65
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Faculdade de Ciências Médicas NATHÁLIA BATISTA CORRÊA ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE ADESÃO FARMACOLÓGICA EM HIPERTENSOS RESISTENTES URINE FLUORESCENCE ANALYSIS AS AN ADHERENCE ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION CAMPINAS 2015

ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

Faculdade de Ciências Médicas

NATHÁLIA BATISTA CORRÊA

ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO

DE ADESÃO FARMACOLÓGICA EM HIPERTENSOS

RESISTENTES

URINE FLUORESCENCE ANALYSIS AS AN ADHERENCE ASSESSMENT

APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION

CAMPINAS

2015

Page 2: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

NATHÁLIA BATISTA CORRÊA

ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO

DE ADESÃO FARMACOLÓGICA EM HIPERTENSOS

RESISTENTES

URINE FLUORESCENCE ANALYSIS AS AN ADHERENCE

ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION

Dissertação de Mestrado apresentada à Pós-Graduação da Faculdade

de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas – FCM/UNICAMP

para obtenção de título de Mestra em Farmacologia.

Master’s thesis submitted to the Post Graduated Study Program of

Faculty of Medical Sciences, State university of Campinas – UNICAMP to

obtain the title of Master in Pharmacology.

ORIENTADOR: HEITOR MORENO JÚNIOR

CO-ORIENTADOR: RODRIGO GIMENEZ PISSUTTI MODOLO

ESTE EXEMPLAR CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO

DEFENDIDA PELA ALUNA NATHÁLIA BATISTA CORRÊA, E ORIENTADO PELO

PROF. DR. HEITOR MORENO JÚNIOR.

Campinas

2015

Page 3: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação
Page 4: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação
Page 5: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

Dedico

À minha família.

Page 6: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Heitor Moreno Jr, pela oportunidade e todos os

ensinamentos, tenho certeza que serão para a vida toda.

Ao meu coorientador, Rodrigo Modolo, pela confiança, auxílio e entusiasmo.

À minha família, meus pais Fatima e Luiz, e irmã Mariana, pelo amor incondicional e

por nunca me deixar desistir de meus sonhos.

Ao meu noivo, Felipe, pelo amor, incentivo e companheirismo em cada passo dessa

caminhada.

Às amigas, Veridiana Brunelli, Ana Paula de Faria, Alessandra Ritter, Natalia

Barbaro, Andréa Sabbatini, Lenize Cruz e Vanessa Fontana pelo companheirismo e

pelas risadas. Mas também pela ajuda na realização desse trabalho.

A todos os amigos e funcionários do Laboratório de Farmacologia Cardiovascular,

obrigada pelo apoio e amizade.

Aos pacientes e voluntários que participaram deste projeto, muito obrigada pela

confiança.

À FAPESP e CNPq pelo auxílio científico.

Page 7: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

“Um pouco de ciência nos afasta de Deus.

Muito nos aproxima”

Louis Pasteur

Page 8: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

RESUMO

Introdução: A avaliação da adesão farmacológica é um desafio na prática clínica, e obrigatório

para o diagnóstico preciso de hipertensão resistente (HAR). Embora já seja bem estabelecido

que a adesão ao tratamento seja crítico para o controle da pressão arterial (PA), há ainda

dificuldades de aplicação de um método simples, com baixo custo e viável no contexto clínico.

Nosso objetivo foi testar um método simples para avaliar a adesão de pacientes HAR.

Desenho de estudo e métodos: Foi realizado um estudo piloto que demonstrou um aumento

progressivo de fluorescência na urina, atingindo um pico a cerca de 6 horas, após a

administração de triantereno (p <0,05 vs 0 horas; p <0,05 versus 10 horas). A análise da curva

ROC proporcionou um ponto de corte no valor de fluorescência. Depois foi realizado o estudo

em HAR. Vinte e um pacientes encaminhados à Clínica de Hipertensão Resistente tiveram a

prescrição de triantereno e foram acompanhados por um período de 30 dias. Executamos duas

visitas domiciliares aleatórias para coleta de urina a fim de testar o consumo de medicação

naquele dia. Pressão arterial consultório (PA Office), Medida ambulatorial de pressão arterial

(MAPA), Medida residencial de pressão arterial (MRPA), dados bioquímicos, e Escala de

Adesão de Morisky (MMAS-8) foram sistematicamente adquiridos. De acordo com a adesão

através da fluorescência de urina, os indivíduos foram divididos entre aderentes e não aderentes.

Resultados: Encontramos 9 pacientes aderentes e 12 (57%) não aderentes. Não foram

encontradas diferenças entre os grupos em relação às características basais nem medicamentos

em uso; O teste de Kappa mostrou concordância entre a adesão através MMAS-8 e

fluorescência 0,61 (IC95% 0,28-0,94; p = 0,005). Pacientes não aderentes apresentaram maior

pressão arterial diastólica em PA Office, MAPA e MRPA (73 ± 6 vs 81 ± 11, p = 0,03; 66 ± 7

vs 75 ± 9, p = 0,01; 67 ± 6 vs 74 ± 9 , p = 0,03; 67± 8 vs 77 ± 9, p = 0,01, respectivamente)

Conclusão: A não adesão à terapia anti-hipertensiva é elevada em HAR, mesmo em pacientes

acompanhados em clínicas especializadas nesta condição. A fluorimetria a fim de detectar a

ingestão de triantereno em pacientes HAR mostrou ser segura, fácil e viável para avaliar a não

adesão.

Palavras-chave: adesão à medicação, triantereno, hipertensão resistente.

Page 9: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

ABSTRACT

Background: Adherence assessment is a challenge in clinical practice, and mandatory for

accurate diagnosis of resistant hypertension (RH). Although it is already established that drug

adherence is critical for controlling BP, there is still difficulties to apply a simple, inexpensive

and reliable method in the clinical setting. We aimed to test a simple method to assess

adherence RH patients. Design and Methods: A pilot study was performed and demonstrated a

progressive increase in urine fluorescence, reaching a peak around 6 hours, after triamterene

administration ( p<0,05 vs. 0 hours; p<0,05 vs. 10 hours). ROC curve analysis provided a cutoff

point in the fluorescence value. After that we realized the study in RH. Twenty-one patients

referred to the Resistant Hypertension Clinic had the prescription of triamterene and were

monitored for a 30 days period. We realized two unannounced randomly selected home visits

for urine collection to test drug intake that day. Office blood pressure (OBP), 24-hour

ambulatory and home blood pressure, biochemical data, and the Morisky Monitoring Adherence

Scale (MMAS-8) were systematically acquired. According to adherence through urine

fluorescence, subjects were divided into adherents and non-adherents. Results: We found 9

adherent and 12 (57%) non-adherents patients. No differences were found between groups

regarding baseline characteristics nor medications in use; Kappa’s test showed concordance

between adherence through MMAS-8 and fluorescence 0.61 (IC95% 0.28-0.94; p=0.005). Non-

adherent patients had higher diastolic blood pressure in OBP, 24-hour ABPM and HBPM (73 ±

6 vs 81 ± 11, p = 0.03; 66 ± 7 vs 75 ± 9, p = 0.01; 67 ± 6 vs 74 ± 9,p =0.03; 67 ± 8 vs 77 ± 9,p =

0.01, respectively) Conclusions: Non-adherence to antihypertensive therapy is high in RH,

even when assessed in clinics specialized in this condition. The fluorometry to detect a drug in

the urine of RH patients has shown to be safe, easy and reliable to assess non-adherence.

Keywords: adherence assessment, triamterene fluorescence, resistant hypertension.

Page 10: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 15

Figura 2 21

Page 11: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

LISTA DE ABREVIATURAS

HAR Hipertensão arterial resistente

DM2 Diabetes mellitus tipo 2

HÁ Hipertensão arterial

HVE Hipertrofia ventricular esquerda

MAPA Monitoração ambulatorial da pressão arterial

MRPA Monitoração Residencial da Pressão Arterial

IECA Inibidores da enzima conversora de angiotensina

MMAS Escala de Adesão Terapêutica de Oito Itens de Morisky

Page 12: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 13

1.1 Considerações Gerais ............................................................................................... 13

1.2 Hipertensão Arterial ................................................................................................ 14

1.3 Hipertensão Arterial Resistente (HAR) .................................................................... 15

1.3.1 Fisiopatologia e Condições Clínicas Associadas .............................................. 17

1.3.2 Diagnóstico e Pseudoresistência ....................................................................... 17

1.3.4 Tratamento ........................................................................................................ 18

1.3 Adesão ...................................................................................................................... 19

1.3.1 .Métodos para avaliação de adesão .................................................................. 20

1.4 Triantereno................................................................................................................ 22

1.5 Adesão Farmacológica e HAR ................................................................................. 22

2. OBJETIVOS ............................................................................................................... 24

3. METODOLOGIA ....................................................................................................... 25

3.1 Casuística ............................................................................................................. 25

3.2 Procedimentos realizados .................................................................................... 26

4. RESULTADOS .......................................................................................................... 29

4.2 Resultados adicionais ........................................................................................... 46

5. DISCUSSAO GERAL ................................................................................................ 48

6. CONCLUSÕES .......................................................................................................... 51

7. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 52

8. ANEXOS .................................................................................................................... 61

Page 13: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

13

1.INTRODUÇÃO

1.1 Considerações Gerais

A hipertensão arterial resistente (HAR) é considerada aquela em que, após duas

consultas consecutivas, os valores pressóricos mantêm-se acima da meta de 140/90mmHg ou

acima de 130/80mmHg em pacientes com diabetes tipo 2 (DM2) ou doença renal crônica;

apesar de tratamento não farmacológico e farmacológico com no mínimo três classes de anti-

hipertensivos em doses otimizadas, incluindo um diurético [1-3]. Estão incluídos na definição

pacientes que apresentem pressão arterial (PA) controlada, mas que necessitam de quatro ou

mais classes de fármacos anti-hipertensivos [4]. A realização da monitoração ambulatorial da

pressão arterial (MAPA) é necessária para o diagnóstico de HAR, pois permite excluir os

pacientes portadores de hipertensão do jaleco branco [5, 6] juntamente com adequada medida

de PA e confirmação de adesão ao tratamento. Dessa maneira, é possível classificar os

pacientes como verdadeiramente resistentes [7].

A não adesão ao tratamento é um dos maiores problemas de saúde pública, sendo

considerada a maior causa da falta de controle pressórico [8], a sua verificação não é

mandatória para todos os pacientes hipertensos, porém quando se suspeita de resistência ao

tratamento essa verificação se faz necessária para excluir a não adesão como causa de pseudo-

resistência. A correta definição de resistência é essencial já que os pacientes com HAR

demonstram maior risco cardiovascular comparados a falsos resistentes. Além disso, também

estão relacionados com maior custo com medicações e intervenções, número de consultas e

acompanhamento em clínicas especializadas [7, 9]

A prevalência da HAR ainda é incerta, variando de acordo com a especialização do

centro e com o tipo de análise epidemiológica. Analisar a prevalência de HAR sem excluir a

falta de adesão ao tratamento pode levar a uma superestimação do real número de pacientes

resistentes [10], portanto um dos maiores desafios em determinar uma prevalência com maior

acurácia é a exclusão de pseudo-resistentes [7]. Estudos envolvendo pacientes com

hipertensão aparentemente resistente demonstraram altas taxas de não adesão ao tratamento,

chegando a 65,5% [11-13] até mesmo a pacientes totalmente não aderentes, ou seja, não

tiveram nenhuma droga prescrita detectada em soro ou urina [14-16]. Estes resultados

reforçam a importância da correta identificação dos pacients com HAR para realização da

correta classificação e acompanhamento clínico.

Existem diferentes métodos para avaliação da adesão farmacológica, porém nenhum

deles é apontado como padrão ouro, [17] pois normalmente apresentam alto custo ou baixa

Page 14: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

14

sensibilidade e/ou especificidade. Portanto, atualmente ainda não está disponível um método

simples, acessível e confiável para detectar se o paciente esta ou não administrando a

medicação [9].

Dessa maneira, um método que identificasse o fármaco e/ou seu metabólito, com fácil

exequibilidade, se tornaria de imensa valia no cenário clínico para o correto diagnóstico e

acompanhamento destes pacientes de alto risco – os hipertensos resistentes. Nesse contexto, o

diurético poupador de potássio triantereno pode ser considerado uma boa alternativa para

verificar adesão farmacológica nestes pacientes, uma vez que ao ser excretado na urina emite

sinal de fluorescência, facilmente detectado em luz ultravioleta [18] tornando um método

mais acessível e financeiramente mais vantajoso.

Portanto, a hipótese do presente estudo é de que a quantificação da fluorescência do

triantereno em amostras de urina poderia ser um método acessível, seguro, e de fácil

execução, para monitorar e acompanhar de aderência farmacológica na HAR.

