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Manual do Idoso

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3MANUAL DO IDOSO

Querido(a)

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É com grande carinho que lhe dedico este Manual.Nele você encontrará informações importantespara a sua segurança e felicidade.

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Osasco/SP, ____ de ______________ de 2007

Assinatura:

A Lei 10.741, de 3 de outubro de 2003, conhecida como Estatuto do Idoso, regula osdireitos das pessoas com 60 anos de idade, ou mais. Trata-se de uma lei ordinária, eminente-mente declaratória. Ela resultou dos projetos de lei n° 3.561/97, que tramitou na Câmara dosDeputados por sete longos anos, e o nº 57/03, do Senado Federal.

Somente em 1 994, foi promulgado o primeiro diploma legal brasileiro (Lei Nº 8.842)dispondo sobre a “Política Nacional do Idoso e Criando o Conselho Nacional”. Estabeleceuas finalidades, os princípios e diretrizes e as ações governamentais nas diversas áreas daadministração pública, mas lamentavelmente não criou os Conselhos Estaduais e Munici-pais do Idoso.

Havia, por conseguinte, a necessidade de um Estatuto do Idoso contemplando os direitospróprios (e sem generalidades) desse segmento importantíssimo da população.

Enquanto os Projetos da Câmara e do Senado tramitavam lentamente, muitas pessoasidosas continuavam vitimadas até por familiares ou por entidades supostamente criadas paraprotegê-las e pelo descaso do Estado.

Com atraso maior ou menor, garantindo de forma mais ampla ou restrita direitos humanosessenciais a uma existência digna das pessoas idosas, agora nós contamos com uma normalegal para o exercício pleno da cidadania.

Neste Manual utilizamos a expressão “pessoa idosa” em lugar de “idoso”, por razões defácil compreensão.

As linhas gerais da política de atendimento das pessoas idosas encontram-se nos artigos46 e 47 do Estatuto do Idoso.

Para conhecer a íntegra do Estatuto, consulte as páginas 51 a 59 deste Manual. Se vocêainda não leu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a reproduzimos nas páginas 49 e50.

Ao longo deste manual procuramos combinar a legislação específica com leis gerais deinteresse da pessoa idosa, explicando os conteúdos em linguagem simples e agradável, de-pois de um estudo meticuloso das leis.

Para consultar algum tema particular, localize-o no Manual a partir do sumário, publicado napágina 8. Esperamos que este Manual seja mais uma conquista da pessoa idosa e ajude cadaum em particular a desfrutar de uma existência mais tranqüila e digna.

UMA VISÃO GERAL DOESTATUTO DO IDOSO

Os jovens de hoje não devem apenas respeito aos mais idosos. Precisam tambémagradecer a eles pela vida e pelo fato de existirmos. Devemos ser gratos por tudoque foi legado por nossos avós e pais, sobretudo pelas lições de respeito à humani-dade. Temos, portanto, que retribuir.

A atenção para com as pessoas idosas não deve ser encarada, porém, como umfavor, mas como uma obrigação, pois elas conquistaram ao longo da vida o seudireito ao respeito na velhice.

Um dia os atuais idosos foram jovens e, no futuro, todos seremos idosos. A aten-ção que merecermos no futuro será reflexo do respeito que devotamos hoje aosmais idosos. É assim que se mede o grau de civilização de uma nação.

Felizmente temos leis que garantem os direitos do idoso. Infelizmente, porém,essas leis são pouco conhecidas e nem sempre cumpridas. Por isso, como governantede Osasco, fiquei honrado com a oportunidade oferecida à Prefeitura pela 56asubsecção da OAB de contribuir para a publicação desse manual.

Graças também à parceria com o Ieac-21, o Conselho Municipal do Idoso e outrasinstituições, foi realizado um trabalho inédito: explicar de forma simples e acessívelas leis que regulam direta ou indiretamente os direitos da pessoa idosa.

Como governante era meu dever apoiar essa iniciativa. Como cidadão estouorgulhoso de, neste Dia do Idoso, entregar a nosso povo uma obra de conteúdohumano que, certamente, servirá de exemplo a outras cidades do país.

EMID IO DE SOUZAprefeito

A CIDADANIA DAPESSOA IDOSA

Conforme o censo de 2.002, a cidade de Osasco tinha 49.950 pessoas idosas.Agora, em 2.007, estima-se que esse segmento da população osasquense já ultrapassou,

certamente, os 60.000 habitantes porque é de se considerar que, à época do recenseamento, olimite de idade à consideração como pessoa idosa era de 65 anos e o Estatuto do Idoso - Lei10.741/2.003, tem como idosa a pessoa com 60 anos, ou mais.

Seja qual for o número exato de pessoas idosas residentes em nossa cidade, esse contingentepopulacional ultrapassa o número de habitantes da maioria das cidades brasileiras.

Lamentavelmente, cerca de 50% dos idosos não conhecem seus direitos. E essa falta deinformações, muitas vezes, leva as pessoas idosas ao despojamento de seus bens para, logodepois, serem abandonadas á própria sorte.

Em face desse quadro cruel (e vergonhoso) partimos para a ofensiva e em parceria com aPrefeitura do Município de Osasco e suporte técnico da Comissão do Idoso e do IEAC-21 (Insti-tuto de Estudos, Ação e Cooperação – Século XXI – representando a sociedade civil), vamosoferecer, gratuitamente, a todas as pessoas idosas de Osasco, o presente Manual para que elastenham, independentemente, de sexo, raça, cor, filiação político-partidária, crença, condição so-cial, escolaridade...um instrumento de defesa de seus direitos de cidadania.

E mais: vamos oferecer, também gratuitamente, às lideranças comunitárias, um CD contendotodas as informações necessárias (e respectivos modelos, inclusos os de estatutos) para a cria-ção, implementação e registro de ONGs (Associações ou OSCIPs), pelas próprias pessoas idosas,sem fins lucrativos e sem quaisquer vinculações.

Ao final, o Manual contém uma dedicatória (página 3) a ser redigida pelos descendentes daspessoas idosas (filhos, netos, sobrinhos e outros) e, na falta destes, por uma criança ou adoles-cente, matriculado na rede escolar (pública ou privada) de modo a sensibilizar, desde muito cedo,a população mais jovem que um dia, praza a Deus, será idosa.

Este Projeto da 56ª Subseção é, sim, político, mas não é partidário.Por outro lado, a Prefeitura de Osasco entende a edição do Manual como ato de governo – e

não de governante.E foram essas as condições acordadas por todos os parceiros, sem qualquer restrição.Ao final, de parte da Diretoria da 56ª Subseção, resta-nos agradecer o incentivo da Seccional

Paulista da OAB e de todos quantos lutaram para a concretização deste Manual e, de modoespecial, aos membros da Comissão do Idoso, dos funcionários administrativos e dos servidoresvinculados à Administração Municipal que, direta ou indiretamente, ombrearam-se conosco.

José Paschoal Filho presidente da 56ª subseção da OAB/SP – Osasco

COMO FAZER VALERSEUS DIREITOS

Confúcio, o mais festejado sábio da antiga China, disse que “um jovem, em casa, deve amar os pais e, fora decasa, respeitar os velhos”. Como ele, os grandes expoentes da humanidade, como Ovídio, Cícero e Lao-Tsé rende-ram tributo à experiência dos mais antigos. Na tradição judaico-cristã, o respeito e a deferência aos mais idosos sãopregados nos livros Gênesis, Eclesiástico, Provérbios, assim como nas cartas de São Paulo, no Novo Testamento.Encontramos isso até no Salmo 90 e, sobretudo, no Êxodo. O próprio Deus disse a Moises no Monte Sinai: “Honrao teu pai e a tua mãe”.

O respeito aos mais idosos deriva principalmente do fato que eles representam a memória e a sabedoria acumu-lada pela civilização. Uma cidade sem velhos seria, com certeza, menor e mais fria, incapaz de reviver no presentea tradição anterior da espécie. Se o idoso de hoje se orgulha com a possibilidade de ajudar a educar os mais jovense cuidar dos netos, em outras culturas a sua dedicação às próximas gerações chegava a extremos. Conta-se que, emcertas regiões do planeta, os mais idosos e enfraquecidos fisicamente caminhavam na retaguarda de seu grupo,com a certeza de que seriam alcançados pelos predadores e, assim, preservariam a vida dos mais jovens e fortes.Em outras, os anciãos eram conduzidos a locais ermos, onde eram abandonados para morrer. Viver e morrer pelasobrevivência da comunidade, este parecia o destino permanente dos anciãos.

Dentre os padrões adotados hoje pela Organização das Nações Unidas (ONU) para avaliar o grau de desenvolvi-mento de um país, os mais importantes dizem respeito à expectativa de vida e a participação percentual dos idososna sua população. Povo civilizado é aquele que sabe tirar os benefícios das lições do passado e trata com humani-dade, segundo as condições de cada um, a toda a sua população. E um povo é tanto mais atrasado quanto menora participação dos idosos em sua população e menos abrangentes suas leis de proteção ao idoso.

No Brasil, a idade de 60 anos se transformou, como num passe de mágica, numa espécie de marca paraestabelecer o ponto de partida para a terceira idade. Segundo o Estatuto comete crime especial aquele que violardireitos de idosos e esses crimes têm suas penas agravadas. Estamos correndo contra o tempo, para recuperarnossa atenção para com nossos ancestrais. Infelizmente temos direitos que não são praticados por desconhecimen-to até mesmo de grande parte de nossa população de terceira idade. No esforço para cobrir essa lacuna, a OAB,através de sua Subseção em Osasco, tomou a iniciativa de lançar este Manual, sob a responsabilidade técnica dasua Comissão do Idoso, a qual tenho a honra de coordenar.

Este Manual, como você poderá ver, sintetiza as principais leis específicas e explica as diferenças da legislaçãogeral no que se refere à pessoa idosa. Isso numa linguagem acessível e agradável. Para elaborar essa obra foiimprescindível a parceria da Prefeitura de Osasco, a colaboração de advogados especialistas no assunto e a expe-riência de jornalistas e profissionais de comunicação, aos quais amplio meus agradecimentos.

Espero que você aprecie este trabalho e que ele contribua, pelo menos um pouco, para aumentar a qualidadehumana de nosso relacionamento social.

Aridelson Carlos César Turíbio coordenador da Comissão do Idoso da 56ª Subseção da OAB/SP

A HONRA DE LUTAR PELADIGNIDADE HUMANA

“Os anciãos ajudam a contemplar os acontecimentos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes os tornam maisexperimentados e amadurecidos. Eles são os guardiões da memória coletiva e, por isso, interpretes privilegiados daquele conjunto

de ideais e valores humanos que mantém e guiam a convivência social”.Papa João Paulo II

sumário

O MINISTÉRIO PÚBLICO 10

O CONSELHO MUNICIPAL DO IDOSO 12

OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO IDOSO 13

RECOMENDAÇÕES DA COMISSÃO DO IDOSO –OAB/OSASCO 14

AS OBRIGAÇÕES DA FAMÍLIA DA PESSOA IDOSA 15

TODOS TÊM DIREITO Á SAÚDE 16

O DIREITOÀ EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE E LAZER 17

DIREITO A UM NOVO TRABALHO E A UMA HABITAÇÃO DÍGNA 18

O DIREITO AO TRANSPORTE 19

DIREITOS POLÍTICOS E DA CIDADANIA 20

A QUESTÃO DA INCAPACIDADE JURÍDICA 21

O ACESSO GRATUITO À JUSTIÇA 22

ASSISTÊNCIA GRATUITA EM OSASCO 23

A PREVIDÊNCIA E A ASSISTÊNCIA SOCIAL 24

BENEFÍCIO ASSISTENCIAL AO IDOSO E AO DEFICIENTE 27

ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA 28

CUIDADO COM A PROCURAÇÃO 29

OUTRO CUIDADO: O EMPRÉSTIMO CONSIGNADO 30

A QUESTÃO DA HERANÇA 32

A FAMÍLIA PODE SER ACIONADA POR ABANDONO DO IDOSO 34

DEVERES DAS ENTIDADES DE ACOLHIMENTO DO IDOSO 35

O SEU DEVER CÍVICO DE VIGIAR AS CASAS DE REPOUSO 37

OS CRIMES CONTRA OS IDOSOS 38

OS CRIMES DO ARTIGO 100 DO ESTATUTO 42

OS CRIMES PREVISTOS NOS ARTIGOS 101 A 108 DO ESTATUTO 43

A PESSOA IDOSA PODE RECORRER AO JUIZ,PROMOTOR OU DELEGADO 46

A LEGISLAÇÃO CONSTITUCIONAL BÁSICA DE INTERESSE DA PESSOA IDOSA 47

A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA 48

A DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM 49

ÍNTEGRA DO ESTATUTO DO IDOSO 51

SERVIÇOS MUNICIPAIS DISPONIBILIZADOS ÀS PESSOAS IDOSAS DE OSASCO 60

GUIA DO IDOSO – ENDEREÇOS ÚTEIS 63

Sabe-se que 50% (cinqüenta por cento) das pessoas idosas do Brasil não

dominam completamente as técnicas de leitura e escrita. Há, ainda, aquelas

portadoras de doenças e disfunções graves.

Todavia, essas limitações, na maioria das vezes, não comprometem as

capacidades: intelectiva, de discernimento e de compreensão.

Em verdade, o que ocorre com freqüência é a falta de informações.

Assim sendo, solicitamos aos familiares das pessoas idosas com dificuldades,

que leiam e discutam com elas as matérias tratadas neste Manual.

Com certeza, esse relacionamento será vantajoso para todos.

Comissão do Idoso - 56ª Subsecção da OAB – Osasco / SP

AOSFAMILIARES

DAS PESSOASIDOSAS

(ESPECIALMENTE, AOS MAIS JOVENS)

10 MANUAL DO IDOSO

O Promotor de Justiçae os Direitos da Pessoa Idosa

Quando as pessoas atingem 60 anos (ou, em certos casos, 65) adquirem direitos especiais devidos àidade. O Ministério Público (ou seja, a Promotoria) tem a obrigação de fazer com que esses direitos

sejam respeitados. Pode agir contra particulares, empresas ou organismos governamentais.

Os serviços do Ministério Público sãogratuitos. O Promotor de Justiça atua noprocesso para garantir os direitos gerais dapessoa idosa, como aposentadoria, atendi-mento preferencial, serviços públicos de

saúde, educação, como consumidor etc.Os idosos têm, também, prioridade na

defesa de seus direitos na condição deconsumidores. Por isso, todos os proces-sos de interesse do idoso caminham com

maior rapidez. Além disso, o comercian-te ou o prestador de serviços que tentartirar vantagem do idoso pode ter sua penaagravada. Ou seja, o crime praticado con-tra o idoso tem pena maior.

11MANUAL DO IDOSO

Como recorrer ao Promotor?

Para falar com o MinistérioPúblico você pode:

• Ir até o Fórum• Enviar uma carta registrada

• Telefonar.

Endereços que você podem serúteis a você em qualquermomento na página 63.

O artigo 77 do Estatuto doIdoso estabelece que todo

processo que envolverpessoa idosa, em risco de

sofrer qualquer dano(como ré, acusadora outerceira interessada),

deverá ser acompanhadopelo Ministério Público.

Como tem o dever de defender os di-reitos da pessoa idosa, quando em risco,o Ministério Público tem o poder de exi-gir documentos e informações da polí-cia, do governo, de qualquer entidadepública ou particular. Também pode re-quisitar exames médicos ou psiquiátricos,instaurar o inquérito civil público ou o in-quérito policial e promover diligênciaspara fazer cumprir a lei.

É importante salientar que o Ministé-rio público pode e deve inspecionar asentidades públicas e particulares de aco-lhimento de pessoas idosas (abrigos paraidosos, casas de repouso, asilos etc). Masé preciso que todos, especialmente aspessoas idosas em melhores condições,colaborem com o Ministério Público parafechar as “entidades” que não cumprema lei e processar seus proprietários.

Pela lei também são obrigados a de-fender os idosos os governos da União,do Estado e a Prefeitura. A OAB podeorientar as pessoas idosas de modo queelas tenham seus direitos respeitados.

Como os processos dos idosos podemcaminhar mais rápido, para obter issobasta solicitar ao juiz da causa. É neces-sário anexar comprovante de idade. Oartigo 71 do Estatuto do Idoso tambémdiz que, se a pessoa falecer no curso doprocesso, seus direitos serão herdadospelo cônjuge (a viúva ou o viúvo) commais de 60 anos de idade.

— Tudo isso vale também para o Mi-nistério Público Federal?

O Ministério Público Federaltem a obrigação de agir em fa-vor da pessoa idosa nas causasque envolvem ministérios ou oGoverno Federal. Um exemplo: ascausas previdenciárias.

Para esclareceroutras dúvidas

Para esclarecer suas dúvidas,consulte o Estatuto do Idoso, noapêndice deste Manual, entre as

páginas 51 a 59. Leia os artigos 69, 71,

72, 73, 74, 75 e 76.

O que é preciso para fundar uma ONGEste Manual, a propósito, é complementado por um CD, que explica como fazer para criaruma Associação (ou ONG). Se você e seus vizinhos quiserem uma cópia do CD, peça à OABou à Prefeitura Municipal. O CD também traz modelos de estatuto da entidade e toda a

legislação que regula entidades semelhantes.

12 MANUAL DO IDOSO

O Conselho Municipal do IdosoTodas as cidades podem ter o seu Conselho Municipal do Idoso. Dependendo da legislaçãomunicipal, o Conselho pode ser ouvido em todas as questões que dizem respeito à pessoaidosa. Além disso, o Conselho pode prestar serviços de esclarecimento e assessoria legal

a quem tiver mais de 60 anos de idade.

O Conselho Municipal do Idoso é umórgão colegiado e paritário. Ou seja, éformado por representantes do poderpúblico e da sociedade civil (membrosdas associações de defesa da pessoaidosa). É um organismo colegiado nosentido de que é formado por pessoasde origens diferentes e com funções di-ferentes, em que, nas decisões mais im-portantes, cada uma tem direito a um voto.Em Osasco, o conselho é paritário, por-que é formado de duas partes iguais:metade de seus membros são servido-res públicos e a outra metade são repre-sentantes da comunidade. Todos são no-meados pelo Prefeito.

O Conselho Municipal do Idoso deOsasco foi criado pela Lei Municipal Nº3.397, de 19 de Janeiro de 1998, com 12(doze) membros, sendo 6 (seis) do poderpúblico e 6 ( seis) da sociedade civil.

As funções desempenhadas pelos con-selheiros são consideradas como presta-ção de serviços relevantes ao município eo mandato é exercido gratuitamente.

O Conselho Municipal do Idosotem entre suas atribuições:

• Formular diretrizes para o desenvol-vimento das atividades de proteção e as-sistência que o município deve prestar aosidosos nas áreas de sua competência;

• Estimular estudos, debates e pes-quisas objetivando prestigiar e valorizaros idosos.

• Propor medidas que visem a garan-tir ou ampliar os direitos dos idosos, eli-

minando toda e qualquer disposiçãodiscriminatória;

• Incrementar a organização e amobilização da comunidade idosa;

• Estimular a elaboração de projetosque tenham como objetivo a participa-ção dos idosos nos diversos setores deatividades sociais;

• Examinar e dar encaminhamento a

assuntos que envolvem problemas rela-cionados aos idosos;

• Zelar pelo cumprimento das políti-cas públicas voltadas à população idosanos termos da lei federal 8.842, de 4 dejaneiro de 1994 (e, especialmente, pelocumprimento integral do Estatuto do Ido-so. Para consultar o Estatuto, leia as pá-ginas 51 a 59 deste Manual).

Onde fica o Conselho do IdosoO endereço do Conselho do Idoso e seu telefoneconstam da página 63 deste Manual, assim como

os endereços e telefones necessários para que você exerçaos seus direitos de cidadão.

13MANUAL DO IDOSO

Os direitos fundamentais do idosoTodos os seres humanos têm direito à vida e à saúde. A Constituição Federal confere ao Estado(governos federal, estadual e municipal) a obrigação de fazer valer esses e os demais direitos.

Um dos direitos fundamentais da pessoa é o de envelhecer com dignidade e saudável.

Direito à liberdadee à dignidade

É assegurado a todos os cidadãosbrasileiros a liberdade, o respeito e a

dignidade. Ou seja,independentemente de idade, raça,

sexo ou escolhas pessoais, todostêm seus direitos individuais,

coletivos, civis, políticos e sociais.

Direito ao bem-estar

Direito à vida em sociedadeO idoso não pode ser vítima de

qualquer tipo de preconceito. Ouseja, pode participar da política,

fazer parte de qualquer organizaçãoou movimento. Tem o direito de ir e

vir, inclusive nas repartiçõespúblicas. E deve ter preservadas:

• sua imagem• sua identidade

• a autonomia de seus valores, idéiase crenças

• a acessibilidade a todos os lugares,para fazer valer esses e outros

direitos.

Conforme estabelece a Lei 12.547/2007, que consolida a legislação do Es-tado de São Paulo referente ao idoso, e

inúmeras outras leis nacionais e locais,“ao idoso são assegurados todos os di-reitos inerentes à cidadania, a saber:

I – à vida; II – à dignidade;III – ao bem-estar;IV – à participação na sociedade”.

