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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO UNIVERSITÁRIO NORTE DO ESPÍRITO SANTO OS GURUS DA QUALIDADE: KAORU ISHIKAWA DANIEL CARDOSO CORDEIRO KAREN BORCHARDT DOS SANTOS MAXWELL HENRY BARBOSA ANDRADE MOANA LYRIO PEREIRA PÂMELA ROSSONI LIMA

Kaoru Ishikawa

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Qualidade

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPRITO SANTOCENTRO UNIVERSITRIO NORTE DO ESPRITO SANTO

OS GURUS DA QUALIDADE: KAORU ISHIKAWA

DANIEL CARDOSO CORDEIROKAREN BORCHARDT DOS SANTOSMAXWELL HENRY BARBOSA ANDRADEMOANA LYRIO PEREIRAPMELA ROSSONI LIMA

SO MATEUS2014SUMRIO

1.INTRODUO32.HISTRICO DE KAORU ISHIKAWA43.CONTRIBUIES DE ISHIKAWA PARA A GESTO DA QUALIDADE54.FERRAMENTAS DA QUALIDADE54.1Diagrama de Pareto64.2Diagrama de causa e efeito (espinha de peixe)74.3Histograma74.4Folhas de verificao84.5Grfico de disperso84.6Fluxograma94.7Cartas de Controle105.PONTOS FUNDAMENTAIS DO PENSAMENTO DE ISHIKAWA106.FILOSOFIA GERENCIAL117.CONSIDERAES FINAIS128.REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS13

1. INTRODUOKaoru Ishikawa um dos expoentes do Controle da Qualidade, de origem japonesa foi um dos responsveis pela recuperao da economia japonesa no perodo ps-Segunda Guerra Mundial atravs de suas ideias que visavam melhorar a qualidade dos produtos atravs de diversas tcnicas que sero abordadas neste texto.Kaoru foi responsvel por dar um interpretao mais nipnica aos conceitos de qualidade desenvolvidos pelos americanos, em especial, Dr. William Edwards Deming e do Dr. Joseph Moses Juran, ao mesmo tempo em que adicionou seus prprios pensamentos, criando assim uma nova abordagem para a Gesto da Qualidade.Neste texto, abordar-se- um breve histrico da vida de Ishikawa, bem como apresentar-se- as principais ideias e pensamentos do guru com respeito a Gerncia da Qualidade.

2. HISTRICO DE KAORU ISHIKAWA

Kaoru Ishikawa nasceu em 1915. Em 1939, licenciou-se em Qumica Aplicada pela Universidade de Tquio. Depois da Segunda Guerra Mundial foi um dos impulsionadores da Japanese Union of Scientist and Engineers (JUSE), promotora da qualidade no Japo, e foi presidente do Musashi Institute of Tecnology. Ishikawa a figura mais representativa do movimento da qualidade. Recebeu diversos prmios entre os quais se destaca a Medalha de 2. Ordem do Sagrado Tesouro, atribuda pelo imperador japons. Nos anos 50 e 60 lecionou cursos para executivos sobre controlo de qualidade (QUALIDADE BRASIL, 2014). Como membro do jri do Deming Prize, criou um rigoroso mtodo de auditoria de qualidade para escolher a vencedora. Esteve envolvido nas normas japonesas e internacionais de certificao. Faleceu em 1968. Em sua homenagem, a ASQC atribui anualmente a Ishikawa Medal aos indivduos ou grupos de trabalho que mais se salientaram nos aspectos humanos da qualidade. Seus estudos so bastante importantes na gesto da qualidade. Obteve as primeiras noes de qualidade com os norte-americanos, estudou a evoluo dos processo de industrializao, e desenvolveu sua teoria para o Japo. Duas de suas criaes foram as "sete ferramentas do controle de qualidade" e principalmente os "crculos de controle de qualidade". Em seu estudo, levantou que as teorias de administrao mecanicistas (Taylor e Fayol), com excelentes resultados nos pases ocidentais, no incio da revoluo industrial no eram adequadas a realidade do Japo. Os fatos que levaram o engenheiro a justificar sua teoria foram fundamentados principalmente pelas caractersticas demogrficas do pas, que possui taxas de escolaridade bastante elevada.A base filosfica de suas ideias de que o homem bom por natureza, e se importa positivamente com o que o afeta. Por isso, Ishikawa criticava o modelo produtivo ocidental, segundo o qual o trabalhador recebe tratamento desrespeitoso. Ishikawa entendia que apenas quando conquistasse o comprometimento dos trabalhadores como pessoas, eles teriam interesse em melhorar a qualidade e a produo.

