33
1 1. INOVAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR : ORGANIZAÇÃO , GESTÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES. Marcos Tarciso Masetto 1 INTRODUÇÃO. Vivemos uma cultura do “novo”. A frequência com que nos deparamos com esta expressão seja em trabalhos acadêmicos, seja na apresentação de cursos universitários, seja como exigência para projetos no ensino superior brasileiro até a exploração desta sigla novo sob as mais diferentes formas na divulgação de serviços, de negócios, de oportunidades e de produtos faz com que continuamente nos sintamos agredidos por este termo “novo”, que começa a cair na rotina, num modismo e perder seu significado. Em pouco tempo, corremos o risco de contar com mais uma palavra que em algum tempo atrás teve um significado muito importante, mas que posteriormente se esvaziou de sentido. Antes de chegarmos a este tempo, acredito que temos oportunidade de refletir sobre essa questão da Inovação no Ensino Superior visando resgatar seu genuíno significado e valor. Ao iniciar esta reflexão, vamos partir do fato de que o significado dado ao termo “inovação” ou “inovador”, ou “novo” em diversas situações nas IES se reveste de uma polissemia que se estende desde sua concepção até a abrangência e profundidade de alterações implementadas nessas instituições. Assim, denomina-se inovação as novidades da era tecnológica da informação e comunicação, as novas condições para o conhecimento, o interesse em superar a fragmentação nos diversos campos do conhecimento, a busca de um saber interdisciplinar, as recentes revisões das carreiras e perfis 1 Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Professor Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie Professor Livre Docente Associado da Universidade de São Paulo (Aposentado)

INOVAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR - Intranetintranet.cesmac.edu.br/docs/onLine/proag/2015/02/inovacao... · Tarciso Masetto, e composto por estudantes de pós-graduação e

Embed Size (px)

Citation preview

1

1. INOVAÇÃO CURRICULAR NO ENSINO SUPERIOR : ORGANIZAÇÃO ,

GESTÃO E FORMAÇÃO DE PROFESSORES.

Marcos Tarciso Masetto1

INTRODUÇÃO.

Vivemos uma cultura do “novo”. A frequência com que nos deparamos

com esta expressão seja em trabalhos acadêmicos, seja na apresentação de

cursos universitários, seja como exigência para projetos no ensino superior

brasileiro até a exploração desta sigla novo sob as mais diferentes formas na

divulgação de serviços, de negócios, de oportunidades e de produtos faz com

que continuamente nos sintamos agredidos por este termo “novo”, que começa

a cair na rotina, num modismo e perder seu significado. Em pouco tempo,

corremos o risco de contar com mais uma palavra que em algum tempo atrás

teve um significado muito importante, mas que posteriormente se esvaziou de

sentido.

Antes de chegarmos a este tempo, acredito que temos oportunidade de

refletir sobre essa questão da Inovação no Ensino Superior visando resgatar

seu genuíno significado e valor.

Ao iniciar esta reflexão, vamos partir do fato de que o significado dado

ao termo “inovação” ou “inovador”, ou “novo” em diversas situações nas IES se

reveste de uma polissemia que se estende desde sua concepção até a

abrangência e profundidade de alterações implementadas nessas instituições.

Assim, denomina-se inovação as novidades da era tecnológica da

informação e comunicação, as novas condições para o conhecimento, o

interesse em superar a fragmentação nos diversos campos do conhecimento, a

busca de um saber interdisciplinar, as recentes revisões das carreiras e perfis

1 Professor Titular da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Professor Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie

Professor Livre Docente Associado da Universidade de São Paulo (Aposentado)

2

profissionais até as demandas que o século XXI faz para a educação nos seus

diferentes ângulos.

Assim, por vezes, o fato de se usar um pouco das Novas Tecnologias de

Informação e Comunicação em algumas aulas já é considerado inovador;

prover a cada aluno de um lep top ou note book para suas anotações e

trabalhos escolares ou dispor de laboratórios de informática já são critérios

para se falar em cursos inovadores; possuir programas ou disciplinas

ministradas a distância , introduzir disciplinas novas na grade curricular ,

como por exemplo: informática para muitos cursos, o empreendedorismo para

a administração e economia, criatividade para a engenharia, têm o mesmo

efeito; incentivo a trabalhos com projetos e a atividades extensionistas com

apoio da instituição e, por vezes, até mesmo o fato de “não haverem mais

aulas expositivas, mas apenas trabalhos em grupo” são indicadores que se

apresentam como “inovações”.

Estas observações nos fizeram perguntar: Será que estes e outros

indicadores semelhantes podem ser considerados “inovações”no Ensino

Superior? Que sentido poderíamos atribuir a este termo? O que os autores

que se têm debruçado sobre questões educacionais pensam sobre inovação

em educação ? O que nós professores e pesquisadores de pós-graduação

pensamos sobre esta questão?

Compartilhar esta reflexão com os nossos leitores constitui-se como

uma oportunidade muito rica de aprofundamento para os estudos que vimos

realizando no Programa de Pós Educação:Currículo da Pontifícia Universidade

Católica de São Paulo (PUCSP) ( Brasil).

Este Programa de Pós graduação sedia um Grupo de Pesquisa que se

intitula “Formação de Professores e Paradigmas Curriculares” , registrado no

Conselho Nacional de Pesquisa – CNPq, coordenado pelo Prof. Dr. Marcos

Tarciso Masetto, e composto por estudantes de pós-graduação e

pesquisadores mestres e doutores.

Este Grupo de Pesquisa iniciou suas atividades em 2005 e estabeleceu

como objetivos investigar e identificar projetos inovadores em ensino de

3

graduação e aprofundar questões teóricas sobre inovação, currículo e

formação de professores.

A partir de estudos bibliográficos, análises documentais, estudos de

casos, pesquisas individuais e coletivas, seminários os membros do grupo têm

apresentado trabalhos em eventos específicos ligados à temática, publicado

artigos em periódicos e capítulos em coletâneas sobre o resultado de suas

investigações.

Para desenvolver este capítulo, vamos abordar os seguintes tópicos: Inovação

Educacional, Inovação no Ensino Superior e Organização, Gestão e Formação

de Professores em projetos inovadores.

I - CONCEITO DE INOVAÇÃO EDUCACIONAL.

No intuito de compreendermos este conceito de inovação educacional,

pesquisamos autores que têm-se debruçado sobre o assunto.

Marcarmos como pressuposto que as inovações educacionais nunca se

apresentam com a característica da neutralidade. Pelo contrário, sempre

surgem como resultado de um contexto social, de uma determinada concepção

de educação e como resposta a necessidades emergentes para as quais os

paradigmas atuais já não oferecem encaminhamentos aceitáveis.

A inovação sempre emerge em um processo histórico de uma

Instituição, num determinado tempo e , ela mesma , tem sua história, pois é

um processo e não se esgota em medidas pontuais.

