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EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA DA COMARCA DE RIO DO SUL – SC Esta peça contém 60 páginas. COM PEDIDO LIMINAR COM PEDIDO LIMINAR COM PEDIDO LIMINAR COM PEDIDO LIMINAR “You may say I'm a dreamer, but I´m not the only one.” - Imagine – John Lennon EDSON LUIS FRONZA, brasileiro, solteiro, Engenheiro Agrônomo, portador de RGº 7/R 1.222.189 e CPF nº 506 709 219 – 04, Título de Eleitor nº 012242370930, Zona 026, Seção 0102, residente e domiciliado na Ladeira Araranguá S/N - Bairro Laranjeiras - Rio do Sul/SC,

Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

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Page 1: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

EXMO. SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA

FAZENDA DA COMARCA DE RIO DO SUL – SC

Esta peça contém 60 páginas.

COM PEDIDO LIMINARCOM PEDIDO LIMINARCOM PEDIDO LIMINARCOM PEDIDO LIMINAR

“You may say I'm a dreamer, but I´m not

the only one.” - Imagine – John Lennon

EDSON LUIS FRONZA, brasileiro, solteiro,

Engenheiro Agrônomo, portador de RGº 7/R 1.222.189 e CPF nº 506

709 219 – 04, Título de Eleitor nº 012242370930, Zona 026, Seção

0102, residente e domiciliado na Ladeira Araranguá S/N - Bairro

Laranjeiras - Rio do Sul/SC,

Page 2: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

ERENO MARCHI, brasileiro, casado, agricultor,

portador de RG nº 803.636 e CPF nº 435.983.079-34, Título de Eleitor

nº 124280509-14 Zona 026, Seção 0167, residente e domiciliado na

Rua Eugenio Marchi, s/n°- Bairro Santa Rita- Rio do Sul/SC,

MÁRIO MIGUEL, brasileiro, casado, Vereador e

Funcionário Público, portador de RG nº 1.676.483 e CPF nº

563.656.759-68, Título de Eleitor nº 012298360906 Zona 26, Seção

0121, residente e domiciliado na Rua Humaitá, 966 - Boa Vista - Rio

do Sul/SC, e

REGINA GARCIA FERREIRA, brasileira,

casada, professora, portadora de RG nº 7R1038446 e CPF nº

575.817.549-87, Título de Eleitor nº012373420973 – 26ª Zona, Seção

221, residente e domiciliada na Estrada Boa Esperança, 3284, em Rio

do Sul/SC, todos cidadãos brasileiros e eleitores, vem perante este

juízo por sua procuradora que subscreve esta ação propor

AÇÃO POPULAR com pedido cautelar em face

de

Page 3: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

MILTON HOBUS, brasileiro, casado, empresário

que foi Prefeito de Rio do Sul no mandato 2005-2008 e foi reeleito

para o atual mandato 2009-2012, que pode ser encontrado tanto no

átrio Municipal quanto em seu endereço residencial que é Rua no

Edifício Bela Aliança número, 789 no centro de Rio do Sul – SC

tendo como

Interessado: O MUNICÍPIO DE RIO DO SUL,

pessoa jurídica de direito público que deverá ser citado na pessoa do

Vice- Prefeito Municipal pelo evidente interesse e impedimento de

seu primeiro representante legal que ora figura como réu nesta ação,

pelo que passa-se a explanar:

I - DO CABIMENTO DA PRESENTE

Da leitura de jurisprudência, especialmente das

respeitáveis sentenças recentes deste juízo, assim entendendo-as

como fontes de sabedoria, passam os autores a falar sobre o

cabimento desta ação.

I.A - Com relação a legitimidade - Os cidadãos

ora autores são mais do que pessoas conscientes, são também

corajosos que colocam em risco sua vida em sociedade por estarem

Page 4: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

no pólo ativo desta demanda. Nas palavras de Rodolfo de Camargo

Mancuso (2008) em sua obra “Ação Popular” há grande sabedoria a

este respeito indelével a citação que segue:

“É realmente constrangedor que a Constituição

vigente, inovadora em vários aspectos, progressista,

tenha mantido intacta a restrição das Cartas anteriores

no tocante a precondição do autor da ação. Ainda mais

porque, paradoxalmente, amplia sua incidência quanto

permite ampla tutela dos direitos e interesses coletivos

e difusos concernentemente à defesa da moralidade

administrativa, do meio ambiente e do patrimônio

histórico e cultural” (página 103, que cita um artigo da

revista do TCE –SP)”

O doutrinador sabiamente protesta quanto fato de

que o arcabouço legal parece continuar dizendo à Davi que ele é

páreo para Golias, mesmo ciente da realidade.

De qualquer forma, os autores populares

precisam da proteção do Estado porque é um pilar do Estado que

defendem assim entendida como de fato é, a estrutura

administrativa dos entes federados.

Page 5: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Neste caso, eles movem uma ação cujo objetivo é

a proteção de um patrimônio que é de todos os Riossulenses, mas

que somente eles estarão expostos como pessoas que se insurgiram

contra isso.

Segue mais uma amostra da citada doutrina

(MANCUSO, 2008):

“Essa preocupação com a possível abertura, de lege

ferenda, da legitimação ativa na ação popular também

já esteve nas cogitações de José Carlos Barbosa

Moreira, a partir da constatação de que “muitas vezes

acontece que um indivíduo isolado, para sustentar em

juízo esse tipo de pleito, defronta-se com

adversários de grande poder político e econômico.

De sorte que a sua luta – para repetir uma imagem que

tive oportunidade de usar em algum artigo – poderia

assemelhar-se à que travaria Golias, um Davi sem

funda. Era preciso, então, repensar o problema da

legitimação.”

Por tudo isso, considerando ser Rio do Sul uma

cidade com aproximados 60 mil habitantes todos se conhecem, deve

a justiça, dentro da legalidade, apoiar o autor popular no sentido

Page 6: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

de que ele possa exercer seu direito de fiscal do patrimônio público.

Os autores populares são pessoas que para defender o que é de

todos se expõem e assumem o zelo que caberia a uma comunidade

inteira.

I.B – Com relação à via eleita : a Ação Popular e

a gratuidade com relação a custas judiciais e o ônus

sucumbencial.

A ação popular é o meio adequado para a

situação presente que visa nulidade de ato ilícito e lesivo bem como

o completo ressarcimento ao cofre público municipal.

Sua previsão é simplesmente estampada na Lei

Maior do Brasil, é Constitucional (grifos pelos autores):

TÍTULO II Dos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO I DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E

COLETIVOS

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

Page 7: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;

Além disso, ela é plenamente tempestiva tendo

em vista que os fatos se a partir de 2008 e alguns perduram até a

data de hoje.

A presente ação desfruta de sua condição de

instrumento de direito difuso fundamental para o país, mormente

quando se sabe que a impunidade é o combustível da corrupção e

da gestão indevida dos recursos públicos.

Melhor enxergar, nesta esteira, com os olhos da

citação extraída do julgado qual seja a Apelação Cível nº

2010.055162-5 de Joinville relatado pelo respeitado Desembargador

Dr. Luiz Cesar Medeiros, que em bom tempo, faz suas as palavras

do Iluminado Ministro Luiz Fux :

"A Ação Civil Pública não veicula o bem jurídico mais relevante para a coletividade do que a Ação Popular. Aliás, a bem da verdade, hodiernamente ambas as ações fazem parte de um microssistema

Page 8: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

de tutela dos direitos difusos onde se encartam a moralidade administrativa sob seus vários ângulos e facetas.” REsp n. 406.545/SP, rel. Min. Luiz Fux).

A isenção de custas ao autor popular encontra em

seu deferimento a configuração de um autêntico direito

fundamental com proteção constitucionalizada.

Apenas para referendar, excelente complemento

ao tema é o artigo dedicado à ele exclusivamente e assinado pelo

Professor Artur Magno e Silva Guerra intitulado “Controle da

administração Pública via Ação Popular: isenção de custas judiciais como

direito fundamental como exercício direito da cidadania1”.

I-C – Sobre o pólo passivo

1. Segundo o art. 6º da Lei 4.717/65 (Lei da

AÇÃO POPULAR), ela deve ser proposta contra a autoridade que

autorizou, aprovou, ratificou ou praticou o ato impugnado.

1 Publicado no seguinte endereço eletrônico:

http://www.direitodoestado.com/revista/REDE-6-ABRIL-2006-

ARTUR%20GUERRA.pdf

Page 9: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

No entanto, no presente caso, os vereadores não

devem responder, tendo em vista que não tinham como prever as

manobras e ilicitudes que se perpetuariam em seguida. Os atos

ilícitos foram mascarados e mesmo assim sabe-se que a maioria nas

Câmara era fixa, ou seja, o Prefeito tinha certeza, de antemão que

aprovaria a matéria de seu interesse.

Ao contrário, se os vereadores sabiam que não

existiam motivos para vender porque o patrimônio era útil e a

Secretaria de Obras jamais se mudaria, infelizmente, não se tem

provas, em princípio, neste sentido.

Dentro do Processo Legislativo 131/2008 que foi

o caderno da Proposição que resultou na Lei de autorização para a

alienação, consta apenas que quatro votos foram contrários à

venda.

