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PAROLIN & PAROLIN & ADVOGADOS ASSOCIADOS ADVOGADOS ASSOCIADOS Gilson Parolin - OAB/SC 10.785 Neiva Antunes de Lima - OAB/SC 22.656 Abel Moreira Leite - OAB/SC 23.974-B Claudio Junior Campagnin – OAB/SC 36.907 EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE VIDEIRA - ESTADO DE SANTA CATARINA. WAGNER BOSCATTO , brasileiro, portador da Cédula de Identidade nº 4784616, e inscrito no CPF sob o nº 046.520.679- 41, residente e domiciliado na Rua Iomerê, 455, apto 206, Bairro Floresta, na Cidade de Videira/SC, SC, por seus procuradores constituídos, ut instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional na Rua Saul Brandalise, 440, sala 12, Centro, cidade de Videira, SC, vem à presença de Vossa Excelência, propor AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS com Pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela em face de SERASA S.A , pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n. 62.173.620/0001-80, com filial na rua Cristóvão Nunes Pires, nº 110, sala 301, Centro, Florianópolis, Santa Catarina, CEP 88010-120, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos: I - FATOS O Demandante é pessoa de boa fé, que cumpre com todas suas obrigações financeiras e comerciais, inclusive, porém, em ________________________________________________________________________________________ __________________ Escritórios: 1. Rua Saul Brandalise, nº 440, 1º andar, sala 12, Edifício Viena, centro, Videira/SC - Fone/Fax: (49) 3566- 0533 / 3566-0442 2. Rua Idalina Pereira dos Santos, nº 67, 3º andar, salas 301/302, Edifício Blue Diamond Business, Agronômica, Florianópolis/SC - Fone/Fax: (48) 3269-7500 e-mails: [email protected] / [email protected] / [email protected] / [email protected]

Ação Serasa

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Ação de Indenização por Danos Morais contra Serasa

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ADVOGADOS ASSOCIADOSADVOGADOS ASSOCIADOSGilson Parolin - OAB/SC 10.785Neiva Antunes de Lima - OAB/SC 22.656Abel Moreira Leite - OAB/SC 23.974-BClaudio Junior Campagnin – OAB/SC 36.907

EXCELENTÍSSIMO DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE VIDEIRA - ESTADO DE SANTA CATARINA.

WAGNER BOSCATTO, brasileiro, portador da Cédula de Identidade nº 4784616, e inscrito no CPF sob o nº 046.520.679-41, residente e domiciliado na Rua Iomerê, 455, apto 206, Bairro Floresta, na Cidade de Videira/SC, SC, por seus procuradores constituídos, ut instrumento procuratório em anexo, com endereço profissional na Rua Saul Brandalise, 440, sala 12, Centro, cidade de Videira, SC, vem à presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS com Pedido de Antecipação dos Efeitos da Tutela

em face de SERASA S.A, pessoa jurídica de direito privado, inscrito no CNPJ sob o n. 62.173.620/0001-80, com filial na rua Cristóvão Nunes Pires, nº 110, sala 301, Centro, Florianópolis, Santa Catarina, CEP 88010-120, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - FATOS

O Demandante é pessoa de boa fé, que cumpre com todas suas obrigações financeiras e comerciais, inclusive, porém, em recente consulta realizada no comércio, que segue anexo, deparou-se com uma situação constrangedora e totalmente ilegal realizada pela Demandada.

Ocorre que, recentemente, o Demandante foi surpreendido ao ter uma compra a prazo negada, fato que gerou grande prejuízo à sua imagem de pessoa honesta, bom pagador.

Assevera-se que não se trata da primeira vez que ocorre tal fato.

__________________________________________________________________________________________________________Escritórios:

1. Rua Saul Brandalise, nº 440, 1º andar, sala 12, Edifício Viena, centro, Videira/SC - Fone/Fax: (49) 3566-0533 / 3566-04422. Rua Idalina Pereira dos Santos, nº 67, 3º andar, salas 301/302, Edifício Blue Diamond Business, Agronômica, Florianópolis/SC - Fone/Fax: (48) 3269-7500

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Nesta oportunidade, após muito insistir à funcionária do estabelecimento, que lhe atendia, o Demandante foi informado que a compra não se concretizara em razão de restrição em seu nome, junto a cadastros de proteção ao crédito.

Tal fato trouxe grande indignação ao Demandante, vez que este tinha plena consciência de que seu nome encontrava-se incólume, conforme incluso extrato da Demandada.

A funcionária do estabelecimento que lhe negou crédito, esclareceu ao Demandante que a probabilidade desta se tornar inadimplente era muito elevada, baseada em um índice estabelecido pela Demandada, e que não poderia realizar o negócio com consumidores que ultrapassassem determinada pontuação em referido índice, que é nomeado de “SCORE”.

Após algumas diligências no comércio, o Demandante teve acesso ao extrato disponibilizado pela Demandada a seus clientes, que segue em anexo. No mencionado documento, datado de 20/09/2013, constava a seguinte informação:

CONCENTRE SCORINGSCORE .....: 0001(...)A PONTUAÇÃO SCORE MOSTRA REFERÊNCIAS DE CRÉDITO QUE SÃO COMPARTILHADAS EM NOSSA BASE DE DADOS, VARIANDO DE 0 A 1000 SENDO QUE, QUANTO MAIS PROXIMA DE 1000, MAIS SEGURA SERÁ A CONCESSÃO DE CRÉDITO. PARA CADA 100 DOCUMENTOS COM O MESMO COMPORTAMENTO DE REFERÊNCIAS DE CRÉDITO, 79 PODERA (O) SE TORNAR INADIMPLENTE (S) EM UM HORIZONTE DE 12 MESES.

