100
SENSO Fall/Winter edition 1

Senso Magazine - 13th Edition

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Senso Magazine - 13th Edition Portuguese-Canadian magazine, published in Toronto

Citation preview

Page 1: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 1

Page 2: Senso Magazine - 13th Edition

2 SENSO Edição Outono/Inverno

Page 3: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 3

sumário

34-39 Especial de Natal: História e tradições

11 Música:Marcelo Neves: “Nunca é tarde para recomeçar”

14 Comunidade:Fórum “Vamos Participar”

16 Comunidade:Fernando Gonçalves até um dia destes

20 Comunidade:Rúben Melo à frente da festa do chicharro

22 Comunidade: Raquel Tavares, uma fadista de raça

23 Comunidade:Angariação de fundos para os Deficientes

26 Comuidade:Alexandra Mendes quer governar o Canadá

28 Comunidade:Casa do Alentejo, cultura... com fartura

29 Comunidade:First Portuguese, 55 anos de vida

32 Comunidade:Açorianos cada vez mais unidos

44 Comunidade:Acordo ortográfico esclarecido

45 Comunidade:Grupo Folclórico Transmontano 30 anos de êxitos

46 Comunidade:Ana Moura, uma moura encantada

56 Ciência:Biocombustível diminui dependência do exterior

60 Entrevista:Sidónio Bettencourt e Genuíno Madruga, dois sonhos, a mesma aventura

62 Entrevista:O secretário regional Vasco Cordeiro visitou o Canadá

70 Comunidade: “Ecos de Portugal” são ecos da alma

84 Home:A hidden hazard - Carbon monoxide

88 Construction:Failings of glass condos highlight strenghts of masonry

96 Desporto:Helder Rodrigues campeão do mundo de motociclismo todo o terreno

98 OpiniãoCrise sistémica... ou elementarmente endémica...? - Dr. Filipe Sequeira

Comunidade:Ordem de mérito para Tony Belas

12Comunidade:

Fernando Mendes: graça e simpatia76

Comunidade:10º aniversário do

“adiaspora.com”

19

40 Comunidade:

PCCM 37 anos de história

53 Entrevista:

Brian Melo, a vida depois dos ídolos

Page 4: Senso Magazine - 13th Edition

4 SENSO Edição Outono/Inverno

EDITORIAL

13th Edition • Fall/Winter 2011/12Edição nº13 • Outono/Inverno 2011/12

(A division of Portuguese Post ltd.)

Editor-in-chief: Jack Prazeres Managing Director: José Mário Coelho (JMC)

News Editor: Ana Fernandes-Iria

Creative Director: Jamie Sousa Iria

Sales/Photography: Bernardete Gouveia

Contributing Writers:Aida Baptista, Eduardo Águaboa, Dr. Filipe Sequeira, Florência Lopes Dias, Gonçalo Nuno dos Santos, Liz Pimenta, José Soares, José António Gonçalves

Address 300 New Toronto St., unit #9, Toronto, ON M8V 2E8Tel: 416-916-3203 • www.sensomagazine.comemail: [email protected]

All contents © COPYRIGHT 2011/12 Senso magazine. All rights reserved. Any use of the content of this publication without the express written permission of the publisher is strictly prohibited. Some of the views expressed by contributors may not be the representative views of the publisher.

José Mário [email protected]

Indignação... indignação... indignação...São palavras de ordem por todo o mundo oci-

dental civilizado (?).Quando no último editorial da SENSO Maga-

zine me debrucei sobre o tema da indignação pes-soal que me atormenta a alma, nunca imaginei que a indignação global andasse tão perto.

New York, Toronto e Montreal, Lisboa e Porto, Roma, Madrid, Frankfurt (Banco Central Europeu), e tantas outras cidades do mundo, foram sur-preendidas com manifestações de milhares e mil-hares de protestantes, num combate total à crise económica que assola tudo e todos. Onde está o dinheiro? Todos perguntam, mas não conseguem obter resposta.

Homens e mulheres, novos e idosos, todos se perfilam em frente dos centros económicos das ci-dades, pedindo pacificamente que intercedam por eles, que olhem para a humanidade em geral -e para as crianças em particular-, e não unicamente para os seus próprios interesses...

Que hajam ricos e pobres está certo, há sem-pre quem mereça mais do que outros, mas é preci-so acabar com os megamilionários e os miseráveis. Nem uns merecem tanto, nem os outros tão pouco!

A marcha dos conscientes arrancou. Pé-ante-pé, vão batendo à porta dos cegos, surdos e mu-dos. O combate às multinacionais e aos políticos desvairados começou, já se estendeu a oitenta ci-dades no arranque, deixando a promessa de luta cerrada e o desejo de mudança.

Já não era sem tempo. Nos bastidores das altas finanças e nos círculos

politiqueiros globais já se ouvem algumas vozes a

protegerem-se do amanhã. A hipocrisia serve para ambos os lados da cerca. Cuidado com essas vozes!

A voz do Povo, é a única voz que se pode im-pôr àqueles que a amordaçam.

Já se fez ouvir. E vai continuar a lançar a sua voz mundo fora. É caso para relembrar:

O POVO unido jamais será vencido!Em Roma e Londres, lamentavelmente, houve

distúrbios, e outros mais haverão com certeza, porque a indignação por vezes tolhe os movimen-tos da razão. Sejamos pacíficos. Se as mudanças não se fizerem com consciência e calma, não serão tão eficazes como todos desejamos. A paz é a mais importante plataforma para podermos dar vazão aos nossos sonhos.

Caminhemos com tranquilidade ao encontro de um novo figurino social, onde possamos viver saudavelmente, criar filhos e netos no verde da es-perança, deixando para trás o vermelho do sangue derramado por tantos inocentes.

Todos temos direito à vida em igualdade de circunstâcias.

Nascemos nús, morremos estendidos na terra...Occupy... occupy... occupy... Indignados... in-

dignados... indignados...As palavras de ordem da época em que vi-

vemos, apenas esmagadas por meia-dúzia de mega-maníacos, que querem a riqueza, o poder e a liderança do mundo. Reinar para desunir.

É tempo de dizer: Chega!Já é tempo de mudança...global. Está na hora...

JMC

Occupy... occupy... occupy...

Page 5: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 5

Page 6: Senso Magazine - 13th Edition

6 SENSO Edição Outono/Inverno

BREVES

Um homem de Chi-cago, que se encontrava em liberdade condicio-nal, espancou uma idosa até à morte, roubo-lhe o anel de noivado e aliança de casamento e usou-os para pedir a namorada em casamento.

A polícia de Cook County State disse que Raymond Harris, de 36 anos, exibiu o anel e aliança de Virginia Perillo numa festa, horas depois de a ter espancado até à morte. Os investigadores identificaram Har-ris como o autor do crime depois de terem encontrado vestí-gios de sangue no carro da vítima que provaram ser de Harris.

Ao descobrir o caso, a namorada entregou o anel e a alian-ça à polícia. Harris foi condenado por homicídio e detido sem direito a fiança.

Em 1997, Harris atacou uma mulher, semanas depois de ter saído da cadeia por roubo à mão armada, abusou dela sexual-mente, espancou-a, incendiando depois a casa.

Uma coisa é ficarmos frustrados com os nossos telemóveis quando estes não funcionam e queixarmo-nos à compan-hia. Outra coisa é ligarmos para o 911, não uma nem duas, mas cinco vezes no espaço de horas, para nos resolverem o caso.

Michael Alan Skopec, de 48 anos, de Bristol, Illinois, foi o indivíduo que decidiu telefonar para as urgências só porque o iphone não estava a trabalhar, de acordo com a polícia da localidade que o deteve quando este ignorou e insultou a polícia.

Duas mulheres americanas foram detidas depois de um homem ter apresentado queixa à polícia sobre um caso de tortura sexual. O homem, de 18 anos, admitiu ter conhecido as mulheres na internet e ido ao encontro delas para uma experiência sexual. Rebecca Chan-dler, de 22 anos, e Raven Larrabee, de 20 anos, foram detidas depois deste ter apresentado queixa por ter ficado detido dois dias no apar-

tamento e recebido 300 cortes no corpo e cara devido a um ritual satânico em que as mesmas estavam envolvidas.

Em busca ao apartamento, a polícia encontrou fita-cola, punhais e cordas ensanguentadas, para além de livros ligados ao satanismo e ao oculto.

Quem é que ainda não atirou por engano algo de valioso ao lixo? E se esse algo tiver o valor de dez mil dólares o que fazemos? Brian McGuinn não pensou duas vezes quando descobriu que tinha lançado para o lixo anel da mulher cujo valor era superior a uma dezena de milhar de dólares.

Quando se apercebeu que o lixo já tinha sido recol-hido, telefonou para a companhia de recolha e pediu au-torização para procurar o anel... entre toneladas de lixo.

Com a ajuda de alguns trabalhadores que identifi-caram o “monte do lixo da rua dele” e depois de horas a remexer o lixo, Brian encontrou o anel. Quando questio-nado sobre a possibilidade de poder comprar outro anel igual, Brian respondeu que sentimentalmente nada pode-ria substituir aquele que tinha ido parar ao lixo.

Marido remexe toneladas de lixo à procura de anel

Anel de vítima usado para pedir namorada em casamento

300 feridas em ritual sexual satânico

911 contactado 5 vezes devido a iphone

Page 7: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 7

Um homem russo, conhecido como “o colecionador do cemitério”, foi detido depois de ter desenterrado 29 cadáveres femininos, de os ter vestido com roupa feminina e de os colocar no apartamento em que vivia.

Depois de os desenterrar, os cadá-veres eram “mumificados” pelo homem que queria bonecas “humanas em ta-manho real”.

Segundo os amigos, tratava-se de um homem culto, educado e bastante excêntrico.

Roubava mortos para companhia

Um juiz alemão revelou recentemente que cerca de 700 mul-heres concordaram em apresentar queixa oficial contra um genecolo-gista suspeito de tirar milhares de fotografias secretas às pacientes enquanto as consultava.

Cerca de três mil mulheres poderão ter sido vítimas da máquina fotográfica oculta do genecologista, segundo informou Lothar Liebing. “Neste momento, é acusado de ter ti-rado fotografias às partes íntimas das

mulheres. Agora pre-cisamos saber até que ponto ele as usou e porquê”.

Caso se prove ser culpado, o genecologis-ta poderá ser condena-do a um ano de cadeia por ter violado as leis da intimidade, segundo Li-ebing. No entanto, uma vez que foram encon-tradas mais de 35 mil

fotografias no consultório, o processo poderá ser mais complicado.

O genecologista tem 56 anos e fi-cou a licença suspensa.

Genecologista usa profissão para divulgar fotos íntimas

Page 8: Senso Magazine - 13th Edition

8 SENSO Edição Outono/Inverno

BREVES

All Portugal’s main political parties gave their backing to a proposal to make the cork oak the country’s national tree.

Cork oaks cover over 700,000 hectares in Portugal and are responsible for making it the world’s largest cork producer, turning out some 200,000 tons a year, more than half the world-wide total. The aim behind naming the cork oak as a national emblem is to call attention to the need to preserve the tree and a wider biosphere of plants and animals.

Despite much media focus on austerity and the tax hikes planned by the state budget for 2012, number crunching by the consultancy firm Deloitte has found that many citizens will actually pay less tax next year than this.

Associate partner Luis Leon ex-plained that “this is due to the extraor-dinary personal taxation surcharge, which seems to have gone unnoticed by the Portuguese.”

This surcharge is of 3.5 percent and applicable to all 2011 earnings in excess of the annual minimum wage (€6,790) of each household member.

Deloitte’s Leon identifies how the confusion arises out of how this tax surcharge is actually levied – a two stage process with both winners and losers after the first payment phase: the direct retention of 50 percent of the annual extra-month’s salary paid out at Christmas.

Respiratory illnesses were re-sponsible for around 12 percent of all deaths in Portugal in 2010, and led to a greater number of hospital-izations, according to the National Observatory for Respiratory Illnesses’ (ONDR) annual report.

Contrary to general mortality figures, deaths caused by respiratory illnesses continues to rise.

While overall hospitalizations have reduced by nine percent, those relating to respiratory illnesses in-creased by 12 percent, revealed the report, which analyzed the impact of the main respiratory diseases on the National Health Service (SNS) between 2006 and 2010, as well as its distribution by health region, sex and age.

Portuguese bottled-water company Vidago has won the prize for Best New Glass Bottle in the Water Innovation Awards 2011, an interna-tional distinction promoted by British food and drink magazine, FoodBev.

The award was attributed to Vidago for its 0.75cl frosted glass bottle, which was launched in October 2010.

In a press release, Vidago explained that the prize bottle is designed with “very simple, very elegant lines, indicating the naturalness and purity of water.”

It added that the modernised image “was created to bring a touch of luxury to any table.”

Established in 1886, Vidago water has won several national and international awards. According to the company, this is because its water is “easy to drink” and “mineral-wise, very rich and balanced.”

Political parties back cork tree as national emblem

Portuguese to pay more tax in 2011 than 2012

Portuguese water bottle wins international award

Respiratory illnesses major cause of death in Portugal

Page 9: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 9

Despite rising unemployment, high-er taxes and lower wages, a European study has found that Portuguese will still be spending big this Christmas, boast-ing a budget more than double that of Dutch consumers, and one which is well above the forecast festive expenditure in Germany.

Portuguese are expecting to spend an average of 530 euros this Christmas. This, despite seeing half their bonuses

absorbed by the taxman, the annual Deloitte consumer survey of Christmas spending has found.

Nonetheless, the 530 euros Portu-guese will be forking out over the festive season is still higher than European eco-nomic powerhouse Germany (449 euros) or the Netherlands, whose budget of 260 euros gives them the title of Europe’s most frugal spenders.

Researchers have revealed this week that Portugal was one of the “most re-sistant” countries to slumps in property prices which have affected a series of countries across the globe, most notably the United States, Ireland and Spain.

According to research funded by Portugal’s largest bank, Caixa Geral de Depósitos (CGD), there was no property bubble to burst in Portugal, as there was

no rapid increase in real valuations of housing to unsustainable levels. Using data supplied by the European Central Bank and a series of prominent sources, the study, entitled A Actualidade do Sec-tor Imobiliário Residencial: Ajustamentos e Desafios says that Portugal, like Ger-many, emerged relatively unscathed from the housing bubble burst.

Pai Natal v Santa Klaus

Portugal escaped real estate bubble study finds

Page 10: Senso Magazine - 13th Edition

10 SENSO Edição Outono/Inverno

MÚSICA

Esta jovem fadista que esteve no último Verão no Canadá conquistou muitos corações.

É uma mulher de forte personalidade, voz de fado, conhecedora dos terrenos que pisa.

Lançou o CD intitulado “Amor Perfeito”, um trabalho muito bem conseguido, e com os temas quase na totalidade escrito por si, tendo tabém o apoio de Amália, António José, Vasco Lima Couto e Joaquim Crestejo, tendo como parceiros na músi-ca Carlos Gonçalves, Nóbrega e Sousa, Max, José Fontes Rocha, Francisco Viana, Jaime Tiago dos Santos, Miguel Ramos e An-tónio M. Almeida.

Para os amantes do fado, Filipa Tavares, é um nome e uma voz que devem guardar no fundo dos seus corações.

Filipa Tavares voz de

“Amor Perfeito”

O jovem Tony Ferreira, autor, compositor e intérprete, gravou o seu primeiro álbum com 10 temas. Para além do próprio Tony Ferreira, deu o seu contributo nas cantigas, o músico e compositor Luís Leite. Aliás, nota-se nos arranjos e no som, o dedo talentoso do Luís Leite, um músico que tem andado arredio da comunidade, mas que faz falta ao nosso ciclo de autores e compositores dado o seu talento e sensibilidade musical.

Tony Ferreira, oriundo da Madeira, oferece um punhado de boas canções, bem apoiado pelos pela voz de Emily Melo, e pelas execuções musicais de Pedro Joel, Joe Lima, Andy Melo, Michael Rocci e Michael Massaro.

“Retalhos”, que ronda o pop-rock e a canção ligeira romântica tem na voz de Tony Fer-reira o intérprete ideal para chegar aos corações dos mais apaixonados.

“Retalhos” de Tony Ferreira

Com uma grande festa na Casa do Alentejo, de apresentação do seu

primeiro CD, Victor Martins tem moti-vos de sobejo para se sentir feliz.

Casa cheia, gente amiga, e um espectáculo sempre agradável de seguir, bem unido pela simpatia do MC Henrique Cipriano.

Victor Martins teve a companhia amiga de Luiz Bonanza e Inês Hen-riques, nos temas “Tudo passará” e “Esse nosso amor”, respectivamente. José Mário Coelho, Hernâni Raposo, Paulo Marques, José Gabriel Martins, Isabel e Luiz Bonanza, Fátima Toste,

Nelson Ned, Christophe e Nazareno de Brito, Cristina Rodrigues, Maria Martins, Dino Meira e o próprio Vic-tor Martins, “deram vida” a este “Um pouco Mais”, merecedor do apoio da comunidade de língua portuguesa.

Parabéns, Victor Martins.

Victor Martins lança

“Um pouco mais”

Page 11: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 11

Integrada na Semana Cultural Beirã, actuou a jovem e bonita IZA, uma jo-vem que captou de imediato a atenção dos presentes. Boa presença no palco, cantigas próprias da época em que vivemos, IZA conquistou merecidos aplau-sos. Consigo actuaram as suas bailarinas Janette e Ana, duas beldades com ges-tos elegantes, sorridentes, e muito femininas, o que raramente acontece. Iza lançou o seu primeiro CD, com todo o sucesso, no salão da Local 183, intitulado “Vem comigo”. “Vem comigo” e “Presa a ti”, são temas para ficar, particularmente, entre aqueles que sonham com o “vem comigo”...

Muitas voltas damos na vida. Marceleo Neves –o brasileiro mais por-tuguês que conheço-, tem experiência do sabor do sucesso e o amargo dos maus momentos.

Assim, por ironia do destino, tem de voltar ao seu Brasil deixando as co-munidades do Brasil e de Portugal no Canadá, com saudades.

Marcelo Neves prometeu voltar. Estamos certos que o fará logo que a burocracia malvada o deixe em paz. Tal como ele canta, “Nunca é tarde para recomeçar”, um tema de Adalberto, nunca será tarde para regressar e re-começar. Neste último trabalho grava-do, Marcelo Neves oferece aos milhares de fãs, 14 temas, todos eles de agrado certo, e para os portugueses, o miminho de cantar “Lisboa, menina e moça”, dos grandes Paulo de Carvalho, Fernando Tordo, Joaquim Pessoa e Ary dos San-tos. Nos temas “A festa vai começar” e “A colina do amor”, tem a participação es-pecial de D-Snow e Papai José Targino, respectivamente. Mais um bom traba-lho lançado pela Eagle Productions do David Rodrigues. Boa viagem de ida e volta, Marcelo.

Marcelo Neves: “Nunca é tarde para recomeçar”

A estrela brasileira da canção Daniela Mercury, após a sua empol-gante actuação em Toronto, deixou no mercado o seu último trabalho gravado, intitulado “Canibália”, título bem sujestivo para a extraordinária intérprete, autêntica rainha do ritmo quente do Brasil, uma “canibal” dos palcos por onde canta e encanta, uma vibrante voz que deixa sempre atrás de si um rasto de alegria e vontade de viver.

Daniela Mercury, neste seu trepidante “Canibália”, oferece aos seus inúmeros fãs espalhados pelo mundo, novas cantigas, velhos temas e um medley de sam-bas. Ainda duas canções em língua inglesa: “This life is beautiful” e “ One love”.

Um CD aconselhável a todos os tipos de pessoas que gostam da vida, do ritmo e de dança em liberdade ao sabor do pensamento e do momento que passa.

Daniela Mercury, a “Canibália”

IZA “Vem comigo”

Page 12: Senso Magazine - 13th Edition

12 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Palavras do risonho actor Fernando Mendes, que recente-mente nos visitou com a sua mini-revista “Mendes.come”, tra-zido até nós pelo empresário Eduardo Vieira.

-É sempre uma felicidade poder visitar as comunidades portuguesas e dar-lhe um pouco de alegria. Tristezas não pa-gam dívidas... nem impostos.

Fernando Mendes, 30 anos de palco, e já alguns anos de televisão.

Em resposta à nossa pergunta sobre os efeitos da sua par-ticipação no concurso “O Preço Certo”, na RTP, disse-nos.

-Comecei por pensar em não aceitar a proposta porque não sou apresentador, por isso disse aos produtores que só

faria se me deixassem fazê-lo com a minha faceta de actor, à minha maneira. Aceitaram a sugestão, assinámos uma propsta para uma experiência de três meses e... já lá vão 9 anos. Não estou arrependido. Foi óptimo para mim sobre todos os aspec-tos e, acima de todos, a popularidade que me proporcionou em Portugal e em todo o mundo onde a RTP é vista. Benefícios enormes. Não calculam a emoção que me tolhe quando visito as comunidades de imigrantes portugueses. Têm um carinho por mim que me comove, que me dá vontade de chorar...

-Posso testemunhar. –Interrompeu ao nosso lado, o músico e intérprete Luís Portugal, voz, corpo e alma da antiga banda “Jáfumega”.- Mal acabou o espectáculo de Toronto, o Fernando desatou num grande choro no camarim.-Só visto...

-É verdade.-Continuou Fernando Mendes.- Sou assim. Esta gente dá-me tudo o que preciso. Obrigado a todos!

Sobre o espectáculo, a mini-revista “Mendes.come”, apre-sentado de forma inovadora, com o som, a imagem-vídeo e a actuação dos artistas em “casamento perfeito”, ofereceu ao grande público presente um grande álbum de memórias que impressionou e divertiu. Fernando Mendes, vestiu a pele de várias personalidades que encarnou ao longo dos seus 30 anos de actor, fez muita gente chorar a rir, bem acompanhado pela irreverente Cristina Areia, e pelo seguro António Vaz Mendes. Luís Portugal, matou-nos saudades com velhas e saudosas can-ções portuguesas bem “vestidas” com os sons de hoje. Luís Por-tugal está como o vinho do Porto...

Para alimentar a alma, 4 bonitas bailarinas, encheram o pal-

co com elegância, boa coreografia e simpatia. Parabéns aos ele-mentos da equipa de Fernando Mendes que trabalharam nos bas-tidores. Podem sentir-se orgulhosos do trabalho apresentado.

Não admira que no final do espectáculo, o empresário Edu-ardo Vieira, garantisse ao público que o Fernando Mendes “vai voltar no próximo ano”.

O Fernandinho, tal como eu o chamava quando era peque-no, era muito magro. Ao lado do pai Vitor Mendes, permitam-me a imagem, era a pulga e o elefante. Ainda bem que o Fer-nandinho se tornou Fernando e deu continuidade à memória física e cómica de seu pai Vitor. Com as memórias do passado e as realidades de hoje...é que vivemos.

Obrigado, pelos 30 anos de graça!JMC

FERNANDO MENDES graça e simpatia“Não sei em que altura me encontro, só sei que gosto de estar onde estou, não quero nem mais nem menos. O que sou e onde estou... chegam-me!”

Page 13: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 13

Page 14: Senso Magazine - 13th Edition

14 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Com toda a simplicidade e acerto, Matthew Correia apre-sentou o encontro que trouxe à Casa dos Açores responsáveis políticos de váris quadrantes, educadores, jovens universitários e membros interessados da Comunidade.

Depois de Lucy Simas, presidente da CAO, agradecer a pre-sença de todos e de facilitar as instalações da CAO para todos os acontecimentos oficiais futuros, e do Cônsul-Geral que reforçou os agradecimentos e apresentou os elementos que constituem o Conslho Consultivo do CG, tal como proporcionou aos pre-sentes um melhor conhecimento das razões do Fórum, falaram sobre as suas experiências, alegrias e tristezas na vida pública, Lena Barreto, Mário Silva, Peter Fonseca, Frank Monteiro (Cam-bridge), Peter Ferreira, Ana Bailão, Nelson Santos presidente da Câmara de Kingsville e Melissa Pereira presidente da Associação dos Estudantes Portugueses da York University.

Talvez as palavras de Mário Silva resumam as razões pela qual a nossa Juventude deve procurar mais o serviço público:

-Quando nos meus 15 anos me dirigi ao escritório de uma política da minha área e lhe falei que gostaria de ser voluntário para aprender os meandros da política, ela, por saber que eu era de descendência portuguesa, começou por dizer-me “olha, ainda bem que vieste ao meu gabinete, gostava que a tua mãe passasse a fazer a limpeza da minha casa”. Não calculam o que isto me chocou! Mas, também, foi o que me deu mais alento para seguir a carreira política que sempre desejei!

A mania de que as portuguesas só fazem limpeza e que os homens só trabalham na construção, já vem de longe. Nada

que nos desonre, apenas não é verdade. Temos -a razão deste Fórum-, de acabar com este estigma, vamos tornarmo-nos ci-dadãos canadianos, vamos VOTAR, vamos mostrar a todos que não somos pessoas menores, bem pelo contrário. Foi dito e redito, que quando um português se dirige a entidades públi-cas (pessoas e instituições), é automaticamente “apontado a dedo”, posto quase à margem, por pertencer a uma comuni-dade que não vota, que não participa na vida pública do país. Num país democrático como o Canadá esta discriminação aos portugueses não se justifica, tal como não tem justificação os portugueses não serem cidadãos do Canadá –sem deixar de serem bons portugueses!- e cumprirem a obrigação de VOTAR, cumprindo as regras do jogo.

Vamos, como salientaram o Embaixador de Portugal e o Cônsul-Geral, lutar pelo envolvimento da comunidade de raizes portuguesas, na sociedade canadiana, aos níveis cívico e político.

O Embaixador Pedro Moitinho de Almeida, no seu discurso de encerramento, salientou:

...Como tenho repetido “vezes sem conta” desde que, há já quase três anos, assumi as funções de Embaixador de Portugal

Fórum “Vamos Participar”Realizou-se na Casa dos Açores do Ontário o “Fórum “Vamos Participar”, uma iniciativa do Cônsul-Geral de Portugal Dr. Júlio Vilela e do Conselho Consultivo do Consulado-Geral, com o apoio da Embaixada de Portugal e da anfitriã Casa dos Açores do Ontário.

Page 15: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 15

no Canadá, há duas questões que con-sidero fundamentais para a dignificação e preservação dos interesses da comuni-dade portuguesa residente neste imenso e amigo país.

Uma delas é a educação e qualifi-cação profissional dos jovens luso-cana-dianos, em que, apesar do enorme pro-gresso que se têm registado nos últimos anos, ainda há muito trabalho a fazer no sentido de consciencializar a comuni-dade de que a curto, médio e, sobretudo, a longo prazo vale a pena fazer o esforço de dar as mais altas qualificações aca-démicas aos nossos filhos.

A outra questão, que, em grande medida, se liga à anterior, é exactamente aquela que hoje aqui nos reúne, a partici-pação dos luso-canadianos na vida social, cultural e, principalmente, política, das comunidades em que estão inseridos.

Estou seguro, de que só com avan-ços nessas duas matérias será possível ultrapassar os estereótipos e os precon-ceitos que ainda existem –apesar dos in-úmeros casos de sucesso na vida política, económica social e cultural canadiana- dessa forma mudando o “paradigma” da comunidade portuguesa que fez do Ca-nadá a sua nova casa.

...Portugal não tem, nem podia ter, qualquer interesse oculto nessa linha de conduta, Portugal deseja, única e exclusi-vamente, o bem das suas comunidades e isso só será obtido com uma cada vez maior e mais bem sucedida integração –em que a participação política é uma ver-tente extraordinariamente importante, diria mesmo fundamental.

Os principais beneficiados dessa participação sereis vós próprios, e, estou seguro, de que todos conheceis casos em que os vossos representantes nos diferentes órgãos de poder, quer federal, quer provincial, quer local, foram extraor-dinariamente úteis à comunidade.

Nada mais claro e positivo. Como le-var a mensagem aos jovens?

Nos diálogos que acontecem nor-malmente, nos clubes e associações, na Igreja, nas escolas e universidades, e, principalmente, no seio da família. São precisas muitas vozes para dar voz à Comunidade.

Ana Bailão, disse com pena, que tinha voluntários a trabalhar consigo de diferentes etnias, mas que não tinha um único luso-canadiano/a. Jovens, não se marginalizem da vida pública, não fujam

ao movimento político. Não importa o ideal e o partido político, importa, sim, participar, dar o melhor de cada um à família, à comunidade e ao Canadá.

