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Prof. Jack Póvoas 2010

IV UNIDADE

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Prof. Jack Póvoas 2010

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IV UNIDADE - HISTÓRIA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

RENASCIMENTO E HUMANISMO

AS MONARQUIAS NACIONAIS EUROPÉIAS

OS ESTADOS MODERNOS E O ABSOLUTISMO

REFORMA E CONTRA-REFORMA

PERIODIZAÇÃOIDADE MODERNA

FIM DO IMPÉRIO BIZANTINO SURGIMENTO DO CAPITALISMO

MERCANTIL AFIRMAÇÃO DO PODER

ECONÔMICO DA BURGUESIA UNIFICAÇÃO DO PODER POLÍTICO

DOS REIS – CRIAÇÃO DO ESTADO MODERNO

REFORMA PROTESTANTE RENASCIMENTO COMERCIAL,

CULTURAL E CIENTÍFICO

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UMA REVOLUÇÃO CHAMADA RENASCIMENTO

• SÉCULO XIV: RENOVAÇÃO CULTURAL DE FORTE INFLUÊNCIA GRECO-ROMANA, QUE REJEITAVA A CULTURA MEDIEVAL, PRESA AOS PADRÕES DA IGREJA CATÓLICA

• O RENASCIMENTO FOI A TRANSIÇÃO DA SOCIEDADE FEUDAL PARA A SOCIEDADE MODERNA

RAÍZES DO RENASCIMENTO:

• CRESCIMENTO DAS CIDADES

• DESENVOLVIMENTO DE ATIVIDADES INTELECTUAIS E ARTÍSTICAS NAS CIDADES MAIS RICAS

• RESSURGIMENTO DO COMÉRCIO: A BURGUESIA PASSA A ACUMULAR RIQUEZAS

• INOVAÇÕES TÉCNICAS: BÚSSOLA MAGNÉTICA, PÓLVORA, RELÓGIO MECÂNICO, IMPRENSA, ETC.

• CRÍTICA À VISÃO RESTRITA DA IGREJA

• ABSOLUTISMO

CARACTERÍSTICAS DO RENASCIMENTO

• INDIVIDUALISMO: CAPACIDADE DO SER HUMANO DE FAZER ESCOLHAS LIVREMENTE

• RACIONALISMO: A RAZÃO COMO PRINCIPAL INSTRUMENTO PARA COMPREENDER O UNIVERSO E A NATUREZA – O QUE IMPULSIONOU O CONHECIMENTO NAS ÁREAS DA: ASTRONOMIA, MATEMÁTICA, FÍSICA, MEDICINA, LITERATURA, GEOMETRIA, PINTURA, ARQUITETURA, ENGENHARIA, FILOSOFIA, FÍSICA ETC.

• HUMANISMO:O SER HUMANO É O CENTRO DAS PREOCUPAÇÕES E INDAGAÇÕES, POIS É OBRA SUPREMA DE DEUS (ANTROPOCENTRISMO)

• CLASSICISMO: VALORIZAÇÃO DA CULTURA GRECO-ROMANA ―ABAFADA‖ PELA IDADE DAS TREVAS

• JUSTIFICAVAM O GOVERNO CENTRALIZADO ATRAVÉS DE IDÉIAS COMO O DIREITO DIVINO DOS REIS

• HEDONISMO: VALORIZAÇÃO DO CORPO E DOS PRAZERES TERRENOS E ESPIRITUAIS

• NATURALISMO: ESTIMULOU O DOMÍNIO DO HOMEM SOBRE A NATUREZA

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O Renascimento

• Renascença Italiana foi como ficouconhecida a fase de abertura doRenascimento, um período de grandesmudanças e conquistas culturais queocorreram na Europa, entre o século XV eo século XVI.

• Este período marca a transição entre aIdade Média e a Idade Moderna.

• Surgem novos conceitos ligados aoHumanismo, Naturalismo e Classicismo.

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Quais as razões para ser na Itália?

A Itália reunia, no século XV, condições que

favoreciam o desenvolvimento cultural:

- Era constituída por Estados autónomos. Entre

eles estabeleceu-se uma verdadeira rivalidade:

todos pretendiam ter os mais belos palácios e

igrejas, os artistas e os pensadores mais

célebres.

- Abundam na Itália os vestígios da arte greco-

romana que viria a inspirar numerosos artistas.

