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DIRECTOR JOSÉ ROCHA DINIS | DIRECTOR EDITORIAL EXECUTIVO SÉRGIO TERRA | Nº 3852 | SEGUNDA-FEIRA, 12 DE SETEMBRO DE 2011 WWW.JTM.COM.MO AO SERVIÇO DE MACAU DESDE 1982 Tribuna de Macau Jornal 10 PATACAS Vettel ganha em Itália e pode fazer a festa do título em Singapura Sebastian Vettel deu ontem um passo de gigante rumo à revalidação do título mundial de Fórmula 1, ao ganhar o Grande Prémio de Itália, somando a oitava vitória da temporada em Monza, onde a Red Bull-Renault nunca tinha ganho. A correr perante os “tiffosi” da Ferrari, Alonso saltou da quarta posição da grelha para o comando na largada, mas Vettel impôs a sua lei na quinta volta e conquistou a 18.ª vitória da carreira, e segunda em Monza, podendo garantir a revalidação do título na próxima corrida, em Singapura. Nos restantes lugares do pódio ficaram o britânico Jenson Button (McLaren- Mercedes) e o espanhol Fernando Alonso (Ferrari). Governo japonês promete acelerar reconstrução seis meses após o sismo O Primeiro-Ministro do Japão, Yoshihiko Noda, prometeu redobrar os esforços para a reconstrução do noroeste do país, durante uma visita a Miyagi, uma das províncias mais afectadas pelo sismo e tsunami de 11 de Março. Yoshihiko Noda comprometeu-se ainda a reflectir sobre os pedidos da província no âmbito do terceiro orçamento extraordinário que está a ser preparado para este ano fiscal. Ontem, o Japão prestou homenagem às vítimas da catástrofe, com flores, orações e um minuto de silêncio. Em todas as cidades e aldeias de Tohoku atingidas pela tragédia, à qual se somou o pior acidente nuclear dos últimos 25 anos, em Fukushima, foram celebradas diversas cerimónias de recolhimento. Apesar das dificuldades, os japoneses demonstram uma serenidade notável para reconstruir a região, apesar de críticas ao Governo. PAULINO COMANDANTE EM ENTREVISTA AO JTM “Juízes têm de ser qualificados, com experiência e conhecedores da realidade” PÁGS 2 E 3 JTM regressa na quarta-feira Devido ao Feriado comemorativo do Chong Chao (Bolo Lunar), o JORNAL TRIBUNA DE MACAU não se publica amanhã, regressando ao convívio dos leitores na quarta-feira, dia 14 de Setembro. Aproveitamos a ocasião para desejar um bom feriado a todos os nossos leitores, colaboradores e anunciantes. Mundo prestou homenagem às vítimas do 11 de Setembro ÚLTIMA

JTM 12-09-2011

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Jornal Tribuna de Macau

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Director José rocha Dinis | Director eDitorial executivo sérgio Terra | Nº 3852 | seguNDa-feira, 12 De setembro De 2011

www.jtm.com.moao serviço De macau DesDe 1982

Tribuna de Macau Jornal

澳門論壇日報 10 PaTacas

Vettel ganha em Itália e pode fazer a festa do título em Singapurasebastian vettel deu ontem um passo de gigante rumo à revalidação do título mundial de fórmula 1, ao ganhar o grande Prémio de itália, somando a oitava vitória da temporada em monza, onde a red bull-renault nunca tinha ganho. a correr perante os “tiffosi” da ferrari, alonso saltou da quarta posição da grelha para o comando na largada, mas vettel impôs a sua lei na quinta volta e conquistou a 18.ª vitória da carreira, e segunda em monza, podendo garantir a revalidação do título na próxima corrida, em singapura. Nos restantes lugares do pódio ficaram o britânico Jenson button (mclaren-mercedes) e o espanhol fernando alonso (ferrari).

Governo japonês promete acelerar reconstrução seis meses após o sismoo Primeiro-ministro do Japão, Yoshihiko Noda, prometeu redobrar os esforços para a reconstrução do noroeste do país, durante uma visita a miyagi, uma das províncias mais afectadas pelo sismo e tsunami de 11 de março. Yoshihiko Noda comprometeu-se ainda a reflectir sobre os pedidos da província no âmbito do terceiro orçamento extraordinário que está a ser preparado para este ano fiscal. ontem, o Japão prestou homenagem às vítimas da catástrofe, com flores, orações e um minuto de silêncio. em todas as cidades e aldeias de tohoku atingidas pela tragédia, à qual se somou o pior acidente nuclear dos últimos 25 anos, em fukushima, foram celebradas diversas cerimónias de recolhimento. apesar das dificuldades, os japoneses demonstram uma serenidade notável para reconstruir a região, apesar de críticas ao governo.

paulino comandante Em ENtREVIStA Ao jtm

“Juízes têm de ser qualificados, com experiência e conhecedores da realidade”PáGS 2 e 3

JTM regressa na quarta-feira

Devido ao feriado comemorativo do chong chao (bolo lunar), o JorNal tribuNa De macau não se publica amanhã, regressando ao convívio dos leitores na quarta-feira, dia 14 de setembro. aproveitamos a ocasião para desejar um bom feriado a todos os nossos leitores, colaboradores e anunciantes.

Mundo prestou homenagem às vítimas do 11 de Setembro ÚLTIMA

Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 03pág 02 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau

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Jornal tribuna de macau

local local“A Universidade de Ciência e Tecnologia também lecciona um curso de Direito e não ponho em causa esse curso. Ponho em causa é que o programa de estudos desse curso incida apenas no direito continental e não no de Macau” - Paulino Comandante

“O nosso sistema jurídico vai ter cada vez mais componentes do sistema continental. Passará a ser um sistema jurídico ‘sui generis’” - Idem

(...) “O mercado e a sociedade de Macau exigem cada vez mais profissionais qualificados. Notamos isto junto do público, que está cada vez mais bem informado quanto aos seus direitos” (...) - Idem

(...) “Aumentou o recurso aos tribunais para resolver os litígios. Então, a cada ano entram mais processos no tribunal, que se juntam aos que ficaram acumulados. As pessoas esperam rapidez na resolução dos seus problemas” (...) - Paulino Comandante

PAULINo comANDANtE Em ENtREVIStA Ao jtm

Justiça lenta “não é Justiça”Os atrasos na resolução dos processos judiciais levam as pessoas a descrer da Justiça e dificultam a actividade dos advogados, de acordo com o secretário-geral da Associação dos Advogados de Macau. Segundo Paulino Comandante, o problema resolve-se com profissionais mais qualificados e melhor gestão do tempo. Em entrevista ao JTM, o advogado defende que os cidadãos estão cada vez mais informados quanto aos seus direitos

PAULO BARBOSA

FUtURo Do SIStEmA jURÍDIco Em ANÁLISE

Uso do Português “é cada vez mais importante”

Europa é destino preferido“gosto muito de viajar. Não se trata de não gostar de macau, mas faço-o para mudar um pouco de ambiente”, confessa Paulino comandante. o destino depende do tempo de que dispõe o advogado macaense. as idas à europa (onde Portugal, frança a bósnia são destinos favoritos) ficam guardadas para quando as férias se podem alongar, enquanto que nas pausas mais curtas opta por locais como a tailândia ou taiwan. “gosto muito da Ásia, principalmente da formosa”, refere. Para além das viagens, Paulino comandante dedica os seus tempos livres à leitura e ao cinema.

“Acho que ninguém pode garantir o que vai acontecer depois de 2049. Ninguém sabe. Mas, seja qual for a língua que estão a usar no curso de Direito, o que é importante é ter esta noção: quem quiser continuar a fazer vida em

Macau terá que investir na língua chinesa”

Julga que o sector judiciário acom-panhou a evolução económica e social verificada em Macau e res-

ponde às necessidades da região?- Em termos de celeridade proces-

sual, acho que ninguém está satisfei-to. Naturalmente que a expectativa é maior, mais a mais com a evolução de Macau e com a mudança de mentalida-de da população em geral. Aumentou o recurso aos tribunais para resolver os litígios. Então, a cada ano entram mais processos no tribunal, que se juntam aos que ficaram acumulados. As pes-soas esperam rapidez na resolução dos seus problemas. Toda a gente diz que a Justiça tem que ser célere, de outra for-ma não é Justiça.

- Sabe-se que há processos judi-ciais que demoram anos até que os tribunais pronunciem uma decisão final. As pendências têm aumentado, excepto no Tribunal Judicial de Base. De que forma isto se reflecte na activi-dade dos advogados?

- Cada vez que os nossos clientes perguntam pela situação dos proces-sos - quer na primeira instância, quer na fase de recurso - não podemos dar uma resposta mais ou menos concreta. Não podemos dizer que se prevê uma decisão dentro de um certo número de meses. Há sempre uma incerteza e não sabemos como explicar aos clientes e convencê-los que devem confiar no nosso sistema judiciário. Por um lado há uma incerteza e, por outro, há uma expectativa de ver resolvido o litígio dentro de um prazo razoável.

- Na última abertura do ano judi-cial, o presidente da Associação dos Advogados de Macau criticou o caso de uma participação-crime apresen-tada em Agosto de 2001 e com julga-mento marcado para 2011. Tem conhe-cimento de casos deste género?

- Penso que esse caso será isolado. Mas não é surpresa recebermos uma notificação do tribunal marcando um julgamento para um ano depois. Isso é normal, mas não diria que é frequente, porque não tenho os dados estatísticos em concreto. Não me admirava se rece-besse hoje uma notificação com data de julgamento marcada para 2012.

- A que se devem os atrasos? Tem sido dito que o número de juízes existente, em especial na Segunda e Última Instâncias, é insuficiente para lidar com toda a litigância gerada na RAEM. Concorda?

- A pendência na Segunda e Úl-tima Instâncias não era maior. Mas, a partir de certa altura, passou a ser... A quantidade de magistrados é um dos problemas, mas não é só o número que resolve. Têm que ser juízes qualifica-dos, com experiência e conhecedores da realidade de Macau. São vários fac-tores que estão em causa. Há também pessoas que tentam ligar o uso da lín-gua portuguesa para encontrar causas para os atrasos. Mas acho que não está em causa o uso da língua.

- Porquê?- Porque tem havido bons tra-

dutores profissionais que trabalham junto dos tribunais. Esse problema de tradução nunca se pôs. Com a evolu-ção económica e social de Macau, na-turalmente que houve tradutores que se reformaram e passaram a trabalhar noutra área. Mas houve também uma renovação. Acho que há um aspecto importante: os juízes podem ser bons e experientes, mas, muitas vezes, o pro-blema tem a ver com a gestão de tem-po. Por exemplo, podemos verificar que é normal terem sido marcados vá-rios processos para um dia que não são fáceis de resolver nesse lapso de tem-po. O juiz procura tentar marcar mais, prevendo que vão faltar testemunhas e o julgamento vai ser adiado. Quando isso não acontece, são causados incó-modos aos que estão à espera. Mesmo que, teoricamente, haja tempo suficien-

te, advogados e juízes nunca podem prever o decorrer do julgamento. Pode ser que haja uma ou duas testemunhas que falam muito e têm muita coisa in-teressante e relevante para dizer em tri-bunal. Temos recebido queixas de tes-temunhas que não residem em Macau e que vieram com grande vontade para depor. Chegam de manhã, esperam até às cinco ou seis da tarde e o pior é que é adiado o julgamento. Isto também faz com que as pessoas percam a confian-ça. Se puder haver uma melhor gestão do tempo, talvez possa haver melhora-mentos.

- Uma simplificação dos procedi-mentos processuais pode ser uma boa solução, como é defendido pelo Pro-curador e pelo Presidente do Tribunal de Última Instância?

- No plano do direito penal, pode estar em causa a liberdade de uma pes-soa. Nos casos cíveis, muitas vezes está em causa o dinheiro. Podemos pensar na hipótese de simplificar as formalida-des e certas coisas. Mas nunca se pode simplificar até ao ponto de pôr em cau-sa o direito de defesa das partes. Temos que ser cautelosos nesse aspecto.

- As competências do Comissaria-do Contra a Corrupção (CCAC) foram alargadas ao sector privado? Esta foi uma boa decisão?

- Sim. Mas estou um pouco desa-pontado. Esperava que, depois da en-trada em vigor da lei, houvesse mais casos investigados e eventualmente julgados em tribunal. Mas a realida-de é que não há muitos casos, embora encontremos situações no nosso dia-a-dia. Isto também terá ver com o pessoal e com alguns problemas que afectam o

normal funcionamento do CCAC.- Só houve uma candidatura às

últimas eleições da Associação dos Advogados de Macau. Acha que seria salutar terem surgido mais candida-tos?

- Tem sido assim [ao longo da his-tória da associação]. Só há uma lista, mas esta lista tem o apoio da maioria da classe. É considerado que a classe tem confiança nos elementos que in-tegram a lista e que são idóneos. Por enquanto, não é fácil haver mais uma lista da Direcção, Conselho Fiscal, As-sembleia-Geral e também a lista para o Conselho Superior de Advocacia. No nosso universo de mais ou menos 200 advogados não é fácil...

- Esses cerca de 200 advogados em Macau são suficientes para o mercado local?

- O mercado ajusta-se. Mas, por enquanto, quem se dedica exclusiva-mente e com empenho à nossa profis-são não tem falta de trabalho. Para so-brevivência, pelo menos. Para ganhar dinheiro, já é outra história e isso de-pende de muitos factores. Mas o mer-cado e a sociedade de Macau exigem cada vez mais profissionais qualifica-dos. Notamos isto junto do público, que está cada vez mais bem informa-do quanto aos seus direitos. Já se está a verificar competição, porque temos 200 advogados e cento e tal advogados estagiários. Por outro lado, as grandes empresas já têm advogados nos seus quadros. É difícil que os novos advo-gados entrem nesse mercado. O que podem conquistar é novos clientes, na sequência da evolução económica e social.

Independentemente da pessoa que foi escolhida para dirigir a Faculdade de Direito, Paulino Comandante defende que deveria ter conhecimento do Direito de Macau. O causídico admite que o sistema jurídico local vai ter mais componentes do sistema continental, mas defende a continuação da matriz portuguesa, pelo menos até 2049. Depois disso, “ninguém sabe” o que vai acontecer

Como avalia a qualidade do ensino do Direito em Macau? - A formação de um advogado está separada em duas fases. Uma é

académica, durante a licenciatura. Nesse aspecto, a direcção da Associação dos Advogados, da qual faço parte, tem sempre prestado a devida atenção a uma mudança da qualidade dos cursos na Universidade de Macau [UM]. O que se verifica com os advogados estagiários é uma preocupação da associação. Durante a fase de estudos, a associação não pode influenciar a melhoria ou manutenção do nível. A UM está a enfrentar uma fase de competição com outras instituições universitárias. Por outro lado, é sabido que não há muito pessoal docente que se dedica, em termos exclusivos, à universidade, fazendo investigação e dando au-las. Muitos alunos da UM, principalmente os com melhores notas, são recrutados para dar aulas. Uma coisa é ter boas notas, outra é ter o método para ensinar e transmitir o conhecimento. No curso chinês, também não há muita bibliografia, ao contrário do que acontece no curso português.

- É possível comparar os cursos da Universidade de Macau e da Universi-dade de Ciência e Tecnologia?

- No meu entendimento, até este momento, a única universidade que está a fornecer um curso aos alunos de Macau, e sobre o Direito de Macau, é a UM. A Universidade de Ciência e Tecnologia também lecciona um curso de Direito e não ponho em causa esse curso. Ponho em causa é que o programa de estudos desse curso incida apenas no direito continental e não no de Macau. A diferença está aí. E o pessoal docente e bibliografia, se calhar, são ainda mais escassos do que na UM. Daí, acho que o público pode chegar à conclusão de qual será a qualidade do curso em comparação com a UM.

- Este ano, aquando dos exames finais do curso de estágio de advocacia, ob-servou que faltava empenho por parte dos candidatos a advogados e que o júri esperava “candidatos com melhores notas e preparação para entrar na classe”. Nota um decréscimo na qualidade dos candidatos?

- Verificamos que alguns dos estagiários não se estão a dedicar como deve ser à tarefa de se preparem para serem advogados. Muitas vezes, fazem muitas coisas ao mesmo tempo, dedicam-se a outras actividades. O próprio patrono também tem que assumir alguma responsabilidade. Alguns apenas aceitam o estagiário e deixam-no ficar ali, não lhe dando muita atenção, não acompanhando muito. Às vezes, nem sabem que actividades está o estagiário a desenvolver.

- Como é que comenta o processo de escolha do novo director da Faculdade de Direito da UM?

- Não me preocupo com quem vai ser escolhido. O que está em causa não é a nacionalidade, ou a formação académica. Temos uma vaga para director da Facul-dade de Direito. Temos que traçar o perfil necessário para esse lugar.

- Mas acha correcto que seja pedido ao director que seja versado em inglês e chinês, não sendo obrigatório que domine o Português, nem a matriz jurídica da RAEM?

