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Maranduba, 1º de Junho de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 08 Destaque: Escolas da região plantam mudas no Dia da Mata Atlântica Obra da Sabesp não prejudicará acesso à cachoeira pg 03 Notícias: Arte marcial em destaque no PEF do Áurea Gengibre de Ubatuba expõe na maior feira do Brasil pg 04 Universitários aprovam roteiro de Turismo Rural na Região Artesã da Cassandoca expõe no sul do país pg 05 Dica de Turismo: Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos pg 08 Passado e futuro convivem em harmonia na divisa pg 09 Gente da Nossa História: Antonio Amorim: o homem da memória fotográfica pg 10 Curiosidade: Versões sobre a origem do Dia dos Namorados pg 11 Cultura: A primeira impressão dos índios Tupinambás pg 13 Comportamento: A História do “NEOQUETA pg 15

Jornal Maranduba News #08

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Noticias da Regiao Sul de Ubatuba

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Page 1: Jornal Maranduba News #08

Maranduba, 1º de Junho de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 08

Destaque:

Escolas da região plantam mudas no Dia da Mata AtlânticaObra da Sabesp não prejudicará acesso à cachoeira pg 03

Notícias:

Arte marcial em destaque no PEF do ÁureaGengibre de Ubatuba expõe na maior feira do Brasil pg 04

Universitários aprovam roteiro de Turismo Rural na Região Artesã da Cassandoca expõe no sul do país pg 05

Dica de Turismo:

Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos pg 08

Passado e futuro convivem em harmonia na divisa pg 09

Gente da Nossa História:

Antonio Amorim: o homem da memória fotográfica pg 10

Curiosidade:

Versões sobre a origem do Dia dos Namorados pg 11

Cultura:

A primeira impressão dos índios Tupinambás pg 13

Comportamento:

A História do “NEOQUETA pg 15

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Página 2 Jornal MARANDUBA News 1º Junho 2010

Cartas à Redação

Editado por:Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.

Caixa Postal 1524 - CEP 11675-970Fones: (12) 3843.1262 (12) 9714.5678 / (12) 7813.7563

Nextel ID: 55*96*28016e-mail: [email protected]

Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal

Responsabilidade Editorial:Emilio Campi

Colaboradores:

Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues, Camilo de Lellis Santos, Denis Ronaldo e Fernando Pedreira

Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem a opinião da direção deste informativo

EditorialCICLOVIAMoro em São Paulo, mas fre-

qüento a Praia de Maranduba mensalmente, onde permane-ço entre 12 a 15 dias no mês.

Um fato que me incomoda muito, não só como pessoa, mas como usuário, é o estado em que se encontra a ciclovia que margeia a rodovia. Sem qualquer manutenção dos ór-gãos públicos temos muitos trechos praticamente intransi-táveis, onde o mato, a terra e os galhos tomaram conta desse espaço tão útil e seguro para os ciclistas.

Devido a essa situação a maioria dos usuários acabam trafegando pelo asfalto, au-mentando o risco de acidentes.

Para solução é necessário um grande mutirão recompondo o seu leito original e consertando trechos destruídos, restabele-cendo esse bem a todos, prin-cipalmente à população local.

Edson FernandesSão Paulo, SP

Obrigado Dona Tiana LuizaQuero parabenizar o Jornal

Maranduba porque ele é tudo de bom e aproveitar para con-tar um fato que aconteceu em favor de meu neto e justamente por intermédio de uma senhora a qual vocês publicaram na edi-ção numero 06.

Num mutirão da saúde levei meu neto ao médico, o médi-co o viu e disse tudo bem! No mesmo dia, percebi algo estra-

nho com ele, meu neto não é de dormir à tarde, naquele dia dormiu muito. Ao levar no mé-dico novamente foi diagnostica-do virose. A febre continuava. A mãe temerosa levou a Ubatuba e a Caraguá, nada mudou. No desespero levou para São Se-bastião, lá ficou 15 dias inter-nado. Na sexta feira, o tio dele veio buscar o pai, porque ele estava muito ruim, desesperada comecei a pedir com fé a Nossa Senhora, a minha mãe e a Dona Tiana Luiza que por favor, não o deixasse morrer, pois tinha per-dido minha mãe recentemente.

De joelhos pedi que elas in-tercedessem junto a Deus Pai que me enviassem o neto bom. No sábado trouxeram meu filho pra casa, estávamos sem espe-rança, já que os médicos nada sabiam e podiam fazer. Meu filho sentia muitas dores, esta-va magrinho, não comia e seu olhar era de socorro. Desespe-rada, deitei com ele na cama e o abracei, chorando pedi a Dona Tiana que nos ajudasse: “Dona Tiana, a senhora que sal-vou tantas crianças com seu co-nhecimento, sua fé, me de uma luz para eu ajudar meu neto!”. Neste momento, ele convales-cido, tirou devagarzinho minha camisa, puxou meu peito para fora e começou a mamar. Per-guntei a ele se queria leite, ele disse sim. Foi aí que lembrei, no dia do mutirão havia uma mu-lher dando de mamar ao filho e meu neto viu. Ele estava, como diria dona Tiana, “Aguado”. Procurei pessoas do bairro mais experientes e pedi ajuda. Estas pessoas me ensinaram vários remédios caseiros, outros fize-ram e trouxeram a minha casa.

Quero novamente parabeni-zar o jornal pela matéria sobre Dona Tiana, ela me deu de volta meu bem mais precioso, a vida de meu neto, agradecer ainda

a pessoas maravilhosas como a Dorinha do Nilo, Maria do Pedrinho e o Sr. José Zacarias Fidencio. Hoje ele continua lin-do, tá na escola, brinca na rua, pelo quintal. Acreditei muito que Dona Tiana estivesse comi-go naquela hora, deu resultado. Muitos não acreditam, mas eu acreditei, tive fé, muita fé.

Avó Maria das Neves Silva Araribá

REUNIÃOEstamos curiosos por maiores

detalhes, sobre a Reunião reali-zada em 11/05, com a presença de quatro Secretários da Admi-nistração Municipal.

Quais foram as lideranças comunitárias que participaram desta reunião? Qual foi o critério dos convites para participação?

Quais foram as prioridades definidas?

Qual o Cronograma para a realização destas Obras e Ser-viços? (Gostaríamos de acom-panhar).

Esperamos também que não sejam reivindicações como lim-peza, capina, Coleta do Lixo, conservação de ruas, pois estes não precisam de reunião, é uma obrigação que necessita de ser feita e não de publicidade, bas-ta fazer e bem feito que tudo mundo vê.

Fernando PedreiraMaranduba

REUNIÃO (Resposta PMU)A reunião realizada no dia 11

de maio foi agendada por repre-sentantes da própria comunida-de e empresários do ramo hote-leiro. Os secretários municipais presentes à reunião foram con-vidados a participar para que pudesse haver uma conversa entre a administração e a po-pulação da região sul, com o foco voltado, prioritariamente para o Turismo e realização de

eventos na região. Quanto às prioridades definidas durante a reunião, – pavimentação, ilumi-nação, limpeza e saneamento - as mesmas foram eleitas pela comunidade, em votação.

Foi acertado que haverá uma nova reunião, quando serão aprofundados os assuntos de maior interesse, com a Prefei-tura de Ubatuba já dando um retorno quanto ao que pode ou não ser realizado, de acordo com as possibilidades orçamen-tárias e de cronograma.

Prefeitura de UbatubaAssessoria de Comunicação

A região sul de Ubatuba tem como seu principal pólo turístico e comercial a Maranduba. Todo esse potencial é desperdiçado pela falta de união da comunida-de local que ao invés de se unir, fica a mercê de esperar o próximo feriado e a próxima temporada.

Com uma participação mais efe-tiva, a Maranduba poderia ter mo-vimento o ano todo, saindo dessa sazonalidade que sufoca a grande maioria dos empresários locais. Quantos participam das associa-ções ou núcleos de interesse afins para o bem comum? A justificati-va é que não se unem porque a ação também vai beneficiar aque-les que não participam. Com esse pensamento egoísta o potencial da região se esvai por completo.

Um exemplo é a Festa da Tainha da Maranduba, realizada entre 2003 a 2008. A união das associações de bairros, comuni-dade, empresários e poder pú-blico transformou a Maranduba num excelente roteiro turístico e gastronômico.

O que aconteceu com a festa?A falta de comprometimento,

união e desinteresse político ma-taram a festa.

Várias associações estão se or-ganizando, se reativando para o bem da região. Devemos apoiar e participar desses movimentos. Temos que evitar que aquele sentimento de egoísmo fale mais alto. Se melhorar, vai melhorar para todos.

A Copa 2010 vem aí. As Eleições vem depois. A temporada ainda está longe. Vamos ficar de braços cruzados esperando “mais uma temporada” ou arregaçar as man-gas e fazer algo pela nossa região?

Emilio Campi

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Em comemoração ao Dia da Mata Atlântica, as esco-las municipais Virgina Lefreve (Maranduba) e Sebastiana Lui-za de Oliveira Prado (Araribá) realizaram o plantio de árvores nativas em suas dependências.

