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ISTOÉ Gente (7 de fevereiro de 2011)

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Edição 595 da revista ISTOÉ Gente.

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Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

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cinema

No filme, Natalie é a bailarina de

técnica perfeita, mas que precisa

se expor emocionalmente

PARA OS MÍSTICOS, pode-se dizer que os astros têm agido a favor de Natalie Portman. Para os céticos, o momento iluminado da vida da atriz é fruto de muito trabalho, aliado a talento e carisma. Crenças à parte, a estrela só tem a comemorar e a semente dessa alegria tem nome: Cisne Negro, o angustiante thriller psicológico de Darren Aronofsky, que estreia na sexta-feira 4. A obra marca sua consagração profissional e, por intervenção do destino, sua realização pessoal. Natalie acumula prêmios pelo papel da protagonista e é a favorita ao Oscar. Durante as filmagens, conheceu o bailarino e coreógrafo francês Benjamin Millepied, de quem está noiva e grávida. Antes do intervalo para a materni-dade, porém, cumpriu uma agenda lotada e será figura constante nas telas este ano. Forma par com Ashton Kutcher na comédia romântica Sexo Sem Compromisso, mais visto na semana de estreia nos Estados Unidos, e maneja o arco e flecha na aventura medieval Your Highness, que tem James Franco no elenco. A presença mais comentada, porém, é na adaptação dos quadrinhos Thor, em que vive Jane Foster, o primeiro amor do herói.

A hora e a

de Natalie Portman

vez

Favorita ao Oscar

por seu trabalho em Cisne Negro, a

atriz vive uma fase

plena também

na vida pessoal,

com o anúncio do

noivado e da gravidez

Dia 9 de junho, Natalie completa 30 anos de idade, 20 deles dedicados ao cinema. Filha única, nasceu em Jerusalém, em Israel, mas a família mudou-se para os Estados Unidos quan-do era pequena e se firmou em Nova York. Foi ali, em uma pizza-ria, que seus traços finos e belos chamaram a atenção de um representante dos cosméticos Revlon, que sugeriu a carreira de modelo. A garota achou tudo muito chato e foi fazer teatro ama-dor. O cineasta Luc Besson recusou-a para um teste quando ela tinha 10 anos – buscava alguém entre 11 e 13. Infeliz com as can-didatas, contudo, topou vê-la e, em menos de dois minutos, a fez rir e chorar. “Soube na hora que ali havia uma estrela”, disse sobre a estreia dela no cinema, em O Profissional. Na pele da órfã que sobrevive a uma chacina, a atriz amoleceu o coração não só do matador vivido por Jean Reno, mas de todo o público.

Embora tenha experimentado a fama como a rainha Amidala da segunda trilogia de Star Wars, Natalie sempre prefe-riu personagens mais densas e, com a entrada na maturidade, mostrou-se versátil e destemida em obras como Closer – Perto Demais e Sombras de Goya. Mas nada se compara ao papel duplo que assume em Cisne Negro, de longe o mais exigente de sua carreira. A formação como psicóloga em Harvard certamente ajudou na composição de Nina, uma bailarina de excepcional técnica, mas de frágil personalidade, que tem dificuldade para se entregar emocionalmente nos palcos. Mesmo assim, é eleita primeira bailarina da companhia, que ensaia o Lago dos Cisnes. Pois a moça doce e tímida, perfeito cisne branco, terá de fazer aflorar seu lado sombrio e sensual para o espetáculo funcionar.

A pressão vem de todos os lados: da mãe controladora, do dire-tor do balé (Vincent Cassel), que usa métodos cruéis de preparo, e das bailarinas que cobiçam sua posição. A relação entre Nina e a desregrada Lily (Mila Kunis) responde pelas cenas mais ousadas, e Natalie despe-se de corpo e alma em uma sequência de sexo com a rival. Há uma criatura obscura no âmago da protagonista, um cisne negro que se projeta na realidade de forma aterradora. O cineasta Darren Aronofsky arrancou uma performance incrível de Mickey Rourke em O Lutador, e Natalie parece estar com os nervos em frangalhos de verdade ao final da metamorfose. É um trabalho vis-ceral. Mesmo que dê zebra e ela perca a estatueta, tem razões sufi-cientes para manter o sorriso radiante que tem estampado seu rosto. (Classificação indicativa: a conferir) Suzana Uchôa Itiberê

