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A Ciência e a fé apertando as mãos

“No Princípio” www.yeshuachai.com.br Beith Tefilá Yeshua Chai

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Bereshit Bereshit barah Elohim et ha-shamain ve ha-eretz

“No princípio criou Elohim os céus e a terra” (Gn 1.1)

Introdução Muitas vezes nos contentamos com a percepção inicial, quanto a Criação, de que, em um tempo único, chamado “princípio”, Elohim criou tanto os céus como a terra, em um total de 144 horas até o seu descanso. Este livro tem por finalidade desafiar o leitor a que visualize nas entrelinhas do que está escrito os fatos ocorridos. É certo que tal leitura há de gerar incômodo em alguns mas, com certeza, ampliará o conhecimento e trará convicção àqueles que, ao ensinar sobre tal assunto, se incomodam quando precisam explicar dados com precisão, quando confrontados com fatos concretos. A Astronomia e a Física moderna, que ora utilizamos neste livro, contêm instrumentos que poderão nos ajudar a compreender um dos mistérios mais impressionantes das Escrituras, que trata da Criação de todas as coisas a partir do nada, tendo por base apenas o poder da Palavra de Elohim. Citaria a frase de um dos rabinos mais respeitados do judaísmo, Maimônides, que sabiamente afirmou:

“Estude Astronomia e Física se desejar compreender a relação entre o mundo e o modo como ele é regido por Elohim” (em Guia para os

Perplexos)

OS VÁRIOS “PRINCÍPIOS” “No princípio criou Elohim os céus e a terra” (Gn 1.1)

Pode parecer estranho para nós, mas não existiu um princípio, e sim, vários. Observe que a palavra “princípio”, no hebraico reshit, não significa exatamente um único momento, mas pode ser um período de tempo. Em Yrmeiahu (Jeremias), por exemplo, o mesmo termo reshit é usado pelo profeta, que registra:

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“No mesmo ano, no princípio (reshit, tyva) do reinado de Zedequias, rei de Judá, isto é, no quarto ano, do quinto mês ...” (Jr 28.1).

O reshit do reinado de Zedequias já durara quatro anos, dos onze que ele reinara. Para o autor, um terço do reinado daquele rei ainda era o seu princípio. Este termo é usado em outras citações quanto aos governantes de Israel. Voltando ao Gênesis, o termo surge novamente quando é citado o princípio do governo de Nimrode:

“O princípio (reshit) de seu reino foi Bavel, Ereque, Acade e Calné, na terra de Shinar” (Gn 10.10).

Tal observação se faz necessária uma vez que “antes” que Elohim criasse os céus Ele já existia, sendo eterno. Portanto, Elohim existe antes do princípio, comentado em Gn 1.1. Podemos verificar a confirmação destes tipos de princípio no próprio período neotestamentário, quando Yohanam (João) mostra um “princípio” (da eternidade) anterior a outro “princípio” (da Criação):

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Elohim, e o Verbo era divino. Ele estava no princípio com Elohim. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele,e sem ele nada do que foi feito se fez” (Yohanam Jo 1.1-3)

Portanto, a criação do Universo e tudo o que ele contém não se deu, necessariamente, em um momento, mas sua duração pode ter continuado por um período maior do que aquele que captamos. Em termos astrofísicos, durou mais de 10 bilhões de anos entre o princípio (reshit) dos céus e o princípio (reshit) da terra.

O que havia antes do 1° Dia da Criação

Entendendo isso podemos avançar para procurar perceber o que havia antes do princípio da criação do universo, quando se iniciou a dimensão temporal de tempo-espaço.

Outro rabino, Namânides, escrevera no século XIII:

“Antes da existência do Universo, o tempo não existia” (Comentário sobre a Torá Gn

1.4-5).

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O Princípio do 1º Dia é anterior ao Princípio do Tempo

Antes de o tempo existir, Elohim começara sua criação. Vejamos o que um texto ignorado por muitos em sua riqueza, por estar inserido dentre os provérbios, nos revela quanto ao que aconteceu entre o versículo primeiro e o versículo segundo de Gênesis:

“Desde a eternidade fui [a sabedoria de Elohim] estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra ... Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo ... Então eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo. Regozijando-me no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos homens” (Pv 8.23,26,30- 31)

Analisando cuidadosamente, podemos perceber vários aspectos que nos trarão a luz, fatos anteriores ao homem, a terra e mesmo ao tempo. Vejamos.

1º) O “princípio” da terra é posterior ao “princípio” da eternidade (se é que podemos assim dizer), onde só havia Elohim. O texto diz “Desde a eternidade fui [a sabedoria/Yeshua] estabelecida, desde o princípio, antes do começo da terra” (v.23). É importante destacar isso para assim entendermos que a terra não foi criada no “princípio” de tudo, e sim após um período que não se pode medir. 2°) O v.26 cita um certo “princípio do pó do mundo”. O que é isso?

Poderia ser o pó de onde o homem seria criado? Bem, a palavra para pó é, de fato, a mesma, mas o comentário neste texto é regressivo, ou seja, ele vai trazendo a idéia de frente para trás:

(a) “Ainda ele não tinha feito a terra”;

(b) antes dela “as amplidões”;

(c) antes delas, o “pó do mundo”. Esse “pó”, anterior ao homem, e até mesmo da criação da terra, será estudado mais adiante, e nos auxiliará no entendimento da Criação da matéria. 3º) Notem que a revelação vai avançando, iniciando com a eternidade (anterior ao tempo), passando pela criação da matéria, e agora entra na dimensão do “tempo”: “Então eu estava com ele e era seu arquiteto, dia após dia era as suas delícias, folgando perante ele em todo o tempo” (v.30).

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4º) Por fim, temos a informação importantíssima que nos mostra que a terra não foi criada com a finalidade de ser “sem forma e vazia” (Gn 1.2), mas para ser habitável: “Regozijando-me no seu mundo habitável, e achando as minhas delícias com os filhos dos homens” (v.31). A terra foi criada para ser a habitação da Criação de Elohim. Aqui a sabedoria de Elohim, concluindo o avançar do tempo, neste período já demonstrava interação com a humanidade.

Os Melahim (anjos) foram criados “antes” da terra

Em uma lida rápida, antes de entendermos que anterior ao princípio dos céus e da terra Elohim já agia, tendo aquele princípio de Gn 1.1 uma definição quanto ao período da Criação da matéria (veremos isso mais adiante) e não estritamente quanto ao princípio de todas as coisas – inclusive na esfera espiritual – é que podemos entender que, antes de Elohim criar a terra já havia criado seus Melahim (anjos). Não se assuste, pois isso está escrito nas Escrituras e pode ser visto no livro mais antigo (segundo entendimento geral) da mesma:

“Onde estavas tu quando eu lançava os fundamentos da terra? ... e rejubilavam todos os filhos de Elohim? [os anjos]” (Jó 38.4,7).

No diálogo que teve com Jó, Elohim lhe trouxe a revelação de que, quando no momento em que a terra começava a ser criada os anjos não somente assistiam como também se alegravam. Portanto, “antes” da criação da terra (matéria), o mundo espiritual (metafísico) já existia. Aja visto que os “céus e a terra”, como pudemos ver, não somente foram criados “após” o início de tudo, como depois dos Melahim (anjos).

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O Dia Zero - Primeira Parte

A Criação dos Céus e o Big Bang

Entendendo nós os princípios, podemos agora observar melhor o texto de Gn 1.1, que trata do princípio do tempo. Aqui, portanto, já entramos na esfera que mais o homem natural conhece: a relação tempo/espaço/matéria.

“No princípio criou Elohim os céus e a terra” (Gn 1.1)

A palavra hebraica traduzida por “criou”, em Gn 1.1, é barah. No hebraico, esta é a única palavra para significar a criação de algo do nada (nos relatos das criações esta palavra só ocorre novamente em Gn 1.21 e 2.3). Esse é o nosso ponto de partida: sabermos que Elohim não necessitou de matéria para criar o mundo, o fazendo pelo simples poder soberano de sua Palavra. Outro detalhe importante é entendermos que, no hebraico a palavra Céus (shamaim) significa também Universo. A partir deste entendimento, vamos observar que existe uma distância de milhares ou bilhões de anos (antes do 1º Dia da Criação) neste primeiro versículo. Entre o “criou os céus” e “a terra” existe um período de aproximadamente 10 bilhões de anos. Esses números agora podem parecer assustadores, mas logo você os compreenderá. Para entendermos este grande período entre a criação do Universo e a criação de um de seus componentes (a terra) é necessário que entendamos o “no Princípio” aconteceu, comprovado cientificamente, para que tudo passasse a existir.

10 PASSOS, 10 CIENTISTAS

O desenvolvimento da compreensão científica de Gn 1.1

Para chegarmos aos registros históricos da rendição da ciência para o fato de que o Universo foi criado por Elohim, será de grande valia que percorramos um pouco na História para que entendamos como, de fato, todos – inclusive os incrédulos – reconhecem que:

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“Os céus proclamam o poder de Elohim, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento à outra noite. Não há linguagem, nem palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo” (Sl 19.1-4).

1) Hiparco

Na cidade de Rodes, do século II, um astrônomo grego chamado Hiparco estava montando o primeiro catálogo de estrelas, classificando-as por grandeza (magnitudes) em função de seus brilhos. Porém, em suas observações, notou que nem todas as estrelas que brilhavam pareciam manter a mesma posição – o que acontecia com a maioria das outras. A estas estrelas chamou de “errantes”, pois pareciam mover-se numa direção e depois voltariam para a mesma posição anterior. A palavra grega para “errantes” é planetos, e com isso vemos a origem da definição dos planetas. Daí se desenvolveu todo um sistema que colocava a terra como o centro do universo, o que ganhou grande força com a chegada do cristianismo paganizado ao centro do poder romano, já no século IV. A idéia daquele segmento para-cristão era que, sendo o homem a criação mais importante de Elohim, e estando ele na terra, a terra seria o centro – não exatamente figurado, mas geográfico – de todo Universo. A Igreja Católica Romana adotara oficialmente o Almagesto de Ptolomeu.

2) Copérnico

Já no século XVI, um polonês formado em Desenho, Matemática, Astronomia, Medicina e Direito, Nicolau Copérnico, sistematizou a doutrina heliocêntrica, que mostra que o sol, e não a terra, está no centro do Universo (tal doutrina já tinha sido defendida poucos anos antes por Nicolau de Cusa). Copérnico sabia que se publicasse seu trabalho (Das Revoluções dos Mundos Celestes) naquele período conturbado por causa da eminente Reforma Protestante, poderia ser condenado, e por isso somente o fez pouco antes de morrer (em 1543), ainda assim de forma anônima e dedicando a obra ao papa Paulo III.

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3) Kepler

Copérnico, depois de morto, começou a influenciar o pensamento de vários astrônomos, principalmente entre os protestantes, que tinham liberdade de discordar dos pensamentos dos papas. Na Alemanha, Johannes Kepler, após estudar em dois seminários de Teologia, adentrou nos campos da Astronomia e Matemática. Em 1600, por ser protestante, teve que deixar de lecionar Matemática em Ganz e partiu para Praga, onde viria a ser o astrônomo do imperador Rodolfo II. Com liberdade para estudar e interpretar o universo, Kepler ampliou a teoria de Copérnico ao afirmar que as órbitas dos planetas não eram circulares, mas elípticas. Um dado interessante é que as Escrituras já afirmara, muitos séculos antes, que a terra flutua no espaço sem apoio visível, fato que, após as teorias de Kepler e Galileu, só viriam a ser confirmadas no século XX pelo testemunho do astronauta russo Yuri Gagarin, aproximadamente 5.500 anos depois do que Jó já observara:

“Ele estende o norte sobre o vazio e faz pairar a Terra sobre o nada” (Jó 26.7)

4) Galilei

Um respeitado professor de Matemática em Pádua, o italiano Galileu Galilei (1564-1642), daria os primeiros passos para a compreensão da gravidade e – o que nos interessa mais nesse livro – da medição do tempo. Galileu foi muito audacioso ao publicar suas teses pró-copernicanas em italiano (e não em latim acadêmico), em 1632, o que disseminaria suas idéias na abalada estrutura romanista frente ao fortalecimento protestante. Essa situação levou o clero romano a definir, oficial e veementemente, o copernicanismo como falso e herético, ordenando que Galileu abandonasse imediatamente sua doutrina no Dialogo sopra il due massimi sistemi del mondo, no qual descreveu os movimentos de rotação e translação da terra. Após ter renunciado pela segunda vez a sua teoria, foi condenado apenas à prisão domiciliar, estado este que se encontrou até morrer. O mais interessante é que na própria Bíblia Galileu (assim como Kepler) encontraria base para defender sua tese. Yeshua, dezesseis séculos antes, ao falar da sua vinda, mostrara que a terra gira em torno de seu eixo, ao descrever o seguinte fato:

“Naquela noite dois estarão na cama; um será tomado, e deixado o outro; duas mulheres estarão juntas moendo; uma será tomada, e deixada à outra. Dois estarão no campo; um será tomado e o outro deixado” (Lc 17.34-36).

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Como seria possível um único evento acontecer ao mesmo tempo (à volta de Yeshua no mesmo momento), sendo noite num lugar e dia em outro? É porque a terra gira sobre seu próprio eixo. Kepler e Galileu apenas confirmavam o que Yeshua já dissera.

5) Newton

A teoria do inglês Isaac Newton, lançada em 1687 no seu tratado Princípios Matemáticos da Filosofia Natural”, se baseou na idéia de que todo objeto continuará se movimentando numa linha reta, em uma mesma velocidade, até que outra força seja introduzida para alterá-lo. Quando um objeto está parado, em descanso, é porque alguma força parou seu movimento (princípio da inércia). Tais princípios prepararam o caminho para a explicação da gravidade. Um corpo com massa muito grande atrairá, de modo visível e em direção a si próprio um outro corpo com uma massa muito menor. É por isso que, segundo a experiência tão difundida que ele celebrou, a Terra atrai a maçã para a sua superfície ao mesmo tempo em que a maçã atrai a Terra para si. Como a maçã tem uma massa muito inferior se comparada a Terra, o seu poder de atrair a Terra se limita a uma força praticamente imperceptível. Talvez você se pergunte: o que isso tem que ver com a Criação? Continue a sua leitura que você irá entender.

