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Controle de Qualidade na Indústria Alimentícia ESTÁGIO SUPERVISIONADO Campo Mourão Fevereiro / 2014 UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Campus Campo Mourão Curso Superior de Tecnologia em Alimentos

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ … · conjuntamente com as inovações tecnológicas de alimentos. Objetivado a produção e comercialização de ... (pH), acidez e

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Controle de Qualidade na Indústria Alimentícia

ESTÁGIO SUPERVISIONADO

Campo Mourão

Fevereiro / 2014

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Campus – Campo Mourão

Curso Superior de Tecnologia em Alimentos

Thaynara Ferrari

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3

RESUMO

A análise de alimentos atua diretamente em vários segmentos do controle de

qualidade, da fabricação, da estocagem, do processamento e ainda da

caracterização dos alimentos in natura e processados. O controle de qualidade de

alimentos vem sendo objeto de constante evolução, visando produzir e oferecer ao

consumidor produtos de origem animal e vegetal absolutamente de acordo com as

normas específicas de segurança sanitária. Neste sentido, pode-se afirmar que o

controle de qualidade de alimentos desempenha um importante papel no controle e

segurança dos alimentos. A utilização de um sistema de controle de qualidade pelas

indústrias produtoras de alimentos é importante para resolver problemas de saúde

pública e também para complementar as atividades da vigilância sanitária, atuando

conjuntamente com as inovações tecnológicas de alimentos. Objetivado a produção

e comercialização de produtos de qualidade e que atendam as especificações

estabelecidas pela legislação a empresa Pinduca possui um laboratório de Controle

de Qualidade de seus produtos. Assim, o presente relatório visa descrever as

atividades realizadas durante o estágio supervisionado realizado no Laboratório de

Controle de Qualidade da Indústria Pinduca Alimentos, referente aos requisitos do

curso de Tecnologia em Alimentos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Dentre as atividades realizadas durante o período de estágio, destacam-se as

análises físico-químicas das quais incluem potencial hidrogeniônico (pH), acidez e

umidade; análise de granulometria da farinha de mandioca, amostragem e

classificação de defeitos para os produtos terceirizados.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 5

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL ................................................................................. 9

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES ...................................................................... 9

3.1. Análises Físico-Químicas ......................................................................... 10

3.1.1. Umidade ............................................................................................ 10

3.1.2. Acidez ................................................................................................ 10

3.1.3. pH ...................................................................................................... 11

3.2. Análise de Granulometria ......................................................................... 11

3.3. Amostragem ............................................................................................. 12

3.4. Classificação de defeitos para produtos terceirizados ............................. 13

4. CONCLUSÃO ................................................................................................. 17

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................... 18

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1. INTRODUÇÃO

A mandioca é uma das principais culturas exploradas agronomicamente no

mundo, com uma produção acima de 170 milhões de toneladas. Entre as tuberosas,

perde apenas para a batata (Solanum tuberosum L.) (FUKUDA; OTSUBO, 2003).

Os principais produtos industrializados da mandioca são: farinha de

mandioca; fécula; polvilho azedo e outros amidos modificados. No Brasil, a principal

forma de uso da mandioca é a farinha. Com relação à fécula, são utilizados dois

terços de sua produção nas indústrias agroalimentares. O polvilho doce, bem como

o azedo são aplicados na indústria alimentícia, na fabricação de biscoitos de

polvilho e pão-de-queijo, principalmente (AMARAL et al., 2007).

A tecnologia de fabricação da farinha é simples, mas exige alguns cuidados

no seu desenvolvimento. A seleção da matéria-prima adequada, a higiene e os

cuidados durante todo o processo de fabricação, são fatores fundamentais para

garantir um produto de qualidade. O rendimento médio é de 25 a 30%, dependendo

da variedade de mandioca e da eficiência dos equipamentos utilizados

(CARVALHO, 1991 apud AGOSTINI, 2006).

