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PCP: O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SÃO LUÍS Antonio Marcelo Pinto da Silva * Haroldo Macedo Fontoura ** RESUMO As grandes mudanças econômicas ocorridas nos últimos anos em São Luís-MA tem propiciado a implantação de empresas de variados ramos; este artigo tem o objetivo de mostrar como o engenheiro de produção pode ser um diferencial para micro e pequenas empresas, contribuindo para o aumento da eficiência do sistema produtivos através da sua visão sistêmica e conhecimento técnico científico, eliminando desperdícios, melhorando a qualidade dos produtos, aumentando os lucros, tornando-a mais competitiva e contribuindo para crescimento estratégico da empresa. Para isso fez-se necessário uma análise dos métodos e técnicas utilizados na produção das empresas estudadas para verificar o nível de maturidade existente em comparação ao esperado de um processo de produção eficiente e como o engenheiro de produção pode atuar para mudar a situação encontrada. Palavras-Chave: Engenheiro de produção. Competitivo. Sistemas Produtivos. ABSTRACT The economic changes in recent years in São Luís-MA has allowed the establishment of enterprises of various branches, this article aims to show how the production engineer can make a difference to micro and small enterprises, contributing to increased efficiency productive system through its systemic and scientific expertise, eliminating waste, improving product quality, increasing profits, making it more competitive and contributing to the strategic growth of the company. For this it was necessary to analysis of the methods and techniques used in the production of the companies studied to verify the existing level of maturity compared to that expected of an efficient production process and how the production engineer can act. Keywords: Industrial Engineer. Competitive . Production Systems

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PCP: O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO

PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SÃO LUÍS

Antonio Marcelo Pinto da Silva *

Haroldo Macedo Fontoura

**

RESUMO

As grandes mudanças econômicas ocorridas nos últimos anos em São Luís-MA tem propiciado a implantação de empresas de variados ramos; este artigo tem o objetivo de mostrar como o engenheiro de produção pode ser um diferencial para micro e pequenas empresas, contribuindo para o aumento da eficiência do sistema produtivos através da sua visão sistêmica e conhecimento técnico científico, eliminando desperdícios , melhorando a qualidade dos produtos, aumentando os lucros, tornando-a mais competitiva e contribuindo para crescimento estratégico da empresa. Para isso fez-se necessário uma análise dos métodos e técnicas utilizados na produção das empresas estudadas para verificar o nível de maturidade existente em comparação ao esperado de um processo de produção eficiente e como o engenheiro de produção pode atuar para mudar a situação encontrada.

Palavras-Chave: Engenheiro de produção. Competitivo. Sistemas Produtivos.

ABSTRACT

The economic changes in recent years in São Luís-MA has allowed the establishment of enterprises of various branches, this article aims to show how the production engineer can make a difference to micro and small enterprises, contributing to increased efficiency productive system through its systemic and scientific expertise, eliminating waste, improving product quality, increasing profits, making it more competitive and contributing to the strategic growth of the company. For this it was necessary to analysis of the methods and techniques used in the production of the companies studied to verify the existing level of maturity compared to that expected of an efficient production process and how the production engineer can act.

Keywords: Industrial Engineer. Competitive . Production Systems

*Aluno do 10º período do Curso de Engenharia de Produção da Universidade CEUMA –UNICEUMA** Professor orientador Mestre

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1 INTRODUÇÃO

A industrialização faz parte de nossas vidas desde o momento que acordamos até ao

dormimos; a roupa, o transporte, nossa educação, o lazer, alimentos, enfim, para tudo

dependemos de produtos industrializados que passaram por um processo até chegar até nós.

Quando o processo de produção é bem gerenciado o resultado é benéfico para a

sociedade como por exemplo, produtos diversificados, de qualidade a preços acessíveis; mas

também há situações não benéficas oriundas de um mal gerenciamento dos processos de

produção, entre eles podemos citar, trabalhadores expostos a acidentes, desperdício de

recursos, degradação do meio ambiente, produtos caros e perigosos a saúde, e por fim pode

resultar no encerramento das atividades da empresa devido a perda de competitividade,

gerando com isso desemprego e levando conseqüentemente a um problema econômico social.

Dessa forma é muito importante que os temas relacionados ao gerenciamento de

processos industriais sejam tratado de forma responsável por pessoas capacitada fazendo com

que a industrialização só traga benefícios a sociedade.

