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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENGENHARIA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO LEONARDO DUTRA INTEGRANDO ARRANJO FÍSICO E FLUXO DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA APARISTA DE PAPEL Juiz de Fora 2008

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA FACULDADE DE ENGENHARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

LEONARDO DUTRA

INTEGRANDO ARRANJO FÍSICO E FLUXO DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA APARISTA DE PAPEL

Juiz de Fora 2008

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INTEGRANDO ARRANJO FÍSICO E FLUXO DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO EM UMA EMPRESA APARISTA DE PAPEL

LEONARDO DUTRA

MONOGRAFIA SUBMETIDA À COORDENAÇÃO DE CURSO DE ENGENHARIA

DE PRODUÇÃO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA

COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

Aprovada por:

_____________________________________________________

Prof. Clóvis Neumann, DSc.

_____________________________________________________ Prof. Marcos Martins Borges, DSc.

_____________________________________________________ Luiz Carlos Campos – Diretor Comercial.

JUIZ DE FORA, MG – BRASIL

JUNHO DE 2008

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Resumo da monografia apresentada à Coordenação de Curso de Engenharia de Produção

como parte dos requisitos necessários para graduação em Engenharia de Produção

INTEGRANDO ARRANJO FÍSICO E FLUXO DE MATERIAIS: ESTUDO DE CASO

EM UMA EMPRESA APARISTA DE PAPEL

Leonardo Dutra

Orientador: Prof. Clóvis Neumann, D.Sc

Curso: Engenharia de Produção

Resumo

O objetivo principal deste trabalho é projetar melhorias na gestão operacional da empresa

Copamig, a partir de uma análise integrada do arranjo físico, do fluxo de materiais e dos

processos produtivos. A metodologia utilizada nesse estudo foi observar as atividades

produtivas, desde a fase de recebimento de matéria-prima até a expedição do produto

acabado, e destacar os pontos críticos do processo. A implantação de ferramentas de layout e

fluxo de materiais foi importante para traçar um plano de melhorias, subsidiado pelos dados e

informações coletadas durante a realização das atividades de produção, para otimização do

fluxo de materiais e aumento de produtividade. O estudo de caso foi realizado na empresa

Copamig – Comércio e Transporte de Resíduos Ltda., localizada na cidade de Juiz de Fora –

MG, e foi direcionado para a área de produção de aparas de papel. Como resultados este

trabalho apresenta melhor aproveitamento do espaço físico, redução de tempos de processos

e fluxos contínuos e orientados, projetados a partir de uma solução viável para a organização

dos pontos de melhoria.

Palavras-chaves: Fluxo de materiais, otimização, arranjo físico.

Juiz de Fora

Junho – 2008

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Abstract of the monograph to the Coordination of de Production Engineering Course as part of

the necessary requirements for graduation in Production Engineering

INTEGRANDO ARRANJO PHYSICAL AND FLOW OF MATERIALS: CASE STUDY IN A ROLE OF COMPANY APARISTA

Leonardo Dutra

Advisor: Prof. Clóvis Neumann, D.Sc

Course: Production Engineering

Abstract

The main objective of this work is to design improvements in operational management of the

company Copamig, from an integrated analysis of the physical arrangement and the flow of

materials. The methodology used in this study was to observe the production activities at the

time of receipt of raw materials to the dispatch of the finished product, and highlight the critical

points of the process. The deployment of tools, layout and flow of materials was important to

draw a plan of improvements, subsidized by data and information collected during the conduct

of activities of production, to optimize the flow of materials and increase productivity. The case

study was conducted in the company Copamig - Trade and Transport of Waste Ltda., Located

in the city of Juiz de Fora - MG, and was directed to the production area of scrap of paper. As

this work presents results better use of physical space, reducing the time and process flows

continued and directed, designed from a viable solution for the organization of points of

improvement.

Keywords: Flow of materials, optimization, physical arrangement.

Juiz de Fora

June - 2008

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Lista de Figuras

Figura 1 – A decisão do arranjo físico ................................................................................ 20

Figura 2 – Volume e variedade determinando o tipo de arranjo físico .................................. 22

Figura 3 – Arranjo Físico Posicional ............................................................................................ 23

Figura 4 – Arranjo Físico Funcional ............................................................................................ 23

Figura 5 – Linha de produção de papel ................................................................................ 24

Figura 6 – Layout celular ....................................................................................................... 25

Figura 7 – Diagrama de Relacionamento ................................................................................ 29

Figura 8 – Diagrama de relacionamento ................................................................................ 32

Figura 9 – Diagrama de blocos ........................................................................................... 32

Figura 10 – Exemplo da alternativa gerada pelo BLOCPLAN...................................................... 34

Figura 11 – Exemplo de aplicação do LayOPT............................................................................ 36

Figura 12 – Linhas de fluxo desenhadas pelo software ATFLOW no Autocad............................ 38

Figura 13 – Caminho da Aparas ........................................................................................... 42

Figura 14 – Evolução histórica do consumo ................................................................................ 42

Figura 15 – Composição do Consumo Brasileiro de Aparas – 2006 .................................. 43

Figura 16 – Distribuição Estadual do Consumo de Aparas e Papéis Usados – 2006 ........... 44

Figura 17 – Faturamento da empresa ................................................................................. 45

Figura 18 – Planta baixa área total ............................................................................................ 47

Figura 19 – Diagrama de relacionamento ................................................................................. 54

Figura 20 – Diagrama de blocos ............................................................................................ 57

Figura 21 – Centro de produção ............................................................................................ 59

Figura 22 – Layout atual ........................................................................................................ 62

Figura 23 – Layout proposto ............................................................................................ 63

Figura 24 – Copamig ................................................................................................................... 64

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Carta multiprocesso ........................................................................................ 29

Tabela 2 – Fatores de K ................................................................................................... 33

Tabela 3 – Espaço físico ................................................................................................... 48

Tabela 4 – Somatório (TPT) ........................................................................................ 55

Tabela 5 – Restrições e informações ............................................................................. 56

Tabela 6 – Dimensionamento das áreas ............................................................................. 58

Tabela 7 – Representação das demandas espaciais ....................................................... 60

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Lista de Fotos

Foto 1 – Pátio de manobras e galpão de produção ....................................................... 46

Foto 2 – Balança (área de pesagem) ............................................................................. 46

Foto 3 – Prensa automática ........................................................................................ 49

Foto 4 – Caminhão roll on-off ........................................................................................ 50

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Lista de Quadros

Quadro 1 – Relação entre tipos de processo e tipos básicos de arranjo físico .......... 21

Quadro 2 – Simbologia fluxograma (ASME) .................................................................. 30

Quadro 3 – Quadro de colaboradores ............................................................................. 51

Quadro 4 – Áreas da empresa ........................................................................................ 57

Quadro 5 – Dimensionamento do número de colaboradores ............................................ 60

Quadro 6 – Atividades otimizadas ........................................................................................ 64

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Lista de Diagramas

Diagrama 1 – Organograma da produção .................................................................. 51

Diagrama 2 – Fluxograma do processo ............................................................................. 53

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Sumário

Lista de Figuras .............................................................................................................v Lista de Tabelas .......................................................................................................... ..vi Lista de Fotos ...........................................................................................................vii Lista de Quadros ..........................................................................................................viii Lista de Diagramas .................................................................................................ix Capítulo I – Introdução ............................................................................................. 12 1.1. Considerações Iniciais ........................................................................ 12 1.2. Objetivos ............................................................................................. 13 1.3. Justificativas ................................................................................... 13 1.4. Delimitação do Estudo ........................................................................ 13 1.5. Metodologia ................................................................................... 14 Capítulo II – Revisão Bibliográfica ......................................................................... 16 2.1. Arranjo Físico ............................................................................................... 16 2.1.1 Procedimento de Arranjo Físico ..................................................................... 16

2.1.2 Como Surge o Problema do Arranjo Físico ......................................................... 17

2.1.3 Objetivos do Arranjo Físico ................................................................................. 18

2.1.4. Princípios do Arranjo Físico ................................................................................ 19

2.1.5. Tipos de Arranjo Físico ................................................................................ 20

2.1.6. Escolha do Tipo de Arranjo Físico ..................................................................... 21

2.1.7 Arranjo Físico Posicional ................................................................................. 22

2.1.8 Arranjo Físico Funcional ou por Processo ......................................................... 23

2.1.9. Arranjo Físico por Produto ou Linear .................................................... 24

2.1.10.Arranjo Físico Celular .......................................................................... 24

2.1.11.O Processo Convencional de Planejamento de Layout..............................26

2.2. Fluxos de Materiais .................................................................................... 26 2.2.1. Identificação do Fluxo dos Materiais ..................................................... 28

2.2.2. Representações de Fluxo de Processo ..................................................... 29

2.2.3. Informações básicas de um fluxograma ..................................................... 31

2.2.4. Leis de Movimentação .......................................................................... 31

2.2.5.Método do planejamento sistemático de layout (SLP) ............................... 31

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2.2.6. Método de GUERCHET .......................................................................... 33

2.2.7. Softwares para Determinação do Arranjo....................................................34

Capítulo III – Estudo de Caso .................................................................................... 40 3.1. A Indústria de Papel no Brasil .......................................................................... 40

3.1.1. Histórico ............................................................................................... 40

3.1.2. Tipos de Aparas .....................................................................................40

3.1.3. Fontes de Aparas .................................................................................... 41

3.1.4. Caminho das Aparas .......................................................................... 41

3.1.5. Estatísticas ............................................................................................... 42

3.2. A Empresa Aparista – Copamig ............................................................... 44 Capítulo IV – Análise do Cenário Atual ............................................................... 47 4.1. Situação Atual ............................................................................................... 47

4.1.1. Descrição dos equipamentos ............................................................... 48

4.1.2. Dados gerais sobre a empresa ............................................................... 50

4.1.3 Descrição do quadro de colaboradores .................................................... 50

4.1.4 Fluxograma do processo .......................................................................... 52

Capítulo V – Implantação das Ferramentas de Layout e Fluxo de Materiais .......... 54 5.1. O Planejamento do layout ......................................................................... 54

5.2. Desenhando o novo layout ............................................................... 55

5.3. Cálculo da taxa de proximidade total (TPT) .......................................... 55

5.4. Restrições e informações ao design do novo layout ............................... 55

5.5. Definição da ordem dos setores de trabalho .......................................... 56

5.6. Montagem do diagrama de blocos .................................................... 56 5.7. Detalhamento do layout proposto do galpão de produção .................... 58 5.8. Desenho do layout proposto com sistemas de movimentação .......... 60

Capítulo VI – Conclusão ............................................................................................... 66 Referências Bibliográficas .................................................................................... 67

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Capítulo I Introdução

1.1. Considerações Iniciais Em um mercado globalizado como o da atual conjuntura e caracterizado por uma acirrada

competição inter-empresarial, torna-se cada vez mais necessário articular conceitos, métodos e

técnicas vinculadas a sistemas de produção tendo como objetivo principal melhorar as

organizações de uma maneira contínua e sistemática no sentido de incrementar a competitividade

das mesmas.

