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FACULDADE DA AMAZNIA CURSO DE ZOOTECNIA TURMA III - 8 PERODO

MANEJO RACIONAL VISANDO O BEM ESTAR ANIMAL NA PRODUTIVIDADE DE BOVINO DE CORTE

EDSON FERREIRA DE SOUZA

Vilhena/RO 2010

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EDSON FERREIRA DE SOUZA

MANEJO RACIONAL VISANDO O BEM ESTAR ANIMAL NA PRODUTIVIDADE DE BOVINO DE CORTE

Monografia apresentada Faculdade da Amaznia, como requisito parcial para a obteno do grau de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Esp.: Jaqueline Pereira da Silva

Vilhena/RO 2010

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MANEJO RACIONAL VISANDO O BEM ESTAR ANIMAL NA PRODUTIVIDADE DE BOVINO DE CORTEEdson Ferreira de Souza

Esta Monografia foi julgada e aprovada para obteno do Grau de Bacharel em Zootecnia pela Faculdade da Amaznia FAMA.

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________________ Prof. Esp. Jaqueline Pereira da Silva Orientador

________________________________________________________________ Prof. Esp. Ana Flvia Basso Royer Membro

________________________________________________________________ Prof. Esp. Rogrio Salani

Vilhena/RO 2010

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meus pais Aparecida Augusta de Souza e Francisco Ferreira de Souza. minhas professoras Jaqueline Pereira da Silva e Ana Flavia Basso Royer.

DEDICO.

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AGRADECIMENTOS

Agradeo primeiramente a Deus por ter me proporcionado fora e sempre me mostrando as dificuldades como um ponto de fortaleza para que nunca desistisse de meus objetivos. todos os Professores que me auxiliaram nessa formao. A minha famlia que sempre me apoio e fez que esse sonho realizasse. Francisco Ferreira de Souza. Aparecida Ferreira de Souza. Leandro dos Santos Britis. Helen Fernanda Nascimento. Ednia Ferreira de Souza. Edilaine Ferreira de Souza. Edinilso Ferreira de Souza. Marcos Antonio Ribeiro dos Santos. Edsandra Ferreira de Souza. Prof. Jaqueline Pareira da Silva. Valria Crisstomo de lima. Kelly Prudente. Amanda Burkowski Franco. Joo Carlos Kraus. Prof. Ana Flavia Royer. Renan Oliveira Rodrigus. Prof. Rogrio Salani. Anderson Khl. Kleber Geraldo Saraiva. Altair Kuntz. Renildo Rocha Santos.

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Fabricio Maciel Bodanese. Rodrigo Comar Palmieri. Adalberto Machado Costa. Jhonathann Miranda Leopoldo. Karina Campana Barreira. Ana Paula CordeiroRodrigues. Etelclice Maria Salomo Comar. Adriano de Paula Costa. Luciano Duarte.

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Muitos dos fracassos desta vida esto concentrados nas pessoas que desistiram por no saberem que estavam muito perto da linha de chegada. Thomas Alva Edison.

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RESUMO

SOUZA, E. F. Manejo Racional Visando O Bem-Estar Animal Na Produtividade Bovino de Corte. Trabalho de Concluso de Curso de Graduao, 45 folhas. Faculdade da Amaznia: Vilhena, 2010.

Este trabalho tem por objetivo analisar os pontos crticos de bem-estar animal dentro da bovinocultura de corte e mostrar como os animais devem ser manejados. Hoje o mercado consumidor esta preocupado com o tipo de alimento que esto consumindo e interessado em saber qual foi trajetria de vida do animal que originou o alimento que ele esta consumindo nesse pensamento que surge o interesse da prtica de bem-estar animal. Os Bovinos so animais rsticos onde quem os maneja precisam ter conhecimento dos seus comportamentos para que no venham ter problemas, como perdas econmicas, danificaes das instalaes e acidentes com operrios. Este trabalho visa importncia da interao homem e animal mostrando os pontos positivos dentro da propriedade, quando a uma relao amigvel com os animais a maior rentabilidade e produtividade do mesmo. Quando o manejo de embarque e desembarque e transporte dos animais vm apresentando perdas significativas na carcaa e conseqentemente interferindo na qualidade da carne.

Palavras-chave: Estresse, instalao, transporte.

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ABSTRACT

SOUZA, E. F. Manejo Racional Visando O Bem-Estar Animal e Produtividade Na Bovinocultura de Corte. Trabalho de Concluso de Curso de Graduao, 45 folhas. Faculdade da Amaznia: Vilhena, 2010. This paper aims to analyze the critical points of animal welfare in the beef cattle and show how animals should be managed. Today the consumer market is concerned with the type of food they are consuming and interested in knowing what was the life trajectory of the animal which caused the food he is consuming in that thought that the interest arises from the practice of animal welfare. The cattle are hardy animals, where those who wield the need to be aware of their behaviors so they do not have problems such as economic losses, damages and accidents involving facility workers. This work aims at the importance of interaction between man and animal showing the positive points within the property, when a friendly relationship with the animals to greater profitability and productivity of it. When handling the loading and unloading and transportation of animals have been showing significant losses in the housing and therefore interfering with the quality of meat. Keywords: Stress, installation, transportation.

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SUMRIO

INTRODUO .................................................................................................................. 11 2 REVISO DE LITERATURA.......................................................................................... 14 2.1 BEM-ESTAR ANIMAL ................................................................................................ 14 2.1.1 Mecanismos de Bem-Estar .......................................................................................... 15 2.1.1.1 Estresse Trmico ...................................................................................................... 15 2.1.1.2 Sombreamento Natural ............................................................................................. 17 2.1.1.3 Sombreamento Artificial .......................................................................................... 18 2.1.1.4 Sombreamento Sistema Silvipastoris ........................................................................ 19 2.2 INTERAO ENTRE HUMANO E ANIMAL ............................................................. 20 2.2.1 Zona de Fuga............................................................................................................... 21 2.2.2 Ponto de Equilbrio ou Balano .................................................................................. 23 2.3 Manejo Racional ............................................................................................................ 25 2.3.1 Instalaes e Equipamentos ........................................................................................ 26 2.3.1.1 Curral Circular ou Racional ...................................................................................... 27 2.3.1.2 Apartador ................................................................................................................. 27 2.3.1.3 Cercas ...................................................................................................................... 29 2.3.1.4 Piquetes de Descanso ............................................................................................... 29 2.3.1.5 Tronco Coletivo ....................................................................................................... 30 2.3.1.6 Porteiras ................................................................................................................... 32 2.3.1.7 Plataforma de Embarque........................................................................................... 32 2.3.1.8 Seringa ..................................................................................................................... 34 2.3.1.9 Tronco de Conteno ................................................................................................ 35 2.4 UTENSLIOS USADOS NO MANEJO ......................................................................... 36 2.4.1 Bandeiras-Mecanismo de Conduo dos Animais ........................................................ 36 2.5 EMBARQUE E DESEMBARQUE ................................................................................ 36 2.6 TRANSPORTE .............................................................................................................. 38

3 CONSIDERAES FINAIS ............................................................................................ 42 4 REFERNCIAS................................................................................................................ 43

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1 INTRODUO

O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, segundo (ANUALPEC, 2004). O crescimento da sua participao na totalidade do rebanho mundial tem sido induzido pela incorporao de tecnologia, da elevao das exportaes brasileira e do consumo interno de carne bovina (GUIMARES, 2005). O Brasil apontado como o maior fornecedor de carne bovina do mundo exportando para cerca de 150 pases e pode crescer ainda mais (OURO FINO, 2010).

