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PUBLICIDADE JOANE | p. 150 Salão é um perigo para crianças e jovens CASTELÕES | p. 097 Autarca local homenageado na televisão MOGEGE | p. 07 Uma paróquia, dois padres RONFE I| p. 08M | p Casa do Povo quer saber paradeiro de 15 mil euros AIRÃO S.JOÃO | p. 06 Idosos aderem às consultas de fisioterapia VERMIL | p. 08 Junta integra mapa da Capital Europeia da Cultura HAJA SAÚDE | p. 13 Dois anos de bons conselhos médicos Nº 143 • ANO XIII • FEVEREIRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE Da região para o mundo COMBUSTÍVEIS pág. 12 ANIVERSÁRIO pág. 11 Leitores dão os parabéns pelos 13 anos do RL OPINIÃO pág. 17 e 18 Luís Santos, Miguel Azevedo e Sérgio Cortinhas EM FOCO pág. 03 E se Airão fosse nome de uma só freguesia? Não há carteira para preços tão altos! REPORTAGEM pág. 10 Casa Mortuária de Joane arranca em Maio WWW.FACEBOOK.COM/REPORTERLOCAL/ EXCLUSIVO RL pág. 07

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Edição de Fevereiro 2011

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JOANE | p. 150Salão é um perigo para crianças e jovens

CASTELÕES | p. 097Autarca local homenageado na televisão

MOGEGE | p. 07Uma paróquia, dois padres

RONFE I| p. 08M | pCasa do Povo quer saber paradeiro de 15 mil euros

AIRÃO S.JOÃO | p. 06

Idosos aderem às consultas de fisioterapia

VERMIL | p. 08Junta integra mapa da Capital Europeia da Cultura

HAJA SAÚDE | p. 13Dois anos de bons conselhosmédicos

Nº 143 • ANO XIII • FEVEREIRO 2011 DIRECTOR: JOAQUIM FORTE

Da regiãopara o mundo

COMBUSTÍVEIS • pág. 12

ANIVERSÁRIO • pág. 11Leitores dão os parabéns pelos 13 anos do RL

OPINIÃO • pág. 17 e 18Luís Santos, Miguel Azevedo e Sérgio Cortinhas

EM FOCO • pág. 03E se Airão fosse nome de uma só freguesia?

Não há carteira para preços tão altos!

REPORTAGEM • pág. 10

Casa Mortuária de Joane arranca em Maio

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EXCLUSIVO RL • pág. 07

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REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 3

O Governo está a estudar uma reforma administra-tiva do país, que poderá incluir a redução do nú-mero de freguesias, atra-vés da eliminação e fusão de algumas delas. Qual é a sua opinião?

MANUEL PIMENTAPresidente de Junta de mogege

“Estou totalmente de acordo de uma revisão administrativa , quer ela preveja fusão de freguesias, quer de concelhos. É insustentável manter o modelo actual. As fre-guesias continuam a não ter meios, quer f inanceiros, quer outros, nem competências para dar resposta a tantas e diversas situações. conti-nuamos totalmente dependentes da sede das câmaras. A verdadei-ra regionalização de que tanto se fala , deveria ser feita a partir das autarquias mais próximas da po-pulação”.

DANIEL RODRIGUESPresidente da Junta de Ronfe

“ Tendo em conta a dimensão e a ruralidade de algumas freguesias, sou de acordo que estas se fun-dam para que possam ganhar mais capacidade quer f inanceira , quer reivindicativa . Além das freguesias mais pequenas, existem outras que deveriam também ser fundidas. No exemplo do nosso concelho. A ci-dade de Guimarães concentra três freguesias, tal não faz sentido”.

FRANCISCO SÁPresidente da Junta de castelões

“Justif ica-se em freguesias com menos de 300 habitantes. Numa freguesia como castelões, que tem 2.000, não vejo razões. O peso po-lítico e questões economicistas não devem ser as únicas razões a prevalecer. As freguesias têm uma identidade e uma cultura muito próprias que devem ser respeita-das. No caso de castelões, admito que se se fundisse, por exemplo, com mogege, o peso político po-deria ser maior, mas não estou a ver as populações a aceitarem isso, eu não aceito. Se em questões de limites de freguesias as desavenças e lutas já são grandes, o que fará numa situação de fusão”.

INQUÉRITO RL

Autarcas falam da redução do número de freguesias

As declarações de Francisco Gonçalo, ex-presidente da Junta de Airão Santa Maria, em defesa da fusão desta

localidade com a vizinha Airão S. João - publicadas na última edição do RL - geraram intensa discussão. “F icar ia uma f regues ia boa , com c e r c a d e 2 . 5 0 0 e l e i t o r e s , e t e r i a outra força”, declarou Gonçalo. As declarações surgem numa altura e m q u e s e d i s c u t e a r e d u ç ã o d o número de freguesias , no âmbito da reforma administrativa do país. António Carvalho, actual presidente d a J u n t a d e A i r ã o S a n t a M a r i a , d e f e n d e u m d e b a t e “ p a r a q u e a s pessoas não fiquem surpreendidas”. “A solução não será a curto prazo, m a s a m é d i o e l o n g o p r a z o v a i acabar por acontecer. As freguesias poderão continuar tal e qual como estão, o que deverá acontecer será a f u s ã o d e s e r v i ç o s . U m a J u n t a , uma casa mortuária, uma escola, e outros serviços, poderiam servir tanto Santa Maria como S. João. O tempo das capelinhas já acabou”, sustenta. Pa ra o au t a rc a , a f u s ã o p e rmi t i r i a “ g a nh a r ma i s força, sobretudo, financeira”. “O problema do bair-rismo poderia colocar-se na questão do concelho de Joane, por exemplo. No caso de fusão de serviços, a população já aceitará melhor a solução. É hora de pensar-se em conjunto”, afirma.

O autarca vizinho, Domingos Forte Ferreira, é mais cauteloso: “qual-quer fusão terá o protesto das po-pulações. A questão financeira não colhe, há muito mais onde poupar, n ã o n a s f r e g u e s i a s ” , s u s t e n t a o autarca. Â n g e l a O l i v e i r a , e l e i t a d o P P n a Assembleia de Freguesia de Airão Santa Maria, diz que “não faz sentido continuar a insistir no modelo actual d e o r d e n a m e n t o d o t e r r i t ó r i o ” e defende a “fusão de freguesias” para “reduzir os gastos do Estado com o poder local”. “Muitas juntas não têm razão de existir e acarretam custos desnecessários ao Estado”, realça. Em relação ao caso de Airão Santa Maria e Airão São João, “qualquer fusão nunca poderá ser feita a régua e esquadro”, mas sim mediante um processo que ouça as populações lo-cais. “Havendo entendimento entre as populações das duas freguesias, penso que, além das vantagens que já referi, a população ganharia com

o aumento de peso e representatividade no concelho e, portanto, aumento do poder reivindicativo junto da Câmara Municipal”.De resto, estas duas freguesias até possuem carac-ter íst icas que fac i l i tar iam uma eventual fusão: o pároco, Joaquim Faria, é o mesmo; o clube de futebol mais representativo é o União Desportiva de Airão, que fica em Santa Maria. Mesmo ao nível do nome, o processo estaria facilitado: Airão.

Airão S. João e Airão Santa Maria poderiam ser uma só freguesia?

AIRÃO ST. MARIA2,16 km² área territorial1859 habitantes 524 edifícios51,8% população activa

AIRÃO S. JOÃO 2,86 km2 área 886 habitantes222 edifícios49,1% população activa222 edifícios

Dados estatísticos do censos 2001

SABER MAIS SOBRE AIRÃOHá muita informação sobre Airão Santa Maria e Airão S. João: na Internet (http://jf-airaosjoao.com; http://arcasm.com) ou em livro (Monografia de S. João de Airão, de Hilário Oliveira Silva, editada no ano 2000).

EM FOCO

Luís Pereira | Redacção

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4 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

FÓRuM

O qUE SE DIzA FRASE DO MÊS

“(Fernando Moniz) teve que subornar alguém para o tirar da Câmara. Devia pedir, imediatamente, para sair do governo ci-vil. Não pode ser impolu-to como governador civil e como presidente da Co-missão Política fazer aqui-lo que lhe apetece”.

Armindo costa, presidente da câmara de Famalicão, a propósito das acusações de Fernando moniz, líder da concelhia PS fa-malicense, suportadas por um documento camarário relacionado com o Plano Director municipal. Jornal Opinião Pública.