Por sua vez, as bibliotecas dos mosteiros

guardavam cópias de muitas obras da

Antiguidade, que os intelectuais estudavam.

- Muitas cidades italianas tinham se tornado

centros de comércio. Graças a essa

prosperidade, os grandes senhores nobres e

eclesiásticos e os ricos burgueses apoiavam os

escritores e os artistas.

Estados italianos no Renascimento

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Centro do RenascimentoA referência inicial é centrada na zona da Toscana, nas cidades de Florença e Siena. Espalhou-se depois para o sul, tendo um impacto muito significativo sobre Roma, que foi praticamente reconstruída. Espalhou-se depois para o resto da Europa.

Vista de

Florença,

dita de la

Catena,

Museu de

Florença,

1470-1490

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Florença, o berço do Renascimento

• Florença era umas das mais

prósperas cidades italianas.

• Os negociantes e financeiros,

apreciadores das belas artes,

criaram à sua volta um ambiente

favorável aos artistas.

• Entre as famílias mais ricas de

Florença contavam-se os

Médicis, que acabaram por

controlar o governo da cidade e

tornar-se mecenas generosos.

• Sob o seu governo, Florença

transformou-se na capital das

artes: ali trabalharam inúmeros

arquitetos, escultores e pintores

famosos.

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Os mais importantes

Surgiram os nomes mais destacados do Renascimento e que influenciaram toda a obra ocidental posterior: Leonardo da Vinci (1452-1519) e Miguel Ângelo (1475-1564).

• Pintor, escultor, arquiteto, engenheiro ecientista, Leonardo da Vinci foiimportante, principalmente, na pinturaonde introduziu o conceito de perspectivaatmosférica.

• Michelangelo, pintor, escultor, arquiteto epoeta, transformou-se em um dosmaiores criadores que o mundo jáconheceu.

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CRISE DO FEUDALISMO : FORMAÇÃO DO ESTADO MODERNO

IDADE MÉDIA: PODER DESCENTRALIZADO / SENHOR FEUDAL

CRISE NA EUROPA OCIDENTAL NO FIM DA IDADE MÉDIA: GUERRAS, FOME, PESTE, ENRIQUECIMENTO DA BURGUESIA

ALIANÇA BURGUESIA MERCANTIL E FINANCEIRA (COMERCIANTES E BANQUEIROS) COM OS REIS

―Os reis queriam mais poder pra si, a burguesiareivindicava segurança e liberdade para seus negócios, ossenhores feudais se negavam a renunciar seus privilégios, aIgreja lutava para manter a posição que havia conquistadodesde a Idade Média. Para fortalecer seu poder, o rei jogavacom esses interesses, favorecendo ora um, ora outro entrediversos grupos sociais. Com o apoio financeiro daburguesia, o rei pôde formar uma burocracia personalizadaa favor do Estado, justificou e legitimou o seu poderabsoluto utilizando o Direito Romano e o apoio intelectual dejuristas de formação universitária, formou exércitospermanentes, dispensando a nobreza dos laços devassalagem e suserania, e, aos poucos, impôs suaautoridade sobre territórios cada vez mais vastos, fixandofronteiras. Dentro desses novos limites, prevaleceramidiomas oficiais e a cobrança de tributos assim como ocontrole da justiça também ficaram nas mãos do monarca.‖

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O ESTADO MODERNO NA FRANÇA, INGLATERRA, ESPANHA E PORTUGAL

ESTADOS

MODERNOSFRANÇA INGLATERRA ESPANHA PORTUGAL

PRINCIPAIS

ACONTECIMENTOS

GUERRA DOS CEM

ANOS: FRANÇA X

INGLATERRA

(FRANÇA: AFASTAR

FLANDRES DO

CONTROLE INGLÊS /

INGLATERRA:

REIVINDICAVA A

SUCESSÃO DO

TRONO FRANCÊS)

CONSEQUÊNCIA DA

GUERRA, A FRANÇA

PASSOU A TER UM

EXÉRCITO

PERMANENTE E UM

IMPOSTO DESTINADO

A GARANTIR A

MANUTENÇÃO DA

FORÇA ARMADA

IDIOMA FRANCÊS

NORMANDOS:

FEUDALISMO

CENTRALIZADO

RELAÇÕES

CONFLITUOSAS ENTRE

REI, NOBREZA E

IGREJA

1258: PARLAMENTO

PARA TAMBÉM LIMITAR

O PODER DA NOBREZA

E DO CLERO O REI

PROMOVEU O

INGRESSO DA

BURGUESIA NO

PARLAMENTO:

CÂMARAS: DOS

COMUNS / DOS

LORDES

GUERRA DAS DUAS

ROSAS: YORK X

LANCASTER – TUDOR

HENRIQUE VII

IGREJA ANGLICANA

RECONQUISTA:

EXPULSÃO DOS

ÁRABES

MUÇULMANOS DA

PENÍNSULA IBÉRICA:

REINOS CRISTÃOS

DE LEÃO, ARAGÃO E

CASTELA

CASAMENTO DE

FERNANDO DE

ARAGÃO E ISABEL DE

CASTELA

REINO CATÓLICO, A

COROA IMPÔS A

CONVERSÃO OU O

ABANDONO DO

REINO AOS JUDEUS

FORTALECIMENTO DA

ESPANHA:

EXPEDIÇÃO DE

COLOMBO À

AMÉRICA

CONDATO

PORTUCALENSE

LIGADO POR LAÇOS

DE VASSALAGEM AO

REINO DE LEÃO E

CASTELA

HENRIQUE DE

BORGONHA

AUTOPROCLAMOU-

SE REI DE

PORTUGAL,

TORNANDO-O REINO

INDEPENDENTE

CORTES GERAIS:

FAMÍLIA REAL, CLERO

E NOBREZA

REVOLUÇÃO DE AVIS:

D. JOÃO I APOIADO

PELA BURGUESIA E

POLO POVO

EXPANSÃO MARÍTIMA

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•Na Baixa Idade Média (séculos XI a XV), a ampliação docomércio levou a recém-formada burguesia a se sentir tolhidaem suas ambições.

•A economia urbana não mais atendia à demanda a se fazianecessário a formação de um mercado nacional liberto dosentraves feudais.

•Tal necessidade levou a burguesia a apoiar a realeza em suaspretensões centralizadoras contra a poderosa nobreza feudalpossuidora de privilégios seculares.

•A grande crise feudal dos séculos XIV e XV e a crescente riquezamóvel enfraqueciam progressivamente a nobreza feudal, apoiadana riqueza fundiária.

A ORIGEM DO ABSOLUTISMO

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•Tudo isso acelerou o processo de concentração de poderes em mãos

dos Reis que, além do apoio político e material da burguesia, ansiosa de

privilégios, contou com a justificação teórica da obra dos legistas

burgueses, baseados no revigorado Direito Romano, possibilitando a

constituição legal do edifício político-administrativo do Estado Nacional

Moderno.

•Nesse longo e desigual processo, a primeira fase foi de centralização

político-administrativa.

•Em uma segunda etapa, ou mesmo paralelamente, encontramos a

tendência ao absolutismo: O rei recebia seus poderes pela “graça divina”.

•A Monarquia Absoluta de direito divino é o traço marcante da Era Pré-

Capitalista, usualmente chamada de Idade Moderna. "

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Como vimos, no sistema feudal predominavam as relações servis deprodução. No capitalismo, definem-se as relações assalariadas deprodução; há a nítida separação entre aqueles que detêm os meiosde produção e os que apenas possuem de seu a força de trabalho.

Além desse elemento essencial, o capitalismo também se caracterizapela produção destinada ao mercado, pelas trocas monetárias, pelaorganização racional e sistemática do trabalho e pelo espírito delucro.

Dos fins da Idade Média até hoje, a sociedade capitalista passo, porquatro fases bem distintas:

Pré-CapitalismoCapitalismo ComercialCapitalismo IndustrialCapitalismo Monopolista-Financeiro

Feudalismo X Capitalismo

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QUARTO DE LUÍS XIV, DA FRANÇA

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Luís XIV

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FAMÍLIA DO REI CARLOS IV, DAESPANHA

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DORMITÓRIO REAL NO PALÁCIO DE VERSALHES

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Retrato de um artista

anônimo do rei D.

Sebastião em 1565,

quando tinha 11 anos. A

sua cruzada contra os

muçulmanos de

Marrocos levou a uma

crise no trono

português que acaba

por levar à União

Ibérica.

