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Mais Saudável www.revistamaissaudavel.com.br O campeão de natação Nicholas Santos fala sobre resultados e expectativas Vamos de Bike Laís Souza Confira entrevista exclusiva e emocionante Corrida Dos 5 km para os 10 km Fim do Estresse Exercicíos físicos para alegria e bem-estar A Dieta do Bom Humor Conheça os alimentos que promovem felicidade Com a ciclofaixa, a boa e velha bibicleta ganha destaque e faz sucesso entre as gerações Março Abril nº2 Distribuição Gratuita

Revista Mais Saudável - Ed02

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Revista Mais Saudável - Ribeirao Preto

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Mais Saudávelwww.revistamaissaudavel.com.br

O campeão de natação Nicholas Santos fala sobre resultados e expectativas

Vamos de BikeLaís SouzaConfira entrevista exclusiva

e emocionante

CorridaDos 5 km para os 10 km

Fim do EstresseExercicíos físicos para

alegria e bem-estar

A Dieta doBom HumorConheça os alimentos que

promovem felicidade

Com a ciclofaixa, a boa e velha bibicleta ganha destaque e faz sucesso entre as gerações

MarçoAbril

nº2

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Praticar uma atividade física é uma mudança para a vida. A gente costuma ouvir por aí que realizar exercícios é bom para queimar a gordurinha que inco-moda, enxugar a barriga, fortalecer as pernas, entre tantos outros benefícios. Mas não se trata disso. Quer dizer, é muito mais que isso.

Malhar, correr, pedalar ou praticar um esporte são ferramentas essenciais para viver uma vida mais saudável. Em outras palavras, garantir não só a saúde do corpo, como também a da mente. Você manda o estresse embora e aprende a ser mais feliz.

Entrar em forma, começar um programa de exercícios, alimentar-se correta-mente, matricular-se em uma academia, ter motivação para correr ou para do-brar o treinamento, nada disso é fácil. Mas quer satisfação maior do que atingir uma meta traçada? É isso que você encontra nesta edição.

Na matéria de capa, você confere os resultados da Ciclofaixa de Lazer. Você vai conhecer os benefícios proporcionados pelo ciclismo, as dicas para pedalar com segurança, histórias de ribeirão-pretanos apaixonados pela bike e ainda as novas promessas da equipe profissional de ciclismo da cidade.

Em nutrição, veja quais são os alimentos do bom humor. Estudos realiza-dos no mundo todo mostram como a alimentação pode afetar a saúde mental e emocional. Na editoria de saúde, você acompanha os efeitos do estresse e como controlá-lo por meio da prática de exercícios físicos. Neste mês, também convi-damos você a uma viagem pelo mundo das estrelas do esporte de Ribeirão Preto. Conheça a Laís Souza, menina de ouro com corpo de borracha, e o campeão Ni-cholas Santos, ambos levando o nome da cidade a vários pontos do mundo. Em

fitness, conheça os benefícios do fitball. Você vai descobrir ainda o poder do yoga e como evoluir dos 5 km para os 10 km na corrida.

A sorte foi lançada meses atrás: criamos uma revista em Ribeirão Preto sobre o mundo da atividade física. Não há nada melhor do que ouvir as pessoas dizerem que vão colecio-nar a revista. É essa a nossa motivação para seguir em frente. É essa a nossa paixão.

Queremos ouvir suas sugestões, dicas e críticas, porque essa é a sua revista. Vamos juntos colocar

tudo em prática.

Boa leitura. Bons treinos.

Marília SaveriEditora-chefe

Pedaladas de Sucesso

Editora-Chefe: Marília Saveri Editor Gráfico: Matheus Ribeiro AlbanoEditora de Texto: Vanessa Del GrossiJornalista Responsável: Cátia Daiene Miguel (MTb-SP 47.444)Colunista: Roberta Saltori

Fotos: Maria Julia Raz, Rosane Dover,iStockphotos

Impressão: São Francisco Gráfica e EditoraTiragem: 5 mil exemplares

www.revistamaissaudavel.com.br

CAPACom a implantação da Ciclofaixa de Lazer, mora-dores de Ribeirão Preto aproveitam para praticar ciclismo.

PERFILEntramos no mundo da ginasta brasileira Lais Souza. A campeã mundial nos conta sua história

FITNESSEntenda como fun-ciona e quais são os benefícios doa prática de Fitball para a saúde e bem-estar

SAÚDESaiba como os exercí-cios físicos ajudam a prevenir e combater o estresse, melhorando a saúde

NUTRIÇÃOA alimentação pode afetar a saúde mental e emocional. Conheça os alimentos do bom humor.

CORRIDASaiba quando e como passar dos 5km para os 10km. Atenção aos limites do corpo e à alimentação.

VIVER BEMConfira os benefícios proporcionados à saúde pela prática de Yoga. Você vai se apaixonar por essa filosofia de vida.

ENTREVISTAO nadador Nicholas Santos,

destaque mundial, é o entre-vistado desta edição.

Ele conta seus desafios.

Nesta Edição

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capa

Diversão certa para toda a famíliaCiclismo atrai mais de quatro mil novos adeptos em Ribeirão Preto.Modalidade aumenta a capacidade funcional e a resistência física, além de despertar hábitos simples como parar um momento e apreciar a paisagem

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A boa e velha bicicleta, tão uti-lizada como brincadeira na infância, nunca sai de moda

para quem busca saúde e qualidade de vida. Exemplo disso é o ciclismo, esporte que vem ganhando cada vez mais adeptos da idade adulta. Em Ribeirão Preto, cerca de quatro mil pessoas já aderiram à atividade aos domingos. A “Ciclofaixa de Lazer”, implantada na cidade, é a primeira pedalada para uma mudança cultural.

Esse batalhão de gente se une às pedaladas semanalmente em busca de diversão e uma vida mais saudá-vel. E além de reunir a família para um momento de prazer, o que se percebe é o incentivo de um meio de

transporte ecológico e também o des-pertar de hábitos simples como parar um momento e observar os detalhes da cidade.

“Eu pratico ciclismo regularmente, agora trouxe as crianças pela primeira vez. Eles adoraram e demos três vol-tas. Pretendemos voltar sempre”, diz Patrícia Toscano, mãe do Felipe, do Eduardo e do Igor.

Severino Junior, morador de Cam-pinas, veio a Ribeirão Preto passar um final de semana com a família e apro-veitou para conhecer alguns pontos da cidade com a sua bike. “É tudo muito estruturado, há sinalização e muitas pessoas envolvidas na organização. Dá para pedalar tranquilo aqui.”

