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O cenário epidemiológico atual das arboviroses no Brasil, protagoniza-

do pela Dengue, destaca uma situação que se agravou com a introdução dos vírus

Zika em 2015, e Chikungunya, em 2014. O principal vetor transmissor destas

enfermidades é o Aedes aegypti (foto 1), embora o Aedes albopictus (foto 2) tam-

bém seja um vetor potencialmente competente, ambos presentes na Bahia.

Assim, trazemos este informativo dos municípios da Bahia com registro

de ocorrência do Aedes aegypti e do Aedes albopictus, baseado nos dados dispo-

nibilizados pelos “Programas de Controle da Dengue das Regionais de Saúde do

Estado da Bahia”, gerados a partir de Levantamentos Rápidos de Índices para

Aedes aegypti (LIRAa), conduzidos pelas equipes municipais de combate às en-

demias, e analisados pelo Serviço de Entomologia do LACEN/BA.

Dentre os municípios baianos, o município de Mucugê era o único com

a ausência de registro do Aedes aegypti. Essa possível ausência do principal vetor

era corroborada pela inexistência de casos autóctones de dengue, Zika e Chikun-

gunya e a não identificação do vetor em trabalhos de vigilância realizados no

município. Com trabalhos sistemáticos executados pela Vigilância Entomológi-

ca, tanto do município, quanto da SESAB (NRS e LACEN/BA), formas imaturas

e adultos de Aedes aegypti foram identificados em Mucugê nos meses de março-

maio de 2016. Assim, atualmente o Aedes aegypti está presente em todos os 417

municípios baianos (Mapa 1). A ampla distribuição e expansão do Aedes aegypti

pode ser decorrente do processo de urbanização em que os vetores tendem a se

adaptar e ampliar sua distribuição no território.

O Aedes albopictus continua sendo registrado nos 111 municípios, confor-

me boletim anterior (Mapa 2). Ressalta-se que após o encontro do Aedes aegypti

em Mucugê, é possível afirmar que em todos os municípios onde foi observada a

presença de Aedes albopictus, também foi registrada a presença de Aedes aegypti

(Mapa 3).

10 DE JUNHO DE 2016

Boletim Entomológico Nº 02

Atualização da distribuição de Aedes

aegypti e Aedes albopictus na Bahia

Foto 1. Aedes aegypti Foto 2. Aedes albopictus

Vetores de transmissão da

Dengue, Zika, Chikungunya e

Febre Amarela

Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)

O Aedes aegypti, mosquito originário do

continente africano, é o principal transmis-

sor da dengue no Brasil, sendo introduzido

no país no período colonial. Já foi erradi-

cado do território brasileiro na década de

50, mas a reintrodução em 1960 não foi

possível de ser evitada devido a sua pre-

sença em países circunvizinhos. É um inse-

to que tem preferência por criadouros arti-

ficiais, como caixa de água, tonéis, pneus,

prato de plantas e outros tipos de recipien-

tes que possam acumular água. Esse mos-

quito está associado a transmissão da den-

gue e da febre amarela urbana, e atualmen-

te também na ocorrência de casos Chikun-

gunya e Zika no Brasil.

Aedes albopictus (Skuse, 1895)

O Aedes albopictus é originário do Sudeste

Asiático, foi identificado pela primeira vez

no Brasil em 1986 e provavelmente sua

introdução esteja relacionada ao comércio

marítimo. Não é considerado vetor da den-

gue no Brasil, no entanto, em condições

laboratoriais demonstrou capacidade de

transmitir dengue, febre amarela e encefa-

lite equina venezuelana. Foi comprovada

também sua competência vetorial para o

vírus Chikungunya. É um inseto que utiliza

tanto os criadouros naturais, como os arti-

ficiais para colocar os ovos e pode adaptar-

se a ambientes rural, peri-urbano e urbano

no Brasil.

Fonte: Guia de vigilância epidemiológica / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde. – 6. ed.

INFORMAÇÕES

Setor de Entomologia, CLAVEP/LACEN-BA Tel: (71) 3116-5034

Email: [email protected] Fotos: Eduardo Oyama & Roberto Fonseca

Mapas: Carlos Gustavo

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Os registros da distribuição do Aedes aegypti e Aedes albopictus no

Brasil, como também de outros vetores de importância médica, envolvem

ações de campo e laboratorial da Vigilância Entomológica. Entretanto, nas

ações de controle e prevenção é fundamental que haja também o envolvi-

mento de toda a população para eliminação de criadouros.

Entre nessa luta de combate ao Aedes!

Página 2

Atualização da distribuição de Aedes aegypti e Aedes albopictus na Bahia

Aedes (Stegomyia) albopictus

Ocorrência em 111 municípios

Mapa 2

Aedes (Stegomyia) aegypti

Ocorrência em 417 municípios

Mapa 1

Ocorrência em 111 municípios

Aedes (Stegomyia) albopictus

Aedes (Stegomyia) aegypti

&

Mapa 3


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