Ficha Pedagógica - Manicultura - Pa

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  • 7/25/2019 Ficha Pedaggica - Manicultura - Pa

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    ASSOCIAO REGIONAL DAS CASASFAMILIARES RURAIS

    ARCAFAR

    CASA FAMILIAR DE PROLA D'OESTE PR.

    Jovem: ____________________________

    MANICULTURA

    FICHA PEDAGGICA

    ELABORAO:Eng. Agr. Mrio Marcolino Carneiro - Casa Familiar Rural de Santa Maria do Oeste - PR.Rev: Eng. Agr. Marcos A. Furlan e Tc. Agr. Evandro Gindri CFR/Prola DOeste - PRApoio: Secretaria do Estado da Educao/Departamento de Ensino Supletivo - DESU

    Junho/2.001

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    CULTURA DA MANDIOCA

    01INTRODUO

    A Mandioca (Manihot esculenta Crantz), da famlia Euforbiceas, trata-se de umarbusto espigado de folhas palmadas com 5 a 7 lbulos de cor verde azulada, com altura quevaria de 1,50 m a 2,40 metros. Tem sido uma das mais importantes culturas de sistema

    agrcola, constituindo-se numa das principais fontes de energia alimentar.

    Alm do nome que conhecemosmandiocaexistem outras denominaes para essaplanta aqui em nossa regio? Se existe, vamos colocar abaixo: ________________

    Essa planta originria da Amrica do Sul, aonde os ndios, especialmente os guaranis,j cultivavam-na antes da chegada dos europeus. um dos principais alimentos de milhes depessoas nos pases tropicais, inclusive do Brasil, seu maior produtor at 1.991. Embora sejapossvel produzir 4550 ton/ha de razes, a mdia nacional de pouco mais de 10 ton/ha. Oresultado disso que a produo brasileira vem diminuindo ano aps ano e a produtividadetambm.

    PRODUO MUNDIAL DE MANDIOCA, EM TONELADAS DE RAZES

    EVOLUO DA PRODUO BRASILEIRA, EM TONELADAS DE RAZES95/96 96/97 97/98 98/99 99/00

    PRODU O PRODU O PRODU O PRODU O PRODU OH Ton ha ton ha ton Ha ton ha ton

    1938411 24.583.971 1909831 24.304.701 1587795 19.661.491 1582495 20.891.531 1706644 22.960.118Produtivi (Kg/ha) Produtiv (Kg/ha) Produtiv (Kg/ha) Produtiv (Kg/ha) Produtiv. (Kg/ha)

    12.683 12.726 12.382 13.201 13.453

    EVOLUO DA PRODUO PARANAENSE, EM TONELADAS DE RAZES

    REA PRODUO PRODUTIVIDADE99/00 00/01 99/00 00/01 99/00 00/01

    (em ha) (em ha) (em ton) (em ton) (em Kg/ha) (em Kg/ha)193.309 208.105 3.982.558 4.337.543 20.709 20.843

    Analise, juntamente com os monitores, e responda: A situao da produo brasileira demandioca?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    ________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    PAS rea cultivada(ha) Produo (t) Rendimento (Kg/ha)

    Nigria 3.050.000 33.060.000 10.839

    Brasil 1.706.644 22.960.118 13.200

    Tailndia 1.065.435 16.506.625 15.493

    Congo 2.100.000 16.500.000 7.857

    Indonsia 1.205.330 15.421.885 12.795

    Gana 650.000 7.845.440 12.070Tanznia 700.000 7.181.500 10.259

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    02USOS:A raiz da mandioca usada para muitos fins, desde alimento at matria prima para a

    indstria. Vamos ver sua versatilidade:

    a) Raiz na alimentao:

    1- in natura 2Fcula

    3farinha 4 - Polvilho

    b) Folhas e Galhos:

    1- Adubao Orgnica 2Alimentao Animal

    3Alimentao Humana

    c) Indstria:

    1- Cola 08Combustvel

    2Tinta 09Indstria Petrolfera

    3Medicamentos 10Fcula

    4Explosivos 11Espessante

    5Goma 12Estabilizante

    6Embalagens Hidrossolveis 13Agregante7Embutidos

    d) Resduos:

    1Alimentao Animal 2cobertura de solo

    3Fonte de Energia 4Cama de Animais

    03VARIEDADES:

    Vulgarmente, classificam-se as variedades de mandioca em Bravas ou Mansas, istose deve ao teor de CIDO CIANDRICO (HCN), que as tornam txicas.

    O HCN um veneno perigoso, tanto para os animais como para o homem, e estpresente em todas as partes da planta; sendo que nas folhas est em maior quantidade; nasrazes concentra-se na casca. Existem variedades mansas com teor de HCN nas folhas maisalta que nas razes de variedades bravas. Isso serve de lembrete para quem usa folhas demandioca na alimentao animal.

    O nico teste prtico que pode indicar a quantidade de veneno provar com a lngua umpedacinho de raiz crua: quanto mais amarga, maior a quantidade de veneno.

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    Vamos colocar abaixo algumas variedades que conhecemos:

    1- _______________________ 5 - ___________________________

    2 - _______________________ 6 - ___________________________

    3- _______________________ 7 - ___________________________

    4 - _______________________ 8 - ___________________________

    VARIEDADES DE MANDIOCA CULTIVADAS NO ESTADO DO PARAN

    FIBRA: Baixo teor de amido/matria seca, susceptvel bacteriose; cultivo de 1 ciclo,apresentando podrido de razes quando deixada para 2 ciclos; alto teor de HCN; ramificaoalta; farinha de excelente qualidade. Chegou a ocupar cerca de 90% da rea plantada nasregies de Paranava, Umuarama e Campo Mouro, mas devido a grande incidncia deBacteriose, vem sendo substituda.

    ESPETO: Semelhante FIBRA, mas apresenta cor de farinha levemente acinzentada; ciclo de18 meses, apresentando razes fofas quando colhida aos 24 meses; susceptvel Bacteriose,porm menos afetada que a Fibra, a qual vem substituindo, especialmente na regio deParanava. Apresenta teor mdio de HCN.

    OLHO JUNTO: Ciclo de 18 a 24 meses; muito susceptvel Bacteriose; alto HCN; alta matriaseca; pelcula escura; ramificao mdia. Apresenta 2 materiais com o mesmo nome.

    MICO ou CHUAMBA: Variedade de 1 ciclo; tolerante Bacteriose; pelcula escura; ramificaointensa; baixo teor de matria seca. Existem 5 materiais diferentes com o mesmo nome.

    FITINHA: Ciclo de 18 a 24 meses; boa farinha; exigente em fertilidade de solo; tolerante Bacteriose; HCN mdio; pouca rama.

    FCULA BRANCA: Apresenta grande semelhana coma FIBRA, tanto nas caractersticas daparte area, quando das razes. Apresentando, porm, ramificao no final da haste, bem maisacentuada que a fibra, alm de apresentar pecolo sinuoso e cicatriz foliar mais proeminente.Em ensaios, tem sido pouco afetada pela Bacteriose, mesmo quando ladeada por plantas deoutras variedades intensamente afetadas.

    BRANCA DE SANTA CATARINA: Tolerante Bacteriose, parte area esgalhada, produtiva,razes uniformes e de bom aspecto, pelcula clara e fina, polpa branca. Teores de amido e HCNde mdio para altos.

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    04PLANTIO DA MANDIOCA:

    A seguir vamos ver prticas que aumentam a produtividade da mandioca:

    a) Partes da planta

    b) Seleo de material para plantio:

    A propagao da mandioca faz-se de maneira vegetativa, plantando-se as manivas-sementes da cultivar recomendada. Para isso devemos tomar alguns cuidados na escolha darama que vamos tirar a maniva-semente.

