seu potencial de captação de recursos, isso seria altamente viável. São os nossos atletas que mantêm o judô brasileiro em exposição. São nossos atletas que dão retorno midiático para os patrocinadores da CBJ. O alto rendimento não é feito no Rio de Janeiro, e sim em clubes como a Sogipa, Pinheiros, Minas Tênis, e outros de menor porte. A CBJ tem de investir nos Estados e na base do judô. E nesse sentido o RS é um grande formador de atletas.

O que achou das recentes contratações da CBJ para as seleções de base?Não sei quais são os critérios das indica-ções. O que percebemos, e é inegável, é que São Paulo é o celeiro de grandes atletas do judô brasileiro. Mas acho que a renovação é uma coisa muito importante. Sou jovem e sei quanto um atleta jovem tem vontade e dinamismo para vencer. Entretanto, nem sempre ele tem a bagagem que um técnico mais experiente possui. Acho que é preci-

“Acho que não se pode contratar técnicos para

a seleção brasileira poli-ticamente, pois o judô, de

maneira geral, perde”

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so casar as coisas, mas a renovação deve sempre existir e não podemos deixar de pri-vilegiar aqueles que realmente têm o dom de ensinar e preparar. O problema no Brasil é que não temos uma escola de técnicos, não formamos técnicos em judô. Nossos técnicos são pessoas que treinam e acabam tornando-se professores de judô. Meu pen-samento como gestor e dirigente esportivo é que em breve deveríamos ter aqui uma es-cola para formar os técnicos que trabalharão especificamente nesse segmento esportivo. Essa é uma de nossas principais metas. Ter mestres que transformem professores em técnicos de judô, com conhecimentos em fisiologia, psicologia do esporte, treinamento esportivo e competição. Temos certeza de que, com isso, iremos crescer ainda mais tecnicamente. O Brasil tem essa carência porque nem sempre um professor que atua como técnico tem conhecimento ou é gra-duado em educação física. Não basta ter sido um grande atleta no passado. Precisa ter preparo, conhecimento técnico, científico e, principalmente, carisma. Dos recém-con-tratados, qual deles conquistou medalhas na formação de atletas? Para sentar no banco do shiai-jo de uma seleção brasileira o téc-nico precisa de muito conteúdo, experiência e vivência. Não pode ser escolhido politica-mente, pois o judô, de maneira geral, perde. Está mais do que na hora de o Brasil investir numa escola formadora de técnicos de judô, e aí os centros de treinamento seriam ver-dadeiramente importantes como núcleos de capacitação e formação de técnicos.

Essa é uma herança cultural da era Ma-mede?Acho que isso ainda é um rescaldo do nosso passado e espero que num futuro próximo tenhamos capacidade de modificar esses pequenos grandes vícios.

Você acha que essas indicações são me-ramente políticas?Sinceramente, não sei. Penso que, de ma-neira geral, a transparência é fundamental em qualquer administração. Quanto mais transparência existe, menos erros aconte-cem. Como presidente, no momento em que eu souber quais são os critérios para esco-lha dos membros das comissões técnicas, menores serão as chances de questionar-mos as escolhas. Já os treinadores que pre-tenderem ser técnicos saberão qual caminho deve ser tomado. Transparência é a palavra--chave de qualquer administração.

Os problemas que existem na CBJ são fruto da política do continuísmo?O grande problema da CBJ é a centraliza-ção. Como dirigente, sei que é difícil encon-trar pessoas no meio esportivo que tenham condição de atuar da maneira como você

acredita, que comunguem das suas ideias e dos mesmos ideais. Mas isso faz parte do sistema democrático, e nem tudo pode sair do jeito que eu quero e acho que tem de ser. Às vezes acabamos recebendo críticas por coisas que deixamos que outras pessoas fi-zessem, mas isso faz parte do processo. E é assim que formamos novos líderes. Não adianta querer estar presente em tudo, ou esperar que tudo seja como eu quero, por-que vou acabar sozinho no cargo, me perpe-tuando, sem conseguir pessoas que traba-lhem em equipe. Talvez a grande dificuldade do presidente da CBJ seja encontrar pesso-as com as quais possa contar e comparti-lhar a sua administração. Talvez até porque a CBJ se tenha tornado algo muito grande perto do que já foi, e seus administradores não tenham dado a devida atenção a fatos fundamentais para o judô brasileiro, como a base e o apoio regional. Coisas simples e imprescindíveis, mas que ficaram para trás.

Você não acha que, em vez de técnicos, precisamos formar mais professores?Quando falo da escola para técnicos não estou falando apenas em alto rendimento, mas de uma escola técnica para formação de técnicos, na qual vou ter professores de níveis um, dois e três. Teremos professores de formação para base, para rendimento de base e de alto rendimento. É realmente uma escola de judô. São Paulo consegue ter esse desenvolvimento técnico porque teve uma base técnica muito forte da es-cola japonesa. Todo dojô, por menor que seja, tem professores que possuem co-nhecimento básico do judô para transmitir e ensinar muito bem. Aqui no Rio Grande, acabamos aprendendo judô por meio da transmissão oral, sem a bagagem cultural e histórica de São Paulo, e nos ressentimos disso. Percebo que nossos professores mais jovens hoje não conseguem ensinar o judô em toda a sua abrangência, e aca-bamos perdendo tecnicamente. Quando os atletas chegam a um nível em que pode-riam estar em outro patamar de desenvolvi-mento técnico, eles ainda buscam alguma coisa que faltou na sua evolução. Por isso

precisamos de uma escola de formação.

Recentemente entrevistamos o presiden-te mineiro, que se mostrou decepciona-do com as políticas praticadas pela CBJ. Você concorda com as reivindicações e acusações feitas por ele?Eu reforço as palavras do presidente minei-ro, por considerar a federação mineira uma coirmã da Federação Gaúcha de Judô. A FMJ é uma entidade com uma direção nova, voltada para o desenvolvimento do judô no Estado, sem bandeiras políticas senão a do desenvolvimento do judô mineiro. Concordo com as reivindicações dele, e acho que são justas. A CBJ realmente poderia proporcio-nar muito mais. Fazemos um trabalho de formiguinha com a participação de profes-sores e clubes, ou seja, está faltando esse montante, esse valor todo descer. Hoje as federações não recebem nenhum incentivo financeiro e o Estado também não investe nas federações, mas veladamente cobram resultados. Do ponto de vista financeiro es-tamos abandonados.

A CBJ deveria democratizar os recursos para investir concretamente na base?Existe uma diferença entre aquilo que a CBJ e nós entendemos como base. Para a CBJ, a base são atletas entre 15 e 17 anos. Para nós, a base é composta por judocas entre 8 e 17 anos. Quem sustenta o esporte em nosso Estado e movimenta o setor não é o sênior e, sim, o mirim, o infantil, o infanto--juvenil, o pré-juvenil e o juvenil. Para nós está bem claro que isso é a base.

Em 2010 a CBJ fechou o ano com lucro expressivo. Por que parte desse lucro não vai para a base?O que nós precisamos não é da redistribuição daquilo que já foi captado, e sim que exista dentro da CBJ um departamento de apoio às federações. Um departamento que trabalhe em favor do desenvolvimento abrangente do judô, fazendo projetos específicos em cada Estado e em cada região do País. Assim, não precisaríamos tirar dinheiro da CBJ. Isso de-pende de termos pessoas trabalhando para os fins específicos de cada federação. Se o Estado não tem CNPJ, como é o nosso caso, a CBJ tem um CNPJ forte, grande apoio po-lítico, status e estrutura suficientes. As fede-rações necessitariam um departamento de apoio dentro da CBJ, e isso tem ser feito de forma indiscriminada e sem politicagem.

O quadro político está polarizado entre os presidentes da CBJ e da FPJ. Você apoia-ria um candidato da geração jovem? Eu apoiaria qualquer pessoa que comun-gue das mesmas ideias e ideais que o Rio Grande do Sul possui. Apoiaria uma pessoa que tenha uma visão estratégica moderna de

“Reitero as palavras do presi-dente mineiro, por considerar a Federação Mineira uma coirmã da FGJ. Concordo com as reivin-

dicações dele, e acho que são justas. A CBJ realmente pode-ria proporcionar muito mais.

Fazemos um trabalho de formi-guinha com a colaboração dos nossos professores e clubes”

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descentralização e, principalmente de investi-mento maciço em todos os Estados. Nós pre-cisamos de novas ideias e de um grupo novo. O judô brasileiro carece de novas lideranças.

Como vê o regulamento de outorga de faixas?O manual de outorga de faixas nos foi apre-sentado em 2008, quando assumi a presi-dência. Já tínhamos implementado algumas medidas aqui, como as carências, e para nós não houve muita novidade. Mas acredi-to que este é um documento que ainda não está totalmente pronto e que deveria ter sido mais bem estudado antes de ser lançado. Temos muitas dúvidas ainda sobre o manual do candidato da CBJ, e já entramos em con-tato várias vezes com a própria comissão da CBJ para esclarecer dúvidas sobre algumas alterações que não ficaram claras. Foi um passo interessante, mas a CBJ não de que assumir maior controle das ações e, sim, a responsabilidade pela formação dos nossos faixas pretas e kodanshas. Isso deve ter ca-ráter técnico e não político.

Nas assembleias de prestação de contas da CBJ os presidentes votam às cegas. Você não acha que deveria haver uma au-ditoria externa nas contas da CBJ? O que eu acho é que os presidentes têm de ser mais organizados. Não adianta chegar numa assembleia e dizer “eu quero ver as contas”. Lembro de ter sugerido na última assembleia da CBJ que fosse divulgado previamente o local onde esses documen-tos estariam à nossa disposição, para que pudéssemos examinar tudo como deve ser feito. Pois olhar superficialmente um docu-mento ali, na assembleia, não resolve ab-solutamente nada. Mesmo porque somos presidentes, e não contadores. O certo seria enviar nosso auditor fiscal ou contábil com antecedência para verificar se aquilo que estamos votando e aprovando está correto. Pelo menos é isso que fazemos aqui. Dis-ponibilizamos toda a documentação em nos-so escritório contábil durante 30 dias antes das assembleias. Os documentos ficam à disposição daqueles que desejarem fazer a devida averiguação de nossas contas. Tudo cem por cento transparente. Sem contar que tudo fica em nosso site também. Pen-so que deveria ser este o procedimento da CBJ. Nós, como presidentes, já deveríamos ter amadurecimento suficiente para ir ao Rio de Janeiro e fiscalizar, pois isso não significa desconfiança. Significa zelo e cuidado pela coisa pública.

Então falta transparência à CBJ?O que falta à CBJ é maior reconhecimento e respeito às federações estaduais, uma vez que nós somos suas mantenedoras e damos todo o suporte político que ela de-

manda. As federações precisam de maior disponibilidade para visualizar todos os do-cumentos. Não pode ser na base da confian-ça. Acho que o mundo ruma cada vez mais na direção da transparência. As mídias so-ciais expõem os fatos cada vez com maior rapidez e transparência. É importante tam-bém que a diretoria da CBJ amadureça no sentido de disponibilizar a documentação necessária. Esse é um direito e um dever das federações. Temos de verificar todos os procedimentos, não como um movimento contrário à administração, e sim como en-tidades corresponsáveis pela administração do judô nacional.

Como gestores da miséria local, questiona-mos de que forma isso poderá ser usado politicamente ou economicamente. Se isso gerar qualquer custo adicional para nossos atletas, seremos radicalmente contrários a qualquer ação. A CBJ não necessita e não vai tirar nenhum real a mais dos nossos atle-tas. Somos totalmente contra qualquer valor a mais que tenhamos de cobrar de atletas ou clubes. Eles já investem muito em nosso Estado, e, se houver alguma tentativa, va-mos boicotar.

Como vê o fato de o presidente da Con-federação Brasileira de Judô ser também presidente da Confederação Pan-Ameri-cana e vice-presidente da Federação In-ternacional de Judô?Há o lado positivo pelo posicionamento po-lítico do Brasil. É importante que tenhamos essas cadeiras em diferentes esferas do judô mundial, mas para o judô brasileiro a mesma pessoa estar ocupando todos esses cargos é ruim, porque tira o foco.

Não é muito poder nas mãos de um ho-mem só?Certamente.

Você não acha isso no mínimo antiético, além de prejudicial ao judô verde-amarelo?Como já disse, tira o foco. Não há como ser bom em tudo. Se estivesse se dedicando exclusivamente a uma entidade, certamente faria um trabalho melhor. O Paulo tem gran-des aspirações, e acho que, por tudo que já fez no judô brasileiro, ele deve galgar outros degraus na política esportiva internacional. Mas, politicamente, está na hora de ele abrir espaço para que outras pessoas o substitu-am aqui no País.

Você fala muito em democracia, mas como consegue conviver num regime administrati-vo absolutamente ditatorial?Toda vez que existe um dirigente atuando de forma independente e contra a vontade cole-tiva, ele só consegue ter sucesso se as pes-soas que lhe dão sustentação política forem omissas. Se existe essa falta de democracia e transparência em alguns momentos, isso se deve ao fato de ainda sermos imaturos democraticamente, e pelo fato de nós bra-sileiros não sabermos nos posicionar poli-ticamente. Se o brasileiro tivesse a força e a coragem do povo argentino, com certeza teríamos uma situação totalmente diferente, e não só na esfera político-esportiva. Faltam coragem e posicionamento às pessoas que estão no processo. Precisamos defender aquilo que acreditamos ser o certo e o me-lhor para todos nós. Precisamos também de mais critérios para escolher as pessoas que nos representam. No momento em que eu não escolho adequadamente o dirigente do

“Eu apoiaria qualquer pessoa que comungue das mesmas

ideias e ideais que o Rio Grande do Sul defende. Apoiaria uma pessoa que tenha uma visão estratégica moderna de des-

centralização e principalmente de investimento maciço em to-dos os Estados. Nós precisamos de novas ideias e de um grupo

novo. O judô brasileiro carece de novas lideranças”

Os presidentes que apoiam as políticas praticadas pelo presidente da CBJ são de alguma forma corresponsáveis pela ditadura administrativa que o judô vive no Brasil?Se o judô hoje é centralizado, é porque nós aceitamos isso. Houve já algumas vozes para que isso mudasse, mas existe ainda um grande grupo que é responsável por essa centralização. No momento em que todo mundo tiver coragem de colocar o que pensa em pratica, aí as coisas certamente mudarão.

Você vê o projeto hajime com bons olhos?A primeira coisa que fiz quando assumi foi criar um banco de dados confiável, e hoje te-mos esse banco disponível na internet para que todos os nossos professores possam acessar os dados de seus atletas. Estamos trabalhando para que esse banco de dados seja conectado às competições. Trouxemos para cá a tecnologia de São Paulo e adapta-mos à nossa realidade. Acredito que o ban-co de dados integrado é importante até para que as pessoas vejam qual é o potencial do judô brasileiro, ou para que uma grande em-presa possa divulgar seus produtos em nos-so segmento esportivo. Mas isso pode ter duas linhas, e a gente não sabe exatamente qual é o objetivo fundamental desse projeto.

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meu Estado, não posso querer uma entidade nacional que responda a todos os meus anseios. O que nos falta é consciência política.

Em quais Estados o judô é mais bem administrado?Depende do ponto de vista. Você quer avaliar a capacidade para administrar dívidas ou dinheiro? São Paulo é um Estado muito bem administrado, mas lá sobram recursos. Lá as coisas acontecem por-que o judô paulista é muito grande e é o Estado mais rico do Brasil. É o Primeiro Mundo do judô em nosso País. Agora, um exemplo de Estado bem administrado hoje é o Amapá, que mesmo sem gran-des recursos tem mostrado um judô diferente, com um grupo ainda pequeno, no qual os professores têm grande vontade de fazer nos-so esporte cada vez maior. Fazem uma boa administração e põem amor no que fazem. Tocantins e Minas Gerais, para nós, são outros grandes exemplos. Por tudo que passaram em administrações an-teriores e pelo que estão fazendo hoje, podemos colocar Minas no topo das administrações estaduais.

Escutamos que o Matias pretende voltar. Isso procede?A gente escuta muita coisa, e não sabemos até onde isso é boato. O que sabemos é que existe o apoio político dele a outro grupo. Mas a participação política direta dele como candidato eu acho muito difícil. Isso seria um ponto muito negativo em qualquer candidatura.

O Matias conta com o apoio de Paulo Wanderley?Isso não me preocupa, em absoluto. Eu não dedicaria quatro anos da minha vida a esta entidade se achasse que poderíamos voltar um dia a viver na penumbra. Já houve o apoio e um trabalho político da CBJ para que a antiga administração permanecesse à frente da FGJ, mas isso não vingou. Acredito que a CBJ não se intrometeria em nossa política interna. Seria muito pouco inteligente se o fi zesse, principalmente conhecendo a antiga administração e o apoio que desfrutamos em todo o judô gaúcho.

Qual é a principal marca de sua administração?Nossa marca principal sempre foi a transparência total. Tivemos um trabalho difícil e árduo nestes três anos e meio, mas orgulho-me do esforço que desenvolvemos à frente da entidade. Mesmo tendo her-dado um rombo fi scal enorme da administração anterior, o que nos custou trabalhar sem nenhum recurso ou patrocínio, o Rio Grande uniu-se e abraçou a nossa administração. Independentemente de qualquer erro administrativo que possamos ter cometido, até por inexperiência e por não sermos gestores profi ssionais, temos o in-teresse e a visão de acertar para melhorar cada vez mais. E é por isso que gozamos do apoio de todos aqueles quem fazem o judô gaúcho acontecer. Isso nos dá a tranquilidade de saber que todas as pessoas que vislumbraram e participaram desse processo de melhora, daqui por diante, seguirão nesse caminho. Todo mundo tem um sonho, e esse foi o meu. O judô deixou uma marca muito forte em minha pessoa, e muito do que sou eu devo ao esporte. Muito do equilíbrio emocional e da garra para lutar por aquilo que eu quero – e graças a Deus até hoje conquistei – consegui através do judô. Não sou um sujeito que tem um dom natural para alguma coisa, mas tenho o dom da garra. Brigo por aquilo que eu quero até conseguir. E esta foi uma tentativa minha de estar devolvendo ao judô aquilo que ele me proporcionou.

“O Paulo Wanderley tem grandes aspirações e acho que, por tudo que já fez, ele deve galgar

outros degraus na política esportiva inter-nacional. Mas, politicamente, está na hora de

abrir espaço para que outras pessoas o substi-tuam aqui no País”

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Cubatão (SP) - Desenvolvido pela RT Projetos Incentivados, o projeto Judô - Educando Para a Vida, da Associação Rogério Sampaio, lançou no dia 12 de maio o primeiro núcleo de atividades, no Centro Esportivo Armando Cunha, em Cubatão.

Compareceram ao lançamento a pre-feita Márcia Rosa, o campeão olímpico e idealizador do projeto, Rogério Sampaio, representantes dos patrocinadores e fu-turos alunos do projeto.

Elaborado para atender 400 crianças, o espaço é considerado o maior da Bai-xada Santista para prática da modalida-de e possui equipamentos utilizados nos maiores centros de treinamento do mun-do. “Sinto uma inveja enorme de vocês. Eu queria ter tido um início de carreira como o que vocês estão tendo hoje”, brincou Sampaio.

Abrindo a série de discursos, a se-cretária municipal de Esportes e Lazer, Renèe Castro Fernandes, pediu aos jo-vens participantes do projeto que sejam agentes divulgadores junto a familiares e amigos.

Para a prefeita, a cidade ganha um

Projetos IncentIvados Por Lula Terras

Fotos: Ana Borges e E5 Comunicação

‘Judô - Educando Para a Vida’Cubatão recebe o primeiro núcleo do projeto

local de excelência para o esporte e passa a concretizar o sonho de muitos jovens. “As oportunidades estão surgin-do para todos, basta sonhar. Faremos o possível para conquistar mais espaços como esse”, afirmou Márcia Rosa. Já o

supervisor do projeto em Cubatão, sen-sei Paulo Duarte, considera que o muni-cípio poderá tornar-se referência no judô. “Transformaremos Cubatão na capital brasileira do judô.”

Além dos treinamentos, os alunos te-rão acompanhamento médico e escolar, e conforme a situação de cada um será feita a graduação. “Os alunos que mos-trarem talento para competições serão encaminhados para entidades em que receberão treinamento específico”, afir-mou Paulo Duarte, que elogiou o poten-cial dos jovens cubatenses que já estão integrados.

Na sequência, Rogério Sampaio con-tou sua trajetória depois de encerrar a carreira de lutador, quando idealizou a criação de um espaço em Santos onde pudesse implantar a filosofia do judô e formar atletas de alto nível. “Hoje temos atletas disputando com destaque as prin-cipais competições nacionais e até em Jogos Olímpicos tivemos atletas forma-dos em nossa academia, caso de An-dressa Fernandes, Daniele Zangrando e Leandro Guilheiro, entre outros.”

Sobre o novo projeto, Rogério desta-cou a presença de patrocinadores fortes, que possibilitam o desenvolvimento do

Roberta e Tárcio Coutinho coma prefeita Márcia Rosa

A Prefeita Márcia Rosa faz entrega de camiseta do projeto

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Judô – Educando para a Vida, no maior espaço existente para a prática da mo-dalidade em toda a Baixada Santista, com estrutura de primeiro mundo. Rogé-rio lembrou que os tatamis instalados no local são os melhores do mundo, “iguais aos utilizados nos Jogos Olímpicos e campeonatos mundiais de judô”, falou o judoca, que destacou ainda a utilização da Lei de Incentivo ao Esporte na capta-ção de recursos.

Para Márcia Rosa um dado que cha-mou a sua atenção foi o fato de 30% dos alunos praticantes de judô serem mulheres. “Isto tem muito signifi cativo para nós, que lutamos constantemente na conquista e manutenção de espaço”, afi rmou a prefeita, que elogiou as empre-sas patrocinadoras que se tornam mere-

cedoras do benefício do IPTU do Bom Empreendedor, que oferece desconto no tributo municipal para empresas que in-vestem em projetos nas diversas áreas.

Advogado da RT Projetos Incentiva-dos, Tárcio Coutinho acredita no poten-cial da região para formação de novos campeões. “Já podemos considerar a Baixada o grande celeiro de judocas”. E citou exemplos como Leandro Guilheiro, Andressa Fernandes e Bruno Mendonça.

Coutinho também enalteceu a parti-cipação dos patrocinadores. “O contato do investidor com o resultado dos pro-jetos é fundamental. Nada seria possí-vel sem o apoio das empresas”, disse o especialista.

Prestigiaram o evento Silmara Soa-res, representando a Copebrás; Artaet

O Campeão Olímpico Rogério Sampaio faz entrega de judogi a aluno do projeto

Autoridades presentes

Associação de Judô Rogério Sampaio

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Martins, da EcoRodovias; Flávio Ladeira Amâncio, da Votorantim Cimentos; Ma-riana Martins, do Instituto Cultural Usi-minas; Luiz Carlos Bezerra, assessor de Relações Institucionais da Usiminas; Benito Santiago Gonzalez e Renèe Cas-tro Fernandes, secretários municipais de Emprego e Desenvolvimento Sustentá-vel e de Esporte e Lazer.

No fim da solenidade, alunos recebe-ram camisas e quimonos do projeto das mãos das autoridades, patrocinadores e do campeão olímpico.

Lei de Incentivo ao Esporte - LIE

Aprovado pela LIE, o projeto Judô - Educando Para a Vida visa a atender mais de 1.000 jovens, em núcleos nas cidades de Santos, São Vicente e Cuba-tão. Os interessados em participar do projeto, em Cubatão, poderão entrar em contato com o supervisor Paulo Duarte, pelo telefone (13)3364-3909. Os partici-pantes deverão ter idade mínima de seis Professor Paulo Duarte

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Associação de Judô Rogério Sampaio

anos e estar, obrigatoriamente, matricula-dos numa escola, de preferência da rede pública.

O projeto Judô - Educando Para a Vida, desenvolvido pela RT Projetos In-centivados e executado pela Associação de Judô Rogério Sampaio, conta com os patrocínios da Telefônica, Copebrás, Votorantim Cimentos, EcoRodovias e Usiminas, e o apoio do Santos Futebol Clube e da Galvão Engenharia, graças a convênio entre o governo federal, por intermédio do Ministério do Esporte, e a AJRS, autorizado pela Lei de Incentivo ao Esporte.

Experiência na LIECom o currículo de prestígio em São

Paulo e escritório em Brasília, Coutinho

e a RT Projetos Incentivados dedicam-se exclusivamente ao segmento há quatro anos.

Atualmente, são mais de 40 projetos aprovados no ME, alguns em parceria com atletas, como a ginasta olímpica Jade Barbosa e o vitorioso judoca Aurélio Miguel. Ao longo dos anos, a RT Proje-tos Incentivados conquistou aprovação de projetos nas leis federal e estadual, e passou a atuar pela nova lei municipal de Santos, o Promifae.

A RT Projetos Incentivados atua em todo o território nacional. “Estou muito feliz com o caminho que segui. Vejo que o trabalho sério e correto que prestamos ao longo dos quatro anos no segmento está sendo reconhecido e vem trazendo muitos frutos ao esporte nacional”, reve-lou Coutinho.

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São Paulo (SP) – Numa ceri-mônia que reuniu grandes nomes do esporte e do jornalismo esporti-vo brasileiro, o campeão olímpico e vereador paulistano Aurélio Miguel participou da reinauguração do Conjunto Desportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera.

Na oportunidade, Aurélio foi homenageado pelo governador Geraldo Alckmin, que lhe conce-deu a Medalha de Honra ao Mérito Esportivo do Estado de São Paulo por sua vitoriosa trajetória sobre os tatamis e na defesa do esporte pau-lista e brasileiro.

Eder Jofre, bicampeão mun-dial de boxe; Wanda dos Santos e Nelson Prudêncio, do atletismo; Hortência, Amauri Passos e Wlamir Marques, do basquete; e Ana Mo-ser, do vôlei, também receberam a láurea. “Fiquei muito honrado em receber esta homenagem das

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MÉRITO ESPORTIVO Por Alex de Cara

Fotos: Luiz Doro

Homenageia Aurélio MiguelGovernador Geraldo Alckmin

Governador Alckmin, Aurélio Miguel, vice-prefeita Alda Marco Antônio e o secretário de Esportes do estado, Jorge Pagura

Governador Geraldo Alckmin, Aurélio Miguel e Ana Moser

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mãos do governador Alckmin, juntamente com outros atletas que ajudaram a construir a história do esporte do nosso estado e do nosso país”, disse Aurélio.

Antes da homenagem, Aurélio Miguel participou da abertura do GP de Atletismo realizada nas novas instalações do conjunto

Governador Geraldo Alckmin, Aurélio Miguel e Ana Moser

Na foto histórica, o bicampeão mundial de boxe Eder Jofre ao lado do campeão olím-pico de judô Aurélio Miguel. Dois grandes ícones dos esportes de combate do Brasil.

desportivo. “Fiquei impressionado com a qualidade dos novos espaços esportivos. A pista de atletismo e os ginásios ficaram muito bons. Espero que este local continue a promover a prática esportiva e a revelar novos talentos”, finalizou o medalhista de ouro nas Olimpíadas de Seul/88 e de bronze em Atlanta/96.

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MEDICINA ESPORTIVA

Daniel Fausto Dell’Aquila Formado na Faculdade de Medicina da USP – 1997Com especialidade em ombro e joelhoMembro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e TraumatologiaMembro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de OmbroMembro da Sociedade Latino Americana de Medicina Esportiva e JoelhoMédico da Federação Paulista de judô – FPJAtleta da Seleção Brasileira de Judô entre 1988 e 1996Campeão Mundial Máster 2007Faixa Preta 3º DanBronze no Mundial Master 2011

Quem não conhece alguém que, trei-nando ou fazendo atividade física, torceu o joelho, ouviu um estalido e depois de alguns minutos apresentou o joelho in-chado e não mais conseguiu apoiar a perna no solo?

Infelizmente, esta é a história natural dos rompimentos ligamentares ou menis-cais no joelho, no qual existem inúmeros ligamentos. Mas o que mais comumente acarreta lesões incapacitantes que aca-bam afastando por longos períodos é o co-nhecido LCA (ligamento cruzado anterior).

Este ligamento é responsável por se-gurar em 85% a capacidade de anterio-rização da tíbia sobre o fêmur, fazendo, assim, que consigamos mudar de dire-ção sem que ocorra nenhuma falsiada do joelho em relação ao corpo.

Portanto, na grande maioria das ve-zes em que lesionamos o LCA, se ten-tarmos mudar a direção do corpo duran-te um exercício – como, por exemplo, fazendo uti-komi ou randori –, é muito provável que soframos um novo entorse, além de corrermos o risco de lesionar ou-tras estruturas, como os meniscos (corno posterior) e a cartilagem, ambas estrutu-ras vitais no bom funcionamento de uma articulação de carga como o joelho.

Estas lesões podem gerar, em longo prazo, ar-trose, que leva à incapa-cidade para andar e, em fases mais avançadas, a dores até no repouso.

Conheço inúmeros atletas de nível inter-nacional do passado que tiveram lesões de LCA, mas, pela falta de in-formação, não fi zeram trata-

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Por Daniel Fausto Dell´Aquila

Fotos Paulo Pinto

Lesões do Ligamento Cruzado Anterior no Judô

mento da forma adequada. Hoje estão na faixa dos 50 anos e apresentam do-res consideráveis até durante o repouso.

Cabe a nós tentar relatar informações que possam auxiliar todos que desejam prevenir a lesão, aqueles já lesionados, os que tentam postergar o tratamento e, por último, aqueles que já apresentam sequela por tratamento inadequado.

Sempre que desejamos iniciar o trei-namento de handori, é importante que tenhamos preparado o corpo por meio de atividade física adequada, dando ên-fase aos alongamentos e aos exercícios isométricos para os joelhos cadeirinha.

No treinamento, deve-se estimular sempre a propriocepção, isto é, o deslo-camento rápido e ligeiro dos pés sobre o tatami, evitando, assim, que pequenos en-torses se transformem em grandes lesões.

Prestar atenção ao tipo de piso, isto é, ao tatami em que estamos treinando, é altamente recomendável, pois no tipo de piso está a razão de muitas lesões. A vinilona utilizada nos caminhões e co-mumente usada em muitos dojôs exige maior cuidado por parte do atleta, pois em contato com suor provoca episódios de travamento e escorregões, sendo um lugar comum de lesão do LCA. Eu, parti-cularmente, já lesionei o meu joelho nes-sa circunstância.

Após o primeiro entorse e inchaço no joelho, não se deve fi car insistindo. Re-comenda-se procurar um profi ssional ha-bilitado para fazer o diagnóstico e o tra-tamento corretos, bem como orientações do quê e quando fazer para possibilitar o retorno aos treinos o mais rapidamente possível.

É muito importante lembrar que insis-tir na dor comumente acarreta aumento de lesões.

Por último, treino é treino. Se sentir que vai cair, não se deve tentar bloquear a todo custo, isto é, se o golpe estiver en-caixado, é melhor soltar o corpo, pois há muita competição pela frente.

Um abraço a todos e bons treinos!

Daniel Fausto Dell’Aquila Formado na Faculdade de Medicina da USP – 1997Com especialidade em ombro e joelhoMembro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e TraumatologiaMembro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de OmbroMembro da Sociedade Latino Americana de Medicina Esportiva e JoelhoMédico da Federação Paulista de judô – FPJAtleta da Seleção Brasileira de Judô entre 1988 e 1996Campeão Mundial Máster 2007Faixa Preta 3º DanBronze no Mundial Master 2011

Estas lesões podem gerar, em longo prazo, ar-trose, que leva à incapa-cidade para andar e, em fases mais avançadas, a dores até no repouso.

Conheço inúmeros atletas de nível inter-nacional do passado que tiveram lesões de LCA, mas, pela falta de in-formação, não

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Daniel Fausto Dell’Aquila Formado na Faculdade de Medicina da USP – 1997Com especialidade em ombro e joelhoMembro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e TraumatologiaMembro da Sociedade Brasileira de Cirurgia de OmbroMembro da Sociedade Latino Americana de Medicina Esportiva e JoelhoMédico da Federação Paulista de judô – FPJAtleta da Seleção Brasileira de Judô entre 1988 e 1996Campeão Mundial Máster 2007Faixa Preta 3º DanBronze no Mundial Master 2011

Estas lesões podem gerar, em longo prazo, ar-trose, que leva à incapa-cidade para andar e, em fases mais avançadas, a dores até no repouso.

Conheço inúmeros atletas de nível inter-nacional do passado que tiveram lesões de LCA, mas,

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São Paulo (SP) - Uma bela festa ocorri-da na noite de 23 de maio, na Câmara Mu-nicipal de São Paulo, premiou os melhores judocas da temporada 2010 do estado, no evento denominado Dia do Judô – Medalha Campeão Olímpico Aurélio Miguel.

A já tradicional premiação feita pelo cam-peão olímpico aos judocas paulistas que se destacam nos tatamis, sem sombra de dú-vida é um dos eventos mais esperados da temporada e o de maior glamour.

Realizada na Câmara Municipal paulis-tana, pelo sexto ano consecutivo, a iniciativa, de autoria do campeão olímpico e vereador Aurélio Miguel, reuniu cerca de 300 pessoas entre atletas, técnicos e personalidades do judô paulista e premiou os destaques das classes Pré-juvenil, Juvenil, Júnior e Sênior masculino e feminino, Máster feminino clas-ses 1, 2 e 3, Máster masculino classes 1, 2, 3, 4, 5 e 6, por faixas (marrom, preta ab-soluto), Kata, Estudantil e Copa São Paulo classes Pré-juvenil, Juvenil, Júnior e Sênior.

Além dos campeões estaduais nas di-versas categorias de peso e idade, também foram homenageados os medalhistas olím-picos Rogério Sampaio (ouro em Barcelo-na/92), Walter Carmona (bronze em Los An-

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Por Alex de Cara

Fotos Boletim Osotogari e Revista Budô

MEDALHA CAMPEÃO OLÍMPICO AURÉLIO MIGUEL

Premia Destaques do Judô Paulista

de 2010

geles/84), Henrique Guimarães (bronze em Atlanta/96) e Branco Zanol (atleta olímpico em Atlanta/96), pelo trabalho sócio-esportivo que desenvolvem em comunidades carentes da cidade e do estado. Também foram home-nageados os judocas em atividade Leandro Cunha (vice-campeão mundial sênior em 2010), Flávia Gomes (vice-campeã dos Jo-gos Olímpicos da Juventude/2010), Eleudes Valentim (vice-campeã mundial sub-20/2010) e Agueda Silva (vice-campeã mundial sub-20/2010).

Grandes mestres como Suhei Okano, Milton Corrêa, Morihiro Shiroma, Takanori Sekine e Rubens Pereira também recebe-ram a honraria pelos serviços prestados ao judô paulista e brasileiro, assim como os em-presários Márcio dos Reis Oliveira e Vinicius Bartalotti, importantes apoiadores e patroci-nadores de esportes de combate.

Apresentado pelo mestre de cerimônia José Jantália, o Dia do Judô foi saudado pelo vice-presidente da Federação Paulista de Judô, Alessandro Panitiz Puglia - que com-pôs a mesa de autoridades - e pelo presiden-te da Confederação Brasileira de Judô, Paulo Wanderley Teixeira, que enviou mensagem parabenizando o evento.

Em seu depoimento de abertura, o cam-peão olímpico falou da importância de estar-mos lembrando e homenageando todos que fi zeram e fazem o judô brasileiro ser o que é. “Fico muito feliz em poder oferecer esta singela homenagem e celebrar os atletas e seus técnicos que brilharam em 2010, além daqueles que colaboram de alguma forma para o crescimento do esporte, seja ele de alto rendimento seja de inclusão social. Estas pessoas representam hoje, nesta comemo-ração, toda a comunidade do judô paulista, também merecedora desta mesma distin-ção pelo trabalho cotidiano que realiza em seus dojôs ou fora dele. Espero em edições futuras ter a honra de prestar esta justa ho-menagem a todos que trabalham por nossa modalidade”, disse Aurélio Miguel, que voltou a ressaltar a necessidade de o governo mu-nicipal regulamentar a Lei Bolsa Atleta muni-cipal, de sua iniciativa. “Continuamos na luta, aqui na Câmara, para que o Executivo regu-lamente a bolsa atleta. Nós aprovamos a lei aqui, destinamos recursos para este ano no orçamento, da ordem de R$ 10 milhões para diversas modalidades, mas até o momento não foi regulamentada. Vamos continuar lu-tando”, fi nalizou.