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Joana D'arc é uma destas

grandes figuras históricas

cujo retrato é sempre fiel à

sua imagel real. Ela foi

responsável por grandes

vitórias dos franceses na

Guerra dos Cem anos

(1337 - 1453). Esta Joana

de aspecto solene,

retratada por um artista

anônimo franco-flamenco,

aparece num livro de

poemas manuscrito por

Carlos de Orleães.

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Leonardo da VinciDominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar trabalhos em diversos campos do conhecimento humano.

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Botticelli - os temas de seus quadros foram escolhidos segundo a possibilidade que lhe proporcionavam de expressar seu ideal de beleza. Para ele, a beleza estava associada ao ideal cristão. Por isso, as figuras humanas de seus quadros são belas porque manifestam a graça divina, e, ao mesmo tempo, melancólicas porque supõem que perderam esse dom de Deus.

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Michelangelo1475-1565Entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma particularmente representativa é a criação do homem.

PIETÁ 1498

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DAVI 1501

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ESTUDO DE CABEÇA FEMININA

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CRIAÇÃO DE EVA

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Teto da Capela Sistina, Michelangelo

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Rafael Sanzio1483-1520Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. Foi considerado grande pintor de ―Madonas‖.

Ressureição

1499-1503

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A dúvida de São Tomé, 1599 - Caravaggio

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A êxtase de Santa Teresa 1646 - Bernini

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MAPA DA EUROPA

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A expansão marítima européia, processo histórico ocorrido

entre os séculos XV e XVII, contribuiu para que a Europa

superasse a crise dos séculos XIV e XV.

Através das Grandes Navegações há uma expansão das

atividades comerciais, contribuindo para o processo de

acumulação de capitais na Europa.

O contato comercial entre todas as partes do mundo (

Europa, Ásia, África e América ) torna possível uma história

em escala mundial, favorecendo uma ampliação dos

conhecimento geográficos e o contato entre culturas

diferentes.

Expansão Marítima Européia.

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Fatores para a Expansão Marítima

A expansão marítima teve um nítido caráter comercial, daí definir este

processo como uma empresa comercial de navegação, ou como

grandes empreendimentos marítimos. Para o sucesso desta atividade

comercial o fator essencial foi a formação do Estado Nacional.

Formação do Estado Nacional e a centralização política - as Grandes

Navegações só foram possíveis com a centralização do poder político,

pois fazia-se necessário uma complexa estrutura material de navios,

armas, homens, recursos financeiros. A aliança rei-burguesia

possibilitou o alcance destes objetivos tornando viável a expansão

marítima.

Avanços técnicos na arte náutica- o aprimoramento dos conhecimentos

geográficos, graças ao desenvolvimento da cartografia; o

desenvolvimento de instrumentos náuticos- bússola, astrolábio, sextante

- e a construção de embarcações capazes de realizar viagens a longa

distância, como as naus e as caravelas.

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Interesses econômicos - a necessidade de ampliar a produção de

alimentos, em virtude da retomada do crescimento demográfico; a

necessidade de metais preciosos para suprir a escassez de moedas;

romper o monopólio exercido pelas cidades italianas no Mediterrâneo -

que contribuía para o encarecimento das mercadorias vindas do Oriente;

tomada de Constantinopla, pelo turcos otomanos, encarecendo ainda

mais os produtos do Oriente.

Sociais - o enfraquecimento da nobreza feudal e o fortalecimento da

burguesia mercantil.

Religiosos - a possibilidade de conversão dos pagãos ao cristianismo

mediante a ação missionária da Igreja Católica.

Fatores para a Expansão Marítima

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Reforma ReligiosaO que foi a Reforma Religiosa?

• No século XVI a Europa foi abalada por uma série demovimentos religiosos que contestavam abertamente osdogmas da igreja católica e a autoridade do papa.

• Estes movimentos, conhecidos genericamente comoReforma, foram sem dúvida de cunho religioso.

• No entanto, estavam ocorrendo ao mesmo tempo que asmudanças na economia européia, juntamente com aascensão da burguesia.

• Por isso, algumas correntes do movimento reformista seadequavam às necessidades religiosas da burguesia, aovalorizar o homem “empreendedor” e ao justificar a buscado “lucro”, sempre condenado pela igreja católica.

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Os fatores que desencadearam a Reforma:

• Uma das causas importantes da Reforma foi o humanismo evangelista, críticoda Igreja da época.

