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Dermatoses Nutricionais O texto sobre Dermatoses Nutricionais foi fundamentado em referências bibliográficas específicas, tendo como apoio o Capítulo 82 do Livro Tratado de Dermatologia, 3ª Edição, de autoria da Dra. Luciana Baptista Pereira e do Dr. Lucas Campos Garcia, sendo sua finalidade exclusiva esclarecer às pessoas a relação entre carboidratos, enzimas, lípides, sais minerais e vitaminas e a pele. NUTRIÇÃO: é o processo pelo qual os seres vivos recebem e utilizam os nutrientes necessários à manutenção da vida, crescimento, funcionamento normal dos órgãos e produção de energia (1). As doenças provocadas por desordens nutricionais envolvem de forma variável diversos órgãos e sistemas do corpo humano, incluindo funções imunológicas (1). Resultam em geral de dietas inadequadas, absorção diminuída, ou defeito no metabolismo de nutrientes específicos (1). As manifestações cutâneas de várias dessas desordens fornecem sinais importantes para o diagnóstico das mesmas (1). Desnutrição Energético Proteica A desnutrição é um problema de ordem médico social, relacionada com baixo grau de compreensão intelectual, pobreza, problemas familiares, atingindo especialmente as crianças (2).A desnutrição energético proteica é um processo espectral, tendo o Kwashiorkor e o Marasmo como extremos (2).

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Dermatoses Nutricionais

O texto sobre Dermatoses Nutricionais foi fundamentado em referências bibliográficas específicas, tendo como apoio o Capítulo 82 do Livro Tratado de Dermatologia, 3ª Edição, de autoria da Dra. Luciana Baptista Pereira e do Dr. Lucas Campos Garcia, sendo sua finalidade exclusiva esclarecer às pessoas a relação entre carboidratos, enzimas, lípides, sais minerais e vitaminas e a pele.

NUTRIÇÃO: é o processo pelo qual os seres vivos recebem e utilizam os nutrientes necessários à manutenção da vida, crescimento, funcionamento normal dos órgãos e produção de energia (1).

As doenças provocadas por desordens nutricionais envolvem de forma variável diversos órgãos e sistemas do corpo humano, incluindo funções imunológicas (1).

Resultam em geral de dietas inadequadas, absorção diminuída, ou defeito no metabolismo de nutrientes específicos (1).

As manifestações cutâneas de várias dessas desordens fornecem sinais importantes para o diagnóstico das mesmas (1).

Desnutrição Energético Proteica

A desnutrição é um problema de ordem médico social, relacionada com baixo grau de compreensão intelectual, pobreza, problemas familiares, atingindo especialmente as crianças (2).A desnutrição energético proteica é um processo espectral, tendo o Kwashiorkor e o Marasmo como extremos (2).

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Apresenta grande prevalência nos países em desenvolvimento. Acredita-se que 45% das mortes em menores de cinco anos no mundo se relacionam direta ou indiretamente com a desnutrição (2).

MARASMO:

O marasmo resulta de uma longa e grave privação de proteínas e carboidratos. Ocorre principalmente na infância, nos primeiros de vida, mas qualquer faixa etária pode ser comprometida (3).

Causas: crianças vítimas de negligência ou miséria, crianças prematuras, dietas restritivas, desordens psiquiátricas, alcoolismo, doenças que levam à má absorção no trato intestinal, doenças malignas, Aids, doenças genéticas e transtornos metabólicos(3).

Clínica: crianças muito magras, com perda de gordura subcutânea e massa muscular, levando a uma face envelhecida e aparência simiesca (5).

A Pele: torna-se flácida, pálida, com frouxidão e rugas. Pode haver descamação fina e hiperpigmentação. Os cabelos são finos, crescem lentamente e caem com facilidade , podendo causar alopecia. As unhas são frágeis e com baixa taxa de crescimento (5). Infecções pulmonares e gastrintestinais são frequentes (5).

Pode ocorrer anemia, baixos teores de zinco, glicose e anormalidades hidroeletrolíticas (5).

KWASHIORKOR

Conhecida como desnutrição edematosa. Acredita-se que as crianças com a doença apresentem diminuição de aminoácidos, com enxofre, zinco e ácidos graxos

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essenciais, levando a uma alteração do colágeno, queratina e aumento da permeabilidade da mucosa intestinal (5). Ocorre em locais onde a dieta principal se baseia em arroz, milho e feijão (5).

