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Foto PEDRO DIAS ISABELI FONTANA PAULO BORGES “MEU FUTURO TEM UM DESCANSAR. QUERO ME APOSENTAR” “Meus filhos vêm em primeiro lugar” A top que está entre as três modelos brasileiras mais poderosas do mundo conta como cuida de Zion e Lucas, revela os bastidores do fim de seu último namoro e se diz sem tempo para um novo amor “Não quero homem agora. Quando eu quiser, escolho” R$ 9,90 NASCE O FILHO DE DANI SUZUKI TAÍS ARAÚJO E LÁZARO RAMOS, MARCELLO ANTONY E CAROLINA VILLAR: CASAMENTOS DISCRETOS NO RIO ASHTON KUTCHER DE VOLTA AO BRASIL 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 4 1 6 0 0 ISSN 1516 -8204 20/JUN/2011 ANO 12 N° 614

ISTOÉ Gente (20/06/11)

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Edição 614 da Revista ISTOÉ Gente.

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Foto PEDRO DIAS

ISABELI FONTANA

PAULO BORGES“MEU FUTURO TEM UM

DESCANSAR. QUERO ME APOSENTAR”

“Meus filhos vêm em primeiro lugar”A top que está entre as três modelos brasileiras

mais poderosas do mundo conta como cuida de Zion e Lucas, revela os bastidores do fim de seu último namoro

e se diz sem tempo para um novo amor“Não quero homem agora. Quando eu quiser, escolho”

R$ 9,90

NASCE O FILHO DEDANI SUZUKI

TAÍS ARAÚJO E LÁZARO RAMOS,

MARCELLO ANTONY E CAROLINA VILLAR:

CASAMENTOS DISCRETOS NO RIO

ASHTON KUTCHER DE VOLTA AO BRASIL

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20/JUN/2011ANO 12N° 614

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Capa

É hora do almoço na casa da família Fontana. No menu do dia, salada verde, palmito, azeitonas, macarrão, purê com batata palha, arroz e suco natural de melan-cia. ah, sim, claro, tinha batata frita tam-bém. “lucas, tem batatinha para você! Vem comer!”, chama a mãe, ajeitando os pratos na mesa. o truque é válido já que o menino, 4 anos, nem bem chegou do colé-gio e já pegou no videogame. E lá se vai a mãe “convocar” o garoto para vir se ali-mentar. Cena comum, típica de qualquer família brasileira. a diferença aqui é que a mãe, a dona de casa, é Isabeli Fontana, 27 anos, top brasileira que, ao lado de Gisele Bündchen e raquel Zimmermann, é consi-derada ícone fashion no ranking que avalia o poder de fogo das modelos, o site models.com. dias antes, Isabeli estava no méxico, onde foi jurada em um concurso de beleza. antes disso, sessão de fotos para a capa da Vogue francesa – só neste ano, ela já foi capa das edições turca e indiana da revista. além disso, campanhas para Bottega Veneta, Estée lauder, donna Karan... coi-sas de mamãe top model.

Simone Blanes

fotos Pedro Dias/Ag. IstoÉ

Edição dE Moda Mauricio Mariano/Abá Mgt

stylist Alessandro Lázaro

Isabeli Fontana na intimidade: os filhos, a carreira, os amores interrompidos e os sonhos de uma top que quer simplificar a vida. Para buscar a felicidade

feliz”“Não preciso de

namorado para ser

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Capa

É hora do almoço na casa da família Fontana. No menu do dia, salada verde, palmito, azeitonas, macarrão, purê com batata palha, arroz e suco natural de melan-cia. ah, sim, claro, tinha batata frita tam-bém. “lucas, tem batatinha para você! Vem comer!”, chama a mãe, ajeitando os pratos na mesa. o truque é válido já que o menino, 4 anos, nem bem chegou do colé-gio e já pegou no videogame. E lá se vai a mãe “convocar” o garoto para vir se ali-mentar. Cena comum, típica de qualquer família brasileira. a diferença aqui é que a mãe, a dona de casa, é Isabeli Fontana, 27 anos, top brasileira que, ao lado de Gisele Bündchen e raquel Zimmermann, é consi-derada ícone fashion no ranking que avalia o poder de fogo das modelos, o site models.com. dias antes, Isabeli estava no méxico, onde foi jurada em um concurso de beleza. antes disso, sessão de fotos para a capa da Vogue francesa – só neste ano, ela já foi capa das edições turca e indiana da revista. além disso, campanhas para Bottega Veneta, Estée lauder, donna Karan... coi-sas de mamãe top model.