Nota-se que referido documento deixa claro que o Demandado leva em conta referências de crédito. Ora, Excelência, que referências seriam estas? Estariam sendo utilizadas informações relativas ao CPF do Demandante, anteriores ao quinquênio que se passou? Estariam sendo utilizadas, para elaboração de tal índice, inscrições já retiradas dos órgãos de proteção ao crédito relativas ao nome do Demandante? Estariam sendo utilizadas informações confidenciais do Demandante sem a sua autorização?

Isto é uma informação que somente a Demandada pode dar.

Em situação idêntica, de outro consumidor, após notificado extrajudicialmente, a Demandada enviou a seguinte resposta, cujo documento segue em anexo:

__________________________________________________________________________________________________________Escritórios:

1. Rua Saul Brandalise, nº 440, 1º andar, sala 12, Edifício Viena, centro, Videira/SC - Fone/Fax: (49) 3566-0533 / 3566-04422. Rua Idalina Pereira dos Santos, nº 67, 3º andar, salas 301/302, Edifício Blue Diamond Business, Agronômica, Florianópolis/SC - Fone/Fax: (48) 3269-7500

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“... em resposta à sua correspondência, ... informa que a pontuação é apurada com a utilização de fórmulas estatísticas que levam em consideração a influência cadastral e comportamental da média de mercado para avaliar o risco de inadimplência.”

No site disponível na internet, por sua vez, o Demandado assim define o produto ora rechaçado, in verbis:

“Concentre Scoring é um produto baseado em modelos estatísticos de pontuação de crédito.

Fortemente apoiado em informações negativas, o produto compreende diversos modelos estatísticos, cada um deles direcionado para um determinado perfil de histórico de crédito.

Os modelos fornecem uma pontuação que representa a probabilidade de um proponente de crédito tornar-se inadimplente no mercado em um período de 12 meses.” (grifou-se)

Portanto, depreende-se que o concentre scoring, da forma que vem sendo apresentado ao comércio, transforma o consumidor sem pendências de crédito, em um “provável” INADIMPLENTE no futuro, ferindo de morte diversos os preceitos legais que protegem o consumidor.

Uma coisa é certa, uma informação negativa foi anotada e divulgada pelo próprio órgão mantenedor de cadastros de proteção ao crédito, fato que vem causando severos danos à honra e a moral do Demandante.

Em verdade, o que ocorreu, foi uma ilegítima anotação desabonadora do nome do Demandante nos cadastros mantidos pelo SERASA, pois referida anotação não encontra respaldo legal.

Não bastasse isso, o órgão Demandado sequer cientificou o Demandante acerca da inclusão da informação do “concentre scoring” no cadastro que mantém, quanto menos foi autorizado pelo Demandante a divulgar estas informações.

Portanto, é nítido e claro o descumprimento também à nossa legislação magna, visto o cerceamento de defesa aí enumerado.

Ademais, ressalta-se que além de não cientificar os consumidores acerca da mencionada anotação em seus cadastros, a Demandada sequer possibilita a estes o acesso a referida pontuação, quanto menos à forma como esta foi concebida.

__________________________________________________________________________________________________________Escritórios:

1. Rua Saul Brandalise, nº 440, 1º andar, sala 12, Edifício Viena, centro, Videira/SC - Fone/Fax: (49) 3566-0533 / 3566-04422. Rua Idalina Pereira dos Santos, nº 67, 3º andar, salas 301/302, Edifício Blue Diamond Business, Agronômica, Florianópolis/SC - Fone/Fax: (48) 3269-7500

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A verdade é que esta é uma informação fornecida apenas às empresas que se dispõe a pagar o valor da consulta, que por sinal, é uma as mais caras e possibilita ao Demandado auferir lucros vultuosos.

Sendo flagrante a forma incorreta pela qual a Demandada disponibilizou informações negativadoras e confidenciais do cadastro do Demandante, em suas listas de maus pagadores, não restam alternativas senão recorrer a este juízo suplicando por JUSTIÇA, para que este seja punido, visando a não repetir atos deste feito, e ainda, para que o Demandante seja indenizado, vez que inquestionavelmente lesada.

II – DO DIREITO

Denota-se grande reforma nos dispositivos legais brasileiros após a promulgação da Lei n.º 8.078 de 11 de setembro de 1990, o Código de Defesa do Consumidor.

Os novos dispositivos legais garantem os direitos, e principalmente a integridade do consumidor brasileiro, primando sempre pela proteção e facilitação de sua defesa, pela informação clara e objetiva, e rechaçando qualquer tipo de prática abusiva em seu detrimento.

A prática adotada pela Demandada, a dizer, a disponibilização do chamado Concentre Scoring em seu banco de dados, vem desprezando os dispositivos do Código Brasileiro de Defesa do Consumidor e ferindo de morte os mais básicos princípios encartados em nossa Constituição Federal.