- Naturalmente, o escolhido tem que ser uma pessoa que tenha conhecimento do Direito de Macau. Se não o percebe, será alvo de críticas. Seja quem for a pes-soa, tem que ser idónea, para contribuir para o melhoramento futuro do curso de Direito.

- Alguns juristas têm vindo a Macau defender que deve haver uma aproxi-mação entre as leis locais e as da China Continental. É desta opinião?

- Acho que não é isso que está em causa. Toda a gente sabe que o sistema jurí-dico de Macau é oriundo do português. Mesmo depois de 1999, isto não pode dei-xar de ser assim. A manutenção do sistema jurídico está garantida na Lei Básica. A China voltou a exercer a soberania sobre Macau e, naturalmente, o sistema ju-rídico de Macau vai desenvolver-se. Tal como em Portugal aconteceu com a inte-gração na Comunidade Europeia. Vai haver uma certa proximidade entre os dois sistemas jurídicos. Já somos próximos, excepto em algumas concepções políticas e sociais. Portanto, o nosso sistema jurídico vai ter cada vez mais componentes do sistema continental. Passará a ser um sistema jurídico ‘sui generis’.

- O jurista Jorge Godinho considera que dentro de poucos anos chegarão aos cursos de Direito locais alunos que “estarão em 2049 na fase mais produtiva das suas vidas”. E acrescenta que lhes são “devidas respostas” quanto ao papel que o Português então terá no sistema jurídico. Esses alunos devem investir num ensino em Português?

- Acho que ninguém pode garantir o que vai acontecer depois de 2049. Nin-guém sabe. Mas, seja qual for a língua que estão a usar no curso de Direito, o que é importante é ter esta noção: quem quiser continuar a fazer vida em Macau terá que investir na língua chinesa. É uma realidade. Mas eu também defendo que, a não ser que o Governo Central chinês mude a política em relação a Macau, o uso do Português é cada vez mais importante, porque Macau é uma plataforma para os países lusófonos.

- O bilinguismo é um dado garantido nos tribunais da RAEM?- Sim, até ao momento, eu vejo bons profissionais na área da tradução simul-

tânea. Tudo isso funciona bem e é de manter.- E a plicação do princípio “um país dois sistemas” tem sido eficaz? - Sim, não há razão de queixa. A não ser os problemas sociais que temos en-

contrado nas notícias, mais ligados aos transportes, à habitação e ao emprego.

P.B.

Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 05pág 04 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau

locallocal35 MILHÕES EM RENDAS. a administração de macau gasta cerca de 35 milhões de patacas no aluguer de instalações destinadas a escritórios e outros espaços. a última edição da “macau business” refere que a área arrendada por 35 serviços públicos totaliza 140 mil metros quadrados.

DROGA ESCONDIDA NO CORPO. a PJ deteve um indivíduo por posse de droga no aeroporto. segundo a tDm, o homem de 33 anos veio da malásia e trazia no interior do corpo cerca de 60 cápsulas de heroína, num valor estimado em 1.300 milhões de patacas. o homem foi sujeito ao “scanner” corporal, que confirmou as suspeitas.

“REIS DAS SLOTS” NO MGM. o mgm macau concluiu a sessão final do torneio anual “King of slots” e concedeu um dos maiores prémios de sempre, na ordem dos 1.588 milhões de dólares. este torneio, que teve início no dia 12 de Junho, faz parte da competição “King of mgm”.

LOTARIAS DESPORTIVAS NOS MESMOS MOLDES. as lotarias desportivas em macau vão continuar a funcionar nos mesmos moldes enquanto a inspecção de Jogos estuda formas de “melhorar o actual modelo operacional”, avançou a macau business. o governo renovou o contrato anual com a macau slot, que tem uma situação de “monopólio” no mercado local.

Escarlatina sob controloMacau registou 87 casos de escarlatina desde o início de 2011, número que pode vir a aumentar no arranque do ano escolar, mas que não deverá gerar um surto significativo face à eficácia dos antibióticos, asseguraram as autoridades

Os antibióticos são eficazes e por isso não temos preocupações. Depois do início do ano lectivo é

possível que o número de casos aumen-te porque há mais condições de propa-gação da doença, mas não prevemos nenhum surto significativo”, disse o di-rector dos Serviços de Saúde de Macau, Lei Chion Ion, após a 11ª reunião regio-nal [entre Guangdong, Macau e Hong Kong] sobre a prevenção e tratamento de doenças transmissíveis.

No encerramento da reunião tri-partida em Macau, Lei Chion Ion frisou ainda que nenhum dos 87 casos regista-dos este ano resultou em morte no ter-ritório, e que a propagação da doença está a ser controlada através “do refor-

ço da cooperação com as escolas”.“O aumento da escarlatina é um

problema regional”, apontou, relacio-nando o seu contágio com questões de condições de vida, hábitos da popula-ção e densidade populacional. Em 2010, Macau registou um total de 16 casos de escarlatina, contra os 857 registados em Guangdong e mais de 1.100 em Hong Kong.

A partir de Janeiro de 2011, o nú-mero de casos de escarlatina aumentou consideravelmente em Hong Kong, ten-do resultado na morte de duas crianças, a última delas em Junho, mês em que chegaram a ser registados 28 casos diá-rios, levando as autoridades a declara-rem o estado de epidemia.

Na altura, microbiologistas da Universidade de Hong Kong atribuí-ram o surto de escarlatina ao consumo excessivo de antibióticos, o qual teria contribuído para a mutação genética da bactéria “streptocoque”, tornando-a mais contagiosa e mortal.

Na 11ª reunião tripartida foi igual-mente decidido “manter e aperfeiçoar o mecanismo de comunicação sobre a si-tuação das doenças transmissíveis entre as três regiões”, o qual já “é considerado satisfatório”, adiantou Lei Chion Ion.

As autoridades de Macau anun-ciaram ainda o lançamento de um pro-grama de vacinação da gripe das aves durante o corrente mês e incluíram o dengue entre as prioridades, depois

de, já esta semana, terem detectado “o terceiro caso importado” do ano, numa estudante regressada recentemente das Filipinas.

Além de terem abordado outras doenças transmissíveis, como a sida e tuberculose, as três regiões elaboraram um programa de acção conjunta para os casos de poliomielite e sarampo.

Na reunião foram ainda assinados acordos genéricos para reforçar a for-mação dos profissionais de saúde pú-blica de Macau, Hong Kong e Guang-dong, através de cursos, seminários e simulacros, “sempre que necessário”.

A próxima reunião regional vai ter lugar em Guandgong, em data a anunciar.

caso remonta à campanha eleitoralo caso de votos comprados rebentou em plena campanha eleitoral. face a denúncias, as autoridades vistoriaram as instalações da associação de beneficência leng fong, onde recolheram documentos e computadores. Na altura, lai cho Wai e Kuan vai lam argumentaram que nada sabiam sobre alegada compra de votos e que desconheciam o motivo das buscas. Nas eleições anteriores, em 2005, também se registaram casos de corrupção eleitoral, que levaram mesmo à condenação de várias pessoas, entre elas o candidato Wu lin. este concorrera às eleições legislativas na lista liderada por chan meng Kam e foi condenado em 2007, num processo que envolveu 22 arguidos. No seguimento do acto eleitoral de 2005, o ccac instruiu seis processos envolvendo cerca de 700 arguidos, entre candidatos, dirigentes de associações e administradores de empresas.

LIDA A SENtENÇA DE cASo RELAcIoNADo com coRRUPÇÃo ELEItoRAL

11 penas de prisão por compra de votosOs arguidos foram tantos que tiveram que ser colocados bancos suplementares na sala de audiências onde foi julgado um caso de corrupção eleitoral. Os votos eram comprados em troca de refeições e de cupões com valores compreendidos entre as 500 e as 700 patacas

PAULO BARBOSA

Onze dos 32 arguidos num caso de alegada compra de votos foram condenados as penas de prisão. Na passada sexta-feira, o Tribunal

Judicial de Base (TJB) deu como provada grande par-te da acusação do Ministério Público, segundo a qual um grupo organizado perpetrou o “crime de corrup-ção para acto eleitoral”. Lao Kai San terá sido o prin-cipal organizador do grupo, distribuindo as verbas quer eram entregues a quem se comprometesse a votar na lista União Para o Progresso e Desenvolvi-mento (UPPD), que concorreu com o número três às últimas eleições legislativas, realizadas em Setembro de 2009. O “cabecilha” foi sentenciado a uma pena de prisão efectiva de dois anos e três mês, enquanto dez outros envolvidos foram condenados a penas de um ano e três meses.

Ficou provado pelo tribunal que, a partir de Ju-lho de 2009, Lao Kai San começou a distribuir cupões com valores compreendidos entre as 500 e as 700 patacas. A distribuição foi feita entre os restantes ar-guidos e o objectivo era que estes usassem os cupões como contrapartida para a recolha de dados pesso-ais (tais como o número do Bilhete de Identidade ou a data de nascimento) de pessoas que afirmassem a intenção de votar na lista da UPPD. Para além dos cupões, seriam também oferecidas refeições.

O Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) esteve envolvido na investigação, tendo encontrado

documentos probatórios depois de buscas em casa de alguns dos arguidos. O CCAC analisou também os registos telefónicos dos arguidos, recolhendo in-dícios do crime de corrupção eleitoral. Na leitura da sentença, o juiz explicou que ficou provado que os 11 arguidos condenados recolheram dados alheios ten-do como fim a compra de votos. Recaem fortes sus-peitas quanto aos restantes 21 arguidos, que foram absolvidos por “falta de provas”. Sete dos arguidos não estiveram presentes na leitura da sentença, mas fizeram-se representar por advogados. Serão emi-tidos mandados de captura para os réus que foram condenados e não compareceram no TJB.

Imediatamente depois da leitura da sentença,

os advogados dos onze condenados manifestaram a intenção de interpor recurso para a Segunda Ins-tância e pediram que fossem aplicadas medidas de coacção não privativas da liberdade. O delegado do Ministério Público contrariou essa posição, alegando que “há perigo de fuga” e que “a medida de pena é até três anos e não pode ser suspensa, devendo ser aplicada a prisão preventiva”. Mas o juiz teve outro entendimento: “Os onze arguidos têm residência fixa em Macau, com vida e trabalho estáveis. Apesar de poder ser aplicada a medida de prisão preventiva, o Tribunal entende que deve ser aplicada a medida de termo de identidade e residência”, decretou. Assim, os condenados terão que se apresentar quinzenal-mente na esquadra da Polícia de Segurança Pública mais próxima da sua residência e estão impedidos de sair da RAEM. LISTA TRÊS NÃO ELEGEU DEPUTADOS. Ligada aos sectores comercial e industrial, a lista da UPPD arrecadou 5.389 votos e acabou por não eleger ne-nhum deputado, embora não tenha ficado muito lon-ge desse objectivo. O cabeça de lista da candidatura agora envolta em polémica era Lai Cho Wai, que se apresentou a votos numa lista que tinha como núme-ro dois o empresário do sector do imobiliário Kuan Vai Lam. Os dois candidatos estão ligados à Associa-ção de Beneficência Leng Fong. A candidatura pug-nava por objectivos como “a redução da densidade de edifícios e do efeito de parede”, maior protecção ambiental e “métodos mais científicos para a impor-tação de trabalhadores”.

Mesmo declarando-se contra o “efeito de pare-de”, o ex-candidato Kuan Vai Lam é promotor do po-lémico projecto “Windsor Arch”, na Taipa, que con-siste em 10 blocos de edifícios com 47 andares (altura superior à da colina imediatamente atrás, onde se situa a Taipa Pequena) e tem dado muito que falar. A Comissão de Moradores da Taipa Velha não concorda com a altimetria do empreendimento e refere que as alterações ao projecto inicial foram despachadas pelo ex-Secretário para as Obras Públicas e Transportes. O Boletim Oficial confirma que, em Agosto de de 2006, Ao Man Long autorizou alterações ao projecto apre-sentado pela Empresa de Desenvolvimento Predial Vitória, após parecer favorável da Comissão de Ter-ras. Entre várias alterações, regista-se um aumento substancial da área destinada à habitação (de 50.347 m2 para 245.474 m2). A Comissão de Moradores da Taipa Velha alega que as alterações permitiram que o projecto passasse a ter uma altura de 47 andares, em vez de “20,5 metros do lado poente e 44 no extremo nascente”, o que corresponderia a menos de metade dos pisos entretanto autorizados.

Breves

Gabinetes de Secretáriosmudam de instalaçõesos gabinetes dos secretários para a economia e finanças e dos transportes e obras Públicas vão mudar as suas instalações para o edifício do banco da china, na avenida Doutor mário soares, a partir de hoje. segundo o governo, o gabinete de francis tam funcionará no 23º andar daquele edifício e o de lau sio io no 26º. No 27º piso, foi instalado um espaço de utilização comum, com gabinetes dos serviços de apoio e uma ampla sala de reunião. os três andares abrangem uma área total de 2.900 metros quadrados, ocupando cada piso aproximadamente 900 metros quadrados. Num comunicado conjunto dos dois gabinetes, é sublinhado que “o projecto de remodelação interna obedeceu a regras de simplicidade e de pragmatismo”. Para além do chefe do executivo, chui sai on, vão manter-se no edifício da Praia grande os secretários para a administração e Justiça, florinda chan, e dos assuntos sociais e cultura, cheong u. cheong Kuoc vá, titular da pasta da segurança, continuará a trabalhar no Quartel de são francisco.

Lançada nova consulta sobre defesa do ambiente Decorreu ontem a primeira sessão de consulta pública sobre o “Planeamento da Protecção ambiental de macau (2010-2020)”, um projecto levado a cabo pela Direcção dos serviços de Protecção ambiental (DsPa). o encontro teve lugar na zona de lazer da rotunda de carlos da maia, e contou com a participação de vários representantes da DsPa, incluindo o seu director, cheong sio Kei, que ouviram as sugestões e questões dos cidadãos nesta matéria. as autoridades apontam a poluição do ar e o excesso de ruído como sendo as principais preocupações da população. esta é a segunda vez que o documento é levado a um processo de auscultação pública desde 2010. a nova fase de auscultação vai durar até 6 de Novembro, sendo depois elaborado o documento final que visa enquadrar a gestão ambiental do território. um dos objectivos passa por dividir macau em três áreas eco-funcionais, com objectivos a curto, médio e longo prazo.

Empréstimos sobemmais de um terçoos empréstimos bancários ao sector privado local aumentaram 36,3 e 1,5 por cento para 159,1 mil milhões de patacas no final de Julho, respectivamente, face ao mesmo período de 2010 e a Junho deste ano, indicam dados da autoridade monetária. os empréstimos denominados em patacas e dólares de Hong Kong representaram 25,5 e 65,5% do total. Por outro lado, os empréstimos ao exterior diminuíram em termos mensais (menos 0,3%) para cresceram 46,1% em comparação com Julho de 2010, atingindo um total de 157,9 mil milhões de patacas. De acordo com as estatísticas oficiais, o total dos depósitos da actividade bancária registou crescimento de um por cento para 383,7 mil milhões de patacas. os depósitos de residentes subiram 20,1 num ano e 1,2 por cento em termos mensais fixando-se nos 268,1 mil milhões de patacas, enquanto que os efectuados por não residentes mantiveram-se ao mesmo nível de Junho mas cresceram 27,6% para 92,1 mil milhões em relação ao montante apurado no final de Julho do ano passado.

Jovens empresários trazem “mala de esperanças”São 24 os jovens empreendedores portugueses que viajaram no sábado para a China, numa missão empresarial de sete dias, cujo ponto alto será a participação, em Macau, no Fórum Sino-Português de Jovens para a Cooperação Económica

Apesar da crise e das dificuldades de financiamen-to à internacionalização, a Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE) de Portugal diz

ter sido obrigada a recusar inscrições para esta missão, o que, sublinhou à Lusa Gonçalo Carrington, vice-presi-dente desta entidade, “mostra que os empresários estão com vontade de procurar mercados e investir”.

“Como é que estamos numa situação de crise como esta e temos a maior delegação [empresarial] que já foi criada?”, interrogou o responsável da ANJE, para em seguida lançar um repto: “Esperemos que haja depois resposta a isto por partes das entidades oficiais”.

Entre a comitiva de jovens empresários predo-minam líderes de PME das áreas das Tecnologias da Informação e das Indústrias Criativas. A ANJE regis-ta ainda, por comparação com missões anteriores, o “crescimento do número de empresários ligados aos sectores dos vinhos e do azeite e a diminuição na construção civil”, acrescentou Carrington.

