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PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOS PUBLICAÇÃO MENSAL- DEP. LEGAL Nº6711/93 - ANO XXXIV- online nº 1 (322)- MAIO 2014 ELE RESSUSCITOU!... Estamos a viver um tempo forte de re- conciliação, perdão e libertação : a Páscoa em 2014. A Páscoa , esta ressurreição para a plenitude corpóreo – temporal, in- quieta sobremaneira o meu ser.É pro- vável que vós , como eu ,seres criados e amados por Aquele que é o Filho do Homem e ,por isso , também essen- cialmente o Filho de Deus , vos ques- tioneis sobre o mistério glorioso da ressurreição de Cristo?!... Sabemos que Ele ressuscitou e nos en- sinou desta maneira amorosa e sofre- dora da Sua paixão e morte o caminho da plenitude da vida.. Mas a que pre- ço?!... O PREÇO DA CRUZ... Cruz como símbolo real do sofrimento , da mortificação, do EU para a elevação do homem coletivo nascido e motiva- do para a comunhão plena de Amor com Deus. É maravilhosa a perspetiva de uma comunhão assim , de vida de amor entre Deus e os Seus filhos adotivos , resgatados do singularismo e da divi- são por Cristo. A maioria de vós jovens e casais ,que ledes este jornal, fizestes , como eu , no vosso Convívio a experiência , para muitos talvez a primeira , no silêncio dos vossos corações , de Jesus RES- SUSCITADO. Há momentos de silêncio no nosso convívio onde o nosso passado revela as nossas fraquezas , as nossas faltas de amor, o nosso pecado. Todos nós manifestamos no nosso compromis- so um desejo forte de uma “ ressurrei- ção ” interior na nossa vida , que nos transformasse e transbordasse para o mundo à nossa volta. O desejo forte de no mundo onde iamos regressar , passarmos a ser fermento de amor a transformar o mundo de ódio , de au- sência de Deus em que viviamos e que iamos reecontrar. Eu como vós tivemos medo de regres- sar a esse nosso mundo , tivemos medo de nos separarmos dessa co- munhão de AMOR fraterno que nos transformou.!.. Aprendemos também lá que o nosso Deus não é um Deus de facilidades ou de artificialidades.É um Deus exigen- te , que não transige com mediocrida- des , com falta de amor e nos afirma categoricamente . EU SOU O CAMI- NHO A VERDADE E A VIDA !... Por isso agora é neecessário percor- rermos sem medo e sem receio o ca- minho que Ele nos ensinou no nosso convívio : EU SOU O CAMINHO e, quem nele caminhar, não anda nas trevas. Não basta , por isso , apenas recor- darmos com saudade o nosso convi- vio e dizermos como Pedro no monte TABOR . “ Senhor é bom estarmos aqui .(Cf Mt.17,4 )” E no 4º dia que nós também hoje , devemos fazer uma passagem ( Pás- coa ) da nossa vida de apatia e indife- rença de Deus , para uma vida nova de AMOR no esforço pela construção de um mundo novo , a construção da civilização do AMOR pelo AMOR de Deus resgatada. Convivas , amigos , vivamos intensa- mente este tempo pascal em que , con- templado na paisagem que nos rodeia o renascer da natureza e a beleza das flores do campo , procuremos tam- bém , como homens e mulheres res- suscitados , sermos no mundo de hoje , sobretudo , no meio dos jovens , com a nossa vida , o nosso amor , tam- bém verdadeiras “ testemunhas do sepulcro de Cristo vazio “ ELE RES- SUSCITOU E ESTÁ NO MEIO DE NÓS. ( Tó – ZÉ ,C.F. 405 ) Mensagem pascal do Papa Francisco Ressoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (...). Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28,5-6). Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucifi- cado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensa- gem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte. Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um teste- munho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é per- manecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto. Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado! Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos. Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices. Tornai-nos capazes de prote- ger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os ido- sos, por vezes objeto de ex- ploração e de abandono.Fazei que possamos cuidar dos ir - mãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daque- les que são afetados por tan- tas outras doenças, que se di- fundem também pela negligência e a pobreza extre- ma. Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos por - que foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sa- cerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo. Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar li- vremente a sua fé. Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente! Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as con- sequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada. Jesus glorioso, pedimo-Vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos. Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul. Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela. Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que se- guem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacio- nal, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País. Que eles como irmãos possam cantar ‘Xphctoc Bockpec’. Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra:Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! "Christus surrexit, venite et videte!" Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa! O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO Os primeiros cristãos “ eram assiduos no ensino dos Apóstolos , à união fraterna, à fração do pão e às orações.Perante os inumeraveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos , o temor dominava todos os espíritos . Todos os crentes viviam unidos epossuiam tudo em comum. ( Act.4 , 32)

BALADA DA UNIÃO Nº1

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PROPRIEDADE: CONVÍVIOS FRATERNOS*DIRECTOR REDACTOR: P. VALENTE MATOSPUBLICAÇÃO MENSAL- DEP. LEGAL Nº6711/93 - ANO XXXIV- online nº 1 (Nº 322)- MAIO 2014

ELE RESSUSCITOU!...Estamos a viver um tempo forte de re-conciliação, perdão e libertação : a Páscoa em 2014.A Páscoa , esta ressurreição para a plenitude corpóreo – temporal, in-

quieta sobremaneira o meu ser.É pro-vável que vós , como eu ,seres criados e amados por Aquele que é o Filho do Homem e ,por isso , também essen-cialmente o Filho de Deus , vos ques-tioneis sobre o mistério glorioso da ressurreição de Cristo?!...Sabemos que Ele ressuscitou e nos en-sinou desta maneira amorosa e sofre-dora da Sua paixão e morte o caminho da plenitude da vida.. Mas a que pre-ço?!... O PREÇO DA CRUZ... Cruz como símbolo real do sofrimento , da mortificação, do EU para a elevação do homem coletivo nascido e motiva-do para a comunhão plena de Amor com Deus.É maravilhosa a perspetiva de uma comunhão assim , de vida de amor entre Deus e os Seus filhos adotivos , resgatados do singularismo e da divi-são por Cristo.A maioria de vós jovens e casais ,que ledes este jornal, fizestes , como eu , no vosso Convívio a experiência , para muitos talvez a primeira , no silêncio dos vossos corações , de Jesus RES-SUSCITADO.Há momentos de silêncio no nosso convívio onde o nosso passado revela as nossas fraquezas , as nossas faltas de amor, o nosso pecado. Todos nós

manifestamos no nosso compromis-so um desejo forte de uma “ ressurrei-ção ” interior na nossa vida , que nos transformasse e transbordasse para o mundo à nossa volta. O desejo forte de no mundo onde iamos regressar , passarmos a ser fermento de amor a transformar o mundo de ódio , de au-sência de Deus em que viviamos e que iamos reecontrar.Eu como vós tivemos medo de regres-sar a esse nosso mundo , tivemos medo de nos separarmos dessa co-munhão de AMOR fraterno que nos transformou.!..Aprendemos também lá que o nosso Deus não é um Deus de facilidades ou de artificialidades.É um Deus exigen-te , que não transige com mediocrida-des , com falta de amor e nos afirma categoricamente . EU SOU O CAMI-NHO A VERDADE E A VIDA !...Por isso agora é neecessário percor-rermos sem medo e sem receio o ca-minho que Ele nos ensinou no nosso convívio : EU SOU O CAMINHO e, quem nele caminhar, não anda nas trevas.Não basta , por isso , apenas recor-darmos com saudade o nosso convi-vio e dizermos como Pedro no monte TABOR . “ Senhor é bom estarmos aqui .(Cf Mt.17,4 )”E no 4º dia que nós também hoje , devemos fazer uma passagem ( Pás-coa ) da nossa vida de apatia e indife-rença de Deus , para uma vida nova de AMOR no esforço pela construção de um mundo novo , a construção da civilização do AMOR pelo AMOR de Deus resgatada.Convivas , amigos , vivamos intensa-mente este tempo pascal em que , con-templado na paisagem que nos rodeia o renascer da natureza e a beleza das flores do campo , procuremos tam-bém , como homens e mulheres res-suscitados , sermos no mundo de hoje , sobretudo , no meio dos jovens , com a nossa vida , o nosso amor , tam-bém verdadeiras “ testemunhas do sepulcro de Cristo vazio “ ELE RES-SUSCITOU E ESTÁ NO MEIO DE NÓS.