Esses direitos têm que serrespeitados também em casa,

pela família?Sem dúvida. As leis valem também

dentro de casa. A família deve ser abase do bem-estar de todos os seus

membros. Por bem-estarcompreende-se,

dentre outras coisas:• Cuidado com a saúde

• Direito à moradia,à alimentação, à

educação, aorespeito, àdignidade...

• Até o direito aoacesso ao lazer, à

diversão,ao momento de

alegria...Tudo isso é garantido pela Constituição a todas as pessoas...Portanto, a pessoa idosa tem todos esses direitos garantidos.E o governo é obrigado a fazer valer esses direitos, sem que isso seja entendido

como “um favor”.

Lembrete importanteÉ importante que você saiba e divulgue isto: a pena para

qualquer crime contra a pessoa idosa é aumentada em umterço (1/3).

14 MANUAL DO IDOSO

Recomendações da Comissãodo Idoso OAB – Osasco

1) NÃO SE ESQUEÇA: Antes de as-sinar qualquer papel, consulte um advo-gado de sua confiança.

2) NÃO TENHA PRESSA EM SEDESFAZER DE SEUS BENS. Se um diaficar viúvo (ou viúva), PENSE MUITO AN-TES DE DOAR OS SEUS BENS (em vida,como dizem). Se alguém lhe disser queassim ficaria mais barato no futuro, nãolhe dê ouvidos. Enquanto viver, procuremanter em seu nome tudo que é seu: acasa, o carro, o terreno. É justo: a cadaum, o que lhe pertencer.

3) LEMBRE-SE: a escritura de doa-ção é irretratável. Ou seja, se doar (porlivre e espontânea vontade) a sua casano cartório, não poderá jamais arrepen-der-se.

Se for necessário autorizar o uso dealgum bem de sua propriedade, fale com

Recomendações importantes da Comissão do Idoso da OAB-Osasco (56a Subsecção).Memorize cada uma das recomendações abaixo. Lembre-se: é importante informar-se

antes de assinar qualquer papel. È fundamental aprender a dizer “NÃO”,seja para quem for quando seus direitos forem ameaçados.

um advogado, Ele arrumará uma formade permitir com que você faça um bemsem o perigo de receber um mal comopagamento.

4) A reserva de USUFRUTO ÉREVOGÁVEL. Pode ser que alguém lhepeça para doar sua casa, reservando parasi o usufruto vitalício sobre ela. No futurovocê poderá ser induzido a revogar o usu-fruto, mas não revogará a doação, a nãoser em casos extremos. Não vale a penacorrer este risco! Se você já doou asua casa aos herdeiros, não revo-gue o usufruto.

5) NÃO ASSINE (ou seja, não ou-torgue) PROCURAÇÃO sem ter abso-luta certeza da honestidade do outorga-do (aquele que recebe poderes).

Uma procuração em cartório pode serrevogada, mas isso só pode ser feito como apoio de um advogado ou do Minis-tério Público. Mais esclarecimentos, napágina 29.

6) DESCONFIE DAS VANTAGENSFÁCEIS. Lembre-se que ninguém dá nadade graça, pois a razão de ser do comér-cio é sempre o LUCRO. Nada cai do céu.

Seja mais esperto do que os golpistas.Não caia no golpe do “bilhete premia-do”, da “máquina de fazer dinheiro”, dacompra de “terreno no céu”...

7) CONSERVE O QUE É SEU. A ida-de não obriga ninguém a desfazer-se denada. Isso é conversa fiada para enga-nar os mais ingênuos. A pessoa idosa esaudável pode comprar, vender ou trocarqualquer bem. Também pode dirigir au-tomóvel, viajar, Se for solteira ou viúva,pode se casar, com separação total debens, porque isso, sim, é uma exigênciada lei. Diga como o poeta: “Sou dono(a)do meu destino”.

8) NÃO SEJA FIADOR (ou avalista).Você não é obrigado a garantir os com-promissos, vaidades ou desejos de nin-guém. Lembre-se que o fiador (garanti-dor) pode ter que responder com seusbens pelas dívidas do afiançado. Se vocêfor fiador de um aluguel e se o inquilinonão pagar, você pode ser obrigado a pa-gar o aluguel para outro!

9) JAMAIS REVELE SUA SENHA.Nunca conte a ninguém a senha do seucartão bancário ou da Previdência. Asenha é como se fosse a sua assina-tura. Se tiver dúvida, peça ajuda a umfuncionário do banco, depois de tercerteza que a pessoa é mesmo em-pregada do banco. Se não tiver certe-za, procure o gerente.

Se disser sua senha a outra pessoa,ela poderá retirar o seu dinheiro sem seuconsentimento!

15MANUAL DO IDOSO

As obrigações da famíliapara com a pessoa idosa

As pessoas idosas já foram jovens. Mesmo as que hoje estão doentes foram úteis àcomunidade, educando seus filhos, trabalhando. Portanto, os mais jovens têm a obrigação

de cuidar de seus familiares idosos. E não estão fazendo qualquer favor.

As pessoas idosas têm direito de re-ceber pensão alimentícia dos filhos eoutros descendentes, netos e bisnetos,desde que maiores de idade, se não ti-verem meios para se manter por si pró-prias. A obrigação de garantir o direito àvida da pessoa idosa cabe primeiramen-te à sua família.

Pode acontecer que o parente chama-do a pagar não tenha condições de arcarsozinho com a obrigação. Neste caso, aLei permite que se chame outros paren-

tes (filhos, netos etc). A sentença do juiznestes casos tem força de título executi-vo e o obrigado que não pagar poderáser preso. Isso está previsto no Estatutodo Idoso (artigos 11, 12 e 13).

O termo “alimentos” não significa sócomida, ou a alimentação em si, mastambém todos os outros bens necessári-os para que uma pessoa se mantenhaviva e saudável, física e espiritualmente.

O valor dos alimentos deve cobrirtambém as despesas básicas com hi-

giene, as taxas de água, luz, gás, tele-fone, remédios, roupas e, até, enfermei-ros se a pessoa idosa necessitar de cui-dados especiais.

É importante esclarecer que o valor dosalimentos é fixado pelo Juiz da Vara daFamília e Sucessões, levando em conta acapacidade da pessoa obrigada a pagare as necessidades da pessoa beneficiária(que vai receber). Tanto o direito de rece-ber alimentos quanto o dever de pagarprecisam ser provados em Juízo.

16 MANUAL DO IDOSO

Todos têm direito à SaúdeTodos os seres humanos, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos do Homem,

e da Constituição do Brasil, têm direito à saúde e à qualidade de vida.Quando a família não dispõe dos meios a obrigação é do Estado.

A pessoa idosa, com 65 anosou mais, sem qualquer outra

renda, mesmo que não inscritana Previdência Social, tem

direito ao chamado benefícioem valor igual a um saláriomínimo. Esse é um DireitoConstitucional (Artigo 203,inciso V, da Constituição

Federal/1 988).Mais esclarecimentos nas páginas 26 e 27.

O Sistema Único de Saúde (SUS) émantido com recursos da Previdência edo Tesouro Federal. É administrado tam-bém pelo Estado e, sobretudo pela Pre-feitura, que tem a obrigação de acolhertodas as pessoas que precisam de as-sistência à saúde.

É muito importante saber que a pes-soa idosa tem assegurado por lei o direi-

to à atenção integral à sua saúde. Por“atenção integral” à saúde entende-sea prevenção de doenças, a promoção, aproteção e a recuperação da saúde.

Para usufruir desse direito, as pessoasidosas devem ser cadastradas e setorizadasno município, ou seja, ter definido um postode saúde, de modo a garantir atendimentogeriátrico e gerontológico.

O atendimento à saúde da pessoa ido-sa poderá ser feito em casa ou medianteinternação. Se o idoso não puderlocomover-se, terá o direito de ser trans-portado até o hospital em veículo ade-quado (ambulância).

Na hipótese de internação, a pessoaidosa terá direito a acompanhante, ca-bendo ao médico responsável pelo pa-ciente idoso a autorização para o acom-panhante. Em caso de impossibilidade,o profissional deverá justificar por es-

O médico é obrigadoO médico é obrigadoO médico é obrigadoO médico é obrigadoO médico é obrigadoa avisar a Pa avisar a Pa avisar a Pa avisar a Pa avisar a Políciaolíciaolíciaolíciaolícia

Atenção: Se o médico identificarmaus tratos numa pessoa idosa é

seu dever comunicar o fato àPolícia ou ao Ministério Público.

Em caso contrário, ele PODERESPONDER por omissão.

Quem responde pelo idosoPodem acontecer casos extremos em que a pessoa idosa não tem condições

de entender as explicações do médico e decidir por si própria sobre otratamento à sua saúde. Nestes casos, a família ou o curador, deverão serconsultados e decidirão em seu nome. (“Curador” é a pessoa indicada pelo

Juiz para cuidar dos interesses da pessoa idosa “curatelada”).Nos casos de idosos que não tenham família ou curador, o médico que fizer

o atendimento fará os encaminhamentos necessários.

crito a negativa.Depois de receber alta do hospital, ou

nos casos em que puder ser tratado emcasa, durante o período de reabilitação apessoa idosa deverá ser acompanhadapor profissional habilitado.

17MANUAL DO IDOSO

Universidade aberta

50% DE DESCONTO

Visando a divulgação do direito deacesso da pessoa idosa à educação ea uma vida cultural e esportiva, reco-

O direito à educação,cultura, esporte e lazer

Nunca é tarde para aprender. Qualquer momento pode ser oportuno para a pessoadescobrir ou desenvolver um novo talento ou gosto. Como as instituições e empresas devemassegurar esse direito à pessoa idosa? Os direitos básicos da pessoa idosa incluem o acesso

à cultura, ao esporte, ao lazer e às diversões compatíveis com as exigências da idade.É também direito da pessoa idosa o acesso à educação adequada à terceira idade,

com métodos e processos, currículos, programas e conteúdo apropriados.

Os poderes públicos, Federal, Estadual eMunicipal não só deverão criar oportunidades

de acesso à educação mas também deverãofazer constar dos programas escolares,

especialmente os destinados ao ensino básico emédio, matérias que levem ao conhecimentodas novas gerações os direitos dos idosos bem

como o respeito à velhice.

menda-se que os meios de comuni-cação mantenham espaços ou horári-os especiais voltados aos idosos, com

finalidade informativa, formativa e re-creativa sobre o processo de envelhe-cimento.

O Poder Público apoiará acriação de universidadeaberta para as pessoasidosas e incentivará apublicação de livros e

periódicos, de conteúdo epadrão editorial adequados

ao idoso, que facilitem aleitura, considerada anatural redução dacapacidade visual.Os endereços das

faculdades de Osasco quemantêm cursos superioresdestinados à terceira idadeencontram-se na página 63(contracapa) deste manual.

O Estatuto do Idoso prevê o direito ao descontode, pelo menos, 50% no preço de ingressos

para eventos artísticos, culturais, esportivos e delazer às pessoas idosas, bem como o acesso

preferencial aos respectivos locais.

18 MANUAL DO IDOSO

O direito a um novo trabalho...O aposentado por invalidez não pode voltar a trabalhar.

Mas quem se aposenta por tempo de serviço ou idade pode voltar ao mundo do trabalho.

... E a uma habitação dignaTodos os seres humanos têm direito a um teto protegido contra o frio e a chuva. No

Brasil existem leis para regular esse direito.

O direito à vida do idoso, em último caso, deve ser garanti-do pelo governo. O idoso tem direito à alimentação, à residên-cia, à higiene, remédios e cuidados médicos. No que se refereà moradia, seus direitos são definidos pelos artigos 1414 e1416 do Código Civil.

Esse direito é garantido também pelos artigos 37 e 38 doEstatuto do Idoso. Se o idoso casado pelo regime da comu-nhão universal de bens ficar viúvo, terá direito a ficar com aresidência da família. Se não tiver uma casa, poderá esco-lher viver com os parentes mais próximos ou instalar-se numainstituição pública ou privada.

As instituições de assistência ao idoso, como as casas derepouso, são obrigadas por lei a proporcionar tudo que oidoso precisa para viver com qualidade e dignidade: alimen-tação, higiene, remédios e cuidados médicos.

Prioridade nos programas habitacionaisTodos os programas habitacionais que contarem com re-

cursos públicos são obrigados a dar prioridade às pessoas

No novo emprego o aposentado terátodos os direitos contidos na CLT (Con-solidação das Leis do Trabalho): Férias,13o salário, FGTS, descanso remunera-do etc.

Se for registrado, ao ser dispensado,não terá direito ao auxílio-desemprego.Ele contribuirá com o INSS, mas não teráqualquer benefício extra, exceto o auxí-lio-doença por acidente.

com mais de 60 anos na aquisição da sua moradia. O artigo 38do Estatuto do Idoso determina que 3% das unidadesresidenciais deverão ser reservadas a idosos.

Consulte, no final deste manual, a Declaração Universal dosDireitos Humanos e o Estatuto do Idoso.

19MANUAL DO IDOSO

O direito ao transporteNo caso do idoso, o direito de ir e vir não é apenas um preceito constitucional e deve ser

garantido pelos governos federal, estadual e municipal.

Estatuto do IdosoAs empresas de transportes urbanas

e interestaduais são obrigadas, pelo Es-tatuto do Idoso, a reservar duas vagaspor veículo para transportar gratuitamentepessoas idosas com renda igual ou infe-rior a dois salários mínimos mensais.Aspessoas idosas que excederem as duasvagas gratuitas devem receber descontode 50% no valor das passagens

OsascoAs empresas urbanas de transporte são

concessionárias do município. Uma dascláusulas negociadas pelas autoridadeslocais é sempre a isenção da cobrança dapassagem ao idoso. Todas as pessoas ido-sas, com idade acima de 65 anos são isen-tas da tarifa. Para fazer valer seu direito,você deve procurar a Secretaria de Assis-tência e Promoção Social – Setor de Pas-ses, na Rua da Saudade Nº 180.

A “carteira intermunicipal” (para maisde um município) será expedida apósperícia médica na Policlínica Zona Norte.Outras informações, você obter no mes-mo endereço acima. Para obter a cartei-ra interestadual (para outros Estados),informe-se no mesmo Setor de Passes. Apessoa idosa com idade entre 60 e 65anos, em situação de risco (desempre-gada, doente, que não tem rendimentos)deverá dirigir-se ao Setor de Passes paraobter esse benefício.

Na capital e no sistema metropolitanode transportes (intermunicipal), para fa-zer valer seu direito a pessoa precisasolicitar outra carteirinha, fornecida peloórgão competente.

Acompanhante do idosoO acompanhante necessário do idoso

com deficiência, para obter o direito àgratuidade terá o nome registrado nacarteira do idoso ( informe-se no Setorde Passes). Para trafegar nos trens dometrô o acompanhante necessário de-verá levar um laudo médico que com-prove a necessidade de acompanhamen-to idoso com deficiência.

TrensAinda não existe uma carteira padro-

nizada para os idosos usarem quandoprecisarem utilizar os trens da CPTM,embora também tenham o direito de isen-ção da tarifa. Para exercer este direito,basta o maior de 65 anos, chegar até acatraca e apresentar a cédula de identi-dade (RG) ao funcionário encarregado.

MetrôEm relação ao metrô, o idoso com mais

de 65 anos deve procurar a empresa parareceber o bilhete especial (vermelho), quetem validade de 180 dias. Com ele épossível passar por todas as catracas semo pagamento da tarifa. É importantesempre pegar o bilhete de volta.

O bilhete especial do idoso pode ser

obtido na Estação Marechal Deodoro doMetrô (loja 1), de segunda a sexta-feira,das 8h30 às 16 horas (exceto nos feria-dos). Para obtê-lo, o idoso deve apresen-tar um documento de identidade (RG)original ou cópia autenticada.

Prioridade nos assentosNos trens da CPTM, do Metrô e nos

ônibus que circulam na Grande São Pau-lo há assentos preferenciais destinadosaos idosos, pessoas com deficiências vi-suais, com mobilidade reduzida, grávidase mulheres com bebê de colo.

Conforme o Manual do Usuário (Ido-so), lançado pelo Metrô, as pessoas ido-sas têm tratamento especial nas filas,caso precisem comprar bilhete e passa-gem diferenciada pelas cancelas, no casode usarem cadeiras de rodas, muletas ouandadores, ou estejam carregando baga-gens, aplicando-se o mesmo critério paracom os deficientes físicos e as mulheresgrávidas ou obesos.

Os deficientes visuais podem entrarnos vagões acompanhados por cães-guia.Nos vagões há espaços especiais paracadeiras de roda e nas estações há ele-vadores e, junto às escadas rolantes, fun-cionários treinados para ajudar as pes-soas com dificuldades de locomoção.

O direito do idoso ao transporte égarantido pela Constituição, pelo

Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) epela legislação municipal e asdisposições das empresas de

transportes.

20 MANUAL DO IDOSO

Direitos políticos e da cidadaniaNão há limite de idade para o idoso votar. E pode ser candidato ao que quiser,

de Vereador a Presidente da República. A única diferença é que, a partir dos 70 anos de idade,a pessoa não é mais obrigada a votar. Mas pode votar. E é bom que vote.

21MANUAL DO IDOSO

A questão da incapacidade jurídicaQuando a pessoa se torna mais dependente da ajuda dos filhos ou dos netos, também se torna mais

frágil. E por isso pode ser vítima de golpes. Por isso a lei procura proteger o idoso.

Com os anos, algumas pessoas ficamfragilizadas (às vezes com esclerose) enão têm condições de decidir o que émelhor para sua saúde e para seus ne-gócios. Mas nem sempre é assim. Tam-bém tem gente que vive muito e comtotal lucidez. Por isso, o Estatuto do Ido-so (artigos 106 e 108) procura definircom exatidão a palavra “discernimento”

CapacidadeÉ considerada capaz a pessoa idosa

que consegue discernir (saber) quais sãoseus deveres e seus direitos na socieda-de. Que tem consciência de seus atos ede suas obrigações. A pessoa capaz,portanto, pode fazer contratos, comprarou vender bens, recorrer à justiça, por-que está na plena “capacidade de gozoe de direitos”

IncapacidadeIncapacidade é o contrário de capaci-

dade. Em termos jurídicos fala-se de in-capacidade quando a pessoa sofre res-trições legais para o exercício de atos davida civil, ou seja, para assumir dívidas,vender os bens de família etc.

A incapacidade pode ser absoluta ourelativa.

Incapacidade Absoluta da Pes-soa Idosa

Fala-se de “incapacidade absoluta”quando a pessoa idosa perde a noçãoda realidade. A incapacidade absoluta

leva à proibição do uso de seus direitospela pessoa declarada incapaz. Se essepreceito for violado, o ato resultante podeser decretado como nulo.

Isso não quer dizer que a pessoa abso-lutamente incapaz não tenha direitos. Elatem direitos, é claro, mas não pode exercê-los diretamente. Para exercê-los deve serrepresentada por alguém legalmente ha-bilitado a isso (curador). Por exemplo: umapessoa incapaz pode herdar uma casa,mas não pode vendê-la. Se, por acaso,vender o imóvel sem o acompanhamentodo curador, o negócio será nulo.

Obs. A incapacidade deve ser decre-tada pelo Juiz, caso contrário o negóciopraticado será válido. E é difícil desfazeresse negócio. Então, muito cuidado!

Incapacidade relativa da PessoaIdosa

Incapacidade relativa é a que diz res-peito apenas a um determinado períodode tempo. Ou seja, uma pessoa pode serdeclarada temporariamente incapaz depraticar os atos da vida civil, como fazercontratos, casar, vender ou comprar. Pas-sado o período, ou a causa da restrição,a capacidade jurídica da pessoa érestabelecida. Durante a incapacidaderelativa, a pessoa também precisa de umrepresentante legal.

Exemplo de incapacidade relativa: oidoso que perde temporariamente a me-mória. Ele deverá ser representado pelocurador nomeado pelo juiz.

O que dizem as leis?São absolutamente incapazes de exer-

cer os atos da vida civil:I – Os menores de 16 (dezesseis)

anos;II – Os que, por enfermidade ou defi-

ciência mental, não tiverem o necessáriodiscernimento para a prática desses atos;

III – Os que, mesmo por causa transi-tória, não puderem exprimir sua vonta-de.

O Código Civil, no artigo 166, diz que:“É nulo o negócio jurídico quando:

I – Celebrado por pessoa absoluta-mente incapaz”.

Como se decreta a interdição?Se a família considerar que um idoso

perdeu o discernimento, podendo preju-dicar-se com vendas não razoáveis oudoações descabidas, pode solicitar a suainterdição ao juiz. Na ausência de famili-ares, o fato deverá ser comunicado aoPromotor de Justiça, que tomará as me-didas necessárias.

Antes de entrar com uma açãode interdição, é bom esclarecer:

trata-se de um processomoralmente doloroso para apessoa interditada e também

para seus familiares. É necessárioprovar a incapacidade, via

exames médicos e/oupsiquiátricos.

22 MANUAL DO IDOSO

O acesso gratuito à JustiçaTodo ser humano tem igual direito de ser representado por advogado nas cortes de justiça.O Estado tem a obrigação de assegurar esse direito, sobretudo aos mais desprotegidos na

sociedade: os pobres, os excluídos, os portadores de deficiências e os idosos.

