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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA FEDERAL DA 38ª SUBSECÇÃO JUDICIÁRIA DE BARRETOS/SP “É preciso ver as coisas do mundo pelo avesso, para enxergar do lado direito”. (Baltasar Gracián, A arte da prudência). JOSE CARLOS OLIVEIRA, cidadão brasileiro, casado, com Titulo Eleitoral sob o nº 0129.6998.0124, inscrito no Registro Geral sob o nº 18.695.585 SSP/SP e do CPF/MF nº 071.428.088.70, residente e domiciliado à Rua 16, nº 0383, na cidade de Barretos/SP, através de seu advogado e procurador in fine assinado, conforme instrumento de mandado anexo (doc. 01), NOEL DA SILVA SANTOS, brasileiro, casado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Secção de São Paulo, Subsecção de Barretos, sob nº. 319428 OAB/SP, com escritório à Rua 18, nº 066, sala 5, CEP 14787-276, onde normalmente recebe as notificações e intimações judiciais, vem mui respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO DE TUTELA pelos desvios de verbas públicas relativos às transferências de recursos da União mediante convênios e contratos de repasse com o Ministério do Turismo.

Ação Popular contra Os Independentes

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Page 1: Ação Popular contra Os Independentes

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA 1ª VARA

FEDERAL DA 38ª SUBSECÇÃO JUDICIÁRIA DE

BARRETOS/SP

“É preciso ver as coisas do mundo pelo

avesso, para enxergar do lado direito”.

(Baltasar Gracián, A arte da prudência).

JOSE CARLOS OLIVEIRA, cidadão brasileiro,

casado, com Titulo Eleitoral sob o nº 0129.6998.0124, inscrito no

Registro Geral sob o nº 18.695.585 SSP/SP e do CPF/MF nº

071.428.088.70, residente e domiciliado à Rua 16, nº 0383, na cidade de

Barretos/SP, através de seu advogado e procurador in fine assinado,

conforme instrumento de mandado anexo (doc. 01), NOEL DA SILVA

SANTOS, brasileiro, casado, inscrito na Ordem dos Advogados do

Brasil, Secção de São Paulo, Subsecção de Barretos, sob nº. 319428

OAB/SP, com escritório à Rua 18, nº 066, sala 5, CEP 14787-276, onde

normalmente recebe as notificações e intimações judiciais, vem mui

respeitosamente à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE ANTECIPAÇÃO

DE TUTELA

pelos desvios de verbas públicas relativos às transferências de recursos

da União mediante convênios e contratos de repasse com o Ministério do

Turismo.

Page 2: Ação Popular contra Os Independentes

em face de

1. UNIÃO FEDERAL, pessoa jurídica de direito público interno,

que deve ser citada na pessoa do Advogado-Chefe da União

Procuradoria-Regional Federal da 3ª Região Rua da Consolação,

1875 - São Paulo/SP - 11º Andar - Cerqueira César - São Paulo -

SP - Cep. 01301-100 – SP.

2. OS INDEPENDENTES, pessoa jurídica de direito privado com

inscrição no CNPJ sob o nº 44.791.994/0001-87, com sede no

PARQUE DO PEÃO - RODOVIA BRIGADEIRO FARIA

LIMA KM 428 - BARRETOS SP.

DO FORO COMPETENTE. LEGITIMIDADE.

A ação popular é instrumento pioneiro de defesa de

direitos difusos, ao tutelar, dentre outros, o direito à preservação do

patrimônio público de uma forma bem ampla. Qualquer cidadão tem

legitimidade para propor ação popular (CF, art. 5º, LXXIII).

Historicamente, o nosso sistema jurídico equipara o conceito de cidadão

ao de eleitor. O autor é cidadão eleitor, pois quite com suas obrigações

eleitorais. É parte legítima ativa.

No pólo passivo, de conformidade com a disposição

constante do art. 1º, combinado com o art. 6º, da Lei 4.717, de 1965,

residem: a) o ente público omissivos com o contrato impugnado: a União

Federal e b) os que causaram ou tendem a causar, por conduta omissiva

ou comissiva, lesão aos bens tutelados pela ação popular, Entidade Os

Independentes com os beneficiária direta do ato impugnado ou da

omissão da Administração Pública.

Não há foro privilegiado na ação popular. Qualquer

que seja a autoridade demandada, a ação deve ser proposta no juízo de

primeiro grau, consoante unívoca jurisprudência: “A competência para

julgar ação popular contra ato de qualquer autoridade, inclusive

Page 3: Ação Popular contra Os Independentes

aquelas que em mandado de segurança estão sob jurisdição do STF, é

do juiz de 1º grau de jurisdição, pois a enumeração do art. 102, I, “a”,

“d”, “e”, “q” da Constituição, não prevê a ação popular”1

A competência, portanto, é da Justiça Federal (CF,

art. 109, I). O autor popular tem a faculdade de escolher o foro de seu

domicílio (CPC, art. 99, I, c.c. art. 109, § 2º da CF)2. A seu lado, o art. 5º

da Lei 4.717, de 1965, estabelece que, no âmbito do foro em que

proposta a ação, a competência é do juízo que cabe decidir as causas

referentes à Fazenda Pública Federal.

DOS FATOS

Sucessivamente, vem ocorrendo nesta Comarca,

através de inúmeros à transferência de recursos financeiros pelo Governo

Federal à Entidade (sem fins lucrativos), com informações para

população em geral sobre a realização de obras e supostos eventos dentro

do Parque do Peão, demonstrando a divulgação da cultura em fomento

ao turismo.

