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Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais Ano I - Edição 05 Tiragem: 4.500 30 d e O utubro de 2 009 INTERIORIZAÇÃO Sindicato vai aos servidores do interior do estado Página 6 PASSIVOS Com folga orçamentária, Trabalhista tem como pagar URV Página 7 ENTREVISTA Advogada fala sobre a reestruturação do Jurídico do Sindicato Páginas 4 e 5 Pressão para fazer o STF enviar projeto já Servidores se mobilizam para superar oposição das associações de juízes à revisão salarial; após atos e paralisações dos dias 11 e 12, reunião ampliada nacional definirá continuidade da luta; Sindicato conclama todos a participar. DIA DO SERVIDOR Comemorações do Dia do Servidor e reinauguração da sede levam categoria a passar o dia no Sindicato entre debates, assembleia e confraternização. Páginas 8, 9, 10 e 11 Janaina Rochido Generosa Gonçalves Categoria realiza atos públicos como o do dia 28 de outubro, em frente à Justiça Federal (BH), e paralisações de 2 horas em defesa da revisão salarial e jornada de 6 horas

Jornal do SITRAEMG nº05 - 2010

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Pressão para fazer o STF enviar projeto já,DIA DO SERVIDOR, PASSIVOS,INTERIORIZACAO

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Page 1: Jornal do SITRAEMG nº05 - 2010

Sindicato dos Trabalhadores do Poder

Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais

Ano I - Edição 05Tiragem: 4.500

30 de Outubro de 2009

INTERIORIZAÇÃOSindicato vai aos servidores

do interior do estadoPágina 6

PASSIVOSCom folga orçamentária,

Trabalhista tem como pagar URVPágina 7

ENTREVISTAAdvogada fala sobre a

reestruturação do Jurídico do Sindicato

Páginas 4 e 5

Pressão para fazer o STF enviar projeto jáServidores se

mobilizam para superar oposição das associações de juízes à

revisão salarial; após atos e paralisações dos dias 11 e 12, reunião ampliada

nacional definirá continuidade da luta; Sindicato

conclama todos a participar.

DIA DO SERVIDOR Comemorações do Dia do Servidor e reinauguração da sede levam categoria a passar o dia no Sindicato

entre debates, assembleia e confraternização.

Páginas 8, 9, 10 e 11

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Categoria realiza atos públicos como o do dia 28 de outubro, em frente à Justiça Federal (BH), e paralisações de 2 horas em defesa da

revisão salarial e jornada de 6 horas

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2ANO I - EDIÇÃO 05

JORNAL DO SITRAEMG JORNAL DO SITRAEMG

OPINIÃO DO SITRAEMGPela revisão salarial sem discriminações

A ‘cidadania’ de Lula

As mudanças aprovadas pelos presidentes dos tribunais superiores no anteprojeto de revisão salarial representam avanços importantes para toda categoria. Mas para os apo-sentados, atuais e futuros, em espe-cial, foram fundamentais na luta con-tra o fim da paridade e da isonomia.

O revés na tramitação da propos-ta, porém, patro-cinado por uma inconcebível inter-ferência de asso-ciações nacionais de juízes, reforça a certeza de que ain-da teremos muitas batalhas pela frente.

Nessa luta, servidores da ativa e aposentados precisam estar juntos participando das mobilizações favo-ráveis à revisão salarial sem perda de direitos.

A tentativa de diferenciar tra-balhadores da ativa e trabalhadores

Ao comemorar a escolha do Rio de Janeiro para receber as Olimpíadas de 2016, o presidente Lula, eufórico, disse que o Brasil finalmente alcança-va a “cidadania absoluta”. Menos de dois dias depois, porém, a divulgação pela ONU (Organização das Nações Unidas) da posição do país no Índi-ce de Desenvolvimento Humano (IDH) mostrou que a frase de efeito não encontra eco na ainda desigual realidade social brasileira.

O mais grave não é a 75ª coloca-ção no relatório da ONU. É o fato de o Brasil estar entre os cinco primeiros colocados quando o quesito é o tama-nho da desigual-dade entre a fatia da população mais rica e a mais pobre. O termo Berlín-dia (mistura de Bélgica com Índia), traçado pelo economista Edmar Bacha para simbolizar a desigualda-de brasileira, revela-se mais atual do que nunca. Os 20% mais ricos vivem um padrão igual ou superior à média da Islândia, líder do relatório. Vivem ainda um padrão superior aos 20% mais ricos da Espanha. Já os 20% mais pobres não saíram da Índia.

A má notícia logo após a festa olímpica das autoridades brasilei-ras em Lausanne, na Suíça, sede do

aposentados tem sido uma constante pelo menos nas últimas duas décadas. Foi assim nas reformas da Previdên-cia de 1998 (FHC) e 2003 (Lula). Foi assim no PCS-3. Foi assim na primeira versão do atual projeto de revisão salarial.

As reuniões mensais do Núcleo de Aposentados do SITRAEMG têm

tido uma partici-pação importante da categoria. Esta presença de quem não está mais na ativa, mas conti-nua ativo e na luta, precisa crescer e se estender a todas

as áreas de atuação do Sindicato – assembleias, atos públicos, paralisa-ções, na proposta de interiorização do SITRAEMG por meio das sedes regionais. Afinal, somos todos servi-dores em busca das mesmas reivindi-cações.

“Servidores aposenta-dos e da ativa precisam estar juntos pela revi-são salarial sem perda

de direitos”

“Logo após a Olimpíada, a

desigualdade nos números da ONU”

Comitê Olímpico, também expõe o fracasso das políticas sociais baseadas em repasses assistencialistas, desen-volvidas ao longo dos últimos 15 anos (modelo iniciado por FHC com o Bolsa Escola, mantido e ampliado por Lula com o Bolsa Família).

Os defensores do programa dirão: a fome tem pressa. Sim, é verdade e ela precisa ser combatida com medi-das emergenciais que naturalmente vão incluir programas assistenciais. Mas o problema é que eles, como pre-

visto, tornaram-se definitivos. A chave da virada social pro-metida aos brasi-leiros concentra-se em uma ajuda men-sal máxima de R$ 95 a famílias muito pobres de três ou

mais pessoas: na melhor das hipóte-ses, pouco mais de 31 reais por fami-liar, ou 1 real ao dia para cada um se virar.

No fundo, temos aí versão melho-rada da velha cesta básica que tanto ajudou a perpetuar no poder os velhos coronéis da política. Há um cartão digital e toda fachada da moderni-dade, mas, incapaz de reduzir a desi-gualdade, o que temos é um modo fácil de fazer política com a pobreza e arrumar os votos necessários para se manter no poder. Sem mudar nada.

Acesso à internet nos cartórios é vitória dos servidores e do Sindicato

Acesso somente agora é liberado, mas restrito a alguns domínios, diferentemente de

outros setores; Tribunal alega sobrecarga

Desde o dia 1º de outubro, o acesso à internet na Justiça Eleito-ral em Minas está liberado também para servidores de todos os 350 cartórios eleitorais. A medida do TRE/MG atende antiga reivindi-cação dos servidores, luta que foi abraçada pelo SITRAEMG. Em audiência ocorrida no último dia 24 de agosto, a diretoria colegia-da do Sindicato reiterou o pleito à ouvidora do Tribunal, juíza Marisa Porto, e à diretora geral, Elizabeth Rezende, e, em seguida, protoco-lou Pedido Administrativo com a mesma solicitação direcionado à administração do órgão.

Conforme comentou o presi-dente do TRE/MG, desembarga-dor Almeida Melo, o acesso à rede mundial de computadores vai per-mitir aos servidores dos cartórios o contato com o mundo, para assun-tos de utilidade da Justiça Eleito-ral, e facilitar-lhes o trabalho de pesquisas. Esse acesso, no entanto, restringe-se aos sítios com domí-nios “.org”. “.gov”, “.jus”, além dos correios, telelistas e “maps.google”.