Cunha (2001) entende inovação com esse mesmo pressuposto quando

afirma:

Não é possível pensar os processos inovativos sem levar

em conta seu caráter histórico-social. Eles se constroem

num tempo e espaço e não podem ser percebidos como

uma mera produção externa, nem ingenuamente como algo

espontâneo e independente.Percebe-se que inovação é

4

resultado de tensões e não meramente a inserção de

novidades técnicas e tecnológicas, como dispositivos

modernizantes”( CUNHA, 2001,p.128)

Hernandez (2000) assume posição semelhante quando comenta que “ o

campo da inovação...não é homogêneo, e suas diferentes acepções andam

paralelas à ideologia dominante na educação escolar, nas formas de ensino e

na atuação de professores’ ( HERNANDEZ, 2000,p.20)

Entrando no estudo de alguns autores que têm se dedicado à

investigado deste tema, iniciamos nossas considerações com Carbonell ( 2002)

que já no 1º. Capítulo de seu livro considera que na maioria dos países algo

mudou nas escolas. No entanto, tem sido mudanças mais epidérmicas que

reais, sintomas de modernidade , mas que nada têm a ver com a inovação.

Inclusive o uso da tecnologia que pode abrir caminho no campo da inovação ,

em geral se apresenta apenas como um enganoso valor agregado:com o

domínio de algumas habilidades instrumentais e o acesso ao crescente

arsenal informativo.

Continua o mesmo autor salientando que se queremos falar em

inovação educacional há que se

associar em qualquer proposta educativa o conhecimento

e o afeto, o pensamento e os sentimentos, o raciocínio e a

moralidade, o acadêmico e a pessoa, as aprendizagens e

os valores . Estamos falando de educação integral (

CARBONELL 2002, p.16)

Enfaticamente, Carbonell mais adiante em seu texto define inovação

como :

um conjunto de intervenções, decisões e processos, com

Intencionalidade e sistematização que tratam de

modificar atitudes, idéias, culturas, conteúdos ,

modelos e práticas pedagógicas e introduzir novos

materiais curriculares,, estratégias de Ensino e

5

aprendizagem, modelos didáticos e outras formas de

organizar e gerir o currículo, a escola e a dinâmica da

classe.. ( os grifos são nossos) (CARBONELL,2002,p.19)

Propositalmente fizemos os grifos nessa definição de Inovação

Educacional dada por Carbonell porque ela inclui um conjunto de elementos

que, quando trabalhados conjunta e simultaneamente , em nosso entender, são

alterações essenciais, para se compreender e implementar uma inovação

educacional: conjunto de decisões, intervenções e processos orientados por

uma intencionalidade que se preocupa com aprendizagens para modificar

atitudes de professores e de alunos , conteúdos, valores, currículo, práticas

pedagógicas, materiais e estratégias de aprendizagem, a dinâmica da classe

e, por fim a escola. Tudo isso dentro de um novo planejamento estratégico.

Em um artigo por nós publicado em 2004 na Revista Interface também

defendíamos um conceito de inovação semelhante, ao afirmar que

Trata-se de um conceito de inovação amplo e

multidimensional que na educação superior deveria ser

entendida como o conjunto de alterações que afetam

pontos chaves e eixos constitutivos da organização do

ensino universitário provocadas por mudanças na sociedade

ou por reflexões sobre concepções intrínsecas à missão da

Educação superior. (MASETTO, 2004,p.197)

Trata-se de um conceito de inovação amplo e multidimensoinal que não

se volta para o acessório e as aparências, mas para os aspectos importantes

e fundamentais de uma nova proposta educacional.de uma nova formação que

afeta toda a instituição escolar e não apenas algumas partes isoladas.

Fernando Hernandes (2000) em seu livro “Aprendendo com as

Inovações nas escolas” aborda o conceito de inovação educacional

destacando alguns tópicos como :

6

- uma inovação sempre emerge de conjunturas, buscando respostas às

necessidades das escolas ou da sociedade, desenvolvendo alternativas a

crenças existentes;

- são mudanças realizadas de forma consciente e diretamente vinculadas a

objetivos de melhoria do sistema educativo, que afetam a

multidimensionalidade do sistema ( atendimento a novas áreas de

aprendizagem, organização curricular, conteúdos, práticas alternativas de

aprendizagem, trabalhos dos docentes, . planejamento para atender a todos

os objetivos propostos na inovação e: criação de sistema de avaliação continua

da inovação, evitando que ela se perca ou não atinja os objetivos esperados).

Já no último capítulo de seu livro, Fernando Hernandez procura resumir

sua posição sobre o conceito de novação e destaca os pontos que lhe parecem

fundamentais.

1, Uma prática inovadora nunca começa do zero. Sua origem e

desenvolvimento sempre estarão relacionados à trajetória de cada instituição,

ao seu contexto histórico e às necessidades e carências sentidas pelo grupo e

para as quais as respostas existentes já não satisfazem, tendo em vista

melhores resultados para seu projeto pedagógico.

2. Uma inovação também tem uma história. Sempre se trata de um

processo, de um projeto que se constrói por fases, em geral de forma dialética,

integrando reflexões e práticas pedagógicas, superando confrontos e pontos de

vista, encaminhando para uma nova cultura educacional, levado à frente pela

participação e dinamismo de seus integrantes, ansiosos por respostas a

necessidades ainda não atendidas.

3. O que a inovação modifica: concepções e organizações curriculares

como resultado das decisões do grupo; formas de ensinar e aprender ,

materiais curriculares, processo de avaliação e técnicas avaliativas, orientação

e acompanhamento dos alunos

4. Uma inovação tem maiores possibilidades de ser levada a frente pelos

professores se partir deles e vier responder às suas necessidades.

7

5.. Qualquer que seja a inovação não terá condições de ser levada a

frente sem participação da Administração Superior

6. O processo de inovação será enriquecido se for permeável ao

intercâmbio e ao contraste de pontos de vista com outros professores e

assessores e outros agentes que possam contribuir para a dinamização da

inovação.

O mais relevante da história e do processo de uma inovação é saber

resolver o confronto de culturas pedagógicas, detectar as causas e tratar de

encontrar pontos de encontro entre os participantes

7. Uma inovação curricular traz como seu fundamento o questionamento

e redirecionamento de concepções e organizações curriculares, pois, o

currículo é a forma organizacional de materialização de uma inovação

educacional.

8. Uma inovação necessita de um grupo de referência que a impulsione.

Condição básica para um projeto inovador ser levado adiante é contar com a

participação daqueles que o irão construir desde seu início. Este grupo de

referência , em geral, é constituído por professores, funcionários e

administradores da Instituição

9. Aspectos que incidem na organização da inovação : Negociação e

canais de comunicação operativos.

Tais reflexões e consideraçóes de Hernandez nos apontam para a

complexidade e abrangência de um processo de inovação. Chamam nossa

atenção para diagnosticarmos situações que se denominam “inovadoras” ,

mas que acontecem em momentos ou circunstâncias pontuais e/ou

desvinculadas de um processo.

Esta preocupação com a abrangência de um processo de inovação

também aparece em Francisco Imbernón (2000) quando ao apresentar seu

pensamento sobre mudanças em educação nos dias de hoje comenta a

existência “de crise em relação ao que se deve ensinar ou aprender em um

mundo onde impera a incerteza e a mudança vertiginosa e em relação ao novo

8

papel do professor.... como gestor e mediador de aprendizagem”( Imbernón,

2000.p.89)

O mesmo autor . concretiza estas suas preocupações ao assinalar:

um meio social baseado na informação e nas

comunicações; a tendência a que tudo seja planejado......

Estes imperativos comportam novas exigências e

demandas à instituição escolar e aos professores e a uma

nova concepção de trabalho educativo: análise da

obsolescência dos processos, dos materiais e das

ferramentas de aprendizagem existentes; o diagnóstico das

novas necessidades dos alunos; a busca de novas

motivações dos alunos para a aprendizagem; a grande

influência do meio social na aprendizagem; a busca de

novos métodos;a gestão coletiva da aprendizagem ; a

utilização dos meios tecnológicos ; a formação permanente

como parte intrínseca da profissão de educar e como

compromisso na aprendizagem durante toda a vida”. (

IMBERNÓN, 2000, pp.89/90.) .

