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Universidade Presbiteriana Mackenzie Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas A dinâmica da formação e da evolução de redes de negócio em Odontologia Rubens de Almeida Zimbres São Paulo 2005

Dissertacao Mestrado

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Page 1: Dissertacao Mestrado

Universidade Presbiteriana Mackenzie Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas

A dinâmica da formação e da evolução de redes de negócio em Odontologia

Rubens de Almeida Zimbres

São Paulo 2005

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Rubens de Almeida Zimbres

A dinâmica da formação e da evolução de redes de negócio em Odontologia

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas da Universidade Presbiteriana Mackenzie como parte das exigências para a obtenção do grau de Mestre em Administração de Empresas.

Orientadora: Profa. Dra. Eliane Pereira Zamith Brito

São Paulo 2005

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Reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Professor Dr. Manassés Claudino Fonteles

Decano de Pesquisa e Pós-Graduação

Professora Dra. Sandra Maria Dotto Stump

Coordenador Geral da Pós-Graduação Professor Dr. José Geraldo Simões

Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Administração de Empresas

Professora Dra. Eliane Pereira Zamith Brito

Page 4: Dissertacao Mestrado

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AGRADECIMENTOS

A Deus, a sua inteligência infinita.

A meus pais, Marcelo dos Santos Zimbres e Edna Maria Regis de Almeida Zimbres, cujo

amor, dedicação e disciplina me permitiram ser capaz de levar a cabo este empreendimento.

À Dra. Eliane Pereira Zamith Brito, minha orientadora, que desde o início acreditou no poder

de uma idéia e, com sua extrema competência, dedicação e perspectiva visionária, ajudou a

viabilizar sua concretização.

Ao Dr. Pedro Paulo Balbi de Oliveira, cuja competência e orientação possibilitaram

aprimoramentos valiosos na presente Dissertação.

Ao Dr. Eleutério Fernando da Silva Prado, Livre-Docente da USP, cuja instrução me fez

vislumbrar aplicações inéditas para os autômatos celulares.

Aos meus Professores do curso de Mestrado em Administração de Empresas, a sua impecável

dedicação e amplitude de conhecimento. Em especial ao Dr. Herbert Kimura, que reavivou

minha antiga paixão pela matemática.

Ao Mestre Epifânio Pinheiro de Macedo, que há muito compartilha seu amplo conhecimento

comigo e não só despertou em mim o gosto pela Administração como também serviu de fonte

de inspiração para a abstração que originou o tema desta Dissertação.

À Dra. Íris Gardino, a valiosa troca de conhecimentos e sua especial colaboração.

Ao meu Professor de Matemática, Benevides de Oliveira Franco, seus ensinamentos e

reconhecimento.

À Sra. Dagmar Dollinger, seu pronto atendimento, cordialidade e eficiência constantes.

À CAPES, a bolsa fornecida.

Page 5: Dissertacao Mestrado

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RESUMO

A presente dissertação estudou redes de negócios em Odontologia com objetivo de analisar o

processo dinâmico de seleção de parceiros na formação de redes. Como objetivo secundário

verificou-se a influência das interações entre os participantes de uma rede de dentistas na

dinâmica da aliança, ou seja, a dinâmica da cooperação. Foi realizada uma pesquisa junto a

303 dentistas localizados na Grande São Paulo quanto a seus critérios de decisão na escolha

de parceiros. Procedeu-se a uma modelagem fazendo-se uso do conceito de autômatos

celulares onde se criou uma sociedade artificial de dentistas ligados por laços fortes, que

interagiram entre si levando em consideração critérios de seleção de parceiros como

proximidade, qualidade, reputação, indicação por laços fortes e fracos, condições financeiras e

complementaridade de recursos, bem como aspectos referentes ao planejamento estratégico da

aliança, impulsividade e liderança. Os resultados sugerem que o aumento da força do laço

entre os participantes da rede aumenta a impulsividade dos integrantes, a estabilidade da

aliança e quando sujeitos à mesma racionalidade, há uma convergência de opiniões. A

segregação de indivíduos externos à rede aumenta e racionalidades diferentes levam

indivíduos a posicionamentos distintos na rede. Um buraco estrutural tem influência local e

afasta o indivíduo da rede, assim como os indivíduos com os quais ele mantém, contato.

Indivíduos tendem a maximizar sua utilidade e quando sujeitos a reforços emocionais

provenientes dos laços fortes, aumentam o valor e o peso de sua decisão de participar de uma

determinada rede.

Linha de Pesquisa: Gestão e Desenvolvimento de Mercados.

Palavras-chave: Autômatos celulares, Seleção de parceiros, Redes de negócio.

Page 6: Dissertacao Mestrado

6

ABSTRACT

This dissertation studied business networks in Dentistry. The main goal was to analyze the

dynamic process of partner selection in network formation. As secondary objective we

verified the influence of interactions among the dentists’ network actors in the alliance

dynamic, the cooperation dynamic. The research was conducted with 303 dentists in São

Paulo and they were asked about their partner selection criteria. We developed a model using

cellular automata and an artificial society was created. Dentists were connected through

strong ties and interacted with each other considering partner selection criteria as proximity,

quality, reputation, strong and weak ties, financial conditions and complementary resources,

as well as aspects concerning the alliance strategic planning, impulsiveness and leadership.

Results suggest that the increase in the strength of ties among actors increase their

impulsiveness, and when they are subjected to the same rationality, there is an opinion

convergence. Segregation of actors beyond the scope of the network increases and different

rationalities lead actors to different positions in the network. A structural hole has local

influence and increases the actor’s distance from the center of the network. Actors tend to

maximize their utility and when they are subjected to emotional reinforcement from strong

ties, they increase their decision value and weight of joining a specific network.

Keywords: Cellular automata, Partner selection, Business networks.

Page 7: Dissertacao Mestrado

7

LISTAS

LISTA DE QUADROS

Quadro 1: Espectro de arranjos cooperativos ...................................................14

Quadro 2: Pensamento tradicional x atual em alianças ................................... 15

Quadro 3: Critérios de seleção de parceiros em diferentes contextos ............. 26

Quadro 4: Variáveis e questões correspondentes ............................................ 46

Quadro 5: Status do estudo na literatura relevante existente ............................55

Quadro 6: Tabela de transição para a regra 53 em AC com raio r = 1 e k = 2

estados ............................................................................................................. 62

Quadro 7: Truth Table de 3 Bits .......................................................................63

Quadro 8: Regras com equivalência dinâmica .................................................65

Quadro 9: Metodologia de conversão de números decimais por escala de limiar

...........................................................................................................................77

Quadro 10: Matriz de componentes rotacionada ..............................................83

Quadro 11: Fatores e componentes correspondentes .......................................84

Quadro 12: Resultados obtidos com as regras sugeridas ..................................86

Quadro 13: Alterações de opinião dos indivíduos em cada fator ...................118

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Variáveis utilizadas neste estudo ....................................................... 6

Figura 2: Buracos estruturais e relações diádicas ............................................ 12

Figura 3: Tipos de alianças .............................................................................. 16

Figura 4: Dinâmica do estágio inicial de alianças entre americanos e japoneses

.......................................................................................................................... 17

Figura 5: Conseqüência da diferença de perspectiva entre americanos e

japoneses, no caso Rover x Honda ...................................................................18

Figura 6: Estrutura da impulsividade de auto-referência ................................ 33

Figura 7: Fluxograma do questionário utilizado ............................................. 44

Figura 8: Hipóteses propostas ..........................................................................46

Figura 9: Analogia entre a genética celular e o processo cognitivo ................ 59

Figura 10: Vizinhanças de Von Neumann e Moore .........................................62

Page 8: Dissertacao Mestrado

8

Figura 11: Evolução da célula X através da aplicação da regra 53 ..................62

Figura 12: Condição de contorno periódica .....................................................63

Figura 13: Classes de ACs ................................................................................66

Figura 14: Analogia entre a troca de material genético e a troca de opiniões ..74

Figura 15: Rotina de aplicação do AC para cada fator do estudo ....................76

Figura 16: Evolução do ACE da primeira faixa de limiar do fator

Qualidade.........................................................................................................118

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Outliers ..........................................................................................50

Gráfico 2: Percentagens de respostas por especialidade ..................................80

Gráfico 3: Média de valores da amostra para os critérios de seleção de

parceiros ...........................................................................................................81

Gráfico 4 - Média de valores da amostra para o planejamento estratégico da

rede ...................................................................................................................82

Gráfico 5 - Média de valores da amostra para os constructos impulsividade e

liderança ...........................................................................................................82

Gráfico 6: Distâncias nos momentos inicial e final...........................................87

Gráfico 7 – Distâncias no momento inicial.......................................................88

Gráfico 8 – Distâncias no momento final..........................................................88

Gráfico 9 – Distâncias individuais em ordem crescente ..................................89

Gráfico 10 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 232................90

Gráfico 11 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 150................90

Gráfico 12 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 240................91

Gráfico 13 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 85..................91

Gráfico 14 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 15..................92

Gráfico 15 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 178................92

Gráfico 16 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 77..................93

Gráfico 17 – Média de aumento de valores dos fatores para o indivíduo 249..94

Gráfico 18 – Evolução da média das discrepâncias da rede no tempo para o

fator Impulsividade............................................................................................95

Page 9: Dissertacao Mestrado

9

Gráfico 19 – Evolução dos valores totais dos dados dos fatores para cada

indivíduo............................................................................................................96

Gráfico 20 – Identificação de indivíduos formadores de opinião.....................97

Gráfico 21 – Evolução da média dos valores totais dos fatores........................98

Gráfico 22 – Evolução das distâncias iniciais (vermelho) e finais (verde) para o

fator Liderança.................................................................................................107

Gráfico 23 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Qualidade

.........................................................................................................................107

Gráfico 24 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator

Reputação........................................................................................................109

Gráfico 25 – Relação entre os critérios de decisão da rede e os indivíduos 173 e

33.....................................................................................................................109

Gráfico 26 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Atendimento

ao cliente..........................................................................................................110

Gráfico 27 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator

Propensão........................................................................................................110

Gráfico 28 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator

Impulsividade..................................................................................................111

Gráfico 29 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Utilidade

.........................................................................................................................111

Gráfico 30 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Segregação

.........................................................................................................................112

Gráfico 31 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Peso da decisão

.........................................................................................................................113

Gráfico 32 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Valor da

decisão ............................................................................................................113

Gráfico 33 – Valores dos dados iniciais para os indivíduos 5 a 15.................114

Gráfico 34 – Valores dos dados após 308 ciclos para os indivíduos 5 a 15....114

Gráfico 35 – Posicionamentos no 13º ciclo após criação de buraco estrutural no

150º indivíduo .................................................................................................115

Gráfico 36 – Posicionamentos no 308º ciclo após criação de buraco estrutural

no 150º indivíduo.............................................................................................116

Page 10: Dissertacao Mestrado

10

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO................................................................................................................11 2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................................17

2.1 REDES SOCIAIS.....................................................................................................17 2.1.1 Alianças interfirmas..........................................................................................22

2.1.1.1 Critérios para a seleção de parceiros ............................................................34 2.2 TOMADA DE DECISÃO, RACIONALIDADE E APRENDIZADO....................36

2.2.1 Impulsividade ...................................................................................................41 2.3 QUALIDADE...........................................................................................................45 2.4 REPUTAÇÃO E CONFIANÇA ..............................................................................47 2.5 LIDERANÇA ...........................................................................................................49

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS .....................................................................52 3.1 PLANEJAMENTO AMOSTRAL............................................................................52 3.2 COLETA DOS DADOS...........................................................................................52 3.3 HIPÓTESES .............................................................................................................54 3.4 OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS .......................................................55 3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS .........................................................57

3.5.1 TRATAMENTO DOS DADOS.......................................................................57 3.5.2 Acuidade dos dados ..........................................................................................57

3.6 ANÁLISE MULTIVARIADA DOS DADOS .........................................................59 3.6.1 Modelagem baseada em agentes.......................................................................60

3.6.1.1 A metáfora genética......................................................................................67 3.6.1.2 Autômatos celulares .....................................................................................70 3.6.1.3 Aspectos sociológicos da modelagem baseada em agentes..........................79

3.6.2 Modelagem proposta ........................................................................................82 4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................89

4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................89 4.1.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA ..........................................................89

4.2 RESULTADOS DA ANÁLISE FATORIAL ..........................................................92 4.2.1 Carga fatorial ....................................................................................................92

4.3 MODELAGEM BASEADA EM AGENTES ..........................................................95 4.3.1 ANÁLISE GRÁFICA DE DISCREPÂNCIAS INDIVIDUAIS......................95

5 OBSERVAÇÕES FINAIS .............................................................................................128 5.1 CONCLUSÕES......................................................................................................128 5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO ................................................................................130 5.3 DIRECIONAMENTO FUTURO...........................................................................130

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................132 APÊNDICE A: Carta de apresentação da pesquisa................................................................141 APÊNDICE B: Questionário de Pesquisa do Pré-teste ..........................................................142 APÊNDICE C: Questionário de Pesquisa Final .....................................................................146

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11

1 INTRODUÇÃO

As interações entre os indivíduos podem gerar similaridades que podem levá-los a formar

alianças entre si. Contudo, a Teoria de Redes de Negócios não trata das condições reais dessa

associação e evolução. Segundo Das (2002), a maioria dos pesquisadores tem prestado “pouca

atenção ao processo de desenvolvimento de alianças, i.e., o processo pelo qual as alianças são

negociadas, formadas, operacionalizadas, reformuladas e finalizadas”. Sabe-se que as alianças

são altamente evolutivas, instáveis e a pesquisa evolutiva que incorpora variáveis de processo

permanece uma área de pesquisa inexplorada. Existe uma inadequada atenção não só a um

dos determinantes das condições das alianças, as características da empresa-parceira, mas

também à influência do ambiente sobre os processos. As pesquisas atuais focam mais

aspectos tecnológicos do que aspectos relacionais. Knight (2000) afirma que é possível às

organizações e indivíduos aprenderem a desenvolver relacionamentos resilientes, mas isso

“exige mais do que consideração e entendimento sobre confiança, comprometimento e

trabalho de equipe”, como tem sido abordado na literatura acadêmica. Evidencia-se uma falta

de foco no processo de desenvolvimento das alianças, concentrando-se os estudos existentes

nos requisitos e condições iniciais e no resultado final, não se levando em consideração os

processos envolvidos entre os indivíduos, pela dificuldade de se realizar estudos longitudinais

nessa área. Este estudo planeja analisar a formação de redes de negócio em seu aspecto

dinâmico, não somente analisando os requisitos para seleção de parceiros, mas também

verificando a maneira pela qual as opiniões e o consenso se formam e como o sistema evolui

no tempo. Para isso serão abordados os construtos redes sociais, alianças, racionalidade,

qualidade, reputação e liderança. Este estudo contribui para a Teoria de Redes de Negócio no

que diz respeito à influência da força dos laços fortes na formação do consenso na rede,

verificando a influência de um buraco estrutural na mesma e como se formam laços fracos.

Contribui também para o entendimento de como o potencial inovador pode ser suprimido em

redes onde seus participantes são conectados através de laços fortes. Permitirá também

identificar os formadores de opinião numa rede de negócios. Como contribuição para a prática

o estudo aborda como a estrutura de pensamento e posicionamento do indivíduo numa rede de

negócios pode afetar a maneira como as suas decisões são tomadas e qual o possível resultado

para uma determinada postura na rede. Este estudo poderá dar aos gestores uma compreensão

melhor da dinâmica da criação e evolução de redes de negócios, iniciativa freqüente na busca

por melhores desempenhos na empresa

Page 12: Dissertacao Mestrado

12

Artigos recentes em simulação sociológica utilizam em geral métodos de previsão social

baseados em equações (HALPIN, 1999; MACY; WILLER, 2002) , podendo elas serem

estruturais. O problema de tais equações é que elas não consideram interações entre os

indivíduos, contudo tais interações ocorrem nos processos sociais e biológicos. Segundo Silva

(2004), “a modelagem por equações estruturais está na moda”, mas desconsidera a

complexidade dos sistemas ao tentar “retratar uma realidade complexa por meio de alguns

sistemas de equações lineares”. Diante de tais fatos e no intuito de considerar as interações

adaptativas naturais (HOLLAND, 2001), fez-se aqui uso da computação evolutiva por meio

de autômatos celulares (ACs), que será detalhado no capítulo de métodos da pesquisa. Tal

escolha, baseada na teoria evolucionária, oferece uma explicação viável para reveses

observados em modelos tradicionais de racionalidade, aceitos até mesmo por teóricos que, em

tempos passados, compartilhavam-nos.

No âmbito das escolhas pessoais, Beed e Beed (2000) notam que na maioria das modelagens

as afirmativas de que os tomadores de decisão agem sobre informação limitada, que eles

possuem racionalidade limitada e seus comportamentos mostram variações aleatórias são

premissas adotadas previamente ao modelo, não derivam de um modelo evolucionário, ou

seja, não são empiricamente inovadoras e não estão de acordo com o comportamento humano.

Green e Shapiro (1994) partilham o mesmo ponto de vista, ao sugerirem que os teóricos da

Teoria de Escolha Racional (RCT) têm estado mais preocupados em criar modelos

matemáticos de comportamento do que em examinar sua relevância a situações empíricas, ou

seja, a maioria das teorias diz como o mundo deveria parecer. Poucas descrevem como as

pessoas realmente se comportam. Essa lacuna de conhecimento relaciona-se à complexidade e

não linearidade embutidas no processo de tomada de decisão.

Tendo em vista tal complexidade e sua inerente dificuldade de parametrização, optou-se pelo

uso de inteligência artificial (IA) aplicada a uma determinada comunidade de dentistas. A

opção pelos dentistas ocorreu pelo interesse do autor e pela aparente simplicidade deste tipo

de rede, pois em geral a decisão não é difusa na empresa individual, ou seja os serviços

dentários são ofertados por empresas individuais que trabalham em cooperação com outras

empresas assemelhadas na configuração na sua estrutura de governança interna.

A interdisciplinaridade da ciência cognitiva iniciou-se na década de 1970, composta pela

Psicologia, Filosofia, Lingüística, Antropologia, Neurociência e Ciências da Computação

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13

(MILLER, 2003). Em sua fase inicial, as simulações de processos cognitivos foram feitas por

Herbert Simon (1955). Contudo muitas das simulações utilizadas nas ciências sociais

perderam sua reputação por aclamarem ambiciosamente suas capacidades preditivas

(CEDERMAN, 2003). Para que a modelagem possa se aproximar da realidade, todos os

processos interativos devem ser cuidadosamente estudados e traduzidos para a linguagem

computacional, sendo que um pequeno erro inicial pode alterar completamente o resultado da

modelagem.

A disseminação e o uso de informações num determinado sistema social podem ser

comparados a um sistema adaptativo complexo, um sistema com grande número de

indivíduos que interagem gerando um comportamento coletivo visível (BONNICI;

WENSLEY, 2002; GOLDENBERG; LIBAI; MULLER, 2001; GRANOVETTER, 1976;

HEGSELMANN; FLACHE, 1998; MACY; WILLER, 2002; NAGPAL, 1999;

TESFATSION, 2005), algumas vezes imprevisível (OPENING, 2004). Um sistema complexo

é caracterizado por poder ser configurado em um número extremamente grande de maneiras,

adaptativo por responder a estímulos ambientais e auto-organizador por apresentar uma forte

tendência a se estabilizar em padrões em sua configuração (FOLEY, 2003).

O fenômeno de difusão em sistemas sociais tem sido intensamente estudado por cientistas

sociais, economistas e acadêmicos de administração nos últimos 30 anos. A IA, utilizada em

fenômenos de difusão como estudo de aspectos evolucionários de sistemas sociais,

distribuição populacional, rebeliões, sistemas econômicos, sistema imune, tráfego

automobilístico e determinação da estrutura espacial de proteínas possibilitou modelar

processos de interação entre indivíduos e com isso aprofundar o conhecimento na teoria

social. Sua aplicação se estende ao estudo de formação de alianças entre profissionais de

modo a compartilhar custos ou minimizar riscos, estudo de processos cognitivos como

decisões gerenciais e comportamento do consumidor, simulações em finanças e estudo

mercadológico.

O objetivo social da IA não é o de prever a evolução do sistema, mas o de manipular os

processos envolvidos de modo que a partir de interações individuais simples haja a

emergência de fenômenos coletivos complexos. São criadas sociedades artificiais compostas

por agentes que interagem entre si por meio de mecanismos de imitação, competição,

cooperação e aprendizado. Na I.A. há um foco no processo dinâmico, contrariamente às

Page 14: Dissertacao Mestrado

14

análises estatísticas que consideram as condições iniciais e finais de um determinado sistema.

A computação evolutiva é uma ferramenta que visa complementar o conhecimento existente,

pois, por meio de uma abordagem não linear, sistemas complexos são modelados e

elucidados.

A modelagem baseada em agentes (MBA) é uma metodologia computacional que permite ao

pesquisador criar, analisar e experimentar sociedades artificiais compostas por agentes que

interagem de maneira não trivial e local, constituindo seu próprio ambiente de maneira

emergente (AXELROD; TESFATSION, 2004; CEDERMAN, 2003; EPSTEIN; AXTELL,

1996; GANGULY et al., 2004; MACY; WILLER, 2002; MITCHELL, 1998; NAGPAL,

1999; SAWYER, 2002 e 2003). Os parâmetros da modelagem que foi realizada devem ser

cuidadosamente estabelecidos seguindo o referencial teórico para que a modelagem seja

representativa da realidade e do que já foi estudado sobre o assunto. No processo de

construção e individualização de parâmetros existe a possibilidade de se verificarem lacunas

na teoria. A modelagem é, portanto, uma estruturação em linguagem matemática do

referencial teórico.

A MBA que relaciona os níveis micro e macro é uma nova ferramenta relevante de pesquisa

teórica para sociólogos (HALPIN, 1999; MACY; WILLER, 2002) por meio da qual se podem

realizar abstrações. ACs têm sido utilizados na modelagem de fenômenos reais que não são

analiticamente tratáveis, como a difusão de informações, dada a natureza local das interações

sociais (AERODYNAMIC, 2004; BOCCARA; FUKS, 1999).

Em sistemas adaptativos complexos, a computação é utilizada para simular a geração de

macrofenômenos globais com base no comportamento e em processos cognitivos individuais

de seus agentes no nível micro, ou seja, no nível dos indivíduos. Esses interagem ao longo do

processo de convivência no mesmo ambiente, de modo que a configuração final do ambiente

se modela de acordo com a qualidade e quantidade de interações individuais, ou seja, é gerado

um macro-fenômeno ambiental com base em interações locais simples, em que cada indivíduo

interage com seu(s) par(es), sem a existência de um controle central a mediar as interações. O

ambiente é simultaneamente causa e efeito das interações, ou seja, num ambiente (macro) de

intensa competitividade, indivíduos (micro) procurarão o estabelecimento de alianças entre si,

de modo a reagir à demanda ambiental ocasionando um novo posicionamento espacial e/ou

estratégico, que criará novas condições ambientais para si, para seus aliados e para seus

Page 15: Dissertacao Mestrado

15

concorrentes. O novo ambiente então gerará novas demandas sobre os participantes, retro-

alimentando o processo. A abordagem de um estudo pode, portanto, ser no nível micro, macro

ou em ambos. O presente estudo focará em ambos os níveis, com foco na dinâmica micro-

macro. O nível micro, através das interações individuais cria uma dinâmica que se reflete no

nível macro. A nova configuração macro por sua vez atua no nível micro alterando o

equilíbrio estático e criando uma dinâmica que se repete em cada ciclo do AC.

O presente estudo modelou estruturas internas de decisão por meio de variáveis referentes a

escopo do negócio, escopo da parceira, força dos laços atuais e grau de importância dado aos

diferentes critérios de decisão quando da seleção de parceiros, sendo eles: indicação por um

laço forte, indicação por um laço fraco, reputação, distância física, qualidade, condições

financeiras e grau de complementaridade de recursos. Variáveis moderadoras foram inseridas,

como grau de propensão à aliança, estabilidade da aliança, impulsividade e influência do

perfil da rede.

Na Figura 1 ilustram-se as variáveis utilizadas neste estudo. As variáveis independentes (sete

ao todo) são os critérios que orientam a adesão ou não de determinada empresa para participar

de uma aliança. Em sua tomada de decisão, a mesma é influenciada pelo seu grau de

impulsividade, seu grau de propensão à aliança, grau de estabilidade da aliança e influência

do perfil da rede. Logo, têm-se quatro variáveis como variáveis moderadoras do processo de

decisão.

Figura 1 – Variáveis utilizadas neste estudo. Fonte: O Autor

Variáveis IndependentesForça do laço

Escopo do negócioEscopo da aliança

Estabilidade da aliançaCritérios de seleção de parceiros

Indicação por laço forteIndicação por laço fracoQualidade do eventual parceiro

Reputação do eventual parceiroProximidade do eventual parceiroCondições financeiras oferecidas

Complementaridade de recursos

Variável DependenteDistância entre indivíduos

Variáveis ModeradorasImpulsividade

Propensão à aliançaEstabilidade da aliança

Influência do perfil da rede

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16

As variáveis independentes consistem nos requisitos para formação de alianças, ao passo que

as variáveis moderadoras forma selecionadas pois interferem no processo de tomada de

decisão de escolha de parceiros numa aliança.

O objetivo deste estudo foi o de analisar o processo dinâmico de seleção de parceiros na

formação de redes de negócio em Odontologia a partir de um conjunto de características dos

potenciais parceiros e tem como objetivo secundário verificar a influência das interações entre

os participantes de uma rede de dentistas na dinâmica da aliança, ou seja, a dinâmica da

cooperação.

No capítulo 2 desta dissertação apresenta-se o referencial teórico, que esclarecerá e justificará

as variáveis do estudo. No capítulo 3 apresentaremos os procedimentos metodológicos que

foram utilizados na pesquisa de campo e no capítulo 5 a análise dos resultados.

Page 17: Dissertacao Mestrado

17

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo apresentam-se os construtos envolvidos neste estudo. Apontam-se caminhos de

como operacionalizá-los na pesquisa de campo, à medida que os conceitos são desenvolvidos.

2.1 REDES SOCIAIS Redes sociais são “um agrupamento de núcleos (pessoas, organizações) ligado por um leque

de relações sociais (amizades, transferências de fundo, etc.) de um tipo especifico”(GULATI,

1998). Tais relações sociais são denominadas laços.

A presente pesquisa trata de relacionamentos sociais informais entre os atores, produzindo

uma organização emergente num setor onde a alta competição levou as empresas participantes

a buscarem uma economia de escopo (CHANDLER, 1999; PETERAF, 1993), dado que em

poucas empresas estudadas há demanda suficiente para se beneficiarem de uma economia de

escala. A rede estudada é caracterizada pela não existência de contratos de exclusividade, o

que diminui sua estabilidade; pela existência de laços fracos entre os participantes da rede,

uma vez que o escopo de muitas das empresas integrantes se sobrepõe. Os tratamentos

multidisciplinares, por sua vez, caracterizam a complexidade de soluções ao cliente e atuam

como mecanismo integrador.

Quanto pior a percepção do contexto econômico vigente, maior o grau de aceitação, pelo ator,

de idéias contrárias às próprias e mais importância é dada por ele à indicação de um parceiro a

partir de laço fraco, evidenciando maior frouxidão em seus critérios de escolha de parceiros.

Granovetter (1973) aborda a estrutura de comunicação, i.e., transmissão de informações, em

redes sociais por meio dos princípios de interação em pequena escala. O autor discute a

influência macro dos laços fracos e fortes na difusão de influências e informações e

organização da comunidade. A informação é difundida para um número maior de indivíduos e

atravessa uma distância social maior quando passada por laços fracos em vez de laços fortes.

O autor explica que a força de um laço depende da quantidade de tempo despendida,

intensidade emocional, intimidade, serviços recíprocos. Os laços são fracos quando há pouco

tempo despendido na relação, pouca intensidade emocional e intimidade, e pequena

quantidade de serviços recíprocos; são fortes quando essa relação é mais intensa. A força de

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18

um laço intensifica-se à medida que os atores interagem entre si, diminuindo suas diferenças

individuais.

As redes são configuradas pela definição de papéis, relações e atribuições individuais;

estabelecem mecanismos de cooperação sem, no entanto, eliminar os conflitos e a competição

(CARVALHO, 2002). O conceito de redes sociais trata do fluxo de informações e influência

entre indivíduos. A força do laço tem especial importância na estabilidade da rede e na

receptividade de um indivíduo à opinião de outrem.

Atualmente algumas observações de Granovetter são contestadas por autores que argumentam

existir imperfeições estruturais e cooperativas na transmissão de informações para a tomada

de decisões (FRENZEN; NAKAMOTO, 1993). Num nível macro, as imperfeições de

mercado situam-se na estrutura dependendo da densidade relacional. Numa estrutura com

densidade relacional baixa, existem lacunas que impedem que a informação chegue a certos

atores. No nível micro, a existência ou não de cooperação pode interferir na transmissão de

informações, uma vez que um dado ator pode decidir transmitir ou não a informação, de

acordo com seus interesses, que podem ser diferentes dos interesses coletivos. Essa visão de

um indivíduo como um decisor ativo dominou as análises econômicas de comportamento

baseadas na Teoria da Agência em evasões de trabalho (ALCHIAN; DEMSETZ, 1972) e na

conduta competitiva em Teoria dos Jogos (AXELROD, 1980).

Jones et al. (1998) referem-se a redes de negócios em serviços profissionais como se fossem

constelações. Quando os membros perseguem uma estratégia individual, eles empregam

uma lógica individual e a estabilidade da constelação não é de importância primária. Essa

estratégia permite a troca de membros entre constelações e requer mecanismos de governança

para coordenar interações. No caso de os membros escolherem uma estratégia coletivista, há

o foco nos benefícios mútuos e o emprego de uma lógica relacional. Tarefas em serviços

profissionais envolvem expertise individual e interdependência no grupo entre as firmas de

serviços profissionais, para uma solução conjunta e normalmente complexa. Tal fato cria

tensão e cria a possibilidade de dano moral entre os parceiros, proveniente do auto-interesse.

A comunicação diminui a distância social entre os indivíduos e induz à postura cooperativa

(BOWLES; GINTIS, 2000). A comunicação nas redes sociais está sujeita aos dilemas sociais,

em que a racionalidade individual e a racionalidade coletiva conflitam. O dilema de

Page 19: Dissertacao Mestrado

19

comunicação é um tipo de dilema social, que ocorre quando o interesse da rede é

incompatível com o interesse pessoal que pode ser o de não compartilhar a informação. O

dilema advém da incompatibilidade de que a melhor escolha racional possa a de ocultar a

informação. Contudo, tal conduta prejudicaria o alcance de objetivos pelo grupo

(BONACICH, 1990; ZENG; CHEN, 2003).

Os relacionamentos entre os atores são únicos e representam o padrão de interação entre eles.