A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (SEMA) forne-ceu cerca de 12 mudas de ipês amarelos que foram plantadas na escola do Araribá.

Na Maranduba foram plan-tadas 3 mudas de ipê amarelo doadas pela Flora Toninhas, de Cristiano Budreckas, que teve como intermediário Luiz Inácio. Segundo a diretora Ana Paula Ferreira “Precisamos melhorar o aspecto físico do bairro que apresenta um serio comprome-timento com a sustentabilida-de, por essa razão precisamos desenvolver ações de incentivo a preservação ambiental e con-servação dos recursos naturais”.

Escolas da região plantam mudas no Dia da Mata Atlântica

O administrador da regional sul, Moralino Valim Coelho, parti-cipou das solenidades ajudando os alunos no plantio das mudas.

Mata Atlântica Quando os portugueses che-

garam aqui, em 1500, encon-traram uma extensa floresta

que cobria todo o litoral do país. Essa área verde era rica em mui-tas espécies animais e vegetais, com destaque para o pau-brasil.

A devastação teve início com a exploração do pau-brasil pou-co depois do descobrimento. Hoje a maioria da área litorâ-

nea que era coberta pela Mata Atlântica é ocupada por grandes cidades, pastos e plantações. Porém, ainda restam pedaços da floresta na Serra do Mar e na Serra da Mantiqueira, locali-zadas no sudeste do Brasil.

Apesar de estar bastante re-

duzida, a Mata Atlântica ainda é um ecossistema muito impor-tante para o país. Ela abriga muitos exemplares exclusivos de nossa fauna e flora. Por isso, existem muitas pessoas empe-nhadas em preservar o pouco que restou da floresta.

Foram plantadas mudas de ipê amarelo nas escolas Sebastiana Luiza de Oliveira Prado (Araribá) e Virgínia Lefreve (Maranduba)

Obra da Sabesp não prejudicará acesso à cachoeirasFoto: Emilio Campi

A ampliação do sistema pú-blico de abastecimento para a região de Maranduba, Sapé, Lagoinha e Sertões, no municí-pio de Ubatuba, com o objetivo de regularizar o abastecimento e melhorar o processo de trata-mento da água, não interferirá ou prejudicará as características naturais do rio, em particular, as quedas d’água de jusante.

A informação foi fornecida pelo vereador Rogério Frediani (PSDB) que recebeu o Ofício nº 27/2010 da Sabesp que infor-ma através de seu superinten-dente da Unidade de Negócio Litoral Norte, José Bosco Fer-nandes de Castro, sobre obras de implantação do abasteci-mento de água para os bairros de Maranduba e Sertão da Qui-na no município de Ubatuba.

Segundo o ofício, as obras relativas ao empreendimen-

to denominado Sistema de Abastecimento de Água de Maranduba encontram-se divi-didas em duas etapas, a saber.

A 1º etapa que compreende a execução de 1. 758m de adutora de água tratada e interligações, já encontra-se concluída desde novembro/2009;

A 2º etapa que compreende a execução de adutora de água tratada, reservatórios, estação elevatória de água tratada, a execução da captação, barra-gem, adutora de água bruta e estação tratamento de água de 150 I/s, está prevista para ser executada no período de 2012 a 2014;

O empreendimento terá um custo de R$ 18,3 milhões e irá beneficiar aproximada-mente 57.000 habitantes das regiões de Maranduba, Sapé, Lagoinha e Sertões.

A captação e a barragem se-rão executadas no Rio-Marim-bondo na cota 50m a jusante da confluência com o Rio Quebra-Pé e não interferirá ou prejudicará as características naturais do rio, em particular, as quedas d’água de jusante.

Ás áreas essenciais para a execução das obras serão ob-jetos de regularização, através de Decreto de Utilidade Pública e ação judicial, caso haja ne-cessidade.

Cabe informar ainda que o acesso do público à Cachoeira da Renata e outras áreas de recreação à jusante da bar-ragem não será prejudicado, pois a área a ser preservada como manancial de abaste-cimento de água será àquela imediatamente a montante da barragem, no ponto de captação.

“0 acesso do público à Cachoeira da Renata e outras áreas de re-creação à jusante da barragem não será prejudicado”

José Bosco Fernandes de CastroSuperintendente da Unidade de Negócio Litoral Norte

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EZEQUIEL DOS SANTOS Aconteceu no Salão da Bienal

em São Paulo, entre os dias 20 e 23/05, a Bio Brazil Fair – Na-tural Tech 2010, o maior evento profissional do mundo orgânico do país.

Com um reconhecimento in-ternacional, o evento foi reali-zado durante a Semana Nacio-nal do Alimento Orgânico, onde ofereceu amplo espaço para oportunidades de negócios à uma demanda que vem cres-cendo consideravelmente, além de palestras e orientações sobre o tema.

A Secretaria Municipal Agri-cultura, Pesca e Abastecimento, Valéria Cress Gelli, participou do evento em busca de novos con-tatos e tecnologias. O evento que foi patrocinado pelo Minis-tério da Ciência e Tecnologia, teve número recorde de visi-tantes, um sucesso de público e negócios. Da região, participou o Gengibre de Ubatuba, do Sí-

Gengibre de Ubatuba expõena maior feira do Brasil

tio Recanto da Paz do Araribá, onde apresentou os produtos e os subprodutos derivados do gengibre.

O sitio Recanto da Paz é o per-cussor das atividades em gengi-bre no município e por décadas foi à vitrine na exportação de seu produto e aproveita os even-tos e feiras na baixa temporada. Este ano ainda recebeu alunos de Turismo ao qual buscavam informações sobre o Turismo Rural na região. Anie Kamiyama, proprietária do Sitio Recanto da Paz, lembra que os produtos de Ubatuba ajudam a divulgar o município buscando mais infor-mações sobre a cidade.

Sucesso também foi a partici-pação do Sitio no Art Vale-Feira Internacional e Nacional de Cul-tura e Artesanato, realizado na cidade de São José dos Campos--SP, evento que reuniu 18 paí-ses e teve como tema a mostra de vários produtos exóticos dos países participantes da feira.

GLAUCIA CAVALCANTENos dias 15 e 16 de maio,

atletas do Kung-Fu e represen-tantes da associação Longteh participaram da última seletiva para o campeonato paulista 2010 na cidade de Barueri con-quistando o título de melhor equipe. O destaque foi para os atletas da Maranduba, que juntos somaram 14 medalhas.

Artes marciais em destaque no PEF do Áurea

O atleta Paulo Ricardo (Pajé) venceu todas as suas lutas por nocaute, sem falar no profes-sor Valdir (Xiaulong) que con-quistou cinco medalhas.

O atleta Mathews, mesmo diante de tanta gente expe-riente na sua categoria, pulou do vigésimo quinto lugar e fi-cou em terceiro, conquistando assim sua classificação.

A atleta Lara Lucas, já clas-sificada, participou como base para o estadual e acabou com duas medalhas de ouro e duas de pratas. A atleta Anashely também conseguiu sua tão sonhada classificação. Nosso atleta Carlinhos do Sanshou também se classificou em ter-ceiro. Agora estamos de ma-las prontas rumo ao paulistão. Vamos com a equipe Xiaulong em busca de uma vaga no Brasileirão.

Para maiores esclarecimen-tos entre em contado com a nossa equipe na Rua do Eixo, segunda travessa, nº07. Tel.: (12) 3849-5611 ou 9769-3538 com a Taty ou Professor Valdir ([email protected])

Profº Valdir é voluntário no Programa Escola da Família desde 2004 desenvolvendo arte marcial aos finais de se-mana das 9:00 ás 13:00.

Agradecimentos: Ubaclin, Casa de Carnes Camar e Dro-garia Renascer Maranduba.

“Tarde da Saúde” movimenta Posto de SaúdeEZEQUIEL DOS SANTOS

No ultimo dia 19, a equipe da saúde da família da Unidade de Saúde Izabel Félix dos Santos, promoveu uma tarde diferente com palestras, oficinas e ativi-dades físicas. O evento contou com cerca de 100 pessoas e foi chamado de “Tarde da Saúde”.

Importante foram as presenças da escritora Silmara Retti, autora do livro “Flash, você sabe o que eu tenho?”; da nutricionista da Secretaria Municipal da Saúde, Dra. Cláudia Rafaelli e dos edu-cadores físicos Cristiano Ely e Carla do Prado. Participaram ain-da a Dra. Sheila da Silveira Bar-bosa, Superintendente de Aten-ção Básica e o Sr. Jorge Otávio, membro do Núcleo de Educação Permanente, ambos da Secreta-ria Municipal de Saúde.

Os participantes tiveram in-formações sobre alimentação saudável, orientação sobre DST/AIDS e atividades físicas. A co-munidade e os pacientes ficaram

satisfeitos com o evento e aguar-dam mais outras atividades, que fazem à diferença na busca de uma melhor qualidade de vida e saúde no dia-a-dia de todos.