Concordamos com estas proposições de Imbernón sobre os aspectos

que merecem ser considerados na discussão sobre o conceito de inovação..O

que é muito interessante neste autor é que ele consegue aliar à teoria

propostas concretas, coerentes e conseqüentes com a mesma , evitando uma

situação de apenas discurso sobre o tema. Imbernón chama seus leitores a um

compromisso com suas idéias através de sugestões concretas que permitem a

implantação das inovações ou mudanças que defende.

Além de Hernandez (2000) e Imbernón (2000) , outros autores como

Thurler (2001), Camargo (2002), Canário (2006), Cebrian (2003) também

consideram que inovações educacionais não se realizam apenas com

modificações pontuais em um ou outro ponto de um projeto educacional.

Projetos inovadores em educação exigem que as alterações se façam na

9

totalidade de um projeto abrangendo um conjunto de fatores cuidadosamente

planejados e integrados.

Nossa posição a respeito do conceito de Inovação Educacional se alinha

aos autores acima citados. Nossas pesquisas desde 2004 sobre Projetos

Curriculares Inovadores no Ensino Superior nos levaram a aprofundar este

conceito em sua relação e em suas aplicações a cursos de graduação .

Por isso, nossa posição sobre o que entendermos por Inovação

Educacional vem refletida em nossas considerações a seguir sobre Inovação

no cenário de Ensino Superior .

II - INOVAÇÃO NO ENSINO SUPERIOR

Em 2004, publicamos um texto pela Revista Interface no qual nós nos

perguntávamos: Afinal o que caracteriza inovação no Ensino Superior? Nesse

artigo, iniciávamos uma resposta . Hoje, as pesquisas continuaram e queremos

trazer outras contribuições.

Vamos dividir estas considerações em três partes: inovações

provocadas no Ensino Superior por mudanças na sociedade em que vivemos,

inovações provocadas por reflexões sobre papel e missão das Universidades

nos nossos tempos e inovações curriculares implementadas no Ensino

Superior com alterações significativas na Organização, na Gestão e na

Formação dos Professores.

1. Inovação - Sociedade Contemporânea - Universidade

Nas últimas décadas do século passado , nossa sociedade vem

sofrendo profundas alterações provocadas principalmente pela revolução das

tecnologias de informação e comunicação (TICs) que, além de afetar a vida

cotidiana das pessoas, atingiu alguns aspectos fundamentais da própria vida

universitária:construção e socialização do conhecimento, formação de

profissionais competentes e cidadãos, desenvolvimento da pesquisa , revisão

das carreiras profissionais e exigências axiológicas.

10

Nossa sociedade, entre outros epítetos que já lhe atribuiram, um deles

foi o de “Sociedade do Conhecimento”2,devido ao fato de se ter criado uma

pluridiversidade de fontes de produção do conhecimento, de os meios de

comunicação terem permitido um acesso imediato e em tempo real ao mesmo,

ter-se ampliado a socialização do conhecimento e se ter resgatado o

significado e o valor do processo de aprendizagem.

O conhecimento se apresenta hoje com uma multiplicidade quase

infinita de fontes de sua produção. Se até bem pouco tempo poderíamos dizer

que as universidades se constituíam no grande e privilegiado locus de

pesquisa e produção científica, hoje , e já faz algum tempo, as investigações e

conseqüente produção de conhecimento partem de outros espaços também:

dos organismos e institutos de pesquisas que não se encontram vinculados à

universidade, dos laboratórios industriais, das empresas , das Ongs, de

Organismos públicos e privados voltados para projetos de intervenção na

realidade e realizadores de programas e de políticas governamentais em todos

os níveis. Chegamos mesmo hoje a produzir conhecimento em escritórios de

atividades profissionais, e até em nossas bancas domiciliares, graças aos

computadores.

Ao mesmo tempo que se multiplicaram as fontes de produção do

conhecimento, o acesso a ele também se transformou: acesso imediato em

tempo real aos periódicos, artigos, livros, palestras, conferências, sites, e ao

próprio pesquisador e especialista que publica. Um simples e-mail e , eis –nos

dialogando com o protagonista daquele último artigo ou livro publicado, ou

conferência proferida.

Através deste desenvolvimento do conhecimento e sua produção, as

áreas da ciência se aproximaram: os fenômenos a serem compreendidos ,

explicados exigem mais que uma só abordagem, um só especialista, uma só

explicação : a multidisciplinaridade e a interdisciplinaridade são chamadas a

estar presentes e colaborar para o desenvolvimento da ciência. A interação

2 Bell, Daniel , The Coming of Post-industrial Society,New York, Basic Books, 1976

11

entre as ciências exatas e humanas se torna uma exigência para o

desenvolvimento do mundo e da comunidade humana.

Nessa sociedade em constante transformação e

autocriação, no dizer de Hargreaves , o conhecimento é um

recurso flexível, fluido, em processo de expansão e

mudança incessante. Na economia do conhecimento, as

pessoas não apenas evocam e utilizam o conhecimento

“especializado” externo, das universidades e de outras

fontes, mas conhecimento, criatividade e inventividade são

intrínsecos a tudo o que elas fazem”.(HARGREAVES,

2004:32)

Um conhecimento que se volta para a compreensão do mundo ; seus

fenômenos e sua evolução; as ciências tecnológicas e suas sempre

maravilhosas conquistas e projeções, mas não desligada do homem, da

comunidade humana, de sua evolução e desenvolvimento dos povos.

Por isso mesmo, Hargreaves escreve: “A sociedade do conhecimento é

uma sociedade de aprendizagem”( Hargreaves, 2004,p.34). Uma sociedade

que assume o processo de aprendizagem com o significado de

desenvolvimento da totalidade do homem e da sociedade em seus aspetos

educacionais, políticos, éticos, econômicos, culturais, de direitos individuais e

responsabilidades sociais, enfim da própria cidadania. Por isso mesmo,

assume-se uma aprendizagem ao longo da vida , “life long learning”, para além

dos espaços escolares e presente durante toda a existência humana,

desenvolvendo-a em sua totalidade.

O mesmo autor comenta :

ensinar na sociedade do conhecimento , e para ela, está

relacionado com a aprendizagem cognitiva sofisticada, com

um repertório crescente e inconstante de práticas de ensino

informadas por pesquisas, aprendizagem e auto-

acompanhamento profissional contínuo, o trabalho

coletivo.... desenvolvimento e utilização da inteligência

12

coletiva e cultivo de uma profissão que valorize a solução de

problemas, a disposição para o risco, a confiança

profissional, lidar com a mudança e se comprometer com a

melhoria permanente” (HARGREAVES, 2004: 45)

O conhecimento é a matéria prima de trabalho no Ensino Superior.

Consideremos o quanto a alteração no mundo do conhecimento exige de

mudanças na Universidade. Minimamente abertura, diálogo, intercomunicação

e parceria com as mais diversas fontes de produção de conhecimento , revisão

e reformulação de seus bancos de dados e informações, implantação de novos

processos informativos e de comunicação, reorganização de seus currículos

permitindo que alunos e professores usufruam dessa nova situação do

conhecimento . O tratamento dado ao conhecimento em situações de aulas ,

de ensino, de pesquisa e de extensão exige inovações significativas.