Justiça Gratuita é um benefício ofere-cido a todos os cidadãos que não têmcondições para arcar com as despesasde um processo. Trata-se de um direito,garantido pela Constituição Federal (ar-tigo 5o inciso LXXIV) e pela Lei n° 1.060,de 5 de fevereiro de 1950.A AssistênciaJudiciária Gratuita é um direito principal-mente da pessoa idosa quando não tivercondições financeiras. Está previsto noartigo 51 do Estatuto do Idoso, que es-tende este direito também às entidadese instituições que prestam serviços aoidoso. Evidentemente só são beneficia-

Veja alguns endereçosem Osasco – Página 63

Na próxima páginavocê verá alguns

lugares onde poderárecorrer à assistênciajudiciária gratuita.

das as instituições classificadas como fi-lantrópicas e que não tenham fins lucrati-

vos, como os asilos, lares, unidades desaúde e instituições de assistência social.

23MANUAL DO IDOSO

Assistência gratuita em Osasco

Os serviços de advocacia gratuitospodem ser solicitados pela própria pes-soa ou em favor de terceiros.

A pessoa idosa pode figurar num pro-cesso como autora, ré ou terceira inte-ressada. Autor é quem faz a queixa. Ré

(ou réu) é a pessoa acusada por outra deum suposto delito ou supostamentedescumpridora de determinada obrigação.Terceiro interessado é o indivíduo que,embora não figurando nem como réu nemcomo autor num processo, pode ser pre-

judicado (ou beneficiado) por ele.Os idosos têm prioridade no andamen-

to dos processos. Basta que solicitemisso, comprovando sua idade. Veja algunsendereços de entidades que prestamassistência jurídica gratuita em Osasco.

Onde ir?Para ter acesso a advogados sem a necessidade de pagar seus

honorários, você pode recorrer a uma dessas instituições.

• Defensoria Pública – Seccional OsascoRua Sta Terezinha, 52, Vila Yara.Telefone (11) 3681-6797(Este endereço poderá ser mudadobrevemente).

• SAJ (Serviço de Atendimento JurídicoUnifieo) Campus NarcisoRua Narciso Sturlini, 883, Bela Vista.Telefone (11) 3681-6000.

• UNIBAN - Núcleo de AtendimentoJurídicoAvenida dos Autonomistas, 1.325,Campesina. Telefone (11) 3699-9000.

24 MANUAL DO IDOSO

A PREVIDÊNCIA E AASSISTÊNCIA SOCIAL

A preocupação com os direitos dos trabalhadores pelo Estado teve seumaior impulso no Brasil na década de 1930, quando foram definidasa jornada de 8 horas de trabalho diárias, as férias remuneradas, a

legislação trabalhista e a criação do sistema previdenciário.Graças a esse sistema a família do trabalhador ganhou alguma

proteção nos casos de acidentes e até de prisão do titular. E os idososforam beneficiados graças aos proventos da aposentadoria e pensão.

25MANUAL DO IDOSO

A Lei Áurea não foi complementada por nenhuma legislação deproteção aos ex-escravos. Aliás, não havia lei alguma de proteção àspessoas idosas, fossem elas ex-escravas, ou não. Os poucos “asilos”

de idosos desamparados eram mantidos pela caridade pública.

26 MANUAL DO IDOSO

O principal objetivo da Previdência éassegurar aos seus contribuintes e de-pendentes os meios indispensáveis à suamanutenção, seja por motivo de incapa-cidade, seja por desemprego involuntário,idade avançada, tempo de contribuição,encargos familiares, além de prisão oumorte daqueles de quem dependiameconomicamente.

A Previdência, contudo, não deve serconfundida com os serviços de Assistên-cia Social. Enquanto a Previdência exigeo pagamento de contribuições ao INSS,a Assistência Social é prestada gratuita-mente aos necessitados, independente-mente de terem contribuído ou não (parao INSS).

Por isso, em razão do elevado númerode trabalhadores sem registro em cartei-ra no Brasil, tanto pela adoção deterceirizados como em conseqüência domercado informal de trabalho, que o Es-tatuto do Idoso trouxe modificações mui-to importantes, mais a respeito da As-sistência do que à Previdência Social.Apesar de tudo, no que se relaciona com

A Previdência Social é uma modalidade de seguro coletivo administrado pelo Governo Federal, quedeve garantir a cobertura dos riscos sociais de que são vítimas os trabalhadores.

os trabalhadores com carteira assinada,o Estatuto garante aos aposentados epensionistas um provento proporcional àsua contribuição, quando em atividade,corrigida anualmente, para preservar seunível de vida e capacidade de compra..

O Ministério da Previdência, hoje, tam-bém garante o direito à aposentadoriapor idade ao trabalhador que ao comple-tar 65 anos (homem) e 60 anos (mu-lher) que contribuiu durante o tempo mí-nimo de 12 anos e meio (150 meses),desde que inscrito no PIS (Plano deIntegração Social) até 24 de julho de1991, para se aposentar no ano de 2006.As exigências aumentam o número mí-nimo de contribuições, na proporção deseis para cada ano. Em 2007 será exigi-do o pagamento de 156 contribuições,em 2008, de 162, e assim por diante,até chegar a 180. Já os inscritos no PIS

depois de 24 de julho de 1991, o tempomínimo de contribuição é de 15 anos, ouseja 180 contribuições. Os benefícios se-rão concedidos independentemente dacontribuição ter sido sucessiva ou não.

Nos casos em que a pessoa idosa com65 anos ou mais não tenha tempo míni-mo de contribuição ou nunca tenha con-tribuído com o INSS, com ou sem regis-tro em carteira, o Estatuto estabelece soba forma de Assistência Social, o recebi-mento de uma pensão mensal vitalíciacujo valor é igual ao de 1 (um) saláriomínimo. Nessa hipótese, ele deve com-provar que nem ele nem seus familiarespossuem recursos que garantam umacondição de vida digna.

( Leia os artigos: 29, 30 e 31, do Es-tatuto do Idoso)

Quem já pode se aposentar?Para saber se você já trabalhou tempo suficiente parase aposentar, vá a um dos postos mantidos pelo INSS.

Se precisar conversar com um advogado, passe pela subseção da OAB. Veja os endereços

na página 63 deste manual.

27MANUAL DO IDOSO

Direito assistencialao idoso e ao deficiente

Quais idosos têm direito ao benefícioassistencial definido na LOAS?

Além de ter 65 anos ou mais, parapleitear esse benefício é necessário tam-bém, atender a outras exigências expres-sas na Lei. Se não houver outro membroda família a renda do pretendente nãopode ser igual ou superior a ¼ do saláriomínimo (em vigor) e se houver outrosmembros, não podem ter renda média (so-madas todas as rendas e divididas pelonúmero de pessoas) igual ou superior a¼ do salário mínimo. Portanto, hoje, nãodeverá atingir R$ 95,00 (noventa e cincoreais) por cada membro do grupo famili-ar. Ou seja: 380,00 (sal. min.atual) dividi-do por 4 (1/4) = R$ 95,00 É bom lem-brar que esse limite inclui qualquer tipode renda, seja um aluguel, seja uma ativi-dade profissional, ou qualquer outra des-de que gere renda.

Esse benefício, na hipótese de mortedo beneficiário (aquele que o recebe) nãose transmite aos herdeiros. E não é pagoo 13º salário e, ainda, a cada 02(dois)anos há necessidade de reavaliação da

pessoa beneficiada.(Havia muita “gente morta” receben-

do o benefício e se você souber que al-guém continua recebendo esse benefí-cio em nome de pessoa morta, leve ocaso ao conhecimento do órgão da Pre-vidência Social, ou do Conselho do Ido-so, ou do Promotor de Justiça, ou da Po-lícia. Não dá mais para suportar essascoisas e outras que acontecem com ominguado dinheiro do povo)

O que é “grupo familiar”?Considerando-se sempre em relação

ao requerente, integram o mesmo grupofamiliar deste, o esposo(a) oucompanheiro(a), os filhos menores de 21anos de qualquer condição bem como osfilhos e irmãos maiores incapazes, os pais,os menores sob guarda ou tutela judiciale os incapazes sob curatela de mesmanatureza, desde que residam sob o mes-mo teto. Assim, se um idoso é casado etem um filho com idade inferior a 21 anosque mora na sua casa (note-se que olimite de idade é superior ao do Código

Civil), seu grupo familiar será compostopelas três pessoas e, a renda total do gru-po familiar não poderá ser igual ou ultra-passar R$ 285,00 (duzentos e oitenta ecinco reais) que é a média de ¼ do salá-rio mínimo por pessoa.

Quais documentos são necessários?Para protocolizar o pedido de LOAS é

necessário que o requerente apresenteoriginais e cópias da Certidão recente denascimento ou casamento (recomenda-se que não sejam emitidas há mais dedez anos), CPF, RG e comprovante deresidência próprio e do esposo(a). Sehouver outras pessoas vivendo no mes-mo endereço, devem ser apresentadosRG de todos os moradores, e no caso decrianças e jovens com menos de 18 anos,a Certidão de Nascimento, sejam eles pa-rentes ou não.É preciso lembrar que naanálise do processo o funcionário do INSSpode exigir novos documentos que elejulgue necessário, mas fique atento aosseus direitos e não permita que se exijaalém do razoável.

Como dar entrada nesse requerimento?Para dar entrada no requerimento desse benefício, o cidadão

deve comparecer a qualquer agência da Previdência Social(INSS) e agendar a data para o protocolo do benefício.

Outras opções são o telefone 135 e a internet, pois no sítiowww. previdência.gov.br, também

é possível agendar a data do protocoloLeia os artigos : 33,34, 35. 36, 37 e 38, do Estatuto do Idoso.

Lei Orgânica da Assistência Social - Lei 8.742 de 07/12/1 993(BENEFÍCIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA – BPC)

28 MANUAL DO IDOSO

Isenção de Imposto de Renda

Os rendimentos relativos a aposenta-doria, pensão ou reforma são isentos dopagamento de IR (Imposto de Renda)para as pessoas portadoras de doençasgraves. A isenção não tem limites, inclu-indo a complementação à aposentado-ria recebida de entidade privada ou pen-são alimentícia.

São consideradas graves, e por-tanto proporcionam a isenção, asseguintes doenças:

• Aids (Síndrome de ImunodeficiênciaAdquirida)• Alienação mental• Cardiopatia grave• Cegueira• Contaminação por radiação• Doença de Paget em estados avança-dos (Osteleite deformante)• Doença de Parkinson• Esclerose múltipla• Espondiloartrose anquilosante• Fibrose cística (Mucoviscidose)• Hanseníase• Nefropatia grave• Hepatopatia grave• Neoplasia maligna (câncer)• Paralisia irreversível e incapacitante• Tuberculose ativa.

Os aposentados portadores de doença grave são isentos do pagamento do Imposto de Renda PessoaFísica. Mas, para obter o benefício, precisam comprovar a doença perante a fonte pagadora.

Para usufruir do direito à isenção do Imposto de Renda, o aposentado precisarequerer a suspensão do imposto junto à sua fonte pagadora. Mas deve comprovar adoença. Para fazer isso deve levar um laudo pericial emitido por serviço médicooficial da União, dos Estados ou do Município. O laudo deverá informar o tempo deimpedimento e a data desde quando a pessoa se acha enferma.

Pagamento retroativoDependendo da data em que a doença se manifestou, você pode ter direito ao reembolso de valores já pagos.

A fonte pagadora informará o que você deve fazer, para ser ressarcido do imposto de renda pago a mais. Pode ser que você precise informar o fato na próxima declaração, para abater os valores no exercício seguinte.Caso não se sinta suficientemente esclarecido, convém que você procure a Delegacia da Receita Federal da sua

cidade ou o Conselho Municipal da Pessoa Idosa. Veja os endereços na página 63 deste manual.

29MANUAL DO IDOSO

Cuidado com a procuração!

Procuração é o instrumento (documen-to) pelo qual uma pessoa autoriza outraa realizar ato ou negócio em seu nome.Quem confere os poderes é chamadooutorgante. Quem recebe os poderes (oprocurador) é chamado outorgado.

Por meio de uma procuração, o ou-torgado pode receber salários, soldos,aposentadorias, pensões, FGTS, PIS,Pasep, alugueres, dívidas e dar recibo emnome do outorgante. Pode tirar dinheiroda conta do outorgante, vender a suacasa, enfim, fazer o que quiser como sefosse o outorgante.

Por isso, antes de dar tanto poder parauma outra pessoa agir em seu nome,pense duas vezes.

Existem quatro tipos principais de pro-curação: “ad judicia”, “ad negotia”, pro-curação por instrumento particular, e pro-

curação por instrumento público. Vamosanalisar cada uma delas.

Procuração “ad juditia”É aquela que se passa para o advo-

gado representar o cliente em juízo ouadministrativamente. Antes de assinaro papel, verifique se consta a sua fina-lidade (ou o número do processo). Porexemplo: procuração para mover açãode despejo contra o senhor tal, rua tal,número tal.

Procuração “ad negotia”Trata-se daquela em que o outorgante

autoriza o outorgado a realizar atos nãoprocessuais. Não é para fazer qualquernegócio, mas um determinado negócio.Esses dois primeiros tipos de procuraçãosão os menos problemáticos.

Procuração por instrumento particularComece a ficar atento, pois, nesse caso,

a pessoa que recebe poderes (o outor-gado) pode exigir o reconhecimento defirma do outorgante. Como o documentotem valor e fé pública, fazendo esse tipode procuração, que é mais difícil de revo-gar, você já fica na mão de outra pessoa.

Procuração por instrumento públicoA procuração feita em Tabelião ou

Cartório de Notas é a mais perigosa. Semsaber, o idoso pode autorizar uma pes-soa a qualquer coisa, até a vender a ca-sinha que o casal construiu para viverseus últimos dias sem depender do fa-vor de ninguém.

Às vezes quem pede esse tipo de pro-curação é um parente próximo, de quemo casal gosta muito. A pessoa que pede

Os casos de arrependimento por ter confiado em alguém e dado uma procuração são muitonumerosos. Por isso, quando lhe pedirem uma procuração, abra bem os ouvidos e fique atento.

30 MANUAL DO IDOSO

Outro cuidado:o empréstimo consignado

costuma alegar que fará um negócio daChina, que mudará a vida de todos.

Dizer não, não é nenhum crime. Vocênão é obrigado a colocar em risco opatrimônio acumulado ao longo da vida.

Antes de passar esse tipo de procura-ção, procure a orientação de um advoga-do de sua confiança. Se você não conhe-cer um, recorra à Comissão do Idoso daOAB, à Defensoria Pública, ou ao Con-selho Municipal do Idoso.

Para revogar uma procuraçãoSe você já “deu” procuração passada

em cartório e tem dúvida é melhor revo-ga - la. Neste caso, você deve pedir aju-da a um advogado de sua confiança, oudirigir-se à sede da OAB mais próxima,

ou à Defensoria Pública, ou pode procu-rar (na prefeitura) o Conselho Municipaldo Idoso. No fórum de sua cidade procu-re o Promotor de Justiça do Idoso e elepoderá tomar todas as providências paraa revogação da procuração.

A procuração passada a advogadoE se você não estiver satisfeito com a

atuação do seu advogado, também poderevogar a procuração conferida a ele. Façauma carta, em duas vias, informando onúmero do processo e seu desinteresseem continuar a ser representado pelomesmo advogado. Entregue uma das viasda carta ao advogado e a outra via naVara da Justiça onde corre o processo.

Depois dessa providência, você pode con-tratar outro profissional para a causa. Nãose esqueça que você terá de pagar osserviços já prestados pelo ex – advogado.

Ninguém dá nada a ninguém de graça, lembre-se sempre disso. Se lhe oferecerem dinheiroemprestado ou financiamento para pagamento em longo prazo, mediante desconto automático

na folha de pagamento, antes de assinar o contrato, informe-se bem.Empréstimo consignado é o contrato em que os bancos e as financeiras, e agora o comércio

também, oferecem dinheiro ou crédito aos aposentados e pensionistas,bem como aos servidores, mediante autorização de desconto, diretamente, na folha de pagamento.

31MANUAL DO IDOSO

Como se pode observar, esse tipo de contrato representa uma garantia do credor (banco, financeiraou comerciante) contra o devedor (você ou outro aposentado ou pensionista). Nele você dá como

garantia seus vencimentos ou proventos futuros, a pensão e até o benefício mensal.

O empréstimo consignado autoriza obanco a descontar o valor da mensalida-de diretamente da conta. Poucos bancosoferecem esse tipo de “facilidade” aosfuncionários de empresas privadas quecontinuam na ativa. Sabe por que? Aqualquer momento o empregado pode sedemitir ou ser dispensado. Com você nãoexiste esse risco.

Uma vez inscrita no órgão pagador, aconsignação (o desconto do valor do dé-bito) torna-se irretratável, ou seja, vocênão tem o direito de se arrepender e des-fazer o negócio. É obrigado a quitar a to-talidade da dívida. Antes de assinar ocontrato de empréstimo consignado, por-tanto, analise em quanto seus proventosvão cair.

Havendo problemascom o banco ou com afinanceira, procure um

advogado de suaconfiança ou o Promotor

de Justiça no Fórum. Outroórgão que pode auxiliá-lo:

o Conselho Municipaldo Idoso.

NOTIFICAÇÃO

Ao Senhor GerenteBanco nº .........................................................Agência nº.......................................................Conta nº .........................................................Cidade: ..........................................................

Fulano de Tal, cédula de identidade nº .................. - ...., titu-lar da conta nº ......................................, NÃO AUTORIZAempréstimo consignado sem estar presente nessa agência eassinar pessoalmente o contrato de consignação.

__________, .... de ..........de 2.00__

Assinatura

Recebi em .... /... de 200..Gerente

Modelo

Não confie em “facilidades”Convém levar em conta a experiência dos advogados.

Praticamente todos já receberam ou recebem diariamentepessoas idosas revoltadas com descontos enormes em suas

contas-correntes, sem que nada mais possa ser feito para corrigirum erro anterior. Lembre-se: você não tem obrigação de atendera tudo que lhe pedirem, seja quem for, o filho ou mesmo um neto.Para evitar problemas futuros, notifique o gerente da sua agênciabancária que você não autoriza qualquer consignação em folha,

sem estar pessoalmente presente. Veja o modelo de carta denotificação que pode enviar ao seu banco. Faça duas vias da carta.

A primeira deve ficar com o gerente. A segunda, assinada ecarimbada por ele, ficará em seu poder para qualquer

eventualidade futura.

32 MANUAL DO IDOSO

--- Quando e como deve serfeito o inventário?

A abertura do inventário deve ser soli-citada por advogado, no prazo de 60 diasda data do falecimento, na cidade onde oautor da herança (o falecido) residia. Seos bens se localizam em outra(s) cidade(s),isto não importa: o inventário deve seraberto no último domicílio da pessoa fa-lecida.

--- E o inventário deve ser feito sempre no fórum?

Se houver herdeiros menores de idade(de 18 anos) ou incapazes (pessoas semcondições jurídicas), o inventário devepassar pela Justiça. Mas se todos os her-deiros forem maiores e capazes, o proces-so sucessório poderá ser feito diretamen-te no cartório. Mas, mesmo neste caso, éindispensável a atuação de um advoga-do. E advogado de sua confiança !

--- Quem pode ter direito àherança

Há dois tipos de herdeiros: 1) os “ne-cessários” (parentes) em linha descenden-te (filhos, netos e bisnetos) e em linha as-cendente (pais, avós e bisavós) e na faltadestes, os colaterais; 2) os nomeados pelapessoa morta no caso de esta, em vida,ter feito um testamento.

O máximo que é permitido doar em tes-tamento não pode corresponder a maisde metade (ou seja, 50%) do patrimôniodo doador, no caso de ele ter parente.

A questão da herançaSe o pai era casado com separação de bens, os filhos podem pedir o despejo da madrasta da casa dafamília? Se o filho, ainda solteiro, dispõe de bens, quem são seus herdeiros? Os direitos sucessórios

envolvem algumas sutilezas. Veja como funcionam.

Com a morte de uma pessoa, a posse e a propriedade de seus bens são transmitidas a seusherdeiros. Por isso se diz que a transmissão dos bens ocorre pela sucessão por “causa mortis”,ou seja, por causa da morte do titular.

Há basicamente dois tipos de herdeiros:• Os parentes, por ordem de parentesco; e os• Nomeados pela pessoa falecida, em testamento.Com base em algumas perguntas básicas, vamos ver as principais situações.

Então, pelo menos metade do patrimôniopertencerá aos herdeiros necessários, deacordo com a Lei.

--- O que é regime decasamento?

Os principais regimes de casamentosão:: o de comunhão parcial de bens(aquele em que se comunicam somenteos bens adquiridos na constância da vidaem comum); o de comunhão universal debens (em que os bens do casal comuni-cam-se), e o de separação de bens. Cadaum desses regimes é levado em conta nahora da partilha. (Há, ainda, um regimepouco usual denominado “participaçãofinal nos aqüestos”)

Além disso, a Lei também reconhece osdireitos dos companheiros, ou seja, dohomem e da mulher que vivem como umcasal apesar de não serem legalmentecasados. Nesta situação, o direito à he-rança dependerá da análise de cada caso.

--- O cônjuge ou companheiropode ser herdeiro necessário?

Em algumas situações, o Novo CódigoCivil estabelece que a mulher (ou o mari-do) sobrevivente pode passar a ser herdei-ro necessário em concorrência com osherdeiros descendentes ou ascendentes,mesmo que eles não fossem casados oucasados com separação de bens. Para issoa Lei estabelece que, na época da morte,o casal não estivesse separado judicial-

mente e nem separado de fato há maisde dois anos (a separação de fato dá-sequando o casal deixa de viver junto comomarido e mulher, ou companheiros, inde-pendentemente de qualquer ato judicial).