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MEDALHA CAMPEÃO OLÍMPICO AURÉLIO MIGUEL

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CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS PRETA 2º DANMASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Leve Wagner Tadashi Uchida Academia Fôlego Meio Médio Anderson Cássio dos Santos A.A.D. Mesc São Bernardo Médio Jean Gabriel Antunes Assoc. Desp. IndaiatubanaMeio Pesado Willian Lima Martins Oliveira Assoc. Lincoln de Judô

CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS VERDEFEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Leve Karoline Silva de Santana A. D. Santo AndréLigeiro Isabela Farah Judô KimuraMédio Caroline Yuri de Souza Akioka Assoc. Subaru de Karate Meio Leve Carolina dos Santos S. Batista Sesi – SPMeio Médio Marina Gabrielle G. Batista Assoc. Kiai KamPesado Sibilla M. Jacinto Faccholli Ipanema Clube Meio Pesado Tamires Pereira Guedes Assoc. Cult. E Esp. Irmãos Ribas

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Ranielli Boris Gomes Grêmio Lit. e Rec de Barretos Meio Leve Daniel Saldanha de Oliveira Seduc – Praia GrandeLeve Lucas de Oliveira Monticelli Judô Clube ItararéMeio Médio Marco Aurelio de Souza Fundação Esportiva MatonenseMédio Jânio Correa de Araujo Filho Suzano Judô ClubeMeio Pesado Fabiano Francisco Coltro Grêmio Rec de Serv. Mun D Pesado Victor Luis da Silva Assoc. Func Robert Bosch Brasil

CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS ROXAFEMININA

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Meio Médio Munique Rivas Hadzic Sesi – SP

CAMPEONATO PAULISTA POR FAIXAS PRETA 1º DANMASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Médio Emerson da Silva Lima Assoc. Desportiva Indaiatubana

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COPA SÃO PAULO PRÉ-JUVENIL FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Super Ligeiro Bruna Tomomi Chibana Sport Clube Corinthians Ligeiro Julia M. Chibana Sport Clube Corinthians Meio Médio Adriele Freitas de Sena Assoc. Guairense de JudôMeio Pesado Aine Dalete P. Schmidt Soc Esportiva Palmeiras

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Douglas Moreira Ribeiro Junior Soc Esportiva PalmeirasMeio Leve Nykon Roberto F.Carneiro Soc. Esportiva PalmeirasMédio Yuri Gonçalves dos Santos SESI_SPPesado Rafael Vargas Siriaco A. Desp. Centro Olímpico

COPA SÃO PAULO JUNIOR FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Gabriela Shinobu Chibana Sport Club Corinthians Paulista Meio Leve Thais Borges dos Santos Assoc. Atl. Ferroviária Meio Médio Tharrere Aparecida Reis Siva Judô MakotoMédio Brenda Aguiar dos Santos Tênis Clube S. José Campos

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Super Ligeiro Mike Massahiro Chibana Sport Club Corinthians Paulista Meio Leve Renan da Silva Pereira A.D.Ateneu Mansor Leve Andrey Del Rosso Pirolo SESI – SPCOPA SÃO PAULO JUVENIL

FEMININOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Luana Barbosa de Mendes Tênis Clube S.José dos CamposMeio Leve Nathalia Cássia F. Dias Clube Atlet. Lindoya Bioleve Medio Fernanda Marques dos Santos Assoc. Cult. Esp. De TucuruviMédio Brenda Aguiar dos Santos Tênis Clube S. José Campos

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Super Ligeiro Luiz Cláudio de Lima Junior Tênis Clube São J. dos CamposLigeiro Jonathan S. dos Santos São João Tênis ClubeMeio Leve Lucas Nascimento Bernardo Clube Internacional de RegatasMeio Pesado Paulo Roberto de Araujo Jr Fundesport – AraraquaraPesado Matheus Moreira S.Guevara Ass. Marcos Mercadante de Judô

COPA SÃO PAULO JUVENIL FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Leve Amanda de Faria Dutra Rio Preto Automóvel Clube Meio Médio Ana Paula Faria Ribeiro Tênis Clube S. José Campos Pesado Aline Puglia Barbosa Esporte Clube Pinheiros

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Breno Renan Bufolin Alves Esporte Clube Pinheiros Meio Leve Denílson Moraes Lourenço Esporte Clube Pinheiros Meio Pesado Leandro Bocchi de Moraes Esporte Clube Pinheiros Pesado Rafael Carlos da Silva Esporte Clube Pinheiros

COPA SÃO PAULO SENIORFEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Leve Amanda de Faria Dutra Rio Preto Automóvel Clube Meio Médio Ana Paula Faria Ribeiro Tênis Clube S. José Cam-

pos

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CAMPEONATO PAULISTA SUB 17 JUVENIL FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Nathalia Mercadante Assoc. Mercadante de JudôLeve Jéssica Massako Kohatsu Sport Clube Corinthians Meio Médio Marina Gabrielle G. Batista Assoc. kiai KamMedio Munique Rivas Hadzic Sesi – SPPesado Sibilla M. Jacinto Faccholli Ipanema Clube

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Super Ligeiro Mike Massahiro Chibana Sport Clube CorinthiansMeio Leve João Pedro Godoy de Macedo Fulvio Myata F. Meio Médio Lincoln Duarte Araujo Alfenas Academia FôlegoMedio Raphael Ribeiro Z. Warzee Assoc. J. Rogerio SampaioCAMPEONATO PAULISTA ESTUDANTIL SUB-15 PRE-JUVENIL

FEMININOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Meio Médio Adriele Freitas de Sena E.E. Zezinho PortugalMédio Gabriela Bitencourt Centro Ed.Objetivo do LitoralMeio Pesado Aine Dalete F. Schmidt Sociedade E. Palmeiras

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Douglas Moreira Ribeiro Colégio Mello DanteMeio Leve Nykson Roberto Carnei EE Dr. Washington Luis

Pesado Aline Puglia Barbosa Esporte Clube Pinheiros MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Breno Renan Bufolin Alves Esporte Clube Pinheiros Meio Leve Denílson Moraes Lourenço Esporte Clube Pinheiros Meio Pesado Leandro Bocchi de Moraes Esporte Clube Pinheiros Pesado Rafael Carlos da Silva Esporte Clube Pinheiros

CAMPEONATO PAULISTA JU NO NO KATAYUDAN MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Wagner Tadaschi Uchida Academia Fôlego UKE Paulo Roberto Alves Ferreira Academia Fôlego

YUDAN MISTO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Roger Tsuyoshi Uchida A.E.Piracicaba UKE Juliana Tiaki Osako Maesta A.E.Piracicaba

YUDAN FEMININOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Aline Akemi Lara Sukino A.E.PiracicabaUKE Juliana Tiaki Osako Maesta A.E.Piracicaba

DANGAI MASCULINO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Rafael Nunes de Souza Alta do Lapa UKE Eduardo Gaudêncio Adriano Alta da Lapa

DANGAI FEMININO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Maria Emilia Jesus de Cillo Projeto BudoUKE Lais Parolo Projeto Budo

DANGAI MISTO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Gabriel Trevisan de Araujo Projeto BudoUKE Lais Parolo Projeto Budo

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CAMPEONATO PAULISTA MASTER 1 FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Meio Médio Vanessa Cristina Billard Assoc. Suzano Judô Clube Pesado Roseane de Souza Clube Rodoviário de Judô

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Meio Médio Stefanio Bonvino Stafuzza Assoc. Guairense de JudôMédio Luis Carlos de Farias Tênis Clube S. José CamposPesado Gustavo César Marini Secret. Munic. Esp. Ribeirão Preto

CAMPEONATO PAULISTA MASTER 3FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Meio Leve Edneia Carvalho do S. Teixeira Acad. de Judô Taboão SBC LTMeio Médio Rosangela de Oliveira Colégio Jean Piaget Meio Médio Antonia Gonçalina Giorgiano Sayão Futebol Clube

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Leve Rodrigo Guimarães Motta Assoc. de Judô Alto da Lapa

CAMPEONATO PAULISTA KATAME NO KATAYUDAN MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Eduardo Maestá A.E.Piracicaba UKE Roger Tsuyoshi Uchida A.E.Piracicaba

YUDAN MISTO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Aline Akemi Lara Sukino A.E.Piracicaba UKE Roger Tsuyoshi Uchida A.E.Piracicaba

YUDAN FEMININOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Juliana Tiaki Osako Maesta A.E.PiracicabaUKE Aline Akemi Lara Sukino A.E.Piracicaba

DANGAI MASCULINO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Eduardo Gaudêncio Adriano Alta do Lapa UKE Rafael Nunes de Souza Alta da Lapa

DANGAI FEMININO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Lais Parolo Projeto BudoUKE Aline Trevisan Pereira Projeto Budo

DANGAI MISTO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI George Erwin de Almeida Oliveira Projeto BudoUKE Aline Trevisan Pereira Projeto BudoCAMPEONATO PAULISTA SUB 20 JUNIOR

FEMININOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Super Ligeiro Nathalia Orpinelli Mercadante Ass. Marcos Mercadante de Judô Leve Ticiana Dell Amore Priolli São João Tênis ClubePesado Sibilla M. Jacinto Faccholli Ipanema Clube

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Super Ligeiro Mike Massahiro Chibana Sport Clube Corinthians PaulistaMeio Leve João Pedro Godoy de Macedo Fulvio Myata Fitiness & SportsMeio Médio Lincoln Duarte Araujo Alfenas Academia FôlegoMedio Raphael Ribeiro Z. Warzee Assoc. de Judô Rogerio Sampaio

CAMPEONATO PAULISTA MASTER 2 MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Leve Fernando H.Borges Hirakawa Assoc. Hirakawa de JudôMédio Alexandre de Souza Gaspar Soc. Esportiva Palmeiras

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CAMPEONATO PAULISTA MASTER 4MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Magdiel Anselmo Granado Santos Academia Personal Leve Luiz Carlos Eugênio Brígida São João Tênis ClubeMeio Médio Marco Aurelio Trinca Assoc. Ippon KidsMeio Pesado José Iasbech Morais da Silva A.J.São Carlos Pesado Diogo Lopes Clube Sem. De Cult. Artística

CAMPEONATO PAULISTA MASTER 5MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Oscalino Faria de Almeida ADC Gen. Motors S. José CamposMeio Leve Julio Kawakami Soc. Esportiva Palmeiras Médio João Carlos Alves de Souza Assoc. Moacyr de JudôCAMPEONATO PAULISTA MASTER 6

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Sergio Honda Assoc. Desportiva IndaiatubanaMeio Médio Irahy Tedesco Assoc. Borges de JudôMédio Jairo Baptista de Arruda Assoc. Spessoto de Judô E Meio Pesado Luiz Roble Santalla Ass. de Judô Germano

CAMPEONATO PAULISTA NAGUE NO KATAYUDAN MASCULINO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Wagner Tadaschi Uchida Academia Fôlego UKE Paulo Roberto Alves Ferreira Academia Fôlego

YUDAN MISTO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Rodrigo Guimarães Motta Alta da Lapa UKE Juliana Tiaki Osako Maesta A.E.Piracicaba

YUDAN FEMININOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Aline Akemi Lara Sukino A.E.PiracicabaUKE Juliana Tiaki Osako Maesta A.E.Piracicaba

DANGAI MASCULINO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Rafael Nunes de Souza Alta do Lapa UKE Eduardo Gaudêncio Adriano Alta da Lapa

DANGAI FEMININO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Maria Emilia Jesus de Cillo Projeto BudoUKE Aline Trevisan de Araujo Projeto Budo

DANGAI MISTO CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO TORI Maria Emilia Jesus de Cillo Projeto BudoUKE Gabriel Trevisan de Araujo Projeto Budo

CAMPEONATO PAULISTA SUB 20 JUNIOR FEMININO

CATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Letícia Ribeiro B. Silva ADPM – REG. São José CamposLeve Anne Karoline Alves de Macedo São João Tênis ClubeMeio Médio Gabriela Souza Bitencourt Ass. De Judô Rogério Sampaio Meio Pesado Aine Dalete F. Schmidt Soc. Esportiva Palmeiras

MASCULINOCATEGORIA NOME ASSOCIAÇAO Ligeiro Douglas Moreira Ribeiro Junior Soc. Esportiva Palmeiras Meio Leve Rodrigo Yuke Makiyama Assoc. de Judô Vila Sonia Meio Médio Alex Dias dos Anjos São João Tênis ClubeMeio Pesado Lincoln Keiiti K. Neves Fulvio Myata Fitiness & SportsPesado Rafael Vargas Siriaco A.Desp.Centro Olímpico

Nixon Roberto K.CarneiroMike Silva Pinheiro

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COPA DO MUNDOFonte CBJ - Por Paulo Pinto

Fotos Anderson Zeg/FOTOCOM.NET e Ricardo Borges/FOTOCOM.NET

Cuba Atropela e o Brasil é Bronze na Copa do Mundo por Equipes

Salvador (BA) – Pela segundo ano consecutivo, a cidade de Salvador sediou a Copa do Mundo por Equi-pes de Judô, evento que abriu ofi cialmente a temporada 2011 do Brazil Judo World Tour.

Realizada entre os dias 11 e 14 de maio no Ginásio do SESC Aquidabã, a competição teve a participação dos selecionados de sete países: Brasil, Japão, Cuba, Coreia do Sul, Portugal. Tunísia e Argentina.

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Mais uma vez a cidade Salvador foi palco de um grandioso evento e mostrou sua capa-

cidade em realizar eventos esporti-vos de grande porte. Com o suces-so obtido nesta edição da Copa do Mundo por Equipes, Marcelo França

ratifi ca o pensamento daqueles que gostariam de vê-lo atuando na CBJ de

forma mais abrangente e fundamentado em seus ideais, na defesa dos interesses

do judô brasileiro.

Final surpreendenteA fi nal foi disputada por dois selecionados

fundamentados em escolas totalmente distin-tas. O Japão, com seu judô clássico e extrema-mente técnico, enfrentou Cuba, uma seleção que faz um judô fundamentado na força e no preparo físico.

Na disputa pelo ouro, o Japão saiu na frente chegando a anotar 2 a 0 no placar, mas a equi-

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pe asiática parou aí. Os cubanos fizeram valer toda a força que possuem, e, após virar o placar em 3 a 2, comemoraram esta conquista histórica para o judô pan--americano.

Os japoneses tiveram de conformar--se com a medalha de prata e aceitar a superioridade caribenha no certame. Ao todo, os cubanos venceram 26 lutas, anotaram 21 ippons e foram a equipe com melhor retrospecto na competição.

Brasil fatura o bronzeA seleção brasileira de judô conquis-

tou a medalha de bronze, derrotando a Coreia do Sul de virada, por 3 a 2. As vitó-rias brasileiras foram de Charles Chibana (66 kg), Hugo Pessanha (90 kg) e Rafael Silva (+90 kg).

A briga pela medalha de bronze teve início na categoria até 73 kg, e Marcelo Contini foi superado por Gi Wook Kim por ippon. Na sequência, Felipe Costa (81 kg), perdeu por yuko para Seung-Su Lee. Com 2 a 0 para os coreanos, o Brasil di-minuiu a diferença com Hugo Pessanha (90 kg), que bateu Jae Yong Lee por wa-zari. O peso pesado Rafael Silva igualou a disputa com um ippon em Jin Su Kang.

Na última e decisiva luta o meio-leve (66 kg) Charles Chibana mostrou que está pronto para encarar grandes desa-fios ao vencer Jung Min Lee com um sen-sacional ippon. Charles esbanjou técnica, preparo físico e determinação. Com este ippon o atleta do Esporte Clube Pinheiros deflagrou uma festa nas arquibancadas, onde mais de 1,5 mil espectadores vibra-ram com esta grande conquista.

Após a luta, Charles explicou que en-trou nos tatamis determinado na vitória. “Entrei com o pensamento de ir com tudo para cima do meu adversário e conquis-tar a medalha de bronze. Quando o Ra-fael empatou a disputa, tive a certeza de que esta medalha não iria escapar. Estou muito feliz em fazer parte desta equipe”, disse Charles Chibana.

Medalhista em todas as competições internacionais, Rafael Silva fez parte do grupo que conquistou a medalha de bron-ze na primeira edição da competição, e destacou a união da equipe brasileira. “Fi-camos um pouco abatidos depois da der-rota na semifinal para o Japão, mas con-versamos e decidimos que iríamos com tudo para cima dos coreanos. Esta equipe mostrou muita união”, lembrou Rafael.

Chibana fez o terror em Salvador

Responsável pela virada histórica, Pessanha dedicou a vitória ao público que apoiou a seleção brasileira nos qua-tro dias de competição. “Sabíamos da im-portância dessa conquista e, após a der-rota para o Japão na semifinal, focamos o bronze. Conseguimos igualar o feito de 2010 e de quebra premiamos essa torci-da maravilhosa, que nos apoiou todos os dias da competição”, disse o judoca mi-nastenista.

Cuba teve melhor retrospecto

Cuba conquistou o título da segun-da Copa do Mundo por Equipes, e não foi por acaso. Na fase classificatória a equipe caribenha obteve o melhor de-sempenho, somou mais pontos e ippons. Nas fases semifinal e final, os cubanos apenas ratificaram a condição de melhor equipe da competição.

Após seis rodadas, a equipe de Cuba atingiu a liderança com 15 pontos. O Bra-sil ocupou a segunda colocação geral, somando 13 pontos, com quatro vitórias e um empate. Já a equipe da Coreia do Sul marcou 10 pontos, enquanto o Japão anotou apenas nove.

Show de ippons cuba-nos nas

semifinais

Nas semifinais, a equipe verde-amare-la foi superada pelo Japão por 3 a 2. O Brasil começou na frente, com as vitórias de Hugo Pessanha (90 kg) sobre Tatsuhi-ro Tezuka por ippon e de Rafael Silva (+90 kg) por yuko sobre Masaku Momose. Na terceira luta, os japoneses começaram a virada. Vitórias de Daisuke Asano (66 kg)

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em Luiz Revite por yuko, de Shinji Kanaoka (73 kg) sobre Marcelo Contini por wazari e de Kazushi Nishioka (81 kg) também por wa-zari, porém no golden score, em Felipe Costa.

Na outra semifi nal, Cuba atropelou a Coreia do Sul por 5 a 0 com cinco ippons. Foi um verdadeiro massacre dos centro-ame-ricanos. Vitórias de Ronald Girones (73 kg) sobre Gi Wook Kim, de Osmay Cruz (81 kg) sobre Hui Jung Lee, de Asley Gonzales (90 kg) sobre Seung-Su Lee, de Oscar Braison (+90 kg) sobre Jin Su Kang e Anyelo Goméz (66 kg) sobre Jung Min Lee.

Em 2012 teremos muito maisA Copa do Mundo por Equipes 2011 foi um importante tes-

te para Salvador, que na próxima temporada receberá um dos maiores eventos do calendário do judô internacional: o Campe-onato Mundial de Equipes que contará com a participação de 32 países. O Governo da Bahia, por meio da Secretaria do Traba-lho, Emprego, Renda e Esporte e da Bahiatursa, é responsável por trazer este evento para Salvador.

“Pela primeira vez a América do Sul será sede de um Mundial por Equipes e estamos muito orgulhosos por isso. Salvador será a capital do judô mundial em 2012”, disse o vice-presidente da Confederação Brasileira de Judô, Marcelo França.

“Com a realização desses torneios, queremos cada vez mais tornar a Bahia um destino esportivo e estimular nossos jovens à prática saudável do esporte”, disse o secretário da Setre, Nilton Vasconcelos, observando, ainda, que ações dessa natureza ga-rantem visibilidade turística ao estado

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EquipeBrasileiraLeandro Cunha (66 kg)Luz Revite (66 kg)Charles Chibana (66 kg)Bruno Mendonça (73 kg)Marcelo Contini (73 kg)Nacif Elias (81 kg)Felipe Costa (81 kg)Tiago Camilo (90 kg)Hugo Pessanha (90 kg)Rodrigo Luna (90 kg)Bruno Ferreira (90 kg)Rafael Silva (+100 kg)Walter Santos (+100 kg)David Moura (+100 kg).

Resultados das rodadas1ª RodadaCUB 3 x 1 KORBRA 4 x 0 TUNJPN 5 x 0 POR

2ª RodadaBRA 4 x 1 PORCUB 3 x 1 JPNTUN 4 x 0 ARG

3ª RodadaBRA 5 x 0 ARGKOR 3 x 1 PORJPN 5 x 0 TUN

4ª RodadaCUB 4 x 1 PORJPN 4 x 0 ARGKOR 5 x 0 TUN

5ª RodadaKOR 4 x 1 ARGCUB 4 x 0 TUNBRA 2 x 1 JPN

6ª RodadaPOR 4 x 1 TUNBRA 2 x 2 KORCUB 5 x 0 ARG

Marcelo França entrega premiação ao Secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Governo da Bahia, Nilton Vasconcelos82

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Classificação apósSeis Rodadas

Tabela de classificação após seis rodadas1º Cuba – 15 pts (19 v, 15 ippons)2º Brasil – 13 pts (17 v, 12 ippons)3º Coreia do Sul – 10 pts (15 v, 10 ippons)4º Japão – 9 pts (15 v, 11 ippons)5º Tunísia – 3 pts (5 v, 5 ippons)6º Portugal – 3 pts (5 v, 4 ippons)7º Argentina – 0 pts (1 v, 1 ippon)

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Faça parte da luta pelo desenvolvimento de uma categoria diferenciada!

Profissional de Educação Física

A Educação Física é o denominador comum para toda e qualquer atividade esportiva, seja ela individual ou de na-tureza coletiva.

Seus profi ssionais lidam com a har-monia e a evolução de movimentos bá-sicos, inerentes ao ser humano, como andar, correr, saltar, arremessar e lançar, respeitando a famosa frase: “Mente sã em corpo são”.

Isso foi decisivo para que o governo brasileiro determinasse a categoria dos profi ssionais de Educação Física como diferenciada.

Diante de tal decisão, tomada ao apagar das luzes do milênio passado, houve a possibilidade – e necessidade imperiosa – da união desses trabalha-dores em torno de uma entidade repre-sentativa na luta por seus direitos.

Surgiu, então, o Sinpefesp – Sindi-cato dos Profi ssionais de Educação Fí-sica de São Paulo e Região, algo pos-sível pelo esforço e visão de valorosos companheiros, especializados em sin-dicalismo, leis, administração e, acima de tudo, sabedores de que o Brasil ca-rece de uma política nacional esportiva.

A importância da categoria no pre-sente será determinante no futuro da

Nação. Afi nal, em breve serão rea-lizados, em solo pátrio, dois im-

portantes eventos: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

A mídia vem dan-do muita ênfase à questão da discutida infraestrutura nacio-nal para abrigar os dois eventos. Os po-deres públicos tam-bém. Todavia, são raros os espaços que se destinam ao desenvolvimento dos nossos recursos humanos. Ou seja: é

muito cimento e pouco talento.Tudo bem. Nós, que mili-

tamos no esporte, sabemos que a sua prática, tão necessária para a melhora da qualidade de vida de todo um povo, sempre acaba relegada a um segundo plano, não é mesmo? E as-sim, de injustiça em injustiça, o desporto brasileiro vai so-

brevivendo à custa de abnegados, fun-damentais a toda modalidade.

Está mais do que na hora de darmos um basta a esse estado de coisas. E o Sinpefesp é um caminho legalmente constituído.

Para fortalecer seus rumos, esta-mos mantendo permanentes contatos com lideranças de federações, confe-derações, clubes, entidades não gover-namentais e governamentais.

Da antiga UFEESP – União das Fe-derações Esportivas do Estado de São Paulo, de tão grata lembrança, trouxe-mos para a executiva do sindicato o companheiro Mauzler Paulinetti, cuja experiência e riqueza de contatos e co-nhecimentos dispensam comentários.

Estamos turbinando o setor admi-nistrativo da entidade, bem como seus canais de comunicação.

Já fechamos diversos – e vantajosos – acordos coletivos para a categoria.

Estamos lutando, sem tréguas, contra a precarização da mão de obra verifi cada nos mais diversos estabeleci-mentos de propulsão do esporte.

Queremos dotar o Sinpefesp de uma fi losofi a plena de conscientização de classe, pois só a união permitirá – a todos nós – efetivas condições de cida-dania.

Precisamos de todas as entidades que defendem os que trabalham o con-ceito da Educação Física na mesma trincheira. E, para tanto, sua participa-ção é indispensável.

Entre no site www.sinpefesp.net

Leia seu conteúdo com carinho, es-pecialmente a entrevista sob o título “Se você é profi ssional de Educação Fí-sica, seu lugar é no Sinpefesp”, no qual dúvidas são dirimidas.

Saudações esportivas,

José Antônio Martins FernandesPresidente do Sindicato dos Profi ssionais de

Educação Física de São Paulo

andar, correr, saltar, arremessar e lançar, respeitando a famosa frase: “Mente sã em

imperiosa – da união desses trabalha-dores em torno de uma entidade repre-sentativa na luta por seus direitos.

Surgiu, então, o Sinpefesp – Sindi-cato dos Profi ssionais de Educação Fí-sica de São Paulo e Região, algo pos-sível pelo esforço e visão de valorosos companheiros, especializados em sin-dicalismo, leis, administração e, acima de tudo, sabedores de que o Brasil ca-rece de uma política nacional esportiva.

A importância da categoria no pre-sente será determinante no futuro da

Nação. Afi nal, em breve serão rea-lizados, em solo pátrio, dois im-

portantes eventos: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

A mídia vem dan-do muita ênfase à questão da discutida infraestrutura nacio-nal para abrigar os dois eventos. Os po-deres públicos tam-bém. Todavia, são raros os espaços que se destinam ao desenvolvimento dos nossos recursos humanos. Ou seja: é

muito cimento e pouco

Tudo bem. Nós, que mili-tamos no esporte, sabemos que a sua prática, tão necessária para a melhora da qualidade de vida de todo um povo, sempre acaba relegada a um segundo plano, não é mesmo? E as-sim, de injustiça em injustiça, o desporto brasileiro vai so-

respeitando a famosa frase: “Mente sã em corpo são”.

dores em torno de uma entidade repre-sentativa na luta por seus direitos.

Surgiu, então, o Sinpefesp – Sindi-cato dos Profi ssionais de Educação Fí-sica de São Paulo e Região, algo pos-sível pelo esforço e visão de valorosos companheiros, especializados em sin-dicalismo, leis, administração e, acima de tudo, sabedores de que o Brasil ca-rece de uma política nacional esportiva.

A importância da categoria no pre-sente será determinante no futuro da

Nação. Afi nal, em breve serão rea-lizados, em solo pátrio, dois im-

portantes eventos: a Copa do Mundo de Futebol, em 2014, e os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016.

A mídia vem dan-do muita ênfase à questão da discutida infraestrutura nacio-nal para abrigar os dois eventos. Os po-deres públicos tam-bém. Todavia, são raros os espaços que se destinam ao desenvolvimento dos nossos recursos humanos. Ou seja: é

muito cimento e pouco talento.Tudo bem. Nós, que mili-

tamos no esporte, sabemos que a sua prática, tão necessária para a melhora da qualidade de vida de todo um povo, sempre acaba relegada a um segundo plano, não é mesmo? E as-sim, de injustiça em injustiça, o desporto brasileiro vai so-

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Scientific Hapkido System

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objetividade e eficiência no combate

Uma das modalidades mais ecléticas e complexas das artes marciais, o Hapkido é uma prática extremamente vigorosa, que normalmente é praticada por forças policiais ou

militares como parte do treinamento de autodefesa. E Norberto Serrano Júnior reuniu o que há de melhor nesta modalidade de combate para criar o Scientific Hapkido System.

Veja nesta entrevista como surgiu este eficiente sistema de luta

Por Paulo Pinto

Fotos Marcelo Kura /Arquivo

Há 44 anos nos tatamis, buscando o melhor no que diz respeito a autodefesa e ataque, Norberto Serrano Júnior criou o Scientifi c Hapkido System, que tem como base os fundamentos do Hapkido, uma arte marcial coreana completa criada nos anos 30 por Choi Yong Sul.

Norberto começa lembrando que pou-ca gente sabia o que era o Hapkido. “Ini-ciei no Hapkido em 1983 e no ano de 1993 fundei a Federação de Hapkido do Estado de São Paulo, quando ainda muito pou-ca gente no Brasil sabia o que era isso. Viabilizamos esse sonho graças à ajuda do amigo Mauzler Paulinetti. Meu mestre Yun Sik Kim foi empossado presidente e fui eleito vice-presidente. Posteriormente, juntamos as federações existentes e fun-damos a Confederação Brasileira de Ha-pkido, e a chapa foi a mesma.”

O dirigente lembra os campeonatos realizados. “Promovemos vários campeo-natos em nível estadual, nacional e inter-nacional, numa época em que ainda priori-závamos as competições esportivas.”

Tudo começou nos anos 40

O fundador do novo sistema de treina-mento de defesa pessoal explica a origem do vínculo da família com as modalidades de luta. “Tudo teve início nos anos 40, em Barcelona, quando meu pai Norberto Ser-rano Perez, que tem hoje 85 anos, estando a serviço da Marinha espanhola, praticava Kali, uma arte marcial fi lipina, com colegas marinheiros. Treinavam, dentro dos sub-marinos, técnicas de lutas que envolvem combates com facas, facões e bastões. Anos depois foi minha vez de aprender com ele esta arte marcial de origem fi lipi-na. Posteriormente, fui aprimorando meu conhecimento em armas, sendo que sem-pre tive grande fascínio pelas lutas que utilizam esse tipo de equipamento. A partir de 1991 foram publicados vários artigos meus em revistas especializadas, com matérias de defesa pessoal executadas com bastões, facas e balisons.”

O criador do SHS conta que as Fili-pinas receberam essa denominação dos espanhóis, em homenagem ao rei Felipe II. “Para conhecimento dos leigos, as Fi-lipinas estiveram sob o domínio da Espa-nha por mais de 300 anos, conseguindo libertar-se há pouco mais de 100 anos, precisamente em 1898. No período em que as Filipinas estiveram sob domínio espanhol, houve a imposição do espanhol como língua ofi cial e até mesmo a troca dos nomes nativos por nomes espanhóis. Observamos a forte presença hispânica nas terminologias usadas nas artes de combate fi lipinas, bem como nas demais manifestações culturais daquele país.”

Norberto destaca que a exclusão da competição e o foco no treinamento para forças policiais e militares originaram uma nova fi losofi a e metodologia de trabalho. “Após quatro décadas nos tatamis, che-gou um momento em que tive de direcio-nar defi nitivamente nosso trabalho para aquilo que sempre idealizei como caminho e fi losofi a profi ssional. Foi quando criei o

Scientific Scientific Scientific

ARTES MARCIAIS

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Scientifi c Hapkido System, voltado para o treinamento de forças policiais, militares e pro-fi ssionais da área de segurança. Foi justamente em função dessa postura que optamos por fundar um novo grupo fundamentado no Scientifi c Hapkido System.

Treinamento focado na defesa pessoal

Focado no treinamento de civis que buscam um preparo específi co e no treinamento de corporações, Norberto Serrano mostra como é feito esse trabalho. “Hoje formamos e damos treinamento para as Forças Armadas e isso envolve o Exército, Marinha, Força Aérea e grupos especiais. Na área de segurança pública, trabalhamos com as polícias Civil, Militar e Federal e guardas metropolitanas. Treinamos o pessoal de várias empre-sas de segurança e profi ssionais da área. Temos professores que dão treinamento em todos os níveis. Para pessoas físicas, empresários, temos instrutores particulares e utilizamos nosso próprio dojang, onde damos aulas individuais e coletivas. Com referência às tro-pas e corporações, nossos professores fazem o treinamento na base. Realizamos seminários e cursos no País e no exterior, como os das tropas que estão indo para o Haiti a ser-viço da ONU, e o seminário para os delega-fos e promotores de justiça do Estado do Pará.

Criação do Scientific Hapkido System

Norberto Serrano explica de que forma enveredou para o lado mais marcial das artes marciais e porque criou o novo estilo. “Sempre admirei e respeitei meu mestre Yun Sik Kim, porém, ao longo dos anos, nossas ideias foram distanciando-se, e achei que havia chegado o mo-mento de fazer um trabalho focado no combate real. Aquilo de esporte e competição já não atendia aos meus propósitos, e nos separamos. Guardo grande carinho, admiração e respeito por ele, mas precisava dar vazão aos meus ideais.”

O professor explica que a cria-ção de um novo estilo nada mais é do que a especifi cidade de um determinado treinamento. “Esse é o caminho natural daqueles que buscam um trabalho espe-cífi co. Desde os 10 anos estou nos tatamis, e passei por vários momentos das chamadas artes marciais no Brasil e no exterior. Sempre tive minha marca Phy-sical Tiger associada a grandes iniciativas e projetos, além do sucesso obtido com nossa franchise que, em determi-nado momento, atingiu a marca de 50 academias. Há muitos anos desen-volvi meu próprio estilo,

Scientifi c Hapkido System, voltado para o treinamento de forças policiais, militares e pro-Scientifi c Hapkido System, voltado para o treinamento de forças policiais, militares e pro-fi ssionais da área de segurança. Foi justamente em função dessa postura que optamos fi ssionais da área de segurança. Foi justamente em função dessa postura que optamos por fundar um novo grupo fundamentado no Scientifi c Hapkido System.por fundar um novo grupo fundamentado no Scientifi c Hapkido System.

Treinamento focado na defesa pessoalTreinamento focado na defesa pessoal

Focado no treinamento de civis que buscam um preparo específi co e no treinamento Focado no treinamento de civis que buscam um preparo específi co e no treinamento de corporações, Norberto Serrano mostra como é feito esse trabalho. “Hoje formamos e de corporações, Norberto Serrano mostra como é feito esse trabalho. “Hoje formamos e damos treinamento para as Forças Armadas e isso envolve o Exército, Marinha, Força damos treinamento para as Forças Armadas e isso envolve o Exército, Marinha, Força Aérea e grupos especiais. Na área de segurança pública, trabalhamos com as polícias Aérea e grupos especiais. Na área de segurança pública, trabalhamos com as polícias Civil, Militar e Federal e guardas metropolitanas. Treinamos o pessoal de várias empre-Civil, Militar e Federal e guardas metropolitanas. Treinamos o pessoal de várias empre-sas de segurança e profi ssionais da área. Temos professores que dão treinamento em todos os níveis. Para pessoas físicas, empresários, temos instrutores particulares e utilizamos nosso próprio dojang, onde damos aulas individuais e coletivas. Com referência às tro-pas e corporações, nossos professores fazem o treinamento na base. Realizamos seminários e cursos no País e no exterior, como os das tropas que estão indo para o Haiti a ser-viço da ONU, e o seminário para os delega-fos e promotores de justiça do Estado do

Criação do Scientific Hapkido System

Norberto Serrano explica de que forma enveredou para o lado mais marcial das artes marciais e porque criou o novo estilo. “Sempre admirei e respeitei meu mestre Yun Sik Kim, porém, ao longo dos anos, nossas ideias foram distanciando-se, e achei que havia chegado o mo-mento de fazer um trabalho focado no combate real. Aquilo de esporte e competição já não atendia aos meus propósitos, e nos separamos. Guardo grande carinho, admiração e respeito por ele, mas precisava dar vazão aos meus ideais.”

O professor explica que a cria-ção de um novo estilo nada mais é do que a especifi cidade de um determinado treinamento. “Esse é o caminho natural daqueles que buscam um trabalho espe-cífi co. Desde os 10 anos estou nos tatamis, e passei por vários momentos das chamadas artes marciais no Brasil e no exterior. Sempre tive minha marca Phy-sical Tiger associada a grandes iniciativas e projetos, além do sucesso obtido com nossa franchise que, em determi-nado momento, atingiu a marca de 50 academias. Há muitos anos desen-volvi meu próprio estilo,

Civil, Militar e Federal e guardas metropolitanas. Treinamos o pessoal de várias empre-Civil, Militar e Federal e guardas metropolitanas. Treinamos o pessoal de várias empre-sas de segurança e profi ssionais da área. Temos professores que dão sas de segurança e profi ssionais da área. Temos professores que dão treinamento em todos os níveis. Para pessoas físicas, empresários, treinamento em todos os níveis. Para pessoas físicas, empresários, temos instrutores particulares e utilizamos nosso próprio dojang, temos instrutores particulares e utilizamos nosso próprio dojang, onde damos aulas individuais e coletivas. Com referência às tro-onde damos aulas individuais e coletivas. Com referência às tro-pas e corporações, nossos professores fazem o treinamento na pas e corporações, nossos professores fazem o treinamento na base. Realizamos seminários e cursos no País e no exterior, base. Realizamos seminários e cursos no País e no exterior, como os das tropas que estão indo para o Haiti a ser-viço da ONU, e o seminário para os delega-fos e promotores de justiça do Estado do

Criação do Scientific Hapkido System

Norberto Serrano explica de que forma enveredou para o lado mais marcial das artes marciais e porque criou o novo estilo. “Sempre admirei e respeitei meu mestre Yun Sik Kim, porém, ao longo dos anos, nossas ideias foram distanciando-se, e achei que havia chegado o mo-mento de fazer um trabalho focado no combate real. Aquilo de esporte e competição já não atendia aos meus propósitos, e nos separamos. Guardo grande carinho, admiração e respeito por ele, mas precisava dar vazão aos meus ideais.”