Outras causas de Kwashiorkor podem ser observadas em crianças vítimas de maus tratos, dietas inadequadas, além de enteropatia perdedora de proteínas, doenças inflamatórias intestinais, extensas cirurgias gastrointestinais e Aids (5). A doença ocorre entre seis meses e cinco anos de vida (5).

A Pele: pode se apresentar seca e com descamação fina. Com o agravamento da doença, formam-se escamas espessas e escuras em cotovelos, joelhos, punhos e tornozelos, podendo ocorrer nas pernas e antebraços (5).

Os Cabelos: são finos, esparsos e de cor clara. Às vezes formam bandas claras e escuras entremeadas, configurando o “Sinal da Bandeira” (5).

As unhas: são fracas e amolecidas.

Mucosas: pode haver queilite ( agressão aos lábios), xeroftalmia ( olhos secos) e vulvovaginites (5).

Há dificuldade de crescimento e as crianças tornam-se apáticas ou irritadas, chegando a pesar 60 a 80% do peso ideal para a idade (5).

Clínica: anorexia, face em lua cheia, edema de extremidades, perda de massa muscular, diarreias e hepatomegalia são achados comuns (5).

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Vitamina A: conhecida pela designação de retinol, é um álcool primário, polietilenico e lipossolúvel. ´

Fonte: A vitamina A é encontrada pré formada nos alimentos de origem animal, como o leite e derivados, fígado e gema de ovo e também como Pró vitamina A que é um conjunto de carotenos ( alfa e Beta), com a capacidade de se transformar em vitamina A, presentes em frutas, cenoura e vegetais verdes (5).

A principal função da vitamina A é a formação da Rodopsina ocular, que é responsável pela visão em ambientes de baixa luminosidade (5).

A vitamina A participa da formação do esmalte dentário, osteogênese, espermatogênese, crescimento embrionário, transcrição gênica, imunidade celular e humoral e ação anti tumoral (5).

A falta de vitamina A pode deixar a pele seca, descamativa e com intensa hiperqueratose folicular conhecida como “Frinoderma”. Essas lesões aparecem nas superfícies extensoras das extremidades, dando uma aparência áspera à pele (5).

Os cabelos podem ser esparsos e frágeis. Pode ocorrer cegueira noturna e fotofobia com secura do olho (xeroftalmia) (5).

A hipovitaminose aumenta a susceptibilidade a infecções e promove quadro de déficit de desenvolvimento pondero estatural, apatia e retardo mental (5).

A hipervitaminose A pode causar pele seca, descamativa e áspera; perda de cabelos, fissuras nos lábios, prurido, língua e boca dolorosas, febre baixa, além de alterações

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sistêmicas como letargia, cefaleia e sinais de hepatotoxicidade, sendo que nos quadros extremos há a possibilidade de óbito fetal (5).

Hipercarotenemia ou Carotenodemia: representa a coloração amarelo alaranjada, ocasionada pelo depósito de carotenos em áreas com um número abundante glândulas sebáceas e, em áreas onde a camada córnea é espessa (palmas e plantas) (5).

Vitamina D:

A vitamina D participa juntamente com os hormônios da paratireoide e a calcitonina, na regulação do metabolismo do cálcio e fósforo, mantendo níveis séricos adequados para a mineralização e formação de ossos normais (1).

Pelo papel da vitamina D no processo de maturação dos queratinócitos e imunomodulação cutânea, a influência dos níveis da vitamina em diversas dermatoses como psoríase e dermatite atópica, tem sido objeto de estudos (1).

A deficiência de vitamina D na infância, leva ao raquitismo e na idade adulta à osteomalácia. Nas crianças pode haver prejuízo no crescimento, bem como levar a deformidades ósseas importantes, além de hipotonia muscular, irritabilidade, sudorese e tetania (5).

A hipervitaminose D pode provocar hipercalcemia e hipercalciuria, além de hipotonia muscular e dano renal irreversível (1).

Vitamina E

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A vitamina E está presente na maioria dos óleos de origem vegetal, tais como: gérmen de trigo, girassol e oliva (5). E também em sementes oleaginosas como amendoim, castanha e amêndoas, além de azeite de dendê, urucum e farelo de arroz ( 12).

