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Faculdade de Tecnologia de Sorocaba CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SAÚDE MODALIDADE: Projetos, Manutenção e Operação de Equipamentos Médico- Hospitalares. “Dosagem de Salicilatos na Urina” Disciplina: Toxicologia Prof.Dra. Maria Inês de Toledo Diego Hernani Lopes da Silva Ribas SD081238 Fernando Falchi Fiaschi SD081216

Dosagem de Salicilato Na Urina

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Page 1: Dosagem de Salicilato Na Urina

Faculdade de Tecnologia de Sorocaba

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM SAÚDE

MODALIDADE:

Projetos, Manutenção e Operação de Equipamentos Médico-Hospitalares.

“Dosagem de Salicilatos na Urina”

Disciplina: Toxicologia

Prof.Dra. Maria Inês de Toledo

Diego Hernani Lopes da Silva Ribas SD081238

Fernando Falchi Fiaschi SD081216

Fábio Martins Corrêa SD081215

Jessyca de Oliveira Belisario SD081220

Sorocaba, 16 de Abril de 2010.

Page 2: Dosagem de Salicilato Na Urina

Sumário

1. Introdução....................................................................................................3

1.2 Propriedades físicas e químicas................................................................3

1.3 Interesse toxicológico.................................................................................3

1.4 Conseqüências tóxicas...............................................................................3

1.5 Metabolismo de Ácido Acetilsalicílico.....................................................4

1.5.1 Absorção...........................................................................................................4

1.5.2 Distribuição......................................................................................................4

1.5.3 Biotransformação............................................................................................4

1.5.4 Eliminação........................................................................................................5

1.6 Princípios Físico-Químicos do Experimento...........................................5

1.6.1 Espectrofotometria..........................................................................................5

1.6.2 Espectros de absorção.....................................................................................6

1.7 Métodos analíticos.....................................................................................6

2. Métodos Colorimétricos..............................................................................6

3. Metodologia..................................................................................................6

4. Resultados.....................................................................................................7

5. Conclusão......................................................................................................8

6. Referências....................................................................................................8

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Page 3: Dosagem de Salicilato Na Urina

1. Introdução

O ácido acetilsalicílico (AAS) é uma substância ativa utilizada como antiinflamatório, antipirético, analgésico e inibidor da agregação das plaquetas sanguíneas. Um dos medicamentos que contém esta substância é a Aspirina.

Este ácido foi sintetizado pela primeira vez em 1893, a partir do ácido salicílico (analgésico inicialmente extraído da casca do salgueiro), pelo químico alemão Felix Hoffmann quando fazia pesquisas para aliviar as dores reumáticas do pai. O novo produto possuía as mesmas características antiinflamatórias e analgésicas do ácido salicílico, mas não tinha o seu sabor azedo nem era tão irritante para as mucosas. Em 1899 a Bayer, companhia de produtos químicos onde Hoffmann trabalhava, sintetizou-o e comercializou-o sob o nome registrado de "Aspirina".

É o medicamento mais conhecido e consumido em todo o mundo. Em 1999 a Aspirina completou 100 anos.

1.2 Propriedades físicas e químicas

O ácido acetilsalicílico (ver Fig. 1), também denominado ácido o-acetilsalicílico ou acetilsalicilato, funde a 136 ºC e entra em ebulição a 140 ºC. Apresenta uma solubilidade em água, a 20 ºC, de 4,6 mg/mL.

Fig. 1 – Configuração atômica de uma molécula de Ácido Acetilsalicílico. [2]

1.3 Interesse toxicológico

A ingestão de comprimidos de AAS é a causa mais frequente de envenenamento com salicilatos. A nível ocupacional a exposição pode ocorrer por contato dérmico ou inalação. A concentração atmosférica máxima permitida de 5 mg / m³.

Uma concentração plasmática em salicilatos superior a 400-500 mg/L é geralmente indicativa de envenenamento.

1.4 Consequências tóxicas

Os efeitos tóxicos dos salicilatos são complexos, no entanto os efeitos preliminares principais devido a uma sobredosagem de salicilatos são os seguintes:

estimulação do centro respiratório; inibição do ciclo do ácido cítrico (metabolismo dos hidratos de carbono); estimulação do metabolismo dos lipídios;

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inibição do metabolismo dos aminoácidos; desacoplar da fosforilação oxidativa.

A alcalose respiratória, acidose metabólica e perda de água e eletrólitos ocorrem como principais consequências secundárias da intoxicação por salicilatos. A toxicidade do sistema nervoso central (zumbidos nos ouvidos incluindo perda de audição, convulsões e coma), a hipoprotrombinemia e o edema pulmonar não-cardiogênico podem também ocorrer.

Relativamente aos órgãos alvo, incluem-se todos os tecidos (cujo metabolismo celular é afetado), principalmente o fígado, rins e pulmões.