TRE/MG

Indagada pelo SITRAEMG, a assessoria de comunicação do Tri-bunal informou que o acesso não era permitido antes para os servi-dores dos cartórios porque a “prio-ridade de uso da rede é dada aos sistemas eleitorais e administrati-vos, que concorrem na rede com o acesso à internet”. Atualmente, acrescentou, “a rede da Justiça Elei-toral está passando por um aumen-to de banda, o que irá permitir o referido acesso”.

O SITRAEMG também per-guntou por que o acesso é livre para as secretarias e a Segunda Instância e restrito para os cartó-rios. A assessoria respondeu: “A questão é de volume de acesso e concorrência na rede. Ou seja: as Zonas Eleitorais concorrem entre si no acesso dos sistemas/internet entre Zona Eleitoral x TRE, sendo que o TRE já acessa a rede externa na sua própria infraestrutura. No futuro próximo, baseado no com-portamento da nova rede, serão definidos novos critérios de acesso para dirimir as diferenças atuais”.

SITRAEMG - Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais •Endereço Rua Euclides da Cunha, 14 - Prado - Belo Horizonte - MG - CEP: 30410-010 •Telefones (31) 4501-1500 ou 0800.283.4302 •Site www.sitraemg.org.br •Diretoria Colegiada

Alexandre Brandi, Alexandre Magnus, Célio Izidoro, Etur Zehuri, Eva do Nascimento, Fernando Neves, Gilda Falconi, Luiz Fernando,

Mário Alves, Mauro Sales, Sebastião Edmar •Reportagens Generosa Gonçalves - Mtb 13265 e Gil Carlos Dias Mtb 01759 (colaboração

Hélcio Duarte Filho - Mtb JP16379RJ e Janaina Rochido Mtb 13878) •Edição Gil Carlos Dias •Projeto Gráfico/Editoração Flávio Faustino

EXPEDIENTE

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O acesso à internet para servidores dos cartórios eleitorais foi um dos temas destacados pelo SITRAEMG nessa audiência com representantes do TRE/MG

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3JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 05

ENCONTRO DO COLETIVO DOS APOSENTADOS DA FENAJUFE

Encontro debate aumentar pressão sobre Brasília na defesa da ‘aposentadoria’

Uma das representantes do Sindicato no encontro propôs que o Coletivo da Fenajufe atue em conjunto com Mosap nas causas de interesse do segmento

A diretora do SITRAEMG e coordenadora do Núcleo de Aposentados e Pensionistas, Gilda Bandeira Falconi, e a filia-da Regina Vitória Monteiro de Barros representaram o Sindi-cato no 1º Encontro Nacional do Coletivo dos Aposentados da Fenajufe (Conap), realizado no dia 26 de setembro, em Brasília (DF).

No encontro, o presidente do Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposenta-dos (Mosap), Edson Guilherme Haubert, fez um relato sobre o andamento da PEC 555/2006 (põe fim à cobrança de contri-buição previdenciária sobre os proventos dos servidores públi-cos aposentados) e da PEC 270/2008 (garante ao servidor que se aposenta por invalidez

Vários aposentados do TRT que compareceram ao prédio da Rua Goitacazes, em Belo Horizon-te, para se recadastrarem como ex-servidores da Justiça do Trabalho também preencheram a ficha de atualização cadastral como filiados do SITRAEMG. Visando facilitar a integração do segmento, o Sindi-cato, juntamente com a Asttter e a Coopjus, ofereceu lanche aos apo-sentados que se apresentaram para se recadastrar.

A coordenação do núcleo dos aposentados, presente em dias alternados durante o período de recadastramento, considerou posi-tiva a iniciativa do TRT ao dar oportunidade ao SITRAEMG de oferecer lanche, tornando aque-la atividade, prevista na lei, mais acolhedora para os aposentados. A prova do êxito da iniciativa está nas manifestações daqueles que compareceram, em mensagens dei-xadas em livro disponibilizado no local, pelo Sindicato, com uma fun-cionária da entidade que os rece-beu durante o período de recadas-tramento, de 1º a 30 de setembro.

“Parabéns ao SITRAEMG e à sua diretoria. Desejo muito sucesso na sua administração”, expressou Natalino Santos. “Foi muito agra-dável conversar com as simpáticas pessoas e matar a saudade dos bons tempos de trabalho no TRT. Obri-gada pelo café e quitutes”, agrade-ceu Elizabeth Batitucci. (GC)

Sindicato acompanhou recadastramento no TRT

A coordenadora do Núcleo de Aposentados do SITRAEMG, Gilda Falconi (ao microfone), em intervenções durante o encontro do Conap...

... e com a colega Regina Vitória, que também representou o Sindicato no evento, e Lúcia Bernardes, filiada do

SITRAEMG e coordenadora da Fenajufe

permanente o direito aos pro-ventos integrais, com paridade), alertando para a necessidade de se intensificarem as mobiliza-ções do segmento pela evolução de ambas as matérias na Câmara dos Deputados.

Em debate sobre “Saúde e qualidade de vida na maturida-de”, o médico Marcelo de Fave-ri apresentou dados estatísticos sobre a saúde da população bra-sileira na faixa etária acima de 60 anos, comparando-a com o resto do mundo, e sugeriu posturas de vida mais adequadas para se ter uma boa qualidade de vida nessa fase. Nas discussões sobre “Aposentados e pensionistas na revisão salarial”, Gilda Falconi destacou pontos ainda mantidos naquele momento no anteproje-to de revisão salarial que eram

prejudiciais à categoria e, principal-mente, aos aposentados e aos agentes de seguran-ça. Por fim, propôs que o Conap passe a coorde-nar as ações políticas dos Núcleos de A p o s e n t a -

dos dos Sindicatos e atue em par-ceria com o Mosap e outras enti-dades afins em defesa das causas de interesse do segmento.

Por Gil CarlosDa Redação do SITRAEMG

Filiados aposentados dão

sugestões em reuniões mensaisA última reunião mensal dos

filiados aposentados e pensio-nistas em 2009 será realizada no dia 17 de dezembro, na sede do SITRAEMG, e todos os filiados desse segmento já estão convi-dados. O encontro não ocorrerá em novembro, em razão da pro-ximidade da data com a Festa de Confraternização, marcada para o dia 28.

A reunião de outubro contou com a presença de aproximada-mente 30 servidores, que assis-tiram à palestra “O papel dos avós na criação dos netos”, pro-ferida pelo clinico geral, pedia-tra e nutrólogo Adjar Mendes, e de sessão dança sênior, que teve como instrutores o pró-prio médico e Laura Mendes. Como de praxe, os participantes ouviram os informes de interes-se do segmento e da categoria, fornecidos pelas integrantes do Núcleo de Aposentados e Pen-sionistas do SITRAEMG, e se confraternizaram em lanche ofe-recido pelo Sindicato.

A coordenação do Núcleo de Aposentados e Pensionistas do Sindicato chama a atenção para a participação cada vez mais crescente dos filiados nes-sas reuniões. Destaca, ainda, o entusiasmo de todos não só em participar, mas também em sugerir atividades.

Essas sugestões estão sendo registradas pelo Núcleo de Apo-sentados do Sindicato, para os devidos encaminhamentos.

A diretora do Sindicato, Gilda Falconi, com filiadas aposentadas do Sindicato,

em dia de recadastramento

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4 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 05

JORNAL DO SITRAEMG

ENTREVISTA COM ELIANA FERREIRA, ADVOGADA COORDENADORA DO JURÍDICO DO SITRAEMG

Um novo Jurídico para o servidor Investimento inédito na ampliação do atendimento e da estrutura da assessoria jurídica do Sindicato proporciona resultados visíveis para categoria e já faz com

que mais servidores se sindicalizem para serem contemplados nas ações Quando ainda disputavam a elei-

ção sindical, os servidores que hoje integram a nova direção do Sindi-cato chegaram fácil ao consenso de que a reestruturação do departa-mento Jurídico do SITRAEMG era uma necessidade que se impunha à próxima gestão. Não duvidaram em propor prioridade e mudanças no setor.

Menos de cinco meses após a posse dos eleitos pela chapa Luta Sitraemg, não há como duvidar que a assessoria jurídica mudou muito. Mais advogados cuidam das ações da categoria, o atendimento foi ampliado, investiu-se no combate ao assédio moral e um escritório foi contratado em Brasília para auxiliar os serviços na capital. Um verda-deiro “pacote” de novas ações que abrangem demandas coletivas foi ajuizado. Noutra frente, ações indi-viduais também foram atendidas.