• A Igreja havia se afastado muito de suas origens e de seus ensinamentos, comopobreza, simplicidade, sofrimento. No século XVI, o catolicismo era uma religiãode pompa, luxo e ociosidade.

• Surgiram críticas em livros como o Elogio da Loucura (1509), de Erasmo deRotterdam, que se transformaram na base para que Martinho Lutero efetivasseo rompimento com a igreja católica.

• Durante o papado de Leão X (1483 - 1520) surgiu o movimento reformista, quelevaria à divisão do Cristianismo na Europa.

• Moralmente, a Igreja estava em decadência: preocupava-se mais com asquestões políticas e econômicas do que com as questões religiosas. Paraaumentar ainda mais suas riquezas, a Igreja recorria a qualquer subterfúgio,como, por exemplo, a venda de cargos eclesiásticos, venda de relíquias e,principalmente, a venda das famosas indulgências, que foram a causa imediatada crítica de Lutero. O papado garantia que cada cristão pecador poderiacomprar o perdão da Igreja.

• A formação das monarquias nacionais trouxe consigo um sentimento denacionalidade às pessoas que habitavam uma mesma região, sentimento estedesconhecido na Europa feudal, Esse fato motivou o declínio da autoridadepapal, pois o rei e a nação passaram a ser mais importantes.

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• Outro fator muito importante, ligado ao anterior, foi aascensão da burguesia, que, além do papel decisivo querepresentou na formação das monarquias nacionais e nopensamento humanista, foi fundamental na Reformareligiosa.

• Ora, na ideologia católica, a única forma de riqueza era aterra; o dinheiro, o comércio e as atividades bancáriaseram práticas pecaminosas; trabalhar pela obtenção dolucro, que é a essência do capital, era pecado.

• A burguesia precisava, portanto, de uma nova religião,que justificasse seu amor pelo dinheiro e incentivasse asatividades ligadas ao comércio.

• A doutrina protestante, criada pela Reforma, satisfaziaplenamente os anseios desta nova classe, pois pregava oacúmulo de capital como forma de obtenção do paraísocelestial. Assim, grande parte da burguesia, ligada àsatividades lucrativas, aderiu ao movimento reformista.

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Por que a Reforma começou na Alemanha?

• No século XVI, a Alemanha não era um Estadopoliticamente centralizado. A nobreza era tãoindependente que cunhava moedas, fazia a justiçae recolhia impostos em suas propriedades. Paracomplementar sua riqueza, saqueava nas rotascomerciais, expropriando os mercadores ecamponeses.

• A burguesia alemã, comparada à dos países daEuropa, era débil: os comerciantes e banqueirosmais poderosos estabeleciam-se no sul, àsmargens do Reno e do Danúbio, por ondepassavam as principais rotas comerciais; asatividades econômicas da região eram a exportaçãode vidro, de metais e a ―indústria‖ do papel; mas osetor mais forte da burguesia era o usurário.

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Quem se opunha à igreja na Alemanha?

• A igreja católica alemã era muito rica. Seus maiores domíniosse localizavam às margens do Reno, chamadas de ―caminho doclero‖, e eram estes territórios alemães que mais impostosrendiam à Igreja.

• A Igreja era sempre associada a tudo que estivesse ligado aofeudalismo. Por isso, a burguesia via a Igreja como inimiga.

• Os anseios da burguesia eram de uma Igreja que gastassemenos, que absorvesse menos impostos e, principalmente, quenão condenasse a prática de ganhar dinheiro.

• Os senhores feudais alemães estavam interessados nasimensas propriedades da Igreja e do clero alemão.

• Os pobres identificavam a Igreja com o sistema que os oprimia:o feudalismo. Isto porque ela representava mais um senhorfeudal, a quem deviam muitos impostos.

• Às vésperas da Reforma, a luta de classes e política acabouassumindo uma forma religiosa. "

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O papa Leão X, no centro, em pintura de Rafael Sanzio, de 1518. Durante o seu papado (1483 - 1520) surgiu o movimento reformista, que levaria à divisão do Cristianismo na Europa (Galeria delli Uffizi, Florença)

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A REFORMA NA FRANÇA - O CALVINISMO• Enquanto a Reforma luterana se disseminava pela Alemanha, os franceses

tentavam elaborar uma reforma mais pacífica, orientada pelos humanistas.