As apostas estão todas concentradas em Natalie Portman como a vencedora do Oscar de melhor atriz na cerimônia que se realiza dia 27. Cisne Negro já lhe rendeu o Globo de Ouro, mas pode haver surpresa. Nicole Kidman, premiada por As Horas em 2003, dificilmente leva como a mãe em luto pela morte do filho, de Reencontrando a Felicidade. O dramalhão Namorados para Sempre também não deve render a estatueta para Michelle Williams, que contracena com Ryan Gosling na complicada história de um casamento. Se fosse para a revelação Jennifer Lawrence, do belíssimo Inverno da Alma, seria uma zebra feliz. A novata carrega o filme nas costas, mas a produção independente não é para qualquer público e pode afugentar os votantes. O nome mais forte da disputa é o de Annette Bening, pelo papel da homossexual casada com Julianne Moore na comédia Minhas Mães e Meu Pai. Ela tem três indicações anteriores e é bem querida pela Academia. Os dados estão lançados!

Quem pode acabar com a festa de Natalie?

Nicole Kidman

Michelle Williams

Jennifer Lawrence

Annette Bening

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Thaís Botelho COLABOROU Bela Megale LUC

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Nos bastidores do São Paulo Fashion

Week, Demi Moore e Ashton Kutcher

foram apresentados a Paulo Borges por

Gisele Bündchen

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Demi, Ashton e Talullah, na chegada ao restaurante D.O.M. À esq., os atores foram escoltados no desembarque em São Paulo, na quinta-feira 27

Ronaldo ofereceu um almoço para Ashton e Demi, que são amigos de Bia Antony por causa da cabala, filosofia religiosa que os três seguem. Abaixo, a saída do Maní, na tarde do sábado 29

Os atores se esbaldaram ao lado de Gisele Bündchen, durante a festa na Kiss & Fly, na madrugada do domingo 30

grafos de plantão, por conta das duas horas de atraso do horá-rio previsto, foram rapidamente levados aos camarins, onde o encontro com a top model brasileira aconteceu.

Após o desfile, em que Demi Moore e a filha caçula, Tallulah, de seu primeiro casamento, com o ator Bruce Willis, assistiram estrategicamente posicionadas na primeira fila, a família deixou o SPFW. Seguiram para o sofisticado Buddha Bar, na Villa Daslu, acompanhados por carros de escolta. Ali, jantaram ao lado de Gisele Bündchen, Patrícia, irmã da mode-lo, Bia Antony, mulher do craque Ronaldo, e o irmão Gustavo, Yehuda Berg, guru da cabala e amigo do casal há mais de cinco anos. Também estavam lá profissionais da Colcci, além de dois seguranças pessoais. Outros três ficaram posicionados na entrada do restaurante, que foi fechado para o grupo. Os ato-res optaram pelo combinado de comida japonesa mais requin-tado do menu. Chamado Amazon, o prato é composto por sushi, sashimi e ceviche de vários peixes e frutos do mar e decorado com uma lagosta. Para beber, experimentaram duas garrafas de vinho branco e tinto. “Eles falavam baixo para ninguém ouvir e os funcionários foram orientados a conversar somente o necessário com o grupo”, contou uma pessoa pre-sente no local. De lá, seguiram para a boate Kiss & Fly, no mesmo prédio, onde tomaram quatro garrafas de champanhe Don Pérignon e quatro de Veuve Clicquot, mas permanece-ram por menos de uma hora. Deixaram a festa às 2h da manhã, devido ao assédio intenso dos outros convidados. A cada tentativa de foto, os seguranças repreendiam ou jogavam uma luz forte de lanterna no rosto dos fãs.