Após nova intervenção do Dr. Júlio Vilela, num esclarecimento que se im-punha e bem apresentado, sobre este Fórum e os próximos, houve um breve momento em que alguns dos presentes

apresentaram opiniões bem concebidas, seguindo-se convívio à volta da mesa com os habituais comes-e-bebes. Ficou no ar a convicção de que mais portu-gueses irão às urnas na altura própria. O verbo VOTAR foi explicado, aprendido, resta usá-lo.

JMC

Page 16: Senso Magazine - 13th Edition

16 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Houve uma série de festas de convívio de homenagem e despedida ao Adido Social Dr. Fernando Gonçalves, um homem e funcionário público –em Montreal e em Toronto- que soube marcar a diferença enquanto cumpriu a sua missão entre nós. Fernando Gonçalves não se dedicou apenas e só ao seu trabalho específico entre as quatro paredes do seu escritório no Consula-do-Geral de Portugal. Foi mais além, representou o Cônsul-Geral de Portugal com toda a dignidade, participou voluntariamente em centenas de festas portuguesas pelos clubes, associações e paróquias na província do Ontário, partilhou os seus dotes de desportista no Sporting C.P. de Toronto, nas equipas de vetera-nos de futebol e ciclismo, conviveu com tudo e com todos e sempre com um sorriso, sem enfado, num movimento social feliz e sem reservas.

-Saio daqui mais rico!-Disse Fernando Gonçalves, numa das suas intervenções de agradecimento aos muitos elogios que recebeu. Comovido, acrescentou: -Ao chegar a Toronto senti-me em casa. Agradeço profundamente a todos. Não me

despeço de vós, apenas vos digo, até um dia destes.

O Dr. Fernando Gonçalves, par-tiu. Regressou a Portugal onde vai prosseguir a sua carreira no Parque Nacional da Peneda, Gerês. Lugar oportuno para descansar das fadi-gas a que a vida diplomática obriga.

No verde Gerês poderá até escrever as suas memórias, ricas de convívio, peripécias ocasionais, histórias de vidas, enfim, um rosário de acontecimentos que não devem ficar no esqueci-mento. Se todos escrevessemos um pouco daquilo que vimos, ouvimos e que vivemos, a história do mundo e das gentes seria muito mais verdadeira e mais útil para os vindouros.

Fernando Gonçalves deixou saudades. Saudades levou com certeza.

Resta-nos esperar que nos visite uma vez por outra e que, as nossas férias em Portugal, passem também pelo Parque Na-cional da Peneda, Gerês, um local paradisíaco que, tal como ele, marca a diferença. Obrigado, Fernando.

A propósito de partidas, aproveitamos para lembrar que a funcionária e amiga Clara Fonseca, a seu pedido, deixou o Consulado-Geral de Portugal em Toronto, regressou à Europa, ficando a funcionar em Sion, na Suissa. Eles partiram mais ricos. Nós ficamos mais pobres.

JMC

Fernando Gonçalves, até um dia destes

Page 17: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 17

Page 18: Senso Magazine - 13th Edition

18 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Rúben Melo, o mais jovem dos irmãos Melo, é o actual presi-dente da grande iniciativa “Festa do Chicharro” que congrega to-dos os anos na Ribeira Quente milhares de fiéis seguidores do saboroso e colorido acontecimento.

Só no passado ano, devido à crise inesperada, não se realizou a festa:

-É verdade, a crise que surgiu tirou hipóteses à Câmara Mu-nicipal da Ribeira Quente de apoiar economicamente a “Festa do Chicharro” e, por falta de tempo e mudanças necessárias, não se realizou a festa.-Explicou Rúben Melo.

-Como foi passar à presidência da “Festa do Chicharro”? -Pro-curamos saber.

-Fácil e difícil! -Disse-nos a sorrir. -Como sabe, o meu irmão Diniz Melo era o grande impulsionador e presidente do cer-tame. Devido aos seus afazeres e responsabilidades no nosso restaurante familiar, o “Café Adelino”, ele saíu e, eu, que já tinha experiência nas festas, colaborando com o meu irmão, acabei por ficar com ceptro nas mãos... Agora, é andar para a frente! -Fi-nalizou com decisão.

-Que diferenças entre as festas anteriores e a actual?-Tudo na mesma quanto à festa, apenas diferenças no cam-

po económico. Como não temos o apoio económico da Câmara

passamos a cobrar bilhete de entrada aos que querem participar na festa. É uma das formas de realizar dinheiro para as despe-sas. O povo entendeu a situação e não se pronunciou negativa-mente. A Ribeira Quente arrefeceu com a crise mas não gelou!

Rúben Melo, tal como o seu irmão Pedro Melo, vice-pres-idente da Câmara Municipal da Povoação, fez o seu curso de Gestão de Empresas na Universidade dos Açores. É um apai-xonado do futebol –“doença” da família-, sendo desde criança jogador e, actualmente, atleta e dirigente da equipa da Ribeira Quente, integrados no campeonato da Inatel, ao nível da Ilha de São Miguel.

Presente ao nosso lado, no almoço de convívio na Chur-rasqueira Martins, o seu irmão Tony Melo, alma e voz da Banda Starligth, que chegado de Kitimat -onde participou no 50º Aniversário do clube local-, disse:

-O meu irmão Rúben vai conseguir reorganizar a “Festa do Chicharro” e ultrapassar a crise. Este ano o Starlight não vai até à Ribeira Quente mas tencionamos dar o nosso contributo no futuro...

-Espero que sim. –Retorquiu Rúben.- no próximo ano com entradas pagas, e apoios vários, entre os quais, da Direcção Geral da Juventude, da Secretaria da Economia dos Açores, da Direcção Regional da Cultura e das pequenas e médias empresas, e apoios logísticos da Câmara Municipal, dos Bombeiros e da Policia, va-mos conseguir levar a água ao moinho... A festa irá decorrer na terceira semana de Julho e, para já, estamos a contar trazer o Gabriel, o Pensador, com espectáculos na Ribeira Quente, e dois em Lisboa, para aliviar despesas.

-Os imigrantes fazem falta?-Claro, são pessoas que ajudam não apenas à festa como

a economia da Região. Os imigrantes são fundamentais para o nosso sucesso.

-Os iniciadores continuam a apoiá-los?-Sim, os fundadores da “Maré Viva” –hoje, apenas “Festa do

Chicharro”- após mais de 15 anos de gerência das festas, desisti-ram por saturação e pela necessidade de renovação.

Meu irmão e seus companheiros de raiz continuam

Rúben Melo à frente da Festa do Chicharro na Ribeira Quente

Page 19: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 19

connosco!Rúbem Melo, nasceu na Ribeira

Quente em 1 de Dezembro de 1982 (dia da inedependência de Portugal). Man-tém-se solteiro e, segundo ele, “bom ra-paz!”. Quem duvida?

-Que convite faz aos imigrantes do Canadá?

-Que estejam connosco na grande “Festa do Chicharro”, na terceira semana de Julho de 2012, uma festa única, cheia de sons, cores e sabores, à medida de cada um.

Também quero desejar a todos um santo Natal e que 2012 lhes seja benéfico. É tempo de acabar com a crise!

O convívio na Churrasqueira Martins prolongou-se. Com boa comida e boa gente vamos sempre mais além.

JMC

A emoção toldou-lhe os olhos com lágrimas e embargou-lhe a voz na gar-ganta. Só o abraço da filha mais nova e o aplauso da família e dos amigos pre-sentes no Consulado-Geral de Portugal serenou o homem de negócios António Brás Belas no seu discurso de agradeci-mento, após receber a Ordem de Mérito outorgada pelo Presidente da República Portuguesa e imposta pelo Embaixador de Portugal.

Foi uma cerimónia simples e bo-nita. O Cônsul-Geral de Portugal Dr. Júlio Vilela abriu a sessão com os agra-decimentos devidos e deu a palavra ao

Embaixador de Portugal que fez o elo-gio do agraciado, enaltecendo as suas qualidade de importador e distribuidor de produtos alimentícios, da sua capa-cidade de ajuda, quer a clubes, políticos ou actividades comunitárias, sempre na vanguarda e sem autopromover-se. Um português de corpo inteiro, um homem bom, amante da família e da missão que escolheu.

Naturalmente sen-sível ao momento tão especial para si e para a família, sem pôr de parte os amigos e a própria Co-munidade, António Belas agradeceu penhorado a honra concedida, não deixando de dizer “que cumpriu a sua obrigação”, com dedicação e o senso próprio de quem sabe o que quer e para onde vai.

Prometeu manter-se na sua cami-nhada, continuar a colaborar com Portu-gal, com a Comunidade e com o Canadá.

Aproveitou o momento para fazer uma crítica à burocracia portuguesa que, por vezes, complica mais as impor-

tações do que o desejável, e pediu que procurassem facilitar os importadores e amigos de Portugal. Seria benéfico para todas as partes.

Felicitações da SENSO a António Brás Belas e família.

JMC

Ordem de Mérito para

TONY BELAS

Page 20: Senso Magazine - 13th Edition

20 SENSO Edição Outono/Inverno

O “Poveiros Community Centre – Varzim Sport Club of Toronto”, comemorou com festa e muita alegria os seus 25 anos de história. Foi conviddao de honra o Dr. Macedo Vieira, presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que nos visitou acompanhado de outros membros da edilidade poveira. À presidente dos poveiros locais, Paula Alto, enviamos felicitações pelas “Bodas de Prata”, extensivas a todos os Corpos Gerentes da colectividade. Ala arriba pela Póvoa!

SOCIAL

Na apresentação do seu livro “Já não vem ninguém”, o autor Sidónio Bettencourt surpreeendeu a vasta assistên-cia com a referência de que se encontrava na sala o seu ídolo do futebol -do seu clube de sempre, o Santa Clara-, o capitão Francisquinho, ou seja o José Francisco Lima que jogou 16 anos no Santa Clara de São Miguel e foi seu capitão durante 12 anos.

Muitos aplausos e um sorriso meio-envergonhado do citado Francisquinho que, juntamente com sua mulher Vitália Lima, assistia ao acontecimento, e agra-deceu com um aceno o recordar dos velhos tempos. Já se encontram no Canadá há 23 anos. Como o mundo é pequeno...

João Linhares é um jovem talento do folclore terceirense.

É o ensaiador, dançador e voz de comando do rancho folclórico e coral “Alma Terceirense” do clube Lusitânia de Toronto, agora com sede na Casa dos Açores do Ontário. O grupo “Alma da Terceira”, com dois anos de existência, tem um belo naipe de cantadores, um quinteto musical seguro e uns pares de valorosos dançadores. Curiosamente, todos cantam quando dançam. Parabéns, João Linhares, e companheiros.

Na noite realizada pelo Lusitânia de Toronto, na 14ª. Semana Cultural Açoriana, surgiu com alguma surpresa o já grisalho Ramiro Nunes, um terceirense que chegou ao Canadá em 1965, e que foi o grande obreiro das Danças de Carnaval na América do Norte. Falou sobre a sua dedicação às danças e demonstrou que esta tão querida manifestação cultural terceirenses foi iniciada por si no Canadá. Ramiro Nunes, mestre de dança e escritor de enredos car-navalescos afirmou que “onde houver terceirenses tem de haver Danças de Carnaval”...

Os grupos folclóricos e de música popular têm trazido à ribalta muitos jovens, uma das vertentes que mais justificam a sua presença no círculo cultural português.

No agrupamento musical e coral de Cambridge “Os Cagarros”, criado pela positiva carolice do músico Danny Braga, apresentaram-se dançando e cantando duas pequenitas cheias de “pinta” para o meio musical. As “cagar-rinhas”, tal como foram apresentadas, são bonitas, descontraí-das, e com vozes agradáveis de ouvir. Parabéns, às meninas Ana Catarina e Maia Luz Chaves. Esperemos que os seus talentos não se percam pelo caminho...

Page 21: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 21

O maestro José Manuel Resendes não só dinamizou a música entre nós como ainda criou dois filhos que se dedicam à música e vão dar continui-dade à tendência musical da família Resendes.

Joseph Resendes –piano, saxo-fone e clarinete- finalizou o seu curso universitário de Música e, o irmão Steven, iniciou já a caminhada univer-sitária, também no campo da Música. Como Joseph está noivo da Rosemary Silva, voz e intérprete instrumental da sociedade musical “Ecos de Portugal”, e o outro da jovem componente da filarmónica Jessica, a certeza de mais músicos e cantores na comunidade fica garantida. Na fotografia, Jes-sica e Steven Resendes, em sintonia completa...

Há queijos e...queijos!O Comendador Tony Belas

impressionou a Casa dos Açores do Ontário e seus convidados oferecendo para leilão um queijo de S. Jorge, que pesava “apenas” 130 kls!

Foi leiloado, e o próprio Tony Belas ofereceu pelo queijo $2.200, dólares que, depois, devolveu para leiloar de novo. Um simpático grupo de uma mesa de 10 pessoas, arrematou o queijo, também por $2. 200. dólares. Valeu à Casa dos Açores mais de 4 mil dólares... Por mim, para dar uma ajuda, aceito uma fatia do queijo que, dará com certeza, para os pequenos-almoços de uma semana. Ufa!

O simpático casal David e Maria Duarte, os pais da estrela de televisão Tamara Duarte (série Degrassi), inau-guraram o espaço denominado Maria BBQ chiken, no 2480 Cawthra Road (sul da Dundas), em Mississauga, um espaço bonito, luminoso, e muito prático. Na abertura, juntamente com as filhas Tamara, Chantelle, Tonia e Gene, David e Maria -sem esquecer a cozinheira Alice Toste e seus aju-dantes-, não pararam um segundo, servindo outros familiares e amigos, partilhando com alegria a inaugura-ção. Maria BBQ chiken, sabor e bom gosto. Parabéns.

A Casa das Beiras realizou a sua Se-mana Cultural com empenho e eficácia. Nada faltou, particularmente, o sabor beirão, com a presença do cozinheiro Manuel Pires, do restaurante Cortiço de Viseu. De referir os simpáticos convi-dados, Carlos Manuel Martins Correia presidente da Junta de freguesia de Lordosa, com o secretário e tesoureiro da mesma, Manuel Carvalho e José Anibal, respectivamente, que, surpreendidos pela positiva, prometeram ajudar sempre as semanas culturais beirãs. Entre os convidados, destaque para o Rancho Folclórico Escola Básica e Secundaária Jean Piaget, constituido por professores, funcionários, alunos e pais da escola. De louvar. As nossas felicitações.

Page 22: Senso Magazine - 13th Edition

22 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

A lisboeta Raquel Tavares é uma fadista de raça, gaiata, aciganada, toda vestida de Alfama, seu berço-raiz.

“Sou do Povo, canto o Povo, eu dou-me a ele, e ele está comigo”, disse várias vezes a jovem fadista, sempre sorridente, feliz, com os belos olhos a centilar de ju-ventude e felicidade.

No palco, é fiel a si própria: canta, move o corpo ao sabor do dedilhar da guitarra, enfrenta a plateia com à-vontade e partilha com o público o seu entusiamo e amor ao fado. E todos cantam com ela, batem palmas, e balançam os ombros com se fossem canoas no Tejo...

Começou por vencer a “Grande Noite do Fado” com apenas 12 anos de idade, em 1997. Em 2005 foi atracção da revista “Arre Potter que é demais!”, no Teatro Maria Vitória, no Parque Mayer. Em 2006 foi Prémio Revelação Amália Rodrigues, da Fundação Amália Rodrigues. Gravou o álbum “Raquel Tavares”

em 2006 e, o “Bairro”, em 2008. Nesta visita a Toronto, Raquel Tavares apresentou os temas de “Bairro”, vestida à maneira, inclui-do as chinelas bem lisboetas, assim como os saiotes da época.

Os seus companheiros de trabalho, deram o “sinal eclético” dos artistas jovens e talentosos da actualidade portuguesa, tocando e cantando, sem rodeios e muito bem.

Já tínhamos ouvido o Marco Oliveira na visita recente ao Centro Cultural Portu-guês de Mississauga, mas o Ângelo Freire e o Yanni –angolano que interpreteou uma morna caboverdiana-, foi a primeira vez. Gostámos. Tiraram a sempre possível monotonia ao espectáculo e deram uma demonstração de capacidade vocal im-portante. Por sua vez, a ladina Raquel Ta-vares, pegou na guitarra portuguesa e, ao

estilo do quadro, “A Severa”, de Malhoa, dedilhou e cantou como mandam as regras alfacinhas. Muito bem. E, no final, quando pediu para quem estivesse na sala que cantasse o fado, saltasse para o palco para oferecerem um ar da sua graça, com ela a acompanhá-los à guitarra. Foi o diabo... Uns, uma graça, outros uma desgraça, mas tudo acabou em bem.

Raquel Tavares, uma bela gaiata de Lisboa, trouxe até nós o sabor dos bairros lisboetas, a memória das gaivotas e canoas do Tejo, o ecoar dos pregões das varinas, dos cauteleiros e dos vendedores de castanhas.

A Casa do Alentejo de Toronto e o seu presidente Armando Viegas estão de parabéns pela “descoberta” da Raquel e, assim pensamos, devem repetir um dia este espectáculo de fado, porque a Raquel e a Casa do Alentejo...merecem! E nós também.

JMC

Raquel Tavares uma fadista de raça

Page 23: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 23

A estações radiofónicas e televisivas CHIN e CIRV deram as mãos aos responsáveis da Luso-Canadian Charitable Society -Toronto e Hamillton-, para uma operação conjunta de angaria-ção de fundos para apoio aos deficientes e para a obra do novo edifício para os deficientes de Hamilton e arredores.

O centro nevrálgico da angariação de fundos foi a sede da sociedade dos deficientes (Luso-Canadian Charitable Soci-ety, na St. Clair) onde os equipamentos foram montados e os apresentadores do peditório e seus convidados se instalaram de manhã até à noite.

Pela manhã, os elementos da CHIN conseguiram angariar uma quantia muito louvável, mais de $12. mil dólares e, durante o dia, a CIRV e a FPtv, que atingiram os $140. mil dólares. Por-tanto, um total superior a $150. mil dólares. Jack Prazeres, Joe Botelho, Frank Alvarez e Lenny Lombardi, e suas equipas, só têm motivos de satisfação pelo êxito do peditório. Naturalmente, o maior elogio vai para a comunidade portuguesa que, como sempre, soube compreender o dilema dos deficientes partici-pando com generosidade e boa vontade.

Logo a seguir, realizou-se a 5ª. Gala Anual de angariação de fundos para o centro de Toronto –Luso-Canadian Charitable

Society- que rendeu cerca de $70. mil dólares, uma boa ajuda para uma sociedade de deficientes carente de apoio constante para que possa ajudar e oferecer uma vida compatível com as deficiências dos seus utentes.

Há em mente muitos projectos mas, para as respectivas concretizçãoes, são necessários muitos sacrifícios e fundos, o eterno problema de todas as organizações de bem fazer.

JMC

Angariação de fundos para os Deficientes

Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda, naturais de Beja, Alentejo, deram o ponta-pé de saída com humor e alegria a este magnifico “Virgem Suta”, para uma viagem uni-versal com música tradicional portuguesa alentejana. O seu primeiro álbum tirou-os do anonimato lançando-os no circuito dos mais populares de Portugal.

O seu álbum, produzido por Hélder Gonçalves, editado em 2009, bastou para conquistar a crítica musical, angariar fãs e proporcionar aos “Virgem Suta” a viagem que sonharam.

Escutem em divirtam-se com os temas escritos pela dupla Jorge Benvinda (voz e guitarra) e Nuno Figueiredo (guitarras e coros), sons e palavras que se unem na per-feição para celebrar a música portuguesa no universo.

“Virgem Suta” humor em boa viagem

Page 24: Senso Magazine - 13th Edition

24 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Já faz parte da tradição nacional a comemoração do Re-membrance Day, dia em que lembramos os soldados mortos na guerra e os veteranos ainda com vida. É comovente olhar os veteranos de guerra, bastante idosos, com lágrimas nos olhos, olhando o Veterans´Memorial no Queens Park e, naturalmente, olhando por dentro de si próprios os momentos dramáticos da guerra e a queda de companheiros no campo de batalha. Se recordar é viver, eles vivem mais naquele momento!

A cerimónia pública no Veterans´Memorial, no Queens Park, foi presidida pelo Premier do Ontário Dalton McGuinty, que historiou o valor dos soldados canadianos e homenageou os veteranos presentes.

Depois da apresentação dos dirigentes perfilados junto ao Muro da Memória, respeitaram-se dois minutos de silêncio à memória dos combatentes, seguindo-se os discursos de Dalton McGuinty, do Brigadier-General F. A. Lewis e do Major-General Richard Rohmer.

Seguiu-se a deposição de coroas de flores junto ao Muro da Memória, onde se incluiu um grupo de ex-combatentes por-tugueses da Ontario Portuguese War Veterans na homenagem aos camaradas desaparecidos.

JMC

Ontario´s Ceremony of Remembrance

Page 25: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 25

Sempre demos apoio aos jovens da comunidade. Temos seguido com atenção dois jovens que, de alguns anos a esta parte, se têm distinguido nas “andanças clubísticas” com saber e muito mérito.

Já todos notaram a alegria e o din-amismo do jovem “gordochinho” Chris Freitas, à frente da Luso-Can Tuna? É um talento a aproveitar. Chris Freitas, nasceu em Toronto no dia 3 de Fe-vereiro de 1988, formou-se em Religião e História, e é, de momento, um jovem professor à procura do seu primeiro em-prego. Por vontade própria, encamin-hou-se para a comunidade portuguesa, especialmente, para a Casa dos Açores do Ontário onde, pé-ante-pé, aprendeu a tocar guitarra, as primeiras frases em português, e a dialogar no palco. Na universidade, aliou-se à Luso-Can Tuna

e, sem favor, é o chefe das piadas, das gargalhadas e o favorito do público. Para completar o ramalhete, ajudou a formar o Rancho Pérolas do Atlântico, na Casa dos Açores, sendo músico e presidente do rancho. Um jovem cheio de valor e sem mãos a medir nos cam-pos musical e folclórico.

Também, já notaram as aptidões do jovem Matthew Correia, que foi vice-presidente da Juventude da Casa dos Açores do Ontário e, hoje, director do Rancho Folclórico Pérolas do Atlân-tico, não é verdade?

Matthew Correia, nasceu em To-ronto no dia 1 de Agosto de 1991. Nasceu e cresceu fazendo companhia ao pai Miguel Correia nas lides fol-clóricas, sendo um dos elementos do Rancho de Cantares e Bailares de São Miguel. E, agora, ligado ao Rancho

Pérolas do Atlântico que, além de di-rector, é um dos bailadores, e habitual presença ao microfone como apresen-tador das festas e elo de ligação entre a juventude, o rancho e o público.

Com estes dois dedicados jovens, bons exemplos entre nós, não haverá crise de continuidade na Casa dos Açores do Ontário, ou onde quer que eles estejam.

Parabéns Chris e Matthew.JMC

Jovens em destaque

Por iniciativa da organização luso-canadiana Ontario Portuguese War Veter-ans está a ter lugar uma campanha de an-gariação de fundos para o monumento que será erguido no talhão português do cemitério Glen Oaks Memorial Gardens, em Oakville.

A primeira festa teve lugar nas insta-lações do Sporting Clube Português de Toronto, com boa aceitação por parte dos ex-combatentes, suas famílias e amigos.

Participaram nas variedades DJ-Raça Latina (Florivaldo José e Filipe), Isabel Sinde e Alberto Ramos (Searas de Portu-gal). Deram a sua estimada contribuição, as firmas Belo Fashions Boutique, Ivo Cuttelery, Borges Food, Manata Jewel-lery, Augusto Pires presidente do SCPT e vários ex-combatentes.

Os dirigentes do SCPT cederam a sala

e fizeram o serviço às mesas, e Manuel de Paulos contribuiu para o sucesso do acontecimento. Foram conseguidos cer-ca de $3.600 dólares, soma ainda longe do que é necessário. Apela-se aos ex-combatentes, aos comerciantes e indus-triais da comunidade que se sensibilizem

para o apoio a esta inicia-tiva. Industriais, comer-ciantes, e individuais que contribuam com 2 (dois) mil dólares ou mais, terão o seu nome (pessoal ou da firma) inscrito no monu-mento, que será erguido à memória dos com-batentes portugueses e canadianos desaparecidos na voragem das guerras. O

próximo jantar de angariação de fundos será no salão de festas da Igreja de S. José, em Oakville, em data oportuna.

JMC

Monumento aos militares portugueses e canadianos

Page 26: Senso Magazine - 13th Edition

26 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

As eleições provinciais que ti-veram lugar no dia 9 de Outubro deram ao Partido Liberal, de Dalton McGuinty, 37% dos votos, equiva-lente a 53 deputados na Assembleia Legislativa do Ontário, um deputado menos do que o necessário para um governo maioritário. Foi a terceira vez consecutiva que Dalton McGuinty vence as eleições no Ontário.

Os candidatos luso-canadianos portaram-se à altura dos acontec-imentos: Charles Sousa foi reeleito em Mississauga com grande dife-rença de votos do adversário mais directo, e Teresa Armstrong foi eleita em London com boa vantagem.

Em Toronto, Cristina Martins e Paulo Ferreira quase atingiram a meta desejada, falhando por pouco a eleição, dando luta cerrada até ao fim. John Pacheco e Tony Rodrigues, não conseguiram pontuação signifi-cativa mas contribuiram para a visibi-lidade da comunidade.

O Partido Conservador do On-tário conquistou o segundo lugar com 37 lugares (35,32%), seguido do NDP com 17 deputados (22,96%).

A Assembleia Legislativa do Ontário conta com um total de 107 assentos.

Eleições no Ontário

Alexandra Mendes nasceu em Lisboa há quase 48 anos. A ex-deputada federal portuguesa Alexandra Mendes fez o lançamento oficial da sua candidatura à presidência do Partido Liberal do Canadá.

A eleição do novo dirigente máximo daquela força partidária vai realizar-se du-rante o congresso nacional marcado para Janeiro de 2012. Alexandra Mendes fez o lançamento da candidatura na área do seu distrito eleitoral de Brossard-La Praire, na província do Quebeque. “Eu sou, por agora, a única candidata pelo Quebeque, completamente bilingue e canadiana da primeira geração”, justificou Alexandra a sua decisão. “Lancei-me neste desafio com a intenção clara de participar activa-mente na reconstrução e redinamização necessárias para que o Partido Liberal do Canadá volte a ser a força viva política que soube representar durante mais de um século”, justificou.

A ex-deputada em Otava que com este projecto vinca a vontade de estar politicamente activa ao mais alto nível, frisou o que a moveu igualmente é a re-cusa de uma ideia de Partido Liberal terá perdido razão de existência no panorama político canadiano, tendo em conta a ar-rasadora derrota que obteve nas últimas legislativas federais, em que pela primeira vez deixou de ser o partido de alternância no Poder, ao tornar-se na terceira força política no país.

Alexandra Mendes foi declarada eleita deputada federal pelo círculo de Brossard-La Prairie nas eleições gerais de 2008, após ganhar o recurso de impug-nação da contagem de votos. Porém, nas

últimas legislativas federais, decorridas a 2 de Maio passado, os 24% dos votos depositados para Alexandra Mendes no seu círculo não foram suficientes para ser reeleita, ficando mesmo longe dos 41% granjeados pelo novo deputado eleito Hoang Mai. “A derrota que vivi nas eleições de Maio foi um golpe difícil de digerir, particularmente quando observo as muito reais ameaças de um governo maioritário conservador à nossa vivência democrática e à identificação como Ca-nadianos”, desabafou a ex-deputada nas-cida em Lisboa.

Afirmando-se preocupada com o actual governo conservador em Otava, Alexandra Mendes comentou a situação vivida no Canadá e em Portugal. “Como canadiana de origem portuguesa, sinto que ambos os “meus” países vivem horas de grandes debates de identidade, pro-vocados pela crise económica, mas vin-dos de uma fonte de insatisfação popular profunda e que é urgente que a encare-mos de frente”, salientou.

Alexandra Mendes

quer governar o

Canadá“Eu sou, por agora,

a única candidata pelo Quebeque, completamente

bilingue e canadiana da

primeira geração”

Page 27: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 27

Dilma Rousseff disse em Brux-elas que a União Europeia pode con-tar com o Brasil para sair da crise da dívida.