1.5 Metabolismo de Ácido Acetilsalicílico

1.5.1 Absorção

A absorção é geralmente rápida e completa após administração oral, mas pode variar de acordo com o salicilato usado, a dosagem, e outros fatores, tais como, a taxa da dissolução do comprimido e o pH gástrico.

O AAS é pouco solúvel no estômago (meio ácido) e os precipitados podem juntar-se formando blocos, retardando desse modo a absorção por 8-24 h. Apesar do pH mais elevado do intestino delgado, a maior área de superfície também permite a absorção do salicilato, e esta ocorre rapidamente em doses terapêuticas. Entretanto, a absorção após uma sobredosagem ocorre geralmente de um modo mais lento, e as concentrações sanguíneas podem continuar elevadas até 24 h após a ingestão.

1.5.2 Distribuição

Tanto o ácido acetilsalicílico como o ácido salicílico encontram-se amplamente ligados às proteínas plasmáticas, principalmente à albumina, sendo rapidamente distribuídos a todas as partes do organismo. O salicilato é distribuído para a maioria dos tecidos do corpo e para quase todos os líquidos extracelulares, atravessando facilmente a barreira placentária.

A ligação às proteínas é dose-dependente. A saturação dos locais de ligação conduz a um aumento do salicilato livre e a uma toxicidade aumentada. A acidose aumenta o volume de distribuição devido ao aumento da penetração nos tecidos. Assim a ligação dos salicilatos à albumina vai diminuindo à medida que a concentração de salicilato plasmática aumenta, com a redução da concentração de albumina no plasma ou disfunção renal, e durante a gravidez.

1.5.3 Biotransformação

O AAS é hidrolisado no estômago e no sangue a ácido salicílico e a ácido acético. O tempo de meia-vida é de 15 a 20 minutos. O tempo de meia-vida do salicilato plasmático em doses terapêuticas é 2 a 3 h, mas em situações de sobredosagem aumenta para 18-36 h. Depois da administração oral e dependendo das doses administradas observam-se

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salicilatos no plasma no final de 5-30 min e as concentrações máximas obtêm-se passadas 0,25 - 2 h.

Para pequenas doses, cerca de 80% do ácido salicílico é metabolizado no fígado. A conjugação com glicina dá origem ao ácido salicilúrico, e a conjugação com ácido glucurónico origina salicilacil-glucurónicos e salicilfenil-glucurónicos. No entanto estas vias metabólicas têm uma capacidade limitada.

1.5.4 Eliminação

A eliminação é essencialmente renal principalmente como ácido salicílico livre e metabólitos conjugados. Os salicilatos são excretados na forma de ácido salicilúrico (75%), ácido salicílico livre (10%), salicilfenil-glucurônicos (10%), salicilacilglucurônicos (5%), e ácido gentísico (< 1%).

Quando são ingeridas doses pequenas (< 250 mg no adulto), todas as vias prosseguem pela cinética de primeira ordem, com um tempo de meia-vida de eliminação de aproximadamente 2-3 h. Quando são ingeridas doses mais elevadas de salicilatos (> 4 g), o tempo de meia-vida prolonga-se (15-30 h) porque as vias de biotransformação relativas ao ácido salicilúrico e salicilacil-glucurónicos encontram-se saturadas.

A excreção renal do ácido salicílico torna-se mais importante à medida que as vias metabólicas ficam saturadas, porque esta é extremamente sensível às mudanças de pH urinário acima de 6. Assim, a excreção total do ácido salicílico não aumenta proporcionalmente com a dose, mas a excreção de ácido salicílico não metabolizado é aumentada perante doses mais elevadas.

Nesta aula tivemos procedência à analise quantitativa de salicilatos na urina.

1.6 Princípios Físico-Químicos do Experimento

1.6.1 Espectrofotometria

Os métodos espectroscópicos baseiam-se na absorção e/ou emissão de radiação eletromagnética por muitas moléculas, quando os seus elétrons se movimentam entre níveis energéticos. A espectrofotometria baseia-se na absorção da radiação nos comprimentos de onda entre o ultravioleta e o infravermelho.

A chamada radiação luminosa corresponde a uma gama de comprimentos de onda que vai desde o ultravioleta ao infravermelho no espectro da radiação eletromagnética. O espectro do visível está contido essencialmente na zona entre 400 e 800 nm.

Um espectrofotômetro é um aparelho que faz passar um feixe de luz monocromática através de uma solução, e mede a quantidade de luz que foi absorvida por essa solução. Usando um prisma o aparelho separa a luz em feixes com diferentes comprimentos de onda (tal como acontece no arco-íris com a separação das cores da luz branca). Pode-se assim fazer passar através da amostra um feixe de luz monocromática (de um único comprimento de onda, ou quase). O espectrofotômetro permite-nos saber que quantidade de luz é absorvida a cada comprimento de onda.