Nesta entrevista ao Jornal do SITRAEMG, a advogada Eliana Lucia Ferreira, que assumiu a coor-denação do Jurídico do Sindicato, explica quais foram as mudanças e qual a proposta de atuação no setor, que tem como diretores responsáveis os servidores Alexandre Magnus, Fernando Neves e Gilda Bandeira Falconi. Diante das metas estabe-lecidas pela cúpula do Judiciário e das resoluções que atacam direitos, como a do CNJ sobre a jornada, Eliana Ferreira avalia que haverá um aumento nas demandas, “até porque existe uma ‘rede de pressões’”. Nesta entrevista por e-mail ao jornalista Hélcio Duarte Filho, cuja íntegra está na internet (www.sitraemg.org.br), ela também destaca a impor-tância da sindicalização do servidor para fortalecer o Sindicato e garantir sua participação nas ações.

JORNAL DO SITRAEMG - Qual a principal mudança que você destacaria introduzida no setor Jurídico do SITRAEMG a partir da posse da nova diretoria?

ELIANA FERRERA - A amplia-ção no atendimento, que proporcio-na mais rapidez nas iniciativas e nas respostas aos anseios da categoria, nas questões individuais e/ou cole-tivas. Hoje o departamento Jurídico do SITRAEMG atende em várias frentes, pois a separação dos temas

jurídicos faz com que o servidor tenha melhor amparo do Sindicato e um atendimento especializado.

Há planos de novas iniciati-vas?

Na realidade, desde o momen-to em que assumimos o Jurídico do SITRAEMG, apresentamos um projeto dinâmico de funcionamen-to para atender a categoria. Ainda priorizamos a propositura das novas ações coletivas, fazendo ainda parte desse plano a divulgação e o enca-minhamento de várias demandas individuais, das quais destacamos o desvio de função, a averbação de tempo de serviço, questões relacio-nadas ao adicional de qualificação, entre outras. Existe um planejamen-to de médio prazo, no qual destaca-mos as principais ações que deverão ser propostas, porém, após amplo debate com a categoria, a exemplo do que ocorreu no mês de agosto de 2009, quando foi realizada assem-bleia com a presença dos nossos advogados que explicaram o obje-to de cada ação coletiva que seria proposta, os pedidos, a tramitação, enfim, realizaram um breve relato da demanda e suas implicações proces-suais e financeiras.

Qual a estrutura hoje do setor? Quantos e quais advogados aten-dem à categoria? Houve mudança na forma de atender aos servido-res?

A estrutura pode ser resumida da seguinte maneira: 1. Atendimento relacionado às questões funcionais e sistemática de vencimentos, que são atendidas pela nossa equipe. Os advogados são: Dra. Concei-ção Oliveira, Dra. Graça Bandeira, Dra. Juliana Benício, que dão plan-tões diários na Entidade, das 10 às 18h. O Departamento Jurídico é coordenado por mim [Eliana Lucia Ferreira] e também dão suporte o advogado César Lignelli e o Escritó-rio do Dr. Rudi Cassel (responsável pela assessoria em Brasília). Noutra

frente, tem o escritório do Dr. Laerti Simões, que atende os casos de assé-dio moral e nepotismo, bem como o escritório do Dr. Fernando Pereira e José Raimundo, que atendem as demandas cíveis, desatreladas do vínculo funcional do servidor.

Por que a opção de também trabalhar com uma assessoria em Brasília? Ações serão ajuizadas por lá?

Serão ajuizadas ações coletivas em Brasília, a exemplo dos mandados de injunção e de outras demandas. A opção por ter assessoria em Brasí-lia contempla várias possibilidades: o ajuizamento de ações diretas no STF (quando o caso assim exigir); processos coletivos que mandam maior celeridade; acompanhamento dos recursos protocolados em Minas Gerais e enviados ao Tribunal (loca-lizado em Brasília) e ainda existe a necessidade de seguir os passos dos projetos de lei de interesse da cate-goria e outras discussões que são travadas na capital federal.

Quais áreas são atendidas? Qual o custo do servidor para ter acesso ao setor jurídico do Sindi-cato?

O envolvimento do departamen-to Jurídico da entidade nas questões ligadas à atividade funcional do ser-vidor é plena. Nesses casos, bem como naqueles ligados a assédio moral e nepotismo, não há qualquer custo ao servidor [filiado]. As ações cíveis são tratadas diretamente com os advogados da pasta, que podem ser encontrados na entidade às ter-ças e quintas, das 14h às 18h. Nes-ses casos, há uma tabela que descre-ve o valor dos serviços.

A atual direção foi eleita defen-dendo a reestruturação do Jurídi-co. Essa foi, aliás, ao lado da busca de uma atuação democrática, de luta e independente de gover-nos e administrações, uma das suas principais propostas. Essas mudanças estão sendo feitas de forma segura ou há o risco de pro-blemas em função de uma suposta pressa em atingir esse objetivo?

A atuação democrática e inde-pendente do departamento Jurídico é fundamental para defesa dos inte-resses da categoria e esta se realiza em conjunto com a nova direção

da entidade sindical. As mudanças estão sendo realizadas com agilidade e segurança necessárias para implan-tação de um atendimento jurídico capaz de atender às demandas apre-sentadas pela categoria de maneira preventiva e repressiva.

Você chega ao SITRAEMG tra-zendo a experiência de trabalhos anteriores para o servidor do Judi-ciário em outros estados. Existe alguma proposta de intensificar o intercâmbio na área jurídica com outros sindicatos?

Sou advogada coordenadora do departamento Jurídico do Sintra-jud/SP desde 2004. Além disso, o nosso escritório presta assessoria jurídica para inúmeras entidades sindicais de âmbito municipal, esta-dual e federal, tais como Sindsef/SP, Assojaf/SP, Assipen/SP, entre outras. Não há dúvidas que um tra-balho de integração entre os sin-dicatos é relevante, pois atuamos na defesa de um serviço público que garanta melhores condições de trabalho e salários e é uma luta de todos nós. Ainda existe um coleti-vo jurídico, capitaneado pela fede-ração que congrega os Jurídicos das Entidades, com encontros sazonais. O advogado César Lignelli integra, inclusive, a comissão formada por este Coletivo Jurídico e que trata de assuntos importantes para todos os servidores. A última reunião dessa comissão teve como debate prioritá-rio a resolução 88 do CNJ, que fixou a jornada de trabalho.

O sindicato entrou com pelo menos oito novas ações recente-mente. Eram demandas reprimi-

A advogada Eliana Ferreira, coordenadora da Assessoria

Jurídica do SITRAEMG

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“A nossa expectativa é de aumento de deman-das, até porque existe

uma ‘rede de pressões’”

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5JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 05

pressão enorme contra o servidor. Recentemente, o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) editou a reso-lução número 88, que determi-na o aumento da jornada para 8h diárias. Há a expectativa de novas demandas jurídicas em função dessa pressão?

A nossa expectativa é de aumen-to de demandas, até porque exis-te uma “rede de pressões”, isto é, o CNJ pressiona os tribunais, que pressionam os juízes, que pressio-nam os servidores. Isso significa que quem, em última análise, sempre será alvo dessa política é o trabalha-dor. Os sindicatos, nesse momento, ganham em relevância, pois detém por determinação constitucional, prerrogativa de defesa da categoria. A luta pela jornada de 6h para todo o serviço público será travada de maneira ímpar no próximo período, em especial após a Resolução 88 do CNJ que se manifesta de maneira oposta a nossa reivindicação his-tórica. No entanto, já iniciamos as discussões jurídicas acerca do tema, inclusive com o protocolo de reque-rimento endereçado ao Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais.

Uma crítica comum aos suces-sivos governos é que eles prote-lam demais ações cujo mérito lá na frente já está decidido. Parte da chamada morosidade da Justiça é atribuída a isso. Houve alguma mudança?