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“SEU CAMARIM É MAIOR QUE O MEU!”, exclamou Ashton Kutcher, em tom de brincadeira, ao visitar o espaço de 60 metros quadrados onde Gisele Bündchen se vestiu, minutos depois do encerramento do desfile da grife Colcci, na noite do domingo 30. “Mas eu sou brasileira!”, retrucou a top model, aos risos. “É óbvio. Olha quantos espelhos ela tem!”, comentou Demi Moore, mulher do ator, ao ver as seis bancadas do ambiente. “Mas você não tem tantos looks para escolher quan-to eu, Ashton!”, acrescentou Gisele, bem-humorada. “Ah, então é merecido!”, concluiu ele, sorrindo, ao se conformar com sua pequena sala de trocas e depois confidenciar: “Fiquei muito nervoso de desfilar na mesma passarela que você”.

Foi assim, neste clima de intimidade que a übermodel e o casal de atores de Hollywood se encontraram, durante a edição outono/inverno do São Paulo Fashion Week. Em seguida, Gisele os apresentou a Paulo Borges, criador do evento: “Vocês sabem quem ele é? É a pessoa que fez a moda brasileira”, expli-cou, reforçando que o evento comemorava 15 anos e que o diretor foi o grande organizador da moda brasileira. Durante cerca de 15 minutos, Gisele narrou a história do SPFW e disse que, não fossem os anos de costura de Paulo Borges eles, cele-bridades de Hollywood, não estariam naquela passarela naque-la noite. “Foi aqui e com ele, o Paulo, que eu comecei a minha carreira.” Depois de elogios rasgados, restou a Ashton e Demi retrucarem um sonoro “uau!!” para Borges e posarem para uma foto no camarim da modelo. Na sequência, Ashton levan-tou a palma da mão para o tradicional cumprimento do bas-quete a Borges, pouco antes de se despedirem. Antes de Gisele deixar a Bienal, o diretor das semanas de moda paulista e cario-ca agradeceu à estrela. E ela abriu o sorriso: “Era o mínimo que eu podia fazer, porque foi aqui que eu comecei”.

Momentos antes da cena descrita acima, tudo era puro furacão. A sala de desfile lembrava um estádio de futebol. Naquela noite, a top celebrava sua volta às passarelas brasilei-ras e, ao mesmo tempo, deixava escapar leve emoção pela despedida. Foi a última vez que desfilou pela grife catarinense, da qual foi garota-propaganda por dez anos. “Cuida bem da marca por mim”, repetiu aos amigos nos bastidores. Ela passou o “bastão de rainha” para a colega Alessandra Ambrósio. Na passarela, Gisele iniciou o desfile, Alessandra fechou e Ashton deu um breve rasante no final da apresentação, ao lado dos estilistas. A chegada do casal norte-americano à Bienal do Ibirapuera, local do SPFW, foi tumultuada. Por volta das 21h, eles passaram pelo red carpet. Recebidos com vaias pelos fotó-

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Demi Moore, e a filha Tallulah, na primeira fila

do desfile, acompanhadas

por um segurança

pessoal. À dir., antes de sair

da Bienal, Ashton acena

para os fãs que o aguardavam

do lado de fora

Em sua única participação no desfile da Colcci, Kutcher atravessa a passarela ao lado de Jeziel

Moraes e Adriana Zucco, estilistas da marca, e da top Alessandra Ambrósio

Após serem vaiados, Demi e Ashton passaram sorridentes pelo tapete vermelho

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Um dia antes de desembarcar no Brasil, Ashton escreveu, em português, no Twitter: “Estou pronto para o Brasil. Brasil está pronto para mim?”. Já Demi comentou no microblog no sábado 29: “Estou muito feliz por estar aqui. Meu primeiro filme importante foi gravado aqui (Feitiço do Rio, 1984) e fiz grandes amigos”. Durante os dias em que permaneceram na capital paulista, eles escolheram conhecer algumas das cozi-nhas mais estreladas da metrópole. Na noite da quinta-feira 27, mesmo dia em que desembarcaram na cidade, deixaram o hotel Fasano, onde ficaram hospedados, e seguiram para o D.O.M., do chef Alex Atala, o 18º melhor restaurante do mundo segundo a revista Restaurant. Na sala privativa do local, no andar superior, degustaram um menu regular da casa ao lado dos amigos, entre eles Bia Antony e Yehuda Berg. Já na tarde da sexta-feira 28, foi a vez da mulher de Ronaldo oferecer um almoço para o casal e Talullah em sua casa, em Higienópolis, com a presença do jogador. “O Ashton e a Demi são muito simpáticos. Estavam ansiosos para conhecer São Paulo e, antes de desembarcar aqui, haviam perguntado como era a cidade”, contou Daniel Mafra, relações-públicas da Colcci. Entre as tentativas de arriscar as primeiras palavras em português, Ashton aprendeu a expressão “gente boa”. “Agora ele acha todo mundo ‘gente boa’”, divertiu-se Daniel.

