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Malleus Maleficarum :: O Martelo das Bruxas ::  by: Alexander Freak  Dedicado a: Maria de Magda la. - I - CONTÉUDO  Nota da versão e m Língua Portugu esa Prólogo da edição espanhola Sobre os autores ramer e Sprenger !ula do Papa Inoc"ncio #III P$IM%I$& P&$'% Que trata dos três concomitantes necessários da bruxaria, que são: o demnio, um bruxo e a !ermissão de Deus " odo #oderoso ()%S'*+, Se a crença na eist"ncia de seres como as bruas. / parte essencial da f/ católica. e manter com obstinação opinião contr0ria. tem um manifesto conte1do de heresia2 Sobre se / uma heresia afirmar 3ue as bruas eistem4 ()%S'*+, Se concorda com a 5/ 6atólica a afirmação de 3ue para produ7ir algum efeito de magia o diabo tem 3ue colaborar intimamente com o bruo. ou se um sem o outro. isto /. o diabo sem o bruo ou inversamente. pode produ7ir esse efeito4

O Martelo Das Bruxas (Malleus Maleficarum)

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MalleusMaleficarum:: O Martelo das Bruxas ::

 

by: Alexander Freak 

 Dedicado a: Maria de Magdala.

- I -

CONTÉUDO 

•  Nota da versão em Língua Portuguesa• Prólogo da edição espanhola• Sobre os autores ramer e Sprenger• !ula do Papa Inoc"ncio #III

P$IM%I$& P&$'%

Que trata dos três concomitantes necessários da bruxaria, que são:

o demnio, um bruxo e a !ermissão de Deus "odo #oderoso

• ()%S'*+, Se a crença na eist"ncia de seres como as bruas. / parte essencial da f/católica. e manter com obstinação opinião contr0ria. tem um manifesto conte1do de heresia2

• Sobre se / uma heresia afirmar 3ue as bruas eistem4

• ()%S'*+, Se concorda com a 5/ 6atólica a afirmação de 3ue para produ7ir algum efeitode magia o diabo tem 3ue colaborar intimamente com o bruo. ou se um sem o outro. isto /.o diabo sem o bruo ou inversamente. pode produ7ir esse efeito4

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do pensamento teoc"ntrico medieval 3ue. resumi em sua m0ima todo esforço e deliberaçãoaplicados pela doutrina da f/. para manter em CordemC as premissas do pensamento cristão4

%nfim. esperamos ter contribuído para epansão das liberdades individuais tra7endo.concomitante a corrente dos dias atuais. nova lu7 as virtudes do cristianismo. 3ue acreditamosmelhorar : medida 3ue aprende com os ecessos cometidos por um pensamento obscuro eintolerante4

6om f/ em <eus e acreditando no futuro da Dumanidade. apresentamos ao irrestrito leitor.cidadão do mundo livre da internet. nossa versão brasileira da primeira parte do MalleusMaleficarum4

&leander 5reaE - !rasil. verão de ?@@A

PRÓLOO

  + mais famoso de todos os livros sobre bruaria. Malleus Male!"#arum $O martelo das%ruxas& foi escrito em FGH por dois monges dominicanos4 No ato. e ao longo dos tr"s s/culos

seguintes. se converteu no manual indispens0vel e a autoridade final para & In3uisição; para todosos CBulgadoresC. magistrados e sacerdotes. católicos e protestantes. Cna luta contra a bruariaC na%uropa4

&barcava os poderes e pr0ticas dos bruos. suas relaç9es com o dem8nio. e sua descoberta4 &In3uisição. a fogueira. a tortura. mental e física. da cru7ada contra Ca bruariaC, tudo isto /conhecido4 % por tr0s de cada um dos atos sanguin0rios se encontrava este livro. ao mesmo tempo

 Bustificando e como manual de instrução4

Para 3ual3uer compreensão da história e nature7a da bruaria e do satanismo. MalleusMaleficarum / a fonte mais importante4 & primeira fonte4

'o%re os autores (ramer e ')renger

  Deinrich ramer nasceu em Schlettstadt. cidade da baia &lsacia. ao sudeste de %straburgo4&inda com pouca idade ingressou na +rdem de Santo <omingo e logo foi nomeado Prior da 6asa<ominicana de sua cidade natal4 5oi pregador geral e mestre de teologia sagrada4 &ntes de FGAG foidesignado In3uisidor para o 'irol. Sal7burgo. !ohemia e Moravia4

Jacobus Sprenger nasceu na !asilea4 Ingressou como noviço na 6asa <ominicana desta cidadeem FGK?4 =raduou-se mestre em teologia e foi eleito Prior e $egente de %studos do 6onvento de6ol8nia4 %m FGH@ foi eleito decano da 5aculdade de 'eologia na )niversidade4 %m FGHH.Provincial de toda a Província &lemã4 &mbos foram nomeados In3uisidores com poderes especiais.

 por bula papal de Inoc"ncio #III. para 3ue pes3uisassem os delitos de bruaria das províncias donorte da &lemanha4 Malleus Maleficarum / o resultado final e autori7ado dessas investigaç9es eestudos4

  $s %ditores 

Bula de *no#+n#"o ,***

*no#+n#"o- B"s)o- 'ervo dos servos de Deus- )ara eterna mem.r"a

  &lmeBamos com a mais profunda ansiedade tal como re3uer Nosso apostolado. 3ue a 5/

6atólica cresça e floresça por todos os lados. em especial nestes Nossos <ias; e 3ue todadepravação her/tica seBa afastada dos limites e das fronteiras dos fi/is4 % com grande esplendor

 proclamamos e ainda restabeleçamos os meios em todos os particulares. cuBo interm/dio de Nosso

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 piedoso deseBo. possa obter seu efeito esperado. mesmo 3uando todos os erros forem arrancados pela rai7 por Nossa diligente obra. aBudada pela enada de um providente agricultor. 3ue / a nossaSanta 5/ e sua regular observncia4 % 3ue foram impressos com força nos coraç9es dos fi/is4 Porcerto 3ue nos 1ltimos tempos chegou a Nossos ouvidos. não. sem nos afligir com a mais amarga

 pena. a notícia de 3ue em algumas partes de &lemanha setentrional. assim como nas províncias.municípios. territórios. distritos e dioceses de Magancia. 6olonia. 'r/veris. Sal7burgo e !remen.

muitas pessoas de um e outro seo. despreocupadas de sua salvação e apartadas da 5/ 6atólica. seabandonaram a dem8nios. íncubos e s1cubos. e em seus encantamentos; feitiços. conBuraç9es eoutros eecr0veis embrolhos e artifícios4 5a7endo enormes e horrendas ofensas, mataram crianças3ue estavam no 1tero materno. e tamb/m o fi7eram com as crias do gado; arruinaram os produtos daterra. as uvas da videira. os frutos das 0rvores. mais ainda; a homens e mulheres. animais de carga.rebanhos e animais de outras classes. vinhedos. hortas. pradarias. campos de pastagens. trigais.cevadas e todos outros cereais; estes a7arados possuídos al/m do mais. acossam e atormentam aoshomens e mulheres. animais de cargas. rebanhos e animais de outras classes. com terríveis dores e

 penosas doenças. tanto internas como eteriores; tamb/m. impedem aos homens de reali7ar o atoseual e :s mulheres de conceber. pelo 3ual os esposos não podem conhecer suas mulheres. nemestas pertencer a eles; em paralelo de forma blasfema. renunciam : 5/ 3ue lhes pertence pelo

sacramento do !atismo. são instigados pelo Inimigo da Dumanidade e não se resguardam decometer e perpetrar as mais horríveis abominaç9es e os mais as3uerosos ecessos. com perigomoral para sua alma. com a 3ual ultraBam : <ivina MaBestade e são causa de escndalo e de perigo

 para muitos4

% ainda 3ue Nossos amados filhos Deinrich ramer e Jacobus Sprenger. professores de teologiada ordem dos 5rades %vangelistas. foram nomeados por meio de 6artas &postólicas. In3uisidoresdestas depravaç9es her/ticas. e os são desde B04 + primeiro atuando nas mencionadas regi9es da&lemanha setentrional em 3ue se incluem os B0 citados municípios. distritos. dioceses e outraslocalidades específicas4 % o segundo em certos territórios 3ue se estendem ao longo das margens do$ín. não obstante a isso. não poucos cl/rigos e laicos destes países tratam. com ecessiva

curiosidade de se inteirarem das coisas m0s 3ue lhes concernem. e como nas B0 mencionadas cartasdelegatórias não h0 menção epressa e específica do nome destas províncias. municípios. dioceses edistritos4 % posto 3ue os dois delegados e as abominaç9es 3ue deverão enfrentar. não se apresentemde forma clara e detalhada. em especial. 3ue essas pessoas não se envergonhem de asseverar. com amais absoluta desfaçate7. 3uando tais enormidades não se comprovarem na3uelas províncias. e naconse3"ncia dos mencionados In3uisidores não possuírem o direito legal de eercer seus poderesin3uisitoriais nas províncias. municípios. dioceses. distritos e territórios antes referidos. e assim.não poderem continuar castigando. condenando a prisão e corrigindo os criminosos presos nasatro7es ofensas e nas muitas maldades 3ue se epuseram4 Portanto. nas referidas províncias.municípios. dioceses e distritos. as abominaç9es e enormidades de 3ue se trata permanecemimpunes. não sem manifesto perigo para as almas de muitos e a ameaça de eterna condenação4

Por3uanto Nos. como / Nosso dever. Nos sentimos profundamente deseBosos de eliminar todosos impedimentos e obst0culos 3ue puderem retardar e dificultar a boa obra dos In3uisidores. assimcomo de aplicar potentes rem/dios para impedir 3ue a doença da heresia e outras poç9es infames evenenosas levem a destruição de muitas almas inocentes4 % como Nosso apego pela 5/ nos incita aisso em especial. e para 3ue estas províncias. municípios. dioceses. distritos e da &lemanha. 3ue B0especificamos. não se veBam privados dos benefícios do Santo +ficio a eles atribuídos. pelo temordestes presentes. e em virtude de Nossa autoridade &postólica. decretamos e mandamos 3ue osmencionados In3uisidores tenham poder para proceder : correção. encarceramento e castigo Bustosde 3ual3uer pessoa. sem impedimento nem obst0culos algum. de todas as maneiras. como se as

 províncias. municípios. dioceses. distritos. territórios. e inclusive as pessoas e seus delitos. tivessem

sido especificamente nomeados e particularmente designados em Nossas cartas4 Mais ainda.di7emos. e para maior segurança estendemos estas cartas. 3ue delegam esta autoridade. de modo3ue atinBam :s aludidas províncias. municípios. dioceses. distritos e territórios. pessoas e delitos

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agora referidos. e outorgamos permissão aos citados In3uisidores; a cada um deles em separado oua ambos. assim como tamb/m a Nosso amado filho Juan =remper. cura da diocese de 6onstan7a.Mestre em &rtes. como seu not0vel. e a 3ual3uer outro not0vel p1blico 3ue estiver Bunto a eles. ou

 Bunto a um deles temporariamente delegado. nas províncias. municípios. dioceses. distritos ealudidos territórios. para proceder. em consonncia com as regras da In3uisição. contra 3ual3uer

 pessoa. sem distinção de classe nem estado patrimonial. e para corrigir. multar. encarcerar e castigar

segundo o 3ue mereçam seus delitos. a 3uem tiver sido achado culpado. adaptando-se a pena aograu do delito4 Mais ainda. di7emos 3ue desfrutam de plena e total faculdade de epor e pregar a palavra de <eus aos fi/is. tão com fre3"ncia como a oportunidade se apresentar e a eles lhes parecer ade3uada. em todas e a cada uma das igreBas paro3uiais de tais províncias. e poderãocelebrar livre e legalmente 3uais3uer ritos ou reali7ar 3uais3uer atos 3ue parecerem aconselh0veisnos casos mencionados4 Por Nossa suprema &utoridade. garantimos-lhes novamente faculdades

 plenas e totais4 &o mesmo tempo. e por 6artas &postólicas. solicitamos a Nosso vener0vel Irmão o!ispo de %strasburgo &lberto da !aviera. FGAH-FK@O 3ue por si mesmo anuncie ou por meio deoutros faça anunciar o conte1do de Nossa !ula. 3ue publicar0 com solenidade 3uando e sempre oconsidere necess0rio. ou 3uando ambos os In3uisidores ou um deles lhe peça 3ue o faça4 'amb/m

 procurar0 em obedi"ncia a Nosso mandato não molestar nem colocar obst0culos por autoridade

nenhuma4 &o contr0rio ameaçar0 a todos 3ue tentem molestar ou atemori7ar os In3uisidores. a todos3ue se oponham a eles; aos rebeldes. 3uais3uer seBam suas classes. fortuna. posição social.

 preemin"ncia. dignidade ou condição. ou. 3uais3uer seBam os privil/gios de isenção 3ue possamreclamar. com a ecomunhão. a suspensão. a interdição e penalidades. censuras e castigos aindamais terríveis. como a eles foram impostos. e sem direito algum a apelação. e 3ue segundo seudeseBo pode por Nossa autoridade acentuar e renovar estas penalidades. tão com fre3"ncia como oachar conveniente. e chamar em sua aBuda. se assim o deseBar. o braço Secular4

 Non obstantibus . . . (ue nenhum homem. portanto4 Mas se algum se atrever a fa7er tal coisa.<eus não o 3ueira. fa7ei-lhe saber 3ue sobre ele cair0 a ira de <eus 'odo Poderoso. e dos Santos&póstolos Pedro e Paulo4

  %scrito em $oma. em São Pedro. a de de7embro do &no da %ncarnação de Nosso Senhor4 )mmil 3uatrocentos e 3uarenta e oito. no primeiro &no de Nosso pontificado4

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Malleus

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- II -

PR*M/*R0 P0RT/

(ue trata dos tr"s concomitantes necess0rios da bruaria. 3ue são,o dem8nio. um bruo e a permissão de <eus 'odo Poderoso

 Aqui come&a aus!iciosamente a !rimeira !arte desta obra

1U/'T2O:Se a crença na eist"ncia de seres como as bruas. / parte essencial

da f/ católica. e manter com obstinação opinião contr0ria.tem um manifesto conte1do de heresia2

  % afirma-se 3ue uma sólida crença nos bruos não / doutrina católica, veBa o capítulo ?. pergunta K da obra de %píscopo4 (uem ache 3ue 3ual3uer criatura pode ser mudada para melhor ou

 para pior. ou transformada em outra coisa ou outro ser. por 3ual3uer um 3ue não seBa o 6riador detodas as coisas. / pior 3ue um pagão e um herege4 <e maneira 3ue 3uando informam 3ue deverascoisas são efetuadas por bruos. sua afirmação não / católica. senão simplesmente her/tica4 Mais

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ainda. não eiste ato de bruaria 3ue possua efeito permanente entre nós4 % esta / a prova disso, Seassim fosse. seria efetuada por obra dos dem8nios4 Mas assegurar 3ue o diabo tem o poder demudar os corpos humanos e lhes infligir dano permanente não parece estar de acordo com osensinamentos da IgreBa4 Por3ue deste modo poderiam destruir o mundo inteiro. e lev0-lo a umahorrível confusão4

Mas ainda toda alteração 3ue se produ7 no corpo humano - por eemplo. o estado de sa1de oude doença - pode se atribuir a causas naturais. como demonstrou &ristóteles em seu s/timo livro da5ísica4 % a maior destas causas / a influ"ncia das estrelas4 Mas os dem8nios não podem interferir nomovimento das estrelas4 %sta / a opinião de <ionísio em sua epístola. a São Policarpo4 Por3ue issosó pode ser feito por <eus4 Portanto / evidente 3ue os dem8nios não podem em verdade efetuarnenhuma transformação permanente nos corpos dos humanos; isto /. nenhuma metamorfose real edesse modo devemos atribuir a aparição de 3ual3uer dessas mudanças a alguma causa obscura eoculta4

% o poder de <eus / m0s forte 3ue o do diabo. assim como as obras divinas são maisverdadeiras 3ue as demoníacas4 <e onde. 3uando o mal / poderoso no mundo. tem de ser obra dodiabo. em permanente conflito com a de <eus4 Portanto. como / ilegal sustentar 3ue as m0s artes do

dem8nio podem em apar"ncia superar a obra de <eus. do mesmo modo / ilegal achar 3ue as maisnobres obras da criação. isto /. os homens e os animais. possam ser danados - preBudicadas ouestragadas - pelo poder do diabo4

Mais ainda. 3ue o 3ue se encontra sob a influ"ncia de um obBeto material não pode ter podersobre os obBetos corpóreos4 Mas os dem8nios estão subordinados a certas influ"ncias das estrelas.

 por3ue os magos observam o curso de determinadas estrelas para invocar os dem8nios4 Portanto.eles carecem do poder de provocar mudança alguma num obBeto corpóreo. e daí 3ue as bruas

 possuem menos poder 3ue os dem8nios4

Por3ue estes não t"m poder algum. salvo verdadeira arte sutil4 Mas uma arte não pode produ7ir permanentemente uma forma verdadeira4 % certo autor di7, os 3ue escrevem sobre al3uimia sabem

3ue não eiste esperança de nenhuma transmutação real4 Portanto os dem8nios. por sua ve7.mediante o uso do mais seleto de sua ind1stria. não podem produ7ir curas permanentes. nem

 permanentes doenças4 Mas se tais estados eistem. deve-se em verdade a outra causa. 3ue pode serdesconhecida e 3ue nada tem 3ue ver com as obras de diabos ou bruos4

Mas segundo as <ecretales QQO. o caso / o inverso4 CSe por bruaria ou por 3ual3uer artem0gica permitida pelo oculto mas Bustíssimo desígnio de <eus. e com a aBuda do poder do dem8nio.etc 444C Isto se refere a 3ual3uer ato de bruaria. 3ue possa impedir a finalidade do matrim8nio. e

 para 3ue este impedimento produ7a efeito podem coincidir tr"s causas. a saber, a bruaria. odem8nio e a permissão de <eus4 Mais ainda. o mais forte pode influir sobre o mais fraco4 Mas o

 poder do dem8nio / mais forte 3ue 3ual3uer poder humano Jó. >LO4 Não h0 na terra poder 3ue

 possa se comparar ao seu. 3ue foi criado de modo 3ue não temesse a nada4  Res)osta: & a3ui tr"s erros her/ticos 3ue se deve enfrentar. e 3uando os tiver refutado se ver0 averdade com singele7a4 Por3ue certos autores 3ue pretendem basear sua opinião nas palavras de São'om0s I#. ?GO. 3uando trata dos impedimentos causados pelos encantamentos m0gicos. tentaramafirmar 3ue não eiste a magia. e 3ue ela só est0 na imaginação dos homens 3ue atribuem efeitosnaturais. cuBas causas não são conhecidas. : bruaria e aos feitiços4

D0 outros 3ue reconhecem. por verdadeiro. 3ue os bruos eistem. mas declaram 3ue ainflu"ncia da magia e os efeitos dos sortil/gios são puramente imagin0rios e fant0sticos4 )mterceiro tipo de escritores sustenta 3ue os efeitos 3ue segundo di7em causam os feitiços m0gicos.são por completo ilusórios e fantasiosos. ainda 3ue bem pudesse ser 3ue o diabo assista a alguns

 bruos4<esta maneira. / possível epor e refutar os erros de cada uma destas pessoas4 Por3ue. em

 primeiro lugar. muitos escritores ortodoos. em especial São 'om0s. demonstraram 3ue suas

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opini9es são antes de tudo um ponto de vista her/tico; este autor sustenta 3ue tais opini9es são emabsoluto contr0rias : autoridade dos santos. e 3ue se baseiam numa total infidelidade4 Por3ue aautoridade das Sagradas %scrituras di7 3ue os dem8nios t"m poder sobre os corpos e as mentes doshomens. só 3uando <eus lhes permite eercer esse poder. tal como se desprende com clare7a dev0rias passagens das %scrituras4 Portanto. erram 3uando di7em 3ue a bruaria não eiste. 3ue / algo

 puramente imagin0rio. ainda 3ue não acreditem 3ue os diabos eistam. salvo na imaginação de

gente ignorante e vulgar. e os acidentes naturais 3ue ocorrem ao homem os atribui por erro. a umsuposto dem8nio4 Pois a imaginação de alguns homens / tão vívida. 3ue lhes fa7 crer 3ue v"emfiguras e apariç9es reais. 3ue não são outra coisa 3ue o refleo de seus pensamentos. e então sãotomados por apariç9es de espíritos malignos. ou por espectros de bruas4 Mas isto / contr0rio :verdadeira f/. 3ue nos ensina 3ue certos anBos caíram do c/u e agora são dem8nios. e devemosreconhecer 3ue por nature7a são capa7es de fa7er coisas 3ue nós não podemos4 % 3uem trata deindu7ir os outros a reali7ar tais maravilhas de m0 índole. são chamados bruos ou bruas4 % como ainfidelidade em uma pessoa bati7ada se denomina tecnicamente heresia. essas pessoas são pura. eclaramente hereges4

 No 3ue se refere a 3uem sustenta os outros dois erros. isto /. 3uem não nega 3ue eistam

dem8nios e 3ue estes possuem um poder natural. mas 3ue diferem entre si a respeito dos possíveisefeitos da magia e das possíveis obras dos bruos, )ma opinião afirma 3ue podem na verdade provocar determinados efeitos e 3ue. no entanto tais efeitos não são reais. apenas fant0sticos.en3uanto outra opinião admite 3ue / verdade 3ue algum dano real cai sobre a pessoa ou pessoasatacadas. mas 3ue 3uando um bruo imagina 3ue este dano / efeito de suas artes. se enganagrosseiramente4 %ste erro parece basear-se em duas passagens dos 6nones nas 3uais se condenamumas mulheres por imaginarem falsamente 3ue durante a noite cavalgavam com <iana ouDerodiasR4 Isto pode ser lido no 6non4 No entanto. B0 3ue tais coisas acontecem com fre3"ncia

 por ilusão. 3uem sup9e 3ue todos os efeitos das bruarias são simples ilusão e imaginação. see3uivocam plenamente4 %m segundo lugar. com respeito a um homem 3ue cr" ou afirma 3ue umacriatura pode ser feita ou transformada para melhor ou para pior. ou convertida em outra coisa ou

semelhança. por 3ual3uer um 3ue não seBa <eus. 6riador de todas as coisas. tal homem / um infiele pior ainda 3ue um pagão4 Por isso e levando em conta as palavras Ctransformada para piorC di7em3ue se tal efeito / provocado por bruaria. não pode ser real. não passando de pura fantasia4(*) Diana ou Herodias:Esses nomes foram freqüentemente utilizados no Conselho Geral de Ancyra, e mais tarde considerados de uma dataosterior, e foram inclu!dos no "De Ecclesiasticis Discilinis" atri#u!do a $e%ino de &rum ('), e da! ara os canonistas+o -o de Chartres e .ohannes Gratian/ 0a se1+o 23 do a#ade #eneditino seu tra#alho relaciona "///certas mulheresa#andonadas que dan1am ao redor de at+, sendo seduzidas or ilus4es de fantasmas e dem5nios, e acreditam erofessam a#ertamente, que nas horas mortas da noite, ca-al%am em al%um tio de #esta com a deusa a%+ Diana ein6meras hordas de mulheres, e que nestas silenciosas horas, %aloam or -astas 7reas de seu a!s, o#edecendo seuamante, enquanto que em outras noites, saem sozinhas a a%ar8lhe homena%em///".ohn de alis#ury, que morreu em 99, em seu "&olicraticus" , ;<, fala da cren1a oular em uma #ru=a8rainhachamada Herodias, que chama-a os ma%os em reuni+o > noite/ Em "De ortile%is", na se%uinte assa%em ocorre: "/// n?sinquirimos em se%uida a reseito de determinados tios !mios que cr@em e rofessam que durante > noite asseiam comDiana, a deusa a%+, ou ent+o com Herodias, e um anfitri+o de in6meras mulheres, mediante certos animais, e que, emsil@ncio no morto da noite elas asseiam or imensas distncias, o#edecendo os comandos de seu amante///"

(0ota do Bradutor em !n%ua &ortu%uesa, 0B8&t) 

6omo esses erros conhecem a heresia e contradi7em o sentido do 6non. primeiro provaremosnossas afirmaç9es por meio da lei divina. assim como pela lei eclesi0stica e civil. mas antes de maisnada de maneira geral4

Para começar. as epress9es do 6non devem ser tratadas em detalhes ainda 3ue o sentido do6non fi3ue mais claro nas 3uest9es seguintesO4 Por3ue em muitas partes a lei divina ordena 3uenão só se deve evitar os bruos. mas 3ue tamb/m devem ser eecutados. e em verdade não imporiaesta pena etrema se os bruos não fi7essem reais e aut"nticos pactos com os dem8nios para

 provocar danos e males verdadeiros4 Pois a pena de morte imp9e-se só em casos de delitos graves e

notórios. mas :s ve7es adota a forma de morte da alma. 3ue pode ser causada pelo poder de umailusão fant0stica ou ainda pela etensão da tentação4 %sta / a opinião de São 'om0s. 3uandoconsidera se / mau utili7ar a aBuda dos dem8nios II.AO4 Pois no capítulo FH do <euteron8mioordena-se a destruição de todos os magos e encantadores4 'amb/m o Levítico di7. em seu capítulo

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F, CNos vos voltareis aos encantadores ou adivinhos; não os consulteis suBando-se com eles; eucolocarei meu rosto contra tal varão. e o apartarei de seu povoC4 &ssim como no capítulo ?@, C% ohomem ou a mulher 3ue evocarem espíritos de mortos ou se entregarem : adivinhação. terão de sermortos; os apedreBarão com pedras; e o seu sangue ser0 sobre elesC4 <i7-se 3ue são adivinhas as

 pessoas em 3uem os dem8nios fi7eram coisas etraordin0rias4

Mais ainda. deve se recordar 3ue por causa deste pecado enfermo +co7ías morreu veBa I#.$eis I. tamb/m Saul e I Paralipómenos F@O4 6onsideremos tamb/m. as autori7adas opini9es dosPadres 3ue comentaram as %scrituras e 3ue trataram em detalhes sobre o poder dos dem8nios e asartes m0gicas4 Podem consultar-se os escritos de muitos doutores a respeito do Livro ? dasSentenças. e se comprovar0 3ue todos concordam em di7er 3ue eistam bruos e feiticeiros 3ue

 pelo poder do diabo são capa7es de produ7ir efeitos reais e etraordin0rios. e não são imagin0rios. e3ue <eus permite 3ue tal coisa aconteça4 Sem mencionar as muitas outras obras em 3ue São 'om0sconsidera em muitos detalhes as aç9es deste tipo4 6omo por eemplo. em sua Summa contra os=entios. livro III. capítulos F e ?. pergunta FFG. argumento G4 % no Segundo dos Segundos.

 perguntas ? e G4

'amb/m podemos consultar os comentaristas e eegetas 3ue escreveram sobre os s0bios e os

magos do 5araó. odo #II4 +utro teto para consulta seria a opinião de Santo &gostinho em &cidade de <eus. Livro FH. cap4 FA4 #eBa tamb/m seu segundo livro. & <outrina 6ristã4 Muitos outrosdoutores da IgreBa compartilham a mesma opinião. e seria o pico da loucura 3ue 3ual3uer pessoatentasse os contradi7er. e não poderiam afirmar 3ue estivessem livres da culpa da heresia4 Por3ue3ual3uer um 3ue erre gravemente na eposição das Sagradas %scrituras / considerado com toda ara7ão um herege4 % 3uem pense de forma diferente no tocante a estes assuntos 3ue concerne : f/3ue sustenta a Santa IgreBa $omana. / um herege4 %ssa / a 5/4 % negar a eist"ncia dos bruos /contrariar o sentido evidente do 6non. como demonstra a lei eclesi0stica4 Pois temos as opini9esdos comentaristas do 6non. 3ue começam di7endo, CSe 3ual3uer um. por meio de artes m0gicas ou

 bruaria444C % tamb/m os autores 3ue falam de homens impotentes e possuídos. e 3ue por causadeste impedimento causado pela bruaria se v"em impossibilitados de copular. sem o 3ual o

contrato matrimonial fica nulo e nesses casos o matrim8nio / impossível4 6omo di7em. e São'om0s mostra-se de acordo com eles. 3ue se a bruaria produ7 seu efeito no caso de um casal. antes3ue tenha eistido o contato carnal. e / duradouro anula e destrói o contrato matrimonial; e / muitoevidente 3ue não pode se di7er 3ue tal situação seBa ilusória ou efeito da imaginação4

& respeito destes pontos. veBa o 3ue tão eaustivamente escreveu o !eato %nri3ue de Segusioem sua Summa Super 'itulis <ecretalium %strasburgo. FKF?O. tamb/m chamada Summa &rrea ouSumma &rchiepiscopi; assim mesmo. as obras de =odofredo de 5ontaines e San $aimundo dePeTafort. 3ue trataram deste assunto com muita clare7a e detalhes. sem 3uestionar se tal estadofísico podia considerar-se imagin0rio ou irreal. sendo 3ue afirmaram se tratar de casos verdadeiros ecomprovados; e depois estabeleceram 3ue devesse tratar como doença duradoura ou tempor0ria

3uando se prolonga durante mais de tr"s anos. e não duvidam 3ue possa ser comprovada pelo poderda bruaria. ainda 3ue esse estado pudesse ser intermitente4 Mas este / um fato 3ue est0 al/m detoda discussão e a tal impot"ncia pode ser causada mediante o poder de um dem8nio. por meio deum pacto celebrado com ele. e inclusive mesmo pelo próprio diabo. sem contar com a assist"ncia de

 bruo algum. ainda 3ue esta 1ltima hipótese seBa rara no seio da igreBa. B0 3ue o matrim8nio / umecelente sacramento4 Mas entre os pagãos acontece de verdade. e isso / devido a atuação dos mausespíritos como se tivessem domínio legítimo sobre eles. como relata Pedro de Paludes em seu3uarto livro. a respeito de um Bovem 3ue havia se prometido em matrim8nio a certo ídolo. por/macabou casando com uma don7ela. com a 3ual foi incapa7 de manter contato algum por3ue sempreinterveio o diabo. apoderando-se dele em forma física4 Para a igreBa. sem d1vida. o dem8nio prefereatuar por interm/dio de bruos e provocar esses efeitos para seu proveito próprio. isto /. para a

 perdição das almas4 % entre outras 3uest9es 3ue teólogos e 6nonistas prop9em com refer"ncia aestes pontos. h0 uma muito importante. 3ue trata de como se pode curar essa impot"ncia. e se /

 permitido cura-l0 por meio de um contra feitiço. e o 3u" deve ser feito se o bruo 3ue reali7ou o

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negação ou a frívola contradição de 3ual3uer destas proposiç9es esteBa isenta de apontar algumaheresia not0vel2 (ue cada homem Bulgue por si. a menos 3ue sua ignorncia o eclua disso4 Mas emseguida eplicaremos 3ual classe de ignorncia poder0 ecluí-lo4

<o 3ue B0 foi dito podemos retirar a seguinte conclusão, / opinião muito verdadeira e muitocatólica 3ue eistam encantadores e bruos 3ue. com a aBuda do diabo e em virtude de um pactocom ele estabelecido. são capa7es B0 3ue <eus permite. produ7irem males e danos reais everdadeiros. o 3ual não eclui 3ue tamb/m possam causar ilus9es fant0sticas e vis9es por meio dealguma arte etraordin0ria e peculiar4 Não obstante. o alcance desta investigação acerca da bruaria.na 3ual difere muito de outras artes e. portanto consider0-las nada agrega ao nosso propósito. B0 3uea3ueles 3ue a praticam podem. com grande certe7a. serem denominados adivinhos e charlatães. aoinv/s de 5eiticeiros4

6onv"m destacar particularmente. 3ue estes dois 1ltimos erros se baseiam numa totalincompreensão das palavras do 6non para não falar do primeiro erro. 3ue como / evidente levasua condenação em si mesmo. B0 3ue / por completo contr0rio aos ensinamentos das Sagradas%scriturasO4 Passemos. pois. a uma correta compreensão do 6non4 % antes de tudo falaremos do

 primeiro erro. 3ue di7 3ue o meio / pura ilusão. ainda 3ue os dois etremos seBam reais4

&3ui ser0 preciso di7er 3ue eistem cator7e esp/cies diferentes 3ue p9em fim a superstição.mas para não estender muito. não ser0 necess0rio as detalhar. B0 3ue São Isidoro as ep8s comclare7a em sua %timologia. Livro H. e São 'om0s em seu Segundo dos Segundos pergunta ?4 Maisainda. se far0 menção eplícita do tema mais adiante. 3uando falemos da gravidade desta heresia4

& categoria 3ue se devem classificar as mulheres desta classe se denomina das Pitonisas. pessoas em ou por meio de 3uem o diabo fala ou reali7a alguma obra assombrosa. e com fre3"nciaesta / a primeira categoria4 Mas a3uela sob a 3ual se agrupam os bruos / a dos 5eiticeiros4

6onsiderando 3ue estas pessoas diferem muito entre si. seria incorreto não incluí-las nasesp/cies 3ue envolvem tantas outras; portanto. como o 6non menciona epressamente certasmulheres. por/m não fala das bruas com a mesma intensidade; se enganam a3ueles 3ue pensam3ue o 6non fala só de viagens imagin0rias e de translaç9es corpóreas. e 3uem tentar redu7ir todasas superstiç9es a esta ilusão; / por3ue. assim como a3uelas mulheres se transportam em suaimaginação. como as bruas se transportam real e fisicamente4