Numa tentativa de se descrever a substância de relacionamentos, pode-se afirmar que são

constituídos de vínculos entre os atores, elos de atividade e laços de recursos. Laços de

recursos são relações originadas pela utilização de recursos comuns pelos atores. Elos de

atividade são relações entre atores, desenvolvidas com atividades comuns a eles. Os vínculos

entre os atores além de serem sociais, culturais ou tecnológicos, podem apresentar distâncias

entre si, as quais são relativas (FORD et al., 2003).

No presente estudo foi utilizada a distância entre atores, da mesma maneira que o fizeram

Burt (1976) e Gulati (1995). A distância mensurará as discrepâncias entre as características

pessoais dos indivíduos e o líder, que foi chamado de pivô, ou seja, de acordo com a

composição das variáveis internas de cada indivíduo, ele assumirá um posicionamento

relativo aos demais indivíduos por um parâmetro de comparação, o pivô.

Dada uma certa distância entre os atores, i.e., a discrepância entre características e a

existência de particularidades comuns, eles podem vir a se tornarem conscientes da existência

recíproca, comunicar-se, despertando o mútuo interesse e, conseqüentemente, desenvolvendo

um relacionamento. Com o passar do tempo e com sucessivas transações, desenvolvem-se

elos de atividade entre atores. Contudo pode haver a necessidade de adaptações, que criam

dependência mútua e têm custos de oportunidade, pois limitam a possibilidade de o ator se

adaptar a outros. Essa mútua adaptação é relevante para a pesquisa, pois pode existir uma

convergência, ainda que artificial, de valores distintos com a finalidade de poder levar a cabo

um determinado empreendimento (FORD et al., 2003).

H1 Quanto maior a força do laço entre dois atores, maior a estabilidade de uma eventual

aliança entre eles.

Page 20: Dissertacao Mestrado

20

A transmissão da comunicação está sujeita a interesses que geram custos de agência

(JENSEN; MEEKLING, 1976) e distorções (GRANOVETTER, 1973; ALBAUM, 1967) com

um limite de distância a partir do qual não é mais praticável a sua transmissão

(GRANOVETTER, 1973) e no qual a informação perde sua validade para o gestor

(ARGYRIS, 1976). Os interesses de um indivíduo podem ser conflitantes com aqueles para o

qual a informação foi conduzida. Isso faz com que a informação possa conter alguns detalhes

ocultos, o que gera uma distorção dela. Com isso, quanto maior a distância a ser percorrida

pela informação, maior a possibilidade de distorções em seu conteúdo, o que faz com que a

informação perca sua validade após sucessivas transmissões.

O fluxo da informação é diretamente proporcional ao número de trajetórias com alta

intensidade e inversamente proporcional ao comprimento delas. A estrutura da rede pode

originar uma imperfeição de mercado no nível macro pois a informação pode não atingir

determinada parcela da rede, mas apenas devido à inexistência de um canal de comunicação,

um buraco estrutural (BURT, 1997). O conceito de densidade relacional é definido com a

quantidade de relações diádicas existentes numa determinada rede. Quanto mais os

participantes de uma rede possuírem relações com os outros membros, maior foi a densidade

relacional da rede. Uma rede com densidade relacional baixa reduz a eficiência da

transmissão da informação boca-a-boca, contrariamente a uma rede com densidade relacional

alta, que possui menor número de interrupções no fluxo da informação. É relevante salientar

que numa rede com densidade relacional alta, a velocidade de transmissão da informação é

maior.

Na Figura 2 ilustra-se o buraco estrutural interno numa estrutura circular. Os círculos

identificam os indivíduos; as linhas contínuas, os laços fortes; as linhas tracejadas, os laços

fracos. Assumindo-se comunicação bidirecional, o buraco estrutural entre 7 e 8 na Rede B

interrompe o fluxo de informação por transitividade de 1 a 7 na Rede B. Contudo tal

interrupção é contornada pelos laços fracos existentes (GRANOVETTER, 1973). Ao mesmo

tempo, há um buraco estrutural entre as redes A e C, contornadas por 1, 2 e 3 da Rede B que,

segundo Burt (1997), é uma descontinuidade entre contatos não redundantes numa rede.

Page 21: Dissertacao Mestrado

21

Figura 2 – Buracos estruturais e relações diádicas. Fonte: O Autor, baseado em Burt (1997)

O buraco estrutural é uma oportunidade que reúne indivíduos localizados nos pontos opostos

do buraco. A estrutura de uma rede indica a redundância dos benefícios de informação. Uma

grande redundância é normalmente representada pela alta coesão dos contatos, como ocorre

na Rede A e pela equivalência estrutural dos contatos. Contatos possuem equivalência

estrutural quando ligam um indivíduo a uma terceira parte. É o que ocorre com a ligação

entre o indivíduo 6 e o 3 da Rede A, tanto pelo 2 quanto pelo 4 (verdes) que são, portanto,

contatos equivalentes numa rede. Contatos não redundantes oferecem benefícios de

informação que são aditivos e entre eles existe o buraco estrutural, uma conexão

relativamente fraca que preenche a lacuna (BURT, 1997). O buraco estrutural entre dois

clusters numa rede não significa que as pessoas não sabem das outras, mas que as pessoas em

cada lado do buraco circulam com diferentes fluxos de informação. Um indivíduo que esteja

conectado aos dois lados do buraco, como é o caso do indivíduo 4 da Rede B, tem o privilégio

de possuir maior riqueza de informações (BURT, 1997). Nota-se que, na Rede B, há duas

subunidades, a composta pelos indivíduos 4, 5, 6 e 7 e a composta pelos indivíduos 8, 1, 2, 3 e

4. A primeira não possui conexões diretas com a Rede C, caracterizando o buraco estrutural.

Entre as três redes apresentadas, o indivíduo com maior concentração de informação é o

indivíduo 4 da Rede B, uma vez que é o único que tem acesso às Redes A, C e às duas

subunidades da Rede B. Os círculos azuis mostram os indivíduos que exercem o mesmo

Page 22: Dissertacao Mestrado

22

trabalho numa rede. Quanto menor o número de indivíduos que exercem o mesmo trabalho

numa rede, maior o monopólio das atividades por esses indivíduos e maior a dependência dos

indivíduos daquela rede em relação ao gerente, pois a informação não estará disseminada.

Logo, o capital social é mais valioso pois o conhecimento e a informação são pouco explícitos

e o controle, dificultado. É o que ocorre na Rede B. Na Rede C, em que vários indivíduos

fazem o mesmo trabalho, os custos de controle pelo gerente são menores, pois a rede “anda

sozinha”, possui rumos de ação mais bem definidos por guias informais que servem de

mecanismo central de coordenação (BURT, 1997). A Rede B, mais centralizada e burocrática,

afasta-se do conceito de organização em rede.

Os conceitos de buraco estrutural e fluxo de informação apresentados acima permitem

elaborar a segunda hipótese de pesquisa.

H2 Um buraco estrutural na rede de negócios tem efeito local.

H3 A presença de um buraco estrutural leva o indivíduo a afastar-se da rede.

A força do laço entre parceiros foi medida como descrito abaixo:

x1i Força do laço com atuais parceiros foi calculada pelo produto do número de pacientes

indicados ao parceiro por semana, e tempo de indicação mais o número de pacientes recebidos

de parceiros na semana e quanto tempo existe o recebimento, sendo compatível com o

disposto por Granovetter (1973). Quanto mais forte o laço entre dois indivíduos, maior a

redundância de informação e mais similares eles serão. Corresponde à soma do grau de

serviços recíprocos, o tempo de relacionamento e a intensidade da relação.

2.1.1 Alianças interfirmas

Aliança é “qualquer cooperação interfirma que se enquadra entre os extremos de contratos

discretos, de curto prazo e a completa fusão de duas ou mais organizações” (CONTRACTOR;

LORANGE, 2002). No Quadro 1 ilustra-se o espectro dos arranjos cooperativos.

Page 23: Dissertacao Mestrado

23

Quadro 1. Espectro de arranjos cooperativos.

| ALIANÇAS |

Contratos curtos e únicos

Contratos relacionais

Relacionamento contratual de médio prazo

Relacionamento na cadeia de suprimentos de médio a longo prazo

Joint-

Venture

Fusão completa ou aquisição

Longevidade esperada da aliança

Menor Tamanho típico e conseqüência Maior

Comprometimento mútuo entre parceiros

Fonte: Contractor e Lorange (2002)

Os proprietários de recursos aumentam a produtividade por meio de especialização

cooperativa e isso leva à demanda por organizações econômicas que facilitam a cooperação.

Tal cooperação poderá ser obtida dentro da firma ou entre mercados. Na produção em equipe,

os ganhos dos comportamentos de cooperação do time são maiores que a soma dos ganhos

individuais, envolvem vários tipos de recursos e nem todos recursos pertencem a uma mesma

pessoa (ALCHIAN; DEMSETZ, 1972).

Nos arranjos cooperativos identificam-se sete objetivos “mais ou menos sobrepostos”

(CONTRACTOR; LORANGE; 1988):

- redução de riscos;

- obtenção de economias de escala e/ou racionalização;

- trocas tecnológicas;

- bloqueio da competição;

- superação das barreiras de investimento;

- facilidade de expansão internacional;

- aquisição de vantagens de quase-integração vertical da união de contribuições

complementares dos parceiros na cadeia de valor.

O princípio econômico por trás da formação das alianças é o de que a soma das partes é maior

do que o todo, conforme afirmam Axelrod e Tesfatsion (2004). A escolha dos indivíduos, para

se organizarem individualmente ou em grupo com a mesma tarefa, depende de sua função de

utilidade.

Page 24: Dissertacao Mestrado

24

Contrariamente às colaborações, em que as empresas buscam diminuir seu risco, perdem em

dinamismo e aprendizado mútuo, as alianças estratégicas são caracterizadas por grande

incerteza e ambigüidade, o modo pelo qual o valor é criado não é preestabelecido, a evolução

do relacionamento é de difícil previsão, o posicionamento como parceiro ou rival é volátil, o

gerenciamento da aliança ao longo do tempo é mais importante do que o desenho formal

inicial e a adaptabilidade à mudança está mais relacionada ao sucesso que os acordos. A

instabilidade que caracteriza as alianças se deve a custos de agência provenientes de funções

de utilidade particulares das partes envolvidas. As fontes de instabilidade são: mercados e

tecnologias emergentes, competidores, parceiros e mudanças ambientais regulatórias. Os

gerentes da aliança não podem simplesmente ajustá-la inicialmente e esquecer; devem

continuamente se adaptar aos objetivos móveis, exigindo, portanto, uma mudança no estilo

gerencial. Alianças então assumem um caráter evolucionário, à medida que se afastam de

objetivos fixos, como fazem as joint-ventures tradicionais (DOZ; HAMEL, 1998).

As condições da aliança poderão modificar-se devido ao fortalecimento da posição

estratégica, ao aprendizado oportunista com o intuito de adquirir os recursos valiosos do

parceiro, perda de reputação ou ainda pelo desenvolvimento de recursos inicialmente

inexistentes gerando o aparecimento de uma sobreposição operacional.

O Quadro 2 exibe os principais contrastes entre as alianças tradicionais e as atuais. Pode-se

perceber que a nova perspectiva trata alianças como um processo evolutivo complexo e

instável, com objetivos móveis, em que uma empresa pode aliar-se a vários parceiros. A

evolução das alianças é ponto fundamental da modelagem utilizada, pois com ela percebe-se

um ponto de vista além da análise estática, estável e duradoura do pensamento tradicional.

Quadro 2 – Pensamento tradicional x atual em alianças. Sabedoria convencional Nova perspectiva A aliança cria valor ? Para quem ? Análise custo benefício Avaliação estratégica complexa Prioridade de criação de valor Ênfase na captura de valor Complementação simples Coespecialização complexa Estrutura inicial Processo evolutivo A criação de valor suporta o teste do tempo ? Conjunto de objetivos fixos Objetivos móveis Negociação simples Negociação múltipla Comprometimento Criação e manutenção de opções Adquirir longevidade Adquirir competitividade Existe reconciliação de prioridades e proecupações conflitantes ?

Page 25: Dissertacao Mestrado

25

Colaboração Colaboração e competição Interdependência Risco de dependência desbalanceada Confiança Interesse mútuo Como será o gerenciamento da crescente rede de alianças? Casamento Diplomacia Relacionamento único Rede de alianças Fonte: Doz e Hamel (1998)

Conforme ilustra a Figura 3, quando as empresas oferecem produtos diferentes e não são

competidoras diretas, pelo menos temporariamente, há uma complementaridade de recursos

com o objetivo de produzir um produto final único, cada empresa participa numa etapa do

processo de fabricação. Caso as empresas parceiras ofereçam produtos similares, mas cada

empresa produza seu próprio produto sobre matérias-primas oriundas do mesmo fornecedor,

tem-se uma aliança de fornecimento compartilhado. Caso a matéria-prima seja comum às

duas empresas, pode haver uma aliança entre competidores com a finalidade de oferecer um

produto comum.

Figura 3 – Tipos de alianças. Fonte: Dussauge e Garrette (1999)

Diferentes Similares

Ativos e habilidadesfornecidos pelas

empresas parceiras

Produtosespecíficos para

cada aliado

Produtocomum

Resultado da aliança

Complementaridade Fornecimentocompartilhado

Quasi-concentração

Firma A

Produto Produto Produto

Firma A Firma B

Firma BFirma A Firma B

Produto

Page 26: Dissertacao Mestrado

26

Os estados das alianças não são confinados unicamente num dos dispostos na Figura 3, mas

pode haver uma migração entre estados. Em seu artigo, Hamel, Doz e Prahalad (1989)

comparam os motivos pelos quais empresas americanas e japonesas formam alianças.

Concluíram que as empresas americanas se interessam por complementaridade de serviços,

dependendo do parceiro no upstream e têm como objetivo o desejo pelo produto, evitando

investimentos.

Figura 4 – Dinâmica do estágio inicial de alianças entre americanos e japoneses, no caso Rover x Honda. Fonte: O Autor

As empresas japonesas, por sua vez, ambicionam as habilidades do parceiro, muito

interessadas em aprender. As últimas copiam processos não cobertos pelo acordo de parceria,

analisam mercado e competidores, possuem uma seção específica para visitas dos parceiros,

controladas por gatekeepers.

Conforme ilustra a Figura 4, o produto AB dos americanos é dependente do subproduto B dos

japoneses, sem o qual não existiria. Os japoneses são, então, responsáveis pela pesquisa e

desenvolvimento de produtos que serão fornecidos aos americanos. O processo dominado

pelos americanos não envolve tanto know-how e pode ser aprendido e incorporado pelos

japoneses, o que pode ocasionar o fim da aliança. Após aprenderem os processos envolvidos

EUA

Processo A

Produto AB

JAPÃO

P&D

Dependência Aprendizado

Fim

Subproduto A

Subproduto B

NãoFim

Sim

NãoFim

Sim

Processo B

Page 27: Dissertacao Mestrado

27

no desenvolvimento do produto, os japoneses passam a produzir o mesmo produto AB, com

vantagens de custo devido à escala, utilizando seu poder em pesquisa e desenvolvimento

(P&D) para desenvolver novos processos que poderão originar novos produtos C, gerando

uma vantagem competitiva por diferenciação ou escopo (COLLIS; MONTGOMERY, 1997).

Como não são impostos limites ex ante à competição, não há uma mobilidade imperfeita de

recursos, pois as empresas tornam produtivos processos originários de outras (PETERAF,

1993). É o que ilustra a Figura 5. Os losangos representam as decisões sobre a formação de

alianças e sobre o que produzir.

Figura 5 – Conseqüência da diferença de perspectiva entre americanos e japoneses, no caso Rover x Honda. Fonte: O Autor

O construto escopo das Alianças inter-firmas é operacionalizado pelas variáveis que

seguem:

x2i Escopo do negócio, composto pela soma de quantidades de especialidades envolvidas

no negócio, funcionários existentes, dias de atendimento na semana e número de pacientes

atendidos por dia. Quanto menor o escopo relativo do negócio na parceria, maior a proporção

de benefícios particulares que aumentam a oportunidade de a empresa acessar novos

Vantagem competitivapor diferenciação

(escopo)

Vantagem competitivapor custo(escala)

EUA

Processo A

Produto AB ($$$)

JAPÃO

P&D

Dependência Aprendizado

Fim

Subproduto A

NãoFim

Sim

NãoFim

Sim

Processo A e B

Produto AB ($)

Subprodutos A e B

P&D

NãoFim

Sim

Processo C

Produto C

Subproduto C

Fim Fim

Page 28: Dissertacao Mestrado

28

mercados não envolvidos na aliança (KHANNA; GULATI; NOHRIA, 1998), e podem gerar

um dilema social (BONACICH, 1990; ZENG; CHEN, 2003) e dificultando a formação da

aliança;

x3i Escopo da aliança, que é a quantidade de especialidades envolvidas na parceria, tanto

no sentido dentista-parceiro quanto no sentido parceiro-dentista. Esta mensuração foca

especificamente as transações comerciais que ocorrem na aliança e se sobrepões parcialmente

com a força do laço, que mensura não somente as transações comerciais, mas o envolvimento

emocional entre parceiros e o tempo no qual o relacionamento existe;

A variável de controle relacionada ao referido construto é:

x4i Grau de estabilidade da aliança. O grau de estabilidade da aliança considera o

planejamento estratégico da aliança, i.e., os benefícios que a aliança pode gerar, os objetivos

das empresas ao participarem daquela aliança, a área de atuação da aliança, grau de conflito

nela, objetivos dos envolvidos, os riscos envolvidos e a contribuição de ambas as partes para a

aliança. Tais fatores permitem prever a evolução da rede, determinam sua probabilidade de

sucesso e podem levar à convergência de características ao longo das sucessivas interações.

É considerada variável moderadora, à medida que interfere no processo de tomada de decisão

quando da escolha de parceiros, x12i , o grau de propensão à aliança. Ela foi operacionalizada

pela percepção do contexto atual em relação à saturação de profissionais, concorrência,

mudança tecnológica, custos e riscos envolvidos na prática da Odontologia e importância de

personalização do serviço (CONTRACTOR; LORANGE, 2002), dado que os serviços de

saúde são multidisciplinares, complexos e estão imersos num ambiente altamente competitivo

(CROUSE, 1991; DOZ; HAMEL, 1998).

O uso das variáveis citadas permitiu mensurar o estado atual dos relacionamentos comerciais

das empresas participantes da rede e, pela modelagem, verificar a evolução temporal das

alianças existentes.

Alianças são formadas para se criarem novas tecnologias ou tecnologias complementares por

meio do compartilhamento de expertise e aquisição de benefícios de escala, para aprender

Page 29: Dissertacao Mestrado

29

novas tecnologias a fim de diminuir o ciclo de vida do produto, para entrar em novos

mercados ou para reestruturar mercados atuais.

A colaboração numa parceria é fruto não somente do entendimento da necessidade de

colaborar, a disposição cognitiva, mas também da disposição em fazê-lo, i.e., a capacidade de

agir do indivíduo (KNIGHT, 2000). Para o sucesso da colaboração devem existir: confiança,

comprometimento e trabalho de equipe, dependentes da comunicação clara e apropriada, no

momento apropriado. O aprendizado, por sua vez, pode ser incremental ou aprendizado de

circuito simples, com mudanças de comportamentos, radical ou aprendizado de circuito duplo

(ARGYRIS, 1976), com insights em mudanças e processos ou, ainda, uma mudança de

princípios, o aprender a aprender, o aprendizado de circuito triplo (KNIGHT, 2000). Diante

de tais assertivas, pode-se argüir: como a ampliação do horizonte cognitivo pelo

esclarecimento aumenta a propensão ao aprendizado e à colaboração? A resposta é dada por

Granovetter (1973).

Admitindo-se que um indivíduo A1 pertencente ao grupo coeso A, isto é, de laços fortes,

adquira informações diversas com base num laço fraco B e entre em contato diretamente pela

comunicação ou indiretamente pela análise de crenças, valores e objetivos do grupo A, o

indivíduo A1 avalia as informações. Caso elas sejam compatíveis com as crenças, valores e

objetivos do grupo coeso A, os indivíduos A1 e B terão acesso a informações até então

mantidas fora de seu alcance. Tal acesso aumenta a propensão à colaboração entre os dois que

poderão desenvolver um laço forte a partir do momento em que os objetivos individuais

convirjam. De acordo com o tempo decorrido, o novo ponto de vista do indivíduo B, inserido

no grupo A, poderá gerar aprendizado em circuito simples, duplo ou triplo de B para o grupo

A ou vice-versa.

Uma conduta cooperativa ou competitiva surge da diferenciação do posicionamento espacial

do indivíduo na rede, uma vez que diferentes interesses estão relacionados a cada posição

(BONACICH, 1990). Um ator possui relações numa rede que partem dele e chegam até ele.

Essas relações tendem a se intensificar, ou seja, tendem a aumentar a quantidade ou qualidade

de troca com o crescimento da tecnologia e divisão do trabalho. Tais relações podem ser de

trabalho, econômicas, políticas ou de amizade (BURT, 1997). Os indivíduos periféricos de

uma rede podem-se relacionar por laços fracos com várias redes ao mesmo tempo a fim de

obter informações e vantagens de controle sobre os outros (AHUJA, 2000), ao mesmo tempo

Page 30: Dissertacao Mestrado

30

que permitem, a tais indivíduos periféricos, usufruir de benefícios como a isenção dos custos

de manutenção de uma rede associada com laços diretos (BURT, 1976). O posicionamento

periférico de um indivíduo numa rede poderá ocorrer através de sua própria escolha de não

participar daquela rede ou ainda pela segregação dos indivíduos da rede à qual está mais

próximo, pela divergência de objetivos estratégicos ou opiniões.

H4 Uma convergência de critérios de decisão ao longo das interações aumentará a segregação

de indivíduos que pensem diferente da rede.

Stuart (1998) estudou a formação de alianças estratégicas e em vez de focar as características

das empresas-alvo, focou seus posicionamentos, estratificando o ambiente competitivo em

duas dimensões, saturação e prestígio. O foco em posicionamentos é compatível com o uso

das discrepâncias individuais, i.e., distâncias, utilizadas neste estudo. Segundo Stuart, as

organizações são entidades com fronteiras discretas. A propensão à formação de alianças está,

portanto, nas similaridades entre as empresas participantes de um determinado ambiente, as

quais trocam informações. De acordo com a densidade de competição, pode haver uma

facilidade de transferência de informação, colusão e alianças entre as empresas, para se

evitarem esforços, investimentos e comprometimento de recursos duplicados. A reputação

também é fator de atração a empresas na formação de alianças, uma vez que pequenas

empresas podem aliar-se a empresas de prestígio e aumentar o nível de atenção da mídia,

clientes, funcionários e comunidade financeira

Segundo Contractor e Lorange (2002), existem alguns fatores que favorecem as alianças:

- mudanças da política governamental: desregulamentação, disseminação de leis de

propriedade intelectual e controle eficaz;

- gerenciamento do conhecimento em firmas: identificação de ativos baseados em

conhecimento em firmas, aceleração na taxa de mudanças tecnológicas, crescente diversidade

de fontes de conhecimento e aumento dos riscos e custos de P&D;

- mudanças na produção e distribuição: dependência externa e desconstrução da cadeia de

valor, a crescente importância estratégica da velocidade, customização e o crescente papel da

tecnologia da informação nos relacionamentos nas alianças.

Empresas bem-sucedidas são aquelas que não se esquecem de que seus parceiros podem estar

prontos para desarmá-las; as que informam toda a organização sobre habilidades e tecnologias

Page 31: Dissertacao Mestrado

31

que devem ser abertas ou bloqueadas aos parceiros e as que usam a aliança para adquirir

conhecimento fora dos limites da parceria e difundem-no por toda a organização. A harmonia

não é um estado estático, mas um processo de equilíbrio dinâmico com eventual conflito que

pode gerar uma colaboração mútua benéfica. Para que haja um ganho mútuo, deve haver

convergência de objetivos estratégicos e divergência de objetivos competitivos; o tamanho e

mercado dos parceiros deve ser pequeno comparado aos dos líderes e cada parceiro deve

acreditar que pode aprender com o outro ao mesmo tempo que limita acesso a habilidades

próprias (DOZ; HAMEL; PRAHALAD, 1989).

As características existentes no ambiente organizacional são classificadas por Das (2002) em

grau de sobreposição de mercado, posicionamento competitivo, perfil de recursos e reputação.

Quanto maior a sobreposição de mercado, maiores serão os conflitos de interesse entre

empresas parceiras. Quanto ao posicionamento competitivo, empresas mais fracas necessitam

de parceiros mais do que empresas fortes, uma vez que aquelas apresentam maior

vulnerabilidade estratégica. Um perfil de recursos complementar, assim como uma boa

reputação, não aumentam por si só a ocorrência de conflitos.

No presente estudo as alianças caracterizam-se como sendo do tipo co-especialização. Nesse

tipo de aliança o escopo estratégico é crítico, pois pode levar a conflitos insuperáveis (DOZ;

HAMEL, 1998), principalmente se as empresas atenderem ao mesmo mercado ou segmento,

pois as ambições serão comuns. O escopo econômico é definido pela amplitude de atividades

que ocorrem dentro das empresas em favor da aliança. Logo, uma empresa que não possua

uma estrutura enxuta em custos pode ter uma perspectiva e visão diferentes dos resultados da

parceria quando comparada à sua parceira.

Khanna, Gulati e Nohria (1998) argumentam que ainda que não haja assimetrias ex ante entre

firmas, pode haver assimetrias na alocação de recursos para aprendizado em alianças. O

escopo relativo das empresas determina a proporção entre os benefícios comuns, i.e.,

benefícios de aplicação coletiva na aliança e obtidos pelas operações da empresa na área

relacionada à aliança, e os benefícios particulares, unilaterais, obtidos às custas de aplicação

de habilidades originariamente pertencentes ao parceiro. Um elevado grau de sobreposição de

escopo diminui a busca por interesses particulares e conseqüentemente a competição,

aumentando os benefícios comuns, ceteris paribus, dado que o acesso ao know-how do

parceiro acrescenta pouca possibilidade de aprendizado para uso em atividades alheias às da

Page 32: Dissertacao Mestrado

32

aliança. Margens reduzidas produzem pressões para se buscarem economias de escala para se

diversificar em novos negócios com o intuito de adquirir economia de escopo, o que aumenta

a busca por benefícios particulares e pode comprometer a aliança (KOZA; LEWIN, 1999).

Segundo Ford et al. (2003), atores selecionam parceiros que possuam lógicas de ação

congruentes. Num estágio inicial, o ator avalia quais vantagens mútuas, investimentos,

adaptações e aprendizados seriam envolvidos no relacionamento, levando também em

consideração a confiança. É importante salientar que as necessidades e requisitos num

relacionamento não são perenes, mas contingentes e podem causar desde o fortalecimento até

mesmo a uma ruptura nos vínculos entre os atores. O custo envolvido na adesão a um novo

relacionamento deve ser compatível com a dinâmica de relacionamentos existentes do ator.

Num estágio seguinte, exploratório, os atores investem tempo para negociar, aprender e

reduzir as distâncias entre si, não havendo, contudo, rotinas estabelecidas ou maior

comprometimento.

Os padrões de interação estabelecidos durante esta etapa provavelmente estabelecerão o tom e

estrutura do relacionamento no futuro. No estágio de desenvolvimento a intensidade do

aprendizado aumenta e a confiança consolida-se por investimentos, adaptação informal e

intensificação das interações associados à ação efetiva. Esta fase caracteriza-se pela

coordenação de adaptações do novo relacionamento com os existentes. Finalmente, num

estágio de maturidade do relacionamento, estabelece-se a rotina e a institucionalização de

procedimentos e processos, reduzindo-se a incerteza. A maior parte dos insucessos em

alianças dá-se em seu estágio inicial de negociação. Ford et al. (2003) argumentam que a

adaptação informal é o principal indicador de comprometimento com o relacionamento e nem

todos os relacionamentos alcançarão estabilidade.

A literatura existente sobre alianças sugere três estágios de desenvolvimento: (1) formação,

quando a estratégia é formulada, acordos negociados, parceiros identificados e a aliança

configurada, (2) operacionalização, quando acordos são implementados e a aliança

efetivamente se inicia e (3) estágio de resultados, quando eles são obtidos e avaliados levando

à estabilidade ou reformulações.

No estágio de formação, existem as fases de reconhecimento, pesquisa, ajuste do

relacionamento e convergência. No estágio de reconhecimento, a empresa reconhece a

Page 33: Dissertacao Mestrado

33

necessidade da aliança. Na fase de pesquisa, a empresa procura por prospectos e avalia a

alocação de recursos. Em seguida, os parceiros negociam e elaboram um plano para

implementar o projeto. Após a implementação do plano, a aliança superou sua fase mais

crítica, assumiu um caráter menos instável (GEORGE; FARRIS, 1999). Essa transição a uma

fase menos instável é relevante para o estudo pois representa uma estabilidade maior da

aliança, que poderá surgir com base nas sucessivas interações.

Ring e Van de Ven (1994) argumentam que o processo de relacionamentos

interorganizacionais é um processo repetitivo, composto por fases de negociação,

comprometimento e execução, caracterizadas respectivamente por barganha formal, contrato

legal e psicológico e interações pessoais e de papéis. Durante o processo de desenvolvimento,

as condições existentes poderão ocasionar uma reformulação precoce ou, ainda, uma alta

estabilidade da aliança. Seguindo uma estrutura evolutiva, as alianças estão sujeitas a duas

condições: ajuste estratégico e ajuste operacional, que poderão levar à renegociação das

alianças. Para Doz (1996), existem as seguintes condições para formação de alianças:

definição de tarefas, rotinas do parceiro, interface da estrutura e expectativas de performance,

comportamento e motivos. Tais condições determinam a maneira pela qual o processo de

aprendizado se desdobra em uma aliança.

As características das alianças orientam as interações entre parceiros. Tais características são:

forças coletivas, aspectos negativos de conflitos entre parceiros e a necessidade de

interdependências (alianças). Forças coletivas são os talentos das empresas parceiras

relacionados a objetivos estratégicos comuns. Os conflitos têm sua origem nas diferentes

rotinas organizacionais, estilos de tomada de decisão, tecnologias, preferências individuais

(DAS; TENG, 2002) e comportamento oportunistas. As interdependências levam à

cooperação. A existência de confiança facilita a resolução de conflitos, reduz custos de

coordenação e comportamento oportunista pode ajudar as alianças a se adaptarem em

ambientes mutáveis. Os conflitos aparecem nos estágios iniciais do empreendimento e o

desafio real do gerenciamento da aliança está em transformar acordos colaborativos em

relacionamentos produtivos e efetivos (KELLY; SCHAAN; JONCAS, 2002).

As alianças interfirmas estão sujeitas a insucessos em seus estágios iniciais devido não só a

falhas de comunicação oriundas da grande distância entre os envolvidos mas também a

conflitos de personalidade (KELLY; SCHAAN; JONCAS, 2002).