O professor explica que a cria-ção de um novo estilo nada mais é do que a especifi cidade de um determinado treinamento. “Esse é o caminho natural daqueles que buscam um trabalho espe-cífi co. Desde os 10 anos estou nos tatamis, e passei por vários momentos das chamadas artes marciais no Brasil e no exterior. Sempre tive minha marca Phy-sical Tiger associada a grandes iniciativas e projetos, além do sucesso obtido com nossa franchise que, em determi-nado momento, atingiu a marca de 50 academias. Há muitos anos desen-volvi meu próprio estilo,

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que focava o aspecto bélico e não o desportivo das lutas. Minha bagagem de 44 anos nas mais variadas modali-dades me deu embasamento para entender o espectro das artes marciais sob um enfoque diferente daquilo que temos no mercado, e todos os grandes mestres fi zeram o mesmo, criando e desenvolvendo seus

próprios estilos.”Norberto enumera alguns dos mais po-

pulares mestres que fundaram seus estilos. “Nesse contexto, temos exemplos importantíssimos a dar. E o maior deles foi Jigoro Kano, o mestre dos mestres, que nas-ceu em 1860, foi praticante de jiu-jitsu mas, em 1882, criou o judô Kodokan. Bruce Lee treinou vários estilos de ar-tes marciais, como o Ving

Tsun e o Tai Chi, e criou seu estilo, o Jeet Kune Do. Já o

mestre Sokaku Takeda criou o Dai-to Ryu Aikijujitsu, que teve como alu-

no o mestre Choi Yong Sul, que voltou do Japão para a Coreia, onde criou o Hapkido. O outro grande exemplo é Mo-rihei Ueshiba, fundador do Aikido.”

O fundador do Scientifi c Hapkido System destaca que a essência deve ser preservada. “Os novos estilos sem-pre existiram, mas a essência deve ser preservada. As transformações visam a evolução de uma determinada modalida-de, mas a essência tem de ser mantida. Tudo muda, e isso faz parte do processo evolutivo do homem e de nossa socieda-de. Muitas vezes não sabemos se o que estão falando é verdade ou não. Por isso sugiro sempre que as pessoas procurem

estudar, analisar e praticar, para depois ter certeza de que aquilo é real. Só assim conse-guiremos atingir o verdadeiro conhecimento das artes marciais”, disse Serrano.

‘Não gosto de ser enganado e não acho certo enganar ninguém. Quando ensino, eu faço isso porque tenho prazer de ensinar. Viajei a vários países atrás de conhecimento, mas em todo o mundo temos pessoas que não sabem, pessoas que sabem e, lamentavelmente, as pessoas que

pensam que sabem. Nunca falei mal de nenhuma arte marcial ou de seus mestres. Apenas pratiquei

todas que pude, para conhecer verdadeiramente cada uma delas e todas desde a faixa branca. O fato

preponderante é que todas têm seu valor e importân-cia. Após toda esta grande vivência nos tatamis, decidi

dedicar-me exclusivamente ao Scientifi c Hapkido Sys-tem porque, acima de qualquer outra coisa, o treinamento

paramilitar me fascina.”“Nosso treinamento é voltado para situações extremadas

e para a sobrevivência do dia a dia, nas ruas e na guerra. Trabalhamos técnicas reais visando à neutralização, imobili-

zação e/ou fi nalização do agressor com armas e sem armas.

que focava o aspecto bélico e não o desportivo das lutas. Minha bagagem de 44 anos nas mais variadas modali-dades me deu embasamento para entender o espectro das artes marciais sob um enfoque diferente daquilo que temos no mercado, e todos os grandes mestres fi zeram o mesmo, criando e desenvolvendo seus

Norberto enumera alguns dos mais po-pulares mestres que fundaram seus estilos. “Nesse contexto, temos exemplos importantíssimos a dar. E o maior deles foi Jigoro Kano, o mestre dos mestres, que nas-ceu em 1860, foi praticante de jiu-jitsu mas, em 1882, criou o judô Kodokan. Bruce Lee treinou vários estilos de ar-tes marciais, como o Ving

Tsun e o Tai Chi, e criou seu estilo, o Jeet Kune Do. Já o

mestre Sokaku Takeda criou o Dai-to Ryu Aikijujitsu, que teve como alu-

no o mestre Choi Yong Sul, que voltou do Japão para a Coreia, onde criou o Hapkido. O outro grande exemplo é Mo-rihei Ueshiba, fundador do Aikido.”

O fundador do Scientifi c Hapkido System destaca que a essência deve ser preservada. “Os novos estilos sem-pre existiram, mas a essência deve ser preservada. As transformações visam a evolução de uma determinada modalida-de, mas a essência tem de ser mantida. Tudo muda, e isso faz parte do processo evolutivo do homem e de nossa socieda-de. Muitas vezes não sabemos se o que estão falando é verdade ou não. Por isso sugiro sempre que as pessoas procurem

estudar, analisar e praticar, para depois ter certeza de que aquilo é real. Só assim conse-guiremos atingir o verdadeiro conhecimento das artes marciais”, disse Serrano.

‘Não gosto de ser enganado e não acho certo enganar ninguém. Quando ensino, eu faço isso porque tenho prazer de ensinar. Viajei a vários países atrás de conhecimento, mas em todo o mundo temos pessoas que não sabem, pessoas que sabem e, lamentavelmente, as pessoas que

pensam que sabem. Nunca falei mal de nenhuma arte marcial ou de seus mestres. Apenas pratiquei

todas que pude, para conhecer verdadeiramente cada uma delas e todas desde a faixa branca. O fato

preponderante é que todas têm seu valor e importân-cia. Após toda esta grande vivência nos tatamis, decidi

dedicar-me exclusivamente ao Scientifi c Hapkido Sys-tem porque, acima de qualquer outra coisa, o treinamento

“Nosso treinamento é voltado para situações extremadas e para a sobrevivência do dia a dia, nas ruas e na guerra.

Trabalhamos técnicas reais visando à neutralização, imobili-zação e/ou fi nalização do agressor com armas e sem armas.

que focava o aspecto bélico e não o desportivo das lutas. que focava o aspecto bélico e não o desportivo das lutas. Minha bagagem de 44 anos nas mais variadas modali-Minha bagagem de 44 anos nas mais variadas modali-dades me deu embasamento para entender o espectro dades me deu embasamento para entender o espectro das artes marciais sob um enfoque diferente daquilo das artes marciais sob um enfoque diferente daquilo que temos no mercado, e todos os grandes mestres que temos no mercado, e todos os grandes mestres fi zeram o mesmo, criando e desenvolvendo seus fi zeram o mesmo, criando e desenvolvendo seus

próprios estilos.”próprios estilos.”Norberto enumera alguns dos mais po-

pulares mestres que fundaram seus estilos. “Nesse contexto, temos exemplos importantíssimos a dar. E o maior deles foi Jigoro Kano, o mestre dos mestres, que nas-ceu em 1860, foi praticante de jiu-jitsu mas, em 1882, criou o judô Kodokan. Bruce Lee treinou vários estilos de ar-tes marciais, como o Ving

Tsun e o Tai Chi, e criou seu estilo, o Jeet Kune Do. Já o

mestre Sokaku Takeda criou o Dai-to Ryu Aikijujitsu, que teve como alu-

no o mestre Choi Yong Sul, que voltou do Japão para a Coreia, onde criou o Hapkido. O outro grande exemplo é Mo-rihei Ueshiba, fundador do Aikido.”

O fundador do Scientifi c Hapkido System destaca que a essência deve ser preservada. “Os novos estilos sem-pre existiram, mas a essência deve ser preservada. As transformações visam a evolução de uma determinada modalida-de, mas a essência tem de ser mantida. Tudo muda, e isso faz parte do processo evolutivo do homem e de nossa socieda-de. Muitas vezes não sabemos se o que estão falando é verdade ou não. Por isso sugiro sempre que as pessoas procurem

estudar, analisar e praticar, para depois ter certeza de que aquilo é real. Só assim conse-certeza de que aquilo é real. Só assim conse-guiremos atingir o verdadeiro conhecimento das guiremos atingir o verdadeiro conhecimento das artes marciais”, disse Serrano. artes marciais”, disse Serrano.

‘Não gosto de ser enganado e não acho certo ‘Não gosto de ser enganado e não acho certo enganar ninguém. Quando ensino, eu faço isso enganar ninguém. Quando ensino, eu faço isso porque tenho prazer de ensinar. Viajei a vários porque tenho prazer de ensinar. Viajei a vários países atrás de conhecimento, mas em todo o países atrás de conhecimento, mas em todo o mundo temos pessoas que não sabem, pessoas mundo temos pessoas que não sabem, pessoas que sabem e, lamentavelmente, as pessoas que que sabem e, lamentavelmente, as pessoas que

pensam que sabem. Nunca falei mal de nenhuma pensam que sabem. Nunca falei mal de nenhuma arte marcial ou de seus mestres. Apenas pratiquei arte marcial ou de seus mestres. Apenas pratiquei

todas que pude, para conhecer verdadeiramente todas que pude, para conhecer verdadeiramente cada uma delas e todas desde a faixa branca. O fato cada uma delas e todas desde a faixa branca. O fato

preponderante é que todas têm seu valor e importân-preponderante é que todas têm seu valor e importân-cia. Após toda esta grande vivência nos tatamis, decidi cia. Após toda esta grande vivência nos tatamis, decidi

dedicar-me exclusivamente ao Scientifi c Hapkido Sys-dedicar-me exclusivamente ao Scientifi c Hapkido Sys-tem porque, acima de qualquer outra coisa, o treinamento tem porque, acima de qualquer outra coisa, o treinamento

paramilitar me fascina.”“Nosso treinamento é voltado para situações extremadas

e para a sobrevivência do dia a dia, nas ruas e na guerra. Trabalhamos técnicas reais visando à neutralização, imobili-

zação e/ou fi nalização do agressor com armas e sem armas.

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Nossa fi losofi a é a de que não lutamos para vencer e sim para não sermos ven-cidos. Reverenciamos a vida, a saúde, a harmonia, o amor, a paz e a felicidade. Meu pensamento é que todos nós, em algum momento em nossas vidas, somos mestres. Um exemplo simples é o quan-to ensinamos aos nossos pais desde que nascemos, e tomo isso como exemplo para aprender, a cada dia, um pouco mais e agradeço muito a Deus”, fi nalizou.

Comandante do IV° batalhão de infantaria leve, Tenente-coronel Jones Darkenwald Farias, Grão-mestre Norberto Serrano Junior e Sargento Ricardo Luiz Silva

Uma das turmas de alunos de cadetes da academia do Barro Branco

Norberto Serrano, Norberto Serrano Peres e Kim Nascimento SerranoLeandro Regis Ramos Horta o presidente da federação paulista, Nor-berto Serrano e o vice-presidente paulista Antonio Aparecido Alves

Presidente da federação do Pará Peter Jones Vieira da Silva, Norberto Serrano e o vice-presidente Franklin Jones Vieira da Silva

Mestre Paulo Issa Bitar, presidente da federação da Flórida e Norberto Serrano

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Federação Scientific Hapkido System do Estado de São PauloPresidente Mestre Leandro Regis Ramos HortaVice-presidente Mestre Antonio Aparecido AlvesAvenida Mogi Mirim, 326 Jardim Progresso - Mogi Guaçu (SP)Fone (19) [email protected]

Federação Scientific Hapkido System do Estado do ParáPresidente Peter Jones Vieira da SilvaVice-presidente Franklin Jones Vieira da SilvaAvenida Barão do Rio Branco, 1155, Nova Olinda - Castanhal (PA)68.742-015 - Fone (91) [email protected]

Federation Of The Estate Of Florida Scientific Hapkido SystemMestre Paulo Issa Bitar6682 Timesquer Ave 105 - Orlando Florida - USAPhone 407-6806169 – E-mailfederationshsofstateoffl [email protected]

Federação Scientific Hapkido System do Estado de São PauloPresidente Mestre Leandro Regis Ramos HortaFederação Scientific Hapkido System do Estado de São PauloFederação Scientific Hapkido System do Estado de São PauloFederação Scientific Hapkido System do Estado de São PauloPresidente Mestre Leandro Regis Ramos HortaVice-presidente Mestre Antonio Aparecido Alves

Federação Scientific Hapkido System do Estado de São Paulo

Grão-mestre Norberto Serrano Junior• Nascido 15 de julho de 1957 em São Paulo, possui cidadania hispano-brasileira. É casado e desde os 10 anos pratica artes marciais, o que lhe rendeu a faixa preta em sete modalidades de luta. • É faixa preta 6º dan pela World Bum Moo Hapkido Federation – Coreia do Sul.• Em 1993 fundou a Federação de Hapkido do Estado de São Paulo e ocupou a vice- presidência por aclamação.• Em 2001 fundou a Confederação Brasileira de Hapkido, ocupando a vice-presidência.• Em 1993 realizou o primeiro campeonato paulista e brasileiro de Hapkido, e foi o responsável pela realização das edições seguintes até 2003. • Até 2010 foi discípulo e aluno mais graduado do grão-mestre Yun Sik Kim, de quem foi sempre o braço direito e o principal assessor. • No ano de 1991 foi campeão mundial de Hapkido em Seul, Coreia do Sul, e recebeu a medalha de ouro das mãos de Shin Shi Bum, general da Força Aérea sul-coreana.• Em 1993 voltou a Seul, onde conquistou o bicampeonato mundial da categoria Mestres. Nesse ano levou cinco faixas-pretas formados por ele e todos conquistaram medalhas de ouro.• Criou a franchise da Physical Tiger com 50 academias no Brasil e Estados Unidos.• Fundou e foi presidente da Confederação Brasileira de Lutas de Vale-Tudo – Free Style – MMA. • Promoveu 30 eventos de lutas de MMA em todo o Brasil, inclusive o primeiro feminino e a estreia do primeiro octógono do Brasil, quando aconteceu o famoso combate entre Victor Belfort e Vanderlei Silva• Criou o Scientific Hapkido System.• Introdutor do Scientific Hapkido System na Academia de Oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo – Barro Branco e nas Forças Armadas

Mestre Kim Nascimento Serrano• Nascido em 7 de abril de 1983, começou nos tatamis aos 7 anos.• É natural de São Paulo/SP e possui cidadania hispano-brasileira.

• Professor de educação física.• Pós-Graduação em biomecânica e noções técnicas em acupuntura para reabilitação física.

• Professor técnico em didática de treinamento da Confederação Brasileira de Hapkido. • Especializado em treinamento funcional para lutas.

• Especializado em treinamento de defesa pessoal para deficientes físicos. • Especializado em treinamento especifico de defesa pessoal urbana.

• Perito em treinamento para as Forças Armadas, polícias Civil, Militar e Federal, e empresas de segurança privada.• Tricampeão paulista e brasileiro de Hapkido em lutas em pé, hoshinsul com armas, lutas no solo e lutas por equipe.

Currículo dos Mestres

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Quando iniciou no esporte?Comecei aos 2 anos e 8 meses de idade, no karatê sho-tokan (Tradicional).

Porque mudou para o judô?Primeiro, porque no karatê eu já tinha conseguido alguns títulos que eu queria e, segundo, porque além do judô ser olímpico, a luta em si envolve aspectos muito mais emo-cionantes.

Quais títulos conquistou no karatê?Bronze no mundial realizado em Tóquio, penta-campeã bra-sileira e bi-campeã pan-americana.

O karatê ajudou de alguma forma no judô?Não. Tive de aprender o judô do zero, mas confesso que fazer karatê foi uma experiência muito boa.

Com quem e quando iniciou no judô?Comecei um pouco tarde, pois já tinha 13 anos. Mas tive a sorte de aprender judô com o sensei Lhofei Shiozawa, um dos melhores judocas do Brasil. Muitos dizem, aliás, que foi o mais técnico de todos.

Você sabe quem foi Lhofei Shiozawa?Sei um pouco. Sei que veio de São Paulo, onde apren-deu judô no Pico do Jaraguá, e seu professor foi Sobey Tani, uma referência do judô brasileiro. Sensei Tani nas-ceu 1908, em Fukuoka, e faleceu em 1969. Sua acade-mia fi gurou muito anos como uma das mais fortes de São Paulo. Formou grandes campeões, entre os quais se destaca Lhofei Shiozawa, uma lenda no judô brasileiro. Foi o primeiro brasileiro a participar de uma Olimpíada, em 1964 no Japão. Hoje, tenho muita saudade e sinto muita falta dele, pois me ensinou muita coisa e foi um segundo pai para mim.

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Por André de Rossi

O JUDÔProporcionando Crescimento

Dentro e Fora dos Tatamis

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INTERVIEWPaulo Roberto Pinto

Fotos Arquivo

Comecei aos 2 anos e 8 meses de idade, no karatê sho-

Primeiro, porque no karatê eu já tinha conseguido alguns títulos que eu queria e, segundo, porque além do judô ser olímpico, a luta em si envolve aspectos muito mais emo-

Bronze no mundial realizado em Tóquio, penta-campeã bra-

Não. Tive de aprender o judô do zero, mas confesso que

Comecei um pouco tarde, pois já tinha 13 anos. Mas tive a sorte de aprender judô com o sensei Lhofei Shiozawa, um dos melhores judocas do Brasil. Muitos dizem, aliás, que

Sei um pouco. Sei que veio de São Paulo, onde apren-deu judô no Pico do Jaraguá, e seu professor foi Sobey Tani, uma referência do judô brasileiro. Sensei Tani nas-ceu 1908, em Fukuoka, e faleceu em 1969. Sua acade-mia fi gurou muito anos como uma das mais fortes de São Paulo. Formou grandes campeões, entre os quais se destaca Lhofei Shiozawa, uma lenda no judô brasileiro. Foi o primeiro brasileiro a participar de uma Olimpíada, em 1964 no Japão. Hoje, tenho muita saudade e sinto muita falta dele, pois me ensinou muita coisa e foi um

Comecei aos 2 anos e 8 meses de idade, no karatê sho-

Primeiro, porque no karatê eu já tinha conseguido alguns títulos que eu queria e, segundo, porque além do judô ser olímpico, a luta em si envolve aspectos muito mais emo-

Bronze no mundial realizado em Tóquio, penta-campeã bra-

Não. Tive de aprender o judô do zero, mas confesso que

Comecei um pouco tarde, pois já tinha 13 anos. Mas tive a sorte de aprender judô com o sensei Lhofei Shiozawa, um dos melhores judocas do Brasil. Muitos dizem, aliás, que

Sei um pouco. Sei que veio de São Paulo, onde apren-deu judô no Pico do Jaraguá, e seu professor foi Sobey Tani, uma referência do judô brasileiro. Sensei Tani nas-ceu 1908, em Fukuoka, e faleceu em 1969. Sua acade-mia fi gurou muito anos como uma das mais fortes de São Paulo. Formou grandes campeões, entre os quais se destaca Lhofei Shiozawa, uma lenda no judô brasileiro. Foi o primeiro brasileiro a participar de uma Olimpíada,

Aproveitando a oportunidade surgida, Fernanda Pimentel Araújo trocou a tranquilavida em família na cidade de Goiânia para estudar e aperfeiçoar seu judô em Boston.

Nascida em 9 de junho de 1991 em Inhumas, nesta entrevista a judoca que hoje é considerada membro da família Pedro, fala da superação das adversidades, de sua rotina

de treinamento, da oportunidade de crescimento no judô e de seu preparo para a vida

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Qual é o seu tokui waza?Gosto muito do uchi-mata e do tai-otoshi.

E o do seu sensei?Acho que era o osoto-gari.

O que o sensei Shiozawa te ensinou, além do judô?Ele me ensinou a ter mais controle emo-cional, responsabilidade e mais respeito por tudo na vida.

O que ele falava sobre postura no shiai-jô?Para ter base, foco, concentração e res-peito pelo adversário.

Qual era a coisa que ele mais cobrava de você?Postura e dedicação nos treinamentos. Enfatizava o treino diário para a manu-tenção do foco e do aperfeiçoamento técnico.Quanto tempo treinou com ele?Tive a sorte de treinar com ele durante cinco anos, e aprendi muita coisa. Meu sensei era perfeccionista e lia tudo que aparecia à sua volta.

O que mais admirava nele?A postura, o respeito e o conhecimento que possuía, e não só de judô, mas da vida como um todo.

Como aconteceu a ida para EUA?Em julho de 2009 fiquei um mês treinan-

vida deles. Com relação ao treinamento, eles são muito focados nas técnicas de chão. Minha análise é que o judô deles está crescendo, apesar de bem menos praticantes que em outros países como o Brasil.

O Jimmy Pedro entende do assunto?Acho que os títulos conquistados por ele respondem sua pergunta. Foi campeão mundial em 1999, em Birmingham/Ingla-terra; tem dois bronzes olímpicos, 96/04; é bicampeão dos Jogos Pan-Americanos; bicampeão mundial por equipes 2000/04; é pentacampeão pan-americano de judô e, de quebra, em 1999 foi campeão da Kano Cup, em Tóquio/Japão.

E o Jimmy te dá dicas importantes?Sim, ele me ensina tudo que sabe. Tenho muita dificuldade em lutar com canho-tos e ele me põe sempre para lutar com canhotos, me dá dicas importantes de golpes, pegada e situações de combate. Tanto ele quanto o pai, professor Big Jim, são dedicados aos alunos que competem pelo dojô. Hoje sou atleta da equipe prin-cipal da Team Force.

Na América do Norte sua categoria é forte?Treino muito forte. Minha categoria an-terior, a -57 kg, não é muito disputada, mas agora subi para a – 63 kg, e nesta categoria o bicho pega mesmo. Mas, no geral, as meninas do – 57kg e do – 63 kg são fortes. Como exemplo cito Hanna Martins, Hanna Camargo e Janine akao.

do no dojô do medalhista olímpico Jason Morris (Prata em Barcelona/92) em Alba-ni - New York, depois fui competir em Or-lando e Miami nos EUA, no US Open Ju-nior . No campeonato me encontrei com a Carrie Chandler (já a conhecia desde Montreal/Canadá), que é treinadora no Pedro`s Judo Center , e ela acabou me convidando para ir conhecer a escola e o trabalho deles. Posteriormente, o sensei Jimmy me enviou um convite para treinar e estudar lá.

Como é o judô lá?Os norte-americanos são muito sérios e profissionais, gosto muito do estilo de

Equipe de judocas do prof. Joseph Guilherme de Goiânia

Fernanda com seu professor Jimmy Pedro

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É da academia de vocês aquela campeã mundial que incomoda a Mayra, certo?A Kayla Harrison, do – 78kg. Ela é muito boa. Treino com ela diariamente e sofro muito. Temos também o Travis Stevens, do – 73kg, um judoca que está entre os me-lhores dos EUA, e também treina conosco.

Há quanto tempo está em Boston? E está valendo a pena?Há um ano e cinco meses, e está valendo a pena sim. Hoje tenho mais responsa-bilidade, evoluí muito no judô e pesso-almente. Nos estudos está sendo mais importante porque lá a escola é muito di-ferente, e meu inglês melhora a cada dia.

Então não houve arrependimento?De forma alguma.

E sobre a distância da família e a saudade?Isso é bem complicado porque sempre tivemos uma aproximação muito grande. Somos muito unidos em casa, mas me apego ao fato de estar crescendo pesso-almente. Tive de aprender a me virar so-zinha e hoje valorizo muito mais tudo que recebo dos meus pais e de minha irmã. Em Boston tem um restaurante Oliveiras onde sempre encontro muitos brasileiros e tenho muita amizade com o Wilton Ran-gel, proprietário da casa e grande amigo dos brasileiros que la estão.

A relação com seus pais ficou melhor?Sim, e muito. Meu pai só peca no sentido de nos superproteger, no resto ele é perfeito. Es-tando aqui ele não tinha como controlar tudo, e com isso fomos nos adequando e a relação hoje é perfeita. Com mi-nha mãe sempre houve

cumplicidade total.

Como foi o início?Muito difícil porque só valorizamos verda-deiramente aquilo que possuímos quando perdemos. Mas aos poucos fui adquirindo independência, e passei a aproveitar esta situação que antes foi adversa, e hoje adoro tudo aqui. Percebi e estou apren-dendo muito, eles têm uma visão diferente de estudo e temos de nos virar sozinhos. Nem na escola existe molezinha. Ou você estuda e se vira, ou já era.

Como avalia sua participação no Tro-féu Brasil?Foi minha estréia no – 63kg, e acho que ainda estou me adaptando à nova cate-goria de peso. Mas valeu. Pude fazer al-gumas lutas, venci todas no qualifying e ajudei minha equipe (judô Inhumas).

Quando inicia o college?Em junho. Vou fazer business em duas áreas: Economia e International Business.

Lá você é considerada do time ou fa-zem discriminação?Sou do time e fazemos tudo juntos. Mo-ramos na mesma casa e temos uma vida em comum.

Quais são seus projetos para o futuro?Estudar bastante e tornar-me uma grande

empresária. Se for a metade do que meu pai é, já ficarei feliz. O principal é conquis-tar minha independência, estando aqui ou em qualquer outro país.Quais são seus sonhos?Me formar nos EUA e, se possível defen-der o Brasil nos Jogos Olímpicos.

Fale um pouco do projeto social que mantém em Inhumas/GO.A ideia partiu de mim mesma porque nasci em Inhumas e fiquei quase minha vida inteira lá. Vi a necessidade de pro-porcionar uma alternativa e uma oportu-nidade às crianças de minha cidade. Sei que o esporte proporciona formação e dá condição de crescimento àqueles que realmente desejam isso. E por meio de nosso projeto podemos fazer isso. Sei que em escolas públicas as crianças não têm a mesma oportunidade que eu tive, e sei que as crianças que se apegarem de verdade ao judô poderão fazer as melhores faculdades do País, pois o es-porte realmente proporciona esse cres-cimento. Minha forma de retribuir tudo o que a vida me deu foi criar este projeto social de judô, que é fundamentado nos ideais do sensei Shiozawa. Para mim ele não foi apenas um dos melhores judocas do mundo, ele foi um homem exemplar e dedico a ele o trabalho que desenvolve-mos em nosso projeto social.

O projeto atingiu seus objetivos?Com certeza. Temos várias crianças com problemas diversos e hoje são responsá-veis, têm outra postura e dão mais valor à vida. Crianças que nunca puderam sair de Inhumas e hoje conhecem parte do Brasil, e já sonham com algo maior. Tudo isso em função do judô.

Você acha que ele ainda pode evoluir?Nosso projeto social vai evoluir cada vez mais. Vamos buscar mais apoio e vamos

Socorro, Ana Vitória, Fernanda e Júnior

Fernanda e o empresário e amigo de Boston Wilton Rangel Fernanda com a equipe Team Force

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Page 95: Revista Budo 4

aumentar nosso poder de ação. Em bre-ve teremos um centro de treinamento de judô em Inhumas e com isso o potencial competitivo da cidade vai aumentar.Quais pessoas foram fundamentais em seu caminho nos tatamis?Primeiramente Deus, sem ele nada exis-tiria. Depois minha família, que é espe-tacular. Meus pais e a Ana Vitória são maravilhosos e mesmo a distância fazem parte de meu dia a dia. Meus tios e meus avós também estão muito presentes. Existem pessoas fundamentais nesse processo e a Daniele Zangrando é uma delas. Ela é uma pessoa da família e é muito importante para mim. O professor Shiozawa, que me mostrou outro lado da vida, os professores João Henrique, Joseph e Jimmy Pedro, que está dando esta grande oportunidade dentro e fora dos tatamis.

Jimmy Pedro aposta na judoca goiana

Como tem sido sua relação com a ju-doca Fernanda Araújo?A atleta Fernanda Araújo é como minha filha brasileira. É uma garota muito boa e esta sempre em minha casa e fica com minha família. Todo mundo gosta dela e estamos muito orgulhosos de suas con-quistas no judô e na escola.

Qual é a importância de ter uma judo-ca brasileira treinando em seu dojô? Nosso programa Team Force sempre acolhe atletas estrangeiros. O foco do nosso programa é o desenvolvimento do indivíduo no judô e na vida. Isso pode

Raio XFernanda Pimentel AraújoNascida em 09 de junho de 1991 em Inhumas – GOOrigem no Judô: Após conquistar os principais títulos no karatê passou a fazer judôPrimeiro professor: Lhofei ShiozawaProfessor atual: Jimmy Pedro/USAFederada: Federação Goiana de JudôTokui Waza: Uchi-mataKimono preferido: MizunoAltura: 1,63 mPeso: 63 kgCategoria: SêniorPreparadores: João Henrique/BR – USA/RichieAcademia : La Fitness Wakefield-MA-USA Médico ortopedista: Dr. Edmundo Medeiros Nutricionista: Paulinne TosaPatrocinadores: Temper Vidros, Kiko Rancho, Papelaria Tributária, Pró-esporte, AGEL, Governo de Goiás Apoiadores: Familia e amigosReligião: Sou Católica Apostólica RomanaUm ídolo: Pessoal/Meu Pai - Judô/Jimmy PedroPolítico exemplar: Ronaldo Caiado Dep. Federal-GOSonho para o Judô: OlimpíadasSonho pessoal: Universidade de Business aqui nos EUAUma Paixão: Fazenda e JudôComida Preferida: Churrasco e PamonhaCidade para Morar: Wakefield - BostonGrande amizade: Minha mãe Maria do Socorro e minha irmã Ana VitóriaDo que tem saudade: Família e amigos Principais títulos:Bronze Brasileiro Juvenil – 2.007Bronze Brasileiro Sênior – 2.007Bronze Quebec Open Juvenil – Montreal - Canadá 2.007Prata Quebec Open Júnior – Montreal - Canadá 2.0085.º Lugar Brasileiro Junior – 2.0085.º Lugar Brasileiro Junior – 2.009Campeã US Open Sub-20 – Miami-USA – 2.010

ser orientado tanto para o estudo quanto para o trabalho. O foco da Fernanda ago-ra está em sua educação, e por isso ela não pode dedicar-se em tempo integral ao treinamento de judô. Mas quando parar de competir terá uma formação e será bem--sucedida na vida. Além disso, para nós é uma honra saber que uma atleta brasileira tenha escolhido nosso dojô para vir treinar aqui, na América.

Qual é a sua avaliação técnica da Fer-nanda?As técnicas principais da Fernanda são tai-otoshi e uchi-mata. Estamos traba-lhando mais a disputa de pegada (kumi--kata), especialmente contra atletas canhotas, que oferecem maiores dificul-dades a ela. Suas técnicas estão melho-rando e ela está tornando-se uma judo-ca mais forte. O que ela precisa agora é adquirir mais experiência e dedicar mais tempo ao seu treinamento. Seu calendá-rio escolar é muito apertado e isso tem dificultado seu treinamento diário.

É isso que tem dificultado resultados mais expressivos nas principais competições? O maior problema é que ela não está competindo o necessário para desenvol-ver plenamente seu potencial. Para ven-cer em competições de maior nível, é pre-ciso estar competindo constantemente nos principais torneios. Mas o judô dela é excelente, ela tem muita determinação e aposto que alcançará todos os objetivos

Fernanda e seu Sensei Lhofei Shiozawa

Fernanda com algumas crianças do projeto social em Inhumas

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Palmas (TO) - O campeão olímpico Aurélio Miguel cumpriu extensa agenda na cidade Palmas, onde, além da home-nagem recebida, participou de uma série de ações que visam a massificar ainda mais o judô naquele Estado.

Convidado por Georgton Pacheco, amigo e presidente da Federação de Judô do Tocantins, Aurélio desembarcou na ca-pital tocantinense no dia 30 de abril, quan-do agradeceu a homenagem lembrando sua primeira visita ao Estado, em 1996. “Naquele ano tive a felicidade de ser agra-ciado com meu nome sendo dado ao dojô da Universidade Luterana. Agora, 15 anos depois,acontece esta nova homenagem que me deixa lisonjeado”, disse Aurélio, que salientou o trabalho desenvolvido pelo anfitrião. “Apesar do pouco tempo como dirigente esportivo, sei da serieda-de e das boas intenções do Georgton. Toda e qualquer iniciativa que auxilie o crescimento do judô brasileiro terá meu apoio incondicional, em qualquer parte do País, independentemente de questões geográficas ou políticas. Afinal, o judô na-cional vive um bom momento e esta fase precisa ser potencializada o máximo pos-sível”, frisou Aurélio.

Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô

Prestigia o judô do TocantinsCampeão Olímpico

Carlos Cunha, outro ícone dos tata-mis, também foi homenageado no Tocan-tins. Campeão pan-americano e atleta da seleção brasileira na Olimpíada de Mos-cou, Cunha, que hoje é editor-chefe dos sites Judô Brasil e Judô Paulista, foi a Pal-mas receber homenagem pelas medalhas conquistadas para o Brasil e pelos servi-ços prestados ao judô verde-amarelo.

Uma extensa agenda foi preparada para os paulistas, que foram recebidos no aeroporto Brigadeiro Lysias pela Banda da Guarda Metropolitana do Tocantins e um grupo formado por mais de 40 judocas do Projeto Carrossel do SESC-TO.

Ao passar pelo portão do desembar-que, o campeão olímpico, que estava acompanhado da esposa Michele, foi rece-

Magda E Michele Ton Pachêco, Aurélio Miguel e o vice-governo João Oliveira

Michele e Aurélio são recebidos no aeroporto po judocas do projeto Carrossel

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Page 97: Revista Budo 4

bido pelos pequenos judocas, que formavam um corredor que os levou até Georgton Pacheco e membros da diretoria da FEJET.

Do aeroporto Aurélio foi de helicóptero para o Palácio Ara-guaia, sede do governo tocantinense, onde foi recebido pelo vice-governador João Oliveira e o secretário estadual do Es-porte, Olyntho Garcia Neto. No gabinete do governador, Aurélio entregou uma medalha comemorativa a João Oliveira, que re-tribuiu com um kit informativo do Estado e justificou a ausência do governador Siqueira Campos: “Receba o afetuoso abraço do nosso governador Siqueira Campos. É com grande satisfação que o recebemos em nosso Estado. Sem dúvida sua presença

Pastor Ilvo Bender, diretor da Ulbra Palmas a instituição que sediou o evento

Aurélio recebendo camiseta do projeto Carrossel Os professores Ton, Cunha, Fred e Miguel

Autoridades presentes

Ton e Aurélio fazem demonstração para centenas de judocas

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Page 98: Revista Budo 4

é um grande estimulo para o esporte to-cantinense”, disse.

João Oliveira pediu a Aurélio que fos-se um porta-voz de Tocantins no sentido de mostrar para os paulistas as oportu-nidades que o Estado e o governo ofe-recem. Prontamente, Aurélio aceitou ser um porta-voz do esporte de Tocantins.

Aurélio conta segredos e dá importantes dicas

No fim da tarde, houve um concorrido treinamento no Colégio Ulbra, com mais de 100 judocas de todas as idades e gra-duações. Aurélio contou boa parte da sua história e falou de sua trajetória nos tata-mis e fora deles.

Aberto a perguntas, Aurélio mostrou detalhadamente suas técnicas preferidas e revelou seu ponto mais forte, o kumi--kata – técnicas de pegada. Famoso e respeitado no mundo todo, Aurélio falou

sobre a importância de uma preparação física e psicológica adequada, destacan-do o respeito, seriedade, determinação e dedicação ao treinamento.

Há muito não víamos um Aurélio tão descontraído e tão à vontade. Comu-mente, sua agenda apertada não permite tanta tranquilidade para dar uma aula de mais de duas horas com tamanha empol-gação. Tivemos o prazer de conviver com um gigante dos tatamis, que se apeque-nou para mostrar aos jovens judocas do Estado mais novo da federação que todo sonho é tangível. Que tudo é possível quando acreditamos naquilo que busca-mos.

Os atletas tiveram a oportunidade de ver, tocar, fotografar e até vestir suas duas medalhas olímpicas: o ouro con-quistado em Seul, em 1988, e o bronze de Atlanta, em 1996.

No dojô da Ulbra, Aurélio Miguel dis-seminou o espírito do judô, e fez a tão importante transmissão de conhecimento

a judocas ávidos de informação, que bus-cam conquistar seu próprio espaço nos tatamis. Ali vimos um campeão olímpico que desconhecíamos e com ele apren-demos muito sobre judô, sobre estratégia de luta e sobre a vida.

Imprensa campeãA mídia deu enorme destaque à visi-

ta do campeão olímpico e do campeão pan-americano a Palmas. As principais emissoras do Estado veicularam notícias e cobriram a presença dos judocas pau-listas no Tocantins.

Entre os veículos que cobriram a vol-ta de Aurélio Miguel ao judô tocantinen-se, destacamos a equipe de jornalismo esportivo da Rádio CBN Notícias, do Glo-bo Esporte da TV Anhanguera, e do pro-grama Esporte Mais TV da Rede Sat, que deram grande destaque aos campeões.

Campeão olímpico prestigia estadual

No domingo, o campeão olímpico par-ticipou da Copa Aurélio Miguel de Judô, e destacou a importância de que os atletas consagrados convivam com as crianças e jovens que estão começando em algum esporte. Para ele, a troca de experiência é fundamental e uma forma de incentivo à prática de esportes. “É importante di-fundir a atividade desportiva no Brasil”, disse Aurélio destacando que o judô está associado à melhoria no desempenho de alunos nas escolas, que oferecem esta modalidade.

As crianças que lá estavam para com-petir aproveitaram a oportunidade para ti-rar fotos com o grande ídolo. O secretário estadual da Juventude e dos Esportes,

Olyntho Neto, João Oliveira, Michele, Aurélio e Ton

Danilo Argollo, Olyntho Neto, Daniel Iglesias, Aurélio Miguel, João Oliveira, Ton e Fred Guerra

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Olyntho Neto, e o da Educação, Danilo de Melo Souza, compareceram à sole-nidade e destacaram a importância da presença de Aurélio Miguel no Estado, pontuando que ele é um exemplo positivo para as crianças.

Após a cerimônia de abertura, o cam-peão olímpico fez demonstração de seus golpes preferidos, treinou com alunos do Projeto Carrossel do SESC e levou a criançada à loucura com arremessos e projeções ainda bastante potentes.