A Corte Catarinense decidiu a este respeito,

inclusive em ação desta Comarca, pronunciando-se da seguinte

forma:

Processo: Reexame Necessário

Page 10: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

nº 2009.034899-0

Relator: Newton Janke

Data: 02/12/2009

Reexame Necessário n. 2009.034899-0, de Rio do Sul

Relator: Des. Newton Janke

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. ALIENAÇÃO DE BEM PÚBLICO AUTORIZADA POR LEI. VENDA ALEGADAMENTE RUINOSA PARA O MUNICÍPIO. LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. INOCORRÊNCIA EM RELAÇÃO AOS VEREADORES RESPONSÁVEIS PELA LEI AUTORIZADORA.

"No processo de ação popular, visando desconstituir ato praticado sob o pálio de lei, não é necessária a citação dos deputados que atuaram no respectivo processo legislativo" (EREsp nº 188.873/RS).

Vereadores que aprovam lei autorizando o Executivo a vender imóvel do Município não podem, só em razão dessa licença administrativa, ser responsabilizados pela alienação supostamente ruinosa empreendida pelo Prefeito.

Igualmente o comprador e ora locador, Senhor

Horst Bremer, deixa de ser elencado como réu porque ao que se

sabe, agiu como qualquer pessoa que quisesse adquirir um imóvel

Page 11: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

caracterizado como uma excelente oportunidade. Sua conduta, ab

initio, foi completamente limpa e honesta.

O grande mentor da decisão de alienação, da

decisão de locação, seus motivos, suas homologações decorrentes

dos atos administrativos, suas iniciativas é o gestor ora requerido. O

Prefeito, isso em qualquer Município Brasileiro, cabe decretar um

bem inservível, identificar o interesse público que justifica uma

venda, cumprir a lei e requisitar que as licitações aconteçam.

Essa é uma tarefa que igualmente não cabe aos

servidores compuseram a Comissão das Licitações porque não são

eles que identificam o interesse público presente ou ausente.

II – SOBRE A PARTICIPAÇÃO DO MINISTÉRIO

PÚBLICO NESTES AUTOS

Cuida o presente de assunto do maior interesse do

Ministério Público com atribuições na área da moralidade

administrativa desta Comarca.

A sociedade confia e espera no referido órgão tal

defesa e zelo por aquilo que é de todos.

Aqui estão propostos fatos e provas que além das

nulidades podem ser objeto de outras providências pelo referido

Page 12: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

órgão razão pela qual deve ser intimado o representante do mesmo

para que faça suas manifestações e ladeie-se, querendo, aos autores.

Requer-se, portanto a este juízo seja a citada

autoridade, qual seja o representante do Ministério Público

responsável pela Promotoria que responde por esta seara para os

citados fins.

III - SOBRE OS PEDIDOS CAUTELARES

Conforme com esta peça se prova, o requerido em

sua condição de Prefeito perpetuou atos que duplamente lesaram o

patrimônio e o erário público Riossulenses.

Em síntese as condutas lesivas do réu tem relação

com dois atos administrativos complexos a saber:

1. ALIENAÇÃO SEM INTERESSE PÚBLICO: O

requerido decidiu vender o terreno sede da Secretaria de Obras

situado em área urbana privilegiada sob a alegação de ser o mesmo

inadequado para aquela atividade. Além disso alegou fatos

secundários quando de seu pedido de autorização à Câmara, como

perturbação do sossego dos moradores e o fato de um dos

extremantes ser o Rio Itajaí-Açu. Para a venda foi feita uma única

avaliação que foi a usada até a arrematação em importe aquém do

Page 13: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

valor devido. Ele alienou um patrimônio público utilíssimo tendo

em vista que a Secretaria de Obras nunca se mudou do lugar e ao

contrário hoje é locadora do mesmo.

2. LOCAÇÃO do mesmo imóvel: nesta conduta a

ilicitude é conseqüência da primeira conduta. Na mensagem

82/2008 o gestor ora réu disse que o Município já tinha o imóvel

para alocar a Secretaria. Faltou com a verdade pois alugou o

mesmo imóvel, um patrimônio que era do Município e que foi

vendido sob o argumento de ser inútil e de tratar-se de local

inadequado para a atividade. Não bastasse isso ainda foi

consignado no Edital de Alienação que a Secretaria se mudaria dali

até dia 31 de março do ano seguinte ou seja, de 20092, o que jamais

aconteceu. Por fim, a locação ocorreu por Dispensa de Licitação, o

que significa, diz a unanimidade dos administrativistas,

que a administração queria aquele imóvel e não outro – ou seja –

aquele local nunca deixou de ser útil.

2 Este é o teor do item 9 do Edital de CONCORRËNCIA PÚBLICA número 096/2008: 9- DA ENTREGA DO

BEM – O bem descrito no Lote 1, objeto da Concorrëncia Pública e os documentos pertinentes a sua

respectiva transferência será entregue ao vencedor após o pagamento da segunda parcela e a

ocupação do imóvel dar-se-á a partir de 31 de março de 2009 e como define o item 8.1 deste Edital.

Page 14: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Seguem abaixo as descrições mais detalhadas dos

cinco principais atos que hoje abalizam o pedido de nulidade dos

contratos tanto da alienação, quanto do Contrato de aluguel número

008/2011:

Primeira: elencar motivos inexistentes perante os

vereadores e a população para dizer que o imóvel era imprestável

perante à Câmara para vender e DESAFETAR3 bem público,

justificar a decisão de vender o referido bem, qual seja, um terreno

situado na Rua Bulcão Viana 459, no centro de Rio do Sul estimado

já naquela época em no mínimo 4 milhões de reais (veja-se as

avaliações anexas), causando um desfalque desnecessário no

conjunto de bens de propriedade pública imóvel útil da

3 Doutrina a respeito: De acordo com o autor Marcus Vinícius Corrêa Bittencourt, afetação significa: “conferir uma destinação pública a um determinado bem, caracterizando-o como bem de uso comum do povo ou bem de uso especial, por meio de lei ou ato administrativo”.

Deste modo, a desafetação se define pela perda da destinação pública de um bem de uso comum ou de uso especial para caracterizá-lo como bem dominical, visto que somente os bens dominicais podem ser alienados, pois não tem destinação específica.

Fonte: http://www.viajus.com.br/viajus.php?pagina=artigos&id=1470

Page 15: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Municipalidade que pertencia à mesma desde 08 de novembro de

2007 (ver histórico da matricula atualizada imobiliária anexa).

Segunda: Vender através de Concorrência Pública

número 096/2008 sendo que da análise do Processo de Concorrência

se verifica: que ele se arrastou por meses com mais de três

prorrogações (ver recibos ao TCE-SC) devido a inúmeras

paralisações sem causa do processo licitatório, que não houve

nenhum esforço para divulgação acerca do não aparecimento de

interessados em competir com lances nem um real acima do preço

mínimo visando a obrigatória vantagem para o Município no

negócio, que na capa do processo já existia DATA para a Secretaria

de Obras mudar sendo transferida para outro imóvel junto ao

Centro de Eventos de Rio do Sul.

Terceira: Prejudicar o Município com uma

alienação por preço aquém do devido por ter conforme comprovam

as avaliações anexas. A este respeito já se diga que a Lei de

Licitações já obriga seja a Concorrência a modalidade justamente

para que a administração tenha a chance de já que está se despindo

de seu patrimônio, chame vários interessados. O grande mestre da

área de Licitações, Jorge Ulysses Jacoby, a este respeito, em seu Vade

Mecum de Licitações e Contratos (2006, p. 345) ensina:

Page 16: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

“Essa é a modalidade de licitação que busca a

participação do maior conjunto de ofertantes,

podendo concorrer qualquer um que preencha as

condições exigidas no Edital”

Portanto, não havia nenhuma razão para aceitar

vender pelo preço mínimo e constitui ilicitude vender se esse preço

mínimo era vil e desatualizado.

Quarta: Após a venda, de caso pensado, manter a

Secretaria no mesmo lugar, sem mudança alguma e expor o

Município nos anos de 2009 e 2010 ao uso de um patrimônio que

estava já no nome de um particular (o único comprador na

Concorrência) à formação de uma dívida para com esta pessoa.

Quinta: Após esse um ano, em 2011, com o

contexto de que o imóvel continuava com a mesmíssima situação da

época da venda, dispensar certame licitatório a fim de que o ente

público alugasse o imóvel pagando a este título o oneroso importe

de R$ 12 (doze) mil reais por mês.

Todos estes fatos estão calçados em documentos

que acompanham a presente ação que somente é impetrada

Page 17: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

justamente porque se tem completo lastro documental do que está

sendo descrito.

Com esta inicial seguem a prova de que o

Município era dono, a prova de que o requerido produziu falsas

justificativas para autorizar a venda, a prova de que o bem nunca foi

desafetado com fotos do local atualmente, a prova de que o imóvel

foi arrematado por um único proponente pelo valor mínimo que

mesmo assim era aquém do devido, a prova de que o Município

sofreu e está sofrendo mensalmente, grave prejuízo pagando

aluguel do que era seu.

Sim, GRAVÍSSIMO prejuízo porque com a

venda e com a dispensa de licitação realizou-se o Contrato de

aluguel número 008/2011. O terreno, que antes era imprestável

passou a ser o único apto?