    - SANIDADE: escolher as ramas mais sadias no local, antes de levar para o campo de cultivo.

    - RAMA: escolher estacas com dimetro acima de 2 cm.

    - TRANSPORTE: carregar de maneira que as gemas no se machuquem e descarregar emlocal sombreado.

    - CONSERVAO DAS RAMAS: retir-las antes da 1 geada e coloc-las de p(verticalmente) na sombra, jogando terra mida na base das ramas, protegidas do frio. Aarmazenagem pode durar at 90 dias.

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    c) Maniva-semente:

    uma estaca de rama de mandioca (caule) que plantada, brotar e produzir umaplanta completa: raiz, caule e folhas.

    A seleo de ramas um dos pontos mais importantes para o sucesso da plantao. Emmuitos casos, chega a ser mais importante que a variedade. Por essa razo, que se diz:Mais vale, uma rama boa de uma variedade ruim, do que uma rama ruim de umavariedade boa.

    A sanidade das ramas fundamental para sua utilizao como material de plantio. Aescolha da rea, que fornecer as ramas para o plantio, dever ser feita atravs de inspeesperidicas ao mandiocal, especialmente nos meses de dezembro a fevereiro, que so maisindicados para avaliao de sanidade. A queda natural das folhas, da base para o pice dasplantas, indicador seguro de maturao das ramas, todavia a queda do pice para a baseindica problema de sanidade.

    Temos que observar alguns critrios para uma boa produo:

    1As manivas devem ser provenientes de plantas sadias, livre de pragas e doenas.

    2Retirar manivas de plantas que tenham de 08 a 10 meses, onde ocorre geada e de 10 a 14meses onde no ocorre geada.Aproveitando apenas as hastes da parte mediana do caule da planta.

    3 Usar manivas com ns (gemas) em bom estado. Manivas com ns quebrados no doboas plantas.

    4No utilizar ramas provenientes de mandiocal que sofreu incidncia de granizo.

    5 O comprimento da maniva deve ser de 15 a 20 cm (menos de um palmo) e 2,5 cm dedimetro (uma polegada), com 4 a 6 gemas por pedao.

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    5 O corte deve ser transversal, feito no ar, com faco bem afiado.Tambm podem ser preparadas mecanicamente, utilizando-se serras circulares de

    plataforma fixa, desde que se evite esmagamento das gemas. A motosserra pode ser utilizada,desde que seja feita a troca do leo da correia por azeite de cozinha.

    0 10 20 cm

    Efeito do tamanho das manivas na produo de razes de mandioca.Comprimentodas manivas

    (cm)

    Umciclo vegetativo

    (t/ha)

    Dois ciclosvegetativos

    (t/ha)051015202530

    7.913.114.715.616.717.7

    22.924.936.330.636.839.6

    Fonte: NORMANHA & PEREIRA, 1.950, citados por LORENZI & CARVALHO DIAS (1.993).

    d) poca de plantio:

    Preferencialmente, planta-se no incio da estao chuvosa. Na nossa regio planta-senos meses de ____________________ a ____________________.

    e) Ciclo Vegetativo:

    Ciclo vegetativo a durao (em dias ou meses) da cultura, do plantio colheita.

    A mandioca pode ser plantada com um ou dois ciclos. A lavoura de um ciclo temnormalmente de 8 a 15 meses (plantio desde maio a outubro). E colheita de maio a agosto doano seguinte, (por exemplo).

    A cultura da mandioca de dois ciclos vegetativos, quando contamos 18 a 24 meses.

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    Para o consumo humano, colhemos em geral com um vegetativo , enquanto que parafins industriais e forrageiros, colhe-se com dois ciclos, por ser maior a produo.

    f) clima:

    A mandioca uma planta de clima tropical (20 a 30 C) e mido (1000 mm anuais).Pouco resistente ao frio, abaixo de 15 C j se ressente, sendo muito sensvel a geada.

    Veres muito nublados e/ou chuvosos, fazem reduzir o crescimento do mandiocal. Aplanta de mandioca, aps o brotamento necessita de pouca gua e muita luz.g) Solo:

    A mandioca cultivada nos mais variados tipos de solo. A capacidade de sedesenvolver em solos de baixa fertilidade, talvez seja a principal caracterstica dessa planta.

    Solos pobres em nutrientes reduzem o tamanho das plantas, porm a produtividadequando comparada com outras culturas na mesma rea relativamente alta.

    Supera os problemas de baixos teores de fsforo no solo, atravs de uma eficienteassociao com micorrizas. O mais indicado o solo areno-argiloso, com pH de 5,0 a 6,0 eno precisa ser muito frtil. Evitar solos de baixada encharcada ou excessivamente argilososque dificultam a colheita.

    05SISTEMA DE PLANTIO:

    So utilizados vrios sistemas de acordo com o solo, tradio da regio e recursostcnicos do agricultor.

    Veremos, agora os sistemas mais usados:

    1- ______________________

    2 - ______________________3- _______________________

    A profundidade da cova ou sulco de _________ a ________ cm, em que se colocamas manivas. Alguns agricultores, costumam tratar as manivas com fungicidas, outros cortam edeixam para o dia seguinte o plantio; segundo eles, o prprio leite da mandioca, faz o papelde fungicida.

    A quantidade de manivas necessrias para plantar 1 ha de 4 a 6 m. Um metro cbicotem aproximadamente 150 kg de manivas, dando de 2,5 a 3 mil manivas de 20 cm, com isso 1

    ha vai ter de _______ a ________ mil manivas, baseando-se que 1 m tenha 3 mil manivas.

    CLCULO:

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    Atualmente mais recomendado o plantio em fileiras duplas, que proporcionarendimento maior.

    Duas fileiras com espaamento de 60 cm entre elas, 2 m depois mais duas fileiras eassim por diante. A distncia entre plantas, nas linhas de 60 cm. Quando se utilizarem fileirassimples, o espaamento recomendado de 1 m entre fileiras e 60 cm entre plantas.

    Pode-se plantar tambm, em camalhes (pores de terra entre dois regos), com isso a

    captao dgua melhorada evitando que as razes apodream pelo excesso de gua oespaamento nesse sistema de 1 x 1 m do plantio em montes ou 80 X 80 cm com plantiocontnuo, os camalhes devem ser de 50 cm de largura, devem ser feitos a cada limpeza paraque as razes no se exponham ao sol.

    A posio da maniva no sulco pode ser em p ou deitada, atravessada ou de comprido.A mais utilizada por ns ________________________.

    Que culturas podem ser consorciadas com mandioca?

    1- _______________________ 4 - ___________________________

    2 - _______________________ 5 - ___________________________

    3- _______________________ 6 - ___________________________

    O consrcio com o feijo o mais indicado, normalmente planta-se o feijo comantecedncia de 15 a 30 dias. Mas o mais recomendado plantar as duas culturas ao mesmotempo. Como a mandioca tem ciclo longo d para serem plantadas duas safras de feijo comespaamento adequado no 1 e 2 plantio.

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    ADUBAO PARA MANDIOCA

    Efeitos da adubao:

    - nitrognio: apesar da mandioca ser uma cultura de alto consumo deste nutriente e em geralcultivada em solos com baixos teores de matria orgnica, no se tem obtido resultadospositivos em pesquisa com adubao nitrogenada.

    - Fsforo: mesmo sendo consumido em pequenas quantidades, o elemento de maiorimportncia no aumento da produtividade.

    - Potssio: da mesma forma que o nitrognio, absorvido em grandes quantidades, mas noapresenta respostas significativas adubao.

    - Adubao orgnica: tem-se obtido respostas muito positivas, provavelmente pelofornecimento de vrios nutrientes, alem da influncia nas caractersticas dos solos.