DestaquesOs jovens Ennilara Lisboa Silva, 14

anos, e Mayons Niully Coelho Brito, 14 anos, que são considerados pela Fede-ração de Judô do Tocantins (FEJET) des-taques da modalidade no Estado, parti-ciparam da competição e confirmaram a expectativa positiva com as lutas. Enni-lara foi campeã nas categorias juvenil e júnior, sendo que na última ela competiu com atletas com idade superior à dela, de 17, 18 e 19 anos. A jovem vai disputar o Campeonato Brasileiro de Judô, no dia

14 de maio, em Recife (PE). Já o garoto Mayons foi o vencedor da categoria pré--juvenil da Copa Aurélio Miguel. Segundo o coordenador técnico da FEJET, Celso Galdino de Araújo, 12 associações parti-ciparam do campeonato, que reuniu um total de 300 atletas, sendo 192 competi-dores e 110 que lutaram no festival.

Balanço positivoPara Ton Pacheco, presidente da FE-

JET, o resumo de todos os eventos rea-lizados em Palmas é altamente positivo. “Ter o Aurélio Miguel mais uma vez aqui, e vê-lo dando aula para nossas crianças como se estivesse dando uma aula para um grupo de atletas olímpicos, foi mui-to além daquilo que imaginávamos. Ele mostrou detalhes de pegada e movimen-tação, detalhes de estratégia e dicas de como dirigir uma luta. Usufruir todo este conhecimento foi incrível. Quando eu trei-nava com ele sentia a dificuldade de tudo que ele revelou para nossos judocas”, disse.

Ton lembrou que Aurélio revelou se-gredos. “Ele foi campeão olímpico porque

é muito bom, e eu já sabia disso, só não tinha visto ainda ele revelar e mostrar às crianças todos os segredos de tudo que aprendeu nos tatamis. Fui o uke na pa-lestra, e confesso que me surpreendi. Nunca tinha visto nada tão claro, tão bem detalhado e com tamanha riqueza.”

O dirigente nortista emocionou-se com a qualidade da palestra do meda-lhista olímpico. “Como ele fez história e se tornou uma lenda, muita gente conta sua história. Mas aqui foi ele mesmo que contou, e mostrou como deu cada pas-so rumo ao ouro olímpico, simplificando e desmitificando fatos e mostrando que é possível chegar lá. Basta querer. Ele não foi campeão mundial júnior, cam-peão mundial universitário, campeão olímpico, bronze olímpico, e esteve em duas finais de mundiais à toa”, destacou Ton, que encerrou agradecendo a Deus e à sua equipe a oportunidade vivida. “Es-tou muito feliz por ter conseguido, com a ajuda e a dedicação de toda a nossa equipe extremamente competente, po-dido proporcionar tudo isso aos nossos judocas. Agradeço a Deus e amigos por termos feito tudo que fizemos”, finalizou o dirigente.

Participantes do seminário ministrado por Aurélio Miguel no dojô da UBRA/Palmas

Os senseis Celso, Fred, Daniel, Expedito, Papa e Cunha Carlos Cunha, Ton Pachêco e Aurélio Miguel

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Brasil Termina na Quarta Colocação

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Mundial Máster

Por Paulo Roberto Pinto

Fonte Relatório Carlos Eurico Pereira

Fotos Nelson Dell’Aquila

Frankfurt (ALE) - O 3ª IJF Grand Masters World Judo Championships foi promovido pela Federação Internacional de Judô (IJF) em parceria com a Federa-ção de Judô da Alemanha, e o responsá-vel técnico do evento foi Andrei Bondor, diretor da comissão de veteranos da FIJ.

Graças à presença no evento de Car-los Eurico da Luz Pereira, o presidente da Federação Gaucha de Judô, que foi a Frankfurt como competidor e observa-dor, pudemos fazer a cobertura da tercei-ra edição desta importante competição. Contamos também com o apoio institu-

cional da Federação Paulista de Judô e da Meltrip Turismo, agencia de viagens que há 11 anos acompanha a delegação verde-amarela nos mundiais másteres.

Realizado entre os dias 14 e 19 de ju-nho, em Frankfurt, no Sport und Freizeit-zentrum Kalbach, amplo centro esportivo que abriga uma pista de atletismo sinté-tica coberta, as disputas foram travadas em cinco amplas áreas de tatamis, com padrão olímpico e placares eletrônicos.

Contudo, a competição perdeu na questão organizacional e, principalmen-te, na arbitragem. Ao todo, foram inscri-

tos 1.038 atletas, e a FIJ escalou apenas 25 árbitros para a competição. O pior foi que todos pertenciam ao quadro de arbi-tragem da federação alemã.

Isso ratifi ca a pouca importância que os dirigentes internacionais dão a esta competição e o desrespeito com que tra-tam os competidores. Para Carlos Eurico, este procedimento foi totalmente equivo-cado. “Um evento ofi cial FIJ tem de contar com árbitros de qualidade, no mínimo FIJ C ou B. Não existe razão para um procedi-mento diferente. O desnível da arbitragem diminui, em muito, a qualidade do evento.”

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Muitos atletas reclamaram que a arbi-tragem estava demasiadamente tenden-ciosa e preocupada com quem estava no shiai-jo, não com o que era feito na luta. Esta é uma prática de certa forma usual na FIJ, porém, na Alemanha, parece que a coisa foi bem mais acentuada.

Outro fato bastante comentado foi que o país-sede não ofereceu nenhum tipo de recepção no aeroporto. Houve gente que fi cou três horas na fi la de cre-denciamento, mas a desorganização e a falta de seriedade na pesagem bateram recorde de reclamações.

Oferecimento

Fernanda Gomes Gleyson Ribeiro Alves Hamilton Moraes Correia com Carlos Eurico

Andréia Ambrósio

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Além da desorganização e da falta de controle no pagamento das inscri-ções, em nenhum momento foi exigido documento de filiação a alguma entida-de vinculada à FIJ. Se qualquer atleta da liga, por exemplo, estivesse lá, teria feito sua inscrição e competido sem nenhum problema.

Outro fato muito comentado foi a falta de uma apresentação ou atração artística na abertura do campeonato mundial e, segundo o presidente gaúcho, isso des-caracteriza totalmente um evento com a chancela da FIJ. “Estamos acostumados com o padrão FIJ de eventos, nos quais sempre uma grande surpresa é reser-vada ao público e aos participantes das competições. Mas, lamentavelmente, em Frankfurt nada disso aconteceu”.

Brasil surpreende e fica na quarta colocação O Brasil fechou o mundial de vetera-

nos de 2011 na quarta colocação geral, com seis medalhas de ouro, oito de pra-ta e 13 de bronze. A Rússia foi a grande

Milton Marques

Jairo Batista

Alexandre Mangueira Daniel Fausto Dell’Aquila

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Classificação Final

campeã, com 21 ouros, seguida da anfi triã Alemanha, que somou 20 ouros, e da França, com 13 ouros.

Entretanto, a Alemanha contou com a participação de 186 atletas, a França teve 157 judocas inscritos e a Rússia, 108. O Brasil contou apenas com 52 judocas e foi bastante prejudicado pela arbitragem. No próximo ano, o mundial será no Brasil, e vamos ver se teremos a ajuda da arbitragem.

O importante é que até no máster o Brasil está entre os cinco melho-res. Mesmo sendo esta a terceira edição do evento com chancela da FIJ, sem nenhum apoio ou suporte da CBJ, o bando formado por 53 doidos apaixonados pelo judô colocou o Brasil na quarta colocação geral.

Legendas como Japão, Cuba, Inglaterra, Espanha, Holanda, Azer-baijão, Itália e Mongólia fi caram para trás. Basta darmos uma olhada no quadro de medalhas para entendermos a importância e a grandeza da conquista desses heróis que foram a Frankfurt e provaram que o Brasil não é só o País do futebol.

Colhemos depoimentos de quase todos aqueles que medalharam e subiram ao pódio em Frankfurt. Mas deixamos aqui nossa homenagem a todos aqueles que tiveram a coragem e o desprendimento de cruzar o Atlântico perseguindo uma medalha e um sonho. É dessa forma que o judô sempre foi feito no Brasil, e é por isso que, mesmo sem nenhum apoio da CBJ na base ou no máster, somos uma potência mundial na modalidade.

Oferecimento

Gleyson Ribeiro Alves

Iraci Grube

Hamilton Moraes Correia

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Hamilton Moraes Correia – Campeão mundial do M7 -66 kgPara o bicampeão mundial do Flamengo, o ouro foi a realização de um sonho antigo. “As competições másteres na Europa são sempre muito

disputadas, porque lá reside a maioria dos competidores mais fortes. A medalha de ouro no mundial na Europa foi a realização de um sonho antigo. Havia sido campeão no Brasil, em 2007, mas na Europa eu tinha conquistado três bronzes.”

A conquista do ouro motiva o carioca na luta por mais medalhas. “O número de participantes aumenta a cada ano, e esta foi a minha sexta participação, e certamente estarei nas futuras edições do mundial.”

Ivan Penna – Prata por equipe no M4 -66 kgPara o vice-campeão, não basta ter a chancela da FIJ. “A mudança para o controle da FIJ fez com que o nível aumentasse muito, e hoje vemos

vários ex-atletas que já participaram e medalharam em Jogos Olímpicos e mundiais. Entretanto, não basta termos a chancela da entidade. Temos de ter o mesmo padrão que existe nas outras competições da entidade. Precisamos de árbitros qualificados e bons controladores de pesagem.”

A medalha de prata é o trampolim para o ouro. “Esta conquista mostra que a busca por melhor condição física e técnica não pode parar, e que a busca pela medalha de ouro não tem idade. Não paro até conquistar meu ouro.”

Milton Marques Antunes Silva – Prata no M1 -73 kg Milton Marques, judoca do Rio Preto Automóvel Clube, falou de sua estreia em mundiais.“Esta foi minha primeira participação em mundiais, e em Frankfurt vi alto nível técnico em minha categoria. Com exceção da pesagem a com-

petição foi bem organizada”.A medalha de prata foi a realização de um sonho antigo. “Esta conquista é a concretização de algo que almejo há muito tempo. Sempre quis

participar de um Mundial Máster, e este ano tive a oportunidade de ir graças ao meu pai e ao meu técnico, que me incentivaram. O vice-campeo-nato foi uma surpresa, pois não pude me preparar como gostaria, sofri duas lesões bem perto do campeonato e estou no meu último ano de M1. Mas deu tudo certo, estava em dia inspirado, os golpes fluíram, na final perdi nos detalhes. Agora é treinar forte pensar no ano que vem.”

Andréia Ambrósio – Campeã mundial do F3 -70 kgPara a campeã gaúcha, a medalha representa superação. “Minha avaliação do mundial é positiva, pois deu tudo certo para mim. A medalha

não tem nada a ver com performance. Ela representa superação e determinação nesta etapa da minha vida. A todo momento luto contra as adver-sidades, porque trabalho muito e, quando chega a noite, a hora dos treinos, estou muito cansada e a vontade de ir para casa descansar é enorme. Mas aí aquele último gás começa a percorrer minhas veias e acabamos no dojô fazendo aquilo que amamos.”

Andréia explicou que seu preparo foi fundamental na conquista do ouro. “O nível técnico em minha categoria foi excelente. O que me ajudou muito foi o gás. Eu estava muito bem preparada fisicamente e ataquei o tempo todo, e isso foi fundamental.”

A gaúcha lamentou a falta de estrutura de nossa delegação. “Seria muito interessante e necessário que os másteres tivessem mais apoio da CBJ, ao menos nos trâmites de uma competição com este porte. Muitas pessoas não falavam inglês e, na hora do credenciamento, não tínhamos ninguém para resolver os problemas. Algumas pessoas foram desclassificadas por terem seus judogis fora dos padrões, enquanto outros podiam ir trocar rapidamente. Se houvesse alguém da CBJ brigando por nós, certamente estes absurdos não ocorreriam.”

Gleyson Ribeiro Alves – Hexacampeão mundial máster M2 -60 kgPara o judoca mineiro, o máster está cada vez mais competitivo. “Os mundiais estão cada vez mais competitivos e é cada vez maior o número

de participantes. Esta competição apresentou um bom padrão na organização, só a pesagem deixou a desejar.”O hexacampeão destacou que a medalha foi um presente de Deus. “Além da satisfação pessoal, esta medalha é um presente de Deus por

continuar no judô por todos estes anos, enfrentando dificuldades, adversidades e tendo até de abrir mão da família. Pretendo participar de outras edições, pois, além de me motivar, a competição me ajuda a desenvolver os lados psicológico, técnico, tático e físico.”

Rosângela Ribeiro – Bronze no F1 -63 kgEm sua segunda participação em mundiais, a paraense destacou o número cada vez maior de participantes. “Esta foi minha segunda par-

ticipação em mundiais, e este é meu segundo bronze. Noto que a cada ano a competição cresce em qualidade e em número de participantes.”Mesmo com dificuldades, a belenense vai atrás de mais medalhas. “Sou de Belém do Pará, e aqui é muito difícil conseguir apoio para viajar.

Os quatro atletas que representavam o Pará nesta competição foram por conta própria. Sou professora e atleta do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA), mas certamente irei continuar na luta por mais medalhas.”

Iraci Grube – Prata no F4 +78 kgVice-campeã já na estreia em mundiais, Iraci Grube afirma que vai atrás do ouro. “Esta foi minha estreia em mundiais e gostei muito de tudo

que vivi em Frankfurt. A medalha de prata é muito significativa e me motivou muito. Pretendo seguir lutando para conquistar o ouro.”

Alexandre Mangueira – Bicampeão no M2 +100 kgO bicampeão mundial de São José dos Campos destacou o alto nível técnico desta edição. “O mundial teve uma qualidade técnica excelente.

Todas as categorias contaram com atletas de alto nível. Fiz cinco lutas ignorantes, encarando um alemão, um polonês e um russo, na fase classi-ficatória. Na semifinal enfrentei outro russo, e a final foi contra um alemão – o tempo fechou porque a arbitragem estava muito tendenciosa, mas joguei os árbitros de ippon e fiquei com o ouro.”

Mangueira lamentou a falta de respeito com os atletas. “A pesagem foi uma piada, e mal subíamos na balança e estava aprovado. Foi um desrespeito para com os atletas do mundo todo que se mataram perdendo peso. Quando se tem um objetivo, é preciso atropelar as adversidades e foi isso que eu fiz.”

Fernanda Gomes – Bronze no F2 -78 kgTarimbada e bastante experiente em competições mundiais másteres, a judoca Fernanda Gomes fala da emoção de viver o clima de um mun-

dial. “Ver um atleta que, no passado, defendeu seu País em mundiais e nas Olimpíadas se dedicando ao máster é fascinante e inspirador. Con-

Depoimento de alguns medalhistas

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Oferecimento

forme a competição vai se aproximando, olhamos ao nosso redor e observamos aquele espírito de conquista, vendo todos presentes de corpo e alma, querendo dar o seu melhor, é muito emocionante. Participei de alguns campeonatos organizados pela World Máster (WMJA) e sou bicampeã mundial. Já pela FIJ este é o meu segundo campeonato. Fui a Budapeste em 2010 e fui vice-campeã, agora conquistei o bronze.”

Pertencente à Associação Desportiva Ateneu Mansor, de São José do Rio Preto, Fernanda destacouo elevado nível desta edição. “Na Europa os atletas do máster dão muito mais valor a esta competição e o nível foi altíssimo, se comparado a

2010. Atletas consagrados mundialmente da França, Rússia e Alemanha estavam dividindo o tatamis com todos nós. Mas a equipe brasileira tam-bém possuía atletas consagrados, como Daniel Dell’Aquila, Alexandre Mangueira e Ricardo Almeida, e mesmo com um número bastante reduzido de judocas, fi zemos excelente campanha em Frankfurt.

Vlamir Ferreira Dias – Bronze no M2 -66 kgDesde 2006 o judoca da Associação Desportiva de Judô na Faixa de Sorocaba participa de mundiais, e sempre medalhou. Bronze em Frank-

furt, Vlamir deu nota 9 para a organização do evento. “A competição foi muito bem organizada e dou nota 9, pois tivemos a surpresa de uma pesagem no mínimo constrangedora.”

O bronze desta edição acalentou o sonho de estar na ativa e buscando a superação. “O evento abrilhantou o sonho de muitos competidores de seguir lutando por um ideal. Pessoalmente, esta medalha representa a realização de um sonho, e a dedico a todos que torcem pelo sucesso do esportista, aos amigos, familiares e alunos. É muito gratifi cante saber que estamos servindo de exemplo para a geração que está brigando por medalhas para o judô brasileiro e pretendo seguir lutando por elas.”

Maurício Cataneo – Vice-campeão por equipes M3-M4O vice-campeão mundial destacou que a FIJ deve investir mais na categoria. “Acredito que a FIJ pode e deve investir tempo e recursos para

melhorar o nível da organização. Nossa delegação reuniu quase 60 atletas, e caberia maior atenção das federações estaduais e principalmente da CBJ. Conquistamos um resultado importante numa competição de alto nível técnico, e não foi feita a menor divulgação de nossas conquistas”.

Maurício lembrou que o máster dá exemplo e ratifi ca a fi losofi a de Jigoro Kano. “As medalhas conquistadas em Frankfurt servem de exemplo para os praticantes mais jovens, e mostram que, com esforço e dedicação, é possível treinar forte e obter bons resultados para nosso País. Poder fazer parte de uma equipe vice-campeã ao lado de muitas feras do judô brasileiro é muito emocionante, e ratifi ca o pensamento de que a fi losofi a do mestre Jigoro Kano pode e deve ser seguida sempre, independentemente da idade.”

Rodrigo Guimarães Motta – Vice-campeão por equipes M3-M4Para o experiente atleta do máster, este ano o nível foi altíssimo. “Já havia participado de duas edições do máster, e para mim a organização

foi fraca. Em contrapartida, o nível técnico subiu muito. Vimos alguns dos melhores judocas do mundo participando. Destaque especial para as delegações da Rússia, Alemanha e França, que mostraram quantidade e qualidade. O Brasil é sempre o mesmo grupo, atletas duros e grandes amigos, mas podemos ir mais estruturados.”

Motta lembrou que a conquista da medalha foi muito gratifi cante. “O campeonato por equipes é sempre envolvente e empolgante e, por ser no último dia e depois de termos vencido a Alemanha por 4 a 1 e a França também por 4 a1. Caímos diante da duríssima equipe da Rússia por 5 a 0. Mesmo assim, tivemos um orgulho indescritível, pois o Brasil nunca havia obtido sequer uma medalha na competição por equipes da FIJ, no M3-M4.”

Daniel Dell’aquila – Bronze no M3 +100 kgUm dos mais fortes judocas da seleção brasileira neste mundial Dell”Aquila fez sua análise da competição. “No geral, o nível técnico foi muito

bom, e a competição correu bem. Não há mais atletas despreparados, todos queriam representar muito bem seu país e vencer. Se em alguma categoria o nível técnico não foi excelente, o nível de vontade foi altíssimo.”

Faltou ritmo, mas Daniel fi cou feliz com o bronze. “Já havia participado de uma edição anterior do Mundial Máster, a de 2007 realizado em São Paulo, e inicial-mente iria cuidar apenas do suporte e da organização da parte médica aos atletas, pois sou ortopedista. Entretanto, com o decorrer da competição, não aguentei fi car de fora. E, como estava treinando para os Jogos Abertos, resolvi participar no Absoluto M2, e fui campeão. Desta vez não consegui preparar-me, e foi tudo de última hora. Faltou um pouco de ritmo de luta, mas com o desenrolar da competição fui pegando ritmo e acabei vencendo o russo na disputa do bronze. Foi ótimo representar o Brasil e sentir de novo o sabor da conquista.”

Segundo Dell’Aquila, os franceses mostraram melhor organização. “A equipe do Japão estava mais bem representada no kata. No shiai vi o Kozo Miyamoto, o ex-campeão mundial júnior que faturou o ouro. Kanju Takahashi, Jun Naito e Kazotaka Oniyanagi também levaram o ouro. Das equipes europeias, o time alemão participou com força máxima e estava bastante organizado, mas a equipe francesa chamou a atenção pelo número de participantes, a união e organização. Os franceses foram a Frankfurt com técnicos, médicos e pessoal de suporte. Mostraram poderio e respeito pelo máster.”

Sobre a desorganização, o campeão mundial de 2007 reafi rmou as queixas dos colegas. “Realmente houve muita espera e desorganização para fazer a inscri-ção e pegar os crachás, mesmo para os pré-inscritos que já haviam pago. Houve desorganização na pesagem e na identifi cação dos atletas. O famoso Shinji Ho-sokawa, campeão olímpico em Los Angeles/1984 e mundial em Seul/1985, um dos responsáveis pela pesagem, teve difi culdade em ajudar a organização alemã.”

Mauricio NederRodrigo Guimarães MottaFernanda OliveiraFernanda Rojas PelegriniMario Francisco da SilvaNelson Onmura Acácio Lorenção Junior Paula Hauptli GabrielKarina Brito Carlos Eurico da Luz PereiraHamilton de Moraes CorreiaMauricio Andre CataneoJean Gabriel AntunesIraci Maria da Silva GrubeCesar Augusto da Silva GrubeLeo Eduardo Secches Mansor

Seleção Brasileira Máster

Sergio HondaJairo Baptista de ArrudaHisao FujimotoVinicius Fernando Cury C. SilvaAlexandre Aparecido dos SantosAlexandre Mangueira RoqueCesar Oliveira da RochaDaniel Fausto Dell’AquilaNelson Fausto Dell’AquilaRômulo de Souza AndradeFernando Hiroyuki B. HirakawaFátima Belboni de CamargoMilton Marques Antunes Silva Anderson Cássio dos SantosMario Roberto de Marchi SilvaRogéria Conzendey da Silva

Vlamir Ferreira DiasIvan Ferreira Penna (BSB)Jairo Santos de Queiroz JuniorCarlos GaitanMaria Severa AlcântaraAndréia AmbrósioGláucio BernardesEnivaldo Cordovil RodriguesLabibe do S H de MenezesCarlos Salto NetoAlam SaraivaRosangela Maria Soares RibeiroJose Augusto Baeta e Silva (Belém)Erica Pires de Mello Paz Lauro AzumaWesley Mamede Alves Nogueira

Ricardo CamposRosangela OliveiraGleyson Ribeiro AlvesMaria de Jesus GamaRioiti UchidaLuis Alberto dos SantosJuliana Tiaki MaestaAline Akemi SukinoAntonio Roberto CoimbraLeandro Alves PereiraFabiano Rodrigo de BarrosAnderson Luiz Neves da SilvaWagner UchidaPaulo FerreiraAdriana LebreRicardo Lebre

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Praia Grande (SP) – A história se repete e mais uma vez o judô pau-lista inicia a temporada batendo recorde na participação de atletas numa competição. No terceiro ano consecutivo a cidade de Praia Grande sediou o evento, que se realizou nos dias 26 e 27 de março.

Segundo Alessandro Puglia, vice-presidente da FPJ, esse foi um gran-dioso evento. “Mais uma vez a Copa São Paulo nos surpreendeu e neste ano tivemos a participação de 1.772 judocas vindos de todo o estado.”

Para João Carlos Ribeiro, anfi trião e responsável pela realização desta quinta edição da Copa São Paulo, o número de inscritos ratifi ca a mo-bilização de todos os delegados regionais. “O número surpreendente de judocas inscritos nesta edição mostra a grande mobilização e o empenho dos presidentes das 15 delegacias regionais do estado. Esse esforço re-sultou na participação de 264 associações”, comemorou o dirigente da Praia Grande.

O início de temporada 2011 ocorreu em altíssimo nível, e teve a pre-sença de algumas das maiores legendas do judô paulista, os kodanshas

Por Alex de Cara

Fotos: Luiz Doro

Copa São Paulo 2011

Grande São Paulo Sorocaba

Campinas

São José dosCampos

Marília

Bauru

Botucatu

Ribeirão Preto

São José do Riuo Preto

Araçatuba

Presidente Prudente

Vale do Ribeirão

Sorocaba

Vale do Ribeirão

Marília

São José do Riuo Preto

Presidente Prudente

Grande São Grande São Paulo Paulo Paulo Paulo

Vª COPA SÃO PAULO DE JUDÔLocal: Ginásio Municipal de Esportes de Praia Grande “Falcão”Cidade: Praia GrandeData: 26 e 27 de MarçoClasses: Infanto-juvenil, Pré-juvenil, Juvenil, Júnior e Sênior Delegacia: 11ª Delegacia Regional Delegado Regional: João Carlos Ribeiro Manso JúniorAtletas inscritos: 1772 Áreas: 8 áreas de competiçãoAssociações participantes: 264Delegacias inscritas: 15 Delegacias RegionaisNúmero de árbitros: 68 ÁrbitrosMunicípios participantes: 138

Delegacia Regional do LitoralDelegado João Carlos RibeiroDelegacia Regional do LitoralDelegado João Carlos Ribeiro11

Bate Todos os

RecordesDelegacia Regional do LitoralDelegacia Regional do Litoral11ª Copa São Paulo

Por Paulo PintoFotos Boletim Osotogari,

Marcelo Lopes/Judô ao Vivo e Revista Budô

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Senseis Massao Shinohara e Shuhei Okano com Francisco de Carvalho

Shuhei Okano faz entrega de faixas a Luis Alberto dos Santos

Sensei Luiz Tambucci entregou a graduação ao professor Alcides CamargoDeputado Federal Alberto Mourão

Sensei Massao Shinohara entrega a graduação a Antonio Honorato de Jesus

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Massao Shinohara, Shuhei Okano e Luís Tambucci. Os nonos dan abrilhantaram o certame, contrapondo toda a movimen-tação que transcorria nos tatamis, com o carisma e autoridade que possuem.

A presença de professores como Paulo Duarte, Uichiro Umakakeba, Luís Alberto dos Santos, Rioti Uchida, Hissato Yama-moto e Dante Kanayama deu à Copa São Paulo o brilho e o glamour que pouquíssi-mos eventos brasileiros possuem. Foi um desfi le gigantesco de talento e técnica, que mostrou para São Paulo os novos nomes que despontam no judô estadual.

Além dos grandes professores, a quinta edição da Copa São Paulo de Judô regis-trou a presença de personalidades do meio esportivo e político, entre as quais os 15 delegados regionais do judô paulista. E en-tre estes destacamos João Carlos Ribeiro Manso Júnior, delegado da 11ª Delegacia Regional, anfi trião e grande responsável por mais esta grande festa promovida para o judô paulista. Outra importante presença foi a do deputado federal Alberto Mourão, além de Francisco de Carvalho Filho, pre-sidente da FPJ, e Alessandro Puglia, vice--presidente da FPJ.

Nos tatamis o Palmeiras levou a melhor

Nos tatamis a briga polarizou-se entre duas grandes equipes da capital, a Socie-dade Esportiva Palmeiras e o Esporte Clu-be Pinheiros, que disputaram ferozmente cada medalha. No confronto direto a So-ciedade Esportiva Palmeiras/Mogi levou a melhor e sagrou-se campeã geral da com-petição, com dez medalhas de ouro, dez de prata e 15 de bronze.

Também com dez medalhas de ouro, o Esporte Clube Pinheiros fi cou na segunda colocação, seguido por Rio Preto Auto-móvel Clube em terceiro, Tênis Clube de São José dos Campos em quarto, SEDUC Praia Grande em quinto e ADPM de São José dos Campos em sexto.

As lutas nas classes juvenil, júnior e sênior realizaram-se no sábado e foram altamente técnicas. Mostraram disputas acirradas que evidenciaram o excelente preparo dos judocas paulistas, já no início da temporada. No domingo a competição focou o judô de base, em que os judocas das classes sub-11, sub-15 e sub-17 mos-traram que também estão preparados para a temporada de competições do calendário de 2011, superando, além dos adversários,

Massao Shinohara, Shuhei Okano e Luís

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o forte calor da Baixada Santista. Os campeões do infanto-juvenil para

cima classifi caram-se para representar São Paulo, no Campeonato Brasileiro Re-gional. Já os campeões da classe infantil se classifi caram para as fi nais dos campe-onatos paulistas.

Francisco de Carvalho destacou que a competição oferece a cada atleta a pos-sibilidade de mostrar sua performance. “A Copa São Paulo abre ofi cialmente o ca-lendário paulista, e é nela que os judocas mostram como foi feita a pré-temporada. Aqui atletas e técnicos mostram o resultado do trabalho desenvolvido para a tempora-da.” O dirigente falou sobre a importância dos atletas mais jovens. “Temos de ter a sensibilidade de avaliar criteriosamente o trabalho mostrado no domingo, pois será este grupo que sustentará a hegemonia paulista nos próximos anos. São estes ju-docas que defenderão São Paulo e o Brasil nos próximos anos.”

O dirigente paulista fi nalizou destacan-do a importância do trabalho feito pelos professores no dia a dia. “Por serem verda-deiros e transparentes, os jovens sempre acabam expondo o trabalho feito por seus professores, seja no aspecto disciplinar seja no fi losófi co ou no educacional. O re-sultado da competição é passageiro, mas a formação que recebem é para a vida toda, e temos de estar atentos para isso.”

Sensei Massao Shinohara comanda

apresentação de ju-no-kata sincronizado

Na abertura da Copa São Paulo, o sen-sei Massao Shinohara, comandou a apre-sentação de ju-no-kata sincronizado, que foi executada por oito duplas e contou com a participação dos campeões mundiais Luís Alberto dos Santos e Rioti Uchida.

Foi um belíssimo espetáculo, que emo-cionou a todos que apreciam o judô de base. Sensei Massao foi o maestro de uma orquestra repleta de judocas com alto co-nhecimento. Entre eles estavam Dante Ka-nayama e Hissato Yamamoto, Rioiti Uchida e Luís Alberto dos Santos, Aline Sukino e Juliana Maesta, Kelly Yamamoto e Suzi Ya-mamoto, Vinícius Erchov e Matheus Aran-tes, Vagner Uchida e Paulo Ferreira, Roger Uchida e Eduardo Maesta, Elvis Tashiro e Gabriel Nunes.

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Três professores são promovidos a

kodanshas Durante a cerimônia de abertura, três

professores receberam sua promoção de faixa. Antônio Honorato de Jesus, Alci-des Camargo e Luís Alberto dos Santos fi nalmente receberam a graduação de ko-dansha 6º dan.

Na cerimônia de entrega de outorga de faixas, os novos kodanshas paulistas rece-beram a nova graduação das mãos de três kodanshas 9º dan.

Sensei Luiz Tambucci entregou a fai-xa ao professor Alcides Camargo; sensei Massao Shinohara entregou a faixa ao pro-fessor Honorato; já o sensei Shuhei Okano entregou a faixa ao professor Luís Alberto.

Foi gratifi cante ver estas três legendas do judô paulista participando do evento, mas o mais bonito foi vê-los participando e homenageando os mais novos kodanshas do estado. Para Francisco de Carvalho, esse é o espírito do judô. “Muita gente nova deixou de vir à Copa São Paulo em função de ter sido realizada aqui na Bai-xada Santista, porém nossos kodanshas, que estão beirando os 80 anos de idade, se sacrifi caram e aqui estão fazendo essa importante outorga de faixa a três grandes nomes do judô de São Paulo. Lá atrás es-tes kodanshas fi zeram muito pelo judô, e hoje continuam trabalhando sem medir esforços. Esse é o exemplo que todos nós devemos seguir”, afi rmou o dirigente.

Na sequência, o presidente paulista cumprimentou os novos professores ko-danshas e nomeou Luís Alberto dos San-tos o novo coordenador geral de cursos da Federação Paulista de Judô

Ex-prefeito mostra extrema visão sobre a realidade do esporte

Alberto Mourão, ex-prefeito de Praia Grande que em seus dois mandatos tra-balhou arduamente no desenvolvimento do esporte do município e hoje é deputado

Solange Pessoa e João Carlos com Francisco de Carvalho

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federal, destacou a importância de investir efetivamente na base. “Exerci dois man-datos na Praia Grande e sempre frisei que não adianta investir no topo. Nunca fui a favor de contratar atletas para represen-tar a cidade nos Jogos Abertos. Sempre vi na base a importância do esporte como ferramenta de socialização do cidadão. O segredo do sucesso do esporte, enquanto ferramenta de inclusão social, é a base. Priorizei também desenvolver um bom tra-balho em 22 modalidades esportivas e não apenas em algumas, e os resultados foram altamente positivos.”

Para o ex-prefeito, o esporte tem de ser acessível para todas as camadas sociais. “Nossa principal meta foi socializar o es-porte, não elitizá-lo. Oferecemos a prática esportiva a todas as classes sociais, para assim criarmos um celeiro de atletas em to-das modalidades, e deu certo. Em menos de quatro anos saímos da quadragésima colocação para o quinto lugar nos Jogos Abertos. Nossa prioridade era criar um plantel do município, e deu certo”.

Alberto Mourão fi nalizou destacando o investimento feito na infraestrutura. “Esse crescimento nos permitiu investir na infra-estrutura; conseguimos construir uma pis-cina semi-olímpica e uma pista de atletismo com piso importado da Itália, que está entre as duas melhores do país. Construímos um ginásio com piso fl utuante, um kartodromo e 7 ginásios poliesportivos. Poucas cida-des do Brasil oferecem esses serviços às camadas sociais menos favorecidas. Aqui nós realmente democratizamos o acesso ao esporte para toda a sociedade. Feliz-

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Page 112: Revista Budo 4

mente, Praia Grande é hoje um exemplo nacional de inclusão social por meio do es-porte”, comemorou Mourão.

Anfitrião destacou que o evento requer novo

planejamentoPara João Carlos Ribeiro, esta edição

da Copa São Paulo superou todas as ex-pectativas e agora é preciso novo planeja-mento. “Esta é a terceira edição consecuti-va da competição na Praia Grande. Com o passar dos anos e com a experiência ad-quirida a equipe acaba fazendo tudo com mais facilidade e desprendimento. Tudo deveria ter sido bem mais fácil, o proble-ma é que a cada ano a Copa São Paulo cresce acima do esperado e as coisas se acabam complicando. No primeiro ano re-cebemos pouco mais de 1.000 atletas. No ano passado tivemos 1.380 judocas inscri-tos, já neste ano superamos os 1.700 atle-tas. Não há ginásio que comporte tamanho crescimento, mas felizmente nossa equipe está bem estruturada e coesa, o que nos permitiu trabalhar dentro do esperado.”

O delegado regional lembrou a tradição no modelo de competição de judô. “Muito além do modelo ou formato da competição, está a tradição do judô. Em qualquer mo-dalidade o público, atletas e dirigentes vão a um ginásio e, no máximo em duas horas, tudo está encerrado. No judô não. Recebe-mos acredito que cerca de 3.500 pessoas, que chegaram aqui no início da manhã e só foram embora no fi m da tarde, quando todas as categorias haviam terminado as apresentações. Apenas para termos um parâmetro, além da capacidade do giná-sio, foram consumidos três caminhões de água por dia. E não há como remediar a situação, é preciso adequar-se”, ponderou o dirigente do litoral paulista.

Para João Carlos, a Copa São Paulo mostra a diversidade e a renovação que existe no judô paulista a cada ano. “Mas, olhando o lado positivo, esta competição é o primeiro grande evento do calendário paulista, e vemos surgir a cada ano uma nova leva de atletas. Da mesma forma que existe um número expressivo de judocas que já se fi rmou na seleção brasileira, ve-mos surgir a cada ano grandes talentos, e isso é bom para São Paulo e para o Brasil. Minha análise é que o modelo de gestão

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Page 113: Revista Budo 4

da Federação Paulista, somado à partici-pação imprescindível das 15 delegacias regionais, propicia essa renovação anual em todas as categorias.”

Segundo o dirigente da Baixada San-tista, essa renovação é resultado do ex-celente trabalho feito na área técnica da FPJ. “Montamos apenas as oito áreas que cabiam no ginásio, e só conseguimos reali-zar este evento dentro do prazo estipulado devido ao novo formato de disputas criado pela FPJ. Se não tivéssemos adotado este novo formato, certamente só terminaría-mos o evento no dia seguinte.”

Novo coordenador de cur-sos expõe metas e planos

Luís Alberto dos Santos, o novo coor-denador geral de cursos da FPJ, expôs suas principais metas na entidade. “Basica-mente, pretendo remodelar a metodologia usada até então. Já diminuí a carga horária dos cursos de 24 para 16 horas, ou seja, o participante terá de dispor de apenas dois fi ns de semana para cada curso. Isso im-plica menos custo para os participantes, já que 16 horas são sufi cientes para passar todo o conteúdo programático.”

O novo empossado quer acompanhar de perto os cursos realizados nas delega-cias regionais. “Estou tentando viabilizar junto ao nosso presidente uma remunera-ção para todos os professores palestran-tes, que na verdade são grandes colabora-dores e até o presente nada recebem para desenvolver suas palestras. Pretendo tam-bém acompanhar de perto os cursos dados nas delegacias regionais.”

A padronização dos katas no estado é uma das principais metas do coordenador recém-empossado. “Vamos dar total con-dição de aprendizado aos candidatos aos exames de graduação. Vamos ensinar e treinar duplas de kata para competir e para fazer apresentações, e é por isso que con-tinuo dando aulas de kata às quartas-feiras no CAT. Mas a nossa principal meta é pa-dronizar os katas e passar aos examinado-res um padrão internacional de avaliação, ou seja, formar árbitros para cada kata es-pecífi co”, explicou Luís Alberto.