O Brasil “está pronto a assumir a sua responsabilidade” nesta maté-ria, acrescentou a chefe de Estado brasileira. “O Brasil, e aqui estou certa que exprimo também a perspetiva das economias em desenvolvim-ento, está pronto a assumir a sua responsabilidade num espírito de cooperação.

Somos parceiros da UE”, as-segurou Dilma Rousseff ao presi-dente do Conselho da UE, Herman Van Rompuy, e ao presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. “Esse é um diálogo em que toda a América do Sul deve estar envolvida”, disse a Presidente brasilei-ra, acrescentando que “é por isso que os ministros das Finanças da UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) irão encontrar-se nos próximos dias para coordenar posições comuns. Eu penso que é fundamental que haja uma coordenação das políticas entre os países para lidar com a situação económica actual”, disse Dilma Rous-seff, afirmando que o “único camin-ho” para sair da crise é uma política de estímulo do crescimento combi-nada com uma política responsável em matéria tributária. “A História mostra-nos que só seremos capazes de superar a crise estimulando o crescimento, juntamente com políti-cas de estabilidade e políticas sociais que visem a criação de emprego e rendimento”, disse.

“Podem contar connosco”, diz Dilma em Bruxelas

Numa reacção à posição defendida pela associação de juízes, de sanções graves para advogados que recorram com fins dilatórios à recusa de juízes, o Bastonário da Ordem dos Advogados considerou que alguns juízes também deviam estar presos.

Marinho Pinto falava depois de o presidente da Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP), António Mar-tins, ter condenado o pedido de Isaltino Morais para o afastamento de uma juíza do Tribunal de Oeiras, acusando a Ordem dos Advogados de deixar este compor-tamento sem sanção. “Os órgãos disci-plinares da Ordem são independentes, cumprem o estatuto e têm prestigiado a justiça punindo os advogados que viol-am o estatuto da Ordem dos Advogados”, fazendo-o com “celeridade”, disse Marin-ho Pinto, sublinhando que “os juízes é que não se punem uns aos outros”. “Pelo contrário, todos os órgãos disciplinares actuam como se fossem órgãos sindicais que defendem sempre os magistrados, mesmo quando eles cometem as maio-res enormidades, como parece ter sido o caso”, observou, salientando que nunca viu em Portugal “um juiz preso e bem”.

Isto porque os juízes são “completamente absolvidos pelos colegas”, e “em Portugal há familiares de juízes que assassinam pessoas e não vão para a cadeia”, acusou.

Marinho Pinto considera que alguns juízes deviam estar presos

Page 28: Senso Magazine - 13th Edition

28 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Desde o fado ralé com requintes de monarquia, até ao histórico Rei D. Diniz, passando por artesanato puro, música tradicional e popular, folclore, teatro e poesia, sem esquecer os sabores da gastronomia alentejana com a presença dos chefes do Restaurante “O Garfo”, provas de vinhos e de quei-jos, exposições de pintura, fotografia e livros, poetas populares, lançamento de livros, distintos oradores, e tantas coisas mais que, sem dúvidas, merecem os parabéns de todos nós. Destaque para os convidados vindos de Portugal, a artesã Maria Hortense, João e Leontina Marques na gastronomia, na música popular e tradicional os grupos “Virgem Suta” e a “Velha Gaiteira”, décimas do poeta popular alentejano na voz da Dra. Conceição Espadinha Ruivo, que também fez o lançamento do seu livro “Mapas do Silêncio”, Raquel Tavares no fado acompanhada à guitarra por Ângelo Freire, à viola por Marco Oliveira e no baixo por Yani, exposição da pintora de Maria Vitória Condeço Farias, a presença do tenor Luís Guilherme –homenagem aos seus 30 anos de carreira-, e António Ceia da Silva presidente do Turismo do Alentejo.

Localmente, tivémos muitas presenças, tais como os artis-

tas Nancy Costa, Hernâni Raposo, Valdemar Mejdoubi e Manuel Moscatel, tal como Nuno Cristo, a maioria dos ranchos folclóri-cos, numismática da Casa do Alentejo, exposições de Idalina da Silva, Dra. Irene Marques que lançou os livros “Habitando na Metáfora do Tempo” e “Wearing Glasses of Water”, o Grupo de Teatro “O Projecto” da Casa do Alentejo, o conjunto Mexe-Mexe, entrega de duas Bolsas de Estudo “Luís Paiva de Carvalho”, uma a estudante de origem portuguesa e outra a estudante de ori-gem angolana. Homenagem ao pioneiro açoriano Afonso Maria Tavares e lançamento do seu livro “Memórias de Afonso Maria Tavares”. E encerramento com chave de ouro, com a celebração dos 750 anos do nascimento do Rei D. Diniz, poeta e lavrador, criador de feiras e mercados e defensor da língua portuguesa. É arduo organizar e conseguir atingir a meta desejada em sema-nas culturais do género mas, em contrapartida, deve ser alta-mente consolador chegar ao fim e gritar: Valeu a pena!

JMC

Casa do Alentejo, cultura... com fartura!Armando “Diniz” Viegas, e seus cortesãos dirigentes e voluntários, conseguiram congregar em várias semanas, uma série de realizações culturais dignas de registo.

Page 29: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 29

Decorreu no Consulado-Geral de Portugal, em Toronto, a cerimónia do corte do Bolo de Aniversário e o Porto de Honra entre entidades oficiais, dirigentes do First Portuguese, corpo de professores da Escola do First, membros da Terceira Idade e convidados-, relacionada com a comemoração dos 55 anos de actividade do First Portuguese. Hoje, mais dedicado à Escola de Português e ao apoio à Teceira Idade, o “velho” First continua o destino honroso de ter servido de berço às actividades co-munitárias e manter a chama viva do lusitanismo no Canadá. A cerimónia teve a condução do presidente do First Portuguese

Rui Gomes que enalteceu todos quantos se dedicaram ao Firt Portuguese desde a primeira hora, agradeceu a todos os vol-untários e apoiantes do First nos 55 anos passados, e teve pa-lavras de simpatia para com a funcionária Maria José, profes-sores e para com os órgãos de informação. O Dr. Tomás Ferreira, homem do First, historiou a vida do clube com a eloquência que o caracteriza, salientando as iniciativas mais importante do clube que serviram de rampa de lançamentos para os clubes vindouros. Tudo começou com aulas de português, bailaricos e futebol, hoje mantém-se a Escola de Português e um serviço à Terceira Idade digno de registo. Falaram sobre o First e as suas experiências, o antigo presidente Peter Ferreira, o Deputado Cash e o Cônsul-Geral Dr. Júlio Vilela.

Foi uma cerimónia digna do First e da sua gente –todos nós!-, que fez arrancar imagens do passado e dar motivação para a continuação da história nos tempos que correm e dentro das possibilidades. No brinde final, todos gritaram: Viva o First!

Felicitamos todos os dirigentes, funcionários, sócios e pa-trocinadores do First Portuguese, pelas suas capacidades de trabalho, amor ao clube e espírito de sacrifício.

JMC

FIRST PORTUGUESE 55 anos de vida

Esta “Velha Gaiteira” é do Paúl, Beira Baixa, onde nasceu para divulgar a Gaita de Fole transmontana e as percussões tradicio-nais da Beira Baixa.

Este projecto de raiz tradicional tem como objectivo ho-menagear todas a velhas gaiteiras que mantêm viva a música enquanto veículo de comunicação e expressão cultural e iden-titária. Os temas originais do universo rural e pastoril é desbra-vado ao som da gaita, da caixa, do bombo, dos adufes, deixando no ar um novo estilo musical já denominado “Trance Rural Orgânico”.

Ricardo Santos (Gaita de Fole transmontana), Hervê Freire (Caixa beiroa) e José Quezada (Bombo), dão alma e vida a este “Velha Gaiteira”, um pouco por todo o mundo, com agrado ger-al. Para ouvir e preservar.

“Velha Gaiteira” uma tradição que não morre

Page 30: Senso Magazine - 13th Edition

30 SENSO Edição Outono/Inverno

No salão de festas da Casa da Madeira houve a tradição do pisar da uva e a realidade de beberem o avermelhado vinho. Foi uma noite divertida, com imensas trocas de recordações do passado, e as cantigas alegres daquelas ocasiões. Recordar é viver e, na Casa da Madeira, recordou-se e viveu-se os bons velhos tempos, com o carregar dos cestos das uvas, o seu despejo no “lagar” e o pisar das mesmas, sob o aplauso e piadas dos presentes, sempre com incitações e gargalhadas à mistura. Saudável e saboroso!

Na semana imediata, a juventude madeirense encheu a sala de música, máscaras e dança.

O Halloween dos joves madeirenses teve criatividade, muita animação, e o recordar dos grandes impulsionadores da

música moderna, tal como o Michael Jackson e outros.Sob as canções ritmadas do idolatrado Michael Jack-

son, os jovens madeirenses coreografaram e bailaram com paixão e simpatia, conquistando a entusiasmada audiência que lhes tributou grande ovação. No salão nobre da Casa da Madeira não deixou também de organizar o São Martinho oferecendo aos sócios e amigos da Casa uma noite de con-vívio e festa que dificilmente será esquecida. Os madeirenses estão a recuperar tempos perdidos. Folgazões por natureza, estão a voltar às festas e a procurar levar a vida com alegria e saúde. Bem hajam.

JMC

COMUNIDADE

UVAS E FANTASIAS na Casa da MadeiraAs tradições são o que são e valem o que valem. Cada um dá-lhes o valor que entender.

Page 31: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 31

A Caixa Geral de Depósitos em Toronto, ainda com apenas 4 meses, associou-se ao movimento associativo português no reconhecimento e incentivo ao seu árduo trabalho em prol da promoção e divulgação da Língua e Cultura Portuguesa e pro-moveu um conjunto de apoios locais numa campanha desig-nada “A Caixa junto à Comunidade Portuguesa”.

“A Caixa valoriza as relações de proximidade e de Confiança com os seus clientes e parceiros, partilhando, de forma activa, a defesa de princípios e valores em comum” afirma a responsável pelo Escritório de Representação, Ana Ochôa.

A acção está a decorrer nos meses de Outubro e Novem-bro, com patrocínios a vários eventos das associações portu-guesas situadas em Toronto e contactos com inúmeros sócios e simpatizantes com um resultado óptimo em termos de re-ceptividade. Espera-se partir, em breve, para outras localidades atingindo um maior número de Portugueses a residir neste pais e transmitindo informação útil acerca da banca em Portugal.

O Consulado-Geral de Portugal em Toronto apre-senta os seus atenciosos cumprimentos à comunidade portuguesa do Ontário e in-forma de que, a partir de 1 de janeiro de 2012, o pagamento dos emolumentos e registos solicitados no Consulado-Geral, passará a ser efectuado única e simplesmente através de numerário, deixando-se de aceitar cartões de débito ou crédito para o referido fim.

O Consulado-Geral desde já agradece a melhor com-

preensão de todos os seus utentes para a presente medida, resultante das actuais circunstâncias de restrição e conten-ção orçamental, que não permitem a manutenção em funcionamento do terminal de pagamentos aqui existente para aquele fim.

Pagamento de emolumentos

A Caixa junto à Comunidade Portuguesa

Consulado-Geral de Portugal em Toronto

Page 32: Senso Magazine - 13th Edition

32 SENSO Edição Outono/Inverno

Foi importante constatar no salão nobre da Casa dos Açores do Ontário, por ocasião da semana cultural e aniversário da Casa, a realidade da frase “A União faz a Força”. Da abertura até ao encerra-mento, o salão esteve sempre cheio de apoiantes felizes e convictos que, deram aos festejos, uma qualidade nunca igua-lada anteriormente. Chegou à CAO a tal união que dá força e compensa os esfor-ços dos dirigentes e voluntários.

A entrada do Lusitânia, do Amor da Pátria, e do Operário, rejuvenesceu a CAO e deu asas para maiores voos. E, como mencionou o presidente da As-

sembleia geral da CAO, Leo Machado, já está em andamento o projecto de fazer obras para aumentar a Casa com mais um andar –o 3º. Piso- que servirá os próx-imos clubes ou associações que queiram juntar-se à CAO dando ainda mais união e força à grande e rica comunidade aço-riana. Foi interessante ver o salão cheio e com realizações diferentes, da respon-sabilidade dos clubes associados.

A abertura, com os hinos bem can-tados pela jovem Michelle Cabral, teve como atractivos principais a abertura de exposições –Aguinaldo Garcia, Clarên-cio de Melo, Hildebrando Silva, Eduardo

Gouveia, Manuel Goulart, Luís Reis, Glória Fidalgo e Gilda Rodrigues-, leitura de men-sagens e actuação de Henrik Cipriano. Fecho e convívio com um Pico de Honra. No dia imediato, 31 de Outubro, noite or-ganizada pelo Amor da Pátria C. C., com o hino do Canadá e a marcha do Amor da Pátria, palestra pela Dra. Maria João Dod-man, o lançamento do CD de Fernando Goulart, e o lançamento do livro da Dra. Fátima Toste –“Açorianos na Diáspora fa-zem a Diferença”-, com apresntação das escritoras e académicas Aida Baptista e Ilda Januário. Fim de noite com a célebre Chamarrita e os petiscos da ilha.

A terceira noite coincidiu com a noite da Ilha Terceira, realização dos di-rigentes do Lusitânia de Toronto. O apre-sentador Avelino Teixeira falou sobre a ilha, seguindo-se a actuação do rancho “Alma da Terceira”, de boa qualidade, e apresentação dos vários pratos da gas-tronomia terceirense.

No dia 2 de Novembro, Noite da Terceira Idade, com uma saudação do vice-presidente Luís Reis, e uma pales-

COMUNIDADE

Açorianos, cada vez mais unidos

Page 33: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 33

tra de Humberto Raposo Carvalho, sob o tema “Os últimos Judeus açorianos vi-vos”. Seguiu-se o lançamento do livro da Dra. Aida Baptista –“Abraços de Mar”-, com apresentação da co-autora Gabri-ela da Silva e Ilda Januário. O grupo fol-clórico “Pérolas do Atlântico” e o grupo de Cantares “Recordar é viver”, ambos da CAO, actuaram mas ainda a necessitarem de algum trabalho de aperfeiçoamento. Têm de levar em conta que “a união faz a força” e dá qualidade.

Seguiu-se a noite do Grémio Literário da Língua Portuguesa, histo-riado pelo presidente Alexandre Franco. Ilda Januário fez uma merecedora e bem conseguida homenagem ao recente-mente falecido jornalista e poeta popular António Vallacorba. O mais jovem autor dos Açores, Rúben Correia, lançou o seu livro “Kamel e a Lâmpada Árabe”, com apresentação de Humberta Araújo.

Fim de noite, com o fado e convívio. Cantaram Sandra Silva, João Carlos Silva e Sónia Tavares, acomanhados por Ga-briel Teves, Januário Araújo e Leonardo Medeiros.

A última noite da “14ª. Semana Cul-tural Açoriana” foi realizada pela Juven-tude da CAO e convidados. Matthew Cor-reia e Filipa Tavares geriram o debate que

foi medeado pela pela vice-presidente Fátima Valadão, sob o tema: “Propor um futuro de mãos dadas”. Foi interessante de seguir e, a queixa maior dos jovens foi a constatação-acusação de que não têm o apoio dos mais experientes. As portas dos clubes e associações estão aber-tas aos jovens mas não às suas ideias e necessidades.

Actuaram “Os Cagarros”, de Hamilton, muito bem, terminando a noite com uma homenagem aos Órgãos de Comunica-ção Social de Língua Portuguesa, dirigida pela presidente da CAO, Lucília Santos e agradecimentos por Fátima Valadão.

No sábado, dia 5, comemoração do 26º. Aniversário da Casa dos Açores do Ontário. Leo Machado, Lucília Simas, Cônsul-Geral de Portugal Dr. Júlio Vilela, Charles Sousa, Cesar Palacio, Ana Bailão e Tina Martins, fizeram as tradicionais sau-dações aos presentes, com especial ên-fase à presença do Dr. Vasco Cordeiro, Se-cretário Regional da Economia da Região Autónoma dos Açores, em representa-ção do governo açoriano. Vasco Cordeiro fez um brilhante discurso de saudação à CAO e seus dirigentes, focou as mu-danças que se ajustam aos tempos que correm, como remodelar a SATA e criar laços com o Turismo da Madeira, como

também “unir mais as Casas dos Açores da diáspora açoriana” para que a força seja maior e a divulgação dos Açores seja mais constante e rápida no mundo glob-al em que vivemos. Mencionou ainda o encontro que teve com o Premier do Ontário Dalton McGuinty, onde esteve também o Ministro da Cidadania e Imi-gração Charles Sousa, num diálogo em que nasceram propostas para uma união mais eficaz entre o Ontário e os Açores.

Seguiu-se a cerimónia da entrega do “Açor de Ouro” ao autor e navegador soli-tário Genuíno Madruga, que foi recebido pelo seu amigo e Comendador Tony Belas, e a Hermano Pereira, empresário luso-canadiano de sucesso. Os “Açor de Prata” foram entregues postomamente aos já falecidos Roberto Amaral e Fer-nando Feliciano de Melo, recebidos por familiares, e a Irene Moniz.

O compositor e intérprete Daniel Carvalho foi homenageado na altura, e foram atribuídas ainda Bolsas de Estudo a dois jovens estudantes, entregues por Matthew Correia, Dra. Noémia Couto e respectivos patrocinadores. Fim de festa com o conjunto Mexe-Mexe... que pôs todo o mundo a mexer. Parabéns, açorianos.

JMC

Page 34: Senso Magazine - 13th Edition

34 SENSO Edição Outono/Inverno

Page 35: Senso Magazine - 13th Edition

O Natal é um feriado geralmente festejado a 25 de Dezembro (com datas alternativas a 6, 7 ou 19 de Janeiro, segundo algumas religiões) para celebrar o nascimento de Jesus, a figura central do cristianismo. Não se conhece ao certo a data exacta do nascimento de Jesus e os historiadores têm tendência a colocá-la entre os anos 7 a.c. e 2 a.c. As narrativas sobre o nascimento de Jesus estão incluídas em dois evangelhos canónicos no Novo Testamento da Bíblia.

A data para o Natal terá sido inicialmente escolhida para corresponder exactamente ao dia que marca os noves meses depois de Jesus ter sido concebido, segundo a crença cristã que cor-responde à data romana do solstício de Inverno, ou para designar um dos vários festivais antigos de Inverno.

Embora um dia de origem cristã, o Natal é cada vez mais celebrado por todo o mundo por um grande número de não-cristãos e muitas das tradições que hoje se vivem no Natal tem origem em temas da era pré-cristã ou até mesmo secu-lares. Devido ao espírito de troca de prendas, a época natalícia tem-se transformado, a nível económico, um dos factores mais divulgados do ano em muitas regiões do globo.

A palavra Natal, em português, já foi nātālis, em latim derivado do verbo ‘nāscor’ que significa nascer. Esta palavra deu origem a Natal, em por-tuguês, a Natale, em italiano, a Noël, em francês e Nadal em catalão. Já a palavra “Christmas” do inglês evoluiu a partir de “Christes maesse” (Christ’s mass), o que significa a missa de Cristo.

De acordo com o almanaque romano, a festa já era celebrada em Roma no ano 336 d.C.. Na parte Oriental do Império Romano, comemorava-se a 7 de Janeiro o seu nasci-mento, ocasião do seu baptismo, em virtude da não-aceitação do Calendário Gregoriano. No século IV, as igrejas ocidentais passaram a adoptar o dia 25 de Dezembro para o Natal e o dia 6 de Janeiro para a Epifania (que significa “manifestação”). Nesse dia comemora-se a visita dos Reis Magos, daí ser igualmente conhecido como Dia de Reis.

Segundo estudos, a data de 25 de Dezembro não é a data real do nascimento de Jesus. A Igreja entendeu que devia cris-tianizar as festividades pagãs que os vários povos celebravam por altura do solstício de Inverno. O dia 25 de Dezembro era tido tam-bém como o do nascimento do misterioso deus persa Mitra, o Sol da Virtude.

Assim, em vez de proibir as festividades pagãs, forneceu-lhes um novo significado, e uma linguagem cristã.

Significado

Etimologia

Pre-Cristianismo‘

SENSO Fall/Winter edition 35

Page 36: Senso Magazine - 13th Edition

As esculturas e quadros que enfeita-vam os templos para ensinar os fiéis, além das representações teatrais semil-itúrgicas que aconteciam durante a Mis-sa de Natal serviram de inspiração para que se criasse o presépio. A tradição católica diz que o presépio (do latim praesepio) surgiu em 1223, quando São Francisco de Assis quis celebrar o Natal de um modo o mais realista possível e, com a permissão do Papa, montou um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus, da Virgem Maria e de José, juntamente com um boi e um jumento vivos e vários outros animais. Nesse cenário, foi celebrada a Missa de Natal.

O sucesso dessa representação do Presépio foi tanta que rapidamente se estendeu por toda a Itália. Logo se intro-duziu nas casas nobres europeias e de lá foi espalhando-se até às classes mais pobres. Em todas as religiões cristãs é consensual que o Presépio é o único símbolo do Natal de Jesus verdadeira-mente inspirado nos Evangelhos.

A Bíblia diz que os pastores estavam nos campos cuidan-do das ovelhas na noite em que Jesus Cristo nasceu.

O mês judaico de Kislev, correspondente aproximada-mente à segunda metade de Novembro e primeira metade de Dezembro no calendário gregoriano era um mês frio e chuvoso. Sendo assim, não era um mês propício aos pastores

ficarem nos campos passando frio e cuidando de ovelhas.Entretanto, o evangelista Lucas afirma que havia pas-

tores vivendo ao ar livre e mantendo vigias sobre os reban-hos à noite perto do local onde Jesus nasceu.

Eles foram avisados sobre o evento chamado de Anun-ciação aos pastores.

Cristianismo

Símbolos e Tradições do NatalEntre as várias versões sobre a procedência da árvore

de Natal, a maioria delas indicando a Alemanha como país de origem, uma das mais populares atribui a novidade ao

padre Martinho Lutero (1483-1546), autor da Reforma Protestante do século XVI. Olhando para o céu através de uns pinheiros que cercavam a trilha, viu-o intensamente estrelado parecendo-lhe um

colar de diamantes encimando a copa das árvores. Tomado pela beleza daquilo, decidiu arrancar

um galho para levar para casa. Lá chegando, entusiasmado, colocou o pequeno pinheiro

num vaso com terra e, chamando a esposa e os filhos, decorou-o com pequenas velas

acesas afincadas nas pontas dos ramos. Arrumou em seguida papéis coloridos para enfeitá-lo mais um tanto. Era o

que ele vira lá fora. Afastando-se, todos ficaram pasmos ao verem aquela árvore iluminada a quem

parecia terem dado vida. Nascia assim a árvore de Natal. Que-

ria, assim mostrar às crianças como deveria ser o céu na noite do nascimento de

Cristo.Na Roma Antiga, os

Romanos penduravam máscaras de Baco em pinheiros para comemo-

rar uma festa chamada de “Saturnália”, que coincidia com o nosso Natal.

Arvore de Natal‘

Presepio‘

36 SENSO Edição Outono/Inverno

Page 37: Senso Magazine - 13th Edition

O historiador inglês São Bedas (673-735) foi o primeiro a citar os nomes e descrever os três Reis Magos. Cada um deles representa uma raça: a branca, a amarela e a negra. O africano Baltazar, o asiático Gaspar e o europeu Melchior (ou Belchior) foram os primeiros a visitar o Menino Jesus, e a oferecerem-lhe pre-sentes: mirra (resina extraída da árvore com o mesmo nome), em sinal da sua humanidade; incenso, para representar a divindade do Menino Jesus; e ouro, em homenagem à sua realeza.

Reis MagosOs estudiosos afir-

mam que a figura do bom velhinho foi inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar as pessoas pobres, deixando sa-quinhos com moedas próximo das chaminés das casas.

Foi transformado em santo (Santo Nicolau) pela Igreja Católica, após várias pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Em Portugal, tem o nome de Pai Natal.

Pai Natal

SENSO Fall/Winter edition 37

Page 38: Senso Magazine - 13th Edition

A rena Rudolph surgiu em 1939, quando a cadeia de lojas Montgomery Ward company, com sede em Chicago, pediu ao seu empregado Robert L. May para criar uma história de Natal para ser oferecida aos seus clientes. As lojas pertencentes à Mont-gomery Ward todos os anos compravam para oferecer aos seus clientes livros de Natal para colorir, e o departamento de May considerou que a criação e distribuição de cader-netas suas seria uma forma eficaz de diminuir as despesas. May, que tinha uma paixão pela escrita de livros de criança, ficou incumbido da criação dessa caderneta.

A história que May criou inspirou-se na história “O Patinho Feio”, mas utilizando como pano de fundo o seu próprio passado (em criança May foi muitas vezes insul-tado por ser pequeno, tímido e com ar débil). Assim a sua história fala de uma rena que era rejeitada pela sua comu-nidade pelo simples facto de ter uma anomalia física, um nariz vermelho que reluzia.

A história de Rudolph foi escrita em verso e conforme May ia criando esses versos, testava-os na sua filha de 4 anos, Barbara. Apesar de Barabara adorar a história, o patrão de May ficou preocupado com o facto da rena ter um nariz vermelho, já que esta é uma figura por vezes asso-ciada à bebida e aos alcoólicos, não lhe parecendo a melhor base para uma história infantil. Para resolver esse problema, May levou Denver Gillen, um amigo do departamneto de arte da Montgomery Ward, ao jardim zoológico “Lincoln

Park Zoo”, para este fazer um esboço de Rudolph. O desenho de Gillen de uma rena com um nariz vermelho brilhante colocou um ponto final na hesitação dos patrões de May e a história foi finalmente aprovada.

Montgomery Ward distribuiu 2,4 milhões de cópias do livro de Rudolph, em 1939 e, até ao final de 1946, foram distribuídas um total de 6 milhões de exemplares , isto apesar de por vezes haver uma escassez de papel por causa da Segunda Guerra Mundial (que durou até 1945).

Rudolph deu o seu grande passo para a fama, quando o cunhado de May, o compositor Johnny Marks, criou a letra e a música para uma canção sobre Rudolph. A versão musical de “Rudolph the Red-Nosed Reindeer” criada por Mark foi, finalmente, gravada por Gene Autry em 1949, tendo vendido só nesse ano 2 milhões de cópias e trans-formando-se numa das músicas de Natal mais vendidas de todos os tempos.

May despediu-se do seu emprego em 1951 e passou 7 anos a administra a sua criação, passado esse tempo voltou ao Montgomery Ward, onde trabalhou até reformar-se em 1971. May morreu em 1976, tendo vivido uma vida confor-tável graças aos lucros que obteve com a sua rena.

Até o final do século XIX, o Pai Natal era representado com uma roupa de Inverno de cor castanha ou verde escuro. Em 1886, o cartonista alemão Thomas Nast criou uma nova imagem para o bom velhinho. A roupa nas cores vermelha e branca, com cinto preto, criada por Nast foi apresentada na revista Harper’s Weekly nesse mesmo ano.

Em 1931, uma campanha publicitária da coca-cola mostrou o Pai Natal com o mesmo vestuário criado por Nast, que também eram as cores do refrigerante. A campanha publicitária fez um grande sucesso, ajudan-do a espalhar a nova imagem do Pai Natal pelo mundo.

A roupa do Pai Natal

A Rena Rudolph

38 SENSO Edição Outono/Inverno

Page 39: Senso Magazine - 13th Edition

Dinamarca: Julemanden Itália: Babbo NataleMéxico: Santa ClausInglaterra: Father ChristmasCanadá e EUA: Santa ClausRússia: Ded Moroz

Alemanha: Weihnachtsmann (O homem do Natal)Argentina, Espanha, Colombia, Paraguai e Uruguai: Papá NoelHolanda: Kerstaman (Homem do Natal)Chile: Viejito PascueroFrança: Père Noel

A Igreja Católica sempre deu muita importância à música. As músicas de Natal surgiram devido aos esforços católicos de retirar importância às músicas e danças pagãs. As primeiras músicas de Natal surgiram no século IV e ainda hoje são canta-das. No século XIX, surgiram muitas melodias de Natal de origem pagã.