Pois bem, inicialmente, é de se consignar que a

Entidade, diga-se, e repita-se, de caráter sem fins têm no seu quadro

constitutivo associativo, vários membros dirigentes que exercem

atividade empresarial, e ainda, na condição de agente político e

dirigentes na gestão pública municipal.

Conclusivamente se percebe, de maneira clara, que a

entidade, embora com a roupagem de finalidade artística e cultural, sob o

manto de promover a gigantesca festa do peão há muito tempo vem

sendo agraciada por muitos e muitos políticos que nesse solo boiadeiro

pisam e batucam suas pretensões políticas, assim, utiliza-se como celeiro

partidário, com o direcionamento de verbas públicas entre os supostos e

1 TRF-2ª Região, AI 0226023-RJ, rel. Des. Fed. Henry Barbosa, DJU 18.7.1991

2 STJ, Primeira Seção, CC 47950/DF, rel. Min. Denise Arruda, DJU 7.5.2007, p. 252.

Page 4: Ação Popular contra Os Independentes

transvertidos correligionários, promovendo suas campanhas dentro do

contexto “curral eleitoral” que tanto ofusca a sociedade.

Uma vez que o dispêndio de verbas desarrazoadas

com os convênios e repasses celebrados pelo MTur, apesar do nobre

desiderato de fomento ao promissor potencial turístico brasileiro, têm

sido instrumentos para a malversação, o desvio, a dilapidação do

patrimônio público.

Tornou-se público e notório que os órgãos de

controle têm reiteradamente localizado ilegalidades ou irregularidades

dos mais variados tipos na execução das avenças.

Vícios diversos que sempre conduzem a um

resultado: a lesão ao patrimônio estatal. E justamente em um Ministério

cujas transferências voluntárias crescem a cada ano na promoção de

festas. Considerável parcela dessas transferências, ressalte-se, provem de

emendas parlamentares.

Há que se ressaltar, outrossim, que a pessoa jurídica

responsável pela organização do evento como deslustra de sua

finalidade, quando emprega interesses de empresas, cujo ramo de

atividade é voltado ao seguimento cujos empresários, ou mesmo ligados

a ela são os próprios membros da associação de “Os Independentes”.

Desta forma, nos moldes em que estão lançadas as

matérias jornalísticas, que dão notícias de irregularidades execução e de

ilegalidade no repasses promovidos pelo Ministério do Turismo, onde

se denota cabalmente a pretensão precípua ou cumulativa de desvio de

finalidade.

Veja-se, destarte, pelo material acostado aos autos,

doc. anexo, que em todos há textos que investimentos e realização dos

eventos foram subsidiados com dinheiro público, ou melhor

Page 5: Ação Popular contra Os Independentes

“Um “rodeio” nas verbas públicas”3

“ONGs citadas entre as suspeitas de

irregularidades por CPI do Senado continuaram

recebendo repasses e celebrando contratos com a

União no valor de quase R$ 29 milhões.(...).

Laço

Dentre as quatro ONGs citadas no relatório final da

CPI e que continuaram a firmar convênios com a

União, a principal beneficiada é a entidade Os

Independentes, responsável pela Festa do Peão de

Barretos (SP). Mesmo investigada, a entidade

assinou três convênios com o Ministério do Turismo

neste ano e mais dois no ano passado, no valor de

R$ 5,7 milhões. O dinheiro deveria ser utilizado em

três diferentes eventos em Barretos — o maior

montante é para a Festa do Peão. Mas, conforme o

próprio Ministério do Turismo, a prestação de

contas de pelo menos um convênio foi insatisfatória.

Em nota enviada ao Correio, a assessoria de

comunicação do ministério informa que a prestação

de contas do convênio firmado para a realização do

7º Barretos Motorcycles deixou de apresentar

documentos essenciais, necessários para a

comprovação da correta aplicação do dinheiro

público. “O convenente foi notificado a apresentar

documentação complementar sob pena de inscrição

no cadastro de inadimplentes”, informa a nota.

Outros dois convênios, para a realização da Festa

de Barretos (são quase R$ 2,5 milhões), ainda

dependem de análise do Ministério do Turismo. Por

causa do “atraso” para a liberação do dinheiro, a

vigência de um dos convênios foi prorrogada até 20

3Disponível em 22.06.2013:

http://www.contasabertas.org/WebSite/Midias/DetalheMidias.aspx?Id=1842&AspxAutoDetectCookie

Support=1

Page 6: Ação Popular contra Os Independentes

de dezembro. Os Independentes teriam até o dia 13

deste mês para apresentar a prestação de contas do

outro convênio. Como é um sábado, e por causa do

feriado de hoje, o último dia para a prestação de

contas é amanhã.