6) Einstein e a Teoria da Relatividade

O físico alemão, porém de sangue judeu Albert Einstein (1879-1955) foi o homem que revolucionou a Física, em todas as suas bases, alterando suas leis e dogmas defendidos religiosamente por séculos. Depois de ter tido um péssimo passado como aluno na formação básica (como Newton), tentou ser professor, mas não conseguiu vaga, restando-lhe trabalhar no serviço de patentes da Suíça. Isso lhe deu tempo para fazer pesquisas na área da Física. Sendo judeu, Einstein, tinha acesso à escritos de rabinos como Isaac Luria (1534-1572), que a partir de um texto bíblico, desenvolveu a Teoria da Contração (Tzimtzum, em hebraico):

“E quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram ... a casa do Eterno se encheu de uma nuvem; de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da

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nuvem, porque a grandesza do Eterno encheu a casa de Elohim” (2Cr

5.13-16)

Luria observou que Elohim concentrou sua presença em uma casa, tendo seu poder se “retraído” em um único ponto. O acesso à esta teoria, limitada aos círculos judaicos, pode ter auxiliado Einstein no desenvolvimento de seus estudos. O fato é que quando tinha apenas 26 anos (em 1905), o mundo começou a conhecê-lo, através de seus artigos na revista científica Annalen der Physik. O quarto artigo (a Teoria da Relatividade Restrita, onde revisou as noções vigentes de tempo e espaço) e o quinto (onde se encontra a famosa fórmula E = mc2) foram à base para que ganhasse terreno no meio da Física. Dez anos depois, acrescentando a gravidade, publicou em 1915 a Teoria da Relatividade Geral. Einstein cria em Elohim (apesar de não vê-lo como um Elohim pessoal), entendendo que o universo não era obra do acaso, determinismo, esse vigente na astronomia desde a Grécia antiga:

“Elohim pode ser perspicaz, mas não é malicioso”, atacou Einstein o princípio da incerteza de Heisenberg. Ganharia, além de amigos e inimigos, o Nobel de Física de 1921. Einstein descobriu que a energia é a conseqüência da multiplicação da matéria vezes o quadrado da velocidade da luz (E = mc2), que, por sua vez, conhecimento esse que conseqüentemente mostrou que a matéria é o resultado da divisão da energia pelo quadrado da velocidade da luz (m = E/c2). Ou seja, a matéria é a energia condensada. Essa teoria, portanto, mostra que, de fato, Elohim, que “é Luz” (1Yohanam (Jo) 1.5) criou o universo (que é matéria) unicamente pelo poder de sua Palavra (energia). Einstein, que no princípio de sua teoria foi ridicularizado, apenas mostrou que a “energia” – que é algo invisível – criou a matéria – algo visível – apenas comprovando a revelação Escritural:

“Pela Emuná (fé) entendemos que foi o universo formado pela palavra de Elohim, de maneira que o visível (matéria) veio a existir das coisas que não aparecem (energia)” (Hb 11.3).

Temos, portanto, nas Escrituras, a descrição prévia e completa da Teoria da Relatividade. Os conceitos de Gênesis 1 de espaço/tempo eram ligados com a Teoria da Relatividade.

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7) Lemaître e o nascimento do Universo

O belga Abbé Georges Lemaître (1894-1996) era um admirador e estudioso das teorias de Einstein mas, ultrapassando seu mestre, descobriu algo que o entusiasmou: o universo não era estático, mas dinâmico. Sua lógica era uma conseqüência da teoria de Einstein: se o tempo e o espaço têm uma concavidade, produzida por uma massa qualquer, então, quando uma outra massa passar por esta, será atraída para perto da outra. Sua luta, portanto, foi para comprovar que o universo era finito e, conseqüentemente, tivera um começo. Einstein não quisera dar atenção a Lemaître e não avançou neste assunto. Lemaître não desistiu. Seus cálculos apontavam para um “ponto de partida” – que seria o momento da Criação – que faria com o universo passasse a se expandir, em acordo com o ensino de Einstein. Sua teoria consistia que o universo começara como um átomo (o Átomo Primitivo) e que, em determinado momento, começou a se desenvolver como uma árvore a partir de uma semente.

8) Hubble e o Universo em expansão

O americano Edwin Hubble (1889-1953), juntamente com seu assistente especializado em espectroscopia, Milton Humason, seria a chave entre Einstein e Lemaître. Após três décadas de estudos, Hubble confirmou que o hidrogênio e o hélio são os elementos mais comuns na composição de todas as galáxias. Algo nos ligava com o resto do universo, em termos de composição. Mas, mais importante que isso foi à comprovação de que “Há uma velocidade constante entre as galáxias e a Terra” Hubble mostrou que as galáxias mais distantes se movimentavam mais rapidamente que galáxias mais próximas, medição essa feita através do brilho das luzes das estrelas Cefeidas. Portanto, quanto maior fosse a distância da Terra maior seria sua velocidade de separação de uma galáxia. Tal experiência quebrava um conceito antigo enraizado entre os cientistas ateus: a idéia de um universo imutável. A Lei de Hubble, portanto, mostrou que cada galáxia está se afastando das outras atualmente, o que confirmava a tese do Universo em expansão. Em outras palavras, houve um período – ou, mais precisamente, um momento – onde as galáxias estavam concentradas, sem nenhum espaço entre elas. Seria uma pequena bola de fogo, extremamente densa que gerou o início da expansão universal. Foi o momento que as Escrituras registram: “no princípio criou Elohim os Céus” (Gn 1.1a).

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Einstein aceita “Princípio dos Céus”

Dois anos depois de Lemaître tentar mostrar sua teoria sem obter sucesso, recebeu notícias preciosas: Hubble, ao observar que as luzes das galáxias (de acordo com o efeito Doppler) estavam se desviando, concluiu que o universo estava em expansão. Einstein imediatamente se dirigiu ao Observatório de Mount Wilson para visitar Hubble e, quando Lemaître soube disso, também se dirigiu para lá. Diante de um Einstein interessado pela nova descoberta – mesmo que já anunciada anos antes por Lemaître – ouviu dele todos os pontos da Teoria do Átomo Primitivo, observando a possibilidade do universo ter sido criado “num dia sem ordem” com base nos cálculos matemáticos do próprio. Após Einstein ouvi-lo, agora com total interesse, reconheceu seu erro, e dissera ter ouvido naquele momento “a mais bela e exaustiva interpretação que já tinha escutado”. Passou para o lado dos que, matematicamente, criam em um Princípio do Universo.

A Teoria do Big Bang é combatida

Obviamente que Einstein, agora defendendo tal teoria, começou a ser perseguido nos meios científicos. No fim dos anos 40, Fred Hoyle zombou da teoria da expansão do universo em um programa de rádio, que viria a mudar a história. Ele, sem saber, fizera um grande desafio, ao declarar em tom irônico: “Se o universo começou com um quente Big Bang então, tal explosão deve ter deixado uma relíquia. Encontrem-me um fóssil desse Big Bang”. Foi a primeira vez que se deu o nome de Big Bang a esta teoria mas, ao invés de destruí-la, a promoveu e levou vários cientistas para seus cálculos.

9) Gamow e a Busca pelo Fóssil do Big Bang

Dada a largada pela confirmação da tese – para infelicidade de Hoyle – em 1948 o cientista americano (nascido na Ucrânia) George Gamow e seu aluno R. Alpher, – no relatório criativamente chamado de ‘Alfa, Beta, Gama’ (incluíram o nome de outro físico, H. Bethe, que somente soube da brincadeira quando o trabalho foi publicado na Physical Review) – concluíram que, em havendo existido tal momento denominado Big Bang, este teria gerado uma enorme quantidade de calor para que pudesse criar o hidrogênio necessário para formação das estrelas, além do hélio. Sua base teórica afirmava que o Átomo Primordial continha, em seus primeiros segundos após a explosão, uma mistura quente e densa de prótons e elétrons que se chocavam com tremenda violência entre si, gerando uma alta radiação naquela bola de

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fogo. Uma vez que o Universo se expandira em todas as direções, Gamow concluiu que se poderia captar a radiação inicial, de baixa intensidade, no universo, uma vez que não haveria muito calor que sobrasse. Pelos seus cálculos, tal radiação ficaria apenas alguns graus acima do zero absoluto (-273o C – a temperatura mais baixa possível). Porém, para provar sua tese, eles teriam que detectar essa radiação que estaria espalhada uniformemente pelo universo.

O Fóssil do Big Bang é achado ... sem querer

Em 1965, Robert Dicke e uma equipe da Universidade de Princeton se empenharam para encontrar a tal radiação fria. Paralelamente, dois cientistas americanos especializados em radiação para transmissão de sinais, Arno Penzias e Robert Wilson, contratados pela Bell Telephone Company para melhorar suas comunicações, verificaram que havia um fraco ruído de rádio que era captado em todos os lugares e não de um determinado ponto da terra. Tal chiado era constante e captado não apenas de um determinado ponto na terra, mas vinha do espaço sideral. Intrigados, telefonaram para o doutor Robert Dicke, e enquanto almoçavam e discutiam, o telefone tocou. Eram eles, e queriam ver com aquela equipe porque em seus aparelhos a interferência era extremamente constante e não conseguia ser eliminada. Ao compartilharem suas experiências, rapidamente foram encontrar-se e, ao juntarem suas equipes para ouvirem a interferência, abismados com a radiação medida, juntaram suas anotações e imediatamente fizeram uma comparação à fonte fria que o dr. Dicke tinha como base, descobrindo que tal radiação estava sempre a 3o Kelvin (3 graus acima do zero absoluto). Esse ruído era nada mais que a Radiação Cósmica de Fundo, ou, em outras palavras, o som remanescente da bola de fogo que originou o Universo – o eco do Big Bang. Aqueles homens estavam descobrindo o fóssil do Big Bang. O trabalho daquelas duas equipes foi divulgado imediatamente e seus trabalhos publicados nos Astrophysical Journal, que logo após lhes indicaria para o Nobel, devidamente recebido.

10) Smoot e A Prova Final da existência de um “Princípio” – o Big Bang

Mesmo depois da descoberta de Penzias e Wilson – da Radiação de Fundo originada no Big Bang – Hoyle e outros cientistas continuavam não aceitando a idéia de um “princípio” para o Universo, levantaram a hipótese de que, sendo a temperatura muito constante, as galáxias não poderiam ter se desenvolvido a partir dela. Para que tal

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expansão fosse possível, deveriam existir diferenças sutis de temperatura a fim de fazer com que a matéria se agrupasse para formar as galáxias. Os cálculos já indicavam para isso, mas faltava uma prova da tal variação. Sabia-se que, menos de um segundo depois do Big Bang, haveria variações na temperatura da energia recém liberada; variações essas detectáveis somente depois de aproximadamente 300.000 anos, quando então se formaram as galáxias. Um outro físico, George Smoot, da Universidade de Berkeley, juntou um grupo de cosmólogos experimentalistas e partiram com a missão de detectar as variações na temperatura da radiação de fundo, eliminando todas as possíveis interferências que poderiam existir na Terra, mesmo que fosse a própria atmosfera. Reprojetado e reconstruído, o satélite COBE (Explorador do Fundo Cósmico, em inglês) foi lançado em 18 de novembro de 1989, com o apoio da NASA. Rapidamente a radiação de fundo (observada em 1965), foi confirmada, mas somente no princípio de 1992, portanto, mais de dois anos depois, eles começaram a ver pequenas variações na estrutura daquela radiação. Ao colocar no computador para que este distinguisse as partes quentes e frias da imagem, grande descoberta do princípio dos tempos – pela ciência – era uma realidade: a radiação de fundo do cosmos tem ondulações – pequenas variações de temperatura na radiação inicial originada no Big Bang – que faria o universo se estender. A teoria do Big Bang fora provada de maneira espetacular, confirmando a teoria de Lemaître (de 1927), junto aos estudos de Stephen Hawking, sobre a Relatividade. Portanto, em abril de 1992, os astrônomos puderam evidenciar a mais importante prova da existência do nascimento do Universo. As ondulações de sua estrutura mostraram que o Universo, nascido de uma pequena bola de fogo, continua se expandindo, colocando por água abaixo os adeptos da corrente do Universo Estacionário (de Fred Hoyle). A NASA e a equipe do dr. Smoot, anunciaram tal descoberta em Washington, na conferência da American Physical Society, onde disseram tratar-se da “evidência do nascimento do Universo”. O Universo, portanto, para desespero de muitos cientistas, não é nem eterno nem imutável. Como declarou o atual lucano da Universidade de Cambridge, o respeitado físico Stephen Hawking, quanto aos avanços que apontam para um “início” de todas as coisas: “Uma de nossas maiores descobertas foi que o universo não existiu desde sempre, mas que teve um começo definido no Big Bang, há cerca de 15 bilhões de anos atrás” (O Universo de Stephen Hawking, de David Filkin).

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Podemos ouvir o som do Big Bang ... em nossa casa

Uma vez que a Radiação de Fundo está em todas as partes, não somente da terra mas de todo universo, podemos ouvi-la em nossa casa, através de uma antena comum de televisão. Basta que você sintonize um canal inexistente que aparecerá na tela uma imagem cheia de pequenos pontos (que chamamos de chuvisco), com um chiado (que chamamos de estática). A origem de cerca de 1% deste chiado é, nada mais nada menos, que a radiação de fundo das microondas cósmicas que ecoam desde o momento da Criação do universo.

O Universo é formado – O Big Bang Resumindo, como a ciência comprovou não somente a possibilidade como a veracidade da primeira parte do versículo 1, de Gênesis 1, a teoria do Big Bang diz que há aproximadamente 15 bilhões de anos, num momento chamado “Tempo Zero” (ou momento de Planck), toda a matéria do universo estaria concentrada em um único ponto: o “Átomo Primordial”, que concentraria todo o universo (energia-massa), extremamente comprimido e com força gravitacional intensa, com o tamanho total de 10-33 cm (alguns autores procuram exemplificar que todo o universo estava contido em algo do tamanho de uma laranja; outros, do tamanho de uma ervilha; outros, do tamanho de um grão de mostarda, mas era bem menor). Em determinado período este Átomo explodiu, dando seqüência à extensão de todo universo e suas infinitas galáxias, sendo a poeira cósmica a base formativa de todos os componentes intergalácticos. Nossa mente pode apenas imaginar, mas não consegue alcançar a grandiosidade da mente de Elohim, que criou “tudo” do “nada”. É interessante notar que mesmo sendo esta descoberta recente, as Escrituras já apontavam para o Big Bang e a extensão do Universo, de maneira precisa, oito séculos antes do Mashiach (Yeshua). A Palavra de Elohim já revelara que o Universo não foi feito de forma estática, mas ele se estendeu, antecipando a teoria da expansão do universo:

“Assim diz Elohim, o Senhor, que criou os céus e os estendeu, formou a terra e a tudo quanto produz ...” (Yeshaiáhu Is 42.5).

