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Artigo - LÂMINAS HISTOLÓGICAS COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO NO ENSINO MÉDIO.
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Caderno de Estudos Tecnológicos
Faculdade de Tecnologia de Bauru volume 02 – número 01 – julho/2014
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LÂMINAS HISTOLÓGICAS COMO INSTRUMENTO DIDÁTICO
NO ENSINO MÉDIO
JULIANA CRISTINA1, STEFANON ROSÂNGELA CAPUANO
1, TARDIVO BRUNA
MAYARA BONATTO1
1Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR – Brasil
[email protected], [email protected], [email protected]
RESUMO: O laminário de histologia vegetal mostra em nível microscópico, proporcionando o
desenvolvimento de um raciocínio crítico acerca do conteúdo apresentado, possibilitando ao estudante a visão dos processos de mitose, associado às aulas teóricas e ilustrações dos livros didáticos. Desta maneira,
o objetivo do trabalho foi oferecer aos alunos uma experiência de ensino, por meio de um material didático
despertando a curiosidade, e mostrando ao nível microscópico as fases da divisão celular. Buscou-se, avaliar
se houve uma contribuição na melhor compreensão do conteúdo ministrado em aula teórica, enfatizando o uso do laminário histológico da cebola como material didático em metodologia de ensino em biologia. O
público alvo foram os alunos de um Colégio Estadual, localizado no bairro Uvaranas, em Ponta Grossa –
PR. O trabalho foi aplicado para o 1° ano do ensino médio, totalizando 19 alunos. O conteúdo foi abordado de maneira ampla, com auxilio de vídeo e imagens ilustrativas, em seguida, os alunos ilustraram através de
um desenho a fase da Metáfase na Mitose, em dois momentos: o primeiro após a aula teórica e o segundo
após a aula prática. Nesse estudo, pudemos observar que as aulas práticas apontaram uma melhor compreensão do conteúdo, complementando o conceito da Mitose na Metáfase explanado na aula teórica,
pelo professor, tendo como base, o livro didático. Concluiu-se que as aulas práticas, utilizando-se lâminas
histológicas, como instrumento didático-pedagógico, foi eficaz para a motivação dos alunos, tornando as
aulas mais dinâmicas e estimulantes.
Palavras-chave: Laminário histológico, ensino médio, mitose, divisão celular.
HISTOLOGICAL BLADES AS A TOOL IN TEACHING HIGH SCHOOL
ABSTRACT: The slides of plant histology shows at the microscopic level, providing the development of
critical thinking about the content presented, enables the student to view the processes of mitosis associated
with lectures and illustrated. Thus, the objectives of the project was to offer students an educational experience through a learning material arousing curiosity, more specifically, at the microscopic level showing
the phases of cell division. Also, assess whether there was a contribution to the better understanding of the
content taught in lecture and emphasize the use of histological slides of onion as courseware in teaching methodology in biology. The target audience were students of State College João Ricardo Von Borell Du
Vernay, located at St. Andrade Neves, No. 124, in the neighborhood Uvaranas in Ponta Grossa - PR. The
method was applied for the 1st year of high school, totaling 19 students. The content was discussed broadly, with the help of video and illustrative images, then students illustrated through a design phase Metaphase in
Mitosis, in two stages: the first after the lecture and after the second practice session. And through this study,
we observed that the classes showed a better understanding of the content, complementing the concept of
mitosis in metaphase explained in the lecture by the teacher, based on the textbook. It was concluded that the
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practical classes, using histological slides as an educational tool teaching were effective in motivating
students by making lessons more dynamic and exciting.
Keywords: Histological slides, high school education, mitosis, cell division.