1.2 Hipertensão Arterial

A hipertensão arterial essencial (HA) é caracterizada por níveis elevados (≥

140/90mmHg) e sustentados de pressão arterial (PA). Segundo dados da Organização mundial

de saúde o número de pessoas com essa condição aumentou de 600 milhões em 1980 para 1

bilhão em 2008, representando aproximadamente 40% da população mundial acima de 25

anos [19]. No Brasil a prevalência da HA é cerca de 30% da população adulta e

aproximadamente 13% das mortes por doenças do aparelho circulatório no Brasil são

diretamente causadas pela HAS [20]. Além disso, a HÁ é considerada o maior fator de risco

para doenças cardiovasculares [1].

O arsenal terapêutico atualmente disponível para tratamento da hipertensão arterial (HA) é

amplo, porém em análise National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES)

2011-2012, cerca de 12,8% a 13,6% dos pacientes em tratamento não conseguem atingir as

metas pressóricas recomendadas pelas diretrizes internacionais [2, 21, 22].

O não controle pressórico pode ser influenciado pela falta de adesão farmacológica e/ ou

tratamento inadequado, excesso na ingestão de sódio, sobrepeso, hipertensão secundária e uso

concomitante de outros fármacos. Estes fatores, quando identificados, podem ser tratados de

maneira eficaz. Além disso, fatores como fenômeno do avental branco, mensuração

inadequada de PA, falta de adesão ao tratamento e inércia terapêutica, contribuem para a

aparente resistência ao tratamento anti-hipertensivo. A complexa etiologia e os numerosos

fatores que contribuem para a patogênese da HA podem variar entre os indivíduos,

Page 15: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

15

comprometendo a eficácia dos regimes terapêuticos. Portanto, há uma parcela significativa de

pacientes hipertensos que, mesmo excluindo-se esses fatores, ainda são resistentes ao

tratamento mesmo com o uso de múltiplos fármacos com comprovada aderência. Sendo então

classificados como hipertensos resistentes [1].

1.3 Hipertensão arterial resistente (HAR)

A HAR é definida, segundo a American Heart Association, como a PA que se mantém

acima das metas recomendadas (≥140/90mmHg), apesar do uso concomitante de 3 fármacos

anti-hipertensivos de diferentes classes em doses otimizadas, sendo, idealmente, um deles

diurético. Além disso, se encontram nessa definição, os pacientes cuja PA está controlada em

uso de 4 ou mais anti-hipertensivos. Ainda que arbitrária em termos de número de medicações

necessárias ao tratamento, essa definição da HAR existe a fim de identificar os pacientes que

devido a altos valores de PA e maior risco cardiovascular se beneficiariam de um diagnóstico

e tratamento diferenciados[3, 4].

A prevalência da HAR ainda é incerta e varia conforme a especialização do centro e o

tipo de análise epidemiológica (figura 1). Geralmente são realizados 4 tipos de estudos para se

estimar a prevalência [7]. (1) Dados de controle de PA em estudos populacionais: estimativa

indireta proveniente de estudos de prevalência, tratamento e controle de hipertensão. Dois

desses estudos reportam uma prevalência de 12% a 18% de não controle de PA apesar do uso

de 3 ou mais drogas anti-hipertensivas [23, 24]. (2) Subpopulações de ensaios clínicos, esse

tipo de estudo utiliza dados de grandes ensaios clínicos aplicando critérios de classificação de

resistência pelo número de medicações e controle de PA. Esse tipo engloba trabalhos como

Antihypertensive and Lipid-Lowering Treatment to Prevent Heart Attack Trial (ALLHAT),

em que após cinco anos de seguimento, aproximadamente 50% dos indivíduos necessitavam

de 3 ou mais classes de fármacos para o tratamento. Neste contexto 14,6% dos hipertensos

foram considerados resistentes ao tratamento [25]. (3) Análise retrospectiva de registros: este

tipo de estimativa tem como dificuldade a não confirmação da otimização dos regimes

posológicos o que pode levar a uma superestimação da resistência. O estudo de la Sierra e

cols [26] encontrou prevalência de 14,8% utilizando a MAPA como fonte de exclusão de

pseudoresistência. Porém o caráter retrospectivo do estudo não permite a avaliação de adesão

e de otimização do tratamento. (4) estudos populacionais para identificação de HAR: Uma

análise dos pacientes do National Health and Nutrition Examination Survey, entre 2003 e

2008, classificou em hipertensos resistentes 12,8% dos indivíduos tratados com HA [27].

Page 16: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

16

Análises do National Health and Nutrition Examination Survey nos anos 1988 a 2008,

reportou um aumento de 15,9% a 28% da prevalência de resistência, embora não tenha sido

realizada exclusão de pseudoresistência [28]. Uma recente meta-análise detectou 13,72% em

estudos observacionais e 16,32% em estudos clínicos [10].

Finalmente, estudos brasileiros estimaram uma prevalência de aproximadamente 3,0-4,5%

[29] de resistência nos pacientes hipertensos. No entanto, em estudo mais recente - The

Brazilian Longitudinal Study of Adult Health (ELSA-Brasil) observou-se uma prevalência de

11% de pacientes HAR [30].

Apesar da existência de diferentes estudos até o presente momento não se tem

conhecimento de uma análise ideal para se detectar a verdadeira prevalência de HAR, pois se

acredita que para isso, deveria ser realizado um estudo prospectivo abrangendo grande

número de pacientes suspeitos de hipertensão resistente, com correta exclusão de causas de

pseudoresistência [7].

Figura 1: Diagrama representando a prevalência de hipertensão resistente, estimada

principalmente por estudos realizados nos Estados Unidos (Modificado de Judd, E. e Calhoun, D.A.)

[7].

Page 17: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

17

1.3.1 Fisiopatologia e Condições clínicas associadas

Os mecanismos de resistência ao tratamento não são totalmente conhecidos podendo

ser modulados por diversos fatores interligados, sendo a fisiopatologia da HAR multifatorial

[31] Entre os fatores descritos destacam-se: a hiperativação do sistema nervoso simpático

(SNS) e sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) [32-34]; excesso de aldosterona

[35]; expansão volêmica [33]; disfunção endotelial [36-38]; e aumento da resistência vascular

periférica [39]. Além disso, também tem sido associada à patogenia da doença a apneia

obstrutiva do sono [40, 41], resistência à insulina [42] alterações na função de adipocitocinas

inflamatórias [43, 44] e outros.

Esse grupo de pacientes apresenta outras condições clínicas associadas que contribuem

para o agravamento da doença. Os níveis elevados de PA podem levar a alterações estruturais

e funcionais em grupos de órgãos específicos [45] – lesões em órgãos-alvo (LOAs). Sabe-se

que as grandes artérias têm sua complacência diminuída por processos naturais de

envelhecimento [46] mas patologias como HA [47], diabetes [48], doença renal crônica e

tabagismo [49] também contribuem para o desenvolvimento deste processo.

A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é uma alteração estrutural e funcional

caracterizada por uma resposta compensatória à sobrecarga pressórica e/ou volumétrica

crônica. Existe uma relação direta entre o aumento dos níveis pressóricos e a incidência da

HVE [50]. No entanto, este aumento também está relacionado à intolerância a glicose, perfil

lipídico e tabagismo [51]. A HVE é apontada como fator de risco independente para

insuficiência cardíaca congestiva, infarto do miocárdio, e morte súbita [52].

Microalbuminúria é geralmente definida como uma taxa de excreção urinária de

albumina de 30 a 299 mg / dia [53]. Inicialmente foi caracterizada como marcador de doença

renal [54] e tem sido considerada como um fator de risco de morbidade e mortalidade

cardiovascular [55].

1.3.2 Diagnóstico e Pseudorresistência

O diagnóstico da HAR necessita inicialmente do afastamento da pseudorresistência. A

pseudoresistência pode ser descrita como o aparente não controle pressórico que pode ser

devido a medidas inadequadas da PA, escolha terapêutica inadequada, tanto de fármacos

quanto de dosagens inapropriadas, [56] falta de aderência ao tratamento farmacológico e não

farmacológico e hipertensão do jaleco branco [57]. Dessa forma, é muito importante para o

correto diagnóstico da HAR excluir a pseudorresistência entre os indivíduos suspeitos de

resistência terapêutica. As principais causas removíveis incluem ingestão elevada de sal e

Page 18: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

18

álcool ou de outras substâncias exógenas que dificultam o controle pressórico (anti-

inflamatórios não hormonais, corticosteroides, contraceptivos orais, simpatomiméticos,

quimioterápicos, antidepressivos, imunodepressores, descongestionantes nasais, anorexígenos

e cocaína). Associadamente devem-se pesquisar as causas secundárias de HAR como apneia

obstrutiva do sono, doença renal parenquimatosa, estenose de artéria renal,

hiperaldosteronismo primário, feocromocitoma, doença de Cushing, hiperparatireoidismo,

coarctação de aorta e/ou tumor intracraniano.

A hipertensão do jaleco branco é excluída pela realização da MAPA ou MRPA[58].

Pacientes com combinação de medição não otimizada não deve estar incluído no grupo de

pacientes verdadeiramente resistentes [59]. Finalmente, a avaliação de adesão ao tratamento

se faz necessária, uma vez que têm sido encontradas altas taxas de pacientes não aderentes em

suspeitos de resistência ao tratamento, sendo, portanto, de suma importância para conclusão

do diagnóstico.

1.3.4 Tratamento

O tratamento da HAR aborda tanto o uso de fármacos anti-hipertensivos, conforme

sua própria definição quanto recomendações não farmacológicas adjuvantes [56]. Pacientes

com HAR devem ser orientados quanto à importância da redução de sal na dieta, perda de

peso, prática de exercícios físicos regulares e diminuição no consumo de bebidas alcoólicas

[20, 56].

O esquema anti-hipertensivo deve abordar o bloqueio de todos os possíveis

mecanismos envolvidos na HAR. A utilização de um inibidor de enzima conversora de

angiotensina (IECA) ou antagonista do receptor de angiotensina II, associado a um

antagonista dos canais de cálcio dihidropiridínico e um diurético tiazídico, é considerada a

melhor opção tripla, eficaz, sinérgica e tolerada [60]. A escolha de fármacos que sejam

adicionados ao esquema múltiplo deve ser individualizada [20]

Existem ainda outras modalidades terapêuticas que estão em desenvolvimento como a

estimulação dos barorreceptores presentes no seio carotídeo, a qual estimula o sistema

nervoso parassimpático, propiciando, além de bradicardia, aumento na excreção renal de

sódio e água. Recentemente tem sido demonstrado benefício da estimulação crônica adjuvante

ao tratamento da HAR [61, 62].

Outro tratamento que vem ganhando destaque é a denervação simpática renal. Os

nervos simpáticos renais contribuem para o surgimento e manutenção da HA, por meio de

Page 19: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

19

liberação de renina, retenção de sódio e aumento da volemia [63]. Embora estudos utilizando

esse procedimento tenham demonstrado redução significativa da PA na HAR [64, 65],

recentemente um estudo clínico com presença de grupo sham não detectou diferença

significativa de redução de PA entre HAR e o grupo controle [66]. Além disso, foi relatado

que o ajuste do tratamento farmacológico teve redução de PA superior ao procedimento de

denervação renal [12].

1.3 Adesão

A adesão pode ser definida como o grau em que o paciente cumpre corretamente a

prescrição médica, e se estende ao comportamento do indivíduo perante as recomendações

médicas tanto farmacológicas quanto não farmacológicas [67]. Atualmente diversos termos

são utilizados para essa definição, são eles : aderência, persistência, concordância e o termo

do inglês “compliance”. Estes termos são constantemente utilizados como sinônimos, embora

os termos “paciente compliance” e “aderência a medicação” sejam mais frequentemente

utlizados [68].

O termo aderência é mais aceito por alguns autores do que compliance, por sugerir

uma atuação mais partcipativa do paciente em sua terapia, sugerindo uma aliança entre o

médico e paciente [69]. Esses dois termos possuem a característica de serem quantificáveis,

levando em consideração as doses administradas. Enquanto concordância, cooperação, e

aliança terapêutica implicam um encontro de opiniões entre cuidadores e pacientes. Devido à

complexidade do tema e fatores envolvidos na adesão ao tratamento, nenhum termo usado

sozinho é capaz de sintetizar o entendimento sobre o assunto [68]. Uma diretriz da American

Heart Association sugere que a aderência depende de conhecimento, motivação, habilidade e

recursos do paciente para seguir a recomendação do profissional de saúde [70].