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capa

Para o ciclista de mountain bike Ricardo Alexandre Lara, uma das me-lhores vantagens de pedalar é exata-mente a possibilidade de unir exer-cício com lazer. “Uma ótima opção é colocar uma música agradável”, afir-ma.

A ciclista Eros Maria Froes, de 56 anos, garante que a prática regu-lar desse exercício preserva a saúde e mantém a mente ativa. Bailarina du-rante boa parte da vida, ela teve de se afastar do esporte devido a uma lesão no joelho. O médico, no entanto, libe-rou a bike. “Eu tive desgaste de patela no joelho e precisei parar com tudo. Mas coloquei outra paixão no lugar. Antes eu pedalava apenas ocasional-mente, hoje sou ciclista assídua”, diz orgulhosa. Não para menos, dona Eros pratica cicloturismo e em sua próxima empreitada vai pedalar 800 km percorrendo o Caminho de San-tiago de Compostela, na Espanha.

“No início é complicado mesmo. Mas depois, quanto mais você pedala, mais quer pedalar. E com isso conheci diversos lugares interessantes. E tra-ta-se de uma prática constante, pois

a resistência física se consegue com a regularidade”, explica. Para dona Eros, o que importa é nunca perder o humor. “Se está chovendo, ótimo. Se tem barro, melhor ainda”, diz. E haja disposição.

Quem a acompanha é o marido Eli Mauro, 58 anos, que adora o exercício praticado ao ar livre. “No começo tam-bém pedalávamos apenas por aqui. Mas gosto muito de ver vegetação, paisagens e conhecer cachoeiras. Não importa a distância necessária para isso. Hoje em dia as pessoas olham para nós e falam: ‘Nossa, como eles conseguem?’ E na verdade para nós é uma diversão”, conclui com humor.

Prática traz benefícios, mas requer segurança

O ciclismo é uma atividade saudá-vel que permite aumentar a resistên-cia aeróbica, melhorar o condiciona-mento físico, fortalecer a musculatura e, principalmente, quando praticada ao ar livre, com a gostosa sensação

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do vento no rosto, proporciona muito prazer. Outra vantagem é a possibi-lidade de ser praticada por qualquer pessoa, de qualquer idade.

“O ciclismo aumenta a capacidade funcional e a resistência física, dimi-nui o desenvolvimento de uma série de doenças cardiovasculares, respi-ratórias, metabólicas e, inclusive, al-guns tipos de câncer, como o de mama e o intestino grosso (cólon)”, afirma o especialista em medicina do esporte Dr. José Kawazoe Lazzoli, presidente da SBME (Sociedade Brasileira de Me-dicina do Exercício e do Esporte).

De acordo com o treinador da equi-pe de ciclismo de Ribeirão Preto, Da-nilo Terra, o único problema é que o esporte não é indicado para quem o pratica apenas ocasionalmente. Para ter um resultado satisfatório, a mo-dalidade deve ter continuidade. “O ci-clismo, como qualquer atividade, deve ter uma regularidade. Uma opção in-teressante é usar a ciclofaixa aos do-mingos e durante a semana pedalar nos parques ou até mesmo fazer spin-ning numa academia”, sugere.

A mesma opinião é compartilhada

por Lazzoli. “Uma vez por semana é pouco para que os benefícios possam aparecer. O ideal é uma frequência se-manal de cinco vezes por semana ou no mínimo três. Caso ao contrário, a pessoa praticará um esforço para o qual o seu organismo não está prepa-rado”, alerta o especialista.

Também para atingir o benefício de preservar a saúde e aproveitar o máximo de resultados que podem ser obtidos, vale lembrar algumas re-comendações básicas, como o uso de equipamentos de segurança. Capacete e luvas são usados para proteção em uma eventual queda, enquanto óculos específicos protegem os olhos de inse-tos e de poeira. Providencie também uma bicicleta do seu tamanho, aten-tando-se para a altura do banco.

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capa

A equipe de ciclismo de Ribei-rão Preto (São Francisco Saú-de/KHS/Mousse Cake/SME)

está de cara nova e com grandes am-bições. Há sete anos, os ciclistas que representam a cidade estão entre os dez primeiros do ranking nacional e com a contratação de novos nomes o objetivo é avançar mais alguns de-graus. Na equipe feminina, a expecta-tiva é ainda maior. Com a renovação, a equipe se posiciona entre as três melhores do país, ao lado de Santos e Pindamonhangaba, segundo o trei-nador Danilo Terra.

Equipe forte e resistente

Os destaques deste ano são as atle-tas Cristiane Pereira, Viviane Louren-ço dos Santos, Natália Santana Lima e Erika Gramiscelli.

No masculino, formam a equipe Wagner Alves, Thiago Damasceno, Carlos França, Felipe e Thiago Nardin e o cubano Michel Fernandez, um dos principais sprintistas no Brasil.

Além de Fernandez,Thiago Nardin, de 22 anos, é uma das grandes apos-tas para 2011. “O Thiago é um atleta com grandes potencialidades para as Olimpíadas do Rio. Certamente tere-mos ao menos um representante nos-

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Despedida e recomeço

A ciclista Camila Pinheiro Rodri-gues (foto, canto inferior), uma das melhores atletas de Ribeirão Preto, está dando adeus ao ciclismo devido a problemas na coluna. Desde 2005, ela sofre com três hérnias de discos e o excesso de treinamento, necessário para uma atleta de elite, acentuou a lesão. Camila é bi-campeã brasilei-ra em contrarelógio, já defendeu o país na Austrália, na Venezuela e na Colômbia. Em 2007, foi eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro a melhor ciclista de pista do país.

Agora, Camila vai ajudar a administrar uma loja da famí-lia e também vai levar adian-te o projeto da Ciclofaixa em Ribeirão Preto, incentivando a população e já com planos de formar novos atletas. “Vou continuar no ciclismo de Ribei-rão, mas agora de forma indi-reta, incentivando e usando minha experiência para con-tribuir com o desenvolvimento do esporte de diversas outras formas”, afirma.

so lá. Essa é a meta”, diz Terra. Essa turma realiza treinos diaria-

mente pelas rodovias ao redor de Ri-beirão Preto. Os ciclistas acordam por volta das 7h, de domingo a domingo, e treinam até as 13h. Descanso à tarde. Á noite nada de festa.

“Para nós não existe final de sema-na. Não podemos comer qualquer coi-sa e temos de dormir muito cedo. Mas é um ciclo viciante, o ciclismo é uma paixão mesmo”, diz Cristiane Silva, que veio de Ilha Solteira.