Simone Blanes

fotos Pedro Dias/Ag. IstoÉ

Edição dE Moda Mauricio Mariano/Abá Mgt

stylist Alessandro Lázaro

Isabeli Fontana na intimidade: os filhos, a carreira, os amores interrompidos e os sonhos de uma top que quer simplificar a vida. Para buscar a felicidade

feliz”“Não preciso de

namorado para ser

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Visita

O MERCADO MUNICIPAL de São Paulo está para um chef de cozinha assim como a DisneyWorld está para uma criança de 10 anos: é farra na certa. O endereço foi esco-lhido por Gente como cenário para o encontro de dois chefs franceses na cidade: Erick Jacquin, radicado no Brasil há 15 anos, e seu compatriota Eric Frechon, o favorito do presidente francês Nicolas Sarkozy, comandante das caçarolas do incensado Hotel Le Bristol de Paris e com três estrelas Michelin no currículo. Frechon deu rasante no País para promover o hotel francês com

Dois franceses, dois chefs, dois Eric

(e Erick): diversão em dobro em um

saboroso passeio pelo Mercado Municipal

de São Paulo

Bianca Zaramella

FOTOS Gabriel Chiarastelli/Ag IstoÉ

Chef do Hotel Le Bristol, de Paris, e o preferido do

presidente francês Nicolas Sarkozy, Eric

Frechon fotografa todos os detalhes

das iguarias do Mercadão Brésil! Brésil! Brésil!

Sabor de

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Visita

O MERCADO MUNICIPAL de São Paulo está para um chef de cozinha assim como a DisneyWorld está para uma criança de 10 anos: é farra na certa. O endereço foi esco-lhido por Gente como cenário para o encontro de dois chefs franceses na cidade: Erick Jacquin, radicado no Brasil há 15 anos, e seu compatriota Eric Frechon, o favorito do presidente francês Nicolas Sarkozy, comandante das caçarolas do incensado Hotel Le Bristol de Paris e com três estrelas Michelin no currículo. Frechon deu rasante no País para promover o hotel francês com

Dois franceses, dois chefs, dois Eric

(e Erick): diversão em dobro em um

saboroso passeio pelo Mercado Municipal

de São Paulo

Bianca Zaramella

FOTOS Gabriel Chiarastelli/Ag IstoÉ

Chef do Hotel Le Bristol, de Paris, e o preferido do

presidente francês Nicolas Sarkozy, Eric

Frechon fotografa todos os detalhes

das iguarias do Mercadão Brésil! Brésil! Brésil!

Sabor de

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Televisão

“Hebe, você precisa me ajudar a abrir os olhos das pessoas sobre o código Florestal. Temos de ficar atentos”, dizia Gisele bündchen à apresentadora da rede Tv!. a sobriedade do assunto não combina-va muito com o lugar e a ocasião, o tapete vermelho da premiação aFi Life achievement award, realizado na quinta-feira 9, em Los angeles, em homenagem ao ator norte-americano Morgan Freeman. Mas Gisele e Hebe podem tudo, ainda mais juntas.

as duas estrelas brasileiras pareciam amigas de longa data, trocando beijos e abraços enquanto eram fotografadas pela imprensa de todo mundo. Na entrada do evento, a apresentadora não poupou elogios ao decotado vestido oscar de la renta da top. Gisele também admirou as belas joias de Hebe. Depois, as duas assistiram juntas à premiação, compondo a mesa de brasileiros junto com Marcello coltro, vice-presidente do estúdio MGM na américa Latina, que convidou Hebe para representar a classe artística do país na noite de gala.

em outra mesa, estavam o ator Matthew Mcconaughey e a mulher, a modelo brasilei-ra camila alves, que durante a tarde havia dado uma longa entrevista a Hebe, em um bistrô na famosa rodeo Drive. Lá, ela tam-bém conversou com o jogador de vôlei a seleção brasileira Giba. o bate-papo com camila vai ao ar nesta terça-feira 14. as entre-vistas com o esportista e com Gisele bündchen devem ser exibidas na terça-feira 21.

A apresentadora brilha ao lado de Gisele Bündchen e outros astros internacionais em premiação em homenagem a MorGAn FreeMAn, em los Angeles

Bela Megale

HollywoodencantaHebe

Hebe e Gisele se encontraram no tapete

vermelho e conversaram sobre o Código Florestal.

Depois, assistiram juntas à premiação

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Ha

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n/G

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Televisão

“Hebe, você precisa me ajudar a abrir os olhos das pessoas sobre o código Florestal. Temos de ficar atentos”, dizia Gisele bündchen à apresentadora da rede Tv!. a sobriedade do assunto não combina-va muito com o lugar e a ocasião, o tapete vermelho da premiação aFi Life achievement award, realizado na quinta-feira 9, em Los angeles, em homenagem ao ator norte-americano Morgan Freeman. Mas Gisele e Hebe podem tudo, ainda mais juntas.

as duas estrelas brasileiras pareciam amigas de longa data, trocando beijos e abraços enquanto eram fotografadas pela imprensa de todo mundo. Na entrada do evento, a apresentadora não poupou elogios ao decotado vestido oscar de la renta da top. Gisele também admirou as belas joias de Hebe. Depois, as duas assistiram juntas à premiação, compondo a mesa de brasileiros junto com Marcello coltro, vice-presidente do estúdio MGM na américa Latina, que convidou Hebe para representar a classe artística do país na noite de gala.

em outra mesa, estavam o ator Matthew Mcconaughey e a mulher, a modelo brasilei-ra camila alves, que durante a tarde havia dado uma longa entrevista a Hebe, em um bistrô na famosa rodeo Drive. Lá, ela tam-bém conversou com o jogador de vôlei a seleção brasileira Giba. o bate-papo com camila vai ao ar nesta terça-feira 14. as entre-vistas com o esportista e com Gisele bündchen devem ser exibidas na terça-feira 21.

