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Ad Limina - agencia.ecclesia.pt · tem na História e do que os bispos de Portugal ... (Polícia turca junto do corpo de uma criança síria, Aylan Kurdi, de 3 anos, ... “Uma mentalidade

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04 - Editorial: Paulo Rocha06 - Foto da semana07 - Citações08 - Nacional14 - Internacional22 - Opinião D. Pio Alves24 - Opinião LOC/MTC26 - Intenção de Oração Elias Couto28 - Semana de.. José Carlos Patrício30 - Dossier Visita Ad Limina

58- Estante60 - Agenda62 - Por estes dias64 - Programação Religiosa65 - Minuto Positivo66 - Liturgia68 - Família70 - Ano da Vida Consagrada74 - Fundação AIS76 - LusoFonias

Foto da capa: Agência ECCLESIAFoto da contracapa: Agência ECCLESIA

AGÊNCIA ECCLESIA Diretor: Paulo Rocha | Chefe de Redação: Octávio CarmoRedação: Henrique Matos, José Carlos Patrício, Lígia Silveira,.Luís Filipe Santos, Sónia NevesGrafismo: Manuel Costa | Secretariado: Ana GomesPropriedade: Secretariado Nacional das Comunicações Sociais Diretor: Cónego João Aguiar CamposPessoa Coletiva nº 500966575, NIB: 0018 0000 10124457001 82.Redação e Administração: Quinta do Cabeço, Porta D1885-076 MOSCAVIDE.Tel.: 218855472; Fax: [email protected]; www.agencia.ecclesia.pt;

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Opinião

Bispos levamIgreja portuguesaao Papa[ver+]

Plataforma vaiapoiar refugiadosem Portugal[ver+]

Portas abertas noJubileu daMisericórdia[ver+]

D. Pio Alves | Paulo Rocha | ManuelBarbosa | Paulo Aido | Tony Neves |

Elias Couto

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Ad Limina

Paulo Rocha Agência Ecclesia

Os bispos de Portugal vão estar com o Papa ecom os responsáveis dos vários organismos doVaticano que dinamizam a presença Católica nosdiferentes setores da pastoral e da sociedade,entre os dias 7 e 11 de setembro. Trata-se davisita “ad limina”, uma designação que fazreferência à histórica caminhada de peregrinosaté aos túmulos dos apóstolos Pedro e Paulo,“colunas” da Igreja, e sobretudo significa arelação estreita que cada bispo, como sucessordos apóstolos, é chamado a afirmar e apromover, deslocando-se periodicamente juntodo Papa, o que está no lugar de Pedro, o dosvários “sucessores” de Paulo, que promovem oanúncio da proposta cristã a todas as gentes.O semanário digital ECCLESIA analisa arelevância desta visita ad Limina, sobretudo paraquem nela participa, através do significado quetem na História e do que os bispos de Portugalprepararam para dizer ao Papa, nos relatóriosque enviaram previamente para o Vaticano, ondese incluem também os temas de cada ComissãoEpiscopal da Conferência Episcopal Portuguesa.A deslocação do episcopado português aoVaticano acontece numa ocasião em que a vozdo Papa tem alcance global, impacto mediático eaceitação generalizada pela maioria da opiniãopública e eclesial. Assim, se as mensagensdirigidas aos bispos portugueses nas anterioresvisitas ad Limina, tanto por Bento XVI, em 2007,como por João Paulo II, em 1999, mereceramatenção detalhada por parte da comunidadecrente e marcaram o debate mediático, tal

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acontecerá com os desafios que oPapa Francisco deixar aoepiscopado de Portugal.A análise à situação do catolicismoem todo o mundo é normalmentefeita a partir das propostasdesafiantes, por vezes inovadoras,que o Papa argentino dirigeconsecutivamente a todos ossetores da Igreja Católica e dasociedade. Por outro lado, asituação do catolicismo emdiferentes partes do mundoacentua, por vezes, aspetosnegativos, os problemas existentes,desvalorizando o entusiasmo que énecessário colocar na procura desoluções. E quando se começava aouvir que algumas situaçõeseclesiais não tinham “saída”, o PapaFrancisco chega para dizer que éna “saída” que

está a solução.O encontro dos bispos de Portugalcom o Papa é uma participaçãoneste propósito e uma afirmação davontade comum de encontrar“saídas” para a proposta cristã nasociedade atual, onde se vislumbraa urgência de lhe dar mais voz doque às disposições políticas eeconómicas globais. Os fluxosmigratórios e de refugiadosconfirmam essa necessidade emostram também uma participaçãoem curso na renovação propostapelo Papa Francisco. Prova-o ofacto, por exemplo, de ver incluídainstitucionalmente a ConferênciaEpiscopal Portuguesa na Plataformade Apoio aos Refugiados. Uma“saída” entre as muitas que seprocuram…

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(Polícia turca junto do corpo de uma criança síria, Aylan Kurdi, de 3 anos,vítima de afogamento quando se afundou o barco que transportava pelo

menos 11 pessoas para a ilha grega de Kos, a 2 de setembro) FOTO:EPA/Dogan News Agency

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"Precisamos de avenidas [ligações]legais para ir para a Europa, para irpara o golfo, onde eu estou agora, epara outros locais de forma apermitir que haja mais reinstalações,mais oportunidades de admissão [derefugiados por motivos]humanitários, reforçar os programasde unificação justos e flexibilizar aspolíticas de vistos".António Guterres, alto comissáriodas Nações Unidas para osrefugiados, em entrevista à CNN,02.09.2015 “Temos a responsabilidade éticae moral de sermos solidárioscom aqueles que nos procuram,articulando melhor as nossasrespostas, sem pôr em causa anossa liberdade de movimentos,organizando-nos melhor noespaço europeu”Pedro Passos Coelho, primeiro-ministro português, Lisboa,02.09.2015 “Toda a Europa deve agir. Todos osEstados membros devem assumir assuas responsabilidades”Angela Merkel, chanceler alemã,numa conferência de imprensa emBerlim, 31.08.2015

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Organizações civis e católicas criamPlataforma de Apoio aos RefugiadosUm conjunto de organizações dasociedade civil portuguesa decidiuunir esforços para criar a PAR –Plataforma de Apoio aosRefugiados, que visa “ajudar aminimizar o impacto da grave crisehumana que se vive atualmente anível mundial”. “Esta plataformainclui duas áreas de atuação: umafocada no acolhimento e integraçãode crianças refugiadas e das suasfamílias em Portugal, e outra focadano apoio aos refugiados no seu paísde origem”, refere uma nota dospromotores.A iniciativa vai ser apresentada aopúblico esta sexta-feira, pelas12h00, em Lisboa (Atmosfera M -Rua Castilho, nº 5). Entre asorganizações envolvidas estão aCáritas Portuguesa, ConselhoPortuguês dos Refugiados,Confederação Nacional deInstituições de Solidariedade (CNIS),Comissão Nacional Justiça e Paz,Instituto Padre António Vieira, ObraCatólica Portuguesa das Migrações(OCPM) e Serviço Jesuíta aosRefugiados (JRS, sigla em inglês).O Papa recordou este domingo, noVaticano, as 71 pessoas,

possivelmente refugiados sírios, queterão morrido asfixiadas num camiãoque foi encontrado esta quinta-feiranuma autoestrada da Áustria,quando tentavam entrar no país.“Confiamos cada uma delas àmisericórdia de Deus e pedimos-lheque nos ajude a cooperar comeficácia para impedir estes crimes,que ofendem toda a famíliahumana”, disse.Francisco recordou ainda todos osque, “nos últimos dias perderam avida nas suas terríveis viagens”.A confederação internacional daCáritas defendeu, por sua vez, quea atual crise dos refugiados naEuropa exige uma ação concertadade “solidariedade” e de “proteção aestas populações".O Alto Comissariado das NaçõesUnidas para os Refugiados revelouque mais de 300 mil pessoasatravessaram o Mediterrâneo desdejaneiro e mais de 2500 pessoasmorreram no mar quando tentavamalcançar a Europa, em 2015.Ocardeal-patriarca de Lisboa apeloua uma resposta “mais humana ecapaz” ao drama dos refugiados quetêm chegado à Europa, numaatitude

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de “espírito e disponibilidadeprática”.“A dramática situação de tantosmilhares de pessoas quedemandam a Europa como lugar depaz e sustento para si e para osseus, arrostando com duríssimasdificuldades para chegar

e permanecer no nosso Continente,exigem de todos nós a respostamais humana e capaz”, escreve D.Manuel Clemente, numa carta queenviou aos diocesanos no início donovo ano pastoral.

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Bispos atentos a momento eleitoralO cardeal-patriarca de Lisboaaconselhou os católicos a analisarprogramas eleitorais dos partidosportugueses à luz da DoutrinaSocial da Igreja, com particularatenção às políticas em favor davida e do trabalho. “É um pontomuito a reter, tanto mais que, entrenós, a verdadeira questão, que é ado apoio que, enquanto sociedade,devemos certamente dar à vida emgestação, tem sido repetidamentesonegada”, refere D. ManuelClemente.O também presidente daConferência Episcopal Portuguesa(CEP) recorda que se vão viver nospróximos meses “momentoseleitorais importantes (legislativo epresidencial)” e, nesse sentido,apela a cumprir o “dever cívico” devotar, “com a inspiração evangélicae a doutrina social que deladecorre, na legítima pluralidade dasopções”.“O ser humano, se lho permitirmos eapoiarmos, nasce, cresce e realiza-se pelo trabalho, interagindo assimcom a natureza e a cultura. Daí quea promoção do trabalho coincidacom a promoção do ser humano,ainda mais do que a simplesgarantia da respetivasobrevivência”, acrescenta.

Também o bispo de Angra, D.António de Sousa Braga, apelou aovoto nas eleições legislativas deoutubro. Segundo o prelado, aobrigação de votar “é tão séria”como “a de ir à Missa”, ainda maisse se tiver em conta a “situaçãoatual” do país que exige dosportugueses “escolhas concretas”.

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Papa nomeou bispopara Diocese de SetúbalO Papa nomeou como bispo daDiocese de Setúbal D. José OrnelasCarvalho, antigo superior geral dosDehonianos, de 61 anos, quesucede a D. Gilberto Reis, apóseste ter renunciado por motivos deidade. A informação foi divulgada a24 de agosto.A ordenação episcopal e a tomadade posse do novo bispo estãomarcadas para o dia 25 de outubro;até essa data, o governo daDiocese continua confiado a D.Gilberto dos Reis, agoraadministrador apostólico.O bispo nomeado nasceu a 5 dejaneiro de 1954, no Porto da Cruz(Madeira), tendo feito a suaformação religiosa na Congregaçãodos Sacerdotes do Coração deJesus (Dehonianos); foi ordenadopadre na sua terra natal, a 9 deagosto de 1981. Especialista emCiências Bíblicas, com o grau dedoutor em Teologia Bíblica pelaUniversidade Católica Portuguesa,foi docente desta instituiçãoacadémica entre 1983-1992 e 1997-2003.Na sua Congregação, o novo bispofoi superior da ProvínciaPortuguesa, cargo que assumiu a 1de julho de 2000; foi eleito SuperiorGeral dos

Dehonianos a 27 de maio de 2003,cargo que ocupou até 6 de junho de2015.Em entrevista à Agência ECCLESIA,D. José Ornelas Carvalho disse quea ida para a Diocese de Setúbalenvolveu uma “longa conversa como Papa Francisco”, e uma alteraçãonos planos do religioso, que estavaprestes a partir para Angola emmissão.“Nunca disse que não a umaproposta e um pedido que meviesse da Igreja, e sendo que estevinha diretamente do PapaFrancisco, menos ainda”,acrescentou.D. Gilberto dos Reis convidou toda aDiocese para a ordenação e tomadade posse do novo bispo: “Cheios dejúbilo, dizemos ao sr. D. JoséOrnelas que o temos no coração,que estamos ansiosos por o verentre nós".