A adesão pode ser dividida em três componentes (1) iniciação; quando o paciente

administra a primeira dose da medicação prescrita, (2) implementação: com a continuação do

processo de iniciação, levando em conta o quanto as doses administradas pelo paciente

concordam com as doses da prescrição, e finalmente (3) descontinuação: quando há a omissão

da próxima dose que deveria ser administrada, além da não administração de demais doses. A

persistência é o período entre a iniciação e a última dose, precedendo a descontinuação [68].

Já é estabelecido que a eficácia e benefício da medicação só será alcançada se o

paciente cumprir corretamente a prescrição médica. No entanto, são encontrados baixos

índices de adesão ao tratamento crônico, especialmente quando comparado ao tratamento

Page 20: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

20

agudo. Não existe um consenso para classificar uma adesão satisfatória, podendo variar de

acordo com o paciente e o regime de medicação. No entanto, um valor bem aceito e,

atualmente descrito como critério de adesão, é o uso maior que 80% da medicação prescrita

[69, 71].

Quando um paciente não responde à terapia deve-se primeiramente investigar a

adesão terapêutica. Essa verificação se faz necessária tanto para manter um tratamento efetivo

e eficiente, quanto para fornecer dados para o melhor entendimento dos fatores relacionados

à não adesão. Em estudos clinicos a avaliação de adesão ao tratamento permite verificar

desfechos clínicos e os impactos econômicos relacionados a adesão e persistência [69, 72].

Estima-se que a adesão ao tratamento de doenças crônicas em países desenvolvidos

seja de 50% [73], mas estudos realizados no Brasil reportam taxas de adesão de 19,7% a

65,7% para pacientes hipertensos [74, 75].

De maneira geral, mesmo verificando estudos que utilizaram terminologia semelhante,

encontra-se uma grande diferença nos métodos e nas definições utilizadas [72]. Isso poderia

justificar o encontro divergente dos resultados apresentados pelos diferentes estudos. Além de

que, é importante ressaltar que apesar de existirem diversos métodos para a avaliação da

adesão nenhum é apontado como padrão ouro [17].

1.3.1 Métodos para avaliação de adesão

Os métodos para avaliação de adesão podem ser divididos em duas vertentes: diretos

ou indiretos [69]. Os métodos indiretos apresentam baixo custo e boa factibilidade de

aplicação [75], porém não é possível comprovar a ingestão da medicação. Entre os métodos

existentes podemos citar: relatório do paciente, diário do paciente, contagem de comprimidos,

reabastecimento de receitas e monitoração eletrônica de medicação. A resposta clínica e

opinião médica são os métodos mais empregados pelos médicos, pois são de fácil

aplicabilidade. Porém, é importante mencionar que são pouco sensíveis, já que podem existir

outras razões para o mau controle da pressão além da não adesão [67].

Um outro método indireto de fácil aplicabilidade é a utilização de questionários de

auto relato. Entre eles se destaca a escala de adesão terapêutica de Morisky, uma técnica

validada para pesquisa e extensamente utilizada. A escala de 8 itens de Morisky (MMAS-8)

[76] é um instrumento de auto relato com oito perguntas de forma a avaliar o comportamento

aderente do paciente. Foi aprimorada de uma escala anterior que composta por 4 itens [77].

Foi traduzida e validada para a língua portuguesa por Oliveira-Filho e cols.[78], Essa escala

mede o comportamento de tomada de medicação por um questionário com perguntas fechadas

Page 21: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

21

para respostas de “sim” ou” não”, exceto pela última questão que contêm 5 alternativas

(Nunca /Quase Nunca/Ás vezes/ Frequentemente/Sempre). O nível de aderência é calculado

com a soma de pontos das questões, categorizado em três níveis de aderência: alta aderência

(8 pontos), média aderência (< 8 a 6 pontos) e baixa aderência (< 6 pontos) [74].

Os métodos diretos são aqueles que procuram confirmar se o paciente realmente

administrou a medicação, para isso podem ser utilizados métodos para detecção do fármaco

e/ou metabólito na urina, além do uso de marcadores (traçadores) [67]. Esses métodos são

confiáveis e de alta sensibilidade e especificidade[15, 79], porém devido aos equipamentos e

técnicas utilizadas são muito caros e muitas vezes com pouca aplicabilidade no cenário

clínico. Os métodos para avaliação de adesão podem ser resumidos como na figura 1.

Figura 2: Esquema representando as duas vertentes de avaliação de adesão e seus métodos

correspondentes.

Cada método de avaliação tem suas vantagens e desvantagens e, portanto, mais de

um método pode ser necessário. Um estudo recente demonstrou limitada sensibilidade e

especificidade no uso de questionários de auto relato para detectar a falta de adesão em

pacientes aparentemente resistentes. Adicionalmente, demostraram resultados divergentes

quando comparada a detectação de medicação em soro, pois o método direto demontrou

maior porcentagem de não adesão quando comparado com o método indireto [80].

Page 22: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

22

A variação encontrada entre métodos diretos e indiretos exacerbam a dificuldade de

detecção de não adesão em pacientes resistentes. Dessa maneira, um método que identificasse

o fármaco e/ou seu metabólito, com fácil exequibilidade, se tornaria de imensa valia no

cenário clínico para o correto diagnóstico e acompanhamento destes pacientes de alto risco –

os hipertensos resistentes.

1.4 Triantereno

Pertence ao grupo de diuréticos poupadores de potássio. Atua dentro do néfron na

porção final do túbulo distal e ducto coletor, que possuem limitada capacidade de absorção

de solutos, portanto o bloqueio do canal de Na+

ocasionada pelo fármaco aumenta levemente

as taxas de excreção de Na+

e Cl

- além de reduzir as taxas de K

+ ,H

+ , Ca

2+e

Mg

+ [81].

É metabolizado no fígado em metabólito ativo sulfato de hidroxitriantereno [82] que

possui uma ação comparável ao fármaco original. É absorvido por via oral possuindo uma

biodisponibilidade de 50%, e um tempo de meia vida de ~ 4 horas. Por possuir leve indução

de natriurese, é comumente utilizado em associação com outros diuréticos, geralmente com a

função de diminuir a perda de K+

ocasionada pelos mesmos [83, 84].

Após administrada, essa droga e metabólito emitem fluorescência em amostras de

plasma ou urina [85-87]. Essa propriedade permite detecção de administração da droga por

um teste simples [18]. Estudos da década de 80 demostraram a aplicação dessa característica

do triantereno para acompanhamento de adesão farmacológica em hipertensos [88, 89].

Entretanto, nos hipertensos resistentes não há indícios da aplicação dessa técnica.

A utilização da análise de fluorecência na urina após ingestão de triantereno pode

representar uma maneira prática, simples e eficaz para avaliação de adesão nessa população

que necessita de uma correta caracterização e acompanhamento mais cuidadoso, os

hipertensos resistentes.

1.5 Adesão farmacológica na HAR

A adesão à medicação prescrita é um fator determinante do manejo de diversas

condições crônicas [72], já que adesão não satisfatória dificulta a obtenção de melhores

resultados no controle da doença. O caráter assintomático da hipertensão arterial dificulta a

adesão ao tratamento. A primeira consequência das baixas taxas de adesão ao tratamento

medicamentoso proposto é a falha no controle da PA [8, 74, 90]. O não cumprimento das

metas pressóricas reprenta um aumento no risco cardiovascular independentemente de outros

Page 23: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

23

fatores de riscos associados [1]. Estudos apontam que alta aderência a terapia anti-

hipertensiva diminui de 23% a 38% o risco de eventos cardivasculares, como infarto agudo do

miocárdio e acidente vascular cerebral [91-93].

Estudo de revisão sistemática aponta que a adesão é inversamante proporcional ao número de

doses [94], o que dificulta o tratamento de pacientes hipertensos resistentes já que esses

administram maior número de medicações. Esses pacientes apresentam também maior risco

cardiovascular e lesões de órgão alvo quando comparados aos pacientes respondedores do

tratamento [95, 96]. Portanto, há a necessidade de uma averiguação de adesão nesse grupo,

visto que uma correta identificação permite um acompanhamento mais rigoroso com o

objetivo de reduzir o risco cardiovascular nessa população.

Estudos utilizando métodos diretos apresentam altas taxas de não adesão em HAR

podendo chegar a 65,5% [13] e até mesmo a pacientes totalmente não aderentes, ou seja, não

tiveram nenhuma droga prescita detectada em soro ou urina [14-16]. As altas taxas

apresentadas em estudos demontram que a adesão é um problema relevante e extensamente

não diagnosticado na prática clínica [97]. Nosso grupo de pesquisa mostrou que a intensa

monitorização da adesão propiciou aumento na porcentagem de pacientes aderentes –

passando de 63,6% de aderentes para 94% ao final do protocolo [98]. Além disso, o

acompanhamento da adesão ajudou a identificar os pacientes verdadeiramente resistentes.

Page 24: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

24

2. OBJETIVOS:

1. Avaliar se a quantificação por fluorescência do triantereno excretado na urina é um

método eficaz na avaliação da adesão farmacológica em HAR.

2. Verificar se o método direto com triantereno está associado ao indireto (Escala de

adesão terapêutica de oito itens de Morisky - MMAS-8)

3. Avaliar a associação da adesão farmacológica por método direto com parâmetros

pressóricos em hipertensos resistentes.

Page 25: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

25

3. METODOLOGIA

3.1 CASUÍSTICA

Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Ciências

Médicas da Universidade Estadual de Campinas (Parecer nº 546.698/2014).

Os pacientes foram avaliados no Ambulatório de Hipertensão Resistente do Hospital

de Clínicas, FCM-UNICAMP. Cada participante assinou o termo de consentimento livre e

esclarecido (TCLE), após compreendê-lo plenamente.

O diagnóstico preciso de HAR era dado após um seguimento criterioso de 6 meses,

com confirmação das medicações previamente prescritas, constatação dos níveis de PA com

esfigmomanômetro digital devidamente calibrado e Monitorização Ambulatorial da Pressão

Arterial (MAPA), a fim de se excluir a hipertensão do jaleco branco [2-4].

As causas secundárias de Hipertensão arterial também eram excluídas [4]. Todas as medidas

pressóricas foram realizadas por profissional devidamente treinado de acordo com as

diretrizes vigentes [20].

Por fim, foram também selecionados indivíduos hipertensos estágios 1 e 2,

controlados (níveis pressóricos <140/90mmHg) com uso de 1 ou 2 medicações anti-

hipertensivas e normotensos sem uso de medicação anti-hipertensiva.

Os critérios para inclusão no estudo foram: ter diagnóstico de HAR (AHA Guidelines

on Resistant Hypertension, 2008); estar com consultas médicas programadas de forma

habitual; possuir entre 18-65 anos de idade; ser capaz de compreender, verbalizar e responder

questões; concordar em participar do estudo e assinar o Termo de Consentimento Livre

Esclarecido (TCLE), após claramente entendê-lo; estar em seguimento regular em nosso

ambulatório há pelo menos seis meses; ter adesão comprovada ao tratamento não

farmacológico; mulheres em fase de reprodução devem estar sob uso de método contraceptivo

comprovadamente eficaz; estar em uso de um diurético tiazídico.

Os critérios de exclusão compreenderam: presença de cardiopatia isquêmica;

valvulopatias; insuficiência cardíaca descompensada; arritmias cardíacas importantes;

nefropatias; hepatopatias; uso de substâncias ilícitas; pacientes com diagnóstico comprovado

de hipertensão secundária; mulheres grávidas ou com intenção de engravidar.

O presente estudo foi dividido em duas etapas, a saber:

(1) Teste piloto

Inicialmente foram utilizados doze voluntários, sendo nove normotensos e três

hipertensos estágios 1 e 2. Foi realizada coleta de urina antes da administração oral de

Page 26: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

26

Triantereno (controle basal), e após administração assistida de meio comprimido de

Iguassina® (Triantereno 50mg + Hidroclorotiazida 50mg). Coletamos a urina de forma

seriada pelo período de duas até vinte horas após a administração da medicação.

(2) Avaliação da aderência em pacientes hipertensos resistentes

Foram selecionados aleatoriamente do Ambulatório de Hipertensão Resistente do HC-

Unicamp 21 pacientes hipertensos resistentes.

O diurético tiazídico já utilizado pelos pacientes foi substituído por Iguassina®

(Hidroclorotiazida50mg + Triantereno50mg), sendo essa medicação dispensada ao paciente. A

avaliação da aderência através da detecção do Triantereno foi realizada em três tempos, de

forma aleatória, por parte do protocolo - o paciente recebia a solicitação para coletar a

amostra de urina por telefone um dia anterior à visita domiciliar para a coleta da mesma.

3.2 Procedimentos realizados:

- Processamento das amostras de urina

As amostras foram acondicionadas à temperatura de 4ºC por no máximo 24 horas após

a coleta. Uma alíquota de cada amostra foi submetida ao processo de extração para a mesma

proporção de clorofórmio (pH=7), e a solução agitada por 5 minutos. A fase clorofórmica

contendo o metabólito de interesse foi medida pelo fluorímetro no comprimento de onda de

366nm de excitação e 436nm de emissão [99].