Um dos motes da Emenda Cons-titucional nº 45, a chamada “Refor-ma do Judiciário”, foi exatamente combater a tão propalada morosi-dade da Justiça. No entanto, sabe-mos que os fatores que, de fato, são determinantes para esse problema não foram solucionados e sequer combatidos, como, por exemplo, o número insuficiente de servidores e juízes capazes de atender à deman-da. Só a organização dos trabalha-dores pode combater esse desmonte que não só influi na vida dos ser-vidores, mas diretamente atinge a toda a sociedade que prescinde da prestação jurisdicional.

das? Quais ações você destacaria como mais urgentes?

Destaco os mandados de injun-ção para aposentadoria especial e da revisão geral de remuneração. Esses dois temas são, de fato, os que con-templam maior número de servi-dores beneficiados. Contudo, até o final do ano, dentro daquele plane-jamento já estabelecido, serão discu-tidas novas ações judiciais.

Ao mesmo tempo em que refor-mulou o Jurídico, o Sindicato con-tratou uma assessoria econômica para analisar questões orçamen-tárias ligadas aos tribunais. Essa assessoria pode ajudar no traba-lho do Jurídico? Pode ser útil na luta pelo pagamento de passivos cobrados na Justiça?

Certamente. O trabalho desen-volvido pelo economista Washing-ton Lima será de vital importância nas demandas do Jurídico. Aliás, o trabalho dessa assessoria, que está só no seu início, já embasou duas ini-ciativas do Departamento Jurídico: 1) Os requerimentos encaminhados para o TST, que pediram o paga-mento dos passivos, foram embasa-dos nos estudos do Washington, que demonstravam sobras orçamentá-rias; 2) O recurso dirigido contra a Resolução do TRE que determinou o não pagamento de diárias e horas extras para servidores removidos para recadastramento eleitoral foi acompanhado de laudo elaborado pela assessoria, que atestava total condição orçamentária para o paga-mento.

O SITRAEMG vem divulgan-do que o servidor para ser con-templado nas ações precisa estar filiado. Por que isso é necessário? Ao se filiar, o que acontece com o servidor, é incluído automatica-mente nas ações?

Nas ações por substituição pro-cessual, o Sindicato atua em nome dos servidores filiados à entidade sindical. Por isso é importante que os servidores sejam associados, caso contrário não serão beneficiados pela decisão judicial. Para os novos servidores, o ideal é que busquem contato com o departamento para a verificação das ações em trâmite.

A cúpula do Judiciário vem falando muito em produtividade, cumprimento de metas etc. Em muitos lugares observa-se uma

Sindicato pleiteia aposentadoria especial para portadores de necessidades especiais

O SITRAEMG impetrou no Supremo Tribunal Federal (STF) mandado de injunção requerendo a aposentadoria especial para seus filiados portadores de necessida-des especiais. A assessoria jurídica explica que a denominação correta da expressão “portadores de neces-sidades especiais”, a partir da rati-ficação pelo Brasil da Convenção Internacional que trata da matéria, é “pessoas com deficiência (PCD)”.

O mandado de injunção pede a aplicação analógica da Lei 8.213/91 para que o servidor que ingres-sou como PCD possa se aposentar aos 15 anos (deficiência grave), 20 (deficiência moderada) ou 25 anos (deficiência leve).

“A matéria é nova e não encon-tra paralelo em outras legislações, embora seja objeto de projetos de lei que tramitam no Congresso Nacio-nal e da Proposta de Súmula Vin-culante 45 no STF”, informa nota explicativa da assessoria jurídica.

O processo recebeu o número 1.885 e teve designado por relato-ra a ministra Cármen Lúcia, para quem foi concluso em 18/09/2009. Em seguida, será objeto de fixação de prazo para informações dos pre-sidentes da República, Câmara dos Deputados e Senado Federal. Poste-riormente, também serão intimados a se manifestarem o procurador-ge-ral da República e o advogado-geral da União. (GC)

Outras ações de inte-resse dos servidores Ações que já foram ou estão

sendo ajuizadas

Desvio de função – Pagamento da diferença remuneratória entre o cargo em que o servidor exerce em desvio de função e o cargo em que é lotado.

Licença-prêmio (aposentados) - Conversão em pecúnia da licença-prêmio não averbada, nem gozada.

Licença-prêmio (ativos) - Possibi-lidade de conversão em atividade, se este for o desejo do servidor.

Averbação de tempo de serviço - Do tempo de serviço prestado às empresas públicas e às sociedades de economia mista federal, distrital, estadual e municipal.

Paridade para inativos – Para apo-sentadoria concedida de forma invo-luntária, por invalidez permanente, em condições que conduziram à ina-tividade.

Aposentadoria Especial - Manda-dos de injunção impetrados pelo SITRAEMG no STF pleiteando aposentadoria especial para servi-dores que trabalham em condições insalubres; oficiais de justiça que trabalham em situações perigosas; e para os agentes de segurança.

Isonomia - Ação que pleiteia a extensão do maior reajuste de padrão de vencimento da Lei 10.475/2002, com diferença de até 27,04%.

Horas extras (TRE) - Ação que pede o pagamento de horas extras, sem restrições regulamentares.

Revisão salarial - Desde a EC 19/98, a Constituição da República prevê o direito do servidor à revisão geral anual de remuneração.

Específicas para os oficiais de justiça

Integralização da GAE - Oficiais que recebiam FC-5 tiveram reduzi-da a parcela. Pede-se a incidência de 35% sobre o maior vencimento da carreira (C-15) ou, sucessivamente, a diferença entre a FC-5 e a GAE como vantagem pessoal.

Adicional noturno - Vários oficiais de justiça trabalham no horário entre 22h e 6h.

Opção entre FC e GAE - Enten-dimento de que incorporada a FC aos proventos, tal parcela ganha uma natureza jurídica diversa, sen-do possível a cumulação da referida parcela.

Ações a serem ajuizadas até o final do ano

Adicional de qualificação - Ação que pede a anulação de restrições ao reconhecimento dos cursos, depen-dendo da situação.

Licença-capacitação - A licença-ca-pacitação é devida aos servidores a cada cinco anos. Pede-se a anulação das restrições e a suspensão de sua aplicação.

IR no abono de permanência - Ação que pede a suspensão da inci-dência de Imposto de Renda sobre o abono de permanência e a devolu-ção dos valores descontados.

Reenquadramento - Apesar do reconhecimento legislativo, os valo-res atrasados do artigo 22 da Lei 11.416/2006 estão sendo pagos sem juros de mora e correção.

Mais informações sobre estas ações, na página do Sindicato na internet (www.sitraemg.org.br), em textos veiculados nos dias 2/10/2009 e 24/09/2009.

“É importante que os servidores sejam asso-ciados, caso contrário não serão beneficiados pela decisão judicial”

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6 JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 05

JORNAL DO SITRAEMG

Servidores federais e estaduais unidos pelas 6h

Diretoria intensifica projeto de interiorização do Sindicato

RESOLUÇÃO DO CNJ

PÉ NA ESTRADA

As lutas pela revisão salarial, sem perda de direitos, e em defesa da jornada de 6 horas começam a ganhar corpo em Minas Gerais e em todo país. Após as mobilizações dos dias 7 e 28 de outubro, a cate-goria agora se prepara para os atos públicos e paralisações marcados para os dias 11 e 12 de novembro.

Foi no embalo das primeiras manifestações que a categoria con-seguiu avanços expressivos no teor do anteprojeto de lei que trata da revisão salarial, aprovados na reu-nião dos presidentes dos tribunais superiores, ocorrida no dia 7 de outubro.

Na semana anterior, uma comissão de dirigentes de sindica-

Servidores do Judiciário Fede-ral se uniram aos colegas da Jus-tiça estadual em manifestações pelo país, no dia 21 de outubro, na defesa da jornada de 6 horas no Judiciário e contra a resolução 88 do CNJ, que fixa a jornada de 8 horas. Em Minas, os atos foram realizados em Belo Horizonte e em Juiz de Fora. Dirigentes do SITRAEMG participaram.