A apresentadora brilha ao lado de Gisele Bündchen e outros astros internacionais em premiação em homenagem a MorGAn FreeMAn, em los Angeles

Bela Megale

HollywoodencantaHebe

Hebe e Gisele se encontraram no tapete

vermelho e conversaram sobre o Código Florestal.

Depois, assistiram juntas à premiação

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Ensaio

à modada casauliaJ

O jeito irreverente e inteligente de

ver a moda da publicitária e

blogueira JULIA PETIT, bem-

sucedida na internet, e que

agora quer repetir o sucesso na tevê

Bianca Zaramella

Fotos Debby Gram

styling Raphael Mendonça

Quimono Doc Dog, baby doll La Perla e obi Juisi By Licquor. Cordão

Spazio Vintage, colar Edu Osako, bracelete Francine

Adida e anéis Adriana Delmaestro e Mirandouro

“sempre tive uma relação muito bem-humorada com a minha imagem e acho que todo mundo pode ter também”, diz Julia petit, enquanto espalha os vidros de esmalte na mesa. são 11 horas da manhã e ela acaba de chegar ao shintori, um dos restaurantes japoneses mais tradicionais de são paulo, escolhido como locação deste ensaio de moda para Gente. o lugar tem razão de ser, claro, já que a proposta dos looks é brincar com o orientalismo. “adoro criar essas personagens de moda. me divirto. moda é isso.” aos 37 anos, ela sabe que seu guarda-roupa dita refe-rências para as quase 400 mil pessoas que acessam seu blog, o petiscos, todo mês. “Quero ajudar as meninas e sair um pouco dessa história de que elas não podem ter aquela roupa ou maquiagem. Às vezes acredi-to que a ditadura da moda oprime as pessoas. todas nós somos bonitas. Quero que você seja feliz com você!”, diz ela.

essa liberdade de escolha e de pensamen-to ela aprendeu em casa. Filha do publicitário espanhol Frances petit, um dos sócios da agência DpZ, Julia aprendeu com o próprio pai a relativizar a beleza. “ele dizia: minhas filhas não são mulheres bonitas. são mulhe-res interessantes”, conta ela, enquanto esmalta as unhas, com direito a palito e acetona.

a relação com o espelho sempre foi bem-resolvida (e, note-se, Julia é, sim, boni-ta). aos 15 anos, era uma menina ruiva, magra e muito engraçada. “sempre fui a garota exótica da escola. usava óculos de grau desde os 3 anos de idade e, em uma época, tinha até um tapa-olho! Com 9, cortei meu cabelo igual a de menino! eu me diver-tia com isso. e nunca fiz terapia.”

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Ensaio

à modada casauliaJ

O jeito irreverente e inteligente de

ver a moda da publicitária e

blogueira JULIA PETIT, bem-

sucedida na internet, e que

agora quer repetir o sucesso na tevê

Bianca Zaramella

Fotos Debby Gram

styling Raphael Mendonça

Quimono Doc Dog, baby doll La Perla e obi Juisi By Licquor. Cordão

Spazio Vintage, colar Edu Osako, bracelete Francine

Adida e anéis Adriana Delmaestro e Mirandouro

“sempre tive uma relação muito bem-humorada com a minha imagem e acho que todo mundo pode ter também”, diz Julia petit, enquanto espalha os vidros de esmalte na mesa. são 11 horas da manhã e ela acaba de chegar ao shintori, um dos restaurantes japoneses mais tradicionais de são paulo, escolhido como locação deste ensaio de moda para Gente. o lugar tem razão de ser, claro, já que a proposta dos looks é brincar com o orientalismo. “adoro criar essas personagens de moda. me divirto. moda é isso.” aos 37 anos, ela sabe que seu guarda-roupa dita refe-rências para as quase 400 mil pessoas que acessam seu blog, o petiscos, todo mês. “Quero ajudar as meninas e sair um pouco dessa história de que elas não podem ter aquela roupa ou maquiagem. Às vezes acredi-to que a ditadura da moda oprime as pessoas. todas nós somos bonitas. Quero que você seja feliz com você!”, diz ela.

essa liberdade de escolha e de pensamen-to ela aprendeu em casa. Filha do publicitário espanhol Frances petit, um dos sócios da agência DpZ, Julia aprendeu com o próprio pai a relativizar a beleza. “ele dizia: minhas filhas não são mulheres bonitas. são mulhe-res interessantes”, conta ela, enquanto esmalta as unhas, com direito a palito e acetona.

a relação com o espelho sempre foi bem-resolvida (e, note-se, Julia é, sim, boni-ta). aos 15 anos, era uma menina ruiva, magra e muito engraçada. “sempre fui a garota exótica da escola. usava óculos de grau desde os 3 anos de idade e, em uma época, tinha até um tapa-olho! Com 9, cortei meu cabelo igual a de menino! eu me diver-tia com isso. e nunca fiz terapia.”