% 3uem deseBar argumentar a partir do 6non 3ue os efeitos da bruaria destinados a infligir3ual3uer enfermidade ou preBuí7o são puramente imagin0rios. confunde por completo o significadodeste 6non. e erra grosseiramente4

&l/m do mais. / preciso mostrar para a3ueles 3ue admitem os dois etremos; isto /. a obra dodiabo e seu efeito como uma doença previsível. sendo reais e verdadeiros. e ao mesmo temponegam 3ue isto se reali7e por meio de um instrumento; isto /. negam 3ue brua alguma possa ter

 participado em tal causa e efeito; a eles afirmo 3ue erram gravemente. por3ue em filosofia o meiodeve participar da nature7a dos dois etremos4

Mais ainda. / in1til argumentar 3ue 3ual3uer resultado de bruaria possa ser fantasioso e irreal. por3ue a fantasia não se consegue sem a busca pelos poderes do dem8nio. e / preciso 3ue se tenhaestabelecido um contrato com ele. por meio do 3ual a brua. real e verdadeiramente. se obrigue aser a serva do diabo e se consagre a ele por inteiro. e isso não se fa7 em sonhos. nem sob ainflu"ncia de ilusão alguma. somente colaborando real e fisicamente com o dem8nio e consagrando-se a ele4 Pois em verdade. este / o fim de toda bruaria, %fetuar encantamentos por meio de olharessedutores ou Bogos de palavras. ou 3ual3uer outro feitiço. tudo isso pertencendo ao diabo. como sever0 na pergunta seguinte4

& verdade / 3ue 3uem tiver o trabalho de ler as palavras do 6non. encontrar0 3uatro pontos.em especial. 3ue lhe chamarão a atenção4

% o primeiro ponto / este, U da absoluta incumb"ncia de todas as criaturas e dos Sacerdotes. e

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de todos os respons0veis pelo cuidado das almas. ensinarem a seus rebanhos 3ue eiste um só e1nico verdadeiro <eus. e 3ue ningu/m mais deve ser venerado no c/u ou na terra4

+ segundo ponto / 3ue. ainda 3ue estas mulheres imaginem cavalgar como assim pensam edi7emO com <iana ou Derodias. na verdade cavalgam com o diabo. 3ue chamam com alguns dessesnomes pagãos e proBetam um refleo sedutor em seus olhares4

% o terceiro ponto / este, o ato de cavalgar pode ser meramente ilusório. B0 3ue o diabo possuium etraordin0rio poder sobre as mentes de 3uem a ele se entrega. de maneira 3ue as coisas 3uefa7em em sua imaginação acham 3ue as fa7em real e verdadeiramente no corpo4

% o 3uarto ponto / este, as bruas assinaram um pacto 3ue consiste em obedecer ao dem8nioem todas as coisas. onde afirmar 3ue as palavras do 6non devesse se estender at/ incluir e abarcartodos os atos de bruarias / um absurdo. B0 3ue as bruas fa7em muito mais 3ue estas mulheres. eem verdade são de uma esp/cie diferente4

% h0 um terceiro erro. e3uivocando as palavras do 6non 3uando di7 3ue todas as artes m0gicassão ilus9es. 3ue pode se corrigido com as palavras do próprio 6non4 Por3ue na medida em 3ue di7.3ue 3uem acha 3ue uma criatura 3ual3uer pode ser feita ou transformada para melhor a para pior.

ou metamorfoseada em alguma outra esp/cie ou semelhança. como não tenha sido feita pelo6riador de todas as coisas. etc4 U pior 3ue um infiel4 Se estas tr"s proposiç9es forem entendidasdesta maneira. como poderiam parecer naturais. sendo elas totalmente contr0rias do sentido dasSagradas %scrituras e dos coment0rios dos doutores da igreBa4 Pois o seguinte 6non di7 comclare7a 3ue as bruas podem fa7er criaturas. ainda 3ue forçosamente elas serão imperfeitas. e /

 prov0vel 3ue resultem deformadas de alguma maneira4 % claramente resulta 3ue o sentido do 6noncoincide com o 3ue di7 Santo &gostinho a respeito dos magos na 6orte do 5araó. 3ue converteramsuas varas em serpentes. como escreve o santo doutor no cap4 A do odo FF. C444e o 5araó chamouos s0bios e encantadores444C 'amb/m podemos referir-nos aos coment0rios de Strabo. 3ue di7em 3ueos diabos correm de um lado a outro da terra. 3uando as bruas empregam seus encantamentos emdiferentes obras. e estes diabos podem reunir diversos germes ou sementes. e deles fa7er 3ue

cresçam v0rias esp/cies4 'amb/m podemos referir-nos ao !eato &lberto Magno. <e animalibus4 %assim mesmo a São 'om0s. Primeira Parte. pergunta FFG. artigo G4 Para sermos concisos. não ocitaremos a3ui em detalhe. mas fica demonstrado 3ue / possível criar certas criaturas dessa maneira4

6om refer"ncia ao segundo ponto. onde uma criatura pode ser modificada para melhor ou para pior. sempre deve se entender 3ue isso só pode ser feito com a permissão. e em verdade pelo poderde <eus. e 3ue só se fa7 para corrigir ou castigar4 Mas / muito fre3ente 3ue <eus permita aosdiabos atuarem como Seus ministros e Seus servidores. ainda 3ue sempre seBa <eus unicamente3uem pode enfermar e só %le pode curar. pois Ceu faço morrer e eu faço viverC <euteron8mio.>>>II. Q4O % em conse3"ncia os anBos maus podem cumprir e cumprem com a vontade de <eus4<isso tamb/m oferece depoimento Santo &gostinho 3uando di7, C%m verdade eistem

encantamentos m0gicos e feitiços malignos. 3ue não só afetam os homens com doenças. 3uando nãoos matamC4 'amb/m devemos esforçar-nos para entender tão claramente o 3ue ocorre na realidadehoBe em dia4 % pelo poder do diabo. dos magos e das bruas se converteram em lobos e outrosanimais selvagens4 Mas o 6non fala de uma mudança corporal e duradoura. e não fala das coisasetraordin0rias 3ue podem ser feitas pelo encantamento. / o 3ue di7 Santo &gostinho no livro FH.cap4 FA. na obra & 6idade de <eus. 3uando se refere :s muitas histórias estranhas. como da famosa

 brua 6irce. e dos companheiros de <iomedes. e do Padre de Prestncio4 Mas isso ser0 analisado naSegunda Parte desta obra4

'o%re se 3 uma 4eres"a a!"rmar 5ue as %ruxas ex"stem

  & segunda parte de nossa investigação consiste em averiguar se / heresia afirmar com

obstinação a eist"ncia das bruas4 & 3uestão /. se as pessoas 3ue sustentam 3ue as bruas nãoeistem devem ser consideradas como hereges. ou se devemos consider0-las como altamentesuspeitas por sustentar opini9es her/ticas4 Parece 3ue a primeira opinião / a correta4 Pois não h0

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d1vida 3ue coincida com a opinião do erudito !ernardo4 Mas em relação :s pessoas 3ueabertamente e com obstinação perseveram na heresia h0 3ue demonstrar. atrav/s de provasincontest0veis. 3ue são hereges. e de modo geral essa demonstração / uma de tr"s, ou bem umhomem pregou e proclamou doutrinas her/ticas de forma aberta; ou demonstra-se 3ue / um herege

 pela declaração de testemunhas dignas de confiança; ou demonstra-se 3ue / um herege graças a sua própria e livre confissão4 No entanto eiste 3uem se op9e as autoridades. de forma e3uivocada. e

 proclamam em p1blico 3ue as bruas não eistem. ou pelo menos 3ue de modo algum podem ferirou lesar o g"nero humano4 Portanto. e para. falar em termos específicos. os aprisionados em tãomaligna doutrina podem ser ecomungados. segundo o coment0rio de !ernardo. B0 3ue estão abertae inconfundivelmente presos na difusão de uma falsa doutrina4 + leitor pode consultar as obras de!ernardo. onde encontrar0 3ue esta sentença / Busta. correta e fiel4 Mas talve7 este Bulgamento

 pareça severo demais. antes de mais nada pelas penalidades 3ue seguem : ecomunhão; pois o6non prescreve 3ue o cl/rigo ser0 degradado e o leigo entregue ao poder dos tribunais seculares.nos 3uais se ordena 3ue o castigue como merece seu delito4 Mais ainda. devemos ter em conta agrande 3uantidade de pessoas 3ue sem d1vida. devido a sua ignorncia. serão encontradas culpadasdeste erro4 % como o erro / muito comum. o rigor da Bustiça estrita pode ser ameni7ado pela

 piedade4 % em verdade nossa intenção e livrar os culpados desta heresia. antes 3ue acusa-los por se

encontrarem infectados pela malícia da heresia4 U preferível. então. 3uando eistem suspeitasgraves de 3ue um homem sustenta essa falsa opinião. 3ue ele não seBa logo condenado pelo grandedelito de heresia4 #eBa a interpretação de !ernardo 3uanto : palavra condenadoO4 %m verdade

 podem-se Bulgar esse homem ou outra pessoa de 3uem se t"m s/rias suspeitas. mas não conden0-loem sua aus"ncia. tampouco sem o escutar4 6onsiderando 3ue a suspeita pode ser muito grave. e nãodevemos nos abster de suspeitar dessas pessoas. pois em verdade suas frívolas afirmaç9es parecemafetar a pure7a da f/4 Por3ue eistem tr"s classes de suspeitas, a suspeita leve. a s/ria e a grave4%plicadas no capítulo sobre as &cusaç9es e referidas : 6ontum0cia. no Livro . da Der/tica4 %estas 3uest9es estão sob a Burisdição do tribunal ar3uidiocesano4

'amb/m podemos nos referir aos coment0rios de =iovanni dV&ndrea. e em particular a suas

interpretaç9es sobre as frases, acusado. gravemente suspeito. e a sua nota sobre uma presunção deheresia4 'amb/m / indubit0vel 3ue alguns 3ue reconhecem a lei em 3uestão. não demonstram 3uesustentam falsas doutrinas ou erros. pois muitos não conhecem a lei can8nica. e h0 3uem. devidosua m0 informação e insuficientes leituras. vacilam em suas opini9es e não conseguem decidir-se; een3uanto uma id/ia se mant/m no íntimo pessoal não / uma heresia. a salvo 3uando formulada comobstinação. e mantida de forma aberta. então. / certo 3ue devemos di7er 3ue as pessoasmencionadas não devem ser condenadas abertamente pelo delito de heresia4 Mas 3ue ningu/m

 pense 3ue pode escapar alegando ignorncia4 Por3ue. 3uem se perder nesta classe por ignorncia. pode ter pecado muito gravemente4

&inda 3ue eistam muitos graus de ignorncia. os encarregados pela cura das almas não podemalegar uma ignorncia insuper0vel. / o 3ue os escritores da lei can8nica e os teólogos chamam deIgnorncia do 5ato4 Mas o 3ue deve ser censurado nessas pessoas / a ignorncia )niversal. ou seBa.as ignorncias da lei divina. 3ue. como estabeleceu o papa Nicolas. possam e devem conhecer4 Poisdi7, C+ trabalho dos ensinamentos divinos foi confiado a nossa guarda. e ai de nos se nãosemearmos a boa semente. ai de nos se não ensinarmos a nossa legiãoC4 % assim. a3ueles 3ue t"m aguarda das almas estão obrigados a possuir um sólido conhecimento das Sagradas %scrituras4 Uverdade 3ue segundo $aWmundo de Sabunde e São 'om0s. não h0 d1vida 3ue 3uem possui a guardadas almas não a possui por3ue são homens de etraordin0rios conhecimentos. mas por3ue deve

 possuir um conhecimento competente. o suficiente para cumprir com as obrigaç9es do cargo4

% sem d1vida. este pode ser um pe3ueno consolo para eles. a severidade teórica da lei ficacompensada com fre3"ncia pela sua pratica concreta. e devem saber 3ue en3uanto esta ignorncia

da lei can8nica / culpada e digna de censura. se considerada por estes dois pontos de vista4 Por3ue:s ve7es as pessoas não sabem. não deseBam saber e não t"m intenç9es de saber4 Para tais pessoasnão eiste desculpa. e devem ser condenadas4 Sobre elas fala o Salmista, CNão 3uerem entender

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 para não poderem fa7er o bemC4 Mas em segundo lugar estão os ignorantes. mas não pelo deseBo denão saber4 % isso diminui a gravidade do pecado. por3ue não eiste um consentimento real davontade4 % h0 casos de 3uem deveria conhecer algo. mas não se d0 conta disso. como di7 São Pauloem sua Primeira %pístola a 'imóteo I. FQ, CMas fui recebido de misericórdia por3ue o fi7 comignorncia. em incredulidadeC4 %m termos t/cnicos di7-se 3ue isto / uma ignorncia 3ue ao menosde maneira indireta / falta da pessoa. na medida em 3ue. na conse3"ncia de muitas outras

ocupaç9es. descuida-se de informar-se sobre assuntos 3ue deveria conhecer. e não fa7 esforçoalgum para conhec"-los. por/m. esta ignorncia não o desculpa por completo. mas sim em certograu4 &ssim di7 São &mbrosio. ao escrever essa passagem em $omanos II. G, CNão sabeis 3ue a

 bondade de <eus te leva ao arrependimento2C Se não sabeis por tua própria falta. teu pecado /grande e doloroso4 % em especial nestes nossos dias - em 3ue as almas são acossadas por tantos

 perigos - devemos adotar medidas para dissipar a ignorncia. e levar em conta 3ue se pronunciarãocontra nós severos Bulgamentos se não o fi7ermos; cada 3ual segundo sua própria capacidade no1nico talento 3ue nos foi dado4 <este modo nossa ignorncia não ser0 densa nem est1pida. pois emtermos metafóricos di7emos 3ue são densos e est1pidos os olhares 3ue não v"em o 3ue se encontradiante dos próprios olhos4

% no 5lores regularum moralium o chanceler romano comenta a segunda regra. e di7; umaignorncia culpada pela lei divina. não afeta pela força : pessoa ignorante4 & ra7ão / a seguinte, o%spírito Santo / capa7 de instruir diretamente um homem com todos os conhecimentos essenciais

 para sua salvação. se o conhecimento for muito difícil para 3ue ele compreenda sem aBuda. somentecom seu intelecto natural4

Portanto. a resposta : primeira obBeção / uma compreensão clara e correta do 6non4 Xsegunda. Pedro de 'arentasia !eato Inoc"ncio #O replica, não h0 d1vida 3ue o diabo. devido :malícia 3ue nutre contra o g"nero humano destruiria a humanidade se <eus assim permitisse fa7e-lo4 & maldade. :s ve7es. <eus lhe permite reali7ar. em outras o impede e proíbe. o 3ue leva o diabo.como / manifesto. a um despre7o e ódio mais franco. B0 3ue em todas as coisas. para manifestaçãode Sua =lória. <eus usa ao diabo. ainda 3ue ele não 3ueira. como seu servo e escravo4

6om respeito : terceira obBeção. de 3ue uma enfermidade ou 3ual3uer outro dano / sempreresultado do esforço humano. atrav/s do 3ual a brua submete-se a vontade do mal e. portanto porvontade própria. como 3ual3uer outro malfeitor. pode preBudicar uma pessoa. ou lhe fa7er mal oueecutar um ato ruim4 Se perguntarem. se o movimento de obBetos materiais. de um lugar a outro.

 pelo diabo. pode e3uiparar-se ao movimento das esferasR. a resposta / Não4 Por3ue os obBetosmateriais não se movem por um poder natural 3ue lhes seBa inerente. somente com certa obedi"nciaao poder do diabo. 3ue em virtude de sua nature7a possui determinado domínio sobre os corpos e ascoisas materiais; afirmo 3ue possui esse poder. mas não o poder de acrescentar aos obBetos materiaiscriados nenhuma forma ou aspecto. seBa substancial ou acidental. sem certa mistura ou colaboraçãode outro obBeto natural, criado4 Mas como. por vontade de <eus. / verdade. pode mover obBetos

materiais de um lugar a outro. e por conBunção de v0rios obBetos pode produ7ir enfermidades oualguma outra circunstncia 3ue deseBe4 <aí. os feitiços e efeitos da bruaria não se encontramgovernados pelo movimento das esferas. tampouco o diabo / governado de tal modo. mesmo 3uecom fre3"ncia possa utili7ar essas condiç9es para seu proveito4(*) o-imento das esferas:e refere ao mo-imento dos coros celestes: estrelas, lanetas, lua e sol/ 0o medie-o, a terra ainda era consideradacomo o centro do uni-erso/ (0B8&t)

  & resposta : 3uarta obBeção4 & obra de <eus pode ser destruída pela obra do diabo2 Levando emconta o 3ue acabamos de di7er a respeito do poder e os efeitos da bruaria. o diabo só pode eistircom a licença de <eus. então não procede 3ue o dem8nio seBa mais forte 3ue <eus4 &inda mais. elenão pode usar de toda viol"ncia como deseBaria para preBudicar as obras de <eus. por3ue se não

tivesse limitaç9es poderia destruí-las por completo4& resposta : 3uinta obBeção pode ser apresentada com clare7a da seguinte maneira, +s planetas

e estrelas não possuem poder para estimular ou obrigar os diabos a eecutar uma ação contra sua

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vontade. ainda 3ue aparentemente os dem8nios esteBam mais dispostos a se apresentarem 3uandoconvocados pelos magos sob a influ"ncia de certas estrelas4 Parece 3ue o fa7em por duas ra79es4Primeiro. por3ue sabem 3ue o poder desse planeta colaborar0 no efeito 3ue os magos deseBam obter4Segundo. fa7em para enganar os homens. levando-os a supor 3ue as estrelas possuem algum poderdivino ou uma divindade real. no entanto. sabemos 3ue nos dias da &ntigidade esta veneração dosastros condu7iu a mais vil idolatria4

6om refer"ncia a 1ltima obBeção. 3ue se baseia no argumento de 3ue os al3uimistas fabricamouro. podemos formular a opinião de São 'om0s. 3uando estuda o poder do dem8nio e como eleatua4 &inda 3ue determinadas formas com substncia possam ser produ7idas pela arte e pelo poderde um agente natural como. por eemplo. a forma do fogo. 3ue / produ7ida pela arte empregada namadeira. isso não pode ser reali7ado sempre. por3ue a arte nem sempre encontra a mistura ou osagentes ade3uados na devida proporção para produ7ir algo semelhante4 % de tal forma osal3uimistas criam algo parecido ao ouro. isto /. no 3ue se refere aos acidentes eteriores. mas nãofa7em ouro verdadeiramente. por3ue a substncia do ouro não eiste no calor do fogo 3ueempregam os al3uimistas; e a não ser pela apar"ncia 3ue o sol imp9e. 3uando atua e reage. at/ certo

 ponto. na concentração dessa massa com o calor mineral. portanto. esse ouro / semelhante. mas não

da mesma esp/cie 3ue o natural4 % o mesmo argumento serve para todas as outras operaç9es4Portanto. nossa proposição / a seguinte, 6om sua arte. os diabos produ7em efeitos perniciosos pormeio da bruaria. mas / verdade 3ue sem a aBuda de algum agente não podem criar nenhuma forma.nem substancial nem acidental. e não afirmamos 3ue possam causar danos sem a aBuda de algumagente. mas com esse agente / possível provocar enfermidades. e 3uais3uer outras pai9es oudol"ncias humanas. sendo reais e verdadeiras4 Nos capítulos seguintes ficar0 claro como essesagentes ou o emprego de tais meios podem ser efica7es na colaboração com os dem8nios4

1U/'T2O:Se concorda com a 5/ 6atólica a afirmação de 3ue para produ7ir algum

efeito de magia o diabo tem 3ue colaborar intimamente com o bruo. ou se umsem o outro. isto /. o diabo sem o bruo ou inversamente. pode produ7ir esse efeito4

  % o primeiro argumento / o 3ue segue4 (ue o diabo pode provocar um efeito m0gico sem acolaboração de um bruo4 &ssim afirma Santo &gostinho4 'odas as coisas 3ue acontecem de formavisível. de modo 3ue / possível v"-las. podem - se acreditar - ser obra dos poderes inferiores do ar4Mas os males e dol"ncias corporais não são por certo invisíveis; antes disso. resultam visíveis aossentidos. no entanto podem ser provocados pelos diabos4 Mais ainda. pelas Sagradas %scriturasconhecemos os desastres 3ue caíram sobre Jó. como o fogo descendo do c/u 3ue ao cair sobre asovelhas e outras criaç9es os consumiu. e de como um vento violento derrubou as 3uatro paredes deuma casa. de modo 3ue caíram sobre seus filhos e os mataram4 + diabo por si próprio. semcolaboração de bruos. senão nada mais 3ue a permissão de <eus. p8de provocar todos essesdesastres4 Portanto não h0 d1vida de 3ue pode fa7er muitas coisas 3ue com fre3"ncia se atribuemao poder dos bruos4

% isso / evidente no relato dos sete esposos da don7ela Sara 3ue um diabo matou4 Mais ainda.faça o 3ue fi7er uma pot"ncia superior. só pode fa7"-lo sem refer"ncia a um poder superior a ela. euma pot"ncia superior pode atuar muito mais sem refer"ncia a uma inferior4 Mas uma inferior podecausar tempestades de grani7o e enfermidades. sem aBuda de uma pot"ncia maior4 Pois como di7 o

 beato &lberto Magno em sua obra de Passionibus &eris. 3ue salvia um tipo de ervaO podre. 3uandousada como ele eplica. for Bogada na 0gua corrente. produ7ir0 as mais temíveis tempestades etormentas4

Mais ainda pode-se di7er 3ue o diabo usa um bruo. não por3ue precise de tal agente. apenas por3ue procura a perdição deste4 % podemos nos referir ao 3ue di7 &ristóteles no seu terceiro Livroda Utica4 + mal / um ato volunt0rio demonstrado pelo fato de 3ue ningu/m eecuta uma ação

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inBusta a não ser por cometer inBustiça. e 3uem comete uma violação o fa7 com vistas a seu pra7er. enão só para fa7er o mal pelo mal4 Mas a lei castiga 3uem fa7 o mal. se houvesse atuado só por fa7ero mal4 Portanto. se o diabo trabalha por meio de uma brua. não fa7 outra coisa senão empregar uminstrumento; e como um instrumento depende da vontade da pessoa 3ue o utili7a. e não age por sualivre e espontnea vontade. a culpa da ação não deve ser da brua e. portanto ela não deve sercastigada4

Mas uma opinião contr0ria afirma 3ue o diabo não pode fa7er mal a humanidade. por si própriocom tanta facilidade e singele7a. como o 3ue lhe / possível provocar por interm/dio das bruas.ainda 3ue seBam suas servidoras4 %m primeiro lugar podemos considerar o ato de engendrar4 Masem cada ato 3ue tem efeito sobre outro / preciso estabelecer algum tipo de contato. e como o diabo.3ue / um espírito. não pode ter esse contato real com o corpo humano. e como não h0 nada emcomum entre eles. utili7a algum instrumento humano. e lhe outorga o poder de ferir por meio docontato físico4 % muitos afirmam 3ue isto / demonstrado no teto e na interpretação. do terceirocapítulo da %pístola de São Paulo aos =0latas, C+h g0latas insensatos. 3uem vos fascinou para nãoobedecer : verdade2C % a interpretação desta passagem refere-se a3ueles 3ue possuem olhossingularmente fero7es e funestos. 3ue com um simples olhar podem preBudicar o próimo. e em

especial as crianças pe3uenas4 % isto tamb/m / confirmado por &vicenna. no 1ltimo capítulo doterceiro livro Naturalium. 3uando di7, CMuito com fre3"ncia a alma pode ter tanta influ"ncia sobreo corpo do outro. na mesma medida em 3ue tem sobre seu próprio corpo. pois tal / a influ"ncia dosolhos de 3uem com o olhar atrai e fascina. o outroC4 % a mesma opinião / epressa por &l-=a7ali nod/cimo capítulo do 3uinto Livro de sua 5ísica4 &vicenna tamb/m sugere. ainda 3ue não apresenteesta opinião como irrefut0vel. 3ue o poder da imaginação pode ou parece modificar os corposestranhos. nos casos de tal poder ser demasiado ilimitado4 Portanto supomos 3ue o poder daimaginação não deve ser considerado como diferente dos outros poderes sensíveis do homem. pois/ comum a todos. mas em certa medida os incorpora4 % isso / verdadeiro. por3ue tal poder daimaginação pode alterar os corpos adBacentes. como por eemplo. 3uando um homem conseguecaminhar por uma estreita viga estendida no meio da rua4 Mas se essa viga flutuasse sobre 0guas

 profundas. não se atreveria a caminhar por ela. por3ue a imaginação lhe mostraria. com grandeforça na mente. a id/ia do tombo. e então o corpo e o poder de seus membros obedeceria a suaimaginação. e não ao contr0rio dela. isto /. caminhar em forma direta e sem vacilaç9es4 %stamudança pode comparar-se : influ"ncia 3ue eerce o olhar de uma pessoa 3ue a possui. com o 3ual

 provoca uma transformação mental. ainda 3ue não eistam mudanças reais e corpóreas4

&l/m disso. sobre o argumento 3ue a mudança provocada num corpo vivo. / devida :influ"ncia da mente sobre outro corpo vivo. pode-se dar a seguinte resposta4 Na presença doassassino. o sangue flui das feridas do cad0ver da pessoa assassinada4 Portanto. sem poderesmentais. os corpos podem produ7ir efeitos maravilhosos. e de tal modo. se um homem passar

 próimo ao cad0ver de um homem assassinado. ainda 3ue não o veBa. fre3entemente sentir0 pavor4&l/m do mais. eistem na nature7a algumas coisas 3ue possuem certos poderes ocultos. cuBa ra7ãoo homem desconhece; como por eemplo. / o imã. 3ue atrai o aço. e muitas outras formas 3ueSanto &gostinho menciona no Livro ?@ de & cidade de <eus4

% assim as mulheres. para provocarem mudanças nos corpos alheios. usam :s ve7es certascoisas 3ue vão al/m de nosso conhecimento. mas fa7em isso sem a aBuda do diabo4 % por3ue essesrem/dios são misteriosos não h0 motivos para lhes atribuir o poder do dem8nio. como oatribuiríamos aos encantamentos mal/ficos produ7idos pelas bruas4

&l/m do mais. elas usam certas imagens e alguns amuletos. 3ue costumam colocar embaio dasombreiras das portas das casas. ou nos campos em 3ue pastam os rebanhos. ou inclusive onde secongregam os homens. e desse modo enfeitiçam suas vítimas. 3ue muitas ve7es acabam morrendo4

Mas como essas imagens podem causar efeitos tão etraordin0rios. parecendo 3ue sua influ"ncia / proporcional : 3ue eercem os astros sobre os corpos humanos. pois da maneira como os corposnaturais são influenciados pelos celestes. assim tamb/m podem o ser os corpos artificiais4 Noentanto. os naturais podem encontrar benefício em algumas influ"ncias secretas. por/m boas4

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Portanto. os corpos artificiais podem receber tal influ"ncia4 %m conse3"ncia. est0 claro 3ue 3uemeecuta obras de cura pode muito bem as eecutar por meio dessas influ"ncias ben/ficas. e issonada tem a ver com um poder maligno4

&l/m do mais. aparentemente. os acontecimentos muito etraordin0rios e milagrosos ocorrem por obra dos poderes da nature7a4 Pois. coisas maravilhosas. terríveis ou surpreendentes sucedem :sforças naturais4 % isto assinala São =regório em seu Segundo <i0logo, C+s santos eecutammilagres. :s ve7es por meio de uma oração. outras apenas pelo seu poder444 D0 um eemplo paracada um destes meios, São Pedro. com oraç9es devolveu a vida a 'abitha. 3ue estava morta444 % aorepreender &nanías e Sapfira. 3ue di7iam mentiras. os matou sem oraç9esC4 &ssim. com suainflu"ncia mental. um homem pode converter um corpo material em outro. ou o fa7er passar dasa1de : doença. e vice-versa4 Mais ainda. o corpo humano / mais nobre 3ue nenhum outro. masdevido :s pai9es da mente se transformam em ealtado ou ap0tico. como ocorre com os homenscol/ricos ou os 3ue t"m medo; e assim produ7-se uma mudança ainda maior. a respeito dos efeitosda doença e da morte. 3ue com seu poder podem modificar em grande parte um corpo material4

Mas h0 de se admitir algumas obBeç9es4 & influ"ncia da mente não pode produ7ir impress9essobre nenhuma forma 3ue. não seBa pela intervenção de algum agente. como B0 foi dito antes4 %

estas são as palavras de Santo &gostinho no livro B0 citado, CU inacredit0vel 3ue os anBos 3ue caíramdo c/u obedeçam a alguma coisa material. pois só obedecem a <eusC4 % muito menos pode umhomem. com seus poderes naturais. provocar efeitos etraordin0rios e malignos4

U preciso responder 3ue ainda hoBe eistam muitos 3ue se e3uivocam grandemente nestesentido. inocentando :s bruas e atribuindo toda a culpa as artes do dem8nio. ou as mudanças 3ueelas provocam em alguma alteração natural4 %stes erros podem ser esclarecidos com facilidade.

 primeiro. pela descrição das bruas 3ue São Isidoro oferece em sua %timologia. capítulo , C&s bruas assim são chamadas devido ao negro de sua culpa. isto /. seus atos são mais malignos 3ue osde 3ual3uer outro malfeitorC4 % continua, C&gitam e confundem os elementos com a aBuda do diabo.e criam terríveis tormentas de grani7o e tempestadesC4 Mais ainda. di7 3ue confundem a mente dos

homens. 3ue os empurram : loucura. a um ódio insano e a desmesurados deseBos4 &l/m do mais.continua. com a terrível influ"ncia de seus feitiços. como se fosse como uma poção ou veneno. podendo destruir a vida4

% as palavras de Santo &gostinho em seu livro & cidade de <eus v"m muito ao caso. pois nosdi7em, C444 3uem / na verdade os magos e as bruas4C +s magos a 3uem em geral chamam de

 bruos. são denominados assim devido : magnitude de seus atos malignos4 São 3uem com licençade <eus perturbam os elementos. 3ue levam : loucura a mente dos homens 3ue perderam suaconfiança em <eus. e 3ue com o terrível poder de seus maus encantamentos. sem poç9es nemvenenos. matam os seres humanos4 6omo di7 Lucano, C)ma mente 3ue não foi corrompida ouembriagada por nenhuma poção nociva perece em conse3"ncia de um encantamento mal/ficoC4Por terem chamado os dem8nios em sua aBuda. se atrevem a derramar males sobre a humanidade. eainda a destruir seus inimigos com seus encantamentos mal/ficos4 % / indubit0vel 3ue em operaç9esdeste tipo o bruo trabalha em estreita conBunção com o dem8nio4

%m segundo lugar. os castigos são de 3uatro tipos, beneficentes. danosos. infligidos por bruaria e naturais4 +s castigos beneficentes infligem-se pelo minist/rio dos anBos bons. tal como osdanosos provem dos espíritos maus4 Mois/s flagelou o %gito com de7 pragas mediante aintervenção dos anBos bons. e os magos só puderam cumprir tr"s destes milagres com a aBuda dodem8nio4 % a peste 3ue caiu sobre o povo durante tr"s dias. em conse3"ncia do pecado de <avid. ecausou a recontagem da população. onde A?4@@@ homens do e/rcito de Sena3uerib morreram numanoite. foram milagres reali7ados pelos anBos de <eus. isto /. por anBos bons. tementes a <eus. ecientes 3ue cumpriam Suas ordens4 Mas o dano destrutivo se reali7a por meio dos anBos maus. cuBas

mãos atacaram muitas ve7es os filhos de Israel. no deserto4% os danos 3ue são singelamente maus e nada mais. são provocados pelo dem8nio. 3ue trabalha

 por interm/dio de feiticeiros e bruas4 'amb/m h0 danos naturais. 3ue de alguma maneira

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dependem da conBunção dos corpos celestes. tais como a escasse7. a seca. as tempestades esemelhantes efeitos da nature7a4 $esulta a evidente e enorme diferença entre todas estas causas.circunstncias e acontecimentos4 Se Jó foi atacado pelo dem8nio mediante uma maligna doença.isso não vem ao caso4 % se algu/m muito astuto e curioso perguntar como foi 3ue Jó acabou atacado

 pelo dem8nio mediante essa doença. sem a aBuda de um feiticeiro ou brua; 3ue saiba 3ue não fa7outra coisa. 3ue seguir contracorrente e não se informar sobre a verdade verdadeira4 Por3ue nos

tempos de Jó não haviam feiticeiros e bruas. tamb/m não se praticavam essas abominaç9es4 Mas a provid"ncia de <eus deseBou no eemplo de Jó a manifestação do poder do dem8nio. inclusivesobre os homens bons. para 3ue pud/ssemos aprender a estar em guarda contra Satã. e mais ainda.

 para 3ue graças ao eemplo desse patriarca a glória de <eus brilhasse em todas as partes. B0 3uenada ocorre. a menos 3ue <eus permita4