Mesmo neste caso é admitida uma ex-ceção para o caso de a esposa (ou espo-so) provar que a vida em comum havia setornado insuportável, sem sua culpa. Seprovar esse fato alegado, o ex-companhei-ro poderá se habilitar a herdar parte dosbens do falecido.

--- O cônjuge pode ficarcom mais de metade do

patrimônio?

A viúva (ou viúvo) com filhos comunspode receber mais do que a metade aque teria direito caso (ambos) fossemcasados no regime de comunhão parcialde bens. Os casamentos em regime decomunhão universal e de separação to-tal de bens não conferem esse direito. Hádetalhes que seu advogado poderá es-clarecer.--- Os filhos fora do casamento

têm direito à herança?

Todos os filhos têm direitos sucessóriosiguais, de acordo com o artigo 227 § 6ºda Constituição Federal de 1988, sejameles havidos no casamento ou fora deleou por adoção (adotados). Ou seja, sãoproibidas quaisquer discriminações relati-vas à filiação. Filho é filho, e ponto final.

33MANUAL DO IDOSO

Vejamos dois casos em duas histórias diferentes.

Novo Código Civil protege casa do viúvoNovo Código Civil protege casa do viúvoNovo Código Civil protege casa do viúvoNovo Código Civil protege casa do viúvoNovo Código Civil protege casa do viúvo

O Novo Código Civil trouxe maior proteção à viúva (ou viúvo),conferindo direito real de habitação ao cônjuge sobrevivente,

independentemente do regime de bens do casamento,principalmente nos casos em que o imóvel residencial é o único

bem dessa natureza a inventariar.Graças a esse direito, os herdeiros não poderão “despejar” a viúva

(ou o viúvo) do imóvel que era habitado pelo casal.

Em caso de a pessoa

idosa (viúva ou viúvo)

sentir-se insegura ou

ameaçada deverá

procurar ajuda no

Conselho Municipal do

Idoso, na OAB ou,

conforme o caso, no

Ministério Público

(Promotor de Justiça).

34 MANUAL DO IDOSO

Família pode ser acionadapor abandono de idoso

Qualquer um podeinformar o promotor

Para fazer valer os seus direitos, o idoso(ou qualquer pessoa que souber de algum

caso de abandono ou desleixo) podeprocurar a Promotoria de Justiça do Idosono fórum da cidade (ver páginas 10 e 11).

Em caso de dificuldade, acione o ConselhoMunicipal da Pessoa Idosa da Prefeitura (de

sua cidade) ou recorra à OAB (verendereços na página 63 deste manual).

Ver as penalidades para os crimespraticados contra o idoso nas páginas 35 a40 deste manual e no Estatuto do Idoso,

entre as páginas 51 a 59.

A legislação brasileira prevê quase todos os casos de abandono, em conformidade com aDeclaração Universal dos Direitos Humanos. E também prevê penalidades para quem

atentar contra a dignidade do idoso.

35MANUAL DO IDOSO

Deveres das entidades deacolhimento do idoso

-- Os artigos 48, 49 e 50 do Estatuto do Idoso fixam as regras para a instalação e

funcionamento de uma entidade de acolhimento de idosos.

-- Confira com a íntegra do Estatuto, nas páginas 51 a 59 deste manual.

No Brasil há várias modalidades deentidades de acolhimento das pessoasidosas. Algumas são diretamentemantidas pelo poder público (federal,estadual ou municipal). Outras são parti-culares (mantidas por empresas ou fun-dações). Outras, ainda, foram criadas ousão mantidas por OSCIPs (Organizaçõesda Sociedade Civil de Interesse Público)

Todas as instituições habilitadas a atender idosos, no Brasil, são consideradas de interesse público egozam de apoio oficial e/ou incentivos fiscais. Mas têm deveres explicitamente definidos.

e ONGs (Organizações não-governamen-tais).

A terceira idade representa uma par-cela da população de responsabilidadedireta do Estado. Por isso, todas essasentidades são beneficiadas por apoio ofi-cial, ainda que apenas na forma de isen-ções tributárias. Além disso, os diversosníveis de governo têm a obrigação de vi-

giar o atendimento oferecido no que serefere às obrigações legais, condiçõestécnicas e respeito às normas morais eéticas que protegem a pessoa idosa.

As entidades de acolhimento são obri-gadas a inscrever seus estatutos, progra-mas e planejamento junto ao ConselhoMunicipal da Pessoa Idosa e à VigilânciaSanitária.

36 MANUAL DO IDOSO

Veja a quem confiar seu familiarQuando a família já não se sente capaz de oferecer as condições exigidas para o acompanhamentodigno de um parente, antes de encaminhá-lo a uma entidade de acolhimento, é fundamental exigiras provas documentais da instituição e solicitar o número da inscrição e cópia do estatuto social da

entidade. Só depois disso assine a documentação de internação.IMPORTANTE: a entidade deverá firmar um contrato de prestação de serviços com a pessoa idosa

(ou seu representante), cuja cópia devidamente assinada pelos contratantes deverá ficar com apessoa idosa (ou seu representante). Este contrato deve conter:

• Identificação das partes contratantes;• As obrigações de cada parte (não se esqueça de constar do contrato os deveres e obrigações da

entidade previstos no artigo 50, do Estatuto do Idoso);• As condições de pagamento e reajustes, se for o caso;

• A qualidade do atendimento (alimentação, vestuário, assistência médica e enfermagem).

Os abrigos para idosos (asilos), ca-sas de repouso e entidades que man-têm internação de longa permanência,são obrigadas por Lei, aos seguintesprincípios:

1) Preservação dos vínculos fa-miliaresA entidade deverá cuidar para que a fa-mília não abandone a pessoa idosa emsuas dependências e, se for o caso, co-municar o fato ao Promotor de Justiça.A internação deve ocorrer somentequando não houver condições de a pes-soa idosa ficar com a família.

2) Atendimento personalizadoou em pequenos gruposA entidade tem o dever de atender apessoa idosa com os cuidados que elarequer.

Obrigações das entidades de acolhimento

3) Competência, honestidade e so-lidariedade.Os dirigentes e funcionários dessas ins-tituições devem ser qualificados tecni-camente para as funções que se pro-põem a desenvolver. As instituições de-vem ser selecionadas e fiscalizadas le-vando em conta também a honestidadede seus dirigentes e funcionários e osenso de solidariedade humana quedeve marcar desde suas instalações eseu atendimento.

4) Inserção do interno na comuni-dadeA entidade deve assegurar e estimular aparticipação da pessoa idosa internadaem atividades comunitárias, ou seja, in-clusive fora da instituição. Portanto, es-sas entidades não podem transformar-se em “depósitos” ou “prisões”.

5) Os direitos do internoA pessoa idosa internada tem TODOS OSSEUS DIREITOS DE CIDADANIA PRESER-VADOS, os quais não podem ser ignora-dos pela entidade nem pelas instituiçõesoficiais encarregadas de fiscalizá-las eacompanhar seu trabalho. Essas exigên-cias e outras são previstas pelo Estatutodo Idoso.

37MANUAL DO IDOSO

O seu dever cívico de vigiaros abrigos para idosos (asilos)

e casas de repouso

A fiscalização das entidades de aco-lhimento de pessoas idosas, sejam pú-blicas (do governo) ou particulares, deveser rigorosa, para pôr um fim ao comér-cio da dignidade alheia, para pôr um ter-mo à exploração e à humilhação do serhumano pelo ser humano.

Esse dever não é apenas do Estado,dos juízes, promotores, delegados de po-lícia, fiscais, governantes e advogados. Éum dever de qualquer ser humano. Quemsouber da existência de maltratos a umapessoa indefesa, seja ela qual for, ou dedesrespeito a um idoso, tem a obrigaçãode denunciar essa infâmia.

É preciso que, sobretudo as demaispessoas idosas que conservam a lucideze o discernimento, cumpram com seudever de solidariedade e denunciem asirregularidades (pessoalmente, por carta,por telefone, por e-mail) ao MinistérioPúblico (Promotor de Justiça), à Autori-dade Policial, ao Conselho Municipal doIdoso, à Vigilância Sanitária ou à Comis-são do Idoso da OAB. Infelizmente, exis-tem algumas entidades de acolhimentoque são verdadeiros “depósitos” de pes-soas idosas e indefesas.

Leve em conta que cada agressão,cada ato infamante contra um ser hu-

mano é também uma ofensa e umaameaça a toda a humanidade. Amanhãa vítima poderá ser você.

Embora isso seja motivo de angústia,há também famílias que maltratam ouexploram seus parentes idosos. Tem genteque humilha e até agride fisicamente seuspais, avós, tios. Esses agressores tambémdevem ser denunciados.

Não custa fazer uma denúncia capazde melhorar a espécie humana. Bastapegar o telefone e fazer uma ligação. Sevocê quiser que sua identidade perma-neça em segredo, há leis que garantemesse direito.

Os crimes contra a vida e as afrontas à dignidade humana não devem preocupar apenas asautoridades responsáveis, mas ser uma exigência do dia-a-dia de cada cidadão.

38 MANUAL DO IDOSO

Os crimes contra os idosos

I- DISCRIMINAÇÃO DE PESSOA IDOSA

O artigo 96 do Estatuto do Idoso tipifica o crime dediscriminação - alguém impedir ou dificultar a pessoa idosa

de exercer seus direitos pelo fato da idade (por ser velha).Esse crime fica bem caracterizado quando alguém desdenha,

humilha ou menospreza a pessoa idosa.

A seguir, vamos descrever alguns dos principais crimes praticados contra pessoas idosas, especialmente as que por qualquerrazão (física ou psíquica), necessitam do auxílio de outrem. Às vezes, lamentavelmente, os próprios filhos cometem esses crimes,ou participam do ato criminoso. Se você tiver conhecimento da prática de algum desses crimes, deve denunciá-lo.

Em muitas cidades paulistas já foram instaladas Delegacias de Polícia do Idoso.A respeito dessa iniciativa, em Osasco a Delegacia de Polícia do Idoso, já está em funcionamento. Veja a página 63.

39MANUAL DO IDOSO

DENUNCIE DENUNCIE DENUNCIE DENUNCIE DENUNCIE AS PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOAS PESSOASASASASAS

OU ENTIDADESOU ENTIDADESOU ENTIDADESOU ENTIDADESOU ENTIDADES

QUE COMETEM ESSE CRIME.QUE COMETEM ESSE CRIME.QUE COMETEM ESSE CRIME.QUE COMETEM ESSE CRIME.QUE COMETEM ESSE CRIME.

É SEU DEVER.É SEU DEVER.É SEU DEVER.É SEU DEVER.É SEU DEVER.

comete omissão de socorro. Comete omesmo crime quem deixa de prestarassistência à pessoa em situação deiminente perigo, assim como aquelaque recusa, dificulta ou retarda semjusta causa o pedido de socorro à au-toridade pública. Em relação a qualquerpessoa, isso é crime. O artigo 97 doEstatuto do Idoso diz que comete cri-me de omissão de socorro ao idoso,ou seja, com pena agravada pela con-dição de fragilidade da vítima, a pes-soa que vê um idoso cair na rua e nãotoma qualquer providência e se negaa telefonar ou dar emprestado seu te-

Agravamento de pena para discriminação

Se o agente do crime de discriminaçãofor o responsável pelo idoso, a pena podeser aumentada em 1/3 (um terço). Res-ponsável pelo idoso é o seu curador, umparente ou um enfermeiro. Se o prato decomida, por exemplo, for colocado em lu-gar inacessível ou que exponha a pessoaidosa a chacotas, o enfermeiro ou parenteque fizer isso pode ser condenado a até15 meses de reclusão.

II- OMISSÃO DE SOCORRO

lefone celular pedindo socorro à polí-cia ou ao corpo de bombeiros.

Lamentavelmente, às vezes, a omis-são de socorro ocorre com familiares doidoso, como nos casos de ferimentos,queimaduras, quedas etc. O idoso preci-sa de atendimento imediato mas nin-guém da família toma uma providência.A pena, neste caso, é de 6 (seis) mesesa 1 (um) ano de detenção e multa.

Se a omissão resultar em lesão cor-poral grave, a pena é aumentada demetade. Se a vítima vier a morrer, a penaserá triplicada, isto é, multiplicada por3(três).

A pessoa que pode socorrer a al-guém em dificuldade, e mesmo semqualquer risco para si mesma não o faz,

40 MANUAL DO IDOSO

III- ABANDONO DE IDOSO

Considera-se abandono o ato pelo qual uma pessoa responsável por alguémem condições de fragilidade (criança, idoso ou cônjuge doente) deixa de

prover a sua subsistência. Se não houver uma justa causa para isso, ou seja,um motivo moralmente justificável, como salvar a própria vida, isto é crime.

O artigo 98 do Estatuto do Idoso reza o seguinte:“Abandonar o idoso em hospitais, casas de saúde, entidades de longa

permanência, ou congêneres, ou não prover suas necessidades básicas,quando obrigado por lei ou mandado: Pena – detenção de 6 (seis) meses

a 3 (três) anos e multa.

Dano moral por abandonoOs familiares, ou as pessoas obrigadas por lei (curador, procurador, representante legal) a cuidar do

idoso que o abandonarem em hospitais, casas de saúde, casas de repouso, asilos ou congêneres, ou que, no ambiente familiar, não providenciam meios de satisfação de suas necessidades básicas

(alimentos, medicamentos, vestuário, higiene pessoal) cometem o brutal crime de abandono.Abandonar é também deixar de visitar, de manter contato, desprezar o idoso internado

ou deixado à própria sorte no ambiente familiar.

41MANUAL DO IDOSO

O artigo 99 do Estatuto do Idoso diz que“Expor a perigo a integridade e a saú-

de, física ou psíquica, do idoso, subme-tendo-o a condições desumanas ou de-gradantes ou privando-o de alimentose cuidados indispensáveis, quando obri-gado a fazê-lo, ou sujeitando-o a traba-lho excessivo ou inadequado: Pena – de-tenção de 2 (dois) meses a 1(um) anoe multa.

§1º Se do fato resulta lesão corporalde natureza grave: Pena – reclusão de1(um) a 4 (quatro) anos.

§2º Se resulta a morte: Pena – reclu-são de 4 (quatro) a 12 (doze) anos.

O desprezo, como se sabe, é a maior causa de sofrimento para um idosoComo o dano moral é infinitamente maior do que o físico, a pena, além dos 6 (seis) meses

a 3 (três) anos de detenção, mais multa, pode ser agravada. O idoso, por si mesmo, ou atravésdo Promotor de Justiça, por exemplo, pode pedir também reparação por dano moral.

IV- EXPOSIÇÃO DO IDOSO A PERIGOAgravante da pena

de exposição a perigoSonegar o remédio de uso contínuo do

idoso e obrigá-lo a vender doces em es-quina de trânsito intenso são outrosexemplos do crime de exposição a peri-go. A pena para esse crime vai de 2 (dois)meses a 1 (um) ano de detenção, maspode chegar a 4 (quatro) e até a 12(doze) anos se a exposição a perigo re-sultar na morte do idoso. Saliente-se queé suficiente o risco para caracterizar ocrime. Ou seja, o acidente não precisaocorrer para que o agente responda peloseu ato perante a Justiça.

42 MANUAL DO IDOSO

Leve esses casos à autoridadeÉ bom ler o artigo 100 do Estatuto do Idoso e reagir sempre, levando o fato, conforme o caso,

ao conhecimento da autoridade competente: o Promotor de Justiça do Idoso, o Delegado de Polícia,ao Conselho Municipal do Idoso, à Vigilância Sanitária ou à OAB.

Se você for sócio de alguma associação de pessoas idosas ou participar de alguma organização não-governamental (ONG), a sua entidade é legítima (isto é, tem capacidade jurídica) para agir,

exigir providências e a punição do agente criminoso.

Os casos descritos representam atitudes que impedem o exercício pleno dacidadania pelas pessoas idosas, somente porque são idosas!

Os crimes do artigo 100do Estatuto do Idoso

O artigo 100 do Estatuto do Idoso descreve cinco tipos crimes por diversas ações que, em geral, sãocometidos por pessoas que exercem algum tipo de poder (funcionários públicos, empregadores).

A pena para todos os crimes é reclusão de 6 (seis) meses a 1 (um) ano e multa.

Principalmente entre os artigos 96 e108, o Estatuto do Idoso (ver páginas 51a 59 deste manual) descreve os atos con-siderados criminosos praticados contra apessoa idosa, ou seja, pelo fato de a víti-ma ser uma pessoa idosa, isto é, supos-tamente fragilizada, com menores con-dições de entender a agressão e defen-

der-se delas. O artigo 100 caracteriza osatos negativos, ou seja, os atos que, dealguma forma, impedem ou dificultam oexercício de algum direito pela pessoaidosa. São os seguintes:• Obstar (impedir) o acesso a cargo público;• Negar emprego ou trabalho por motivode idade;

• Dificultar ou não prestar assistência à saú-de das pessoas idosas, pelo fator idade;• Deixar de cumprir ordem judicialexpedida em Ação do Ministério Pú-blico;• Não fornecer dados técnicos requisita-dos pelo Promotor de Justiça, em defe-sa de pessoa idosa.

43MANUAL DO IDOSO

Parte dos crimes previstos no Estatuto do Idoso são tipificados também pelo Código Penal.A diferença é que eles descrevem a circunstância da prática desses atos contra pessoas idosas e

agravam algumas das penas. Mesmo o oficial de cartório que facilitar algum prejuízo a uma pessoa idosa pode vir a ser preso.

I- DESCUMPRIMENTO DE ORDEM JUDICIAL

Procure apoio

Se você acha que estásendo vítima de atrasos dealgum funcionário, procure

orientação junto aoConselho Municipal do

Idoso ou à OAB. Para saberos endereços e telefones,consulte a página 63 deste

manual.

Os crimes previstos nosartigos 101 a 108 do Estatuto

Aquele que NÃO cumprir ordem ju-dicial (do Juiz), ou retardar seu cumpri-mento nas ações em que for parte outiver interesse a pessoa idosa, está su-jeito à pena de detenção de 6 (seis)meses a 1 (um) ano e multa. Ou seja,como se diz na linguagem popular, “em-purrar com a barriga” também é crime epode dar cadeia. Isto está previsto noartigo 101, do Estatuto.

As ordens judiciais devem ser cumpri-

das nos prazos dados pelo Juiz, ou emtempo razoável. Quando isso é contrari-ado, sem um motivo justo, tem-se umainjustiça, punida pela Lei. Até mesmo umOficial de Justiça pode estar praticandoum crime se atrasar no cumprimento desua obrigação. A vítima deve levar o fatoao conhecimento do Promotor de Justiçae este tomará as providências junto aoJuiz (ver matéria nas páginas 10 e 11deste manual).

44 MANUAL DO IDOSO

II- O CRIME DE APROPRIAÇÃO

III- APROPRIAÇÃO DE PATRIMÔNIO

IV- NEGATIVA DE INTERNAÇÃO E RETENÇÃO DE DOCUMENTOS

Ninguém é obrigado aassinar procuração

Atenção: há asilos e casas derepouso que condicionam a

aceitação de um novo interno àassinatura de uma procuração,

autorizando a entidade a receberseus vencimentos de aposentadoriaou pensão. Ninguém é obrigado a

assinar procuração. A este respeito,leia a página 29 deste manual.

As entidades de acolhimento NÂO têm o direito de exigir procura-ção para garantir o pagamento das despesas de internação. A pessoaidosa tem direito de internar-se em entidade de atendimento públicaou particular (asilos, casas de repouso) sem ter que assinar procuraçãopara que outros recebam seus proventos (aposentadoria, benefíciosprevidenciários) em seu lugar. E os artigos 103 e 104 prevêem umapena para isso: 6 (seis) meses a 1 (um) ano de detenção e multa.

Também é crime reter o cartão magnético de conta bancária relati-va a proventos, pensão e qualquer outro benefício, assim como deoutros documentos (cédula de identidade, título eleitoral ou CPF) paragarantir o pagamento de dívida ou o cumprimento de qualquer pro-messa, especialmente, a eleitoral. A pena é a mesma do crime deretenção de documentos.

V- DEPRECIAÇÃO INJURIOSA

“Art. 102. Apropriar-se de ou desviarbens, proventos, pensão ou qualquer ou-

tro rendimento do idoso, dando-lhes apli-cação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (qua-tro) anos e multa.

Os delegados de polícia e promotoresrelatam que se trata de um crime bas-tante usual o fato de pessoas próximasdo idoso (parentes, alguns vivendo aténa mesma casa) apropriarem -se de seusbens, geralmente os proventos de apo-sentadoria, a pensão, a renda mensal(benefício), e outras rendas como alugue-res, rendimentos de aplicações financei-

ras e caderneta de poupança.Às vezes a pessoa idosa sofre pres-

sões psicológicas do tipo “eu vou deixarvocê sozinho”, ou “não vou mais buscarseu remédio”, ou “não te amo mais”, ou“vou ficar muito triste com você se vocênão me deixar cuidar de seu dinheiro”.Em certos casos, as pressões podem en-volver até o emprego da força, o que será

um crime mais grave. Há também os ca-sos de familiares que se apropriam dosbens do idoso sem qualquer justificativa,certamente acreditando que jamais serãodescobertos e nunca serão punidos.

