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CAROLINA DIECKMANN E O AGITO DA FESTA DA NOVELA FINA ESTAMPA R$ 9,90 ISABELI FONTANA E ROHAN MARLEY: “MINHA MULHER ESTÁ AQUI. QUERO FINCAR RAIZ NO BRASIL”, DIZ ELE MARCOS PAULO TENSÃO E ESPERANÇA APÓS 10 HORAS DE CIRURGIA PARA RETIRADA DE TUMOR REYNALDO GIANECCHINI A luta pela vida • O ator só começa a quimioterapia contra o câncer após debelar uma infecção e receber exames dos EUA para descobrir o nível de agressividade do linfoma • “Giane é bem preparado e não está assustado, mas não temos previsão de alta. Ainda desconhecemos o estágio da doença”, diz o infectologista David Uip NASCE ARTHUR, FILHO DE ELIANA E JOÃO MARCELLO BÔSCOLI 9 7 7 1 5 1 6 8 2 0 0 0 0 3 2 6 0 0 ISSN 1516 -8204 22/AGO/2011 ANO 12 N° 623

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CAROLINA DIECKMANN E O AGITO DA FESTA DA NOVELA FINA ESTAMPA

R$ 9,90

ISABELI FONTANA E

ROHAN MARLEY: “MINHA MULHER ESTÁ

AQUI. QUERO FINCAR RAIZ NO BRASIL”, DIZ ELE

MARCOS PAULOTENSÃO E

ESPERANÇA APÓS 10 HORAS DE

CIRURGIA PARA RETIRADA DE TUMOR

REYNALDO GIANECCHINI

A luta pela vida

• O ator só começa a quimioterapia contra o câncer após debelar uma infecção e receber exames dos EUA para descobrir o nível de agressividade do linfoma

• “Giane é bem preparado e não está assustado, mas não temos previsão de alta. Ainda desconhecemos o estágio da doença”, diz o infectologista David Uip

NASCE ARTHUR, FILHO DE ELIANA E JOÃO

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ERA A TARDE DO DOMINGO 14, Dia dos Pais, quando o telefone tocou na fazenda da família em Uberaba, interior de Minas Gerais. Era “Júnior”, como é chamado o filho pródigo do dono da casa. O telefonema durou poucos minutos, tempo necessário para emocionar a todos os presentes: as irmãs Claudia e Roberta, o cunhado Umberto Vignardi, além do próprio anfitrião, “seo” Reynaldo. O rapaz cumprimentava o pai pela data e aproveitava para mandar mensagens mais tranquilizadoras. De um lado da linha, o pai Reynaldo, que se recupera de um câncer no pâncreas e no fígado, ouvia a tudo emocionado. Do outro, o filho, o ator, Reynaldo Gianecchini, ligava direto do quarto 925 do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde aguarda o início da quimioterapia para tratar do linfoma recém-descoberto. O galã das novelas, de 38 anos, vive seu drama particular desde que soube da doença, no início do mês. O telefone em Uberaba foi passado depois para as irmãs. Terminada a ligação, todos ficaram boquiaber-tos com a calma de Júnior diante da situação. “Ele é muito abençoado. Nunca vi nem convivi com uma pessoa com essa capacidade de conduzir tudo com paciência e tranquilidade”, se impressiona o cunhado.

De fato, tem sido assim desde a confirmação médica do linfoma feita em particular na quinta-feira 4 pela junta médi-ca que o atende – a hematologista Yana Novis, o infectologis-ta David Uip e o gastroenterologista Raul Cutait. Giane tem optado pela serenidade. Não chorou, não lamentou, não se indignou com o diagnóstico que apontava câncer em seus gânglios linfáticos. Apenas se disse pronto para a luta, otimis-ta em sair dessa o mais rápido possível para poder voltar ao trabalho – ele estava em cartaz em São Paulo com a peça Cruel, que fora interrompida por tempo indeterminado.

Sua rotina no hospital nos últimos 15 dias de internação tem confirmado essa paz de espírito. Giane tem se alimenta-

do bem. Alterna entre saladas verdes, filé de linguado, escalope de frango grelhado, arroz branco, caldo de feijão e purê de batata. De sobremesa, frutas como pera e mosaico de gelatina. Para passar o tempo, assiste tevê em um aparelho LCD de seu quarto (mesmo tipo de apartamento ocupado pela presiden-te Dilma Rousseff em 2009, vítima do mesmo câncer) e acessa a internet – por onde tem respondido à maioria dos amigos. Inquieto, não tem sido raro ver Giane se exercitando no Centro de Medicina Esportiva do hospi-tal, sobretudo suando em cima da esteira de corrida, como fez na quinta-feira 11 e no próprio domingo.

Atencioso com os demais pacientes, Giane já deu autógrafos e cumprimentou a todos que encontrou. “Passei pelo quarto dele enquanto era atendido pelo (Raul) Cutait e o vi sorriden-te. A porta estava aberta, então parei e acenei, desejando sorte. E ele retribuiu e acenou para mim”, contou o acompanhante de um paciente internado no mesmo andar. Na hora de reali-zar exames, é a mesma simpatia, apenas devi-damente protegida por um segurança da insti-tuição. Na tarde da segunda-feira 15, Giane recebeu as amigas Célia Forte, Selma Morente e Daniela Bustos, produtora e assessoras de imprensa da peça. Rapidamente armaram uma partida de carteado. “Jogamos buraco. E ele venceu”, contou Célia.

Quem está com o ator desde o primeiro dia de internação é Heloísa, sua mãe. Religiosa,

Capa

vencerPronto para

Aos 38 anos, REYNALDO GIANECCHINI enfrenta um câncer linfático e revela toda sua dimensão humana por trás do galã da tevêBruna Narcizo e Thaís Botelho

Foto

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ERA A TARDE DO DOMINGO 14, Dia dos Pais, quando o telefone tocou na fazenda da família em Uberaba, interior de Minas Gerais. Era “Júnior”, como é chamado o filho pródigo do dono da casa. O telefonema durou poucos minutos, tempo necessário para emocionar a todos os presentes: as irmãs Claudia e Roberta, o cunhado Umberto Vignardi, além do próprio anfitrião, “seo” Reynaldo. O rapaz cumprimentava o pai pela data e aproveitava para mandar mensagens mais tranquilizadoras. De um lado da linha, o pai Reynaldo, que se recupera de um câncer no pâncreas e no fígado, ouvia a tudo emocionado. Do outro, o filho, o ator, Reynaldo Gianecchini, ligava direto do quarto 925 do Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde aguarda o início da quimioterapia para tratar do linfoma recém-descoberto. O galã das novelas, de 38 anos, vive seu drama particular desde que soube da doença, no início do mês. O telefone em Uberaba foi passado depois para as irmãs. Terminada a ligação, todos ficaram boquiaber-tos com a calma de Júnior diante da situação. “Ele é muito abençoado. Nunca vi nem convivi com uma pessoa com essa capacidade de conduzir tudo com paciência e tranquilidade”, se impressiona o cunhado.

De fato, tem sido assim desde a confirmação médica do linfoma feita em particular na quinta-feira 4 pela junta médi-ca que o atende – a hematologista Yana Novis, o infectologis-ta David Uip e o gastroenterologista Raul Cutait. Giane tem optado pela serenidade. Não chorou, não lamentou, não se indignou com o diagnóstico que apontava câncer em seus gânglios linfáticos. Apenas se disse pronto para a luta, otimis-ta em sair dessa o mais rápido possível para poder voltar ao trabalho – ele estava em cartaz em São Paulo com a peça Cruel, que fora interrompida por tempo indeterminado.

Sua rotina no hospital nos últimos 15 dias de internação tem confirmado essa paz de espírito. Giane tem se alimenta-

do bem. Alterna entre saladas verdes, filé de linguado, escalope de frango grelhado, arroz branco, caldo de feijão e purê de batata. De sobremesa, frutas como pera e mosaico de gelatina. Para passar o tempo, assiste tevê em um aparelho LCD de seu quarto (mesmo tipo de apartamento ocupado pela presiden-te Dilma Rousseff em 2009, vítima do mesmo câncer) e acessa a internet – por onde tem respondido à maioria dos amigos. Inquieto, não tem sido raro ver Giane se exercitando no Centro de Medicina Esportiva do hospi-tal, sobretudo suando em cima da esteira de corrida, como fez na quinta-feira 11 e no próprio domingo.

Atencioso com os demais pacientes, Giane já deu autógrafos e cumprimentou a todos que encontrou. “Passei pelo quarto dele enquanto era atendido pelo (Raul) Cutait e o vi sorriden-te. A porta estava aberta, então parei e acenei, desejando sorte. E ele retribuiu e acenou para mim”, contou o acompanhante de um paciente internado no mesmo andar. Na hora de reali-zar exames, é a mesma simpatia, apenas devi-damente protegida por um segurança da insti-tuição. Na tarde da segunda-feira 15, Giane recebeu as amigas Célia Forte, Selma Morente e Daniela Bustos, produtora e assessoras de imprensa da peça. Rapidamente armaram uma partida de carteado. “Jogamos buraco. E ele venceu”, contou Célia.

Quem está com o ator desde o primeiro dia de internação é Heloísa, sua mãe. Religiosa,

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vencerPronto para

Aos 38 anos, REYNALDO GIANECCHINI enfrenta um câncer linfático e revela toda sua dimensão humana por trás do galã da tevêBruna Narcizo e Thaís Botelho

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‘‘Ele é muito abençoado. Nunca vi nem convivi com uma pessoa com essa capacidade de conduzir tudo com paciência e tranquilidade’’Umberto Vignardi, cunhado do ator

Gianecchini ao lado de Erik Marmo, em cena de Cruel, peça que foi cancelada por conta da doença do ator

Heloísa Gianecchini, mãe do ator, raramente sai do hospital e estava

ao lado filho na hora em que ele recebeu o

diagnóstico de linfoma

Marília Gabriela, é a visita mais frequente.

Na quarta-feira 10, apesar de abalada, ela

afirmou que o ex-marido estava bem

A atriz Claudia Raia também visitou o ator, na segunda-feira 15

ela é vista com certa frequência próxima à capela do hospital, no piso intermediário do bloco C. As orações pedem pelo filho e pelo marido, ambos atingidos pelo mesmo mal. “Ela está passando por um momento difícil. A mãe dela está bem idosa e tem dificuldades decorrentes da idade. O marido, com proble-mas no fígado e no pâncreas. E agora... Não é a favor da natureza que uma mãe acompanhe uma doença grave de um filho”, disse o genro dela, Umberto. Apenas no domingo 14 é que Heloísa deixou o filho e saiu acompanhada do diretor de teatro José Possi Neto. “Saímos para ela se divertir um pouco”, declarou Possi Neto no retorno ao hospital, às 19h30.

Sintomas e diagnósticoGianecchini descobriu o linfoma não-

Hodgkin após iniciar um tratamento contra uma forte faringite em julho. Na primeira semana de agosto, durante as baterias de exames, a suspeita de que o inchaço nos gânglios no pescoço fosse algo mais sério ganhou força. O câncer foi confirmado pelo ator na quarta-feira 10. Em comunicado oficial da Rede Globo, Giane assumiu a doença. “Estou pronto para a luta. Conto com o carinho e o amor de todos vocês.”

O linfoma não-Hodgkin possui mais de 40 subtipos e costuma ser agressivo e de rápida evolução entre os mais jovens. No caso de Giane, acredita-se que o linfoma esteja em estágio inicial, mas há controvér-sias na determinação sobre a qual subtipo pertence. Amostras dos exames foram envia-dos ao Hospital de Harvard, nos Estados Unidos, para ajudar na identificação. “Mas até eles pediram mais um tempo porque também estão com dificuldades no diagnós-tico”, confirmou o médico David Uip.