Cada país tem as suas próprias canções, uma das mais populares é a canção inglesa “White Christmas” escrita por Irving Berlin em 1942, mas não é a única; temos ainda o exemplo de “Silent Night, Holly Nigth” composta na Áustria por Franz Grubet no século XIX, “Jingle Bells”, entre muitas outras.

Portugal também tem as sua músicas de Natal, a mais conhecida é “Adeste Fidelis”, que tem a particularidade de estar escrita em latim. Aliás a fama desta música fez com se que se criasse uma versão sua em inglês, a também famosa “O Come, All Ye Faithful”.

As musicas de Natal‘

Curiosidade: o nome do Pai Natal noutros paises‘

SENSO Fall/Winter edition 39

Page 40: Senso Magazine - 13th Edition

40 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

O belíssimo e saboroso bolo de aniversário foi cortado pe-los presidentes Armindo Silva, Alfredo Pita, Gilberto Moniz, e respectivas esposas, com saudação de copo ao alto e o “para-béns a você”, ao clube e às suas gentes.

Em duas mesas de honra, estiveram sentados o Chanceler Manuel de Sousa em representação do Cônsul-Geral de Portu-gal, o City Councelor George Carlson, o presidente da Assem-bleia Geral Armindo Silva e esposa, o presidente do Executivo Gilberto Moniz e esposa, Monsenhor Eduardo Resendes, e a Miss do PCCM Chantelle Carneiro. Na segunda mesa, o MP por Mississauga/Streetsville Brad Butt, o MPP por Mississauga e Streetsville Bob Delaney e esposa, o presidente do Conselho Fiscal Alfredo Pita a esposa, o vice-presidente do Executivo Tony Sousa e esposa e a Miss-1ª. Dama Alexandra Pereira.

“Short and sweet” foram os discursos de Gilberto Moniz, George Carlson, Bob Delaney, Brad Butt, Manuel de Sousa e de Armindo Silva, todos focando agradecimentos e louvores ao PCCM, seus sócios, dirigentes e voluntários.

Seguiu-se a entrega de medalhas comemorativas aos que mais se distinguiram nos últimos anos, com destaque no fute-bol para o treinador Fernando da Silva com 15 anos de bons serviços, para o goleador da equipa Jeff Alves, e para Sam Botelho capitão da equipa, com 13 anos de jogador e treinador adjunto nos últimos 5 anos.

Em relação aos pioneiros do folclore, foram galardoados Nancy Vieira, Andrew Câmara e Sónia Nogueira. Luciana Olivei-ra, também recebeu medalha pelo seu trabalho de ensaiadora das Miss´s e ex-presidente da Juventude. Roger Mendes foi premiado pelo seu empenho como ensaiador das danças car-navalescas desde 1998 até ao presente, assim como Gil Toste ensaiador das danças de Espada da Páscoa.

O tocador de viola das danças e do Rancho Folclórico An-tónio Raulino foi também galardoado, tal como o membro di-rector da Terceira Idade José Pereira, a cozinheira da 3ª. idade Hermínia Lourenço e o fotógrafo Alberto Nogueira. Também os sócios que mais frequentaram o PCCM nos últimos 10 anos, David Rodrigues e esposa, Maria Borges e Marina Lopes, rece-beram a medalha comemorativa.

Foram homenageados ainda todos os elementos que compõem os Corpos Gerentes do PCCM e, reconhecidos, o novo presidente da SATA Carlos Botelho, os sócios honorários Horácio Domingos, Vitor Vieira, Raimundo Favas, Angie Câmara, Tony Sousa, Gilberto Moniz e a patrocinadora da noite São Sil-vestre, propeietária da Trigo Bakery.

Para finalizar da melhor maneira a festa comemorativa dos 37 anos de vida do PCCM, o conjunto Mexe-Mexe pôs toda a gente a mexer e, como não poderia deixar de ser, também à medida que a noite avançava, as pessoas “puseram-se a mexer” para as suas casas. Depois da festa, o sono retemperador.

Parabéns, Centro Cultural Português de Mississauga.JMC

PCCM 37 anos de história

O Portuguese Cultural Centre of Mississauga comemorou 37 anos de vida e, 10 anos, nas instalações actuais, em Streetsville.

Page 41: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 41

Page 42: Senso Magazine - 13th Edition

42 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

A consagrada pintora Bia Azevedo apresentou na Galeria Almada Negreiros um belíssimo conjunto de pinturas da sua autoria que entusiamou os muitos amigos e admiradores presentes.

Depois de uma breve apresentação do Cônsul-Geral Dr. Júlio Vilela, Bia Azevedo agradeceu e justificou o título da sua exposição, “O prazer da beleza”: “-Só pinto o que vêem os meus olhos. Razão pela qual pinto o que a natureza nos oferece... plantas e flores, o sol e o mar, riachos e ravinas, luz e sombras, autênticas sinfonias de cor e paz”. Foi, para todos, um prazer apreciar a beleza entregue pelo talento de Bia Azevedo. Parabéns.

Bia Azevedo

“O Prazer da Beleza”

Page 43: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 43

1ª. O Ano Novo passou a ser comemorado no dia 1 de Ja-neiro a partir de 1582, quando as nações cristãs adoptaram o calendário criado pelo papa Gregório VIII. Antes disso, festejava-se o recomeço do ciclo anual no período que equivale ao actual 23 de Março (a comemoração durava 11 dias). Havia uma lógi-ca para a escolha dessa data, feita pelos babilónios 2 mil anos antes da era cristã: o final de Março coincide com o início da Primavera no hemisfério norte (onde ficava a Babilónia), época em que novos cultivos são plantadas. Daí a idéia de recomeço. Foram os romanos que determinaram, aleatoriamente, que o Ano Novo deveria ser comemorado no dia 1 de Janeiro.

2ª. O dia 1 de Janeiro foi reconhecido como Dia de Ano Novo com a introdução do calendário gregoriano na França, Itália, Portugal e Espanha em 1582. O calendário gregoriano é quase universal. Mesmo nalguns países não cristãos, foi adap-tado às próprias tradições ou adoptado apenas para uso civil, mantendo-se outro calendário para fins religiosos.

3ª. As promessas feitas na passagem de ano, tão comuns e tão descumpridas, não são uma tradição recente. Os babilónios já as faziam há 4 mil anos. Então, juravam a pés juntos que uma vez acabadas as festas, devolveriam os equipamentos de agri-

cultura que tinham sido emprestados por amigos.

4º. A tradição de usar um bebé como símbolo do Ano Novo foi adoptada pelos gregos por volta do ano 600 a.C. Desfilavam com um bebé dentro de um cesto para homenagear Dionísius, o deus do vinho. O ritual era a representação do espírito da fer-tilidade, pelo renascimento anual de Dionísius.

5ª. O último lugar do mundo a festejar o início de um ano novo é a Ilha de Samoa, no Pacífico.

5 curiosidades sobre o Ano Novo

Page 44: Senso Magazine - 13th Edition

44 SENSO Edição Outono/Inverno

Com a transição dos manuais escolares para o novo acordo ortográfico, o Centro de Língua Portuguesa de Toronto, sob a coordenação do ensino português no Canadá, organizou um encontro entre todos os professores de língua portuguesa e a Drª Margarita Correia, vinda de Portugal, que é uma das especialistas no novo acordo.

José Mário Coelho

A abertura do encontro foi feita pelo cônsul geral de Portugal em Toronto, Dr. Júlio Vilela e pela coordenadora do ensi-no, Drª Ana Paula Ribeiro, com a presença da directora executiva do Luso Learning Centre, Drª Ana Fernandes-Iria e da pro-fessora interna, Drª Florência Lopes Dias. Com simplicidade e estrutura de aula prática, o encontro, também ação de for-mação, serviu para esclarecer a evolução da língua portuguesa - desde o passado longínquo até à atualidade.

Até os mais céticos quanto a estas mudanças acabaram por admitir que, afi-nal, o acordo “não é o fim da língua por-tuguesa”, nem “a submissão a outros pa-drões”. Trata-se apenas de nos ajustarmos

às mudanças que vão ocorrendo - aliás, uma língua é provavelmente o único ele-mento que está em constante mudança.

Os manuais escolares que os alu-nos de português do Centro de Língua Portuguesa - Instituto Camões utilizam já obedecem às regras do novo acordo ortográfico e, segundo as professoras, não se estão a observar grandes dificul-dades por parte do alunos em se adap-tar às novas regras. Talvez seja mais difícil para os professores. Tal como afirmou a Drª Margarita Correia, é uma questão de nos treinarmos a olhar para uma palavra que tivemos que memorizar por ter letras

que não se escreviam e que agora desa-pareceram. Porém, como tudo na vida, acabamos por nos adaptar.

COMUNIDADE

Acordo ortográfico esclarecido no Centro de Língua Portuguesa

Imagem da festa de convívio no Ambiance Banquet Hall em Toronto, para angariação de fundos do Lar dos Idosos de Moita dos Ferreiros, em Portugal.

Foto, gentileza deJorge da Silva.

Angariação de fundos para Moita dos Ferreiros

Drª Ana Fernandes-Iria e Drª Florência Lopes Dias.

Page 45: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 45

Para esta comemoração dos 30 anos do Grupo Transmon-tano, foi convidado de honra o presidente da Câmara Municipal de Murça, Dr, João Luís Teixeira Fernandes, natural de Sobreira, concelho de Murça, Licenciado em História, pela Universidade do Porto e a Pós-Graduação em Ciências Documentais, pela Universidade de Coimbra.

A recepção de boas vindas ao convidado teve lugar no alin-dado Museu Português nas instalações da Ferma, do Comenda-dor Tony Belas.

O Dr. João Fernandes teve ocasião de demonstrar a sua fe-licidade por se encontrar em Toronto, a convite do Grupo Trans-montano e com o apoio amigo da família Távora.

Houve troca de lembranças e felicitações entre Ana Costa, Tony Belas, João Teixeira Fernandes e o Ministro da Cidadania e Imigração do Ontário, Charles Sousa.

Entre passeios e visitas, destaque para as visitas do presi-dente da Câmara de Murça aos museus de Portugal e dos Pi-oneiros Portugueses em Toronto, assim como foi recebido na Câmara Municipal de Toronto pela Vereadora Ana Bailão e, no Quees Park, pelo Ministro Charles Sousa.

Simpático e comunicador, o Dr. João Fernandes deixou um rasto de simpatia entre nós.

Na próxima edição SENSO vamos ter referências mais alar-gadas aos 30 anos do grupo Transmontano e ao presidente da Câmara Municipal de Murça.

Parabéns.JMC

Grupo Folclórico Transmontano 30 anos de êxitosNada se faz sem sacrifícios e amor ao próximo, razões que levam a professora Ana Costa a conquistar louvores com a sua abenegada caminhada à frente da escola e do Grupo Folclórico Transmontano que, há 30 anos, oferece à comunidade que serve grandes momentos de festa e alegria.

Page 46: Senso Magazine - 13th Edition

46 SENSO Edição Outono/Inverno

A fadista Ana Moura voltou a encher o salão nobre do PCCM e os corações de todos os presentes. Cantou, encantou e ...surpreendeu!

Após alguns fados do seu reportório, bem acompanhada dos seus excelentes músicos, na viola baixo Filipe Larsen, na viola de acompanhamento Marco Olivei-ra (também fadista de boa qualidade) e, na guitarra portuguesa, Custódio Castelo.

Mas, há sempre um mas em todas as histórias. Ana Moura convidada a in-tegrar-se na grande produção que está a ser realizada pelo antigo músico dos Ro-lingstones Tim Riese –os grandes suces-sos dos Rolingstones, cantados por vozes de outros países e de características dife-rentes- como é o caso da nossa grande fadista, também não faltou à festa. Assim, para surpresa de todos, Tim Riese entrou em palco com o seu saxofone tocando de improviso o tema que Ana Moura interpretava, brilhando a grande altura. Numa segunda entrada, voltou a impro-visar com a cantiga que vai ser gravada por Ana Moura e, também, batalhou com o seu clarinete um extraordinário tu-cá-tu-lá musical com a guitarra portuguesa do Custódio Castelo. Inesquecível. Quem teve o privilégio de ver e ouvir estes ar-tistas, está de parabéns pois, tal show-surpresa, não voltará a acontecer.

A propósito da sua visita, registámos breve apontamento de uma entrevista que Ana Moura concedeu a Domingos Melo, na FPtv.

Ana Moura - Nestes últimos anos, é muito comum eu fazer espectáculos assim incluídos na comunidade portu-

guesa e é sempre diferente. Nós, portu-gueses, sentimos o fado de uma maneira única e diferente. Eu estou muito feliz por ver um clube enorme como este de Mis-sissauga ter a sala cheia para ver o meu espectáculo

Senso - Partilha da ideia que as pessoas que vivem longe da sua terra natal sentem mais as coisas do que aqueles que lá estão a viver?

Ana Moura - Acho que sim. Às pes-soas em Portugal, as coisas acabam por ser um hábito. Eu viajo muito em tournés e acabo, por exemplo, por sentir sau-dades da comida portuguesa. Eu tenho ouvido dizer que alguns portugueses, quando estavam a viver em Portugal, não gostavam de fado e agora, vivendo fora, já gostam. Eu percebo e comungo dessa opinião.

Senso - Esta não é primeira vez que se desloca a Toronto...

Ana Moura - Não. Já cá estive há alguns anos a cantar num restaurante maravilhoso e com pessoas muito carin-hosas que é o Lisboa à noite. Nessa altura, ainda nem sequer tinha o meu primeiro disco. (Entre risos) Por isso, já foi mesmo há muitos anos.

Senso - Em Portugal, continua no Sr. Vinho?

Ana Moura - Depois do Sr. Vinho ai-nda estive noutra casa em Alfama - a Casa de Linhares. Neste momento, não estou em nenhuma casa de fados, em parte porque ando sempre a viajar. Aliás, desde Janeiro que já corremos todos os conti-nentes. Tem sido um ano de viagens. O tempo que me resta, sinto que tenho que descansar a voz.

Senso - Até ao momento, tem con-struído uma carreira de muito sucesso. Está feliz com o que tem conseguido? Vai continuar?

Ana Moura - Deus queira que sim porque é o que mais gosto de fazer.

De vez em quando existem uma inserções de instrumentos de sopro no fado. Em 1974 era publicado o álbum “Encontro” onde Amália era acompan-hada por Don Bias, saxtenor americano. No clube de Mississauga, Ana Moura apresentou, a certa altura do seu espe-ctáculo, Tim Ries, músico que pertence ao legendário agrupamento The Rolling Stones. Os presentes afirmaram ser uma óptima experiência ouvir fado com saxo-fone numa simbiose musical diferente.

Será difícil voltar a ver e ouvir Ana Moura e Tim Riese, e o trio de guitarras.

Uma surpresa que deixou sabor a pouco nas bocas insasiáveis dos admi-radores destes artistas. O presidente do PCCM, Gilberto Moniz, rejubilou com o acontecimento.

Amália Rodrigues, a quem foi dedi-cada esta memorável noite de fado, adormeceu feliz, sonhando-se entre nós, e entre estes grandes artistas que tão boa continuidade lhe dá.

Obrigado a todos.JMC/Ana Fernandes

Ana Moura uma moura encantadaCOMUNIDADE

Page 47: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 47

A Massachusetts fisherman pulled in an 881-pound tuna this week only to have the federal authorities take it away.

Rafael and his crew were using nets to catch bottom-dwellers when they in-advertently snagged the giant tuna. How-ever, federal fishery enforcement agents took control of the behemoth when the boat returned to port. The reason for the seizure was procedural: While Rafael had tuna permits, fishermen are by law only allowed to catch tuna with a rod and reel.

In an interview with the Standard-Times of New Bed-ford, Rafael disputes the claims from the National Oceanic and Atmospheric Administration’s (NOAA) enforcement division that the humungous tuna was trawled from the bottom of the Atlantic. “They didn’t catch that fish on the bottom,” he said. “They probably got it in the mid-

water when they were setting out and it just got corralled in the net. That only happens once in a blue moon.”

And while Rafael is denied the mother of all fish stories, the federal im-poundment of his catch also means he’s probably losing out on a giant payday. A

754-pound tuna recently sold for nearly $396,000. NOAA regulators do not share any of the proceeds from the fish’s even-tual sale with a fisherman found in viola-

tion of federal rules.“They said it had to be caught with

rod and reel,” a frustrated Rafael said. “We didn’t try to hide anything. We did every-thing by the book. Nobody ever told me we couldn’t catch it with a net.”

Rafael says he has meticulously pre-pared for a giant catch like this, purchas-ing 15 tuna permits over the past four years for his groundfish boats. He even immediately called a “bluefin tuna hot line” (yes, such things exist) to report his catch.

Proceeds of the sale from the fish will be held in an account until the case is resolved, according to the National Oce-anic and Atmospheric Administration’s Office of Law Enforcement. “The matter is still under investigation,” said Monica Al-len, deputy director with NOAA Fisheries public affairs. “If it’s determined that there has been a violation, the money will go into the asset forfeiture fund.”

Man catches 881-pound tuna, and the Federal authorities took it away

Page 48: Senso Magazine - 13th Edition

48 SENSO Edição Outono/Inverno

Gilberto Fernandes

Ao contrário da noção generalizada de que os imigrantes portugueses no Canadá nunca se interessaram pelo activismo político, estes mobilizaram-se várias vezes em grande número durante a sua história. Apesar da fraca participação eleitoral desta comunidade durante as suas primeiras décadas no Ca-nadá, os imigrantes portugueses organizaram-se com alguma frequência em campanhas de angariação de fundos direcio-nados ao seu país de origem, relacionados em grande parte com projetos cívicos ou causas humanitárias. Durante o Estado Novo, existiram também batalhas políticas muito intensas entre fações opostas da comunidade, algumas delas levando a con-frontos violentos. Foi esse o caso no dia 30 de Janeiro de 1961, no auge do assalto de Henrique Galvão ao Santa Maria, quando se deu um motim na Bay St. de Toronto entre as duas fações rivais, o que resultou em dois carros virados ao avesso. Outras vezes, a comunidade portuguesa saiu à rua em protesto contra injustiças sofridas pelos seus compatriotas no Canadá. A mais conhecida é a manifestação do ‘shoeshine boy’, decorrida no dia 8 de Agosto de 1977, que juntou 15,000 pessoas em frente à City Hall de Toronto em protesto contra o homicídio violento do jovem açoreano Emanuel Jacques numa casa de massagens na Yonge St. Menos conhecida é a demonstração de 17 de Maio de 1969, que juntou cerca de 500 portugueses em Toronto protes-tanto a morte do jovem açoreano Ângelo Nóbrega pela mão de um polícia de Toronto.

Na manhã de 5 de Maio, o Detetive Kevin Boyd e o seu colega investigavam uma invasão de uma sala de cinema na Yonge St. quando ordenaram o Oldsmobile onde circulavam Ângelo Nóbrega e seus dois irmãos a parar. Estes não obede-ceram e puseram-se em fuga. Após uma curta perseguição, os detetives encontraram os suspeitos numa estação de serviço junto da Yonge St. e Albertus Ave. O irmão mais novo tentou es-capar a pé mas foi rápidamente apanhado pelo colega de Boyd. Conforme o relato do Det. Boyd, Ângelo, que ia a conduzir, saiu do carro e resistiu à detenção, levando o detetive a perder o bal-anço e a disparar o seu revólver acidentalmente, o que atingiu a vítima na cabeça. Mais tarde, a polícia de Toronto viria a elaborar este depoimento, dizendo que o detetive havia já retirado a sua arma quando Ângelo saía do carro, devido a um “movimento suspeito” que este fizera. Os irmãos, John e José, relataram o incidente de forma diferente. Estes afirmaram não terem parado porque o carro que os perseguia não tinha qualquer indicação que o identificasse como sendo da polícia, e os próprios dete-tives estavam vestidos em roupas civis. Conforme John, irmão gémeo da vítima, os dois estavam já encostados à parede,

como ordenara o detective. “O Ângelo estava simplesmente com as mãos na lapela como ele faz sempre… Eu espreitei para ver o que eles iam fazer e de repente houve um tiro.” John disse ter visto o Det. Boyd retirar o seu revólver e puxar o cão: “Não foi acidente.”

Este incidente, relatado na imprensa Canadiana, agitou os portugueses de Toronto que se mobilizaram em solidariedade com os pais da vítima. Conforme o Toronto Daily Star, mais de 300 membros da comunidade e pelo menos dois polícias, par-ticiparam na missa funerária a Ângelo Nóbrega. Na noite ante-rior, cerca de 75 portugueses reuniram-se no Centro Social da Igreja do Monte Carmelo, liderados pelo agente de viagens, ra-diofonista e presidente da Portuguese Immigration Aid Society, José Rafael. Durante a reunião este dissera: “Esses polícias não tinham nada que enfiar o nariz no carro. Se fosse um Cadillac, o que é que acham?” Ao que a audiência respondeu: “Ah! Os polícias nem olhavam para eles… Os ricos andam de Cadillac. A polícia não incomoda os ricos.” Decidiu-se nessa reunião circular uma petição a ser enviada ao Primeiro MInistro Pierre Trudeau e aos líderes da oposição, exigindo melhor tratamento para com os imigrantes pela polícia. O deputado de Dovercourt, Dante DeMonte, juntamente como outras personalidades influentes da sociedade canadiana, prontificaram-se a ajudar a comuni-dade portuguesa na sua busca por justiça.

A comissão formada pelo ‘grupo de representantes’ da co-

Os Imigrantes Portugueses Protestaram a Violência Policial: o caso da morte de Ângelo Nóbrega, Maio 1969

Page 49: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 49

munidade portuguesa convocou uma conferência de imprensa no Clube da Nazaré, à qual compareceram um representante da Comissão dos Direitos Humanos e dois deputados provinciais, um deles o líder do New Democratic Party do Ontário, Donald McDonald. Nessa conferência, José Rafael anunciou uma mar-cha silenciosa a realizar-se entre o Queen’s Park e a City Hall no dia 17. Para fazer publicidade a este protesto foram distribuidos “milhares de panfletos”, alguns deles enviados para 42 jornais de outras comunidades imigrantes em Toronto. A comissão ten-tou a mobilizar toda a população de Toronto e não apenas a comunidade portuguesa porque, no seu ponto de vista, o caso Ângelo Nóbrega estava interessava a todos os residentes de To-ronto, uma vez que estava relacionado com o tratamento dis-criminatório e a falta de comunicação entre a polícia da cidade e as sua comunidades imigrantes.

Cerca de 500 pessoas participaram na marcha de protesto, um décimo das previsões que apontavam para 5,000. Conforme os organizadores, a chuva havia sido a responsável pelo baixo número de participantes. Na frente do grupo, 15 crianças le-varam uma faixa negra com as palavras “Justice Ignored! Pro-testing Violence” (Justiça Ignorada! Protestando a Violência). Ao início da marcha, José Rafael pedia, curiosamente, para que os manifestante andassem “silenciosamente e em perfeita or-dem. Só desta maneira podemos protestar a violência da polí-cia. É a única forma que temos de mostrar que não precisamos de armas apontadas a nós. Nós sabemos obedecer e vamos obedecer.”

Nem todos os líderes da comunidade concordaram com a realização dessa marcha, principalmente os mais conserva-dores, como o influente Padre Alberto Cunha da Igreja de St. Mary, que considerara a marcha “prematura e emocional.” No seu entender, a comunidade deveria esperar pelos resultados do inquérito à morte de Ângelo Nóbrega que se iriam iniciar em breve. Mas talvez a principal razão pela hesitação da ala mais conservadora da comunidade em participar neste protesto terá sido o facto de alguns dos membros da comissão organizadora pertencerem à Associação Democrática Portuguesa. Esta As-sociação, constítuida por exilados políticos portugueses ativos na oposição ao regime de Salazar/Caetano, tinha entre os seus associados membros do Partido Comunista Português. Um deles, Domingos da Costa Gomes, advogado de presos políti-cos em Portugal, exilado no Canadá desde 1966, chegara mes-mo a auxiliar Álvaro Cunhal a passar a fronteira para Espanha clandestinamente.

O controverso inquérito à morte de Ângelo Nóbrega, que terminou em Junho desse mesmo ano, acabou por ilibar o De-tetive Kevin Boyd de qualquer culpa. No entanto, o médico le-gista que trabalhou no caso foi suspenso pelo Procurador-Geral e pôsto sob investigação por possiveis irregularidades durante o inquérito. A decisão final desagradou a comunidade, levando vários dos seus líderes a unirem-se sob a alçada da primeira or-ganização geral de representação dos portugueses em assuntos de natureza politica no Ontário: o Congresso Luso-Canadiano. Domingos Costa Gomes foi eleito o seu primeiro presidente, o que desagradou profundamente a ala conservadora da comuni-dade, que apesar de participar na sua criação, afastou-se rápida-mente desta organização. Nos anos que se seguiram, as inten-sas batalhas políticas entre os líderes da comunidade levaram à desintegração dessa organização em meados da década de 70. Depois desta existiram muitas outras tentativas de criação de um orgão representante dos interesses dos Portugueses no Canadá, o que foi finalmente alcançado com a inauguração do Congresso Nacional Luso Canadiano em 1993.

Fontes:“Metro Youth Killed by Shot from Detective’s Gun”, Toronto Daily Star, May 5,

1969“300 Portuguese, 2 Police at Slain Youth’s Funeral”, Toronto Daily Star, May 7,

1969Luso-Canadiano, 15 de Maio, 1969

“500 Portuguese in Silent March Protest Police Shooting of Youth”, Toronto Daily Star, May 17, 1969

Fotos por Kennedy, Clara Thomas Archives and Special Collections, York University Libraries, Toronto Telegram fonds, F0433

Page 50: Senso Magazine - 13th Edition
Page 51: Senso Magazine - 13th Edition
Page 52: Senso Magazine - 13th Edition

Em 2007, uma voz luso-canadiana vencia a 5ª edição do con-curso Ídolos, versão Canadiana: Brian Melo. Até então desconhe-cido, embora a música sempre tenha feito parte da sua vida, este jovem que trabalhava na construção, viu a sua vida dar uma vol-ta. Subitamente, Brian Melo era elogiado pelos melhores da in-dústria, entre eles Jake Gold, Zack Werner, entre muitos outros. Depois de ter falhado duas edições anteriores, Brian Melo, encorajado pelos irmãos e melhor amigo, regressa aos Ídolos, mais maduro, entregando-se de corpo e alma a cada actuação e dominando o palco como ninguém. Desde então, Brian Melo tem estado ligado à carreira que sempre desejou ter: músico. A revista Senso dialogou com ele sobre a infância, a influência portuguesa na sua vida e o impacto de ser um ídolo canadiano.

Ana Fernandes-Iria

Senso - How do you describe the role music has played - and still plays - in your life?

Brian Melo - It’s indescribable in a lot of ways, to explain how much music means to me. It’s my outlet! Music is all I know, I honestly could not do anything else in life. My heart won’t let me!

Senso - Has your portuguese heritage played a part in your life as a musician?

Brian Melo - Absolutely! My brothers who are several years older than me, were in a Portuguese Wedding band when they were teenagers and I would go watch them perform at these Portuguese Galas and festivals when I was a little kid. When all the kids were running around playing, I’d be glued to the stage watching my brothers play in their band! They were like superhe-ros to me. The first time I ever performed was when I was 5 years old, my brothers called me up to play tambourine. After that day I was hooked!

Also my Mom and Dad would always play “fado songs” around the house and I loved hearing the beautiful classical gui-tars and there was so much emotion in the singers voices! Fer-nando Farinha was a favourite at my house!

Senso - What was it like to participate in Canadian idol and to have won the contest?

Brian Melo - It was an incredible experience. Some of the best times of my life. The friendships I was able to make on that show was most special! It changed my life, it was a huge grow-ing experience for me and I learned a lot about myself through that period! Really proved to me that nothing is impossible. I was a sponge throughout that whole competition and I wanted to make sure that I would soak every moment!

Senso - How has this experience - Canadian Idol - changed your life?

Brian Melo - The people that I’ve been able to meet and the stories I’ve been able to hear because of that experience has really changed me. For people to come up to you and say you

A VIDA DEPOIS DOS ÍDOLOS

52 SENSO Edição Outono/Inverno

Page 53: Senso Magazine - 13th Edition

inspire them because you went for something you believed in, is one of the most fulfilling things you can ever go through. Now I have an opportunity to do music for a living and even though it can get really hard at times I honestly can’t see myself ever do-ing anything else in my life - I’m just very thankful for everything I have!