Nosso objeto de estudo é a área operacional da Copamig para o qual é muito importante

definir a função produção dentro de uma organização. A produção está diretamente associada à

estratégia da empresa, isto é, deve desenvolver seus recursos para que forneçam as condições

necessárias para permitir que a organização atinja seus objetivos estratégicos.

Dentro de uma operação produtiva o arranjo físico é uma das características mais

evidentes, preocupa-se com o posicionamento físico dos recursos de transformação. Mudanças

relativamente simples na localização de uma máquina ou dos produtos numa fábrica podem afetar

o fluxo de materiais e pessoas por meio da operação. Isso, por sua vez, pode afetar os custos e a

eficácia geral da produção.

Na maioria dos processos industriais, o principal elemento a ser movimentado é o material.

É importante ressaltar que os custos de movimentação das mercadorias e do produto somam

diretamente no seu custo final.

Em virtude do acréscimo nos custos de certo produto acabado, referente ao processo de

movimentação, seria necessário elevar o preço de venda, mas a movimentação não contribui para

elevar o valor do produto no mercado e o volume vendido se reduzirá. Sendo assim, um sistema

de movimentação de materiais deve trabalhar com uma série de recursos que possibilitem a

redução do custo final do produto.

Diante desse contexto e a partir de uma fase de transformação apresentado pela empresa,

é preciso definir os processos produtivos e melhorar a utilização do espaço físico do setor de

produção. A determinação de uma solução viável compreende o estudo em questão.

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1.2. Objetivos

O objetivo principal deste trabalho é projetar melhorias na gestão operacional da empresa

Copamig, a partir de uma análise integrada do arranjo físico, do fluxo de materiais e dos processos

produtivos.

1.3. Justificativas

A escolha do tema surgiu da necessidade de dar mais rapidez e eficiência na

movimentação dos materiais e na utilização do espaço físico da empresa, e também, ao fato do

autor ter participado de atividades relacionadas diretamente com o setor de produção da

organização durante seu período de estágio.

No setor do mercado a competitividade entre as empresas é um fato que está obrigando

uma reestruturação no modo gerencial das mesmas. Assim, frente a um mercado cada vez mais

exigente quanto à qualidade dos produtos e serviços oferecidos pela empresa, crescem as

atenções para a melhoria do desempenho da organização, principalmente, quanto à produtividade

e qualidade.

Academicamente, a abordagem do tema, “Integração do Arranjo Físico com o Fluxo de

Materiais”, representa um aporte teórico às disciplinas de Layout de Fábrica e Administração da

Produção. Segundo Graça, (2003), deve se atentar para a busca das integrações das relações

Universidade – Empresa como forma de proporcionar intercâmbio, geração e difusão de

tecnologias e estratégias organizacionais para alunos, professores e profissionais.

1.4. Delimitação do Estudo

O presente trabalho está delimitado ao setor de produção operando como uma unidade de

negócio em uma empresa do ramo de comércio e transporte de resíduos.

O estudo está concentrado na identificação e eliminação de desperdícios na produção, uma

vez que, a manutenção dos negócios de uma empresa depende em grande parte das atividades

produtivas, onde se pode conseguir vantagem competitiva.

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1.5. Metodologia

A primeira etapa do trabalho foi à elaboração de uma proposta que incluiu a escolha do

tema e pesquisa dos itens que seriam abordados. O desenvolvimento do trabalho se baseou em

um projeto de melhoria com aplicação em uma empresa aparista de papel realizado durante um

período de estágio do autor na organização.

O próximo passo foi realizar uma pesquisa bibliográfica fornecendo informações que

serviram como referência para determinação dos procedimentos que avaliam o tipo de arranjo

físico, destacando vantagens e desvantagem de cada tipo de layout. O embasamento teórico

também abordou ferramentas para análise do fluxo de materiais e otimização dos processos de

produção.

Em seguida realizou-se observações acerca dos processos produtivos como forma de

avaliação do cenário atual da área de produção. Considerou-se as atividades de recebimento de

matéria-prima, enfardamento do papel e expedição do produto acabado para elaboração de um

fluxograma, onde foram identificados todos os fluxos de materiais.

A etapa que segue partiu para a coleta de dados e análise das informações, resultando na

elaboração de um diagnóstico dos pontos críticos do layout e do processo. Foram identificados

fluxos confusos, mau aproveitamento do espaço físico, fatores de produção com limitação e baixa

produtividade.

O desenvolvimento das atividades para elaboração do estudo foi a seguinte: medir a

produtividade, cronometrar os tempos de operação, identificar os pontos críticos do arranjo físico,

diagnosticar o fluxo do processo, definir a seqüência das operações produtivas, realizar aporte

teórico, aplicar as ferramentas e técnicas de rearranjo de layout e otimização do fluxo de materiais,

projetar as alternativas de melhoria com o layout proposto, apresentar a conclusão do estudo com

dados quantitativos.

Baseado no resultado das análises algumas alternativas de melhorias foram projetadas

para a gestão operacional da empresa Copamig. Mudanças de layout foram propostas visando

integrar o arranjo físico com o fluxo de materiais. Novo dimensionamento de áreas dentro do

galpão da produção foi planejado com objetivo de liberação da área produtiva e aumento de

produtividade.

Para melhor visualização dos resultados alcançados com a real aplicação das mudanças,

foi desenvolvido um desenho em Autocad com representação em três dimensões. A utilização

desse recurso de visualização foi aplicada com objetivo de facilitar à apresentação dos resultados

destacados nesse estudo e aplicados à empresa Copamig.

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De posse dos resultados obtidos nas etapas anteriores foi elaborado um relatório

agrupando todas as informações pertinentes ao presente estudo e foram avaliados os benefícios

que cada proposta de melhoria apresentou para a gestão operacional.

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Capítulo II Revisão Bibliográfica

Neste capítulo, são apresentadas as bases teóricas que fundamentam este trabalho,

principalmente as que abordam a gestão operacional de uma empresa nos aspectos de: arranjo

físico – alocação dos recursos de transformação, fluxo dos materiais e processos produtivos.

2.1. Arranjo Físico

Um componente importante a ser considerado para o ganho de produtividade é o correto

projeto e planejamento do arranjo físico das diversas áreas que compõem o sistema de

manufatura.

Gonçalves Filho (2001) relata que o arranjo físico define o relacionamento físico entre as

diversas atividades do sistema. Além disso, o arranjo também determina a forma como os recursos

pertencentes ao sistema fluem por meio das operações.

Fazer o arranjo físico de uma área qualquer é planejar e integrar os caminhos dos

componentes de um produto ou serviço, a fim de obter o relacionamento mais eficiente e

econômico entre o pessoal, equipamentos e materiais que se movimentam. Segundo Slack,

Chambers e Johnston (2007) “dito de uma forma simples, definir o arranjo físico é decidir onde

colocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoal da produção”.

2.1.1. Procedimento de Arranjo Físico

Segundo Muther (1978) o principal foco do arranjo físico é no ambiente interno da empresa,

definindo e integrando os elementos de produção. Não é somente uma disposição racional dos

equipamentos, mas também, o estudo das condições humanas de trabalho, de corredores

projetados corretamente, de como evitar controles desnecessários, de qual meio de transporte vai

ser utilizado para movimentação dos materiais.

O planejamento de um arranjo físico é recomendável a qualquer empresa. “Com um bom

arranjo físico obtêm-se resultados surpreendentes na redução de custos de operação e no

aumento da produtividade e eficiência” (Muther, 1978).

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Para planejar a distribuição física dos elementos produtivos existentes, aplica-se um padrão

de procedimentos para identificação, visualização e classificação de várias atividades, relações e

alternativas envolvidas em qualquer projeto de layout.

De acordo com Harding (1992) para o desenvolvimento de um projeto de layout há

necessidade das seguintes etapas:

Levantamento: Realiza um diagnóstico detalhado das características da

organização, dos equipamentos e materiais utilizados, dos funcionários e dos fluxos

identificados.

Planejamento de soluções: Estuda os pontos suscetíveis de modificações,

apresentando possíveis soluções.

Crítica do Planejamento: Encontradas as soluções consideradas ótimas, estas

deverão ser objeto de negociação com os usuários do layout proposto. Este cuidado

permite o aprimoramento do planejamento desenvolvido e facilita a aceitação das

mudanças previstas.

Implantação: Nessa fase, são tomadas as providências necessárias à adoção do

novo layout, com a alocação dos objetos e equipamentos nos lugares previstos e

com a realização das alterações planejadas.

