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Trabalho Acadêmico
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Reflexões do processo no novo e no vigente Código de
Processo Civil: A discricionariedade do magistrado ante a
cronologia dos processos.
RICARDO DIAS PEREIRA, Elisson
Discente do curso de Direito – UEMA
PALOMBO, Gabriel
Discente do curso de Direito – UEMA
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo a explanação de conteúdos relacionados
às diferenças processuais decorrentes da atualização do Código de Processo
Civil da República Federativa do Brasil, integrado pela Lei de N° 13.105/15.
Uma vez que a proposta limitava nosso trabalho a um ponto específico do novo
Estatuto dos Processos Civis, tivemos por interesse a escolha da Cronologia
dos Processos, seguindo os liames do que dispõe o Artigo 12° do citado, assim
como seus parágrafos complementares. Tivemos por interesse, sobretudo, o
estudo filosófico, social e cultural do processo como meio de satisfação de
pretensões das partes, assim como meio legal de interação entre o judiciário,
neste caso representando diretamente o Estado, e as partes, como um
verdadeiro guardião do tempo de resposta para as necessidades destes.
Palavras-chave: Lei 13.105/15, Novo Código de Processo Civil, Cronologia
dos Processos, Satisfação de Pretensões, Tempo, Cronologia.
ABSTRACT
This paper has as the central objective the explanation of contents that refer to
the differences between the old and the new code of Civil Process from the
Federated Republic of Brazil, integrade through the law n° 13.105/15. Our work
was limited to a specific point of the new Civil Process Statute, we selected the
Time of The Process, following the provisions of the Art. 12°, and it’s
paragraphs. We have had the interest of the philosophical, social and cultural
explanation of the process as a mean for the satisfation of the parts, as a legal
form of interation between people and State through the judiciary, as a
chronokeeper.
Keywords: Law 13.105/15, New Code of Civil Process, Time of The Processes,
Satisfation, Time, Chronology
1. INTRODUÇÃO:
Quando se fala em Poder Judiciário, a ideia de um órgão moroso, de
difícil acesso e de baixa eficiência na resolução de demandas logo surge no
imaginário da população brasileira, levando-o ao descrédito e,
consequentemente, na perda de sua legitimidade perante a sociedade. Como
corolário dessa constatação, as práticas de resolução de conflito podem seguir
uma via no mínimo indesejável, o que na maioria das vezes poderiam ser
evitadas, caso a prestação jurisdicional se tornasse mais célere e eficiente.
Foi com base nesse sentido que o legislador, ao formular o novo Código
de Processo Civil, buscou introduzir uma via mais dinâmica, isonômica e em
consonância com os princípios de justiça, em relação ao julgamento de
processos. Para tanto, estabeleceu o legislador um procedimento de resolução
das causas por ordem cronológica, dando um tratamento igualitário para os
processos, independentemente de sua complexidade, salvo os casos
estabelecidos no § 2 do Artigo 12.
Nesse sentido, buscou-se, com a construção deste artigo, trazer à
tona uma reflexão acerca dos principais pontos e seus respectivos efeitos em
relação ao dispositivo em análise. Para a realização desse empreendimento,
utilizamo-nos de artigos científicos e disposições legais localizados em sites
e no novo CPC.
Procurou-se realizar uma abordagem acerca tanto dos possíveis
efeitos positivos que esse dispositivo trará, como também de seus possíveis
efeitos negativos para o funcionamento mais eficiente da máquina judiciária.
A certeza, porém, de se saber se o legislador, ao criar essa regra, acertou de
forma brilhante, só teremos quando da vigência do novo Código de Processo
Civil em 2016.
2. DESENVOLVIMENTO:
2.1 Disposições Gerais
O Novo Código de Processo Civil (Novo CPC), segundo dispõe Elpidio
Donizette1, inovou ao incluir em seu Artigo 12° a disposição: “Os juízes e os
tribunais deverão obedecer à ordem cronológica de conclusão para proferir
sentença ou acórdão.”, pois cumpriu o preenchimento de uma lacuna não
tratada no código de vigência anterior.