“Uma série interminável de favorecimen-tos particulares, acções judiciais, pro-miscuidades políticas, disparates urba-nísticos, agressões ambientais e histórias da Carochinha. Surge agora a cereja em cima do bolo : um sinistro plano, ”top secret”, para destruir a magnífica zona escolar e desportiva da cidade. ”La Cosa Nostra” chegou a Famalicão”.Raul Tavares bastos, deputado municipal Famali-cão, O Povo Famalicense

“Tenho sinceramente pena que o Sr. Ta-vares Basto termine a sua carreira poli-tica e a sua intervenção cívica desta for-ma tão pouco digna. Famalicão merece empenho de qualidade e muitas vezes a quantidade e o querer estar sempre visí-vel tolda o pensamento, até o politico.comentário-resposta de António meireles a R. Ta-vares bastos, blog O Povo Famalicense

“O núcleo de Investigação Criminal de Barcelos deteve um homem por suspei-ta de posse e tráfico de droga e realizou três buscas domiciliárias na freguesia de Vermoim”Opinião Pública

”Desde 1994, morreram mais de 20 pes-soas na Circular Urbana de Guimarães”Título do comércio de Guimarães

“Despediram a minha mãe”(grito de uma jovem em forma de grafitti na parede de uma fábrica)

A inscr ição está na parede de uma fábrica de Joane: “DESPEDIRAM A MINHA MÃE”, com letra juveni l . E depois , a assinatura: “SARA” . E m a i s u m a v e z c o n f i r m a - s e a t e s e s e g u n d o a q u a l u m a imagem va le mais do que mi l palavras. Principalmente numa região como o Vale do Ave onde o d e s e m p r e g o a t i n g e n í v e i s preocupantes mas que regista, ao mesmo tempo, uma das taxas m a i s e l e v a d a s d a E u r o p a d e população jovem.Foto: Direitos Reservados

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OLEIROS, 2004Q u e m p a s s a n a p e q u e n a f r e -g u e s i a d e O l e i r o s n ã o d e i x a de admirar a “grande” sede de Junta , um edi f íc io com cave e d o i s a n d a r e s p i n t a d o d e t o n s a m a r e l a d o s , n u m p o n t o m a i s a l taneiro da local idade.A i m a g e m a o l a d o t e m m a i s d e 1 0 a n o s e r e g i s t a “ p a r a a p o s t e r i d a d e ” o a r r a n q u e d a construção da sede da Junta . O bloco principal lá está, a ganhar altura , ao lado da complexidade de máquinas e ferros .Hoje , a sede de Junta assegura o s vá r i o s s e r v i ç o s d e a t e n d i -mento a c idadãos , as reuniões da Assembleia de Freguesia e o Gabinete de Enfermagem, aos sábados.

SE TIVER FOTOGRAFIAS QUE mOSTREm ASPEcTOS QUE JÁ DESAPAREcERAm OU EFEITOS DAS AlTERAçõES NA PAISAGEm DA SUA TERRA , E SE AS QUISER PARTIlHAR cOm OS lEITORES, ENVIE POR mAIl , GERAl@REPORTERlOcAl .cOm, OU POR cORREIO.

DIAS DE ONTEM

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REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 5

Em Março de 1998 saiu o primeiro número do jornal Repórter Local , com sede em Joane e com um raio de abrangência de 10 freguesias.Representava o concretizar de uma aspiração de longa data que, contu-do, demorou anos a ver a luz do dia.Ao longo destes anos contou com a carolice de muitas pessoas. Conhe-ceu altos e baixos - muitas vezes re-f lexo do maior ou menor dinamismo de quem o dirigia e das l imitações t ípicas de um jornal “pequeno”.Durante anos foi a face mais visí-vel da associação que o viu nascer: o Centro de Apoio Local de Joane. Com o passar dos anos, o CAL dei-xou de ter actividade e extinguiu-se (se não oficialmente, pelo menos na prática). O jornal que muitos condenaram à morte, agonizou durante alguns me-ses, mas sobreviveu e passou a ser propriedade de uma empresa, a Ta-manho das Palavras, Lda, constituí-da pela equipa que o assegurava. De forma transparente e sem intenções subterrâneas. Hoje, o RL é um órgão de comunica-ção local reconhecido, bem implan-tado na região que cobre, que não f ica nada a dever a jornais sedeados nas cidades de Famalicão e de Gui-marães, com um grafismo moderno, atractivo, com um jornalismo vivo

– tudo, é claro, dentro das suas muitas l imitações. Não signif ica que o jornal não se de-pare com dif iculdades. Pelo contrá-rio. Elas, as dif iculdades, são cada vez maiores.O RL vive da publicidade, exclusi-vamente (é um jornal gratuito), e qualquer corte publicitário decidi-do por empresas ou entidades - fru-to da conjuntura f inanceira ou de outras razões não tão perceptíveis - representa um efectivo rombo na embarcação. Que pode acabar por provocar o seu naufrágio.O futuro é de apreensão no que toca à sobrevivência dos jornais locais - este cenário, estas apreensões não são, claro, exclusivas do RL. Ao f im de 13 anos, se podemos sa-l ientar e agradecer as centenas de mensagens de parabéns que recebe-mos – em particular através do Fa-cebook (algumas delas transcritas nesta edição, na página 11) - tam-bém não podemos olvidar a incóg-nita que se vislumbra no horizonte. De qualquer das formas, importa o tempo presente: e enquanto houver força e arte, e acima de tudo base publicitária segura, o RL continua-rá a tri lhar o seu caminho.

NOTA: Do aniversário daremos o devi-do destaque na próxima edição.

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Repórter Local | Propriedade e Editor - Tamanho das Palavras, Lda, Rua das Balias, 65, 4805-476 Stª Mª de Airão Telefone 252 099 279 E-mail [email protected] detentores com mais de 10 % capital Joaquim Forte e Luís Pereira Director Joaquim Forte ( [email protected]) | Redacção Luís Pereira ([email protected]) | Paginação Filipa Maia |Colaboradores Ana Margarida Cardoso; AnalisaNeto; Custódio Oliveira; Elisa Ribeiro; João Monteiro; Luís Santos; Miguel Azevedo; Luciano Silva; Sérgio Cortinhas; Joana Cunha; António Oliveira | Impressão Gráfica Diário do Minho | Tiragem 4000 ex. | Jornal de distribuição gratuita | Distribuição: Alberto Fernandes | Registo ICS 122048 | NIPC 508 419 514

As dúvidas dos 13 anos

JOAQUIM FORTE

PAG. 08 EM BuSCA DA nORMALIDADE EM ROnfEA casa do Povo de Ronfe es tá a tentar apaziguar os ânimos. mas a polémica ainda paira: agora, a institui-ção quer saber onda páram 15 mil euros de apoio estatal.

http://gdairaocurva.blogs.sapo.ptA freguesia de Airão S. João não é muito conhecida pelo seu movimento associati-vo: são poucas as colectividades existentes na terra. merece, por isso, realce a presen-ça na Internet do Grupo Desportivo de Ai-rão - curviã. Trata-se de um blog que serve essencial-mente para dar conta da actividade e pres-tações dos vários atletas desta associação. A última inserção data de 27 de Fevereiro e refere-se à presença do clube na prova dos 10 kms de Avintes. Vale a pena espreitar.

ReguiLa

VILA BOA...Só DE NOME!O lugar chama-se Vila Boa, fica em Joane, mas de Vila Boa só tem mesmo o nome. Potencial não falta a este lugar, desde logo pelo conjunto patrimonial, mas este está votado ao abandono.

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6 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

M a r i a O l i v e i r a M a c h a d o , 7 4 a n o s , a g a r r a - s e à b e n g a l a p a r a p o d e r a n d a r e m c o n d i ç õ e s . “ É a i d a d e . O que vale , para a l iv iar as dores ,

é a f is ioterapia”, diz a septuagenária de Airão S . J o ã o e n q u a n t o s e p r e p a r a p a r a m a i s u m a

LOCALiDADES

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Redacção

CARNAVAL EM AIRÃO SANTA MARIA A ARcA - Associação Recreat iva e cultural de Airão Santa maria promove um desf i le de carnaval , terça-fe ira , a part i r das 15 horas , entre a praia f luvia l e a sede da associação. Há prémios para os 10 melhores mascarados .

fisioterapia na sede da Junta de

Airão S. João

AIRÃO S. JOÃO • SAÚDE

sessão de “ginástica” na piscina local . Tal como ela , dezenas de pessoas, sobretudo idosos, têm aderido a esta nova iniciativa da Junta local . De-pois de ter aberto um gabinete de enfermagem, a Junta decidiu dar um novo passo através de uma parceria com uma empresa l igada à f is ioterapia. “É mais um exemplo de acção soc ia l d ir ig ida a segmentos mais frágeis da população”, justi f ica

o presidente da Junta, Domingos Ferreira. Por outro lado, acrescenta, “é uma forma de aproveitar as potencialidades oferecidas pelo espaço da pisc ina, co locando-as ao serviço dos mais necessitados. As pessoas que têm capacidades financeiras vão a Bra-ga, a Guimarães ou até ao Porto, os mais necessi tados têm mais di f iculdades, por isso, este serviço acaba por ir de encontro a essas pessoas”, completa o autarca. Rosa da Si lva, de 67 anos, aplaude a ini-c i a t i v a : a f l i t a c o m a s d o r e s n a s c o s t a s , decidiu aproveitar a iniciativa da Junta, ali mesmo “ao pé de casa”. “Tenho problemas de coluna e artroses, já vim cá 10 vezes. Se não fosse isto, já estava presa numa cama. Acho muito bem”, disse ao RL.Segundo Ol ív ia Barbosa, f i s ioterapeuta , s ã o p r i n c i p a l m e n t e i d o s o s o s q u e m a i s têm aderido às consultas, duas vezes por semana, numa sala do edif ício da piscina, disponibilizada pela Junta de Freguesia. As consultas não são grátis , já que é preciso c o ns i d e ra r o s p a g a m e nt o s à s t é c n i c a s e do material , mas, sal ienta Raul Rosário, da c l ínica que assegura a parceria com a Junta, têm um custo para o utente muito abaixo do preço que é praticado no mercado. “ A n o s s a p o s t u r a é d e p a r c e r i a s o c i a l , porque achamos que as f regues ias mais p e q u e n a s t ê m d i f i c u l d a d e s n o a c e s s o a determinados serviços de saúde”, disse o empresário ao RL. As sessões de f isioterapia decorrem duas vezes por semana: às segundas, das 14 às 18 horas, e às quartas, das 9 às 18 horas.