Evidentemente que não. O Município passou a

alugar algo que ele já usava porque lhe pertencia. Passou a pagar

para morar em sua própria casa. Passou a figurar como locatário

Page 18: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

4pagando o valor de R$ 12 mil reais por mês para dar continuidade

aos serviços da Secretaria de Obras.

SOBRE OS REQUISITOS PARA O

DEFERIMENTO LIMINAR

Periculum in mora

Apesar de toda a comprovação prévia que ora se

perfaz DETALHADAMENTE nesta demanda tem em seu trâmite

instrumental e naturalmente todo o exercício do contraditório o que

consequentemente acarretam tempo para que o Judiciário possa

com o devido caminho e competência, julgá-la.

Ao final, a justiça devolverá ao povo, único dono

do patrimônio público vendido sem razão que hoje causa prejuízo

ao Município o imóvel em questão, bem como os valores pagos a

titulo de aluguel, contudo a efetividade desta decisão será

agressivamente prejudicada se não houver como se fazer cumprir.

Se nesse período o imóvel for dissipado de

qualquer outras formas, ou o gestor ora réu não tenha mais como 4 Líquidos são R$ 9.392,78 (nove mil trezentos e noventa e dois reais) conforme comprova o demonstrativo de credores que acompanha a presente extraído do

sistema fornecido pela Câmara de Vereadores. Presume-se que ali exista desconto de imposto de renda

retido na fonte em percentual não sabido.

Page 19: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

honrar financeiramente com o prejuízo que causou ao erário público

e esse risco será então concreto. Igualmente, como o Município

poderá ter seu patrimônio de volta? A decretação de nulidade tem

como efeito o desfazimento da venda e consequentemente isso não

será mais plausível se não houver como retroagir.

Fumus boni juris

Na área da moralidade administrativa, do

cuidado com o patrimônio público, o fumus boni juris significa dizer

que não se trata de mero denuncismo. Assim se entende porque

não raro, pessoas munidas por interesses pessoais, geralmente

inflames políticos, munindo-se de alegações, produzem falsas

denúncias.

Nesta ação, no entanto, traz-se a verdade, com

todos os elementos aptos a demonstrar de plano que o Município

era dono do imóvel que servia para as atividades da Secretaria

Municipal de Obras (assim compreendidas as garagens dos

veículos, caçambas, máquinas, tratores e toda a organização das

atividades de manutenção de ruas e obras em geral com um

pequeno escritório).

Page 20: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Mostra-se igualmente que ele foi vendido sem

seu maior pressuposto legal: MOTIVO FUNDAMENTADO EM

INTERESSE PÚBLICO VERDADEIRO. Mostra-se a administração

anunciou oficialmente que venderia com data para uma mudança

que era o mais puro ENGODO, pois nunca aconteceu. Mostra-se

tanto não havia interesse público que hoje ainda a Secretaria de

Obras do Município de Rio do Sul está, por culpa da

irresponsabilidade administrativa, pagando aluguel para usar o que

era seu.

Nestes traços, completamente desenhado que

existe um direito do povo que foi relegado por desrespeito aos

preceitos mínimos da administração pública, ou seja, está esculpido

o fumus boni juris, quesito essencial para o deferimento liminar.

Nossa Constituição Federal que, em seu art. 37, §

4º, dispõe: "Os atos de improbidade administrativa importarão a

suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a

indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e

na gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível”.

Page 21: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Por estas razões requer-se desde já a este juízo

que cautelarmente, ao receber esta ação, portanto sem oitiva da

parte contrária, determine in limine:

a) a provisória declaração de indisponibilidade do

referido imóvel matriculado com número 38636 situado na Rua

Bulcão Viana, 459 bairro Jardim América com área de 9.467,56

metros quadrados (matricula atualizada anexa), medida esta a ser

tomada sem a oitiva da parte contrária, com a intimação a posteriori

do atual proprietário Senhor Horst Bremer, brasileiro, casado,

empresário com endereço comercial na BR 470, Km 139 cep 89160-

000 em Rio do Sul- SC para que tome ciência de que ele não pode

ser objeto de quaisquer negociações de quaisquer natureza até o

término desta demanda e ainda que seja emitido oficio

determinando ao Registro de imóveis que proceda averbação da

referida ordem.

b) a imediata suspensão do Contrato de aluguel

número 008/2011, firmado com o atual proprietário do imóvel bem

Page 22: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

como a proibição de renovação intimando-se o Município para que

tome ciência e faça cumprir, e/ou alternativamente, seja a

Municipalidade instada a depositar em juízo a cada mês os

alugueres que se vencerem ao longo deste processo e enquanto

durar o contrato que encontra-se em andamento.

c) Com relação aos valores já pagos a titulo de

aluguel no ano de 2011, dos meses de janeiro a maio (cinco meses),

ou seja R$ 60,000.00 (sessenta mil reais) seja feito o bloqueio do

importe total até a data do cumprimento da liminar através do

sistema BACEN JUD nas contas correntes pessoais do réu a fim de

que se garanta a possibilidade de ressarcimento ao erário. Note

Vossa Excelência que tal medida não significa grave ônus ao réu

uma vez que trata-se de uma pessoa de posses, um grande

empresário e acima de tudo faz constante relato público de que

jamais precisou de seu subsídio como Prefeito. Assim sendo

Page 23: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

presume-se será algo que não representará qualquer maior

consequência em sua vida subsistencial e financeira.

Além da presença de todos os requisitos para o

deferimento cautelar em questão há que se ressaltar que as medidas

requeridas interrompem o prejuízo que o Município vem sofrendo,

possibilitam que ao final os valores depositados em juízo tenham a

destinação correta, e resguarda eventuais direitos tanto da

Municipalidade quanto do locatário.

A reversão de tais medidas, o que jamais se

espera, mas se cita apenas para deixar claro, é completamente

possível não havendo portanto temeridades em seu deferimento. A

este respeito, mesmo não sendo esta uma Ação Civil Pública :

Agravo de Instrumento n. 2010.006776-4, de Palhoça

Relator: Rodrigo Collaço

Juiz Prolator: Cíntia Ranzi Arnt

Órgão Julgador: Quarta Câmara de Direito Público

Data: 17/02/2011

Ementa:

ADMINISTRATIVO - AÇÃO DE IMPROBIDADE - CAUTELAR

DE INDISPONIBILIDADE DE BENS - CONSTRIÇÃO PARA

GARANTIA DE EVENTUAL EXECUÇÃO DE MULTA CIVIL -

POSSIBILIDADE - RISCO DE DILAPIDAÇÃO PRESUMÍVEL A

Page 24: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

PARTIR DA EXISTÊNCIA DE INDÍCIOS DA PRÁTICA DE ATOS

ÍMPROBOS - PRECEDENTES DO STJ - PERICULUM IN MORA E

FUMUS BONI JURIS VERIFICADOS - RECURSO IMPROVIDO

1. "O decreto de indisponibilidade de bens em AÇÃO civil

pública por ato de IMPROBIDADE deve assegurar o

ressarcimento integral do dano (art. 7º, parágrafo único da Lei

n.º 8.429/92), que, em casos de violação aos princípios da

administração pública (art. 11) ou de prejuízos causados ao

erário (art. 10), pode abranger a multa civil, como uma das

penalidades imputáveis ao agente ímprobo, caso seja ela fixada

na sentença condenatória" (REsp n. 957.766/PR, Primeira

Turma, rel. Min. Luiz Fux, j. 9.3.2010).

2. O Superior Tribunal de Justiça consolidou entendimento

"segundo o qual o periculum in mora em casos de

indisponibilidade patrimonial por imputação de conduta ímproba

lesiva ao erário é implícito ao comando normativo do art. 7º da

Lei n. 8.429/92, ficando limitado o deferimento desta medida

acautelatória à verificação da verossimilhança das alegações

formuladas na inicial" (REsp n. 967.841/PA, Segunda Turma,

rel. Min. Mauro Campbell Marques, j. 16.9.2010).

IV – DOS FATOS – CONDUTAS E AS

RESPECTIVAS NORMAS INFRINGIDAS

As condutas ilícitas do réu merecem análise

pormenorizada com o apontamento do respectivo dispositivo legal

desrespeitado.

Page 25: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Como as condutas centram-se na gestão do bem

público qual seja o terreno da Secretaria de Obras na Rua Bulcão

Viana, nº 459, bairro Jardim América segue a descrição do referido

bem e o seguinte artigo da Lei Orgânica Municipal :

Art. 39 - São infrações político-administrativas

do Prefeito:

VIII - omitir-se ou negligenciar na defesa de bens, rendas, direitos ou interesses do Município, sujeitos à administração da Prefeitura; DESCRIÇÃO DO IMÓVEL: Área de terras

contendo 9.467,56 m² (nove mil e quatrocentos e sessenta e sete

metros e cinquenta e seis decímetros quadrados), localizado à Rua

Bulcão Viana, bairro Jardim América, matriculado junto ao Registro

de Imóveis da Comarca de Rio do Sul sob o número 38.636; Referido

imóvel faz frente em duas linhas, sendo a primeira em 90,78º metros

com o lado ímpar da Rua Bulcão Viana e sua segunda em 8,47

metros, em concordância com o lado ímpar da rua Alvares Cabral;

fundos em 95,96 metros com o rio Itajaí-Açú; lado direito em 100

metros com terras de Mauro Marchi e Tarumã Planejamento e

Page 26: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Construções Ltda. e lado esquerdo com 92,93 metros com o lado

ímpar da rua Alvares Cabral.