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A sala de jantar, onde ele mantém seu maior xodó: a mesa de jacarandá herdada da avó. Também é seu espaço predileto para trabalhar, ouvir música e receber os amigos

ESTILO CASApor Silviane Neno

TexTo Ana Cola Lima foTos Masao Goto Filho/Ag IstoÉ

o apê dodentistaAcordar e ver da janela uma das vistas mais bonitas do Rio de Janeiro foi motivo mais do que suficiente para fazer o dentista Luiz Tepedino trocar a antiga casa pelo apartamento de 150 metros quadrados na Lagoa Rodrigo de Freitas. Em volta da paisagem, décor de cores e linhas puras. Nada que brigue com o cenário natural

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A sala de jantar, onde ele mantém seu maior xodó: a mesa de jacarandá herdada da avó. Também é seu espaço predileto para trabalhar, ouvir música e receber os amigos

ESTILO CASApor Silviane Neno

TexTo Ana Cola Lima foTos Masao Goto Filho/Ag IstoÉ

o apê dodentistaAcordar e ver da janela uma das vistas mais bonitas do Rio de Janeiro foi motivo mais do que suficiente para fazer o dentista Luiz Tepedino trocar a antiga casa pelo apartamento de 150 metros quadrados na Lagoa Rodrigo de Freitas. Em volta da paisagem, décor de cores e linhas puras. Nada que brigue com o cenário natural

Page 12: ISTOÉ Gente (20/06/11)

Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

Foto

CA

teatro

Claudio e Charles se preparam para

fazer um pequeno musical sobre os

últimos dias de Judy Garland

Soraya Ravenle e José Mayer são o casal cujas filhas querem romper com a tradição dos casamentos arranjados

Qual a referência que mais motiva vocês? A montagem recente ou o filme de 1971?Charles – A principal inspiração foi a peça, que, ao longo do tempo, vem ganhando montagens mais ou menos tradicionais. Vi há dois anos uma encenação em Londres. Era simples, quase minimalista, com elenco menor, orquestra reduzida e músicas extraordinárias. Mas se as músicas forem suprimidas, o texto sobrevive. Não há como não ser afetado, seja judeu ou goy (não-judeu). E adoro o filme. Marcou minha infância. Claudio – Nosso Violinista é uma nova criação. As marcações e a direção dos atores são do Charles. O que preservamos – como acontece em todas as montagens sérias pelo mundo – foi a extraordinária coreografia origi-nal de Jerome Robbins. Adotamos como prerrogativa montar o espetáculo usando a coreografia original, recriada aqui por Janice Botelho, baseada no guia do próprio Robbins. A coreografia é tão fundamental na peça quanto a orquestração, as músicas e as letras. Como vocês se prepararam para o trabalho? Tinham contato anterior com o universo judaico?Charles –Conversamos com integrantes da comunidade judaica – alguns mais ortodoxos, outros mais liberais. É uma peça que fala sobre tradição e sobre rompê-la, sobre um homem, Tevye, que, por amor às filhas, vai se modernizando. É importante romper tradições para que nasçam outras. Antigamente, os casamentos judaicos eram arranjados por casamenteiras. As meninas não tinham contato com os maridos. Depois do casamento, acabavam se apaixonando ou não. Homens e mulheres seguiam papéis pré-determinados. Tevye e Golda se amam, mas nunca pararam para falar sobre isso. Mas ainda é importante falar sobre o amor, mesmo que ache-mos piegas. Amar plenamente quem está do seu lado, respeitando as dife-renças e as escolhas, é o que há de mais transformador. Como Hair, Um Violinista no Telhado trata de liberdade, de “deixar o sol entrar”, de um povo nômade sempre disposto a construir tudo de novo. E, se não fossem os judeus, acho que minha profissão não existiria. Afinal, eles foram fun-damentais para o desenvolvimento do teatro musical.

Nos últimos tempos, vocês têm feito espetáculos de grande porte. É uma tendência do trabalho da dupla?Charles – Nossos projetos de grande porte têm sido viabilizados com

menos dificuldades. Mas não queremos abandonar os de médio e pequeno porte. Tanto que faremos Judy – O Fim do Arco-Íris, um pequeno musical com três integrantes sobre os últimos dias de Judy Garland. E continuaremos com os grandes, como As Bruxas de Eastwick, que estreia no segundo semes-tre, e O Mágico de Oz.Claudio – Nunca pensamos no tamanho de uma peça quando nos interessamos por ela. O que nos move é a paixão por uma obra e o fato de podermos dividi-la com o público. Não montamos peças para nós mesmos ou para pequenos segmentos de público. Como foi a escalação de José Mayer?Charles – Há anos quisemos fazer Follies com ele, mas o projeto, que sucederia Cole Porter, acabou não sain-do. Depois, ele quase fez A Ópera do Malandro, em Portugal, no lugar de Mauro Mendonça. Mas não pôde por causa de compromissos com a televisão.Claudio – Mayer foi a nossa primeira escolha. Pensamos nele por sermos admiradores de seu traba-lho e por sabermos de sua capacidade para cantar a partitura difícil da obra. É um Tevye maravilhoso!

