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As mães d e alguns meninos do Jardim de Infância do Pinhão participaram ativamente no Projeto " A Velha e a Cabaça" com estas histórias sobre o Lobo.
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Agrupamento de Escolas D.Sancho II-Alijó
ano letivo 2012/13
O Lobo
Jardim de Infância do Pinhão
O Projeto “ A Velha e a Cabaça “ desenvolvido pelos alunos do
Jardim de Infância do Pinhão, sob a orientação das educadoras, contou com
a participação ativa de algumas mães com histórias , cujo protagonista, é o
lobo com diferentes facetas.
Índice
Encontrei um Lobo, Fernanda Gonçalves
O Pensar de um Lobo,Sandra Rodrigues
O Kiko e o Lobo, Anabela Diegas
O Lobo Ganancioso, Elisabete Monteiro
O Lobo Rico, Sara Varandas
O Sonho do Lobinho, Maria Filomena Martins
Encontrei um lobo
Um dia, a minha mãe e eu íamos no carro em direção a casa e pelo caminho encontrámos
um lobo pequeno. A minha mãe parou e perguntou:
- O que tens, pequeno lobo?
E ele respondeu:
-Perdi-me dos meus pais e estou com muita fome e frio.
Então a minha mãe pegou nele e meteu-o no carro. Eu fiquei muito feliz!
Quando chegámos a casa, eu e os meus pais demos-lhe de comer e ele ficou todo contente,
depois cobrimo-lo com um cobertor para ele dormir quentinho.
No dia seguinte, de manhã, o lobinho não estava onde o tínhamos deixado. O meu pai e eu
fomos de mota procurá-lo quando, de repente, o encontrámos numa toca com os pais. Ao
ver o pequeno lobinho com a sua família, ficámos muito contentes e felizes!
Fernanda da Luz Aguiar Gonçalves, mãe do Marco António
O pensar de um lobo
O lobo é um elemento comum que impõe medo mal se invoque o seu nome.
A história de hoje vai ser diferente das habituais. Eu, lobo, vou contar-vos a minha história:
como vivo e penso.
Não vou iniciar era uma vez…até porque já comecei a falar de mim. Queres escutar-me uma
única vez?
Então fica atento e tenta entender-me…
Enquanto tu nasces num berço lindo com cobertas quentinhas e multicolores, com carrocel
aleatório que te adormece com música suave…eu, lobo, nasço na selva, ao frio, ao relento,
tendo por companhia as estrelas e a lua como minha madrasta…
Os sons da natureza, a música que me assusta tantas vezes, sinto medo contraio-me fazendo
com que os meus músculos fiquem rijos, o meu pelo fica erriçado, o meu olhar esguio…
Tudo em mim se torna veloz, sem eu querer começo a andar e logo me proíbem de me
aproximar da população, querendo capturar e matar-me …
Mas porquê? Se nada fiz…
Não entendo! Mesmo assim teimo em ir espreitar-vos, ver-vos brincar à bola, ao escorrega,
a gritar de alegria, a correrem uns atrás dos outros…As meninas de bonecas lindas na mão,
vestidas como princesas…
Eu, sempre sozinho, olho o céu e choro… o meu uivo, que tanto vos assusta, é o meu grito
de solidão…
Volto triste para a minha gruta fria, meu esconderijo…
Esfomeado e sem carinho, um instinto natural nasce em mim, o de caçar para não ser
caçado…
Eu corro com todas as minhas forças e procuro um animal para abater e comer, enquanto
que tu tens quem te confecione uns pratos deliciosos, que saboreias em família… eu continuo
só na selva…
Uivo bem alto quando vos vejo acarinhar um cão e questiono-me: porque
não eu?
Sou tão desprezado e ainda me chamam de lobo mau?
E com esta minha revolta vou crescendo e penso “ A vida é mesmo uma selva,
que se safe quem puder”
Moral da história: Nem todos nascemos num berço de oiro, nem com a mesma
sorte…
Sandra Isabel Silva Rodrigues, mãe do Francisco
O Kiko e o Lobo
Na minha última viagem ao Gerês com os meus pais e com o meu gato KIKO e a
minha tartaruga MIMI, o meu gato passou por uma aventura inesquecível.