O peso deste novo dispositivo não tem apenas consequências práticas
legais, mas envolve todo um arcabouço sistemático de profundo interesse
gnosiológico, pois, ainda que referente a uma questão prática de resolução de
questões jurídicas, envolve o atendimento de satisfações sociais emergentes,
em uma alegoria profunda ao conteúdo filosófico que cerca a epistemologia
das palavras “igualdade, justiça e isonomia”.
Bruno Druzian, em precisão que lhe é habitual, define igualdade e justiça
como dois autônomos independentes entre si, que devem se sobressair em um
sistema de contrapesos no que é interessante ao combate à postura caótica do
direito:
“A igualdade num senso crítico, é dar uma
oportunidade igual ao todo, em que todos
serão beneficiados da mesma forma, inerente
as suas necessidades. Justiça, por outro lado,
1 DONIZETTE, Elpidio: Princípio da cronologia – art. 12 do projeto do novo código de processo civil
(ncpc). Disponível em: < http://elpidiodonizetti.jusbrasil.com.br/artigos/121940199/principio-da-
cronologia-art-12-do-projeto-do-novo-codigo-de-processo-civil-ncpc >. Acesso em 11/07/2015.
é o direito estendido aos comuns, mediante a
análise de suas capacidades físicas e
mentais. [...] A contradição destes fatores,
decorrentes de incoerência legislativa,
justifica o caos representativo que vivemos
hoje”. (DRUZIAN, Bruno: Igualdade e Justiça)
Tendo estas duas ideias em mente, poderemos adentrar com maior
propriedade nas questões motivacionais da inclusão normativa do Artigo 12° no
Novo CPC. O objetivo maior da inclusão deste dispositivo é prestigiar o
princípio da igualdade e impessoalidade (imparcialidade) impedindo que o juiz
ou tribunal selecionem as demandas que receberão julgamento.
O legislador acertadamente visou combater favoritismos e predileções,
assim como a tendência de o magistrado optar por julgar as causas mais
simples, deixando para depois as mais complexas, o que, em tese, fere
completamente os princípios de igualdade e justiça supracitados.
Uma vez que a vacância decorrente do código anterior fornecia
autonomia para definir a ordem e a forma em que os processos seriam
julgados, abrindo espaços tanto para a lentidão da máquina judiciária, o que,
segundo Ada Pellegrini2, por si só fere um dos maiores princípios do Direito
Processual; a celeridade, quanto às possibilidades de adversidades
decorrentes da prescrição do objeto e do próprio processo – o que se
denomina periculum in mora.
2.2 Pontos positivos da inclusão do dispositivo no ordenamento
jurídico brasileiro
É obvio que dentro de nossa cúpula social a discricionariedade se
mostra necessária, um forte exemplo disto é a faculdade dada ao magistrado
quanto a aplicação de penas, o que, em virtude do fato concreto, pode reverter
a sanção em um atenuante, o que, aplicado o código estrito, não existiria.
2 GRINOVER, Ada Pellegrini ; CINTRA, Antônio Carlos de Araújo ; DINAMARCO, Cândido Rangel . Teoria
geral do processo. 25. ed. São Paulo: Malheiros Ed., 2009. 384 p.
No entanto, o uso desta faculdade como forma de barganhar as causas
de maior dificuldade em prol das de fácil resolução, infundadas as
considerações relacionadas ao prazo de entrada do processo na máquina
pública, é algo extremamente pejorativo.
A compreensão deste ponto remete à invocação da razão. Conforme
Martin Lutherking agraciou a humanidade com seu discurso pela igualdade
social entre raças nos Estados Unidos da América “a injustiça num lugar
qualquer é uma ameaça à justiça em todo o lugar”. Um simples jogo popular de
“uni, duni, tê” dentro da câmara processual pode gerar prejuízos prescricionais
diversos. É um verdadeiro efeito borboleta alocado em uma roleta russa.
A ordem cronológica busca respeitar a resolução a prazo de entrada, o
que se aproxima dos interesses de satisfação de pretensão anteriormente
abordados. Todavia, há de se arguir o que se aplica as condições referentes às
pretensões de teor imediato, aquelas que a satisfação não comporta mora.