A Demandada instituiu em seu banco de dados, um cadastro obscuro e subjetivo, que vem sendo tomado no comércio nacional como verdadeira informação desabonadora relativa ao consumidor.

Não há qualquer tipo de regulamentação ou permissão legal para a prática utilizada pelo Demandado, e como não poderia deixar de ser, a legislação específica não deixa de prever a sua proibição. Então vejamos a redação da Lei n. 8.078/90, o Código de Defesa do Consumidor:

Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.§ 1° Os cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil

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compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a cinco anos.§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.§ 3° O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.§ 4° Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.§ 5° Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

O direito ora buscado, tem supedâneo na exigência legal, acima transcrita, de que toda a informação a ser cadastradas em órgãos mantenedores de cadastros de proteção ao crédito deva ser objetiva, clara, verdadeira e necessita de prévia notificação, para ser repassada a outrem.

Ocorre que a pontuação do concentre scoring, da forma como foi concebida, não se adéqua à exigência legal supra citada (§1º, do art. 43 do CDC) por três motivos: 1) é uma informação subjetiva, pois não é descritiva de fatos; 2) é uma informação obscura, pois depende de análise de formulas e informações desconhecidas; 3) é uma informação inexata, porque utiliza fórmulas e métodos estatísticos que possuem margem de erro e são de difícil comprovação.

Além disso, a Demandada é enfático ao negar o acesso a qualquer informação a respeito, o que vai de encontro do disposto no art. 5º, XXXIII, de nossa Carta Magna, a seguir transcrito:

XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;

Considera-se para tanto, o caráter público do banco de dados do Demandado, descrito no § 4°, do art. 43, do CDC.

__________________________________________________________________________________________________________Escritórios:

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Ademais, se existe algo a ser anotado nas listas de proteção ao crédito, lista esta de tamanha significância, esta informação deve ser legítima, e retratar a realidade creditícia daquele consumidor, para que assim, seja fielmente cumprido o papel, conferido pela lei, dos órgãos mantenedores de cadastros de proteção ao crédito.

A conduta tomada pela Demandada caracteriza prática abusiva, expressa no art. 39, VII, do CDC, abaixo citado:

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:(...)VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo consumidor no exercício de seus direitos;

O presente caso parece ser analisado com concretude por Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamin, na obra Código Brasileiro de Defesa do Consumidor: comentado pelos autores do anteprojeto. 8. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2004. p. 389, conforme transcrição a seguir:

“É pratica abusiva, por exemplo, a manutenção de um sistema de mala direta em que o banco de dados mantém os fornecedores regularmente informados sobre a situação creditícia de todos ou de categorias de consumidores que constam em seus cadastros. “Informação sobre um consumidor particular só pode ser fornecida a terceiro quando solicitada em conexão com uma transação específica entre ESTE E AQUELE consumidor particular.” (grifo nosso)

A transcrição supra, retrata exatamente a prática que vem sendo adotada pela Demandada.

Não bastasse o fato de não disponibilizar a informação e os dados que resultam no índice do Concentre Scoring aos consumidores, a Demandada ainda inclui a má fadada informação em seu banco de dados, sem qualquer tipo de autorização, ou no mínimo, notificação ao consumidor, contrariando o § 2°, do art. 43, do CDC, o que por si só, já se torna suficiente para a concretização dos danos à mesma.

Desta maneira, ainda desconsidera, o Demandado, o art. 5, LV, da CF/88, tendo em vista o cerceamento de defesa praticado.

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E não se diga que a informação incluída pela Demandada se perfaz em cadastro positivo, pois em nada se assemelha àquele instituído pela Lei n. 12.414/2011.

Em recente decisão, a Primeira Turma de Recursos dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado de Santa Catarina, julgou, de maneira brilhante, pela ilegalidade do Concentre Scoring e pelo dever de indenizar decorrente da sua manutenção, conforme segue:

SERASA - CONCENTRE SCORING - VIOLAÇÃO AO ART. 43 DO CDC - RECURSO DESPROVIDO- É ilegal a manutenção de cadastro de crédito paralegal, de caráter subjetivo, sem transparência, sem contraditório e obscuro, por entidade privada com efeitos limitadores do crédito do consumidor.A criação do concentre scoring viola o Estado Democrático de Direito.Ementa Aditiva:RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. SISTEMA CONCENTRE SCORING. BASE DE DADOS. MANUTENÇÃO DE INFORMAÇÕES DO CONSUMIDOR SEM EXPRESSO CONSENTIMENTO. MÉTODO DE ESTATÍSTICA E DADOS OBSCUROS. FALHA GRAVE DOS DEVERES DE TRANSPARÊNCIA E INFORMAÇÃO INERENTES AO FORNECEDOR DO PRODUTO OU DO SERVIÇO. OCORRÊNCIAS DE PROBABILIDADE DE INADIMPLEMENTO. DANO MORAL. PRESUNÇÃO. VALORAÇÃO. CRITÉRIOS DE RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. RECURSO DESPROVIDO. - Os princípios informadores da relação de consumosão: a vulnerabilidade do consumidor; a boa-fé objetiva; a transparência; a educação e a informação; a proibição das cláusulas abusivas e, de regra, a responsabilidade civil objetiva do fornecedor. (RI 2011.101348-0 da minha relatoria - Juiza Vânia Petermann) (Recurso Inominado n. 2012.10104-9, da Capital, rel. Des. Alexandre Morais da Rosa. Publicação: 17/09/2012)

E mais, tendo em vista a relevância do tema, recentes decisões de outros tribunais do Brasil, também tem declarado a ilegalidade do Concentre Scoring e determinado a reparação dos danos causados pela sua disponibilização.