3. CONTRIBUIES DE ISHIKAWA PARA A GESTO DA QUALIDADE

Uma das contribuies mais importantes de Ishikawa foi o desenvolvimento de uma estratgia japonesa de qualidade. Entre os anos de 1950 e 1960 Ishikawa desenvolveu cursos de controle de qualidade para executivos e gerentes, alm de ajudar o lanamento da Conferncia Anual do Controle da Qualidade para gerncia, diretores em 1963. A caracterstica japonesa a ampla participao na qualidade, no somente de cima para baixo dentro da organizao, mas igualmente comea e termina no ciclo de vida de produto (QUALIDADE BRASIL, 2014).Associado com a JUSE (Union of Japanese Scientists and Engineers- Unio dos Cientistas e Engenheiros Japoneses), a qual foi criada em 1946, Ishikawa introduziu o conceito de Crculo de qualidade em 1962, o qual se baseia em um conjunto de colaboradores que voluntariamente realizam reunies regularmente em busca da qualidade em suas organizaes. Em 1982, introduziu o diagrama de causa-efeito, mais conhecido como diagrama de Ishikawa ou at mesmo diagrama espinha-de-peixe como mostra a figura abaixo, o qual consiste de uma ferramenta grfica utilizada para o gerenciamento e controle da qualidade em processos diversos, especialmente na produo industrial. A melhor contribuio do Diagrama de Ishikawa foi a ferramenta poderosa que facilmente poderia ser usada por no especialistas para analisar e resolver problemas, alm de serem ferramentas sistemticas para encontrar, classificar e documentar as causas da variao da qualidade na produo e organizar a relao mtua entre eles. A noo do controle empresarial da qualidade de Ishikawa era voltada ao atendimento ps venda. Isto significa que um cliente continuaria a receber o servio mesmo depois de receber o produto. Este servio se estenderia atravs da companhia em todos os nveis hierrquicos e at mesmo no cotidiano das pessoas envolvidas. De acordo com Ishikawa, a melhoria de qualidade um processo contnuo, e sempre pode ser aperfeioada.

4. FERRAMENTAS DA QUALIDADE

De acordo com Magalhes (2014), as Ferramentas da Qualidade so tcnicas que se podem utilizar com a finalidade de definir, mensurar, analisar e propor solues para problemas que eventualmente so encontrados e interferem no bom desempenho dos processos de trabalho.Essas ferramentas foram estruturadas a partir da dcada de 50 e, desde ento, seu uso tem sido de grande valia para os sistemas de gesto, pois so ferramentas estatsticas de uso consagrado para melhoria de produtos, servios e processos. As ferramentas so:4.1 Diagrama de Pareto

Essa ferramenta tem como finalidade mostrar a importncia de todas as condies, a fim de escolher o ponto de partida para a soluo do problema; identificar a causa bsica do problema e monitorar o sucesso (GESTO DA QUALIDADE, 2013). Podem ser usados para identificar o problema mais importante atravs do uso de diferentes critrios de medio, como frequncia ou custo. Para a criao do diagrama pode-se seguir as orientaes: Determinar como os dados sero classificados (por produto, mquina, turno, operador, etc). Construir uma tabela, colocando os dados em ordem decrescente. Calcular a porcentagem de cada item sobre o total e o acumulado. Traar o diagrama e a linha de porcentagem acumulada.A Figura 1 mostra um exemplo de diagrama de Pareto.