Claudio, você disse que “sobreviveu” ao criar letras para musicais clássicos, como A Noviça Rebelde e Hair. Espera sobreviver a esse também?Claudio – Sempre espero sobreviver. Esse trabalho é arriscado, pois inclui muitas questões religiosas e de costumes específicos de um povo. Mas a tentati-va é fazer um espetáculo que seja compreendido pela plateia brasileira. Sem ferir os princípios judai-cos da obra, trata-se, antes de mais nada, de uma história humana como qualquer outra. (5 anos) Daniel Schenker

Oi Casa Grande – av. Afrânio de Mello Franco, 290, Rio de Janeiro, tel. (21) 2511-0800. Até 18/9.

Sem medodos clássicos

‘‘A peça trata de liberdade, de ‘deixar o sol entrar’, de um povo nômade disposto a construir tudo de novo”Charles Möeller ‘‘Nunca pensamos no

tamanho de uma peça quando nos interessamos

por ela. Não montamos peças para nós mesmos

ou para pequenos segmentos de público”

Claudio Botelho

Depois de Hair e A

Noviça Rebelde, a

dupla investe na nova

montagem de Um Violinista

no Telhado, confirmando

a aposta nas obras

imortalizadas mundo afora

Charles Möeller e Claudio Botelho

93

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RTO

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HW

EN

CK

DEPOIS DE SE ARRISCAR a transportar para o palco obras tão celebradas mundo afora, como A Noviça Rebelde e Hair, Charles Möeller e Claudio Botelho apresentam Um Violinista no Telhado. A história de Tevye, lei-teiro de um vilarejo judeu às voltas com a determinação das filhas de interromper a tradição dos casamentos arranjados, tem estrada longa no teatro e no cinema.

O espetáculo estreou na Broadway em 1964, permanecendo mais de sete anos em cartaz. A montagem londrina de 1967 consa-grou o ator Topol, que protagonizou ainda a versão cinematográfica, de 1971. Também no início dos anos 70, o público brasileiro viu, pela primeira vez, uma montagem da peça, com Oswaldo Loureiro e Ida Gomes no elenco.

O novo espetáculo reúne elenco de 43 atores , liderado por José Mayer, 17 músicos e algumas canções célebres, como a notória “If I were a Rich Man” (Se eu fosse rico).

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Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

Foto

CA

teatro

Claudio e Charles se preparam para

fazer um pequeno musical sobre os

últimos dias de Judy Garland

Soraya Ravenle e José Mayer são o casal cujas filhas querem romper com a tradição dos casamentos arranjados

Qual a referência que mais motiva vocês? A montagem recente ou o filme de 1971?Charles – A principal inspiração foi a peça, que, ao longo do tempo, vem ganhando montagens mais ou menos tradicionais. Vi há dois anos uma encenação em Londres. Era simples, quase minimalista, com elenco menor, orquestra reduzida e músicas extraordinárias. Mas se as músicas forem suprimidas, o texto sobrevive. Não há como não ser afetado, seja judeu ou goy (não-judeu). E adoro o filme. Marcou minha infância. Claudio – Nosso Violinista é uma nova criação. As marcações e a direção dos atores são do Charles. O que preservamos – como acontece em todas as montagens sérias pelo mundo – foi a extraordinária coreografia origi-nal de Jerome Robbins. Adotamos como prerrogativa montar o espetáculo usando a coreografia original, recriada aqui por Janice Botelho, baseada no guia do próprio Robbins. A coreografia é tão fundamental na peça quanto a orquestração, as músicas e as letras. Como vocês se prepararam para o trabalho? Tinham contato anterior com o universo judaico?Charles –Conversamos com integrantes da comunidade judaica – alguns mais ortodoxos, outros mais liberais. É uma peça que fala sobre tradição e sobre rompê-la, sobre um homem, Tevye, que, por amor às filhas, vai se modernizando. É importante romper tradições para que nasçam outras. Antigamente, os casamentos judaicos eram arranjados por casamenteiras. As meninas não tinham contato com os maridos. Depois do casamento, acabavam se apaixonando ou não. Homens e mulheres seguiam papéis pré-determinados. Tevye e Golda se amam, mas nunca pararam para falar sobre isso. Mas ainda é importante falar sobre o amor, mesmo que ache-mos piegas. Amar plenamente quem está do seu lado, respeitando as dife-renças e as escolhas, é o que há de mais transformador. Como Hair, Um Violinista no Telhado trata de liberdade, de “deixar o sol entrar”, de um povo nômade sempre disposto a construir tudo de novo. E, se não fossem os judeus, acho que minha profissão não existiria. Afinal, eles foram fun-damentais para o desenvolvimento do teatro musical.