& respeito da /poca em 3ue surgiu essa maligna superstição. a bruaria. devemos distinguir primeiro os adoradores do dem8nio 3uem eram simples idólatras4 % #incent de !eauvais. em seuSpeculum Distoriale. cita diversas autoridades eruditas e di7 3ue 3uem primeiro praticou as artes damagia e da astrologia foi Yoroastro. de 3uem se di7 3ue foi 6aim. o filho de No/4 % segundo Santo&gostinho. em seu livro & cidade de <eus. 6aim lançou grandes gargalhadas 3uando nasceu.

demonstrando 3ue era um servidor do dem8nio. e ainda sendo um rei grande e poderoso. foivencido por Nino. filho de !elo. 3ue construiu Nínive. cuBo reinado foi o começo do reino de&ssíria. na /poca de &braão4

%sse Nino. em conse3"ncia de seu demente amor por seu pai. 3uando este morreu ordenou 3uelhe levantassem uma est0tua. e 3ual3uer criminoso 3ue se refugiasse ali estaria a salvo de todocastigo 3ue estivesse suBeito4 <esde então os homens começaram a adorar imagens. como se fossemdeuses; mas isso ocorreu depois dos primeiros anos da história. pois nos primeiros tempos nãohavia idolatria. B0 3ue então os homens conservavam alguma lembrança da criação do mundo. comodi7 São 'om0s. no Livro ?. pergunta K. artigo G4 +u bem poderia ter origem em Nembroth. 3ueobrigou os homens a adorar o fogo; e assim. na segunda era do mundo começou a Idolatria. 3ue / a

 primeira de todas as superstiç9es. tal como a &divinhação / a segunda e a +bservação dos 'empos e

das %staç9es a terceira4& pr0tica dos bruos se insere no segundo tipo de superstiç9es. a saber. a &divinhação. B0 3ue

invocam o dem8nio de maneira epressa4 % h0 tr"s tipos desta superstição, a Nigromancia. a&strologia. ou melhor. &stromancia. observação supersticiosa das estrelas. e a +niromancia4

%plicarei tudo isso em detalhes para 3ue o leitor possa entender 3ue estas artes do mal nãosurgiram de repente no mundo. mas se desenvolveram com o tempo e. portanto / pertinenteassinalar 3ue não havia bruos nos dias de J84 Pois : medida 3ue passavam os anos. como di7 São=regório em sua Moral. crescia o conhecimento dos santos e. portanto tamb/m aumentavam asartes negras do dem8nio4 + profeta Isaías di7, C& terra est0 preenchida do conhecimento do SenhorC>I. O4 % assim neste ocaso e escuridão do mundo. em 3ue floresce o pecado por todos os lados eem todas as partes. e a caridade se esvai. abundam as obras dos bruos e suas ini3idades4

% como Yoroastro se entregou por inteiro :s artes m0gicas. só o dem8nio o impeliu a estudar eobservar os astros4 <esde muito remotamente os feiticeiros e as bruas reali7am pactos com odiabo. e mant/m coniv"ncia com ele. para causar danos aos seres humanos4 Isso / demonstrado nos/timo capítulo do odo. onde. pelo poder do dem8nio. os magos do 5araó fa7em coisasetraordin0rias. a imitação das pragas 3ue Mois/s lançou sobre o %gito pelo poder dos anBos bons4

<isso. segue o ensinamento católico. de 3ue para provocar o mal a brua pode colaborar ecolabora com o diabo4 % 3ual3uer obBeção a isto pode ser respondida em poucas palavras. comosegue,

  F4 %m primeiro lugar. ningu/m nega 3ue verdadeiros danos e preBuí7os 3ue na pratica ou emforma visível afligem os homens. animais. frutos da terra. e 3ue com fre3"ncia se produ7em sob ainflu"ncia dos astros. podem ser muitas ve7es provocados pelos dem8nios. 3uando <eus permite

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3ue assim a façam4 Pois como di7 Santo &gostinho no (uarto Livro de & 6idade de <eus. osdem8nios podem usar o fogo e o ar. se <eus lhes permitir4 % um comentarista assinala, <eus castiga

 pelo poder de dois anBos maus4

?4 Sobre isso segue. como / evidente. a resposta a 3ual3uer obBeção relativo a Jó. e a 3ual3uerobBeção 3ue possa fa7er frente a nossa eposição dos começos da magia no mundo4

Q4 %m relação ao fato de 3ue a salvia podre 3ue se deia cair na 0gua corrente produ7. comodi7em. algum efeito negativo. sem a aBuda do dem8nio. ainda 3ue possa não estar totalmenteseparado da influ"ncia de alguns astros. 3ueremos assinalar 3ue não temos intenção de discutir a

 boa ou m0 influ"ncia dos astros. mas apenas a bruaria. e portanto isto se torna alheio ao assunto4

G4 6om respeito ao 3uarto argumento. não h0 d1vida 3ue o dem8nio só utili7a os bruos paracausar danos e destruição4 Mas 3uando se dedu7 3ue não devemos castig0-los. só por3ue atuamcomo instrumentos. e não movidos por sua vocação. senão a vontade e o pra7er do agente principal.eiste uma resposta, por3ue são instrumentos humanos e livres agentes. e ainda 3ue assinaram umcontrato com o dem8nio. go7am de liberdade absoluta; como se sabe por suas próprias revelaç9es -e falo de mulheres convictas 3ueimadas na fogueira. estimuladas : vingança. ao mal e ao dano. se3ueriam escapar dos castigos e golpes infligidos pelo dem8nio. - tais mulheres colaboram com odem8nio. e mesmo estando unidas a ele pela profissão na 3ual desde o começo se entregaram a seu

 poder livre e voluntariamente4

  %m relação aos argumentos nos 3uais se demonstram 3ue certas anciãs possuem conhecimentosocultos 3ue lhes permitem provocar efeitos etraordin0rios e com certe7a malignos. sem a aBuda dodiabo4 U preciso entender 3ue retirar um argumento particular de um universal / contr0rio : ra7ão4 %3uando. como parece. em todas as %scrituras não se pode encontrar um 1nico caso desses. em 3uese fale dos feitiços e encantamentos 3ue praticam as velhas. não devemos chegar : conclusão de 3uenunca foi assim4 Mais ainda. a respeito dessas passagens as autoridades deiam em aberto a3uestão. isto /. com refer"ncia ao tema. se os encantamentos t"m efic0cia sem a colaboração dodem8nio4

%sses feitiços ou fascinaç9es aparentam poder dividir-se em tr"s tipos4 Primeiro. os sentidos seenganam. e isso. em verdade. pode ser feito por m/dios m0gicos. ou seBa. pelo poder do diabo. se<eus assim permitir4 % os sentidos podem ser esclarecidos pelo poder dos anBos bons4 %m segundolugar a fascinação pode ser reali7ada por certo deslumbramento ou etravio. como 3uando disse oapóstolo, C(uem vos fascinou2C =0latas III F4 %m terceiro lugar. determinada fascinação podeeercer-se por meio do olhar. sobre outra pessoa. e pode ser pernicioso e mau4

% desta fascinação falaram &vicenna e &l-=a7ali; tamb/m São 'om0s a menciona na parte F. pergunta FFA4 Pois di7 3ue a mente de um homem pode ser modificada pela influ"ncia de outra4 % ainflu"ncia 3ue se eerce sobre o outro procede com fre3"ncia dos olhos. pois neles se podemconcentrar certa influ"ncia sutil4 Por3ue os olhos dirigem o olhar a certo obBeto sem prestar atenção

as outras coisas. mas diante da visão de uma impure7a. como por eemplo uma mulher durante seus períodos mensais. os olhos. por assim di7er. atraem alguma impure7a4 Isso / o 3ue di7 &ristótelesem seu livro Sobre o Sonho e a #igília. e assim. se o espírito de algu/m se encontra inflamado demalícia ou cólera como ocorre com fre3"ncia nas velhas. o espírito perturbado olha atrav/s de seusolhos. pois seu semblante / muito maligno e danoso. e com fre3"ncia aterrori7am as crianças detenra idade com etrema impressão4 % / possível 3ue muitas ve7es isso seBa natural. permitido por<eus; mas. por outro lado. pode ser 3ue estes olhares seBam. muitas ve7es. inspirados pela malíciado dem8nio. com 3uem as velhas bruas estabeleceram algum contrato secreto4

& próima 3uestão surge em relação a influ"ncia dos corpos celestes. e a3ui encontramos tr"serros muito comuns. mas os eplicaremos : medida 3ue apresentar-mos outros assuntos4

6om respeito aos trabalhos de bruaria. vemos 3ue algum deles se deve : influ"ncia mentalsobre outrem. e em alguns casos essa influ"ncia pode ser boa. mas o motivo / o 3ue a tornamaligna4

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  % eistem 3uatro argumentos principais 3ue devem opor-se contra 3uem nega 3ue eistam bruas ou operaç9es m0gicas 3ue podem agir em conBunção com certos planetas e astros. e 3ue pelamalícia dos seres humanos pode se fa7er o mal mediante a modelação de imagens. e o uso deencantamentos e desenhos de caracteres misteriosos4 'odos os teólogos e filósofos concordam 3ueos corpos celestes são guiados4 <irigidos por certos m/diuns espirituais4 Mas esses espíritos; sãosuperiores a nossa mente e alma e. portanto. podem influir sobre a mente e o corpo de um homem.

de modo 3ue o torne persuadido e orientado a eecutar algum ato humano4 Mas para tentar umaeplicação mais plena destes assuntos podemos considerar algumas dificuldades. com cuBa an0lise.chegar0 : verdade com uma maior clare7a4 Primeiro. as substncias espirituais não podem condu7iros corpos a alguma outra forma natural. a não ser 3ue o façam por interm/dio de algum agente4Portanto. por maior 3ue seBa a influ"ncia mental. não pode produ7ir mudança alguma na mente ouíndole de um homem4 Mais ainda. v0rias universidades. em especial a de Paris. condenaram oseguinte artifício, (ue um encantador pode lançar um camelo a uma profunda vala apenas lhedirigindo o olhar4 % então se condena o artigo segundo o 3ual um ser corpóreo deve obedecer a umasubstncia espiritual. se isso for entendido humildemente. isto /. se a obedi"ncia implica em algumatroca ou transformação4 Pois em relação a isso. só <eus deve ser obedecido absolutamente4

Se levar-mos em conta estes pontos. podemos logo perceber 3uando a fascinação ou ainflu"ncia do olhar. de 3ue falamos se torna possível. e em 3ual sentido não /4 Por3ue não / possível3ue por meio dos poderes naturais da mente um homem condu7a esses poderes com os olhos demaneira tal. 3ue. sem a ação de seu próprio corpo ou de algum outro meio. possa preBudicar o corpode outro homem4 Nem / possível 3ue com os poderes naturais da mente um homem produ7a algumatransformação segundo sua vontade. e mesmo dirigindo esse poder por interm/dio dos olhos.transforme por inteiro o corpo de um homem em 3uem fiou seu olhar. tal como lhe conv"m4

Portanto. de nenhuma destas maneiras um homem pode influir sobre outro ou fascina-lo. poishomem algum. só com os poderes naturais de sua mente. possui uma influ"ncia tão etraordin0ria4%m conse3"ncia. 3uerer demonstrar 3ue os efeitos mal/ficos podem ser provocados por algum

 poder natural. isto /. 3ue se trata do poder do dem8nio; isto est0. por certo. bem longe da verdade4

Isso não obstante. podemos epor com maior clare7a. como / possível 3ue um olhar cuidadosoreali7e algum dano4 Pode ocorrer 3ue 3uando um homem ou uma mulher olham com firme7a parauma criança. esta. devido a seu poder de visão e a sua imaginação. recebe uma impressão muitosensível e direta4 % / fre3ente 3ue uma impressão deste tipo venha acompanhada por uma mudançacorporal. e como os olhos são os órgãos mais ternos do corpo. são muito passiveis de taisimpress9es4 Portanto. pode acontecer 3ue recebam alguma m0 impressão e mudem para pior. B0 3uecom fre3"ncia os pensamentos da mente ou os movimentos do corpo ficam impressos em especialnos olhos e mostrados por eles4 % assim / possível 3ue aconteça 3ue um olhar col/rico e maligno.fiado com firme7a numa criança. lhe imprima de tal modo na memória4 % / sua imaginação. 3ue sereflete em seu próprio olhar. e então se seguem resultados concretos. como por eemplo. 3ue perca

o apetite e não consiga ingerir alimentos. e 3ue piore e fi3ue doente4 % :s ve7es vemos 3ue a visãode um homem doente dos olhos pode fa7er 3ue a3ueles 3ue o olham se tornem cegos ou debilitados.ainda 3ue grande parte disto. não /. mais 3ue efeito de pura imaginação4 &3ui se poderiamapresentar v0rios outros eemplos do mesmo tipo. mas com vistas : concisão não os analisaremosem detalhes4

'udo isto / confirmado pelos comentaristas do Salmo (ui timent te uidebunt me4 D0 grande poder nos olhos. e isso aparece inclusive nas coisas naturais4 Pois se um lobo v" primeiro umhomem. o homem fica mudo4 Mais ainda. se um basiliscoR v" um homem primeiro. seu olhar /fatal; mas se este o v" antes poder0 mat0-lo; e a ra7ão do basilisco conseguir matar um homem como olhar. / 3ue 3uando o v". devido a sua cólera seu corpo coloca em movimento um terrível veneno.

3ue pode ser lançado pelos olhos. e com o 3ual infecta a atmosfera com uma fragrncia mortal4 %assim o homem respira o ar infectado. e fica alucinado e morre4 Mas 3uando o animal / visto primeiro pelo homem. e se este deseBar mat0-lo. se arma com espelhos. e ao basilisco ver-se noespelho lançar0 seu veneno contra o refleo. e o veneno voltar0 ao animal matando-o4 Mas não

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 parece claro por3ue o homem 3ue assim matou o basilisco não morreu tamb/m. e só podemoschegar : conclusão de 3ue isso se deve a alguma ra7ão 3ue ainda não entendemos com clare7a4(*) Fasilisco:$til fant7stico de oito ernas, se%undo al%uns em forma de serente, caaz de matar elo #afo, elo contato ou aenasela -is+o e se%undo outros em forma de serente com um s? olho na fronte/ (0B8&t)

  &t/ agora epusemos nossas opini9es sem preconceito algum. nos abstivemos de todo

 Bulgamento apressado ou irrefleivo. e não nos desviamos dos ensinamentos e das santas escrituras46hegamos. pois. : conclusão. de 3ue a verdade católica / a de 3ue. para provocar esses males 3ueconstituem o tema da discussão. as bruas e o dem8nio sempre trabalham Buntos. e no 3ue se referea estes aspectos. um nada pode fa7er sem a aBuda e a colaboração do outro4

J0 tratamos a respeito desta fascinação4 % agora. com refer"ncia ao segundo ponto. a saber. o de3ue o sangue flui de um cad0ver na presença do assassino4 Segundo Speculum Naturale de #incentde !eauvais. cap4 FQ4 & ferida. por assim di7er. resulta influenciada pela mente do assassino. eencontra uma atmosfera impregnada de viol"ncia e ódio. e 3uando o assassino se aproima o sangueacumula-se. e brota do cad0ver4 Pois aparentemente essa atmosfera 3ue foi criada e. por assim di7er.

 penetrou na ferida devido a presença do assassino. este se perturba e se comove em grande parte. eem conse3"ncia deste movimento sai o sangue do corpo morto4 D0 a3ueles 3ue declaram 3ue isso

se deve a outras causas. e di7em 3ue o sangramento / a vo7 do morto gritando atrav/s da terracontra o assassino 3ue se encontra presente. e isso / conse3"ncia da maldição pronunciada contra o

 primeiro assassino 6aim4 % a respeito do horror 3ue sente uma pessoa 3uando passa próima de umcad0ver de um homem assassinado. ainda 3ue não o conheça. / de maneira alguma a proimidadede um corpo morto 3ue causa o horror. isso / psicológico. infecciona o ambiente e transmite :mente um estremecimento de medo4 Mas advertimos 3ue todas estas eplicaç9es não afetam demaneira alguma a verdade do mal provocado pelas bruas. B0 3ue são todas muito naturais e surgemde causas naturais4

%m terceiro lugar. como B0 dissemos acima. as operaç9es e ritos das bruas se situa na segundacategoria. a das superstiç9es. chamada &divinhação; e nesta categoria eistem tr"s esp/cies. mas o

argumento não di7 respeito a terceira. 3ue corresponde a uma esp/cie diferente. pois a bruaria não/ só uma adivinhação 3ual3uer. mas uma adivinhação cuBas operaç9es se eecutam medianteinvocaç9es epressas e eplícitas do dem8nio; e isso pode ser feito de muitas maneiras. como poreemplo por Nigromancia. =eomancia. Didromancia. etc4

Por onde esta adivinhação 3ue eercem. 3uando efetuam seus feitiços. deve ser Bulgada como oc1mulo da perversidade criminosa; ainda 3ue alguns tentassem a considerar por outro ponto devista2 % argumentam 3ue como não conhecemos os poderes ocultos da nature7a. pode ser 3ue as

 bruas empreguem ou tratem de empregar esses poderes ocultos4 Supondo 3ue se utili7assem os poderes naturais das coisas naturais para produ7ir um efeito natural. isso seria muito correto. comoevidente4 +u suponhamos inclusive 3ue se em forma supersticiosa empregam coisas naturais. como

 por eemplo. mediante a escrita de certos caracteres ou nomes desconhecidos de alguns. e 3uedepois usam essas runas cartas. pedras. símbolos marcadosO para restabelecer a sa1de de uma pessoa. ou para engendrar uma ami7ade. ou com alguma finalidade 1til. e em maneira alguma parafa7er danos ou preBuí7os. digo 3ue / preciso admitir 3ue em tais casos não h0 invocação direta dosdem8nios; não obstante. não / possível 3ue tais feitiços se prati3uem sem uma t0cita invocação.

 pela 3ual se deve considerar 3ue esses encantamentos são totalmente ilegais4

% por3ue estes e muitos outros encantamentos parecidos possam se locali7ar na terceiracategoria a das Superstiç9es. isto /. na ociosa e vã observação do tempo e das estaç9es. isso não /de maneira alguma um argumento pertinente em relação : heresia das bruas4 Mas nesta categoria.da +bservação do 'empo e as %staç9es. h0 3uatro esp/cies diferentes4 )m homem pode usar asobservaç9es para ad3uirir certos conhecimentos; ou dessa maneira tratar de informar-se a respeito

dos dias e coisas castas ou nefastas; ou usar palavras e oraç9es sagradas como encantamento. semrelação com seu significado; ou 3uerer e deseBar provocar alguma mudança ben/fica num corpo4'udo isso foi amplamente discutido por São 'om0s na 3uestão. 3ue pergunta se essas observaç9es

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são legais. em especial 3uando se trata de produ7ir uma mudança ben/fica num corpo. a saber. orestabelecimento da sa1de de uma pessoa4

Mas 3uando as bruas observam o tempo e as estaç9es deve se entender 3ue suas pr0ticascorrespondem ao segundo tipo de superstição e. portanto. ao 3ue elas se referem. as perguntas

 pertinentes a essa terceira classe são em todo caso alheias ao assunto4

Passamos agora a uma 3uarta proposição. na medida em 3ue as observaç9es do tipo 3ueanalisamos se costumam fa7er certos diagramas e imagens. mas pertencem a duas classesdiferentes. 3ue diferem por inteiro entre si. 3ue são as &stron8micas e as Nigromanticas4 6ontudona nigromancia h0 sempre uma epressa e especial invocação dos dem8nios. pois nessa arte implica3ue houve entre eles um pacto e um epresso contrato4 Portanto. consideremos apenas a astrologia4

 Nesta não h0 pacto. e conse3uentemente. não h0 invocação. salvo 3uando eista certo tipo deinvocação t0cita. pois as figuras dos dem8nios e seus nomes aparecem :s ve7es em diagramasastrológicos4 % uma ve7 mais. os signos nigromanticos são escritos sob a influ"ncia de determinadosastros. para compensar a influ"ncia e oposiç9es de outros corpos celestes. e imprimi-los. pois ossignos e caracteres dessa classe encontram-se com fre3"ncia gravados em an/is. Bóias ou algumoutro metal precioso. mas os signos m0gicos são gravados sem refer"ncia alguma : influ"ncia dos

astros. e com fre3"ncia em 3ual3uer substncia. inclusive em substncias sórdidas e vis. 3ue.3uando enterradas em determinados locais. provocam danos. preBuí7os e doenças4 Porem estamosanalisando os diagramas 3ue são traçados em relação aos astros4 % estes diagramas e imagensnigromanticos não possuem relação alguma com os corpos celestes4 Portanto. sua consideração nãotem nada haver com este estudo4

Mas. muitas destas imagens utili7adas em ritos supersticiosos não possuem efic0cia. isto /. no3ue se refere a sua fabricação. ainda 3ue seBa possível 3ue o material do 3ual são compostas

 possuam determinados poderes. contudo. isso não se deve ao fato. de 3ue possam ser fabricadas soba influ"ncia de alguns astros4 Porem muitos afirmam 3ue de todo modo / ilegal utili7ar. inclusive.imagens como essas4 Mas as imagens criadas pelas bruas não possuem poderes naturais. muito

menos o material do 3ual são formadas; mas modelam essas imagens por ordem do dem8nio. para3ue ao fa7"-lo possam. por assim di7er. burlar a obra do 6riador. e provocar Sua cólera. de modo3ue. em castigo as maldades delas. %le permita 3ue muitas pragas caiam sobre a terra4 Para piorarsua culpa. satisfa7em-se em modelar tais imagens nas estaç9es mais solenes do ano4

6om relação ao 3uinto ponto. São =regório fala do poder da graça e não do poder da nature7a4% B0 3ue. como di7 São João. nascemos de <eus. o 3ue h0 de estranho. então. 3ue os filhos de <eusgo7em de poderes etraordin0rios4

& respeito do 1ltimo ponto diremos 3ue uma simples semelhança est0 fora do assunto. por3ue ainflu"ncia da própria mente sobre o próprio corpo / diferente de sua influ"ncia sobre outro corpo4Por3ue. dado 3ue a mente encontra-se unida ao corpo como se este fosse a forma material da3uela.

e as emoç9es são um ato do corpo. porem separadas; as emoç9es podem ser modificadas pelainflu"ncia da mente. sempre 3ue eista alguma mudança corporal. calor ou frio. ou algumaalteração. inclusive a própria morte4 Mas para mudar o corpo não basta um ato da mente em simesma. salvo 3ue possa haver algum resultado físico 3ue modifi3ue o corpo4 <aí as bruas. sem oeercício de um poder natural. e apenas com a aBuda do diabo. podem provocar efeitos danosos4 %os próprios dem8nios podem fa7"-lo apenas mediante a utili7ação de obBetos materiais comoinstrumento. tais como osso. cabelo. madeira. ferro e toda classe de obBetos desse tipo. a respeitodesta ação. trataremos em detalhe em outro ponto4

% agora a respeito ao teor da !ula de nosso Santíssimo Padre o Papa. analisaremos a origemdas bruas. e como / 3ue nos anos recentes suas obras se multiplicaram tanto entre nós4 % deve ter-se em conta 3ue para assim ocorra. t"m de coincidir tr"s coisas, o dem8nio. a brua e a permissãode <eus. 3ue tolera. 3ue tais coisas eistam4 Pois Santo &gostinho di7 3ue a abominação da

 bruaria surgiu da pestífera vinculação do g"nero humano com o diabo4 Portanto / claro 3ue aorigem e o aumento dessa heresia nascem desse vínculo de peste. fato 3ue muitos autores

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confirmam4

<evemos em especial observar 3ue esta heresia. a bruaria. não só difere de todas as outras.mas não apenas. no sentido de um pacto t0cito. mas por um definido e epresso com clare7a. para

 blasf"mia do 6riador 3ue se esforça ao m0imo em profan0-lo e causar danos as Suas criaturas. poistodas as demais simples heresias não fa7em um pacto aberto com o dem8nio. isto /. nenhum pactot0cito ou epresso. ainda 3ue seus erros e incredulidades devam se atribuir de forma direta ao Paidos erros e das mentiras4 Mais ainda. a bruaria difere de todas as demais artes perniciosas emisteriosas no sentido de 3ue. de todas as superstiç9es. / a mais conflitante. a mais maligna. e a

 pior. pelo 3ual deriva seu nome por fa7er o mal. e ainda por blasfemar contra a verdadeira f/4Maleficae dictae. a Maleficiendo. seu a mate de fide sentiendoO4

&l/m disso. em especial assinalamos 3ue na pr0tica deste mal abomin0vel são necess0rios3uatro pontos em particular4 Primeiro. renunciar de maneira mais profana : f/ católica. ou pelomenos negar certos dogmas da f/; segundo. dedicar-se em corpo e alma a todos os males; terceiro.oferecer a Satan0s crianças não bati7adas; 3uarto dedicar-se a todo tipo de luuria carnal comíncubos e s1cubosR. e a todo tipo de deleites as3uerosos4(*) ncu#os e 6cu#os:

Entidades demon!acas desencarnadas !ncu#os (masculinos) s6cu#os (femininos)/ (0B8&t)

  (ueira <eus pud/ssemos supor 3ue nada disso / verdadeiro. e tudo puramente imagin0rio. e 3uenossa Santa Mãe. a IgreBa. estivesse livre da lepra de tal abominação4 %ste / o conceito da Sede&postólica. a 1nica Senhora e Mestra de toda a verdade. esse Bulgamento. epresso na !ula denosso Santo Padre o Papa. nos assegura e infundi em nossa consci"ncia 3ue estes delitos e malesfloresceram entre nós. e não nos atrevemos a nos abster de nossa investigação. sobre eles. a não ser3uando colocamos em perigo nossa própria salvação4 %. portanto devemos eaminar em detalhe aorigem e o avanço dessas abominaç9es; haver0 muito trabalho. por certo. mas confiamos 3ue cadadetalhe ser0 debatido com a maior eatidão e cuidado. por 3uem ler este livro. pois a3ui não haver0nada contr0rio : ra7ão. nada 3ue difira das palavras das %scrituras e da tradição dos Padres4 &gora.

 bem eistem. por certo. duas circunstncias muito comuns na atualidade. a saber. a vinculação das bruas com familiares. íncubos e s1cubos. e o horrível sacrifício de crianças pe3uenas4 Portantotrataremos em especial destes assuntos. de modo 3ue em primeiro lugar analisaremos a essesmesmos dem8nios. em segundo :s bruas e seus atos. e em terceiro por final. pes3uisaremos por3uetolera-se 3ue eistam essas coisas4 Pois bem. esses dem8nios atuam devida sua influ"ncia sobre amente do homem. e preferem copular sob a influ"ncia de certos astros ao inv/s de outros. pois

 parece 3ue em certas ocasi9es sua semente engendra e procria crianças com mais facilidade4Portanto. devemos estudar por3ue os dem8nios atuam na conBunção de determinados astros. e 3uaissão esses momentos4

D0 tr"s pontos principais para eaminar4 Primeiro. se estas abomin0veis heresias podemmultiplicar-se pelo mundo graças a 3uem se entrega aos íncubos e s1cubos4

Segundo. se suas aç9es não possuem certos poderes etraordin0rios 3uando reali7adas sob ainflu"ncia de determinados astros4

'erceiro. se esta abomin0vel heresia não e difundida por 3uem de maneira profana sacrificacrianças a Satã4

% mais ainda. 3uando tenhamos estudado o segundo ponto. e antes de passar ao terceiro.consideraremos a influ"ncia dos astros. e 3ual poder eercem em atos de bruaria4 % com respeitoao primeiro assunto. eistem tr"s dificuldades 3ue devem esclarecidas4

& primeira / uma consideração geral desses dem8nios chamados íncubos4

& segunda / mais especial. pois devemos perguntar, 6omo / possível 3ue esses íncuboseecutem o ato humano da cópula2

& terceira tamb/m / especial, 6omo unem-se as bruas a esses dem8nios e copulam com eles2

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MalleusMaleficarum:: O Martelo das Bruxas ::

 

by: Alexander Freak 

 Dedicado a: Maria de Magdala.

- III -

1U/'T2O:'e os ín#u%os e os s6#u%os )odem #on#e%er #r"an7as8 

%m verdade. a primeira vista pode parecer 3ue não concorda com a f/ católica afirmar 3uecrianças podem ser fecundadas por dem8nios. isto /. por íncubos e s1cubos, pois <eus antes mesmo

3ue o pecado chegasse ao mundo. instituiu a procriação humana. pois criou : mulher da costela dohomem para ser a companheira do homem, C% a eles lhes disse, 6rescei e multiplicai-vosC. ="nesis.F. ?H4 % &dão. inspirado por <eus. disse, CSerão dois em uma só carneC. ="nesis. >. ?G4 <o mesmomodo. logo 3ue o pecado chegou ao mundo. foi dito a No/, C5rutificai-vos e multiplicai-vosC.="nesis. I>. F4 6risto confirmou essa união. tamb/m na /poca da nova lei, CNão haveis lido 3ue, o3ue os fe7 no princípio macho e f"mea; os fe72C São Matheus. >I>. G4 Portanto. os homens não

 podem ser engendrados de forma alguma. a não ser desta maneira4

Por/m alguns podem argumentar 3ue os dem8nios possuam seu papel nessa gestação. nãocomo causa essencial. mas como causa secund0ria e artificial. para 3ue consigam se intrometer no

 processo da cópula e da concepção normal. pois obt"m s"men humano e eles mesmos o transladam4

+bBeção :3ueles 3ue acreditam 3ue, +s dem8nios poderiam eecutar este ato em cada etapa davida. isto /. durante o matrimonio ou em 3ual3uer momento; ou 3ue possam eecut0-lo num 1nicoestado4 No entanto. não podem reali70-lo no primeiro estado. do contr0rio o ato do dem8nio seria

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mais poderoso 3ue o de <eus. (uem instituiu e confirmou esse sagrado estado. B0 3ue se trata de umestado de contin"ncia e matrim8nio4 Nem podem efetu0-lo em 3ual3uer outro estado. B0 3ue Bamaislemos nas %scrituras 3ue os filhos possam ser concebidos num determinado estado e não em outro4

Mais ainda. conceber uma criança / um ato de um corpo vivo. e os dem8nios não podem darvida aos corpos 3ue adotam. por3ue a vida. em termos formais. só procede da alma. e o ato deengendrar pertence aos órgãos físicos 3ue possuem vida corporal4 Portanto. os corpos adotadosdesta maneira não podem conceber nem procriar4

%mbora possam di7er 3ue esses dem8nios adotam um corpo. não para infundir-lhe a vida. mas para conservar. por meio desse corpo. o s"men humano. e passa-lo a outro corpo4

+bBeção4 Na ação dos anBos. seBam eles maus ou bons. nada h0 de sup/rfluo e in1til. e tamb/mnada h0 de sup/rfluo e in1til na nature7a4 Por/m o dem8nio. por seu poder natural. 3ue / muitomaior 3ue 3ual3uer poder físico humano. pode eecutar 3ual3uer ação espiritual. e a eecutardiversas ve7es. e não ser capa7 de discerni-la4 Portanto pode eecutar essa ação. ainda 3ue o homemnão compreenda 3uando o dem8nio tem haver com ela4 Por3ue todas as coisas materiais eespirituais se encontram numa escala inferior : das intelig"ncias puras e espirituais. mas os anBos.seBam bons ou maus. são intelig"ncias puras e espirituais4 Portanto podem dominar o 3ue seencontra abaio deles4 %m conse3"ncia o dem8nio pode reunir e utili7ar a vontade o s"menhumano 3ue pertence ao corpo4 No entanto. reunir o s"men humano de uma pessoa e transmiti-lo aoutra implica certas aç9es locais4 Por/m os dem8nios não podem levar corpos de um local a outroem termos de lugar4 &ssim. este / o argumento 3ue formulamos, & alma / uma pura ess"nciaespiritual. o mesmo 3ue o diabo; mas a alma não pode mover um corpo de um lugar a outro. salvo3uando se trata do corpo 3ue habita e ao 3ual d0 vida4 <aí. se 3ual3uer membro do corpo perece.fica morto e imóvel4 Portanto os dem8nios não podem transladar um corpo de um lugar a outro.salvo 3uando se trata de um corpo ao 3ual dão vida4 Porem foi mostrado e reconhecido 3ue osdem8nios não concedem a vida a ningu/m e. portanto não podem transladar o s"men humanolocalmente. isto /. de lugar em lugar. de corpo em corpo4

&inda mais. todas as aç9es se reali7am por contato. e em especial o ato de conceber4 Por/m não parece possível 3ue eista contato entre o dem8nio e os corpos humanos. B0 3ue a3uele não tem um ponto de contato concreto com eles4 Portanto não pode inBetar s"men num corpo humano. e emconse3"ncia tal ato eige uma ação corporal. pelo 3ual parece 3ue o dem8nio não pode eecutar444

&l/m do mais. os dem8nios não possuem poderes para mover os corpos 3ue em ordem naturalt"m uma relação mais estreita com eles. por eemplo. os corpos celestes e. portanto carecem de

 poderes para mover os corpos mais distantes e distintos deles4 & premissa maior est0 demonstrada. B0 3ue o poder 3ue move e o movimento são uma só e a mesma coisa. segundo &ristóteles. em sua5ísica4 Segue-se. pois. 3ue os dem8nios 3ue movem corpos celestes t"m de estar no c/u. o 3ual /em todo sentido falso. tanto em nossa opinião como na dos Platonistas4