Porém o que observamos em São Luís nas micro e pequenas empresas do ramos fabril

é que essas ainda têm seus processos produtivos fundamentadas em práticas empíricas, ou

seja utilizam para essa importante atividade os conhecimento adquirido com a experiência sua

e de outros. Esse fato é preocupante, as mudanças impulsionadas por grandes investimentos

que estão vindo para o Maranhão estão trazendo empresas mais competitivas para São Luís,

fato que poderá trazer problemas econômicos financeiros para as empresas locais se elas não

se adequarem a essa nova realidade. Nesse processo de mudança e aumento da

competitividade as empresas mais preparadas através de um bom gerenciamento terão mais

chance de competir no mercado.

Nesse cenário o engenheiro de produção com seu perfil diferenciado e conhecimento

tecnológico pode ajudar a desenvolver modelos para a tomada de decisões relativas a sistemas

de produção, planejando-a, atuando também nos diversos sistemas produtivos, controlando a

qualidade e modelando os processos através da pesquisa operacional. Ele tem uma visão

sistêmica do processo sabendo que para o resultado esperado ser alcançado todo o elemento

da cadeia de produção devem estar em sincronia, desde o pedido até a entrega do produto para

o cliente.

Através de pesquisa e entrevistas objetivou-se através deste trabalho, mostrar como as

micro e pequenas empresas em São Luís podem melhorar seus processos produtivos através

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de um bom gerenciamento da produção colocando essa atividade tão importante nas mãos de

um profissional capacitado que é o engenheiro de produção.

2 A ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

O início da engenharia de produção aconteceu em duas épocas distintas, uma bem

remota quando a produção de produtos e serviços não era observada sob a ótica científica e a

outra mais atual onde foram aplicados os primeiros conhecimentos científicos nos sistemas de

produção estes sendo aperfeiçoados e incrementados até os dias atuais. A primeira fase pode

ser explicada da seguinte forma:

No início da produção de mercadorias o artesão desenvolvia todas as fases produtivas, desde a concepção e a criação do produto, até a sua execução final. A origem da Engenharia de Produção ocorre quando esse artesão além de produzir preocupou-se em organizar, integrar, mecanizar, mensurar e aprimorar a produção. (www.abepro.org.br)

A programação da produção era rudimentar e feita de modo empírico, ou seja, a

produção acontecia pela experiência adquirida do artesão ao longo dos anos ou por

experiência obtida de outros, não havia um conhecimento científico aplicado às atividades.

A segunda época foi promovida pelo cenário industrial que surgiu no final do

século XIX em um período chamado revolução industrial.

Com a revolução industrial iniciada no século XVIII na Inglaterra houve o aparecimento da manufatura introduzindo a máquina ferramenta. Isso passou a exigir um tratamento mais adequado aos processos de produção. No entanto, somente no final do século XIX, principalmente a partir do denominado “Scientific Managment”, no qual Frederick Winslow Taylor (1856-1915) foi considerado um dos expoentes, surgiram atividades de sistema integrados de produção, que se relacionam mais diretamente com esta modalidade de engenharia, tal como se concebe atualmente. Nesta trajetória deve-se destacar também os trabalhos do Engenheiro Henry Laurence Gantt Medal (1861-1919) autor do “Gráfico de GANTT” e do casal Frank Bunker Gilbreth (1868-1924) e sua esposa Lillian Moller Gilbreth (1878-1972) considerada uma das pioneiras da ergonomia (Leme, 1983). (www.abepro.org.br)

Nos Estados Unidos, berço da Engenharia de Produção os profissionais são

denominados “Industrial Engineers”, que traduzindo para o Português significa Engenheiro

industrial. No Brasil a utilização desta denominação não foi possível conforme

(www.abepro.org.br)

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As razões para adotar-se o nome de Engenharia de Produção para esta modalidade quando o mais lógico seria Engenharia Industrial, tal como a “Industrial Engineering dos Estados Unidos, deve-se ao fato do sistema CONFEA/CREA, á época (década de 50), já ter definido como Engenheiro Industrial “como um misto de engenheiro químico, mecânico e metalúrgico, com uma maior especialização em um destes setores

A Engenharia de Produção no Brasil foi impulsionada no período de 1956 a 1961,

época considerada como o marco da industrialização da economia brasileira, nesse período o

governo brasileiro dedicou dois terços dos recursos ao estímulo do setor de energia e

transporte rodoviário proporcionando um grande crescimento da indústria de bens de

produção, que cresceu de 37% para 63%. O desenvolvimento no setor de energia e transporte

também favoreceu os ramos de siderurgia e metalurgia (automóveis), químico e farmacêutico,

e a construção naval, implantada no Rio de Janeiro em 1958. Nesse período teve início

também em grande escala a internacionalização da economia brasileira, com chegada de

multinacionais.

