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TROMBOEMBOLISMO VENOSO DIAGNÓSTICO Vânia Maris Morelli Disciplina de Hematologia e Hemoterapia Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Vânia Maris Morelli

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Page 1: Vânia Maris Morelli

TROMBOEMBOLISMO VENOSO

DIAGNÓSTICO

Vânia Maris Morelli

Disciplina de Hematologia e Hemoterapia Universidade Federal de São Paulo - UNIFESP

Page 2: Vânia Maris Morelli

Locais comuns de tromboembolismo venoso

Trombose venosa profunda membro inferior

Venografia

Sistema venoso profundo Membro Inferior

Fluxo normal Trombo di

stal

pr

oxim

al

Page 3: Vânia Maris Morelli

Êmbolo

Arteriografia Tomografia Computadorizada

Tromboembolismo pulmonar

Locais comuns de tromboembolismo venoso

Venografia

Sistema venoso profundo Membro Inferior

Fluxo normal Trombo di

stal

pr

oxim

al

Trombose venosa profunda membro inferior

Page 4: Vânia Maris Morelli

Subclávia

Braquial

Veia cava superior

Jugular

Braquiocefálica

Membro Superior e VCS

Veia cava inferior

Baço

Fígado

Porta

Mesentérica

Hepática Budd Chiari

Esplênica

Abdominal e VCI

Transverso

Sigmóide

SSI

SSS

Occipital

Cerebral

Locais incomuns de tromboembolismo venoso

Page 5: Vânia Maris Morelli

Incidência de Tromboembolismo Venoso

Naess IA. J Thromb Haemost 2007; 5: 692. Oger E et al. Thromb Haemost 2000; 83: 657. Silverstein MD et al. Arch Intern Med 1998; 158: 585.

Europa 1,4 /1.000 / ano

EUA 1,2 / 1.000 / ano

Page 6: Vânia Maris Morelli

Incidência de Tromboembolismo Venoso

Naess IA. J Thromb Haemost 2007; 5: 692. Oger E et al. Thromb Haemost 2000; 83: 657. Silverstein MD et al. Arch Intern Med 1998; 158: 585.

Europa 1,4 /1.000 / ano

EUA 1,2 / 1.000 / ano

Oger E et al. Thromb Haemost 2000; 83: 657.

Page 7: Vânia Maris Morelli

Tromboembolismo Venoso

Mortalidade  e  Morbidade Incidência Óbito  30  dias  após  o  evento      TEP 9,7%  -­‐  15% Recorrência  5  anos  após  o  evento 12,4%  -­‐  25% Síndrome  Pós-­‐trombóDca   ~  50%   Hipertensão  Pulmonar  Cr  Tromboembólica  sintomáDca      1  anos  após  TEP 3,1%

Óbito: Cushman M. Am J Med 2004; 117: 19. Naess IA. J Thromb Haemost 2007; 5: 692.

Recorrência: Prandoni P. Ann Intern Med 1996; 125: 1. Hansson PO. Arch Intern Med 2000; 160: 769. Christiansen SC. JAMA 2005; 293: 2352.

Síndrome Pós-trombótica: Prandoni P. Br J Haematol 2009; 145: 286.

Hipertensão Pulmonar Cr Tromboembólica: Pengo V. N Engl J Med 2004;350:2257.

Page 8: Vânia Maris Morelli

TVP  de  Membro  Inferior Edema  membro  /  panturilha

Dor  

Rubor

Aumento  da  temperatura

Empastamento

Tromboembolismo  Pulmonar Sintomas Dispneia

Dor  torácica

Tosse

HemopDse

Síncope

Sinais Taquipneia,  taquicardia

Quadro Clínico do Tromboembolismo Venoso

Page 9: Vânia Maris Morelli

Estudo Região Suspeita  TEV  n

Confirmação  TEV  n

Cogo  et  al,  1998 Itália 1702  (TVP  MI) 412  (24,2%)

Patel  et  al,  2004 Inglaterra 1780  (TVP  MI) 398  (22,4%)

Subramaniam  et  al,  2005 Nova  Zelândia 526  (TVP  MI) 113  (21,5%)

Bernardi  et  al,  2008 Itália 1053  (TVP  MI) 278  (26,4%)

Roy  et  al,  2006   França  e  Bélgica 1529  (TEP) 429    (28%)

Tromboembolismo venoso Da suspeita clínica à confirmação por método objetivo

Cogo A. BMJ 1998; 316: 17. Patel RK. Arch Intern Med 2004; 164: 1348.

Subramaniam RM. Radiology 2005; 237: 348. Bernardi E. JAMA 2008; 300: 1653. Roy PM. Ann Intern Med 2006; 144: 157.