    TABELA 2Recomendao genrica deTABELA 01 adubao fosfatada em funo do fsforo (ppm)

    Requerimento de nutrientes para produo de 25 t/ha. encontrado no solo.NUTRIENTES R E Q U E R I M E N T O ( kg / ha) P do solo

    (ppm)Adubao recomendada ( Kg/ha)

    P2O5 PRazes P. rea TotalK 102,8 43,0 145,8 03 60 26N 58,0 64,8 122,8 46 40 17Ca 15,3 30,5 45,8 710 20 09P 13,0 14,0 27,0 < 10 - -

    Mg 8,5 11,3 19,8Fonte: ( Howeler 1981) Fonte: (Com. Est. de Fertilidade do solo, BA,1989)

    TABELA 3Recomendao genrica de adubao potssica emfuno do potssio (ppm e meq/100g) encontrado no solo.K no solo

    ppm meq/100gAdubao recomendao ( Kg/ ha)

    K2O K

    020 00,05 40 312140 0,050,10 30 234160 0,100,15 20 15> 60 > 0,15 - -Fonte: (Comisso Estadual de Fertilidade do solo, BA, 1989)

    QUADRO 3Deficincias Nutricionais e seus Sintomas.NUTRIENTE SINTOMAS DE DEFICINCIA

    Nitrognio Retardamento do crescimento, Reduo na produo e Sintomas no muito clarosFsforo Nanismo

    Folhas mais escuras; colorao prpura dos pecolos mais pronunciadaPotssio Lbulos estreitos e em menor nmero Folhas superiores amarelecem antes de

    Secar e Reduo na produo e diminuio na qualidade das razes.Clcio Folhas superiores amarelas

    Morte do broto TerminalMal desenvolvimento das razes

    Magnsio Amarelecimento internerval das folhas baixasReduo do crescimento

    Enxofre Folhas baixas verde claro ou amarelecidasReduo na altura das plantas

    Zinco Manchas brancas ou amarelas nas folhas superioresAmarelamento e deformao nas folhas formadas

    Fonte: (CIAT Curso)

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    TRATOS CULTURAIS

    Controle de Plantas Daninhas:

    O perodo crtico de competio nos 03 primeiros meses. Se houver concorrncia nosprimeiros 60 dias, podem ocorrer perdas de at 50% na produtividade, comparando-se com acultura mantida no limpo durante todo o ciclo.

    O controle manual caro (15 a 20 homens/ha/dia) e, assim como o controle mecnico(trao animal ou mecnica), pode provocar injurias s razes. Pode ser usado o controlequmico, sendo os seguintes ingredientes ativos registrados para o uso na cultura da mandioca:Metribuzin (Sencor) e Trifluralin (trifluralinas). Os produtos devem ser usados em pr-emergncia e pr-plantio respectivamente.

    A escolha do espaamento e da variedade pode diminuir a necessidade de capinas, porpromover uma cobertura mais precoce da superfcie do solo.

    Tabela 01porcentagem de custos dos diferentes mtodos de controle de plantas daninhas na culturada mandioca plantada em fileira simples , em relao ao custo total (fev./91).

    Tecnologia utilizada Porcentagem em relao ao custo totalControle com enxada em rea total 18,8Cultivador(T. A.) nas entrelinhas + enxadas naslinhas

    18,5

    Cultivador(T. A.) nas entrelinhas + herbicidasnas linhas

    7,8

    Herbicidas nas linhas + enxada nas entrelinhas 11,6Uso de herbicida em rea total 8,3Fonte: Carvalho et al. (1.990).

    Em vista dos resultados, recomenda-se para o pequeno produtor, a associao do cultivo com

    enxadas na linha de plantio e cultivador nas entrelinhas. Para mdios e grandes produtores, o controlequmico em rea total. Quando o plantio em filas duplas, recomenda-se a integrao dos mtodosqumico nas linhas e mecnico nas entrelinhas.

    Tabela 2Porcentagem de custos dos diferentes mtodos de controle de plantas daninhas na culturada mandioca plantada em fileiras duplas, em relao ao custo total (fev./91)

    Tecnologia utilizada Porcentagem em relao ao custo totalUso de herbicida em rea total 9,2Controle com enxada em rea total 18,6Controle qumico nas fileiras duplas + cultivador(T. A.) nos espaos entre fileiras duplas

    6,2

    Controle qumico nas fileiras duplas + controlea enxada nos espaos entre as fileiras duplas

    17,2

    Fonte: Carvalho et al. (1.990)

    Podas

    No se recomenda realizar a poda na maioria dos casos, pois resulta em diminuio daproduo absoluta de razes, (a poda mobiliza a reserva acumulada nas razes para formaode novas hastes).

    A poda justificada quando houver necessidade de manivas para um novo plantio ouquando a cultura for infestada por pragas (brocas) e doenas ( Bacteriose). Em regies ondeocorrem geadas, h necessidade de uma poda antes do incio do inverno.

    Para efetuar a poda, aguardar que as ramas estejam maduras, o que acontece quandoj caiu a quase totalidade das folhas, havendo o mnimo de movimento de seiva.

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    ASPECTOS AGRONMICOS

    Variedades

    As caractersticas das ramas so distintas de acordo com a variedade, principalmentequanto capacidade de enraizamento das manivas e brotao das gemas, nmero de gemaspor metro de rama, dimetro, distncia entre ns e vigor das plantas de que eles se originam.Alm disso, h desigualdade do ciclo de cultivo.

    Portanto, em caso de plantar mais de uma variedade em uma mesma rea, recomendvel planta-las em lotes distintos.

    Idade da planta

    importante selecionar a rama bem madura, porque as verdes so de difcilconservao pelo alto contedo de gua, e mais susceptveis ao ataque de praga e doenas.

    Na regio do Cone Sul nas zonas onde no h geadas, se recomenda utilizar ramas de10 14 meses de idade. Mas, onde h geadas, se deve utilizar ramas de plantas entre 8 a 10

    meses para o primeiro ciclo (mandioca de ano).Quando se utiliza rama armazenada, fazer a prova de viabilidade, este consiste emcortar levemente as ramas e observar a emisso de ltex: se este demora em aparecer omaterial deve ser descartado para o plantio por ser invivel (desidratado = seco).

    Parte da rama

    As ramas da planta da mandioca se dividem em trs partes: basal, mediana e terminal.As partes mais apropriadas para selecionar as ramas so a basal e mediana, devido maioracumulao de substncias de reserva e maturidade fisiolgica.

    Relao dimetro da rama/medulaA medida que a planta se desenvolve, ocorrem transformaes da relao rama/medula.Uma maneira prtica de reconhecer a maturidade fisiolgica da rama , verificar esta

    relao, atravs de um corte transversal da rama.Se o dimetro da medula igual ou menor que a metade do dimetro da rama, diz-se

    que esta rama apropriada para o plantio.

    ASPECTOS FITOSSANITRIOS

    Para selecionar material de propagao para novos plantios deve considerar-se que alavoura de mandioca esta sujeita ao ataque de pragas e doenas que causam danos em suasfolhas, ramas e razes. Para evitar estes problemas necessrio adotar algumas medidas paraobteno de uma brotao, crescimento inicial e desenvolvimento uniforme, o queproporcionar boa produtividade. Dentre as medidas mais importantes est a seleo de

    plantas, que no apresentam sintomas de ataque de pragas e doenas, evitando assim adisseminao das mesmas.

    Rama com

    dimetro de

    medula

    maior

    Rama com

    dimetro de

    medula

    menor

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    DOENAS DA MANDIOCA

    Os danos provocados s ramas pelos patgenos so diversos. Alguns dessespatgenos podem provocar podrides internas ou externas e cancros nos tecidos vegetais;outros penetram no sistema vascular da rama sem apresentar sintomas visveis. Existem vriasdoenas que afetam as ramas. Entre as quais destacamos, para sul do Brasil: Bacteriose,Antracnose, Virose e Micoplasma. Os patgenos que ocasionam as doenas citadas, sedisseminam por meio das manivas.