Como o ciclismo é um esporte mui-to desgastante, o descanso é essen-cial. “Todos os ciclistas ficam exaus-tos, então, quem vence a competição? Quem se recupera mais rápido, daí a importância do descanso, tal qual o treinamento”, explica o treinador.

“Quando praticado por lazer o ci-clismo não exige tanto do corpo, tem menos impacto e você pode dosar a carga de acordo com o que consegue”, diz a ciclista Viviane.

Viviane é natural de Aracaju-SE. Ela e os outros integrantes que vie-ram de fora dividem uma casa no bair-ro Jardim Irajá. Além do aluguel do alojamento, eles contam com auxílio financeiro, convênio médico e odon-tológico, manutenção e compra das bicicletas. O principal fundo de renda para isso é a Secretaria de Esportes, e há também o patrocínio de empresas, sendo algumas da cidade.

De acordo com o treinador da equipe, embora os recursos tenham aumentado consideravelmente em re-lação a outros anos, é possível captar mais patrocínios e com isso investir na contratação de mais atletas.

“Há dados técnicos que comprovam que o ciclismo é o esporte mais rentá-vel em termos de marketing esportivo no Brasil. E com os Jogos Olímpicos

no Brasil, a história do esporte no país vai mudar. Queremos que Ribeirão esteja à frente e quem investir nisso também vai se destacar”, adianta.

Enquanto isso, para atingir os ob-jetivos, a equipe deposita a esperança na Lei do Incentivo ao Esporte, uma política pública que prevê a possibi-lidade de pessoas físicas e jurídicas destinarem uma parcela do impos-to de renda em benefício de projetos desportivos elaborados por entidades do setor. No momento, Ribeirão apre-senta projetos em âmbito federal e es-tadual.

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Menina de Ouro

perfil

Texto: Marilia Saveri Foto: Futura Press

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Em meio ao congestionamento de carros, motos e paulistanos, todos ansiosos em deixar rapi-

damente a capital, uma atleta da Se-leção Brasileira de Ginástica atende o celular. “Laís, você virá a Ribeirão amanhã?”, pergunto, ansiosa para encontrá-la pessoalmente na cidade. “Oi querida, se eu conseguir sair de São Paulo com essa chuva toda e o caos, chegarei a Ribeirão sim”.

Dois dias depois, estamos na casa do pai dela, o senhor Antonio Luiz. Na sala, Laís assiste a um DVD do cantor Gustavo Lima, um de seus artistas prediletos. Enquanto busca água, reparo uma foto em um retrato, é a festa de entrega do Prêmio Bra-sil Olímpico, no qual Laís foi eleita a atleta de 2006, ao lado do jogador de vôlei Giba.

Naquele ano, a ginasta conquis-tou quatro medalhas em etapas da Copa do Mundo, sendo ouro no salto, também ficou na quarta posição no Campeonato Mundial da Dinamarca, além do ouro no Campeonato Brasi-leiro. Depois disso, Laís ainda cole-cionou muitas medalhas, como nos jogos Pan-Americanos de 2007, em que foi bronze no salto sobre o cavalo, também a terceira melhor nas barras assimétricas, e ainda teve a prata por equipe. Mas até construir sua histó-ria, que se confunde com a da ginás-tica nacional, a ribeirão-pretana per-correu um longo caminho.

Sua trajetória no esporte começou a se desenhar aos três anos de idade, quando acompanhava a prima nos treinos da Cava do Bosque. Antes de completar quatro aninhos, pediu à mãe, como presente de aniversário, a permissão para realizar o teste na gi-nástica olímpica do ginásio esportivo. Aos seis anos já competia, aos 10 foi

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para o São Caetano Esporte Clube, em Curitiba-PR, conviveu com outras cin-co ginastas de Ribeirão e trocou a es-cola por um professor particular para conciliar os estudos com os treinos.

Quando fala do passado, Laís pa-rece congelar o tempo. Para tentar explicar, ela transita pelas lembran-ças mais caras da sua infância. “A difi-culdade sempre foi financeira. Houve Campeonatos Brasileiros em que sabí-amos do nosso potencial para compe-tir, mas não tínhamos dinheiro para pagar as taxas. Eu vi as ginastas que moravam comigo fazerem vaquinhas e venderem pipoca para comprar um agasalho adequado”, recorda.

Sempre pensativa, como se estives-se procurando as melhores palavras para descrever, Laís transmite tran-quilidade. Pacientemente, ela relata a sua rotina, que começa às 8h30, com o treino voltado para as competições de série, e se estende até às 12h30. Depois de uma hora de almoço, os treinos se prolongam até às 17h30. “Todos os dias?”, pergunto. “Não, no sábado é um treinão, mais forte, vai até às 14h”, diz, sem segurar o riso.

Ao longo da conversa, Laís também não esconde o orgulho de suas amigas de longa data, Daiane dos Santos e Daniele Hypólito. “Um dos grandes marcos, acho até que o momento mais emocionante que já presenciei, foi no Campeonato Mundial de 2003, nos Estados Unidos, uma competição pré-olímpica em que a equipe do Brasil teve uma das melhores classificações logo de início. Aí veio a medalha de ouro da Dai, foi muito emocionante, foi inesquecível”.

Sempre que fala sobre o seu desem-penho, Laís usa o plural. Sem que pre-cise deixar isso mais claro, é fácil per-ceber que para ela o que existe é uma

Aos 22 anos, Laís Souza já participou de duas Olimpíadas e é considerada esperança de medalhas. A ribeirão-pretana, modelo de garra e humildade, é uma das apostas do Brasil para o Pan e para as Olimpíadas de Londres

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equipe. A mesma satisfação que sente ao citar suas medalhas está também no relato das conquistas das amigas.

Apesar da pouca idade, Laís é uma veterana nos Jogos Olímpicos. Com-petiu nos Jogos de Atenas, em 2004, e depois em Pequim, em 2008. A gran-de dificuldade de lá para cá se devem às lesões, que minaram sua carreira. Foram seis cirurgias no joelho direito, uma no pé direito e outra no pé es-querdo. “O meu maior desejo é passar esse ano livre de lesões e, com isso, participar do maior número de com-petições possíveis, visando medalha no Mundial, em Tóquio, e no Pan-Americano, no México. Depois disso, se tudo ajudar, quero competir nos

Jogos de Londres e tentar me manter até as Olimpíadas no Brasil”.

Sobre a ansiedade antes da compe-tição, Laís conta que sua tranquilida-de também ajuda nestes momentos. “O mais complicado é lidar com a ma-neira com que a gente se cobra. Sinto uma ansiedade, mas não é algo des-controlado. Eu consigo dormir”, diz.