- Exames laboratoriais

Os pacientes elegíveis para o estudo fizeram coleta do material para triagem (exames

bioquímicos de rotina solicitados aos pacientes em acompanhamento no Ambulatório de

Hipertensão Resistente do HC-FCM/UNICAMP). Os exames laboratoriais solicitados foram:

hemoglobina glicada (HbA1c), concentrações de insulina basal, sódio e potássio urinários,

cortisol plasmático, colesterol total, colesterol de baixa densidade (LDLc), colesterol de alta

densidade (HDLc), triglicérides, ureia, creatinina, clearence de creatinina, concentração sérica

da aldosterona, microalbuminúria, renina e cortisol urinário.

- Pressão arterial de consultório

As medidas da PA foram feitas segundo as orientações preconizadas pelas VI

Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial [20].

A pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD) de cada paciente foi medida três

vezes utilizando-se um esfigmomanômetro digital (Omron HEM-711DLX) em ambos os

braços, na posição sentada, após cinco minutos de repouso. A média de duas maiores medidas

consecutivas obtidas em um dos braços foi usada se variação abaixo de 5 mmHg.

- Monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA)

Page 27: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

27

Todos os indivíduos foram submetidos a MAPA por um período de 24h, pelo processo

[100], utilizando-se o equipamento Spacelabs 90217 (Spacelabs Inc, Redmon, WA, EUA)

[101] de acordo com as diretrizes brasileiras vigentes de [102]. Foram avaliadas as médias de

PA sistólica, diastólica e frequência cardíaca.

- Monitorização residencial da pressão arterial (MRPA)

A MRPA é método destinado a fazer registro da PA fora do ambiente de consultório,

pelo próprio paciente ou pessoa capacitada para tal, com equipamento validado e calibrado,

durante o período de vigília, obedecendo a um protocolo previamente estabelecido e

normatizado. Os pacientes levavam para casa aparelhos de pressão automáticos, digitais e

com capacidade de armazenamento de 30 medidas Omron Model HEM-705 CP (Omron

Corporation, Tokyo, Japan), e realizavam medidas de PA realizadas de acordo com as

diretrizes vigentes. Os pacientes mediram então a PA durante um período de 7 dias, sendo

duas medidas antes do café da manhã e da administração de medicação anti- hipertensiva e

duas medidas antes do jantar [103].

- Escala de adesão terapêutica de MORISKY

Um dos métodos mais utlizados na literatura para determinação de adesão à

terapêutica é a Escala de adesão terapêutica de Morisky de quatro itens (MMAS-4). Para esse

estudo foi utlizada a Escala de adesão tereapêutica de Morisky de oito itens (MMAS-8), que é

complementação da primeria. É um teste de avaliação indireto, pois analisa o comportamento

do paciente frente à tomada de medicamentos [76, 77].

A forma de avaliação é feita através de questões com respostas categorizadas entre sim

ou não, (sim= 0; não = 1), e a última pergunta possui uma escala de 5 respostas (Nunca

/Quase nunca/ Ás vezes/ Frequentemente/ Sempre) (Anexo 1). O grau de adesão terapêutica é

determinado pela pontuação resultante da soma das questões, sendo considerada alta

aderência (aderente) quando atinge-se a pontuação de 8; média adesão, quando atingida 6 a

<8 pontos e, baixa adesão, quando não se atinge 6 pontos [74, 78].

.

- Análise estatística

Para as análises estatísticas os pacientes eram divididos em dois grupos definidos pela

avaliação de aderência pelo método direto estudado: (1) aderente (n=9) e não aderente (n=12).

As variáveis categóricas foram expressas como porcentagem (%) e as contínuas expressas

como média e desvio padrão, quando em distribuição normal, ou como mediana e intervalo

interquartil quando a distribuição era não normal. As comparações das variáveis contínuas

foram realizadas usando-se os testes t de Student ou Mann-Whitney, segundo suas

Page 28: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

28

distribuições; e das categóricas usando-se os testes de qui-quadrado ou exato de Fisher. A

análise de concordância entre o método direto (estudado) e o indireto Morisky foi feita com

auxílio do teste de concordância de Kappa. A curva ROC (receiver operating characteristic)

foi utilizada na fase inicial do estudo, em seu teste piloto para determinação do ponto de

fluorescência com melhor sensibilidade e especificidade para ser o “corte” para definição de

aderência ou não no grupo HAR. Como no teste piloto a aderência era conhecida (por

administração assistida do fármaco) era possível a identificação de ambas sensibilidade e

especificidade [104].

As análises foram realizadas com auxílio dos softwares SPSS for Windows versão

13.0 – Statistical Package for the Social Science (SPSS Inc Chicago IL – USA) e GraphPad

Prism version 5.00 for Windows (GraphPad Software, San Diego California USA). Foi

adotado o nível de significância α=0,05.

Page 29: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

29

4. RESULTADOS:

Tel: +55-19-3521-9538 Heitor Moreno Jr., MD, PhD

Fax: +55-19-3289-2968 email:[email protected]

21 JULHO 2015

A COMISSÃO DE PÓS-GRADUAÇÃO-FARMACOLOGIA

O manuscrito anexado a seguir já está pronto e será submetido para o periódico

Journal of Hypertension ISSN: 0263-6352, tão logo passe pela aprovação de todos os co-

autores.

Atenciosamente

Nathália Batista Corrêa

Prof.Heitor Moreno Jr.

Dr.Rodrigo Modolo

Faculdade de Ciências Médicas – Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

Departamento de Farmacologia- Laboratório de Farmacologia Cardiovascular

Campinas, SP, Brasil. 13081-970

email: [email protected]

[email protected]

[email protected]

FARMACOLOGIA CARDIOVASCULAR

FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS - UNICAMP

CAMPINAS, 13083-970, SP, BRASIL

Page 30: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

30

Title: A practical and direct approach for antihypertensive adherence in Resistant

Hypertensive patients

Authors: Nathalia Batista Correaa, Ana Paula de Faria

a, Alessandra V. Ritter

a, Andrea

Rodrigues Sabbatinia, Aurélio Almeida

a, Veridiana Brunelli

a, Rodrigo Modolo

a, Heitor

Morenoa.

Affiliations:

a Cardiovascular Pharmacology Laboratory, Department of Pharmacology, Faculty of Medical

Sciences – University of Campinas (UNICAMP), Campinas, SP, Brazil.

Corresponding author:

Nathalia Batista Corrêa. Laboratory of Cardiovascular Pharmacology. FCM 10 Building, 1st

Floor, University of Campinas. Campinas – SP, Brazil. ZIP code: 13083-970. Phone: +55 19

3521 9538; E-mail: [email protected]

Page 31: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

31

ABSTRACT

Background: Confirmation of medication adherence is a challenge in clinical practice and but

essential for the accurate diagnosis of resistant hypertension [105]. Although it is well

established that drug adherence is critical for controlling BP, there are still difficulties

applying a simple, inexpensive, and reliable assessment of adherence in the clinical setting.

We aimed to test a simple method to assess adherence in RH patients.

Methods: A pilot study was performed which demonstrated a progressive increase in urine

fluorescence, reaching a peak around 6 hours, after triamterene administration (p<0,05 vs. 0

hours; p<0,05 vs. 10 hours). ROC curve analysis provided a cutoff point in the fluorescence

value. After that, we conducted a study in patients with RH. Twenty-one patients referred to

the Resistant Hypertension Clinic were prescribed triamterene and were monitored for a 30-

day period. We conducted two unannounced randomly selected home visits for urine

collection to test drug intake that day. Office, home and 24-hour ambulatory blood pressure,

biochemical data, and Morisky Monitoring Adherence Scale (MMAS-8) were systematically

acquired. According to adherence indicated by urine fluorescence, subjects were divided into

adherent and non-adherent groups.

Results: We found 9 adherent and 12 (57%) non-adherent patients. No differences were found

between groups regarding baseline characteristics or prescribed medications; Kappa’s test

showed concordance between adherence through MMAS-8 and fluorescence (Kappa=0.61;

CI95% 0.28-0.94; p=0.005). Non-adherent patients had higher office (81±11 vs 73±6 mmHg,

p=0.03), 24-h ABPM (75±9 vs 66±7 mmHg, p=0.01) and HBPM (77±9 vs 67±8 mmHg,

p=0.01) than their counterparts.

Conclusions: Non-adherence to antihypertensive therapy is high in patients with RH, even

when assessed in clinics specialized in this condition. Fluorometry to detect a drug in the

urine of RH patients is safe, easy and reliable to assess non-adherence.

Keywords: adherence assessment, triamterene fluorescence, resistant hypertension.

Page 32: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

32

INTRODUCTION

Resistant hypertension is a condition in which blood pressure (BP) levels remain

above goal (140/90 mmHg) despite the use of three antihypertensive agents at optimal doses

including if possible a diuretic, or when the BP is controlled with the use of four or more

antihypertensive drugs (1). Since there is a large number of drugs prescribed, the adherence to

the therapy is crucial for the accurate diagnosis of this important condition (2) and a challenge

in clinical practice. In patients with RH, adherence verification is essential. Non-adherence to

treatment is one of the largest public health problems and is considered a major cause of the

lack of BP control (3), thus negatively impacting cardiovascular outcomes. Specifically, the

RH population requires greater medication expenses, medical visits and frequent follow-up

(4).

The prevalence of RH is not well established, but non-adherence no-doubt

overestimates the real number of patients with RH (5). Interestingly, a couple of studies

analyzing urine samples of patients with apparent RH found that some patients had none of

the prescribed drugs detected in urine (6-7).

Although it is already established that drug adherence is critical for controlling BP,

there remain difficult to apply a simple, inexpensive and reliable method in the clinical setting

(4). Thus, a method to identify the drug and/or metabolite with easy practicability would be of

immense value in the clinical setting for the diagnosis and monitoring of these high-risk

patients. Some antihypertensive agents show natural fluorescence in urine, and the potassium-

sparing diuretic triamterene (with low drug antihypertensive power) has shown to emit

fluorescence, and can in a very simple way be detected in urine only by the observation of

fluorescence (8-9).

With that, we designed this study to test the adherence of true resistant hypertensive

patients to the prescription of triamterene, comparing it to the widely used method of Morisky

medication adherence scale (MMAS-8) (8). An additional goal was to test the feasibility of

using this method in the clinical setting.

METHODS

This single center, interventional, proof-of-concept trial was conducted after signed

informed written consent was obtained from all participants included and after approval by

the Research Ethics Committee (546.698/2014) at the Faculty of Medical Sciences of

Page 33: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

33

University of Campinas (Campinas, Brazil). The study was divided into two parts: (1) a pilot

study, and (2) the adherence assessment in RH trial.

Study population

For the pilot study, a total of 12 patients were recruited, nine healthy volunteers and

three mild-moderate hypertensive subjects with antihypertensive monotherapy followed in an

Outpatient Hypertension Clinic at UNICAMP University Hospital.

All included patients for the second phase – the adherence assessment – were in

regular follow up for at least 3 years in our specialized Outpatient Resistant Hypertension

Clinic at the University Hospital, State University of Campinas (UNICAMP), São Paulo,

Brazil. For the precise diagnosis of RH, all followed patients had already been through a 6-

month initial follow-up, in order to confirm this diagnosis after exclusion of pseudoresistance,

with measurements of office BP and ambulatory blood pressure monitoring (ABPM) to

exclude white coat hypertension as well as exclusion of secondary causes of hypertension (1).

The exclusion criteria were medical history or clinical symptoms of decompensated

heart failure (ejection fraction < 50%), presence of cardiomyopathy, important cardiac

arrhythmias, valvular or pericardial heart diseases, patients with cerebrovascular peripheral

vascular diseases, nephropathy, liver dysfunction, autoimmune diseases and drug abuse,

pregnancy or intending to become pregnant. All the RHTN patients had to have been

prescribed a thiazide diuretic.

This study was conducted in two stages:

(3) Pilot test

Nine normotensives and three hypertensive subjects were recruited. The hypertensive

subjects were taking a calcium channel blocker or an ACE inhibitor or thiazide diuretic. Urine

samples were taken before and after oral drug administration of Iguassina® (Zambom, Brazil)

(Triamterene 25mg + Hydrochlorothiazide 25mg), every 2 or 3 hours for a total period of 24

hours. This phase was performed to assess feasibility of the study as well as to identify the

best fluorescence unit cutoff value for dichotomizing adherence and the best time after drug

administration to collect urine for analysis.

(4) Adherence assessment in resistant hypertensive patients

According to the pilot test results we performed the adherence assessment in subjects

with RH. Twenty-one consecutive patients referred to the Resistant Hypertension Clinic were

included.