PRIMEIRA CONDUTA: DECISÃO DE

ALIENAÇÃO E DESAFETAÇÃO DO PATRIMÔNIO PÚBLICO

SEM REAL INTERESSE PÚBLICO - FERIMENTO AOS

PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, MOTIVAÇÃO E EFICIÊNCIA

A mensagem de um projeto de lei que vai para a

Câmara é um de seus requisitos, um de seus elementos

fundamentais, sua justificativa. Existe para ser o momento onde de

livre e espontânea vontade o titular de uma competência legislativa

tem a oportunidade de esclarecer seus propósitos em iniciar o

processo legislativo, em fazer aquela proposição. A mensagem

número 82/2008 como toda mensagem, momento sui generis, onde

toda a obrigação de motivar se perfaz.

Ao expor em brevíssimas palavras por quais

razões o patrimônio imobiliário valorizadíssimo do Município,

terreno em área nobre, deveria ser desafetado e vendido assim se

pronunciou o réu:

Page 27: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

(transcreve-se ipsis litteris o exato teor da

Mensagem que abriu o processo legislativo quando do envio à

Câmara de Vereadores em 24 de julho de 2008)

Senhor Presidente,

Honrosamente submetemos à apreciação dessa Egrégia

Câmara de Vereadores o presente projeto de lei que

“AUTORIZA A DESAFETAÇÃO E A

ALIENAÇÃO DE BEM IMÓVEL DO

PATRIMÔNIO MUNICIPAL”.

Vimos propor referido projeto de lei de alienação, com

fundamento no artigo 19 da Lei Federal 8.666, de 21 de

junho de 1993 com alterações posteriores, cujo teor

segue abaixo transcrito:

Art. 19. Os bens imóveis da Administração

Pública, cuja aquisição haja derivado de

procedimentos judiciais ou de dação em

pagamento, poderão ser alienados por ato da

autoridade competente, observadas as seguintes

regras:

Page 28: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

I – avaliação dos bens alienáveis;

II - comprovação da necessidade ou utilidade da

alienação;

III – adoção do procedimento licitatório, sob a

modalidade de concorrência ou leilão. (Redação

dada pela Lei nº 8.883 de 1994)”

Assim, com base na norma legal retro citada, tem-se

que os preceitos para alienação foram todos observados.

Considerando que é mais adequado ao interesse público

as Municipalidade a alienação em detrimento da

manutenção dos referidos bens, é que se pede a

aprovação do projeto, primeiramente observando-se a

necessária desafetação (art. 1º do Projeto) para, após,

submetê-lo ao competente processo licitatório.

É importante frisar, doutos edis, que o imóvel

atualmente sedia a Secretaria Municipal de Obras e

Serviços Urbanos. Contudo, está encravado em área de

utilização eminentemente residencial, o que tem gerado

uma série de reclamações dos moradores da área. Para a

resolução do problema, o Município possui imóvel

próximo à BR 470 e ao Centro de Eventos Hermann

Page 29: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Purnhagen, para onde será realocada referida

Secretaria, Salienta-se que tal imóvel é mais adequado

aos fins propostos, tanto por suas dimensões quanto

por sua localização e vias de acesso. Ao imóvel

desafetado, por sua vez, resta como melhor finalidade a

alienação, com que, a um só tempo, ter-se-á seu uso

readequado às condições da área e promover-se-á

alocação de novos recursos financeiros ao Município.

Impende ainda salientar que o imóvel cuja desafetação e

alienação se pretende tem grande área non edificandi e

de preservação permanente, o que impede, atualmente,

sua plena utilização pela Municipalidade.

Acrescenta-se nobres componentes desta Câmara que a

alienação do bem auxiliará o Poder Público na

continuidade da boa governança financeira de seus

ativos, o que, induvidosamente, há de contribuir ao

interesse público e ao bem-estar dos cidadãos

riosulenses.

Por fim, certos de que, mais uma vez, poderemos contar

com o indispensável apoio dessa Egrégia Casa

Legislativa, aproveitamos para reafirmar as mais

Page 30: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

elevadas expressões de consideração e apreço, ao tempo

que solicitamos seja a matéria apreciada em REGIME

DE URGÊNCIA.

MILTON HOBUS

Prefeito Municipal

Segundo o exato teor da mensagem, o projeto

deveria tramitar com URGÊNCIA e o terreno deveria ser

desafetado e alienado pelos seguintes motivos:

“é mais adequado ao interesse público”-

pergunta-se qual interesse público? Interesse público se mostra, se

expõe, se evidencia, se define, não é algo genérico.

“está encravado em área de utilização

eminentemente residencial, o que tem gerado uma série de

reclamações dos moradores da área” - este seria o ponto principal

que no entender do réu integra sua esfera discricionária de pensar

um problema e sua solução enquanto gestor. Haveria então um

motivo principal da alienação que seria de ordem urbanística

visando o bem estar da população naquele exato local.

Sobre este fato, moradores reclamando, de fato

existiam comentários na cidade a este respeito.

Page 31: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Contudo, na verdade este não foi o motivo pelo

qual o gestor Riossulense fez o que fez. Tanto não foi que ele

simplesmente ignorou a suposta perturbação do sossego apontada

na Mensagem e manteve a Secretaria no mesmíssimo local.

Se munícipes se manifestaram isso não equivale a

dar ao gestor uma carta branca para vender o patrimônio público,

para vender a preço mínimo e desatualizado, muito menos eles

fariam se soubessem que NADA MUDARIA. Lá está a Secretaria em

pleno funcionamento e o mais grave: o Município passou a pagar

aluguel para o novo proprietário quando várias outras soluções

poderiam ser pensadas.

O terreno é um bem público de múltiplas

afetações ou seja é um patrimônio que permite sejam lhe pensadas

muitas finalidades posto que o espaço quase nu é uma espaço

aberto e o imóvel contém pouca área construída. Além disso quando

existe contratação de financiamentos para recursos do governos

federal e estadual o patrimônio imobiliário conta sempre

contabilmente como algo que solidifica a capacidade de

investimento do Ente.

É importante salientar que motivar as decisões

administrativas deixou de ser recomendação e passou a ser

Page 32: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

obrigação do gestor público, integrando um dos princípios

fundamentais aos quais a administração pública está sujeita. A

motivação tem dupla função: serve para o gestor explicar suas

razões e também para que a comunidade saiba quais são estas

razões.

A este respeito, sobre a motivação, ensina com

clareza Diógenes Gasparini:

“A motivação, como vimos ao tratar do princípio da motivação, é necessária para todo e qualquer ato administrativo, e a discussão motiva/não motiva parece resolvida com o advento da Lei federal n. 9784/99, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Federal. Pelo art. 50 dessa lei todos os atos administrativos, sem qualquer distinção, deverão ser motivados, com a indicação dos fatos e dos fundamentos jurídicos. Assim, tanto os atos administrativos vinculados como os discricionários devem ser motivados. O fato de esse artigo elencar as situações em que os atos administrativos devem ser motivados não elide esse entendimento, pois o rol apresentado engloba atos discricionários e vinculados.”

GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo . 13ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008, página 67.

O que o gestor ora réu dissimuladamente fez foi

dizer que a venda era necessária justificando que a população havia

clamado e que já havia outro terreno para alocar a Secretaria de

Obras, junto ao Centro Eventos Herman Purnhagen.

Page 33: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

A autorização legal da Câmara aconteceu em 28

de julho de 2008, a Licitação para a venda começou em agosto de

2008 e o imóvel teve ata concretizando a alienação pelo preço

mínimo em outubro do mesmo ano. De lá para cá a situação do

imóvel é a mesma.

Em 2009 e 2010 inteiros o imóvel continuou

abrigando a Secretaria de Obras, ou seja, a motivação declarada

continha inverdades e na parte verdadeira (sobre a reclamação de

alguns moradores) foi apenas um subterfúgio. Ou seja não havia

necessidade de mudança ( primeiro motivo elencado) pois o imóvel

continua até hoje se prestando a abrigar as exatas mesmíssimas

atividades que ali já existiam (segundo motivo elencado).

Agindo assim o réu feriu o principio da

legalidade pois a lei de Licitações, a Lei Orgânica do Município e a

Constituição dizem que o primeiro requisito para vender é o real

interesse público.

Feriu também o princípio da motivação porque

motivar é motivar com verdade, jamais com engodos a serviço de

mentiras.

Page 34: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Agindo assim feriu o principio da eficiência

porque sua ação administrativa tinha objetivos que não só não se

concretizaram como prejudicaram o Município. A mudança visando

proteger o direito ao sossego dos moradores nunca aconteceu. A

otimização e melhoria previstas com a mudança para outro local

nunca aconteceu. O cofre público dispendeu R$ 2.177.538,80 (dois

milhões cento e setenta e sete mil e quinhentos e trinta e oito reais e

oitenta centavos) e tudo ficou igual. O tempo seria uma desculpa,

porém o Município foi despatrimonializado em 14 de abril de 2009

ou seja, passaram dois anos e cinco meses e nada foi feito.