Falando sobre exigências, Laís lem-bra os patrocinadores. “Eles só nos procuram quando vamos competir. Acho um grande erro essa parte aí. Precisaríamos ter apoio desde lá do começo, para ter desenvolvimento”. Antecipando o questionamento, diz: “Os patrocínios aparecem apenas três meses antes do Pan ou das Olimpía-das. Eu acho ótimo, claro. Mas fico me perguntando: o que são três meses perto de uma vida inteira que você ba-talhou para estar ali?”.

Neste meio tempo, o pai chega. Senhor Antônio, projetista em mecâ-nica, também é um homem calmo, o que Laís garante que é herança de fa-mília. É ele quem me ajuda a definir o universo oculto de Laís. “Ela tem personalidade firme. Analisa bastante tudo, tanto os assuntos profissionais quanto os da vida. É bastante calma, tranquila e, principalmente, é muito humana”, afirma. Laís segurou suas mãos, carinhosamente, e foi bonito ver no pai a expressão de orgulho pela filha bem sucedida, sentimento que se alterna com o de saudade.

Laís ficou dois dias na cidade e voltou rapidamente a São Paulo para sua rotina de treinos no Pinheiros. Senhor Antônio, embora com o cora-ção apertado, sabe que sua filha vai em busca de algo maior. Maquiada e impecável, ela faz acrobacias, rodopia, incita aplausos da plateia. Laís voa. Laís é também filha do Brasil.

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Mais SaudávelContato: (16) 3421-9778www.revistamaissaudavel.com.br

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AlimentaçãoNão dá para dobrar o

percurso sem modificar os hábitos alimentares. O desgaste é maior, o que demanda uma atenção especial com a alimen-tação. Você precisará de mais energia. Para os praticantes de atividades de longa duração, a re-comendação chega a um consumo de 10g/kg/dia de carboidratos.

Em dias de treina-mentos exaustivos, a in-gestão de carboidratos deve ser aumentada, em dias de treinamentos le-ves, o consumo dos mes-mos reduzidos.

ConfiançaSe você já corre 5 km com facilidade e quer atingir novos

desafios, dobrar a distância pode ser um ótimo objetivo. Você vai ganhar resistência, controlar o peso, fortalecer os músculos e superar suas marcas pessoais. O primeiro passo para isso é ter confiança. A motivação para atingir novas marcas é o combus-tível para ir mais longe.

Rumo aos 10 kmPassar dos 5 km para os 10 km é possível. Aprenda como intensificar seustreinos e ganhe condicionamento físico, melhor performance e forma física.Você chega mais longe, em menos tempo, e com mais motivação

corrida

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Mais Saudável 15

É agoraComo você sabe se está apto a passar dos 5

km para os 10 km? Geralmente, após três meses praticando três

vezes na semana o treino de 5 km, o aluno já pode evoluir para os 10 km. Quem dirá a você o momento exato para encarar essa distância é o seu treinador.

Treino com disciplinaO treino para percorrer os 10 km terá como

característica o aumento de volume. É impor-tante que gradualmente você vá aumentando a duração do seu treino, sem se preocupar com a intensidade ou velocidade da corrida. Não se esqueça de que a frequência aos treinos é es-sencial, três vezes na semana já são suficientes. Para os que gostam de correr todos os dias, o recomendável é ao menos um dia na semana para o descanso.

O melhor horário e localO melhor horário para treinar é aquele em

que você se sente tranquilo e disposto para executar todo o treino, incluindo aquecimento e alongamento. Todo atleta tem seu ritmo de vida particular e geralmente a rotina é dividi-da com outros compromissos como trabalho, estudo, família. Cada um faz a sua agenda. Na escolha do local, o benefício dos parques é não encontrar trânsito, nem ter de parar para atra-vessar a rua, mas dar inúmeras voltas no mes-mo lugar, muitas vezes é desmotivante nos 10 km. A rua é mais dinâmica, mas dê preferência a um percurso plano.

Respeitando os limitesAcima de tudo, a melhor recomendação é:

jamais ultrapasse o limite do seu corpo. Você estará apto a participar de uma corrida de 10 km quando já tiver completado ao menos um treino correndo toda essa distância. No dia da competição, você também pode intercalar a corrida com “trotes” e caminhada.

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corrida

O treinador Evandro Lazzari montou um programa de treino para quem corre 5 km e quer completar a primeira prova de 10 km. Deixe as terças, quintas, sextas e domingos para descanso.

Qua Fartlek 25min1min CF1min T

FC 70% a 90%

Fartlek 25min1min CF1min T

+12min TLFC 70% a 90%

Fartlek 25min1min CF1min T

+12 a 20min TLFC 70% a 90%

Rodagem45 a 60min

FC 70% a 85%

Seg Rodagem25 a 35min

FC 70% a 80%

1ª Semana 2ª Semana 3ª Semana 4ª Semana

Rodagem30 a 40min

FC 70% a 80%

Rodagem35 a 45min

FC 70% a 85%

Rodagem35 a 45min

FC 70% a 85%

Sab Rodagem25 a 45min

FC 70% a 85%

Rodagem35 a 45min

FC 70% a 85%

Rodagem45 a 60min

FC 70% a 85%

Rodagem10Km

FC = Frequência Cardíaca - Fartlek = Treino alternando ritmo forte e leve - CF = Corrida ForteT = Trote (corrida leve) - TL = Trote Leve (corrida muito leve, pouco esforço)

10 KM

A prova de 10 km é a preferida de nove entre dez corredores brasileiros. Se você também quer fazer parte des-te grupo, fique atento às dicas dos es-pecialistas. Para os 10 km, há treinos mais diversificados, dependendo do objetivo do atleta, que pode ser com-pletar a prova, melhorar a condição física ou o tempo de percurso.

O treino de fartlek é boa opção para variação dos treinos, o atleta cor-re mais rápido durante alguns minu-tos, depois fica no ritmo de trote e em seguida volta a acelerar. Em todos eles é importante aquecer-se bem e obser-var a frequência cardíaca. Lembre-se: o segredo não está no aumento de vo-lume do treino, mas, principalmente, na qualidade com que esse é realizado.

“É indispensável ficar atento para que o aumento de carga de treina-mento seja feito de maneira gradati-

va, a fim de não impor uma sobrecar-ga demasiada aos músculos, tendões e articulações. Fazendo um incremento progressivo de carga, permitimos que essas estruturas tenham tempo para se adaptar”, afirma a fisioterapeuta Gerseli Angeli, diretora científica do Centro de Medicina da Atividade Físi-ca e do Esporte (Cemafe), da Unifesp.