Page 34: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

34

After enrollment, subjects had a clinic visit, after overnight fasting, where we

performed urine sample collection, office BP, biochemical data, 24h ABPM and applied the

Morisky Medication Adherence Scale (MMAS-8) (10-11). Blood samples were collected at

08:00 a.m. after overnight fasting by venipuncture. After that, patients were provided the

prescription and instruction to add the drug Iguassina® in the place of hydrochlorothiazide

for a 30-day period to their therapeutic regimen. For the following month, we made two

unannounced randomly selected home visits, 4 to 5 hours after the scheduled time of

triamterene intake for urine sample collection (to test for triamterene intake that day). During

the first week of the intervention, patients were instructed to perform home blood pressure

measurement (HBPM) (12). The third and final visit were scheduled and done at the clinic to

collect urine sample, perform a new 24h ABPM and to apply again the MMAS-8.

Blood pressure measurements

Office systolic BP (SBP) and diastolic BP (DBP) were measured at regular clinic

appointments by a trained professional with patients in the sitting position using a validated

digital sphygmomanometer (HEM-907XL, OMRON Healthcare Inc., Bannockburn, IL, USA)

after a 10-min. rest. Measurements were assessed three consecutive times with a 3-minute

interval between measurements (13).

Twenty-four hour ABPM was taken using automatic oscillometric monitor (Spacelabs

90207, Spacelabs Inc, Redmon, WA, USA). The patients were instructed to keep normal daily

activities and to take notes of the 24-hr time period activities in a personal diary. ABPM was

performed at the start (baseline measurement) and the end of the adherence study.

Home blood pressure measurements (HBPM) was performed by digital automatic

monitors (Omron Model HEM-705 CP, Omron Corporation, Tokyo, Japan), patients measure

blood pressure with this provided device, two measurements before breakfast and medication

administration and two measurements before dinner for a seven days period (12).

Morisky Monitoring Adherence Scale (MMAS-8)

The Morisky Medication Adherence Scale (MMAS-8) (10-11) was utilized. This scale

measures patients medication-taking behavior by a self-report questionnaire with yes or no

questions, except the last question that have five alternatives (Never or Rarely/Once in a

while/Sometimes/Usually/All the time).

Page 35: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

35

The adherence level was calculated with a score sum of points, which were divided

into 3 levels of adherence: high adherence (score 8), medium adherence (score 6 to < 8), and

low adherence (score < 6) (14). For our analysis, only subjects with high adherence were

considered adherent.

Processing of urine samples

The samples (200mL) were stored at 4ºC no later than 24 hours after collection. An

aliquot of urine samples were extract with chloroform (Labsynth, São Paulo, Brazil) and

measured on fluorimeter (F-7000, Hitachi, Tokyo, Japan) at 366nm excitation and 436nm

emission (15).

Statistical analysis

Data are expressed as mean ± standard deviation or median and 1st and 3

rd quartiles

according with data distribution, assessed by Shapiro-Wilk test. Student´s t-test or Mann-

Whitney test were performed according to data distribution for continuous variables, and chi-

square or Fisher’s test was used for categorical variables. The concordance between the

method of fluorescence analysis and MMAS-8 was performed by Kappa’s test. ROC curve

(receiver operating characteristic) was performed in the pilot test for determination of a cutoff

point of fluorescence value with higher sensitivity and specificity for definition of adherence

in our sample. Adherence was considered if patient was positive in all three urine samples.

Patients were distributed in two groups (adherent / non-adherent) according to urine analysis.

The level of statistical significance adopted was 0.05.

RESULTS

(1)Pilot test

Analyzing the serial collection urines over 24 hours after triamterene administration a

progressive increase of fluorescence was observed, reaching a peak around 6 hours. However,

after this time the fluorescence decreased gradually to values similar to base line. Patients

who did not receive triamterene showed no changes in fluorescence values (Figure 1A).

Dividing the collection period into three times – before (0h), 6 and 10 hours after

administration of the drug (Figure 1B), only the 6th

hour showed a significant difference

between the groups, indicating that this would be the maximum time for adherence

assessment with fluorometric evaluation.

Page 36: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

36

ROC curve analysis was used to determine the cutoff point to classify the patients by

adherence or non adherence. The cutoff point for adherence was 0.044x106 units of

fluorescence, with a sensitivity and specificity over 99%. Values above this cutoff point were

considered positive for triamterene administration.

(2) Adherence assessment in resistant hypertensive patients

Considering the cutoff obtained by ROC Curve to classify adherence based on urine

fluorescence, we identified 9 resistant hypertensive patients as adherent and 12 s non-adherent

– 57% of non-adherence. Table 1 shows the general characteristics and biochemical data of

these patients by group. No statistical differences were found between groups regarding

baseline characteristics or medications use (Table 2). However, we found that non-adherent

patients had higher diastolic blood pressure than adherent subjects, including office,

ambulatory and home BP measurements in all periods (Table 3).

There was no difference on the percentage of adherent subjects (by the MMAS-8

questionnaire) between the first and final application of the MMAS-8 questionnaire (19% vs.

43%, p=0.18, respectively). Comparing the two methods (final MMAS-8 evaluation and urine

fluorescence), 78% of patients considered adherent by MMAS-8 were also considered

adherent in the urine test. Also Kappa’s test showed that the concordance between the two

methods studied was 0.61 (IC95% 0.28-0.94; p=0.005).

DISCUSSION

Our main findings were 2-fold. First, the direct method proposed to assess adherence

detected increase an in fluorescence of urine after the administration of triamterene in the

controlled part of our study. This provides important support for a potential tool for

assessment of adherence in hypertensive patients, especially in RH. Second, we found a high

rate of non-adherence in our cohort of patients (57%), comparable to the applied MMAS-8,

already validated for this purpose.

Pharmacological adherence has been discussed for years, and it has been considered a

major obstacle in achieving BP control (3,16), which leads to increased risk of cardiovascular

events independent of other risk factor (17). Studies indicate a reduction about 23% to 38% in

risk of cardiovascular events in patients adherent to antihypertensive therapy, compared to

those who are non-adherent (18-20).

Page 37: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

37

Non-adherence to therapy is a common cause of pseudo-resistance, along with

incorrect BP measurements and white coat hypertension (21). The proper distinction between

apparent and “true” RH is crucial, since the former has worse clinical outcomes than those

with false resistance (22), and it also requires higher costs due to greater number of

medication and medical visits at specialized clinics (4). Our group has already shown that

adherence assessment helps identify “true” RH, since even with high adherence; some

patients do not reach BP goals (2).

Although adherence may be determined by several methods, there is no gold standard

for it (23). The indirect methods including – self-report, pill count, the control of prescription

refill – are widely used because of easy applicability. However, since these methods,

including the most used method (MMAS-8) in based on the patients’ behavior, it can be

manipulated, overestimating adherence. Therefore, none of these methods are able to detect if

the prescribed medication was actually ingested (24). On the other hand, direct methods are

considered more robust, through urine or blood measurements, although they are expensive

and cannot confirm the actual doses taken (25). A recent study showed a limited sensitivity

and specificity of self-report method in detecting non-adherent patients with apparent

resistance to treatment, and showed difference in non-adherence detection compared to serum

analysis (26). This finding, however, also demonstrated that more than one method can be

applied in clinical practice: (1) indirect methods can be worked for adherence screening and

(2) direct method would help to verify true adherence to therapy.

The fluorescence property of drugs, such as the one used in this study (triamterene)

allows detection of ingestion with a simple test (27). Lücher et al (8) and Foerster et al (9)

have already used this tecnique for assessment of adherence in hypertensive patients.

Fluorimetry is inexpensive and has a high sensitivity (28) and therefore may serve as a viable

method to document adherence in patients with RH.

We demonstrated a significant difference in urine fluorescence between the subjects

who took triamterene compared to those who did not. The monitoring of RH patients with

triamterene could easily detect non-adherent patients in the clinical setting. Non-adherent

patients showed a higher diastolic blood pressure when compared to adherent subjects, in

accordance with other studies (6, 29). These findings demonstrate an obvious association of

non-compliance to medication regimen with the lack of BP control. Also, we can infer by

these findings that in RH patients the antihypertensive therapy has a major impact on diastolic

blood pressure.

Page 38: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

38

Another important considertion of a simple assessment of adherence is for use in new

trials of intervetion for RH patients. The recent SYMPLICITY-3 demonstrated no signficant

difference of blood pressure reduciton in RH compared with sham control; however, one of

the limitations listed was the non assesement of adhrence in the subjects (30). In fact, there

has been described alarming levels of complete non-adherence to medications in subjects

supposably with RH referred to renal denervation (6). Also in these interventional studies, the

patients could improve medication adherence in their follow-up (even in the sham group) -

the Hawthorne effect, thus significantly impacting the results of the trial.

Some limitations to our study must be acknowledged, including the small sample size

and that the method used for adherence tests only the adherence for a certain drug

(triamterene) and not for all of patients antihypertensive medications. In adddtion, only short-

term adherence was tested, thus potentially misleading interpretation of long-term adherence,

equal to limitation of several studies that used direct methods (6). We tried to minimize this

issue performing three unannounced visits to test the adherence more than once.

In conclusion, non-adherence to antihypertensive therapy is high in RH, even when

assessed in clinics specialized in this condition. Fluorometry to detect triamterene in the urine

of RH patients is shown to be safe, easy and reliable to assess non-adherence. With further

larger studies and possible extension to other drugs this could be an important tool to facilitate

adherence assessment easily and reliably in RH.

Page 39: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

39

Table 1: General characteristics of adherent and non-adherent RH subjects.

Adherent

(n= 9)

Non-adherent

(n= 12)

p-value

Age (years)

Female %, (n)

60 ± 8

67% (6)

58 ± 11

50% (6)

0.68

0.66

Black race %,(n)

BMI (Kg/M2)

Years of Hypertension

Years of follow up

Smoking %, (n)

Alcoholism %, (n)

Diabetics %, (n)

Sedentary lifestyle %, (n)

Married %, (n)

LVMI (g/m2)

PWV (m/s)

Biochemical data

Cholesterol (mg/mL)

HDL (mg/mL)

LDL (mg/mL)

Triglycerides(mg/mL)

HbA1c (%)

Creatinine (mg/mL)

Microalbuminuria (mg/g)

Creat Clear (mL/min/1,73m2)

Aldosterone (pg/mL)

Renin (pg/mL)

67% (6)

34 ± 8

14 (6-26)

9 ± 5

67% (6)

11% (1)

67% (6)

67% (6)

45% (4)

104(90-145)

9.3 ± 2

169 ± 39

46 ± 14

97± 35

102(76-148)

6.4(5.8-8.2)

0.9(0.8-1.0)

17(9-109)

86 ± 24

121(43-175)

33.1(9.9-44.9)

58% (7)

31 ± 5

12(6-29)

9 ± 4

58% (7)

0%

67% (8)

75% (9)

50% (6)

97.5(82-116)

9.4 ± 2

183 ± 40

42 ± 10

104 ± 30

125(104-296)

6.7(6.0-9.8)

1.0(0.7-1.0)

26(5-201)

90 ± 30

69(27-116)

9.4(5.4-41)

1.00

0.21

0.79

0.85

1.00

0.43

1.00

1.00

1.00

0.33

0.87

0.44

0.51

0.67

0.19

0.57

0.78

0.76

0.77

0.17

0.26

Values are expressed as mean ± standard deviation or median (1st, 3rd quartiles), according to data

distribution.BMI: body mass index, LVMI: left ventricular mass index, PWV: Pulse wave velocity,HbA1C:

glycated hemoglobin; Creat Clear: creatinine clearance; LDL and HDL: low- and high-density lipoproteins,

respectively;

Page 40: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

40

Table 2: Medication in use among Adherent and Non-adherent RH subjects.

Adherent

(n= 9)

Non-adherent

(n= 12)

p-value

AntiHT drugs

Number of classes

Diuretics (thiazide)

ACEI %, (n)

ARB %, (n)

Beta-blockers %, (n)

CCB %, (n)

α-agonists %, (n)

Spironolactone %, (n)

Other medications

Hypoglycemic %, (n)

Statins

4 ±1

100%

33 % (3)

55% (5)

44% (4)

88% (8)

33% (3)

33% (3)

67%(6)

55%(5)

4 ± 1

100%

33% (4)

66% (8)

83% (10)

75% (9)

8% (1)

25% (3)

67%(8)

50%(6)

0.74

-

1.00

0.67

0.16

0.60

0.27

0.34

1.00

1.00

AntiHT: antihypertensive drugs; ACEI: angiotensin-converting enzyme inhibitors; ARB: angiotensin receptor

blockers; CCB: calcium channel blockers.