Elohim não somente criou o universo como o fez estender (o profeta usa precisamente esta palavra) – através do Big Bang – formando tudo o que hoje há.

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O “Princípio do Pó do Mundo” Entendendo esta grande explosão, que gerou a ampliação dos “céus” pela extensão matéria criada por Elohim, é que podemos voltar ao texto que lemos anteriormente:

“Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo” (Pv 8.26).

Sabemos que Elohim criou o homem do pó (Gn 2.7: “Elohim formou o homem do pó da terra”) mas, antes de Elohim fazer a terra esse pó já existia, como vimos no texto de Provérbios. Voltando ao início da criação dos céus, com a explosão do Big Bang, enorme quantidade de “poeira cósmica” é lançada em todas as direções, fazendo o universo se expandir. Sabemos que toda matéria que existe, em todo universo, é composta por átomos, que por sua vez, se constituem de prótons, elétrons e nêutrons. O átomo na sua forma mais simples é o hidrogênio (pois possui apenas um próton, em torno do qual gira apenas um elétron). Esse átomo tão simples, o hidrogênio, está presente em 99% da matéria existente em todo o universo. Todas as diferenças entre os diversos tipos de matéria são resultantes de combinações químicas. O sol, por exemplo, é composto pela junção de dois gases: o hidrogênio e o hélio, e a água, pela junção de dois outros: o hidrogênio e o oxigênio. Portanto, o hidrogênio é base tanto do sol quanto da água. Elohim, ao criar o mundo pelo poder de sua Palavra, permite que tal explosão não somente estenda o universo (como vimos), como também coloque toda a Criação na mesma base de estrutura orgânica, advinda do “pó do mundo”, através da combinação de elementos que só a Sabedoria Divina seria capaz de criar. Veja, por exemplo, que o cloro é um gás venenoso e o sódio um elemento metálico muito perigoso. Elohim junta os dois e cria o sal (cloreto de sódio), que usamos em nossa comida. Quando analisarmos o 6º Dia da Criação, vamos voltar a falar sobre o princípio do pó da terra, quanto à estrutura da terra ser à base da composição do homem (e dos demais seres), assim também, como de toda a estrutura atômica do Universo.

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O Dia Zero - Segunda parte

A Criação do Tempo 15 Bilhões de Anos em Seis Dias A Idade do Universo É comum, no meio bíblico, estabelecer a idéia de que a idade do Universo é de 57 séculos ou 5761 anos, contabilizando a soma da genealogia desde Adão com os cinco dias que o antecederam. Nessa interpretação entende-se que, se houve Seis Dias do início da Criação até o surgimento do homem, estes tiveram a duração de 24 horas, como hoje entendemos. Mas, ao nos depararmos com os fatos que comprovam a datação do Universo em 15 bilhões de anos, assim como a da Terra em 4,5 bilhões, estaremos diante de um conflito entre a verdade comprovada e a crença. O problema, porém, se constitui em não se observar a relatividade do tempo, que mostra que ambas as contagens estão certas, tendo as mesmas durações. Apenas estão sendo descritas em termos diferentes. Como ensinou Einstein, “quando um mesmo evento é visto de dois referenciais, mil ou bilhões de anos podem ser vistos como dias, depende do referencial de observação”. Quando vejo uma corrida de Fórmula 1, minha vista observa que os carros estão andando devagar (quando a cena é vista de frente), por mais que aos meus ouvidos e à minha visão cheguem as informações da velocidade real. Certamente, se eu estivesse na arquibancada, veria que os carros passariam “voando” que eu nem conseguiria ver a cor do capacete do piloto. A velocidade é a mesma, mas o referencial traz noções diferentes. Vale também a pena relembrar que aquilo que Einstein chamou de Dilatação Relativística do Tempo, torna perfeitamente possível serem os Seis Dias da Criação, compatíveis com os 15 Bilhões de Anos da Criação. Nunca é tarde para relembrar que, até surgir Adão, só havia Elohim para observar o relógio. Esse dado é fundamental. Podemos então dizer que, pelo referencial temporal de Elohim a Criação durou Seis Dias, e pelo referencial temporal do homem, quinze bilhões de anos. Ambos estão corretos, é uma questão de ponto de observação.

O Referencial temporal de Elohim

Elohim é atemporal (2Pe 3.8; leia abaixo) uma vez que é Eterno. A eternidade muitas vezes é confundida com algo que não tem fim, mas não o é, pois a eternidade

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também não tem um início. Essa grande diferença é que faz com que Elohim tenha uma noção do tempo diferentemente de nós. Somente entendendo isso é que poderemos ter uma noção de seus atributos da onipresença, onisciência e onipotência, sem nenhum limite que o impeça de ir ou vir em nosso tempo contabilizável. Elohim não está preso a uma dimensão tempo/espaço, pois sua dimensão é a espiritual. Apesar disso, Elohim, pela sua infinita misericórdia, se revelou de modo temporal para nós. Sendo assim, a linguagem bíblica para “dias” pode se referir não ao espaço de 24 horas, mas a períodos longos, sendo que tal revelação, as Escrituras mandam que não a ignoremos:

“Há todavia, uma coisa, amados, que não deveis esquecer: que, para com o Eterno, um dia é como mil anos, e mil anos como um dia” (2 Kefeh (Pe) 3.8)

O Referencial temporal do homem

Diferentemente de Elohim, nós temos muitas limitações que nos fazem ter uma interpretação muito particular. Necessitamos, para nossa compreensão básica, da estrutura início-meio-fim. Essa é nossa base de interpretação lógica. Se não estiver nesta ordem poderemos não apenas nos confundir como também não entendermos. O mesmo se dá na questão – exclusivamente temporal – de minutos-horas-dias. Para nós, isso é fundamental, pois faz parte de nossa limitação. Alguns podem interpretar 1073

como 1.073. Se tal valor não for exigido como resultado preciso, mas apenas como uma anotação, o que poderia ser errado pode não necessariamente sê-lo (apesar dos números serem absolutos). O fato comum é que a contagem do tempo (mas não precisamente dos dias) se inicia somente no 1º Dia, com o início da movimentação da luz. Ao ajuste no entendimento da compreensão do tempo podemos somar outros fatos que nos auxiliarão a perceber os Seis Dias da Criação não como sendo dentro de nossa percepção temporal de 24 horas.

Compreendendo melhor os “longos” Dias

1º) Provas científicas: A terra passou por transformações, em sua estrutura geológica, de milhões de anos. Somente de mudança de pólos foram 400. Foram encontrados milhares de fósseis muito anteriores aos 5761 anos da interpretação literal, inclusive de espécies extintas.

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2o) Yom: A palavra “dias” a que se refere a Criação, no original hebraico é yom, palavra esta que tem um sentido muito mais amplo que um período de 24 horas, podendo significar períodos de tempo, o que faz com que, por exemplo, as datações dos fósseis não sejam contraditórias ao período da Criação. Um exemplo do emprego desta palavra para definir um período maior que 24 horas está em Provérbios:

“Como o frescor da neve no tempo (yom) da ceifa” (Pv 25.13)

3o) A duração do 3o Dia: No 3º Dia, as árvores criadas cresceram da semente até darem frutos e produzirem sementes segundo a sua espécie (Gn 1.12), num processo que, se naturalmente, duraria meses ou até anos, considerando algumas espécies de árvores.

4º) A dependência do sol para contar a duração do Dia: Sabemos que só podemos contar a duração do Dia por causa do sol. A pergunta é: como se pode contar os três primeiros dias se o sol somente apareceu no 4º Dia? Como dissera Agostinho, “vemos que os dias conhecidos não têm tarde, senão em relação ao pôr do sol; nem manhã, senão em relação com seu nascimento. Pois bem, os três primeiros dias transcorrem sem sol ...” (Cidade de Deus, livro XI, cap.VI e VII).

5o) O trabalho de Adão: No 6º Dia, Adão foi criado, deu nome a todos os animais, e ainda passou por uma cirurgia; fatos estes que dificilmente aconteceriam em um período de 24 horas.

6o) “Houve tarde e manhã”: Em todos os dias criativos lemos a seguinte frase (que não se encontra no Sétimo Dia): (wa-yhy erev wa-yhy boqer yom ...) Lit.: “e houve tarde e houve manhã dia ...”

Para alguns, a despeito de tudo que se tem exposto, é a base bíblica para dias de 24 horas. Antes de analisar o hebraico, faz-se importante reparar que o conceito judaico de Dia era que o este começava à tarde (ao pôr-do-sol). Quando, por exemplo, Elohim

fala sobre o Yom Kippur (o Dia da Expiação, para o povo judeu) diz: “... duma tarde (erev) a outra tarde (erev), celebrareis o vosso sábado” (Lv 23.32).

Essa é a visão judaica para o Dia integral. Quando, porém, nos reportamos a Gênesis 1, estamos falando de um período onde nem a Terra existia, nem mesmo quando passou a existir, tinha-se condições de medir o tempo sem a presença do sol, que seria visto somente no 4º Dia. Por isso, temos o registro de comentários como o do rabino Onkelos, que viveu por volta do ano 200 d.C., que em sua Tradução da Torá, ao chegar ao versículo 31, ao invés de escrever “houve tarde e manhã, o sexto dia”, traduziu “e eis que era uma ordem unificada”. Onkelos já percebera a relação das palavras utilizadas como um período muito maior em cada Dia.

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Note que, quando o sol aparece no 4º Dia, as tardes e manhãs já existiam. O próprio Gênesis confirma isto:

“... Haja luzeiros ... para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles ... para dias e anos ... Fez Elohim os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite ...” (Gn 1.14-19)

Entendendo isso, vale a pena considerar o que significava, de fato, os termos tardes e manhãs, cujas palavras não se limitam à noção clássica do tempo:

(a) A palavra hebraica que aqui se traduz por “tarde” é erev. Erev indica muito mais que o pôr-do-sol; significa “misturado, confuso, desordenado”. É exatamente essa mistura entre dia e noite que se nota no pôr-do-sol.

(b) A palavra hebraica que se traduz nesses textos de Gênesis 1, como “manhã” é boqer. Boqer também encerra uma idéia mais ampla, significando o oposto de erev: “capaz de ser distinguido, discernível, ordenado”. É assim que, entre aquilo que a Ruach Hakódesh (o Espírito Santo) revelou e a tinta que saiu da pena do autor, se pode observar. Uma vez que o tempo não é único nem absoluto, e sim o produto de movimento, ele pode ser contabilizado de maneiras diferentes. A cada finalização de um período da Criação o autor escrevia algo como “e o segundo dia se passou de uma situação confusa para uma situação ordenada” e não exatamente “e após o pôr-do-sol terminou a obra no segundo dia”. 7º) O descanso contínuo de Elohim: No 7º Dia, Elohim descansou (Gn 2.2) mas, a Bíblia diz que ainda está no seu descanso (Hb 4.4), portanto, aquele Dia já tem milhares de anos. Assim, não temos nenhum problema em reconhecer que o mundo tem cerca de 4,5 bilhões de anos, e o Universo 15 bilhões, apesar de que cremos que Elohim não teria nenhum problema em criar todas as coisas em 6 dias de 24 horas, ou mesmo em menos de um milésimo de segundo. Por isso, é reconhecido o período da Criação como sendo composto de seis grandes períodos de tempo (Seis Dias) que culminaram na criação de Adão e Eva.

O Dia Zero -Terceira Parte

A Terra “Original”- O Mundo Espiritual - A Terra sob juízo

A idade e a forma da Terra

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Há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, Elohim cria a terra. Entre a criação “dos céus” e a criação “da terra” existe um fosso de 10 bilhões de anos, contidos no mesmo versículo primeiro de Gênesis. Por causa dos movimentos rotacionais advindos da explosão (Big Bang) que expandiu o Universo e motivados pela gravidade que atraía as poeiras cósmicas para junto de cada centro gravitacional, a Terra, como todos os demais astros, é redonda. É de entendimento geral que o grego Eratóstenes foi o primeiro a chegar a tal conclusão (em 250 a.C.), mas a ciência só pôde confirmar isso na viagem de circunavegação pela Terra de Fernão de Magalhães, entre 1519 e 1522. O registro bíblico se antecipara em sua revelação, relatando 750 anos a.C. que a terra era, de fato, redonda: “Ele é o que está assentado sobre a redondeza da Terra” (Is 40.22)

O interior da terra é de fogo

Fiz questão de colocar este ponto pois isso irá nos auxiliar no entendimento dos 4 primeiros dias da Criação. Como vimos, o Átomo Primordial, após uma sequência de explosões de alta temperatura, fez com que o Universo se expandisse. Bilhões de estrelas, compostas quase que unicamente pela junção de Hidrogênio e Hélio, foram criadas, dentre as quais nosso Sol. Os planetas tiveram estruturas diferentes, com gases distintos, formando os planetas. Com a Terra não seria tão diferente. O interior dela é revolvido de ferro e níquel derretidos, que poderíamos dizer ser composta de algo como fogo. Entendendo isso você poderá entender a ausência da luz no 1º Dia. Com o desenvolvimento da geologia é que se pode concluir, com maior eficiência, da existência de três camadas concêntricas na terra: a Crosta (que vai do solo até 90 quilômetros abaixo, tendo 3 tipos de rochas), o Manto (camada pastosa com 2.900 quilômetros de espessura, cuja temperatura vai de 870o C junto à Crosta a 2.200o C junto ao Núcleo), e o Núcleo, constituído de ferro e níquel derretidos em fogo, cuja temperatura vai de 2.200º

C (junto ao Manto) a – é o que se estima – 5.000o C nas regiões mais profundas (o ponto central da terra fica a 6.500 quilômetros da superfície). Jó, provavelmente sem ter noção destes dados, registrou que:

“da terra procede o pão, mas em baixo é revolvida como por fogo” (Jó 28.5)

A Terra (original) é formada

Talvez gere algum incômodo adicional o vocábulo “original” à criação da Terra. Por que “original”? Existem detalhes bíblicos que não devem ser ignorados, sob a pena de

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não entendermos a verdade revelada. Normalmente, muitos se acostumaram a entender que a revelação (apesar de gradual e constante) também foi uniforme em sua cronologia de acordo com a estrutura que vemos nos índices de nossas Bíblias quando na verdade não foi. Há relatos sobre a Criação que se encontram em outros livros das Escrituras bem posteriores à escrituração do Gênesis, e é essa a chave que jamais podemos perder ao estudá-las. As Escrituras mostram que a Terra, quando criada por Elohim no princípio, não tinha a mesma configuração da Terra na época em que Adão foi criado. Houve mudanças. Vejamos a revelação Escriturística sobre o estado “original” da Terra:

“Porque assim diz o Eterno que criou os céus, o único Elohim, que formou a terra, que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos, mas para ser habitada: Eu sou o Yahuh e não há outro” (Is 45.18)

A Terra (original) é formada

Diferentemente do que encontramos em Gênesis 1.2, vemos que a Terra foi feita “habitável”, e especifica que não foi feita para ser um ermo, um vazio (“não caótica”). Por que então a encontramos sem forma e vazia, estando sob trevas? A resposta é muito óbvia: se não foi feita para ser caótica mas assim se encontrara, é porque tal caos se instalara, uma vez que Elohim a criou não para estar neste estado, mas para “ser habitada” (v.18). A conclusão é que se tratam de dois períodos distintos da Terra. Vejamos o que motivou a terra a entrar neste estado inabitável e deformado.