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EZEQUIEL DOS SANTOSDepois dom sucesso da par-

ticipação de produtores da re-gião na Feira Internacional de São José dos campos, a região se faz representar na VII Feira Nacional da Agricultura Fami-liar e Reforma Agrária –“Brasil Rural Contemporâneo”, que aconteceu a beira do Rio Gua-íba, no cais do Porto na cida-de de Porto Alegre, entre os dias 13 a 16 deste mês. Pas-saram pelo evento 160 mil vi-sitantes e as vendas nos 350 estandes passaram de R$ 11 milhões. Ubatuba apresentou peças em fibra de bananeira, taboa, junco, concha, cipó e fibra de coco. A artesã Neide Antunes de Sá, 53, foi a úni-ca representante quilombola do estado de São Paulo e fi-cou impressionada com a va-riedade de técnicas e traba-lhos apresentados na feira e com o grau de organização do evento. “Os índios do Amazo-nas apresentaram cada peça, cada trabalho, eram entalhes dos animais da floresta, coisa mais linda! É nessa época que o movimento em nossa cidade diminui, por isso, devemos nos organizar para buscar alterna-tivas” comenta a artesã. Neide recebeu propostas de vários locais do Brasil e do exterior, uma delas da Itália, outro foi a de ministrar cursos sobre as técnicas de utilização da fibra de bananeira aos quilombos do Rio Grande do Sul. Para a artesã foi uma oportunidade rica e muito produtiva. Na feira

foram vendidos 80% de seus produtos, o que para Neide foi um bom negócio em se tratan-do de baixa temporada. Todo o esforço é parte de um trabalho entre a Cati - Ubatuba, o Sindi-cato dos Trabalhadores e Tra-balhadoras de Ubatuba-STTR e a Associação Pólo Produtiva, também de Ubatuba. Para o engenheiro da Cati de Ubatuba, Dr. Antonio Marchiori, “trata--se de uma oportunidade para conhecer experiências de su-cesso da agricultura familiar de todo o Brasil”, comenta. A Cati, no ano passado, viabilizou a participação de Quilombolas e indígenas de Ubatuba na feira regional de Economia Solidária em Campinas. Para ele o inter-câmbio com outras vivencias é importante para o crescimen-to e formação de lideranças. As metodologias de venda e conhecimento de clientes é parte do aprendizado do Cur-

Artesã da Caçandoca expõe no sul do país

so Técnico de Turismo Rural, que é um convênio entre o STTR de Ubatuba com a Fe-deração dos Trabalhadores de São Paulo-Fetaesp e a federa-ção com o Serviço Nacional de Aprendizado Rural-SENAR. A vantagem, segundo Neide, foi a quase ausência de burocra-cia para participar do evento, bastou se inscrever, preparar as pecas e esperar. As peças foram levadas de caminhão até o evento e o artesão de avião, tudo custeado pelo governo fe-deral. O Sindicato, junto com seus parceiros, pretende fazer um levantamento dos artesãos na região a fim de estudar a possibilidade de participar em outras feiras, o que será muito importante para a geração de emprego e renda e a manuten-ção do oficio de artesão, que além de bonito é importante ferramenta da mostra da cul-tura local e regional.

Integração de comunidades quilombolas na exposição em Porto Alegre

EZEQUIEL DOS SANTOSAlunos de Engenharia

Ambiental e Elétrica da Univer-sidade São Francisco, de Campi-nas-SP, trazidos pela Educadora Ambiental, Professora Cândida Maria Baptista, participaram do 1° roteiro oficial de Turismo Rural da Região da Maranduba nos dias 22 e 23/05. As ativi-dades foram parte do aprendi-zado do Curso de Técnico em Turismo Rural que aconteceram em duas localidades. Com uma caminhada dentro da mata até o mirante do Araribá, foram apresentadas as fases de tran-sição de floresta, passando por caxetal até o mangue. Também foram mostradas as variantes de consorciamento entre his-tória, cultura, tradições e uso e manejo das roças.

O plantio direto, sistema agroflorestal, sistema rotacio-nado, o descanso da terra e os períodos de colheitas e uso da matéria prima através dos calendários naturais e religio-sos, o modo de vida de seus moradores também foram os pontos chave dos assuntos.

O almoço foi um típico frango com mandioca, acompanhado de salada e suco de maracujá, colhidos na propriedade. Inte-ressante ainda foi a atenção dos alunos dada as explicações dos guias, que tiveram o maior prazer em atendê-los.

Universitários aprovam roteiro de Turismo Rural na Região

A tarde estiveram no Ser-tão da Quina, onde puderam entender parte da orientação espacial e geográfica de que alguns moradores detém e algumas formas de se locali-zar na mata. Viram ainda um espécime raro de árvore, que aos moradores tem muito va-lor financeiro, religioso e afe-tivo, a Quina Vermelha. Um bom banho de água fria não desanimou a turma que se en-cantaram com a Cachoeira da Capelinha.

No domingo, de caiaque par-tiram da Praia da Maranduba e foram até a Ilha do Tamerão, onde receberam informações do geólogo Nilson Bernardi. Na Praia da Caçandoca, experi-mentaram o peixe com banana verde, prato típico da região.

O turismo rural é a ferramen-ta mais eficaz na geração de renda, emprego, manutenção da cultura e preservação do meio ambiente.

O Turismo Rural foi apre-sentado aos moradores pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Ubatuba para este propósito e que atra-vés de um convênio ente a Fe-deração dos Trabalhadores do Estado de São Paulo, através de um instrutor do Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural trouxe maior qualificação aos moradores de nossa região.

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FERNANDO PEDREIRAHoje não vamos falar sobre

os projetos que elaboramos, ou seja, o PDTR.

Temos um assunto atual e que se este editor me permitir vou lançar algumas perguntas à Ad-ministração Municipal de forma pública, para que também pos-sam responder da mesma forma.

Isto em virtude de uma Reunião entre a Comunida-de de meios de hospedagem e várias secretarias municipais acontecida aqui.

Seis anos de Prefeitura mais oito de Vereança não bastaram para conhecer as necessidades da nossa região? São necessá-rias reuniões? Reuniões para determinar estratégia para dimi-nuir a sazonalidade? E o Plano Municipal de Turismo?

Lanço as perguntas por que estamos cansados de reuniões, desde 1994 que usamos destas para tentarmos melhorias para nossa região e todas se torna-ram infrutíferas. A estratégia deles (governo) é esvaziar todo movimento que se organiza, dão atenção, mas nada fazem, sem avançar nas propostas o grupo acaba se dispersando.

Até quando não teremos cal-çadas para caminhar?

Até quando não vamos ter ruas para trafegar, porque o que temos aqui não pode ser chamado de rua?

Até quando não teremos espa-ços para que nossos pequenos possam brincar de velocípede?

Até quando não teremos uma ciclovia, principal meio de trans-porte desta região?

Até quando nos dirigiremos ao Posto de Saúde na incerteza de se ter um médico?

Até quando veremos projetos de captação de água e desapa-recerem os de captação e trata-mento de esgotos. Onde iremos lançar nossos resíduos? Merece uma matéria só para isso que falaremos na próxima.

Até quando veremos a Contur captar recursos neste local e não destinar um centavo pelo menos para limpar os resíduos deixa-dos pelas mal cheirosas lixeiras que tem sua retirada feita mal e porcamente pela Sanepav.

Até quando teremos que an-dar no escuro?

Vamos falar sobre turismo VIIAté quando os turistas de ex-

cursões que aqui se hospedam por três ou mais dias, muito melhores que aqueles dos na-vios que às vezes nem sequer desembarcam têm que “amas-sar barro” caminhar no leito carroçável da rodovia enquanto lá estendem tapete vermelho.

Até quando teremos que fa-zer eventos sem um local dig-no? Mesmo porque se for feita a Rotatória necessária na en-trada construída para o Sertão da Quina, ficaremos sem um quarto da praça que, diga-se de passagem, é suja mal cuidada e virou albergue. E a segurança a quem pedimos? Polícia Rodoviá-ria? Polícia Militar? Guarda Mu-nicipal?

Até quando veremos nos-sos impostos serem usados para obras ou entregue em contrapartidas para melhorias sempre no Centro da Cidade, como Píer Flutuante, Centro de Convenções, Teatro ou Cen-tro do Professorado e diversas Reurbanizações?

Até quando veremos os even-tos todos dirigidos ao Centro e os pronunciamentos de Presi-dente de Associação agradecer o fomento do comércio na Ave-nida Iperoig e quando reclama-mos da retirada das placas do corredor turístico só ficamos sabendo de uma ida ao DER de Taubaté através daquele jornalzinho que só serve para sujar as mãos e a mente das pessoas que o acessam. Resul-tado? Nenhum.

O que estão esperando para apresentar um projeto que pos-sa beneficiar a todos para resol-vermos o problema do estran-gulamento da rodovia?