De acordo com o treinador de cor-rida do Pinheiros Claudio Castilho, existe um período de adaptação, mas cada organismo responde de uma forma. “Normalmente, quando se respeita períodos seguros, a resposta sempre é positiva, comprovadas por ótimas performances - o que é inver-samente proporcional quando se pula etapas e acelera o processo, subme-tendo sobrecargas grandes em ritmo acelerado, sem tempo de assimilação e resposta do organismo”, diz.

Você consegue dobrar

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Conheça os alimentos para combater a depressão e a

ansiedade, melhorar ohumor e espantar a tristeza.

O segredo da vida podeestar na cozinha

nutrição

Felicidadeà mesa

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É inevitável. Quem nunca comeu um chocolate quando estava se sentindo triste? Ou não sentiu

uma sensação de bem-estar depois de um almoço saudável e relaxante? Tal-vez tenha notado também que entre uma xícara e outra de café, a irritação fica mais aflorada, enquanto fechar a boca para perder peso costuma ser sinônimo de mau humor. Não é in-tuição, os nossos hábitos alimenta-res interferem, sim, em nosso estado emocional.

Em 1998, a nutricionista inglesa Amanda Geary fundou o Food and Mood Project (Projeto Comida e Hu-mor), para estudar como os alimentos podem afetar o humor e ensinar ter uma alimentação que ajude a manter a saúde física e emocional. Mudan-do a dieta de um grupo de pessoas, a pesquisadora constatou melhora sig-nificativa na instabilidade emocional, na depressão e em ataques de pânico e ansiedade.

Mas como o que comemos pode nos deixar bem ou mal humorados? A ciência explica. Nosso cérebro recebe impulsos por meio de neurônios que transmitem dor, ansiedade, tristeza, ou seja, uma vasta gama de sentimen-tos. E certos alimentos estimulam a produção e liberação de neurotrans-missores (moléculas envolvidas na comunicação entre neurônios), sendo o principal a serotonina, substância diretamente ligada ao bom humor.

“A serotonina é conhecida por combater a depressão, diminuir a sensação de dor, reduzir o estresse

e relaxar. Um aminoácido chamado triptofano é um dos responsáveis pela produção de serotonina, e ele é encon-trado em alimentos como abacate, ba-nana, feijões, lentilha e leite. Assim, uma dieta rica nesses alimentos pode significar uma melhora no humor”, explica a nutricionista Roseli Rossi, especialista em nutrição clínica, da Equilíbrio Nutricional, em São Paulo.

No livro “A Dieta do Bom Humor”, a autora Sonia Tucunduva Philippi, nutricionista, pesquisadora e profes-sora da USP, relata como as pessoas depositam na alimentação a respon-sabilidade pela felicidade, buscando preencher vazios. “Quase como acom-panhamento do delicioso filé, engo-limos adicionalmente o estresse do trabalho e da vida urbana. As relações entre alimento e sentimento são tão primitivas para o ser humano que se estabelecem bem no comecinho da vida, quando, ao sermos colocados no peito materno, esboçamos um sorriso de prazer que nos faz adormecer feli-zes”, escreve.

Isso quer dizer que um prato equi-librado com os ingredientes certos pode fazer bem não somente para o estado físico, como pode também desencadear sensações de bem-estar, tranquilidade e melhorar o humor. A revista Mais Saudável separou para você, leitor, dicas preciosas para que você fique feliz da vida, sem ganhar peso e sem abandonar o que lhe dá prazer. Sem fórmulas milagrosas, o que temos aqui é a receita para o bom humor.

Dieta do bom humor

Ao contrário das die-tas tradicionais, que cortam os carboi-dratos e aumentam as proteínas (o que acaba por ocasionar mudanças de humor, irritabilidade e, por vezes, até depres-são), a dieta do bom humor aposta no equilíbrio, garantindo o consumo de pratos variados que forne-çam tudo o que o organismo precisa na dose certa.

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nutrição

Mais Saudável20

PimentasAs melhores para o humor são as verme-lhas, as malaguetas e as pimentas-de-cheiro.

MangaContém alto teor de po-tássio, importante para regular a atividade neu-romuscular e melhorar o estado de ânimo.

BrócolisContém boa dose de triptofano, que ajuda a manter o alto-astral.

ChocolateAumenta a síntese de serotonina no cérebro e tem poder calmante. Mais de 30g por dia tem o efeito contrário.

LaranjaPrevine o cansaço e combate o estresse. Contém vitamina C, que melhora as defesas do organismo.

EspinafreTem ação antidepressi-va e ajuda a controlar a ansiedade.

LeiteConsegue o efeito relaxante sobre toda a musculatura do corpo pois contém triptofano.

Fonte: “A Dieta do Bom Humor”, de Sonia Tucunduva Philippi

PeixesEstimulam a atividade cerebral, impedindo as ondas de cansaço. Pei-xes como o salmão são ricos em ômega-3.

AlfaceConcentra altas doses de lactucina, que age como calmante e dimi-nui a irritação .

BananaAjuda a dar energia e estimula a produção de serotonina.

Os ingredientes do bom humor

Mais Saudável

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Controle o estresse comexercícios físicos

A solução para todos os problemas pode estar na prática esportiva

saúde

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Você sente a respiração ofe-gante, a pele eriçada, a pupila dilatada, o coração acelera-

do, a musculatura retesada. Está no trânsito, ou no trabalho, ou em casa cuidando de mil afazeres e questio-nando por que 24 horas por dia não é tempo suficiente. Então pare, respire, relaxe. O estresse não é uma doença, mas favorece uma série de encrencas para o corpo inteiro. Para espantar o nervosismo que insiste em ficar nas alturas, vale passear com o cachorro, ir ao cinema ou, até melhor que tudo isso, praticar exercícios físicos.

Em situações de perigo ou frente a alguma dificuldade, o estresse entra em ação para que possamos nos de-fender, provocando uma descarga de hormônios na cor-rente sanguínea, como adrenalina, cortisol e gluca-gon. As respostas a um estímulo estressante têm como objetivos tornar o corpo mais atento, resistente e forte. Porém, em estado constante de tensão, acarreta o aparecimento de várias doenças.

“As demandas do nosso estilo de vida atual geram situações de estres-se persistentes, fazendo com que res-postas agudas se tornem crônicas, levando ao aparecimento de hiper-tensão, diabetes, depressão, entre outros”, explica o médico do esporte Marcelo Baboghluian, diretor clínico do Instituto Marazul, em São Paulo.