    Quais os danos, causados por doenas, que observamos em nosso mandiocal?________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    BACTERIOSE

    Xanthomonasmanihot is(Arthaud-Berthet) StarrA Bacteriose, vulgarmente conhecida por Murchadeira, Murcha, gua Quente, Azeite ou

    Dormideira, a mais sria doena que afeta a cultura da mandioca em nossas condies.Relatada pela primeira vez em 1.912, no municpio de So Paulo, esta atualmente,

    generalizada em, praticamente, todo o territrio nacional. No Brasil, devido ao uso extensivo devariedades comerciais resistentes, a Bacteriose tem diminudo de importncia, sem contudodeixar de se constituir em constante ameaa, pela possvel quebra de resistncia.

    Sintomas

    A Bacteriose se manifesta sob duas formas sintomatolgicas bem distinta: a formavascular ou sistmica, menos freqente mas sempre mais grave, e a forma lesional foliar. Naforma sistmica, o patgeno age nos feixes vasculares provocando a murcha. As folhasmurchas ficam paralelas ao caule e secam rapidamente. O secamento extensivo s hastes,nos casos mais graves e avanados, as razes so afetadas, exibindo descolorao dos feixesvasculares e mesmo apodrecimento. Os sintomas reflexos de murcha podem ser observadosna planta toda ou em determinadas hastes, dependendo da localizao e extenso da infecovascular. Sintomas primrios no caule se observam com a descolorao dos vasos( fazer umcorte transversal ou longitudinal das manivas ajuda a fazer o diagnstico correto). A diagnoseda doena tambm facilmente observada pela ocorrncia freqente de exsudao de pusbacteriano, liquido viscoso-amarelado, observvel na superfcie da haste.

    Na forma lesionada, nas folhas, os sintomas so devidos infeco localizada dostecidos foliares e se traduzem por manchas grandes, inicialmente poligonais e, posteriormente,irregulares, de colorao pardo clara, com uma tonalidade azulada na superfcie inferior. Nasnervuras da pgina inferior correspondente leso, pode-se observar, freqentemente,exsudao do pus bacteriano.

    Controle

    No se conhece o perodo de persistncia da bactria no solo, parece ser bemespecializada, afetando somente plantas do gnero Manihot. Segundo trabalhos efetuados noCIAT (Centro Internacional de Agricultura Tropical), Colmbia, a bactria no sobrevive por

    longo perodo no solo, podendo se considerar erradicada depois de um ano de ausncia dohospedeiro e restos de hospedeiro.

    A disseminao a longa distncia feita eficientemente atravs de manivascontaminadas. Dentro do mesmo campo, o mais importante dos agentes de disseminao achuva, atravs de seus respingos. A incidncia da doena est correlacionada com a

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    quantidade de chuvas. Aparentemente, a chuva no consegue provocar a disseminaopara plantas sadias localizadas a mais de 15 ou 20 metros de distncia da fonte de inculo.

    Alm da alta umidade, so favorveis ao desenvolvimento da Bacteriose, altastemperaturas. Essas condies so encontradas no Estado do Paran nos meses de vero,quando a mandioca se encontra em fase de ativo crescimento vegetativo. No perodo deinverno a doena no se desenvolve, devido s temperaturas baixas e tambm o estado depouca atividade da planta.

    Recomenda-se em primeiro lugar, o uso de variedades resistentes. So citadas comoresistentes: Branca de Santa Catarina, Preta, Cafelha, Brava de It e It (para fins industriais);Guaxup (para mesa e forragem); e Mantiqueira (para ambas as finalidades).

    Outras medidas de controle que se podem recomendar complementarmente ao uso devariedades resistentes so: uso de manivas sadias, provenientes de campos sem incidncia dadoena, e rotao de culturas, evitando-se o plantio por um ou mais anos consecutivos, emreas em que tenham sido constatada a doena.

    MANCHA PARDA DA FOLHACercospora hennings i i Allesch

    A Mancha Parda da Folha uma doena muito comum na cultura da mandioca.Entretanto sua incidncia nunca causou preocupao pois, se bem que diminua a rea foliarfotossinttica, no afeta severamente a planta, pouco ou nada refletindo na produo.Encontra-se distribuda em, praticamente todo o territrio nacional.

    Sintomas

    A Mancha Parda s se manifesta nas folhas e, com maior intensidade, nas folhas maisvelhas. Tais manchas, no estgio inicial de desenvolvimento, so diminutas e amareladas. medida que se desenvolvem vo tomando uma colorao pardo-avermelhada e, no estgiofinal, medem de 05 a 10 mm de dimetro; so poligonais, algumas vezes bem delimitadas

    pelas nervuras secundrias, circundadas por um estreito halo amarelado. Na pgina inferior, nocentro da leso, podem ser notadas as frutificaes do fungo, que conferem um aspectoaveludado escuro mancha.

    O fungo sobrevive de um ano para outro nos restos de cultura, na forma de miclio oumesmos de condios. A continuidade do ciclo facilmente compreensvel pois, quando no sefaz rotao de cultura, pouco tempo fica o campo livre do crescimento vegetativo dohospedeiro. Os condios so disseminados pela ao do vento e dos respingos da chuva.

    Controle

    A doena , por enquanto, de importncia to pequena que no se justificam medidas

    de controle. Caso um dia se torne importante, ser interessante procurar variedadesresistentes ou recomendar rotao de cultura para diminuir o potencial de inculo.

    PODRIDO DO COLO ou MURCHA DE SCLEROTIUMSclerot iumro l fs i iSacc.

    A Podrido do Colo, tambm conhecida por Murcha de Sclerotium, uma doena que,sob condies favorveis alta umidade, alta temperatura e riqueza de matria orgnica nacamada superficial do solo, pode se tornar um problema importante. Entretanto, nas atuaiscircunstncias, talvez devido inexistncia de uma ou mais condies favorveis, a doena de importncia secundria.

    A doena se manifesta primariamente no colo da planta, formando uma podrido que

    circunda o caule e impede o livre fluxo da seiva. Conseqentemente, a parte area da plantaexibe sintomas secundrios ou reflexos de murcha. Sob condies de alta umidade,desenvolve-se superficialmente, por sobre o tecido afetado do colo da planta, um exuberantecrescimento miceliano branco.

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    A disseminao do fungo, de uma lavoura para outra, se d pelo transporte demateriais contaminados (solo, esterco, mudas, sementes, etc.), podendo atuar como agente dedisseminao, o homem, os animais, o vento e a gua. A disseminao dentro de uma mesmalavoura se d principalmente pelos tratos culturais, alm da chuva.

    Controle

    As medidas de controle devem se basear na diminuio da fonte de inculo, poisquanto maior, maior ser a severidade do ataque, portanto recomendvel: a) ararprofundamente o solo de modo a cobrir completamente os restos de cultura anterior a umaprofundidade no inferior a 15 cm; b) no acumular matria orgnica junto ao colo da planta; c)controlar as doenas de folhagem que, normalmente, aumentam consideravelmente o teor dematria orgnica superficial no colo da planta; eliminar os hospedeiros selvagens; e) fornecermaior espaamento; f) fazer rotao de cultura com milho.