O início da quimioterapia está atrelado à completa recuperação da infecção na garganta do ator, que tem lhe causado dores frequentes. “A previsão é de ele que termine com os anti-bióticos na quarta-feira 17. Aí é só esperar. JO

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COLEGAS GLOBAIS MANDAM BOAS VIBRAÇÕES PARA REYNALDO GIANECCHINI:

“O Giane é um querido. É uma pessoa superlegal e bacana. Tenho certeza que vai superar isso”Marcelo Serrado

“Torço muito por ele e acho que vai sair dessa por inteiro. É um cara muito legal e vai continuar bonito e saudável”Dan Stulbach

“Como todo o Brasil, que está comovido com essa surpresa, quero dizer para Giane que ele vai sair dessa mais exuberante, forte e saudável. É uma provação de vida”Wolf Maya

“Desejo muita força para ele. E quanto mais energia positiva todo mundo puder mandar, melhor. Estamos na torcida por ele e tenho certeza de que vai sair dessa” Sophie Charlotte

“O que posso dizer é que desejo a ele toda saúde, luz. Ele vai ver que tudo isso acaba bem. Tem que ter paciência, pois tudo passa”Dalton Vigh

“Nem imagino como seja passar por um momento como esse. Tenho certeza de que ele vai sair ainda mais forte dessa, sendo a pessoa maravilhosa que é. Um cara do bem, que só merece energia boa”Malvino Salvador

“O Giane é para cima, um cara positivo. Desejo que ele se recupere logo. Porque ele não merece passar por isso”Susana Vieira

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‘‘Ele é muito abençoado. Nunca vi nem convivi com uma pessoa com essa capacidade de conduzir tudo com paciência e tranquilidade’’Umberto Vignardi, cunhado do ator

Gianecchini ao lado de Erik Marmo, em cena de Cruel, peça que foi cancelada por conta da doença do ator

Heloísa Gianecchini, mãe do ator, raramente sai do hospital e estava

ao lado filho na hora em que ele recebeu o

diagnóstico de linfoma

Marília Gabriela, é a visita mais frequente.

Na quarta-feira 10, apesar de abalada, ela

afirmou que o ex-marido estava bem

A atriz Claudia Raia também visitou o ator, na segunda-feira 15

ela é vista com certa frequência próxima à capela do hospital, no piso intermediário do bloco C. As orações pedem pelo filho e pelo marido, ambos atingidos pelo mesmo mal. “Ela está passando por um momento difícil. A mãe dela está bem idosa e tem dificuldades decorrentes da idade. O marido, com proble-mas no fígado e no pâncreas. E agora... Não é a favor da natureza que uma mãe acompanhe uma doença grave de um filho”, disse o genro dela, Umberto. Apenas no domingo 14 é que Heloísa deixou o filho e saiu acompanhada do diretor de teatro José Possi Neto. “Saímos para ela se divertir um pouco”, declarou Possi Neto no retorno ao hospital, às 19h30.

Sintomas e diagnósticoGianecchini descobriu o linfoma não-

Hodgkin após iniciar um tratamento contra uma forte faringite em julho. Na primeira semana de agosto, durante as baterias de exames, a suspeita de que o inchaço nos gânglios no pescoço fosse algo mais sério ganhou força. O câncer foi confirmado pelo ator na quarta-feira 10. Em comunicado oficial da Rede Globo, Giane assumiu a doença. “Estou pronto para a luta. Conto com o carinho e o amor de todos vocês.”

O linfoma não-Hodgkin possui mais de 40 subtipos e costuma ser agressivo e de rápida evolução entre os mais jovens. No caso de Giane, acredita-se que o linfoma esteja em estágio inicial, mas há controvér-sias na determinação sobre a qual subtipo pertence. Amostras dos exames foram envia-dos ao Hospital de Harvard, nos Estados Unidos, para ajudar na identificação. “Mas até eles pediram mais um tempo porque também estão com dificuldades no diagnós-tico”, confirmou o médico David Uip.

O início da quimioterapia está atrelado à completa recuperação da infecção na garganta do ator, que tem lhe causado dores frequentes. “A previsão é de ele que termine com os anti-bióticos na quarta-feira 17. Aí é só esperar. JO

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COLEGAS GLOBAIS MANDAM BOAS VIBRAÇÕES PARA REYNALDO GIANECCHINI:

“O Giane é um querido. É uma pessoa superlegal e bacana. Tenho certeza que vai superar isso”Marcelo Serrado

“Torço muito por ele e acho que vai sair dessa por inteiro. É um cara muito legal e vai continuar bonito e saudável”Dan Stulbach

“Como todo o Brasil, que está comovido com essa surpresa, quero dizer para Giane que ele vai sair dessa mais exuberante, forte e saudável. É uma provação de vida”Wolf Maya

“Desejo muita força para ele. E quanto mais energia positiva todo mundo puder mandar, melhor. Estamos na torcida por ele e tenho certeza de que vai sair dessa” Sophie Charlotte

“O que posso dizer é que desejo a ele toda saúde, luz. Ele vai ver que tudo isso acaba bem. Tem que ter paciência, pois tudo passa”Dalton Vigh

“Nem imagino como seja passar por um momento como esse. Tenho certeza de que ele vai sair ainda mais forte dessa, sendo a pessoa maravilhosa que é. Um cara do bem, que só merece energia boa”Malvino Salvador

“O Giane é para cima, um cara positivo. Desejo que ele se recupere logo. Porque ele não merece passar por isso”Susana Vieira

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Capa

O oncologista Sérgio Simon, uma das maiores autoridades em câncer, explica a doença:

Como o linfoma afeta o organismo?É um câncer das células linfáticas, que são células brancas que fazem a defesa do nosso organismo contra infecções externas. Estas células começam a se multiplicar de maneira desordenada.Ele se inicia nos linfonodos, que são essas ínguas que a gente tem na virilha, na axila, no pescoço e dentro do tronco. A primeira coisa que você faz quando tem o diagnóstico é saber qual a extensão do linfoma. Isso é feito através de exames e biópsia, inclusive da medula óssea. O tratamento é a quimioterapia.

Quais os sintomas mais comuns?Na maioria dos casos não há sintomas além do crescimento dos gânglios. Em alguns casos, há febre, sudorese noturna e a perda de peso. A gente sempre classifica os linfomas em A (sem sinto-mas), ou B. A maioria é A. Há dois grandes grupos de linfoma: lin-foma de Hodgkin e os não-Hodgkins.

Qual a diferença entre os dois grupos?São doenças diferentes. Até o linfoma não-Hodgkin é um linfoma subdividido hoje em dia em mais de 40 subtipos. Alguns muito diferentes uns dos outros em tudo, em apresentação clínica, em tratamento proposto, em idade que eles afetam. O nome linfoma é um nome de um grupo enorme de doenças. Alguns deles, os linfomas nodulares, chamados de baixo grau, muitas vezes são doenças que não progridem ao longo de muitos anos. Enquanto outros tumores, como os de célula B, que eu acho que deve ser o que ele tem, pela idade dele, são de evolução rápida e agressiva.

Há fatores de risco para desenvolver a doença?Existe claro. O HIV é um deles e a imunossupressão, que é, por exemplo, pessoas que foram transplantadas e que usam imunos-supressores para não rejeitar o transplante. Depois há alguns vírus que aumentam o risco. O da hepatite C é um deles. Há infecção por vírus HTLV1, um vírus endêmico que foi descrito primeiro nas ilhas do Caribe e depois no Japão. Mas, o HIV e os imunossuprimi-dos são os grandes alvos dos linfomas. Os pacientes com HIV frequentemente têm linfoma. Até porque eles estão com a imuni-dade baixa e os vírus entram com facilidade. A gente acredita que a maioria dos linfomas é causado por agentes infecciosos.

Entenda o linfoma

Colaboraram: POLIANA COSTA, ROSÂNGELA HONOR E SAMIA MAZZUCCO (RJ)

‘‘A previsão é de que ele termine com os

antibióticos na quarta-feira 17. Assim que

soubermos o sobrenome deste tumor (...)

saberemos a quantidade de sessões de

quimioterapia’’Dr. David Uip, infectologista

Assim que soubermos o sobrenome deste tumor será feita a proposta terapêutica e saberemos a quantidade de sessões de quimioterapia necessárias”, explicou Uip. Giane poderá ser liberado e ir para casa tão logo faça a primeira sessão. “Ele é bem preparado e não está assustado, mas não temos previsão de alta. Ainda desconhecemos o estágio da doença.”

As causas do linfoma não são conhecidas, mas existem fatores que aumentam o risco de se desenvolver a doença. “Pacientes que sofreram transplante e tomaram imunosu-pressor para evitar a rejeição, o que baixa a imunidade, e os portadores do HIV. Estes são os maiores alvos do linfoma”, explicou o oncologista Sérgio Simon, uma das maiores auto-ridades do assunto no País (leia mais no box na pág. 37). As hipóteses foram devidamente checadas – e afastadas –, segundo atestou o próprio Uip. “Ele não tem HIV. Quando descobrimos uma doença como essa, fazemos vários exames e investigamos todas as possibilidades. Ele não apresenta nenhuma outra doença além do linfoma.”

“Ele é um touro!”Durante toda sua internação, o ator tem recebido o apoio

de amigos, familiares e fãs. Na quinta-feira 11, à noite, Claudia Raia esteve no hospital para visitar o amigo, com quem pretende contracenar no musical Cabaret, previsto para outubro deste ano. “Ele está ótimo! É um touro!”, brin-cou ela na saída, que voltou três dias depois. Na véspera, a ex-mulher do ator, a jornalista Marília Gabriela, se recusou a conversar com os repórteres. “Ele está bem, mas acho uma indelicadeza falar deste assunto”, disse.

Muito querido, Giane reservou a antesala do quarto 925 para abrigar as flores e os presentes que tem recebido. Até pílulas de Frei Galvão foram enviadas para o ator. Mensagens de apoio não param de chegar em seu mail. Na festa da novela Fina Estampa, na quinta 11, no Rio, diversos artistas do elenco declararam o apoio ao colega. “Tenho certeza de que ele vai sair dessa ainda mais forte, sendo a pessoa mara-vilhosa que é”, desejou outro galã, Malvino Salvador.

Perto do hospital, no bairro dos Jardins, onde Giane mora, sua ausência já é sentida. E lamentada. “Ele vem aqui

pelo menos duas vezes por semana. A última vez foi há 15 dias, com a mãe e a irmã. Estava com uma cara ótima, super animado”, contou um garçom de um dos restaurantes prefe-ridos dele na região. No dia 27 de julho, o ator esteve na Galeria de Arte Aplicada e comprou um quadro. “Foi educa-do, sorridente, nos recebeu em sua casa e indicou onde queria a tela. Ficamos arrasados com a notícia”, atestou Sabina De Libman, dona do espaço.

No teatro da Faap, onde encenava a peça com os atores Erik Marmo e Maria Manoela desde o dia 27 de junho, a procura na bilheteria para a troca de ingressos e devolução do dinheiro tem sido menor do que a esperada. “Teve gente que não quis trocar o bilhete. Dizem que querem ver a peça quando o Giane voltar. Ele ficou muito feliz quando soube disso”, conta Célia. Sua recu-peração tem a crença do público e de todos os que o cercam. Uma fé quase cega, destinada a todos os ídolos autênticos, fruto de uma adoração por sua dedicação e obstinação em vencer suas “batalhas”. Uma força de vontade que merece aplausos.

Si eugiamcor sum dolor sustrud dolenissed min ut autat, consequat ut esed dolore

No alto, Gianecchini com a colega de elenco de Cruel, Maria Manoela, em 27 de junho. Ela foi vê-lo na sexta-feira 12 (acima)

A atriz Nicette Bruno também

visitou o galã na sexta-feira 12

Na quinta-feira 11, o infectologista David Uip saiu

à porta do hospital para comentar o caso com a

imprensa: “Gianecchini está tratando um processo

infeccioso na garganta por meio de antibióticos”

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O oncologista Sérgio Simon, uma das maiores autoridades em câncer, explica a doença:

Como o linfoma afeta o organismo?É um câncer das células linfáticas, que são células brancas que fazem a defesa do nosso organismo contra infecções externas. Estas células começam a se multiplicar de maneira desordenada.Ele se inicia nos linfonodos, que são essas ínguas que a gente tem na virilha, na axila, no pescoço e dentro do tronco. A primeira coisa que você faz quando tem o diagnóstico é saber qual a extensão do linfoma. Isso é feito através de exames e biópsia, inclusive da medula óssea. O tratamento é a quimioterapia.