PLACA HISTOLÓGICA COMO HERRAMIENTA DOCENTE EN EDUCACIÓN SECUNDARIA
RESUMEN: La placa histológica vegetal muestra a nivel microscópico, fomentar el desarrollo de un pensamiento crítico sobre el contenido que se presenta, permitiendo al alumno una visión general de los
procesos de la mitosis, asociado con conferencias e ilustraciones de los libros. Así, el objetivo era
proporcionar a los estudiantes una experiencia educativa, a través de un material didáctico despertar la curiosidad, y que muestra las etapas nivel microscópico de la división celular. Hemos tratado de evaluar si
hubo una contribución a la mejor comprensión de los contenidos impartidos en clase, haciendo hincapié en el
uso de placa histológica de cebolla como cursos de metodología de la enseñanza de la biologia. El público eran estudiantes de un State College, ubicado en el barrio Uvaranas, en Ponta Grossa – PR. El método se
aplicó para el 1º año de la escuela secundaria, un total de 19 alumnos. El contenido se ha abordado de
manera integral, con la ayuda de videos e imágenes ilustrativas, a continuación, estudiantes ilustran a través
de una fase de diseño de la metafase de la mitosis, en dos momentos: primero después de la primera conferencia y después de la segunda sesión de entrenamientos. En este estudio, se observó que las clases
prácticas mostraron una mejor comprensión de los contenidos, complementando el concepto de la mitosis en
la metafase explicó en la conferencia, el profesor, basado en el libro. Se concluyó que las clases prácticas, utilizando placas histológicas, como una herramienta de enseñanza-aprendizaje fue eficaz para la motivación
de los estudiantes, convirtiéndose en las clases más dinámicas y emocionantes.
Palabra clave: placa histológica, escuela secundaria, mitosis, división celular.
INTRODUÇÃO
Neste trabalho, primeiramente, faz-se necessário compreender alguns aspectos relacionados
ao processo ensino-aprendizagem que envolve os alunos, os professores e a estrutura (ou falta dela)
nas instituições de ensino médio.
As aulas práticas deixam, muitas vezes, de serem aplicadas, ora por falta de material,
equipamentos e laboratórios apropriados, ora por falta de tempo por parte dos professores durante o
planejamento das aulas, entre outros motivos. Por mais simples que seja a atividade prática, para o
aluno se torna uma experiência interessante e desafiadora, o que lhe permite relacionar os fatos às
soluções, organizar e interpretar os dados (KRASILCHIK, 2008).
O laminário de histologia vegetal mostra o material biológico em nível microscópico,
proporcionando o desenvolvimento de um raciocínio crítico acerca do conteúdo apresentado,
possibilitando ao estudante a visão dos processos de mitose, associado às aulas teóricas e ilustradas.
Também, expõem com maior clareza, os acontecimentos dos fatos do seu cotidiano, facilitando a
compreensão do assunto. O ensino experimental, utilizando-se de tecnologias para o ensino
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disponíveis, pode ser um fator de fundamental importância para a construção do ensino público de
qualidade (NEVES et. al., 2012).
Desta maneira, o objetivo do trabalho foi oferecer aos alunos uma experiência de ensino,
por meio de um material didático, despertando a curiosidade, ao mostrar em nível microscópico as
fases da divisão celular. O estudo procurou também, avaliar se houve uma contribuição na melhor
compreensão do conteúdo, ministrado em aula teórica, enfatizando o uso do laminário histológico da
cebola como material didático em metodologia de ensino em biologia.
A raiz da cebola, por apresentar um meristema em constante divisão celular, torna-se um
ótimo material de estudo para as aulas de genética, através do qual, permite-se visualizar as fases do
ciclo celular compreendido em prófase, metáfase, anáfase e telófase, que ocorre simultaneamente e
foi assim dividido para melhor compreensão do conteúdo.
Com a presente proposta, temos o intuito de investigar a possível contribuição nas
atividades de ensino-aprendizagem que podem ser obtidas, ou melhor dizendo, favorecidos pela
proposta criativa de metodologia de ensino em que consiste o laminário, que expõe os alunos ao
contato com atividades práticas e a um ambiente de aprendizagem mais estimulante.
DESENVOLVIMENTO
A deficiência das aulas práticas vem sendo discutida há várias décadas visando alterações
nos objetivos da educação científica. Novas propostas vêm sendo estudas por educadores sugerindo a
inserção de aulas práticas nos currículos (MARANDINO, 2003). De acordo com os Parâmetros
Curriculares Nacionais (PCN’s), a aprendizagem significativa implica sempre alguma ousadia:
diante do problema posto, o aluno precisa elaborar hipóteses e experimentá-las. Fatores e processos
afetivos, motivacionais e relacionais são importantes nesse momento. Os conhecimentos gerados na
história pessoal e educativa têm um papel determinante na expectativa que o aluno tem da escola, do
professor e de si mesmo, nas suas motivações e interesses, em seu autoconceito e em sua autoestima.