Todos esses casos, entretanto, tambémestão previstos pelo artigo 102 do Esta-tuto do Idoso, com penas de reclusão de1 (um) a 4 (quatro) anos e multa.

Infelizmente certos programas humo-rísticos de TV costumam extrair seu su-cesso, da apresentação de “velhinhos”ridículos, mostrados como seres alque-brados ou pessoas cínicas ou deprava-das, como se todas as pessoas idosasfossem assim.

Da mesma forma, alguns jornais e re-vistas também suscitam simplificações egrosserias desse tipo em desenhos ecartuns, contra os idosos em geral e, àsvezes, a alguma pessoa em particular.Todas essas situações podem resultarem multas e penas previstas pela Lei de

Imprensa.O artigo 105 do Estatuto do Idoso,

além disso, estipula que é crime veicularou exibir pessoas idosas ou a condiçãode idoso de maneira depreciativa e/ouinjuriosa. As penas vão de 1 (um) a 3(três) anos de detenção e multa.

45MANUAL DO IDOSO

Há registros de casos extremos, em que a pessoa idosa é obrigada a assinardocumentos mediante ameaça física. Sob ameaça física (ou tortura, que é um crimehediondo), a pessoa idosa pode ser obrigada a assinar uma escritura de doação deum bem (uma casa, por exemplo), uma procuração (dando poderes ao agente crimi-noso) ou um testamento.

Às vezes o agente coator pode ser até mesmo um parente, que coage (medianteameaça ou força física) a pessoa idosa. Mas o crime existe, mesmo quando o agentenão seja o beneficiário direto da vantagem ilícita. A Lei fala de “coagir de qualquermodo”, incluindo as ameaças psicológicas irresistíveis. Exemplos: ameaçar jogar ascoisas do idoso na rua, expulsando-o de casa se ele não ceder à exigência do agente(criminoso).

A coação é um crime grave e a pena cominada (prevista, indicada) é de 2 (dois) a5 (cinco) anos de reclusão (de cadeia).

Dá para anular umaprocuração?

A recuperação do dinheiroperdido é, quase sempreimpossível porque o mau

caráter desaparecerapidamente com ele. Parasaber se é possível anularna Justiça a procuração eseus efeitos, leia a matéria

das páginas 41 e 42.

O EstatutoConheça o Estatuto do

Idoso, nas páginas 51 a 59,no finalzinho deste

manual.

VI- INDUÇÃO PERNICIOSA

VIII- REGISTRO NOTARIAL INDEVIDO

Induzir significa convencer ou estimu-lar uma pessoa a adotar um comporta-mento que normalmente não teria, dife-rente de que se agisse sozinha. Se o“conselheiro” faz isso em benefício pró-prio está cometendo um crime contra aboa fé da vítima.

O crime de indução perniciosa aconte-ce quando alguém induz uma pessoa ido-

sa, com reduzido, ou sem discernimentode seus atos a assinar procuração parafins de administrar os seus bens, para ob-ter vantagens ou para vendê-los e ficarcom o dinheiro. São numerosos os bole-tins policiais de ocorrência em que umespertalhão sem escrúpulos “convence”uma pessoa idosa fragilizada a passar-lheuma procuração para fins de receber apo-

sentadoria ou pensão.Há idosos que perderam a própria

casa ao passar procuração até para umparente. (A este propósito, veja matériasnas páginas 29 e 30 deste manual). Apena prevista no artigo 106 do Estatutodo Idoso para o crime de indução perni-ciosa é de reclusão de 2 (dois) a 4 (qua-tro) anos.

O artigo 108 do Estatuto do Idosocaracteriza o crime que só pode ser co-metido por um Oficial de Cartório. Evi-dentemente isso pressupõe má-fé ouculpa do oficial, com perdas para a pes-soa idosa.

O artigo protege o idoso que, por ig-norância, boa fé ou por falta dediscernimento, assinar em cartório docu-mentos em seu prejuízo. Quando o idosocomparece para assinar um documentoque pode vir a prejudicá-lo é dever dooficial do cartório tomar medidas muitosérias para saber exatamente se a pes-

soa idosa está no gozo de perfeito juízo,se sabe o que está assinando, se nãoestá sendo coagida (obrigada) a assinar.Somente depois dessas providências ooficial do cartório poderia concretizar oato notarial.

Nem sempre, contudo, os cuidados exi-gidos pela Lei são cumpridos por um ououtro oficial. Por isso, aquele oficial do car-tório que não cumprir a Lei está sujeito àpena de 2 (dois) a 4 (quatro) anos de re-clusão. Isso sem contar as penas admi-nistrativas (perda do cargo) e cíveis (inde-nização por danos materiais e morais).

O co-autor do crime (a pessoa queparticipou da armação, seja ele parenteou não, ou curador, ou cuidador – enfer-meiro -, diretor de clínica de repouso ouasilo), provada a culpa ou dolo, tambémpoderá ser preso.

VII- COAÇÃO

46 MANUAL DO IDOSO

A Lei assegura ao idoso considerado incapaz (ou seja, aquele que não tem com-preensão clara) o direito de denunciar o agente notarial (tabelião, oficial de registro,notário, registrador, escrivão, escrevente ou funcionário público) que induzi-lo a assi-nar qualquer ato em cartório (por exemplo, escritura, procurações, declarações, testa-mentos, contratos, reconhecimento de firma, atas) sem a assistência de seu repre-sentante legal (parente responsável ou curador).

É o que pode ocorrer, por exemplo, no ato da lavratura de uma procuração pública,ou de uma declaração em livro de cartório, ainda que não tenham efeitos patrimoniais.O mesmo pode ocorrer quando o idoso outorga procuração pública para recebimen-tos de proventos de sua aposentadoria junto ao INSS. Também pode acontecer que oidoso seja induzido, por exemplo, a comparecer em cartório para declarar que vive,sob o mesmo teto, há mais de 5 anos, com determinado(a) companheiro(a).

ImportantePara a configuração desses

crimes não é necessário que opatrimônio do idoso chegue aser efetivamente dilapidado

(diminuído), bastando apenasa lavratura do ato ilícito, pois

o idoso ficará privado deadministrar livremente seu

patrimônio ou outrosinteresses, ferindo seusdireitos constitucionais.

A PESSOA IDOSA PODE RECORRER:

O estatuto garante à pessoa idosa odireito de denunciar às autoridades com-petentes todo aquele que a coagir (for-çar ou constranger) de qualquer modo afazer doação, contrato, testamento ouprocuração.

Como foi esclarecido nas páginas 38

Ao juiz (através de advogado),ao promotor ou delegado

a 40 deste Manual, o oficial de cartóriopode ser julgado, condenado e preso senão for rigoroso na hora de fazer umaprocuração de idoso que possa compro-meter o patrimônio deste. Além disso, sefor provado que o idoso foi induzido per-niciosamente a assinar documentos con-

tra seus próprios interesses, a procura-ção passada em cartório pode serrevogada. Também podem ser anuladospela Justiça os efeitos da procuração, ouseja, a venda do imóvel residencial oude outro bem, embora seja extremamentedifícil.

47MANUAL DO IDOSO

A Constituição do Brasil e a pessoa idosa

A Lei mais importante que temos é a Constituição da Repú-blica Federativa do Brasil, a qual não pode ser contrariada pornenhuma outra lei. Ela é obrigatória a todos, do Presidente daRepública ao feto que ainda não nasceu.

Dois artigos da Constituição dizem respeito, diretamente aointeresse das pessoas idosas, o 229 e o 230. Vejamos.

”Artigo 229 – Os pais têm o dever de assistir,criar e educar os filhos menores, e os FILHOSMAIORES TÊM O DEVER de ajudar e ampararos pais na velhice, carência ou enfermidade”.

Como se pode verificar, pedir alimentos aos filhos não épedir favor, mas apenas exigir o cumprimento de disposiçãoconstitucional.

“Artigo 230 – A FAMÍLIA, a Sociedade e oEstado TÊM O DEVER de amparar as pessoas

Ninguém, nem mesmo a pessoa idosa,pode praticar algum ato alegando desconhecimento da Lei.

A ignorância não absolve nem isenta de culpaos infratores da lei.

idosas, assegurando sua participação nacomunidade, defendendo sua dignidade e

bem-estar e garantindo-lhes o direito à vida”.§ 1º - Os Programas de Amparo aos Idosos

serão executados preferencialmenteem seus lares.

Todos os seus direitos, portanto, decorrem da Lei Maior, ouseja, da Constituição, e ninguém pode alegar desconhecê-los.Por isso: EXIJA-OS.

No que se refere aos direitos de todas as pessoas, inde-pendentemente de idade, sexo, cor, condição social, reli-gião, estado civil e opiniões políticas, a nossa Constituiçãotem como fundamento a Declaração Universal dos DireitosHumanos, a qual é reproduzida na íntegra nas páginas 49 e50 deste manual.

48 MANUAL DO IDOSO

A sociedade civil organizada(Ou, como você pode criar e registrar uma Entidade Não-Governamental,

ou uma Associação de Idosos, para defender os interesses dessa parcela dapopulação no bairro ou vila em que reside)

Durante o período de luta contra aditadura, da qual muitos dos atuais ido-sos, quando jovens, participaram, grita-va-se nas ruas que “o povo unido, ja-mais será vencido”. Talvez seja a horade novamente sair a campo e procla-mar que “os idosos organizados nuncaserão enganados”.

Uma pessoa idosa sozinha terá gran-des dificuldades para fazer valer todosos seus direitos, mas se ela fizer partede uma associação de pessoas idosascertamente será melhor atendida ondequer que seja.

É por essa razão que este manual foiproduzido em conjunto com um CD(compact disc), com todas as informa-ções legais para a criação, instalação eregistro de Entidade Não-Governamen-tal (ONG) de Pessoas Idosas. No CD vocêtambém encontrará os modelos das atasde criação, de instalação, de eleição de

diretoria, e modelos de estatutos da en-tidade, conforme sua modalidade, assimcomo instruções para seu registro emcartório. Ainda: há instruções sobre téc-nicas de dinâmica de grupo, liderança eelaboração de projetos. Ou seja, o CDcontém tudo que você e seus amigosprecisam para ter uma entidade de direi-to privado, sem qualquer vinculação polí-tica ou partidária que defenda seus in-teresses a partir do bairro ou vila em quevocês moram. A sede da entidade pode-rá, provisoriamente, ficar em sua casa.Portanto, não há necessidade de alugarsala, casa, até a entidade obter recursos.

O Conselho Municipal do Idoso ou aSubseção da OAB (endereços na pág.63)oferecem gratuitamente uma cópia doCD e, se for necessário, podem orientarpessoas ou grupos de pessoas idosas quequeiram organizar-se em entidadesREGISTRADAS e com VIDA JURÍDICA,

isto é, que possam representar seus as-sociados em Juízo ou fora dele.

As pessoas idosas têm muito a ofere-cer e muito que fazer. Podem, por exem-plo, voluntariamente, prestar serviços aospróprios idosos necessitados, promoverencontros festivos, bailes, academias deginástica, excursões... Podem, através desua Associação, levar ao conhecimentodas autoridades os crimes cometidoscontra as pessoas idosas e acompanharos processos, assim como denunciar asempresas de ônibus, as agências ban-cárias, as repartições públicas e o comér-cio em geral quando desrespeitarem osdireitos dos idosos.

Agora é com você. Que a sua lutaseja boa e que as vitórias sempre lhesorriam!

E que você possa dizer como o Após-tolo Paulo: “Combati o bom combate”.

49MANUAL DO IDOSO

Preâmbulo

Considerando que o reconhecimento dadignidade inerente a todos os membrosda família humana e dos seus direitosiguais e inalienáveis constitui ofundamento da liberdade, da justiça e dapaz no mundo;

Considerando que o desconhecimento eo desprezo dos direitos do homemconduziram a atos de barbárie querevoltam a consciência da Humanidadee que o advento de um mundo em queos seres humanos sejam livres de falar ede crer, libertos do terror e da miséria, foiproclamado como a mais alta inspiraçãodo homem;

Considerando que é essencial a proteçãodos direitos humanos através de umregime de direito, para que o homem nãoseja compelido, em supremo recurso, àrevolta contra a tirania e a opressão;

Considerando que é essencial encorajaro desenvolvimento de relações amistosasentre as nações;

Considerando que na Carta, os povosdas Nações Unidas proclamam, de novo,a sua fé nos direitos fundamentais dohomem, na dignidade e no valor dapessoa humana, na igualdade dedireitos dos homens e das mulheres ese declaram resolvidos a favorecer oprogresso social e a instaurar melhorescondições de vida dentro de umaliberdade mais ampla;

Considerando que os Estados membrosse comprometeram a promover, emcooperação com a Organização dasNações Unidas, o respeito universal eefetivo dos direitos humanos e dasliberdades fundamentais;

Considerando que uma concepçãocomum destes direitos e liberdades é damais alta importância para dar plenasatisfação a tal compromisso:

DECLARAÇÃOUNIVERSAL DOS

DIREITOS HUMANOSA Assembléia-Geral

Proclama a presente Declaração Universaldos Direitos do Homem como idealcomum a atingir por todos os povos etodas as nações, a fim de que todos osindivíduos e todos os órgãos da sociedade,tendo-a constantemente no espírito, seesforcem pelo ensino e pela educação,por desenvolver o respeito desses direitose liberdades e por promover, por medidasprogressivas de ordem nacional einternacional, o seu reconhecimento e asua aplicação universais e efetivos tantoentre as populações dos próprios Estadosmembros como entre as dos territórioscolocados sob a sua jurisdição.

Artigo 1º - Todos os homens nascem livrese iguais em dignidade e direitos. Sãodotados de razão e consciência e devemagir em relação uns aos outros comespírito de fraternidade.

Artigo 2º - I) Todo ser humano temcapacidade para gozar os direitos e asliberdades estabelecidos nesta Declaraçãosem distinção de qualquer espécie, sejade raça, cor, sexo, língua, religião, opiniãopolítica ou de outra natureza, origemnacional ou social, riqueza, nascimento,ou qualquer outra condição.

II) Não será também feita nenhumadistinção fundada na condição política,jurídica ou internacional do país outerritório a que pertença uma pessoa,quer se trate de um territórioindependente, sob tutela, sem governopróprio, quer sujeito a qualquer outralimitação de soberania.

Artigo 3º - Todo ser humano tem direitoà vida, á liberdade e à segurança pessoal.

Artigo 4º- Ninguém será mantido emescravidão ou servidão: a escravidão e otráfico de escravos estão proibidos emtodas as suas formas.

Artigo 5º - Ninguém será submetido a

tortura, nem a tratamento ou castigocruel, desumano ou degradante.

Artigo 6º - Todo ser humano tem o direitode ser, em todos os lugares, reconhecidocomo pessoa perante a lei.

Artigo 7º - Todos são iguais perante a leie têm direito, sem qualquer distinção, aigual proteção da lei. Todos têm direito aigual proteção contra qualquerdiscriminação que viole a presenteDeclaração e contra qualquer incitamentoa tal discriminação.

Artigo 8º - Todo ser humano tem direitoa receber dos tribunais nacionaiscompetentes remédio efetivo para os atosque violem os direitos fundamentais quelhe sejam reconhecidos pela constituiçãoou pela lei.

Artigo 9º - Ninguém será arbitrariamentepreso, detido ou exilado.

Artigo 10 - Todo ser humano tem direito,em plena igualdade, a uma justa e públicaaudiência por parte de um tribunalindependente e imparcial, para decidir deseus direitos e deveres ou do fundamentode qualquer acusação criminal contra ele.

Artigo 11 - I) Todo ser humano acusadode um ato delituoso tem o direito de serpresumido inocente até que a suaculpabilidade tenha sido provada deacordo com a lei, em julgamento públicono qual lhe tenham sido asseguradastodas as garantias necessárias a suadefesa.

II) Ninguém poderá ser culpado porqualquer ação ou omissão que, nomomento, não constituíam delito peranteo direito nacional ou internacional.Também não será imposta pena mais fortedo que aquela que, no momento daprática, era aplicável ao ato delituoso.

Artigo 12 - Ninguém será sujeito ainterferências na sua vida privada, na sua

Adotada e proclamada pela Assembléia Geral na sua Resolução 217 A (III) de 10 dezembro de 1948

50 MANUAL DO IDOSO

família, no seu lar ou na suacorrespondência, nem a ataques a suahonra e reputação. Todo ser humano temdireito à proteção da lei contra taisinterferências ou ataques.

Artigo 13 - I) Todo ser humano tem direito àliberdade de locomoção e residência dentrodas fronteiras de cada Estado.

II) Todo ser humano tem o direito de deixarqualquer país, inclusive o próprio, e a esteregressar.

Artigo 14 - I) Todo ser humano, vítimade perseguição tem o direito de procurare de gozar asilo em outros países.

II) Este direito não pode ser invocado emcasos de perseguição legitimamentemotivada por crimes de direito comumou por atos contrários aos objetivos eprincípios das Nações Unidas.

Artigo 15 - I) Todo ser humano temdireito a uma nacionalidade.

II) Ninguém será arbitrariamente privadode sua nacionalidade, nem do direito demudar de nacionalidade.

Artigo 16 - I) Os homens e mulheres demaior idade, sem qualquer restrição deraça, nacionalidade ou religião, têm odireito de contrair matrimônio e fundaruma família. Gozam de iguais direitos emrelação ao casamento, sua duração e suadissolução.

II) casamento não será válido senão como livre e pleno consentimento dosnubentes.III) A família é o núcleo natural efundamental da sociedade e tem direitoà proteção da sociedade e do Estado.Artigo 17 - I) Todo o ser humano temdireito à propriedade, só ou em sociedadecom outros.

II) Ninguém será arbitrariamente privadode sua propriedade.

Artigo 18 - Todo ser humano tem direitoà liberdade de pensamento, consciênciae religião: este direito inclui a liberdadede mudar de religião ou crença e aliberdade de manifestar essa religião oucrença, pelo ensino, pela prática, peloculto e pela observância, isolada oucoletivamente, em público ou emparticular.

Artigo 19 - Todo ser humano tem direitoà liberdade de opinião e expressão: estedireito inclui a liberdade de, seminterferências, ter opiniões e de procurar,receber e transmitir informações e idéiaspor quaisquer meios, independentementede fronteiras.

Artigo 20 - I) Todo ser humano tem direitoà liberdade de união e associaçãopacíficas.

II) Ninguém pode ser obrigado a fazerparte de uma associação.

Artigo 21 - I) Todo ser humano tem odireito de tomar parte no governo de seupaís diretamente ou por intermédio derepresentantes livremente escolhidos.

II) Todo ser humano tem igual direito deacesso ao serviço público de seu país.

III)A vontade do povo será a base daautoridade do governo, esta vontade seráexpressa em eleições periódicas elegítimas, por sufrágio universal, por votosecreto ou processo equivalente queassegure a liberdade de voto.Artigo 22 - Todo ser humano, comomembro da sociedade, tem direito àsegurança social e á realização, peloesforço nacional, pela cooperaçãointernacional e de acordo com aorganização e recursos de cada Estado,dos direitos econômicos, sociais e culturaisindispensáveis à sua dignidade e ao livredesenvolvimento de sua personalidade.

Artigo 23 - I) Todo ser humano temdireito ao trabalho, à livre escolha deemprego, a condições justas e favoráveisde trabalho e à proteção contra odesemprego.

II) Todo ser humano, sem qualquerdistinção, tem direito a igual remuneraçãopor igual trabalho.

III)Todo ser humano que trabalha temdireito a uma remuneração justa esatisfatória, que lhe assegure, assim comoa sua família, uma existência compatívelcom a dignidade humana, e a que seacrescentarão, se necessário, outrosmeios de proteção social.IV)Todo ser humano tem direito aorganizar sindicatos e a neles, ingressarpara proteção de seus interesses.Artigo 24 - Todo ser humano tem direitoa repouso e lazer, inclusive a limitaçãorazoável das horas de trabalho e a fériasremuneradas periódicas.

Artigo 25 - I) Todo ser humano temdireito a um padrão de vida capaz deassegurar a si e a sua família, saúde ebem estar, inclusive alimentação,vestuário, habitação, cuidados médicos eos serviços sociais indispensáveis, e direitoà segurança em caso de desemprego,doença, invalidez, viuvez, velhice ououtros casos de perda de meios desubsistência em circunstâncias fora de seucontrole.

II) A maternidade e a infância têm direitoa cuidados e assistência especiais. Todasas crianças, nascidas dentro ou fora domatrimônio, gozarão da mesma proteçãosocial.

Artigo 26 - I) Todo ser humano tem

direito à instrução. A instrução serágratuita, pelo menos nos grauselementares e fundamentais. A instruçãoelementar será obrigatória. A instruçãotécnica e profissional será acessível atodos, bem como a instrução superior,esta baseada no mérito.

II)A instrução será orientada no sentidodo pleno desenvolvimento dapersonalidade humana e dofortalecimento do respeito pelos direitosdo ser humano e pelas liberdadesfundamentais. A instrução promoverá acompreensão, a tolerância e amizadeentre todas as nações e grupos raciais oureligiosos, e coadjuvará as atividades dasNações Unidas em prol da manutençãoda paz.III)Os pais têm prioridade de direito naescolha do gênero de instrução que seráministrada a seus filhos.Artigo 27 – I) Todo ser humano tem odireito de participar livremente da vidacultural da comunidade, de fruir as artese de participar do progresso científico ede fruir de seus benefícios.