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A Agência ECCLESIA escolhe sete acontecimentos que marcaram aatualidade eclesial portuguesa nos últimos dias, sempre atualizadosemwww.agencia.ecclesia.pt

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Cáritas Portuguesa lança campanha de recolha de material escolar

Novo bispo de Setúbal falou com o Papa

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Jubileu da Misericórdiacom portas abertas para todosO Papa Francisco apelou a umamaior consciência do “drama doaborto” e decidiu alargar faculdadede absolvição de quem o praticou atodos os sacerdotes, durante o AnoJubilar da Misericórdia que se iniciaem dezembro. “Uma mentalidademuito difundida já fez perder anecessária sensibilidade pessoal esocial pelo acolhimento de umanova vida. O drama do aborto évivido por alguns com umaconsciência superficial, quase semse dar conta do gravíssimo mal queum gesto semelhante comporta”,escreve, numa carta endereçada aD. Rino Fisichella, presidente doConselho Pontifício para aPromoção da Nova Evangelização.Francisco inclui entre as indicaçõespara o Jubileu extraordinário daMisericórdia (dezembro 2015-novembro 2016) uma disposiçãoparticular para as “as mulheres querecorreram ao aborto”, recordandoque o perdão de Deus “não podeser negado a quem quer que estejaarrependido”. “Também por estemotivo, não obstante qualquerdisposição em contrário, decidi

conceder a todos os sacerdotespara o Ano Jubilar a faculdade deabsolver do pecado de abortoquantos o cometeram e,arrependidos de coração, pediremque lhes seja perdoado”, determina.O Papa recorda que, no seu serviçocomo padre e bispo, encontrou“muitas mulheres que traziam no seucoração a cicatriz causada por estaescolha sofrida e dolorosa”.“Conheço bem os condicionamentosque as levaram a tomar estadecisão. Sei que é um dramaexistencial e moral”, precisa.Segundo Francisco, o queaconteceu é “profundamenteinjusto”, mas “só a sua verdadeiracompreensão pode impedir que seperca a esperança”.A prática do aborto implica, segundoo Direito Canónico, a excomunhão‘latae sententiae’ (automática),exigindo a confissão ao bispo dolugar (ou os padres a quem o bispoder essa faculdade) para a remissãoda pena.Francisco determinou ainda quetodos os católicos se vão poderconfessar de forma válida, durante oJubileu da Misericórdia, asacerdotes Fraternidade SacerdotalSão Pio X,

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fundada por D. Marcel Lefèbvre(1905-1991). O Ano SantoExtraordinário (dezembro 2015-novembro 2016) quer incluir os fiéisque “por diversos motivos, sentem odesejo de frequentar as igrejasoficiadas pelos sacerdotes daFraternidade São Pio X”.“Movido pela exigência de

corresponder ao bem destes fiéis,estabeleço por minha própriavontade que quantos, durante o AnoSanto da Misericórdia, seaproximarem para celebrar oSacramento da Reconciliação juntodos sacerdotes da Fraternidade SãoPio X, recebam validamente elicitamente a absolvição dos seuspecados”, assinala.

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Armas manchadas de sangue

O Papa Francisco evocou o final daII Guerra Mundial no ExtremoOriente, há 70 anos, alertando paraas vítimas de novos conflitos quecontinuam a atingir muitas regiões.“Renovo a minha fervorosa oraçãoao Senhor de todos para que, porintercessão da Virgem Maria, omundo de hoje não tenha de voltara experimentar os horrores e osterríveis sofrimentos de taistragédias. Mas experimenta-as”,declarou, na parte final da audiênciapública semanal que decorreu naPraça de São Pedro.Francisco evocou “as minoriasperseguidas, os cristãosperseguidos, a loucura dadestruição”, numa alusão indiretaaos recentes atos do

autoproclamado ‘Estado Islâmico’.Nesse sentido, criticou “os queconstroem e traficam armas, armascom sangue, armas banhadas nosangue de tantos inocentes”.“Nunca mais a guerra! É o gritoangustiado que sai dos nossoscorações e dos corações de todosos homens e mulheres de boavontade, para o Príncipe da paz”,acrescentou.Segundo o Papa, este é o “anseiopermanente dos povos”, emparticular os que são “vítimas dosvários conflitos sangrentos queestão em curso”.A 2 de setembro de 1945 teve lugara rendição do Japão, ato realizado abordo de um navio norte-americano.

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Bento XVI encerrou encontroanual de antigos alunosO Papa emérito Bento XVI encerroueste domingo a reunião do chamado«Ratzinger Schülerkreis» (círculo deestudantes de Ratzinger), oencontro anual de antigos alunosque este ano abordou o tema ‘Comofalar de Deus, hoje’. “A verdade,amor e bondade que vêm de Deustornam o homem puro e a verdade,amor e bondade encontram-se naPalavra, que liberta do‘esquecimento’ de um mundo que jánão pensa em Deus”, disse, nahomilia da Missa a que presidiu naigreja do Campo Santo Teutónico,no Vaticano.Partindo da passagem doEvangelho proclamada nesse dia,em todas as celebraçõeseucarísticas, Bento XVI refletiusobre a necessidade de purificaçãodo mal, interior e exterior, de uma“higiene exterior para as muitasdoenças e por vezes epidemias”que ameaçam todos, uma “epidemiado coração” que leva à “corrupção”.Nesse sentido, ganha relevo ocultivo de uma ética, a “higieneinterior”, como força de “purificação”.Na oração dos fiéis, relata aFundação Ratzinger, rezou-se peloPapa Francisco, com particularatenção para o Ano Santo daMisericórdia.Após a Missa, decorreu a cerimónia

de inauguração da sala Papa BentoXVI- Joseph Ratzinger, num espaçoadjacente ao Campo SantoTeutónico.Em novembro, por sua vez, vai serinaugurada a Biblioteca RomanaJoseph Ratzinger-Bento XVI,totalmente dedicada à sua vida e aoseu pensamento.Entre os presentes nestas iniciativasestavam os cardeais ChristophSchönborn, arcebispo de Viena, eKurt Koch, presidente do ConselhoPontifício para a Promoção daUnidade dos Cristãos; o arcebispoGeorg Gänswein, prefeito da CasaPontifícia e secretário particular deBento XVI; e o bispo BarthélemyAdoukonou, secretário do ConselhoPontifício da Cultura.Os trabalhos dos membros doSchülerkreis foram orientados pelosacerdote e filósofo checo TomásHalík.

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Papa Francisco presidiu a celebração no Dia Mundial de Oraçãopelo Cuidado da Criação

«Estado Islâmico» é ameaça real à sobrevivência das comunidades cristãs

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Esperança

D. Pio Alves Presidente da Comissão Episcopal da Cultura , Bens Culturais e Comunicações Sociais

Sempre, e particularmente nos últimos tempos,porque alguns a afirmam e muitos parecem negá-la: é urgente gritar a esperança.Não só porque “é a última coisa que se perde”,mas porque sem ela tudo morre, nada fazsentido. A esperança não pode morrer. Deixarmorrer a esperança é igual a assumir a tristecomodidade da desistência.Eu sei que não é fácil viver a esperança diantedo espetáculo de rua da senhora, violentadapelo suposto companheiro, que a atira fora, adormir ao relento.Eu sei que não é fácil viver a esperança diantede imagens arrepiantes de barcos carregados depessoas (homens, mulheres, crianças), como sefossem gado, à espera que alguém os salve ouque o mar os engula.Eu sei que não é fácil viver a esperança diantede imagens reais de filas intermináveis depessoas (homens, mulheres, crianças), quedeixaram tudo, porque já não tinham nada, eprocuram algo, seja lá onde for, seja lá o que for.Eu sei que não é fácil viver a esperança diantede imagens reais de pessoas (homens,mulheres, crianças), que, na fuga do nada,esbarram com muros de arame farpado e com aviolência das armas, das palavras e dos papéis.Eu sei que não é fácil viver a esperança diantede tantas outras realidades degradadas edegradantes.Não, não é fácil! É mais fácil pegar no dedo

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acusador e semearresponsabilidades à nossa volta. Émais fácil o discurso desistente deque tudo está perdido e nada temremédio.É mais fácil e é mais cómodo. Senada tem remédio, se tudo estáperdido ficam justificadas todasas sestas, à espera de que, aoacordar, alguém (inominado) possater resolvido.Mas cultivar a esperança, gritar aesperança, não significa empurraras respostas para um futuro que háde vir e que alguém há de construir.Cultivar a esperança, gritar aesperança, implica olhar o presentecom olhos de ver, procurar pontasdo novelo e tentar atá-las aosresultados de quantos jádescobriram por onde se

lhe pega. E fazer do novelo umateia, e da teia uma manta, e damanta porto de abrigo. Mais oumenos assim: entre todos e paratodos.Como enquadramento, não resisto atrazer para aqui umas palavras(dispersas) de Ch. Péguy (OsPortais do Mistério da SegundaVirtude): “O que me espanta, dizDeus, é a esperança. / E disso nãome canso. / (…) A Fé é uma Esposafiel. / A Caridade é uma Mãe. / (…)Mas a Esperança é uma menina queparece não ser nada. / (…) É ela,essa menina, que arrasta tudoconsigo. / Porque a Fé só vê aquiloque é. / Mas ela, ela vê aquilo queserá. / A Caridade só ama aquiloque é. / Mas ela, ela ama aquilo queserá”.

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Eleições

LOC/MTC Movimento de trabalhadores Cristãos

Por muito que nos queiram fazer crer que o paísestá melhor, a realidade é outra. As políticas deausteridade desenvolvidas nos últimos anos, emnome da crise e com a promessa de a resolver,não a resolveram e ainda a agravaram. Mantem-se a austeridade, a recessão económica e odeficit. Agravaram-se o endividamento e oempobrecimento do país e das pessoas, odesemprego que atinge valores insustentáveis, apobreza extrema e a exclusão social. Basta ir aoterreno falar com as organizações, ostrabalhadores, os desempregados, ospensionistas, as famílias pobres, para confirmarque a situação não está melhor e, em muitoscasos, é dramática. Com estas políticas deu-seuma perversão da economia e uma inversão doseu sentido, ao colocar os benefícios privadosdas estruturas capitalistas, dos mercadosfinanceiros e dos seus responsáveis, acima dasnecessidades sociais da maioria das pessoas.Uma Economia só funciona bem quandoresponde às necessidades das pessoas, e issonão está a acontecer.Como disse o Papa Bento XVI na sua encíclica -Caridade na Verdade – “O primeiro capital asalvaguardar e valorizar é o Homem, a pessoana sua integridade”.Para alterar este rumo, pois está na hora demudar e colocar em primeiro lugar as pessoas, odireito e as necessidades dos maisdesfavorecidos, como nos tem desafiado o papaFrancisco, devemos aproveitar as eleições quese aproximam para valorizar medidas concretasque proponham dar

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prioridade às necessidades sociaisem lugar dos interesses dos gruposfinanceiros e económicos, esubordinem a economia financeiraàs necessidades da economia real edo bem comum para assegurar umasociedade justa e sustentável.O trabalho continua a ser central navida das pessoas e das sociedades.É pelo trabalho que a pessoa sedignifica e os povos criam riqueza,identidade e história. Mas, otrabalho nas sociedades capitalistasmodernas é cada vez maisdesvalorizado e colocado como umramo da economia que o consideracomo um custo e não como um bem.Os trabalhadores são recursossubalternos, mão-de-obra, e nãoconstituem uma identidade histórica,o motor das transformações sociais.É verdade que a mudança deorientação das decisões politicasnão depende apenas das próximaseleições. Depende também danossa vida quotidiana, do quereivindicamos, dos compromissosque assumimos e sobre quevalores, formas de vida e princípios,queremos construir a nossasociedade. Mas, o ato de votar queé para todos um direito e um dever,é também uma forma de exercer a

cidadania, de afirmar a democraciae de lutar pelos nossos direitos.Não fiquemos indiferentes ecomodamente instalados perante astribulações e injustiças cometidascontra os trabalhadores e os maisdesfavorecidos da sociedade.Vamos ser cidadãos mais ativos eempenhados na denúncia dascausas que provocam umasociedade tão desigual. Não nosvamos demitir dos nossos deverescívicos e políticos, e seremosagentes de transformação noimplementar de uma nova vivênciasocial, baseada nos valorescristãos.Como disse o Papa Francisco aosparticipantes do Encontro Mundialde Movimentos Populares “ Osmovimentos populares expressam anecessidade urgente de revitalizaras nossas democracias, tantasvezes sequestradas por inúmerosfatores. É impossível imaginar umfuturo para a sociedade sem aparticipação protagónica dasgrandes maiorias, e esseprotagonismo excede osprocedimentos lógicos dademocracia formal.” Apelamos a que muitos outroscidadãos, cristãos ou não, secomprometam também nestatransformação. Acreditamos queoutra sociedade é possível.