(BRASIL, 1997).
A precariedade da prática de ensino também tem sido vinculada com a má formação dos
docentes. Muitos, concluem o ensino superior e, mesmo assim, sentem-se despreparados para
enfrentar uma sala de aula, por insegurança quanto ao conhecimento do conteúdo ou por não terem
tido a oportunidade de aprimorá-los durante sua formação (BUENO, B. 2011).
Segundo Moraes (2000), muitos professores acreditam que o ensino experimental exige um
laboratório com materiais e equipamentos sofisticados, levando-os à restrição para o
desenvolvimento de atividades experimentais. Ressalta ainda que as deficiências na formação do
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professor de Ciências representam uma séria limitação para a utilização de experimentação em suas
aulas, e estão relacionadas tanto com a formação pedagógica como com o domínio de conteúdos
específicos.
Bizzo (2002, p.75) ressaltou que “é importante que o professor perceba que a
experimentação é um elemento essencial nas aulas de ciências, mas que ela, por si só, não garante
um bom aprendizado.”.
Em particular, quanto aos conhecimentos em Biologia, os Parâmetros Curriculares
Nacionais (PCN’s) colocam que os modelos de experimentos na ciência podem explicar tanto aquilo
que podemos observar diretamente como indiretamente, satisfazendo como critérios de legitimação
(BRASIL, 1997). Contudo, é necessário que haja uma relação entre a teoria e a prática, onde o papel
do professor é orientar, tornando-se mediador com o intuito de motivar o aluno a descobrir novos
conceitos a partir de conceitos pré-existentes.
Com esse direcionamento o papel do professor é de orientador, mediador e assessor do
processo, e isso inclui manter a motivação, lançar ou fazer surgir do grupo uma questão-
problema, salientar aspectos que não tenham sido observados pelo grupo e que sejam
importantes para o encaminhamento do problema. (BUENO, R. s/a, p. 3).
A mitose faz parte do conteúdo do currículo de Biologia do Ensino Médio. Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais para Ensino Médio (PCNEM, 2006), faz-se necessário que o
aluno saiba compreender a estrutura de um DNA, as reações químicas que acontecem, os processos
de reprodução da célula e princípios básicos de duplicação do DNA para que ele entenda e relacione
com as diferentes formas de vida, ou seja, a biodiversidade do nosso planeta. Afirma ainda, que os
dados obtidos em demonstrações, em visitas, em relatos de experimentos ou no laboratório devem
permitir, através de trabalho em grupo, discussões coletivas, que se construam conceitos e se
desenvolvam competências e habilidades (BRASIL, 2007).
Como é dever do Estado garantir uma educação pública e de qualidade a todos,
independente de classe, religião e etnia, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica (DCEB,
2008) ressaltam, que as aulas práticas permitem aos alunos aproximar a teoria da prática retomando o
assunto abordado em sala de aula aplicando-o a suas ideias. Expõem ainda, que deve haver também
interação professor-aluno onde ambos devem expor suas idéias, aprimorando a capacidade de
reflexão, o que irá interferir na construção do saber. Compete, portanto, ao professor direcionar e
criar condições necessárias para a aproximação do aluno com a experiência (BRASIL, 2008).
O Colégio Estadual trabalhado descreve, no Projeto Político Pegadógico, que o professor
precisa ser mediador para o desenvolvimento do pensamento crítico, e que deve utilizar o laboratório
de maneira adequada, cumprindo as normas de segurança de uso dos equipamentos, auxiliando
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também os alunos no manuseio dos instrumentos e orientando o comportamento dentro do
laboratório.