II) Todo ser humano tem direito à proteçãodos interesses morais e materiaisdecorrentes de qualquer produçãocientífica, literária ou artística da qual sejaautor.

Artigo 28 - Todo ser humano tem direitoa uma ordem social e internacional emque os direitos e liberdades estabelecidosna presente Declaração possam serplenamente realizados.

Artigo 29 - I) Todo ser humano temdeveres para com a comunidade, na qualo livre e pleno desenvolvimento de suapersonalidade é possível.

II) No exercício de seus direitos eliberdades, todo ser humano estará sujeitoapenas às limitações determinadas pelalei, exclusivamente com o fim deassegurar o devido reconhecimento erespeito dos direitos e liberdades deoutrem e de satisfazer as justas exigênciasda moral, da ordem pública e do bemestar de uma sociedade democrática.

III)Esses direitos e liberdades não podem,em hipótese alguma, ser exercidoscontrariamente aos objetivos e princípiosdas Nações Unidas.Artigo 30 - Nenhuma disposição dapresente Declaração pode ser interpretadacomo o reconhecimento a qualquerEstado, grupo ou pessoa, do direito deexercer qualquer atividade ou praticarqualquer ato destinado à destruição dequaisquer direitos e liberdades aquiestabelecidos.

51MANUAL DO IDOSO

ESTATUTO DO IDOSO

TÍTULO I

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º É instituído o Estatuto do Idoso,destinado a regular os direitosassegurados às pessoas com idade igualou superior a 60 (sessenta) anos.

Art. 2º O idoso goza de todos os direitosfundamentais inerentes à pessoa

humana, sem prejuízo da proteçãointegral de que trata esta Lei,assegurando-se-lhe, por lei ou por outrosmeios, todas as oportunidades efacilidades, para preservação de suasaúde física e mental e seuaperfeiçoamento moral, intelectual,espiritual e social, em condições deliberdade e dignidade.

Art. 3º É obrigação da família, dacomunidade, da sociedade e do PoderPúblico assegurar ao idoso, com absolutaprioridade, a efetivação do direito à vida,à saúde, à alimentação, à educação, àcultura, ao esporte, ao lazer, ao trabalho,à cidadania, à liberdade, à dignidade, aorespeito e à convivência familiar ecomunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridadecompreende:

I – atendimento preferencial imediato e

individualizado junto aos órgãos públicose privados prestadores de serviços àpopulação;

II – preferência na formulação e naexecução de políticas sociais públicasespecíficas;

III – destinação privilegiada de recursospúblicos nas áreas relacionadas com aproteção ao idoso;

IV – viabilização de formas alternativasde participação, ocupação e convívio doidoso com as demais gerações;

V – priorização do atendimento do idosopor sua própria família, em detrimentodo atendimento asilar, exceto dos quenão a possuam ou careçam de condiçõesde manutenção da própria sobrevivência;

VI – capacitação e reciclagem dos recursoshumanos nas áreas de geriatria egerontologia e na prestação de serviçosaos idosos;

VII – estabelecimento de mecanismos quefavoreçam a divulgação de informaçõesde caráter educativo sobre os aspectosbiopsicossociais de envelhecimento;

VIII – garantia de acesso à rede de serviçosde saúde e de assistência social locais.

Art. 4º Nenhum idoso será objeto dequalquer tipo de negligência,discriminação, violência, crueldade ou

opressão, e todo atentado aos seusdireitos, por ação ou omissão, será punidona forma da lei.

§ 1° É dever de todos prevenir a ameaçaou violação aos direitos do idoso.

§ 2° As obrigações previstas nesta Lei nãoexcluem da prevenção outras decorrentesdos princípios por ela adotados.

Art. 5º A inobservância das normas deprevenção importará em responsabilidadeà pessoa física ou jurídica nos termos dalei.

Art. 6º Todo cidadão tem o dever decomunicar à autoridade competentequalquer forma de violação a esta Lei quetenha testemunhado ou de que tenhaconhecimento.

Art. 7º Os Conselhos Nacional, Estaduais,do Distrito Federal e Municipais do Idoso,previstos na Lei nº 8º842, de 4 de janeirode 1994, zelarão pelo cumprimento dosdireitos do idoso, definidos nesta Lei.

TÍTULO II

DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO I

DO DIREITO À VIDA

Art. 8º O envelhecimento é um direitopersonalíssimo e a sua proteção um direito social,nos termos desta Lei e da legislação vigente.

Lei 10 741, de 1ª de Dezembro de 2.003Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras providências

52 MANUAL DO IDOSO

Art. 9º É obrigação do Estado garantir àpessoa idosa a proteção à vida e à saúde,mediante efetivação de políticas sociaispúblicas que permitam umenvelhecimento saudável e em condiçõesde dignidade.

CAPÍTULO IIDO DIREITO À LIBERDADE, AORESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 10 - É obrigação do Estado e dasociedade assegurar à pessoa idosa aliberdade, o respeito e a dignidade, comopessoa humana e sujeito de direitos civis,políticos, individuais e sociais, garantidosna Constituição e nas leis.

§ 1º O direito à liberdade compreende,entre outros, os seguintes aspectos:

I – faculdade de ir, vir e estar noslogradouros públicos e espaçoscomunitários, ressalvadas as restriçõeslegais;

II – opinião e expressão;

III – crença e culto religioso;

IV – prática de esportes e de diversões;

V – participação na vida familiar ecomunitária;

VI – participação na vida política, naforma da lei;

VII – faculdade de buscar refúgio, auxílioe orientação.

§ 2º O direito ao respeito consiste nainviolabilidade da integridade física,psíquica e moral, abrangendo apreservação da imagem, da identidade,da autonomia, de valores, idéias ecrenças, dos espaços e dos objetospessoais.

§ 3º É dever de todos zelar pela dignidadedo idoso, colocando-o a salvo de qualquertratamento desumano, violento,aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

CAPÍTULO III

DOS ALIMENTOS

Art. 11 - Os alimentos serão prestadosao idoso na forma da lei civil.

Art. 12 - A obrigação alimentar ésolidária, podendo o idoso optar entre osprestadores.

Art. 13 - As transações relativas aalimentos poderão ser celebradas peranteo Promotor de Justiça, que as referendará,e passarão a ter efeito de título executivoextrajudicial nos termos da lei processualcivil.

Art. 14 - Se o idoso ou seus familiaresnão possuírem condições econômicas deprover o seu sustento, impõe-se ao PoderPúblico esse provimento, no âmbito daassistência social.

CAPÍTULO IVDO DIREITO À SAÚDE

Art. 15 - É assegurada a atenção integralà saúde do idoso, por intermédio doSistema Único de Saúde – SUS,garantindo-lhe o acesso universal eigualitário, em conjunto articulado econtínuo das ações e serviços, para aprevenção, promoção, proteção erecuperação da saúde, incluindo aatenção especial às doenças que afetampreferencialmente os idosos.

§ 1° A prevenção e a manutenção dasaúde do idoso serão efetivadas por meiode:

I – cadastramento da população idosa embase territorial;

II – atendimento geriátrico egerontológico em ambulatórios;

III – unidades geriátricas de referência,com pessoal especializado

nas áreas de geriatria e gerontologiasocial;

IV – atendimento domiciliar, incluindo ainternação, para a população que delenecessitar e esteja impossibilitada de selocomover, inclusive para idosos abrigadose acolhidos por instituições públicas,filantrópicas ou sem fins lucrativos eeventualmente conveniadas com o PoderPúblico, nos meios urbano e rural;

V – reabilitação orientada pela geriatriae gerontologia, para redução das seqüelasdecorrentes do agravo da saúde.

§ 2° Incumbe ao Poder Público forneceraos idosos, gratuitamente, medicamentos,especialmente os de uso continuado,assim como próteses, órteses e outrosrecursos relativos ao tratamento,habilitação ou reabilitação.

§ 3° É vedada a discriminação do idosonos planos de saúde pela cobrança devalores diferenciados em razão da idade.

§ 4° Os idosos portadores de deficiênciaou com limitação incapacitante terãoatendimento especializado, nos termos dalei.

Art. 16 - Ao idoso internado ou emobservação é assegurado o direito aacompanhante, devendo o órgão desaúde proporcionar as condiçõesadequadas para a sua permanência emtempo integral, segundo o critério médico.

Parágrafo único. Caberá ao profissionalde saúde responsável pelo tratamentoconceder autorização para oacompanhamento do idoso ou, no casode impossibilidade, justificá-la por escrito.

Art. 17 - Ao idoso que esteja no domíniode suas faculdades mentais é asseguradoo direito de optar pelo tratamento de

saúde que lhe for reputado maisfavorável.

Parágrafo único. Não estando o idoso emcondições de proceder à opção, esta seráfeita:

I – pelo curador, quando o idoso forinterditado;

II – pelos familiares, quando o idoso nãotiver curador ou este não puder sercontactado em tempo hábil;

III – pelo médico, quando ocorrer iminenterisco de vida e não houver tempo hábilpara consulta a curador ou familiar;

IV - pelo próprio médico, quando nãohouver curador ou familiar conhecido,caso em que deverá comunicar o fato aoMinistério Público.

Art. 18 - As instituições de saúde devematender aos critérios mínimos para oatendimento às necessidades do idoso,promovendo o treinamento e acapacitação dos profissionais, assim comoorientação a cuidadores familiares egrupos de auto-ajuda.

Art. 19 - Os casos de suspeita ouconfirmação de maus-tratos contra idososerão obrigatoriamente comunicadospelos profissionais de saúde a quaisquerdos seguintes órgãos:

I – autoridade policial;

II – Ministério Público;

III – Conselho Municipal do Idoso;

IV – Conselho Estadual do Idoso;

V – Conselho Nacional do Idoso.

CAPÍTULO V

DA EDUCAÇÃO, CULTURA, ESPORTE ELAZER

Art. 20 - O idoso tem direito à educação,cultura, esporte, lazer, diversões,espetáculos, produtos e serviços querespeitem sua peculiar condição de idade.

Art. 21 - O Poder Público criaráoportunidades de acesso do idoso àeducação, adequando currículos,metodologias e material didático aosprogramas educacionais a ele destinados.

§ 1º Os cursos especiais para idososincluirão conteúdo relativo às técnicas decomunicação, computação e demaisavanços tecnológicos, para sua integraçãoà vida moderna.

§ 2º Os idosos participarão dascomemorações de caráter cívico oucultural, para transmissão deconhecimentos e vivências às demaisgerações, no sentido da preservação damemória e da identidade culturais.

Art. 22 - Nos currículos mínimos dos

53MANUAL DO IDOSO

diversos níveis de ensino formal serãoinseridos conteúdos voltados ao processode envelhecimento, ao respeito e àvalorização do idoso, de forma a eliminaro preconceito e a produzir conhecimentossobre a matéria.

Art. 23 - A participação dos idosos ematividades culturais e de lazer seráproporcionada mediante descontos depelo menos 50% (cinqüenta por cento)nos ingressos para eventos artísticos,culturais, esportivos e de lazer, bem comoo acesso preferencial aos respectivoslocais.

Art. 24 - Os meios de comunicaçãomanterão espaços ou horários especiaisvoltados aos idosos, com finalidadeinformativa, educativa, artística e cultural,e ao público sobre o processo deenvelhecimento.

Art. 25 - O Poder Público apoiará acriação de universidade aberta para aspessoas idosas e incentivará a publicaçãode livros e periódicos, de conteúdo epadrão editorial adequados ao idoso, quefacilitem a leitura, considerada a naturalredução da capacidade visual.

CAPÍTULO VI

DA PROFISSIONALIZAÇÃO E DOTRABALHO

Art. 26 - O idoso tem direito ao exercíciode atividade profissional, respeitadas suascondições físicas, intelectuais e psíquicas.

Art. 27- Na admissão do idoso emqualquer trabalho ou emprego, é vedadaa discriminação e a fixação de limitemáximo de idade, inclusive paraconcursos, ressalvados os casos em quea natureza do cargo o exigir.

Parágrafo único. O primeiro critério dedesempate em concurso público será aidade, dando-se preferência ao de idademais elevada.

Art. 28 - O Poder Público criará eestimulará programas de:

I – profissionalização especializada paraos idosos, aproveitando seus potenciais ehabilidades para atividades regulares eremuneradas;

II – preparação dos trabalhadores para aaposentadoria, com antecedência mínimade 1 (um) ano, por meio de estímulo anovos projetos sociais, conforme seusinteresses, e de esclarecimento sobre osdireitos sociais e de cidadania;

III – estímulo às empresas privadas paraadmissão de idosos ao trabalho.

CAPÍTULO VII

DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Art. 29 - Os benefícios de aposentadoria

e pensão do Regime Geral da PrevidênciaSocial observarão, na sua concessão,critérios de cálculo que preservem o valorreal dos salários sobre os quais incidiramcontribuição, nos termos da legislaçãovigente.

Parágrafo único. Os valores dos benefíciosem manutenção serão reajustados namesma data de reajuste do salário-mínimo, pro rata, de acordo com suasrespectivas datas de início ou do seuúltimo reajustamento, com base empercentual definido em regulamento,observados os critérios estabelecidos pelaLei nº 8º213, de 24 de julho de 1991

Art. 30 - A perda da condição desegurado não será considerada para aconcessão da aposentadoria por idade,desde que a pessoa conte com, nomínimo, o tempo de contribuiçãocorrespondente ao exigido para efeito decarência na data de requerimento dobenefício.

Parágrafo único. O cálculo do valor dobenefício previsto no caput observará odisposto no caput e § 2° do art. 3º da Lein° 9º876, de 26 de novembro de 1999,ou, não havendo salários de contribuiçãorecolhidos a partir da competência dejulho de 1994, o disposto no art. 35 daLei n° 8º213, de 1991.

Art. 31 - O pagamento de parcelasrelativas a benefícios, efetuado comatraso por responsabilidade daPrevidência Social, será atualizado pelomesmo índice utilizado para osreajustamentos dos benefícios do RegimeGeral de Previdência Social, verificado noperíodo compreendido entre o mês quedeveria ter sido pago e o mês do efetivopagamento.

Art. 32 - O Dia Mundial do Trabalho, 1°de Maio, é a data-base dos aposentadose pensionistas.

CAPÍTULO VIII

DA ASSISTÊNCIA SOCIAL

Art. 33 - A assistência social aos idososserá prestada, de forma articulada,conforme os princípios e diretrizesprevistos na Lei Orgânica da AssistênciaSocial, na Política Nacional do Idoso, noSistema Único de Saúde e demais normaspertinentes.

Art. 34 - Aos idosos, a partir de 65(sessenta e cinco) anos, que não possuammeios para prover sua subsistência, nemde tê-la provida por sua família, éassegurado o benefício mensal de 1 (um)salário-mínimo, nos termos da LeiOrgânica da Assistência Social – Loas.

Parágrafo único. O benefício já concedidoa qualquer membro da família nos termosdo caput não será computado para os fins

do cálculo da renda familiar per capita aque se refere a Loas.

Art. 35 - Todas as entidades de longapermanência, ou casa-lar, são obrigadasa firmar contrato de prestação de serviçoscom a pessoa idosa abrigada.

§ 1º No caso de entidades filantrópicas,ou casa-lar, é facultada a cobrança departicipação do idoso no custeio daentidade.

§ 2º O Conselho Municipal do Idoso ou oConselho Municipal da Assistência Socialestabelecerá a forma de participaçãoprevista no § 1º, que não poderá excedera 70% (setenta por cento) de qualquerbenefício previdenciário ou de assistênciasocial percebido pelo idoso.

§ 3º Se a pessoa idosa for incapaz, caberáa seu representante legal firmar o contratoa que se refere o caput deste artigo.

Art. 36 - O acolhimento de idosos emsituação de risco social, por adulto ounúcleo familiar, caracteriza a dependênciaeconômica, para os efeitos legais.

CAPÍTULO IX

DA HABITAÇÃO

Art. 37 - O idoso tem direito à moradiadigna, no seio da família natural ousubstituta, ou desacompanhado de seusfamiliares, quando assim o desejar, ou,ainda, em instituição pública ou privada.

§ 1° A assistência integral na modalidadede entidade de longa permanência seráprestada quando verificada inexistênciade grupo familiar, casa-lar, abandono oucarência de recursos financeiros própriosou da família.

§ 2° Toda instituição dedicada aoatendimento ao idoso fica obrigada amanter identificação externa visível, sobpena de interdição, além de atender todaa legislação pertinente.

§ 3º As instituições que abrigarem idosossão obrigadas a manter padrões dehabitação compatíveis com asnecessidades deles, bem como provê-loscom alimentação regular e higieneindispensáveis às normas sanitárias e comestas condizentes, sob as penas da lei.

Art. 38 - Nos programas habitacionais,públicos ou subsidiados com recursospúblicos, o idoso goza de prioridade naaquisição de imóvel para moradia própria,observado o seguinte:

I – reserva de 3% (três por cento) dasunidades residenciais para atendimentoaos idosos;

II – implantação de equipamentosurbanos comunitários voltados

ao idoso;

54 MANUAL DO IDOSO

III – eliminação de barreiras arquitetônicase urbanísticas, para garantia deacessibilidade ao idoso;

IV – critérios de financiamentocompatíveis com os rendimentos deaposentadoria e pensão.

CAPÍTULO X

DO TRANSPORTE

Art. 39 - Aos maiores de 65 (sessenta ecinco) anos fica assegurada a gratuidadedos transportes coletivos públicos urbanose semi urbanos, exceto nos serviçosseletivos e especiais, quando prestadosparalelamente aos serviços regulares.

§ 1° Para ter acesso à gratuidade, bastaque o idoso apresente qualquerdocumento pessoal que faça prova de suaidade.

§ 2° Nos veículos de transporte coletivode que trata este artigo, serão reservados10% (dez por cento) dos assentos paraos idosos, devidamenteidentificados com a placa de reservadopreferencialmente para idosos.

§ 3º No caso das pessoas compreendidasna faixa etária entre 60 (sessenta) e 65(sessenta e cinco) anos, ficará a critérioda legislação local dispor sobre ascondições para exercício da gratuidadenos meios de transporte previstos no caputdeste artigo.

Art. 40 - No sistema de transporte coletivointerestadual observar-se-á, nos termos dalegislação específica:

I – a reserva de 2 (duas) vagas gratuitaspor veículo para idosos com renda igualou inferior a 2 (dois) salários-mínimos;

II – desconto de 50% (cinqüenta porcento), no mínimo, no valor daspassagens, para os idosos que excederemas vagas gratuitas, com renda igualou inferior a 2 (dois) salários-mínimos.

Parágrafo único. Caberá aos órgãoscompetentes definir os mecanismos e oscritérios para o exercício dos direitosprevistos nos incisos I e II.

Art. 41 - É assegurada a reserva, para osidosos, nos termos da lei local, de 5%(cinco por cento) das vagas nosestacionamentos públicos e privados, asquais deverão ser posicionadas de formaa garantir melhor comodidade ao idoso.

Art. 42 - É assegurada a prioridade doidoso no embarque no sistema detransporte coletivo.

TÍTULO III

DAS MEDIDAS DE PROTEÇÃO

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 43 - As medidas de proteção ao idososão aplicáveis sempre que os direitosreconhecidos nesta Lei forem ameaçadosou violados:

I – por ação ou omissão da sociedade oudo Estado;

II – por falta, omissão ou abuso da família,curador ou entidade de atendimento;

III – em razão de sua condição pessoal.

CAPÍTULO II

DAS MEDIDAS ESPECÍFICAS DEPROTEÇÃO

Art. 44 - As medidas de proteção ao idosoprevistas nesta Lei poderão ser aplicadas,isolada ou cumulativamente, e levarãoem conta os fins sociais a que se destiname o fortalecimento dos vínculos familiarese comunitários.

Art. 45º Verificada qualquer das hipótesesprevistas no art. 43, o Ministério Públicoou o Poder Judiciário, a requerimentodaquele, poderá determinar, dentreoutras, as seguintes medidas:

I – encaminhamento à família ou curador,mediante termo de responsabilidade;

II – orientação, apoio e acompanhamentotemporários;

III – requisição para tratamento de suasaúde, em regime ambulatorial, hospitalarou domiciliar;

IV – inclusão em programa oficial oucomunitário de auxílio, orientação etratamento a usuários dependentes dedrogas lícitas ou ilícitas, ao próprio idosoou à pessoa de sua convivência que lhecause perturbação;

V – abrigo em entidade;

VI – abrigo temporário.

TÍTULO IV

DA POLÍTICA DE ATENDIMENTO AOIDOSO

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 46 - A política de atendimento aoidoso far-se-á por meio do conjuntoarticulado de ações governamentais enão-governamentais da União, dosEstados, do Distrito Federal e dosMunicípios.

Art. 47 - São linhas de ação da políticade atendimento:

I – políticas sociais básicas, previstas naLei n° 8º842, de 4 de janeiro de 1994;

II – políticas e programas de assistênciasocial, em caráter supletivo, para aquelesque necessitarem;

III – serviços especiais de prevenção e

atendimento às vítimas de negligência,maus-tratos, exploração, abuso,crueldade e opressão;

IV – serviço de identificação e localizaçãode parentes ou responsáveis por idososabandonados em hospitais e instituiçõesde longa permanência;

V – proteção jurídico-social por entidadesde defesa dos direitos dos idosos;

VI – mobilização da opinião pública nosentido da participação dos diversossegmentos da sociedade no atendimentodo idoso.