A visita a um mercado com crescimento previ-sível de dois dígitos este ano tem como pontos altos, para além da participação no Fórum, contactos ins-titucionais em Macau e a visita à fábrica Café SIM - Sociedade Industrial de Macau, um projecto com dois anos de Vasco Pereira Coutinho na RAEM. O centro de comércio internacional de Cantão e a Zona Económica Especial da Ilha da Montanha serão os principais pontos de paragem, depois de Macau. A

viagem de sete dias à China custou a cada uma das empresas 1.500 euros (cerca de 16.500 patacas), mas a ANJE submeteu uma candidatura de apoio à in-ternacionalização de PME que, caso seja aceite, pode reduzir este custo em 45 por cento. A ANJE não tem ainda um balanço feito da última missão empresarial à China, em Abril do ano passado, uma iniciativa in-tegrada no que a associação chamou “Programa Get Out”, que incluiu deslocações a vários países e cujas conclusões não foram também apresentadas.

Há, no entanto, duas empresas repetentes na missão deste ano. Luís Oliveira, líder de uma dessas duas empresas, a LINEVE - Materiais de Construção, Máquinas e Ferramentas, retira da experiência do ano passado um “efeito interessante no volume de negó-cios” e leva na “mala das esperanças” a possibilidade de “fazer mais contactos e perceber um pouco melhor como é que se pode abrir uma empresa em Macau”. “É muito fácil, isso foi uma grande surpresa no ano pas-sado e talvez seja uma das coisas mais interessantes na missão deste ano, que está mais voltada para esses aspectos”, afirmou o empresário. JTM/Lusa

APoNtADAS LAcUNAS ÀS PoLÍtIcAS “VERDES”

Governo deve ouvirperitos do ambienteMacau está aquém da China e de Hong Kong nas energias renováveis e na política de tecnologia verde, considerou o presidente executivo (CEO) da “GreenTech Outpost”

Gostava que o Governo de Macau fosse mais aberto e convidasse os especialistas a

ajudá-lo a delinear algumas regula-mentações e as linhas de acção mais adequadas”, disse Stephen Wong, em declarações à Agência Lusa, à margem da conferência ‘Energias Renováveis no Delta do Rio das Pé-rolas e seus impactos no desenvol-vimento sustentável das comunida-des locais’, promovida na sexta-feira pela revista Macau Business. O CEO da empresa fornecedora de casinos em Macau mostrou-se surpreendi-do com a “pouca informação” dis-ponibilizada no portal do governo de Macau e frisou que se este “está interessado em promover o uso de ‘green-tech’ [tecnologia verde] de-via estar aqui representado e em todos os eventos do género para perceber quem são os especialistas que pode consultar”.

Apesar de sublinhar os dife-rentes sistemas e dimensões de China, Macau e Hong Kong, Ste-phen Wong comentou que Macau

perdeu uma oportunidade de me-lhorar a qualidade do ar no Verão, quando entrou em funcionamento uma nova companhia de trans-portes públicos. “Eles que vejam o exemplo de Zhuhai, do outro lado da fronteira, onde uma empresa, no mercado há mais tempo, tem uma frota verde”, apontou.

O responsável justificou, no entanto, o nível menos desenvolvi-do de Macau em matéria ambien-tal pelo facto de ter “uma indús-tria fortemente centrada no jogo”, ao contrário da “diversificação de Hong Kong”, onde os vários secto-res têm um papel dinamizador ao nível das tecnologias verdes. Já na China, destacou a liderança nas re-nováveis. “Tornaram-se os primei-ros produtores e consumidores de turbinas eólicas. E na energia solar também estão a passar à frente de toda a gente”, explicou, referindo também os avanços no biocombus-tível, com várias plantas em teste na produção. Em contrapartida, “a contaminação da água e dos solos

continua a ser o grande desafio” do país, referiu.

Também Valdis Dunis, CEO da Solar Cities Asia, sublinhou a supre-macia de Pequim, mas destacou os aspectos positivos de Macau, como a criação de incentivos fiscais – fun-do de 200 milhões de patacas – para a substituição de equipamentos de controlo de gases poluentes nas em-presas e restaurantes e promoção dos veículos ecológicos. “É difícil acompanhar a China, que introdu-ziu novos padrões na energia solar e é dos países com mais investimento em investigação e desenvolvimen-to, ao nível dos edifícios verdes, dos sistemas de caminhos-de-ferro, etc. Mas Macau está no bom caminho”, referiu, acrescentando o potencial dos painéis solares. “Há muito pou-cos. Há um no Aeroporto outro no Instituto de Formação Turística e outro na CEM, além de um ou ou-tro em escolas, mas o bom é que os testes têm sido positivos e que os custos diminuíram na ordem dos 80%”, concluiu.

pág 06 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 07

locallocal(...) “Ser investigadora a tempo inteiro não era satisfatório porque não fazia uso de todas as faculdades” (...) - idem

(...) “Lembro-me de ter os primos todos para brincar, tínhamos mais liberdade para fazer asneiras e depois havia todo o tipo de comida [em Macau]” – Joana Rosário

(...) “Sector da aviação civil de Macau é deficitário em termos de conhecimento” e, por isso, “necessitará de tempo e ajuda, parcerias, assessorias de fora, que não quer dizer que sejam dos portugueses” (...) - Idem

(...) “Houve conversas a nível diplomático, mas todos entenderam que, a partir do momento em que esta decisão, que foi política, estava consumada, haveria de se tratar da negociação de uma forma ética e sair de Macau com a cabeça levantada tal como quando se entrou” (...) - José Carlos Angeja

Integração regional pode “ameaçar” aIM

Os planos de expansão do aeroporto de Macau são para o ainda director da infra-estrutura “extremamente ambiciosos”. José Carlos Angeja prevê que a política de integração regional possa ditar o desaparecimento da infra-estrutura a médio ou longo prazo

Segundo revelou recentemente a Autoridade de Aviação Civil de Macau, a capacidade do aeroporto

local, que registou cerca de quatro mi-lhões de passageiros em 2010, menos 4% face a 2009, será reduzida até 2015 dos actuais seis milhões para 5,6 mi-lhões, mas, até 2039, será elevada para um máximo de 15 milhões.

O projecto de expansão da infra-estrutura, que prevê criação de mais es-paço para jactos privados e uma ligação ao terminal marítimo Pac On, envolve um investimento de 3.400 milhões de patacas e foi atribuído, por concurso público, à empresa Engenharia dos Ae-roportos de Paris.

Para José Carlos Angeja, quadro da

ANA que deixa hoje o cargo de director do Aeroporto, estas “são metas extraor-dinariamente ambiciosas” ao apontar que “talvez se devam ao desenvolvi-mento dos sectores do jogo e turismo”.

“Mas grande parte dos turistas, 80 a 85%, não utiliza o aeroporto, mas as fronteiras terrestres”, alertou em entre-vista à Lusa remetendo o esclarecimen-to sobre outras eventuais necessidades de ampliação do aeroporto para as au-toridades locais, salientando que espera que tais planos se venham a concretizar, apesar de os considerar “ambiciosos”.

Para Angeja, há outros factores que “vão mexer consideravelmente no sector da aviação civil local, designada-mente a proximidade de cinco aeropor-

tos num raio de 80 quilómetros”, disse, admitindo estar a exagerar na área e referindo-se às infra-estruturas aero-portuárias de Hong Kong e Macau e às de Cantão, Zhuhai e Shenzhen.

“E com os desenvolvimentos aqui ao lado, na ilha da Montanha, com a falta de espaço que há em Macau e as reclamações de terra [ao mar] nas áreas limítrofes do aeroporto que o estão a estrangular cada vez mais, não creio que essas áreas sejam para serem cedidas em termos da amplia-ção e operação do aeroporto”, declarou.

Neste contexto, o responsável con-sidera “provável haver qualquer outra intenção a médio ou longo prazo que defina uma nova posição para o aero-porto, até agora chamado de Macau”.

Questionado sobre se o aeroporto de Macau poderá desaparecer no âm-bito da política de integração regional preconizada por Pequim para trans-formar o Delta do Rio das Pérolas, na mais dinâmica região da Ásia até 2020, Angeja disse apenas: “Não me surpre-enderia rigorosamente nada”.

“Em termos de controlo do espaço aéreo já começa a ser complicado, o es-paço aéreo é pequeno, congestionado e acho que este é um dos factores - se é que essa decisão já não foi avaliada ou decidida eventualmente na China - que terá de ser equacionado e poderá mu-dar radicalmente tudo o que se pensa fazer neste aeroporto a médio/longo prazo”, concluiu.

PRESENÇA PoRtUGUESA NA INFRA-EStRUtURA cHEGA HojE Ao FIm

Mudança no aeroporto foi “decisão política”A presença portuguesa no sector da aviação civil em Macau chega hoje ao fim com a saída do consórcio formado pela ANA e a estatal chinesa CNAC da gestão do aeroporto, após 16 anos, após uma decisão que José Carlos Angeja considera ter sido “política”

A ANA – Aeroportos de Portugal esteve nos úl-timos 16 anos ligada à gestão do aeroporto de Macau através da ADA - Administração de

Aeroportos (constituída em 1994 com a China Natio-nal Aviation Corporation – CNAC), que foi vendida a 31 de Agosto à Sociedade do Aeroporto Internacional de Macau (CAM), proprietária da infra-estrutura, por cerca de 45 milhões de patacas.

José Carlos Angeja, um dos seis quadros da ANA em Macau e o terceiro e último a assumir a direcção do aeroporto, nos últimos quatro anos e meio, regres-sa a Lisboa com a “consciência de que o trabalho foi bem feito, ético, criterioso e profissional” ao salientar que a ADA foi provavelmente a “mais antiga e bem sucedida joint-venture” sino-portuguesa.

“O que aconteceu não foi devido à imputabili-dade de um serviço mal feito, desvios orçamentais ou má prestação de um serviço operacional, foi uma decisão essencialmente política”, disse em entrevista à Agência Lusa, sublinhando que a “decisão foi to-mada em assembleia-geral da CAM, cujo sócio maio-ritário é o Governo [55%], não podendo deixar de ser política”.

Questionado sobre o intuito dessa decisão, o res-ponsável remeteu explicações para a CAM, que em Março alegou apenas “razões comerciais” em linha com a política de ‘continuidade e inovação’ do Exe-cutivo e com o desenvolvimento económico da Re-gião, sem especificar.

“Tivemos a primeira abordagem de aquisição em 2009 e tivemos a perfeita noção de que, sem o apoio que na altura tivemos do então chefe do Executivo [Edmund Ho], o que aconteceu agora teria aconteci-do em 2009”, declarou ao salientar que essa intenção da CAM “não era velada”.

A ANA “já esperava” este desfecho perante o “desenvolvimento rápido da Região” e a “passagem de Macau para a ‘mãe China’”, observou o respon-sável, destacando, porém, que “a única surpresa foi alguma facilidade e a maneira hábil como a CNAC, uma holding chinesa fortíssima com seis empresas grandes, uma delas a Air China, foi também forçada a vender”.

“Com certeza que isto deve ter sido tratado a ní-vel muito superior, de que não temos conhecimento nem nunca questionámos, mas obviamente tem de haver aqui alguma troca”, considerou Angeja, para quem “algumas pessoas da CNAC ainda estarão a digerir” esta situação.

A ANA “fez tudo o que foi possível”, constatou, admitindo que “houve conversas a nível diplomático, mas todos entenderam que, a partir do momento em que esta decisão, que foi política, estava consumada, haveria de se tratar da negociação de uma forma éti-ca e sair de Macau com a cabeça levantada tal como quando se entrou”.

A compra da ADA “era a situação mais privile-giada”, segundo Angeja e como a própria proprietá-ria do aeroporto reconhece, pois “a CAM nunca teve e não tem conhecimento suficiente para gerir” aquele espaço.ANA DISPONÍVEL PARA APOIAR. Dos 247 fun-

cionários com 15 nacionalidades da ADA, partem, para já, apenas três, designadamente José Carlos An-geja e os directores financeiro e operacional, nome-ados pela CNAC. A ANA autorizou os seus outros cinco quadros em Macau a permanecerem na região, através de uma licença sem vencimento, até 31 de Ju-lho de 2012. A nova ADA (CAM com 99% do capital e MAM, criada a 21 de Junho e detida também pela CAM, um por cento), assume a gestão do aeropor-to amanhã, deixando assim de existir uma presença empresarial portuguesa no sector da aviação civil da Região.

“Certamente para a ANA e Portugal, esta parce-ria era estratégica, em termos, muito particularmen-te, de aumento do valor do portfolio”, disse Angeja ao salientar que “qualquer empresa que hoje tenha possibilidade de ter uma ramificação na China [a se-gunda economia mundial] é uma mais valia”.

Interesses económicos são afastados pelo respon-sável ao indicar que a remuneração anual do contrato de gestão do aeroporto era de nove milhões de pata-cas, inalterada desde 2003, “ou seja, os 49% da ANA seria o que eventualmente a empresa faz no aeropor-to de Lisboa em três ou quatro dias de bom tráfego”.

Ao referir a possibilidade de privatização da ANA, Angeja reforça a importância do mercado de Macau e aponta que, perante esse cenário, não será “por via do que aconteceu que [a empresa] vai deixar de ter algum interesse na China, até porque não tem receio de se bater com qualquer dos fornecedores ou consultores europeus”. “A ANA não está atrás de ne-nhuma das grandes entidades gestoras de aeroportos da Europa e em termos de ‘know-how’ Portugal tem dado cartas ao nível de soluções tecnológicas úni-cas”, realçou, considerando que muitas “poderiam servir Macau”.

Uma “eventual continuação da ANA [na região], em termos de consultoria, soluções técnicas e ‘know how’ dependerá única e exclusivamente da CAM”, apontou.

Angeja considera que o “sector da aviação civil de Macau é deficitário em termos de conhecimento” e, por isso, “necessitará de tempo e ajuda, parcerias, assessorias de fora, que não quer dizer que sejam dos portugueses”, embora admita que “essa deveria seria a perspectiva do Governo, uma vez que o dinheiro não é problema”. Angeja disse ainda que foi a experi-ência do consórcio sino-português que ditou o suces-so da operação da infra-estrutura nestes 16 anos, sem registo de acidentes ou incidentes de maior.

JTM/Lusa

Angeja deixa hoje o cargo de director do Aeroporto

VOX POPULi

VIVEk(Turista da Índia)

-O que o trouxe a Macau?-Sou da Índia, estou aqui há apenas dois

dias e é a primeira vez que visito Macau. Estou em Macau de propósito para jogar nos casinos. Sei que tem uma grande tradi-ção nesse sentido e por isso decidi combi-nar com alguns amigos meus e vir cá ten-tar a sorte. Devo ficar mais pelo menos um mês.

-Os casinos correspondem à sua expec-tativa?

-Macau tem muitos casinos, e foi mais por isso que vim... E do que vi até agora foi o que mais gostei. Alguns deles são absolu-tamente fantásticos, como o Venetian, com aquele interior lindo. E há outros que têm grandes atracções em termos de espectá-culos, como o Galaxy, ou o Wynn. É difícil escolher um que goste mais, mas também ainda tenho muitos para ir visitar.

-E qual é a sua opinião sobre a comida em Macau?

-A comida é muito boa, eu gosto de expe-rimentar um pouco de tudo, apesar da co-mida indiana ser a minha preferida. E em Macau há alguns sítios que a servem bem. Os preços é que me parecem ser um boca-do mais elevados. A comida chinesa até é barata, mas para as pessoas que querem pratos europeus, por exemplo, já fica um bocado caro, sobretudo nos casinos. Macau poderia ter mais restaurantes indianos, mas mesmo assim os que existem são bastante bons. Acho que o facto de haver muitos in-dianos aqui perto, em Hong Kong, também ajuda.

-Encontrou algum aspecto negativo até agora em Macau?

-Sim, tive muitos problemas em comuni-cação sobretudo com os locais porque eles não falam inglês. E se não temos um mapa ou não sabemos falar chinês, torna-se com-plicado chegar aos sítios onde queremos ir. Felizmente para mim que eles sabem os nomes dos casinos (risos), senão era mais complicado.

P.A.S.

“Estou em Macau

de propósito para

jogar nos casinos”

Manuel Tarré, presidente da PME Líder Gelpeixe - Alimentos Congelados,

acredita que Macau constitui uma “porta” para introduzir produtos noutros mercados asiáticos. Por isso, a Gelpeixe resolveu partici-par na feira internacional “Asian Seafood Exposition”, em Hong Kong, para “tentar abrir portas na-quele mercado, não para exportar peixe mas sobremesas e refeições

pré-cozinhadas congeladas, que têm tido alguma procura”, avan-çou Manuel Tarré, em declarações ao Diário Económico. O mercado-alvo é “Macau, mas também todos os mercados asiáticos perto daque-la zona”.

Os dois filhos do empresário estiveram na feira a promover produtos da empresa e tiveram conversações com um “grande distribuidor” de Hong Kong que

se mostrou “muito interessado nos produtos da empresa, sobre-tudo nas refeições pré-cozinhadas e nas sobremesas, mas também no peixe”, adiantou Manuel Tarré. Segundo o presidente da Gelpei-xe, trata-se de um grupo que pos-sui cerca de meia centena de lojas espalhadas por Hong Kong, Ma-lásia e Singapura, e que está pres-tes a abrir outro estabelecimento na Tailândia.