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Os Jovens e o trabalho Para queabundem asoportunidadesde formação ede trabalhopara osjovens. [Intençãouniversal doSanto Padrepara o mês desetembro]

1. Na nossa cultura política, assume-se quase sempreque “a culpa disto tudo”, incluindo o desemprego, é dogoverno – sobretudo quando os governantes levam acabo políticas económicas menos intervencionistas,seja porque o Estado não tem meios financeiros paraas suportar, seja por opção ideológica. Culpabilizar ogoverno ou esperar dos governantes a solução detodos os problemas não parece, porém, uma atitudemuito sensata nem um grande acto de cidadania. Umasociedade civil saudável e cidadãos interventivostomam os problemas nas mãos, em vez de ficarem àespera que o Estado cuide deles desde o berço até àsepultura. 2. O desemprego pede uma atitude desinibida evoltada para o futuro. Procurar trabalho em vez deficar à espera que o trabalho nos procure. Procurartrabalho onde ele existe e não onde gostaríamos queexistisse. Aproveitar todas as oportunidades paraadquirir competências, nas áreas mais variadas... Ospais têm também um papel importante, educando osfilhos para a responsabilidade, a disciplina, a exigênciaconsigo mesmos, incutindo-lhes as virtudes dotrabalho, da autonomia, do desejo de progredir, de serbom naquilo que se faz... Ou seja, educar para acidadania activa e não para a vitimização passiva. 3. O desemprego é um drama para quem o vive,directa ou indirectamente, e um desperdício deenergia e criatividade que nenhuma sociedade sedeveria permitir sem uma reflexão séria sobre asrazões daquele. Mas pode, deve ser também umaoportunidade para tentar

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coisas novas. É bom e justo que oEstado esteja presente, com osmeios limitados de que dispõe, parafazer frente às situações deemergência humana que, tantasvezes, o desemprego traz consigo.É igualmente bom e necessário queos cidadãos e a sociedade civil nãose demitam das suasresponsabilidades,

usando imaginação e energia paratornar a vida comum mais dinâmicae produtiva, criando desse modooportunidades de trabalho paratodos quantos desejam prover aopróprio sustento e ao dos seusatravés de um trabalho digno e útilpara todos.

Elias Couto

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Um passo em frentena preservação da Família

José Carlos Agência ECCLESIA

Um diploma do Governo, publicado na últimaterça-feira em Diário da República, anuncia umnovo enquadramento legal para os trabalhadorescom filhos, naquele que parece ser um passo emfrente na salvaguarda dos direitos de pais emães e, sobretudo, das famílias.Dois pontos a destacar na nova legislação: alicença obrigatória do pai, que é paga, vai passardos 10 para os 15 dias úteis, e deve sercumprida no primeiro mês de vida do bebé; e ospais com filhos até 3 anos passam a podertrabalhar em regime de teletrabalho, ou seja, apartir de casa, sempre que a sua atividadeprofissional o permita.No que diz respeito ao primeiro ponto, os cincoprimeiros dias, como já acontecia, devem sergozados consecutivamente logo a seguir aonascimento da criança.Quanto à segunda situação, o diplomaestabelece que o pedido de teletrabalho terá deser sempre atendido pela entidade patronal,desde que essa modalidade seja “compatívelcom a atividade desempenhada” e que aempresa “disponha de meios para o efeito”, podeler-se.Outra novidade vem abrir a possibilidade do paie da mãe usufruírem, ao mesmo tempo, dalicença parental inicial de 120 ou 150 diasconsecutivos, sendo que seis semanas sãoobrigatoriamente da mãe.O que acontecia antes era que, apesar de estalicença poder ser partilhada pelos progenitores,

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a lei não abria a possibilidade dosdois estarem simultaneamente emcasa, junto do bebé.Neste ponto, a nova legislaçãoressalva apenas que se pai e mãetrabalharem “na mesma empresa, esendo esta uma microempresa”, ogozo da licença parental inicial aomesmo tempo dependerá sempre“do acordo” da entidade patronal.Outro dos pontos de destaque estárelacionado com a situação laboraldas mulheres grávidas, que tenhamrecentemente dado à luz ou queainda estejam a amamentar.A partir de agora, as empresas quenão comunicarem, no prazo decinco dias úteis, o motivo da nãorenovação de um contrato detrabalho a termo a umatrabalhadora nessas condições,incorrerão numa contraordenaçãograve.Ainda sem uma noção efetiva doque poderão valer estas normas, ouse chegarão a ser cumpridas naprática, penso que este novodiploma vem colocar Portugal norumo certo, e em consonância comos valores defendidos pela IgrejaCatólica, quanto à preservaçãodessa instituição essencial que é aFamília.

Num tempo em que, comoafirmava recentemente o PapaFrancisco, os ideais de família e decomunhão entre as pessoas estão aser postos em causa pela “ideologiado lucro e do consumo”, é bomsurgirem leis que contrariem essatendência.Claro que aqui o problema é bemmais vasto do que a mera questãolaboral, está em causa também umasociedade cada vez maisindividualista, onde as pessoas têmmedo do compromisso e sobretudotêm medo de se abrirem à vida, àgeração da vida, aos filhos.Neste contexto, é sempre positivoque surjam ideias ou ideais quecontrariem a corrente, que mostremque vale a pena continuar aacreditar que é possívelcompatibilizar uma carreira com afamília, e Portugal bem precisadisso, a bem da sua taxa denatalidade e do desenvolvimento dopaís.

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Os bispos portugueses realizam a partir desta segunda-feira avisita ‘ad Limina’, ao Papa e às instituições da Santa Sé, na qualvão apresentar a Francisco um retrato da vida das dioceses e dopaís. A partida dos responsáveis está prevista para esta sexta-feirae o programa oficial da viagem de oito dias a Roma inicia-se nasegunda-feira, pelas 07h30 (menos uma Lisboa), com uma Missajunto do túmulo de São Pedro, na Basílica de São Pedro. Duas horas depois acontece a primeira audiência com o Papa,que vai receber os bispos das províncias eclesiásticas de Lisboa eÉvora, juntamente com os responsáveis do Ordinariato Castrense(Forças Armadas e de Segurança). O encontro com os bispos daProvíncia Eclesiástica de Braga está marcado para as 11h00 e às12h30 locais vai decorrer a audiência do Papa a todo o grupo,durante o qual Francisco apresenta um discurso, consideradoorientador para o futuro da vida da Igreja Católica em Portugal. O Semanário ECCCLESIA apresenta um conjunto alargado dedepoimentos com as expectativas de vários responsáveis, a que sejuntam dados históricos e estatísticos que ajudam a entender estemomento.

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Bispos portugueses em RomaOs bispos portugueses partem estasexta-feira para Roma, a fim de seencontrarem com o Papa Franciscoe os responsáveis das diversasinstituições da Santa Sé, no âmbitode uma visita de oito dias aoVaticano. Em entrevista à AgênciaECCLESIA, antes da viagem, osecretário da Conferência EpiscopalPortuguesa (CEP) explicou que avisita ‘ad Limina’ começa nasegunda-feira, com uma audiênciacom o Papa argentino.“Será um encontro toda a manhã,não individualmente mas em grupo,é uma diferença em relação à últimavisita, e espera-se que seja umencontro de amizade, um encontroem que o Papa certamente ouviráos bispos portugueses, com aexpetativa sempre de nóscontinuarmos a crescer como Igrejaem Portugal”, referiu o padreManuel Barbosa.De acordo com o sacerdote, oepiscopado português encara estaviagem como “um momento degraça” e uma oportunidade para“repensar” as “linhas de orientação”que quer seguir nos próximos anos.Perante os desafios atuais, de“crise” económica, social e humana,com Portugal e a Europa a braçoscom

milhares de refugiados queprocuram no continente passagempara uma vida melhor, a Igreja deveestar “integrada na sociedade,inserida” e ser capaz de “levar a luzdo Evangelho” a quem mais precisa,frisou o porta-voz da CEP.E para isso, nada melhor do quecontar com “a ajuda tão precisadaquele que é o Pastor da IgrejaUniversal, que é o Santo Padre”,complementou.A última visita ‘ad Limina’ dos bisposportugueses ao Vaticano e ao Papa,aos túmulos dos apóstolos Pedro ePaulo e às diversas instituições econgregações da Santa Sé foi háoito anos, com a Igreja Católicaainda sob o pontificado de BentoXVI.O padre Manuel Barbosa recordouque depois desse encontro em 2007“a Igreja Católica portuguesa iniciouum processo de renovação pastoral”que ainda prossegue. Um processo“na linha da Nova Evangelização, daformação que é necessária tambémno itinerário da fé, na formação dascomunidades cristãs”.“Veremos agora desta visita adLimina quais serão as orientações eindicações que o Papa daráàs dioceses de Portugal para seremdesafiadas”, apontou o sacerdote.

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Além do encontro com o Papa, nodia 7, e da participação naaudiência pública de quarta-feira,dois momentos “muito significativos”segundo o porta-voz da CEP, osbispos portugueses vão ter umprograma muito preenchido comdestaque para as visitas às váriasinstâncias pastorais da Santa Sé.Desde o setor “dos Leigos àFamília”, passando pelas“Comunicações Sociais” e a “Justiçae Paz”. “Não se pode ir a todos masa quase todos, em que irão algunsbispos sobretudo das váriascomissões, também para dialogaremsobre os vários aspetos da IgrejaUniversal e também aqui nas nossasdioceses”, explicitou o padre ManuelBarbosa.Segundo as últimas informações,dos 43 bispos que atualmenteintegram a CEP, entre residenciais,auxiliares, coadjutores e eméritos,39 vão seguir viagem para Roma,liderados

pelo atual presidente daConferência Episcopal, e cardeal-patriarca de Lisboa, D. ManuelClemente.Ao longo da sua estadia na capitalitaliana, os membros do episcopadonacional vão também teroportunidade de visitar as quatrobasílicas maiores de Roma, SãoPedro, São Paulo, São João deLatrão e Santa Maria Maior. Previstaestá também a celebração de umaMissa na igreja de Santo Antóniodos Portugueses.A visita “ad sacra LiminaApostolorum” ou simplesmente visita“ad Limina” é realizada pelos bisposdo mundo inteiro das diferentesdioceses com o objetivo de reforçaras “suas responsabilidades desucessores dos apóstolos e dacomunhão hierárquica com osucessor de São Pedro” e fazreferência à visita aos túmulos (emlatim “limina”) dos Apóstolos Pedro ePaulo, “pastores e colunas da Igrejaromana”.