• Mas os setores católicos conservadores, que dominavam a Universidade deSorbone, impediram o trabalho dos humanistas, preparando terreno parauma reforma muito mais radical e intransigente, liderada por João Calvino.

• Calvino era ex-aluno da Universidade de Paris,nascido em 1509 de uma família pequeno-burguesa e estudioso de leis. Em 1531 aderiu àsidéias reformistas, bastante difundidas nos meioscultos da França.

• Perseguido por causa de suas idéias, foi obrigadoa fugir para a cidade de Basiléia, onde publicou,em 1536. a Instituição da Religião Cristã,definindo seu pensamento.

• Calvino, como Lutero, partia da salvação pela fé,mas suas conclusões eram bem mais radicais; ohomem seria uma criatura miserável, corrompidae cheia de pecados; somente a fé poderia salvá-lo, embora essa salvação dependesse da vontadedivina — esta era a ―idéia da Predestinação‖.

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• Calvino foi para a Suíça, estabelecendo-se em Genebra, em 1536. A Suíça jáconhecia o movimento reformista através de Ulrich Zwinglio e era um lugarpropício para Calvino desenvolver suas idéias.

• Mas o fator principal para a difusão do calvinismo na Suíça foi a concentração,nesta região, de um número razoável de comerciantes burgueses, desejosos deuma doutrina que justificasse suas atividades lucrativas.

• Calvino transformou-se num verdadeiro ditador político, religioso e moral deGenebra. Formou um consistório (espécie de assembléia), composto porpastores e anciãos, que vigiava os costumes e administrava a cidade,inteiramente submetida à lei do evangelho. Eram proibidos o jogo a dinheiro, asdanças, o teatro, o luxo.

• Calvino ofereceu uma doutrina adequada à burguesia capitalista, pois dizia queo homem provava sua fé e demonstrava sua predestinação através do sucessomaterial, do enriquecimento.

• Defendia o empréstimo de dinheiro a juros, considerava a pobreza como sinaldo desfavor divino e valorizava o trabalho, o que ia ao encontro dos anseios daburguesia, que tinha no trabalho o elemento necessário para acumular ocapital.

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A DIFUSÃO DO CALVINISMO • O calvinismo se difundiu na França, nos Países Baixos e na Escócia.

Na França e nos Países Baixos sofreu resistência, mas na Escócia foiadotado como religião oficial. Foi John Knox (1505-1572) ointrodutor do calvinismo na Escócia, e suas teorias foramrapidamente aceitas pela nobreza, interessada nas propriedades daigreja católica. Knox conseguiu que a religião católica fosse proibidapelo Parlamento escocês. A igreja escocesa foi organizada segundoo modelo da Igreja de Genebra e recebeu o nome de igrejapresbiteriana, devido ao papel desempenhado pelos mais velhos(presbysteroi, em grego).

• Na França, os huguenotes (calvinistas) envolveram-se nassangrentas guerras de religião que marcaram as lutas políticas dopaís. "

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Anglicanismo

• Na Inglaterra, a difusão da Reforma foi facilitada pela disputa pessoalentre o soberano, Henrique VIII, e o papa.

• Henrique VIII era católico, mas rompeu com o papa quando este serecusou a dissolver seu casamento com Catarina de Aragão, que nãolhe havia dado um filho homem. Ignorando a decisão papal, HenriqueVIII casou-se, em 1533, com Ana Bolena, sendo excomungado pelopapa Clemente VII.

• O soberano encontrava assim uma justificativa para impedir que opoder da Igreja ofuscasse a autoridade de um rei absolutista.

• Além do mais, os bens da Igreja passaram para as mãos da nobreza,que apoiava o rei. Desta forma, as propriedades da nobrezaaumentaram, facilitando a nova atividade econômica de produção de lã,que era procurada pelas manufaturas de tecidos.

• A oficialização do rompimento entre Henrique VIII e o papado deu-sequando o Parlamento inglês aprovou o Ato de Supremacia, que, em1534, colocou a Igreja sob a autoridade real: nascia a igrejaanglicana.