“Gelpeixe” aposta nas RaE’sMacau é o “mercado-alvo” da Gelpeixe no âmbito de uma estratégia de crescimento nos mercados asiáticos. Por isso, a empresa marcou presença numa feira de Hong Kong e ficou satisfeita com os contactos estabelecidos

joANA RoSÁRIo DIRIGE PRoGRAmA cIENtÍFIco NoS EUA

“Detective da ciência” não esquece Macau Ainda ajudou refugiados vietnamitas que chegavam em Macau feridos em barcos. E da terra onde partiu para o mundo com a Medicina recorda sobretudo os tempos de infância nos chás gordos. Actualmente vive nos Estados Unidos onde é directora do programa de Ciências Básicas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças

Andou pelo mundo quase sempre com a Medi-cina nas mãos. E apesar de viver há 23 anos nos EUA onde dirige o programa de Ciências

Básicas do Instituto Nacional de Alergias e Doenças, dos Institutos Nacionais de Saúde (NHI na sigla in-glesa), Joana Rosário não perde as memórias de Ma-cau, terra onde nasceu em 1955. “Lembro-me de ter os primos todos para brincar, tínhamos mais liberdade para fazer asneiras e depois havia todo o tipo de co-mida”, lembra a mulher de 56 anos. São as melhores recordações da sua infância – tempos de chá gordo em que os petiscos e convívio alastravam pelas mesas –, contou a macaense ao jornal online Ciência Hoje.

Foram muitas as realidades que já viveu e estão longe de acabar as que viverá, porque a mudança é também o seu rumo. Foi partindo e regressando. Ajudando e descobrindo os caminhos da Ciência, em Macau e além fronteiras. Se aos 17 anos se ini-ciou na Faculdade de Medicina, curso que acabaria em Portugal na Universidade de Medicina do Porto regressa a Macau para integrar a equipa cirúrgica no Hospital. Mas o falar bem chinês, além do português, deu-lhe uma missão maior. Os refugiados vietnami-tas ficariam a ser cuidados. Chegavam “aos molhos” em barcos, débeis, ao ponto de alguns apresentarem “ferimentos de tiros”, puxou ainda da lembrança Jo-ana Rosário, na entrevista àquele jornal sobre ciência, tecnologia e empreendedorismo.

Antes de ir para o continente americano, ao abri-go de um estágio obrigatório de seis meses, esteve em Portugal a trabalhar na parte de neurologia no Hos-pital de Santa Maria, em Lisboa, aos 27 anos. Quando chegou ao Canadá conheceu um novo sentido. Joana Rosário descobriu o que realmente gosta da área de epidemiologia, seguiu para os EUA e voltou a abrir os cadernos do conhecimentos, ao especializar-se na-quela área através de um Mestrado na Universidade de Hopkins, em Baltimore.

Não estava só. Nos braços levava a sua filha, ainda menor. Como era mãe solteira aquela localiza-ção tornou-se importante. Foi uma etapa suada que concluiu com afinco quando o tempo sufocava. “Pra-

ticamente não tinha vida”, confidenciou ao Ciência Hoje, a cientista que dirige há cerca de 12 anos aquele departamento do NHI.

Após concluir o mestrado e dois anos depois de se ter tornado professora daquela universidade have-ria de ser convidada a integrar a equipa de cientistas do NHI. Mais mudanças e em três anos foi para Uni-versidade de Maryland. Os dias inteiros preenchidos com a investigação fizeram-na crer que “ser investi-gadora a tempo inteiro não era satisfatório porque não fazia uso de todas as faculdades”.

Sempre foi enfrentando novos desafios e por isso muda o rumo da sua vida profissional de 10 em 10 anos. Tendo dedicado uma década a exercer medici-na e outra a investigar, já está na administração do NHI há doze. Talvez seja tempo de uma nova trans-formação. “Estou naquele ponto de dizer que é hora de muda”, confessa ainda.

Aos 40 anos teve uma “crise de meia idade” e pensou mudar de ramo e ver crescer o futuro do zero. Aí enveredou por uma carreira mais administrativa gerindo dinheiros e fundos públicos para a ciência. Agora diz ainda não saber que coordenada seguir na sua vida, mas há muitos campos para explorar. “Ain-da estou a pensar, tenho bastantes escolhas, estou aberta a várias possibilidades. Agora depende tam-bém das oportunidades que surgirem”, reforça.

Enquanto não segue outra corrente, continua a correr o mundo, não para somar palestras ao currí-culo, mas para circular entre os investigadores. Isto porque quer “entender o que tentaram fazer, quais foram os resultados e que necessidades têm”, já que o seu “trabalho não é só assinar o papel e confirmar o financiamento do melhor projecto, mas principal-mente direccionar a ciência para onde é mais neces-sária”. O perfil de uma “detective, mas de ciência, à procura do que foi feito e do que se pode fazer”.

pág 08 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau

localGAES PREMEIA ESTUDANTES. o gabinete de apoio ao ensino superior vai premiar os estudantes que colaboraram com a base de Dados de educação terciária. os vencedores do sorteio de 28 de Junho podem reclamar os seus prémios até ao fim do mês.

ARBITRAGEM NO WTC. o centro de arbitragem do World trade center de macau vai organizar o quarto “grande fórum de arbitragem da china”, nos próximos dias 15 e 16. Nesta iniciativa vão participar delegados e responsáveis de organizações e conselhos de arbitragem da china, Hong Kong e taiwan.

Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 09

local“Com estas duas fotografias tento demonstrar o ponto de partida desta exposição que é reflectir um pouco sobre o impacto dos acontecimento de há dez anos na forma como entendemos o mundo, como vemos as coisas, como vemos as imagens” Hugo Pinto

“(...) Há um lado que depois acaba por transmitir muita esperança, e a mim agrada-me muito esse lado, para continuarmos a sentir que somos humanos, e acreditar que podemos viver num mundo melhor” José Drummond

10A EDIÇÃo Do toRNEIo DE RÂGUEBI DE PRAIA

Macau mais forte na areia de Hac SáO Clube de Râguebi de Macau conquistou a vitória no escalão masculino do torneio que animou a Praia de Hac Sá no sábado. Já na competição feminina o “Valley”, de Hong Kong superou uma formação da China Continental. Ao JTM Óscar Sousa Marques, vice-presidente da Associação de Râguebi de Macau, voltou a lamentar a falta de campos disponíveis para a prática da modalidade no território

Num dia em que formações de râguebi de Macau, Hong Kong, Cantão e Shenkou se reuniram

para a 10a edição do SJM Torneio de Praia, o Clube de Râguebi de Macau acabou por levar a melhor frente à equi-pa dos “Discovery Bay Pirates Rugby Football Club” na partida decisiva da categoria masculina. No final do tempo regulamentar o marcador assinalava um empate a três, mas durante o prolonga-mento a equipa de Macau acabou por marcar e venceu por 4-3. No que diz res-peito à vertente feminina, a equipa “Val-ley”, também de Hong Kong, superou uma formação da China Continental.

Em jogos que decorreram em cam-pos mais pequenos do que o habitual, e que por isso integraram equipas com apenas cinco elementos, o espectáculo contou com muito público. “Estiveram bastantes pessoas, até porque o tempo estava bom. Ao todo, de entre equipas e espectadores, estavam mais de 100 pes-soas”, frisou ao JTM o vice-presidente da Associação de Râguebi de Macau. Segundo Óscar Sousa Marques, este torneio, que contou com o apoio do Instituto do Desporto na organização,

serviu de preparação para competições futuras. “Esta é uma competição anual que se realiza normalmente nesta época do ano. O campeonato em Hong Kong começa já em Outubro e isto serve tam-bém para as equipas terem algum tra-quejo”, explicou Óscar Sousa Marques.

Os jogos disputados pelas equipas femininas na praia de Hac Sá cons-tituíram também uma prova de que

esta vertente está a crescer no seio da modalidade, especialmente em Hong Kong. Óscar Sousa Marques salientou que a adesão das mulheres ao râguebi “está a ganhar cada vez mais peso e há de facto bastantes equipas femininas em Hong Kong”. Em Macau não exis-te, para já, qualquer formação de rapa-rigas a praticar este desporto, porque “não há jogadores”, apontou o vice-

presidente da Associação de Râguebi. RÂGUEBI SEM ESPAÇO. Com mui-tos jogadores seniores a jogar na vizi-nha região de Hong Kong, a Associação de Râguebi de Macau precisa de mais campos para desenvolver a modalida-de no território. “Em Hong Kong este é um desporto muito bem estabelecido, com cinco divisões. Temos uma quanti-dade grande de jogadores seniores que estão a jogar na RAEHK. Não temos muitos campos disponíveis para jogar e é difícil fazer mais competições. Falta espaço para o râguebi em Macau, mas este não é um problema só nosso, mas também de outras modalidades”, refe-riu Óscar Sousa Marques.

Contudo, uma vertente que tem ganho cada vez mais fãs dentro destes desporto é o “mini-rugby”. Segundo o mesmo responsável, no intervalo de dois anos o râguebi para os mais novos tem-se “desenvolvido bastante”. “Actualmente contamos com cerca de 70 crianças, dos quatro até aos 14 anos. Treinamos sem-pre aos sábados de manhã no Estádio da Taipa”, afirmou o vice-presidente da As-sociação de Râguebi de Macau.

A.S.S

Hora do atentado assinalada na “art for all”o 10º aniversário dos atentados do 11 de setembro também foi assinalado na “art for all” (afa) com uma instalação de James chu, entre as 20.46, hora de macau em que aconteceu o primeiro ataque às torres gémeas, e as 23 horas. em duas horas e 14 minutos, em “an affair to remember” o artista revelou fotografias tiradas há dez anos nos telhados das torres gémeas, dias antes dos atentados. composta por quatro peças e “nenhuma individual” como contou o artista à agência lusa, a “instalação” varia na forma e no formato incluindo desde a pintura do mapa do metro nova-iorquino à representação das torres gémeas em incenso. a instalação incluía ainda uma peça com 2.977 campainhas em memória dos 2.977 mortos registados.

“911+10” PAtENtE NA LIVRARIA PoRtUGUESA AtÉ DIA 21

a arte de reflectir o 11 de Setembro Dez artistas, dez dias, dez anos depois. A exposição “911+10”, que foi ontem inaugurada na Livraria Portuguesa, não esquece o dia “negro” da História, uma década depois dos atentados do 11 de Setembro. Mas as obras não são uma reprodução da tragédia. Na mostra, os artistas reflectem sobre um acontecimento que mudou o globo. A esperança renasce entre as feridas, porque “podemos viver num mundo melhor”

FÁTiMA ALMEiDA

Tudo pode começar numa ban-ca de jornais com uma analep-se. As imagens de terror não se

apagaram desde que José Drummond guardou as capas da imprensa crava-das a densas nuvens de fumo. E por isso fazem parte deste memorial do 11 de Setembro de 2001. Mas a exposição “911+10” não é uma simples recorda-ção da tragédia.

“O projecto começou no dia 12 de Setembro [2001] com estes jornais que temos aqui expostos que comprei - todos do dia 12. Depois, ao longo dos anos, a ideia foi-se assumindo, ficando mais forte até que entendi que fazia sentido quando se assinalassem os dez anos, que é uma marca muito grande”, referiu ao JTM o José Drummond, o co-missário da exposição.

“911+10” é então um projecto an-tigo, saído do fumo, da poeira dos cor-pos, que dez anos depois do ataque às Torre Gémeas, se constrói com as obras de 10 artistas que não expõem a catás-trofe, antes a relacionam com um es-paço que é sobretudo nosso, aquele vê uma sala agrupada em visões distintas, multiplicadas, às vezes, em esperança.

“Acho que há uma característica que acaba por ser interesse: os artistas na sua maioria não apagam a memó-ria, esta continua muito presente, mas há um lado que depois acaba por trans-mitir muita esperança, e a mim agrada-me muito esse lado, para continuarmos a sentir que somos humanos, e acredi-tar que podemos viver num mundo melhor”, sublinhou José Drummond.

Patente na Livraria Portuguesa até dia 21 esta mostra conta com artistas de Macau e de Hong Kong, amplian-do as versões, os sentidos de uma data “negra da História”. “Tentei que as obras tivessem características de cada artistas para que depois houvesse uma boa variedade visual que cada um faz”, explicou José Drummond, que acrescenta à mostra uma fotografia sua a comemorar o seu primeiro aniversá-rio, já que este também se assinala a 11 de Setembro.

Ao comissário da exposição jun-tam-se Chan Ka Keong, Hugo Pinto, José Drummond, Mina Ao, Pakeong Sequeira, Peng Yun, Rui Rasquinho, João Vasco Paiva e Tan Xue, Yukko Chan, que (re)pensam a data, além do número. O MUNDO QUE NOS MUDA. Pake-ong Sequeira tem uma folha de papel

que ontem ia preenchendo com um sentimento, ou melhor uma oração. À medida que a música batida nos seus ouvidos, os traços de um coração vulgar ganhavam forma a preto, como linhas fortes que se multiplicam até ao infini-to. “Watch out – my attack” é constru-ído tendo por base um sentimento de “calma” e “paz”, para todas as pessoas que sofreram com os ataques ao World Trade Center, disse.

Já Hugo Pinto tem duas fotografias e o silêncio. Embora reconheça, no tex-to de apresentação de “Setembro”, que “entre nós e o mundo haverá sempre palavras”, as “imagens reconstruídas como códigos, não [são] mais meras cópias que sobrevivem ao que repre-sentam, mas sim elas próprias, provas de acção do mundo, mudando com os acontecimentos, consoante a incidência da luz ou o ângulo de visão”.

“Com estas duas fotografias tento demonstrar o ponto de partida desta exposição que é reflectir um pouco so-bre o impacto dos acontecimento de há dez anos na forma como entendemos o mundo, como vemos as coisas, como vemos as imagens”, explicou o jorna-lista. Não são retratos do atentado, an-tes demonstram “essa relação entre a narrativa e o contexto criado com o 11 de Setembro”. Até porque aquele dia mudou o mundo.UMA GOTA QUE DEIXA QUAL-QUER COISA. Yukko Chan come-

ça pelo nome da sua obra “Leave me with___.” para contar que há um espa-ço em branco de todos. Ali cabe tudo à medida das experiências de cada um. “Por exemplo, o quadro pode ser uma lágrima, pode ser sangue, paz, pode ser tudo o que quisermos. Na vida cada pessoa têm as suas experiências”, expressou a artista de Hong Kong, pro-jectando o futuro entre as feridas. Já nos aviões de papel “podemos pedir um desejo e voar, rezar pelas pessoas do mundo”.

O trabalho de João Vaz Paiva e Tan Xue “fala” de “coisas mais peculiares”, mais pessoais através de uma instalação de imagem e som - “Bird of Prey”. “Usei um papagaio para atrair falcões, docu-mentei o trabalho, mas não documentei o momento chave que é quando um daqueles pássaros ataca este e ele aca-ba por cair”, explicou João Vaz Paiva,

acrescentando que o trabalho foi realiza-do na Ilha de Lamma, em Hong Kong, e se relaciona com a maneira como o 11 de Setembro foi mediatizado.

Daquele espaço de luta vão sendo reproduzidas as experiências de alguns nortes americanos com quem falou em 2007 no Vietname, em “China Beach”, cenário que serviu também para o fil-me “Apocalypse Now”. “Falam de ex-periências muito pessoais. Um deles ia ter um exame de francês e por causa do que aconteceu no 11 de Setembro o teste foi anulado e ele estava contente. São coisas mais peculiares, mais pesso-ais e não aquele sentido de catástrofe”, exemplificou.

No dia que se assinalaram dez anos deste acontecimento, na arte há registo de um sopro de humanismo, de quem acredita que podemos construir um mundo melhor.

José Drummond Yukko Chan

Pakeong Sequeira

pág 10 pág 11segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau

FESTIVAL NO ALBERGUE. o evento “celebração da lua, festival do bolo lunar” promete animar hoje o albergue scm, pelas 18:30, com diversas actividades para adultos e crianças. vai ainda decorrer mais uma mostra da exposição de lanternas de carlos marreiros, que estará patente até 12 de Dezembro.

ESTRELAS NO OPEN DE GOLFE. o regresso do open de golfe a macau, entre os próximos dias 15 e 18, vai contar com várias estrelas da modalidade. o jogador indiano Jeev milkha singh (na foto), ex-líder do circuito “asian tour” regressa a macau depois de uma passagem em 1999. “Não jogo em macau há muitos anos. Não consigo sequer lembrar-me da última vez que joguei lá. mas adoro jogar na tour asiática”. De regresso aos “greens” de coloane está também o chinês Zhang lian-wei, que venceu por duas vezes o open de macau. “estou ansioso pelo facto do open de macau estar de regresso ao alinhamento da tour asiática de novo. o torneio tem uma grande história e tradição, e representa macau”, considerou. local

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a Festividade do outonoHoje, dia 15 da oitava Lua, celebra-se a festividade do Outono, conhecida pela festa do Bolo Lunar e em Macau, por Bolo Bate-Pau

A festividade do Outono começou no Período da

Primavera-Outono (770-476 a.n.e.), mas a origem da festa do Bolo Lunar surgiu durante a dinas-tia Tang.