Controle de resultados: Após a implantação, faz-se o acompanhamento dos

resultados alcançados pelo layout adotado, de modo a realizar os ajustes

necessários. É preciso que se tenha em mente que por melhor que seja o

planejamento, algumas medidas que parecem adequadas no papel podem revelar

deficiências quando colocadas em prática.

2.1.2. Como Surge o Problema do Arranjo Físico

Na visão de Muther (1978) o problema do arranjo físico é essencialmente dinâmico.

Basicamente, o arranjo físico busca integrar material, mão de obra e equipamento. A modificação

de qualquer um deles pode tornar inadequado o arranjo físico existente. Dessa forma, é importante

que o setor responsável pelo arranjo físico possua um sistema de informação adequado que

forneça com a devida antecedência as alterações a serem verificadas.

Devem ser questionados os seguintes itens para verificar se um layout necessita ou não de

alterações:

Obsolescência das instalações

Novos produtos ou novos serviços estão sendo projetados?

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Estes produtos exigirão modificações no método de trabalho, fluxo de materiais ou

equipamentos empregados?

Haverá utilização de novas áreas de estocagem?

Redução dos custos de produção

Haverá corte de pessoal e/ou paradas de equipamentos e diminuição de

movimentação de materiais?

Variação na demanda

A produção atual satisfaz as estimativas de vendas?

Os equipamentos de transporte e manuseio serão suficientes?

Ambiente de trabalho inadequado

As condições de iluminação, ventilação e temperatura são satisfatórias?

Pode o ruído ser isolado?

Os locais para lavatórios são adequados?

Condições inseguras

Existe excesso de material ao lado da máquina?

A área é adequada para o posto de trabalho? Existência de área que comporta apenas

um equipamento, onde na realidade há dois?

Os materiais inflamáveis estão colocados em área Segura?

Existem muitos acidentes de trabalho?

Há espaço para tráfego e operação de máquinas?

O tipo de piso é adequado para a atividade?

Manuseio excessivo

Os materiais percorrem grandes distâncias?

2.1.3 Objetivos do Arranjo Físico

Muther (1978) apresenta os objetivos listados abaixo para um bom planejamento de

layout: Incrementar a produção

Melhorar a utilização de espaço disponível

Redução de manuseio

Redução do tempo de manufatura

Redução dos custos indiretos

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2.1.4. Princípios do Arranjo Físico

Para atingir os objetivos descritos acima, o arranjo físico utiliza-se dos seguintes princípios

gerais, que devem ser obedecidos por todos os estudos. Na literatura referenciada esses

princípios são apresentados por Muther (1978).

Integração - Os diversos elementos (fatores diretos e indiretos ligados à produção)

devem estar integrados, pois a falha em qualquer um deles resultará numa ineficiência

geral. Todos os pequenos pormenores da empresa devem ser estudados, colocados

em posições determinadas e dimensionados de forma adequada.

Mínima distância - O transporte nada acrescenta ao produto ou serviço. Deve-se

procurar uma maneira de reduzir ao mínimo as distâncias entre as operações para

evitar esforços inúteis, confusões e custos.

Obediência ao fluxo das operações - As disposições das áreas e locais de trabalho

devem obedecer às exigências das operações de maneira que homens, materiais e

equipamentos se movem em fluxo contínuo, organizado e de acordo com a seqüência

lógica do processo de manufatura ou serviço. Devem ser evitados cruzamentos e

retornos que causam interferência e congestionamentos. Eliminar obstáculos a fim de

garantir melhores fluxos de materiais e seqüência de trabalho dentro da empresa.

Racionalização de espaço: Utilizar a melhor maneira do espaço físico e se possível às

três dimensões.

Satisfação e segurança - A satisfação e a segurança do homem são muito importantes.

Um melhor aspecto do ambiente de trabalho promove tanto a elevação da moral do

trabalhador quanto à redução de riscos de acidentes.

Flexibilidade - Este é um princípio que deve ser atentamente considerado. São

freqüentes e rápidas as necessidades de mudança do projeto do produto, mudanças de

métodos e procedimentos de trabalho. A falta de atenção a essas alterações pode levar

uma empresa ao obsoletismo. No projeto do layout deve-se considerar que as

condições vão mudar e que o mesmo deve ser fácil de mudar e de se adaptar as novas

condições.

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2.1.5. Tipos de Arranjo Físico

Na literatura, podem ser encontrados diversos tipos de arranjo físico, cada qual com suas

vantagens, aplicações e formas. No entanto, a grande maioria é derivada de quatro tipos básicos

ou é uma combinação dos mesmos. Esses quatro tipos de arranjo físico são denominados:

Arranjo físico posicional;

Arranjo físico por processo ou funcional;

Arranjo físico por produto;

Arranjo físico celular.

Esses quatro tipos são apresentados a seguir. Também são citados alguns métodos para

análise e formação dos mesmos, bem como algumas técnicas para escolha do tipo de arranjo

físico mais apropriado a um tipo de processo de produção.

Figura 1 - A decisão do arranjo físico Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2007)

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2.1.6. Escolha do Tipo de Arranjo Físico

Na literatura, podem ser encontradas várias formas de se selecionar um tipo de arranjo

físico. As mais comuns são:

• Baseado no processo

• Baseado no volume-variedade de produtos.

A escolha do arranjo físico é uma técnica que busca relacionar os diversos tipos de

processos com os tipos de arranjos físicos mais apropriados a sua implementação. Segundo

Slack, Chambers e Johnston (2007), ela não é uma técnica totalmente determinística, apenas

sugere uma forma de seleção. A tabela abaixo mostra uma sugestão de relacionamento entre os

diversos tipos de processos existentes e os quatro tipos básicos de arranjo físico.

Quadro 1 - Relação entre tipos de processo e tipos básicos de arranjo físico

Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2007)

A escolha do arranjo físico baseado no volume-variedade de produtos é uma técnica que

busca relacionar um tipo de arranjo físico à quantidade e à variedade de produtos fabricados. Para

uma planta que fabrica uma grande quantidade de apenas um tipo de produto, o arranjo físico

tenderia a ser um arranjo por produto ou linear. No lado oposto, se é produzida uma quantidade

pequena de uma gama variada de produtos, o arranjo pelo fluxo será ineficiente, pois os processos

podem ser os mais variados. Nesse caso, a escolha mais apropriada seria o arranjo funcional se

as operações forem semelhantes entre si. Se a quantidade a ser produzida for pequena e a

variedade também for pequena tenderemos a uma organização posicional do arranjo.

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22

A Figura 2 a seguir representa a relação existente entre variedade, quantidade e tipo de

arranjo.

Flux

o re

gula

r mai

s fa

ctív

el

Varie

dade

Bai

xoA

lto

Figura 2 - Volume e variedade determinando o tipo de arranjo físico.

Fonte: Slack, Chambers e Johnston (2007)

No entanto as escolhas por um determinado tipo de arranjo físico, raramente se baseiam

apenas nos dados de fluxos, mas devem considerar uma grande quantidade de fatores e dados,

sem se esquecer dos custos das alternativas.

2.1.7. Arranjo Físico Posicional

O arranjo físico posicional possui uma característica que o difere dos demais: em vez de

materiais, informações ou clientes fluírem por uma operação, quem sofre o processamento fica

estacionário, enquanto equipamento, maquinário, instalações e pessoas movem na medida do

necessário SLACK, CHAMBERS E JOHNSTON (2007).

Arranjos físicos posicionais podem ser encontrados na fabricação de navios, na montagem

de aviões e na construção de edifícios, cujas dimensões e peso inviabilizam sua movimentação.

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Figura 3 – Arranjo Físico Posicional Fonte: Martins; Laugeni, (2006).

2.1.8. Arranjo Físico Funcional ou por Processo

O arranjo físico por processo, também conhecido como arranjo físico funcional, é

caracterizado pelo agrupamento de equipamento e máquinas que desempenham o mesmo

processo em um mesmo espaço físico denominado seção ou departamento.

De acordo com Martins e Laugeni (2006) o layout caracteriza-se por ser flexível, atendendo

a produtos diversificados em quantidades variáveis ao longo do tempo. Apresenta um fluxo

extenso dentro do processo de manufatura, que é adequado a produções diversificadas em

pequenas e médias quantidades.

Figura 4 – Arranjo Físico Funcional

Fonte: Martins; Laugeni, (2006)

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2.1.9. Arranjo Físico por Produto ou Linear

No arranjo físico por produto ou no layout em linha, as máquinas ou estações de trabalho

são colocadas de acordo com a seqüência das operações e são executadas de acordo com a

seqüência estabelecida sem caminhos alternativos. O material percorre um caminho previamente

determinado no processo (MARTINS; LAUGENI, 2006).

Figura 5 – Linha de produção de papel Fonte: Martins; Laugeni, (2006)

2.1.10.Arranjo Físico Celular

O layout celular ou célula de manufatura consiste em arranjar em um único local, máquinas

diferentes que possam fabricar o produto inteiro (MARTINS; LAUGENI, 2006).

Para Slack, Chambers e Johnston (2007) o arranjo físico celular é aquele em que os

recursos a serem transformados, entrando na operação, são movimentados para uma parte

específica (célula), que concentra todos os recursos transformadores necessários a atender a suas

necessidades imediatas de processamento.

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Montagem

A C B

3

6

910

8

4

2 1

Célula 1Célula 2

12

11

7

5

Célula 3

Matérias-primase componentes

Figura 6 – Layout celular Fonte: Martins; Laugeni, (2006)

2.1.11.O Processo Convencional de Planejamento de Layout

O planejamento de instalações industriais significa planejar detalhadamente a localização

de todos os recursos disponíveis, tais como: máquinas, utilidades, estações de trabalho, áreas de

atendimento ao cliente, áreas de armazenagem de materiais, corredores, banheiros refeitórios,

divisórias internas e ainda padrões e fluxos de trabalho, ou seja, materiais e pessoas.