Sabemos que é uma ferida que sangra e que todos têm medo de falar, mas usando das ferra-mentas que dispomos através das leis do Ministério das Cida-des como Direito de Preempção, Outorga Onerosa do Direito de Construir e Operações Urbanas Consorciadas, nesta última em seu artigo 32 Parágrafo 1º diz:

“Considera-se operação urba-na consorciada o conjunto de intervenções e medidas coorde-nadas pelo poder público mu-nicipal, com a participação dos proprietários, moradores, usuá-

rios permanentes e investidores privados, com o objetivo de al-cançar em uma área transfor-mações urbanísticas estruturais, melhorias sociais e a valorização ambiental”.

Poderíamos aí incluir o Go-verno do Estado, e o Governo Federal com um projeto bem elaborado com justificativas plausíveis e resultados espera-dos convincentes como o au-mento do fluxo de turistas que em consequência aumenta a oportunidade de negócios, em-prego e renda aumentando tam-bém a arrecadação Municipal, Estadual e Federal.

Vamos esperar o DER passar um trator por sobre as proprie-dades e dizer a todos os preju-dicados que procurem seus di-reitos?

Ver nascer uma rodovia de alta velocidade e acabar com todo o corredor turístico des-se lugar como fizeram entre Caraguá e São Sebastião?

Ver nossa comunidade a mer-cê de atropelamentos?

Temos hoje muitas áreas onde podem ser feitos investi-mentos da iniciativa privada em parceria com a pública usando das leis acima e beneficiando a todos.

Arrepia-me ver na pauta da Câmara Municipal vereador pe-dindo informações sobre possí-vel reurbanização do centro da Maranduba. O que será que nos reserva?

Chegamos a cogitar um con-curso para um projeto urbanís-tico da nossa região e já tínha-mos até alguns estudantes e professores de arquitetura in-teressados em apresentar suas propostas. Hoje são arquitetos conceituados que aqui traba-lham filhos da nossa terra. Só queriam o bem de todos.

Nunca fomos governados de-monstro isso não é uma opinião é uma constatação.

E até quando vamos esperar? Até quando a oligarquia exis-

tente no centro da nossa Cidade influenciará os nossos mandatá-rios deixando as outras regiões ao “Deus Dará”?

Até quando os Vereadores vi-rão aqui apenas para conquistar votos?

ATÉ QUANDO?

A Administração Regional Sul realizou na última semana o rebaixamento da Rua Sargento Assad Feres para que os mora-dores, com recursos próprios,

Parceria viabiliza calçamento de rua

pudessem efetuar o calçamento com bloquetes. Esta é mais uma parceria onde o poder público e a iniciativa privada podem reali-zar juntas melhorias na região.

O acumulo de lixo as mar-gens da estrada do Sertão do Ingá continua a incomodar os moradores do local. Segundo o administrador da regional sul, Moralino Valim Coelho, as pes-soas que jogam lixo no local foram advertidas para que ali somente fosse depositado mate-rial de poda, porem continuam sendo encontrados resíduos de material orgânico, plástico, gar-rafas pet, latas e outros mate-riais nocivos ao meio ambiente.

Lixo no Sertão do Ingá

Moralino afirmou que as pessoas que forem flagradas no local jogando material que não seja resultado de poda poderão ser multadas e res-ponderão processo por isso.

Caso a recomendação não seja cumprida, Moralino re-velou que entrará com recur-so junto a assessoria jurídica para que o local seja fechado com cerca, impedindo o des-pejo de qualquer natureza as margens da estrada.

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1º Junho 2010 Jornal MARANDUBA News Página 7

FERNANDO PEDREIRAParticipamos da Excursão

patrocinada pelo Sebrae de Ubatuba ao 5ª Salão de Turis-mo – Roteiros do Brasil desta vez no Anhembi – São Paulo.

Estavam presentes os Se-nhores Luiz Felipe, Secretário de Turismo; Alfredinho, jovem empresário e Presidente da As-sociação Comercial de Ubatuba e Pedro Paulo, Presidente do Conselho Municipal de Turismo. Estes sensibilizaram os partici-pantes para a importância da Feira e do Turismo em nossa Cidade, além de procurarem parcerias para o nosso turismo, o que nos deixa pouco a von-tade para externar nosso, diría-mos, desapontamento naquela que é a maior feira de Turismo do Brasil.

Porém precisamos dividir com os leitores essa frustração, esse sentimento de incapacida-de, esse sentimento de culpa, esse sentimento de inferiorida-de, não consigo carregar sozi-nho esse fardo.

Inicialmente fomos levados pela simpática monitora do Se-brae a visitar o Stand onde esta-vam os roteiros de nosso Estado, e lamentavelmente nós, o Circui-to Litoral Norte, estava ausente.

E o pior, agora na notícia divulgada pela Associação Co-mercial que deve estar estam-pada nos jornais conhecidos, aparece a Foto do Stand do Sebrae com a Legenda STAND LITORAL NORTE.

Assim a gente que recomeça-va a acreditar, percebe o por-quê não estamos lá.

Lá estavam os boxes dos se-guintes Roteiros:CIRCUITO TURÍSTICO DA MANTIQUEIRACIRCUITO TURISTICO COSTA DA MATA ATLANTICACIRCUITO TURISTICO RELI-GIOSO

ROTEIROS TURISTICOS DA REGIÃO SUL DA CIDADE DE SÃO PAULO CIRCUITO TURISTICO DAS ÁGUAS PAULISTACIRCUITO TURÍSTICO DO VALE HISTÓRICOCIRCUITO TURISTICO CA-MINHOS DO CENTRO OESTE PAULISTA

E Circuito Litoral Norte não estava, a alegação dos moni-tores do Sebrae é que faltava formatar o Roteiro.

Os que estavam presentes contavam com rico material in-clusive um DVD, fantástico.

Segundo alguns integrantes do nosso grupo, havia sim um stand do Litoral Norte, porém muitos também não o encon-traram. A julgar pela história da foto, acho que na verdade ninguém viu esse “tal stand”.

Vi notícia no Jornal Imprensa Livre que Ilhabela está presen-te, porém também não vimos.

Em contrapartida vimos Pa-raty, Angra e Búzios.

Participamos de várias feiras anteriores a essa e também al-gumas promovidas por outros órgãos como a Adventury Sport Fair, e Jornadas do Turismo Paulista e sempre lá estava o Circuito ou a Vertente Oceânica Norte, na maioria delas estava sim ausente a nossa Ubatuba, e lutamos muito para que isso não

acontecesse, como Conselheiro Regional e Vice Presidente do Conselho Municipal de Turismo, infelizmente por esse e outros motivos deixamos de participar.

Consultamos então o Guia Roteiros do Brasil 2010 e den-tre os 94 motivos para viajar pelo Brasil encontramos nossa Cidade, juntamente com as ou-tras três, no Roteiro da “Cida-de de São Paulo”, apenas uma menção diríamos honrosa.

No Guia de Pacotes Turísticos 2010 da BRAZTOA Associação Brasileira de Agências de Via-gens nenhuma das quatro.

Por que me pergunto, resul-tado da falta de entrosamento político? Resultado de políticas públicas equivocadas? Ou falta de interesse no desenvolvimen-to Sócio Econômico da nossa Cidade, pois as outras contam com outros meios de sobrevi-vência. Alguns poderiam dizer que estamos parados, Nós di-ríamos que cavalgamos para trás muitos anos.

Ao ver tantos investimentos nessa área presumimos que existem resultados e retorno certo, ao vermos as Cidades como Paraty, Angra e Búzios pensamos YES WE CAN, mas é preciso lembrar também de que QUEM SABE FAZ A HORA, e di-vido com todos essa responsa-bilidade que me tira o sono.

YES WE CAN

A cidade de Ubatuba se fez representar uma vez mais na-quele que já é considerado o evento mais significativo do turismo nacional. Contando com a união de esforços en-tre Sebrae, Prefeitura Muni-cipal e Associação Comercial de Ubatuba (ACIU), mais de 40 pessoas integrantes do Projeto Circuito Turístico Lito-ral Norte foram convidadas a participar da feira. Empresá-rios, artesãos e funcionários de empresas prestadoras de serviços turísticos puderam aproveitar da 5ª edição do Salão Nacional de Turismo que está sendo realizado dos dias 26 à 30 de maio no Pa-vilhão do Anhembi em São Paulo.

Segundo os participantes “é um evento de proporções nunca vistas”.

As primeiras edições da fei-ra foram realizadas no pavi-

Delegação de Ubatubano Salão de Turismo 2010Com a assinatura de “talentos, arte, cultura, temperos e conhecimento”, o Ministério do Turismo atinge a maturida-de na 5ª edição da feira

lhão do “Expo Center Norte”, mas com o crescimento do evento, o local foi alterado para o Pavilhão do Anhembi, o maior do Brasil.

O presidente da Associa-ção Comercial, Alfredo Cor-rea Filho, comemorou os re-sultados positivos do Salão: “Esta iniciativa do SEBRAE, em conjunto com a ACIU e a Prefeitura de Ubatuba, foi emblemática. Todos os par-ticipantes da delegação de Ubatuba ficaram realmente muito bem impressionados com a viagem, o que ampliou os horizontes e renovou a es-perança de todos. Além dis-so, fizemos contatos que nos serão muito valiosos em um futuro próximo. E isto é só o começo do extenso trabalho que a ACIU, em conjunto com seus associados e parceiros, irá conduzir nos próximos meses”, avaliou Correa.