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Meio Pesado

1º Victoria Pereira Da Silva São João Tênis Clube

Pesado

1º Junya de Souza Oliveira Assoc. Kiai Kam

Super Pesado

1º Julia de Paula Andrade Assoc. Moacyr de Judô

Sub 1º3º

Super Ligeiro

1º Daniele Kaori Kurosawa Assoc. Registrense de Judô

2º Mayara de Jesus Martins Assoc. Bras A Hebraica de SP

3º Giuliana Silva Monteiro Palmeiras/Mogi

3º Giovanna Silva Monteiro Palmeiras/Mogi

Ligeiro

1º Andressa Freitas dos Anjos Palmeiras/Mogi

2º Yohana Dhara dos Santos Clube Camp Regatas e Natação

3º Talila Santana dos Santos Academia de Judô Pissarra

3º Jackeliny Cristina Monteiro Palmeiras/Mogi

Meio Leve

1º Larissa Cincinato Pimenta A.D.E.S Equilibrium

2º Nicolly Alexandra dos Santos Unimes-Univ.Metrop.Santos

3º Luana do Valle L. G. Santos Assoc. Moacyr de Judô

Classifi cação das 20 Primeiras Associações 1- Palmeiras/Mogi

2 - Esporte Clube Pinheiros

3 - Rio Preto Automóvel Clube

4 - Tênis Clube S Jose Campos

5 - Seduc - Praia Grande

6 - Adpm-Reg. S. J. C.

7 - Fúlvio Myata Fitness & Sports

8 - Assoc. Guairense de Judô

9 - SESI -SP

10 - Assoc. Moacyr de Judô

11 - Unimes/Universidade Metropolitana de Santos

12 - Assoc. Brasileira A Hebraica de SP

13 - São João Tênis Clube

14 - A. D. Santo Andre

15 - Associação Kiai Kam

16 - Associação Desportiva São Caetano

17 - Fundesport - Araraquara

18 - Assoc. de Judô Hombu Budokan

19 - Assoc. de Judô de Bastos

20 - A. A.D. Mesc São Bernardo

Classifi cação IndividualFeminino

Sub 1º1º

Super Ligeiro

1º Luara Vitoria Cucco Paulo Assoc. de Judô Hombu Budokan

2º Manuela Pollyana Lima de Jesus Clube Atlético Tremembé

3º Julia Fernandes da Silva Assoc. Hirakawa de Judô

3º Liriel De Oliveira Santos Seduc - Praia Grande

Ligeiro

1º Gabriella Souza L. de Oliveira Assoc. Moacyr de Judô

2º Luiza Nogueira Assoc. E.E C. Okinawa do Ipiranga

3º Larissa Morales Assoc. Judô Nery

3º Julia Souza de Oliveira A.D.E.S Equilibrium

Meio Leve

1º Gabriele Stefany da C. Locoseli Assoc. de Judô Yama Arashi

2º Francyne Pedroso Cesar Filadel Assoc. de Judô Yama Arashi

3º Gabriela Kyomi Shinoda Assoc. Judô Nery

3º Francielle Manda Watanabe São João Tênis Clube

Leve

1º Maythe Del Rosso Pirolo Unimes-Univ.Metrop.Santos

2º Vitoria C. Gonçalves Rosa Assoc. Cult Esp de Tucuruvi

3º Maria Eduarda P. M. Diniz Adpm-Reg.S. J. C.

Meio Médio

1º Thalia Topazio da S.Oliveira Assoc. Branco Zanol de Judô

2º Larissa Makiko Kohatsu Sport Club Corinthians Paulista

3º Débora Gomes de Toledo Assoc. Moacyr de Judô

3º Letícia Pretel Alves De Lima Rio Preto Automóvel Clube

Médio

1º Iara Regina Silva Palmeiras/Mogi

2º Sarah Vitoria de França Lafuen Academia de Judô Pissarra

3º Nathalia da Silva Rabello Clube Atlético Tremembé

3º Rafaella Silva de Souza Palmeiras/Mogi

Page 115: Revista Budo 4

3º Maria Eduarda Rocha de Oliveira Assoc. de Judô Yama Arashi

Leve

1º Taina Oliveira da Silva Palmeiras/Mogi

2º Elisa Mitsue Chibana Sport Club Corinthians Paulista

3º Mariana de Lima Mendes Assoc. de Judô Hombu Budokan

3º Luana Raissa dos Santos ADC General Motors S. Jose C.

Meio Medio

1º Natalia Suma Itinose Fulvio Myata Fitiness & Sports

2º Ryanne Couto de Lima Assoc. Hirakawa de Judô

3º Ingrid Caroline de Godoy Floresta Atlético Clube

3º Natayana Iguarino Gomes Assoc.Aliança De Judô E Artes

Medio

1º Franciele Caroline Terenzi A.D.C Santana Pedreira

2º Gabriela França Alves Assoc. Spessoto de Judô E

3º Sandy Vieira de Souza Assoc.. Marcos Mercadante de Judô

3º Fernanda Marangoni A.D.C Santana Pedreira

Meio Pesado

1º Thainara Ayumi Correia Assoc. Bras A Hebraica De Sp

2º Nathalia P. da Silva Colégio Eduardo Gomes

3º Ana Julia de Oliveira Mariano Judô Clube Mogi Das Cruzes

3º Gabriela Alves A.Costa Palmeiras/Mogi

Pesado

1º Lavinia Ap dos Santos Silva Clube Rec.De Suzano Judô Teraz

2º Giovanna Vitoria Maximo Fontes Sesi SP

3º Kamila Dias Gonçalves Assoc. Cult Esp De Tucuruvi

3º Mayara Elisa Bertoncini Secret.Mun.Esp.Lazer Amparo

Sub 1º5

Super Ligeiro

1º Gabrielle da Silva Anjos Palmeiras/Mogi

2º Larissa Vitoria M. Teixeira Unimes-Univ.Metrop.Santos

3º Karen Bianca V. de Souza Clube Concórdia/Omega Academia

3º Ana Carolina Repulho Floresta Atlético Clube

Ligeiro

1º Janaina Gabriela Souza Rio Preto Automóvel Clube

2º Leticia Ribeiro B. Silva Adpm-Reg.S.J.C.

3º Andressa dos Santos Soares Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

3º Francislaine da Silva Pires Assoc. Branco Zanol de Judô

Meio Leve

1º Jessica Couto Lima Assoc. Hirakawa de Judô

2º Joice Cristina Rocha de Oliveira Assoc.. de Judô Yama Arashi

3º Jessika Caroliny L Martins Rio Preto Automóvel Clube

3º Thamiris Anacleto Neris Cabral Seduc - Praia Grande

Leve

1º Thais Shinohara Arata Sesi SP

2º Gabriela Silva M.Clemente Palmeiras/Mogi

3º Laura Takako Kohatsu Sport Club Corinthians Paulista

3º Sabrina Gabriela de Araujo Seduc - Praia Grande

Meio Médio

1º Geovana Soares de Lima Seduc - Praia Grande

2º Sabrina Tavares Rosseto Assoc. Guairense de Judô

3º Stephanie Domingos do Carmo Academia de Judô Pissarra

3º Thauana Campos De Aquino Palmeiras/Mogi

Médio

1º Daise Maria Locatelli Assoc. de Judô de Divinolanda

2º Joyce Regina dos Santos Assoc. de Judô Hombu Budokan

3º Bruna Bognatori Merli Assoc. Masters de Judô

3º Agnes Fernandes da Costa Motta Palmeiras/Mogi

Meio Pesado

1º Pamella Barbosa Lima Assoc. de Judô Hombu Budokan

2º Nathalia F. Amaral Assoc. Marcos Mercadante de Judô

3º Leticia Braga da Rosa Tênis Clube S Jose Campos

3º Lais Helena Miranda de Souza Sesi SP

Pesado

1º Beatriz Rodrigues de Souza Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

2º Ana Flavia G. Rodrigues Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

3º Ellen de Oliveira Furtado Sesi SP

3º Milena Mayumi K. Kikuchi Assoc. Registrense de Judô

Sub 1º7

Super Ligeiro

1º Jhennifer S. Ferreira Ernandes Seduc - Praia Grande

2º Andrielle Aparecida C. da Costa Tênis Clube S Jose Campos

3º Bruna Tomomi Chibana Sport Club Corinthians Paulista

3º Franciele Aparecida F. Costa Tênis Clube S Jose Campos

Ligeiro

1º Isabela Farah Esporte Clube Pinheiros

2º Julia M. Chibana Sport Club Corinthians Paulista

3º Larissa Amorim Cruz Clube Rec.de Suzano Judô Teraz

3º Nailla Leticia Victoriano Assoc. de Judô Rogério Sampaio

Meio Leve

1º Nathalia Cassia Ferreira Dias Assoc. Esportiva Piracicaba

2º Rafaela Ruiz N. de Morais A. Desp. Centro Olímpico

3º Victoria S. de Souza Castilho Adpm-Reg.S.J.C.

3º Nathalia Carnio Seduc - Praia Grande

Leve

Adriele Freitas de Sena Assoc. Guairense de Judô

2º Renata Caires da Silva Souza Seduc - Praia Grande

3º Nayara Jhessyca Leandro Sesi SP

3º Yara Ferreira da Silva São João Tênis Clube

Meio Medio

1º Raiza Silva Ferreti Assoc. de Judô Oeste Paulista

2º Tamires Brandão da Silveira Secr.da Juv.Esp E Lazer De Pin

3º Ello Anny Roberta O. dos Santos Assoc. de Judô de Bastos

3º Amanda Caroline Valerio A.D.C Santana Pedreira

Medio

1º Paola Roberta Colodiano Assoc. de Judô Aleixo - M.F.

2º Larissa Cristina B. Fornaro Clube Concórdia /Omega Aca-demia

3º Karoline Gonzalez Barbeirotti Assoc. de Judô Rogério Sampaio

3º Jeniffer Dara Crispim Assoc. Branco Zanol de Judô

Meio Pesado

1º Tatiane Mazziero Assoc.Desp. Alfredo Contatto

2º Yrani M. Castellano A.Pinto Colégio Dom Macario Schimitt

3º Raissa Raquel Caetano Sesi SP

3º Joyce Nascimento de Bessa Assoc. Guairense de Judô

Pesado

1º Loraine Cristina Dias da Silva Rio Preto Automóvel Clube

2º Pamela Pastorello de Souza Assoc. Marcos Mercadante de Judô

3º Amabile Goncalves Senas Assoc. Colossus de Judô

3º Paola Cristina Cerigatto Sa Assoc.Bushido Pais E Amigos

Sub 2º0 115

Page 116: Revista Budo 4

Super Ligeiro

1º Luana Barbosa Mendes Tênis Clube S Jose Campos

2º Samantha Cristina Couto Assoc. Esportiva Guarujá

Ligeiro

1º Gabriela Shinobu Chibana Esporte Clube Pinheiros

2º Jessica Neves Miranda Osorio Esporte Clube Pinheiros

3º Victoria Moura Pereira Assoc. Colossus de Judô

3º Isamara Pereira da Silva Assoc. Guairense de Judô

Meio Leve

1º Thais Borges dos Santos Secr. da Juv. Esp E Lazer De Pin

2º Livia Emi Yamashita Assoc. de Judô Vila Sonia

3º Adriele Freitas de Sena Assoc. Guairense de Judô

3º Bruna Alves Cardoso Suzano Judô Clube

Leve

1º Patricia Tiemi Taminato Assoc. Desportiva São Caetano

2º Ellen Cristina Rodrigues Assoc. Itapetininga Kodokan

3º Amanda Ferreira Culato Esporte Clube Pinheiros

3º Wedja Pereira dos Santos Sesi SP

Meio Médio

1º Jessica B. Santos Tênis Clube S Jose Campos

2º Laisa de Souza Oliveira Assoc.Kiai Kam

3º Alessandra Pereira Cardoso Assoc. de Judô Mata Sugizaki

3º Tharrere Aparecida Reis Silva Judô Makoto

Medio

1º Anne Caroline Barbosa Assoc.Kiai Kam

2º Brenda Aguiar dos Santos Tênis Clube S Jose Campos

3º Leticia Cherri Spilari Assoc. de Judô Aleixo-M.F.

3º Beatriz Santos de Oliveira Assoc. de Judô Rogério Sampaio

Meio Pesado

1º Rubiana Lopes Cury Esporte Clube Pinheiros

2º Julia Dezem Von Ah Companhia Athletica Campinas

3º Leticia Ribeiro De Jesus Sejel-Cotia

3º Juliana Moises Rodrigues Itapira Atlético Clube

Pesado

1º Sibilla M.Jacinto Faccholli Secr.Mun.Esp.Lazer de Sertao-zinho

2º Patricia Aparecida Dias Fundesport - Araraquara

3º Maria Eduarda Pezolito Assoc.ociacao Lincoln de Judô

3º Gabriela Mattioli de Siqueira Seduc - Praia Grande

Senior

Super Ligeiro

1º Joyce Caroline Segalla A.A.D. Mesc São Bernardo

2º Ana Paula dos S.A. Nobre Assoc. Esportiva Piracicaba

3º Nathali Barbosa Camargo Assoc. de Judô Aleixo-M.F.

3º Natalia Melo Maciel Palmeiras/Mogi

Ligeiro

1º Catiere Toledo Moya Esporte Clube Pinheiros

2º Lorrayna Ferreira Da Costa Assoc..Desp.Alfredo Contatto

3º Isamara Pereira Da Silva Assoc. Guairense de Judô

3º Carolina Pereira Martins Assoc. de Judô Rogério Sampaio

Meio Leve

1º Rosanne Aparecida Gomes Aguiar Rio Preto Automóvel Clube

2º Carolina Luperi Guaru Educação Social E Desporto

3º Viviane São Severino Saggioni Judô Kimura

3º Manoela Gonzalez Takuma Assoc. Esportiva Guarujá

Leve

1º Fabiana dos S. de Oliveira Esporte Clube Pinheiros

2º Shayany Dalbem Pascoalino Esporte Clube Pinheiros

3º Ana Paula Dantas Suzano Judô Clube

3º Livia Renata dos Santos Souza Fundesport - Araraquara

Meio Médio

1º Ana Paula Faria Ribeiro Tenis Clube S Jose Campos

2º Michele M. De Oliveira Assoc. Esportiva Piracicaba

3º Jessica Do Amaral Assoc. de Judô Maua

3º Keyla Raquel Santos Dias Assoc.Kiai Kam

Medio

1º Andrea Alves Oguma Sport Club Corinthians Paulista

2º Marilia Oliveira da Costa A D Santo Andre

3º Isabelle Chiara M. Vieira Assoc. Esportiva Piracicaba

3º Tamires de Paula Donetti A D Santo Andre

Meio Pesado

1º Marcia Evangelista da Costa Tênis Clube S Jose Campos

2º Samarita Beraldo Santagnello Rio Preto Automóvel Clube

3º Fernanda Gomes Oliveira A D Ateneu Mansor

3º Keila Cristina Nakatsubo Santo Guaru Educação Social e Desporto

Pesado

1º Marilia Vieira dos Santos A D Santo Andre

2º Bruna Lasmar Torquato Puglisi Assoc. Bras A Hebraica de SP

3º Richele Juliana F. Jordao Assoc. de Judô Aleixo-M.F.

Page 117: Revista Budo 4

3º Cacia Raquel Caserta Coutinho Suzano Judô Clube

Masculino Sub 1º1º

Super Ligeiro

1º Robert Hittler Gonzalez Santos Assoc. Moacyr de Judô

2º Fabricio Henrique Monteiro Palmeiras/Mogi

3º João Victor N.Borges Santos Clube Atlético Tremembé

3º Lucas do Lago Ramos Clube Atlético Tremembé

Ligeiro

1º Luis H. Kumakura Coelho Floresta Atlético Clube

2º Kauan Bandeira Tome Clube Rec.de Suzano Judô Teraz

3º Pedro Henrique Pauliqui Assoc. Colossus de Judô

3º Vinicius Pesseti Rosa São João Tênis Clube

Meio Leve

1º Rony Henrique Fernandes Adpm-Reg.S.J.C.

2º Matheus Benedito de Oliveira Itapira Atlético Clube

3º Hudy Messias de Brito Reis Clube Atlético Tremembé

3º Gustavo Brayn Sabara de Souza Palmeiras/Mogi

Leve

1º Iago Mateus Mendes Domingos Academia de Judô Pissarra

2º Thiago Alves de Melo Assoc. Cult Esp de Tucuruvi

3º Marcelo Arantes Prates da Silva Liga de Judô do Litoral

3º Lucas Nascimento Reis São João Tênis Clube

Meio Medio

1º Marcos Soares dos Santos Sesi SP

2º Guilherme Cardoso Nobilo Assoc. de Judô Vila Sonia

3º Thiago Santos Landim Adpm-Reg. S.J.C.

3º Natã Jose de Oliveira Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais

Medio

1º Gabriel Martins Oliveira Seduc - Praia Grande

2º Otavio Augusto das N.Zaguini Assoc. de Judô Fernandopolis

3º Isaque Carlos da Silva Judô Clube Mogi das Cruzes

3º Orlando Bissoli Neto Palmeiras/Mogi

Meio Pesado

1º Pedro Henrique N.da Silva Academia de Judô Taboão Sbc Lt

2º Victor Hugo Abrao Boiago Assoc. de Judô Fernandópolis

3º Diego de Oliveira Francisco Assoc. Marcos Mercadante de Judô

3º João Victor Marques Rodrigues Assoc. Judô Nery

Pesado

1º Lucca Milanello B.Quaglia Silv Judô Clube Mogi das Cruzes

2º Thiago Yukio Murayama Yasue Palmeiras/Mogi

3º Arthur Pereira Pegorelli Assoc. de Judô Vila Sonia

Super Pesado

1º Derik George Jacinto Faccholli Ipanema Clube

2º Gabriel Dezani Arevalo Vila Souza Atletico Clube

3º Vinicius Carlos B. Pereira Fúlvio Myata Fitiness & Sports

3º Jhonatan Alcantara Beraldi Assoc.Desp.Alfredo Contatto

Extra Pesado

1º Caio Matheus Franco Marques Academia de Judô Taboão Sbc Lt

2º Henrique Costa Merschbacher Clube Atlético Tremembé

3º Ricardo Yukio Kubo Menezes Palmeiras/Mogi

3º Jair Valentini Kawahira Rocha Liga de Judô do Litoral

Sub 1º3º

Super Ligeiro

1º Guilherme de Oliveira Ribeiro Palmeiras/Mogi

2º Diogo Pedrosa da Rocha Fulvio Myata Fitiness & Sports

3º Kaue Serafi m da S Guilherme Assoc. Cult Nipo Bras Vila Carrão

3º Felipe Dias Geronimo Assoc. de Judô de Divinolanda

Ligeiro

1º João Pedro Pinto Ferreira Clube Atlético Tremembé

2º Tauhan Henrique Neves Santos Rio Preto Automóvel Clube

3º Ramon Siqueira Martino Assoc. de Judô Hombu Budokan

3º Julio Cesar Vignoli Silva Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

Meio Leve

1º Willian de Sousa E Lima Palmeiras/Mogi

2º Chrystian Capelas Jesus Unimes-Univ.Metrop.Santos

3º Gabriel Ap. Dias dos Santos Assoc. Pessoa de Judô

3º Guilherme Fernandes da Silva Assoc. Hirakawa de Judô

Leve

1º Renan Tsutsumi Assoc. Pessoa de Judô

2º Felipe Fernandes Teles Clube Rec.de Suzano Judô Teraz

3º Matheus Orpinelli Mercadante Assoc. Marcos Mercadante de Judô

3º Matheus Francelino Barbosa Assoc. Marcos Mercadante de Judô

Meio Medio

1º Thiago Gomes Vital Palmeiras/Mogi

2º Jonathan Phellipe C Conceição Palmeiras/Mogi

3º Michael Vinicius O. Marcelino Tênis Clube S Jose Campos

3º Matheus V.dos Santos Neres Assoc. de Judô de Bastos

Medio

1º Jeferson Luiz dos Santos Jr. Adpm-Reg.S.J.C.

2º Raphael Nunes Carvalho Palmeiras/Mogi

3º Matheus Daniel da Silva Leite Tenis Clube S Jose Campos

3º Matheus Delboni de Castro Assoc. de Judô de Bastos

Meio Pesado

1º Emerson Pereira da Silva Assoc. de Judô de Bastos

2º Gilberto Bernardo de Souza Assoc. de Judô Vila Sonia

3º Gabriel Palone da Silva Academia de Judô Pissarra

3º Heitor Cesar dos Santos Assoc. Aliança de Judô E Artes

Pesado

1º Igor da Silva Morishigue Assoc. de Judô de Bastos

2º Yuri Silva Santos Academia de Judô Pissarra

Page 118: Revista Budo 4

3º Renan Madalossi Dias Assoc. Guairense de Judô

3º Leonardo Lara Lopes Clube Concórdia / Omega Academia

Sub 1º5

Super Ligeiro

1º Igor Mendes dos Santos Adpm-Reg.S.J.C.

2º Mike Silva Pinheiro São João Tênis Clube

3º Jonathan Renan Lemos Martins Rio Preto Automóvel Clube

3º Leonardo de Oliveira Santos Seduc - Praia Grande

Ligeiro

1º Douglas Ap. Silva de Sena Jr Assoc. Guairense de Judô

2º Bruno Cesar Watanabe São João Tênis Clube

3º Diego Henrique Ribeiro Adpm-Reg.S.J.C.

3º Vitor Silva Souza São João Tênis Clube

Meio Leve

1º Kainan Santos Pires Assoc. Esportiva Guarujá

2º Marcos Vinicius D.Campos Clube Atlet Taboão da Serra

3º Erick Shinji Yamada Shintai Serv. Ativ. Fisicas

3º Bruno Cardoso de Alvarenga Assoc. Guairense de Judô

Leve

1º Pedro Paulo Arruda Silva São João Tênis Clube

2º Rafael Bondezan de Freitas Palmeiras/Mogi

3º Ronin Lins Rocha Sport Club Corinthians Paulista

3º Lucas do Carmo Ipanema Clube

Meio Medio

1º Tacio Henrique Braulio Santos Palmeiras/Mogi

2º Bruno Matheus S. Viana Assoc. Registrense De Judô

3º Sandro de Moaes Duarte Filho Assoc. Esportiva Guarujá

3º João Paulo Pereira E Silva São João Tênis Clube

Medio

1º Leonardo Fabricio G. Rodrigues Fúlvio Myata Fitiness & Sports

2º Alecsander M. da S. Nicolai Palmeiras/Mogi

3º Renato Machado Alves E Silva A. Desp. Centro Olímpico

3º Leonardo Pavani Assoc. Judô Nery

Meio Pesado

1º Luan Matheus Fernandes Assoc. Cult Nipo Bras Vila Carrão

2º Henrique Abreu Francini Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais

3º Bruno Cafarella Rocha Academia de Judô Pissarra

3º Eduardo H da Costa G Cosme Assoc. Amaro de Judô

Pesado

1º Matheus Storti Monteiro Rocha Rio Preto Automóvel Clube

2º Nathan William D.Martinez Sport Club Corinthians Paulista

3º Luiz Henrique dos Santos A. Desp. Centro Olimpico

3º Raul de Almeida Batista Soares Assoc.Desp.Carlos Fossati

Sub 1º7

Super Ligeiro

1º Diego Alexandre Batista Rocha Sesi -SP

2º Gabriel Moreira Alves Palmeiras/Mogi

3º Douglas Moreira Ribeiro Junior Palmeiras/Mogi

3º Italo Marchelli de Assis São João Tênis Clube

Ligeiro

1º Vitor Oliveira Torrente Palmeiras/Mogi

2º Juliano Costa Carvalho Fúlvio Myata Fitiness & Sports

3º Paulo Tadao Ijichi Tanaka Assoc. de Judô Vila Sonia

3º Alan Rafael Azanha da Silva Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

Meio Leve

1º Hiago Del Rosso Pirolo Sesi -SP

2º Michel B. Santos Adpm-Reg.S. J. C.

3º Cesar Augusto Lopes Sesi SP

3º Mateus Augusto de Oliveira Seduc - Praia Grande

Leve

1º Lincoln Keiiti K. Neves Fulvio Myata Fitiness & Sports

2º Lucas Gongora Ribeiro Palmeiras/Mogi

3º Luiz A. Beretta Filho Assoc.. Marcos Mercadante de Judô

3º Daniel Saldanha de Oliveira Seduc - Praia Grande

Meio Medio

1º Diego Moreira S. Guevara Assoc. Marcos Mercadante de Judô

2º Leonardo Vieira dos Santos A. Desp. Centro Olímpico

3º Rafael Victor Faria de Jesus Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

3º Leonardo Amaral Maiek Unimes-Univ.Metrop.Santos

Medio

1º Gabriel Rusca de Oliveira A D Santo Andre

2º Gustavo dos Santos Silva Seduc - Praia Grande

3º Gabriel Novaes da Silva Palmeiras/Mogi

3º Victor Luiz da Silva Correia Sesi -SP

Meio Pesado

1º Mateus Calcini Liberato Sec.Mun.Esp. Ribeirão Preto

2º Kaio Gomes Nogueira A D Ateneu Mansor

3º Pedro Henrique Nomura Silva Assoc. Guairense de Judô

3º Paulo Roberto de Araujo Jr. Fundesport - Araraquara

Pesado

1º Marco Antonio da Silva Jr. Assoc. Guairense de Judô

2º Flavio Roberto de Oliveira Jr Unimes-Univ.Metrop.Santos

3º Hugo Moura Praxedes Sesi SP

3º Matheus de Moraes A D Santo Andre

Sub 2º0

Super Ligeiro

1º Vitor Hugo Delgado Carvalho Palmeiras/Mogi

2º Adriano Rodrigues da Cruz Ateneu Barão de Mauá

3º Leonardo Henrique B. Lopes Assoc. Bushido Pais E Amigos

3º Rafael Batista da Silva Ateneu Barão de Mauá

Ligeiro

1º Paulo Vinicius Vieira Amarante Ateneu Barão de Mauá

2º Guilherme Koji Minakawa Assoc. Bras. A Hebraica de SP

3º Nicolas Felipe Almeida Santos Adpm-Reg.S.J.C.

3º Vagner Felix Soares Sesi -SP

Meio Leve

1º Ricardo Luiz Silva Santo Jr. Unimes-Univ.Metrop.Santos

2º Gilberto Dauricio Silva Leite Esporte Clube Pinheiros

3º Lucas Nascimento Bernardo Esporte Clube Pinheiros

3º Renan da Silva Pereira Rio Preto Automóvel Clube

Leve

1º Yuri Gomes Takabatake Esporte Clube Pinheiros

2º Igor Galvão Gomes Antunes Assoc.Kiai Kam

3º Andre Rocha Fernandes Assoc. Cult Nipo Bras Vila Carrão

3º Andrey Del Rosso Pirolo Sesi -SP

Meio Medio

1º Andre Papaleo Picazo Assoc. Bras. A Hebraica de SP

2º Ricardo Vinicius R.Maldonado Grêmio Recreativo Barueri

3º Leandro dos Santos Ferrante Assoc. Desportiva São Caetano

3º Vinicius Hioyti Oliveira

Medio

1º Gabriel Gouveia De Souza Esporte Clube Pinheiros

Page 119: Revista Budo 4

2º Eduardo Lopes Gonçalves Assoc.oc. Desportiva São Caetano

3º Caio Perondi de Melo Assoc. de Judô Rogério Sampaio

3º Eduardo Pedro Reinig Neto Assoc.Kiai Kam

Meio Pesado

1º Pedro Henrique Soares M. Froner Fundesport - Araraquara

2º Rodrigo de Castro Rossi A D Santo Andre

3º Stefano Elipechuk Assoc. Aurélio Miguel De Esportes

3º Lucas Rossi Santana A.A.D. Mesc São Bernardo

Pesado

1º Matheus Rodrigues de Lima Fundesport - Araraquara

2º Wanderson Luiz Ferreira Sesi SP

3º Marco Antonio da Silva Jr. Assoc. Guairense de Judô

3º Caique de Almeida Assoc. Judô Trajano C. A.Marciais

Senior

Super Ligeiro

1º Rodrigo Gonçalves da Silva Assoc. Judô Nery

2º Danilo Henriques Ferreira Ribeirão Pires Futebol Clube

3º Luis Gustavo Barbosa Assoc.Desp. Alfredo Contatto

3º Vinicius Azevedo Marcondes Assoc.Desportiva Indaiatubana

Ligeiro

1º Eric Gomes Takabatake A. A. D. Mesc São Bernardo

2º Phelipe André Pelin Palmeiras/Mogi

3º Murilo Donizetti da Silva Assoc. Esportiva Piracicaba

3º Alan de Oliveira Silva Assoc.Desp. Alfredo Contatto

Meio Leve

1º Daniel Silva dos Santos Esporte Clube Pinheiros

2º Fabio Dechichi Gonçalves Assoc.Desportiva Indaiatubana

3º Mauro Andre Lacerda Neves Rio Preto Automóvel Clube

3º Leonel Shizuo Kumagae Assoc. de Judô Gulo

Leve

1º Adriano Ricardo Dos Santos Esporte Clube Pinheiros

2º Vinicius Taranto Panini Esporte Clube Pinheiros

3º Raphael Luiz Moura Stos. Silva Esporte Clube Pinheiros

3º Tiago Gonçalves Cuissi Assoc. Esportiva Piracicaba

Meio Medio

1º Bruno Cesar Mariano Semclatur de Lins

2º Danilo de Almeida Gonçalves Assoc. de Judô Rogério Sampaio

3º Alessandro Aguiar Colli Rio Preto Automóvel Clube

3º Lincoln Duarte Araujo Alfenas Palmeiras/Mogi

Medio

1º Eduardo Betoni da Silva Esporte Clube Pinheiros

2º Rubens Inocente Filho Rio Preto Automóvel Clube

3º Elias Maklouf Samed A. Desp. Centro Olímpico

3º Ricardo Bruno de Jesus Palmeiras/Mogi

Meio Pesado

1º Juan Felippe I. Bittencourt Assoc. Desportiva São Caetano

2º Rogério Valeriano dos Santos Assoc. Desportiva São Caetano

3º Antonio Tenório da Silva A D Ateneu Mansor

3º Willian Hoffmann Assoc.Desp.Alfredo Contatto

Sênior

Pesado

1º Elton Quadros Fiebig Rio Preto Automóvel Clube

2º Ewerton Ribeiro Pereira Grêmio Recreativo Barueri

3º Kleber Tercero Soares Grêmio Recreativo Barueri

3º Daniel Placido de Souza Assoc. de Judô Rogério Sampaio

Page 120: Revista Budo 4

120

DIRIGENTE EM FOCO Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô

TocantinsImplantando o judô no

Qual é a importância da Copa Aurélio Miguel para o judô tocantinense? Pensando nas olimpíadas de 2016, esse é o mento de motivar nossos jovens atletas a trei-nar muito mais. Até 2016 temos cinco anos pela frente, e temos que estimular nossos atletas a se prepararem para este que é o maior evento esportivo do mundo e aconte-cerá no Brasil. Temos também que mobilizar os políticos no sentido de criarem políticas de incentivo ao desenvolvimento do esporte.

Qual é a importância da volta do cam-peão olímpico?Uma celebridade olímpica sempre gera mí-dia espontânea, e como tenho grande ami-zade com o Aurélio Miguel, ele sempre nos ajuda no sentido de massificarmos o judô no Tocantins. Sempre que pode nos pres-tigia com a sua presença importantíssima.

Como surgiu esta amizade?Treinei muitos anos com o Aurélio em São

Paulo, quando defendia São Caetano e ele Guarulhos. Acabamos criando um laço de amizade que a cada dia é mais forte. Há 14 anos ele veio inaugurar nosso es-paço de judô para podermos explorar esta mídia espontânea. Lembro perfeitamente do impacto que sua visita causou no ce-nário esportivo tocantinense.

Mas este espaço na mídia não tem a ver com o pouco tempo de fundação do es-tado?De forma alguma. Geralmente as perso-nalidades do esporte não saem do eixo Rio/São Paulo. No judô especificamente no Rio Grande do Sul temos um bicam-peão mundial, tem a Mayra e um clube muito forte, que é o Sogipa. Em Minas Gerais tem o Minas Tênis Clube que é outra potência esportiva em várias mo-dalidades. Lá eles têm o Luciano Correia que é campeão mundial, e uma série de judocas do alto nível. Fora esses três estados o resto do Brasil é resto. Somos 27 estados, onde 24 deles são tratados como resto pela Confederação Brasileira de Judô. Não temos nenhum tipo de apoio ou incentivo. Midiaticamente falando, nem existimos. Somos lembrados apenas a cada quatro anos.

Falando em olimpismo como vê o atual time brasileiro?Estamos realizando uma série de ações

Fomos a Palmas/TO acompanhar a realização da Copa Aurélio Miguel de Judô, onde conhecemos Georgton Thomé Bujar Moura Pachêco, professor de judô e fisioterapeuta, que iniciou no judô em 1982 e foi aluno dos professores Lhofei Shiozawa, Cid Yoshida e Paulo Duarte. Nascido em 31 de outubro de 1986 em

Goiânia, detentor de vários títulos nacionais e internacionais, por força do desti-no acabou assumindo a presidência da Federação de Judô do Tocantins, e após

um ano e meio à frente da entidade já é apontado como um dos mais importantes dirigentes da nova geração de administradores estaduais. Posicionado e extrema-mente corajoso, nesta entrevista o faixa preta 5º dan diz como vê o judô atual e o

que pretende realizar nesta nova fase de sua vida nos tatamis, confira!

Georgton Pachêco

Page 121: Revista Budo 4

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em Palmas, fundamentados numa meda-lha de ouro olímpica conquistada há 23 anos pelo Aurélio Miguel, sem Seul. Não fazemos uma final olímpica há 12 anos, e sabemos que não é nada fácil estar entre os medalhistas de ouro de uma olimpía-da. Nosso masculino está forte, porém o dia da disputa olímpica é muito especial na vida de um atleta. É muito arriscado fa-zer um prognostico de medalhas. Pesso-almente sempre digo que só tem chance quem está lá, e hoje com esse negocio de ranking olímpico, as dificuldades para se chegar lá aumentaram exponencialmente.

Vocês têm outro evento programado para o segundo semestre?Estamos muito felizes por trazer mais uma vez o Aurélio Miguel para Tocantins. Ele é uma legenda do esporte brasileiro. Com ele veio outro ícone dos tatamis, Carlos Cunha, campeão Pan-americano. Quem sabe num futuro próximo possamos homenagear ou-tro grande atleta do nosso país que é o Ro-gério Sampaio. Já trouxemos duas vezes o Paulo Duarte – seu professor, para realizar um shothogueiko. Isso foi em 2004 e 2010. A vinda deste outro campeão olímpico seria um marco importante para nós.

Qual é a sua avaliação do momento que o judô nacional vive?Na pratica estou nisso de política há dois anos e nesse período aprendi que tudo que aprendemos e vivemos no judô com relação à educação, respeito, cultura e civismo, não existe quando o judô é visto sob um ponto de vista político. No espor-te como um todo e não só no judô, nesse setor impera um clima mais agressivo que na política partidária. Isso de não ter me metido antes na política foi uma grande ilusão que tive durante muitos anos. Com isso prejudiquei a mim e ao meu estado. Mas fiz isso porque Lhofei Shiozawa, meu professor, sempre foi uma pessoa justa e boa. Ele era muito bom tecnicamente, era um dos maiores judocas do Brasil. E de certa forma trazia dentro de si o verda-deiro espírito do judô, e eu achava que só aquilo bastava.

Na prática você teve uma formação paulistana?Pois é. Tive a felicidade de aprender judô com um verdadeiro mestre que migrou para Goiânia, onde nasci e me formei para a vida. Depois migrei para São Paulo, a Meca do judô em nosso continente, e lá acabei absorvendo todo aquele clima de judô que só São Paulo proporciona.

Lhofei Shiozawa foi um dos judocas mais técnicos do Brasil? Tecnicamente vejo os senseis Ishii, Shio-zawa e Medi como os judocas mais técni-cos do Brasil. Foram os maiores esportis-tas que tive o privilegio de conhecer. Nas últimas décadas surgiu uma nova geração muito boa onde temos os maiores des-taques que são Aurélio Miguel e Rogério Sampaio. Os campeões olímpicos que de-ram outra roupagem e outro status, para a modalidade. Tecnicamente os dois são muito bons. O Rogério ganhou quase to-das as lutas de ippon naquela olimpíada. Aliás, ele e o Yoshida foram considerados os melhores atletas das olimpíadas de Barcelona. Ele sofreu o pão que o diabo amassou para perder peso e competir. Não tava nem ai. Foi lá e jogou todos de ippon. Nesse sentido o Rogério é um fenô-meno metabólico, só ele para agüentar o que agüentou. Só quem perde peso com hora marcada sabe o que é isso. Já o Au-rélio sempre foi um gigante nos tatamis e fora deles. Tinha um preparo físico invejá-vel e se sobrepunha aos adversários com muita técnica e força. Ela era um touro, possui a melhor pegada que experimentei e é o maior estrategista que conheci até hoje.

