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Ricardo Costa Rodrigues de Camargo Embrapa Meio-Norte [email protected] Fabia de Mello Pereira Embrapa Meio-Norte fabia@cpamn.embrapa.br Maria Teresa do Rego Lopes Embrapa Meio-Norte [email protected] Emprtl6t1lJrtl611t1lrtl Uti Ptl6f/1I16t1AgroptlclIlirltl Ctlntro UfiPfi6f/1I1611AgropficlliJrlll dfJ Mfilo Norifi Mini§t~ri{} do Agriolllfllrtl, PfJolI@rfo (j IltIfJoimfJnw Av. DIll/llfJ {j§ (itiX!{J§, @{j/jt!, f}fJirrfj l'J1J§fI(j§!li{§§ (ifJixo P§§fflI01 ·64000·220 f§f§§if/{J, PI FOnt; (flo) 322~1141 FtiX, (fio) 322fj 1142 wwwcpflmn.§mlHflpfl,tJr §fJ§@cp§mnfjmIH§pfl !Jr Ministerio da Agricultura, Pecuaria e Abastecimento Tiragem: 500 exemp!ares Teres/na/PI - dezembro, 2006 MELIPONARIO LOCALIZACAo EINSTALACAo

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Ricardo Costa Rodrigues de CamargoEmbrapa [email protected]

Fabia de Mello PereiraEmbrapa [email protected]

Maria Teresa do Rego LopesEmbrapa [email protected]

Emprtl6t1lJrtl611t1lrtl Uti Ptl6f/1I16t1AgroptlclIlirltlCtlntro Ufi Pfi6f/1I1611AgropficlliJrlll dfJ Mfilo·NorifiMini§t~ri{} do Agriolllfllrtl, PfJolI@rfo (j Iltm§IfJoimfJnw

Av. DIll/llfJ {j§ (itiX!{J§, @{j/jt!, f}fJirrfj l'J1J§fI(j§!li{§§(ifJixo P§§fflI01 ·64000·220 f§f§§if/{J, PI

FOnt; (flo) 322~1141 FtiX, (fio) 322fj·1142wwwcpflmn.§mlHflpfl,tJr§fJ§@cp§mnfjmIH§pfl·!Jr

Ministerio daAgricultura, Pecuaria

e Abastecimento

Tiragem: 500 exemp!aresTeres/na/PI - dezembro, 2006

MELIPONARIO

LOCALIZACAo

EINSTALACAo

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Denomina-se meliponario 0 local onde sac criadas, deforma racional, especies de abelhas comumentechamadas de abelhas nativas ou indigenas semferrao. 0 termo meliponario foi utilizado pela primeiravez pelo pesquisador Dr. Paulo Nogueira Neto, um dosmaiores pesquisadores de abelhas nativas e se refereao fato de que essas abelhas pertencem a triboMeliponini denominadas de meliponineos.

Um dos principais passos para a pratica dameliponicultura, de forma organizada e sustentavel, ea escolha de um local adequado para a instalayao dascolmeias ou caixas com abelhas nativas econsequentemente da formayao do meliponario, deforma a permitir 0 manejo racional dessas abelhas.

Essas abelhas apresentam caracteristicascomportamentais diferentes das abelhas africanizadasdo genero Apis, como a sua docilidade e mansidao,que permitem que 0 meliponario possa ser instaladopr6ximo as residencias, sendo que inumerosmeliponicultores no Brasil tem criado essas abelhascom grande exito ate mesmo na zona urbana.

A despeito de sua docilidade e facilidade de manejo;algumas especies apresentam mecanismosextremamente eficazes para manter os intrusosafastados, mordendo os invasores com suasmandibulas, ou ate mesmo liberando substanciast6xicas que podem causar intensa irritayao.

Entretanto, 0 local do meliponario deve levar em contafatores fundamentais para 0 bom desenvolvimento dasabelhas, como presenya de flora rica em fontes denectar e p6len, disponibilidade de agua de qualidade ede sombreamento natural para as colmeias. Outrofator relevante e a distancia segura (minimo de 3 km)de possiveis fontes de contaminayao das abelhas e deseus produtos, como matadouros, curtumes, fabricas,etc.

No meliponario', as colmeias ou caixas racionaispodem estar dispostas basicamente de duas formas:

1. Colmeias instaladas isoladamente em cavaletes ousuportes individuais, pr6ximas umas das outras, a umadistancia minima de 1,5 m (de raio) (Fig. 1). Essainstalayao tem a desvantagem de necessitar de umaarea consideravelmente grande, se houver ryluitascolonias, principal mente se levarrnos em considerayaoo numero minimo recomendavel de 44 colonias deuma mesma especie, para que nao haja problemas deconsanguinidade dessas colonias, situayao indesejadapara urn born desenvolvimento das colonias e boaprodutividade. 0 numero de colonias no meliponariopode ser urn fator limitante ao sucesso da atividade,caso ao seu redor nao existam condiyoes para apresenya de ninhos naturais das especies que estaraosendo criadas.

Fig. 1. Meliponarios com colmeias instaladas em cavaletesindividuais.