O primeiro Gan Eden (Jardim do Éden)

Como vimos em Yehsaiahu (Isaías), Elohim criara uma Terra perfeita e foi feita, de acordo com o mesmo texto, para ser habitada. Cabe-nos questionar se a Terra habitável teria sido povoada antes de se tornar sem forma e sem vida, limitando então a presença do Espírito de Elohim. Para isso teremos que recorrer à revelação bíblica:

“Estavas no Éden, jardim de Elohim; de todas as pedras preciosas te

cobrias ... Tu eras K’ruvi (“querubim”) da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte separado de Elohim, no brilho das pedras andavas.

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Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado, até que se achou iniqüidade em ti” (Ez 28.13-15).

Aqui começamos a ter noção sobre os habitantes que antecederam a humanidade na Terra: os Melahim (anjos). As Escrituras dizem em meio a profecia a um rei, que Há Satã (O Acusador), então K’ruv (querubim) da guarda:

(a) “Andava” na Terra – precisamente no Éden; (b) “Permanecia” no monte santo de Elohim.

Esses dois verbos mostram que a Terra era não somente habitável, mas também era “habitada”. Eventos, porém, ocorreram entre o final de Gn 1.1 e o início de Gn 1.2 que fizeram a Terra ser deformada. A Terra “Original” foi criada por Elohim para ser habitada pelas suas criaturas – como vimos nos versículos acima – antes que o pecado entrasse no universo espiritual de Elohim. O que ocorreu?

A Rebelião de Samael (Satã), os habitantes da Terra, e a instalação do Caos na Terra “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao Shamaim (céus); acima das estrelas de Elohim exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do norte; subirei acima das mais altas nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo” (Is 14.12-14).

Habitava Há Satã sozinho na Terra, conforme poderíamos concluir após uma leitura imediata do texto de Ezequiel? A resposta é dada através da revelação trazida a Yeshaiahu (Isaías). Existiam “nações” (plural) e “congregação” (singular), ambas influenciadas por Samael (Satã). Estas nações e esta congregação, porém, não eram compostas por seres humanos, uma vez que as Escrituras afirmam que Adão foi o primeiro homem:

“o primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente ...” (1Co 15.45)

Então, podemos supor que seriam os anjos que, como Samael, estavam na terra desde sua fundação. O ambiente era perfeito, e havia muita alegria entre aqueles Melahim (anjos), a quem o Altíssimo chama de “filhos de Elohim” (Jó 38.4,7). Satã, convocado à presença de Elohim, foi expulso e lançado por terra. Yeshua testemunhou aos seus discípulos:

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“Eu via Há Satã caindo do Shamaim (céus) como um relâmpago” (Lc 10.18).

Mas, Satã não caiu sozinho. Aquelas nações, debilitadas pela influente liderança de Samael, receberam o mesmo castigo dele, conforme registra Yohanam, que ao vê-lo como um grande dragão, revelara:

“a sua cauda arrasta a terça parte das estrelas do céu, as quais lançou para a terra ...” (Ap 12.4).

O caos é instalado na Terra, que fica “sem forma e vazia”, “inabitável”. Há Satã é “despejado” da presença de Elohim, e a Terra começa a sofrer por milhões e milhões de anos. Há Satã e suas hostes ficam sem morada certa, passando a ser conhecido como “... o príncipe da potestade do ar ...” (Ef 2.2).

A Terra “sem forma e vazia” (Gn 1.2)

“A terra, porém, era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e a Ruach (Espírito) de Elohim pairava sobre as águas” (Gn 1.2)

Diferentemente do que encontramos nos textos de Yeshaiahu (Isaías) 45.18 e Provérbios 8.31, a Terra neste versículo 2 se encontrava deformada e não habitada. Seu estado neste texto era de submersão total sob a água (do Shamaim), e completamente isolada da luz. A Terra caíra sob juízo. Neste período com duração de milhões de anos, ocorreram praticamente todas as eras geológicas conhecidas. Hoje sabemos, por exemplo, que a terra mudou de pólo mais de 400 vezes. Neste período posterior à Terra habitável que lemos, a terra passaria por mudanças destrutivas muito bruscas durante um grande espaço de tempo. Apesar do que possa aparecer, Elohim não abandonou seu projeto inicial, mantendo firme o seu plano, e a presença da Ruach Hákódesh (Espírito Santo) se notava pairando sobre as águas do Shamaim (céus).

A Terra sob juízo

“Porque assim diz o Eterno que criou os Shamaim (céus), o único Elohim, que formou a Éretz (terra), que a fez e a estabeleceu; que não a fez para ser um caos (tohu) mas para ser habitada ... A terra, porém, era sem forma (tohu) e vazia (bohu)” (Is 45.18; Gn 1.2) Juntei propositalmente os textos que mostram dois

estágios do estado da Terra, e que citam igualmente a palavra tohu. A tradução para

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tohu é “espaço vazio, sem forma, deserto, vacuidade”, e para bohu é “vazio, ermo”. A definição exata da tradução depende do contexto de cada frase. Um fato, porém, deve ser destacado: esta situação que os gregos, tempos depois, denominariam caos (palavra esta que se incluiu na tradução do português), pode ser executada por uma intervenção direta de Elohim, não se limitando ao período inicial da Criação, mas se estendendo também nos tempos da humanidade na Terra. Yrmeiahu (Jeremias), por exemplo, utiliza as mesmas palavras para mostrar um julgamento de Elohim ao seu povo que se inclinara novamente à idolatria: Yehudá (Judá) voltou à condição tohu va bohu através da invasão babilônica:

“Deveras, o meu povo está louco, já não me conhece ... Olhei para a terra, e ei-la sem forma (tohu) e vazia (bohu); para os céus, e não tinham luz. Olhei para os montes, e eis que tremiam, e todos os outeiros estremeciam. Olhei, e eis que não havia homem nenhum, e todas as aves dos céus haviam fugido. Olhei ainda, e eis que a terra fértil era um deserto, e todas as suas cidades estavam derribadas diante do Eterno, diante do furor da sua ira. Pois assim diz o Eterno: Toda a terra será assolada; porém não a consumirei de todo. (Yrmeiahu - Jeremias 4.22-27).

Ao lermos este relato, não há como não nos lembrarmos do início da criação, em Gn 1.2: há escuridão e ausência de habitantes (incluindo animais). O profeta vira que sua terra se tornara um lugar impróprio para habitação, usando as mesma palavras que descreviam o estado caótico da Terra descrito no segundo versículo das Escrituras. Os babilônicos matavam todos os seres que encontravam, e incendiavam todas as casas. No texto de Gênesis, a Terra igualmente passaria a estar imprópria para a habitação, não só do homem como também dos demais seres, com a diferença de que estava coberta de água. Portanto, algo ocorreu para a terra colher o juízo e ficar completamente inabitável. Só que, em determinado período, Elohim suspendeu o seu juízo e a terra começou a ser restaurada. Entremos, enfim, no 1º Dia.

O 1º Dia - “Haja Luz” “Disse Elohim: Haja luz; e houve luz. E viu Elohim que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Elohim à luz Dia, e às trevas Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1.3-5).

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As trevas do Universo foram “criadas” Antes de falarmos sobre o “haja luz”, que se aplica à Terra, valeria a pena compreender melhor sobre as “trevas” (no sentido não-espiritual). Quando olhamos as estrelas, vemos entre elas enormes espaços. Mas, como vimos pela teoria do Big-Bang, se tudo no Universo é matéria, o que seriam os espaços escuros entre as estrelas? Hoje sabemos que as trevas do universo não são espaços vazios (como normalmente poderíamos supor) mas matéria, sendo denominada (por estudiosos como Vera Rubin e Arthur Stanley Eddington), como “matéria escura”. Por isso, como alega Rubin, as galáxias não giram como um conjunto complexo de estrelas individuais e livres. Essa “matéria escura”, com massa ainda não compreendida, é que tem mantido as galáxias em suas posições, pela gravidade da matéria que as envolve. As sagradas Escrituras, de forma muito sutil, se anteciparia à ciência e no tempo de Isaías já revelam que as trevas – no sentido espacial – não são mera ausência de luz:

“Eu *Elohim] formo a luz, e crio as trevas (hoshek)” (Yeshaiahu - Is 45.7).

A palavra hebraica para definir trevas é hoshek, palavra esta que pode significar uma substância. É interessante notar que este versículo mostra que, enquanto Elohim forma a luz, Ele cria as trevas. A matéria escura é presente em pelo menos 90% do Universo. Desde o momento do Big Bang foi criada por Elohim, incluindo nelas os buracos negros. Portanto, de fato, “nele foram criadas todas as coisas, as visíveis e as invisíveis ...” (Cl 1.16) tanto do mundo material quanto do mundo espiritual (conforme dirige a conclusão desse texto). Talvez Isaías não entendesse o que seria criar trevas, apesar de poder supor o que seria criar luz, fato que hoje podemos entender.

Buracos Negros

Uma vez que falamos em separação entre luz e trevas (na Terra), e utilizamos este fato para entender melhor o Universo, podemos avançar um pouco mais para que você entenda melhor sobre a matéria escura. Esqueça a idéia de que os buracos negros são “buracos” e procure, propositalmente, trocar essa palavra por “aspiradores”. Agora imagine um sol, dez vezes maior que o nosso e totalmente apagado. Conseguiu? Isso é um buraco negro: uma estrela com grande quantidade de massa cuja gravidade atrai qualquer coisa próxima para dentro de si – como se aspirasse tudo ao redor. Chama-se buraco negro exatamente porque até os fótons (a luz) são atraídos para seu centro.

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Nada escapa. Portanto, o buraco negro é matéria, tem sua própria gravidade e tal treva foi criada por Elohim, como observamos no registro de Yeshaiahu (Isaías).

“Haja Luz”: A luz não foi criada neste 1º Dia

“Disse Elohim: Haja luz; e houve luz. E viu Elohim que a luz era boa; e fez separação entre a luz e as trevas. Chamou Elohim à luz Dia, e às trevas Noite. Houve tarde e manhã, o primeiro dia” (Gn 1.3-5)

Entremos no texto de Gn 1.3-5, que trata do início da luz na Terra. Ao contrário do que poderíamos antecipar quanto à luz, esta não é criada no 1o Dia. Não encontramos no texto o verbo “criar” nem o verbo “fazer”, mas o verbo “haver”, o que indica a criação da luz no início, quando criou “os céus” (o Universo), através da expansão da matéria que iria gerar bilhões de estrelas, dentre elas o Sol. Um detalhe interessante é que a palavra que aqui emprega “luz” é `Or, termo cuja tradução indica as ondas iniciais de energia luminosa (os luzeiros que são vistos no 4º Dia são ma`or).

A Atmosfera opaca não permite a luz entrar

A Terra, como vimos, sofrera imensas transformações. As mudanças de pólos que ocorreram por mais de 400 vezes indicam um período não somente longo como também brusco na estrutura da Terra. Sua superfície estava completamente coberta de água (“O Espírito de Elohim pairava sobre as águas” - Gn 1.2). A cada mudança a água abundante, em contato com as explosões vulcânicas que saiam das fendas geológicas submersas, provocava como reação imediata excesso de gases e vapores, produzidos pelos choques imensos de temperatura (observe imagens do contato das lavas vulcânicas com a água e tenha uma idéia). Estes vapores oriundos dos grandes choques térmicos que eram constantes faziam com que a atmosfera fosse completamente opaca. Com isso, nada se podia ver, nem o Sol e as demais estrelas dos céus, criados anteriormente, nem mesmo as águas, uma vez que não havia entrada de luz. A escuridão era completa.

A Atmosfera, agora translúcida, já permite a luz entrar

Neste período, iniciado no 1ª Dia, Elohim começa a mudar a configuração vigente através de uma intervenção direta. Pelo poder de sua Palavra ordena que a luz “penetre” na Terra (procure sempre ver “de baixo para cima”). A Terra começara a

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entrar em um processo de resfriamento e estabilização. As explosões já não tinham a mesma constância, uma vez que várias fendas começaram a se cauterizar. Com a queda da pressão produzida pela diminuição dos choques de temperatura, os vapores diminuíram consideravelmente. Neste 1º Dia ainda não era possível ver o sol, pois esse processo de resfriamento e estabilização duraria bilhões de anos (neste 1º Dia), mas a entrada de luz permitiu que houvesse “separação entre a luz e as trevas” (v.4), pois a atmosfera já não estava opaca, mas translúcida (apesar de ainda não transparente). Para exemplificar, seria como nos dias nublados quando podemos ver a claridade, apesar de não se poder ver o Sol.

O 2º Dia - O Firmamento e as Águas “E disse Elohim: Haja firmamento no meio das águas, e separação entre águas e águas. Fez, pois, Elohim o firmamento, e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Elohim ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia”

(Gn 1.6-8)

O Firmamento Elohim faz com que a atmosfera deixe a luz entrar, mas mantenha a radiação ultravioleta afastada, através de um “escudo” que proteja sua criação das constantes chuvas de radiação cósmica. Essa camada composta por ozônio (e hoje felizmente tão comentada) é outro detalhe de Elohim para o seu cuidado com a criação. Note o detalhe da perfeição: a relação da atmosfera com o tamanho da Terra é o mesmo que a espessura da casca da maçã com o seu tamanho restante. Elohim cria esse “detalhe” para permitir a existência de vida na terra. Mas o que seria o firmamento, termo esse que não usamos senão ao ler as sagradas Escrituras? Voltemos ao texto.