O professor se pergunta como dar conta de estar atualizado com todas

as informações existentes e como passá-las para os alunos com sua carga

horária e programa estabelecidos. Como ajudar o aluno a acessar a internet e

dela retirar com criticidade as informações que sejam relevantes. E por final , a

grande questão que se faz : o que devo ensinar ou o que o aluno precisa

aprender para se formar um profissional competente?

De uma coisa o professor começa a desconfiar: o seu papel de expert

em uma determinada disciplina afunilando sinteticamente para o aluno o

conjunto máximo de informações que ele precisa ter não é mais o seu papel de

professor. Qual é então? Como trabalhar com os conteúdos em aula?

Hargreaves também se propõe a mesma questão e ousa respondê-la

indicando algumas pistas. Para ele, os professores se verão na necessidade

de

promover a aprendizagem cognitiva profunda, aprender a

ensinar por meio de maneiras pelas quais não foram

ensinados, comprometer-se com aprendizagem profissional

contínua, trabalhar e aprender em equipes de colegas,

desenvolver e elaborar a partir da inteligência coletiva,

13

construir uma capacidade para a mudança e o risco,

estimular a confiança nos processos”(HARGREAVES,

2004:40)

Esta mudança quanto ao conhecimento ,aliada às novas exigências de

qualidade no desempeno profissional exigido por nossa sociedade, vem

trazendo uma crise às próprias carreiras profissionais que também se

perguntam sobre qual o papel de cada uma das profissões nesta sociedade ,

quais os novos perfis de profissionais , que características são mais relevantes.

Se antes predominava o conhecimento técnico atualizado, domínio do

mercado , hoje estas qualidades já não são mais suficientes. Outras

habilidades e competências se exigem como por exemplo, capacidade de

trabalhar em equipe, de se comunicar, de se adaptar, de transferir

conhecimentos e aprendizagens, de se atualizar continuamente, de estar

aberto a mudanças com criticidade, de criar soluções, de usar línguas

estrangeiras, de dominar o computador e processos de informática , de gestão

de equipe, de diálogo com colegas de equipe e subalternos, de buscar novas

informações, de pesquisar para inovar.

Com estas ou outras características semelhantes se definem hoje os

perfis profissionais.

E o Ensino Superior que, praticamente, é o grande formador destes

profissionais precisa se adaptar a essas novas exigências , rever seus

currículos, estabelecidos em geral a partir apenas de uma comissão interna de

professores e voltados apenas para os interesses da comunidade universitária.

Não queremos com isto defender a tese de que o mercado de trabalho

deve dizer como vamos formar nossos profissionais e que a Universidade deva

correr atrás dele. Longe de nós tal perspectiva. Apenas queremos dizer que há

mudanças significativas em nossa sociedade e que estão afetando o exercício

das diferentes profissões, o que está exigindo inovações no Ensino Superior no

seu papel de formador de profissionais.

14

Além disto, as atuais políticas governamentais para o Ensino Superior

independentemente dos princípios que as provocaram, têm trazido

oportunidade para alterações nos cursos de graduação para as diferentes

profissões.

Disse “independentemente dos princípios que as provocaram” , primeiro

porque as razões governamentais muitas vezes merecem discussão quanto

aos seus fundamentos educacionais ; em segundo lugar, porque o uso dessas

normas pode também servir para organizações de Ensino Superior apenas

realizarem algumas alterações superficiais que atendam à legislação, que

apresentem certa modernidade , para dizer que se modificaram, mas que no

fundo não alteram as questões básicas , chaves do paradigma de ensino que

vem vigindo desde o início do ensino superior no Brasil.. Em nosso modo de

ver, não realizam inovações , apenas introduzem algumas alterações

circunstanciais.

A sociedade em que vivemos ainda está propondo o desenvolvimento

de parcerias entre organizações da mesma área, com objetivos comuns ou

entre organizações de áreas diferentes mas que possuam objetivos afins.Se

esta se tornou quase uma palavra de ordem até mesmo entre empresas , na

área de administração, que diremos do campo científico onde a pesquisa está

exigindo cada vez mais um conhecimento interdisciplinar , cooperativo,

integrado .Se por um lado, a pesquisa se desenvolve com estudos específicos

em determinada área do conhecimento, por outro lado , hoje, se torna cada vez

mais claro que há um novo conhecimento quando as investigações envolvem

pesquisadores de áreas diferentes , mas que encontram pontos de intersecção

e interdisciplinaridade.

2. Inovações provocadas por reflexões sobre o papel e missão das

Universidades nos nossos tempos

Defendemos como inovações , as mudanças no ensino Superior que

procuram traduzir na vida das Instituições as reflexões atuais sobre

concepções intrínsecas que estão repensando o Ensino Superior e seu papel

ou missão nos nossos tempos .

15

A Declaração Mundial sobre Educação Superior no Século XXI: Visão e

Ação da UNESCO ( 1998) se apresenta como um grande marco na reflexão

sobre a missão do Ensino Superior voltada para a formação de pessoas

altamente qualificadas e cidadãos responsáveis, para a aprendizagem

permanente, para promoção , geração e difusão da pesquisa,para contribuição

na proteção e consolidação de valores atuais. Destaca a função ética , a

necessidade de o Ensino Superior reforçar a cooperação com o mundo do

trabalho e analisar e prevenir as necessidades da sociedade.

Esta Declaração chega a alguns pontos bastante concretos que

merecem mudanças imediatas como :currículos, métodos pedagógicos de

trabalho e aprendizagem, formação contínua de professores, inclusive no

aspecto pedagógico, enfrentamento da tecnologia e da educação a distância,

compreensão e exploração dos ambientes virtuais.

Além destes, outros aspectos vêm se apresentando como indicadores

de verdadeiras mudanças no Ensino Superior porque envolvendo concepções

intrínsecas nesse sistema.

Por exemplo: o processo de ensino vem sendo repensado para que

seja dada ênfase ao desenvolvimento do processo de aprendizagem dos

alunos, à construção do conhecimento desde a busca da informação até a

elaboração de um pensamento próprio e produção de texto que reflita este

processo, ênfase ao desenvolvimento de habilidades e competências pessoais

e profissionais , à aquisição de valores éticos, sociais, políticos contidos nas

discussões dos problemas técnicos.

O Ensino com pesquisa na graduação enfatizando-se o processo de

investigação, de busca, de informações sobre os assuntos e problemas a

serem conhecidos e/ou resolvidos, alterando-se a disposição anterior de se

entregar todas as informações já pontas e sistematizadas para memorização e

reprodução .

O ensino por projetos, o uso de novas tecnologias são formas de se

colocar todo o estudante universitário participando de seu processo de

aprendizagem, integrando os espaços de aprendizagem ( universidade – local

16

de trabalho profissional - comunidade) já com atitudes de intervenção e

ativiadade profissional.

A valorização da parceria e da co-participação entre professores e

alunos e entre os próprios alunos na dinamização do processo de

aprendizagem , da comunicação entre os participantes gerando novas formas e

recursos de trabalho e aproveitamento das atividades escolares revitalizando a

formação profissional.