A título de exemplo ilustrativo, apresenta-se um fluxograma do processo para

obtenção de farinha de mandioca na Figura 1 e a descrição sucinta das principais

operações unitárias, que constituem o seu processo de obtenção.

Figura 1: Fluxograma das etapas de processamento da farinha de mandioca do grupo seca.

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Segundo Vieira (2002) as raízes são lavadas com água potável e

descascadas em um único aparelho, denominado descascador ou lavador. Trata-se

de um cilindro aberto nas duas extremidades, cujas paredes laterais são feitas de

ripa de madeira, deixando frestas de uns dois centímetros ou chapas perfuradas, e

no seu interior existe um eixo provido de pás helicoidais capazes de movimentar as

raízes. O conjunto possui normalmente quatro a cinco metros de comprimento e

cerca de um metro de diâmetro, sendo montado em posição inclinada. O lavador é

provido de esguichos de água que, juntamente com o atrito entre as pás e as

paredes, limpam e descascam parcialmente as raízes. A complementação da

limpeza é feita manualmente.

Assim preparada, a mandioca passa à trituração onde a massa obtida é

levada à prensa (que pode ser hidráulica, mecânica ou manual). O objetivo desta

operação é a máxima redução de umidade na massa. A massa da prensa é

passada por uma peneira para desintegração das partes e uniformização do

tamanho dos grânulos de farinha, à medida que for definido (CEREDA, 2001).

Após o esfarelamento/peneiragem, a massa é colocada, em bateladas, no

forno para eliminação do excesso de água. Em seguida, a farinha vai sendo

colocada em pequenas quantidades em outro forno para uniformização da massa e

torração final, que fica em torno de 13% de umidade (TECNOLOGIA, 2004).

O Brasil é o 2º maior produtor mundial de mandioca, mas apenas o quarto

produtor de fécula. A fécula é branca, insípida, insolúvel em água fria, embora

absorva água e os grânulos inchem. Em água fria, o amido é insolúvel, mas forma

suspensões leitosas e separa-se por decantação, após certo período de descanso.

A partir de 60ºC, o amido transforma-se em uma substância gelatinosa, a que

se denomina goma de amido. O processo de fabricação se inicia como para a

farinha de mandioca. A lavagem, o descascamento e o armazenamento são os

mesmos que para as farinhas, assim como os problemas da demora no

processamento (MANDIOCULTURA, 2013).

A título de exemplo ilustrativo, apresenta-se um fluxograma do processo para

obtenção de fécula de mandioca na Figura 2 e a descrição sucinta das principais

operações unitárias, que constituem o seu processo de obtenção.

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Figura 2: Fluxograma da fabricação de fécula de mandioca

A extração da fécula de mandioca se dá por um processo simples. A princípio

a mandioca após ser descarregada é lavada e descascada. Esta capa retirada da

mandioca é apenas superficial, para evitar perda de amido (BARTHOLOMAI, 1991).

O próximo passo é a classificação e inspeção através de esteiras que

alimentam a trituração e o coletor de pedras (BARTHOLOMAI, 1991).

A trituração acontece para padronizar o tamanho das raízes em 2 a 3 cm.

Após este processo as raízes seguem para a desintegração, onde acontece a

trituração fina da raiz, causando a liberação do amido através do rompimento

celular. Este material é bombeado para as peneiras cônicas rotativas onde

acontece a extração (BARTHOLOMAI, 1991).

A extração tem como finalidade separar o amido das fibras da mandioca com

aplicação de água em contracorrente. O “leite” é bombeado para a purificação e a

polpa resultante é canalizada para o tratamento de efluentes ou para a fabricação

de rações (BARTHOLOMAI, 1991).

Na purificação acontece a diluição e a separação na centrífuga de amido

solúvel e corpos estranhos. A peneiração é realizada através de peneiras

vibratórias planas com 220 Mesh (BARTHOLOMAI, 1991).