“E disse Elohim: Haja firmamento no meio das águas, e separação entre águas e águas. Fez, pois, Elohim o firmamento, e separação entre as águas debaixo do firmamento e as águas sobre o firmamento. E assim se fez. E chamou Elohim ao firmamento Céus. Houve tarde e manhã, o segundo dia” (Gn 1.6-8)

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O próprio texto responde dizendo que o firmamento foi denominado como “céus”, mas no hebraico (assim como em outros idiomas) encontramos duas palavras: firmamento (raqiah) e céus (shamaim). Portanto, são diferentes. Primeiramente, porque céus, no hebraico, tem uma tradução muito ampla, denominando inclusive o Universo. Depois, porque Elohim fez o firmamento “entre as águas”. Portanto, é um “tipo” de céu entre os céus. Elohim já se antecipara à nomenclatura atual que distingue os “tipos” de céu que compõe a terra:

(a) Troposfera (onde vivemos, onde há vida biológica)

(b) Estratosfera (nosso “cobertor”)

(c) Mesosfera (a fronteira com o espaço)

O peso do ar (pressão atmosférica)

A riqueza dos detalhes da criação nos mostra quão perfeita é a obra do Criador, escondidas como tesouros da sua Palavra. Outro exemplo, ainda falando sobre o firmamento, é que somente no século XVII a ciência começou a entender o peso do ar. Em 1602 Galileu Galilei começou a fazer estudos sobre as leis da queda dos corpos e a oscilação. Depois de mais de 40 anos (em 1648) o italiano Evangelista Torricelli inventou o Barômetro; e que em 1654 Blaise Pascal provou matematicamente a existência da Pressão Atmosférica. Jó, milhares de anos, já registrara:

“Quando regulou o peso do vento” (Jó 28.25).

A separação das águas

Elohim novamente intervém de maneira direta (“Haja ... separação entre águas e águas”, Gn 1.6), e se inicia tal processo. As águas em seu estado líquido começam a ser atraídas pela gravidade da Terra, separando-se das nuvens definidas no processo de evaporação. Este agora era possível não apenas pelo calor direto do choque das águas com as lavas, mas principalmente por causa do calor da luz, que já estava penetrando na Terra. Tal evaporação, muito menos intensa, formaria nuvens que pela sua formação seriam menos atraídas para o solo, estando bem acima de onde se estabeleceria a Terra e a subseqüente vida.

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Neste período Elohim já estava preparando a Terra para a existência da vida biológica. Sabemos que sem água no estado líquido não há possibilidade de existir vida. Elohim, portanto, ao preparar os mares e as fontes de água, detalhou que a água se mantivesse em uma limitada faixa de temperatura (entre 0o C e 100º C) para dar prosseguimento, a sua criação, pois em temperaturas maiores ou menores a água deixa seu estado líquido e transforma-se em gasoso ou em sólido. A Terra está sendo preparada para a humanidade.

O 3º Dia - Primeira Parte “Disse também Elohim: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. A porção seca chamou Elohim Terra, e ao ajuntamento das águas, Mares ... E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez ...” (Gn 1.9-13)

Nesse texto que registra o segundo Dia, observamos que Elohim dá duas ordens: uma para as águas e outra para a terra. O período que separa tais ordens é composto de milhões de anos, todos no 3º Dia .

A 1º Ordem “Disse também Elohim: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca. E assim se fez. A porção seca chamou Elohim Terra, e ao ajuntamento das águas, Mares. E viu Elohim que isso era bom” (Gn 1.9-10)

A Pangéia Elohim dirige a sua Palavra às águas, ordenando que se ajuntassem em um só lugar. É alta a relevância do texto, ao dizer que as águas se dirigissem para determinado lugar (“num só lugar”), pois isso fez com que surgisse um enorme pedaço de terra, em outro lugar. Com isso, surge um “super continente”, chamado de Pangéia, teoria elaborada inicialmente por A. Wegener em 1915, e que foi comprovada em 1960, através de pesquisas oceanográficas sobre o Fenômeno de Fraturamento do Fundo do Mar. A Pangéia, configuração primária da Terra, prova que há aproximadamente 400 milhões

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de anos, os continentes estavam unidos. As evidências, que comprovam o que a Bíblia diz, são as seguintes:

a) As bordas dos continentes se encaixam;

b) As formações rochosas de dois lados do oceano Atlântico — no Brasil e na África Ocidental — coincidem em idade, tipo e estrutura;

c) Algumas cadeias de montanhas antigas de um continente têm a sua continuação em outro continente;

d) Foram encontrados vários fósseis de criaturas terrestres que não poderiam ter nadado de um continente ao outro. Uma observação importante é que a separação dos continentes durou um grande período, avançando inclusive após a criação dos vegetais e animais, ou seja, no 6º Dia, se mantendo na formação que se encontra hoje antes da criação do homem, também no 6º Dia. Tal divisão dos continentes aconteceu quando rápidas convecções dividiram o manto do super continente. Esse movimento continua hoje, mesmo que a uma velocidade bem menor do que antes (o deslocamento atual das placas é de 2 cm/ano).

Maremotos

Para que esta primeira ordem do 3º Dia fosse executada, começou a ocorrer a junção de fenômenos que fizeram com que surgissem grandes ventos, formando furacões, tornados e enormes maremotos, dirigindo as águas a determinado lugar, fazendo com que a terra “aparecesse” depois de submersa. Este processo não se verifica apenas em Gênesis, mas o Eterno inspirou o salmista a escrever:

“Lançaste os fundamentos da terra ... As águas ficaram acima das montanhas; à tua repreensão fugiram, à voz do teu trovão bateram em retirada. Elevaram-se os montes, desceram os vales, até ao lugar que lhes havias preparado” (Sl 104.5-8)

Notem a força que o “poder” da Palavra de Elohim produziu nos mares (“repreensão ... à voz do teu trovão”). A natureza se submete ao poder da Palavra de Elohim.

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A terra já tinha sido criada. Aqui ela só aparece

Outro fato importante é saber que, de acordo com o texto, a terra não foi “criada” neste 3º Dia. Observe o verbo utilizado no texto:

“Ajuntem-se as águas ... e apareça a porção seca” (v.9)

Com isso, confirmamos dois fatos já comentados anteriormente:

a) A terra que “aparece” já tinha sido “criada” no princípio, e habitável, como já pudemos avaliar anteriormente. b) Ela ficou submersa e em transformação durante um grande período, até que Elohim deu esta 1º Ordem, neste 3º Dia criativo.

O 3º Dia - Segunda Parte Vegetação - A 2º Ordem Milhões de anos depois, Elohim dá a segunda ordem, desta vez para a recém-surgida Terra: Que esta produza relva, ervas, sementes, árvores e frutos:

“E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez ...” (Gn 1.11-12)

A terra “cria” a vegetação

Neste período, a luz já tem grande penetração e quase já se pode ver o sol. Repare que Elohim não criou a vegetação, mas ordenou que a terra o fizesse (“E disse: Produza a terra relva ... E assim se fez”). Foi a primeira criação “fértil”, ou seja, a própria criação criaria algo a partir de então. A terra, portanto, foi criada por Elohim, em sua infinita sabedoria, contendo os elementos químicos que a permitiram “produzir” vegetação, que viria a ser o alimento dos animais e do homem, vegetação esta que poderia ser mantida, pois a fotossíntese já era uma realidade. Esse tipo de Criação não se limitou à terra que emergiu, como também se verificou na terra que ficara – e na que ficaria – submersa.

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O 4º Dia - Os Astros e a contagem do Tempo

“Disse também Elohim: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos. E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez. Fez (wa-asa) Elohim os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas ... ” (Gn 1.14-19)

Elohim fez os luzeiros “antes” deste 4º Dia

Mas, o texto não diz neste período “fez Elohim”? Quando o texto diz que Elohim fez aqueles luzeiros, não limita sua criação naquele 4º Dia, pois o verbo hebraico empregado (asa), inclui uma ação completada no passado. Obviamente, Elohim não teria criado apenas o sol, a lua e as estrelas, mas toda a nossa galáxia (Via Lactea, formada por mais de 100 bilhões de estrelas) e outras bilhões de galáxias espalhadas pelo espaço sideral. Isso faz com que reflitamos o grande privilégio que temos em Yeshua ter morrido por nós.

A Atmosfera fica transparente. A neblina se dissipa

Apesar de Elohim ter criado, “no princípio”, os céus, e no 1º dia já houvesse luz na Terra, somente neste 4º dia, depois de milhões de anos de transformações, a neblina se dissipa a ponto de poderem ser vistos – da Terra, lembre-se – o sol, a lua e as estrelas. A atmosfera, antes translúcida, já está transparente.

Só agora se podem contar os dias e anos

Apesar dos textos sagrados registrarem em cada dia “tarde e manhã” (como estudamos anteriormente), somente agora, no 4º Dia, haveria distinção entre “dias e anos” (v.14), corroborando com a interpretação de que os dias da Criação foram grandes eras cronológicas, uma vez que antes dos luzeiros serem vistos não se poderiam

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contabilizar dias e anos. Como se pode definir um dia de 24 horas se não pelo tempo que a Terra demora a girar de maneira completa no seu eixo?

A estabilização climática = Estações

Com o resfriamento, tendo já a Terra dissipado a neblina a ponto de poderem ser vistos os astros, Elohim continuaria a preparar o caminho para a existência de vida animal e humana na terra. A partir deste 4° dia a Terra começaria a ser regulada climaticamente em “estações” definidas, significando diferenças de temperaturas por períodos regulares (verão e inverno), incluindo transições climáticas estáveis e intermediárias (primavera e outono). Com essa estabilidade climática, além da geológica, a Terra já estaria preparada para receber a vida animal e humana.

O 5º Dia - Peixes e Aves “Disse também Elohim: Povoem-se as águas de enxames de seres viventes; e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus. Criou (wa-barah), pois, Elohim os grandes animais marinhos e todos os seres viventes que rastejam, os quais povoavam as águas, segundo as suas espécies; e todas as aves, segundo as suas espécies ... Elohim os abençoou dizendo: Sede fecundos, multiplicai-vos, e enchei as águas dos mares; e, na terra, se multipliquem as aves ...” (Gn 1.20-23)

Elohim “cria” (wa-barah) os seres vivos. Temos aqui a mesma palavra que encontramos quando Elohim cria, do nada, os céus. Há, portanto, uma criação “direta” e sem evolução anterior (barah), neste 5° Dia. As condições para existência de vida já existem, como vimos anteriormente; o nível de oxigênio já estava equalizado, tanto no mar como fora dele, para receber os primeiros seres vivos não-angelicais e não-vegetais que Elohim começaria a criar ex-nihilo (do nada).

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O preparo para haver vida na água (oxigênio)

A vida que se inicia no mar neste 5° Dia, não se limita somente aos peixes, mas contém uma variedade de espécies, conforme explicam as Escrituras, que vão sendo criadas ao longo deste grande período que compõe o 5° dia, desde nossos conhecidos peixes, passando pelas algas e estrelas-do-mar, indo até as mais obscuras bactérias marinhas. Incluídos nestes seres aquáticos, Elohim preparara a vida na água ao criar os organismos que compõem o fitoplacton, vegetais microscópios que, além de produzirem grande parte de oxigênio, servem de alimento para o zooplancton, animais minúsculos que, por sua vez, servem de alimento para os outros seres aquáticos, dentre os quais os peixes. Sem o plancton não haveria vida nos mares. Elohim é perfeito e sua criação vai avançando em cada detalhe.

Os estágios da Criação do 5° Dia

Para avançarmos, devemos nos lembrar da necessidade de quebrar algumas idéias resultantes de uma projeção não-escritural da criação dos animais marinhos, como por exemplo, a idéia de que todos surgiram de repente, já em seus devidos lugares, em um determinado instante. Com certeza, isso seria plenamente possível para Elohim, e se Ele quisesse assim o teria feito. Apenas preferiu fazer diferente. Todo este processo tem uma lógica perfeita que somente Elohim poderia estabelecer. Vejamos: Elohim, ao criar a vida marinha, elabora uma divisão de três grupos: os que flutuam (plancton), os que vivem no fundo do mar (bento), e os que nadam (necton). Vamos entender isso para saber porque a vida na água é tão antiga e quão longa foi a duração deste 5º dia da Criação e qual o sistema de manutenção da vida marinha que Elohim formulou.

a) Plancton – São plantas (fitoplancton) e animais (zooplancton) marinhos minúsculos, que só podem ser vistos com microscópios (a exceção é a medusa), e que flutuam na água. Vivem com o mínimo de oxigênio que possa haver na água, assim como o gás carbônico dissolvido nela. O fitoplancton absorve grande quantidade de energia luminosa, fazendo o papel de produtor na cadeia alimentar aquática. Foram os primeiros a serem criados por Elohim. Existem fósseis de bactérias aquáticas, além de células procarióticas.

b) Bento – São as algas, os crustáceos, as ostras, os moluscos e demais seres que ficam no fundo do mar. Muitos anos depois de criar o placton, Elohim dava continuidade ao

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seu trabalho de criação e cria estes seres, conforme as suas espécies. Vejam o gigantesco processo criativo de Elohim, trabalhando em cada detalhe.

c) Necton – Por fim, fazem parte do necton (seres marinhos que nadam), os peixes, baleias, tartarugas etc; além de muitos outros seres já extintos.

A teoria de Oparin para a origem da vida

A teoria que tem vigorado há muitos anos na graduação convencional dos meios acadêmicos atuais foi elaborada em 1936, pelo cientista russo Alexander Ivanovich Oparin. Sua base foi analisar os compostos orgânicos que, formados lentamente no fundo dos oceanos (a chamada “sopa” ou “caldo”), por um grande período de tempo, foram produzindo reações químicas com alta complexidade que, cada vez mais complexas, viriam a se tornar as primeiras moléculas de vida. Quando falarmos do 6º dia, quando da criação dos demais animais, mostraremos o porque desta teoria irreal e impossível, apesar de estar em voga sua defesa ainda nos dias de hoje.

As aves

Neste mesmo estágio da criação, Elohim cria as aves, em suas variadíssimas espécies (inclusive aquelas que já estão extintas). Como já vimos, a atmosfera já estava preparada para abrigar criaturas que voassem. Há, porém, uma consideração muito interessante nesse texto: a Palavra Eterna mostrava que havia um limite nos céus que não seria ultrapassado pelas aves. Portanto, o céu não era aberto como a ciência dos antigos afirmava. Vejamos o texto:

“... e voem as aves sobre a terra, sob o firmamento dos céus ...” (Gn 1.20)

O texto diz que as aves voariam sob o firmamento, mostrando que a vida biológica estaria restrita à camada atmosférica, no caso, à troposfera.