Segundo Francis-co Pereira Marques; “A Lua correspondente ao mês de Setembro é con-sagrada pelos chineses à festa do bate-pau ou das lanternas a que eles cha-mam Chung-chau, por coincidir com a quadra outonal”.

Celebrada por toda a China, ocorre quando se inicia o Outono. Perí-odo em que está prestes a terminar o trabalho no campo e se preparam as últimas colheitas, estan-do os celeiros normal-mente cheios. Com os dias iguais às noites, o calor deixou de apertar e as temperaturas ame-nas e a luz que irradia do céu, criam uma sensação de bem-estar e de felici-dade nas pessoas. Logo é uma estação onde reina a alegria, o prazer e paz,

que envolvem o ambien-te quotidiano.

No calendário lunar, os dias quinze de cada mês são quando ocorre a Lua Cheia e no oitavo mês, normalmente com o céu limpo de nuvens, a Lua ganha um grande es-plendor e luminosidade.

Assim, comemora-se no dia 15 do oitavo mês lunar o Festival do Bolo Lunar e do Outo-no, ligados pela Lua, no dia que esta parece ser maior, oferecendo e co-mendo bolos lunares, já que tem a forma de Lua Cheia. Actualmente em Macau, muitas são as fa-mílias que vão ao fim da tarde para a praia de Hac

Sa e aí permanecem até próximo da meia-noite para admirar a Lua e vê-la reflectir sobre o mar. Levam consigo um far-nel festivo, ou compram a comida nas muitas ten-das que se encontram ao longo da avenida em frente à praia, enquanto os filhos vão equipados com lanternas que ilumi-nam pontualmente toda a extensão de areia ali existente. Este ano, tal-vez seja diferente já que se procede a obras na praia de Hac Sa.

Francisco Perei-ra Marques pega nas palavras do Reveren-do Justus Doolitlle que descreve esta festa da

seguinte forma: “A fes-ta das Lanternas assim chamada neste lugar (Fulchau, que segundo creio ser em mandarim denominado Fuzhou e será a capital da provín-cia de Fuquiam) é cele-brada na tarde do dia 15. Quase todas as famílias respeitáveis celebram-na d’uma mesma maneira, com maiores ou menores despesas e ostentação. É uma ocasião de grande hilaridade e alegria. As casas são iluminadas tão brilhantemente quanto possível. Há mais festas estrondosas e anima-ção nesta tarde do que de ordinário nas festas comuns; mais bebida

de vinho e mais jogos e passatempo de cartas. Como de costume, no fim da cerimónia, a famí-lia banqueteia-se com as iguarias oferecidas. Al-guns colocam diante dos idosos um prato de taro (inhame, a que os chine-ses chamam Yú-teou). O uso deste vegetal nesta ocasião é quase universal nas famílias deste lugar. Usa-se por ser um costu-me invariável comer taro debaixo das lanternas”.O BOLO BATE-PAU. Quando se começa a aproximar o dia 15 da oitava Lua o movimento nas pastelarias é enorme. As pessoas fazem fila para comprar inúmeras

caixas com pequenos bolos, que depois são oferecidos aos amigos e familiares.

Esses bolos actual-mente têm um recheio variado, havendo já com a variante de gelados, e chegam a custar muito dinheiro. Antigamen-te, como nos conta Luís Gonzaga Gomes: “estes bolos manipulados com farinha acinzentada, de cor da lua, são recheados com toucinho e presunto (kam-t’oi); com massa negra de feijões (tau-sa); com estranha miscelânea de pevides, amêndoas, pinhões, cascas de tange-rina e açúcar (ung-ian); ou com pasta amarela-da de sementes de lótus (lin-iong).”... “Os restan-tes, (fabricam-se hoje, anos 40 do século XX, umas quarenta varieda-des), são horrivelmente indigestos, embora satis-façam, no entanto, ple-nissimamente a gulodice chinesa.

Na face superior destes bolos, apresen-tam-se como adorno e em alto-relevo, as ima-gens do ‘Coelho Lunar’ ou da ‘Rã Lunar’, dois dos habitantes que, com categoria de divindades, povoam o planeta em questão” (a Lua).

Já Francisco Pereira Marques escreve: “Dá-se o nome de bate-pau a um bolo que os chineses pre-param nesta ocasião, que

é arredondado e pareci-do com um pastelinho com crosta de farinha, recheado de doces. Há várias espécies de bolos de bate-pau: uns em que só entra feijão; outros o mungo (que é uma espé-cie de feijãozinho que os chineses do sul chamam Loc tau, feijão verde); outros a semente de tra-te (); e outros o gergelim, amêndoa e toucinho. Só durante esta lua ou pou-co antes é que os chine-ses preparam estes bolos para venda e exporta-ção”. Um pouco mais à frente segue Francisco Pereira Marques dizen-do: “O bolo de bate-pau é o símbolo da lua, e os chineses chamam-no em dialeto mandarim Yué-ping (em cantonense Yüt-peang) e significa bolo da lua. Geralmen-te o seu peso não atinge meia libra.

Os macaístas co-nhecem-no pelo nome de bate-pau, por ser preparado com um pau em forma de uma féru-la, com um orifício no centro onde se metem a massa de farinha e os re-cheios, carregando com a palma da mão para o comprimir bem; e em se-guida batem o pau com força, por duas ou três vezes sobre a mesa para fazer expelir o bolo que é levado em acto contínuo ao forno, a assar.

Todo este mês lunar

é consagrado a esta festa, mas o décimo quinto dia da lua é o mais solene.

As lojas, onde se fazem e vendem estes bolos, costumam ter nos seus terraços ou telhados um mastro com bandei-ras ou lanternas”.

Nesta festividade, comemorada no dia 15 da oitava lua e conheci-da em cantonense por po lôc, ou Tchông Tch’âu Tchit e em mandarim por iau tchi os chineses comem em grande quantidade toranjas (citrus Máxima), conhecidas em Macau por jamboas.

Terminamos com as palavras de Francisco Pereira Marques: “Geral-mente diz-se que há <um coelho branco na lua pi-sando arroz>. As man-chas escuras e brancas na face da lua sugerem a ideia de que aquele ani-mal está ocupado no útil emprego de descascar o arroz. Prevalece a noção de que a lua é habitada por uma multidão de lindas fêmeas, que são chamadas pelo nome de uma antiga beleza que em uma ocasião visitou aquele planeta”. Essa deusa da Lua é Chang’e.

Por isso não se es-queça de nessa noite olhar para a Lua e arran-jar para as suas crianças lanternas para lhes alu-miar o caminho.

* Investigador. Colaborador regular do JTM.

SEGUNDo DIA Do coNcURSo INtERNAcIoNAL DE FoGo DE ARtIFÍcIo

Japão usa Rato Mickey e Doraemon para tentar o “tri”As equipas do Japão e Inglaterra regressam hoje à noite a um “palco” que já conhecem, na segunda noite do Concurso Internacional de Fogo de Artifício de Macau. O céu de Macau promete encher-se de animações japonesas e de música inglesa e irlandesa, numa ronda em que a equipa nipónica “corre” atrás da terceira vitória consecutiva no concurso

A segunda noite do Concurso de Fogo de Artifí-cio contará hoje com as actuações de equipas oriundas do Japão (21 horas) e Inglaterra (22

horas). Em conferência de imprensa, Motohiro Sono-da e Takanon Suda, responsáveis da “Tamaya Kitaha-ra Fireworks Co”, revelaram o que é se pode esperar da actuação japonesa para este ano. “Tentámos mos-trar no nosso espectáculo o desenvolvimento e o pro-gresso da economia de Macau, e também a sua cul-tura. Para isso, vamos utilizar várias formas, como o Rato Mickey e caras sorridentes. A amizade que sen-timos por este território levou-nos a criar estas for-mas. Vamos apresentar também músicas e animações japonesas, como é o caso dos desenhos animados do

Doraemon”, garantiu Motohiro Sonoda. A equipa vencedora dos concursos de 2009 e 2010

detém o recorde de triunfos no concurso e mantém as expectativas altas para a edição deste ano. “Quere-mos ganhar este ano. Tivemos bastante cuidado com

a junção de todas as luzes e elementos. Desenhámos o espectáculo para dar alegria às pessoas e fazer com que elas sorriam”, confessou o responsável da em-presa que é conhecida por utilizar o fogo de artifício tradicional japonês, feito à mão.

Da Europa chega a “MLE Pyrotechnics Limited”, que pela segunda vez participa nesta competição or-ganizada pelos Serviços de Turismo de Macau. Este ano promete apresentar um espectáculo de pirotecnia que mistura os estilos de Inglaterra e de Taiwan, ten-do como pano de fundo uma história de amor. Mat Lawrence, responsável pela empresa, adiantou ainda que a actuação incluirá muitos efeitos na água, jun-tamente com música oriunda da Irlanda, Inglaterra e da própria China. Para o responsável da “MLE Pyro-technics Limited”, a mistura de todos estes elementos culturais diferentes vai agradar ao público. “Espero que a audiência goste do nosso espectáculo e que as pessoas apreciem a nossa vinda a este território”.

A equipa inglesa, que participou no concurso de Macau em 2005, é considerada uma das companhias da área da pirotecnia mais inovadoras, tendo vencido no mês passado o “British Fireworks Champioships 2011”.

A.S.S.

Equipas da Inglaterra e Japão actuam hoje à noite, junto à Torre de Macau

Equilíbrio na noite da estreiaa “syrius Pyrotechics inc”, do canadá (na foto), e a “Woori fireworks inc”, da coreia do sul, abriram no sábado a 23ª edição do concurso internacional de fogo de artifício de macau, com actuações que tiveram nota positiva, ainda que sem deslumbrar. o poderio do fogo sul-coreano contrastou com o virtuosismo canadiano, numa ronda pautada pelo equilíbrio e que, a exemplo de anos anteriores, voltou a levar à rua milhares de pessoas, tanto junto da torre como noutras zonas de macau e da taipa. Particularmente animado esteve ainda o “arraial do fogo de artifício”, instalado na estrada ribeirinha junto à torre, numa iniciativa dos serviços de turismo e da união geral das associações dos moradores de macau.

pág 12 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 13

DJOKOVIC DERROTA FEDERER E ATINGE FINAL. o tenista sérvio Novak Djokovic, número um mundial, garantiu a presença na final do open dos estados unidos, depois de afastar o suíço roger federer, terceiro, pelos parciais de 6-7 (7-9), 4-6, 6-3, 6-2, 7-5. DESPoRTo

BESIKTAS ENTRA A PERDER NO CAMPEONATO. o besiktas, a equipa mais “portuguesa” da liga turca de futebol orientada por carlos carvalhal, estreou-se no campeonato com uma derrota na visita ao eskisehirspor, por 2-1.

LOKOMOTIV FAZ REVIRAVOLTA NO MARCADOR. o lokomotiv, treinado por José couceiro, conseguiu uma reviravolta frente ao líder Zenit. a equipa perdia em casa por 2-0, mas acabou por vencer por 4-2, num jogo em que o defesa português manuel da costa “bisou”, fazendo o 3-2 e o 4-2 final. DESPoRTo

BAYERN “ESMAGA” FRIBURGO. o bayern munique assumiu a liderança isolada da liga alemã com uma goleada à “antiga” ao friburgo (7-0). os bávaros foram implacáveis do início ao fim, com um “póquer” de mario gomez (08, 52, 55, 72 minutos), dois golos de ribéry (26, 41) e um de Nils Petersen (90).

LIGA PoRtUGUESA

leões e águias venceram à tangenteO Sporting somou, à quarta jornada, a primeira vitória na Liga portuguesa de futebol, em Paços de Ferreira, enquanto o Benfica derrotou o Vitória de Guimarães, por 2-1, num jogo com três grandes penalidades

Depois de ter somado apenas dois pontos nas três primeiras jornadas, o Sporting conseguiu voltou a triunfar na Mata Real, por 3-2, palco

onde não tinha vencido nas últimas três temporadas.O defesa esquerdo da formação pacense viu o se-

gundo cartão amarelo, aos 70 minutos, e foi a partir dessa desvantagem numérica que o Sporting, deno-tando falta de soluções ofensivas, conseguiu marcar três golos em oito minutos e chegar a uma vitória que parecia improvável.

O pacense Michel, aos cinco e 55 minutos, mar-cou os golos do Paços de Ferreira, enquanto Izmailov, aos 76, Elias, aos 78, e Wolfswinkel, aos 84, fizeram os tentos do Sporting, que, com este triunfo, manteve a distância para os rivais directos, igualmente vence-dores na quarta ronda da prova.

O internacional brasileiro Elias foi uma das qua-tro estreias no “onze” escolhido por Domingos Pa-ciência, juntamente com o argentino Insúa, o norte-americano Onyewu e o futebolista luso Pereirinha. Rodríguez, Rinaudo e Bojinov completaram as alte-rações na equipa inicial dos “leões”.

No Paços de Ferreira, o defesa Fábio Faria, cedi-do pelo Benfica, e Caetano, regressado do Mundial de sub-20 na Colômbia com o título de vice-campeão, foram as novidades na equipa inicial, que se apresen-tou em 4-3-3. Os locais estreavam também o técnico Luís Miguel, que sucedeu a Rui Vitória, agora no co-mando técnico do Vitória de Guimarães, e a estraté-gia passava por não perder, o que já não acontecia desde 2007/08, e, no melhor cenário, tentar repetir o triunfo da última época (1-0).

LIGA DoS cAmPEÕES

Benfica e Porto com estreias difíceis O campeão português FC Porto recebe amanhã o Shakhtar Donetsk, numa primeira jornada da Liga dos Campeões de futebol difícil para os portugueses, com o Benfica a jogar com o vice-campeão europeu, Manchester United

Os “encarnados” rece-bem amanhã um velho conhecido, mas de más

memórias, uma vez que, em sete partidas, todas na máxima prova europeia, apenas vence-ram uma vez, em 2005/06.

Na história está também a final da Taça dos Campeões europeus em 1968, quando o Benfica procurava o terceiro tí-tulo europeu, mas acabou por perder por 4-1 frente a uma equipa que tinha jogadores como Bobby Charlton ou Ge-orge Best.

Ambos vêm de vitórias. As “águias” venceram em casa o Vitória de Guimarães por 2-1, enquanto que os “red devils” golearam o Bolton por 5-0.

No outro encontro da ronda, os suíços do Basileia recebem os romenos do Otelul Galati.

No regresso à “Cham-pions”, depois da conquista da Liga Europa, o FC Porto recebe também amanhã o Shakhtar

Donetsk, que na última tem-porada atingiu os quartos de final.

O treinador dos “dra-gões”, Vítor Pereira, não pode-rá contar com o defesa Rolan-do e o médio Guarin, expulsos na Supertaça Europeia frente ao “Barça” (0-2).

Esta será a terceira vez que as duas equipas se encontram

nas competições europeias, de-pois do FC Porto ter eliminado o campeão ucraniano da Taça das Taças de 1983/84, com um empate fora (1-1) e uma vitória caseira (3-2).

O APOEL, dos portugue-ses Paulo Jorge, Nuno Morais e Hélio Pinto, recebe o Zenit, de Bruno Alves e Danny, no outro encontro do Grupo G.

Um dos grandes encon-tros da ronda está marcado para o Camp Nou, com o FC Barcelona a receber amanhã o AC Milan, na primeira ronda do Grupo H, que terá igual-mente um confronto entre os checos do Plzen e os bielorrus-sos do BATE Borisov.

Na Catalunha, estarão duas equipas que em conjunto têm 11 troféus da mais impor-tante prova europeia de clu-bes, com sete para os campe-ões italianos e quatro para os espanhóis.

A procura pela décima Taça dos Campeões Europeus começa na quarta-feira para o Real Madrid, com uma deslo-cação ao terreno do Dínamo de Zagreb, de Tonel, na pri-meira ronda da “poule” D.

Os “merengues” jogam na Croácia ainda sem José Mouri-nho no banco, a cumprir o pe-núltimo jogo de castigo.

No outro encontro do grupo, os holandeses do Ajax defrontam o Lyon, que não po-

derá contar com o ex-“dragão” Lisandro Lopez.

O treinador português André Villas-Boas estreia-se amanhã na Liga dos Campe-ões, com a recepção do Chel-sea ao Bayer Leverkusen.

Num Grupo E bastan-te forte, o Genk, em teoria a equipa mais frágil, recebe o Valência.

Naquele que será talvez o “grupo da morte”, o Man-chester City recebe na quarta-feira o Nápoles, enquanto o Bayern de Munique visita o Villarreal.

Também equilibrado de-verá ser a “poule” F, com o campeão alemão Borussia de Dortmund a receber o Arsenal e o Marselha a visitar o Olym-piacos.