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Paróquia pondera fazer peditório junto da população para completar financiamento

Casa Mortuária avança em Maio

LOCALIDADES

A construção da Casa Mortuária de Joane deve co-meçar em Maio deste ano. A notícia foi avançada em primeira mão ao RL por António Cardoso, da comissão fabriqueira da paróquia. “Há uma

semana foi aberto o concurso público; segue-se a abertura das propostas, um mês depois, sendo previsível a adju-dicação durante Maio. Depois de adjudicada, a obra tem um prazo máximo de 180 dias para ser concretizada. Só por muito azar não teremos a Casa pronta ainda este ano”, adiantou aquele responsável.Uma década depois da elabo-ração do projecto, a Câmara Municipal de Famalicão deu l u z v e r d e à c o n s t r u ç ã o d a Casa Mortuária junto à torre d a i g r e j a v e l h a d e J o a n e , abrindo caminho à concreti-zação de uma das principais carências da vi la.A obra é da responsabilidade da paróquia e , embora sem valores definidos, já tem garantido o apoio f inanceiro. “O município suportou os custos com o projecto e dispo-nibil izou acompanhamento e f iscal ização da obra, tendo manifestado também vontade de apoiar f inanceiramente mediante as possibi l idades. Temos também a garantia d e v e r b a s d a J u n t a d e J o a n e , e m b o r a n ã o s e j a m p a r a já conhecidos os números”, explicou António Cardoso.P a r a a l é m d e s t a s g a r a n t i a s , A n t ó n i o C a r d o s o p r e v ê a necessidade de recorrer a um peditório junto da popula-ção. “O valor que faltará não será exorbitante pelo que, num único peditório, certamente conseguiremos todo o dinheiro para pagar a obra”, referiu.Segundo apurámos junto de fontes l igadas ao processo - face à recusa de António Cardoso em adiantar valores - , o custo da obra deverá rondar os 100 mil euros, estando prevista também a requalif icação da torre da igreja velha demolida em 1978. Ao contrário do ideal izado, apurou o RL, nesta fase apenas será feito o arranjo exterior da torre. O RL teve acesso em primeira-mão a esta infor-mação, que deverá agora ser comunicada em conferência de imprensa.

MOGEGE

DOiS PADRES, uMA PARÓquiA

Desde o dia 6 de Fevereiro que moge-ge tem não um mas dois novos páro-cos . O anter ior, Augusto Torres , deixou as funções devido a problemas de saú-de e a Diocese de braga indicou para o seu lugar os padres Eduardo Abreu e Domingos carneiro.Eduardo Abreu, de 68 anos , acumu-la desde então a paróquia de mogege com a de Ol iveira S . mateus . Já Domin-gos carneiro, com 71 anos (na foto) , terá a seu cargo as paróquias de mo-gege e de Ruivães . Dois in sol idum é a denominação ju-r ídica que a Igreja dá aos casos em que uma paróquia é coordenada por dois sacerdotes . No caso de mogege, Domingos carneiro é o pároco mode-rador. “ Trabalhamos em s intonia , em contacto permanente , para acolher-mos todas as necess idades da paró-quia” , assegurou o sacerdote ao Rl .Domingos carneiro diz que os sacer-dotes têm s ido bem recebidos pelos paroquianos . “Pretendemos fazer uma renovação na cont inuidade” , s intet iza o sacerdote . Sobre a indicação de dois padres , Domingos carneiro lembra que “é uma solução da Igreja há muito tempo usada em muitos países” . “Em Portugal está-se a acabar o tempo em que cada paróquia t inha um páro-co, terminando o modelo c láss ico. A fa l ta de sacerdotes e as novas neces-s idades fazem com que os padres ago-ra acumulem serviço em mais do que uma paróquia” , conclui .

Luís Pereira

JOANE • PROJEcTO

O projecto da Casa Mortuária, com um custo que deverá rondar os 100 mil euros, prevê também a requalificação do exterior da torre da igreja velha.

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8 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

LOCALIDADES

A Casa do Povo de Ronfe vai auditar as contas da últi-ma direcção e ponderar uma queixa em tribunal

para apurar o paradeiro de um financiamento estatal de 15 mil euros para obras na sede. “Agora sabemos que houve, de facto, má ge-rência e ninguém consegue saber onde param alguns dinheiros. Queremos responsabilizar as pessoas pela gestão danosa que tiveram”, afirmou Arsélio Ribeiro, presidente da Assembleia da Casa do Povo, eleito há seis meses. A instituição realizou no domin-go, 27 de Fevereiro , a pr imeira Assembleia com os actuais corpos sociais. Boa parte do encontro teve como alvo Serafim Marques, ex-presidente da direcção, e Capela Dias, ex-presidente da Assembleia. Segundo os dirigentes em funções, a Casa do Povo terá de entregar ao Estado, até final desta semana, cerca de 15 mil euros referentes à p r i m e i r a t r a n c h e d e u m p r o -

jecto de remodelação da sede. A candidatura foi apresentada em 2002 à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN) que aprovou um financiamento de 50 mil euros. A CCDRN terá, ao longo dos anos, notificado a Casa do Povo para dar a conhecer o evoluir da obra. Face à ausência de respostas, um fiscal esteve no local , verif icando que nada terá sido feito. No seguimento da fiscalização, a CCDRN terá pe-dido a devolução do dinheiro. “Não temos esse dinheiro. Não sabemos

como vamos resolver o problema, os responsáveis da altura vão ter que justificar-se em tribunal sobre o destino desse dinheiro”, disse Arsélio Ribeiro.Pre s e nt e na As s e mb l e ia e s t e ve Daniel Rodrigues, na qualidade d e a d v o g a d o d a C a s a d o P o v o . O também pres idente da Junta a f i rmou que a rece i ta da renda da exploração do bar nunca terá entrado no banco. No encontro foram apresentadas as contas da gestão actual e reiterada a intenção de avançar com as obras na Casa do Povo com vista a instalar a sede da Junta de Freguesia. Para tal , os actuais dir igentes dizem q u e j á r e u n i r a m c o m A n t ó n i o Magalhães, presidente da Câmara de Guimarães.A Assembleia serviu ainda para aprovar os novos estatutos que substituem os que vigoravam des-de 1970. Agora, qualquer cidadão pode ser sócio, não precisando de ser agricultor, como era exigido anteriormente.

A Junta de Freguesia de Vermil quer colocar uma residência abandonada, propriedade da paróquia, na rota de Guimarães, Capital Europeia da Cultura (CEC) 2012. A candidatura surge no âmbito do “Mapa 2012” que pretende transformar espaços devolutos do concelho de forma a acolherem ac-tividades que sejam incluídas na programação da CEC. O imóvel de Vermil já acolheu, no passado, iniciativas da paróquia. Trata-se de uma casa com terreno actualmente entregues ao abandono, onde surgiram associações de Vermil.“Este imóvel devoluto é o indicado para um espaço que proporcione o acolhimento de acti-vidades criativas durante e após a CEC2012. É a oportunidade de reutilização e regeneração deste espaço, transformando-o num espaço polivalente

vocacionado para diferentes áreas artísticas e ma-nifestações culturais locais e concelhias”, explica Marçal Mendes, secretário da Junta local.Os promotores pretendem dotar o imóvel com salas de trabalho e de apoio a actividades criativas, (artesanato, artes, espectáculos, exposições, pin-tura, festas e tradições). A ideia passa ainda por aproveitar a ruralidade da freguesia e promover a gastronomia e o artesanato local.“Este é um espaço sustentável de todos e para todos, e a população da Freguesia está pronta para colaborar voluntariamente na sua reabilitação”, escreve Armando Vidal, presidente da Junta, em nota informativa.A candidatura está a ser analisada pela Câmara vimaranense, que já visitou o local.

Onde páram os 15 mil euros?

Recuperar imóvel à boleia da Capital da Cultura

Direcção da casa do Povo vai pedir auditoria às contas da anterior gestão

Luís Pereira A Assembleia aprovou novos estatutos ue substituem os anteriores, datados de 1970. Agora, qualquer cidadão pode ser sócio, não precisando de ser agricultor, como era exigido anteriormente.

RONFE • ASSOcIAçõES

VERMIL • PROJEcTO

Na assembleia geral da casa do Povo de Ronfe , no dia 27, a actual d irecção af i rmou ter já respondido na GNR à queixa apresentada por capela Dias contra o que conside-rou “assa l to à inst i tu ição” . Ouvido pelo Rl , capela Dias sa l ien-tou que “o processo está no minis-tér io Públ ico para apuramento de responsabi l idades” e que aguarda “serenamente” o seu desfecho, “ in-di ferente às mentiras , às ca lúnias e ao palavreado de quem não tem au-tor idade de nenhuma espécie para dar l ições de ét ica , de prof iss iona-l i smo e de c idadania” .Este responsável ressa lva que as af i rmações de Arsél io Ribeiro , “em-bora com l inguagem imprópria , apenas expressam descontenta-mento pela gestão da casa do Povo, mas censura outros responsáveis (sem indicar nomes) por usarem a casa do Povo “como arma de luta part idár ia” . “Os que f izeram declarações no desconhecimento das le is merecem compreensão; os outros merecem desprezo absoluto” , at i ra o ex-pre-s idente da Assembleia Geral .

cAPElA DIAS

“há quEM uSE A CASA DO POvO DE RONFE COMO ARMA DE LuTA PARTiDáRiA”

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REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 9