Com o crescimento das indústrias de bens e serviços e a necessidade crescente de

profissionais para atuar nas empresas industriais surgiu a necessidade da criação de

instituições de ensino na área da produção que atendesse essa demanda surgindo assim a

primeira instituição de ensino a oferecer o curso de Engenharia de Produção no Brasil, a

Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, no ano de 1957, sob a coordenação do Prof.

Ruy Aguiar da Silva Leme; dez anos depois surgiu a FEI - Faculdade de Engenharia

Industrial de São Bernardo do Campo em 1967.

De lá para cá, o crescimento dos cursos de Engenharia de Produção no Brasil tem

aumentado. A origem desse crescimento, provavelmente, são os desafios e necessidades

atuais do mundo empresarial.

Para entender melhor como o Engenheiro de Produção pode atuar na indústria e em

outros setores da economia, devemos conhecer e entender quais as atribuições deste

profissional, conforme Batalha (2008, p. 1) “a engenharia de produção trata do projeto,

aperfeiçoamento e implantação de sistemas integrados de pessoas materiais, informações

equipamentos, e energia , para a produção de bens e serviços, de maneira econômica,

respeitando os preceitos éticos e culturais. Tem como base os conhecimentos específicos e as

habilidades associadas às ciências físicas, matemáticas e sociais, assim como os princípios e

métodos de análise da engenharia de projeto para especificar , predizer e avaliar resultados

obtidos por tais sistemas.

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Complementando o que foi descrito acima faz parte do perfil do engenheiro de

produção a visão abrangente que englobe os planejamentos industriais, incluindo custos,

investimentos, controles de processos, supply chain industrial, a gestão da distribuição,

conhecimento abrangente na área industrial, capacidade organizativa e espírito empreendedor

e por fim foco em Qualidade e Resultados que o impulsionará a construir soluções que levem

em consideração a importância da interação e sinergia entre as diversas áreas da organização,

de forma a otimizar os recursos e maximizar os resultados.

A visão abrangente, bom desempenho gerencial, foco em qualidade e resultados serão

alcançados através do conhecimento em áreas temáticas apresentadas no encontro nacional de

engenharia de produção ENGEP de 2007 que são elas:

Gestão da Produção

Gestão da Qualidade

Gestão Econômica

Ergonomia e Segurança do Trabalho

Gestão do Produto

Pesquisa Operacional

Gestão estratégica e organizacional

Gestão de Conhecimentos organizacionais

Gestão Ambiental

Educação em engenharia de Produção.

As áreas citadas acima estão interligadas de forma intrínseca dentro de qualquer

empresa e todas devem ser cuidadosamente geridas de forma sistêmica, não há como fabricar

produtos com qualidade degradando-se o meio ambiente, assim como não é possível

desenvolver produtos e desejar que sejam aceitas pelo público se esses produtos não são

ergonomicamente corretos e ainda para finalizar com é possível definir uma boa estratégia

organizacional sem levar em consideração questões econômicas, enfim, sem essa visão

sistêmica do processo aliado aos demais perfis do engenheiro de produção o caminho para o

sucesso não pode ser alcançado.

Ainda para exemplificar fazendo comparação com um administrador de empresas o

Engenheiro de Produção possui forma de atuação com diferenças significativas que segundo

Batalha (2008, p. 8) “residem nos princípios e métodos de análise da engenharia de projeto

para especificar, predizer e avaliar os resultados obtidos por tais sistemas. Em outras

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palavras , o engenheiro de produção possui uma capacitação distinta naquilo que diz respeito

ao desenvolvimento de modelos para a tomada de decisões relativas a sistemas de

produção,“ele tem um conteúdo tecnológico que tem relação com outras engenharias e que

não existe nos cursos de Administração, incluindo o estudo de conhecimentos específicos da

Engenharia de Produção como: planejamento da produção, sistemas de produção, controle da

qualidade, modelagem de processos e pesquisa operacional”. (www.eseg.edu.br)

3 ÁREAS DE CONHECIMENTO DO PLANEJAMENTO E CONTROLE DA

PRODUÇÃO

Abaixo estão relacionada as principais áreas constituintes do sistema produtivo,

segundo Lustosa (2008, p.3) nas quais o engenheiro de produção poderá atuar de forma a

ajudar a empresa e ser mais competitiva no mercado, posteriormente comentaremos um pouco

sobre cada uma delas ressaltando os pontos que as tornam essenciais para a produção de bens

ou serviços são elas:

Previsão de demanda

Gestão de estoques

Planejamento Agregado e Planejamento mestre de produção

Planejamento das Necessidades de Materiais

Programação detalhada da Produção

Sistemas de Controle da Produção

Logística

Sistemas de Informação

Planejamento da Capacidade

3.1 Previsão de Demanda

Segundo Marco (2008, p.50) “a demanda pode ser definida como disposição dos

clientes ao consumo de bens e serviços ofertados por uma organização influenciada por uma

série de fatores que se estendem desde as condições macroeconômicas até questões

operacionais, como a disponibilidade de produtos e preço no ponto-de-venda”, e para que as

principais decisões financeiras comerciais e operacionais sejam tomadas é necessária que haja

uma boa previsão e planejamento da demanda, que inclui a coleta de dados históricos de

vendas, informações sobre eventos passados e futuros que podem influenciar o

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comportamento das vendas, utilizando-se método quantitativos aplicando-se técnicas

estatísticas ou qualitativo onde são utilizados consenso de opiniões.

3.2 Gestão de Estoque

Outro ponto importante é a gestão de estoques, segundo Gilberto (2008, p.77) “Os

estoques representam um importante ativo nas empresas de manufatura, por isso devem ser

gerenciados de forma eficaz para não comprometerem os resultados da empresa”.

3.3 Planejamento Agregado e o planejamento mestre de produção

Para ajudar nas ações a serem tomadas e obter resultados futuros desejado, para a

empresa o planejamento é fundamental com destaque para dois tipos existentes, o

planejamento agregado e o planejamento mestre de produção.

Segundo Leonardo (2008, p.130) “o planejamento agregado serve para garantir que os

recursos básicos necessários para a produção estarão disponíveis nas quantidades necessárias,

já o planejamento mestre de produção (MPS) leva em conta a capacidade disponível

(resultante do planejamento estratégico e do planejamento agregado) e a distribui entre os

vários produtos finais de acordo com os pedidos firmes já em carteira e com a demanda

prevista para um futuro bem mais próximo”

3.4 Planejamento da necessidade de materiais

Outro assunto importante está relacionado ao planejamento de necessidades de

materiais ou MRP, segundo Helder (2008, p.143) “a falta de materiais e insumos de produção

quando necessários gera problemas de não atendimento à demanda”. O MRP é alimentado

pelo programa mestre de produção com informações de programação de produtos acabados,

informando quanto e quando estes devem ser produzidos e entregues ou seja o programa de

produção não deve ser confundido com previsão de demanda.

3.5 Programação detalhada da produção

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Segundo Mesquita (2008, p.164) “Programar as tarefas de produção, é decidir quando,

onde e por quem cada tarefa deverá ser realizada para que as entregas sejam feitas no tempo

certo ou de maneira que os clientes não esperem muito”.

3.6 Sistemas de controle da produção

Segundo Helder (2008 p.203) “O controle do processo de execução deve ser feito no

mínimo uma única vez no final da execução para poder saber se os objetivos planejados foram

atingidos ou não”. O processo de gestão passa por 4 etapas fundamentais , que são elas, o

planejamento, onde serão determinados os objetivos e ações a seguir , a organização que

consiste em distribuir o trabalho e estabelecer as relações necessárias , a execução que

significa fazer o que foi planejado e por último controlar as atividades realizadas e verificar se

os resultados foram alcançados. Ainda segundo Helder (2008, p.205) constituem atividades

do controle de gestão:

Comparar resultados com planos principais

Coletar e avaliar resultados parciais ou finais contra os padrões de desempenho

Criar meios efetivos para medir as operações

Comunicar quais são os meios de medição e os parâmetros básicos

Transferir dados detalhados de forma que relevem as comparações e as

Variações

Sugerir e implantar as ações corretivas quando sejam necessárias

Informar aos membros responsáveis sobre as interpretações

Reajustar o controle de acordo com os resultados aferidos

3.7 Logística e Planejamento das necessidades de distribuição ( DRP )

Sobre esse assunto Petrônio (2010, p.179) define logística citando o Council of

Logistics ela é definida como” o processo de planejamento, implementação e controle da

eficiência, e do custo efetivo relacionado ao fluxo de armazenagem de matéria-prima,

material em processo, e produto acabado, bem como do fluxo de informações do ponto de

origem ao ponto de consumo” . Sobre a importância da logística Rodrigo (2008, p. 251)

escreveu “a logística é considerada geradora de vantagens competitivas viabilizando a

integração de cadeias dentro do conceito de gestão de cadeias e suprimentos, diferente do

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estoque que” é considerado o grande vilão da logística, pois representa dois terços dos custos

logísticos, e sua presença pode esconder vários problemas e deficiências como arranjo físico

inadequado, falta de qualidade da matéria-prima, falha no suprimento, longo lead-time de

entrega, retrabalhos e quebra de equipamentos Rodrigo (2008, p. 261). Outro assunto

relacionado a logística que também é de fundamental importância é o Planejamento das

necessidades de distribuição ( DRP ) que segundo Rodrigo (2008, p. 266) “ é um mecanismo

de cálculo centralizado , que permite processar um alto volume de informações , coletadas em

intervalos regulares , ou em tempo real, em cada estágio do sistema de distribuição física

necessárias ao planejamento eficaz da produção e distribuição dos produtos.”

