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Apostila de Escatologia AD

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escatologia

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Fl 4.8

Ap 1.3

TREINAMENTO DE

ESCATOLOGIA

IGREJA

43 ANOS 434 ANOS

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS – VILA DOS CABANOS - 2010

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLÉIA DE DEUS

TREINAMENTO DE ESCATOLOGIA

CARLOS HENRIQUE DA CONCEIÇÃO SEABRA

[email protected]

VILA DOS CABANOS - PA

JANEIRO A JUNHO - 2010

CARLOS HENRIQUE Página 2

IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE DEUS – VILA DOS CABANOS - 2010

Resumo

Na altura da história do livro sagrado, de acordo com os relatos informados pelos profetas, percebemos o cumprimento do tempo bíblico iniciando do livro de Neemias onde houve a ordem de reconstrução do templo, dá-se o principio das 70 semanas, o detalhamento do livro de Daniel, nos dar exemplos importantes deste acontecimento esplendoroso e futurístico. Arrebatamento: súbita partida dos cristãos para o encontro com Cristo; verificaremos: 1-Segunda vinda: volta de Cristo à terra em momento desconhecido; 2-Tribulação: período de catástrofes sem precedentes que virá sobre a Terra; 3-Milênio: período de reino de Cristo; 4-Anticristo: personificação do mal e agente de Satanás contra o plano de Deus; 5-Tribunal de Cristo: premiação dos cristãos segundo as suas obras; 6-Ressurreição e juízo: a bendita esperança dos justos e o julgamento dos ímpios; 7-Céu e inferno; 8-Trono de julgamento: julgamento dos descrentes e dos contra Deus.

Desafio:

Santidade: 2 Pedro 3.10-14; 1 João 1.5-7;

Compromisso: Romanos 5.1-9; 12.1-2; Ef 2.1-10;

Proclamação: Mateus 28.19-20; Marcos 16.15-16; João 21.15-17; Atos 1.6-11;

CARLOS HENRIQUE Página 3

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INDICE

Escatologia 5

Escatologia do A.T. 6

Escatologia do N.T. 8

Escatologia das Epístolas 8

Arrebatamento 11

Milênio 12

Tribulação 13

Sermão de Jesus 14

1 bloco 15

2 bloco 16

3 bloco 17

4 bloco 18

Escatologia de Daniel 20

Livro de Daniel 21

Cenário de Daniel 9 25

Setenta semanas 28

Estudo do Apocalipse 36

Numerologia 43

Esboço 46

Comentário geral 48

As cartas 48

Resumo das 7 igreja 50

A adoração 51

Os parênteses 55

Resumo dos Acontecimentos 56

Anexos 58

Biografia 62

CARLOS HENRIQUE Página 4

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O QUE É ESCATOLOGIA

Escatologia: doutrina bíblica que lida com as “ultimas coisas” (do grego eschatos - “último”, logos - estudo).

o Expressões bíblicas: “últimos dias” (Is 2.2; Mq 4.1), “últimos tempos” (1 Pe 1.20) e “última hora” (1 Jo 2.18).

Definição: estudos dos acontecimentos finais do plano de Deus para este mundo e a consumação do propósito de Deus.

Profecia: é a proclamação da vontade de Deus presente e futura.

Alfa e Ômega: Cristo é o princípio e o fim de todas as coisas.

POR QUE ESTUDAR PROFECIA?

Saber: As profecias nos informam sobre o plano de Deus para o homem;

Esperança: A profecia oferece esperança segura em uma era sem esperança;

Consolo: O estudo das profecias estimula a santidade e piedade do crente;

Vigilância: O estudo das profecias capacita evitar os enganos e erros;

Salvação: mostra o caminho da comunhão com Deus e livramento da ira;

Confiança: as profecias ajudam a confiar no caráter e soberania de Deus;

Compromisso e missão: O estudo das profecias promove uma igreja evangelística

PREMISSAS

Se tiver um início e haverá um fim

Evangelização mundial

Justiça divina e o Reino eterno

Tempo eterno

Morte, mal e o pecado terão um fim

Bem triunfará

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ESCATOLOGIA DO ANTIGO TESTAMENTO

Vinda do Redentor: semente da mulher (Gn 3.15); semente de Abraão (Gn 22.18); da tribo de Judá (Gn 49.10); descendente de Davi (2 Sm 7.12-13); Profeta, Sacerdote e Rei (Dt.18.15; Sl 110:4; Zc 9.9); Servo Sofredor (Is 42.1-4; 49.5-7; 52.13-15; 53); Filho do Homem (Dn 7.13-14);

A chegada do reino de Deus: Dn 7.13-14

O estabelecimento do Novo Pacto: Jr 31.31-40; cf. 1Co 11.25; Hb 8.8-13;

A restauração de Israel: Jr 23.3; Is 11.11

O derramamento do Espírito Santo sobre toda a carne: Jl 2.28,29

Novos Céus e Nova Terra: Is 65.17; 66.22.

Profecia: Onde: Cumprimento: 

Como Filho de Deus Sl 2.7 Lc 1.32,35Como descendente de mulher Gn 3.15 Gl 4.4Como descendente de Abraão Gn 17.7; 22.18 Gl 3.16Como descendente de Isaque Gn 21.12 Hb 11.17-19Como descendente de Davi Sl 132.11; Jr 23.5 At 13.23; Rm 1.3Sua vinda em tempo certo Gn 49.10; Dn 9.23,25 Lc 2.1Seu nascer de uma virgem Is 7.14 Mt 1.18; Lc 2.7Ser chamado Emanuel Is 7.14 Mt 1.22,23Nascer em Belém Mq 5.2 Mt 2.1; Lc 2.4-6Grandes viriam adorá-lo Sl 72.10 Mt 2.1-11Matança dos meninos de Belém Jr 31.15 Lc 2.16-18Ter chamado do Egito Os 11.1 Mt 2.15Ser precedido por João Is 40.3; Ml 3.1 Mt 3.1-3; Lc 1.17Sua unção com o Espírito Sl 45.7; Is 11.2, 61.1 Mt 3.16; Jo 3.34;

At 10.38Ser profeta semelhante a Moisés Dt 18.15-18 At 3.20-22Ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque Sl 110.4 Hb 5.5,6Sua entrada no ministério publico Is 61.1,2 Lc 4.16-21, 43Se ministério iniciado na galiléia Is 9.1,2 Mt 4.12-16, 23Sua entrada publica em Jerusalém Zc 9.9 Mt 21.1-5Sua vinda ao templo Ag 2.7,9; Ml 3.1 Mt 21.12; Lc 2.27-32;

Jo 2.13-16Sua pobreza Is 53.2 Mc 6.3; Lc 9.58Sua humildade e falta de ostentação Is 42.2 Mt 12.15,16,19Sua ternura e compaixão Is 40.11; 42.3 Mt 12.15, 20; Hb 4.15Sua ausência de engano Is 53.9 1Pe 2.22Seu zelo Sl 69.9 Jo 2.17Sua pregação por parábola Sl 78.2 Mt 13.34,35Seus milagres Is 35.5,6 Mt 11.4-6; Jo 11.47Ter sido injuriado Sl 22.6; 69.7,9,20 Rm 15.3Ter sido rejeitado por seus irmãos Sl 69.8; Is 63.3 Jo 1.11; 7.3Ser uma pedra de escândalo aos judeus Is 8.14 Rm 9.32; 1Pe 2.8

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Ter sido odiado pelos judeus Sl 69.4; Is 49.7 Jo 15.24,25Ter sido rejeitado pelos lideres judeus Sl 118.22 Mt 21.42; Jo 7.48Os judeus e os gentios, contra Ele Sl 2.1,2 Lc 23.12; At 4.27Seria traído por um amigo Sl 41.9; 55.12-14 Jo 13.18-21Seus discípulos O abandonariam Zc 13.7 Mt 26.31-56Seria vendido por trinta moedas Zc 11.12 Mt 26.15Seu preço seria dado pelo campo do oleiro Zc 11.13 Mt 27.7A intensidade de seus sofrimentos Sl 22.14,15 Lc 22.42,44Seu sofrimento em lugar de outros Is 53.4-6,12 Mt 20.28Sua paciência e silencio sob os sofrimentos Is 53.7 Mt 26.63; 27 12-14Ser esbofeteado Mq 5.1 Mt 27.30Sua aparência maltratada Is 52.14; 53.3 Jo 19.5Terem-No cuspido e flagelado Is 50.6 Mt 14.65; Jo 19.1Cravação de seus pés e mãos à cruz Sl 22.16 Jo 19.18; 20.25Ter sido esquecido por Deus Sl 22.1 Mt 27.46Ter sido zombado Sl 22.7,8 Mt 27.39-44Mel e vinagre ser-Lhe-iam dados Sl 69.21 Mt 27.34Suas vestes seriam divididas e sortes lançadas Sl 22.18 Mt 27.35Seria contado com os transgressores Is 53.12 Mc 15.28Sua intercessão pelos Seus assassinos Is 53.12 Lc 23.34Sua morte Is 53.12 Mt 27.50Nenhum dos Seus ossos seria quebrado Ex 12.46; Sl 34.20 Jo 19.33,36Seria traspassado Zc 12.10 Jo 19.34,37Seria sepultado com o rico Is 53.9 Mt 27.57-60Não veria a corrupção Sl 16.10 At 2.31Sua ressurreição Sl 16.10; Is 26.19 Lc 2.6,31,34Sua ascensão Sl 68.18 Lc 24.51; At 1.9Seu assentar à direita de Deus Sl 110.1 Hb 1.3Seu exercer o oficio sacerdotal, no céu Zc 6.13 Rm 8.34Seria a pedra principal da igreja Is 28.16 1Pe 2.6,7Seria Rei em Sião Sl 2.6 Lc 1.32; Jo 18.33-37Conversão dos gentios a Ele Is 11.10; 42.1 Mt 1.17-21; Jo 10.16;

At 10.45-47Seu governo reto Sl 45.6,7 Jo 5.30; Ap 19.11Seu domínio universal Sl 72.8; Dn 7.14 Fp 2.9-11A perpetuidade de Seu reino Is 9.7; Dn 7.14 Lc 1.32,33

                                                                                       Fonte: Bíblia Vida Nova

ESCATOLOGIA DO NOVO TESTAMENTO

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No NT o grande acontecimento escatológico predito no AT (a vinda do Messias) já ocorreu com a vinda de Jesus Cristo;

O NT mostra que muitas profecias descritas como um único acontecimento, envolvem duas etapas: a presente era messiânica e o futuro;

A relação entre estas duas etapas escatológicas é que as bênçãos da era presente são o penhor e a garantia de bênçãos ainda maiores na era por vir.

A pregação de Jesus pode ser resumida em Mc 1.15: "O tempo está cumprido e o Reino de Deus está próximo; arrependei e crede no evangelho". Em certo sentido, o Reino já estava presente no ministério de Jesus: "se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente é chegado o Reino de Deus sobre vós" (Lc 11.20; cf Mt 12.28). Mas, em outro sentido, o Reino ainda estava no futuro: "Venha o teu Reino" (Lc 11.2).

ESCATOLOGIA NAS EPÍSTULA

Texto devocional: "Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão" (1Co 15.57,58). 

Textos Básicos: 1 Co 15.50-58 e 1 Ts 4.13 a 5.11 

RELAÇÃO DO ARREBATAMENTO COM A SEGUNDA VINDA:

a.       Arrebatamento: harpazo - roubar, raptar, tirar à força, arrebatar (Mt 12.29; Jo 6.15; 10:12,28,29;Atos 8.39; 23.10; 2Co 12,2,4; 1Ts 4:17;Jd 23; Ap 12.5); misterion - mistério (não revelado);

b.      Segunda Vinda: parousia - vinda, advento, com a conseqüente presença; semeion" - sinal, erkomai" - vir, aparecer; apokalypsis” – revelação (2Ts1.7); epiphaneia” manifestação (2Ts 2.8; Tt 2.13);

c.       Distinção entre tribulações e Tribulação: Jo 16.33; Rm 8.18; 1Ts 3.3; 2Ts 1.6;

d.      Conceito de iminência: que ameaça acontecer breve; em via de efetivação imediata; a ponto de cair (AURÉLIO); pairando acima de alguém, prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (Oxford Dic);

e.       Saudação da igreja primitiva "Maranata!" (1Co 16.22): 3 termos aramaicos - Mar ("Senhor"), ana ("nosso") e tha ("vem") significa "Vem, nosso Senhor!"

f.        Base bíblica da doutrina da iminência: 1 Co 1.7; Fp 3.20; 4.5; 1 Ts 1.10; 4.15-18; 5.6; 1 Tm 6.14; Tt 2.13; Hb 9.28; Tg 5.7-9; 1Pe 1.13; Jd 21; Ap 3.11; 22.7, 12, 20 ("Eis que venho sem demora!"); 22.17, 20

g.       Comparação entre os dois eventos:

 arrebatamento segunda vinda

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Os santos arrebatados vão ao céu Os santos vêm à terraAcontecimento iminente sem sinais Seguem sinais, inclusive a tribulaçãoA terra não é julgada A terra é julgadaNão mencionado no A.T. Predito várias vezes no Antigo TestamentoEnvolve apenas cristãos Afeta todos os homensNenhuma referência à Satanás Satanás é amarradoCristo vem para os Seus Cristo vem com os SeusEle vem nos ares (1Ts 4.17) Ele vem à terra (At 1.11; Zc 14.4,5)Somente os Seus o vêem Todo olho O veráComeça a Tribulação Começa o Milênio

CONTEXTO EM 1 CORÍNTIOS 15:

Heresias: Alguns mestres ensinavam que não havia ressurreição dos mortos. Para refutar esta falsa doutrina, Paulo primeiro estabeleceu uma base comum com seus leitores, afirmando a ressurreição de Cristo como prova da vida eterna. 

CONTEXTO EM 1 TESSALONICENSES 4:

Perseguição: cartas escritas por Paulo por volta de 50/51 a.D à igreja de Tessalônica para exortar e consolar os irmãos em face de forte perseguição (At 17.1-9). Paulo reafirma a segurança as promessas e esperança na vinda de Jesus.

SEQÜÊNCIA DE EVENTOS NO ARREBATAMENTO:

a.       glorificação [1Co 15.50, 51]: “mas todos seremos transformados;”

                   i. glorificação: “e aos que justificou, a esses também glorificou (Rm 8.30);

                   ii. corpo glorificado: “Cristo, as primícias” (1Co15.23,39,40); “igual ao corpo da sua glória” (Fp 3.20,21); “seremos semelhantes a ele” (1 Jo 3.3);

                   iii. "Mas todos nós com cara descoberta, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" (2 Co.3:18).

b.      mortos em Cristo [1Ts 4.13, 14]: “Deus os tornará a trazer com ele”.

                   i. Poderiam os santos mortos perder a glória da parousia? Paulo respondeu à questão de alguns crentes sobre se os que morreram no Senhor tinham qualquer desvantagem em relação aos que sobrevivessem.

                   ii. Mortos em Cristo: refere-se ao corpo “Ele não é Deus de mortos, e sim de vivos" (Mt 22.31-32); “deixar o corpo e habitar com o Senhor” (2Co 5.8); "Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça" (Rm 8.10);

c.        vivos em Cristo [1Ts 4.15]: “os vivos, os que ficarmos até a vinda do Senhor”

                   i. Espírito Santo: habita no cristão (Rm 8.11); selo da promessa (Ef 1.13);

                   ii.  “Cristo em vós, a esperança da glória” Cl 1.29;

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d.      momento [1Ts 4.16; 1Co 15.52]: “num abrir e fechar de olhos...”

                   i. Tempo: átomo - momento indivisível; ripê - piscar d'olhos;

                   ii. Voz do arcanjo: Miguel (Dn 10.13; 12.1; Jd 9; Ap 12.7-9), sempre relacionado à proteção dos judeus ou aos santos do Antigo Testamento; 

                   iii. Trombeta de Deus ou última trombeta: não se refere às trombetas do Apocalipse, mas às trombetas de Israel em Nm 10.2.10; elas eram tocadas para convocação e para levantar acampamento; eram feitas de prata de ciclo pago em resgate; “sereis salvos de vossos inimigos” (v 9);

                   iv. Trombeta para a igreja: chamada para o arrebatamento;

                   v. Trombeta para Israel: convocação para reunião dos eleitos (Is 27.12-13)

e.       ressurreição [1Ts 4.16]: “os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro“

                   i. Cristo: “Eu sou a ressurreição e a vida” (Jo 8.51;11.25); "Cada um por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda" (1Co 15.23);

                   ii. corpo em incorrupção... em glória... com vigor... [em] corpo espiritual", trazendo "a imagem do celestial" (I Co.15:42-44,49);

f.        transformação [1Ts 4.17] “nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados”

                   i. Mas a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso" (Fp.3:20-21);

                   ii. "...isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade" (15:53).

g.       arrebatamento [1Ts 4.17]: “seremos arrebatados juntamente com eles”

       i.‘eis aéra’ - nos ares, os remidos encontram o Senhor;

                   ii. v. 17: “estaremos para sempre com o Senhor”;

                   iii. Jo 14.3: “vos receberei para mim mesmo, para que onde eu estou estejais vós também”;

h.       vitória final [1Co 15.53,54] “Tragada foi a morte na vitória”.

                   i. 1Co 15.26: “o último inimigo a ser destruído é a morte”;

                   ii. Ap 20.14: “a morte e o inferno foram lançados para dentro do lago de fogo”;

i.         tribunal de Cristo [Rm 14.10; 2Co 5.10]: “Porque todos devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito por meio do corpo, ou bem, ou mal”. (Ver também 2Tm 2.11,12; 4.8; Ap 11.18).