Fevereiro

Francisco Sá , pres idente da Junta de caste lões , reagiu bem humorado à homenagem de que foi a lvo, por um grupo de populares , com honras de te levisão. O programa “Praça da Alegr ia” , da RTP 1 , dedicou boa parte da edição do dia 21 a caste lões e ao autarca local .“Fu i conv idado a es tar presente no es túdio para fa lar do papel das Juntas no combate à sol idão e exclusão dos idosos. Estranhei por não perceber porque me t inham escolhido a mim. Não quer ia i r, indiquei- lhes que ser ia melhor o centro Socia l fa lar do assunto. como ins is t i ram muito, acabei por acei tar. Durante este tempo, fu i abordando a lgumas pes-soas para que v iessem comigo, todas recusaram” , contou o autarca ao Rl .com 10 anos no cargo (cumpre o úl t imo mandato, por força da le i ) , apresentou-se no estúdio da RTP longe de imaginar o que o esperava . “A conversa com o Jorge Gabrie l e a Sónia Araújo começou com o tema que me t inha levado lá mas , a dada a l tura apareceu uma d i r igente da ADE cA . Apesar de es t ranhar, só quando f i zeram a l i gação com o Hé lder Reis , que estava em directo do centro Socia l de caste lões , é que percebi o verdadeiro motivo da minha presença no programa . Tremi por todos os lados” .“ Vejo isto com agrado. levanta-nos o ego mas temos a noção que é , sobretudo, o reconhecimento de que não só de betão se faz o trabalho de uma autarquia local . O estar atento, a palavra amiga , o saber ouvir as pessoas para poder a judar, tem cada vez mais importância para as pessoas e a minha maneira de tratar os meus f regueses é a mesma , se jam eles de que cor pol í t ica forem”, refere , agradecido, o autarca .

cASTElõES

Autarca homenageado naPraça da Alegria

HOMENAGEM EM DIRECTO NA TVCerca de 20 castolenenses marcaram pre-sença no estúdio, não poupando elogios ao trabalho do autarca e aproveitando para fazerem uma homenagem pública de agradecimento.

“AÍNDA NÃO DESCOBRI O AUTOR DA PARTIDA”Francisco Sá foi homenageado pelo seu trabalho na área social à frente da Junta de Freguesia de Castelões

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10 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

Luís Pereira

REPORTAGEm

L ú c i a R o d r i g u e s d e i x o u A i r ã o Santa Maria para tentar a sorte, c o m o m a r i d o , n a V e n e z u e l a . “ Q u e r e m o s a l g o m a i s d o q u e

Portugal oferece”, justifica a jovem de 27 anos que trabalha na restauração. Opinião partilhada por Ana Almeida, de Ronfe, há seis anos no Canadá a trabalhar numa pastelaria. Depois de terminar o 12.º ano, trabalhou num escritório mas cedo percebeu que o que ganhava não era suficiente. “Saí sem ter ga-rantido emprego no Canadá”, refere, excluindo a hipótese de regressar, para já, a Ronfe. Mariana Rodrigues, 25 anos, também de Ronfe, tem um percurso igual. Fez o curso de hotelaria e turismo, em 2004, e depois foi para a Escócia em busca de estabilidade financeira. “O meu namorado trabalhava numa empresa muito instável e apareceu uma oportunidade para ganharmos mais uns trocos”, conta.C h e g o u à E s c ó c i a s e m e m p r e g o m a s numa semana encontrou colocação numa fábrica de processamento e embalagem de peixe. “O meu maior sonho é regres-sar, mas é cada vez mais uma realidade distante, porque Portugal vai de mal a pior”, lamenta a ronfense.A história de Cél ia Pinto, de Joane, é um pouco di ferente . Os pais es tavam emigrados na Alemanha. Em 2007 re-gressou a Joane e depois de três anos do curso de hotelaria partiu para a Suíça, onde trabalha na área de formação. “Em Portugal não nos dão reconhecimento. Quanto mais se estuda, pior são as ex-

pectativas”, lamenta.Todos estes jovens elegem a l íngua, o c l i m a e a c u l t u r a c o m o a s p r i n c i p a i s barreiras na adaptação a um novo país. E lamentam o facto de não verem pers-pectivas que os façam regressar, apesar das saudades. “Os jovens portugueses não têm a mesma e s t a b i l i d a d e d e e m p r e g o q u e o s p a i s tinham e isso dificulta a construção de um futuro”, afirma Mariana.

“ N o s p r ó x i m o s 1 0 a n o s e s t á f o r a d e hipótese o regresso a Joane, só se o es-trangeiro não tiver trabalho para mim”, diz Célia Pinto.Hélder Guimarães, 27 anos, de Joane, Licenciado em Economia, emigrou para os Estados Unidos em Março de 2010. Não teve dificuldades de adaptação. “O facto de se ter tratado da 2ª experiên-cia fora de Portugal contribuiu para uma adaptação mais rápida e fácil”, refere. Quanto a um regresso, não está fora de hipótese, até porque não é tão negativo na avaliação que faz de Portugal. “Portugal tem um futuro para os jovens. E s s e f u t u r o s e r á m e l h o r o u p i o r d e -pendendo de o quão empreendedores e ambiciosos esses jovens são”, diz.

Da regiãopara o mundo

HéLDER GUIMARÃES NOS STATESHélder Guimarães, 27 anos, de Joane, está há um ano a trabalhar nos Estados Unidos. Licenciado em Economia, aceitou a mudança proposta pela empresa na mira de assegurar a progressão na carreira. Voltar a Portugal não está fora de hipótese.

“Nos próximos 10 anos está fora de hipótese o regresso a Joane, só se o estrangeiro não tiver tra-balho para mim”, diz Célia Pinto, desde 2007 na Suiça.

Lúcia Rodrigues, de Airão Santa Maria,

na Venezuela

Mariana Rodrigues, de Ronfe, está na Escócia

Há cada vez mais jovens da região a tentar a sorte no estrangeiro.

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REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 11

CONFRARIA DOS BOMBOSA Confraria dos Bo

A secção “Haja Saúde” chegou ao f im. Durante cerca de dois anos, nas pá-ginas do Repórter local , os médicos El isa Ribeiro e João monteiro deram

“consultas” a milhares de le i tores . O desaf io part iu do Rl a este casal de médicos - e la natural de Joane, e le de Vi la do conde - para que em cada edição do Rl e numa l in-guagem simples mas sustentada , fa lassem de saúde. E de doenças. A hipertensão arter ia l , a diabetes , o t i roidis-mo, entre muitos outros , foram temas focados no espaço “Haja Saúde” . O Rl considera que fez serviço públ ico e ma-nifesta publ icamente um grande reconheci-mento aos autores desta secção, que anuiram ao desaf io e que nunca deixaram de assegurar um espaço que granjeou muitos seguidores . A colaboração de El isa Ribeiro e João montei-ro com o Repórter local não se f ica por aqui . Em breve, certamente, teremos de novo a sua presença nas nossas páginas . O que muito nos honrará.

Que balanço fazem desta experiência de colaboração mensal com o RL?Foi uma boa experiência . O nosso papel en-quanto médicos de famíl ia é também o de fazer a promoção da saúde e prevenção da doença , o que este t ipo de act iv idades nos permite, através da divulgação dos art igos.

Como escolhiam os temas?Tentamos que os temas abordados focassem temas fulcrais em termos de prevenção ass im como patologias que pela sua prevalência ou gravidade se tornam importantes conhecer, não só no que toca ao tratamento, mas tam-bém à sua et iopatogenia , s inais e s intomas e meios de prevenção.

Tiveram algum “feed-back” de leitores ou pessoas conhecidas?Tivemos, de algumas pessoas, quer por te-rem aprendido um pouco mais sobre os temas abordados ass im como, em alguns casos, te-rem uti l izado os conselhos no seu dia-a-dia .

HAJA SAÚDE

DOIS ANOS DE BONS CONSELHOS

ENRIQUECIMENTO CURRICULAR EM VERMILA escola EB1 de Vermil disponibiliza actividades de enriqueci-mento curricular. O serviço funciona durante toda a semana, das 17:30 às 19:00. Duas monitoras asseguram o serviço. Os gastos são suportados pela autarquia local. Os encarregados de educação apenas devem assegurar o transporte das criança.

O RL nasceu em Março de 1998. Nos 13 anos de vida, recebeu parabéns de centenas de leitores. Aqui ficam algumas das mensagens deixadas na nossa página no Facebook.

José Salazar Parabéns para o nosso jornal!União Desportiva Airão O nosso clube deseja que este orgão de comunicação Social continue a fazer o mesmo trabalho que foi feito durante este 13 anos. Roque da Cunha Parabéns a todos os que fazem parte deste grande jornal!Ana Margarida Cardoso É com muito gosto que escrevo mensalmente para este jornal! :) Parabéns, Rl!Cidade Hoje Jornal Parabéns extensivos a todos aqueles que mensalmente contribuem para que o jornal seja editado.António Oliveira Enquanto as pessoas continuarem a perguntar “Já saiu o repórter local?!” é bom sinal. Força e coragem, porque na actual conjuntura é bem preciso.José Carlos Campos continuem o bom trabalho.Paula Sequeira Neste formato ou noutro qualquer, o que interessa é que não se deixe morrer o projecto. Fátima Fonseca Machado Parabéns e muito sucesso!Esperança Oliveira Parabéns.Amâncio Barbosa Gonçalves Parabéns ao Rl por mais este aniversário e que os seus fautores não desanimem.João Ferreira Parabéns.Associação Desportiva Castelões Um feliz aniversário, Rl. Parabéns e continuem com o vosso trabalho.Benjamim Mendes Votos da continuação do bom trabalho em prol das populações. São uma mais-valia para a região!Paulo Cortinhas muitos parabéns ao Rl e a todos os que o compõem. continuação de bom trabalho.José Luís Araújo muitos Parabéns e continuem.Jorge Sousa Parabéns aqueles que um dia sonharam criar um jornal em Joane e a todos que o têm conseguido trazer mês após mês até a casa dos seus leitores. :)Custódio Castro Silva O Rl hoje é reconhecido pelos seus leitores como um meio de comunicação excelente. Sérgio Cortinhas Sinto muito orgulho em ter sido um dos fundadores mas também por saber que hoje o Rl continua um jornal igual às suas origens: independente, próximo dos cidadãos, plural , inovador e interessante. O corpo e os membros são diferentes mas o espírito, a alma é a mesma.Antonio Sousa Parabéns pelos bons serviços que tem prestado a esta comunidade. Sei que não tem sido fácil mas o vosso trabalho está à vista e é reconhecido. A nossa região precisa do Rl. muito obrigado a todos os que por aí passaram e, claro, aos que aí estão hoje.