3.8 Sistema de informação

Segundo Petrônio (2012, p.388)“O sistema de informação facilita o fluxo de

informações dentro de uma empresa, integrando as diferentes funções, quais sejam:

manufatura, logística, finanças, recursos humanos e engenharia entre outras, apresentando

uma base de dados em um único ambiente computacional”. Esses sistemas são chamados de

ERP que significa sistemas integrados de gestão.

3.9 Planejamento da capacidade

O último item refere-se ao planejamento da capacidade, segundo Helder (2008, p. 309)

“a capacidade de um processo é um dos fatores críticos para o sucesso de uma organização,

ou seja, uma vez definidos os produtos a serem produzidos e suas quantidades, deve-se

planejar a capacidade da planta de produção”.

4 O CENÁRIO INDUSTRIAL DE SÃO LUÍS

Na década de 60 houve o início do processo de infra-estrutura no Maranhão/São Luís.

A construção do porto do Itaqui e a Hidrelétrica de Boa Esperança ajudou o Maranhão a

despontar como um grande polo industrial, atualmente existem 7 distritos industriais, três

estão implantados em São Luis, Imperatriz e Balsas, e os restantes em Rosário, Santa Inês,

Bacabal e Açailândia, estes ultimos estão em fase de implantação. Destes mais importante é o

de São Luis, onde estão instaladas as fábricas de Aluminia e Alumínio da ALUMAR, a

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Cervejaria Equatorial que fabrica as cervejas BRAHMA e ANTARTICA entre outras.

Também em São Luís há aproximadamente 40 outras empresas que atuam nos setores

Químicos, Têxtil, Gráfico, Imobiliário, Metalúrgicos, Metal Mecânico, Alimentos,

Oleaginosas, Fertilizantes, Cerâmicos e Artefatos de Borracha e Cimento além de centenas de

micro e pequenas empresas que atuam nos mais variados setores da economia local atendendo

aos consumidores e dando suporte as grandes empresas. (http://pt.wikipedia.org)

As micro e pequenas empresas são importante pois segundo Marco (2004, p.1) “ elas

são um dos principais pilares de sustentação da economia brasileira, pois geram um enorme

número de empregos e estão espalhadas por todo o Brasil, em termos estatísticos, esse

segmento empresarial representa 25% do Produto Interno Bruto (PIB), gera 14 milhões de

empregos, ou seja, 60% do emprego formal no país, e constitui 99% dos 6 milhões de

estabelecimentos formais existentes, respondendo ainda por 99,8% das empresas que são

criadas a cada ano”.

5 METODOLOGIA APLICADA

O objetivo deste trabalho é mostrar como o engenheiro de produção pode ser um

diferencial para a competitividade das micro e pequenas empresas ludovicenses atuando e

nesse caso específico em empresas da área fabril. Essa área foi escolhida, pois é nela que o

engenheiro de produção tem maior destaque, possuindo características que o difere de outros

profissionais. Dessa forma para se chegar a uma conclusão sobre o tema proposto era

necessário conhecer um pouco sobre a formação do profissional que está a frente da produção

e como ele gerencia de forma eficiente e eficaz os aspectos da produção. A pesquisa foi

direcionada então para os “gerentes da produção”, que responderam a perguntas específicas

relacionados ao assunto, com o apoio de um questionário previamente elaborado.

Posteriormente as respostas foram tabuladas e então extraídas as informações necessárias para

se chegar às conclusões necessárias sobre o tema levantado.

Apesar da pesquisa ter sido feita apenas com seis empresas locais, as informações

obtidas abrem as portas para um tema que poderá ser assunto de pesquisas mais aprofundadas

no futuro envolvendo micro e pequenas empresas de São Luís e suas forma de gerenciar a

produção.