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Assim vem decidindo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul:

AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL. CONCENTRE SCORING. SISTEMA DE PONTUAÇÃO PARA CONCESSÃO DE CRÉDITO. ILEGALIDADE. DEVER DE APRESENTAR A PONTUAÇÃO E CRITÉRIOS. DANO MORAL CONFIGURADO. VALOR DA INDENIZAÇÃO. SUCUMBÊNCIA. 1. DA NATUREZA DO SERVIÇO "CONCENTRE SCORING". O sistema oculto utilizado pelas empresas através de contrato firmado com a demandada, com a finalidade de obter informações do consumidor e, conforme pontuação, negar crédito ao pretenso cliente, é ilegal. Infringência aos artigos 43 do Código de Defesa do Consumidor e 5º, incisos XIV, XXXIII, LXXII, alíneas a e b, da Constituição Federal, uma vez que, sequer, tem atendido os pedidos formulados na via extrajudicial. 2. DO DEVER DE EXIBIÇÃO DA PONTUAÇÃO E CRITÉRIOS. A negativa da demandada em apresentar informações sobre dados existentes em nome do consumidor nos registros do CONCENTRE SCORING e respectivos critérios de avaliação, viola a garantia constitucional e disposição consumerista que assegura a todos o conhecimento de dados armazenados em relação a si. Pena de multa diária. Fixação. 3. DANO MORAL. O descumprimento do dever de informação e transparência pela demandada, advindos do próprio caráter sigiloso e oculto do serviço denominado "CONCENTRE SCORING", viola os direitos personalíssimos da parte autora, em especial a honra e a imagem. Trata-se de dano moral in re ipsa. Indenização fixada em R$ 8.000,00 (Oito Mil Reais). 4. SUCUMBÊNCIA. Redistribuída, na forma do art. 20 do Código de Processo Civil. RECURSO DESPROVIDO. UNÂNIME. (Agravo Nº 70050740349, Nona Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Iris Helena Medeiros Nogueira, Julgado em 12/09/2012)

Não há como se concluir de maneira diversa, senão pela responsabilização da Demandada pelo não cumprimento do mandamento legal consumerista, e ainda por abusar da prerrogativa que lhe é conferida para divulgar informação desabonadora do nome da Demandante, em suas listas, estando o mesmo, integralmente quite, com todas as suas obrigações financeiras e comerciais.

__________________________________________________________________________________________________________Escritórios:

1. Rua Saul Brandalise, nº 440, 1º andar, sala 12, Edifício Viena, centro, Videira/SC - Fone/Fax: (49) 3566-0533 / 3566-04422. Rua Idalina Pereira dos Santos, nº 67, 3º andar, salas 301/302, Edifício Blue Diamond Business, Agronômica, Florianópolis/SC - Fone/Fax: (48) 3269-7500

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E como ponto final do presente tópico, vale destacar a brilhante interpretação acerca do tema, dada pelo Excelentíssimo Magistrado Helio David Vieira Figueira dos Santos, nos autos n. 082.10.003388-3, que tramita no Juizado Especial Cível do Foro Distrital do Continente, nesta Capital, em que houve condenação do Demandado ao pagamento de indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) em favor do consumidor, in verbis:

“Realmente, trata-se de caso espantoso, em que mundo estamos a viver, onde o cidadão não é uma pessoa e sim um “CPF” e a partir daí, embrenhado numa malha de milhões de outros números, ressurge com um fator comercial de risco, com um alerta às casas comerciais, tudo baseado em equações matemáticas, como diz a ré (fl. 67), que bem complicadas devem ser pois nem são aritméticas. Até parece que um cidadão é uma estatística e não um indivíduo com uma história que um dia alguém ainda vai contar e se não contar alguém que vai ao menos permanecer na lembrança de outros como uma pessoa e não como um número num banco de dados que só se expressa em inglês e se por acaso já teve seus atropelos comerciais no passado, quem não os teve, mérito para ele que se é que os teve, liquidou todas as suas pendências e limpou o seu nome, como se costuma dizer. Nada mais o Serasa tem a fazer aqui, a não ser silenciar e deixar a vida correr, se não for assim, estamos vendo renascer o Big Brother, não o da TV Globo, que esse não serve para nada, apenas para estupidificar e sim aquele outro, o de 1984, em que a vida das pessoas passa a depender do olho que tudo vê, que esse deve ser bem mais Velho, e da precisão de cálculos, pois que se dependesse de cálculos e probabilidades o Garrincha nunca teria jogado futebol e nem um português que escrevia tudo enrabichado teria ganho o prêmio Nobel de Literatura.

Em síntese, para não me estender demasiado, sofreu o autor evidente dano moral com a conduta do réu, que agiu com grande culpa e abusividade, e deve responder na medida de sua responsabilidade e capacidade econômica.”

III – DO DANO MORAL

Obviamente, a legislação pátria não poderia permitir que o Demandante continuasse a sofrer toda a sorte de sacrifícios e humilhações, decorrentes das injustificáveis atitudes da Demandada.