Delegação de Ubatuba no 5º Salão Nacional de Turismo em SP

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Página 8 Jornal MARANDUBA News 1º Junho 2010

EZEQUIEL DOS SANTOSAmada por moradores tradi-

cionais e visitantes, o bairro da Tabatinga e a praia das Galhetas se formaram atra-vés das atividades de pesca, do cultivo de bananas, man-diocas, madeiras e canas que abasteciam as fazendas da região, tanto da Tabatinga, quanto da Lagoa e por vezes a da Caçandoca. Suas ruínas são a provas deste épico pe-ríodo. No cruzamento das es-tradas das Galhetas e da Pon-ta Aguda existem, dos dois lados, vestígios do que seria um armazém ainda do século XIV, é possível ver as pilastras que tinham uma particularida-de, eram rebocadas, novida-des para a época, existem ain-da o que sobrou de um duto e uma caixa para captação de água. Infelizmente quando começou o “boom” da cons-trução, muitas destas ruínas foram destruídas ou suas ba-ses estão sobre casas, que a utilizaram como plataforma.Os primeiros moradores de

que se têm notícias são os “Barra Seca”. Estudos apon-tam que eles vieram prova-velmente da região da Vila de Santo Antonio (Fazenda dos Ingleses) pela trilha que la-deava as praias. Junto a eles vieram outros moradores. Al-guns pararam no Sertão da Maranduba, Praia Grande do Bonete e Corcovado.Em 1967, pescadores da

Tabatinga e redondezas cola-boraram com as autoridades no resgate de pessoas que so-freram com a Catástrofe da época. Muitos lembram que a tarde se transformou em noi-te e uma nuvem negra havia passado pela Tabatinga rumo a Caraguatatuba. Sabendo do que poderia acontecer, se pre-pararam e na ida a Caraguá,

Praias da Tabatinga e das Galhetas: cenários atrativos e diferentes

já no Massaguaçu viam corpos misturados a galhos e paus e restos de casas boiando no mar. A cena chocou os pescadores, mas graças a eles e de outros heróis tudo foi restabelecido. Tudo documentado no DVD Caraguá – Da Catástrofe ao Pro-gresso (Litoral Virtual – 2009). Por não haver estradas, os

caminhos a beira mar e os que adentram os sertões eram constantemente utilizados, al-guns destes hoje viraram ruas ou avenidas. Uns acham que a Tabatinga é dois bairros ou um bairro divido em dois, não importa. O que sabemos é que por muito tempo os dois lados (o de Ubatuba, quanto o de Caraguatatuba) formavam um único território e que o rio não fazia distinção geográfica ou política, ao contrario, era o rio

e a praia quem mantinha os laços familiares unidos, já que toda atividade exercida passa-va pelos dois. O rio no passa-do já se chamou Rio Paraguai, hoje Tabatinga.

Os moradoresviviam dasubsistência,tirando da terrae do mar seusalimentos.

A colonização do lugar foi acelerada pelo aterro do man-gue e dos caxetais ainda no período da construção da ro-dovia federal. Antes não pas-sava de um lugar muito pacato, com meia dúzias de pequenas

casas de pau-a-pique. Os mo-radores viviam da subsistên-cia, tirando da terra e do mar seus alimentos. A colonização trata-se do Projeto Turis, que começou no governo Castelo Branco. Negociações de pro-jetos que pretendia povoar o litoral paulista construindo uma rodovia que fosse de Santos ao Rio de Janeiro com núcleos de habitantes como os bulevares franceses. Só não perceberam o numero de moradores nativos no local, o que causou conflitos, disputas de terras e perda de parte da cultura caiçara. Dos projetos originais, alguns

prosperaram, muitos sofreram mudanças, e um deles foi o do condomínio de alto padrão que se encontra a beira mar na Praia da Tabatinga. De ca-

racterísticas totalmente dife-rentes, a praia da Tabatinga e das Galhetas formam um único complexo, a primeira para acomodar os ranchos de pesca, os quiosques, as con-versas a beira mar, a pesca de arrasto, as festividades, as descidas e subidas de barcos e lanchas, os banhos de água e sol. A outra como serve como abrigo, pesca de vara, des-canso, relax, banhos calmos, contemplação, observação e até um cochilo. Serviu como embarque e desembarque de mercadorias e escravos. Hoje as Galhetas, primeira praia de Ubatuba e a Tabatinga, pri-meira de Caraguatatuba, são as divisas geográficas e polí-ticas dos dois municípios. Os acessos são geralmente por estradas. (continua...)

Praia da Tabatinga e Galhetas, a sua frente a Ilha do Tamanduá e ao fundo a ponta norte de Ilhabela

Texto: Ezequiel dos Santos - Fotos: Emilio Campi

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1º Junho 2010 Jornal MARANDUBA News Página 9

Passado e futuro convivem em harmonia na divisa do municípioAs Galhetas, uma pequena

praia de areias finas e brancas misturam-se às monazíticas, porém, a praia, que por vezes some com a maré alta, é com-posta em toda sua extensão por pequenas rochas e con-chas. Nela podemos observar ainda resquícios do cais que no passado comercializada os pro-dutos da região. Os locais po-dem ser alcançados por barcos. A área é densamente ocu-

pada nas praias e na beira da estrada, e vai se tornando mais rústica e selvagem no rumo da serra do Mar. O local localizado na divisa dos mu-nicípios de Ubatuba (21 km.) e Caraguatatuba (18 km) é muito apreciado por turistas, veranistas e moradores. Do lado do rio, a praia é ideal para crianças e para quem não sabe nadar, ou está começando. De boa balneabilidade e águas rasas, normalmente calmas é mais freqüentada por famí-lias, casais, grupos de amigos, amantes de esportes náuticos e até mesmo por observado-res de lanchas e fotógrafos. Do lado do condomínio, a

praia tem a areia mais gros-sa e sua baía fica mais movi-mentada com intenso tráfego de lanchas, jet-skis, caiaques, esqui-aquáticos, windsurfes e parasails. Em períodos de férias e temporada é comum o tráfego de helicópteros na região, são os meios de trans-portes mais utilizados pelos proprietários do condomínio. A metade da praia está cerca-da de seguranças e coqueiros que adornam o condomínio Costa Verde. Muitos dizem que o nome origina-se das areias brancas, origem esta contes-tada por documentos antigos que descrevem Tabatinga como “Barro branco”, vinda da língua Tupi. Difícil mesmo é dar

uma nota para estas belezas, mas está entre as mais belas do litoral paulista. A sua fren-te é possível avistar Ilhabela, e mais próxima, a Ilha do Tamanduá, que por vezes é possível observar algum pes-cador artesanal movimentar--se com seus apetrechos de trabalho em sua canoa. Cercada pela mata atlântica e

rodeadas por empreendimen-tos náuticos e de turismo, as duas praias oferecem experiên-cias únicas e privilegiadas. Um leque de opções para todos os gostos. Existem ainda opções de atividades de Ecoturismo no entorno das duas praias, tan-to em área de mata quanto de mergulho. Os serviços da localidade são

mais que satisfatórios. Exis-te uma boa rede de hotéis e

pousadas, mercados, marinas, mecânicas, aluguéis, quios-ques, tudo para agradar do mais luxuoso cliente aos mais simples.

O pescador,sentado à beira mar, observa as nuvens, o mar e recorda seusáureos tempos.

Olhando para o lado das Galhetas é possível obser-var uma costeira formada por uma única rocha e orna-mentada por um grande nú-mero de caraguatás, planta que deu origem ao nome de Caraguatatuba. É possível ob-

servar ainda vários pássaros. Na Tabatinga ainda é possível avistar os ubás (flechas, canas silvestres que deram origem ao nome de Ubatuba). Quem vem do mar percebe que as duas parias se unem de mãos dadas e a noite parecem na-morar. Tabatinga e Galhetas são na

atualidade os maiores empre-gadores da região. Toda esta estrutura oferece uma gama de emprego e renda, princi-palmente no ramo náutico. As duas praias servem como um grande caldeirão com suas misturas: de um lado um rit-mo frenético do vai-e-vem realizado pelo homem com seus tratores, lanchas, car-ros e a pressa de fazer tudo ao mesmo tempo. De outro lado o silencio e observação

da fauna e da flora em meio às mudanças realizadas pelo homem. O pescador sentado à beira mar observando as nu-vens, o mar e recordando seus áureos tempos. Por vezes os dois se cruzam e se misturam sem perceber, dando exemplo de boa convivência e respeito entre as partes. Isto é, de um lado o pescador tranqüilo que vai sair de canoa e espera o tempo natural para realizar a sua tarefa; de outro lado o homem urbano que espera no tempo do relógio para realizar a sua atividade de lazer. Isto sim é um espetáculo que

não combina com sujeira, lixo e destruição da fauna e flora. Parece que com esta mistura as duas praias dizem a todos: “Sejam bem vindos. É um pra-zer recebê-los!”.