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«Ad limina»: Números da IgrejaCatólicaem PortugalOs bispos católicos em Portugal vãorealizar a partir de segunda-feira avisita ‘ad Limina’, ao Papa e àsinstituições da Santa Sé, a primeiradesde novembro de 2007, ainda nopontificado de Bento XVI. Os últimosdados disponibilizados pelo Vaticano(Anuário Estatístico da Igreja, 2012,relativos a 31 de dezembro desseano) permitem determinar umcenário de transformação narealidade das 21 dioceses.Entre o ano 2000 e 2012, o númerode sacerdotes diocesanos baixou de3159 para 2659 (menos 16%). Asituação de 2012 mostra, noentanto, uma melhoria na variaçãodo número de padres (menos 10)face a anos anteriores (menos 45em 2011 e menos 68 em 2008);entre 2008 e 2012, as ordenaçõessacerdotais foram 178, face a 355óbitos e 27 “defeções” registadas.Apesar desta quebra no número depadres, a maioria das 4415paróquias continuam confiadas àadministração sacerdotal apenas 3paróquias (0,07%) eramadministradas pastoralmente em2012 por diáconos, religiosas

ou leigos, número que tem vindo adecrescer de forma consistente.Os seminaristas de filosofia eteologia também são menos,segundo os últimos dadosdisponíveis: de 547, entrediocesanos e religiosos, em 2000passou-se para 474 em 2012; estenúmero é o máximo registado nosúltimos cinco anos.A celebração de Batismos tambémmostra uma redução significativa,mas esse dado deve ser lido à luzda variação do número denascimentos em cada ano: em 2000foram batizadas mais de 92 milcrianças com menos de 7 anos; em2005, esse número ficou-se pelos56 187. Os Batismos depois dos 7anos representam, atualmente,cerca de 10% do total e chegaram,em 2012, aos 5776 (5938 em 2000).Em Portugal, a percentagem decatólicos registada pela Santa Sé éagora de 88,4% - 9,32 milhões decatólicos para uma população de10,54 milhões de pessoas.O Recenseamento da PráticaDominical, datado de 2001,mostrava que o número total depraticantes não chegava aos 2milhões de fiéis. Dez

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anos depois, a ConferênciaEpiscopal Portuguesa optou por nãorepetir este recenseamento, a nívelnacional, promovendo antes oestudo ‘Identidades Religiosas emPortugal: Representações, Valorese Práticas – 2011’, levado a cabopelo Centro de Estudos eSondagens de Opinião e o Centrode Estudos de Religiões e Culturasda Universidade Católica.Segundo o inquérito, que reuniucerca de 4000 respostas, a IgrejaCatólica em Portugal é compostamaioritariamente por mulheres,residentes no Norte e em áreasrurais, com idades acima dos 45anos.O nosso país tinha, no final de2012,

941 padres de Institutos Religiosos,330 diáconos permanentes (umnúmero em crescimento), 262religiosos e 5032 religiosasprofessas.Em relação aos bispos residenciais,desde a última visita ‘ad Limina’foram 12 as Dioceses (mais demetade) a contar com um novobispo, incluindo Setúbal (D. JoséOrnelas vai ser ordenado e tomarposse a 25 de outubro); cincodessas nomeações foram feitas nopontificado de Francisco.Seis dioceses têm um bispo há maisde 10 anos e o "decano" nestamatéria é D. António de SousaBraga, à frente da Diocese de Angra(Açores) desde 1996.

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Reforçar o espírito de comunhãoentre Igreja Universal e cada IgrejaparticularA visita ‘ad Limina’ é para o padreJoão Chaves, que trabalhou naCongregação do Culto Divino(Santa Sé) durante 15 anos, um“momento simbólico” para “reforçara ideia de comunhão entre a igrejaUniversal e a particular”. Numaentrevista ao Sítio Igreja Açores eECCLESIA, o sacerdote lembra umpouco da história destas visitas parasublinhar que hoje “face à facilidadee aos canais de comunicação ”queexistem entre a Santa Sé, asconferências Episcopais e asDioceses, “ninguém está à esperadesta visita para resolverproblemas”.Estas visitas foram estabelecidas deuma forma “mais clara” noPontificado de Sisto V, em 1585,através da constituição ‘RomanusPontifex’. Essas regras foramrevistas em dezembro de 1909 peloPapa São Pio X, através de umdecreto sobre a CongregaçãoConsistorial, fixando que cada bispodeveria enviar ao Papa um relatóriosobre o estado da sua diocese de 5em 5 anos, começando em 1911.Já o Concílio de 743, presidido peloPapa Zacarias, decretou que osbispos no Ocidente deviam serconsagrados

pelo Papa e anualmente os queresidissem perto de Roma deveriamvisitar a Santa Sé e os que estavamlonge deveriam escreveranualmente ao Santo Padre. A visitasó se tornaria obrigatória, por assimdizer, no século XI.A visita continua a ser precedida doenvio de um relatório sobre o estadode cada diocese, que é lido pelosvários responsáveis da CúriaRomana, distribuídos pelosdiferentes dicastérios, por ondetambém se estende a visita dosbispos nesta ocasião. Os dicastériosmais visitados são os do Clero, dosbispos, do Culto Divino eSacramentos e também aCongregação para a Doutrina da Fé.“Nos 15 anos que passei em Romative a possibilidade de perceber oestado de muitas Igrejas locais. Osproblemas culturais da Igreja naEuropa; a vitalidade da AméricaLatina; as dificuldades em África ena Ásia… é uma experiência queenriquece qualquer pessoa”,assinala o padre João ChavesBairos.“Deixava-me tempo livre para refletirao contrário do que acontece num

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trabalho pastoral, ligado auma paróquia em que os problemasdos nossos paroquianos não nosdeixam dormir”, acrescenta.A entrevista vai estar em destaque

na emissão do programaECCLESIA na Antena 1 da rádiopública, este domingo, a partir das06h00, dedicada a esta viagem dosbispos portugueses ao Vaticano.

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Algarve: Bispo quer leigos «maisempenhados» e atentos aosexcluídosO bispo do Algarve considera que avisita do episcopado português aRoma vai ser “um tempo privilegiadode comunhão com o Papa” eobjetivamente quer fiéis mais“conscientes das fragilidades masunidos”.“Vamos procurando ser presença damisericórdia de Deus, do amor deCristo no Algarve, particularmentedos que se sentem mais à margem,excluídos, sozinhos de tantasformas, motivos e razões. Pensoque entre outros são estes osobjetivos que gostaria de levar etrazer também quandoregressasse”, explica D. ManuelQuintas sobre a sua segunda visita‘ad Limina’.À Agência ECCLESIA, o preladoassinala que a visita é um “tempoprivilegiado de comunhão” com oPapa onde os bispos levam a “vidadas dioceses”, um encontro que foiprecedido por um “questionárioextenso, de mais de 20 capítulos”,que enviaram para a Santa Sé.“O que fiz tem cerca de 80 páginas,é a nossa vida diocesana traduzidaem números, em apreciações, textose

respostas a perguntas”,contextualiza.Segundo D. Manuel Quintas, desdea última visita ‘ad Limina’ com oPapa emérito Bento XVI, no Algarveprocurara-se responder ao “apelo”de mais formação de leigos edestaca que na diocese têm muitosgrupos a “aprofundar e redescobrira fé, simplesmente porque querem”.“Com o objetivo de serem membrosvivos desta Igreja que procuramviver com maior consciência a suaidentidade cristã”, acrescenta oprelado, frisando a necessidade deleigos “atentos e despertos” aosapelos do mundo que os rodeia.“Penso que podemos não tercrescido muito em número mascrescemos em qualidade devido aeste apelo do Papa Bento XVI, quefoi um abanão muito grande, e aocaminho que nós procuramospercorrer naturalmente com a ajudados próprios leigos”, desenvolveu D.Manuel Quintas.O bispo salientou ainda a“dificuldade” em “dotar ascomunidades de presbíteros”porque o número de sacerdotes,“em todas as dioceses”, vaidiminuindo e idade aumentando.

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A Diocese do Algarve tem“investidomuito” na pastoral vocacional,“felizmente” existe um grupo“razoável” de seminaristas e todosos anos têm “pelo menos umaordenação sacerdotal”.“Temos de limitar verdadeiramenteaquela que é a missão dopresbítero nas comunidades e, aomesmo tempo, procurar deixar oespaço que é próprio aos leigospara que assumam, participem demaneira ativa, criativa e dinâmica navida e revitalização das

nossas comunidades cristãs”, alertao bispo do Algarve.D. Manuel Quintas revela ainda queleva consigo “cada um dos cristãosalgarvios” e gostava que atravésdele cada um “se sentisse também acrescer nesta comunhão com oPapa”.“Reforçando a fé e reforçandotambém aquilo que é a nossadisposição e disponibilidade paraacolhermos sempre mais osdesafios que o Papa Francisco vailançar a partir dos nossos anseios easpirações”, acrescentou.

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Açores: Bispo de Angra falaem período de transiçãoO bispo de Angra vai realizar a suaterceira e “última” visita ‘ad Limina’ aRoma onde vai conversar com oPapa sobre a vida desta Igreja locale “sobretudo” sobre as iniciativas”para o Jubileu da Misericórdia.Segundo D. António de SousaBraga a visita entre os dias 7 e 12de setembro é essencialmente de“cortesia e um momento especialpara estar com o Santo Padre”,disse ao sítio online ‘Igreja Açores’.Para o prelado, o encontro destasegunda-feira, dia 7 de setembro, éuma oportunidade de falar“sobretudo das iniciativas do AnoSanto da Misericórdia”,concretamente sobre o programa adesenvolver na diocese.Os bispos portugueses tiveram deresponder a um relatório sobre arealidade da diocese e/ou comissãoepiscopal, que enviaram em abrilpara a Santa Sé, e para além de tersido apresentado ao Papa vão terreuniões nos diversos dicastérios daCúria Romana. “Foi um processo que envolveutodas as comunidades, movimentose serviços, com uma forteparticipação sobretudo dosresponsáveis”,

observou o bispo de Angra.Esta é a terceira visita ‘ad Limina’ deD. António de Sousa Braga, em 19anos de episcopado, tendo-seencontrado com o Papa eméritoBento XVI, em novembro de 2007, ecom o seu antecessor, o Papa SãoJoão Paulo II, em 1999.O bispo de Angra revelou que é“com enorme prazer” que participana sua “última” visita ‘ad limina’nestas funções e contextualiza queestá próxima a sua resignação, umavez que vai fazer 75 anos a 15 demarço de 2016.Em 2016 o prelado celebra também20 anos de episcopado(30/06/1996) e adianta que já seestá “num processo de transiçãocom a vinda de um novo bispo”.Por sua vez, num artigo deopinião publicado no sítio IgrejaAçores, o vigário-geral da Diocesede Angra considera que esta visita“constitui um momento importantepara a vida da Igreja nos Açores”porque, através do seurepresentante, “consolida osvínculos de fé, comunhão edisciplina que ligam à Igreja deRoma todo o corpo eclesial”.