&l/m do mais. Santo &gostinho Sobre a 'rinidade III di7. 3ue o dem8nio. em verdade. re1nes"men humano. por meio do 3ual pode produ7ir efeitos corporais; mas isso não pode ser feito semcerto movimento local. com o 3ual os dem8nios podem transportar o s"men reunido e inBetar-lo noscorpos de outros4 Mas como di7 Zalafrido %strabón em seu coment0rio sobre o odo. FF, C%ntão o5araó chamou tamb/m os s0bios e os encantadoresC, +s dem8nios vão pela terra reunindo todo tipode sementes. e trabalhando com elas podem difundir v0rias esp/cies4 #eBa-se tamb/m o sentidosobre essas palavras, o 5araó chamou4 % tamb/m. no ="nesis. III. a interpretação apresenta doiscoment0rios sobre as palavras, C% os filhos de <eus viram :s filhas dos homensC4 Primeiro 3ue porfilhos de <eus se entende os filhos de Set. e por filhas dos homens :s de 6aim4 Segundo. 3uea3ueles gigantes foram criados. não por algum ato incrível dos homens. mas por certos dem8nios.3ue são desavergonhados em relação :s mulheres4 Pois a !íblia di7 3ue os gigantes estavam sobre aterra4 Mais ainda. inclusive antes do <il1vio. não só os corpos dos homens. mas tamb/m os dasmulheres eram destacada e incrivelmente belos4

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  Res)osta8 6om fins de brevidade omitimos boa parte do 3ue se relaciona ao poder do dem8nioe de suas obras. no aspecto dos efeitos da bruaria4 Pois o leitor piedoso ser0 capa7 de aceit0-locomo o apresentamos. ou. se deseBar pes3uisar al/m. poder0 encontrar todos os pontos esclarecidosno segundo Livro das Sentenças K4 &ssim verão 3ue os dem8nios eecutam todas suas obras demaneira consciente e volunt0ria; pois a nature7a 3ue lhes foi dada não mudou4 #eBa a esse respeito<ionísio. em seu 3uarto capítulo, Ca nature7a deles se mant/m intacta e espl"ndida. ainda 3ue não a

utili7em para o bemC4 %m 3uanto a sua intelig"ncia. advertimos 3ue decorrem de tr"s pontos decompreensão. a saber, a sutile7a de sua nature7a; sua antiga eperi"ncia e a revelação dos espíritossuperiores4 'amb/m descobrir0 3ue. pela influ"ncia dos astros. conhecem as característicasdominantes dos homens e. portanto. descobrem 3uando alguns estão mais dispostos a eecutarobras de feitiçaria do 3ue outros. e 3ue molestam os propensos. antes de mais nada. com vistas atais aç9es4

% 3uanto a intenção deles. o leitor descobrir0 3ue se orienta de forma imut0vel para o mal. e3ue continuamente peca por orgulho. inveBa e grosseira cobiça; e 3ue <eus. para Sua própria glória.lhe permite trabalhar contra Sua vontade4 % tamb/m entender0 3ue com estas duas 3ualidades, dointelecto e da vontade. os dem8nios fa7em milagres. de maneira 3ue não eista poder na terra 3ue se

compare ao deles, Jó cita, CNão h0 na terra poder 3ue possa se comparar com o 3ue foi criado paranão temer a nadaC4 Mas nesta passagem 3uando afirma 3ue não teme a ningu/m. est0 subentendidoaí os m/ritos dos Santos4

'amb/m perceber0 3ue o dem8nio conhece os pensamentos de nossos coraç9es; e 3ue de formaessencial e desastrosa pode metamorfosear os corpos com a aBuda de um agente; e pode transladaros corpos de um lugar a outro e alterar os sentimentos eteriores e internos em 3ual3uer medidaconcebível; e 3ue lhe / possível modificar o intelecto e a vontade do homem. por maisindiretamente 3ue o faça4

Pois se tudo isto / pertinente para nossa investigação. só deseBamos etrair daí uma conclusão3uanto : nature7a dos dem8nios. e desse modo prosseguir o estudo de nossa 3uestão4

&gora bem. os 'eólogos lhes atribuíram certas 3ualidades. como a de espíritos impuros. masnão por sua nature7a4 Pois segundo <ionísio h0 neles uma loucura natural. uma fero7concupisc"ncia. uma desenfreada fantasia. como se percebe em seus pecados espirituais, orgulho.inveBa e cólera4 Por este motivo são os inimigos da raça humana, racionali7am. mas raciocinam sem

 palavras; sutis na maldade. ansiosos em provocar danos; sempre f/rteis em novos enganos.modificam as percepç9es e turvam as emoç9es dos homens. confundem os vigilantes e nos sonhos

 perturbam os dormentes; provocam doenças. engendram tempestades. disfarçam-se de anBos de lu7.sempre levam ao encontro do inferno; e :s bruas lhes roubam para si a adoração de <eus. e poreste meio se efetuam encantamentos m0gicos; tratam de obter o domínio sobre os bons. paramolest0-los at/ o m0imo de seu controle; aos eleitos entregam-se em tentação. e sempre seencontram a espreita da destruição dos homens4

Mesmo eistindo mil maneiras de causar danos. desde sua 3ueda. tentam provocar cismas naigreBa; impedir a caridade; infectar com a bílis da inveBa a doçura dos atos dos santos; perturbar detodas as maneiras possíveis : raça humana. o seu poder se mant/m limitado :s partes privadas e aoumbigo4 #eBa-se Jó4 Pois graças a fra3ue7a da carne possui grande poder sobre os homens; e noshomens a fonte da imoderação encontra-se nas partes privadas. B0 3ue delas emanam o s"men. talcomo nas mulheres emana do umbigo4 Portanto. entendidos esses detalhes para uma ade3uadacompreensão do problema dos íncubos e dos s1cubos. deve di7er-se 3ue / uma concepção tãocatólica afirmar 3ue em certas ocasi9es os homens podem ser concebidos por meio de íncubos es1cubos. como / contr0rio :s palavras dos santos. e ainda : tradição das Sagradas %scrituras. mantera opinião contr0ria4 % isto se demonstra da seguinte maneira4 %m um lugar Santo &gostinho formula

esta 3uestão. não a respeito das bruas. mas com refer"ncia :s obras dos próprios dem8nios. e :sf0bulas dos poetas. e deia o assunto envolvido em certas d1vidas. ainda 3ue mais tarde se definaem relação :s Sagradas %scrituras4 Pois em seu III Livro 6iutate <ei. capítulo ?. di7, C<eiamos em

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aberto a 3uestão 3uanto se era possível 3ue #"nus desse : lu7 a %n/as por meio do coito com&n3uisesC4 Pois uma d1vida similar surge nas %scrituras. onde se pergunta se os anBos mausdeitaram com as filhas dos homens. e deste modo a terra se encheu então de gigantes. isto /. dehomens enormemente grandes e fortes4 Mas a solução do tema est0 no Livro K. capítulo ?K. comestas palavras, CU crença geral. cuBa veracidade muitos confirmam por eperi"ncia própria. ou aomenos de ouvi-las. ou por ter sido eperimentada por homens de absoluta confiança. 3ue os s0tiros

e os faunosR 3ue geralmente se denomina íncubosO se apresentaram perante as mulheres lascivas etrataram de obter e obtiveram o coito com elas4 % 3ue certos dem8nios 3ue os gauleses chamam dedusios tentam de forma persistente. e conseguem. esta atividade conflitante; fato confirmado portantas testemunhas dignas de cr/dito. 3ue seria insolente negarC4(*) Iaunos:Escie de di-indade camestre, com aar@ncia de carinos, com chifres e ca#eludos/ (0B8&t)

  Mais tarde. neste mesmo livro. soluciona a segunda afirmação. a saber, 3ue a passagem do="nesis sobre os filhos de <eus isto /. SetO e as filhas do deseBo ou seBa. de 6aimO não fala só dosíncubos. B0 3ue a eist"ncia deles ainda não era acreditada4 Nesse sentido eiste a interpretação 3ue

 B0 mencionamos antes4 <i7 3ue não / alheio : crença o fato de 3ue os gigantes de 3ue falam as%scrituras fossem engendrados. não por homens. mas por anBos ou certos dem8nios 3ue procuram

:s mulheres4 No mesmo sentido h0 a interpretação de Isaías. >III onde o profeta prega a destruiçãode !abil8nia e os monstros 3ue l0 habitam4 <i7, C+s bufos moraram ali. e os s0tiros dançaram aliC4+nde. por s0tiros entendem-se dem8nios; como di7em na interpretação. os s0tiros são criaturasselvagens e peludas dos bos3ues. 3ue representam certo tipo de dem8nios chamados íncubos4 % umave7 mais em Isaías >>>I#. onde se profeti7a a destruição do país dos iduneos por3ue perseguiramos Budeus. e di7, CSer0 morada de drag9es e ref1gio para mochos4 'amb/m os animais selvagens dodeserto se encontrarão ali444C & leitura nas entrelinhas interpreta isso como refer"ncia a monstros edem8nios4 %. no entanto o !eato =regório eplica 3ue estes são deuses dos bos3ues com outronome. não os 3ue os gregos chamavam de Pan. e os latinos íncubos4

<a mesma maneira. o !eato Isidoro. no 1ltimo capítulo de seu oitavo livro. di7, +s s0tiros são

a3ueles denominados em grego Pan e íncubos em latim4 % lhes chaman íncubos por sua pratica deencavalar-se. isto /. de orgia4 Pois com fre3"ncia anseiam rigorosamente :s mulheres. e copulamcom elas; e os gauleses são chamados de dusios. por3ue são diligentes nessa animalidade4 Mas odem8nio 3ue as pessoas comuns chamam de íncubo. / denominado 5auno dos 5igos pelos romanos;ao 3ual Dor0cio disse, C+h. fauno. amor das ninfas 3ue fogem. 3ue percorre com doçura. minhasterras e meus sorridentes camposC4

% 3uanto a São Paulo. em 6oríntios. I. G uma mulher deve manter a cabeça coberta pelos anBos.e muitos católicos acham 3ue Cpelos anBosC refere-se aos íncubos4 & mesma opinião ostenta ovener0vel !ede em seu DistorW of the %nglish; e tamb/m =uilherme de Paris na 1ltima parte doseto tratado de seu livro <o )niverso4 Mais ainda. São 'om0s fala nisso em I. ?K e II. H e em

outras partes; e tamb/m Isaías. >II e >I#4 Portanto di7-se 3ue / impens0vel negar essas coisas4 Poiso 3ue parece certo para muitos não pode ser do todo falso. segundo &ristóteles em <e Somno et#igília. e na Segunda Utica4 Sem falar das muitas histórias autenticas. tanto católicas como pagãs.3ue afirmam de maneira aberta a eist"ncia dos íncubos4

Mas o motivo pelos 3uais os dem8nios se convertem em íncubos ou s1cubos não / com vistasao pra7er. B0 3ue um espírito não tem carne nem sangue; % antes de mais nada / com intenção. pormeio do vício da luuria. provocar danos em dobro contra os homens. isto /. no corpo e na alma. demodo 3ue os homens possam se entregar mais ainda a todos os vícios4 % não h0 d1vida 3ue sabem3ue sob a influ"ncia dos astros o s"men e mais vigoroso. e 3ue os pra7eres assim concebidos serãosempre pervertidos pela bruaria4

(uando <eus 'odo Poderoso enumerou muitos vícios de luuria 3ue reinava entre osdescrentes e os hereges. / por3ue deseBava 3ue Seu povo ficasse ciente4 %m Levítico. >#III di7,C%m nenhuma. destas coisas vós serão manchados; por3ue todas estas coisas t"m poluído as pessoas

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3ue eu criei perante todos4 % a terra foi contaminada e eu conheci a maldade sobre ela. e a terravomita seus habitantesC4 Pelo contr0rio. a interpretação da palavra CterraC eplica 3ue significamdem8nios e. devido a sua multidão. se denominam as pessoas do mundo. 3ue se rego7iBam em todosos pecados. em especial o da fornicação e idolatria. por3ue graças a eles ficam manchados em corpoe alma e /. a totalidade dos homens 3ue se denomina Ca terraC4 Por3ue cada um dos pecados 3ue ohomem comete se encontra fora de seu corpo. mas o homem 3ue comete fornicação peca neste

corpo4 Se algu/m pretender seguir estudando as histórias relativas aos íncubos e s1cubos. 3ue leiacomo B0 foi ditoO !ede em sua DistorW of the %nglish e =uilherme. e por 1ltimo 'om0s de !rabanteem seu livro Sobre !esa4

#oltando ao assunto4 % antes de mais nada. ao ato natural de propagação instituído por <eus.isto /. entre o homem e a mulher4 6omo se fosse por permissão de <eus. o Sacramento doMatrim8nio poderia ser anulado pela obra do dem8nio mediante a bruaria. como se mostrou maisacima4 % o mesmo or3uestra com muito empenho para 3ual3uer outro ato ven/reo entre o homem ea mulher4

Mas h0 de se perguntar, Por3ue se permite ao dem8nio efetuar feitiços sobre o ato ven/reo. do3ue sobre 3ual3uer outro ato humano2 $esponde-se 3ue os <outores dão muitas ra79es. 3ue serão

analisadas mais adiante. na parte referente : permissão divina4 No momento deve bastar a ra7ão 3uese mencionou antes. a saber, 3ue o poder do dem8nio reside nas partes privadas dos homens4 Poisde todas as lutas. as mais difíceis são a3uelas em 3ue o combate / contínuo. e raras são as vitórias4% / pouco consistente afirmar. 3ue nesse caso a obra do dem8nio / mais forte 3ue a de <eus. B0 3ueo ato matrimonial instituído por <eus pode ser anulado; pois o dem8nio não o anula. pela viol"ncia.

 B0 3ue não tem poder algum no assunto. a salvo na medida em 3ue <eus o permite4 Portanto seriamelhor argumentar 3ue carece de poderes4

% tamb/m / verdade 3ue procriar um homem / um ato de um corpo vivo4 % 3uando se di7 3ueos dem8nios não podem dar a vida por3ue esta flui formalmente da alma. tamb/m / verdadeiro;mais em termos materiais. a vida nasce do s"men. e o dem8nio incubo. com licença de <eus. pode

consegui-lo por meio do coito4 % o s"men não brota dele. B0 3ue / de outro homem recebido para talfim veBa São 'om0s. I. KF. art4 QO4 Pois o dem8nio / o s1cubo do homem. e converte-se em incubode uma mulher4 &ssim mesmo. absorvem as sementes de outras coisas para engendrar diferentescoisas. como di7 Santo &gostinho. em 'rinitate4

% agora poderia se perguntar, <e 3uem / o filho. a criança assim nascida2 $esulta evidente 3uenão / do dem8nio. mas do homem cuBo s"men se recebeu4 Mas 3uando se fa7 3uestão de 3ue. talcomo nas obras da nature7a. tamb/m não h0 nada sup/rfluo nas dos anBos. h0 3ue o admitir; mas3uando se dedu7 3ue o dem8nio pode receber e inBetar s"men de maneira invisível. isso tamb/m /verdadeiro; mas prefere eecut0-lo de maneira visível. como um s1cubo e um incubo. para 3uemediante essa as3uerosidade possa infetar toda a humanidade em corpo e alma. isto /. tanto aohomem como : mulher. pois eiste. por assim di7er. um tanto fisicamente real4

Mais ainda. de forma invisível os dem8nios podem fa7er mais coisas do 3ue se lhes permitefa7er de maneira visível. ainda 3ue deseBem assim; mas lhes / permito fa7"-las de modo invisível. B0como prova para os bons. ou como castigo para os maus4

Por 1ltimo. pode ocorrer 3ue outro dem8nio ocupe o lugar do s1cubo. e receba dele o s"men ese converta em íncubo no lugar de outro dem8nio; e isso por tr"s motivos4 'alve7 por3ue umdem8nio. atribuído a uma mulher. deva receber o s"men de outro dem8nio. atribuído a um homem.

 para 3ue desta forma cada um deles seBa encarregado pelo príncipe dos dem8nios para efetuar uma bruaria; B0 3ue a cada um / atribuído seu próprio anBo. inclusive entre os maus; ou devido :as3uerosidade do ato. 3ue um dem8nio sinta repugnncia de comet"-lo4 Pois em muitasinvestigaç9es mostra-se com clare7a 3ue certos dem8nios. por alguma nobre7a de sua nature7a.evitem aç9es tão conflitantes4 +u tamb/m pode ser para 3ue o íncubo. em lugar do s"men dohomem. se interponha ele mesmo ante uma mulher e inBete de maneira invisível seu próprio s"men.isto /. o 3ue recebeu em forma invisível4 % não / alheio a sua nature7a ou poder efetuar semelhante

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tal como di7 &ristóteles. em sua 5ísica G eemplificando o caso de toda a terra e de um território; e3ue. portanto. se os dem8nios podem mover uma parte da terra. tamb/m podem mover a terrainteira4 Mas isso não / v0lido como esta claro. para 3ual3uer um. 3ue eamine a diferença4 Masreunir o s"men das coisas e aplic0-lo a certos efeitos não supera seu poder natural. com a permissãode <eus. como / evidente por si próprio4

%m conclusão. a respeito da afirmação de alguns. de 3ue os dem8nios. em forma corporal. emnenhum modo podem engendrar filhos. e de 3ue por Cfilhos de <eusC se entende aos filhos de Set. enão aos dem8nios íncubos. assim como por Cfilhas dos homensC se fa7 refer"ncia aos descendentesde 6aim. no entanto muitos afirmam com clare7a tudo ao contr0rio4 % o 3ue parece verdadeiro paramuitos não pode ser de todo falso. segundo &ristóteles. em sua Utica . e ao final de Somno et#igilia4 % agora. tamb/m nos tempos modernos. temos feitos e testemunhos. de bruas. 3ueverdadeiramente eecutam essas coisas4

Portanto. estabelecemos tr"s proposiç9es4 Primeiro 3ue os mais conflitantes atos ven/reos sãolevados a cabo por esses dem8nios. não com vistas ao deleite. mas apenas para a poluição das almase corpos da3ueles 3ue atuam como íncubos ou s1cubos4

Segundo. 3ue por meio dessa ação pode se produ7ir uma concepção e gestação total pelasmulheres. B0 3ue podem depositar s"men humano no lugar ade3uado do 1tero feminino. onde B0eiste uma substncia correspondente4 <a mesma maneira. tamb/m podem reunir as sementes deoutras coisas para provocar outros efeitos4

'erceiro 3ue na gestação dessas crianças. só o movimento local deve ser atribuído aosdem8nios. e não a gestação real. 3ue acontece. não do poder do dem8nio ou do corpo 3ue adota.mas da virtude da3uele a 3uem pertenceu o s"men; portanto. a criança não / filho do dem8nio. masapenas de algum homem4

% a3ui h0 uma resposta clara a 3uem afirma 3ue h0 duas ra79es pelas 3uais os dem8nios não podem conceber crianças, primeiro / 3ue a gestação se efetua pela virtude formadora 3ue eiste nos"men liberado de um corpo vivente; e 3ue o corpo adotado pelos dem8nios não / dessa classe.então. etc444 U clara a resposta de 3ue o dem8nio deposita s"men formador. de maneira natural. emseu lugar ade3uado. etc444 Segundo. pode-se argumentar 3ue o s"men tem capacidade de engendrar.somente na medida em 3ue se conserve no calor da vida. e se perder 3uando transportado por longasdistncias4 & resposta / 3ue os diabos podem acumular o s"men a salvo. de modo 3ue não se percaseu calor vital; ou inclusive 3ue não se evapore com tanta facilidade devido : grande velocidadecom 3ue se movem em ra7ão da superioridade no movimento a cerca da coisa movida4

1U/'T2O:1ua"s dem9n"os )rat"#am as o)era7es dos ín#u%os e s6#u%os; 

U católico afirmar 3ue as funç9es dos íncubos e s1cubos pertencem. por igual. eindiferentemente. a todos os espíritos impuros2 % parece 3ue / assim; pois afirmar o contr0rio seriaassegurar 3ue eiste uma !oa ordem entre eles4 &rgumentando 3ue como no grupo dos !onseistam graus e ordens veBa-se Santo &gostinho em seu livro Sobre a Nature7a dos !onsO. assim domesmo modo o grupo do Mal se baseia na confusão4 Por/m como entre os anBos bons nada podecarecer de ordem. assim entre os maus todo / desordem e. portanto seguem. de forma indistinta emtais pr0ticas4 #eBa-se Jó. >, C'erra de escuridão. l8brega como a sombra da morte. sem ordem e 3ueaparece clara a própria escuridãoC4

% novamente. se nem todos seguem com indiferença estas pr0ticas. esta 3ualidade provem desua nature7a. ou do pecado. ou do castigo4 Mas não provem da nature7a. B0 3ue todos. sem

distinção. estão integrados ao pecado. como se ep8s na pergunta precedente4 Pois por nature7a sãoespíritos impuros. por/m nem tanto. como para preBudicar suas boas partes. sutis em maldade.ansiosos em fa7er danos. cheios de orgulho. etc444 Portanto. neles. estas pr0ticas se devem. ou ao

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 pecado. ou ao castigo4 Por demais. 3uando o pecado / maior. h0 um castigo maior; e os anBossuperiores pecaram muito mais e. portanto. para seu castigo. devem seguir estas pr0ticas imundas4Se não for assim. e se dar0 outro motivo. do 3ual. não podem praticar tais coisas de formaindistinta4 % uma ve7 mais. afirma-se 3ue 3uando não eiste disciplina ou obedi"ncia. todostrabalham sem distinção. e tamb/m 3ue não h0 disciplina ou obedi"ncia entre os dem8nios. nemacordos4 Prov/rbios. >III, C%ntre os soberbos sempre h0 disputasC4

&ssim. uma ve7 mais e devido ao castigo. todos serão igualmente Bogados ao inferno. depois do<ia do Julgamento. e at/ esse momento. se encontram detidos nas brumas inferiores. devido :sobrigaç9es 3ue lhes foram atribuídas4 % não vimos 3ue eista igualdade devido : emancipação. etão pouco no di7 respeito a obrigação e a tentação4

Mas contra isto est0 a interpretação de 6oríntios I. >#, C%n3uanto perdure o mundo. os anBosestarão sobre os anBos. os homens sobre os homens. e os dem8nios sobre outros dem8niosC4'amb/m em Jó >I. fala-se das balanças de Leviatan. 3ue significam os membros do dem8nio. e decomo um se agarra ao outro4 Portanto h0 entre eles. tanta diversidade de ordem como de ação4

Surge outra pergunta, Se os dem8nios podem ou não ser contidos pelos anBos bons. e impedidosde reali7ar essas imundas pr0ticas2 <eve di7er-se 3ue os anBos estão submetidos ao comando deinflu"ncias adversas chamadas Poderes. como di7 São =regório. e Santo &gostinho %m 'rinitate.>>>. QO4 )m espírito de vida rebelde e pecaminoso est0 submetido a um espírito de vida obediente.

 piedoso e Busto4 % as criaturas mais perfeitas e próimas a <eus t"m autoridade sobre as outras; poistoda a ordem de prefer"ncia se encontra no começo e em primeiro lugar em <eus. e / compartilhada

 por Suas criaturas segundo como se acer3uem a %le4 % portanto. os anBos bons. estão mais próimosde <eus sentindo sua fruição. do 3ue carece os dem8nios. não tendo prefer"ncia sobre os anBos 3ueos regem4

% 3uando se afirma 3ue os dem8nios produ7em muitos danos sem nenhum meio. ou 3ue nãoencontram obst0culos. por3ue não estão submetidos aos anBos bons 3ue poderiam impedi-los defa7"-lo e; aos 3ue estão submetidos ao mau. 3ue se fe7 a um suBeito. se deve ignor0-los devido ao

&mo mal4 Parecem eistir algumas negligencias entre os anBos bons. a resposta / 3ue os anBos sãoministros da sabedoria <ivina4 %ntão se segue 3ue. como a sabedoria <ivina permite 3ue se façacerto mal pelos anBos maus ou pelos homens. com vistas ao bem 3ue %le etrai disso. como tamb/mos anBos bons impedem 3ue os homens malvados ou os dem8nios reali7em danos4

  Res)osta8 U católico afirmar 3ue eiste certa ordem de aç9es interiores e eteriores. e um graude prefer"ncia entre os dem8nios. (uando acontecem certas abominaç9es. são cometidas pelasordens inferiores. das 3uais as ordens superiores estão ecluídas devido : nobre7a de sua nature7a4% em geral di7-se 3ue isto prov/m de uma tripla congru"ncia. no sentido de 3ue tais coisasharmoni7am, com sua nature7a; com a sabedoria <ivina; e com sua própria maldade4

Por/m. mais em especial. no 3ue se refere a sua nature7a4 6onv"m-se 3ue desde o começo da

6riação alguns sempre foram superiores por nature7a. B0 3ue diferem entre si a respeito da forma; enão h0 dois anBos iguais em forma4 Isto segue a opinião geral. e tamb/m coincide com as palavrasdos 5ilósofos4 <ionísio tamb/m estabelece em seu d/cimo capítulo Sobre a Dierar3uia 6elestial.3ue na mesma ordem h0 tr"s graus separados. e devemos concordar com ele. B0 3ue são ao mesmotempo imateriais e incorpóreos4 #eBa tamb/m São 'om0s n4?4 Pois o pecado não lhes arrebata suanature7a. e depois da (ueda os dem8nios não perderam seus dons naturais. como B0 se disse; e asoperaç9es das coisas seguem suas condiç9es naturais4 Portanto. tanto em nature7a como em açãosão v0rios e m1ltiplos4

Isto harmoni7a tamb/m com a sabedoria <ivina; pois o ordenado foi ordenado por <eus$omanos. >IIIO4 % como os dem8nios foram delegados por <eus para a tentação dos homens e o

castigo dos condenados. trabalham sobre os homens desde afora. por muitos e variados meios4'amb/m harmoni7a com sua própria maldade4 Pois como estão em guerra com a raça humana.

combatem de forma ordenada. por3ue desse modo pensam fa7er maior dano aos homens. e o fa7em4

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<e onde se verifica 3ue não compartilham em igual medida suas mais indescritíveis abominaç9es4

% isto / demonstrado de maneira mais específica. a seguir. e como B0 foi dito, & ação segue :nature7a da coisa4 <aí se entende tamb/m. 3ue a3ueles cuBa nature7a est0 subordinada devem porsua ve7 subordinar-se na operação. como ocorre com as coisas corpóreas4 Pois como os corposinferiores estão. por ordem natural. abaio dos corpos celestes. e suas aç9es e movimentos se achamsubmetidos aos dos corpos celestes; e como os dem8nios. segundo se disse. diferem entre si naordem natural. portanto tamb/m diferem em suas aç9es naturais. tanto etrínsecas como intrínsecas;e em especial na eecução das abominaç9es de 3ue se trata4

<o 3ual se chega : conclusão de 3ue como a pratica destas abominaç9es / em sua maior partealheia : nobre7a da nature7a ang/lica. assim tamb/m nas aç9es humanas os atos mais imundos e

 bestiais devem ser considerados em si mesmos. e não em relação com a obrigação da nature7a e a procriação humana4

Por 1ltimo. como se cr" 3ue alguns t"m origem em todas as ordens. não / inade3uado afirmar3ue os dem8nios 3ue saem de um grau inferior. e inclusive a3ueles 3ue figuram numa classe mais

 baia. são delegados para a eecução dessas e outras abominaç9es4 &l/m do mais. deve-se levar emconta 3ue. ainda 3ue as %scrituras falem dos íncubos e s1cubos 3ue anseiam :s mulheres. emnenhuma parte lemos 3ue íncubos e s1cubos caíssem em vícios contr0rios : nature7a4 Não falamosapenas da sodomia. mas tamb/m de 3ual3uer outro pecado por meio do 3ual se efetue erroneamenteum ato fora do caminho correto4

% na grande 3uantidade em 3ue pecam. demonstram o fato de 3ue todos os diabos seBam daordem 3ue for. abominam e pensam sem vergonha alguma em cometer tais aç9es4 % parece 3ue ainterpretação em %7e3uiel >I>. significa isso mesmo. 3uando di7, C'e entregaste nas mãos dosmoradores da PalestinaC. isto /. aos dem8nios. a3uele 3ue se envergonhou de sua ini3uidade. ouseBa. dos vícios contra a nature7a4 % o estudioso ver0 3ue se deve entender a autori7ação concedidaaos dem8nios4 Pois <eus não castiga com tanta fre3"ncia nenhum pecado por meio da mortevergonhosa nas multid9es4

6om certe7a muitos di7em. e em verdade se cr" 3ue ningu/m consegue perseverar. sem correr perigo. na pr0tica desses vícios. al/m do período da vida mortal de 6risto. 3ue durou trinta e tr"sanos. a menos 3ue se salve por alguma graça especial do $edentor4 % isto / demonstrado no fato. de3ue com fre3"ncia. são capturados neste vício alguns octogen0rios e centen0rios 3ue at/ entãohaviam regido sua vida de acordo com a disciplina de 6risto; e uma ve7 3ue o abandonaram lhesresultou muito difícil obter a liberação de se submeterem a semelhantes vícios4

Mais ainda; os nomes dos dem8nios indicam 3uais facç9es eistem entre eles. e 3ual ofício seatribui a cada um4 Pois mesmo. o nome dem8nio. usado geralmente nas %scrituras. / devido agenerali7ação de seus diversos tipos4 Por/m. sem d1vida. ensinam 3ue )m se encontra acima dessasaç9es conflitantes. tal como certos outros vícios estão submetidos a +utro4 Pois / pr0tica das

%scrituras e da linguagem chamar cada um dos espíritos impuros <iabolus4 <e <ia. significa <ois.e !olus. 3uer di7er. !ocado; pois mata duas coisas. o corpo e a alma4 % isto coincide com aetimologia. ainda 3ue em grego <iabolus signifi3ue Prisioneiro no 60rcere. o 3u" tamb/m coincide.

 B0 3ue. como preso não lhe / permitido fa7er tantos danos como gostaria4 +u <iabolus tamb/m podesignificar 5luo <escendente. B0 3ue fluiu para abaio. isto /. cai. tanto em termos específicos comolocais4 'amb/m lhe chamam <em8nio. significando. &st1cia sobre o Sangue. B0 3ue anseia e tenta o

 pecado com um conhecimento triplo, / poderoso na subtile7a de sua nature7a; em sua eperi"nciaancestral e; na revelação dos espíritos bons4 &ssim pode ser chamado !elicoso o 3ue significa serSem Jugo ou &mo. pois pode lutar contra a3uele a 3uem deveria se submeter4 6ham0-lo !elcebu.significa Senhor das Moscas. isto /. das almas dos pecadores 3ue abandonaram a verdadeira f/ em6risto4 +u então Satan0s. isto /. &dvers0rio; veBa I São Pedro. CPois teu advers0rio o dem8nio rondaa sua voltaC. etc4 'amb/m !ehemoth. isto / a !esta. por3ue fa7 bestialidade aos homens4

Mas o mesmo dem8nio da fornicação. e chefe dessa abominação. chama-se &smodeus. 3ue

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significa 6riatura de Julgamento. pois devido a seu tipo de pecado se eecutou um terrível Bulgamento sobre Sodoma e as outras 3uatro cidades4 <a mesma maneira. o dem8nio do +rgulhochama-se Leviatan. 3ue significa Sua &dição. por3ue 3uando L1cifer tentou nossos primeiros

 padres lhes prometeu. por orgulho. a &dição da <ivindade4 & respeito disso. disse o Senhor. porinterm/dio de Isaías, C%nvie a Leviatan. essa velha e tortuosa serpenteC4 % o dem8nio da &vare7a edas $i3ue7as chama-se Mammon. a 3uem tamb/m 6risto menciona no %vangelho em São Mateus.