Ao longo de todo o fim-de-semana passeamos por sítios bonitos do Gerês,
visitamos monumentos, miradouros, e passeamos na serra. Vimos e sentimos os
riachos correr.
Vi as vacas a pastar sozinhas na serra e pareciam não ter medo dos lobos.
Numa das paragens que o meu pai fez, junto a um abrigo de pastores, o meu gato
resolveu fugir, talvez atrás de um pássaro ou de algum coelho, já que é um
grande caçador.
Procurámo-lo durante muito tempo, mas sem sucesso.
Ao escurecer, já triste e a pensar que nunca mais veria o meu gato KIKO , vi que estava
enganada. Pois quando já estávamos em casa, ouvimos um barulho junto à porta, e eu
disse:
- Pai, talvez este barulho seja do KIKO!
Fomos à porta ver. Qual não foi o nosso espanto ao vermos o KIKO, a chegar bastante
cansado e na companhia de um grande e velho lobo que o tinha ajudado a chegar até nós.
Eu tinha a ideia de que os lobos eram todos maus, mas agora sei que também existem
lobos bons e que ajudam os animais a voltar a casa para junto dos seus donos.
Assim, ganhei mais um amigo no Gerês ao qual dei o nome de lobo de GERÊS.
Parecia um cão grande, tinha uma cabeça grande e maciça, com orelhas triangulares
relativamente pequenas e olhos de cor amarela. A pelagem era castanha amarelada, tinha
patas altas, e um olhar bastante meigo e parecia amigo de todos os animais.
Anabela Diegas, mãe da Ana João
O Lobo Ganancioso
Era uma vez uma alcateia feliz. Todos os lobos viviam em perfeita harmonia e num espírito
de companheirismo. As caçadas eram divertidas e todos desfrutavam delas, desde os
lobitos até aos lobos mais velhos. Tudo aquilo que se caçava era repartido por toda a
alcateia de uma forma igual e ninguém ficava faminto.
Certo dia, um lobo ganancioso decidiu sobrepor-se a todos os outros e começou a magicar
um plano para poder controlar toda a alcateia. A sua subida ao poder foi rápida e não
olhou a meios para atingir o fim.
- Agora mando eu. Tudo o que for caçado tem que ser entregue no meu palácio e só depois
de eu tomar uma decisão e me consolar com toda a comida é que vocês podem ficar com
os restos – disse o lobo ganancioso.
O resto da alcateia começou a obedecer-lhe e rapidamente se viram famílias a passar fome
e a desesperarem por comida. Enquanto isto acontecia, o lobo ganancioso vivia no seu
palácio e era servido por todos os seus criados.
O lobo ganancioso tinha um compincha com quem partilhava tudo a quem contava todos os
seus segredos. Certo dia, ele contou ao seu amigo que estava apaixonado por uma das
lobas.
Até aqui o seu amigo disse que não havia problema e que se gostava mesmo dessa loba que
se declarasse.
- O único problema é que ela é uma das lobas mais famintas da alcateia. Ela nunca
concordou com o que eu tenho feito à sua família e nunca vai concordar em namorar
comigo – disse o lobo ganancioso com um ar destroçado.
Os dias foram passando e ele ganhou coragem para se declarar. Foi ter com a loba e
explicou-lhe o que se passava:
- Lobita, estou apaixonado por ti. Eu sei que não compreendes aquilo que eu te fiz e a toda a
alcateia, mas dá-me uma oportunidade.
A lobita, sem reação, concordou em dar-lhe uma oportunidade, mas
apenas se ele mudasse a sua maneira de ser com toda a gente.
O lobo ganancioso e a lobita casaram e vivem felizes numa casa,
como todos os outros lobos.
Agora, todos os lobos vivem novamente bem e já não passam fome.