Hoje tem aumentado o interesse e a preocupao dos consumidores quando se diz respeito trajetria, de vida daquele animal que gerou o produto que ele esta consumindo, e os principais interessados so os mercados internacionais. Para Molento (2005), o mercado europeu possui uma declarada preferncia por padres elevados de bem-estar animal na produo.

As pessoas desejam comer com qualidade tica, isto , carne oriunda de animais que foram criados e abatidos em sistemas que promovam o seu bem-estar e que sejam sustentveis e ambientalmente corretos (WARRISS, 2000 & PANDORFI; 2005 citado por SOUZA, 2010).

Paranhos da Costa (2000) relatou que nos ltimos anos o conceito de bem estar animal comeou a ser implantado no cenrio da produo animal, principalmente com a definio de protocolos de boas prticas de manejo. E o propsito dessas aes de cuidar do manejo com vistas a oferecer produtos de qualidade e atender as exigncias de mercados de exportao.

O bem-estar pode ser medido por mtodos cientifico e deve ser independente de quaisquer consideraes tico, culturais ou religiosas. So usados vrios indicadores para aferir o bem-estar de um animal, como o dano fsico, a dor, o medo, o comportamento, a reduo de defesas do sistema imunolgico e a incidncia de doenas (MENESSES,1999 & PANDORFI; 2005 citado por SOUZA, 2010).

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O manejo racional definido como toda a ao que fornece conforto e segurana aos animais de produo, assim eliminando todas as formas de agressividade como o uso de ferres, varas, apitos, chicotes, gritos, barulhos. Todas essas aes esto contribuindo para o estresse e leses fsicas, e favorecendo a queda de produo e prejuzo ao produtor.

Em algumas propriedades espalhadas pelo o Brasil, o manejo racional est sendo usado como uma prtica do bem estar animal, para propiciar no s bons preos e qualidade do produto final, mas tambm para melhorar a qualidade de vida dentro da propriedade que desempenham o trabalho, e observam as vantagens socioeconmicas do mesmo.

Fazendas empresas, com rebanhos enormes como a agropecuria jacarezinho, encontraram na maioria das rotinas de manejo, a maneira ideal para reduzir os problemas e dificuldades geradas aos funcionrios e a empresa devido a acidentes de trabalho pelas falhas de manejo, o beneficio econmico disso dispensa argumentos (PARANHOS & QUINTILIANO, 2010).

O Brasil possui grande maioria de seu territrio, cerca de dois teros, situados na faixa tropical do planeta, onde predomina altas temperaturas do ar, conseqentemente da elevada radiao solar incidente (PIRES, 2000). Nas criaes a pasto, a incidncia da radiao solar direta representa a maior fonte de calor recebida pelos animais do ambiente. Para evitar ou reduzir o estresse trmico provocado pela radiao solar, o uso do sombreamento uma alternativa vivel, beneficiando o conforto trmico e favorecendo a termorregulao dos animais (GLASER, 2008).

A sombra para bovinos um fator de suma importncia no horrio mais quente do dia a hora da ruminao, com o sombreamento natural (rvores) ou artificial (tendas) diminui a carga radiante sobre os animais e a quantidade de calor absorvido, na qual ira somar ao produzido pelo seu prprio organismo e dificultando a manuteno da temperatura corporal. A melhor sombra proporcionada pelas rvores, isoladas ou em grupos, porem na ausncia dessas, as sombras artificiais, do tipo mvel ou permanente, apresentam-se como alternativa. A sombra mvel, como a tela (polietileno), em conjunto com estrutura simples de metal ou madeira, pode proporcionar de 30 a 90% de sombra, de acordo com malha. J a permanente utiliza material como telha de cermica, chapa galvanizada ou de alumino (SILVA, 1988).

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Os sistemas agrossilvipastoris que combinam rvores, animais e culturas agrcolas, tm despertado o interesse de alguns pesquisadores, pois alem de aumentar a eficincia de utilizao dos recursos naturais apresentam tambm fundamentos agroecolgicos e equilbrio do ecossistema (MAGALHES, 2001).

No manejo de bem estar animal na bovinocultura de leite, foi observado que possvel reduzir as perdas de bezerros, at os 28 dias de idade. No uso do piso de baias recobertas com capim, na substituio de serragem por causar problemas respiratrios, baldes com bicos, e a ingesto vontade de colostro ao nascer, para obteno de anticorpos e vitaminas. E com o de uso de piquete a partir dos 15 dias de idade, evitam o uso de gaiolas e correntes evitando o estresse (GLOBO RURAL, 2010).

Outro componente que se destaca dentro do bem-estar animal so os currais e baias, que garante o manejo racional e nesse ambiente que a convivncia com o homem se tornando mais intensa, tanto por freqncia quanto por aproximao. Tais situaes elevam os nveis de ateno dos animais, preparando para reao de defesa que resultar em prejuzo de imediato ou em longo prazo, dependendo da intensidade e continuidade.

Manejo racional no transporte, tambm vem exigindo ateno, os animais devem ser acomodados e seguros contra leses corporais provinda do descuido dos caminhoneiros, seja esse transporte para indstria frigorifica, feira, mudanas de uma propriedade para outra. Outros pontos so espao dentro das gaiolas, plataforma de embarque e desembarque dos bovinos, dando nfase ao formato, ngulos formados e acabamento do piso dos caminhes.

Logo, este trabalho surge da preocupao em proporcionar aos bovinos, condies favorveis de bem esta-animal, com o uso adequado do manejo racional, proporcionado a queda de produtividade e melhoria do produto final, a carne.