TEORIAS SOBRE ARREBATAMENTO: CARLOS HENRIQUE Página 10

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a.       Pré-tribulacional: O arrebatamento da Igreja (i.e., a vinda do Senhor nos ares para os Seus santos) ocorrerá antes que comece o período de 7 anos da tribulação. Segundo esta teoria, a Igreja não passará pela Tribulação.

                                   i. esquema:

todos os crentes

era da igreja tribulação milênio 

                                 ii. Provas citadas:

1.      a promessa de ser guardada da hora da provação (Ap 3.10);

2.      a remoção do aspecto de habitação no ministério do Espírito Santo exige necessariamente a remoção dos crentes (2Ts 2);

3.      tribulação é um período de derramamento da ira de Deus, da qual a Igreja já está isenta (Ap 6.17, cf. 1Ts 1.10; 5.9);

4.      arrebatamento só pode ser iminente se for pré-tribulacional (1Ts 5.6);

 

b.      Meso-tribulacional: O arrebatamento ocorrerá depois de transcorridos três anos e meio do período da tribulação.

                                   i. esquema:

   todos os crentes

era da igreja tribulação milênio 

                                 ii.Provas citadas:

1.      A última trombeta de 1 Co 15.52 é a sétima trombeta de Ap 11.15, que soa na metade da tribulação;

2.      A Grande Tribulação é composta apenas dos últimos três anos e meio da septuagésima semana da profecia de Daniel 9.24-27, e a promessa de libertação da Igreja só se aplica a esse período (Ap 11.2; 12.6);

3.      ressurreição das duas testemunhas retrata o arrebatamento da Igreja, e sua ressurreição ocorre na metade da tribulação (Ap 11.3,11);

 

c.       Pós-tribulacional: O arrebatamento acontecerá ao final da Tribulação. O arrebatamento é distinto da segunda vinda, embora seja separado dela por um pequeno intervalo de tempo. A igreja permanecerá na terra durante todo o período da tribulação.

                                   i. esquema:

                   

     todos os crentes

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era da igreja tribulação milênio                                 ii. Provas citadas:

1.      O arrebatamento e a segunda vinda são descritos pelas mesmas palavras;

2.      Preservação da ira significa proteção sobrenatural para os crentes durante a tribulação, não libertação por ausência (assim como Israel permaneceu no Egito durante as pragas);

3.      Há santos na terra durante a tribulação (Mt 24.22);

 

d.      arrebatamento parcial: Somente os crentes considerados dignos serão arrebatados antes de a ira de Deus ser derramada sobre a terra; os que não tiverem sido fiéis permanecerão na terra durante a tribulação.

                                   i.esquema:

                             cristãos espirituais                           cristãos carnais

  era da igreja tribulação milênio 

                                 ii.Provas citadas: Cristo vai arrebatar aqueles que o aguardam (cfe. Hb 9.28); enfatiza a vigilância e preparo;

TEORIAS SOBRE O MILENIO:

a.      Pré-milenista:

                                   i. Significado: A segunda vinda de Cristo será antes do milênio.

                                 ii. Ordem dos acontecimentos: A Era da Igreja termina no tempo da Tribulação, Cristo volta à Terra, estabelece e dirige seu reino por 1000 anos, ocorrem a ressurreição e o juízo dos não-salvos, e depois vem a eternidade.

                                iii. Método de interpretação: segue o método de interpretação normal, literal, histórico-gramatical. Apocalipse 20 é literal.

                               iv. A questão do arrebatamento: não há unanimidade quanto ao tempo em que vai ocorrer o arrebatamento. Podem ser divididos em: pré-tribulacionista (antes da tribulação); pós-tribulacionista (arrebatamento após a tribulação); mid-tribulacionista (arrebatamento no meio da tribulação);

 

b.      Pós-milenista:

                                   i. Significado: A segunda vinda de Cristo se dará depois do milênio.

                                 ii. Ordem dos acontecimentos: A parte final da Era da Igreja (i.e., os últimos mil anos) é o Milênio, que será uma época de paz e abundância promovida pelos esforços da igreja. Depois disso, Cristo virá, haverá a ressurreição e depois o juízo e a eternidade.

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                                iii. Método de interpretação: amplamente espiritualizada no que tange a profecia. Apocalipse 20, todavia, será cumprido num reino terreno, estabelecido pelos esforços da igreja.

 

c.       Amilenista:

                                   i. Significado: A Segunda vinda de Cristo se dará no fim da época da igreja e não existe um Milênio na Terra. Estritamente falando, os amilenistas crêem que a presente condição dos justos no céu é o Milênio, e que não há ou haverá um Milênio terrestre.

                                 ii. Ordem dos acontecimentos: A Era da Igreja terminará num tempo de convulsão, Cristo voltará, haverá ressurreição e juízo gerais e a eternidade.

                                iii. Método de interpretação: A interpretação amilenista espiritualiza as promessas feitas a Israel como nação, dizendo que são cumpridas na Igreja. De acordo com esse ponto de vista, Apocalipse 20 descreve a cena das almas nos céus durante o período entre a 1ª e a 2ª vinda de Cristo. 

PROFECIAS A RESPEITO DA TRIBULAÇÃO:

a.      Designações: dia do Senhor (Is 13:9, 24.21-22;Jr 46.10;Ez 30.3;Jl 1.15; 2:1,31; Am 5.18;Sf 1.14-18;Zc 14:1); dia da ira, angústia de Jacó (Dt 4.30; Jr 30.5-7);

b.      Antigo Testamento: “e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo” (Dn 12:1); "os seus mortos serão arremessados e dos seus cadáveres subirá o seu mau cheiro; e os montes se derreterão com o seu sangue" (Is 34:1-3); "Ai do dia! Porque o dia do SENHOR está perto, e virá como uma assolação do Todo-Poderoso" (Jl 1:15);

c.      Novo Testamento: "Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo" (Mt 24:15); "haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver" (Mt 24:21-25).

1. Um período de sete anos. A primeira metade terá uma forma de paz (Dan 9:27). A segunda metade (42 meses ou 1.260 dias) será um tempo de grande tristeza e aflição na terra - Ap 13:5

2. Deus derramará a Sua ira sobre todos na terra (Ap 8:1). Sete selos (Cap 6, 8); sete julgamentos das trombetas (Cap 8,9 e 11); sete julgamentos das taças (cap. 16); homens clamarão para morrer mas não podem (Ap 6:15-17; 9:6)

3. O tempo para ser pronto é hoje (Lc 21:36; Mat. 25:1-13).4. Os que são salvos antes deste período não passarão pela tribulação (Rm 5:9; I Tess 5:9;

Ap 3:10).5. Ap 6:12-17 nos dá uma descrição geral deste período

Citação correspondente do tempo profético

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a.       Dias: 1260 dias (Ap 11.3;12.6) ou

b.      Meses: 42 meses (Ap 11.2;13.5) ou

c.       Anos: “tempo, dois tempos e metade de um tempo” (Dn7.25;9.27;Ap 12.7,14);

1260 dias = 42 meses = 3,5 anos

 

SERMÃO PROFÉTICO DE JESUS

Livro de Mateus, cap. 24

Texto Devocional: “Sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele, porque havemos de vê-lo como ele é. E a si mesmo se purifica todo o que nele tem esta esperança, assim como ele é puro” (1 João 3.3).

“Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão”. (Mt 24.35) 

INTRODUÇÃO:

a.    Quando e onde: 3ª feira da semana da paixão, no monte das Oliveiras;

b.    Israel: Jesus predisse a destruição de Jerusalém e do templo;

c.    Atestado: “não ficará aqui pedra sobre pedra, que não seja derrubada” (Mt 24.2).

 

RELAÇÃO DO SERMÃO DO MONTE COM AS PROFECIAS DE DANIEL:

Jesus usou as expressões do profeta Daniel: “tribulação”, “Filho do homem”, “as nuvens do céu”, “poder e muita glória” (Dn 7.25-27; 12.1 e 2).

 

3 LINHAS DE INTERPRETAÇÃO:

a.    A profecia já se cumpriu: os fatos se referem à queda de Jerusalém em 70 d.C.;

b.    A profecia se aplica à era da igreja: uma vez que Israel rejeitou a Cristo, as advertências se referem à igreja (visão pós-tribulacionista);

c.    A profecia se aplica aos judeus: Deus tratará com os judeus antes do juízo final (visão pré-tribulacionista); trata de eventos passados e futuros referentes a Israel

 

3 PERGUNTAS CHAVES:CARLOS HENRIQUE Página 14

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a.    Quando acontecerão estas coisas? Princípio de dores (24.3-14);

b.    Qual será o sinal da sua vinda? Abominação desoladora (24.15; Ap 13; 2Ts 2);

c.    Qual será o sinal do fim dos tempos? Sinais nos céus (24.29-30).

1º BLOCO (Mt 24.4-14; Mc 13.3-13; Lc 21.7-19)

PRINCÍPIO DAS DORES – ANTES DA TRIBULAÇÃO:

a.    Textos paralelos: Jo 16.20-23a; Rm 8.18-25; 1 Ts 5.3; Ap 12.2;

b.    Dores de parto: contrações regulares e mais fortes;

c.    Contraste: princípio de dores x trabalho de parto (grande tribulação)

d.    Sinais preliminares:

i. falsos cristos (24.4): Maomé, Jim Jones, David Koresh, Rev Moon, etc;  

           ii. guerras e rumores (24.7): o séc XX foi o século das guerras;

           iii. guerras mundiais: número de vítimas é maior que todas as demais guerras;

           iv. armas nucleares: pela primeira vez, há armas para destruir o planeta;

           v. “Nação contra nação e reino contra reino”: expressão idiomática – conflito iniciado por dois combatentes e que rapidamente aumenta e arregimenta aliados;

           vi. nação: do grego ethnos, ou raças, etnias;

           vii. reino: países ou estados políticos organizados;

           viii.Fome: 1,3 bilhão de pessoas vive com menos de U$1/dia; morrem 24 mil/dia;

           ix.Terremotos (24.7):

1.       séc XIX – 41 grandes terremotos;  350 mil vítimas;

2.       séc XX – 96 grandes terremotos; 2 milhões de vítimas;

3.       séc XXI – 300 mil vítimas (25 % das vítimas do séc XX);

            x. Pestes (24.7b) ou pestilências (Lc 21.11): pragas e doenças;

            xi.Coisas espantosas e grandes sinais do céu (Lc 21.11);

            xii.Perseguição, traição, tribulação e martírio: contra judeus (sinédrios e sinagogas);

            xiii.Testemunho: perante reis e presidentes para testemunho;

            xiv.Evangelização: proclamação a todas as nações antes do fim;

e.    Estado de Israel:

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             i. 1917: Declaração de Balfour permite o retorno dos judeus à Palestina; 

             ii. 1948: fundado em único dia em 14/05/48 (Is 66.; ver Am 9.15; Ob 17);

             iii. 1967: conquista de Jerusalém; 

Resumo dos Sinais Precedentes da Segunda Vinda:

1) Sinais nos Céus (Lc 21:25a).2) Sinais na Terra (Lc 21.25b; Mt 19.28;24:6-8). Terremotos (Mt24.7) Pestes (Mt 24.7) Guerras e fome (Mt 24.7). Progresso científico (Dn 12.4; Na 2.4). Apostasia (ITm 4.1; IITm 4.1-4; IIPe 2.1,2). Tempos difíceis (IITm 3.1-5; Tg 5.1-8).

2º BLOCO (Mt 24.15-28; Mc 13.14-23; Lc 21.20-24)

[6]          GRANDE TRIBULAÇÃO – DURANTE A TRIBULAÇÃO:

a.    Reconstrução do templo: objeto da aliança com o anticristo;

b.    Abominável da desolação (24.15; Mc 13.14; Lc 21.20):

                                   i. Profecia de Daniel: “quem lê, entenda” (Dn 9.27; 11.31; 12.11);

1ª ocorrência: Antíoco Epifânio (170 a.C.); 

2ª ocorrência: general romano Tito (70 d.C.);

                                 ii. Dupla referência:

1ª referência: invasão de Jerusalém em 66-70 d.C.

2ª referência: imagem abominável no templo (Mt 24.15; Lc 21.22 “dias de vingança... para que se cumpram todas as coisas que estão escritas”).

c.    Instruções de fuga: para os que estiverem na Judéia, no eirado, no campo, sobre o telhado; lamento sobre as grávidas ou lactentes. Jesus fala da relação com bens e trabalho; Oração: inverno ou sábado; 

d.    Tribulação e juízo:

                                   i. Mt 24.21: “haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver”;

                                 ii. Zacarias 13.8,9: "E acontecerá em toda a Terra, diz o SENHOR, que  dois terços nela serão separados e morrerão; mas um terço será deixado nela. Esta terceira parte será purificada na forja da tribulação, até à altura do regresso de Jesus, altura essa em que se reconciliará com Ele”.

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                                iii. Lc 21.23: “haverá grande aperto na terra, e ira sobre este povo”;

                               iv. Mt 24.22: os dias abreviados para bem dos escolhidos;

                                 v. Ap 7 – selo dos servos de Deus;

                               vi. Dn 12.2: Miguel e os filhos de Israel;

                              vii. Is 24.1,3-6,21,23: “A terra pranteia e se murcha... Na verdade, a terra está contaminada, por causa dos seus moradores... Por isso, a maldição consome a terra; por isso, serão queimados os moradores da terra, e poucos homens restarão... E será que, naquele dia...

e.    Dias abreviados: a tribulação será tão intensa que Deus a limitará aos 1260 dias;

f.      Falsos cristos: (Mt 24.23-26; Mc 13.21-23);

3º BLOCO – A VINDA DE JESUS

VINDA DE JESUS – APÓS A TRIBULAÇÃO:

 

a.    Textos: Mt 24.29-31 Mc 13.24-27 Lc 21.25-28

 

b.    Sinais no céu (24.31):

                                   i. Is 13.9-10: “o sol logo ao nascer escurecerá”;

                                 ii. Is 24.1,3-6,21,23: “E a lua se envergonhará, e o sol se confundirá, quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte de Sião e em Jerusalém”;

                                iii. Jl 2.31: “o sol se converterá em trevas e a lua em sangue”;

                               iv. Ap 6.12-17: “o sol se tornou negro como saco de crina, a lua... sangue”;

c.    Sinal (Mt 24.30): vinda de Jesus como um relâmpago (Dn 7.13; Ap 1.7);

d.    Salvação (Mt 24.21; Mc 13.19): reunião dos salvos de todos os tempos.