A vinda do campeão olímpico pode ge-rar um impacto nesta geração de judo-cas?Acho que a maior lição que aprenderam foi a desmistificação do mito para a rea-lidade. Cem por cento destas crianças nunca haviam visto o Aurélio Miguel an-tes. E quando você trás um ídolo e um mito, numa população simples e carente que fica a quase 2.000 km de São Pau-lo, é como se trouxéssemos os Rolling Stones, para Palmas. Você alvoroça todo mundo, a imprensa queria cobrir e entre-vistar esta legenda do judô. Levamos o Aurélio Miguel de helicóptero do aeroporto

até o palácio do governo, onde fomos re-cebidos pelo vice-governador e por várias autoridades políticas e civis. Isso reflete positivamente para o nosso esporte. Mas voltando aos nossos judocas, nosso maior propósito foi mostrar a eles que é possível ser o número um. Nosso campeão olímpi-co mostrou a eles que é possível realizar tudo que sonhamos. Queremos motivá-los para estarem prontos para participar do processo que classificará a equipe olímpi-ca de 2016. O Aurélio pôs judogi, ensinou muita coisa e falou sobre sua trajetória nos tatamis. Foi espetacular e ele provou que podemos realizar tudo que desejamos.

E qual é a principal meta hoje?Estamos trabalhando na viabilização de uma emenda orçamentária do depu-tado Raimundo Moreira, presidente do PSDB na Assembléia, que nos doou R$ 60.000,00. Com isso vamos investir na aquisição de aproximadamente 308 tata-mis; compraremos duas balanças digitais e premiação para os eventos.

Mesmo sendo a caçulinha do judô bra-sileiro, a CBJ não disponibiliza nada a vocês? Através da lei de incentivo ao esporte - LIE, este ano a CBJ está repassando benefí-cios do Ministério dos Esportes. Mas são coisas insignificantes e pontuais. Nada que alivie o quadro terrível que a maio-ria dos estados vive. Estão dando cinco passagens para os atleta e uma para um técnico acompanhá-los nas fases finais do brasileiro, e isso já nos ajuda muito. Não temos condição de mandar um atleta se quer. Os atletas que vão competir vão na base do “paitrocínio” ou “mãetrocínio”. Quando participamos de algum evento os atletas viajam com minhas milhagens ou nas do pai ou do diretor da escola. Faze-mos rifas ou jantares de yakisoba mandar alguns atletas para competir.

Quando foi fundada a Federação e quem o antecedeu?O primeiro presidente foi Irisomar Fernan-des a quem ajudei fundar a Federação de Judo do Tocantins. Depois de termos ini-ciado o processo e ter feito com que as coisas caminhassem, o professor Pau-lo Wanderlei veio aqui e seduziu nosso presidente. Desde o início tínhamos o compromisso de apoiar a candidatura do professor Chico. Esse era o pedido do Sensei Shiozawa, e sempre estive foca-do nisso. Mas o poder sobe a cabeça das pessoas e você só conhece uma pessoa

“Somos 27 estados e 24 deles são

tratados como resto pela Confederação

Brasileira de Judô. Não temos nenhum tipo

de apoio ou incentivo. Midiaticamente falando, nem existimos. Somos lembrados apenas de

quatro em quatro anos”

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realmente quando é dado a ela o poder. Coloquei dinheiro para fundar a entidade, legalizei documentos das associações, regularizei as coisas, paguei taxas, e fiz tudo que foi preciso para fundarmos a FE-JET em 2003. Ai o Paulo Wanderley veio oficializar a entidade, e quando a coisa começou a andar o presidente nos traiu e resolveu que seria ele que decidiria tudo. Tivemos quatro anos de muita dor de ca-beça e decepção, mas posteriormente ele foi transferido para o Espírito Santo. Ele simulou uma eleição que elegeu o profes-sor Giacomini, e como na época tínhamos apenas três associações os dois eram maioria. Naquele momento eu não podia assumir e resolvi não mexer com isso. Mas foi uma ingenuidade enorme de mi-nha parte. Hoje as coisas são diferentes e resolvi que vou lutar como se estivesse usando meu kimono e minha faixa preta, por nosso ideal. Tem muita coisa errada e decidi que vou dar a cara pra bater. Sei que hoje devo ter outra postura, e só tiro meu judogi para por um terno nas soleni-dades que demandem. Vou administrar a FEJET visando nossos objetivos. e em primeiro lugar está o desenvolvimento do judô no Tocantins. Sonho com um judô popular, que esteja ao alcance de todos. Temos que disponibilizar o judô para todas as camadas da sociedade. Elitizaram nos-sa modalidade, mas o movimento ao qual pertenço entende que isso está errado. Temos que dar kimonos para quem não pode comprar e temos que isentar aque-les que não podem pagar. Foi por isso que assumi a presidência da entidade.

Como o Irisomar conseguiu sair e dei-xar alguém em seu lugar?Ele fez uma eleição de madrugada, e no dia seguinte só me comunicou que estava indo embora e o Giacomini seria o sucede-ria. Daí o recém-empossado se aproximou e me propôs um trabalho em conjunto pelo bem comum do judô. Trabalhamos em prol da eleição do prof. Chico, mas faltando nove

dias para a última eleição da CBJ “os três mosqueteiros” Romariz, Josmar e Giacomi-ni, fizeram um acordo financeiro com o Pau-lo Wanderley e traíram os presidentes que lutaram incansavelmente pelas mudanças que o judô brasileiro tanto almeja. Deban-daram para o lado da situação e com isso o Giacomini me desmoralizou na cidade, no estado e perante meu Sensei. Para mim aquilo foi o ponto final. Fizemos uma inter-venção na FEJET onde há três anos não era feita a prestação de contas, e um juiz determinou seu afastamento provisório. Ele não conseguiu prestar contas no tempo de-terminado, e com isso o juiz o afastou defini-tivamente e chamou a eleição. Assumimos e aqui estou há um ano e meio.

Você acha que podemos massificar o judô no Brasil?É claro que sim. Mas você só consegue massificar um determinado esporte com atitude e vontade política.

Por que fala em apoiar o prof. Chico com tanta veemência?Meu professor foi traído varias vezes e nunca foi tratado com o devido respeito, e isso se tornou uma coisa pessoal para mim. Já o Chico sempre o reverenciou e o tratou da melhor forma possível. Sempre valorizou sua trajetória e sua obra no judô. O Chico usou o prof. Shiozawa para dis-seminar a técnica do judô em nosso país, já o Paulo Wanderley o usou como vice em sua chapa para autopromoção. Usou a credibilidade que ele possuía para se eleger. Depois de eleito não deu nem uma banana para o prof. Shiozawa. Uma sim-ples passagem de Goiânia para o Rio de Janeiro era uma dificuldade. Raramente era convidado para os eventos da CBJ e foi relegado a um segundo plano.

Sua simpatia pelo Chico se deve ao fato de ter destacado a trajetória de seu professor?Não é só por isso. Em 1992 fui para São Paulo campeão brasileiro sênior. Não fui pra lá para ganhar a vida, fui contratado por uma das equipes mais fortes de São Paulo depois de ter sido campeão brasi-leiro em Cuiabá, vencendo todas as lutas por ippon. Fui para São Caetano do Sul e fui muito bem recebido pelos professores Mario Tstsui, Bacelar e Também o Profes-sor NOVI. Fiz parte de um dos maiores times de judô do Brasil, e sou agradeci-do por ter vivenciado o judô em um lugar onde o sistema funciona. Naquela época em São Paulo os atletas de nível já tinham bolsa de estudos, passagens aéreas e quando chegávamos a um campeonato tudo está organizado. Tem infra-estrutura, tatami, arbitragem excelente. Aqui para juntarmos doze árbitros tenho que man-dar rosas para os caras virem arbitrar. São Paulo está há anos luz a frente do judô brasileiro. O Brasil geralmente é represen-tado com seleções compostas por 85 % de atletas paulistas. Apoio o Chico porque admiro o trabalho que faz, mesmo sem recursos públicos ou da iniciativa privada. Respeito e gosto do Chico como homem e como gestor esportivo, e afirmo que sou cabo eleitoral dele. Senti a traição dos “três mosqueteiros” Romariz, Josmar e Jacomine, como uma facada em meu pei-to. Foi uma coisa que fez mudar o rumo do rio que é a minha vida e decidi eu não vou mais mexer só com o judô, por mim e sim por todas as pessoas que poderão um dia se beneficiar de tudo que vivi nos tatamis.

“Faltando nove dias para a última

eleição da CBJ “os três mosqueteiros” Romariz, Josmar e Giacomini, fizeram

um acordo financeiro com o Paulo

Wanderley e traíram todos os presidentes

que lutaram incansavelmente pelas mudanças que o judô brasileiro almejava. Debandaram para o lado da situação e

com isso o Giacomini me desmoralizou na cidade, no estado e

perante meu Sensei”

Aurélio Miguel, Ton e Daniel Iglesias

Page 123: Revista Budo 4

O professor Ton morreu?Não. Mas antes eu só dava aula de judô, carregava tatamis, montava áreas e fazia tudo que era preciso feliz da vida, até o dia em que enterrei o sensei Shiozawa. Esse foi o dia mais triste de minha vida. Foi muito difícil enterrar o pai, o ídolo e o grande amigo que foi pra mim. É aquele velho ditado: você só da valor depois que perde. Acho que não valorizei suficiente-mente meu professor. Sempre falava que o amava e que era feliz por tê-lo junto a mim, mas acho que poderia ter feito um pouco mais. Enquanto era vivo fiz o que pude por ele, e pretendo fazer muito mais agora. Tem uma frase do Aurélio Miguel, na área do site Judô Brasil que presta homenagem ao Sensei Shiozawa, onde O Campeão Olímpico fala que o Sensei foi extremamente precioso para o Brasil, e que ele acredita que seus seguidores não deixarão a chama olímpica que Lhofei Shiozawa carregou se apagar. Aquilo me fez sentir uma responsabilidade enorme. Vou tocar minha vida focado nesse objeti-vo e trabalhando pelo crescimento do judô em meu estado.

Você está sugerindo que o presidente da CBJ faz uma gestão ruim?De forma alguma. Acho apenas que o ciclo dele à frente da CBJ acabou. A presidên-cia do Brasil é de no máximo dois man-datos, porque os estatutos da CBJ não seguem isso? Tenho certeza que pode-mos fazer muito mais do que ele, porque somos comprometidos com o desenvol-vimento de nossa modalidade, enquanto ele tem objetivos muito maiores. Existe uma nova geração de dirigentes queren-do trabalhar e ele não permite mudanças. Tudo converge nele e nas pessoas mais próximas a ele, que, aliás, são pouquíssi-mas. Tem mais, não sei por quais razões ou interesses isso acontece, mas hoje na CBJ tudo é mega, tudo é enorme e fora de nosso controle. Como exemplo eu cito uma afirmação do Marcelo França, “va-mos construir um centro de treinamento em Salvador com custo inicial estimado em vinte milhões”. Puxa com esse dinhei-ro você faz vinte pequenos centros de treinamento. O Brasil precisa democra-tizar e popularizar o judô, não elitizá-lo. Precisamos de infra-estrutura em todos os estados não apenas na Bahia. Acho que é uma desproporção muito grande. Vejo nisso vícios e um desvio de interes-ses absurdo. O custo do centro de treina-mento do Sensei Umakakeba em Bastos, que é um dos melhores do Brasil, foi de

U$ 600.000,00. Lá eles têm quatro áreas oficiais permanentes com arquibancada, e embaixo delas têm alojamento com re-feitório com uma comida maravilhosa. Tudo feito com amor e dedicação. De lá saíram monstros dos tatamis como Tiago Camilo, Mário Tstsui e Clóvis Matsuda. Quase todo mundo vai treinar em Bastos pela seriedade, a disciplina e o rigor. Se você quer ser bom tem que estar no meio dos bons, e é por isso que eu ando com o Chico, Aurélio e o Rogério. Com eles e outros dirigentes poderei fazer o judô em meu estado e do Brasil, muito mais fortes. Eu já andava com o Sensei Shiozawa, e agora pego carona nas asas desses gran-des amigos.

Como avalia o trabalho dos professo-res Paulo Duarte e Umakakeba?O professor Paulo Duarte foi um divisor de águas em minha vida. Em 1986 fui treinar com ele de janeiro a fevereiro, e já em abril fui campeão brasileiro Junior. O treino do Paulo Duarte é muito bom. Ele é outro gigan-te que nunca foi aproveitado pela CBJ. For-mou judocas como Ricardo Sampaio, Ro-gério Sampaio, Leandro Guilheiro, Daniele Zangrando e Carlos Cunha, mas nunca foi oportunizado com nada. É uma lenda viva que não é valorizada. O Sensei Umakake-ba é um judoca diferenciado e um professor fora de série que já formou uma quantida-de imensa de judocas com excelente nível técnico, e também nunca foi prestigiado. Na hora de mandar delegações para fora levam um bando de políticos despreparados que nem inglês sabem. Vão a turismo causan-do um prejuízo imensurável para o futuro de nosso judô. São os professores com visão e capacidade formacional que deveriam es-tar vendo o que está sendo feito de novo lá fora, e não estes oportunistas de plantão. É vergonhoso. É a política do clientelismo su-focando nosso desenvolvimento técnico. E o pior é que ninguém fala nada. Quando o Mamede fazia as mesmas coisas, todos o criticavam. Hoje são criadas situações infi-nitamente piores, e só escutamos aplausos.

É o presente repetindo o passado?Não. Hoje é pior e foi exatamente por isso que há dois anos passei a vestir terno e grava. Estou fazendo a minha parte para tentar mudar esse quadro funesto. Nos anos setenta o professor Mamede já dizia que não podíamos eleger um presidente paulista porque eles só pensam neles, e hoje sabemos que o Paulo Wanderley usa do mesmo expediente para se perpetuar no poder. Põe medo nos dirigentes esta-duais, mas é fácil ver a realidade. Quem envia professores e oportuniza desenvol-vimento técnico para os estados. É a CBJ ou é São Paulo? O Chico ajuda a todos indiscriminadamente, já o Paulo só ajuda quem o apóia.

Você não teme ver os paulistas no poder?Mas a CBJ já está repleta de paulistas. São Paulo é outro planeta em termos de judô, e com suas 15 delegacias regionais é maior que o resto do país. Isso propicia uma capacidade enorme na gestão, e o judô brasileiro precisa ser visto sob outro prisma. Precisamos de gente que pense um judô único, não um judô sectarista e de meia dúzia. Na CBJ tudo é feito no senti-do de fortalecer as políticas da CBJ. Não se faz uma política visando o desenvolvi-mento de todos. Sou totalmente contrario a esse pensamento contra paulistas, pois tudo que sabemos de judô partiu sem-pre de São Paulo. Há mais de cinqüenta anos São Paulo manda professores para os demais estados e foi assim que o judô se disseminou pelo Brasil. Fui beneficiado por tudo que tem de bom em são Paulo, e a FPJ mantém as portas de seu Centro de Treinamento abertas a todos os brasi-leiros indiscriminadamente. O Chico faz isso, mas com o professor Watanabe era a mesma coisa, porque essa é a tradição deles.

No judô universitário isso também ocorre?São Paulo é um estado que divide com os outros tudo que tem de bom. Qual atleta que passou pelo judô universitário não foi ajudado por Luis Carlos Novi? Quem não foi oportunizado por essa legenda do desporto universitário? E mesmo sendo de São Paulo, ele nunca protegeu os atle-tas paulistas. Já a CBJ sempre preteriu os atletas vindos de estados mais pobres, e isso acontece na gestão atual. Estado pe-queno e que não faz diferença na soma dos 14, recebe tratamento distinto. Já que isso é uma questão política agora vou tra-balhar em termos políticos para ajudar os

“Quem envia professores e oportuniza

desenvolvimentotécnico para os stados, a CBJ ou São Paulo? O Chico ajuda todos indiscriminadamente, enquanto o Paulo só ajuda quem o apoia”

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Page 124: Revista Budo 4

outros 13 estados que estão sendo pre-judicados e principalmente, meu estado. Quero e vou ver o judô tocantinense andar a passos largos, pois o judô aqui é a mo-dalidade que conquista mais resultados. Se for preciso usarei a influência e o pres-tígio dos meus amigos e lutarei por nossa causa até a vitória. O Chico é um líder que ajuda a todos independente de quem for. Vejo o Chico abraçando as delegações de outros estados independentemente de es-tarem em nosso grupo ou não. O Chico faz pelo judô e é por isso que estou brigando para que a coisa seja feita cada vez mais pelo judô, e não por interesses pessoais. Alguns presidentes questionam a for-ma que as contas da CBJ são aprova-das. Como vê isso?As assembléias da CBJ são uma piada. Eles administram tudo a sete chaves e simplesmente nos obrigam a aprovar as contas deles, sem ao menos nos dar oportunidade de saber nada. Mas além das contas existem vícios muitos piores nas assembléias.

O que é o pior em sua visão?Aquele momento é único e juntos deverí-amos fazer o planejamento para a tempo-rada, com base nos erros e acertos das temporadas anteriores, tendo tudo mape-ado organizadamente. Mas infelizmente nossa assembléia é feita para atender aos

interesses daqueles que estão manipulan-do a receita, os recursos e fazendo tudo da forma que lhes convém. Convidam--nos apenas para endossar e assumir a responsabilidade de tudo que fizeram. Nenhum de nós sabe o que acontece na

CBJ, mas somos obriga-dos a validar e avalizar as ações deles.

Você pode dar um exemplo do que pode-ria ser discutido nas assembléias? Não se pensa num tra-balho objetivo para o judô de base. Ficam nisso de mandar um monte de atletas ainda em formação para com-petir no exterior e não sei até onde isso atende realmente aos nossos interesses. Precisamos discutir e planejar a base porque a judô de ponta há muito tempo anda so-zinho, e conta com apoio de Ministério do Esporte, do COB e com o traba-lho do Paulo a CBJ tem inúmeros patrocinadores

de peso. A entidade deveria investir parte aquilo que recebe na base e isso passa pelo crivo e a participação direta das fede-rações estaduais. É por isso que São Pau-lo nada de braçada. Lá se trabalha muito a base, e isso faz com que a cada ano a modalidade se renove. Precisamos ter na CBJ pessoas que queiram investir tempo, trabalho e dedicação, na base e não ape-nas no alto rendimento.

Você acha que São Paulo soma tecni-camente para o país?Fazem uma demagogia barata e dividem os estados só para tirar vantagem, mas to-dos sabem que São Paulo ajuda e muito, todo o Brasil. Quando alguém precisa de ajuda técnica, da presença de um meda-lhista olímpico, ou de qualquer outra ação que esteja ao alcance do Chico, ele opor-tuniza. Sempre acaba ajudando a promo-ver ou realizar ações que sejam em prol do desenvolvimento do judô. Na CBJ as portas estão abertas apenas para os que estão alinhados politicamente. Meu ante-cessor fez um acordo financeiro com Pau-lo Wanderley, onde ele se beneficiou. Não fizeram uma parceria que envolvesse algo técnico, e sim uma ajuda financeira. O caso do CT de Salvador ilustra muito bem isso. Fico feliz que Salvador tenha um CT de primeiro mundo, mas e os demais 26 estados? E mais, por que na Bahia? O que a Bahia tem feito pelo desenvolvimen-to técnico do judô nacional, que justifique esse investimento naquele estado? O que existe por trás dessa negociação? Quan-do meu pai comprava um sapato para um filho, tinha que comprar para os outros. Por que no judô existe este protecionismo descarado? Faça uma viajem ao interior paulista e pergunte a qualquer delegado regional se lá existe protecionismo ou qualquer tipo de descriminação?

As atribuições de dirigente esportivo estão afetando sua vida pessoal?É inegável que ser dirigente é extrema-mente desgastante. Essa é uma ativida-de que se contrapõe a todos os afazeres de nossa vida, ou seja, à família, ao tra-balho, ao lazer e aos amigos. Porém o judô me deu tudo que eu sou no sentido mais amplo da vida. Estou no judô e ele está dentro de mim acredito que numa proporção muito maior. De forma que faço o que faço hoje, por acreditar que o sonho não pode acabar e que tudo que aprendi e vivi com meu Sensei foi e sem-pre será verdadeiro.

“Fico feliz que Salvador tenha um CT de

primeiro mundo, mas e os demais 26 estados? E por que na Bahia? O que a Bahia tem feito pelo desenvolvimento

técnico do judô nacional, que justifique

esse investimento naquele estado? O que existe por trás dessa negociação? Por que existe este

protecionismo descarado? Faça uma

viajem ao interior paulista e pergunte a qualquer delegado regional se lá existe

protecionismo ou tipo de descriminação?”

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Programa Esporte Mais, RedSat Canal 14: Ademar, Renata E Ton

Ton se emociona ao ver a alegria dos judo-cas do projeto Carrossel diante do ídolo e campeão olímpico Aurélio Miguel124

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Por Paulo Pinto

Foto Paco Lozano

Professores ou Técnicos?Acompanhamos com certa preocupa-

ção a questão dos professores de judô, que são cada vez menos em nosso país. Poderíamos afirmar que esta é uma cate-goria em extinção.

Uma das principais preocupações da FIFA enquanto entidade de administração desportiva é fomentar a expansão do nú-mero de técnicos de futebol, futsal e bea-ch soccer, no mundo todo.

Enquanto a FIJ faz o caminho contrá-rio se preocupando apenas com o contro-le político, comercial e financeiro, do judô mundial. Não fomentando absolutamente nada neste sentido.

Cabe à FIJ e às federações nacio-nais promoverem o crescimento de um número cada vez maior de professores, pois isso está intrinsecamente ligado ao desenvolvimento técnico e à expansão territorial do judô.

Como modalidade esportiva e de for-mação, o judô é ministrado em escolas de ensino fundamental, clubes e associa-ções, mas paradoxalmente vemos cada vez menos professores. Parece que todos optaram por ser técnicos ou dirigentes es-portivos.

Vemos muitos professores que minis-tram aulas de judô em escolas de ensino fundamental, mas estes não são profes-sores de judô de verdade, pois não ensi-nam os princípios do judô.

Lembro que meu sensei cobrava higie-ne, postura, atitude e compromisso para com o judô e principalmente para com a vida. Professores do ensino fundamental não podem exigir nada de seus alunos, pois as escolas não permitem este tipo de relação e cobrança.

Professor é aquele que inicia, ensina e forma judocas. Técnicos treinam os pra-ticantes que se destacam, visando o alto rendimento. Professor de judô ensina an-dar, cair e levantar. Ensina os preceitos e princípios criados por Jigoro Kano. Já um técnico treina atletas que escolheram o judô como profissão.

Nossa leitura é que as federações de-veriam diferenciar de forma bastante cla-ra os faixas pretas que buscam tornar-se professores. Deveriam treiná-los de forma mais abrangente, e exigir maior preparo e comprometimento.

ippon

Vemos cada vez mais crianças sendo usadas para a autopromoção de professores que quando competiram não se destacaram. Sedentos por algo que não conquistaram no passado expõem de forma irresponsável crianças e até os próprios filhos em idade bastante precoce, a padrões de treinamento e cobrança compatíveis à categoria sênior.

Felizmente não temos registro de aci-dentes graves, porém o judô não pode ser transmitido a crianças com 6 anos, da mesma forma que é ensinado para ado-lescentes e adultos.

As prioridades de uma criança são ou-tras. A integridade física e psicológica dos pequenos judocas têm que estar acima de qualquer coisa. Principalmente acima da vaidade destes professores que prio-rizam holofotes e destaque nos pódios, a qualquer preço.

A transmissão dos fundamentos do judô para crianças deve ser feita de forma harmoniosa e natural. Não cabem atrope-los ou cobranças.

É comum vermos competidores sem jeito ou paciência até, para fazer a pegada. Ficam empurrando ou estapeando as mãos de seus adversários mostrando total despre-paro. Se tivessem sido treinados por profes-sores competentes, estes judocas simples-

mente fariam a pegada de forma correta e jogariam de ippon.

Além do ensino dos fundamentos téc-nicos e do princípio do uso eficiente das energias mental e física, um bom pro-fessor faz de seu aluno um judoca ético e determinado. Certamente este sensei não ficará gritando feito louco para seus alunos, no shiai-jo. Um judoca prepara-do sabe muito bem o que fazer durante o shiai.

Não adianta o Comitê Olímpico Brasi-leiro despejar milhões no topo, enquanto a base está cada vez mais comprometida e desprovida de gente capaz.

Nossos dois campeões olímpicos fo-ram forjados por excelentes mestres. Os professores Massao Shinohara e Paulo Duarte, souberam lapidar deus diamantes fazendo a transmissão de todo o conheci-mento que possuem. Formaram dois cam-peões olímpicos e dois grandes homens. E é esse o verdadeiro espírito do judô. Quan-do estas coisas se separam algo deixa de funcionar e a essência se perde.

Temos que repensar o judô lembran-do que só teremos um judô forte quando voltarmos a enxergar nossos pequenos praticantes como judocas, e não como atletas.

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O que o projeto Lhofei Shiozawa re-presenta para a cidade de Inhumas hoje?Este é um projeto social de grande re-percussão e grandes resultados de nossa cidade que atingiu totalmente os objetivos traçados, quando de sua ide-alização. Nossa proposta era oferecer uma atividade sadia para nossas crian-ças após o horário escolar. Não pensa-mos no rendimento, mas felizmente a coisa tomou outras proporções e hoje estamos vendo crianças de Inhumas disputando competições estaduais, na-cionais e os resultados estão surgindo. Obtemos resultados extremamente po-sitivos. Penso que superamos e muito todas as expectativas com relação ao alcance deste projeto.

Em breve teremos uma geração de judocas inhumensses representando Goiás?Certamente em breve teremos judo-cas com muita qualidade represen-tando nosso Estado em competições nacionais em buscas de medalhas. O sucesso do projeto tem feito com que pessoas que nunca tiveram contato com o judô, passassem a conhecê-lo e

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Projeto de Inclusão Social e a visão de prefeito desencadeiam momento histórico do judô goiano

percebessem a grande importância do mesmo na formação das crianças. Os resultados positivos fizeram com que muitas pessoas inscrevessem seus filhos no judô, e até adultos agora es-tão buscando o caminho dos tatamis. Temos muitas crianças participando de um projeto particular que é pago, ta-manho é o interesse pela modalidade, que antes era totalmente desconheci-da aqui.

Como foi ver a equipe do um projeto de sua cidade representar Goiás no Troféu Brasil?Foi de uma importância enorme. Como inhumensse e bairristas como somos, poder vivenciar a formação de uma equi-pe de nossa cidade representando Goi-ás, já foi maravilhoso. Ver nossos atle-tas nos representando numa competição nacional já foi fantástico. Aliado a isso houve a satisfação de ver o resultado positivo de um projeto que nasceu do es-forço muito grande de algumas pessoas. Temos o Junior que preside a Associa-ção junto com a fi lha Fernanda, e são os incentivadores, apoiadores e fi nanciado-res deste projeto, fazendo tudo isso de muito bom grado e com muita vontade, e tendo na Prefeitura de Inhumas apenas o apoio logístico. Então quando vemos uma ação social feita de forma voluntá-ria e ainda por cima atingindo resultados expressivos, fi camos verdadeiramente

Entrevistamos Abelardo Vaz, o prefeito da cidade de Inhumas (GO), que apoia o projeto social criado pela judoca Fernanda Araújo em 2006. Após cinco anos de fundação o projeto já possui

atletas representando Goiás em competições nacionais. Em função das políticas desenvolvidas em torno deste projeto e do comprometimento do município goiano, no primeiro semestre a ONG Atitude Social de Inhumas montou uma equipe que competiu no qualifying que definiu as equipes participantes do Grand Prix Nacional de Clubes 2011, e Goiás conquistou a vaga

inédita para esta competição, fazendo história no judô do Estado de Goiás

Abelardo Vaz, prefeito de Inhumas, Fernanda Araujo e Luis Araújo

Takashi Júnior o grande destaque da equipe inhumensse, Luis Araújo Junior presidente da ONG e Joseph Guilherme o técnico goiano

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muito felizes, pois estamos conseguindo dar retorno aos parceiros que resolveram apoiar nosso projeto.

O Junior diz que você é o principal apoiador do pro-jeto e que até já doou uma área para a construção de um centro de excelência de judô, isso é real?Sim. A construção deste centro vai fazer com que Inhu-mas se torne referência em Goiás, no que diz respeito ao esporte judô e sendo referencia teremos condições de estar trazendo para nossa cidade competições com nível nacional. Tenho certeza que sediando compe-tições desse porte iremos ampliar o atendimento que é feito às crianças do projeto. Certamente poderemos oportunizar o acesso ao judô a um número bem mais expressivo de jovens. Teremos maior facilidade em buscar outros parceiros para se integrar a essa equipe que hoje ainda é muito pequena de colaboradores e apoiadores, do nosso projeto do judô. Isso será a co-roação de um projeto que começou pequeno e tímido, mas que em curto espaço de tempo já revelou talentos e nos propiciou resultados extremamente positivos.

Vocês já têm ideia do custo do centro de excelência? Temos um custo inicial previsto em R$ 500.000,00. Po-rém muito além da obra em si, está aquilo que a constru-ção deste centro de excelência representará no processo de socialização e até no desenvolvimento sócio cultural da população de nossa cidade. Temos consciência da abrangência do judô na formação e na socialização de crianças e jovens, e tenho certeza que estamos fazendo o investimento certo, focando o desenvolvimento de nossas crianças.

O que o exemplo da atleta Fernanda Araújo agrega nesse processo?O exemplo de que com persistência, per-severança e com o apoio irrestrito da famí-lia, todo mundo pode chegar onde almeja. Ela é uma atleta de Inhumas que começou seu treinamento aqui em nossa cidade e hoje nos representa dentro e fora do Brasil. Isso se deve a disciplina e o profi ssiona-lismo dela, mas também ao grande apoio familiar. Então o que podemos exaltar na Fernanda é a importância da família no apoio do atleta que busca uma qualida-de no esporte. Tenho certeza que com o exemplo dela em breve veremos um atle-ta inhumensse nos representando numa olimpíada ou em um campeonato mundial.

Como classifi ca a conquista da vaga inédita paras disputar o GP Brasil?Não tenho como classifi car algo tão im-portante para nós, pelo ineditismo dessa conquista. Será a primeira vez que Goiás participara dessa competição e só tenho a agradecer ao técnico Joseph Guilher-me, e aos atletas que defenderam as nossas cores bravamente.

Equipe que conquistou em Brasília a vaga inédita para o GP Brasil 2011

Abelardo Vaz e Fernanda Araujo

Page 128: Revista Budo 4

Cada ano mais forte e com mais qualidade

Paulista de Veteranos e Kata

Amparo (SP) – Mais uma vez o judô paulista parou para ver professores e atletas do passado mostrando aquilo que mais sabem fazer: lutar judô.

A fria manhã de 11 de junho reservou grande expectativa para os judocas que fariam no Brasil seu último treino visando ao mundial, que se realizaria na Alema-nha uma semana depois. Assim, judocas de todo o Estado foram a Amparo em busca de mais condicionamento e preparo, para encarar a primeira competição máster realizada pela Federação Internacional de Judô – FIJ.

Nas seis áreas montadas estavam feras como Sumio Tsujimoto, Elton Qua-dros, Xuxu, Lucimar Rocha, Joji Kimura, Marco Aurélio Trinca e Carlos Gaitan. Enquanto alguns visavam ao preparo para a competição internacional, outros queriam apenas tentar matar a saudade do tempo em que competiam e davam seus primeiros passos nos tatamis.

Elton Quadros, que hoje luta pela forte equipe do Rio Preto Automóvel Clube,

Por Paulo PintoFotos Marcelo Lopes/Judô ao Vivo,Everton Monteiro e Revista Budô

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Page 129: Revista Budo 4

Grande São Paulo Sorocaba

Campinas

São José dosCampos

Marília

Bauru

Botucatu

Ribeirão Preto

São José do Riuo Preto

Araçatuba

Presidente Prudente

Vale do Ribeirão

Sorocaba

Marília

São José do Riuo Preto

Presidente Prudente

Grande São Grande São Paulo Paulo Paulo Paulo

Vale do Ribeirão

DADOS DA COMPETIÇÃOCampeonato Paulista de VeteranosData: 11 de junho de 2011Local: Ginásio de Esportes do Floresta Atlético ClubeCidade: Amparo - SP Delegacia: 15ª Delegacia Regional – Grande CampinasDelegado Regional: Celso de Almeida LeiteTotal de áreas: 6 áreas Árbitros que atuaram: 42Associações Participantes: 47Atletas Participantes: 241Campeonato Paulista de KataDuplas participantes: 55

Delegacia Regional - Grande Campinas Delegado Regional Celso de Almeida Leite

Campeonato Paulista

Veternaos e KataDelegacia Regional - Grande Campinas Delegado Regional Celso de Almeida Leite15Delegacia Regional - Grande Campinas

Campeonato Paulista

Veternaos e KataDelegacia Regional - Grande Campinas 15ª

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Page 130: Revista Budo 4

continua sendo a mesma muralha intrans-ponível. Forte e dono de excelente técni-ca, o campeão do pesado no M2 mantém o velho hábito de jogar de ippon e subir no degrau mais alto do pódio. Em Amparo Elton fez três lutas e, com um belíssimo osoto-gari e um rápido tai-otoshi, venceu duas por ippon. Na luta fi nal venceu Ricar-do Simões, do Palmeiras, com três shidos.

Elton fi cou fora do mundial deste ano. “Acabei não indo ao mundial por vários fatores”, explicou o atleta. “Primeiro, em função das alterações de local e datas. Antes seria na Tunísia, depois no Egito, e acabou indo para a Alemanha. Isso já complicou tudo para mim, mas aí houve a mudança de política em São Caetano, que me pegou de surpresa, e achei por bem não participar neste ano. Mas esta é a terceira edição sob a chancela da FIJ e agora está muito forte. Temos a participa-ção de ex-atletas olímpicos e campeões em mundiais. A turma do Brasil vai mais na base da paixão. São os amantes de nossa modalidade, mas as equipes de fora hoje em dia vão como se fosse um mundial sênior. As federações montam equipes de verdade, com treinadores, preparadores físicos e tudo mais. Já aqui não há o menor incentivo nem visibilida-de nenhuma. A CBJ não faz absoluta-mente nada por nossa categoria. Somos relegados ao último plano”, lamentou o campeão paulista.

Outro judoca diferenciado que alçou voo nos tatamis de Amparo foi Sumio Tsu-jimoto. O kodansha 6º dan, que mantém a mesma performance de quando competia no sênior, literalmente atropelou seus ad-versários. Dá gosto ver a energia e o pre-paro físico de que o campeão do ligeiro no M5 dispõe nos combates.

Em breve depoimento após as lutas, Sumiu explicou com exclusividade a Budô de onde sai tanta energia. “Programei--me para fazer quatro lutas, mas um dos adversários desistiu e acabei fazendo apenas três. Esta foi minha primeira com-petição da temporada, mas vim com o objetivo de avaliar minha energia. Eu e mi-nha esposa Vera estamos pesquisando e desenvolvendo um método de treinamen-to que prioriza a questão energética. Apli-quei isso nas lutas de hoje, e constatei que é muito bom. Sobrei nos tatamis e acho que meus adversários tiveram difi culdade para me achar no shiai-jo. Fundamenta-mos meu treinamento na energia e isso pode ser feito e usado por todos”, disse o kodansha campeão.

Outro judoca diferenciado que alçou voo nos tatamis de Amparo foi Sumio Tsu-jimoto. O kodansha 6º dan, que mantém a mesma performance de quando competia no sênior, literalmente atropelou seus ad-versários. Dá gosto ver a energia e o pre-paro físico de que o campeão do ligeiro no

Em breve depoimento após as lutas, Sumiu explicou com exclusividade a Budô de onde sai tanta energia. “Programei--me para fazer quatro lutas, mas um dos adversários desistiu e acabei fazendo apenas três. Esta foi minha primeira com-petição da temporada, mas vim com o objetivo de avaliar minha energia. Eu e mi-nha esposa Vera estamos pesquisando e desenvolvendo um método de treinamen-to que prioriza a questão energética. Apli-quei isso nas lutas de hoje, e constatei que é muito bom. Sobrei nos tatamis e acho que meus adversários tiveram difi culdade para me achar no shiai-jo. Fundamenta-mos meu treinamento na energia e isso pode ser feito e usado por todos”, disse o

Outro judoca diferenciado que alçou voo nos tatamis de Amparo foi Sumio Tsu-jimoto. O kodansha 6º dan, que mantém a mesma performance de quando competia no sênior, literalmente atropelou seus ad-versários. Dá gosto ver a energia e o pre-paro físico de que o campeão do ligeiro no

Em breve depoimento após as lutas, Sumiu explicou com exclusividade a Budô de onde sai tanta energia. “Programei--me para fazer quatro lutas, mas um dos adversários desistiu e acabei fazendo apenas três. Esta foi minha primeira com-petição da temporada, mas vim com o objetivo de avaliar minha energia. Eu e mi-nha esposa Vera estamos pesquisando e desenvolvendo um método de treinamen-to que prioriza a questão energética. Apli-quei isso nas lutas de hoje, e constatei que é muito bom. Sobrei nos tatamis e acho que meus adversários tiveram difi culdade para me achar no shiai-jo. Fundamenta-mos meu treinamento na energia e isso pode ser feito e usado por todos”, disse o

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Page 131: Revista Budo 4

Anderson Cássio dos Santos, o popular Xuxu, é um dos judo-cas do máster com melhor preparo físico. Com isso o represen-tante da academia de Judô Mito tem sobrado nos tatamis. Fo-cado no mundial, Xuxu falou da expectativa para a competição. “Estou participando de todas as competições que se realizaram nesta temporada, e tenho treinado muito para o mundial. Já fi z outras participações, mas por ser o primeiro realizado pela FIJ este é muito emblemático. As feras do Japão e da Europa certa-mente estarão na Alemanha, mas vou focado no pódio”, disse o campeão paulista meio-médio do M2.