A desidratação do amido acontece por uma tela cilíndrica à vácuo, perfurada

e coberta por tecidos constantemente trocados, pode levar o amido a uma umidade

de 45% para posterior secagem em ar quente a 105ºC (BARTHOLOMAI, 1991).

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O ar quente leva consigo uma grande quantidade de amido seco, que é

recuperado por ciclones no final do duto (BARTHOLOMAI, 1991).O produto sai com

uma temperatura de 58ºC e é levado para silos onde irá ser resfriado para posterior

ensacamento (BARTHOLOMAI, 1991).

Além de produtos fabricados pela Pinduca que são as farinhas de mandioca

branca e torrada e as farofas, a indústria também embala e comercializa produtos

fabricados por empresas parceiras terceirizadas. Dentre eles estão: pipoca,

canjica, amendoim, lentilha e feijão branco, que passam por um rigoroso controle

de qualidade para garantir a segurança do produto final ao consumidor. Além das

análises realizadas pelo próprio laboratório, esses produtos são encaminhados à

entidade credenciada para classificação.

As indústrias de alimentos devem realizar um rígido controle de qualidade,

tanto na matéria-prima que recebem como no produto final processado que sai da

fábrica. O produto final processado deve possuir qualidade e uniformidade antes de

ser colocado no mercado. Para tanto, é necessário um controle analítico nas várias

fases do processamento e, por último, no produto final (CECCHI, 2003).

A manipulação de alimentos é tarefa que deve ser realizada com toda a

segurança, respeitando-se as normas vigentes sobre alimentos. Estas Normas

visam dispor de informações técnicas, higiênicas, padrões de qualidade,

parâmetros de aceitação dos índices mensuráveis, que compõem a qualidade do

produto final e instruções para o funcionamento e processamento, além da

certificação das unidades produtoras de alimentos. Portanto, é imprescindível o

conhecimento da legislação vigente na área de alimentos (MANDIOCULTURA,

2013).

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2. DESCRIÇÃO DO LOCAL

O estágio foi realizado na Pinduca Indústria Alimentícia Ltda, município de

Araruna - PR, setor de Controle de Qualidade de Alimentos, no período de 05 de

fevereiro a 13 de maio de 2013, perfazendo-se um total de 414h de estágio.

O laboratório de controle de qualidade onde foi realizado o estágio é

equipado com diversos equipamentos e materiais para o uso em análises, como:

pHmetro, analisador de umidade por infravermelho, balança analítica e

semi-analítica, microondas para análises de expansão, destilador de água, agitador

magnético, vidrarias, reagentes e itens de segurança, como capela para manusear

reagentes perigosos e equipamentos de proteção individual (EPI’s).

3. DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES

As atividades desenvolvidas durante o período de estágio envolveram

análises físico-químicas das quais incluem potencial hidrogeniônico (pH), acidez e

umidade; análise de granulometria da farinha de mandioca, amostragem e

classificação de defeitos para os produtos terceirizados.

Neste item, optou-se em apresentar as principais atividades desenvolvidas

ao longo do período do estágio, vale salientar que, tais atividades compreendiam

principalmente, análises de rotinas das quais todas já implantadas pela empresa.

Deste modo, a seguir, descrevem-se as principais análises realizadas no controle

de qualidade de alguns produtos Pinduca.

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3.1. Análises Físico-Químicas

3.1.1. Umidade

A umidade é o principal fator para os processos microbiológicos, como o

desenvolvimento de fungos, leveduras e bactérias. O conhecimento do teor de

umidade das matérias primas é de fundamental importância na conservação e

armazenamento, na manutenção da sua qualidade e no processo de

comercialização.

Para a determinação de umidade utiliza-se o analisador por infravermelho

modelo V 2500 à 130ºC por 7 minutos.