As empresas visitadas e suas respectivas áreas de negócio estão relacionadas abaixo:

Diskfarda : Fabricação de fardamentos para empresas;

Panelar : Fabricação de utensílios em alumínio para cozinha;

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MAS ind. E comercio de velas : Fabricação de velas;

Magic : Fabricação de detergentes para limpeza ;

Emapla : Fabricação de sacolas plástica a partir de material reciclado;

Sa2 : Fabricação e montagem de elementos estruturais para construção civil.

6 ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO E SEU DIFERENCIAL COMO FATOR

COMPETITIVO

Após a obtenção de informações extraídas das visitas e entrevistas realizadas, foi feita

uma análise das informações comparando-as ao sistema de produção moderno de grandes

empresas como fator de competitividade no mercado, e ressaltando como o engenheiro de

produção pode atuar no sentido modificando atual situação.

6.1 Previsão de Demanda

A demanda é uma assunto de fundamental importância para empresa, pois é um

indicador de aceitação do produto ou serviço, e pesar de todos conhecerem esse fato eles

desconhecem os método necessários para auxiliá-los nas tomadas de decisão a respeito do

mercado, os produtos são fabricados com base nos pedido que são realizados durante o mês,

não tendo parâmetros para predizer com base em informações históricas de venda quanto e

quando comprar.

Esse assunto pode ser resolvido através da utilização de softwares como por exemplo

o Minitab® este sendo alimentado com informações das vendas mês a mês, sendo possível

dessa forma prever a demanda levando em consideração possíveis erros. Também poderia ser

aplicados métodos quantitativos ( por projeção e correlação) e qualitativos ( Método Delfi,

Pesquisa de Mercado, Simulação de Cenários )

6.2 Gestão de Estoque

Os estoques são considerados desperdício e devem ser reduzidos ao máximo. Nas

empresas visitadas o controle de estoque é feito com cálculos simples, que não correspondem

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a real necessidade da empresa, exemplificando em alguns casos o estoque tanto de matéria-

prima quanto de produtos acabados estavam em níveis acima ou abaixo do que a produção

exigia, não existe um controle que permita saber qual a importância de cada item da produção,

ou quanto e quando cada item deverá ser reposto.

Há métodos e técnicas que poderão auxiliar as empresas para solucionar questões

relacionadas a estoque, por exemplo, aplicação do método ABC, aplicação de indicadores de

desempenho e modelos de reposição com base nas demandas independentes e dependentes, e

aplicação de softwares de sistemas de controle que permite obter informações sobre o

andamento das decisões e dos níveis de estoque em quantidade e valor.

6.3 Planejamento agregado e plano mestre de produção

Nesse sentido nenhuma das empresas visitadas possui um planejamento que lhes

permita uma expansão planejada. Uma da perguntas do questionário era se a empresa possuía

um planejamento de crescimento, e as respostas obtidas informam que não há um

planejamento para o futuro, as empresas vivem o momento do mercado, sem analisar o

passado, o presente e se planejar para o futuro.

Nesse aspecto o engenheiro de produção pode atuar visando o horizonte de

planejamento estratégico com a finalidade de expansão dos negócios lançando mão de técnica

intuitivas e gráficas, utilizando planilhas de cálculo e gráficos com base nas estratégias da

empresa, programação matemática utilizando a pesquisa operacional de minimização ou

maximização e elaborando o RCCP (Rough Cut Capacity Planning) ou planejamento

aproximado da capacidade.

6.4 Planejamento da necessidade de materiais

A falta de insumos e materiais de produção gera problema de não atendimento a

demanda. Sobre esse assunto as empresa pesquisadas tem dificuldades em calcular a

quantidade de material necessária a fim de atender a demanda, causando estoques

desnecessários ou falta deles, gerando desperdícios de recursos ou prejuízo nas vendas.

A engenharia de produção, possui ferramentas para tratar desse assunto de forma

otimizada, que são os programas MRP II que englobam vários tipos de planejamento como;

planejamento de capacidade de curto,médio e longo prazo. Ele conhece quais e como inserir

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as informações adequadas no programa bem como obter informações valiosas que o ajudarão

a tomar as decisões adequadas sobre a necessidade de materiais para a produção.

6.5 Programação da produção

Programar tarefas de produção é decidir quando, onde e por quem as tarefas deverão

ser realizadas para que as entregas se dêem no tempo certo reduzindo ao máximo a espera do

cliente. Todas as decisões em programação, Designação, sequenciamento, programação,

despacho, controle, apressamento, carregamento de oficinas são realizadas e bem entendidas

porém há falhas relacionadas a programação, quando a tarefa deverá ser iniciada e terminada

e controle garantir através de reprogramação ocasionada por eventualidades a continuação da

programação.