Pacientes consecutivos não hospitalizados

Page 10: Vânia Maris Morelli

Métodos de Imagem - Diagnóstico de TVP Membro Inferior

Kearon C. Annals Intern Med 1998: 128: 663. Keeling DM. Br J Haematol 2004; 124: 15.

Wells PS. J Thromb Haemost 2007; 5 (Suppl. 1): 41. Qaseem A. Ann Intern Med 2007; 146: 454.

Venografia Invasivo, contraste, custo elevado (padrão ouro)

Pletismografia de Impedância Não invasivo e baixa sensibilidade

Ultrassonografia Doppler Não invasivo Alta especificidade ~ 94% Alta Sensibilidade para TVP proximal ~ 97% Menor sensibilidade para TVP distal ~ 73%

Trombo

Fluxo de sangue

Page 11: Vânia Maris Morelli

British Thoracic Society Guidelines. Thorax 2003; 58: 470. Torbicki A. Eur Heart J 2008; 29: 2276.

Angiografia Pulmonar Invasivo, contraste, risco alto, custo elevado (padrão ouro)

Tomografia Computadorizada Helicoidal Não-invasivo, contraste Especificidade superior à da cintilografia TCH com múltiplos detectores: método inicial escolha

Cintilografia de Ventilação-Perfusão Não-Invasivo, radioisótopo Normal: exclui TEP com segurança Baixa especificidade

Ventilação Perfusão

Falha perfusão

Métodos de Imagem - Diagnóstico de TEP

Qaseem A. Ann Intern Med 2007; 146: 454. Wells PS. J Thromb Haemost 2007; 5 (Suppl. 1): 41.

TEP

Page 12: Vânia Maris Morelli

Estudo Região Suspeita  TEV  n

Confirmação  TEV  n

Cogo  et  al,  1998 Itália 1702  (TVP  MI) 412  (24,2%)

Kraaijenhagen  et  al,  2002 Holanda  e  Itália 1756  (TVP  MI) 391  (22,2%)

Patel  et  al,  2004 Inglaterra 1780  (TVP  MI) 398  (22,4%)

Subramaniam  et  al,  2005 Nova  Zelândia 526  (TVP  MI) 113  (21,5%)

Bernardi  et  al,  2008 Itália 1053  (TVP  MI) 278  (26,4%)

Roy  et  al,  2006   França  e  Bélgica 1529  (TEP) 429    (28%)

Pacientes consecutivos não hospitalizados

Dosagem do D-dímero otimiza a estratégia diagnóstica do TEV

Primeiros estudos surgiram há mais de 20 anos

Righini M. D-Dimer for venous thromboembolism diagnosis: 20 years later. J Thromb Haemost 2008; 6: 1059.

Page 13: Vânia Maris Morelli

O que é o d-dímero?

Page 14: Vânia Maris Morelli

Formação do D-dímero

Haapaniemi E. Acta Neurol Scand 2009: 119: 141.

Page 15: Vânia Maris Morelli

Formação do D-dímero

Haapaniemi E. Acta Neurol Scand 2009: 119: 141.

Anticorpos monoclonias ELISA Aglutinação Hemaglutinação

Métodos de determinação

Page 16: Vânia Maris Morelli

Sensibilidade, Especificidade, VPN, VPP 170 pacientes com suspeita de TEP admitidos na emergência do Hospital de Genebra (10/89-08/90) Dosagem d-dímero por método de ELISA Métodos objetivos para confirmar TEP

Teste TEP  presente TEP  ausente Total

DD  posiDvo  (>  valor  de  corte) 54   70   124  

DD  negaDvo  (<  valor  de  corte) 1   45   46

55 115 170

Bounameaux H. Lancet. 1991 ; 337: 196. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Fletcher RH. 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996 Introdução à Bioestatística para Simples Mortais. Doria Filho U. 1 ed. São Paulo: Negócio Editora, 1999.

Page 17: Vânia Maris Morelli

Sensibilidade, Especificidade, VPN, VPP 170 pacientes com suspeita de TEP admitidos na emergência do Hospital de Genebra (10/89-08/90) Dosagem d-dímero por método de ELISA Métodos objetivos para confirmar TEP

Teste TEP  presente TEP  ausente Total

DD  posiDvo  (>  valor  de  corte) 54   70   124  

DD  negaDvo  (<  valor  de  corte) 1   45   46

55 115 170

Sensibilidade é a proporção de indivíduos com a doença, que têm um teste positivo para a doença Entre os 55 indivíduos com TEP, 54 possuem DD positivo: 54 / 55 = 98%