“Repescado” para substi-tuir o Fenerbahçe, o Trabzons-por visita o Inter de Milão, campeão em 2010, numa pri-meira jornada do Grupo B, que terá também um Lille-CSKA de Moscovo.

Com apenas dois pontos conquistados em nove possíveis, o Sporting apresentava-se em Paços de Ferreira à procura da primeira vitória na Liga, mas entrou praticamente a perder.

Michel, aos cinco minutos, rematou colocado no seguimento de um livre indireto na área “leonina”, por pretenso atraso deliberado de Rodríguez a Rui Patrício, e inaugurou o marcador.

O Paços jogava com a defesa subida e os seus médios conseguiam recuperar muitas bolas ao Spor-ting, equipa que denotava dificuldades de progres-são, apesar do domínio de jogo, que se foi acentuan-do com o passar dos minutos.

A subida dos laterais “leoninos” acentuou essa tendência, “prendendo” os extremos do Paços e reti-rando capacidade ofensiva à formação local.

O holandês Schaars, aos 24 minutos, acertou no ferro da baliza de Cássio, que três minutos depois teve uma saída arrojada aos pés de Elias, que surgia

isolado, impedindo o golo da igualdade que o Spor-ting, com sete cantos a favor contra nenhum dos lo-cais, já fazia por merecer.

A formação pacense voltou a entrar melhor no segundo tempo e Michel, aos 55 minutos, deu o me-lhor seguimento a um livre cobrado por Luisinho na direita, com um cabeceamento à entrada da área do Sporting de que resultou no segundo golo do jogo.

Domingos Paciência esgotou as substituições, aos 64 minutos, fazendo entrar o russo Izmailov, que não foi o “saca-rolhas” de que o Sporting precisava, depois de apostar em Diego Rubio e Wolfswinkel.

Esta situação alterou-se com a expulsão de Nuno Santos, a quinta no Paços de Ferreira em quatro jor-nadas, acabando o Sporting, com alguma felicidade, por virar o resultado a seu favor, face a uma equipa já esgotada.

Com este triunfo, o Sporting subiu provisoria-mente ao sétimo posto a sete pontos do líder FC Por-to, que na sexta-feira derrotou o Vitória de Setúbal, por 3-0, com golos de João Moutinho (53), James Ro-driguez (75) e Belluschi (88).

No Estádio da Luz, o Benfica derrotou o Vitória de Guimarães, por 2-1, num encontro com três gran-des penalidades, duas delas muito contestadas pelos vimaranenses.

Em relação ao triunfo sobre o Nacional (2-0), Jor-ge Jesus, fez três alterações, com as entradas de Ga-ray, que estava lesionado, Bruno César e Saviola, para os lugares de Jardel, Aimar e Nolito.

O paraguaio Óscar Cardozo foi a figura do en-contro ao marcar dois penaltis, aos 34 e 45+1 minu-tos, mas desperdiçou outro castigo máximo, aos 36, tendo na segunda parte Edgar reduzido para os vi-maranenses, aos 63.

O Benfica ocupa a segunda posição, com 10 pon-tos, a dois do FC Porto, podendo o Sporting de Braga juntar-se aos “encarnados” no domingo, caso derro-tem no domingo o Gil Vicente.

Sporting sofreu para obter a primeira vitória no campeonato

Adeptos contam com o “pé quente” dos seus goleadores

LIGA ESPANHoLA

Real “descola” do “Barça”Cristiano Ronaldo, com um golo e uma assistência, esteve em foco na vitória do Real Madrid sobre o Getafe, por 4-2, que permitiu aos “merengues” ganhar vantagem sobre o FC Barcelona, na terceira jornada da Liga espanhola de futebol

Com quatro portugueses em cam-po (Ronaldo, Fábio Coentrão, Ri-cardo Carvalho e Pepe), a equipa

de José Mourinho aproveitou da me-lhor forma o deslize dos catalães, que haviam empatado horas antes contra a Real Sociedade (2-2), e isolou-se no co-mando da prova.

O francês Benzema inaugurou o marcador, aos 14 minutos, Mas Fedor empatou aos 39, após alguma atrapa-lhação da defesa madridista.

Aos 60 minutos, Cristiano Ronaldo marcou o segundo golo do Real e aos 69 fez um cruzamento milimétrico para Benzema, que não teve dificuldade em bisar.

O mesmo Fedor reduziu, aos 74 minutos, mas Higuain sossegou os adeptos da casa, com mais um golo a dois minutos do fim do encontro.

O Barcelona perdeu os primeiros dois pontos da época ao empatar no terreno da Real Sociedad por 2-2. Com apenas dois encontros já realizados na prova (a 1.ª jornada foi adiada para Ja-neiro devido a uma greve dos jogado-res), os campeões espanhóis foram sur-preendidos pela tenacidade da equipa basca, que conseguiu recuperar de uma desvantagem de dois golos.

Os catalães, que começaram com Messi no banco de suplentes, marca-ram cedo, por intermédio de Xavi (10 minutos) e Fabregas (11), tendo criado

mais um par de boas oportunidades para aumentar a vantagem.

Porém, a equipa da casa entrou no segundo tempo sem temores e, em ape-nas dois minutos, Agirretxe (59) e Griez-mann (61) empataram o encontro.

Com duas jornadas realizadas (a primeira ronda foi adiada devido a uma greve dos jogadores profissio-nais), o Real Madrid soma duas vitórias e mais dois pontos que os campeões es-panhóis.

O Valência levou de vencida a equipa do Atlético de Madrid, por 1-0, em noite de estreia de Falcao nos “col-choneros”. Um golo solitário de Sol-dado, aos 52 minutos, assistido pelo português Miguel selou a vitória dos valencianos, que passam a somar seis pontos, tal como a equipa de José Mou-rinho.

O jogo ficou ainda marcado pela estreia do ex-portista Falcao, que jo-gou os 90 minutos num conjunto onde também foram titulares os portugueses Sílvio e Tiago.

Também o Villarreal cedeu dois pontos em casa, empatando 2-2 com o Sevilha. Negredo, aos 22 minutos, abriu o marcador para os visitantes, mas os anfitriões deram a volta ao resultado, com golos de Rossi (35) e Rúben (73).

O empate chegaria a sete minutos do fim, com a assinatura do brasileiro Alexis.

LIGA INGLESA

“Diabos” goleadoresO Manchester United voltou a saltar para a liderança da liga inglesa de futebol, a par do “vizinho” City, depois de golear no terreno do Bolton, por 5-0

Os “red devils” somaram a se-gunda goleada consecutiva no campeonato inglês, com novo

“tri” de Wayne Rooney. O avançado in-glês, que já tinha contribuído com três golos no histórico triunfo sobre o Ar-senal, por 8-2, voltou a fazer o mesmo, levando já oito golos em quatro jogos (marcou em todos).

O internacional português Nani também voltou a mostrar que está a fa-zer um grande arranque da temporada, pertencendo-lhe as assistências para o primeiro, marcado por Javier Hernan-dez, logo aos 05 minutos, e último go-los do United, apontado por Rooney, a 22 minutos do fim.

Pouco antes, o Manchester City valeu-se de um “hat trick” do argenti-no Sergio Aguero para bater o Wigan, por 3-0.

No jogo que “recuperou” outro argentino do City, Carlos Tevez, que tinha perdido as três primeiras jorna-das, os “holofotes” incidiram no novo reforço do clube de Manchester, que fez as despesas dos anfitriões, aos 13, 63 e 69 minutos.

A uma semana de visitar o Man-chester United, o Chelsea “de” André Villas-Boas alcançou a primeira vitória fora de casa, ao triunfar no recinto do Sunderland, por 2-1.

Com a última contratação dos lon-drinos, Raúl Meireles, a titular (Bosin-gwa também entrou no onze inicial), o Chelsea voltou a fazer uma exibição cinzenta e ainda sofreu nos minutos fi-nais.

John Terry, aos 18 minutos, inau-gurou o marcador para o Chelsea, que dilatou a vantagem aos 51 minutos, por intermédio de Daniel Sturridge, num lance em que Wes Brown esteve a milímetros de aliviar o remate do joga-

dor recuperado ao Bolton, onde estava emprestado.

Em cima do minuto 90, o sul-core-ano Dong-Wong Ji reduziu para o Sun-derland e ainda deu alguma incerteza ao resultado, pois faltavam ainda cum-prir três minutos de compensação.

Ainda na “ressaca” da goleada so-frida em Old Trafford, o Arsenal conse-guiu a primeira vitória no campeonato, graças a uma infelicidade do guarda-redes holandês Michel Vorm.

O guardião do recém promovido Swansea, a “tapar” Moreira, que nem sequer foi convocado, aliviou uma bola contra as costas de um colega de equi-pa, “convidando” o russo Andrei Ar-shavin a marcar o único golo do jogo, a cinco minutos do intervalo.

mUNDIAL DE RÂGUEBI

África do Sul sofreu frente ao País de Gales A África do Sul teve uma estreia tímida na defesa do título mundial de râguebi, entrando no Grupo D com uma vitória muito sofrida sobre o País de Gales (17-16)

Ainda mal recomposta da desastrosa prestação na última edição das Três Nações, onde termi-nou no último lugar com apenas um triunfo,

a África do Sul nunca conseguiu impor em campo o claro favoritismo sobre os galeses.

Num confronto inesperadamente equilibrado, a vitória sofrida dos campeões mundiais acabou por ganhar corpo aos 65 minutos, altura em que Francois Hougard conseguiu o ensaio que deu um pouco mais de margem de manobra aos sul-africanos.

Na dupla jornada do Grupo C, a Austrália, outra das grandes candidatas ao título, já assinalou a en-trada neste Mundial, que decorre na Nova Zelândia, com um triunfo mais à altura do estatuto, batendo a Itália por 32-6.

Frente à mais frágil do grupo das seis maiores potências europeias, a Austrália valeu-se da noite inspirada de Quade Cooper, autor de três dos quatro ensaios dos Wallabies.

No outro jogo da jornada inaugural do Grupo C, que começou com um minuto de silêncio em memó-ria das vítimas do 11 de Setembro, no dia em que se assinalam 10 anos sobre os atentados em Nova Ior-que e Washington, a Irlanda também não conseguiu convencer diante os Estados Unidos. Os irlandeses alcançaram uma vitória um pouco mais robusta do que os sul-africanos (22-10), mas mostraram grande desacerto, fazendo um mau “treino” para o jogo que se avizinha, diante a supercandidata Austrália.

Noutras partidas disputadas sábado, Argentina, Japão e Roménia puseram em sentido os poderes ins-talados no râguebi internacional, ao ameaçarem der-rotar Inglaterra, França e Escócia no primeiro dia com jornada completa no Campeonato do Mundo.

Um dia depois da cerimónia de abertura e de a vitória da Nova Zelândia sobre Tonga por 41-10 – a

mais pequena derrota do pequeno reino da Polinésia em quatro jogos frente à selecção número um mun-dial – ter dado o mote, o equilíbrio foi confirmado.

A Inglaterra derrotou os “Pumas” argentinos por 13-9, a França venceu as “Flores Bravas” japone-sas por 47-21 e a Escócia necessitou de dois ensaios tardios de Simon Danielli para garantir a vitória so-bre os “Carvalhos” romenos por 34-24, enquanto Fid-ji também sentiu alguns problemas frente à robusta Namíbia, ganhando por 49-25.

A Argentina já tinha criado uma grande surpresa no Mundial de 2007, quando venceu a anfitriã França na primeira jornada da fase de grupos, e agora esteve perto de repetir o feito, uma vez que esteve a ganhar à Inglaterra, campeã em 2003, durante 66 minutos.

Num jogo com 27 penalidades, 16 delas contra a Argentina, o destaque foi para a má pontaria dos rematadores. Os sul-americanos chegaram a uma vantagem de 9-3, antes de os ingleses passarem para a frente do marcador graças a um ensaio do suplente Ben Youngs.

pág 14 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau

o mUNDNoS “mEDIA”

PoRtUGAL

PoRtUGAL

PoRtUGAL

ESPANHA

EUA

tAILÂNDIA

NAUFRÁGIO CAUSA MAIS DE 200 MORTOS. Pelo menos 220 pessoas morreram na sequência do naufrágio de um ferry “sobrelotado” que ligava as duas principais ilhas de Zanzibar, arquipélago dependente da tanzânia. segundo as autoridades, a embarcação, com capacidade para 600 passageiros, transportava um número indeterminado de pessoas.

Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 15

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Mais austeridade na GréciaO ministro grego das Finanças, Evangelos Venizelos, anunciou ontem medidas suplementares de austeridade para 2011 avaliadas em “dois mil milhões de euros”, para contrariar a contínua derrapagem das contas públicas

No âmbito das exigências emitidas pelos credores internacionais, em particular a União Europeia

e o FMI, e com o objectivo de cumprir os compromissos “é necessário garantir mais dois milhões de euros em 2011” e a “única medida eficaz consiste num imposto es-pecial sobre a propriedade imobiliária”, anunciou o ministro em declarações em directo na televisão.

O ministro considerou indispensável

este “novo esforço nacional” face à “ne-fasta atmosfera” para a Grécia no exterior, onde regressaram os rumores sobre os ris-cos de uma interrupção dos financiamen-tos, ou inclusive a hipótese da saída de Atenas da Zona Euro.

Enquanto Atenas tenta novas saídas para a crise, a Alemanha já se prepara para um eventual colapso da Grécia. Funcioná-rios do Ministério das Finanças alemão estão a analisar cenários para lidar com a

eventual bancarrota da Grécia, avaliando o que essa situação poderia significar para o resto da zona euro, avançou o jornal ale-mão “Der Spiegel”. Basicamente, estão a ser considerados dois cenários em caso de uma falência técnica da Grécia: no primei-ro o país continua na zona euro, enquanto no segundo deixa a moeda única, voltan-do ao dracma, o que provocaria uma subi-da em flecha da dívida pública grega, que está em euros, e o colapso dos bancos.

SEGURo REVELA ABERtURA A comPRomISSoS

PS em versão “humilde”O secretário-geral do PS fez ao longo do congresso uma demarcação de estilo de liderança face ao passado recente, prometendo um partido “humilde”, que reconhece erros e que está aberto a compromissos à sua esquerda e direita

Quero dizer a cada uma das portuguesas e a cada um dos portugue-

ses que podem contar com o PS, com um PS humilde, que sabe reconhecer os seus erros e que percebeu a mensagem que lhe foi dada no dia 5 de Junho [derrota nas eleições legislati-vas]”, declarou António José Seguro, ontem, no seu discur-so de encerramento do XVIII Congresso Nacional do PS, em Braga.

Nas duas intervenções de fundo que fez nos três dias de congresso, António José Segu-ro nem por uma única vez cri-ticou directamente e em con-creto práticas passadas dos seis anos de executivos comanda-dos por José Sócrates, mas pro-meteu um novo ciclo na vida do seu partido, caracterizado por uma oposição construtiva, responsável e com abertura a compromissos à sua esquerda e direita.

Principalmente no discur-so de ontem, Seguro procu-rou dar exemplos de oposição construtiva. Criticou duramen-te a política económica do Go-verno, sobretudo pela decisão de aumentar o IVA da electrici-dade e gás, apresentando, em paralelo, uma proposta alter-nativa para evitar essa subida da carga fiscal.

A mensagem destinada a mostrar que o PS possui ago-ra um novo estilo de liderança ter-se-á traduzido também na inesperada visita surpresa que António José Seguro realizou sábado à tarde às instalações da comunicação social presente no congresso de Braga – atitu-

de que contrastou com a forma distante e tensa com que José Sócrates se relacionou com os jornalistas nos últimos anos.

A visita foi no entanto marcada por um episódio in-sólito quando António José Se-guro entrou no estúdio da TVI numa altura em que António Costa, “número dois” da ten-dência adversária de Francisco Assis, estava a terminar a sua entrevista. Esta visita surpresa levou o presidente da Câmara de Lisboa a abandonar o mais rapidamente possível aquele estúdio de televisão. Momen-tos depois, António Costa co-mentou o “episódio de apa-nhados”, considerando que Seguro tenta diferenciar-se do anterior líder, através de uma procura de intimidade com os jornalistas, ao contrário de Só-crates que não se envolvia na “teia mediática” e que coloca-va as pessoas como prioridade da sua acção política.

Neste congresso, Seguro esforçou-se também por baixar

expectativas face a rápidos re-sultados em termos de popula-ridade e regresso ao poder.

Seguro advertiu que as eleições legislativas só são em 2015, que as políticas sérias demoram tempo a produzir efeitos, que os socialistas vão entrar numa maratona e não numa corrida de 100 metros e, igualmente, que as eleições au-tárquicas serão difíceis para o PS, já que cerca de 70 dos seus actuais presidentes de Câmara não poderão recandidatar-se.