    ANTRACNOSEColletotr ichumgloesporio idesPenz. (sensu ARX, 1957)

    A Antracnose , geralmente, uma doena pouco prejudicial cultura da mandioca,apesar de sua ocorrncia generalizada, pois afeta normalmente hastes terminais, no fim daestao de crescimento ou secundariamente associada a leses de X. manihotis. Torna-se,contudo, importante durante o armazenamento das ramas que so, ento, invadidas, afetandoconseqentemente a germinao das estacas. Ultimamente, tem sido constatada uma formasevera de Antracnose em vrias partes do Brasil (Rio de Janeiro e Distrito Federal),caracterizada pela desfolha das ramas, morte dos ponteiros e cancros profundos nas hastes,principalmente nas inseres dos pecolos. Essa forma tem sido atribuda conjuno de trsfatores: variedades muito suscetveis, estirpes mais patognicas de C. gloesporioides e altaumidade do meio ambiente. Pelas consideraes acima se pode concluir que a Antracnose uma doena potencialmente muito importante, merecedora de ateno por parte dos

    melhoristas pois se selecionando plantas na ausncia do patgeno podem resultar emvariedade altamente susceptvel.

    Baseado nas observaes feitas anteriormente. Quais as doenas que j foram observadas emnosso mandiocal? _________________________________________________________________________________________________________________________________________

    Quais as medidas adotadas para o controle dessas doenas? __________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

    PRAGAS

    As pragas tambm causam grandes, prejuzos s ramas. Algumas podem afetar asramas na superfcie, como a Cochonilha e caro, e outras se localizam dentro das ramas, comoas brocas.

    As feridas provocadas por algumas pragas podem tambm facilitar a entrada depatgenos.

    As plantas com sintomas de doenas e pragas devem ser descartadas como material depropagao. Em alguns casos de ataques localizados (epidrmico) pode-se descartar a parteafetada e aproveitar as partes sadias da rama. Porm isto s recomendvel quando h

    escassez de material.

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    Quais so as principais pragas que atacam o mandiocal em nossa regio?

    1- _______________________ 4 - ___________________________

    2 - _______________________ 5 - ___________________________

    3- _______________________ 6 - ___________________________

    SELEO DA LAVOURA, OBTENO PREPARO E TRANSPORTE DASRAMAS PARA O ARMAZENAMENTO E PREPARAO DAS MANIVAS

    Introduo:Para a cultura da mandioca, alm de considerar os aspectos agronmicos e

    Fitossanitrios, necessrio realizar inspees freqentes e cuidadosas da rea, paraselecionar os melhores lotes e plantas que renam condies recomendadas assegurando

    assim a obteno do melhor material de propagao que ser preparado adequadamente parasua conservao.

    As manivas para plantio so preparadas a partir das ramas que foram armazenadaspreviamente ou de ramas obtidas diretamente de uma plantao. Durante esta operao importante que haja uma cuidadosa seleo, descartando todas aquelas ramas queapresentem sintomas visveis de doenas e pragas que podem ser transmitidas atravs dasmanivas nova plantao.

    Inspeo da lavouraA partir do quarto ms de idade da cultura, deve-se realizar inspees peridicas das

    reas de onde se selecionaro lotes e plantas que assegurem ramas sem problemasFitossanitrios, e que no momento do corte no possam ser detectados.

    Ao realizar as inspees da rea, se devem retirar e destruir as plantas que apresentemsintomas de doenas ou ataques de pragas.

    Seleo de lotes e plantasDepois das inspees das reas, importante escolher os melhores lotes de plantas

    sem mescla de variedades, sem ataque de doena e sem danos mecnicos.

    Corte (poda)O corte das ramas realizado em duas situaes. Onde ocorrem geadas, esta operao

    para retirar as ramas para o armazenamento, mas onde no ocorrem geadas o corte servepara obter material para plantio imediato.Para fazer o corte (poda) das ramas necessrio utilizar faco com bom fio. Isto

    permitir fazer um bom corte das ramas e em um s golpe, sem ocasionar danos mecnicos aolenho.

    Em variedade com muitas ramificaes se recomenda deixar maior quantidade deramas, despontando somente o necessrio para facilitar a prtica do armazenamento.

    Preparao e transporte das ramas para o armazenamentoDepois da poda preparam-se os feixes, tendo o cuidado de acomodar as ramas sem

    deixar espaos vazios e bem parelhos na base dos feixes, os quais podem conter

    aproximadamente 50 ramas. Esta prtica facilita o transporte e ajuda a conservar a integridadedas ramas.No transporte dos feixes da lavoura ao local do armazenamento importante evitar

    danos mecnicos, principalmente na carga e descarga porque as gemas se desprendem comfacilidade e diminuindo a viabilidade das manivas.

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    ViabilidadeAntes de realizar a preparao das manivas, oriundas principalmente de ramas que

    foram armazenadas por um determinado perodo de tempo, necessrio fazer a prova deviabilidade, que consiste em efetuar um corte superficial da casca da rama. Se do corte fluirltex imediatamente, significa que a rama tem umidade e capacidade de brotao. Se o ltex

    no sair ou demora a sair, o material deve ser descartado, por estar desidratado ou invivel.

    Limpeza das ramas e corte das manivasAntes de realizar o corte das manivas, deve-se limpar as ramas, eliminando-se parte da

    base, o tero superior, as partes secas e afetadas por doenas e pragas e com dano mecnico.O corte pode ser realizado manualmente utilizando-se um faco de bom fio e em forma

    mecnica atravs de serra circular.No primeiro caso, o corte se deve fazer no ar, o mais uniforme possvel, evitando dano

    casca e lenho durante a operao. A tcnica consiste em realizar o corte em duas etapas: oprimeiro golpe deve ser leve, e logo gira-se a rama (180) para aplicar outro golpe mais forte,desprendendo as manivas. No se recomenda realizar o corte apoiando a rama sobre qualquersuporte, j que o mesmo ocasionar danos mecnicos.

    O corte mecnico com uso de serra circular, se recomenda para grandes plantaes.Qualquer que seja o mtodo utilizado, o corte se deve realizar em forma transversal para

    conseguir uma boa distribuio de razes.Seguindo-se estas recomendaes podero obter-se 2.500 a 3.000 manivas a partir de

    1 m3rama.

    Tamanho e nmero de ns das manivasO tamanho das manivas um fator muito importante porque est diretamente

    relacionado com a quantidade de substncias de reservas necessrias para uma boa brotao

    e vigor inicial.Manivas de tamanho pequeno (menores de 10 cm) tem pouca possibilidade de brotaoem condies de campo, principalmente quando a umidade do solo baixa, devido suadesidratao mais rpida. Por outro lado, as manivas muito compridas (maior de 30 cm),apesar de ter maior capacidade de enraizamento e brotao, so de difcil manipulao, reduza taxa de multiplicao da planta e tem maior possibilidade de serem afetadas por pragas e/oudoenas.

    De um modo geral o tamanho das manivas pode variar de 15 a 20 cm, conforme ascaractersticas da variedade, principalmente quanto a distancia entre ns.

    O nmero de ns de uma maniva depende da variedade utilizada. Manivas com poucosns (1 a 3) tem menor possibilidade de brotao e enraizamento. Portanto, se recomenda

    plantar manivas com no mnimo 5 ns sadios.

    ARMAZENAMENTO DAS RAMASIntroduoA no coincidncia entre colheita e o plantio e a ocorrncia de geadas em algumas

    regies do Sul, so problemas para a conservao do material de propagao.Se as ramas cortadas (podadas) no so imediatamente utilizadas para o plantio, devem

    ser armazenadas por algum tempo para no reduzir ou perder totalmente sua viabilidade.

    Sistemas de armazenamentoEm zonas com invernos rigorosos, as ramas devem ser armazenadas em sistemas que

    assegurem sua conservao. Para qualquer sistema, o local destinado ao armazenamentodeve estar situado em lugar alto, seco e de difcil encharcamento, e as ramas podero seracomodadas em feixes ou soltas.