Page 41: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

41

Table 3: Blood pressure levels in adherent and non-adherent RH subjects. .

Adherent

(n= 9)

Non-adherent

(n= 12)

p-value

Office SBP 136 ± 19 137 ± 22 0.97

Office DBP 73 ± 6 81 ± 11 0.03

Office HR 74 ± 12 68 ± 11 0.25

1st24h-ABPM

SBP

122 ± 11

130 ± 13

0.13

DBP 66± 7 75 ± 9 0.01

HR 72 ± 15 75 ± 12 0.68

2nd

24h-ABPM

SBP

122 ± 11

128 ± 12

0.24

DBP 67 ± 6 74 ± 9 0.03

HR 73 ± 14 74 ± 8 0.73

HBPM

SBP

123 ± 12

133 ± 16

0.15

DBP 67 ± 8 77 ± 9 0.01

HR 72 ± 15 72 ± 7 0.92

Values are expressed as mean ± standard deviation or median (1st, 3rd quartiles), according to data

distribution.SBP: systolic blood pressure; DBP: diastolic blood pressure; PP: pulse pressure; HR: heart rate;

ABPM: ambulatory blood pressure monitoring; HBPM: Home blood pressure monitoring.

Page 42: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

42

A) B)

Figure 1 - Fluorescence levels of serial urine collection over 20 hours in health subjects that received (n=3) and did not receive (n=3) triamterene (1A). Comparison between urine fluorescence in three periods: 0, 6 and 10 hours after triamterene administration in 12 subjects. * p<0.05 vs. 0 hours; # p<0.05 vs. 10 hours (1B).

Figure 2: Flow chart of adherence assessment protocol in RH. 24h-ABPM: ambulatory

blood pressure monitoring; HBPM: Home blood pressure monitoring; MMAS-8: Morisky

medication adherence scale 8 items.

Page 43: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

43

REFERENCES:

1. Calhoun, D.A., et al., Resistant hypertension: diagnosis, evaluation, and

treatment. A scientific statement from the American Heart Association Professional

Education Committee of the Council for High Blood Pressure Research. Hypertension,

2008. 51(6): p. 1403-19.

2. de Souza, W.A., et al., Intensive monitoring of adherence to treatment helps to

identify "true" resistant hypertension. J Clin Hypertens (Greenwich), 2009. 11(4): p.

183-91.

3. Yiannakopoulou, E., et al., Adherence to antihypertensive treatment: a critical

factor for blood pressure control. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil, 2005. 12(3): p. 243-

9.

4. Brown, M.J., Resistant hypertension: resistance to treatment or resistance to

taking treatment? Heart, 2014. 100(11): p. 821-2.

5. Achelrod, D., U. Wenzel, and S. Frey, Systematic review and meta-analysis of

the prevalence of resistant hypertension in treated hypertensive populations. Am J

Hypertens, 2015. 28(3): p. 355-61.

6. Tomaszewski, M., et al., High rates of non-adherence to antihypertensive

treatment revealed by high-performance liquid chromatography-tandem mass

spectrometry (HP LC-MS/MS) urine analysis. Heart, 2014. 100(11): p. 855-61.

7. Jung, O., et al., Resistant hypertension? Assessment of adherence by

toxicological urine analysis. J Hypertens, 2013. 31(4): p. 766-74.

8. Luscher, T., et al., [Compliance in hypertensive patients and patients with

cardiac insufficiency]. Schweiz Med Wochenschr, 1981. 111(52): p. 2047-50.

9. Foerster, E.C., et al., [Does self-measurement of blood pressure improve

compliance in hypertensive patients?]. Schweiz Med Wochenschr, 1985. 115(5): p.

163-5.

10. Morisky, D.E., et al., Predictive validity of a medication adherence measure in

an outpatient setting. J Clin Hypertens (Greenwich), 2008. 10(5): p. 348-54.

11. de Oliveira-Filho, A.D., et al., The 8-item Morisky Medication Adherence

Scale: validation of a Brazilian-Portuguese version in hypertensive adults. Res Social

Adm Pharm, 2014. 10(3): p. 554-61.

12. Parati, G., et al., European Society of Hypertension practice guidelines for

home blood pressure monitoring. J Hum Hypertens, 2010. 24(12): p. 779-85.

Page 44: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

44

13. Mancia, G., et al., 2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial

hypertension: the Task Force for the management of arterial hypertension of the

European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology

(ESC). J Hypertens, 2013. 31(7): p. 1281-357.

14. Oliveira-Filho, A.D., et al., Association between the 8-item Morisky

Medication Adherence Scale (MMAS-8) and blood pressure control. Arq Bras

Cardiol, 2012. 99(1): p. 649-58.

15. BAYER, A.G., Use of triamterene as chemical marker- for detection in urine as

test of patient compliance. 1988: Germany.

16. Sabate, E., Adherence to long-term therapies: evidence for action. 2003, World

Health Organization: Geneva.

17. Chobanian, A.V., et al., Seventh report of the Joint National Committee on

Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure.

Hypertension, 2003. 42(6): p. 1206-52.

18. Corrao, G., et al., Better compliance to antihypertensive medications reduces

cardiovascular risk. J Hypertens, 2011. 29(3): p. 610-8.

19. Mazzaglia, G., et al., Adherence to antihypertensive medications and

cardiovascular morbidity among newly diagnosed hypertensive patients. Circulation,

2009. 120(16): p. 1598-605.

20. Perreault, S., et al., Adherence to antihypertensive agents after ischemic stroke

and risk of cardiovascular outcomes. Neurology, 2012. 79(20): p. 2037-43.

21. Judd, E. and D.A. Calhoun, Apparent and true resistant hypertension:

definition, prevalence and outcomes. J Hum Hypertens, 2014. 28(8): p. 463-8.

22. Pierdomenico, S.D., et al., Cardiovascular outcome in treated hypertensive

patients with responder, masked, false resistant, and true resistant hypertension. Am J

Hypertens, 2005. 18(11): p. 1422-8.

23. Farmer, K.C., Methods for measuring and monitoring medication regimen

adherence in clinical trials and clinical practice. Clin Ther, 1999. 21(6): p. 1074-90;

discussion 1073.

24. Osterberg, L. and T. Blaschke, Adherence to medication. N Engl J Med, 2005.

353(5): p. 487-97.

25. Burnier, M., et al., Measuring, analyzing, and managing drug adherence in

resistant hypertension. Hypertension, 2013. 62(2): p. 218-25.

Page 45: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

45

26. Pandey, A., et al., Comparison of Morisky Medication Adherence Scale with

therapeutic drug monitoring in apparent treatment-resistant hypertension. J Am Soc

Hypertens, 2015. 9(6): p. 420-426 e2.

27. Wenzel, U., D. Stange, and R. Dusing, A simple test to appreciate compliance

with antihypertensive drug therapy. J Hypertens, 2012. 30(3): p. 624; author reply

625.

28. Dominguez-Vidal, A., P. Ortega-Barrales, and A. Molina-Diaz, Determination

of triamterene by transitory retention in a continuous flow solid phase system with

fluorimetric transduction. J Pharm Biomed Anal, 2002. 28(3-4): p. 721-8.

29. Brinker, S., et al., Therapeutic drug monitoring facilitates blood pressure

control in resistant hypertension. J Am Coll Cardiol, 2014. 63(8): p. 834-5.

30. Bhatt, D.L., et al., A controlled trial of renal denervation for resistant

hypertension. N Engl J Med, 2014. 370(15): p. 1393-401.

Page 46: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

46

4.2 Resultados adicionais:

O teste piloto realizado teve como objetivo verificar também a influência de algumas

drogas utilizada comumente pelos pacientes na fluorescência da urina para descartar esse fato

como possível interferência nos resultados, representados pela figura 3.

Figura 3: Representação grafica de coletas de amostra de urina com a presença de outras

medicações. A) Comparação de amostras de urina em voluntário normotenso com

administração de Iguassina ®. B) Comparação de amostras de urina em voluntário hipertenso

com administração de Iguassina ® + ARAII e somente ARAII.C) Comparação de amostras

de urina em voluntário hipertenso com administração de Iguassina ® + BCC e somente BCC. D) Comparação de amostras de urina em voluntário normotenso com administração de

Iguassina ® e somente HCTZ. ARAII: antagonista de receptor de angiotensina II. BCC:

bloqueador de canal de cálcio. HCTZ: hidroclorotiazida.

Amostras de urina sem medicação demonstraram ter valores de fluorescência

basal. Afim de verificar se durante o dia havia aumento da fluorescência, foram comparadas

coletas de amostras em 4 horários sem a administração de nenhuma medicação, a

fluorescência variou pouco durante o período analisado, não demonstrando diferença

significativa (p >0,05) (Figura 4-A).

Para confirmar o valor de 6° hora como período máximo para demonstração dos

maiores valores de fluorescência, foi realizado um teste com valores de fluorescência com

urina sem administração de triantereno e com a medicação na 6° hora após ingestão, tendo

Page 47: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

47

resultado significativo (p= 0,002) demonstrando que a urina do individuo que tomou a

medicação tinha maior valor de fluorescência para o mesmo período de avaliação (6° hora).

(Figura 4-B)

Figura 4): A) Fluorescência de amostras de urina em quatro voluntários normotensos sem

administração de Iguassina ® (p= 0,61). B) Fluorescência de amostras de urina em doze

voluntários com administração de Iguassina ® e sem administração da mesma na 6°hora após

administração (* p<0,05).

Page 48: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

48

5. DISCUSSÃO GERAL:

O método direto proposto para avaliar a adesão detectou um aumento na

fluorescência de urina após a administração de triantereno em parte controlada do nosso

estudo (teste piloto). Isso proporciona um importante evidencia desse método como uma

potencial ferramenta para avaliação da adesão em pacientes hipertensos, especialmente

em HAR.

Encontramos também uma alta taxa de não-adesão em nosso grupo de pacientes

(57%), adesão farmacológica tem sido discutida por anos, e tem sido considerado um

grande obstáculo em conseguir o controle da PA [8, 73] o que leva ao aumento do risco

de eventos cardiovasculares independente de outros fatores de risco. Estudos indicam

uma redução de cerca de 23% a 38% no risco de eventos cardiovasculares em pacientes

aderentes à terapia anti-hipertensiva, em comparação com aqueles que são não-aderentes

[91-93].

A não-adesão ao tratamento é uma causa importante de pseudo-resistência,

juntamente com medidas de PA incorretas e hipertensão do jaleco branco [7]. A distinção

adequada entre aparente- índividuo que somente aparenta ter resistência ao tratamento,

mas na verdade não o têm - e hipertensão resistente verdadeira é fundamental, uma vez

que essa tem piores desfechos clínicos do que aqueles com falsa resistência [96], esses

pacientes também demandam maiores custos devido ao maior número de medicamentos

em uso e visitas médicas em clínicas especializadas [9]. Nosso grupo já mostrou que a

avaliação da adesão ajuda a identificar a pacientes com HAR “verdadeira”, uma vez que

nesse estudo apesar de altos índices de adesão um grupo de pacientes não obteve controle

de PA [98]. Embora a adesão possa ser determinada por vários métodos, não há indicação

de um padrão de ouro para isso [17]. Os métodos indiretos, incluindo - questionario de

auto-relato, contagem de comprimidos, controle da prescrição - são amplamente

utilizados por causa de fácil aplicabilidade. No entanto, uma vez que estes métodos,

incluindo o método muito utilizado (MMAS-8) avaliam o comportamento dos pacientes e

depende desses, existe a possibilidade de serem manipulados, levando a uma

superestimação da adesão do individuo. Por conseguinte, nenhum destes métodos é capaz

de detectar se a medicação prescrita foi realmente ingerida [69].

Por outro lado, os métodos diretos são considerados mais robustos, pois

permitem verificar a administração da medicação através da análise da presença da

medicação ou metabólitos em amostras de sangue ou urina, porém são geralmente mais

Page 49: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

49

caros e não permitem confirmar se todas as doses foram ingeridas, já que as coletas são

realizas pontualmente [106]. Um estudo recente demonstrou limitada sensibilidade e

especificidade do método de auto-relato em detectar pacientes não-aderentes com

aparente resistência com o tratamento, e mostrou diferença na detecção de não-adesão

em comparação com a análise de sangue [80]. Esses achadois permitem inferir que mais

de um método pode ser necessário na prática clínica: (1) métodos indiretos podem ser

usados para a avaliação de adesão na forma de triagem e (2) o método direto ajudaria a

verificar a verdadeira adminstração da medicação e a consequente confirmação de

adesão.

A propriedade de fluorescência de algumas drogas, tais como a usada neste estudo

(triantereno) permite a detecção de ingestão com um teste simples [18]. Lücher et al [88]

e Foerster et al [89] já demonstraram esta técnica para avaliação da adesão em pacientes

hipertensos. O método de fluorimetria possui custo baixo e sensibilidade elevada [107] e,

portanto, podem servir como um método viável para documentar a aderência em

pacientes com HAR.