Recém-nascidos de pré- termo com deficiência de vitamina E apresentam anemia hemolítica, edema de pálpebras, genital e membros inferiores (12,14).

O músculo cardíaco pode ser acometido em deficiências graves da vitamina, e levar ao óbito, além de quadro neurológico progressivo (12 e14).

A vitamina E exerce também o papel de foto proteção e melhoras das cicatrizes hipertróficas (12).

O Excesso de Alfa Tocoferol ( componente da vitamina E) aumenta a chance de sangramentos por interferirem nos níveis de vitamina K (14).

Vitamina K: a vitamina K é necessária para a síntese dos fatores da coagulação II ( protrombina).Ela está presente nos vegetais folhosos e legumes, sendo que a vitamina K 2 é sintetizada por bactérias intestinais (16).

No recém-nascido, a hipovitaminose K se manifesta por sangramentos difusos e localizados, sendo mais comuns os cutâneos e intestinais. Nos adultos, pode haver hematomas e hemorragias do sistema digestivo e sistema nervoso (16).

Vitamina C ( Hidrossoluveis):

Os seres humanos não possuem a capacidade de transformar a glicose ( ácido D Glucorônico) em ácido L Ascórbico por isso a vitamina C torna-se nutriente essencial

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na dieta. Apenas a forma Levo é encontrada em vegetais, frutas cítricas, hortaliças de folhas verdes, batata, tomate e repolho. A vitamina C do leite é totalmente perdida após sua fervura (5).

A aplicação tópica da vitamina C em concentrações que variam de 5 a 15% tem sido utilizada para diminuir sinais clínicos do foto-envelhecimento cutâneo (18).

ESCORBUTO

O escorbuto é uma das doenças mais antigas da humanidade e talvez nenhuma doença nutricional tenha castigado tanto a humanidade. Os primeiros relatos remontam ao antigo Egito, sendo encontrado nos papiros de Ebers (1.550 a.C.). Entretanto, a incidência tomou grande vulto nos séculos XV e XVI, na era das grandes navegações (18).

O Escorbuto pode ser visto também em lactentes ( 6 a 24 meses), que se alimentam exclusivamente de leite materno e cuja mãe apresenta déficit de vitamina C (19).

As manifestações cutâneas do Escorbuto são marcantes como consequência do defeito no colágeno. Há uma fragilidade vascular que se manifesta pela presença de púrpuras inferiores com edema (3 e 18).

As hemorragias podem ocorrer em gengivas, conjuntiva, submucosas, músculos, articulações, região sub dural e sub perióstea dando a impressão de maus tratos. Gengivite inflamatória, dentina malformada e hemorragias gengivais podem levar à queda dos dentes (3 e 18).

Em crianças, pode haver defeito na formação da matriz óssea e hemorragias subperiósteas, com queixas de dores,

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fraqueza nos membros inferiores, pseudo- paralisia e fraturas (5).

Mal estar generalizado e letargia são frequentes e geralmente é o primeiro sinal, causados pela anemia que ocorre em 75% dos casos por perda sanguínea (5).

Vitamina B1 ( Tiamina, aneurina)

A tiamina não é sintetizada no organismo e também não pode ser armazenada nos tecidos.A sua absorção ocorre no jejuno (3).

As principais fontes alimentares da tiamina são : as carnes, vísceras, ovos, leveduras e cereais. O processo de cozimento alimentar, bem como o beneficiamento do arroz, reduzem, significativamente, os níveis de Tiamina disponíveis (3,20).

A carência de vitamina B1 resulta no quadro clínico denominado Beribéri, com duas variantes , a úmida e a seca. Anorexia, perda de peso, fadiga fácil e constipação intestinal, aparece nas duas formas. A insuficiência cardíaca está associada à forma úmida. O paciente apresenta-se pálido, taquicárdico e a pele com aspecto graxento (3).

Na forma seca predominam sintomas neurológicos com perda gradual de reflexos. Ocorre principalmente no alcoolismo crônico (3).

Manifestações cutâneas como dermatite seborreica, queilite angular, ceratodermia palmo plantar com fissuras e hemorragias ungueais, são citadas como secundárias à deficiência de Tiamina (20).