“No momento da assinatura dos convênios, não

havia qualquer impedimento legal para tanto”,

justifica o Ministério do Turismo. O senador

Raimundo Colombo (DEM-SC), governador eleito

em Santa Catarina, chegou a pedir a quebra dos

sigilos bancário e fiscal da entidade, como parte

dos trabalhos da CPI das ONGs. Segundo o

relatório final da CPI, o Tribunal de contas da

União (TCU) instaurou dois processos, em 2006 e

2007, para apurar a aplicação de dinheiro da União

na Festa do Peão de Barretos. A quantia em análise

é de R$ 1,4 milhão. “Desde 1999, nenhuma ONG de

Barretos surge na contabilidade pública como

destinatária de recursos para a promoção anual da

festa. Em 2006, Os Independentes recebem R$ 2,93

milhões”, cita o relatório final da CPI. O Correio

tentou ouvir os representantes da ONG, mas a

assessoria de imprensa da entidade não deu retorno

até o fechamento desta edição. destaquei

Veja-se, por exemplo, uma das matérias lançada no

jornal Correio, a qual nos reportamos exclusivamente, por brevidade e

economia, tem-se que a vultosa quantia despendida não atendeu sua

finalidade

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS POR ESTADO/MUNICÍPIO

UF: SÃO PAULO EXERCÍCIO: 2009

Descrição do total Valor

Total destinado ao Estado: R$ 25.270.130.232,86

Total destinado ao Governo do Estado: R$ 9.290.476.910,03

Page 7: Ação Popular contra Os Independentes

Total destinado aos municípios do Estado: R$ 15.979.653.322,83

Total destinado ao município BARRETOS: R$ 68.245.125,99

Total destinado à ação 4620 - Promoção de

Eventos para Divulgação do Turismo

Interno:

R$ 5.485.127,30

Total destinado ao favorecido OS

INDEPENDENTES: R$ 5.485.127,30

Mês Fonte - Finalidade Modalidade

de Aplicação Convênio Valor (R$)

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 1.200.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 1.200.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 400.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 400.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 300.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 300.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 292.563,65

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 292.563,65

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 200.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 200.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 100.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 100.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 100.000,00

Outubro/2009

STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 704500 100.000,00

Maio/2009 STN -

CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

50 - Transf. a

Inst. Privadas 703256

Page 8: Ação Popular contra Os Independentes

REPASSES

TRANSFERÊNCIA DE RECURSOS POR ESTADO/MUNICÍPIO

UF: SÃO PAULO EXERCÍCIO: 2010

Descrição do total Valor

Total destinado ao Estado: R$ 16.105.674.707,47

Total destinado ao Governo do Estado: R$ 5.472.225.951,95

Total destinado aos municípios do Estado: R$ 10.633.448.755,52

Total destinado ao município BARRETOS: R$ 44.120.683,93

Total destinado à ação 4620 - Promoção de Eventos para

Divulgação do Turismo Interno: R$ 480.000,00

Total destinado ao favorecido OS INDEPENDENTES: R$ 280.000,00

Mês Fonte - Finalidade Modalidade de

Aplicação Convênio Valor (R$)

Junho/2010 STN - CONVÊNIOS/CONTRATOS DE

REPASSES

50 - Transf. a

Inst. Privadas 732428

Tal matéria enfoca que a Requerida com a

celebração de contratos de repasse com interesses preponderantemente

privados, na maneira de administração das transferências federais a

entidade sem fins lucrativos, implantada no MTur, a partir de 2003, não

foram observados a legalidade com a edição do Decreto nº 6.170/07.

Além do mais, torna-se inequívoca a existência do

conteúdo, porém, seria inadmissível que o MTur, como órgão público

responsável pela implementação das políticas de turismo, gestor dos

Programas de Finalidades Turísticas de governo e detentor dos recursos

consignados no Orçamento e utilizados nos repasses questionados, se

furtasse de suas atribuições de zelar e de assegurar a regular e efetiva

aplicação desses recursos, e continuasse deliberadamente na promoção

de ulteriores repasses quando da existência de ilegalidade preteria.

Page 9: Ação Popular contra Os Independentes

Ainda, quanto à responsabilização na qualidade de

agente político, que são muitos, os Membros Efetivos que também

compunham a Administração Municipal:

1. Jerônimo Luiz Muzetti

2. Mussa Calil Neto

3. Nivaldo Gomes Junior

4. Calil Sales Aguil

5. Ezisto Hélio Fernandes Cézari

6. Samir Henrique Abou Karnib

7. Ricardo Batista da Rocha

8. Emilio Carlos dos Santos

9. Julio Cesar Vilela de Salis

10. Wilson Luiz Franco de Britto

Que na celebração dos contratos competiria a

verificação da regularidade de cada um dos contratos de repasse para que

a entidade beneficiária dos recursos não tenha como finalidade principal

o atendimento dos interesses de somente um grupo determinado de

pessoas, ou mesmo, de forma transvertida exclusividade com a

EMPRESA SANTARENA S/A, que detém monopólio contratual

responsável por comercializar os espaços da entidade requerida junto à

praça de alimentação, camarotes, bilheterias, shows, estacionamentos,

dentre outros, com a exploração das vias públicas no entorno do Parque

com anúncios da marca BRAHMA, e da toda poderosa AMBEV.

Desta forma, com objetivos comerciais ou políticos.

Haja vista que, compõe a Diretoria da referida empresa, como Diretor

Operacional desta o Senhor Luiz Muzetti, este, sendo ainda, membro

efetivo da entidade promotora da festa e ex-presidente do clube por

vários mandatos, e pasme! foi Diretor do Departamento de Turismo

do Município que, cargo hoje ocupado pelo atual presidente Hugo

Rezende certamente, traz evidente facilitação in casu com estrita

conotação de interesses entre públicos e privados. Ora, a entidade é sem

fins lucrativos, mas as empresas NÃO! ou seja, de independentes passam

a ser DEPENDENTES de recursos públicos, e sequer prestam contas

daquilo que foi recebido com dinheiro do POVO.

Page 10: Ação Popular contra Os Independentes

Em especial, vale observar a situação do Sócio

Senhor Julio Cesar Vilela, que, além de estar a frente do

empreendimento de interesse privado “Barretos Thermas” que recebeu

‘incentivos’ governamentais, para infraestrutura na Ampliação do

Sistema de Captação e Distribuição de Água, com a construção de

Reservatório, Piscinas e Melhorias pelo Repasse na ordem de R$

2.925.000,00 (dois milhões novecentos e vinte e cinco mil reais) pelo

Convenio CRT 0212620-70/2006/MTURISMO, também estaria na

condição de agente público, contrariando o (Decreto Lei 61701/2007)

“Art. 2º É vedada a celebração de convênios e

contratos de repasse:

(...)