Equipamentos por secagem infravermelha possuem uma balança que dá

leitura direta do conteúdo de umidade por diferença de peso. O funcionamento do

ensaio é pelo método da evaporação do teor de água, à medida que a água se

evapora o peso da amostra varia até secar completamente.

A análise de umidade é realizada para a farinha de mandioca, a fécula e o

polvilho, os padrões para umidade (%) desses produtos encontram-se no quadro 1.

Quadro 1: Padrões físico-químicos para produtos derivados da mandioca.

Produto Umidade (%) Acidez (mL NaOH) pH

Farinha <13,0 3,0 -

Fécula <14,0 <1,5 4,50 a 6,50

Polvilho Azedo <14,0 <5,0 <4,0

Polvilho Doce <14,0 <1,0 <6,0

Fontes: BRASIL (1978); BRASIL (2005).

3.1.2. Acidez

Os ácidos orgânicos presentes em alimentos influenciam o sabor, odor, cor,

estabilidade e a manutenção de qualidade (CECCHI, 2003). A determinação da

acidez total em alimentos é bastante importante tendo em vista que através dela,

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podem-se obter dados valiosos na apreciação do processamento e do estado de

conservação dos alimentos.

A acidez titulavel é determinada por titulação de NaOH 0,1 N (hidróxido de

sódio) utilizando fenolftaleína como indicador de acordo com o método 016/IV do

IAL (2008).

A análise de acidez é realizada para a farinha de mandioca, a fécula e o

polvilho, os padrões para acidez (mL NaOH) desses produtos se encontram no

Quadro 1.

3.1.3. pH

A medida do potencial hidrogeniônico (pH) é importante para as

determinações de deterioração do alimento como crescimento de microrganismos,

atividade das enzimas, retenção de sabor e odor de produtos, e escolha de

embalagem (CECCHI, 2003).

A determinação do pH é realizada através do método potenciométrico, em

pHmetro digital modelo PG 1800, de acordo com o método 017/IV do IAL (2008).

A análise de pH é realizada para a fécula e o polvilho, sendo que os padrões

para esses produtos se encontram no quadro 1.

3.2. Análise de Granulometria

Além das análises físico-químicas, a farinha de mandioca produzida pela

fábrica passa também pela análise de granulometria, visando classificar a farinha

de acordo com o tamanho das partículas e grânulos que constituem o produto.

Segundo Brasil (2011), a farinha de mandioca do Grupo Seca é o produto

obtido das raízes de mandioca sadias, devidamente limpas, descascadas,

trituradas, raladas, moídas, prensadas, desmembradas, peneiradas, secas à

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temperatura adequada, podendo novamente ser peneirada e ainda beneficiada. De

acordo com a sua granulometria, será classificada em 3 (três) classes:

a) fina: quando 100% do produto passar através da peneira com abertura de malha

de 2 mm (dois milímetros) e ficar retida em até 10% (dez por cento), inclusive, na

peneira com abertura de malha de 1 mm (um milímetro);

b) grossa: quando o produto fica retido em mais de 10% (dez por cento) na peneira

com abertura de malha de 2 mm; e

c) média: quando a farinha de mandioca não se enquadrar em nenhuma das

classes anteriores.

Para a realização deste procedimento deve-se pesar 100g da amostra em

balança semi-analítica e transferir a amostra para o jogo de peneiras 10, 18, 200

Mesh, agitando vigorosamente por 1 minuto. Em seguida pesar individualmente a

quantidade de amostra retida nas peneiras 10 e 18. Com apenas a peneira 200 e o

fundo, agitar a amostra em movimentos circulares para separação dos fiapos. Com

auxilio da colher e do pincel retirar os fiapos separados e pesar. Em seguida, pesar

o pó retido no fundo das peneiras.

3.3. Amostragem

Fécula e polvilho: a amostragem é realizada com a retirada de uma amostra de

cada pallet (40 sacos de 25 Kg cada) da carga de fécula ou polvilho. A amostra é

encaminhada para o laboratório com identificação numérica (ex.: 1; 2; 3; e 4...),

número do lote e data de validade.