Vitamina B2 ( Riboflavina)

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A deficiência de vitamina B2 ocorre em pacientes com dietas não balanceadas, ricas em carboidrato e lípides e pobre em proteínas. O alcoolismo e a cirrose hepática são causas frequentes. Há relação da vitamina B2 em recém- nascidos com icterícia (5).

A deficiência de vitamina B2 se apresenta como síndrome óculo-oro-genital, com lábios vermelhos, secos, lisos, fissurados, ou ulcerados , além de queilite angular, língua seca, atrófica, vermelha ou enegrecida. Pode haver ainda, dermatite seborreica, sendo que a região do escroto ou vulva podem se tornar hiperpigmentadas, além de conjuntivite (5).

Vitamina B3 (Niacina)

Ácido nicotínico e nicotinamida. Absorvida no estomago (5).Carne, peixe, aves, feijão, cereais, ovos e nozes são ricos em niacina (5).

PELAGRA

A Pelagra é uma desordem nutricional causada pela deficiência de Niacina. A doença ainda é endêmica em áreas da África e Ásia, onde a dieta é pobre em proteínas animais, vegetais verdes e frutas. Em outros continentes, ocorre de forma esporádica em pessoas com dieta inadequada, pacientes psiquiátricos, usuários de drogas, alcoólatras e pacientes com Aids (21).

A doença pode aparecer ainda em pacientes com defeitos na absorção intestinal como portadores da doença de Chron e retocolite ulcerativa (21).

A doença de Hartnup é rara, autossômica recessiva, caracterizada por defeito na absorção intestinal de

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aminoácidos como o Triptofano. As crianças portadoras da doença apresentam alterações cutâneas semelhantes às da pelagra do adulto e alterações neurológicas com retardo mental (22).

Várias drogas podem contribuir para um quadro pelagroide como a isoniazida, 5-fluorouracil, pirazinamida, fentoina, cloranfenicol azatioprina e fenobarbital ( 3,5,21).

A síndrome clínica é caracterizada por erupção cutânea fotossensível, associada às manifestações gastrointestinais e distúrbios neurológicos e psiquiátricos. Essa doença é conhecida como doença dos três Ds : Dermatite, Diarreia e Demência (5).

Manifestação cutânea: eritema pruriginoso que se inicia no dorso das mãos e que se estende para as demais áreas expostas como face, pescoço e antebraços. Posteriormente, pode haver edema, formação de bolhas e vesículas que se rompem formando crostas. Progressivamente, a pele se torna espessada, descamativa e hiperpigmentada. Fissuras dolorosas podem ocorrer nas palmas e plantas (3, 5 , 21).

A distribuição das lesões é simétrica e há uma nítida demarcação com a pele normal, não foto exposta. No pescoço, a dermatose pode ter a configuração de um colar, conhecido por colar de Casal (3, 5, 21).

Pode haver ulcerações e fissuras dolorosa no períneo, escroto e vulva. Os lábios podem estar secos e com fissuras e a mucosa oral vermelha, seca, lisa, com numerosas aftas. A língua é inicialmente inchada e vermelha, podendo se tornar atrófica e enegrecida (3, 5, 21).

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Neuropatia motora e sensitiva, retinite, atrofia do nervo óptico, depressão e apatia, podem estar presentes (5).

Viatamina B5 ( Ácido Pantotênico)

O ácido pantotênico é uma vitamina termolábil que atua no ciclo de Krebs como coenzima A, participando do processo de obtenção de energia (22).

A vitamina B5 é encontrada em vísceras, peixes, carnes, ovos, brócolis, legumes, cogumelos e amendoim (22).

As manifestações de deficiência da vitamina B5 são inespecíficas, como cefaleia, irritabilidade, insônia, sonolência, fraqueza muscular, instabilidade cardiovascular, distúrbios cardiovasculares e aborto espontâneo. Pode haver descamação da pele e mucosas (23).

Medicações tópicas com o Dexapantenol, são utilizadas para a aceleração do processo de cicatrização, dermatite da área de fraldas, úlceras de decúbito, eczemas, queilite, ictiose, psoríase e queimaduras leves ( 23).

Vitamina B6 ( Piridoxina)

Cerca de 70% da vitamina B6 está localizada nos músculos participando do metabolismo do glicogênio (25).

As principais fontes alimentares são a carne, vísceras, ovos, leite, batata, banana e aveia (25).