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2 REVISO DE LITERATURA

2.1 BEM-ESTAR ANIMAL

O bem estar animal a cincia, indispensvel aos profissionais que trabalham em torno da interao entre humano e animal e deve estar relacionado com conceitos como: necessidades, liberdade, facilidade de adaptao, controle, capacidade de previso, sentimento, sofrimento, dor, ansiedade, medo, tdio, estresse e sade (BROOM & MOLENTO, 2004).

Outro conceito, que o bem estar animal est diretamente ligado ao estado de harmonia entre a sade fsica e mental de um animal com o meio ambiente. Muitos trabalhos demonstram que as prticas operativas e de manejo que garantem um maior bem estar animal, obtm melhores resultados econmicos e qualitativos, evitando elevadas perdas na cadeia produtiva da carne bovina (SOUZA, 2007; FERREIRA, 2007).

De acordo com a definio de Broom (1986) bem-estar animal o estado do organismo durante suas tentativas de se ajustar com o seu meio ambiente. Segundo Broom e Johnson (1993) h varias implicaes, dos quais destacam: o bem-estar uma caracterstica de um animal, no algo que pode ser fornecido a ele. A ao humana pode melhorar o bemestar ao proporcionar um recurso ou uma ao. O bem-estar pode variar de muito pobre e muito bom. No podemos simplesmente pensar em preservar e garantir o bem-estar, mas sim em melhor-lo ou assegurar que ele bom. O bem-estar pode ser medido cientificamente, independente de sua considerao moral.

O bem-estar animal pode ser classificado em duas condies: pobre ou rico. Sendo que a pobre de mais fcil deteco dentro de um rebanho de gado bovino. H varias formas de privaes, alimento, gua, desconforto e dor so indicadores de um bem estar pobre, que tambm pode ser medido por: expectativa de vida reduzida, produo na habilidade de crescer e se reproduzir, leses no corpo, doenas, imuno-supreso, tentativas homeostticas e patologias comportamentais (BROOM, 1990).

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J as medidas de bem-estar rico so avaliadas pela representao de vrios comportamentos normais e indicadores fisiolgicos e comportamentos de prazer (BROOM & JOHNSON, 1993).

2.1.1 Mecanismos de Bem-Estar

2. 1.1.1 Estresse Trmico

Nos dias de intenso calor, os animais procuram reduzir os efeitos da radiao solar abrigando-se na sombra. Aproveitam tais perodos para descansar, ruminar ou pastejar desde que nesses locais haja disponibilidade de forragem. Com a introduo do gado europeu nas pecurias de corte e de leite nos trpicos, face grande sensibilidade desses bovinos ao calor, torna-se ainda mais importante a existncia de reas sombreadas nas pastagens (MULLER, 1989; CARVALHO, 1991; SIMON, 1995).

Os animais que so importados de outros pases e selecionados para produo de carne encontram problema com a adaptao ao clima brasileiro, fazendo com que no consiga expressar toda sua capacidade de produo (SOUZA, 2009).

O estresse trmico definido como sendo o resultado da inabilidade do animal em dissipar calor suficientemente para manter sua homeotermia (WEST, 1999). Quando o animal apresenta a vasodilatao, suor e aumento da freqncia respiratria ele esta acima do conforto trmico. Homeotermia a temperatura interna do corpo controlada pelo equilbrio entre o calor produzido pelo seu metabolismo e o calor ganhado ou perdido para o ambiente externo (RODRIGUES, 1995).

O efeito do estresse trmico tem apresentado pontos negativos ao bem-estar animal, com conseqentes perdas econmicas. Dentre os fatores que afetam negativamente o desempenho de animais de alta produo, o estresse por calor tido como um dos principais agentes (KADZERE, 2002; SOUZA, 2007).

O estresse por calor um dos principais limitantes na produo de bovinos nos trpicos, devido s mudanas drsticas que ocorrem nas funes biolgicas do animal, causando perdas considerveis (ABLAS, 2002).

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O ndice alto de temperatura no ambiente, ira aumentar a produo de calor, fazendo com que exceda a dissipao pelo animal, em conseqncia toda fonte que geram calor no interior do organismo diminuinuira o consumo de alimento, metabolismo basal, e energtico, quanto temperatura corporal, a taxa de sudao (suar) aumenta e a freqncia respiratria tambm provocando o estresse trmico no animal (SOUZA, 2009). Durante poca de estresse trmico importante disponibilizar gua a vontade e sombra para os animais, procurando tambm concentrar o manejo do gado em horas mais frescas da manh (LARSON, 2000). De acordo com Titto (1999) embora os bovinos apresentem altas capacidade de manter a homeotermia, em situaes de temperaturas elevadas a termlise (fluxo de calor perdido para o ambiente) no ocorre de maneira satisfatria, ocasionando a ao de outro mecanismo para que a dissipao do calor acontea como o aumento da freqncia respiratria, que um, mecanismo importante para o equilbrio homeotrmico, contudo eleva o gasto de energia que poderia ser utilizado pelo animal para a produo de carne.

O estresse trmico entre as perdas que pode ocasionar ao animal, comprometimento no desenvolvimento fsico, diminuio de produo, menor eficincia reprodutiva, aparecimento de doenas. Tambm ira apresentar algumas caractersticas que so bem ntidas, como a movimentao no ambiente, o consumo de gua constante, agrupamento nos extremos dos piquetes, e descansa em posio deitada (SOUZA, 2009).

De acordo com Furtado (2005), com a temperatura ambiente acima de 30c diminui a ingesto de alimento nos ruminantes e a produo de leite. Animais mantidos no pasto precisam de sombra quando a temperatura ambiente aumenta reduzindo, tambm o pastoreio nos perodo do dia.

Estratgias de manejo podem atenuar os efeitos do estresse trmico, como, modificao fsica do ambiente, com intuito de reduzir a radiao incidente via proviso de sombra, reduzindo a carga calrica recebida pelo animal (BUFFINGTON, 1983).

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2.1.1.2 Sombreamento Natural

A sombra natural em pastagens, obtida com a preservao de rvores nativas e/ou plantio de espcies exticas, garante e proporciona aos animais durante as horas mais frias e quentes do dia, um conforto trmico que ir refletir na qualidade dos produtos, converso alimentar, reproduo e sanidade, o que reflete diretamente na melhoria da taxa de desfrute do rebanho (PORFRIO DA SILVA, 1999; PRIMAVESI, 2002).

As rvores proporcionam o bem estar nos animais com a sombra favorecendo a queda de estresse trmico nos animais, alm disso, contribuem com outra funo, com o habito dos animais se roar nas rvores contribui para o controle de ectoparasitas.

De acordo com Titto (2006) trabalhando com touros da raa Simental usando sombreamento natural e artificial, verificou que a sombra natural foi a mais eficiente do que a artificial e que o comportamento em pastejo, ruminao e cio foi alterado para melhor pela presena de sombras na pastagem.