#I, CNão podeis servir a <eusC. etc4& respeito dos argumentos, Primeiro 3ue / possível encontrar o bem sem o mal. mas. o mal não

 pode ser encontrado sem o bem. pois se verte sobre uma criatura 3ue / boa em si mesma4 %. portanto os diabos. na medida em 3ue possuem uma boa nature7a. foram ordenados segundo anature7a. e para suas aç9es. veBa-se Jó. >4

Segundo. pode-se di7er 3ue os dem8nios delegados para atuar não estão no inferno. mas nas brumas inferiores. e l0 possuem uma organi7ação entre eles. 3ue não teriam no inferno4 <a 3ual pode se di7er 3ue toda ordem cessou entre eles. no 3ue se refere ao lucro da beatitude. na /poca em3ue caíram sem remissão das alturas4 % pode di7er-se 3ue inclusive no inferno h0 entre eles umagraduação no poder. e na designação de castigos. a medida 3ue alguns. e não outros. seBam

destinados a atormentar as almas4 Mas esta graduação prov/m de <eus. do 3ue deles próprios.assim como seus tormentos4

'erceiro. 3uando afirmam 3ue os dem8nios superiores. por3ue pecaram mais. são maiscastigados e. portanto devem estar mais obrigados a cometer atos imundos. se responde 3ue o

 pecado se relaciona com o castigo. e não com um ato ou função natural e; portanto. em ra7ão danobre7a de sua nature7a. não são eles dados a tal ini3uidade. e nada tem haver com seu pecado oucastigo4 &inda 3ue todos seBam espíritos impuros. e ansiosos. em fa7er o mal. um o / mais 3ue ooutro. na medida em 3ue sua nature7a est0 mais afundada nas trevas4

(uarto. di7em 3ue eiste acordo entre os dem8nios. mas de maldade. não de ami7ade. nosentido 3ue odeiam o g"nero humano e se esforçam ao m0imo contra a Bustiça4 Pois entre os

malvados eiste tal acordo. e se unem e delegam :3ueles cuBos talentos parecem ade3uados para aeecução de determinada ini3uidade4

(uinto. mesmo o aprisionamento sendo decretado por igual a todos. agora na atmosfera inferiore depois no inferno. nem por isso se ordenam iguais penalidades e obrigaç9es, pois 3uanto maisnobres são em sua nature7a e mais potentes em seu oficio. mais pesado / o tormento 3ue lhes /infringido4 #eBa-se Sabedoria #, C+s poderosos sofrerão poderosos tormentosC4

1U/'T2O:1ual 3 a !onte do aumento das o%ras de %ruxar"a;

/ de onde )rovem 5ue a )r<t"#a da %ruxar"a ten4a#res#"do em tão not<vel med"da; 

U de alguma maneira uma opinião católica afirmar 3ue a origem e o crescimento das obras de bruaria procedem da abundncia dos corpos celestes. ou da abundante maldade dos homens. e nãodas abominaç9es dos íncubos e s1cubos2

% parece 3ue nascem da maldade do homem4 Por3ue Santo &gostinho. di7. no Livro L>>>IIII. 3ue a causa da depravação do homem reside em sua própria vontade. B0 3ue peca por sua própriaorientação ou pela de outro4 Mas uma brua se deprava pelo pecado e. portanto a causa não / odem8nio. senão a vontade humana4 No mesmo livro fala do livre arbítrio. onde todos são a causa desua própria maldade4 % raciocina assim, (ue o pecado do homem procede do livre arbítrio. e o

dem8nio não pode destruí-lo. pois isso iria : contramão da liberdade4 Portanto. o dem8nio não podeser a causa desse ou de nenhum outro pecado4 &l/m do mais. no livro do <ogma %clesi0stico se di7, Nem todos nossos maus pensamentos são engendrados pelo dem8nio. mas :s ve7es surgem do

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funcionamento de nosso próprio Bulgamento4

Por/m afirmam 3ue a verdadeira fonte da bruaria / a influ"ncia dos corpos celestes. e não osdem8nios4 &ssim como toda multidão se redu7 : unidade. tudo o 3ue / multiforme se redu7 a umcomeço uniforme4 Por/m os atos dos homens. tanto no vício como na virtude. são variados emultiformes e. portanto parece 3ue podem se redu7ir a um começo uniformemente movido e 3ue semove4 Mas isto só pode ser atribuído ao movimento dos astros; portanto esses corpos são a causa detais aç9es4

&l/m do mais. se os astros não fossem a causa das aç9es humanas. tanto boas como m0s. os&strólogos não predi7iam com tanta fre3"ncia a verdade sobre o resultado das guerras e outrasaç9es humanas; portanto. tamb/m / uma causa4

Por outro lado. os astros podem influir sobre os diabos inclusive na provocação de certosfeitiços e; portanto. mais podem influenciar os homens4 &presentamos tr"s provas para estaafirmação4 Pois certos homens denominados Lun0ticos são molestados pelos dem8nios numdeterminado momento. mais do 3ue em outro; onde eles não agiriam de tal maneira. senão seriammais bem molestados a 3ual3uer momento; e se não fosse num dado momento profundamenteafetados por certas fases da lua4 &l/m do mais. demonstra-se pelo fato de 3ue os nigromantesobservam certas constelaç9es para invocar os dem8nios. coisa 3ue não fariam. a menos. 3uesoubessem 3ue estes se encontram submetidos aos astros4

% tamb/m o seguinte se apresenta como prova, segundo Santo &gostinho em 6idade de <eus>. os dem8nios empregam certos corpos inferiores. como ervas. pedras. animais. e alguns sons.vo7es e figuras4 Mas como os corpos celestes são mais potentes 3ue os inferiores. e os astros t"muma influ"ncia muito maior 3ue estas coisas utili7adas4 % as bruas encontram-se mais submetidas.

 B0 3ue seus atos procedem da influ"ncia desses corpos. e não da aBuda dos maus espíritos4 % oargumento tem seu respaldo em I $eis. >#I. onde Saul foi humilhado por um dem8nio. mas seacalmou 3uando <avid tocou sua harpa diante dele e o mal espírito fugiu4

Mas contrario a isso4 U impossível produ7ir um efeito sem uma causa; e tais são as aç9es das bruas. 3ue não podem reali7ar uma ação sem a aBuda dos dem8nios. como se mostra na descriçãodelas por São Isidoro. na Utica #III4 &s bruas são assim chamadas pela enormidade de seusfeitiços m0gicos; pois perturbam os elementos e confundem a mente dos homens. sem nenhuma

 poção venenosa. senão nada mais. em virtude de seus encantamentos 3ue destroem almas. etc4 Masestes tipos de encantamentos não podem ser provocados pela influ"ncia dos astros mediante a açãode um homem4

&l/m do mais. em sua Utica. &ristóteles di7 3ue / difícil saber 3ual / o começo da operação do pensamento. e mostra 3ue tem 3ue ser algo etrínseco4 Pois tudo o 3ue começa desde o princípiotem uma causa4 )m homem começa a fa7er o 3ue deseBa; e começa a deseBar devido a algumasugestão pr/via. e se esta / uma sugestão precedente. deve proceder do infinito. ou de fato eiste um

começo etrínseco 3ue leva primeiro as sugest9es aos homens4 % em verdade / assim. a menos 3uese argumente 3ue esta / uma casualidade. da 3ual se seguiria 3ue todas as aç9es humanas sãofortuitas. o 3ue / um absurdo4 Portanto. di7-se 3ue o começo do bem no bem / <eus. (uem não / acausa do pecado4 Mas para os malvados. 3uando um homem começa a ser influenciado para o

 pecado. e deseBa comet"-lo. tamb/m deve haver uma causa etrínseca a isso4 % esta não deve seroutra 3ue o dem8nio. e em especial no caso das bruas. como se mostrou mais acima. pois os astrosnão podem influir sobre tais atos4 Portanto. a verdade / singela4

Mais ainda. a3uele 3ue tem poder sobre o motivo tamb/m o tem sobre o resultado provocado por este4 #eBa bem. o motivo da vontade / algo 3ue se percebe com os sentidos e o intelecto. ambossubmetidos ao poder do dem8nio4 Por3ue Santo &gostinho di7 no Livro HQ, este mal. 3ue / do

dem8nio. se insinua por todos os acessos sensuais; locali7a-se em figuras. se adapta as cores. une-seaos sons. se intromete em conversas col/ricas e e3uivocadas. mora em odores. se impregna desabores e preenche com certas ealaç9es todos os canais da compreensão4 Portanto. v"-se 3ue o

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dem8nio tem o poder de incluir sobre a vontade. 3ue / a causa direta do pecado4

&l/m do mais. tudo 3ue pode escolher entre dois caminhos precisa de um ator determinanteantes de passar : ação4 % o livre arbítrio do homem pode escolher entre o bem e o mal; portanto.3uando se embarca no pecado. / necess0ria a determinação de algo 3ue se oriente para o mal4 % istoconsiste nos afa7eres principais do dem8nio. em especial nas aç9es das bruas. cuBa vontade / feita

 para o mal4 Portanto parece 3ue a m0 vontade do dem8nio / a causa da m0 vontade do homem. emespecial nos bruos4 % o argumento pode respaldar-se assim, tal como um anBo bom se apega ao

 bem. um anBo mau se orienta para o mal; mas o primeiro leva ao homem : bondade. en3uanto osegundo o leva : maldade4 Pois. di7 <ionísio, a lei inalter0vel e fia da divindade /. 3ue o inferior

 possui sua causa no superior4

  Res)osta8 (uem afirmar 3ue a bruaria tem sua origem na influ"ncia dos astros esta suBeito acometer tr"s erros4 %m primeiro lugar. não / possível 3ue se origine em astromnticos e traçadoresde horóscopos ou adivinhadores da sorte4 Pois 3uestione se o vício da bruaria nos homens /

 provocado pela influ"ncia dos astros4 %ntão. em consideração : variedade dos semblantes doshomens. e para a defesa da verdadeira f/. / preciso estabelecer uma distinção. a saber. 3ue eistemduas maneiras de Bustificar se a personalidade dos homens pode ser influenciada pelos astros4

Primeira. de forma total e por necessidade. e segunda. por disposição e conting"ncia4 % 3uanto a primeira Bustificativa. não só / falsa. mas tão her/tica e contr0ria : religião cristã. 3ue a verdadeiraf/ não pode se manter em semelhante erro4 Por tal ra7ão. 3uem argumentar 3ue por necessidadetudo prove dos astros. elimina todos os m/ritos. e em conse3"ncia todas as culpas; e ao mesmotempo elimina a =raça e. portanto. a =lória4 Pois a retitude do car0ter preBudica-se com este erro. B03ue a culpa do pecador recai sobre os astros. concede-se licença para pecar sem culpa. e se entregaao culto e adoração dos astros4

Mas 3uanto : afirmação de 3ue as feiç9es dos famintos são modificadas de modo condicionado pela disposição dos astros. at/ este momento. / certo 3ue não resultam contr0rias : ra7ão ou a f/4Pois / evidente 3ue a diversa disposição de um corpo provoca muitas variaç9es no humor e

características da alma; por3ue em geral a alma imita a contetura do corpo. como se di7 nos SeisPrincípios4 Portanto os col/ricos são carrancudos. os sangíneos são bondosos. os melancólicos sãoinveBosos e os inflamados são preguiçosos4 Mas isso não / absoluto; por3ue a alma / dona de seucorpo. em especial 3uando tem aBuda da =raça4 % vemos muitos col/ricos 3ue são doces. emelancólicos bondosos4 Portanto. 3uanto a virtude dos astros influir sobre a formação e 3ualidadedo humor de um homem. se admite. 3ue h0 alguma influ"ncia sobre seu car0ter. mas muito

 pe3uena; por3ue a virtude da nature7a inferior tem mais efeito sobre a 3ualidade dos humores. 3ue avirtude dos astros4

Pelo 3ual Santo &gostinho em 6idade de <eus #. onde resolve a 3uestão de dois irmãos 3ueadoeceram e se recuperaram ao mesmo tempo. aprovando o pensamento de Dipócrates. do 3ue. o deum &str8nomo4 Por3ue Dipócrates respondeu 3ue isso se devia a similaridade de seus humores; e o&str8nomo afirmou 3ue se devia a identidade de seus horóscopos4 Pois a resposta do m/dico eramelhor. B0 3ue alegava a causa mais poderosa e imediata4 &ssim. portanto. se deve afirmar 3ue ainflu"ncia dos astros / at/ certo ponto conducente da maldade das bruas. e se admite 3ue eisteessa influ"ncia sobre seus corpos. 3ue as predisp9e a esse modo de abominação. antes 3ue a3ual3uer outro tipo de obras. viciosas ou virtuosas, mas não deve se di7er 3ue esta disposição seBanecess0ria. imediata e suficiente. senão remota e contingente4

'amb/m não / v0lida a obBeção baseada no livro dos 5ilósofos sobre as propriedades doselementos. onde di7 3ue os reinos se despovoam e os países ficam desertos perante a conBunção deJ1piter e Saturno; sobre isso argumentamos 3ue tais coisas se devem entender como eistentes forado livre arbítrio dos homens e 3ue. portanto a influ"ncia dos astros tem poder sobre o livre arbítrio4

Portanto responde ao afirmar tal coisa o 5ilósofo. sem implicar 3ue os homens não pudessemresistir : influ"ncia dessa constelação no 3ue tange a deserção. mas 3ue simplesmente não o fariam46omo di7 Ptolomeo. em &lmagesto, C)m homem s0bio ser0 patrão dos astrosC4 Por3ue

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considerando 3ue Saturno tem uma influ"ncia melancólica e m0. e J1piter uma muito boa. aconBunção de ambos pode dispor aos homens a pend"ncias e discórdias; mas por meio do livrearbítrio. os homens podem resistir essa inclinação. e com suma facilidade. com a aBuda da graça de<eus4

% mais uma ve7. não / v0lida a obBeção de citar São João <amasceno. 3uando di7 no Livro II.cap4 #I 3ue os cometas são com fre3"ncia um sinal da morte dos reis4 Pois respondemos 3ue ainda3ue sigamos sua opinião. 3ue. como parece evidente no livro mencionado. / contr0ria : opinião do6aminho 5ilosófico. isso não prova a inevitabilidade das aç9es humanas4 Por3ue São João<amasceno considera 3ue um cometa não / uma criação natural. nem / um dos astros locali7adosno firmamento. com o 3ual sua significação e sua influ"ncia não são naturais4 Por3ue di7 3ue oscometas não pertencem aos astros criados desde o começo. mas 3ue se originam para determinadasocasi9es. e depois se dissolvem por mandato <ivino4 %sta / a opinião de São João <amasceno4 Mas<%)S prenuncia com esse signo a. morte de reis. antes 3ue de outros homens. tanto por3ue o rei /uma pessoa p1blica. como por3ue desse fato pode surgir uma confusão num reino4 % os anBos sãomais cuidadosos em sua vigilncia sobre os reis em bem de todos; e os reis nascem e morrem sob ominist/rio dos anBos4

% não h0 d1vidas na opinião dos 5ilósofos. 3uando di7em 3ue um cometa / um conglomerado3uente e seco. engendrado na parte superior do espaço. perto de 3ueimar. e como um globoacumulado desse vapor 3uente e seco. adota a apar"ncia de um astro4 Mas as partes nãoincorporadas desse vapor se estendem em longas etremidades unidas a esse globo. e / uma esp/ciede adBunto dele4 % segundo esta concepção. não em si mesma. mais por acidente. predi7 a morte 3ue

 prov"m das doenças 3uentes e secas4 % como em sua maior parte os ricos se alimentam de coisas denature7a 3uente e seca. nessas ocasi9es morrem muitos deles; entre os 3uais. a morte dos reis e

 príncipes / a. mais not0vel4 % esta opinião não est0 distante da de São João <amasceno. se lheconsiderar com cuidado. salvo no di7 respeito ao funcionamento e cooperação dos anBos. 3ue. nemse3uer os filósofos podem ser desconsiderados4 Pois na verdade os vapores. em sua secura e calor.nada t"m haver com a criação de um cometa. ainda então. por ra79es B0 epostas. um cometa pode

se formar pela ação de um anBo4<este modo. o astro do press0gio da morte do s0bio São 'om0s não foi um dos situados no

firmamento. mas formado por um anBo com algum material conveniente. e depois de eecutada suafunção dissolveu-se4

Perante isto. vemos 3ue. seBa 3ual for a opinião 3ue sigamos. os astros não t"m uma influ"nciaintrínseca sobre o livre arbítrio. ou. portanto. sobre a malícia e car0ter dos homens4 'amb/m se deveassinalar 3ue os &str8nomos pressagiam com fre3"ncia. a verdade. e 3ue na maior parte. seus

 Bulgamentos são efica7es numa província ou nação4 % a ra7ão de tomarem seus Bulgamentos dosastros. / segundo a opinião mais prov0vel. uma influ"ncia maior. ainda 3ue não inevit0vel. sobre asaç9es do g"nero humano em geral. isto /. sobre uma nação ou província. mais do 3ue sobre umindivíduo; e isso se deve na maior parte. pela nação obedecer : disposição natural do grupo. mais do3ue a ação de um 1nico homem4 Mas isto mencionamos de passagem4

% a segunda das tr"s maneiras pelas 3uais reivindicamos o ponto de vista católico / mediante arefutação dos erros de 3uem traça Doróscopos e os Matem0ticos por3ue ambos adoram : deusa dafortuna4 & respeito deles. São Isidoro na Utica #III di7 3ue 3uem fa7 o traçado dos Doróscopos sãoassim chamados por seu eame dos astros em seu nascimento. e geralmente são denominadosMatem0ticos; e no mesmo Livro. 6apítulo ?. di7 3ue a. 5ortuna toma seu nome do 5ortuito. comouma esp/cie de deusa 3ue se burla dos assuntos humanos de forma casual e fortuita4 Motivo pelo3ual lhe chamam de cega. B0 3ue ocorre a3ui e acol0. e vai com indiferença aos bons e os maus4 Istono 3ue se refere a Isidoro4

Mas achar 3ue eiste semelhante <eusa. ou 3ue o dano inferido a corpos e criaturas. 3ue seatribui : bruaria. não procede verdadeiramente desta. mais da deusa 5ortuna. / pura idolatria; etamb/m afirmar 3ue as próprias bruas nasceram com o fim de eecutar esses atos no mundo. / da

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mesma forma alheio : 5/. e em verdade aos ensinamentos gerais dos 5ilósofos4 &3uele 3ue deseBar. pode remeter-se a São 'om0s. no Livro III de sua Summa, & 5/ contra os =entiosR. pergunta HA.etc4. e encontrar0 muito nesse sentido4(*) Gentios:&a%+osJ essoas sem #atismo e n+o con-ertidas ao catolicismo/ (0B8&t)

  Mas não devemos omitir nenhum ponto. em benefício de 3uem talve7 não possua uma grande

3uantidade de livros4 &ssim assinalamos ali. 3ue / preciso considerar tr"s coisas no homem. dirigida por tr"s causas celestiais. a saber. o ato da vontade. do intelecto e do corpo4 + primeiro est0governado 1nica e diretamente e por <eus. o segundo por um anBo e o terceiro por um corpo celeste4Pois a eleição e a vontade e governada por <eus de forma direta para as boas obras. como di7em asescrituras em Prov/rbios F?, + coração do rei est0 nas mãos do Senhor; este o volta para onde 3uer4% 3uando di7 Co coração do reiC. significa 3ue assim como os grandes não podem se opor a Suavontade. tamb/m os outros não podem fa7"-lo4 % tamb/m di7 São Paulo, <eus fa7 3ue deseBemos eeecutemos o 3ue / bom4

& compreensão humana est0 governada por <eus. pela mediação de um anBo4 % as aç9escorporais. seBam eteriores ou interiores. naturais ao homem. são reguladas por <eus. - CU por

mediação dos anBos e dos corpos celestesC4 Pois o !eato <ionísio em <iun I#. di7 3ue os corposcelestes são as causas do 3ue ocorre neste mundo. ainda 3ue não sugiram nenhuma fatalidade4

Mesmo 3uando o corpo do homem / governado pelos corpos celestes. seu intelecto pelos anBos.e sua vontade por <eus. pode acontecer 3ue recuse a inspiração de <eus para a bondade. e aorientação de seu bom anBo da guarda4 Isto. por suas afeiç9es corporais para as coisas 3ue o inclinana influ"ncia dos astros. de modo 3ue sua vontade e entendimento fi3uem enredados na malícia eno erro4

Mas não / possível 3ue ningu/m seBa influenciado pelos astros. de modo a cair no tipo de erro.em 3ue ficam presas as bruas. tais como derramamentos de sangue. furtos e roubos. ou inclusive a

 perpetração das piores incontin"ncias. e isso serve para outros fen8menos naturais4

&l/m do mais. como di7 =uilherme de Paris em seu do )niverso, Ca eperi"ncia demonstra 3uese uma rameira prostitutaO plantar uma oliveira esta não dar0 frutos. en3uanto ser0 frutífera se :

 plantar uma mulher casta444C % um m/dico em suas curas. um agricultor em suas tarefas ou umsoldado no combate podem fa7er muito mais. com a aBuda da influ"ncia dos astros. do 3ue podemfa7er outros 3ue possuem as mesmas habilidades. sem tal influ"ncia4

 Nosso terceiro caminho vem da refutação da crença no <estino4 % a3ui / preciso assinalar 3ue acrença no destino /. num sentido muito católico. mas de outro. her/tico de todo ponto de vista4 Poisd0 a entender 3ue o <estino. como entendem certos =entios e Matem0ticos. 3ue cr"em 3ue asdiferentes epress9es de um homem. t"m sua causa na inevit0vel força da posição dos astros4 <emodo 3ue um predestinado a ser mago. ainda 3ue fosse de bom car0ter. devido : disposição dos

astros sob a 3ual foi concebido ou nasceu. o tornou no 3ue /4 % a essa força davam-lhe o nome de<estino4

Mas essa opinião não só / falsa. como herege. e de todo ponto de vista detest0vel. devido : privação 3ue deve implicar. como se mostrou mais acima. na refutação do primeiro erro4 Pois comisso se eliminaria toda ra7ão de m/rito ou culpa. de graça e glória. e <eus seria transformado noautor de nosso mal e outras incongru"ncias4 Portanto. / preciso rechaçar plenamente essa concepçãode <estino. B0 3ue não eiste tal coisa4 % a respeito desta crença. São =regório di7 em sua Domiliasobre a %pifania, CLonge dos coraç9es dos fi/is a afirmação de 3ue eiste um <estinoC4 6ontudodevido : mesma incongru"ncia 3ue se percebe em ambas. esta opinião pode parecer igual :referente aos &strólogos. no entanto. são diferentes na medida em 3ue se contradi7em a respeito daforça dos astros e da influ"ncia dos sete Planetas4

Mas pode considerar-se 3ue o <estino / uma esp/cie de segunda disposição ou umordenamento de segundas causas para a produção de efeitos <ivinos previstos4 % em verdade. o

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<estino / algo desta maneira444 Pois a provid"ncia de <eus consegue Seus efeitos atrav/s de causasmediadoras. em assuntos submetidos a segundas causas. ainda 3ue isto não prevaleça em assuntoscomo, a criação da alma. a glorificação e a a3uisição da graça4

'amb/m os anBos podem colaborar na infusão da =raça. esclarecendo e orientando acompreensão e capacidade da vontade. e de tal modo podemos afirmar 3ue de certo ordenamentodos resultados adv/m a mesma Provid"ncia ou inclusive o <estino4 Pois consideremos do seguintemodo, (ue eiste em <eus uma 3ualidade 3ue pode se denominar Provid"ncia. ou podemos di7er3ue %le ordenou as causas intermedi0rias para. a reali7ação de alguns de Seus obBetivos; e nessamedida o <estino / um fato racional4 % de tal modo fala !oecio sobre o <estino em 6onsolação. I#,C+ <estino / uma disposição intrínseca das coisas móveis. por meio da 3ual a Provid"ncia abrigatodas as coisas 3ue tem ordenadoC4

 Não obstante a isso. os santos s0bios se negaram a usar a palavra <estino em contraposiçãoa3ueles 3ue distorciam seu significado e lhe davam o da força da posição dos astros4 Portanto Santo&gostinho em 6idade de <eus #. di7, CSe algu/m atribui os assuntos humanos ao <estino.entendendo por <estino a #ontade e o Poder de <eus. 3ue mantenha sua opinião. mas corriBa sualínguaC4

5icou claro. 3ue o 3ue foi dito oferece resposta suficiente : pergunta, Se todas as coisas.incluídas as obras de bruaria. estão submetidas ao <estino2 Pois se dissemos 3ue este / oordenamento das causas segundas dos resultados <ivinos previstos. isto 3uer di7er. 3ue 3uando<eus 3uer reali7ar Seus propósitos pelo interm/dio de segundas causas. nessa medida estãosubmetidas ao <estino. ou seBa. antes das causas ordenadas por <eus; e a influ"ncia dos astros /uma dessas segundas causas4 Mas as coisas 3ue provem de <eus de forma direta. como a 6riaçãodas coisas. a =lorificação das coisas substanciais e espirituais. e outras deste tipo. não estãosubmetidas ao <estino4 % !oecio. no Livro 3ue citamos respalda esta concepção 3uando di7 3ue ascoisas mais próimas : <eidade primitiva se encontram mais al/m da influ"ncia dos decretos do<estino4 Portanto. as obras das bruas estão fora do curso e da ordem comum da nature7a não

estando submetidas a estas segundas causas4 Isto /. no 3ue se refere a sua origem. não estãosubmetidas : força do <estino. mais por outras causas4

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MalleusMaleficarum:: O Martelo das Bruxas ::

 

by: Alexander Freak 

 Dedicado a: Maria de Magdala.

- I# -

1U/'T2O:0 res)e"to das %ruxas 5ue #o)ulam #om dem9n"os8

Por5ue as mul4eres são as )r"n#")a"s ade)tas =s su)erst"7es mal"gnas;

  'amb/m no 3ue se refere :s bruas 3ue copulam com dem8nios. eistem grandes dificuldades para considerar os m/todos pelos 3uais se consumam tais abominaç9es4

Por parte do dem8nio, Primeiro. de 3ue elemento / composto o corpo 3ue adota; segundo. se oato vai sempre acompanhado pela inBeção de s"men recebido de outrem; terceiro. 3uanto ao tempo elugar. 3ue se comete este ato com mais fre3"ncia. em certas ocasi9es ao inv/s de outras; 3uarto. seo ato / invisível para 3ual3uer um 3ue possa se encontrar por perto4

Por parte das mulheres, Primeiro. / preciso averiguar se apenas a3uelas concebida dessamaneira conflitante são visitadas com fre3"ncia pelos dem8nios; ou segundo. se elas foramoferecidas aos dem8nios por parteiras no momento de seu nascimento; e terceiro se o deleiteven/reo / realmente entre os pares da classe mais d/bil4 Mas a3ui não podemos responder a todasestas perguntas. não somente por3ue nos dedicamos a um estudo geral. mas como na segunda partedesta obra eplicaremos devidas suas aç9es4

Portanto. consideremos antes de mais nada :s mulheres; e primeiro por3ue este tipo de perfídiase encontra num seo tão fr0gil; mais 3ue nos homens4 % nossa investigação ser0 antes de mais nadageral. e 3uanto ao tipo de mulheres 3ue se entregam : superstição e a bruaria; e terceiro de maneira

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específica. com relação :s parteiras 3ue superam em malignidade a todas as outras4

Por5ue a su)erst"7ão se en#ontra antes de tudo nas mul4eres;

  %m 3uanto : primeira pergunta. por3ue h0 uma grande 3uantidade de bruos do fr0gil seofeminino. em maior proporção 3ue entre os homens; trata-se na verdade de um fato 3ue acabariaocioso 3uando contrariado. B0 3ue a eperi"ncia o confirma. aparte do depoimento verbal de

testemunhas dignas de confiança4 % sem preBudicar de maneira alguma um seo no 3ual <eussempre achou grande glória pelo fato de 3ue Seu poderio ser difundido. digamos 3ue diferenteshomens atribuíram diversas ra79es a este fato. ainda 3ue coincidam em princípio4 Portanto /conveniente. para admoestaçãoR das mulheres. falar disto. e a eperi"ncia demostrou muitas ve7es3ue se mostram ansiosas em atend"-los. sempre 3ue se eponham com discrição4(*) Admoesta1+o:Do latim, admonestare, si%nifica: Ad-ert@ncia, a-iso, conselho/ e-e rereens+oJ rearo, rerimenda, admoni1+o,corri%enda/ (0B8&t)

  Por/m alguns homens s0bios prop9em esta ra7ão, (ue h0 tr"s coisas na nature7a, & Língua. o%clesi0stico e a Mulher. 3ue não conhecem a moderação na bondade ou no vício. e 3uando superamos limites de sua condição chegam as maiores alturas ou ao abismo mais profundo da bondade ou

do vício4 (uando estão governados por um espirito bom. se ecedem em virtudes; mais se for mau.dedicam-se aos piores vícios4

Isto se torna claro no caso da língua. 3ue por seu minist/rio. a maioria dos reinos foramatraídos para a f/ de 6risto; e o %spirito Santo apareceu sobre os &póstolos de 6risto em meio aslínguas de fogo4 +utros s0bios evangelistas tamb/m tiveram. por assim di7er. línguas de cães 3uelambiam as feridas e chagas de L07aro agoni7ante4 6omo se di7, 6om as línguas de cães salvaisvossa alma do inimigo4

Por esta ra7ão. São <omingo. chefe e pai da +rdem dos %vangelistas. / representado na figurade um cão 3ue ladra. com uma tocha acesa na boca. para 3ue. com seus latidos. aparte os loboshereges do rebanho das ovelhas de 6risto4

'amb/m / da eperi"ncia comum 3ue a língua de um homem prudente pode dominar astend"ncias de uma multidão; en3uanto. com Bustiça. Salomão em Prov/rbios >. canta em seulouvor, CNos l0bios do prudente acha-se sabedoriaC4 % depois, CPrata escolhida / a língua do Busto;mas o entendimento dos ímpios / como nadaC4 % mais adiante, C+s l0bios do Busto apascentam amuitos; mas os tolos por falta de entendimento morremC4 Por tal motivo agrega ao capítulo >#I,C<o homem são as disposiç9es do coração; mas de Jeov0 a resposta da línguaC4 Por/m a respeito deuma língua maligna encontra-se em %clesiastes >>#III, C)ma língua 3ue replica in3uieta a muitos.e os afugenta de nação em nação; derruba cidades a sorte. e demoli as casas dos grandes homensC4 %

 por língua 3ue replica se entende uma terceira pessoa 3ue com irrefleão ou rancor interv/m entreduas partes em conflito4

+ segundo termo. a respeito dos %clesi0sticos. isto /. os cl/rigos e religiosos de ambos osseos. São João 6risóstomo fala no teto, C%pulsou do templo a3ueles 3ue vendiam ecompravamC4 Pois o sacerdócio engendra todo o bem e tudo o mau4 %m sua epístola. aosnepotenses. São Jer8nimo di7, C%vitei como se fosse : peste um sacerdote comerciante 3ue seelevou da pobre7a : ri3ue7a. de uma posição inferior a uma superiorC % o !eato !ernardo em suaDomilia ?Q. sobre os Salmos. di7 a respeito dos cl/rigos, CSe um surgisse como um franco herege.3ue fosse epulso e silenciado; se for um inimigo violento. 3ue todos os homens bons fuBam deleC4Mas como saberemos a 3uem epulsar e de 3uem fugir2 Pois nos confundem. são amistosos ehostis. pacíficos e briguentos. am0veis e egoístas4

% por outro lado, Nossos bispos converteram-se em aventureiros. e nossos pastores em

tos3uiadores4 % por bispos se entende a3ui. os orgulhosos abades 3ue imp9em pesados trabalhos aosseus inferiores. 3ue eles mesmos não tocariam com o dedo mindinho4 São =regório di7 a respeitodos pastores, CNingu/m comete mais dano a igreBa 3ue o dono do nome ou da ordem de santidade. evive em pecado; por3ue ningu/m se atreve a acus0-lo de pecado e. portanto este se difunde

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grandemente. B0 3ue se honra ao pecador pela santidade de sua ordemC4 + !eato &gostinho tamb/mfala dos monges a #icente o <onatistaR, C6onfesso livremente tua caridade perante o Senhor nosso<eus. 3ue / testemunha de minha alma desde o momento em 3ue comecei a servi-lo; a grandedificuldade 3ue de fato eperimentei. resulta da impossibilidade de encontrar homens piores oumelhores 3ue os 3ue honram ou desonram os monast/riosC4(*) Donatista:

Donatismo foi uma doutrina reli%iosa crist+, considerada hertica elo catolicismo/ &ersistiu na Kfrica romanizada nossculos < e </ eu nome ad-m de dois #isos com o mesmo nome: Donato de Casa 0i%ra, #iso da 0um!dia (0orte da

Kfrica)J e Donato o Grande, #iso de Carta%o/ 

+s donatistas defendiam 3ue os sacramentos só eram v0lidos se 3uem os ministrava era digno4 No catolicismo. por/m. cr"-se 3ue os sacramentos valem por si. seBa o ministrante geralmente umsacerdoteO um indivíduo corrupto ou não4

+s autores 3ue mais influenciaram os donatistas. em termos de doutrina religiosa. foram São6ipriano. Montano e 'ertuliano4 N'-PtO

  % da maldade das mulheres fala-se em %clesiastes >>#, CNão h0 cabeça superior : de umaserpente. e não h0 ira superior : de uma mulher4 Prefiro viver com um leão e um dragão. 3ue com

uma mulher mal/volaC4 % entre muitas outras coisas 3ue nesse ponto precedem e seguem ao tema damulher maligna. concluímos, 'odas as malignidades são pouca coisa em comparação com a de umamulher4 Pelo 3ual São João 6risóstomo di7 em teto, CNão conv/m se casarC4 São Mateus. >I>,(ue outra coisa / uma mulher. senão um inimigo da ami7ade. um castigo inevit0vel. um malnecess0rio. uma tentação natural. uma calamidade deseB0vel. um perigo dom/stico. um deleit0veldetrimento. um mal da nature7a pintado com alegres cores[ Portanto. se / um pecado divorciar-sedela 3uando deveria mant"-la. / na verdade uma tortura necess0ria4 Pois ou bem cometemosadult/rio ao nos divorciar. ou devemos suportar uma luta 3uotidiana4 %m seu segundo livro &$etórica. 6ícero di7, C+s muitos apetites dos homens levam-no a um pecado. mas o 1nico apetitedas mulheres as condu7 a todos os pecados. pois a rai7 de todos os vícios femininos / a avare7aC4 %S/neca di7 em suas 'rag/dias, C)ma mulher ama ou odeia; não h0 uma terceira alternativa4 % as

l0grimas de uma mulher / um engano. pois podem brotar de uma pena verdadeira. ou ser umaarmadilha4 (uando uma mulher pensa so7inha. pensa o malC4