Nosso estudo apresentou diferença significativa na fluorescência de urina entre os

indivíduos que tomaram triantereno em comparação com aqueles que não o fizeram. O

acompanhamento dos pacientes com hipertensão resistente utilizando triantereno poderia

facilmente detetar pacientes não aderentes na prática clínica. Pacientes não aderentes

apresentaram uma pressão arterial diastólica maior quando comparados com indivíduos

aderentes, de acordo com outros estudos [15, 108]. Estes resultados demonstram uma

associação entre não adesão ao regime de medicação com a falta de controle da pressão

arterial. Além disso, podemos inferir por estes resultados que, em pacientes HAR da

terapia anti-hipertensiva tem um grande impacto sobre a pressão arterial diastólica.

Outra consideração importante é o uso de uma avaliação da adesão simples, seria

para uso em novos ensaios de intervenção para pacientes resistentes. O recente estudo

Symplicity-3 não demonstrou nenhuma diferença signficante de redução de pressão

arterial em comparação entre grupo HAR e controle sham. No entanto, uma das

limitações enumeradas foi a falta da verificação de adesão nos indivíduos [66].

Além disso, níveis alarmantes de completa falta de adesão à medicação foram

reportados em indivíduos supostamente hipertensos resistentes indicados para denervação

renal [15].

Page 50: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

50

Algumas limitações do nosso estudo devem ser reconhecidas, incluindo o

pequeno tamanho da amostra e que o método utilizado para a detecção de adesão testa

apenas o cumprimento de uma determinada droga (triantereno) e não todos

medicamentos anti-hipertensivos. Adicionalmente, apenas a adesão de curto prazo foi

testada, assim há uma possível interpretação enganosa de adesão a longo prazo, limitação

semelhante a outros estudos diretos, que somente detectam a adesão de forma pontual

[15]. Nós tentamos minimizar este problema realizando três visitas sem aviso prévio para

testar a adesão mais do que uma vez.

Em conclusão, a não-adesão à terapia anti-hipertensiva é elevada em pacientes

hipertensos resistentes, mesmo quando avaliados em clínicas especializadas nesta

condição. A análise fluorimétrica de urina após ingestão de triantereno para avaliar

adesão dos pacientes hipertensos resistentes mostrou-se seguro, fácil e confiável para

avaliar a não-adesão. Estudos maiores e possível extensão dessa análise a outras drogas

poderia ser uma ferramenta importante para facilitar a avaliação da adesão de forma fácil

e confiável em pacientes com hipertensão resistente.

Page 51: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

51

6. CONCLUSÕES:

1. O método direto de detecção de fluorescência na urina foi considerado eficaz para

avaliar a adesão farmacológica, além de simples, barato e factível.

2. Os resultados obtidos com o método direto estão associados com os resultados

observados no teste indireto de Morisky (MMAS-8);

3. A falta de aderência farmacológica detectada pelo método direto foi associado com

maiores valores pressóricos diastólico nos pacientes HAR. Demonstrando a

importância da adesão terapêutica no controle da PA e na prevenção de eventos

cardiovasculares nessa população.

Page 52: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

52

7. REFERÊNCIAS:

1. Chobanian, A.V., et al., Seventh report of the Joint National Committee on

Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure.

Hypertension, 2003. 42(6): p. 1206-52.

2. Mancia, G., et al., 2013 ESH/ESC Guidelines for the management of arterial

hypertension: the Task Force for the management of arterial hypertension of the

European Society of Hypertension (ESH) and of the European Society of Cardiology

(ESC). J Hypertens, 2013. 31(7): p. 1281-357.

3. Alessi, A., et al., First Brazilian position on resistant hypertension. Arq Bras Cardiol,

2012. 99(1): p. 576-85.

4. Calhoun, D.A., et al., Resistant hypertension: diagnosis, evaluation, and treatment. A

scientific statement from the American Heart Association Professional Education

Committee of the Council for High Blood Pressure Research. Hypertension, 2008.

51(6): p. 1403-19.

5. Brown, M.A., M.L. Buddle, and A. Martin, Is resistant hypertension really resistant?

Am J Hypertens, 2001. 14(12): p. 1263-9.

6. Muxfeldt, E.S., et al., Twenty-four hour ambulatory blood pressure monitoring pattern

of resistant hypertension. Blood Press Monit, 2003. 8(5): p. 181-5.

7. Judd, E. and D.A. Calhoun, Apparent and true resistant hypertension: definition,

prevalence and outcomes. J Hum Hypertens, 2014. 28(8): p. 463-8.

8. Yiannakopoulou, E., et al., Adherence to antihypertensive treatment: a critical factor

for blood pressure control. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil, 2005. 12(3): p. 243-9.

9. Brown, M.J., Resistant hypertension: resistance to treatment or resistance to taking

treatment? Heart, 2014. 100(11): p. 821-2.

10. Achelrod, D., U. Wenzel, and S. Frey, Systematic review and meta-analysis of the

prevalence of resistant hypertension in treated hypertensive populations. Am J

Hypertens, 2015. 28(3): p. 355-61.

11. Bunker, J., et al., How common is true resistant hypertension? J Hum Hypertens,

2011. 25(2): p. 137-40.

12. Fadl Elmula, F.E., et al., Adjusted drug treatment is superior to renal sympathetic

denervation in patients with true treatment-resistant hypertension. Hypertension,

2014. 63(5): p. 991-9.

Page 53: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

53

13. Ceral, J., et al., Difficult-to-control arterial hypertension or uncooperative patients?

The assessment of serum antihypertensive drug levels to differentiate non-

responsiveness from non-adherence to recommended therapy. Hypertens Res, 2011.

34(1): p. 87-90.

14. Strauch, B., et al., Precise assessment of noncompliance with the antihypertensive

therapy in patients with resistant hypertension using toxicological serum analysis. J

Hypertens, 2013. 31(12): p. 2455-61.

15. Tomaszewski, M., et al., High rates of non-adherence to antihypertensive treatment

revealed by high-performance liquid chromatography-tandem mass spectrometry (HP

LC-MS/MS) urine analysis. Heart, 2014. 100(11): p. 855-61.

16. Jung, O., et al., Resistant hypertension? Assessment of adherence by toxicological

urine analysis. J Hypertens, 2013. 31(4): p. 766-74.

17. Farmer, K.C., Methods for measuring and monitoring medication regimen adherence

in clinical trials and clinical practice. Clin Ther, 1999. 21(6): p. 1074-90; discussion

1073.

18. Wenzel, U., D. Stange, and R. Dusing, A simple test to appreciate compliance with

antihypertensive drug therapy. J Hypertens, 2012. 30(3): p. 624; author reply 625.

19. Organization, W.H., A global brief on Hypertension, 2013, World Health

Organization: Geneva. p. 10.

20. [VI Brazilian Guidelines on Hypertension]. Arq Bras Cardiol, 2010. 95(1 Suppl): p. 1-

51.

21. James, P.A., et al., 2014 evidence-based guideline for the management of high blood

pressure in adults: report from the panel members appointed to the Eighth Joint

National Committee (JNC 8). JAMA, 2014. 311(5): p. 507-20.

22. Sakhuja, A., S.C. Textor, and S.J. Taler, Uncontrolled hypertension by the 2014

evidence-based guideline: results from NHANES 2011-2012. J Hypertens, 2015.

33(3): p. 644-51; discussion 652.

23. Giannattasio, C., et al., Blood pressure control in Italian essential hypertensives

treated by general practitioners. Am J Hypertens, 2012. 25(11): p. 1182-7.

24. Falaschetti, E., et al., Continued improvement in hypertension management in

England: results from the Health Survey for England 2006. Hypertension, 2009.

53(3): p. 480-6.

Page 54: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

54

25. Major cardiovascular events in hypertensive patients randomized to doxazosin vs

chlorthalidone: the antihypertensive and lipid-lowering treatment to prevent heart

attack trial (ALLHAT). ALLHAT Collaborative Research Group. JAMA, 2000.

283(15): p. 1967-75.

26. de la Sierra, A., et al., Clinical features of 8295 patients with resistant hypertension

classified on the basis of ambulatory blood pressure monitoring. Hypertension, 2011.

57(5): p. 898-902.

27. Persell, S.D., Prevalence of resistant hypertension in the United States, 2003-2008.

Hypertension, 2011. 57(6): p. 1076-80.

28. Egan, B.M., et al., Uncontrolled and apparent treatment resistant hypertension in the

United States, 1988 to 2008. Circulation, 2011. 124(9): p. 1046-58.

29. Massierer, D., et al., Prevalence of resistant hypertension in non-elderly adults:

prospective study in a clinical setting. Arq Bras Cardiol, 2012. 99(1): p. 630-5.

30. Lotufo, P.A., et al., Resistant hypertension: risk factors, subclinical atherosclerosis,

and comorbidities among adults-the Brazilian Longitudinal Study of Adult Health

(ELSA-Brasil). J Clin Hypertens (Greenwich), 2015. 17(1): p. 74-80.

31. Park, J. and V. Campese, Clinical characteristics of resistant hypertension: the

importance of compliance and the role of diagnostic evaluation in delineating

pathogenesis. J Clin Hypertens (Greenwich), 2007. 9(1 Suppl 1): p. 7-12.

32. Ferrario, C.M., P.L. Gildenberg, and J.W. McCubbin, Cardiovascular effects of

angiotensin mediated by the central nervous system. Circ Res, 1972. 30(3): p. 257-62.

33. Zimmerman, B.G., E.J. Sybertz, and P.C. Wong, Interaction between sympathetic and

renin-angiotensin system. J Hypertens, 1984. 2(6): p. 581-7.

34. DiBona, G.F., Nervous kidney. Interaction between renal sympathetic nerves and the

renin-angiotensin system in the control of renal function. Hypertension, 2000. 36(6):

p. 1083-8.

35. Sowers, J.R., A. Whaley-Connell, and M. Epstein, Narrative review: the emerging

clinical implications of the role of aldosterone in the metabolic syndrome and

resistant hypertension. Ann Intern Med, 2009. 150(11): p. 776-83.

36. Figueiredo, V.N., et al., Vascular stiffness and endothelial dysfunction: Correlations

at different levels of blood pressure. Blood Press, 2012. 21(1): p. 31-8.

Page 55: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

55

37. Thomopoulos, C., et al., Obstructive sleep apnoea syndrome is associated with

enhanced sub-clinical inflammation and asymmetric dimethyl-arginine levels in

hypertensives. J Hum Hypertens, 2009. 23(1): p. 65-7.

38. Yugar-Toledo, J.C., et al., Uncontrolled hypertension, uncompensated type II

diabetes, and smoking have different patterns of vascular dysfunction. Chest, 2004.

125(3): p. 823-30.

39. Taler, S.J., S.C. Textor, and J.E. Augustine, Resistant hypertension: comparing

hemodynamic management to specialist care. Hypertension, 2002. 39(5): p. 982-8.

40. Parati, G., et al., Obstructive sleep apnea syndrome as a cause of resistant

hypertension. Hypertens Res, 2014. 37(7): p. 601-13.

41. Dudenbostel, T. and D.A. Calhoun, Resistant hypertension, obstructive sleep apnoea

and aldosterone. J Hum Hypertens, 2012. 26(5): p. 281-7.

42. Esler, M., et al., Mechanisms of sympathetic activation in obesity-related

hypertension. Hypertension, 2006. 48(5): p. 787-96.

43. Rahmouni, K. and D.A. Morgan, Hypothalamic arcuate nucleus mediates the

sympathetic and arterial pressure responses to leptin. Hypertension, 2007. 49(3): p.

647-52.

44. de Faria, A.P., et al., Hypoadiponectinemia and aldosterone excess are associated

with lack of blood pressure control in subjects with resistant hypertension. Hypertens

Res, 2013. 36(12): p. 1067-72.

45. Bokarewa, M., et al., Resistin, an adipokine with potent proinflammatory properties. J

Immunol, 2005. 174(9): p. 5789-95.

46. O'Rourke, M.F., et al., Pressure wave transmission along the human aorta. Changes

with age and in arterial degenerative disease. Circ Res, 1968. 23(4): p. 567-79.

47. Benetos, A., et al., Determinants of accelerated progression of arterial stiffness in

normotensive subjects and in treated hypertensive subjects over a 6-year period.

Circulation, 2002. 105(10): p. 1202-7.

48. Aronson, D., Cross-linking of glycated collagen in the pathogenesis of arterial and

myocardial stiffening of aging and diabetes. J Hypertens, 2003. 21(1): p. 3-12.