O próprio legislador já resolveu tal questão nos parágrafos do Artigo 12°
conferindo exceções a este padrão de ordenação. A saber:
“§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão fundamentada. ”
Considerando alguns pontos que podem ser levantados em desacordo
com a proposta do dispositivo, os quais serão posteriormente explanados, há
de se observar com redobrada atenção algumas hipóteses determinadas pela
legislação nova.
No Inciso IX, ao afirmar que “a causa que exija urgência no julgamento,
assim reconhecida por decisão fundamentada” merece caráter de exceção a
esta regra, o legislador garantiu aos casos de prescrição urgente, pode-se
considerar aqui os que se encontrem regidos por liminar, prioridade na ordem
de mérito.
Ora, se o princípio primordial que tange a criação deste dispositivo é a
celeridade e proteção ao objeto mediado do processo, não faria sentido privar
os casos céleres de sua travessia. Entenda-se como urgentes os casos em que
existe o chamado “fumus boni iuris”3, nos quais o periculum in mora não pode
se sujeitar aos padrões de regulares de tempo. Não se pode exigir que uma
mulher em iminência de parto aguarde mais quinze minutos em uma fila de
banco. Ferir-se-ia in imediato a razoabilidade.
Outro ponto de imprescindível discussão é o que diz respeito às
alterações decorrentes de diligências ou reabertura do da instrução. Conforme
o que discorrem os parágrafos 4° e 5° da mesma lei.
3 Isso significa que há indícios de que quem está pedindo a liminar tem direito ao que está
pedindo. O nome estranho desse elemento vem do ditado popular de que ‘onde há fumaça, há
fogo. Em outras palavras, o magistrado não está julgando se a pessoas tem direito (isso ele só
vai fazer na sentença de mérito, quando decidir o processo), mas se ela parece ter o direito
que alega.
Após a inclusão do processo na lista cronológica de resolução, o
requerimento formulado pela parte não o altera para a decisão, exceto quando
implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em diligência.
Assim dispõe o parágrafo 4° do Artigo 12°.
Segundo o Artigo 130 do CPC anterior caberá ao juiz, de ofício ou a
requerimento da parte, determinar as provas necessárias à instrução do
processo, indeferindo as diligências inúteis ou meramente protelatórias. O que,
por abarco, possibilita duas deduções primárias: a um, que as modificações
que dizem respeito ao parágrafo 4° partem do juiz, a dois, que nem toda a
diligência fornecida será considerada.
O processo de conversão do julgamento em diligência decorre de
observações do próprio juiz, ou do desembargador em 2° instância, de que
faltam elementos necessários à produção do mérito pretendido pelas partes. É
uma forma de garantir toda a fundamentação concreta para a produção da
verdade processual.
Outra arguição torna-se pertinente: Realizadas as diligências, sendo,
pois, deferidas em juízo. Qual posição o processo ocupará na linha cronológica
dos fatos? O dispositivo em questão afirma que “o requerimento formulado pela
parte não o altera para a decisão, exceto quando implicar a reabertura da
instrução ou a conversão do julgamento em diligência”, mas isto não especifica
claramente a arguição erguida.
De sorte, o legislador novamente acerta ao fornecer a solução por meio
do parágrafo 5°, o qual diz: Decidido o requerimento previsto no § 4o, o
processo retornará à mesma posição em que anteriormente se encontrava na
lista. Portanto, uma vez realizadas as pendências que dariam caráter de
“exclusividade” ao processo, este retorna a sua posição original na ordem
cronológica; aguardando sua vez para o juízo de mérito.
Por fim, o parágrafo 6° também fornece duas hipóteses de exceção à
regra da organização cronológica definindo a colocação dos processos que
tiverem seu conteúdo ou acórdão anulado – salvo se em hipóteses de
necessidade de diligências; ou se enquadrar-se no inciso II do artigo 1.040 do
Novo CPC, que diz: “o órgão que proferiu o acórdão recorrido, na origem,
reexaminará o processo de competência originária, a remessa necessária ou o
recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação
do tribunal superior”.