Mas para as boas mulheres h0 tanto louvor 3ue lemos 3ue deram beatitude aos homens. esalvaram naç9es. países e cidades; como fica claro no caso de Judith. </borah e %sther4 #eBa-setamb/m 6oríntios I, C<a mulher 3ue tem um marido infiel. e consente em habitar com ele; não adispense4 Por3ue o marido infiel / santificado na mulherC4 % %clesiastes. >>#I, C!endito o homem3ue tem uma mulher virtuosa. pois o n1mero de seus dias se duplicar0C4 % ao longo desse capítulose di7em muitos elogios sobre a ecel"ncia das mulheres boas. o mesmo 3ue no 1ltimo capítulo dosProv/rbios a respeito de uma mulher virtuosa4

% tudo isto fica claro no Novo 'estamento. a respeito das mulheres e virgens e outras mulheres

santas 3ue pela f/ afastaram naç9es e reinos da adoração de ídolos. para leva-los : religião cristã4(uem ler #incent de !eauvais - em Spec4 Distor4 >>M - encontrar0 coisas maravilhosas naconversão da Dungria pela muito cristã =ilia. e dos francos por 6lotilda. esposa de 6lodoveo4Portanto. em muitas críticas 3ue lemos contra as mulheres. a palavra mulher se usa para significar oapetite da carne4 % como foi dito, &3ui verificamos 3ue a mulher / mais amarga 3ue a morte e. uma

 boa mulher est0 submetida ao apetite carnal4

+utros propuseram outras ra79es pela eist"ncia de mais mulheres supersticiosas do 3uehomens4 % a primeira / mais cr/dula; e como o principal obBetivo do dem8nio / corromper a f/.

 prefere atac0-las4 #eBa-se %clesiastes. >I>, (uem / r0pido em sua credulidade. / de mente d/bil. eser0 decaído4 & segunda ra7ão / 3ue. por nature7a. as mulheres são mais impression0veis e mais

 prontas a receber a influ"ncia de um espírito desencarnado; e 3ue 3uando usam bem esta 3ualidade.são muito boas; mas 3uando a usam mal. são muito m0s4

& terceira ra7ão / 3ue possuem língua solta. e são incapa7es de ocultar de seus semelhantes as

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>>>O; e Dannah. 3ue era est/ril. da frutífera Peninnah I $eisO; e como Maria N1meros. >IIOmurmurou e falou mal de Mois/s. e portanto foi atacada de lepra; e de como Martha tinha inveBa deMaria Madalena. por3ue estava ocupada e Maria achava-se sentada São Lucas. >O4 & isto se refere%clesiastes. >>>#II, CNão consultes com uma mulher a respeito da3uela de 3uem est0 7elosaC4(uer di7er 3ue / in1til consultar com ela. B0 3ue sempre h0 ci1me. ou seBa. inveBa numa mulhermalvada4 % se as mulheres comportam-se desse modo entre si. 3uanto mais o farão entre os homens4

#alerlo M0imo conta 3ue 3uando 5oroneo. rei dos gregos. se encontrava moribundo. disse aseu irmão Leoncio 3ue nada lhe haveria faltado em mat/ria de felicidade se sempre lhe tivessefaltado uma esposa4 % 3uando Leoncio lhe perguntou como uma esposa poderia se interpor nocaminho da felicidade. lhe respondeu 3ue todos os homens casados o sabiam muito bem4 % 3uandoo filósofo Sócrates lhe perguntou se deveria ter casado com uma esposa. respondeu, CSe não o fa7esestar0s so7inho. tua família morrer0 e te herdar0 um alheio; se o fa7es sofre em eterna ansiedade. delamurientos planos; recriminação a respeito da porção correspondente ao casamento; o fortedesagrado de teus parentes. a charlatanice de uma sogra. um belo par de cornos. e a chegada nadasegura de um herdeiroC4 Isso foi dito como 3uem sabia o 3ue di7ia4 Pois São Jer8nimo. em seu6ontra Loniniannm. di7, C%ste Sócrates tinha duas esposas 3ue suportou com muita paci"ncia. mas

não p8de livrar-se de suas obstinaç9es e suas clamorosas críticas4 <e maneira 3ue um dia. 3uandose 3ueiavam dele. por ter saído de casa para fugir do ass/dio. indo sentar-se do lado de fora; entãoas mulheres Bogaram nele a 0gua 3ue lhe serviriamC4 Mas o filósofo não se importou com isso. edisse, CJ0 sabia 3ue depois do trovão viria a chuvaC4

% tamb/m eiste a história de um homem cuBa esposa se afogou num rio4 %n3uanto ele procurava o cad0ver para tir0-lo dV0gua. lhe perguntaram por 3u" caminhava corrente7a acima; B03ue corpos pesados não se elevam. mas apenas descem. e ele procurava contra a corrente do rio;respondeu, C(uando esta mulher vivia. sempre. tanto em palavras como nos fatos. contradisseminhas ordens; portanto procuro na direção contr0ria. por3ue agora. mesmo morta. ainda conservaseu disposição contraditóriaC4

% na verdade. pelo seu primeiro defeito de intelig"ncia. são mais propensas a abBurar da f/.assim. como no segundo defeito de afetos e pai9es eageradas. procuram. matutam e infligemdiversas vinganças. seBa por bruaria ou outros meios4 Pelo 3ual não / assombroso 3ue eistamtantas bruas neste seo4

&s mulheres tamb/m t"m memória d/bil. e nelas / um vício natural não serem disciplinadas.senão seguir seus próprios impulsos. sem sentido algum no 3ue pretendem fa7er; e isto / tudo o 3uesabem. e a 1nica coisa 3ue conservam na memória4 <e maneira 3ue 'eofrasto di7, CSe a elasentregar toda a administração da casa. mas reservar ao marido algum pe3ueno detalhe para seu

 próprio Bulgamento. ela pensar0 3ue ele demonstra uma grande falta de f/ nela. e armar0desavenças; e se ele não for logo procurar conselhos. ela lhe preparar0 veneno e consultar0 videntese algures. e logo se converter0 numa bruaC4

Mas 3uanto : dominação pelas mulheres. escute o 3ue di7 6ícero nos Paradoos4 CPode serchamado de livre um homem cuBa esposa o governa. lhe imp9e leis. lhe d0 ordens e lhe proíbe defa7er o 3ue deseBa. de modo 3ue não pode nem se atreve a lhe negar nada do 3ue lhe pede2 %u nãosó o chamaria de escravo. senão. o mais baio dos escravos. ainda 3ue nascido na família maisnobre4C % Seneca. na personagem da furiosa Medea. di7, CPor3ue deias de seguir teu impulso feli7;tão grande / a parte da vingança com 3ue te rego7iBas2C +nde apresenta muitas provas de 3ue amulher não pode ser governada. senão 3ue segue seu próprio impulso. mesmo at/ sua destruição4<a mesma forma. lemos a respeito de muitas mulheres 3ue se mataram por amor ou pena. por3uenão podiam se vingar4

&o escrever sobre <aniel. São Jer8nimo relata uma história de Laodicea. esposa de &ntioco. reida Síria; de como. ansiosa de 3ue ele amasse sua outra esposa. !erenice. mais 3ue ela. fe7 primeiro3ue !erenice e sua filha com &ntioco fossem assassinadas. e depois se envenenou4 % por 3ue2Por3ue não 3ueria ser governada. mais deseBava seguir seus próprios impulsos4 Portanto. São João

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6risóstomo di7. não sem ra7ão, C+h maldade. pior 3ue todos os males. uma mulher maligna. seBa pobre ou ricaC4 Pois se / esposa de um rico. não deia de ecitar. dia e noite. seu esposo. com palavras ardentes. nem de usar argumentos malignos e importunaç9es violentas4 % se tem umesposo pobre não deia de incit0-lo at/ a cólera e a ria4 % se / vi1va. dedica-se a menospre7artodos. em 3ual3uer lugar. e se mostra inflamada para todas as aud0cias. por seu espirito orgulhoso4

Se pes3uisarmos. veremos 3ue 3uase todos os reinos do mundo foram derrubados pormulheres4 'róia. 3ue era um reino próspero. foi destruída pela violação de uma mulher. Delena. emuitos milhares de gregos foram mortos4 + reino dos Budeus sofreu grandes infort1nios e destruição

 por causa da maldita Je7ebel. e sua filha &taliah. rainha da Jud/ia. 3ue fe7 3ue os filhos de seu filhofossem mortos. para 3ue na morte deles pudesse chegar a reinar; mas cada uma delas foi morta4 +reino dos romanos suportou muitos males devido a 6leópatra. rainha de %gito. a pior das mulheres4% assim como outras4 Portanto. não / estranho 3ue o mundo sofra agora com malícia das mulheres4

% eaminaremos em seguida os deseBos carnais do corpo. dos 3uais surgiram inumer0veisdanos para a vida humana4 6om Bustiça podemos di7er como 6atão de )tica, CSe o mundo pudesselibertar-se das mulheres. não careceríamos de <eus em nossas relaç9esC4 Pois em verdade. sem amalignidade das mulheres. para não falar da bruaria. o mundo seguiria eistindo a prova de

inumer0veis perigos4 +uça o 3ue disse #alerlo a $ufino, CNão sabeis 3ue a mulher / a (uimera.mas / bom 3ue o saibas. pois esse monstro tinha tr"s formas; seu rosto era de um radiante e nobreleão; tinha o as3ueroso ventre de uma cabra. e estava armada da cauda virulenta de uma víboraC4(uer di7er 3ue uma mulher / formosa na apar"ncia. contamina pelo tato e / mortífero viver comela4

6onsideremos outra de suas propriedades. sua vo74 Pois como / embusteira por nature7a. assimtamb/m em sua fala fere en3uanto nos deleita4 Pelo 3ual sua vo7 / como o canto das sereias. 3uecom suas doces melodias atraem aos viaBantes e os matam4 Pois os matam esva7iando-lhes os

 bolsos. consumindo-lhes as forças. e fa7endo-os abandonar a <eus4 % #alerlo tamb/m di7 a $ufino,C(uando fala. / um deleite 3ue aroma o pecado; a flor do amor / uma rosa. pois embaio de seu

 botão se escondem muitos espinhosC4 #eBa Prov/rbios. v Q-G, CPor3ue os l0bios da estranha destilammel e seu paladar / mais macio 3ue o a7eite; mas seu fim / amargo como o absintoRC4 Sua garganta/ mais lisa 3ue o óleo4 Mas sua etremidade / tão amarga 3uanto o absintoO4(*) A#sinto:&equena er-a arom7tica dotada de roriedades amar%asJ mais conhecida or suas caracter!sticas t?=icas/ (0B8&t)

  6onsideremos tamb/m seu porte. postura e vestimenta. 3ue / a vaidade das vaidades4 Não h0homem no mundo 3ue se esforce tanto por compra7er ao bom <eus. como uma mulher comumestuda suas vaidades para compra7er aos homens4 )m eemplo disso se encontra na vida dePelagia. uma mulher mundana 3ue saíra para passear por &ntió3uia ataviada e enfeitada nas formasmais etravagantes4 )m santo padre. chamado Nonno. viu-a e rompeu-se a chorar. e disse a seuscompanheiros 3ue nunca em sua vida havia usado tanta dilig"ncia para compra7er a <eus. e

agregar-se muito mais a %le. se resguardando em oraç9es4Isto / o 3ue se lamenta em %clesiastes #II e 3ue a igreBa inclusive lamenta agora devido :

grande 3uantidade de bruas4 C% eu achei mais amarga 3ue a morte. a mulher. a 3ual / rede e laçosdo coração; suas mãos são como ligaduras4 + 3ue agrada a <eus escapar0 dela; mas o pecador ser0

 preso nelaC4 Mais amarga 3ue a morte. isto /. 3ue o dem8nio, &pocalipse #I. H. Ctenha. por nomeMorteC4 Pois mesmo o dem8nio levando %va ao pecado. %va sedu7iu &dão4 % como o pecado de%va não havia levado a morte a nossa alma e corpo. a menos 3ue o pecado passasse depois para&dão. o 3ual foi tentado por %va. e não pelo dem8nio. então ela / mais amarga 3ue a morte4

U mais amarga 3ue a morte. por3ue isso / natural e destrói apenas o corpo; mas o pecado 3uenasceu da mulher destrói a alma ao despoB0-la da graça. e entregar o corpo ao castigo pelo pecado4

U mais amarga 3ue a morte. por3ue a morte do corpo / um inimigo franco e terrível. mas amulher / um inimigo lamuriento e secreto4 % o fato de 3ue / mais perigosa 3ue uma armadilha. nãofalando das armadilhas dos caçadores. mas dos dem8nios4 Pois os homens são capturados. não só

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instituído por %le. / :s ve7es destruído pela obra do dem8nio; e não. em verdade. pela força. o 3ue ofaria ser considerado mais forte 3ue <eus. mas /. com a permissão <ele mediante a provocação dealgum impedimento tempor0rio ou permanente no ato conBugal4

% a respeito disso. podemos di7er do 3ue se conhece pela eperi"ncia; 3ue estas mulheressatisfa7em seus suBos apetites. não só por si mesmas. mais inclusive atrav/s dos poderosos da ve7.seBam eles de 3ual3uer classe ou condição. e por todo tipo de bruarias provocam a morte da almadevido : ecessiva nsia do amor carnal. de tal maneira. 3ue nenhuma vergonha ou persuasão

 poderia dissuadi-las de tais atos4 % por meio desses homens. B0 3ue as bruas não permitem 3ue lhesocorra dano algum. seBa por eles mesmos ou por outros. e uma ve7 os tendo sob seus poderes. surgeo grande perigo da /poca. isto /. o etermínio da 5/4 % deste modo aumentam as bruas todos osdias4

% 3ueira <eus isto não fosse verdadeiro como o di7 a eperi"ncia4 Mas a verdade / 3ue a bruaria desperta tal ódio entre a3ueles 3ue foram unidos no Sacramento do Matrim8nio e blo3ueiaa força de gestação. tornando os homens incapa7es de eecutar a ação necess0ria para engendrarfilhos4 Mas como o amor e o ódio eistem na alma. na 3ual nem se3uer o dem8nio pode entrar. /

 preciso pes3uisar tais coisas. não só por3ue pareçam inacredit0veis para alguns; mas no confronto

de argumento contra argumento. o assunto ficar0 claro4%aminemos como. por meio do movimento local. pode o dem8nio ecitar a fantasia e as

 percepç9es sensoriais internas de um homem. isto por meio de apariç9es e aç9es impulsivas4 U deassinalar 3ue &ristóteles de Somno et #igíliaO atribui ao fato 3ue. 3uando um animal dorme. osangue flui : sede mais íntima dos sentidos. dos 3uais emanam movimentos ou impress9es 3ue

 perduram de impress9es passadas. conservadas na mente ou percepção interna; e são a 5antasia ouImaginação. 3ue segundo São 'om0s / a mesma coisa4

Por3ue a fantasia ou imaginação /. por assim di7er. o tesouro das id/ias recebidas atrav/s dossentidos4 % assim ocorrem 3uando os dem8nios agitam de tal modo as percepciones internas. ouseBa. o poder de conservar imagens. 3ue parecem ser uma nova impressão decidida no momento. a

 partir de coisas eteriores4U certo 3ue não todos concordam a respeito disso; mas se algu/m deseBa se ocupar deste

assunto. deve considerar a 3uantidade e as funç9es das percepç9es internas4 Segundo &vicenna. emseu livro Sobre a Mente. são cinco. a saber, o !om Sentido; a 5antasia. a Imaginação. o Pensamentoe a Memória4 Mas São 'om0s. na Primeira Parte da Pergunta A. di7 3ue são apenas 3uatro. B0 3ue a5antasia e a Imaginação são a mesma coisa4 Por temer : proliidade. omito muitas outras coisas 3uese disse a respeito4 Só isto deve ser dito, 3ue a fantasia / o tesouro das id/ias. mas a memória pareceser algo diferente4 Pois a fantasia / o tesouro ou o depósito das id/ias recebidas atrav/s dossentidos; mas a memória / o tesouro dos instintos. 3ue não se recebe pelos sentidos4 Por3ue 3uandoum homem v" um lobo. ele foge. não por sua cor feia ou aspecto. 3ue são id/ias recebidas atrav/s

dos sentidos eteriores e conservadas em suas fantasias; mas foge por3ue o lobo / seu inimigonatural4 % isso ele sabe por algum instinto ou temor. aparte do pensamento. 3ue reconhece o lobocomo hostil. mas o cão como amistoso4 Mas o depósito destes instintos / a memória4 % a recepção ea retenção são duas coisas diferentes na nature7a animal; pois 3uem / por nature7a criativo. percebecom maior facilidade. e ret"m o mal; e o contr0rio ocorre com a3ueles 3ue são de humor seco4

Para voltar ao tema4 +s aparecimentos 3ue surgem nos sonhos dos dormentes procedem dasid/ias conservadas no depósito da mente. por meio de um movimento local e natural. causado pelofluo de sangue para a primeira e mais íntima sede de suas faculdades de percepção; e falamos deum movimento local intrínseco na cabeça e nas c/lulas do c/rebro4

% isto tamb/m pode ocorrer devido a um movimento local similar criado por dem8nios4 %stas

coisas tamb/m ocorrem. não só a 3uem dorme. mas inclusive a 3uem esta desperto4 Pois com issoos dem8nios tamb/m podem fortalecer e ecitar as percepç9es e humores internos. de modo 3ue asid/ias conservadas nos depósitos da mente seBam etraídas e evidenciadas as faculdades da fantasia

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e da imaginação. para 3ue levem os homens a imaginarem 3ue essas coisas são verdadeiras4 % istose chama tentação interior4

% não / estranho 3ue o dem8nio possa fa7"-lo por seu próprio poder natural. B0 3ue 3ual3uerhomem por si mesmo. acordado e go7ando do uso de sua ra7ão. pode etrair de forma volunt0ria. deseus depósitos. as imagens 3ue conservou neles; de tal forma. 3ue convo3ue as imagens das coisas3ue lhe interessa4 % admitindo isto. / f0cil entender o assunto do ecessivo ardor no amor4

&gora bem. h0 duas maneiras. como B0 foi dito 3ue os dem8nios podem provocar este tipo deimagens4 Xs ve7es atuam sem encadear a ra7ão humana. como dissemos no 3ue se refere : tentaçãoe no eemplo da imaginação volunt0ria4 Mas em certas ocasi9es o uso da ra7ão est0 encadeado porinteiro; e isto pode ser eemplificado em certas pessoas defeituosas por nature7a. e com os loucos eos b"bados4 Portanto. não / estranho 3ue. com a permissão de <eus. os dem8nios possam encadeara ra7ão; e a esses homens chama-los delirantes. por3ue seus sentidos foram arrebatados pelodem8nio4 % fa7em-no de duas maneiras. com ou sem a aBuda das bruas4 Pois &ristóteles. na obra3ue citamos. - di7 3ue 3uem vive em paião / movido por pouca coisa. como o apaionado pelaapar"ncia mais remota de seu amor. e o mesmo acontece no caso de 3uem sente ódio4 Portanto osdem8nios. 3ue aprenderam dos atos dos homens e. as pai9es 3ue estão principalmente submetidos.

aos incitar a esse tipo de amor ou ódio desmesurado. imp9em seu obBetivo sobre a imaginação doshomens. com tanto mais força e efic0cia 3uanta maior / a facilidade com 3ue podem o fa7er4 % issolhes resulta tanto mais f0cil. 3uanto / mais singelo a um apaionado. convocar a imagem de seuamor na memória. e a conservar pra7erosamente em seus pensamentos4

Mas agem por bruaria 3uando fa7em estas coisas pela instncia das bruas. em ra7ão de um pacto convindo com elas4 Mas não / possível tratar destes assuntos em detalhe. devido : grande3uantidade de fatos. tanto entre os cl/rigos como entre os laicos4 Pois 3uantos ad1lterosabandonaram as mais belas esposas em ra7ão de sua luuria. pelas mais vis mulheres[

Sabemos de uma mulher idosa 3ue. segundo a versão comum dos irmãos desse monast/rio.inclusive at/ a atualidade. não só embruou dessa forma tr"s abades. um após o outro. mais

inclusive os matou. e da mesma forma enlou3ueceu um 3uarto4 Pois ela mesma confessou em p1blico. e não temeu em di7er, C444 o fi7 e faço de novo. e não poderão deiar de me amar por3uecomeram tanto de meu esterco444 e mede certamente o tamanho do seu braço444C % al/m do mais.confesso 3ue desde então não tivemos motivos para incrimin0-la ou a levar perante os tribunais. eainda sobrevive na atualidade4

$ecordaremos 3ue foi dito 3ue o dem8nio compele de forma invisível o homem ao pecado. nãosó por meio da persuasão. como dissemos. mais tamb/m por meio da própria disposição4 &inda 3ueisto não seBa muito pertinente. digamos 3ue por uma admoestação similar da disposição do humordos homens. fa7 3ue alguns tendam mais a cólera. a concupisc"ncia ou a outras pai9es4 Pois /manifesto 3ue um homem 3ue possui no corpo essa disposição / mais propenso : concupisc"ncia. a

ira e a tais pai9es; e 3uando despertos. possuem mais tend"ncia a se submeter a elas4 Mas comofica difícil citar precedentes. / preciso encontrar um meio mais f0cil de declarar. para admoestaçãoda gente4 % na Segunda Parte deste livro trataremos dos rem/dios pelos 3uais podem ser libertadosos homens assim enfeitiçados4

O m3todo de )regar =s )essoas so%re o amor enalte#"do

  & respeito do 3ue se disse antes. um pregador formularia esta pergunta, U uma concepçãocatólica afirmar 3ue as bruas podem infectar a mente dos homens com um deseBo inflamado pelasmulheres desconhecidas. e enaltecer de tal modo seus coraç9es. 3ue nenhuma humilhação oucastigo. palavra ou ação os obrigue a desistir de tal amor2 % 3ue do mesmo modo4 Poderiamengendrar tal ódio entre os casais casados 3ue. lhes resulte impossível eecutar de forma alguma as

funç9es procriadoras. de modo 3ue em verdade. no intermin0vel sil"ncio da noite. percorramgrandes distncias em procura de amantes masculinos e femininos irregulares2

 Nesse sentido. se deseBar. poder0 encontrar alguns argumentos na pergunta anterior4 &l/m do

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mais. só h0 3ue assinalar 3ue eistem dificuldades nessas 3uest9es a respeito do amor e o ódio444Pois estas pai9es invadem a vontade. 3ue em seu próprio ato sempre / livre. e 3ue não pode serforçada por criatura alguma. aparte de <eus. 3uem a governa4 <o 3ual resulta evidente 3ue nem odem8nio nem uma brua. 3ue atuam segundo esse poder. podem obrigar : vontade de um homem aamar ou odiar4 )ma ve7 mais. B0 3ue a vontade. como o entendimento. eiste de maneira subBetivana alma. e só pode entrar na alma (uem a criou. esta 3uestão. então. apresenta muitas dificuldades

no 3ue se refere a decifrar a verdade4 No entanto. devemos falar antes do ecitamento e do ódio. e depois do embruamento da

capacidade de engendrar4 % 3uanto ao primeiro. ainda 3ue o dem8nio não possa atuar de formadireta sobre o entendimento e a vontade do homem. no entanto. segundo todos os s0bios teólogosdo segundo Livro das Sentenças. sobre o tema do poder do dem8nio. este pode atuar sobre o corpo.ou sobre as faculdades 3ue lhe pertence ou 3ue lhe / concomitante. seBa por meio de percepç9esinternas ou eternas4 Isto fica categoricamente demonstrado na pergunta precedente. se deseBar aestudar; do contr0rio. eiste a autoridade de Jó. e como disse Jeov0 a Satã, C%is a3ui. e est0 em tuasmãosC4 Isto /. 3ue Jó se encontra em seu poder4 Mas isto só se referia ao corpo. pois %le disse, CMasguarde sua vidaC. isto /. a mantenha intacta4 % esse poder 3ue %le lhe concedeu sobre seu corpo.

tamb/m lhe concedeu sobre todas as faculdades vinculadas com o corpo. 3ue são as 3uatro ou cinco percepç9es eteriores e interiores. a saber, o !om Sentido. a 5antasia ou Imaginação. o Pensamentoe a Memória4

Se não podemos citar outro caso. tomamos o eemplo dos porcos e das ovelhas4 Pois os porcosconhecem por instinto o caminho de seu ref1gio4 % por instinto natural. as ovelhas distinguem umlobo de um cão. e sabem 3ue um / inimigo e o outro amigo de sua nature7a4

Portanto. B0 3ue todos nossos conhecimentos racionais provem dos sentidos como di7&ristóteles. no segundo Livro Sobre a Mente, um deseBo inteligente deve levar em conta osfantasmasO. o diabo pode afetar a fantasia interior. e enuviar o entendimento4 % isto não / atuar demaneira imediata sobre a mente. mas por meio de fantasmas4 Por3ue. al/m do mais. nada / amado

at/ se conheça4Poder-se-ia retirar do ouro. tantos eemplos 3uantos fossem necess0rios. e do ouro 3ue o avaro

ama por3ue conhece seu poder. etc4 Portanto. 3uando o entendimento se escurece. tamb/m avontade fica nublada em suas afeiç9es4 Mais ainda. o dem8nio pode conseguir isto com ou semaBuda de uma brua; e estas coisas podem inclusive ocorrer pela simples falta de previsão4 Masdaremos eemplos de todo tipo4 Pois. como se di7 em Santiago. I, CNão / então. 3ue cada um /tentado 3uando sua própria concupisc"ncia / atraída e cevada2 % a concupisc"ncia. depois 3ueconcebeu. pariu o pecado; e o pecado. sendo cumprido. engendra morteC4 % uma ve7 mais. 3uandoSichem viu <ina sair para ver :s filhas da terra. a amou e a tomou e se acostou com ela. e sua almase uniu a ela ="nesis. >>>I#O4 % segundo a interpretação, 3uando a mente d/bil se es3uece deseus próprios assuntos. e se ocupa. como <ina. dos de outras pessoas. / etraviada pelo costume. ese converte numa das pecadoras4

%m segundo lugar. 3ue este apetite possa surgir aparte da bruaria. e nada mais 3ue pelatentação do dem8nio. se mostra como citado4 Pois lemos em Samuel II. 3ue &m8n amava comdesespero sua irmã 'amar. e a ansiava tanto. 3ue de tal maneira acabou doente de amor por ela44Mas ningu/m cairia num delito tão grande e inócuo. se não estivesse corrompido por completo egrandemente tentado pelo dem8nio4 Pelo 3ual a interpretação da passagem di7, esta / umaadvert"ncia para nós. e foi permitida por <eus para 3ue sempre esteBamos em guarda. não para 3ueo vício nos domine e o príncipe do pecado prometer uma falsa pa7 aos 3ue se encontram em perigo.e a nos achar dispostos. nos mate sem 3ue o advirtamos4

 No Livro dos Santos Padres menciona-se esta categoria da paião. 3uando di7 3ue. mesmo 3ueestivessem longe de todas as nsias carnais. foram :s ve7es tentados pelo amor das mulheres emmaior medida do 3ue se poderia crer4 Pelo 3ual em II 6oríntios. ao &póstolo di7, CMe d" umaespetada na carne. 3ue um mensageiro de Satan0s me esbofeteieC4 & respeito disso a interpretação

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di7, U me dado deiar tentar pela luuria4 Mas 3uem / tentado e não cede não / pecador. e não passa de uma coisa para o eercício da virtude4 % por tentação entende-se a do dem8nio. não a dacarne. 3ue / sempre venial num pecado menor4 Se deseBar. o 3uestionador poder0 encontrar muitoseemplos4

<o terceiro ponto. 3ue / o amor inflamado 3ue procede das m0s artes do dem8nio. B0analisamos. e falamos dessa tentação4 Poderiam perguntar, 6omo / possível di7er 3ue esse amorecitado procede. não do dem8nio. mas apenas de uma brua2 % a resposta / 3ue eistem muitasmaneiras4 Se o homem tentado tem uma esposa bela e honrada. ou se o contr0rio ocorre no caso deuma mulher. etc etc4 Segundo. se o Bulgamento da ra7ão est0 encadeado de tal modo. 3ue nemgolpes. nem palavras. nem fatos. nem se3uer a vergonha. podem fa7er desistir dessa luuria4 %terceiro em especial. 3uando não podem se conter. como em ocasi9es inesperadas e mesmo apesarda dificuldade da viagem. se v"em obrigados a percorrer grandes distncias como 3ual3uer umsabe pelas próprias confiss9es desses homensO. tanto de dia como de noite4 Por3ue como di7 SãoJoão 6risóstomo em Mateus >>. a respeito do asno sobre o 3ual cavalgava 6risto, C444 3uando odem8nio possui a vontade de um homem para o pecado. o leva a seu arbítrio. a onde lhe apetecer444Ce d0 o eemplo de um barco no mar. sem timão. 3ue os ventos arrastam a seu pra7er; e de um

homem cavalgando com firme7a um cavalo; e um rei 3ue domina sobre um tirano4 % 3uarto. sedemonstra pelo fato como :s ve7es são arrebatados. de repente e de forma inesperada. etranstornados nada podem impedi-los4 'amb/m se demonstra na conflitante apar"ncia4

1U/'T2O:'e as %ruxas )odem em%otar o )oder de gesta7ão ou o%stru"r o ato ven3reo;  

&gora bem. o fato de 3ue as rameiras e as prostitutas ad1lteras se entreguem antes de mais nada: bruaria est0 confirmado pelos feitiços efetuados pelas bruas sobre o ato de engendrar4 % paratornar mais clara. : verdade. deve considerar os argumentos da3ueles 3ue não concordam. a esserespeito conosco4 % antes de mais nada afirmam 3ue esse encantamento não / possível. por3ue se o

fosse regeria por igual 3uem est0 casado; e isto admitido. então. tanto o casal / obra de <eus e a bruaria / obra do dem8nio. e esta intimidade seria mais forte 3ue a primeira4 Mas se admitir 3ue só possa afetar os fornicadores e os solteiros. isso implica na volta da opinião de 3ue. na realidade a bruaria não eiste. e não passa da imaginação dos homens4 % isto B0 foi refutado4 +u bem seencontra alguma ra7ão 3ue afete os solteiros e não os casados; e a 1nica ra7ão possível / 3ue o casal/ obra de <eus4 % como. segundo os 'eólogos. esta ra7ão não / v0lida. segue em p/ o argumento de3ue haveria obra do dem8nio mais forte 3ue a de <eus; e como seria inBustificado fa7er semelhanteafirmação. tamb/m / inBustificado afirmar 3ue o ato ven/reo possa ser obstruído pela bruaria4

Mais uma ve7. o dem8nio não pode obstruir as outras aç9es naturais. tais como comer.caminhar e erguer-se. como fica evidente 3ue. se assim fosse. destruiria todo mundo4 &l/m do mais.

como o ato ven/reo / comum a todas as mulheres. se o obstruísse seria em relação a todas asmulheres; mas não / assim. e por tanto vale o primeiro argumento4 Por3ue os fatos provam 3ue não/ assim; pois 3uando um homem di7 3ue foi embruado. continua sendo muito capa7 em relação asoutras mulheres. ainda 3ue não com a3uela com a 3ual lhe / impossível copular; e a ra7ão disso /3ue não h0 deseBo. e portanto nada pode fa7er nesse sentido4

D0 tamb/m outra ra7ão, a de 3ue como o diabo / mais poderoso 3ue o homem. e um homem pode obstruir a capacidade de engendrar por meio de ervas frígidas ou 3ual3uer outra coisa 3ue podemos pensar. muito mais pode fa7er o dem8nio B0 3ue tem maior conhecimento e ast1cia4

  Res)osta8 & verdade fica bastante evidente nos dois aspectos B0 argumentados. ainda 3ue nãodeclarado de maneira específica. o m/todo de obstrução4 Pois se mostrou 3ue a bruaria não eiste

só na imaginação dos homens. mais nos fatos; e na verdade realmente podem ocorrer inumer0veisencantamentos com a permissão de <eus4 'amb/m se mostrou 3ue <eus permite mais no caso dacapacidade de engendrar. devido a maior corrupção. do 3ue no caso de outras aç9es humanas4 Mas a

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respeito do m/todo pelo 3ual se tentam essas obstruç9es. / de assinalar 3ue não afeta só o poder deengendrar. mais a imaginação ou a fantasia4