Algumas teorias de pesquisadores em todo o mundo também sugerem que com um estado de estresse per-manente uma quantidade maior de radicais livres, ligados ao desgaste celular, possa ter influência no de-senvolvimento de células tumorais.

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A forma de prevenção, segundo os es-pecialistas, é investir em lazer, ativi-dade física regular, dieta equilibrada e otimismo na adversidade.

“O exercício físico também alivia dois dos piores males da sociedade moderna: a depressão e a ansiedade. Quando a pessoa está sentindo que as coisas estão sem graça, que o mun-do é sem sentido, deve tentar entrar em um programa de exercícios físi-cos três ou mais vezes por semana. Isso alivia bastante”, afirma uma das maiores especialistas brasileiras em estresse, a psicóloga Marilda Lipp, da PUC-Campinas.

Também de acordo com Babo-ghluian, a atividade física é o hábito pessoal que mais positivamente pode

contribuir para a redução do estres-se e melhora da qualidade de vida. “A prática regular leva ao aumento dos níveis de sero-

tonina, que é o hormônio do bem-es-tar e promove relaxamento”, explica.

O produtor de comunicação Ga-briel Santos, 22, conheceu no ano passado vários dos efeitos do estres-se. Como saldo, ele desenvolveu a sín-drome do pânico, depressão, perda de peso, insônia, problemas gástricos e déficit de atenção, o que o levou até a bater o carro. “Uma coisa foi levando à outra. Uma catástrofe total”, diz o produtor.

Santos buscou, então, uma ativi-dade que lhe desse prazer: a prática de skate. “A partir do momento em que você fica menos tenso, você fica mais aberto a desafios. Não apenas a saúde melhora, como também a vida social, afetiva e até a qualidade de vida profissional”, dá a dica.

Preservea sua mente

Alimente-se bemCapriche nas porções de frutas, legumes e peixes.

Faça exercíciosDê preferência aos exercícios que duram mais tempo e são menos intensos.

Aprecie anaturezaA contemplação de uma bela paisagem traz renovação física e mental.

Aposte nobom humorMantenha uma atitude positiva perante a vida.

“O exercício físico também alivia dois dos piores males da sociedade moderna: a depressão e a ansiedade”

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Yoga: a jornada interior

Movimentos suaves, respiração controlada, equilíbrio e relaxamento. Tudo numa mesma prática em que corpo e alma saem fortalecidos

Para quem está em busca de algo mais que exercício físico, o yoga apresenta-se como excelente

alternativa. Criado há cinco mil anos por sábios indianos, caiu com tudo nas graças dos ocidentais. Não por acaso. Com a filosofia de corpo sau-dável e mente em equilíbrio, a prática faz um bem danado à saúde e ainda promove contentamento.

O yoga, ou “a ioga”, é uma filoso-fia de vida, busca modificar a nossa forma de entender o mundo e a nós mesmos. Tudo começa com as técni-cas de boa postura, respiração eficien-te e bom funcionamento dos órgãos internos. É a energia existente em cada um utilizada para promover o bem-estar.

“Yoga é meditação e meditação é um estado calmo que a mente hu-mana pode atingir. É um processo de auto-observação que nos ensina a ficarmos de bem conosco”, explica o professor da USP Marcos Rojo Rodri-gues, formado em yoga pela escola de Kaivalyadhama, na Índia.

No yoga, são mais de duas mil po-sições, que massageiam e fortalecem a musculatura. A perfeição vem com o tempo, mas os benefícios logo apare-cem. O tan tien, localizado logo abai-xo do umbigo, é considerado o centro de energia do corpo. Se você relaxar e pensar em algo que te faça muito fe-liz, vai perceber como o sorriso chega até o abdômen e se espalha por todo

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o corpo. É um sorriso interno, é o con-tentamento.

“O que ocorre é uma mudança no comportamento. O que acontece na nossa vida? A repetição. E como você quebra aquele princípio da ação e re-ação? Parando de repetir as mesmas atitudes. Você descobre, então, que você é a sua melhor companhia. Você se sente feliz, sem que ninguém preci-se dizer “fique feliz”, e vai levando isso para os seus relacionamentos”, ensina o professor de yoga Constantino Sa-rantopoulos, o Costi, também arqui-teto e empresário em Ribeirão Preto.

De acordo com Costi, os benefícios são tão evidentes que o número de adeptos na cidade não para de cres-cer. Tanto, que além de várias turmas preenchidas, ele e sua esposa Adriana Amaral, professora de yoga no SESC, passaram a ensinar a técnica em casa. “O que se busca é o autoconhecimento para chegar a uma evolução espiritual como ser humano. Há questões mo-rais nisso. Quando você conhece bem a si mesmo, você passa a aceitar o ou-tro, você compreende, você respeita”, diz Adriana.

É fácil perceber o entrelaçamento entre corpo e mente no yoga. No exer-cício de respiração fica claro: para o novo entrar o velho tem de sair. Junte a isso a questão do equilíbrio, da pos-tura e de quebra da rigidez. Você acha que isso se aplica ao corpo ou à men-te? Tente e descubra-se. Namastê!

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Entre em forma com o FitballExercícios com bola fortalecem a musculatura, relaxam e ainda deixam o treino mais divertido

Garantia de força muscular, fle-xibilidade e equilíbrio. O Fit-ball é uma excelente alterna-

tiva para colocar o corpo em forma. O exercício utiliza aquela bola suíça, muito usada no pilates e em aulas de alongamentos. A bola extra grande, desenvolvida para melhorar o equilí-brio, é aliada da boa postura, da re-sistência física, e trabalha muito bem a força muscular de pernas, braços, bumbum e abdome.

Desenvolvido nos anos 70, na Suíça, com o intuito de corrigir pro-blemas posturais, o acessório se es-palhou rapidamente por diversos pa-íses, sendo hoje muito utilizado nas aulas de academia para obtenção de saúde e boa forma física. E o rol de benefícios do Fitball é longo. Dentre eles, está a versatilidade. Neste exer-cício, é possível realizar abdominais,

fitness

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conseguir estabilidade postural, utili-zar a força para realizar diversos mo-vimentos, em pé, sentado ou deitado, e, de quebra, gerar equilíbrio, o que exige atenção e coordenação.

“Existe uma enorme gama de exercícios na bola que podem ser re-alizados por iniciantes, pessoas com incapacidades graves, como lesão neurológica, até atletas de nível inter-nacional. Portanto, há movimentos muito fáceis e os extremamente difí-ceis”, aponta o fisioterapeuta Cássio Siqueira, da USP São Paulo.