Concordamos com o que disciplina Elaine Harzheim Macedo ao
considerar que tal questão, a de devolução de processos com conteúdo
anulado para a mais rápida remediação do problema, seja por contrariar a
orientação do tribunal superior, seja por qualquer outro vício de nulidade é
imprescindível para a manutenção do padrão desejado, uma vez que, já tendo
recebido mérito a coisa, e retornando por vício de qualquer espécie, fere uma
decisão já proferida, não tendo sentido trata-la como processo novo, e aloca-la
no final da fila.
No entanto, bem lembra a supracitada ao dizer que esses
procedimentos podem ser tidos como normas em branco, pois “o comando
padece do mal de um sem número de normas da ordem jurídica brasileira, ou
seja, não prevê sanção, criando o risco de configurar norma em branco,
circunstância que ensejaria o esvaziamento da proposta. Assim, posta como
está a disciplina, o caminho a seguir, em caso de descumprimento, seria
correição parcial, face à inversão da ordem de preferência”.
Configura, portanto, uma falha na configuração das forças coercivas de
manutenção da intenção jurídica. Disse, com propriedade, Blaise Pascal:
“A justiça sem a força é impotente; a
força sem a justiça é tirânica.”
Necessita-se no que tange a jurisprudência, ou legislações
complementares a posteriori, definir as sanções decorrentes do
descumprimento dos preceitos do artigo supracitado, a fim de garantir todas as
colocações pertinentes informadas.
2.2 Pontos negativos da inclusão do dispositivo no ordenamento jurídico
brasileiro
Em contrapartida, é necessário ressaltar que não é pacífico o
entendimento acerca das possíveis benesses que os preceitos insculpidos no
Artigo 12 do novo CPC, podem trazer para o melhor funcionamento da
máquina judiciária. Assim, dois principais problemas podem emergir,
suscitando, dessa forma, efeitos contrários aos pretendidos pelo legislador na
adoção desse dispositivo.
O primeiro questionamento em relação ao julgamento dos processos por
ordem cronológica, diz respeito aos problemas práticos que podem surgir em
sede de 1º grau de jurisdição. Como se sabe, existem as chamadas “varas
cumulativas”, que tratam não apenas de causas cíveis, como também de
processos de ordem criminal, empresarial, infancional etc. Por isso, questiona-
se, em sede de 1º grau de jurisdição, se essa regra do Artigo 12 será estendida
somente às causas cíveis ou se, também, para os processos de outra
natureza. Por esse motivo, árdua tarefa terá o juiz em estabelecer uma ordem
cronológica em situações como essa.
O segundo problema que pode aflorar desse dispositivo e, justamente
aquele que se incumbiu o legislador de amenizar ao criar essa regra, é a
possibilidade de se aumentar ainda mais a morosidade do sistema judiciário.
Esse mal, já lapidado no imaginário da população brasileira como característica
inerente do Poder Judiciário, cerceia um dos principais princípios do Direito
Processual, que é o acesso à justiça, uma vez que desestimula o interessado a
tentar receber uma prestação jurisdicional efetiva, levando-o, assim, a desistir
de sua pretensão ou resolvê-la por seus próprios meios, o que nem sempre é
desejável.
Quer se dizer com isso, que ainda que disciplinadas sete exceções do §
2 do Artigo 12 ao julgamento por ordem cronológica, o juiz tendo que julgar
processos de natureza complexa que, consequentemente demandam mais
tempo, impedirá a resolução de causas mais simples, levando a máquina
judiciária a uma morosidade mais extrema. Esse é o entendimento dos
magistrados Fernando da Fonseca Gajardoni, Luiz Dellore, Andre Vasconcelos
Roque e Zulmar Duarte de Oliveira Junior4, para os quais:
“Pois não há como se negar que com
a disposição, o aporte para julgamento de causas mais complexas (v.g. uma ação societária, uma ação civil pública ou de improbidade administrativa), impedirá o julgamento de questões mais simples cuja rápida solução é de manifesto interesse social (causas previdenciárias, que envolvam alimentos, execuções, despejos e procedimentos de jurisdição voluntária em geral, tais como interdições, alvarás para levantamento de valores, etc.). ”
Desse modo, para evitar que os transtornos que já acometem a nossa
máquina judiciária se agravem ainda mais, algumas medidas podem ser
adotadas. Pode-se, por exemplo, requerer que a regra do julgamento por
ordem cronológica não incida para as causas julgadas em sede de 1º grau de
jurisdição, ou seja, nas chamadas “varas cumulativas”, em que se torna tarefa
árdua para o magistrado estabelecer uma ordem cronológica de julgamento; ou
que se amplie as situações, mediante fundamento sólido, para a resolução
prioritária das causas de fácil e rápido julgamento.