DAS PROVAS DE QUE O REÚ SABIA QUE

ESTAVA SENDO PERDULÁRIO COM O PATRIMÔNIO

PÚBLICO COM A DESNECESSÁRIA ALIENAÇÃO

A afetação de um bem público é o ato pelo qual se

confere a um patrimônio uma determinada finalidade pública

sintonizada com o seu melhor uso em prol dos objetivos coletivos de

uma gestão eficiente.

Page 35: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Nas palavras da administrativista Maria Sylvia

Zanella Di Pietro, em seu Manual de Direito Administrativo, (

página 570), a inalienabilidade é uma característica dos bens

públicos, especialmente do bem público especial que é aquele

onde órgãos da gestão estão sediados. A desafetação é um requisito

que deve ser cuidadosamente pensado posto que ele quebra a regra

de inalienabilidade. Ela usa neste trecho da obra o conceito de José

Cretella Junior que vale a leitura:

“Desafetação é o fato ou a manifestação de vontade do

poder público mediante a qual o bem do domínio

público é subtraído à dominialidade pública para ser

incorporado ao domínio privado, do Estado ou do

administrado.”

Por isso, por essa natural seriedade com aquilo

que é de todos, não se pode desafetar sem fundamento, para depois

ainda precisar ao ponto de passar a alugar o que já era público.

A Lei Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965, lei

da Ação Popular é clara ao dizer que um gestor não pode dizer

“hoje preciso vender este imóvel” e ato seguinte dizer “agora não

preciso mais, vou alugar o mesmo imóvel”, simples assim. Muitas

rebuscadas palavras podem ser ditas, mas na verdade, todos os

Page 36: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

motivos elencados de fato, relegaram-se pelo fato de nada ter sido

mudado, a Secretaria está lá, no mesmo lugar.

A lei previu esta situação e a veda com veemência,

conforme prevê o artigo segundo da Lei da Ação Popular:

Art. 2º São nulos os atos lesivos ao patrimônio das

entidades mencionadas no artigo anterior, nos

casos de:

d) inexistência dos motivos;

Parágrafo único. Para a conceituação dos casos de

nulidade observar-se-ão as seguintes normas:

d) a inexistência dos motivos se verifica quando a

matéria de fato ou de direito, em que se

fundamenta o ato, é materialmente inexistente

ou juridicamente inadequada ao resultado obtido;

O imóvel em questão desde que passou a existir

como bem integrante do patrimônio publico Riossulense foi sempre

o local da Secretaria de Obras.

O suposto incomodo justificador da desafetação

calçado na ameaça ao sossego dos moradores circundantes,

Page 37: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

igualmente não procede. Se a perturbação fosse verdade, o gestor

pouco se importa porque o local não para de receber novos

moradores e a Secretária continua a todo vapor.

Está comprovado portanto que na verdade,

mesmo que houvesse reclamações dos moradores o local onde o

terreno estava situado não carecia de mudança urgente. Tanto não

carecia que o próprio requerido a manteve até os dias de hoje no

mesmo local.

Está comprovado também que o requerido era

ciente de todo este contexto, era ciente de que para seu ato não havia

legalidade por ser algo que ele descreveu completamente na

mensagem 82/2008. Sabia da ilegalidade de não se ter interesse

público que justifique vender o patrimônio.

FERIMENTO GRAVE AO PRINCÍPIO DA

EFICIÊNCIA – ILEGALIDADE E LESIVIDADE

De tudo que o réu decidiu fazer o que foi útil ao

objetivo declinado na mensagem ao Legislativo ? O terreno não

desafetado pois continuou sendo a Secretária de Obras. A Secretaria

de Obras nunca mudou-se para o tal terreno junto ao Herman

Page 38: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Purnhagen e em razão disso, o Município está pagando aluguel do

que já era seu.

Vender um imóvel público é uma decisão

importantíssima. Somente pelo fato de que a respeito dela dispõe a

Lei Orgânica do Município de forma cabal ao atrelar o exercício da

mesma ao crivo de um corpo com 15 (quinze) legisladores, o que já

evidencia tal importância.

Se fato simples e meramente discricionário fosse

não haveria seu condicionamento sob a forma de “autorização

imprescindível” do Legislativo.

Na mensagem do projeto, mais uma vez, estamos

dispensados de dizer o direito, porque foi o próprio reú que

declarou que em sua visão seria eficiente mudar as atividades da

Secretaria de Obras para outro local. Ele falou afirmando ao leitor

como se a mudança já inclusive tivesse ocorrido no afã de dizer que

o imóvel alienado estava vazio, sem utilidade alguma. Eis o trecho:

“Para a resolução do problema, o Município possui

imóvel próximo à BR 470 e ao Centro de Eventos

Hermann Purnhagen, para onde será realocada referida

Secretaria, Salienta-se que tal imóvel é mais adequado

Page 39: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

aos fins propostos, tanto por suas dimensões quanto

por sua localização e vias de acesso.”

LESIVIDADE AO ERÁRIO PÚBLICO

PROPRIAMENTE CONSIDERADA

Para alguns pensadores do direito, para ensejar a

propositura de ação popular, não basta ser o ato ilegal, deve ser ele

lesivo ao patrimônio público.

Pois bem, a este respeito começamos com a

doutrina selecionada pelo nobre juiz desta Comarca em pelo menos

duas recentes decisões, Dr. Edison Zimmer que assim destacou:

“Acerca do modo de condução das atividades

administrativas, Aluízio Bezerra Filho menciona:

Infirma-se assim, que os atos administrativos

necessariamente deverão ser primados pela escorreita

formação legal, desinfluente de qualquer eiva de vício

formal, material ou subjetivo na sua consecução

acoimada na cogência e inderrogabilidade das normas

incumbidas de proteger os interesses públicos –

proteção essa que se justifica na medida em que

transcendem a individualidade, fazendo repercutir sua

Page 40: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

satisfação sobre o todo da coletividade, fazem que todos,

indistintamente, sejam destinatários de seus preceitos."

(in Lei de Improbidade Administrativa: aplicada e

comentada. 1. ed. Curitiba: Juruá, 2009, p. 89).

No presente processo a demonstração da

lesividade vem fortemente carreada e lastreada em documentos.

O Município foi lesado porque ficou

despatrimonializado de um bem público indevidamente e em

concreto este bem valia muito mais do que o valor mínimo pelo qual

foi vendido. Até outubro de 2008 o Município tinha nas mãos um

patrimônio que significava no mínimo R$ 4.000,000.00 (quatro

milhões de reais).

Com a venda, por R$ 2.177,538.80 (dois milhões

cento e setenta e sete mil, quinhentos e trinto reais e oitenta

centavos) ficou com esta diferença no erário por todo este tempo.

Pior do que isso a cada mês esta dispendendo 12

mil reais de aluguel do que já era seu ou seja, existe lesividade no

sentido PECÚNIA em sobra.

Page 41: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Ao autor popular não cabe a função de pugnar

pela punição em seu sentido improbidade, mas a referida norma

Server para identificar claramente porque os atos são eivados de

ilicitudes e ferem os princípios da administração pública. É a lei da

Improbidade quem diz :

Art. 10. Constitui ato de improbidade

administrativa que causa lesão ao erário qualquer

ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje

perda patrimonial, desvio, apropriação,

malbaratamento ou dilapidação dos bens ou

haveres das entidades referidas no art. 1º desta lei,

e notadamente:

IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou

locação de bem integrante do patrimônio de

qualquer das entidades referidas no art. 1º desta

lei, ou ainda a prestação de serviço por parte

delas, por preço inferior ao de mercado;

A presente inicial vem acompanhada de duas

avaliações sendo necessário registrar que muitos profissionais se

recusaram a fazer alegando “medo” de sofrer represálias.

Page 42: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

No entanto, os profissionais fizeram e disseram

que o imóvel vale hoje em torno de R$ 4. 500,000,00 (quatro milhões

e quinhentos mil reais).

Além disso, seguem as comparações de outros

imóveis do site da imobiliária HABITERRA e VASSELAI imóveis

que fornecem boa noção de que o que foi feito não foi certo, foi

lesivo, foi por valor a menor do devido.

Uma regra de três relativa a um imóvel não

serviria para dar sustentação ao que se afirma, que o preço de venda

não foi justo, não foi adequado. No entanto apresentam-se pelo

menos quatro ou cinco exemplos.

Se forem retiradas as informações do site, os

autores desde já declaram que possuem ata notarial de tudo quanto

foi visto na internet.

Page 43: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

SEGUNDA CONDUTA: ALIENAÇÃO

ATRAVÉS DE CONCORRÊNCIA PÚBLICA GERIDA DE

FORMA A CONCRETIZAR A VENDA POR PREÇO AQUÉM DO

DEVIDO

O Caderno da Licitação qual seja a Concorrência

Pública número 096/2008 de 31 de julho de 2008 acompanha esta

inicial.