O ato na capital foi em frente ao Tribunal de Justiça. Em Juiz de Fora, uma passeata na avenida

O Em viagens ocorridas no período de 13 a 16 de outubro, o vice-presidente do SITRAEMG, Luiz Fernando Gomes visitou os servidores do Judiciário Federal de João Monlevade, Coronel Fabricia-no e Ipatinga (Vale do Aço), Gover-nador Valadares (Vale do Rio Doce), Teófilo Otoni (Vale do Mucuri), Almenara e Araçuaí (Vale do Jequi-tinhonha).

Além das visitas aos locais de trabalho, o SITRAEMG também pretende realizar eventos nas chama-das cidades-polo, para levar o Sindi-cato ao interior.

Nesses contatos, o diretor do Sindica-to esteve nos locais de trabalho para ouvir os servidores e levar informações acerca de questões de interesse da categoria, com destaque para a revisão salarial. Além disso, incentivou-os a eleger os delegados de base nos locais de

Após interferência de associações de juízes contra o projeto, servidores preparam

paralisações e greve nacional pela revisão salarial e contra o aumento da jornada

tos que participam do movimento Luta Fenajufe esteve em Brasília para levar a diretores gerais, secre-tários, ministros e presidentes de tribunais e conselhos as principais reivindicações de mudança no projeto defendidas pela categoria. Três diretores do SITRAEMG par-ticiparam – Mario Alves, Fernan-do Neves e Sebastião Silva - , além da diretora da federação nacional (Fenajufe) Lúcia Bernardes.

As mudanças não levam ao pro-jeto ideal, mas acabam com a nova gratificação ligada à gestão (GPT) e com o prêmio de produtividade, deslocando o reajuste para o salário básico e a GAJ, que passaria a 135% do vencimento. As alterações tam-

Rio Branco, a principal da cidade, terminou em frente ao prédio do fórum da Justiça estadual.

Os servidores da Justiça esta-dual decretaram “estado de greve”, com paralisações todas as quartas. Servidores do Judiciário federal também participaram dos atos em outros estados. A decisão de somar forças com os trabalhadores estaduais foi tomada na reunião ampliada da federação nacional (Fenajufe), em Brasília.

trabalho e novas filiações.

Ainda dentro do projeto de interiorização, o diretor do Sindica-to Mário Alves reuniu-se, em 21 de outubro, com servidores da Justi-ça Eleitoral de Campo Belo e das unidades dos três tribunais federais ( Justiça Eleitoral, Justiça Federal e Justiça do Trabalho) de Lavras.

O projeto de interiorização do Sindicato teve o pontapé inicial com a realização da Assembleia Geral Extraordinária em Juiz de Fora, em julho. O objetivo é marcar presença em todas as regiões do estado.

Atos públicos realizados em Belo Horizonte (em frente ao TRE)...

O vice-presidente do SITRAEMG, Luiz Fernando, com servidores de João Monlevade

Luta pela revisão e pelas 6h é de todosREVISÃO SALARIAL SEM PERDA DE DIREITOS

Após interferência de associações de juízes contra o projeto, servidores avaliam que só mobilização fará proposta avançar e preparam paralisações e greve

nacional pela revisão salarial e contra o aumento da jornada

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bém incluem agentes de segurança e aposentados na proposta.

Nota de repúdio às associações de juízes

A interferência das associações nacionais de magistrados, porém, paralisou o trâmite do projeto, antes dele ser enviado ao Congres-so Nacional pelo Supremo Tribu-nal Federal. O documento assina-do por oito associações nacionais de magistrados e procuradores, entre elas a Ajufe e a Anamatra, que pede que o ministro Gilmar Mendes, presidente do STF, segu-re a proposta, foi criticado pelos servidores na reunião ampliada da federação nacional, no dia 17 de outubro, em Brasília, que aprova-ram nota de repúdio a essas asso-ciações.

Nova reunião ampliada está marcada para o dia 14 de novem-bro. O objetivo é avaliar as mobili-zações dos dias 11 e 12, a situação do projeto e definir os próximos passos dessa luta pela revisão sala-rial e contra o aumento da jorna-da de trabalho. Nacionalmente já se prepara a categoria para uma possível greve, caso não haja avan-ços. Em meio a tantas indefinições quanto ao destino do projeto, uma certeza: só haverá revisão salarial se a categoria se mobilizar.

... e em Pará de Minas.

Luta pela revisão e pelas 6h é de todos TST ainda tem folga no orçamento

REVISÃO SALARIAL SEM PERDA DE DIREITOS PASSIVOS TRABALHISTAS

Análise das movimenta-ções orçamentárias da Justiça do Trabalho em setembro e outubro deste ano mostra que, mesmo após os remanejamen-tos já realizados, ainda existe folga expressiva que poderia ser utilizada para pagar passi-vos trabalhistas devidos aos servidores.

Levantamento feito pelo economista Washington Lima, que assessora o Sindicato, mostra que o Tribunal Supe-rior do Trabalho remanejou cerca de R$ 23 milhões para Modernizações de Instalações Físicas da JT e outros R$ 3, 7 milhões para a Implantação do Sistema Integrado de Gestão de Informações Jurisdicionais na JT. “Há um enorme saldo no TST, tanto nas despesas de pessoal e encargos quanto nas despesas administrativas e outras, que continua exis-tindo, pois o remanejamento realizado é pequeno frente a enorme margem orçamentária

Após interferência de associações de juízes contra o projeto, servidores avaliam que só mobilização fará proposta avançar e preparam paralisações e greve

nacional pela revisão salarial e contra o aumento da jornada Recursos poderiam ser direcionados para pagar URV

este ano Minas opta por atos públicos e paralizações na

capital e no interior Em Dia Nacional de Mobi-

lização da categoria, servido-res do Judiciário Federal em Minas compareceram ao ato público realizado em frente ao prédio da Justiça Federal, no dia 28. Na data em que se comemora o Dia do Servi-dor, exigiram, com palavras de ordem, vaias e apitaços, o envio do anteprojeto de revisão salarial ao Congresso Nacional e defenderam a jor-nada de 6 horas para a catego-ria.

Mais mobilizações estão programadas até o final de novembro, em Belo Hori-zonte e interior do estado. A paralisação e a realização de atos públicos, sempre de duas horas, no horário de 12h às 14h, nos dias 28 de outubro e 11 e 12 de novembro foram decididas em assembleia geral no dia 24 de outubro. O ato do dia 11 será realizado em frente ao prédio do TRT da Avenida Getúlio Vargas e, no dia 12, em frente ao TRE da Avenida Prudente de Morais, 100.

Nesses dois dias, das 12h às 14h, todos os servidores do Poder Judiciário Federal nas cidades do interior minei-ro deverão sair dos prédios e se reunir em frente aos seus locais de trabalho. Em Juiz de Fora, especificamente, os atos acontecerão, no dia 11 em frente ao prédio da Justiça do Trabalho (Av. Rio Branco, 1880) e, no dia 12, em frente ao prédio da Justiça Federal (“Terreirão do samba” – Rua Leopoldo Schmidt, s/n).

desse tribunal”, afirma o eco-nomista.

Estudos do próprio Washington, já divulgados pelo Sindicato, mostram que o saldo previsto no orçamento deste ano no TST é de R$ 282 milhões só nas despesas com pessoal ativo. Também havia expectativa de sobra orçamen-tária em outras áreas, que pode ser remanejada.

Mesmo assim, as adminis-trações não pretendem efetuar pagamentos extras da dívida aos servidores em 2009. O TST já havia informado que os recursos excedentes seriam direcionados a passivos dos magistrados. A URV dos servi-dores seria, então, empurrada para o orçamento de 2010.

A direção do SITRAEMG segue defendendo o pagamen-to imediato do que é devi-do aos servidores e convida a categoria a participar das mobilizações.

Representantes do SITRAEMG e o economista Washington Lima (à direita) em audiência no TST que tratou da URV dos servidores da JT

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para os filiados), em parceria com a Casa Latina, a professora Dione Gallegos ressaltou a importância da iniciativa. Para ela, o curso vai além do aprendizado do idioma. “É uma interação entre os povos da América Latina”, completou. Também coordenadora do curso, a professora agradeceu o Sindicato pela parceria, que já dura quatro anos, lembrando que essa “socie-dade” só trouxe bons frutos.