Segundo Heizer e Render (2001), o planejamento do layout das instalações deve ser visto

como uma extensão natural da discussão do planejamento do processo, onde escolhemos ou

projetamos a maquinaria de processamento; em conjunto com o projeto do produto (metalurgia)

definimos a composição da liga a ser entregue ao cliente (no caso da indústria de alumínio), e

introduzimos tecnologia nas operações.

A necessidade de fazer o planejamento de layout surge tanto na fase de implantação da

indústria, como na fase de operação da mesma. No segundo caso surge devido à opção de

expansão da produção, Stevenson (2001) relata que os motivos mais comuns para a reformulação

do projeto de layout industrial são:

Ineficiência das operações,

Acidentes e riscos à integridade física das pessoas,

Mudanças no projeto do produto ou do processo,

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Introdução de novos produtos e serviço,

Mudanças no volume de produção,

Mudança de método e de equipamentos,

Mudanças de requisitos ambientais, e

Problemas relacionados com o moral das pessoas.

Segundo Meyers (2005) os principais objetivos do projeto de instalações industriais são:

Promover o uso eficiente de pessoas, equipamentos, espaço e energia; Prover aos empregados,

conveniência, conforto e segurança e fornecer flexibilidade operacional razoável para atendimento

da demanda.

2.2. Fluxos de Materiais

Para que os materiais possam ser processados, possibilitando um total aproveitamento do

seu potencial, deve-se manter em movimento um dos três elementos básicos de produção:

homem, máquina e material. Esses devem estar em constante movimento para se obter um

resultado satisfatório na finalização de um produto (FRANCISCHINI; GURGEL, 2002).

De acordo com Francischini e Gurgel (2002) na maioria dos processos industriais, o

principal elemento de movimentação é o material. O manuseio de materiais tem um papel muito

importante na manufatura flexível; ele interliga os vários processos de manufatura, máquinas,

robôs e os locais de armazenamento. Os materiais devem ser trazidos à estação correta e no

momento certo para que os recursos de produção sejam utilizados da melhor forma possível. Ainda segundo os autores mencionados acima, vale ressaltar que os custos de

movimentação dos materiais e do produto agregam diretamente no custo final. Sendo assim, um

sistema de movimentação eficaz deve trabalhar com uma série de recursos que possibilitem a

redução do custo final do produto.

a) Redução de custos

Custo de mão-de-obra – a implantação de equipamentos mecânicos substituirá o

trabalho braçal, que exigirá menos esforço físico do homem e reduzirá o tempo de

atravessamento. Custo de materiais – uma melhor estrutura no acondicionamento do material e um

transporte mais eficaz resultarão num índice de perdas muito pequeno.

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Custo de equipamentos – o uso de equipamentos adequados, em termos de

números e características, para a movimentação e armazenagem de materiais

exigirá menor investimento em ativo fixo por parte da empresa.

Outros custos – um serviço de movimentação eficiente terá como conseqüência

uma redução nas despesas em geral.

b) Aumento da capacidade produtiva

Aumento de produção – a produtividade da linha de produção será conseqüência de

uma racionalização dos processos de transporte e estoque, que permitirá maior

rapidez na chegada dos materiais até as linhas de produção.

Capacidade de armazenagem – as empilhadeiras permitem melhor

acondicionamento do produto e uma máxima utilização do espaço na área de

estocagem, com liberação de área produtiva.

Distribuição de armazenagem – é necessário o aproveitamento de dispositivos para

a formação de cargas unitárias, levando a um sistema muito mais eficiente.

c) Melhores condições de trabalho

Maior segurança – o risco de acidentes ficará bastante reduzido com a utilização de

equipamentos de movimentação e com uso de dispositivos destinados às cargas

unitárias. Redução de fadiga – à medida que o homem aplica o uso de máquina no seu

serviço, seu esforço diminuirá. Ao mesmo tempo, aqueles que continuam

trabalhando em serviços de transportes e estocagem, trabalham com muito mais

conforto, uma vez que é a máquina que fará o esforço físico despendido pelo

homem.

d) Melhor distribuição

Melhoria na circulação – uma total adequação do ambiente de trabalho, isto é,

corredores bem definidos, endereçamento fácil e equipamentos eficientes, farão que

a movimentação de material dentro da fábrica melhore. Localização estratégica – a aplicação de sistemas de manuseio torna viável a

criação de pontos de armazenagem em vários locais distantes da fábrica, colocados

estrategicamente próximos aos pontos de utilização.

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Melhoria dos serviços aos usuários – a proximidade em relação ao usuário torna

mais rápido o seu acesso, e evita riscos de deterioração ou quebra, representando

um custo menor.

Maior disponibilidade – um sistema de distribuição eficaz terá como conseqüência

maior disponibilidade dos produtos conforme a necessidade.

Após definida as diretrizes de um sistema de movimentação, verifica-se que o objetivo de

tal sistema é possibilitar a total interação entre homem e conhecimentos, condizente com a

seleção dos equipamentos, que deve ser funcional, operacional e economicamente apropriada à

aplicação em cada caso.

Conhecimentos empíricos em determinadas organizações demonstram que se pode obter

uma economia em um sistema racional de movimentação pelo aproveitamento do conhecimento

das pessoas encarregadas dos equipamentos existentes (FRANCISCHINI; GURGEL, 2002).

Não se pode descartar a singular importância da necessidade de revisão parcial ou total do

sistema, para que pequenos problemas não aconteçam, a exemplo:

Desvio – materiais sendo desviados do caminho mais direto e natural de sua

transformação no processo para fins de inspeção, conferência ou outras razões.

Paradas – pessoas de produção abandonando seus postos para efetuar operações

de transporte.

Suprimento – trabalhadores de produção parados em virtude da falta de suprimento

de matéria-prima.

2.2.1. Identificação do Fluxo dos Materiais Para Martins e Laugeni (2006) a carta de multiprocesso (Tabela 1) e o fluxograma (Figura

7) podem ser utilizados para a identificação dos fluxos de materiais.

É aconselhável, sempre que possível, determinar a quantidade deslocada entre as origens

e destinos, assim como o meio de transporte a ser utilizado, para que se tenha o custo unitário do

deslocamento (MARTINS; LAUGENI, 2006).

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Tabela 1 – Carta multiprocesso Fonte: Martins e Laugeni (2006)

Figura 7 – Diagrama de Relacionamento Fonte: Martins e Laugeni (2006)

2.2.2. Representações de Fluxo de Processo

O fluxograma do processo tem o objetivo de representar esquematicamente o processo de

produção através das seqüências de atividades de transformação, exame, manipulação,

movimentação e estocagem por que passam os fluxos de itens de produção. O modelo registra

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exclusivamente seqüências fixas e determinísticas das atividades. As atividades distintas são

representadas no modelo por símbolos gráficos e o fluxo de itens entre as atividades sucessivas

por segmentos que unem os símbolos correspondentes. Este modelo esquemático permite um

entendimento global e compacto do processo de produção, ao destacar e identificar as etapas

constituintes e a sua ordem de execução.

A informação visual básica dada pelo diagrama pode ser acrescida de outras informações

que possibilitem o claro entendimento do processo, como local de execução, tempos de duração

das atividades, distâncias movidas, custo da atividade, unidade produtiva. Estas informações

podem ser organizadas segundo algumas diferentes concepções . As concepções construtivas e

simbologias diferentes de fluxograma dependem da especificidade do processo em estudo, do tipo

de objeto de estudo e do conjunto de informações requeridas. (OLIVÉRIO, 1985).

A simbologia utilizada nos fluxogramas de processo é padronizada pela ASME e

representada pelo Quadro 2.

Quadro 2 – Simbologia fluxograma (ASME)

Fonte: Simcsik, T. (1992)

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2.2.3. Informações Básicas de um Fluxograma

Para Olivério (1985) o analista de sistemas, organização e métodos, bem como os

usuários, sempre devem ter em mente quais são as informações básicas provenientes de um

fluxograma, para que possam obter o melhor resultado do mesmo. As informações básicas

representadas num fluxograma podem ser relacionadas aos aspectos apresentados a seguir:

1) O tipo de operações que integram o circuito de informações;

2) O sentido de circulação ou fluxo de informação;

3) As unidades organizacionais em que se realizam cada operação;

4) O volume das operações efetuadas; e

5) Os níveis hierárquicos que intervêm nas operações do método administrativo

representado pelo fluxograma.

2.2.4. Leis de Movimentação

Para se manter eficiente, um sistema de movimentação de materiais deve seguir algumas

“leis”, dentro das suas possibilidades. Para Francischini e Gurgel (2002) são elas:

Obediência ao fluxo das operações;

Mínima distância;

Mínima manipulação;

Segurança e satisfação;

Padronização;

Flexibilidade;

Máxima utilização do equipamento;

Máxima utilização da gravidade;

Método do espaço disponível;

Método alternativo;

Menor custo total.

2.2.5. Método do Planejamento Sistemático de Layout (SLP)

Definida por Muther (1978) a técnica exige a definição de um mapa de relacionamento

mostrando o grau de importância de se ter cada unidade localizada de forma adjacente a cada

outra unidade. A partir deste mapa, é desenvolvido um diagrama de relacionamento e depois

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ajustado por tentativa e erro até que um padrão satisfatório de adjacência seja obtido. Este padrão

por sua vez, é modificado unidade por unidade para satisfazer as limitações de espaço de

construção.

Procedimentos :

a) Elaborar inicialmente o mapa de relacionamento (ou carta de interligações preferenciais).