Farinha de mandioca empacotada: a amostragem é realizada ao acaso

durante o empacotamento do produto onde duas amostras são retiradas

aleatoriamente e encaminhadas ao laboratório.

Feijão branco, amendoim e pipoca: a coleta no Lote/Carga é feita ao acaso

em, no mínimo, 10% (dez por cento) dos sacos, devendo abranger todas as faces

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da pilha. A quantidade mínima de coleta deve ser de 30 g (trinta gramas) por saco

(BRASIL, 2008; BRASIL, 1987; BRASIL, 2011).

Canjica: a amostragem é realizada da mesma forma. A retirada ou extração da

amostra será efetuada por furação ou calagem, na proporção mínima de 30 (trinta)

gramas de cada saco da seguinte maneira: no Lote/Carga fazer a calagem em 5%

(cinco por cento) no mínimo, dos sacos que compõe o lote, tomada inteiramente ao

acaso (BRASIL, 1989).

Lentilha: a retirada ou extração da amostra é efetuada por furação ou calagem,

na proporção mínima de 30 (trinta) gramas de cada saco da seguinte maneira: no

Lote/Carga fazer a calagem em 2% (dois por cento) no mínimo, dos sacos que

compõe o lote, tomada inteiramente ao acaso (BRASIL, 1993).

3.4. Classificação de defeitos para produtos terceirizados

O amendoim, canjica, feijão branco, lentilha e a pipoca, além de passarem

pela análise de umidade, que é realizada conforme descrito no item 3.1.1, são

classificados segundo os conceitos apresentados abaixo.

Conceitos para a classificação dos grãos defeituosos:

Ardido - grão ou pedaço de grão que apresenta alteração em sua coloração

normal, causada pela ação excessiva do calor e umidade ou fermentação.

Rancificado - grão ou pedaço de grão que apresenta cor anormal e odor

desagradável devido às características físico-químicas do óleo terem se

alterado por processo oxidativo.

Brotado - grão que se apresenta visivelmente germinado, caracterizando

inclusive, o rompimento da película.

Mofado - grão ou pedaço de grão contaminado por fungos (bolores), visíveis a

olho nu, independentemente do tamanho da área atingida.

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Danificado - grão que apresenta danos causados por agentes biológicos

(insetos em qualquer de suas fases evolutivas, roedores, ácaros), assim como

danificado por diferentes causas (danos mecânicos e outros).

Imaturo - grão que não atingiu o seu desenvolvimento fisiológico completo

(maturação), apresentando-se geralmente descolorido e menor que o grão

normal, maduro, da classe à qual pertence.

Partido ou quebrado - cotilédone (banda), pedaço ou fragmento de grãos,

qualquer que seja o seu tamanho.

Chocho - grão que se apresenta enrugado, praticamente desprovido de massa

interna e enrijecido.

Despeliculado - grão que se apresenta desprovido de sua película, parcial ou

totalmente.

Fermentados - os grãos ou pedaços de grãos que apresentam escurecimento

parcial do germe ou do endosperma provocado por processo fermentativo ou

calor, sendo também considerados como fermentados, devido à semelhança de

aspecto, os grãos que se apresentam parcialmente queimados.

Trincados: os grãos inteiros que apresentam trincas ou fendas visíveis a olho nu,

com ou sem rompimento da película.

Impurezas - detritos do próprio produto, tais como hastes, cascas, películas,

rabiças que se encontram destacadas das vagens, entre outros.

Matérias Estranhas - corpos de qualquer natureza, estranhos ao produto, tais

como areia, fragmentos de madeira, grãos ou sementes de outras espécies,

sujidades, restos de insetos, entre outros.