4º BLOCO – ADVERTÊNCIAS

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PARÁBOLA DA FIGUEIRA:

 

a.    Textos: Mt 24.32-36,42 Mc 13.28-33 Lc 12.54-56

 

b.    Texto paralelo: “Sabeis ... discernir o aspecto do céu, e não podeis discernir os sinais dos tempos?” (Mt 16.2-3; Mc 8.11-13)

c.    Figueira: não é Israel; Jesus está se referindo a um exemplo de florescer;

d.    Parábola: Jesus está dizendo COMO os sinais devem ser analisados; 

e.    Sinais: “todas estas coisas” mostram que a vinda de Jesus é iminente; 

f.      Geração: a qual geração Jesus está se referindo?

                                   i. Não é a geração que ouviu o sermão profético;

                                 ii. Não é a geração que viu o princípio de dores;

                                iii. É a geração que vir o sinal definitivo: a abominação desoladora.

 

COMPARAÇÃO COM DILÚVIO E DESTRUIÇÃO DE SODOMA E GOMORRA:

 a.    Textos: Mt 24.37-41 Mc xxx Lc 17.26-37;

 

b.    Dilúvio: “comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento”

c.    Destruição de Sodoma e Gomorra: “O mesmo aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; mas no dia em que Ló saiu de Sodoma, choveu do céu fogo e enxofre, e destruiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do Homem se manifestar”.

d.    Coisas legítimas: só Deus pode lançar luz sobre nossa relação com bens, trabalho e afetos: O que devemos deixar? Como o mundo tem nos enredado?

e.    Exortação de Jesus: “Lembrai-vos da mulher de Ló.” (Lc 17.32);

f.      Exortação de Paulo: “Isto, porém, vos digo, irmãos, que o tempo se abrevia; o que resta é que não só os casados sejam como se não o fossem; mas também os que choram, como se não chorassem; e os que alegram, como se não alegrassem; e os que compram, como se não possuíssem; e os que se utilizam deste mundo, como se dele não usassem...” (1Co 7.29-31).

 

COMPARAÇÃO COM LADRÃO:

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 a.    Textos: Mt 24.43-44; Mc xxx Lc 12.35, 39-41;

 

b.    Texto paralelo: “o dia do Senhor vem como ladrão de noite... mas, vós... não estais em trevas, para que esse dia vos apanhe de surpresa” (1 Ts 5.1-6);

c.    Vigiar: 1) observar atentamente; 2) espreitar; 5) tomar cuidado; 6) estar acordado; atento; 7) estar de sentinela; 8) precaver-se ou acautelar-se (Aurélio);

                                   i. Pergunta: “Senhor, dizes essa parábola a nós, ou também a todos?” (12.41)

                                 ii. Resposta: “O que, porém, vos digo, digo a todos: Vigiai!” (Mc 13.37)

d.    Idéia central: ninguém sabe quando o ladrão vem, por isso, vigie sempre;

e.    Aplicação: os sinais devem servir de alerta e prevenção para os crentes.

 

PARÁBOLA DO SERVO BOM E DO SERVO MAU:

 a.    Textos: Mt 24. 45-51; Mc 13.34-37 Lc 12.42-48;

 

b.    4 tipos de servos: 1) fiel e prudente (v 42); 2) ímpio (v 45); 3) preguiçoso (v 47); 4) ignorante (v 48);

c.    Perseverar: 1) conservar-se firme e constante; persistir, prosseguir, continuar; 2) continuar a ser ou ficar; manter-se, permanecer, conservar-se, persistir; 3) conservar a sua força ou ação; continuar, perdurar, subsistir, persistir (Aurélio).

PARÁBOLA DOS TALENTOS:

 a.    Textos: Mt 25.14-30 Mc xxx Lc 19.11-27

 

b.    3 servos:

                                   i. 2 servos fiéis: negociaram bem e conseguiu dobrar os talentos;

                                 ii. 1 servo mau: enterrou o talento e acusou o senhor de ser injusto.

PARÁBOLA DAS VIRGENS:

 a.    Textos: Mt 25.1-13; Mc xxx Lc 12.35-38;

 

b.    Personagens: 1) noivo; 2) virgens néscias (loucas); 3) virgens prudentes;

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c.    Elementos: 1) lâmpada; 2) azeite;

d.    Exortação: “Em verdade vos digo que não vos conheço” (Mt 25.12);

e.    Exortação: "Cingido esteja o vosso corpo, e acesas, as vossas candeias. Sede vós semelhantes a homens que esperam pelo seu senhor, ao voltar ele das festas de casamento; para que, quando vier e bater à porta, logo lha abram" (Lc 12.35). 

ESCATOLOGIA EM DANIEL

Texto devocional:

"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus" (Ef 5.15-16).

Texto Básico: Daniel 9.24-27

 

Neemias 2.1-8: Artaxerxes I, rei da Pérsia, foi elevado ao trono em 465 a.C. Logo, o "ano vigésimo do rei" deu-se em 445 a.C. E como não está indicado o dia do mês, fica entendido ser o primeiro

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dia do mês nisã (conforme costume judaico), que em nosso calendário corresponde a 14 de março. Daí porque o ponto de partida da profecia, ou seja, a "ordem para reedificar Jerusalém" (Daniel 9.25) é o dia 14 de março de 445 a.C. Conforme cálculo, o fim das 69 semanas, contadas a partir de 14.3.445 a.C., deu-se em 6 de abril de 32 d.C., data em que Jesus foi aclamado Rei em Jerusalém: "Bendito o Rei que vem em nome do Senhor" (Lucas 19.28-40).

LIVRO DE DANIEL

Se não entendermos bem a profecia das SETENTA SEMANAS, tampouco entenderemos o Sermão profético de Mateus.24, e nem o livro de Apocalipse, uma vez que exata profecia abrange esses dois.

Quase todo o livro de Apocalipse (Cap.6 a 22) é apenas uma aplicação da profecia preditiva das Setentas Semanas de Daniel.

Em outras palavras: Deus deu a Daniel um quadro geral dos eventos futuros relacionados com Israel; e a João, no Apocalipse, Deus deu detalhes desses eventos.

Esta é uma das belezas da Palavra de Deus, quando Ele discorre para o futuro.

Nenhum outro jamais poderia fazer tal coisa, pois a Onisciência é um dos atributos exclusivos de Deus, e nos mostra também a veracidade da Bíblia, pois muitos fatos preditivo dessa profecia, já se cumpriram.

O estudo desta profecia torna-se mais edificante e empolgante quando consideramos que estamos vivendo agora no "TEMPO DO FIM", de que falou o profeta Daniel em.(Dn.8:17-19; Dn.10:14; Dn.12:4).

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

DA

NIE

L ESTATURAFORNALHA DE FOGO

LOUCURA DE REI

ESCRITA PAREDE

COVA LEÕES

4 ANIMAIS

CARNEIRO E BODE

70 SEMANAS VISÕES

DANIEL E OS SONHOS DOS OUTROS ANJO E AS VISÕES DE DANIEL

ARAMAICO HEBRAICO

GENTIOS JUDEUS

Analise do Livro de Daniel

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Mensagem: “A Soberania Universal de Deus”.

Versos Chaves: 2:22, 4:25.

Um companheiro do livro de Apocalipse. AUTOR: Daniel, como Ezequiel, esteve cativo em Babilônia. Foi trazido perante o rei Nabucodonosor em sua juventude e instruído na língua e nas ciências babilônicas (caldaicas), 1:17-18. SUA VIDA é similar à de José - foi elevado ao cargo mais alto do reino (2:48), manteve sua vida espiritual em meio a uma corte pagã, 6:10. TEMA PRINCIPAL: A soberania de Deus sobre os assuntos dos homens em todas as épocas. As confissões do rei pagão deste fato constituem os versículos chave deste livro, 2:47; 4:37; 6:26. PERSONAGENS:Daniel (“Deus é meu juiz”)Beltessazar (“um servo de Bel”)Hananias (“o Senhor é bondoso”)Sadraque (“inspirado pelo deus sol”)Misael (“quem é o que Deus é”)Mesaque (“quem é o que o deus lua é”)Azarias (“o Senhor ajuda”)Abednego (“servo de Nebo”)

SEÇÃO I. É principalmente uma narrativa biográfica pessoal e uma história local. Contém eventos comovedores e incomparáveis de intervenções divinas no antigo Testamento. O livro se refere a seis conflitos morais nos quais participaram Daniel e seus companheiros. Primeiro conflito. Entre a intemperança pagã e a abstinência escrupulosa a bem da saúde. A abstinência obtém a vitória, 1:8-15. Segundo conflito. Entre a magia pagã e a sabedoria celestial na interpretação de sonhos. A sabedoria divina obtém a vitória, 2:1-47. Terceiro conflito. A idolatria pagã confrontada pela lealdade a Deus. A lealdade a Deus obtém a vitória, 3:1-30. Quarto conflito. O orgulho de um rei pagão confrontado pela soberania divina. Deus é vencedor - O rei foi lançado fora a comer erva, 4:4-37. Quinto conflito. O grande sacrilégio contra as coisas sagradas. A reverência obtém a vitória - a escritura na parede. Belsazar é destronado, 5:1-30. Sexto conflito. Entre o complô perverso e a providência de Deus para com os seus santos.

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 A providência obtém a vitória. Deus fecha a boca dos leões, 6:1-28. 

SEÇÃO II. Visões e profecias que relatam como a poderosa mão de Deus muda o cenário no panorama da história, caps. 7-12. 

INTERPRETAÇÃO: O livro de Daniel é companheiro do livro de Apocalipse; ambos contém muita linguagem figurada. No capítulo 7 muitos comentaristas vêem as quatro bestas como representando os quatro grandes impérios: Babilônia, Medo-Pérsia, Grécia, e Roma (vs. 1-7), seguidos por uma visão do Messias que vem. No capítulo 8 aparece outro período da história medo-persa e grega sob a figura de uma besta. O capítulo 9 contém a oração de Daniel e uma profecia velada do tempo da vinda do Messias. Os capítulos 10, 11 e 12 contém predições adicionais de longo alcance e revelações de acontecimentos futuros. PORÇÕES SELETAS:

 (1) O propósito de Daniel, 1:8.(2) A pedra do monte, 2:44-45.(3) A resposta dos três jovens hebreus, 3:16-18.(4) A festa de Belsazar, cap. 5.(5) Daniel na cova dos leões, 6:1-24.(6) A visão do juízo, 7:9-14.(7) A promessa aos ganhadores de almas, 12:3.

 DANIEL Daniel, tal qual Ezequiel, encontrava-se entre os que foram levados cativos para Babilônia, por ocasião da invasão da Palestina pelas hostes de Nabucodonosor. 1:1-3Admite-se que procedia de família de alta estirpe, talvez da Casa Real. Foi levado para Babilônia aos 16 anos de idade, oito anos antes de Ezequiel. Sendo assim, conclui-se que Daniel seguiu entre os capturados por ocasião da primeira invasão no terceiro ano de Jeoiaquim, ao passo que Ezequiel foi levado após a segunda invasão.Toda a sua vida desde então, passou-se na Babilônia (1:21) num período de 69 anos. No seio de uma Corte corrupta ele viveu uma vida santa, tanto assim é que, em Ezequiel 14:14-20, Daniel é apontado como padrão e modelo de justiça.Embora pertencesse a uma raça cativa, embora nunca abandonasse sua devoção e lealdade a Jeová, alcançou o mais alto cargo da administração pública e exerceu seu poderoso ministério político nos 3 impérios: babilônico, medo e persa.  

PROFETA

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 Não era exclusivamente um servidor público do Estado, mas, sobretudo, um profeta de Deus. Suas profecias, dirigidas, de maneira particular, às nações gentílicas, antes mesmo que aos de sua raça, figuram, em nível igual, ao lado das mais notáveis da Bíblia.  O “IMPRIMATUR” DO SENHOR JESUS Em Mat. 24:15, o Senhor confirma a inspiração divina deste livro. O próprio título do Senhor é baseado em Daniel 7:13, “filho do homem”.

MENSAGEM Tem diversas mensagens. Os servos do Senhor leais e obedientes (1) freqüentemente são abençoados com vitórias neste mundo, 1:9,20 – 2:48,49 e (2) Deus lhes confia Seus segredos, 2:19, 22, 47; (3) Em tempos de sofrimento e provação, eles têm o conforto da Sua presença, 3:25. (4) Ergue-se também forte clamo contra o orgulho, 4:30-37 (5) em não honrar e glorificar a Deus, 5:22 e 23. Mas sua mensagem principal é proclamar a soberania universal de Deus, 4:25.  ANÁLISE Contém duas divisões principais. A primeira trata, especialmente, de eventos históricos. A segunda de visões, e então de interpretações. O nome de Daniel, significa “Deus é meu juiz” (sugerindo a defesa que Deus lhe prestava) ou “Juiz de Deus”, isto é, aquele que transmite o juízo em nome do Senhor. Sugerem-se 6 divisões menores, como segue:  1) Histórica – escrita por Daniel na 3ª pessoa.

 a) Costumes pagãos (julgados):

 Tendo sido dedicado a Baal (seu novo nome significa que ele seria um favorito de Baal), contudo permaneceu fiel a Jeová.Ele e seus companheiros recusaram-se a comer, no Palácio do Rei pagão, carne de animais sacrificados aos ídolos.Deus lhe abençoou e aos seus companheiros, pela sua lealdade e deu-lhes a vitória.

 b) Filosofia pagã (julgada)

 Os filósofos pagãos (magos, astrólogos e encantadores) fracassaram na interpretação do sonho.A interpretação do sonho indica o curso e fim do domínio mundial pelos gentios, desde os dias de Daniel até o fim desta era.Notemos a Pedra, 2:34,35 que não cresce até que tenha feito em pedaços a grande imagem. É depois da destruição total do domínio gentílico que se estabelece o Reino de Deus.

 c) Orgulho Pagão (julgado)

 A construção desta grande imagem foi uma tentativa de Nabucodonosor para unificar as religiões do seu império por deificar-se a si mesmo.Esta tentativa será repetida pela Besta, o último cabeça do domínio mundial gentílico. Apoc. 13:11-15 e 19:20.Notai a significação da elevação em nossos dias, do Humanismo religioso.

 d) Impiedade pagã (julgada)

 Pela morte de Belsazar.

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Das inscrições achadas e decifradas, sabemos agora que Belsazar e seu pai Nabucodonosor, reinaram juntos no Império Babilônico.Enquanto Belsazar caía morto na captura da cidade imperial, seu pai se entregava em Borsippa.

 e) Perseguidores pagãos (julgados)

 Daniel teria mais ou menos 80 anos quando lhe sobreveio esta prova.Daniel pôs a Deus em primeiro lugar e Deus o defendeu.

Veja como Deus foi glorificado pela lealdade do seu servo. 

2) Profética – escrita na 1ª pessoa 

As nações do mundo julgadas (o estabelecimento do Reino Eterno) 

a) Visão das Bestas – cap. 7. No cap. 2, os reinos do mundo ser vêem, pelo rei pagão, na sua glória e unidade exterior,

mas sem vida – um colosso de metal. Neste capítulo, eles aparecem ao profeta em seu aspecto real, como se fosse instinto com

vida – vida meramente bestial, poder animal, terrível. Visão do Carneiro e do Bode – cap. 8Dando mais particularidades concernentes aos reinos, medo, persas e macedônio (versos

5 e 8 tanto impressionaram ao grande Alexandre Magno que ele preservou a Israel).  

b) Visão das 70 semanas – cap. 9  Este é um capítulo muito importante. As setenta semanas são setenta períodos, cada um

com 7 anos. 

c) Visão do Senhor – cap. 10 Nos versos 1-9 e 16 até o fim, temos a visão do Senhor, mas nos versos 10-15 surge um

anjo. Mais profecias a respeito dos tempos de Daniel até ao final dos tempos – cap. 11 – cap.

12:3.As últimas palavras – cap. 12:4 até ao fim.

 

Detalhes:

Cenário Histórico da Profecia (Dn.9:1-2).

(V.1).." No ano primeiro de Dario........Isso teve então lugar após (Dn.5:31).

o Estava chegando o final dos Setenta anos de Cativeiro do povo judeu.

(V.2).." eu, Daniel, entendi pelos livros......Daniel possuía uma biblioteca, cujos livros ele estudava, e entre esses estavam os da Bíblia de então.

o Daniel menciona aqui, no (V.2), as profecias de Jeremias.