Após o paulista, recordistas em medalhas foram à Alemanha

em busca de mais experiência

Mesmo com as malas prontas para embarcar para a Ale-manha, onde seria realizada a primeira edição do Campeonato Mundial de Judô da categoria máster promovido pela Federa-ção Internacional de Judô (FIJ), as paulistas Juliana Tiaki Osako Maesta e Aline Akemi Lara Sukin foram a Amparo participar e prestigiar a edição de 2011 do Campeonato Paulista de Kata.

Além das inúmeras medalhas em campeonatos paulistas,

Mesmo com as malas prontas para embarcar para a Ale-manha, onde seria realizada a primeira edição do Campeonato Mundial de Judô da categoria máster promovido pela Federa-ção Internacional de Judô (FIJ), as paulistas Juliana Tiaki Osako Maesta e Aline Akemi Lara Sukin foram a Amparo participar e prestigiar a edição de 2011 do Campeonato Paulista de Kata.

Além das inúmeras medalhas em campeonatos paulistas,

Mesmo com as malas prontas para embarcar para a Ale-manha, onde seria realizada a primeira edição do Campeonato Mundial de Judô da categoria máster promovido pela Federa-ção Internacional de Judô (FIJ), as paulistas Juliana Tiaki Osako Maesta e Aline Akemi Lara Sukin foram a Amparo participar e prestigiar a edição de 2011 do Campeonato Paulista de Kata.

Além das inúmeras medalhas em campeonatos paulistas,

Professor Juarez de judogi azul

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brasileiros e mundiais, as judocas da Associação Esportiva Piracicaba são recordistas em títulos. Só nesta edição do Paulista, Juliana arrebatou sete medalhas, sendo cinco de ouro, uma de pra-ta e uma de bronze, enquanto Aline faturou cinco medalhas, das quais quatro de ouro e uma de bronze.

Ambas disputam Katame No Kata, Nage No Kata, Ju No Kata e Kime No Kata, nas classes fe-minino e misto, e afi rmaram que aprenderam tudo que sabem sobre kata com o sensei Rioti Uchida.

Após a disputa as recordistas falaram sobre a importância do kata e reivindicaram maior participa-ção de atletas na competição, que cresce a cada ano. “Esta é nossa terceira participação em paulistas e percebemos que a cada ano existe maior partici-pação. Mas gostaríamos de ver mais judocas dispu-tando porque é no kata que estão os fundamentos do judô. Isso certamente proporcionará maior nível técnico para nossa modalidade”, disse Aline.

Sobre a expectativa para o mundial, ambas afi rmaram que vão à Alemanha em busca de mais experiência. “Já participamos de uma edi-ção do World Master, na qual obtivemos um ouro no Ju No Kata e uma prata no Nage No Kata. En-tretanto, o torneio fi cou muito mais competitivo, porque teremos a participação do Japão e dos países com tradição no kata. Claro que sonha-mos com medalhas, porém nosso foco este ano é adquirir mais experiência” disse Juliana”.

Page 133: Revista Budo 4

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Fatalidade entristeceu o judô paulista

Um fato trágico entristeceu muito todos que estavam em Amparo, quando o sensei Juarez de Jesus, um dos mais queridos pro-fessores do interior de São Paulo, teve um infarto que resultou em seu falecimento.

A competição rolava normalmente e ca-minhava para sua fase final, quando Juarez reclamou de um mal-estar. Imediatamente foi assistido pelos doutores Rodrigo Achilles e Ediwaldo Antônio Fazzolan, membros da equipe médica que atuou na competição, que imediatamente constataram que se tra-tava de um infarto e, após o procedimento de praxe, o encaminharam para a Santa Casa Anna Cintra, de Amparo, onde ele veio a falecer.

Além de médico, Edivaldo Antônio é ju-doca, amigo e companheiro de treinamen-to do querido professor de Franco da Rocha. Após retornar da Santa Casa bastante emocionado, Edivaldo falou sobre o amigo que acabara de partir. “O sensei Juarez treinava com frequência e nunca teve problemas de saú-de. Fez aqui duas lutas tranquilas e não apresentava sinais de extenuação ou cansaço. Após a segunda luta, ajoelhou, deitou e, quando o atendíamos, notamos que sua respiração e os batimentos cardíacos haviam parado. O ressuscitamos com massagem cardíaca e ele voltou normalmente. Achamos que tudo se estabilizaria, mas imediatamente houve mais duas paradas cardí-acas. Repetimos os procedimentos para reanimá-lo e o encaminhamos para o hospital. Durante o trajeto fizemos de tudo para trazê-lo de volta e no hospital demos todo atendimento e medicação necessários, mas infelizmente ele não resistiu”.

O médico explicou que o ocorrido foi uma fatalidade. “Sou colega de trei-namento do Juarez, pois treino no Judô Mito e em Mairiporã. Como ele era de Franco da Rocha, sempre ia treinar em Mairiporã, onde nos encontrávamos frequentemente. Juarez treinava forte e jogava a molecada. Tinha excelente saúde, e era querido por todos. Certamente deixará muita saudade. Foi uma fatalidade e fizemos tudo que estava ao nosso alcance, mas lamentavelmente perdemos um grande amigo”, explicou Ediwaldo.

No hospital, Francisco de Carvalho Filho, presidente da FPJ, falou sobre a perda do professor do interior. “Foi uma fatalidade que ocorre diariamen-te, mas quando isso ocorre com uma pessoa próxima e querida, como era o professor Juarez, nos choca e comove. A vida é um ciclo e esse ciclo muitas vezes termina de forma abrupta e inesperada, e infelizmente foi o que aconte-ceu com o sensei Juarez. Mas ele se foi fazendo aquilo que mais gostava. Nos tatamis, entre os amigos e competindo. Lamento profundamente esta perda, mas neste momento qualquer discurso é pouco e o que todos nós temos de fazer é estar junto e dar suporte”, afirmou o dirigente paulista.

Alessandro Puglia, vice-presidente da FPJ, lamentou a perda do colega de Franco da Rocha. “Com a morte do professor Juarez de Jesus perdemos um dos nossos grandes professores. Juarez dava aula de judô no Colégio Dom Macário de Franco da Rocha, e foi o responsável pela formação de centenas de judocas do Estado. Infelizmente São Paulo perdeu mais um grande amigo e colaborador”, finalizou Puglia.

Page 134: Revista Budo 4

Classificação Final do KataJU NO KATA

CLASSE: YUDAN MASCULINO

DUPLA ASSOC. PONTOS

1 TORI VINICIUS RODRIGUES JERSCHOW GUARU UKE ROBERTO DE NARDI ALBANESE PROJETO BUDO 495

2 TORI ROGER TSUYOSHI UCHIDA A.E.PIRACICABA UKE EDUARDO MAESTA A.E.PIRACICABA 463

3 TORI LEANDRO ALVES PEREIRA TENIS CLUBE S.J.CAMPOS UKE ANTONIO ROBERTO COIMBRA TENIS CLUBE S.J.C 420

4 TORI LEONARDO YAMADA SUZANO TERAZAKI UKE CAIO KANAYAMA ASSOC. KANAYAMA 387

5 TORI RICARDO FEOLA LOPES SILVA PREVIATO UKE DANIEL KAIHARA G.PEREIRA PREVIATO 381

CLASSE: YUDAN MISTO

1 TORI ROGER TSUYOSHI UCHIDA A.E.PIRACICABA UKE JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA 456

2 TORI RICARDO EIJI OZAKI KENSHIN UKE MARIA CRISTINA ANTUNES KENSHIN 359

CLASSE: YUDAN FEMININO

1 TORI ALINE AKEMI LARA SUKINO A.E.PIRACICABA UKE JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA 471

CLASSE: DANGAI MASCULINO

DUPLA

1 TORI ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO ASSOC. IBIUNENSE UKE GABRIEL PINTO NUNES IBIUNENSE 455

2 TORI RAFAEL NUNES DE SOUZA ALTO DA LAPA UKE EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO ALTO DA LAPA 355

CLASSE: DANGAI FEMININO

DUPLA

1 TORI MARIA EMILIA JESUS DE CILLO PROJETO BUDO UKE LAIS PAROLO PROJETO BUDO 373

2 TORI FERNANDA J.SAWAYA OLIVEIRA KANAYAMA UKE MARIA CRISTINA RAMADAN KANAYAMA 373

KATAME NO KATA

CLASSE: YUDAN MASCULINO

DUPLA ASSOC. PONTOS

1 TORI VINICIUS RODRIGUES JERSCHOW GUARU UKE ROBERTO DE NARDI ALBANESE PROJETO BUDO 493

2 TORI EDUARDO MAESTÁ A.E.PIRACICABA UKE ROGER TSUYOSHI UCHIDA A.E.PIRACICABA 432

3 TORI LEONARDO LUIS VENDRAME OKINAWA IPIRANGA UKE NELSON EISHIN UETI SANTA IZABEL 401

CLASSE: YUDAN MISTO

1 TORI ALINE AKEMI LARA SUKINO A.E.PIRACICABA UKE ROGER TSUYOSHI UCHIDA A.E.PIRACICABA 420

2 TORI JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA UKE EDUARDO MAESTA A.E.PIRACICABA 412

3 TORI RICARDO EIJI OZAKI KENSHIN UKE MARIA CRISTINA A. M ANTUNES KENSHIN 320

CLASSE: YUDAN FEMININO

1 TORI JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA UKE ALINE AKEMI LARA SUKINO A.E.PIRACICABA 429

CLASSE: DANGAI MASCULINO

DUPLA

1 TORI ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO IBIUNENSE UKE GABRIEL PINTO NUNES IBIUNENSE 394

2 TORI EDUARDO GAUDENCIO ADRIANO ALTO DA LAPA UKE RAFAEL NUNES DE SOUZA ALTO DA LAPA 308

KIME NO KATA

CLASSE: YUDAN

DUPLA ASSOC. PONTOS

1 TORI MARCUS MICHELINI E.C.SIRIO UKE DIOGO ROCHA COLELA E.C.SIRIO 516

2 TORI ANTONIO ROBERTO COIMBRA TENIS CLUBE S.J.CAMPOS UKE LEANDRO ALVES PEREIRA TENIS CLUBE S.J.CAMPOS 498

3 TORI JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA UKE ALINE AKEMI LARA SUKINO A.E.PIRACICABA 464

4 TORI NELSON EISHIN UETI SANTA IZABEL UKE LEONARDO LUIS VENDRAME OKINAWA IPIRANGA 436

5 TORI DANIEL KAIHARA G.PEREIRA PREVIATO UKE RICARDO FEOLA LOPES DA SILVA PREVIATO 394

6 TORI LEONARDO YAMADA SUZANO TERAZAKI UKE CAIO KANAYAMA KANAYAMA 383

7 TORI MARCUS VINICIUS S. FLORA A.D.SAO CAETANO UKE GEORGE ERWIN T. A.DE OLIVEIRA PROJETO BUDO 344

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Page 135: Revista Budo 4

CAMPEONATO PAULISTA DE NAGUE NO KATA 2011

CLASSE: YUDAN MASCULINO

DUPLA ASSOC. PONTOS

1 TORI ROGER TSUYOSHI UCHIDA A.E.PIRACICABA UKE EDUARDO MAESTA A.E.PIRACICABA 943

2 TORI NELSON EISHIN UETI SANTA IZABEL UKE LEONARDO LUIZ VENDRAME OKINAWA IPIRANGA 906

3 TORI VINICIUS RODRIGUES JERSCHOW GUARU UKE ROBERTO DE NARDI ALBANESE GUARU 878

4 TORI FABIANO RODRIGO DE BARROS TENIS CLUBE S.J.C UKE ANDERSON LUIZ NEVES DA SILVA TENIS CLUBE S.J.C 772

5 TORI MARCUS VINICIUS S.FLORA A.D.SAO CAETANO UKE RENATO FERREIRA A.D.SAO CAETANO 716

6 TORI ANDERSON CASSIO DOS SANTOS MESC SÃO BERNARDO UKE GUILHERME LEME LOUREIRO MESC SÃO BERNARDO 691

7 TORI MARCOS ALEXANDRE DA SILVA SMEL - AMPARO UKE RAFAEL LUIZ CAZOTO SEGATO SMEL - AMPARO 672

8 TORI VITOR DORIA RICARO COLEGIO JEAN PIAGET UKE RODRIGO BREDARIOL ACHILLES MATA SUGIZAKI 456

CLASSE: YUDAN MISTO

1 TORI ROGER TSUYOSHI UCHIDA A.E.PIRACICABA UKE JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA 914

2 TORI LAIRTON CESAR SECHES MANSOR RIO PRETO A.CLUBE UKE DAYANA DA SILVA NEVES RIO PRETO A CLUBE 692

3 TORI ROSELENE DOURADO SMEL - AMPARO UKE CARLOS HENRIQUE P. DE OLIVEIRA A.D.SANTANA -PEDREIRA 600

4 TORI ANDERSON CASSIO DOS SANTOS MESC SÃO BERNARDO UKE MARIA LUCIA G.PONTES CAMPOS MESC SÃO BERNARDO 595

5 TORI GUILHERME PAES LEME LOUREIRO MESC SÃO BERNARDO UKE PRISCILA NAPOLITANO VIEIRA MESC SÃO BERNARDO 573

CLASSE: YUDAN FEMININO

1 TORI ALINE AKEMI LARA SUKINO A.E.PIRACICABA UKE JULIANA TIAKI OSAKO MAESTA A.E.PIRACICABA 818

2 TORI MARIA LUCIA G.PONTES MESC SÃO BERNARDO UKE PRISCILA NAPOLITANO VIEIRA MESC SÃO BERNARDO 680

3 TORI ALINE SOARES DE CARVALHO ASSOC.G.CIVIS RIO CLARO UKE ALINE HAMMERSCHMIDT A.C.B.D.RIO CLARO 650

CLASSE: DANGAI MASCULINO

DUPLA

1 TORI ELVIS NOBUYOSHI TASHIRO ASSOC. IBIUNENSE UKE GABRIEL PINTO NUNES ASSOC. IBIUNENSE 825

2 TORI MARCELO PEREIRA DE SOUSA OKINAWA IPIRANGA UKE TALUAN NOGUEIRA OKINAWA IPIRANGA 734

3 TORI DANOVAN DIAS MACHADO KOBUKAN UKE MARCIO SALVIATO DOS SANTOS KOBUKAN 692

4 TORI CASSIO SERAFIM ALTO DA LAPA UKE ALEXANDRE MEGIORIN ROMA ALTO DA LAPA 630

5 TORI ALEXANDRE SANTOS COUTINHO ASSOC. JUDO MAUA UKE DIEGO SILVERIO DA SILVA ASSO. JUDO MAUA 537

6 TORI CHARLES RODRIGO CRUZ FENIX UKE ERITON DE O. CARVALHO FENIX 474

7 TORI ERITON CHRISTIAN DE O. CARVALHO FENIX UKE ANTONIO FLAVIO M. LOURENCO CORPO E MENTE 383

CLASSE: DANGAI FEMININO

1 TORI MARIA EMILIA JESUS DE CILLO PROJETO BUDO UKE LAIS PAROLO PROJETO BUDO 668

2 TORI CAMILA ROBERTA FIORIN C.C.PIRACICABA UKE ISIS CONUS ROCHA C.C.PIRACICABA 599

CLASSE: DANGAI MISTO

1 TORI ALEXANDRE SANTOS COUTINHO A.J MAUA UKE BRUNA STELLA DE FREITAS SANTOS A.J.MAUA 582

2 TORI ALEXANDRE SANTOS COUTINHO A.J MAUA UKE ISIS C. ROCHA C.C.PIRACICABA 569

UKE BRUNA STELLA DE FREITAS SANTOS A.J.MAUA

UKEUKE ISIS C. ROCHA C.C.PIRACICABA

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Page 136: Revista Budo 4

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Page 137: Revista Budo 4

Classificação Final do Shiai Feminino

Máster 1

Meio Leve

1º Suzana Nakabayashi Moriya A. A. Banco do Brasil

Leve

1º Angélika Marques Borsari Soc. Esportiva Sanjoanense

2º Michelle de Lima Cipollini Clube Camp Regatas E Natação

Meio-médio

1º Vanessa Cristina Billard Suzano Judô Clube

2º Claudia Carneiro Matos Associação de Judô Aleixo - M.F.

3º Ledjane D. Gonçalves Academia de Judô Taboão SBC

3º Lilian Dias dos Santos Colégio Dom Macario Schimitt

Meio-pesado

1º Fernanda Rojas Pelegrini Palmeiras/Mogi

2º Deise Fernandes Ribas Ass Cult Esp Irmãos Ribas

3º Flavia Mirian Ribeiro Clube Rodoviário de Judô

3º Patrícia Dutra Balera Academia de Judô Taboão SBC

Pesado

1º Roseane de Souza Clube Rodoviário de Judô

Máster 2

Meio-médio

1º Maria Lucia Pontes Campos A. A. D. Mesc São Bernardo

2º Andrea Moraes da Silva Itapira Atlético Clube

Meio-pesado

1º Patrícia Rodrigues de Oliveira Assoc. Sekai de Judô

Pesado

1º Raquel M. dos Santos Gr. Rec. I. Maxion-Fabriva

Máster 3

Meio-leve

1º Edneia Carvalho do Teixeira Academia de Judô Taboão SBC

Leve

1º Elza Santos de Lima Seduc - Praia Grande

Meio-médio

1º Rosangela de Oliveira Colégio Jean Piaget

2º Antonia Gonçalina Giorgiano Sayão Futebol Clube

Médio

1º Marisa Mitiko Takahashi Ribeirão Pires Futebol Clube

2º Maria Cristina Amorim Ass. de Judô Kenshin

Masculino

Máster 1

Ligeiro

1º Ronaldo Dias Ribeiro Assoc. de Judô Mauá

2º Caio Kanayama Assoc. de Judô Kanayama

3º João Marques Pereira Rio Preto Automóvel Clube

3º Dener Aparecido de Andrade Associação Esportiva Piracicaba

Meio-leve

1º Filipe Yoshio Chagas Terada Assoc. de Judô Vila Sonia

2º Ronaldo Andrade Rocha Sport Club Corinthians Paulista

3º Sidney de Lima Assoc. Desp. Alfredo Contatto

3º Jose Antonio de Andrade Assoc. Sekai De Judô

Leve

1º Rodrigo da Silva Braiani Assoc. de Judô Kenshin

2º Milton Trajano da Silva Jr. Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais

3º Rafael Espírito Gonçalves Assoc. Desp. Carlos Fossati

3º Wellington Centeno Gadelha Ribeirão Pires Futebol Clube

Meio-médio

1º Ícaro Augusto Villa Menezes Academia Judô Gambatê 137

Page 138: Revista Budo 4

2º Danilo Tadeu C. Pietrucci Assoc. de Judô de Divinolândia

3º Wellington Cezar Ataíde Ribeirão Pires Futebol Clube

3º Daniel Telles de Menezes Assoc. de Judô Hinode

Médio

1º Danilo Simões de Andrade Assoc. Sekai de Judô

2º Jose Augusto Barbosa Clube Concórdia

3º Michael Reyne Mendes Primeiro de Maio F. C.

3º Renato Yoshio Kimura Ikegaya Judô Clube Mogi das Cruzes

Meio-pesado

1º Carlos Eduardo Modesto Dir. Esp. Rec. Mun. de Itupeva

2º Hudson Roney F. de Campos Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais

3º Alberto Jose Bonetti Netto Assoc. Bras. A Hebraica de SP

3º Marcelo Andre Franchini Assoc. de Judô Hinode

Pesado

1º José Carlos Tadeu B. Freire Assoc. de Judô Araçatuba

2º Felipe Alexandre de Nóbrega Assoc. Bushido Pais e Amigos

3º Leandro Said da Costa Suzano Judô Clube

3º Willian Tadashi Akutagawa São João Tênis Clube

Máster 2

Ligeiro

1º Rubens da Costa Lino Filho Assoc.. Hortolandense de Judô

2º Rogério Seiji Nishimura Assoc. União de Judô - Itatiba

3º Ricardo Marcilio Mendes Assoc. de Judô Yama Arashi

Meio-leve

1º Alessandro Marcos Moreira Bragança Judô Clube

2º Carlos Eduardo Araujo Assoc. Limeirense de Judô

Leve

1º Fabio Dilermando Lenci Sport Club Corinthians Paulista

2º Alessandro S. dos Santos Grêmio Recreativo Barueri

3º Marco Aurélio Granero Assoc. de Judô Previato

3º Adauto Pereira Damiati Pirituba F C

Meio-médio

1º Anderson Cássio dos Santos A. A. D. Mesc. São Bernardo

2º Luis Fernando Ferreira Chiarat Assoc. de Judô Rogério Sampaio

3º Alexandre Bucchino Bradbury Assoc. de Judô Messias

3º Alessandro Fabiano Oliveira Palmeiras/Mogi

Médio

1º Edson Pitarello Moya Assoc. de Judô Hinode

2º Fabio Eduardo Spinoza Primeiro de Maio F. C.

3º Marciel Martins de Souza Assoc. de Judô Vila Sônia

3º Marcelo Antonio Correia Judô Makoto

Meio-pesado

1º Wilson Carvalho Caldeira Rio Preto Automóvel Clube

2º Gilberto Pereira dos Santos Esp. Cl Osasco/Yanaguimori

3º Uatilan Ferreira dos Santos Sind. Ser. Pub. Mun. São Sebastião

3º Adamo da Silva Passos Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

Pesado

1º Elton Quadros Fiebig Rio Preto Automóvel Clube

2º Ricardo Aguiar Simões Palmeiras/Mogi

3º Kleber Aparecido Tome Assoc. de Judô Vila Sonia

3º Sandro Roberto Brancalião Rio Preto Automóvel Clube

Máster 3

Ligeiro

1º Ivan Mariano de Viveiros Clube de Campo de Piracicaba

2º João Donizete de Oliveira Soc. Esportiva Sanjoanense

Meio-leve

1º Marcos Anton de Paula Rossi SESI - SP

2º Edson Yukio Assakawa Assoc. de Judô Vila Sonia

3º Renato Gomes Camacho Academia de Judô Pissarra

3º Sergio Watanabe São João Tênis Clube

Leve

1º Affonso Jorge N. de Carvalho Assoc. de Judô Hombu Budokan

2º Marcos Roberto de Souza Assoc. de Judô Riacho Grande

3º Amilcar Key Kimura Assoc. de Judô Vila Sonia

Meio-médio

1º Rogério Shinobe Assoc. de Judô Vila Sonia

2º Jefferson Brito Delgado Esp. Clube Osasco/Yanaguimori

3º Jose Carlos Marques Assoc. Bushido Pais e Amigos

3º Mauricio Ferraz Ferri Clube Camp. Regatas E Natação

Médio

1º Jurandir de Lira Matos Assoc. de Judô Mauá

2º Nilton Graziano Jr A. D. Bandeirantes Sorocaba

3º Marcos Roberto Pinto Silva Academia de Judô Pissarra

3º Fernando Mauro Siqueira Assoc. Fagundes de Judô

Meio-pesado

1º Lairton Cesar Secches Rio Preto Automóvel Clube

2º Antonio Carlos Amaral Associação de Judô Aleixo - M. F.

3º Ailton Rodrigues Silva Santos Judô Clube Chácara 3º Irmãos

3º Marcos Roberto Pizzato Clube Sem. de Cult. Artística

Pesado

1º Marcelo Zanetti Denardi Academia Heisei de Judô

2º João Carlos Felipe Secret. Mun.Esp.Lazer Amparo

3º Elcio Mauricio Affonso Assoc.de Judô Mito

3º Roberto Joji Chiba Kimura Judô Clube Mogi das Cruzes

Máster 4

Ligeiro

1º Magdiel A. Granado Santos Academia Personal

2º Sidnei de Andrade Peres Clube Rec. de Suzano Judô Teraz

Meio-leve

1º Jorge Mizuguti Yamamoto Judô Clube Mogi das Cruzes

2º Mitsuo Luiz Tengan Sport Club Corinthians Paulista

3º Sergio Kazuo Noda Judô Clube Mogi das Cruzes

Leve

1º Paulo Castelanos Souza Assoc. de Judô Hinode

2º Luiz Carlos Eugenio Brigida São João Tênis Clube

3º Carlos Roberto Peres Clube Rec. Suzano Judô Teraz

3º Emilio Nishiyama Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais

Meio-médio

1º Franco Valério Ribeiro Gatto Assoc. de Judô Messias

2º Lucimar Rocha Palmeiras/Mogi

3º Fernando Haenni Infante Bragança Judô Clube

3º Paulo de Tarso Anfra Clube Sem. de Cult. Artística

Médio

1º Marco Aurélio Trinca Palmeiras/Mogi

2º João Carlos Amaral Esp. Clube Osasco/Yanaguimori

3º Cássio Aparecido de Góis Associação Takayama De Judô

3º Sergio Aparecido Coltre Sec. Mun. Esp. Lazer Amparo

Meio-pesado

1º Jose Iasbech Moraes da Silva Palmeiras/Mogi

2º Pedro Rodrigues da Silva Academia Tomiyama de Araraquara

3º Wilson Roberto Alves Assoc. de Judô Messias

3º Sergio de Oliveira Fernandes Sec. Mun. Esp. Lazer Amparo 138

Page 139: Revista Budo 4

Pesado

1º Marco Antonio G. Pereira Judô Clube Mogi das Cruzes

2º Beni Waiswol Assoc. Bras. A Hebraica de SP

3º Aiydano Carneiro Assoc. Fagundes de Judô

3º Diogo Lopes Clube Sem. Cult. Artística

Máster 5

Ligeiro

1º Sumio Tsujimoto Esporte Clube Pinheiros

2º Luiz Carlos Moreira Secr. Mun. Esp. Lazer Juv. de Pe

3º Marcos Yuji Abe Assoc. de Judô Morimasa

3º Oscalino Faria De Almeida ADC General Motors S. José C.

Meio-leve

1º Elcio Benedito de Assis Gr. Rec. I. Maxion-Fabriva

2º Julio Kawakami Palmeiras/Mogi

3º Roberto Braz do Amaral Aduc - Assoc. Desp. União da Coma

Leve

1º Paulo da Silva Ferreira Palmeiras/Mogi

Meio-médio

1º João Jose da Silva Velloza Esp. Clube Osasco/Yanaguimori

2º Antonio Marcos Naldi Bragança Judô Clube

3º Carlos Alberto de O. Ardito Academia Calasans Camargo

3º Celso Yassuo Takeda Ribeirão Pires Futebol Clube

Médio

1º Reinaldo Seiko Tuha Associação Judô Nery

2º Ronaldo Magno Ribeiro Morais Assoc. Func. Robert Bosch Brasil

3º Cezar Taglieri Serafim Assoc. de Judô Messias

3º Edmilson Gianoni Assoc. de Judô Mauá

Meio-pesado

1º Roberto Robles Santalla Assoc. Desp. Carlos Fossati

2º Erasmo Luiz Firmino Assoc. Judô Musc. Tigre S. Carlos

3º João Carlos Alves de Souza Assoc. Moacyr de Judô

Pesado

1º Samuel Lopes Bastos Assoc. de Judô Budokan Peruíbe

Máster 6

Ligeiro

1º Sergio Honda Assoc. Desportiva Indaiatubana

2º Juarez de Jesus Colégio Dom Macário Schimith

3º Clarindo Rodrigues Novais Assoc. Dib. Esp.Cult. Est. S. P.

Leve

1º Dario Pimentel Junior Assoc. dos Amigos Cohab Bandeira

2º Jose Raimundo da Silva A. J. Shoorikan Niitsuma & Andrade

3º Jose Maria Escaleira Assoc. de Judô Morimasa

Meio-médio

1º Carlos Hugo R. Gaitan Assoc. de Judô Messias

2º Euzébio Nascimento da Silva Judô Torrico

3º Irahy Tedesco Assoc. Borges de Judô

Médio

1º Jairo Baptista de Arruda Associação Spessoto de Judô E

2º José Eduardo Cleto Gonzaga A. D. Bandeirantes Sorocaba

3º Giorgio Ernesto Buoro Assoc. Moacyr de Judô

3º Antonio Conceição Vasques Assoc. de Judô Yama Arashi

Meio-pesado

1º Luiz Robles Santalla Assoc. Borges de Judô

2º Luis de Araujo Pereira Assoc. de Judô Messias

3º Teófilo Coimbra Rojas Assoc. Judô Trajano C. A. Marciais

Pesado

1º Jose Vicente Mendes Assoc. Desp. Carlos Fossati

2º Jorge Fernandes Ribas Ass. Cult. Esportiva Irmãos Ribas 139

Page 140: Revista Budo 4

ASPECTOS PEDAGÓGICOS DO JUDÔ

As lutas são manifestações encon-tradas desde os primórdios da huma-nidade. Evidentemente, com o passar do tempo, técnicas de ataque e defesa foram desenvolvidas e transformadas; transmitidas por gerações, compõem o que chamamos de cultura corporal, juntamente com as danças, os jogos etc.

Segundo Franchini (2001, p.176), “nas modalidades de luta, o esporte encontra sua origem primitiva, uma vez que se conserva a forma milenar de derrotar o adversário fisicamente, em contato direto”. No Oriente, as lutas foram fortemente influenciadas pelas correntes filosóficas e religiosas: são as chamadas artes marciais.

A criança, por sua vez, tem um fascínio natural pelo movimento, pela ação exercida nas lutas, ao tempo em que vive situações cotidianas de rela-ções interindividuais. De acordo com Olivier (2000, p.11), “desde o primeiro ano de escolarização as brigas e as discussões surgem muito cedo entre as crianças”. Apropriar-se de obje-tos ou de lugares, impor sua vontade, irritar-se com o colega; são muitas as possibilidades de conflitos entre os pe-queninos, que muitas das vezes recor-rem ao artifício da violência física em defesa de seus propósitos.

Regulamentar a violência ine-rente às relações sociais das crianças,

140

Por Marco Leite

Foto Everton Monteiro

A Criança e as Modalidades de Luta

ao invés de negá-la, é proposta inteli-gente do educador que trabalha a arte marcial com responsabilidade. O con-tato de oposição física mediado por re-gras, por códigos de conduta, visando a regulamentar as ações, disciplinam a criança, levando-a a reconhecer limites de conduta nas relações com o outro. Assim, a criança aprenderá a opor-se dentro de um ambiente saudável, co-

ordenado por um professor capacita-do para intervir de maneira construti-va no universo de ação proposto pela arte marcial.

Há uma gama de enfoques da motricidade ofer-tados às crianças numa boa aula de arte marcial espe-cífica para sua ida-de: correr, saltar, arrastar-se, puxar, empurrar, reter; são muitas as possibi-

lidades de expressar-se fisicamente, dentro, claro, de um ambiente educa-tivo. Toda essa ação, aliada aos com-ponentes filosóficos que norteiam a prática das artes marciais, certamente contribuirá para a formação de uma criança equilibrada.

Na aula, o professor deverá man-ter a alegria da criança no confronto lúdico que o contato corporal da luta permite, ao mesmo tempo que deverá ensiná-la a dominar suas frustrações, seus ímpetos excessivos de alegria e sua vontade natural de vencer, com-preendendo que a resistência do outro deve ser respeitada e entendida como natural. Assim, lutar será um encontro prazeroso!

Prof. Marco Leite é

Árbitro FIJ - CBJ 46981 - 4º Dan Cref. 354P/MA

Referências bibliográficas:FRANCHINI,Emerson.Judô:desempenho compe-titivo.São Paulo:Manole,2001OLIVIER, Jean Cloude. Das brigas aos jogos com regras:enfrentando a indisciplina na escola.Porto Alegre:Artmed, 2000.

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São Vicente (SP) - Idealizado pelo campeão olímpico de judô Rogério Sampaio e desenvolvido pela RT Projetos Incentivados, a iniciativa beneficia-rá 300 jovens no núcleo da cidade.

Com a presença do campeão olímpico de judô (1988) Aurélio Miguel, o segundo núcleo do proje-to Judô - Educando para Vida foi inaugurado em São Vicente no dia 3 de junho no Centro Cultural e Desportivo das Artes Marciais. O projeto, idealizado por Rogério Sampaio (ouro olímpico em Barcelona, 1992) e desenvolvido pela RT Projetos Incentiva-dos, é beneficiado pela Lei de Incentivo ao Esporte (LIE) e atenderá 300 jovens da cidade.

“O esporte é um dos principais pilares da forma-ção do cidadão e esse é o objetivo fundamental do projeto. Claro que, com muito treinamento e maior número de praticantes, a probabilidade de surgirem campeões aumenta”, ressaltou Miguel, que também é padrinho do projeto.

Projetos IncentIvados Por Lula Terras

Fotos: Ana Borges e E5 Comunicação

Chega a São VicenteProjeto Judô – Educando para a Vida

Prefeito Tércio Garcia, Rogério Sampaio e o vereador Roberto Rocha

O campeão olímpico entrega camiseta a Roberto Rocha Os campeões olímpicos Rogério Sampaio e Aurélio Miguel

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143

A cerimônia teve a entrega dos qui-monos e demonstração de treinamento. Autoridades locais, como a secretária da Educação, Tânia Simões, o vereador Ro-berto Rocha e o prefeito da cidade, Tér-cio Garcia, comandaram a solenidade ao lado de Sampaio. “Como não poderia ser diferente, estou muito contente”, revelou o mentor do projeto.

O advogado da empresa responsável pela formatação do projeto na LIE, Tár-cio Coutinho, enalteceu a qualidade da realização. “Essa nova empreitada do Rogério (Sampaio) é excepcional pelo número de pessoas que serão contem-pladas direta ou indiretamente. Tudo isso é consequência do bem-sucedido projeto Judô em Ação, também da Associação de Judô Rogério Sampaio em parceria com a RT Projetos Incentivados”, disse.

Com núcleos em três cidades da Baixada Santista, 1.000 crianças e jo-vens serão atendidos gratuitamente. Em Santos, os treinos para os 300 inscritos

Associação de Judô Rogério Sampaio

serão realizados no Ginásio Antônio Gue-naga, o Rebouças, e também na recém--inaugurada Arena Santos. Além dos 300 jovens de São Vicente, mais 400 alunos de Cubatão já treinam no primeiro núcleo do projeto, lançado no dia 12 de maio, no Centro Esportivo Armando Cunha.

Tânia Simões a secretária da educação

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Todos os centros contarão com equi-pamentos de última geração e professo-res altamente qualificados, como o caso do medalhista de prata nos Jogos Olím-picos de Sidney, em 2000, Carlos Hono-rato.

O Projeto Judô - Educando Para a Vida é desenvolvido pela Associação de Judô Rogério Sampaio (AJRS) com os patrocínios da Telefônica, Copebrás, Votorantim Cimentos, EcoRodovias e Usiminas, e o apoio do Santos Futebol Clube e da Galvão Engenharia, graças ao convênio entre o governo federal, por intermédio do Ministério do Esporte, e a AJRS, autorizado pela Lei de Incentivo ao Esporte.

Experiência na LIECom o currículo de prestígio no Esta-

do de São Paulo e escritório em Brasília, Coutinho e a RT Projetos Incentivados

dedicam-se exclusivamente a esse seg-mento há quatro anos.

Atualmente, são mais de 40 proje-tos aprovados no ME, alguns em parce-ria com atletas como a ginasta olímpica Jade Barbosa e vitorioso judoca Aurélio Miguel. Ao longo dos anos, a RT Proje-tos Incentivados conquistou aprovação de projetos nas leis federal e estadual e

passou a atuar pela nova lei municipal de Santos, o Promifae.

A RT Projetos Incentivados atua em todo o território nacional. “Estou muito feliz com o caminho que segui. Vejo que o traba-lho sério e correto que prestamos ao longo dos quatro anos no segmento está sendo reconhecido e vem trazendo muitos frutos ao esporte nacional”, revelou Coutinho.

Vereador Roberto Rocha faz entrega de kimonos Rogério entregando camiseta a Tânia Simões

Professores do projeto

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Associação de Judô Rogério Sampaio

Rogério entrega homenagem e camiseta a Tércio Garcia

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São Paulo (SP) - A Federação Pau-lista de Judô Máster e Supermáster re-alizou a terceira edição do Campeonato Paulista Máster.

A competição que aconteceu no dia 22 de maio, nas dependências do Clu-be Atlético Juventus já fi gura entre os principais certames do Máster paulista, mas para o dirigente Rubens Pereira, em breve o evento deverá reunir grandes nomes da categoria veteranos. “Estamos trabalhando algumas parcerias visando atrair maior número de competidores em nossas próximas competições. Sabemos que o potencial do Máster é enorme, e vamos trabalhar duro visando este objeti-vo”, disse Rubão.

Em depoimento realizado na abertura do certame, José Amaury Russo, diretor de esportes olímpicos do Juventus desta-cou a identifi cação do clube, com o judô. “Todos os anos o Clube Atlético Juventus é o palco de competições de judô, em suas mais diversas categorias e classes. Desejamos uma boa competição a todos, e que voltem mais vezes ao nosso clube”, disse o dirigente.