O Rio Tabatinga é a divisa entre Ubatuba e Caraguatatuba. A Praia das Galhetas fica no final da estrada.

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Antonio Cruz de Amorim: o homem da memória fotográfica Página 10 Jornal MARANDUBA News 1º Junho 2010

EZEQUIEL DOS SANTOS- Seu Antonio será que a

gente pode conversar?- Entrais filho, sentais aí, vô

desligá a televisão... Do que a gente vai falar? Era assim que seu Antonio começava os assuntos. Foi um dos homens mais atualizados da sua gera-ção. Seus amigos dizem que na falta de coisas para ler, lia até bula de remédios.

Homem de presença, tan-to pela estatura quanto pela memória fotográfica de tudo ele “assuntava”. Política, gas-tronomia, geografia, história, futebol, atualidades... Tudo podia ser discutido de forma serena, calma e produtiva.

De voz calma, lia de tudo, e tudo discutia. Gostava de estar informado. Suas observações eram sempre atualizadas. Ti-nha opinião sobre vários te-mas. Dono de uma caligrafia invejável, só comparada a de seu amigo Benedito Gil do Araribá.

Em seus últimos dias ficava na varanda de casa obser-vando o vai e vem de mora-dores e crianças que iam para a escola. Quem passava não tinha a menor idéia de quem foi este homem. Por vezes parecia que as lembranças do passado o deixavam imóvel na sua poltrona. Que será que ele recordava?

Antonio Cruz de Amorim nasceu no antigo sertão da Fa-zenda Maranduba, no terceiro dia de maio de 1919. Uma criança branca e forte, filho caçula de oito irmãos, fruto do matrimônio de Joaquim Anto-nio de Amorim e Francisca Eu-frosina de Jesus, proprietários dos Sitio das Piabas, no bairro do Araribá, as margens do rio de mesmo nome.

Como todas as famílias da região, viviam da agricultura, da pesca, da caça e da coleta de frutos e ervas da mata. O sitio possuía uma grande pro-dução de cana, que abastecia a alambique tocada a água. Possuía animais de criação, mandioca, batata doce, café, laranja, banana e milho em quantidade. Grande parte era para o sustento da família, de seus empregados e para a

venda nas cidades de Ubatuba e Caraguatatuba.

Seu pai possuía a maior rede de tainhas e de fun-do da região. Não era raro a captura de 800 a 1000 tainhas com a rede. Mesmo quem não tinha dinheiro levava tainhas para casa. Até os “rosá-rios” de cabeças de tainhas eram apro-veitados. Mulheres eram contratadas ou se faziam de meeiros para a seca de tainhas, eram pilhas enormes de peixes. Havia far-tura e não tinha “ridiqueza” (mesqui-nhez).

Antonio tudo aprendia e acompanhava. Tinha uma facilidade de absorver o que acontecia em seu entorno. Ainda jovem, casou-se com Virgili-na Izaias de Amorim e deste matrimônio nasceram onze fi-lhos: Adelson, Maria Aparecida, Jacira, Ber-nadete, Ivanil, Marlene, Antonio, Maria de Fátima e Rizete, ainda vivos e os faleci-dos: Expedito e Vicente.

Com o intuito de buscar melhorias a sua família, mu-dou se para o Monte Cabrão e Itapema, na região de Santos. Lá não se adaptou, mas An-tonio teve maior contato com os homens do mar, conheceu outras estruturas e coisas que não havia chegado a Ubatuba.

Antonio foi o único a na-vegar para Santos nos bar-cos que faziam o transporte motorizado de mercadorias e pessoal. Eram os barcos: As-túrias, Valencia (Cia. Ingle-sa), São Paulo e Ubatubinha. Eram viagens de quatro dias. O trajeto era: Maranduba-São Sebastião–Maresias-Bertioga--Santos. Levavam 400 dúzias de bananas e 200 pessoas por vez. Os passageiros dormiam no barco ou em ilhas. O mes-mo trajeto a pé demorava seis dias. Na vinda enfrentou difi-culdades, mas venceu.

Foi por curto período Ins-

petor de Quarteirão da re-gião. Antonio era primo do Sr. Manoel Bernardo de Amorim, prefeito de Ubatuba até 1922, dono da Fazenda da Ressaca até 1932. Muitos ainda vi-ram as acaloradas conversas com Washington de Oliveira, ”Seu Filhinho” (ex-prefeito, ex-presidente da Câmara, farmacêutico e escritor), com quem mantinha laços estrei-tos, principalmente por conta das discussões políticas, lo-cais, regionais e nacional.

Portador de uma fé verda-deira dedicou parte de sua vida ao Lar Vicentino e ao Congregado Mariano, onde escreveu as primeiras atas existentes no bairro. Foi colunista e consultor do Jornal Maranduba (1993/1996) es-crevendo sobre história, cul-tura e a formação genealógica da população da região. Tra-balhou para o Sr. Joaquim da

Silva Magalhães por 10 anos. Morou em área da Imo-

biliária Jequitibá. Homem tranqüilo,

amigo de todos, bom pai, bom fi-lho, bom avô, bom companhei-ro e bom amigo.

Sua par-tida dei-xou mui-

ta gente triste. Sua

clareza de p e n s a m e n t o e informa-ção era sua marca regis-trada. Seus

ensinamentos t r a n s c e n d e -

ram os valores dos ensinamentos

da época. Seu etnoconhecimento ti-

nha um valor inestimável. Sua vida não foi só traba-

lho, havia muitos momen-tos de descontração. Antonio ainda partici-pava de festas, com os amigos roubavam patos na sexta-feira da

paixão e convidavam o dono do pato para comer,

depois eles pagavam o pato. Gostava de piadas, participava de mutirões, tirava sarro dos amigos.

Em meados de 1940, com a vinda de muitos religiosos, ele e João Rosa receberam a men-sagem do Padre Alemão João Bail, que teriam de buscar na Praia da Maranduba uma en-comenda. Lá viram uma caixa aberta nas laterais descer da canoa de voga que vinha de São Sebastião. Como havia muitos homens, fizeram uma espécie de “andor” e levaram a caixa pela trilha da praia até a casa de João Rosa. Havia um envelope e a única pes-soa que sabia ler era Antonio Amorim. Tinha um desenho de como colocar a peça no chão. Só que o papel do desenho não mostrava os lados, cima ou baixo, ou ainda as laterais. Bom! Preparam o local e ins-talaram a peça. Na carta dizia como utilizar a peça instalada. Alguns se arriscaram, porém,

reclamaram muito. Outros de-saprovaram totalmente. Anto-nio então escreveu ao padre para que viesse logo e expli-casse a todos que “troço” era aquele, que machucava quem usava e que na realidade não tinha serventia para nada. O padre chegou e ao ver a peça instalada riu muito. A peça era a primeira bacia de privada da região e o desenho não infor-mava que lado era para cima, então quem sentava na bacia reclamava, já que ela estava colocada de cabeça para bai-xo. Sorte que Antonio resol-veu escrever ao padre, senão o que ia ser da bacia? Depois de reinstalada, agora correta-mente, todos se puseram a rir e por muito tempo virou moti-vo de risos e piadas.

Antonio tinha alguns amigos catarinenses: Tadeu, Atílio, Toninho, Agostinho e Pascoal. Certa vez compravam uma no-vilha do Zé Antunes e fizeram, depois de muito trabalho, um cercado todo caprichado para tirar leite. Perceberam que depois da ordenha, a vaca seguia em direção ao morro e entreva na mata. Lá viram duas crianças, que com uma penca de bananas, conse-guiam tirar leite da vaca sem problemas, o que oito homens suavam para realizar com su-cesso. Um olhou para a cara do outro e começaram a rir, do tipo: Que vergonha! Mui-tas outras situações engraça-das vivenciou.

Antonio considerava muito os seus amigos. Nos últimos tempos de vida falava muito de Manoel Hilário do Prado, do Sertão do Ingá. Antonio Amorim, como carinhosamen-te era chamado, nos deixou no primeiro dia de julho de 2006.

Em sua homenagem, a es-trada que leva moradores e amigos do Sertão até a Maranduba, começando pró-ximo ao Morro do Foge, leva o seu nome. Nome este sinô-nimo de tanta coisa, mas que pode ser resumido em algu-mas palavras: amor, carinho e dedicação, Assim é o protago-nista desta real história. Muito obrigado Tio Antonio.