CAPÍTULO IIDAS ENTIDADES DE ATENDIMENTOAO IDOSO

Art. 48 - As entidades de atendimentosão responsáveis pela manutenção daspróprias unidades, observadas as normasde planejamento e execução emanadasdo órgão competente da Política Nacionaldo Idoso, conforme a Lei n° 8º842, de1994º

Parágrafo único. As entidadesgovernamentais e não-governamentais deassistência ao idoso ficam sujeitas àinscrição de seus programas, junto aoórgão competente da Vigilância Sanitáriae Conselho Municipal da Pessoa Idosa, eem sua falta, junto ao Conselho Estadualou Nacional da Pessoa Idosa,especificando os regimes de atendimento,observados os seguintes requisitos:

I – oferecer instalações físicas emcondições adequadas de habitabilidade,higiene, salubridade e segurança;

II – apresentar objetivos estatutários eplano de trabalho compatíveis com osprincípios desta Lei;

III – estar regularmente constituída;

IV – demonstrar a idoneidade de seusdirigentes.

Art. 49 - As entidades que desenvolvamprogramas de institucionalização de longapermanência adotarão os seguintesprincípios:

I – preservação dos vínculos familiares;

II – atendimento personalizado e empequenos grupos;

III – manutenção do idoso na mesmainstituição, salvo em caso de força maior;

IV – participação do idoso nas atividadescomunitárias, de caráter interno e externo;

V – observância dos direitos e garantiasdos idosos;

VI – preservação da identidade do idosoe oferecimento de ambiente de respeitoe dignidade.

Parágrafo único. O dirigente de instituição

55MANUAL DO IDOSO

prestadora de atendimento ao idosoresponderá civil e criminalmente pelosatos que praticar em detrimento do idoso,sem prejuízo das sanções administrativas.

Art. 50 - Constituem obrigações dasentidades de atendimento:

I – celebrar contrato escrito de prestaçãode serviço com o idoso, especificando otipo de atendimento, as obrigações daentidade e prestações decorrentes docontrato, com os respectivos preços, sefor o caso;

II – observar os direitos e as garantias deque são titulares os idosos;

III – fornecer vestuário adequado, se forpública, e alimentação suficiente;

IV – oferecer instalações físicas emcondições adequadas de habitabilidade;

V – oferecer atendimento personalizado;

VI – diligenciar no sentido da preservaçãodos vínculos familiares;

VII – oferecer acomodações apropriadaspara recebimento de visitas;

VIII – proporcionar cuidados à saúde,conforme a necessidade do idoso;

IX – promover atividades educacionais,esportivas, culturais e de lazer;

X – propiciar assistência religiosa àquelesque desejarem, de acordo com suascrenças;

XI – proceder a estudo social e pessoalde cada caso;

XII – comunicar à autoridade competentede saúde toda ocorrência de idosoportador de doenças infecto-contagiosas;

XIII – providenciar ou solicitar que oMinistério Público requisite os documentosnecessários ao exercício da cidadaniaàqueles que não os tiverem, na forma dalei;

XIV – fornecer comprovante de depósitodos bens móveis que receberem dosidosos;

XV – manter arquivo de anotações ondeconstem data e circunstâncias doatendimento, nome do idoso,responsável, parentes, endereços, cidade,relação de seus pertences, bem como ovalor de contribuições, e suas alterações,se houver, e demais dados quepossibilitem sua identificação e aindividualização do atendimento;

XVI – comunicar ao Ministério Público,para as providências cabíveis, a situaçãode abandono moral ou material por partedos familiares;

XVII – manter no quadro de pessoalprofissionais com formação específica.

Art. 51 - As instituições filantrópicas ousem fins lucrativos prestadoras de serviçoao idoso terão direito à assistênciajudiciária gratuita.

CAPÍTULO IIIDA FISCALIZAÇÃO DAS ENTIDADESDE ATENDIMENTO

Art. 52 - As entidades governamentais enão-governamentais de atendimento aoidoso serão fiscalizadas pelos Conselhosdo Idoso, Ministério Público, VigilânciaSanitária e outros previstos em lei.Art. 53 - O art. 7° da Lei n° 8º842, de1994, passa a vigorar com a seguinteredação:

“Art. 7° - Compete aos Conselhos de quetrata o art. 6° desta Lei a supervisão, oacompanhamento, a fiscalização e aavaliação da política nacional do idoso,no âmbito das respectivas instânciaspolítico-administrativas.”(NR)

Art. 54 - Será dada publicidade dasprestações de contas dos recursos públicose privados recebidos pelas entidades deatendimento.

Art. 55 - As entidades de atendimentoque descumprirem as determinações destaLei ficarão sujeitas, sem prejuízo daresponsabilidade civil e criminal de seusdirigentes ou prepostos, às seguintespenalidades, observado o devido processolegal:

I – as entidades governamentais:

a) advertência;

b) afastamento provisório de seusdirigentes;

c) afastamento definitivo de seusdirigentes;

d) fechamento de unidade ou interdiçãode programa;

II – as entidades não-governamentais:

a) advertência;

b) multa;

c) suspensão parcial ou total do repassede verbas públicas;

d) interdição de unidade ou suspensão deprograma;

e) proibição de atendimento a idosos abem do interesse público.

§ 1° Havendo danos aos idosos abrigadosou qualquer tipo de fraude em relaçãoao programa, caberá o afastamentoprovisório dos dirigentes ou a interdiçãoda unidade e a suspensão do programa.

§ 2° A suspensão parcial ou total dorepasse de verbas públicas ocorreráquando verificada a má aplicação oudesvio de finalidade dos recursos.

§ 3° Na ocorrência de infração porentidade de atendimento, que coloqueem risco os direitos assegurados nesta Lei,será o fato comunicado ao MinistérioPúblico, para as providências cabíveis,inclusive para promover a suspensão dasatividades ou dissolução da entidade, coma proibição de atendimento a idosos abem do interesse público, sem prejuízodas providências a serem tomadas pelaVigilância Sanitária.

§ 4° Na aplicação das penalidades, serãoconsideradas a natureza e a gravidadeda infração cometida, os danos que delaprovierem para o idoso, as circunstânciasagravantes ou atenuantes e osantecedentes da entidade.

CAPITULO IVDAS INFRAÇÕES ADMINISTRATIVASArt. 56 - Deixar a entidade deatendimento de cumprir asdeterminações do art. 50 desta Lei:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentosreais) a R$ 3º000,00 (três mil reais), se ofato não for caracterizado como crime,podendo haver a interdição doestabelecimento até que sejam cumpridasas exigências legais.

Parágrafo único. No caso de interdiçãodo estabelecimento de longapermanência, os idosos abrigados serãotransferidos para outra instituição, aexpensas do estabelecimento interditado,enquanto durar a interdição.

Art. 57 - Deixar o profissional de saúdeou o responsável por estabelecimento desaúde ou instituição de longa permanênciade comunicar à autoridade competenteos casos de crimes contra idoso de quetiver conhecimento:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentosreais) a R$ 3º000,00 (três mil reais),aplicada em dobro no caso dereincidência.

Art. 58 - Deixar de cumprir asdeterminações desta Lei sobre a prioridadeno atendimento ao idoso:

Pena – multa de R$ 500,00 (quinhentosreais) a R$ 1º000,00 (um mil reais) e multacivil a ser estipulada pelo juiz, conformeo dano sofrido pelo idoso.

CAPÍTULO VDA APURAÇÃO ADMINISTRATIVA DEINFRAÇÃO ÀS NORMAS DEPROTEÇÃO AO IDOSO

Art. 59 - Os valores monetários expressosno Capítulo IV serão atualizadosanualmente, na forma da lei.

Art. 60 - O procedimento para aimposição de penalidade administrativapor infração às normas de proteção aoidoso terá início com requisição do

56 MANUAL DO IDOSO

Ministério Público ou auto de infraçãoelaborado por servidor efetivo e assinado,se possível, por duas testemunhas.

§ 1° No procedimento iniciado com o autode infração poderão ser usadas fórmulasimpressas, especificando-se a natureza eas circunstâncias da infração.

§ 2° Sempre que possível, à verificaçãoda infração seguir-se-á a lavratura do auto,ou este será lavrado dentro de 24 (vintee quatro) horas, por motivo justificado.Art. 61 - O autuado terá prazo de 10 (dez)dias para a apresentação da defesa,contado da data da intimação, que seráfeita:

I – pelo autuante, no instrumento deautuação, quando for lavrado na presençado infrator;

II – por via postal, com aviso derecebimento.

Art. 62 - Havendo risco para a vida ou àsaúde do idoso, a autoridade competenteaplicará à entidade de atendimento assanções regulamentares, sem prejuízo dainiciativa e das providências que vierema ser adotadas pelo Ministério Público oupelas demais instituições legitimadas paraa fiscalização.

Art. 63 - Nos casos em que não houverrisco para a vida ou a saúde da pessoaidosa abrigada, a autoridade competenteaplicará à entidade de atendimento assanções regulamentares, sem prejuízo dainiciativa e das providências que vierema ser adotadas pelo Ministério Público oupelas demais instituições legitimadas paraa fiscalização.

CAPÍTULO VI

DA APURAÇÃO JUDICIAL DEIRREGULARIDADES EM ENTIDADE DEATENDIMENTO

Art. 64 - Aplicam-se, subsidiariamente,ao procedimento administrativo de quetrata este Capítulo as disposições das Leisn°s 6º437, de 20 de agosto de 1977, e9º784, de 29 de janeiro de 1999º

Art. 65 - O procedimento de apuraçãode irregularidade em entidadegovernamental e não-governamental deatendimento ao idoso terá início mediantepetição fundamentada de pessoainteressada ou iniciativa do MinistérioPúblico.

Art. 66 - Havendo motivo grave, poderáa autoridade judiciária, ouvido o MinistérioPúblico, decretar liminarmente oafastamento provisório do dirigente daentidade ou outras medidas que julgaradequadas, para evitar lesão aos direitosdo idoso, mediante decisãofundamentada.

Art. 67 - O dirigente da entidade será

citado para, no prazo de 10 (dez) dias,oferecer resposta escrita, podendo juntardocumentos e indicar as provas a produzir.

Art. 68 - Apresentada a defesa, o juizprocederá na conformidade do art. 69 ou,se necessário, designará audiência deinstrução e julgamento, deliberando sobrea necessidade de produção de outrasprovas.

§ 1° Salvo manifestação em audiência,as partes e o Ministério Público terão 5(cinco) dias para oferecer alegaçõesfinais, decidindo a autoridade judiciáriaem igual prazo.§ 2° Em se tratando de afastamentoprovisório ou definitivo de dirigente deentidade governamental, a autoridadejudiciária oficiará a autoridadeadministrativa imediatamente superior aoafastado, fixando-lhe prazo de 24 (vintee quatro) horas para proceder àsubstituição.

§ 3° Antes de aplicar qualquer dasmedidas, a autoridade judiciária poderáfixar prazo para a remoção dasirregularidades verificadas. Satisfeitas asexigências, o processo será extinto, semjulgamento do mérito.

§ 4° A multa e a advertência serãoimpostas ao dirigente da entidade ou aoresponsável pelo programa deatendimento.

TÍTULO V

DO ACESSO À JUSTIÇA

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 69 - Aplica-se, subsidiariamente, àsdisposições deste Capítulo, oprocedimento sumário previsto no Códigode Processo Civil, naquilo que nãocontrarie os prazos previstos nesta Lei.

Art. 70 - O Poder Público poderá criarvaras especializadas e exclusivas do idoso.

Art. 71 - É assegurada prioridade natramitação dos processos e procedimentose na execução dos atos e diligênciasjudiciais em que figure como parte ouinterveniente pessoa com idade igual ousuperior a 60 (sessenta) anos, em qualquerinstância.

§ 1° O interessado na obtenção daprioridade a que alude este artigo,fazendo prova de sua idade, requererá obenefício à autoridade judiciáriacompetente para decidir o feito, quedeterminará as providências a seremcumpridas, anotando-se essacircunstância em local visível nos autosdo processo.§ 2° A prioridade não cessará com a mortedo beneficiado, estendendo-se em favordo cônjuge supérstite, companheiro ou

companheira, com união estável, maiorde 60 (sessenta) anos.

§ 3° A prioridade se estende aos processose procedimentos na AdministraçãoPública, empresas prestadoras de serviçospúblicos e instituições financeiras, aoatendimento preferencial junto àDefensoria Pública da União, dos Estadose do Distrito Federal em relação aosServiços de Assistência Judiciária.

§ 4° Para o atendimento prioritário serágarantido ao idoso o fácil acesso aosassentos e caixas, identificados com adestinação a idosos em local visível ecaracteres legíveis.

CAPÍTULO II

DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Art. 72 - O inciso II do art. 275 da Lei n°5º869, de 11 de janeiro de 1973, Códigode Processo Civil, passa a vigoraracrescido da seguinte alínea h:“Art. 275º............................................................................................................

II –.....................................................................................................................

h) em que for parte ou intervenientepessoa com idade igual ou superior a 60(sessenta) anos.

...................................................................................................................”(NR)

Art. 73 - As funções do Ministério Público,previstas nesta Lei, serão exercidas nostermos da respectiva Lei Orgânica.

Art. 74 - Compete ao Ministério Público:

I – instaurar o inquérito civil e a ação civilpública para a proteção dos direitos einteresses difusos ou coletivos, individuaisindisponíveis e individuais homogêneos doidoso;

II – promover e acompanhar as ações dealimentos, de interdição total ou parcial,de designação de curador especial, emcircunstâncias que justifiquem a medidae oficiar em todos os feitos em que sediscutam os direitos de idosos emcondições de risco;

III – atuar como substituto processual doidoso em situação de risco, conforme odisposto no art. 43 desta Lei;

IV – promover a revogação de instrumentoprocuratório do idoso, nas hipótesesprevistas no art. 43 desta Lei, quandonecessário ou o interesse público justificar;

V – instaurar procedimento administrativoe, para instruí-lo:

a) expedir notificações, colherdepoimentos ou esclarecimentos e, emcaso de não comparecimento injustificadoda pessoa notificada, requisitar conduçãocoercitiva, inclusive pela Polícia Civil ouMilitar;

57MANUAL DO IDOSO

b) requisitar informações, exames,perícias e documentos de autoridadesmunicipais, estaduais e federais, daadministração direta e indireta, bemcomo promover inspeções e diligênciasinvestigatórias;

c) requisitar informações e documentosparticulares de instituições privadas;

VI – instaurar sindicâncias, requisitardiligências investigatórias e a instauraçãode inquérito policial, para a apuração deilícitos ou infrações às normas de proteçãoao idoso;

VII – zelar pelo efetivo respeito aos direitose garantias legais assegurados ao idoso,promovendo as medidas judiciais eextrajudiciais cabíveis;

VIII – inspecionar as entidades públicas eparticulares de atendimento e osprogramas de que trata esta Lei,adotando de pronto as medidasadministrativas ou judiciais necessárias àremoção de irregularidades porventuraverificadas;

IX – requisitar força policial, bem como acolaboração dos serviços de saúde,educacionais e de assistência social,públicos, para o desempenho de suasatribuições;

X – referendar transações envolvendointeresses e direitos dos idosos previstosnesta Lei.

§ 1° A legitimação do Ministério Públicopara as ações cíveis previstas neste artigonão impede a de terceiros, nas mesmashipóteses, segundo dispuser a lei.§ 2° As atribuições constantes deste artigonão excluem outras, desde quecompatíveis com a finalidade e atribuiçõesdo Ministério Público.

§ 3° O representante do Ministério Público,no exercício de suas funções, terá livreacesso a toda entidade de atendimentoao idoso.

Art. 75 - Nos processos eprocedimentos em que não for parte,atuará obrigatoriamente o MinistérioPúbl ico na defesa dos direitos einteresses de que cuida esta Lei,hipóteses em que terá vista dos autosdepois das partes, podendo juntardocumentos, requerer diligências eprodução de outras provas, usando osrecursos cabíveis.

Art. 76 - A intimação do MinistérioPúblico, em qualquer caso, será feitapessoalmente.

Art. 77 - A falta de intervenção doMinistério Público acarreta a nulidade dofeito, que será declarada de ofício pelojuiz ou a requerimento de qualquerinteressado.

CAPÍTULO III

DA PROTEÇÃO JUDICIAL DOSINTERESSES DIFUSOS, COLETIVOS EINDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS OUHOMOGÊNEOS

Art. 78 - As manifestações processuaisdo representante do Ministério Públicodeverão ser fundamentadas.

Art. 79 - Regem-se pelas disposiçõesdesta Lei as ações de responsabilidadepor ofensa aos direitos assegurados aoidoso, referentes à omissão ou aooferecimento insatisfatório de:

I – acesso às ações e serviços de saúde;

II – atendimento especializado ao idosoportador de deficiência ou com limitaçãoincapacitante;

III – atendimento especializado ao idosoportador de doença infecto-contagiosa;

IV – serviço de assistência social visandoao amparo do idoso.

Parágrafo único. As hipóteses previstasneste artigo não excluem da proteçãojudicial outros interesses difusos, coletivos,individuais indisponíveis ou homogêneos,próprios do idoso, protegidos em lei.

Art. 80 - As ações previstas neste Capítuloserão propostas no foro do domicílio doidoso, cujo juízo terá competênciaabsoluta para processar a causa,ressalvadas as competências da JustiçaFederal e a competência originária dosTribunais Superiores.

Art. 81 - Para as ações cíveis fundadasem interesses difusos, coletivos,individuais indisponíveis ou homogêneos,consideram-se legitimados,concorrentemente:

I – o Ministério Público;

II – a União, os Estados, o Distrito Federale os Municípios;

III – a Ordem dos Advogados do Brasil;

IV – as associações legalmenteconstituídas há pelo menos 1 (um) ano eque incluam entre os fins institucionais adefesa dos interesses e direitos da pessoaidosa, dispensada a autorização daassembléia, se houver prévia autorizaçãoestatutária.

§ 1° Admitir-se-á litisconsórcio facultativoentre os Ministérios Públicos da União edos Estados na defesa dos interesses edireitos de que cuida esta Lei.

§ 2° Em caso de desistência ou abandonoda ação por associação legitimada, oMinistério Público ou outro legitimadodeverá assumir a titularidade ativa.

Art. 82 - Para defesa dos interesses e

direitos protegidos por esta Lei, sãoadmissíveis todas as espécies de açãopertinentes.

Parágrafo único. Contra atos ilegais ouabusivos de autoridade pública ou agentede pessoa jurídica no exercício deatribuições de Poder Público, que lesemdireito líquido e certo previsto nesta Lei,caberá ação mandamental, que se regerápelas normas da lei do mandado desegurança.

Art. 83 - Na ação que tenha por objeto ocumprimento de obrigação de fazer ounão-fazer, o juiz concederá a tutelaespecífica da obrigação ou determinaráprovidências que assegurem o resultadoprático equivalente ao adimplemento.

§ 1° Sendo relevante o fundamento dademanda e havendo justificado receio deineficácia do provimento final, é lícito aojuiz conceder a tutela liminarmente ouapós justificação prévia, na forma do art.273 do Código de Processo Civil.

§ 2° O juiz poderá, na hipótese do § 1ºou na sentença, impor multa diária aoréu, independentemente do pedido doautor, se for suficiente ou compatível coma obrigação, fixando prazo razoável parao cumprimento do preceito.

§ 3° A multa só será exigível do réu apóso trânsito em julgado da sentençafavorável ao autor, mas será devida desdeo dia em que se houver configurado

Art. 84 - Os valores das multas previstasnesta Lei reverterão ao Fundo do Idoso,onde houver, ou na falta deste, ao FundoMunicipal de Assistência Social, ficandovinculados ao atendimento ao idoso.

Parágrafo único. As multas não recolhidasaté 30 (trinta) dias após o trânsito emjulgado da decisão serão exigidas pormeio de execução promovida peloMinistério Público, nos mesmos autos,facultada igual iniciativa aos demaislegitimados em caso de inércia daquele.

Art. 85 - O juiz poderá conferir efeitosuspensivo aos recursos, para evitar danoirreparável à parte.

Art. 86 - Transitada em julgado a sentençaque impuser condenação ao PoderPúblico, o juiz determinará a remessa depeças à autoridade competente, paraapuração da responsabilidade civil eadministrativa do agente a que se atribuaa ação ou omissão.

Art. 87 - Decorridos 60 (sessenta) dias dotrânsito em julgado da sentençacondenatória favorável ao idoso sem queo autor lhe promova a execução, deveráfazê-lo o Ministério Público, facultadaigual iniciativa aos demais legitimados,como assistentes ou assumindo o póloativo, em caso de inércia desse órgão.

58 MANUAL DO IDOSO

Art. 88 - Nas ações de que trata esteCapítulo, não haverá adiantamento decustas, emolumentos, honorários periciaise quaisquer outras despesas.

Parágrafo único. Não se imporásucumbência ao Ministério Público.

Art. 89 - Qualquer pessoa poderá, e oservidor deverá, provocar a iniciativado Ministério Público, prestando-lheinformações sobre os fatos queconstituam objeto de ação civil eindicando-lhe os elementos deconvicção.

Art. 90 - Os agentes públicos em geral,os juízes e tribunais, no exercício de suasfunções, quando tiverem conhecimentode fatos que possam configurar crime deação pública contra idoso ou ensejar apropositura de ação para sua defesa,devem encaminhar as peças pertinentesao Ministério Público, para asprovidências cabíveis.