Nos últimos tempos, vocês têm feito espetáculos de grande porte. É uma tendência do trabalho da dupla?Charles – Nossos projetos de grande porte têm sido viabilizados com

menos dificuldades. Mas não queremos abandonar os de médio e pequeno porte. Tanto que faremos Judy – O Fim do Arco-Íris, um pequeno musical com três integrantes sobre os últimos dias de Judy Garland. E continuaremos com os grandes, como As Bruxas de Eastwick, que estreia no segundo semes-tre, e O Mágico de Oz.Claudio – Nunca pensamos no tamanho de uma peça quando nos interessamos por ela. O que nos move é a paixão por uma obra e o fato de podermos dividi-la com o público. Não montamos peças para nós mesmos ou para pequenos segmentos de público. Como foi a escalação de José Mayer?Charles – Há anos quisemos fazer Follies com ele, mas o projeto, que sucederia Cole Porter, acabou não sain-do. Depois, ele quase fez A Ópera do Malandro, em Portugal, no lugar de Mauro Mendonça. Mas não pôde por causa de compromissos com a televisão.Claudio – Mayer foi a nossa primeira escolha. Pensamos nele por sermos admiradores de seu traba-lho e por sabermos de sua capacidade para cantar a partitura difícil da obra. É um Tevye maravilhoso!

Claudio, você disse que “sobreviveu” ao criar letras para musicais clássicos, como A Noviça Rebelde e Hair. Espera sobreviver a esse também?Claudio – Sempre espero sobreviver. Esse trabalho é arriscado, pois inclui muitas questões religiosas e de costumes específicos de um povo. Mas a tentati-va é fazer um espetáculo que seja compreendido pela plateia brasileira. Sem ferir os princípios judai-cos da obra, trata-se, antes de mais nada, de uma história humana como qualquer outra. (5 anos) Daniel Schenker

Oi Casa Grande – av. Afrânio de Mello Franco, 290, Rio de Janeiro, tel. (21) 2511-0800. Até 18/9.

Sem medodos clássicos

‘‘A peça trata de liberdade, de ‘deixar o sol entrar’, de um povo nômade disposto a construir tudo de novo”Charles Möeller ‘‘Nunca pensamos no

tamanho de uma peça quando nos interessamos

por ela. Não montamos peças para nós mesmos

ou para pequenos segmentos de público”

Claudio Botelho

Depois de Hair e A

Noviça Rebelde, a

dupla investe na nova

montagem de Um Violinista

no Telhado, confirmando

a aposta nas obras

imortalizadas mundo afora

Charles Möeller e Claudio Botelho

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DEPOIS DE SE ARRISCAR a transportar para o palco obras tão celebradas mundo afora, como A Noviça Rebelde e Hair, Charles Möeller e Claudio Botelho apresentam Um Violinista no Telhado. A história de Tevye, lei-teiro de um vilarejo judeu às voltas com a determinação das filhas de interromper a tradição dos casamentos arranjados, tem estrada longa no teatro e no cinema.

O espetáculo estreou na Broadway em 1964, permanecendo mais de sete anos em cartaz. A montagem londrina de 1967 consa-grou o ator Topol, que protagonizou ainda a versão cinematográfica, de 1971. Também no início dos anos 70, o público brasileiro viu, pela primeira vez, uma montagem da peça, com Oswaldo Loureiro e Ida Gomes no elenco.

O novo espetáculo reúne elenco de 43 atores , liderado por José Mayer, 17 músicos e algumas canções célebres, como a notória “If I were a Rich Man” (Se eu fosse rico).

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Homenagem

fenômenoPra sempre,

“ME DESCULPEM. Tive três chances de gol e não consegui fazer por ironia do des-tino no, meu último jogo, meus últimos 15 minutos de Seleção. Não fiz meu gol que seria uma pequena retribuição do que vocês fizeram por mim.” Foi assim, se desculpan-do, que Ronaldo Nazário começou o dis-curso de despedida dos gramados de um dos maiores jogadores da história do fute-bol mundial. Com a humildade de sempre, o jogador vestiu a camisa amarela na terça-feira 7, contra a Romênia, no estádio do Pacaembu, em São Paulo – partida vencida pelo Brasil por 1 a 0 –, mas não balançou as redes. E quem ligava para isso? As 40 mil pessoas que enfrentaram o frio de dez graus daquela noite estavam testemunhan-do o fim de uma era. A história de um craque que fez 15 gols em Copas do Mundo, vencendo duas delas: a dos Estados Unidos (1994) e a do Japão e Coreia do Sul (2002). De quebra, ele ainda foi eleito por três vezes o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA em: 1996, 1997 e 2002.