( Tó – ZÉ ,C.F. 405 )

Mensagem pascal do Papa FranciscoRessoa na Igreja espalhada por todo o mundo o anúncio do anjo às mulheres: «Não tenhais medo. Sei que buscais Jesus, o crucificado; não está aqui, pois ressuscitou (...). Vinde, vede o lugar onde jazia» (Mt 28,5-6). Este é o ponto culminante do Evangelho, é a Boa Nova por excelência: Jesus, o crucifi-cado, ressuscitou! Este acontecimento está na base da nossa fé e da nossa esperança: se Cristo não tivesse ressuscitado, o cristianismo perderia o seu valor; toda a missão da Igreja via esgotar-se o seu ímpeto, porque dali partiu e sempre parte de novo. A mensa-gem que os cristãos levam ao mundo é esta: Jesus, o Amor encarnado, morreu na cruz pelos nossos pecados, mas Deus Pai ressuscitou-O e fê-Lo Senhor da vida e da morte. Em Jesus, o Amor triunfou sobre o ódio, a misericórdia sobre o pecado, o bem sobre o mal, a verdade sobre a mentira, a vida sobre a morte. Por isso, nós dizemos a todos: «Vinde e vede». Em cada situação humana, marcada pela fragilidade, o pecado e a morte, a Boa Nova não é apenas uma palavra, mas é um teste-munho de amor gratuito e fiel: é sair de si mesmo para ir ao encontro do outro, é per-manecer junto de quem a vida feriu, é partilhar com quem não tem o necessário, é ficar ao lado de quem está doente, é idoso ou excluído... «Vinde e vede»: o Amor é mais forte, o Amor dá vida, o Amor faz florescer a esperança no deserto.Com esta jubilosa certeza no coração, hoje voltamo-nos para Vós, Senhor ressuscitado!Ajudai-nos a procurar-Vos para que todos possamos encontrar-Vos, saber que temos um Pai e não nos sentimos órfãos; que podemos amar-Vos e adorar-Vos.Ajudai-nos a vencer a chaga da fome, agravada pelos conflitos e por um desperdício imenso de que muitas vezes somos cúmplices.Tornai-nos capazes de prote-ger os indefesos, sobretudo as crianças, as mulheres e os ido-sos, por vezes objeto de ex-ploração e de abandono.Fazei que possamos cuidar dos ir-mãos atingidos pela epidemia de ébola na Guiné Conacri, Serra Leoa e Libéria, e daque-les que são afetados por tan-tas outras doenças, que se di-fundem também pela negligência e a pobreza extre-ma.Consolai quantos hoje não podem celebrar a Páscoa com os seus entes queridos por-que foram arrancados injustamente dos seus carinhos, como as numerosas pessoas, sa-cerdotes e leigos, que foram sequestradas em diferentes partes do mundo.Confortai aqueles que deixaram as suas terras emigrando para lugares onde possam esperar um futuro melhor, viver a própria vida com dignidade e, não raro, professar li-vremente a sua fé. Pedimo-Vos, Jesus glorioso, que façais cessar toda a guerra, toda a hostilidade grande ou pequena, antiga ou recente!Suplicamo-Vos, em particular, pela Síria, a amada Síria, para que quantos sofrem as con-sequências do conflito possam receber a ajuda humanitária necessária e as partes em causa cessem de usar a força para semear morte, sobretudo contra a população inerme, mas tenham a audácia de negociar a paz, há tanto tempo esperada. Jesus glorioso, pedimo-Vos que conforteis as vítimas das violências fratricidas no Iraque e sustenteis as esperanças suscitadas pela retomada das negociações entre israelitas e palestinianos.Imploramo-Vos que se ponha fim aos combates na República Centro-Africana e que cessem os hediondos ataques terroristas em algumas zonas da Nigéria e as violências no Sudão do Sul.Pedimos-Vos que os ânimos se inclinem para a reconciliação e a concórdia fraterna na Venezuela.Pela vossa Ressurreição, que este ano celebramos juntamente com as Igrejas que se-guem o calendário juliano, vos pedimos que ilumine e inspire as iniciativas de pacificação na Ucrânia, para que todas as partes interessadas, apoiadas pela Comunidade internacio-nal, possam empreender todo esforço para impedir a violência e construir, num espírito de unidade e diálogo, o futuro do País. Que eles como irmãos possam cantar ‘Xphctoc Bockpec’.Pedimo-Vos, Senhor, por todos os povos da terra: Vós que vencestes a morte, dai-nos a vossa vida, dai-nos a vossa paz! "Christus surrexit, venite et videte!" Queridos irmãos e irmãs, feliz Páscoa!

O MEU AVIVAR DE COMPROMISSO

Os primeiros cristãos “ eram assiduos no ensino dos Apóstolos , à união fraterna, à fração do pão e às orações.Perante os inumeraveis prodígios e milagres realizados pelos Apóstolos , o temor dominava todos os espíritos . Todos os crentes viviam unidos epossuiam tudo em comum. ( Act.4 , 32)

Balada da União Maio 20142

As eleições para o Parlamento Europeu terão lugar de 22 a 25 de maio de 2014. O resultado configurará esta instituição da União Europeia para os próximos cinco anos e terá grandes im-plicações para aqueles que vão conduzir a Un-ião ao longo dos próximos anos.É essencial que os cidadãos da UE participem do processo democrático por meio do seu voto no dia das eleições. Quanto mais forte a partic-ipação eleitoral, mais forte sairá o novo Parla-mento.A aproximação das eleições oferece ao conjunto da socie-dade europeia a oportunidade de debater as questões socioeco-nómicas centrais que irão mol-dar a União nos próximos anos. Sentimos que é nosso dever, como Bispos da COMECE, oferecer orientação ao eleitor da UE na formação da sua con-sciência, e queremos fazê‐lo destacando questões de relevo e avaliando-¬‐as sob o prisma da doutrina social da Igreja.Ainda que falemos, em primeira lugar, aos ci-dadãos da UE que são católicos, esperamos que o nosso juízo possa ser igualmente escutado por todos os homens e mulheres de boa vonta-de empenhados no êxito do projeto europeu. Esperamos que a nossa voz seja ainda ouvida por aqueles que se candidatam nas presentes eleições para o Parlamento Europeu.Começamos por chamar a atenção para as seguintes considerações gerais:1. Votar é ao mesmo tempo direito e dever de cada cidadão da UE. Milhões de jovens ci-dadãos vão votar pela primeira vez: estudantes, no mercado de trabalho ou, muitos, infeliz-mente, desempregados. Instamos os nossos jov-ens a fazer ouvir a sua voz participando no de-bate político e, sobretudo, votando.2. É importante que aqueles que aspiram a ser eleitos pela primeira vez ou que buscam a ree-leição para o Parlamento Europeu estejam cientes dos danos colaterais da crise económica e bancária iniciada em 2008. O Papa Francisco chamou publicamente a atenção para a difícil situação dos pobres e vulneráveis, jovens e pes-soas com deficiência, não esquecendo aqueles recentemente empurrados para a pobreza pela crise. O número dos "novos pobres" cresce a um ritmo alarmante.3. A mensagem cristã é de esperança. É nossa convicção de que o projeto europeu inspira-¬se por uma visão nobre da humanidade. Os ci-dadãos, comunidades e até mesmo os Esta-dos-¬nação devem ser capazes de pôr de lado o interesse particular em busca do bem comum. Era de esperança a exortação Ecclesia in Europa do Papa João Paulo II, de 2003, e é com uma confiança firme num futuro melhor que a Igreja aborda o desafio europeu.4. A temperança é uma das virtudes naturais no centro da espiritualidade cristã. Uma cultura de moderação deve inspirar a economia social de mercado e a política ambiental. Temos de aprender a viver com menos e procurar que as pessoas em situação de pobreza real participem de uma forma mais equitativa na distribuição dos bens.Existem áreas específicas de política da UE para as quais chamamos igualmente a atenção dos nossos concidadãos:1. É importante que o movimento em direção à unidade na UE não sacrifique o princípio da subsidiariedade, um pilar básico da família úni-ca de Estados-¬nação que constitui a UE, nem comprometa as tradições duradouras existentes nos Estados-¬Membros.2. Outro pilar da União, e também um princí-pio fundamental da doutrina social da Igreja, é a solidariedade. Esta deve presidir à política, na UE, a todos os níveis, entre nações, regiões e grupos populacionais. Precisamos construir um mundo diferente, baseado na solidariedade.