Com isso, a realização de aulas práticas, desde que sejam bem planejadas e que apresentem
a relação do conteúdo com o cotidiano do aluno, despertam o interesse deles em descobrir novas
respostas para os problemas, desenvolvendo assim suas habilidades de raciocínio. Como aponta o
autor:
É necessário mudanças na forma de ensinar Ciências para que as aulas se tornem mais
interessantes e o professor possa desenvolver no aluno as habilidades que o tornam apto a compreender a disciplina como uma atividade humana sócio-historicamente determinada e
formar um adulto detentor do conhecimento científico... Materiais pedagógicos podem
estimular o aprendizado do aluno porque ele é levado pela curiosidade em descobrir o
significado do que está sendo observado e consequentemente irá associar as características
observadas com a teoria desenvolvida em aula e pode aprender muitos conceitos por si
mesmo. (BUENO, R., 2008, p. 4-5).
De acordo com Hamburger (2011, p.6), “o ensino de Ciências torna-se mais atraente para os
alunos” quando se trabalha com aulas práticas. A participação em sala de aula é benéfica tanto para o
aluno como para o professor, onde este último consegue perceber o entusiasmo dos discentes em
novas descobertas, o que, também, motiva o professor a melhorar as práticas de ensino. O autor
ressalta ainda que “as atividades investigativas favorecem a aprendizagem dos conteúdos e a
observação, a argumentação e a organização, fica mais prazeroso ensinar Ciências”.
O estudo da genética no ensino médio tem apontado dificuldades. Dentre os problemas já
citados, como a falta de preparo dos professores e de um local adequado para realizar os
experimentos, um obstáculo bastante comum é o fato de que a genética possui um vocabulário
bastante complexo, que muitas vezes confundem os alunos (CID e NETO, 2005). Um outro
problema verificado, é a insuficiência dos temas abordados nos livros didáticos, que abrangem o
conteúdo de maneira vaga e simplista, e, mesmo assim, muitas vezes é o único recurso utilizado pelo
professor na elaboração das aulas (MORENO, 2007).
Araújo e Nascimento (2011, p.8), afirmam que o aluno tem um desenvolvimento melhor
em relação ao ensino-aprendizagem e torna-se mais participativo, mais suscetíveis a discussões,
quando o professor traz o conteúdo enriquecido pela sua criatividade e outros materiais-conteúdos,
além do livro didático utilizado, suprindo a precariedade do mesmo.
Fica evidente que na produção de seu próprio material de aula, o aluno, além de ter contato
com o desenvolvimento de um trabalho científico, mostra-se mais participativo nas aulas e
adquire mais subsídios para utilização do que aprendeu e produziu, uma vez, que o ensino
(principalmente o Ensino Médio) é o caminho e o objetivo da maioria dos graduandos.
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Para Krasilchik (2003, p.87), “tão prejudicial como não dar aulas práticas é fazê-lo de forma
desorganizada, em que os estudantes, sem orientação, não sabem como proceder, ficando com uma
visão deformada do significado da experimentação no trabalho científico”. Uma aula prática quando
não elaborada adequadamente, irá, provavelmente, virar motivo de indisciplina, os alunos podem
perceber a insegurança do professor, desviando assim a atenção da aula, e o que era pra ser
proveitoso, acaba tornando-se apenas mais um contribuinte para dificuldades de aprendizagem.
Para a melhor compreensão da disciplina de ciências e biologia, deve existir uma relação
teórico-prática, e então o aluno passará a entender melhor os acontecimentos do seu cotidiano e
conseguir uma assimilação com o conteúdo na escola. (SIQUEIRA et. al., 2007; BRASIL, 1997).
O objetivo principal refere-se à divisão celular, que ocorre pelos processos de mitose e
meiose. O laminário de histologia vegetal expõe com maior clareza as fases da mitose na divisão
celular, através do microscópio ótico, e coloração adequada se consegue distinguir as células em
divisão. Mas, diante do exposto acima, cabe ressaltar que tal atividade prática deve ser bem
planejada pelo docente, fundamentada teoricamente por meio de um material científico e didático
competente para que os objetivos de ensino/aprendizagem almejados sejam alcançados.
METODOLOGIA
Com o intuito de analisar o uso do laminário histológico da cebola como material didático em
metodologia de ensino em biologia, elegeu-se a abordagem qualitativa. Essa abordagem, segundo
Richardson (1985, p.39):
[...] podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de
certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais,
contribuir no processo de mudanças de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de
profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos.