No ponto de vista de Encarnao e Koller (1999) construo de abrigos (sombras artificiais) em criaes extensivas prtica economicamente invivel. A presena de bosques ou capoeiras no interior de piquetes invernada, onde o gado possa se proteger de quedas e elevaes bruscas de temperatura e de ventos mostra-se imprescindvel, visto que no raramente ocorre a morte de animais em pastagens desprotegidas de arborizao, quando da ocorrncia de geadas nos Estados do Brasil Central.

Entre as conseqncias que encontramos do excesso de calor, existem alguns mtodos que podemos adotar como bosques ou rvores dispersas na pastagem proporcionando sombra aos animais (Figura 01).

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Figura 01. Piquete com sombreamento natural. Fonte: Fazenda JD Nelore. Edson Ferreira de Souza (2010).

2.1.1.3 Sombreamento Artificial

Sombreamento artificial uma alternativa simples e funcional, podendo ser constitudo por uma estrutura de madeira ou metlica, com coberturas de fibra sinttica como o (polipropileno) sombrite (Figura 02, a e b) que pode conter os raios ultravioleta de 30 a 90%. A dimenso estrutura deve ser de acordo com o tamanho do rebanho, sendo removvel se torna pratico e estratgico para mudanas, lembrando sempre a importncia de localizar prximo ao bebedouro e cocho.

a Figura 02.( a) Sombreamento artificial com cobertura de fibra sinttica. Fonte: Souza (2009).

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b Figura 02. (b) Sombreamento artificial com cobertura de fibra sinttica. Fonte: Souza (2009).

2.1.1.4 Sombreamento Sistema Silvipastoris

Esse sistema uma alternativa na qual abrange vrios aspectos como a reduo de eroso na pastagem, melhora a conservao de gua, capturar a faixa de carbono e nitrognio, aumentar a renda do produtor, melhorar a qualidade do pasto e proporcionar conforto trmico aos animais melhorando seu desempenho de produo (MONTOYA, 1994).

Por tanto esse trabalho vem dado nfase na qualidade de sombreamento proporcionado pelo sistema silvipastoris, oferecendo o atravs do mesmo o conforto trmico aos bovinos.

A arborizao das pastagens permite repovoar de forma ordenada reas de pastagens a cu aberto, para proteger o rebanho dos extremos climticos e ainda obter servios ambientais e diversificao de produtos florestais e pecurios (MONTOYA, 1994).

Os sistemas agroflorestais so formas de uso de manejo dos recursos naturais nas quais as espcies lenhosas, como rvores, arbusto, palmeiras so utilizadas em associao deliberada com o cultivo agrcola ou com animais no mesmo terreno, de maneira simultnea ou em seqncia temporal (DANIEL, 1999).

No trabalho apresentado por Leme (2005) ele verificou que vacas mestias Holandesas x Zebu , na poca de gua e seca, um sistema silvopastoril constitudo por B. decumbens e

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leguminosas arbreas nativas e exticas. Teve o seguinte resultado no vero os animais apresentaram mais tempo nas reas sombreadas, a procura dos animais por ambientes sombreados durante o vero, indica a necessidade de proviso de sombra para oferecer conforto trmico aos animais em pastagens.

2.2 INTERAO ENTRE HUMANO E ANIMAL

Hoje por meio de manejos rotineiro, como o manejo alimentar, sanitrios, ordenha vem se intensificando o contato homem e animal. Dentro disso necessrio verificar se a uma qualidade de relao humana x animal se ambos os sujeitos reagem e proporciona uma interao positiva, negativa ou neutra.

Atravs desse conhecimento a um entendimento melhor com objetivo de melhorar a relao humana e animal e conseqentemente, a um destaque significativo na produtividade e qualidade do produto.

H fortes evidencias de que existem perodos sensveis para a definio da qualidade destas relaes, sendo que situaes crticas, como o nascimento e a desmama, se caracterizam como perodos de sensveis para a definio das relaes, entre humano e bovino (BOIVIN, 1992). Quando esses animais recm nascido so tratado de forma gentil, a uma resposta significativa na agressividade quando na presena humana se tornando animais de fcil manejo em toda sua vida.

De acordo com Laureiro (2007) quando inserimos o homem no convvio com os bovinos estamos colocando uma nova varivel, e, principalmente passamos manejar os animais, introduzimos fatores que levam a uma influencia na vida deles e que pode ser negativas.

Durante o manejo conduzindo os animais, levando-os em local a outro, inevitavelmente produzindo uma desorganizao na suas relaes sociais, pois estaremos dificultando o espao vital de cada individuo tambm estaremos provocando uma quebra do equilbrio da hierarquia do grupo em termos de dominncia que est bem estabelecido e mantm a coeso (LAUREANO, 2007).

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Na lida com o gado bovino normal o vaqueiro se dirigir ao animal com agressividade para que se locomovam, com o uso de choques, gritos, pedaos de madeira para cutucar, ferres, todas essas atitudes conseqncia da falta de orientao e conhecimento do manuseio com o gado bovino e os prejuzos com quedada de produtividade que esse manejo pode proporcionar e tambm comprometendo a interao homem x animal.

Os bovinos so animais de tima memria, onde so capazes de reconhecer pessoas que j esteve envolvida em sua rotina de manejo, sendo assim, tem a capacidade de apresentar reao diferente a cada tipo de tratamento que foi proporcionado ao mesmo. Se no manejo anterior ele foi bem tratado, no haver problema quanto a agressividade, porem caso ao contrario poder apresentar estresse e agressividade. No caso das aes humanas serem aversivas, h uma tendncia de aumentar o nvel de medo dos animais pelos humanos (PAJOR, 2000).

No manuseio com os animais podem ser manejados de forma que no oferea nenhuma situao de medo ou estresse e reduzir o tempo de trabalho com os mesmo. De acordo com Laureiro (2007) se conduzimos os animais ao curral, com tranqilidade, sem correrias, gritos ou chicotadas e se for possvel, para completar, oferecermos um pouco de alimento no cocho, certamente estaremos condicionamos os animais a irem ao curral pela expectativa de uma sensao boa.

Portando quando os animais so mau tratado, reagem de forma que no rendimento no trabalho, e conseqentemente aumentara na distancia de fuga em relao ao humano, ento para melhorar a relao entre homem e animal precisamos aumentar a interao positiva entre homem x animal.