II - com entidades privadas sem fins lucrativos que

tenham como dirigentes:

a) membros dos Poderes Executivo, Legislativo,

Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de

Contas da União, bem como seus respectivos

cônjuges, companheiros, e parentes em linha reta,

colateral ou por afinidade até o 2º grau;

b) servidor público vinculado ao órgão ou entidade

concedente, bem como seus respectivos cônjuges,

companheiros, e parentes em linha reta, colateral ou

por afinidade até o 2º grau; e

II - com entidades privadas sem fins lucrativos que

tenham como dirigente agente político de Poder ou

do Ministério Público, dirigente de órgão ou

entidade da administração pública de qualquer

esfera governamental. Destaquei.

A Empresa Santarena, de sociedade do membro

diretor independente Senhor Jeronimo Muzetti, doc. anexo, conforme

cadastro na Junta Comercial do Estado de São Paulo, doc. anexo. com o

Senhor Guilherme Henrique Ramos Marconi, que, por sua vez, é

Page 11: Ação Popular contra Os Independentes

proprietário da distribuidora de bebidas CERBEL sediada em

Bebedouro, (doc. anexo 3), que atua com exclusividade na distribuição

dos produtos da AMBEV e agora com o monopólio permissionário dos

espaços BRAHMA no parque do peão, e repita-se, e na cidade Barretos,

através da Santarena SA, Cerbel e da toda prestigiosa COMPANHIA

DE BEBEDIDAS DAS AMÉRICAS - AMBEV.

Mais ainda, na forma como foi realizada, leva ao

entendimento inexorável de se tratar iniludivelmente que os interesses

primários não são do Clube (ENTIDADE) e sim de seus organizadores,

que mesmo diante da falsa imagem à promoção de eventos a pretexto da

divulgação do turismo interno, como quer fazer entender pelas

justificativas das transferências dos recursos com vultosas somas com

repasses à instituição privada pelo Ministério do Turismo, que teve como

patrocinadores recursos públicos.4

Conforme noticiado pelo ex-presidente da Festa em

entrevista concedida ao Jornal Folha de São Paulo “O investimento total

da organização para a festa deste ano é de R$ 20 milhões. Os recursos

liberados pelo ministério --parte deles via emendas parlamentares-irá

para o custeio geral do evento, como os shows, disse Marcos Murta,

presidente de Os Independentes, entidade organizadora da festa”5.

Ficando ainda, a indagação se a Associação ao receber dinheiro público

para subvencionar os referidos shows se praticava o preço dos ingressos

com valores públicos?

Aliás, figura a entidade de OS INDEPENDENTES

em procedimentos investigatórios, no âmbito administrativo (TCU) e

legislativo (CPI) do senado sobre suposta irregularidades apontadas até

2009.

Agrava-se ainda mais a situação, posto que era

responsabilidade primordial e exclusiva do MTur a seleção dos

4 http://www.independentes.com.br/pt-br/ 5 http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/785846-ministerio-do-turismo-libera-r-23-milhoes-para-

festa-do-peao-de-barretos-sp.shtml

Page 12: Ação Popular contra Os Independentes

beneficiários e a verificação da compatibilidade dos objetos apresentados

com os programas do Ministério, como inclusive frisaram os

responsáveis em suas razões de justificativa. A autorização para a

celebração de contratos cujos objetos denotavam a presença de interesses

predominantemente privados, sem relação direta com o turismo, expõe

ainda mais o quadro de fragilidades existentes à época, no que tange à

celebração de contratos de repasse pelo Ministério, tendo-se em conta,

ainda, a responsabilização por culpa in eligendo e culpa in vigilando.

Embora com sérios indícios de ocorrências de

ilegalidades e até mesmo quando é acionada por algum órgão fiscaliza

tório, cobrando obrigação, como exemplo a atuação da Receita, logo se

se inicia uma busca desprovida.

ROCESSO 0003333-55.2006.4.03.6102 [Consulte este processo no TRF]

NUM.ANTIGA 2006.61.02.003333-6

DATA PROTOCOLO 14/03/2006

CLASSE 126 . MANDADO DE SEGURANCA

IMPETRANTE OS INDEPENDENTES

ADV. SP187409 - FERNANDO LEÃO DE MORAES

IMPETRADO PROCURADOR-SECCIONAL DA FAZENDA NACIONAL EM RIBEIRAO

PRETO-SP

ADV. SP999999 - SEM ADVOGADO

ASSUNTO

EXPEDICAO DE CERTIDAO POSITIVA DE DEBITO COM EFEITO DE

NEGATIVA - CERTIDAO NEGATIVA DE DEBITO (CND) - CREDITO

TRIBUTARIO - TRIBUTARIO CDA'S 8020101381342 8020503657601

8060505129199 8060505129270 8070501589788

SECRETARIA 6a Vara / SP - Ribeirão Preto

SITUAÇÃO BAIXA - FINDO

TIPO

DISTRIBUIÇÃO DISTR. AUTOMATICA em 14/03/2006

VOLUME(S) 1

VALOR CAUSA 1.000,00

PROCESSO 0003333-55.2006.4.03.6102

Autos com (Conclusão) ao Juiz em 20/04/2006 p/ Sentença

*** Sentença/Despacho/Decisão/Ato Ordinátorio

Tipo : COM MERITO Livro : 4 Reg.: 223/2006 Folha(s) : 97

Page 13: Ação Popular contra Os Independentes

Ante o exposto, JULGO IMPROCEDENTE o pedido. Por

conseguinte, extingo o processo, com julgamento de mérito,

nos termos do art. 269, inciso I, do Código de Processo

Civil.Custas na forma da lei.Sem condenação em honorários

(Súmula STF 512 e Súmula STJ 105).Oficie-se ao E. TRF da

3ª Região, nos autos do Agravo de Instrumento noticiado

nestes autos, comunicando-se o teor desta sentença.Com o

trânsito em julgado, arquivem-se os autos, com as cautelas e

registros cabíveis.