O papel do professor se altera de um especialista em determinado

assunto que deverá comunicá-lo a todos os alunos para o de um educador que

se sente co-responsável com seus alunos por realizar uma mediação

pedagógica que facilite a aprendizagem do aluno como processo pessoal e

grupal, que o oriente em seus trabalhos, que discuta com ele suas dúvidas,

seus problemas, suas perguntas , que o incentive e motive para avançar , que

interage com o grupo e faz com que o grupo interaja entre si.

Talvez, agora possa ficar mais claro o conceito que defendemos de

inovação no Ensino Superior quando afirmamos que não será qualquer

alteração casual, moderna ou oportunista que podemos assumir como

inovação . Serão alterações relevantes, integradas e coesas, coerentes com

novas propostas para o próprio Ensino Superior que provenham ou das

mudanças de nossa sociedade e das novas concepções da Universidade

profundamente vinculadas a um novo processo de aprendizagem a ser

desenvolvido ou a uma nova proposta de se trabalhar com o conhecimento em

nossos dias;

3. Inovações curriculares implementadas no Ensino Superior com

alterações significativas na Organização, na Gestão e na Formação

dos Professores.

Por último, explicitando esta concepção, entendemos que ao falar de

inovação no Ensino Superior precisamos promover alterações que afetam

pontos chaves e eixos constitutivos de sua Organização , sua Gestão e a

Formação dos Professores.

17

a) Organização do Ensino superior

Entendemos com essencial para se pensar, falar, propor e implementar

uma proposta inovadora no Ensino Superior que se dê toda atenção à

organização curricular de um curso de graduação em toda sua dimensão e

em todos os seus componentes curriculares. Não será suficiente que

alterações sejam promovidas apenas em sua metodologia, ou no uso de

recursos tecnológicos, ou em construções de laboratórios Há que se pensar e

planejar para que toda a organização curricular responda ao projeto inovador,

oferecendo condições adequadas para que a resposta esperada para as

atuais necessidades possa ser alcançada.

Assim, o primeiro ponto a ser repensado é o projeto pedagógico de um

curso ou de uma Instituição , desde sua criação até as alterações no projeto

curricular em curso, por força de novas exigências da sociedade quanto ao

exercício profissional ou por decorrência de novas políticas governamentais

para o mesmo Ensino Superior.

Para tal empreendimento , contar com a participação daqueles que

irão construir o projeto pedagógico desde seu início é fundamental. Não há

possibilidade de qualquer inovação acontecer e se implantar quando imposta

de cima para baixo ou de fora para dentro por melhor que seja o projeto. O

sentimento de “pertença” ao projeto é requisito básico a ser vivenciado e

trabalhado desde o início. A maior presença e coesão desse grupo pode

determinar o ritmo de implantação da inovação.

Na sequência desta idéia, a interação entre professores e professores,

professores e alunos, professores e direção se apresentam como as inter-

relações que podem dar suporte à construção da inovação.

Todo projeto inovador tem-se apresentado com a preocupação de que

sua organização curricular leve em consideração a formação profissional

para seu exercício na sociedade contemporânea, com explicitação de

objetivos educacionais mais amplos que apenas aqueles referentes à

aquisição e aplicação de informações tecnológicas.

18

Projetos inovadores se apresentam trazendo como objetivos

educacionais a abertura para formação na área do conhecimento,

explorando o ensino com pesquisa, a multi e a interdisciplinaridade, na área

de habilidades trabalhando competências humanas e profissionais e novos

recursos tecnológicos, no desenvolvimento de valores, atitudes e

comportamentos como a competência, a ética, a política, o profissionalismo

vinculado à cidadania e ao desenvolvimento pessoal.

O atendimento a tais objetivos requer uma flexibilização curricular

que permita se repensar disciplinas, conteúdos, metodologia, avaliação,

tempo e espaço de aprendizagem.

A reconceitualização das disciplinas, resgata seu papel de

componente curricular, ou seja o fato de serem selecionadas como fonte de

informações necessárias para colaborar com a formação do profissional que

se pretende. O importante não é ensinar uma disciplina, mas trabalhar com

informações necessárias desta e daquela área de conhecimento para a

formação do profissional .

São disciplinas que se organizam como componentes curriculares,

integradas , incentivando conhecimento interdisciplinar e a interação entre

disciplinas básicas e profissionalizantes; o aparecimento de grandes temas

como eixos integradores do conhecimento e da prática profissional utilizando-

se das áreas de conhecimento das disciplinas.

Assim, a organização curricular não é construída a partir de disciplinas,

mas sim a partir de problemas profissionais contextualizados. Parte-se do

concreto, abstrai-se a caminho de uma sistematização teórica e se retorna ao

concreto, transformando-o.

As novas organizações curriculares estruturam –se com a vivência de

experiências problematizadoras e integradoras do conhecimento, alternando a

vivência e a sistematização do conhecimento produzido, contemplando o

diálogo entre distintas disciplinas do domínio do saber.

19

Esta estrutura de organização substitui a dos desenhos curriculares

tradicionais nos quais as disciplinas são estruturadas de forma justaposta tanto

no sentido horizontal como no vertical, enquadradas em horários de aulas de

60 minutos sucessivos

Os projetos inovadores apontam para a necessidade de um currículo

que incentive a integração e interdependência das disciplinas e atividades

curriculares em função dos objetivos educacionais, buscando a superação do

isolamento das disciplinas, da fragmentação do conhecimento e criando

experiências de projetos de interdisciplinaridade. Pode colaborar nesse sentido

o planejamento de um Trabalho de Conclusão do Curso (TCC) desde qe se

assuma como objetivo desta atividade realizar uma síntese das

aprendizagens conseguidas durante o curso.

.Não há como se projetar um currículo inovador baseando-nos em

métodos tradicionais como as aulas expositivas e aulas práticas onde o

interesse está na comunicação de informações.

A substituição por uma metodologia ativa e participativa, por técnicas

e recursos que favoreçam o alcance dos vários objetivos educacionais

propostos , que motivem o aluno para aprender e incentivem sua participação

no processo de aprendizagem é imprescindível. Por exemplo, explorar as

tecnologias de informação e comunicação (TICs) como apoio aos cursos

presenciais ou em educação a distância, o ensino com pesquisa, a

preparação de cada encontro com o professor e com os colegas (Aula)

através de atividades variadas, uso de dinâmicas de grupo nos tempos em

que professor e alunos estejam juntos presencial ou virtualmente.

Uma inovação no aspecto metodológico, traz consigo a revisão do

conceito do processo de avaliação e de sua prática, implantação de novo

modelo e uso adequado de variadas técnicas avaliativas , buscando substituir

uma avaliação de produtos finais, de reprodução de informações, de

julgamento dos alunos, de classificação e só de aprovação ou reprovação por

uma avaliação formativa que se volta para ser um instrumento de feedback

(retro-informação) que motive o aluno para aprender, que colabore para o seu

20

desenvolvimento integral , que o acompanhe em seu processo de

aprendizagem de forma contínua, que com a colaboração dos colegas , do

professor e de si mesmo (pela auto avaliação) consiga ampliar e aprofundar

suas aprendizagens.

Nessa organização, revê-se a mudança do papel e das atividades do

professor de ministrador de aulas e transmissor de informações para o de

mediador pedagógico entre os alunos e suas aprendizagens, desenvolvendo

relação de parceria e co-responsabilidade com eles , trabalhando junto e em

equipe.

Esta mudança de atitude trará como conseqüência a mudança de atitude

do aluno também para um papel de co-responsável pelo seu processo de

aprendizagem, para uma atitude de pro-atividade, de iniciativa e de

participação no seu processo de formação profissional, saindo das posições

de passividade ou omissão frente às suas responsabilidades estudantis.e

participando das atividades de formação.