A primeira Bênção que Elohim profere na história

Por fim, ao encerrar este 5º dia, Elohim fez algo que, particularmente, acho muito curioso: a primeira vez que as Escrituras registram uma bênção proferida diretamente por Elohim é para os animais aquáticos e as aves. Que bênção seria essa? Essa bênção

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seria, nada mais, que a bênção da procriação, um poder que Elohim estenderia posteriormente aos animais e, depois, à humanidade. Em termos de bênçãos, portanto, os peixinhos de nossos aquários nos antecederam ...

O 6º Dia - Os animais terrestres

Primeira parte “Disse também Elohim: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie. E assim se fez. E fez Elohim ...” (Gn 1.24-25)

Elohim já anunciava a criação da humanidade

Notamos três tipos de animais criados por Elohim neste grande primeiro período que marcou o 6° dia: Animais domésticos, répteis e animais selváticos. Quando Elohim cria os animais que se adaptariam à humanidade (“domésticos” aqui não se refere a animais de estimação), observamos uma grande revelação: Elohim já estava anunciando que criaria o homem. Note que, se não houvesse tal intenção, não se diriam “domésticos”. Os animais selváticos foram criados com uma natureza um pouco diferente, não sendo eles relacionáveis com o homem.

A terra “cria” os animais

Pode causar incômodo em muitos, mas Elohim, novamente, ordena a terra para que esta produza vida. É efetivamente da Palavra Divina este princípio. Por isso, ao morrerem também voltam ao pó, não sendo isso exclusividade humana (Gn 1.24: “Disse também Elohim: Produza a terra seres viventes ...).

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Os animais têm alma

Um segundo fato – que pode causar grande incômodo em alguns, principalmente naqueles que não aceitam uma realidade extrafísica nos animais (apesar de serem “animados”, daí seu nome) – é que os animais também têm o sopro de vida. Me atreveria, não sem respeito, mas baseado exclusivamente no texto bíblico, que a palavra traduzida aqui por “fôlego” é ... alma. Ao menos, é o que dizem as Escrituras em sua língua original. Uma vez que Elohim tenha dito que os animais têm alma (nephesh) temos que aceitar – mesmo que fiquemos incomodados – que os animais têm alma. Isso, portanto, igualmente não é exclusividade humana, devendo ser aceito por aqueles que crêem serem as Escrituras sagradas a Bíblia a Palavra de Elohim. Somente em Gn 1 temos quatro textos que dizem alma. Leiamo-los:

“Disse também Elohim: povoem-se as águas de enxames de seres (nephesh) viventes ... Criou, pois, Elohim ... todos os seres (nephesh) viventes ... os quais povoavam as águas ... Produza a terra seres (nephesh) viventes, conforme a sua espécie ... E a todos os animais da terra ... as aves ... os répteis ... em que há fôlego (le-nephesh = alma) de vida ...” (Gn 1.20,21,24,26,30).

A partir desse texto poderiam, naturalmente, surgir perguntas como: “qual a diferença na composição extrafísica da humanidade?”. A resposta a isso veremos no próximo capítulo, ao tratarmos da criação do homem.

Os Dinossauros

É um fato que os dinossauros existiram. Quanto a isso não há dúvida e muito menos contradição com a Palavra divina. Olhar para um enorme osso de um dinossauro, ou para alguns dos esqueletos completos expostos em lugares como o Museu Americano de História Natural, seria apelar para a mentira.

Em bereshit “Genesis” diz, primeiramente, que Elohim fez todos os animais (Gn 1.24). Esse todos não exclui nenhuma espécie, nem as já extintas. Há algo, porém, nesse versículo que pode ser reavaliado. Observe:

“Disse também Elohim: Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie: animais domésticos, répteis e animais selváticos, segundo a sua espécie” (Gn 1.24).

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Que répteis seriam estes? Será que o que hoje conhecemos de répteis são todos os que Elohim criou, ou uma extinção seria possível nesta espécie (e em outras), mesmo antes da criação do homem? Lembre-se que, entre a criação dos animais e a criação do homem, ambos no 6° dia (ou no 6° Período de Criação), se passaram tanto tempo. Temos que reiterar que Elohim poderia ter criado todas as coisas de uma só vez ao invés de fazê-lo em seis dias de 24 horas, ou em 15 bilhões de anos. Só que Ele, em sua infinita sabedoria e misericórdia, decidiu fazê-lo da forma como o fez e não nos cabe questioná-lo, mesmo porque, para Elohim – que é Eterno – um dia ou bilhões de anos são a mesma coisa. Bem, os fósseis mostram que os dinossauros – e não existe a menor dúvida quanto à sua existência – viveram há aproximadamente 100 milhões de anos, embora seja verdade que esta data não pode ser comprovada. Adan (Adão), por sua vez, foi criado há aproximadamente 6.000 anos, o que dá uma diferença de algo em torno de 99.994.000 anos hipotéticos entre a criação dos dinossauros e a criação do homem, tempo mais que suficiente para que houvesse não uma, mas várias extinções. Sabe-se que em apenas 50 anos foram extintos milhares de animais conforme registros de organizações não-governamentais. É plenamente viável e perfeitamente possível que tenham sido extintos em tanto tempo centenas de milhares de espécies de dinossauros, assim como, de outros animais e vegetais que têm sido encontrados fossilizados.

Os répteis não são um elo entre o mar e a terra

Quanto a criação dos répteis (que, no período seguinte, seria de sua espécie o animal escolhido por Ha Satã para fazer o contato com Eva) – o evolucionismo aplica sua existência a um elo de criação entre seres aquáticos e terrestres. Quanto a esta forma de crença, além da teoria, nada se provou, senão o ardor da fé daqueles que a defendem. Desenhos muito variados são feitos a partir de fragmentos de ossos mas, até hoje se tratam de possibilidades esperadas. Por outro lado, cientistas que têm analisado com neutralidade o assunto, têm chegado à mesma conclusão apresentada nas Escrituras: as espécies foram criadas em momentos distintos, e não em termos evolucionistas, como registra o antropólogo francês, LeComte du Nouy: “Todos os tipos de répteis aparecem ‘repentinamente’ e é impossível ligá-los a quaisquer ancestrais terrestres. O mesmo acontece com as tartarugas ... Não temos fatos precisos para prosseguir e nenhum sinal de intermediários” (Human Destiny, 75).

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O Evolucionismo é uma teoria não comprovada. Portanto, não é ciência

Preferi não abordar neste livro, de forma muito detalhada, sobre a religião evolucionista – religião, pois exige fé, uma vez que não pode ser comprovada – pois, senão poderia fazer da leitura deste despretensioso estudo, algo de difícil leitura pelo grande volume de dados e citações de terceiros, desestimulando o irmão a concluir tal leitura. Apenas para tirar as vendas, seguem alguns comentários que podem nos auxiliar a avançar neste 6°dia.

A teoria de Oparin não procede

Em 1968, um cientista da Universidade de Yale, Harold Morowitz, publicou o livro “Energy Flow in Biology”, onde apresentou os cálculos de tempo que seria preciso para que todas as reações aleatórias – defendidas por Oparin e seus seguidores – formassem uma bactéria ... apenas uma bactéria. Sim, não para formarem uma folha ou uma semente, apenas para uma bactéria. Sendo muito generoso nas velocidades de reações necessárias para isso passariam não somente dos 5 bilhões de anos da terra (portanto, não daria tempo de existir nada hoje), mas, pasmem, mais tempo que os 15 bilhões do Universo. Portanto, cientificamente (baseado em cálculos matemáticos – ciência exata), os processos aleatórios não podem produzir vida a partir de um caldo primordial. Hoje é mais que certo o reconhecimento nas esferas científicas, pelas evidências paleontológicas, que a vida não começou a partir de reações químicas aleatórias.

A teoria de Darwin também não procede

Geralmente, os formados em qualquer área de Ciências Humanas e Biológica têm a tendência por seguir as fontes que lhes foram passadas no decorrer de seu curso, existindo sempre uma determinada tendência, de acordo com a crença geral do corpo docente. As escolas que adotaram o modelo darwinista tem sido as mais aceitas nas últimas gerações, mas seria a única escola de interpretação? Bem, contra as teorias existem os fatos. O fato é que nada tem a intenção de evoluir, pois o processo natural tem sido a reprodução das moléculas existentes, ou, numa palavra mais adequada, a formação de réplicas. Os paleontólogos concordam que “As evidências que existem apontam para a formação entrecortada de vida”, ou seja, “o surgimento de uma espécie é independente de outra espécie” (Eldridge e Gould, em Models in Paleobiology, pg.82-115; e Punctuated equilibria – Paleobiology 3, pg.115)

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Por isso que o texto sagrado nos traz um detalhe que não deve ser desconsiderado, ao criar os vegetais e animais: “Segundo a sua espécie” (Gn 1.21,24,25). Como já pudemos observar, as Escrituras são claras ao não ligar a origem das espécies a uma evolução, ao contrário, toda teoria darwiniana até agora se limitou a criar crenças para que sejam cridas a fim de criarem crédulos incrédulos. E só. Esta tese tem sido defendida à base do romantismo e devoção a uma teoria. Como diria o biólogo D’Arcy Thompson, “Oitenta anos de estudos da evolução darwiniana, não nos ensinaram como foi que os pássaros vieram dos répteis, os mamíferos dos quadrúpedes, os quadrúpedes dos peixes, nem nos ensinaram como foi que os vertebrados vieram da linhagem dos invertebrados. Estávamos habituados a ouvir, e nos contentávamos em crer, que os registros eram necessariamente imperfeitos ... um ‘princípio de descontinuidade’ é inerente a todas as nossas classificações ... e procurar ponto de apoio através das lacunas que existem, é procurar eternamente em vão” (On Growth and Form, 1093). Somada a esta observação, vale a pena registrar o que o famoso paleontólogo do American Museum of Natural History, dr. Niles Eldridge, disse na “Conferência sobre Macro-Evolução”, realizada em Chicago, em 1980. Ao comentar a teoria darwiniana sobre o evolucionismo, declarou: “O padrão que nos disseram para buscar nesses últimos 120 anos não existe” (The New York Times, de 4 de novembro de 1980, pg.C-3)

Elohim, e não o acaso O acaso não teve condições suficientes para formar coisas tão complexas, simplesmente porque não houve tempo para isso ser feito por acaso. Elohim criou todas as coisas pelo poder de sua Palavra. O respeitado biólogo alemão, M. Hartmann, que dirigiu o Instituto de Biologia Max Planck, disse: “Os resultados da mais desenvolvida ciência da natureza ou da física, não levantam a mínima objeção à fé num Poder que está por trás das forças naturais e que as rege ... levando-o a crer numa todo-poderosa sabedoria que se acha por trás desse mundo sábio”. O fundador da “Terapia das Profundidades por meio dos Raios Roetgen” e da “Biologia dos Quanta”, F. Dessaner (1881-1963), declarou: “O fato de que nos últimos setenta anos o curso das descobertas e invenções nos interpela poderosamente, significa que Elohim, o Criador, nos fala mais alto e mais claro do que mediante pesquisadores e inventores”.

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O Homem de Neanderthal, de Cro-Magnon, de Pequim

O registro fóssil mostra que foram encontrados fragmentos de ossos muito parecidos aos dos seres-humanos, datados de épocas anteriores aos 5761 anos do registro Escritural para o primeiro homem. O chamado Homem de Neanderthal (de 100.000 anos atrás), ou o Homem de Pequim (2 milhões de anos atrás), dentre vários outros, mostram que, de fato, existiram em datas bem anteriores a Adão. Mas, será que eram mesmo homens? Não. Todo o problema se constitui na escolha da nomenclatura que deram àqueles animais – já extintos mesmo antes da criação da humanidade – chamando-os de “Homem de ...”. Simplesmente eram parecidos com os homens, com formato semelhante, mas não eram homens, e até hoje não se passou da teoria tal suposição. Até hoje se procura o chamado “elo perdido” entre aqueles animais e o homem mas, nada se achou. Elohim criou o homem de maneira ímpar, especial, única, formando-o conforme a sua imagem e a sua semelhança, ao contrário dos outros animais criados, mesmos que de estrutura parecida. Vale a pena alertar alguns para que não esperem colher coco de palmeira. O jargão popular, neste caso, acerta: “As aparências enganam”. Portanto, a aparente contradição entre a Palvra Inspirada e a antropologia é de ordem puramente semântica. Usou-se a palavra homem quando não se deveria usá-la para se descrever animais antigos com algumas semelhanças com o homem. Adão foi o primeiro homem, e assim a brit hadashá “o Novo Testamento” confirma: “O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente ...” (1Co 15.45). No mesmo 6° dia da Criação, após a “terra” (não se esqueça) ter concluído a criação dos animais, Elohim começa a preparar sua obra-prima, que alguns intitularam não-erroneamente de “coroa da criação”: o ser - humano.

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O 6º Dia - A Humanidade

Segunda parte “Também disse Elohim: Façamos (wa-asah) o homem (adam) à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; tenha ele domínio sobre ... Criou (wa-barah) Elohim, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Elohim o criou; homem e mulher os criou. E Elohim os abençoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a ... Então formou (wa-yyatzar,) o Eterno (YHWH) Elohim ao homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gn 1.26- 28;

2.7)

Muitos se assombram com o tamanho do Universo. No início deste livro pudemos caminhar juntos e nos surpreender-mos com tal grandeza. Muitos acham que o Universo, com sua incontável quantidade de estrelas, é muito grande para que um Criador as possa ter feito. O interessante, é que a composição do Universo é infinitamente inferior à ... você. Veja bem, o número de células em seu corpo é 1.000 vezes maior que o total de estrelas que se supõe existir em nossa galáxia. Você é a obra-prima da Criação de Elohim. Saiba, portanto, que você não estará jamais sozinho, pois Elohim te criou de maneira muito especial, mais que o próprio Universo. Como resumiu o romancista russo, Fiodor Dostoievski (1821-1881), “o homem tem no seu interior um buraco do tamanho de Elohim”.

O Universo, portanto, existe para mostrar a grandiosidade de Elohim a nível macro, e nós, a nível micro (em termos de massa), mas, apesar dessa grande diferença, fomos escolhidos para ser o “santuário da Ruach haKódesh “o Espírito do Santo” (Rm 8.9; 1Co 3.16). Isso sim, é um mistério grandioso.

Três verbos, três detalhes

Existem três verbos que acompanham o surgimento do homem nesse texto: Fazer, criar e formar. Vale a pena observá-los para entender detalhes importantes na criação dele. O verbo “fazer” (wa-asah), neste texto, indica a necessidade de outra Pessoa na Criação, que sabemos tratar-se da pessoa de Yeshua. Isso veremos melhor no tópico a seguir.