SuperaçãoMais do que troféus e medalhas, Ronaldo

venceu por sua persistência. Foram muitas as graves contusões que o tiraram de campo e, meses depois, voltava sempre mais triunfal do que nunca. Também por isso, os aplausos do Pacaembu se fizeram ouvir. Ok, Neymar e Robinho, craques da atualidade, estavam no jogo, mas ninguém superou tantos obstácu-los e seguiu vencedor quanto Ronaldo. Após

Luciane Angelo

Em sua despedida da Seleção Brasileira, RONALDO leva os filhos para o campo e

emociona o País inteiro com um discurso de agradecimento e lágrimas

Ronaldo recebe o apoio de Robinho

após perder mais um gol na partida de

despedida contra a Romênia

Com os filhos Alex e Ronald (atrás do craque, filmando tudo), o jogador deu uma volta olímpíca e agradeceu à torcida

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os 15 minutos derradeiros, Ronaldo deu uma volta olímpica para agradecer à plateia. Depois, acompanhado de dois fiéis escudeiros, os filhos Alex e Ronald – que filmou todos os momentos do pai –, o eterno camisa 9 se dirigiu ao púlpito no centro do campo e disse “obrigado”. Que nada, Ronaldo. É o Brasil que agradece.

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Homenagem

fenômenoPra sempre,

“ME DESCULPEM. Tive três chances de gol e não consegui fazer por ironia do des-tino no, meu último jogo, meus últimos 15 minutos de Seleção. Não fiz meu gol que seria uma pequena retribuição do que vocês fizeram por mim.” Foi assim, se desculpan-do, que Ronaldo Nazário começou o dis-curso de despedida dos gramados de um dos maiores jogadores da história do fute-bol mundial. Com a humildade de sempre, o jogador vestiu a camisa amarela na terça-feira 7, contra a Romênia, no estádio do Pacaembu, em São Paulo – partida vencida pelo Brasil por 1 a 0 –, mas não balançou as redes. E quem ligava para isso? As 40 mil pessoas que enfrentaram o frio de dez graus daquela noite estavam testemunhan-do o fim de uma era. A história de um craque que fez 15 gols em Copas do Mundo, vencendo duas delas: a dos Estados Unidos (1994) e a do Japão e Coreia do Sul (2002). De quebra, ele ainda foi eleito por três vezes o Melhor Jogador do Mundo pela FIFA em: 1996, 1997 e 2002.

SuperaçãoMais do que troféus e medalhas, Ronaldo

venceu por sua persistência. Foram muitas as graves contusões que o tiraram de campo e, meses depois, voltava sempre mais triunfal do que nunca. Também por isso, os aplausos do Pacaembu se fizeram ouvir. Ok, Neymar e Robinho, craques da atualidade, estavam no jogo, mas ninguém superou tantos obstácu-los e seguiu vencedor quanto Ronaldo. Após

Luciane Angelo

Em sua despedida da Seleção Brasileira, RONALDO leva os filhos para o campo e

emociona o País inteiro com um discurso de agradecimento e lágrimas

Ronaldo recebe o apoio de Robinho

após perder mais um gol na partida de

despedida contra a Romênia

Com os filhos Alex e Ronald (atrás do craque, filmando tudo), o jogador deu uma volta olímpíca e agradeceu à torcida

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os 15 minutos derradeiros, Ronaldo deu uma volta olímpica para agradecer à plateia. Depois, acompanhado de dois fiéis escudeiros, os filhos Alex e Ronald – que filmou todos os momentos do pai –, o eterno camisa 9 se dirigiu ao púlpito no centro do campo e disse “obrigado”. Que nada, Ronaldo. É o Brasil que agradece.

Page 16: ISTOÉ Gente (20/06/11)

Entrevista

Diretor e mente criativa do maior evento de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week, PAuLo BorgeS fala de futuro: do evento em si, da moda no Brasil, de giSeLe BünDchen e dele próprio como empresário e como pai do pequeno henrique

Há 15 anos essa loucura de são Paulo Fashion Week começou. Temporadas de moda em dois turnos, desfiles, tops, estre-las e estilistas no vaivém frenético das passa-relas. Haja coração – e haja disposição tam-bém. Paulo Borges, o criador da semana de moda mais poderosa do Hemisfério sul quer sossego. sim, de fato, a aposentadoria vem sendo alinhavada e não é de hoje. “Tenho anunciado há bastante tempo que quero me aposentar”, conta ele, caminhando pelo pré-dio da Bienal, checando os detalhes finais desta 15ª edição do evento que vai até o sába-do 18. Mas isso não significa que Paulo vai parar de vez, que só será encontrado descan-sando em uma rede e passando suas tardes em Itapoã. nada disso. a ideia é continuar na gestão de tudo, de uma maneira mais ampla. “a cabeça ainda vai continuar trabalhando.”

nem tem como ser diferente. Paulo Borges está no epicentro de uma das negociações mais comentadas da economia nacional no momento. a Inbrands, holding da qual é um dos sócios principais e que comanda nove marcas têxteis no País, acaba de entrar com o processo de abertura de capital e, tão logo a comissão de Valores Mobiliários autorize, ela

vai poder negociar ações na Bolsa de Valores de são Paulo. um episódio de alto impacto na vida de um segmento que movi-mentou r$ 50 bilhões em 2010.

aqui, aliás, vale um puxão de orelhas. Paulo acompanhou com especial interesse as eleições presidenciais do ano passa-do, por ser a ponta-de-lança de todo um setor. Ficou feliz com a vitória de Dilma rousseff, está feliz com ela no comando. o que não quer dizer satisfeito com os rumos da moda até o momento. “o que me espanta é que a moda é altamente dinâ-mica, rentável, está entre as três mais importantes economias do País, é a segunda maior geradora de empregos, a primeira na contratação de mão de obra feminina e não tem uma polí-tica de estado para isso. Vou bater nessa tecla até que eu veja que isso aconteça”, declarou, em tom ativista.