Elisabete Monteiro, mãe do José Manuel
O Lobo Rico
A floresta dos “Icos” era uma floresta muito linda. Chamava- se assim porque todos os
animais que nela moravam tinham o nome terminado em “ico”. Nela morava um lobo, o
lobo Zico. Era um lobo muito especial, amigo de todos os outros animais e só gostava de
comer legumes colhidos da sua própria horta que adorava cultivar. Os seus amigos, Xico, o
coelho, Eurico, o corvo, e Tico, o esquilo, gostavam muito dele e também o ajudavam a
cuidar da sua horta. Eles arrancavam as ervinhas, semeavam as sementes, regavam…
divertiam-se muito enquanto trabalhavam. Contudo, estes seus amigos andavam um pouco
intrigados pois, todos os dias, o lobo Zico cantava esta canção enquanto regava a sua horta
”Eu sou o lobo Zico, sou feliz, porque sou rico. Eu sou o lobo Zico, sou feliz porque sou
rico!”
Eles não entendiam quando ele cantava que era rico, visto ser um lobo muito humilde e
viver numa pequena toca sem luxos nem grandezas.
Depois de muitos dias a ouvir o lobo a cantar sempre a mesma canção, o Xico, o Eurico e o
Tico resolveram perguntar-lhe o porquê daquela canção ao que ele respondeu:
-Hoje, à hora de jantar venham a minha casa e logo lhes darei a resposta que procuram.
Então, antes do jantar, o Lobo Zico foi à sua horta e colheu alguns dos seus legumes
fresquinhos: cenouras, batatas, cebolas e repolhos. Com eles fez uma grande panela de
sopa para partilhar com os seus amigos. A sopa cheirava tão bem, que ainda os seus
amigos vinham a caminho de sua casa e já o cheirinho pairava no ar.
Pouco depois, estavam todos juntos a comer a sopa mais deliciosa que já alguma vez
tinham provado.
O lobo Zico estava muito feliz por poder partilhar a sua sopa com os seus amigos. A meio
da conversa, disse-lhes:
-Meus amigos Xico, Eurico e Tico, queria que soubessem que eu sou realmente um lobo
muito rico, pois tenho na minha horta os legumes mais frescos e saborosos que me dão
saúde e tenho-vos a vocês que são meus amigos e sempre me ajudam quando eu preciso.
Para mim isso é a maior fortuna que alguém pode desejar.
Assim os amigos perceberam que não é só quem vive com grandes luxos e grandezas que é rico,
mas, principalmente, quem tem saúde e amigos com quem pode contar.
Depois disto, todos passaram a cantar:
_ “Nós somos os amigos “Icos”, somos felizes porque somos ricos…”
Sara Varandas, mãe das gémeas Alícia e Selena
O Sonho do Lobinho
Era uma vez uma família de lobos: o Pai Lobo, a Mãe Lobo e o Lobinho.
Moravam no bosque e ali por perto havia um sítio onde lançavam foguetões para o espaço.
O Lobinho passava horas a olhar para os foguetões e a sonhar em ir um dia à lua.
O Pai Lobo e a Mãe Lobo não queriam que ele fosse até lá porque era perigoso, mas mesmo
assim o Lobinho não ligava, e ia na mesma.
Certo dia, o Lobinho ouviu um dos trabalhadores dizer que ia haver o lançamento de um
foguetão até à lua. Ficou muito entusiasmado com a ideia de vir a realizar o seu sonho.
Deixou adormecer os pais e pôs-se a caminho.
Depois de algum tempo, chegou ao pé do foguetão e às escondidas conseguiu entrar. Ficou
escondido num cantinho para ninguém o ver.
De repente, ouviu a contagem para o lançamento e lá começou a sua aventura até à lua.
Estava muito contente a ver as estrelas, os cometas e os satélites espalhados no espaço.
Sem se aperceber, o Lobinho foi descoberto pelo comandante da nave, que o prendeu de
imediato.
Quando chegaram à lua, os astronautas saíram para comemorar o êxito da viagem. O
comandante quando ia a sair, olhou para trás e viu o Lobinho muito triste, pois tinha
conseguido ir à lua, mas não ia conseguir pisar a terra lunar.
O comandante pegou, então, no Lobinho e levou-o com ele para que ele pudesse ser o
primeiro Lobinho a pisar a lua.
Assim o sonho do Lobinho tornou-se realidade.
Maria Filomena Martins, mãe do Martim M.Pereira
As educadoras Teresa Quintela e Celeste Rodrigues agradecem a
colaboração das mães.
Fim.