Este novo papel do professor é apoiado pelo incentivo à uma postura de

cooperação e desenvolvimento de equipe entre os professores como co-

responsáveis pela formação dos alunos e gestores , em aula, do projeto

pedagógico, superando seu isolamento e individualismo crônicos.

Docentes com tal visão e posturas pedagógicas exigem preparação

para participarem das inovações e assumirem compromisso com elas;

incentivos para a manutenção deste compromisso e acompanhamento dos

professores na implantação do novo projeto. O que pressupõe a criação de

condições de formação docente contínua e em serviço que permitam ao

professor estar refletindo e discutindo sobre suas atividades docentes ,

intercambiar suas experiências com os colegas e dialogar sobre elas

procurando sempre melhor desempenho.

Sem dúvida que uma reorganização curricular para a inovação precisa

poder rever normas e procedimentos nas instituições que estando em

vigência já por muitos anos definem carga horária das disciplinas , sua

distribuição na semana, o uso do tempo e espaço na faculdade atividades

21

extra classe, datas para avaliações, critérios de aprovação e reprovação,

número de alunos por turma, condições de trabalho e salário de professores

em função do novo projeto pedagógico, dos novos objetivos, do interesse em

motivar os alunos para envolvê-los nas mudanças e torná-los membros

participantes do processo inovador.

A organização de um projeto inovador conta também com a revisão de

infra estrutura de apoio como por exemplo, biblioteca atualizada e

informatizada, laboratórios adequados, preparação dos novos ambientes de

aprendizagem que forem exigidos, etc.

E por último, em toda inovação se planeja desenvolver um processo de

acompanhamento dela mesma através de um sistema de avaliação

adequado e permanente, da participação de uma assessoria externa que

permita ver melhor e com mais objetividade o deslanchar do projeto, a

participação dos docentes debatendo a implantação cotidiana do projeto,

suas realizações, suas dificuldades, as necessidades de correção de rota ou

aperfeiçoamento de posturas de compreensão e interiorização da inovação,

por parte dos atuais participantes do movimento de inovação e de todos os

futuros participantes.

Toda esta reorganização de um curso de graduação que pretende se

inovar não tem condições de se implantar sem a participação da

Administração Superior . A participação e o compromisso desta com o

projeto inovador é fundamental para as mudanças que serão necessárias ,

haja visto , por exemplo, as três últimas considerações acima , além dos

aspectos de alterações de espaços, tempo, currículo, formação de

professores e outros.

Esta participação é tão decisiva que muitos projetos inovadores se

inviabilizam , por exemplo, por falta de investimento na formação dos

professores, ou por não se contratar assessorias externas, por falta de

recursos tecnológicos, e assim por diante. A Administração Superior precisa

assumir o projeto inovador como seu e estar disposta a apoiá-lo efetivamente.

22

Este ponto vamos aprofundá-lo um pouco mais no item seguinte,

quando abordaremos a gestão de projetos inovadores.

Os tópicos acima indicados dizem que consideramos como inovações

no ensino superior aquelas alterações e mudanças que se realizam de modo

integrado e simultâneo para implantação de um projeto pedagógico em sua

totalidade. Em nosso entender não podem ser consideradas como inovações

as alterações que se apresentam como esparsas , esporádicas, oportunistas,

casuais.

Compreendemos e concordamos com o caráter de processo de um

projeto inovador : há projetos inovadores com todos os aspectos acima

mencionados já implementados; outros se encontram em fase de

desenvolvimento de uns aspectos e outros ainda em andamento, ou em

processo. É algo natural e de se prever, pois um projeto inovador não se

decreta de cima para baixo e nem se executa com mudanças imediatas em

todos os seus aspectos.

Seguimos o pensamento de Tavares ( 2003) quando afirma: “é na

intersecção de todos os elementos de formação, os sujeitos, o currículo e a

Instituição que é catalisada a verdadeira inovação que vem a presença e se

manifesta claramente nos diferentes indícios considerados “ ( Tavares, 2003,

p. 130).

b) Gestão de Projetos Inovadores.

Dissemos que inovação no Ensino Superior supõe promover alterações

que afetam sua Gestão.

A gestão de um projeto inovador se realiza em dois níveis: no

pedagógico quando nos defrontamos com a coordenação dos sujeitos (

professores e alunos) e das ações necessárias para fazer acontecer o projeto

e que afetarão disciplinas, atividades curriculares, aulas de um curso ou de

uma Instituição.

No entanto, esta gestão só poderá acontecer e funcionar se contar com

o segundo nível de gestão que envolve Coordenadores de Curso, Diretores de

23

Faculdades, Diretores de Centros ( dependendo do organograma da

Instituição), Reitores.

É sobre este segundo nível de gestão que queremos comentar,

destacando seu papel , também ele fundamental, para o êxito de um projeto

inovador.

Silva, Ana Cèlia ( 2000) entende que

coordenar a construção de um projeto pedagógico implica

competências de gestão no sentido da organização do trabalho,

de coordenação da ação coletiva, da busca de diálogo e das

relações objetivas com instâncias superiores da Instituição..... de

criar condições para que o projeto se concretize” ( SILVA,

2000,p.100)

Atitude básica para esta gestão é assumir a essencialidade do aspecto

educacional numa administração de Ensino Superior., para que possa

oferecer condições favoráveis para que um novo projeto possa ser planejado,

implantado e levado a bom termo, de tal modo que o professor e o educando

possam ter um bom desempenho no processo de sua formação. As questões

econômicas e administrativas serão assumidas para poderem oferecer as

condições básicas para sustentabilidade da Instituição e possibilidade de

realizar um novo projeto.

Nos projetos inovadores que pesquisamos encontramos sempre uma

gestão que lhes dava apoio e os incentivava com algumas características que

nos chamaram a atenção.

Envolvimento e compromisso com o projeto , colocando se como

um dos sujeitos construtores do projeto e criando uma relação

de diálogo entre a base e a administração para a tomada de

decisões e as ações possam acontecer;

Compreensão da gestão como uma das interações necessárias

ao projeto, com a característica de mediação entre o projeto e

sua concretização.

24

Participação efetiva no diagnóstico das necessidades da

Instituição que estão exigindo algo inovador e , posteriormente,

na definição em conjunto com os professores dos objetivos

educacionais de formação dos profissionais conforme as

exigências da sociedade e os questionamentos das carreiras

profissionais.

Apoio e incentivo a um programa de formação continuada dos

professores envolvidos e compromissados com o projeto (

como veremos em outro item) tanto para os que iniciaram o

projeto, como para os novos que vierem para ampliar ou

substituir o corpo docente visando a busca constante de

aprimoramento pessoal e de produção científica.

Apoio Institucional e articulação do Projeto com a Comunidade

Externa ( parcerias) visando a realização de estágios e

utilização de espaços profissionais para aprendizagem e

realização de sub projetos de prestação de serviço à

comunidade

Apoio, como dissemos atrás, para uma revisão de normas e

procedimentos que estando em vigência já por muitos anos

definem carga horária das disciplinas , sua distribuição na

semana, o uso do tempo e espaço na faculdade atividades

extra classe, datas para avaliações, critérios de aprovação e

reprovação, número de alunos por turma, condições de

trabalho e salário de professores em função do novo projeto

para envolvê-los nas mudanças e torná-los membros

participantes do processo inovador.