Publicação D. Oficial de sentença em 29/05/2006 , pag 94

Da Exigência de Contrapartida

A respeito da exigência de contrapartida, exigida

pela Lei de Diretrizes Orçamentárias – LDO, esclarecemos, inicialmente,

que, sendo de hierarquia inferior, o Decreto nº 6.170, de 2007 e a

Portaria nº 127, de 2008, não podem alterar os limites mínimos e

máximos estabelecidos pela referida lei, ficando desde já requerido que a

entidade traga aos autos a comprovação dos respectivos depósitos de sua

parcela obrigacional.

DECRETO 6.170/2007, PORTARIA INTERMINISTERIAL 127/08

e PORTARIA 153/09 DO MINISTÉRIO DO TURISMO

Inicialmente, esclarecemos que o Decreto nº

6.170/2007, conforme estabelecido no artigo inciso II do artigo 2º

“É vedada a celebração de convênios e contratos de

repasse: (...),

I - com entidades privadas sem fins lucrativos que

tenham como dirigente agente político de Poder ou

do Ministério Público, dirigente de órgão ou

entidade da administração pública de qualquer

esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou

companheiro, bem como parente em linha reta,

colateral ou por afinidade, até o segundo grau; e;

(...)

Page 14: Ação Popular contra Os Independentes

V - com entidades privadas sem fins lucrativos que

tenham, em suas relações anteriores com a União,

incorrido em pelo menos uma das seguintes

condutas:

a) omissão no dever de prestar contas;

b) descumprimento injustificado do objeto de

convênios, contratos de repasse ou termos de

parceria; (

c) desvio de finalidade na aplicação dos recursos

transferidos;

d) ocorrência de dano ao Erário; ou

e) prática de outros atos ilícitos na execução de

convênios, contratos de repasse ou termos de

parceria. Destaquei.

Este normativo pretende “regulamenta(r) os

convênios, contratos de repasse e termos de cooperação celebrados

pelos órgãos e entidades da administração pública federal com órgãos

ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, para a execução

de programas, projetos e atividades de interesse recíproco que envolvam

a transferência de recursos oriundos do Orçamento Fiscal e da

Seguridade Social da União”, conforme depreende-se de seu art. 1º,

sendo ele norma regulamentar do art. 84, IV da Constituição da

República, bem como do art. 25 da Lei Complementar 101/00. Suas

disposições, por sua vez, são minudenciadas na Portaria Interministerial

nº 127/08.

Bem como a indicação de providências a serem

adotadas para a sua correção já tinham sido objeto de atenção do

Tribunal de Contas da União, que não foi restabelecida.

Dessa forma, será necessária a apresentação de

certidões, exigindo-se a regularidade civil como diretores/dirigentes

nomeados perante o Município de Barretos no período de 2006/2012

Page 15: Ação Popular contra Os Independentes

DO DIREITO

A ação popular, consoante determinação legal,

prevista no art. 7º da Lei nº 4.717 de 29 de junho de 1965, que regula a

matéria, deve seguir o rito ordinário, com as alterações que lhe são

inerentes, sendo o que se requer desde já.

Muito embora, não se refira a pretensão de direito

individual, o autor tem interesse jurídico de figurar no polo ativo da

presente causa, consoante entendimento legal, art. 1º da aludida Lei nº

4.717/65, por se tratar de cidadão em pleno gozo de seus direitos

políticos, consoante faz prova com a juntada de cópia de seu título

eleitoral, como preceitua o § 3º do artigo citado.

Este já era o entendimento do sempre abalizado

mestre Pontes de Miranda: "A distinção entre os casos de ações

populares é o povo, e aqueles de ações em que o sujeito de direito não é

o povo, é assaz importante para a resposta do problema moderno da

ação de abstenção não havendo direito substantivado. A ação intentável

por alguém do povo, 'cuivis ex populo', somente pode ser ação

correspondente a direito de cada um, pois ela o é de todos, e ação em

lugar de outrem." (in Tratado de Direito Privado, tomo V, 4ª ed., pg.

499).

Em relação ao problema do interesse de agir de

qualquer cidadão, o direito brasileiro encontra entendimento pacífico

com o advento da CF/88, que traz disposição expressa para tal

representação, quando assevera no inciso LXIII: "Qualquer cidadão é

parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao

patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à

moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico

e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas

judiciais e do ônus da sucumbência."

Page 16: Ação Popular contra Os Independentes

Outro renomado jurista, por sua vez também conclui

no mesmo sentido sobre a questão em epígrafe: "É um instrumento de

defesa dos interesses da coletividade, utilizável por qualquer de seus

membros. Por ela não se amparam direito individuais próprios, mas sim

interesses da comunidade. O beneficiário direito e imediato desta ação

não é o autor; é o povo, titular do direito subjetivo ao governo honesto.