Quais os sintomas mais comuns?Na maioria dos casos não há sintomas além do crescimento dos gânglios. Em alguns casos, há febre, sudorese noturna e a perda de peso. A gente sempre classifica os linfomas em A (sem sinto-mas), ou B. A maioria é A. Há dois grandes grupos de linfoma: lin-foma de Hodgkin e os não-Hodgkins.

Qual a diferença entre os dois grupos?São doenças diferentes. Até o linfoma não-Hodgkin é um linfoma subdividido hoje em dia em mais de 40 subtipos. Alguns muito diferentes uns dos outros em tudo, em apresentação clínica, em tratamento proposto, em idade que eles afetam. O nome linfoma é um nome de um grupo enorme de doenças. Alguns deles, os linfomas nodulares, chamados de baixo grau, muitas vezes são doenças que não progridem ao longo de muitos anos. Enquanto outros tumores, como os de célula B, que eu acho que deve ser o que ele tem, pela idade dele, são de evolução rápida e agressiva.

Há fatores de risco para desenvolver a doença?Existe claro. O HIV é um deles e a imunossupressão, que é, por exemplo, pessoas que foram transplantadas e que usam imunos-supressores para não rejeitar o transplante. Depois há alguns vírus que aumentam o risco. O da hepatite C é um deles. Há infecção por vírus HTLV1, um vírus endêmico que foi descrito primeiro nas ilhas do Caribe e depois no Japão. Mas, o HIV e os imunossuprimi-dos são os grandes alvos dos linfomas. Os pacientes com HIV frequentemente têm linfoma. Até porque eles estão com a imuni-dade baixa e os vírus entram com facilidade. A gente acredita que a maioria dos linfomas é causado por agentes infecciosos.

Entenda o linfoma

Colaboraram: POLIANA COSTA, ROSÂNGELA HONOR E SAMIA MAZZUCCO (RJ)

‘‘A previsão é de que ele termine com os

antibióticos na quarta-feira 17. Assim que

soubermos o sobrenome deste tumor (...)

saberemos a quantidade de sessões de

quimioterapia’’Dr. David Uip, infectologista

Assim que soubermos o sobrenome deste tumor será feita a proposta terapêutica e saberemos a quantidade de sessões de quimioterapia necessárias”, explicou Uip. Giane poderá ser liberado e ir para casa tão logo faça a primeira sessão. “Ele é bem preparado e não está assustado, mas não temos previsão de alta. Ainda desconhecemos o estágio da doença.”

As causas do linfoma não são conhecidas, mas existem fatores que aumentam o risco de se desenvolver a doença. “Pacientes que sofreram transplante e tomaram imunosu-pressor para evitar a rejeição, o que baixa a imunidade, e os portadores do HIV. Estes são os maiores alvos do linfoma”, explicou o oncologista Sérgio Simon, uma das maiores auto-ridades do assunto no País (leia mais no box na pág. 37). As hipóteses foram devidamente checadas – e afastadas –, segundo atestou o próprio Uip. “Ele não tem HIV. Quando descobrimos uma doença como essa, fazemos vários exames e investigamos todas as possibilidades. Ele não apresenta nenhuma outra doença além do linfoma.”

“Ele é um touro!”Durante toda sua internação, o ator tem recebido o apoio

de amigos, familiares e fãs. Na quinta-feira 11, à noite, Claudia Raia esteve no hospital para visitar o amigo, com quem pretende contracenar no musical Cabaret, previsto para outubro deste ano. “Ele está ótimo! É um touro!”, brin-cou ela na saída, que voltou três dias depois. Na véspera, a ex-mulher do ator, a jornalista Marília Gabriela, se recusou a conversar com os repórteres. “Ele está bem, mas acho uma indelicadeza falar deste assunto”, disse.

Muito querido, Giane reservou a antesala do quarto 925 para abrigar as flores e os presentes que tem recebido. Até pílulas de Frei Galvão foram enviadas para o ator. Mensagens de apoio não param de chegar em seu mail. Na festa da novela Fina Estampa, na quinta 11, no Rio, diversos artistas do elenco declararam o apoio ao colega. “Tenho certeza de que ele vai sair dessa ainda mais forte, sendo a pessoa mara-vilhosa que é”, desejou outro galã, Malvino Salvador.

Perto do hospital, no bairro dos Jardins, onde Giane mora, sua ausência já é sentida. E lamentada. “Ele vem aqui

pelo menos duas vezes por semana. A última vez foi há 15 dias, com a mãe e a irmã. Estava com uma cara ótima, super animado”, contou um garçom de um dos restaurantes prefe-ridos dele na região. No dia 27 de julho, o ator esteve na Galeria de Arte Aplicada e comprou um quadro. “Foi educa-do, sorridente, nos recebeu em sua casa e indicou onde queria a tela. Ficamos arrasados com a notícia”, atestou Sabina De Libman, dona do espaço.

No teatro da Faap, onde encenava a peça com os atores Erik Marmo e Maria Manoela desde o dia 27 de junho, a procura na bilheteria para a troca de ingressos e devolução do dinheiro tem sido menor do que a esperada. “Teve gente que não quis trocar o bilhete. Dizem que querem ver a peça quando o Giane voltar. Ele ficou muito feliz quando soube disso”, conta Célia. Sua recu-peração tem a crença do público e de todos os que o cercam. Uma fé quase cega, destinada a todos os ídolos autênticos, fruto de uma adoração por sua dedicação e obstinação em vencer suas “batalhas”. Uma força de vontade que merece aplausos.

Si eugiamcor sum dolor sustrud dolenissed min ut autat, consequat ut esed dolore

No alto, Gianecchini com a colega de elenco de Cruel, Maria Manoela, em 27 de junho. Ela foi vê-lo na sexta-feira 12 (acima)

A atriz Nicette Bruno também

visitou o galã na sexta-feira 12

Na quinta-feira 11, o infectologista David Uip saiu

à porta do hospital para comentar o caso com a

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26 IstoÉGente 22/8/2011 – 623

Relacionamento

Do primeiro beijo ao sonho de casamento na Jamaica, os bastidores exclusivos do namoro de um mês da top IsabelI Fontana com o empresário Rohan MaRley. e tudo ao som da trilha sonora do pai dele, o cantor bob Marley

O aniversáriO de 28 anOs de isabeli Fontana tinha tudo para ser como os ante-riores. desde os 18 anos, a top comemora a data no mesmo destino, a Jamaica. no início de julho, ela seguiu para a cidade de Portland com quatro amigas, mas desta vez, tinha um encontro especial marcado por lá. Há algu-mas semanas havia sido apresentada via BBM (serviço de troca de mensagens por celular) a rohan Marley pelas amigas, as também modelos ana Beatriz Barros e Jeíza Cheminazzo. Como o sobrenome denuncia, o empresário, dono da marca de café orgâni-co Marley Coffee, é filho do maior nome da música da Jamaica, o cantor Bob Marley. “Pelas mensagens vimos que tínhamos muito em comum e ele sugeriu que nos víssemos pelo skype (link de comunicação via inter-net). Falamos por horas e rolou um interesse de nos conhecermos pessoalmente. Perguntei porque ele não ia me ver na Jamaica.”

O primeiro encontro foi em 8 de julho. “Quando olhei nos olhos dela vi algo muito forte. nos conectamos por energia”, contou rohan, que um mês depois aterrissou no Brasil para passar uma semana ao lado de isabeli e conhecer sua família. até a sessão de fotos para a revista do shopping iguatemi,

Bela Megale e Simone Blanes

FOtOs Henrique Gendre

one heart…One love,

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Relacionamento

Do primeiro beijo ao sonho de casamento na Jamaica, os bastidores exclusivos do namoro de um mês da top IsabelI Fontana com o empresário Rohan MaRley. e tudo ao som da trilha sonora do pai dele, o cantor bob Marley

O aniversáriO de 28 anOs de isabeli Fontana tinha tudo para ser como os ante-riores. desde os 18 anos, a top comemora a data no mesmo destino, a Jamaica. no início de julho, ela seguiu para a cidade de Portland com quatro amigas, mas desta vez, tinha um encontro especial marcado por lá. Há algu-mas semanas havia sido apresentada via BBM (serviço de troca de mensagens por celular) a rohan Marley pelas amigas, as também modelos ana Beatriz Barros e Jeíza Cheminazzo. Como o sobrenome denuncia, o empresário, dono da marca de café orgâni-co Marley Coffee, é filho do maior nome da música da Jamaica, o cantor Bob Marley. “Pelas mensagens vimos que tínhamos muito em comum e ele sugeriu que nos víssemos pelo skype (link de comunicação via inter-net). Falamos por horas e rolou um interesse de nos conhecermos pessoalmente. Perguntei porque ele não ia me ver na Jamaica.”

O primeiro encontro foi em 8 de julho. “Quando olhei nos olhos dela vi algo muito forte. nos conectamos por energia”, contou rohan, que um mês depois aterrissou no Brasil para passar uma semana ao lado de isabeli e conhecer sua família. até a sessão de fotos para a revista do shopping iguatemi,

Bela Megale e Simone Blanes

FOtOs Henrique Gendre

one heart…One love,

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protagonizada pela modelo e dirigida pelo stylist Luís Fiod na terça-feira 9, foi acompa-nhada pelo jamaicano que, dos bastidores, não desgrudava os olhos apaixonados da nova namorada. ela retribuía sempre com um beijo nos intervalos entre um clique e outro. em seu apartamento na zona sul de são Paulo, a modelo fala com exclusividade à Gente sobre o futuro desta história de amor.

Primeiro beijo“no dia em que rohan chegou à Jamaica

levei um susto. estava almoçando com as minhas amigas numa praia e ele saiu do carro todo marrentão. Me perguntei: ‘O que eu fiz?’’. Mas não demorou para que a sensação de arrependimento se transformasse em outro sentimento. “Começamos a nos soltar, fluiu a conversa e veio aquela energia positi-va. depois entramos no meu carro e ele per-guntou: ‘você gosta do que vê?’. eu disse que sim. ele pediu um beijo. eu disse: ‘Como assim?’. ele respondeu ‘não estou brincando. vim até a Jamaica por uma razão: conhecer você’”. eu o beijei e nos apaixonamos.” O namoro começou no mesmo dia, 8 de julho. O número, aliás, é considerado mágico pelo casal, que se reencontrou em 8 de agosto, quando rohan aterrissou no Brasil para ficar uma semana com isabeli e conhecer sua família. “Falo que demoramos oito minutos para nos conectar”, brinca a top.

Em famíliaassim que chega da escola, o filho caçula

de isabeli, Lucas, 4 anos, corre até a gaiola do pássaro roque para colocá-lo no seu ombro. Minutos depois, pega a mesma caca-tua de seu braço e passa para o de rohan. Como retribuição, recebe um carinho na cabeça e o apelido de “little soldier”, “peque-no soldado”, em inglês.

do outro lado da mesa, isabeli observa os primeiros contatos entre o filho e o namora-do e comenta: “não deixo meus filhos, Zion e Lucas, conhecerem qualquer um. Falei para as crianças que eu estava namorando o tio rô. demora um pouco para aceitar, porque são muito novos. isso vai acontecer natural-mente. ele foi muito carinhoso, também tem filhos. Mas só passou três dias com os meni-nos desta vez”, diz ela.

Almas gêmeasisabeli nunca acreditou em almas gêmeas,

até conhecer rohan. em um mês de namoro ela já tem a convicção de que encontrou a sua cara metade. “nos entendemos nos mínimos detalhes. Foi um encontro de almas. É muito diferente de tudo que já vivi antes. eu falo que o amo e ele responde que me ama mais. rohan é a melhor pessoa que já conheci. É algo perfeito, pois temos os mesmos valores de vida. Gostamos da simplicidade, da natu-

Relacionamento

reza. vivemos para fazer o bem”. e foi a partir desse encontro que o equilíbrio entrou na vida da modelo. “estou equilibrada emocio-nalmente. nunca fui assim. Confio nele. Me sinto no paraíso, vivendo uma calma, uma paz, algo que nunca tive.”