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1.6.2 Espectros de absorção

O conjunto das absorbâncias aos vários comprimentos de onda para um composto chama-se espectro de absorção e varia de substância para substância. Se uma substância é verde, por exemplo, então deixa passar ou reflete a cor nesse comprimento de onda, absorvendo mais a luz na região do vermelho.

Uma vez que diferentes substâncias têm diferentes padrões de absorção, a espectrofotometria permite-nos, por exemplo, identificar substâncias com base no seu espectro. Permite também quantificá-las, uma vez que a quantidade de luz absorvida está relacionada com a concentração da substância, como vamos ver adiante.

1.7 Métodos analíticos

Uma grande variedade de métodos analíticos tem sido desenvolvida para a determinação de concentrações de salicilatos nos fluidos e tecidos biológicos. Devido à sua elevada especificidade e sensibilidade a cromatografia líquida de alta eficiência (HPLC) e a cromatografia gasosa (GC), são geralmente os métodos escolhidos em farmacocinética e em estudos metabólicos. A nível clínico, os ensaios cromatográficos são menos utilizados que os colorimétricos, fluorimétricos e imunoensaios, devido ao elevado tempo requerido para os procedimentos cromatográficos.

2. Métodos Colorimétricos

Com alguma frequência é necessário quantificar substâncias em misturas complexas, ou que não absorvem significativamente a luz a nenhum comprimento de onda.Nestes casos utilizam-se os chamados métodos colorimétricos - o composto a quantificar é posto em contato com um reagente específico, de modo a desenvolver uma cor cuja intensidade é diretamente proporcional à concentração da substância na mistura original.

Por exemplo, para quantificar proteínas numa solução pura pode medir-se a absorbância a 280 nm, sendo esta proporcional à concentração de proteína. Mas se quisermos saber a concentração de proteína num extrato impuro, este método já não pode ser utilizado, porque outras substâncias, como por exemplo, os ácidos nucléicos, também absorvem a este comprimento de onda. Neste caso podemos utilizar, por exemplo, o reagente de Biureto, que reage de modo quantitativo com as proteínas, originando um complexo violeta, que absorve fortemente a radiação a 540 nm.

Para quantificar espectrofotometricamente uma substância é necessário, obviamente, saber o valor de ε, que é o coeficiente de extinção molar ao comprimento de onda λ. Para isso é necessário preparar uma série de soluções do composto a quantificar, de concentração conhecida, fazê-las entrar em contato com o reagente e medir as absorbâncias ao comprimento de onda adequado.

3. Metodologia

A técnica a ser utilizada na aula prática baseia-se no método colorimétrico, “Método de Trinder”: em meio ácido, o nitrato férrico forma um complexo com o salicilato. A

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quantidade do complexo salicilato-férrico formado é proporcional à concentração de salicilato presente na amostra e é medida utilizando um espectrofotômetro ao comprimento de onda de 540 nm. Também na presença de sais de ferro, os salicilatos produzem uma coloração violeta, cuja intensidade é função da concentração de salicilatos.

4. Resultados

Nomograma de DONE  Concentração Absorbância

 

   Tubo 1 5 0,084 a -0,0003475610Tubo 2 10 0,203 b 0,0192451220Tubo 3 20 0,404    Tubo 4 30 0,547    Tubo 5 40 0,781    Amostra 24,024264 0,454    

Nomograma de Done

Concentração AbsorbânciaTubo 1 4,45 0,084Tubo 2 10,74 0,203Tubo 3 21,38 0,404Tubo 4 28,95 0,547Tubo 5 41,33 0,781Amostra 24,02 0,454

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5. Conclusão

O “Método de Trinder”, um método colorimétrico realizado no laboratório, é uma análise clínica de suma importância, pois é uma análise quantitativa e nos dá a informação de quanto foi ingerido de salicilato pelo indivíduo, através do complexo salicilato-férrico que é observado pela espectrofotometria realizando um gráfico de absorbância por quantidade (g) de salicilato.

6. Referências

[1] FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Salicilatos: dosamento de salicilatos. Disponível em: <http://www.ff.ul.pt/paginas/atlopes/IT7.pdf>. Acesso em: 22 Abr. 2010.

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[2] UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO. Teor de ácido acetilsalicílico em comprimidos. Disponível em: <http://www.cdcc.sc.usp.br/quimica/experimentos/aas.html>. Acesso em: 22 Abr. 2010.

[3] UNIVERSIDADE DOS AÇORES. Bioquímica: espectrofotometria. Disponível em: <http://www.uac.pt/~anaseca/pdf_bioquimica/introd_espectrof.pdf>. Acesso em: 22 Abr. 2010.

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