Page 34: Dissertacao Mestrado

34

2.1.1.1 Critérios para a seleção de parceiros

No processo de seleção de parceiros, George e Farris (1999) argumentam que as empresas

tendem a realizar a seleção de parceiros baseadas em critérios técnicos facilmente

observáveis, como habilidades técnicas e capacidade financeira, ignorando ou subestimando

os critérios de compatibilidade pessoal, reconhecidamente importantes, principalmente nos

estágios iniciais de formação e estabilização da aliança. Há portanto uma preferência por

critérios quantitativos em relação aos qualitativos e subjetivos, sendo os últimos estudados

por Cullen, Johnson e Sakano (2000), que exploram os conceitos de capital de

relacionamento, confiança e comprometimento, que serão adequadamente abordados em

seção subseqüente.

Existem vários critérios relevantes na escolha do parceiro: ajuste estratégico, critérios

relacionados a capacidades e a relacionamentos, atitudes, custo, complementaridade de

recursos, entrega e capacidade gerencial (ARRÈGLE et al., 2003). Geringer (1991) classifica

os critérios como relacionados à tarefa e relacionados ao parceiro. Em seus estudos, encontrou

correlação positiva entre a importância percebida do fator crítico de sucesso e o peso relativo

do critério, e também a correlação positiva entre a dificuldade de desenvolvimento interno de

categorias e o peso associado a seu critério de seleção.

Juhantila e Virolainen (2004) e Kelly, Schaan e Joncas (2002) argumentam que existe um

subjetivismo na escolha, e classificam os critérios envolvidos na seleção de parceiros como

qualitativos e quantitativos. São considerados critérios qualitativos: qualidade, flexibilidade,

reputação, confiança, ética, competência, atendimento, know-how de complementaridade,

suporte técnico, facilidades, recursos e experiência passada. São considerados critérios

quantitativos: custo, prazo de entrega, desempenho, proximidade e formas de financiamento.

Kelly, Schaan e Joncas (2002) argumentam que os critérios qualitativos são geralmente

ignorados ou subavaliados quando há a seleção de parceiros.

Os autores citam os critérios, mas não os desenvolvem, por isto, procurou-se na literatura

referências para embasar a operacionalização dos critérios de decisão para efeito da pesquisa

de campo deste estudo. Apenas os critérios citados por mais de um autor foram incluídos na

pesquisa de campo. O Quadro 3 posiciona os autores e os critérios de seleção de parceiros

relevantes abordados na literatura sobre o assunto.

Page 35: Dissertacao Mestrado

35

Quadro 3 – Critérios de seleção de parceiros em diferentes contextos. Autor Foco da Parceria Categorias de critério de seleção C CM Geringer (1991)

Join-Ventures Internacionais

Conhecimento técnico, experiência gerencial, experiência passada, complementaridade, serviço ao cliente, experiência gerencial, localização das instalações, baixos custos por unidade, recursos organizacionais, reputação da empresa de origem e linha completa de produtos e serviços.

X

Arrègle et al. (2003) Aliança internacional

Recursos financeiros, capacidades técnicas, ativos intangíveis (reputação) e desejo de compartilhar expertise, complementaridade de recursos, competências únicas e complementares, capacidade gerencial, qualidade de produtos e serviços, capacidade técnica, experiência anterior e capacidade de adquirir competência distintiva.

X

Al-Khalifa e Peterson (1999)

Joint-Ventures internacionais

Critérios relacionados ao parceiro: características do parceiro, compatibilidade, motivação, comprometimenro, confiabilidade, localização, reputação, conhecimento pessoal Critérios relacionados à tarefa: recursos financeiros, serviço ao cliente, complementaridade de recursos e habilidades, competência técnica e gerencial.

X

Juhantila e Virolainen (2004)

Seleção de fornecedores

Qualidade de processo e produto, prazo de entrega, serviço, preço, baixos custos, tecnologia avançada, compatibilidade de estratégias, condições financeiras e flexibilidade

X

Fitzsimmons e Fitzsimmons

Seleção de fornecedores

Acesso, localização, customização, preço, qualidade, reputação e garantia.

X

Jones et al. (1998) Constelações de serviços profissionais

Competência distintiva, prestígio social e experiência passada.

X

Koza e Lewin (1999)

Alianças em serviços profissionais

Qualidade, estabilidade financeira, localização, comprometimento e exclusividade

X

Kelly, Schaan e Joncas (2002)

Alianças Quantitativos: distância física, capacidades técnicas e financeiras Qualitativos: confiança e cultura.

X

Hamel, Doz e Prahalad (1989)

Alianças Complementaridade de recursos. X

Cullen, Johnson e Sakano (2000)

Alianças Complementaridade de recursos. X

George e Farris (1999)

Alianças Confiança, ajuste estratégico e complementaridade de recursos.

X

Khanna, Gulati e Nohria (1998)

Alianças Experiência passada. X

Legenda (itens em negrito ressaltam os critérios que foram utilizados nesse estudo): C - Apenas citação dos critérios encontrada na referência CM – Citação e mensuração dos critérios presentes no estudo do autor Fonte: O Autor, com base nos autores citados no Quadro

Pela importância sugerida pelos autores, seguem os critérios escolhidos e os autores

associados ao desenvolvimento da forma de se mensurar o critério neste estudo.

Page 36: Dissertacao Mestrado

36

x5i Reputação do parceiro (AL-KHALIFA; PETERSON, 1998; FITZSIMMONS;

FITZSIMMONS, 2003; GERINGER, 1991). A reputação foi mensurada seguindo a idéia dos

formadores da reputação, que são: qualidade da estratégia, qualidade de seus

produtos/serviços, qualidade de seu gerenciamento, orientação para o mercado, inovação,

força financeira e confiabilidade;

x6i Proximidade do parceiro em relação à clínica do gestor e ao paciente (GERINGER,

1991; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2003);

x7i Qualidades do parceiro (ARRÈGLE et al., 2003; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS,

2003; GERINGER, 1991; HITT et al.,2000), correspondente ao conhecimento técnico,

facilidades físicas e equipamentos, aparência, atenção ao cliente e cortesia dos funcionários e

disposição em ajudar o cliente. A qualidade do parceiro se sobrepõe à reputação, por esse

motivo, serão mensuradas apenas uma vez;

x8i Condições financeiras oferecidas pelo parceiro ao cliente, composta pelas condições

de financiamento ao cliente e o preço cobrado do mesmo (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS,

2003; GERINGER, 1991; HITT et al.,2000);

x9i Complementaridade de recursos do eventual parceiro quando da escolha do mesmo

(GERINGER, 1991; HITT et al., 2000).

2.2 TOMADA DE DECISÃO, RACIONALIDADE E APRENDIZADO

O modelo decisório da economia clássica propunha a racionalidade absoluta, identificação e

definição dos problemas com base na análise de ameaças e oportunidades do ambiente,

seguida pela elaboração de diversas soluções possíveis, comparação exaustiva das

alternativas, decisão e implementação da decisão “ótima de acordo com critérios previamente

definidos (MOTTA; VASCONCELOS, 2002). O modelo da racionalidade limitada percebe

que não é possível a um tomador de decisões ter acesso a todas informações e possibilidades

de ação e processá-las, contentando-se com o nível satisfatório das decisões, numa

perspectiva mais modesta e realista.

Page 37: Dissertacao Mestrado

37

Segundo Simon (1978), o homem racional da economia é um maximizador, que objetiva nada

mais que o melhor; e é esse conceito que a economia empresta para as outras ciências sociais.

Pressupostos de racionalidade são comuns nas teorias psicológicas, antropológicas, políticas e

sociológicas. O que a economia possui, no entanto, é um tipo especial de racionalidade, a do

maximizador da utilidade. O comportamento racional, em que o homem é movido pela

satisfação e maximização de seus objetivos, permeou as ciências sociais. A visão do homem

como um ser racional não é peculiar à economia, mas é endêmica ao longo das ciências

sociais, nas quais as diferenças estão mais no âmbito do vocabulário do que na substância.

Simon ainda afirma que a mente reconhece padrões, assim como posições de peças num jogo

de xadrez disparam lembranças de padrões anteriores na mente dos jogadores.

A racionalidade limitada sai da perspectiva do homem maximizador para entrar na do homem

racional, que toma decisões com base em sua capacidade limitada de processamento e de dar

atenção somente àquilo que é relevante para sua tomada de decisão. O ser humano, ao

contrário da premissa de que parte a economia, não possui conhecimento de todas as opções

disponíveis. Não se pode receber e processar todo o conhecimento disponível. Simon (1955)

já considerava a dependência da escolha racional em relação aos efeitos do ambiente de

escolha e limitações cognitivas do decisor. Em seu artigo de 1978, parte do pressuposto de

que todo o comportamento humano possui um grande componente racional e que a economia

se preocupa largamente com os resultados da escolha racional, em vez de se preocupar com o

processo de escolha em si.

A racionalidade é diferenciada em substantiva e processual. A primeira trata do conteúdo da

decisão e a última envolve não só os efeitos da limitação cognitiva e incerteza, como

competição imperfeita, como também a assimetria de informação e expectativas. Afirma que

à medida que a economia se move em direção a uma crescente complexidade cognitiva, ela

deve-se preocupar cada vez mais com a capacidade dos atores de lidar com a complexidade.

Surge, neste contexto, a racionalidade de procedimento, que é a eficácia, à luz dos poderes e

limitações cognitivas humanas, dos procedimentos utilizados para se escolherem ações.

Contudo um ator racional, um indivíduo perfeitamente informado com capacidade cognitiva

infinita que maximiza uma utilidade fixa, não evolucionária, tem pouca relação com o ser

humano (EPSTEIN; AXTELL, 1996).

Page 38: Dissertacao Mestrado

38

Boudon (1998) argumenta que a Teoria da Escolha Racional não pode ser aplicada a todas as

situações e problemas, pois entende-se que a ação individual seja instrumental e, no entanto, a

maioria dos sociólogos reconhece que a ação individual pode ser não instrumental, por poder

incluir uma dimensão cognitiva. Para o indivíduo A, a melhor ação a ser executada pode ser a

ação X mas o mesmo age de maneira B, para satisfazer alguma necessidade, que poderá B

levar a X no futuro. Dada uma decisão, o indivíduo pode questionar seus valores anteriores e

podem surgir novas soluções, gerando inovação e mudança (MOTTA; VASCONCELOS,

2002).

Segundo Harvard (2004), o suporte empírico para a Teoria da Escolha Racional é superficial e

a lei de paridade talvez seja a competidora mais importante para a explicação da escolha

racional, pois vê a escolha não somente como um evento único ou um processo interno do

organismo, mas como uma série de eventos observáveis no tempo. Propõe que, em vez de

maximizar a utilidade, o indivíduo aloque seu comportamento em atividades de acordo com o

valor de cada uma delas, fornecendo uma “explicação poderosa” sobre comportamento

impulsivo e que também pode ser usada no entendimento de “fenômenos biológicos, como

seleção natural [...] e tomada de decisão econômica”.

Herrnstein (1990) argumenta, em seu artigo sobre a lei de paridade, que o ambiente modela o

comportamento do indivíduo e vice-versa. A visão econômica com suas origens em Adam

Smith propõe que a mão invisível do ambiente modela racionalmente e de modo dedutivo a

decisão humana de modo que o objetivo seja a maximização da utilidade. Não explica como

essa maximização ocorre e os resultados da escolha racional contradizem os reais. Por sua

vez, a Psicologia preocupa-se com processos que controlam o comportamento. Ambas as

visões propõem um equilíbrio, mas esta não vê a maximização da utilidade como fator de

equilíbrio. Baseado em que o comportamento subótimo é a regra, e não a exceção, a lei de

paridade diz que:

num estado de equilíbrio, o comportamento individual é distribuído entre alternativas de escolha de modo a equalizar os reforços de comportamento por unidade de comportamento investido, medido em tempo, esforço ou outra dimensão de comportamento restrita a um total finito (HERRNSTEIN, 1990).

Page 39: Dissertacao Mestrado

39

Tal declaração vai de encontro à teoria econômica, pois os reforços comportamentais podem

ser diferentes dos valores de utilidade do indivíduo e tais reforços são particulares a cada

alternativa e não globais como no caso da utilidade racional.

Em relação ao conhecimento, a atual teoria econômica implicitamente emprega uma teoria em

que as pessoas observam o mundo como ele é e, além disso, possuem a mesma informação e

conhecimento, uma vez que arcam com os custos de procura da primeira. Em seguida, são

capazes de processar a informação para adquirir o conhecimento envolvido nela e fazer

escolhas racionais. Contudo, a transmissão do conhecimento pode não ser efetiva e gerar uma

distância cognitiva entre os envolvidos.

Em empresas pequenas, como as do presente estudo, o conteúdo do conhecimento é

predominantemente tácito, exigindo que a força dos laços entre firmas seja fortalecida para a

transmissão do mesmo (NOOTEBOOM, 1999). A estrutura social pode afetar a estrutura

cognitiva individual e conseqüentemente o comportamento, de modo que os dois fatores

podem interagir, para convergir as crenças individuais e preferências na escolha do grupo

(FRENZEN; NAKAMOTO, 1993; NOOTEBOOM, 1999). Tal assertiva nos conduz à

formulação das quinta e sexta hipóteses:

H5 Num ambiente onde os indivíduos possuam a mesma racionalidade, uma maior força do

laço fará convergir critérios de decisão.

H6 Um indivíduo com racionalidade diferente do perfil da rede na qual se situa tende a

afastar-se da mesma.

A lógica de decisão de um indivíduo é influenciada pelo seu presente e passado, ou seja, pela

posição do ator num contexto específico e pelas características mentais, cognitivas e afetivas

dele, características essas formadas pela sua socialização passada. No tocante à lógica de

ação, Kahneman e Tversky, em 1979, contestaram a Teoria da Utilidade Esperada, que na

época era aceita como um modelo normativo de escolha racional, em que a expectativa de um

resultado U correspondia à soma das probabilidades p de expectativas de resultados x, ou seja:

U(x1,p1;......;xn,pn)=p1u(x1)+........+pnu(xn)

Page 40: Dissertacao Mestrado

40

Os autores propuseram um modelo alternativo, a Teoria do Prospecto, que considera também

o risco, por meio da seguinte equação:

)()()()(),;,( yvqxvpqypxV ππ +==

em que o valor de um prospecto V com probabilidade p de resultado x e uma probabilidade q

de resultado y é igual à soma dos pesos π das probabilidades, multiplicado pelo valor

subjetivo v daquele resultado específico.

H7 O peso e valor das decisões numa rede de negócios não estão diretamente relacionados à

maximização de utilidade dos indivíduos.

Em seu modelo derivado de um programa de inteligência artificial, Cohen e Axelrod (1984)

acrescentaram ao valor da utilidade um fator adaptativo que gera uma mudança da mesma,

uma vez que as decisões podem ser tomadas com base em crenças equivocadas sobre um

ambiente não completamente compreendido. Conseqüentemente, tal adaptação pode melhorar

o desempenho do gestor.

Segundo o modelo, as preferências se modificam em função da experiência, assim como

argumenta Eells (1982), ao enfocar o aprendizado bayesiano. As perspectivas econômica e

bayesiana lidam com a atualização de crenças diante da uma nova experiência, e mostram que

um processo de adaptação de utilidade bem estruturado pode ajudar as pessoas a decidirem

mais adequadamente (COHEN; AXELROD, 1984).

Do ponto de vista das organizações, elas adaptam-se ao ambiente evolutivamente em vez de

melhorarem seus posicionamentos por meio de um processo de intenção racional

(BRUDERER; SINGH, 1996). Tal conceito foi utilizado no nível micro na modelagem

proposta.

Segundo Ozernoy (1991) as etapas da tomada de decisão processadas na mente do gestor são

as seguintes:

a) definição de características e contingências do problema (ambiente, risco, incerteza,

assimetria, qualidade, fidelidade, confiabilidade e quantidade de informação, custo de análise

Page 41: Dissertacao Mestrado

41

e tempo disponível para solução imposto pelo ambiente ou pelo próprio indivíduo) e do gestor

(crenças, valores, racionalidade limitada, experiência passada, expectativas futuras,

interesses);

b) estruturação do problema de decisão;

c) formulação do modelo de preferência levando em conta informações relevantes;

d) avaliação e comparação de alternativas em termos de possibilidade de perda ou

ganho.

No momento em que o custo marginal da pesquisa supera a melhora marginal das alternativas,

o indivíduo interrompe a busca por alternativas e decide por aquela que satisfaz seu nível

mínimo de aspiração.

2.2.1 Impulsividade O comportamento impulsivo normalmente é associado com imaturidade, pouca inteligência e

desvio social. Impulsividade pode ser conceituada como “uma tendência a responder

rapidamente a um dado estímulo, sem deliberação ou avaliação das conseqüências”

(GERBING; AHADI; PATTON, 1987) ou como escolhas comportamentais que não teriam

sido feitas caso elas fossem consideradas em termos de suas conseqüências de longo prazo

(ROOK; FISHER, 1995). Podem ocasionar comportamento consumista (GERBING et al.,

1987; ROOK; FISHER, 1995), cleptomania, vício em jogos, piromania e desordens

explosivas.

O impulso per se não leva necessariamente à ação, pois vários fatores podem interferir na

ação, os quais Rook e Fisher (1995) denominam avaliações normativas. Várias características

comportamentais são associadas à impulsividade (Figura 6), como atração emocional pela

escolha, resposta afirmativa a impulsos, avaliações com perspectiva de curto prazo,

irracionalidade, propensão ao risco e pouco tempo despendido na consideração de

possibilidades envolvidas na decisão.

Page 42: Dissertacao Mestrado

42

Descuidado

Impaciente

Distraído

Incansável

Desafiador

Rápida decisão

Evita planejamento

Espontâneo

Não persistente

Enérgico

Impulsivo

Compra impulsivamente

Evita complexidade

Não reflete

Descuidado

Impaciente

Distraído

Incansável

Desafiador

Rápida decisão

Evita planejamento

Espontâneo

Não persistente

Enérgico

Impulsivo

Compra impulsivamente

Evita complexidade

Não reflete

Figura 6 - Estrutura da impulsividade de auto-referência. Fonte: Gerbing et al. (1987)

São consideradas variáveis moderadoras, à medida que interferem no processo de tomada de

decisão:

x10i , o grau de impulsividade é medido pela facilidade e rapidez com a qual um determinado

indivíduo adere a uma rede. É obtido pela soma do tempo de análise utilizado previamente à

decisão, grau de influência da emoção na decisão, grau de aversão ao risco, prazo de

planejamento e grau de análise qualitativa e quantitativa dos benefícios e valores gerados pela

parceria (DOZ; HAMEL, 1998; GERBING; AHADI; PATTON, 1987; ROOK; FISHER,

1995).

A mensuração da impulsividade é importante para o estudo, pois avalia a facilidade de um

indivíduo aderir a uma determinada rede. A literatura exibe uma disparidade de itens para a

mensuração da impulsividade o que evidencia uma falta de estrutura teórica sobre a qual se

possa conceituar impulsividade (GERBING et al, 1987). Após o estudo de autores que

mensuram impulsividade optou-se pela forma como Gerbing et al. (1987) mensuraram, pois

foi considerada a mais completa e consistente. Um indivíduo impulsivo possui alta velocidade

de resposta. A lei de paridade relaciona velocidade de resposta com tendência da resposta,

reforço e grau de sensibilidade ao reforço do comportamento. Numa tentativa de relacionar a

lei de paridade com a influência dos laços fortes na decisão, foram usados os argumentos da

lei de paridade generalizada de Baum para duas alternativas, 1 e 2:

Page 43: Dissertacao Mestrado

43

( ) RSRRkBB 2121 // = (1)

onde:

B velocidade absoluta da resposta;

k tendência da resposta;

R reforço pela resposta;

SR grau de sensibilidade ao reforço do comportamento.

Por meio dessa lei, nota-se que diante de duas alternativas o indivíduo possui tendências de

resposta particulares a cada uma delas. Essa resposta é potencializada pelo grau de

sensibilidade ao reforço do comportamento de cada uma, e o reforço é moderado em sua

quantidade e intervalo de tempo. Supondo-se que a escolha de uma alternativa A gere uma

indisposição moral em relação às crenças e valores dos indivíduos com os quais o ator

mantém um relacionamento do tipo laço forte, o indivíduo optará pela alternativa B, pois

possui maior sensibilidade ao reforço do comportamento, nesse caso negativo ou até mesmo

punição à escolha da alternativa A. O laço, sendo forte, aumenta a velocidade absoluta da

resposta pois impõe, pela moral, a resposta esperada e o reforço, conseqüentemente levando a

resposta a uma tendência compatível com a do grupo. Essa lei exemplifica o mecanismo da

impulsividade, uma vez que, quanto mais impulsivo o indivíduo, menor sua sensibilidade ao

reforço do comportamento devido à desconsideração de fatores envolvidos no momento da

escolha. Uma maior força do laço, porém, aumentará a sensibilidade do indivíduo ao reforço

do comportamento, influenciará a tendência de resposta do indivíduo e vai fornecer um

reforço quantitativamente maior em um intervalo de tempo mais curto. Diante do exposto,

apresentam-se duas hipóteses:

H8 Quanto maior a força do laço entre dois atores, maior a impulsividade entre os mesmos.

H9 Quanto menor a impulsividade de um ator, mais afastado ele se manterá da rede na qual se

situa.

As pessoas avaliam um resultado pela quantidade de tempo que levam para obter o referido

resultado, e a impulsividade desconsidera o valor futuro do resultado, preferindo obter o valor

Page 44: Dissertacao Mestrado

44

presente. O valor da conseqüência, seja ela desejável ou não, tipicamente diminui com o

passar do tempo (GREEN; MYERSON, 1997). Ao mesmo tempo, a recompensa ou punição

disponível imediatamente tem maior impacto no desempenho do que aquela que é atrasada

(MYERSON; GREEN, 1995). Esse aspecto da tomada de decisão é referido como o desconto

por adiamento. Psicólogos propuseram uma função de desconto por adiamento hiperbólica, de

modo que o valor declina exponencialmente de acordo com o atraso de tempo:

)1/( kDAV += (2)

onde:

V é o valor da conseqüência;

A é a quantidade da conseqüência;

D é o tempo de adiamento até que a conseqüência seja obtida e

k é o parâmetro de desconto, uma variável individual baseada nas preferências da pessoa para

resultados adiados (HINSON; JAMESON; WHITNEY, 2003).

Percebe-se que, quanto maior o adiamento, menor o valor da conseqüência, para uma

quantidade de conseqüência fixa. Quanto maior o valor do parâmetro k, mais rapidamente a

recompensa perde seu valor no tempo, tornando pequenas recompensas de curto prazo mais

valiosas do que aquelas maiores obtidas no longo prazo. Exemplificando, uma pessoa que

prefira receber $800,00 hoje tem um k maior do que aquela que prefira receber $1000,00 em

seis meses, apesar de os $1000,00 serem maiores do que os $900,29 obtidos através da

aplicação do valor inicial de $800,00 com um rendimento mensal de 2%. Ou seja, o atraso

diminui sua percepção de valor da conseqüência. A tomada de decisão ótima envolveria a

seleção da opção com o maior valor descontado, que seriam $1000,00 descontados para seu

valor presente, $903, 92.

Para algumas pessoas, a recompensa não declina de acordo com o passar do tempo até obtê-la,

sendo elas altamente tolerantes a adiamentos; para outras, há uma forte preferência por

resultados obtidos imediatamente, pela dificuldade ou tempo consumido em pesar

adequadamente a maior recompensa num período de tempo mais longo. Nas últimas, a

tomada de decisão pode ser descrita como sendo sub-ótima ou impulsiva, como ocorre nas

crianças (HINSON; JAMESON; WHITNEY, 2003; ROOK; FISHER, 1995) e nas pessoas

Page 45: Dissertacao Mestrado

45

com deficiência de metabolismo no lobo frontal do cérebro (GERBING et al., 1987;

HINSON; JAMESON; WHITNEY, 2003) as quais apresentam pobre inibição do

comportamento impulsivo e pobre planejamento de longo prazo (HINSON; JAMESON;

WHITNEY, 2003). Para tais indivíduos, a decisão envolve uma sobrecarga da capacidade

cognitiva e tendem a decidir rapidamente baseados na informação mais recente ou mais

simples.

2.3 QUALIDADE O presente estudo pretende mensurar a qualidade além da escala SERVQUAL

(PARASURAMAN; ZEITHAML; BERRY, 1988) e SERVPERF (CRONIN; TAYLOR,

1992), que são escalas usuais quando se trata de qualidade na área de marketing, pois a

seleção de parceiros não se baseia apenas na qualidade percebida, mas também na qualidade

esperada pelo mercado, ou seja, os requisitos esperados do parceiro. Na literatura de

operações, o foco está nos requisitos do mercado e recursos pelos qualificadores de ordem e

ganhadores de ordem. Qualificadores de ordem são critérios que a empresa deve possuir para

ser considerada um possível fornecedor, ao passo que critérios ganhadores de ordem são

aqueles que diferenciam dos seus competidores a empresa e fazem com que ela seja escolhida

como fornecedora (BERRY; HILL; KLOMPMAKER, 1995; FITZSIMMONS;

FITZSIMMONS, 2003).

Os qualificadores de ordem são preço e qualidade. Após qualificar as empresas fornecedoras,

o consumidor irá avaliar o valor agregado ao produto por meio da análise de fatores como

prazo de entrega, atributos técnicos, extensão da linha de produtos, design do produto, suporte

pós-venda, treinamento, nome da marca, customização da distribuição, fabricação, montagem,

entrega e design (FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2003). Contudo, para Berry, Hill e

Klompmaker (1995), ganhadores de ordem são constituídos por preço e prazo de entrega, ao

passo que os qualificadores de ordem são confiabilidade de entrega e conformidade de

qualidade. Percebe-se que os autores discordam fortemente entre si.

Para a empresa satisfazer o mercado, deve satisfazer os requisitos qualificadores de ordem e

superar os ganhadores de ordem, ou seja, nos qualificadores de ordem a empresa deve ser tão

Page 46: Dissertacao Mestrado

46

boa quanto seus competidores e nos ganhadores de ordem a empresa deve superar seus

concorrentes. Qualificadores de ordem e ganhadores de ordem são específicos do tempo e

mercado; há, portanto, a necessidade de a empresa se adaptar às exigências contingenciais do

mercado num momento específico. Tal flexibilidade implica transformar qualificadores de

ordem em ganhadores de ordem e vice-versa.

Contudo, para Hill (1997), o desenvolvimento de estratégias geralmente falha em seu suporte

ao mercado, não simplesmente por não empregar esta lógica mas também por não existirem

essas conexões fornecedor-mercado. A autora sugere uma mudança na estratégia das

empresas, adotando uma postura mais proativa, para se criar valor e obter vantagem

competitiva, orientada para a tarefa a ser executada pelo cliente, e não apenas para a pesquisa

de mercado executada. Essa orientação para a tarefa é o foco das inovações disruptivas

(CHRISTENSEN; RAYNOR, 2003)

Seguindo-se o disposto acima, a variável expectativa de qualidade do parceiro foi obtida

somando-se a importância dada pelo gestor aos:

- Qualificadores de ordem: condições das instalações, equipamentos do possível parceiro,

aparência dos funcionários do possível parceiro, conhecimento e experiência do possível

parceiro, disposição do eventual parceiro em ajudar os clientes do gestor, atenção

individualizada que o possível parceiro poderá prover aos pacientes do gestor e customização

às necessidades do cliente;

- Ganhadores de ordem: preço e prazo de entrega.

Assim, tem-se x9i , grau de importância da qualidade na seleção de parceiros (ARREGLE et

al., 2003; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2003; GERINGER, 1991; HITT et al.,2000),

correspondente à soma das importâncias dadas a conhecimento técnico, facilidades físicas e

equipamentos, aparência, atenção ao cliente e cortesia dos funcionários e disposição em

ajudar o cliente.

Page 47: Dissertacao Mestrado

47

2.4 REPUTAÇÃO E CONFIANÇA Markwick e Fill (1997) definem reputação corporativa como “uma reflexão dos impactos

históricos acumulados de observações prévias e possíveis experiências em transações”,

argumentando que a reputação corporativa pode representar uma reserva de apoio em

situações adversas.

Berens e van Riel (2004) identificam três correntes principais de pensamento relacionadas a

reputação: a primeira distingue diferentes tipos de associações com base em expectativas

sociais diferentes que as pessoas têm em relação às empresas. A segunda distingue as

associações com base nos traços de personalidade corporativa que as pessoas atribuem às

empresas. A terceira associa reputação com as razões que as pessoas têm em confiar ou

desconfiar de uma empresa. Optou-se por adotar a definição de reputação da terceira corrente

de estudos em reputação, pois ela está mais relacionada com o fortalecimento do laço entre

parceiros e impulsividade.

A mensuração da reputação com base na confiança mede a percepção em relação à

confiabilidade, honestidade e benevolência de uma empresa e tem como exemplo a Escala de

Credibilidade Corporativa. Confiança pode ser definida como a probabilidade subjetiva que

alguém tem para praticar uma ação benevolente para um outro agente ou grupo de agentes

(NOOTEBOOM et al., 1997).

A reputação da empresa é criada por meio de múltiplas interações. A reputação envolve

caráter, habilidades, confiança e outros atributos importantes para as transações na rede,

tornando-se imprescindível para a continuidade do processo de cooperação entre as empresas

e os mecanismos sociais (JONES; HESTERLY; BORGATTI, 1997).

Para Hill (1990), a reputação tem um valor econômico e sua consideração corresponde ao

importante papel de determinar a vontade de outros para participar de trocas com um ator

específico no futuro. Os atores tentarão evitar a participação numa troca com outros atores

que tenham uma reputação questionável.

Um terço das alianças terminam devido à falta de confiança entre parceiros que negociam

entre si. A confiança é um fator crítico que facilita o compartilhamento de informação e leva

Page 48: Dissertacao Mestrado

48

ao comprometimento entre parceiros, diminuindo os custos de transação e comportamentos

oportunistas entre os mesmos. Sua falta se constitui no maior bloqueio ao sucesso de uma

aliança estratégica (KWON; SUH, 2004).

A incerteza comportamental pode ser definida como “a falta de habilidade de predizer o

comportamento do parceiro ou as mudanças no ambiente externo” (JOSHI; STUMP, 1999). A

incerteza comportamental cria uma dificuldade de avaliação (ALCHIAN; DEMSETZ, 1972) e

conseqüentemente, um problema de adaptação, que afeta a governança e diminuindo o nível

de confiança entre parceiros.

Pode-se obter maior compartilhamento de informação por meio de alianças que diminuem

assim, a distorção de informação e aumentam o nível de confiança entre parceiros. Ao mesmo

tempo, quanto maior o nível de satisfação percebida, maior o nível de confiança entre

parceiros. Uma boa reputação do parceiro no mercado e a inexistência de conflitos percebidos

estão positivamente correlacionados com o nível de confiança entre parceiros.

Capital de relacionamento pode ser definido como os “aspectos sócio-psicológicos da aliança

que são positivos e benéficos para a aliança”. É constituído pela confiança mútua e pelo

comprometimento. Os dois componentes principais da confiança são confiança benevolente e

confiança por credibilidade. A confiança por credibilidade é o componente racional e prático

da confiança, para se determinar se o parceiro pode ou não realmente entregar aquilo promete.