Casamentoantes de embarcarem no avião no

aeroporto de Congonhas para isabeli apre-sentar sua mãe a rohan em Florianópolis, eles fazem uma parada no shopping iguatemi. no caminho, ela brinca com o namorado. “amor, lá, vou mostrar o anel de noivado que quero ganhar.” sim, apesar da relação recente, o casamento já é cogitado pelo casal. “Quando você está com uma pes-soa quer naturalmente casar, ter filhos. as coisas acontecem. Claro que toparia me ves-tir de noiva e casar na Jamaica, por que não? sou romântica, sonhadora”, diz isabeli.

Bob MarleyO sogro, falecido em 1981, é um ícone

para a brasileira, que ganhou a primeira fita cassete com músicas de Bob Marley aos 12 anos do irmão mais velho. “Com 15 anos morei em Milão e comprei vários vídeos para ver o Bob cantando. nunca ia imaginar que namoraria o filho dele. nem sabia que Bob tinha tantos filhos”, conta ela, surpresa, ao ouvir que rohan tem 11 irmãos.

‘‘Ele pediu um beijo. Eu disse: ‘Como assim?’. Ele respondeu ‘Não estou brincando. Vim até a Jamaica por uma razão: conhecer você’.

Eu o beijei e nos apaixonamos’’Isabeli Fontana

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protagonizada pela modelo e dirigida pelo stylist Luís Fiod na terça-feira 9, foi acompa-nhada pelo jamaicano que, dos bastidores, não desgrudava os olhos apaixonados da nova namorada. ela retribuía sempre com um beijo nos intervalos entre um clique e outro. em seu apartamento na zona sul de são Paulo, a modelo fala com exclusividade à Gente sobre o futuro desta história de amor.

Primeiro beijo“no dia em que rohan chegou à Jamaica

levei um susto. estava almoçando com as minhas amigas numa praia e ele saiu do carro todo marrentão. Me perguntei: ‘O que eu fiz?’’. Mas não demorou para que a sensação de arrependimento se transformasse em outro sentimento. “Começamos a nos soltar, fluiu a conversa e veio aquela energia positi-va. depois entramos no meu carro e ele per-guntou: ‘você gosta do que vê?’. eu disse que sim. ele pediu um beijo. eu disse: ‘Como assim?’. ele respondeu ‘não estou brincando. vim até a Jamaica por uma razão: conhecer você’”. eu o beijei e nos apaixonamos.” O namoro começou no mesmo dia, 8 de julho. O número, aliás, é considerado mágico pelo casal, que se reencontrou em 8 de agosto, quando rohan aterrissou no Brasil para ficar uma semana com isabeli e conhecer sua família. “Falo que demoramos oito minutos para nos conectar”, brinca a top.

Em famíliaassim que chega da escola, o filho caçula

de isabeli, Lucas, 4 anos, corre até a gaiola do pássaro roque para colocá-lo no seu ombro. Minutos depois, pega a mesma caca-tua de seu braço e passa para o de rohan. Como retribuição, recebe um carinho na cabeça e o apelido de “little soldier”, “peque-no soldado”, em inglês.

do outro lado da mesa, isabeli observa os primeiros contatos entre o filho e o namora-do e comenta: “não deixo meus filhos, Zion e Lucas, conhecerem qualquer um. Falei para as crianças que eu estava namorando o tio rô. demora um pouco para aceitar, porque são muito novos. isso vai acontecer natural-mente. ele foi muito carinhoso, também tem filhos. Mas só passou três dias com os meni-nos desta vez”, diz ela.

Almas gêmeasisabeli nunca acreditou em almas gêmeas,

até conhecer rohan. em um mês de namoro ela já tem a convicção de que encontrou a sua cara metade. “nos entendemos nos mínimos detalhes. Foi um encontro de almas. É muito diferente de tudo que já vivi antes. eu falo que o amo e ele responde que me ama mais. rohan é a melhor pessoa que já conheci. É algo perfeito, pois temos os mesmos valores de vida. Gostamos da simplicidade, da natu-

Relacionamento

reza. vivemos para fazer o bem”. e foi a partir desse encontro que o equilíbrio entrou na vida da modelo. “estou equilibrada emocio-nalmente. nunca fui assim. Confio nele. Me sinto no paraíso, vivendo uma calma, uma paz, algo que nunca tive.”

Casamentoantes de embarcarem no avião no

aeroporto de Congonhas para isabeli apre-sentar sua mãe a rohan em Florianópolis, eles fazem uma parada no shopping iguatemi. no caminho, ela brinca com o namorado. “amor, lá, vou mostrar o anel de noivado que quero ganhar.” sim, apesar da relação recente, o casamento já é cogitado pelo casal. “Quando você está com uma pes-soa quer naturalmente casar, ter filhos. as coisas acontecem. Claro que toparia me ves-tir de noiva e casar na Jamaica, por que não? sou romântica, sonhadora”, diz isabeli.

Bob MarleyO sogro, falecido em 1981, é um ícone

para a brasileira, que ganhou a primeira fita cassete com músicas de Bob Marley aos 12 anos do irmão mais velho. “Com 15 anos morei em Milão e comprei vários vídeos para ver o Bob cantando. nunca ia imaginar que namoraria o filho dele. nem sabia que Bob tinha tantos filhos”, conta ela, surpresa, ao ouvir que rohan tem 11 irmãos.

‘‘Ele pediu um beijo. Eu disse: ‘Como assim?’. Ele respondeu ‘Não estou brincando. Vim até a Jamaica por uma razão: conhecer você’.

Eu o beijei e nos apaixonamos’’Isabeli Fontana

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Relacionamento

Rohan Marley já conheceu os filhos da namo-rada, a mãe, a avó e pensa em abrir um coffee shop de sua marca de café orgânico com o irmão de Isabeli em São Paulo. Ou seja, ele veio para ficar. Confira a entrevista dada à Gente com exclusividade.

Quer visitar algum lugar no Brasil? Não, só ficar com Isabeli.

A distância é um problema entre vocês?Não. O amor não tem barreiras. Podemos achar amor em qualquer lugar. Não importa de onde somos, há uma razão para termos nos conhecido.

O que fez no seu primeiro dia em São Paulo?Passei boa parte na casa de Isabeli. Conheci a avó dela, seus filhos e o irmão. Foi muito bom. Fomos à locadora, alugamos um filme brasileiro sobre a vida de uma prostituta, Bruna Surfistinha. É um filme ok. Você percebe a força de uma mulher que escolheu aquela vida.

Como foi seu contato com os filhos de Isabeli?Falamos um pouco, em inglês, eles fazem aula. Se amo Isabeli, devo amar seus filhos, sua mãe, sua família. Preciso dar amor a eles, mas leva algum tempo até me conhecerem.

Ela conhece sua família?Ela conheceu um dos meus filhos pelo Skype, mas não todos ainda (Rohan tem cinco filhos com a cantora americana Lauryn Hyll). Claro, irá vê-los em breve. Ainda somos um casal novo.

Pretende ter algum negócio no Brasil?Sim, minha mulher vive aqui. Quero fincar raízes no Brasil. Temos ideia de abrir um coffee shop do Marley Cofee em São Paulo. Vai ser um negó-cio em família. Preciso conversar melhor com o irmão de Isabeli, que deve ser meu sócio.

Gostaria de ter mais filhos? Sim, jogo futebol e sempre sonhei em criar um filho meu no Brasil. Assim ele pode admirar Pelé e se tornar um grande jogador de futebol. É um sonho.

Por que começou a plantar café?Meu pai tinha o sonho de voltar a viver na fazenda e sempre disse que eu faria isso. Não sabia nada sobre café, plantar, até quando comecei o negócio, em 1999.

“Quero fincar raiz no brasil”

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Rohan Marley já conheceu os filhos da namo-rada, a mãe, a avó e pensa em abrir um coffee shop de sua marca de café orgânico com o irmão de Isabeli em São Paulo. Ou seja, ele veio para ficar. Confira a entrevista dada à Gente com exclusividade.

Quer visitar algum lugar no Brasil? Não, só ficar com Isabeli.

A distância é um problema entre vocês?Não. O amor não tem barreiras. Podemos achar amor em qualquer lugar. Não importa de onde somos, há uma razão para termos nos conhecido.

O que fez no seu primeiro dia em São Paulo?Passei boa parte na casa de Isabeli. Conheci a avó dela, seus filhos e o irmão. Foi muito bom. Fomos à locadora, alugamos um filme brasileiro sobre a vida de uma prostituta, Bruna Surfistinha. É um filme ok. Você percebe a força de uma mulher que escolheu aquela vida.

Como foi seu contato com os filhos de Isabeli?Falamos um pouco, em inglês, eles fazem aula. Se amo Isabeli, devo amar seus filhos, sua mãe, sua família. Preciso dar amor a eles, mas leva algum tempo até me conhecerem.

Ela conhece sua família?Ela conheceu um dos meus filhos pelo Skype, mas não todos ainda (Rohan tem cinco filhos com a cantora americana Lauryn Hyll). Claro, irá vê-los em breve. Ainda somos um casal novo.

Pretende ter algum negócio no Brasil?Sim, minha mulher vive aqui. Quero fincar raízes no Brasil. Temos ideia de abrir um coffee shop do Marley Cofee em São Paulo. Vai ser um negó-cio em família. Preciso conversar melhor com o irmão de Isabeli, que deve ser meu sócio.

Gostaria de ter mais filhos? Sim, jogo futebol e sempre sonhei em criar um filho meu no Brasil. Assim ele pode admirar Pelé e se tornar um grande jogador de futebol. É um sonho.

Por que começou a plantar café?Meu pai tinha o sonho de voltar a viver na fazenda e sempre disse que eu faria isso. Não sabia nada sobre café, plantar, até quando comecei o negócio, em 1999.

“Quero fincar raiz no brasil”

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SUSTENTABILIDADE tem a ver com inclusão social, condições humanas de trabalho, preservação da cultura e do meio ambiente e, acredite, com moda e

beleza também. Conceitos como reciclagem e valorização de produtos orgânicos e naturais nunca estiveram tão em alta, e o mundo fashion está ativo em querer salvar o planeta e pensar nas gerações futuras. Por isso, a con-sultora de moda e empresária Chiara Gadaleta criou o Instituto Ser Sustentável com Estilo, o #SSE, em parceria com a designer carioca Viviane Martins. “Meu maior objetivo é que esses temas virem naturais e que as próximas gerações não precisem questioná-los. Por enquanto, o que quero é levantar discussões sobre todos esses assuntos e mudar a ideia de que moda sustentável é uma coisa feia, chata, pobrinha. Dá para fazer coisas lindas e super- estilosas. É a única maneira de as pessoas se conscientizarem”, disse Chiara, que dedicou quatro anos para as pesquisas do projeto.

Além de desenvolver peças criadas com materiais reciclados e tecidos feitos com algodão orgânico, o instituto incentiva a troca de experiências e procura ligar etapas da produção para promover a sustentabili-dade, a economia criativa e a capacitação das pessoas envolvidas. Para tanto, Chiara realiza palestras, workshops e exposições. “Mais do que moda, é realmente uma rede se conectando a favor do bem-estar.