Figura 1 Grfico de Pareto relacionando o nmero de peas defeituosas fabricada por mquina. Extrado de Soledade (2014)4.2 Diagrama de causa e efeito (espinha de peixe)

Tem como finalidade identificar, ordenar e documentar as causas de variao da qualidade e organizar a relao mtua entre as causas. Foi desenvolvido para representar a relao entre o "efeito" e todas as possveis "causas" que podem estar contribuindo para este efeito. O efeito ou problema colocado no lado direito do grfico e as causas so agrupadas segundo categorias lgicas e listadas esquerda. Para cada efeito existem seguramente, inmeras categorias de causas. As causas principais podem ser agrupadas sob seis categorias conhecidas como os "6 M": Mtodo, Mo de obra, Material, Meio Ambiente, Medida e Mquina (MAGALHES, 2014). E podem ser observados na Figura 2.

Figura 2 Grfico de Espinha de Peixe ou de Ishikawa. Extrado de Silva, Baranhuk e Lima (2014)4.3 Histograma

Tem como finalidade mostrar a distribuio dos dados atravs de um grfico de barras indicando o nmero de unidades em cada categoria. Um histograma um grfico de representao de uma srie de dados (GESTO DA QUALIDADE, 2014). Na Figura 3 ilustrado um histograma.

Figura 3 Exemplo de Histograma. Extrado de Gesto da Qualidade (2014)4.4 Folhas de verificao

So tabelas ou planilhas simples usadas para facilitar a coleta e anlise de dados. O seu uso economiza tempo, eliminando o trabalho de se desenhar figuras ou escrever nmeros repetitivos. Registram os dados dos itens a serem verificados, permitindo uma rpida percepo da realidade e uma imediata interpretao da situao, ajudando a diminuir erros e confuses. Uma lista de verificao pode ser vista na Figura 4.

Figura 4 Exemplo de lista de verificao. Extrado de Gesto da Qualidade (2014)4.5 Grfico de disperso

Mostra o que acontece com uma varivel quando a outra muda, para identificar se existe uma tendncia de variao conjunta (correlao) entre as variveis (GESTO DA QUALIDADE, 2014). Pode-se observar um grfico de disperso onde h tendncia de variao conjunta das duas variveis (investimento e vendas) na Figura 5.

Figura 5 Exemplo de grfico de disperso. Extrado de Gesto da Qualidade (2014)4.6 Fluxograma

O Fluxograma tem como finalidade identificar o caminho real e ideal para um produto ou servio com o objetivo de identificar os desvios. uma ilustrao sequencial de todas as etapas de um processo, mostrando como cada etapa relacionada. Utiliza smbolos facilmente reconhecidos para denotar os diferentes tipos de operaes em um processo (GESTO DA QUALIDADE, 2014). Um exemplo dessa ferramenta pode ser visto na Figura 6..Figura 6 Exemplo de fluxograma. Extrado de Gesto da Qualidade (2014)4.7 Cartas de Controle

So usadas para mostrar as tendncias dos pontos de observao em um perodo de tempo. Os limites de controle so calculados aplicando-se frmulas simples aos dados do processo. As cartas de controle podem trabalhar tanto com dados por varivel (mensurveis) como com dados por atributo (discretos). A Figura 7 mostra uma carta de controle.

Figura 7 Exemplo de carta de controle. Extrado de Gesto da Qualidade (2014)5. PONTOS FUNDAMENTAIS DO PENSAMENTO DE ISHIKAWA