Especificidade é a proporção de indivíduos sem a doença, que têm um teste negativo para a doença Entre os 115 indivíduos sem TEP, 45 possuem DD negativo: 45 / 115 = 39%

VPP é probabilidade de que indivíduos com resultado positivo no teste realmente tenham a doença Entre os 124 indivíduos com teste positivo, 54 têm TEP: 54 / 124 = 44%

VPN é probabilidade de que indivíduos com resultado negativo no teste realmente não tenham a doença Entre os 46 indivíduos com teste negativo, 45 não têm TEP: 45 / 46 = 98%

Bounameaux H. Lancet. 1991 ; 337: 196. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Fletcher RH. 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996 Introdução à Bioestatística para Simples Mortais. Doria Filho U. 1 ed. São Paulo: Negócio Editora, 1999.

Page 18: Vânia Maris Morelli

Sensibilidade, Especificidade, VPN, VPP 170 pacientes com suspeita de TEP admitidos na emergência do Hospital de Genebra (10/89-08/90) Dosagem d-dímero por método de ELISA Métodos objetivos para confirmar TEP

Teste TEP  presente TEP  ausente Total

DD  posiDvo  (>  valor  de  corte) 54   70   124  

DD  negaDvo  (<  valor  de  corte) 1   45   46

55 115 170

Sensibilidade é a proporção de indivíduos com a doença, que têm um teste positivo para a doença Entre os 55 indivíduos com TEP, 54 possuem DD positivo: 54 / 55 = 98%

Especificidade é a proporção de indivíduos sem a doença, que têm um teste negativo para a doença Entre os 115 indivíduos sem TEP, 45 possuem DD negativo: 45 / 115 = 39%

VPP é probabilidade de que indivíduos com resultado positivo no teste realmente tenham a doença Entre os 124 indivíduos com teste positivo, 54 têm TEP: 54 / 124 = 44%

VPN é probabilidade de que indivíduos com resultado negativo no teste realmente não tenham a doença Entre os 46 indivíduos com teste negativo, 45 não têm TEP: 45 / 46 = 98%

Bounameaux H. Lancet. 1991 ; 337: 196. Epidemiologia Clínica: Elementos Essenciais. Fletcher RH. 3 ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996 Introdução à Bioestatística para Simples Mortais. Doria Filho U. 1 ed. São Paulo: Negócio Editora, 1999.

Page 19: Vânia Maris Morelli

Características dos testes de d-dímero:

  Baixa especificidade e VPP Não são utilizados para confirmar TEV

 Alta sensibilidade e VPN Podem ser utilizados para excluir TEV

  Cada método / kit de dosagem possui o seu valor de corte

Page 20: Vânia Maris Morelli

Di Nisio M. J Thromb Haemost 2007; 5: 296.

Sensibilidade e especificidade dos métodos de dosagem do D-Dímero para TEV 113 estudos para TVP e 81 para EP

Metanálise

Page 21: Vânia Maris Morelli

Etapas no diagnóstico de

Tromboembolsimo Venoso

Page 22: Vânia Maris Morelli

CaracterísAcas  clínicas   Escore

Câncer  em  aDvidade 1

Paresia,  paralisia  ou  imobilização  recente  com  gesso  dos  membros  inferiores 1

Imobilização  recente  (>  3  dias)  ou  cirurgia  maior  em  período  de  12  semanas   1

Aumento  da  sensibilidade  ao  longo  das  veias  do  sistema  venoso  profundo 1

Edema  em  todo  o  membro 1

Edema  da  panturrilha  (>  3  cm)  em  relação  à  perna  normal 1

Edema  depressível  (cacifo)  maior  na  perna  afetada  (unilateral) 1

Veias  colaterais  superficiais 1

TVP  prévia 1

DiagnósDco  diferencial  mais  provável -­‐2

Probabilidade Clínica de Trombose Venosa Profunda Sistema de escore de Wells

Probabilidade Baixa: ≤ 0 Moderada: 1 - 2 Alta: ≥ 3

Wells PS. J Thromb Haemost 2007; 5 (Suppl. 1): 41.

Page 23: Vânia Maris Morelli

CaracterísAcas  clínicas Escore

Sinais  clínicos  de  TVP   3

DiagnósDco  diferencial  menos  provável  que  TEP 3

Frequência  cardíaca  >  100  bat/min 1,5

Imobilização  ou  cirurgia  recentes 1,5

TVP  /  TEP  prévios 1,5

HemopDse 1

Câncer  em  aDvidade 1

Probabilidade Clínica de Tromboembolismo Pulmonar Sistema de escore de Wells

Probabilidade Baixa: < 2 Moderada: 2 - 6 Alta: > 6

Wells PS. J Thromb Haemost 2007; 5 (Suppl. 1): 41. Torbicki A. Eur Heart J 2008; 29: 2276.