No sábado, Demi e Ashton marcaram presença no Kabbalah Centre, nos Jardins, na cerimônia do Shabat, dia santo para os judeus. Depois, almoçaram no restaurante Maní, da atriz Fernanda Lima e da chef Helena Rizzo, e à noite seguiram para o Skye, no Hotel Unique. Numa mesa central, ao lado de alguns amigos e de Yehuda, o casal também optou por comida japonesa, salada e muita água de coco. “O Ashton adorou, disse que a vista de lá tinha uma vibe de Manhattan”, contou Daniel Mafra, que os acompanhou. Se o assédio os incomodou? “Não teve assédio, apenas de um fã que pediu foto. E era americano, para surpresa deles.” Às 10h da segunda-feira 31, o casal e a filha da atriz embarcaram para Angra dos Reis (RJ) de helicóp-tero, onde ficariam por dois dias na casa de Luciano Huck e Angélica. Até o fechamento desta edição, a família pretendia deixar o País na tarde da quarta-feira 2.

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Filha do apresentador Amaury Junior, Duda Ferreira mostra o estilo de morar da família no apartamento debruçado sobre o verde do Ibirapuera, em São Paulo

Acima, na sala da lareira,

Amaury Jr. e família se

reúnem para assistir filmes

no home theater, em

confortáveis poltronas

brancas de frente para

uma parede ESPELHADA

em laranja

Thaís Botelho FOTOS Marcelo Navarro

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UM LUGAR ACONCHEGANTE, moderno, cheio de cores, mas, ao mesmo tempo, clean. Foram estes os pedidos do apre-sentador Amaury Jr., durante os 12 meses que marcaram a reforma de seu apartamento de 580 metros quadrados, com vista para o parque Ibirapuera, em São Paulo “Foi justamente esta vista que o prendeu na hora de fechar negócio”, entrega Duda Ferreira, empresária e filha do apresentador, que há seis meses voltou a viver na companhia dos pais, Amaury Jr. e Celina, no apartamento onde morou por cerca de cinco anos antes de se casar com Alexandre Cerqueira, seu sócio. Entre seus cantos preferidos, Duda elege a sala principal composta pelo mobiliário sóbrio da Artefacto, e algumas peças da Atrium e Montenapoleone, destaque para duas poltronas laranjas, que iluminam o ambiente. “Adoro esse clima moderno e leve. Eu e meu pai temos gostos muito parecidos”, conta ela.

Assim que decidiu comprar o imóvel em 2004, ainda na planta, o apresentador entregou o projeto de decoração para a arquiteta e amiga da família, Brunete Fraccaroli.“Trabalhar com o Amaury Jr. é muito fácil. Ele é direto, prático e gosta do que é funcional”, explica Brunete. Durante o tempo em que durou a reforma, a arquiteta contou que o apresenta-dor fez questão de acompanhar tudo de perto e colocar a “mão na massa”. “Ele carregava mesa de mármore, conferia o projeto no papel, colocava flores no vaso, dava opinião sobre os móveis...”, lembra a profissional. Entre as princi-pais modificações do projeto inicial, estão a separação do living room da varanda (de quase 150 metros quadrados), o que gerou uma atmosfera ainda mais aconchegante e

intimista, e a integração da copa com a sala de jantar, onde a família recebe os amigos para animadas reuniões em uma mesa de 22 lugares.

A suíte do apresentador ganhou mais espaço e um novo closet, além de um dos cômodos ter se transformado em escri-tório. “Isso não poderia faltar. É o diferencial de todos os apar-tamentos desse prédio. Somente meu pai transformou uma possível e confortável sala de tevê em escritório”, conta Duda, sobre o pai workaholic. É neste local que, assim como a filha caçula, Amaury Jr. passa a maior parte do tempo quando está em casa e guarda parte de sua coleção de bonecos em miniatu-ra e DVDs de séries de tevê e filmes que compõem um acervo de 500 títulos. “Mas isso só aqui, né? Porque no escritório dele ainda tem uns cinco mil DVDs”, entrega Duda, também fanáti-ca por cinema e televisão.