13 anos

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12 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

REGIÃO • EcONOmIA

JOANE • FOlclORE

Preços para todas as poucas carteiras

Rusga 20 anos: festival e disco

As gasolineiras voltaram a subir os preços dos combustíveis. A Galp aumentou o preço do litro da gasolina em 3 cêntimos, enquanto o gasóleo f icou mais caro em 1 cêntimo. Também a Cepsa já mexeu nos preços dos combustíveis, com um aumento de 1 ,3 cêntimos para o gasóleo e de 2,7 cêntimos para a gasolina. As gasolineiras de marca branca também subiram os preços.

N o c a s o d ’ O s M o s q u e t e i r o s , “ e m m é d i a , o s aumentos previstos deverão rondar um cêntimo por l i tro no gasóleo e dois cêntimos por cada l i tro nas gasolinas. Nops últimos dias, o preço da gasolina avançou para o valor mais elevado de sempre, enquanto o ‘diesel ’ está a poucos cêntimos do máximo histórico registado em 2008.

Desde o iníc io do ano, o preço do gasóleo já subiu mais de 13 cêntimos, enquanto a gasolina encareceu 8 cêntimos. A influenciar a subida da matéria-prima está o aumento do petróleo n o s m e r c a d o s i n t e r n a c i o n a i s , q u e s u p e r o u j á a b a r r e i r a d o s 1 0 0 d ó l a r e s p o r b a r r i l e a subida dos produtos refinados nos mercados internacionais.

O grupo fo lc lór ico Rusga de Joane vai ce lebrar 20 anos de actividade com um espectáculo e a apresentação d eum novo CD. O espectáculo “Vivências de um Povo” está marcado para domingo, 13 de Março, a partir das 15 horas, no Grande Au-ditório da Casa das Artes de Famalicão (a entrada é l ivre), e conta com o apoio da Câmara Municipal de FamalicãoAlém do grupo organizador , part ic ipam o Grupo Típico de Ança - Cantanhede; Rancho Folclórico de Canelas - V.N. Gaia; Grupo Etnográf ico do Al to Minho - Luxemburgo e o grupo Cantadeiras do Vale do Neiva, Viana do Castelo.O espectáculo, lembra a Rusga, tem um propósito especial: “os grupos participantes irão apresentar encenações etnográficas. A ideia é permitir ao público-geral ter acesso a outras formas, não tão comuns, de ver representado o folclore e etnografia, b e m c o m o , p e r m i t i r a o s g r u p o s e s m i u ç a r e s t a c o m p l e x a e arriscada forma de apresentação”. O e s p e c t á c u l o c u l m i n a c o m o l a n ç a m e n t o d o n o v o C D d o grupo, que inclui , a lém das músicas , cantigas tradicionais , uma das maiores bases do reportório do cancioneiro minhoto.

O preço dos combustíveis parece uma montanha russa: sempre a subir. O Rl divulga os preços das gasolineiras mais baratas na nossa região. Há que poupar, caros leitores!

COMBuSTÍVEI$

100 MIL VIRAM “DINOSSAUROS”A exposição “O Mundo dos Dinossauros” que esteve no Multiusos de Guimarães de 14 de Janeiro a 27 de Fevereiro registou cerca de 100 mil visitantes. Recebeu a visita de grupos esco-lares. Foi a maior exposição temática até agora realizada no Multiusos de Guimarães.

Cepsa JoaneSem chumbo 95 €1.44Gasóleo €1.29

PetroJoaneSem chumbo 95 1,56€Sem chumbo 98, 1,63€Gasóleo 1,40€

Creixoauto (Creixomil)Sem chumbo 95 €1.47Sem chumbo 98 €1.56Gasóleo €1.31GPl Auto €0.765

Jumbo GuimarãesSem chumbo 95 €1.50Sem chumbo 98 €1.56Gasóleo €1.344

E-Leclerc FamalicãoSem chumbo 95 €1.47Sem chumbo 98 €1.53Gasóleo €1.32

PREÇO$

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Escrevo-te com a saudade de quem há mui-to te perdeu. Obviamente, o muito é relativo – os mais velhos dir-me-ão que ainda sou nova, e os mais novos dir-me-ão que já sou velha. Mas cresci . Já não tenho a doçura e a inocência que me conheceste. E como to-dos os crescidos, amarguei. Lembro-me de quando brincava contigo e maldizíamos os adultos e as suas complicações. Lembro-me de quando não conseguíamos compreender o medo, a angústia, e a sol idão. Naquela altura, Infância, era tudo simples e belo. Se caísse e me sujasse, r ia-me e suja-va-me mais um pouco. Hoje, escondo as nó-doas, envergonhada. E escondo-as todas, In-fância. As da roupa e as da vida. Os adultos também se sujam (e de que maneira!) . E o pior é que não podemos estender a camisola à mãe, com um sorriso meio travesso e en-vergonhado, e pedir para recuperar daquela peça o seu bri lho original .Porque não há nenhuma l ixívia, por mais po-derosa que seja, para esse t ipo de nódoas. E neste mundo – onde eu não te encontro, onde eu não te vejo, onde a tua simplicidade simplesmente não aparece – eu escondo-as. Aperto-as contra o meu peito, bem forte, até penetrarem na pele e f icarem escondidas em mim. Infância, está a chover outra vez. Não tem parado de chover nos últ imos tempos, neste país. Lembras-te de como era dantes? O céu estava azul , o sol bri lhava sempre. Bem, tal-vez esteja a exagerar. Havia dias de chuva, mas são tão enevoados na minha memória,

que quase nem me lembro deles. E nos dias de chuva, deitávamo-nos na cama, brincáva-mos, víamos desenhos animados com finais fel izes, víamos o Buereré. Naquela altura, eu gostava da Ana Malhoa. Mas ela também cresceu, e não é mais do que uma memória. Escrevo-te também para te pedir descul-pa. Houve uma altura, confesso, que queria que te fosses embora. Não queria estar mais contigo. Perdoa-me, perdoa-me. A ânsia de quem quer crescer é um pequeno sinal da fu-tura loucura dos adultos. É dif íci l evitá-la,

é uma doença à qual não consegues fugir. E tem sintomas, Infância. Digo-te para que, se um dia a apanhares, conseguires curar-te. O primeiro deles é pensar, pensar demais, pensar em tudo – com uma especial tendên-cia para sobrevalorizar o que te faz infel iz . O segundo é apaixonares-te – e tens de ter cuidado com este. Ora tens calor, ora tens frio, ora te sentes nas nuvens, ora te sentes no fundo do poço. Pode dar-te vida, ou pode matar-te. O terceiro é magoares alguém. Se cresceres, vais fazê-lo, Infância. É inevitá-vel , aqui. Por isso é que tens de fugir a sete pés e não entrar em contacto real com po-tenciais transmissores desta doença. Porque este é o sintoma que mais dói . Aos outros, e a t i . Infância, tenho de parar por agora. Tenho muitos assuntos crescidos para tratar. Te-nho de terminar a l icenciatura, arranjar um emprego e encarar este período de chuva que assola o meu país. Já que não posso parar a tempestade, pelo menos quero ver se consi-go fazer alguma coisa para não deixar que a água me entre em casa e destrua o que ainda não desmoronou. E é aí que vou buscar forças aos sonhos que parti lhávamos, Infância.Voltarei a encontrar-te na minha memória. Ou, quiçá, apenas na minha imaginação. Não sei bem a diferença entre uma e outra, de qualquer das formas. Às vezes sinto que as minhas memórias nada mais são que fruto da minha imaginação.Até depois.

Infância, tenho de parar por agora. Tenho muitos assuntos crescidos para tratar. Tenho d e t e r m i n a r a l i c e n c i a t u r a , arranjar um emprego e encarar e s t e p e r í o d o d e c h u v a q u e assola o meu país.

QUERIDA INFÂNcIA

um novo alento para Airão S. João

Quando a fábr ica CPM fechou as portas , há cerca de dois anos, a freguesia de Airão S. João perdeu um dos principais empregadores. Foi um rombo para a peque-na local idade. Agora, os pavi lhões outrora ocupados pela act ividade de t inturaria estão ao serviço de uma nova empresa que se dedica em exc lus ivo ao fabr ico de móveis de casa de banho.“Estas instalações foram a melhor coisa para a nossa empresa”, garantiu ao RL o proprietário da Famobanho, Artur Faria . A empresa encontrou em Airão o espaço ideal para desenvolver a act iv idade. Cr iada há cerca de 10 anos, esteve em Riba d´Ave num espaço que, in-forma o empresário, há muito se revelava insuficiente. “Estávamos muito l imitados, as instalações eram em dois andares, com todos os inconvenientes operacionais daí decorrentes”, recorda Artur Faria. A empresa dedica-se em exclusivo ao fabrico de móveis para casas de banho para grossistas e parte da produ-ção é escoada através do mercado externo. Os grandes armazéns l igados ao sector são os principais cl ientes. E m p r e g a 2 8 t r a b a l h a d o r e s e f a c t u r o u c e r c a d e d o i s milhões de euros no últ imo ano. P a r a o p r e s i d e n t e d a J u n t a , D o m i n g o s F e r r e i r a , a r e a c t i v a ç ã o d a s i n s t a l a ç õ e s d a a n t i g a t i n t u r a r i a f o i “uma boa notíc ia” . “Permit iu dar um novo alento. As pessoas viram que Airão continua a ser procurada por empresas”, diz o autarca.