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Aveiro: Bispo leva «preocupações eintenções» das suas comunidadesD. António Moiteiro Ramos abordou,numa carta publicada na internet, avisita ‘ad Limina’ que o episcopadoportuguês vai realizar a Roma e aoPapa Francisco entre os dias 4 e 12deste mês, a sua primeira comobispo de Aveiro.No texto, o prelado destaca aimportância da iniciativa parareforçar a “comunhão entre osbispos de um país e o bispo deRoma” e sobretudo para colocar oPapa a par da “situação” em que seencontra a Igreja Católica emPortugal, as suas dioceses eparóquias.O responsável católico frisa “levarconsigo” na bagagem “as intençõese preocupações que estão nocoração de todos os seusdiocesanos”.“Junto dos túmulos dos apóstolos,terei presente a necessidade darevitalização da fé nas nossascomunidades cristãs e nos nossosmovimentos apostólicos, uma vezque o discípulo de Jesus Cristodeve ser agente da misericórdia deDeus para

com todos, com mais intensidadepara com os pobres e os pecadores,tal como aparece no nosso PlanoPastoral”, realça.O calendário desta visita ‘ad limina’a Roma, a primeira dos bisposportugueses dentro do pontificadodo Papa Francisco, tem previstovárias iniciativas.D. António Moiteiro Ramos destacacomo mais “significativas” osencontros com o Papa argentino,primeiro na segunda-feira,especificamente para os bisposportugueses; e depois na quarta-feira, durante a habitual audiênciapública das quartas-feiras.“Durante toda a manhã”, explica obispo, o Papa “reunir-se-á com osbispos portugueses, em doisgrupos, o primeiro grupo constituídopelos bispos das provínciaseclesiásticas de Lisboa e de Évora,e o segundo pelos bispos daprovíncia eclesiástica de Braga, àqual pertence a Diocese de Aveiro”.“Nos dias seguintes seguem-se osencontros com os diferentes

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organismos da Cúria Romana”, ouseja, das instituições responsáveispelas várias áreas pastorais ou deintervenção da Igreja Católica.Exortando todas as suascomunidades a acompanhá-lo em“oração”, nesta viagem a Roma e aoPapa, D. António

Moiteiro Ramos termina a sua cartacom o desejo de que a visita adlimina dos bispos portuguesespossa “estimular” também as suascomunidades a contribuírem para a“construção de uma Igrejadiocesana que seja casa e escolade comunhão”.

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Beja: Bispo assinala «importância»da vivência da fé na evangelizaçãoO bispo de Beja destaca ascaracterísticas próprias da diocese,onde existe menos prática religiosa,considerando “importante” que a fée a sua vivência “entre no coração”dos alentejanos, “um trabalhocontinuo” que têm estado a fazer. “Obaixo Alentejo sempre foi uma zonade menos prática religiosa. Amaneira de se exprimirem e viver, opróprio clima é muito diferente e,perante isso, a Igreja sabe queprecisa de evangelizar inculturandoum pouco a fé porque só intelectualnão entra no coração”, disse D.António Vitalino, nas vésperas davisita “ad limina” dos bisposportugueses ao Vaticano.Em declarações à AgênciaECCLESIA, o prelado frisou que o“importante é que a fé, a vivência dafé” dos católicos entre no coração,“um trabalho contínuo” que têmestado a fazer mas “ainda há muitoa caminhar”.O bispo de Beja contextualiza que avisita ao Vaticano é precedida deum relatório sobre a diocese desdeo que não muda, “como os seuslimites”, à população, os praticantes,os padres, os movimentos e“também a economia, as linhaspastorais” e

como enfrentam os “problemas anível da caridade, cultura,educação”.A nível de educação cristã, D.António Vitalino destaca o “grandetrabalho” que têm de fazer que temde envolver “várias gerações”. “Nãofico alarmado por saber que demospassos pequeninos. No Alentejo edentro da Igreja isso é normal paraa fé ter raízes profundas precisa deentrar no coração muitas vezessomos um pouco apressados. Oalentejano é pela sua própria culturauma pessoa de profundidade, opróprio Cante expressa isso”,desenvolveu.

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Bispo “há muitos anos”, esta é aterceira visita ‘ad Limina’ em que D.António Vitalino participa tendo-se jáencontrado com São João Paulo II eBento XVI.Neste contexto, o prelado de Bejaparte com as “expectativas” naturaisde se encontrar com um novo Papamas destaca que “a Igreja é amesma” e manifesta “esperança”numa reflexão conjunta, entre osbispos portugueses, o PapaFrancisco, os diversos dicastérios(comissões

episcopais), sobre os seus relatóriosque as 21 dioceses enviaram e quese encontrarem “algumasperspetivas de trabalho em comum”.“Há sempre algum trabalho pastoralque é preciso programar. Na últimavez, por exemplo, decidimos apalparo pulso às nossas comunidades comuma reflexão sobre pastoral emPortugal e tentar traçar algumaslinhas conjuntas”, recorda D.António Vitalino.

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Guarda: Nova Evangelização implica«leitura humana e sociológica» darealidadeO bispo da Guarda comentou aimportância do relatório quinquenal,realizado no âmbito da vista à SantaSé, como “oportunidade derepensar e rever a caminhada” dadiocese e explicou o sentido denova evangelização. “A novaevangelização não é um novoEvangelho, não é dizer coisas novasem termos de mensagem evangélicamas tirar do tesouro de semprecoisas com roupagem nova, comlinguagem, método novo eentusiasmo novo”, explicou D.Manuel Felício.À Agência ECCLESIA, o preladoalertou que existem ambientes que“foram profundamente preenchidospela mensagem evangélica” e hojeestão “a escapar, a ir para asperiferias”, por isso, frisa que épreciso “vestir a linguagem” que aspessoas entendem para fazerchegar essa mensagem e “não paramodificar o Evangelho”.“Não podemos ir pregar às pessoascoisas que são importantes noEvangelho mas neste momento nãosão necessárias à vida delas.Temos

de fazer sempre um esforço porfazer uma leitura humana, e mesmosociológica da vida das pessoas,para fazermos chegar aquelesdados da mensagem da Boa novaque são os necessários”,desenvolveu o bispo da Guarda.Por isso, observa que estão“sempre” a tirar coisas novas de“conteúdo antigo” que se ajusta àvida das pessoas.Para D. Manuel Felício, a BandaJota é um exemplo de novaEvangelização que traduz amensagem evangélica em“linguagem musical, rock e ritmo”.“Estão a conseguir transmitir amensagem por linguagens que sãoo que os jovens hoje maisconsomem”, observou ainda.

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Antes da visita os bispos tiveram deresponder a um relatório com 23capítulos para o qual tiveram aajuda dos responsáveis dasdiversas áreas de ação da diocese.A resposta materializou-se em maisde cem páginas e revelou-se “uma

oportunidade importante” deconhecimento.“Tem muitos elementos importantespara darmos a conhecer a nossasituação mas também para a própriadiocese foi uma oportunidade derepensar e rever a sua caminhada”,acrescentou o prelado.

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Lisboa: Cardeal-patriarca assinalacapacidade de acolhimentoO cardeal-patriarca de Lisboaexplicou vai apresentar ao PapaFrancisco e aos dicastérios daSanta Sé o “testemunho e aexperiência” do que está a ser feitona diocese. À Agência ECCLESIA,D. Manuel Clemente revela que oepiscopado português “tomou muitoa sério” as recomendações doagora Papa emérito Bento XVInomeadamente na formação,aquando a última visita a Roma,como conferência episcopal, em2007.“Fruto dessa reflexão que, depoisenvolveu muitas pessoas nasdioceses, saíram os rumos para arenovação da pastoral em Portugal,no sentido de transformarmos asnossas comunidades em maisacolhedoras e mais missionárias, demaior integração de tudo e todos namissão comum”, explicou o tambémpresidente da ConferênciaEpiscopal Portuguesa.Para o cardeal-patriarca de Lisboa,agora, em 2015, a consciência decomunidades de acolhimento emissão “está mais enraizada e emmais gente”. “Quando falamos emrealidades tão

vastas e que envolvem tantaspessoas, como as nossas dioceses,estas coisas não avançam de ummomento para o outro, nem sãomecânicas mas vai-se criando umespírito”, observou o cardeal.D. Manuel Clemente comparou, “decerta maneira”, a visita ‘ad Limina’dos bispos portugueses a Roma aoque o Apóstolo Paulo fez “noprincípio da Igreja” quando foi tercom o primeiro Papa para “ver” seaquilo que fazia “também conferiacom o que a Igreja

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mãe de Jerusalém fazia etestemunhava”.“Estamos nas origens da nossa fé eeste é o sentido também das visitasad Limina Apostolorum, portanto aoslimiares, aos locais onde estão ostúmulos dos apóstolos Pedro ePaulo para ai tambémfundamentarmos e consolidarmosainda mais a nossa fé que é aquiloque fazemos depois

em cada uma das dioceses”,desenvolveu D. Manuel Clemente.Neste contexto, o cardeal-patriarcade Lisboa considera que “tudotestemunhado” com o sucessor dePedro e entre os bisposportugueses em “peregrinação”,durante uma semana, vão sentir-se“motivados e relança”.

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Leiria-Fátima: Bispo realça«dinamismo» vivido na dioceseO bispo de Leiria-Fátima consideraque a diocese fez um “caminho dedinamismo, naturalmente com ritmosdiferentes”, desde o último encontrocom o Papa, em contexto de visita‘ad limina’ do episcopado portuguêsa Roma. À Agência ECCLESIA, D.António Marto prevê que noencontro com o Papa Francisco sejaapresentada uma visão“panorâmica” sobre a Igreja católicaem Portugal, e “porventura do país”,e depois vão ouvir as “sugestõespara a pastoral em território luso.Neste contexto, o bispo da Diocesede Leiria-Fátima contextualiza erecorda que na audiência privadacom o Papa argentino, a 25 de abril,Francisco focou três aspetos: “Amisericórdia e o Ano daMisericórdia, sobretudo responder aum mundo cheio de feridas e cínico,no sentido da indiferença; oproblema do clericalismo, às vezesas pessoas pensam que é só daparte dos padres mas não, é o povoque quer que seja sempre o padre”e que se programe

a pastoral a partir da ExortaçãoApostólica a ‘Alegria do Evangelho’.D. António Marto adianta que aoPapa foi apresentada uma “síntese”de cada diocese, “naturalmente nãotinha tempo de ler todos osrelatórios”, e destaca que Franciscotem outro método, uma vez que nãoconversa com os bisposindividualmente, mas recebe-os porProvíncias Eclesiásticas.A última visita ‘ad limina’ foi em2007, com o Papa emérito BentoXVI, e para o prelado, a diocese“empreendeu” um dinamismo“naturalmente com ritmosdiferentes”. Desta forma, relembraque quando foi nomeado paraLeiria-Fátima estava em curso umplano pastoral, “para seis anos”, aoqual acrescentou mais um paraviverem o Ano da Fé.Depois, o bispo diocesano projetoua sete anos e o primeiro biénio“acabou agora” tendo as atençõessido centradas nos “problemas dafamília”. “Suscitou grandeentusiasmo por parte das famílias,deu-se conta que sentiamnecessidade de algo que lhes

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desse ânimo, esperança econfiança na vida no meio daconfusão que se vive hoje nomundo”, analisa.Para o futuro, o bispo adianta que aDiocese de Leiria-Fátima vai viverum biénio mariano, com o título‘Maria, mãe de ternura e damisericórdia’; 2018 vai ser um anojubilar pelo “100 anos darestauração da diocese”.Nos últimos dois anos do projetopastoral, toda a diocese vai centraras

atenções nos “problemas dajuventude”, que é “uma galáxia”.“Não se pode falar só de um tipo dejuventude, são vários modelos devida e não é fácil. Talvez seja apastoral mais difícil mas temos deenfrentar porque estamos nummundo novo com estilos de vida eprojetos novos e é preciso tambémque esta juventude descubra aalegria e beleza do Evangelho”,comentou D. António Marto.