Mais que dividir os mesmos gostos para decoração, Duda herdou do pai o tino para os negócios. Jornalista de formação e dona da grife Branquinha, de moda infantil, há 10 anos ela trabalha com vendas no setor fashion e há um ano está à frente do Salão Casa Moda, o único salão brasileiro especializado em marcas de luxo nesse mercado. “Chegou uma hora que não estávamos mais dando conta da demanda. Por isso resolvemos transformar o que antes era um show room, em feira”, explica. Na edição de 2011, a empresária comemora mais uma novida-de: o ingresso de duas marcas internacionais exclusivas, a Issa London e a inglesa de acessórios, Butler & Wilson.

Entre os objetos, se destacam Tania

Bulhões Home, e Firma Casa.

A iluminação é La Lampe

A varanda de 150 m2 se abre para o skyline

de São Paulo

Rádio jukebox comprado em um antiquário na Itália,

presente de Duda para o pai

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EM UM DESFILE OLÍMPICO, com direito a casal hollywoodiano e Angel da Victoria’s Secret, qualquer modelo passaria despercebida, em segundo plano. Mas Gisele Bündchen, claro, não é qualquer modelo. Ao subir na passarela da Colcci na noite do domingo 30, a übermodel dava adeus à marca da qual foi estrela nos últimos seis anos. O posto, agora, será da brasileira Alessandra Ambrósio, que também desfilou. Mas quem é rainha jamais perde a majestade e Gisele foi ovacio-nada por seus ‘súditos’ na Bienal, desde sua chegada até a último passo que deu na passarela.

A bordo de um vestido coral curto, Gisele chegou ao prédio por volta das 20h15, acompanhada da irmã e assessora Patrícia Bündchen. Cinco minutos depois, saiu do carro, ajeitou o cabelo e abriu um largo sorriso para os fãs e fotógrafos que a esperavam na entrada dos fun-dos do pavilhão. Bem-humorada, ainda improvisou um pequeno desfile para confusão geral. Depois, seguiu para seu camarim exclusivo, o maior de todos, com cerca de 15 metros quadrados – pouco mais que o dobro dos camarins do astro Ashton Kutcher e Alessandra. Pouco antes do início do desfile, Gisele saiu do camarim e improvisou um discurso, agradecendo a parceria. Na passarela, ela foi a primeira a entrar, vestindo um look todo preto, com hot pants e casaco. No final, puxou a fila, sob aplausos e gritos enlouquecidos da plateia, se despe-dindo em grande estilo. Mas o ‘adeus’ pode significar um até logo, como ela deixou transparecer na entrevista exclusiva que ela deu a Paulo Borges, diretor criativo do SPFW, a pedido de Gente. Gisele relembrou momentos marcantes, assumiu estar mais seletiva quanto a novos trabalhos, falou da parceria da moda com a sustentabili-dade e sugeriu uma volta para breve, em um “novo e grande projeto”.

Na passarela que a lançou para o mundo da moda, Gisele Bündchen faz seu último desfile pela marca que a contrata há seis anos e fala com exclusividade a Paulo Borges sobre os planos para o futuro

SPFW – Outono/Inverno 2011

Simone Blanes FOTOS Marcelo Liso

GISELE

“Foi aqui que dei meus primeiros passos... Vou sentir saudades”

Top passa pelo red carpet armado na entrada reservada aos convidados

das marcas. Na página oposta, assédio sobre a modelo na Bienal e o

tradicional `paz e amor` que Gisele adora fazer para os fotógrafos

Até logo,Sua carreira tem 15 anos, e neste ano o SPFW também celebra essa data. Tem algum momento inesquecível que viveu nesta passarela? Sim, muitos. Um dos momentos especiais foi quando fui escolhida para ser a Alice, de Alice no País das Maravilhas, em um desfile da Zoomp, no início da minha carreira. Me senti super honrada, mas estava com medo também, pois ainda não me sentia confortável na passarela. Além disso, tive que desfilar com um gatinho no colo, com música alta e tal. Depois, foi sempre bom voltar e ver como o evento cresceu.