__________________________________________________________________________________________________________Escritórios:

1. Rua Saul Brandalise, nº 440, 1º andar, sala 12, Edifício Viena, centro, Videira/SC - Fone/Fax: (49) 3566-0533 / 3566-04422. Rua Idalina Pereira dos Santos, nº 67, 3º andar, salas 301/302, Edifício Blue Diamond Business, Agronômica, Florianópolis/SC - Fone/Fax: (48) 3269-7500

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Trata-se, em verdade, de afronta a princípios constitucionais, encartados na Carta Magna de 1998, em seu Artigo 5º, V e X, in verbis:

“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;” (grifo nosso)

Interpretando o artigo em comento, o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, já decidiu:

“A indenização por dano moral é constitucionalmente assegurada (art. 5º, V, da CF), não se exigindo o reflexo patrimonial para a respectiva caracterização, impondo-se a reparação tanto que confirmada a ilicitude do procedimento do autor” (Ap. Cív. nº 39.689, de Joinville).

Bem como:

“Caracterizada a ilicitude no procedimento, nasce para o réu a responsabilidade de indenizar” (Ap. Cív. nº 39.892, de Blumenau, rel. Des. Wilson Guarany).

E, continua:

“Há reparabilidade do dano moral, em face do art. 5º, V e X, da Magna Carta, cuja autorização é de eficácia plena, auto-aplicável” (Ap. Cív. nº 38.177, de Blumenau, rel. Des. Francisco Oliveira Filho).

Importante observar que a indenização por dano moral, como já asseverado, é constitucionalmente assegurada (art. 5º, incisos V e X, da Carta Política de 1988), não se exigindo qualquer reflexo patrimonial para a respectiva configuração, impondo-se a reparação tanto que confirmada a ilicitude do procedimento temerário do responsável pelo dano.

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Determina o artigo 186 do Código Civil Brasileiro, in verbis:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Colacionamos alguns dos entendimentos hodiernos:

“o dano moral deve ser autonomamente indenizado” (RT, 553/199).

“Embora o dano moral seja um sentimento de pesar íntimo da pessoa ofendida, para o qual não se encontra estimação perfeitamente adequada, não é isso razão para que se lhe recuse em absoluto uma compensação qualquer. Essa será estabelecida como e quando possível, por meio de uma soma, que, não importando uma exata reparação, todavia representará a única salvação cabível nos limites da força humana“ (RT 485/230).

“O dano moral merece ressarcido mediante compensação em moeda corrente“ (RT 516/188).

Ainda, o Código Civil Brasileiro, em seu artigo 942, determina, in verbis:

“Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.”

A procedência do pedido surge da obrigação de indenizar ao Demandante pelos danos causados, está condicionada a circunstância do Art. 22, também do Código de Defesa e Proteção do Consumidor, in verbis:

“Os órgãos públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer outra forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos.”

E ainda dispõe no parágrafo único do artigo citado anteriormente:

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“Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos causados, na forma prevista neste Código.”

Por sua vez outras escrituras vão ainda mais longe:

"A honra sentenciou ARIOSTO - está acima da vida. E a vida - pregou VIEIRA - é o bem mortal: a vida, por larga que seja, tem os dias contados; a fama, por mais que conte anos e séculos, nunca lhe há de achar conto, nem fim, porque os seus são eternos: a vida conserva-se em um só corpo, que é o próprio, o qual, por mais forte e robusto que seja, por fim se há de resolver em poucas cinzas: a fama vive nas almas, nos olhos e na boca esculpida nos mármores e repetida sonoramente sempre nos ecos e trombetas da mesma fama. Em suma, a morte mata, e a infâmia afronta, afeia, escurece e faz abominável a um ser imortal, menos cruel e mais piedosa se o puder matar."

Em direito, não restam dúvidas sobre a ilegalidade dos atos cometidos pelo Demandado e pela obrigação de indenizar neles contida.

IV – DOUTRINA

Yussef Said Cahali, na lição de José de Aguiar Dias, ensina:

“Sem dúvida é possível existir, ao lado do abalo de crédito, traduzido na diminuição ou supressão dos proveitos patrimoniais que trazem a boa reputação e a consideração dos que com ele estão em contato, o dano moral, traduzido na reação psíquica, no desgosto experimentado pelo profissional, mais freqüentemente o comerciante, a menos que se trate de pessoa absolutamente insensível aos rumores que resultam no abalo de crédito e às medidas que importam vexame, tomados pelos interessados’” (O Dano Moral no Direito Brasileiro, RT SP, 1980, pág. 93).

E conclui:

“Em realidade, no abalo de crédito, conquanto única a sua causa geradora, produzem-se lesões indiscriminadas

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ao patrimônio pessoal e material do ofendido, de modo a ensejar, se ilícita aquela causa, uma indenização compreensiva de todo o prejuízo. “E considerando o prejuízo como um todo, nada obsta a que se dê preferência à reparação do dano moral, estimada pelo arbítrio judicial, se de difícil comprovação os danos patrimoniais” (ob. cit., pág. 94).

Nas palavras de João Casillo, in “Dano à pessoa e sua indenização”, ed. RT, 1994, p. 136:

“o que interessa, para apuração da indenização, é o dano em si, e não suas consequências materiais. O interesse existe mesmo que tais lesões não tragam qualquer reflexo pecuniário. Elas são indenizáveis pelo simples fato de se constituírem numa ofensa a um direito que não pode ficar desprotegido na ordem privada”.