% 3uanto a isto. Pedro de Paludes III. QGO assinala cinco m/todos4 Pois di7 3ue o dem8nio. porser um espirito. tem poder sobre uma criatura corpórea. e pode causar ou impedir um movimentolocal4 Portanto pode impedir 3ue os corpos se acer3uem entre si. seBa de maneira direta ou indireta.interpondo-se em alguma forma corpórea4 &ssim ocorreu com o Bovem desposado com um ídolo3ue. no entanto casou-se com uma Bovem don7ela. e foi incapa7 de copular com ela4 Segundo. podeecitar um homem a esse ato. ou congelar o deseBo dele. em virtude de coisas secretas cuBo poderconhece melhor 3ue ningu/m4 'erceiro. pode perturbar de tal maneira a percepção e a imaginaçãode um homem. 3ue a mulher lhe pareça repugnante. B0 3ue. como se disse. pode influir sobre aimaginação4 (uarto pode impedir. de maneira direta. a ereção do membro adaptado : frutificação.do mesmo modo 3ue obstruir o movimento local4 (uinto pode impedir o fluo da ess"ncia vital dosmembros onde reside a energia motri7. fechando. por assim di7er. os canais seminais. de modo 3uenão desça :s vias de gestação. ou retroceda. ou não se proBete nelas. ou de alguma das muitasmaneiras. fracasse em sua função4

% procede. em consonncia com o 3ue se tratou mais acima. com outros <outores4 Pois <eus

outorga ao dem8nio mais espaço a respeito deste ato. por meio do 3ual se difundiu primeiro o pecado. do 3ue outros atos humanos4 <a mesma forma. as serpentes estão mais submetidas aosencantamentos m0gicos 3ue os demais animais4 % um pouco mais adiante di7, Co mesmo ocorre nocaso da mulher. pois o dem8nio pode nublar-lhe de tal modo o entendimento. 3ue considere a seuesposo tão repugnante. 3ue por nada do mundo lhe permita se deitar com elaC4

Mais tarde almeBa encontrar a ra7ão do por3u". 3ue mais homens 3ue mulheres se encontramenfeitiçados a respeito dessa ação; e di7 3ue tal obstrução ocorre geralmente no conduto seminal. ouna incapacidade de ereção. 3ue mais facilmente acontece com os homens; e portanto h0 m0shomens embruados 3ue mulheres4 'amb/m poderia di7er-se 3ue. como a maior parte das bruassão mulheres. anseiam mais os homens 3ue :s mulheres4 &l/m do mais. atuam por despeito das

outras mulheres casadas. e encontram todas as oportunidades para o adult/rio 3uando o esposo podecopular com outras mulheres. mas não com a própria. e da mesma maneira. a esposa tamb/m acaba procurando outros amantes4

U redundante di7er 3ue <eus permite 3ue o dem8nio afete os pecadores com mais empenho 3ueaos Bustos4 Pelo 3ual disse o anBo a 'obias, Coutorga ao dem8nio poder sobre a3ueles 3ue seentregaram : lascívia4 Mas tamb/m tenha. :s ve7es. poder sobre os Bustos. como no caso de Jó. masnão em relação as funç9es genitais4 Pelas 3uais deveriam se dedicar : confecção de outras boasobras. a menos 3ue o ferro permaneça na ferida. e seBa in1til aplicar rem/diosC4

/s#lare#em>se algumas d6v"das )assage"ras so%re o temada #.)ula "m)ed"da )elos en#antamentos mal"gnos 

<e passagem. perguntam por3u" esta função / :s ve7es obstruída em relação a uma mulher. masnão a outra; a resposta segundo São !oaventura. / esta, C+u bem a encantadora ou brua afetadesse modo :s pessoas 3ue o dem8nio determinou. ou / por3ue <eus não permite 3ue isso se infliBasobre certas pessoas4 Pois o obBetivo oculto de <eus neste aspecto / obscuro. como se mostra nocaso da esposa de 'obiasC4 % agrega, CSe perguntar como o dem8nio fa7 isso h0 3ue di7er 3ueobstrui a capacidade genital. não de forma intrínseca. mediante uma lesão do órgão. mais demaneira etrínseca. inutili7ando-oC4 Portanto. como / uma obstrução artificial. e não natural. podefa7er um homem impotente para uma mulher. mas não para outras, arrebatando a inflamação de sualuuria por ela. mas não por outras mulheres. seBa por meio de seu próprio poder. ou por algumaerva. ou pedra. ou certos meios naturais ocultos4 % isto coincide com as palavras de Pedro dePaludes4

&l/m do mais. como a impot"ncia neste ato se deve :s ve7es : frivolidade da nature7a. ou aalgum defeito natural. se pergunta, 6omo / possível distinguir se / devido ou não a bruaria2

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Dostiensis d0 a resposta em sua Summa porem isto não deve ser pregado em p1blicoO, 3uando omembro não se comove de Beito nenhum. e não pode eecutar o ato do coito. isso / sinal de frigide7da nature7a; mas 3uando se comove e se ergue e. no entanto não pode eecutar. / um sinal de

 bruaria4

'amb/m devemos assinalar 3ue a impot"ncia do membro para eecutar o ato não / o 1nicoencantamento. mas :s ve7es se fa7 para 3ue a mulher não possa conceber. ou 3ue aborte4

+bserva-se. al/m do mais. 3ue segundo o 3ue estabelece os 6nones. 3uem por deseBo devingança ou por ódio fa7 a um homem ou a uma mulher algo 3ue lhes impeça engendrar ouconceber deve ser considerado um homicida4 % adverte-se. ainda. 3ue o 6non fala de amanteslivres 3ue. para salvar seus apaionados da vergonha. usam anti-conceptivos tais como poç9es ouervas 3ue vão : contramão da nature7a. sem aBuda alguma dos dem8nios4 % esses penitentes devemser castigados como homicidas4 Mas as bruas 3ue fa7em tais coisas por bruaria são castig0veis.

 pela lei. com a pena etrema4

% para solucionar os argumentos; 3uando obBetam 3ue estas coisas não podem acontecer a3uem esta unido em matrim8nio. / preciso assinalar. al/m do mais. 3ue mesmo o assunto B0 ter sidosuficientemente declarado; essas coisas podem certa e verdadeiramente ocorrer. tanto a 3uem estacasado como a 3uem não esta4 % o leitor prudente. 3ue possuir abundncia de livros. remeter-se-0aos 'eólogos e aos 6nonistas. em especial 3uando falam dos impotentes e enfeitiçados4 % ver0 3uecoincidem em condenar dois erros. particularmente em relação :s pessoas casadas. 3ue parecemachar 3ue esses encantamentos não podem ocorrer aos 3ue estão unidos em matrim8nio. pois

 postulam a ra7ão de 3ue o dem8nio não pode destruir a obra de <eus4

% o primeiro erro 3ue condenam. / o 3ue di7 3ue não eiste bruaria no mundo. mas apenas naimaginação dos homens 3ue. por sua ignorncia das causas ocultas - 3ue ningu/m entende - todavia.atribuem certos efeitos naturais : bruaria como se fosse produto. não de causas ocultas. mais dedem8nios 3ue trabalham por si próprios ou em conBunção com as bruas4 % ainda 3ue todos osoutros <outores condenem este erro como uma pura falsidade. São 'om0s o ataca com mais vigor e

o estigmati7a como uma verdadeira heresia. e di7 3ue este erro procede da rai7 da infidelidade4 %como a infidelidade num cristão se considera heresia. esses tais merecem ser suspeitos de heresia4 %isto foi estudado na Primeira Pergunta. ainda 3ue não se tenha declarado com tanta clare7a4 Pois sealgu/m considerar os outros ditos de Santo 'om0s em outros lugares. encontrar0 as ra79es pelas3uais afirma 3ue esse erro procede da rai7 da infidelidade4

Pois em suas perguntas referentes ao Pecado. onde trata dos dem8nios. e em sua primeira pergunta. onde os dem8nios t"m um corpo 3ue lhes corresponde por nature7a. entre muitas outrascoisas. menciona as 3ue referem todos os efeitos físicos. :s virtudes dos astros. aos 3uais di7iam3ue estavam submetidas :s causas ocultas dos efeitos terrestres4 % ele di7ia, Cdeve-se considerar 3ueos Peripat/ticos. os discípulos de &ristóteles. afirmavam 3ue os dem8nios não eistem na realidade.

mais 3ue as coisas 3ue se lhes atribuem procedem do poder dos astros e de outros fen8menosnaturaisC4 %n3uanto Santo &gostinho di7, em 6iuitate <ei. >O 3ue Porfírio opinava 3ue das ervas eanimais. e de certos sons e vo7es. e de figuras e ficç9es observadas no movimento dos astros. oshomens fabricavam na terra poderes correspondentes aos astros. para eplicar diversos efeitosnaturais4 % o erro deles / claro. B0 3ue tudo se referia as causas ocultas nos astros. e afirmavam 3ueos dem8nios só eram fabricados pela imaginação humana4

Mas São 'om0s demonstra com clare7a. na mesma obra. 3ue esta opinião / falsa; pois eistemalgumas obras dos dem8nios 3ue de maneira alguma possam proceder de uma causa natural4 Poreemplo. 3uando algu/m est0 possuído pelo dem8nio e fala num idioma desconhecido; e muitasoutras obras demoníacas encontram-se. tanto nas artes rapsódicas como nas nigromanticas. 3ue só

 podem proceder de certa Intelig"ncia. 3ue por suposto não / boa. senão m0 em sua intenção4Portanto. devido a estas incongru"ncias. outros 5ilósofos viram-se obrigados a admitir a eist"nciade dem8nios4 Mas. mais tarde. caíram em v0rios erros e alguns pensaram 3ue a alma dos homens.3uando abandonava o corpo. se convertia em dem8nio4 Por tal motivo. muitos adivinhos

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assassinaram crianças. para poderem ter suas almas como colaboradoras; e relatam-se muitos outroserros4

<e tudo isto fica claro 3ue. não sem motivos. o Santo <outor afirma 3ue semelhante opinião procede da rai7 da infidelidade4 % 3uem deseBar pode ler em Santo &gostinho 6iuitate <ei. #II. I>Osobre os diferentes erros dos infi/is a respeito da nature7a dos dem8nios4 % por certo 3ue a opiniãocomum de todos os <outores - citada na obra antes mencionada. contra 3uem erra desta maneira aonegar 3ue eistam bruas. - tem grande peso em seu significado. ainda 3ue epressa em poucas

 palavras4 Pois di7em 3ue 3uem afirma 3ue não eiste bruaria no mundo contradi7 a opinião detodos os <outores e das Sagradas %scrituras. e tamb/m afirmam 3ue eistem dem8nios. e 3ue estes

 possuem poder sobre o corpo e a imaginação dos homens; com a licença de <eus4 Pelos 3uaisa3ueles 3ue são instrumentos dos dem8nios e por tal impulso. :s ve7es. causam dano a umacriatura. são chamados de bruos por eles4

&gora. na condenação dos <outores deste primeiro erro. nada se di7 a respeito dos unidos emmatrim8nio; mas isso fica claro em suas condenaç9es sobre o segundo erro4 Pois di7em 3ue outroscaem em contradição. em achar. mesmo. com a bruaria eistindo e abundando pelo mundo.inclusive contra a cópula carnal. 3ue nenhum desses encantamentos pode se considerar permanente.

e Bamais anulam um matrim8nio 3ue B0 se tem contraído4 &li falam dos unidos em matrim8nio4 &orefutar este erro pois o fa7emos ainda. 3ue venha pouco ao caso. em bem de 3uem não possuimuitos livrosO. / de assinalar 3ue o refutam afirmando 3ue vai contra todas as premissas. e /contr0rio a todas as leis. antigas ou modernas4

Portanto. os <outores católicos estabelecem a seguinte distinção, 3ue a impot"ncia causada pela bruaria pode ser tempor0ria ou permanente4 % se for tempor0ria. não anula o matrim8nio4Mais ainda. se presume 3ue 3uando tempor0ria pode ser curada do impedimento. antes dedecorridos tr"s anos de sua coabitação. logo. h0 de se fa7er todos os esforços possíveis. seBa pormeio dos sacramentos da igreBa. ou por outros rem/dios. para se cur0-la4 Mas se por fim. não foremcurados por rem/dio algum. a partir desse momento se considera permanente4 % se esse caso

 preceder o contrato e a consumação do matrim8nio. impede-se consumação do mesmo. ou o anulase ainda não foi contraído; ou bem se segue ao contrato de casamento. mas impede-se suaconsumação. ou então. mesmo assim. segundo alguns anula-se o contrato anterior4 Pois / dito noLivro >>>III. pergunta F. cap4 F. 3ue a confirmação de um matrim8nio consiste em seu oficiocarnalO4 Mas se for subse3uente : consumação do matrim8nio. então o vínculo matrimonial não ficaanulado4 &li. Dostiensis. =odofredo os <outores e os 'eólogos assinalam muitas coisas a respeitoda impot"ncia4

& respeito dos argumentos4 %m 3uanto ao primeiro. ficou muito claro pelo 3ue foi dito4 Pois arespeito do argumento de 3ue as obras de <eus podem ser destruídas pelas do dem8nio. e se o poderda bruaria contra 3uem est0 casado carece de força; antes por/m. parece o contr0rio. B0 3ue odem8nio nada pode fa7er sem a permissão de <eus4 Pois não destrói pela força. como. um tirano.mas por certas artes etrínsecas. como se demonstrou acima4 % tamb/m fica claro o segundoargumento. do por3u" 3ue <eus permite esta obstrução. e mais no caso do ato ven/reo 3ue de emoutros atos4 Mas o dem8nio tamb/m tem poder sobre outros atos. 3uando <eus o permite4 No 3ualnão / correto argumentar 3ue poderia destruir o mundo inteiro4 % da mesma maneira. a terceiraobBeção fica contestada4

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MalleusMaleficarum:: O Martelo das Bruxas ::

 

by: Alexander Freak 

 Dedicado a: Maria de Magdala.

- # -

1U/'T2O:'e as %ruxas )odem o)erar uma "lusão )rest"d"g"tadora- de modo 5ueo .rgão mas#ul"no )are7a "nte"ramente a!astado e se)arado do #or)o8

  &3ui se declara a verdade a respeito das operaç9es diabólicas com refer"ncia ao órgão

masculino4 % para deiar claro os fatos. pergunta-se se as bruas. com a aBuda dos dem8nios. podemem realidade e em verdade eliminar o membro. ou se só o fa7em em apar"ncia. por algumencantamento ou ilusão4 % afirma-se a fortioriR 3ue podem o fa7er; pois como os dem8nios podemfa7er coisas maiores 3ue essa. tais como os matar ou os transportar de um lugar a outro - como semostrou mais acima. nos casos de Jó e 'obías. - tamb/m podem. em verdade e em realidade.eliminar os membros dos homens4(*) Iortiori:e ronuncia 8 a forcióri / L e=ress+o latina 8 a fortiori ratione 8 que si%nifica "or causa de uma raz+o mais forte", ouseMa, "com muito mais raz+o"/ ndica que uma conclus+o de-er7 ser necessariamente aceita/ (0B8&t)

  )ma ve7 mais. toma-se um argumento da retórica sobre as visitas dos anBos maus. nos Salmos,<eus castiga por meio dos anBos maus. como com fre3"ncia castigou o Povo de Israel com v0riasdoenças. em verdade e em realidade caíram sobre seus corpos4 Portanto. o membro tamb/m est0submetido a tais visitas4

Pode-se di7er 3ue isto se fa7 com a permissão <ivina4 % nesse caso. como B0 se disse antes.

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insinua por todos os acessos sensuais; entrega-se a figuras; se adapta as cores. mora nos sons. semistura aos cheiros. se impregna de sabores4

&l/m do mais. h0 de se considerar 3ue essa ilusão de ótica e do tato pode ser causada. não só pela interposição de algum corpo liso e sem membros. mas tamb/m pelo surgimento. : fantasia ouimaginação. de certas formas e id/ias latentes na mente. de tal maneira 3ue uma coisa se imaginacomo percebida pela primeira ve74 Pois como se mostrou na pergunta precedente os dem8nios. porseu próprio poder. podem mudar os corpos no plano local; e assim a disposição ou o humor podemresultar afetados desta maneira. assim tamb/m acontece com as funç9es naturais4 5alo das coisas3ue parecem naturais para a imaginação e a percepção dos sentidos4 Por3ue &ristóteles. em Somnoet #igília. di7. ao atribuir a causa dos aparecimentos nos sonhos. 3ue 3uando um animal dorme fuimuito sangue : consci"ncia interna. e daí provem as id/ias ou impress9es derivadas de eperi"ncias

 pr/vias reais. acumuladas na mente4 J0 se definiu como. desta maneira. certas apar"nciastransmitem a impressão de novas eperi"ncias4 % como isto pode ocorrer de maneira natural. emmaior medida pode o diabo levar : imaginação a apar"ncia de um corpo liso. não provido domembro viril. de maneira tal 3ue os sentidos achem 3ue se trata de um fato concreto4

%m segundo lugar. h0 de se mostrar outros m/todos mais f0ceis de entender e eplicar4 Pois

segundo São Isidoro %timologia #III O. um feitiço não / nada mais 3ue certa ilusão dos sentidos. eem especial dos olhos4 U por esta ra7ão / chamado prestígio. prestringo. B0 3ue a visão dos olhosest0 tão paralisada. 3ue as coisas parecem ser o 3ue não são4 % &leBandro de Dales na parte ?. di73ue um prestígio. bem entendido. / uma ilusão do dem8nio não causada por mudança alguma namat/ria. mas só eiste na mente do enganado. seBa em relação as suas percepç9es internas oueternas4

Por isso. podemos di7er inclusive. da arte prestidigitadora humana. 3ue pode se efetuar de tr"smaneiras4 Pela primeira. pode reali7ar-se sem dem8nios. B0 3ue se fa7 de forma artificial. pelaagilidade dos homens 3ue mostram coisas e as ocultam. como no caso dos tru3ues dos

 prestidigitadores ou ventrílo3uos4 + segundo m/todo tamb/m carece da aBuda dos dem8nios. como

3uando os homens usam alguma virtude natural dos corpos ou minerais naturais. de modo a dar atais obBetos alguma outra apar"ncia. muito diferente da verdadeira4 Por isso. segundo São 'om0s I.FFG. GO e v0rios outros. os homens. por meio da fumaça de certas ervas acendidas. podem fa7er 3ueas varas pareçam serpentes4 + terceiro m/todo de enganar se efetua com a aBuda dos dem8nios.outorgada a permissão de <eus4 Pois fica claro 3ue possuem. por sua nature7a. algum poder sobrecertas mat/rias terrenas. e eercem sobre elas. 3uando <eus o permite. de modo 3ue as coisas

 parecem ser o 3ue não são4

% em 3uanto a este terceiro m/todo. h0 de se observar 3ue o dem8nio tem cinco maneiras pelas3uais pode enganar a 3ual3uer um. de modo 3ue pense 3ue uma coisa / o 3ue não /4 Primeiro. poruma artimanha artificial e. como B0 dissemos o 3ue um homem pode fa7er por suas artes o dem8nio

 pode fa7er melhor4 Segundo. por um m/todo natural. pela aplicação. como se disse. e interposiçãode alguma substncia para ocultar o corpo verdadeiro. ou para confundi-lo na fantasia do homem4 +terceiro m/todo / 3uando um corpo adotado se apresenta como algo 3ue não /. como / atestado nahistória 3ue São =regório narrada em seu Primeiro <i0logo. de uma MonBa 3ue comeu alface 3ue.no entanto. como confessou o próprio dem8nio. não era uma alface. mas o dem8nio em forma dealface. ou na própria alface4 +u como 3uando apareceu a Santo &nt8nio num pedaço de ouro 3ueencontrou no deserto4 +u 3uando toca um homem verdadeiro. e o fa7 parecer um animal. como logoeplicaremos4 + 3uarto m/todo / 3uando confunde o órgão da visão. de modo 3ue uma coisa clara

 pareça brumosa. ou ao contr0rio. e ainda 3uando uma idosa pareça ser uma Boven7inha4 6omoinclusive depois de chorar. a lu7 parece diferente do 3ue era antes4 Seu 3uinto m/todo consiste emtrabalhar sobre o poder da imaginação. e por uma perturbação dos humores. efetuarem uma

transmutação nas formas 3ue os sentidos percebem. como se tratou antes. de modo 3ue os sentidos percebem então. por assim di7er. imagens novas4 % em conse3"ncia. pelos tr"s 1ltimos m/todos. eainda pelo segundo. o dem8nio pode fa7er um feitiço sobre os sentidos do homem4 Portanto nãotem dificuldades no ocultamento do membro viril seBa por algum prestígio ou feitiço4 % uma prova

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ou eemplo manifesto disso. nos foi revelada em nossa condição de in3uisidores. 3ue eporemosmais adiante. 3uando trataremos mais a respeito deste e outros assuntos. na Segunda Parte deste'ratado4

Como d"st"ngu"r um en#antamento de um de!e"to natural

  Segue um tema incidental. com algumas outras dificuldades4 + membro de Pedro foi arrebatado.

e não sabemos se por bruaria ou alguma outra maneira. como. pelo poder do dem8nio. com alicença de <eus4 %ntre estas. eiste alguma forma de determinar ou distinguir2 Pode contestar-secomo segue4 Primeiro 3ue a3ueles a 3uem estas coisas ocorrem com mais fre3"ncia são ad1lterosou fornicadores4 Pois 3uando não respondem : eig"ncia de suas 3ueridas. ou se deseBam asabandonar e se unirem as outras mulheres então. suas 3ueridas. por vingança. fa7em 3ue aconteçamessas coisas. ou por algum outro poder conseguem 3ue o membro seBa eliminado4 Segundo. podedistinguir-se pelo fato de 3ue não / permanente4 Pois se não se deve : bruaria. a perda não /

 permanente. mas se restabelece com o tempo4

Mas a3ui surge outra d1vida. se isso se deve : nature7a da bruaria, o fato de 3ue não seBa permanente4 6ontesta-se 3ue pode ser permanente. e durar at/ a morte. tal como Bulgam os6anonistas e os 'eólogos a respeito do impedimento da bruaria no matrim8nio. 3ue o tempor0rio

 pode chegar a ser permanente4 Por3ue =odofredo di7 em seu Summa, Cum encantamento nemsempre pode ser eliminado por 3uem o provocou. seBa por3ue morreu. ou por3ue não sabe oeliminar. ou por3ue o encanto se perdeuC4 Portanto podemos di7er. da mesma maneira. 3ue o feitiçofeito sobre Pedro ser0 permanente se a brua 3ue o fe7 não puder cur0-lo4

Pois h0 tr"s graus de bruas4 Por3ue algumas curam e danam; outras danam. mas não curam; ealgumas só parecem ser capa7es de curar. isto /. de eliminar danos. como veremos mais adiante4Pois assim nos ocorreu 3uando. duas bruas discutiam. e inBuriadas. uma disse, Cnão sou tãomalvada como tu por3ue sei curar :3ueles a 3uem 3ueroC4 + feitiço tamb/m ser0 permanente se.antes de ter sido curado. a brua se ausentar. seBa por3ue mudou de morada ou por3ue morreu4Por3ue São 'om0s tamb/m di7, C3ual3uer feitiço pode ser permanente 3uando / de tal modo. 3ue

não h0 rem/dio humano; ou se houver os homens não o conhecem ou / ilegal; ainda 3ue <eus possaencontrar um rem/dio por meio de um anBo santo 3ue obrigue ao dem8nio. 3uando não : bruaC4

Mas o principal rem/dio contra a bruaria / o sacramento da Penit"ncia4 Por3ue a doençacorporal procede com fre3"ncia do pecado4 Na Segunda Parte deste 'ratado mostraremos como

 podem ser eliminados os feitiços das bruas4

'olu7es dos argumentos

  %m 3uanto ao primeiro. est0 claro 3ue não cabe d1vida de 3ue. com a licença de <eus. podemmatar os homens. como tamb/m os dem8nios podem tirar esse membro. ou mesmo outros. emverdade e realidade4 Mas então não atuam por interm/dio de bruas. a respeito do 3ual B0 se fe7

menção4 % disso tamb/m fica claro na resposta dada no segundo argumento4 Mas / preciso di7erisso, 3ue <eus outorga mais poder de bruaria sobre as forças genitais por3ue. etc444 Portantoinclusive permite 3ue esse membro seBa tirado em verdade e realidade4 Mas não / v0lido di7er 3ueisso ocorre sempre4 Pois não seria próprio da bruaria se isso fosse assim; e ainda 3ue as bruas.3uando fa7em essas obras. não pretendem possuir o poder de restabelecer o membro 3uandodeseBarem. nem 3ue saibam o fa7e-lo4 Pelo 3ual est0 claro 3ue não o retiram em realidade. senão só

 por um feitiço4 %m 3uanto ao terceiro. a respeito da metamorfose da esposa de Lot. di7emos 3ue foireal. e não um feitiço4 % a respeito do 3uarto. de 3ue os dem8nios podem criar certas formassubstanciais e. portanto tamb/m as eliminar. deve-se di7er. a respeito dos magos do faraó. 3uecriaram serpentes para valer; e 3ue os dem8nios. com a aBuda de outro agente. podem produ7ircertos efeitos sobre as criaturas imperfeitas. 3ue não podem provocar sobre os homens. 3ue estão

sob a guarda de <eus4 Pois se di7, Importa-lhe o <eus dos bois2 No entanto com a licença de <eus podem fa7er aos homens um verdadeiro dano. e tamb/m criar um feitiço danoso. e com isso aclara aresposta do 1ltimo argumento4

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1U/'T2O:0s %ruxas 5ue são )arte"ras matam de d"!erentes mane"ras as #r"an7as

#on#e%"das no 6tero- e tentam um a%orto? ou se não !a@em "sso-o!ere#em aos dem9n"os os re#3m nas#"dos; 

&3ui se ep9e a verdade a respeito de 3uatro horríveis delitos 3ue os dem8nios cometem contraas crianças. tanto no 1tero materno como depois4 % como o fa7em por meio das mulheres. e não doshomens; esta forma de homicídio se vincula melhor com as mulheres 3ue com os homens4 % o 3uesegue são os m/todos com os 3uais se fa74

+s 6nonistas tratam mais a fundo 3ue os 'eólogos as obstruç9es derivadas da bruaria; edi7em 3ue / bruaria. não só 3uando algu/m / incapa7 de eecutar o ato carnal. do 3ual falamosacima. mas tamb/m 3uando a uma mulher se lhe impede conceber. ou lhe fa7 abortar depois de terconcebido4 )m terceiro e 3uarto m/todo de bruaria / 3uando não conseguem provocar um aborto.e então devoram o descendente ou o oferecem a um dem8nio4

 Não cabem d1vidas a respeito dos dois primeiros m/todos. B0 3ue sem a aBuda dos dem8nios.

um homem. por meios naturais. no uso de ervas ou emenagogosR. tenta não engendrar ou conceberuma mulher. como se mencionou mais acima4 Mas com os outros dois m/todos. as coisas ficamdiferentes. pois são utili7ados pelas bruas4 % não fa7 falta apresentar argumentos. B0 3ue casos eeemplos muito evidentes mostraram com mais facilidade a verdade do assunto4(*) Emena%o%os:e%undo a milenar medicina chinesa, s+o lantas de %osto icante ara amar%o, que ali-iam a con%est+o do san%ue, osco7%ulos san%ü!neos e romo-em a menstrua1+oJ considerando o conte=to odem ser chamadas de lantas ar#orti-as/(0B8&t)

  & primeira destas duas abominaç9es / o fato de 3ue algumas bruas. contra o instinto danature7a humana e. em verdade. contra a nature7a de todos os animais. com a possível eceção doslobos. t"m o h0bito de devorar e comer as crianças pe3uenas4 % a respeito disso. o In3uisidor de

6omo. antes mencionado. nos relatou o seguinte, C(ue foi chamado pelos habitantes do distrito de!arbW para reali7ar uma In3uisição. por3ue a certo homem havia o filho desaparecido do berço. e aoencontrar um congresso de mulheres em horas noturnas. Burou 3ue havia visto elas matarem seufilho e beberem seu sangue e o devorarem4 % al/m do mais. num ano apenas. 3ue / o 3ue acaba de

 passar. di7 3ue foram 3ueimadas 3uarenta e uma bruas. e v0rias outras fugiram a procura da proteção do senhor ar3uidu3ue da \ustria. SigismundoC4 %m confirmação a isso. eistem certosescritos de Johann Nider. em seu 5ormicarius. cuBa lembrança. como a dos acontecimentos 3uerelata. segue fresco na mente dos homens; pelo 3ual resulta evidente 3ue essas coisas não sãoincríveis4

<evemos acrescentar 3ue em todos estes casos. as bruas parteiras provocam danos aindamaiores. 3ue as bruas penitentes. como com fre3"ncia nos disseram. e a outros. afirmando 3ue

ningu/m fa7 mais dano : f/ católica 3ue as parteiras4 Pois 3uando não matam as crianças. então.como para 3ual3uer outro propósito. os sacam da habitação. os levantam ao ar e os oferecem aosdem8nios4 Mas o m/todo 3ue observam no delito deste tipo se mostrar0 na Segunda Parte. : 3uallogo chegaremos4

1U/'T2O:Como #om)arar as o%ras das %ruxas #om outras su)erst"7es !unestas; 

%istem 3uator7e tipos de magia. 3ue nascem das tr"s classes da &divinhação4 & primeira dastr"s / a invocação franca dos dem8nios4 & segunda não / mais 3ue uma configuração silenciosa da

disposição e movimento de alguma coisa. como os astros. ou os dias. ou as horas. ou algo parecido4& terceira / a consideração de algum ato humano com a finalidade de encontrar algo oculto. e /conhecida como Sortil/gio, % as esp/cies da primeira forma de &divinhação. isto /. a franca

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invocação dos dem8nios. são as seguintes, 5eitiçaria. +niromancia. Nigromancia. +r0culos.=eomancia. Didromancia. &eromancia. Piromancia e &ug1rio ver São 'om0s. em Segundo dosSegundos. perguntas K. ? e KO4 &s %sp/cies do segundo tipo são a Doroscopía; o trabalho dos&r1spices. Press0gios. +bservação de Sinais. (uiromancia e %spatulomanciaR4(*) Esatulomancia:L a arte de adi-inhar o futuro interretando os ossos de animais/ As demais suersti14es que os autores citam, ser+oe=licadas mais adiante no decorrer do te=to/ (0B8&t)

  &s esp/cies do terceiro tipo variam segundo todas as coisas 3ue se classificam como Sortil/gio para encontrar algo oculto. tal como a consideração de agulhas e palhas. e figuras de plano fundido4% São 'om0s tamb/m fala disso na refer"ncia precitada4

&gora bem. os pecados das bruas vão mais al/m de todos estes delitos. como se provar0 arespeito das esp/cies precedentes4 % não cabe d1vida alguma a respeito dos delitos menores4

Pois consideremos a primeira esp/cie. na 3ual 3uem / eperiente na bruaria e na feitiçariaengana os sentidos humanos com certos aparecimentos. de modo 3ue a mat/ria corpórea parece setornar diferente : vista e ao tato. como se tratou mais acima. no assunto dos m/todos da criação deilus9es4 &s bruas não se conformam com tais pr0ticas em torno do membro genital. e de causar

certa ilusão prestidigitadora de seu desaparecimento ainda 3ue isto não seBa um fato realO; mastamb/m. com fre3"ncia arrebatam a própria capacidade de engendrar. de modo 3ue a mulher não pode conceber. e o homem não consegue eecutar o ato ainda 3ue. todavia conserve seu membro4

% sem ilusão alguma. tamb/m provocam o aborto depois da concepção. 3uase sempre seguidode muitas doenças4 % ainda se surgem em diferentes formas de animais4

& Nigromancia / a convocação dos mortos e a conversação com eles. como mostra suaetimologia; por3ue deriva da palavra grega NeEros. 3ue significa cad0ver. e Manteia. 3ue 3uer di7eradivinhação4 % conseguem isto operando certo feitiço sobre o sangue de um homem ou de algumanimal. sabendo 3ue o dem8nio se deleita em tal pecado. e adora o sangue e seu derramamento4Pelo 3ual. acham 3ue chamam os mortos do inferno para responderem suas perguntas. mas a3ueles

3ue se apresentam e oferecem as respostas são os dem8nios com o aspecto dos mortos4 % deste tipofoi a arte da grande pitonisa. 3ue se fala em I $eis >>#III. 3uem levantou Samuel. por instnciasde Sa1l4

Mas não pense 3ue estas pr0ticas são legais por3ue as %scrituras registram 3ue a alma doProfeta Busto. chamado de Dades para predi7er o fato da iminente guerra de Sa1l. apareceu porinterm/dio de uma mulher 3ue era uma brua4 Por3ue. como di7 Santo &gostinho a Simpliciano,Cnão / absurdo acreditar 3ue fosse permitido por alguma dispensa. e não pela pot"ncia de uma artem0gica. mas por alguma dispensa oculta. desconhecida pela pitonisa ou por Sa1l. 3ue o espíritodesse homem Busto aparecesse perante a vista do rei. para pronunciar contra ele a sentença <ivina4+u bem. não foi na verdade o espírito de Samuel arrancado de seu descanso. ou então algumfantasma ou ilusão imaginaria dos dem8nios. provocada pelas ma3uinaç9es do diabo; e as%scrituras chamam este fantasma com o nome de Samuel. tal como as imagens das coisas sedenominam pelos nomes das coisas 3ue representamC4 <i7 isso em resposta a pergunta, Se aadivinhação por invocação dos dem8nios / legal2 Na mesma Summa o leitor encontrar0 a resposta :

 pergunta, Se eistem graus de profecia entre os !eatos2 % poder0 se remeter a Santo &gostinho.>>#I. K4 Mas isso tem pouco a ver com os atos das bruas. 3ue não conservam em si vestígios de

 piedade. como fica evidente na consideração de suas obras. pois não deiam de derramar sangueinocente. epor : lu7 coisas ocultas. sob a guia dos dem8nios. e ao destruir a alma com o corpo. não

 perdoam aos vivos nem aos mortos4

& +niromancia pode ser praticada de duas maneiras4 & primeira / 3uando uma pessoa usa ossonhos para poder se aprofundar no oculto. com a aBuda da revelação dos dem8nios invocados por

ela. com 3uem firmou um pacto aberto4 & segunda / 3uando o homem usa os sonhos para conhecero futuro. na medida em 3ue eiste nos sonhos tal virtude procedente da revelação <ivina. de umacausa natural intrínseca ou etrínseca; essa adivinhação não seria ilegal. assim disse São 'om0s4