A deficiência pode ocorrer por dieta inadequada, alcoolismo e uso de fármacos como isoniazida, hidralazina, penicilamina, teofilina e contraceptivos orais (26, 35).

Na pele, pode haver dermatite seborreica em face, couro cabeludo, pescoço, ombros, nádegas e períneo, além de

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estomatite angular, queilite, glossite, conjuntivite e intertrigo (5). São descritos ainda, quadro de convulsões, vômito, hipertensão, parestesia e diminuição de reflexos tendinosos (5).

Vitamian B7 ( Biotina, Vitamina H ou Coenzima R)

A vitamina B7 participa de vários processos metabólicos. A deficiência adquirida de Biotina é rara porque ela está presente no leite, gema de ovo, carnes, vísceras, amendoim, tomate, cereais e cogumelo (5).

Os sintomas de deficiência de Biotina incluem: alopecia, conjuntivite, eczema em volta do nariz e boca, lábios ressecados, atrofia papilar na língua. Eritema difuso na mucosa oral, hiperestesia, parestesia, depressão e dor muscular (19).

Os cabelos são ralos ou ausentes. Pode ocorrer erupção cutânea eritematosa e descamativa, lembrando ictiose ou dermatite seborreica. As lesões cutâneas se assemelham às da Acrodermatite Enteropática ( 5).

Vitamina B9 ( Ácido Fólico)

A vitamina B9 participa da síntese de DNA, RNA e proteínas. A deficiência desta vitamina tem efeitos deletérios principalmente com as células da medula óssea (26).

O ácido fólico pode ser encontrado em vegetais, folhas verdes, fígado, carne, laranja e leveduras. A deficiência do ácido fólico pode causar hiperpigmentação em áreas expostas, machas escuras nas palmas e plantas, pigmentação da língua e genitália, queilite, sensação de

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queimação oral persistente, glossite e erosões da mucosa (26).

A deficiência resulta de ingestão inadequada por deficiência na absorção, como na doença celíaca e após o uso de drogas como metotrexato, trimetropim e etanol (5).

Vitamina B12 ( Cobalamina)

A vitamina B12 desempenha um papel importante na síntese do DNA, sendo de grande valia na função da medula óssea e do Sistema Nervoso Central. A absorção da vitamina B12 ocorre no íleo terminal. O Fígado estoca grande quantidade de cobalamina ( 30).

O excesso de cobalamina é visto em vários estados patológicos como leucemia mielóide crônica, leucemia plolimielocítica e policitemia vera. Na pele pode haver eczema, eritrodermia, prurido, urticária, angioedema e úlcera mucosas (30).

A deficiência está relacionada com a má absorção, doenças gástricas, cirurgias bariátricas, doença de Chron e ausência de íleo terminal (30).

As manifestações cutâneas da deficiência de vitamina B12 incluem: hiperpigmentação que pode ser simétrica e generalizada na face, pescoço, tronco e axilas, glossite, estomatite angular e alterações nos cabelos (30).

Algumas vezes, a hipercromia é mais acentuada em pontos de pressão como cotovelos, tornozelos, joelhos e dorso das falanges (30).

As manchas hiperpigmentadas podem surgir também na mucosa oral como gengiva e língua, além de alterações ungueais como melanoníquia linear longitudinal (28,34).

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A glossite geralmente se apresenta como língua atrófica, vermelho brilhante e dolorosa (5). Úlceras recorrentes, parestesia da língua, distorção do paladar (disgeusia) e queilite angular podem ocorrer (30).

Manifestações neurológicas encontradas na deficiência de vitamina B12 como fraqueza muscular, hipotonia , tremores e alterações oculares podem ser encontradas (30).

MINERAIS

Os minerais são elementos inorgânicos que constituem 4% do peso do adulto. Localizados principalmente nos ossos e músculos, exercem várias funções no organismo como a manutenção do equilíbrio acidobásico e na constituição de proteínas, carboidratos e gorduras (1).

FERRO

A deficiência nutricional de ferro é a mais comum em todo o mundo. Estima-se que mais de dois bilhões de pessoas sejam afetadas (35).

O ferro está no organismo humano sob três formas: estoque ( ferritina); transporte ( transferrina) e funcional (hemoglobina, mioglobina e enzimas heme) (35).