2.2.1 Zona de Fuga

O manejo do gado bovino dentro das instalaes e equipamento adequado, no ser eficiente se a equipe de trabalho no tenha o treinamento adequado para a conduo dos animais dentro das instalaes. Operadores envolvidos na etapa de conduo dos animais nas

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instalaes devem ser treinados para atenderem os princpios bsicos do comportamento animal, possam realizar uma conduo adequada, sem causar agitao excessiva nos animais (GOMIDE, RAMOS, FONTES, 2006).

Os Bovinos so animais que tem um ngulo de viso de 345 graus, que possibilita a percepo de tudo que acontece ao seu redor (GRANDIN, 2000).

Zona de fuga (Figura 03) o espao individual de cada animal que delimita a distncia, rea essa que os animais se sente seguro quando prximo do seres humanos ou predadores. O manejo dos animais deve ser executado desde o nascimento, pois assim o manejo no decorrer da sua vida ser mais eficiente.

Figura 03 Esquema do espao individual e a distncia de fuga dos bovinos. Fonte. Paranhos da Costa (2001).

Animais dentro de um grupo iram ter uma zona de fuga diferente, isso dependera da interao homem animal aqueles animais que tem uma relao continuam com o ser humano, a zona de fuga ser menor se tornando de melhor manejo, do que aquele que o manejo s acontece em datas especifica que aumenta a zona de fuga como: marcao, vacinao, castrao que ser de difcil manejo com os animais. Animais de pista ou de cocheira no apresentam distncia de fuga, permitindo que os tratadores se aproximem e os aproximem e os toquem (LOUREIRO, 2007).

Para que o trabalhador trabalhe de forma adequada, o melhor posicionar-se na extremidade do circulo zona de fuga, que pode ser feito com a caminhada vagarosamente em

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direo do grupo de animais. Quando um animal se vira e encara o operador e entra nesta zona, o animal fugira em sentido oposto (GOMIDE, RAMOS, FONTES, 2006).

Se um animal que se encontra num corredor ou seringa torna-se agitado quando um operador se aproxima, isso indica que a pessoa est na zona de fuga de fuga e deve se afastar para evitar pnico do animal (GOMIDES, RAMOS, FONTES, 2006).

No manejo com os bovinos dentro do curral deve sempre esta atenta com a zona de fuga desses animais, quanto quele que possui a zona de fuga maior apresentando maior agressividade, podendo saltara a cercas ou atacar trabalhadores. Animais de sistema extensivos mais reativos e estiverem agitados, deve-se menos da metade da capacidade de animais que caibam na manga ou no curral e o manejador deve se manter no limite da distancia de fuga e penetrar nela o mais lentamente possvel (LAUREIRO, 2007).

De acordo com Laureiro (2007) manejo gentil acalma o gado e estabelece confiana entre o bovino e manejador.

2. 2. 2 Ponto de Equilbrio ou Balano

Ponto de equilbrio (figura 04) localiza no ombro (paleta) do bovino, se o animal for pressionado por atrs do ponto de balano o animal mover para frente e se for pressionado alem do ombro recuar movimentando do atrs. De acordo com Gomes, Ramos, Fontes (2006) um erro dos operrios o de permanecer frente da linha do ombro do animal o cutuca com uma vara em seus ombros na tentativa de fazer com que o animal se locomova para frente. Diagrama:

Figura 04. Esquema ilustrado ponto de balano. Fonte Grandin (1994).

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Animais que so criados em sistema extensivo que possuem uma zona de fuga grande se tornam agressivos e de difcil ser manejado quando na presena de pessoas, carros, pessoas com cavalos ou de p. Portanto o treino com esses animais se torna de uma ttica funcional no manejo do mesmo. Animais manejados na fazenda a apenas por pessoas a cavalos podem se tornar muito agressivos, quando vem pessoas em p, ou em veculos, pela primeira vez (GOMIDES, RAMOS, FONTES, 2006).

Animais de diferenas genticas interferem na no manejo com os animais, pois apresentam reaes diferentes. Algumas raas so geneticamente mais estveis que outras tornando extremamente agitadas quando confrontada com novas situaes (GOMIDES, RAMOS, FONTES, 2006).

De acordo com Gomides, Ramos, Fontes (2006) na criao de raas mais agitadas, um principio bsico a introduo de novas experincias de forma gradual.

Animais quando so domestica so mais fceis de ser manejado dentro de seringas ou dentro de equipamento de conteno, animais de genticas selvagens devem ser treinados para melhorar o manejo.

O gado bovino so animais gregrios que vivem em grupos, em uma situao de isolamento de um animal torna-se estressante para o mesmo. Na verdade, embora a vida em grupo traga uma serie de vantagens adaptativas, ela tambm traz o aumento na competio por interao por recursos, principalmente quando estes so escassos, resultando nas apresentaes agressivas entre os animais do mesmo grupo ou rebanho (PARANHOS DA COSTA, 2001).

Gomides, Ramos, Fontes (2006) o isolamento causa medo ao animal, e este pode se tornar um perigo para operadores uma vez que tenta, a todo custo, a junta o rebanho.

Os animais associam movimentos bruscos a predadores e, dessa forma, durante a conduo os condutores devem movimentos suaves e deliberados para manteren o gado calmo e mais fcil de conduzir evitando que refuguem (GOMIDES, RAMOS, FONTES, 2006). Um animal quando sofre o estresse e agitao leva de cerca de 30 minutos para amenizar esse

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estresse, esse um ponto que muitos operrios que esto na lida com os animais no tem conhecimento.

2.3 MANEJO RACIONAL

A cadeia produtiva de carne hoje no Brasil vem dando ateno, aos meios em que haja produtividade satisfatria, dando nfase na nutrio, melhoramento gentico, sanidade, deixando a desejar o bem-estar em animais de produo. Na realidade os mercados importadores como a Unio Europia, valorizam e paga um valor elevado pelo produto quando empregado pratica do bem-estar.

Atualmente o mercado internacional se torna mais exigente com relao ao bem estaranimal, buscando e adotadondo as prticas de bem-estar, desde o nascimento at o momento do abate.

De acordo com Warriss (2000) afirma que as pessoas desejam comer com qualidade tica, isto , carne oriunda de animais que foram criados, tratados e abatidos em sistemas que promovem o seu bem-estar e que sejam sustentveis e ambientalmente corretos.

Na preocupao de promover o bem-estar animal no surgem somente por motivos, ticos da responsabilidade humana, mas tambm para, aumentar e melhorar a qualidade da carne bovina.

O Brasil d pouca ateno s prticas racionais de manejo, possivelmente pela falta de discusso aprofundada nos cursos de produo animal (MARQUES, 2006). O manejo racional o manejo baseado no comportamento dos animais, que se apresenta no objetivo de minimizar o estresse dos animais, e melhorar a eficincia da fazenda e evitar acidentes com funcionrios.