Suporte institucional e financeiro para oferecer condições de

trabalho adequadas para os professores, recursos didáticos e

de infra estrutura necessários, como biblioteca,

laboratórios,tecnologias de informação e comunicação.

25

Participação com os docentes na concepção e implantação de um

sistema de avaliação e acompanhamento do projeto para fazer

as devidas adequações próprias de um projeto em processo,

manter uma reflexão permanente sobre ele , contar com uma

assessoria externa que permita ver melhor e com mais

objetividade o deslanchar do projeto, com a participação dos

docentes debatendo a implantação cotidiana do projeto, suas

realizações, suas dificuldades, as necessidades de correção

de rota ou aperfeiçoamento de posturas de compreensão e

interiorização da inovação, por parte dos atuais participantes

do movimento de inovação e de todos os futuros participantes.

Gestão do tempo institucional dentro do processo histórico da

Instituição; do tempo político na coordenação das diferentes

culturas pedagógicas presentes em todo o projeto; e gestão

do tempo pedagógico respeitando o andamento real do

projeto,flexibilizando prazos e administrando tempos e espaços

para que se adequem às necessidades emergentes do projeto.

Para encerrar este tópico, não há como não lembrar atitudes de gestão

que não favorecem a construção e implantação de um projeto inovador:

Atitude de autoritarismo centralizador de decisões e proposição

de projeto sem flexibilização para adaptações;

Atitude de laissez –faire como se o projeto inovador fosse auto-

aplicável ou realizável por si próprio;

Atitude omissa, não tomando conhecimento do projeto e deixando

que outros o construam, sem colaborar e nem se preocupando

em ajudar a remover obstáculos, por vezes fixando prazos

irremovíveis.

Um projeto inovador requer uma gestão inovadora.

c) Formação de professores.

26

A participação de professores em projetos inovadores não é uma atitude

fácil para a maioria dos docentes, pois sua formação e sua cultura estão

embasadas em organizações curriculares tradicionais.

Este fato exige todo um cuidado especial voltado para atividades de

formação continuada e em serviço daqueles professores que optarem por

participarem num currículo inovador.

A condição básica de um currículo inovador ser levado adiante é contar

com a participação daqueles que o irão construir desde seu início. O

sentimento de “pertença” ao projeto é fundamental ser vivenciado e trabalhado

desde o início com seus construtores

Necessita-se de um envolvimento individual e coletivo com o novo

currículo , com atitudes de percepção e vivência das necessidades sentidas,

abertura para a inovação, ousadia, coragem, compromisso, participação,

disposição de modificar crenças, culturas, atitudes, e idéias; disposição para

um trabalho de equipe , de co-responsabilidade e para “por as mãos na massa”

; disposição para discussão, implantação e desenvolvimento do projeto

Espera-se que o professor assuma um papel de mediador no processo

pedagógico e de planejador de situações e práticas pedagógicas inovadoras

que melhor colaborem com a aprendizagem de seus alunos.

No dizer de Saturnino de la Torre:

O papel do docente em lugar de centrar-se na explicação de

conteúdo assume o caráter de estimulador, mediador e criador de

cenários e ambientes... O docente não determina mais as

aprendizagens ( mudanças), mas as sugere, estimula , incentiva,

cria condições e meios para que seja o próprio aluno quem as

construa” ( TORRE,2008: 9)

Sabemos que não encontramos tão facilmente docentes com estas

características e muito menos já preparados para discutir, propor e implantar

um currículo inovador.

27

Hernandez (2000), em seu livro já citado, chama a atenção para alguns

fatores muitas vezes presentes no corpo docente que dificultam a realização de

um projeto inovador: a debilidade das relações interpessoais, ausência de

compromisso, de planejamento, aplicação descontextualizada da inovação,

resistências, rotinas, individualismo e corporativismo, pessimismo e mal estar

docente.

Além disso, as tensões, contradições e conflitos estão presentes em

qualquer inovação.Não se trata de tomar medidas preventivas para evitar, mas

de criar um clima democrático necessário para enfrentar e gerir coletivamente

e resolver de maneira positiva e criativa tais conflitos.

Por esta razão, merece nossa atenção a reflexão sobre alguns aspectos

fundamentais para a formação desta equipe de professores.( Zabalza,

2004,2006; Masetto, 2003,2010)

No número de dezembro/2009 da Revisa da ANEC (Masetto, 2009),

tivemos oportunidade de abordar esse assunto e , então, comentávamos o

seguinte.

A formação do corpo docente para participar de um currículo inovador

começa pelo processo de seleção destes professores.

Este processo nos projetos inovadores que pesquisamos acontece de

duas formas: ou a seleção do corpo docente é feita a partir do próprio projeto e

das suas características; objetivos e metas esperadas, áreas de conhecimento

necessárias, competências e atitude esperadas dos professores,

compromissos a serem assumidos e as condições de trabalho, ou é feita a

partir dos docentes da própria instituição que se interessam por participar de

um novo projeto e se dispõe a realizá-lo.

Em qualquer das duas situações , uma atitude pro ativa dos docentes

frente a um projeto é fundamental. Fernando Hernandez ( 2000) comenta

como, em dois projetos inovadores estudados por ele e sua equipe, nos quais

os participantes do grupo foram nomeados de cima para baixo pela autoridade

gestora, sem vinculação com o projeto, e sem interesse de participar dele ,

28

este fato se constituiu em grande entrave de saída para a execução do

projeto, e quando esta intervenção se deu durante a implantação de um projeto

inovador, isto praticamente causou a inviabilização do mesmo.

Com os professores selecionados, num primeiro momento de

sensibilização se discutem o próprio projeto, suas metas e objetivos,o porquê

de sua necessidade e a que problemas ele vem responder, o currículo

pensado, a postura de mediação esperada dos professores e atitude

participativa dos alunos, integração dos conhecimentos interdisciplinares, a

relação entre participantes do projeto partilhando responsabilidades no

processo de aprendizagem, os recursos e metodologias a serem usados, o

processo de avaliação proposto..

.Com relação à atuação docente foram discutidos métodos para facilitar e

intensificar a aprendizagem dos alunos; técnicas variadas, em ambientes

presenciais e virtuais que dinamizem a ação pedagógica e permitam o

desenvolvimento de múltiplas facetas ee aprendizagem dos alunos. Processo e

técnicas de avaliação foram revistos.

As intersecções entre teoria e prática, o saber e o saber-fazer no sentido

de desenvolver um conjunto de ações que resultem em uma situação de

aprendizagem estiveram presentes neste período de formação inicial.

Este início de formação do grupo de docentes responsável pelo projeto

tem continuidade em encontros e reuniões freqüentes em que se possa rever

as atividades do projeto e possíveis adaptações, refletindo sobre as práticas

pedagógicas, trocando as vivências e experiências didáticas dos docentes,

discutindo alguns aspectos teóricos que se manifestavam necessários,

. O tempo dos planejamentos semestrais costuma ser bem trabalhado

para se debater a atuação dos professores e sua coerência com o projeto, e

proposição de novos procedimentos., além de encontros realizados durante o

semestre.

As investigações recentes. sobre formação continuada de professores

apontam a necessidade de tomar a prática pedagógica como fonte do

29

conhecimento- base epistemológica - sobre os problemas educacionais , ao

mesmo tempo em que se evidencia a inadequação do modelo da racionalidade

técnica para dar respostas às dificuldades e perplexidades vivenciadas na

ação concreta desses profissionais.