Pode-se reunir diversos fatores bsicos que resumem as principais ideias de Ishikawa com relao a Gesto da Qualidade, principalmente atrelados a seu conceito de Crculos de Qualidade (CQ). Estes conceitos envolvem:1. Voluntarismo: caracterstica fundamental dos CQ que so criados em bases voluntrias e no por ordens superiores (Instituto Federal do Maranho, 2014);2. Auto-desenvolvimento: a vontade de estudar deve partir dos prprios membros do CQ;3. Desenvolvimento mtuo: Existe a necessidade dos membros desses CQs aspirarem a expanso de seus horizontes bem como desejarem cooperar com outros crculos;4. Participao total: Os crculos precisam estabelecer como seu objetivo ltimo a participao total de todos os trabalhadores do mesmo local de trabalho (Instituto Federal do Maranho, 2014);5. Atividade em Grupo: os Crculos de Qualidade visam a participao de todas as pessoas desde a organizao da alta gerncia aos operrios;6. O uso das tcnicas de Controle da Qualidade: consiste na utilizao das sete ferramentas de controle desenvolvidas por Ishikawa bem como no uso de conhecimentos estatsticos nos CQs para se mensurar tal qualidade;7. Atividade intimamente relacionada ao trabalho: a qualidade relacionada diretamente com o trabalho, afinal, segundo Ishikawa: "Qualidade desenvolver, projetar, produzir e comercializar um produto de qualidade que mais econmico, mais til e sempre satisfatrio para o consumidor" (Instituto Federal do Maranho, 2014);8. Vitalidade e perpetuidade das atividades: as operaes e discusses em busca da qualidade dentro dos CQ devem ser realizadas sempre visando melhoria contnua da qualidade;9. Originalidade e criatividade: importncia de ter solues criativas para os problemas utilizando-se as ideias obtidas nos CQ;10. Conscincia pela qualidade: existe a necessidade de todos os integrantes da empresa terem responsabilidade pela qualidade, tomando para isso atitude proativa.6. FILOSOFIA GERENCIAL

O programa de Kaoru Ishikawa para o Controle da Qualidade Total (CQT) envolve uma revoluo da filosofia gerencial, que envolve principalmente os seguintes tpicos (Instituto Federal do Maranho, 2014):1. Primazia pela qualidade: consiste no objetivo central do programa de CQT;2. Postura voltada para o consumidor: e ele que deve estar satisfeito no instante da compra e tambm a longo prazo, e o que garantira a perpetuao dos negcios e a aceitao de novos produtos;3. A etapa subsequente do processo e o cliente;4. Descrever os fatos com dados utilizando como ferramenta bsica os recursos estatsticos amplamente difundidos por Deming;5. Respeito a natureza humana. Dentro da empresa todos independentemente da posio que ocupam tem direito a melhorias continuas, dentro dos seus prprios limites, objetivando com isso a Qualidade Total;6. Controle por funo.7. CONSIDERAES FINAIS

O pensamento de Kaoru Ishikawa foi revolucionrio Gerncia da Qualidade em todo mundo, mas prioritariamente no Japo. Seus pensamentos foram resultados de uma releitura da Qualidade proposta inicialmente pelos gurus americanos sob um ponto de vista diferenciado, dada as diferenas culturais.As ideias de Ishikawa para a Qualidade Total se baseiam principalmente no uso dos Crculos de Qualidade e das sete ferramentas de qualidade bem como de tcnicas estatsticas para a melhoria dos resultados.O conceito de qualidade para Kaoru Ishikawa envolve o foco nas necessidades do consumidor e representou um grande avano para o Controle da Qualidade tanto no Japo (auxiliando na recuperao ps-Segunda Guerra Mundial), tanto no mundo.8. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

GESTO DA QUALIDADE.As Sete Ferramentas do Controle da Qualidade.Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2014.INSTITUTO FEDERAL DO MARANHO (Maranho).Gesto da Qualidade:Kaoru Ishikawa. Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2014.MAGALHES, Juliano M. de.AS 7 FERRAMENTAS DA QUALIDADE.Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2014.QUALIDADE BRASIL.Os gurus da qualidade.Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2014.SILVA, Jos Renato da; BARANHUK, Luiz; LIMA, Sylvia Marcela de.Diagrama de Ishikawa.Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2014.SOLEDADE, Adilson.Grfico de Pareto.Disponvel em: . Acesso em: 08 set. 2014.