Qual a importância do São Paulo Fashion Week na sua carreira? Podemos dizer que sua carreira começou nessa semana de moda?Os primeiros desfiles que fiz ainda eram no Morumbi Fashion. Minha carreira começou no Brasil, então foi aqui que dei os primeiros passos na passarela.

Desfilar em São Paulo tem alguma emoção diferente?Desfilar no Brasil é sempre uma emoção, outra energia. Me sinto em casa e é sempre um prazer poder desfilar aqui e sentir o carinho das pessoas.

Como você avalia o SPFW em relação às principais semanas de moda internacionais?O evento cresceu muito nos últimos anos e acredito que esteja com o mesmo nível de organização de um evento internacional.

Este ano o tema sustentabilidade está de volta à semana e você tem se revelado uma ativista ambiental. Moda e sustentabilidade podem caminhar juntas?Venho trabalhando com a causa socioambiental há bastante tempo e acre-dito que moda e sustentabilidade podem e devem caminhar juntas. Temos que encontrar formas de reduzir, reutilizar e reciclar. Tanto na estrutura do evento, como nas formas de produção da moda.

Este é mesmo seu último desfile pela Colcci? Há alguma chance de você voltar às passarelas do Brasil já na temporada de verão 2012?Este é o meu último desfile da Colcci sim, mas não o último no Brasil. Foi mara-vilhoso trabalhar com eles nestes últimos seis anos e fazer parte do crescimento da marca. Vou sentir saudades e desejo para eles muito sucesso. Estou traba-lhando em outros grandes projetos e, em breve, vocês vão ter novidades.

A decisão de diminuir o ritmo de desfiles e trabalhos tem a ver com sua dedicação como mãe?Na verdade, já faz anos que diminuí o ritmo. Hoje, acabo desfilando para quem tenho contrato ou em casos bem especiais. No geral, tentei diminuir um pouco o ritmo de trabalho com viagens, por causa do meu filho. Mas continuo trabalhando bastante, só que sou bem mais seletiva.

Você está no melhor de sua fase tanto profissional, quanto pes-soal. Então, o que falta a Gisele Bündchen?Eu acredito que você nunca pode parar de sonhar, é isso que nos move. Eu ainda tenho muitos sonhos e projetos que quero realizar na minha vida. Só o que peço é saúde para poder realizá-los.

EXPRESSEntrevistaPaulo Borges conversa com a top antes do desfile de despedida na Bienal

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LEATotal

A HISTERIA E OS numerosos seguranças denunciavam a chegada da celebridade mais esperada do sábado 29 no SPFW: a da modelo transexual Lea T. Recebida com a mesma mise-en-scène que cerca as principais top models do evento, a expressão no rosto da brasileira, revelada pelo diretor de criação da grife Givenchy, Ricardo Tisci, não escondia o espanto causado pela fama. “Eu não ima-ginava esse assédio. Lá fora também tem, mas as pessoas são mais cautelosas. Às vezes me assusto um pouco. É engraçado, apesar de não ser algo que procurei”, disse Lea com voz baixa, no camarim de Alexandre Herchcovitch, horas antes de entrar na passarela.

Até receber o convite do estilista para esta tempora-da de moda, ela, que mora em Milão, não pensava em trabalhar no País onde nasceu. “Os desfiles no Brasil não eram o mercado que eu procurava. Como fiquei muitos anos fora, me desliguei da moda brasileira. O Alexandre era o único profissional que conhecia o trabalho e gos-tava das criações”, contou.

Na noite que antecedeu o desfile, Herchcovitch levou Lea para jantar no Gero, e no sábado, após o desfile, organizou uma festa no bar do Fasano, o Baretto, em homenagem à top.

Entre os presentes estava um dos irmãos de Lea, Gustavo Medeiros, que trabalha com o pai, o ex-jogador de futebol Toninho Cerezo. “Fiquei emocionado quando ela entrou e todos aplaudiram. Uma pena meus outros irmãos não virem, mas estavam ocupados com trabalho e estudos. A Lea é um orgulho para todos nós”, elogiou.