O Edital de CONCORRÊNCIA PÚBLICA número

096/2008, disse:

Item 9 - DA ENTREGA DO BEM – O bem descrito

no Lote 1, objeto da Concorrência Pública e os documentos

pertinentes a sua respectiva transferência será entregue ao vencedor

após o pagamento da segunda parcela e a ocupação do imóvel dar-

se-á a partir de 31 de março de 2009 e como define o item 8.1 deste

Edital.

Nele, mais precisamente na página de número 02

inclusive em reforço um servidor anotou :

Page 44: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

“Data da desocupação da Secretaria de Obras: 31

de março de 2009” – (está grifado nos documentos

com caneta destaca texto)

Claro, tinha que ter uma data, pois quem

compraria um imóvel que não tem data para ser desonerado,

desocupado, esvaziado, liberado?

Se não tivesse data, mais ilícito ainda, porque aí

sim o comprador já saberia que ganharia um aluguel em seguida.

Da análise da Concorrência Publica 096/2008

resta claro:

1. que ela se arrastou por meses com mais de três

prorrogações devido a inúmeras paralisações sem causa do

processo licitatório.

2. que não houve nenhum esforço para

divulgação acerca do não aparecimento de interessados em

competir com lances nem um real acima do preço mínimo visando

a obrigatória vantagem para o Município no negócio.

Page 45: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

3. que na capa do processo já existia DATA para

a Secretaria de Obras mudar sendo transferida para outro imóvel

junto ao Centro de Eventos de Rio do Sul.

4. A mais lesiva: o preço foi aquém do devido

conforme se passa a demonstrar:

O imóvel foi avaliado já na fase de pedido de

autorização à Câmara por dois agentes políticos do Município, dois

Secretários (Senhores Jaime Sborz e Eugenio Vicenzi), um servidor e

um corretor que é conhecido e respeitado como profissional do

meio, Senhor Sérgio Vasselai, proprietário e Corretor da imobiliária

Vasselai imóveis (www.vasselai.imb.br ).

A única avaliação do imóvel aconteceu em 04 de

dezembro de 2007 (laudo está dentro do caderno Legislativo

número 131/08) e o imóvel foi vendido em 14 de abril de 2009. O

resultado homologado pelo Decreto Municipal número 464 de 19 de

novembro de 2009 (ele está dentro da Concorrência Pública

096/2008) ou seja – PASSOU-SE UM ANO E QUATRO MESES e

o terreno conforme comprova a matricula anexa foi vendido pelo

mesmo preço, o que é um absurdo, uma ilegalidade e improbidade

grosseiras.

Page 46: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Um ano e quatro meses é tempo suficiente para

justificar uma reavaliação, ao menos para atualização, em qualquer

lugar, especialmente em Rio do Sul, onde o réu não cansa de

discursar sobre o fato de que a cidade com o novo desenho por sua

gestão construída (elevados e trânsito modificado) se

supervalorizou e atrai investimentos a cada dia.

A titulo de breve reflexão, somente aplicando-se

a inflação aproximada de dez por cento ao ano e desprezando os

meses, o valor do imóvel deveria ter sido no mínimo para R$

2.400,000,00 (dois milhões e quatrocentos mil reais).

Isso, deixando claro, partindo-se do valor de

avaliação que já não estava correto.

Desta forma comprovado está um prejuízo de no

mínimo este valor, a diferença entre o valor que o imóvel foi

vendido e o valor atualizado com a inflação e a correção monetária

que são pelo menos cerca de APROXIMADOS trezentos mil reais.

Contudo, não é só esse efetivamente o valor do

prejuízo, não é mesmo.

Os autores provam que tem coerência o que

dizem porque serviram-se dos conceitos propostos PELO MESMO

Page 47: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

profissional, Senhor Sérgio Vasselai, que naquele momento, pode

ter se equivocado.

No site de sua imobiliária estão quatro opções de

imóveis no Jardim América/Centro e os respectivos valores de

venda em 2011.

Não é adequado transcrever aqui e por isso está

em separado cada cálculo comparado com as regras de três,

considerando inclusive o desconto da área de preservação

permanente existente no local.

Ali fica evidente, mesmo considerando o tempo

decorrido da data da venda até hoje (cerca de um ano e meio) que o

imóvel foi avaliado de forma INCORRETA. Presume-se pela ciência

mais exatista possível, a matemática, que o preço mínimo de venda

em 2009 deveria ser entre 4 e 4,5 milhões de reais.

O fato é que o imóvel foi vendido por valor

aquém do devido e a diferença desfalcou o cofre público e precisa,

após certeza do valor que o terreno valia, ser reposto porque mesmo

Page 48: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

com o desfazimento do negócio o cofre público passou quase três

anos sem esse capital imobiliário.

Assim fica límpido que o empresário comprador

agiu de boa-fé, aproveitou a oportunidade. Quem deveria ter zelado

para não dissipar patrimônio público útil por preço qualquer foi o

gestor ora requerido.

É o teor da lei :

LEI Nº 4.717, DE 29 DE JUNHO DE 1965.

Art. 4º São também nulos os seguintes atos ou

contratos, praticados ou celebrados por quaisquer

das pessoas ou entidades referidas no art. 1º.

V - A compra e venda de bens móveis ou imóveis,

nos casos em que não cabível concorrência pública ou

administrativa, quando:

c) o preço de venda dos bens for inferior ao corrente

no mercado, na época da operação.

Page 49: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

TERCEIRA CONDUTA: DOIS ANOS DE USO DO

PATRIMÔNIO PÚBLICO SEM LASTRO DOCUMENTAL:

FERIMENTO AO PRINCIPIO DA LEGALIDADE

A Lei orgânica do Município de Rio do Sul

(artigos 86 e seguintes) não prevê empréstimos a titulo gratuito

tendo em vista que fala que o patrimônio publico é todo adquirido

na forma da Lei e assim controlado.

O Município deve explicar o que desde já se

requer o que houve em 2009 e 2010, se houve aluguel ou o que

aconteceu com o bem já que ele já era de Horst Bremer e a

Secretaria de Obras continuou usando-o a todo vapor.

Esse pedido, conforme autoriza a Lei da Ação

Popular, desde já se perfaz, que o Municipio informe acerca desta

situação com documentos.

QUARTA CONDUTA: CONTRATAÇÃO DE

ALUGUEL DO MESMO IMÓVEL ONERANDO E LESANDO O

ERÁRIO PÚBLICO MENSALMENTE

Page 50: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

As coisas simples não carecem de grandes

explicações. Não é nada razoável, aliás, beira à loucura, pensar que

uma pessoa dona de sua casa a vende dizendo que ela não presta e

em seguida passa a alugá-la.

Só um irresponsável faria isso. Com o patrimônio

público isso ganha contornos muito sérios porque a obrigação de

quem é gestor é justamente a de administrar da melhor forma e

zelar, zelar e zelar.

De qualquer forma é dever do administrador

público procurar um aluguel compatível com o mercado, ou seja,

que a administração não se onere e nem se locuplete conforme

manda a lei de Licitações:

Art. 24. É dispensável a licitação:

X – para a compra ou locação de imóvel destinado ao

serviço público, cujas necessidades de instalação e

localização condicionem a sua escolha, desde que o

preço seja compatível com o valor de mercado,

segundo avaliação prévia.

Acontece que só se aluga para destinar e não

quando o imóvel já era patrimônio publico.

Page 51: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Segue para elucidação o Resumo de Contrato de

Locação número 008/2011 onde se destaca que o valor da locação é

de doze mil reais por mês, ou seja, um aluguel onerosíssimo para o

cofre público:

Resumo de Contrato de Locação 008/2011 RESUMO DE CONTRATO DE LOCAÇÃO Nº 008/2011 Dispensa de Litação nº 004/2011 Contratante: Município de Rio do Sul/SC Contratada: HORST BREMER e IVONE PISKE BREMER Objeto: locação de imóvel com as características necessárias para sediar a Secretaria Municipal de Obras, situado na Rua Bulcão Viana, 459, bairro Jardim América, na cidade de Rio do Sul, SC. Dados do Imóvel: Matrícula 38636, no livro 2, Fls. 001, de Registro Geral, contendo a área de 9.467,56m² (nove mil quatrocentos e sessenta e sete metros quadrados e cinquenta e seis decíme-tros quadrados), edificado com três galpões em madeiras, sendo o 1º. com 154,00m2, o 2º. com 718,00m2 e o 3º. com área de 1.060,00m2, de n. 459, e mais um galpão em alvenaria com área de 224,00m2 que leva o n. 389. Valor: R$ 12.000,00 (doze mil reais) mês Prazo de Entrega: 12 (doze) meses, com início em 31.01.2011 e término em 30.01.2012, podendo ser prorrogado por igual período, por interesse das partes e, desde que haja acordo quanto ao novo valor do aluguel.

Page 52: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Condições de Pagamento: 15 (décimo quinto) dia de cada mês subsequente Recurso: Próprio Fundamento Legal: Parágrafo único do Art. 61 da Lei de Licitações nº 8.666/93 e suas alterações posteriores. Rio do Sul/SC, em 31 de janeiro de 2011 MILTON HOBUS Prefeito Municipal

FONTE: DIÁRIO OFICIAL DO MUNCÍPIO:

https://www.diariomunicipal.sc.gov.br/arquivosbd/ed

icoes/0.101479001304450204_edicao_dom_731_11.p

df

Para consecução de seus objetivos pessoais que

não se sabe quais são, mas se tem certeza que não eram os de gestor

imbuído pelo bem da coletividade o réu empreendeu uma maratona

de atos administrativos que culminaram com este contrato de

aluguel.