3. É essencial lembrar que a sustentar todas as áreas da política socioeconómica encontra-¬‐se uma visão do homem enraizada no profundo respeito pela sua dignidade. A vida humana deve ser protegida desde o momento da con-ceção até à morte natural. A família, célula-¬‐base da sociedade, também deve gozar também da proteção de que necessita.4. A Europa é um continente em movimento e a migração-¬ interna e de fora – tem impacto

na vida dos indivíduos e da sociedade. A UE tem uma fronteira externa comum. A responsa-bilidade da receção e integração dos imigrantes e requerentes de asilo precisa ser compartilhada proporcionalmente pelos Estados-Membros. É de vital importância que o tratamento de mi-grantes nos pontos de entrada seja humano, que os seus direitos humanos sejam escrupulosa-mente respeitados e que, posteriormente, todos os esforços sejam envidados, inclusivamente pelas Igrejas, para garantir uma boa integração nas sociedades de acolhimento no seio da UE.5. Somos guardiães da criação e devemos apro-fundar a nossa determinação de respeitar e at-ingir as metas de emissão de CO2, promover o entendimento internacional sobre as alterações climáticas, comprometermo-nos com uma abordagem mais ecológica e insistirmos em que a sustentabilidade é um elemento fundamental de qualquer política de crescimento ou desen-volvimento.6. A liberdade religiosa é uma característica fundamental de uma sociedade tolerante e ab-erta. Esta liberdade inclui o direito de manifes-tar as suas crenças em público. Congratulamo‐nos com as orientações da UE sobre a promoção e defesa da liberdade de religião e crença e espe-ramos que o novo Parlamento Europeu intensi-fique o seu trabalho nesta importante matéria.7. Apoiamos todas as medidas para proteger o dia comum de descanso semanal, que é o do-mingo.8. Ao longo dos próximos cinco anos as alter-ações demográficas terão um impacto profun-do na vida da UE. Apelamos, em nome dos nos-sos cidadãos mais idosos, para o nível e qualidade dos cuidados a que têm direito, sem deixar de apelar igualmente para políticas que criem novas oportunidades para os jovens.A União Europeia encontra-se num ponto deci-sivo. A crise económica, desencadeada pelo co-lapso do sistema bancário de 2008, veio tornar mais tensas as relações entre os Estados-Mem-bros, constituiu um desafio ao princípio funda-mental da solidariedade entre as partes da Un-ião e deixou na sua esteira a pobreza crescente de um grande número de cidadãos e a frus-tração das perspetivas de futuro de muitos dos nossos jovens. A situação é dramática, para muitos até mesmo trágica. Nós, Bispos Católi-cos, apelamos a que o projeto europeu não seja posto em risco ou abandonado na presente sit-uação de dificuldades. É essencial que todos nós – políticos, candidatos, todos os interessados – contribuamos de forma construtiva para mol-dar o futuro da Europa.Temos demasiado a perder se o projeto europeu descarrilar. É essencial que todos nós cidadãos europeus compareçamos às urnas de 22 a 25 de maio. Nós, Bispos, instamos a que se vote seguindo os ditames de uma consciência infor-mada.

As eleições de 2014 para o Parlamento Europeu“Declaração dos Bispos da COMECE”Se me perguntarem se gosto do mês de

maio, a resposta tem que ser afirmativa. Penso mesmo que outros enfileiram na mesma opinião, apresentando muitas ra-zões justificativas.Mesmo que não queira, associo o mês de maio ao sol radioso, que, entrando pela casa dentro, logo, desde manhãzinha, vai aquecendo e iluminando, num crescente maravilhoso até que as nuvens do poente o escondam. Penso também nos campos lavrados, nas videiras, ostentando, vaido-sas, cachos de uvas. Regalo-me com os jardins floridos que me encantam os olhos com a variedade infinita das suas cores ou com os prados doirados de pampilhos.Extasiam-me os montes agrestes escon-dendo a sua dura agressividade debaixo do amarelo desesperado das flores do mato e das giestas. Eu sei que de vez de em quando – só de vez em quando – o mês de maio toma ares de mau. Normalmente ao entardecer cobre-se de nuvens pesadas, escuras; o ar aquece e desaba em fortes trovoadas, acompanhadas de fusilaria medonha dos relâmpagos e das bátegas inclementes de água que, em poucos mi-

nutos, provocam enxurrada.É o acordar de um mau sonho, o alvorecer lavado de nuvens, fazendo verdadeiro o aforismo popular: “depois da tempestade, vem a bonança”. Apesar de toda a poesia que , de facto, emoldura o mês de maio, permitam-me que, até por isso, o associe à virgem Santíssima. Na verdade, toda a be-leza atrás, descrita se reflete, em sentido espiritual, em Maria.De Maria nos veio Jesus, o sol da justiça que ilumina todo o homem que vem a este mundo. (Jo 1,9) Ela é a alvorada radiosa que anuncia à humanidade inteira a hora da graça. Ela é a cheia de graça e, por isso, a mais bela a mais cumulada de dons, a privilegiada entre todas as criaturas. Ela, é a filha predileta de Deus Pai, a mãe sem-pre virgem de Deus Filho e a esposa cas-

tíssima de Deus Espírito Santo.São muito belos os jardins salpicados de flores mas, diante da beleza de Maria, ex-tasiam-se os próprios anjos. Os santos no céu gozam da sua carinhosa presença, e todos os que ainda peregrinam neste mundo, a seu modo, celebram os seus lou-vores. Os poetas sentem-se inspirados diante da sua imagem; os pintores procu-ram nas suas paletas os tons mais delica-dos para retratarem, bem longe da reali-dade, a sua beleza; os músicos, desafiando os coros angélicos, compõem, em seu lou-vor, desde as melodias mais ingénuas, até às sinfonias mais harmoniosas. Os teólo-gos estudam as maravilhas que Deus ope-rou na sua alma; os apaixonados desejam imitar as suas excelsas virtudes. E todos, quase sem exceção, se ajoelham de mãos postas, implorando-lhe graças e agrade-cendo favores.É a chuva maravilhosa e fecundante da graça que se desprende do coração mater-

nal de Maria a inundar as almas e a fruti-ficar as suas vidas. Intensificar a oração participar nas devoções que, em todas as igrejas e capelas se realizam; cantar os lou-vores de Maria com mais fervor e entu-siasmo filial, são modos de celebrar, com certo proveito espiritual, o mês dedicado à virgem Santíssima. Será, porventura, o modo que mais lhe agrada?Vejamos: Maria é Mãe. Ela é Mãe de todos os homens e deseja acolher no seu regaço a humanidade inteira. Como mãe, ela só deseja o bem dos seus filhos.Certamente que também o material, mas, sobretudo, o bem espiritual. Ela deseja que todos, um dia, participem, a seu lado, da bem-aventurança do céu.Como Mãe, Maria deseja rever-se nos seus filhos.Devemos parecer-nos com ela, ao menos na medida dos nossos limites, ajudados pela sua mão carinhosa. Por isso, a verda-deira devoção a Maria, é aquela que con-duz os cristãos à imitação das suas virtu-des, embora sabendo que ficaremos muito longe do modelo, mas querendo dele aproximar-nos cada vez mais.Celebrar, como convém, o mês de Maria – o mês de maio – é procurar intensificar, nestes trinta e um dias, aquilo que se deve praticar durante toda a vida.Maria é a “serva do Senhor” - Aprenda-mos o valor do serviço, o verdadeiro estilo da vida sem o servilismo atrofiador da personalidade, mas conscientes de que “servir é reinar”.Maria é a “Virgem – Mãe de Deus”.Saibamos apreciar a virtude da castidade – segundo o estado de cada um - e, num mundo que já se ri da palavra “virginda-de”, sejamos sem pejo, as “aves raras” que ainda acreditam nestes valores, que fluem do Evangelho de Cristo.Maria é a “Virgem Fiel” - Acreditamos que é na fidelidade às exigências do Se-nhor, que quase sempre nos pedem algum sacrifício, que daremos à Senhora que é nossa mãe, a alegria de cumprirmos a sua ordem, tão maternal, das Bodas de Caná!“Fazei tudo o que ele vos disser”.E poderíamos lembrar aqui tantos outros títulos de Maria. Ela é a nossa especial in-tercessora junto de Deus.Peçamos sempre, mas sobretudo neste mês, como o poeta:

“Senhora do mês de maio sempre linda em teu altar; Seja este mês um ensaio P`ra quem no céu quer cantar.”