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    Em forge (tnel)

    Consiste em fazer um buraco no solo ou abrir uma cavidade em um barranco, voltadapara a posio Norte. Logo aps verificar se no h excesso de umidade no interior, cobre-se ofundo do mesmo com palha seca, seguindo da acomodao cuidadosa dos feixes em posio

    horizontal ou vertical. Se cobre com palha e por cima uma camada de terra, em seguida aoredor da trincheira se abrem valas a uma distncia de 0,5 m da borda, para o escoamento dasguas das chuvas.Debaixo de rvores

    Preferivelmente devem ser rvores de copa grande, debaixo da mesma se retiram aservas daninhas e se removem o solo at uma profundidade de 5 a 10 cm, para permitir que abase das ramas tenha contato com o solo.

    As ramas devem ser acomodadas em posio vertical, cobrindo-as com gramneassecas, fazendo uma "capa" uniforme de mais ou menos 10 cm de espessura.

    A cu abertoPrepara-se um lugar retirando as ervas daninhas, restos de culturas e se remove o solo

    superficialmente para permitir que as bases das ramas fiquem enterradas nos primeiros 5 a 10cm. Finalmente cobre-se com gramneas secas tratando de no tapar em demasia nem deixarzonas descobertas, isto tem relao direta com a umidade e ventilao.

    Ao abrigo de bosqueA preparao do local igual para o sistema debaixo de rvore. As ramas devem ser

    acomodadas em posio vertical, tendo o cuidado que a base fique enterrada. Neste sistemano necessria a cobertura.

    Em leiraNeste sistema se seleciona um terreno com declive. A rea deve ser limpa e as ramascolocadas em posio horizontal, formando leiras no sentido do declive em camadas de 30 a40 cm de altura. Em seguida as leiras de ramas so cobertas com palha seca e terra. Ao redordas mesmas fazer valas pra o escoamento da gua das chuvas.

    Para todos os sistemas mencionados se recomenda nos anos de inverno muitochuvosos, fazer revises peridicas e se for necessrio, retirar total ou parcialmente acobertura, por alguns dias para favorecer a ventilao.

    Para as regies onde as geadas so intensas e/ou freqentes, os sistemas de forge e/ouleiras so os mais indicados.

    A quantidade de ramas que se deve armazenar para o plantio de 1 ha de mandioca de

    4 a 6 m.

    UTILIZAO DA PARTE AREA

    A mandioca, cultura tradicional de cunho alimentar e forrageiro, transformou-se nosltimos tempos, em mais uma cultura comercial, mostrando-se como uma tima alternativapara a pequena propriedade.

    A mandioca requer poucos cuidados, porm indispensveis, para sua produo, taiscomo: terrenos bem drenados para a implantao da lavoura, baixa incidncia de inos, ramassadias e livres de qualquer dano, deve permanecer limpa at o 4 ms aps o plantio, etc.

    Os custos de produo giram em torno de R$ 830,00 (preparo do solo, colheita,

    transporte e FUNRURAL). A produo mdia, gira em torno de 60 toneladas por alqueire, opreo mnimo em torno de R$ 45,00 por tonelada, gerando uma renda bruta de R$ 2.700,00.A margem bruta de R$ 1.870,00

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    QUADRO COMPARATIVO ENTRE CULTURAS

    Cultura Custo produoPor alqueire (R$)

    ProdutividadeSacos/alq.

    Preo/sc(R$)

    Sacos liq.Por alqueire

    MandiocaSc liq 45/ton

    MandiocaSc liq 75/ton

    Soja 700,00 110 17,00 69 110 214Milho 680,00 180 11,00 118 170 330Feijo 850,00 60 27,00 28 69 135

    A mandioca uma atividade que se encaixa bem com a bovinocultura de leite,devido que a mesma permite utiliza-la de vrias formas para o gado, como: raiz, resduo daFecularia e silagem ou feno da parte area.

    Estudos realizados em vrias partes do Brasil, constatou-se que, a parte area damandioca uma excelente fonte de protenas, vitaminas e minerais.

    Valores Mdios de alguns componentes qumicos dos fenos da parte area e folhas frescas demandioca

    Terosuperior

    Feno 2/3inferiores

    Folhas Folhasfrescas

    Outros vegetais

    Protena (%)

    Fibra (%)Amido (%)Taninos totais (mg/100g)Taninos polimricos (mg/100g) caroteno (mg/100g)Vitamina C (mg/100g)Tiamina B1 (mg/100g)Riboflavina B2 (mg/100g)

    Niacina (mg/100g)Clcio (mg/100g)Fsforo (mg/100g)Ferro (mg/100g)

    20.69

    24.875.38

    807.29209.10

    2.7365.42

    --

    -16.20

    200.0036.92

    7.28

    30.1816.20

    ------

    ----

    27.87

    ----

    5.4378.56

    --

    -126.00280.00

    12.46

    -

    -----

    290.000.120.27

    1.70---

    33.4(soja)7.9 (fub)

    ----

    2.4 a 5.0 (moranga)48 (limo)

    0.66 (trigo)0.12 (trigo)

    4.40 (trigo)57.0(espinafre)

    213.0 (feijo)2.2 a 3.0 (couve)

    Fonte: Dados de Muller, citado por Montaldo (1.977)Pela tabela pode-se observar que o feno da parte area da mandioca superior a vrios

    vegetais ditos de grande concentrao de nutrientes, como por exemplo teor de Vitamina C,seis vezes maior comparado com o limo e outros exemplos. Vale salientar que, a parte demaior interesse em termos nutritivos o 1/3 superior da planta, como vemos na figura n. 01.

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    A parte area da mandioca pode ser utilizada de vrias formas:

    Forragem direta: o agricultor retira o p inteiro ou somente a rama e tritura ou d diretamenteao gado (forma mais tradicional e usada).

    Silagem: normalmente feita no outono, no incio da queda das folhas, quando a planta comeaa entrar em dormncia ou quando do arranque das razes para vender indstria. o mesmoprocesso para se fazer a silagem de milho, para triturar a rama, pode-se utilizar o forrageiro, obatedor ou ainda a trilhadeira, fazendo-se, evidentemente, algumas adaptaes.Feno: utiliza-se dos mesmos equipamentos para fazer silagem, porm, deve-se cuidar paraque o tempo esteja firme, sem probabilidade de ocorrer chuvas. O material, antes de serarmazenado, deve estar bem seco.

    COLHEITA DA MANDIOCA

    A colheita pode ser feita manualmente, na poca em que a planta est em dormncia

    (quando estiver frio e sem chuvas). Durante esse perodo as razes acumulam o mximo dereservas, principalmente amido, razo, pela qual, se indica a colheita nessa poca. As razescolhidas devem ser aproveitadas, sempre que possvel, no mesmo dia. No devem ficarexpostas ao sol ou calor. Se no puder consumir no dia, guardar na geladeira ou enterrada noquintal, em local fresco.

    Colheita pode ser tambm mecnica, com trao animal (arado fuador) ou tratorizadacom implemento prprio, que consiste numa haste horizontal fina, em forma de bumerangue,que ligada a dois ferros verticais (quadro de escarificador tipo p-de-pato). Tanto as formascom trao animal e a tratorizada, executam somente o servio de afrouxar as razes, sendo acatao das razes manual.

    Observou-se nos ltimos anos, uma variao de preos muito grande entre a poca desafra da mandioca (abril a setembro) e a de entressafra (fevereiro a maro e outubro adezembro). Compensando para o produtor a colheita de razes nos perodos de entressafra.Estabeleceu-se um patamar mnimo de preo, abaixo do qual, a mandioca no deve sercolhida, este preo varia de R$ 45,00 a 50,00 por tonelada (mandioca branca).