E continua, a fls. 241:

“nem sempre a ofensa à honra acarreta uma repercussão patrimonial, causando prejuízo material ao ofendido. Nem por isso deixou de ocorrer lesão ao direito, o dano, no seu mais amplo e moderno entendimento. Havendo dano, deve haver a correspondente indenização”.

Carlos Alberto Bittar, in “Reparação civil por danos morais”, Ed. RT, 1993, a fls. 129 e 130, preleciona que se deve ter em mente que:

“na prática, cumpre demonstrar-se que, pelo estado da pessoa, ou por desequilíbrio e, sua situação jurídica, moral econômica, emocional ou outras, suportou ela conseqüências negativas advindas do ato lesivo. A experiência tem mostrado, na realidade fática, que certos fenômenos atingem a personalidade humana, lesando os aspectos referidos, de sorte que a questão se reduz, no fundo, a simples prova do fato lesivo. Realmente, não se cogita, em verdade, pela melhor técnica, em prova de dor, ou de aflição, ou de constrangimento, porque são fenômenos ínsitos na alma humana como reações naturais a agressões do meio social. Dispensam, pois, comprovação, bastando, no caso concreto, a demonstração do resultado lesivo e a conexão com o fato causador, para responsabilização do agente”

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Fabrício Zamprogna Matielo, quando assim o enfoca:

“A indenização por danos morais, em casos dessa natureza, vem sendo admitida com força intensa nos Tribunais nacionais, visando disciplinar o cadastramento de informações e a sua regular utilização. Em conclusão, pode-se dizer que, havendo conduta censurável e aplicação de meios que diminuam moralmente alguém, interna ou externamente, provocando danos (desvalorização, desequilíbrio psicológico, discriminação, etc.), o atingido pode valer-se do pedido judicial de responsabilização civil por danos morais e materiais” (Dano Moral, Dano Material e Reparação, págs. 133 e 134, Sagra - DC - Luzzatto Editores, 1995, Porto Alegre).

Houve em todo o episódio narrado a responsabilidade por parte da Demandada, pelos danos e abalos ocasionados ao Demandante, gerando a obrigação de indenização dos danos morais suportados, danos esses que resultam do próprio ato potencialmente danoso, sem a necessidade da comprovação de efeitos patrimoniais efetivos.

V - DA QUANTIFICAÇÃO INDENIZATÓRIA DO DANO MORAL

A fixação do valor da indenização por dano moral deve observar o caráter reparatório da condenação e conter um peso de função punitiva ou repressiva apta a servir de intimidação aos que sejam tentados a reincidir ou incorrer em conduta que ocasione dano a outrem. Mas, não pode ensejar enriquecimento sem causa ou desestímulo à solução contenciosa de conflitos cotidianos.

Assim, à falta de medida aritmética e ponderadas as funções satisfatória e punitiva, serve à fixação do montante da indenização o prudente arbítrio do juiz, tendo em conta certos requisitos e condições, tanto da vítima quanto do ofensor.

Neste ponto, é preciso ressaltar o grau de dolo da Demandada que mantém em seus cadastros informação subjetiva, obscura e de difícil compreensão, sendo latente a ilegalidade do ato danoso.

Não bastasse isso, deve-se ter em conta que a Demandada é entidade de caráter público e de grande porte, sendo a maior do país em seu ramo de atuação.

Em casos semelhantes o Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina assim quantificou o valor da indenização:

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“APELAÇÃO CÍVEL. RECURSO PRINCIPAL E ADESIVO. AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. AGRAVO RETIDO. DECISÃO QUE DETERMINA A RETIRADA DO NOME DO AUTOR DO ROL DOS MAUS PAGADORES. DECISÃO CUMPRIDA. RECURSO NÃO CONHECIDO POR FALTA DE INTERESSE. INSCRIÇÃO INDEVIDA DO NOME DO REQUERENTE EM ÓRGÃOS DE PROTEÇÃO AO CRÉDITO. DÍVIDA QUITADA. ILÍCITO CONFIGURADO. DANO MORAL CARACTERIZADO. DEVER DE COMPENSAR PECUNIARIAMENTE. MAJORAÇÃO DO QUANTUM COMPENSATÓRIO DEVIDA. APLICAÇÃO DO BINÔMIO POSSIBILIDADE/RAZOABILIDADE. CORREÇÃO MONETÁRIA. INCIDÊNCIA DESDE O ARBITRAMENTO. RETIFICAÇÃO, DE OFÍCIO, DO TERMO INICIAL DOS JUROS DE MORA A PARTIR DO EVENTO DANOSO. APELO PRINCIPAL DESPROVIDO E RECURSO ADESIVO PARCIALMENTE PROVIDO. I - É entendimento cristalizado na jurisprudência dos tribunais do País que, havendo a inscrição indevida do nome do devedor nos órgãos de proteção ao crédito, está caracterizado o dano moral por abalo do crédito, independentemente de comprovação do prejuízo moral sofrido pela pessoa lesada, porquanto presumível (in re ipsa)”. (TJSC, Apelação Cível n. 2010.004046-9, de Santa Rosa do Sul, rel. Des. Joel Figueira Júnior , j. 19- 02-2013)