Devido à temporada de moda internacional, Lea não sabe se voltará ao Brasil no Carnaval, mas adianta que gostaria de sambar na Marquês de Sapucaí. “Toparia des-filar na avenida. Nunca vi o Carnaval. Por que não?” Quem sabe um convite, desta vez para um desfile no sambódromo, não traga Lea novamente?

Em seu primeiro desfile no Brasil, a modelo transexual Lea T se espanta com o assédio e revela: “Toparia desfilar na avenida. Nunca vi o Carnaval”

Ipsualorer

Bela Megale COM Bianca Zaramella e Luciane Angelo

À esq., saindo do Hotel Fasano com um longo, no melhor estilo hippie chic, e sandálias rasteiras. À dir., no backstage do desfile, com look vintage e t-shirt cortada

Acima, Lea T ao chegar do Brasil com um elegante casaco camelo. Com o estilista Alexandre Herchcovitch, mais despojada, vestindo microshorts jeans

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Simone Blanes

FOTOS Gabriel Chiarastelli/ Ag. IstoÉ

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ELA CHEGOU MAIS discreta do que de cos-tume. Mesmo assim, Raquel Zimmermann não consegue ficar muito tempo longe dos holofotes. Estrela de abertura da temporada de moda paulistana – ela abriu o desfile da grife carioca Animale na sexta-feira 28 – a top entrou no foco por um motivo extramoda. De cabelos bem mais curtos, ela chegou ao Brasil recém-separada do marido Ruy Sanchez Blanco, com quem viveu por oito anos. Com tranquilidade, ela explicou que foi algo que aconteceu naturalmente. “A nossa separação foi uma decisão mútua de não morarmos mais juntos. Mas somos muito amigos. Sempre fomos. Então não tem por que terminar isso que temos”, disse a top à Gente, enquanto cuidava das novas madeixas. Esse vínculo de amizade vem da convivência de muito tempo e de afinidades que fazem questão de cultivar. A paixão pelo violão é uma delas. “Claro que estou mais próxima dos meus outros amigos, mas isso não exclui o Ruy que gosta de muitas coisas que eu gosto. Por exemplo, ele já veio me visitar para tocarmos violão juntos. Eu tam-bém vou a casa dele tocar”, diz Raquel que jura não estar procurando namorado. “Agora estou curtindo esse momento, sozinha. Estou achan-do bom viver sem dar satisfações, ser autossu-ficiente em todas as minhas decisões. Por enquanto estou bem”, conta. Quando questio-nada se existe a possibilidade de volta, ela sorri. “Você nunca sabe o que pode acontecer.”

Aos 27 anos, a única coisa que ela sabe, porém, é que quer ser mãe. Algo planejado e sem pressa. “Ainda quero ser mãe, mas tenho uns aninhos para pensar nisso. Hoje é dife-rente de antigamente que tinha essa pressão para as mulheres terem filhos. Acho que é muita responsabilidade e meu relógio bioló-gico ainda não deu sinais não”, diverte-se.

Outra novidade na vida de Raquel é a meditação. Inspirada pelo cineasta David Lynch, que se tornou seu amigo desde que

filmaram o comercial do perfume da Gucci há alguns anos, a top se inscreveu em um curso para aprender a técnica de meditação transcendental, que segundo ela, melhorou e muito a maneira de encarar a vida. “Meditar dá mais consciência de vida. Posso dizer que estou bem melhor agora. Sou calma por natureza, mas o trabalho estressa de uma forma mental porque você começa muito nova, perde o convívio social com pessoas da sua idade, e chega uma hora que precisa dessa fase de autoconhecimento. Agora, tenho mais consciência de toda energia positiva que posso emanar do meu corpo para mim e para quem está em volta”, conta Raquel, que tira dois momentos do seu dia para meditar: 20 minutos ao acor-dar e 20 minutos durante a tarde. Na mesma rota, seu livro de cabeceira no momento é O Poder da Compaixão, do Dalai Lama.