ExposiçãoAo longo de todo o dia, os

servidores presentes puderam também apreciar obras dos artis-tas plásticos Flávio Giar-dini e Telma Leite, além de trabalhos a r t e s a n a i s da servido-ra Jaqueline Pereira (TRT), expostos no terceiro piso do prédio, i n au g u rad o na mesma data.

DIA DO SERVIDOR NO SITRAEMG

Um dia inteiro de atividades no SindicatoPalestras e debates, vídeo, coral, assembleia, inauguração de obras e coquetel de

confraternização atraem centenas de servidores à sede do Sindicato em pleno sábado

Centenas de servidores do Judiciário Federal em Minas esti-

veram na sede do SITRAEMG no dia 24 de outubro, para acom-

Coral do SITRAEMG exibe repertório variado e emociona o público

Sob a regência do maestro Álvaro Antônio Rodrigues, o Coral do SITRAEMG apresentou vários números musicais na aber-tura das comemorações do Dia do Servidor. Em destaque, sucessos da música clássica e popular, de compositores e cantores estran-geiros e brasileiros, como Caeta-no Veloso, Milton Nascimento e Tim Maia. A música “Amigos para sempre” finalizou a apresentação e arrancou alguns minutos de aplau-sos dos convidados.

Ao final, o maestro parabeni-

zou o público pelo Dia do Servi-dor e convidou os servidores que tenham boas vozes para integra-rem o Coral do SITRAEMG. Para fazer um teste, basta comparecer aos ensaios que ocorrem na sede do Sindicato, às quartas-feiras, a partir das 15h.

Formandos do curso de espanhol

Ao entregar os diplomas aos formandos de mais uma turma do curso de espanhol que é ministrado na sede do SITRAEMG (somente

O Coral do SITRAEMG arrancou aplausos dos servidores ao exibir repertório com sucessos nacionais e internacionais

A professora Dione Gallego entrega diploma a uma das

formandas do curso de espanhol

O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, em discurso de abertura das atividades comemorativas

Obras expostas durante todo o dia das comemorações do Dia do Servidor, no SITRAEMG

panhar as atividades promovidas pelo Sindicato em comemoração ao Dia do Servidor, ao longo de todo o dia e à noite, e a Assem-bleia Geral Extraordinária (ver na página central) ocorrida à tarde.

Após a abertura oficial da pro-gramação, feita pelo presidente do Sindicato, Alexandre Brandi, apre-sentação do Coral do SITRAEMG e diplomação dos alunos do curso de espanhol, teve início a sessão de palestras, seguidas de debates. Em mesa coordenada pelo vice-presidente Luiz Fernando Rodri-gues, o professor João Antônio de Paula, da UFMG, analisou a crise econômica e o mundo do trabalho. Após o almoço, o advogado Sebas-tião Carlos (Cacau), ex-bancário e membro da Executiva Nacional da central sindical Conlutas, abor-

dou o panorama sindical atual, em mesa coordenada pelo diretor Mauro Sales.

Terminadas as palestras, os ser-vidores assistiram a um vídeo com relato da história do Sindicato e, após a assembleia, participaram do coquetel de confraternização e da inauguração das obras de refor-ma e ampliação da sede, com o descerramento da placa inaugural. Houve, ainda, soteio de brindes, entre os servidores presentes na AGE.

As comemorações do Dia do Servidor contaram com a presen-ça dos filiados Lúcia Bernardes - que é ex-presidente da entidade e atual coordenadora da Fenajufe – e Hebe Del Kader, presidente da Assojaf-MG, e o presidente do Sinjus-MG, Robert França.

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9JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 05

O capitalismo produz crise e trabalhadores “pagam o pato”, diz professor da UFMG

Sindicatos não podem se deixar “domesticar” pelo governo, aponta Cacau

DIA DO SERVIDOR NO SINDICATO - PALESTRAS

Professor João Antônio de Paula afirma que novas tecnologias impõem necessidade da redução da jornada de trabalho

Para advogado e sindicalista, base da categoria precisa participar do debate sobre concepção sindical e ajudar a fortalecer movimento

Com a afirmação que dá título a este texto, o professor João Antônio de Paula, titular do Departamento de Ciências Econômicas da UFMG, fez a “análise da conjuntura” em palestra no Dia do Servidor, na sede do Sindicato. Desde a Grande Depressão, em 1929, passando pelo crescimento do capitalismo no pós-

A história do movimento sindical brasileiro caminha lado a lado com a história da redemocratização do país, assegurou Sebastião Carlos Perei-ra Filho, o Cacau, em palestra sobre “Panorama Sindical”, nas comemora-ções do Dia do Servidor, no SITRA-EMG. Em breve histórico sobre o sindicalismo brasileiro, ele contou que, logo no período pós-ditadura, o movimento começou a se reconfigu-rar, e que esse processo se estende até os dias de hoje, mas que ainda atinge de forma negativa o servidor públi-co. Na opinião de Cacau, houve um retrocesso dentro do panorama sindi-cal no que tange à união em torno de objetivos comuns e à presença orga-nizada nos locais de trabalho. Mas a culpa não é somente dos patrões: “O patronato busca fragmentar os traba-lhadores para que não se organizem,

guerra (1945), foi possível compre-ender como a atual crise, iniciada em 2006 e com seu auge em 2008, nas palavras do professor, se dife-rencia de todas as anteriores e afeta as vidas de todos, inclusive dos ser-vidores do Judiciário.

O palestrante classificou o pro-cesso de globalização como exclu-

dente, pois permite a circulação livre do capital, mas não do trabalho. “O maior muro do mundo nunca foi o de Berlim, mas sim o muro que separa os Estados Unidos do Méxi-co; mais de cinco mil quilômetros que impedem que os trabalhado-res mexicanos passem para o outro lado”, exemplificou, acrescentando que o capitalismo e a globalização ainda trazem mais uma perspectiva pessimista, a de que, no século XXI, apenas metade da massa de traba-lhadores seria necessária.

Terceirização precariza trabalhoJá nos debates, o presidente

do SITRAEMG, Alexandre Bran-di Harry, citou o Documento 319, criado pelo Banco Mundial para impor normas no Poder Judiciário dos países subdesenvolvidos. O documento, segundo ele, visa mais proteger o setor econômico do que beneficiar o Judiciário e seus traba-lhadores.

Falar em condições de trabalho no Judiciário é trazer à tona a pre-carização do trabalho, comparou o professor João Antônio, citan-do como contribuintes para isso a informatização e a terceização dos serviços públicos. Ele vê possibili-dades de conciliar informatização e emprego na redução da jornada de trabalho, de forma gradual, a exem-plo do que aconteceu na Suécia dos anos 70. Quanto à terceirização, foi mais incisivo, dizendo que estas são ações para resolver problemas fis-cais do governo. “Para reduzir cus-tos com direitos e aposentadorias, terceiriza-se o pessoal e abolem-se os concursos públicos”.

Quanto a uma saída para tais questões, o professor se diz otimis-ta, lembrando que o caminho é bem conhecido dos sindicatos e traba-lhadores: “é preciso politizar estas questões, tranformá-las em tema para debate”, alertou.

Por Janaina RochidoDa redação do SITRAEMG

mas é preciso admitir que os próprios sindicatos têm problemas para se arti-cularem entre si”, disse.

Mudanças começam com Collor

O panorama traçado por Cacau destacou a mudança de paradigmas causada pela eleição de Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência da República. Até então, Lula era refe-rência para os movimentos sindicais, mas, a partir de 2002, abriu-se um cenário diferente, no qual, ao invés de combater, o governo passou a “domes-ticar” os sindicatos. Esse processo, explicou, começou com o governo de Fernando Collor, em 1989, estendeu-se pelo governo Fernando Henrique Cardoso (1994 a 2002) e continua com Lula, apesar do discurso diferen-

ciado. “Em 2002 esse pro-

cesso fica claro: os movi-mentos sindicais deixam de representar os trabalha-dores para representar o governo”, pontuou Cacau, que é advogado, ex-bancá-rio e membro da Executi-va Nacional da Conlutas. Os sindicatos passaram a cumprir outro papel frente ao governo Lula, que, “dis-farçadamente”, seria con-tra o movimento sindical, especialmente no serviço público, setor tachado como “privilegiado” por setores conservadores.