49. Sigrist, M., et al., Vascular calcification and cardiovascular function in chronic

kidney disease. Nephrol Dial Transplant, 2006. 21(3): p. 707-14.

50. Gibbons, R.J., et al., ACC/AHA 2002 guideline update for exercise testing: summary

article: a report of the American College of Cardiology/American Heart Association

Page 56: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

56

Task Force on Practice Guidelines (Committee to Update the 1997 Exercise Testing

Guidelines). Circulation, 2002. 106(14): p. 1883-92.

51. Kannel, W.B. and J. Cobb, Left ventricular hypertrophy and mortality--results from

the Framingham Study. Cardiology, 1992. 81(4-5): p. 291-8.

52. Kannel, W.B. and P.W. Wilson, An update on coronary risk factors. Med Clin North

Am, 1995. 79(5): p. 951-71.

53. Brosius, F.C., 3rd, et al., Detection of chronic kidney disease in patients with or at

increased risk of cardiovascular disease: a science advisory from the American Heart

Association Kidney and Cardiovascular Disease Council; the Councils on High Blood

Pressure Research, Cardiovascular Disease in the Young, and Epidemiology and

Prevention; and the Quality of Care and Outcomes Research Interdisciplinary

Working Group: Developed in Collaboration With the National Kidney Foundation.

Hypertension, 2006. 48(4): p. 751-5.

54. Mogensen, C.E., Microalbuminuria predicts clinical proteinuria and early mortality

in maturity-onset diabetes. N Engl J Med, 1984. 310(6): p. 356-60.

55. Hillege, H.L., et al., Urinary albumin excretion predicts cardiovascular and

noncardiovascular mortality in general population. Circulation, 2002. 106(14): p.

1777-82.

56. Calhoun, D.A., et al., Resistant hypertension: diagnosis, evaluation, and treatment: a

scientific statement from the American Heart Association Professional Education

Committee of the Council for High Blood Pressure Research. Circulation, 2008.

117(25): p. e510-26.

57. Pimenta, E., D.A. Calhoun, and S. Oparil, Mechanisms and treatment of resistant

hypertension. Arq Bras Cardiol, 2007. 88(6): p. 683-92.

58. White, W.B., Ambulatory blood pressure monitoring as an investigative tool for

characterizing resistant hypertension and its rational treatment. J Clin Hypertens

(Greenwich), 2007. 9(1 Suppl 1): p. 25-30.

59. Grigoryan, L., V.N. Pavlik, and D.J. Hyman, Characteristics, drug combinations and

dosages of primary care patients with uncontrolled ambulatory blood pressure and

high medication adherence. J Am Soc Hypertens, 2013. 7(6): p. 471-6.

60. Mancia, G., et al., Reappraisal of European guidelines on hypertension management:

a European Society of Hypertension Task Force document. Blood Press, 2009. 18(6):

p. 308-47.

Page 57: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

57

61. Bisognano, J.D., et al., Baroreflex activation therapy lowers blood pressure in patients

with resistant hypertension: results from the double-blind, randomized, placebo-

controlled rheos pivotal trial. J Am Coll Cardiol, 2011. 58(7): p. 765-73.

62. Wustmann, K., et al., Effects of chronic baroreceptor stimulation on the autonomic

cardiovascular regulation in patients with drug-resistant arterial hypertension.

Hypertension, 2009. 54(3): p. 530-6.

63. Brito, T.M.e.B.L.A., Denervação Renal no Tratamento de hipertensão Arteria

Resistente. Revista Brasileira de Hipertensão, 2011. 18(4): p. 145-8.

64. Catheter-based renal sympathetic denervation for resistant hypertension: durability of

blood pressure reduction out to 24 months. Hypertension, 2011. 57(5): p. 911-7.

65. Esler, M.D., et al., Renal sympathetic denervation for treatment of drug-resistant

hypertension: one-year results from the Symplicity HTN-2 randomized, controlled

trial. Circulation, 2012. 126(25): p. 2976-82.

66. Bhatt, D.L., et al., A controlled trial of renal denervation for resistant hypertension. N

Engl J Med, 2014. 370(15): p. 1393-401.

67. Nobre, F., A.M.G. Pierin, and D. Mion-Jr, A adesao ao tratamento: o grande desafio

da hipertensão2001, São Paulo: Lemos Editorial. 1-118.

68. Vrijens, B., et al., A new taxonomy for describing and defining adherence to

medications. Br J Clin Pharmacol, 2012. 73(5): p. 691-705.

69. Osterberg, L. and T. Blaschke, Adherence to medication. N Engl J Med, 2005. 353(5):

p. 487-97.

70. Miller, N.H., et al., The multilevel compliance challenge: recommendations for a call

to action. A statement for healthcare professionals. Circulation, 1997. 95(4): p. 1085-

90.

71. Hyman, D.J. and V. Pavlik, Medication adherence and resistant hypertension. J Hum

Hypertens, 2014.

72. Andrade, S.E., et al., Methods for evaluation of medication adherence and persistence

using automated databases. Pharmacoepidemiol Drug Saf, 2006. 15(8): p. 565-74;

discussion 575-7.

73. Sabate, E., Adherence to long-term therapies: evidence for action, 2003, World Health

Organization: Geneva.

Page 58: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

58

74. Oliveira-Filho, A.D., et al., Association between the 8-item Morisky Medication

Adherence Scale (MMAS-8) and blood pressure control. Arq Bras Cardiol, 2012.

99(1): p. 649-58.

75. Grezzana, G.B., A.T. Stein, and L.C. Pellanda, Blood pressure treatment adherence

and control through 24-hour ambulatory monitoring. Arq Bras Cardiol, 2013. 100(4):

p. 335-61.

76. Morisky, D.E., et al., Predictive validity of a medication adherence measure in an

outpatient setting. J Clin Hypertens (Greenwich), 2008. 10(5): p. 348-54.

77. Morisky, D.E., L.W. Green, and D.M. Levine, Concurrent and predictive validity of a

self-reported measure of medication adherence. Med Care, 1986. 24(1): p. 67-74.

78. de Oliveira-Filho, A.D., et al., The 8-item Morisky Medication Adherence Scale:

validation of a Brazilian-Portuguese version in hypertensive adults. Res Social Adm

Pharm, 2014. 10(3): p. 554-61.

79. Fitzgerald, R.L., J.D. Rivera, and D.A. Herold, Broad spectrum drug identification

directly from urine, using liquid chromatography-tandem mass spectrometry. Clin

Chem, 1999. 45(8 Pt 1): p. 1224-34.

80. Pandey, A., et al., Comparison of Morisky Medication Adherence Scale with

therapeutic drug monitoring in apparent treatment-resistant hypertension. J Am Soc

Hypertens, 2015. 9(6): p. 420-426 e2.

81. Goodman, G., As bases farmacológicas da terapêutica. 12 ed2012, Porto Alegre:

Artmed.

82. Gilfrich, H.J., et al., Pharmacokinetics of triamterene after i.v. administration to man:

determination of bioavailability. Eur J Clin Pharmacol, 1983. 25(2): p. 237-41.

83. Hamidi, M., M.A. Shahbazi, and K. Azimi, Bioequivalence evaluation of a

triamterene-hydrochlorothiazide generic product: a new bioequivalence index for

fixed-dose combinations. Regul Toxicol Pharmacol, 2011. 59(1): p. 149-56.

84. Llorent-Martinez, E.J., P. Ortega-Barrales, and A. Molina-Diaz, Multicommuted flow-

through fluorescence optosensor for determination of furosemide and triamterene.

Anal Bioanal Chem, 2005. 383(5): p. 797-803.

85. Horstkotter, C., et al., Determination of triamterene and its main metabolite

hydroxytriamterene sulfate in human urine by capillary electrophoresis using

ultraviolet absorbance and laser-induced fluorescence detection. J Chromatogr B

Analyt Technol Biomed Life Sci, 2002. 769(1): p. 107-17.

Page 59: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

59

86. Gundert-Remy, U., et al., Plasma and urinary levels of triamterene and certain

metabolites after oral administration to man. Eur J Clin Pharmacol, 1979. 16(1): p.

39-44.

87. Carda-Broch, S., J.S. Esteve-Romero, and M.C. Garcia-Alvarez-Coque,

Chromatographic determination of diuretics in urine samples using hybrid micellar

mobile phases with fluorimetric detection. Analytica Chimica Acta, 1998. 375(1-2): p.

143-154.

88. Luscher, T., et al., [Compliance in hypertensive patients and patients with cardiac

insufficiency]. Schweiz Med Wochenschr, 1981. 111(52): p. 2047-50.

89. Foerster, E.C., et al., [Does self-measurement of blood pressure improve compliance

in hypertensive patients?]. Schweiz Med Wochenschr, 1985. 115(5): p. 163-5.

90. Prado, J.C., Jr., E. Kupek, and D. Mion, Jr., Validity of four indirect methods to

measure adherence in primary care hypertensives. J Hum Hypertens, 2007. 21(7): p.

579-84.

91. Mazzaglia, G., et al., Adherence to antihypertensive medications and cardiovascular

morbidity among newly diagnosed hypertensive patients. Circulation, 2009. 120(16):

p. 1598-605.

92. Corrao, G., et al., Better compliance to antihypertensive medications reduces

cardiovascular risk. J Hypertens, 2011. 29(3): p. 610-8.

93. Perreault, S., et al., Adherence to antihypertensive agents after ischemic stroke and

risk of cardiovascular outcomes. Neurology, 2012. 79(20): p. 2037-43.

94. Claxton, A.J., J. Cramer, and C. Pierce, A systematic review of the associations

between dose regimens and medication compliance. Clin Ther, 2001. 23(8): p. 1296-

310.

95. Cuspidi, C., et al., High prevalence of cardiac and extracardiac target organ damage

in refractory hypertension. J Hypertens, 2001. 19(11): p. 2063-70.

96. Pierdomenico, S.D., et al., Cardiovascular outcome in treated hypertensive patients

with responder, masked, false resistant, and true resistant hypertension. Am J

Hypertens, 2005. 18(11): p. 1422-8.

97. Burnier, M., et al., Monitoring compliance in resistant hypertension: an important

step in patient management. J Hypertens Suppl, 2003. 21(2): p. S37-42.

98. de Souza, W.A., et al., Intensive monitoring of adherence to treatment helps to identify

"true" resistant hypertension. J Clin Hypertens (Greenwich), 2009. 11(4): p. 183-91.

Page 60: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

60

99. BAYER, A.G., Use of triamterene as chemical marker- for detection in urine as test

of patient compliance., 1988: Germany.

100. Zakopoulos, N.A., et al., Reproducibility of ambulatory blood pressure measurements

in essential hypertension. Blood Press Monit, 2001. 6(1): p. 41-5.

101. Groppelli, A., et al., Evaluation of noninvasive blood pressure monitoring devices

Spacelabs 90202 and 90207 versus resting and ambulatory 24-hour intra-arterial

blood pressure. Hypertension, 1992. 20(2): p. 227-32.

102. [V Guidelines for ambulatory blood pressure monitoring (ABPM) and III Guidelines

for home blood pressure monitoring (HBPM)]. Arq Bras Cardiol, 2011. 97(3 Suppl 3):

p. 1-24.

103. Parati, G., et al., European Society of Hypertension practice guidelines for home blood

pressure monitoring. J Hum Hypertens, 2010. 24(12): p. 779-85.

104. Margotto, P.R. Curva ROC como fazer e interpretar no SPSS. 2010 2014/09/23;

Available from:

http://www.paulomargotto.com.br/documentos/Curva_ROC_SPSS.pdf.

105. Haentjens, P., et al., The impact of continuous positive airway pressure on blood

pressure in patients with obstructive sleep apnea syndrome: evidence from a meta-

analysis of placebo-controlled randomized trials. Arch Intern Med, 2007. 167(8): p.

757-64.

106. Burnier, M., et al., Measuring, analyzing, and managing drug adherence in resistant

hypertension. Hypertension, 2013. 62(2): p. 218-25.

107. Dominguez-Vidal, A., P. Ortega-Barrales, and A. Molina-Diaz, Determination of

triamterene by transitory retention in a continuous flow solid phase system with

fluorimetric transduction. J Pharm Biomed Anal, 2002. 28(3-4): p. 721-8.

108. Brinker, S., et al., Therapeutic drug monitoring facilitates blood pressure control in

resistant hypertension. J Am Coll Cardiol, 2014. 63(8): p. 834-5.

Page 61: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

61

8. ANEXOS:

Anexo 1:

Page 62: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

62

Page 63: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

63

Page 64: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

64

Page 65: ANÁLISE DE FLUORESCÊNCIA NA URINA COMO AVALIAÇÃO DE …repositorio.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/312684/1/Correa_Nathalia... · ASSESSMENT APPROACH IN RESISTANT HYPERTENSION Dissertação

65