O fisioterapeuta acrescenta ainda que os riscos são mínimos quando orientados por um profissional da área de fisioterapia ou educação física. Outro alerta é o cuidado com as que-das, pois alguns exercícios chegam a ser realizados em pé sobre a bola. “Os riscos vêm exatamente da instabili-dade provocada pela bola, que facilita a incorreta execução do movimento e pode gerar compensações prejudi-ciais. Portanto, é imprescindível ter a supervisão de um profissional capaci-tado”, afirma.

Para escolher qual bola usar, vai a dica: ao sentar sobre o acessório, os dois pés devem ficar apoiados no chão e os joelhos flexionados em ângulo de 90º. Há três tamanhos diferentes de bola: 55cm de diâmetro, 65cm e a maior, 75cm. Para a realização do exercício, muito professores abusam da criatividade. Vale relaxamento, e também música, dança, coreografias. É provar para crer!

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estilo

Esporte chiqueA moda esportiva deixou as passarelas eganhou as academias com muito estilo. Por trás de todo o conforto, também está a adequação à temperatura do corpo

Bom gosto e estilo não são tudo no mundo da moda esportiva. Na hora do exercício, é preciso

sentir-se seguro e confortável para realizar qualquer tipo de movimen-to. Para isso, a qualidade da roupa é extremamente importante, pois ela também interfere no desempenho.

A diferença entre a malha confec-cionada para atleta e a comum é iden-tificada na hora do exercício. Quando o praticante veste um tecido adequa-do, ele pode malhar, transpirar muito

e, assim mesmo, sair da academia e ir ao supermecado, a uma reunião ou

passear no shopping, pois a roupa não segura o suor. Isso é possível quando optamos por uma “malha inteligente”, que é aquela produ-zida para se adequar à temperatu-

ra do corpo, como as fibras sin-téticas Dri-Fit e Thermodry.

Para escolher um look ca-prichado, também não é di-fícil. “Primeira dica: deve-se buscar na roupa de ginásti-ca conforto e adequação do tecido à atividade. Depois,

lembre que a roupa traduz parte de quem você é. Então, use aquilo que te deixa me-lhor”, diz o coordenador do curso de especialização em estética e gestão de moda da USP de São Paulo, Eneus Trindade.

Segundo Trindade, o mundo de hoje superou a ideia clássica de roupa elegante o tempo todo. “Hoje, o sentido de roupa elegante é a roupa ade-

quada para o momento. Roupas de ginástica,

roupas de baladas,

O ideal é combinar, no máximo, até três cores

Texto: Roberta Saltori Fotos: Istockphotos

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Texto: Roberta Saltori Fotos: Istockphotos

roupas para trabalho. Ser elegante hoje é saber o que é adequado a cada ocasião”, afirma.

Para a personal stylist Inês Jun-queira, um bom look para malhar deve ser confortável, funcional e bo-nito. “Toda mulher gosta de estar bem vestida, inclusive na hora de fazer atividades físicas. Então, nada

melhor que unir praticidade, funcionalidade, bem-estar e beleza”, diz.

Abra já o guarda-rou-pa e inspire-se.

O suplex é o tecido eleito pela maioria das mulheres para tops e calças, pois absorve o suor e é bem flexível

Para quem tem o quadril largo, a dica é usar calças escuras como preto, marrom

ou azul

A roupa adequada para malhação é confortável e

ajuda a melhorar a performance

Se estiver fora de forma, esqueça o top. Neste caso, é indicado usar camiseta cavada nas laterais

Usar peças da mesma cor não é considerado uma

escolha ruim.O pretinho básico até ajuda disfarçar

o indesejávelMais Saudável

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O ribeirão-pretano Nicholas Santos colhe os frutos pelo excelente desempenho na natação. Neste ano, ele vai brigar por medalha no Mundial de Piscina Longa, que ocorrerá em julho, na China, e ainda tem grandes chances de subir ao pó-dio das Olimpíadas de Londres, em 2012

No final de 2010, apenas um centésimo dis-tanciou o ribeirão-pretano Nicholas San-tos da medalha de bronze do Campeonato

Mundial de Natação de Piscina Curta, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. Especialista em pro-vas de velocidade, o nadador deixa para trás o pas-sado e traça novos desafios da mesma proporção. Não por acaso, seu nome figura entre os maiores nadadores do mundo. Recordista sul-americano nos 50m borboleta, em piscina curta e longa, San-

O príncipe das águas

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tos coleciona ainda outros bons resultados, como a semifinal das Olimpíadas de Pequim.

Durante a entrevista, Santos revelou ser uma daquelas pessoas movidas à emoção. Ele está feliz da vida com as oportunidades que teve e transfor-mou em conquistas. Mostrou também que além de extremamente dedicado, é simpático e educado. Se-ria essa a fórmula do sucesso? Em suas respostas, fica claro que para chegar onde ele está existe ape-nas uma saída: muito trabalho.

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M.S: Como foi o começo do seu contato com a natação?

Nicholas: Eu tive contato com a água desde muito pequeno. Meus pais têm uma escola de mergulho em Ribeirão Preto e incentivaram a nata-ção por ser um esporte bem comple-to. Eu também jogava vôlei, futebol, basquete eu gostava bastante, mas a natação era o que eu mais gostava. Então meus pais viram que eu tam-bém levava jeito e tal, aí eu comecei a nadar na Recreativa, aos oito anos de idade. Dois anos depois participei de uma competição em São José do Rio Preto e fui ouro nos 50m costas e pra-ta nos 50m livre.

M.S: Você já se imaginava como atleta de elite ou havia outros so-nhos?

Nicholas: Não, na verdade eu pensei em fazer várias coisas, estava ainda naquela indecisão da adoles-cência. Prestei medicina em Ribeirão, veterinária em Jaboticabal, passei em educação física, mas não quis fa-zer. Depois dessa fase fiz cursinho, aí mais tarde comecei fisioterapia na Unaerp, onde eu nadava, depois transferi o curso para o Rio de Janei-ro, porque fui para o Flamengo e, por fim, terminei o curso em São Paulo, por conta do Esporte Clube Pinhei-ros. Foi muito difícil essa época, bem puxado, sabe? Eu treinava de madru-gada, era uma loucura, mas consegui. Depois fiz pós-graduação e até MBA. No futuro tenho vontade de abrir uma clínica de fisioterapia. Já tenho planos para isso.

M.S: Quais as dificuldades que você precisou superar no esporte?