Outro ponto que pode gerar controvérsias em relação a esse dispositivo,
diz respeito às consequências que podem derivar da não observância e
descumprimento, pelo julgador, da resolução das causas por ordem
cronológica. Como se verificou, o texto desse dispositivo silenciou no que diz
respeito às possíveis punições caso o juiz não julgue os processos de acordo
com a ordem cronológica.
Nesse sentido, apesar da boa-fé do legislador em tentar contornar os
males entranhados no Poder Judiciário, que impendem uma prestação
jurisdicional mais eficiente, é necessário tomar as devidas precauções para que
4 GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz; ROQUE, André Vasconcelos; JÚNIOR, Zulmar Duarte
de Oliveira: O julgamento dos processos em ordem cronológica no novo CPC. Disponível em: <
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI184582,11049-
O+julgamento+dos+processos+em+ordem+cronologica+no+novo+CPC>. Acesso em 11/07/2015.
não se incorra, mais uma vez, na velha prática famigerada tão adotada no
Brasil, que é a de remediar um mal com outro. Como é de conhecimento geral,
é fundamental o resgate daquilo que pode ser considerado a espinha dorsal do
Poder Público, que se chama legitimidade.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Tendo em vista as opiniões divergentes na doutrina, concluímos que as
implicações do dispositivo de número 12 do Novo CPC são vastas e
controversas. Não há como definir com propriedade quais exatamente serão as
consequências de sua aplicação prática, tão pouco se estas serão
majoritariamente positivas ou negativas.
No entanto, verificasse com propriedade que a vontade do legislador se
encontra perfeitamente alocada junto aos princípios da isonomia, igualdade e
justiça, buscando o combate a uma discricionariedade oposta aos princípios
que tangem a resolução dos processos.
Compreendemos, como solução para a problemática, a criação de
exceções posteriores, ou de declinações decorrentes das consequências
práticas da atuação dos magistrados. Não basta apenas propor a celeridade e
garantir a leitura e resolução dos processos independentemente de seu grau
de complexidade, é necessário compreender o humanismo da interpretação e
resolução das questões processuais, bem como o acumulo de trabalho
decorrente da atuação nas varas de primeiro grau.
A questão evidentemente se aloca, no momento, em suposições
metafísicas, depositando nós, confiança na resolução proposta e corroborando
as opiniões positivas relacionadas à celeridade processual e eficácia da
máquina pública, no que tange a resolução de questões litigantes ou não.
4. REFERÊNCIAS
DONIZETTE, Elpidio: Princípio da cronologia – art. 12 do projeto do novo código de
processo civil (ncpc). Disponível em: <
http://elpidiodonizetti.jusbrasil.com.br/artigos/121940199/principio-da-cronologia-
art-12-do-projeto-do-novo-codigo-de-processo-civil-ncpc >. Acesso em 11/07/2015.
GRINOVER, Ada Pellegrini ; CINTRA, Antônio Carlos de Araújo ; DINAMARCO, Cândido
Rangel . Teoria geral do processo. 25. ed. São Paulo: Malheiros Ed., 2009.
GAJARDONI, Fernando da Fonseca; DELLORE, Luiz; ROQUE, André Vasconcelos;
JÚNIOR, Zulmar Duarte de Oliveira: O julgamento dos processos em ordem
cronológica no novo CPC. Disponível em: <
http://www.migalhas.com.br/dePeso/16,MI184582,11049-
O+julgamento+dos+processos+em+ordem+cronologica+no+novo+CPC>. Acesso em
11/07/2015.