Fátima Braga Macieira de Cambra

MÊS DE MAIO – MÊS DE MARIA

Foi a 24 de maio de 1994 que , depois de uma longa reflexão e preparação , o Movimento dos Conví-vios –Fraternos , fundado em maio de 1968 para dar resposta aos problemas humanos e religiosos dos jovens , numa linha de prevenção , fundou o Centro Social de Apoio a Toxicodependentes Con-vívios – Fraternos II e abriram ,em 24 de maio de 1994 , a 1º comunidade Terapêutica , com o nome de Santa Luzia , destinada a ”RECONSTRUIR “ , através de tratamento biopsicossocial , administra-do por uma equipa terapêutica para o efeito espe-cializada , 17 jovens que haviam destruído a sua felicidade e a sua vida em todas as dimensões pelo consumo de substâncias psicoativas.Rapidamente a lotação da comunidade se esgotou e , dois anos depois , surgiu a 2ª Comunidade Tera-pêutica , para 28 doentes.Mil e cinco jovens durante estes 20 anos , comple-tando ou não o programa terapêutico , estiveram em tratamento nestas 2 comunidades terapêuticas e destes , algumas centenas “, RECONSTRUIRAM “ as suas vidas vivendo agora em estado de liber-tação total de drogas , ingressaram como cidadãos normais na sociedade , entraram no mundo do tra-

balho , nas mais diversas áreas profissionais no mundo do trabalho, constituíram família e recons-truiram a sua felicidade.Nos últimos 4 anos a realidade da instituição sofreu alterações substanciais. Abrindo o seu programa terapêutico a menores com problema de consumo de substâncias tóxicas , mantendo o seu objetivo principal “ RECONSTRUIR “ a vida do doente , os métodos de tratamento e as acções psicoterapêu-ticas sofreram alterações profundas nas suas abor-dagens e métodos de ação.A própria instituição que até então tinha o nome de “ Centro Social de Apoio a Toxicodependentes –Convívios –Fraternos II Reconstruir “ perante esta nova realidade , passou a chamar-se Centro Social Convívios – Fraternos e Projeto Reconstruir.Existindo uma percentagem de 20% de adultos em tratamento , o seu enquadramento com os meno-res, embora com especificidades diferentes nas abordagens e técnicas psico- pedagógicas, nos mé-todos de acão e no relacionamento social com maior abertura ao exterior , é uma maior valia na dinâmica pedagógico-disciplinar , responsabilizan-do os adultos na inter-ajuda e controle dos menores

e alertando os menores para a gravidade do uso de drogas na experiência destruidora e dramática das suas vidas.O OBJETIVO PRINCIPAL para todos nesta difícil crise de abstinência ( rotura de paixão ) ,é tentar levar cada doente , seja qual for a sua idade e os seus desvios comportamentais , a descobrir os ver-dadeiros valores da vida , com novas relações indi-viduais , familiares, sociais , profissionais e religio-sas , oferecendo-lhes todos os meios e fatores que os possam ajudar a criar novas motivações e novos objectivos para dar validade e sentido à sua vida.A intervenção dos terapeutas e de todos os agentes interiores e exteriores envolvidos no tratamento e reinserção dos residentes basear-se-á sempre no respeito pelos direitos fundamentais , tendo tam-bém em conta as necessidades do mesmo, e será realizada a nível individual ,de grupo e familiar.Tu que fizeste nesta instituição o teu tratamento e neste momento estás liberto de substâncias tóxicas , vem connosco , no próximo dia 24 de maio , re-cordar na Instituição um passado reconstruido , tes-temunhar o presente e sonhar o futuro.

A VOZ DA MUDANÇAQuantas vezes o que chora não é consolado,Esta indiferença não se compadece.Choram porque um dia a vida os deixou de lado,E o Homem, sem Amor, não se reconhece.E feliz de todo aquele que é pobre;E feliz de todo aquele que é humilde;E felizes são os puros de coraçãoPorque deles é o Reino dos Céus!Partiremos! Somos a voz da mudança:O nosso porto é a “Paz”, o nosso barco “Esper-ança”!Chegaremos! E todos saberão:Nós trazemos o “Amor” e o “Perdão”!Se o Mundo inteiro, um dia, nos ouvisseE parasse um pouco para se olhar?Se neste percurso, tudo o que descobrisse,Fosse capaz de partilhar?Quantos Homens, de justiça, têm sede e fome?Mas, o Mundo teima num laço perdido.Gritam sempre o mesmo nome…Cristo! Só Tu tens sentido!Partiremos! Somos a voz da mudança:O nosso porto é a “Paz”, o nosso barco “Esper-ança”!Chegaremos! E todos saberão:Com “Amor” nós celebramos o “Perdão”!

– Nuno Santos –

MOVIMENTO DOS CONVÍVIOS FRATERNOSCONVÍVIOS – FRATERNOS :PROJETO RECONSTRUIR

20 ANOS A “ RECONSTUIR “ FELICIDADES PERDIDAS

JOVENS EM ALERTA Maio 20144

Esta foi a grande Descoberta que os quarenta e dois jovens do Convívio Fraterno 1238 reali-zado nos dias 1, 2 e 3 de março em Eirol, fize-ram.Essa incrível (re)Descoberta foi sendo feita através de pequenas, mas intensas descobertas que os marcaram profundamente. Estes jo-vens descobriram que afinal o desconhecido é apenas o vazio resultante de não nos conhe-cermos. E na medida em que se iam identifi-cando com o que ouviam e foram encontran-do respostas para as suas dúvidas, deixaram-se cativar pela Boa Nova de Cristo e encontra-ram o Seu rosto e o Seu Amor dentro de seus corações. Os jovens do CF1238 não revelaram relutância alguma em compreender que so-mos magníficas obras de Deus, somos Seus filhos muito amados e que é na doação total a Cristo e aos irmãos que completamos a mis-são que Deus tem para cada um de nós: ser-mos felizes!Realmente foi muito intensa a experiência de Amor vivida em Eirol por todos os que parti-ciparam neste convívio e no final dos três dia a alegria espalhada nos rostos de todos era evi-

dente que tinham compreendido que só uma coisa tem sentido na vida dos jovens cristãos: Amar ao jeito de Jesus.No encerramento, realizado no Salão Paro-quial de Cortegaça (o nosso muito obrigado aos jovens que prepararam o espaço), a pala-vra AMOR foi a mais ouvida nos testemunhos destes novos membros desta família. Estes jo-vens transmitiram o que descobriram: que a perfeição do amor é Deus que nos criou para amarmos e sermos amados. Conscientes que este Amor que nos é dado pelo Pai só faz sen-tido se partilhado e oferecido aos outros, sa-bem que agora têm um compromisso a assu-mir, uma missão a cumprir e que todos nós, a família conviva, estaremos sempre presentes para os ajudar a conjugar o verbo AMAR, vi-vendo, transmitindo e testemunhando a Sua Palavra.De facto, os novos convivas e toda a equipa viveram o Amor de Deus que é maravilhoso!

A Equipa Coordenadora do CF 1238

Lu Santos

Passaram alguns anos...

…é certo, tão certo como o ar que respiro. Contudo, o senti-mento daqueles 3 dias vividos numa casa fria e húmida, em Abril de um ano ainda do século [e milénio] passado, continua a ecoar ao longo da linha do horizonte que define a minha alma, tão certo, todos os dias, como a manhã que se levanta. Uma idade idiota, parva até, vestida num miúdo sub-16 algo mimado a quem sempre faltara pouco, apesar de tudo. Com mais 77, embarquei no CF 578 rumo à aventura no dia 22 de Abril de 1994, à noitinha… o “Amanhã” que se cantou, prome-tia 3 dias intensos no meu interior.Ao início, custou-me a entender os fios de amizade tricotados entre os companheiros de cadeira da sala de testemunhos e do refeitório, mas lá me deixei levar, já que não tinha outros pla-nos para aqueles dias; e em apenas 3, conheci realidades pes-soais, sociais e profissionais diferentes da minha, algumas que até aí eu reputava como sendo de pura “ficção”. Como uma esponja, absorvi cada minuto do Convívio-Fraterno como se fosse o último da minha vida. Quanto mais ouvia, mais rico e pequeno me sentia: não foram só as experiências dos testemu-nhos, mas também as partilhas dos colegas de quarto, dos co-legas de corredor e dos colegas dos banhos-de-água-fria (sim, porque isso de água-quente-em-Eirol é uma expressão de luxo relativamente recente).Sem O notar a mover-se por entre os ramos, e sem O procurar nas alturas ou na escuridão, Ele ia ficando cada vez mais junti-nho a mim, dentro do meu ser, no coração. Senti-O tão perto de mim, que parecia que até Lhe podia tocar. “Pegadas na areia”? Ah! Como de repente esses ditos passaram a fazer sen-tido. Então, ajustei-me confortavelmente no Seu regaço e dei-xei que mais uma vez Ele me carregasse.O que se passou? Não foi um passe de mágica: Deus esteve lá, de braços abertos para acolher todos aqueles que procuravam respostas e soluções, e Deus não é mágico… foram 3 dias na “Casa de Deus” que valem mais que milhares fora dela. Porque Deus vive-se, Deus sente-se, Deus AMA-SE!Aquilo que hoje sou, deve-se em grande parte a esta aventura do CF 578, que molda os meus comportamentos, modera as minhas atitudes e reconforta os meus desaires. Sei, no entanto, que tenho ainda uma longa jornada interior para conseguir ser uma melhor imagem d’Ele, ser verdadeiramente pobre e hu-milde, e ser humildemente feliz, ao género das “Bem-Aventu-ranças”; reconforta-me, porém, este caminho que caminho sem ver, longo e duro, mas que tem sido tão divertido: é a mi-nha Grande Viagem, o Grande Convívio-Fraterno da vida! Com orgulho, “Sou Conviva, eu quero seguir as pegadas de Cristo Jesus”.