Show de ippons no Paulista Máster da FPJMS

Por Paulo Pinto

Fotos Revista Budô

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Page 147: Revista Budo 4

Cristian Cesário faz juramento

José Amaury Russo

Rubens Pereira

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Page 148: Revista Budo 4

A competição que reuniu mais de 168 atletas das classes, M1, M2, M3, M4 e M5, vindos de 35 associações, contou também com a participação de 457 crian-ças no festival infantil de judô.

Veteranos se prepararam o para

Mundial MásterVários atletas que foram a Frankfurt

disputar o Campeonato Mundial Máster participaram deste evento visando maior preparo e condicionamento para a dispu-ta internacional.

Entre estes destacamos Nelson On-mura, Cristian Cesário, Eduardo Baradel, José Carlos Alves, Carlos Gaitan e An-derson Santos, o Xuxu.

Onmura que se prepara desde o iní-cio da temporada destacou que a compe-tição foi importantíssima em seu preparo. “Venho me preparando desde o início do ano e esta competição foi muito im-portante para o Mundial. Fiz três lutas e venci duas por ippon e uma por desclas-sificação. Na última luta eu estava inteiro enquanto meu adversário estava muito cansado. Isso ratifica que meu preparo está excelente”.

Cristian Cesário afirmou que vai a Alemanha em busca do ouro, e que des-de março treina forte para atingir seu objetivo. “Estou participando de todas as competições do calendário nacional e estadual. Há duas semanas disputei o Troféu Brasil realizado em Brasília – DF, e na próxima semana disputo de outra competição no sênior. Aqui lutei no M1 no peso ligeiro, no leve, no open e por equipe. Pretendo chegar muito bem no Mundial e se Deus quiser vou medalhar”.

Xuxu que fará sua quinta participa-ção em mundiais quer disputar a final do meio-médio do M2. “Vou para minha sex-

Alguns dos judocas que foram ao Mundial Máster

148

Page 149: Revista Budo 4

ta experiência em mundiais e minha meta é disputar a fi nal. Sei que minha catego-ria é muito forte, mas estou me preparan-do para isso”. Xuxu coleciona três ouros no shiai e outra dourada em kata.

Eduardo Baradel, João Carlos Alves e Carlos Gaitan, outros destaques do Vete-ranos, estrearão em Mundiais e além de adquirir maior experiência, vão a Frank-furt em busca de medalhas.

Para Rubens Pereira o momento do Máster é excelente, mas falta ainda in-centivo e boa vontade da CBJ. “Mais uma vez nossos heróis então rumando para um evento mundial, e vão com a cara e a coragem. Enquanto as delegações de outros países vão com equipes comple-tas, ou seja, com preparadores físicos, médicos, técnicos e chefes de delega-ção, nossos atletas vão apenas com a ajuda de Deus. Tentamos adequar a data deste evento ao embarque para o Mun-dial, e esperamos ter ajudado no preparo de muitos judocas que representarão o Brasil em Frankfurt”, fi nalizou.

A Associação Franco da Rocha foi a campeã geral

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Classificação Geral 1 - Franco da Rocha 43

2 - Associação de judô Mito 36

3 - Sociedade Esportiva Palmeiras 29

4 - Associação de Judô Moacyr 23

5 - Judô Kimura 21

6 - Judô Taboão 17

7 - Judô Pissarra 16

8 - Guaru 10

9 - Colossus 8

10 - Acra 8

11- Fagundes = 7

12- Hinode = 7

MasculinoM1

Leve

1º Cristian Cesário

2º Alexandre Freitas

3º Ricardo Oliveira

Meio-médio

1º Bruno Stracieri

2º Reinaldo Viana

3º Wendrel Afonso Sato

3º Milton Soares Carollo

Médio

1º Roberto Roschi Orsi

2º Ricardo de Almeida

3º Carlos Alberto Bezerra

3º Marcos Roberto Gonçalves

Meio-pesado

1º Fabio Kimura

2º Arnaldo Calazans

3º Fernando Fernandes

3º Eduardo de Brito

Pesado

1º Daniel Camargo

2º Evandro Silvério Beraldo

M2

Ligeiro

1º Marco Antonio

2º Marcio Dissandre Bispo

Leve

1º Dalmo Cesar

2º Rodrigo Pereira do Nascimento

3º Marco Antonio Alcântara

3º Hoolyver Assolant Ferreira

Meio-médio

1º Anderson Cássio dos Santos

2º Alessandro Fabiano

3º Pedro Rogério Fagundes

3º Alexandre Bucchino

Médio

1º Alexandre De Souza Gaspar

2º Andre Dias Valim

Meio-pesado

1º Tharin Polhein

2º Ademilson Lindolfo

3º Eduardo Baradel

Pesado

1º Ricardo Aguiar Simões

2º Saulo Teixeira da Silva

M3

Ligeiro

1º Damião Da Silva

2º Paulo Silva Jr

Meio-médio

1º Rogério Duarte Reis

2º Marcos Roberto Pinto Silva

3º Marcos Moreu Reis

Médio

1º Vagner Valentim

2º Clovis Costa Oliveira

3º Jose Nilton

Meio-pesado

1º Mario Roberto de Marchi

2º Paulo Eduardo Leme

Pesado

1º Marcos Jose Barros

2º Gilberto Tadeu De Freitas

M4

Ligeiro

1º Mitsuo Luiz

2º Mario Barbosa

Leve

1º Roberto Amaral

2º Mauricio Jesus

Meio-médio

1º Franco Valério

2º Ademar Dias

Médio

1º Edivaldo Fazzolari

2º Helio Rong

3º Marcelo Ribeiro

Meio-pesado

1º Marcos Magri

2º Benedito Bezerra

Pesado

1º Hugo Almeida

2º Aidano Carneiro

M5

Ligeiro

1º Julio Kawakami

2º Juarez de Jesus

Leve

1º Paulo Silva Ferreira

Meio-médio

1º Nelson Onmura

2º Lucimar Rocha

3º Célio Vilas Boas

3º Carlos Hugo Gaitan

Médio

1º João Carlos Alves

2º Claudio Pereira

3º Giorgio Ernesto

3º Rui Amado

Equipe Masculino

1º Associação de Judô Mito

2º Associação de Judô Moacyr

3º Judô Kimura

3º Judô Franco da Rocha

Absoluto Masculino

1º Cristian Cesário

2º Anderson Cássio dos Santos

3º Alessandro Fabiano

3º Bruno Stracieri

FemininoM1

Leve

1º Maria Lucia G. Pontes

2º Lilian Dias Dos Santos

3º Kátia Santos

Médio

1º Lucimar Silva

2º Patrícia Batera

3º Vivian Correa

3º Ledjane Gonçalves

Meio-pesado

1º Ana Lucia C. Alvim

2º Cristiana C. Cruz

Pesado

1º Neusa A. Oliveira Santos

M2

Médio

1º Isabel Regina Bondezan De Frei-tas

M3

Ligeiro

1º Edneia Carvalho Teixeira

Pesado

1º Adriana Arruda

Absoluto Feminino

1º Neusa Aline

2º Lilian Dias

3º Adriana Arruda

3º Vivian Paula

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Mercadante: ótimos resultados e vaga no Mundial

O ano de 2011 está sendo especial para atletas da Associação Marcos Mer-cadante de Judô. Março fi cou marcado pela disputa de quatro campeonatos, sendo três internacionais. Na Alemanha (Bad Blankenburg), a judoca ararense Nathália Mercadante, 16 anos, represen-tou o Brasil pela seleção brasileira sub 17, no “Torneio Internacional de Thurin-gia”, válido pela primeira fase do Circui-to Europeu. Participaram do evento 286 atletas femininos de 17 países. Em sua categoria ligeiro -44kg, participaram 32 atletas e após 6 lutas, Nathália conquis-tou o honroso 5º lugar para o Brasil.

Ainda na Alemanha, Nathália foi pra-ta, participando juntamente com os de-mais atletas da seleção brasileira sub 17, do “Desafi o Internacional de Judô”, sendo que a equipe brasileira fi cou em segundo lugar. Na mesma semana, Nathália via-jou a Portugal (Coimbra), onde participou da “Taça da Europa de Juniores Portugal 2011”, dessa vez pela classe sub 20. A competição contou com a presença de aproximadamente 300 atletas de 16 pa-íses. Nathália fez quatro lutas e conquis-tou bronze para o Brasil. “Estou muito feliz por ter conquistado esta medalha na

classe sub 20, pois ela tem um sabor es-pecial. Toda minha determinação e dedi-cação dentro e fora dos tatames valeram a pena, principalmente pelos resultados que vem acontecendo diante das compe-tições de nível mundial. O importante é sempre estar entre as melhores”, fi naliza Nathália.

Ainda em março, aconteceu a “Copa São Paulo 2011”, realizada pela Federa-ção Paulista de Judô, que mobilizou as quinze delegacias regionais do Estado, com a participação de 92 entidades e 1800 judocas. A Associação Mercadan-te conquistou nove medalhas na com-petição, sendo um ouro, duas pratas e seis bronzes. O destaque da equipe foi o judoca Diego Guevara, que se sagrou campeão e garantiu vaga para o Paulista e para o Brasileiro Regional.

Em abril, o judoca Diego Guevara, 15 anos, sub 17, meio médio, conquistou a medalha de ouro no “Campeonato Bra-sileiro Regional de Judô”, que compõe a região 5 da CBJ (São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul). Também em abril, pela 2ª fase do Circuito Europeu, a judoca Nathália Mercadante competiu na Rússia pela seleção brasilei-

ra sub 20. Já pela seleção brasileira sub 17, os judocas Luiz Beretta e Pâmella Souza representaram o Brasil na Repú-blica Tcheca. Os três não conseguiram classifi cação.

No mês de maio, os judocas fi zeram uma excelente participação ainda pela segunda fase do Circuito Europeu de Judô. Lutando na Romênia, pela seleção sub 17, Pâmella Souza e Luiz Beretta subiram no pódio após conquistarem a medalha de bronze para o Brasil. Já pela seleção Sub 20, Nathália Mercadante fi -cou em 5º lugar na Itália. Ainda em maio, os judocas ararenses Nathália, Pâmella e Luiz, conquistaram medalha de ouro no “Campeonato Brasileiro de Judô - Sub 17”, realizado em Recife/PE, pela Confe-deração Brasileira de Judô.

No mês de junho, Nathália e Pâmella participaram no Rio de Janeiro da seletiva nacional para formar a seleção brasileira sub 17 que participará do Pan-Americano 2011 e, ambas sagraram-se campeãs. Após a seletiva, as duas ararenses titula-res da seleção brasileira sub 17, continu-aram no Rio de Janeiro em treinamento no Maracanãzinho, juntamente com a seleção brasileira principal que participou do Grand Slam Brasil 2011.

No dia 05 de julho, Nathália Merca-dante foi convocada pela Confederação Brasileira de Judô a participar do Campe-onato Mundial sub 17, que será realizado no período de 10 a 14 de agosto em Kiev, na Ucrânia.

“A vaga no Mundial é o nosso primei-ro sonho que se realiza, através de mui-to trabalho, amor e dedicação, mas não para por aí, queremos também buscar vaga nos Jogos Olímpicos. Nossa prepa-ração está sendo intensa para represen-tar bem o Brasil no Mundial e no Pan”, fi naliza o professor Marcos Mercadante.

Luiz Beretta, Diego Guevara, Nathália Mercadante e Pâmella Souza Luiz Beretta, Diego Guevara, Nathália Mercadante e Pâmella Souza

Luiz Beretta, Diego Guevara, Nathália Merca-dante e Pâmella Souza

Luiz Beretta e Pâmela Souza após recebe-rem medalha de bronze pela 2º fase do Cir-cuito Europeu de Judô

Professores Marcos Mercadante e Bruno Pasqualoto com os atletas que participaram da Copa São Paulo 2011

Por André de Rossi

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São José do Rio Preto faz História na Realização dos Paulistas Sub-15 e Sub-23

A cidade de São José do Rio Preto sediou do Campeonato Paulista de Judô das classes sub-15 e sub-23. Realizado pelo professor Farath em conjunto com a 6ª Delegacia Regional e a Federação Paulista de Judô, o evento foi um marco no calendário esportivo paulista devido à qualidade e ao signifi cado histórico que atingiu.

Realizada no dia 4 de junho, a competição teve a participação de 674 atletas e 122 associações. Além da atuação de toda a equipe do vereador 6º dan e dos professores da

6ª Delegacia Regional, a disputa teve o apoio da Prefeitura de São José do Rio Preto e da Secretaria de Esportes.

de Judô das classes sub-15 e sub-23. Realizado pelo professor Farath em conjunto com a 6ª Delegacia Regional e a Federação Paulista de Judô, o evento foi um marco no calendário esportivo paulista devido à qualidade e ao signifi cado histórico que atingiu.

674 atletas e 122 associações. Além da atuação de toda a equipe do vereador 6º dan e dos professores da

José do Rio Preto e da Secretaria de Esportes.

Grande São Paulo Sorocaba

Campinas

São José dosCampos

Marília

Bauru

Botucatu

Ribeirão Preto

São José do Riuo Preto

Araçatuba

Presidente Prudente

Vale do Ribeirão

Sorocaba

Vale do Ribeirão

Marília

São José do Riuo Preto

Presidente Prudente

Grande São Grande São Paulo Paulo Paulo Paulo

DADOS DA COMPETIÇÃOData: 4 de junho de 2011Local: Ginásio Municipal de Esportes Antonio NataloneCidade: São José do Rio Preto - SP Delegacia: 6ª Delegacia Regional - AraraquarenseDelegado Regional: Osmar Aparecido Feltrin - MazinhoAssociações Participantes: 122Atletas Participantes: 674Árbitros que atuaram: 48Total de áreas: 8 áreas

Delegacia Regional - Araraquarense Delegado Regional Osmar Aparecido Feltrin - MazinhoDelegado Regional Osmar Aparecido Feltrin - Mazinho6

Por Paulo PintoFotos Marcelo Lopes/Judô ao Vivo e Revista Budô

Campeonato Paulista

Sub-15 e Sub-23

Judoca kodansha, vereador, dirigente de uma das equipes mais fortes do interior paulista e mantenedor de um grande projeto social: essas são apenas algumas das atribuições do professor Farath, um faixa

preta que construiu sua vida sedimentada no judô. E toda esta vivência nos tatamis e na gestão esportiva resultou na realização de um dos eventos mais bem organizados do calendário paulista da temporada

Delegacia Regional - Araraquarense Delegacia Regional - Araraquarense 6ª

Page 155: Revista Budo 4

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Page 156: Revista Budo 4

Ao todo 48 árbitros atuaram nas oito áreas montadas no Ginásio Municipal de Esportes Antônio Natalone, palco de grandes lutas. O professor Farath não mediu esforços para realizar uma das mais belas festas do judô bandeirante e fez história ao lembrar e homenagear judocas que deram os primeiros passos da modalidade em sua região e no inte-rior do Estado.

Segundo o vereador rio-pretense, eventos esportivos desse porte fazem jus à pujança e à liderança que o judô paulis-ta possui. “Apenas São Paulo tem capaci-dade para mobilizar tanta gente e tantos recursos na realização de um evento es-tadual de judô. Todos que aqui estiveram para competir, trabalhar ou ajudar viaja-ram centenas de quilômetros. Estamos no extremo do Estado e distante dos grandes centros. Mas isso é o espelho do judô paulista, e foi assim que construímos o caminho que nos levou ao lugar mais alto do pódio no Brasil e em todo o continen-te americano. Nosso esforço e dedicação são frutos do orgulho que temos por fazer um judô cada dia mais forte e democráti-co”, comemorou o professor Farath.

Osmar Aparecido Feltrin, delegado re-gional responsável pelo evento, destacou a importância de homenagear aqueles que plantaram a semente. “Além da dis-puta por medalhas e a classifi cação para o Campeonato Brasileiro das categorias sub-15 e sub-23, presenciamos a belís-sima homenagem feita aos professores que construíram a história do judô no Estado e no Brasil. Grandes judocas do passado foram lembrados e homenagea-dos, entre eles Carlos Eduardo da Motta, o Tico, que cedeu seu nome para a com-petição. Penso que devemos reverenciar nossos antecessores, e seguir o exemplo deixado por eles”, disse Mazinho.

Autoridades políticas e desportivas estiveram presentes e entre eles desta-camos Valdomiro Lopes, prefeito de São José do Rio Preto; José Carlos Marinho, secretário municipal de Esporte e Lazer; Eduardo Piacenti, vereador de Rio Pre-

Orpheu e Edson Puglia dirigentes do Verdão Os senseis Paulo Duarte e Umakakeba

Tico cumprimenta Paulo DUarte

Neimar Pinheiro, Paulo Pinto e Gil Carvalho

156

Page 157: Revista Budo 4

to; Francisco de Carvalho, presidente da Federação Paulista de Judô; professor Farath, o vereador 6º dan; e Eládio Sil-va, presidente do Automóvel Clube de Rio Preto.

Em seu pronunciamento, Valdomiro Lopes, prefeito de São José do Rio Preto, destacou o papel decisivo do esporte na formação de uma sociedade mais justa. “Quero destacar que quando criança fui judoca, e guardo até hoje os ensinamen-tos de meu sensei. Sei a importância de conhecer e praticar a filosofia do judô. Sinto-me honrado por estar participan-do de um evento de tamanha grandeza. Nossa administração sabe a importância da prática esportiva e apoia ações contí-nuas neste segmento em todos os níveis. Despendemos grande esforço para pro-mover o desenvolvimento técnico e estru-tural de todas as modalidades esportivas indiscriminadamente, desde o esporte lúdico ao alto rendimento. O esporte pro-porciona e colabora no processo de for-mação de uma sociedade mais justa.”

O prefeito rio-pretense falou da im-portância das ações conjuntas visando maiores resultados. “Nossa administra-ção entende que as secretarias de Saú-de, Esporte, Educação e Cultura devem desenvolver ações integradas visando a oferecer sempre melhor qualidade de vida a nossa população. De certa forma, todas estas pastas têm muito em comum e é isso que buscamos por meio desta política integrada”, finalizou Lopes.

Francisco de Carvalho Filho, presi-dente da FPJ falou da necessidade de desenvolver parcerias em todos os ní-veis. “Estamos realizando em Rio Preto um grande evento, e preparando equi-pes que representarão São Paulo em duas competições nacionais. Nada disso seria possível sem as parcerias que de-senvolvemos em todas as esferas. Cada vez mais temos a presença da iniciativa privada e do poder público em nossos eventos, e este é o caminho. O esporte socializa, engrandece e dignifica nossos jovens, e a participação dos diversos segmentos da sociedade em nosso dia a dia é imprescindível”, disse o dirigente.

Graduação emociona novo kodansha paulista

O ponto alto da abertura foi a gradua-ção de 6º dan concedida aos professores Raul de Mello Senra Bisneto e Antônio

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César Fuscaldo. Dois kodanshas que, além de toda a evolução e do crescimento pessoal obtidos nos tatamis, trabalharam incansavelmente no sentido de dissemi-nar a fi losofi a do mestre Jigoro Kano.

Raul Senra, que além de professor de judô e empresário do agronegócio é delegado da 4ª Delegacia Regional Alta Paulista, fi cou visivelmente emocionado com a graduação recebida. Para o novo kodansha paulista a razão de toda emo-ção é a amplitude do signifi cado desta graduação. “Primeiro, foi uma longa es-pera e estou muito feliz, pois a sensação que fi ca é de que esperei a vida toda por isso. Entretanto, ser kodanha representa muita responsabilidade e comprometi-mento com todos aqueles que vivem o judô: praticantes, professores e admira-dores de nossa modalidade.”

Senra lembrou que o comprometimen-to agora é muito maior. “Acho que esta graduação também é um prêmio por tudo que fi zemos pelo judô de São Paulo e da nossa região, porém o comprometimen-to com a fi losofi a do judô agora é muito maior”, fi nalizou o delegado paulista.

Lins é destaque no sub-23

A equipe de judô Semclatur de Lins fez bonito no sub-23. Mesmo com ape-nas oito atletas disputando o sub-15 e o sub-23, a equipe linense marcou presen-ça e fi gurou entre as equipes que subi-ram no pódio.

O técnico da delegação de Lins foi o renomado professor Neimar Pinheiro, que levou a Rio Preto três judocas do pré--juvenil e cinco do sub-23. Destes, três medalharam e inseriram a equipe linense no rol das principais equipes paulistas da atualidade. São eles: Bruno César Ma-riano, o meio-médio que brilhantemente conquistou o ouro em uma categoria que contou com 25 judocas, e entre estes estavam atletas das principais equipes paulistas.

Outros destaques foram Amélia Rosa Souza, a peso-ligeiro que conquistou o bronze, e Dahran Luiz Muraro, o meio--pesado que levou outro bronze para Lins.

O ligeiro Bruno Muraichi é outro judoca extremamente técnico, e na disputa do bron-ze foi derrotado pelo experiente Phelipe Pe-lin. Mostrando excelente técnica e um estilo bastante agressivo, Bruno fi cou em 5º lugar numa categoria que contou com 32 atletas.

Sensei Umakakeba entrega faixa coral a Raul Mazinho entrega a faixa de kodansha a Antonio Fuscaldo

Família Fuscaldo comparecem à cerimônia

Valdormiro Lopes, Francisco de Carvalho, Tico, Farath e Puglia

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O time linense teve o acompanhamen-to do preparador físico João Rufino, e na avaliação do técnico Neimar Pinheiro a equipe mostrou grande evolução. “Esta-mos adquirindo mais experiência e mos-trando evolução. Reputo este crescimen-to ao trabalho desenvolvido com o apoio da Secretaria Municipal de Esportes e da Prefeitura de Lins. Nosso secretário de Esportes, Akio Matsuda, e o prefeito Ca-sadei têm apoiado as grandes iniciativas esportivas de nosso município, e felizmen-te o judô faz parte desse processo. Tenho certeza de que em breve estaremos mar-cando maior presença nos pódios do judô Paulista”, ensejou Pinheiro.

Rogério Sampaio conquista quatro

medalhas no sub-23Quatro atletas do Projeto Judô em

Ação, desenvolvido pela Associação de Judô Rogério Sampaio, subiram ao pó-dio do Paulista sub-23. Daniel Plácido de Sousa (+100 kg), Carolina Pereira Mar-tins (- 48 kg) e Beatriz Santos de Oliveira (- 70 kg) sagraram-se vice-campeões, enquanto Danilo de Almeida Gonçalves (- 81 kg) ficou com a medalha de bronze.

Palmeirenses conquis-tam maior número de

medalhasA Sociedade Esportiva Palmeiras con-

quistou dez medalhas nas finais do Paulis-ta sub-15 e sub-23. Com três ouros, uma prata e seis bronzes, o Palmeiras/Mogi foi superado na classificação geral pelo Es-porte Clube Pinheiros, que somou apenas seis medalhas, porém cinco de ouro.

Com o ouro conquistado, os atletas Tácio Santos, Gabriela Clemente e Natá-lia Maciel estão classificados para o cam-peonato brasileiro de suas categorias.

Edson Puglia, diretor de judô do Ver-dão, disse que mais uma vez a Fede-ração Paulista promoveu uma grande competição. “A FPJ realizou uma com-petição de altíssimo nível e muito bem formatada. Nossa equipe conquistou um excelente resultado e nossos atletas se empenharam muito. O resultados surgiu naturalmente, e repetimos o feito do ano passado, ficando na segunda colocação geral”, comemorou o dirigente alviverde.

Prefeito Valdomiro Lopes Francisco de Carvalho Filho

Vereador Eduardo Piacenti e Anderson DiasProfessor Farath e Tico

Professor Farath, Puglia e Fuscaldo

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Pinheiros mantém a hegemonia e a liderança

O Esporte Clube Pinheiros mantém a tradição de liderança nos tatamis paulis-tas. Mais uma vez o clube da Zona Oes-te da capital arrebatou o maior número de medalhas de ouro numa competição, mantendo a escrita.

Ao todo foram seis medalhas, sen-do cinco de ouro e uma de prata, que foi conquistada por Victor Andreas Karabour-niotis, da categoria leve do sub-23. As de ouro também foram conquistadas no sub-23, com Catiere Moya no ligeiro, Fabiana de Oliveira no leve,

Charles Chibana no meio-médio, Vini-cius Panini no leve e Eduardo Betoni da Silva no médio.

SESI fixa-se cada vez mais entre os grandes

O time do SESI fi rmou-se defi nitiva-mente entre as principais forças do judô paulista. Até há pouco tempo, era um pódio aqui e outro ali. Hoje os sesianos avançam rapidamente rumo às primei-ras colocações de forma determinada. Vários fatores refl etem este resultado surpreendente, mas a principal razão desse desempenho tem nome: Pau-lo Duarte, um dos maiores senseis do judô contemporâneo. Aguerrido e de-terminado na formação de campeões, a cada ano o professor santista lança nos tatamis vários atletas com excelen-te preparo técnico.

Em Rio Preto, o time do Serviço So-cial da Indústria arrebatou cinco meda-lhas: um ouro, uma prata e três bron-zes. No sub-15, Laís Helena Miranda

de Souza faturou o ouro no meio-pesa-do, enquanto Ellen de Oliveira Furtado fi cou com a de prata do pesado e Felipe Derosa Cintra levou o bronze do meio--leve. No sub-23, Júlia Cristina Bueno Araújo fi cou com o bronze do pesado e Pedro Medeiros Delgado faturou o bronze no meio-pesado.

lhas: um ouro, uma prata e três bron-lhas: um ouro, uma prata e três bron-zes. No sub-15, Laís Helena Miranda

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Classificação GeralFeminino Sub-15 Logo FPJ

Super Ligeiro

1º Bruna da Silva Associação Cult. Esp. do Tucuruvi

2º Karen Bianca V. de Souza Clube Concórdia - Omega Academia

3º Gabrielle da Silva Anjos Palmeiras/Mogi

3º Larissa Vitoria M. Teixeira Unimes – Uni. Metropolitana de Santos

Ligeiro

1º Letícia Ribeiro B. Silva Adpm - Reg. São José dos Campos

2º Catarina de Oliveira Machado Sociedade Harmonia de Tênis

3º Janaina Gabriela Souza Rio Preto Automóvel Clube

3º Andressa dos Santos Soares Associação de Judô Budokan Peruíbe

Meio-leve

1º Thamiris A. Neris Cabral Seduc - Praia Grande

2º Bruna Helena Moreira Associação Máster de Judô

3º Jessica Couto Lima Associação Hirakawa de Judô

3º Karina Thamiris P. da Silva Rio Preto Automóvel Clube

Leve

1º Gabriela Silva M.Clemente Palmeiras/Mogi

2º Vitoria Aparecida Hemmel Associação de Judô Budokan Peruíbe

3º Jessika Caroliny L Martins Rio Preto Automóvel Clube

3º Sabrina Gabriela Araujo Seduc - Praia Grande

Meio-médio

1º Sabrina Tavares Rosseto Associação Guairense de Judô

2º Geovana Soares de Lima Seduc - Praia Grande

3º Stephanie Domingos do Carmo Academia de Judô Pissarras

3º Yasmim Siqueira Fernandes Associação Judô Nery

Médio

1º Daise Maria Locatelli Associação de Judô de Divinolândia

2º Bruna Bognatori Merli Associação Máster de Judô

3º Joyce Regina dos Santos Associação de Judô Hombu Budokan

3º Gabriela Fernandes da Costa Palmeiras/Mogi

Meio-pesado

1º Lais Helena Miranda de Souza SESI - SP

2º Thalia Cristina da Silva Associação Brasileira A Hebraica de SP

3º Nathalia F. Amaral Associ. Marcos Mercadante De Judô

3º Giovanna Rodrigues Batista Unimes – Uni. Metropolitana de Santos

Pesado

1º Beatriz Rodrigues de Souza Associação de Judô Budokan Peruíbe

2º Ellen de Oliveira Furtado SESI - SP

3º Giovana Oliveira Mendes Associação Desportiva Carlos Fossati

3º Kamila Gomes Nogueira A D Ateneu Mansor

Feminino Sub-23 Logo FPJ Super Ligeiro

1º Natalia Melo Maciel Palmeiras/Mogi

2º Marcela Lamarca Dela Plata A. Desp. Centro Olímpico

3º Nathali Barbosa Camargo Associação de Judô Aleixo - M. F.

3º Amélia Rosa da Silva Souza Semclatur de Lins

Ligeiro

1º Catiere Toledo Moya Esporte Clube Pinheiros

2º Carolina Pereira Martins Associação de Judô Rogério Sampaio

3º Lorrayna Ferreira da Costa Assoc. Desp. Alfredo Contatto

3º Michely Y. de Amorim Abe Associação Esportiva Guarujá

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Médio

1º Thiago Fernandes Miranda Esp. C. Osasco/Yanaguimori

2º Sandro de Moraes Duarte Filho Associação Esportiva Guarujá

3º Sergio Junior S. Eugenio Associação de Judô Belarmino

3º Leonardo Pavani Associação de Judô Nery

Meio-pesado

1º Luan Matheus Fernandes Associ. Cultural Nipo Bras. Vila Carrão

2º Eduardo Bruno S dos Santos Associação de Judô Belarmino

3º Denis Barbosa da Silva Associação Aurélio Miguel de Esportes

3º Henrique Abreu Francini Associ. de Judô Trajano C. A. Marciais

Pesado

1º Raul de Almeida Batista Soares Associação Desportiva Carlos Fossati

2º Luiz Henrique dos Santos A. Desp. Centro Olímpico

3º Pedro Claudio T. Itinose Fúlvio Myata Fitness & Sports

3º Matheus Storti Monteiro Rocha Rio Preto Automóvel Clube

Masculino Sub-23 Logo FPJ Super Ligeiro

1º Paulo Sérgio Zakimi Associação Desportiva São Caetano

2º Eduardo Moreira Damião Associação Sekai de Judô

3º Guilherme Vinicius Marques Palestra Esporte Clube

3º Jader Cássio da Silva Associação Branco Zanol de Judô

Ligeiro

1º Eric Gomes Takabatake A. A. D. Mesc São Bernardo

2º Hernan Daniel Birbrier Associação Esportiva Piracicaba

3º Nicolas Felipe Almeida Santos Adpm - Reg. São José dos Campos

3º Phelipe André Pelin Palmeiras/Mogi

Meio-leve

1º Charles Koshiro Chibana Esporte Clube Pinheiros

2º Alexandre Tadashi Uchida Associação de Judô Ichikawa

3º Saulo de Oliveira Silva Associação Esportiva Piracicaba

3º Leandro Gonçalves Silva Suzano Judô Clube

Leve

1º Vinicius Taranto Panini Esporte Clube Pinheiros

2º Victor Andreas Karabourniotis Esporte Clube Pinheiros

3º Luiz Fernando Araujo Duarte Clube Atlético Taboão da Serra

3º Mateus Santos Almeida Associação Desportiva São Caetano

Meio-médio

1º Bruno Cesar Mariano Semclatur de Lins

2º Caio Ricardo L. Paolillo Guaru Educação Social e Desporto

3º Lincoln Duarte Araujo Alfenas Palmeiras/Mogi

3º Danilo de Almeida Gonçalves Associação de Judô Rogério Sampaio

Médio

1º Eduardo Betoni da Silva Esporte Clube Pinheiros

2º Elias Maklouf Samed A. Desp. Centro Olímpico

3º Caio Ferreira Diniz de Moura A. A. D. Mesc São Bernardo

3º Ricardo Bruno de Jesus Palmeiras/Mogi

Meio-pesado

1º Jonas Facho Inocêncio Associação Esportiva Piracicaba

2º Hafner Martar Pires Duarte A. D. Bandeirantes Sorocaba

3º Pedro Medeiros Delgado SESI - SP

3º Dahran Luiz Muraro Semclatur de Lins

Pesado

1º Eduardo Paulino Gonçalves Associação Guairense de Judô

2º Daniel Plácido de Souza Associação de Judô Rogério Sampaio

3º Willian Hoffmann Associação Desportiva Alfredo Contatto

3º Caíque de Almeida Associ. de Judô Trajano C. A. Marciais

Meio-leve

1º Isabelle Regina de Lima Tênis Clube S Jose Campos

2º Thais Borges dos Santos S. J. Esporte e Lazer Pindamonhangaba

3º Rayane Ferraz de Souza Associação Desportiva Santo Andre

3º Bruna Alves Cardoso Suzano Judô Clube

Leve

1º Fabiana dos S. de Oliveira Esporte Clube Pinheiros

2º Gilmara Cristina Prudêncio Seduc - Praia Grande

3º Tamara dos Santos Tênis Clube S Jose Campos

3º Amanda de Faria Dutra Associação Guairense de Judô

Meio-médio

1º Camila Satie Zyman Minakawa Associação Brasileira A Hebraica de SP

2º Laisa de Souza Oliveira Associação Kiai Kam

3º Michele M. de Oliveira Associação Esportiva Piracicaba

3º Tharrere Aparecida Reis Silva Judô Makoto

Médio

1º Isabelle Chiara M. Vieira Associação Esportiva Piracicaba

2º Beatriz Santos de Oliveira Associação de Judô Rogério Sampaio

3º Jessica Sisa Martins Carvalho Associação de Judô Mata Sugizaki

3º Letícia Cherri Spilari Associação de Judô Aleixo - M. F.

Meio-pesado

1º Talita Liborio Morais Tênis Clube S Jose Campos

2º Pâmela Vitorio Ventura Associação Kiai Kam

3º Samarita Beraldo Santagnello Rio Preto Automóvel Clube

3º Steffani Marques Lupetti Associação Esportiva Piracicaba

Pesado

1º Marilia Vieira dos Santos Associação Desportiva Santo Andre

2º Gabriela Mattioli de Siqueira Seduc - Praia Grande

3º Gabriella Lopes S. Souza S. J. Esporte e Lazer Pindamonhangaba

3º Julia Cristina Bueno Araujo SESI – SP

Masculino Sub-15 Logo FPJ Super Ligeiro

1º Mike Silva Pinheiro São João Tênis Clube

2º João Victor dos Santos Silva Adpm - Reg. São José dos Campos

3º David Gonçalves da Silva Associação Brasileira A Hebraica de SP

3º Jonathan Renan Lemos Martins Rio Preto Automóvel Clube

Ligeiro

1º Bruno Cesar Watanabe São João Tênis Clube

2º Douglas Ap. Silva de Sena Jr Associação Guairense de Judô

3º Diego Henrique Ribeiro Adpm - Reg. São José dos Campos

3º Alexsander Pereira Dias Rio Preto Automóvel Clube

Meio-leve

1º Kainan Santos Pires Associação Esportiva Guarujá

2º Haniel Gabriel O. Simas São João Tênis Clube

3º Felipe Derosa Cintra SESI - SP

3º Kayode Manu da Silva Alves A. D. C Santana Pedreira

Leve

1º Ronin Lins Rocha Sport Club Corinthians Paulista

2º Caio Andreoli Fornari Palmeiras/Mogi

3º Aurélio Pereira dos Santos Filho Tênis Clube S Jose Campos

3º Rafael Bondezan de Freitas Palmeiras/Mogi

Meio-médio

1º Tacio Henrique Bráulio Santos Palmeiras/Mogi

2º Caio Henrique dos Santos Associação J. M. Tigre de São Carlos

3º Bruno Matheus S. Viana Associação Registrense de Judô

3º Pedro Paulo Arruda Silva São João Tênis Clube 162

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Cerca de 80 judocas da equipe do Colégio Liceu Albert Sabin – Educação Infantil e Ensino Fundamental, acompa-nhados pelo técnico Rogério Quintela e pelo professor Sílvio Caporal, coordena-dor do Departamento de Esportes da es-cola, participaram do 9º Festival de Judô A Hebraica, no dia 10 de abril, em São Paulo.

A equipe do liceu foi a única repre-sentante de Ribeirão Preto num dos mais tradicionais eventos do judô do Estado de São Paulo. O festival reuniu mais de 1.800 atletas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, e contou com a presença do campeão mundial de judô Luciano Correa, que foi prestigiar a competição.

Os judocas tiveram a orientação da psicóloga esportiva da equipe de judô SME Ribeirão Preto/Barão de Mauá, Cheila Casagrande, antes e depois de cada luta.

Para o técnico Rogério Quintela, esta foi uma experiência única. “A participação da equipe do Liceu Albet Sabin no festi-val de judô foi sensacional. Agradeço a contribiução dos pais e de todos os pro-fi ssionais envolvidos nesta ação. Quanto às crianças, acredito que lutar no maior festival de judô da América Latina tenha sido fundamental no sentido de percebe-rem a dimensão do esporte que praticam e aprenderem com naturalidade a impor-tância de ganhar e perder, dentro e fora dos tatamis”, disse Quintela.

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Por Paulo Pinto

Fotos Arquivo

Escola Liceu Albert SabinFaz do Judô uma Importante Ferramenta Educacional

“Acreditamos que atividades desta natu-reza sejam fundamen-tais para despertarmos valores como organiza-ção, responsabilidade e espírito de coletivi-dade”, comentou o pro-fessor Sílvio Caporal.

A Escola Liceu Al-bert Sabin conta hoje com mais de 120 judo-cas a partir dos 4 anos de idade.

Saída da delegação concentração dos judocas

Prof. Quintela e Prof. Silvio e a Equipe de apoio Carla, Cheila e Henrique

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