Do corpo do acórdão retro extrai-se:

“Destarte, em face da extensão dos danos sofridos pelo Autor, a condenação imposta na sentença deve ser majorada para R$ 35.000,00, pois condizente com o valor que esta Câmara tem estabelecido em casos similares.” (grifou-se)

E ainda:

“AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TELEFONIA. INSCRIÇÃO DO NOME DO AUTOR EM CADASTRO DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA DA PRESTADORA DE SERVIÇO TELEFÔNICO. CIRCUNSTÂNCIA QUE TODAVIA NÃO IMPEDE A IDENTIFICAÇÃO DA NEGLIGÊNCIA E DA DEFICIÊNCIA DO SERVIÇO. OFENSA À IMAGEM, BOA FAMA E CREDIBILIDADE DA PESSOA

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FÍSICA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. SENTENÇA JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO PROFERIDA EM AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO N. 020.10.000732-5 QUE CONSIDEROU ILÍCITA A COBRANÇA DO MULTA DE RESCISÃO CONTRATUAL QUE DEU ORIGEM À ANOTAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUTIR-SE NESTA AÇÃO ACERCA DA LICITUDE DA COBRANÇA DO DÉBITO POR TRATAR-SE DE MATÉRIA, NESTE PONTO, PROTEGIDA PELO INSTITUTO DA COISA JULGADA. SENTENÇA DECLARATÓRIA PROFERIDA NO ÂMBITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. ANOTAÇÃO EFETUADA APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO DA AÇÃO DECLARATÓRIA. DANO MORAL CARACTERIZADO. DISPENSABILIDADE DE COMPROVAÇÃO DO DANO. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL, ARTS. 5º, INCS. V E X, E 37, § 6º. SENTENÇA QUE CONDENOU A DEMANDADA AO PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS FIXADA EM R$ 10.000,00 (DEZ MIL REAIS). PECULIARIDADES DO PRESENTE CASO CONCRETO QUE RECOMENDAM A MAJORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO PARA R$ 25.000,00 (VINTE E CINCO MIL REAIS) EM OBSERVÂNCIA AOS CRITÉRIOS DE PROPORCIONALIDADE E RAZOABILIDADE NA DETERMINAÇÃO DO DANO MORAL . JUROS DE MORA CONTADOS A PARTIR DA DATA DA INSCRIÇÃO INDEVIDA. CORREÇÃO MONETÁRIA A PARTIR DA DATA DO ACÓRDÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS MAJORADOS PARA 20% SOBRE O VALOR DA CONDENAÇÃO. CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL ART. 20, §3º. APELO DA EMPRESA DEMANDADA DESPROVIDO. RECURSO DO AUTOR PARCIALMENTE PROVIDO”. (TJSC, Apelação Cível n. 2012.081795-2, de Criciúma, rel. Des. Nelson Schaefer Martins , j. 26-02-2013) (grifou-se)

Diante do exposto, requer que a indenização seja arbitrada em montante não inferior a R$ 20.000,00 (vinte mil reais), sob pena de não surtir o efeito pedagógico pretendido e nem mesmo compensar o abalo moral sofrido.

VI – DA RELAÇÃO DE CONSUMO - INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA

O Código Brasileiro de Defesa do Consumidor – Lei nº. 8.078 de 11 de setembro de 1990 – trouxe inúmeras inovações ao nosso sistema jurídico, ao ponto de

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inúmeros autores defini-lo como o diploma criador de um microssistema legal a determinar um universo com características próprias. A fim de que essas inovações pudessem se efetivar, atingindo seus objetivos, mister se fez estabelecer garantias capazes de assegurar sua aplicabilidade no processo judicial, quando da discussão dos interesses relativos as relações de consumo.

Certamente, a mais reluzente das inovações trazidas pelo diploma protetor, é a figura da inversão do ônus da prova a par de outros instrumentos como, v.g., as ações coletivas.

Importante que se diga que esse instrumento veio garantir a defesa dos interesses dos consumidores, quando em juízo, dentro da linha de raciocínio isonômico, de que deve-se tratar os desiguais desigualmente, consoante ao Princípio da Equidade.

Nesse sentido, o consumidor, sabidamente o lado mais frágil da relação de consumo – hipossuficiente, isenta-se da obrigação de ter que provar algumas situações em juízo transferindo-a ao fornecedor.

O sistema de princípios pertinentes ao direito probatório adotado em nosso Código de Processo Civil baseia-se na ideia de que a parte que alega ter o direito deve provar o alegado.

Vale dizer que, em nosso sistema probatório, vige a regra geral segundo o princípio pelo qual a parte que alega a existência de determinado fato para dele extrair algum direito, incumbe o ônus de demonstrar a sua existência, ou seja, cabe-lhe o ônus de produzir a prova dos fatos por si mesmo alegados como existentes.

Tal regra encontra-se positivada no artigo 333 do Código de Processo Civil, como abaixo transcrevemos:

Art. 333 - O ônus da prova incumbe:I - ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;II - ao réu, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor.Parágrafo único - É nula a convenção que distribui de maneira diversa o ônus da prova quando:I - recair sobre direito indisponível da parte;II - tornar excessiva difícil a uma parte o exercício do direito.