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Hoje podemos Ter mais conhecimentos ainda, porque dispomos de livros das Escrituras como o Apocalipse, que ele não tinha.

A profecia de Jeremias, mencionada diz:

o (Jr.25:11-12).." E toda esta terra virá a ser um deserto e um espanto, e estas nações servirão ao rei da Babilônia setenta anos".

(V.12).." Acontecerá, porém, que, quando se cumprirem os setenta anos, visitarei o rei da Babilônia, e esta nação, diz o SENHOR, castigando a sua iniqüidade, e a da terra dos caldeus; farei deles um deserto perpétuo.

(Jr.29:10).." Porque assim diz o SENHOR: Certamente que, passados setenta anos na Babilônia, vos visitarei e cumprirei sobre vós a minha boa palavra, tornando-vos a trazer a este lugar.

Esse rei de que fala a profecia já fora castigado. Então Daniel chegou a conclusão que já estava no tempo para terminarem as "Assolações de Jerusalém ", a qual continuava destruída.

A Oração de Daniel (Dn.3-19).

Daniel era homem de Oração e Jejum.

Certamente temos aí uma das razões por que sempre permaneceu firme na fé, vivendo e trabalhando nas " Alturas " palacianas sem se corromper.

Davi deu o mesmo testemunho no Salmo.18:33..."E me firmou nas minhas alturas".

Deus pode guardar o crente nas altas posições, sejam quais forem que venha a ocupar. Muitos crentes, ao subirem nesse sentido, infelizmente começam a " Descer " espiritualmente. O caminho certo nesses casos é o da Oração e da Palavra, como fez Daniel.

Uma coisa tocante nesta Oração de (Daniel.9:3-19) é o fato de ele confessar os pecados da sua nação como se fossem os seus. Dessa forma Daniel identificou-se com o seu povo.

(Dn.9:5).." pecamos, e cometemos iniqüidade, e procedemos impiamente, e fomos rebeldes, apartando-nos dos teus mandamentos e dos teus juízos;

Daniel sabia conjugar os verbos Biblicos na primeira pessoa

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Um Anjo na Missão da Resposta à Oração (Dn.9:20-23)

(D.9:21).." estando eu, digo, ainda falando na oração, do varão Gabriel, que eu tinha visto na minha visão ao princípio, veio voando rapidamente e tocou-me à hora do sacrifício da tarde.

Daniel não chegou a concluir a sua Oração. A resposta divina veio antes da sua conclusão!

Deus mobilizou um dos anjos mais proeminentes para isso - Gabriel.

o Porque o mais proeminente? Porque o anjo Gabriel declarou que seu local de permanência é na presença de Deus..

(Lc.1:19).." E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas".

A sublime missão do anuncio do nascimento do Senhor Jesus foi-lhe confiada, bem como a do seu precursor - João Batista....(Lc.1:11-22; Lc.1:26-38).

o (Dn.9:21).." veio voando rapidamente.

o Anjos são seres celestiais que se deslocam com rapidez incrível, além da concepção da mente humana.

o Os anjos santos são liderados por Miguel, o arcanjo (Isto é, o chefe dos anjos).

o Os anjos maus, decaídos, são chefiados por Lúcifer, o arcanjo que pecou e revoltou-se contra Deus.

(Dn.9:21).." tocou-me à hora do sacrifício da tarde.

o Os Judeus tinham dois sacrifícios diários contínuos:

Pela manhã. E a tarde.

O sacrifício da tarde era oferecido no crepúsculo, isto é ao por do sol (Ex.29:4,8).

É uma boa coisa começar e terminar o dia com Oração.

(Dn.23).." Porque és mui amado. Que maravilha da graça de Deus, e do seu amor, ser amado no céu!

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SETENTA SEMANAS

Setenta Semanas Estão determinadas sobre o teu povo..(Dn.9:24).

a. Extinguir a transgressão b. Dar fim aos pecados

c. Expiar a iniqüidade

d. Trazer a justiça eterna

e. Sela a visão e a profecia

f. Ungir o Santo dos santos

Circunstâncias e observações sobre a profecia das Setenta Semanas:

a) Findaram-se os 70 anos e não ocorria o repatriamento dos judeus..(Dn.9:2; Jr.25:11-12;29:10).

b) Por que 70 anos de cativeiro e nem mais nem menos? Tratava-se de disciplina de Israel por quebra deliberada dos preceitos divinos (Leviticos.25:3-5; 26:14,33-35; Cronicas.36:21).

O cativeiro de Judá foi, em grande parte, fruto da desobediência dos Judeus quanto às palavras do Senhor.

Vemos na passagem de Levíticos que Deus determinou a observância de uma ano Sabático, ou de Descanso, quando a terra descansava. Isso devia ser observado cada 7 anos.

Ora, durante os quase 500 anos que vão da monarquia de Israel ao seu cativeiro, eles não cumpriram o preceito do Senhor.

o Resultado: Deus mesmo fez a terra repousar, mantendo seus maus " Inquilinos " fora por 70 anos.

Ora, 70 anos é o total de anos Sabáticos ocorridos no espaço de 490 anos.

(IICron.36:20-21).." E os que escaparam da espada levou para a Babilônia; e fizeram-se servos dele e de seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia,

(V.21).." para que se cumprisse a palavra do SENHOR, pela boca de Jeremias, até que a terra se agradasse dos seus sábados; todos os dias da desolação repousou, até que os setenta anos se cumpriram.

Deus lida muito bem com pessoas e nações que quebram as suas leis, mesmo as civis, como esta que acabei de mencionar.

c) As Setentas Semanas da profecia em foco (Dn.9:24-27) são Semanas de anos; não de dias.Eis o porque disso:

O original não diz " SEMANA ", e sim "SETES " (Setenta Setes).

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Quando se trata de semana de dias, como em (Dn.10:2,3), é acrescentado, em hebraico, a palavra para dias: "YAMIN " .

É Bíblica a expressão "Semana de anos". (Ler Lv.25:8; Nm.14:34; Ez.4:7).Aplicação prática de uma "Semana de anos" (Gn.29:20-27).

Os seis ditosos eventos preditos, a respeito de Israel, em (Dn.9:24), ainda não se cumpriram.

Em (Dn.9:27), por ocasião da última das Setenta Semanas, a Bíblia diz:(Dn.9:27).." E ele fará firme aliança com muitos por uma Semana"

É algo ridículo um pacto entre nações por uma Semana de dias, quando somente o protocolo e as celebrações muitas vezes tomam mais de uma Semana.

d) A autenticidade desta profecia (Dn.9:24-27) foi atestada por Jesus, em (Mateus.24:15), onde Ele mostra que a última das Setenta Semanas é ainda futura, uma vez que o fato ali citado por Jesus ainda não ocorreu depois que Ele proferiu aquelas palavras.

A Divisão das 70 Semanas em Três Grupos.

(V.25).." Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

(V.26).." E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; me o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.

(V.27).."E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

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A leitura acima efetuada mostra que as Semanas estão divididas em (3) Três grupos.

Sendo Semanas de anos, totalizam 490 anos.

Os (3) Três grupos são:

a) Um de 7 semanas.b) Um de 62 semanas.c) E uma de uma semana..

Comparando-se (Apocalipse.12:6 com 13:5) vê-se que o ano Bíblico ou profético é de 360 dias, pois 1.260 dias dá 42 meses de 30 dias.

Também em (Genesis.7:11 e 8:4) temos a expressão "Cinco Meses", e em (Genesis.7:24 e 8:3, vemos que esses cinco meses eqüivalem a 150 dias, ou seja, 5 meses de 30 dias, o que significa anos de 360 dias na Bíblia.

O calendário religioso de Israel era lunar. A lua nova marcava o início dos meses, sendo essa uma ocasião festiva. Esse ano era de 354 dias, mas nos fatos gerais e nas profecias era arredondado para 360 dias. O calendário solar é posterior, e é relacionado comas estações do ano.

a) O Primeiro Grupo de Semanas - 7 semanas ou 49 anos. (Dn.9:25).

Esse período começaria com a expedição do decreto de reconstrução de Jerusalém, o qual foi baixado em 45 a C por Artaxerxes Longímano, de acordo com as maiores autoridades no assunto.

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Em (Neemias.2) descreve a ocasião desse decreto; Neemias foi comissionado pelo rei para dar cumprimento a esse ato.

De acordo com a profecia em estudo, no fim dos 49 anos a cidade de Jerusalém estaria reconstruída (ano 397 aC).

Houve dois decretos ligados à reconstrução de Jerusalém, que muitos estudiosos da Bíblia confundem.

Um em 457 aC, de embelezamento do templo e restauração do culto, a cargo de Esdras (Ed.7).

O outro foi o da reconstrução dos muros e, portanto, da cidade, a cargo de Neemias.

É deste que estamos tratando - foi baixado o ato em 445 aC. A partir daí, começaria a contagem das (70) Setenta Semanas Proféticas.

b) O Segundo Grupo de Semanas - 62 Semanas ou 434 anos (Dn.9:25-26).

Nesse período surge o Messias e é morto.

A cidade de Jerusalém é destruída e há guerras até i fim.

Os 434 anos vão de 397 aC, até os dias da morte de Jesus Cristo.

Logo depois ocorreu a destruição de Jerusalém pelos Romanos, em 70 dC.

(V.26).." E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.

Conforme o versículo acima, após a morte de Jesus seguiu-se a destruição de Jerusalém.

Assim, de acordo com a profecia lida (V.26), o Messias morreria antes da destruição da cidade, o que de fato ocorreu.

Um retrospecto histórico do nosso calendário.

O nosso calendário, isto é, o que está em uso entre nós, foi primeiramente organizado por Rômulo, tido como o primeiro rei de Roma.

Tinha (10) dez meses. Numa Pompílio - outro rei de Roma - acrescentou-lhe dois meses.

Júlio César reformou-o posteriormente.

Em 526 dC. Dionísio elaborou novo calendário, mas enganou-se nos cálculos, resultando um erro de atraso de quase 5 anos.

O ano 33 do atual calendário corresponde ao 29 do calendário correto, mas inexistente.

Não vamos tratar desse assunto minuciosamente, mas o estudante que ignorar isso ver-se-á em complicações quando quiser situar a revelação divina no tempo, quando lidar com os tempos do Novo Testamento.

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c) O Terceiro Grupo de Semanas - o de uma semana, isto é 7 anos. (Dn.9:27).

(V.27).."E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

Esta semana que lemos acima (V.27) é Futura.

Para ver isso é bastante comparar o (Dn.9:27) com as palavra de Jesus em....

(Mateus.24:15).." Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda),

Portanto esse assunto ainda não se cumpriu, mas seguramente se cumprirá.

Esta última Semana não começará enquanto Israel estiver fora da sua terra, disperso, o que pode ser visto em....

(V.26).." E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.

No começo desse século, Israel iniciou a volta à Palestina e continua o retorno enquanto escrevo estas linhas (Ver o Estudo: O Arrebatamento da Igreja, e Israel, o Relógio Escatológico de Deus, (basta pedir e eu mando).

Há um intervalo de tempo entre 69a e a 70a Semanas indicando no (Dn.9:26), pela expressão " e até o fim " .

Neste intervalo (Que já vai para 2.000 anos), enquanto Israel é rejeitado...

(Lc.13:34-35)..." Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e não quiseste?

(V.35).." Eis que a vossa casa se vos deixará deserta. E em verdade vos digo que não me vereis até que venha o tempo em que digais: Bendito aquele que vem em nome do Senhor!

Portanto nesse intervalo que Israel é rejeitado a Igreja é formada e Arrebatada para o céu.

Realmente, à luz de (Dn.9:24), a profecia das Setenta Semanas nada tem com a Igreja, a não ser indiretamente, como já mostrei, no caso do Intervalo: "e até o fim ".

Após o Arrebatamento da Igreja terá inicio então a 70a Semana - os (7) Sete anos em que ocorrerá a Grande Tribulação, a qual é descrita em detalhes em Apocalipse capítulos 6 a 18.

É assombrosa a precisão da profecia Bíblica!

Análise resumida das Setenta Semanas.

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Essas Semanas tratam das provações e sofrimentos pelos quais Israel terá de passar antes que o seu libertador apareça, para que, como diz o final do (V.24) da profecia em estudo, os pecados de Israel tenham fim, e para trazer a justiça eterna.

(Dn.9:24).." Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos.

Estas "Semanas" não se referem à Igreja, mas a Israel.

Porque?

(Dn.9:24).." Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo (O povo de Daniel, Judeus) e sobre a tua santa cidade (A cidade de Jerusalém).

a) "Setenta Semanas estão determinadas".Terão seu fiel cumprimento, pois estão determinadas por Deus.

b) As seis coisas preditas, que estão para acontecer durante as Setenta Semanas (Ou 490 anos) a Israel.

"Fazer cessar a transgressão" . O tipo de transgressão do seu povo, que Daniel acabava de confessar em Oração.

"Dar fim aos pecados". O sentido original é de deter, restringir. O mesmo vocábulo original é traduzido " Tornar inativo" .

"Expiar a iniquidade". A obra realizada por Cristo no Calvário operará então em favor de Israel.

"Trazer a justiça eterna". Isto terá lugar em Israel pela transformação interior, conforme o que está escrito em...(Jr.31:33-34)

1) "Selar a visão e a profecia". Quando o povo andar em retidão, abandonando as suas transgressões, a visão e a profecia podem ser seladas..(Jr.31:34).

2) "Ungir o Santo dos santos". Certamente isto tem a ver com a purificação do templo de Jerusalém que foi profanado pela "Abominação desoladora" mencionada em...

(Dn.11:31).." E 8sairão a ele uns braços, que profanarão o santuário e a fortaleza, e tirarão o contínuo sacrifício, estabelecendo a abominação desoladora.

E à qual se referiu Jesus em.... (Mt.24:15).." Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo (quem lê, que entenda)

c) Estas seis coisas, para terem lugar, necessário se faz que Cristo venha e que Israel seja restaurado e convertido.

(Dn.9:25).." Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as ruas e as tranqueiras se reedificarão, mas em tempos angustiosos.

1) "Desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém". Aqui temos a indicação do tempo em que começaria a primeira Semana.

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Essa ordem ou decreto, como já falei (Ne.2:1), foi entregue a Neemias para sua execução no ano 445 aC.

2) "Até o Messias, sete semanas e sessenta e duas semanas". Isso totaliza 69 semanas de anos, ou seja, 483 anos.

É o tempo que vai da reconstrução de Jerusalém pelos repatriados até a morte e ascensão do Messias.

(Dn.9:26).." E, depois das sessenta e duas semanas, será tirado o Messias e não será mais; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas assolações.

a) "Sessenta e duas semanas". A isso acrescentem-se mais as 7 semanas do (Dn.9:25), como que perfaz 69 semanas até a morte e ascensão de Jesus.

b) "Será tirado o Messias". (Ou morto o Ungido, ler (Isaias.53:8) onde isso é mais bem explicado).

(Isaias.53:8).." Da opressão e do juízo foi tirado; e quem contará o tempo da sua vida? Porquanto foi cortado da terra dos viventes e pela transgressão do meu povo foi ele atingido.

c) "E não será mais ". (E já não estará, ler (Mateus.23:39).

(Mt.26:39).." Porque eu vos digo que, desde agora, me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor!

d) " e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário". Jerusalém foi destruída no ano 70 dC.

O povo que a destruiu foi o romano. Logo, de acordo com as palavras deste versículo, é de área do antigo Império Romano que deve proceder ao futuro Anticristo.

Essa área incluía a Grécia, que era parte do dito império, bem como os demais territórios situados em todo o contorno do mar Mediterrâneo.

e) "O seu fim". Isto é, o fim da cidade (Jerusalém) e seu santuário (O templo).

Isso fala de sua destruição no ano 70 d C, à qual já me referi.

f) "Será como num diluvio ". Isto é, será irresistível e esmagador, assim como foi quando Tito, o General, arrasou a cidade e o povo, com suas tropas.

g) "E até o fim haverá guerra ". Esse tempo indefinido entre as Semanas 69a e 70a não é contado como parte delas como está bem claro mediante o exame dos versículos 26 e 27.