Fora isso, esta edição da sPFW – cujo tema é Futuro – trouxe novidades significativas. o evento pulverizou sua criatividade e quer levar suas fronteiras criativas para além da moda. na Bienal, a mostra “Pretty Much everything”, com 286 imagens históricas da dupla de fotógrafos Inez Van lamsweerde e Vinoodh Matadin, é parte desse projeto de diversificação. Bem como o clube sPFW, um portal de rela-cionamento focado em moda, e o Hot spot, concurso que premiou novos talentos de 15 áreas.

Por tudo isso e muito mais, como se verá na entrevista a seguir, fica difícil acreditar no futuro com “um relaxar, um descansar” que Paulo Borges tanto sonha. a aposenta-doria pode esperar...

tempoUm homem e seu

Luciane Angelo

FoTos Pedro Dias/ Ag. IstoÉ

Page 17: ISTOÉ Gente (20/06/11)

Entrevista

Diretor e mente criativa do maior evento de moda da América Latina, o São Paulo Fashion Week, PAuLo BorgeS fala de futuro: do evento em si, da moda no Brasil, de giSeLe BünDchen e dele próprio como empresário e como pai do pequeno henrique

Há 15 anos essa loucura de são Paulo Fashion Week começou. Temporadas de moda em dois turnos, desfiles, tops, estre-las e estilistas no vaivém frenético das passa-relas. Haja coração – e haja disposição tam-bém. Paulo Borges, o criador da semana de moda mais poderosa do Hemisfério sul quer sossego. sim, de fato, a aposentadoria vem sendo alinhavada e não é de hoje. “Tenho anunciado há bastante tempo que quero me aposentar”, conta ele, caminhando pelo pré-dio da Bienal, checando os detalhes finais desta 15ª edição do evento que vai até o sába-do 18. Mas isso não significa que Paulo vai parar de vez, que só será encontrado descan-sando em uma rede e passando suas tardes em Itapoã. nada disso. a ideia é continuar na gestão de tudo, de uma maneira mais ampla. “a cabeça ainda vai continuar trabalhando.”

nem tem como ser diferente. Paulo Borges está no epicentro de uma das negociações mais comentadas da economia nacional no momento. a Inbrands, holding da qual é um dos sócios principais e que comanda nove marcas têxteis no País, acaba de entrar com o processo de abertura de capital e, tão logo a comissão de Valores Mobiliários autorize, ela

vai poder negociar ações na Bolsa de Valores de são Paulo. um episódio de alto impacto na vida de um segmento que movi-mentou r$ 50 bilhões em 2010.

aqui, aliás, vale um puxão de orelhas. Paulo acompanhou com especial interesse as eleições presidenciais do ano passa-do, por ser a ponta-de-lança de todo um setor. Ficou feliz com a vitória de Dilma rousseff, está feliz com ela no comando. o que não quer dizer satisfeito com os rumos da moda até o momento. “o que me espanta é que a moda é altamente dinâ-mica, rentável, está entre as três mais importantes economias do País, é a segunda maior geradora de empregos, a primeira na contratação de mão de obra feminina e não tem uma polí-tica de estado para isso. Vou bater nessa tecla até que eu veja que isso aconteça”, declarou, em tom ativista.

Fora isso, esta edição da sPFW – cujo tema é Futuro – trouxe novidades significativas. o evento pulverizou sua criatividade e quer levar suas fronteiras criativas para além da moda. na Bienal, a mostra “Pretty Much everything”, com 286 imagens históricas da dupla de fotógrafos Inez Van lamsweerde e Vinoodh Matadin, é parte desse projeto de diversificação. Bem como o clube sPFW, um portal de rela-cionamento focado em moda, e o Hot spot, concurso que premiou novos talentos de 15 áreas.

Por tudo isso e muito mais, como se verá na entrevista a seguir, fica difícil acreditar no futuro com “um relaxar, um descansar” que Paulo Borges tanto sonha. a aposenta-doria pode esperar...

tempoUm homem e seu

Luciane Angelo

FoTos Pedro Dias/ Ag. IstoÉ

Page 18: ISTOÉ Gente (20/06/11)

Foto PEDRO DIAS

ISABELI FONTANA

PAULO BORGES“MEU FUTURO TEM UM

DESCANSAR. QUERO ME APOSENTAR”

“Meus filhos vêm em primeiro lugar”A top que está entre as três modelos brasileiras

mais poderosas do mundo conta como cuida de Zion e Lucas, revela os bastidores do fim de seu último namoro

e se diz sem tempo para um novo amor“Não quero homem agora. Quando eu quiser, escolho”

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20/JUN/2011ANO 12N° 614

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