O manejo inadequado sem a prtica do manejo racional apresenta muitos prejuzos tais como, leses dos animais, queda de peso, acidentes com funcionrios, menor desempenho reprodutivo, mais susceptvel a doenas, menor qualidade da carne.

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O manejo racional se direciona a lida com o gado bovino e com isso vem recebendo ateno pelos pecuaristas de maneira lenta, mas com bons resultados. Dentro desse existe dois pontos a ser observado. Instalao lida com o gado no curral e segurana de funcionrio.

2.3.1 Instalaes e Equipamentos

O curral uma instalao destinada para o trabalho com bovinos, portanto no deve ser usado para mante-los presos por longo tempo (PARANHOS, SPERONELLI, QUINTIANO, 2008). Na permanncia dos animais no curral, pode desenvolver vrios pontos negativos para vida do animal como, desconforto trmico, e necessidades fisiolgicas, sede, fome, estresse.

Hoje o manejo dos bovinos no curral, uma tarefa de difcil realizao quando no a uma equipe treinada para execuo do manejo racional, sendo que o trabalho tem que ser executado com tranqilidade sem atropelos, pois atitudes como essas os animais responde de forma satisfatria com rentabilidade do servio.

O manejo quando executado de forma agressiva, como gritos, ferres, choque, todas essas pratica contribui diretamente no aumento do estresse e conseqentemente a queda na qualidade da carne.

O curral de manejo deve ser planejado de forma que os funcionrios no necessitam locomover-se entre os animais, prevendo-se reas de escape ou proteo em pontos de maior risco (COSTA, 2004).

O curral deve ter localizao adequada, pois alguns aspectos devem ser levados em considerao como um terreno plano, evitando eroses causadas pela chuva e um bom escoamento de gua. O local deve ser firme e seco, preferencialmente plano, no sujeito a eroso (NUNES & MARTINS, 1991).

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O terreno que ser implantado o curral de ter 3% de desnvel. Dessa forma permitira o escoamento das guas pluviais, impedindo a formao de lama nos pontos de maior movimentao dos animais (NUNES & MARTINS, 1991).

2.3.1.1 Curral Circular ou Racional

No curral circular ou racional aquele que proporciona uma facilidade de deslocamento dos animais, com sua forma circular, aumenta a curiosidade dos animais fazendo que no parem ao longo do mesmo. O beneficio dessa movimentao reflete na eliminao do estresse, o uso de ferres, maior segurana dos funcionrios, alem do fluxo rpido e continuo dos animais j que no conseguem perceber ao que acontece do outro lado do corredor de manejo, pois so constitudos por madeiras de em caiche.

Nos estados Unidos Dr Temple Grandim desenvolveu instalaes desenhadas onde o bovino sempre movido em um sentido nico, se possvel em mangas curvas, em pequenas quantidades e mantendo uma fila para que ele possa manter contato visual e fsico uns com os outros (GRANDIN, 2001).

Com esse formato traz um novo jeito de conduzir os animais: com o tratamento mais suave, os animais perdem o medo e alguns se tornam dceis com o tratador como tambm com os visitantes (GRANDIN, 1998).

Para o produtor se adequar ao manejo racional no necessidade de uma nova construo de curral, mas a necessidade de se adequar em alguns pontos dentro do curral. De acordo com Loureiro (2007) com um pequeno investimento, tambm podemos fazer adaptaes com tapumes ou madeirites nos currais vazados nos currais vazados, facilitando o fluxo de animais.

2.3.1.2 Apartador

Apartador (figura05 a e b) se localiza logo aps o tronco de conteno de formato circular, sua funo de separar animais de diferentes categorias para melhorar o manejo, e normalmente atravs dela que direciona os animais para o embarque ou para as mangas do

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curral. composta de porteiras que do acesso as curraletes de aparte e em geral conduz os animais rampa de embarque (NUNES & MARTINS 1991).

a Fig. 05 (a) Apartadouro. Fonte: Fazenda JD Nelore .Edson Ferreira de Souza (2010).

b Figura 05 (b). Apartadouro. Fonte: Fazenda JD Nelore. Edson Ferreira de Souza (2010).

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2.3.1.3 Cercas

As cercas para currais de manejo devem ter altura mnima de 1,8 m e serem mais reforadas porque os animais ficam contidos em espao menores (BICUDO, 2002; GRANDIN, 1994). Normalmente a cerca deve conter 3 m, sendo 1 m enterrado no cho permanecendo com 2 m de altura, essa estrutura composta de madeira e cordoalha. Os moures de cercas para currais devem ser enterrados a uma profundidade que varia de 1,0 1,5 m (NUNES & MARTINS). O espaamento dos moures ira varia de acordo com tipo, parte, posio, do curral sendo geralmente de 1,5 2,0 m.

2. 3. 1. 4 Piquetes de Descanso

Esse piquete de descanso ele empregado para minimizar o estresse dos animais que esto chegando ao curral. Esse piquete ele tem conter todos os componentes que existe no ambiente natural. A necessidade uma forrageira, gua, um cocho para servir um concentrado de forma que os animais se sintam acomodados e tranqilos para comear o manjam dentro das instalaes do curral. De acordo com Bicudo (2002) deve-se propiciar este espao para no mnimo 3% do rebanho com 1,86 m de sombra (Figura a e b).

a Figura 06 (a). Piquete de descanso com sombreamento e pastagem para acomodao dos animais. Fonte: Fazenda Nelore JD. Edson Ferreira de Souza (2010).

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b Figura 06 (b). Piquete de descanso com sombreamento e pastagem para acomodao dos animais. Fonte: Fazenda JD Nelore. Edson Ferreira de Souza (2010).

2. 3. 1. 5 Tronco Coletivo

O corredor circular ou semicircular (Figura 07 a e b) tem funo de despertar interesse no que tem a frente e curiosidade, pois os animais no enxergam o fim do corredor, dessa forma os mesmo no param no meio do corredor, fazendo com que sempre estejam em movimento evitando que embuche. O movimento estimulado, pois o curva faz com que ele pense que sempre esta voltando ao ponto de origem. O ideal que o tronco seja curvo, com laterais slidas e alturas o suficiente para que os animais no saltem sobre elas (BICUDO, 2002; BIZINOTO, 2004; COSTA, 2004).

De acordo com Grandin (1994, 1998) corredores curvos so melhores que os retos por trs razes principais; evitar que o animal veja o caminho, o tronco de conteno e pessoas; leva vantagem na tendncia natural do animal de mover-se ao redor do tratador; leva vantagem no comportamento natural do bovino achar que est voltando quando gira 180.