Cacau disse acreditar que é neces-sário debater uma concepção sindical que envolva os trabalhadores e a base da categoria. Reafirmou que os sin-dicatos não podem se isolar, mas sim

buscar articulação uns com os outros, para pressionar por mudanças. “Somos muitos, mas, sem organiza-ção e lideranças fortes, somos presas fáceis para manipulação”, arrematou. ( JR)

Professor João Antônio de paula (direita), da UFMG, e o diretor do Sindicato Luiz Fernando

Sebastião Carlos (direita), ao lado do diretor do Sindicato Mauro Sales

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Política com “P” maiúsculo"O sentido da política é a liberdade". (Hannah Arendt)

Este é um tema bastante difícil e profundo para ser tratado com rapi-dez. Vivemos hoje um momento em que a política é questionada, uma vez que ela é sistematicamente confundida com as ações dos políticos profis-sionais, principalmente os maus políticos.

Hannah Arendt nos diz que "a política baseia-se no fato da pluralidade dos homens", portanto, ela deve organizar e regular o convívio dos diferen-tes, e não dos iguais.

Para os antigos gregos, não havia distinção entre política e liberdade; as duas estavam associadas à capacidade do homem de agir, mas agir em público, local original do político. O homem moderno não consegue mais pensar desta maneira, dadas as desilusões em relação ao político profissio-nal e a atuação deste no poder.

Porém, deve-se acreditar na ação do homem e na sua capacidade de "fazer o improvável e o incalculável". Vejamos o que diz Hannah Arendt: "A política, assim aprendemos, é algo como uma necessidade imperiosa para a vida humana e, na verdade, tanto para a vida do indivíduo maior para a sociedade. Como o homem não é autárquico, porém depende de outros em sua existência, precisa haver um provimento da vida relativo a todos, sem o qual não seria possível justamente o convívio. Tarefa e objetivo da política é a garantia da vida no sentido mais amplo". Para Arendt, a tarefa da polí-tica esta diretamente relacionada à grande aspiração do homem moderno: a busca da felicidade.

Não é fácil discutir a questão da política nos dias de hoje. Estamos carregados de desconfianças em relação aos homens do poder. Porém, o homem é um ser essencialmente político. Todas as nossas ações são polí-ticas e motivadas por decisões ideológicas. Tudo que fazemos na vida tem conseqüências e nos torna responsáveis por nossas ações. A omissão, em qualquer aspecto da vida, significa deixar que os outros escolham por nós.

Nossa ação política está presente em todos os momentos da vida, seja no aspecto privado ou no público. Vivemos com a família, nos relacio-namos com as pessoas no bairro e na escola, somos parte integrante da cidade, pertencemos a um Estado e a um País, influímos em tudo o que acontece a nossa volta. Podemos jogar lixo nas ruas ou não, podemos par-ticipar da associação do nosso bairro, ou fazer parte de uma pastoral, ou trabalhar como voluntários em uma causa em que acreditamos. Podemos votar em um político corrupto ou votar em um bom político, mas precisa-mos conhecer melhor as propostas, discursos e ações dos políticos que nos representam.

Não podemos confundir política com o simples ato de votar. Estamos fazendo política quando tomamos atitudes em nosso trabalho, quando conversamos em uma mesa de bar, ou quando estamos bebendo uma cer-vejinha após uma "pelada" de futebol. Estamos fazendo política quando exigimos nossos direitos de consumidor, quando nos indignamos ao ver-mos nossas crianças fora das escolas, sendo massacradas nas ruas ou nas "Febens" da vida. Conhecemos o Estatuto da Criança e do Adolescente? Conhecemos o Código do Consumidor? E a nossa Constituição? “Nem pensar, e grande demais”.

A política está presente quotidianamente em nossas vidas: na luta das mulheres, contra uma sociedade machista que discrimina e age com vio-lência; na luta dos portadores de necessidade especiais, para pertencerem de fato à sociedade; na luta dos negros, discriminados pela nossa "cordiali-dade"; dos homossexuais, igualmente discriminados e desrespeitados; dos índios, massacrados e exterminados nos 500 anos de nossa história; dos jovens, que chegam a um mercado de trabalho saturado e com milhões de desempregados; na luta de milhares de trabalhadores sem terra num país de latifúndios; enfim, na luta de todas as minorias por uma sociedade inclusiva – minorias que, se somadas, constituem na verdade a maioria da população. Atitudes e omissões fazem parte de nossa ação política peran-te a vida. Somos responsáveis politicamente, no sentido grego da palavra, pela luta por justiça social e uma sociedade que seja verdadeiramente democrática e inclusiva.

Íntegra do discurso proferido pelo presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi Harry, na solenidade de reinauguração da sede.

REINAUGURAÇÃO DA SEDE

'Todos somos responsáveis pela luta por justiça social'

No descerramento da placa que marca a conclusão das obras de reforma e ampliação da sede, o presidente do sindicato, Alexandre Brandi, ressaltou a importância da politização das pessoas para o exercício da cidadania e obtenção de direitos. Esse foi o mote da fes-tividade, traduzida no poema “O analfabeto político”, do dramaturgo alemão Bertolt Brecht, obra exal-tada no vídeo exibido, produzido pelo Sindicato, e impressa na placa inaugural das obras.

Brandi disse que não é “fácil discutir política nos dias de hoje” porque ela é “sistematicamente confundida com as ações dos polí-ticos profissionais, principalmente os maus políticos”. Mas ressaltou que o homem é um ser “essencial-mente político” e que todas as suas ações são “políticas e motivadas por decisões ideológicas”.

Numa referência presente no próprio poema, disse que tudo o que se faz na vida, ou que não se faz, tem consequências. “A omissão, em qualquer aspecto da vida, signi-fica deixar que os outros escolham por nós”, disse. Para tecer sua aná-lise, citou a escritora alemã Han-nah Arendt (1906/1975): "a polí-tica baseia-se na pluralidade dos homens" e deve regular o convívio dos diferentes e não dos iguais.

Em reflexão sobre o ser político que é o homem, dirigente do Sindicato diz que política não se resume a votar e que a

omissão tem consequências

Lembrou ainda os antigos gre-gos, que não faziam “distinção entre política e liberdade”, asso-ciadas à capacidade de o homem agir em público, lugar da política. “O homem moderno não consegue mais pensar desta maneira, dadas as desilusões em relação ao políti-co profissional e a atuação deste no poder”, disse Brandi. “Porém, deve-se acreditar na ação do homem e na sua capacidade de 'fazer o imprová-vel e o incalculável', prosseguiu.

'Política é parte do dia a dia'

O dirigente alertou para a fre-quente redução da política ao ato de votar. Também se faz política na defesa de direitos e em ativida-des do dia a dia, disse. “Estamos fazendo política quando toma-mos atitudes em nosso trabalho, conversamos na mesa de bar, ou bebendo uma cervejinha após uma 'pelada' de futebol. Ou quando nos indignamos com nossas crian-ças massacradas nas ruas ou nas 'Febens' da vida”, disse. Brandi cri-ticou a violência contra as mulhe-res, a discriminação de negros e homossexuais e a existência dos sem-terra num país de latifúndios. “Minorias que, se somadas, cons-tituem a maioria da população”, resumiu.

O filiado Laércio Garcia e o presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi, descerram a placa que registra a inauguração das obras de reforma e ampliação da sede

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11JORNAL DO SITRAEMGANO I - EDIÇÃO 05

Márcia: 'Opções para o servi-dor participar'

Vilma: 'A programação foi super válida'

A presença de centenas de servidores na sede do SITRAE-MG ao longo de todo o dia 24, em pleno sábado de céu claro e sol escaldante, já deu uma idéia da aprovação à comemoração antecipada do Dia do Servidor. “Gostei da programação da fes-ta, pois atendeu vários gostos, deu opção para o servidor parti-cipar do que mais lhe agradasse”, disse a servidora Márcia Puzana, da Justiça Federal. A servido-ra Vilma Oliveira Lourenço, do TRE, teve a mesma opinião da colega. “Parabenizo a direção do SITRAEMG,” disse.