Nicholas: No início é tudo muito complicado. É difícil conseguir patro-

cínio e depois mantê-lo, por exemplo. Mas essa é uma dificuldade que ainda existe no Brasil, em vários esportes. Hoje certamente estamos mais estru-turados, a natação, por exemplo, está em evidência na mídia e as empresas já começam a olhar com outros olhos. Até 2016 o esporte ainda vai crescer muito no Brasil.

M.S: E como foi a saída de sua cidade para morar no Rio de Ja-neiro, e deixar família e amigos?

Nicholas: Por mim não sairia de Ribeirão. Amo a cidade. A dificuldade é que na época não houve apoio, pa-trocínio, e a gente tem que buscar me-lhorar, né? Eu treinaria na cidade se houvesse condições, eu planejava fi-car um ou dois anos apenas fora, mas, quem sabe, eu ainda volte.

M.S: Quais títulos conquistados você considera mais relevantes?

Nicholas: Uma coisa que eu acho muito bacana é que cada medalha re-presenta uma fase na vida. São vários episódios que marcaram, por exem-plo, eu ter sido recordista-mundial universitário na fase em que eu esta-

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va na faculdade. Mas o ápice mesmo são os Jogos Olímpicos. No último eu fui semifinalista nos 50m livre e para mim essa é uma enorme conquista. Também tenho sete medalhas em campeonatos mundiais, e outro mo-mento importante foram os Jogos Mundiais Militares, e hoje eu repre-sento o exercito brasileiro.

M.S: Você lida bem com a pres-são que você mesmo se coloca e a que vem de fora?

Nicholas: Eu já me cobro bastan-te. Nas provas eu costumo ficar mais isolado e encaro-as como um objetivo que tracei durante o ano. Eu até gos-to da pressão, em um limite bom. Nos mundiais dá frio na barriga, e então dá mais vontade ainda de nadar. Você vai subindo no nível competitivo e não tem jeito, tem que nadar.

M.S: Você acha que falta compe-titividade no Brasil?

Nicholas: Não, eu acho que faltam competições. Nos Estados Unidos há competições quase todo final de se-

mana. Os meetings, por exemplo, são eventos muito legais, pois reúnem to-dos os clubes para competir. No Bra-sil temos em média duas competições por semestre. Eu treino com o César (Cielo) e isso é muito bom para o meu desempenho, nós fazemos competi-ção entre nós, há dias que ele ganha, outros dias eu, e isso é muito bom. Se pudéssemos reunir todos esses atletas para competir seria ótimo.

M.S: E como você encara a sua rotina de treino?

Nicholas: Eu gosto muito e de-pende da fase também. Nesta sema-na estou nadando 30 km por dia. Há dias que nado até 50 km. Eu acordo às 6h50, às 7h30 estou na academia, para a musculação. Às 9h30 caio na água e fico lá até às 14h. Depois eu volto e nado até às 17h30. O sábado é o dia mais forte. O importante é se cuidar, né? Eu descanso bastante tam-bém e cuido da minha alimentação.

M.S: Você tem tempo livre?Nicholas: (risos). Sim. Nos finais

de semana eu procuro ir à praia, an-dar de moto, mas não gosto de nada programado, sei lá, o que der vontade eu faço, acho isso muito legal. Gosto de ficar em casa também, e assistir House. (risos)

M.S: E quais as suas expectati-vas para 2011?

Nicholas: O calendário completo (risos). Mas principalmente o Mun-dial de Piscina Longa, na China. De-pois do Mundial a meta são as Olim-píadas. Esse é um ano pré-olímpico, então eu vou ficar bem focado, trei-nando 18 meses sem descanso.

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“Cada medalha representa uma fase na vida. Nos mundiais chega a dar frio na barriga, e então dá mais vontade ainda de nadar”

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Você já deve ter recebido por e-mail aqueles anúncios de compra coletiva anun-ciando descontos de mais de 70% em tratamentos de clínicas de estética. Talvez já tenha até comprado alguns tickets e experimentado algumas massagens. Mas o que significa essa busca? É saudável?

Nos últimos tempos a preocupação com a saúde e a prática de atividade física cresceu na consciência das pessoas, mas junto a isso, também surgiu a necessidade de estar bem com o próprio corpo em termos estéticos. Na verdade, a maioria bus-ca a academia muito mais motivada em perder uns quilinhos do que a prevenção de doenças cardíacas. Já nas clínicas de estética, o que eu tenho visto no dia-a-dia são pessoas que não praticam nenhuma ou quase nada de atividade física, e que buscam reduzir suas medidas através de massagens e uso de equipamentos de alta tecnologia como solução para seus problemas. Pessoas que buscam esse tipo de serviço exigem de si mesmas e do próprio profissional de estética um resultado rápido e que muitas vezes nem é possível ser alcançado, em virtude do tipo físico, herança genética e dos seus hábitos alimentares. E nessas condições, a responsabi-lidade pelo fracasso do tratamento é da esteticista. Vejam só!

Na verdade, a estética está diretamente ligada à saúde, e deve ser vista como um tratamento complementar à atividade física e alimentação balanceada. Da mesma forma que um cirurgião plástico não resolverá o problema de gorduras localizadas através de uma lipoaspiração, a esteticista não conseguirá resultados eficazes se a pessoa não se comprometer com o tratamento complementar: atividade e alimen-tação balanceada.

Os modelos estéticos divulgados pela mídia tornam-se referência para a busca de um ideal de corpo perfeito, sinônimo de felicidade, amor e sucesso. É por isso que sempre temos um caso para contar, de uma amiga que começou uma dieta maluca, que conseguiu perder peso, mas logo voltou ao status normal, sentindo-se gordinha, frustrada e infeliz. Pesquisas recentes mostram que pessoas que estão acima do peso tem mais dificuldade de encontrar um emprego do que aquelas que fazem parte do padrão estético. Essa corrida tem levado muitos a buscarem resul-tados rápidos e milagrosos como a cirurgia bariátrica, dietas perigosas e uso ana-bolizantes, correndo risco de morte. Situações mais graves podem levar a pessoa a provocar vômito (bulimia) ou a quase nenhuma ingestão de calorias (anorexia). Todas essas condições precisam ser acompanhadas por uma equipe multidiscipli-nar como nutricionistas, psicólogos, médicos e educador físico para acompanhar o processo de saúde individualmente.

Portanto, se você ainda tem aqueles tickets da compra coletiva, use-os sim! Mas lembre-se de aliar a atividade física com os tratamentos estéticos, pois ambos aju-darão no seu metabolismo. A verdadeira beleza estética caminha de mãos dadas com a saúde.

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artigo

Laylla de Toledo

Psicóloga e pós-graduanda em Esté[email protected]

Estética:beleza ou

saúde?

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