RL EMPRESAS • FAmObANHO

Empresa de Riba d´Ave escolheu Airão para se instalar. Famobanho tem 28 trabalhadores e prevê aumentar a facturaçãopU

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14 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O mandarim é mesmo a maior dif iculdade de um estrangeiro na China?Sem duvida que o manda-r im é uma grande di f icul-dade e será com certeza di f ic i l imo de aprender. No entanto, para mim, a maior di f iculadede neste mo-mento é estar longe da mi-nha famí l ia . I sso s im, custa muito, e também a a l imen-tação é muito di f íc i l .

Como tem sido a adapta-ção?Para já tem corr ido tudo bem, fu i muito bem rece-bido aqui e não me deixa-ram fa l tar nada .

Como surgiu o convite e o que pesou para aceitar a transferência para o fu-tebol chinês?

Houve um interesse in ic ia l que surgiu mas na a l tura foi muito superf ic ia l . Quando nada o faz ia esperar, a pro-posta surgiu e ex ig iu uma resposta rápida , era pegar ou largar. . .

Qual é a principal dife-rernça entre o nosso fu-tebol e o asiático?Neste momento a inda não disputei qualquer jogo, por i sso não posso a inda responder a essa questão.

Do que é que sente mais saudades, longe de casa?Da famil ia , é c laro, é muito difícil estar longe da familia.

Joane/Portugal, agora só nas férias?Exactamente, agora só nas férias é que posso regressar.

A secção de at let ismo da Asso-ciação Recreat iva Pousadense ( ARPO) part ic ipou, no passado f im-de-semana , na prova dos 10 qui lómetros de Avintes . Os at letas da ARPO obt iveram as seguintes c lass i f icações : em veteranos dos 40 aos 45 anos c lass i f icaram-se Joaquim Si lva (nona posição) , Joaquim coe-lho (15ª) , Joaquim costa (16. ª ) , José Peixoto (23. ª ) , Á lvaro Sousa (25. ª ) e car los Ferreira (27. ª ) .Em veteranos com mais de 50 anos , Raúl carvalho c lass i f i -cou-se no 16.º posto. Em ve-teranos com mais de 60 anos , c lass i f icaram-se José maga-lhães ( terceiro lugar) e José S i lva (quinto) .

AIRÃO S.JOÃO • ATlETISmO

GD CuRvià FOi TERCEiRO EM AviNTESO GD Airão-curviã esteve tam-bém nos 10 km de Avintes con-quistou o 3º lugar do pódio. Pontuaram para esta c lass i f i -cação os at letas mihai l la lev (12º geral , 9º senior) , Pedro costa (16º , 2º no escalão 40-44 anos) , João Vi le la (36º , 6º 40/44) e manuel Ferreira , 48 (10º 40/44) . Recorde-se que a prova foi vencida por Óscar mendes , do l iberdade Fc , de Famal icão, com o tempo de 30 ’16 ’ ’ e por luisa Ol iveira , da AR Estre las do Sul , com 35 ’33 ’ ’ .A próxima prova do grupo de Airão S . João é o Grande Pré-mio de At let ismo de S . José , na Póvoa de lanhoso, no dia 13 de março.

POUSADA • ATlETISmO

ARPO PRESENTE EM AviNTES

Luís Pereira

Ricardo Silvano campeonato chinês

REGIÃO • FUTEbOl

O defesa central Ricardo, ex-Vitória de Guimarães, foi transferido para o clube chinês Shandong Lu-neng. Depois de passagens por Paços de Ferreira , Beira-Mar, Freamunde, Famalicão, Serzedelo e Ron-fe, o central assinou um contrato de dois anos com o Shandong Luneng , o campeão da últ ima temporada , com 63 pontos, mais treze que o segundo classif ica-do ( Tianjin Teda). O RL falou com o jogador sobre este novo passo na sua carreira de jogador que tem residência em Joane.

O defesa central Ricardo, ex-Vitória de Guimarães, natural de Pousada de Saramagos, foi transferido para o clube chinês Shandong Luneng

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REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 15

A Junta de Freguesia de Joane vai alargar a Travessa da Devesa, que liga a rua da Devesa à rua de Vila boa, para escoar o trânsito que se prevê intenso a partir de Setembro com a abertura do centro Escolar. A Junta já chegou a acordo com o proprietário do terreno, preparan-do-se agora para alargar a via de maneira a criar um novo acesso à nova escola .com a abertura do centro Escolar, aquela zona irá sofrer um grande aumento de trânsito automóvel es-tando o estacionamento para viatu-ras a preocupar a autarquia . “Esta-mos a negociar com o proprietário do terreno que confina com a rua de leognan, (até à Nacional 206) o recuo do muro aí existente, de modo a permitir, ainda que de for-ma provisória , o estacionamento de veículos automóveis de professores e funcionários”, refere a Junta . Quanto aos acessos, a câmara foi

alertada para a “necessidade im-periosa” de ser realizada a ligação entre a rua da Devesa e a rua de le-ognan até à estrada nacional. “ Va-mos exigir a pavimentação do troço ainda em cubo, na rua de leognan, atendendo à degradação do mes-mo, o que permitirá a circulação do trânsito sem qualquer tipo de estrangulamento”, adianta fonte da Junta .Executivo e presidente da Assem-bleia de Freguesia visitaram, no dia 25, as instalações do centro Escolar, numa altura em que os trabalhos da escola entram na fase final com vis-ta à abertura no novo ano lectivo, em Setembro. “As obras correm a bom ritmo, faltando os espaços ex-teriores com a colocação dos pavi-mentos e a conclusão de dois recin-tos desportivos com relva sintética . Verificámos com agrado a dimensão do espaço como o destinado à can-tina e do equipamento na cozinha

de apoio”, refere a Junta em nota de imprensa .A autarquia local quer que o centro possa servir a comunidade escolar durante a semana e toda a popula-ção de Joane aos fins-de-semana. “A biblioteca pode ser aproveita-da para a realização de colóquios; a cantina, para festas e os campos de relva sintética , para treinos das

escolinhas de futebol existentes em Joane”, sugere.Entretanto, a Associação de Pais promove sábado, dia 5, uma visita guiada às instalações do centro Es-colar, com a presença de responsá-veis camarários e do agrupamento, sendo aberta a todos os pais dos alunos das escolas do primeiro ci-clo de Joane.

um euro para reparar salão paroquial

Junta vai alargar acesso ao Centro Escolar

Paróquia pede nas missas para reparar o “velho” salão, mas há quem esteja preocupado com segurança do edifício

U m euro é quanto está a ser pedido nas missas domi-nicais em Joane

com vista a reparar o “velho” salão paroquial. A quantia não chega para uma obra

de fundo, reconhece Antó-nio Cardoso, da comissão fabriqueira, e a lém disso, adianta , com o avanço da c o n s t r u ç ã o d a C a s a M o r -t u á r i a ( v e r n o t í c i a n e s t a edição), é inevitável que o salão volte a esperar anos para ser remodelado. “Não

há dinheiro para tudo. No salão, vamos intervindo aos poucos, remendando bura-cos”. Sem uma intervenção d e f u n d o n o h o r i z o n t e , a paróquia aguarda por uma r e p a r a ç ã o d o t e l h a d o . J á tem orçamento mas não tem certezas quanto a datas.

O salão paroquial de Joane f o i o u t r o r a p o n t o d e e n -contro de jovens e palco de muitos espectáculos. Ainda hoje acolhe os movimentos l i g a d o s à p a r ó q u i a . É a o sábado, com a catequese e os escuteiros, que junta mais crianças e adolescentes. O seu estado de degradação está à vista e a realidade do interior ainda consegue ser pior: chove nas salas e há quem tema pela segurança do edifício.Preocupado com o cenário, o joanense Diogo Oliveira p e d i u e x p l i c a ç õ e s à s e n -t idades responsáveis . “Já basta de ignorânc ia e de descuido por parte dos res-p o n s á v e i s . É u m e d i f í c i o a n t i g o e c o m p l e t a m e n t e em ruínas, desactivado há décadas. Eu mesmo finalizei a catequese há mais de dez anos e já na altura era um edifício que colocava todos e m p e r i g o . P a s s a r a m - s e anos e a inda é leccionada catequese no mesmo local. O edifício sofre de inundações, e inf i l t rações . É um loca l sem limpeza”, escreveu na carta enviada ao presidente da Câmara de Famalicão.

Na resposta, Armindo Costa d i z q u e a C â m a r a n o t i f i -cou a paróquia e mostrou abertura para realizar uma vistoria técnica. “A situação poderá estar a colocar em risco a integridade física e a saúde das crianças e ca-tequistas”, refere Armindo Costa em carta dirigida ao pároco Manuel S i lva com conhecimento da Diocese de Braga e do arciprestado de Famalicão. Ouvido pelo RL, o arcipreste Mário Martins diz conhecer o a s s u n t o e p a r t i l h a r d a s p r e o c u p a ç õ e s . “ T e n h o a certeza que o pároco está s e n s í v e l a o p r o b l e m a e a t e n t a r e n c o n t r a r f o r m a s para o resolver”, afirmou.Diogo Oliveira espera que a sua iniciativa colha frutos e que o caso seja mediatizado de forma a “sensibilizar as p e s s o a s p a r a u m a s s u n t o que a todos diz respeito”, e que tem revelado a incapa-c idade e des interesse das autor idades competentes na resolução do problema”. O RL tentou por d iversas v e z e s c o n t a c t a r o p á r o c o Manuel S i lva mas ta l não foi possível.