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Tal tempo não determinado: "Até o fim", já vai para 2.000 anos! É esse tempo em que a Igreja está sendo constituída, edificada, e preparada para ser Arrebatada da Terra para o céu.

Os eventos desse tempo não concernem a " Teu povo e tua santa cidade" (isto é, de Daniel).

Por que o tempo chamado "Até o fim", situado entre a 69a e a 70a semana não é contado quanto a Israel?????

'E pelo fato de Israel durante esse tempo estar fora de sua terra, o que ocorreu após o ano 70 dC. Até 1.948.

Mas o certo é que há ainda muitos milhões de Judeus fora da Palestina.

h) "Desolações são determinadas". Os tempos do fim serão caracterizados por guerras e suas misérias.

(Dn.9:27).." E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

Cinco coisas terão lugar durante a última "Semana", os sete anos de ascendência do Anticristo:

O Anticristo fará uma aliança de peso, com os judeus, por sete anos. Note as palavras da profecia "Fará firme aliança".

A aliança ele (O Anticristo) a quebrará no meio da semana, isto é, decorridos três anos e meio.

A Grande Tribulação terá inicio sobre Israel. "Sobre a asa das abominações virá o assolador".

O Anticristo dominará "Até que a destruição....se derrame sobre ele".

Cristo aparecerá para destruir o Anticristo e suas hostes, livrando assim Israel da destruição total quando toda esperança de salvação estiver perdida..."Até que a destruição que está determinada, se derrame sobre ele". Isso ocorrerá na Batalha do Armagedom...(Ver estudo sobre O Arrebatamento da Igreja Israel, o Relógio Escatologico de Deus).

OBSERVAÇÕES SOBRE O (V.27):

(Dn.9:27).." E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador.

"Ele ". Trata-se do Anticristo. "Fará firme aliança". Deve ser uma falsificação do divino concerto prometido por Deus em

(Jr.31;31-333). "Com muitos ". Uma referencia ao povo de Israel, já reunido em sua terra. "Por uma semana". É a última das Setentas Semanas proféticas , que terá lugar na terra,

após o Arrebatamento da Igreja. "Na metade da Semana". Isto é, após três anos e meio (Ler Daniel.7:24-25;

Apocalipse.11:2-3; 12:6,14; 13:5).

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Nos últimos três anos e meio ocorre a Grande Tribulação propriamente dita, de que falou Jesus em (Mt.24).

Disso também se ocupa o livro de Apocalipse, nos capítulos 11 ao 18.

a) "Fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares ". Isso demonstra que o templo de Jerusalém estará então reconstruído.Disso faliu Jesus em (Mt.24:15b ( Está no lugar santo"). Ver também 2Ts.2:3-4).

b) "Sobre a asa das abominações". Esta expressão é de mui difícil interpretação. O termo "Abominação" muito usado na Bíblia para significar ídolos.Comparando-se as passagens de Dn.11:31; 12:11 e Mt.24:15, vê-se que se trata de um ídolo que será colocado no lugar Santo do templo, que estará então reconstruído.

Outras passagens que falam da reconstrução do templo são 2Ts.2:4 e Ap.11:1-2

c) "Virá o assolador". Uma referencia ao Anticristo.

d) "Até que a destruição, que está determinada se derrame sobre ele". Essas palavras da profecia referem-se à derrota total e completa do Anticristo e seus exércitos confederados, ao descer Jesus em Glória sobre o Monte Das Oliveiras, conforme está registrado em (Zac.14:1-5; Mt.24:30; Atos.1:11; Ap.19:11-16).

Sim a última semana culminará com a vinda de Jesus em gloria com todos os seus santos para socorrer Israel, destruir a Besta e seus exércitos, e julgar as nações.

Virá em seguida o Milênio, que será uma preparação do mundo por mil anos, sob o governo de Cristo, seguindo-se o juízo Final ou do Grande Trono Branco, e o perfeito Estado Eterno, conforme...

(1Co.15:24-25).." Depois, virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo império e toda potestade e força.

(V.25).." Porque convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.

(Ap.20:5-6).." Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.

(V.6).." Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.

É com o Milênio que terá início o cumprimento das seis bênçãos de Deus sobre Israel, preditas no Versículo 24 da profecia que acabamos de estudar.

(Dn.9:24).." Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para extinguir a transgressão, e dar fim aos pecados, e expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e ungir o Santo dos santos.

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Estudo do Apocalipse

Jesus Cristo fez questão de revelar e preservar o Apocalipse. Como servos dele, devemos dar importância a este livro, assim como damos a todas as outras Escrituras. O Apocalipse, certamente, apresenta alguns desafios especiais para os leitores modernos, mas não devemos fugir de sua mensagem só porque encontramos algumas dificuldades.

A intenção destes estudos é de ajudar cada participante a adquirir uma compreensão básica do significado do Apocalipse. Para isso, serão necessárias algumas orientações sobre a abordagem do livro, sobre linguagens proféticas e simbólicas, sobre a história do período, etc. Por valorizarmos as próprias Escrituras acima de qualquer fonte extrabíblica, procuraremos sempre informações e exemplos bíblicos para esclarecer o sentido das expressões encontradas neste livro.

Estudaremos o Apocalipse e depois, quando possível, consideraremos informações históricas. Não começaremos com a História, e muito menos com as manchetes do dia, para interpretar a palavra de Deus, ou para injetar nossas idéias e especulações sobre as Escrituras. Quando não encontrarmos informações históricas para explicar o sentido de algum aspecto de uma profecia, ainda respeitaremos a veracidadeda palavra de Jesus Cristo acima dos registros dos historiadores.

Cada lição incluirá alguns comentários, sugestões de leituras bíblicas e perguntas para frisar pontos importantes e incentivar a leitura. Se cada aluno preparar a sua lição em casa antes de chegar, o tempo na aula será mais proveitoso para todos. Se encontrar alguma dificuldade, pode tirar a dúvida no período da aula.

A versão bíblica usada na preparação desta apostila é a Almeida Revista e Atualizada, 2ª Edição. Se você acompanhar o estudo usando outra versão, poderá encontrar algumas pequenas diferenças em alguns textos.

DADOS GERAIS

Autor – O apóstolo João - 1.1,4,9-11;

Destinatários – As 7 igrejas da Ásia (em geral, fundadas por Paulo).

Data – 95 ou 96 d.C.

Local - Patmos - ilha vulcânica, rochosa e estéril, localizada a 56 km da costa da Ásia Menor (Turquia). Para lá eram enviados os prisioneiros na época do imperador romano Domiciano (81 a 96). Outra hipótese defendida por alguns é a de que João tenha estado lá em algum momento do governo de Nero (54-68).

Idioma - Grego (Ap.1.8; 21.6; 22.13).

Tema - Conflito entre o bem e o mal. A vitória de Cristo e a implantação do seu Reino.

Versículo-chave - Apc.1.7.

Versículo-esboço – Apc.1.19.

O QUE É APOCALIPSE?

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Esta palavra, de origem grega, significa "revelação". Revelar é mostrar, tirar o véu, desvendar. Falamos do Apocalipse como algo oculto. Porém, trata-se de uma revelação. O livro revela que Deus tem um plano, cujo desfecho é a vitória de Cristo. Podemos não saber o que é a besta, mas sabemos que ela será vencida pelo poder de Deus. Esta revelação está clara e evidente no Apocalipse.

Características particulares - Único livro bíblico com bênção e maldição relacionadas ao seu uso (1.3 e 22.18-19).

Classificação - livro profético. (único do NT embora haja blocos proféticos em outros livros como em Mt.24, Mc.13, Lc.21, etc.).

Personagem central - O Cordeiro.

Destaques - Verbo vencer (Apc. 2 e 3; 12.11; 15.2; 17.4; 21.7);

Testemunho (Apc.1.2,9; 6.9; 12.11,17; 19.10; 20.4; 22.18,20).

Verbo vir (referente à vinda de Cristo) (Apc. 1.4,7,8; 2.5,16; 3.3,11; 4.8; 22.20).

O Apocalipse contém, logo no início, uma mensagem de bênção para os seus leitores. "Bem-aventurado aquele que lê, e bem-aventurados os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas, porque o tempo está próximo." (Ap.1.3). O texto nada diz sobre a compreensão, mas sobre o conhecimento. É desejável que entendamos o Apocalipse. Se, porém, não entendermos, este não deve ser o motivo para que o abandonemos. Precisamos ler, ouvir, estudar, guardar o seu conteúdo. Pode ser que muitas de suas profecias não possam ser compreendidas antes de se cumprirem. Contudo, se as conhecemos, poderemos reconhecê-las quando se cumprirem e, reconhecendo, poderemos tomar as atitudes certas no momento certo. Jesus disse: "... quando virdes... a abominação da desolação... então, os que estiverem na Judéia fujam para os montes." (Mt.24.15). Portanto, quando certos fatos ocorrerem, nós poderemos identificá-los, caso estejamos munidos do conhecimento profético.

O GÊNERO APOCALÍPTICO

Esse foi um estilo literário que se destacou principalmente entre os anos 210 a.C. e 200 d.C. Seu ambiente de origem era uma época de tribulação para povo de Deus. Diante de circunstâncias que incluíam opressão, perseguição, exílio ou domínio estrangeiro, os escritos apocalípticos traziam uma mensagem de esperança através de uma linguagem enigmática. Seu objetivo era reanimar judeus ou cristãos, trazendo-lhes profecias a respeito da futura intervenção divina para libertar o seu povo, restituindo-lhe a glória usurpada.

Muitos "apocalipses" surgiram, tendo como principal modelo o livro de Daniel. Este foi escrito durante o exílio Babilônico e trazia uma mensagem sobre o Reino de Deus que viria destruindo todos os reinos opressores. Daí em diante, muitos livros apocalípticos foram produzidos. Um dos momentos de opressão vividos por Israel foi o domínio romano, produzindo assim mais uma ocasião propícia a esse tipo de literatura, que muitas vezes incluía profecias messiânicas. Diversos escritos desse tipo não foram reconhecidos como canônicos. Como exemplos podemos citar o Apocalipse de Baruque, Apocalipse de Pedro, O Pastor de Hermas, A Assunção de Moisés, A Ascensão de Isaías, O livro de Jubileus, Os Salmos de Salomão, Os Testamentos dos Doze Patriarcas, I Livro de Enoque, II Livro de Enoque, II Esdras e IV Esdras.

O Apocalipse de João se encaixa perfeitamente nessa corrente literária. Contudo, seu messianismo não se encontra vago como em outros escritos. Nele, o Messias é claramente identificado como sendo o nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Este é o único livro desse

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gênero no Novo Testamento. Contudo, existem blocos apocalípticos em outras partes da bíblia. Por exemplo: Daniel 7 a 12, Isaías 13,14, 24, 25, Ezequiel 1, 28 a 39, Zacarias 9 a 14, Mateus 24, Marcos 13, Lucas 21, I Tessalonicenses 5 e II Tessalonicenses 2. .

CARACTERÍSTICAS, CONTEÚDO E AUTORIA DOS LIVROS APOCALÍPTICOS

Características e conteúdo: Mensagem de esperança, escatologia, intervenção divina, visões, símbolos, criaturas estranhas, mensagem oculta, uso de pseudônimos, profecias e apelo à imaginação.

O Apocalipse de João só não se encaixa no quesito pseudônimo. Os escritores apocalípticos normalmente não assinavam suas obras. Muitos colocavam algum outro nome famoso e reconhecido, como Enoque, Salomão, etc., para darem mais credibilidade ao livro. João, porém, colocou seu próprio nome, conforme vemos no livro (Ap.1.1,4,9-11). Tal autoria é reconhecida pela maior parte dos críticos e comentaristas. Há quem diga que alguém usou o nome de João, mas essa hipótese não tem muitos adeptos.

Alguns detalhes do livro reforçam a crença na autoria joanina. Jesus é apresentado como o Verbo de Deus e o Cordeiro (Ap.19.7,13), exatamente como acontece no evangelho de João (1.1,29). A palavra "testemunho" se destaca assim como acontece no evangelho e na primeira e terceira epístolas. Notamos assim "a mão" de João no Apocalipse.

GÊNESIS X APOCALIPSE

Existe um paralelo evidente entre Gênesis e Apocalipse, conforme se observa pelos itens a seguir:

GÊNESIS APOCALIPSE

Início Fim

Criação da terra Nova terra

Criação do céu Novo céu

Criação do sol A Nova Jerusalém não precisa do sol

Vitória de Satanás Derrota de Satanás

Adão Cristo

Eva Igreja (noiva)

Entrada do pecado Fim do pecado

Maldição Fim da maldição

Bloqueado caminho à árvore da vida. Acesso à árvore da vida.

CIRCUNSTÂNCIAS E OBJETIVO

Na época em que o Apocalipse foi escrito, a igreja estava sofrendo muito por causa da perseguição do Império Romano. João estava preso em Patmos e todos os outros apóstolos do

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primeiro grupo haviam morrido. Seria natural que muitos começassem a questionar se aquele não seria o fim do cristianismo. Será que a igreja resistiria àquela fúria das forças do mal?

O livro de João vem mostrar o futuro: o castigo dos ímpios, a volta de Cristo, seu triunfo juntamente com a igreja e o estabelecimento do Reino de Deus. O Império Romano não prevaleceria contra os desígnios divinos.

A LINGUAGEM SIMBÓLICA

A linguagem direta tem suas limitações. A transmissão de uma mensagem complexa pode exigir uma infinidade de palavras e ainda assim ficar obscura. Alguns fenômenos, experiências e elementos naturais não podem sequer ser explicados de modo compreensível. Como podemos explicar a um cego de nascença o que seja cor? Qualquer explicação, por mais correta e científica que seja, não lhe dará nenhuma idéia a respeito do assunto.

Como explicar um sabor, um cheiro ou um som? Nenhuma informação substituirá a experiência. As palavras serão inúteis. Nesses momentos de dificuldade, sempre procuramos um elemento de comparação. Buscamos algo que já seja do conhecimento do ouvinte e usamos para dar uma idéia a respeito do que queremos dizer sem ter encontrado palavras adequadas.

Se temos esse problema em relação a elementos naturais, o que dizer dos espirituais, cuja essência nem sabemos definir? O espírito é uma realidade bíblica. Contudo, sua definição ou identificação de "substância" é algo fora do nosso alcance. O que dizer então de Deus, da trindade, do céu e das realidades celestiais? Por isso, a bíblia usa tanto a linguagem simbólica. Por outro lado, como se diz, "uma imagem vale mais que mil palavras". Então, até mesmo lições relativamente simples são transmitidas através de figuras, propiciando assim um recurso poderoso que leva a mensagem de forma concentrada, fixando-a na mente do receptor.

Por exemplo, quando Jesus disse que era o "pão da vida" (Jo.6.35), ele buscou um elemento do cotidiano dos seus ouvintes para mostrar que ele vinha suprir a necessidade espiritual do homem. Quando a bíblia fala em "reino de Deus", está buscando na monarquia, sistema de governo comum naquela época, uma série de princípios existentes na relação rei-súdito que deveriam existir na nossa relação com Deus. A linguagem simbólica traz muito conteúdo em poucas palavras. Assim, se usamos o leão como símbolo, logo nos vem a mente sua ferocidade, sua coragem, sua força, sua fome, sua beleza, sua "majestade", etc. Se falamos em cordeiro, estamos destacando sua cor e sua índole como símbolos de pureza, inocência, docilidade, submissão, etc.

Todos nós estamos bastante acostumados à linguagem simbólica. Utilizamos diariamente tais recursos para enriquecer nossa fala. Estamos sempre fazendo comparações implícitas ou explícitas de modo automático.

Os escritos apocalípticos têm ainda um motivo a mais para usar a linguagem simbólica: era a necessidade de criptografar a mensagem, de modo que os inimigos nada compreendessem a respeito da mesma. Só os destinatários poderiam decifrá-la.

QUESTÕES DE INTERPRETAÇÃO

TEXTO SIMBÓLICO OU LITERAL?