ENCONTRO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA

DIA DO SERVIDOR NO SITRAEMG

Na abertura do evento, presidente do Sindicato defende unidade na

luta pela revisão salarial

Durante todo o dia 23 de outu-bro, oficiais de justiça avaliadores federais participaram do V Encon-tro Estadual da classe. Promovi-do pela Assojaf-MG, o evento foi realizado no auditório do SITRA-EMG. O presidente Alexandre Brandi, que participou da soleni-dade de abertura, deu as boas-vin-das do Sindicato aos participan-tes. Ressaltando a importância de eventos como esses, Brandi disse reconhecer as especificidades de cada segmento, mas lembrou que a categoria é uma só - dos servido-res do Poder Judiciário Federal - e defendeu essa unidade e a partici-pação dos oficiais de justiça nas ati-vidades de mobilização em defesa do anteprojeto de revisão salarial

O presidente do SITRAEMG, Alexandre Brandi (ao microfone), ao lado dos juízes João Batista Ribeiro e João Bosco Barcelos, do presidente da Assojaf-

MG, Hebe Del Kader, e da coordenadora da Fenajufe Lúcia Bernardes

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e da jornada de 6 horas (30 horas semanais). Mesmo na presença de magistrados, Alexandre Brandi protestou contra o documento de iniciativa das entidades represen-tativas de juízes e membros do MP que repudia a revisão salarial dos servidores do Judiciário Federal.

No encontro, foram debatidos temas como “Direitos e expecta-tivas dos servidores em face da reformas constitucionais da Previ-dência”, “Quando trabalhar signifi-ca lidar com emoções: o caso dos oficiais de justiça” e “O Oficial de Justiça Avaliador Federal no con-texto do PCS IV” e outros.

Por Gil Carlos e Generosa GonçalvesDa Redação do SITRAEMG

Membros da atual diretoria do Sindicato (acima) e filiados (à direita), no coquetel de confraternização

“O analfabeto político”

Bertolt Brecht

"O pior analfabeto é o anal-fabeto político.

Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimen-

tos políticos. Ele não sabe que o custo de

vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do

remédio dependem das decisões

políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estu-fa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbe-

cil que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista,

pilantra, o corrupto e lacaio das empresas nacionais e

multinacionais."

Servidores elogiam a comemoração antecipada

Page 12: Jornal do SITRAEMG nº05 - 2010

ANO I - EDIÇÃO 0512 JORNAL DO SITRAEMG

EXTINÇÃO DAS VARAS TRABALHISTAS

Entidades intensificam mobilização pela manutenção das cinco varasSITRAEMG participa de manifestação em Congonhas e envia documento aos

desembargadores do TRT diante da iminência da decisão sobre varas ameaçadasServidores da Justiça do Trabalho,

advogados e trabalhadores de outros setores, além de parlamentares da região, realizaram manifestação em frente ao Foro da Justiça do Trabalho de Congonhas, no dia 20 de outubro, em defesa da manutenção da 2ª Vara de Trabalho congonhense, ameaçada de ser fechada, juntamente com as VTs de Aimorés, Guanhães, Patrocí-nio e Unaí.

Os participantes entregaram ao corregedor do TRT, desembar-gador Eduardo Augusto Lobato, que se encontrava naquele foro da JT coordenando a correição anual, documento pedindo que a 2ª VT seja mantida no local, por uma série

de motivos, sobretudo em razão da crescente massa de trabalhadores que atua, por exemplo, nas inúmeras obras em andamento nas cidades da jurisdição ou em empresas do porte da CSN, Vale do Rio Doce, Gerdau, Açominas e outras.

Os diretores do SITRAEMG Célio Izidoro e Eva do Nascimento, juntamente com representantes da OAB e de outras entidades sindicais, participaram do ato.

Metalúrgicos, saúde e construção presentes

O SITRAEMG também tem manifestado preocupação em rela-ção a possíveis perdas de referência que ameaçam os servidores diante da possibilidade de terem que se deslo-car de Congonhas para outra região.

O corregedor recebeu o manifes-to e se comprometeu a registrar isso na ata da correição, além de anexá-lo ao processo que propõe várias

Conselho adia decisão sobre

estrutura da JT para novembro

A decisão sobre a resolução que trata da estrutura da Justiça do Trabalho foi transferida para o dia 27 de novembro. O moti-vo alegado para o adiamento, determinado pelo presidente do colegiado e do TST, minis-tro Milton de Moura França, foram as ausências justificadas dos conselheiros Brito Pereira e José Simpliciano.

A Resolução 53/08, de auto-ria do próprio Conselho, foi debatida na reunião ampliada da Fenajufe do dia 17 de outu-bro, em Brasília (DF). A uni-formização determinada pelo CSJT possui pontos polêmi-cos, como o que mexe com as funções comissionadas e o que levará ao fechamento de varas trabalhistas em determinadas regiões.

Os servidores defenderam que os critérios de estrutura-ção da Justiça do Trabalho esta-belecidos na resolução sejam observados como parâmetros mínimos a serem adotados, de modo a não prejudicar servido-res e regionais onde a situação seja melhor do que está previs-to nas novas normas.

Foi aprovada uma campa-nha de envio de mensagens pela internet aos conselheiros.

alterações na estrutura da Justiça do Trabalho em Minas, entre as quais a extinção das cinco VTs.

Assinaram o manifesto os repre-sentantes do SITRAEMG, da OAB de Ouro Branco, do Sindicato Metabase de Congonhas, do Siticop (Sindica-to dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada de MG), do Sindicato dos Metalúrgicos de Ouro Branco e Base e Sindicato da Saúde de Ouro Branco, além do deputado estadual Gustavo Valadares.

Corpo-a-corpo com os desembargadores

O SITRAEMG reforçou a mobi-lização contra o fim das cinco VTs, encaminhando documento com apelo e argumentos nesse sentido a cada um dos desembargadores que integram o pleno. Cópias de memo-rial em defesa das varas trabalhistas ameaçadas e criação de novas varas foi entregue pessoalmente pelo vice-

O vice-presidente do SITRAEMG, Luiz Fernando, entrega à desembargadora Emília Facchini cópia de memorial em defesa das cinco VTs

Os diretores do SITRAEMG, Eva do Nascimento e Célio Izidoro, e servidores do foro da JT na manifestação em Congonhas

presidente do SITRAEMG, Luiz Fernando, a todos os desembarga-dores do TRT/MG. No documento, pede-se também a instalação de varas federais em Congonhas, Unaí e Gua-nhães.

SITRAEMG NA INTERNET

TRE analisa recurso sobre horário

O juiz Benjamin Rabelo, relator do processo administrativo (PA) que ori-ginou a Resolução 774/2009, do TRE/MG, determinou o desarquivamento do PA, a juntada de recurso administrativo protocolado pelo SITRAEMG contra a Resolução e o encaminhamento desses autos à Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP), para manifestação desta em rela-ção ao recurso do Sindicato. A Resolu-ção alterou o horário de atendimento ao público nos cartórios eleitorais do inte-rior das 12h às 18h para o período das 10h às 16h. O SITRAEMG requer efeito suspensivo e reconsideração da medida. A íntegra desta notícia em www.sitraemg.

org.br, em 23/09/2009.

Artigo: "Direito à indignação e à dignidade”

“(...) Decisões tomadas na solidão do gabinete, normalmente, são as menos acertadas. É preciso contato com a rea-lidade que está naquilo que chamarei de “ruas”, este imenso e complexo de engre-nagens que faz o Poder Judiciário funcio-nar. Não confundam produtividade com extensão de jornada de trabalho. Estes são conceitos inversamente proporcio-nais.”.

O texto acima é trecho do artigo do servidor do TRE Paulo Henrique Patrí-cio, uma reflexão sobre a necessidade de a categoria se mobilizar, cuja íntegra está em www.sitraemg.org.br, do dia 25/09/2009.