    VERSATILIDADE DA MANDIOCA

    A Mandioca j foi comparada com diversas culturas, tendo vantagens com vrias delasdevido a sua potencialidade de utilizao de todas as suas partes (rama, razes, folhas eresduos). Sendo uma cultura que no deve faltar em pequenas e mdias propriedades. Acadeia produtiva da mandioca uma realidade no estado do Paran, sendo que nos ltimos 20anos, estabeleceram-se no estado, inmeras fecularias e farinheiras possibilitando aimplantao de mandiocais nas regies Noroeste, Oeste e Sudoeste paranaense. Ossubprodutos da mandioca so utilizados nas mais diversas atividades industriais principalmenteno setor alimentcio.

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    Principais Pragas

    As pragas mais comuns so: mandarov, caros, percevejo de renda, mosca branca, mosca do broto, broca do

    caule, cupins e formigas.

    Mandarov - uma das pragas de maior importncia para a cultura da mandioca. A lagarta pode causar severodesfolhamento, podendo reduzir os rendimentos e at ocasionar a morte das plantas jovens.

    Controle - utilizao de prticas culturais adequadas, boa preparao do terreno e o controle de plantas daninhas,inspees peridicas das lavouras, aplicao de inseticida biolgico seletivo base de Bacillus thuringiensis temmostrado grande eficincia no controle do mandarov. Outro agente biolgico o Baculovirus erinnyis, um vrusde granulose que ataca as lagartas.

    caros - so uma das pragas mais severas da cultura da mandioca. Atacam o cultivo durante os perodos secos,sendo encontrados na face inferior das folhas, podendo causar danos considerveis em ataques prolongados. Oscaros mais importantes para a cultura so o caro verde (tambm conhecido como "tanajo") e o caro rajado.

    Controle - existem vrios inimigos naturais dos caros - colepteros e diversos caros benficos da famliaPhytoseiidae. e o fungo Neozygites sp.

    Controle cultural - destruio de plantas hospedeiras, inspees peridicas, destruio dos restos de cultura,seleo do material de plantio e distribuio adequada das plantas no campo para reduzir a disseminao doscaros.

    * Produtos recomendados pela pesquisa, mas no registrados para a cultura.

    Mosca Branca - os adultos em geral so encontrados na face inferior das folhas da parte apical da planta,podendo ser detectados sacudindo-se os brotos da planta para faz-los voar. J as ninfas (fase jovem do inseto)podem ser encontradas na face inferior das folhas mais velhas.

    Sintomas - as folhas ficam encarquilhadas, secam e caem, enquanto as hastes comeam a secar, podendoprovocar tambm a podrido de razes.

    Controle - em caso de controle qumico, pode ser usado o dimethoate. Os inseticidas somente devem seraplicados quando houver altas populaes da "mosca branca" visto que populaes baixas no afetam orendimento.

    Percevejo de Renda - o adulto de cor cinzenta e a ninfa branca, sendo ambos encontrados na face inferiordas folhas basais e medianas da planta.

    Sintomas - pontuaes amarelas pequenas que se tornam de cor marrom-avermelhada. Quando a infestao severa, pode ocorrer o desfolhamento da planta.

    Controle - esta praga pode ser controlada com inseticidas fosforados.

    Mosca do Broto - as larvas perfuram o tecido e matam o ponto de crescimento. A morte do broto pode retardar ocrescimento normal das plantas jovens, romper a dominncia apical e induzir a emisso de gemas laterais quetambm podem ser atacadas.

    Controle - prticas culturais adequadas, como a destruio dos brotos atacados, plantio fora da poca de ataque(se realmente a praga importante na regio) e plantio intercalado com outras culturas para reduzir a incidnciada praga.

    Broca do Caule - as larvas so encontradas no interior das plantas das hastes, sendo o ataque detectado pelapresena de excrementos e serragem que saem das galerias feitas pelo inseto.

    Controle - observao peridica, especialmente durante o vero; as hastes atacadas devem ser cortadas e

    destrudas, remoo e queima das partes ou plantas infestadas, mantendo o mandiocal limpo, utilizao demanivas sadias para o plantio; procurar sempre utilizar material proveniente de plantaes onde no houve ataqueda praga.

    Cupins - apresentam o corpo branco-cremoso e asas maiores que o abdome. Atacam o material de propagaoarmazenado, as plantas novas e razes das plantas em crescimento. Quando estes insetos atacam as razes,

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    observam-se, na epiderme, agregaes de terra cristalizada sob as quais se localizam os cupins. Omaior dano causado quando atacam as manivas; recomenda-se incorporar um inseticida ao solo, abaixo dasmanivas, no sulco ou na cova, por ocasio do plantio.

    Formigas - o ataque ocorre geralmente durante os primeiros meses de crescimento da cultura.

    Controle - podem ser destrudos dentro do ninho, atravs de fumigao, feita nas pocas chuvosas. O uso de iscagranulada, colocada ao longo dos caminhos deixados pelas formigas, durante pocas secas, faz um bom controle.A escolha de um formicida vai depender das condies climticas por ocasio do controle. Inseticidas lquidosdevem ser utilizados nas pocas chuvosas, enquanto os inseticidas em p e as iscas granuladas nas pocassecas.

    Doenas da MandiocaEntre as doenas que atacam a cultura da mandioca, as que ocorrem com maior frequncia e que so limitantespara o rendimento da produo so: a bacteriose, a antracnose, a podrido das razes e o superbrotamento.

    Bacteriose - a doena mais importante da cultura. Consiste em murcha das folhas novas, seguida de morte dasplantas. Caracterizam-se tambm por manchas pequenas e angulares de aparncia aquosa.

    Controle - seleo de material sadio para o plantio; uso de variedades tolerantes ou resistentes: Fibra, Fcula

    branca, Mico, Fitinha, Branca de Santa Catarina, IAC 12829, IAC 13, IAC 14, IAC 15, Mantiqueira e Taquar. Comomedida preventiva recomenda-se evitar o transporte de material contaminado para as reas livres da doena, bemcomo conduzir inspees peridicas nas lavouras.

    Antracnose - os sintomas caracterizam-se pela morte dos ponteiros das hastes, onde as leses apresentam-seem forma elptica, mostrando vrias pontuaes pequenas de colorao rsea na regio central, indicando apresena de esporos do fungo. As folhas atacadas apresentam manchas pardas nos bordos dos fololos,indicando o incio de infeco.

    Controle - aplicao de mtodos como: poda da parte afetada e aplicao de fungicida base de cobre ou maneb.

    Podrido das Razes - a podrido das razes causada por inmeros patgenos, em sua grande maioriasobreviventes no solo e em restos culturais. A caracterstica a presena de odores bastante fortes, semelhantes

    ao que se observa na madeira em decomposio, mostrando uma colorao acinzentada nos tecidos afetados.

    Controle - feito atravs do emprego de vrias medidas, notadamente o uso de variedades tolerantes (IM-186(EMBRAPA-8); IM-158 (Zolhudinha); IM-175 (Me Joana); Cedinha, Ossoduro, Hbrido 148-2), aliado aplicaoadequada de prticas culturais. No caso de reas infestadas por Phytophthora sp., vrios mtodos de controle sosugeridos para minimizar as perdas: seleo rigorosa do material de plantio e cultivo no sistema de camalho, ouseja, elevao do solo para impedir o acmulo de gua junto s plantas razes.

    Superbrotamento - os sintomas so caracterizados por uma excessiva brotao na regio das gemas, comdezenas de brotos saindo de um nico ponto. As folhas de plantas afetadas apresentam clorose intensa nasnervuras principais e secundrias, mostrando ainda deformao e acentuada diminuio dos fololos. Nas razes osuperbrotamento caracteriza-se por apresentar um grande nmero de razes finas, sem engrossamento. Quando oataque intenso, estas razes mostram-se apenas em feixes, semelhantes s vassouras.