2. Colrneias instaladas, em prateleiras ou suportescoletivos. (Fig. 2). Essa disposiyao permite um maioradensamento das colonias em uma pequena area,facilitando 0 manejo das colonias e com custosreduzidos, ja que os gastos necessarios para aconstruyao da estrutura serao compensados em parte

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pela possibilidade da instala<;ao de um grande numerode col6nias.

Fig. 2. Meliponarios com colmeias instaladas em prateleiras e emcavaletes coletivos

Um meliponario de prateleiras pode ser construido emdiversos modelos e materia is, desde os mais rusticos(madeira e palha), que diminuem os custos de suainstala<;ao, aos mais resistentes e duraveis (telha debarra, tijolos ou ferra).

A escolha do modele deve levar em conta adisponibilidade de recursos do criador e da quantidadede col6nias a serem instaladas, entretanto, 0 conceitocentral deve ser mantido, que e 0 de instalar ascolmeias de maneira sobreposta, formando variosniveis, permitindo 0 maximo aproveitamento do espa<;o(Fig. 3).

Fig.3. Colmeias instaladas em meliponario com prateleiras(meliponario Sao Sarue, PEl.

Essa instala<;ao coletiva pode ser fixa ou movel, caso aestrutura seja formada por modulos com encaixe. Umaestrutura modular permite 0 deslocamento domeliponario para areas com maior disponibilidade derecursos florais, por exemplo. Para esse caso, 0material mais apropriado e 0 metal (ferro ou aluminio),que permite um melhor encaixe e consequentementemaior firmeza e solidez a estrutura.

o meliponicultor deve procurar criar uma estrutura queIhe permita fadl acesso as colmeias, de prefer€mciapela parte de tras dCjs caixas, possibilitando 0 manejodas mesmas sem interromper a linha de vao dasabelhas, gerando estresse desnecessario. Para tal,podem ser deixados corredores atras das prateleiras,que permitam facil deslocamento do criador durante 0manejo (Fig.4).

Fig.4. Meliponario modele instalado na sede da Embrapa Meio-Norte em Teresina-PI, replicando um modele desenvolvido pelomeliponicultor Francisco das Chagas, meliponario Sao Sarue,Igarassu, PE.

Outro ponto funciamental para a instala<;ao adequadade..-um--meliponario e a disponibilidade desombreamento para as colanias. A maioria dasabelhas sem ferrao faz seus ninhos na natureza(nidificam) em ocos de arvores sob 0 sombreamento

/ das copas das arvores. Em nossas condi<;6estropicais, principal mente nas regi6es do semi-arido

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nordestino, propiciar conforto termico para as abelhasse torna essencial para uma boa produtividade,mesmo para aquelas especies adaptadas ascondi«oes c1imaticas do semi-arido, uma vez quetemperaturas muito elevadas sac prejudiciais aodesenvolvimento das crias e a qualidade do mal.

o ideal e que 0 local escolhido para a instala«ao domeliponario disponha de sombreamento natural, 0 quenao vai eliminar a necessidade de utiliza«ao demateriais que cubram as colmeias individual mente oucoletivamente.

E importante tambem que as colmeias sejamprotegidas do contato direto das chuvas, pois 0excesso de umidade tambem e prejudicial para ascol6nias, propiciando uma condi«ao ideal para aprolifera«ao de fungos, diminuindo a vida util dascaixas e interferindo negativamente na qualidade domel.

Na falta de sombreamento natural, a cobertura dascolmeias e fundamental para minimizar os efeitos dainsola«ao direta. 0 sombreamento artificial pode serobtido com a utiliz8«aO de coberturas individuais oucoletivas, com materiais que menos absorvam os raiossolares, como palhas, telhas de barro ou folhas dezinco (Fig. 5). 0 usa de tel has de amianto nao erecomendavel, pois no processo de sua fabrica«aoocorre a libera«ao de substancias cancerigenas.

Fig.5. Meliponarios construidos com materiais rusticos e comcobertura artificial de palha e telha de barra.

Tanto para 0 meliponario em prateleiras. como para ascolmeias instaladas individualmente, 0 criador deve sepreocupar em evitar 0 acesso as colmeias por inimigos

naturais, principal mente formigas, que podem causargrandes <;Janosa cria«ao, levando a perda de col6niasinteiras.

Deve-se, portanto, utilizar materiais nas bases desustenta«ao da estrutura coletiva ou do cavaleteindividual, como bacias, garrafas pets cortadas e funisemborcados, que, juntamente com a utiliza«ao degraxa, evitam 0 acesso das formigas (Fig. 6). Bases desustenta«ao com superficie lisa (canos de PVC)podem dificultar 0 acesso, mas a utiliza«ao conjunta desubstancia pegajosa tem se mostrado mais eficaz (Fig.7).

A distancia das col6nias em rela«ao ao solo tambem erelevante. A altura mfnima recomendavel e de ummetro, de forma a evitar 0 acesso de sapos. A limpezado entorno do meliponario e da propria estruturatambem e fundamental para se evitar 0 ataque depredadores como aranhas, lagartixas eJormigas.

Fig.6. Colmeias instaladas em cavaletes coletivos com prote<;8ocontra formiga.

Fig. 7. Colmeias instaladas em cavaletes coletivos e individuais comcanos de PVC como sustenta<;8o.