Com o Instituto Ser Sustentável com Estilo, a empresária de moda CHIARA GADALETA mostra que é possível ser fashion e respeitar o planeta

Simone Blanes

PATROCÍNIO:

algodãoorgânico

Job: 260659 -- Empresa: Burti -- Arquivo: 260659-20067-AF-1.03 X 1.03-SELO GE-JOB. 847.019.11-CA-OBS 01_pag001.pdfRegistro: 30383 -- Data: 18:59:07 03/06/2011

“Quero é levantar discussões sobre todos esses assuntos e mudar a ideia de que moda sustentável é uma coisa feia, chata, pobrinha”, diz Chiara

Muito além doSustentabilidade

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Hey, mr. DJO jeito de morar do ex-piloto Raul Boesel e da mulher, Deborah, revela as paixões de um casal em sintonia fina. Clima esotérico e house music convivem em harmonia sob o mesmo teto

ESTILO CASApor Silviane Neno

Na foto principal, Deborah e Raul na mira da cachorra Nana na sala de estar. Acima, a coleção de réplicas de carros de corrida de Raul

Thalita Peres

fotos Marcelo Navarro/Ag. IstoÉ

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Hey, mr. DJO jeito de morar do ex-piloto Raul Boesel e da mulher, Deborah, revela as paixões de um casal em sintonia fina. Clima esotérico e house music convivem em harmonia sob o mesmo teto

ESTILO CASApor Silviane Neno

Na foto principal, Deborah e Raul na mira da cachorra Nana na sala de estar. Acima, a coleção de réplicas de carros de corrida de Raul

Thalita Peres

fotos Marcelo Navarro/Ag. IstoÉ

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ESTILO CASA

Não que eles façam o estilo hippie, mas o clima da casa é mesmo de paz e amor. Juntos há quase dez anos, o ex-piloto de corrida Raul Boesel e a ex-modelo Deborah Cesco vivem em um apartamento de 380 m2 em uma rua sem saída no bairro do morumbi, como dois namorados que acabaram de se conhecer. Na real, o cenário do primeiro encontro foi bem diferente da vibe de Woodstok. “eu trabalhava na Daslu e via sempre o Raul por lá. Na época do Natal nos aproximamos e nunca mais nos separamos”, contou Deborah.

mãe de três filhos – larissa, lívia e enrico – e ele, pai de dois – Raulzinho e Gabriela – de casamentos anteriores, a dupla resolveu juntar caixas postais um ano depois do início do relacionamento. a turma toda junta ainda tem a companhia da cachorra Nana, da raça akita, pela mãe Guilhermina, e os filhotes Gordinha e DJ, da raça Dachshund.

os dez ambientes do apê, que ocupa andar inteiro do prédio, têm pegada forte na década de 60. “tenho um lado esotérico forte, por isso a maioria dos objetos é voltada para proteção. além de colocar as técnicas do feng shui em prática.” olhos gregos, pimen-tas vermelhas e imagens de santos são vistos em todos os cantos. “um dos presentes mais legais que ganhei do Raul foi a estátua de

6362 IstoÉGente 22/8/2011 – 623

O divã da sala de estar é o favorito dos cachorros do casal. No criado mudo indiano, mais proteção

Acima, o decór com perfume exótico-hippie. Raul em seu estúdio particular. De piloto a DJ

Iemanjá, que fica ao lado da piscina. Veio diretamente de trancoso”, complementou.

Depois que deixou as pistas, o agora DJ Raul Boesel se encontrou na música eletrônica. e é no estúdio, construído ao lado da academia de ginástica, que ele passa boa parte do seu dia criando sets e mixando. mas a memória automobilística do curitibano está toda lá. troféus, quadros e homenagens estão expostos no escritório e na academia particular. No quarto do filho Raulzinho estão alguns dos capacetes usados por Raul durante os mais de 30 anos de corridas.

Presentes de amigos queridos também foram incorporados ao décor. Na parede em cima do bar, os destaques são os qua-dros criados com exclusividade para Raul por Gustavo Rosa e Romero Britto. “No corredor, tem uma pintura que ganhei de Ron Wood (guitarrista da banda Rolling Stones). ele mesmo que desenhou”, contou Boesel. No escritório, um porta-retrato mostra o encontro do então piloto com o ex-Beatles George Harrison, em foto de 1992 durante a fórmula Indy.

o terraço é o espaço de relax, especialmente quando eles recebem os amigos em agradáveis almoços sem hora para acabar. a culpa, lógico, é a trilha sonora. Com Raul nas pick-ups, quem pensa em ir embora?

É ali também que está o maior achado de decoração para a dona da casa. “queríamos um tapete persa, que não fosse puxado para o vermelho. um certo dia, achei a peça no site mercado livre por uma pechincha. mas não consegui com-prar porque o sistema travou”, conta Deborah. Dias depois a peça em tons de azul desembarcou no apartamento do morumbi. Coisa de quem tem a casa abençoada.

Post-it

Canto favorito:

Divã da sala de estar

Achado de décor:

Tapete persa comprado

pela internet

Sonho de consumo:

Lareira embutida no piso

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ESTILO CASA

Não que eles façam o estilo hippie, mas o clima da casa é mesmo de paz e amor. Juntos há quase dez anos, o ex-piloto de corrida Raul Boesel e a ex-modelo Deborah Cesco vivem em um apartamento de 380 m2 em uma rua sem saída no bairro do morumbi, como dois namorados que acabaram de se conhecer. Na real, o cenário do primeiro encontro foi bem diferente da vibe de Woodstok. “eu trabalhava na Daslu e via sempre o Raul por lá. Na época do Natal nos aproximamos e nunca mais nos separamos”, contou Deborah.

mãe de três filhos – larissa, lívia e enrico – e ele, pai de dois – Raulzinho e Gabriela – de casamentos anteriores, a dupla resolveu juntar caixas postais um ano depois do início do relacionamento. a turma toda junta ainda tem a companhia da cachorra Nana, da raça akita, pela mãe Guilhermina, e os filhotes Gordinha e DJ, da raça Dachshund.

os dez ambientes do apê, que ocupa andar inteiro do prédio, têm pegada forte na década de 60. “tenho um lado esotérico forte, por isso a maioria dos objetos é voltada para proteção. além de colocar as técnicas do feng shui em prática.” olhos gregos, pimen-tas vermelhas e imagens de santos são vistos em todos os cantos. “um dos presentes mais legais que ganhei do Raul foi a estátua de

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O divã da sala de estar é o favorito dos cachorros do casal. No criado mudo indiano, mais proteção

Acima, o decór com perfume exótico-hippie. Raul em seu estúdio particular. De piloto a DJ

Iemanjá, que fica ao lado da piscina. Veio diretamente de trancoso”, complementou.

Depois que deixou as pistas, o agora DJ Raul Boesel se encontrou na música eletrônica. e é no estúdio, construído ao lado da academia de ginástica, que ele passa boa parte do seu dia criando sets e mixando. mas a memória automobilística do curitibano está toda lá. troféus, quadros e homenagens estão expostos no escritório e na academia particular. No quarto do filho Raulzinho estão alguns dos capacetes usados por Raul durante os mais de 30 anos de corridas.

Presentes de amigos queridos também foram incorporados ao décor. Na parede em cima do bar, os destaques são os qua-dros criados com exclusividade para Raul por Gustavo Rosa e Romero Britto. “No corredor, tem uma pintura que ganhei de Ron Wood (guitarrista da banda Rolling Stones). ele mesmo que desenhou”, contou Boesel. No escritório, um porta-retrato mostra o encontro do então piloto com o ex-Beatles George Harrison, em foto de 1992 durante a fórmula Indy.

o terraço é o espaço de relax, especialmente quando eles recebem os amigos em agradáveis almoços sem hora para acabar. a culpa, lógico, é a trilha sonora. Com Raul nas pick-ups, quem pensa em ir embora?

É ali também que está o maior achado de decoração para a dona da casa. “queríamos um tapete persa, que não fosse puxado para o vermelho. um certo dia, achei a peça no site mercado livre por uma pechincha. mas não consegui com-prar porque o sistema travou”, conta Deborah. Dias depois a peça em tons de azul desembarcou no apartamento do morumbi. Coisa de quem tem a casa abençoada.

Post-it

Canto favorito:

Divã da sala de estar

Achado de décor:

Tapete persa comprado

pela internet

Sonho de consumo:

Lareira embutida no piso

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Entrevista

Caroline CeliCo, a mulher do jogador KaKá, assume que não deixa o marido cuidar de afazeres domésticos como trocar as fraldas da filha isabella, de 3 meses, diz que adora ir ao supermercado comprar temperos em Madri e fala do disco de música religiosa que acaba de lançar no Brasil

A imAgem de meninA de certo recato confere. Fala pausada porém articulada, tom baixo, discretamente vestida. Caroline Celico nada tem a ver com o estereótipo das mulhe-res de jogador de futebol, quase sempre espa-lhafatosas – para dizer o mínimo. Pudera, nascida na classe média alta paulistana, ela é filha da empresária Rosângela Lyra, embaixa-dora da grife francesa dior no Brasil. A linha-gem a diferencia tanto quanto sua postura ao lado do marido, o meio-campista Kaká, do time espanhol Real madrid. em sua mais recente passagem por São Paulo, Caroline veio divulgar seu disco, que tem o seu nome, em sua estreia como cantora de um estilo de música que ela define como um pop de deus. A experiência será única: ela não pre-tende desenvolver a carreira, gravar um novo disco, fazer shows, nada disso. Aos 24 anos, ela só quer cuidar dos dois filhos – Lucas, de 3 anos, e a recém-chegada isabella, de 3 meses –, e de Kaká. em troca por tamanha devoção, conseguiu que o jogador vencesse a timidez e gravasse uma música com ela. “ele o fez como prova de amor”, conta. A seguir, ela fala da rotina em madri, do disco, da polêmica saída do casal da igreja Renascer e de sua vocação para cuidar da casa e liberar o marido das tarefas domésticas.

Como convenceu o Kaká a cantar?Pensei que seria mais difícil. mas ele o fez como uma prova de amor, sabe? A agenda dele é muito complicada e reservou apenas uma tarde para a participação no Cd e no dVd. Antes da gravação no estúdio ele recebeu algumas instruções e gravamos a música. mesmo com muito ensaio, possi-velmente nunca cantaria como um profis-sional, porque a profissão dele é outra.

Pretende fazer shows?não.

Como foi o rompimento de vocês com a Igreja Renascer?eu não vou falar de motivos. Ficamos mui-tos anos lá e chegou um tempo que a gente viu que já era suficiente. então, optamos por sair, mas temos muita gratidão pelas pessoas que nos ajudaram ali. Fizemos muitos amigos.

Bruna Narcizo

FotoS Pedro Dias/Agência IstoÉ

Esposaà moda antiga

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Entrevista

Caroline CeliCo, a mulher do jogador KaKá, assume que não deixa o marido cuidar de afazeres domésticos como trocar as fraldas da filha isabella, de 3 meses, diz que adora ir ao supermercado comprar temperos em Madri e fala do disco de música religiosa que acaba de lançar no Brasil

A imAgem de meninA de certo recato confere. Fala pausada porém articulada, tom baixo, discretamente vestida. Caroline Celico nada tem a ver com o estereótipo das mulhe-res de jogador de futebol, quase sempre espa-lhafatosas – para dizer o mínimo. Pudera, nascida na classe média alta paulistana, ela é filha da empresária Rosângela Lyra, embaixa-dora da grife francesa dior no Brasil. A linha-gem a diferencia tanto quanto sua postura ao lado do marido, o meio-campista Kaká, do time espanhol Real madrid. em sua mais recente passagem por São Paulo, Caroline veio divulgar seu disco, que tem o seu nome, em sua estreia como cantora de um estilo de música que ela define como um pop de deus. A experiência será única: ela não pre-tende desenvolver a carreira, gravar um novo disco, fazer shows, nada disso. Aos 24 anos, ela só quer cuidar dos dois filhos – Lucas, de 3 anos, e a recém-chegada isabella, de 3 meses –, e de Kaká. em troca por tamanha devoção, conseguiu que o jogador vencesse a timidez e gravasse uma música com ela. “ele o fez como prova de amor”, conta. A seguir, ela fala da rotina em madri, do disco, da polêmica saída do casal da igreja Renascer e de sua vocação para cuidar da casa e liberar o marido das tarefas domésticas.

Como convenceu o Kaká a cantar?Pensei que seria mais difícil. mas ele o fez como uma prova de amor, sabe? A agenda dele é muito complicada e reservou apenas uma tarde para a participação no Cd e no dVd. Antes da gravação no estúdio ele recebeu algumas instruções e gravamos a música. mesmo com muito ensaio, possi-velmente nunca cantaria como um profis-sional, porque a profissão dele é outra.

Pretende fazer shows?não.

Como foi o rompimento de vocês com a Igreja Renascer?eu não vou falar de motivos. Ficamos mui-tos anos lá e chegou um tempo que a gente viu que já era suficiente. então, optamos por sair, mas temos muita gratidão pelas pessoas que nos ajudaram ali. Fizemos muitos amigos.

Bruna Narcizo

FotoS Pedro Dias/Agência IstoÉ

Esposaà moda antiga

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E agora pensam em ir para alguma outra igreja?não.