Senso - Who are your greatest influences?Brian Melo - My parents! They worked themselves to the

bone to give me and my siblings everything we could ever want! Both of them came from very little, but there was so much love in our house! They both have hearts of gold and they are a huge motivator for my success! I owe everything to them!

Senso - Have you faced any challenges in your career? If so, can you speak about some of them?

Brian Melo - Yes! On a daily basis! It’s a very tough business and you need a lot of patience! Especially where the state of the music industry is today. It can be discouraging to some and it’s harder to make a living in it then ever before, but at the same time it’s motivating because I believe it’s just challenging me more to get better at my craft and as I go on I try to focus on all that stuff less and less. I feel where you make the best music is when you’re not thinking at all, you’re just feeling! I’m trying to capture moments and progress as an artist everyday and just like anything when your growing you will have some growing pains, but that’s natural! Every challenge, every obstacle I’ve had to surpass has only made me better as a musician and I use those challenges now as opportunities.

Senso - What are your plans for the future?Brian Melo - To continue to make new music and perform. I

love what I do now, so to me it’s just a matter of upping the ante. I don’t know what the future has in store for me but one thing that will always be constant will be creating new music!

Senso - How does Brian Melo describe himself?Brian Melo - I’d say I’m a very driven, passionate person who

just wants to do good while I go through this journey! I’d like to think I put my heart into everything and I’m a student of life. So I’m always searching of new ways to grow!

Every challenge, every obstacle I’ve had to surpass has only made me better as a musician and I use those challenges now as opportunities.

SENSO Fall/Winter edition 53

Page 54: Senso Magazine - 13th Edition

54 SENSO Edição Outono/Inverno

Minha Querida InêsMargarida Rebelo Pinto

SinopseOs últimos dias da maior heroína romântica de Portugal. Uma história apaixonante, envolvente e per-

turbadora. Nunca haverá outro amor assim. Minha Querida Inês é fruto de investigação histórica misturada com a paixão de Margarida Rebelo Pinto

por mulheres fortes, cuja presença sempre foi uma constante nas suas obras. A Inês aqui retratada é uma mulher corajosa e apaixonada que fala sem pudor da sua vida íntima e da sua visão do amor, da família, de deus e do mundo.

Inês morre por amor. Se foi “ a ruça que queria roubar o reino”, ou apenas vítima de uma intriga política, nunca saberemos. A Inês que aqui fica é uma mulher inteira, de carne e osso, com cabeça, coração e es-tômago, que sente e que pensa à frente da sua época e, por isso mesmo, sábia e intemporal.

AbraçoJosé Luís Peixoto

SinopseA infância, o Alentejo, o amor, a escrita, a leitura, as viagens, as tatuagens, a vida. Através de uma imensa

diversidade de temas e registos, José Luís Peixoto escreve sobre si próprio com invulgar desassombro. Esse intimismo, rente à pele, nunca se esquece do leitor, abraçando-o, levando-o por um caminho que passa pela ternura mais pungente, pelo sorriso franco e por aquela sabedoria que se alcança com o tempo e a reflexão. Este é um livro de milagre e de lucidez. Para muitos, a confirmação. Para outros, o acesso ao mundo de um dos autores portugueses mais marcantes das últimas décadas.

O Último SegredoJosé Rodrigues dos Santos

SinopseUma paleógrafa é brutalmente assassinada na Biblioteca Vaticana quando consultava um dos mais an-

tigos manuscritos da Bíblia, o Codex Vaticanus. A polícia italiana convoca o célebre historiador e criptanal-ista português, Tomás Noronha, e mostra-lhe uma estranha mensagem deixada pelo assassino ao lado do cadáver.

A inspectora encarregada do caso é Valentina Ferro, uma beldade italiana que convence Tomás a ajuda-la no inquérito. Mas a sucessão de homicídios semelhantes noutros pontos do globo leva os dois investiga-dores a suspeitarem de que as vítimas estariam envolvidas em algo que as transcendia.

Na busca da solução para os crimes, Tomás e Valentina põem-se no trilho dos enigmas da Bíblia, uma demanda que os conduzirá à Terra Santa e os colocará diante do último segredo do Novo Testamento. A verdadeira identidade de Cristo.

Baseando-se em informações históricas genuínas, José Rodrigues dos Santos confirma-se nesta obra excepcional como o grande mestre do mistério. Mais do que um notável romance, O Último Segredo des-venda-nos a chave do mais desconcertante enigma das Escrituras.

Amigas para sempre Fátima Lopes

SinopseAna, Joana e Raquel reúnem-se para comemorar os 40 anos de Carla. Mas o que se esperava ser, apenas,

um jantar de aniversário animado entre amigas, cedo se transforma numa noite emocionante, onde se vão revelar segredos há muito escondidos e fazer descobertas surpreendentes que irão transformar para sempre as vidas de cada uma destas mulheres. Depois desta noite, Ana, Joana, Raquel e Carla não voltaram a ser as mesmas. Mas a amizade que as une vai-se tornar mais forte e sincera do que nunca.

Livros - sugestões

Page 55: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 55

Page 56: Senso Magazine - 13th Edition

56 SENSO Edição Outono/Inverno

CIÊNCIA

A primeira fase do projecto de produção de biocombustível, com início do processo de cultivo de microalgas em bioreactores foi inaugurada por Alberto João Jardim no Porto Santo.

Na oportunidade e depois de tomar conhecimento de todo o processo da uni-dade industrial, o líder madeirense salien-tou que o Porto Santo está a viver «um momento histórico» que está a passar des-percebido ao país devido à «mediocridade em que Portugal está mergulhado».

«Estamos a avançar num novo pro-cesso piloto que é a utilização de algas para criar combustível, substituindo os derivados do petróleo», realçou o go-vernante. «Nesta altura em que andamos todos presos com o fenómeno político desta semana na Madeira, em que o país procura fazer um tratamento psiquiátrico através da instrumentalização da Madei-ra, se calhar na mediocridade que este Portugal mergulhou, não vai perceber que neste momento no Porto Santo está a acontecer um acontecimento históri-co», acrescentou.

Trata-se, segundo referiu de uma uni-dade industrial pioneira a nível mundial, detentora de uma tecnologia emergente, que permite a captura de CO2 para uti-lização como alimento e desenvolvi-

mento de microalgas que, conjuntamente com outros ingredientes dará origem ao biocombustível.

«Pela primeira vez no mundo está a ser adaptado ao meio industrial e actividade industrial e produção de energia, a chama-da bioenergia», declarou o presidente do Governo Regional, salientando que um projecto desta natureza merecia mais de-staque a nível nacional.

Este é um projecto mundial reconhe-cido e apoiado pela União Europeia, que vai fazer história».

Por seu turno, o presidente do Conse-lho de Administração da Empresa de Elec-tricidade, salientou que a nova unidade, em ano cruzeiro, «terá capacidade para pro-duzir biocombustível suficiente para sub-stituir o consumo de fuelóleo utilizado na produção de electricidade, permitindo que o Porto Santo atinja a médio prazo uma taxa de penetração de energias limpas em cerca de 95%, prosseguindo o objectivo de se tornar uma Ilha Verde».

Em termos económicos, além da poup-ança em aquisições de licenças de emissão de CO2, na ordem dos 375 mil euros/ano, o responsável pela EEM salienta que a Região «poupará cerca de 4,5 milhões de euros por ano com a redução de importações de de-rivados do petróleo».

diminui dependência do exterior• PORTO SANTO COM PROJECTO PIONEIRO APOIADO PELA EUROPA •

Biocombustível

Porto Santo está a viver «um momento histórico» que está a passar despercebido ao país devido à «mediocridade em que Portugal está mergulhado».

Page 57: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 57

A Casa do Benfica de Toronto, após uns tempos de turbolência, acalmou e, com um grupo de sócios em regime administrativo, está a navegar agora em águas mansas...

Para a comemoração do 42º. Aniversário da CBT, foi convidado de honra, o “velho Capitão” Tony, uma força da natureza, que durante muitos anos foi o esteio do meio-campo benfiquista.

Naturalmente que os “velhos” benfiquistas locais não faltaram ao en-contro com Tony, um homem feliz com a vida e consigo próprio. Frank Alvarez, José Melo, Rilhas e o irmão, Carlos Botelho, Victor, e os actuais membros administrativos da CBT, animaram o diálogo vermelho na Casa dos Açores do Ontário, aquando do almoço de confraternização entre eles. As nossas felicitações aos benfiquistas de Toronto e um abraço ao sempre lembrado Tony.

JMC

A Casa do Benfica de Toronto em festa

Page 58: Senso Magazine - 13th Edition

58 SENSO Edição Outono/Inverno

São Venceslau, Praga

O que comemora: São Venceslau, o santo padroeiro da Boémia

Durante quase 100 anos - mesmo nos dias obscuros do comunismo - a escultura de São Venceslau, na praça Wenceslas de Praga, foi um símbolo de orgulho nacio-nal. No entanto, hoje em dia nem o santo padroeiro escapa ao sentido de humor irreverente do povo checo. O escultor David Cerny resolveu apresentar uma paródia do santo em que São Venceslau continua a montar o seu cavalo, só que

sentado na sua barriga, uma vez que o animal está de pernas para o ar.

Cavaleiro Equilibrista Genghis Khan, Mongólia

O que comemora: O vergonhoso fundador do Império Mongole, conhecido localmente como Chinggis Khaan

A estátua - que mede 40 metros de al-tura e pesa 250 tonela-das - foi inaugurada em 2008 e encontra-se lo-calizada a uma hora de Ulaanbaatar. Trata-se da maior estátua de um cavaleiro equilibrista no mundo. Os visi-tantes podem ir de elevador até ao primeiro andar, localizado na cabeça do cavalo e admirar a extensa estepe da Mongólia. Até há 20 anos, o governo comunista do país tinha proibido as celebrações ao líder miliar. No entanto, uma onda de naciona-lismo levou o povo a adoptar o nome e imagem de Khan em tudo o que fazem - desde um aeroporto à universidade e até a garrafas de vodka.

Estátua do Duque de Wellington, Glasgow

O que comemora: Artur Wellesley, o primeiro duque de Wellington e comandante das for-ças britânicas que derrotaram Na-poleão na Batalha de Waterloo

Nos últimos 20 anos, esta es-tranha estátua - erigida em 1844 na rua Queen, em Glasgow - tem sido um magnético para brinca-deiras de malandros que, durante a noite, a escalam e lhe colocam cones de sinalização. No entanto,

os locais argumentam que os cones são parte integral da es-tátua, assim como da identidade da cidade, embora o governo não concorde. Os funcionários da câmara costumam retirar os cones e as autoridades já ameaçaram deter quem encontrarem a colocar cones de sinalização na estátua. Até à data, ainda nin-guém foi detido e os cones fazem parte da estátua.

Fonte Kindlifresser (o devorador de crianças), Suíça

O que comemora: Existem várias lendas, mas ninguém sabe ao certo o que estátua significa.

Embora pareça um monumento de arte contemporânea, a fonte Kindlifresser (ou o devorador de crianças), tem vindo a aterrorizar as crianças de Berna desde 1546. Vestido de robes em tons verde e vermelhos coloridos, o Kindlifresser está a comer a cabeça de uma criança enquanto outras esperam no seu saco o mesmo destino. Alguns especulam que a estátua serviu de aviso à comunidade judia de Berna, devido ao facto do cha-péu do canibal ser parecido ao chapéu amarelo que os judeus eram obrigados a usar naquela época. Outros dizem tratar-se de Cronos o Titão da mitolo-gia grega que, segundo reza a lenda, comia os filhos para que não o sucedessem ao trono. Ao que tudo indica, a estátua foi criada como forma de as-sustar as crianças, forçando-as assim a comportarem-se bem.

Os monumentos mais

Depois de termos partilhado consigo, na última edição, os prédios mais estranhos do mundo, chegou a vez de apresentarmos os monumentos que entram nessa categoria. Regra geral, os monumentos são construídos para comemorar um evento signifi-cativo ou celebrar a vida extraordinária de alguém. No entanto, nem todos se baseiam em actos heróicos e muitos são os que seguem uma linha, no mínimo, estranha. Alguns são construídos para provocar e chocar as populações, outros tem o objectivo de enviar uma mensagem a alguém (na maioria dos casos uma instituição), outros limitam-se a representar uma história ou apenas a serem um motivo de entretenimento. A revista Senso apresenta-lhe os mais estravangantes.

estranhosdo mundo

Page 59: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 59

Cidade fantasma Fengdu, China

O que comemora: Esta necró-pole foi inspirada na versão chinesa de inferno

Durante a dinastia Han (206 a.c. - 220 d.c.), dois oficiais do reino, Yin e Wang, mudaram-se para o monte Mingshan com o intuito de serem iluminados. Combinados, os apeli-

dos deste casal tão místico criavam o som “Rei do Inferno” em chinês e, desde então, os residentes locais acreditam tratar-se de um lugar onde se invocam os espíritos do mal. A cidade fan-tasma que se criou é um complexo de templos budistas e taoís-tas decorados com estátuas macábras do demónio a esquarte-jar humanos à entrada do inferno. Ironicamente, a localidade é agora literalmente uma cidade fantasma depois da construção da barragem “três gargantas”, em 2009. Mingshan é agora uma península visitada, na maioria, por turistas que se deslocam em cruzeiros no rio Yangtze.

Mannekin Pis, Bruxelas

O que comemora: Existem várias lendas, mas nenhuma de-las consegue confirmar a origem de tal estátua.

Um ícone da Bélgica, esta estátua em miniatura de um ra-paz a fazer chichi já foi roubada várias vezes por tropas que invadiram a Flandres. Hoje em dia atrai multidões de turistas. A lenda mais popular à volta da cria-ção da estátua conta que a sua origem se deve ao desapareci-mento de um rapaz. Quando dias mais tarde o pai o encontrou a fazer chichi contra a parede, decidiu mandar fazer uma está-tua para celebrar a alegria de encontrar o filho.

Fonte Calder Mercury, Barcelona

O que comemora: O cerco de Almadén, uma das maiores minas de mercúrio no mundo, pelas tropas de Franco durante a Guerra Civil de Espanha.

O melhor é não tocar nesta estátua. Mercúrio líquido vene-noso corre através desta série de canos de ferro e alumínio e vai embater numa peça de metal que colaca um dispositivo em movimento e cria uma cascáta de metal mortífero. O escultor americano Alexander Calder de-senhou a fonte como um tributo anti-fascista para o governo re-publicano de Espanha durante a feira mundial de 1937, em Paris (onde esteve exposta ao lado da Guernica de Picasso). Calder aca-bou por doar a fonte à fundação Joan Miró, em Barcelona, onde se encontra em exposição, por trás de uma parede de vidro.

O Tubarão Headington, Inglaterra

O que comemora: O lançamento da bomba atómica em Nagasaki

Oficialmente conhecida como “Sem título, 1986”, esta besta de 7 metros e meio é mais conhecida como o Tubarão de Headington e parece ter aterrado no telhado de uma casa britânica. O proprietário da casa, Bill Heine, encomendou a es-tátua como uma reacção ao poder nuclear e à impotência do ser humano perante esta ameaça. O tubarão foi inicialmente visto como uma aberração à cidade, mas é hoje aceite como ponto de referência.

George Guidestones, Elberton, Georgia

O que comemora: O monumento serve como uma série de instruções para reconstruir a civilização depois do apocalípse

Desenhado e pedido por um grupo anónimo, as “pedras guia” de Georgia con-sistem de cinco pedras de granito com quase cinco metros de altura, organizadas em forma de estrela e que visam funcionar como uma bússola, calendário e relógio. Alguns cristão locais dizem tratar-se dos “Dez mandamentos do anti-cristo” devido à mensagem que contêm. No entanto, trata-se de um monu-mento muito visitado, sobretudo por bruxas e por... Yoko Ono.

estranhos

Page 60: Senso Magazine - 13th Edition

60 SENSO Edição Outono/Inverno

Sidónio Bettencourt e Genuíno Madruga são dois homens estraordinários, cada um à sua maneira. Ambos fizeram viagens circum-navegação, o primeiro por dentro de si mesmo, com a viagem diabólica onde “Já não vem ninguém”, e o segundo, Genuíno Madruga, circum-navegando por mares desconheci-dos até chegar ao ponto de partida.

O lançamento dos livros “Já não vem ninguém” e “O mundo que eu vi”, de Sidónio e Madruga, respectivamente, vieram en-riquecer a alma de todos nós. O primeiro “genuíno até à medula” e, o segundo, em tudo “nada madrugador”.

Sidónio Bettencourt, pela mão do seu primo/irmão, o orgu-lhoso Gilberto Moniz, fez o lançamento do seu livro “apadrinha-do” pelos amigos e admiradores José Mário Coelho, Ilda Januário e Maria João Dodman, sem esquecer o editor da “Veraçor”, teve palavras de sincera simpatia e agradecimento para todos –em particular a felicidade de estar com os 5 primos/irmãos aqui radi-cados-, enaltecendo ainda, o seu famoso companheiro Genuíno Madruga, um autêntico herói dos nossos dias, um marinheiro de invejável coragem e grande conhecedor dos mares e, tam-bém, no lançamento oficial do seu livro no PCCM. E, a seguir, semelhantes cerimónias na Casa dos Açores do Ontário. Curioso, Genuíno Madruga, não conseguiu conter a emoção e as lágri-mas, ao contar algumas passagens dramáticas entre céu e mar, sozinho com os seus sonhos e a fé.

Sidónio e Madruga, foram entrevistados na FPtv, pela Paula Almeida, de onde extraímos este breve apontamento:

Senso - Sidónio, pela segunda vez em Toronto e para o lançamento do segundo livro...

Sidónio Bettencourt - Exacto. É curioso que é mais um lan-çamento e é mais em Toronto. Há onze anos, lancei o “Deserto de todas as chuvas” também nesta cidade.

Senso - Porquê Toronto?Sidónio Bettencourt - O livro já foi lançado nas Lajes do

Pico. O livro tem muito a ver com o imaginário que proporciona a vila baleeira das Lajes do Pico. Tem a ver com a infância, mas também com a maturidade dos anos. Toronto é onde eu tenho muita gente amiga e onde tenho mais primos do que tenho propriamente na ilha do Pico. Portanto, é quase uma obrigação, depois das Lajes, fazer com que o livro ande por si ao sítio onde

ele é protagonista: e ele é protagonista em Toronto.Senso - Qual o tema central deste “Já não vem ninguém”?Sidónio Bettencourt - Este livro é prosa poética, com poe-

mas formais e tem a presença deste sentimento de chegarmos à idade que eu tenho e de perceber que vamos ficando com idade de ser avós e que os pais vão partindo, que os primos não voltam mais porque já são avós também e que a família se vai repartin-do. Nós olhamos para o lado e praticamente a família não está já. Nós começamos a sentir esse isolamento da casa vazia, da mesa na hora da festa, ficamos a ter saudades uns dos outros. Não é um livro revivalista, mas um livro que fala deste momento. É o pai que fica no lar, é a mãe que faleceu entretanto... É esta relação de um tempo de celebração que eu acho que é preciso chamar a atenção. As pessoas com o seu quotidiano, as suas rotatividades permanentes, com os seus afazeres, às vezes não olham para a hora da mesa que é sempre um prazo. Eu pessoalmente sei o que é ter a mesa praticamente vazia. Começam a faltar as vozes. Eu tento trazer essas vozes para aqui, para este livro. E não é por acaso que incluí um pequeno texto chamado “legenda para Toronto”, ou a “Refeição de domingo” que é um diálogo com a minha mãe em surdina.

Senso - Depois do “Deserto de todas as chuvas”, surgi-ram outras publicações?

Sidónio Bettencourt - Sim. “A balada das baleias” e, com a Veraçor, fizemos outras coisas e temos outras tantas em prepara-

ENTREVISTA

Sidónio Bettencourt e Genuíno Madruga, dois sonhos, a mesma aventura

Page 61: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 61

ção. Acho que um livro não deve aparecer só porque se tem que publicar um livro. Uma coisa é um livro, outra é um conceito so-bre um livro e outra coisa é a poesia e a literatura. E quando ele tem a maturação necessária para sentir que ele já não é nosso, é preciso expô-lo para podermos partir para outra. É nessa altura que o devemos de colocar junto de outros, de o partilhar com outros se assim o entenderem.

Ao fim de algum tempo é preciso fazer a síntese do que são os nossos sentimentos. Nesta vida de jornalista, nem tudo se pode dizer na televisão ou na radio. E ficam muitas head-lines guardadas com as quais não sabemos o que fazer ou onde colocá-las. São sentimentos, são vivência, são pessoas, são mo-mentos muito fortes. Estas energias vão acumulando e é bom que haja algum tempo para sintetizá-las e podê-las pôr numa linguagem nossa, numa voz prórpria, na rua e partilhá-las com as outras pessoas como apelo ou chamadas de atenção para que não haja mais lugar a que as coisas sejam efémeras como a comunicação social é. Para que haja uma intemporalidade no nosso tempo que passou e no nosso tempo que não pode ser repetido provavelmente, mas que também seja um tempo a ser recordado não como uma exaltação do passado, mas como uma memória que é património colectivo.

Senso - Genuíno, um velajador com um percurso e uma história incrível a contar...

Genuíno Madruga - Certamente. Aliás, o livro reflecte apenas um pouco daquilo que eu vi e nele deixo as minhas memórias do que observei por esse mundo fora. É composto por cerca de 500 fotografias e está apresentado um trabalho extraordinário feito pela nossa editora Veraçor. Como açoriano, esse livro trata do mar, das vivências por esse mundo fora. É o livro do primeiro português à volta do mundo. É acima de tudo, um documento histórico que certamente ficará como marco im-portante na navegação marítima portuguesa. Junto dos nossos emigrantes, o livro está a ser um sucesso. É engraçado que as pessoas acompanharam este picaroto pelo mundo fora via inter-net e agora partilham das minhas experiências neste livro.

Senso - A partir dos olhos do velejador, que impressão lhe fica do mundo que viu?

Genuíno Madruga - Acho que as minhas fotografias con-seguem falar melhor do que eu. Aquele mundo que hoje em dia tem fortes e sérios problemas não está propriamente rela-cionado com o mundo que vi. O meu mundo está mais ligado à natureza, àquelas pessoas que desfrutam da paz do cantinho onde vivem.

Senso - De todos os momentos que viveu, qual foi o que mais o marcou?

Genuíno Madruga - Durante as minhas viagens, há dois momentos muito marcantes, embora seja difícil salientar mo-mentos. Creio, no entanto, que a minha passagem por Timor for algo de extraordinário. O presidente Ramos Horta cancelou a sua agenda no dia da minha saída e acompanhou-me até à praia de Dili a bordo do Hemingway. Mas não só! Também junto dos nossos emigrantes no Brasil, na África do Sul e por todos os lados onde foi possível encontrar um português pude ver que se revêem em Portugal, não obstante as dificuldades, e que se orgulham da pátria, do que fomos e do que seguramente havemos de ser.

Senso - O que o levou a fazer estas viagens, em navegar sozinho pelo mundo fora?

Genuíno Madruga - Eu nasci na ilha do Pico, mas cedo fui com a minha família para a ilha do Faial. No porto da Horta, en-contrei grandes aventureiros, dos maiores de sempre da navega-ção marítima e fui tomando conhecimento com esta realidade da navegação à vela e decidi que, também eu, havia de um dia fazer uma viagem. E assim foi! Fui construindo o meu barco aos poucos, escudo após escudo e consegui os meios suficientes para comprar o barco. Depois, lá fui pelo mundo fora - já duas vezes.

Senso - Haverá uma terceira viagem?Genuíno Madruga - Não sei. Se tiver meios para isso, quem

sabe?Mais circum-navegações?O Sidónio Bettencourt, estamos certos, vai continuar a viajar

no seu mundo interior e dar-nos a felicidade de acompnahá-lo nos seus sonhos e realidades. É homem para ir muito mais além. Vai circum-navegar entre as sua ilhas açorianas e pela diáspora portuguesa, deixando pelo caminho o perfume da sua sen-sibilidade, do seu amor à vida, a sua amizade sincera àqueles que o rodeiam. Genuíno Madruga, mesmo sendo português e modesto, não deixou de penetrar no universo do homem, tornando-se um dos heróis do nosso tempo em qualquer parte deste mundo global que, embora em crise, não deixa de o homenagear a tempo inteiro. Deve continuar a navegar? Depois de duas viagens à volta do mundo, Madruga deverá oferecer as suas experiências e saberes aos mais jovens, coisa que nenhuma universidade pode dar!.

JMC/Ana Fernandes

Page 62: Senso Magazine - 13th Edition

62 SENSO Edição Outono/Inverno

ENTREVISTA

O simpático e experiente Secretário Regional da Economia da Região Autóno-ma dos Açores, Dr. Vasco Cordeiro, esteve no Canadá, participando na Semana Cul-tural da Casa dos Açores do Ontário e visi-tando a comunidade de Winnipeg.

Aproveitamos a estada entre nós do Dr. Vasco Cordeiro para registar um diálo-go sobre a visita e o momento actual da economia mundial, entre outros assuntos de interesse.

Como Secretário Regional da Economia da Região Autónoma dos Açores, e dada a crise global que atravessamos, como sintetiza a situa-ção nos Açores e, naturalmente, a de Portugal no seu todo, e do mundo em geral?

Vasco Cordeiro: Vivemos hoje, em

especial na União Europeia, uma das maiores crises económicas e financei-ras de sempre. Muito embora não seja exclusiva deste espaço, o facto é que o que começou por ser a crise do sub-prime, cedo se alastrou a uma crise finan-ceira de maiores dimensões, a uma crise económica e que agora, no caso da Eu-ropa, ameaça transformar-se numa séria e grave crise política. Os Açores, como economia pequena e aberta que são, não estão imunes a toda esta turbulência. No entanto, convém ter presente que muitas das consequências que hoje se vivem no nosso arquipélago, derivam mais de um efeito de contágio, do que, propriamente, de causas endógenas, ou seja, próprias da Região. Assim acontece com as questões relativas à concessão de crédito pela banca, à retracção do consumo, fruto do agravamento fiscal e dos cortes salariais, e à classificação da performance financeira da nossa Região. Aliás, este último aspecto é sintomático desse efeito de contágio.

Os Açores têm conduzido a gestão das suas finanças públicas de forma a ga-rantir um nível de endividamento muito baixo, quer em comparação com o País, quer em comparação com outros países europeus. Aliás, há um dado que ilustra

de forma bastante clara essas diferenças: se contabilizarmos cada uma das grandes administrações do País, cada Açoriano deve em média menos 6 vezes do que o montante que deve cada madeirense e 5 vezes menos do que deve em média cada continental.

Aqui chegados, parecem-me bastan-tes elucidativas as diferenças, não apenas do ponto onde estamos, mas, também, da responsabilidade de cada um no camin-ho que nos conduziu até este estado de coisas.

Claro está que, mais do que diag-nósticos, o que interessa é saber que me-didas devem ser tomadas para resolver esta crise, ou, pelo menos, atenuar os seus efeitos.

E aqui também temos diferenças muito significativas entre aquilo que se passa a nível nacional e aquela que é a ac-tuação do Governo de que faço parte. A nível nacional, tem havido uma preocupa-ção exclusiva com a parte financeira, apa-rentemente descurando a importância de superar a crise, não apenas pela via da contenção da despesa, mas, sobretudo, pela via do crescimento económico. Ora, para se alcançar este último objectivo, que, quanto a mim, é vital para ultrapas-sarmos a situação actual, é necessário dar mais atenção às pessoas e às empresas. Se estas não criarem riqueza, o Estado não terá meios para cumprir os seus ob-jectivos. Julgo que é, exactamente, essa preocupação quase exclusiva com a parte financeira e o descurar a parte económica que tem caracterizado a forma como o País tenta resolver a sua situação.

No caso dos Açores, o Governo tem vindo a desenvolver um conjunto de me-didas com o objectivo atenuar os efeitos derivados das dificuldades de acesso ao fi-nanciamento bancário. Assim, foram cria-das duas linhas de crédito especialmente direccionadas para as empresas – Açores Investe e Apoio à Reestruturação de Dívi-da Bancária – e introduzida uma profunda reforma no Sistema de Incentivos para o Desenvolvimento Regional dos Açores (SIDER), simplificando os procedimentos

de forma a permitir, mesmo mantendo os níveis de apoio, uma maior circulação de dinheiro. Esta é uma medida que tem um grande impacto na vida das empresas já que permite, com o mesmo volume de fi-nanciamento, conferir-lhes maior liquidez.