O controle e a programação atual é baseado em experiências adquiridas ao longo dos

anos baseado em erros e acertos, não há indicadores de desempenho e também não são

utilizados regras de prioridade.

Para esse assunto o engenheiro de produção através de cálculos matemáticos consegue

controlar o cumprimento de prazos,velocidade de fluxo e utilização bem como determinar o

desempenho através de dados como data de início e término , tempo de fluxo , atrasos,

número de ordens , tempo total de trabalho , entre outras. Ele utiliza regras de prioridade

como por exemplo PEPS, MTP, MDP, e algoritmos para determinar o sequenciamento de

máquinas como o de Moore, LPT, Johnson, Buffa e Sarin, além de aplicação de progrmações

PERT/CPM que poderão ser aplicados a projetos das empresas.

6.6 Sistemas de controle da produção

Tudo que se planeja para que se verifique que os objetivos serão alcançados os

resultados devem ser controlados. As empresas pesquisadas não possuem sistemas de controle

da produção bem definida com a finalidade de buscar qualidade nos seus produtos e serviços,

não há programas relacionados a desperdícios, também não há ações relacionadas ao controle

de gestão.

Nesse aspecto o engenheiro de produção pode auxiliar as empresas no processo de

gestão aplicando os princípios do Ciclo PDCA que são planejamento, execução , controle e

ações corretivas.

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6.7 Logística e Planejamento das necessidades de distribuição ( DRP )

A logística é considerada um ponto chave para uma empresa ser competitiva. Há

Muito a ser feito para que as empresas locais possam usufruir desse trunfo, pois os dados

apresentados mostram que o projeto de rede logística não é bem definido, o transporte dos

recursos para a produção e dos produtos fabricados até o consumidor final pode ser otimizado.

A armazenagem, que é a forma como o material em estoque é cuidado não é feita de forma

adequada, nas fábricas visitadas a matéria prima e os materiais são armazenados utilizando

critérios elementares como por exemplo não misturar produtos químicos inflamáveis com

fontes de calor, sendo que outros aspectos relacionados a manuseio ,empilhamento , umidade,

presença de animais e insetos não recebem a devida atenção influenciando na qualidade final

do produto.

Também é importante citar que não há uma preocupação como a embalagem do

produto, item que ajuda a divulgar e vender seus produtos.

Em todos itens citados o engenheiro de produção pode atuar de forma diferenciada

estudando e propondo um projeto de rede logística mais eficiente através da utilização de

softwares como a CAPS LOGISTICS, ou planilhas de cálculo alimentadas por dados como

distancias entre mercados consumidores, quantidades disponíveis, valores de transporte,

melhorando a informação entre os principais elos da cadeia produtiva, otimizando o transporte

das matérias e produtos de forma a evitar deslocamentos desnecessários e trabalhando na

armazenagem adequada dos materiais e produtos, resultando em economia para a empresa.

6.8 Planejamento da capacidade

O planejamento da capacidade de cada empresa, determina basicamente a quantidade

de máquinas e mão-de-obra necessárias para a produção baseado na previsão de demanda e da

análise do ponto de equilíbrio.

As empresas não conhecem de forma clara a sua capacidade de produção, não sabendo

trabalhar esse item caso seja necessário, não sabem o que é capacidade projetada, capacidade

operacional e também o que seja um ponto de equilíbrio relacionado a produção, bem como

calcular cada item para ter um planejamento da capacidade baseado em previsões de demanda

e como investir em máquinas e equipamentos caso seja necessário a expansão dos negócios.

É possível o engenheiro de produção através de softwares de produção e planilhas de

cálculo determinar quantidades e valores necessários em mão-de-obra e máquinas auxiliando-

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o a realizar os investimentos necessários bem como saber quanto tempo o investimento levará

para atingir o ponto de equilíbrio , ou seja , a partir de quanto tempo o negócio passará a ser

lucrativo.

6.9 Análise situacional das empresas estudadas e atuação do engenheiro de produção

Após a análise das informações obtidas percebemos que as micro e pequenas empresas

de São Luís gerenciam a sua produção de forma empírica, isso se deve principalmente a

ausência de pessoas qualificadas com conhecimento em métodos e técnicas relacionadas a

produção que os auxilie a tomar as decisões estratégicas necessárias. Dessa forma existe um

vasto campo de atuação para engenheiro de produção que sendo conhecedor de técnicas e

métodos relacionados a produção, pode vir a ser um diferencial nas micro e pequenas

empresa de São Luís, ajudando na eliminação de desperdícios, melhorando a qualidade dos

produtos, aumentando os lucros, melhorando a sua competitividade e contribuindo para

crescimento estratégico da empresa.