Grupos de risco: recém-nascidos prematuros e/ou filhos de mães diabéticas, mulheres em idade fértil e doadores de sangue regulares. A descamação cutânea é a responsável por cerca de 20 a 25% das perdas fisiológicas de ferro (35).

O aumento de ferritina ocorre em situações como: infecções, doenças inflamatórias, malignidades e doenças hepáticas (35).

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Os sintomas clássicos da anemia ferropriva, são: fadiga, anorexia, palidez cutâneo mucosa, taquicardia, hipotensão, além de poder haver prejuízo no desenvolvimento neuro- psicomotor (36).

Manifestações cutâneas: queilite angular, atrofia das papilas filiformes, enantema da língua e a sensação de queimação oral. Nas crianças, as alterações das unhas (coiloníquia) pode preceder as alterações laboratoriais da deficiência de ferro ( 36,37).

Alguns trabalhos sugeriram haver relação de deficiência de ferro em alopecia androgenética, alopecia areata, eflúvio telógeno, porém sem evidências claras dessa relação (38).

HEMOCROMATOSE

É uma síndrome caracterizada por hiperpignetação da pele, diabete melito e cirrose hepática. A pele mostra uma pigmentação cinza-amarronzada especialmente na face, flexura e áreas expostas. A mucosa oral pode estar pigmentada, além de queda de cabelos dos pelos axilares e genitais, alterações das unhas, pela seca e ictiosiforme (38).

Sódio, Cloreto e Potássio

São minerais essenciais na manutenção do equilíbrio osmótico, hidroeletrolítico e ácido básico do organismo. A carência desses minerais se dá por ingestão reduzida, perdas gastrointestinais, sudorese excessiva e uso de diuréticos. A deficiência pode acarretar na diminuição do turgor e elasticidade da pele, além de outros sintomas de hiponatremia como astenia, fraqueza, taquicardia e cefaleia (39).

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Cálcio

O cálcio tem inúmeras funções essenciais à vida, participando da contração muscular, na função cardíaca e na coagulação sanguínea. A ingestão ou absorção deficiente de cálcio, por tempo prolongado, pode levar ao raquitismo (40).

Fósforo

É componente dos ossos e faz parte da composição das membranas celulares. Na hipofosfatemia observa-se alteração do crescimento, miocardiopatia, arritimia e trombocitopenia (41).

Cobre

O cobre faz parte da estrutura molecular de várias enzimas, tendo papel de destaque na mineralização do sistema nervoso central, pigmentação da pele e formação do colágeno, além da manutenção do sistema imune.A sua deficiência ocorre em crianças que recebem leite com baixo teor do mineral e na desnutrição proteico energética (42).

As principais manifestações por carência de cobre são: anemia hipocrômica, que não responde ao tratamento com ferro e neutropenia. Na pele e cabelos, pode ocorrer despigmentação, além de alterações ósseas semelhantes ao escorbuto (42).

Na síndrome de Menkes, causada pela absorção deficiente de cobre, pode ocorrer anormalidades nos cabelos como pili torti, moniletrix e tricorrex nodosa. Os cabelos ficam retorcidos, finos, hipopigmentados e quebradiços, podendo comprometer também os pelos das sobrancelhas (44).

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Fluor

O flúor deposita-se nos ossos e dentes. A função principal é a proteção contra a dismineralização patológica dos tecidos calcificados. É um dos fatores preventivos das cáries dentárias. Sua principal fonte é a água. A ingestão elevada pode levar às alterações ósseas (45).

Selênio

É um micronutriente não metálico, encontrado em alimentos como a castanha do pará, aipo, alho, brócolis,cebola, pepino, repolho, cereais integrais, cogumelo, farelo de trigo, geme de trigo, fígado, atum, frutos do mar, gema de ovo, frango e leite (46).

As funções do selênio são: a proteção das células contra o dano oxidativo, além de ser importante na formação do esperma e funcionamento da próstata. A sua deficiência ocorre em pacientes renais crônicos, submetidos a hemodiálise e nutrição parenteral prolongada, podendo causar alterações ungueais (46).

A ingestão excessiva pode levar a alopecia, pigmentação avermelhada das unhas, cabelos e dentes. O selênio pode ser incorporado em xampus como sulfeto, sendo utilizado em dermatite seborreica, por sua eficácia contra espécies de Malassezia (47).