Estamos também fase de aprovação da reforma do regime de apoio ao micro-crédito e a preparar a reforma do licencia-mento industrial, no sentido de criar cada vez melhores condições para o investi-mento. O mesmo é dizer, cada vez mel-hores condições para a criação de riqueza e de emprego.

A isto acresce ainda, o reforço dos mecanismos de apoio social no sentido de garantir que, especialmente, nestes tempos de provação, ninguém fica para trás.

Vê saída para a crise? Que consel-hos poderá dar para que a crise possa ser minimizada com a colaboração de cada um de nós?

Vasco Cordeiro: Julgo que a nível individual, deve haver consciência para a importância da aposta nos nossos produ-tos. Os cidadãos têm um papel impor-tante já que o trabalho do Governo pode ser complementado neste aspecto em

O Secretário Regional Vasco Cordeiro visitou o Canadá

Page 63: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 63

Page 64: Senso Magazine - 13th Edition

64 SENSO Edição Outono/Inverno

concreto. Assim, desde logo o consumo dos

nossos produtos pode ser um contributo muito importante para a nossa indústria e, simultaneamente, para a diminuição das importações. Mesmo no exterior, as nos-sas comunidades podem dar uma ajuda preciosa através do consumo de produtos açorianos.

Esta medida, ao reforçar as nossas ex-portações, acaba por ter uma importância acrescida na actual conjuntura.

Visitou recentemente Toronto e

Winnipeg. Como apreciou as comu-nidades que visitou e que ilações tirou da visita?

Vasco Cordeiro: Em primeiro lugar,

e julgo que isso é o mais importante, a existência de uma profunda ligação das comunidades emigrantes açorianas com a sua terra e com os representantes políti-cos da sua terra. Fico sempre muito sen-sibilizado com o carinho que recebo du-rante estas deslocações, assim como por verificar que existe um grande apego às nossas tradições e raízes culturais e que a nossa comunidade segue com atenção o que se passa nos Açores, tem consciên-cia dos desafios actuais com que nos deparamos.

Constatei, igualmente, que ao longo dos últimos anos temos vindo a verificar uma certa evolução na reflexão sobre o seu próprio papel nos países de acolhi-mento. Por exemplo, em Toronto, foi-me dada a oportunidade de assistir a um de-bate que juntou jovens e responsáveis da Casa dos Açores do Ontário onde foram abordados alguns dos problemas com que os mais jovens se deparam actual-mente, nomeadamente no que diz re-speito à sua integração nas actividades desenvolvidas pela Casa.

Este debate acabou por demon-strar que existe espírito de abertura para reflectir de forma permanente sobre o que há a melhorar a cada momento. Este diálogo geracional é muito importante e é, ele próprio, sinal de vitalidade por parte da comunidade. Uma comunidade que se questiona, é sem dúvida uma comu-nidade que está viva e desperta para os desafios que enfrenta.

No Winnipeg, onde fui recebido tam-bém com grande carinho pelos nossos emigrantes, pude constatar mais uma vez como a Casa dos Açores local se tem afir-mado como uma referência para as insti-tuições, sejam elas entidades políticas da Província de Manitoba, que olham com grande respeito a nossa comunidade, sejam as instituições de portugueses liga-das a outras áreas geográficas do país, e que encontram na Casa dos Açores e no Governo Regional uma referência de boa actuação e de acompanhamento permanente.

Na recente visita a Toronto para

participar na 14ª. Semana Cultural dos Açores e no 26º aniversário da Casa dos Açores do Ontário, teve um encontro com o Premier do Ontário Dalton Mc-Guinty, onde também esteve presente o Ministro da Cidadania e Imigração do Ontário, o luso-canadiano Charles Sousa. Houve diálogo sobre um futuro protocolo entre o Ontário e a Região Autónoma dos Açores? Quais as ver-tentes do possível acordo?

Vasco Cordeiro: Sim, quer na re-

união que mantive com o Premier Mc-Guinty, quer num encontro com a minis-tra do Turismo e Cultura de Manitoba, Flor Marcelino, pude constatar que existe hoje, da parte dos responsáveis canadianos, um interesse genuíno em aprofundar cada vez mais o relacionamento económico e político com os locais de origem dos seus imigrantes. No caso concreto dos Açores pude constatar, se bem que não foi uma surpresa, o quanto a nossa comunidade é apreciada e o seu papel para o desen-volvimento do Canadá reconhecido.

No que se refere ao relacionamen-to entre o Governo dos Açores e estas províncias, tive oportunidade para referir a ambos aquela que é uma atenção cres-cente dos Açores para o estabelecimento de relações institucionais com as enti-dades políticas das comunidades de acol-himento aos nossos emigrantes.

Foi assim com a Geminação entre a Região Autónoma dos Açores e a Cal-ifórnia e também com Massachusetts, e é assim que também espero que acon-teça com as Províncias canadianas que têm comunidades açorianas. Da parte do Governo dos Açores, há todo o in-teresse em promover e aprofundar esse relacionamento.

No fundo, estamos a falar de uma geminação reconhecida e oficializada do ponto de vista político que vem formalizar essoutra ligação histórica e afectiva que já existe há muitos anos.

As eleições regionais vão ter lugar

nos finais de 2012. Como decorreu a es-colha do Dr. Vasco Cordeiro para candi-dato do PS, uma vez que o presidente Carlos César não vai recandidatar-se?

Vasco Cordeiro: O Presidente Carlos

César decidiu não recandidatar-se a um novo mandato como Presidente do Gov-erno dos Açores. As razões são conheci-das e foram divulgadas pelo próprio. Este foi, aliás, um comportamento que, não só honra e enobrece o Homem e o Político que é Carlos César, como se inscreve no que de melhor o Partido Socialista/Açores pratica e defende. É um exemplo da força dos princípios, do respeito à palavra dada e da nobreza da actividade política.

Após esta fase, o PS/A desencadeou o processo de escolha do seu candidato a Presidente do Governo. Tive a honra de ser proposto para essa tarefa por dois grandes Açorianos que têm dado sobe-jas provas de dedicação e de Amor aos Açores que foram o Dr. Sérgio Ávila e o Dr. José Contente.

Apresentada a votação nos órgãos do partido que têm essa competência, a minha candidatura foi aprovada por una-nimidade, e em votação secreta, quer no Secretariado Regional, quer na Comissão Regional.

O Secretário Regional Vasco Cordeiro visitou o Canadá(cont.)

ENTREVISTA

Page 65: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 65

Não tenho dúvidas que, nas eleições do próximo ano, os açorianos vão depa-rar-se com uma escolha muito simples: um projecto rejuvenescido, que apresen-ta o melhor da governação do Presidente Carlos César aliado a um novo impulso geracional, ou um regresso ao passado, corporizado na candidatura do PSD/Açores.

No seio das comunidades, particu-

larmente em Toronto, há uma onda favorável ao Dr. Vasco Cordeiro para futuro presidente da R.A. dos Açores. Como sente essa corrente favorável? Está consciente de que é a person-alidade política mais capaz para a presidência, dado que tem muita ex-periência de governação, além das qualidades pessoais?

Vasco Cordeiro: Eu sinto-me muito

honrado com as numerosas declarações de apoio que me têm chegado, quer nos Açores, quer da nossa Diáspora.

Espero, com muita humildade, ser merecedor da confiança e da apreciação favorável que muitas pessoas me têm feito chegar. Espero, sobretudo, ser digno merecedor da confiança das Açorianas e dos Açorianos que vão escolher o Futuro dos nossos Açores.

Como resume a presidência de Carlos César à frente do Governo Re-gional dos Açores?

Vasco Cordeiro: Julgo que a reali-

dade já retirou sentido útil à resposta à segunda pergunta.

Quanto à primeira, julgo que a presidência de Carlos César poderá re-sumir-se como tendo sido de refundação da Autonomia dos Açores.

Isso aconteceu, em primeiro lugar do ponto de vista económico, com um im-pulso decisivo para que, não só as activi-dades tradicionais como a Agricultura e as Pescas ganhassem um novo dinamismo e outra dimensão, mas também para que surgisse um novo pilar da nossa econo-mia que é o Turismo.

Depois, também do ponto de vista institucional com um alargamento sem precedentes das competências e poderes da Região, quer por via de revisões consti-tucionais, quer por via da reforma do Es-tatuto Político-Administrativo da Região.

Por último, do ponto de vista da au-

tonomia financeira, sem a qual a autono-mia política não existe, ou melhor, não se pode exercer verdadeiramente. Importa relembrar que foi com o Presidente Carlos César que foi aprovada a Lei de Finanças das Regiões Autónomas.

Em suma, se quisermos seguir uma classificação que alguns estudiosos da história da Autonomia dos Açores por vezes usam, Carlos César é, sem dúvida, a figura de referência de um IV Movimento Autonomista.

Nesta época tão conturbada que atravessamos acha que o movimento dos INDIGNADOS, em todo o mundo, vai causar transformações na política mundial ou, até, provocar situações desagradáveis entre os povos e seus dirigentes políticos?

Vasco Cordeiro: Julgo que esta-mos a viver uma época sem paralelo. Há um sentimento de revolta intenso quer contra os poderes políticos tradicionais, quer contra os representantes do poder económico. Existe também a noção, em muitos locais, de que são os mais fracos e os de menos posses que estão a sofrer as consequências de uma crise que nasceu, em grande parte, devido à falta de regula-ção do sector financeiro.

Nesse sentido, cabe ao poder político encontrar respostas para as pessoas que estão a sofrer os efeitos da crise. É preciso encontrar mecanismos que assegurem a boa governação, enfim, que as pessoas sintam que o poder político está efectiva-mente a trabalhar para resolver os prob-lemas com que todos nos confrontamos.

Também o poder económico deve passar a ser obrigado a adoptar medidas de maior transparência. Posso até concret-izar com um exemplo muito simples: até à uns tempos atrás, o cidadão comum con-siderava normal receber em casa dezenas de propostas de crédito fácil, um cheque já assinado e que garantia aprovação ime-diata. Hoje em dia, esse tipo de compor-tamento já não é tolerado e muitas vezes resulta mesmo em publicidade negativa para a instituição bancária que o faz.

Houve recentemente remodela-

ções na SATA (lá e cá). Quais as razões mais importantes para dar novas asas à SATA?

Vasco Cordeiro: A SATA conheceu

algumas alterações que, no geral, visam dotar a companhia de uma nova aborda-gem e de novas perspectivas no desem-penho de funções em áreas consideradas críticas para o seu sucesso.

O recente acordo com a Westjet, e que permite aos emigrantes de todas as províncias, deslocações mais fáceis e mais baratas aos Açores é também um exem-plo do trabalho feito com esse objectivo.

No fundo, o que se torna necessário, e esse é um objectivo que deve estar pre-sente na actuação de todos os colabora-dores do Grupo SATA, é que, em cada dia, possamos dar a todos os Açorianos razões para se orgulharem da sua companhia aérea, mesmo com as dificuldades e con-tratempos que, naturalmente, todos tam-bém compreendem.

Aproxima-se o Natal e o nascimen-to de mais um Ano Novo. Que men-sagem deixa para os portugueses em geral e, em particular, aos açorianos?

Vasco Cordeiro: Em primeiro lugar,

que possam viver esta época em paz jun-to das respectivas famílias. Depois que o próximo ano, que será especialmente de-safiante, não constitua um ano perdido, mas sim uma oportunidade para vencer os desafios com que actualmente nos confrontamos.

Sobretudo, julgo essencial uma mensagem de ânimo, de esperança e de determinação.

A História está cheia de exemplos de desafios que foram vencidos com a tenac-idade e resistência do nosso Povo. O Povo que foi capaz de vencer em circunstâncias difíceis no passado, não pode agora des-animar e desistir.

Será, certamente, uma jornada difícil, mas não temos alternativa a vencer esses desafios.

Para todos um Santo e Feliz Natal e um Ano de 2012 o melhor possível.

Agradecemos a disponibilidade do Dr. Vasco Cordeiro, Secretário Regional da Economia dos Açores e, segundo os rumores que circulam, o mais forte candi-dato à presidência da Região Autónoma dos Açores, uma vez que Carlos César não vai recandidatar-se.

Desejamos ao Dr. Vasco Cordeiro as maiores felicidades.

JMC

Page 66: Senso Magazine - 13th Edition

66 SENSO Edição Outono/Inverno

Cedo aprendemos que o destino português foi o de ex-plorar paragens (des)conhecidas. Hoje em dia, quase podemos garantir que existe um português em cada ponto do mundo. Muitos deles partiram e aculturaram-se, casaram com pessoas oriundas de outras culturas e, no caso do Canadá, alguns “jun-taram-se” à família aborígene. É o caso do entrevistado da co-laboradora Florência Lopes Dias que, a partir de hoje, começa a integrar o corpo redatorial da revista Senso.

-Olá Alexandre! Gostaria que me falasses um pouco sobre ti.

Bem, a minha mãe é Portuguesa e o meu pai é Ojibwa, ou seja, nativo do Canadá . Tenho 22 anos e no momento sou aluno do 4° ano da OCAD, em Toronto. Tenho como tema prin-cipal de estudo o Desenho e como especialização Artes Visuais Aborígenes.

-Como descendente Português e Ojibwa, como te identificas?

Por vezes, as pessoas no geral não entedem a “mistura”, mas é muito simples. O meu pai e a minha mãe conheceram-se, apaixonaram-se e eu nasci fruto desse amor. Mais tarde nasceu também a minha irmã, a Emilia, que agora tem 9 anos.

Mas serei Português? Ojibwa? Canadiano? Ou sou real-mente os três ou nenhum? Por vezes, é difícil. Lembro que foi particularmente duro quando frequentava o ensino secundário. Estava tudo bem e era aceite se dissesse que era Português, mas se dissesse que era Ojibwa, então tudo mudava de figura. Sim-plesmente não era considerado como normal.

Eu não sinto que seja necessário um título ou uma clas-sificação de acordo com o local de nascimento ou até mesmo

com as origins dos teus pais. Nunca escondi as minhas origins nem nunca tive vergonha da história da minha família, como acontece com muitos. Houve e haverá sempre descriminação por sermos considerados differentes. Contudo, sinto-me em paz. Todas essas experiências e descriminações fizeram-me um indivíduo melhor e mais confiante.

Quando se fala em língua, é óbvio que me identifico com o inglês, pois é a língua que uso todos os dias, fóra e dentro de casa. Eu entendo o português, mas não falo. A maior parte do Português que sei hoje, apredi como os meus avós maternos. Definitivamente gostaria de aprender mais, mas de momento não tenho o tempo necessário e desejado para tal!

Quanto à minha descendencia Ojibwa, existem algumas semelhanças com as crenças religiosas Católicas e, portanto, se misturam lindamente com a cultura Portuguesa. Crê-se num Criador ou num Deus e a Mãe Natureza é comapárvel à Nossa Senhora.

Ficas confuso quando te perguntam se és canadiano?

Vou responder com outra pergunta! O que é ser canadia-no? O que é a identidade canadiana? A população do Canadá, como sabe é constituida por um aglomerado de culturas de todo o mundo. O que é ser canadiano? Acho que para se tor-nar canadiano perde-se parte da própria identidade e valores culturais, tal como a história da família e dos nossos antepassa-dos. Isto tudo acontece naturalmente quando nos integramos na sociedade dita canadiana. Torna-se muito confuso, pois vêm pessoas dos quarto cantos do mundo e é um país que é todo ele formado por indivíduos estrangeiros.

De onde viemos? Quem somos? Para onde vamos?

ENTREVISTA COM ALEXANDRE NAHDEE

PORTUGUESES COM SANGUE ABORÍGENE

Junto da mãe com o fato tradicional Ojibwe.Ida à pesca com o avô materno (aos 7 anos).Visita à avó paterna com o pai.

Page 67: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 67

Alguma vez sentiste um tratamento differente por cau-sa da tua descendencia?

Sim! Nomeadamente na escola, quando tive que tomar algumas escolhas relacionadas com o meu futuro académico. Aconteceu de forma lenta e subtil, mas não deixou de ser uma forma de descriminação.

Já que falas do ensino, qual é a tua opinião quanto à elevada percentagem de insucesso escolar entre os luso-canadianos e a possível criação de escolas para a “minoria” Portuguesa?

Bem, isso é uma tema um pouco complexo, mas posso dizer que são várias as causas para esse tal insucesso. Sou da opinião de que o sucesso ou insucesso escolar deve-se a todo o meio a que o aluno esta sujeito. Acho que há muita falta de am-bição e orgulho em ser-se Português. É todo o sistema escolar e a família que tem a responsibilidade de orientar as crianças para pelo menos completarem o ensino secundário. Tendo termi-nado essa etapa escolar, tem uma base essencial para ingressar no mundo do trabalho ou continuar os estudos. O que eu quero dizer é que é sempre melhor termos 5 portas para abrir do que uma pequena janela!

Mas quando se fala na criação de uma escola…fico revoltado. Penso que isso só traria mais insucesso e iria gerar mais racismo e descriminação. Isto tudo vai contra tudo o que o Canadá defende!

Aproximamo-nos a passos largos do Natal. Como é cel-ebrado na tua casa?

Bem, o Natal é celebrado dentro da tradição Portuguesa. Na noite de Consoada não falta o bacalhau com batatas e couves. Temos o arroz doce e o bolo-rei!

No dia propriamente dito, temos a tradição canadiana com o perú. Acho que é uma mistura comum a quase todas as famí-lias de descendência Portuguesa!!!

Aproveito para desejar um feliz Natal a todos os leitores da Revista Senso.

Florência Lopes Dias

Férias com os pais e avós maternos

Page 68: Senso Magazine - 13th Edition

68 SENSO Edição Outono/Inverno

Ciência de A a Z

-BARÓMETROInstrumento para medir a pressão da atmosfera.

-BASESubstância que reage quimicamente com um ácido para formar um sal e água.

-BATERIADispositivo que converte energia quími-ca em energia eléctrica: uma célula de energia, uma fonte de corrente contínua.

-BELDez decibeis.

-BASSEMER Processo de Método para o fabrico de aço em doses relativamente pequenas, en-volvendo a passagem de um sopro de ar através do ferro derretido, para oxidação do excesso de carbono e de outras impurezas.

-BETATRÃOMáquina que acelera electrões num cam-po magnético circular, para produção de um feixe contínuo de partículas de alta energia.

-BIOQUÍMICAQuímica dos processos que têm lugar nos seres vivos.

-BONDLigação química entre dois átomos de uma molécula.

-BOOLEAN, ÁLGEBRA DETipo de lógica que usa símbolos de Álge-bra, aplicada aos programas e operações de computador.

-BOYLE, LEI DEA temperatura constante o volume de um gás é inversamente proporcional à sua pressão.

-BRANQUEARRemover a cor ou tornar branco, geral-mente conseguido através da luz do sol ou de um agente oxidante químico, tal como cloro, anidrido sulfuroso ou peróxi-do de hidrogénio.

-CÁLCULORamo da Matemática que trata dos índi-ces de alteração de quantidades variáveis e que se divide em cálculo integral e cál-culo diferencial.

-CALORUma forma de energia.

-CALOR ESPECÍFICOQuantidade de calor necessário para el-evar de 1 grau a unidade de massa de uma substância; em unidade SI, júlios/Kg/Kelvin.

Page 69: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 69

Nesta edição, continuamos a trivial por temas. Veja como vai o seu conhecimento quanto ao Canadá!!! Respostas na página

Ana Fernandes-Iria

Respostas (trivial):

1. O nome Canadá deriva da palavra “kanata” do dialecto Hu-ron-Iroquois e significa “aldeia”.2. Sir John A. Macdonald3. Três: o Atlântico, a leste, o Pacífico, a oeste, e o Ártico, a norte.4. Um: Estados Unidos da América.5. Dez. (do oeste para este): British Columbia, Alberta, Saskatch-ewan, Manitoba, Ontario, Quebec, New Brunswick, Prince Ed-ward Island, Nova Scotia e Newfoundland.6. Três. (de oeste para leste): Yukon, Northwest Territories, Nunavut7. Nunavut. Criado a 1 de Abril de 1999.8. Loonie. A moeda tem este nome por nela estar o mergulhão, pássaro que em inglês se chama “loon”. 9. Os aborígenes ou os “first nations” (primeiras nações).10. O Canada!11. 1980. Embora se cante desde o século XIX, só em 1980 é que recebeu o título oficial de Hino do Canadá.12. O Castor.13. Bonar Law.14. Newfoundland15. Sir Wilfrid Laurier16. Louis Riel17. Underground Railroad (Caminho-de-ferro subterrâneo)18. Seis19. Mount Logan. A montanha foi baptizada em honra de Sir William Edmond Logan, um dos maiores cientistas do Canadá. 20. O caribu.

1. Qual a origem do nome Canadá?

2. Quem foi o primeiro primeiro-ministro do Canadá?

3. Quantos oceanos banham o Canadá?

4. Com quantos países é que o Canadá faz fronteira?

5. Quantas províncias tem o Canadá?

6. Quantos territórios tem o Canadá?

7. Qual é o território mais jovem do Canadá?

8. Que nome se dá à moeda de um dólar?

9. Quem foram os primeiros povos a viver no Canadá?

10. Como se chama o hino nacional do Canadá?

11. Quando é que o hino foi proclamado como o “Hino Oficial

do Canadá”?

12. Que roedor é que aparece na Enciclopédia Canadiana como

sendo o “que maior impacto teve na história e exploração do

Canadá”?

13. Quem foi o único canadiano a desempenhar o papel de

primeiro ministro da Grã-Bretanha?

14. Qual foi a décima província a entrar na Confederação?

15. Quem foi o primeiro primeiro-ministro francês (do Quebec)

do Canadá?

16. Quem foi o líder dos Metis (mestiços) nas revoltas de Red

RIver em 1870 e no noroeste em 1885?

17. Que nome tem o sistema de passagem segura e casas de ac-

olhimento que permitiu aos escravos americanos refugiarem-se

e conseguirem a liberdade no Canadá?

18. Quantos fusos horários tem o Canadá?

19. Como se chama a montanha mais alta do Canadá?

20. Que animal se encontra nas moedas de 25 cêntimos?

Page 70: Senso Magazine - 13th Edition

70 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Ao fecharmos esta edição de SENSO fomos confrontados com duas notícias que nos entristeceram.

Faleceram Maria Lucia Viegas, nossa amiga e activa membro e diri-gente da Casa do Alentejo, e também o nosso querido e grande talento artístico Hildebrando Silva.

Duas perdas que muito nos impressionaram, duas personalidades que muita falta vão fazer à comunidade, à família, e aos muitos amigos e admiradores.

Neste momento de dor enviamos sentidas con-dolências às famílias de Lucy Viegas e Hildebarndo Silva, pedindo a Deus para que os seus rebentos saibam hon-rar as memórias dos falecidos.

Paz às suas almas!

O maestro José Manuel Resendes mantém a seu amor à música e às filarmónicas. A sua organização “Ecos de Portugal” deita, através da inspiração e dos instrumentos musicais, autên-ticos ecos da alma portuguesa, dando vasão à muita saudade que nos oprime.

Na última actuação, que teve lugar na Casa dos Açores do Ontário, o muito público presente premiou os instrumentistas e o seu maestro com aplausos merecidos, assim como também

ao grupo coral, cheio de boas vozes e de uma harmonia que só dignifica que canta e quem os dirige.

O maestro José Manuel Resendes, seus filhos, e os músicos que os acompanham, merecem de todos nós as mais esfusian-tes felicitações.

José Manuel Resendes pretende num futuro próximo alar-gar os concertos do “Ecos de Portugal” para espaços mais am-plos e, ainda, realizar o seu sonho de há muito, pôr em palco uma opereta que, aliás, já está no papel, faltando agora sala, actores, cantores, e tempo para pôr tudo em ordem, com a dignidade que é necessária e que o maestro tem dentro de si.

Parabéns.JMC

“Ecos de Portugal”, são ecos da alma

Luto comunitário

Page 71: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 71

O primeiro postal de Natal surgiu na Inglaterra, pelas mãos do pintor John Callcott Horsley (1817-1903), em Dezembro de 1843, a pedido de Sir Henry Cole (1808-1882), director do South Kensington Museum (rebaptizado, em 1899, de The Victoria and Albert Museum). Sir Henry Cole era assistente no Public Records Office, para além disso era escritor e editor de livros e jornais.

No Natal, Sir Henry escrevia cartas aos seus familiares, amigos e conhecidos, desejando-lhes Boas Festas. Contu-do, devido ao seu trabalho, este tinha pouco tempo para escrever tantas cartas. Assim, ele (tal como todas as outras pessoas que escreviam cartas de Boas Festas) comprava papel de carta decorado com motivos natalícios ou então, comprava postais de festas genéricos, nos quais se podia acrescentar a festa de que se tratava. Perante isto, Sir Henry pediu a Horsley para lhe criar um postal com uma única mensagem que pudesse ser duplicada e enviada a todas as pessoas da sua lista.

A primeira edição destes postais foi colorida à mão, nestes podia ver-se uma família a festejar com a legenda

“Merry Christmas and a Happy New Hear to You” (Feliz Na-tal e um Próspero Ano Novo). Estes foram impressos num cartão por Jobbins de Warwick Court, Holborn, Londres, sendo, posteriormente, pintados à mão por um profissional de nome Manson. Estes foram publicados no “Summerly’s Home Treasury Office, 12 Old Bond Street, Londres”, pelo seu amigo e sócio Joseph Cundall.

Segundo a lenda, no ano seguinte, Sir Henry não usou o método dos postais para fazer os seus votos de Boas Fes-tas aos seus amigos, mas mesmo assim o hábito de enviar postais de Natal rapidamente se espalhou não só por toda Inglaterra, mas também um pouco por todo o mundo.

O primeiro de Natal

Page 72: Senso Magazine - 13th Edition

72 SENSO Edição Outono/Inverno

Todos anos em Angola, se faziam quei-madas gigantescas. Primeiro os fazendeiros para se livrarem das matas e capim e assim conquistarem mais terreno arável, essencial-mente para café, produto que nós portugue-ses chegámos a estar em terceiro lugar no mundo. A norte daquela província, na região de Carmona, hoje Huíge, produziam-se tone-ladas de café.

A nossa Base Aérea mais operacio-nal naquela província ultramarina, era no Negage, a norte e implantada portanto na zona mais produtiva do excitante produto, aliás uma planta bastante bonita com as pequenas folhas de um verde escuro tão brilhante que mais pareciam terem sido de-liberadamente polidas para acompanharem os pequenos bagos vermelhos, cor de sangue, muitas vezes sinónimo do suor e sangue dos trabalhadores. Claro que o meu conhecimento empírico se remonta aos anos de 1966/68 período em que estive na guerra naquele país, e, enquanto destacado em S.Salvador do Congo um dos destacamentos dos pilotos e mecânicos do Negage, tínhamos a ingrata tarefa de

fazer as tais queimadas a norte desta cidade, até às fronteiras do litoral, norte e Maquela do Zombo a nordeste.

Era uma extensão enorme, por onde se viam os trilhos de penetração do inimigo, que vinham do Congo. Entre eles tropa mer-cenária, cubanos, russos e outras naciona-lidades, chamados os homens da guerra a soldo de dinheiro e interesses políticos mun-diais de vária ordem.

Sem comentários!!!Ora a nossa tropa terrestre, queria que

esses trilhos através da savana ficassem bem destacados para assim, mais facilmente em-boscarem os ditos invasores e protegerem os nossos soldados de autênticas barbaridades que infelizmente se fizeram em nome da

guerra, e assim nos pediam que queimássemos a tal faixa de terreno.

A bordo dos Dornier – 27 granadas de fósforo, eram larga-das através do alçapão do avião com intervalos de dois minu-tos mais ou menos, conforme a ordem dos pilotos que os mecânicos tinham que cumprir rigorosamente.

O espectáculo maravilhoso que nós estávamos habituados a ver lá do alto, daquela riquíssima fauna, comendo, descansan-do pachorrentamente naquelas largas planícies, tornava-se num quadro dantesco de fúria das chamas, fumo e com todos aqueles animais correndo desesperadamente totalmente ater-rorizados tentando fugir daquele fogo diabólico. Era de fazer chorar o mais empedernido dos homens e revoltar o mais corajoso. A visibilidade tornava-se densa e escura que muitas vezes nos obrigava a voar através dos instrumentos porque se assim não fosse perderíamos o sentido de orientação. Era um autêntico pesadelo ver como as labaredas se deslocavam a velocidades impressionantes, o fumo espesso e escuro como breu, o cheiro e o terror dos animais; tudo isto se tornava num espectáculo dantesco inevitável que de boa vontade evitaria... se pudesse!