A confiança benevolente, componente emocional da confiança, é a crença que o parceiro irá

se comportar com boa vontade (CULLEN; JOHNSON; SAKANO, 2000). O

comprometimento é um efeito do desenvolvimento de confiança entre parceiros e relacionado

com as intenções de continuação da aliança. Também possui inicialmente componentes

racionais e, posteriormente, emocionais. O comprometimento faz com que parceiros assumam

riscos e dediquem recursos em função do objetivo comum. Confiança e comprometimento são

importantes, pois contratos raramente abordam todas as situações possíveis que tendem a

surgir gradualmente ao longo das sucessivas interações entre parceiros (RING; VAN DE

VEN, 1992).

A variável x7i , grau de importância da reputação na seleção de parceiros (AL-KHALIFA;

PETERSON, 1998; FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2003; GERINGER, 1991) foi

Page 49: Dissertacao Mestrado

49

mensurada seguindo: qualidade da estratégia, qualidade de seus produtos e serviços, qualidade

de seu gerenciamento, orientação para o mercado, inovação, força financeira e confiabilidade.

2.5 LIDERANÇA

Líderes surgem da inclinação pessoal ou das expectativas de outros membros do grupo ao

qual ele pertence. Os líderes mobilizam o sentido e articulam o que permaneceu implícito,

consolidando a sabedoria predominante, representando, assim, um sistema de significado

compartilhado que organiza a ação. A liderança surge da interação entre pessoas, em que

alguns abdicam de seus poderes fornecendo-os ao líder. Isso cria uma dialética, fonte de

tensões.

Em situações formalizadas, líderes são cobrados quanto à sua conduta, uma vez que há a

criação de uma relação imposta líder-subordinado. O líder deve conceber uma direção

adequada aos diretamente envolvidos e deve haver uma clara definição de papéis esperados.

Nas organizações formais, existem níveis de liderança que, por sua vez, são subordinados a

níveis hierárquicos mais altos, o que pode gerar conflitos e dificuldades em transferir os

verdadeiros sentimentos e intenções aos de nível hierárquico mais baixo. Essa formalidade

diminui a capacidade adaptativa das organizações e o aprendizado (YUKI, 1997). Ao mesmo

tempo, a percepção e a opção de ação de um líder de nível hierárquico mais alto pode ser

diferente da do líder que está em contato com a massa de liderados, caracterizando uma

interpretação conflitante da realidade. Essa diferença de percepção pode trazer ao líder em

posição subalterna, insegurança, que poderá afetar os resultados dos esforços esperados em

determinada tarefa. O líder é, portanto, visto como um construtor da realidade, e não apenas

um manipulador de recompensas.

A Teoria de Burns sobre liderança transformacional aponta que “líderes e seguidores elevam

um ao outro a níveis mais altos de moralidade e satisfação” e que o papel de líder pode ser

ocupado por diversas pessoas em diferentes níveis e pode ser criado pela exigência da

situação. Esse tipo de liderança contrasta com a transacional, dado que a última motiva os

seguidores com base no apelo de interesses pessoais. A Teoria de Bass sobre liderança

transformacional mostra que o carisma não é necessariamente suficiente para gerar um efeito

Page 50: Dissertacao Mestrado

50

transformacional sobre seguidores (YUKI, 1997). Vale ressaltar que a distinção entre

liderança transacional e transformacional recebe críticas de Yuki.

Segundo a teoria baseada no autoconceito, os líderes motivam os seguidores de três maneiras:

- provendo senso de direção e expressando confiança no seguidor, no sentido de sua

competência em atender às expectativas;

- aumentando a identificação social do seguidor no grupo, ou seja, fazendo-o se sentir

orgulhoso em ser um membro do mesmo e

- pela internalização de valor e comprometimento com o trabalho.

Essa teoria assume que o liderado que vê uma congruência entre seu trabalho e seus objetivos

e/ou valores, possui motivação e satisfação maior, o que leva a um desempenho maior em

busca do objetivo comum. Esse fato caracteriza o modelo de autoconcordância que está

associado a resultados positivos e à postura proativa, normalmente encontrada em líderes

transformacionais e carismáticos.

Bono e Judge (2003) concluem que fatores externos, como líderes transformacionais, podem

influenciar a extensão na qual indivíduos percebem suas atividades de trabalho como

importantes e autocongruentes. Concluem também que, quando indivíduos apresentam tais

percepções, experimentam maior satisfação no trabalho, maior iniciativa em ajudar e melhor

resultado da tarefa executada.

As redes sociais são caracterizadas pelo poder descentralizado e os indivíduos buscam

interesses comuns. Nesse contexto, a liderança não é exercida por um indivíduo particular,

mas compartilhada pelo próprio perfil da rede, assemelhando-se ao da liderança

transformacional (MULLEN; KOCHAN, 2000).

A liderança é considerada um fator crítico no início da implementação das transformações nas

organizações. Contrariamente à liderança transacional, na qual há recompensas ou punições

nas transações executadas, sem foco no longo prazo, a liderança transformacional atua além

desse processo de troca e compreende quatro fatores distintos: carisma, inspiração,

consideração individual e estímulo intelectual. O carisma é demonstrado por líderes que

servem como um modelo para seus subordinados, inspirando orgulho, fé e senso de

identificação em seus subordinados. A inspiração consiste no estímulo e fornecimento de

Page 51: Dissertacao Mestrado

51

poder aos subordinados. A consideração individual leva em conta o respeito na comunicação

pessoal com subordinados, tratando-os individualmente e reconhecendo suas necessidades

únicas. O estímulo intelectual consiste em despertar nos subordinados a vontade de pensarem

de novas maneiras, articularem novas idéias e encorajar seguidores a repensar suas práticas

convencionais (HARTOG; MUIGEN; KOOPMAN, 1997; LIEVENS; VAN GEIT;

COETSIER, 1997).

Os efeitos da liderança transformacional podem gerar uma “liderança em cascata”, em que a

liderança é disseminada pelos subordinados. Esse efeito é explicado por três fatores (BASS;

WALDMAN; AVOLIO, 1987):

- os subordinados modelam o comportamento de seus superiores;

- nas subculturas, normas, valores e crenças comuns nas sub-unidades organizacionais;

- os envolvidos possuem demandas ambientais e de tarefas comuns.

As qualidades da liderança transformacional permanecem um assunto controverso na

mensuração da liderança. (HARTOG; MUIGEN; KOOPMAN, 1997; LIEVENS; VAN GEIT;

COETSIER, 1997). Avolio, Bass e Jung (1999) utilizam como escala de mensuração da

liderança o MLQ (Multifactor Leadership Questionnaire), que compreende seis fatores:

carisma, estímulo intelectual, consideração individual, recompensa contingente,

gerenciamento por exceção (ativo) e escape (passivo), que mesclam características de líderes

transformacionais e transacionais..

Segundo o exposto, tem-se a variável x15i , que efetuará a mensuração do efeito da influência

do perfil da rede sobre a decisão dos indivíduos composta pela soma de carisma, inspiração

motivacional e atenção individual. A mensuração utilizada baseou-se na escala traduzida pela

Prof. Dra. Darcy Hanashiro, focando-se na mensuração da liderança transformacional.

Foi apresentada a teoria a partir da qual o modelo foi desenvolvido. O foco dinâmico deste

estudo considera a teoria na determinação das condições iniciais do modelo e as regras para

interação entre os membros da rede. A próxima seção trata dos procedimentos metodológicos

envolvidos na construção do modelo, a caracterização da amostra e tratamento dos dados

previamente à modelagem.

Page 52: Dissertacao Mestrado

52

3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Esse capítulo tratará dos procedimentos metodológicos utilizados para se adquirir e analisar

os dados.

O estudo identificou construtos que segunda a teoria influenciam um fenômeno – manutenção

de alianças sociais e simulou-se a evolução das mesmas, por meio do comportamento previsto

de seus constituintes ao longo do tempo. Este tipo de análise é inédita e, portanto, pode ser

considerada como exploratória, que segundo Malhotra (2002) é um tipo de pesquisa que tem

como objetivo “o fornecimento de critérios sobre a situação-problema enfrentada pelo

pesquisador e sua compreensão”.

3.1 PLANEJAMENTO AMOSTRAL

Neste estudo, o universo em questão foi composto por 17.571 profissionais na Grande São

Paulo. O sistema de referência utilizado foi o do banco de dados do Conselho Regional de

Odontologia de São Paulo (CROSP).

A unidade amostral, unidade básica que contém os elementos da população a ser submetida à

amostragem, foi composta por clínicas odontológicas localizadas na Grande São Paulo, cujos

dados foram coletados entre os meses de outubro e novembro de 2005.

O processo de amostra foi executado em duas fases, sendo que na primeira os questionários

foram enviados por carta a 2200 dentistas e por mensagens eletrônicas a 959. Foram enviadas

mensagens eletrônicas de agradecimento a todos os respondentes, nas quais se pediram

indicações de conhecidos. Pode-se associar o processo de amostragem conduzido ao método

de bola de neve de processo amostral. O modelo de carta enviada aos potenciais respondentes

é apresentada no apêndice A. Com essa conduta obteve-se mais de 300 respondentes, além do

mínimo desejado.

3.2 COLETA DOS DADOS

Como instrumentos de coleta de dados utilizou-se um questionário hospedado em um site de

Internet, http://www.suapesquisa.com.br/mackodonto. Perguntas de caracterização

Page 53: Dissertacao Mestrado

53

psicológica do respondente foram estruturadas com alternativas de respostas de múltipla

escolha, utilizando-se escala de Likert e tomou-se o cuidado de se evitar a tendenciosidade de

ordem pela alteração da ordem de graduação das respostas, ou seja, a ordem das respostas foi

variada para que ao longo de sucessivas respostas o respondente não fosse induzido a pensar

que a resposta seguinte estaria localizada na mesma região do questionário que a da resposta

anterior.

Dado que a área de administração não é de domínio dos dentistas, foram elaboradas questões

utilizando-se vocabulário comum, tendo-se tido o cuidado de elucidar tópicos no início de

cada bloco de perguntas. Para questões referentes ao nível de atividade e força dos laços

existentes, evitaram-se generalizações com a segmentação da pergunta desejada em várias

perguntas específicas.

Começou-se o questionário com perguntas de identificação e classificação, para se

determinarem as características socioeconômicas e demográficas dos respondentes. As

questões de classificação psicológica dos entrevistados foram posicionadas no fim do

questionário, uma vez que abordam preferências pessoais e podem ser consideradas de

conteúdo delicado. A estrutura do questionário seguiu o disposto pela Figura 7.

Figura 7 – Fluxograma do questionário utilizado. Fonte: O Autor

Introdução

Identificação do respondente

Identificação do perfil do consultório

Critérios de seleção de parceiros

Identificação do estágio de cooperação

Identificação de preferências pessoais inerentesao processo de tomada de decisão

Page 54: Dissertacao Mestrado

54

Para o construto seleção de parceiros, utilizou-se uma associação de possibilidade de

respostas dicotômicas “sim” e “não” e graduações de resposta de “muito baixa” a “muito

alta”. Inseriu-se também uma questão aberta para se identificar outros critérios de seleção de

parceiros que não estivessem incluídos no questionário.

Para a pergunta sobre experiência passada desfavorável em alianças, utilizou-se uma questão

com possibilidade dicotômica de resposta, sem possibilidade de resposta neutra.

O questionário foi pré-testado mais de uma vez até se obter o questionário final apresentado

no Apêndice C. No Apêndice B encontra-se o questionário pré-testado. Após o pré-teste

alterações foram elaboradas para resolver os problemas encontrados.

Para se aumentar o índice de respostas e evitar-se o não preenchimento do questionário

devido a quaisquer perguntas delicadas, ainda que posicionadas no final do mesmo, foi

realizada uma adaptação no código fonte do instrumento de coleta, de modo a aceitar

questionários, ainda que incompletos.

A aparência do mesmo mostrou-se bastante adequada, pelo alinhamento espacial de questões

e cores utilizadas. Os questionários foram avaliados quanto à sua utilidade sendo descartados

quatro, com alto índice dados faltantes.

Em pesquisas futuras sugere-se diminuir o tamanho do questionário.

3.3 HIPÓTESES As hipóteses descritas na Figura 8 estão estruturadas segundo a seguinte disposição: Variável independente Variável Variável dependente Interveniente

Page 55: Dissertacao Mestrado

55

Figura 8 – Hipóteses propostas. Fonte: O Autor.

3.4 OPERACIONALIZAÇÃO DAS VARIÁVEIS No Quadro 4 apresentam-se as variáveis e as questões utilizadas para mensurá-las. Quadro 4 – Variáveis e questões correspondentes. Variável Descrição da variável Questões correspondentes

x1i Força do laço com atuais parceiros Serviços recíprocos (V45, V46), Tempo (V48, V50), Intensidade emocional (V2, V3, V19)

x2i Escopo do negócio V41 , V42 , V43 , V44 x3i Escopo da aliança V47 , V49 x4i Grau de estabilidade da aliança (PE aliança) V20, V21, V22, V23, V24, V25, V26,

V27 x5i Grau de importância da reputação na

seleção de parceiros (confiança) V4, V5, V6 , V7 , V8 , V9 ,V10

x6i Grau de importância da proximidade na seleção de parceiros

V1

x7i Grau de importância da qualidade na V13, V14, V15, V16, V17

Maior força

do laço

Maior impulsividade

Maior estabilidade da aliança

Buraco estrutural

Afasta indivíduo da rede

Racionalidade diferente

H8

H1

H4

H6

H3

H2

Influência local

Convergência de critérios de decisão

Mesmaracionalidade

H5

Menor impulsividade H9

Utilidade

H7

Maior valor epeso da decisão

Segregação externa

Page 56: Dissertacao Mestrado

56

seleção de parceiros

x8i Grau de importância das condições financeiras oferecidas pelo eventual parceiro

V11, V12

x9i Grau de importância da complementaridade de recursos do eventual parceiro

V18

x10i Grau de impulsividade V31, V32, V33, V34, V35, V36 x11i Grau de propensão à aliança (+reputação) V28, V29, V30 x12i Efeito da influência do perfil da rede sobre a

decisão dos indivíduos

V37, V38, V39, V40, (Liderança Transformacional)

Fonte: O Autor.

A variável x1i , força do laço com atuais parceiros foi mensurada através do número de

pacientes indicados e recebidos por semana, o tempo no qual tais indicações ocorrem, a

percepção pessoal do nível de envolvimento com o parceiro e a quantidade de trocas

comerciais envolvidas na relação.

A variável x2i , escopo do negócio foi mensurada através da quantidade de especialidades

oferecidas, número de funcionários existentes, número de dias de atendimento e número de

pacientes atendidos por dia de trabalho.

A variável x3i , escopo da aliança foi mensurada através do número de especialidades

envolvidas na troca de pacientes, tanto no sentido dentista-parceiro quanto no sentido

parceiro-dentista.

A variável x4i , grau de estabilidade da aliança foi mensurada com o grau de dependência

mútua, grau de interesse por benefícios particulares futuros, grau de consciência do escopo da

aliança, grau de conflito da mesma, contribuição, objetivos e grau de satisfação dos parceiros.

A variável x5i , grau de importância da reputação na seleção de parceiros será mensurada por

meio da qualidade da estratégia, qualidade de seus produtos/serviços, qualidade de seu

gerenciamento, orientação para o mercado, inovação, força financeira e confiabilidade.

A variável x6i , grau de importância da proximidade na seleção de parceiros será mensurada

por meio da distância física do eventual parceiro em relação ao paciente e ao dentista de

origem.

A variável x7i , grau de importância da qualidade na seleção de parceiros será mensurada por

meio da expectativa referente à tecnologia, equipamentos e instalações do eventual parceiro,

aparência dos funcionários, disposição em ajudar, personalização do atendimento e atenção

individualizada aos clientes.

A variável x8i , grau de importância das condições financeiras oferecidas pelo eventual

parceiro será mensurada por meio do preço exercido bem como as condições de

financiamento oferecidas.

Page 57: Dissertacao Mestrado

57

A variável x9i , importância da complementaridade de recursos na seleção do parceiro será

mensurada identificando-se se o eventual parceiro possui especialidades que não são

oferecidas pelo dentista de origem.

A variável x10i , grau de impulsividade será mensurada através do grau de estabilidade de

opinião, amplitude do horizonte de planejamento, carga emocional das decisões, tempo de

decisão, grau de risco aceitável para decidir, grau de persistência para resolver um problema e

grau de postura pró-ativa.

A variável x11i , grau de propensão à aliança será mensurada através das variáveis de

reputação mais a percepção da concorrência, grau de saturação de profissionais, grau de

mudança tecnológica, custos e riscos envolvidos e existência de serviço personalizado.

A variável x12i , efeito da influência do perfil da rede sobre a decisão dos indivíduos será

mensurada por meio da liderança transformacional: carisma, inspiração motivacional e

atenção individual.

3.5 TRATAMENTO E ANÁLISE DOS DADOS

3.5.1 TRATAMENTO DOS DADOS

Os resultados obtidos pela análise estatística dependem da qualidade dos dados submetidos à

ela. Por esse motivo, é de fundamental importância realizar o tratamento dos dados, iniciando

pela verificação e inspeção dos dados, codificação, transcrição e depuração de modo a se

identificar questionários preenchidos incorretamente, dados faltantes e pontos fora da curva,

os Outliers.

3.5.2 Acuidade dos dados

Os dados podem conter erros oriundos de problemas de preenchimento pelo respondente, por

erros de digitação ou ainda por problemas no processamento dos dados.

Conforme disposto no item 3.2 (Instrumentos de coleta de dados), os dados foram coletados

por questionários hospedados num site de Internet e acessados por um link constante no email

e cartas enviadas aos potenciais respondentes.

Page 58: Dissertacao Mestrado

58

Os resultados em texto foram transformados em valores numéricos. Como havia várias

questões com a mesma possibilidade de resposta mas com escalas diferentes, não se utilizou

indiscriminadamente o método Localizar / Substituir tudo, mas com parcimônia, apenas nas

entradas sem duplicidade de resposta ou nas entradas cuja duplicidade de resposta envolviam

a mesma escala.

Foi feita uma variação do posicionamento das graduações de respostas de modo a se evitar

tendenciosidade nas mesmas e houve a necessidade de transformar a escala das variáveis para

sua escala original. Para transformação dos dados em sua escala inversa utilizaram-se

fórmulas em Excel utilizando-se aninhamento de condição para cada coluna, i.e., variável.

Para uma escala de 6 a 1 ser transformada numa escala de 1 a 6 aplicou-se a seguinte fórmula:

))))))0;1;6(;2;5(;3;4(;4;3(;5;2(;6;1(' ======= i

n

i

n

i

n

i

n

i

n

i

n

i

n xSExSExSExSExSExSEx

Do total de 313 questionários respondidos, quatro foram exclusos da análise pelo excesso de

dados faltantes, o que comprometeria a modelagem e análise estatística. Dezoito questionários

continham pequena quantidade de respostas incompletas e foram preenchidos pela média de

respostas da amostra. A média de respostas faltantes por variável foi de 0,46%.

Foi realizada uma reespecificação das variáveis, para se criarem fatores para que se pudesse

atingir os objetivos do estudo, conforme o disposto no item 6.1 (Variáveis).

A opção de aceitar-se questionários incompletos por meio de adaptação no código-fonte dos

mesmos mostrou-se adequada, pois impediu que o respondente desistisse do preenchimento,

aumentando a taxa de resposta dos mesmos, aumentando contudo a quantidade de dados

faltantes.

Como Outliers foram considerados todos os indivíduos cuja média de resposta foi localizada

a mais de três desvios padrão da média da amostra, num total de 4 indivíduos (Gráfico 1).

Tais indivíduos foram removidos da modelagem.

Page 59: Dissertacao Mestrado

59

Outliers

170 188

187169

0

50

100

150

200

250

300

350

0 50 100 150 200 250 300 350

Indivíduos

Va

lore

s d

a s

om

a d

as

re

sp

os

tas

Gráfico 1 – Outliers.

Fonte: O Autor

3.6 ANÁLISE MULTIVARIADA DOS DADOS

A análise fatorial foi realizada por meio da extração dos componentes principais, com número

de fatores limitado a 10, rotação Varimax, salvando os resultados como variáveis para a

modelagem e substituindo os valores faltantes pela média da amostra.

O fator rotacional é uma importante ferramenta para interpretação de fatores. O termo rotação

significa que o eixo de referência dos fatores é girado da origem até alguma posição a ser

atingida.

Da mesma maneira que ocorre no princípio da extração de fatores, o primeiro fator tende a ser

um fator geral com maior significância e contribui com maior quantidade de variância,

enquanto os subseqüentes carregam variância residual.

O método de rotação ortogonal preserva a orientação original entre os fatores, mantendo-se

perpendiculares após a rotação, ao passo que o método oblíquo não apresenta restrição, ou

Page 60: Dissertacao Mestrado

60

seja, os eixos fatoriais podem ser girados independentemente sem necessidade de

permanecerem perpendiculares ao outro eixo (DILLON; GOLDSTEIN, 1984).

Nesta dissertação empregou-se o método ortogonal com normalização Kaiser pois os

procedimentos do método oblíquo ainda não estão bem desenvolvidos e causam controvérsias

(HAIR et al., 1998).

Os algoritmos mais aceitos são Quartimax e Varimax. O objetivo do método Quartimax é o de

simplificar as linhas de uma matriz fatorial com foco na rotação do fator inicial de modo que a

variável carregue fortemente um fator e carregue outros fatores com peso mais baixo. Ao

contrário do Quartimax, o Varimax foca na simplificação das colunas na matriz fatorial. A

simplificação máxima é atingida se há apenas “1”s e ”0”s nas colunas, quando a correlação

variável-fator está próxima de 1 ou -1. Um valor próximo de zero indica clara perda de

associação.

3.6.1 Modelagem baseada em agentes

A computação lida não somente com os dados existentes, mas também com a aprendizagem e

seleção de métodos mais bem adaptados à solução do problema, solução com formato cíclico,

de modo que cada novo input gere uma evolução dos parâmetros iniciais de cálculo. Segundo

Macy e Willer (2002), alguns sociólogos não apreciam completamente o uso de métodos

computacionais e modelagem relacional como ferramentas para a pesquisa teórica. Para eles,

a “modelagem baseada em agentes difere fundamentalmente do uso prévio de simulação

computadorizada na sociologia”, pois considera interações em vez de simplesmente propor

algoritmos e equações para representar processos comportamentais.

A MBA facilita a modelagem de processos cognitivos com capacidades de aprendizado mais

realistas. Essas capacidades incluem: habilidades de comunicação social, habilidade em

aprender sobre o ambiente a partir de várias fontes, como obtenção de informação e

experiências passadas, habilidade de formar e manter padrões de interação social; habilidade

de desenvolver percepções compartilhadas, habilidade de alterar crenças e preferências como

resultado do aprendizado e a habilidade de exercer controle sobre a cronologia e tipos de

ações adotadas no mundo como uma tentativa de satisfazer necessidades e objetivos. A MBA

possui as vantagens de não focar o equilíbrio, mas entender como o equilíbrio se desenvolve

Page 61: Dissertacao Mestrado

61

com o tempo, facilitando a comunicação social flexível entre os agentes e o desenvolvimento

de agentes com maior autonomia. Como desvantagens, a MBA requer especificações iniciais

detalhadas para os dados do agente e métodos de determinação dos atributos estruturais,

disposições comportamentais e arranjos institucionais (TESFATSION, 2005).

Para que caracterize as MBAs, é necessário que se defina o que é vida artificial e computação

evolutiva. Vida artificial é “o estudo da vida através do uso de análogos de sistemas vivos

feitos pelo homem”(ARTIFICIAL, 2005), ao passo que computação evolutiva é “um sub-

campo da inteligência artificial (mais particularmente inteligência computacional) envolvendo

problemas do otimização combinatória” e que é caracterizado por processos populacionais

iterativos randômicos e freqüentemente inspirados na biologia (EVOLUTIONARY, 2005).

As MBAs, Sistemas Multi Agentes (SMA) ou Sociedades Artificiais, se baseiam em quatro

premissas:

a) agentes são autônomos, não vinculados a uma entidade global centralizadora. O

sistema é tratado por interações locais e se auto-organiza. Toma-se como exemplo

pássaros que inicialmente voam em posições aleatórias, que reagem a diferenças locais

de velocidade e distância e geram num momento seguinte uma formação global

relativamente coesa e estruturada;

b) agentes são interdependentes, o que envolve persuasão, sanção, imitação e

aprendizado, de modo que agentes reagem de acordo com o estímulo recebido;

c) agentes seguem regras simples. A complexidade global não reflete obrigatoriamente

a complexidade cognitiva dos indivíduos;

d) agentes são adaptativos e consideram o passado. Agentes adaptam-se pela imitação,

aprendizado, movimento, não pelo cálculo da ação mais eficiente (HOLLAND, 2001)

e têm suas decisões influenciadas pela história passada (ABBOTT, 1997; ARRÈGLE

et al., 2003; KHANNA; GULATI; NOHRIA, 1998; NOOTEBLOOM, 1999;

OLIVER, 1980; SAWYER, 2004).

Ao mesmo tempo, a MBA possui quatro objetivos específicos:

a) entendimento empírico: busca explicações causais baseadas nas repetidas interações

de agentes que operam em ambientes específicos (AXELROD; TESFATSION, 2004;

SAWYER, 2004). Sawyer (2004) argumenta que modelos são mais robustos que a

Page 62: Dissertacao Mestrado

62

teoria, pois não se modificam mediante uma alteração dela. Modelos não são teorias e

não são cópias de dados, mas mediadores entre eles.

b) entendimento normativo para avaliar novas configurações propostas para as

políticas sociais, instituições e processos (AXELROD; TESFATSION, 2004).

c) heurístico, pois por meio de comportamentos simples no nível micro são gerados

complexos fenômenos no nível macro (AXELROD; TESFATSION, 2004; EPSTEIN;

AXTELL, 1996; SAWYER, 1996, 2003 e 2004).

d) avanço metodológico para se exigir do pesquisador rigorosa determinação das

variáveis e dos processos de interação, o que aprofunda o conhecimento no assunto em

questão. O ato de traduzir uma teoria em simulação exige explicitação, rapidamente

demonstra inconsistências e lacunas internas e modela o sistema simultaneamente

numa maneira que seria impossível na teorização usando-se linguagem natural

(AXELROD e TESFATSION, 2004; HALPIN, 1999; SAWYER, 2004). Para Sawyer

(2004), o aprendizado a partir dos modelos acontece na sua construção e manipulação,

e não pela simples observação.

A MBA, desenvolvida nos anos 90, atingiu um nível de maturidade onde se tornou uma útil

ferramenta para os sociólogos. MBAs permitem a criação de sociedades artificiais que “são

um conjunto de agentes autônomos que operam em paralelo e que se comunicam entre si”

(SAWYER, 2003) ou ainda sistemas onde:

estruturas sociais fundamentais e comportamentos de grupo emergem a partir da interação de agentes individuais operando em ambientes artificiais sob regras que colocam apenas regras limitadas sobre a informação e capacidade computacional de cada agente (EPSTEIN; AXTELL, 1996).

Sociedades artificiais permitem ao pesquisador evoluir experimentos virtuais, avaliando a

emergência de macro-fenômenos imprevisíveis a partir de micro-interações causais.

Assim como os mecanismos mentais, o resultado do processo de pensamento origina-se a

partir de processos físicos, mas não parece ser redutível a um simples conjunto de relações

causais (HEARN, 2001; SAWYER, 2004). Outra dificuldade é a de que as interações entre

agentes são metodologicamente individualistas (SAWYER, 2004). O padrão final emerge

espontaneamente e não é definido inicialmente, como ocorre na programação orientada para o

objetivo.

Page 63: Dissertacao Mestrado

63

A MBA é um conjunto de agentes computacionais que operam em paralelo, operacionalizada

pelo desenho do modelo do agente (estados internos e regras de comportamento), das

especificações do ambiente, usualmente em reticulados, da elaboração da linguagem de

comunicação por meio de regras agente-agente, agente-ambiente ou ambiente-ambiente,

especificando uma rede de conectividade e então ativando os agentes e observando os macro-

comportamentos emergentes (EPSTEIN; AXTELL, 1996; SAWYER, 2003). A abordagem

tradicional baseada nas leis fenomenológicas explica a combinação entre as condições

anteriores e o resultado do fenômeno. Na última década os filósofos das ciências sociais

começaram a desenvolver uma diferente abordagem para a explicação, baseada em

mecanismos causais do processo em vez de leis (AXELROD; TESFATSION, 2004; BEED;

BEED, 2000; CEDERMAN, 2003; EPSTEIN; AXTELL, 1996; MACY; WILLER, 2002;

SAWYER, 2002, 2004).

É justo dizer também que o equilíbrio estático, com o qual se preocupa a teoria dos jogos e a

teoria do equilíbrio geral, ignora a dinâmica do tempo, mais uma vez pela falta de

metodologia natural para estudar a dinâmica do não-equilíbrio nos sistemas sociais

(EPSTEIN; AXTELL, 1996). Outro ponto notado por Nalebuff e Brandenburger (1997) é a

discrepância existente entre a teoria dos jogos e a prática empresarial, quando a primeira

afirma que para um participante ganhar o outro deve perder e baseia-se em regras fixas, ao

invés de considerar condições mutáveis de acordo com a interação. Arthur (1994)

desenvolveu uma MBA desconsiderando o espaço, o que constitui uma outra linha de

pesquisa em vida artificial. O presente projeto considera a distância entre os agentes,

dispostos num reticulado bidimensional.

Em sua revisão de trabalhos científicos sobre MBAs, Macy e Willer (2002) concluíram que

muitos modelos com base em agentes tratam as formas sociais como interações

comportamentais, variando pouco a topologia e as identidades dos atores. Tais atributos

estruturais também são citados por Tesfatsion (2005).

Neste estudo varia-se a identidade dos atores, composta por dezesseis variáveis mutáveis, à

medida que o indivíduo pode entrar em contato com seu semelhante e adquirir para si

opiniões originariamente pertencentes a outrem. A topologia também varia e foi mensurada

pela distância entre os atores e um indivíduo aleatoriamente escolhido, o qual foi chamado de

pivô.

Page 64: Dissertacao Mestrado

64

No Quadro 5 mostra-se a pesquisa e características da modelagem efetuada diante da

literatura referente a modelos com base em agentes. Com o presente estudo pretende-se

preencher uma lacuna na literatura de modelos baseados em agentes e é um modelo

experimental caracterizado por abordar um problema de diferenciação estrutural numa rede

com restrição social. A abordagem foi feita em ambos os níveis e nas duas direções, micro-

macro e macro-micro, para que se possa não só verificar um padrão de agrupamento global

com base nas interações locais e em trocas de opiniões, como também elucidar as etapas do

processo de troca de opinião.

Quadro 5 - Status do estudo na literatura relevante existente.