Assim, o autor da ação deve fazer prova dos fatos que traz a juízo para confirmar a existência de seu direito, enquanto que o réu terá o ônus da prova apenas quando fizer afirmações, tendo em vista desconstituir o direito do autor. Por outro lado,

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quando o réu apenas negar a existência do direito do autor, a este caberá o onus probandi.

In casu, a inversão do ônus da prova se mostra necessária na medida em que a demandada detém a obrigação de justificar a inclusão das anotações desabonadoras em nome do Demandante em seus cadastros, indicando que tipo de informações são levadas em consideração para sua elaboração, bem como comprovar que o Demandante foi previamente notificado acerca de cada uma destas anotações negativas.

VII – DO PERICULUM IN MORA E FUMUS BONI IURIS

Classicamente a doutrina elenca dois requisitos para a concessão de tutela antecipada, ou seja:

a) Dano potencial, que no presente caso está perfeitamente caracterizado, haja vista que consta informação desabonadora, restritiva de crédito, em nome da Demandante nas listas de maus pagadores do Demandado, e a cada dia que passa os danos já causados se potencializam, principalmente considerando que, eventualmente, pode a autora demandar a concessão de créditos perante o comércio, e passar por mais uma situação vexatória, tendo o crédito negado sem motivo justo e legítimo.

b) A plausibilidade do direito substancial invocado por quem pretende segurança: fumus boni iuris.

O direito do Demandante é dos mais elementares e plausíveis, eis que todos elencados dentro de dispositivos legais específicos, tendo o direito líquido e certo de manter seu nome limpo, visto que comprovadamente nenhum motivo deu para o contrário.

Todos os direitos requeridos na presente ação serão alcançados ao final, no entanto, não atendem a urgente necessidade que o caso impõe. Toda questão será palco de discussão na instrução processual, sendo necessária, entretanto, antecipação de tutela, visando atender à demandante em direitos indispensáveis, urgentes no momento, haja vista que a demora no processamento desta, imporia ao Demandante e seus prepostos vexatórias situações, as quais estes não deram nenhuma causa.

A tutela antecipada requerida é cabível no presente caso, conforme entendimento esposado pelos doutrinadores, como:

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ALBERTO SPOTA: coteja as providências cautelares como elementos úteis para alcançar “melhor justiça”;

MIGUEL PASSI LANZA: “tem que sua finalidade não é outra que a de conseguir uma composição provisória da lide.”.

OVÍDIO A. BAPTISTA DA SILVA: “a tutela cautelar “faz parte do gênero tutela preventiva e tem por fim dar proteção jurisdicional ao direito subjetivo ou a outros interesses reconhecidos pela ordem jurídica como legítimos, mas que não se identificam com os denominados direitos subjetivos. Na verdade, a tutela cautelar tem por fim proteger não apenas direitos subjetivos, mas igualmente e, poderíamos dizer até, preponderantemente, proteger pretensões de direito material, ações e exceções, quando seus respectivos titulares aleguem que tais interesses, reconhecidos e protegidos pelo direito, encontrem-se sob ameaça de um dano irreparável. O grande móvel, portanto, a justificar a tutela cautelar é sem dúvida a urgência, ante a qual as formas convencionais de tutela jurisdicional tornem-se insuficientes e inadequadas, impedindo que o Estado cumpra seu dever de proteção do direito por ele próprio criado; dever este que decorre do monopólio da função jurisdicional”.

VIII – DOS REQUERIMENTOS

Ante o exposto, requer:

a) O deferimento “in limine”, sem participação da parte Demandada, determinando-se que esta retire qualquer tipo de informação desabonadora do nome do Demandante de seus cadastros de proteção ao crédito, especificamente a informação denominada Concentre Scoring, em um prazo máximo de 5 (cinco) dias, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais);

b). Requer seja dispensada a designação de audiência de conciliação, uma vez que a parte contrária não tem manifestado interesse em compor amigavelmente com os consumidores que vem discutindo a matéria posta em lide, atendendo, assim, aos princípios da informalidade, celeridade, economia processual e simplicidade previstos no art. 2° da Lei n. 9.099/95, bem como o princípio constitucional da eficiência. (Precedentes: Proc. 0813630-61.2012.8.24.0023; Proc. N. 0000114- 63.2013.8.24.0090; Proc. n. 0813630-61.2012.8.24.0023).

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c) A inversão do ônus da prova, tratando-se de relação de consumo;

d) A citação da Demandada para, querendo, responder a presente ação nos prazos e formas legais;

e) A procedência do feito, reconhecendo a ilicitude do ato da Demandada, declarando a inscrição do Concentre Scoring ilegal, e em consequência, condenando-o ao pagamento de indenização pelos danos morais sofridos pelo Demandante, no importe de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais);

f) Protesta pela produção de todas as provas em direito admitidas, tais como depoimento pessoal do preposto da Demandada, documentos, testemunhas (cujo rol será oportunamente indicado), perícias e outras que se fizerem necessárias, que desde já se requerem;

g) A condenação da Demandada ao pagamento de despesas e custas processuais, honorários sucumbenciais, estes na ordem de 20% (vinte por cento) sobre o valor da condenação, em caso de recurso.

Dá-se à causa o valor de R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais).

Nestes Termos,

Pede Deferimento.

Videira, 24 de Setembro de 2013.

Claudio Junior CampagninOAB/SC 36.907

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