– Nuno Santos –

Vivemos o Caminho da Cruz

“Tenham em vocês os mesmos sentimentos que havia em Jesus Cristo: Ele tinha a condi-ção divina, mas não se apegou à sua igualda-de com Deus. Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tor-nando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem, hu-milhou-se a si mesmo, tornando-se obedien-te até a morte, e morte de cruz!” (Fl 2, 5-8)Na fria noite de 22 de Março, a diocese Porto-Sul esteve reunida na freguesia de Fajões para viver o Caminho da Cruz. Nas ruas envolven-tes a Igreja Matriz, foi encenada pelos vários núcleos de jovens da diocese a Via Sacra - desde o Palácio de Pilatos até Gólgota e o Santo Sepulcro. A maioria das estações foi representada nos jardins e varandins de casas de habitantes das redondezas, que ao nosso pedido não hesitaram em dizer que sim e a quem desde já deixamos o nosso muito obri-gado pela disponibilidade e hospitalidade. André Silva partilhou connosco: “(...) Para mim tornou-se um grande símbolo, o símbo-lo de receber Jesus em nossas casas, sermos

uma família. Eu estou a tua porta e chamo, se me a abrires, entrarei...”.Durante o caminho refletimos sobre os dra-mas da atualidade, mas mais ainda: repensa-mos as nossas próprias falhas de errantes pe-regrinos e assim preparamos o nosso coração para a festa da Ressureição. Terminamos, como não podia deixar de ser, com um ban-quete Pascal, a Celebração Eucarística – sím-bolo próprio de todos os encontros do nosso Movimento. No fim petiscamos num peque-no lanche-convívio, momento de convívio e reencontro para os elementos desta família. Nem o frio, os pingos de chuva que aparece-ram pelo caminho, nem a hora tardia ou a falta de lugares sentados para todos na Igreja, demoveram as centenas de jovens que estive-ram connosco nesta noite, bem-haja. A res-ponsabilidade, o esforço e sacrifício vivido por todos os elementos do nosso grupo na preparação desta atividade, foi em tudo re-compensado pelo Amor Fraterno que pude-mos sentir nesta noite.

Pelo Grupo de Jovens Emanuel de Fajões,Sara Rocha, CF 1021

Via Sacra encenada pela diocese do Porto-Sul

“O amor do Senhor é maravilhoso... grande é o amor de Deus”

JOVENS EM ALERTAMaio 2014 5

Do dia 24 ao 27 de Abril, reali-zou-se na Diocese de Coimbra o CF 1246, no Seminário dos Dehonianos em Coimbra.Nos dias de hoje, em que todos temos muito que fazer… 18 jo-vens de várias paróquias da Dio-cese disseram SIM!Sim ao desafio de parar durante 3 dias, e experimentarem algo dife-rente. Mesmo sem saber ao certo ao que vinham, arriscaram e vie-ram…Tendo a coragem e disponibilida-de interior para serenar, abrir os seus corações a Deus e deixa-LO entrar, acolhendo-O e deixando-se acolher por este PAI que é Amor Nele Todo.Cada um à sua maneira, foi des-cobrindo-se e aprofundando o conhecimento do seu íntimo, tendo consciência que não esta-

mos aqui por acaso… mas ape-nas e só, porque Deus nos criou por AMOR e nos ama infinita-mente.Tivemos oportunidade de redes-cobrir e estreitar a relação com ELE, houve festa e ritmos de dan-ça, porque fomos acolhidos no colo do PAI.A tomada de consciência que no peito levamos uma cruz e no co-ração, tudo aquilo que ao longo dos 3 dias nos disse Jesus. Levou-nos a testemunhar, mostrando a nossa herança, dizendo aos ou-tros que não somos apenas jo-vens, mas sim, jovens profetas dos Céus.Sendo herdeiros de Cristo, temos a obrigação de tornar o meio onde vivemos mais justo e mais fácil…

Pela Equipa CoordenadoraManuel António Marques

E 1, e 2, e 3, e 4 aqui vai o CF 1234 !!

Ao todo, 28 jovens portugueses ou de origem portuguesa curiosos, mas tam-bém desejosos de viver a tal “experiên-cia” de que muitos falam !E assim foi, nos dias 21, 22 e 23 de Feve-reiro de 2014, nos arredores de Paris.Pousar as malas num pequeno quarto.. Pôr de lado o dia a dia… Parar e partir à procura de Algo que preencha mais e melhor a vida de cada um, por vezes cheia de nada...Foi ser si próprio, na simplicidade das nossas fragilidades, feitios e muitos do-tes.Foi ir ao encontro de Deus, Daquele que muito e mais nos ama.Para outros, ir ao reencontro Daquele que nunca desistiu de nós e tudo perdoa.Ah como é bom se sentir Filho de Deus, Profeta, Sacerdote e Rei ! Peça única !E agora ? Agora é tempo de irradiar este Amor, esta Alegria plena e verdadeira, à luz do Evangelho de Jesus Cristo à todos

e em todos os lugares ! Porque, afinal, não será esse o único e maior pecado, o de não amar?Ser conviva é ser cristão, é ser mensagei-ro de Jesus Cristo, Daquele que pela cruz nos ama e salva. É viver a Sua Palavra de Amor, acima de tudo e de todos.E ser livre, livre de dizer NÃO; não à me-diocridade das nossas vidas, ao commo-dismo que nos leva ao mínimo, às injus-tiças entre os homens, a tudo o que reduz o ser humano à uma “marionete”.E ser livre de dizer SIM; sim a Deus, ao seu chamamento, ao Seu plano para humani-dade, ao empenho generoso, verdadeiro e desinteressado por um mundo melhor.Ser Cristão é lutar p’la Vida, superando as nossas dúvidas, porque sempre firmes da nossa Fé en Jesus Cristo e animados pelo Espírito Santo que nos guia!Por isso, caro(a) conviva, VAI ! Não te-mas ! Segura na mão de Deus e ama...

Equipa coordenadora CF 1234Isabel Cunha

ParisA tal “experiência” de que muitos falam!...

DIOCESE COIMBRASomos herdeiros…

CF 1246

Nos dias 1 a 3 de Março realizou-se o CF 1236 para jovens da diocese de Setúbal.A casa de férias da Casa do Gaiato na Arrábida foi o local onde se realizou o Convívio. Foi nesse local, onde ao acordar se vê o céu a tocar o mar, e onde a natureza nos fala de Deus, que mais uma vez um grupo de jovens ex-perimentou o amor misericordioso de Nosso Senhor Jesus Cristo.Sentimos que somos amados por Deus, que nos procura sem cessar. Perante a beleza da criação que con-templamos exclamamos, - foi para mim que Deus criou esta beleza!

Sentimo-nos Igreja em Comunhão porque a oração de muitos se tornou presente, e duma maneira muito es-pecial na oração e na presença do nosso Bispo, o que nos dá a certeza de que Cristo Ressuscitado nos congre-ga e nos torna Igreja viva.Confiados ao amor de Deus, à oração e união fraterna, queremos ser teste-munhas e levar a boa nova do Evan-gelho a outros jovens.

A equipa coordenadora

SetúbalCF 1236

Convívio Fraterno 1236 para a Diocese de Setúbal

d. José Cordeiro, Bispo de Bragança-Miranda, diz-nos, no seu livro Fé acreditada fé re-zada, que “a imagem da porta, muito apreciada por Jesus, con-tem uma enorme riqueza de sig-nificado para o discernimento da nossa fé. a porta é uma realidade que nos acompanha no nosso dia a dia. o nosso percurso quo-tidiano está ponteado de portas por onde entramos e por onde saímos. Portas que nos permi-tem acessos e nos preservam a intimidade. a porta marca uma fronteira, delineia uma escolha, permite um acesso; a porta tem esta dupla dimensão da abertu-ra e do encerramento”. Jesus convida-nos todos os dias

a entrar em Sua Casa e a ficar-mos com Ele. o convite que nos faz em Jo 1, 35-51, «vinde ver» não é simplesmente para entrarmos num lugar, mas numa intimida-de… «viver em Cristo».Em Jesus habita a plenitude da divindade; Ele tornou-se agora a nossa casa. Pondo a sua mora-da entre nós, permite-nos habi-tar nEle. Em Jesus entramos na intimidade com deus, Ele é a morada perfeita de deus e con-vida-nos a escolhe-lo como nossa morada…Mas, onde podemos encontrar Jesus e conhecer a sua mora-da?Certamente é no próximo que Jesus está presente, é ali que

“Chamados a amar!”