Problema Redea

Laços Número Mecanismo Critério Manipulaçãod

Artigo Substantivo Eletivosb

Agentes adaptativoc

Adaptativo

Lomi & Larsen 1998 Diferenciação Espacial N 10000 Reprodução Densidade Macro

Mark 1998 Diferenciação Social S 6-100 Imitação Familiaridade Ambos

Axelrod 1997 Diferenciação Espacial S 100-10000 Imitação Familiaridade Macro

Orbell et al. 1996 Diferenciação Espacial S 1000 Aprendizado Proximidade Macro

Bullheimer et al. 1998 Difusão Global N 10 Aprendizado social Sucesso Micro

Rosenkopf & Abrahamson '99 Difusão Global N 20 Imitação Densidade Macro

Strang & Macy 2001 Difusão Global N 100 Aprendizado social Sucesso Ambos

Eshel et al. 2000 Ordem social Espacial N 1000 Imitação Sucesso Ambos

Flache & Hegselmann 1999 Ordem social Espacial S 315 Aprendizado Sucesso Micro

Chwe 1999 Ordem social Espacial N 30 Imitação Densidade Macro

Saam & Harrer 1999 Ordem social Espacial S 50 Reprodução Sucesso Macro

Cohen et al. 2001 Ordem social Espacial S 256 Imitação Sucesso Macro

Takahashi 2000 Ordem social Gl & Esp N 20-100 Reprodução Sucesso Macro

Smith & Stevens 1999 Ordem social Global N 4 Aprendizado Sucesso Ambos

Kim & Bearman 1997 Ordem social Social N 100 Imitação Sucesso Macro

De Vos et al. 2001 Ordem social Social S .10-50 Reprodução Sucesso Macro

Macy & Skvoretz 1998 Ordem social Social S 1000 Reprodução Sucesso Macro

Presente Dissertação Diferenciação Social N 19 Aprendizado social Similaridade Ambos

e Seleção Naturala Espacial: restrito por distância física; social: restrito por distância social; global: não restrito por distânciab A interação é forçada ou voluntária, baseada numa opção de mover, sair de um relacionamento, ou paridade casual?c Reprodução: Agentes bem sucedidos reposicionam ou convertem os não bem sucedidos; imitação: agentes copiam comportamentoobservado (mas não a regra subjacente); aprendizado: agentes modificam comportamento baseados em experiência direta;

aprendizado social: experiência direta ou substitutad Macro: manipulação de parâmetro global; micro: manipulação de parâmetro individual. Fonte: adaptado de Macy e Willer (2002).

Segundo Epstein e Axtell (1996) poucas tentativas têm sido observadas para trazer às ciências

sociais os conceitos de cibernética, autômatos celulares, inteligência artificial distribuída,

algoritmos genéticos e vida artificial. Em seu estudo, Epstein e Axtell (1996) geraram uma

sociedade artificial, ao estudarem fenômenos sociais como negociação, migração, formação

de grupos, combate, interação com o ambiente, transmissão de cultura, propagação de

doenças e dinâmica populacional. Contudo abordar-se-ão apenas as trocas de opinião entre

agentes, sem a preocupação, por enquanto, com competição e cooperação em seu aspecto

formal na modelagem.

Page 65: Dissertacao Mestrado

65

Em 1970, a programação orientada ao objeto (POO) foi a precursora da MBA, baseando-se

contudo em agentes isolados. A partir da POO desenvolveu-se a inteligência artificial

distribuída (IAD), que continha sofisticados softwares para representar comportamentos

inteligentes centralizados num controlador único.

Gradualmente, pesquisadores começaram a experimentar a descentralização, fornecendo

autonomia aos objetos, que passaram a se denominar agentes, podendo possuir capacidades

cooperativas e competitivas (SAWYER, 2003). Tais agentes podem ser cognitivos, quando

providos de crenças sobre o ambiente, conhecimentos sobre as ações e conseqüências, ou

reativos, que não contém nenhuma representação interna do mundo e são ativados por regras

simples de condição-ação. Os últimos evoluíram da tradição de vida artificial e são usados em

modelagens de atividades de colônias de insetos e aprendizado neural.

A computação evolutiva (CE) possui as vantagens de otimização com parâmetros contínuos

ou discretos, é adequada para sistemas de processamento em paralelo e provê uma lista de

parâmetros ótimos, não somente uma solução. Fogel (2004) também cita como vantagens da

CE, simplicidade conceitual, ampla aplicabilidade, melhor desempenho quando comparada a

métodos clássicos de solução de problemas, paralelismo, robustez a mudanças dinâmicas,

capacidade de auto-otimização, capacidade de resolução de problemas sem respostas

conhecidas e possibilidade de composição híbrida, com o uso de outros métodos de CE

(FOGEL, 2004). A determinação dos parâmetros e processos é de extrema importância, pois

pequenos erros iniciais podem comprometer por completo a modelagem (SIPPER, 2004;

TESFATSION, 2005).

Um modelo é uma representação simplificada da realidade, que, devido à sua complexidade,

não inclui na representação do problema todas as variáveis que podem interferir no resultado

do fenômeno em estudo. Para que se construa um modelo passo a passo, é recomendável que

se inicie com um modelo simples, para em seguida baseá-lo na teoria, determinar as variáveis

mais complexas para determinar se cada novo parâmetro adicionado melhorou o modelo e,

dessa forma, garantir-se sua inclusão (EVERETTa, 2001).

Segundo Halpin (1999), os métodos estatísticos abordam associações se elas existem mas são

“cegos à natureza da associação [...] usando uma forma linear para simplicidade de

Page 66: Dissertacao Mestrado

66

estimativas e interpretação quando a verdadeira forma pode não ser linear”. Contudo a

estatística é de grande valia no teste do modelo de simulação, especialmente através do uso de

modelos de Markov em estudos longitudinais. Na grande parte da literatura em mobilidade

social das últimas duas décadas, as teorias que foram aplicadas aos dados foram incorporadas

e restritas pelas técnicas estatísticas utilizadas.

Em seu artigo, Gilbert e Bankers (2002) discorreram sobre as linguagens comumente

utilizadas em MBAs. No começo da década de 1990, utilizava-se muito C++, JAVA e

SMALLTALK. Contudo existem desvantagens em se utilizar linguagens de uso geral, pois o

modelador tem de reimplementar algoritmos básicos, bibliotecas gráficas são freqüentemente

pouco adaptadas à dinâmica do modelo e o código resultante é acessível somente àqueles

familiares com a linguagem.

Numa etapa seguinte, emergiram bibliotecas em JAVA padronizadas que permitem a

construção de reticulados regulares, como a ASCAPE, utilizada por Epstein e Axtell (1996).

Tais bibliotecas possuem grandes vantagens de customização, mas possuem também algumas

limitações, principalmente espaciais. As possibilidades oferecidas por softwares estatísticos

como SPSS não oferecem sofisticação, mas programas extremamente simples que podem ser

utilizados por estudantes (GILBERT; BANKERS, 2002).

Na Europa, vários sistemas com SMALLTALK foram desenvolvidos, como CORMAS,

DESIRE e SDML, os quais são muito mais poderosos que o STARLOGO e

AGENTSHEETS, mas requerem o aprendizado compatível com o de uma linguagem de

programação.

O sistema ideal é aquele que “requer um mínimo de aprendizado, é completamente flexível

nos modelos que suportará e evolui eficientemente em qualquer hardware” (GILBERT e

BANKERS, 2002). O programa MATHEMATICA pode ser utilizado para ACs (GANGULY

et al., 2004; WOLFRAM, 2002).

Page 67: Dissertacao Mestrado

67

3.6.1.1 A metáfora genética No presente estudo, a modelagem proposta baseia-se numa analogia ao processo cognitivo

com base na genética celular (Figura 9) similar àquela descrita por Sipper (2004). O DNA é

constituído de duas moléculas de RNA, assim como o Sistema Nervoso Central (SNC) é

composto por dois hemisférios. No primeiro, a informação que vem do ambiente, seja ela a

necessidade de proteína para uma determinada função, ativa o DNA localizado no interior da

célula, que transcreve a informação pelo RNAm (RNA mensageiro) que, por sua vez, informa

os ribossomos. Nessas estruturas, a informação é traduzida e transportada pelo RNAm (RNA

transportador) às mitocôndrias que com enzimas e energia, elabora a síntese protéica que

satisfará a falta da substância no ambiente, modificando-o. Não se trata de uma perspectiva

reducionista, dado que todo o processo é permeado pela Vida.

Comparativamente, no processo cognitivo, a informação do ambiente, seja ela obtida por

meio de um ou mais dos cinco sentidos, sensibiliza o SNC que transcreve a informação e a

transporta ao sistema límbico e córtex cerebral, onde vai ser traduzida, avaliada em sua

compatibilidade com as crenças e valores existentes no indivíduo e estabelecida a necessidade

de ação ou não.

O resultado de tal avaliação, a ação, está sujeita a componentes não reducionistas, entenda-se

Vida e emoções, podendo ser visível ou não, à medida que pode assumir uma perspectiva

mental ou física. O resultado da ação poderá modificar o ambiente, gerando um novo input

informacional para o indivíduo.

A escolha do AC para mimetizar o processo cognitivo baseia-se em regras simples, das quais

surgirão padrões complexos de comportamento, pelas interações entre os agentes

posicionados em paralelo.

Page 68: Dissertacao Mestrado

68

DNAnúcleo da célula

(avaliação)

Transcrição da informação

RNAm carrega mensagem

Ribossomos

Tradução

RNAt

Mitocôndria

Síntese de proteínas

Córtex cerebrale Sistema Límbico

SNC(avaliação)

Transcrição da informação

Fluxo da mensagem

Tradução e avaliação de compatibilidade com

crenças e valores próprios

AÇÃO

Informação doambiente

Informação doambiente

+ Energia

+ Energia

GENÉTICACELULAR

PROCESSOCOGNITIVO

Córtex cerebrale Sistema Límbico

+ Componentenão reducionista

Ambiente Ambiente

Modifica Modifica

Figura 9 – Analogia entre a genética celular e o processo cognitivo. Fonte: O Autor.

Tal caráter holográfico, uma vez que o DNA é a origem de cada célula do corpo humano, é o

fundamento da clonagem e foi utilizado por Morgan (1996) em sua metáfora sobre as

organizações. Esse autor vê organizações como organismos, adaptáveis ao ambiente, com

propriedades de homeostase e inter-relacionamento de subsistemas, nos quais a concorrência

modifica a estrutura interna da organização e a evolução dá-se globalmente e não apenas

individualmente.

Page 69: Dissertacao Mestrado

69

Tal perspectiva orgânica é caracterizada por ajuste contínuo e mútuo, descentralização e

informação disseminada. Bertallanfy, na década de 1950, influenciado por Parsons e suas

idéias sobre a microabordagem das estruturas, propunha a Teoria Geral dos Sistemas, que

consiste na unificação das ciências, conceito utilizado no presente estudo. Mais tarde,

Wolfram (2002), em atitude similar, propôs a explicação de fenômenos físicos e biológicos

por meio dos autômatos celulares.

No presente estudo, a seqüência de critérios de decisão (genes) e sua graduação (alelos)

envolvidos no processo decisório são análogas a um cromossomo, particular a cada indivíduo.

Neste estudo, o mecanismo de troca genética, i.e., troca de opiniões, foi denominado regra de

transição, pois atuará sobre os ACs.

Tais características, semelhantes aos genes constituintes do cromossomo do indivíduo,

geraram para cada indivíduo um posicionamento relativo aos demais e ao longo das interações

os sucessivos resultados globais oriundos das interações locais reorganizaram as estruturas

individuais. As interações locais e topologia da rede estudada foram adaptadas ao conceito de

ACs, que quando uniformes, consistem em reticulados compostos por células que modificam

seu estado pela mesma regra de acordo com sua vizinhança.

A simulação da inteligência humana é muito complexa para ser codificada. Atualmente, por

esse motivo, muitos pesquisadores de Inteligência Artificial (IA) acreditam que a melhor

maneira de utilizá-la seja com o uso de regras simples, de modo que haja a emergência de

comportamentos complexos com a aplicação intensa de computação paralela e interação entre

essas regras simples (MITCHELL, 1999).

A troca de informações tem especial utilidade na formação de indivíduos híbridos e é tratada

no presente estudo como a incorporação de características decisórias alheias às características

do próprio indivíduo. Na organização pode ser feita uma comparação com a técnica de

benchmarking (ABELL, 1993), em que uma organização adquire para si características de

seus concorrentes que possam aprimorar o negócio, modificando sua estratégia e/ou estrutura

(BONNICI; WENSLEY, 2002; CHANDLER, 1999).

Page 70: Dissertacao Mestrado

70

3.6.1.2 Autômatos celulares

Autômatos celulares (AC) foram inicialmente concebidos na década de 1940 por Stanislaw

Ulam e John von Neumann. São máquinas de estado finito que se valem de um método de

estudo abstrato para analisar a execução simultânea de regras locais com as quais surge um

padrão emergente global (HEGSELMANN; FLACHE, 1998; WOLFRAM, 2002).

ACs possuem três características notáveis: paralelismo maciço, interações locais e

simplicidade dos componentes básicos (SIPPER, 2004). Devido à sua simplicidade e enorme

potencial em modelar sistemas complexos, são largamente utilizados. ACs podem ser vistos

como um modelo simples de um sistema espacialmente descentralizado constituído de

componentes individuais, as células.

A comunicação entre as células constituintes é limitada pela interação local. Cada célula que

constitui o AC possui um estado específico que varia de acordo com os estados da vizinhança

local. Primeiramente uma rede regular, discreta, infinita, que representa o universo da

estrutura espacial do autômato celular e, em seguida, um autômato finito, uma cópia que

representará cada nodo da rede. Cada nodo se chama célula e se comunicará com um número

finito de outras células, a vizinhança, geometricamente uniforme e que compõe o reticulado.

Tal comunicação é local, uniforme, determinística e sincrônica, determinando a evolução

global do sistema, ao longo de passos discretos de tempo.

A evolução é determinada pelo estado anterior da célula, sua vizinhança e a função de

transição aplicada, ou seja, a regra (GANGULY et al., 2004; SIPPER, 2004). Tal regra é

idêntica para toda a população nos ACs uniformes e variável nos ACs não uniformes. O

estado refere-se ao valor de uma única célula, ao passo que a configuração refere-se aos

estados presentes no reticulado num momento t (GANGULY et al., 2004). No caso de uma

vizinhança, tais regras, de acordo com a classificação lexicográfica, originarão os futuros

estados da célula, os bits de saída (Quadro 6). Para ACs bidimensionais, as vizinhanças mais

utilizadas são as de Von Neumann e Moore, ambas com raio r = 1. A primeira possui quatro

vizinhos ortogonais e o centro; a segunda, além dos quatro vizinhos ortogonais e o centro,

possui outros quatro vizinhos, conforme aponta a Figura 10.

Page 71: Dissertacao Mestrado

71

Figura 10 – Vizinhanças de Von Neumann e Moore. Fonte: Ganguly et al. (2004).

Na Figura 10 observa-se um reticulado com N = 8 células, raio r = 1 e k = 2 estados, onde a

célula X = 0, numa vizinhança 1 0 1, torna-se X’=1 no seu estado seguinte s. Para a última

célula à direita considera-se como vizinha à primeira da esquerda, formando uma condição

periódica de contorno (WOLFRAM, 2002), ilustrada na Figura 12. Em ACs bidimensionais,

tal condição periódica de contorno caracteriza-se num toróide. Para cada vizinho, existem

dois estados, 0 e 1 e oito possibilidades de vizinhanças η ou transições de estado, criando-se

28 regras possíveis no espaço em que se definem, o chamado espaço elementar.

Vizinhança (η ): 000 001 010 011 100 101 110 111

Bit de saída (s): 1 0 1 0 1 1 0 0

Quadro 6 – Tabela de transição para a regra 53 em AC com raio r = 1 e k = 2 estados.

Fonte: O Autor.

tn

tn+1

X’

Figura 11 - Evolução da célula X com a aplicação da regra 53. Fonte: O Autor.

X

Von Neumann Moore

Page 72: Dissertacao Mestrado

72

Figura 12 - Condição periódica de contorno. Fonte: O Autor.

As regras foram criadas com base na Truth Table de 3 Bits, visualizada no Quadro 7. Para

cada posição, existe um índice de potência à qual o número dois (dois bytes, 1 e 0) é elevado.

O multiplicador posicional mostra o resultado da potência.

Em seguida, tem-se a célula posicionada na coluna B1 com seus vizinhos em B2 e B0. Para

cada vizinhança de B1 existe um estado num tempo t+1, descrito pela coluna Regra. Para se

saber qual regra é a descrita, basta-se somar o produto do multiplicador posicional com o

estado final das células. No caso abaixo, tem-se a regra 53.

Regra

multiplicador B2 B1 B0 53

indice posicional

0 1 0 0 0 1

1 2 0 0 1 0

2 4 0 1 0 1

3 8 0 1 1 0

4 16 1 0 0 1

5 32 1 0 1 1

6 64 1 1 0 0

7 128 1 1 1 0

Quadro 7 – Truth Table de 3 Bits.

Fonte: O Autor.

A execução simultânea de uma regra simples em todas células do reticulado em sucessivos

passos pode fazer emergir um comportamento global complexo (GANGULY et al., 2004), o

que é interessante, pois cada indivíduo tem acesso apenas a uma vizinhança local imediata e,

no entanto, engaja-se na comunicação e integração de longa distância para realizar sua tarefa

(KOZA et al., 1999) num princípio de transitividade também proposto por Granovetter (1973)

e que caracteriza um sistema conexionista.

Page 73: Dissertacao Mestrado

73

No presente estudo tratou-se da origem e destino da troca de informações de cada variável

como um autômato celular unidimensional, que, devido à sua simplicidade, tornou-se a

variante mais estudada dos ACs (GANGULY et al., 2004).

Utilizaram-se os ACs para selecionar a origem e destino das mudanças decisórias. AC foram

utilizados por Goldenberg, Libai e Muller (2001) em sua pesquisa sobre disseminação de

informações e decisões no processo de propaganda boca-a-boca e por Boccara e Fuks (1999)

na modelagem da difusão de inovações.

Baseados no conceito teórico de universalidade, pesquisadores tentam desenvolver

arquiteturas de ACs simples e práticas, que possam ser utilizadas em áreas de aplicação

amplas, como no caso do dilema do prisioneiro interativo, processamento computacional

paralelo, processamento de imagens, reconhecimento de padrões, modelagem da natureza,

sociedade, sistema imunológico, processos químicos, fluxo de tráfego e desenvolvimento

urbano (GANGULY et al., 2004).

Em sua aplicação às ciências sociais, os ACs são utilizados para se compreender a formação

de grupos, tendo sido iniciado por Schelling (1978), ainda que ele não se tenha referido ao

mecanismo como sendo um AC. Axelrod (1980) deu o primeiro passo na análise da

cooperação na estrutura de um AC. O Quadro 8 ilustra as regras com equivalência dinâmica.

Quadro 8 – Regras com equivalência dinâmica.

REPRESENTANTE

DA CLASSE

REGRAS

EQUIVALENTES

REPRESENTANTE

DA CLASSE

REGRAS

EQUIVALENTES

REPRESENTANTE

DA CLASSE

REGRAS

EQUIVALENTES

0 255 35 49,59,115 108 201

1 127 36 219 110 124,137,193

2 16,191,247 37 91 122 161

3 17,63,119 38 52,155,211 126 129

4 223 40 96,235,249 128 254

5 95 41 97,107,121 130 144,190,246

6 20,159,215 42 112,171,241

132 222

7 21,31,87 43 113 134 148,158,214

8 64,239,253 44 100,203,217

136 192,238,252

9 65,111,125 45 75,89,101 138 174,208,244

Page 74: Dissertacao Mestrado

74

10 80,175,245 46 116,139,209

140 196,206,220

11 47,81,117 50 179 142 212

12 68,207,221 51 146 182

13 69,79,93 54 147 150

14 84,143,213 56 98,185,227 152 188,194,230

15 85 57 99 154 166,180,210

18 183 58 114,163,177

156 198

19 55 60 102,153,195

160 250

22 151 62 118,131,145

162 176,186,242

23 72 237 164 218

24 66,189,231 73 109 168 224,234,248

25 61,67,103 74 88,173,229 170 240

26 82,167,181 76 205 172 202,216,228

27 39,53,83 77 178

28 70,157,199 78 92,141,197 184 226

29 71 90 165 200 236

30 86,135,149 94 133 204

32 251 104 233 232

33 123 105

34 48,187,243 106 120,169,225

Fonte: Linguagens (2005).

Wolfram (2002) sugeriu uma classificação sobre a qualidade do comportamento dos ACs,

que consiste em quatro classes, ilustradas na Figura 13:

- classe 1: quase todas as configurações iniciais convergem para a mesma configuração fixa

após um período transiente;

- classe 2: quase todas configurações iniciais convergem para algum ponto fixo ou algum

ciclo atrator, após um período transiente;

- classe 3: quase todas configurações iniciais resultam em um comportamento caótico após

um período transiente;

- classe 4: algumas configurações iniciais resultam em estruturas localizadas complexas,

algumas vezes bastante duradoras.

Page 75: Dissertacao Mestrado

75

Figura 13 – Classes de ACs.

Fonte: Wolfram (2002).

Contudo Li e Packard (1990) sugerem classes mais detalhadas e, por esse motivo, serão

utilizadas nesse estudo:

- Regras Nulas: a configuração limite é formada apenas por 0s ou por 1s. São elas: 0, 8, 32,

40, 128, 136, 160, 168. Correspondem à Classe 1 de Wolfram.

- Regras de Ponto Fixo: a configuração limite não se modifica ao se reaplicar a regra,

excluindo as configurações formadas tão-somente por 0s ou por 1s. Regras do Espaço

Elementar: 2, 4, 10, 12, 13, 24, 34, 36, 42, 44, 46, 56, 57, 58, 72, 76, 77, 78, 104, 130, 132,

138, 140, 152, 162, 164, 170, 172, 184, 200, 204, 232 (as regras em negrito apresentam

deslocamento espacial).

- Regras Ciclo Duplo: a configuração-limite não varia ao reaplicarmos a regra do AC duas

vezes. Regras do Espaço Elementar: 1, 3, 5, 6, 7, 9, 11, 14, 15, 19, 23, 25, 27, 28, 29, 33, 35,

37, 38, 43, 50, 51, 74, 108, 134, 142, 156, 178, 232 (as regras em negrito apresentam

deslocamento espacial).

Page 76: Dissertacao Mestrado

76

- Regras Periódicas: a configuração limite não varia com a aplicação da Regra n vezes, com

o tamanho do ciclo n ou independente ou fracamente dependente do tamanho do sistema.

Regras do Espaço Elementar: 26, 41, 62, 94, 154. A regra 154 pode ser classificada como

Localmente Caótica, i.e., apresenta comportamento periódico com regiões de comportamento

caótico.

- Regras Complexas: apresentam intervalo de transição que pode ser extremamente longo.

Regras do Espaço Elementar: 54 e 110.

- Regras Caóticas: produzem dinâmicas não periódicas. Regras do Espaço Elementar: 18, 22,

30, 45, 60, 73, 90, 105, 106, 126, 146, 150, 122. A regra 73 pode ser classificada como

Localmente Caótica.

As possíveis regras a serem utilizadas neste estudo são aquelas que permitem um raciocínio

compatível com a teoria apresentada no referencial teórico. São elas: 232, 150, 204, 240, 85,

15, 77, 178 e 234. Entre elas, os testes realizados mostraram que a mais adequada para

simular o processo de tomada de decisão dos dentistas é a regra 234. A regra 204 não foi

utilizada em toda a população, mas para simular um buraco estrutural, ou seja, um indivíduo

específico que não troca informações com sua vizinhança local. A seguir serão apresentadas

as tabelas de transição para as regras selecionadas, sua forma algébrica e sua racionalidade.

Sendo o indivíduo central q, o vizinho da direita r e o vizinho da esquerda p, numa vizinhança

de raio r = 1, aplicaram-se as seguintes regras de transição entre os indivíduos, mimetizando-

se a possibilidade de um indivíduo, quando em contato com seus parceiros de rede, ser

influenciado e adquirir para si opiniões inicialmente pertencentes a outro: 232, 150, 204, 240,

85, 15, 77, 178 e 234.

- Regra 232: o indivíduo atualiza sua opinião seguindo a maioria com a qual tem contato (dois

indivíduos e si mesmo).

Forma algébrica: Mod[p q + p r + q r, 2]

Page 77: Dissertacao Mestrado

77

- Regra 150: o indivíduo atualiza sua opinião seguindo a minoria com a qual tem contato (dois

indivíduos e si mesmo) e em caso de consenso mantém sua opinião.

Forma algébrica: Mod[p + q + r, 2]

- Regra 204: mimetiza um buraco estrutural, pois o indivíduo não muda sua opinião ao longo

das interações.

Um indivíduo com regra de transição 204 não troca informações com seus semelhante à

direita nem à esquerda, dado que o fluxo de informações no presente estudo é bidirecional. O

relacionamento entre tal indivíduo e seus vizinhos adjacentes caracteriza um buraco

estrutural, à medida que interrompe o fluxo de informação na rede.

Forma algébrica: q

- Regra 234: equivalente à regra 248, o indivíduo atualiza sua opinião seguindo a maioria,

mas caso haja divergência de opiniões entre vizinhos e sua opinião seja diferente da do líder,

ele mantém sua opinião. Entenda-se como líder o indivíduo situado à esquerda do reticulado,

devido à sua maior força baseada na notação posicional.

Forma algébrica: Mod[p q + r + p q r, 2]

- Regra 240: o indivíduo atualiza sua opinião seguindo a opinião do indivíduo situado à sua

esquerda, com maiores características de liderança e mais influente.

Forma algébrica: p

Page 78: Dissertacao Mestrado

78

- Regra 85: o indivíduo atualiza sua opinião contrariando a opinião do indivíduo situado à sua

direita, menos influente.

Forma algébrica: Mod[1 + r, 2]

- Regra 15: equivalente à regra 85, o indivíduo atualiza sua opinião contrariando a opinião do

indivíduo situado à sua esquerda, mais influente.

Forma algébrica: Mod[1 + p, 2]

- Regra 178: caso haja consenso na rede, o indivíduo mantém sua opinião, senão, a modifica Forma algébrica: Mod[p + p q + r + p r + q r, 2]

- Regra 77: caso haja consenso na rede, o indivíduo muda sua opinião, senão a mantém Forma algébrica: Mod[1 + p + p q + r + p r + q r, 2]

Para se selecionar a regra mais adequada à modelagem, selecionou-se uma regra que

convergisse em 308 ciclos, que tivesse um transiente não longo devido às limitações

computacionais presentes e que convergisse para ponto fixo e não atrator cíclico, pois o

atrator cíclico inviabilizaria a análise dos dados. Regras que convergissem para ponto fixo em

menos de 10 ciclos foram descartadas, assim como as regras caóticas e de ponto fixo. O

critério de seleção também levou em conta a possibilidade de se racionalizar sobre a regra, de

Page 79: Dissertacao Mestrado

79

modo que a mesma pudesse ser traduzida em uma ação coerente com os construtos estudados.

A regra escolhida foi a regra 234, por se adequar a todas as exigências supra citadas.

3.6.1.3 Aspectos sociológicos da modelagem baseada em agentes Reagindo ao positivismo do final do século 19, Georg Simmel concebeu que a realidade

social não consiste de entidades individuais ou coletivas fixas, mas de processos interativos

entre entidades que geram formas sociais num continuum espaço-temporal. Linguagens,

estruturas sociais e normas são criadas através da emergência de fenômenos pela interação

humana. Simmel acreditava ser impossível explicar formas sociais, sem descrever como elas

são geradas por meio de um método genético, o que pressupõe interações. Simmel também

fazia uso de analogias e metáforas diante do desafio de analisar fenômenos complexos de

maneira simplificada, o que inevitavelmente requer a inovação teórica.

A grande maioria das pesquisas em ciência social posiciona-se numa categoria baseada em

variáveis, assumindo a seguinte seqüência:

(1) assume uma unidade social coerente, durável e auto-propulsora; (2) atribui uma condição ou processo geral àquela unidade; (3) invoca ou inventa um modelo variante daquela condição ou processo; (4) explica o comportamento da unidade com base em sua conformidade com o modelo não variante (TILLY, 1995).

Mas conforme cita Tilly (1995), esta prática faz pouco sentido, pois “unidades sociais

coerentes, duráveis e autopropulsoras – indivisíveis – ocupam um grande papel na teoria

política mas nenhum na realidade política” e, mais seriamente, o paradigma baseado em

variáveis “ignora a mudança da entidade através do nascimento, morte, condensação e

divisão” (TILLY, 1995).

Caso se considerem apenas os indivíduos, os fenômenos sociais parecem não possuir um

status ontológico e, nesse caso, a sociologia poderia ser reduzida a apenas fatos sobre tais

indivíduos. Perspectiva semelhante ocorreria caso se analisassem os fenômenos psicológicos

para reduzi-los a simples interações neurais. Ao assumir o papel das interações, porém,

muitos filósofos do século XIX propuseram um dualismo metafísico. Durkheim propõe uma

terceira trajetória, que Sawyer (2002) interpreta como emergência social, onde o indivíduo

cria o social e vice-versa, se posicionando entre o atomismo neurofísico e o dualismo

Page 80: Dissertacao Mestrado

80

metafísico.Tal fenômeno de emergência é comumente visto nos congestionamentos de

tráfego, colônias de insetos e formações de pássaros. Axelrod e Tesfatsion (2004) também

propõem uma terceira maneira de fazer ciência, com o uso da MBA, além da dedução e

indução.

Sawyer (2002) reinterpreta Durkheim à luz de teorias emergentes e esclarece pendências

contraditórias na interpretação dele pelos sociólogos modernos que, segundo o primeiro,

resultam de uma falha no entendimento da teoria do último. A perspectiva emergente surgiu

no início da década de 1960, seguindo a rejeição cognitivista do behaviorismo. Para

Durkheim, “não pode haver sociologia a menos que as sociedades existam, e ... sociedades

não podem existir se houver somente indivíduos”. Tal assertiva, avant la lettre, permite

concluir que possam existir mecanismos ligados aos indivíduos que façam com que o todo

seja maior do que a simples soma das partes (AXELROD; TESFATSION, 2004) e que o

resultado social seja fruto da atividade humana.

As interações entre os indivíduos ocupam importante papel na análise sociológica, criando

sistemas emergentes complexos e dinâmicos que apresentam comportamento global que não

pode ser previsto por uma descrição completa dos componentes do sistema, que se aplica não

somente ao nível social, mas também ao químico, biológico e mental. Tal complexidade se

mostra particularmente sensível às condições iniciais do sistema, de modo que uma pequena

alteração possa causar fenômenos tão grandes a ponto de não poderem ser explicados pelas

leis de que se tem conhecimento.

Durkheim tratou da emergência de fenômenos por meio da propriedade sui generis do sistema

social, prestando especial atenção às redes de pessoas e suas interações. Tais interações

dependem da constituição interna dos indivíduos e sua densidade dinâmica ou grau de

concentração, o “substrato social”. Na presente modelagem, ferramenta inexistente na época

de Durkheim, tal substrato social foi tratado como uma seqüência de características dos

indivíduos, representada pelo AC e suas respectivas interações.