O cidadão a promove em nome da coletividade, no uso de uma

prerrogativa cívica que a Constituição da República lhe outorga." (in

Hely Lopes Meirelles, "Mandado de Segurança", 14ª ed., pg. 86).

Ainda como pressuposto à propositura da demanda,

o direito pátrio exige que o ato ou a atividade administrativa realizada

seja ilegal ou ilegítima, e seja de índole lesiva ao patrimônio público.

Pois bem, no que tange a ilegalidade, in casu,

conclui-se que tal atividade desenvolvida configurou-se em vício formal,

posto que se trata pelos desvios de verbas públicas relativos às

transferências de recursos da União que deveriam, cujos convênios

entabulados ter obedecido regras jurídicas, as quais estabelecem

formalidades específicas à sua efetivação, conforme anteriormente já

mencionado. Ademais, os requisitos legais estão presentes nos artigos da

Lei n.º 4.717, de 1.965 abaixo transcritos:

Art. 2.º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das

entidades mencionadas no artigo anterior, nos casos

de:

a) incompetência;

b) vício de forma;

c) ilegalidade do objeto;

d) inexistência dos motivos;

e) desvio de finalidade.

Page 17: Ação Popular contra Os Independentes

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de

nulidade observar-se-ão as seguintes normas:

d. a inexistência dos motivos se verifica quando a

matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta

o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente

inadequada ao resultado obtido;

(…)

Art. 6.º A ação será proposta contra as pessoas

públicas ou privadas e as entidades referidas no art.

1.º, contra as autoridades, funcionários ou

administradores que houverem autorizado,

aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado,

ou que, por omissas, tiverem dado oportunidade à

lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo”.

De outro lado, o que se pressupõe à interposição do

presente remédio judicial, é o caráter lesivo que se quer paralisar e

anular."A ação popular é o meio idôneo para o cidadão pleitear a

invalidação desses atos, em defesa do patrimônio público, desde que

ilegais e lesivos de bens corpóreos ou dos valores éticos das entidades

estatais ..."

PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA (ART. 37, C.R.) E DA

ECONOMICIDADE (ART. 70, C.R/88)

Embora tenham os indigitados princípios conteúdos

diversos e âmbito de incidência igualmente não coincidente, é pertinente

a sua invocação neste tópico pela possibilidade de extrair-se da sua

exegese idéia incontroversa: os postulados são direcionados à busca do

maior alcance ao interesse da coletividade empreendendo-se o menor

esforço possível, ou seja, uma relação direta de custo x benefício.

Page 18: Ação Popular contra Os Independentes

Não há a menor idéia do benefício à população local

que o aporte gastos à entidade trará em termos concretos. Contudo, se a

injeção do numerário referido produzir como efeito concreto apenas a

contratação temporária (para os dias dos eventos) de seguranças, garçons

e artistas, resta injustificável tal aporte financeiro, e às escâncaras a

violação aos princípios da eficiência e da economicidade.

DOS REQUISITOS DA AÇÃO POPULAR

Instrumento da cidadania, a Ação Popular

imprescinde da demonstração do prejuízo material, posto visar, também,

os princípios da administração pública, mormente o da moralidade

pública, como já sedimentado pelo Supremo Tribunal Federal. Para o

cabimento da ação popular, basta a ilegalidade do ato administrativo a

invalidar, por contrariar normas específicas que regem a sua prática ou

por se desviar dos princípios que norteiam a Administração Pública,

dispensável a demonstração de prejuízo material aos cofres públicos, não

é ofensivo ao inc. LXXIII do art. 5.º da Constituição Federal, norma esta

que abarca não só o patrimônio material do Poder Público, como

também o patrimônio moral, o cultural e o histórico.

Ora, em última análise, é simples a configuração, de

nada valendo alongar-se no assunto, de haver lesividade ao patrimônio

público, face a utilização de verbas públicas sem o cumprimentos dos

ditames legais e de interesse privado, ilegal, máxima vênia.

Para tanto, há que se observar o que assevera, em

douta lição, o ilustre jurista supra citado: "Se o Estado incumbe proteger

o patrimônio público, constituído de bens corpóreos, como de valores

espirituais, de irrecusável lógica, é que o cidadão possa compeli-lo,

pelos meios processuais, a não lesar esses valores por atos ilegais da

administração."

Page 19: Ação Popular contra Os Independentes

Igualmente o nosso direito pretoriano também

desenvolve semelhantes conclusões: "A ação popular é o meio

constitucional posto à disposição de qualquer cidadão para obter a

invalidação de atos ou contratos administrativos - ou a estes

equiparados - ilegais e lesivos ao patrimônio federal, estadual e

municipal ou de suas autarquias entidades paraestatais e pessoas

jurídicas subvencionadas com dinheiro públicos." (Ac. un. da 4ª T. do

TRF da 1ª REO 89.01.0146 - 6 - 1 - DJU 03.08.92, pag. 23.362).

Diante disto, frente a existência de todos os

pressupostos presentes, é inequívoca a possibilidade, o amparo legal e

circunstancial que se vale o autor para propor o presente recurso

processual. Valendo apontar novamente o que conhece a respeito da

matéria o ilustre professor: "Em última análise, a finalidade da ação

popular é a obtenção da correção nos atos administrativos ou nas

atividades delegadas ou subvencionadas pelo Poder Público. Se, antes,

só competia aos órgãos estatais superiores controlar a atividade

governamental, hoje, pela ação popular, cabe também ao povo intervir

na Administração, para invalidar os atos que lesarem o patrimônio

econômico, administrativo, artístico, ambiental ou histórico da

comunidade. Reconhece-se, assim, que todo cidadão tem direitos

subjetivo ao governo honesto." (Obra citada).