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“Rei é o chefe supremo da Igreja da Inglaterra (...) Nesta qualidade, o Rei tem todo o poder de reprimir, corrigir erros, heresias, abusos (...)

que sejam ou possam ser formados legalmente por autoridade espiritual" (Ato de Supremacia, 1534)

• Pelo Ato dos Seis Artigos, assinado em 1539, Henrique VIII mantinhatodos os dogmas católicos, exceto o da autoridade papal. Estadubiedade foi atacada tanto por protestantes como por católicos: osprotestantes reprovavam a fidelidade aos dogmas católicos, e oscatólicos reprovavam o cisma.

• Eduardo VI, filho e sucessor de Henrique VIII, impôs ao país aobrigatoriedade do culto calvinista. Maria Tudor, sua sucessora, tentou,sem sucesso, restaurar o catolicismo. Com a morte de Maria Tudor,subiu ao trono Elizabeth I (1558-1603), que instituiu oficialmente areligião anglicana, através de dois atos famosos: o Bill daUniformidade, que criava a liturgia anglicana, e o Rui dos 39 Artigos,que fundamentava a fé anglicana. "

Page 67: IV UNIDADE

ABERTURA DO

PARLAMENTO PELA

RAINHA ELIZABETH I

Page 68: IV UNIDADE

Contra-reforma ou Reforma Católica

• A situação da igreja católica, em meados do século XVI, erabastante difícil: ela perdera metade da Alemanha, toda a Inglaterrae os países escandinavos; estava em recuo na França, nos PaísesBaixos, na Áustria, na Boêmia e na Hungria.

• A Contra-Reforma, ou Reforma católica, foi uma barreira colocadapela Igreja contra a crescente onda do protestantismo. Paraenfrentar as novas doutrinas, a igreja católica lançou mão de umaarma muito antiga: a Inquisição.

• Percebendo que os livros e impressos tinham sido muito importantes para a difusão da ideologia protestante, o papado instituiu, em 1564, o Index Librorum Prohibitorum, uma lista de livros elaborada pelo Santo Ofício, cuja leitura era proibida aos fiéis católicos.

• Estas duas medidas (a Inquisição e o Index) detiveram o avanço do protestantismo, principalmente na Itália, na Espanha e em Portugal.

Page 69: IV UNIDADE

a contra-reforma

Para remediar os abusos da Igreja e definir com clareza sua

doutrina, organizou-se o Concilio de Trento (1545-1563). O Concilio

tomou uma série de medidas, entre as quais citamos:

• Organizou a disciplina do clero: os padres deveriam estudar e formar-

se em seminários. Não poderiam ser padres antes dos 25 anos, nem

bispos antes dos 30 anos.

• Estabeleceu que as crenças católicas poderiam ter dupla origem: as

Sagradas Escrituras (Bíblia) ou as tradições transmitidas pela Igreja;

apenas esta estava autorizada a interpretar a Bíblia. Mantinham-se os

princípios de valia das obras, o culto da Virgem Maria e das imagens.

• Reafirmava a infalibilidade do papa e o dogma da

transubstanciação.

A conseqüência mais importante deste Concilio foi o

fortalecimento da autoridade do papa, que, a partir de então,

passou a ter a palavra final sobre os dogmas defendidos pela

igreja católica.

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CONSEQUÊNCIAS

• A partir da Contra-Reforma surgiram novas ordens religiosas,como a Companhia de Jesus, fundada por Ignácio de Loyolaem 1534. Os jesuítas se organizaram em moldes quasemilitares e fortaleceram a posição da Igreja dentro dos paíseseuropeus que permaneciam católicos. Criaram escolas, ondeeram educados os filhos das famílias nobres; foramconfessores e educadores de várias famílias reais; fundaramcolégios e missões para difundir a doutrina católica nasAméricas e na Ásia.

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O Tribunal da Inquisição foi muito poderoso na Europa nos séculos XIII e XIV, No decorrer do século XV, porém, perdeu sua força. Entretanto, em 1542 este tribunal foi reativado para julgar e perseguir indivíduos acusados de praticar ou difundir as novas doutrinas protestantes.

Morte na fogueira de Savonarola, 1498

Page 72: IV UNIDADE

A Igreja perdia adeptos e assistia à contestação e rejeição de seus dogmas, mas demostrou no Concílio de Trento que ainda era muito poderosa e tinha capacidade de reação.

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PAPA LEÃO X

A IGREJA

CATÓLICA NÃO

ACEITOU COM

FACILIDADE A

EXPANSÃO DAS

NOVAS

RELIGIÕES