CRÓNICA

Piloto Rogério Lopes

ESPECTÁCULO DANTESCO

Page 73: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 73

TRADIÇÕES

DANÇAS da nossa gente

O Regadinho é uma dança popular que se vulgarizou no século passado e se baila em todo o Norte do país e também na Beira Litoral. É, por isso, uma dança híbrida, quer dizer: com algo de norten-ho e algo de litoral.

Dança bem ritmada, o Regadinho é, pouco mais ou menos, uma marcha; este seu aspecto leva-nos a crer que se trata de uma dança de salão ou burguesa, importada da Europa após as invasões francesas.

No Norte bailam o Regadinho sem acompanhamento instrumental, apenas acompanhado à viola, ao passo que na Beira Litoral o bailam ao som da guitarra.

Maneira de bailar o Regadinho

Posição inicial:- Os pares, de braço dado e mão no quadril, formam uma fila.

1º. Passo:- Marcha em círculo durante a quadra inteira e um bis.

2º. Passo:- O segundo passo coincide com o refrão ou estribilho; as raparigas dão o braço direito aos rapazes, depois passam o braço esquerdo ao rapaz do par seguinte.

3º. Passo:- Marcha em círculo for-mando uma roda.

4º. Passo:- Voltam a formar fileira e dando as mãos ao alto formam um túnel.

5º. Passo:- O último par passa sob o túnel e coloca-se à frente, seguindo-se assim todos os pares duas vezes.

Cantadeira: Àgua leva o regadinho, Água leva e vai regar; Estas mocinhas d´agora Já não sabem namorar.

Coro: Água leva o regadinho, Água leva e vai regar; A água do nosso rio Corre toda para o mar.

Cantadeira: Sou bonita, sou bem feita, Sou delicada em tudo; Mal haja o pouco haver Que é o que desmancha tudo.

O Regadinho

Page 74: Senso Magazine - 13th Edition

74 SENSO Edição Outono/Inverno

OPINIÃO

O conhecido Armindo Silva, agente de seguros e activo membro da comuni-dade portuguesa, sintetizou a sua opinião, assim:

-Não ter fé na sobrevivência seria não confiar na ingenuidade do ser humano que é como sabeis um ser inteligente e adaptável. Por isso, estou confiante que embora com algum custo e sacrifício ire-mos sobreviver à crise económica que afecta o Mundo.

Aparece agora um raio de esperança no que vai acontecendo à nossa volta. Finalmente, a maioria silenciosa está a questionar seriamente as condições económicas que permitem cada vez mais desiguladade na sociedade norte americana. Será a repetição histórica das convulsões sociais que aconteceram nas primeiras duas décadas do século XX?

Entretanto, temos que apertar o cinto por atravessarmos uma época de

turbulência...

A conhecida Nancy Fonseca, jovem luso-canadiana sempre ligada às coisas da comunidade portuguesa, especialmente no campo político, também anuiu a par-ticipar na questão tão premente como a crise que atravessamos e a interrogação, Que Futuro?

-I believe 2012 will be a great & chal-lenging year for Canada and for the world. While this will not be an easy year, it will be a year to see the birth of new ideas and innovation. We are in a time of great chal-lenge, both economically and socially, but that means opportunity. History is made up of cycles and we are now in a cycle of change. Change brings fear and uncer-tainty....however it also brings innovation. The innovation and vision of the industrial revolution was born out of a crisis of war. The creation of our national health care

system, was born out of the Great Depres-sion. Portugal in 1974-75 must have been a time of tremendous fear and uncertain-ty, yet it brought higher levels of educa-tion and economic opportunity.

Do I fear that my children will not live as well as I have, and that their generation will not be as prosperous? Yes. But I can assure you that every generation has had this fear, especially that of immigrant fam-ilies. I grew up hearing my grandmother say “o mundo está perdido”...and yet here we still are. It is how we teach our chil-dren to be part of community and give back that will determine their success so-cially and economically, as well as our ul-timate success as a community. I believe education is a key success factor for driv-ing innovation. The necessity for innova-tion is driven by the cycle of change we will continue to live through in 2012.

A sempre activa e apoiante liberal, chefe de campanha de diversos candida-tos luso-canadianos, Cristina Marques, não se escusou a dar a sua opinião sobre o tema. A crise é para ser vencida, se todos quisermos, sem hesitações e em união de esforços.

-Portugal e a Europa vão atravessar grandes dificuldades ao níveis económico e político, como é triste exemplo o caso da Grécia.

A Europa está em crise, por que tem um sistema ecomónico e monetário que não será o mais adequado às grandes

“Adeus mundo que vais de mal a pior”, diz (hoje, mais que nunca...) a voz do Povo desde que me conheço. O tal mundo global tão propagandeado trouxe novas e maiores preocupações e, nesta altura, ninguém vê o fim da crise desencandeada que afecta pobres e ricos (de parte das multinacionais e seus dirigentes, claro!), países grandes e pequenos e, acima de tudo, jovens e idosos.

Neste ambiente e em época de Natal, pergunta-se:

- Que expectativas tem para o ano de 2012? Vamos sobreviver à crise? Que futuro?

Espectativas para 2012

Page 75: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 75

diferenças entre os seus vários países a nível económico. As leis da Europa comum condi-cionam que Portugal e out-ros países da comunidade se abasteçam, ao nível das importações, dentro da Eu-ropa pagando em euros o que limita os mesmos a recorrer a mercados mais baratos.

Isto tudo para dizer que 2012, e alguns anos a seguir, vão ser muito difíceis.

Claro que vamos sobre-viver à crise. Com certeza melhor no Canadá do que noutros países, incluindo os

Estados Unidos.Que futuro?... Temos de

ser optimistas... estarmos preparados para enfrentar as dificuldades e combatê-las com os nossos próprios va-lores. Nós, portugueses no Canadá, temos capacidade de trabalhar, espírito de sacrifí-cio, por isso vamos conseguir enfrentar a crise. No entanto, só conseguiremos combater e ultrapassar a crise como comunidade, se sobermos educar os nossos filhos, criar um maior envolvidmento na sociedade canadiana, tornar-mo-nos cidadãos Canadianos, para podermos participar nas decisões políticas.

Bom, com crise ou sem ela, desejamos a todos os nos-sos leitores, um Natal com a mesa bem recheada e que 2012 proporcione a todos motivos de satisfação e de concretizações.

JMC

Page 76: Senso Magazine - 13th Edition

76 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

Quando o Dr. Frederico Cardigos, Director Regional dos Assuntos do Mar dos Açores, fez o resumo das participações no encontro do 10º aniversário do portal “Adiaspora.com”, afirmou: -Já acompanho esta iniciativa há três anos consecutivos e posso afirmar-vos que esta foi a mais conseguida de todas.

Quer os temas quer os oradores primaram pela qualidade e boa apresentação. O José Ilídio Ferreira está de parabéns, tal como todos os participantes.

O fundador e director da “Adiaspora.com”, José Ilídio Fer-reira, estava visivelmente feliz no encerramento do certame. Agradeceu a presença a Presidente da Câmara da cidade de Lambeth, dos convidados/oradores, dos artistas, dos orgãos de informação e, naturalmente, ao público que assistiu ao en-contro no Lost Theatre. Afirmou que no próximo ano o aniversario da “Adiaspora.com” será na ilha do Pico, Açores, e no ano imediato, em Santana, ilha da Madeira. Já está na calha um possível aniversário em São Tomé e Principe.

Estiveram representantes no 10º an-iversário de Angola, Mocambique, São Tomé e Principe, Guiné-Bissau, Reino Unido, Canadá, Continente, Açores e Madeira, uma festa de muitos países mas uma só língua: a portuguesa!

Actuaram os artistas de origem af-ricanaTeresa Maiuko, Mezario e o Grupo Folclórico do Centro Desportivo Cultural Português.

Houve uma bela exposição de pintura do artista alentejano Vitor Boga, sobre os Açores, onde viveu muitos anos, e agora radicado em Londres.

Os convidados de honra, usaram da palavra no encerra-

mento do 10o. aniversário da “Adiaspora.com”: da Madeira, o Presidente da Câmara Municipal de Santana, Dr. Rui Moises As-

censão; de São Tomé e Principe o presiden-te da Câmara Distrital de Me/Zochi, Nelson Carvalho; dos Açores, o Dr. Frederico Cardi-gos, do Reino Unido o Cônsul-Adjunto de Portugal Dr. Henrique Azevedo e a Mayor de Lambeth Christina Valcarcel.

Todos elogiaram a “Adiaspora.com” pelo brilhante serviço que presta a lusofo-nia, juntando pelo mundo for represent-antes dos países de língua portuguesa, seus usos e costumes. Convivendo em paz com o passado e o presente para encontrar um futuro melhor. José Ferreira mereceu as fe-licitações de todos.

Com apresentação do cabo-verdiano Marco Filipe Lopes, apresentaram os seus trabalhos, Dra. Margarida Pereira “Arquipe-lago dos Bijagos-um paraíso por explorar”;

o Dr. Malcolm Howe “D. Miguel no exílio”; a Dra. Tatiana Cor-reia “O papel dos Graduados junto dos Jovens no combate a Insularidade da comunidade lusofona”; Dra. Carla Cook “IN-SULAmento: condição do ser-se ilha”; Eng. Luis Ventura “Ilha de Mocambique: encruzilhada de civilizações no Oceano Índico”; Adilson Pinto apresentou uma pequena antologia de poemas seus “Amanhã sera diferente”; José Mário Coelho “Como é bom saber quem somos”; Eng. Angelo Duarte, presidente da Câmara de Comércio e Indústria dos Açores “Os Açores e seus produ-tos” e uma feliz apresentacao de um video historiando os 9 an-iversários anteriores da “Adiaspora.com”.

Com atitude natural, José Ilídio Ferreira agradeceu a todos com a simpatia que se lhe reconhece mas, bem natural sera também, dizer OBRIGADO ao fundador e dinamizador da “Adi-aspora.com” pelo muito que deu à lusofonia e a… todos os que tiveram o privilégio de participar.

JMC

10º aniversário do “Adiaspora.com”

José Mário, director do grupo folclórico , José Ferreira e Carlos Freitas.

Pres. da Câmara de Lambett, Christina Valcarcel.

Grupo Folclórico da Madeira.

Page 77: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 77

Um domingo qualqueraparentemente sem máculaaparentemente.

Um barco em círculo reclinando-se para o portoo velho cão encostando-se à figueira arqueadae os sinos aguardando quietos nos altos campanários.

Acordarame entre os dedos o ar morno da manhãa luz clara invadindo-lhes as narinas e os olhos

Não te esqueçasfoi quanto bastou

Na antiga gavetaonde recontadas e maçadas pousavam as velhas notashavia que encontrar os cartões

E mais importanteexercer o primeiro direito de cidadania

Naquele domingoaparentemente sem máculao povo decidiria

E decidiuno quieto desembaraço da sua consciência

Domingo de eleições

Gonçalo Nuno dos SantosDirector do Centro das Comunidades Madeirenses

À porta de um novo ano, o sentimento geral é de renova-ção. Fazem-se planos, elaboram-se projectos, recuperam-se de-sejos antigos que foram sucessivamente adiados. Mantém-se, sobretudo, a eterna esperança de que o ano vindouro seja o concretizar de todos os nossos sonhos.

É por isso que, neste fechar de um velho ciclo, é natural que as pessoas recorram a pequenos rituais e superstições, que variam conforme as culturas, mas que têm todos a mesma fi-nalidade: que o ano que se avizinha seja o melhor possível.

Há quem leve tudo isto a sério, há quem siga estes rituais apenas por mera brincadeira. Seja qual for o grupo em que se insere, quer saber o que pode fazer para ter sucesso no próximo ano?

Para começar, existe uma superstição associada à celebra-ção do ano novo que acabamos por seguir, mesmo sem dar-mos por isso: fazer muito barulho. Pois sim, a verdade é que ao extrapolarmos ruidosamente a nossa alegria estamos, segundo a tradição, a afastar os maus espíritos e, por isso, a começar-

mos o ano bem longe de todo o mal. Afinal a tradição de agarrar em panelas e tachos para fazer um alarido infernal tem algum significado!

Cheia de significado pode estar também a roupa que es-colhemos para comemorar o fim do ano. Assim, diz-se que nesta noite especial devemos vestir algo novo. E se a intenção é ter sorte no amor, temos de estrear uma peça de roupa interior - mais precisamente as cuecas - pois assim deixa-se para trás to-dos os mal entendidos. Isto é sobretudo eficaz para quem está a começar um namoro.

Para além destas, fica aqui a lista das mais comuns.1. Atirar moedas da rua para dentro de casa atrai riqueza

para todos os que lá moram. 2. Os sapatos devem estar alinhados e as roupas não de-

vem estar do avesso. 3. As portas e janelas devem estar abertas e/ou as luzes ac-

esas. Acredita-se que atrai boas vibrações. 4. Retire de casa tudo o que esteja partido, como jarros, co-

pos e pratos ou até mesmo lâmpadas fundidas. 5. A casa deve ser varrida de trás para a frente. 6. Guarde num lugar seguro a rolha da garrafa de cham-

panhe que tenha feito mais barulho. Diz-se que atrai dinheiro. 7. Não passe o ano novo com os bolsos vazios.

Superstições de Ano Novo

Page 78: Senso Magazine - 13th Edition

78 SENSO Edição Outono/Inverno

COMUNIDADE

O conhecido homem de negócios e editor da SENSO Magazine, Jack Praze-res, iniciou um novo empreendimento, no coração de Toronto, a companhia SENSO Building Supplies, um gigantesco armazém de materiais de construção, onde o cliente compra e o Senso Group distribui nos locais de trabalho. Na inau-guração, Otília e Jack Prazeres deram as boas vindas a centenas de industriais, co-

SENSO Building Supplies em movimento

merciantes e amigos, num dia que foi de festa e de felicitações. SENSO Building Supplies, está situado no 6 Hyde Ave., entre a Keele e a Weston Road, telefone: 416 658-8300. Com SENSO va-mos mais longe!

Page 79: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 79

Isabel Rodrigues, minhota de boa cêpa, mantém a sua festa anual de angariação de fundos para ajuda aos mais jovens que sofrem do cancro, para entrega na organização “Terra dos Son-hos”, sob a gerência do conhecido Dr. Fezas Vital.

Isabel Rodrigues, sua família e voluntárias, conseguiram a bonita soma de $8.000. dólares canadianos, no seu último

amoço de confraternização e apoio. A “Terra dos Sonhos” é uma louvável organização que pro-

cura de todas as formas minimizar o sofrimento das crianças cancerosas mais carentes em Portugal.

Isabel Rodrigues está de parabéns pelo esforço que faz em prol da “Terra dos Sonhos”, uma forma bonita de procurar reali-zar os bons sonhos daqueles que sofrem.

Isabel Rodrigues mantém a chama

Page 80: Senso Magazine - 13th Edition

80 SENSO Edição Outono/Inverno

Que o Natal é uma época de magia toda a gente já sabe. O que muitos (sobretudo as mulheres) nunca conseguem saber é como, ano após ano, decorar o lar de forma a ser aconchegante e a captar o espírito da época que se atravessa. A diferença desta festa reside no facto de não ser só o dia de Natal o impor-tante, mas também todas as semanas de preparação que nos levam até ele. Ficam aqui algumas ideias dos peritos no assunto sobre como pode transformar o seu lar numa surpresa para to-dos - até para si!

Ana Fernandes-Iria

1. Esqueça o tradicional centro de mesa da casa de jan-tar com flores e azevinho. Em vez disso, crie uma cena natalícia com um pequeno presépio ou bolos de gengibre em formato de casas. Em primeiro lugar, espalhe neve artificial no centro da mesa, depois coloque as casinhas, as pessoas... o presépio para criar um ponto central que será o centro das atenções de todos, desde os mais novos aos mais velhos.

2. Uma forma simples de dar às decorações um toque profissional é optar por usar apenas duas ou três cores. Pense nessas cores antes de ir à compras para lhe facilitar a vida.

3. Embora as velas sejam mágicas e consi-gam transmitir calma e paz, se tiver crianças ou animais de estimação em casa, considere substituí-las por velas a pilhas ou por velas mais longas e pesadas (em for-mato de pilar) para não ter preocupações e continuar a disfrutar do mesmo espírito natalício.

4. Personalize a coroa de Natal que coloca à porta de uma forma fácil. Enfeite com ornamentos de árvore, rebuçados, brinquedos ou flores. As opções são ilimitadas e a beleza será incomparável. Para além disso, se tem filhos, é um excelente projecto para desenvolver com eles.

5. Verifique se as luzes funcionam antes de as colocar na árvore. Não há nada mais desapontante (e frustrante) do que passar uma tarde a decorar uma árvore de Natal para depois descobrir que as luzes não trabalham.

6. Dê ao candeeiro da sua sala de jantar um toque natalí-cio, envolvendo-o em pinheiro ou azevinho e colocando três fitas para balançar a cor.

7. Se tem uma lareira, mantenha em mente que rapida-mente aquecerá a sala onde se encontra. Para manter a imagem da lenha a arder, coloque velas de vários tamanhos na lareira e verá que tem o mesmo efeito. Se não tem lareira, opte por ligar na televisão no canal das imagens de lareira a arder e terá o efeito desejado.

8. Dê um toque especial às decorações que coloca no corrimão, entrelançando-as com pequenas luzes de Natal, geralmente de uma cor só.

Transforme o seu lar este Natal

Page 81: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 81

Sales just keep climbing in the GTA, according to new stats released by the Toronto Real Estate Board.

There was an increase of 13% in transactions, year-over-year, as well as an increase of 16% in new listings for the same period.

“The results for the first two weeks of November point to two important facts: First, despite global economic uncertainty, buyers have remained confident in the affordable housing market in the GTA. Second, stronger growth in new listings means that it is be-coming easier for buyers to find a home that meets their needs,” said Toronto Real Estate Board President Richard Silver.

Although new listings are coming to market, which will hopefully help balance out supply and de-mand issues and the bidding wars that are becoming common-place in the area, prices are continuing to receive substantial upwards pressure. The average price is now at $481,548, which represents an increase of 10%, year-over-year.

“Little or no movement is expected for mortgage rates through 2012. Look for the average selling price to advance to the $485,000 mark next year,” said Jason Mercer, the Toronto Real Estate Board’s Senior Manager of Market Analysis.

As was no surprise either, condos prices registered the big-

gest increase. There has been a surge in both interest and price for this particular property type in the area.

CREA’s latest release of sales figures for October reflected a continued upwards trend in the housing market, building on

gains seen in September, bringing levels to the highest seen since January.

The housing market, nationally, seems to be fairly well balanced, resulting from an increase in sales and little movement in new listings.

It’s certainly no surprise that investors have started to shift their portfolio to a great-er percentage of real estate holdings. The US and European financial troubles has opened the door for a growth in real estate invest-

ments here in Canada.BMO - “Numbers show that Canada’s real estate market re-

mains resilient with opportunities for prospective buyers,” sais Katie Archdekin, Head of Mortgage Products, BMO Bank of Montreal.

RBC - “We still believe that the most likely outcome is one of stable resales and prices in 2012. We expect interest rates to remain low for a longer period of time (until the middle of 2012 in the case of Bank of Canada’s overnight rate).”

Fernando Sousa • 905-847-9500 * 905-272-3434 416-402-9200

www.fernandosousa.com • Re/Max Realty Specialists Inc.

Sales Continue to Climb in GTA

Page 82: Senso Magazine - 13th Edition

82 SENSO Edição Outono/Inverno

Divulgue os seus

produtos e serviços

connosco.Contacte-nos:

416-916-3203

Dê-nos a sua opinião.

MAGAZINE

CONSTRUCTION

Jack Prazeres has been announced as the new President of MasonryWorx.

Prazeres will lead the new Board and

Executive Committee, succeeding Dante Di Giovanni, who will remain on the Ma-sonryWorx Executive Committee as Past President.

“It is an exciting time to assume the position of President of MasonryWorx and I am looking forward to continu-ing to promote and advocate for the strength, quality and durability of brick, block and stone building materials,” said Prazeres. “Our masonry industry is at a point where there is tremendous poten-tial to grow and it is important that we spread the word to communities about the value of building with our products, both in terms of quality of life and safety.”

In addition to Prazeres’ position on

the Executive Committee, Prazeres, Presi-dent of Target Masonry in Mississauga and recipient of Portugal’s Order of Merit, also spends time dedicated to the many charities and community events that he has founded and serves, including the annual Carassauga Festival and the Luso Canadian Charitable Society. Prazeres is also the publisher of Senso Magazine.

As an association of industry profes-sionals committed to communities that stand the test of time, MasonryWorx represents manufacturers, suppliers and skilled professionals from across Ontario, providing homebuyers, homeowners, ar-chitects, engineers, builders and govern-ment with accurate, timely information about the use and benefits of brick, block and stone masonry products.

Actively involved in community, and

health and safety issues, MasonryWorx supports studies and innovation in ma-sonry products that improve fire safety, air quality, durability, and social and en-vironmental stewardship in the building industry.

“We would like to congratulate Jack

Prazeres on his new position. We are in-credibly excited about what the future holds for our association and we know that Jack is the perfect fit for the posi-tion,” said Di Giovanni, Past President of MasonryWorx. MasonryWorx’s 2012 Board Members and Executive Committee: Board Members• Dante Di Giovanni,

Blair Building Materials Inc.

• Paul Hargest, Boehmers• Jason De Rose, Uni-Tri Masonry Limited

(Masonry Contractors Association of Toronto)

• Marcus Poirier, Permacon• Judy Pryma, Brampton Brick• Frank Giordano, St Marys Cement

(Cement Association of Canada)• Erminio Oliveri, Holcim Canada

(Cement Association of Canada)• Jack Prazeres, Target Masonry (Masonry

Contractors Association of Toronto)• Joe Ippolito, Arriscraft International Inc.• Tony Di Lena, Richvale York Block Inc.• Frank Corrado, Hanson Brick• Basil Fazio, BLOK-LOK Limited• Joao Baptista Alves, Universal Workers

Union, Local 1• Domenic Montemurro, Medi Group Inc.

(Masonry Contractors Association of Toronto)

Executive CommitteeJack Prazeres – PresidentBruno Masucci – Vice PresidentMarcus Poirier – TreasurerDante Di Giovanni – Past President

For more information about benefits of building

with brick, block and stone, and a list of premium

masonry builders, visit www.masonryworx.com.

MasonryWorx announces new President and board for 2012

Page 83: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 83

Page 84: Senso Magazine - 13th Edition

84 SENSO Edição Outono/Inverno

HOME

What is Carbon Monoxide? Carbon monoxide (CO) is an odor-

less, colorless, tasteless poisonous gas. When inhaled, it readily enters the bloodstream ultimately depriving the heart and brain of oxygen. Signs of CO poisoning include fatigue, headaches, dizziness, nausea, confusion and irrita-bility. At lower levels of exposure, CO poison is often mistaken for the flu.

Who is at Risk? Everyone is at risk, but the effects

of CO exposure can vary greatly from person to person depend-ing on age, overall health and the concentration and length of exposure. Infants, children, senior citizens and people with heart or lung problems are especially susceptible to CO poisoning.

Where Does Carbon Monoxide Come From? CO is a by-product of the incomplete combustion of fossil

fuels such as natural or liquefied petroleum (LP) gas, kerosene, oil, gasoline, wood and coal. Sources of CO in the home include

heating systems, kitchen ranges and ovens, clothes dryers, water heaters, fireplaces and stoves. Other possible sources include motor vehicles, gas-powered tools and generators, and charcoal grills.

If the burners on heating systems and other equipment are properly ad-justed and maintained, adequate air for combustion is provided, and the venting system is working properly, the likelihood of CO is reduced. But if burners are poorly adjusted, there is no

combustion air, and/or the venting is faulty, lethal CO levels can develop, especially in a tightly-sealed house.

A car or other motor vehicle should not be started up in a closed garage; but even with the door open there may be enough residual CO to seep into the house. Cooking with a gas range/oven also contributes to indoor CO levels. Ideally, exter-nal venting should be provided for the range to minimize the chance of a build-up of carbon monoxide.

A hidden hazard - Carbon Monoxide

Page 85: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 85

Reducing the HazardTo minimize CO concerns, all fuel-burning systems and

venting provisions should be checked annually by a qualified professional, particularly when there are signs of system dam-age or other potential concerns,. It is also generally recom-mended that at least one CO alarm be installed in homes with fuel-burning appliances, fireplaces or attached garages. Specific placement guidelines vary, but sleeping areas are the first loca-tions to consider. Additional units can be located in other areas for added protection.

CO AlarmsWhen purchasing a CO

alarm, look for an Underwrit-ers Laboratories (UL) listing on the label. Follow manufacturer installation and maintenance guidelines. Replace batteries at least annually and replace older units, as recommended by the manufacturer (typically when 5 to 7 years old). Also, when con-sidering CO detector placement, don’t forget the need for regular testing of smoke/fire detectors and fire extinguishers.

What to Do if a Carbon Monoxide Detector/Alarm Goes Off?Never ignore a sounding CO alarm. A CO alarm may indi-

cate elevated levels of CO in the home, even if no one is ex-periencing symptoms. What needs to be done when an alarm sounds depends on whether or not anyone is feeling ill or obvi-ous signs of a carbon monoxide source are present.

If no one is feeling ill:• Turn off all appliances and sources of combustion

(e.g., furnaces and fireplaces).• Ventilate the house with fresh air by opening doors and

windows.• Reset the alarm.• Call a qualified professional to investigate the source of the

possible CO buildup before starting up any CO producing equipment.

• Realize that the source of CO may be outside your house or apartment.

• If illness is a factor or an alarm continues after possible sourc-es of CO have been turned off:

• Evacuate all occupants immediately.• Determine how many occupants are ill and determine their

symptoms.• Call 911 or your local emergency number and when relaying

information, include the number of people feeling ill.• Do not allow anyone to re-enter the home until it has been

checked for CO or other hazards.• Call a qualified professional to repair or correct the source of

the CO or other cause of the alarm.

Page 86: Senso Magazine - 13th Edition

86 SENSO Edição Outono/Inverno

CONSTRUCTION

Masonry hybrids - The look of stone mixed with the ease of installation of brick. These new products are the latest trend in masonry home construction, appealing more and more to new home buyers, builders and masons.

 “The appeal of these hybrid masonry

products is not only their appearance but also their versatility,” said Dante Di Giovanni, President of MasonryWorx. “If you’re looking to achieve the timeless look that typically only stone can pro-vide, these new products make the entire job quicker and easier with the same magnificent presence.”

 Arriscraft International’s new Slate

finish for their Renaissance® Masonry Units feature a unique natural contoured texture which are manufactured to mir-ror natural stone formations. This process results in exceptionally high strength and density and outstanding durability. The units can withstand the most severe climates and are time-tested in extreme hot and cold environments. The stone breathes and ages naturally and lasting natural colours ensure that uneven fading and bleaching will not occur over time.

Brampton Brick’s Elegante is the orig-inal genuine burned clay product that of-fers the luxury of stone and the ease of brick. The stunning colours and exquisite patterns create a timeless elegance and everlasting appeal that also offer excel-lent year round on-site installation. The Elegante products come in five different colours including the deep rustic Merlot to the more muted and subtle Willow, fit-ting whatever design is in mind.

Permacon’s Cinco Brick is the other new comer to the hybrid family.  The name refers to the five different lengths that the product is manufactured in.  Now with nine different colour options such as Orleans grey, Dunlop beige and Berkley brown, customizing your home is even easier. Also available is a double height version called Cinco Stone, which can be integrated to make a two height

stone system. With the five different sizes and nine colours available, the Cinco al-lows for total customization.

According to MasonryWorx, more diverse exterior stone colour choices are another trend that is gaining in popular-ity because of the wide variety of options now available with these hybrid products.  