O substrato social somente leva à emergência de fenômenos quando há suficiente número de

unidades e uma densidade dinâmica que permita interconexões. O sistema emergente então

criado não possui muitas das características dos sistemas reducionistas, como linearidade,

independência física e funcional das unidades e localização direta. Tal fato isenta as MBAs de

Page 81: Dissertacao Mestrado

81

qualquer tentativa de reduzir a sociologia a fórmulas e equações matemáticas, dado que são

sistemas não lineares e interconectados.

Uma teoria completa de emergência social deve possuir:

1. a cristalização de fenômenos sociais com base em correntes sociais; 2. a emergência do estágio social com base no substrato social; 3. a emergência de representações coletivas com base no substrato social; 4. a emergência de representações coletivas de “segundo grau” com base

naquelas originariamente emergidas do substrato social; 5. a emergência de grupos sociais maiores com base em grupos sociais

menores. 6. A emergência de grupos secundários com base nas interações entre os

indivíduos com as sociedades emergentes de primeira ordem (SAWYER, 2002).

As primeiras tentativas de se criar uma computação baseada em agentes nas ciências sociais

ocorreram no final da década de 1960 com Thomas Schelling , que, com recursos

computacionais limitados, desenvolveu um modelo espacial simples da composição de

vizinhanças, no qual os agentes apresentavam preferências relacionadas à cor. Seus resultados

mostraram que até preferências que não levavam em conta as cores acabaram segregando

vizinhanças (SCHELLING, 1978).

Em MBAs, que derivam de tecnologias de vida artificial, conforme as utilizadas por Epstein e

Axtell (1996) em seu trabalho associado ao Santa Fe Institute, o sistema é organizado para se

auto-organizar por meio de processos emergentes, ainda que cada agente tenha acesso

somente a apenas informação local (AXELROD; TESFATSION, 2004; CEDERMAN, 2003;

EPSTEIN; AXTELL, 1996; MACY; WILLER, 2002; MITCHELL, 1998; NAGPAL, 1999;

SAWYER, 2002, 2003; WOLFRAN, 2002).

O efeito de tais MBAs, conforme se poderá ver na seção de análise dos resultados

preliminares, normalmente não possui correlação estatística significante com as condições

iniciais e tampouco os agentes têm consciência de que uma determinada configuração social

exista, permitindo inferir que não há uma evidente causa vertical “para baixo”, mas que se

deve considerar o processo “horizontal” de interação entre os agentes.

Page 82: Dissertacao Mestrado

82

3.6.2 Modelagem proposta

No setor odontológico, a complexidade do serviço é muito alta, pois sempre envolve várias

especialidades, seja no diagnóstico ou no tratamento. A complexidade não se restringe ao

atendimento ao paciente pelo(s) dentista(s), mas inclui laboratórios de prótese e análises

clínicas, fornecedores de insumos e equipe de atendimento que devem atuar em perfeita

sincronia e entendimento, para que não sejam perdidas horas clínicas e para que o tratamento

e acompanhamento se desenvolvam de maneira adequada, visto que há um processo biológico

envolvido e muitas vezes o tempo e a comunicação são de vital importância para que

estruturas biológicas possam restabelecer-se de maneira adequada.

Com a alta complexidade do serviço, o elevado número de clínicas odontológicas existentes e

a diminuição de margens ocasionada pelo aparecimento de empresas prestadoras de serviços

odontológicos, a formação de redes de negócios com base na rede pessoal de relacionamentos

mostrou-se uma saída para aumentar o poder competitivo das clínicas odontológicas. Para que

as alianças entre clínicas odontológicas sejam possíveis e bem-sucedidas, especial atenção

deve ser dada à tomada de decisão pelo gestor e à seleção de parceiros e seus critérios.

A Figura 14 elucida o mecanismo proposto pela modelagem. Na reprodução dos seres vivos,

os filhos são gerados com base na troca de material genético entre os pais, o crossover. No

processo cognitivo, a troca de opinião segue mecanismo similar.

O indivíduo 1 possui suas convicções, baseado em suas crenças e valores, assim como o

indivíduo 2 tem as suas. Contudo, caso tais indivíduos possuam uma força muito forte no laço

entre eles, seja ela constituída por grande tempo de relacionamento, alto vínculo emocional,

alta confiança mútua e/ou alta reciprocidade de serviços trocados (GRANOVETTER, 1973),

pode ocorrer, por exemplo, que o indivíduo 1 seja convencido pelo indivíduo 2 de que a

importância da localização de um determinado parceiro não seja relevante na escolha dele.

Ou seja, o indivíduo 1 mantém suas opiniões acerca de outros assuntos, contudo modifica sua

opinião sobre a relevância da localização na seleção de um eventual parceiro.

Conseqüentemente incorpora para si a característica alheia. Não há a geração de prole, como

na genética humana, mas a incorporação de material genético, i.e., opinião.

Page 83: Dissertacao Mestrado

83

Figura 14 – Analogia entre a troca de material genético e a troca de opiniões. Fonte: O Autor.

Ao mesmo tempo, assume-se que os indivíduos possuam um raciocínio indutivo, dada a sua

limitação de racionalidade, e criam esquemas internos para decisão e reconhecimento de

padrões de acontecimentos (ARTHUR, 1994). Tais mapas mentais são compatíveis com a

seqüência genética proposta.

Tal proposta é consistente com o mecanismo de reprodução dos seres vivos, pois a prole não

possui características exclusivas do pai ou da mãe, mas sim uma mistura de material genético

de ambos.

Isso é consistente também com o disposto por Hamel, Doz e Prahalad (1989), quando

afirmam que uma empresa-parceira pode desenvolver em si processos originariamente

localizados em fontes externas.

A modelagem estudou a evolução das distâncias sociais entre os atores na rede, em seu nível

relacional, com base em suas respectivas posições e por meio de sucessivas interações.

REPRODUÇÃO(troca de material genético)

PROCESSO COGNITIVO(troca de opinião)

PAI MÃE

FILHO 1 FILHO 2

INDIVÍDUO INDIVÍDUO1 2

INDIVÍDUO INDIVÍDUO1 2

Page 84: Dissertacao Mestrado

84

Dado um sistema com N atores, a intensidade de relação entre eles pode ser vista como uma

díade ou como uma relação com toda a rede.

Assumir-se-á que a extensão na qual dois atores ocupem a mesma posição na rede seja tratada

como a distância social entre eles e seja medida como um valor escalar.

Convém salientar que tal distância depende das características individuais deles, ou seja,

indivíduos homófilos ocuparão a mesma posição espacial na rede.

Indivíduos homófilos são indivíduos que apresentam o mesmo material genético, ou seja, as

mesmas opiniões acerca dos construtos abordados e as mesmas experiências.

Conforme dispõe a Figura 15, que ilustra o fluxograma da modelagem realizada, as variáveis

que inicialmente possuíam skewness polarizada foram inicialmente normalizadas aplicando-se

a seguinte equação:

)(/))((' i

n

i

n

i

n xdesvpadxmédiavalorx −=

Page 85: Dissertacao Mestrado

85

Início

Análise fatorial e extração dos 10 fatores

Classificação dos dados por ordem de liderança

Agrupamento das variáveis e cálculo dos fatores

Transformação dos dados para escala de 0 a 255

Transformação dos dados em binários seguindo escala de limiar

Mensuração das distâncias iniciais

Confecção do reticulado bidimensional

Seleção de parceiro

Aplicação da regra de transição na população

Não

Sim

Normalização dos dados

Conversão dos dados para escala decimal

seguindo classificação de limiar

Sistema convergiu para ponto fixoem mais de 10 ciclos ou atingiu

308 ciclos ?

Mensuração das distâncias finais

Determinação do número de classes pela regra de Sturge

Figura 15 – Rotina de aplicação do AC para cada fator do estudo.

Fonte: O Autor.

Page 86: Dissertacao Mestrado

86

Limite Limite

22,1 95,4 14,9 43,3 Inferior Superior

1 0 1 0 0,000 28,333

0 0 0 1 28,333 56,667

0 0 0 0 56,667 85,000

0 1 0 0 85,000 113,333

0 0 0 0 113,333 141,667

0 0 0 0 141,667 170,000

0 0 0 0 170,000 198,333

0 0 0 0 198,333 226,667

0 0 0 0 226,667 255,000

Em seguida efetuou-se a análise fatorial, com extração dos componentes principais limitando-

se o número de fatores a 10 com rotação Varimax. Obtidos os fatores, os dados foram então

classificados por ordem de liderança, para que o líder se situasse à esquerda do reticulado. Tal

posicionamento se deve ao fato da posição esquerda possuir maior força no reticulado,

baseada na notação posicional. O cuidado com a topologia tem especial relevância nos

resultados da modelagem (SAWYER, 2003; SIPPER, 2004). As diferentes escalas de

números decimais de cada variável foram então transformadas para uma única escala de 0 a

255. Após a criação da nova escala, foram mensuradas as distâncias iniciais, que consistiram

na diferença de valores entre o indivíduo e o líder, o pivô. Em seguida, converteram-se os

dados em números binários de 8 bits seguindo-se uma escala de limiar, cujo número de

classes foi definido pela regra de Sturge (CARLSON; THORNE, 1997):

NLOGC 10*332,31 +=

Onde C é o número de classes e N o valor máximo dos dados, 255. Os valores dos dados

foram então posicionados na escala de limiar de modo que um valor por exemplo 95,4 se

situasse na quarta classe, com limite superior de 113,333 e inferior de 85, conforme dispõe o

Quadro 9.

Quadro 9 – Metodologia de conversão de números decimais por escala de limiar.

Fonte: O Autor.

Criou-se então o reticulado bidimensional, composto por nove autômatos celulares

elementares (ACEs) com contorno circular periódico. Aplicou-se então a regra de transição

para os indivíduos, consistindo de um AC uniforme de raio r = 1 e k = 2 estados. A dimensão

escolhida para o raio, igual a um, foi selecionada de modo a preservar a fidelidade da

informação, pois sabe-se que quanto maior a distância percorrida pela informação, maior a

Page 87: Dissertacao Mestrado

87

possibilidade de distorção da mesma. Não foram consideradas vizinhanças verticais, dentro do

mesmo indivíduo e cada intervalo de limiar foi tratado como um ACE. Criou-se

artificialmente uma sociedade conectada seqüencialmente por laços fortes, pois segundo

Chwe (1999), tais laços são melhores que os fracos na criação de conhecimento comum, i.e.,

conhecimento do conhecimento de outros agentes, essenciais para a ação coletiva. As regras

foram selecionadas conforme disposto no Item 3.5.1.3..

O critério de parada do sistema foi estabelecido quando ele convergisse para um ponto fixo,

ou ainda atingisse o ciclo 308. Nesse momento cada coluna do reticulado foi convertida para

um número decimal seguindo-se a média do intervalo de classe e mensuradas as distâncias em

relação ao líder. O número de iterações deve ser maior que 304 para possibilitar o fluxo de

informação por transitividade a todos indivíduos, característico de um sistema conexionista,

i.e., um sistema onde indivíduos que não se vêem influenciam-se mutuamente. O critério 308

iterações foi determinado segundo as limitações computacionais existentes nesse estudo.

Utilizou-se uma escala multidimensional, pois o intuito de presente estudo foi verificar os

posicionamentos individuais e suas distâncias do pivô. O método de escala multidimensional

padrão pode levar aos posicionamentos individuais serem presos em um ponto ótimo local, e

não global, fato que interessa ao estudo, pois tal ponto ótimo local representa a posição de

estabilidade do indivíduo numa rede, após sucessivas iterações.

O que se esperou foi a potencialização relativa da similaridade de seus critérios de decisão

pelas interações de modo que o posicionamento de um determinado indivíduo i num tempo

t+1 corresponda a uma aproximação da realidade. O posicionamento espacial obtido no

momento t+1 pode ser considerado um desenvolvimento de mercado, uma vez que dados

seus critérios de decisão, cada indivíduo ocupará um determinado posicionamento na rede,

estando associado ou não a um parceiro compatível, para oferecer um serviço para um

mercado específico.

Excluiu-se a inserção de probabilidades de interação entre os agentes e não é esperado que

eles iniciem interações com outros fora de seu círculo de negócios, a menos que necessitem

de recursos não usuais que não estão prontamente disponíveis com os atores dentro de seu

círculo, criando assim interdependência (DAS; TENG, 2002). Convém salientar que a

delimitação das fronteiras do mapeamento realizado dependeu numa grande extensão dos

propósitos do analista e incluiu os atores relevantes entre si devido à sua participação na

Page 88: Dissertacao Mestrado

88

mesma atividade (i.e., seleção de parceiros). Com a escolha de interagir os indivíduos de

redes diferentes numa mesma planilha com pesos iguais, igualaram-se as forças dos laços

entre eles.

A cada iteração realizada poderá haver a modificação da configuração da rede, dado que

haverá alterações das critérios de decisão dos gestores, e poderão originar um novo modelo de

negócios, à medida que novos relacionamentos, parcerias e estratégias poderão emergir.

Conforme argumenta Argyris (1976), a receptividade da unidade de decisão ao feedback

corretivo aumenta a eficiência do aprendizado, o que se traduz no presente estudo pela

incorporação de critérios decisórios alheios.

O tempo aproximado de processamento foi de 40 minutos, com um processador AMD Duron

de 1,29 Ghz e 256 Mb de memória RAM.

A análise estatística dos dados da pesquisa foi realizada com o software SPSS versão 12.

Page 89: Dissertacao Mestrado

89

4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1 INTRODUÇÃO

Nesta seção apresentam-se os resultados da pesquisa, iniciando com uma descrição da

amostra. Na seqüência são apresentados uma análise fatorial dos dados coletados para

mensurar os construtos relacionados com a formação e sustentação da rede, de modo a

verificar o ajuste dos fatores obtidos com os construtos objetivados. Por fim, todo o resultado

da modelagem por agentes é apresentada e discutida, iniciando pela análise gráfica.

4.1.1 CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA

A amostra foi constituída por clínicas odontológicas da Grande São Paulo contendo uma

média de 3 a 5 funcionários. Os resultados são ilustrados pelos gráficos 2 a 5 e já contém as

variáveis transformadas na escala inversa para as questões com resposta inversa àquela

proposta pelo construto.

36%

5%

14%6%

10%

19%

4%6%

Clínica Geral

Cirurgia

Prótese

Endodontia

Periodontia

Ortodontia

Implantodontia

Outra

Gráfico 2 – Percentagens de respostas por especialidade.

Conforme se visualiza nos gráficos 3 a 5, em relação aos critérios de seleção de parceiros, as

variáveis menos consideradas foram a indicação por laço fraco, o egoísmo, elitismo e dureza

do parceiro. Quanto ao planejamento estratégico da aliança, há um envolvimento médio entre

Page 90: Dissertacao Mestrado

90

parceiros, os benefícios foram na sua maioria calculados antes da aliança, em vez dos riscos.

As contribuições entre parceiros são equivalentes, apresentando contudo um alto grau de

conflito. O aprendizado não faz parte dos objetivos dos parceiros e a dependência entre os

mesmos é pequena. Para a maioria dos respondentes a aliança fortaleceu seu negócio e há

uma percepção de grande saturação de profissionais no mercado, de elevado nível de

concorrência e de que o exercício da Odontologia envolve grandes custos e riscos. Quanto à

impulsividade, os respondentes possuem horizonte de decisão médio, assim como o grau de

emoção na decisão, o tempo levado para decidir e o grau de aceitação do risco, apresentando

pouca persistência ao resolver um problema. A percepção geral da amostra é de que o

parceiro é visto como um líder transformacional.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Pro

xim

LçF

ort

e

LçF

raco

Fle

xiv

el

Hábil

Egoís

ta

Egoís

ta

Honesto

Elit

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Inovador

Duro

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in.

Equip

am

.

Insta

laç

Aparê

ncia

Pers

onaliz

tecnolo

g

Com

ple

ment

Variáveis

Va

lor

dio

Gráfico 3 - Média de valores da amostra para os critérios de seleção de parceiros.

Fonte: O Autor.

Page 91: Dissertacao Mestrado

91

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

Envolv

im

Cálc

ulo

Benef

Quantif.

Ris

cos

Contr

ib.E

quiv

EscopoA

lianca

Conflito

Apre

ndiz

ado

Dependência

Fort

ale

cim

.

Satu

ração

Concorr

ência

Custo

Ris

co

Variáveis

Va

lor

dio

Gráfico 4 - Média de valores da amostra para o planejamento estratégico da rede.

Fonte: O Autor.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

Horizonte

Em

oção

Tem

poD

ecis

ão

AceiteR

isco

Pers

istê

ncia

Ativa

Inte

resse

Otim

ista

Altern

ativas

Ate

nçãoIn

div

.

Variáveis

Va

lor

dio

Gráfico 5 - Média de valores da amostra para os construtos impulsividade e liderança.

Fonte: O Autor.

Page 92: Dissertacao Mestrado

92

4.2 RESULTADOS DA ANÁLISE FATORIAL Após a análise fatorial, obteve-se uma Medida de Adequação de Amostra de Kaiser-Meyer-

Olkin de ,587 e o resultado para o Teste de Esfericidade de Bartlett foi de 1865,521, com

significância de ,000. O Quadro 10 mostra a matriz de componentes rotacionada e os

componentes com maior carga dentro de círculos vermelhos.

Quadro 10 – Matriz de componentes rotacionada.

Fonte: O Autor.

4.2.1 Carga fatorial

Segundo Hair et al. (1998), a carga fatorial representa a correlação entre a variável original e

seu fator. Para uma amostra de 200 casos, um número aproximado de respostas desejadas, a

Rotated Component Matrixa

-,042 -,045 ,356 ,528 ,023 ,051 ,116 ,063 -,152 ,030

-,023 -,084 ,364 ,383 -,072 ,389 ,038 ,265 ,242 ,119

-,013 -,052 ,152 ,321 -,032 ,266 ,054 ,470 ,368 ,175

,217 ,073 ,123 ,485 ,031 ,245 ,110 -,062 ,044 ,146

-,069 ,080 ,618 -,008 ,021 ,181 -,130 -,158 -,055 ,217

,018 ,311 ,136 ,178 ,128 ,155 -,040 -,365 ,093 ,329

,118 ,005 ,628 -,066 ,020 -,018 -,025 -,093 ,068 ,025

,079 ,135 ,059 -,036 ,131 ,051 -,092 ,561 -,371 ,034

,004 ,234 ,620 ,109 -,046 -,116 ,123 ,164 -,032 -,056

,009 -,016 -,081 ,056 -,113 ,070 ,075 ,697 ,002 ,010

-,011 ,081 -,136 ,747 -,014 -,075 -,084 ,001 ,010 ,052

-,036 ,219 -,119 ,723 -,043 -,123 -,017 ,031 -,021 -,149

,073 ,676 ,037 ,124 -,048 -,079 -,043 -,036 ,137 ,055

,127 ,719 -,075 -,003 ,055 -,087 ,049 ,072 ,040 -,008

-,053 ,678 ,081 ,103 -,077 ,019 ,083 ,162 -,004 -,083

,189 ,284 ,069 ,012 ,082 -,224 ,009 -,188 -,181 -,074

-,092 ,528 ,225 ,024 -,015 ,112 -,017 -,234 -,022 ,087

,092 ,037 ,059 ,088 ,134 -,036 -,056 -,056 -,076 ,632

,052 ,106 ,135 -,109 ,069 -,039 -,097 -,034 ,706 -,188

,079 -,048 -,156 ,057 ,204 -,112 ,614 ,071 ,162 ,221

,083 ,082 -,158 ,070 ,117 -,309 ,114 -,064 ,502 ,052

,195 ,077 ,018 -,054 -,046 ,187 ,564 -,225 ,038 -,137

,087 -,022 -,018 -,067 ,642 ,019 ,288 -,107 ,012 ,109

,090 -,052 -,032 -,068 ,348 -,069 -,373 -,136 ,297 ,088

-,101 -,125 ,067 -,082 -,289 ,156 -,499 -,152 ,035 ,126

-,038 -,051 ,200 -,027 -,279 ,062 ,602 ,025 -,173 ,115

,510 -,115 -,012 ,129 -,154 -,022 ,139 -,169 ,134 -,164

-,023 -,021 ,059 -,028 ,673 ,069 -,032 ,150 ,073 -,052

-,029 -,039 ,059 ,069 ,655 -,038 -,039 -,087 ,029 -,060

,144 ,021 -,025 ,075 ,192 ,055 -,114 -,156 ,033 -,555

-,070 ,011 ,057 -,062 ,063 ,609 -,139 ,325 -,055 ,061

-,006 -,125 -,125 -,042 -,036 ,726 ,067 ,026 -,096 -,082

,051 -,047 -,200 -,100 -,070 -,443 -,101 ,136 ,186 ,193

,261 -,049 ,094 ,029 -,346 ,036 ,108 ,068 ,047 -,038

-,288 ,097 -,348 ,057 -,080 ,399 ,039 -,080 ,118 ,172

-,009 ,090 ,296 -,045 ,236 -,254 ,187 ,150 ,125 -,252

,359 -,199 ,090 ,004 -,072 ,002 ,154 ,139 -,338 ,290

,700 ,081 ,003 -,031 -,063 -,042 ,092 -,023 ,010 ,098

,721 ,062 ,159 -,052 ,034 -,076 ,047 ,080 ,056 ,034

,695 ,095 -,113 ,036 ,094 -,034 -,087 ,038 -,052 -,047

Proxim

LçForte

LçFraco

Flexível

Hábil

Egoísta

Honesto

Elitista

Inovador

Duro

Preço

CondFinanc.

Equipam.

Inatalaç.

Aparência

Personaliz.

Tecnologia

Complement.

Envolvimento

CálcBenefíc.

QuantifRisco

Contrib.Equiv.

EscopoAlianç.

Confl ito

Aprendizado

Dependência

Fortalecim.

Saturação

Concorrência

CustoRisco

Horizonte

Emoção

TempoDecisão

AceiteRisco

Persistência

Ativa

Interesse

Otimista

Alternativas

AtençãoIndiv.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Component

Extraction Method: Principal Component Analysis.

Rotation Method: Varimax with Kaiser Normalization.

Rotation converged in 12 iterations.a.

Page 93: Dissertacao Mestrado

93

carga fatorial de 0,35 e um nível de significância de 0,05 confirma uma significante

correlação entre o fator encontrado e a variável original. Numa etapa seguinte, a variável que

não se enquadra dentro de cada dimensão ou fator foi analisada de forma isolada com a

finalidade de reagrupá-la em outra dimensão ou enquadrá-la como variável independente. O

Quadro 11 ilustra os fatores obtidos, sua nova denominação e seus componentes no resultado

final após a matriz rotacionada.

Quadro 11 – Fatores e componentes correspondentes.

Fator Componentes Descrição do Fator

1 V27 , V37 ,V38, V39, V40

Liderança

2 V13 ,V14 , V15, V16,

V17 Qualidade

3 V5,V7 ,V9 Reputação 4 V1 ,V4 ,V11 e V12 Atendimento ao cliente 5 V23, V28, V29, V34 Propensão à aliança 6 V2, V31, V32, V32,

V35 Impulsividade

7 V20, V22, V24, V25, V26

Utilidade na aliança

8 V3, V8, V10 Grau de segregação externa 9 V19 , V21 Peso da decisão

10 V6 , V18, V30 Valor da decisão Fonte: O Autor.

O nome dado aos fatores é fruto do significado identificado com a análise. Conforme se

visualiza no Quadro 7, o fator Qualidade corresponde às variáveis iniciais. O fator Reputação

inclui a habilidade, honestidade e grau de inovação do parceiro. O fator Atendimento inclui a

proximidade do parceiro em relação ao cliente, sua flexibilidade e as condições de

financiamento e preço, tratando do atendimento ao cliente. O fator Propensão à aliança

depende do escopo da aliança, da saturação de empresas no mercado, da concorrência e

inversamente do grau de aceitação do risco, pois um dos motivos pelos quais as empresas

buscam se aliar é a diminuição do risco do negócio.

O fator Impulsividade inclui a indicação por um laço forte, horizonte de planejamento, grau

de emoção na decisão, persistência e considera inversamente o tempo de tomada de decisão.

Tais componentes estão de acordo com a Lei de Paridade, uma vez que com o fortalecimento

Page 94: Dissertacao Mestrado

94

do laço, há mais emoção na decisão e ocorrem reforços de comportamento que fazem com

que a velocidade de resposta do indivíduo diminua.

O fator Utilidade é composto pelo cálculo dos benefícios previamente à aliança, equivalência

das contribuições, grau de dependência e inversamente relacionado ao conflito e aprendizado,

pois quanto maiores os benefícios, as contribuições e dependência, menor será a busca por

interesses particulares, menor será o conflito entre parceiros e menor será a busca pelo

aprendizado de modo a dissolver a aliança. O fator Segregação é composto pela importância

dada à indicação de um parceiro por um laço fraco, grau de elitismo e dureza do parceiro.

O fator Peso da decisão compõe-se das variáveis envolvimento e quantificação dos riscos

previamente à aliança, pois quanto maior a força do laço com o parceiro, mais abertas são as

informações e melhor o risco é quantificado. O fator Valor da decisão inclui o egoísmo,

complementaridade de recursos do parceiro e os custos e riscos da prática do negócio. Isso é

coerente pois quanto mais egoísta o parceiro, mais o mesmo estará voltado para a

maximização de sua utilidade, considerando se a aliança vale a pena pela complementaridade

de recursos do eventual parceiro e pelos custos e riscos do negócio

A outra técnica utilizada para tratamento dos dados foi a modelagem baseada em agentes

(MBA), pelo uso de autômatos celulares. A MBA consiste na interação entre os agentes

autônomos e interdependentes participantes da modelagem, sendo que a interação se dá de

maneira simples e adaptativa.

Autômatos celulares tratam das interações locais entre os agentes, num ambiente

descentralizado onde os estados futuros dos agentes dependem de sua vizinhança. A escolha

de tais técnicas computacionais se deve à grande similaridade entre os conceitos da MBA e a

estrutura e metodologia de interação das sociedades naturais.

A seguir apresentaremos mais detalhadamente a técnica para tratamento dos dados. Em razão

do ineditismo do tema, foi dada uma explicação mais extensa à MBA e à técnica utilizada.

Page 95: Dissertacao Mestrado

95

4.3 MODELAGEM BASEADA EM AGENTES

4.3.1 ANÁLISE GRÁFICA DE DISCREPÂNCIAS INDIVIDUAIS

Após a aplicação das regras, notou-se que a regra considerada não seria melhor denominada/

cooperativa e mais apropriada para formação de redes de negócio é a regra 234. Por esse

motivo, a análise dos resultados seguiu a regra 234 (Quadro 12). Nos gráficos que seguem

(ver Gráficos 6 a 15) são apresentadas as distâncias iniciais e finais correspondentes a cada

regra.

Quadro 12 – Resultados obtidos com as regras sugeridas.

Regra Convergência Atrator Comentário 232 7 ciclos Ponto fixo Regra de ponto fixo 150 Não converge Sem atrator Inviabiliza análise 234 Converge em 199 ciclos Ponto fixo Regra escolhida 240 Não converge Sem atrator Inviabiliza análise 85 2 ciclos Atrator cíclico Inviabiliza análise 15 Converge em 203 ciclos Atrator cíclico Inviabiliza análise 178 Converge em 92 ciclos Atrator cíclico Inviabiliza análise 77 Converge em 300 ciclos Atrator cíclico Inviabiliza análise

Fonte: O Autor.

Conforme dispõe o Quadro 12, após a aplicação da regra 232, o sistema convergiu para ponto

fixo após 7 ciclos, mas como os requisitos para escolha das regras exigiram o mínimo de 10

ciclos, a regra foi excluída. Outro motivo foi que a regra 232 é uma regra de ponto fixo, ou

seja, convergiria de qualquer maneira para um ponto fixo. As regras 150 e 240 fizeram com

que o sistema não convergisse para a estabilidade, o que inviabiliza a análise pois não se pode

identificar um estado fixo. Após a aplicação da regra 234, o sistema convergiu para ponto fixo

em 199 ciclos, sendo portanto a regra que melhor satisfez as exigências prévias à modelagem.

A regra 85 convergiu para atrator cíclico em 2 ciclos, o que sugeriu sua exclusão, tanto pelo

motivo da rápida convergência quanto pelo fato de existir um atrator cíclico, o qual inviabiliza

análise. As regras 15, 178 e 77 convergiram em respectivamente 203, 92 e 300 ciclos, contudo

essa convergência se deu em atrator cíclico, inviabilizando a análise.

Conforme ilustram os Gráficos 6 a 16, cada regra gera um posicionamento espacial diferente,

o que suporta H6, pois de acordo com a racionalidade existente nos indivíduos da rede, i.e.,

regra, e os atributos individuais de cada membro, haverá um posicionamento característico,

Page 96: Dissertacao Mestrado

96

sendo que apenas as regras 234, 240, 232 e 15 aproximam os indivíduos entre si e em relação

ao líder. O Gráfico 6 ilustra a convergência de características após as 308 iterações.

Inicialmente havia uma grande diversidade de características (Gráfico 7) ao passo que no

ciclo 308 mostra a convergência estável atingida no 199º ciclo (Gráfico 8). É importante notar

que os indivíduos não se tornaram idênticos, mas preservaram suas diferenças individuais.

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

-46 4 54 104 154 204 254 304

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 6 – Distâncias nos momentos inicial e final.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 6 ilustra os posicionamentos como distâncias iniciais (vermelho) e finais (verde),

após 308 ciclos, entre os indivíduos estudados (eixo x) e o pivô, indivíduo 1, com aplicação

da regra 234. Percebe-se uma convergência de critérios de decisão.

O Gráfico 7 ilustra a diversidade de critérios de decisão que existia inicialmente e a formação

de clusters, representados pela aglomeração de indivíduos em posicionamentos com

distâncias iguais.

Apesar da convergência de opiniões, representada pela diminuição de distâncias entre os

indivíduos e o líder, alguns indivíduos não se tornaram idênticos, pois mantiveram suas

Page 97: Dissertacao Mestrado

97

características no nível micro (Gráfico 8). Há também no nível micro a formação de dois

clusters, um com distância igual a -0,01 do líder e outro com distância igual a 0,004.

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

200

250

-46 4 54 104 154 204 254 304

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 7 – Distâncias no momento inicial.

Fonte: O Autor.

238

261

249

-0,02

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 8 – Distâncias no momento final.

Fonte: O Autor.

Page 98: Dissertacao Mestrado

98

O Gráfico 9 ilustra as distâncias colocadas em ordem crescente. Os números no eixo x não

correspondem aos indivíduos, mas sim à ordem de entrada dos dados. Percebe-se que até o

205º indivíduo, a distância em relação ao líder é igual a -0,01, formando um primeiro cluster.

A partir do 215º indivíduo a distância se torna zero, formando um segundo cluster. É

importante notar que entre o 205º e o 215º existem indivíduos com distâncias entre zero e -

0,01, o que sugere que tais indivíduos fazem a ligação entre os dois primeiros clusters, sendo

portanto importantes na transmissão de opiniões entre essas duas camadas da rede.