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1º Junho 2010 Jornal MARANDUBA News Página 11

Certo dia decidi dar-me por vencido.Renunciei ao meu trabalho, às minhas relações, e à minha fé.Resolvi desistir até da minha vida.Dirigi-me ao bosque para ter uma última conversa com Deus.Deus, eu disse: Poderias dar-me uma boa razão para eu não entregar os pontos?Sua resposta me surpreendeu:Olha em redor Estás vendo a samambaia e o bambu?Sim, estou vendo, respondi.Pois bem. Quando eu semeei as samambaias e o bambu, cuidei deles muito bem. Não lhes deixei faltar luz e água.A samambaia cresceu rapidamente.Seu verde brilhante cobria o solo.Porém, da semente do bambu nada saía.Apesar disso, eu não desisti do bambu.No segundo ano, a samambaia cresceu ainda mais brilhante e viçosa.E, novamente, da semente do bambu, nada apareceu.Mas, eu não desisti do bambu.No terceiro ano, no quarto, a mesma coisa.Mas, eu não desisti.Mas… no quinto ano, um pequeno broto saiu da terra.Aparentemente, em comparação com a samambaia, era muito pequeno, até insignificante.Seis meses depois, o bambu cresceu mais de 50 metros de al-tura. Ele ficara cinco anos afundando raizes. Aquelas raízes o tornaram forte e lhe deram o necessário para sobreviver. A ne-nhuma de minhas criaturas eu faria um desafio que elas não pudessem superarE olhando bem no meu íntimo, disse:Sabes que durante todo esse tempo em que vens lutando, na verdade estavas criando raízes?Eu jamais desistiria do bambu.Nunca desistiria de ti.Não te compares com outros.O bambu foi criado com uma finalidade diferente da samambaia, mas ambos eram necessários para fazer do bosque um lugar bonito.Teu tempo vai chegar, disse-me Deus.Crescerás muito!Quanto tenho de crescer? perguntei.Tão alto como o bambu? foi a resposta.E eu deduzi: Tão alto quanto puder!Espero que estas palavras possam ajudar-te a entender que Deus nunca desistirá de ti.Nunca te arrependas de um dia de tua vida.Os bons dias te dão felicidade.Os maus te dão experiência.Ambos são essenciais para a vida.A felicidade te faz doce.Os problemas te mantêm forte.As penas te mantêm humano.As quedas te mantêm humilde.O bom êxito te mantém brilhante.Mas, só Deus te mantém caminhando...

A Samambaia e o BambuÉ bem provável que a festa

dos namorados tenha sua ori-gem em um festejo romano: a Lupercália. Em Roma, lobos vagavam próximos às casas e um dos deuses do povo ro-mano, Lupercus, era invocado para manter os lobos distan-tes. Por essa razão, era ofe-recido um festival em honra a Lupercus, no dia 15 de feverei-ro. Nesse festival, era costume colocar os nomes das meninas romanas escritos em pedaços de papel, que eram colocados em frascos. Cada rapaz esco-lhia o seu papel e a menina escolhida deveria ser sua na-morada naquele ano todo.

O dia da festa se trans-formou no dia dos namora-dos, nos EUA e na Europa, o Valentine’s Day, 14 de feve-reiro, em homenagem ao Pa-dre Valentine. Em 270 a.C., o bispo romano Valentino desa-fiou o imperador Claudius II que proibia que se realizasse o matrimônio e continuou a promover casamentos. Para Claudius, um novo marido sig-nificava um soldado a menos. Preso, enquanto esperava sua execução, o bispo Valentine se apaixonou pela filha cega de seu carcereiro, Asterius. E, com um milagre, recuperou sua visão. Para se despedir, Valentine escreveu uma carta de amor para ela. Foi assim que surgiu a expressão em inglês “From your Valentine”. Mesmo tido como santo pelo suposto milagre, ele foi execu-tado em 14 de fevereiro.

O feriado romântico ou o dia dos namorados judaico: desde tempos bíblicos, o 15º dia do mês hebreu de Av tem sido celebrado como o Feriado do Amor e do Afeto. Em Israel, tornou-se o feriado das flores, porque neste dia é costume

Dia dos NamoradosExistem diferentes versões sobre a origem do dia dos namorados

dar flores de presente a quem se ama. Previamente, era per-mitido às pessoas só se casar com pessoas da sua própria tribo. De certo modo, era um pouco semelhante ao velho sistema de castas na Índia. O 15 de Av se tornou o Feriado de Amor, um feriado judeu re-conhecido durante os dias do Segundo Templo. Em tempos bíblicos, o Feriado do Amor era celebrado com tochas e fogueiras.

Hoje em dia, em Israel, é costume enviar flores a quem se ama ou para os parentes mais íntimos. A significação e a importância do feriado au-mentaram em anos recentes. Canções românticas são toca-das no rádio e festas ‘Feriado do Amor’ são celebrados à noi-te, em todo o país. (Jane Bich-macher de Glasman, autora do livro “À Luz da Menorá”).

No Brasil, a gênese da data

é menos romântica. Alguns a atribuem a uma promoção pioneira da loja Clipper, reali-zada em São Paulo em 1948. Outros dizem que o Dia dos Namorados foi introduzido no Brasil, em 1950, pelo publici-tário João Dória, que criou um slogan de apelo comercial que dizia “não é só com beijos que se prova o amor”. A intenção de Dória era criar o equiva-lente brasileiro ao Valentine’s Day - o Dia dos Namorados re-alizado nos Estados Unidos. É provável que o dia 12 de junho tenha sido a data escolhida porque representa uma época em que o comércio de pre-sentes não fica tão intenso. A idéia funcionou tão bem para os comerciantes, que desde aquela época, o Brasil inteiro comemora anualmente a data. Outra versão reverencia a vés-pera do dia de Santo Antônio, o santo casamenteiro.

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Página 12 Jornal MARANDUBA News 1º Junho 2010

EZEQUIEL DOS SANTOSA fazenda Poço dos Bagres

compreendia um considerável tanto de terras. Deste tanto, a família doou 300 braças (do poço Bagre ao rio das Piabas) a Santa (Nossa senhora das Graças) por volta de 1916.

Num processo de Ação de Anulação de Escrituras Res-pectiva Transcrição contra Cornélio Schmitd, o Cônego Primo Maria Vieira e Mabel Hime Masset, seus sucessores, descobriu-se muitas coisas. Na sentença, foram colhidas provas testemunhais, docu-mentais, periciais e vistorias sobre a forma em que houve a compra da fazenda. Desco-briram que em maio de 1905, os irmãos Roberto Antonio do Prado e Antonio Honorato do Prado eram titulares da fazen-da, documentos devidamente matriculados e registrados no Registro Geral de Imóveis de Ubatuba, conforme anexo do referido processo, comprados em 15 de janeiro de 1891.

No dia 5 de setembro de 1911 falece Roberto Antonio do Prado, deixando como úni-co herdeiro Antonio Rosa de Oliveira, que se casou com Be-nedita Maria do Prado, deste matrimônio nasceu: Benedito Antonio do Prado, Pedro An-tonio do Prado e Jose Antonio do Prado, que na ocasião do falecimento do avo (Roberto Antonio do Prado) e do pai (Antonio Rosa de Oliveira), eram menores e não conhe-ciam toda a fazenda. Em 25 de julho de 1925, a mãe (Be-nedita Maria do Prado) ven-deu a Cornélio Schmitd e ao Cônego Primo Maria Vieira

Em 1956 juiz manda devolver a fazenda Poço dos Bagres

para promoverem a venda de terras. Para isto, criaram uma Companhia Imobiliária pra ar-ruamento e venda de lotes. Em face ao acontecimento, as autoridades desconfiaram, já que nos autos constava a as-sinatura da mãe nos contratos de compra e venda.

Descobriu-se então de que Benedita era analfabeta e não conhecia sequer um papel de pão, verificaram também a pressão exercida por capan-gas, na subida, próximo a uns pés de mexirica, hoje Rua da Laje, sobre miras de espingar-das que forçaram a viúva a vender a propriedade.

Os meninos viviam exclu-sivamente da agricultura, da caça e da pesca. Em face as provas colhidas, o juiz man-dou devolver as terras, livres e desembaraçadas de quaisquer responsabilidades pessoais ou reais, condenando ainda os réus a pagarem indenização aos meninos e as custas do processo de CR$ 100.000,00.

Jornal da época apresenta sentença favorável a família Prado

Esta foi à sentença determi-nada pelo Dr. Alpheu Guedes Nogueira, Juiz de Direito da Comarca de Ubatuba em 25 de novembro de 1955. Tudo publicado no Jornal Tribuna Caiçara, de 1 de janeiro de 1956, Ano V, página 7, número 225. Edição esta que não cir-culou no litoral norte, só na re-gião de Santos. Estranhamen-te, poucos anos depois, alguns livros do Cartório sofreram da-nos que causariam a perda dos documentos das terras de mo-radores, tanto da região sul, quanto da região norte. O livro, como falam, não pegou fogo, ele foi colocado em um lugar úmido e foi alvo de gotejamen-to de chuva, o que causou um dano irreparável a história, a cultura e principalmente a dig-nidade e ao patrimônio desta população.

Após o episódio o juiz foi transferido e a demanda para devolver as terras sofreu gran-de pressão e os herdeiros não tiveram acesso à justiça.

ALESSANDRA REISO Ministério da Educação

vem adotando há algum tempo, desde 1996 com a nova Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação Nacional. Lei nº 9.394/96 medidas que avaliam e mensuram o desenvolvimento educacio-nal das redes de ensino de todo o país utilizando como ferramenta provas periódicas e determinadas por grau de conhecimento onde serão avaliados as habilidades e competências dos alunos do ensino Fundamental, Médio e Superior. Tais medidas ser-vem como balizadores impor-tantes e norteadores de uma reforma educacional, além de democratizar o acesso as Universidades Federais.