7 CONCLUSÃO

As micro e pequenas empresas pesquisadas vem produzindo seus produtos e

serviços sem o devido conhecimento e aplicação dos elementos constituintes do processo de

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produção, gerenciando-os de forma inadequada, sem o embasamento científico necessário que

os auxilie a alcançar os objetivos e metas importantes para a empresa como por exemplo,

aumento da produtividade, melhoria da qualidade de seus produtos e serviços, eliminação do

desperdício e aumento dos lucros. Essa situação que onera os custos operacionais pode

resultar em perda de competitividade para empresas que já se adequaram às novas exigências

do mercado possuindo em seu quadro ou sendo assessoradas por pessoas especializadas em

produção e possuindo dessa forma uma gestão moderna e competitiva.

Concluímos então que é preciso adequar-se a essa nova realidade necessitando

buscar no mercado um profissional que tenha formação voltada para a área de produção.

Nesse aspecto o engenheiro de produção conhecendo método e técnicas

relacionados a sistemas produtivos, aliado a uma visão sistêmica que lhe permite compreender

como cada elemento formador do processo produtivo está relacionado com os demais,

sabendo que decisões tanto positivas quanto negativas afetarão todo o sistema, certamente o

torna um diferencial competitivo, que contribuirá decisivamente para o aumento da

competitividade das empresas, promovendo o seu crescimento, ajudando a reduzir custos e

aumentar os lucros bem como contribuir para crescimento estratégico da empresa.

REFERÊNCIAS

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OLIVEIRA, Toledo. Origens e evolução da formação em engenharia de produção.Disponível em: http://www.abepro.org.br/interna.asp?p=1017&m=1017&ss=1&c=1063 Acesso em : 19 Out. 2012

ESEG.Escola Superior de Engenaria e Gestão. Disponível em: http://www.eseg.edu.br/sp6/ensino_engprod.php Acesso em 22 Out. 2012

LUSTOSA, Leonardo et. al. Planejamento e Controle da Produção . Rio de Janeiro: Editora Campus , 2008. 357p.

MARCO, A.K. As Micro e Pequenas empresa no Contexto Econômico Brasileiro. Revista FAE Business , n. 8 , p. 1, maio 2004.

MARTINS, Petrônio; PIERO, Fernandes. Administração da Produção. 8. ed, São Paulo: Editora Saraiva, 2010. 562 p.

APÊNDICE 01 : Questionário

O ENGENHEIRO DE PRODUÇÃO COMO DIFERENCIAL COMPETITIVO PARA AS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS DE SÃO LUÍS

QUESTIONÁRIO DE ENTREVISTA

Item Horário de inicio e término : Data:

1 Identificação Empresa

1.1 Empresa :

1.3 Nome Entrevistado :

1.4 Quantos anos a empresa opera:

1.5 Ramo de atividade :

1.6 Produtos fabricados:

2 Previsão de Demanda

2.1 Qual o método de previsão adotado

3 Gestão de estoques

3.1 Qual o tipo de estoque utilizado

3.2 Qual o modelo de estoque utilizado

3.3 Qual indicador de desempenho do estoque

3.4 Você utiliza algum sistema de controle de estoque ?

4 Planejamento de curto e Longo Prazo

4.1 Você tem um Planejamento Agregado

4.2 Você tem um plano metre de produção

5 Planejamento de materiais

5.1 Como você controla a sua necessidade de compra de materiais.

6 Programação detalhada da produção

6.1Como é planejada a produção para que as encomendas sejam entregues no prazo

7 Sistemas de controle da produção

7.1Você utiliza alguma ferramenta do Just-in -time , OPT ferramenta para otimizar a produção, indicadores de desempenho

8 Logística

8.1 Como é feito o planejamento das necessidades de distribuição ?

9 Planejamento da capacidade

Você tem um planejamento da capacidade de sua empresa.

10 Outras

10.1 Quais as principais dificuldades que você identifica no seu negócio:

10.2 Quem é o responsável pela produção:

10.3 Qual a qualificação dele(a) :

10.4 Você já ouviu falar em engenheiro de produção

10.5Você acha que um engenheiro de produção faria diferença para promover o crescimento da sua empresa ? Porque ?

10.7 A empresa tem uma estratratégia de crescimento10.8 O que pode ser melhorado na sua empresa para torná-la mais lucrativa ?

10.9 Como os seus produtos são desenvolvidos a fim de atender a clientela ?

10.10 Como você garante a divulgação do seu produto?

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