Consoante ainda, as circunstâncias apontadas

ocorreram na realidade, reiterados atos lesivo, cujo remédio processual é

exatamente a ação em pauta.

Veja-se o entendimento jurisprudencial a esse

respeito:

"Ato administrativo lesivo - Desvio de Verba

pública - restituição - ação civil pública - meio

inidôneo.Ação civil pública - prefeito municipal -

Desvio de verba - Ato administrativo lesivo ao

Erário Público - anulação - Restituição do dinheiro

- Impropriedade da ação - A via processual

Page 20: Ação Popular contra Os Independentes

adequada para se obter a restituição de dinheiro

desviado por prefeito municipal é a ação popular e

não a ação civil pública, porquanto aquela

pressupõe a anulação do ato administrativo por sua

lesividade, e esta visa a proteger certos interesses

difusos previstos em lei própria." (Ac. un. da 2ª

C.Civ. do TJ MG - Ac. 88.156/2 p. 01 ementa

oficial).destaquei.

Data vênia, a ação presente reveste-se de caráter

preventivo e/ou repressivo, consoante atestam por unanimidade os

doutrinadores pátrios.

Pela análise das circunstâncias expedidas há

premente necessidade de se paralisar o recebimento, mesmo porque,

mesmo com a patente ilegalidade vem sendo promovidos

sucessivamente novos repasses.

Desta maneira, é plenamente justificável o

provimento cautelar com expedição de liminar, admitida expressamente

pelo § 4º do artigo 5º da já aludida Lei nº 4.717, a fim de que seja

obstada a continuidade do recebimento pela Entidade de parcelas dos

recursos firmados pelos convênios com o Ministério do Turismo,

destinados a fomento do turismo sendo que sequer foram prestados

contas de repasses já recebidos.

DOS REQUISITOS PARA CONCESSÃO DA TUTELA

ANTECIPADA

De acordo com o artigo 273 do Código de Processo

Civil, o juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou

parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que,

existindo prova inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação

e I) haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou

Page 21: Ação Popular contra Os Independentes

II) fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto

propósito protelatório do réu.

Assim, a vasta veiculação em imprensa nacional,

CPI do Senado, Relatório do TCU e a própria confissão da Entidade

que recebera dinheiro público pelos convênios entabulados e por

inúmeras Emendas de Parlamentares Políticos que marcam,

inarredavelmente, a prova inequívoca, bem como atenta

vergonhosamente à moralidade administrativa, princípio expresso a ser

seguido na Administração Pública no caput do art. 37 da Constituição

Federal.

Na jurisprudência, também, resta sedimentada a

possibilidade de concessão de tutela antecipada em ações populares.

Ademais, os requisitos ensejadores da presente

medida liminar, estão concretamente presentes pela análise dos fatos.

Quanto ao fumus boni iuris, é desnecessário

sustentar a sua configuração, pois seria ilógico e mesmo escusada

argumentação a respeito, haja vista a evidência legal existente da

ilegalidade da atividade em pauta (art. 37, § 1º da CF), quanto mais se

tratar de possibilidade de tal direito.

No que respeita ao periculum in mora sendo a ação

proposta exclusivamente para evitar prejuízo maior e reparar o já

causado ao erário público, quanto maior o tempo dispendido para a

conclusão da demanda, maior a efetivação do dano ao bem comum, em

defesa tão somente dos interesses difusos da sociedade, posto que

aumenta-se o prejuízo com a continuidade pelos suppostos desvios de

finalidade de verbas públicas relativos às transferências de recursos da

União, estabelece exaurimento do ilícito praticado.

DOS PEDIDOS

Page 22: Ação Popular contra Os Independentes

Diante do exposto, requer-se:

1. a) Pela concessão de tutela antecipada, após a

oitiva dos representantes judiciais da demandada, consoante o art. 2º da

Lei 8437/92, determinando-se a impossibilidade da ocupante do pólo

passivo em celebrar novos convênios com a Entidade ou município de

Barretos, presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, para o

fim seja obstada a continuidade do recebimento pela Entidade de

parcelas dos recursos firmados pelos convênios com o Ministério do

Turismo, com expedição de ofício, para PGE e para o Ministério do

Turismo, sem sejam efetivamente analisadas as propostas de convênio,

mormente no que se refere: a.1) o impacto potencial da consecução do

objeto avençado sobre o setor turístico, com a adoção de critérios

objetivamente aferíveis, promovendo se o cotejo do custo do evento

objeto do convênio com os retornos sócio-econômicos esperados, com

explicitação da metodologia e parâmetros adotados; a.2) aquilatação do

interesse público no evento, abstendo-se de subvencionar shows e

eventos particulares; a.3) mensuração do interesse recíproco na avença,

que justifique a utilização do convênio para transferência de recursos;

a.4) avaliação concreta da aptidão técnica e operacional do convenente

para a execução do objeto; a.5) avaliação concreta da atuação da

entidade na execução do convênio, de modo a evitar a liberação de

recursos a entidade que realize apenas o gerenciamento financeiro do

convênio; a.6) avaliação do histórico de alterações do estatuto social

da convenente, de forma a evitar a admissão a convênio de entidade que

modifique seu contrato social com o desiderato único de receber

recursos públicos em beneficio de empresas pertencentes a sócios e

membros da entidade e ainda, com nomeação em cargo público,

fixando-se multa cominatória em desfavor do Coordenador-Geral de

convênios do Ministério do Turismo em caso de descumprimento da

decisão;

2. A citação, através de mandado, da UNIÃO

FEDERAL, que deve ser citada na pessoa do Advogado-Chefe da União

nos termos do artigo 6º, §3º, da Lei nº 4.717/65, querendo, contestar a

presente ação;

Page 23: Ação Popular contra Os Independentes

3. A citação, através de mandado, da Associação OS

INDEPENDENTES, pessoa jurídica de direito privado com inscrição

no CNPJ sob o nº 44.791.994/0001-87, com sede no PARQUE DO

PEÃO - RODOVIA BRIGADEIRO FARIA LIMA KM 428 -

BARRETOS SP, na pessoa do representante legal.