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Porto: D. António Francisco dosSantos destaca convite do Papa à«renovação»O bispo do Porto destaca a“comunhão e sintonia” dos bispos ecom o Papa Francisco num “temponovo” nas vésperas de participar nasua segunda visita ‘ad Limina’ aRoma. “Francisco convida-nos aconstruir, a aplanar novos caminhose ter um espírito muito aberto àrenovação da Igreja”, assinalou D.António Francisco dos Santos àAgência ECCLESIA.O prelado do Porto revela que nãose sente nervoso pelo encontro como Papa Francisco, porque se “sentejunto de um pai, junto de um irmão esente-se com os outros irmãos”.Neste contexto, D. AntónioFrancisco dos Santos comenta queexistem “momentos muitofacilitadores de proximidade” erecorda que na sua primeira visita‘ad limina’, com Bento XVI, em 2007,o Papa emérito pediu para falaremem francês, porque sabia que tinhaestudado em França, e relembrouuma passagem pela Diocese deAveiro.

“Estes elementos revelamproximidade e depois são momentosde graça e de bênção porque éestarmos juntos do sucessor dePedro que nos anima, incentiva enos confirma”, acrescentou.Para D. António Francisco dosSantos, “no início do ministério etambém do novo Papa”, esta é umaoportunidade de “poder partilhar” avida da sua diocese para que “estafrescura e alegria do Evangelhochegue e se viva” na Diocese doPorto e em Portugal.

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Santarém: Bispo identifica umadiocese como «campo aberto àmissão»O bispo de Santarém explica queenviou para o Vaticano um relatórioque “realça aspetos positivos edificuldades, desafios” de umadiocese onde “há campo aberto àmissão” porque as pessoas têm as“propostas do Evangelho nocoração”. “Nos aspetos positivoshoje temos um grande dinamismona pastoral juvenil, uma grandepreocupação pela catequese,embora os frutos não apareçamcomo nós esperávamos. Umaliturgia mais viva, uma proximidadeentre os pastores e as pessoas”,explicou D. Manuel Pelino.À Agência ECCLESIA, o preladorevelou que o relatório sobre a vidada diocese que teve de fazer antesda visita ‘ad Limina’ “é umbocadinho longo” e destacoutambém algumas “dificuldades”.“Um laicismo que se instala; umcerto comodismo e um agnosticismoque alastra”, são para o bispo deSantarém “desafios” para a açãopastoral.Contudo, D. Manuel Pelinoconsidera que existe o “desejo eprocura da

verdade, do bem, da justiça, dafraternidade”. “As propostas doEvangelho estão no coração daspessoas, portanto há um campoaberto à missão”, acrescenta sobrea Diocese de Santarém.O bispo diocesano não esconde a“grande admiração e expectativa”com a “novidade” que Franciscotrouxe, por isso, consideraimportante o encontro que o Papavai ter com os bispos portuguesespara sentirem que “é a mesma Igrejaem saída preocupada com a missão,marcada pela misericórdia”.

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Setúbal: D. Gilberto Reis reveladiocese que apostou na formaçãocristãO administrador apostólico daDiocese de Setúbal revelou que navisita ‘ad Limina’ a Roma vaiapresentar ao Papa Francisco umaIgreja que “há 40 anos éminoritária”, no “aspeto sociológico”,e que nos últimos anos apostou naformação cristã. “Aprofundamos ainiciação cristã com as duas marcasque o Papa (emérito Bento XVI) nostinha falado, por um lado atraente e,por outro lado, muito exigente.Talvez por isso temos crismadotodos os anos cerca de 500adultos”, explicou D. Gilberto Reissobre um dos desafios da visita ‘adlimina’ realizada em novembro de2007.Neste contexto, à AgênciaECCLESIA, o prelado destacou quetem sido feito “um grande esforço”para ajudar os adultos a perceber“a riqueza e a atualidade da sua fé”.O responsável revelou que tambémvai apresentar em Roma uma “Igrejaminoritária no aspeto sociológico”há 40 anos mas “marcada por trêsdimensões”: “Um arraigado amor aJesus; um forte sentido decomunhão e ao mesmo tempogrande sentido de missão.”

D. Gilberto Reis observa ainda queo encontro com o Papa é algo queestá no “coração dos bispos”porque estes formam um colégio equem está na “cabeça dessecolégio” é o Papa.Estar com o Papa “é encontrarsempre um ponto de referência” nocaminho que a diocese está apercorrer, acrescenta o preladopara quem a visita ‘ad Limina’remete para quando o ApóstoloPaulo foi ter com São Pedro.

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Viana do Castelo: Bispo consideraque «impulso maior» do Papa é aevangelizaçãoO bispo de Viana do Castelo nocontexto da visita ‘ad Limina’ aRoma e do encontro com o PapaFrancisco espera surja um“entusiasmo maior” do sentidoevangelizador e testemunhal doscristãos portugueses. “Vivemos numpaís que tem muitos cristãos mas secalhar não tem muito cristãosevangelizados, que sejam coerentescom o Evangelho e que sintam oardor, o impulso que ele (Francisco)tem procurado dar nessaperspetiva, nomeadamente com aExortação Apostólica ‘A Alegria doEvangelho’”, comentou D. AnacletoOliveira no âmbito do encontro doepiscopado português com o Papa.Por isso, o bispo de Viana doCastelo espera que Francisco, “decerto modo”, transmita as suasações pastorais no encontro destasegunda-feira, e que em Portugalgere um “entusiasmo maior”.À Agência ECCLESIA, o preladoadiantou que no relatório queenviou para a Santa Sé sobre adiocese do Alto Minho apresentouum resumo de “todas as atividades”,com destaque para o último anopastoral com as comemorações dos500 anos do nascimento do Beato

D. Frei Bartolomeu dos Mártires.“Os objetivos que tínhamos outemos com esta celebração entre osquais dar a conhecer a figura dobeato e aproveitar o que de positivodeu à Igreja nos tempos em que foiarcebispo de Braga”, desenvolveu.D. Anacleto de Oliveira revelouainda que um dos objetivos era“rezar” para que seja concedida a“graça da canonização” do Beato D.Frei Bartolomeu dos Mártires e,neste contexto, é com “expectativa”que espera o encontro com o Papa.O bispo de Viana do Castelo vaiviajar com a “expectativa primeiro”do encontro com Francisco,“saborear seu o sorriso, a boadisposição” e depois conhecer as“expectativas” do Papa em relação àIgreja.

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Comunicar mais a vida das diocesese valorizar diálogo Igreja-SociedadeO presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais confessouque leva “a emoção” na suaprimeira visita ‘ad Limina’ econsidera que “existe” diálogo entrea Igreja em Portugal e sociedadenestas áreas. “Penso que podemoscrescer e fazer maisindependentemente dos recursos.Certo é que pouco a pouco hátrabalho que se vai fazendo emqualquer um destes secretariados”,explicou D. Pio Alves.No setor das comunicações sociais,o responsável assinalou a“relevância e trabalho” da AgênciaECCLESIA considerando que“provavelmente se pode fazer maiscom o mesmo esforço e recursos”.“Temos de ir ganhandopaulatinamente a confiança nasdioceses e pessoas que trabalhamnas dioceses para que eles possamusufruir mais do trabalho da Agênciae vice-versa”, observou ainda,comentando que a AgênciaECCLESIA pode ser um “reflexomuito mais objetivo” da vida daIgreja em Portugal, se contar comuma

“colaboração mais estreita” nasdioceses.Para o presidente da ComissãoEpiscopal da Cultura, Bens Culturaise Comunicações Sociais mais doque formalizar relações/parcerias“faz falta” encontrar alguém queperceba que “tem tudo a ganhar”com uma maior colaboração, porqueas dioceses podem estar “aindamais presentes na informação quediariamente a Agencia Ecclesiaproduz, com o mesmo esforço quetêm em colocar a informação nosórgãos locais”.Por exemplo, o SecretariadoNacional das Comunicações Sociaispromove as Jornadas ComunicaçãoSocial, este ano com o tema“Comunicação e Família: Partilha deafetos”, a 24 e 25 de setembro, naCasa Domus Carmeli, em Fátima.“As intervenções são testemunhosbaseados em intervençõespeculiares, complementares da vidaem família e no último dia aintervenção de D. Manuel Clementesobre a família e o sínodo”,exemplificou o prelado.Na cultura, D. Pio Alves revela quehá uma relação “cordial e deverdadeira

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colaboração” entre a IgrejaCatólica, através do seusecretariado, e as respetivasinstâncias do Estado.“Esporadicamente faz falta dizercalma, porque existimos, estamosaqui e estamos do lado da proteçãodos bens culturais”, acrescentou opresidente da Comissão Episcopalda Cultura, Bens Culturais eComunicações Sociais.Os presidentes das sete comissõesepiscopais nacionais vão serrecebidos pelos respetivosconselhos pontifícios e ointerlocutor, “pela programação

feita”, vai ter duas reuniões. “Estáprevista meia hora a três quartos dehora e como presidente terei aprimeira palavra na apresentaçãodo trabalho que está a ser feito”,adiantou.D. Pio Alves confessa que leva a“emoção da primeira visita ‘adLimina’”. “É a primeira vez queviverei esta circunstância e apossibilidade, ainda que em grupo,de poder estar mais perto econversar ou falar com o Papa”,revelou sobre o encontro que serealiza esta segunda-feira.

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Plenitude humana em Santa TeresaAnabela Neves RodriguesNa historia da humanidade existempessoas que continuama iluminar-nos com a suaexperiência, com o modo como aconseguiram viver e transmitir.Santa Teresa de Jesus é uma figurasimpática, porque, sendo muito vivae cheia de uma experiênciaespiritual que aconteceu no séculoXVI, tem muito a dizer ao maisprofundo desejo do homem detodos os tempos: o caminho doencontro com Deus.Foi por este motivo e aproveitandoa celebração dos 500 anos deSanta Teresa de Ávila, que aPAULUS Editora publicou esteestudo sobre a plenitude humana apartir dos escritos e da vida damística espanhola. O ponto departida deste estudo é a humildadede quem quer aprender com aexperiência espiritual de SantaTeresa para, ao aprofundar umtestemunho tão rico de humanidadee de cristianismo, descobrir o modocomo a unidade entre Fé e Vida,plenamente vivida, pode darfundamentos para a açãoapostólica.Onde e como construiu SantaTeresa essa unidade? Qual é a raizque a levou a frutificar?

Como é que a sua vidae experiência espiritual ainda nospodem falar? O que é maisimportante: a força de umapersonalidade, simpática, atenta aoseu tempo, fiel… ou a ação de Deusque a vai moldando eenriquecendo?

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Estas são algumas das questõespelas quais a autora inicioueste estudo. Para Anabela NevesRodrigues «a coerência entre a Fécristã e a Vida, numa vida vivida emFé, é um dos principais motivos quea vida e a experiência de Teresa deJesus tem para dar ao nosso tempo,em que as pessoas são maismovidas pelos testemunhos do quepelas palavras.»Refere a autora que «não se atingea plenitude humana sem nosatrevermos a caminhar.