A esta nova fase de Raquel soma-se a companhia das amigas Luciana Curtis e Carolina Bittencourt. “Não parece, mas o tra-balho de modelo consome muito tempo. Agora, morando sozinha, eu procuro estar mais perto das minhas amigas em Nova York. Tentamos sempre deixar nossos encontros com um ar família, sabe? Outro dia a Lu fez uma feijoada, ficou muito boa. Eu sei cozi-nhar um carreteiro que fica ótimo também”, conta a top, que também tem ido mais a even-tos que misturam moda e causas sociais.

Enfim, uma das tops mais importantes do planeta vive dias diferentes, de cabelos diferentes e de cara lavada, pronta para o novo. Só não perde o jeito simples de quem começou há 13 anos, na passarela do então Morumbi Fashion, em 1998. E tudo por conta de uma outra modelo bra-sileira... “Lembro que dei de cara com a Shirley Malmann, mas só fui conhecê-la em Nova York, muito tempo depois. Sempre que a encontro eu falo: comecei por causa de ti!”

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PIQUE

TOTALDepois de um período de descanso, Tuca

Andrada volta à Globo em duas novelas

Ana Claudia Duarte FOTOS Cleiby Trevisan

VERÃO2011

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Após 20 e tantos anos de profissão, o ator Tuca Andrada deu um tempo na carreira durante 2010. Seu contrato com a Rede Record encerrou-se em fevereiro, e ele optou por descansar tam-bém, após o sucesso do musical O Rei e Eu. Viajou para lugares como Bahia e África do Sul e ficou com a cabeça livre para enca-rar novos desafios. “Não estava preocupado com o que viria a seguir. Já tinha alguns projetos em mente, mas nada certo”, diz. Mas eis que, no segundo semestre, já foi chamado pela TV Globo para atuar em Insensato Coração, nova trama das nove. “Participei só do primeiro capítulo, mas demoramos um tempo para gravar porque o personagem apareceu em diversas situações diferentes.” Antes de terminar o trabalho, Tuca foi convidado para viver um cangaceiro em Cordel Encantado, próxima novela global das seis. “Estou curtindo muito porque me sinto descan-sado. Afinal, agora é pique total”, diz ele, que também tem pla-nos para o teatro. Tuca pretende produzir e dirigir Porque as Amamos Tanto e vai atuar em Seis Aulas de Dança em Seis Semanas. “Quero também produzir um curta e preciso de um bom diretor ao meu lado. Será um ano cheio de trabalho e estou muito feliz”, vibra ele que desde que se entende por gente brin-cava de ser ator com os amigos e primos durante a infância.

VERÃO2011

Page 15: ISTOÉ Gente (7 de fevereiro de 2011)

Os anos passam e José Ivaldo Gomes de

Andrade Filho, 45 anos, mais conhecido como Tuca, apelido inventado por uma babá, continua com cara de garotão. “É engraçado, minha família toda é assim. Ninguém envelhece”, explica. “As pessoas acham que sou super cuidadoso com o corpo, mas não sou tão regrado assim. É claro que não cometo exageros, mas não sou o tipo do cara vaidoso que passa cremes e se policia na hora de comer.” Pernambucano de Recife, o ator sentiu-se em casa em meio a natureza deslumbrante de Jurerê. Prova disso, foi a facilidade com que caminhou sob sol forte, pelas dunas. Não bastasse a caminhada puxada, Tuca também fez um delicioso passeio de caiaque com direito a muitos caldos e diversão. “Estou adorando tudo! Amo Florianópolis. Essa cidade é incrível, uma curtição.” Última aventura do dia? Imagina! Foi só o ator avistar uns garotos “dropando” de sandboard – atividade que consiste em descer dunas sobre pranchas –, logo arrumou uma prancha para praticar e mostrou que leva jeito. “Já fiz uma vez e adoro. Gosto de atividades ao ar livre”, conta ele, encantado com o clima e a paisagem de Floripa.

VERÃO2011

Tuca desce as dunas da Lagoa da Conceição praticando sandboard

Figurino OSKLEN (JURERÊ INTERNACIONAL), RICARDO COTRIM, ARMADILLO, BIA ZANY, ADIDAS

Entre uma tacada e outra,

Tuca aprova o leve sabor do

Café Pilão

O ator malha na academia do hotel Il Campanario com seu kit Springer