Este é um dos maiores dilemas que envolvem o estudo bíblico. O que é literal e o que é simbólico? Encontramos ambos os casos dentro das Escrituras. Então o problema se torna maior: como discernir o literal do simbólico? Tal tarefa nem sempre é fácil. Muitas vezes é difícil e, em algumas situações, parece impossível, a não ser que tenhamos uma iluminação divina.

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A história de Adão e Eva é literal ou simbólica? Tais personagens são reais ou fictícios? O profeta Jonas foi mesmo engolido por um peixe ou trata-se de uma parábola? Entendemos como literais ambos os casos, uma vez que o próprio Jesus citou a história de Jonas como fato e Paulo citou Adão e Eva da mesma forma. Contudo, isso não convence àqueles que vêem toda a bíblia como algo figurativo. Se todo o conteúdo bíblico for simbólico, então anula-se o seu aspecto concreto. A bíblia seria então comparável a qualquer obra de ficção e o cristianismo seria lendário. Por outro lado, se todo o seu conteúdo for considerado literal, então muitas passagens se tornarão inexplicáveis ou absurdas. Por exemplo: "Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna." (João 6.54). Logicamente, Jesus estava utilizando linguagem simbólica. Muitos dos seus ouvintes o interpretaram literalmente e o resultado foi o escândalo (João 6.52). Da mesma forma, quando Jesus disse que Nicodemos precisava nascer de novo, aquele doutor da lei tomou suas palavras de modo literal. O mesmo entendimento foi aplicado sobre "derrubar o templo e reconstrui-lo em três dias". Precisamos de discernimento para não cairmos no mesmo erro.

Muitas vezes, é a falta de fé que faz com que algumas pessoas considerem como simbólico um texto literal. Por exemplo, a ressurreição de Cristo pode ser tão inacreditável para alguns, que podem acabar considerando-a um símbolo.

Encontramos na bíblia diversas situações que envolvem o literalismo e o simbolismo:

Texto literal

É aquele que se refere a fatos. São histórias ou profecias. Se desconsiderarmos seu caráter literal, estaremos anulando as palavras de Deus. Por exemplo, a crucificação de Jesus está relatada em um texto literal (Mt.27).

Texto simbólico

É aquele que utiliza linguagem figurada. Por exemplo, a parábola do filho pródigo (Lc.15).

Termo literal e simbólico alternadamente

Uma palavra pode ser usada literalmente em uma passagem bíblica e como símbolo em outra. Por exemplo, as estrelas no Salmo 8.3 são literais. Em Apocalipse 1.20, as estrelas são simbólicas, representam anjos. Em Apocalipse 9.1, a estrela é simbólica e parece representar uma pessoa ou um anjo. Em Apocalipse 8.10-12, a estrela pode ser simbólica ou literal. Nesse caso, não podemos afirmar com certeza. Vemos, portanto, que uma palavra pode ser usada de várias formas na bíblia. Isso mostra que não podemos fazer uma regra e achar que toda estrela na bíblia seja um símbolo.

Texto literal e simbólico simultaneamente

A história de Abraão é literal. O povo de Israel está aí para comprovar isso. Aquele episódio de Abraão levando Isaque para ser sacrificado é literal. Foi um fato histórico. Mas, ao mesmo tempo, usando de alegoria, Abraão pode representar Deus, Isaque pode ser visto como um símbolo de Jesus e o sacrifício pode representar a crucificação. Assim, um texto literal pode ter um aplicação simbólica. Desse modo podemos ver inúmeros fatos no Velho Testamento. É possível, numa visão simbólica, extrair-lhes as lições sem negar-lhes o aspecto literal.

O batismo e a ceia mencionados na bíblia são literais e ao mesmo tempo simbólicos. São fatos ocorridos mas sempre representando uma realidade espiritual. O mesmo acontece com a ceia do Senhor.

Símbolo com mais de um sentido alternadamenteCARLOS HENRIQUE Página 41

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Alguns termos, quando usados como símbolos, podem ter um sentido em um texto e sentido diferente ou até contrário em outra passagem. Por exemplo, o leão representa Cristo em um texto (Ap.5.5) e Satanás em outro (I Pd.5.8). A "estrela da manhã" representa Cristo em um texto (Apc.22.16) e o Diabo em outro (Is.14.12). Não temos nisso nenhuma confusão. Um símbolo é usado na bíblia como um recurso didático e não de forma mística, como se aquele animal estivesse "consagrado" para representar sempre determinada pessoa. Não podemos, portanto, fazer uma regra. Cada texto pode apresentar uma situação diferente. Existem porém, elementos na literatura ou na tradição judaica que nos permitem enxergar alguns padrões de simbologia, conforme veremos na seqüência.

O SIMBOLISMO NO APOCALIPSE

João viu realidades espirituais indescritíveis. Notamos seu esforço para explicar o que estava vendo, ouvindo e sentindo. Ele faz diversas comparações na tentativa de transmitir aos leitores suas impressões. Assim, os termos "como", "semelhante" e o verbo "parecer" são utilizados para dar uma idéia das extraordinárias visões do autor. Em outros momentos ele não faz comparações explícitas mas usa as figuras de forma direta, fazendo comparações implícitas.

Algumas ocorrências de "como" - 1.10,14,15; 2.18,27; 4.1,6,7; 6.1,6,12,13.

Algumas ocorrências de "semelhante" - 1.13; 2.18; 4.3,6,7.

Verbo "parecer" - 9.19.

Os símbolos usados pelo autor eram bem familiares para os seus destinatários. Livros selados, trombetas, carros puxados por cavalos, letras gregas, tudo isso era do conhecimento das pessoas que receberiam o Apocalipse. Ao lermos, precisamos saber o que cada coisa significa e qual era o seu sentido naquela época. Talvez não consigamos isso para todos os itens envolvidos, mas este é o caminho a ser trilhado pelo intérprete.

Quando pensamos em livros, logo imaginamos blocos de páginas de papel envolvidas por capas protetoras. Os livros mencionados em Apocalipse, porém, eram rolos de pergaminho, peles de animais. Eram livros selados. Quando pensamos em selo, logo imaginamos pequenos adesivos utilizados pelos correios. Porém, os selos do apocalipse são lacres, a exemplo daqueles que os reis usavam para fechar suas correspondências, de modo que as mesmas não pudessem ser violadas no meio do caminho. O selo tinha a marca do anel do rei. Portanto, se alguém o quebrasse, não poderia fazer outro igual para substituí-lo.

Estes são apenas alguns exemplos para mostrar que a interpretação do Apocalipse, como também de outras passagens bíblicas, depende muito do conhecimento sobre a antigüidade, principalmente do que se refere ao povo judeu, sua história, seus costumes e tradições. Sem esse conhecimento, sempre correremos o risco das interpretações anacrônicas. Não podemos interpretar o texto bíblico apenas com o sentido atual das palavras ou com base no gosto ou na opinião pessoal. A hermenêutica agradece.

O simbolismo do Apocalipse utiliza como figuras: fenômenos naturais, cores, minerais (pedras preciosas), animais, relações humanas e até nomes significativos da história judaica como Jezabel e Balaão.

Fenômenos ou elementos naturais e seus significados

ELEMENTO SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO

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Ar Vida É nossa necessidade mais urgente

Tempestade (raios, trovões, relâmpagos, saraiva)

Perturbações na vida

Fogo Purificação ou destruição

Pedras preciosas Algumas vezes representa pessoas.

Mar Insegurança, perigo, algo sinistro. oposto da terra firme.

Cores e seus significados

COR SIGNIFICADO OBSERVAÇÃO

Preto Luto, sofrimento

Vermelho (sangue) Morte ou redenção relacionado a Cristo às vezes

Vermelho (púrpura) Realeza roupa dos reis

Amarelo pálido Fome

Amarelo ouro Santidade de Deus Obs. elementos do tabernáculo

Verde Esperança

Branco Pureza, justiça Trono, vestes, cabelos, etc.

NUMEROLOGIA

A numerologia tem sido bastante valorizada atualmente devido à onda crescente de misticismo que envolve nossa sociedade. Os números têm sido considerados elementos de sorte e azar, e, por meio deles, muitos adivinhadores tentam prever o futuro das pessoas. Alguns povos utilizaram as próprias letras do alfabeto como algarismos, atribuindo-lhes valor numérico. Assim, um nome pode ser transformado em números e ter seu valor totalizado. Isso ocorreu, por exemplo, com algumas letras do alfabeto romano e também com o hebraico. O fato de se obter um valor para um nome não nos diz nada, a não ser que os números representem algum valor moral ou espiritual, uma bênção ou uma maldição.

A tradição judaica relaciona alguns números a determinados conceitos religiosos ou cósmicos:

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NÚMERO SIGNIFICADO SENTIDO REFORÇADO

1 Unidade

2 Fortaleza, confirmação

3 Divindade

4 Mundo físico

5 Perfeição humana

6 Homem, falha humana 666

7 Perfeição, plenitude

40 Provação

70 Sagrado

12 Religião organizada. 24, 144 mil

1000 Grande quantidade

A bíblia utiliza muito o simbolismo numérico. O livro de Apocalipse usa tal recurso de forma intensa, principalmente o número 7. Temos 7 igrejas, 7 candeeiros, 7 selos, 7 anjos, 7 trombetas, 7 taças, 7 espíritos, 7 estrelas, etc.

ALGUNS PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO

Para entender um livro, precisamos lê-lo por completo. Assim, teremos uma visão geral do mesmo. Perceberemos a intenção do autor e a sua mensagem geral. Caso contrário, se lermos um verso aqui e outro lá de modo desordenado, terminaremos com uma coleção de retalhos desconexos. Lendo todo o livro, vamos descobrir que ele é auto-explicativo em alguns pontos, como se vê em Apocalipse 1.20.

Podemos ler o capítulo 12, verso 5, onde o autor menciona o "filho varão", aquele que "regerá as nações com vara de ferro". A comparação com 19.13 a 16 nos fará compreender que aquele que "regerá as nações com vara de ferro" chama-se "Verbo de Deus", "Rei dos reis" e "Senhor dos Senhores". Logo, o próprio texto já nos mostrou quem é o "filho varão": o próprio Senhor Jesus. Tal conclusão também se utiliza do conhecimento geral que temos da bíblia. O Salmo 2 chama de "Filho" aquele que "regerá as nações com vara de ferro". O livro de Hebreus, no capítulo 1, nos informa que esse "Filho" é o Senhor Jesus. Além disso, o evangelho de João (1) nos diz que Cristo é o Verbo que se fez carne.

Fizemos então um rastreamento de várias expressões que nos possibilitam uma interpretação inequívoca sobre o "filho varão" de Apocalipse 12.

Outro exemplo: que dragão será aquele mencionado em Apocalipse 12.3? Se lermos até o versículo 9, teremos a resposta. No capítulo 20, verso 2, a explicação é repetida. O próprio texto diz que o dragão é o Diabo, também conhecido como "antiga serpente". Que serpente é essa? Aquela de Gênesis 3. Observa-se então que existe uma "linguagem bíblica" que muitas vezes permite que o texto de um livro possa ser interpretado por outro livro bíblico.

Quem é o Cordeiro de Apocalipse 5? Não existe nenhum mistério sobre tal figura, uma vez que João Batista apresentou Jesus como "o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João

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1.29), sendo ele o definitivo sacrifício tantas vezes representado pelos cordeiros mortos durante as páscoas realizadas desde a saída de Israel do Egito (Êx.12).

O mesmo Jesus é chamado "Leão da Tribo de Judá" (Ap.5.5). A origem de tal expressão encontra-se em Gênesis 49, quando Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos seus filhos. Ao falar de Judá, Jacó profetizou sobre a vinda do Messias (Gn.49.8-12).

É conclusivo também que, se alguém não conhece a bíblia de modo geral, não deve se arriscar no terreno das interpretações apocalípticas. Precisa começar por Gênesis.

Outros exemplos:

A ceifa – Compare Ap.14.16-20 e Mt.13.39-43.

Muitas águas – Ap.17.1 e 17.15

Noiva – Ap.19.7; 21.9-10; 22.17 e Ef.5.25-27.

O fundamento da Nova Jerusalém – igreja - Ap.21.14 e Ef.2.20-21.

PRINCIPAIS CORRENTES DE INTERPRETAÇÃO DO APOCALIPSE

1 – Pretérita.

Afirma que todo o apocalipse já se cumpriu. Seus defensores vêem o Império Romano como a representação dos inimigos descritos no livro. A queda do Império teria sido então o ápice do juízo divino profetizado por João. A destruição de Jerusalém, no ano 70, também é vinculada ao Apocalipse por aqueles que localizam sua escrita durante o período de Nero (54-68).

2 – Futurista.

Os futuristas projetam todo o cumprimento do Apocalipse para os últimos dos últimos dias, às vésperas da consumação dos séculos. Afirmam que nada se cumpriu nem está se cumprindo, mas tudo se cumprirá repentinamente no futuro e em um curto espaço de tempo. Esta é a mais escatológica das interpretações, no sentido mais extremo da palavra.

3 – Histórica.

Essa corrente defende a tese de que o Apocalipse vem se cumprindo desde os dias de João até o fim dos séculos. São muitos os que concordam com essa posição. Entretanto, surgem muitas dificuldades e divergências quando se tenta uma identificação entre os fatos ou personagens históricos e os relatos apocalípticos.

4 – Simbólica, ou espiritual.

Os adeptos dessa visão se abstêm de fazer ligações entre as profecias e os fatos. Procuram apenas extrair do Apocalipse as lições e os princípios morais ou espirituais ali contidos.

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Não devemos tomar uma postura extremista nessa questão, mas buscar uma visão equilibrada, que pode levar em conta todas as quatro correntes de interpretação. Cremos em um cumprimento histórico que, automaticamente, engloba a visão pretérita e a futurista. Por exemplo, as cartas às 7 igrejas se referiam a problemas existentes nos dias de João. Está cumprido. Entretanto, os princípios espirituais ali presentes são perfeitamente aplicáveis aos nossos dias. Pela sua infinita sabedoria, Deus nos deixou uma Palavra que não perde sua validade.

Devemos nos lembrar que um relato sobre fatos ocorridos nos dias de João pode também ser uma profecia para outra época. Por exemplo, quando escreveu o Salmo 22, o autor estava falando de suas próprias experiências e, ao mesmo tempo, estava profetizando sobre os sofrimentos de Cristo. Vistas sob este ângulo, várias profecias apocalípticas podem ter se cumprido na queda do Império Romano e terem ainda outro cumprimento mais amplo nos últimos dias. A profecia de Jesus em Mateus 24 parece estar ligada à destruição de Jerusalém e também aos últimos dias. "Os que estiverem na Judéia fujam para os montes... Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam." (Mt.24,16,34).

ESBOÇO DO APOCALIPSE

1. Introdução e saudações - 1.1-8 2. Visão de Jesus glorificado - 1.9-20

3. Cartas às 7 igrejas - 2.1 a 3.22

4. Visão do trono no céu - 4.1-11

5. O livro selado e o cordeiro - 5.1-14.

6. Abertura dos 6 primeiros selos - 6.1-17.

7. Os 144 mil selados - 7.1-8.

8. Visão dos santos na glória - 7.9-17

9. Abertura do sétimo selo. As quatro primeiras trombetas - 8.1-13.

10. A quinta e a sexta trombetas - 9.1-21.

11. O anjo e o livrinho - 10.1-11.

12. As duas testemunhas - 11.1-14.

13. A sétima trombeta - 11.15-19.

14. A mulher e o dragão - 12.1-18.

15. A besta que subiu do mar - 13.1-10.

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16. A besta que subiu da terra - 13.11-18.

17. O cordeiro e os remidos no monte Sião - 14.1-5.

18. Os 3 anjos e suas mensagens - 14.6-13.

19. A ceifa sobre a terra - 14.14-20.

20. As 7 taças - 15.1 a 16.21.

21. A grande Babilônia - 17.1-18

22. A queda da Babilônia - 18.1-24.

23. As bodas do Cordeiro - 19.1-10.

24. O cavaleiro do cavalo branco - 19.11-21.

25. O milênio - 20.1-6.

26. A derrota de Satanás - 20.7-10.

27. Juízo Final - 20.11-15.

28. Novo céu e nova terra - 21.1-8.

29. A Nova Jerusalém - 21.9 a 22.5.

30. Encerramento e saudação final - 22.6-21.

OUTROS DETALHES

Nestas cartas, Jesus faz advertências contra a frieza espiritual (2.4-5), as heresias (2.14-15), a prostituição e falsas cerimônias (2.20-22), as obras de aparência (3.2) e a falsidade religiosa (3.15-17).