É com coração repleto de sentimentos verdadeiros que testemunho mais um encontro com o nosso amigo mais es-pecial, Jesus, com a realização de mais um convívio fraterno na diocese de Bragança-Miranda, nos dias 28 de Fe-vereiro a 2 de Março. Nestes dias ma-ravilhosos, recheados de pura magia, a família do CF 1235 teve oportunidade de testemunhar a Fé! Essa que é a luz das nossas vidas, a única que realmen-te consegue mover a montanha pesada que é a nossa caminhada enquanto jo-vens cristãos. Todos fomos “Chamados a amar!”, fomos chamados pela pessoa que mais nos amou até hoje, porque de facto é urgente recorrermos ao amor para solucionar os nossos problemas. Quantas oportunidades de amar já fo-

ram desperdiçadas por nós? O mundo precisa de amor, precisa de corações disponíveis a dar e a receber esse mes-mo amor! Enquanto continuarmos na correria do nosso dia-a-dia, sem tempo para olharmos o próximo, sem tempo para pararmos e rezarmos, sem tem-po para sentir o ar fresco da manhã, vamos continuar a deixar passar este sentimento que nos foi oferecido por Deus, nosso verdadeiro Pai, e mostrado e concretizado pelo seu filho, Jesus. To-dos nós durante estes 3 dias amamos de forma incondicional, a nós, ao outro e a Ele, e percebemos que assim tudo faz sentido ao nosso redor. “Deus é amor, atreve-te a viver por amor”, aceita este enorme desafio, que não é fácil mas acredita que é o mais saboroso de todos.

P’la equipa coordenadoraAna Saldanha

JOVENS EM ALERTA Maio 20146Bragança

Ele mora….Ele chama-nos a “ver”, a estar atentos e com os olhos bem abertos. Jesus escolheu-nos e quer que o vejamos. Quer que vivamos as Suas Pala-vras, os seus exemplos, as suas obras…Seguir Jesus significa mudar de casa, entrar num novo am-biente, juntos, com Jesus.Vinde ver que boa notícia! Je-sus escolheu-nos para ser-mos o seu Sacrário e dar tes-temunho dessas verdades.Porque não responder ao de-safio de Jesus?! Vamos ver... acolhamo-l'o, vamos até à Sua morada, ou melhor, seja-mos a Sua morada.Ele continua a chamar e a

chamar-nos na nossa situa-ção concreta. Por vezes, não percebemos a Sua voz. ou-tras preocupações nos des-viam. outras tarefas nos ocu-pam. São tantas as oportunidades em que deus Se deixa ver e tantas as for-mas de nos chamar. nem sempre estamos disponíveis, nem sempre percebemos que é Ele que nos interpela. Qual a resposta que estamos disponíveis para lhe dar?É preciso dizer-lhe sempre "SiM"!

Manuela Pires, CF 860Bragança-Miranda

Vinde Ver

O mais difícil de tudo

Ser autêntico. Sem máscaras nem mentiras. Es-tar-se "nas tintas" para uma sociedade que nos quer todos iguais. não ter facebook e viver bem com isso. deixar vidas medíocres, "estáveis" e "certinhas" para abraçar projectos grandes, mesmo que isso provoque incompreensão. Mesmo que nos chamem insensatos, doidos, desvairados. E vi-ver bem com isso. assumir a fragilidade. assumir a sensibilidade. assumir-se como se é. E viver bem com isso.Eis o mais difícil de tudo.

Fabiola Mourinho, CF 833Bragança-Miranda

Balada da UniãoMaio 2014 7

Francisco é um Papa dos gestos e da pa-lavra. Da proximidade e da profundida-de. Do estar e do ser!Não será fácil deslocar-se a Roma e par-ticipar numa celebração ou encontro presidido por Francisco. E enquanto não visita Portugal, o melhor mesmo é tentar acompanhar o Papa num dos muitos momentos em que se encontra com multidões, no Vaticano, nas cele-brações ou em diversos encontros.Aparentemente, Francisco pode parecer

um “ator” em con-tacto com multidões, a provocar r e a ç õ e s nem sem-pre previ-síveis por parte dos que o vêm por perto. E n g a n o puro!Ao contrá-rio de qu a l qu e r

estrela hollywoodesca, o Papa Francisco interessa-se pela felicidade dos que se cruzam com ele. Egoísmos ou egocen-trismos não se adequam ao perfil do Papa nem transparecem na popularida-de que ultrapassou todas as expectati-vas.Para além dos momentos de festa, Papa Francisco surpreende sempre nas oca-siões em que a sua palavra toma conta do ambiente onde se reúnem milhares ou milhões de pessoas. É assim na Praça de São Pedro, foi assim na Jornada Mun-dial da Juventude, será assim nos locais por onde caminhar Francisco. E sempre para ser autêntico, provocante, profun-

do...Acompanhar, pela televisão ou pela in-ternet, uma celebração presidida pelo Papa é uma experiência cativante pelas imagens sugestivas e sobretudo pela possibilidade de ouvir Francisco. Habi-tualmente, são apenas excertos, peque-nas frases as que se escutam do Papa. Mas é sempre estimulante ouvir Francis-co durante minutos seguidos porque a mensagem é dita tendo em conta a reali-dade de cada pessoa e as suas circuns-tâncias na atualidade. E sugere pistas concretas para a vida de cada pessoa. Seja na concretização da experiência crente, na atualidade, seja no seu con-texto pessoal, familiar ou profissional.O Papa é, assim, para levar muito a sé-rio. Porque são sérios, concretos e per-sonalizados os desafios que sugere.Para não ficar só na teoria, fixo um de-les. O que o Papa Francisco dirigiu às famílias encontradas no Vaticano em peregrinação internacional, no último domingo.Para levar por diante uma família, é ne-cessário usar três palavras: com licença, obrigado, desculpa. Três palavras-chave! Peçamos licença para não ser invasivos em família. «Posso fazer isto? Gostas que faça isto?» Com a linguagem de quem pede licença. Digamos obrigado, obrigado pelo amor! Mas diz-me: Quan-tas vezes ao dia dizes obrigado à tua es-posa, e tu ao teu marido? Quantos dias passam sem eu dizer esta palavra: obri-gado! E a última: desculpa. Todos erra-mos e às vezes alguém fica ofendido na família e no casal, e algumas vezes – digo eu – voam os pratos, dizem-se palavras duras… Mas ouvi este conselho: Não acabeis o dia sem fazer a paz.De facto, um desafio para levar a sério!

Paulo Rocha

A expressão começa a ficar gasta e corre o risco de não fazer justiça ao primeiro grande documento escrito exclusivamente por Francisco, a exortação apostólica ‘Evangelii Gau-dium’ (a alegria do Evangelho), mas é talvez a forma mais direta de sinte-tizar mais de 150 páginas e várias horas de leitura: o Papa quer uma Igreja fora da sua «zona de confor-to».A “alegria” proposta pelo documen-to (em 89 referências) quer levar a uma nova etapa no caminho da vida das comunidades católicas, ao longo da história, e é a chave que guia a proposta espiritual, social e ética que nasce da mensagem de Jesus: cativar pelo testemunho, pelo entu-siasmo, pela capacidade de mudar o mundo e de ir ao encontro do outro.Mais de oito meses depois de ter sido eleito como sucessor de Bento XVI, Francisco deixa claro neste do-cumento – onde aborda um número significativo de temas – o que enten-de ser necessário para uma renova-ção e “conversão”, que se estende ao próprio papado, em chave missioná-ria e evangelizadora.“Abrir as portas” é a palavra de or-dem, não só para deixar entrar quem se aproxima da Igreja mas também para lançar os católicos pelas estra-das do mundo, as já famosas “perife-rias” que são, afinal, um verdadeiro centro nesta comunidade “descen-tralizada” que o documento propõe.O Papa deixa claro que as mudanças acontecem a partir de dentro e não passam por questões ‘fraturantes’, como o aborto ou a ordenação sa-cerdotal de mulheres, ou mais me-diatizadas, antes pelo fulcro da exis-tência individual e comunitária: o

anúncio de um sentido para a vida, a recuperação do transcendente e a redescoberta do rosto do outro como ponto de referência.A exortação apostólica exprime a convicção de que a defesa da vida, uma opção não negociável para os católicos, passa por todas as fases da vida e implica também a recusa de uma economia que “mata”, bem como de todos os tráficos e novas formas de escravatura.Francisco parte da sua expe-riência de p a s t o r a l u r b a n a numa me-t r ó p o l e como Bue-nos Aires e mostra-se s e n s í v e l aos desa-fios colo-cados pela mudança de época: a Igreja terá de saber deixar de lado uma pastoral autorreferencial, de ‘manutenção’, para enfrentar uma reforma “inadiável”.Fazendo eco dos reparos que o pró-prio Papa, no seu estilo coloquial, vai deixando ao longo do texto, cabe agora aos leitores não se fixarem em aspetos secundários e ler a fundo a sua exortação de apresentar a fé como antídoto para a “tristeza indi-vidualista” do mundo contemporâ-neo.