Em Braga, Mário Soares esteve presente na sessão de abertura do congresso (o que não acontecia desde 1985), onde sensibilizou os socialis-tas para que se impeça a venda de empresas “jóias da coroa ao preço da uva mijona”, enquan-to Manuel Alegre discursou no sábado, pedindo à nova direc-ção para que coloque o PS cla-ramente à esquerda, de forma a apagar a ideia presente em alguns sectores de que é o ter-ceiro partido nacional do cen-

tro direita.O discurso aplaudido de

forma mais espontânea pelos delegados foi o do candidato derrotado na corrida à lideran-ça do PS, Francisco Assis, no qual prometeu unidade e que não iria “andar por aí” como líder de facção e em que defen-deu a herança dos governos de José Sócrates.

Na votação das moções de estratégia, Assis teve um resul-tado próximo da percentagem de delegados que conseguiu eleger para este congresso (cer-ca de 25%), mas subiu na elei-ção de ontem para a Comissão Nacional (esta por voto secre-to) ao atingir 32,38% contra 67,62% da linha maioritária de António José Seguro.

No próximo sábado, reúne-se a nova Comissão Nacional do PS, que então elegerá os órgãos directivos do partido: A Comis-são Política (direcção alargada) e Secretariado Nacional (o exe-cutivo restrito, escolhido em lis-ta fechada pelo líder).

pág 16 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 17

(...) “Dez anos depois do 11 de Setembro, o mundo civili-zado deve rezar a Deus para que o governo de Jerusalém tenha o discernimento necessário para travar o que aí vem. No Irão e no Paquistão certamente, mas, quem sabe, no Egipto e na Líbia também. É que a chamada revolução árabe cheira cada vez mais a esturro” (...)

António Ribeiro Ferreira in “i”

Dit

ooPInIão

In “Jornal de Macau” e “Tribuna de Macau” 12/09/1991

Há 20 anos

LEAL SENADO PROCURA SOLUÇÃO PARA A CRISEO presidente do Leal Senado de Macau disse à agência Lusa que os secretários-adjuntos para a Economia e Administração e a Direcção dos Serviços de Finanças se vão reunir com os responsáveis da autarquia, para discutirem a sua crise financeira.O chefe da edilidade, José Maneiras, esteve ontem com o secretário-adjunto para a Administração, Jorge Rangel, para discutir a situação de ruptura financeira do Leal Senado motivada pela não concessão de subsídios governamentais, além da disponibilização de 23 milhões de patacas para orçamento suplementar.José Maneiras disse à Lusa que Jorge Rangel se mostrou “receptivo aos problemas da Câmara”, mas que, o Leal Senado contínua em situação de ruptura financeira, já que as verbas disponíveis não chegam a atingir metade do previsto para o orçamento suplementar, que cobriria despesas de Agosto até ao final do ano. A direcção do Leal Senado está a preparar um novo projecto de orçamento suplementar para aprovação pela Assembleia Municipal no mais curto espaço de tempo possível, continuando em vigor as medidas de emergência para contenção de despesas adoptadas na semana passada. José Maneiras referiu ainda, que o Leal Senado está a apreciar o projecto de decreto-lei sobre regime financeiro das autarquias locais enviado no final de Julho pelo Governo à Câmara de Macau e à Câmara das Ilhas.

GRUPO DE LIGAÇÃO COM “BOM AMBIENTE”O primeiro dia da 11ª reunião plenária do Grupo de Ligação luso-chinês “correu bem” e “em bom ambiente”, disse à agência Lusa uma fonte portuguesa.Entre os temas da reunião, que decorre formalmente até hoje, figuram o aeroporto de Macau e a localização dos quadros na Administração daquele Território. O Grupo de Ligação deverá igualmente debater o processo de oficialização da língua chinesa em Macau e a participação do Território sob administração portuguesa em organismos internacionais.O novo conselheiro da embaixada de Portugal na República Popular da China, Ramos Machado, substituiu Godinho de Matos como membro permanente do Grupo. Ramos Machado, 42 anos, formado em Direito pela Universidade Clássica de Lisboa, encontra-se colocado em Pequim desde Julho passado.O seu antecessor, Godinho de Matos, seguiu entretanto para Lisboa, onde desempenha as funções de director dos Serviços Ásia/Oceânia do Ministério dos Negócios Estrangeiros. Ramos Machado participou pela primeira vez numa reunião plenária do Grupo de Ligação. Os outros membros permanentes da delegação portuguesa são o embaixador Pedro Catarino, chefe da delegação, o embaixador Carlos Portela, Henrique de Jesus, actual presidente do Instituto de Emprego e Formação Profissional e Alexandra Costa Gomes, coordenadora da Missão de Macau em Lisboa.

FalaR DE nóS Jorge A. H. Rangel*

Quando Macau teve aviação naval“Condicionado pelas circunstâncias da Guerra,

foi curta a vida do Centro de Aviação Naval de Macau ...”

Muito antes de Macau contar com o seu aeroporto, ve-lha aspiração de gerações realizado só na década de

90 do século XX, quando o Aeroporto Internacional de Ma-cau foi inaugurado na manhã de 8 de Dezembro de 1995, o território chegou a ter uma ligação área com Hong Kong, assegurada por uma empresa local — a Macao Aerial Trans-port Company (MATCO) — desde finais da década de 40 até princípios de 60, com longos períodos de interrupção, e a famosa e emblemática Pan American Airways havia tam-bém estabelecido uma carreira, com paragem em Macau, entre S. Francisco e Manila, com recurso a hidroaviões. O seu Philippine Clipper amarou nas águas do Porto Exterior pela primeira vez no dia 23 de Outubro de 1936, tendo esse promissor serviço durado apenas três anos.

Pouco depois da II Grande Guerra, a paz e o novo im-pulso dado ao desenvolvimento fizeram acreditar na van-tagem dessas ligações ao exterior, pelo que foi construída, em 1940, com a colaboração de técnicos da Cathay Pacific Airways, uma pista de 1.200 metros sobre o então hipódro-mo da Areia Preta. Ali aterrou desastradamente um robusto DC 3, em voo experimental destinado a abrir uma ligação regular com a colónia britânica. Esta tentativa frustrada fez adiar por meio século a hipótese de Macau ter, finalmente, carreiras aéreas regulares.

A propósito do hipódromo da Areia Preta, é oportuno lembrar que já havia ali aterrado, em Novembro de 1934, o tenente aviador Humberto da Cruz e o sargento-mecânico Gonçalves Lobato, num arrojado raid Lisboa-Dili, uma dé-cada depois do raid dos pilotos Brito Pais e Sarmento de Beires de Vila Nova de Mil Fontes a Macau.

Entretanto, sempre na vanguarda, a Marinha Portu-guesa havia inaugurado um Centro de Aviação Naval na ilha da Taipa em Novembro de 1927! O Comandante Adeli-no Rodrigues da Costa em “A Marinha Portuguesa em Ma-cau — uma relação muito singular” (Capitania dos Portos de Macau, 1999) relata-nos esta actividade pioneira a que a Guerra pôs termo:

“Macau foi o primeiro território de soberania portuguesa onde se instalou um serviço de aviação e a iniciativa pertenceu à Marinha.

Alguns incidentes graves acontecidos no Porto Interior em 1921, quando a canhoneira chinesa ‘Kwang-Tai’ e um pequeno torpedeiro guarnecidos por elementos adversos ao governo de Can-tão não acataram as instruções das autoridades marítimas por-tuguesas, revelaram as vantagens da existência de um serviço de aviação no território.

Então, sob proposta da Capitão do Porto, capitão-de-fraga-ta Magalhães Corrêa, e com o apoio do Governador comandante Henrique Correia da Silva, foi adquirido algum material à Macao Aerial Transport Co., nomeadamente dois aparelhos para treino do antigo tipo Aeromarine, chegando a montar-se uma escola e a contratar-se um instrutor americano. De seis alunos civis, só dois macaenses concluíram as provas e voaram desacompanhados, chegando também a especializar-se algumas praças do Armada. Porém, em 1923 o instrutor retirou-se, não foi substituído e a ex-periência caiu no esquecimento.

Quando em 1927 se verificaram perturbações na China, so-bretudo na região de Shanghai, algumas nações ocidentais con-centraram forças na região para a protecção dos seus nacionais. O Governo Português também reforçou a sua Estação Naval de Macau com os cruzadores ‘Adamastor’ e ‘República’, fazendo des-locar uma secção de 3 hidroaviões ‘Fairey III D’ para Macau, entre os quais se incluía o histórico ‘Santa Cruz’ que concluíra em 1922 a primeira travessia aérea do Atlântico Sul. Os aparelhos foram transportados desde Lisboa no transporte ‘Pero de Alenquer’ e de-sembarcados em Macau no dia 26 de Outubro de 1927.

O objectivo da presença desta secção era o de assegurar rá-pidas ligações a Hong Kong e o de auxiliar a Polícia Marítima na fiscalização das águas do Rio das Pérolas, então cenário frequente de acções de pirataria e contrabando.

Com os hidroaviões ‘Fairey 17’, ‘Fairey 19’ e ‘Fairey 20’ se-guiu o pessoal de apoio e os pilotos, respectivamente o 1.º tenente Marcos Vieira Garin e o 2.º tenente Neves Ferreira, a que se jun-tou depois o 1.º tenente José Cabral, para comandar aquela secção.

Na costa sul da Ilha da Taipa foi improvisado e depois construído um hangar para os hidroaviões e algumas moradias para o pessoal deslocado no local.

O primeiro voo realizou-se no 5 de Março de 1928. Porém, não foi intensa a actividade da secção estacionada em Macau e o ‘Fairey 17’ pouco voou: tomou parte em pesquisas de aviões fran-ceses e americanos perdidos no mar da China, colaborou com as autoridades francesas de Hanói e com as autoridades inglesas de Hong-Kong, tendo sobrevoado território chinês.

Em 1929, tal como os navios, também os aviões receberam ordens para retirar para Lisboa. Estavam já encaixotados a bordo do transporte ‘Pero de Alenquer’ para regressar a Lisboa, quando o Governo de Macau insistiu para que permanecessem no terri-tório. O ‘Fairey 19’ e o ‘Fairey 20’ foram desencaixotados mas, devido a pressões da Direcção da Aeronáutica Naval, foi decidido que o ‘Fairey 17’ regressasse a Lisboa, pelo que ainda hoje está no Museu de Marinha, constituindo uma das mais importantes peças do seu acervo.

Em Março de 1932 o 1.º tenente José Cabral regressou a Lis-boa e o Centro de Aviação Naval de Macau foi encerrado, vindo a ser extinto em 1933. Contudo, a Capitania dos Portos de Macau continuou a assegurar a conservação do hangar da Ilha da Taipa, nele se mantendo o ‘Fairey 19’ e o ‘Fairey 20’.

A instabilidade por que passava a China, com a guerra civil e a invasão japonesa, levaram o Governo Português a destacar para Macau o aviso ‘Bartolomeu Dias’, que embarcou os hidroaviões ‘Ospray 71’ e ‘Ospray 72’, além dos pilotos 1.º tenente Aires de Sousa, 2.º tenente Cardoso Barata e 2.º tenente Rodrigo Silveiri-nha. O navio chegou a Macau no dia 25 de Outubro de 1937 e os dois aparelhos ‘Fairey’, que desde 1933 se mantinham no hangar da Ilha da Taipa, foram desmantelados para que os ‘Ospray’ pu-dessem ocupar os seus lugares no hangar, que foi ampliado para receber os novos aviões que tinham maiores dimensões.

Por decreto de 8 de Dezembro de 1937 foi reactivado o Cen-tro de Aviação Naval de Macau, primeiro sob o comando do 1.º tenente Namorado Júnior e, mais tarde, sob o comando do 2.º te-nente Freitas Ribeiro. Logo em Maio de 1938 chegaram a Macau 4 novos ‘Ospray’, pelo que a Marinha passou a dispor de 6 hi-droaviões em Macau, que nesse ano de 1938 foram integrados na Marinha privativa da colónia.

Em 1939 foi criada uma Escola de Aviação Naval e a acti-vidade operacional do Centro de Aviação Naval era intensa, com uma média de quase uma hora de voo diário. (...)

Quando o ‘Bartolomeu Dias’ regressou a Lisboa, deixou em Macau os seus hidroaviões, que foram integrados na esquadrilha de Macau e os pilotos destacaram para o ‘Gonçalo Velho’, que entretanto chegara ao território.

A utilização da Ilha da Taipa era condicionada pelas marés e o uso do hangar era limitado pela escassez de espaço, que obrigava os aparelhos a dobrar as asas para nele entrar ou sair, factos que limitavam a sua utilização em casos de emergência. Além disso, havia as dificuldades na ligação entre a Taipa e Macau. Por isso, foi decidida a construção de um novo hangar nos aterros do Porto Exterior da península de Macau, que foi inaugurado em Março de 1941.

Condicionado pelas circunstâncias da Guerra, foi curta a vida do Centro de Aviação Naval de Macau, que passou por dois momentos particularmente graves em Junho de 1942 e em Janeiro de 1945.

No dia 26 de Junho de 1942, quando um ‘Ospray’ voava sobre Macau, teve uma avaria no motor e despenhou-se sobre o casario da rua do Tap Seac, explodindo e incendiando-se, tendo os seus ocupantes — 1.º tenente Rodrigo Silveirinha e 1.º sargento mecânico Macedo Girão — morrido carbonizados. O Centro de Aviação Naval foi extinto pouco tempo depois, mas o hangar foi mantido e nele conservados os 5 hidroaviões existentes.

No dia 16 de Janeiro de 1945, quando já estava definido o resultado da Guerra, a aviação americana baseada no porta-aviões ‘Enterprise’ bombardeou o hangar do Centro de Aviação Naval de Macau, destruindo-o com bombas de 50 libras e tiros de me-tralhadora.”

Existem relatos destes graves incidentes em jornais da época e em livros, entre os quais “Memórias do Oriente em Guerra”, de Leonel Barros (APIM, 2006).

* Presidente do Instituto Internacional de Macau. Escreve neste espaço às 2.as feiras.

oPInIão (...) “Seguro marcou o terreno em relação à direita, mas terá um dia destes de explicitar o seu pensamento em relação à extrema-esquerda. Falta isso” (...) – João Marcelino

(...) “O secretário-geral do PS (...) passou em claro sobre o desvio que o Governo diz ter encontrado nas contas públicas (os tais “colossais” dois mil milhões de euros) como se fosse coisa de somenos” (...) - idem

(...) “A utilização da Ilha da Taipa era condicionada pelas marés e o uso do hangar era limitado pela escassez de espaço, que obrigava os aparelhos a dobrar as asas para nele entrar ou sair, factos que limitavam a sua utilização em casos de emergência” (...) - Comandante Adelino Rodrigues da Costa, citado por Jorge Rangel

1. O discurso de António José Seguro no congres-so do Partido Socialista (PS), desde sexta-feira

reunido em Braga, teve a preocupação de declarar o partido como opositor de todas as medidas que não estão no memorando de assistência financeira assinado com a União Europeia e o Fundo Mo-netário Internacional e de reafirmar a intenção de zelar pelas conquistas do Estado social perante aquilo que designou como a “ofensiva liberal” do Governo de Pedro Passos Coelho.

O PS preparou o cenário com atenção ao de-talhe: não se via nenhuma rosa, tudo eram pu-nhos fechados, o símbolo histórico do PS - que regressou em força no dia do outro regresso mais saudado, o de Mário Soares, que estava afastado destes conclaves há mais de 25 anos.

Seguro marcou o terreno em relação à direita, mas terá um dia destes de explicitar o seu pensa-mento em relação à extrema-esquerda. Falta isso.

E faltou também algum rigor nas palavras. Por exemplo na questão da Madeira. O novo lí-der socialista teve o mérito de levantar a questão do endividamento na região autónoma, que con-tinua desconhecido. Essa é uma questão que em-baraça o Governo e, com certeza, o ministro Vítor Gaspar. Já se percebeu, até pelas declarações de Paulo Portas, que há na Madeira um risco político potencial para o entendimento entre o PSD e o PP. Apesar disso, não é sério falar da Madeira como uma região falida quando a mesma classificação se pode aplicar ao Governo da República, onde o

o discurso de SeguroPS teve tantas responsabilidades nos últimos anos. Basta, isso sim, exigir que o rigor da administração pública seja igual, e sem excepções, em todo o terri-tório nacional.

É evidente que o governo joga na Madeira mui-ta da sua credibilidade interna e externa e António José Seguro não largará o tema.

2. O secretário-geral do PS assinalou as promessas eleitorais não cumpridas pelo PSD (o aumento

dos impostos), foi duro quando falou das medidas extraordinárias já implementadas pelo Governo (o corte no subsídio de Natal e as medidas contidas no recente documento de estratégia orçamental), mas passou em claro sobre o desvio que o Governo diz ter encontrado nas contas públicas (os tais “colos-sais” dois mil milhões de euros) como se fosse coisa de somenos.

E quando falou nas diferenças em relação à visão que o Governo tem sobre a Europa, António José Seguro foi omisso num ponto a que terá de res-ponder brevemente: o PS vai ou não pactuar com o PSD e o PP na constitucionalização de um tecto para o défice que Merkel e Sarkozy já requereram para a Zona Euro e que a Espanha de Zapatero e Rajoy aprovou em três semanas?