Para a realização da classificação dos defeitos, deve-se pesar em balança

semi-analítica 100g do produto a ser analisado e proceder à separação dos grãos

de acordo com os defeitos citados acima. Em seguida os defeitos são pesados em

balança semi-analítica separadamente e anotados em planilha para o controle de

lotes. Os resultados devem apresentar-se dentro dos parâmetros, conforme os

quadros 02, 03, 04, 05 e 06. Para produtos fora do parâmetro, deve-se realizar uma

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nova avaliação e se confirmado a informação todo produto deve ser devolvido ao

fornecedor.

Quadro 2: Limites máximos de tolerância para Amendoim Descascado - % em peso (BRASIL,

1987).

Subgrupo Tipo Umidade Matérias

Estranhas e Impurezas

Mofados, Rancificados,

Ardidos

Demais Defeitos

Bica Corrida ou Industrial

Único 12 2 8 20

Selecionado 1 9 1 3 8

(Moreirado) 2 9 1 4 12

Quadro 3: Limites máximos de tolerância para Canjica - % em peso (BRASIL, 1989).

AVARIADOS

Tipos Matérias

Estranhas e Impurezas

Máx. de Carunchados

Máx. de Ardidos

Máx. de Mofados

Total

1 0,5 2,0 0,5 1,0 5,0

2 1,0 4,0 1,0 2,0 10,0

3 1,5 6,0 1,5 3,0 15,0

Quadro 4: Limites máximos de tolerância para Feijão Branco - % em peso (BRASIL, 2008).

Enquadramento do Produto

Defeitos Graves

Total de Defeitos Leves

Matérias Estranhas e Impurezas

Total de Mofados, Ardidos e

Germinados

Total de Carunchados e Atacados por Lagartas das

Vagens Total

Insetos Mortos (*)

Tipo 1 De 0 a 0,50%

De 0 a 0,10%

De 0 a 1,50% De 0 a 1,50% De 0 a 2,50%

Tipo 2 Acima de

0,50 a 1,00%

Acima de 0,10 a 0,20%

Acima de 1,50 a 3,00%

Acima de 1,50 a 3,00%

Acima de 2,50 a 6,50%

Tipo 3 Acima de

1,00 a 2,00%

Acima de 0,20 a 0,30%

Acima de 3,00 a 6,00%

Acima de 3,00 a 6,00%

Acima de 6,50 a

16,00%

Fora de Tipo Acima de

2,00 a 4,00%

Acima de 0,30 a 0,60%

Acima de 6,00 a 12,00%

Acima de 6,00 a 12,00%

Acima de 16,00%

Desclassificado Acima de

4,00% Acima de

0,60% Acima de 12,00%

Acima de 12,00% -

(*) Máximo de insetos mortos permitidos, dentro do total de Matérias Estranhas e Impurezas

16

Quadro 5: Limites máximos de tolerância para Lentilha - % em peso (BRASIL, 1993).

Tipo Umidade Matérias

Estranhas e Impurezas

Avariados

Carunchados Ardidos e Mofados

Total de Avariados

1 14 0,5 0,5 0,5 4,0

2 14 1,0 1,0 1,0 8,0

3 14 2,0 1,5 1,5 12,0

4 14 2,5 2,0 2,0 16,0

Quadro 6: Limites máximos de tolerância para Milho de Pipoca - % em peso (BRASIL, 2011).

Tipo

Grãos Avariados Grãos

Quebrados

Matérias Estranhas e Impurezas Carunchados

Valor Mínimo de Capacidade de Expansão

ml/g Mofados e Ardidos

Total Insetos Mortos

Total

1 0,20 2,00 2,00 0,30 1,00 1,50 30

2 0,40 3,00 2,50 0,30 1,50 2,00 30

3 0,60 4,00 3,00 0,30 2,00 2,50 30

Fora de Tipo

1,00 6,00 4,00 0,30 2,50 3,00 Menor que 30

Para a pipoca, além da classificação dos defeitos deve-se realizar também

uma análise da capacidade de expansão, para tanto, deve-se pesar 30g da amostra

a ser analisada e estourar em microondas.O volume de pipoca estourada é medido

em proveta de 1000 mL, dividindo em seguida o valor pelo peso de grãos utilizado, o

resultado é expresso em mL/g.