Octávio Carmo (Ecclesia)

“Ressuscitou, não está aqui – a maior manchete de todos os tempos!”Ano após ano, estas palavas antecedem os votos de “Pás-coa Feliz” que chegam por sms. E criam sempre surpre-sas, impactos inesperados por olhar a notícia da ressur-reição como a mais relevante de todos os tempos, única e completamente nova na História da Humanidade.A manchete, que chega no domingo de Páscoa, é precedi-da de muitas notícias nos 40 dias anteriores. Elas partem não apenas do interior de ambientes litúrgicos, mas de contextos surpreendentes que reservam energias e criati-vidade para recriar, na atualidade, os últimos momentos da vida de Jesus. Autarquias, associações ou grupos infor-mais, muitas vezes distantes de rotinas relacionadas com a realização da experiência crente na continuidade de um ciclo anual, revelam proximidade a estes dias e represen-tam com paixão os acontecimentos do caminho do Cal-vário. E mais do que a teatralidade desse itinerário, é a verdade de Jesus, o realismo do Seu sofrimento e o alcan-ce da Sua salvação que nunca deixa indiferentes promo-tores, participantes ou espetadores das estações da Via-Sacra.Noutras épocas do ano, com a mesma raiz religiosa, o co-mércio e as luzes invadem espaços públicos e ocupações

pessoais. No caso da Quaresma, Semana Santa e Páscoa, é a força dos acontecimentos da paixão, morte e ressur-reição de Cristo que preenche momentos de reflexão ou oportunidades de contemplação.Nestes dias não há "amêndoas" que escondam nem que seja um dos capítulos da História de Salvação que marcou definitivamente a Humanidade. Ela só pode ser deixada de lado quando a decisão passa por fazer férias… Porque férias na Semana Santa é fazer férias de Deus. E não ape-nas na Semana Santa como na seguinte.Com frequências se procuram dias de descanso após o acontecimento da ressurreição. E fecham-se portas de templos quando seria óbvio que se preenchessem do anúncio do maior acontecimento cristão.Há dois mil anos, os discípulos deixaram Jesus sozinho no Jardim das Oliveiras. Ele sabia que O esperava uma condenação e os Seus mais próximos abandonaram-No. Hoje recriamos esses momentos com paixão, esquecendo depois o ressuscitado.A Páscoa tem de ser uma provocação para o anúncio des-sa grande notícia que, em cada ano, é sempre manchete: “ressuscitou, não está aqui”.

Paulo Rocha

Um Papa para o quotidianoUma Igreja fora da sua “zona de conforto”

A maior manchete

Balada da União Maio 20148

Queridos jovens,Permanece gravado na minha memória o encontro extraordinário que vivemos no Rio de Janeiro, na XXVIII Jornada Mundial da Juventude: uma gran-de festa da fé e da fraternidade. A boa gente brasilei-ra acolheu-nos de braços escancarados, como a es-tátua de Cristo Redentor que domina, do alto do Corcovado, o magnífico cenário da praia de Copa-cabana. Nas margens do mar, Jesus fez ouvir de novo a sua chamada para que cada um de nós se torne seu discípulo missionário, O descubra como o tesouro mais precioso da própria vida e partilhe esta riqueza com os outros, próximos e distantes, até às extremas periferias geográficas e existenciais do nosso tempo.A próxima etapa da peregrinação intercontinental dos jovens será em Cracóvia, em 2016. Para caden-ciar o nosso caminho, gostaria nos próximos três anos de reflectir, juntamente convosco, sobre as Bem-aventuranças que lemos no Evangelho de São Mateus (5, 1-12). Começaremos este ano meditan-do sobre a primeira: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3); para 2015, proponho: «Felizes os puros de coração, por-que verão a Deus» (Mt 5, 8); e finalmente, em 2016, o tema será: «Felizes os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia» (Mt 5, 7).1. A força revolucionária das Bem-aventurançasÉ-nos sempre muito útil ler e meditar as Bem-aven-turanças! Jesus proclamou-as no seu primeiro gran-de sermão, feito na margem do lago da Galileia. Havia uma multidão imensa e Ele, para ensinar os seus discípulos, subiu a um monte; por isso é cha-mado o «sermão da montanha». Na Bíblia, o monte é visto como lugar onde Deus Se revela; pregando sobre o monte, Jesus apresenta-Se como mestre di-vino, como novo Moisés. E que prega Ele? Jesus prega o caminho da vida; aquele caminho que Ele mesmo percorre, ou melhor, que é Ele mesmo, e propõe-no como caminho da verdadeira felicidade. Em toda a sua vida, desde o nascimento na gruta de Belém até à morte na cruz e à ressurreição, Jesus encarnou as Bem-aventuranças. Todas as promes-sas do Reino de Deus se cumpriram n’Ele.Ao proclamar as Bem-aventuranças, Jesus convida-nos a segui-Lo, a percorrer com Ele o caminho do amor, o único que conduz à vida eterna. Não é uma estrada fácil, mas o Senhor assegura-nos a sua graça e nunca nos deixa sozinhos. Na nossa vida, há po-breza, aflições, humilhações, luta pela justiça, esfor-ço da conversão quotidiana, combates para viver a vocação à santidade, perseguições e muitos outros desafios. Mas, se abrirmos a porta a Jesus, se deixar-mos que Ele esteja dentro da nossa história, se par-tilharmos com Ele as alegrias e os sofrimentos, ex-perimentaremos uma paz e uma alegria que só Deus, amor infinito, pode dar.As Bem-aventuranças de Jesus são portadoras duma novidade revolucionária, dum modelo de fe-licidade oposto àquele que habitualmente é trans-mitido pelos mass media, pelo pensamento domi-nante. Para a mentalidade do mundo, é um escândalo que Deus tenha vindo para Se fazer um de nós, que tenha morrido numa cruz. Na lógica deste mundo, aqueles que Jesus proclama felizes são considerados «perdedores», fracos. Ao invés, exal-ta-se o sucesso a todo o custo, o bem-estar, a arro-gância do poder, a afirmação própria em detrimen-to dos outros.Queridos jovens, Jesus interpela-nos para que res-pondamos à sua proposta de vida, para que decida-mos qual estrada queremos seguir a fim de chegar à verdadeira alegria. Trata-se dum grande desafio de fé. Jesus não teve medo de perguntar aos seus discí-pulos se verdadeiramente queriam segui-Lo ou pre-feriam ir por outros caminhos (cf. Jo 6, 67). E Si-mão, denominado Pedro, teve a coragem de responder: «A quem iremos nós, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna» (Jo 6, 68). Se souberdes, vós também, dizer «sim» a Jesus, a vossa vida jovem encher-se-á de significado, e assim será fecunda.2.A coragem da felicidade

O termo grego usado no Evangelho é makarioi, «bem-aventurados». E «bem-aventurados» quer di-zer felizes. Mas dizei-me: vós aspirais deveras à feli-cidade? Num tempo em que se é atraído por tantas aparências de felicidade, corre-se o risco de conten-tar-se com pouco, com uma ideia «pequena» da vida. Vós, pelo contrário, aspirai a coisas grandes! Ampliai os vossos corações! Como dizia o Beato Pierjorge Frassati, «viver sem uma fé, sem um pa-trimónio a defender, sem sustentar numa luta con-tínua a verdade, não é viver, mas ir vivendo. Não devemos jamais ir vivendo, mas viver» (Carta a I. Bonini, 27 de Fevereiro de 1925). Em 20 de Maio de 1990, no dia da sua beatificação, João Paulo II cha-mou-lhe «homem das Bem-aventuranças» (Homi-lia na Santa Missa:AAS 82 [1990], 1518).Se verdadeiramente fizerdes emergir as aspirações mais profundas do vosso coração, dar-vos-eis conta de que, em vós, há um desejo inextinguível de feli-cidade, e isto permitir-vos-á desmascarar e rejeitar as numerosas ofertas «a baixo preço» que encon-trais ao vosso redor. Quando procuramos o sucesso, o prazer, a riqueza de modo egoísta e idolatrando-os, podemos experimentar também momentos de inebriamento, uma falsa sensação de satisfação; mas, no fim de contas, tornamo-nos escravos, nun-ca estamos satisfeitos, sentimo-nos impelidos a buscar sempre mais. É muito triste ver uma juven-tude «saciada», mas fraca.Escrevendo aos jovens, São João dizia: «Vós sois fortes, a palavra de Deus permanece em vós e vós vencestes o Maligno» (1 Jo2, 14). Os jovens que es-colhem Cristo são fortes, nutrem-se da sua Palavra e não se «empanturram» com outras coisas. Tende a coragem de ir contra a corrente. Tende a coragem da verdadeira felicidade! Dizei não à cultura do provisório, da superficialidade e do descartável, que não vos considera capazes de assumir responsabili-dades e enfrentar os grandes desafios da vida.3.Felizes os pobres em espírito… A primeira Bem-aventurança, tema da próxima Jornada Mundial da Juventude, declara felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu. Num tempo em que muitas pessoas penam por cau-sa da crise económica, pode parecer inoportuno acostar pobreza e felicidade. Em que sentido pode-mos conceber a pobreza como uma bênção?Em primeiro lugar, procuremos compreender o que significa «pobres em espírito». Quando o Filho de Deus Se fez homem, escolheu um caminho de po-breza, de despojamento. Como diz São Paulo, na Carta aos Filipenses: «Tende entre vós os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus: Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usur-pação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-Se a Si mesmo, tomando a condição de servo e tornando-Se semelhante aos homens» (2, 5-7). Jesus é Deus que Se despoja da sua glória. Vemos aqui a escolha da pobreza feita por Deus: sendo rico, fez-Se pobre para nos enriquecer com a sua pobreza (cf. 2 Cor 8, 9). É o mistério que contemplamos no presépio, vendo o Filho de Deus numa manjedoura; e mais tarde na cruz, onde o despojamento chega ao seu ápice.O adjetivo grego ptochós (pobre) não tem um sig-nificado apenas material, mas quer dizer «mendi-go». Há que o ligar com o conceito hebraico de anawim (os «pobres de Iahweh»), que evoca humil-dade, consciência dos próprios limites, da própria condição existencial de pobreza. Os anawim con-fiam no Senhor, sabem que dependem d’Ele.Como justamente soube ver Santa Teresa do Meni-no Jesus, Cristo na sua Encarnação apresenta-Se como um mendigo, um necessitado em busca de amor. O Catecismo da Igreja Católica fala do ho-mem como dum «mendigo de Deus» (n. 2559) e diz-nos que a oração é o encontro da sede de Deus com a nossa (n. 2560).São Francisco de Assis compreendeu muito bem o segredo da Bem-aventurança dos pobres em espíri-to. De facto, quando Jesus lhe falou na pessoa do leproso e no Crucifixo, ele reconheceu a grandeza