Page 24: Vânia Maris Morelli

Probabilidade Clínica de TVP

Baixa

D-dímero

Negativo

Descarta TVP

Positivo

US

Negativo

Descarta TVP

Positivo

Tratar TVP

Negativo Positivo

Repetir US ou Venografia

Tratar TVP

Moderada / Alta

US

Qaseem A. Ann Intern Med 2007; 146: 454. American Academy of Family Physicians and the American College of Physicians. Keeling DM. Br J Haematol 2004; 124: 15. British Commitee for Standards in Haematology.

Recomendações Guideline

Page 25: Vânia Maris Morelli

Probabilidade Clínica de TVP

Baixa / Moderada

D-dímero de alta sensilidade

Negativo

Descarta TVP

Positivo

US

Negativo

Descarta TVP

Positivo

Tratar TVP

Negativo Positivo

Repetir US ou Venografia

Tratar TVP

Alta

US

Recomendações Guideline

Qaseem A. Ann Intern Med 2007; 146: 454. American Academy of Family Physicians and the American College of Physicians. Keeling DM. Br J Haematol 2004; 124: 15. British Commitee for Standards in Haematology.

Page 26: Vânia Maris Morelli

Probabilidade Clínica de TEP

Baixa

D-dímero

Negativo

Descarta TEP

Positivo

TC helicoidal com múltiplos detectores

Negativo

Descarta TEP

Positivo

Tratar TEP

Negativo Positivo

Descarta TEP Tratar TEP

Moderada / Alta

TC helicoidal com múltiplos detectores

Se probabilidade alta Considerar outros testes

Qaseem A. Ann Intern Med 2007; 146: 454. American Academy of Family Physicians and the American College of Physicians. Torbicki A. Eur Heart J 2008; 29: 2276. European Society of Cardiology. British Thoracic Society Guidelines. Thorax 2003; 58: 470. British Thoracic Society Standards.

Recomendações Guideline

Page 27: Vânia Maris Morelli

Probabilidade Clínica de TEP

Baixa / Moderada

D-dímero de alta sensibilidade

Negativo

Descarta TEP

Positivo

TC helicoidal com múltiplos detectores

Negativo

Descarta TEP

Positivo

Tratar TEP

Negativo Positivo

Descarta TEP Tratar TEP

Alta

TC helicoidal com múltiplos detectores

Se probabilidade alta Considerar outros testes

Qaseem A. Ann Intern Med 2007; 146: 454. American Academy of Family Physicians and the American College of Physicians. Torbicki A. Eur Heart J 2008; 29: 2276. European Society of Cardiology. British Thoracic Society Guidelines. Thorax 2003; 58: 470. British Thoracic Society Standards.

Recomendações Guideline

Page 28: Vânia Maris Morelli

Haapaniemi E. Acta Neurol Scand 2009: 119: 141.

Page 29: Vânia Maris Morelli

Situações que comprometem a utilidade clínica do d-dímero

Elevação do d-dímero

↑ Falsos positivos

Idoso

Câncer

TEV prévio

Gestante

Puerpério

Paciente internado

Diminuição do d-dímero

↑ Falsos negativos

Duração prolongada dos sintomas de TEV

Anticoagulação avk ou heparina

Righini M. J Thromb Haemost 2008; 6: 1059.

Page 30: Vânia Maris Morelli

D-dímero e recorrência de TEV Metanálise 4 estudos 1539 pacientes Primeiro evento idiopático de TEV Dosagem de d-dímero 1 mês após a suspensão da anticoagulação Seguimento: recorrência TEV

Bruinstroop E. J Thromb Haemost 2009; 7: 611.

Page 31: Vânia Maris Morelli

D-dímero e recorrência de TEV Metanálise 4 estudos 1539 pacientes Primeiro evento idiopático de TEV Dosagem de d-dímero 1 mês após a suspensão da anticoagulação Seguimento: recorrência TEV

Bruinstroop E. J Thromb Haemost 2009; 7: 611.

Limitações: •  Valor de corte para decisão? •  Quanto tempo manter anticoagulação após reintrodução do avk?

Page 32: Vânia Maris Morelli

Considerações Finais

1. O diagnóstico do TEV deve ser feito por meio de métodos objetivo

2. O d-dímero pode ser utilizado na estratégia diagnóstica do TEV, como um teste de exclusão, reduzindo o número de exames de imagem

3. O d-dímero não deve ser usado para excluir TEV em pacientes com alta probabilidade clínica

4. O seu paciente pode não ser do Guideline

Page 33: Vânia Maris Morelli

[email protected] OBRIGADA