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O segundo verbo, “criar” (wa-barah), é exatamente o mesmo que encontramos em Gn 1.1 (nos relatos da criação, também o encontramos em Gn 1.21 e 2.3), quando Elohim cria – do nada – o homem. É importante revê-lo aqui, pois aniquila qualquer intenção de dizer terem existido outras raças humanas antes de Adão ou mesmo uma evolução. Elohim fez Adão barah, ou seja, do nada. O terceiro verbo, “formar” (wa-yyatzar), neste texto traz uma observação considerável. Trata-se de um vocábulo que usualmente indica a formação de um vaso, exatamente como feito pelos oleiros. Esse dado é importante porque sustenta a informação de que o homem foi formado do barro/argila, material para elaboração dos vasos.

Yeshua participa ativamente na criação

O vigésimo sexto versículo das sagradas Escrituras nos mostra a confirmação do que o “Novo Testamento” revela em, por exemplo, Yohanam (João) 1.1-3, que apresenta Yeshua o Filho de Elohim não somente como estando presente na Criação, mas como tendo feito tudo, sem o qual nada do que foi feito viria a ser feito. Ele participou de tudo, desde o início: “Também disse Elohim: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança ...” (Gn 1.26).

O homem recebeu mais atenção

Elohim faz com que a forma tenha vida, equipando o homem com as características que o fazem desenvolver-se e manter-se biologicamente. Note que os animais não eram simples formas, pois eles receberam a bênção para que se procriassem. Como vimos, os animais também tem a alma (nephesh) de vida, portanto, não é de exclusividade humana. Voltaria a citar os quatro textos de Gênesis 1, que citam a palavra alma antes do homem:

“Disse também Elohim: povoem-se as águas de enxames de seres (nephesh) viventes ... Criou, pois, Elohim ... todos os seres (nephesh) viventes ... os quais povoavam as águas ... Produza a terra seres (nephesh) viventes, conforme a sua espécie ... E a todos os animais da terra ... as aves ... os répteis ... em que há fôlego (le-nephesh = alma) de vida ...” (Gn 1.20,21,24,30)

A “alma” em hipótese alguma é em si um ser inteligível que uma vês desassociado do corpo encontra-se vivo em algum lugar como o é entendido por quase todo o meio

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cristão, incluindo católicos e evangélicos. Esta doutrina é confusão e por incrível que pareça não é das sagradas Escrituras e sim, espírita (antiga necromância).

Notem que, antes de Adão, receberam o nephesh – ou alma – os animais marinhos, as aves, os répteis, e os demais animais da terra. Sei que pode parecer estranho à muitos, principalmente porque nas quatro vezes traduziram com palavras como ‘seres’ e ‘fôlego’, palavras estas que lemos e escutamos desde nossa infância, mas, ou cremos no que foi escrito de maneira inspirada por Elohim, ou retiramos esta página das Escrituras. Com Adão, porém, ocorreu algo diferente do que aconteceu com os animais, pois Elohim não apenas deu a vida, como soprou a “alma de vida” no homem. Essa diferença na composição extra-física da humanidade, por sua maneira direta, faz com que nossa alma seja distinta, naquele ser que seria a imagem e de Elohim. Entendendo isso, poderemos avançar mais um pouco, observando outros detalhes quanto aos termos hebraicos.

A diferença fundamental: Nephesh e Neshamah

Recapitulando, tanto a humanidade quanto os animais, receberam o nephesh (termo hebraico para “alma”). Lendo com atenção os versículos acima, você pôde reparar tal palavra entre parêntesis em quatro ocasiões, cujo contexto tratava dos animais. Podemos até ter dificuldades em aceitar a tradução exata, pois tal sutileza passou imperceptivelmente pelas traduções que forneceram informações à nossa formação, mas temos que submeter-nos à autoridade bíblica. Sendo isso o que Elohim disse, isso não podemos mudar. Muito tempo depois de iniciar a criação dos animais, Elohim cria o homem, mas faz algo diferente do que fizera com aqueles seres: colocou nele algo a mais que a alma. Esse “algo mais” que o diferenciaria dos animais, começou com a maneira de execução: soprou nele, somente e unicamente nele, o (agora sim traduzido corretamente) “fôlego” de vida, que em hebraico é neshamah. Esse “algo mais”, o neshamah, ou “fôlego” de vida (soprado diretamente de Elohim) encontramos junto às palavras originais:

“Então formou Senhor Elohim o homem do pó da terra, e lhe soprou nas narinas o fôlego (neshamah) de vida, e o homem passou a ser alma (le-nephesh) vivente” (Gn 2.7)

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Portanto, antes do homem passar a ser alma vivente, ele recebeu algo exclusivo que, a partir de então, unicamente ele teria: o fôlego de vida. Sua composição espiritual passaria ter uma característica que o faria um ser com o relacionamento todo especial com o Criador. Enquanto a alma (tanto do animal como do homem), é um elemento não-físico que o faz ter capacidade de intuição, percebendo medo e atração, definição de posse e de família, além de traduzir a dor que o sistema nervoso codifica ao cérebro, e determinar o movimento à nossa matéria (corpo), o fôlego de vida, que só o homem tem, o faz não somente ser diferente do restante da criação, como também define-o como um ser feito à imagem e semelhança de Elohim, com acesso à Ele e pertencendo aos planos eternos do Eterno Elohim.

A Imagem (santidade e retidão) “Também disse Elohim: Façamos o homem à nossa imagem (be-tzelem-nu), conforme a nossa semelhança (khidemuth-nu) ...” (Gn

1.26).

Enquanto os animais foram criados “conforme a sua espécie”, o homem foi criado conforme a “espécie de Elohim”, isto é, a sua imagem e conforme a sua semelhança. Dizer que o homem evoluiu de um animal significa atribuir a este a imagem de Elohim e sua semelhança. O texto hebraico traduzido por “nossa imagem”, como vimos acima, é tzelem, que vem da palavra tzel, que significa “sombra”. Sendo o homem feito como, segundo a expressão original para imagem, “sombra” do Elohim, a interpretação que tem tido a melhor acolhida se refere à imagem moral de Elohim, sendo tal uma “sombra” de santidade e retidão. Apesar de ter sido criado reto, o homem recebeu liberdade de escolha e, ao exercê-la, optou por não obedecer a Elohim, motivo pelo qual a santificação é um estado que devemos lutar para preservar. Veja o que a Palavra diz sobre este momento histórico no qual o homem deixou de representar (ser “sombra”), a imagem de Elohim “Elohim fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias” (Ec 7.29). Ao pecar, portanto, o homem deixou de ser a imagem de Elohim como era, sendo nosso dever lutar contra nossa natureza, pela separação “santificação” Apesar daquele fato inicial ter trazido perda para a humanidade, trazendo morte (Rm 5.12), temos uma bendita esperança: que tal imagem – desfigurada pelo pecado – pode ser reabilitada pela regeneração, através da conversão à Yeshua haMashiach:

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“E todos nós, com o rosto desvendado, contemplando, como por espelho, a presença do Senhor, somos transformados, de poder em poder, na sua própria imagem, como pelo Senhor, o Espírito” (2Co 3.18)

A Semelhança

“Também disse Elohim: Façamos o homem a nossa imagem (be-tzelem-nu), conforme a nossa semelhança (khi-demuth-nu,) ...” (Gn 1.26).

Observe que diferentemente de como Elohim apresenta o homem, quanto à sua “imagem”, há um detalhe que pode passar despercebido: o vocábulo “conforme a”. Quando trata da imagem de Elohim, apenas diz “a”. Há, portanto, uma diferença, mesmo que sutil, que gostaria de não deixar de compartilhar. A palavra “conforme”, no texto hebraico é khi, tendo o significado não somente de “conforme” mas de “como”. Isso facilita a compreensão da idéia de semelhança, tradução dada à palavra demuth, que também significa “modelo”. Uma vez entendendo que Elohim dissera que o homem seria feito “como o seu modelo” o sentido dirige o seu significado aos conceitos espirituais, mentais e emocionais e não aos conceitos físicos, uma vez que Elohim é Ruach (“Espírito”). A relação de nossa “semelhança” para com o modelo de Elohim é que administramos as decisões de nossa vida não pelo instinto (como os animais), mas pela lógica individual, através do raciocínio analítico e da conseqüente liberdade de escolha. Que privilégio temos, e que perigo corremos, se optarmos em não obedecer às instruções do Pai celeste. Adão optou de maneira errada. E você, qual tem sido sua decisão? O homem aprendeu em Adão que, apesar de ser semelhante a Elohim, isso não o tornou um "semielohim". Continuamos sendo meras criaturas, chamados de filhos (Yohanam - João 1.12), unicamente pela misericórdia de Elohim, sendo completamente carentes e dependentes de seu amor e orientação para termos vida. Sem Ele nada somos.

A Criação da mulher

“... Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea ... (v.21) Então o Yhwh Elohim fez cair pesado sono sobre o homem, e este adormeceu: tomou uma de suas costelas, e fechou o ligar com carne. E a

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costela que Elohim tomara ao homem, transformou-a numa mulher, e lha trouxe ...” (Gn 2.18,21- 22)

A mulher já era plano de Elohim antes de Adão

Vale a pena caminharmos pelos detalhes da riqueza de informações desse texto: após ter Elohim criado todos os animais, e tendo-os abençoando para que pudessem procriar, vemos que já havia, antes mesmo do homem ser criado, a definição de sexualidade. Afinal, para que procriassem antes do homem ser criado, é porque os animais já existiam como machos e fêmeas. Quando cria o homem, o cria “antes” da mulher. Mas, uma vez que Elohim formou o homem para que se multiplicasse na terra, já existiria – por parte de Elohim – um plano para criar a mulher, mesmo que esse plano fizesse com que ela fosse criada “depois” do homem. Portanto, a mulher já era plano de Elohim. A Palavra Eterna, então, evoca a idéia da solidão do homem quanto ao companheirismo e a atração mútua. Particularmente, vejo neste momento a primeira ação da misericórdia de Elohim, mesmo antes do sacrifício efetuado para entregar ao homem vestes de animal. Elohim considera a solidão do homem e, num ato de misericórdia, evita que Adão sofra desnecessariamente com a cirurgia que aconteceria, anestesiando-o ao fazê-lo cair em “pesado sono”.

A Costela de Adão

Como sabemos, tanto os homens quanto as mulheres tem 12 costelas. Naquele Dia, porém, uma cirurgia aconteceu:

“E a costela (tzelah, [lc) que Elohim tomara ao homem, transformou-a numa mulher, e lha trouxe” (Gn 2.22)

Nessa cirurgia, que teve anestesia geral (Adão caiu em “pesado sono”), Elohim retira dele uma de suas costelas, e dá uma nova forma (“transforma”) ao material base colhido, criando então a mulher. O homem não passou a ter 11 costelas, uma vez que a intervenção cirúrgica foi “em” Adão, e não em todos os homens. Não há como duvidarmos que Abel, Caim, Sete e todos os demais filhos homens de Adão, tinham 12 costelas. A cirurgia foi em Adão. Uma pergunta poderia ocorrer, uma vez que Elohim criara o homem do pó da terra. Por que Elohim não utiliza o mesmo material (pó da terra), mas escolhe a costela

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do homem para formar a mulher? A resposta é que o material é o mesmo. Como sabemos, a mulher tem a mesma composição orgânica em sua estrutura física que o homem e, por isso, ambos retornam ao pó. Daria no mesmo, Elohim pegar o pó da terra e criar a mulher ou pegar o pó em uma estrutura mais complexa (o corpo do homem) e fazê-la: continuaria sendo pó em ambos os casos. Mas, Elohim opta, em sua infinita sabedoria, por fazê-la a partir da costela do homem para mostrar alguns princípios que não podem ser jamais desconsiderados: Somente há homem e mulher, tendo a mulher, em sua natureza, uma tendência a auxiliar o homem que, em geral (estatisticamente falando), coordena as comunidades sociais existentes. Não se trata de machismo (por favor), pois basta dar uma olhada, não tendenciosa, nas mais variadas culturas do planeta (África, Ásia, Oceania etc), em várias épocas distintas (vide registros de séculos anteriores), para ver que assim o é. Assim, pois, faz parte da “natureza” da mulher, não por vontade própria, mas pelo princípio estabelecido por Elohim. Uma vez que o corpo do homem foi escolhido com base para a formação da mulher, por que escolheu precisamente a costela e não outro pedaço do corpo masculino? Aqui não entra uma nota exegética, mas suposições que cremos ser verdadeiras. Elohim assim escolheu para nos mostrar que a mulher não foi feita de uma parte inferior do homem, nem de uma parte superior a do homem, mas ao seu lado.

1. O homem não pode, jamais, “pisar” na mulher, mas tratá-la como seu semelhante, pois ela não foi feita a partir dos pés dele. Ambos foram feitos para estarem “lado a lado”.

2. Ao homem, cabe a responsabilidade de proteger e cuidar da mulher, uma vez que a costela, escolhida para lhe dar forma, está protegida pelos braços.

3. A mulher é muito mais sensível que o homem, e merece ser tratada com toda delicadeza e cuidado, uma vez que a costela, escolhida para ser a base dela, está ao lado do coração.

Obviamente são interpretações romanceadas e livres, mas que representam o ponto onde os teólogos de todas as correntes unificam suas teses: a mulher foi a obra-prima da Criação.