Sua mãe resistiu no começo à sua entrada na religião, certo?ela não foi a favor. Fui criada na igreja Católica. Quando conheci o Kaká, nunca tinha ouvido falar em evangélicos. depois que passei a frequentar a dele, passei a bater muita boca com minha mãe. teve um momento de imaturidade, eu tinha 15 anos. Passei por situações chatas com ela. Hoje eu sou mãe e vejo que foi um zelo dela de não deixar ir para o caminho errado. nada mais. Ter uma mãe embaixadora de marca de luxo, um aspecto mais material da vida, não gera um conflito entre a Bíblia e o Louboutin?em qualquer lugar e em qualquer área pro-fissional há pessoas buscando a deus e fazer o bem ao próximo. eu creio que deus sempre olha o nosso coração e a nossa dis-posição em ajudar o próximo, com ou sem Louboutins, mas sempre com a inspiração da Bíblia.

Como é a rotina em Madri?eu gosto de nadar, faço pilates. eu não gosto de pegar nada pesado, correr, fazer marato-na, isso não é comigo. mas, alongamento, esse tipo de coisa eu gosto.

Vão à igreja lá?o Kaká nunca frequentou igreja nestes oito anos fora do Brasil. Sempre buscou mensa-gens na internet, estudou... A gente ajuda um ao outro, ora junto, conversa quando estamos no carro, no banho...

Fica muito sozinha?Fico. desde que eu conheço o Kaká, fico muito sozinha. São dois jogos por semana, então quatro dias fora. Sobram três. dos três, tem treino, tem foto, entrevista, alguma coisa. É como um executivo que volta tarde da noite para casa. É muito complicado porque não é só abrir mão da esposa, agora é abrir mão de dois filhos.

E o que faz nesse tempo longe?eu me dedico a cuidar do Luca e agora da isabella também. eu amo ir para o supermercado, amo cozinhar, comprar ingredientes diferentes, aromas asiáticos... Mas você tem amigas?em madri eu tenho menos. em milão eu tinha mais amiza-des porque eu fiz faculdade lá, trabalhei. tenho uma ou outra amizade, tanto de espanholas, como de brasileiras que eu conheci lá.

Vocês frequentam a casa dos outros jogadores?o Kaká tem mais amizade com o marcelo (jogador brasilei-ro do Real Madrid), que tem até um filhinho pequeno. ele também é amigo do Cristiano Ronaldo, mas ele tem namo-rada e outro tipo de vida.

Qual o passeio preferido da trupe?Adoramos levar o Luca para o Zoológico. ele adora bicho. tirar leite de vaca. A isabella nasceu assim, era para ela nascer uma semana depois. ela adiantou uma semana, por-que eu fui mostrar como tirava o leite da vaca para o Luca em uma fazenda depois de uma estrada de terra. tive con-trações o dia todo e à meia-noite daquele dia, entrei em trabalho de parto.

Como ele é como pai?Quando está em casa, ele é superpresente. gosta de fazer bagunça, pular em cima da cama e fazer cabana com lençol e travesseiro para o Luca. ele é um paizão. mas não deixo trocar fraldas, porque não precisa. eu não cobro isso. não quero que ele faça coisa chata quando está em casa.

‘‘Ele (Kaká) é um paizão. Mas não deixo trocar fraldas, porque não precisa. Eu não cobro isso. Não quero que ele faça coisa chata quando está em casa’’

Entrevista

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52 IstoÉGente 22/8/2011 – 623 53

E agora pensam em ir para alguma outra igreja?não.

Sua mãe resistiu no começo à sua entrada na religião, certo?ela não foi a favor. Fui criada na igreja Católica. Quando conheci o Kaká, nunca tinha ouvido falar em evangélicos. depois que passei a frequentar a dele, passei a bater muita boca com minha mãe. teve um momento de imaturidade, eu tinha 15 anos. Passei por situações chatas com ela. Hoje eu sou mãe e vejo que foi um zelo dela de não deixar ir para o caminho errado. nada mais. Ter uma mãe embaixadora de marca de luxo, um aspecto mais material da vida, não gera um conflito entre a Bíblia e o Louboutin?em qualquer lugar e em qualquer área pro-fissional há pessoas buscando a deus e fazer o bem ao próximo. eu creio que deus sempre olha o nosso coração e a nossa dis-posição em ajudar o próximo, com ou sem Louboutins, mas sempre com a inspiração da Bíblia.

Como é a rotina em Madri?eu gosto de nadar, faço pilates. eu não gosto de pegar nada pesado, correr, fazer marato-na, isso não é comigo. mas, alongamento, esse tipo de coisa eu gosto.

Vão à igreja lá?o Kaká nunca frequentou igreja nestes oito anos fora do Brasil. Sempre buscou mensa-gens na internet, estudou... A gente ajuda um ao outro, ora junto, conversa quando estamos no carro, no banho...

Fica muito sozinha?Fico. desde que eu conheço o Kaká, fico muito sozinha. São dois jogos por semana, então quatro dias fora. Sobram três. dos três, tem treino, tem foto, entrevista, alguma coisa. É como um executivo que volta tarde da noite para casa. É muito complicado porque não é só abrir mão da esposa, agora é abrir mão de dois filhos.

E o que faz nesse tempo longe?eu me dedico a cuidar do Luca e agora da isabella também. eu amo ir para o supermercado, amo cozinhar, comprar ingredientes diferentes, aromas asiáticos... Mas você tem amigas?em madri eu tenho menos. em milão eu tinha mais amiza-des porque eu fiz faculdade lá, trabalhei. tenho uma ou outra amizade, tanto de espanholas, como de brasileiras que eu conheci lá.

Vocês frequentam a casa dos outros jogadores?o Kaká tem mais amizade com o marcelo (jogador brasilei-ro do Real Madrid), que tem até um filhinho pequeno. ele também é amigo do Cristiano Ronaldo, mas ele tem namo-rada e outro tipo de vida.

Qual o passeio preferido da trupe?Adoramos levar o Luca para o Zoológico. ele adora bicho. tirar leite de vaca. A isabella nasceu assim, era para ela nascer uma semana depois. ela adiantou uma semana, por-que eu fui mostrar como tirava o leite da vaca para o Luca em uma fazenda depois de uma estrada de terra. tive con-trações o dia todo e à meia-noite daquele dia, entrei em trabalho de parto.

Como ele é como pai?Quando está em casa, ele é superpresente. gosta de fazer bagunça, pular em cima da cama e fazer cabana com lençol e travesseiro para o Luca. ele é um paizão. mas não deixo trocar fraldas, porque não precisa. eu não cobro isso. não quero que ele faça coisa chata quando está em casa.

‘‘Ele (Kaká) é um paizão. Mas não deixo trocar fraldas, porque não precisa. Eu não cobro isso. Não quero que ele faça coisa chata quando está em casa’’

Entrevista

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Ensaio

A russada vezAnnA SeleznevA foi descoberta há apenas quatro anos, em uma lanchonete Mc Donald’s, e já está entre as principais top models do mundo. em passagem pelo Brasil, ela fala como faz para manter os pés no chão e do sonho de ser cantora

Simone Blanes

fotos Henrique Gendre/Mint

Edição dE moda Luis Fiod

Em São Paulo, Anna comeu churrasco,

tomou cerveja e passeou pelo bairro

dos Jardins

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Ensaio

A russada vezAnnA SeleznevA foi descoberta há apenas quatro anos, em uma lanchonete Mc Donald’s, e já está entre as principais top models do mundo. em passagem pelo Brasil, ela fala como faz para manter os pés no chão e do sonho de ser cantora

Simone Blanes

fotos Henrique Gendre/Mint

Edição dE moda Luis Fiod

Em São Paulo, Anna comeu churrasco,

tomou cerveja e passeou pelo bairro

dos Jardins

Page 24: ISTOÉ Gente 623

É quasE uma guErra fria. quem tem as modelos mais tops do mundo, Brasil ou rússia? se do lado de cá nasceram gisele Bündchen, raquel Zimmermann, isabeli fontana, alessandra ambrósio e adriana Lima, das frias terras russas vieram Natalia Vodianova, sasha Pivovarova, Valentina Zelyaeva e irina shayk. mais recentemente, o time foi reforçado por anna selezneva, 21 anos. Em quatro anos de carreira, a loira se tornou uma das profissionais mais desejadas do universo fashion e hoje é a número 12 no ranking do site models.com. “acho que as russas e as brasileiras estão empatadas nisso”, opina a top, que falou à Gente durante rápi-da passagem pelo País, no início de agosto.

a consultora de moda gloria Kalil dá sua visão da concorrência: “a rússia tem como característica as mulheres loiras com os maxilares quadrados, que são bastante desejadas pela moda. a diferença é que no Brasil também temos mulheres assim, e nos enquadramos em qualquer outro tipo de mulher que a moda possa pedir no momen-to”, diz ela.

anna, entretanto, mais do que se compa-rar às colegas latinas, prefere ressaltar a semelhança entre a capital paulista, onde esteve pela primeira vez, e sua cidade natal. “gostei do pouco que vi em são Paulo por-que me lembra moscou, são ambas cosmo-politas. E os brasileiros são como os russos porque amam seu país. Não vi coisas ruins por aqui e ainda vou voltar e ir para a amazônia, uma vontade que tenho desde criança”, conta ela, que passeou pelo bairro dos Jardins na companhia de Luis fiod, stylist da agência miNt, que a convidou para estrelar a campanha da grife de acessórios santa Lolla, da qual ele é o diretor criativo.

“Estão me tratando muito bem. Já fui na loja das Havaianas, onde comprei dois pares porque aqui dá para customizar. E fui comer churrasco. a carne é muito gostosa. E tam-bém provei a cerveja brasileira”, diz.

Garota-família queridinha do renomado fotógrafo

steven meisel e da todo-poderosa editora de moda da Vogue Paris, Emmanuelle alt, que a colocou na lista das 30 top models mais importantes e definitivas da década de 2000, anna teve um começo difícil, como a maio-

‘‘Mesmo estando do outro lado do mundo,

não deixo de falar com eles (os pais)

todos os dias. E sempre que dá vou para casa, porque é

onde recarrego as minhas energias’’

Ensaio

ria das modelos. Em 2007, foi descoberta em uma lanchone-te mcdonald’s por um olheiro, que a levou para Paris. Lá enfrentou muitas dificuldades financeiras e passava dias e dias em infindáveis castings para conquistar seu lugar ao sol. Na primeira temporada de desfiles, se deslumbrou: “acho que não estava preparada psicologicamente e me empolgava demais ao conhecer grandes estilistas”, lembra. No ano seguinte, a maré virou a seu favor e, com a ajuda de Emmanuelle, conseguiu ser uma das estrelas de um desfile da Balmain. Logo depois fechou exclusividade com a Yves saint Laurent e daí para as capas de revistas e campanhas poderosas foi um pulo. “foi aí que a minha carreira realmen-te começou. atualmente, anna é estrela da Versace, Emporio armani e ralph Lauren Collections e dos perfumes da guerlain. “fora do set anna é uma pessoa delicada e doce. quando começa a fotografar se transforma em uma mulher extremamente forte. além de ter olhos incríveis, com uma cor linda, e expressivos, que transmitem força e sensualida-de, ela se movimenta muito bem”, comenta Luis fiod.

E o deslumbramento inicial de anna deu lugar ao equi-líbrio. a modelo é adepta da ioga e faz questão de manter os pés no chão. “ficar pensando que tem de chegar ao topo pode deixar as pessoas loucas. o que me faz feliz é saber que ainda tenho muito trabalho pela frente e que posso mostrar quem eu realmente sou. É isso que importa. se eu tivesse ligado para tudo que falaram de mim, para todas as críticas, não estaria onde estou”, diz.

outro apoio fundamental é o da família. Ela nunca passa mais do que dois meses longe do pai, russo, e da mãe, ame-ricana, que vivem em moscou. “mesmo estando do outro lado do mundo, não deixo de falar com eles todos os dias. E sempre que dá, vou para casa, porque é onde recarrego as minhas energias. Eu preciso disso.”