Não é um caminho automático, é umcaminho em que crescemos, se nosdispusermos a isso, em que muitosfatores pessoais e ambientais nosajudam e fazem parte da experiênciahumana e cristã que vamosvivendo.» Algo pelo qual SantaTeresa também passou. «Umcaminho espiritual de configuraçãocom Cristo que passa por diversasetapas e que, no fim, lhe dá umamaior compreensão da sua própriaplenitude humana na plenitude deCristo.»

FICHA TÉCNICA

Título: Plenitude humana em Santa Teresa Autor: Anabela Neves Rodrigues Coleção: Espiritualidade Secção: Reflexões Formato: 14 cm x 21 cm Páginas: 144 Editora: Paulus Editora ISBN: 9789723018684 preço: 9,90 €

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setembro 2015 04 de setembro de 2015* Lisboa - Estoril (Colégio dosSalesianos) - Encerramento doCongresso sobre «E-ducar paraalém da Cloud - futuro do coraçãoeducativo» promovido pelaFundação dos Salesianos e inseridonas celebrações do bicentenário donascimento de S. João Bosco 06 de setembro de 2015* Itália – Roma - Vida Consagrada:Capítulo geral dos MissionáriosCombonianos (termina a 04 deOutubro de 2015) - Capítulo geraldos Missionários Combonianos * Lisboa - Museu Nacional deArqueologia - Encerramento (inícioa 19 de junho) da exposição de ArteCopta e do Oriente Cristão.

*Bragança - Conservatório deMúsica e Dança de Bragança –Encerramento do III Ciclo de MúsicaSacra * França – Taizé - Encerramento doColóquio internacional sobre ocontributo do irmão Roger para opensamento teológico

07 de setembro de 2015*Vaticano - Visita «ad limina» dosbispos portugueses (termina a 12 desetembro de 2015) * Funchal - Convento de SantaClara - Semana Bíblica da Madeiracom o tema «Santificados pelaPalavra: Ser consagrado hoje, naIgreja e no mundo». 08 de setembro de 2015 * Porto - Gaia (Claustro do Mosteirode Grijó) - Encerramento daexposição «Evangelium, Prophetia,Spes» integrada na I bienal Arte deGaia com a curadoria de AntónioCoelho e Bruno Marques. * Itália – Roma - ConselhoPermanente da CEP 09 de setembro de 2015 * Fátima - X Encontro nacional sobrecausas matrimoniais promovido pelaAssociação Portuguesa deCanonistas (termina a 12 desetembro de 2015)

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04 de setembro

Apresentação pública da Plataforma de Apoio aosRefugiados (PAR) criada por organizações civis ecatólicas esta sexta-feira, pelas 12h00, em Lisboa(Atmosfera M - Rua Castilho, nº 5).A PAR pretende “ajudar a minimizar o impacto dagrave crise humana que se vive atualmente a nívelmundial”. De 4 a 6 de setembroA Província Portuguesa da Companhia de Jesuspromove o ‘AFTERSUN O lado B da vida – Livres paradecidir ’, "um grande encontro para jovens" ligados àespiritualidade inaciana, em Cernache, CoimbraO programa prevê a abordagem de três temas:“Santidade de Deus e a finalidade da nossa própriavida”; “Jesus e o seu estilo de vida”; e “Missão deservir e inflamar o mundo”. De 07 a 11 de setembroA Semana Bíblica da Madeira tem como tema«Santificados pela Palavra: Ser consagrado hoje, naIgreja e no mundo» e realiza-se no Convento de SantaClara, no Funchal. De 09 a 12 de setembroX Encontro Nacional sobre Causas Matrimoniaispromovido pela Associação Portuguesa de Canonistas(APC) insere-se nas comemorações dos 25 anos daassociação e decorre na Casa de Nossa Senhora doCarmo do Santuário de Fátima.A APC é uma associação privada de fiéis, compersonalidade jurídica canónica e civil, que cultiva epromove o estudo e a aplicação do Direito Canónico.

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Programação religiosa nos media

Antena 1, 8h00RTP1, 10h00Transmissão damissa dominical

11h00 -Transmissão missa 12h15 - Oitavo Dia

Domingo: 10h00 - ODia do Senhor; 11h00- Eucaristia; 23h30 -Ventos e Marés;segunda a sexta-feira:6h57 - Sementes dereflexão; 7h55 -Oração daManhã; 12h00 -Angelus; 18h30 -Terço; 23h57-Meditando; sábado:23h30 - TerraPrometida.

RTP2, 11h30Domingos, 6 de setembro -Desafios ao cristianismo naArábia, no Sudão e na Áfricado Sul RTP2, 15h30Segunda-feira, dia 7 -Entrevista de apresentaçãoda visita ad Limina ao padreManuel Barbosa, secretárioda Conferência EpiscopalPortuguesa.Terça-feira, dia 8 -Informação e entrevista aSusana Réfega, da Fundação Fé e CooperaçãoQuarta-feira, dia 9 - Informação e entrevista a PedroMonteiro, da Escola das Artes da UCP/PortoQuinta-feira, dia 10 - Informação e entrevista aopadre Claudino Gomes, missionário comboniano.Sex-feira, dia 11 - Análise às leituras bíblicas dasmissas de domingo. Antena 1Domingo, dia 06 de setembro - 06h00 - A visita"Ad Limina": explicação pelo padre João Chaves e pelosecretário da Conferência Episcopal, padre ManuelBarbosa. Fique a conhecer neste programa todo oprocesso da visita dos bispos portugueses ao Vaticano Segunda a sexta-feira, 07 a 11 de setembro - 22h45 - Visita "AdLimina": expetativas do cardealpatriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente; bispo deBeja, D. António Vitalino; bispo do Porto e do bispo deSantarém, D. Manuel Pelino e D.António Francisco;bispo da Guarda, D. Manuel Felício e do bispo doAlgarve, D. Manuel Quintas.

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Ano B - 23.º Domingo do tempoComum Abre-te!

Neste 23.º Domingo do Tempo Comum, Deus revela-seem Jesus Cristo como fonte de vida nova e defelicidade para o ser humano.“Abre-te!” Esta palavra tão simples de Jesus ao surdo-mudo no Evangelho de hoje é plena de compromisso.Como diz o dicionário, abrir é fazer com que o queestá fechado não o fique mais. Uma evidência cheiade consequências!Os Judeus de Jerusalém tinham consciência de seremo Povo eleito por Deus, um povo aparte dos outrospovos. Nem pensar em misturar-se com os outrospovos, os pagãos, os estrangeiros!E eis que Jesus faz o contrário. Sai das fronteiras deIsrael, vai junto dos pagãos, fazendo mesmo milagresem seu favor.É o mundo ao contrário! Jesus não teme mesmo tercontacto físico com este surdo-mudo, impuro aosolhos dos Judeus fiéis. Antes de abrir os ouvidos doinfeliz, é Jesus que Se abre aos estrangeiros,tornando-Se um impuro aos olhos dos Judeus.Evidentemente, é muito arriscado, ainda hoje, abrir aporta e o coração aos estrangeiros, aos emigrantes,aos diferentes de nós. Porque é preciso olhá-losultrapassando os preconceitos, aceitando outrasmaneiras de pensar e de viver.Aquele que segue Jesus não pode esquivar-se àinterrogação: como anda a minha abertura decoração? Jesus quer sempre vir até mim, tocar osmeus ouvidos para que eu ouça melhor o grito dosmeus irmãos em angústia, tocar os meus olhos paraque procure encontrar o olhar de Deus sobre osoutros.A um visitante que lhe perguntava para que servia um

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concílio, João XXIII respondeu: “oconcílio é a janela aberta. Ou ainda,é tirar a poeira e varrer a casa, pôrflores e abrir a porta dizendo atodos: Vinde e vede, aqui é a casado bom Deus!”Na manhã de Páscoa, houve umaabertura, quando a pedra quefechava o túmulo de Jesus foiretirada. E já antes, tinha havidooutra abertura, quando o soldadoromano abriu o lado de Jesus comum golpe de lança.Estas duas aberturas nunca foramfechadas. Ao participar em cadaEucaristia, bebemos a água e osangue que brotam para que o gritode Jesus seja eficaz também emnós: “Effata!” “Abre-te!”

A esta luz podemos acolher amensagem da primeira leitura deIsaías: «Tende coragem, não temais.Aí está o vosso Deus; vem parafazer justiça e dar a recompensa;Ele próprio vem salvar-nos». Etambém da segunda leitura deTiago: «A fé em Nosso Senhor JesusCristo não deve admitir aceção depessoas».A Palavra de Deus convida-nos,pois, a crescer na fé em JesusCristo, que só pode ser de aberturado nosso coração ao Coração deDeus e ao coração dos irmãos.

Manuel Barbosa, scjwww.dehonianos.pt

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Papa defende mais protagonismopara as famílias na definição daspolíticas públicasO Papa apelou esta quarta-feira aum maior protagonismo das famíliasna definição das políticas públicas edesafiou os católicos a sair dos“torres blindadas” das “elites” para irao encontro das “casas abertas” damultidão. “Imaginemos que o lemeda história - da sociedade, daeconomia, da política - fosseentregue finalmente à aliança dohomem e da mulher, para quegovernem com o olhar virado para ageração que vem: os temas da terrae da habitação, da economia e dotrabalho teriam uma música muitodiferente”, disse, durante aaudiência pública semanal quereuniu milhares de pessoas naPraça de São Pedro.Francisco alertou para os “arranha-céus” sem vida que marcam ascidades contemporâneas, cada vezmais “desertificadas” e carentes docontributo das famílias. “Nenhumaengenharia económica e política écapaz de substituir este contributodas famílias”, prosseguiu.A catequese semanal abordou aquestão da transmissão da féatravés da vida familiar, com a sua“sabedoria

dos afetos”, uma linguagem quetodos conseguem compreender. “Acirculação de um estilo familiar nasrelações humanas é uma bênçãopara os povos: devolve a esperançaà terra”, declarou.Francisco elogiou a dedicação dospais, deixando uma palavraparticular aos que são capazes de“arriscar e sacrificar-se por um filhode outra pessoa e não só pelosseus”. Estes gestos do coração“falam com mais força do que aspalavras”, precisou.No final da audiência, o Papa deixouuma saudação a todos osperegrinos de língua portuguesa,“particularmente aos escuteiros efiéis de Portugal e aos marinheirosbrasileiros”. “Nunca esqueçais quetendes, juntamente com as vossasfamílias, um papel essencial namissão evangelizadora da Igreja: épreciso sair dos espaços decomodidade e dar ao mundo otestemunho do amor cristão quesupera todas as barreiras epreconceitos. Que Deus vosabençoe”, disse.

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VOLUNTÁRIOS A visita do Papa Francisco a Filadélfia, nos Estados Unidos da América,para o Encontro Mundial das Famílias (EMF), vai contar com oenvolvimento de mais de 10 mil voluntários. De acordo com a RádioVaticano, estes colaboradores, com idades acima dos 18 anos, “vãoreceber e orientar os peregrinos, prestar serviços de tradução, ajudar osvisitantes com necessidades especiais e executar outras tarefas, comopostar mensagens e fotos em redes sociais”. Até agora, seis semanasantes da deslocação do Papa argentino àquela região da Pensilvânia, aorganização do EMF já aprovou a inscrição de cerca de 8 mil voluntários,6 mil dos quais são mulheres.