Importante dizer que somente esta cadeia de atos

administrativos onde se alternaram omissões e ações que formam

um complexo conjunto, independentemente de quaisquer outras

Page 53: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

demonstrações o autor já deveria responder pois é da

jurisprudência:

"Em atenção ao disposto no caput do art. 11 da referida

Lei, tem-se que o ato de improbidade administrativa atentatório aos

princípios da Administração Pública pode ser praticado mediante ação ou

omissão, com transgressão aos referidos princípios, exigindo-se, para tanto,

o dolo do agente. Entretanto, salienta-se que, para a sua

configuração, é dispensada a efetiva ocorrência de dano ao

patrimônio ou erário público. E ainda, como lecionam Emerson Garcia e

Rogério Pacheco Alves, "o art. 11 da lei nº 8.429/92 é normalmente

intitulado de 'norma de reserva', o que é justificável, pois ainda que a

conduta não tenha causado danos ao patrimônio público ou acarretado o

enriquecimento ilícito do agente, será possível a configuração da

improbidade sempre que restar demonstrada a inobservância dos princípios

regentes da atividade estatal". (Improbidade Administrativa. 2. ed. Rio de

Janeiro: Lumen Juris, 2004. p. 288). (Apelação Cível n. 2007.060222-1,

Rel Des. Sérgio Roberto Baasch Luz , 10/07/2008.

No entanto como já se demonstrou que a

lesividade está completamente provada.

Page 54: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Já na mensagem do projeto de autorização o réu

anunciou que seu objetivo era vender o terreno e mudar de local a

sede da Secretaria, órgão componente da estrutura da

administração direta municipal como se pode ver:

“....é que se pede a aprovação do projeto, primeiramente

observando-se a necessária desafetação (art. 1º do

Projeto) para, após, submetê-lo ao competente processo

licitatório.”

Na verdade, o que foi feito submeteu o Município

a uma situação ridícula, pois a população sabia que o terreno era

útil. No popularíssimo blog minhoca na cabeça, a população se

expressou falando desse sentimento de saber que o Prefeito

colocou a venda a um preço mínimo e depois alugou. Alie-se a isso

o fato de que ali neste espaço, do blog, estão apenas as

manifestações daqueles que tem internet e sabem lidar com essa

tecnologia.

Page 55: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Note Vossa Excelência igualmente, que a

transmudação para o patrimônio do particular que arrematou o

imóvel aconteceu na escritura em 14 de abril de 2009 e o contrato de

aluguel tem como termo inicial janeiro a dezembro de 2011.

Jamais se pode dizer que o imóvel não prestava

porque tinha uma APP pois toda aquela região ali concentra

empreendimentos, a Unidavi, o Hotel Aliança Express, a sede da

OAB, enfim, a rua inteira. E este foi um dos motivos sustentados

na Mensagem número 82/2008 que abriu o Processo Legislativo

número 131/08 que deu origem à Lei autorizadora.

Apenas para realçar, foi dito que a alienação era

conveniente porque o imóvel teria uma boa área inaproveitável.

Haveria então boa parte consumida pela preservação permanente

consistindo em obstáculo para a construção e otimizada ocupação

da terra.

Somente para completa sintonia eis a exata

transcrição do trecho a este respeito na citada Mensagem 82/2008 :

Page 56: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

“Impende ainda salientar que o imóvel cuja desafetação

e alienação se pretende tem grande área non edificandi

e de preservação permanente, o que impede,

atualmente, sua plena utilização pela Municipalidade”.

O imóvel, devido o aumento das obras

municipais, vem sendo cada vez mais ocupado. Outra prova de que

na verdade o terreno não era imprestável tal como descrito é a

própria aquisição do imóvel pelo empresário Senhor Horst Bremer.

Este empresário é sócio fundador da instituição

privada H.Bremer e filhos Ltda, com sede na BR 470, uma das

empresas mais sólidas do Brasil no ramo de produção de Caldeiras e

equipamentos para a Indústria. Tal empreendedor é cercado de

conhecimentos na área negocial e evidentemente não faria um

investimento de 2 (dois) milhões de reais sem sentido, sem

perspectiva, sem possibilidade de retorno. Ou seja, inconteste que o

Page 57: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

réu vendeu o que era valoroso e necessário, extremamente

necessário.

DESCRIÇÃO DAS PROVAS ANEXAS À INICIAL

Acompanham esta inicial os seguintes documentos

que são descritos já com suas respectivas ligações fáticas com todo o

exposto:

1. Procurações.

2. Declarações de impossibilidade financeiras de arcar

com o ônus processual.

3. Cópia da matrícula atualizada do imóvel

indevidamente alienado e locado.

4. Cópia da integra do Processo Legislativo de número 131/2008 onde está a Mensagem número 131/08 que visou a autorização da venda junto à Câmara de Vereadores de Rio do Sul.

5. Cópia do Caderno Licitatório de Alienação do imóvel, a Concorrência pública número 096/2008 .

6. Cópia do Contrato de Locação que está no Diário Oficial do Município.

Page 58: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

7. Fotos que comprovam a realidade do imóvel.

8. Avaliação feita por Corretor de Imóveis.

9. Cálculos e medidas de comparação de preços de terrenos no mesmo Bairro.

10. Impressões dos posts com conteúdo manifestando a indignação das pessoas diante dos contratos de compra e venda e posterior locação firmados.

11. Lei Orgânica do Município de Rio do Sul.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Alguém que não erra e não admite que alguém

ouse dizer o contrário, apontar qualquer desacerto. Muito menos

que este desacerto atenda pelo nome de improbidade

administrativa. Esta é a mensagem sempre presente nas falas do

réu ora gestor. No que depender desta ação, ele pode continuar

dizendo isso porque sua finalidade não é política, não é

politiqueira, é sim, cidadã.

Page 59: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Aqui estão descritas as condutas, apontadas as

ilegalidades e lesividades com completa comprovação do que

aconteceu, de como aconteceu pedindo a nulidades de todos os

contratos, tanto o de alienação e seu certame quanto o Locação

além dos respectivos ressarcimentos. Esse é o teor da lei 8.429/92:

“Art. 5° Ocorrendo lesão ao patrimônio público por

ação ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de

terceiro, dar-se-á o integral ressarcimento do dano.”

A lei de improbidade é clara ao dizer quais são

as penalidades para quem age desta forma. Aqui objetiva-se em

primeiro lugar a recomposição do patrimônio, em segundo que o

responsável responda pelos danos.

Os contratos tanto o de alienação do imóvel

decorrente da Concorrência Pública 096/2008 quanto o de Locação

número 008/2011 são nulos eis que eivados de graves ilegalidades

CLARAS E LÍMPIDAS concretizadas em prova no fato de que se

Page 60: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Secretaria de Obras não se mudou não havia interesse público na

venda do imóvel.

É a LEI DE LICITAÇÕES E CONTRATOS – Lei

número 8.666/93, diploma maior desta matéria no país, que diz

que interesse público é o REQUISITO PRIMORDIAL tal como

assim de realça:

Das Alienações

Art. 17. A alienação de bens da Administração Pública, subordinada à existência de interesse público devidamente justificado, será precedida de avaliação e obedecerá às seguintes normas:

I – quando imóveis, dependerá de autorização legislativa para órgãos da administração direta e entidades autárquicas e fundacionais, e, para todos, inclusive as entidades paraestatais, dependerá de avaliação prévia e de licitação na modalidade de concorrência, dispensada esta nos seguintes casos:

A lesividade vem comprovada igualmente por

não ter sido o imóvel avaliado corretamente, por não ter sido este

valor mesmo incorreto ATUALIZADO na hora da venda e por ter

hoje o Município que amargar um prejuízo mensal com alugueres

daquilo que já era seu.