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a

b

Figura 07 (a e b). Corredor Circular ou Semi-circular. Fonte: Fazenda Nelore JD. Edson Ferreira de Souza (2010).

A plataforma de trabalho (figura 08) deve ter 1,0 m de altura, permitindo que a parte superior da plataforma de servio esteja na altura da cintura do tratador (GRANDIN, 1994).

Com essa plataforma o criador pode se locomover ao longo do mesmo e com o auxilio de bandeiras far com que os animais se locomovam com grande facilidade at o tronco de conteno.

Figura 8. Plataforma de servio. Fonte Fazenda JD Nelore. Edson Ferreira de Souza (2010).

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2. 3. 1. 6 Porteiras

As porteiras so de suma importncia ao serem projetadas de lances fechados, ou seja, de tabuas encaixadas fazendo o animal no veja alem da porteira e quando abrir a mesma surgira um foco de luz que funciona como estimulo par o animal sempre ficar em movimento dentro do curral.

interessante que essas porteiras (Figura 09) a sua abertura seja em direo a esses animais, que ira movimentar passados de um lugar a outro, sem a necessidade de pessoas dentro de seringas ou brete, conduzindo os animais. De acordo com Bicudo (2002) as porteiras devem ser localizadas nas extremidades do curral, e devem abrir sempre na direo do fluxo do animal e sua abertura deve ter pelo menos 180.

Figura 09. Porteira antes do corredor coletivo. Fonte Fazenda JD Nelore Campo Grande Matogrosso do Sul.

2. 3. 1. 7 Plataforma de Embarque

O embarcadouro a instalao que permite os animais entre na gaiola do caminho. Em geral definido por um corredor com uma rampa no final que permite aos animais alcanarem o piso da gaiola (PARANHOS DA COSTA, SPERONELLI, QUINTIANO, 2008).

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A rampa ou embarcadouro utilizado para embarque e desembarque dos bovinos deve ser constitudo com cercas sem espaos de madeiras encaixadas para que no momento do embarque dos animais eles no se distraiam, dificultando o embarque. A necessidade de uma passarela localizada na lateral do embarcador torna se eficiente no manejo dos animais. Com a seringa e o tronco coletivo, a rampa de embarque deve ter laterais slidas para prevenir distraes externas dos animais (BICUDO, 2002; THOMAZINI, 2004).

O piso do embarcador (Figura 10) deve ser antiderrapante para evitar que os animais na subida do para chegar ao caminho de transporte, evitem o escorreges e caiam provocando leses. Na construo de quadrados de cimento com 5 cm de altura estar ajudando na minimizao de escorreges.

Figura 10. Piso e Laterais do Embarcador. Fonte Fazenda JD Nelore. Edson Ferreira de Souza (2010).

A inclinao da rampa (Figura 11 a) de embarque recomendada para bovinos de 20 (COSTA, 2002). Borges (2004) relata que ngulo formado pela rampa de acesso ao veculo em relao ao solo no deve ser superior a 20, sendo desejvel um ngulo de 15. A rampa de desembarque (Figura 11 a) a mesma altura da porta da carroceria de caminho boiadeiro e a mesma largura.

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Figura 11. Embarcadouro. Fonte: Oxen (2006).

Figura 12. Altura do embarcador compatvel a carroceria do caminho boiadeiro. Fonte: Oxen (2006).

As dimenses de embarcadores devem ter uma curvatura gradual e raio interno de 3,5 a 5,0 m e largura de no mximo 76 cm. Na construo de rampa de concreto algumas dimenses so necessria para um embarcador eficiente e correto como: 20 degraus, com 10 cm de altura e 30 cm de piso, comprimento de 1,5.

2.3.1.7 Seringa

Uma seringa de formato circular (Figura 13 a e b) facilita ao funcionrio coordenar a movimentao dos animais com segurana e eficincia (BICUDO, 2002; COSTA, 2004).

A forma afunilada pode ser construda com um lado reto e outro lado entrando no tronco coletivo com um ngulo de 30, evitando um fluxo aglomerado de animais e deve ser

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construdo com uma curvatura gradual e raio interno a 3,5 m (BICUDO, 2002; GRANDIN, 1994).

a

b

Figura 13 (a e b). Seringa. Fonte Fazenda JD Nelore. Fonte: Edson Ferreira de Souza (2010).

2. 3. 1. 8 Tronco de Conteno

O tronco (Figura 14 a e b) o equipamento que utilizado para a conteno individual dos animais, se localiza logo aps o tronco coletivo, podendo ou no conter balana, utilizado realizao do manejo vacinao, vermifugao, castrao, diagnostico de gestao. De acordo com Bicudo (2002) o tronco de conteno coletivo podem ainda ser de lateral vertical ou de forma de v, til para animais de diferentes tamanhos.

Quando construdo em forma de v, deve ser considerado algumas dimenses, largura de 41 a 45 cm, a parte inferior e de 81 a 90 cm de largura na parte superior e altura de 1,5.

a

b

Figura 14 (a e b). Tronco de Conteno. Fonte Fazenda JD Nelore. Fonte: Edson Ferreira de Souza (2010).

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2.4 UTENSLIOS USADOS NO MANEJO

2.4.1 Bandeiras - Mecanismo de Conduo dos Animais

O uso de bandeiras ou uma vara com fitas de plsticos na ponta ou outro objeto no eltrico, deve ser ferramenta de primeira tentativa (GOMIDES, RAMOS, FONTES, 2006). Os bastes com fitas plsticas na ponta so uteis para direcionar o gado durante o seu manejo, o plstico deve ser agitado sem movimento brusco prximo cabea do animal, no lado contrario que se destina a sua direo (GOMIDES, RAMOS, FONTES, 2006).

2.5 EMBARQUE E DESEMBARQUE

O procedimento de embarque e desembarque dos animais em veculos de transporte de forma rude pode causar respostas comportamentais extremas (LOUREIRO, 2007).

Problemas na hora do embarque (Figura 15 a e b) como ataque crdia uns dos fatos que apresenta quando o animal obrigado a subir a rampas de embarque ngremes ou so expostos a basto de choque (LOUREIRO, 2007). O gado bovino como so animais de boa memria, sempre se lembram do que passaram no curral, com isso a um aumento de batimento cardaco conseqentemente aumento a freqncia respiratria e tremores musculares umas das caractersticas de medo.

O embarque e desembarque dos animais quando o manejo realizado de forma lenta e com muita calma proporcionando ao animal conforto e tranqilidade apresentando um rendimento no trabalho e a queda de leses e estresse, ao mesmo.

importante que os animais no sejam amedrontados, excitados ou maltratados, evitando-se o uso de violncia, golpes, gritos e ainda do choque eltrico durante o manejo de embarque (BRAGGION e SILVA, 2004).