No dia em que o PS deu um sinal na afirmação do feminino, com a eleição de Maria de Belém Ro-seira para presidente do partido, substituindo o ca-rismático Almeida Santos, o secretário-geral, como tem sido hábito, falou muito tempo para dentro das

hostes, às quais deixou no entanto um pedido de paciência. Para além das críticas que faz ao Go-verno, Seguro sabe que faltam pelo menos quatro anos - “1461 dias”, disse - para o PS voltar ao poder de onde saiu, pelo que se ouviu anteontem, sem muitas responsabilidades pela situação que vive-mos e que, segundo ele, o Governo gere com “in-sensibilidade social”.

Quem tivesse aterrado sexta-feira em Braga pensaria que a situação de Portugal foi “fabricada” nos últimos 80 dias. Mas também é para isso que servem os congressos...

O ex-presidente brasileiro Lula da Silva esteve esta semana em Lisboa e falou perante uma plateia de governantes, empresários e banqueiros por-tugueses. Apresentou os seus oito anos de poder como um caso de sucesso suportado por políticas sociais que elevaram a capacidade de consumo - e disse coisas tão interessantes como esta: um mi-lhão nas mãos de um rico gera uma conta bancária ao serviço da especulação financeira; um milhão distribuído por pessoas pobres é uma aposta na economia. Afirmou ainda que é essencial que as políticas de rigor financeiro e de controlo do défice sejam amparadas por uma aposta paralela no cres-cimento. Ministros e portugueses ricos bateram, no final, muitas palmas. Haja, pois, esperança...

*Director do Diário de NotíciasJTM/DN

João Marcelino*TRIBUna

CARTA AO DIRECTOR

Exmo. Senhor Director

Assunto: Relatório de Investigação sobre a atribuição das dez sepulturas perpétuas e reposição da verdade

De acordo com o art.º 27.º da Lei Básica da RAEM, os residentes de Macau gozam da liberdade de expressão, assim, muito agradeço a V. Exa. a publicação no seu conceituado jornal o seguinte:

1. A queixa sobre a atribuição das dez sepulturas em Dezembro de 2001, violando a Lei Básica da RAEM, não foi uma queixa anónima, todos os docu-mentos a ela referentes foram sempre assinados pela signatária, (devidamente identificada) e sempre dado conhecimento, a seu tempo, a S.Exa. o Chefe do Executivo, ao Ministério Público e, posteriormente, ao CCAC em 13 de Agosto de 2010, quando o CCAC veio a público comunicar que ia averiguar este caso.

2. Em virtude de considerar incorrecta a análise constante no n.º 6 a pags. 118 (versão portuguesa) do Relatório de Investigação do CCAC, a signatária já, por cartas enviadas em 8 de Setembro (versão em língua portuguesa ) e 9 de Se-tembro ( versão em língua chinesa), solicitou ao CCAC a reposição da verdade o mais brevemente possível.

3. Diz-se no n.º 6 a pgs. 118 do Relatório do CCAC (versão portuguesa) o seguinte: “Se por um lado a Sra. AL(...) alegou a existência de ilegalidades nos casos de autorização de pedidos de sepulturas em 2001,considerando que os seus efeitos se prolongam até hoje, por outro considerou que se deveriam aplicar esses mesmos critérios utilizados em 2001 na apreciação do seu pedido. A requerente não pode solicitar à Administração a tomada de decisão com base em critérios “ilegais” ou “irregulares”.”

4. Isto não corresponde à verdade ! A signatária nunca pediu a aplicação do critério utilizado no ano de 2001 para a apreciação do seu pedido. No meu requerimento de 15 de Abril de 2010, dirigido a S.Exa. o Chefe do Executivo, aler-tei para a existência de ilegalidade, ou seja a violação do art.º 7º da Lei Básica na atribuição das sepulturas em 2001. Por outro lado pedi sim a aplicação do critério previsto no art.º 14.º do Regulamento Administrativo n.º 37/2003 para a conces-são do direito ao uso prolongado de uma sepultura para um meu falecido irmão e alegando, ainda, que o poder discricionário deve respeitar os princípios da igual-dade e da equidade, pois ao que a signatária sabe, nunca o IACM submeteu a

S. Exa. o Chefe do Executivo ( a quem compete decisão em conformidade com o citado Regulamento Administrativo n.º 37/2003) a lista de 9 casos de concessão do direito ao uso prolongado de sepulturas (concedidos entre Janeiro de 2004 até ao presente), e respectivos fundamentos, deste modo ficou S. Exa. o Chefe do Executivo impedido de ponderar sobre o critério de apreciação do mérito e aplicar os princípios da igualdade e da equidade na apreciação deste caso, no uso do seu poder discricionário. Porém, no Relatório do CCAC entende-se que a signatária actuou incorrectamente querendo aproveitar-se de uma ilegalidade cometida pela Administração para proveito próprio. Não pode o CCAC confundir o Regula-mento Interno de 2001,(relativo à venda de 10 sepulturas perpétuas) que violou a Lei Básica, com o Regulamento Administrativo n.º 37/2003 ( sobre a concessão do direito ao uso prolongado de sepulturas). Da leitura do Relatório do CCAC verifica-se que os factos cruciais atrás referidos não foram sequer mencionados

5. A signatária, antes da publicação do Relatório do CCAC, em 29 de Agosto de 2011, submeteu um novo requerimento ( a que tem direito) ao sr. Presidente do IACM pedindo a concessão do direito ao uso prolongado de uma sepultura, ao abri-go do disposto no art.º 14.º do Regulamento Administrativo nº 37/2003, solicitando que fosse dado a conhecer a S. Exa. o Chefe do Executivo a relação dos 9 casos de concessão do direito ao uso prolongado de sepulturas, autorizados ao abrigo do su-pracitado art.º 14.º, que ainda está em vigor (segundo a lei este meu pedido deverá ser tratado de acordo com o Regulamento Administrativo n.º 37/2003, que ainda está em vigor e dentro do prazo legal), com indicação dos critérios utilizados para apreciação porque o poder discricionário deve obedecer aos princípios da igualda-de e da equidade e tendo, ainda, em atenção o art.º 25.º da Lei Básica. Alertei ainda para que o estipulado no art.º 14.º do Regulamento Administrativo n.º 37/2003 não poderia ser alterado por mera proposta ou sequer despacho.

6. Ainda antes da publicação do Relatório de Investigação do CCAC, a sig-natária submeteu ao Ministério Público, e outras entidades competentes, o pedido de declaração de nulidade do Regulamento Interno da Ex-Câmara Municipal de Macau Provisória, de 14 de Dezembro de 2001, com efeitos retroactivos à mesma data ou seja 14 de Dezembro de 2001, sobre a venda das sepulturas perpétuas, porque viola o art.º 7.º da Lei Básica da RAEM.

Com os meus melhores cumprimentos

RAEM, 10 de Setembro de 2011

Paulina Y Alves dos Santos

Recebemos da leitora Paulina Y Alves dos Santos a seguinte carta que publicamos na íntegra:

pág 18 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau

lazER(...) “O que me propuseram neste contrato foi fazer algo de novo no Lion’s Bar para criar um novo sentimento nas pessoas. Por isso, falei da mistura de vídeos, porque considero que é algo novo que está a surgir nesta indústria” (...) DJ Butch

(...) “Um agente viu-me a pôr música num bar e convidou-me para trabalhar com ele. Na altura nem sequer sabia que Macau existia, porque não era tão conhecido como hoje” (...) Idem

Jornal tribuna de macau segunda-feira, 12 de setembro de 2011 pág 19

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Já À vENDA NA LIvRARIA PORTuGuESA

O DJ que também remistura videoclipsEduardo Andréz, mais conhecido como DJ Butch, criou em Macau uma nova forma de pôr música que cada vez mais aparece nas pistas de dança: o chamado “Vídeo Djing”. Num ecrã gigante do Lion’s Bar do MGM desfilam videoclips enquanto as respectivas músicas são misturadas, algo que Butch considera ser “entretenimento puro”

É quarta-feira e encontramos o Lion’s Bar, no MGM, com os bancos quase todos cheios de pessoas. Do palco, salsa e hip-hop convi-

dam a dançar, até que os instrumentos descansam durante 30 minutos e dão lugar a sons de DJ. Mas não se espere uma performance habitual. Com um ecrã gigante, “um dos maiores de Macau”, o DJ Bu-tch prepara-se para passar um conjunto de músicas misturadas, acompanhadas do respectivo videoclip. Durante meia hora o palco vai ser dele, para depois a banda tocar novamente.

Este DJ oriundo de Manila é um dos responsá-veis pela existência em Macau de um tipo de perfor-mance muito em voga nas pistas de dança: o “Vídeo Djing”. “O que eu faço é trabalhar os videoclips com a música. Também faço mistura de vídeos, e incor-poro com a música. É entretenimento puro. Antes apenas passava áudio e é muito mais divertido tocar com vídeos”, contou ao JTM.

Naquele dia é o hip-hop que domina, mas nin-guém dança. Todos preferem ficar sentados a beber o seu copo. Fazer as pessoas agitar a pista de dança é o trabalho de Butch. “Muitas vezes as pessoas che-gam ao Lion’s Bar, sentam-se, bebem e não ficam em ‘modo’ de dança. E temos de pô-las assim. O que me propuseram neste contrato foi fazer algo de novo no Lion’s Bar para criar um novo sentimento nas pesso-as. Por isso, falei da mistura de vídeos, porque con-sidero que é algo novo que está a surgir nesta indús-tria. As pessoas que estão a dançar ficam entretidas com o espectáculo porque vêem o vídeo no hall e

tentamos educá-las para isso”, explica. Ver as pessoas a divertirem-se é a melhor sen-

sação para o DJ Butch, que acaba sempre por ficar surpreendido com as reacções face ao Vídeo Djing. “Antes apenas tínhamos a MTV. Mas agora tenta-mos trazer os videoclips às pessoas para que estas possam compreender que o som que estamos a tocar é deste vídeo e deste artista. A maioria, e especial-mente os chineses, não conhecem os vídeos para os quais estão a olhar. E é muito engraçado ver as reac-

ções das pessoas sobre os músicos”, frisou. Se no início da carreira Eduardo Andréz “só to-

cava coisas antigas”, agora resolveu remisturar discos e canções dos anos 2000. Sabe que muitas vezes o pú-blico do Lion’s Bar “não gosta do ‘beat’, mas gosta do visual”. Ao partilhar as sonoridades deste espaço do MGM com uma banda, o DJ Butch admite que muitas vezes a sua figura fica para segundo plano, mas não se importa. “Às vezes sinto que as pessoas só olham para o vídeo, mas no Lion’s Bar é dada mais importância à banda. Muitas vezes as pessoas vão ao bar por causa dessa banda e não por minha causa”, explicou.

Veio para Macau sem saber realmente o que o es-perava. Na capital das Filipinas, apenas lhe foi dada uma breve explicação sobre a RAEM. “Um agente viu-me a pôr música num bar e convidou-me para traba-lhar com ele. Na altura nem sequer sabia que Macau existia, porque não era tão conhecido como hoje. Só quando ele me disse que ficava perto de Hong Kong é que eu disse que sim”, explica Eduardo.

Chegou em Fevereiro de 2004 e o primeiro espa-ço nocturno que pisou em Macau foi a extinta disco-teca DD, onde tocou durante quatro anos. Depois foi o D2. “Abri o espaço e toquei lá durante dois ou três anos. Estive também no Altira, e só depois comecei no MGM”. Este é, aliás, o espaço que faz parte dos seus planos para o futuro. “Tenho um contrato exclusivo, e espero continuar. O MGM é uma boa empresa em Macau, traz grande reputação às pessoas. Acho que estou no lugar certo neste momento”, confessa.

A.S.S.

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pág 20 segunda-feira, 12 de setembro de 2011 Jornal tribuna de macau feCHo desta edição Jtm - 01:00Horas

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EUa mantiveram “valores” apesar dos “erros” o Presidente norte-americano afirmou ontem que os estados unidos salvaguardaram os seus “valores” apesar dos “erros” cometidos na sequência dos atentados do 11 de setembro. em entrevista à cadeia televisiva norte-americana Nbc, gravada no sábado na casa branca e difundida no 10º aniversário dos atentados terroristas, obama considerou que na última década os eua “lidaram com esses acontecimentos em conformidade com o nosso carácter” nacional, mas admitiu que foram cometidos erros. “algumas medidas demoraram algum tempo a ser aplicadas, mas de forma geral combatemos a al-Qaida” nos seus redutos, acrescentou obama. “Protegemos os nossos valores, preservámos o nosso carácter”, assegurou, para depois sublinhar que “os estados unidos conseguiram unir-se” face ao desafio dos ataques. “Para mim, como para a maior parte de nós, a primeira reacção foi (...) de pesar pelas famílias” das vítimas, declarou ao recordar o momento em que teve conhecimento dos atentados. “a outra coisa de que nos lembramos é a forma como os estados unidos se uniram”, reafirmou.

DEZ ANoS DEPoIS DoS AtAQUES DE 11 DE SEtEmBRo

Vítimas homenageadas em todo o mundoAutoridades e residentes de inúmeros países prestaram ontem homenagem às quase três mil vítimas que, há dez anos, morreram nos atentados de 11 de Setembro

O 10º aniversário dos atentados serviu de pretexto para juntar no Ground Zero, em Nova Ior-

que, pela primeira vez, o actual Presi-dente Barack Obama e o antigo Chefe de Estado George W. Bush. Os dois fizeram-se acompanhar pelas mulhe-res em todas as cerimónias evocativas da tragédia que chocou o mundo há 10 anos.

No Ground Zero, a cerimónia de homenagem às vítimas começou pelas 08:30 (20:30 em Macau). A abertura das cerimónias foi feita pela banda da polí-cia de Nova Iorque e de um grupo co-ral jovem do Brooklyn, que interpretou o hino nacional americano. Exactamen-te 16 minutos depois, foi observado um minuto de silêncio, que coincidiu com a hora em que a torre norte do World Trade Center foi atingida por um dos aviões da American Arlines.

Três minutos depois das 09:00, foi observado mais um minuto de silêncio. Foi a hora em que, há dez anos, o voo 175 da United Airlines chocou com a torre sul.

Ontem, não foi dia para discursos. Obama leu o Salmo 46, onde se lembra que a fé em Deus é um refúgio. Bush leu uma carta de Abraham Lincoln para uma mãe que perdeu os cinco fi-lhos na guerra civil americana.

Em Washington, centenas de pes-soas, incluindo o vice-presidente dos EUA, Joe Biden e o secretário da Defe-sa, Leon Panetta, também homenagea-ram no Pentágono com um minuto de silêncio as vítimas do 11 de Setembro.

Em Shanksville, na Pensilvânia (Leste dos EUA), centenas de pessoas também se reuniram para guardar um minuto de silêncio numa cerimónia que recordou os passageiros do voo 93 que morreram nos atentados.

Mas, esta data simbólica também foi recordada em diversas regiões do mundo. Em Roma, foi respeitado um minuto de silêncio em todos os aero-portos, e na hora exacta onde há dez anos o primeiro avião se despenhou contra a primeira torre do World Trade Center. Cerimónias similares foram or-ganizadas em outras cidades italianas.

Em Ancona, o Papa Bento XVI re-alizou uma missa ao ar e fez um apelo aos políticos para “resistirem à tenta-ção do ódio”. O Papa também pediu aos políticos que “trabalhem na socie-dade inspirando-se nos princípios de

solidariedade, de justiça e paz”.Em Paris, a inauguração de uma

réplica das Torres Gémeas marcou a homenagem francesa à data. As edifi-cações, de 25 metros de altura, foram colocadas nos jardins do Trocadero, tendo a Torre Eiffel como cenário. As estruturas também continham os no-mes dos mortos no 11 de Setembro e as mensagens de apoio recebidas pela fundação “The French Will Never For-get”, fundada em 2003 por um grupo de empresários franceses residentes nos EUA que quiseram contribuir para eliminar o sentimento anti-francês en-tre alguns americanos depois do país se ter oposto à guerra contra o Iraque.

Por outro lado, o príncipe Felipe, herdeiro da coroa espanhola, inaugu-rou, ao lado da esposa, princesa Leti-zia, um bosque de carvalhos america-nos no Parque Ferial Juan Carlos I, em Madrid, dedicado “à memória de todas as vítimas do terrorismo”.

Londres, que foi palco de uma missa na igreja St. Paul para lembrar

as 67 vítimas britânicas, também as-sistiu a uma manifestação. Cinquenta militantes islamistas queimaram uma folha de papel com o desenho da ban-deira americana diante da embaixada dos Estados Unidos.

Durante o dia de ontem, de Sydney

a Lisboa, foram organizadas cerimó-nias formais num tributo às quase 3.000 vítimas dos atentados, de 90 na-cionalidades distintas. Do Afeganistão à Espanha, príncipes e líderes transmi-tiram mensagens de solidariedade ao povo americano.

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