Na distância 0,004 forma-se um terceiro cluster, desde o 233º ao 287º indivíduo. Um quarto

cluster se forma na distância 0,014 composto por 8 indivíduos. A partir do 287º indivíduo a

distância em relação ao líder aumenta sugerindo a formação de um laço fraco na rede, 303º

indivíduo, 249, que poderá conectá-la a uma outra rede de negócios qualquer.

-0,02

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

0,06

0 50 100 150 200 250 300 350

Indivíduos

Dis

tân

cia

s f

inais

Gráfico 9 – Distâncias individuais em ordem crescente.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 10 mostra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 232. Percebe-se uma pequena diminuição das distâncias em relação ao líder e a

formação de três clusters, com a maioria dos indivíduos localizados nas distâncias iniciais dos

outros, uma vez que a regra é regra de maioria e de ponto fixo.

Page 99: Dissertacao Mestrado

99

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 10 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 232.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 11 mostra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 150. Pode-se perceber que não houve convergência de características, dado que cada

indivíduo orienta sua decisão seguindo a minoria.

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 11 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 150.

Fonte: O Autor.

Page 100: Dissertacao Mestrado

100

O Gráfico 12 ilustra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 240. Pode-se visualizar a formação de dois clusters, um com distância zero em relação

ao líder e outro com distância 27.

-40

-20

0

20

40

60

80

100

120

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 12 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 240.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 13 mostra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 85, que converge em dois ciclos para um atrator cíclico.

-100

-50

0

50

100

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 13 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 85.

Fonte: O Autor.

Page 101: Dissertacao Mestrado

101

O Gráfico 14 mostra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 15, equivalente dinâmica da regra 85.

0

20

40

60

80

100

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 14 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 15.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 15 ilustra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 178, que converge em 92 ciclos para atrator cíclico.

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 15 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 178.

Fonte: O Autor.

Page 102: Dissertacao Mestrado

102

O Gráfico 16 ilustra os posicionamentos iniciais e finais após 308 ciclos com a aplicação da

regra 77. Percebe-se que houve uma convergência em 7 clusters, o que representa a variedade

de opiniões na rede, ou seja, múltiplas camadas.

-350

-300

-250

-200

-150

-100

-50

0

50

100

150

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 16 – Evolução das distâncias com a aplicação da regra 77.

Fonte: O Autor.

Conforme se visualiza no Gráfico 7, as distâncias iniciais possuíam grandes oscilações de

valores o que representa as diferenças de características e critérios de decisão individuais, a

diversidade da amostra. A diminuição das distâncias pela aplicação da regra 234 mostra a

aproximação dos indivíduos em relação ao indivíduo 1, pivô, devido ao fortalecimento dos

laços e ao aumento da similaridade entre os mesmos.

Tal convergência se deve ao aumento de similaridade entre critérios de decisão na escolha de

parceiros, seja ela não intencional no sentido do ator ser convencido pelo seu semelhante ou

intencional, a fim de se adaptar ao parceiro desejado. Uma vez que indivíduos mais similares

desenvolverão laços fortes a partir dos quais receberão reforços de comportamento maiores e

mais constantes, o resultado é compatível com a lei de paridade, o que confirma H5.

Nessa evolução dos posicionamentos nota-se no Gráfico 8 que o indivíduo 249 foi o que

menos modificou seu posicionamento, ficando afastado da rede. O indivíduo 249 foi um dos

Page 103: Dissertacao Mestrado

103

menos influenciados pela rede, tendo aumentado a média de seus valores em 9 vezes, em

relação ao aumento médio de 9,3 vezes dos valores da amostra (Gráfico 17).

Analisando-se as variáveis iniciais, percebe-se que o indivíduo 249, em relação à média da

amostra, não considera a indicação por laço forte importante, valoriza a indicação por laço

fraco, calculou mais os benefícios antes de entrar na aliança, percebe que a contribuição das

partes na aliança não é equivalente e demora mais tempo que a média para decidir.

Ou seja, é um indivíduo pouco impulsivo, muito racional e com pouca propensão à formação

de redes de negócio e que quer maximizar sua utilidade, pois vê pouco valor na decisão de

participar da rede, sendo refratário ao reforço dos laços fortes.

A participação na rede tem portanto, peso pequeno na sua decisão, ou seja, é um laço fraco na

rede. Teve seu coeficiente de liderança mais aumentado que o resto da rede e possui menor

propensão à formação de alianças, não valorizando tanto a reputação e qualidade quando da

seleção de parceiros. Há portanto a confirmação de H9.

0

5

10

15

20

25

30

Fatores

dia

de

au

me

nto

Seqüência1 25 3 4 9 4 1 20 16 5 2

Liderança Qualidade ReputaçãoAtendiment

oPropensão

Impulsividad

eUtilidade Segregação

PesoDecisã

o

ValorDecisã

o

Gráfico 17 – Média de aumento de valores dos fatores para o indivíduo 249.

Fonte: O Autor.

Page 104: Dissertacao Mestrado

104

O Gráfico 18 ilustra a diminuição gradual de distâncias do ciclo 1 ao ciclo 308 para o fator

Impulsividade, comprovando a convergência dos sistema.

0

10

20

30

40

50

60

70

12

34

5

6

7

8

9

10

11

12

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14

15

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17

18

1920

2122

2324

2526

27

28

29

30

31

32

33

34

35

36

37

38

39

40

4142

4344

Gráfico 18 – Evolução da média das discrepâncias da rede no tempo para o fator

Impulsividade.

Fonte: O Autor.

Os valores dos fatores aumentaram (Gráfico 19), comprovando H7 e H8 uma vez que o

aumento da força do laço ocasionou um aumento de impulsividade e uma maior propensão à

formação de redes de negócio, desde que sujeitas à mesma racionalidade.

A utilidade dos membros da rede aumentou, assim como o valor da decisão e o peso da

decisão, pois conforme dispõe a lei de paridade, os indivíduos estão sujeitos a reforços de

comportamento.

Page 105: Dissertacao Mestrado

105

Gráfico 19 – Evolução dos valores totais dos dados dos fatores para cada indivíduo.

Fonte: O Autor.

Cada indivíduo é um formador de opinião em cada fator e os indivíduos mais influentes na

soma total de não alteração de opinião foram os indivíduos 240, 58, 71, 294, 21, 41 , 102, 68,

118, 268, 76, 119, 237 ,236, 204, 40, 270, 17, 103, 263, 229, 46, 170, 293, 92, 160, 100, 16,

93, 290, 126 e 33.

O Gráfico 20 identifica os indivíduos formadores de opinião, os indivíduos situados à direita,

com diferença de distância igual a zero, ou seja, não modificaram sua opinião ao longo das

alterações.

Os pontos do gráfico foram obtidos subtraindo-se a distância final da distância inicial, ou seja,

quanto menor a diferença entre esses dois valores, menos a opinião do ator se modificou

acerca dos fatores.

É interessante notar que os formadores de opinião se concentram mais nos indivíduos com

menor valor no fator Liderança, ou seja, consideram mais o interesse pessoal são menos

otimistas, não procuram maneiras diferentes de solucionar problemas e não provêm atenção

individualizada ao parceiro. Ou seja, são indivíduos mais rígidos, menos flexíveis e tendem a

influenciar o resto da rede com uma liderança transformacional que surge a partir das bases da

mesma, provavelmente num esforço de corrosão da liderança da rede na busca pelo poder na

mesma.

0

500

1000

1500

2000

0 50 100 150 200 250 300

Indivíduos

Va

lore

s d

os

da

do

s

Page 106: Dissertacao Mestrado

106

-0,015

-0,01

-0,005

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0 50 100 150 200 250 300 350

Indivíduos

Dif

ere

a d

e d

istâ

nc

ia

Gráfico 20 – Identificação de indivíduos formadores de opinião.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 21 mostra que a média de todos os fatores aumentou, sendo que os fatores que

menos aumentaram foram a reputação, qualidade e propensão. O pequeno aumento do fator

reputação pode ser devido ao pequeno aumento do componente inovação, conforme dispõe

Ahuja (2000), que argumenta que a inovação em uma rede de laços fortes é suprimida, pela

falta de novas idéias externas. Ao mesmo tempo, o grau de atividade possui pouca carga no

fator, comprovando que o nível de atividade da rede não aumenta muito.

Page 107: Dissertacao Mestrado

107

0

2

4

6

8

10

12

14

16

18

20

Fatores

dia

de

au

me

nto

Seqüência1 18 6 4 7 4 6 14 11 11 12

Liderança Qualidade ReputaçãoAtendiment

oPropensão

Impulsividad

eUtilidade Segregação

PesoDecisã

o

ValorDecisã

o

Gráfico 21 – Evolução da média dos valores totais dos fatores.

Fonte: O Autor.

O aumento da liderança em 18 vezes corrobora o referencial teórico no que diz respeito à

liderança descentralizada em uma rede de negócios, pois percebe-se que cada indivíduo passa

a atuar como um líder, à medida que tem suas características de liderança aumentadas.

Em relação ao atendimento ao cliente, a rede passa a poder atendê-lo melhor, oferecendo

melhores condições de preço e financiamento, maior proximidade de parceiros pela maior

quantidade dos mesmos e a flexibilidade da rede é aumentada, talvez não pelo aumento

individual da mesma, mas sim pela soma de esforços e complementaridade de recursos, o que

faz com que as empresas participantes possam oferecer soluções completas e personalizadas a

seus clientes.

O fato da propensão à formação de redes ter aumentado menos que a impulsividade sugere

que indivíduos tendem a formar redes de negócio não somente devido à sua propensão e

maximização de utilidade advinda da aliança, mas também devido ao aumento de

impulsividade oriundo dos reforços mútuos pelos parceiros ao longo das interações. O pouco

aumento da propensão sugere que o escopo da aliança pode estar bem consolidado não

permitindo aumentos em sua definição, conforme se comentou na caracterização da amostra,

o mesmo ocorrendo com a saturação do mercado e o nível de concorrência do mesmo. Há

Page 108: Dissertacao Mestrado

108

também um pequeno aumento da aversão ao risco, motivo pelo qual as empresas entram numa

aliança.

A impulsividade aumenta 6 vezes devido aos reforços mútuos provenientes dos laços fortes

artificialmente criados, conforme dispõe a lei de paridade, sendo que aumentam a emoção na

decisão, o horizonte de planejamento e a persistência ao tentar resolver um problema. O

tempo levado para decidir diminui, devido ao surgimento da confiança proveniente dos laços

fortes.

A maximização de utilidade aumenta 14 vezes o que sugere um maior esclarecimento dos

benefícios provenientes da aliança e uma maior coerência de objetivos da rede, deixando de

lado interesses individuais. A equivalência de contribuições se torna mais forte, assim como a

dependência mútua. Coerentemente o conflito na rede diminui e aumenta a estabilidade da

aliança, confirmando H1. Contudo, o aprendizado é suprimido, o que pode vir a dificultar o

surgimento de inovações (AHUJA, 2000) mas ao mesmo tempo diminui a busca por

interesses particulares, fortalecendo a estabilidade da rede, conforme argumentam Khanna,

Gulati e Nohria (1998).

Após a convergência, a segregação aumenta na rede, pois a mesma se torna mais fechada ao

ambiente externo, tornando-se mais elitista e dura para com não-membros da mesma,

confirmando H4.

Conforme ilustra o Gráfico 21, o peso da decisão aumenta devido ao maior comprometimento

entre os participantes da rede originário dos maior envolvimento através dos laços fortes e do

alto risco moral envolvido em caso de contrariar o senso comum da rede. À medida que os

indivíduos estão conectados por laços fortes, os mesmos se conhecem melhor e podem

quantificar melhor os riscos existentes.

O valor atribuído à decisão aumenta pois o risco envolvido na mesma diminui. Há um

aumento do egoísmo não de um indivíduo particular, mas sim da rede como um todo, o que é

coerente com o aumento da segregação externa, ou seja, a rede se fecha ao mundo externo, o

que é um fator prejudicial.

Page 109: Dissertacao Mestrado

109

Mais do que serem propensos à formação de redes, os indivíduos são propensos a segregar

outros indivíduos de sua rede de negócios, seguindo a liderança da rede, a utilidade, o peso do

reforço do comportamento e valor adquirido pela decisão.

No fator reputação, formam-se dois clusters, provavelmente devido ao fato de 308 ciclos

serem pouco tempo para ocasionar a convergência do fator. Esse retardo de convergência

pode se dever às grandes oscilações existentes nas respostas da amostra.

O Quadro 13 ilustra as maiores (verde) e menores (laranja) alterações de opinião dos

indivíduos da rede. Percebe-se que cada indivíduo é menos ou mais susceptível a alterações

de opinião em um determinado fator.

O indivíduo 303, mais distante do líder, foi o que menos oscilou sua opinião na maioria dos

fatores e o indivíduo 248 o que mais oscilou sua opinião. É importante lembrar que o

indivíduo 248 está adjacente ao 249, o laço fraco da rede e por isso é muito influenciado pelo

último, dado que interage diretamente com ele.

Do ponto de vista do gestor, isso permite identificar qual seria um provável obstáculo ou

facilidade na formação de uma aliança, baseado em seu conhecimento prévio dos parceiros e

de suas facilidades e resistências ao aceitarem opiniões alheias. Um indivíduo que altera

muito sua opinião após uma influência é mais fácil de ser convencido em relação a

determinado assunto. Esse conhecimento pode ser aplicado tanto à tomada de decisão do

gestor quanto à tomada de decisão do consumidor em seu momento de compra.

Quadro 13 – Alterações de opinião dos indivíduos em cada fator.

Fonte: O Autor

Lider Qualid Reput Atend Prop Impulsiv Utilidade Segreg Peso Dec

Valor Dec

1 312 184 43 113 43 85 213 184 213 213

2 340 113 43 113 43 85 241 213 213 128

3 340 85 14 113 43 85 269 213 184 213

4 340 113 43 85 43 85 269 184 213 156

5 340 113 43 113 43 113 269 213 213 213

6 340 85 43 85 14 85 269 184 213 213

7 340 113 43 113 43 113 241 213 184 213

8 340 113 43 85 14 85 241 184 213 184

9 340 113 43 113 43 113 269 213 184 184

Page 110: Dissertacao Mestrado

110

10 340 113 43 85 14 113 368 213 213 213

11 340 57 43 113 43 113 269 184 213 184

12 340 113 43 113 43 113 269 213 213 213

13 312 113 43 241 43 113 269 213 184 184

14 283 57 43 113 14 85 241 184 213 184

15 255 113 43 57 14 113 269 213 184 213

16 312 184 57 85 43 28 269 156 156 184

17 312 85 14 113 14 57 213 156 213 213

18 340 213 43 113 43 57 269 213 213 184

19 340 85 43 85 43 113 269 213 213 213

20 312 57 43 113 43 85 269 213 184 213

21 340 85 14 85 43 113 213 184 213 184

22 312 113 113 85 43 113 241 213 213 213

23 312 113 43 113 43 113 241 213 213 184

24 340 113 14 113 43 113 269 213 184 184

25 283 113 43 113 142 57 269 184 213 213

26 340 85 14 113 43 113 241 213 213 213

27 312 57 113 57 43 85 184 184 184 213

28 340 113 43 28 170 113 269 213 184 184

29 283 85 43 85 43 85 213 213 213 213

30 340 113 43 85 43 85 213 213 213 213

31 312 85 43 113 43 113 340 184 213 213

32 312 57 43 113 43 85 269 213 213 156

33 340 0 -43 85 43 85 269 71 213 99

34 312 113 14 85 43 85 269 184 213 184

35 340 113 43 85 14 57 269 184 213 213

36 340 113 113 85 14 113 241 213 184 213

37 312 113 43 113 227 85 241 213 213 184

38 340 113 43 113 43 113 213 213 213 213

39 340 85 43 57 43 113 213 184 128 213

40 312 113 43 57 -43 85 241 213 213 156

41 312 85 14 85 43 113 241 184 213 184

42 312 113 170 85 14 113 269 184 213 213

43 312 85 14 113 43 85 269 213 184 213

44 340 85 43 113 43 113 269 184 184 213

45 340 113 14 113 43 113 269 213 184 213

46 283 85 170 0 43 85 241 213 184 213

47 340 113 43 113 43 57 241 213 213 213

48 340 57 -14 184 85 85 269 213 213 184

49 312 85 43 113 43 85 269 213 213 184

50 283 85 14 113 43 113 269 213 213 213

51 340 113 43 213 43 113 269 213 184 213

52 340 113 43 113 14 113 269 213 213 213

53 340 113 43 85 43 113 213 213 184 213

54 340 113 43 113 43 85 269 156 213 213

55 340 85 43 113 14 113 184 213 213 213

56 340 85 43 85 43 85 241 184 213 213

57 340 85 43 85 43 113 368 213 213 213

58 312 85 43 113 -71 85 269 213 213 213

59 312 85 43 57 43 85 269 213 213 213

60 340 113 43 113 43 113 241 213 213 213

61 312 113 43 113 170 85 269 156 213 213

Page 111: Dissertacao Mestrado

111

62 312 85 113 113 85 113 269 213 184 213

63 255 28 14 113 43 85 241 213 128 213

64 340 85 43 85 43 113 269 213 184 184

65 340 113 43 113 14 113 241 213 184 213

66 340 113 43 113 43 113 241 213 213 213

67 255 113 14 113 43 113 269 128 184 128

68 312 57 -14 113 43 213 241 184 213 184

69 340 57 43 113 43 85 269 213 184 213

70 340 113 43 85 113 85 269 213 184 213

71 227 113 14 113 43 85 269 184 213 213

72 340 85 43 113 43 113 269 184 184 213

73 340 85 43 113 142 57 269 213 213 213

74 312 113 14 113 43 113 269 184 213 213

75 340 113 43 99 198 57 241 213 213 156

76 312 184 43 28 43 85 269 213 128 213

77 255 113 43 113 43 113 269 213 213 213

78 340 113 14 113 43 113 213 213 184 213

79 227 113 113 113 -14 184 269 213 213 156

80 340 113 43 113 14 85 269 184 213 213

81 340 113 43 113 43 113 241 213 213 213

82 283 113 43 113 43 113 241 184 184 213

83 340 57 43 113 43 113 269 213 213 213

84 340 57 -14 113 14 85 241 156 213 213

85 340 113 43 113 43 113 241 184 213 213

86 340 85 43 113 14 85 269 213 213 213

87 312 113 43 113 14 85 269 156 213 184

88 340 113 43 85 43 85 269 184 213 213

89 312 85 43 113 43 113 241 213 184 213

90 340 85 43 85 43 113 269 184 213 213

91 340 113 43 113 43 85 269 213 213 213

92 255 85 43 57 43 85 269 156 213 128

93 312 85 43 85 43 85 213 128 128 184

94 340 113 113 85 43 113 241 213 213 213

95 340 113 43 113 14 85 269 184 213 213

96 340 85 43 156 43 113 241 213 184 213

97 340 85 14 113 43 85 241 184 213 213

98 340 85 43 113 43 85 241 184 184 213

99 312 113 14 113 43 113 269 213 213 213

100 312 113 -43 113 43 85 241 156 184 128

101 340 85 14 113 43 113 269 213 156 213

102 255 113 14 57 43 113 269 213 213 156

103 340 113 14 113 14 57 241 184 156 156

104 340 85 43 113 43 113 269 184 213 213

105 340 113 43 85 43 113 241 213 213 213

106 283 85 43 57 43 57 269 213 213 128

107 283 113 43 113 43 113 269 213 213 184

108 312 113 43 113 14 85 269 213 156 213

109 340 113 -14 113 43 113 269 184 213 213

110 340 113 43 113 43 85 241 156 213 213

111 354 128 57 128 57 128 283 227 227 227

112 312 85 -71 113 14 113 269 213 213 184

113 340 85 43 113 43 85 269 184 156 213

Page 112: Dissertacao Mestrado

112

114 283 113 14 113 43 113 269 213 184 213

115 340 113 43 113 14 85 269 184 184 184

116 312 113 43 85 43 113 269 156 184 213

117 340 85 14 113 43 113 213 213 213 213

118 340 113 14 113 14 28 213 184 213 213

119 312 85 43 85 14 85 241 184 156 213

120 340 113 43 113 43 113 269 213 184 184

121 340 57 43 113 43 113 241 213 213 213

122 283 85 14 113 14 113 241 213 184 213

123 340 85 43 113 43 113 241 213 184 184

124 340 85 43 113 43 113 269 213 213 213

125 340 113 43 113 14 85 241 213 184 184

126 340 113 -43 57 43 28 241 156 156 156

127 283 85 43 113 43 85 184 156 184 213

128 340 113 43 113 14 85 241 184 128 213

129 283 85 43 113 43 57 269 213 128 213

130 340 113 43 113 43 113 269 213 184 213

131 340 85 43 113 43 213 241 213 184 213

132 340 113 43 85 43 57 184 213 213 213

133 312 85 113 113 14 113 269 213 184 213

134 283 57 43 113 43 113 241 213 128 156

135 340 85 43 85 43 113 269 213 213 213

136 340 113 43 113 14 113 269 213 184 213

137 340 113 43 113 113 113 241 213 213 184

138 340 85 14 57 43 85 241 213 213 184

139 312 113 43 113 43 113 269 213 213 213

140 340 57 43 113 43 113 269 184 213 213

141 340 113 14 85 198 85 269 213 184 184

142 340 85 43 85 113 113 269 184 213 213

143 312 113 43 57 43 85 241 213 213 184

144 312 113 43 113 43 85 241 184 184 213

145 340 113 43 85 14 113 269 184 184 213

146 340 113 43 113 14 113 269 184 213 213

147 340 113 43 113 43 85 241 213 213 213

148 340 85 43 113 43 85 368 184 213 128

149 340 113 43 113 43 57 184 184 213 184

150 340 85 57 85 43 113 269 184 213 213

151 312 85 43 113 14 113 269 213 213 213

152 312 85 43 113 43 85 269 213 213 184

153 340 85 43 113 43 85 269 213 184 213

154 340 85 14 57 14 113 128 128 184 213

155 340 113 43 85 -43 85 241 184 184 213

156 312 113 43 85 -128 85 241 156 213 128

157 340 113 43 113 -43 57 241 184 213 213

158 340 85 14 113 -43 85 269 213 213 156

159 340 113 43 85 -99 113 241 184 184 213

160 312 113 43 113 -71 85 241 156 156 184

161 312 113 14 28 -28 113 269 213 184 156

162 340 113 43 85 43 113 241 213 213 213

163 340 85 14 57 43 113 269 213 156 213

164 340 113 43 113 43 113 269 184 213 184

165 340 113 43 113 43 85 213 184 213 184

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166 340 85 57 85 43 113 269 184 213 213

167 312 85 43 113 14 113 269 184 213 213

168 340 85 43 113 43 85 269 213 184 184

169 340 85 43 113 43 85 269 213 184 213

170 340 85 14 57 113 113 128 128 184 213

171 340 113 14 113 43 57 241 213 184 213

172 340 113 14 85 43 184 213 184 156 213

173 340 113 43 113 43 57 241 184 184 184

174 312 85 142 85 14 184 241 213 213 213

175 354 113 43 113 14 113 269 213 227 213

176 312 113 43 28 43 113 241 213 184 184

177 340 113 43 85 43 113 241 213 213 213

178 340 85 14 57 43 113 269 213 156 213

179 340 113 43 113 43 113 269 184 213 184

180 340 113 14 57 14 113 269 213 184 213

181 312 85 43 85 14 85 241 213 184 156

182 340 113 14 113 43 85 269 184 213 213

183 340 113 43 85 43 113 269 213 213 213

184 340 85 43 85 43 57 269 213 184 213

185 340 113 43 85 43 85 269 184 156 156

186 312 113 -14 113 43 113 269 213 156 213

187 340 113 14 113 43 113 269 213 213 184

188 312 113 43 85 43 113 184 213 213 213

189 312 85 43 113 43 113 269 213 184 184

190 340 113 113 113 43 28 269 184 213 213

191 340 113 43 85 43 85 269 213 213 184

192 312 113 43 113 43 113 269 213 184 213

193 312 113 43 85 43 85 269 213 184 213

194 340 85 43 113 43 113 269 213 213 184

195 312 113 14 113 14 113 269 213 213 213

196 340 113 43 85 14 113 269 213 184 213

197 340 85 43 113 14 85 269 156 184 213

198 340 113 43 113 43 85 269 213 184 213

199 312 85 43 85 43 85 269 213 184 213

200 340 113 113 85 43 113 269 213 213 184

201 340 85 43 113 43 113 241 213 184 213

202 340 85 14 113 43 113 213 184 184 213

203 340 85 85 113 -14 113 213 184 184 99

204 312 113 113 85 43 113 269 213 184 213

205 340 113 113 113 43 113 241 184 213 213

206 283 85 113 113 43 113 241 184 213 213

207 312 85 113 113 14 85 269 184 213 213

208 340 113 113 113 43 113 269 213 184 184

209 312 113 113 85 43 113 241 213 213 213

210 340 113 85 113 14 113 241 156 213 213

211 340 113 113 28 43 113 269 213 213 213

212 340 85 85 113 43 113 241 184 184 213

213 312 113 113 85 43 113 241 184 213 213

214 340 85 113 113 43 85 241 213 184 213

215 340 57 85 113 43 85 213 213 213 156

216 340 113 113 113 43 57 241 213 213 184

217 340 113 113 113 14 113 368 213 213 213

Page 114: Dissertacao Mestrado

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218 340 113 113 113 14 113 269 213 213 213

219 340 85 113 113 43 85 241 184 213 184

220 312 113 113 85 43 113 269 213 156 213

221 312 85 113 85 142 113 241 213 213 213

222 312 113 113 113 43 113 269 213 184 213

223 340 113 113 113 14 113 269 213 184 213

224 312 57 113 85 85 85 269 213 184 184

225 312 28 113 213 43 85 269 184 184 213

226 340 113 113 113 43 85 241 184 213 213

227 340 113 113 85 43 113 241 213 184 213

228 340 28 113 113 14 113 241 213 184 99

229 340 85 85 113 43 113 269 213 213 184

230 340 113 113 113 43 113 269 213 184 213

231 340 113 113 113 43 85 241 184 213 128

232 340 57 113 113 43 85 269 213 213 213

233 283 113 113 85 14 113 269 213 184 213

234 340 113 113 113 14 113 241 184 184 184

235 283 28 85 57 43 113 241 184 213 156

236 340 113 85 113 14 85 241 184 184 128

237 312 113 113 113 113 85 241 184 156 312

238 340 113 113 85 -14 113 269 184 213 184

239 340 113 113 113 43 85 269 184 213 213

240 312 113 85 113 43 85 269 213 213 184

241 340 85 113 113 14 85 241 184 213 213

242 340 113 113 113 14 85 269 213 156 213

243 312 113 113 85 14 113 269 184 184 213

244 340 57 85 85 43 57 269 184 213 213

245 312 57 113 85 43 113 269 184 184 213

246 340 57 113 113 43 113 269 213 213 213

247 340 113 113 113 43 113 269 213 184 184

248 340 213 213 113 43 28 269 368 184 255

249 340 85 113 113 43 184 241 156 184 213

250 340 85 57 113 43 85 269 213 184 184

251 312 113 113 85 43 113 368 184 213 156

252 340 113 113 113 43 57 269 128 156 213

253 340 113 14 113 43 113 269 213 213 213

254 312 113 43 113 43 28 213 213 213 184

255 340 85 43 57 43 113 269 213 156 213

256 340 85 43 85 43 113 269 213 213 213

257 340 113 43 113 14 113 269 213 184 184

258 340 85 43 113 14 57 269 184 213 213

259 340 113 14 113 -14 113 269 184 213 213

260 312 113 0 184 85 156 269 184 213 213

261 340 113 43 113 14 85 269 213 213 213

262 312 85 43 85 43 113 241 156 128 184

263 340 113 43 85 85 85 241 213 213 184

264 312 113 43 113 43 113 241 213 184 213

265 312 213 -14 85 -14 113 269 213 213 340

266 312 85 -14 213 14 57 241 184 213 213

267 312 113 43 113 14 113 213 128 184 184

268 312 113 43 57 14 113 269 213 213 184

269 283 28 -14 113 43 113 241 213 213 156

Page 115: Dissertacao Mestrado

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270 340 85 14 85 -14 113 269 213 213 213

271 312 113 43 113 43 113 269 213 184 213

272 340 113 14 28 113 85 241 184 184 213

273 340 85 43 57 43 113 269 184 213 213

274 340 113 43 57 43 113 269 213 184 213

275 340 85 43 113 14 85 213 184 156 213

276 340 113 43 113 43 113 269 184 213 213

277 340 113 43 113 -14 113 241 213 213 213

278 312 85 43 113 -43 113 269 213 213 184

279 340 113 14 113 43 57 269 184 184 184

280 340 85 43 113 43 113 269 213 213 213

281 312 113 43 113 43 85 269 213 213 184

282 340 113 -14 113 14 113 269 184 184 213

283 312 85 43 85 43 113 269 213 213 213

284 312 113 43 113 14 113 269 184 128 213

285 255 113 43 113 43 113 269 184 213 213

286 283 113 -14 113 14 85 269 184 213 213

287 312 85 43 113 43 113 241 184 184 213

288 312 57 43 213 14 113 241 156 184 184

289 340 113 -14 28 -14 28 269 213 184 128

290 340 113 43 113 43 113 269 213 213 213

291 312 57 43 156 -14 85 269 156 213 213

292 312 113 14 113 14 85 241 184 184 213

293 340 113 43 57 14 113 269 213 213 213

294 340 113 43 113 43 113 269 213 128 184

295 283 113 43 113 43 113 269 184 213 184

296 340 57 43 57 14 113 269 184 184 213

297 340 113 43 113 43 113 241 213 213 184

298 312 113 43 57 43 113 269 213 184 213

299 340 113 43 113 43 85 269 213 184 213

300 312 113 43 113 113 85 269 156 213 213

301 340 85 43 113 -14 113 213 213 184 213

302 340 85 43 85 14 113 269 213 213 213

303 -29 -30 -23 -29 -27 -30 -29 -30 -31 -28

Os Quadros 22 a 31 ilustram a evolução das discrepâncias individuais na população em seus

momentos iniciais (vermelho) e finais (verde).

Percebe-se para o fator Liderança que houve uma convergência de todos indivíduos em zero,

ou seja, todos percebem que a formação artificial da rede fortalece os negócios

individualmente, que o interesse, otimismo, busca de alternativas e nível de atenção

individual do líder aumentou.

Page 116: Dissertacao Mestrado

116

-0,04

-0,035

-0,03

-0,025

-0,02

-0,015

-0,01

-0,005

0

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 22 – Evolução das distâncias iniciais (vermelho) e finais (verde) para o fator

Liderança.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 23 ilustra a convergência para o fator Qualidade. Há novamente um consenso que

os equipamentos, instalações, aparência dos funcionários, personalização dos serviços, nível

de tecnologia e complementaridade de recursos são relevantes na seleção de parceiros.

-0,015

-0,01

-0,005

0

0,005

0,01

0,015

0,02

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0,035

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 23 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Qualidade.

Fonte: O Autor.