Esta carta é uma matriz triangular onde representamos o grau de proximidade e o tipo de

inter relação entre certa atividade e cada uma das outras. O objetivo básico da carta é

mostrar quais as atividades que devem ser localizadas próximas e quais as que ficarão

afastadas.

b) baseado no mapa de inter-relação, elaborar o diagrama de relacionamento;

Figura 8 – Diagrama de relacionamento

Fonte: Muther (1978)

c) elaborar um layout inicial baseado no diagrama de relacionamentos ignorando espaços e

restrições de construção;

Figura 9 – Diagrama de blocos

Fonte: Muther (1978)

d) elaborar o layout final já ajustado à área e as restrições.

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2.2.6. Método de GUERCHET

Este método considera que a área total é a soma de três componentes : superfície estática,

superfície de utilização ou gravitação e superfície de circulação.

Superfície Estática (Se) : é a área própria, ou seja, aquela efetivamente ocupada pelo

equipamento ou posto de trabalho.

Superfície de Gravitação (Sg) : é a área necessária para circulação do operador junto à

máquina, incluindo ainda as áreas ocupadas por matéria primas e peças em processamento junto

ao equipamento ou posto de trabalho. Considera-se que a superfície de gravitação é a superfície

estática multiplicada pelo número de lados utilizados pelo equipamento.

Superfície de Circulação (Sc) - é a área necessária para a movimentação e acesso ao

centro de produção.

Onde K é o fator do tipo e da finalidade da instalação. Alguns valores de K foram estabelecidos

para casos particulares conforme tabela 2.

Tabela 2 – Fatores de K

Fonte: Black (1998)

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2.2.7. Softwares para Determinação do Arranjo

Com o advento dos computadores pessoais foram desenvolvidos vários programas para a

criação de layouts industriais, na sua maioria baseados na idéia de minimizar o custo de

movimentação ou aumentar a adjacência de departamentos.

BLOCPLAN O BLOCPLAN (DONAGHEY, 1986) inclui vários métodos para geração de layouts de

blocos. Os dados de entrada incluem a carta de relações preferenciais (CRP) ou o fluxo entre

departamentos obtido a partir da seqüência de cada produto, além do tamanho e forma das áreas

(selecionadas de padrões definidos).

Figura 10 : Exemplo de alternativa gerada pelo BLOCPLAN Fonte: IIE Solutions, Nov. 1995

A geração dos arranjos se dá através da construção aleatória de um layout inicial, de uma

especificação manual ou do melhoramento de um arranjo já existente. Além disso, há a

possibilidade de se trocar manualmente departamentos e analisar os impactos desta mudança.

Durante a geração das alternativas, são criadas bandas limitadas onde são alocados os

departamentos.

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A comparação entre alternativas é feita através da minimização da distância total percorrida

(obtida através da seqüência produtiva de cada produto e sua quantidade) ou da satisfação ou não

das relações de proximidade (CRP). Neste último caso ocorre a maximização da soma das

adjacências (0 se os departamentos não forem adjacentes ou 1, caso contrário). Não existe a

possibilidade de se criar uma matriz mista de fluxos e relacionamentos.

LayOPT & MULTIPLE LayOPT foi desenvolvido para atender as necessidades de arranjo físico de clientes de

uma empresa de consultoria. O programa desenvolvido para o sistema operacional Windows,

utiliza a heurística MULTIPLE desenvolvida por BOZER et al. (1994) para o desenvolvimento de

alternativas de arranjo físico de plantas de vários andares. O algoritmo pode ser usado tanto para

melhoramento como para construção. A maneira de uso preconiza a realização de várias

execuções do programa com arranjos iniciais diferentes, sendo considerada como melhor

alternativa a melhor das alternativas calculadas.

O objetivo do algoritmo é minimizar a soma dos fluxos multiplicados pelos custos

correspondentes e pelas distâncias esperadas entre todos os pares do departamento que

possuam um fluxo não nulo entre si. A "otimização" se dá simultaneamente em todos os andares.

A representação utilizada internamente é a matricial. Para melhorar o arranjo inicial o algoritmo

troca dois departamentos entre si a cada iteração de tal forma que haja a maior redução da função

objetivo.

O arranjo inicial pode ter uma centena de departamentos de forma irregular e tamanhos

variados. Além disso a possibilidade de indicar departamentos fixos permite que sejam

representados obstáculos, áreas inúteis, áreas de acesso entre os andares e outros.

Além do mecanismo de melhoramento é possível a construção de arranjos via interface de

software ou ainda através de rotinas de importação que permitem que os departamentos de um

desenho do AutoCAD possam ser convertidos para a representação matricial.

Para a alocação dos departamentos nos arranjos há a utilização de uma curva de

preenchimento de espaço similar à SFC do ALDEP, diferenciando-se desta pela possibilidade de

trocar departamentos de áreas diferentes e não-adjacentes entre os andares. Para a seleção de

quais departamentos serão colocados em um andar, o principal critério utilizado é o da capacidade

do andar receber os departamentos em potencial. Não existe limitação da forma a retângulos,

existindo um parâmetro para definir a possibilidade de “massageamento” das áreas. Não se

permite que as áreas sejam descontínuas ou que contenham vazios. Pode-se também definir

departamentos fixos e obstáculos que assim permanecerão durante todo o processo, além de

pontos de entrada e saída.

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A interface permite que o programa faça a “otimização” de maneira automática ou

interativa. Este último permite que se faça a troca de apenas alguns departamentos escolhidos e

também que se possa alterar as formas dos departamentos entre uma iteração e outra. No modo

automático, as trocas de departamentos prosseguem até que não se consiga mais reduzir a

função objetivo. Como afirmam GRAJO & BOZER (1997), as soluções são dependentes da

solução inicial, da curva de preenchimento e das trocas realizadas durante e entre as iterações.

A distância entre os departamentos na presença de pontos de entrada e saída dos

departamentos é calculada como sendo retilínea e é chamada de “distância esperada". Caso

contrário a distância é calculada entre os centróides de forma euclidiana.

Os dados de fluxos são fornecidos diretamente da carta de-para ou através de dados de

uma carta de processos. Além disso exige-se uma matriz com o custo unitário ou pesos relativos

para cada fluxo interdepartamental.

Outras funcionalidades incluem os parâmetros personalizáveis como horizontes de

planejamento, unidades de carga e distância e a saída dos relatórios. Pode também importar, além

de desenhos do AutoCAD, dados de planilhas e arquivos texto. A visualização dos arranjos é feita

através de blocos (Figura 2-20).

Figura 11: Exemplo de aplicação do LayOPT Fonte: IIE Solutions, Nov. 1995

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Layout Manager L.R. FOULDS (1997) apresenta um sistema de apoio à decisão (SAD) desenvolvido com a

linguagem de programação Pascal para o sistema operacional Windows e baseado em várias

heurísticas com base na teoria dos grafos (HASSAN et al., 1987; FOULDS et al., 1985; FOULDS &

GIFFIN, 1985; WATSON et al., 1995).

O sistema foi estruturado para auxiliar na determinação de arranjos físicos para uma

indústria onde os equipamentos podiam ser montados sobre plataformas com rodas, facilitando a

reestruturação rápida do arranjo. Os algoritmos implementados podiam ser executados

automaticamente ou individualmente. A interface também permite a troca manual de

departamentos. Como os algoritmos utilizados dependiam do caminho de otimização, havia

necessidade de se realizar várias otimizações até se conseguir uma melhor solução. Os dados de

entrada incluíam as relações de proximidade e uma matriz de custos, além de uma solução inicial.

A saída ocorria através de um layout de blocos hachurados, sendo a solução ótima aquela que

não conseguisse mais reduções nos custos.

Esse programa, assim como LayOPT e outros, são apenas algoritmos munidos de uma

interface e funcionalidades para manuseio de arquivos.

CRIMFLO É um software comercial que funciona internamente ao AutoCAD utilizando as funções

deste último para gerar as plantas do layout, paredes, postos de trabalho, etc. Permite que os

arranjos criados sejam avaliados segundo o métodos qualitativos de relação de proximidade do

SLP (MUTHER, 1978) ou com um método quantitativo baseado nos deslocamentos e na

quantidade transportada em cada deslocamento. O sistema não possui nenhum procedimento de

otimização mas permite que sejam avaliadas várias alternativas de arranjo (CRIMBO, 2001).

MATFLOW É um sistema de planejamento de fluxo de materiais para “otimizar” layouts (MARKT et al.,

1997) . Para isso tenta reduzir o fluxo total de peças pela planta através de trocas, criação de

diferentes combinações de pares de máquinas usando como função objetivo a minimização de

fatores como o número de partes vezes a distância ou vezes o volume, peso ou custo, assim como

a sua combinação. Os métodos de otimização incluem:

• Troca manual de uma ou mais áreas;

• Troca automática onde são testados vários cenários por layout. Para isso é necessário

escolher os parâmetros a otimizar e o método: usando os fluxos máximos primeiro ou a troca

baseada na lista na ordem em que foram especificados ;

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Como resultado o MATFLOW desenha linhas representando o fluxo de materiais, sendo as

linhas mais grossas um indicativo de fluxo intenso (Figura 11).

Figura 12: Linhas de fluxo desenhadas pelo software MATFLOW no AutoCAD

Fonte: MARKT et al., 1997.

Após a análise, o MATFLOW gera automaticamente um modelo de SED no software

Witness, para efetuar a análise dinâmica do layout proposto. A integração com o AutoCAD permite

que layouts (detalhados ou não) possam ser lidos diretamente para o MATFLOW. O modelo

possui o contorno da instalação e as máquinas localizadas com precisão.

Para a geração do modelo são criados os chamados working data files, criados com

qualquer planilha eletrônica e que contêm: (a) as peças e suas rotas; (b) os tempos de produção,

setups e tamanhos de lotes para cada máquina; (c) dados dos produtos como número de unidades

por dia e outros atributos a considerar no melhoramento do arranjo e, (d) tamanho dos buffers das

máquinas. Assume-se que os recursos possuam capacidade suficiente para a fabricação dos

produtos.