Luís Pereira

ÚLTiMASDÊ-NOS A SUA SUGESTÃOSe acha que há pessoas que deveriam ser entrevistadas pelo RL, envie-nos a sua sugestão para [email protected]

JOANE • SEGURANçA

JOANE • ObRAS

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16 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

O POVO quER PAz nA CASAA casa do Povo de Ronfe parece querer t r i lhar novos caminhos e por uma pedra bem pesada em cima das polémicas passadas . OU ta lvez não. A sessão da Assembleia Geral do dia 27 de Fevereiro teve o seu quê de novidade. A começar pelo teor da convocatór ia : cheia de pontos e considerandos e ass inada não só pelo pres iden-te da Assembleia Geral mas também pelo pres idente da Direcção. Deseja-se que a calma volte àquela casa e que a guerr i lha pol í t ico-part idár ia f ique à porta .

VEREADORES quE MASTIGAM CHICLETE nA ASSEMBLEIAQuem são os “dois vereadores” da câmara de Famal icão que têm por hábito mast igar chic letes nas assembleias munic ipais? Teresa F idalgo, no seu blog (http ://notas-ao-acaso.blogspot .com), d iz que esta é daquelas coisas que “não podem NUNcA acontecer numa Assembleia municipal ” . E adianta : “Sobretudo se ta is mast igadelas forem perpetradas por dois Vereadores , com umas grandes bocas abertas v i radas para a f rente da sa la” . A autora do blog não diz se ta is “ vereadores de bocas grandes” tam-bém f izeram ou não bol inhas e esta l inhos com as chic letes . . . !

DE InCOERênCIA nÃO PODE A JunTA DE JOAnE SER ACuSADA“com a construção do posto da GNR , no mato da Senra , a sede da Junta passará a ocupar as insta lações onde funciona actualmente aquela corporação” . Este t recho faz parte do programa ele i toral do PS Joane às e le ições autárquicas de. . .1993. Pois é! Já na a l tura a equipa de Sá machado defendia a solução que veio a adoptar em 2010: a GNR saiu para as novas insta lações no mato da Senra e a Junta insta lou no “ velhinho” quarte l a sua sede, apesar de sa l ientar que será provisór io .Promessa cumprida!

CARTAS ABERTAS Comendador aPareCIdo

eXmo. Sr. PreSIdente da Câmara de guImarãeS

por D. VIRINHA

DR . JEKYL E MISTER HYDEA not íc ia do Rl sobre o estado de degradação e abandono a que se encontra votado o Parque de Jogos de Vermil deu que fa-lar naquela local idade. Nos ca-fés , nas ruas , nos bast idores da autarquia e das res idências de muitos vermi lenses , fo i um far-tote de comentár ios . Quem não gostou muito foi o jovem secre-tár io da Junta , marçal mendes , que chegou mesmo a recorrer ao Facebook para dizer que as declarações que prestou ao Rl foram fe i tas na qual idade de “c i-dadão” e não de Secretár io! Não sabemos se a l i houve “puxão de orelhas” paroquial , até porque

marçal “zurz iu” na comissão Fa-br iqueira , ou se foi admoestado por super iores autárquicos . . . ! De resto, a moda da dupl ic idade de personal idade é muito f re-quente . Em Famal icão, o pres i-dente da câmara local , o arqui-tecto Armindo costa , queixa-se do mesmo: acha que Fernando moniz age de forma inst i tucio-nal enquanto governador c iv i l de braga e de forma di ferente enquanto l íder da concelhia fa-mal icense do PS.

Ilustre autarca e doutor Antó-nio Magalhães. Que estas pala-vras singelas e escritas no in-verno minhoto o encontrem de boa saúde. Como saberá certa-mente, tenho por Airão S. João um carinho assaz especial , lem-bro os tempos em que, petiz ain-da, calcorreava a Curviã atrás dos bois ouvindo o chilrear dos passarinhos. Saiba vossoria que sou um in-defectível admirador da sua obra à frente desse rincão pá-tria que é Guimarães. Mas não é esse o móbil desta missiva, a qual resultou de uma daqueles passeios idí l icos (mais comuns nas páginas de Júlio Dinis) pe-las serranias rochosas de Ai-rão S. João. No alto da Curviã não consegui calar um suspiro, quase grito, de admiração ao dar de caras com uma enorme cratera com um grande lago de água parda lá no fundo. Pensei com os meus botões: “Olá! Que-res ver que Airão S. João não tem uma mas duas piscinas?!” .

Não calo, em nome da verda-de que muito prezo, o orgulho sentido pela construção, neste torrão, da piscina de Airão S. João, e tenho perfeita noção de que tal se deveu, em muito, ao denodo com que Vocelência as-sumiu o processo. Mas esta se-gunda piscina a que aludo mais não é do que a ferida na pai-sagem de Airão S. João desfe-rida por golpes impiedosos de pedreiras. I lustre doutor António Maga-lhães. Também eu defendo que não se deve tergiversar peran-te atentados contra o ambiente, estou plenamente convencido que o I lustre autarca, honran-do os pergaminhos das gentes laboriosas das Terras de Basto, saberá ter este ousado desaba-fo em consideração por forma a que quem de direito aja em con-formidade. Aceite os melhores cumprimen-tos deste que se assina Comendador Aparecido

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REPÓRTER LOCAL • FEVEREIRO DE 2011 • 17

A Via Intermunicipal Joane Vizela (VIM), a lém de importante e ixo rodoviár io para os concelhos de Famalicão, Guimarães, Santo Tir-so e Vizela, é também um acesso rápido e ef icaz à auto-estrada A7, no nó de Serzedelo.A via encontra-se num estado de grande degradação provocada não só por fa l ta de invest imento em obras de conservação per iódica , c o m o t a m b é m p e l a a u s ê n c i a d e g r a n d e s o b r a s d e r e p a r a ç ã o e b e n e f i c i a ç ã o . A s c a r a c t e r í s t i c a s que apresenta não são compatíveis com as actuais exigências e neces-sidades de conforto e segurança.A AMAVE, ent idade responsável pela sua construção, mostrou-se, desde o inicio, incapaz de gerir esta

in fra-es trutura . Devido ao mais que conhecido estado da via, são f requentes os ac identes , mui tos d e l e s g r a v e s e a l g u n s m o r t a i s . Segundo re latos recentes da im-prensa local , em cinco anos, doze pessoas morreram em ac identes n a V I M . E i s t o a p e n a s n o t r o ç o dentro do concelho de Famalicão.C o m p e t e a o C o n s e l h o C o o r d e -n a d o r d e S e g u r a n ç a R o d o v i á r i a Distrital fazer a análise de todos os acidentes rodoviários do distri-to. A análise tem como objectivo contribuir activamente para uma constante redução da s inis tra l i -d a d e r o d o v i á r i a . E s t e c o n s e l h o coordenador, da responsabilidade do Governador Civ i l de Braga, o dr. Fernando Moniz, tem também o compromisso de ident i f icar os p o n t o s n e g r o s d a s e s t r a d a s d o distrito e fazer a sua coordenação para a sua el iminação.O Governador Civ i l tem s ido in-competente. Os pontos negros são tão evidentes que não precisa de os identif icar, mas a sua el imina-ção nunca fo i concret izada . Sob a p a s s i v i d a d e d o G o v e r n o C i v i l d e B r a g a , a V I M c o n t i n u a a s e r u m a e s t r a d a s e m s e g u r a n ç a , o que devia envergonhar o senhor G o v e r n a d o r . E m l u g a r d i s s o , o dr. Fernando Moniz preocupa-se

m a i s e m , a b u s a n d o d o c a r g o d e representante do Governo no dis-trito, fazer polít ica partidária de oposição à Câmara de Famalicão.Certo é que subsiste um problema real e dramático.Ao contrário do governador a quem é dev ida em pr imeiro lugar es ta competência, há quem tente alte-rar o estado das coisas. Já foram a p r e s e n t a d o s n a A s s e m b l e i a d a Republica (AR) dois projectos de resolução com vista à integração da VIM no Plano Rodoviário Nacio-nal (PRN), considerando-a como Estrada Nacional , no sent ido de ser o Estado a assumir a requalif i-cação e manutenção da via através da empresa Estradas de Portugal (EP). Um foi apresentado pelo PCP (Agostinho Lopes, Julho 2010) e o outro pelo CDS-PP (Durval Tiago Ferreira, Janeiro 2011). Ambos os proponentes são deputados eleitos pelo circulo eleitoral de Braga. Os dois projectos foram chumbados.O famalicense dr. Nuno Sá, depu-tado à AR do PS, é conhecedor do a c t u a l e s t a d o d e d e g r a d a ç ã o d a via . Segundo a imprensa local , é também defensor da sua integração no PRN, pois a 19 de Janeiro de 2010 mostra-se preocupado com o es tado da VIM e em saber que diligências a Câmara de Famalicão

fez sobre o assunto. O mesmo dr. Nuno Sá foi indicado pela direcção do PS para, no dia 20 de Janeiro, i n t e r v i r e m s e d e d e t r a b a l h o s e discussão parlamentar do Projecto d e R e s o l u ç ã o a p r e s e n t a d o p e l o CDS-PP, na Comissão Parlamentar de Obras Públicas, Transportes e Comunicações. E foi ainda o mes-mo dr. Nuno Sá que votou contra a p r o p o s t a q u e e s t a v a e m c i m a da mesa , inv iabi l i zando ass im a requalif icação da VIM.Nuno Sá tem duas posições sobre o mesmo assunto: uma no conce-lho, onde é a favor da integração no PRN, e outra em Lisboa, onde chumba a requalif icação da via.Num tempo em que a classe política es tá cada vez mais descredibi l i -zada, todos esperávamos acções que prest igiassem o exercício da actividade polít ica.P a r a q u e p o s s a m o s s o n h a r c o m o p r o l o n g a m e n t o d a V I M a t é à circular de Braga são necessárias três coisas: que de forma rápida a via seja totalmente requalif icada, d e f o r m a a f u n d a m e n t a l m e n t e assegurar condições de segurança adequadas; pela sua importância, deve ser classificada como Estrada Regional, integrada no PRN e sob a tutela das EP; e que os polít icos sejam sérios, justos e competentes.