“With research showing that 84% of new home buyers want homes built with brick or stone, these new products pro-vide an affordable way for the home buy-ers to invest in a safer, quieter and more valuable home that looks beautiful and

sophisticated,” said Di Giovanni. The same study, which was commis-

sioned by MasonryWorx, also showed that more than four in five respondents think a brick or stone home “looks best,” is more durable and has a higher resale value. Two-thirds also acknowledge a masonry home will have lower main-tenance costs than options like wood, stucco or vinyl siding. North American real estate professionals have estimated that a brick home has a resale value 6% higher than homes built with alternative exterior materials.

Hybrids: New masonry products that rock

Masonry homes offer better value and are more affordable than you may think

TORONTO – A new survey on new homebuyer preferences shows that 89% of Ontario new home shoppers prefer a house made of brick or stone, but most also believe it is the most ex-pensive option.

Manny Brilant, Senior Design Man-ager at Greenpark Design and Project Management says that, “the majority of our purchasers have continually shown their preference for brick and stone be-cause it is available in a broad range of colours, easy to install, relatively main-tenance-free and durable. Also, be-cause brick and stone tend to hold their value well, the home is easier to re-sell.”  

North American real estate profes-sionals estimate that a brick home has a resale value 6% higher than homes built with alternative exterior materials; compensating for the initial investment in a masonry home.

The survey also revealed that 78% of new homebuyers put energy effi-ciency of their home as a top priority.

The new homebuyers survey, commissioned MasonryWorx, was con-ducted by Redfern Research and Pollara Strategic Insights to gauge consumer attitudes and awareness of masonry products. The study was conducted us-ing The Pollara Townhall, Pollara’s online panel of more than 250,000 Canadians, recruited entirely from random-digit-dial telephone surveys.

Study shows new homebuyers prefer

MASONRY BUILT HOMES for their resale value and energy efficiency

Page 87: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 87

Page 88: Senso Magazine - 13th Edition

88 SENSO Edição Outono/Inverno

A special news series by the CBC that indicated many glass-walled condos face short life spans and extremely costly retrofits further confirms findings of a recent study commissioned by MasonryWorx.

The trade association of brick, block and stone masonry industry professionals learned through the study that 84% of Ontario new home shoppers prefer dwellings made of brick or stone, but most also inaccurately believe it is the most ex-pensive option. While masonry typically adds 2 to 4% to initial building costs, the study also showed the long-term value of brick and masonry construction is better because of higher re-sale prices, lower maintenance costs and reduced energy bills.

The CBC’s recent three-part news series spoke to industry experts who believe many of the glass condominium towers being built in Toronto will fail within only 15 to 25 years from the time they are completed.

While glass walls may be attractive to developers because initial building costs can be cheaper compared to other tradi-tional construction materials, the CBC series found many glass

walls are not energy efficient and ultimately require millions of dollars in retrofitting costs when they fail that are shouldered by the condo owners. Common problems with glass construction noted in the series by industry experts include insulation fail-ures, water leaks, declining resale potential and climbing energy and maintenance costs.

“Homebuyers are selling themselves, and their invest-ment short when they don’t choose a masonry exterior,” said Di Giovanni. “Masonry is quite simply the best building material when it comes to all the most important categories, including longevity, return on investment and aesthetic appeal.”

The MasonryWorx study showed that Ontario home shop-pers are aware of the benefits of masonry materials for a home’s exterior. More than four in five think a brick or stone home “looks best,” is more durable and has a higher resale value. Two-thirds also acknowledge a masonry home will have lower main-tenance costs than options like wood, stucco or vinyl siding.

North American real estate professionals estimate that a brick home has a resale value 6% higher than homes built with alternative exterior materials. This more than compensates the homeowner for their initial investment in a masonry home.

“These are the tangible costs. What the numbers don’t show are the additional quality of life benefits of building with masonry – less street noise from neighbours combined with the greater peace of mind that comes with improved fire resis-tance,” Di Giovanni said. “With small lot sizes and houses built closer together than ever, the advantages of masonry keep climbing.”

The MasonryWorx survey, conducted by Redfern Research and Pollara Strategic Insights to gauge consumer attitudes and awareness of masonry products, was conducted using The Pol-lara Townhall, Pollara’s online panel of more than 250,000 Ca-nadians, recruited entirely from random-digit-dial telephone surveys. The survey of more than 1,800 adult Ontario consum-ers included more than 600 Ontario new home shoppers (those planning to buy a new home in the next 5-years) and was sta-tistically weighted to reflect the population of the province. It is considered accurate to approximately 4%, 19 times out of 20.

CONSTRUCTION

Failings of glass condos highlight strengths of masonry

Page 89: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 89

Page 90: Senso Magazine - 13th Edition

90 SENSO Edição Outono/Inverno

REAL ESTATE

The provincial and federal govern-ments came together at the YWCA Elm Street on Tuesday, Nov. 8 to announce a new partnership that will help fill a gap in affordable housing across Ontario.

Diane Finley, federal Minister of Hu-man Resources and Skills Development and Minister Responsible for the Canada Mortgage and Housing Corporation, joined provincial Minister of Municipal Af-fairs and Housing and Minister of Aborigi-nal Affairs Kathleen Wynne to announce the agreement, which will see the two lev-els of government combine to contribute $481 million toward affordable housing.

Of that total, $108 million is ear-marked for Toronto.

The two signed the agreement at the YWCA Elm Centre, which will soon open its doors and provide housing for 300 women and women-led families.

Calling affordable housing “funda-mental to a good quality of life” and “a building block for success” for low-income people and families, Finley pointed out the partnership would help ensure the money would go where it was most needed.

“Local challenges need local solu-tions and we believe the provinces and territories are in the best position...to ad-dress housing needs in their jurisdictions,” she said.

The funding is part of the federal gov-ernment’s $1.9 billion Economic Action Plan and follows the provincial govern-ment’s Strong Communities through Af-fordable Housing Act, which was passed earlier this year. The two levels of govern-ment will split the dollar amount evenly.

The new funding will create 1,000 new affordable housing units across On-tario and will allow for much-needed maintenance and repairs on 6,000 more.

Wynne noted the funding would

help all Ontarians, not just those in need of affordable housing by helping to re-duce poverty and ensuring more families have a place to call home.

“When we get people into safe, af-fordable housing, we help the whole community,” she said. “Children who have safe homes do better at school, go on to better careers and better lives.”

Toronto councillor John Parker, who sits on the board of the Toronto Commu-nity Housing Corporation, said the money will make a huge difference in the city’s ongoing struggle to meet the needs of many of its most vulnerable residents.

“We continue to face real chal-lenges in providing affordable housing,” he said. “The $108 million (coming) to Toronto,,,will enormously assist in meet-ing that challenge.”

YWCA Toronto CEO Heather Mc-Gregor said she was happy to host the announcement in the Elm Centre, a fitting location given the soon-to-be-completed

facility’s role in helping to provide housing for low-income women, many of whom have been homeless or underhoused at some point in their lives.

The Elm Centre will join several other YWCA shelters and other facilities de-signed to give women and women-led families a roof over their heads.

“We know how desperate the need for affordable housing and supportive housing and permanent housing is,” she said. “We know how it can transform the lives of the people who get the housing.”

The funding agreement between the Harper and McGuinty governments came about due to the recent Investment in Affordable Housing 2011-14 Framework Agreement between the federal, provin-cial and territorial governments.

Frank Melo

JTM Inc. Property Services

Phone: 647-285-3130 • E-mail: jtm.inc@rogers.

com

Fax: 416-649-0249 • Web: www.jtm-inc.ca

Governments join forces to fund affordable housingMore than $100-million earmarked for Toronto

Page 91: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 91

In a testament towards the consistent upward trend in the Canadian Real Estate market, a new report by RE/MAX suggests that housing prices in this country have more than doubled in the last decade, rising from $163,951 to $339,030 in 2010.

Much of this price hike can be attributed both to new de-velopments, but also to substantial amounts of money being poured into home renovation, supporting an increase in asset value.

Underscoring the sheer dollar impact that construction and renovation has on economic activity, RE/MAX said that the value of residential building permits issued nationally between 2000 and 2010 tallied at $340 billion and a further $450 billion was directed towards renovation existing properties.

RE/MAX suggests that this cash infusion has been respon-sible for keeping the construction industry robust for the past decade.

“The trend is expected to continue for years to come as investment in residential real estate through renovation, infill, and redevelopment across the country. City planners, builders, developers, and homeowners have only just begun.”

Infill has exploded across the country- in particular in areas where the value of structures currently occupying land has not increased at the same rate as the value of the land itself. Particu-larly in larger centres like Toronto and Vancouver, where land is at a premium, and is being snapped up to create housing on smaller lots, as well as many multi-family properties.

“Renovation has also had a tremendous impact on housing throughout the decade. Residential renovation spending has been gaining momentum year-over-year since the early part of the decade and now exceeds $60 billion annually.”

RE/MAX also attributes much of this asset gain in real estate over the last decade to population growth as well: “Since 2000, Canada’s population has experienced double-digit growth of 11 per cent. By 2031, over 42 million people are expected to call Canada home.”

“There’s no question that population growth will continue to support investment, propping revitalization and new con-struction in the years ahead, and by extension raising the prices in real estate markets even further.”

Having experienced a particularly huge boom over the last decade is condo and multi-family dwelling construction. With land being at a premium in many centres, developers have elected to go up, rather than out, and buyers have followed in droves. Similarly, in many of the larger centres, there is a lack of decent, affordable rental stock to support the growing need. Many of these areas are home to new immigrants to Canada, who actively are seeking out these rentals.

Fernando Sousa

905-272-3434 * 905-847-9500 • 416-402-9200

www.fernandosousa.com • Re/Max Realty Specialists Inc.

Canadian Housing Prices Double in the Last Decade

Page 92: Senso Magazine - 13th Edition

92 SENSO Edição Outono/Inverno

Guia GeográficoP: Como está o seu conhecimento geográfico? P: Sabe identificar as bandeiras de todos os países do mundo? P: E o seu conhecimento geral sobre esses respectivos países? R: Senso magazine continua a ajudá-lo a apurar os seus conhecimentos.

Nome: Irlanda do NorteCapital: BelfastPopulação: 1 789 000Moeda: Libra estrelina britânicaGrupos étnicos: Branco 92.1%, Asiático 4%, Negro 2%, Mestiço 1.2%, Chinês 0.4%, Outro 0.3%Línguas: Inglês, IrlandêsFeriado Nacional: 17 de Março, dia de S. PatrícioReligiões: Cristão 45.57%, Católico Romano 40.26%, Outras 14.18%

Bandeira

Geografia

Ocupando apenas 17% da ilha da Irlanda, a Irlanda do Norte é, sem dúvida, um cruzamento de altas e baixas montanhas. No entanto, a paisagem mais proeminente e vali-osa é Lough Neagh, o maior lago de água doce do Reino Unido.

A característica paisagística mais conhecida da Irlanda do Norte é a chamada Giant’s Causeway, uma área coberta por milhares de colu-nas de basalto interligadas e que são o produto de um antiga erup-ção vulcânica. Algumas das colunas têm 12 metros de altura.

Ponto mais alto:Slieve Donard, 850 mPonto mais baixo: Costa marítima irlandesa, 0 m

A bandeira da união é a bandeira oficial da Irlanda do Norte. A famosa ban-deira com mão vermelha deixou de ser usada oficialmente em 1973, ano em que o parlamento da Irlanda do Norte foi dis-solvido pela governo britânico.

Factos

Irlanda do NorteA Irlanda do Norte é hoje em dia

uma região constitucionalmente dis-tinta do Reino Unido. A sua história é triste, mas promissora, confusa e compreensível.

Com o desaparecimentoda última idade do gelo, há cerca de dez mil anos, deu-se a criação do Canal Inglês, do mar da Irlanda e de centenas de rios e lagos. A Grã-Bretanha, até aqui ligada ao continente europeu, passou a ser um arquipélago e a sua história cultural entrava numa fase de mudan-ça. Os povos celtas foram dos primei-ros a ocupar grandes extensões de ter-ritório por toda a Europa em 500 a.c. e, dois séculos mais tarde, chegavam à Ir-landa influenciando esta parte do con-tinente de uma forma incomparável.

No século V, o papa (Celestino I) enviou os primeiros missionários cris-tãos para Irlanda, incluindo S. Patrí-cio, hoje o seu patrono. A fé católica espalhou-se rapidamente. Este mundo celta, quase pacífico, foi invadido pe-los Vikings no final do século VIII, ini-ciando uma série de guerras para ver quem poderia controlar os mosteiros e as aldeias.

Em 1169, as forças agressivas dos inglesas e normandas cruzaram o mar da Irlanda e chegaram a Dublin, uma das fortalezas dos Vikings, derrotando-os. O papa declarou Henrique II (rei da Inglaterra) como “Senhor da Irlanda”, o que gerou uma série de conflitos que viriam a durar vários séculos. Estes conflitos acabaram por obrigaram os chefes irlandeses a refugiarem-se na província de Ulster (a norte, hoje em dia quase toda em territória da Irlanda do Norte). Em 1607, quase toda a terra tinha sido abandonada.

É nesta altura que os ingleses começaram uma campanha de “plan-tações” em que ondas de protestantes

escoceses e ingleses tomaram conta da terra que tinha pertencido aos católicos (agora muito enfraquecidos), dando origem às profundas diferenças e amarguras que ainda hoje existem entre protestantes e católicos.

Após mais de sete séculos de luta anglo-irlandesa, marcada por revoltas e repressões, a Irlanda e a Grã-Bretanha juntaram-se em 1800 através da lei Act of Union, mas as revoltas continuaram no país. Para além destes problemas, a Grande Fome de meados do sé-culo XIX contribuiu para um grande número de mortos e deu origem a uma onda massiva de emigração, so-bretudo para os Estados Unidos da América. O movimento Home Rule do final do século XIX tornar-se-ia o factor catalisador da separação da Irlanda do Norte da Irlanda devido aos católicos do sul desejarem independência total dos britânicos e dos protestantes do norte temerem a maioria católica.

A Irlanda do Norte continuou a ser parte do Reino Unidos com a sua administração local e as duas Irlan-das decidiram seguir cada uma o seu destino até à década de 60, já no sé-culo XX. Foi nesta década que as ten-sões entre nacionalistas da Irlanda do Norte, com desejos de se juntarem à república, e os Unianistas, determina-dos a manterem-se no Reino Unido, voltaram a ganhar força e levaram a uma desordem civil que durou quase trinta anos, destruindo muitas pro-priedades e muitas vidas humanas. A 26 de Março de 2007, chegou-se a um acordo histórico na Irlanda do Norte: o reverendo Ian Paisley, líder protes-tante, e Gerry Adams, do Sinn Fein, concordaram em unir forças para tra-balhar juntos e pôr fim a décadas de hostilidade.

Page 93: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 93

IngredientesPr

epar

ação

CULINÁRIA

Abra a papaia ao meio, retire as sementes e regue a polpa com sumo de limão. Descasque os kiwis e corte-os em cubos. Junte-lhes o mel e distribua-os pelas meias papaias. Raspe um quadrado de choco-late por cima de cada papaia.

Finalize pondo no frigorífico até à hora de servir.É uma combinação de cor e doçura, excelente fonte de vitamina C

e adequada para diabéticos.

Papaia com Kiwi

para 4 pessoas:

2 papaias (900 gramas)!/2 limão (150 gramas)3 kiwis (300 gramas)1 c. de Sopa de mel2 quadrados de chocolate para culinária

Participem nas passagens de ano de Manuel de Paulos.Europa Catering, com Tony Câmara e DJ-Musik Entretainment e, em Mississauga no Europa Convention Centre, Nancy Costa e DJ-Musik Entretainment

Boas festas.

Page 94: Senso Magazine - 13th Edition

94 SENSO Edição Outono/Inverno

Horóscopo Chinês

Amor

Trabalho

Carácter

Amizade

Sabe qual é o seu horóscopo chinês? Que diferenças há a assinalar? Descubra e compare a sua personalidade do horóscopo chinês em relação ao zodíaco.

A Cabra não se dá bem em empregos com horário fixo, cobranças e patrões. Tem um poder incrível de resolver problemas, mas não gosta de ser o chefe. As melhores áreas em que pode desenvolver são as artes, design, fotografia, qualquer coisa que trabalhe o seu lado criativo e não o obrigue a ter uma hora para entrar no escritório. Com a sua falta de pontualidade,

isso certamente seria um problema. As melhores carreiras para a Cabra são: editor, terapeuta,

decorador e historiador.Maior afinidade com: Rato, Lebre e PorcoMenor afinidade com: Tigre, Dragão e Galo

As Cabras são calmas e ponderadas, pensando muito bem antes de tomar alguma decisão. São também pessoas elegantes e requintadas, apreciando as boas coisas da vida. Irradiam simpatia e o homem de Cabra é um verdadeiro gentleman, o cavalheiro educado e gentil que salva a donzela dos perigos.

Adora viajar e conhecer lugares novos, assim como gosta de fugir do lugar comum e fazer as coisas de maneira diferente, procurando um meio de se libertar das convenções que a sociedade lhe impõe. Imagi-nativo, usa as suas ideias para dar um colorido especial à vida daqueles que o cercam. Ele adora o belo e as artes, apreciando desde a beleza simples de um pôr-do-sol até a riqueza de uma jóia. É sonhador e esse seu lado entra em conflito com horários, regras e compromissos.

As amizades da Cabra são, na maioria das vezes, pessoas activas e criativas como ela, com uma certa excentricidade que ela possa também compartilhar. São óptimos amigos, muito so-ciáveis e odeia magoar as pessoas, ainda mais se não o fizerem de propósito. Elas têm uma mania irritante de se atrasar para os

seus compromissos, isso quando nem aparecem e deixam os seus amigos esperando por horas.

Maior afinidade com: Lebre, Serpente e CavaloMenor afinidade com: Rato, Búfalo e Dragão

Virtudes: Gentis, generosos, emotivos e tímidos • Defeitos: São demasiado tímidos, pessimistas, inseguros e indecisos

A Cabra é muito emotiva e precisa de atenção constante. Se isso não acontece, magoa-se facilmente. É um pouco difícil para ela achar um companheiro que a entenda e aceite sua ma-neira não convencional de viver. Quem procura um relaciona-mento estável e previsível, deve fugir dessas pessoas.

A infidelidade é, geralmente, uma característica

desse signo, que está sempre à procura de novas e mais fortes emoções. Não gosta de se sentir dominada e presa, por isso, se você está apaixonado por um deles, o melhor a fazer é dar-lhe liberdade e aprender a viver com sua indecisão.

Maior afinidade com: Macaco, Cão e Porco Menor afinidade com: Búfalo, Cabra e Galo

2012: Ano do Dragão

O próximo ano é, segundo o zodíaco chinês, o ano do Dragão. A revista Senso já publicou o perfil deste signo, mas gostava de aproveitar a ocasião para desejar a todos os nati-vos deste signo, um ano de muita prosperidade e deixar as pre-visões para este ano.

Muitas oportunidades e possibilidades de realização. De-verá ter metas claras para melhor direcionar as suas energias. No

amor, carismático e sedutor, com uma aura magnética atraindo para si todos os olhares. Tende a buscar relacionamentos sin-ceros e estáveis. Para quem já tem um par, o excesso de perfec-cionismo e o ciúme poderão atrapalhar um pouco a relação. Não dê ouvidos a fofocas e intrigas. Analise bem as questões e evite as decisões precipitadas. Na saúde, adquira hábitos mais naturais e saudáveis para a sua vida.

Page 95: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 95

4

7

3

2

8

4

1

8

3

6

7

2

8

1

6

9

5

3

4

5

6

1

9

5

3

7

8

1

2

1

4

3

5

2

9

Regras: Complete a tabela de 81 casas (dividida em nove quadrados de 9 casas), preenchendo os espaços em branco com os números de 1 a 9, de forma a que não se repita nenhum número em qualquer fila, coluna ou quadrado.

SOLUÇÃO

Escreva-nos ou envie um e-mail com a resposta. Temos prémios de MANATA Jewellery para si. Se houver muitos acertantes, faremos um sorteio para encontrar o(s) vencedor(es).

Obrigado a todos os participantes.

Resposta da última edição: Barack Obama Vencedora: Maria da Luz Novo

CONCURSO De quem são estes OLHOS ?7 diferenças

SUDOKU

PASSATEMPOS

Page 96: Senso Magazine - 13th Edition

96 SENSO Edição Outono/Inverno

DESPORTO

O piloto português Hélder Rodrigues sagrou-se campeão do Mundo de motociclismo de todo o terreno, ao vencer a últi-ma etapa do Rali dos Faraós e terminando em segundo da geral.

O piloto da Yamaha e da TMN Dream Team precisava ap-enas de um sétimo lugar na classificação geral, mas fechou com chave de ouro a participação no Egito ao vencer a última tirada. Depois de um terceiro lugar no Dakar deste ano, o titulo mun-dial vem provar que Hélder Rodrigues está entre os melhores do Mundo.

Hélder Rodrigues campeão do Mundo de Motociclismo todo o terreno

A tenista portuguesa, Michelle Brito, venceu o torneio de Bayamon, em Porto Rico, após derrotar na final a tenista da casa, Monica Puig, por 6-3 e 6-2.

Michelle ganha, assim, 18 mil euros pela conquista do torneio e é expectável que suba no ranking WTA, no qual está actualmente na 187.ª posição.

Tratou-se da 2.ª conquista da época para a portuguesa, depois de já ter vencido em Santa Fé, nos Estados Unidos.

Michelle Brito vence torneio em Porto Rico

Page 97: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 97

O português João Silva revalidou o título de campeão europeu de triatlo de sub-23, vencendo a prova disputada em Eilat, Israel.

O triatleta do Sporting repe-tiu os triunfos de 2008 e 2010, conquistando a 12.ª medalha individual da carreira, num ano em que se tornou o primeiro português a vencer uma etapa da Taça do Mundo, em Yoko-hama, no Japão.

João Silva terceiro título europeu

O par português, Gonçalo Roque e Sofia Rolão conquistou a medalha de ouro em Varna, na Bulgária, na prova de combinado/ «All Round» do Europeu de Ginástica Acrobática.

O par chegou à vitória, derrotando um par russo e outro ucraniano.

Foi a segunda medalha conquistada pelo par na Bulgária, depois de na prova de equilíbrio terem ar-recadado o bronze.

O par português conquista ouro em ginástica acrobática

Em Penela (distrito de Coimbra), teve lugar o Campeonato Nacional de Down Hill Urbano (DHU), vertente em cidade das provas de montanha de BTT (Bicicle-tas de Todo-o- Terreno). A equipa Liberty Seguros/Specialized/Ciclo-Madeira es-teve presente neste grande evento, que ficou a cargo do Bike Clube de Coimbra, e obteve resultados muito positivos. A pista de Penela foi do agrado de todos os bêtetistas, num Campeonato que contou com cerca de 140 atletas. Na 1.ª descida da final, o madeirense Emanuel Pombo cometeu um erro e classificou-se em 4.º lugar, mas no mesmo segundo que o 1.º. Com isso em mente, Emanuel na 2.ª des-cida partiu muito rápido e determinado, não dando hipóteses à concorrência, pelo que conquistou o título mais ambi-cionado por todos os atletas: campeão nacional de Down Hill Urbano.

«Apesar de não me sentir à von-tade, a nível físico, dei tudo o que tinha e consegui cumprir o objectivo do fim-de-semana. Foi uma sensação de alívio e de dever cumprido, mas tudo isto foi con-seguido através de muito treino, dedica-ção e do apoio incondicional dos patroci-nadores», disse Emanuel Pombo.

BTT - Atleta do Ciclo-Madeira vence Down Hill Urbano em Coimbra

Page 98: Senso Magazine - 13th Edition

98 SENSO Edição Outono/Inverno

Três longos anos passaram e cada vez mais distan-te se encontra a almejada saída desta famigerada crise de consequências e responsabilidades alegadamente desconhecidas, a qual numa óptica de desenvolvimen-to materialista, vai seguramente gerar uma ruptura total na actual fase do ciclo económico e social que superin-tende este tipo de relações na escala mundial.

Decorrida esta referida fase e após esgotadas di-versas e reconhecidas tentativas com vista a debelar esta tragédia que se abateu sobre nós todos, concluem agora os mais sábios na matéria, que afinal a base do problema encontra-se no sistema…daí o recurso a mais um palavrão, reti-rado do fundo do baú onde se encontra guardado o nosso rico léxico, pelo nosso garboso presidente da Comissão da União Europeia, o qual através da sua reconhecida autoridade intelec-tual (…?), decidiu dourar e engalanar esta triste e evitável crise, com o epíteto de sistémica…obviamente porque oriunda do sistema.

Aqui chegados, verificamos que a nossa consciência no seu rotineiro e permanente exercício, coloca-nos de súbito uma questão…essa tal de sistémica, também compreende a reali-dade politica, social e económica desta Madeira, que de “nova” foi promovida a “moderna” e recentemente a “contemporânea”?

E sem tempo de aguardar pelo termo do exercício atrás referido, surge-nos de supetão a esclarecida resposta…obvia-mente que nesta apodada Madeira, composta pelo seu Povo Superior (conforme doutamente reconhecido pelo Dr. Jardim) e igualmente rica na titularidade de outros mais nobres predica-dos, não se encontra abrangida por essa novel maleita europeia, eruditamente baptizada de sistémica…pela simples e evidente razão de que após o eclodir das consequências da revolução de Abril nesta pequenota porção de terra plantada no Atlântico e guardada pelas areias do Porto Santo e penedos das Desertas e Selvagens, que esta desde então vem sofrendo sim, de uma grave crise…mas elementarmente endémica…!

Então endémica…!

Mas porquê endémica?

Elementar meus caros, porque desde então, nós os madei-renses preocupados com o nosso futuro e subsistência, assim como o dos nossos descendentes, desenvolvemos entre as di-versas forças vivas presentes, uma luta social sem tréguas nem objectivos atingidos, que perdura desde a prometedora auréola da revolução.

Desde o início desta travada luta social, resultaram maleitas económicas e inevitavelmente sociais, responsáveis pelo que o mais encorajador dos prognósticos, indique-nos catastrofi-

camente um fim terminal breve e reconhecidamente arrasador para todos os sofredores e bravos residentes deste arquipélago.

O grande e reconhecido estadista, Mikhail Gor-batchev recentemente numa crua e fria analise à ac-tual realidade politica e social vivida na Rússia, apelou à consciência mundial, para a urgente necessidade de se refazer o actual sistema, por um novo e sem vícios, suportado por uma nova forma de teorizar e executar

a democracia.Será esta sua mensagem escutada e seguida na sua queri-

da Rússia…quiçá, porque não…?

Pelas mesmas razões e sem laivos de originais, porque não seguir o receituário do Senhor Gorbatchev e consequen-temente aplicá-lo à Madeira...?

Como…? Facilmente, liquidando e dissolvendo o nosso caduco e corrupto sistema e substitui-lo por um novo, no qual sejam respeitados os seguintes princípios;

- Total liberdade dos actos eleitorais com integral respeito pelos seus democráticos órgãos fiscalizadores;

- Total respeito das Instituições e respectivos órgãos pela Constituição Portuguesa e Tratados Internacionais que visem elementarmente o efectivo estabelecimento e reconhecimento da democracia;

- Total respeito pelo democrático direito à diferença;- Repudiar e banir desta sociedade, todas e quaisquer ideais

ou actividades que visem controlar ou diminuir o normal exercí-cio da nossa legítima cidadania;

- Reprimir e repudiar todas e quaisquer actividades, indivi-duais ou colectivas que visem ou apelem à consciência dos nossos concidadão para a prática de actos ou atitudes que coli-dam com a nossa qualidade de cidadãos europeus.

Respeitado o tratamento atrás prescrito, estou seguro que superaremos das nossas reconhecidas e difíceis maleitas en-démicas e facilmente atingiremos o patamar da excelência e do superior e legitimo reconhecimento internacional que a nossa cidadania democrática, merece e exige.

Trilhar por solução diferente, à semelhança daquela que gere os nossos actuais destinos, iniciados pela efémera re-volução, responsável pelos saudosos e lindos sonhos que rapi-damente se esboroaram nas trevas deste regime, será recordar Salazar…com uma pequena adaptação;

ADEUS…Pátria e Família

OPINIÃO

Dr. Filipe SequeiraAdvogado

Crise sistémica... ou elementarmente endémica...?

Page 99: Senso Magazine - 13th Edition

SENSO Fall/Winter edition 99

Page 100: Senso Magazine - 13th Edition

100 SENSO Edição Outono/Inverno