Iodo

O iodo é um micronutriente presente no solo e na água. Cerca de três quartos do iodo no organismo humano se encontram na tireóide. As principais fontes de iodo são: peixe, agrião, carne, ovos, frutos do mar e o sal iodado (48).

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A deficiência do iodo ocasiona o bócio simples e até hipotireoidismo. A pele, no hipotireoidismo é pálida, fria, seca, com descamação, ceratose palmo plantar, diminuição da sudorese, edema de mãos ,face e pálpebras, unhas frágeis, queda de cabelo, além de dermatite de contato alérgica (48).

O excesso de iodo pode causar erupção acneiforme, dermatite herpetiforme, penfigoide bolhoso e iododerma. A sensação de gosto metálico é uma queixa comum (48).

Zinco

O zinco é um elemento essencial para o equilíbrio metabólico, requerido para funções imunes, importante no crescimento e desenvolvimento cognitivo, atuando também em reparações tissulares, incluindo cicatrização de feridas e atividades antioxidantes (42).

Fontes de zinco: carne vermelha, feijão , soja, lentilha, grão de bico, castanha- do- pará e sementes de abóbora.

A deficiência de zinco pode ser hereditária e adquirida. Na Acrodermatite Enteropática, a amamentação é protetora, sendo que o quadro clínico aparece após o desmame. (46,50).

A deficiência adquirida pode surgir em prematuros com níveis baixos de zinco ao nascimento, filhos de mães com deficiência ou carência de zinco. O quadro clínico de formas genéticas e adquiridas é semelhante (46,50).

Na pele, surgem placas eritematosas descamativas, associadas a vesículas, bolhas e pústulas resultando num padrão eczematoso e/ou psoriasiforme de distribuição simétrica (50,51).

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As lesões desenvolvem-se nas extremidades, áreas orificiais como perioral, perianal e genital. Além de poder surgir queilite angular, alterações do paladar e ungueais. Diarreia e alopecia completam a tríade clássica. A alopecia pode acometer cabelos e os pelos das sobrancelhas e cílios (50,51).

Na doença avançada, pode haver retardo do crescimento e desenvolvimento, tremores, irritabilidade, hepatoesplenomegalia, dificuldade de cicatrização, anemia, fotofobia, hipogonadismo e alterações da imunidade celular levando a infecções por Candida sp frequentes(50,51).

OBESIDADE

A obesidade relaciona-se a várias alterações na pele, como nas funções de barreira, nas glândulas sebáceas e sudoríparas, na estrutura e função do colágeno e do tecido subcutâneo, com alterações do sistema imunológico, contribuindo para o surgimento de doenças inflamatórias, infecciosas e o câncer . Pacientes obesos apresentam um risco aumentado para melanoma e cânceres não melanoma (52,53).

A Acantose nigricante é a manifestação dermatológica mais comum na obesidade e está relacionada ao hiperinsulinismo. Localizada em áreas de dobras como axila, virilha e pescoço. Acrocórdons estão frequentemente assoiados à Acantose nigricante e, estão presentes no pescoço, axilas, virilha e região interna das coxas (5).

Os obesos apresentam extensas dobras cutâneas. O superaquecimento entre as camadas leva a um aumento da sudorese e do componente friccional com maior

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incidência de infecções como a candidose, a furunculose, eritrasma e tinha ínguino crural (52,53).

Fatores hormonais, mecânicos e genéticos aumentam a chance do surgimento de estrias. Essas são encontradas no abdômen, coxas, nádegas e mamas (53).

A Adipomatose Dolorosa, também conhecida como Doença de Dercum, encontra-se em mulheres obesas e na menopausa. Trata-se de lipomas dolorosos , simétricos, localizados ,principalmente, no tronco e joelhos (5).

Uma insuficiência venosa associada é comum muitas vezes complicadas com infecções como erisipela e celulite. O resultado final pode ser Elefantíase Nostra Verrucosa. O aumento da pressão intravascular leva ao extravasamento de hemácias na derme e tecido subcutâneo favorecendo a Dermatite Ocre (53).

A hiperqueratose plantar na porção posterior do pé é muito comum nos pacientes com excesso de peso.Os pés dos obesos são mais largos e podem apresentar calosidades e alterações no alinhamento (52,53).

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Prof. Dr. Luiz Jorge Fagundes

Coordenador Científico do CEADS

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