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  % para 3ue os evangelistas contem. pelo menos. com um n1cleo de compreensão do assunto.devemos falar primeiro dos anBos4 )m anBo tem poderes limitados. e pode revelar o futuro com maisefic0cia 3uando a mente se encontra adaptada a essas revelaç9es. do 3ue 3uando não est04 &goraantes de mais nada. a mente se acha adaptada a esse modo depois do desprendimento do movimentoeterior e interior. como 3uando as noites são silenciosas e se silenciam os ruídos do movimento; eestas condiç9es cumprem-se durante a madrugada. 3uando se completou a digestão4 % digo isto de

nós. pecadores. a 3uem os anBos. em sua <ivina piedade. e no eercício de seus ofícios. revelamcertas coisas. de modo 3ue 3uando estudamos. nas altas horas da madrugada. se nos oferece acompreensão de certos aspectos ocultos das %scrituras4 Pois um anBo bom coordena nossacompreensão. tal como <eus rege nossa vontade. e os astros dominam nosso corpo4 Mas a certoshomens mais perfeitos. um anBo pode revelar-lhes coisas a 3ual3uer hora. estando eles despertos oudormindo4 No entanto. segundo &ristóteles. em Somno et #igília. tais homens tem a capacidade dereceber tais revelaç9es. num grau maior em um dado momento do 3ue em outro. e assim ocorre emtodos os casos de Magia4

Segundo. h0 de assinalar 3ue ocorre. pelo cuidado da nature7a e a regulação do corpo. 3uecertos fatos futuros t"m sua causa natural nos sonhos do próprio homem4 % então estes sonhos ou

vis9es não são causas. como se disse no caso dos anBos. mais apenas sinais do 3ue lhe ocorrer0 nofuturo. como em um caso de sa1de. de doença ou de perigo4 % esta / a opinião de &ristóteles4Por3ue nos sonhos do espírito / natural imaginar segundo a disposição do coração. pela 3ual adoença ou 3ual3uer outra coisa aconteça de maneira natural ao homem. no futuro4 Pois se umhomem sonha com fogo. / sinal de uma índole col/rica; em voar ou coisa semelhante. sinal dedisposição tímida; se sonha com 0gua ou 3ual3uer outro lí3uido. / sinal de um temperamentoinflamado. e se sonha com coisas terrenas. sinal de disposição melancólica4 % portanto os m/dicosrecebem com fre3"ncia aBuda dos sonhos em seus diagnósticos como di7 &ristóteles no mesmolivroO4

Mas estas coisas são leves em comparação com os sonhos ímpios das bruas4 Pois 3uando nãodeseBam. como se mencionou antes. irem fisicamente a um determinado lugar. ou então.

visuali7arem o 3ue fa7em as outras bruas. tem por costume apoiarem-se sobre o flanco sinistro do próprio nome e no de todos os dem8nios; e os fatos revelam-se a sua visão. em imagens4 % se procuram conhecer algum secreto. para si ou para os outros. o conhecem em sonhos. graças aodem8nio. pela ra7ão de um pacto aberto. não t0cito. assinado com ele4 % pelo mais. este pacto não /simbólico. reali7ado pelo sacrifício de algum animal. ou por meio de um ato de sacril/gio. ou pelaadoração de algum culto estranho. mas por uma verdadeira oferenda de si mesmas. em corpo ealma. ao dem8nio; pela abnegação da 5/. pronunciada de forma sacrílega e interiormenteintencional4 % não contentes com isto. inclusive matam. ou oferecem aos dem8nios. seus própriosfilhos e os alheios4

+utra esp/cie de adivinhação / a 3ue praticam as pitonisas. assim chamadas por causa de &polo

Pitio. 3ue como di7em. deu origem a este tipo de adivinhação. segundo São Isidoro4 %ssa pr0ticanão se reali7a por sonhos ou por di0logos com mortos. mas por meio de homens vivos. como nocaso dos 3ue são açoitados pelo dem8nio at/ o frenesi. por sua vontade ou contra ela. só com afinalidade de predi7er o futuro. e não para a perpetração de nenhuma outra monstruosidade4 & estaclasse pertencia a Bovem mencionada em &tos >#I. 3ue gritou com os &póstolos 3ue eram osservidores do verdadeiro <eus; e São Paulo. encoleri7ado por isto. ordenou 3ue o espírito saíssedela4 Mas est0 claro 3ue não h0 comparação entre tais coisas e os atos das bruas. 3ue segundo SãoIsidoro se chama assim pela magnitude de seus pecados e a enormidade de seus crimes4

Pelo 3ual. com vistas : brevidade. não fa7 falta continuar este argumento a respeito das formasmenores de adivinhação. B0 3ue foi demostrado em relação as formas maiores4 Por3ue o evangelista.

se assim deseBar. pode aplicar estes argumentos :s outras formas de adivinhação, : =eomancia. 3uese ocupa das coisas terrenas. como o ferro ou a pedra polida; a Didromancia. 3ue trata da 0gua e doscristais; a &eromancia. 3ue se ocupa do ar; a Piromancia. 3ue se refere ao fogo; o &ug1rio. 3ue temhaver com as entranhas dos animais sacrificados nos altares do dem8nio4 Pois ainda 3ue tudo isto se

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reali7e por meio de uma franca invocação dos dem8nios. não lhes pode comparar com os delitos das bruas. pois estas pr0ticas menores. não possuem o obBetivo direto de danar os homens. os animaisou os frutos da terra. mas apenas prever o futuro4 +s outros tipos de adivinhaç9es. 3ue sãoreali7adas com uma invocação t0cita. mas não aberta. dos dem8nios. são a Doroscopía ou&strologia. assim chamadas pela consideração dos astros no momento do nascimento; as aç9es dos&r1spices. 3ue observam os dias e as horas; os &ug1rios. 3ue observam a conduta e grito das aves;

os Press0gios. 3ue estudam as palavras dos homens; e a (uiromancia. 3ue analisa as linhas damarca ou das patas dos animais4 (uem deseBar. pode remeter-se aos ensinamentos de Nider. eencontrar0 muitos esclarecimentos no 3ue se refere 3uando estas coisas são legais. e 3uando não4Mas os atos das bruas nunca são legais4

1U/'T2O:Como #om)arar seus del"tos- segundo #ator@e "tens- #om os )e#ados

dos dem9n"os de todos os t")os e de #ada um; 

'ão horrendos são os delitos das bruas 3ue inclusive seus pecados superam a 3ueda dos anBos

maus; e se isto / assim devido as suas culpas4 6omo não haveria de ser no 3ue se refere aos seuscastigos no inferno2 % não / difícil demonstrar isso. perante os v0rios argumentos referentes :s suasculpas4 % primeiro. ainda 3ue o pecado de Satã seBa imperdo0vel. isso não se deve : magnitude deseu delito. levando em conta a nature7a dos anBos. com especial atenção. para a opinião de 3uem di73ue os anBos foram criados apenas em estado de nature7a. e nunca em estado de graça4 % como o

 bem da graça supera o bem da nature7a. o pecado de 3uem cai de um estado de graça. como as bruas ao negar a f/ 3ue receberam no batismo. superam os pecados dos anBos4 % ainda 3ue digam3ue os anBos foram criados. mas não confirmados. em graça. assim tamb/m as bruas. ainda 3uenão fossem criadas em graça. caíram dela por sua própria vontade. tal como Satã pecou por sua

 própria graça4

Segundo. admite-se 3ue o pecado de Satã / imperdo0vel por v0rias outras ra79es4 Por3ue Santo

&gostinho di7 3ue pecou sem a instigação de ningu/m e. portanto. e com Bustiça. seu pecado não /remediado por ningu/m4 % São João <amasceno di7 3ue pecou em sua compreensão contra ocar0ter de <eus; e 3ue seu pecado foi maior devido : nobre7a de seu entendimento4 6omo o criado3ue conhece a vontade de seu amo. etc4 & mesma autoridade afirma 3ue. / dado 3ue Satã / incapa7do arrependimento. / tamb/m incapa7 do perdão; e isso se deve a sua nature7a. 3ue por serespiritual. só podia ser modificada uma ve7. 3uando a modificou para sempre; mas não / assim nocaso dos homens. em 3uem a carne sempre luta contra o espírito4 +u por3ue pecou nas altas esferasdo c/u. en3uanto o homem peca na terra4

Mas a respeito de tudo isso. seu pecado / em muitos sentidos pe3ueno em comparação com osdelitos das bruas4 Primeiro como mostrou São &nselmo em um de seus Serm9es. C444 pecou em seu

orgulho 3uando. todavia não eistia castigo para o. pecadoC4 Mas as bruas seguem pecando.mesmo depois da fre3"ncia de castigos infligidos a muitas outras bruas. e mesmo com oscastigos. 3ue como ensina a igreBa foram infligidos por causa do dem8nio e sua 3ueda; ainda assim

 burlam tudo isso. e se apressam em cometer. não só pecados menos mortais. - como os outros pecadores 3ue pecam por doença ou maldade. mas não por malícia habitual - mas os delitos maishorríveis. pela profunda malícia em seus coraç9es4

Segundo. ainda 3ue o anBo mau caísse. da inoc"ncia a culpa. e daí ao infort1nio e o castigo. caiuda inoc"ncia só uma ve7. de tal modo 3ue Bamais recuperou a inoc"ncia pelo batismo. e volta a cair.e cai mais fundo4 % / assim em especial com as bruas. como demonstram seus delitos4

'erceiro. pecou contra o 6riador; mas nós. e em particular as bruas. pecamos contra o 6riador

e o $edentor4(uarto abandonou <eus. 3ue lhe permitiu pecar. mas não lhe outorgou piedade; en3uanto nós. e

antes de mais nada as bruas. nos apartamos de <eus por nossos pecados. en3uanto. apesar de sua

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 permissão aos nossos pecados. %le nos mostra sempre piedade e nos protege em Seus in1meros benefícios4

(uinto. 3uando pecou. <eus o rechaçou sem lhe mostrar graça. en3uanto nós os a7arados.corremos ao pecado ainda 3ue <eus nos peça sempre 3ue fuBamos dele4

Seto mant/m seu coração inflamado contra um castigador. mas nós contra um piedoso

 persuasor4 &mbos pecamos contra <eus. mas ele contra um <eus 3ue ordena. e nós contra um 3uemorre por nos. a (uem. como dissemos. as malvadas bruas ofendem antes de mais nada4

0s solu7es dos argumentos voltam a de#larar a verdade )or #om)ara7ão

  &os argumentos4 & resposta ao primeiro est0 clara. pelo o 3ue dissemos no princípio de toda pergunta4 Se afirmou 3ue um pecado deveria ser considerado mais intenso 3ue outro. e 3ue os pecados das bruas são maiores 3ue todos os demais em relação a culpa. mas não em relação aoscastigos 3ue implicam4 & isso se deve di7er 3ue o castigo de &dão. ou mesmo sua culpa. t"m 3ue serconsiderado de dois modos, ou bem referido a ele de forma pessoal. ou bem referido ao conBunto danature7a. isto /. da posteridade 3ue veio depois dele4 %m 3uanto ao primeiro. maiores pecadosforam cometidos depois de &dão. pois ele só pecou por fa7er o 3ue era mau. não por si próprio. mas

 por3ue estava proibido; mais a fornicação. o adult/rio e o assassinato são em ambos sentidos pecados por si mesmos. e por3ue são proibidos4 Pelos 3uais esses pecados merecem o maiorcastigo4

%m 3uanto ao segundo. / verdade 3ue o maior castigo resultou do primeiro pecado; mas isso só/ verdadeiro de modo indireto. B0 3ue por meio de &dão toda a posteridade foi infectada pelo

 pecado original. e ele foi o primeiro pai de todos a3ueles a 3uem o 1nico 5ilho de <eus p8de perdoar pelo poder 3ue estava ordenado4 Mais ainda. em sua própria pessoa. com a mediação dagraça <ivina. &dão se arrependeu. e depois foi salvo pelo Sacrifício de 6risto4 Mas os pecados das

 bruas são muitíssimo maiores. B0 3ue não se conformam com seus próprios pecados e perdição.senão 3ue sempre arrastam muitos outros atr0s delas4

% terceiro. do dito segue 3ue por acidente o pecado de &dão implicou em maior dano4 Poisencontrou a nature7a não corrompida. e era inevit0vel. e não por sua vontade. 3ue a deiasseinoculada; pelo 3ual não procede 3ue seu pecado fosse maior 3ue outros em termos intrínsecos4 %uma ve7 mais. a posteridade haveria de cometer o mesmo pecado se tivesse encontrado a nature7ano mesmo estado4 <o mesmo modo. como 3uem não encontrou a graça e não cometeu um pecadotão mortal como 3uem a encontrou e a perdeu4 %sta / a solução de São 'om0s II. ?. art4 ?O. em suasolução do segundo argumento4 % se algu/m deseBa entender a fundo esta solução. deve considerar.ainda 3ue &dão tenha conservado sua inoc"ncia primitiva. não havia a transmitido a toda a

 posteridade; por3ue como di7 São &nselmo. 3uem viesse atr0s dele tamb/m poderia pecar4 #eBatamb/m São 'om0s. ?@. onde considera se as crianças rec/m nascidas haviam sido confirmadas emgraça. e em F@F. se os homens agora salvos o haviam sido se &dão não tivesse pecado4

1U/'T2O:Como 3 o m3todo de )regar e d"s#ut"r #ontra os #"n#o argumentos dos

le"gos e das )essoas las#"vas- 5ue )are#em #ontar #om d"versas a)rova7es-mesmo 5uando Deus não #on#ede tão grande )oder ao dem9n"o e =s %ruxas-

#omo o 5ue ut"l"@am na exe#u7ão de tão )oderosas o%ras de %ruxar"a8 

Por fim. 3ue o evangelista pregador se arme contra certos argumentos dos leigos. e ainda dealguns homens s0bios. 3uem negam. at/ certo ponto. 3ue eistam bruas4 Pois en3uanto admitem amalícia e o poder do dem8nio para infligir. a vontade. esses danos. negam. 3ue se lhe conceda a

 permissão <ivina. e não admitem 3ue <eus tolere 3ue se façam essas coisas4 % ainda 3ue careçamde m/todo em seu argumento. e andam :s cegas ora para um lado. ora para o outro. / necess0rioredu7ir suas afirmaç9es a cinco argumentos. dos 3uais nascem todas suas convicç9es4 % o primeiro

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/ 3ue <eus não permite 3ue o dem8nio ata3ue aos homens com tão grande força4

& pergunta 3ue formulam /, Se a permissão <ivina deve sempre vir acompanhada de um dano.causado pelo dem8nio pela intermediação das bruas2 % apresentam cinco argumentos parademonstrar 3ue <eus não permite e 3ue. portanto não h0 bruaria no mundo4 % o primeiroargumento toma-se de <eus; o segundo. do dem8nio; o terceiro. da brua; o 3uarto. da doençaatribuída : bruaria; e o 3uinto. dos pregadores e Buí7es. na suposição de 3ue pregaram contra as

 bruas. e as castigaram tanto 3ue não possuem segurança em sua vida4

% antes de mais nada. o 3ue segue, <eus pode castigar os homens por seus pecados. e os castigacom a espada. a fome e as pragas. assim como com diversas e in1meras doenças a 3ue est0submetida : nature7a humana4 Portanto. não precisa agregar outros castigos. e não permite a

 bruaria4

Segundo. se o 3ue di7em do dem8nio fosse verdadeiro. a saber. 3ue pode obstruir a capacidadede engravidar. da maneira 3ue uma mulher não possa conceber. ou 3ue se concebe ele provoca umaborto; ou 3ue, Se não h0 aborto. pode fa7er com 3ue as crianças seBam mortas depois donascimento[ Nesse caso poderia destruir o mundo inteiro. e tamb/m poderia di7er-se 3ue as obrasdo dem8nio são mais fortes 3ue as de <eus. B0 3ue o Sacramento do Matrim8nio / obra de <eus4

'erceiro. argumentam a partir do próprio homem. de 3ue se eistisse bruaria no mundo.alguns homens estariam mais embruados 3ue outros. e / um falso argumento di7er 3ue os homensestão embruados pelo castigo de seus pecados e. portanto / falso afirmar 3ue eiste a bruaria nomundo4 % demonstram 3ue / falso. mediante o argumento de 3ue. se fosse verdadeiro. os maiores

 pecadores receberiam os maiores castigos. e isso não / assim. pois os pecadores são :s ve7es menoscastigados. 3ue os Bustos. como se adverte no caso das crianças inocentes. supostamenteenfeitiçadas4

Seu 3uarto argumento pode Buntar-se ao 3ue alegam a respeito de <eus; a saber. 3ue uma coisa3ue um homem pode impedir e não o fa7. mas permite 3ue aconteça. pode ser considerada como

 procedente de sua vontade4 Mas como <eus / 'odo !ondoso. não pode deseBar o mal. e emconse3"ncia não pode permitir 3ue se faça o mal. 3ue %le / capa7 de impedir4

% mais uma ve7. tomando o próprio argumento do dano. 3ue se sup9e dever-se : bruaria.declaram 3ue / semelhante :s debilidades e defeitos naturais e. portanto podem ser causados por umdefeito natural4 Pois pode ocorrer por algum defeito natural. 3ue um homem se encontre pego porcegueira. ou perca a ra7ão ou inclusive morra. pelos 3uais estas coisas não podem se atribuir comcerte7a :s bruas4 Por 1ltimo. argumentam 3ue os evangelistas e Buí7es pregaram e praticaramcontra as bruas de tal maneira. 3ue se fossem bruas. suas vidas Bamais estariam a salvo delas.devido ao grande ódio 3ue as bruas abrigariam contra eles4

Mas os argumentos contr0rios podem ser encontrados na Primeira Pergunta. onde tratamos do

terceiro postulado da Primeira Parte; e podem proporcionar :s pessoas os pontos mais convenientes4<e como <eus permite 3ue eista o mal. ainda 3ue %le não o deseBe. mas o permite para amaravilhosa perfeição do universo. 3ue pode ser considerada no fato. de 3ue as coisas boas são.

 bem mais. altamente elogi0veis. mais pra7erosas e louv0veis. 3uando se as compara com as coisasm0s; e podemos citar autoridades em respaldo disso4 'amb/m. 3ue a profundidade da sabedoria.

 Bustiça e bondade <ivina de <eus deveria ser eposta. B0 3ue do contr0rio permaneceria oculta4

Para uma breve solução dessa 3uestão eistem v0rios tratados disponíveis sobre o tema. parainformação das pessoas. sobre a permissão de <eus para duas (uedas; a dos anBos e a de nossos

 primeiros pais4 % como estas foram as maiores de todas as 3uedas. não / estranho 3ue se permitamoutras menores4 Mas estas duas (uedas foram maiores em conse3"ncias. não em circunstncias. ecuBo 1ltimo sentido. como se mostrou na 1ltima Pergunta. os pecados das bruas superam os dos

anBos maus e os de nossos primeiros pais4 No mesmo lugar mostrou-se 3ue <eus permitiu com Bustiça as primeiras (uedas. e 3ual3uer um pode reunir e ampliar o 3ue ali se disse. tanto o 3uantodeseBar4

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  Mas devemos responder os argumentos4 %m 3uanto ao primeiro. de 3ue <eus castiga bastante. por meio de doenças naturais e pela espada e a fome. damos uma tripla resposta4 Primeiro 3ue <eusnão limitou Seu poder ao processo da nature7a. ou se3uer :s influ"ncias dos astros. de tal maneira3ue não pudesse ir al/m desses limites. pois com fre3"ncia os superou no castigo dos pecados. aoenviar pragas e outros castigos sem precisar da influ"ncia dos astros; e 3uando castigou o pecado doorgulho de <avi. 3uando contou a seu povo. sobre o envio da peste contra o povo4

Segundo conv"m com a Sabedoria <ivina 3ue %le governe de tal modo as coisas. 3ue lhe permita atuar por sua própria instigação4 Portanto. não possui o obBetivo de impedir por completo amalícia do dem8nio. senão mais bem a permitir. at/ onde a considera necess0ria para o bem final douniverso. ainda 3ue seBa verdadeiro. 3ue o dem8nio se v" constantemente freado pelos anBos bonsde forma 3ue não consiga impedir todo o mal 3ue deseBa4 <a mesma maneira. %le não se prop9elimitar os pecados humanos. 3ue são possíveis para o homem graças a seu livre arbítrio. tais como ode renegar da 5/ e se dedicar ao dem8nio. coisas 3ue se encontram no poder da vontade humana4<estas duas premissas segue 3ue 3uando <eus est0 mais ofendido. permite aos maus. 3ue antes demais nada procurem as bruas. e pelas 3uais reneguem a 5/. na medida do poder do dem8nio; e tal/ a capacidade de preBudicar os homens. os animais e os frutos da terra4

'erceiro <eus permite os malefícios de modo indireto. provocando maior in3uietude e tormentoao dem8nio; e de tal modo. são efetuados pelas bruas mediante o poder dos dem8nios4 Por3ue odiabo atormenta-se muito de maneira indireta. 3uando v" 3ue. contra sua vontade. <eus usa tudomal para glória de Seu nome. para louvor da 5/. para purificação dos eleitos e para a a3uisição dem/ritos4 Pois / verdadeiro 3ue nada possa ser mais irritante para o orgulho do dem8nio. 3ue semprese eleva contra <eus como di7em, o orgulho de 3uem te odeia aumenta sem cessarO. o fato de <eusutili7ar suas mal/volas ma3uinaç9es para Sua própria glória4 Portanto. <eus permite todas estascoisas4

Sobre o segundo argumento 3ue B0 foi contestado antes; ainda h0 dois pontos 3ue devemosresponder em detalhe4 %m primeiro lugar. e longe de ser verdade. 3ue o dem8nio ou suas obras /

mais forte 3ue <eus. resultando evidente 3ue seu poder / pe3ueno. B0 3ue nada pode fa7er sem a permissão <ivina4 Pelo 3ual pode se di7er 3ue o poder do diabo / pe3ueno em comparação com a permissão <ivina. e esta. muito grande em comparação com os poderes terrestres. aos 3ue. porsuposto. supera. como se mostra no teto. tantas ve7es citado. de Jó, CNão h0 na terra poder 3ue secompare com %leC4

%m segundo lugar. devemos contestar a 3uestão, Por3ue <eus permite a bruaria afetar acapacidade de engendrar. mais 3ue nenhuma outra função humana2 Isto B0 foi tratado antes. pois sedeve ao vergonhoso do ato. e ao pecado original. correspondente : culpa de nossos primeiros pais3ue se eleva por meio desse ato4 'amb/m simboli7ado pela serpente. 3ue foi o primeiro instrumentodo dem8nio4

& respeito do terceiro argumento respondemos 3ue o dem8nio tem mais intenção e deseBo detentar aos bons 3ue aos mal/volos; ainda 3ue em verdade tente os mal/volos mais 3ue os bons. por3ue os primeiros possuem mais aptidão 3ue os outros para responder a seu tentação4 <a mesmamaneira. mostra-se mais ansioso em preBudicar aos bons 3ue aos maus. mas lhe resulta mais f0cildanar os segundos4 % a ra7ão disto. segundo São =regório. / 3ue 3uanto com maior fre3"ncia umhomem cede ao dem8nio. mais difícil lhe resulta lutar contra ele4 Mas como os malvados são 3uemcom mais fre3"ncia cedem ao dem8nio. suas tentaç9es são as mais intensas e fre3entes. B0 3uecarecem do escudo da 5/ para se protegerem4 & respeito deste escudo. São Paulo fala em %f/sios#I4 C&ntes de mais nada. toma o escudo da 5/. com ele poder0 apagar todos os dardos do fogomalignoC4 No entanto. por outro lado. ataca os bons com mais empenho 3ue os maus4 % a ra7ão /

 por3ue B0 possui esses 1ltimos. mas não os primeiros e. portanto se esforça para atrair ao seu poder

os Bustos. por meio de atribulaç9es. pois estes ele ainda não possui4 % tamb/m os malvados 3ue B0 possui4 <a mesma maneira. um príncipe na terra castiga com mais severidade 3uem desobedece asuas leis ou preBudica seu reino. do 3ue 3uem não se op9e a ele4

8/18/2019 O Martelo Das Bruxas (Malleus Maleficarum)

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  %m resposta ao 3uarto argumento. al/m do 3ue se escreveu a respeito. o pregador pode eporna verdade. 3ue <eus permite 3ue o mal se faça. mas não o deseBa. mediante os cinco signos davontade <ivina. 3ue são, o Preceito. a Proibição. o 6onselho. a &ção e a Permissão4 #eBa São'om0s. em especial a Primeira Parte. Pergunta FH. ad4 F?. onde isto se ep9e com suma clare7a4Pois ainda 3ue eista uma 1nica vontade em <eus. 3ue / <eus Mesmo. Sua vontade se mostra e seassinala de muitas maneiras. como di7 o Salmo, as poderosas obras do Senhor cumprem-se em

todos Seus deseBos4 Pelo 3ual h0 uma diferença entre a verdadeira e essencial #ontade de <eus eseus efeitos visíveis; B0 3ue a vontade. propriamente dita. / a vontade do !om pra7er do homem4Por/m num sentido metafórico. a vontade / epressa por signos eteriores4 Pois por meio de signose met0foras nos / mostrado. 3ue <eus deseBa 3ue isso seBa assim4

Podemos tomar o eemplo de um pai humano. 3ue se bem possui apenas uma vontade. aepressa de cinco maneiras. seBa por si mesmo. ou por meio de outro4 Por si mesmo a epressa dedois modos. direto ou indireto4 <ireto. 3uando ele mesmo fa7 uma coisa; e então / uma &ção4Indireta. 3uando não impede 3ue outro atue veBa na 5ísica de &ristóteles I#, a proibição / causaindiretaO. e isto / denominado. um sinal de Permissão4

% o pai humano demonstra sua vontade por meio de outras tr"s formas4 +u bem ordena 3ue

algu/m faça algo ou. ao inverso proíbe algo; e estes são os signos do Preceito e da Proibição4 +u persuade e aconselha algu/m 3ue o faça. e este / o sinal do 6onselho4 % tal como a vontadehumana. se manifesta destas cinco maneiras. o mesmo ocorrendo com a vontade de <eus4 Pois ofato de 3ue a vontade de <eus se mostra por Preceito. Proibição e 6onselho pode ser visto em SãoMateus, CSeBa feita tua vontade. como no c/u. assim como na terraC. isto /. cumpramos na terraSeus Preceitos. evitemos Suas Proibiç9es e sigamos Seus 6onselhos4 % da mesma maneira. Santo&gostinho mostra 3ue a Permissão e a &ção são sinais da vontade de <eus. 3uando di7. no%nchiridion, Cnada se fa7 3uando <eus 'odo Poderoso não deseBe 3ue se faça. bem por sua

 permissão ou por3ue o fa7 %le mesmoC4

Para voltar ao argumento; / verdade. 3ue 3uando um homem pode impedir uma ação. e não o

fa7. pode-se di7er 3ue essa ação procede de sua vontade4 % 3uanto a infer"ncia de 3ue <eus. sendotodo !ondade. não pode deseBar o mal. tamb/m / certa no 3ue di7 respeito ao verdadeiro !omPra7er da #ontade de <eus. e tamb/m em relação aos 3uatro signos de Sua #ontade; pois nem fa7falta di7er 3ue %le não pode fa7er o mal. nem ordenar 3ue lhe façam. nem deiar de se opor ao mal.nem aconselhar o mal; no entanto. pode permitir 3ue lhe façam4

% se perguntarem como / possível distinguir se uma doença / causada por bruaria ou poralgum outro defeito físico natural. contestamos 3ue eistem v0rios m/todos4 % o primeiro / pormeio do diagnóstico dos <outores4 #eBa as palavras de Santo &gostinho Sobre a <outrina 6ristã, Caesta classe de superstição correspondem todos os encantamentos e amuletos pendurados ou atadosna pessoa. 3ue a escola de Medicina despre7aC4 Por eemplo. os doutores podem perceber pelascircunstncias. tais como a idade do paciente. sua tetura sadia ou a reação de seus olhos. 3ue suadoença não / produto de nenhum problema no sangue ou no est8mago. ou de 3ual3uer outradoença4 Portanto diagnosticam 3ue não se deve a um defeito natural. mas a alguma causaetrínseca4 % como esta não poderia ser uma infeção venenosa. 3ue viria acompanhada por mausrumores no sangue e no est8mago. t"m motivos suficientes para Bulgar 3ue se deve a um ato de

 bruaria4

% segundo. 3uando a doença / incur0vel. de modo 3ue o paciente não encontra alívio nasdrogas. mas estas parecem mais bem o agravar4

'erceiro. o mal pode cair tão de repente sobre um homem. 3ue só / possível atribui-lo a bruaria4 5oi-nos feito conhecer um eemplo de como isso ocorreu a um homem4 6erto cidadão deSpires. bem nascido. tinha uma esposa de índole tão obstinada. 3ue. en3uanto tratava de compra7"-la de todas as maneiras. ela se negava 3uase sempre a cumprir com seus deseBos e o perseguia cominBurias e afrontas4 &conteceu-lhe de entrar um dia em sua casa. e sua esposa o atacar como decostume. com palavras ofensivas. ele 3uis sair da casa para evitar a pend"ncia4 Mas ela se adiantou

8/18/2019 O Martelo Das Bruxas (Malleus Maleficarum)

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com rapide7 e fechou a porta : chave. pela 3ual ele 3ueria sair4 % Burou em vo7 alta 3ue. se não acastigasse. não haveria nele honrade7 nem fidelidade4 Perante estas fortes palavras. ele estirou amão. sem intenção de feri-la. e a golpeou com macie7. com a palma aberta. nas n0degas; ante o3ual. de repente. ela caiu no chão. e perdeu o sentido. e guardou cama durante muitas semanas.afligida de uma gravíssima doença4 $esulta evidente 3ue não era uma doença natural. mas

 provocada por alguma bruaria da mulher4 % ocorreram muitos casos parecidos. conhecidos por

muitos4%istem a3ueles 3ue podem distinguir estas doenças por meio de certa pr0tica. e / como segue4

Sustentam chumbo fundido acima de um homem doente. e depois despeBam numa tigela de 0gua4 %se o chumbo se condensar em alguma imagem. Bulgam 3ue a doença deriva da bruaria4 % 3uando. aesses homens / perguntado. se a imagem assim formada / causa da obra dos dem8nios. ou se deve auma causa natural. respondem 3ue / produto do poder de Saturno sobre o chumbo. B0 3ue ainflu"ncia desse planeta / maligna em outros sentidos. do mesmo modo 3ue o sol tem poder similarsobre o ouro4 Mas. o 3ue devemos pensar a respeito desta pr0tica. se / legal ou não. analisaremos naSegunda Parte deste 'ratado4 % como os 6nonistas di7em. / legal 3ue a vaidade seBa confundida

 pela vaidade; mas os 'eólogos sustentam uma opinião contraria. e afirmam 3ue não / correto fa7er

o mal para obter o bem4% no 1ltimo argumento. os leigos postulam v0rios obBetos4

Primeiro4 Por3ue as bruas não se enri3uecem2  Segundo4 Por3ue. B0 3ue contam com o favor dos príncipes. não cooperam na destruição detodos seus inimigos2  'erceiro4 Por3ue são incapa7es de preBudicar os %vangelistas e a outros 3ue as perseguem2

%m 3uanto ao primeiro. h0 3ue di7er 3ue geralmente. as bruas não são ricas por esta ra7ão,3ue aos dem8nios agrada mostrar seu despre7o pelo 6riador comprando :s bruas pelo preço mais

 baio possível4 % al/m do mais. para 3ue não se desta3uem por suas ri3ue7as4

Segundo. não preBudicam os príncipes por3ue. at/ onde seBa possível. deseBam conservar suaami7ade4 % 3uando perguntam por3u" não ferem seus inimigos. respondemos. 3ue um anBo bomtrabalha do outro lado. impedindo essa bruaria4 6omparemos esta citação em <aniel, C+ príncipedos persas p8s-se contra mim. vinte e um diasC4 %ntão veBa São 'om0s no Segundo Livro dasSentenças. onde debate se eiste algum conflito entre os anBos bons. e de 3ual tipo4

'erceiro. sobre o 3ue di7em. de não poderem ferir os in3uisidores e outros funcion0rios. / por3ue estes dispensam a Bustiça p1blica4 Poderíamos demonstrar muitos outros eemplos. mas otempo não permite4

>A>A>5IM da primeira parte4