Na rússia, anna só não se interessa pela política. “o país já melhorou muito, mas tem muita sujeira, e isso me incomo-da”. anna prefere mesmo é seguir em frente com sua carreira de sucesso e buscar realizar seus sonhos: “ainda vou ser can-tora. E também tenho desejo de ser mãe. amo crianças e quando me casar quero ter um menino e uma menina”, diz ela, que ainda está em busca de seu príncipe encantado.

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É quasE uma guErra fria. quem tem as modelos mais tops do mundo, Brasil ou rússia? se do lado de cá nasceram gisele Bündchen, raquel Zimmermann, isabeli fontana, alessandra ambrósio e adriana Lima, das frias terras russas vieram Natalia Vodianova, sasha Pivovarova, Valentina Zelyaeva e irina shayk. mais recentemente, o time foi reforçado por anna selezneva, 21 anos. Em quatro anos de carreira, a loira se tornou uma das profissionais mais desejadas do universo fashion e hoje é a número 12 no ranking do site models.com. “acho que as russas e as brasileiras estão empatadas nisso”, opina a top, que falou à Gente durante rápi-da passagem pelo País, no início de agosto.

a consultora de moda gloria Kalil dá sua visão da concorrência: “a rússia tem como característica as mulheres loiras com os maxilares quadrados, que são bastante desejadas pela moda. a diferença é que no Brasil também temos mulheres assim, e nos enquadramos em qualquer outro tipo de mulher que a moda possa pedir no momen-to”, diz ela.

anna, entretanto, mais do que se compa-rar às colegas latinas, prefere ressaltar a semelhança entre a capital paulista, onde esteve pela primeira vez, e sua cidade natal. “gostei do pouco que vi em são Paulo por-que me lembra moscou, são ambas cosmo-politas. E os brasileiros são como os russos porque amam seu país. Não vi coisas ruins por aqui e ainda vou voltar e ir para a amazônia, uma vontade que tenho desde criança”, conta ela, que passeou pelo bairro dos Jardins na companhia de Luis fiod, stylist da agência miNt, que a convidou para estrelar a campanha da grife de acessórios santa Lolla, da qual ele é o diretor criativo.

“Estão me tratando muito bem. Já fui na loja das Havaianas, onde comprei dois pares porque aqui dá para customizar. E fui comer churrasco. a carne é muito gostosa. E tam-bém provei a cerveja brasileira”, diz.

Garota-família queridinha do renomado fotógrafo

steven meisel e da todo-poderosa editora de moda da Vogue Paris, Emmanuelle alt, que a colocou na lista das 30 top models mais importantes e definitivas da década de 2000, anna teve um começo difícil, como a maio-

‘‘Mesmo estando do outro lado do mundo,

não deixo de falar com eles (os pais)

todos os dias. E sempre que dá vou para casa, porque é

onde recarrego as minhas energias’’

Ensaio

ria das modelos. Em 2007, foi descoberta em uma lanchone-te mcdonald’s por um olheiro, que a levou para Paris. Lá enfrentou muitas dificuldades financeiras e passava dias e dias em infindáveis castings para conquistar seu lugar ao sol. Na primeira temporada de desfiles, se deslumbrou: “acho que não estava preparada psicologicamente e me empolgava demais ao conhecer grandes estilistas”, lembra. No ano seguinte, a maré virou a seu favor e, com a ajuda de Emmanuelle, conseguiu ser uma das estrelas de um desfile da Balmain. Logo depois fechou exclusividade com a Yves saint Laurent e daí para as capas de revistas e campanhas poderosas foi um pulo. “foi aí que a minha carreira realmen-te começou. atualmente, anna é estrela da Versace, Emporio armani e ralph Lauren Collections e dos perfumes da guerlain. “fora do set anna é uma pessoa delicada e doce. quando começa a fotografar se transforma em uma mulher extremamente forte. além de ter olhos incríveis, com uma cor linda, e expressivos, que transmitem força e sensualida-de, ela se movimenta muito bem”, comenta Luis fiod.

E o deslumbramento inicial de anna deu lugar ao equi-líbrio. a modelo é adepta da ioga e faz questão de manter os pés no chão. “ficar pensando que tem de chegar ao topo pode deixar as pessoas loucas. o que me faz feliz é saber que ainda tenho muito trabalho pela frente e que posso mostrar quem eu realmente sou. É isso que importa. se eu tivesse ligado para tudo que falaram de mim, para todas as críticas, não estaria onde estou”, diz.

outro apoio fundamental é o da família. Ela nunca passa mais do que dois meses longe do pai, russo, e da mãe, ame-ricana, que vivem em moscou. “mesmo estando do outro lado do mundo, não deixo de falar com eles todos os dias. E sempre que dá, vou para casa, porque é onde recarrego as minhas energias. Eu preciso disso.”

Na rússia, anna só não se interessa pela política. “o país já melhorou muito, mas tem muita sujeira, e isso me incomo-da”. anna prefere mesmo é seguir em frente com sua carreira de sucesso e buscar realizar seus sonhos: “ainda vou ser can-tora. E também tenho desejo de ser mãe. amo crianças e quando me casar quero ter um menino e uma menina”, diz ela, que ainda está em busca de seu príncipe encantado.

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‘‘Ainda vou ser cantora. E também tenho desejo de ser mãe’’

Anna Selezneva veste acessórios do verão 2012 da Santa Lolla

Ensaio

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‘‘Ainda vou ser cantora. E também tenho desejo de ser mãe’’

Anna Selezneva veste acessórios do verão 2012 da Santa Lolla

Ensaio

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

A vida da atriz Mônica Carvalho teve grande reviravolta. Agora, de volta à Globo, tem cuidado redobrado com o corpoPaola DeodoroFOTOS Carlos Prates

RENOVAÇÃO TOTAL

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

A vida da atriz Mônica Carvalho teve grande reviravolta. Agora, de volta à Globo, tem cuidado redobrado com o corpoPaola DeodoroFOTOS Carlos Prates

RENOVAÇÃO TOTAL

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

No spa L’Occitane, ela experimenta banhar-se em um ofurô de pedra. No Japão, é usado ao ar livre em um banho que se chama rotenburo

“À s vEZEs Eu rEcEbo uns torpEdos do alaor diZEndo: ‘cadÊ o mEu bEbÊ?’. Então, combinamos para dEpois dEsta novEla”

EM POUCO MAIS DE DOIS ANOS, a vida de Mônica Carvalho deu grandes reviravoltas. Ela casou com o empresário Alaor Paris Junior e mudou do Rio de Janeiro para São Paulo. Passou por três emissoras e até pintou o cabelo de loiro! De volta à Globo, para o elenco de Fina Estampa, a atriz tem se cuidado bastante. Por isso, adorou o convite para conhecer o Spa L’Occitane em Campos do Jordão. “Vivo uma fase de renovação, de resgate. Estou perdendo os quilinhos que ganhei com a mudança para São Paulo, voltei a ser morena – porque tenho a alma morena –, e estou voltando para a casa onde comecei a minha carreira”, contabiliza.

Em meio aos perfumados pés de lavanda que enfeitam o centro de beleza, a atriz, que adora curtir o friozinho das montanhas com o marido, contou como foi sua volta para a Rede Globo. “De repente, recebi dois convites. O primeiro foi de Roberto Talma para a readap-tação de O Astro, mas eu ainda estava envolvi-da com o SBT. Em seguida, o Wolf Maia me chamou para Fina Estampa. Era mesmo para eu voltar”, comemora.

Entre um revigorante banho em um ofurô de pedra e uma relaxante massagem balinesa, Mônica revelou mais um projeto: quer engra-vidar no ano que vem. Mãe de Yaclara, de 6 anos, fruto de seu casamento com Armindo Júnior, revela que está se sentindo preparada para mais um filho. Isso sem contar a pressão do marido. “Às vezes eu recebo uns torpedos do Alaor dizendo: ‘cadê o meu bebê?’. Então, combinamos para depois desta novela”.

Antes da massagem, Mônica falou das mudanças que a fizeram engordar. Faz dieta ortomolecular e perdeu dois quilos em 20 dias. Usa o adoçante Linea Sucralose

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

No spa L’Occitane, ela experimenta banhar-se em um ofurô de pedra. No Japão, é usado ao ar livre em um banho que se chama rotenburo

“À s vEZEs Eu rEcEbo uns torpEdos do alaor diZEndo: ‘cadÊ o mEu bEbÊ?’. Então, combinamos para dEpois dEsta novEla”

EM POUCO MAIS DE DOIS ANOS, a vida de Mônica Carvalho deu grandes reviravoltas. Ela casou com o empresário Alaor Paris Junior e mudou do Rio de Janeiro para São Paulo. Passou por três emissoras e até pintou o cabelo de loiro! De volta à Globo, para o elenco de Fina Estampa, a atriz tem se cuidado bastante. Por isso, adorou o convite para conhecer o Spa L’Occitane em Campos do Jordão. “Vivo uma fase de renovação, de resgate. Estou perdendo os quilinhos que ganhei com a mudança para São Paulo, voltei a ser morena – porque tenho a alma morena –, e estou voltando para a casa onde comecei a minha carreira”, contabiliza.

Em meio aos perfumados pés de lavanda que enfeitam o centro de beleza, a atriz, que adora curtir o friozinho das montanhas com o marido, contou como foi sua volta para a Rede Globo. “De repente, recebi dois convites. O primeiro foi de Roberto Talma para a readap-tação de O Astro, mas eu ainda estava envolvi-da com o SBT. Em seguida, o Wolf Maia me chamou para Fina Estampa. Era mesmo para eu voltar”, comemora.

Entre um revigorante banho em um ofurô de pedra e uma relaxante massagem balinesa, Mônica revelou mais um projeto: quer engra-vidar no ano que vem. Mãe de Yaclara, de 6 anos, fruto de seu casamento com Armindo Júnior, revela que está se sentindo preparada para mais um filho. Isso sem contar a pressão do marido. “Às vezes eu recebo uns torpedos do Alaor dizendo: ‘cadê o meu bebê?’. Então, combinamos para depois desta novela”.

Antes da massagem, Mônica falou das mudanças que a fizeram engordar. Faz dieta ortomolecular e perdeu dois quilos em 20 dias. Usa o adoçante Linea Sucralose

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

BELEZAAproveitando o clima inspirador de Campos do Jordão e, sobretudo do spa, Mônica Carvalho revelou alguns segredi-nhos de beleza que ajudam a manter o mesmo visual que exibia na abertura de Mulheres de Areia:

“Não consigo ser muito magra. Tenho coxa, tenho bunda. Mas estou recebendo uma ajuda preciosa de uma médica ortomolecular que refez toda a minha dieta e adicionou umas fórmulas com gengibre. Perdi 2 kg em 20 dias.”

“Adoro arroz e feijão, mas os carboidratos são restritos. Hoje vou dar uma escapadinha durante a feijoada (na casa de Gente). Mas amanhã fecho a boca de novo.”

“Jamais durmo maquiada. E passo religiosamente um creme ao redor dos olhos.”

“Incorporei proteção solar à minha maquiagem, tanto na base como no pó compacto. Uso fator 43. A minha pele tem ficado manchada com facilidade. Por isso, uma pomada com hidroquinona também entrou na minha nécessaire.”

“Estou pErdEndo os quilinhos quE

ganhEi com a mudança para são

paulo E voltando para a globo”

“Estou vivEndo uma fasE dE

rEnovação E rEsgatE. voltEi a

sEr morEna porquE tEnho a alma

morEna”

Em Campos do Jordão, Mônica e o marido,

Alaor, passearam em um Citroën AIRCROSS

Mônica Carvalho veste: CAROL NASSER, CARMEN STEFFENS, AFGHAN, FATO BÁSICO e BIA ZANY

Agradecimentos: SpA BY L’OCCITANE TORIBA

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CAMPOS DO JORDÃOMONTANHA

BELEZAAproveitando o clima inspirador de Campos do Jordão e, sobretudo do spa, Mônica Carvalho revelou alguns segredi-nhos de beleza que ajudam a manter o mesmo visual que exibia na abertura de Mulheres de Areia:

“Não consigo ser muito magra. Tenho coxa, tenho bunda. Mas estou recebendo uma ajuda preciosa de uma médica ortomolecular que refez toda a minha dieta e adicionou umas fórmulas com gengibre. Perdi 2 kg em 20 dias.”