A partir do cap. 4 desenrola-se um duplo panorama:visões do céu e da terra , em tempos futuros no desenvolvimento dos capítulos seguintes ,há contraste da glória nos céus com o juízo de Deus sobre a terra e as obras satânicas.

O apocalipse foi dirigido a uma igreja sofredora.Havia perseguições por parte de Roma , a Inimizade dos judeus, as heresias. É um livro de esperança, para quem sofre, e juízo, para os perseguidores.

Cap. 4 e 5: revela-se o “Trono de Deus”. É chegada o tempo de juízo, com a abertura do “livro do Juízo” (5.7).

Cap.6: cada abertura de cada selo mostra um juízo de Deus que recairá sobre a terra, no tempo da “grande tribulação”.

Cap.7 e 8: o povo de Deus na terra, neste período, os judeus ,serão “selados”, continuando no cap. 8 os juízos de Deus: há caos ecológico (8.7-9), incluindo o envenenamento das águas (8.10.11) e escuridão (8.12).”Ai,ai,ai dos que moram na terra” (8.13)!

Cap.9: está profetizado que os ímpios sofrerão no mínimo por 5 meses (9.5). O poder da morte será sustado neste período: (9.6). Infelizmente está escrito que os “homens não se arrependeram” (9.20-21)

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Há coisas que o apóstolo João foi negado que relatasse (10.4). Deus ainda enviará duas testemunhas que pregarão o evangelho neste período (11.3-13). Mas Satanás, irado, começara a dar suas últimas cartadas, sendo expulso dos céus e atirando na terra junto com os demônios (12.9). Sabendo que “pouco tempo lhe resta “ (12.12), Satanás persegue os judeus furiosamente (12.13-18).

Surgem as “bestas”: o anticristo (cap. 13). Os homens adoram a Satanás (13.4). A difamação a Deus atinge o ponto máximo (13.6). Cada homem recebe a marca da besta (13.18)

Novamente iniciam-se as visões do céu, no cap. 14. Do céu, Deus ordena a retaliação aos planos de Satanás dominar o mundo (são as “vozes e flagelos”' - cap. 14 e 15). Os sete “flagelos” consumem a cólera de Deus (15.1). São muito parecidos com as pragas do Egito: úlceras (16.2), morte da vida marinha (16.3), águas transformam-se em sangue (16.4), queimaduras (16.8), trevas (16.10), terremoto e chuvas de pedras (16.17-21).

Apesar dos claros juízos de Deus, os homens se unirão ao anticristo para batalhar contra Jesus (cap. 17). Tal como Sodoma e Gomorra, a capital do império do anticristo será destruída pelo fogo (cap.18). No céu, há uma verdadeira comemoração pela queda da Babilônia (cap. 19.1-10).

Cristo desce à terra e vence o anticristo (19.11-21). Satanás é preso por 1.000 anos (20.1-3). Inicia-se o Reino de Cristo na terra, é o chamado “Milênio “ (20.4-6).

Após os 1.000 anos, Satanás será solto e volta a seduzir as nações (20.7-8). Mas desce fogo do céu e consome os rebeldes (20.9). Finalmente, Satanás é preso eternamente, no “lago de fogo” (20.10). Começa o julgamento das obras dos ímpios (20.11-15).

Após a eliminação completa do mal, Deus cria o “ novo céu e a nova terra “ (21.1-8). A capital, Nova Jerusalém, tem a “glória de Deus“ (21.11). Sua descrição é lindíssima, e nossa linguagem é impotente para descrevê-la (21.12-27). Nós, os salvos reinarão junto com Cristo (22.5).

Antes de finalizar o livro, há várias advertências e consolações (22.6-19). “Certamente venho sem demora. Amém. Vem, Senhor Jesus “ (22.20).

COMENTÁRIO GERAL

APRESENTAÇÃO DE JESUS NO APOCALIPSE

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1.5 - Fiel testemunha, primogênito dentre os mortos, soberano dos reis da terra.

1.13 - Semelhante a filho de homem.

2.18 - Filho de Deus.

3.14 - Amém, testemunha fiel e verdadeira, princípio da criação de Deus.

5.5 - Leão da Tribo de Judá, Raiz de Davi.

5.6 - Cordeiro

6.1 - Cordeiro (e em muitos outros versos).

12.5 - Filho varão

17.14 - Cordeiro, Senhor dos senhores, Rei dos reis.

19.11 - Fiel e verdadeiro.

19.13 - Verbo de Deus.

19.16 - Rei dos Reis, Senhor dos senhores.

22.16 - Raiz, geração de Davi, brilhante estrela da manhã.

CARTAS ÀS 7 IGREJAS

Esta é a parte mais simples e, consequentemente, a mais citada do Apocalipse. O livro foi enviado às 7 igrejas da Ásia e para cada uma delas havia uma mensagem específica. As cartas seguem quase sempre este esboço:

o Destinatário : o anjo da igreja (seu líder). o Autor : o Senhor Jesus.

o Conhecimento do Senhor sobre a igreja.

o Elogio em relação às qualidades da igreja..

o Repreensão contra os erros da igreja.

o Aviso sobre a vinda do Senhor e o juízo divino.

o Conselho para solução dos problemas mencionados.

o Promessa aos vencedores.

A igreja de Filadélfia não foi repreendida. A de Laodicéia não recebeu nenhum elogio. Curiosamente, um sínodo realizado em Laodicéia no século IV negou reconhecimento ao Apocalipse como livro canônico [Champlin].

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Em algumas das cartas, percebemos uma relação direta entre a apresentação que o Senhor faz de si mesmo e o conteúdo da mensagem.

Éfeso Candeeiro em 2.1 e 2.5

Esmirna Morte e vida em 2.8 e 2.10-11

Pérgamo Espada em 2.12 e 2.16

Filadélfia Porta aberta ou fechada em 3.7 e 3.8.

Nas outras cartas, essa relação não está tão clara. Talvez, tenhamos perdido um pouco das características originais quando o texto foi traduzido.

Entre as teorias existentes sobre as 7 igrejas destacam-se as seguintes:

Teoria 1 – As 7 igrejas representam a história judaica. Observe a citação de Balaão, Jezabel, sinagoga, etc. Não nos parece razoável essa suposição.

Teoria 2 – As 7 igrejas representam a história eclesiástica. Cada igreja representaria um período da história da igreja desde o seu nascimento até a vinda de Cristo. Alguns defensores dessa idéia chegam a dividir a história entre as igrejas. Uma das divisões sugeridas é a seguinte: Éfeso (até o ano 100 d.C.); Esmirna (100-316); Pérgamo (316-500); Tiatira (500-1500); Sardes (1500-1700); Filadélfia (1700-1900); Laodicéia (1900 - fim). Tal possibilidade é bastante interessante, mas não encontramos fundamentos suficientes para comprová-la. Por outro lado, a colocação de datas é bastante temerária. Por mais razoável que possa ser tal interpretação, não podemos perder de vista o fato de que a mensagem de Deus é para nós hoje.

Teoria 3 – As 7 igrejas são apenas aquelas da Ásia, às quais o Apocalipse foi endereçado. Essa posição é literal e perfeita em sua afirmação. Contudo, se a aplicabilidade das cartas fosse restrita àquelas igrejas, então não haveria motivo para que tais mensagens chegassem às nossas mãos. Enfim, todo o livro de Apocalipse nos seria estranho e inútil, pois foi originalmente destinado às 7 igrejas da Ásia. O entendimento literário está exato, mas não podemos desconsiderar o peso simbólico do texto. O próprio número 7, significando perfeição, totalidade ou plenitude, faz com que as 7 igrejas representem a totalidade da igreja de Cristo em todos os tempos e em todos os lugares.

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RESUMO DAS 7 IGREJAS DO APOCALIPSE

Nomes das Virtudes Pecados e Promessas aos

Tipo

s 1) 2) igrejas Ressaltadas fraquezas vencedores Das eras Das condições     repreendidos   históricas nas igrejas           modernas ÉFESO Boas obras, Perda do Alimento   Fim da Igrejas ativas A igreja paciência, amor, celestial   idade que enfatizam ortodoxa doutrina reincidência 02:07   apostólica em demasia a Ap 2:1-7 sadia, 02:04,5       ortodoxia, mas   disciplina         carecem de   na igreja,         fervor espiritua  ódio            ao mal            02:02,3          ESMIRNA Constância Nenhuma A coroa da vida   Os Igrejas A igreja espiritual, reprovação 02:10   primeiros missionárias e pobre, tesouro       séculos de outras que porém rica celestial       perseguição padecem Ap 2:8-11 02:09,1         perseguição PÉRGAMO Perseverança Tolerância Bênçãos   A época de Igrejas A igreja apesar do a doutrinas espirituais   Constantino, sustentadas em ambiente erradas e escondidas,   prosperidade pelo governo ambiente mau heréticas alimento divino,   temporal  mau 02:13 02:14,2 um nome novo      Ap     02:17      2:12-17            TIATIRA Amor, Pouca Autoridade   A época da Desenvolvimento A igreja da serviço disciplina, espiritual e   apostasia de numerosas profetisa espiritual, fé tolerância a iluminação   papal seitas novas imoral e paciência uma profetisa 2:26-28      Ap 02:19 corrupta        2:18-29   2:20-23        SARDES Nenhuma, Formalismo Um manto de   A Idade Igrejas que A igreja para a extremo, justiça, registro   Média manifestam moribunda maioria iminente e     formalismo Ap 3:1-6 de seus morte reconhecimento     crescente,   membros; espiritual, celestial 3:5     declínio   alguns são inatividade       espiritual   louvados por 03:01          sua pureza            03:04          FILADÉLFIA Guardar Nenhuma Converter-se   O período Todas as igrejas A igreja “minha registrada em colunas   da Reforma, verdadeiramente fraca mas palavra”,   espirituais,   a época de espirituais leal testemunho   levar uma   Lutero  Ap 3:7-13 03:08   inscrição divina            03:12      LAODICÉIA Nenhuma Tibieza, Companheirismo   Os últimos Igrejas A igreja registrada arrogância divino,   dias mundanas rica, porém   espiritual, entronização     populares, pobre   inconsciência divina     satisfeitas Ap 3:14-22   de suas 03:21     consigo     necessidades,       mesmas     pobreza e            cegueira            espiritual            3:15-17        

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A ADORAÇÃO NO APOCALIPSE

A adoração é elemento de grande destaque no Apocalipse. O tema central é o combate entre o bem e o mal. Os seres humanos ou celestiais demonstram seu posicionamento nesse conflito através da adoração que prestam. Um dos grandes desejos de Satanás é conseguir para si a adoração que é devida a Deus (Mt.4.9).

TEXTO ADORAÇÃO A

Apc.4.10 Deus

Apc.5.12-14 Deus e o Cordeiro

Apc.9.20 Demônios e ídolos

Apc.11.1,16 Deus

Apc.13.4 O dragão e a besta.

Apc.13.12 A besta

Apc.13.15 A imagem da besta

Apc.14.2 Deus

Apc.14.9,11 A besta e sua imagem.

Apc.16.2 A imagem da besta

Apc.19.4 Deus

Apc.19.10 Um anjo (recusada) e Deus

Apc.19.20 A imagem da besta

Apc.20.4 A besta e sua imagem

Apc.22.8-9 Um anjo (recusada) e Deus

Em Apocalipse 8.1 verificamos que houve silêncio no céu durante meia hora. Isso nos faz deduzir que existe um som de louvor e adoração constante no céu. João viu os 24 anciãos e os seres viventes que adoravam a Deus e ao Cordeiro. As impressionantes profecias do livro estão intercaladas com manifestações de adoração e cânticos. Em sua visão do céu, João viu um santuário e peças que nos lembram o tabernáculo e o templo do Velho Testamento. Existe no céu um lugar de culto utilizado pelas hostes celestiais. Ali também adoraremos a Deus e ao Cordeiro pelos séculos dos séculos.

AMOR E JUÍZO

João, o discípulo amado, fez do amor um de seus principais temas, seja no seu evangelho ou em suas epístolas. Em Apocalipse, porém, o amor de Jesus e da igreja é mencionado apenas até o capítulo 3. Ao falar à igreja de Filadélfia, Jesus declara: "Eu te amo." (Apc.3.9). Filadélfia significa "amor fraternal".

A partir do capítulo 4, o tom da mensagem muda completamente. Não mais se menciona o amor de Deus mas apenas sua justiça. A santidade divina foi afrontada pelo pecado. Sua ira manifesta sua justiça através de guerras, pestes e catástrofes naturais.

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Sabemos, porém, que o amor de Deus é eterno e sua manifestação ocorre através das bodas do Cordeiro e da recepção dos salvos na glória.

VISÃO GERAL - uma hipótese de interpretação

A experiência pessoal de João pode representar a experiência da igreja. No início do livro ele se encontra vivendo sua própria tribulação, preso e exilado. Então o Senhor Jesus vem até ele. No capítulo 4, João é arrebatado ao céu e passa a ver o derramamento da ira divina sobre a terra. Assim, a vinda de Cristo proveria socorro à igreja atribulada, levando-a consigo no arrebatamento. Em seguida, a terra ficaria submersa na Grande Tribulação. Tal interpretação é frágil em sua consistência pois o texto bíblico não diz que João possa estar representando a igreja. Os que defendem o paralelo na questão do arrebatamento de João, chamam a atenção para o fato de que a partir do capítulo 4 a igreja não é mais mencionada com este nome dentro do ciclo de visões do Apocalipse. Supostamente, teria sido encerrado seu período histórico terreno representado pelas 7 cartas. Os fatos apresentados em relação à igreja são bíblicos. A dificuldade está em localizá-los em determinados símbolos e estabelecer-lhes a ordem de ocorrência.

De acordo com esta hipótese, que é muito aceita e essencialmente futurista, a abertura do primeiro selo seria o início da Grande Tribulação (Ap.7.14), que incluiria os selos, as trombetas, as taças e todos os flagelos destinados aos ímpios e às forças do mal. No meio da cena encontram-se o dragão e as duas bestas tentando usurpar a glória que é devida ao Cordeiro. O dragão é Satanás. As duas bestas são o Anticristo e o Falso Profeta.

Durante a Grande Tribulação muitos seriam salvos e morreriam por sua fé. Enquanto isso, estaria acontecendo no céu as bodas do Cordeiro. Ao fim desse período, Cristo desceria do céu para aniquilar a besta e o falso profeta. O dragão seria preso por mil anos e nesse período Cristo reinaria com todos os santos sobre a terra. Estaria encerrada a Grande Tribulação e inaugurado o milênio, ao fim do qual, Satanás seria solto e tentaria novamente uma reação contra Cristo. Entretanto, seus agentes seriam consumidos antes de iniciarem a batalha.

Na seqüência ocorre o juízo final, que será o julgamento de todos os homens. Aqueles cujos nomes não se encontram no livro da vida serão lançados no lago de fogo, onde serão atormentados eternamente. Em seguida, João vê a Nova Jerusalém. Essa passagem é vista como uma descrição do estado eterno dos salvos. A cidade seria o lugar onde viveremos para sempre com Cristo.

QUESTIONAMENTOS E OBSERVAÇÕES

Algumas dessas afirmações são amplamente aceitas. Tal arranjo escatológico pode parecer bastante apegado ao texto. Contudo, observamos que essa interpretação contém alguns pontos questionáveis e incertos. Outros parecem perfeitos.

A primeira dificuldade é entender o arrebatamento de João como arrebatamento da igreja, conforme já mencionamos. O arrebatamento de João se deu antes de se tocarem as 7 trombetas. Paulo, escrevendo aos Tessalonicenses, disse que o arrebatamento da igreja aconteceria quando a última trombeta fosse tocada. Disse também que a ressurreição dos santos acontecerá antes do arrebatamento. Encaixando isso no quadro apocalíptico, teríamos o arrebatamento da igreja junto com a ressurreição no capítulo 20. Sendo assim, a igreja teria participado ou, pelo menos, presenciado a Grande Tribulação. Em Mateus 24, Jesus menciona a Grande Tribulação (v.21) antes do fato que parece ser o arrebatamento (v.31). No meio da tribulação estarão os escolhidos (v.22). Estes podem indicar toda a igreja, mas alguns comentaristas dizem que são apenas os que forem salvos durante o período.