Depois da eliminação dos gargalos, os dados voltam ao MATFLOW para criação das áreas

de armazenagem, baseadas no tamanho dos buffers decorrentes dos dados da simulação.

Outras características desse software incluem:

• Definição de grupos de máquinas ou células que representem áreas de custos, unidades

de produção ou departamentos;

• Representação de diferentes localizações de entrada e saída para máquinas grandes;

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• Indicação de nós de transporte para identificar o caminho de fluxo entre um local e outro

(i.e.; o material não pode fluir através de paredes ou outras máquinas);

• Especificação no layout em CAD de áreas vazias e posições fixas (como áreas de

estocagem).

Factory

O software Factory (TORRES, 1998) foi desenvolvido para dar suporte às necessidades

gráficas do sistema SLP (MUTHER, 1978). O sistema funciona dentro do AutoCAD (AUTODESK,

2001) e é composto de três módulos:

• FactoryCAD, que possui rotinas automatizadas para inserir alguns dispositivos de

materiais parametrizáveis, colunas, paredes, etc. Possui também uma vasta biblioteca de

equipamentos e dispositivos de manuseio de materiais;

• FactoryFLOW, que avalia um layout com base no seu fluxo de materiais que pode ser

expresso em termos de viagens ou dos custos associados. Sobre a planta são desenhadas linhas

de espessura correspondente à intensidade do fluxo enquanto as cores representam o tipo de

produto;

• FactoryOPT, que utilizando a heurística SPIRAL (GOETSCHALCKX, 1992) cria um

diagrama de blocos otimizado a partir de relações de proximidade e dados de fluxo;

O uso do Factory se justifica por ser um conjunto de ferramentas de layout de fato e não

ser baseado em apenas um algoritmo como o LayOPT.

68

Os dados utilizados nos cálculos incluem a carta de relações preferenciais, a carta de-para

e fluxogramas do processo para estabelecimento das rotas e das quantidades transportadas. A

avaliação do fluxo é de forma determinística mas há possibilidade de alteração da métrica de

cálculo da distância percorrida, dos produtos a calcular e demais parâmetros de cálculo.

Outro aspecto positivo do Factory é a sua facilidade de alterar arranjos e reavaliá-los

rapidamente (TORRES, op. cit.).

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Capítulo III Estudo de caso

3.1. A Indústria de Papel no Brasil

3.1.1. Histórico

Em nosso país a indústria teve seu início reciclando papéis importados e, só em um

segundo momento, tem o uso da celulose importada. A produção de celulose no Brasil, começa a

ser implantada de forma mais efetiva a partir da Segunda Guerra Mundial, mas é só na década de

60 que atinge maior escala.

Desta forma pode-se dizer que a reciclagem de papel no Brasil é uma atividade bastante

tradicional e está revestida de grande importância. Atualmente recicla-se perto de 3,5 milhões de

toneladas de papel por ano, o que envolve valores próximos de 1,5 bilhões de reais.

Segundo a ANAP – Associação Nacional dos Aparistas de Papel, a reciclagem gera cerca

de 100 mil empregos diretos e, considerando catadores e seus agregados estima-se que 200 mil

pessoas vivem da coleta de aparas.

3.1.2. Tipos de Aparas

De acordo com o Panorama da Reciclagem de Papel no Brasil – Bracelpa (2007) a nova

classificação da ABNT divide as aparas em 29 tipos que podem ser agrupados em cinco

categorias, de acordo com o papel que lhes dá origem. É importante registrar que alguns tipos de

papéis não são passíveis de reciclagem em função dos tratamentos que recebem, como por

exemplo, os papéis betumados, ou em função do destino para o qual são produzidos, como os

papéis de fins sanitários.

As cinco grandes categorias são:

Aparas de Papelão Ondulado: Papelão microondulado I, Papelão microondulado II, Papelão

ondulado I, Papelão ondulado II, Papelão ondulado III e Refile de papelão ondulado.

Aparas de Papel de Imprimir sem P.A.R: Papel branco I, Papel branco II, Papel branco III, Papel

branco IV, Papel branco V, Papel branco revestido e Papel colorido.

Aparas de Papel Kraft: Papel Kraft I, Papel Kraft II, Papel Kraft III, Refile de papel Kraft, Tubetes e

barricas e Cartão para alimentos.

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Aparas de Cartão: Cartão fibra curta não revestido, Cartão fibra curta revestido, Cartão fibra longa

não revestido, Cartão fibra longa revestido.

Aparas de Papel de Imprimir com P.A.R: Lista telefônica, Papel Jornal I, Papel jornal II, Revista I,

Revista II.

Cada tipo de papel a ser produzido exige determinadas características nas aparas. Por isso

a importância da classificação e, mais importante ainda que não haja contaminação com

impurezas ou materiais proibitivos além dos percentuais estipulados na norma.

Em geral pode-se dizer que impurezas são substâncias presentes no fardo de aparas que

não prejudicam a produção, podendo ser retirada ou mesmo absorvida no processo. Já a presença

de materiais proibitivos impede a utilização do fardo, pois caso entrem no ciclo de produção trarão

grande prejuízo à empresa devido à contaminação do sistema.

3.1.3. Fontes de Aparas

Várias são as fontes geradoras de aparas entre as quais se podem citar: grandes

indústrias, grandes gráficas, convertedores de papel, grandes lojas e supermercados, pequenos

comércios, escritórios e residência, sendo que cada uma delas concentra determinados tipos como

podemos ver abaixo:

Grandes indústrias: Aparas de papelão ondulado, microondulado, cartões e papel Kraft, etc.

Gráficas (grandes e pequenas): Aparas de papel branco, jornais revistas, cartões, microondulados,

etc.

Convertedores (grandes e pequenos): Aparas de papelão ondulado, papelão microondulado,

cartões, papel Kraft, etc.

Lojas e supermercados: Aparas de papelão ondulado, papelão microondulado, cartões,etc.

Escritórios: Aparas de papel branco, papel jornal, etc.

Residências: Papel jornal, revista, papelão, etc.

3.1.4. Caminho das Aparas

Por outro lado, para chegar ao destino às aparas seguem um caminho constituído por:

catadores, cooperativas, sucateiros, aparistas e fábricas de papel reciclado.

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Figura 13 – Caminho da Aparas

Fonte: BRACELPA (2007)

3.1.5. Estatísticas

Conforme dados importados do Panorama da Reciclagem de Papel no Brasil apresentados

pela Associação Brasileira de celulose e Papel a evolução histórica do consumo de aparas e

papéis usados no Brasil só não é maior que a reciclagem desses materiais. Enquanto o consumo

aparente de papéis de todos os tipos, analisando os últimos dez anos, aumentou 25%, o volume

de papel destinado à reciclagem evolui 56% caracterizando que a recuperação de papel cresce a

uma taxa anual duas vezes maior que a oferta de papel.

Figura 14 – Evolução histórica do consumo

Fonte: BRACELPA (2007)

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As aparas de papelão ondulado predominam no mercado como sendo responsáveis por,

aproximadamente, 61% da reciclagem no Brasil. Somadas as demais aparas oriundas de papel

para embalagem, temos que está categoria responde por 71% de todo papel reciclado em nosso

país.

Recentemente, o lançamento de papéis de imprimir reciclado está gerando pressão pela

demanda de aparas branca o que deverá elevar o nível de reciclagem desse tipo de aparas nos

próximos anos, demandando muito esforço dos recicladores, pois esse papel apresenta um ciclo

de vida maior, demorando a ser descartado.

Figura 15 - Composição do Consumo Brasileiro de Aparas – 2006

Fonte: BRACELPA (2007) A distribuição do consumo de aparas por regiões, como era de se esperar segue,

aproximadamente, a distribuição das empresas recicladoras. O estado que apresenta maior

consumo é São Paulo onde foram consumidas em 2006, 1,3 milhão de toneladas de aparas de

todos os tipos. Santa Catarina com 24 empresas consumiu 705,9 mil toneladas, já o Paraná, com

20 empresas, apresentou o mesmo consumo que Minas Gerais onde detectamos 14 empresas,

452,3 e 429,6 mil toneladas.

Normalmente as aparas são compradas num raio de 100 km da fábrica, mas as empresas

usam seus caminhões de entrega para trazerem a mercadoria de volta, aproveitando a condição

de frete e retorno. Nesta condição não existe limite para a distância de transporte, sendo comum

que se busque a matéria-prima a distâncias superiores a 1000 km.

Esta possibilidade dá ao mercado de reciclagem uma dimensão territorial que atinge todo o

país, sendo comuns às empresas de São Paulo buscarem matéria-prima no Nordeste, enquanto

as empresas do Sul muitas vezes carregam seus caminhões no Rio de Janeiro. O resultado final é

uma grande eficiência do setor de papel na coleta de papéis usados que só não é maior pela falta

de oferta de matéria-prima.

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Figura 16 - Distribuição Estadual do Consumo de Aparas e Papéis Usados – 2006

Fonte: BRACELPA (2007)

3.2. A Empresa Aparista - Copamig A empresa Copamig – Comércio de Papéis Minas Gerais Ltda. iniciou suas atividades em

1986, na cidade de Barbacena – Minas Gerais, atuando no processo de reciclagem com a

comercialização de aparas de papel e sucata de ferro. Com a ampliação e diversificação de sua

atuação, passou a trabalhar na área de transportes e com outros produtos recicláveis e não-

recicláveis. Atualmente, dedica-se ao transporte de cevada e sucata e à comercialização de

aparas e plásticos. Possui filiais nas Cidades de Varginha – MG e Rio de Janeiro – RJ.

Destaca-se que a empresa recentemente mudou de endereço, seu principal equipamento

de produção (prensa), já não mais conseguia atender o crescente volume de vendas operando em

dois turnos de trabalho. Em virtude desse problema optou-se por construir uma estrutura nova,

projetada para atender as atividades da empresa.