Art. 91 - Para instruir a petição inicial, ointeressado poderá requerer àsautoridades competentes as certidões einformações que julgar necessárias, queserão fornecidas no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 92 - O Ministério Público poderáinstaurar sob sua presidência, inquéritocivil, ou requisitar, de qualquer pessoa,organismo público ou particular, certidões,informações, exames ou perícias, noprazo que assinalar, o qual não poderáser inferior a 10 (dez) dias.

§ 1° Se o órgão do Ministério Público,esgotadas todas as diligências, seconvencer da inexistência defundamento para a propositura daação civil ou de peças informativas,determinará o seu arquivamento,fazendo-o fundamentadamente.

§ 2° Os autos do inquérito civil ou as peçasde informação arquivados serãoremetidos, sob pena de se incorrer emfalta grave, no prazo de 3 (três) dias, aoConselho Superior do Ministério Públicoou à Câmara de Coordenação e Revisãodo Ministério Público.

§ 3° Até que seja homologado ourejeitado o arquivamento, pelo ConselhoSuperior do Ministério Público ou porCâmara de Coordenação e Revisão doMinistério Público, as associaçõeslegitimadas poderão apresentar razõesescritas ou documentos, que serãojuntados ou anexados às peças deinformação.

§ 4° Deixando o Conselho Superior ou aCâmara de Coordenação e Revisão doMinistério Público de homologar apromoção de arquivamento, serádesignado outro membro do MinistérioPúblico para o ajuizamento da ação.

TÍTULO VI

DOS CRIMES

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 93 - Aplicam-se subsidiariamente, noque couber, as disposições da Lei n° 7º347,de 24 de julho de 1985º

Art. 94 - Aos crimes previstos nesta Lei,cuja pena máxima privativa de liberdadenão ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-seo procedimento previsto na Lei n° 9º099,de 26 de setembro de 1995, e,subsidiariamente, no que couber, asdisposições do Código Penal e do Códigode Processo Penal.

CAPÍTULO II

DOS CRIMES EM ESPÉCIE

Art. 95 - Os crimes definidos nesta Leisão de ação penal pública incondicionada,não se lhes aplicando os arts. 181 e 182do Código Penal.

Art. 96 - Discriminar pessoa idosa,impedindo ou dificultando seu acesso aoperações bancárias, aos meios detransporte, ao direito de contratar ou porqualquer outro meio ou instrumentonecessário ao exercício da cidadania, pormotivo de idade:

Pena – Reclusão de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa.

§ 1° Na mesma pena incorre quemdesdenhar, humilhar, menosprezar oudiscriminar pessoa idosa, por qualquermotivo.

§ 2° A pena será aumentada de 1/3 (umterço) se a vítima se encontrar sob oscuidados ou responsabilidade do agente.

Art. 97 - Deixar de prestar assistência aoidoso, quando possível fazê-lo sem riscopessoal, em situação de iminente perigo,ou recusar, retardar ou dificultar suaassistência à saúde, sem justa causa, ounão pedir, nesses casos, o socorro deautoridade pública:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa.

Parágrafo único. A pena é aumentada demetade, se da omissão resulta lesãocorporal de natureza grave, e triplicada,se resulta a morte.

Art. 98 - Abandonar o idoso em hospitais,casas de saúde, entidades de longapermanência, ou congêneres, ou nãoprover suas necessidades básicas, quandoobrigado por lei ou mandado:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 3(três) anos e multa.

Art. 99 - Expor a perigo a integridade e a

saúde, física ou psíquica, do idoso,submetendo-o a condições desumanas oudegradantes ou privando-o de alimentose cuidados indispensáveis, quandoobrigado a fazê-lo, ou sujeitando-o atrabalho excessivo ou inadequado:

Pena – detenção de 2 (dois) meses a 1(um) ano e multa.

§ 1° Se do fato resulta lesão corporal denatureza grave:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)anos.

§ 2° Se resulta a morte:

Pena – reclusão de 4 (quatro) a 12 (doze)a n o s .Art. 100 - Constitui crime punível comreclusão de (seis) meses a 1 (um) ano emulta:

I – obstar o acesso de alguém a qualquercargo público por motivo de idade;II – negar a alguém, por motivo de idade,emprego ou trabalho;

III – recusar, retardar ou dificultaratendimento ou deixar de prestarassistência à saúde, sem justa causa, àpessoa idosa;

IV – deixar de cumprir, retardar ou frustrar,sem justo motivo, a execução de ordemjudicial expedida na ação civil a que aludeesta Lei;V – recusar, retardar ou omitir dadostécnicos indispensáveis à propositura daação civil objeto desta Lei, quandorequisitados pelo Ministério Público.

Art. 101 - Deixar de cumprir, retardar oufrustrar, sem justo motivo, a execução deordem judicial expedida nas ações em quefor parte ou interveniente o idoso:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa.

Art. 102 - Apropriar-se de ou desviar bens,proventos, pensão ou qualquer outrorendimento do idoso, dando-lhesaplicação diversa da de sua finalidade:

Pena – reclusão de 1 (um) a 4 (quatro)anos e multa.

Art. 103 - Negar o acolhimento ou apermanência do idoso, como abrigado,por recusa deste em outorgar procuraçãoà entidade de atendimento:Pena – detenção de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa.

Art. 104 - Reter o cartão magnético deconta bancária relativa a benefícios,proventos ou pensão do idoso, bem comoqualquer outro documento com objetivode assegurar recebimento ouressarcimento de dívida:

Pena – detenção de 6 (seis) meses a 2(dois) anos e multa.

59MANUAL DO IDOSO

Art. 105 - Exibir ou veicular, por qualquermeio de comunicação, informações ouimagens depreciativas ou injuriosas àpessoa do idoso:Pena – detenção de 1 (um) a 3 (três) anose multa.

Art. 106 - Induzir pessoa idosa semdiscernimento de seus atos a outorgarprocuração para fins de administração debens ou deles dispor livremente:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro)anos.

Art. 107 - Coagir, de qualquer modo, oidoso a doar, contratar, testar ou outorgarprocuração:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)anos.

Art. 108 - Lavrar ato notarial que envolvapessoa idosa sem discernimento de seusatos, sem a devida representação legal:

Pena – reclusão de 2 (dois) a 4 (quatro)anos.

TÍTULO VII

DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIASArt. 109 - Impedir ou embaraçar ato dorepresentante do Ministério Público ou dequalquer outro agente fiscalizador:

Pena – reclusão de 6 (seis) meses a 1(um) ano e multa.

Art. 110 - O Decreto-Lei n° 2º848, de 7de dezembro de 1940, Código Penal,passa a vigorar com as seguintesalterações:

“Art. 61º

II -

h) contra criança, maior de 60 (sessenta)anos, enfermo ou mulher grávida;” (NR)

“Art. 121 -

§ 4° No homicídio culposo, a pena éaumentada de 1/3 (um terço), se o crimeresulta de inobservância de regra técnicade profissão, arte ou ofício, ou se o agentedeixa de prestar imediato socorro à vítima,não procura diminuir as conseqüências doseu ato, ou foge para evitar prisão emflagrante. Sendo doloso o homicídio, apena é aumentada de 1/3 (um terço) seo crime é praticado contra pessoa menorde 14 (quatorze) ou maior de 60(sessenta) anos. .” (NR)

“Art. 133.

§ 3°.

III – se a vítima é maior de 60 (sessenta)anos.”(NR)

“Art. 140

§ 3° Se a injúria consiste na utilização deelementos referentes a raça, cor, etnia,religião, origem ou a condição de pessoaidosa ou portadora de deficiência:” (NR)

“Art. 141

IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta)anos ou portadora de deficiência, excetono caso de injúria.” (NR)

“Art. 148

§ 1°

I – se a vítima é ascendente, descendente,cônjuge do agente ou maior de 60(sessenta) anos...” (NR)

“Art. 159

§ 1° Se o seqüestro dura mais de 24 (vintee quatro) horas, se o seqüestrado é menorde 18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta)anos, ou se o crime é cometido por bandoou quadrilha.” (NR)

“Art. 183

III – se o crime é praticado contra pessoacom idade igual ou superior a 60(sessenta) anos.” ” (NR)

“Art. 244 - Deixar, sem justa causa, deprover a subsistência do cônjuge, ou defilho menor de 18 (dezoito) anos ouinapto para o trabalho, ou de ascendenteinválido ou maior de 60 (sessenta) anos,não lhes proporcionando os recursosnecessários ou faltando ao pagamento depensão alimentícia judicialmenteacordada, fixada ou majorada; deixar,sem justa causa, de socorrer descendenteou ascendente, gravemente enfermo:.”” (NR)

Art. 111 - O art. 21 do Decreto-Lei n°3º688, de 3 de outubro de 1941, Lei dasContravenções Penais, passa a vigoraracrescido do seguinte parágrafo único:

“Art. 21º

Parágrafo único. Aumenta-se a pena de1/3 (um terço) até a metade se a vítimaé maior de 60 (sessenta) anos.”(NR)

Art. 112 - O inciso II do § 4° do art. 1° daLei n° 9º455, de 7 de abril de 1997, passaa vigorar com a seguinte redação:

“Art. 1°

§ 4°

II – se o crime é cometido contra criança,gestante, portador de deficiência,adolescente ou maior de 60 (sessenta)

anos; ” (NR)

Art. 113 - O inciso III do art. 18 da Lei n°6º368, de 21 de outubro de 1976, passaa vigorar com a seguinte redação:

“Art. 18

III – se qualquer deles decorrer deassociação ou visar a menores de 21 (vintee um) anos ou a pessoa com idade igualou superior a 60 (sessenta) anos ou aquem tenha, por qualquer causa,diminuída ou suprimida a capacidade dediscernimento ou de autodeterminação:”(NR)

Art. 114 - O art. 1° da Lei n° 10º048, de8 de novembro de 2000, passa a vigorarcom a seguinte redação:

“Art. 1° As pessoas portadoras dedeficiência, os idosos com idade igual ousuperior a 60 (sessenta) anos, as gestantes,as lactantes e as pessoas acompanhadaspor crianças de colo terão atendimentoprioritário, nos termos desta Lei.”(NR)

Art. 115 - O Orçamento da SeguridadeSocial destinará ao Fundo Nacional deAssistência Social, até que o FundoNacional do Idoso seja criado, os recursosnecessários, em cada exercício financeiro,para aplicação em programas e açõesrelativos ao idoso.

Art. 116 - Serão incluídos nos censosdemográficos dados relativos à populaçãoidosa do País.

Art. 117 - O Poder Executivo encaminharáao Congresso Nacional projeto de leirevendo os critérios de concessão doBenefício de Prestação Continuadaprevisto na Lei Orgânica da AssistênciaSocial, de forma a garantir que o acessoao direito seja condizente com o estágiode desenvolvimento socioeconômicoalcançado pelo País.

Art. 118 - Esta Lei entra em vigordecorridos 90 (noventa) dias da suapublicação, ressalvado o disposto no caputdo art. 36, que vigorará a partir de 1° dejaneiro de 2004.

60 MANUAL DO IDOSO

GUIA DAPESSOA IDOSA

DE OSASCO

SECRETARIA DE ASSISTÊNCIAE PROMOÇÃO SOCIAL – SAPS

Carteira de Passageiro EspecialTem como objetivo oferecer carteira de passageiroespecial para aposentados, pensionistas e pessoas comdeficiência. Para adquirir a Carteira, aposentados epensionistas deverão apresentar o comprovante dobenefício adquirido, RG e comprovante de residência. Osdeficientes deverão estar munidos de laudo médio, RG ecomprovante de residência.

Centro de Atenção à Terceira Idade – CATIO centro de atenção à terceira idade tem como objetivodesenvolver diversas atividades com os Idosos domunicípio de Osasco. Para utilização dos serviços énecessário ter 60 anos, efetuar o cadastro no CATI eaguardar abertura de vagas.

AtividadesGinásticaHidroginásticaPintura em tecido

SERVIÇOS DISPONIBILIZADOS À PESSOAIDOSA NO MUNICÍPIO DE OSASCO

61MANUAL DO IDOSO

FUNDO SOCIAL DESOLIDARIEDADE - FSS

Projeto Redescobrindo nossa história, melhoridade.

Proporciona lazer e conhecimento, por meio de passeiosgratuitos pelos principais pontos históricos e parques domunicípio. Parceria com CMTO (Cia Municipal deTransportes de Osasco). Os passeios são agendadospelo telefone 3652-9400.

TapeçariaPalestras de Orientação voltadas para 3ª idadeBaile da 3ª idadeBijuteriasAlfabetizaçãoTricot e CrochêGrupo de memóriaRecreação AquáticaArte TerapiaReciclagem papelãoPorcelanaCoralAulas de violãoCurso de teatro e poesiaAlongamento

OBS: todos os materiais são dos alunos. As turmas sãoem torno de 30 alunos. Atendimentos diários em tornode 450 idosos.

FEJATI - Parceria com a Serel

Rua da Saudade, 180 – Bela Vista / Osasco – São Paulo.Horário de funcionamento: das 8h às 17hTelefones: 2183-6736/2183-6737

62 MANUAL DO IDOSO

SECRETARIA DE CULTURA – SC

Curso de Teatro voltado para terceira idadeEscola de artes Antonio César SalviInscrições na própria escola.Fone: 3682-2711

Quinta dançanteTodas as quintas voltado para terceira idadeCentro de Eventos Pedro Bortolosso

SECRETARIA DE SAÚDE – SS

Projeto Saúde não tem Idade – em parceria comHospital da Clinicas e SAPS – Palestras voltadaspara 3ª IdadeA Prefeitura Municipal de Osasco, através dasSecretarias de Saúde e Promoção Social e em parceriacom o Hospital das Clínicas, promoverá a partir desetembro o Projeto Saúde não tem idade. O objetivo doprojeto é proporcionar uma melhoria na qualidade devida do idoso através de palestras de cunho educativode orientação à saúde, voltadas ao público idoso.O Projeto saúde não tem idade constitui uma sériede palestras a serem realizadas por médicos do Hospitaldas Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidadede São Paulo, coordenado pelo Dr. Wilson Jacob, Geriatraconceituado nacionalmente, o qual virá nos prestigiar.As palestras acontecerão no Centro de Atenção aTerceira Idade (CATI - Rua da Saudade, 180 – Bela Vista/ Osasco – São Paulo). As pessoas da terceira idadepoderão inscrever-se no local ou pelo telefone 21836736.

Centro de Atenção ao Idoso Único GallafrioAtendimentos Médicos: Geriatria, Angeologia (Vascular),Urologia, Cardiologia e Dentista, para a inclusão doidoso no centro o medico da UBS deve encaminhar.

Aulas artesanaisAulas de SomatoterapiaRua Atília Delbon Biscuola, 927 – Presidente AltinoOsasco-SP Tel:3681-0307Horário de funcionamento: das 7h às 16h

63MANUAL DO IDOSO

TELEFONES E ENDEREÇOS ÚTEISPARA A DEFESA DE DIREITOS

DAS PESSOAS IDOSAS

(A serem tratadas face particularidades)(A serem tratadas face particularidades)(A serem tratadas face particularidades)(A serem tratadas face particularidades)(A serem tratadas face particularidades)

CONSELHO ESTADUALDO IDOSO - SPRua Antonio de Godoy, 122 – 11º andar – Sala 116Bairro Santa IfigêniaFones 011 – 3222.1229 e 3361.4222Site: www.conselhos.sp.gov.brE-mail: [email protected] 01034-000 – SÃO PAULO – SP.

CONSELHO MUNICIPALDO IDOSOOSASCORua da Saudade, 180Bairro Bela VistaFones: 011 – 2183.6700 (PABX) e 2183.6735.CEP 06080-000 – OSASCO – SP

FÓRUM DE OSASCOAvenida das Flores, 703Bairro Jardim das FloresFone: 011 – 3681.9922CEP 06110-100 – OSASCO – SP

PROMOTORIADO IDOSO DE OSASCO(FÓRUM DE OSASCO)Avenida das Flores, 703Bairro Jardim das FloresFone: 11 – 3681.9922Promotor: Dr. Fábio Luiz Machado GarcezCEP 06110-100 – OSASCO – SP.

64 MANUAL DO IDOSO

JUIZADO ESPECIAL FEDERAL OAB – ORDEM DOSADVOGADOS DO BRASIL

OSASCORua Paulo Lício Rizzo, 66CentroFone: 11 – 2142.8600 (PABX)CEP 06018-010 – OSASCO – SP

DEFENSORIA PÚBLICADO ESTADORua Santa Terezinha, 52Bairro Vila YaraFones: 11 – 3681.6797 e 3681.9388CEP 06026-040 – OSASCO – SPOBS.: Está em processo de adaptação e mudança, talvezpara outro prédio. Pediu contato para 23/8.

GAEPIGRUPO DE ATUAÇÃO ESPECIAL DE PROTEÇÃO AOIDOSO (Ministério Público - Atende somente pessoas daCapital de São Paulo)Rua Riachuelo, 115 – 1º andarBairro CentroFone: 11 – 3119.9000 (PABX)CEP 01007-904 – SÃO PAULO – SP

DELEGACIA DO IDOSO(Atendendo até a instalação da especializada)Rua Pedro Viel, 61Bairro CentroFone: 011 – 3682.0522CEP 006093-901 – OSASCO – SP

OSASCOAvenida das Flores, 707Bairro Jardim das FloresFones: 11 – 3683.4736 e 3681.0024E-mail: [email protected] 06110-100 – OSASCO – SP.

INSTITUTO NACIONAL DESEGURIDADE SOCIAL – INSS

Praça das Monções, 101Bairro Jardim PiratiningaFones: 135 para informações gerais e 11 – 3336.7200(PABX em Osasco)CEP 06233-050 – OSASCO – SP.

65MANUAL DO IDOSO

ANOTAÇÕES

MANUAL DO IDOSOComo Fazer Valer Seus direitos

Parceria56ª Subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil – Osasco/SP

Presidente: José Paschoal FilhoPrefeitura Municipal de Osasco

Prefeito: Emidio de Souza

IEAC–21 – Instituto de Estudos, Ação e Cooperação Século XXI

Público-alvo – Pessoas Idosas, assim consideradaspelo Estatuto do Idoso Lei Nº 10.741 / 2.003

56ª Subsecção da OAB / OSASCO / SPComissão do Idoso

Coordenação: Dr. Aridelson Carlos Cesar Turíbio

Grupo de Pesquisa e Redação Básica (Legislação específica e correlata)

Albertino de Souza OlivaAlethea Silva Meira

Ângelo ÓbiceAridelson Carlos Cesar Turibio

Bernadette Bauer Ferreira FreireElza Valadão Rossi

Enio GruppiÉzio Pereira de GodoyFernão Rocha Campos

Haydée da Costa Vieira PintoJair Simões

José Otacílio da SilvaNatália Roque

Tarcílio de Moraes

“In memorian” Dr. Heliodoro De VicenzoSuporte Técnico: IEAC-21

Adaptação e diálogos: Antonio Roberto Espinosa (Jornalista)

Prefeitura Municipal de OsascoJorge Lapas - Secretário de Governo

Maria José Favarão – Secretária de EducaçãoMaria Aparecida Maroti - Conselho Municipal do Idoso

IEAC- 21Enio Gruppi – Presidente

Antonio Roberto Espinosa – Vice-Presidente

Agradecimentos EspeciaisAndré Ricardo Blanco Ferreira Pinto – Advogado militante – Mestre em Direito Civil

João Estevam da Silva. – Promotor de Justiça - Grupo de Atuação Especial de Proteção ao Idoso - GAEPIDeborah Pierri - Promotora de Justiça do Consumidor:

Daniel Gonçalves Balan. - Ministério Publico do Trabalho -Sílvio Balângio Júnior – Delegado de PolíciaGilson Leite Campinas – Delegado de Polícia

Marinesio Martins Santos – Delegado de PolíciaMaria Clara da Matta Anjos – Advogada- Coordenadoria do Programa de Educação Previdenciária - INSS – Osasco

Lourival Gonçalves de Oliveira – Oficial do 1º Registro de Imóveis Títulos e Documentos e Civil de Pessoa Jurídica - OsascoJefferson Demetrio Molina (Escrivão) e Luis Roberto Silveira Moraes (Escrevente) – Cartório de Notas de Osasco

Jaine Postigo Amorina – Assistente SocialLucilene Cavalcante Vieira Lins - colaboradora

Osvaldo Gregório Júnior – CONSEG / Osasco, Centro

Apoio administrativo - OABRosmari de Souza e Fernanda Rodrigues Gusson

Diagramação e Produção da Prefeitura de OsascoDepartamento de Comunicação Social

Diretora - Emilia Cordeiro (Mtb. 42.233)Tráfego: Marta Regina Devechi

Ilustrações - Rice AraújoFotografia - Cesar Greco

Diagramação - Decio Chiba

Prefeitura Municipal de OsascoAv. Bussocaba, 300 - Centro

Fone: (11) 3652-9000www.osasco.sp.gov.br

Comissão do Idoso – 56ª Subseção da OAB, em Osasco/SPAv. das Flores, nº 707 – Jd das Flores – Osasco

Fones: (11) 3683 47 36 // 3681 00 24e-mail – [email protected]

Impressão e acabamentoPágina & Letras Editora e Gráfica Ltda (11-6618-2461)