de Deus e a própria condição de humildade. Na sua oração, o Poverello passava horas e horas a pergun-tar ao Senhor: «Quem és Tu? Quem sou eu?» Des-pojou-se duma vida abastada e leviana, para despo-sar a «Senhora Pobreza», a fim de imitar Jesus e seguir o Evangelho à letra. Francisco viveu a imita-ção de Cristo pobre e o amor pelos pobres de modo indivisível, como as duas faces duma mesma moe-da.Posto isto, poder-me-íeis perguntar: Mas, em con-creto, como é possível fazer com que esta pobreza em espírito se transforme em estilo de vida, incida concretamente na nossa existência? Respondo-vos em três pontos.Antes de mais nada, procurai ser livres em relação às coisas. O Senhor chama-nos a um estilo de vida evangélico caracterizado pela sobriedade, chama-nos a não ceder à cultura do consumo. Trata-se de buscar a essencialidade, aprender a despojarmo-nos de tantas coisas supérfluas e inúteis que nos su-focam. Desprendamo-nos da ambição de possuir, do dinheiro idolatrado e depois esbanjado. No pri-meiro lugar, coloquemos Jesus. Ele pode libertar-nos das idolatrias que nos tornam escravos. Confiai em Deus, queridos jovens! Ele conhece-nos, ama-nos e nunca se esquece de nós. Como provê aos lí-rios do campo (cf. Mt 6, 28), também não deixará que nos falte nada! Mesmo para superar a crise eco-nómica, é preciso estar prontos a mudar o estilo de vida, a evitar tantos desperdícios. Como é necessá-ria a coragem da felicidade, também é precisa a co-ragem da sobriedade.Em segundo lugar, para viver esta Bem-aventuran-ça todos necessitamos de conversão em relação aos pobres. Devemos cuidar deles, ser sensíveis às suas carências espirituais e materiais. A vós, jovens, con-fio de modo particular a tarefa de colocar a solida-riedade no centro da cultura humana. Perante anti-gas e novas formas de pobreza – o desemprego, a emigração, muitas dependências dos mais variados tipos –, temos o dever de permanecer vigilantes e conscientes, vencendo a tentação da indiferença. Pensemos também naqueles que não se sentem amados, não olham com esperança o futuro, renun-ciam a comprometer-se na vida porque se sentem desanimados, desiludidos, temerosos. Devemos aprender a estar com os pobres. Não nos limitemos a pronunciar belas palavras sobre os pobres! Mas encontremo-los, fixemo-los olhos nos olhos, ouça-mo-los. Para nós, os pobres são uma oportunidade concreta de encontrar o próprio Cristo, de tocar a sua carne sofredora.Mas – e chegamos ao terceiro ponto – os pobres não são pessoas a quem podemos apenas dar qualquer coisa. Eles têm tanto para nos oferecer, para nos en-sinar. Muito temos nós a aprender da sabedoria dos pobres! Pensai que um Santo do século XVIII, Ben-to José Labre – dormia pelas ruas de Roma e vivia das esmolas da gente –, tornara-se conselheiro espi-ritual de muitas pessoas, incluindo nobres e prela-dos. De certo modo, os pobres são uma espécie de mestres para nós. Ensinam-nos que uma pessoa não vale por aquilo que possui, pelo montante que tem na conta bancária. Um pobre, uma pessoa sem bens materiais, conserva sempre a sua dignidade. Os pobres podem ensinar-nos muito também sobre a humildade e a confiança em Deus. Na parábola do fariseu e do publicano (cf. Lc 18, 9-14), Jesus pro-põe este último como modelo, porque é humilde e se reconhece pecador. E a própria viúva, que lança duas moedinhas no tesouro do templo, é exemplo da generosidade de quem, mesmo tendo pouco ou nada, dá tudo (Lc 21, 1-4).4. …porque deles é o Reino do CéuTema central no Evangelho de Jesus é o Reino de Deus. Jesus é o Reino de Deus em pessoa, é o Ema-nuel, Deus connosco. E é no coração do homem que se estabelece e cresce o Reino, o domínio de Deus. O Reino é, simultaneamente, dom e promes-sa. Já nos foi dado em Jesus, mas deve ainda reali-zar-se em plenitude. Por isso rezamos ao Pai cada dia: «Venha a nós o vosso Reino».

Há uma ligação profunda entre pobreza e evangeli-zação, entre o tema da última Jornada Mundial da Juventude – «Ide e fazei discípulos entre todas as nações» (Mt 28, 19) – e o tema deste ano: «Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3). O Senhor quer uma Igreja pobre, que evangelize os pobres. Jesus, quando enviou os Doze em missão, disse-lhes: «Não possuais ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; pois o trabalhador merece o seu sus-tento» (Mt 10, 9-10). A pobreza evangélica é condi-ção fundamental para que o Reino de Deus se es-tenda. As alegrias mais belas e espontâneas que vi ao longo da minha vida eram de pessoas pobres que tinham pouco a que se agarrar. A evangelização, no nosso tempo, só será possível por contágio de ale-gria.Como vimos, a Bem-aventurança dos pobres em espírito orienta a nossa relação com Deus, com os bens materiais e com os pobres. À vista do exemplo e das palavras de Jesus, damo-nos conta da grande necessidade que temos de conversão, de fazer com que a lógica do ser mais prevaleça sobre a lógica do ter mais. Os Santos são quem mais nos pode ajudar a compreender o significado profundo das Bem-a-venturanças. Neste sentido, a canonização de João Paulo II, no segundo domingo de Páscoa, é um acontecimento que enche o nosso coração de ale-gria. Ele será o grande patrono das Jornadas Mun-diais da Juventude, de que foi o iniciador e impul-sionador. E, na comunhão dos Santos, continuará a ser, para todos vós, um pai e um amigo.No próximo mês de Abril, tem lugar também o tri-gésimo aniversário da entrega aos jovens da Cruz do Jubileu da Redenção. Foi precisamente a partir daquele acto simbólico de João Paulo II que princi-piou a grande peregrinação juvenil que, desde en-tão, continua a atravessar os cinco continentes. Muitos recordam as palavras com que, no domingo de Páscoa do ano 1984, o Papa acompanhou o seu gesto: «Caríssimos jovens, no termo do Ano Santo, confio-vos o próprio sinal deste Ano Jubilar: a Cruz de Cristo! Levai-a ao mundo como sinal do amor do Senhor Jesus pela humanidade, e anunciai a to-dos que só em Cristo morto e ressuscitado há salva-ção e redenção».Queridos jovens, o Magnificat, o cântico de Maria, pobre em espírito, é também o canto de quem vive as Bem-aventuranças. A alegria do Evangelho brota dum coração pobre, que sabe exultar e maravilhar-se com as obras de Deus, como o coração da Vir-gem, que todas as gerações chamam «bem-aventu-rada» (cf. Lc 1, 48). Que Ela, a mãe dos pobres e a estrela da nova evangelização, nos ajude a viver o Evangelho, a encarnar as Bem-aventuranças na nossa vida, a ter a coragem da felicidade.Vaticano, 21 de Janeiro – Memória de Santa Inês, virgem e mártir - de 2014.

FRANCISCO

Mensagem do Papa Francisco para o XXIX Dia Mundial da Juventude (13 abril 2014)«Felizes os pobres em espírito, porque deles é o Reino do Céu» (Mt 5, 3)

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