Esses avaliadores da edu-cação são conhecidos como Prova Brasil e o Sistema Nacional de Avaliação de Educação Básica, aplicado periodicamente na educação básica. Enem - exame nacio-nal do ensino médio e não poderíamos deixar de fora a avaliação do ensino superior que é mensurado através do Enade - exame nacional de estudantes.

Na ultima segunda-feira 24 de maio o Ministério Educação instituiu o Exame Nacional de Ingresso na Car-reira Docente, onde o alvo a ser avaliado é o professor e os seus conhecimentos, ha-bilidades e competências. A proposta é que cada Municí-pio e Estado utilize os resul-tados como provável forma de ingresso nas redes Muni-cipais e Estaduais de Educa-ção, além de subsidiar políti-cas publicas de capacitação

continuada desses profissio-nais, diagnosticando possí-veis lacunas na formação dos professores.

O ministério pretende re-alizar a primeira prova em 2011. Na primeira edição, poderão participar educa-dores dos primeiros anos do ensino fundamental (1º ao 5º ano) e da educação infantil. Fica facultativo a cada Secretaria Municipal a adesão junto a Inep (Insti-tuto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní-sio Teixeira) na utilização dos resultados e a forma de contratação de seus profis-sionais.

Segundo a noticia publicada no G1 O exame será realizado anualmente, com aplicação descentrali-zada das provas. A partici-pação dos professores será voluntária, mediante inscri-ção. Assim, como no Enem, o docente terá um boletim de resultados após fazer a prova.

Está sendo realizada uma consulta publica entre os dias 19 de maio a 06 de ju-lho no site http://www.inep.gov.br onde os profissionais da educação, após realizar um cadastro, poderão opinar colaborativamente nos pro-cessos de seleção e aprimo-ramento do Exame Nacional de Ingresso na Carreira Do-cente.

Faça a sua parte, visite o site e dê sua opinião sobre essa avaliação, antes de cri-ticarmos uma ação precisa-mos construir uma idéia e essa é a sua oportunidade!

Alessandra ReisInsight Digital

O Ministério da Educaçãoinstitui Exame Nacional deIngresso na Carreira Docente

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1º Junho 2010 Jornal MARANDUBA News Página 13

Sabemos que o Brasil não foi “descoberto”. Segundo os sambaquis encontrados em nosso litoral, por aqui já vi-viam homens no ano 75 da era cristã. Foi por conta da ganância e da ignorância dos colonizadores que nossa des-cendência indígena acabou. Não existiu em nenhum pro-cesso de colonização um povo que não fosse dizimado pelo colonizador como foram com os nossos silvícolas. Até hoje é assim.

Em 1553, o beato José de Anchieta nos dá uma visão mais detalhada do que eram os índios que aqui habitavam. O que parece estranho para nós agora, na época também era estranho para os coloni-zadores e os índios. Foi sem dúvida um choque a tentativa de implantação uma cultura nova, uma cultura invasora, assim como é a do meio am-biente elitizado.

Os Tupinambás tinham lín-gua de tronco Tupi e assim Anchieta os descreve: “Diante dele, estava o Tupinambá sil-vícola. Feliz, na sombra de seu labirinto – a flora, nos elos de seu cativeiro – a fauna. Cani-bal da era neolítica, em pleno delírio cromático, em um país de fogo e de sangue. O índio trazia o sexo apenas velado pela tanga, penas amarelas, grinaldas ao cocoruto, mani-lhas de outras, policromadas, nos pulso e tornozelos, ramos de búzios ao pescoço, tambe-tas de osso, de âmbar ou de quarto na beiçola, pingentes nas orelhas, adornos de bar-ro cosido na face esburaca-da. Abaixo dos joelhos, como franjas, pendiam os taparucás vermelhantes e por todo o corpo depilado, sinuosamen-te, ondeavam lavores negros ou rubros, feitos à tinta de

Tupinambás: a primeira impressão dos índios do litoral paulista

genipapo ou de urucum. Ou-tras vezes, sob a plumagem dos cocares, prendia às na-cas de uma roda de penas cinzentas, longas penas de

ema. Vagava por brechas, al-deias e rios, ä mão esquerda, o arco derrubador de feras, ä direita, o maracá, evocador de mortos, sepultados nas iga-

çavas com seus instrumentos de trabalho. Os mais belicosos exibiam a tangapena dos sa-crifícios, pendentes na nuca, ou infindáveis colares de 3000 dentes-os dentes dos inimigos devorados, onças ou homens.

Impulsivo e rancoroso vivia o selvagem para nadar como os peixes no abismo, giram como os pássaros sobre ro-chas e boqueirões, lutar como jaguares no deserto. Nôma-de, corre; homem-marinho flutua; homem-felino retalha. São livres todos os apetites, comuns todas as coisas no re-gime da tribo. O canibal tem a pele rija do tapir, a dissimu-lação do tatu, rastejante no subsolo, ou da cobra verde, enroscada na folhas, o gri-to de araponga e o salto do bugio. Instintivamente respira a distancia o cheiro da caça, do fogo e do mel. E sua fome não espera, o seu ódio não perdoa.” (SOARES, 158 apud VIEIRA, 1929:33-34)

Não existiu em nenhum processode colonização um povo que não fossedizimado pelo colonizador como foram com os nossos silvícolas.Até hoje é assim.

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Página 14 Jornal MARANDUBA News 1º Junho 2010

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História do “NEOQUETA” Túnel do Tempo Registro de fatos do século passado em nossa região

1º Junho 2010 Jornal MARANDUBA News Página 15

Momento de lazer na barra do Rio Maranduba

Família Cabral em romaria a Aparecida do Norte: água de cheiro, roupa nova e ansieda-de para foto

Em tempos de vacas gordas, o gado curtia o sol na praia da Lagoinha sem ser incomo-dado. O duro era esperar sair a porção de capim gordura à dorê

ADELINA CAMPI

Os meus avós já estavam casados há mais de 50 anos e con-tinuavam a jogar um jogo que haviam iniciado quando começa-ram a namorar. A regra do jogo era: que um tinha que escrever a palavra “NEOQETA” em qualquer lugar inesperado, para o outro encontrar, e assim que a encontrasse, deveria escrevê-la noutro lugar, e assim sucessivamente.

Eles ficavam felizes deixando “NEOQETA” por toda a casa, e assim que um a encontrava, era a sua vez de a esconder noutro local, para o outro encontrar.

Eles escreviam “NEOQETA” com os dedos no açúcar, dentro do açucareiro, ou no pote de farinha, para que o próximo que fosse cozinhar a encontrasse. “NEOQETA” era escrita no vapor deixado no espelho, depois de um banho quente, onde a palavra iria reaparecer depois do próximo banho. Uma vez, a minha avó até desenrolou um rolo de papel higiênico para deixar “NEOQE-TA” escrito na última folha e enrolou tudo de novo. Não havia limites de onde “NEOQETA” pudesse surgir.

Pedacinhos de papel com “NEOQETA” no pára-brisa do carro, bilhetes eram enfiados dentro dos sapatos e deixados debaixo da almofada. “NEOQETA” era escrita com os dedos na poeira sobre as prateleiras e nas cinzas da lareira. Esta misteriosa palavra fa-zia tanta parte da casa dos meus avós como a mobília...

Levou bastante tempo para eu entender completamente este jogo e gostar dele. O Amor dos meus avós era profundo e nunca duvidei dele, porém “NEOQETA” era mais que um jogo de diver-são, era um modo de vida! O relacionamento deles era baseado na devoção e numa afeição apaixonada, daquelas que nem to-dos têm a sorte de experimentar. Eles ficavam de mãos dadas sempre que podiam, roubavam beijos um do outro e conse-guiam terminar a frase incompleta do outro. Porém uma nuvem escura surgiu na vida dos meus avós. O meu avô adoeceu... E, como sempre, a minha avó esteve com ele a cada momento. Re-zava no quarto pedindo a Deus para zelar pelo seu companhei-ro. Mas, aconteceu o que todos temíamos: o meu avô partiu... a palavra “NEOQETA” foi gravada na sua campa!

Aposto que a esta altura estarás a questionar-te: O que sig-nifica “NEOQETA”? Essa linda palavra quer dizer... “NEOQETA” – Nunca Esqueças O Quanto Eu Te Amo!

(Compilado da Internet)

1950 1956Primeira linha de ônibus Caraguá-Ubatuba no Picaré

Garotas alunas da Assistência Litoral Anchieta - ALA

1963Após 40 anos... como os vestidos encurtaram!

2003

Infância Missionária em encenação na Caçandoca

2002Inauguração da Escola Tiana Luiza, no Araribá

2002

1960 1994Em tempos de vacas magras, ficavam ilhadas na ponte do Araribá após a queda das duas cabeceiras

1954