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a

b

Figura 15 (a e b). Embarque dos animais Fonte: Boas Praticas de Manejo Embarque. Matheus Paranhos (2006).

O desembarque na propriedade (Figura 16) um manejo que deve ter ateno a verificao se a algum animal cado dentro do caminho boiadeiro e o estacionamento do mesmo esta adequadamente no desembarcador. Se houver algum animal cado uns dos funcionrios deve fazer com que os animais se movimentem para os quais que estiverem deitados se levante. Esse manejo assim como o embarque deve ser feito de forma calma para que no haja estresse aos animais. Segundo Cnen (2007) o desembarque deve ser realizado a noite.

Figura 16. Animais no desembarque na fazenda. Fonte: Boas Praticas de Manejo Embarque. Matheus Paranhos (2006).

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2.6 TRANSPORTE

O transporte dos bovinos, um dos segmentos do manejo racional pr-abate, considerado relevante quando se trata em bem estar animal. Vrios estudos mostram que o transporte de bovino pode provocar estresse, perdas de peso e contuses, podendo inclusive levar animais morte quando realizado me condies muito desfavorvel (TSEIMAZIDES, 2006).

O transporte seja aquele feito para feiras, de uma propriedade para outra, e frigorficos, quando feito em condies desapropriada podem causar prejuzos como a marte dos animais ou ser responsvel por grandes contuses verificada na inspeo da carcaa no frigorfico.

O estresse no transporte pode ocorrer por diversos motivos como longas distncias sem gua e alimento, superlotao do caminho, poluio, barulho, tornando estressante na vida de um bezerro (LOERCH & FLUHORTY, 1999).

A conseqncia do estresse nos animais causado pelo transporte proporciona h o comprometimento da qualidade da carne, como a alterao no pH, que ira interferir diretamente na resistncia da fibra muscular.

No sistema fisiolgico animal ocorre uma reduo de glicognio muscular pela atividade fsica ou estresse que influenciado pelo transporte, comprometendo a qualidade da carne e contribuindo na queda do ph, originando DFD (Dark, Firm, Dry) em portugus significa, carne, escura, firme e seca, na converso msculo carne. De acordo com a Unio Europia quando o nvel adequado varia de 5,5 a 5,8 passando de 6.0 se torna um produto com menos qualidade e sendo direcionado para o mercado menos exigente.

Animais transportados em distancias acima de 330 km apresentaram valores mdios de ph superiores ao transporte por menos distncias. Para animais transportados em at 330 km, foi observada a incidncia de 5% de carne com o ph menor que 6,0. J para animais transportados por distncias maiores do que 330 km foram observados valores de pH maior em 26,6% das carnes (JOAQUIM 2002).

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De acordo com Knowes (1999) ele relata que o transporte rodovirio, em condies desfavorveis, pode provocar a morte dos animais ou conduzir a contuses, perda de peso e estresse dos animais. (KNOWES 1995) afirma tambm que a mortalidade de bovinos durante o transporte extremamente baixa, em novilhos so mais susceptvel que os animais adultos.

Tseimazides (2006) observou reduo no valor mdio de ph de carcaas de bovinos da raa Nelore com o treinamento dos motoristas de caminhes em boas prticas de manejo durante o embarque, conduo dos veculos e desembarque. Sendo que no houve efeito significativo para os animais cruzados e Nelores quanto ao ph (Figura 17).

Figura 17. Valores mdios de pH dos diferentes grupos genticos e respectivas erros padro antes e aps o treinamento dos motoristas.

J as freqncias de hematomas nos seguintes grupos foram satisfatrios depois dos treinamentos dos motoristas (Figura 18).

Figura 18. Freqncias mdias de hematomas para diferentes grupos genticos antes e aps o treinamento.

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No transporte dos animais uns dos aspectos importante a densidade e capacidade dos animais dentro das gaiolas, sendo classifica como de alta densidade (600kg/m), mdia 400kg/m, baixa 200kg/m. Onde a densidade adequada de 360kg/m. Com a densidade alta aumenta os riscos dos animais carem, sendo assim pisoteados levando a contuses e at mesmo a morte.

Densidades muito baixas tambm devem ser evitadas, pois os animais podem ficar muito soltos na carroceria, levando escorreges durante as manobras da viagem (BONFIM, 2003).

Os caminhes boiadeiros, usados para o transporte rodovirio geralmente apresentam uma capacidade de carga mdia de 18 bovinos por caminho, podendo variar de 16 a 20, dependendo do sexo, da idade e do peso do animal (PARANHOS DA COSTA, 2002).

A escolha do veculo adequado fundamental para que alguns problemas possam ser evitados como: carrocerias com pontas de madeira, ripas, pregos ou parafusos expostos, altura e paredes da carroceria inadequadas; rampa com inclinao imprpria para o transporte; condies inadequadas de ventilao (PARANHOS DA COSTA, 2000).

O piso da carroceria (Figura 19), alm de ser antiderrapante, deve tambm ter uma cama, no apenas para evitar os escorreges, mas tambm para propiciar maior conforto aos animais e reter os dejetos orgnicos (FERREIRA e SOUZA, 2008).

a

b

Figura 19 ( a e b). Pisos de diferentes gaiolas com forragem e o convencional.

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O mais correto seria abater os animais o mais rpido prximo possvel da propriedade, visando diminuir problemas ocasionados por longas viagens, como a desidratao e queda de energia, e o recomendado seria transportar animais por uma distancia de no Maximo 300 km e em estradas com boas condies (LOUREIRO, 2007).

Todo o pessoal que est ligado ao manejo dos animais deveria receber treinamento antes de manipul-los, e os motoristas dos veculos que transportam os animais deveriam ser mais cuidadosos (LOUREIRO, 2007).

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3 CONSIDERAES FINAIS

O manejo racional na bovinocultura de corte esta diretamente ligada ao bem-estar animal e conseqentemente na produtividade e qualidade do produto final carne e a equipe de funcionrios da propriedade rural. As instalaes, manejo, temperatura, transporte, etologia dos animais, contato com pessoas diferentes no sistema fisiolgico do animal acontecem diferentes reaes podendo prejudicar ao animal e funcionrios envolvidos.

As alteraes feitas nas instalaes, sem a necessidade de novas construes e treinamento de equipe de trabalho contribui satisfatoriamente na produo de uma propriedade rural.

Com a ausncia do manejo racional proporciona na queda de bem-estar animal e no sistema de produtivo, sendo evidente a contribuio de prejuzos que pode ser observada em todo o sistema de produo dentro de uma empresa rural.

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