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Veículo de 12 lugares vai lembrarpresença e trabalho de 7 milconsagrados católicosOs organismos nacionais dosconsagrados e consagrados daIgreja Católica em Portugal iniciaramum projeto de divulgação do seuestilo de vida, com a ajuda de um‘velocípede de 12 lugares’. Ainiciativa, que visa assinalar o Anoda Vida Consagrada convocadopelo Papa, começou em Vila Novade Gaia e tem como objetivopercorrer as 20 diocesesportuguesas.O presidente da Conferência dosInstitutos Religiosos de Portugal(CIRP), padre Artur Teixeira explicaà Agência ECCLESIA que “o número12 vai evocar outro grupo, o dosApóstolos” de Jesus. Quanto àescolha do veículo, este quermostrar que é possível colocar asforças da Vida Consagrada emPortugal a “pedalar em conjunto”.O projeto, que pretende passarpelas 20 dioceses, tem umorçamento de 4 mil euros. O padreTony Neves, superior provincial dosMissionários Espiritanos, marcoupresença no arranque de uma“iniciativa original, criativa”, um“sinal mais visível”, de rua, para quemuitos possam parar

e questionar-se sobre osconsagrados e consagradas daIgreja Católica em Portugal.“Que Portugal saiba que somos 7mil”, desejou.Já a presidente da ConfederaçãoNacional dos Institutos Seculares emPortugal, Rosário Virgílio, fala nabicicleta como uma “boainterrogação” que pode “levar apensar”. “Também é um testemunhodizer ao mundo que se pode andara outras velocidades”, acrescentou.Carlo Liz, especialista em Marketinge Comunicação, entende que estainiciativa vai ajudar a combater um“défice de alegria, de informalidade”que muitos sentem em relação àIgreja, particularmente nas novasgerações.Samuel Silva foi o arquiteto dovelocípede, um desafio“interessante” que assumiu comgosto, considerando que não é algo“comum”, pela dimensão que tem epelo contraste com a velocidade doquotidiano.Ao longo do percurso, consagradose consagradas vão procurar visitaros mosteiros de clausura e ainda os

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lugares mais significativos na vidade mártires e santos de Portugal. Ameta desta viagem é o santuáriomariano da Cova da Iria, ondeesperam chegar a 7 de fevereiro de2016, coincidindo com aperegrinação nacional deencerramento do Ano da Vida

Consagrada em Portugal.Este ano foi convocado pelo PapaFrancisco no contexto dos 50 anosdo Concílio Vaticano II e, emparticular, dos 50 anos dapublicação do decreto conciliarsobre a renovação da vidaconsagrada.

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CTT celebram bicentenário donascimento de São João Bosco

Os CTT – Correios de Portugalassinalam os 200 anos donascimento de São João Bosco comuma emissão filatélica. Numcomunicado enviado à AgênciaECCLESIA, o gabinete decomunicação dos CTT informa queas obliterações de primeiro dia vãoser feitas nas lojas dosRestauradores,

em Lisboa; do Município, no Porto;no Funchal e Ponta Delgada.Esta emissão filatélica celebrativa écomposta por um selo, com o valorfacial de 0,45€, e uma tiragem de155 mil exemplares, e um blocofilatélico que tem o valor de 2,50€ euma tiragem de 40 mil exemplares.

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Segundo os CTT, o selo tem umformato de 40X30,6 mm e o bloco95 X 125 mm e o design foi daresponsabilidade de Miguel Mendes,designer da Fundação Salesianos.A pagela emitida pelos Correios dePortugal recorda a vida e obra deDom Bosco que com noves anossonhou que Nossa Senhora lhemostrava a sua missão que eraeducar os jovens pobres com baseem três elementos: “A razão; areligião e a ‘amorevolezza’ (aamabilidade)”.Em 1859 fundou a Pia Sociedade deS. Francisco de Sales, osSalesianos,

e em 1872 fundou o Instituto dasFilhas de Maria Auxiliadora, o ramofeminino salesiano. Hoje, acongregação masculina fundada porSão João Bisco conta com “mais de15 mil com quase 2000comunidades, em 132 países, noscinco continentes”; A obra feminina“também se expandiu por todo omundo” com mais de 13 milreligiosas em quase 1500comunidades, em 94 países.O santo italiano nasceu no lugar deMorialdo, a 25 quilómetros de Turim,Piemonte, a 16 de agosto de 1815,e faleceu a 31 de janeiro de 1888.

JUVENTUDE PASSIONISTA A Juventude Passionista, ligada à congregação religiosa fundada por SãoPaulo da Cruz, desafiou os seus elementos a partirem à descoberta dascomunidades de vida consagrada da cidade do Porto. Segundo umcomunicado enviado à Agência ECCLESIA, dezenas de jovens“embarcaram de comboio” rumo à Cidade Invicta e percorreram depois“mais de 8 quilómetros a pé”, em busca de conhecer melhor o que moveaquelas pessoas que entregaram a sua vida a Cristo e aos outros.Durante a atividade, foram “visitadas 4 congregações”, os Salesianos, asIrmãs Oblatas do Coração de Jesus, as Religiosas de Maria Imaculada eas Irmãs de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor.

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A má sorte dos cristãos no Sudão

Perseguição sem fimNo Sudão, país muçulmano quenão quer distinguir a religião dapolítica, os Cristãos estão cadavez mais vulneráveis. O mundoainda não esqueceu Meriam,que se salvou da forca, no anopassado, graças a umaformidável campanhainternacional. Mas há muitasoutras pessoas que não têmessa sorte… Há datas que ficam para sempregravadas na memória. A 25 deJunho, algumas jovens foraminterpeladas e detidas pela políciaquando saíam de um templo cristãona capital. Ferdous Al Toum era umadelas. Ao todo eram onze e tinhamidades compreendidas entre os 17 eos 23 anos. A polícia interrogou-aspor causa da forma como estavamvestidas. Todas elas usavam saiasou calças. Nada da indumentáriacaracterística associada àsmulheres muçulmanas. Mas logo alificaram a saber que, por issomesmo, estavam vestidas “de formaindecente”.O processo foi célere. Algumas dasraparigas foram libertadas poucodepois, outras tiveram de pagaruma fiança e abandonaram a cadeiadois

dias mais tarde. Para Ferdous AlToum, a história correu muito pior.Obrigada a comparecer em tribunal,há cerca de três semanas, foicondenada a ser chicoteada empúblico duas dezenas de vezes e apagar uma multa de 500 pesossudaneses. Pior do que a saia ou ascalças, foi ter sido julgadasumariamente e logo condenada porser cristã. Sentença de morteO mesmo aconteceu a MeriamIbrahim. Também a história dela temdatas impossíveis de esquecer. Dia15 de Maio de 2014. O juiz entrouna sala do tribunal e todos estavamjá de pé. Depois sentaram-se. Todosmenos Meriam. Ela ia escutar a suasentença. Grávida de oito meses, foiacusada de apostasia por terrenegado o Islão. Tudo na acusaçãoera mentira. Mas o juiz foi implacávelnas suas palavras. “Demos umprazo de três dias para querenegasse a sua fé, mas insistiu emnão voltar ao Islão. Condeno-a àpena de morte por enforcamento”,declarou o juiz Abbas al-Khalifa. Asentença foi ainda mais refinada.

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Antes do enforcamento, ela teria deser chicoteada uma centena devezes. FidelidadeGrávida de oito meses, a viver naprisão com um filho de 20 meses,Meriam poderia sucumbir emlágrimas naquele instante. Poderiadesdizer-se, tentar salvar a vida.Quem assistiu ao julgamento viualgo completamente diferente. Veioescrito nos jornais. “Ao ouvir overedito, a jovem manteve-seimpassível. Durante a audiência, edepois de uma longa intervenção dolíder religioso muçulmano, queprocurou converter a cristã, amulher disse calmamente ao juiz:'Sou cristã e nunca renegarei aminha fé'." E nós?Esta acabou por ser uma históriacom final feliz. Por causa da enormepressão internacional em seu favor,em que a Fundação AIS tambémparticipou, as autoridadessudanesas acabaram por recuar epermitiram a sua libertação. Hojevive exilada nos Estados Unidoscom a família. Para trás ficou umpesadelo, os dias deprisão, asconstantes ameaças à sua vida e onascimento da filha na cadeia semque lhe tivessem sido

retiradassequer as algemas. Meriamé hoje um símbolo. Até peladiferença. Na verdade, ninguémsabe quantas “Meriams” estarão aapodrecer nas cadeias do Sudão.Quantas terão sido chicoteadas,quantas terão sido apedrejadas,quantas terão morrido apenas pelodelito da fé. Ninguém saberá. Mas oregime de Cartum, que quer impor areligião muçulmana a todos os seushabitantes, que quer impor códigosde conduta e até decidir sobre aforma apropriada das pessoas sevestirem, sofreu uma terrível derrotanesse dia 15 de Maio, quandoMeriam reafirmou a sua fé em plenotribunal. Quantos de nós teríamos acoragem de dizer, como ela, quesomos cristãos e que nuncarenunciaremos à nossa fé?

Paulo Aido | fundacao-ais.pt

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Turismo, «construtor de pontes»

Tony Neves Espiritano

Turismo. Esta palavra, com muita magia àmistura, anda sempre de mãos dadas com asférias. É verdade que as exigências do dia a dianão dão espaço a abandonos de rotinas nemaberturas largas à novidade. O turismoapresenta-se como uma proposta aliciante paratempos de férias e para quem tem condiçõesfinanceiras que permitam deixar a sua casa efazer-se ao mundo.É bom conhecer realidades novas, descansar emambientes fora do contexto em que se vivehabitualmente. É importante rasgar novoshorizontes, encontrar-se com novos povos eculturas, palmilhar com os próprios pés espaçosmonumentais onde a história está escrita emarquitectura, pintura ou escultura. Enche osolhos e o coração visitar lugares onde a naturezacaprichou em beleza e fascínio.O Turismo hoje tem muitas vertentes epropostas. Algumas limitam-se a dar descanso aocorpo e ao espírito. Outras mostram belezasnaturais de encandear os olhos. A maioria leva-nos a cidades de hoje e de ontem queproporcionam um regresso às raízes de diversascivilizações e culturas, quase só acessíveis emlivros de literatura e história.Gosto de viajar, gosto de conhecer novoslugares, gosto muito de me encontrar compessoas provenientes de diversas culturas.Tenho tido o privilégio de viajar muito, o queajuda a rasgar horizontes mais largos e a ver omundo com outros olhos.

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Os tempos que vivemos aindaabrem algum espaço a estasexperiências turísticas e culturais.Há terras que eu gostaria muito devisitar, sobretudo por causa demonumentos antigos ou paisagensnaturais de sonho. Talvez um diapor lá passe. Mas não podia hojedeixar de lançar um grito de lamentoe condenação a quem arrasouquase por completo e histórica eancestral cidade de Palmira, noMédio Oriente. É inadmissível, umcrime contra a

história, destruir maldosamente uma ‘cidade’ que é Património daHumanidade e que mostra aomundo, ainda hoje, como é possívelque povos e culturas tão diversaspodem viver juntos, num respeitomútuo extraordinário. Ali, adiversidade era riqueza a capitalizare nunca pretexto para dividir e fazerguerra.Construir pontes entre povos, terrase culturas pode e deve ser o grandeobjetivo do Turismo hoje.

“Pode ouvir o programa Luso Fonias na rádio SIM, sábados às 14h00, ouem www.fecongd.org. O programa Luso Fonias é produzido pela FEC –Fundação Fé e Cooperação, ONGD da Conferência Episcopal Portuguesa.”

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“A Igreja sem fronteiras, mãe de todos, propaga no mundo acultura do acolhimento e da solidariedade, segundo a qual

ninguém deve ser considerado inútil, intruso ou descartável”

Mensagem do Papa Francisco,Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2015

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