“Adoro arroz e feijão, mas os carboidratos são restritos. Hoje vou dar uma escapadinha durante a feijoada (na casa de Gente). Mas amanhã fecho a boca de novo.”

“Jamais durmo maquiada. E passo religiosamente um creme ao redor dos olhos.”

“Incorporei proteção solar à minha maquiagem, tanto na base como no pó compacto. Uso fator 43. A minha pele tem ficado manchada com facilidade. Por isso, uma pomada com hidroquinona também entrou na minha nécessaire.”

“Estou pErdEndo os quilinhos quE

ganhEi com a mudança para são

paulo E voltando para a globo”

“Estou vivEndo uma fasE dE

rEnovação E rEsgatE. voltEi a

sEr morEna porquE tEnho a alma

morEna”

Em Campos do Jordão, Mônica e o marido,

Alaor, passearam em um Citroën AIRCROSS

Mônica Carvalho veste: CAROL NASSER, CARMEN STEFFENS, AFGHAN, FATO BÁSICO e BIA ZANY

Agradecimentos: SpA BY L’OCCITANE TORIBA

Page 34: ISTOÉ Gente 623

Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

DIV

ULG

ÃO

teatro

Na pág. ao lado, Tiago Abravanel

em cena como Tim Maia

QUASE AOS 67 ANOS, a serem completados em outu-bro, Nelson Motta ainda sente as emoções de um debutante, embora seu currículo de jornalista, produ-tor e compositor se confunda com a história da música brasileira a partir da década de 60. Autor de romances e livros sobre MPB, o escritor saboreia seu primeiro sucesso no teatro. Em cartaz no Rio, o musical Tim Maia – Vale Tudo tem texto assinado por ele, que transpôs para o palco a biografia do cantor, escrita por ele com base nos anos de amizade com o “Síndico”, lançada em 2007. “É o luxo dos luxos ver uma plateia rir e chorar com seu texto”, exulta ele em entrevista à Gente. Preparando-se para lançar A Primavera do Dragão – a Juventude de Glauber Rocha, e escrevendo em parceria com Euclydes Marinho e Denise Bandeira um seriado para a Rede Globo (sobre um presidente fictício em um país real), Nelson fala da surpresa com o talento de Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos, que vive Tim no espetáculo em interpretação fenome-nal, e conta que considera a cena musical de Belém a mais importante do Brasil no momento.

Você teve alguma participação na escolha de Tiago Abravanel para ser o intérprete do Tim?Não participei de nenhum processo de seleção do elenco. Só levei um susto quando o João (Fonseca, diretor) me disse que quem iria fazer o Tim era o neto do Silvio Santos. Pensei que fosse brincadeira. Mas, quando vi o moleque cantar, falei comigo mesmo: “É esse! Ele é o Tim”. Tiago é muito parecido com o Tim na época em que eu o conheci. Ele tinha 25 anos. O Tiago tem 23. Quando ele abre a boca para cantar em cena, acaba qualquer dúvida. Nos ensaios, eu fechava os olhos e ouvia o Tim cantando. Estou nisso há 45 anos! É difícil me enganar (risos).

Como foi a experiência de ver seu texto encenado?É uma coisa emocionante, uma maravilha! É o luxo dos luxos você ver as pessoas rindo e chorando com um texto seu. É uma emoção que eu nunca tinha vivido. Houve interferência dos herdeiros de Tim na encenação?Eles não têm o direito de vetar nada porque o espetáculo é baseado no livro e a versão final do livro foi autorizada pelos herdeiros. Eles são sócios do livro, ganham royalties em cima das vendas. O que aconteceu foi que, às vésperas da estreia, o Carmelo (Maia, um dos filhos de Tim) assistiu a um ensaio e pediu para que fosse cortada uma cena de sexo do Tim com a Adriana (Silva, última mulher do cantor). Fiquei tão puto, mas deixei para lá. A cena não ia fazer a menor falta no espetáculo. Mas eu não ligo para isso. Tudo que envolve Tim Maia tem sempre con-fusão. Ainda bem que foi somente essa.

Se Tim Maia surgisse hoje, com o mesmo talento e o mesmo tempera-mento, ele teria chance de estourar em todo o Brasil como em 1970?Acho difícil. A sociedade está mais careta, repressiva, intolerante. Dificilmente aceitaria um personagem com a liberdade e a anarquia dele. Tim Maia é palavrão, um baseado atrás do outro. Mas as pessoas riam, não se chocavam com ele. As pessoas não o levavam a sério. Hoje iam acusá-lo de falar mal disso, daquilo, de gays, de evangélicos. Tim Maia nasceu na época certa.

A que você credita o fracasso de Feiticeira, de 1975, sua primeira incursão na área teatral?

Feiticeira era um teatro musical muito intimista. O espetáculo era amoroso, não tinha nada de político. O saldo musical foi bom, mas, como espetáculo, do jeito que armei o texto, ficou muito ingênuo, muito delicado, muito familiar. E o público não se interessou por ver em cena minha intimidade com a Marília (Pêra, protagonista do musi-cal e mulher de Nelson à época). Fiquei muito traumatizado com o fra-casso. Tivemos até de hipotecar nosso apartamento para pagar as dívi-das. Acho que esse fracasso do Feiticeira até abalou nosso casamento.

Como explica o fato de a cantora Paula Fernandes ter vendido um milhão de CDs e DVDs em seis meses numa época em que a indústria do disco amarga vendas decrescentes?Talvez seja um caso muito especial. Paula é maravilhosa! Ela é um fenômeno! Ela tem personalidade dentro do estilo sertanejo. Seu DVD é pop. Paula não tem quase nada daquela coisa chata dos sertanejos. Ela tem frescor e é uma bela mulher se diferenciando num reinado masculino.

O que você ouve atualmente de interessante na música brasileira?Tenho especial encanto por esse pessoal de Belém. O novo disco da Gaby Amarantos é absolutamente sensacional. Lia Sofia também é uma cantora e compositora muito boa de lá. E, na guitarrada, Felipe Cordeiro é um cantor e compositor muito bom. É carimbó, com bom uso daquele tecladinho safado do tecnobrega. Tem também a Gang do Eletro. Ouvi também o novo disco da Marina de La Riva e acho que ela encontrou o caminho com um repertório latin chic. Ela não é cool. Mauro Ferreira

“É uma emoçãotinha vivido”

que nunca

O jornalista saboreia o sucesso do

musical sobre Tim

Maia e elege a cena

musical de Belém como

a mais interessante do Brasil na

atualidade

“É uma emoçãoNelson Motta

105

‘‘A sociedade está mais careta, repressiva, intolerante. Dificilmente aceitaria um personagem com a liberdade e a anarquia do Tim”

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Diversão & ArteAVALIA

★★★★★ INDISPENSÁVEL

★★★★ MUITO BOM

★★★ BOM

★★ REGULAR

• FRACO

DIV

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ÃO

teatro

Na pág. ao lado, Tiago Abravanel

em cena como Tim Maia

QUASE AOS 67 ANOS, a serem completados em outu-bro, Nelson Motta ainda sente as emoções de um debutante, embora seu currículo de jornalista, produ-tor e compositor se confunda com a história da música brasileira a partir da década de 60. Autor de romances e livros sobre MPB, o escritor saboreia seu primeiro sucesso no teatro. Em cartaz no Rio, o musical Tim Maia – Vale Tudo tem texto assinado por ele, que transpôs para o palco a biografia do cantor, escrita por ele com base nos anos de amizade com o “Síndico”, lançada em 2007. “É o luxo dos luxos ver uma plateia rir e chorar com seu texto”, exulta ele em entrevista à Gente. Preparando-se para lançar A Primavera do Dragão – a Juventude de Glauber Rocha, e escrevendo em parceria com Euclydes Marinho e Denise Bandeira um seriado para a Rede Globo (sobre um presidente fictício em um país real), Nelson fala da surpresa com o talento de Tiago Abravanel, neto de Silvio Santos, que vive Tim no espetáculo em interpretação fenome-nal, e conta que considera a cena musical de Belém a mais importante do Brasil no momento.

Você teve alguma participação na escolha de Tiago Abravanel para ser o intérprete do Tim?Não participei de nenhum processo de seleção do elenco. Só levei um susto quando o João (Fonseca, diretor) me disse que quem iria fazer o Tim era o neto do Silvio Santos. Pensei que fosse brincadeira. Mas, quando vi o moleque cantar, falei comigo mesmo: “É esse! Ele é o Tim”. Tiago é muito parecido com o Tim na época em que eu o conheci. Ele tinha 25 anos. O Tiago tem 23. Quando ele abre a boca para cantar em cena, acaba qualquer dúvida. Nos ensaios, eu fechava os olhos e ouvia o Tim cantando. Estou nisso há 45 anos! É difícil me enganar (risos).

Como foi a experiência de ver seu texto encenado?É uma coisa emocionante, uma maravilha! É o luxo dos luxos você ver as pessoas rindo e chorando com um texto seu. É uma emoção que eu nunca tinha vivido. Houve interferência dos herdeiros de Tim na encenação?Eles não têm o direito de vetar nada porque o espetáculo é baseado no livro e a versão final do livro foi autorizada pelos herdeiros. Eles são sócios do livro, ganham royalties em cima das vendas. O que aconteceu foi que, às vésperas da estreia, o Carmelo (Maia, um dos filhos de Tim) assistiu a um ensaio e pediu para que fosse cortada uma cena de sexo do Tim com a Adriana (Silva, última mulher do cantor). Fiquei tão puto, mas deixei para lá. A cena não ia fazer a menor falta no espetáculo. Mas eu não ligo para isso. Tudo que envolve Tim Maia tem sempre con-fusão. Ainda bem que foi somente essa.

Se Tim Maia surgisse hoje, com o mesmo talento e o mesmo tempera-mento, ele teria chance de estourar em todo o Brasil como em 1970?Acho difícil. A sociedade está mais careta, repressiva, intolerante. Dificilmente aceitaria um personagem com a liberdade e a anarquia dele. Tim Maia é palavrão, um baseado atrás do outro. Mas as pessoas riam, não se chocavam com ele. As pessoas não o levavam a sério. Hoje iam acusá-lo de falar mal disso, daquilo, de gays, de evangélicos. Tim Maia nasceu na época certa.

A que você credita o fracasso de Feiticeira, de 1975, sua primeira incursão na área teatral?

Feiticeira era um teatro musical muito intimista. O espetáculo era amoroso, não tinha nada de político. O saldo musical foi bom, mas, como espetáculo, do jeito que armei o texto, ficou muito ingênuo, muito delicado, muito familiar. E o público não se interessou por ver em cena minha intimidade com a Marília (Pêra, protagonista do musi-cal e mulher de Nelson à época). Fiquei muito traumatizado com o fra-casso. Tivemos até de hipotecar nosso apartamento para pagar as dívi-das. Acho que esse fracasso do Feiticeira até abalou nosso casamento.

Como explica o fato de a cantora Paula Fernandes ter vendido um milhão de CDs e DVDs em seis meses numa época em que a indústria do disco amarga vendas decrescentes?Talvez seja um caso muito especial. Paula é maravilhosa! Ela é um fenômeno! Ela tem personalidade dentro do estilo sertanejo. Seu DVD é pop. Paula não tem quase nada daquela coisa chata dos sertanejos. Ela tem frescor e é uma bela mulher se diferenciando num reinado masculino.

O que você ouve atualmente de interessante na música brasileira?Tenho especial encanto por esse pessoal de Belém. O novo disco da Gaby Amarantos é absolutamente sensacional. Lia Sofia também é uma cantora e compositora muito boa de lá. E, na guitarrada, Felipe Cordeiro é um cantor e compositor muito bom. É carimbó, com bom uso daquele tecladinho safado do tecnobrega. Tem também a Gang do Eletro. Ouvi também o novo disco da Marina de La Riva e acho que ela encontrou o caminho com um repertório latin chic. Ela não é cool. Mauro Ferreira

“É uma emoçãotinha vivido”

que nunca

O jornalista saboreia o sucesso do

musical sobre Tim

Maia e elege a cena

musical de Belém como

a mais interessante do Brasil na

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