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Outro problema ocorre em relação à Nova Jerusalém do capítulo 21. Considerando a hipótese de que o livro apresenta os fatos em ordem cronológica, então, ao chegarmos ao capítulo 21, já passamos pelo milênio e pelo juízo final. A Nova Jerusalém descreve então o estado eterno dos salvos. Contudo, o texto cita ainda nações que vivem fora da cidade santa, às quais se destinam as folhas da árvore da vida, afim de que sejam curadas. Esses detalhes parecem ameaçar o quadro escatológico descrito. Se os ímpios já estão no lago de fogo e os salvos estão na Nova Jerusalém, que nações são essas que o autor cita? Uma solução proposta é que o relato sobre a Nova Jerusalém se refira ao milênio e não ao estado eterno. Sendo assim, o texto não se encontraria em ordem cronológica.

Observamos que o Apocalipse não contém as expressões: "juízo final", "Anticristo", "milênio" ou "arrebatamento". Então, de onde tiramos tal vocabulário? Das interpretações correntes, que, de tanto serem faladas, já se confundem com o próprio texto bíblico. Sabemos que a idéia de "milênio" e "juízo final" encontra-se em outras palavras no capítulo 20. O verbo "arrebatar" é encontrado em Ap.1.10; 4.2; 12.5,15, podendo ser substituído dependendo da versão utilizada. Trata-se dos arrebatamentos de João, do Filho Varão, e uma tentativa de Satanás no sentido de arrebatar a mulher. Outra situação semelhante, mas com verbo diferente, trata da subida das duas testemunhas ao céu. Não obstante, cremos no arrebatamento da igreja, o qual ser encontra de forma mais clara em I Tessalonicenses 4.17. Sobre o Anticristo falaremos de modo mais específico.

Todo esse questionamento, feito por comentaristas e teólogos, cria uma série de correntes de interpretação designadas como: milenistas, pré-milenistas, amilenistas, pré-tribulacionistas, pós-tribulacionistas, etc.

O ANTICRISTO E O FALSO PROFETA

O único autor bíblico que usa a palavra "anticristo" é João, mas não no Apocalipse. A citação é nas epístolas. Tal personagem escatológico é normalmente entendido como sendo o "iníquo" ou "homem do pecado" ou "filho da perdição" mencionado por Paulo (II Tss.2.3,8). Da mesma forma, a besta que sobe do mar, em Apc.13, é identificada pelos intérpretes como o Anticristo. Embora o texto não diga isso, o modo de agir da besta parece dize-lo. Sua ação é sobretudo anti-cristã. A besta quer para si a adoração que é devida ao Cordeiro. Então, encaixa-se no perfil traçado por Paulo.

Quem é o Anticristo? Alguns dizem que é um sistema político, mas a maioria dos estudiosos o vêem com sendo um homem. Isto é bastante coerente com as citadas palavras de Paulo. O texto de II Tessalonicenses não é essencialmente simbólico. Então, quando o apóstolo diz que é um homem, devemos entender literalmente. Afinal, aquela igreja já estava com muitos problemas de entendimento escatológico e Paulo precisava ser o mais claro possível.

Se o Anticristo é um homem, quem é ele? Não nos arriscaremos a responder tal pergunta, mas muitos já se arriscaram no decorrer da história. Sempre há quem queira "eleger" um Anticristo. Quando João escreveu, ele poderia estar se referindo a Nero ou a Domiciano, sem prejuízo do sentido escatológico da profecia. O culto ao imperador era uma prática oficial no Império Romano. Domiciano, aquele que provavelmente mandou João para Patmos, considerando-se um deus, mandou que imagens suas fossem espalhadas pelo Império. Os que se recusavam a adorá-las eram condenados à morte. Portanto, aquele imperador se encaixou no perfil do Anticristo.

O próprio João disse que muitos "anticristos" tinham se levantado (I João 2.18,22; 4.3; II João 7). Contudo, é bastante aceita a crença numa personificação do mal através de um Anticristo escatológico, aquele que estará no mundo no dia da segunda vinda de Cristo (II Tss.2.8). Hitler, alguns líderes religiosos e outros malfeitores da história foram apontados como sendo o Anticristo. Porém, Jesus não voltou em suas épocas e o "cargo" ficou para outra pessoa.

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Conquanto não possamos identificar o Anticristo, sabemos contudo as linhas gerais do seu caráter e atuação. Através das interpretações mais aceitas, compreende-se que ele poderá ser um líder político de projeção mundial. O atual fenômeno da globalização seria ideal como preparação para um governo mundial. Os conflitos internacionais e a fome seriam solucionados por algum tempo mediante um plano econômico extraordinário. A besta que sobe do mar (Ap.13.2) receberá o poder do dragão (Satanás) e em seu nome dominará sobre toda tribo, povo, língua e nação (13.7). A interpretação desse texto é feita normalmente em relação com a profecia das setenta semanas de Daniel (9).

Em todas as épocas da história, o poder político teve alguma ligação com o poder religioso. Os déspotas eram avalizados pelo clero. Assim, o povo reconhecia o origem divina da autoridade absoluta e permanecia submisso. Da mesma forma, o Anticristo precisará do Falso profeta, que é a besta que sobe da terra. O Falso Profeta parece representar o poder religioso que fará parceria com o Anticristo, talvez numa manifestação ecumênica.

BABILÔNIA X NOVA JERUSALÉM

A Babilônia do Apocalipse parece ser a "sede de governo do Anticristo". Nos dias de João, era uma referência a Roma (Ap.17.9,18), capital do Império, lugar onde se encontrava Domiciano, que se fazia passar por deus.

A Babilônia representa a independência humana em relação a Deus, e isso significa rebeldia. A origem de Babilônia foi Babel, lugar onde Ninrode, descendente de Cão, construiu sua cidade, tornou-se célebre, e projetou uma torre para alcançar o céu por suas próprias forças. Babilônia tem sua própria organização. Sua política (Ap.17.12) e seu comércio funcionam muito bem.

O comércio, prática tão comum na vida humana, toma aspectos malignos quando se comercializa o que não deveria ser vendido. Por exemplo, podemos mencionar o episódio quando Esaú vendeu seu direito de primogenitura. Assim, o comércio da grande Babilônia inclui uma abominável troca de valores. O ápice de tal negociação é expresso através do comércio de almas humanas (Apc.18.13). A mais clara forma de comércio de almas é através de uma falsa religião que se pratica apenas por motivos financeiros.

O que será a Grande Babilônia? Uma hipótese é que a cidade com esse nome, às margens do Rio Eufrates, hoje reduzida a ruínas, venha a ser reconstruída e volte a ter projeção mundial. Outra teoria associa a cidade a uma religião de alcance mundial.

Como religião mundial, alternativa plausível, a Grande Babilônia poderia ser vista como uma falsa igreja, em contraposição à Nova Jerusalém, que desce do céu. João viu as duas cidades e seus destinos. A Nova Jerusalém é a noiva. Babilônia é meretriz. A Grande Babilônia será destruída pelos juízos divinos, enquanto que a cidade santa será a morada de Deus e do Cordeiro.

A Nova Jerusalém muitas vezes é tomada de forma literal. É vista como uma cidade onde os salvos vão morar. Contudo, o texto é carregado de símbolos, levando a crer que própria cidade é apenas um símbolo da igreja triunfante. Veja o paralelo.

NOVA JERUSALÉM IGREJA

Chamada noiva e esposa do Cordeiro (Ap.19.7; 21.2,9; 22.17)

Chamada noiva de Cristo (Ef.5.25-26).

Possui 12 fundamentos (Ap.21.14) Fundada sobre os 12 apóstolos (Ef.2.19-21)

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OS PARÊNTESES DO APOCALIPSE

O relato de João parece apresentar uma série de fatos que vão ocorrendo de modo consecutivo, embora exista uma hipótese de que as várias visões apocalípticas se refiram aos mesmos fatos históricos. Assim, as 7 trombetas, as 7 taças e os 7 selos seriam diferentes versões dos mesmos juízos. Uma base para esse tipo de visão está em Gênesis 41, onde "vacas" e "espigas" eram dois símbolos para um só fato.

De qualquer forma, o texto apresenta uma seqüência e esta parece interrompida em alguns pontos. João interrompe a narrativa sobre as catástrofes mundiais para falar sobre o anjo e o livrinho no capítulo 10, as duas testemunhas no capítulo 11, e a mulher e o dragão no capítulo 12.

- Comer o livrinho significa tomar conhecimento das profecias acerca dos últimos dias. O livro é doce na boca mas amargo no ventre. A mensagem apocalíptica fala de esperança e glória, mas também de grande tribulação.

- As duas testemunhas são objeto de muita polêmica. Eis algumas interpretações sugeridas: "Moisés e Elias", "Enoque e Elias ". Os fatos mencionados no capítulo 11 nos fazem lembrar as experiências de Moisés e Elias narradas no Velho Testamento. Contudo, tais testemunhas serão mortas. Os melhores candidatos então seriam pessoas que nunca experimentaram a morte. Logo, são mencionados Enoque e Elias.

Alguns eruditos se recusam a ver as duas testemunhas como dois homens. Daí surgem outras hipóteses. Seriam elas o Velho e o Novo Testamento? Tal sugestão não parece razoável. Há quem entenda que as testemunhas sejam apenas um símbolo da igreja em seu papel de evangelização.

- O dragão do capítulo 12 é Satanás. A mulher representa a nação de Israel. O Filho Varão é Cristo. O resto da semente parece representar a igreja.

As menções a Israel no Apocalipse constituem pontos de dúvida. Elas podem se referir à nação de Israel ou simplesmente à igreja, o "novo Israel". Assim acontece com os 144 mil eleitos de Deus (Apc.7.4). São 12 mil de cada uma das tribos. Como sabemos, tais números têm valor simbólico. Portanto, não faz sentido pensarmos que 144 mil seja o número final dos salvos. Na seqüência do mesmo capítulo, João vê os remidos de toda tribo, língua, povo e nação, cujo número era incontável (Apc.7.9).

CONCLUSÃO

O Apocalipse trata dos últimos lances da guerra histórica entre o bem e o mal. Satanás usa suas últimas armas durante o tempo que lhe resta. Contudo, a vitória divina é inevitável. Em meio a todo esse combate estão os homens, servindo a um dos lados.

A mensagem apocalíptica é um aviso divino para a humanidade. Não existe esperança para as forças demoníacas, mas para os homens sim. Ignorar o Apocalipse seria como rasgar uma notificação judicial sem tê-la lido. O prazo está se esgotando. Ainda que o mundo dure mais 1000 anos, é o nosso tempo de vida que determina nossa chance de deixar o mal e escolher o bem.

O arrependimento é também um tema em destaque no Apocalipse (2.5,16,21,22; 3.3,19; 9.20,21; 16.9,11). Deus poderia extinguir a raça humana em um instante. Porém, ele manda seus castigos aos poucos, esperando que os homens sintam a culpa pelo pecado e se arrependam. Devemos ouvir a sua voz enquanto temos tempo. Antes que o juízo venha, existe uma porta aberta para o Reino de Deus através do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.

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"O Espírito e a noiva dizem: Vem. Quem ouve diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da água da vida." (Ap.22.17).

RESUMO DOS ACONTECIMENTOS

A Cronologia do Fim

Com relação aos eventos futuros, todos nós desejamos obter as seguintes respostas: quando, como, onde e porque. Não é fácil colocarmos os acontecimentos em tal ordem que nos dê uma idéia do que irá acontecer em primeiro, em segundo ou em terceiro lugar. Tentaremos fazê-lo. Somos cientes de que nada podemos realizar sem a ajuda do Espírito, que em nós habita.

01) Sinais precursores da vinda de Jesusa. Surgimento de falsos profetas; fome, guerras e terremotos em maior intensidade;

maior perseguição aos servos fiéis; maior desobediência à Palavra; aumento da desobediência na relação familiar; aumento da crueldade, do orgulho, da ganância, da traição (Mt 10.21; 24.4-11; 1 Tm 4.1; 2 Tm 3.1-9; 4.3-4; 2 Pe 2.1-3; 2 Pe 3.3-5; Jo 15.19-20; At 14.22).

02) O Arrebatamentoa. A Igreja será arrebatada na primeira fase da vinda do Senhor; não sabemos

quando será. Teremos nossos corpos transformados. Estaremos livres da ira vindoura (Mt 24.42-44; 1 Ts 1.10; 4.16-17; Ap 3.10-11; Rm 8.23; 1 Co 15.50-55).

03) Tribunal de Cristoa. O julgamento dos crentes segundo as suas obras. Não será julgamento para

condenação. Uns receberão muitos galardões; outros, reprovação, poucos galardões ou nenhum (Mt 5.11-12; 25.Jo 5.22; Rm 14.12; 1 Co 3.12-15;9.25-27; 2 Co 5.10; Gl 6.8-10; Cl 3.23-25; Hb 6.10; Ap 2.26-28).

04) As Bodas do Cordeiroa. Dar-se-á o encontro de há muito esperado do noivo (Jesus) com a sua noiva

(Igreja). Estaremos com Jesus para sempre. "Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro" (Ap 19.7-9).

05) A Tribulaçãoa. Eventos anteriores à Tribulação: grandes sinais e maravilhas realizados por falsos

profetas; grande atividade satânica e considerável aumento da apostasia (abandono da fé).

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06) Anticristoa. Inteligente e carismático, surgirá como líder mundial logo no início da tribulação. (2

Ts 2.3-9; 1 Jo 2.18; Ap 13.1-10) Surgimento do Falso Profeta (Ap 13.11-16). Início da abertura dos sete selos de Apocalipse 6. Grande perseguição a todos os que permanecerem fiéis a Cristo (Dn 12.10; Ap 6.9-11; 20.4).

07) Grande Tribulaçãoa. O tempo total da Tribulação será de sete anos. Chama-se Grande Tribulação os

últimos três anos e meio desse período. Será um tempo de aflição sem medida. A feitiçaria e as atividades demoníacas alcançarão grau máximo. Deus continuará derramando seus juízos sobre a terra (Ap 9.1-21; 16.1-21). Tempo de grande sofrimento para os judeus (Dn 9.27; Is 13.9-11; Mt 24.15-28; Jr 30.5-7).

08) A Vinda de Jesus (Segunda fase)a. Jesus surgirá de forma visível e triunfará sobre o Anticristo e seus exércitos na

Batalha do Armagedom. Virá com os crentes, os anjos e os santos da tribulação. Satanás será preso por mil anos (Zc 12.10; 14.3-7; Ap 20.2; 19.11-21).

09) O Julgamento das Naçõesa. Esse julgamento objetiva selecionar os povos que participarão do Milênio (Jl

3.2,11,12,14; Mt 25.31-46).

10) O Milênioa. Período de mil anos sob o reinado de Jesus (Ap 20.4; 2 Tm 2.17; Rm 8.17).

11) Última revolta de Satanása. "Quando se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão, e sairá a

enganar as nações... a fim de ajuntá-las para a batalha. Mas desceu fogo do céu, e os consumiu. E o diabo foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde estão a besta e o falso profeta. De dia e de noite serão atormentados para sempre” (Ap 20.7-10).

12) O Juízo Finala. Os ímpios de todas as épocas ressuscitarão para serem julgados segundo suas

obras (Ap 20.11-15).

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ANEXOS:

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CARLOS HENRIQUE DA C. SEABRA

CARLOS HENRIQUE DA C. SEABRA

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CARLOS HENRIQUE DA C. SEABRA

CARLOS HENRIQUE DA C. SEABRA

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Biografia

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CARLOS HENRIQUE DA C. SEABRA

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1) A Bíblia Anotada

2) Glorioso Retorno, Tim LaHaye

3) Estudos sobre o Profeta Daniel – H.A. Ironside

4) Bíblia Nova Vida

5) Cd ROM - Erdos

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