Na perspectiva dialógica a formação continuada não mais se faz a partir

de cursos, palestras no sentido cumulativo de conhecimentos, mas sim por

meio de vivências educadoras quando em reflexões coletivas permitem uma

reconstrução da identidade pessoal e profissional dos sujeitos em contextos de

mudanças definidos.

Um projeto inovador não existe pronto, bastando apenas colocá-lo em

vigência. Ele precisa ser construído e os professores terão necessidade de

trocar idéias, sugestões, experiências e vivências, rever e discutir suas práticas

pedagógicas, refletir sobre sua ação educativa, problemas e questões que

tenham acontecido. Sentirão necessidade de aprofundar questões teóricas,

conhecer novas propostas, autores recentes que pesquisam temáticas que

interessam, contato com especialistas em diferentes áreas, conhecer projetos

alternativos já em andamento, apoio de consultores ou assessores externos,

aprofundar as relações interpessoais do grupo.

Da mesma forma que Freire indica que não se aprende a ser professor em

uma terça-feira à tarde, exigindo uma temporalidade, um conjunto de

experiências vivenciadas e, sobretudo, uma reflexão sobre a prática cotidiana

docente, a mesma prerrogativa é válida para os sujeitos envolvidos em projetos

inovadores ligados à Educação.

Entendemos que é necessário um tempo e espaço garantidos para que

uma nova concepção do ser professor, que assume novas posturas e um novo

agir séja construída. E nesse tempo, não se pode desconsiderar as histórias

pessoais e profissionais destes professores,suas experiências. suas crenças,

sua cultura, suas idéias, e sua “sabedoria” construída. A formação continuada

estará permitindo uma consideração do que se fez até então com uma

abertura para um novo a ser construído daí para frente numa linha de evolução

e crescimento pessoal e profissional dos docentes.

30

Lembrêmo-nos que toda inovação é um processo no qual será necessária

a gestão democrática que permita o encaminhamento dos confrontos de

culturas pedagógicas existentes , detectando as causas e procurando

estabelecer pontos de encontro entre os participantes

Quando se projeta um trabalho com características de inovação, faz-se

necessário valorizar efetivamente o professor como um ser que tem saberes

próprios, advindos da sua experiência , e é capaz de contribuir

significativamente para as discussões acerca do seu trabalho docente, para a

construção do novo ao expressar os seus saberes, seu sentimento de

pertença ao projeto, com vistas a assumir riscos nas incertezas que envolvem

o processo coletivo de ensinar e de aprender.

. Ainda neste ponto de discussão sobre o corpo docente responsável por

um projeto inovador há que se considerar que estes professores não são

eternos, nem perenes: substituições e ampliações serão fenômenos

constantes. Há que se pensar com especial carinho na formação inicial e

continuada dos novos integrantes deste corpo docente, de modo a permitir-lhes

compreensão, envolvimento e compromisso com o projeto e acompanhamento

para sua gradual integração às práticas pedagógicas do projeto.

Projetos há que se desmoronaram completamente por não terem tido este

cuidado com a formação de seus docentes.

PARA CONCLUIR.

No início deste capítulo propusêmo-nos objetivo ousado: há alguns

anos vínhamos estudando e pesquisando vários assuntos afins que, neste

momento, insistiam em se me afigurarem com vários pontos de intersecção

que brilhavam pedindo um texto que os aproximasse, interligasse e lhes desse

uma consistência teórica e experiencial.

O desafio era trabalhar alguns conceitos teóricos sobre Inovação

Educacional, encontrá-los em projetos atuais de Ensino Superior e procurar

vivenciar algumas destas propostas em projetos como, por exemplo, os

31

tratados neste livro, e experimentá-los em nossa realidade de professor do

ensino superior.

Como fomos felizes nesse empreendimento, nos sentimos encorajados

em apresentar aos nossos parceiros de investigação e pesquisa, aos nossos

colegas de magistério ,aos nossos alunos de graduação e de pós graduação e

a todos que se sentiram atraídos por construir algum projeto inovador estas

idéias e reflexões esperando que dialoguem com elas, discutam-nas, façam

suas críticas, criem novos projetos para que possamos trilhar novos caminhos

para a educação superior no Brasil.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.

CAMARGO, Célia Reis (Org.) Experiências Inovadoras de Educação

Profissional São Paulo, Ed.UNESP, 2002

CANÁRIO, Rui A Escola tem futuro? Das promessas às incertezas Porto

Alegre, ArtMed, 2006

CARBONELL, Jaume A aventura de inovar –A mudança na escola – Porto

Alegre, ArtMed, 2002

CEBRIAN, Manuel (Coord.) Enseñanza virtual para la Innovación

universitária Madrid, Narcea de Ediciones, 2003

CUNHA, Maria Isabel da Formação docente e Inovação: epistemologias e

pedagogias em questão - XIV Endipe – in EGGERT, Edla et alii (Orgs.)

Trajetórias e processos de ensinar e aprender: didática e formação de

professores , Livro 01 , p 465 - 476 – Porto Alegre, Edipucrs ,2008

CUNHA, Maria Isabel da Inovações: Conceitos e Práticas in CASTANHO,

Sérgio e CASTANHO, Maia Eugênia (Orgs.) Temas e Textos em

Metodologia do Ensino Superior, Campinas (SP) , Papirus, 2001

FREIRE, Paulo Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática

educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996

32

HARGREAVES,Andy. O Ensino na Sociedade do conhecimento. Porto

Alegre, ArtMed,2004

HERNANDEZ, Fernando e outros Aprendendo com as inovações nas

escolas Porto Alegre, Artes Médicas Sul,2000

IMBERNÓN, F. Amplitude e profundidade do olhar: a educação ontem,

hoje e amanhã in IMBERNÓN, F (Org.) A Educação no século XXI Porto

Alegre, ArtMed, 2000

MASETTO, Marcos T.,Competência Pedagógica do Professor Universitário,

São Paulo, Ed. Avercamp,2003

MASETTO, Marcos Inovação na Educação Superior in Revista Interface-

Comunicação, Saúde Educação v.8,n.14, set.2003-fev.2004

MASETTO, Marcos T., Inovação Educacional e Formação de Professor in

Revista de Educação ANEC, n.151,Ano 38,jul./dez. 2009

MASETTO, Marcos T. , O Professor na Hora da Verdade, São Paulo,

Ed.Avercamp, 2010

SACRISTÁN, Gimeno J. e PÉREZ GOMES,A.I. - Compreender y transformar

la enseñanza – Madrid, Ed.Morata,1996

SILVA, Ana Célia Bahia. Projeto Pedagógico- Instrumento de gestão e

mudança. Belém. Ed. Unama. 2000

TAVARES, J. Formação e Inovação no Ensino Superior. Porto.Porto.2003

THURLER, Mônica Gather Inovar no interior da escola Porto Alegre, ArtMed,

200

TORRE, Saturnino de la ( director) – Estrategias didacticas em el aula –

Buscando la calidad y la innovación – Madrid, UNED, 2008

ZABALZA, Miguel A. O ensino universitário, seu cenário e seus

protagonista. Porto Alegre, ArtMed, 2004

33

ZABALZA, Miguel A. Competências docentes del profesorado universitário

– Calidad y desarrollo profesional Madrid, Narcea de Ediciones, 2006

.