O parâmetro de capacidade de expansão para milho de pipoca Tipo 1

previsto pela legislação vigente é de no mínimo 30mL/g (BRASIL, 2011). Caso o

resultado seja inferior ao padrão, é realizada uma nova avaliação e se confirmado a

informação todo produto deve ser devolvido ao fornecedor.

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4. CONCLUSÃO

O sistema de controle da qualidade é fundamental para as indústrias de

alimentos e o analista pode contribuir instruindo para a correta realização dos

métodos e utilização dos equipamentos, também para uma determinação da

qualidade de forma eficiente e com resultados seguros.

Na realização dos métodos observou-se a importância da prática e do bom

conhecimento prévio das metodologias e suas possíveis consequências para uma

correta interpretação dos resultados. Assim, o sistema de controle da qualidade é

fundamental para as indústrias alimentícias.

A realização do estágio na Pinduca foi uma experiência muito proveitosa,

pois foi possível aplicar vários conhecimentos adquiridos durante o período

acadêmico, além de responsabilidade e comprometimento com o trabalho.

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5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AGOSTINI, M. R. Produção e utilização de farinha de mandioca comum

enriquecida com adição das própria folhas desidratadas para consumo

alimentar. 84 f. 2006. Dissertação (Mestrado em Agronomia) - Faculdade de

Ciências Agronômicas - Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho”,

Botucatu, 2006. Disponível em <

http://www.pg.fca.unesp.br/Teses/PDFs/Arq0146.pdf>. Acesso em: 03 ago. 2013.

AMARAL; L. do; JAIGOBIND, A. G. A.; JAISINGH, S. Processamento da

mandioca. 2007. Disponível em <

http://www.sbrt.ibict.br/dossie-tecnico/downloadsDT/NjY=>. Acesso em: 05 ago.

2013.

BARTHOLOMAI; A. Fábricas de alimentos: processos, equipamento, custos.

Zaragoza: Acribia, 1991. Disponível em <

http://pt.scribd.com/doc/27393292/7/Fluxograma-01-Obtencao-da-fecula-de-mandi

oca>. Acesso em: 08 out. 2013.

BRASIL, Ministério da Saúde. Resolução CNNPA nº 12, de 1978, que define

normas e padrões para alimentos. Disponível em:

<http://www.mp.sp.gov.br/portal/page/portal/cao_consumidor/legislacao/leg_produt

os_humano/12_78.pdf>. Acesso em: 04 ago. 2013.

BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa

nº 12, de 28 de março de 2008, que defini o padrão oficial de classificação do

feijão. Disponível em:

<http://www.codapar.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/FeijaoInstrucaoNormativa1208.pdf

>. Acesso em: 13 mai. 2013.

19

BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa

nº 23, de 14 de dezembro de 2005, que define as características de identidade e

qualidade dos produtos amiláceos derivados da raiz de mandioca. Disponível em:

<http://www.ivegetal.com.br/cvegetal/Legisla%C3%A7%C3%A3o%20Classifica%C

3%A7%C3%A3o%20Vegetal%5CIN%20n%C2%BA%2023%20de%2014%20de%

20dezembro%20de%202005%20Derivados%20da%20mandioca.pdf>. Acesso

em:13 mai. 2013.

BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa

nº 52, de 7 de novembro de 2011, que define o padrão oficial de classificação da

farinha de mandioca. Disponível em:

<http://www.codapar.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/FarinhadeMandiocaIN522011.pdf>

. Acesso em: 13 mai. 2013.

BRASIL, Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa

nº 61, de 22 de dezembro de 2011, que define o padrão oficial de classificação do

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