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A Costela de Adão e o DNA de Dolly

Uma vez sendo a pessoa instruída em o mínimo de cultura científica, não terá nenhuma dificuldade em acreditar que Elohim fez a mulher da costela de Adão, tema este comentado muitas vezes fora dos arraiais evangélicos com ironia. Perguntaríamos quanto à Elohim: - Qual o grau de dificuldade entre Elohim ter criado o homem do pó da terra ou o Universo pela simples execução de sua Palavra? - O que é mais difícil: fazer um cego de nascença enxergar ou de uma semente fazer crescer uma árvore. Sabemos que não há impossíveis para Elohim. Em nível infinitamente inferior, sua criatura, o homem, tem comprovado, através do desenvolvimento da genética moderna, que há lógica na criação da mulher através da costela de um homem. Apenas está descobrindo agora o que Elohim já registrara. Citaria apenas 3 palavras para uma reflexão àqueles que, ao demonstrarem ignorância em termos biológicos, não procuraram analisar com cuidado sobre a costela, atribuindo esse texto à uma figura simbólica (como fizemos acima, por exemplo): Alimentos transgênicos, bebê de proveta e a ovelha Dolly. Os alimentos transgênicos são o resultado de manipulações genéticas que visam aumentar a produtividade de certos produtos. Temos, por exemplo, uvas maiores e sem caroço, nascidas em videiras que foram o resultado de um processo seletivo e de combinações entre as melhores frutas. Se dissermos que existem uvas grandes e sem caroços, muitos poderiam, por uma falta de conhecimento (ignorância de gnosco, que significa conhecimento), dizer não ser possível, mas sabemos que é um fato. No caso do bebê de proveta, que no final da década de 1970, gerou grande polêmica em nossa sociedade; quem poderia dizer que seria possível uma mulher engravidar através de uma inseminação artificial? O possível de hoje foi o provável de ontem e o impossível de anteontem. A questão é, para que houvesse tal descoberta, homens e mulheres tiveram que esquecer conceitos previamente estabelecidos (preconceitos), e ir avante. Por fim, hoje vimos que se é capaz, pelo avanço da ciência, de se criar um animal a partir de um simples DNA de outro. Lembre-se que a costela, como qualquer parte do corpo humano, tem DNA. Aqueles que acham difícil a criação a partir da costela não podem acreditar na ovelha Dolly, o que seria negar um fato comprovado. Aliás, cabe uma sugestão para aqueles que ironizam esta possibilidade – de se criar um ser através de uma costela – cientificamente possível e concreta, recomendar a que assistam ao filme “Jurassic Park: O Parque dos Dinossauros”. Após, fica a proposta a que se perguntem se é possível crer

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na hipótese abordada por S. Spielberg, de se criar animais pelo DNA dos fósseis encontrados. Tal possibilidade não se questiona na comunidade científica. “O que seria mais difícil?”, voltaríamos a perguntar e contextualizaríamos na tese abordada naquele filme: “Gerar vida de uma costela ou de um fragmento de fóssil?”.

“Do pó da terra”

Voltemos ao “princípio do pó”, que começamos a analisar quando da Criação dos Céus. Elohim, na seqüência posterior à criação do Universo, criou a Terra, e “do pó da terra”, formou o homem. A poeira cósmica formada após a explosão do Big Bang (que vide) levou os elementos químicos para todo o espaço sideral, fazendo com que a matéria em todo o Universo viesse a ser uniforme. Há elementos químicos exatamente iguais tanto na Terra como em Plutão. Elohim, após tal período da Criação, ao criar o homem usa a matéria existente na Terra – a terra – para “formar” o corpo, que depois receberia os elementos espirituais que o fariam ser o que é, sob a imagem e conforme a semelhança. O pó que há na terra, que foi a base formativa do corpo humano, é o mesmo pó que existia “antes” da criação de nosso planeta:

“Ainda ele não tinha feito a terra, nem as amplidões, nem sequer o princípio do pó do mundo” (Pv 8.26).

Portanto, biblicamente, antes do homem ser criado do pó (Gn 2.7: “Elohim formou o homem do pó da terra”) esse pó já existia, advindo da explosão do Big Bang, quando a chamada “poeira cósmica” foi lançada em todas as direções ao expandir o Universo. Sabemos que toda matéria que existe, em todo universo, é composta por átomos, que estão presentes em todo o Universo. Todas as diferenças entre os diversos tipos de matéria são resultantes de combinações químicas entre eles. O corpo humano, portanto, é formado com a composição do pó do mundo, contendo componentes existentes em todo universo. Note o que cada um de nós tem e carrega no seu corpo:

68% da mistura de Hidrogênio com Oxigênio (água); 6% de Oxigênio (puro); 18% de Carbono; 3% de Nitrogênio; 2% de Cálcio; 1% de Fósforo; 0,55% de Magnésio;

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0,35% de Potássio; 0,25% de Enxofre; 0,15% da mistura de Cloro com Sódio (sal); 0,04% de Ferro; O restante é composto por Boro, Cobre, Cromo, Flúor, Iodo, Magnésio, Manganês, Molibdênio, Níquel, Selênio, Silício, Vanádio e Zinco. Entendendo o “princípio do pó da terra” será mais fácil entender o final dos tempos, quanto ao assunto das ressurreições dos mortos, que trataremos em um futuro livro. Não se compreendendo tal princípio, ficará mais difícil – exceto, obviamente, pela fé – entender sobre estes acontecimentos que virão.

O homem é colocado no segundo Éden

“Plantou o Yhwh Elohim um jardim no Éden, da banda do oriente, e pôs nele o homem que havia formado” (Gn 2.8)

Note que o Éden, neste período, não foi criado, mas “plantado”, nos lembrando da existência de um outro Éden anterior a terra (releia os comentários do tópico “O Primeiro Éden”). Apesar de Elohim ter criado toda a vegetação no 3o Dia, em todas as suas espécies, o Éden foi “plantado” no 6º dia:

“e do solo fez o Senhor Elohim brotar toda sorte de árvores agravável à vista, e também a árvore da vida no meio do jardim, e a árvore do conhecimento do bem e do mal” (Gn 2.9).

Elohim interviu de maneira direta na terra para, no 6º dia, plantar o Éden e lá “colocar” o homem. Satã, que antes morava no Éden (como vimos em Ezequiel) e agora sem habitação senão na esfera terrestre, já com ódio e inveja bem desenvolvidos em seu interior, vê Elohim plantando o Éden não para ele – Ha Satã –, mas para o homem. Mesmo não podendo nós supormos se essa foi a causa de tanta adversidade, o fato serviu para que houvesse um grande ódio contra o homem, tentando-o para que perdesse todas as bênçãos prometidas por Elohim.

Satã procura ter o domínio sobre a Terra

Depois de milhões de anos, Satanás “volta” ao Éden e procura fazer com que seus novos donos sejam expulsos. Seu objetivo é alcançado em parte, pois ele passa a ser o

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“príncipe do mundo” (Jo 14.30). Seu propósito, porém, é limitado, pois o Éden é “fechado”. Elohim intervém e preserva a humanidade, já anunciando a redenção completa do homem, tão logo ocorra a sua queda “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar” (Gn 3.15). Os demônios que seguiram Satanás tentaram o mesmo: voltar a habitar na terra através de possessões em pessoas e até mesmo em animais (veja que em Mt 8.31, uma legião de demônios pede para possuir porcos). A volta ao domínio sobre a terra é o objetivo que mantém Satanás ativo em seus propósitos de matar, roubar e destruir. Ele, que “não descansa”, chegará bem próximo do seu objetivo, com a manifestação do homem da anomia (contrário à torah) e seu governo na Terra, mas o fim será majestosamente diferente (tema este que explanaremos melhor em um livro dedicado ao assunto).

Resumo cronológico dos Seis Dias da Criação

Tempo Zero “No princípio criou Elohim os céus ...” (Gn 1.1a). Elohim inicia a obra da criação. O Big Bang faz surgir a matéria. O Universo começa a ser formado a partir do Átomo Primordial.

10-43 segundos (ou 0,0000000000000000000000000000000 000000000001 segundos) A força gravitacional se separa como uma força distinta das demais forças combinadas.

10-36 segundos O Universo já está do tamanho de uma ervilha.

10-35 segundos A força eletromagnética também se separa como uma força distinta das demais.

10-12 segundos O Universo começa a se expandir de forma veloz, sendo basicamente formado por radiação.

10-10 segundos Da força eletromagnética se separa a força nuclear (fraca) 1 segundo A temperatura cai drasticamente 3 segundos A energia cria partículas que ao colidirem, se transformam novamente em energia, formando novas partículas e sim sucessivamente 5 segundos a 3 minutos O primeiro núcleo atômico já está formado. O universo começa a se arrefecer, permitindo que a base dos núcleos formasse prótons e nêutrons 1.000 anos A matéria já tem predominância sobre a radiação 300.000 anos Aparecem os primeiros átomos de hidrogênio e hélio, que, atraídos pela força da gravidade, se juntam em enormes nuvens de poeira 1 bilhão de anos de tão comprimidas começam a formar estrelas, dando início à base das galáxias. Entre 1 e 10 bilhões de anos das

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partículas restantes que giram em torno das estrelas, se juntam, formando grãos que, fundidos no calor dos choques, faz com que comecem a surgir os planetas.

10 bilhões de anos “Elohim criou ... a terra” (Gn 1.1b).

15 bilhões de anos “E disse Elohim: Façamos o homem ...” (Gn 1.26). Estamos aqui, aguardando a volta de Yeshua e os “novos céus e a nova terra”. Quando? Só Elohim sabe.

O 7º Dia - O Descanso “Assim, pois foram acabados os céus e a terra, e todo o seu exército. E havendo Elohim terminado no dia sétimo a sua obra, que fizera, descansou nesse dia de toda a sua obra que tinha feito. E abençoou Elohim o dia sétimo, e o santificou; porque nele descansou (shabath) de toda obra que, como Criador, fizera” (Gn 2.1-3)

Kirchner e a conclusão da Criação

Ao falarmos da conclusão da criação, só podemos dizer que a obra de Elohim foi perfeita. Há, porém, pessoas que ainda assim não aceitam o fato de Elohim ter sido o autor dessa grande obra, tendo sido tudo criado “por acaso”. Gostaria de comentar um fato ocorrido com o gravador e pintor alemão Ernst Kirchner (1880- 1938), expoente do Expressionismo alemão. Ele procurou, em várias oportunidades, convencer um grande amigo a crer na existência de Elohim através dos argumentos da Fé e da Matemática. Como os fatos apresentados não surtiram o efeito esperado, Kirchner se aproveitou de uma longa viagem do amigo para fabricar um detalhado globo terrestre, e o colocou sobre a mesa. Quando seu amigo chegou, lhe perguntou: - “Quem fez este globo?” - “Ninguém” – respondeu Kirchner – “Havia pedaços de madeira, esquadros, papel, uma esfera, cola e pregos sobre a mesa. Eu estava distraído, procurando um livro na estante, quando de repente vi que no lugar onde estava aquele material apareceu o globo”, falou seriamente. - “Você acha que vou acreditar nisso?”

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- “É mil vezes mais fácil acreditar que esse globo tenha se criado por vontade própria do que acreditar que a Terra e todo o Universo criaram-se a si mesmos e são obras do acaso”, concluiu Kirchner.

O Descanso - a guarda do Shabat - Memorial da Criação

Sabemos que o descanso físico/humano foi determinado por Elohim, que com esse propósito criou o dia e a noite, pois o descanso restaura as energias e renova os tecidos. Esse descanso humano deve ser observado, pois o homem é pó e na torah (Pentateuco), Elohim ordena que a terra cultivada descanse no sétimo ano, assim como a “terra/homem” no sétimo dia. O Shabat é um sinal entre Elohim e seu povo, todos quantos abraçam sua Aliança.

O Descanso continua hoje O teólogo judeu-hispânico Maimônides, já no século XII tinha o entendimento do diferencial que representou o início do 7º Dia:

“para nós, a significação deste repouso é que, a partir do primeiro sábado e por todo o resto da eternidade, as leis da natureza, incluindo o fluxo do tempo, atuariam de uma maneira ‘normal” (Guia para Perplexos)

Maimônides mostrava que antes do Sétimo Dia, os dias anteriores não tinham uma lógica na contabilização de seu tempo, o que aconteceria a partir do 7º Dia. O tempo que conhecemos hoje é resultado do descanso de Elohim. Com isso, compreendemos o porquê das Escrituras não finalizarem o 7º Dia com a palavra que utilizou para encerrar todos os outros: “E houve tarde e manhã”. Essa ausência proposital mostra a existência de um caráter ímpar neste 7º Dia, indicando que tal atividade – a não Criação – continua vigorando hoje, e dela podemos ser participantes:

“Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Elohim, suceda parecer que algum de vós tenha falhado. Nós, porém, que cremos, entramos no descanso ... Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Elohim, no sétimo dia, de todas as obras que fizera ... de novo determina certo dia, Hoje ... Portanto, resta um repouso para o povo de Elohim. Porque aquele que entrou no descanso de Elohim, também ele mesmo descansou de suas obras, como Elohim das suas.

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Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência” (Hb 4.1,3,4,10-11)

O Descanso de Elohim, que não se limitou a 24 horas mas tem se estendido até hoje, nos é oferecido gratuitamente. Portanto, quanto ao “Descanso Vigente de Elohim” (como chamaríamos), conforme o texto que lemos, nos é oferecido desde que tenhamos Fé, a base da salvação. Ter Fé exige atitude – pois sabemos que a fé sem obras é morta – e, por isso, o esforço também registrado pelo autor da carta aos hebreus. Tal descanso é oferecido hoje e será usufruído pela eternidade, sendo, portanto, verificado em dois estágios de tempo: o temporal (na terra) e o atemporal (na Eternidade). A segunda parte do Descanso, atemporal, acontecerá quando estivermos em Yerushelaim (Jerusalém) restaurada. Lá sim, conforme lemos em Hebreus, descansaremos de nossas obras para sempre:

“Bem-aventurados os mortos que, desde agora, morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem das suas fadigas, pois as suas obras os acompanham” (Ap 14.12-13)

Conclusão - O Big Crunch

Stephen Hawking (1942-) afirma, com base na Teoria de Einstein, de que o universo está, sem dúvida, em expansão, mas depois de um tempo, regredirá, sendo natural a possibilidade de uma implosão do Universo, denominada de Big Crunch. Nesse momento, toda a matéria existente no Universo, depois de consumidos os combustíveis das estrelas, se retrairá até chegar ao estágio de ter uma grande concentração gravitacional, atraindo as massas entre si e para si. Tal situação geraria choques imensos de massa e temperatura, fazendo do Universo uma massa de alta concentração de energia, com elevada taxa de calor. Em outras palavras, essa teoria mostra que o Universo arderá em fogo, assim como fora no princípio (uma pequena bola de fogo). Todas as galáxias serão desfeitas e a terra, obviamente, está incluída como um pequeno grão de areia. Esse é o fim que a ciência admite. Diz a Palavra de Elohim:

“Ora, os céus que agora existem e a terra, pela mesma palavra têm sido entesourados para o fogo ... Virá, entretanto, como ladrão, o dia do Senhor, no qual os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados; também a terra e as

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obras que nela existem serão atingidas ... esperando e apressando a vinda do dia de Elohim, por causa do qual os céus incendiados serão desfeitos e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2Pe 3.7,10,12,13)

O Novo Lar

“Pois eis que eu crio novos céus e nova terra; e não haverá lembrança das coisas passadas, jamais haverá memória delas” (Yeshaiahu - Is 65.17) ... “Vi novo céu e nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe” (Guiliana - Ap 21.1)