O método científico é indutivo e tem como propósito, a partir da observação, identificar a
relevância do material de apoio nas aulas de genética, e na compreensão da divisão celular. Para Gil
(2008, p. 10) “De acordo com o raciocínio indutivo, a generalização não deve ser buscada
aprioristicamente, mas constatada a partir da observação de casos concretos suficientemente
confirmadores dessa realidade”.
O público alvo foram os alunos de um Colégio Estadual localizado no bairro Uvaranas, em
Ponta Grossa – PR. O trabalho foi aplicado para o 1° ano do ensino médio, totalizando 19 alunos.
A aplicação do laminário foi realizada com as lâminas permanentes, ou seja, o professor
pesquisador disponibiliza as lâminas já prontas, visto que, o material exige tempo para a confecção.
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Para a preparação do material foi utilizado como referência um roteiro de aula prática da UNICAMP
(Universidade Estadual de Campinas – SP) (2010), desenvolvido por vários colaboradores e aplicado
no projeto “embrião”.
Para a confecção das lâminas utilizaram-se os seguintes materiais e etapas:
- Raizes de cebola; - Garrafa PET;
- Papel toalha;
- Conta-gotas;
- Solução de orceína acética 1%; - Lâminas;
- Lamínulas;
- Pinças; - Lâmina de barbear;
- Placa de Petri;
- Bico de Bunsen; - Microscópio óptico com ampliação total de pelo menos 100x;
- Óleo de imersão;
1. Cortar três ou quatro raízes da cebola, preparadas previamente, em tamanhos de 1 a 2cm, a partir
da região apical e transferi-las para uma placa de Petri, contendo orceína acética (corante);
2. Aquecer a placa de Petri com uma lamparina a álcool até a emissão de vapores, sem deixar
ferver;
3. Transferir as raízes, com o auxílio de uma pinça de ponta fina, sobre uma lâmina limpa e
seccionar a região do meristema, que representa um pedacinho de cerca de 2 a 3mm a partir do
ápice, desprezando o resto da estrutura;
4. Pingar uma gota de orceína acética sobre o meristema seccionado e, com muito cuidado, cobrir o
material com a lamínula;
5. Com um pedaço de papel absorvente, eliminar o excesso de corante;
6. Cobrir a lamínula com o papel absorvente e, cuidadosamente, pressionar com o polegar até
visualizar uma camada única de células ao microscópio óptico;
7. Colocar a lâmina no microscópio e visualizar as células em divisão mitótica;
O conteúdo foi abordado de maneira ampla, com auxilio de vídeo e imagens ilustrativas, em
seguida, os alunos ilustraram através de um desenho a fase da Metáfase na Mitose, em dois
momentos: o primeiro após a aula teórica e o segundo após a aula prática.
Para a coleta de dados para análise, o professor pesquisador solicitou aos alunos, a elaboração
de um desenho esquematizando a Metáfase, antes da realização da aula prática. Para a realização de
tal atividade, os alunos tiveram como apoio o conteúdo teórico acerca da mitose, bem como a
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explicitação da atividade a ser realizada. Após a aula prática a mesma atividade, de realizar um
desenho esquemático acerca da mitose, foi solicitada aos alunos para que fosse possível comparar os
desenhos esquemáticos realizados. Além dos alunos realizarem novamente a tarefa de desenhar, após
a aula prática, também foram orientados a responder duas questões objetivas sobre a aula prática com
o intuito de apreender a avaliação dos alunos para a atividade prática, e compor a análise proposta
neste trabalho:
1 – Minha experiência com a aula pratica ajudou a compreender a mitose ( ) concordo, ( ) discordo;
2 – A aula pratica não me ajudou na compreensão da mitose ( ) concordo, ( ) discordo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A coleta de dados para essa análise iniciou-se no dia 12 de agosto de 2013. Neste dia foi
realizada, pela professora pesquisadora uma aula expositiva sobre o conteúdo “Divisão Celular” com
a turma do 1° ano do Ensino Médio. Para tal, utilizaram-se o livro didático Biologia Hoje
(LINHARES, 2010, p.213- 217), um roteiro de aula, elaborada pela docente, embasado por este
mesmo livro e também, para a exposição do conteúdo de forma oral, apoiou-se ao recurso midiático
“televisão pen-drive”.