Os dados relativos à venda de produtos nos últimos cinco anos são apresentados a seguir,

e as informações mostram uma variação de aproximadamente 50% no volume total

comercializado. Com o aumento das vendas ocorreu também aumento no faturamento da

empresa descrito através da curva vermelha representada no gráfico.

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Figura 17 – Faturamento da empresa

Fonte: Autor

A empresa trabalha com quatro famílias de produtos:

Aparas de papel;

Plástico;

Paletes;

Cevada.

O presente trabalho engloba o processamento e a comercialização de aparas de papel.

Além das atividades produtivas realizadas dentro do galpão de produção da empresa, o processo

de carregamento (expedição) e, também, o processo de descarga (recebimento) de materiais são

realizados nessa área.

As aparas de papel para a empresa recebem a seguinte classificação: Branca I, Branca II,

Branca III, Branca IV, Revista, Jornal, Manta, Papel misto, Ondulado I, Ondulado II e Refile. Os

plásticos e paletes são citados a título de informação, pois requerem um espaço físico para

armazenamento dentro do galpão de produção.

A foto 3.1 mostra a área da empresa onde é realizado o processo produtivo (galpão de

produção) e o pátio de manobras que concentra caçambas estacionárias e caminhões.

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Foto 1 - Pátio de manobras e galpão de produção

Fonte: Autor

Foto 2 - Balança – área de pesagem

Fonte: Autor

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Capítulo IV Análise do Cenário Atual

4.1. Situação Atual

A planta da Copamig foi inaugurada no mês de dezembro de 2007 e segue a distribuição

do espaço conforme diagrama abaixo:

Figura 18 - Planta baixa área total

Fonte: Autor

A área total e a área ocupada por cada setor são apresentadas pela tabela de áreas que

segue abaixo.

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Tabela 3 - Espaço físico

Fonte: Autor

4.1.1. Descrição dos equipamentos

A empresa possui 05 equipamentos: 01 prensa 01 triturador, 02 empilhadeiras e 01

caminhão para atender a área de produção. O galpão de produção da empresa contém uma

prensa (R-30 CA) e um triturador de alta produção (R-1800 DE) que realizam todas as operações

de processamento de materiais. A movimentação desses materiais na área de produção é feito por

caminhões e empilhadeiras.

• Descrição técnica da prensa:

1) Prensa completamente automática, comandada por fotocélulas e sensores de

proximidade.

2) O processo é contínuo com amarração dos fardos automática.

3) Para cada gramatura do papel é exigido da prensa, comportamento diferente de

velocidade e pressão, para isto é possível programar até 20 (vinte) receitas para

diversos tipos de papel

4) Produção prática de 24 a 37 tons/h.

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Foto 3 - Prensa automática Fonte: www.reciprees.ind.br

• Descrição técnica do triturador:

1) Triturador de alta produção projetado para trituração de livros, catálogos telefônicos,

revistas e cartolinas.

2) Sua construção em forma de rosácea destrói os materiais com maior eficiência e

produtividade.

3) Sua produção horária está limitada a 18 tons/h.

Os caminhões da empresa são caminhões roll on-off com capacidade de içar, carregar e

basculhar caçambas e containeres. Esses caminhões transportam até vinte toneladas de materiais

depositados em caçambas, Containeres e pranchas que chegam até a empresa.

Além da movimentação de materiais feita pelos caminhões, existem também, dentro da

área de produção, o transporte feito por empilhadeiras. As empilhadeiras abastecem com material

a esteira da prensa, descarregam os materiais enfardados oriundos dos fornecedores e carregam

as carretas que levam o produto final da empresa até as fábricas. A capacidade das empilhadeiras

é aproximadamente 2 toneladas.

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Foto 4 - Caminhão roll on-off

Fonte: Autor

4.1.2. Dados gerais sobre a empresa

Apara de papel é o principal produto comercializado pela empresa. A forma de estocagem

desse material enfardado, com peso médio de 1300 kg e dimensões de (2,0 x 1.1 x 1.1) é através

do empilhamento dos fardos. A área do galpão ocupada para armazenamento de produto acabado

corresponde cerca de 500 m².

Os plásticos, apesar de não serem processados na empresa possuem uma área

aproximada de 150 m² para armazenamento dentro do galpão.

4.1.3. Descrição do quadro de colaboradores

A empresa desenvolve suas atividades e um turno de trabalho, o número de operadores é

de 07 no total, que desempenham todas as atividades de produção, carregamento e descarga.

Observe o organograma e o quadro de funcionários apresentados a seguir:

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Diagrama 1 - Organograma da produção

Fonte: Autor

O quadro abaixo determina para cada função as atividades desenvolvidas na empresa.

Quando não existe programação de descarga ou carregamento para o dia todas as atividades se

concentram na produção.

Quadro 3 - Quadro de colaboradores

Fonte: Autor

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4.1.4. Fluxograma do processo

O fluxograma do processo é dividido por áreas de atividades seguindo a seqüência das

operações conforme visualizadas na prática. As três áreas representadas são:

1) Recebimento: O caminhão que chega com material para descarregar, passa pela balança e

registra o peso inicial. Dependendo da forma como o material se encontra ele segue para uma

área de armazenagem específica. Se for material em caçamba, essa é colocada em uma área no

pátio de manobras e se for em fardos à empilhadeira descarrega e armazena os fardos dentro do

galpão. Tendo mais de um tipo de material enfardado no mesmo caminhão, é necessário que o

processo de pesagem se repita para cada material. No final do processo o caminhão passa

novamente na balança para fechar o peso inicial.

2) Produção: A programação de produção é diária e depende do material que está armazenado na

empresa. Material em caçambas é basculhado pelo caminhão perto da esteira da prensa/triturador

e material enfardado é preparado pela empilhadeira. Material que precisa ser triturado é

depositado perto da esteira do triturador, caso contrário passa somente pela prensa. A

alimentação das esteiras fica a cargo das empilhadeiras. Depois de prensado o material segue

para o estoque de produto acabado.

3) Carregamento: A carreta que chega na empresa para carregar qualquer tipo de material passa

pela balança e registra o peso inicial. Depois segue para a área de carregamento dentro do galpão

da produção. O carregamento é realizado e a carreta realiza o caminho inverso até a balança para

registrar o peso final. Peso final – peso inicial = peso do material.

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Diagrama 2 - Fluxograma do processo

Fonte: Autor

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Capítulo V Implantação das Ferramentas de Layout e Fluxo de Materiais

5.1. O Planejamento do layout

A seqüência das atividades desenvolvidas para a realização do processo de melhoria do

layout foi iniciada com uma análise global da área física da empresa. Utilizou-se o diagrama de

relacionamento para avaliar a proximidade entre os diversos setores.

Além dos setores existentes na planta atual, dois novos departamentos (materiais finos e

paletes) foram inseridos no diagrama de relacionamento. Na planta atual não aparecem esses

departamentos, porque suas atividades são realizadas em um outro galpão. Mas como é de

interesse da empresa concentrar suas atividades em uma única área, eles foram representados e

serão considerados a título de estudo. Assim como, uma área destinada à construção de um pit

stop de gás para as empilhadeiras, que teve o projeto de implantação aprovado.

Figura 19 - Diagrama de relacionamento

Fonte: Autor

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5.2. Desenhando o novo layout

As áreas mínimas necessárias de cada setor de trabalho foram determinadas a partir de

informações sobre o volume de produção atual, para um mix de produtos semelhante ao produzido

nos últimos meses.

A criação do layout final foi iniciada com o desenvolvimento do diagrama de blocos

considerando os espaços envolvidos. A movimentação desses blocos de áreas unitárias

compreende o segundo passo da técnica aplicada para melhoria do layout. As áreas atuais foram

representadas individualmente por um número equivalente de blocos móveis, dos quais formaram

vários arranjos dispostos no espaço físico total.

5.3. Cálculo da taxa de proximidade total (TPT)

Foram atribuídos valores numéricos as relações de proximidade de cada setor de trabalho

com os demais e calculado a soma desses valores para cada área produtiva. Onde:

Tabela 4 – Somatório (TPT) Fonte: Autor

5.4. Restrições e informações ao design do novo layout

A estrutura física do galpão impõe a maioria das restrições para alteração do layout

percebidas na empresa. O processo de produção caracterizado por um layout linear deve ser

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mantido, pois os equipamentos (prensa, triturador e esteira transportadora) apresentam posição

fixa e não devem ser alterados por razões econômicas.

Tabela 5 – Restrições e informações

Fonte: Autor

5.5. Definição da ordem dos setores de trabalho

O setor de trabalho que apresentou o maior TPT foi escolhido como o primeiro a ser locado

no layout. Neste caso colocou-se a Produção por possuir um TPT de 41 e o maior número de A’s,

critério de desempate.

O próximo posto de trabalho escolhido foi aquele com maior relacionamento com a

produção, ou seja, que possui relacionamento tipo A. a Expedição e a Descarga apresentaram

relacionamento tipo A, porém a Expedição contém o maior número de Es.

Com a mesma metodologia foi definida a posição de todos os setores dentro da planta da

empresa. A ordem final da disposição geral é a seguinte: Produção, Expedição, Balança,

Escritório, Estacionamento caminhões, Almoxarifado, Manutenção, Caçambas cheias

estacionárias, Descarga, Materiais finos, Paletes, Vestiário, Caçambas vazias estacionárias, Pit

stop.

5.6. Montagem do diagrama de blocos

Após determinada a ordem de posicionamento dos postos de trabalho, duas alternativas de

layout poderiam ser desenvolvidas: um planejamento restrito para instalações já existentes,

levando em consideração as restrições do mesmo ou um planejamento novo, onde as construções

existentes e suas restrições não são levadas em consideração.