OPINIÃO

A construção de uma casa mortuá-ria ou capela mortuária em Joane é uma necessidade premente. Po-derá ser casa mortuária para uns e c a p e l a m o r t u á r i a p a r a o u t r o s . Quer seja, casa ou capela, o impor-tante é que esteja aberta a todas a s p e s s o a s , i n d e p e n d e n t e m e n t e d o s s e u s c r e d o s e r e l i g i õ e s . S ó assim faz sentido uma conjugação de esforços entre a paróquia e as e n t i d a d e s c i v i s , n o m e a d a m e n t e j u n t a e c â m a r a . S ã o p o r d e m a i s conhecidas as dif iculdades, sem-pre que coincide no tempo mais do que um fa lec imento. As capelas , mais concretamente a cape la de

S. Bento, não tem condições para a lbergar mais que um velór io . O processo de edificação de uma casa mortuária tem sofrido ao longo do tempo diversos avanços e recuos. Mas o tempo actual obriga a que o s a v a n ç o s s e s o b r e p o n h a m a o s recuos e que a sua construção se torne uma real idade. A Junta de Freguesia tem este desde à muito, este assunto na ordem do dia. Há uma convicção enraizada de que s e r á n e s t e m a n d a t o q u e a o b r a acontecerá. A paróquia de Joane é o parceiro ideal para ombrear com este pro-jecto. E esta tem, de facto, t ido um papel de relevo neste processo. A construção deste edifício necessita do contr ibuto de todos ; Câmara M u n i c i p a l , J u n t a d e F r e g u e s i a e p o p u l a ç ã o e m g e r a l . T o d o s o s Joanenses serão chamados a con-tribuir, dentro das possibi l idades de cada um. A junta de freguesia s a b e r á f a z e r t o d o s o s e s f o r ç o s n e c e s s á r i o s , q u e p e r m i t a m u m

c o n t r i b u t o i m p o r t a n t e e v á l i d o para esta causa. Esta obra é um velho anseio de todos os joanenses e da junta de freguesia, e em breve será uma realidade. O novo Centro Escolar está em fase de conclusão. Se a Câmara Muni-cipal t ivesse acompanhado todo o

processo de construção com mais empenho, as crianças já poderiam este ano, ter aulas neste centro . Assim, abrirá para o próximo ano l e c t i v o . D e n t r o e m b r e v e p a i s e encarregados de educação serão c o n v i d a d o s a v i s i t a r o C e n t r o Escolar. Conhecendo a real idade d a s d i v e r s a s e s c o l a s p r i m á r i a s espalhadas pela v i la de Joane, o q u e o s e s p e r a s e r á u m a g r a n d e surpresa. Uma agradável surpresa. Cantina, biblioteca, quadros mul-timédia, ar-condicionado, parque de jogos com relva sintética, etc. Condições excelentes para que as crianças encontrem na escola um local acolhedor, e que possibi l i te uma boa aprendizagem. A vi la de Joane poderá orgulhar-se do seu n o v o C e n t r o E s c o l a r , e t o d o s o s p a i s s a b e r ã o q u e o s s e u s f i l h o s a o d e i x a r e m o i n f a n t á r i o , o n d e t i n h a m c o n d i ç õ e s e x c e l e n t e s , passarão para um local que lhes oferece iguais, ou ainda melhores condições.

miguel azevedomembro da Comissão Política do núcleo de Joane do PSd

OPiNiÃO

Joane assume posição de relevo no concelho

Os artigos de Opinião são da responsabilidade dos seus autores

A VIM e o Governo Civil de Braga

“Dentro em breve

pais e encarregados

de educação serão

convidados a visitar o

Centro Escolar. O que

os espera será uma

grande surpresa.

Luís Santosmembro da Junta de Freguesia de Joane | PS

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18 FEVEREIRO DE 2011 • REPÓRTER LOCAL

No momento em que escrevo este artigo oiço um jovem polít ico com r e s p o n s a b i l i d a d e s a u t á r q u i c a s numa cerimónia of ic ial a dir igir-s e a c e r c a d e d u a s c e n t e n a s d e o u t r o s j o v e n s c o m u m d i s c u r s o vazio e desart iculado assente em meia dúzia de chavões desconexos e d i s p a r a t a d o s . T e m e m p r e g o e , supostamente, é bem remunerado. E v e m - m e à c a b e ç a o d e b a t e d o momento sobre o protesto nacional da “Geração à Rasca”. Enquanto penso naquilo que pode-rá vir a ser a maior manifestação cívica espontânea em Portugal oiço jovens a questionar uma deputada s o b r e o f u t u r o d a d e m o c r a c i a , s o b r e u m a d e m o c r a c i a c a d a v e z mais participativa e sobre a falta de qualidade da classe polít ica. E penso nos pr inc ipa is mot ivos de revol ta e indignação dos jovens , q u e o s l e v o u a u t i l i z a r a s r e d e s soc ia is para convocar para a rua os portugueses “desempregados , “quinhentoseuristas” e outros mal remunerados” no dia 12 de Março. N o f u n d o , o s j o v e n s d a g e r a ç ã o “ q u e p a r v a q u e e u s o u ” s e n t e m -s e d e s i l u d i d o s c o m u m s i s t e m a p o l í t i c o - a d m i n i s t r a t i v o q u e n ã o lhes proporciona um emprego es-tável com uma remuneração justa facil itadora de um projecto de vida r i s o n h o . A q u i l o a q u e o f i l ó s o f o Fernando Savater (“Ética para um J o v e m ” ) d e s i g n a p o r “ U m a V i d a Boa”. Têm razão estes jovens nestas e outras reivindicações? Sim. Têm toda a razão? Não. Vejamos porquê.1 . Os jovens, na escola , especial-m e n t e , n o E n s i n o B á s i c o , n ã o são preparados para pensar, para tomar decisões, para serem cida-d ã o s a u t ó n o m o s e a c t i v o s , p a r a r a c i o c i n a r s o b r e o s p r o b l e m a s e encontrar soluções criativas e ino-vadoras. São ensinados a assimilar conteúdos muitas vezes de forma desar t icu lada da rea l idade . Têm razão para protestar porque não

foram preparados para se orientar r a c i o n a l e a u t o n o m a m e n t e n u m mundo cada vez mais imprevisível e confuso.2. Há dez anos havia metade dos desempregados de hoje . Um cur-s o s u p e r i o r h o j e nã o é s i nó ni mo automático de um bom emprego e é verdade que há um certo corpo-rativismo instalado que impede os actuais jovens (muitos deles com grande ta lento e va lor) de serem advogados, professores e médicos ou de exercerem um cargo público ou até um cargo político. Têm razão o s j o v e n s q u a n d o e x i g e m q u e o s cargos e funções sejam abertos a to-dos em circunstâncias de igualdade equitativa de oportunidades, como defendia o Filósofo americano John Rawls em “Uma Teoria da Justiça”. Chama-lhe Rawls o “Princípio da oportunidade justa” que contribui p a r a e s b a t e r a s d e s i g u a l d a d e s sociais , onde Portugal , por sinal , é l íder na Europa.3. Os jovens passam muito tempo da sua vida na internet, nas redes soc ia is , no te lemóvel a part i lhar imbecilidades. Têm andado distra-ídos com minudências enquanto o tempo passa. Há um vazio de valores orientadores da sua conduta. Falta também algum espírito de sacrifício p a r a e n f r e n t a r a s a d v e r s i d a d e s . Quanto tempo dedicam à cidada-nia, a discutir os problemas do seu bairro e do seu país , a escutar os jornalistas, os polít icos, os econo-mistas e os empresários e a analisar c r i t i c a m e n t e a s s u a s p r o p o s t a s ? Quantos jovens participam activa e autonomamente nos partidos, no movimento associativo, nos órgãos públicos decisores? É aqui que os j o v e n s n ã o t ê m r a z ã o . N ã o t ê m razão quando crit icam um sistema p o l í t i c o - a d m i n i s t r a t i v o q u e n ã o lhes proporciona um futuro risonho mas que pass iva e acr i t i camente vão tolerando e aprovando. É esse mesmo sistema que permite q u e o j o v e m a u t a r c a r e f e r i d o n o início desta crónica tenha garanti-do um emprego supostamente bem remunerado mesmo que revele falta de competência ou mérito para o e x e r c í c i o d e t a l f u n ç ã o . P o r q u e o s j o v e n s d a “ g e r a ç ã o à r a s c a ” toleram um sistema político-admi-nistrativo onde o mérito dá lugar ao oportunismo e a competência é substituída pela cunha. Um sistema gerador de desigualdades sociais. P o d e s e r q u e a m a n i f e s t a ç ã o d o dia 12 de Março seja um sinal de mudança. Assim espero!

Geração à rasca

Sérgio CortinhasProfessor. Presidente da assembleia geral da associação de Professores das escolas Particula-res e Cooperativas com Contrato de associação

OPINIÃO

Os jovens da “geração à rasca” toleram um sistema político-administrativo onde o mérito dá lugar ao oportunismo e a competência é substituída pela cunha.

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