    Controle - evitar a introduo de material de plantio originado de plantaes com a doena, eliminar as plantasenfermas dentro da lavoura, selecionar material sadio para o plantio e utilizar variedades mais tolerantes, como aSalamandra (EMBRAPA-54), Tiangu (EMBRAPA-55), Ubajara (EMBRAPA-56) e Ibiapaba (EMBRAPA-57).

    Aspectos Agro-Econmicos

    Alm da destacada importncia na alimentao humana e animal, as razes de mandioca so tambm utilizadascomo matria-prima em inmeros produtos industriais.

    A cultura da mandioca uma das mais importantes fonte de carboidratos para os consumidores de renda maisbaixa em pases tropicais da Amrica Latina. A mandioca produzida principalmente por produtores de pequenoporte, em sistemas de produo complexos, com pouco ou nenhum uso de tecnologia moderna, especialmenteagroqumicos.

    A parte area da mandioca pode ser consumida pelos animais na forma "in natura" , sob forma de silagem, fenoou peletizada, pura ou misturada com outros alimentos.

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    A mandioca apresenta potencialidades para participar de outros mercados alternativos. O amido(independente de sua origem) tradicionalmente empregado na indstria alimentcia, metalrgica, minerao,construo, cosmtica, farmacutica, papel e papelo, txtil etc.

    Tradicionalmente a produo de mandioca da Regio Nordeste orientada para produo de farinha. Asindstrias de processamento de farinha - as chamadas "casas de farinha" - so prprias (individuais, s vezes comobjetivos empresariais), ou comunitrias.

    Mandioca como Matria-Prima Industrial

    A principal importncia da mandioca, como matria-prima industrial, a de ser fonte de amido e seus derivados. Oamido acumula-se nas razes e funciona como um depsito de reservas para os perodos de crescimento edormncia das plantas.

    O uso de derivados de amido para uso alimentar se justifica pelas seguintes razes:

    1) provido de atributos funcionais que os amidos nativos, normalmente, no possuem. Na mistura parapudim, o amido provm a capacidade espessante, uma textura suave e capacidade de atuar de formainstantnea;

    2) o amido uma matria-prima abundante e fcil de se obter;

    3) a utilizao do amido pode representar uma vantagem econmica quando comparado com outrospolmeros como as gomas, que so de alto custo.

    O amido de mandioca (fcula) natural possui um sabor suave e pasta clara. O amido, nativo ou modificado, podemser usados para diversos fins industriais: na indstria de alimentos: como espessante, utiliza as propriedades degelatinizao em cremes, tortas, pudins, sopas, alimentos infantis, molhos, caldos, etc; como Recheio, aumento doteor de slidos em sopas enlatadas, sorvetes, conservas de frutas, preparados farmacuticos, etc; como Ligante,impede a perda de gua durante o cozimento em salsichas, carne enlatada, etc; como Estabilizante, capacidadede reteno de gua em sorvetes, fermento em p, etc; utilizado tambm para produtos de panificao naelaborao de pes, biscoitos, extrusados e outros. Na Indstria Txtil: na Engomagem, para reduzir ruptura e desfibramento nos teares; na Estamparia, paraespessar os corantes e agir como suporte das cores; no Acabamento, para aumentar a firmeza e o peso de papel,papelo e tecidos.

    Na Indstria de Papel: para dar Corpo, aumenta a resistncia a dobras; no Acabamento, melhora a aparncia e aresistncia; Goma, para sacos comuns de papel, papel laminado, ondulado e caixas de papelo.No Brasil, o uso de amidos e fculas modificados recente e restrito.O amido, pode sofrer modificaes fsicas, qumicas ou enzimticas, dando-lhe caractersticas prprias paraaplicaes industriais especficas: polvilho doce, polvilho azedo, amidos modificados, amido pr-gelatinizado,amido modificado por cidos, amido fosfatado, amido oxidado por hipocloreto de sdio, amido intercruzado ouamido com ligao cruzada, glicose e xarope de glicose.Farinha de MandiocaA farinha a principal forma de utilizao de mandioca no Brasil, atingindo ndices superiores a 90% fabricados ecomercializados, so as farinhas torradas, farinha de mesa e farinha d'gua, com predomnio da primeira, e a nvellocal, a farinha do Par que consiste na mistura das massas das duas anteriores. H ainda a farinha de raspa,farinha proveniente de raiz seca sem passar por cozimento que j foi muito utilizada como farinha panificvel atincio da dcada dos anos 70. Atualmente o seu principal uso na composio de raes.

    As farinhas de mandioca que passam por torrefao tais como: farinha seca, farinha d'gua ou farinha do Par,so geralmente, utilizadas no consumo direto mesa, enquanto que as farinhas provenientes de razes secas:farinha de raspa ou farinha de apara, tem fins mais diversificados, como farinha alimentcia panificvel destinando-se tambm para massas (biscoitos, macarres e similares) em misturas com a farinha de trigo. Pode ainda serusada na composio de raes, de lama aquosa na minerao do petrleo, na produo de lcool, indstria depapel (preparo da massa e recobrimento da superfcie), indstria txtil (para evitar encolhimento de tecido),produo de adesivos e de agentes ligantes, na indstria de fundies.Mandioca na Alimentao AnimalA mandioca pode ser utilizada na alimentao animal, fresca, seca ao sol sob a forma de raspa da raiz, feno deramas e ensilada. Como um produto que se deteriora rapidamente aps a colheita, seu uso na forma de raspa esilagem so os mais eficientes, uma vez que tm a vantagem de concentrar os princpios nutritivos e so de fcilarmazenamento.

    Utilizao da Mandioca Fresca

    o modo mais simples de fornecer razes e parte area da mandioca aos animais. Deve-se tritur-las e fazer umamurcha (condies de ambiente) por um perodo de 24 horas e somente depois servir aos animais. Tratandoapenas de parte area, aconselha-se mistur-la com 50% de outros volumosos, quando destinada a ruminantes(poligstricos, como bovinos, caprinos e ovinos) e com 80% de concentrado, quando a no ruminantes

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    (monogstricos, como aves, sunos e eqinos). importante lembrar que a introduo desse material nadieta do animal deve ser feito gradativamente (aos poucos) at que o animal se "adapte" a esse novo alimento. Aquantidade a ser fornecida depende da espcie, da idade e da produo do animal.

    Silagem da Parte Area da Mandioca

    O segredo para preparao de uma boa silagem est na rapidez da colheita, picagem e acondicionamento domaterial a ser armazenado.

    Passos para obteno de uma boa silagem da parte area da mandioca:

    1. Colher a parte area perto da picadeira2. Picar em pedaos inferiores a 2 cm3. Encher o silo o mais rpido possvel4. Compactar o mximo possvel para retirada do ar5. Encher o silo at ficar abaulado6. Fazer uma valeta de proteo contra a gua de chuva7. No abrir o silo antes de 30 dias.

    Preparo do Feno

    Os passos para a preparao do feno da rama de mandioca, da colheita at a picagem do material, no diferemdo processo da ensilagem:

    1. Colheita da parte area (quando mais verde melhor a qualidade em termos de qualidade protica)2. Picar em pedaos at 2 cm3. Espalhar o material picado (15 kg/m2) sobre lona ou terreiro cimentado4. Revolver o material de 2 em 2 horas no primeiro dia5. Juntar o material e cobrir com lona impermevel tarde6. Pela manh do dia seguinte espalhar o material7. Deixar ao sol at o material ficar completamente seco8. Ensacar o material fenado (seco) ou transform-lo em farelo em moinhos de peneira e armazen-lo emdepsitos arejados granel ou em sacos de boa ventilao sobre estrados de madeira.