Como não é de interesse da direção da empresa, a curto prazo, novas construções ou até

mesmo grandes modificações de projeto, optou-se pela primeira opção, a qual tentou melhorar e

ajustar o layout existente obedecendo às limitações.

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As áreas dos postos de trabalho foram representadas por “n” blocos quadrados de os quais

foram dispostos segundo a ordem obtida anteriormente.

Quadro 4 – Áreas da empresa

Fonte: Autor

Figura 20 – Diagrama de blocos

Fonte: Autor

A realização do diagrama de relacionamento e posterior diagrama de blocos foram

realizados para avaliação da disposição das áreas alocadas na planta. Adotado como o primeiro

passo para avaliação do layout existente, apresentou uma abordagem a nível integral da

organização.

Os resultados apresentados com essa ferramenta mostraram que a disposição dos setores

dentro da empresa obedeceu uma seqüência correta, apesar de certas áreas terem sido mal

dimensionadas.

A observação fica a cargo do galpão de produção, com a maior área física e onde são

realizadas as principais atividades. O mau aproveitamento do espaço dentro dessa área foi

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conseqüência de uma instalação de máquinas para a produção num local indevido, ou pelo menos

da forma indevida.

Contudo, como não é de interesse mudar esse projeto a alternativa encontrada para

otimizar os fluxos, aumentar produtividade e diminuir custos foi analisar detalhadamente a área de

produção (galpão) e a posição dos fatores diretamente envolvidos no processo.

5.7. Detalhamento do layout proposto do galpão de produção

A etapa de detalhamento do novo layout envolveu todas as especificações dos elementos

que fazem parte do processo. Com o método de Guerchet definiu-se a superfície estática, a

superfície de utilização e a superfície de circulação conforme pode ser visto na tabela 5.

Triturador Prensa

Se 2,3292 44,3515

Su 9,3168 177,4060

Sc 11,6460 221,7575

St 23,2920 443,515

Tabela 6 – Dimensionamento das Áreas

Fonte: Autor

Com as informações descritas acima foi desenvolvido, auxiliado pela ferramenta CAD, um

desenho representativo das máquinas da produção e das áreas necessárias para a operação

produtiva. Esse desenho buscou envolver todos os fatores de produção tais como: equipamentos,

operadores, materiais, serviços de transporte e de manutenção, acesso e segurança.

Um dos fatores que contribuía para o baixo índice de produtividade tinha relação direta com

o fluxo confuso do processo. Atividades independentes ocupavam o mesmo espaço físico e

necessitavam ser realizadas ao mesmo tempo. Como por exemplo: o processo de abastecimento

da esteira transportadora com a empilhadeira e o processo de lonar carga para expedição.

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Figura 21 – Centro de produção

Fonte: Autor

A forma encontrada para liberação da área de produção dentro do galpão foi investir na

compra de uma nova empilhadeira mais adequada para as atividades. Essa nova empilhadeira

com capacidade de transportar carga de 4,5 toneladas reduziria em 50% o número de operações

de movimentação. Ela consegue transportar facilmente dois fardos de cada vez e permite melhor

acondicionamento do produto e melhor utilização do espaço na área de estocagem, pois aloca em

uma mesma fileira seis fardos.

Com a empilhadeira antiga a altura máxima aproveitada era de 4,4 metros, sendo que a

estrutura do galpão tem pé direito de 9,0 metros. Esse valor foi alterado para 6,6 metros a partir do

início do trabalho com a nova máquina.

Para a realização desse processo a empresa precisa de fatores diretos de produção tais

como: 01 prensa enfardadeira, 01 triturador de papel, 02 esteiras transportadoras, 03

empilhadeiras, 01 caminhão basculhante, 09 funcionários, 01 balança rodoviária e materiais para o

processo conforme a demanda do mercado.

Buscando eliminar a ocorrência de pequenos problemas tais como: produtividade baixa

porque o operador de empilhadeira abandonava sua posição de trabalho na produção para efetuar

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operações de transporte e trabalhador parado devido à falta de suprimento causado pelo

transtorno do fluxo, foi proposto investir em mão-de-obra para suprir a necessidade de realização

das atividades.

O correto dimensionamento do número de colaboradores destinados às atividades de

recebimento, produção e carregamento de materiais ficou da seguinte forma:

Quadro 5 – Dimensionamento do número de colaboradores

Fonte: Autor

5.8. Desenho do layout proposto com sistemas de movimentação

A pré-definição da metragem de todas as áreas que foram alocadas no espaço físico da

empresa pode ser verificada na tabela 6. Essa tabela mostra os valores com as modificações de

melhorias implantadas.

Tabela 7 – Representação das demandas espaciais

Fonte: Autor

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A opção apresentada na Figura 19 foi preferida pelo autor porque melhor se adaptou as construções existentes, e às restrições, descritas em 5.1.4. O esboço do diagrama de blocos realçou uma representação aproximada da superfície e do formato das áreas produtivas.

Com todas as áreas construídas e sua posição no terreno foi feito um comparativo entre o

layout antigo e o layout proposto dos fluxos de circulação de materiais e pessoas. Os resultados

obtidos foram favoráveis para o novo arranjo físico devido à diminuição dos tempos de certas

atividades produtivas conforme segue o exemplo:

O basculhamento do material para produção já não é mais interrompido pelo fluxo de

desordenado dos caminhões destinados ao carregamento. A produtividade aumentou com o

correto abastecimento da esteira, que agora dispõe de recursos (empilhadeira e operadores)

exclusivos para tal finalidade. Anteriormente à mesma empilhadeira que abastecia a esteira fazia a

retirada de fardos da prensa e o mesmo operador de produção que alimentava a esteira preparava

a carreta para o carregamento.

A nova empilhadeira trouxe benefícios não só para a produção como também para o

carregamento. Da mesma forma como são retirados os fardos da prensa (dois a cada viagem),

eles são transportados da pilha para a carroceria do caminhão. Isso gerou economia de custo de

transporte, reduzindo o número de horas trabalhadas do equipamento e redução de tempo para

realização das atividades.

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Figura 22 – Layout atual

Fonte: Autor

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Figura 23 – Layout proposto

Fonte: Autor

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A proposta de alteração do layout e construção de uma nova entrada de acesso para a

área de expedição para os caminhões apresentou resultados satisfatórios devido à facilitação da

manobra dos caminhões e conseqüente redução do tempo da operação.

Quadro 6 – Atividades otimizadas

Fonte: Autor

Considerando todas as informações, foi possível melhorar o fluxo de materiais sem alterar

a posição do equipamento, apenas delimitando com a definição do local de estocagem, a área

produtiva e o local de carregamento, agora áreas independentes.

O estoque de produtos para expedição foi redistribuído dentro da área de armazenagem, e

uma nova abertura de acesso ao galpão foi construída para facilitar a movimentação das carretas.

Com isso houve uma economia de transporte, movimentação de empilhadeira, que retira os fardos

da prensa e colocam-nos na área de armazenamento.

A alternativa de implantação de melhorias pode ser facilmente visualizada pelo desenho

computadorizado desenvolvido em Autocad apresentado abaixo. A representação física em escala

do fluxo de materiais foi colocada com o proposto de permitir uma visualização clara do tráfego

que o novo layout apresentou.

A conseqüência desse novo layout para a produção foi uma racionalização dos processos

de transporte e estoque, permitindo maior rapidez na chegada dos materiais até a linha de

produção. Isso devido à movimentação dos veículos destinados ao carregamento ter sido

transferida liberando a área produtiva.

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Figura 24 – Copamig

Fonte: Autor

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Capítulo VI Conclusão

O planejamento do layout é indicado para qualquer empresa. Quando se tem um bom

arranjo físico à organização consegue resultados satisfatórios em relação à redução de custos de

operação e aumento de produtividade e eficiência.

A integração do arranjo físico, fluxo de materiais e processos produtivos da Copamig

projetou melhorias na gestão operacional da empresa que, com base no objetivo traçado para este

estudo chegou-se a conclusão que é possível aperfeiçoar processos produtivos rearranjando o

layout e dimensionando corretamente os fatores de produção.

As restrições impostas pelo layout atual como, por exemplo, à inviabilidade na mudança da

linha de produção ou até mesmo alteração da disposição dos equipamentos e o dimensionamento

do galpão da produção não apropriado com as atividades desenvolvidas nessa área limitaram as

propostas de melhorias.

Este trabalho projetou alternativas de melhorias que podem ser implantadas e são viáveis

para o processo da empresa. Os benefícios gerados com o projeto de melhoria são: liberação da

área produtiva facilitando a movimentação da empilhadeira, eliminação da parada de máquina

ocasionada pela falta de material no tempo certo e aumento da produção gerado pelo

dimensionamento adequado dos fatores da produção.

Na área de carregamento (expedição) destaca-se melhor aproveitamento do espaço e

redução do tempo das operações de transporte. Com a nova área de acesso do galpão, a carreta

que segue para a área de carregamento realiza todas as manobras para frente, facilitando o

posicionamento dentro do galpão.

Cabe ressaltar que um arranjo físico errado pode levar a padrões de fluxo longos e

confusos, estoque de materiais, tempos de processamento longos, fluxos imprevisíveis e alto

custos. Portanto, a elaboração do layout deve envolver as diversas áreas da empresa, a

experiência de todos e o correto dimensionamento dos fatores diretos e indiretos de produção.

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Referências Bibliográficas FRANCISCHINI, Paulino G.; GURGEL, Floriano do Amaral. Administração dos materiais e do patrimônio. São Paulo: Thomson, 2004.

HARDING, H.A. Administração da Produção. São Paulo: Editora Atlas, 1992.

HINES, P.; TAYLOR, D. Going Lean. Lean Enterprise Centre. Disponível em <http:www.lean.org>

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