4. Intimação do Ministério Público Federal,

consoante regras estabelecidas pela legislação específica, em especial, do

Art. 6º (...)“§ 4º O Ministério Público acompanhará a ação, cabendo-

lhe apressar a produção da prova e promover a responsabilidade, civil

ou criminal, dos que nela incidirem, sendo-lhe vedado, em qualquer

hipótese, assumir a defesa do ato impugnado ou dos seus autores”.

4.1Oficiar a se manifestar:

a) Delegacia de Receita Federal da circunscrição de

Franca/SP;

b) Tribunal de Contas da União (TCU) e.

c) Senado Federal (CPI) sobre suposta

irregularidades apontadas até 2009.

5. Conforme preceitua o § 4º do Artigo 1º da Lei nº

4.717, requer o autor

a) sejam apresentadas no processo todas as notas

fiscais ou faturas quaisquer que tenham servido ao pagamento de todos

os eventos, despesas e contratos relacionados às transferências de

recursos da União mediante convênios e contratos de repasse, bem como

seja apresentado ou levantado o nome e endereço da agência publicitária

responsável pelos SHOWS MUSICAIS e, especial do convênio firmado

para a realização do 7º Barretos Motorcycles ou ainda, seja apresentado

o processo administrativo, que aprovou a verba

Page 24: Ação Popular contra Os Independentes

b) seja a municipalidade intimada a fornecer aas

portarias de nomeação dos respectivos membros abaixo da associação na

gestão administrativa de 2006 a 2012, informando qual o cargo, local e o

período dos seguintes associados como agentes políticos, em desacordo

com o Decreto lei 6.170/07.

Jerônimo Luiz Muzetti

Mussa Calil Neto

Nivaldo Gomes Junior

Calil Sales Aguil

Ezisto Hélio Fernandes Cézari

Samir Henrique Abou Karnib

Ricardo Batista da Rocha

Emilio Carlos dos Santos

Julio Cesar Vilela de Salis

Wilson Luiz Franco de Britto

6. seja designado um perito, por este r. Juízo, a fim

de concluir exames em relação aos pagamentos havidos, referente a

notícia, ou levantamento junto aos títulos de crédito que tenham servido

ao pagamento.

7. uma vez levantada a lesividade ao patrimônio

público, seja a Requerida compelido a ressarcir os cofres da União, com

os valores que despendeu com as matérias. Não sendo isto possível, seja

realizada a indenização ao erário, pelo competente e justo arbítrio de

Vossa Excelência, conforme predispõe legislação específica, LAP, já

indicada.

8. a procedência total do pedido do autor, com a

confirmação da sentença referendando a Antecipação da Tutela com a

anulação de todos os atos administrativos às transferências de recursos

da União mediante convênios e contratos de repasse com o Ministério do

Turismo tomados eivados pela ilegalidade, condenando ao ressarcimento

acima exposto, custas processuais e honorários advocatícios, valores a

serem apurados oportunamente, por simples cálculos, acrescidos de

correção monetária e juros legais.

Page 25: Ação Popular contra Os Independentes

8.1 pelo julgamento da lide com resolução de

mérito, consoante o art. 269, I, do Código de Processo Civil, impondo à

demandada obrigação de não fazer, mais especificamente na obrigação

de não celebrar convênio sem que se proceda às aferições detalhadas no

pedido “a”; e ainda,

8.2 pelo julgamento da lide com resolução de

mérito, consoante o art. 269, I, do Código de Processo Civil, impondo à

demandada obrigação de não fazer, mais especificamente na obrigação

de não celebrar convênio sem que o MTur comprove ter estrutura capaz

de proceder à análise da prestação de contas no prazo de noventa dias

(art. 60 da Portaria Interministerial 127/08); e ainda,

8.3 pelo julgamento da lide com resolução de

mérito, consoante o art. 269, I, do Código de Processo Civil, impondo à

demandada obrigação de fazer, mais especificamente na obrigação de

prover as condições necessárias ao acompanhamento do objeto

conveniado, com a programação de visitas ao local de todos os eventos,

salvo exceção devidamente fundamentada.

9 a desconsideração da personalidade jurídica da

entidade associativa Os Independentes e, conseqüentemente a quebra dos

sigilos bancário e fiscal da entidade e de seus Dirigentes.

10. a pelo demandado na presente ação visando

despesas objeto da presente ação popular e, caso já tenha havido alguma

despesa, o ressarcimento por parte do réu, com comunicação ao

Ministério Público para as devidas ações penal e de improbidade que

entender pertinentes;

11. por derradeiro, o sucumbimento a cargo das

partes promovidas, envolvendo custas do processo e honorários

advocatícios (L. 4.717, art. 12).

Page 26: Ação Popular contra Os Independentes

Dá-se à causa o valor PROVISÓRIO de R$

6.000.000,00 (seis milhões de reais).

Nesses Termos,

Pede Deferimento.

Barretos, 23 de junho de 2013

Noel da Silva Santos

OAB/SP 319.428