Page 61: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

PEDIDOS

Por todo o exposto requer-se a Vossa Exa:

PEDIDOS CAUTELARES

a) Receba a presente para juntamente com todos

os seus documentos e descrições deferir liminarmente as medidas

cautelares SEM A OITIVA DA PARTE CONTRÁRIA assim descritas

e devidamente solidificadas em seus hastes quais sejam periculum in

mora e fumus boni juris:

a.1) a decretação in limine da indisponibilidade5

do referido imóvel matriculado com número 38636 situado na Rua

5 Jurisprudência a respeito: TJSC - Agravo de Instrumento: AI 409612 SC 2005.040961-2 :

AGRAVOS DE INSTRUMENTO - AÇÃO POPULAR -INDISPONIBILIDADE DE BENS - DECRETAÇÃO - REQUISITOS PRESENTES - POSSIBILIDADE - PREVALÊNCIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PRIVADO - PARTICIPAÇÃO EM ATOS POTENCIALMENTE LESIVOS AO ERÁRIO - RESPONSABILIDADE PELOS PREJUÍZOS RECONHECIDOS OPORTUNAMENTE EM SENTENÇA - LIMITE VINCULADO AO GRAU DE RESPONSABILIDADE DO AGENTE - VERBAS DE CARÁTER ALIMENTAR E CONTA-CORRENTE COM ESTA FINALIDADE EXCEPCIONADAS - PROVIMENTO PARCIAL. 1. A concessão de liminar em Ação Popular busca assegurar o resultado prático do processo, cabendo ao magistrado examinar a plausibilidade do direito, a iminência do ato e a impossibilidade material da reposição do patrimônio público. 2. Não há omissão, sanável pela via

Page 62: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Bulcão Viana com área de R$ 9.467,56 metros quadrados (matricula

atualizada anexa) intimando-se o atual proprietário Senhor Horst

Bremer, brasileiro, casado, empresário com endereço comercial na

BR 470, Km 139 cep 89160-000 em Rio do Sul- SC para que tome

ciência de que ele não pode ser objeto de quaisquer negociações de

declaratória, no acórdão que confirma a decisão denegatória de liminar sem o exame de fundamento que diz respeito ao próprio mérito da demanda popular" (REsp 174369/MG).Para caracterização de lesão ao patrimônio público, basta que existam recursos provenientes do erário na operação impugnada, sendo irrelevante a natureza da sociedade empresarial. A alienação em condições inusitadas de laboratório adquirido com considerável participação do Estado constitui plausibilidade necessária para medida assecuratória em ação popular. É possível a decretação de indisponibilidade de bens em ação popular quando caracterizados elementos que autorizem adoção desta severa medida, como, in casu, a vinculação dos envolvidos com o fato, a existência de provável dano ao patrimônio e a necessidade de preservar bens para o ressarcimento de prejuízo reconhecido em sentença. Precedentes: TJ-SC, MS n. 9.191 e AI n. 88.089670-3; TJ-MG, AG n. 1.0643.04.911518-8; TJ-SP, AI n. 90.756-5 e AI n. 138.072-5."Os atos noticiados em ação civil pública, praticados à sombra da improbidade administrativa e que tenham dado ensejo à probabilidade de enriquecimento ilícito, autorizam a decretação de bens dos envolvidos, para garantir o ressarcimento dos prejuízos causados ao erário, no caso de acolhimento da ação" .A decretação de indisponibilidade de bens encontra-se limitad (AI n. 97.004026-1, da Capital, Des. Orli Rodrigues) a pelo grau de responsabilidade que o agente apresenta em relação ao prejuízo causado. Não pode, também, atingir vencimentos, salários ou outras verbas indispensáveis para o sustento do agravante e de sua família, em decorrência do princípio da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III, da Lex Mater).

Page 63: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

quaisquer natureza até o término desta demanda e ainda que seja

emitido oficio determinando ao Registro de imóveis que proceda

averbação da referida ordem.

a.2) Seja determinada in limine a imediata

suspensão (nos pedidos finais requer-se a nulidade também do referido

pacto) do Contrato de aluguel número 008/2011, firmado com o

atual proprietário do imóvel intimando-se o Município para que

tome ciência e passe a depositar em juízo a cada mês os alugueres

que se vencerem enquanto durar o presente processo. Ao final,

com relação aos valores depositados em juízo, requer, que ao final,

sejam liberados em favor do erário público Riossulense em razão da

decretação de nulidade do mesmo e retomada do imóvel pelo

Município.

a.3) Com relação aos valores já pagos a titulo de

aluguel no ano 2011 seja feito o bloqueio do importe total até a data

do cumprimento da liminar através do sistema BACEN JUD nas

contas correntes pessoais do réu a fim de que se garanta a

possibilidade de ressarcimento ao erário. Tal medida não significa

grave ônus ao réu uma vez que não se trata de um milionário, mas

alguém de posses, um grande empresário e acima de tudo faz

constante relato público de que jamais precisou de seu subsídio

Page 64: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

como Prefeito. Assim sendo presume-se será algo que não

representará maiores danos à sua sobrevivência.

PEDIDOS FINAIS

Ao final a ratificação e procedência de todos os

pedidos cautelares em sede de sentença e ainda :

b) A decretação de nulidade tanto do Contrato de

compra e venda firmado através da Concorrência Pública 096/2008

quanto do Contrato de Locação de número 008/2011 para todos os

fins de direito com efeitos ex tunc e o refazimento do status quo

ante, determinando-se o desfazimento de ambos os negócios

jurídicos.

c) A condenação do réu no ressarcimento a

totalidade dos danos ao Erário Público na forma do artigo 11 da Lei

da Ação Popular onde se afirma que sentença decretadora da

invalidade do ato impugnado, condenará ao pagamento de perdas e

danos os responsáveis pela sua prática, a serem liquidados em

sentença considerando:

c.1 – que o desfazimento do negócio,

consequência de decretação de nulidade, implica em o Município

de Rio do Sul devolver o valor que recebeu ao arrematante na

Page 65: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Concorrência e o imóvel voltar ao patrimônio público. No entanto,

o Município restou despatrimonializado por três anos do capital real

que o imóvel significava e que ele detinha no seu rol de bens

porque o imóvel foi vendido por preço inferioritário e então este

valor ( a diferença em reais entre o preço correto e o preço pelo

qual o imóvel foi vendido que foi R$ 2.177,538, 80 - dois milhões,

cento e setenta e sete mil, quinhentos e trinta e oito reais e oitenta

centavos - ) deve ser reposto devidamente atualizado, pelo

requerido aos cofres públicos conforme liquidação na sentença a fim

de efetivamente o cofre público reste ressarcido.

c.2) que a rescisão do contrato de Aluguel

número 008/2011 é também consequência de sua decretação de

nulidade e por isso o requerido deve ser condenado a devolver ao

erário público devidamente atualizados todos os alugueres que o

Município tenha despendido caso estes valores já não estejam

depositados em juízo por conta do pedido liminar.

c.3) que ele deve arcar ainda com o pagamento

de todos os ônus que em decorrência da anulação sejam necessários

tais como pagamento de tributos, taxas, certidões, averbações,

fotocópias, autenticações e despesas em geral.

Page 66: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

d) A mais ampla oportunidade probatória

deixando desde já especificado que o autor deseja produzir prova

testemunhal sendo que para esta desde já arrola o Controlador

Interno do Município e prova pericial se houver questionamento

pelo requerido quanto ao valor correto pelo qual o imóvel deveria

ter sido vendido, depoimento pessoal do requerido, sem prejuízo de

outras que venham a se fazer necessárias bem como pugna desde já

pelo depoimento pessoal do requerido.

e) A citação do requerido MILTON HOBUS,

brasileiro, casado, empresário que foi Prefeito de Rio do Sul no

mandato 2005-2008 e foi reeleito para o atual mandato 2009-2012

que pode ser encontrado tanto no átrio Municipal quanto em seu

endereço residencial que é Rua no Edifício Bela Aliança número, 789

no centro de Rio do Sul – SC

f) Seja o Município de Rio do Sul, na condição de

pessoa jurídica de direito público INTERESSADA, sendo que para

tanto requer-se que o mesmo seja representado pelo Vice-Prefeito

Municipal, Senhor Garibaldo Ayroso (Diz a Lei Orgânica do

Page 67: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

Município: Art. 32. Substituirá o Prefeito, no caso de impedimento, e

suceder-lhe-á, no de vaga, o Vice-Prefeito), tendo em vista o latente

impedimento do réu em fazê-lo e ainda traga aos autos as seguintes

informações:

f.1) Conforme faculta a Lei da Ação Popular, para

complementação, certidão do Setor de Patrimônio dizendo como o

Município de Rio do Sul usou o imóvel depois de 31 de março de

2008, após a venda, sendo que não havida contrato de aluguel e

ainda cópia integral do Processo de Dispensa de licitação número

004/2011 visando a contratação de imóvel para locação para as

atividades da Secretaria de Obras e os comprovantes de pagamento

de alugueres feitos em favor de Horst Bremer até o momento do ato

a titulo de quitação da obrigação contraída no Contrato de aluguel

com a respectiva cópia do referido pacto.

f.2) Se foi feito instrumento de Compra e venda ao

final da Concorrência Publica 096/2008, mesmo porque este seria

uma repetição das clausulas do Edital da Concorrência citada, mas

se existe, que ele venha aos autos em cópia autenticada por servidor.

g) A intimação do Ministério Público a fim de que

o representante da sociedade com atribuições na área da moralidade

Page 68: Ação popular - Terreno Secretaria de Obras

administrativa acompanhe este feito manifestando-se até os seu final

especialmente porque os atos de improbidade podem ser objeto de

ação civil pública ou ação de improbidade na forma da lei paralelas

a esta ação popular.

h) Seja ainda o requerido condenado a arcar com

as custas e com a sucumbência fixando-se honorários advocatícios

no importe da complexidade do presente processo, ou seja, em

patamar não inferior a vinte por cento .

i) A gratuidade da Justiça por ser este um direito

constitucional dos autores populares conforme já argumentado no

inicio desta petição que declaram não terem como arcar com as

mesmas sob as penas da lei.

Dá-se a causa o valor de R$ 4.000. 000,000 (quatro

milhões de reais).

Nestes termos, pede deferimento.

Rio do Sul, 26 de maio de 2011.

FABIANA DOS SANTOS LINHARES

Advogada OAB-SC 15095