Page 117: Dissertacao Mestrado

117

O Gráfico 24 ilustra os posicionamentos finais para o fator Reputação. Nota-se uma

convergência em dois clusters principais, havendo uma dispersão de alguns indivíduos, sendo

que os indivíduos nas extremidades do cluster são os indivíduos 33 e 173.

Para se saber a partir de onde surgiu a influência, analisaram-se as características dos

indivíduos situados na extremidade do cluster com distância 0,015, que foram os indivíduos

173, mais próximo do líder, e 33 mais distante do líder. O Gráfico 25 retrata a relação entre os

critérios de decisão da média da rede e os indivíduos 173 e 33.

Percebe-se que a maior discrepância ocorre no indivíduo 33, localizado mais perto do líder

que o indivíduo 173. Tal indivíduo considera a qualidade e reputação mais relevante na

seleção do parceiro do que o resto da rede e tende a segregar indivíduos diferentes dele mais

do que a média da rede. Seu valor da decisão é maior, ou seja, ele é mais egoísta e analisa os

custos e riscos envolvidos na aliança com maior profundidade.

Logo, conclui-se que a partir dele emana a influência que afasta os indivíduos adjacentes, até

o indivíduo 33. Ou seja, os indivíduos a partir do 33 ao 173 são privados da informação que o

resto da rede possui uma vez que o indivíduo 33 altera a qualidade da informação transportada

aos indivíduos situados a maior distância do líder. Contudo, os 50 indivíduos situados mais

distantes do líder, à direita do gráfico em verde convergem para distância igual a zero em

relação ao resto da rede.

Isso ocorre pois o contorno do ACE é circular periódico, ou seja, o líder interage com as

camadas mais distantes da rede. O contorno circular periódico demonstra a importância do

líder estar em contato com os subordinados para disseminar sua influência às camadas mais

baixas da rede. Se o contorno da rede não fosse periódico, a partir do indivíduo 33 até o final

da rede se formaria um cluster com distância 0,015.

Page 118: Dissertacao Mestrado

118

-0,08

-0,06

-0,04

-0,02

0

0,02

0,04

0,06

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 24 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Reputação.

Fonte: O Autor.

0

20

40

60

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160

Lid

era

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Qu

alid

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e

Re

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Pro

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ão

Fatores

Va

lore

s

Média da rede Indivíduo 173 Indivíduo 33

Gráfico 25 – Relação entre os critérios de decisão da rede e os indivíduos 173 e 33.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 26 ilustra a convergência final para o fator Atendimento ao cliente, mostrando o

consenso na rede com apenas 11 indivíduos discordando do resto da rede.

Page 119: Dissertacao Mestrado

119

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

0,035

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 26 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Atendimento ao cliente.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 27 mostra a convergência para o fator Propensão. Percebe-se que alguns indivíduos

não convergiram. Isso demonstra que a existência de laços fracos existe discriminadamente,

ou seja, um indivíduo que é um laço forte na rede em determinado fator, pode ser um laço

fraco em outro, demonstrando assim a dinâmica da rede que se pretendeu discutir nessa

dissertação.

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 27 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Propensão.

Fonte: O Autor.

Page 120: Dissertacao Mestrado

120

O Gráfico 28 ilustra a convergência de distâncias para o fator Impulsividade. Os indivíduos

68, 79, 131, 172, 174, 250 e 261 foram os que menos alteraram sua impulsividade na rede

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01

0

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0,02

0,03

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 28 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Impulsividade.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 29 ilustra a evolução das distâncias inicial e final para o fator Utilidade, mostrando

poucos indivíduos que não convergiram.

0

0,005

0,01

0,015

0,02

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0,03

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Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 29 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Utilidade.

Fonte: O Autor.

Page 121: Dissertacao Mestrado

121

O Gráfico 30 ilustra a ampla convergência dos indivíduos após 308 ciclos do AC em relação

ao fator Segregação. Possui especial destaque o indivíduo 249, que se mantém afastado da

rede, o laço fraco. Essa ampla convergência confirma o fato de que uma rede com laços fortes

segrega indivíduos externos a ela.

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

0,035

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 30 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Segregação.

Fonte: O Autor.

Os Gráficos 31 e 32 ilustram a convergência da rede nos fatores Peso e Valor da decisão

respectivamente. O fator Peso convergiu totalmente, ao passo que no fator Valor os

indivíduos 238, 249 e 266 se mantiveram distanciados da rede. São portanto laços fracos com

relação ao fator Valor da decisão do gestor.

Page 122: Dissertacao Mestrado

122

0

0,005

0,01

0,015

0,02

0,025

0,03

0,035

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 31 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Peso da decisão.

Fonte: O Autor.

-0,04

-0,03

-0,02

-0,01

0

0,01

0,02

0,03

0,04

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 32 – Evolução das distâncias inicial e final para o fator Valor da decisão.

Fonte: O Autor.

O Gráfico 33 mostra a diversidade de valores de critérios de decisão iniciais dos indivíduos da

rede estudada. No Gráfico 34 percebem-se áreas planas demonstrando que houve uma

convergência de critérios de decisão, onde foi criada uma opinião única da qual o grupo

compartilha, o que faz com que haja uma convergência de opiniões.

Page 123: Dissertacao Mestrado

123

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

S1

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S7

S9

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20

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100

Valores

Indivíduos

Variáveis

Gráfico 33 – Valores dos dados iniciais para os indivíduos 5 a 15.

Fonte: O Autor.

1

4

7

10

S1S2S3S4S5S6S7S8S9S10

0

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250

300

350

400

Valores

Indivíduos

Variáveis

Gráfico 34 – Valores dos dados após 308 ciclos para os indivíduos 5 a 15.

Fonte: O Autor.

Page 124: Dissertacao Mestrado

124

A inserção de um buraco estrutural por meio da aplicação da regra 204 no 150º indivíduo

gerou o afastamento dos indivíduos adjacentes, conforme ilustram os Gráficos 35 e 36.

Percebe-se que por meio de tal ação o indivíduo se distanciou de sua posição inicial, ou seja,

interrompeu o fluxo de informação na rede.

É interessante notar que a influência do indivíduo 8 é maior quanto mais perto seu vizinho

esteja, tendo um limite de distância a partir do qual não é mais praticável a sua transmissão

(GRANOVETTER, 1973), no qual a informação perde sua validade para o gestor

(ARGYRIS, 1976), que é o que ocorre desde o indivíduo 46 até o 150.

Esse efeito é local pois à distância a falta de informação é compensada pela propriedade de

transitividade da rede. Tais fatos confirmam respectivamente H3 e H2.

-80

-60

-40

-20

0

20

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80

100

0 50 100 150 200 250 300 350

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 35 – Posicionamentos no 13º ciclo após criação de buraco estrutural no 150º

indivíduo.

Fonte: O Autor.

Page 125: Dissertacao Mestrado

125

-100

-80

-60

-40

-20

0

20

40

60

0 50 100 150 200 250 300 350

Indivíduos

Dis

tân

cia

s

Gráfico 36 – Posicionamentos no 308º ciclo após criação de buraco estrutural no 150º

indivíduo.

Fonte: O Autor.

Percebe-se no Gráfico 36 que no ciclo 26 houve um limiar exponencial a partir do qual passou

a haver uma convergência de características. Tal limiar exponencial caracteriza o momento no

qual a rede é “tomada” pelos insurgentes, indivíduos que propagam a opinião oriunda da

maioria.

A idéia prévia do tempo aproximado de convergência e do momento do limiar exponencial

permitirão ao gestor supor o tempo necessário de interação com parceiros para que os mesmos

sejam convencidos em relação a participar de um empreendimento conjunto, uma aliança.

Associado a esse conhecimento, os resultados desta dissertação sugerem que pode-se estimar

os indivíduos mais propensos a aceitar as opiniões do gestor em caso de formação de alianças.

Page 126: Dissertacao Mestrado

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0

10

20

30

40

50

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1 11 21 31 41 51 61 71 81 91 101 111 121 131 141 151 161 171 181 191 201 211 221 231 241 251 261 271 281 291 301

Indivíduos

Dis

cre

nc

ias

in

div

idu

ais

Gráfico 37 – Evolução das discrepâncias individuais ao longo dos 308 ciclos.

Fonte: O Autor.

Através do uso do programa MATHEMATICA, identificou-se o que aconteceu no ciclo 26,

Para visualizar o ocorrido utilizou-se a fórmula, descrita a seguir:

ArrayPlot[CellularAutomaton[234,{1,1,1,1,0,1,0,1,1,0,0,1,0,0,0,0,0,1,1,0,0,0,1,0,1,1,1,0,0,1,1

,0,0,0,0,0,0,0,0,1,1,0,1,1,0,0,1,1,1,1,1,0,1,1,1,0,0,0,1,0,1,1,0,0,1,1,0,1,1,1,0,1,1,0,1,1,1,0,1,0,1,

0,0,1,1,1,0,1,1,1,0,1,0,1,1,1,0,0,0,0,1,0,0,1,1,0,0,1,1,1,1,0,1,0,0,1,1,0,1,0,1,1,0,0,1,1,1,0,1,1,1,

1,1,0,1,0,0,0,0,1,0,1,1,1,1,1,0,0,1,0,0,1,0,1,1,1,1,0,1,1,1,0,0,1,0,0,0,0,1,1,1,1,1,1,0,1,0,1,0,0,0,

1,0,0,1,0,1,1,0,1,1,1,1,1,1,0,1,1,1,1,1,1,1,1,0,0,1,0,0,0,1,0,1,0,1,1,1,1,1,1,0,1,1,1,1,0,1,1,1,1,1,

1,1,1,0,0,1,1,0,0,0,0,0,1,0,0,0,1,1,1,1,1,0,0,1,0,1,0,1,0,1,0,0,0,1,0,1,1,1,0,1,1,1,1,0,1,1,0,0,1,0,

0,0,1,0,0,0,1,0,0,1,0,1,1,1,1,1,1,0,1,0,1,0,1},70]]

Obteve-se a configuração ilustrada na Figura 15. Percebe-se que os indivíduos mais distantes

do líder são os que mais tardiamente aderem ao consenso. O ciclo 26 determina o limiar de

adesão da rede, onde aparece um maior número de “insurgentes” representado pelo

afunilamento dos triângulos brancos à medida que a área preta aumenta. A área preta

representa os indivíduos que consideram a qualidade como relevante critério de seleção de

parceiros. Após 199 ciclos, toda a rede está em consenso considerando a qualidade como fator

relevante na seleção de parceiros (área preta).

Page 127: Dissertacao Mestrado

127

Figura 16 – Evolução do ACE da primeira faixa de limiar do fator Qualidade.

Fonte: O Autor

Page 128: Dissertacao Mestrado

128

5 OBSERVAÇÕES FINAIS

Nessa seção apresentam-se as principais conclusões oriundas do desenvolvimento dessa

dissertação e são tecidas algumas sugestões de continuidade para estudo futuro dos assuntos

aqui abordados.

5.1 CONCLUSÕES

O objetivo deste estudo foi analisar o processo dinâmico de seleção de parceiros na formação

de redes de negócio em Odontologia a partir de um conjunto de características dos potenciais

parceiros e como objetivo secundário foi verificar a influência das interações entre os

participantes de uma rede de dentistas na dinâmica da aliança, ou seja, a dinâmica da

cooperação. Ambos objetivos foram atingidos e permitiram uma nova classificação, dinâmica,

em relação aos critérios de seleção de parceiros em redes de negócios.

Todas hipóteses sugeridas foram confirmadas. Os resultados mostram que a inserção de um

buraco estrutural na rede aumentou a distância dos indivíduos adjacentes ao buraco estrutural

sendo que a influência do buraco estrutural foi perdendo força à medida que o raio de

vizinhança aumentou.

Indivíduos com racionalidades diferentes do resto das rede de negócios tendem a se afastar da

mesma. A influência do ambiente prevaleceu sobre os critérios de decisão à medida que

indivíduos com critérios de decisão diferentes foram atraídos a uma mesma rede. Tal fato

sugere que o ambiente exerce forte pressão sobre o indivíduo, sendo as decisões

contingenciais.

Ao longo das interações houve uma convergência nos critérios de decisão, o que representa o

aparecimento de um consenso de opiniões entre os dentistas. Houve uma diminuição das

distâncias em todos os indivíduos o que sugere que aumentou a similaridade de critérios de

decisão ao longo das interações, confirmando a teoria existente.

Page 129: Dissertacao Mestrado

129

Com o aumento da similaridade entre critérios de decisão, houve uma maior propensão à

formação de alianças. Com as interações observou-se um aumento da força do laço entre os

participantes da rede de negócios, o que aumentou sua impulsividade, fato corroborado pela

lei de paridade.

Os indivíduos mais distantes do líder apresentaram as menores diferenças entre suas

distâncias iniciais e finais, o que indica que os mesmos são formadores de opinião, uma vez

que alteraram pouco seu posicionamento na rede, indicando que a formação da opinião na

rede surge das bases da mesma.

O fortalecimento dos laços aumentou a segregação externa de indivíduos não pertencentes à

rede de negócios, o que faz com que a rede possa se tornar refratária a opiniões externas,

podendo inibir o potencial inovador da rede, conforme dispõe a literatura.

Os resultados obtidos são inéditos, considerando-se os estudos anteriores existentes. A

sociedade artificial criada permitiu estimar a evolução temporal dos relacionamentos e dos

critérios de decisão para seleção de parceiros na rede.

O estudo confirma integralmente os conceitos e teorias que serviram como base para a

construção do mesmo e os resultados apresentados permitem concluir que a MBA utilizando

ACs possui potencial uso, mas os experimentos relatados são preliminares, não permitindo

ainda uma conclusão definitiva sobre a aplicabilidade de tal associação para o problema

estudado.

O estudo contribui para a teoria social pois permitiu o estudo de aspectos evolucionários de

sistemas sociais e econômicos. Contribui também para a prática à medida que pode ser

aplicado ao estudo de decisões gerenciais, comportamento do consumidor, simulações em

finanças e estudo mercadológico. Identificou-se formadores de opinião através dos quais se

pode influenciar toda uma rede, identificou-se também os indivíduos mais e menos propensos

a aceitar a opinião do gestor e confirmou-se como o fortalecimento dos laços permite uma

maior coesão e estabilidade da rede. Os resultados sugerem que se pode estimar a quantidade

de interações com os parceiros para que os mesmos façam parte da rede de negócios.

Page 130: Dissertacao Mestrado

130

5.2 LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A área selecionada para amostragem pode não representar fielmente as condições gerais do

universo odontológico. Conseqüentemente, as conclusões deste estudo não podem ser

generalizadas para todas as empresas do setor odontológico brasileiro, uma vez que o

resultado retrata apenas a amostra estudada.

A artificialidade da simulação, apesar de considerar rigorosamente os construtos abordados, é

um modelo e como todo modelo é uma simplificação da realidade, simplificação essa que

pode omitir alguns aspectos à medida que seu escopo foi determinado a partir dos propósitos

do autor e limitações computacionais existentes.

Os recortes e opções feitas para mensurar os construtos escolhidos como importantes para a

formação e desenvolvimento das redes foram delimitados segundo os objetivos do autor e não

incorporam todos os critérios de decisão na escolha de parceiros existente na literatura.

5.3 DIRECIONAMENTO FUTURO

Uma vez que os resultados sugerem uma potencial aplicação dos ACs no desenvolvimento da

teoria social, sugere-se um estudo longitudinal na evolução de parcerias para se comprovar a

utilidade dos mesmos no desenvolvimento de teorias, bem como aperfeiçoar sua aplicação.

A opção por interações eletivas em cada geração através do ordenamento constante dos

indivíduos por suas distâncias pode se mostrar interessante, podendo aumentar a acuidade do

modelo, à medida que os agentes passarão a interagir com os semelhantes de maior afinidade,

conforme fizeram Mitchell, Crutchfield e Das (2004).

A inserção de capacidade cognitiva na função de avaliação considerando cooperação ou

competição pode agregar ao modelo capacidades mais realistas, conforme sugerem Sun e

Naveh (2004). Nesse caso poder-se-ia adaptar a reação do indivíduo para cooperar quando seu

nível de adaptação ao pivô fosse alto e competir em caso contrário. Utilizar-se-iam jogos de

soma não-zero com informação completa. Nesse caso, poder-se-ia inserir personalidades nos

agentes, escolhendo entre quatro alternativas (dilema do prisioneiro) ganho-ganho, ganho-

Page 131: Dissertacao Mestrado

131

perda, perda-perda e perda-ganho, para verificar se indivíduos com mesma estrutura de ação

são atraídos a um mesmo cluster, se a estratégia olho-por-olho é realmente a melhor estratégia

(KOZA et al., 1999) e se na convergência final do AC existe equilíbrio entre os agentes.

Page 132: Dissertacao Mestrado

132

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Page 141: Dissertacao Mestrado

141

APÊNDICES

APÊNDICE A: Carta de apresentação da pesquisa Prezado colega,

Sou dentista e atualmente curso Mestrado em Administração de Empresas na Universidade

Presbiteriana Mackenzie. Estou atualmente pesquisando sobre a formação de redes de

negócios e alianças em Odontologia e uma das etapas da pesquisa é a coleta de dados

referentes aos critérios de decisão envolvidos na escolha de parceiros. Conto com sua especial

colaboração no sentido de responder ao questionário utilizando o link abaixo.

http://www.suapesquisa.com.br/mackodonto

Caso responda à pesquisa, enviarei um Plano de Melhoria para Consultório Odontológico,

avaliado com nota A no referido curso de Mestrado.

Atenciosamente,

Dr. Rubens Zimbres

(11) 4442-4071

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142

APÊNDICE B: Questionário de Pesquisa do Pré-teste

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas Rua da Consolação, 865 - 7° Andar - São Paulo - SP CEP 01302-907 - Tel: 55-11-3236-8597

QUESTIONÁRIO SOBRE AVALIAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE DECISÃO PARA SELEÇÃO DE PARCEIROS EM ODONTOLOGIA

APRESENTAÇÃO Rubens de Almeida Zimbres Mestrando em Administração de Empresas Fone: (11) 4442-4071 / (11) 9988-5751 Email: [email protected]

Profa. Dra. Eliane Pereira Zamith Brito Orientadora

BLOCO 1 Esta parte tem por objetivo levantar os dados do consultório com relação aos critérios de decisão para indicação de pacientes. No presente questionário, os profissionais para os quais você indica seus pacientes são tratados como parceiros e seu relacionamento com estes profissionais, uma aliança. 1. Identificação do respondente

1.1 Nome completo:

1.2 Cidade/Estado: Escolher

1.3 Tempo de formado: 0 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 10 anos mais de 10 anos

1.4 Sua especialidade: Clínica

Geral Cirurgia Prótese Endodontia

Periodontia Ortodontia Implantodontia Outra

1.5 Tempo no consultório atual: 0 a 2 anos 3 a 5 anos 6 a 10 anos Mais de 10 anos

1.6 Email: 2. Identificação do perfil do consultório 2.1 Especialidades oferecidas em seu local de trabalho

Clínica

Geral Cirurgia Prótese Endodontia Periodontia Ortodonti

a Implantodontia Outra

2.2 Quantidade de funcionários 0 1 a 2 3 a 5 5 a 10 mais de 10

2.3 Faturamento mensal R$ (opcional): abaixo de 2000 2000 a

3500 3500 a 5000 5000 a 10000 acima de 10000

2.4 Quantos dias atende por semana? 1 2 3 4 5 6

Page 143: Dissertacao Mestrado

143

2.5 Quantos pacientes atende por dia? até 5 6 a 12 12 a 17 acima de 17

2.6 Quantos pacientes indica por semana? 1 a 2 3 a 5 6 a 8 mais de 8

2.7 Quantos pacientes indicados sua clínica recebe por semana 1 a 2 3 a 5 6 a

8 Mais de 8 2.8 Para qual(is) especialidade(s) mais indica?

Clínica

Geral Cirurgia Prótese Endodontia Periodontia Ortodonti

a Implantodontia Outra 2.9 Há quanto(s) ano(s) indica para o(s) especialista(s) acima?

menos de 1 1 a 2 3 a 5 6 a 8 mais de 8

2.10 Qual(is) especialidade(s) recebe pacientes? Clínica

Geral Cirurgia Prótese Endodontia Periodontia Ortodontia

Implantodontia Outra 2.11 Há quantos anos recebe essas indicações?

menos de 1 1 a 2 3 a 5 6 a 8 mais de 8 3. Qual(is) é(são) o(s) critério(s) para seleção de dentistas para os quais seus pacientes são indicados?

Proximidade do eventual parceiro em relação ao seu consultório Escolher

Proximidade do eventual parceiro em relação ao seu paciente Escolher

Indicação do eventual parceiro a partir de um amigo próximo Escolher

Indicação do eventual parceiro a partir de um conhecido Escolher

A eventual clínica parceira deve possui uma cultura voltada para a qualidade

Escolher

A eventual clínica parceira deve possui um histórico de satisfação de clientes

Escolher

A eventual clínica parceira deve possuir um histórico de negociações favorável

Escolher

A eventual clínica parceira deve despertar confiança Escolher

A eventual clínica parceira deve comunicar claramente suas práticas e filosofia aos clientes

Escolher

Preço oferecido pelo eventual parceiro Escolher

Condições de financiamento oferecidas pelo eventual parceiro Escolher

Conhecimento técnico do eventual parceiro Escolher

Facilidades físicas ou equipamentos do eventual parceiro Escolher

Aparência dos funcionários da clínica parceira Escolher

Disposição do eventual parceiro em ajudar seu paciente Escolher

Atenção individualizada que a clínica parceira provê ao seu paciente Escolher

Tecnologia disponível no consultório do profissional Escolher

Page 144: Dissertacao Mestrado

144

Baixo índice de problemas Escolher

Baixo índice de repetições Escolher

Tempo no qual o tratamento é concluído pelo eventual parceiro Escolher

Complementaridade de recursos do parceiro, oferecendo especialidades que você não possui

Escolher

Outro motivo: Escolher

BLOCO 2 Esta parte tem como objetivo identificar a existência de cooperação, os motivos que desencadearam a aliança e os valores resultantes. 4. Identificação do estágio da cooperação 4.1 O nível de envolvimento pessoal com o parceiro é:

Fraco Intenso

4.2 Ao iniciar a aliança com seu(s) atual(is) parceiro(s), não foram identificados e documentados os benefícios que cada parte poderia obter com a aliança.

Concordo plenamente

Discordo plenamente

4.2 Ao iniciar a aliança com seu(s) atual(is) parceiro(s), não foram identificados e quantificados os riscos de cada parte.

Concordo plenamente

Discordo plenamente

4.3 A contribuição de ambas as partes é equivalente.

Concordo plenamente

Discordo plenamente

4.4 A área de atuação da aliança está bemesclarecida.

Concordo plenamente

Discordo plenamente

4.5 O grau de conflito da aliança é grande. Concordo

plenamente Discordo

plenamente 4.6 O aprendizado de técnicas faz parte de seu objetivo na aliança.

Concordo plenamente

Discordo plenamente

4.7 Em caso de extinção da aliança, a troca de parceiro exigiria profundas modificações na estrutura do negócio.

Concordo plenamente

Discordo plenamente

BLOCO 3 Esta parte tem como objetivo identificar preferências pessoais inerentes ao processo de tomada de decisão. 5. Identificação de preferências pessoais inerentes ao processo de tomada de decisão 5.1 Dada uma determinada escolha, sua opinião se modifica facilmente com o aparecimento de novas possibilidades...

Sempre Nunca

5.2 Ao planejar, a amplitude de seu horizonte é de...

Longo prazo

Curto prazo

5.3 Em suas escolhas, a emoção supera a razão... Sempre Nunca

5.4 Para se decidir sobre um assunto, você leva... Pouco tempo

Muito tempo

5.5 Para decidir, você prefere um grau de risco ... Alto Baixo

5.6 Ao se confrontar co um problema, seu grau Grande Pequeno

Page 145: Dissertacao Mestrado

145

de persistência ao tentar resolvê-lo é ... 5.7 Você se considera uma pessoa ... Ativa Reativa

5.8 Sua expectativa futura para a odontologia é ... Otimista Pessimista 5.9 Sua percepção do contexto atual da Odontologia é ...

Otimista Pessimista

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APÊNDICE C: Questionário de Pesquisa Final

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Programa de Pós-graduação em Administração de Empresas Rua da Consolação, 865 - 7° Andar - São Paulo - SP CEP 01302-907 - Tel: 55-11-3236-8597

QUESTIONÁRIO SOBRE AVALIAÇÃO DOS CRITÉRIOS DE DECISÃO PARA SELEÇÃO DE PARCEIROS EM ODONTOLOGIA

APRESENTAÇÃO Rubens de Almeida Zimbres Mestrando em Administração de Empresas Fone: (11) 4442-4071 / (11) 9988-5751 Email: [email protected]

Profa. Dra. Eliane Pereira Zamith Brito Orientadora

BLOCO 1 - Identificação do respondente e do perfil do consultório Nome E-mail Cidade UF Tempo no consultório atual ◘ 0 a 2 anos ◘ 3 a 5 anos ◘ 6 a 10 anos ◘ Mais de 10 anos Tempo de formado ◘ 0 a 2 anos ◘ 3 a 5 anos ◘ 6 a 10 anos ◘ mais de 10 anos Sua especialidade ◘ Clínica Geral ◘ Cirurgia ◘ Prótese ◘ Endodontia ◘ Periodontia ◘ Ortodontia ◘ Implantodontia ◘ Outra V41 -Quantas especialidades são oferecidas em seu local de trabalho ? ◘ Nenhuma ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 4 ◘ Mais de 5 V42 - Quantidade de funcionários ◘ 0 ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 5 ◘ 5 a 10 ◘ mais de 10 V43 - Quantos pacientes atende por dia ? ◘ até 5 ◘ 6 a 12 ◘ 12 a 17 ◘ acima de 17 V44 - Quantos dias atende por semana ? ◘ 1 ◘ 2 ◘ 3 ◘ 4 ◘ 5 ◘ 6 V45 - Quantos pacientes indica por semana ? ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 5 ◘ 6 a 8 ◘ mais de 8 V46 - Quantos pacientes indicados sua clínica recebe por semana ? ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 5 ◘ 6 a 8 ◘Mais de 8 V47 - Para quantas especialidades indica seus pacientes? ◘ Nenhuma ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 4 ◘ Mais de 5 V48 - Há quanto(s) ano(s) indica para o(s) especialista(s) acima? ◘ menos de 1 ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 5 ◘6 a 8 ◘ mais de 8 V49 -A partir de quantas especialidades recebe pacientes ? ◘ Nenhuma ◘1 a 2 ◘ 3 a 4 ◘Mais de 5

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V50 - Há quantos anos recebe essas indicações ? ◘ menos de 1 ◘ 1 a 2 ◘ 3 a 5 ◘6 a 8 ◘ mais de 8 Ao tomar uma decisão, qual alternativa mais se aproxima de sua racionalidade? ◘ Sigo a maioria das opiniões ◘ Sigo a minoria das opiniões ◘ Nunca mudo minha opinião ◘ Sigo a maioria das opiniões e se não houver consenso, sigo um líder ◘ Sigo a maioria das opiniões e se não houver consenso, sigo um liderado ◘ Sigo sempre a opinião de um líder ◘ Considero a maioria das opiniões e se não houver consenso, mantenho a minha opinião ◘ Sou sempre contra a opinião do líder ◘ Sou sempre contra a opinião do liderado ◘ Se houver consenso entre as pessoas, mantenho minha opinião, ainda que não concorde V51 - Já teve alguma experiência passada negativa com dentistas parceiros ? ◘ Não ◘ Sim BLOCO 2 - Importância dos critérios de seleção de parceiros Assinale o grau de importância dos critérios abaixo na escolha do dentista parceiro ao qual você indicaria seus pacientes: 1 Muito alta 2 Alta 3 Média 4 Baixa 5 Muito Baixa V1 - Proximidade do eventual parceiro em relação ao seu consultório V2 - Indicação do eventual parceiro a partir de um amigo próximo V3 - Indicação do eventual parceiro a partir de um conhecido V4 - O eventual parceiro deve ser flexível V5 - Minha expectativa em relação à habilidade do eventual parceiro é: V6 - O eventual parceiro não deve ser egoísta V7 - Minha preocupação com a honestidade do eventual parceiro é: V8 - O eventual parceiro deve ser elitista V9 - O eventual parceiro deve ser inovador V10 - O eventual parceiro deve ser duro no relacionamento V11 - Preço oferecido pelo eventual parceiro V12 - Condições de financiamento ao cliente oferecidas pelo eventual parceiro V13 - Equipamentos da clínica do eventual parceiro V14 - Instalações da clínica do eventual parceiro V15 - Aparência dos funcionários da clínica parceira V16 - Personalização de atendimento ao seu paciente V17 - Tecnologia disponível no consultório do eventual parceiro

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V18 - O parceiro deve oferecer especialidades que você não possui BLOCO 3 - Identificação do planejamento estratégico da aliança Esta parte tem como objetivo identificar a existência de cooperação, os motivos que desencadearam a aliança e os valores resultantes. 1 Concordo plenamente 2 Concordo parcialmente 3 Concordo pouco 4 Discordo pouco 5 Discordo parcialmente 6 Discordo plenamente V19 - O nível de envolvimento pessoal com o parceiro é fraco V20 - Os benefícios da aliança para cada parte foram calculados antes da formação da mesma V21 - Ao iniciar a aliança com seu(s) atual(is) parceiro(s), não foram identificados e quantificados os riscos de cada parte. V22 - A contribuição de ambas as partes é equivalente. V23 - A área de atuação da aliança está bem esclarecida. V24 - O grau de conflito da aliança é grande. V25 - O aprendizado de técnicas faz parte de seu objetivo na aliança. V26 - Em caso de extinção da aliança, a troca de parceiro exigiria profundas modificações na estrutura do seu negócio V27 - A aliança fortaleceu a capacidade de competição de seu consultório V28 - O grau de saturação de profissionais no mercado odontológico é grande. V29 - A concorrência no mercado odontológico é pequena. V30 - Os custos e riscos envolvidos na prática da Odontologia são pequenos BLOCO 4 - Identificação das preferências inerentes ao processo de tomada de decisão e caracterização do parceiro Esta parte tem como objetivo identificar preferências pessoais inerentes ao processo de tomada de decisão. 1 Concordo totalmente 2 Concordo parcialmente 3 Concordo pouco 4 Discordo pouco 5 Discordo parcialmente 6 Discordo totalmente V31 - Ao planejar, a amplitude de seu horizonte é de curto prazo V32 - Em suas escolhas, a emoção supera a razão. V33 - Para se decidir sobre um assunto, você leva muito tempo V34 - Para decidir, você aceita um grau de risco alto

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V35 - Ao se confrontar com um problema, seu grau de persistência ao tentar resolvê-lo é alto V36 - Você se considera uma pessoa ativa, não reativa V37 - Meu parceiro vai além do interesse pessoal pelo grupo V38 - Meu parceiro fala de forma otimista sobre o futuro V39 - Meu parceiro procura alternativas diferentes ao solucionar problemas V40 - Meu parceiro me provê atenção individualizada Obrigado pela sua participação !