Durante a aula teórica os alunos demonstraram dúvidas quanto o processo de divisão celular,
pode-se perceber que a dificuldade maior foi na compreensão de como ocorriam, em algo tão
microscópico, todos esses processos. Após exposição do conteúdo e da realização da atividade
solicitada aos alunos em aula, obteve-se o seguinte resultado: todos os 19 alunos participantes, sem
exceção, ilustraram a fase da Metáfase da Mitose na Divisão Celular fidedignamente à figura
utilizada no conteúdo exposto pela professora (figura 1 e 2), como podemos ver nos exemplos abaixo
nas figuras 3,4 e 5:
Figura 1 – Ilustração da Metáfase.
Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/divisao-celular/divisao-celular-7.php
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Figura 2 – Ilustração da Metáfase do livro didático.
Fonte: Biologia Hoje (LINHARES, 2010, p.215)
Figura 3 – Amostra de ilustração dos discentes após aula teórica
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Figura 4 – Amostra de ilustração dos discentes após aula teórica
Figura 5 – Amostra de ilustração dos discentes após aula teórica
Sendo assim, 100% da amostra coletada apresentaram um mesmo resultado, conforme ilustra
o gráfico 1. Nenhuma ilustração solicitada em aula distanciou-se das figuras expostas em aula
teórica, observando-se maior aproximação com a figura 1. Esperava-se tal resultado, pois, as figuras,
foram únicas referências de apoio, para ilustração da Metáfase, disponíveis aos alunos neste
momento.
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Gráfico 1: Primeira Atividade - Desenho : Resultado das ilustrações
realizadas pelos alunos após aula expositiva
Contudo, não houve obstáculo para a aplicação da aula prática, sendo que o recurso utilizado
(microscópico e lâmina da raiz de cebola), mesmo que de maneira simples, pode ser desenvolvido
em sala de aula, e disponibilizou a visualização da Metáfase em dimensão real, ajudando na
compreensão do conteúdo como podemos observar no gráfico 2 abaixo:
Gráfico 2: Segunda Atividade - Desenho : Resultado das
ilustrações realizadas pelos alunos após aula prática
Os resultados obtidos foram satisfatórios, através do qual podemos observar que 15 dos
alunos observaram a lâmina e representaram a imagem corretamente, e 4 alunos chegaram a
representação aproximada da imagem vista no microscópio, mas comprovaram ter compreendido
melhor a mitose, pois, visualizaram a divisão em dimensão real e concluíram que não ocorre somente
em uma célula e que a mesma está sempre em constante divisão, como aponta as figuras 6, 7 e 8 a
seguir:
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Figura 6 – Amostra de ilustração dos discentes após aula prática
Figura 7 – Amostra de ilustração dos discentes após aula prática
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Figura 8 – Amostra de ilustração dos discentes após aula prática
Já os resultados das questões aplicadas após a aula prática, obteve-se um resultado unânime
dos alunos, ou seja, os 19 alunos concordaram que a experiência com a aula prática ajudou a
compreender a Mitose. Como podemos observar no gráfico 3 abaixo.
Gráfico 3: Questões aplicada após realização da aula prática.
Portanto, as aulas práticas apontaram uma melhor compreensão do conteúdo,
complementando o conceito da Mitose na Metáfase explanado na aula teórica, através do professor,
tendo como base, o livro didático.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Evidenciou-se que as aulas práticas, utilizando-se lâminas histológicas, como instrumento
didático pedagógico, foram eficazes para a motivação dos alunos, tornando as aulas mais dinâmicas e
estimulantes.
Conclui-se que a relação entre a teoria e a prática, em sala de aula, é de suma importância na
fixação do conteúdo, pois a partir da experiência que trata esse estudo, constatou-se que a partir do
laminário os alunos puderam perceber como ocorre a divisão celular, seus detalhes e enfim, entender
melhor as fases da Mitose. Portanto, o aluno que experimenta o que observou em teoria, consegue
apreender o que foi aprendido relacionando assim, os conteúdos teóricos às experiências da vida.
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